UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE FARMÁCIA E BIOLOGIADoseamento Microbiológico de Antibióticos Profª. ANA FLÁVIA OLIVEIRA SANTOS Cepas ATCC (American Type Culture Collection). . não quantificáveis por métodos físico- 1929 – Penicilina (Fleming). Procedimentos gerais Padrão USP.Dosagem Microbiológica de Antibióticos Substâncias químicos. 1948 – Farmacopéia Britânica. 1955 – United States Pharmacopea (USP). Padrão USP.20μg 22.Dosagem Microbiológica de Antibióticos Avaliação comparativa. Cepas ATCC (American Type Culture Collection).5 μg 13.11 mm P4 .5μg 17 mm P1 . frente a um padrão biológico de referência.11 mm Placa com os padrões de Ciprofloxacina e o microrganismo-teste Staphylococcus aureus ATCC 25923.2. . P2 .10μg 19.22 mm P3 . Métodos microbiológicos para determinação da potência dos antibióticos são indicados para substâncias ou preparações. . A atividade (potência) de antibióticos pode ser demonstrada sob condições adequadas através de seu efeito inibitório sobre o crescimento microbiano. em que o seu teor não poder ser determinado por métodos físicoquímicos.Doseamento microbiológico de antibióticos A quantificação microbiológica de substâncias ativas demanda sempre no emprego de uma avaliação comparativa frente a um padrão biológico de referência. Uma redução na atividade antimicrobiana pode revelar alterações sutis não demonstráveis por métodos químicos. em meio de cultura específico e condições adequadas.Métodos biológicos para determinação de Potência de Antibióticos Difusão em ágar Ensaio de difusão em ágar ou cilindro em placas (este método fundamenta-se na determinação da potência do antibiótico em estudo. Método Turbidimétrico Método turbidimétrico (considera a relação entre a proporção de crescimento da população microbiana no meio líquido e a concentração da substância ensaiada. através de halos de inibição do crescimento do microrganismo sensível a este antibiótico. sendo mais empregado no doseamento de vitaminas e aminoácidos). com relação a potência do seu padrão internacional de referência. . Emprega meio de cultura sólido inoculado. O crescimento do microrganismo ocorre respeitando. Relaciona o tamanho da zona de exibição (fatores de crescimento) ou inibição (antibiótico) de crescimento com a dose da substância ensaiada. em sistema mono ou bicamadas.Difusão em Agar É fundamentalmente um método físico. gerando contraste e resultando a chamada zona de inibição de crescimento. e as placas são então incubadas. porém. no qual um microrganismo é usado como Revelador. distribuído em placas. em área restrita. através do qual a substância teste se difunde. A solução teste é aplicada sobre a superfície do meio. áreas onde tenha ocorrido a difusão do antibiótico. . Ocasional deficiência de contato do cilindro com a superfície do ágar provocando o aparecimento de halos deformados. Métodos dependentes da concentração da solução teste.Solução teste nas placas Semeadas Cilindros ou furos no gel. Desvantagens do método de cilindro em placa Não formação de halos nítidos. Métodos dependentes da quantidade testada em cada unidade de suporte. . Disco de papel ou métodos nos quais a solução amostra é transferida na forma de micro gotas. Densidade de semeadura. Uniformidade do ágar. Condição do microrganismo teste. . Espessura do gel e tamanho do halo são inversamente proporcionais. Espessura. Tempo de aplicação da solução-teste. Composição do meio. Condições de incubação. se na forma vegetativa ou esporulada. ou ser padronizado. Fatores que afetam o tamanho do halo de inibição de crescimento Escolha do microrganismo e sua sensibilidade. sendo importante a sua uniformidade. Volume da solução teste no cilindro ou disco deve ser grande suficiente para ser considerado constante.Fatores que influenciam a Dosagem microbiológica pH. Temperatura de incubação. Potência da solução-teste. 2mL. a fim de que a difusão inicie ao mesmo tempo. Os solventes. Cuidados dizem respeito a randomização das placas na distribuição de soluções-padrão e de amostras. preparação da amostra e faixas de concentração devem seguir orientação da monografia específica. dentro do menor tempo possível para transferência das soluções. . diluentes.Considerações para o ensaio por Difusão em Agar Cada placa de 10 cm de diâmetro comporta até 6 cilindros ou igualmente 6 furos. No caso dos cilindros a colocação pode ser manual com auxílio de pinça ou através de dispensadores que simultaneamente colocam todos os cilindros por placa. Aplicar soluções nos cilindros (ou outro dispositivo) por meio de pipeta que libere volume uniforme da ordem de 0. com variação máxima de 0. Medir o diâmetro das zonas de inibição do crescimento e calcular a potência da substância a partir dos resultados. % A/P = Antilog [2 + F/E x log (rd)] Onde: F = ( A total – P total) /3 E = [ (Total A3 – Total A1) + ( Total P3 – Total P1)] / 4 Rd = razão das doses ou % A/P= 102 (Rd F/E) .Considerações para o ensaio por Difusão em Agar Incubar as placas na temperatura indicada.5ºC durante o período de 16 a 18horas. 3 32 a 35 32 a 35 . de incubação mL/100 das placas ºC ml Base 21 Superfície 4 0. Antibiótico Microrganismo Meios de cultura).7468) Micrococcus luteus (ATCC .5 32 a 35 36 a 38 Bacitracina Bacitracina 2 2 1 1 21 21 4 4 0.9341) Micrococcus flavus resistente à neomicina (ATCC 14452) Micrococcus luteus (ATCC .9341) 11 Ampicílina Anfomicina Micrococcus luteus (ATCC .10240) 11 2 11 1 21 21 4 4 0. Base Superfície 11 Volume (mL) de meio a ser Volume de aplicado nas Temperatura inóculo camadas.5 32 a 35 Amoxilina Micrococcus luteus (ATCC.5 0.Farmacopéia Brasileira Meio de cultura a ser usado (conforme 3.3 0. 20 e 40 l/mL Temperatura de incubação: 35-37 °C Tempo de incubação: 18 horas .2 mL Concentração inicial: 1000 l/mL Concentrações finais: 10.Condições para o ensaio de Cefalexina Produto em análise: Cefalexina.0 Meios de cultura – Camada base .Ágar Muller Hinton Camada semeada . Forma farmacêutica: Drágeas Método empregado: Difusão em ágar Microrganismo teste: Micrococcus luteus Solução diluente: Tampão fosfato de potássio pH 6.Ágar Muller Hinton Volume do inóculo: 0. Considerações para o ensaio por Turbidimetria Empregar para cada antibiótico o microrganismo e caldo nutritivo indicado pela Farmacopéia. Determinar experimentalmente o volume de inóculo a ser adicionado a 100mL de Caldo a partir da quantidade sugerida. além do meio de cultura líquido e microrganismo teste. e após incubação da mistura procede-se a leitura da resposta... O princípio do método é simples. O meio inoculado deve ser preparado e utilizado imediatamente. A substância teste é adicionada a suspensão do organismo teste presente em meio nutriente. .Método Turbidimétrico Caracteriza-se por séries de tubos contendo concentrações muito próximas do antibiótico. Pelo menos 18 tubos são usados para o ensaio. . calcular a potência da amostra e seus limites de confiança.5mL de solução de formaldeído. Tomando a preocupação de assegurar temperatura uniforme e tempo de incubação idêntico para todos os tubos. a 12% em cada tudo. A partir dos resultados.Três tubos para cada concentração do padrão e da amostra. à temperatura adequada. de 3 a 4 horas. Determinar a absorvância para cada tubo em fotocolorímetro apropriado. Incubar em banho maria. interromper a multiplicação dos microrganismos pela adição de 0. Após o período de incubação.Considerações para o ensaio por Turbidimetria Distribuir em tubos idênticos. no comprimento de onda de 530 nm. volumes igual de cada uma das soluções amostra e padrão. Dosagem Microbiológica de Antibióticos Difusão em Ágar Método físico Microrganismo revelador Zona de Inibição de crescimento Método Turbidimétrico Inibição de crescimento Solução uniforme do antibiótico Caldo . Rev. T. 2005. v. J. 2001. E. Cezaretto. Lachman.L. São Paulo... S. São João da Boa Vista. farm. Controle biológico de qualidade de produtos farmacêuticos e correlatos. Ohara. E. São Paulo. L. Teoria e prática na indústria farmacêutica. Doseamento microbiológico do norfloxacino... 2000..12. T. p. Schapoval. São paulo: atheneu. 1988. lisboa: fundação calustre gulberman. Pinto. H. P. M. método da difusão em ágar (cilindro em placas). V.2. M. d. J. T. C. Kanig. de . Lieberman.161-65.. Controle da qualidade microbiológica medicamentos. Ciênc. Kaneko. 1990. E.Referências Farmacopéia brasileira 4ª ed.A. Fröehlich..
Report "Doseamento de Antibióticos _ Controle de Qualidade microbiológico"