Dominique Maingueneau



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Dominique Maingueneau (1950) é um linguista e professor da Universidade de Paris IV Paris-Sorbonne, onde exerce a função de pesquisadorno Centre d'étude des discours, images, textes, écrits, communications (CÉDITÉC). Também é membro do Institut Universitaire de France. Sua pesquisa, iniciada nos anos 1970, concentra-se na Linguística e Análise do discurso franceses. O autor trata deste último tema tomando como ponto de partida a inseparabilidade do texto e do quadro social de sua produção e circulação. Ainda afirma não haver um plano do discurso que seja central, insistindo que tudo o que o constitui deriva dos mesmos fundamentos. Assim, com ampla bibliografia publicada, o trabalho de Maingueneau associa um olhar pragmático sobre o discurso com teorias da enunciação linguística, conferindo importante contribuição para a teoria literária e a análise do discurso, pois percorre e indica os diferentes caminhos do texto e seu contexto, além de teorizar sobre as formas de interpretação. Como proeminente estudioso no campo do Discurso, há anos ele vem trabalhando na área de "discursos de autoconstituição", que legitimam a produção da obra discursiva. Relaciona as teorias linguísticas de enunciação e a arqueologia de Michel Foucault. O autor publicou diversos livros nesta última área de estudo, desde Initiation aux méthodes de l'analyse du discours (Paris, Hachette, 1976), destacando-se a obra Análise de textos de comunicação (São Paulo, Cortez, 2001), de grande utilização nas universidades do país, com inúmeras aplicações das leis do discurso da comunicação social. Sua grande obra no entanto, é Novas Tendências da Análise do Discurso (Paris, Hachette, 1987). Além disso, é co-editor do Dicionário de Análise do Discurso (São Paulo, Contexto, 2004). Fluente em língua portuguesa, Maingueneau já esteve diversas vezes no Brasil, onde ministrou palestras sobre Análise do Discurso em algumas universidades. Índice [esconder]    1Análise do Discurso o o o 1.1Quadro Geral 1.2Leis do Discurso 1.3Enunciação e Gêneros do Discurso 2Biografia o o 2.1Formação Acadêmica 2.2Profissional 3Bibliografia parcial o 3.1Análise do Discurso   3.1.1Livros 3.1.2Publicações o 3.2Manuais de Linguística  3.2.1Livros o 3.3Linguística e Discurso Literário    3.3.1Livros 3.3.2Publicações o 3.4Ensaios 4Ligações externas Análise do Discurso[editar | editar código-fonte] Quadro Geral[editar | editar código-fonte] Análise do Discurso, ou AD, é um campo da linguística e da comunicação especializado em analisar construções ideológicas presentes no produto e objeto da atividade discursiva, o texto como discurso. Portanto, é uma área de estudo que se situa no campo de articulação entre a organização linguística e o lugar social de sua produção. Dessa forma, pressupõe-se o princípio da inseparabilidade entre o texto e o quadro social de sua produção e circulação. Tem emprego como instrumento para se analisar textos dos media (como jornalismo, publicidade) e as ideologias que os engendram. A Análise do Discurso é proposta a partir da filosofia materialista que põe em questão a prática das ciências humanas e a divisão do trabalho intelectual, de forma reflexiva. Assim, entende-se haver também uma relação entre a Análise do Discurso e teorias como o Relativismo linguístico, que confere à linguagem o papel de molde da maneira com que pensamos; ou mesmo tem sido aplicada nos campos da Psicologia e Psicanálise, estabelecendo uma relação entre pensamento e linguagem. Maingueneau desenvolveu novos conceitos em seus textos, como os discursos constituintes, a sobreasseveração, o hiperenunciador, a destacabilidade e a participação. A partir destes foi possível renovar a análise do discurso na abordagem de questões ligadas ao interdiscurso e aos enunciadores - portanto, a problemática do sujeito.(Maingueneau, 2001, p. 33) O Discurso admite a existência de três dimensões na comunicação verbal, que constituem o chamado Contrato de Comunicação (conceito de Patrick Charaudeau): uma série de regras de conversação que os interlocutores supostamente devem conhecer e respeitar. Mas. conjunto de normas a serem empregadas na interpretação dos enunciados. Maingueneau afirma que esta instância de subjetividade enunciativa possui duas faces: por um lado. atribuindo-lhe a autoridade vinculada institucionalmente a este lugar. Finalmente. Algumas têm um alcance extremamente geral. não é possível definir nenhuma exterioridade entre os sujeitos e seus discursos. Normatizou também suas adaptações. mas também como amostras de um certo gênero de discurso. não apenas como fragmentos de língua natural desta ou daquela formação discursiva.o interdiscurso. . com efeito. em um contexto de signos e de experiências. indeterminada. ela o assujeita. A lista das leis do discurso e as relações que estas entretêm entre si variam de um autor a outro. É uma realidade empírica resultante da articulação entre a organização textual e o fenômeno social. Análise de Textos de Comunicação. trata-se. A análise do discurso tem assim alto grau de dependência das ciências sociais e seu aparelho está sujeito à dialética da evolução científica que domina este campo. os recortes genéricos que lhe parecem pertinentes. se há gênero a partir do momento que vários textos se submetem a um conjunto de convenções comuns e que os gêneros variam segundo os lugares e as épocas. o autor afirma que a Análise do Discurso prefere formular as instâncias de enunciação em termos de “lugares”. em função de seus objetivos.   Normas convencionadas para reger o ato comunicacional (como as Leis do Discurso). então. ela constitui o sujeito em sujeito de seu discurso. o jornalismo em suas diversas modalidades (como. 1974). Os enunciados dependentes da AD se apresentam. de “estratégias”. cabe ao analista definir. Esta concepção opõe-se a qualquer concepção “retórica”: aquela que coloca dois indivíduos face a face e lhes propõe um repertório de “atitudes”. Múltiplos gêneros do discurso que definem a situação de comunicação. a lei da pertinência ou a da sinceridade (Maingueneau. Relações de lugar entre os sujeitos interlocutores. por exemplo. destinadas a atingir esta ou aquela finalidade consciente.  Doutorado em Linguística: Semântica da controvérsia . por exemplo. 1997). Este primado do sistema de lugares é crucial a partir do momento em que raciocinamos em termos de formações discursivas. por outro. Para a AD. dentro de um processo comunicacional. compreender-se-ia facilmente que a lista dos gêneros seja. Constitui-se em signo de alguma coisa para alguém. segundo o preceito de Michel Foucault. nem é desmontado como uma máquina. Reencontra-se aqui a noção de “contrato”: cada “gênero” presume um contrato específico pelo ritual que o define. Cloud) e Agrégé de Lettres modernes. Vale dizer que um discurso não é delimitado à maneira de um terreno. Enunciação e Gêneros do Discurso[editar | editar código-fonte] Em sua obra Novas tendências em Análise do Discurso (Maingueneau. Leis do Discurso[editar | editar código-fonte] Ver artigo principal: Análise de textos de comunicação Destaca-se a importante contribuição de Maingueneau ao categorizar as chamadas Leis do Discurso. ela igualmente o legitima. estendidas a cada gênero discursivo. Gênero de Discurso é um dispositivo social de produção e recepção do discurso. Essas leis constituem. Biografia[editar | editar código-fonte] Formação Acadêmica[editar | editar código-fonte]  Ex-aluno da Ecole Normale Superieure (St. visando a enfatizar a preeminência e a preexistência da topografia social sobre os falantes que ai vêm se inscrever. como. Profissional[editar  | editar código-fonte] 1974-1980: Assistente de Linguística na Universidade de Amiens. o gênero literário.  Doutorado no 3º ciclo em Linguística: Teste de construção de uma semântica do discurso (Universidade Paris X. na Universidade de Paris X. o Fait divers). por definição. 1979). ao mesmo tempo. p. Estudo de um corpus de textos religiosos do século XVII (Universidade de Paris X. de “determinar qual é a posição que pode e deve ocupar cada indivíduo para dela ser o sujeito”. Se ela submete o enunciador a suas regras. Podem ser considerados gêneros do discurso a publicidade. 34).  Realizou estudos em Linguística e Filosofia. UFMG. Parábola. Seuil. Armand Colin. 2006). Textes. Presses du Septentrion.  Desde janeiro de 2012: Professor de Linguística da Universidade de Paris IV Paris-Sorbonne. de Souza e D. 2008) - La littérature pornographique (Paris. 1987) Novas tendências em análise do discurso (tradução de Freda Indursky. Introduction aux lectures de l'archive (Paris.ed. 1979) - - Sémantique de la polémique (Lausanne. Dardy et D. l'Age d'Homme. Parábola. 2002) - - Cenas de enunciação (Curitiba. Le Sycomore. Hachette. Mardaga. Pontes e Editora Unicamp. 2010) - [artigos publicados em veículos e datas diversas] . Ducard) (Lille. 1983) - - Genèses du discours (Bruxelles-Liège. Parábola. 1997) Analyser les textes de la communication (Paris. Ecrits et Communications). Un genre universitaire (avec C. Bibliografia parcial[editar | editar código-fonte] Análise do Discurso[editar | editar código-fonte] Livros[editar | editar código-fonte] Original Tradução brasileira Tradução portuguesa Initiation aux méthodes de l'analyse du discours (Paris. Criar. 1980-1988: Professor Assistente de Linguística na Universidade de Amiens. (São Paulo. Curitiba. São Paulo. Cortez. 1991) - - Les termes clés de l'analyse du discours (Paris. 1870-1914. e São Paulo. 1989) L'Analyse du discours. 1998) Análise de textos de comunicação (tradução de C. Hachette. Hachette. 1998) Os termos-chaves da análise do discurso (Lisboa. Parábola. Discours et idéologie (Paris. 2005. 2001. Rochas. Dunod. 1984) Gênese dos discursos (tradução de Sírio Possenti.  1988-2000: Professor de Linguística na Universidade de Amiens. 2. Images. 2008) - Nouvelles tendances en analyse du discours (Paris. 2010) - - Doze conceitos da Análise do Discurso (São Paulo.  Desde fevereiro de 2000: Professor de Linguística da Universidade de Paris-XII Créteil Val de Marne e Membro do CÉDITÉC (Centre d’Etude des Discours. 1976) - - Les livres d'école de la République. 2007) O discurso pornográfico (São Paulo. Campinas. 1996) Termos-chave da análise do discurso (Belo Horizonte. Gradiva.) Le Rapport de soutenance de thèse. Criar. 2009)  Les notions grammaticales au collège et au lycée (em colaboração com E. 1996) trad. Etat de l'art et perspectives. Paris. 1981) Nova edição: L'Enonciation en linguistique française. Belin. Armand Colin. Langage et Société n° 130. Main trends in Theory and Analysis (avec J. Parábola. Paris. Trad. 2001. numéro 117 de Langages.Les phrases sans texte (Paris. Contexto. portuguesa: Introduçao a linguistica (Lisbonne. Poétique. Hachette. Paris. março 1995. coleção “Les Fondamentaux”. Angermuller et R. 1986) Trad. 2014).  Pratiques discursives du christianisme contemporain. 2005) Linguística e Discurso Literário[editar | editar código-fonte] Livros[editar | editar código-fonte]  Eléments de linguistique pour le texte littéraire (Paris. Bordas. Initiation à la problématique structurale II (em colaboração comJ-L Chiss et J. 2001. Lambert-Lucas. Hachette. Syntaxe. Initiation à la problématique structurale I (em colaboração com J. Paris. 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Wodak) (John Benjamins. Phonétique. brasileira : Dicionário de Análise do Discurso. 2002. 2015) - The Discourse Studies Reader.-L. Sage. 1994. Seuil. 1991)  Aborder la linguistique (Paris. Communication.  Approche de l'énonciation en linguistique française (Paris.  French Discourse Analysis.  - Dictionnaire d’analyse du discours (em colaboração com P. 1978) Nova edição. Charaudeau). Hachette. Filliolet) (Paris. Approches interdisciplinaires des pratiques langagières et discursives (em colaboração com J. Hachette. Seuil. Filliolet) (Paris. dezembro. Edição atualizada : coleção “Les Fondamentaux”. 2009. Mise à jour sous le titre Introduction à la linguistique française : Syntaxe. São Paulo. agosto 2002. 2014) Discurso e análise do Discurso (São Paulo: Parábola. Bordas. 2012) Frases sem texto (São Paulo. Versão atualizada sob o título Introduction à la linguistique française: Notions fondamentales. Boutet). 2010. Toulouse. Bordas. Pragmatique pour le discours littéraire (Paris. Belin. Dunod. L'Harmattan. brasileira: O contexto da obra literária (São Paulo. écrivain. 2006)  Manuel de linguistique pour les textes littéraires (Paris. les racines d'un mythe. Paris. 2004. Paratopie et scène d'énonciation (Paris. Descartes et Cie. 1984. Martin Fontes.  Au-delà des œuvres. avec Gilles Philippe)(Paris. Dunod. Presses Universitaires du Mirail. Les voies de l'analyse du discours littéraire. 2006. 1999. 2010) Publicações  [editar | editar código-fonte] L'analyse du discours dans les études littéraires (en collaboration avec Ruth Amossy). 1997)  Le Discours littéraire. brasileira: Discurso literário (Editora Contexto. Paris. 1990) (Armand Colin. brasileira: Pragmática para o discurso literário (São Paulo.  Féminin fatal. 1996)  Le contexte de l'œuvre littéraire : Enonciation. 2004). 1993) Trad. société (Paris. 1995)  Exercices de linguistique pour le texte littéraire (en collab.  Contre Saint Proust. A. São Paulo. ou la fin de la Littérature. A. Trad. Ligações externas[editar  Página do Céditec Categoria:  Linguistas da França | editar código-fonte] . Martins Fontes. Paris. Paris. 2005) Trad. Ensaios[editar | editar código-fonte]  Carmen. Colin. Colin. Le Sorbier.
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