Doença de Creutzfeldt-Jakob: Matéria de risco

March 29, 2018 | Author: Nathália Kneipp Sena | Category: Wellness, Medicine, Nature


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Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ) Matéria de risco Nathália Kneipp Sena Brasília, agosto de 2013 Em setembro, na sede do sindicato dos jornalistas  National Union of Journalists , em Londres, Christine Lord lançará seu livro “Who Killed my Son?” (Quem matou meu filho?). A jornalista freelance expõe em detalhes o escândalo político e de saúde pública que resultou na morte de seu primogênito, Andrew, aos 24 anos pela forma humana do que ficou conhecido popularmente como “doença da vaca louca”, variante da Doença de Creutzfeldt-Jakob (vDCJ). Além de Andrew, milhões de pessoas estiveram expostas ao consumo de carne de gado infectada pela encefalopatia espongiforme bovina (EEB). A possibilidade de transmissão da doença por via sanguínea deixou de ser um risco teórico e foi comprovada cientificamente. "Meu querido Andrew não precisava ter morrido, a vDCJ jamais deveria ter existido em humanos. Andrew estava em ascensão na mídia. Ele era bonito, saudável com um futuro brilhante pela frente. Trabalhava para o TalkSPORT, Sky, BBC como produtor e pesquisador. Em março de 2007, ele produziu o seu último programa ao vivo para o rádio. Em dezembro, ele já estava cego, quadraplégico, sem conseguir se mover, engolir ou reconhecer seus amigos”, descreve Christine. O agente causador dessa doença não é um vírus, nem bactéria. Trata-se do príon, proteína transmissível que ao ter seu formato alterado é capaz de fazer com que as proteínas saudáveis também “se dobrem”, com um efeito em cascata, ocasionando a doença neurodegenerativa que faz com que o cérebro fique “esburacado”, o porquê do “espongiforme” no nome da enfermidade: encefalopatia espongiforme transmissível (EET). Abre um novo capítulo nos livros de epidemiologia, pois a DCJ pode ser de origem genética (gDCJ ou fDCJ), transmitida por alimento ou subprodutos de origem animal contaminado por príons (no caso da EEB, vDCJ), instrumental cirúrgico (iDCJ, i de “iatrogênica”) que não foi adequadamente desinfetado, transmissão sanguínea, hormônio do crescimento obtido na hipófise de cadáveres e outras formas que estão sendo investigadas pela ciência e que recaem nos grupos da iDCJ ou sDCJ (s de sporadic, esporádico que significa tão-somente que a origem ou razão de seu aparecimento é desconhecida). Valerie DeBenedette ao entrevistar o professor de jornalismo da Universidade de Columbia, Steven Sander Ross, sobre a abordagem da imprensa na cobertura dessa pauta escolheu o título “Bad, Mad and Difficult to Cover” (ruim, louco e difícil de cobrir). Esse professor, na década de 90, considerava que foi uma história política que superou a história científica. O universo das encefalopatias espongiformes transmissíveis é vasto, complexo e incerto e obriga a imprensa a ter dois posicionamentos frente aos casos: manifestar-se sobre a possibilidade de o risco existir ou ignorá-lo. O link do Brasil com o que ocorreu inicialmente no Reino Unido não se limita à vantagem comercial para a carne brasileira, aquela do “gado vegetariano”. O Jornal do Commercio, em 2001 noticiou o eventual envolvimento com a vDCJ que a população brasileira poderia vir a ter: “A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ficou sabendo, em dezembro último, através do representante no Brasil do Bio Product Laboratory, que o País estava entre 11 nações que tinham recebido de 1996 a 2000 quatro lotes de imunoglobulinas e albumina suspeitas. A agência rastreou 900 mil frascos, concluindo que 18 mil deles poderiam ter como origem o doador com DCJ. Os frascos foram distribuídos para 76 hospitais e 14 distribuidoras, cujos nomes são mantidos em sigilo” Esse fato também é relatado por Patricia Doyle no site Rense.com, com informações sobre os demais países que, como o Brasil, receberam material suspeito de estar contaminado pelos doadores ingleses que tiveram confirmação da vDCJ: Irlanda: Vacina contra Poliomielite – 83.500 doses Brasil: Albumina – 44.864 frascos, Imunoglobulina 80 frascos Dubai: Albumina – 2.400 frascos Índia: Albumina – 953 frascos Turquia: Amunoglobulina – 840 frascos Brunei: Albumina – 400 frascos Egito: Albumina – 144 frascos Marrocos: Albumina – 100 frascos Omã: Imunoglobulina – 100 frascos Russia: Factor VIII – 23 frascos Cingapura: Imunoglobulina – 3 frascos A albumina humana é utilizada com diversos fins: está na composição do famoso botox, é usada na recuperação de pessoas submetidas a cirurgias, inclusive as plásticas como a lipoaspiração e o consumo mundial desse produto é de 660 toneladas por ano, correspondendo a US$1,2 bilhão. As imunoglobulinas ou anticorpos são um grupo de glicoproteínas presentes no soro e nos líquidos orgânicos e reforçam os “exércitos do organismo” para combater as infecções virais ou bacterianas, entre outros propósitos. Ao colocar a informação sobre quem recebeu e usou os frascos dos derivados de sangue com suspeita de contaminação da vDCJ sob sigilo, o governo criou a nossa história política desse dossiê, assinalada e ignorada pela imprensa. Para tentar demonstrar alguma reação diante do risco, José Serra criou uma Comissão para monitoramento que gerou uma publicação (de qualidade) sobre o tema. Seria análogo a constatar que os canapés de uma festa estivessem contaminados com cicuta, deixá-los serem consumidos pelos convidados, e delegar a alguém a incumbência de discretamente contar as vítimas. Afinal, o período de incubação pode chegar a 40 anos, o problema pode surgir em vários outros mandatos. Quantas são as vítimas de DCJ no Brasil? A resposta, até então é de que nunca houve um caso de vDCJ no país e os que são enquadrados como “os outros”, sDCJ, iDCJ e fDCJ estão dentro das estatísticas, uma pessoa para cada milhão de indivíduos e são supostamente contados pela vigilância epidemiológica. A Revista Istoé, em 2005, tentou interagir com um dos muitos casos de DCJ que acontecem no Brasil, em matéria escrita a três mãos com o título “A estranha doença do Sr. Pellizon”, narrando o que aconteceu com esse paulista de 50 anos de idade: “O advogado paulista Luís Carlos Pellizzon, 50 anos, é protagonista de uma história trágica. Casado, pai de três filhos, é integrante de uma típica família de classe média. Morador de Santo André, na Grande São Paulo, sempre teve boa saúde. Em novembro passado, porém, foi parar no hospital por causa de uma tontura. Estava com pressão alta. Medicado, voltou para casa. No dia seguinte, o sintoma reapareceu, acompanhado de dificuldade de se manter em pé. A suspeita era de um caso de labirintite ou stress. Nenhuma se confirmou. Um mês depois, o advogado já não reconhecia a filha Ana Paula, 32 anos. Andava e se comunicava com dificuldade. Uma semana antes do Natal, não falava nem se movia. E começou a ter convulsões e alucinação. Em janeiro, Pellizzon foi levado ao Hospital Sírio-Libanês, na capital paulista. Foi examinado, mas não ficou internado porque seu convênio médico não dava cobertura. Acabou transferido para o Hospital Nossa Senhora de Lourdes, também na capital. É onde se encontra até hoje. Está mudo, não anda, não enxerga, não ouve e perdeu a memória. “Estamos muito abalados ao ver um homem sadio e de bem com a vida como ele ficar nesse estado em cinco meses (...) teve seu caso alardeado como o mal da vaca louca no Brasil” Para negar que se trata da vDCJ, lembrando que toda DCJ (v, s, i, f, g) é encefalopatia espongiforme transmissível, as repórteres ecoaram a informação de que esse diagnóstico foi descartado pelo resultado (negativo) do exame da proteína 14-3-3 (do líquor cefalorraquidiano) e análise dos sintomas. Erraram pois somente o exame histopatológico, feito após a necropsia ou por biópsia do cérebro, pode confirmar se é ou não a vDCJ. No caso de Andrew, foi feita biópsia das amídalas. Além disso, há literatura científica que descreve outro tipo (strain) de encefalopatia espongiforme bovina que poderia se manifestar como sDCJ em humanos. Não cogitaram, também, outras formas de transmissão. Não estabeleceram relação para a nossa história política desse dossiê, com os derivados de sangue com suspeita de contágio que entraram no país. Outra importante fonte de contágio que fez acontecer um duelo de prêmios Nobel nos tribunais franceses foi a incidência da DCJ transmitida pela administração do hormônio do crescimento (growth hormone - GH). Extraído das hipófises de cadáveres, é comprovada fonte de transmissão de doença priônica. Foi graças a essa rota de contágio que 117 crianças francesas foram contaminadas e morreram de DCJ. Os sete médicos acusados de homicídio culposo por saberem desse risco, previamente à administração da medicação, foram absolvidos. Stanley Prusiner (Nobel de Fisiologia/Medicina em 1997 por seu trabalho sobre os príons) foi uma das testemunhas de defesa dos acusados, garantindo que nessa época (1984-85) ainda não havia o conhecimento de que poderia haver a contaminação. O virologista Luc Montaigner (igualmente prêmio Nobel, em 2008, pela descoberta do vírus da Aids), colaborador do Instituto Pasteur, entre outras testemunhas da área médica, prestou depoimento e disse exatamente o contrário. Na literatura científcia há descrição de um brasileiro que foi vitimado pela DCJ aos 41 anos, 28 anos após ter feito o tratamento com hormônio do crescimento. O medicamento, nesse caso, foi importado dos Estados Unidos e o relato diz que houve outro brasileiro com DCJ por contágio via GH. A imprensa noticiou? Houve processo criminal? O Sr. Google ainda não respondeu que sim. Quando o caso de Adélia Amorim foi noticiado na coluna de Ancelmo Góis  “Suspeita de mal da vaca louca assusta cidade do Rio”, com espaço para comentário (o que é raro...), a própria filha da vítima usou o recurso para deixar o seu recado ao não conseguir internar a mãe em nenhum hospital, sob a alegação de “ela vai morrer”: “Meu nome é Ilma Amorim, filha de Adélia de Amorim que está internada na UPA de Nilópolis esperando uma vaga em qualquer hospital universitário do Rio de Janeiro para ser transferida. Eu entreguei o caso da minha mãe a Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro: Vera Vassouler na quinta-feira dia 21/02 ela ficou de fazer essa transferência esse fim de semana. Estou aguardando. Eu preciso saber como minha mãe obteve essa doença; carne vermelha? Hereditário? Como posso saber? Eu preciso saber a verdade, e o governo precisa me dar o verdadeiro laudo. Eu como filha tenho o meu direito. Ilma Amorim.” Com o seu direito de resposta, o Ministério da Saúde manifestou-se no espaço do colunista: “Ministério da Saúde diz que Mal da Vaca Louca não afeta humanos O Ministério da Saúde enviou nota à turma da coluna garantindo que não há registro de que um ser humano tenha contraído o Mal da Vaca Louca. É uma resposta ao caso da aposentada Adélia Amorim, moradora de Nilópolis, publicado aqui. Ela está internada na UPA da cidade da Baixada Fluminense, com encefalopatia priônica ou espongiforme, doença que causa em seres humanos os mesmos sintomas que o Mal da Vaca Louca em bovinos. Segundo o governo, nos útimos oito anos, 321 brasileiros contraíram a doença. Em nota, enviada na noite desta quinta-feira, o Ministério da Saúde diz que está acompanhando o caso. Veja a nota na íntegra: "O Ministério da Saúde informa que não houve no Brasil caso de transmissão pela doença da Vaca Louca. O Ministério da Saúde acompanha o caso de uma senhora do município de Nilópolis (RJ), com suspeita de encefalopatia priônica. A forma clássica da doença, chamada de Creutzfeldt-Jakob, não é transmissível e não gera qualquer ameaça à saúde humana, relacionado com o consumo da carne bovina. Entre 2004 e 2012, a vigilância em saúde brasileira captou 321 notificações de casos suspeitos da DCJ clássica, cuja frequência estimada, em todo o mundo, é de um caso por milhão de habitantes por ano." São vários ruídos na comunicação e ignorância sobre a história da ciência e história política dessa doença. A EEB afeta e dizima rebanhos e já foi transmitida a seres humanos. O livro em lançamento por Christine Lord é um dos vários relatos sobre isso. O MS insiste em declarar, sem que haja qualquer contraditório, que a doença não é transmissível. A transmissibilidade já foi amplamente comprovada pela ciência. O mesmo foi dito para a vaca com EEB no Paraná, que apresentou a forma “não-clássica” ou “atípica” da doença. Sequências de equívocos. O mais perverso dessa situação e o que a imprensa ainda não notou é a história de fim de vida das vítimas. Quando é para chamar a atenção sobre a incidência dos casos de DCJ, a vigilância epidemiológica e o MS dizem que a doença não é transmissível. Porém, quando é questão de realizar a necropsia, meio de comprovar o diagnóstico, no caso da transmissão por carne infectada, se é vDCJ, isso é negado às vítimas e aos familiares porque os patologistas e suas equipes, que trabalham no serviço público de verificação de óbito, se negam a enfrentar a ameaça do risco de contágio. Nos casos de Natal, não há qualquer questionamento sobre esse posicionamento da Secretaria de Saúde: “SESAP A subcoordenadora de vigilância epidemiológica do órgão, Juliana Araújo, confirmou que os pacientes serão acompanhados inclusive após os seus falecimentos para que seja evitada a contaminação do solo. Neste caso, não será realizado a necropsia para que seja evitado o contato dos médicos com o cérebro dos pacientes, forma de contágio.” Essa é a melhor maneira de nunca saber se houve vDCJ no país. Não realizar o exame que pode confirmar se existiu. Na Inglaterra, vivenciados os horrores da EEB, foi criada uma comissão fora do governo para analisar as denúncias. Nos Estados Unidos as associações de consumidores também querem independência do governo para os testes que são realizados e divulgados sobre a qualidade da carne que se consome no país. Vale lembrar que no caso da vaca de Sertanópolis, Paraná, nunca se presenciou uma trapalhada tão mal narrada. A imprensa não questiona, por exemplo, o porquê de os seres humanos que pagam ITCD sobre o patrimônio da vítima, tendo como fato gerador a morte, não terem o direito de confirmação de seus diagnósticos, com exames solicitados a laboratórios de além-mar, como o de Weybridge, no Reino Unido. Isso foi uma prerrogativa exclusiva da vaca de Sertanópolis. Com que infra-estrutura foi realizada a necropsia desse animal e por que excepcionalidade, nessas circunstâncias, o sepultamento da carcaça não representou perigo de contaminação do solo nem contágio para os profissionais que retiraram a amostra de tecido cerebral? Que fontes brasileiras são confiáveis e acompanham as descobertas da ciência sobre essas e tantas outras questões e devem ser consultadas por jornalistas e vítimas? Quais veterinários, médicos, bioquímicos conhecem essa realidade, não só do laboratório, mas a partir dos grandes sertões, veredas, desse vasto país? Quem é o fazendeiro de Sertanópolis? Diante da possibilidade de matar, enterrar o animal e ficar calado, por que ele se manifestou sobre o caso de uma vaca idosa com EEB? O suposto único caso brasileiro de EEB em toda a história da nossa pecuária e que demorou dois anos para aparecer a matéria de risco na imprensa… Em Alberta, no Canadá, em janeiro de 2003, Marwyn Peaster (http://bit.ly/15u5xOd )viu uma vaca do seu rebanho cair no pasto. Achou que fosse pneumonia, mas acabou enviando o animal para um abatedouro local, onde o veterinário seguiu as regras e, por ser um animal que tombou doente, não entrou na cadeia alimentar humana e sua cabeça foi enviada para ser examinada em Edmonton. Quando o resultado do exame deu positivo para EEB, a vida de Marwyn Peaster nunca mais foi a mesma. Considerado um Judas pelos fazendeiros da província, com prejuízos estimados entre de CAN$ 4 a 7 bi, recebeu a seguinte crítica do então primeiro-ministro de Alberta, Ralph Klein: “qualquer fazendeiro que tenha algum respeito por si mesmo, teria matado, enterrado e calado a boca, o que ele não fez”. A imprensa se deslocou em massa para as terras de Peaster. Ele construiu uma barricada para impedir a entrada dos repórteres, e colocou uma placa com os dizeres: “proibida a entrada”. De nada adiantou. Para evitar o assédio, foi embora para os EUA, onde reside atualmente. Os casos de EEB no Canadá estão muito bem descritos com a ajuda do Google maps (http://bit.ly/19dqP7G). Por isso é de se estranhar que, em terras tupiniquins, a identidade e história do fazendeiro e da vaca de Sertanópolis não tenha sido motivo de escrutínio. O falecimento mais recente de uma suposta vítima de DCJ no Brasil ocorreu em Curitiba, mesmo Estado da vaca de Sertanópolis, no dia 4 de agosto de 2013. Victor da Cruz foi sepultado em gaveta do cemitério de sua cidade, pois a família não dispunha de recursos para cremá-lo. Não pôde ser velado e não foram feitos os exames comprobatórios da DCJ, mesmo com a solicitação de sua esposa para que esclarecessem qual era a natureza da enfermidade que fez com que um homem de 50 anos, saudável, fosse dizimado em poucos meses. Os médicos assentiram em escrever “provável doença priônica” no atestado de óbito. É sabido que há um segundo caso de DCJ em Curitiba, mas a família prefere não se manifestar publicamente sobre o que está acontecendo. Fatos ignorados pela imprensa. A tribo jornalística brasileira, nesse caso, foge à percepção de Nelson Traquina de que existiria uma comunidade transnacional que cobre a matéria sob uma mesma ótica, seguindo uma tendência comportamental mundial. Quantos repórteres se deslocaram até Sertanópolis? Quais foram os entrevistados? Quem se manifestou além dos porta-vozes do governo e da indústria da pecuária? O que fica de atitude transnacional é o comportamento de ora se lançar ao risco, ora se abster de noticiar por temer as consequências. Quem mais se frustra com isso são os familiares das vítimas. Muitas famílias querem se pronunciar, sucumbem diante da complexidade do tema, sem entender o dossiê científico da doença e, por vezes, deixam seus testemunhos em seções destinadas aos comentários, nas listas de discussão e redes sociais. A maioria dos casos jamais será comprovada graças à barreira que o governo criou para impedir as necropsias via “vigilância epidemiológica” ou “vigilância ideológica”. Alguns casos registrados pelo Sr. Google: 1. O engenheiro florestal da Emater, 45 anos, de Santarém (PA), diagnosticado com DCJ em novembro de 2011, tratado no Hospital Porto Dias, Hospital Adventista de Belém, Hospital Guadalupe, em Belém, e na Beneficência Portuguesa, em São Paulo. Sua história é reproduzida no blog do diácono Luiz Gonzaga, que faz um clipping de matéria do Diário do Pará: http://diaconoluizgonzaga.blogspot.com.br/2011/10/doenca-misteriosa-vitima-engenheiro.html 2. A irmã de A. P., 63 anos, diagnosticada com DCJ em 2011, em Ceres, Goiás. http://weblog.aventar.eu/blogue.weblog.com.pt/arquivo/2011/03/doenca_de_creut.html 3. O amazonense diagnosticado com DCJ no Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV), Manaus (AM) em 2012. Supostamente dois casos simultâneos no Amazonas, que mereceu político na tribuna de assembleia para dizer “vamos encerrar a história”. http://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2012/03/homem-e-diagnosticado-com-suspeita-demal-da-vaca-louca-no-am.html http://al-am.jusbrasil.com.br/noticias/3068328/tony-medeiros-faz-esclarecimentos-sobre-mal-davaca-louca 4. A cozinheira de Recife (PE), 54 anos, internada no Hospital Tricentenário de Olinda, diagnosticada com DCJ em 2012 http://www.diariodepernambuco.com.br/vidaurbana/nota.asp?materia=20120423182923 http://www1.folhape.com.br/cms/opencms/folhape/pt/cotidiano/noticias/arquivos/2011/outubr o/1010.html 5. O engenheiro de Belo Horizonte (MG), 63 anos, internado no Hospital Madre Teresa, diagnosticado com DCJ em 2012 http://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2012/04/05/interna_gerais,287392/engenheiro-comsintomas-de-doenca-da-vaca-louca-esta-internado-em-bh.shtml 6. A lavradora de 27 anos, de São João do Paraíso (MG), internada no Hospital Aroldo Tourinho, em Montes Claros (MG), diagnosticada com DCJ em 2012. Recebeu transplante de córnea, o que é cogitado como fonte de contágio. http://odia.ig.com.br/portal/brasil/minas-acompanha-pacientes-com-sintomas-dedoen%C3%A7a-do-mal-da-vaca-louca-1.429737 7. O potiguar de 42 anos, e uma carioca, de 31 anos, ambos sem qualquer relação entre si e internados, com o intervalo de um mês entre as admissões, no Hospital Universitário Onofre Lopes, ambos diagnosticados com DCJ em 2011. Antes deles, outros 6 indivíduos foram diagnosticados com a doença a partir de 2006 e atendidos nesse hospital, o que configura um cluster de DCJ. http://tribunadonorte.com.br/news.php?not_id=193394 http://www.jeancarlos.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=4446:mal-davaca-louca-e-descartado-em-pacientes-de-natal&catid=1:blog&Itemid=1 8. Cláudia Correia, 51 anos, carioca, diagnosticada com DCJ em 2012. Atendida pela família, em casa, no sistema de home care, após disputa na justiça com o plano de saúde. http://terratv.terra.com.br/videos/Noticias/Brasil/4194-424616/Mulher-e-contaminada-com-malda-vaca-louca-no-Rio-de-Janeiro.htm 9. Maria do Carmo L. Sena, aposentada, 74 anos, falecida em 2013, diagnosticada com DCJ em 2012, em Brasília, DF. Mesmo com ocorrência policial, não foi permitida a realização de necropsia, por falta de infraestrutura das instituições públicas e alegado risco de contágio para os profissionais envolvidos. http://www.fabiocampana.com.br/2012/12/ministerio-deve-confirmar-exame-positivo-para-vacalouca-no-parana/ 10. O agricultor, de Cajazeiras (PB), 66 anos, internado no Hospital Universitário de João Pessoa, diagnosticado com DCJ em 2012. Segundo a notícia, alimentava-se de pele bovina, o que é proibido. http://www.paraiba.com.br/2012/12/19/84599-diretor-do-hu-de-jp-confirma-suspeita-de-mal-davaca-louca-demencia-progressiva http://saudeparaiba.blogspot.com.br/2012/12/mal-da-vaca-louca-na-paraiba.html 11. O marido de Virgínia Lessa, falecido em Taubaté (SP), diagnosticado com DCJ em 2012, dizimado em dois meses. Mediante ocorrência policial, foi feita a necropsia que confirmou sDCJ. http://noticias.terra.com.br/mundo/brazil-no-radar/blog/2012/12/10/brasil-escondeu-casos-devaca-louca-diz-revista-americana/ http://youtu.be/piGkw8ThRFM 12. O irmão de R. C. A., diagnosticado com DCJ em 2012 no Maranhão, falecido em março de 2013. http://noticias.terra.com.br/mundo/brazil-no-radar/blog/2012/12/10/brasil-escondeu-casos-devaca-louca-diz-revista-americana/ 13. Adélia Amorim, 69 anos, diagnosticada com DCJ em 2013 no Rio de Janeiro1. http://oglobo.globo.com/rio/ancelmo/posts/2013/02/21/suspeita-de-mal-da-vaca-louca-assustacidade-do-rio-487100.asp 14. O professor aposentado A.S.A., de 60 anos, morto em 2010 com suspeita da Doença de Creutzfeld-Jakob (DCJ), no Hospital de Base (HB), em Rio Preto. http://www.diarioweb.com.br/novoportal/Noticias/Saude/32086,,Doenca%20misteriosa%20mata %20idoso%20em%20Rio%20Preto.aspx?utm_source=facebook 15. Manoel Cândido de Araújo, 58, morador do município de Santo Antonio, a cerca de 70 km de Natal, faleceu após três meses de sofrimento, de DCJ, em maio de 2013. http://jornaldehoje.com.br/homem-morre-sob-suspeita-de-mal-da-vaca-louca-no-rn/ Nas redes sociais e no YouTube, há famílias que não esperam que a imprensa faça o seu trabalho. Elas próprias passam a narrar as suas histórias de vida, com a seleção de conteúdo e enfoque que julgam mais importantes. Esse é o caso de Cristina, de 11 anos, jovem espanhola de Palma de Mallorca, que tem sua história narrada em vídeo, pela família, que pede orações para a menina (http://www.youtube.com/watch?v=oYDTBHCNx3w). Embora digam que é o caso da pessoa mais jovem com a doença, no Brasil já houve um bebê de 6 meses com DCJ, caso narrado na literatura científica. A família julga que seja DCJ esporádica, mas antes da necropsia não se pode descartar a possibilidade de vDCJ. A Espanha teve 5 casos confirmados de vDCJ. Em novembro de 2000, anunciou os dois primeiros casos de EEB: a vaca chamada Parrula, de uma fazenda de Lugo, e outra de nome Elvira, de La Coruña, na Galícia, onde, assim como no Brasil, trata-se de “gado vegetariano”. O governo negava as existência dos casos e pressionou as famílias proprietárias dos animais a não dizerem nada durante dois meses. Isso resultou em muitas críticas pelo atraso em tomar medidas preventivas e de combate à doença. Existe um cluster de DCJ “esporádica” na Galícia. Entre 2000 e 2009, a Espanha registrou 776 focos de encefalopatia espongiforme transmissível nas diversas províncias de seu território. No Brasil, quando é confirmado o uso da cama de frango na alimentação dos bovinos, o criador tem um prazo de 30 dias para fazer o abate sanitário dos animais da propriedade (http://glo.bo/17jf5yv). Nenhuma matéria que registra esse tipo de ocorrência tem suíte. Ninguém sabe se houve realmente o abate, como e o que foi feito com as carcaças. Nos EUA, um mês antes de divulgarem o primeiro caso de EEB nesse país, o governo comprou uma máquina para destruir 1 Outros exemplos disponíveis em: https://bitly.com/SWfcKb as carcaças de reses com suspeita da doença (http://bit.ly/14DsfHP), sem risco de dano ao meio ambiente, já que o príon resiste a altas temperaturas e já foi identificado em “cinzas”. Recentemente, ao incluir matéria em página sobre a DCJ no Facebook, fazendo um clipping de matéria da imprensa sobre a notificação de fazendeiros mineiros que usaram cama de gado para alimentar o gado e que deveriam seguir o protocolo de abate, tive a primeira experiência com a censura dessa mídia. O post caiu. Estratégia dos 3 Ss em curso: shoot, shovel and shut-up.
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