Distinguindo o Arminianismo Clássico doSemi-Pelagianismo 8 de maio de 2013 | Filed under: Arminianismo, Arminius and tagged with: Arminianismo, pelagianismo, semipelagianismo Distinguindo o Arminianismo clássico do Semi-Pelagianismo: uma tentativa de livrar Jacobus Arminius das falsas acusações e equívocos populares sobre sua teologia Introdução “Professor Olson, eu sinto muito dizer isso, mas você não é um cristão”.[1] Estas foram as alarmantes palavras de um estudante ao autor e professor Roger Olson, um teólogo arminiano. Quando Olson perguntou ao estudante “por quê?”, o jovem acadêmico respondeu: “Porque o meu pastor diz que arminianos não são cristãos”. [2] Sem dúvida, o sistema teológico do Arminianismo foi rotulado com um bom número de declarações alarmantes; talvez alguma delas seja realmente verdade, porém outras são inapropriadamente empregadas. Uma atitude frequente frente a teologia arminiana é iguala-la ao semi-Pelagianismo, como se fossem sinônimos. A responsabilidade dos cristãos do século XXI é, então, examinar a evidência do que realmente consiste a doutrina Arminiana, ou seja, as proposições de Arminius e daqueles que sustentam a mesma teologia, ou pelo menos uma teologia semelhante. Atualmente, muitos cristãos são levados a acreditar que o Arminianismo inerentemente é um sistema que sustenta a doutrina do “livre arbítrio” como “motivo direcionador”[3] e, desta forma, acabam crendo que o Arminianismo pode ser devidamente equiparado ao semi-Pelagianismo ou mesmo ao Pelagianismo.[4] É desnecessário dizer que é pertinente examinar adequadamente a teologia de Jacobus Arminius, a fim de se chegar ao que realmente o Arminianismo ensina.[5] Após fazer isso, mostrar-se-a que as evidências claramente revelam que o Arminianismo é visivelmente diferente do semi-Pelagianismo; assim, as raízes de equívocos contemporâneos também serão expostas para se compreender adequadamente os ensinamentos do reformador holandês, Jacobus Arminius. A Vida de Jacobus Arminius A história do Arminianismo começa com, é claro, seu fundador, Jacob (também traduzido como James) Arminius, embora seu nome às vezes seja citado como Jakob Hermansz / Harmensz.[6] Ele nasceu em 1559 em Oudewater, Holanda, e foi o filho de um ferreiro que fazia armaduras, Hermand Jacobszoon.[7]Tragicamente, seu pai morreu por volta da época de seu nascimento, e não se sabe muito sobre sua mãe, Engeltje.[8] Com uma mãe viúva, e vários irmãos conhecidos, sofreu outra tragédia em sua infância, quando sua mãe e todos os seus irmãos foram liderado pelo sucessor de João Calvino. e depois em outros vários círculos. tornou-se professor em Leiden.assassinados no “massacre de Oudewater em 1575”. a teologia arminiana tem regularmente enfrentado críticas bastante fortes e acusações alheias. para explicar a doutrina arminiana. “O Remonstrance foi preparado por aproximadamente 43 (o número exato é debatido) pastores e teólogos holandeses reformados após a morte de Arminius em 1609. mas saiu um ano depois devido às controvérsias teológicas. predestinação”. Concentra-se principalmente em questões de salvação e. não haviam sido rejeitadas as doutrinas da Igreja . Arminius matriculou-se na Universidade de Leiden. onde possivelmente seu nome tenha sido latinizado de Jakob Hermansz para Jacobus Arminius. Assim. é importante focar a atenção especialmente nas cinco doutrinas que são fortemente debatidas com teólogos calvinistas e arminianos: (1) Depravação Total. até mesmo em seu início com Arminius.[12] No entanto. os “cinco pontos” apareceram na verdade como uma resposta aos escritos teológicos dos seguidores de Arminius denominados “Remonstrance”. (3) A Natureza da Expiação [18] (4) Graça Irresistível / Resistível e (5) Perseverança dos Santos. é relevante considerar as palavras de Charles Hodge: “até os Remonstrantes na Holanda. especialmente.[17] No entanto. é absolutamente necessário observar as suposições comuns apresentadas por aqueles que discutem a teologia arminiana. Concepções do Arminianismo clássico Enquanto o acrônimo “TULIP” é comumente utilizado para articular a doutrina soteriológica calvinista.[9] Um ano mais tarde.[11] Arminius dirigiu-se para Amesterdã e lá tornou-se um ministro ordenado por volta de 1588.[15] Em oposição a estas declarações arminianas. Roger Olson explica. Ele foi apresentado em 1610 para uma conferência de líderes da igreja e do estado em Gouda. Gomarus discordou de Arminius com respeito a doutrina dos divinos decretos de Deus na eleição e reprovação. o qual foi um crítico frequente de suas convicções teológicas até 1609.[10] Ele prosseguiu os estudos em 1582 na Academia de Genebra. simplesmente não há prova de que o acrônimo “TULIP” tenha sido alguma vez utilizado antes do século XX. Holanda. Portanto. Antes de fazer isso. enquanto as principais doutrinas do Remonstrance foram criticadas pelo Sínodo. em 1603. (2) Eleição Incondicional / Condicional. onde trabalhou ao lado do calvinista holandês Francisco Gomarus.[14] Evidentemente. embora muitos oponentes teológicos de Arminius o tenham acusado de Pelagianismo e até Socinianismo. Theodore Beza. é importante notar que a história do Arminianismo viajou de Arminius aos defensores do Remonstrance. ano em que Arminius morreu. [16] Surpreendentemente.[13]Especificamente. sob o ensino de Arminius. os calvinistas realizaram o Sínodo de Dort em 1618-1619. e enfraquecido. Roger Olson. em conjunto com o seguinte: no entendimento. defende a si próprio e ao Arminianismo com esta afirmação: Arminianos … de forma alguma negam a depravação total (mesmo que prefiram outro termo para designar a impotência espiritual humana) ou a absoluta necessidade da graça sobrenatural até mesmo para o exercício de uma primeira boa vontade em direção a Deus.[20] A afirmação de Olson. um de seus seguidores mais próximos. A doutrina que a expiação tem uma referência especial para o povo de Deus foi rejeitada”. poderia ser apenas uma ilusão.concernentes ao pecado original. mas a história realmente alinha-se com o que ele está dizendo. inclinado. é claro. muito menos querer ou fazer qualquer bem que seja de fato salvificamente bom a partir de si mesmo: mas é necessário que ele seja regenerado e totalmente renovado por Deus em Cristo pela Palavra do Evangelho e pela virtude do Espírito Santo. querer e realizar essas coisas que são salvificamente boas. enfermo. disse: Homem não tem fé salvadora em si mesmo. dizendo: “Depravação é total na medida em que afeta todo o ser do homem”. meditar. mas ele está também preso. afeições. falsas. Observações históricas de dados Arminianos A. Jacobus Arminius pronunciou estas palavras em suas obras: Neste estado [caído]. arminianos como H. para que ele possa ser capaz de compreender. ele não pode pensar. à soberania de Deus na eleição e à perseverança dos santos.[23] Mesmo os calvinistas que escreveram o livro Why I Am Not an . se nenhuma prova pudesse ser encontrada.[22] Mais tarde. e perdido. o livre-arbítrio do homem para o verdadeiro bem não está apenas ferido.[21] Além disso. E os seus poderes não só estão debilitados e inúteis a menos que seja assistido pela graça. Orton Wiley falaram em perfeita harmonia com Arminius. mas não tem poder algum exceto quando é animado pela graça divina.[19] A história falará agora por si mesma a respeito de qual dessas afirmações são verdadeiras. destruído. vontade e todos os seus poderes e faculdades. à incapacidade do homem caído para qualquer coisa espiritualmente boa. nem ele nasce de novo ou se converte pelo poder de seu próprio livre arbítrio: se achando no estado de pecado. Simon Episcopius. ou em debate. Depravação O estudioso arminiano. B. no século XIX surgiu o evangelista Charles Finney. enquanto eles próprios tomaram a liberdade de se afastar das convicções básicas de Arminius sobre depravação total. com a doutrina do semi-Pelagianismo.[25] Da mesma forma. o homem está somente privado do conhecimento que inspira o intelecto. líder Remonstrante do século XVII. John Mark Hicks comenta: “para Limborch. mas a vontade é plenamente capaz dentro de si mesma. o oposto de seu estado regenerado”. [27] Assim. (1) Os teólogos em tempos passados. o segundo considera a fé do homem necessária para iniciar o processo de salvação. embora muitos outros seguiram o mesmo caminho também.[24] Depois de tais relatos de provas documentais que indicam que Arminianos clássicos têm defendido a doutrina da depravação total. A diferença entre os dois é que o primeiro ensina que Deus inicia o processo de salvação por obra do Espírito Santo. Mais será dito sobre esta doutrina. enquanto os semi-pelagianos sustentam o sinergismo “humano / divino”. permitindo que as pessoas cooperem e respondam volitivamente ao convite da salvação. “Condicional” (Arminianismo) ou “Incondicional” (Calvinismo / Calvinismo Modificado). que infelizmente. (2) Os teólogos também entenderam mal a doutrina arminiana de “graça preveniente”.Arminian (Por que Eu Não Sou um Arminiano) concluíram. devido a uma visão incompleta do que é genuinamente a doutrina “arminiana”. ou seja. a pergunta que deve ser feita é: “Como surgem os equívocos?” Enquanto muito pode ser observado. As evidências apontam para Philip Limborch. com base em seus ensinamentos. No entanto. se ela for inspirada pelo intelecto. [28] Pode-se concluir. mas apenas que antes da regeneração ele é universalmente e moralmente depravado. há duas razões principais para a apropriação indevida da doutrina arminiana da depravação ao longo dos últimos séculos. a querer e realizar algo de bom”. como sendo responsável por se afastar de Arminius. a confusão em discussões teológicas contemporâneas é um resultado forte de Limborch e Finney. adotaram o título “Arminiano”. Finney afirmou que o homem não “tem uma natureza pecaminosa em si mesmo. De acordo com Roger Olson. mas a explicação mais simples é que arminianos clássicos ensinam o sinergismo “divino / humano”. Ao negar o pecado original. o “Arminianismo clássico ensina que a predestinação é simplesmente a determinação de Deus . então. à parte da graça preveniente. que este é o seu natural. Eleição e Predestinação A maior linha divisória entre um calvinista e um arminiano está baseada na doutrina da eleição. “arminianos juntamente com calvinistas acreditam na depravação total”. muitas pessoas têm sido falsamente persuadidas a acreditar que o Arminianismo Clássico é congruente com o semi-Pelagianismo.[26] Finney portanto alinhou-se. para o louvor da sua graça gloriosa. pode-se ver claramente que Arminius entendia que a eleição foi uma escolha de Deus. e declarou: “[Predestinação é] o fundamento do cristianismo. da salvação e de sua certeza”. justificação e redenção. ou seja.[34] C. Ela não inclui uma seleção de certas pessoas para a salvação [eleição incondicional].[32] Ele então escreve que o decreto de Deus para eleger “tem seu fundamento na presciência de Deus. através da qual ele conhecia desde toda a eternidade aqueles indivíduos que. para Arminius. Em suas obras (Works of James Arminius). ele distingue entre doutrina da “predestinação” e “Eleição”. a escolha de Deus foi baseada na fé prevista. a questão crítica que precisa ser abordada é a visão de Arminius sobre a natureza da expiação: ou expiação substitutiva ou “teoria governamental”. a evidência histórica revelará uma resposta suficiente.[37] Parece ser bastante claro que Arminius sustentou uma visão . em relação a Justiça.[29] No entanto.[35] Para apresentar o assunto de forma simples. a qual é “corporativa”.(decreto) para salvar através de Cristo todos os que livremente responderem à oferta gratuíta da graça de Deus. Ela inclui a presciência de Deus daqueles que irão responder. as quais são efetuadas para que Deus possa. incluindo questões relativas à expiação. não do homem — mesmo que. Cristo forneceu a redenção “sofrendo a punição devida a eles”. adotar e dotar com a vida eterna. através de sua graça preventiva [preveniente]. A Natureza da Expiação Quando se trata da doutrina da expiação. justificar. Ele também não pronunciou que todos eram eleitos. e através de sua graça subsequente perseverariam… ele também sabia quem não iria crer e perseverar“. creriam.[33] Por isso. enquanto a maioria das reclamações contra o Arminianismo relacionam-se com depravação total e graça resistível. Em defesa da sua compreensão da expiação. ao morrer na cruz.[36] Arminius torna as coisas ainda mais claras quando afirma que. remissão Divina. sem nenhum obstáculo. o universalismo. para qual a satisfação foi feita. arrependendo-se do pecado e crendo (confiando) em Cristo. perdoar os pecados e dar o espírito de graça sobre os homens pecadores”.[31] Na definição da doutrina da predestinação. Entretanto.[30] Jacobus Arminius certamente não se opôs à predestinação (em seus termos preferenciais). o debate histórico sobre a visão de Arminius é bastante confuso. crentes sobre os quais ele decretou conceder fé”. ele escreve: “[Predestinação] é o decreto do bom prazer de Deus em Cristo. pelo qual ele resolveu dentro de si mesmo desde toda a eternidade. Arminius responde às críticas de William Perkins. Arminius escreve: “A morte e o sofrimento de Cristo … são a reconciliação com Deus. muito menos para a condenação”. é claro. Hugo Grotius (1583-1645). e. H. Thomas Summers. mas é necessário que ele seja regenerado e renovado em seu intelecto. é que esta obra do Espírito Santo “torna o arrependimento e a fé possível”. todavia não sem a ajuda contínua da Graça.[45] E. conseqüentemente. que foi definitivamente um semiPelagiano ou pior. [41] Entretanto. ao invés disso ela e deve ser classificada como uma teoria formulada por Hugo Grotius. Nesta área específica da doutrina.[44] O que realmente separa os arminianos clássicos dos semi-pelagianos como Charles Finney. Quando ele é feito participante desta regeneração ou renovação. John Wesley. que.[40] Também é útil observar que John Miley. ele é capaz de pensar. Charles Finney. D. e executar o que quer que seja verdadeiramente bom. Philip Limborch novamente desvia-se de Arminius. considerar. Um dos primeiros Remonstrantes. .substitutiva da expiação. depois de observar a grande variedade de opinião e de diferenças em relação à teologia de Arminius. para que ele possa ser capacitado corretamente a entender. seria mais razoável concluir que a teoria “governamental” não é distintamente “Arminiana”.[39] Igualmente. de e por si mesmo. A discussão sobre a visão de Arminius quanto a expiação. Resistibilidade do Espírito Santo É bem possível que a chave para o entendimento da doutrina Arminiana é entender a doutrina da “graça preveniente”. não termina com as palavras por ele proferidas. por Deus em Cristo através do Espírito Santo. avaliar. desejar. abraçou a “teoria governamental” também. William Burton Pope. ou fazer aquilo que é realmente bom. o homem não é capaz.[43] Portanto. afeições ou vontade. se não for entendido corretamente. eu considero que. e Thomas Oden. desejar e fazer aquilo que é bom.”[42] Felizmente. e em todos os seus poderes. o Arminianismo pode facilmente parecer ser uma soteriologia que não requer a iniciação de Deus. declarou: “A expiação de Cristo foi concebida como uma satisfação da justiça pública”. negou a graça preveniente. para tornar as coisas difíceis. desejar.[38]Proponente Remonstrante (embora cheio de desvios das doutrinas de Arminius). resolveu que “Arminius manteve tanto a substituição penal com uma condicionalidade real de perdão”. de acordo com Roger Olson. Orton Wiley “equivocadamente atribuiu o início da teoria governamental a Arminius. Arminius declara: Em seu estado caído e pecaminoso. embora ele pessoalmente apoiasse a teoria governamental. há muitas vozes arminianas que defendem a posição de Arminius sobre a expiação e pessoalmente acreditam nela eles próprios. Richard Watson. visto que ele está liberto do pecado. Estes incluem:. pensar. Philip Limborch. propagou a “teoria governamental”. em sua obra Basic Theology. Há. [51] Ele passa a citar Arminius: “Eu nunca ensinei que um verdadeiro crente pode total ou finalmente cair da fé e perer. Limborch.[46] Poderia parecer que até mesmo Henry Thiessen cometeu o mesmo erro de Limborch. Perseverança dos Santos Sobre a doutrina final desta investigação. examina a visão “Arminiana” de segurança. [49] Com a evidência disponível conhecida. Primeiro de tudo.[52] Primeiro de tudo. parece-me que uma parte da confusão sobre a vinculação de semi-Pelagianismo com o Arminianismo é simplesmente um resultado da ignorância dos escritos e da teologia de Arminius e de muitos de seus seguidores. pois Arminius “nunca ensinou” a perseverança condicional (perda de salvação). nem que ele pode livrar-se de todo pecado e tornar-se aceitável a Deus. Isso é verdade. chegar a uma substanciosa conclusão da teologia Arminiana genuína será um pouco mais difícil. mas por que parar aí? Acreditamos que a graça comum também restaura ao pecador a capacidade de dar uma resposta favorável a Deus. Thiessen propõe: “A graça comum não é suficiente para a salvação. Ryrie não . este não é um ensino “claro” de um cristão perdendo a salvação. em Sua graça. exitem alegações errôneas e pobres sobre o Arminianismo e a segurança do crente (perseverança dos santos) que exigem uma resposta. cremos que Deus. Charles Ryrie. torna possível que todos os homens sejam salvos”. que já enfraqueceu a visão da depravação total. Desta vez.[47]Ele ainda esclarece: “Isso não significa que a graça preveniente capacita o homem a mudar a tendência permanente de sua vontade na direção de Deus.é responsável por mais confusão teológica. mas “cada movimento da alma em direção à Deus é iniciado pela graça divina”. ele comete a falácia de referir-se à visão de Arminius da depravação total como sendo uma “contaminação” e não “total”. No entanto. mas não vou esconder que há passagens da Escritura que me parecem mostrar esse aspecto”. a perseverança dos santos. Em outras palavras. mas ela revela a bondade de Deus a todas as criaturas pecadoras. a partir da qual Deus pode dar-lhe arrependimento e fé”. mas depois de observar a sua explicação e contexto. Orton Wiley afirma. essa possibilidade deve ser rejeitada. “A cooperação da vontade humana” envolvida na resposta à mensagem de salvação de Deus. sem dúvida. como H. Além disso. confunde graça preveniente com a graça comum.[48] Portanto. deve-se concluir que o entendimento Arminiano de “graça preveniente” rejeita a noção de que a vontade do homem é livre e capaz de responder com fé salvadora por sua própria ação. com a exceção de Limborch e aqueles que seguiram com sua visão muito mais otimista do livre arbítrio. Isso significa que ele pode dar uma primeira resposta a Deus. E.[50] Então ele diz: “O Arminianismo ensina claramente que um crente pode perder sua salvação”. Por exemplo. uma investigação adequada sobre um determinado sistema teológico tornará as discussões com os pontos de vista opostos muito mais intelectualmente honestas e respeitáveis. os quais acreditavam que a apostasia total é uma possibilidade. assim. certas passagens são fornecidas para a doutrina contrária [da perseverança incondicional] que merecem especial consideração”. as evidências apresentadas expuseram várias razões por que os dois sistemas de teologia devem permanecer separados. então. pode haver abundância de aplicações extraídas a partir dos estudos das declarações concernentes ao Arminianismo. “internamente” qualquer pessoa pode assumir o título de “arminiano”. Sua declaração mais forte sobre isso foi: ‘Eu não deveria precipitadamente ousar dizer que a fé verdadeira e salvadora pode finalmente e totalmente esmorecer’. oponentes e céticos podem interpretar e utilizar de forma incorreta o autor e seus seguidores. Wesley. com respeito à doutrina de Arminius sobre a perseverança dos santos (se a salvação pode ser perdida ou não). Calvino. ou seja. no entanto. Arminius diz: “Por outro lado. Embora Arminius não era dogmático sobre sua posição. e. apenas três serão apresentados.[53] Pode-se concluir. para ser breve.inclui em seu livro o que Arminius declara apenas duas frases mais tarde. enquanto desvia-se das principais doutrinas do originador. uma lição a ser aprendida é que traçar a história de volta ao início é necessário para discussões teológicas mais acuradas.”[54] Olson também escreve: “Metodistas e todas as suas ramificações seguiram os Remonstrantes e Wesley. estudar Arminius (ou para esse mesmo assunto. O que foi apresentado e estabelecido é que o Arminianismo é distinto de semi-Pelagianismo. enquanto muitos Batistas seguiram Arminius ou mesmo mantiveram a perseverança dos Calvinistas”. seria incorreto presumir que todos os arminianos acreditam que podem perder a salvação. embora. Conclusão Embora. a Bíblia é a fonte da qual toda a teologia deve ser obtida. Isto é. é se o Arminianismo é ou não biblicamente correto. que ele “nunca resolveu a questão. Ademais.[58] Finalmente. O que resta a ser discutido depois.[55] De fato. Edwards e todos os outros na história da igreja) deve . Afinal.[57] Em segundo lugar. “Não é mais justo culpar Arminius ou o Arminianismo pela deserção dos Remonstranstes posteriores do que culpar Calvino ou o Calvinismo pela fuga de Schleiermacher da Ortodoxia”. Primeiro de tudo. Lutero. a distorção de movimentos teológicos pode ser um resultado de um erro interno ou externo. Jacobus Arminius. muito mais poderia ser dito do Arminianismo e suas distinções de semi-Pelagianismo. seria melhor simplesmente ser cauteloso ao atribuir a doutrina da perseverança condicional (potencial de perder a salvação) à teologia Arminiana. certamente.[56] E externamente. Agostinho. Ill. Philip Wesley Comfort and Donald Mitchell. explica a diferença entre estas duas heresias.org/wp-content/uploads/2013/02/DistinguishingClassical-Arminianism-from-Semi-Pelagianism. rev. 2005).: InterVarsity Press. TN: Abingdon Press. (Nashville.pdf Tradução: Samuel Paulo Coutinho ________________________________________ [1] Roger Olson. “[pelagianismo] nega o pecado original e eleva a capacidade natural e moral humana de viver uma vida espiritualmente cumpleta. 36. Who’s Who in Christian History. The Oxford Dictionary of the Christian Church. “A Lutheran Response to Arminianism. 17-18. O último [semi-pelagianismo] abraça uma versão modificada do pecado original. Em vez disso.” [5] Note-se que esta pesquisa não não tem a intensão de defender a teologia Arminiana como sendo o sistema teológico mais válido.. [9] Ibid. Douglas. 1971). Cross and Elizabeth A. (Wheaton. 1992). [3] Rick Rithie.” Modern Reformation 1 (1992): 9. 25. Arminius: A Study in the Dutch Reformation. . [2] Ibid.impulsionar todos os ouvintes a comparar seus escritos com a exegese bíblica a fim de chegar a uma teologia precisa e de glorificar a Deus.-Wiley. D. 26-27. New York: OxfordUniversity Press. 2006). [4] Roger Olson. IL: Tyndale House. 9. [7] Carl Bangs. mesmo em seu estado natural ou decaído para iniciar a salvação através do exercício de uma boa vontade para com Deus.. [8] Ibid. [11] Ibid. [6] F. Aminian Theology: Myths and Realities (Downers Grove. esta pesquisa é simplesmente uma tentativa de apresentar uma visão geral acadêmica e historicamente honesta do Arminianismo. 3rd ed. 26. mas acredita que os seres humanos têm a capacidade. a fim de esclarecer equívocos populares para que se possa discutir teologia com mais precisão. L. Aminian Theology: Myths and Realities. (Oxford. Livingstone. 108. nem é um ataque contra o Calvinismo/Calvinismo Moderado. [10] J. Fonte: http://evangelicalarminians. trans. . J.H. [16] Michael Horton. and Mitchell. Arminian Theology: Myths and Realities. A Systematic Theology of Biblical Christianity: Vol. MI: Baker Book House. 1941). [22] Simon Episcopius.. Who’s Who in Christian History?. James Nichols(Grand Rapids. WA: Logos Research Systems. 1956). No entanto. Por esta razão.. 2004). [20] Roger Olson. 108. muitos calvinistas professos também sustentam a expiação ilimitada.[12] Cross and Livingstone. [26] Charles Finney.” Além disso. Fairchild (Grand Rapids. [19] Charles Hodge. [25] John Mark Hicks. MI: Zondervan. talvez alguns desejos fracos naturais para ser salvo. é claro que Finney ainda mantém idéias completamente Pelagianas. Finney’s Lectures on Systematic Theology. [13] Ibid. que a “posição pelagiana rejeita a doutrina do ‘pecado herdado’ (ou ‘pecado original’) e sustenta que o pecado consiste apenas em atos pecaminosos particulares”(pg. apenas a “natureza” da expiação será abordada. Peterson and Michael D. 3 (Detroit. diss. 1985). Christian Theology (Kansas City. 17. 2008). Inc. MI: Zondervan. 163. 31. Dictionary of the Christian Church. [17] Ibid. Confessions of Faith of Those Called Arminians (London: Heart & Bible. Comfort. [15] Olson. Works. 38. For Calvinism (Grand Rapids. Williams. McCune escreve: “Esta [visão] afirma que o homem tem alguma habilidade natural. Arminian Theology: Myths and Realities. 36. 1997). [27] Ver Rolland McCune. 2. The Theology of Grace in the Thought of Jacobus Arminius and Philip van Limborch: A Study in the Development of Seventeenth-Century Dutch Arminianism (Ph. 26. 2:98. a negação de uma natureza pecaminosa. ou seja. Why I Am Not an Arminian (Downers Grove: Ill. 245. 548. 2010). Systematic Theology (Oak Harbor. [24] Robert A. 2:192.: InterVarsity Press. Orton Wiley. 1878). MI: Detroit Baptist Theological Seminary. [18] O debate entre expiação “limitada” e “ilimitada” poderia ser considerado uma outra controvérsia relacionada ao assunto em mãos. ed. [21] Jacobus Arminius. MO: Beacon Hill. 20. vol. 34.. e Deus através do Espírito se une e ajuda o homem à Cristo. [23] H. 2011). Wayne Grudem escreve em sua Systematic Theology (Grand Rapids. 499). 118. Westminster Theological Seminary. [14] Douglas. e por questão de espaço. 1684).D. MI: Eerdmans. Christian Theology. 229. estes heterodoxos “errantes” não eram Arminianos Clássicos de forma alguma. [42] H. ver Arminian Theology: Myths and Realities. a teoria governamental “sustenta que Deus não tinha realmente de exigir o pagamento pelo pecado.. 230-231. particularmente “Socinianismo” e “Universalismo Unitário”. Arminian Theology: Myths and Realities. 207. Orton Wiley. ele poderia ter aberto mão dessa exigência e simplesmente perdoado pecados sem o pagamento de uma multa … Assim Cristo não exatamente pagou a pena pelos pecados reais de qualquer povo. Systematic Theology. Arminian Theology: Myths and Realities. 229. mas eram essencialmente produtos do pensamento iluminista.: Hendrickson. [35] Segundo a Grudem. Mass. Works. 2:68. [32] Ibid. 17. 2:252. mas simplesmente sofreu para mostrar que quando as leis de Deus são quebradas deve haver algum castigo pago.. . [34] A razão pela qual este último ponto sobre universalismo foi incluído é porque. [39] Ibid. 582) [36] Jacobus Arminius. Finney’s Systematic Theology. 34.” Grifo acrescentado. [33] Ibid. é necessária para a salvação das pessoas totalmente depravadas (por natureza e por escolha). For Calvinism. historicamente. para uma distinção adequada entre as visões de sinergismo e como a graça preveniente. 37. [30] Ibid. Olson acrescenta: “A eleição é … a determinação divina de Cristo ser o Salvador do grupo de pessoas que se arrependem e crêem (Ef 1). [31] Jacobus Arminius. Arminian Theology: Myths and Realities. [29] Ibid. 565. 1989). de acordo com a sua teologia. existiram “Arminianos” professos que se afastaram da Ortodoxia em direção ao liberalismo. 1:248.. [37] Citado em Olson. 3:352-353. [41] John Miley. 231-241. Roger Olson mesmo concorda. Certamente.. mas desde que ele era Deus onipotente. [38] Roger Olson. 17-18. Works. [43] Roger Olson. 248. Ver Michael Horton. Arminian Theology: Myths and Realities. [40] Charles Finney.” (Systematic Theology.[28] Ver Roger Olson. (Peabody. . a convicção do Espírito Santo do pecado e início da oferta de salvação através da restauração da vontade de tomar uma decisão soteriológica. Hugo Grotius. Introductory Lectures in Systematic Theology. Enquanto que Limborch. [51] Ibid. Works. 2:356. não chega a atingir um ponto de uma graça divina especial.(Grand th Rapids. Works.[44] Jacobus Arminius. MI: Eerdmans. [50] Charles Ryrie. 1963). [53] Ibid. 27. ou que existe um tipo “especial” que ele chama de “graça comum. Arminian Theology.: Moody Press. Charles Finney. e em certos pontos. [47] Henry Thiessen. Arminian Theology: Myths and Realities. 1:252. Arminian Theology: Myths and Realities. 7 ed. 156. pelo menos a partir de fontes secundárias. [45] Roger Olson. ou seja. 24. Basic Theology (Chicago. Citação inclui Jacobus Arminius. A partir dos escritos de Thiessen. Arminian Theology: Myths and Realities. [52] Jacobus Arminius.” Por exemplo..com/arminianismo/distinguindo-o-arminianismo-classico-dosemi-pelagianismo/ . 187. Orton Wiley. 35. [57] Ver a citação de Charles Hodge na página seis para um excelente exemplo. [58] Roger Olson. Christian Theology. ele troca o termo “graça comum” por “graça preveniente”conforme ele continua seu argumento. 187. 3:454. 1999). 381. 155. Certamente Thiessen não é semipelagiano em sua teologia. Works. [48] Ibid. [55] Roger Olson. http://deusamouomundo. particularmente na condição depravada do homem e em sua capacidade de responder a Deus sem graça preveniente. [46] Ibid. mesmo H. Ill. 148. Grifo do autor. [56] Exemplos que foram incluídos são Philip Limborch. [49] H. 1:254. embora muitos outros poderiam ser citados também. [54] Roger Olson. Orton Wiley e John Miley. talvez seja aceitável resumir sua compreensão de graça preveniente como tendo dois níveis.
Report "Distinguindo o Arminianismo Clássico Do Semi-pelagianismo"