Diretório de Culto Westminster.pdf

March 31, 2018 | Author: Fernando Henrique Menezes | Category: Prayer, Religious Behaviour And Experience, Ancient Mediterranean Religions, Bible, Religion And Belief


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FERNANDO HENRIQUE MESQUITA DE MENEZESANÁLISE DO CONTEÚDO DO DIRETÓRIO DE CULTO DE WESTMINSTER E OS CULTOS DAS IGREJAS PRESBITERIANAS NO BRASIL. Recife 2017 Prof. Trabalho apresentado à disciplina de Teologia do Culto II do Curso de Bacharelado em Teologia do Seminário Presbiteriano do Norte. Marcos André Marques Recife 2017 . FERNANDO HENRIQUE MESQUITA DE MENEZES ANÁLISE DO CONTEÚDO DO DIRETÓRIO DE CULTO DE WESTMINSTER E OS CULTOS DAS IGREJAS PRESBITERIANAS NO BRASIL. Rev. mas alguns com uma nova abrangência. foi a partir da caminhada desértica que o Senhor Deus ratifica sua aliança com o seu povo e delimita. onde todos os 121 teólogos eram ministros. a Forma de Governo da Igreja e Ordenação. o lugar de adoração. XXI da Confissão de Fé de Westminster no tocante ao Culto Religioso e. de modo que ele não pode ser cultuado segundo as imaginações e invenções humanas. Foi através de Moisés que o Senhor concede a Lei positivando-a. sob alguma representação visível. elementos de culto a Deus como o dízimo. Vemos no Livro de Gênesis. cerimonial e civil. lei moral. nem segundo as sugestões de Satanás. delimitada por sua própria vontade revelada. Orações. mas também por uma profunda espiritualidade. ofertas e sacrifícios. o Catecismo Maior. No Novo Testamento vemos a continuidade dos mesmos elementos de Culto presentes no Antigo Testamento. assim. faz-se necessário esclarecer que a forma como devemos adorá-Lo foi instituída por Ele mesmo. ao Dia de Repouso. a forma de adoração. expiação. em meio a uma sociedade patriarcal. 15. O Diretório do Culto Público foi concluído em dezembro de 1644. como por exemplo. Deuteronômio 12. sacrifícios. Tomou o lugar do Livro de Oração Comum utilizado pela Igreja Anglicana. o sacrifício de animais no 1 Capítulo XXI. que após quase 06 (seis) anos de sessões. e quase todos calvinistas. sendo aprovado pelo parlamento no mês seguinte. preocupação e amor na forma de se cultuar a Deus. Apesar de originalmente a Assembleia de Westminster ter como fundamento maior a reestruturação da Igreja da Inglaterra. não se caracterizou somente pela erudição teológica. e um Saltério. Em primeiro lugar. o Diretório de Culto Público. ou por qualquer outra forma não prescrita na Sagrada Escritura 1. Seção I da Confissão de Fé de Westminster. É oriundo das reuniões da Assembleia de Westminster. . purificação e até mesmo. Assim.32. deixou um legado composto pela Confissão de Fé de Westminster. a Palavra. buscaram trilhar o caminho constituído pelos Reformadores históricos. que antes era acerca da Lei e depois sobre o Evangelho redentivo. O Diretório de Culto de Westminster é um documento histórico da igreja inglesa do século XVII. Ato contínuo. Contudo.1-20. consequentemente. delimita a forma de adora-lo. Uma breve síntese do abordado no documento sob análise é encontrado no Cap. o Breve Catecismo. a forma litúrgica de como que o povo de Israel deve oferece-lo ofertas. revelando o zelo. tais como. na simplicidade do cultuar ao Senhor. Com relação à pregação da Palavra.2 3 Mt 6. sem conversas paralelas e sem se levantarem. artes e ciência.6. os princípios de liturgia desta igreja são compatíveis com os documentos da Assembleia Geral de Westminster.22. sendo o poder de Deus para a Salvação. e durante aquele período. Em síntese. Deve-se fazer a leitura da Palavra dos dois Testamentos. passando do caráter pessoal ao caráter nacional para remissão de pecados e propagação do Evangelho. além de estimular a leitura da Bíblia de forma particular 3. prender sua total atenção àquilo e somente aquilo que o Ministro estiver lendo ou falando. A pregação do Ministro4 deve objetivar a positivação dos pecados e ter fome e sede da Graça de Deus em Cristo. Hb 4. sendo dispensado a autorização do Presbitério para que o candidato ao Ministério pregue na igreja local. Essa é uma consciência que falta em muitas igrejas. 2 Tg 1. cabe ao Ministro ter uma boa bagagem e entendimento do uso das línguas originais. podem pregar na Igreja com consentimento do Presbitério. Vejamos.Antigo Testamento e a Santa Ceia no Novo. já que hoje muitos crentes tratam o Culto ao Senhor apenas como um compromisso em suas agendas. Muito pertinente tal observação. cânticos. A súplica.18 4 2Tm 4. segundo o documento – pregar a Palavra na língua do povo através da melhor tradução disponível. através de confissões de pecados.33.2 . por ordem dos Livros. que apesar de não ser um documento oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil nem um de seus Símbolos de Fé. onde as pessoas devem entrar no recinto da reunião pública com total respeito e reverência2. At 10. Ef 6. Tais recomendações devem ser seguidas nos dias atuais. Tais elementos são abordados no Diretório de Culto de Westminster. Numa era de smartphones e falta de mesura. deve ser completa. a comunhão e Ações de Graça e a continuidade de dízimos e ofertas. não apenas eclesiásticas. e pela nação de forma geral. muitos não conseguem cativar suas mentes à Palavra trabalhada. Credos e Confissões. começa com advertências para antes do culto propriamente dito começar. Aos que visam exercer o Ministério. a circuncisão que dá lugar para o Batismo neotestamentário.11. no Culto do Novo Testamento há uma ênfase do Culto Sinagogal no tocante ao ensino. jejum. antes do sermão. e não entendem o real motivo de estarem ali congregando juntos. o de orar pelas autoridades civis. O Culto. segundo a determinação de Westminster. confissão e pregação. Um ponto positivo abordado no Diretório. Assim. Senhor! Porventura. consolo. mas muitos ministros deveriam dedicar-se mais no estudo e elaboração do sermão. porém a árvore má produz frutos maus. zelo e meditação. 5 “Tudo quanto. os que praticais a iniquidade” Mt 7. como anunciou Jesus5. Deve ter dedicação e zelo na preparação do sermão. Apartai-vos de mim. ainda. repreensão e contestação de falsas doutrinas. e espaçoso.. ou até mesmo a querer ditar a forma do Senhor agir. ou daquelas que o pecado não é tratado como pecado. pelos seus frutos os conhecereis. cabe-lhe a tentativa de fazer cumprir isso de modo tal que os Ouvintes possam sentir a Palavra de Deus como penetrante e poderosa e discernidora dos pensamentos e intentos do coração. Acautelai-vos dos falsos profetas. e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então.) aplicando-a aos ouvintes: Aplicação esta que. Senhor! entrará no reino dos céus. e apertado. pois. mas aquele que faz a vontade de meu Pai. que está nos céus. não temos nós profetizado em teu nome. O ministro deve ter consciente de sua responsabilidade em propagar as verdades libertadoras do Evangelho do Cristo. O mal uso da Palavra e Deus e o ensino capenga são marcas da igreja na atualidade.12-23 . e são poucos os que acertam com ela. No âmbito presbiteriano ainda vemos um certo zelo com a Prolação da Palavra. tendo seus sentidos e coração mais exercitados que os dos “crentes comuns”. fugir de pregações que não alimentam o Espírito. Colhem-se.. Deve-se. uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? Assim. de pregações psicológicas. hão de dizer-me: Senhor. Entrai pela porta estreita (larga é a porta. Pelos seus frutos os conhecereis. porque esta é a Lei e os Profetas. O documento continua dizendo que o mensageiro não deve se demorar tanto na Doutrina geral (. Depois segue explicando as formas de aplicação. requerendo muita prudência. o caminho que conduz para a vida. e. Não pode a árvore boa produzir frutos maus. que amaciam os egos dos ouvintes. ser anunciada. nem a árvore má produzir frutos bons. porque estreita é a porta. quereis que os homens vos façam. O que merece maior atenção neste item é o zelo com a pregação da Palavra do Senhor. como de exortação. Nem todo o que me diz: Senhor. que se vos apresentam disfarçados em ovelhas. assim fazei-o vós também a eles. da mesma forma. Muitos. Esses ensinos são os dos falsos mestres. pois. e sendo desagradável para o homem natural e corrupto. mas por dentro são lobos roubadores. toda árvore boa produz bons frutos. bem como aquelas que ensinam a barganhar com Deus. mas a graça do Senhor deve. Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo. O cuidado. e são muitos os que entram por ela). As técnicas homiléticas não servem para engessar uma pregação. mesmo provando ser uma obra de grande dificuldade para ele próprio. que ela possa ter manifestos os segredos de seu coração e dar glória a Deus. e em teu nome não expelimos demônios. porventura. no caso de estar presente qualquer pessoa incrédula ou ignorante. O pecado deve ser revelado. contudo. naquele dia.além da teologia e conhecimento das Escrituras. mas para torna-las mais inteligíveis. obrigação. o caminho que conduz para a perdição. a dedicação em preparar o sermão deve estar em seu coração. lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. quanto ao Batismo de Crianças. Os seja. aviso e convite para participar da Mesa do Senhor. No tocante a administração dos Sacramentos. Dando seguimento ao Diretório. não no Dia do Senhor. e por um Ministro que deve proferir algumas palavras de instrução quanto à Instituição. da confirmação do Pacto realizado pelo Senhor. Os elementos utilizados são Pães e Vinhos. A Ceia do Senhor é o momento muito especial e que de forma geral é prezado e respeitado na Igreja Presbiteriana. pois enquanto nesta última é necessário confessar a Deus pecados. Este é um elemento do Culto que deve ser realizado no culto dominical perante toda a igreja local. Há uma exortação. ao Capítulo VI sobre a pública Profissão de Fé. e as ricas e celestes Bênçãos reveladas nele. Pela luz e liberdade do glorioso Evangelho. Vocação. realizada exclusivamente pelo Pastor. e segue a mesma linha de entendimento do Diretório do Culto. Santificação e esperança da Glória’. Algumas igrejas presbiterianas prezam por este “diálogo” redentivo. pois há uma prática de o batismo ser realizado em um outro dia. tudo isso o Ministro deverá procurar realizar com devoção condizente com uma Ação tão sagrada. recomenda-se cantar um Salmo e ao final que o ministro despeça a congregação dos crentes com a Benção solene. devendo ser celebrada com frequência (a ser decidida pela igreja local) e os desconhecedores e escandalosos não são aptos. mas não deve-se fazer deste momento um espetáculo. Válido a advertência feita pelo Diretório de Culto sobre o batismo ocorrer em local público. naquela outra agradecemos por sua misericórdia. É uma resposta ao que foi trabalhado ao longo do Culto. enquanto em outras isso é realizado de forma mais tácita. e incitar igual sentimento no povo. dentre outros fatores. Logo após a oração. a Eleição. Tal prática é observada no Manual Presbiteriano no Capítulo V. natureza. Justificação. a oração após o sermão deve contemplar. que se baseia nas Escrituras para impetrá-las. Adoção. a saber. como. o Batismo deve ser realizado em lugar público. A Ceia do Senhor é trabalhada no Capítulo VII do Manual Presbiteriano. como visto em algumas igrejas emergentes dentro da IPB. É o único momento encenado do Culto. e por analogia. é. e realizado de forma particular seguido por uma festa. Com relação a Benção Apostólica. diante da Igreja. . o objetivo da oração final difere da oração inicial. ‘o amor de Deus em mandar seu Filho Jesus Cristo a nós. em nossa tradição. que é um tipo de oração intercessória rogando a benção de Deus para o seu povo. e uso e finalidade deste Sacramento. Pela comunicação de seu Santo Espírito. assim como admoestar todos os presentes a lembra-se da aliança estabelecida. é abordado no Diretório.6. Segundo o documento de Westminster. o entendimento é o mesmo acerca dos assuntos abordados. dá margem a realização de uma breve cerimônia. buscar e testar seus caminhos anteriores. 6 Ex 20. assim como a visitação de forma geral.2. assim como no Diretório.7 7 2Sm 12.4. mas o espírito é o mesmo que no documento presbiteriano. e seu estado para com Deus. presente no Capítulo X do Manual.5 9 Sl 107 . mas o que temos visto são verdadeiras missas de corpo presente7 no meio presbiteriano.10. podemos observar que apesar do Diretório de Culto de Westminster não ser um documento oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil. e que deve ser realizado entre homem e mulher somente. abordado no Capítulo XI e no Diretório. São conhecidos pastores de púlpito. é algo que muitos Pastores estão negligenciando.8. Quanto ao Jejum Público Solene8 e Ações de Graça9. Com relação a Benção Matrimonial (Capítulo VIII do Princípio de Liturgia). Hoje. 1Co 7. deve ser praticado no Dia do Senhor. O Dia do Senhor6. deve durar um dia interino e é um dever que Deus espera de seu povo. os ministros deveriam trabalhar mais a importância do Dia do Descanso e o qual é a natureza e objetivo deste descanso. O documento de Westminster esmiúça mais as variantes deste dia. Ap 14. A Visitação de Enfermos. que é tratada no Capítulo IX.11.13 8 Jl 2. sendo substituída pelo edital do Cartório. proposto no Capítulo I do Manual.25-26. Apenas a publicação feita pelo ministro na igreja e no local de residência dos nubentes que hoje não existe mais.21-23. O ministro exortará o enfermo a se examinar. Assim. enquanto o Diretório é taxativo em determinar a não realização de qualquer cerimônia. Is 52. O Sepultamento dos Mortos. pois segundo o Manual.12. enquanto o Presbiteriano possibilita outro dia. Essa questão é muito delicada. essa cerimônia deve ser realizada com o intuito do ministro exortar sobre a fragilidade desta vida. e ambos os documentos ressaltam a importância de se preparar e guardar com antecedência este dia. Lc 16. o Diretório deixa claro que o casamento não é um sacramento muito menos um ato exclusivo da Igreja de Deus.
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