Dimensionamento de Transportadores

March 19, 2018 | Author: Angela Ribeiro | Category: Stress (Mechanics), Bending, Matter, Classical Mechanics, Mechanical Engineering


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4.TRANSPORTADORES CONTÍNUOS Os Transportadores Contínuos possibilitam o deslocamento de grandes quantidades de material em um tempo reduzido, através de um percurso fixo de transporte. Estes equipamentos são aplicados para realizar deslocamentos em trechos horizontais, inclinados e verticais; em percursos retos, angulares ou curvos. Os materiais transportados podem ter características diversas, podendo ser a granel, granel e volumes e apenas em volumes. Nas instalações industriais modernas os diversos tipos de transportadores contínuos estão cada vez mais incorporados aos processos produtivos, e pelas suas características têm assumido importante função na automação de inúmeras atividades que envolvem o deslocamento de materiais. Os Transportadores de Correia, ou Correias Transportadoras, representam um dos principais tipos de transportadores contínuos utilizados atualmente., sendo analisado com mais detalhes nos itens a seguir. Os outros equipamentos mencionados poderão ser analisados nas literaturas de referência na bibliografia. 4.1. Transportadores de Correia: A figura 33 apresenta o perfil de um transportador de correia típico. Os componentes mais comuns deste tipo de equipamento são indicados na figura. O funcionamento do transportador é feito pelo acionamento de um tambor, que traciona a correia flexível. Ao longo do transportador existem roletes de apoio, que sustentam a correia, tanto no lado carregado de material quanto no lado do retorno. Além do tambor de acionamento, existem os tambores de retorno e de aperto que garantem o tracionamento correto da correia em todo o percurso do transportador. O projeto e dimensionamento dos transportadores de correia são definidos através de normas específicas, seguindo os mesmos conceitos das demais máquinas de elevação e transportes. As referências adotadas neste curso seguem os critérios da CEMA (Conveyor Equipment Manufacturers Association), que são descritos no Manual dos Transportadores Contínuos da FAÇO (Fábrica de Aço Paulista S.A.). Para complementar os estudos recomenda-se como literatura adicional a NBR 8011, NBR 8205 e o Dubbel. As demais normas ABNT deste assunto podem ser pesquisadas através do endereço http://www.abntdigital.com.br. 4.1.1. Informações Iniciais: Para o desenvolvimento do projeto do transportador são necessárias informações preliminares que irão definir as características básicas para o dimensionamento do equipamento. As principais informações são descritas a seguir: 4.1.1.1. Características do Material: As informações referentes ao material a ser transportado são: tipo, granulometria, peso específico, temperatura, teor de umidade, abrasividade, capacidade de escoamento, ângulo de repouso, ângulo de acomodação e outras informações que possam influenciar no transporte. Após definir o tipo de material a maior parte das especificações podem ser obtidas em tabelas. As características específicas devem ser levantadas conforme a aplicação. A maioria das especificações podem ser obtidas nas Tabelas 1-01 e 1-02 do Manual de Transportadores Contínuos. 113 A característica do material transportada tem influencia na especificação de praticamente todos os demais componentes do transportador. Portanto, é extremamente importante conhecer as especificações corretas para evitar problemas no desempenho futuro do equipamento. Como pode ser observado na descrição anterior, inúmeros parâmetros influenciam a especificação completa das características do material. Figura 33: Perfil de um Transportador de Correia e Principais Componentes 4.1.1.2. Perfil do Transportador: O perfil do transportador depende das condições do local de sua instalação. As características do perfil irão definir os critérios de cálculo do transportador. O exemplo da figura 33 apresenta o perfil típico de um transportador inclinado. A figura 34 apresenta a foto de um transportador de minério de ferro de grande comprimento (1,53 Km), que necessita utilizar o relevo da região para executar o deslocamento requerido. A figura 35 apresenta um complexo de transportadores de uma instalação portuária, especializada em grãos alimentícios, que deve permitir o recebimento do material proveniente de rodovia e ferrovia; estocar o material em silos e posteriormente carregar os navios graneleiros. As Páginas 1-46 a 1-48 do Manual de Transportadores Contínuos apresentam as condições de cálculo em função dos perfis típicos. O tipo de perfil define as posições de aplicação das tensões máxima e mínima do tambor de acionamento que serão utilizadas no dimensionamento dos componentes do transportador, os detalhes serão apresentados no item 4.1.4. 114 Figura 34: Transportar de Minério de Ferro Figura 35: Complexo de Transportadores do Porto Graneleiro de Paranaguá/PR 115 Para isto são efetuadas algumas modificações do projeto típico. dependendo dos requisitos da instalação. A correia reversível é utilizada em locais onde é necessário o descarregamento do material em dois pontos alternados utilizando um único ponto de carregamento. Os detalhes referentes aos cálculos da capacidade do transportador são definidos no item 4. O “tripper” é muito utilizado em empilhadeiras de pátios de estocagem de materiais.5. 4. Dependendo do material transportado são necessárias instalações destinadas ao despoeiramento. O acionamento do transportador desloca-se juntamente com os demais componentes do equipamento. normalmente o transportador é carregado em um ponto fixo. “tripper”.1. Atualmente as Leis Ambientais tornam os cuidados referentes a vazamentos de material e geração de partículas fatores muito importantes que devem ser considerados durante o projeto do equipamento. A partir destas definições pode-se calcular as demais características do equipamento. o ponto de descarga pode ser variado com o movimento de translação do transportador sobre trilhos. Com este sistema. possibilitando a variação do ponto de carga e descarga. como será visto a seguir. Características Especiais: Algumas aplicações exigem que o transportador atenda determinadas condições especiais. “cabeça móvel” e transportador móvel. normalmente sobre trilhos. Alguns equipamentos podem combinar as características especiais descritas acima. Para atingir a capacidade desejada deve-se definir a largura da correia e velocidade do transportador. Alguns exemplos desta situação são: correia reversível. Para o deslocamento de translação do transportador é montado uma motorização independente que a aciona as rodas da translação. 4.1.4. permitindo a descarga do material em vários pontos intermediários. O “tripper” é um conjunto móvel montado ao longo do transportador. como por exemplo a cobertura do transportador. O transportador móvel é muito utilizado no abastecimento de silos em linha.4. que aumentam consideravelmente os custos operacionais e de manutenção dos transportadores.1. A maior parte desta influência será definida nos critérios de dimensionamento dos diversos componentes do equipamento. Capacidade Desejada: A capacidade do transportador em conjunto com o tipo de material e o perfil define as condições para a especificação dos principais componentes do equipamento. que esta relacionada à proteção da carga transportada e do equipamento. algumas condições especiais deverão ser observadas durante o projeto.2.1. A “cabeça móvel” permite o movimento do tambor da extremidade do transportador. O projeto do equipamento será influenciado por estes dois fatores. Pode ser utilizado em locais que necessitam uma distribuição da carga. 116 .3. exigindo um investimento elevado em equipamentos de controle ambiental.1.1.1. Porém. Condições de Operação: Estas condições estão relacionadas a dois fatores: Condições Ambientes e Regime de Funcionamento. Características Básicas da Correia e dos Roletes: Com base nas informações iniciais o primeiro passo para o projeto do transportador é a escolha da largura da correia e consequente definição dos roletes.1.9 C  Ct  V  K Q C  dp B Ct V K    = Capacidade de Carga (t/h) = Capacidade Volumétrica (m3/h) = Peso Específico (t/m3) = Distância do Material a Borda (pol) = Largura da Correia (pol) = Capacidade Volumétrica para V = 1. A figura 36 representa as condições para esta especificação: Figura 36: Distribuição da Carga e Inclinação da Correia A capacidade do transportador é definida nas seguintes expressões: Q  C γ d p  0.0 m/seg (m3/h) = Velocidade do Transportador (m/s) = Fator de Correção (função da inclinação ) = Inclinação do Transportador (Graus) = Ângulo de Acomodação do Material (Graus) = Ângulo de Inclinação dos Roletes (Graus) 117 .4.055  B  0.2. Pontiagudos.1 72 4.3 3. Largura da Correia e Tipo de Roletes.5 30 3.6 20 3.71 Tabela 15: Fatores de Correção da Capacidade A tabela 16 apresenta os valores da capacidade volumétrica C t para a velocidade de 1. 20 o e 45 o).0 36 4.78 0.  K 0 o 2 o 4 o 6 o 8 o 10 o 12 o 14 o 16 o 18 o 20 o 21 o 22 o 23 o 24 o 1. Ct para V = 1.1 3.95 0.6 48 4.Para o cálculo da capacidade volumétrica (C) é necessário inicialmente a definição dos seguintes especificações: Velocidade do Transportador.0 m/s Largura da Correia o o o 20 24 30 36 o 42 o 48 o 54 o 60 o 72 o 93 152 236 314 417 535 666 977 103 169 250 348 462 592 738 1078 114 186 276 384 509 652 812 1186 125 204 302 419 556 711 885 1296 135 221 328 455 603 772 961 1403 147 240 355 492 652 835 1040 1517 158 258 382 530 702 898 1118 1631 84 o 1341 1486 1631 1779 1929 2083 2242 Tabela 16: Capacidade Volumétrica (m3/h) para V = 1. deve ser consultada a tabela 1-04 do Manual dos Transportadores Contínuos.8 Tabela 17: Velocidades Máximas Recomendadas (m/s) para Materiais a Granel 118 .93 0.6 3.3 3.85 0. Cereais e Outros Carvão. A tabela 15 apresenta a relação entre a inclinação  o fator de correção K.1 3.0 3.00 0.8 2. Minérios Largura da Correia Materiais de Desagregados.8 3.6 66 4.0 m/s. Terra.00 1.0 2.91 0.0 (m/s) – Roletes com  = 35 o A tabela 17 apresenta as velocidades máximas recomendadas V (m/s) para os diversos grupos de materiais transportados.98 0.5 1.97 0. Pedra (B).0 2. Pesados e Muito Abrasivos 1.1 3.3 42 4.81 0.73 0. pol Escoamento Fácil e Não Britada Fina pouco Abrasivos Abrasivos 16 2. Nesta tabela são apresentados os valores para roletes com ângulo de inclinação de  = 35 º Para os demais ângulos de inclinação (0 o.1 3.3 2.1 Minérios e Pedras Duros.6 1.89 0.6 3. Ângulo de Acomodação do Material 0o 5o 10 o 15 o 20 o 25 o 30 o 14 o - Capacidade Volumétrica do Transportador.6 60 5.99 0.8 3.6 54 5.3 3.0 24 3.76 0.0 3. A especificação final da correia depende do cálculo da tensão máxima atuante no transportador.20 1.20 1. Os principais são: .Rolete em Catenária: melhora o alinhamento com cargas de distribuição irregular. Os roletes representam um dos itens mais críticos da manutenção do transportador.05 0. 16 20 24 30 36 42 54 60 72 0.20 1.4. A Tabela 1-14 do Manual de Transportadores Contínuos apresenta uma classificação dos roletes conforme a CEMA que serve como orientação para a seleção destes componentes. Para situações especiais deve ser consultado o Manual de Transportadores Contínuos que possui tabelas complementares para a seleção das especificações descritas neste item.20 1.90 0.Graus 20 35 45 Material Fino 3% 3% 3% Distribuição da Granulometria Material 50% de Tamanho Máximo 100% de Tamanho Máximo 3% 3% 2% 2% 2% 1. O Transportador de Correias utiliza diferentes tipos de roletes. O uso de materiais de baixo desempenho representam elevados custos de manutenção e riscos de danos para a correia.00 1.0 2.90 0.35 1.Rolete Auto-Alinhador: apoio giratório para alinhamento .5 Tabela 18: Espaçamento entre os Roletes de Carga e de Retorno Inclinação dos Roletes .50 1.50 1.90 0. O espaçamento entre os roletes de carga e de retorno podem ser obtidos através da tabela 18. A especificação completa dos roletes normalmente é feita com referência aos catálogos dos fabricantes. largura da correia e tipo de roletes.Rolete de Retorno: apoio do trecho sem carga .5% Tabela 19: Valores Recomendados para a Porcentagem de Flecha entre Roletes 119 .A combinação dos valores descritos nas tabelas com as expressões do cálculo de capacidade da correia determinam as especificações da velocidade do transportador.Rolete de Carga: apoio do trecho carregado .1. Para a escolha são necessárias verificações da sua construção.35 1.Rolete de Impacto: região do carregamento .6 1. Largura da Correia (B) – pol.8 1.Rolete de Anéis: anéis espaçados para limpeza (retorno) .00 0.4 1.35 1.20 1.20 Espaçamento dos Roletes de Carga (m) Peso Específico do Material (t/m3) 1. a especificação final do espaçamento dos roletes de carga deverá ser verificado em função da flecha recomendada na tabela 19 e pelo valor calculado na expressão a seguir. Atualmente existem inúmeras variações de tipos de roletes.00 1.90 2.35 1.Rolete de Transição: varia a inclinação dos rolos de carga .20 1. Esta especificação será concluída no item 4.20 1.20 1.20 1.Rolete Espiral: forma espiral para facilitar limpeza .90 Espaçamento dos Roletes de Retorno 3.35 1.50 1. 1. 4. para acelerar o material. para isto antes da parada do equipamento deve ser descarregado todo o material sobre a correia. sem considerar a carga. Cálculo da Potência de Acionamento: O acionamento da correia transportadora pode ser feito por um ou dois tambores. Método Prático: Este método é aplicado para o cálculo de transportadores simples. guias laterais. que são apresentados a seguir. tambores e correia.O espaçamento da tabela 18 deverá estar limitado às condições da flecha calculada na expressão a seguir atendendo as condições previstas na tabela 19. transportador deve partir sem o material.ver tabela 19) 4. Transportadores de grande comprimento podem ter diversas estações de acionamento. etc.3. 2) Força necessária para o deslocamento horizontal do material.1. tais como: raspadores.0 m/s (HP) 120 . Ne  V   N v  Ng   Q   N1  Nh  100 Sendo: Ne Nv N1 Nh Ng = Potência Total Efetiva (HP) = Potência a Vazio para V = 1. 3) Força necessária para o deslocamento vertical do material. f  Wm  Wb   a 2 8  To Sendo: T0 Wm Wb a f = Tensão para garantir uma Flecha Mínima da Correia entre Roletes (kgf) = Peso do Material Transportado (kgf/m) = Peso da Correia (kgf/m) = Espaçamento dos Roletes de Carga (m) = Flecha da Correia (m) (normalmente entre 2% e 3% . 4) Força necessária para vencer o atrito dos acessórios. A potência efetiva necessária para o transporte do material é calculada pela fórmula.1. A potência do transportador depende dos seguintes fatores: 1) Força necessária para vencer as forças de inércia dos roletes. limpadores. nos equipamentos com aclive e declive.3. Para minimizar os esforços de aceleração. Existem dois métodos para o cálculo da potência dos transportadores. com comprimento máximo de 100 metros e de pequena capacidade.0 (m/s) = Potência para Transportar 100 t/h de Material na Horizontal (HP) = Potência para Elevar ou Descer 100 t/h de Material de uma Altura H (HP) = Potência de Atrito das Guias Laterais para V = 1. 71 1. N1.74 1.52 1.80 2.7 12.28 2.81 30 0. 21.80 2.31 1.5 20 7.54 1.70 0.44 1.2 5 1.64 90 1.84 4.37 0. (m) 2 0.74 25 0.81 1.90 1.55 0.22 1.19 2.0 m/s Para valores não encontrados nas tabelas deve ser utilizado o Manual de Transportadores Contínuos. 121 .19 2.20 0.72 7.4 25 9.10 8.1 Tabela 22: Potência Nh (HP) para Elevar ou Descer o Material de uma Altura H (m) Guia (m) Ng 5 10 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 0.20 1.03 3.5 6.43 1.70 0.66 1.5 4.38 4.39 2.87 2.09 1.20 1.10 1.24 2.63 20 0.00 Tabela 20: Potência Nv (HP) para Acionar o Transportador Vazio L (m) 10 N1 0.4 22.01 1.85 1.50 80 1.95 40 1.69 0.83 0.33 1.22 1.94 1.67 2. que leva em consideração a eficiência da transmissão (Nm = Ne/).52 2.18 3.42 1.11 50 1.76 3.61 0.5 2.As tabelas 20.80 2. Para detalhes sobre o cálculo dos valores de potência das tabelas 20.45 0.60 1.9 7.92 2. Largura da Correia (B) .64 0.04 2.60 Tabela 23: Potência Ng (HP) de Atrito com Guias Laterais para V = 1.58 1.75 0. 22 e 23 apresentam os dados para a determinação dos valores de N v.55 2.97 1.71 3.40 1.81 0.01 1.48 1.28 6.08 1.53 1.95 1. Após calcular a potência efetiva deve ser determinada a potência do motor.17 3.03 2.72 0. Nh e Ng.38 8.91 1.98 1.32 1.64 0.2 30 11.20 1.5 10.10 1.75 100 110 1.39 1.01 1.23 1.13 0. Com a potência efetiva pode-se obter a tensão efetiva (T e). 21.95 3. Te  75  N e V Sendo: Te = Tensão Efetiva (kgf) Ne = Potência Efetiva (HP) V = Velocidade da Correia (m/s) Os demais cálculos das tensões podem ser obtidos no item 4.4.1.80 0. que possui gráficos com dados mais completos.88 70 9.pol 16 20 24 30 36 42 48 Comprimento do Transportador = L (m) 10 15 20 25 30 40 50 60 70 80 90 100 110 0.32 0.7 15 5.50 15 0. que é a força tangencial que movimenta a correia.52 3.00 6.04 2.06 2.47 0.35 1.26 2.23 1.64 2.83 2.8 Nh 3 1.02 0.42 70 1.3 27.54 1.54 0.80 2.05 Tabela 21: Potência N1 (HP) para Deslocar 100 t/h num Comprimento L (m) Alt.25 60 1.67 2.56 5.8 10 3.6 17. 22 e 23 recomenda-se o Dubbel.57 0.5 8.45 2.84 3.80 0. 36 Tabela 24: Força de Dobramento da Correia Observação: Tabela conforme ABNT NBR 8205 (Tabela 4 do anexo) que inclui dados referentes ao dobramento da correia e da carga.2. curtos e longos.3. Neste caso inicialmente é determinada a Tensão Efetiva (Te). pela seguinte expressão:   Te  L  K x  K y   Wm  Wb   0. bem como atrito dos mancais do tambor. 2) Força para flexionar a correia nos tambores – Ft Esta força ocorre em função do dobramento da correia sobre a superfície dos tambores. Método CEMA: Este método é aplicado para o cálculo de transportadores de vários lances.4. pela equação: (V em m/s) T V Ne  e 75 A tensão Ta para vencer o atrito dos acessórios e acelerar o material é a soma das parcelas indicadas abaixo: Ta  Fg  Ft  Ftc  Ftm  Fd  Fl  Fa 1) Força para vencer atrito do material com as guias laterais: Fg  0. Posição do Tambor Lado Tenso Lado Frouxo Outros Tambores Ângulo de Abraçamento 150 o – 240 o 150 o – 240 o Valor de Ft por Tambor (kgf) 90.72 67. = Comprimento do Transportador Medido ao Longo da Correia (m) = Altura de Elevação ou Descida do Material na Correia (m) = Peso do Material na Correia (kgf/m) = Peso da Correia (kgf/m) . necessária para o transporte do material. 122 .1.015  Wb  H  Wm  Ta Sendo: Te L H Wm Wb Kx Ky Ta = Tensão Efetiva em (kgf).79 45. 1-27 = Resistência à Rotação dos Roletes e Deslizamento da Correia (kgf/m) = Resistência à Flexão da Correia e do Material sobre os Roletes = Tensão de Atrito dos Acessórios e Aceleração do Material (kgf) Após o cálculo da tensão efetiva Te (kgf) determina-se a potência efetiva em HP.92  L g Onde: Fg Lg B Cs = Força (kgf) = Comprimento das Guias Laterais (m) = Largura da Correia (pol) = Fator de Atrito do Material – Tabela 1-21 (Manual).Tab.1488  Cs  L g  B 2  8. Este fator é obtido em tabelas e gráficos e depende do peso do material.7 kgf / tambor 5) Força para Vencer o Atrito dos Desviadores (Fd).4   B kgf/pol da largura da correia 7) Força necessária para acelerar o material (Fa).00068   Wm  Wb   x a O valor do coeficiente “x” depende dos roletes e é definido na tabela 1-25 do Manual dos Transportadores Contínuos. Para o cálculo preciso devem ser utilizados os gráficos de 1-08 a 1-012 em função da Tensão Efetiva calculada. O valor preliminar em função do espaçamento entre roletes definidos nas tabelas anteriores e (Wm + Wb) é fornecido na tabela 1-26.5 77.7 20” 24” 26” 30” 36” 37.9 a 1. Estes valores são dados na tabela 1-25.1 95.55xB 0. 8) O Fator Kx é a resistência à rotação dos roletes e ao escorregamento da correia sobre os mesmos. Largura da Correia 16” Ftc (kgf) 22. 4) Força para movimentar tambores de trippers com motorização própria (Ftm). Para o 123 .0 81.36xB 6) Força necessária para vencer o atrito dos raspadores e limpadores (Fl). da correia e do comprimento do transportador.4 67.5 86.7 49. Fl   0.4 673.9 42” 48” 54” 60” 72” 84” 72.8 63. 2 Q  ( V 2  Vc ) Fa  36  V Sendo Vc a velocidade do material na direção do deslocamento da correia (m/s). Para valores não tabelados deve ser utilizada a expressão: K x  0.3) Força para movimentar trippers acionados pela própria correia (Ftc). Fa em kgf.3 104. Ftm  22. 9) O Fator Ky representa a resistência à flexão da carga ou da correia quando estes passam pelos roletes.5 Tabela 25: Força para Movimentar Tripper Acionado pela Correia Observação: A velocidade de deslocamento do tripper é cerca de 10% da velocidade da correia. Quantidade de Material Desviado 100% 50% Fd (kgf) para cada Desviador 0. O valor de “a” corresponde ao espaçamento entre os roletes (m). 2 24.277  Q V 2) Peso da Correia (Wb): O peso da correia deve ser obtido no catálogo do fabricante de acordo com a especificação do projeto (Good Year.6 29. Os demais fatores que influenciam neste cálculo serão descritos a seguir e posteriormente será apresentado o procedimento de cálculo das tensões principais de acordo com as características do transportador. 4. To  4. Fr  0. Cálculo das Tensões na Correia: O fator principal para a determinação das tensões na correia é a tensão efetiva que já foi determinado no item anterior.3 16.8 35. K  1 e 0 .6 11.4 Tabela 26: Peso Médio das Correias em kgf/m 3) Tensão para garantir uma flecha mínima na correia entre os roletes – T o: O valor calculado corresponde à tensão mínima admissível para a correia.7 21.1 41.7 9.5 8.8 37.0 20.4. Como referência preliminar pode ser adotada as informações da tabela abaixo.6 58. Mercúrio).50   Wm  Wb   a para 1% de flecha 4) Força de atrito nos roletes de retorno.0 7.17   Wm  Wb   a para 3% de flecha To  6.4. Gates.2 HDRN 6.015. 0174Θμ 1 Onde: e = base dos logaritmos neperianos – 2.5 14.015  L  Wb 5) Fator de abraçamento K da correia no tambor de acionamento. 4. Largura da 16 Correia Tipo Plylon 5.7 50.8 41.71828 124 . sendo obtido em: Wm  0.9 13. Os gráficos e tabelas mencionados estão no Manual dos Transportadores Contínuos.1.retorno pode-se admitir Ky = 0.2 17.4 20 24 30 36 42 48 54 60 72 84 6.0 26.1. Dados Preliminares para o Cálculo das Tensões: 1) Peso do Material (Wm): O valor do peso do material distribuído sobre a correia Wm (kg/m) depende da capacidade do transportador Q (ton/h) e da velocidade V (m/s).25   Wm  Wb   a para 2% de flecha To  12.1. 0.kgf Te = Tensão Efetiva da Correia . que possui outros tipos de situações. Peso da Correia (kgf/m) Força de atrito nos roletes de retorno – kgf. 125 .1. Os fatores a serem utilizados no cálculo são: T1 T2 T3 = Tensão Máxima no Tambor de Acionamento – kgf = Tensão Mínima no Tambor de Acionamento – kgf = Tensão no Tambor de Retorno .μ Θ K = coeficiente de atrito – conforme tabela 27 = Arco de abraçamento no tambor de acionamento.20 0. (o) = Fator de abraçamento O coeficiente de atrito do tambor é obtido na tabela μ. Condições da Superfície do Tambor Sujo e molhado Úmido Seco Tambor de Aço Tambor com Borracha 0. Fórmulas para Cálculo das Tensões: A tensão atuante na correia depende da configuração do transportador.20 . 1) Transportador horizontal em aclive com acionamento no tambor de cabeça ou próximo.30 0.0.30 0.35 Tabela 27: Coeficiente de Atrito do Tambor 4. A seguir são apresentados dois exemplos dos valores das tensões principais do transportador.20 0.10 .10 0.2.4.kgf To = = = = = K H Wb Fr Tensão Mínima Admissível da Correia – kgf Fator de Abraçamento Desnível da Correia no Retorno – m. Para outras situações deve ser utilizado o Manual do Transportador Contínuo.   1  K   Te  T1    T  T  HW  F o b r  e  K  Te  To  H  Wb  Fr T2    K  Te  Fr  H  Wb  To T3   2) Transportador horizontal em aclive com acionamento no tambor de retorno ou próximo  1  K   Te  T1    T T  e o  K  Te  To T2    1  K   Te  H  Wb  Fr T3    Te  To  H  Wb  Fr Para outras configurações de transportadores e para duplo acionamento consultar o Manual dos Transportadores Contínuos.5. 4.1. Especificação da Correia: A seleção da correia é feita com base nos seguintes fatores: 1) Características do material 2) Condições de serviço 3) Inclinação dos roletes 4) Largura da correia 5) Tensão máxima da correia 126 . Especificação da Carcaça: A carcaça das correias pode ser confeccionada de fibras de tecido sintético (nylon. característica de cada tipo de correia. Após a definição da carcaça da correia deve ser efetuada uma verificação final do memorial de cálculo.1. Mercúrio) possuem produtos adequados às diversas aplicações dos transportadores. Porém. Normalmente a espessura do revestimento do lado dos tambores é a mesma do lado do transportador.2.6) Tempo de percurso completo da correia 7) Temperatura do Material Todas as correias são fabricadas em duas partes: Carcaça e Revestimento. A carcaça é a parte da correia que garante a resistência durante a transmissão do movimento.1. determina-se a tensão máxima admissível (Tad) da correia pela fórmula: Tad  Tu  B  n1 O valor da Tensão Admissível da Correia (Tad) deve ser superior ao valor da Tensão Máxima no Tambor de Acionamento (T1). Portanto para a seleção da correia adequada é recomendada a consulta ao manual do fabricante. 4.5. Os principais fabricantes de correias (Good Year. Os dados mais importantes para o dimensionamento do transportador são: recomendações para o diâmetro do tambor de acionamento. rayon. Os catálogos dos fabricantes apresentam outras características importantes que devem ser utilizadas nas especificações de outros componentes do transportador. sendo estas condições definidas nas tabelas dos fabricantes de correia. e com o número de lonas (n1) selecionado. A escolha da carcaça adequada envolve uma série de considerações referentes às condições da aplicação. 4. 127 . para alguns casos esta espessura pode ser menor em função da experiência com a aplicação da correia. A figura 37 apresenta os detalhes construtivos de uma correia transportadora com carcaça de fibra. Para obter informações atualizadas sobre especificação das correias recomenda-se consultar o catálogo dos principais fabricantes através da internet. poliéster) ou cabos de aço e borracha. granulometria do material transportado e do tempo de ciclo da correia.5. largura máxima da correia em função do ângulo dos roletes e peso da carcaça. O valor da Tensão Unitária Admissível. Gates. Especificação do Revestimento: A especificação da espessura e do tipo da cobertura do lado transportador ocorre em função de fatores como abrasividade.1. corpo e mancais. Caso seja necessário podem ser utilizados discos internos para reforçar o tambor. Cálculo e Dimensionamento de Tambores: O cálculo dos tambores envolve o dimensionamento do eixo. disco. Figura 38: Dimensões Principais do Tambor A distância entre os discos depende do comprimento do tambor e da largura do cubo. cubos. A seguir é apresentado o procedimento de cálculo do Manual dos Transportadores Contínuos. O comprimento segue a seguinte regra: Largura da Correia + 4” (até 42”) e Largura da Correia + 6” (acima de 42”)..Figura 37: Detalhes da Construção da Correia 4. As dimensões básicas do tambor já foram definidas em função da especificação da correia.1.6. 128 . A distância entre os mancais deve ser definida em função das folgas mínimas necessárias para a fixação do tambor na estrutura do transportador e pelas dimensões dos próprios mancais. O diâmetro mínimo é definido em função da especificação da correia e aplicação do tambor. que garante tambores de alto desempenho para aplicações críticas. flecha e torção constante.4. Os esforços atuantes no eixo dos tambores são devido à força radial resultante das tensões da correia. Material SAE 1020 SAE 1040 SAE 4340 σ admissível (kgf/cm2) Eixo com Chaveta Eixo sem Chaveta 420 560 560 750 700 930 Tabela 28: Tensões Admissíveis para Materiais do Eixo do Tambor Obtidas as tensões na correia e estimado um peso para o tambor. .1. consideramos a resultante radial (P) atuando sobre o eixo e.6. peso próprio e momento torsor em tambores motrizes. No caso de tambores motrizes deve ser considerada a combinação de tensões e posteriormente verificar a flecha do mesmo. - Eixos Motrizes: Mf  Mt  Pa 2 N  38  D V Onde: Mf P a Mt N D V = Momento Fletor (kgfxcm) = Resultante Radial atuante sobre o eixo (kgf) = (L-c)/2 = distância entre centro do mancal e disco lateral (cm) = Momento Torsor = Potência Transmitida (HP) = Diâmetro do Tambor (cm) = Velocidade da Correia (m/s) O momento ideal composto será: 129 . no calcula-se os momentos de acordo com o tipo de tambor.movidos: eixos que servem simplesmente de apoio. Cálculo do Eixo: Os eixos dos tambores de transportadores podem ser subdivididos em dois tipos: . As tensões da correia no local do tambor são definidas conforme cálculos descritos anteriormente.1. A tabela a seguir apresenta os valores de tensões admissíveis para diferentes materiais já levando em consideração os coeficientes de segurança e a fadiga. Para o dimensionamento devem ser considerados os seguintes critérios: flexão cíclica.motrizes: eixos que transmitem o torque. o momento torsor inexiste.5 = Fator de Serviço a Torção = 1. havendo apenas uma flexão pura no eixo.0 = Diâmetro Mínimo do Eixo no Cubo (cm) = Tensão Admissível (kgf/cm2) (tabela 28). Eixos Movidos: Neste caso.Mi   K f  Mf  2   K t  Mt  2 Sendo: σ admissível M  i Wi e π  d3 Wi  16 Temos: d3 16  M i π  σ adm Sendo: Mi Kf Kt d σadm - = Momento Ideal (kgfxcm) = Fator de Serviço à Flexão = 1. Assim teremos: Mf  σ admissível  Mf Wf d3 Pa 2 e Wf  π  d3 32 32  M f π  σ adm A verificação da flecha é feita através da equação da flecha máxima: f 2 P  K s   L  C   2  L2  2  L  C  C 2 4 3 π Ed   Onde: f = Flecha Máxima (cm) 130 . 5 = Distância entre Mancais (cm) = Distância entre Discos (cm) = Diâmetro do Eixo entre Discos (cm) = Módulo de Elasticidade (para Aço E = 2.1 x 106 kgf/cm2) = Momento de Inércia (cm4) A flecha máxima não deve ultrapassar: f f L para largura de correia de até 54” 1500 L para largura de correia acima de 54” 2000 4. podemos assumir os seguintes esforços atuantes: flexão. Disco Lateral: Para o cálculo do disco lateral. De acordo com o esquema abaixo. passamos a definir os esforços. O cisalhamento ocorre apenas em tambores motrizes.6. Figura 39: Características Geométricas do Tambor O momento fletor devido às reações dos mancais é obtido na equação: 131 . compressão e cisalhamento.1.P Ks L C d E I = Carga Radial resultante sobre o eixo (kgf) = Coeficiente de Serviço = 1.2. A esta tensão deve ser somada a parcela devido à compressão: σ2 2 2  D1  t Teremos então a tensão total: σ t  σ1  σ 2 No caso de tambores motrizes deve ser somada a parcela devido ao cisalhamento atuante no disco: τ Fc 2 Mt D   T1  T2    2 2 A π  D2  t π  D2  t A tensão somatória no disco lateral. no caso de tambores motrizes será: 132 .MO  Md  P   L  C)  4 MO 2 K1  I 1 C t3 Onde: MO P L C Md K1 I t = Momento Fletor devido às reações nos mancais (kgfxcm) = Resultante Radial atuando sobre o eixo (kgf) = Distância entre Mancais (cm) = Distância entre Discos (cm) = Parcela do Momento Fletor Transmitida pelo Tambor ao Cubo e Disco (kgfxcm) = Fator Tabelado (Tabela 30) = Momento de Inércia do Eixo na Seccão entre os Cubos (cm4) = Espessura do Disco (cm) A deflexão no disco será: δ K1  Md E  t3 A tensão no disco é obtida na expressão: σ1  2  L1  Md D t2 O valor de L1 é obtido na tabela 30. 25 0.729 0.408 0.471 0.0810 0.370 0.119 1.5 560 kgf/cm2 para chapas soldadas de um lado 1100 kgf/cm2 para chapas tendo a secção toda soldada com alívio de tensões.0685 0.1006 0.1249 0.596 4.0292 0.438 3.658 0.081 1.0551 0.1. = Função do ângulo de abraçamento (Tabela 29) Ângulo de Abraçamento 0o 20 o 40 o 60 o 80 o 100 o 120 o 140 o 160 o 180 o 200 o 240 o Kc 0.40 0. Corpo do Tambor: O corpo do tambor terá sua espessura mínima calculada através da expressão: e K c   3  T  D σc Sendo: e T σc Kc = Espessura da Chapa do Corpo = Tensão Máxima da Correia no Local do Tambor (kgf/cm) = Tensão Admissível na Borda do Corpo.003 0.130 0.0551 0.262 Tabela 30: Fatores Tabelados para o Dimensionamento do Tambor Para a tabela 30 tem-se: 133 .80 0.321 2.1097 0.3.50 0.146 0.45 0. com Fator de Segurança de 1.σ  σ1  σ 2  2  4  τ 2 Estas tensões resultantes devem ser menores do que a Tensão Admissível.30 0.70 0.35 0.167 1.20 0.013 0.60 0. sendo: σadm = 420 kgf/cm2 – para o SAE 1020 ou A-36 σadm = 560 kgf/cm2 – para ASTM A-285 4.232 2.749 0.1006 Tabela 29: Constante para Ângulo de Abraçamento D2/D K1 L1 0.1270 0.035 0.403 0.1092 0.6.0000 0. Esticador do Transportador: O esticador tem como finalidade manter a tensão necessária para a operação do transportador. 4.1. Os transportadores maiores necessitam de um esticador por contrapeso.4. A falta de tensão adequada pode causar o deslizamento do tambor de acionamento.7. O Manual dos Transportadores Contínuos apresenta um critério para escolha do esticador.  E B R e  Y  T   1 4 Onde: Y E B R e T C = Espaçamento entre Discos Internos (cm) = Módulo de Elasticidade do Material = Largura da Correia (cm) = Raio do Tambor (cm) = Espessura do Corpo (cm) = Tensão na Correia (kgf/cm de largura) = Distância entre Discos Laterais (cm) A espessura dos discos internos deve ser igual a espessura do corpo do tambor. Os transportadores pequenos utilizam o esticador por parafuso.1. Discos Internos: Os discos internos são utilizados quando o valor de Y calculado na expressão abaixo for inferior ao valor de C. A equação para o cálculo do contra peso é a seguinte: G  2  T   cos λ  0.K1 L1 D2 D = Fator de Rigidez do par eixo-cubo em tambores = Fator de Rigidez dos discos dos tambores = Diâmetro Externo do Cubo = Diâmetro dos Tambores 4. Especificação do Conjunto de Acionamento: A especificação da potência do motor deve levar em consideração a potência efetiva N e já calculada e o rendimento total da transmissão selecionada.10  Pc    Pc  sen λ  Sendo: G T Pc λ = Valor do Contrapeso ou Força Necessária do Esticador (kgf) = Tensão da Correia no Ponto onde está Localizado o Esticador (kgf) = Peso do Tambor Esticador e do seu Carrinho ou Quadro Guia (kgf) = Inclinação do Transportador (Graus) 4.8.6. 134 . danificando a correia e impedindo o funcionamento do transportador. Nos transportadores de correia que necessitam o acionamento com carga são necessários alguns cuidados especiais para reduzir o torque de partida.1. 1. - Transportadores Oscilantes. Exemplo de Dimensionamento de um Transportador: Um Transportador de Correia deve carregar um silo com carvão mineral. 4. Para o dimensionamento do transportador será adotada a sequência descrita no item 4.1.Transportadores Helicoidais. e dados complementares da ABNT NBR 8205. Atualmente vem sendo utilizado o inversor de frequência para o controle da partida e da velocidade de operação.0 m em relação ao ponto de carregamento do transportador.3. Estas estruturas são compostas principalmente de vigas e colunas de sustentação.1. Especificação dos Freios e Contra-Recuo: Os freios são usados para evitar a continuação da descarga do material após o transportador ter sido desligado em condições normais. Mesas de Rolos. - Instalações Pneumáticas e Hidráulicas de Transporte. 4. Nos transportadores maiores são utilizados os acoplamentos hidráulicos que permitem uma aceleração suave. Os principais equipamentos existentes nas instalações industriais atuais são: . O Manual dos Transportadores Contínuos apresenta o critério para o dimensionamento.9. Outros Transportadores Contínuos: Além dos Transportadores de Correia diversos equipamentos também são utilizados com estas mesmas características de utilização.2. ou para controle de aceleração durante a partida.Nos transportadores menores são utilizadas ligações elétricas que reduzem a corrente de partida. Inúmeros detalhes fazem parte da construção dos suportes dos diversos componentes do transportador. As informações sobre o projeto e dimensionamento da estrutura do transportador podem ser obtidas na bibliografia de referência. em paradas de emergência. 4. O dimensionamento do freio utiliza os parâmetros já definidos nos cálculos anteriores e o cálculo das forças de inércia das massas rotativas. O Contra-Recuo é utilizado principalmente em transportadores onde existe a possibilidade de retorno da carga após a parada.Transportadores Articulados. 4. Este procedimento é detalhado no Manual dos Transportadores Contínuos. Projeto da Estrutura do Transportador: Os Transportadores de Correia são construídos normalmente sobre estruturas metálicas que se adaptam às condições da aplicação do equipamento. O silo encontra-se a uma distância horizontal de 175. A quantidade de material transportado deve ser Q = 460 ton/hora.10. .31 m e altura de 39. 1) Informações Iniciais: 135 . 1) Características do Material: As propriedades do material necessárias para o cálculo são descritas na tabela abaixo: Peso Específico Ângulo de Repouso (Mínimo) Ângulo de Inclinação Máximo γ = 650 kgf/m3 α = 23 o λm = 22 o 1.(m3/h) . O transportador deve ser totalmente coberto com passarelas de inspeção de ambos os lados.4) Condições de Operação: O regime de funcionamento deve ser de 24 horas/dia.3) Capacidade Desejada: O transportador deve atender a capacidade especificada de vazão correspondente a 460 ton/hora de material.5 Ctabela . ver tabela 15.54 0. Requer controle de vazamento de material. O material da estrutura deve ser de aço de baixa liga resistente a corrosão.2.Requerido 307.2) Perfil do Transportador: Semelhante à figura 33. para K = ~ 0. 1.5) Características Especiais: O acionamento deve ser duplo. com dimensões descritas abaixo. A inclinação do transportador é de 12. um de cada lado do tambor motriz.1. 2) Características Básicas da Correia e dos Roletes: A Capacidade Volumétrica requerida para o transportador será de: C Q 460000   C  707. Utilizando a equação.1. Controle de partida e de velocidade por inversor de frequência. Largura B (pol) 24 Velocidade (m/s) 2. A estrutura deverá ser do tipo galeria com tapamento lateral. 1.54 0).92 (λ = 12. 1.7 m 3 / hora γ 650 Considerando os valores da tabela 18 é determinado o valor requerido para o Ctabela.70 136 . item 4. 6 .0754 e Lg = 3.024 (kgf/m) = 39.72 + 4.5 m) Ft = 90.Cs.(32 .015  Wb  H  Wm  Ta Os valores da equação são os seguintes: L Wm Wb Kx Ky H = 179.4 (kgf) (fórmula) Fa = 460. Como o valor atende para 3.8 . Ftm e Fd = 0) (cálculo abaixo) Fg = 0.0 m (tabela 18). (Wm+ Wb )= 58.79 + 45.08 (kgf) L2 = 175.3102 + 39.Lg = 82. será utilizada esta velocidade para o regime normal de funcionamento do transportador (344 > 256. λ = 12.362 + 8.3 256.3 = 12.6 + 16.27 232.11 p/rolete série 600) Tabela 1-26 Manual para L = 179.97 Para roletes de 35 0 temos os seguintes valores de Ctabela para velocidade de 1.36 = 50.36 = 407.11 (kgf) (Cs = 0.6 (kgf/m) = 16.2) + x/1 = 1.33 (kgf) Substituindo os valores acima na equação da Tensão Efetiva tem-se: Te  2743 (kgf) A Potência Efetiva é definida por: 137 .02)/36.15 (x = 1.002 (comprimento ao longo do lado de carga) Wm = Q/V = 127.Lg. O espaçamento dos roletes de carga pode ser considerado 1.0 (m/s) = 42.540 Conforme perfil da correia Fg + Ft + Fl + Fa (Ftc .3 = 38.2 (kgf/m) = 1. O valor da flecha será verificado no final dos cálculos. a correia de 36 polegadas com roletes de 35 graus atende a condição para o menor valor requerido de Ctabela.0 m/s: Ângulo Acomodação α 23 0 Ângulo Rolete β 35 0 Largura da Correia em Polegadas 24 142 30 232.78.6 (m) = 42.00 Ta = 578. Neste método inicialmente é calculada a tensão efetiva:   Te  L  K x  K y   Wm  Wb   0.1488.0 m e retorno 3.6 (kgf/m) (peso do material) Valor estimado tabela 26 para correia de 36” Kx = 0.24 (kgf) (ABNT 8205 ) Fl = 1.00068.92.30 36 3.(42.4.0 3. 3) Cálculo da Potência de Acionamento: Será utilizado o Método CEMA.78 (Kgf/s)/3.67.0 m/s.4 36 344 Portanto. A escolha e especificação final dos diversos roletes do transportador deve ser feita no catálogo dos fabricantes com auxílio do Manual dos Transportadores Contínuos.15 (kgf/m) = 0.27 – OK). Ne  Te  V 2743  3  75 75 N e  109.15)  2743 T1  5897.4) Força no Tambor de Esticamento: Inicialmente deve ser calculada a força no ponto de instalação do contra-peso.631.84 (kgf) 4.2 (kgf/m) = 180 0 = 0.64 .45 (kgf) 4.3) Força no Tambor de Cauda: T3  T2  0. conforme equação abaixo (ABNT NBR 8205): 138 .8 T3  2566.1) Força Mínima no Tambor de Acionamento: T2  K  Te  1.7 (HP) A Potência do Motor será determinada considerando a eficiência da transmissão e a disponibilidade de motor padronizado.0174xx .15  2743 T2  3155 (kgf ) 4.2 = 1.015  L  Wb  H  Wb  3155  43. Neste caso o contra-peso é instalado no lado do retorno.6 (kgf/m) = 16.1) calculado tabela 26 conforme perfil do transportador tabela 27 (tambor sujo e molhado revestido com borracha) calculado 4.2) Força Máxima no Tambor de Acionamento: T1  (1  K )  Te  (1  1. 4) Cálculo das Tensões (Forças) na Correia: Os dados preliminares para o cálculo das tensões são os seguintes: Wm Wb θ μ K K = 42.15 = 1/(e0. 56 (m) força no tambor de cauda coeficiente de resistência da correia nos roletes de retorno (0.1 ABNT) peso da correia altura da posição do tambor de retorno ao de esticamento (Fig.330 Nº DE LONAS 3 139 . 5. que atende a condição para o valor de T1 (Tadm > T1).Trx  T3  K xr  L x  Wb  H x Os valores são: T3 Kxr Lx Wb Hx = 2566.5) Flecha na Correia: Utilizando a equação da flecha podemos verificar se o valor atende as condições mínimas: f  Wm  Wb   a 2 8  To Substituindo valores obtem-se 0.1) Seleção da Carcaça: A correia indicada para esta aplicação é do tipo lonas de nylon.45 (kgf).015. Neste caso a menor tensão admissível. para emenda mecânica. 1 ABNT) Substituindo os valores obtem-se a força no tambor de esticamento: Trx  2575. Para atender a tensão máxima de trabalho calculada no item 4. referência Plylon da Good Year. PLYLON . T1 = 5897. Para correia de 36” a tensão máxima admissível é de T adm = 5965.84 (kgf) = 0.29 (kgf) 4.Wb) distância entre tambor de retorno e esticamento (Fig.2 (kgf/m) = 0.243 (kgf/m) = 2.56 (m) = 16. 5) Especificação da Correia: A especificação completa da correia é efetuada com base nos catálogos dos fabricantes. Consultando o site da Good Year na internet. é selecionada a correia com 3 lonas. é de 64 kN/m (ver tabela abaixo).28% que supera os valores requeridos (menor que 1%).5 (kgf). 6 EMENDA MECÂNICA KN/m LARGURA LBF/POL. Os valores de peso são definidos nas tabelas abaixo. • As coberturas especiais devem ser recomendadas para o uso para o qual foram desenvolvidas: PESO DAS CORREIAS: Os pesos das carcaças das correias transportadoras EP estão indicados nas tabelas de informações técnicas sobre as correias transportadoras poliéster/nylon.5%+650mm 2. LARGURA MÁXIMA DA CORREIA PESO DO MATERIAL lb/pés³ 0-45 45-105 105-165 165-200 kg/m³ 0-730 730-1690 1690-2650 2650-3300 ângulo dos roletes mm.0% 1. conforme a especificação do fabricante.5%+650mm 5.Peso das Coberturas • Normalmente.: Para emendas mecânicas recomendamos os grampos apropriados para o serviço mencionado.0% Automático 2. 140 . LARGURA KN/m LARGURA LBF/POL. 20° 35° 45° 20° 35° 20° 35° 45° 72 72 60 72 60 54 60 54 48 ÂNGULO DOS ROLETES 20° 35° 45° mm 600 600 750 pol. 24 24 30 20° 35° 45° 1850 1850 1500 1850 1500 1350 1500 1350 1200 900 750 600 54 48 42 EXTENSÃO DO ESTICADOR RECOMENDADA A PARTIR DA DISTÂNCIA ENTRE CENTROS (PERCENTUAL) DIÂMETRO MÍNIMO DA POLIA MOTRIZ EM FUNÇÃO DA TENSÃO APLICADA TENSÃO 45° LARGURA MÍNIMA DA CORREIA PARA ACAMAMENTO SOBRE ROLETES DIÂMETRO mm pol. LARGURA 72 405 64 360 PESO APROXIMADO DA CARCAÇA (kg/m²) 6.5% 1.2) Seleção do Revestimento (Cobertura): A cobertura selecionada é do tipo “Stacker”. cortantes.0% 3. coberturas do tipo B podem ser usadas. pol. ver especificações nas informações do catálogo Good Year abaixo.0% 4. • Coberturas Super S são recomendadas para maior resistência à abrasão • Coberturas Stacker são recomendadas para melhor resistência a materiais de arestas vivas. EP .5% 2. acima de 80% 500 20 entre 60% e 80% 450 18 entre 40% e 60% 400 16 abaixo de 40% 350 14 Polia de cauda e desvio 350 14 Tipo de Esticador Emendas mecânicas Emendas vulcanizadas 100% 75% ou menos 100% 75% ou menos Parafuso 1.ESPESSURA DA CARCAÇA (mm) CAPACIDADE DE TENSÃO EMENDA VULCANIZADA 4. Estes valores são definidos em função da experiência de durabilidade de correias em aplicações similares. Super B e B foram considerados iguais.8 OBS. os compostos Stacker. Os pesos para as coberturas Stacker e B (RMA Grade 1 e RMA Grade 2) estão indicados na tabela ao lado: Nota: Por apresentarem pequenas variações nos seus pesos específicos. As espessuras escolhidas são: 1/8” para o lado da carga e 1/16” para o lado do tambor. 90 1. Este valor não altera os resultados obtidos.91 - - 12. 1/8” lado de carga e 1/16” lado dos tambores.79 3/32 2.7 (HP). que corresponde ao arredondamento do valor calculado no item 3.0 5. temos: G  2  2575.38 1/8 3.12 (kgf/m) Diâmetro Mínimo Tambor de Acionamento Diâmetro Mínimo do Tambor de Retorno Diâmetro Mínimo dos Tambores de Desvio = 500 mm = 350 mm = 350 mm Utilizado 830 mm Utilizado 534 mm Utilizado 483 mm Obs.12 8.57 3/16 5.85 temos uma potência requerida para o motor de 130 (HP).2) é superior ao especificado (11.33 1/2 15. 7) Esticador do Transportador: Será especificado esticador por gravidade.19 1/16 1. sendo especificada a potência normalizada de 150 (HP) 141 .0 8.12).45 6.14 3/8 11. peso do tambor esticador e carro guia. Considerando um rendimento total de transmissão de 0.79 3. A Tensão Efetiva considerada no cálculo é de 28000 N.0 1.73 (kgf) 8) Especificação do Conjunto de Acionamento: A Potência Efetiva é de 109.0 7. Cobertura Stacker.35 7.5 1. O valor do contra-peso (G) é definido na expressão: G  2  Trx   Cosλ  0.10  Pc    Pc  Senλ  Estimando o valor de Pc.67 4.0 3.95 5/16 9.0 9.54  0.0 11. 6) Cálculo e Dimensionamento dos Tambores: Este assunto foi detalhado na terceira série de exercícios no item 2.29 A especificação final da correia é: Correia Plylon 330 – 3 lonas.53 - - 10.0 14. kg/m2 mm kg/m2 1/32 0.0 2.0 4. em 300 kgf.Peso das coberturas STACKER e B CALIBRE NOMINAL PESO CALIBRE NOMINAL PESO pol.29   Cos12.: o peso adotado no cálculo (16.76 1/4 7.83 2.56 5.54  G  5114 . Largura de 36”. Peso de 11.10  300    300  Sen12. conforme descrito no perfil do transportador.9 1. 2743 (kgf). A potência requerida para o redutor é no mínimo de 219. será utilizado o redutor padronizado: Redutor de velocidade de eixos paralelos. Tipo Y2 2120. IP(W) 55 Marca WEG ou similar.9 segundos. Categoria N. Ff  974. FALK ou Similar.8.09. 60 Hz.25 toneladas.1) Especificação do Motor: Motor Assíncrono de Indução Trifásico.1) Especificação do Freio: O Freio será utilizado para que o material descarregado durante a parada do transportador seja no máximo de qf = 0.4 (HP) (2 x 109. 6 pólos. 1185 rpm.830 A redução deve ser: i n m 1185   17. 8. A Força de Frenagem é definida na expressão: Ff  MV  Te tf O valor da massa total do transportador é calculado conforme Manual dos Transportadores Contínuos e vale 4832.s2/m). Isolamento Classe B. Para atender o requisito de diâmetro do tambor de acionamento especificado de 830 mm. 150 HP.15 rps  69 rpm π  D π  0.6 kgf. Tensão 440 V. redução 17. a rotação de saída do redutor deve ser: nt  V 3   1. 9) Especificação dos Freios e Contra-Recuo: 9. Conjugado Nominal de 90.2) Especificação do Redutor: O redutor deve atender as condições de potência e velocidade da correia. tf  2000 q f Wm  V Substituindo os valores obtem-se o tempo de 3.15 (kgf ) O torque de frenagem será: Z f  Ff  R tambor 142 .7).m. O Fator de Serviço para a aplicação é 2.3 (kg. eixo de alta 1185 rpm. 280 (HP). carcaça 315 S/M.17 nt 69 Conforme informações de catálogo. m). 143 . 9. EMH ou similar. torque de serviço 585 (kgf. Torque Mínimo 2820 (N. portanto é necessário o contra recuo. 70 rpm.25.015  Wb 2  Temos que: 1661. A figura abaixo mostra um detalhe da estrutura do transportador em forma de galeria. sendo especificado o freio: Freio Eletro-Hidráulico Tipo FNN 2530. 10) Projeto da Estrutura do Transportador: A seguir são apresentados alguns detalhes do projeto da estrutura do transportador.015  Wb  2     O valor calculado é: Zc = 585 (kgf.m). Torque Máximo 6330 (N. Eixo 150 mm. Polia de 630 (mm).m).4 > 251.m).O valor calculado é de 404. O torque do contra recuo é definido na expressão:  L  Z c  R tambor   H  Wm   K x  K y   Wm  Wb   0. os roletes de carga. Pode ser observada as duas passarelas laterais.m).2) Especificação do Contra-Recuo: O contra recuo deve ser usado quando: H  Wm   L  K x  K y   Wm  Wb   0. A especificação do contra recuo é: Freio contra-recuo tipo HD-4A. da marca FAÇO Stephens Adamson ou Similar.3 (kgf. roletes de retorno e a seção da estrutura com cobertura total. Figura 41: Conjuntos de Motorização e Tambor de Acionamento A estrutura de um vão do transportador é representada pela figura abaixo. Observar a utilização de duplo acionamento no tambor. A estrutura do transportador deve fixar todos estes equipamentos. Vista das Passarelas e dos Roletes de Carga e Retorno Os principais componentes do sistema de acionamento são apresentados na figura abaixo.Figura 40: Seção do Transportador. Figura 42: Detalhe de Um Lance da Estrutura em Forma de Galeria 144 . Vista da Correia.Figura 43: Detalhe Interno do Lado Direito da Galeria. Roletes de Carga. Passarela e Guarda Corpo Figura 44: Vista Geral do Transportador 145 . Figura 45: Detalhe do Conjunto de Acionamento. Acoplamento Hidráulico entre Motor e Redutor 146 .
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