Digestão Dos Peixes

March 29, 2018 | Author: Eloiza Silva | Category: Bile, Gastrointestinal Tract, Stomach, Digestion, Human Digestive System


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Universidade José do Rosário VellanoUNIFENAS Programa de Mestrado emCiência Animal Digestão dos Peixes Mestranda: Eloiza de Souza e Silva Ribeiro Professora Dra. Laura Helena Orfão Introdução  Hábitos alimentares: Detritívoros Eurífagos Estenófagos Monófagos Introdução  Hábito alimentar pode mudar no decorrer da vida: ◦ Juvenil alimenta-se de zooplâncton; ◦ Adulto alimenta-se principalmente de plantas.  Apresentam adaptação do Sistema Digestório conforme a especialização requerida: ingerir, digerir e absorver.  Filogenia: fator importante construção sistema digestório espécies hábitos alimentares diferentes, com famílias distintas e sistema digestório muito diferente ESTRUTURA SISTEMA DIGESTÓRIO Peixe cartilaginoso Peixe ósseo http://gracieteoliveira.pbworks.com/w/page/37141815/Pisces http://gracieteoliveira.pbworks.com/w/page/37141815/Pisces Cavidade Bucal e Faringe  Associados com a apreensão e seleção do alimento a ser ingerido;  Função dos dentes relacionado com sua forma:  Dentes formato agulha (segurar ou perfurar as presas);  Dentes bordas cortantes( cortar a presa em pedaços menores);  Dentes faringeais (triturar vegetais ou matérias rígidos – ação enzimas digestivas – aumenta superfície de contato); Carpas comum- Cyprinus capus http://www.fishbase.org/Photos/PicturesSummary.php?StartRow=5&ID=1450&what=species&TotRec=2 . Espécies planctófagas e detritívoras: modificações nos arcos branquiais (rastros branquiais) – rede capturar plâncton.fishbase. http://www.Cavidade Bucal e Faringe • Espécies planctófagas: não apresentam dentes.php?Genus=Hippocampus&Species=hippocampus# • • Cascudos (raspadores de substratos – boca com formato de uma ventosa com papilas adesivas para facilitar a adesão ao substrato).org/Photos/ThumbnailsSummary. .Cavidade Bucal e Faringe  Arcos branquiais:  Porção anterior .  Porção posterior – Rastros branquiais.  Água carreia partículas de alimento para o interior da cavidade oral: ◦ Partículas passam pelo rastros branquiais (filtros) e são direcionadas para o esôfago.Filamentos branquiais (respiração). Fluxo de água não é perpendicular aos rastros branquiais Partículas maiores ficariam presas – filtração interrompe Permaneceriam sobre os rastros branquiais . Cavidade Bucal e Faringe Fluxo de água carreia partículas paralelo aos rastros branquiais . Cavidade Bucal e Faringe Rastros Branquiais Arco Branquial Filamentos Branquiais Rastro Branquial Distância entre os Rastros . . grossos e limitado ao primeiro arco branquial – função facilitar apreensão da presa.000 µm.  Espécies planctófagas: capazes de filtrar partículas de alimento (ou plâncton) na faixa de 5 a 3.  Espécies carnívoras pode apresentar rastros branquiais:  Curtos.Cavidade Bucal e Faringe  Decorrer do tempo os rastros ficam obstruídos pelo plâncton e o peixe apresenta respostas ANTIFILTRADORAS:  Fortes contrações operculares reversas “tosse” para “cuspir” o plâncton acumulado e limpar os rastros. kuleuven-kortrijk.se/Photos/ThumbnailsSummary.kuleuven-kortrijk.php?ID=1696 Copépodos (crustáceo) Peixes maiores https://www.Cavidade Bucal e Faringe Peixes jovens e menores – capturem maior proporção de presas menores Ostracoda (artrópode crustáceo diminutos) Chirostoma estor https://www.be/kulakbiocampus/insecten-ongewervelden .aumenta espaço entre os rastros branquiais http://fishbase.be/kulakbiocampus/insecten-ongewervelden Cresce. org/Photos/PicturesSummary.org/Photos/PicturesSummary.php?ID=2&what=species Pirapitinga – Piaractus macropomum http://www.fishbase.fishbase.Cavidade Bucal e Faringe Tilápia nilótica – Oreochromis niloticus http://www.php?ID=5808&what=species Sistema de filtração pelos rastros branquiaisauxiliado por camada de muco Partículas alimentares grudam no muco – seguem para o esôfago pelo fluxo de água . pescaalternativa.php?ID=4757&AT=traira Presa próximo a boca.com.Peixes predadores Truta Arco íris – Oncorhynchus mykiss http://www.túnel serve para estender a cavidade bucaldireção a presa Aumenta eficiência de sucção .org/Summary/SpeciesSummary. sugando a presa Projeção da mandíbula.fishbase. abaixam a mandíbula e dilatam o opérculo.br/truta-arco-iris Traíra – Hophias malabaricus http://www. aumentando a cavidade bucal e opercular O aumento dessa cavidade provoca rápida entrada de água na boca. levantam o crânio. Peixes predadores Crânio Opérculo Brânquias Mandíbula Cavidade opercular Cavidade Bucal dilatada dilatada . Cavidade Bucal e Faringe  Peixes predadores – Ictiófagos: ◦ Lebiasina boruca:  sugam a presa e quando capturam pela porção posterior. o predador cospe-a fora para engoli-la novamente na porção anterior. . com.br/2009/09/disgestao-comparada-dos-cordados.html  Possuem células mucosas que produzem muco para lubrificação. http://biologiafundamental.com.blogspot.Esôfago  Liga cavidade opercular com o estômago. .html http://peixes2010.br/p/as-nadadeiras-as-nadadeiras-sao-orgaos.blogspot. com.Esôfago  Apresenta-se longos nas Enguias (Anguilliformes) e no Muçum (Synbranchus marmoratus): http://www.fishbase.org/images/species/Elele_u3. .br/2014/11/mussum. parede espessa e de difícil identificação na maioria dos Teleósteos.jp http://abcdapescaria.html  Usualmente é curto.blogspot. http://silurus. (Mandi).  São mais distensível em espécies que comem alimentos em grandes pedaços: Ex: Traíra e Pimelodus sp.  Separação baseada nas pregas da mucosa (análises histológicas).Esôfago  Não há esfíncter cardíaco separando esôfago do estômago.br/portfolio/traira/ .pisciculturasaojeronimo.acnatsci.org/ACSI/field/Axce2004/species/pimelodidae.html http://www.com. tw/images/species/prnig_u1.Esôfago  Espécies detritívoras (Prochilodus affins) e herbívoras (Leporinus reinhardti) apresentam-se menos distensível: http://fishbase.jpg .fishbase.sinica.edu.jpg http://www.se/images/species/Lefri_u6. Estômago  Armazena temporariamente o alimento.  Desempenha funções mecânicas .auxiliam na trituração do alimento e no início da digestão. . jpg http://i46.gov.br/storage/discovirtual/galerias/imagem/0000000091/0000009625. http://portaldoprofessor.tinypic.mec.com/2mwfpc5.Estômago  Formato variável (mesmo em espécies de mesmo hábito alimentar).jpg . ou muito numerosas (Acestrorhynchus.Peixe cachorro): http://www.fishbase.jpg http://www.  Estômago geralmente elástico (três a quatro vezes seu tamanho).fishbase.org/images/species/Holac_u0.Estômago  Peixes ictiófagos:  Deglutem a presa inteira.  Ocorre distensão: pregas longitudinais da mucosa muito espessas (Hoplias.org/images/species/Acmin_u0.jpg .Traíra). .  Mucosa Gástrica: ◦ Possuem células endócrinas e mucosas.Estômago  Glândulas Gástricas: ◦ Possuem células oxinticopépticas:  Produzem ácido (HCL) e enzimas. us/images/thumbnails/jpg/tn_Tiren_m0.6.jpg .estômago com alimento extremamente ácido: pH 2.Estômago  Maioria das espécies .br/truta-arco-iris  Tilápias: pH pode apresentar ainda mais baixo – auxilia quebra parede celular das algas.2.com. http://www. http://www.4 – 4.pescaalternativa.  Truta-arco-íris: secreção ácida no estômago.fishbase. pH em torno de 0.  Para evitar excessiva alcalinização do meio intracelular.íons HCO3.Estômago  Secreção H+ no lúmen do estômago é feita pela bomba de K+/H+ (ou K+/H+ ATPase).são transportados para o sangue pelo antiporte CL-/HCO3. .  Propiciando ao mesmo tempo a passagem de CLdo sangue para a célula oxinticopéptica. que passa para o sangue depende da intensidade da secreção de HCL.  Criando “maré alcalina posprandial” (sangue torna-se mais alcalino logo após a refeição).para o lúmen estomacal dá-se através de um canal de CL-.Estômago  A saída de CL. .  A quantidade de HCO3. Geophagus brasiliensis http://fishbase.Estômago Peixes detritívoros Tainhas .Mugilidae Curimbata .jpg http://www.org/images/species/Prlin_u0.org/images/thumbnails/jpg/tn_Gebra_u7.jpg Alimentam-se Zooplâncton Acará .Prochilodontidae http://www.ittiofauna.jpg .org/webmuseum/pesciosse i/perciformes/mugilidae/liza/lizaaurata/images/liz a_aurata02-500.fishbase.  Grande quantidade de musculatura e com fortes contrações para fragmentar o alimento: ◦ Auxiliado por areia e/ou material sedimentar. alga e diatomáceas.  Composto por duas regiões: ◦ Cárdica: digestão química.Estômago  Baixa capacidade de armazenamento. ◦ Pilórica (moela): trituração – quebra parede celular de bactérias. . 4 (alcalino) – dissocia os complexos proteínatanino encontrados em algas marrons Algumas espécies de carnívoros Não possuem estômago Alimento segue do esôfago direto para o intestino .Estômago Alguns peixes detritívoros e herbívoros (Ex. Família Cyprinidae Trituração realizada por dentes faringeais Acheilognathus asmussii Peixes comedores de coral (matéria orgânica animal e carbonato de cálcio) pH da porção anterior do intestino é 8. ◦ Apenas um tubo. ◦ Pode apresentar em algumas espécies Cecos Pilóricos.Intestino  Funções: ◦ Completar digestão iniciada no estômago.  Anatomia: ◦ Longo tubo com pregas. . água e íons. ◦ Absorver nutrientes.  pH neutro (7.Cecos Pilóricos:  Adaptação para aumentar área do intestino proximal.  Ausentes ou reduzidos em herbívoros e em peixes sem estômago. . detritívoros e onívoros.5).  Mais desenvolvido em carnívoros.0 – 7.Intestino .  Responsável: grande parte da digestão de lipídeos e proteínas.Intestino .  Participam da absorção de aminoácidos.  Recebem secreções pancreáticas e biliar. lipídeos.Cecos Pilóricos:  Número e formato variam de espécie para espécie e mesmo entre exemplares do mesmo tamanho e da mesma espécie. . água e íons. carboidratos. Intestino  Característica Básica . .  Segunda parte: responsável pela entrada de macromoléculas por pinocitose. aminoácidos e ácidos graxos.Teleósteos: ◦ Presença de pelo menos dois segmentos intestinais:  Primeira porção: ocorre absorção de nutrientes em suas formas menores – monossacarídeos. ◦ Carnívoros. ◦ Peixes fase juvenil inicial: Ex. quando passam a ser ictiófagos. Herbívoros e detritívoros. . Traíra – insetívoros. apresentam intestino mais longo que adultos. detritívoros e herbívoros: intestino é longo. Onívoros.Intestino  Comprimento intestinal: ◦ Aumenta na seguinte ordem: Carnívoras. possuindo mucosa mais espessa com maior dobras.Intestino  Herbívoros. onívoros ou carnívoros. detritívoros e onívoros: intestino possuí parede mais fina. ◦ muitos carnívoros apresentam cecos pilóricos (aumenta área intestinal) Observando área total de absorção no intestino (avaliando peso intestinal total) verifica-se que peixes de mesmo tamanho apresentam áreas de absorção semelhantes. . independente de serem herbívoros.  Carnívoros: intestino é mais espesso. Intestino: adaptações quanto ao Herbívoros e Detritívoros hábito alimentar Carnívoros . ◦ Não passa direto como no resto do intestino. .Intestino  Peixes carnívoros com presença de cecos pilóricos: ◦ Trânsito alimentar é retardado – alimenta entra no saco “fundo cego” e retorna pela mesma via. íris) ◦ Não possuem essa capacidade.  Peixes carnívoros: (Ex. Truta.arco. ◦ Resposta as mudanças na dieta.Intestino  Peixes onívoros e herbívoros: ◦ Capacidade de alterar a estrutura e as propriedades absortivas do seu sistema digestório. . ◦ Dietas de alta concentração de carboidratos não altera a estrutura do trato digestório nem a absorção de nutrientes.  Absorção reduzida. .Intestino  Peixes onívoros e herbívoros: ◦ Dietas com alta concentração de carboidratos:  São capazes de regular absorção de glicose de acordo com a quantidade de carboidrato fornecido na dieta  Estratégia energeticamente vantajosa  Ajustam capacidade de absorver carboidrato e utilizar de acordo com sua quantidade na dieta. . pode ser prejudicial:  Glicemia alta reduz apetite.  Não necessita de capacidade de adaptação do seu sistema digestório.Intestino  Peixes carnívoros: ◦ Sempre ingerem alimentos com baixa quantidade de carboidratos.  Porém se for alto os níveis de carboidrato.  Dieta não varia de forma significativa.  Dois tipos de secreção: ◦ Exócrina – pelas células acinares. ◦ Endócrinas. ou.Pâncreas  Pode apresentar-se difuso e se estender ao longo de todo intestino – desde a vesícula biliar e baço até próximo do ânus. . anteriormente ao fígado ou junto do intestino.  Em algumas espécies: restrito a uma ou duas estruturas localizadas junto ao baço. . quando este entra no intestino.  Protege a mucosa intestinal e aumenta atividade das enzimas que atuam nessa região. ◦ Bicarbonato:  função de neutralizar o quimo ácido do estômago.  Algumas espécies os ductos pancreáticos possui saída comum para o intestino com o ducto biliar da vesícula biliar.Pâncreas  Secreção exócrina: ◦ Enzimas e solução aquosa com bicarbonato (liberada no intestino ou cecos pilóricos). ◦ Bilirrubina ou compostos semelhantes resultante da quebra do grupo heme. localizado junto ao fígado e intestino.  Maior tempo de armazenamento bile resulta em maior volume. coloração mais escura. .Vesícula Biliar  Maioria dos peixes possuem vesícula biliar.  Armazena bile: ◦ Contém sais biliares (digestão de lipídeos) e.  Órgão oco. Perca-preta Neogobius gymnotrachelus (sem estômago) http://fishbase. Girella tricuspidata .org/images/species/Nemel_uc.jpg http://portphillipmarinelife. células caliciformes .jpeg Atividade proteolíticadetectada mucosa esôfago Região transição esôfagointestino (produção de muco e outras atividades enzimáticas –início digestão).Enzimas digestivas  Teleósteos: não se encontra nenhuma atividade enzimática na cavidade bucal.au/images/species/species_519852.net. Enzimas digestivas  Estômago: enzimas proteolíticas (pepsina)     Maioria dos peixes. Maior atividade em pH ácido . Importante carnívoros (Ex. Traíra e Pintado). esterases e lípases. Alimentação de crustáceos: mucosa gástrica produz quitinases. Outras enzimas: amilases. Enzimas digestivas  Secreção Pepsina e HCL: ◦ Hormônio Gastrina:  Produção: Mucosa estomacal ou intestinal. . ◦ Serotonina (neurotransmissor cerebral):  Produção também ocorre nas células cromafins do estômago e intestino.  Quebram quitina: quitinase. elastase. colagenase.  Quebram lipídeos: lípase.  Quebram carboidratos: amilases – α amilase. . quimiotripsina. fosfolípase A2 (presença de triglicerídeos e fosfolipídios intestino).Enzimas digestivas  Maior parte da digestão ocorre Intestino e Cecos Pilóricos (quando presente): ◦ Pâncreas produz enzimas e libera intestino e ceco:  Proteolíticas: tripsina. carboxipolipeptidase.  Lipídeos: monoglicerol lipase. maltase e trealase. ◦ Intestino: produz enzimas completa digestão:  Proteínas: carbo – xipolipetidase. triacilglicerol lipase. . leucina aminopeptidase.  Carboidratos: sucralose.Enzimas digestivas  Peixes sem estômago: ◦ Início da hidrolise das proteínas – tripsina pancreática. Enzimas digestivas  Carnívoros: maior quantidade de enzimas proteolíticas.  Herbívoros: maior quantidade de amilases. ontogenia da disponibilidade do alimento Maior quantidade de amido dieta – aumento da atividade da amilase . De acordo com a dieta pode haver alterações na atividade enzimática Jejum: diminui atividade enzimática Depende da espécie. consegue digerir algas tratadas com antibióticos. toda ou quase toda sua produção originada de Bactérias simbióticas.Enzimas digestivas  Celulases: ◦ Encontrada em trato digestivo. . ◦ Exceção: herbívoro marinho Salema (Sarpa salpa).  Maioria dos peixes: boa parte das enzimas são reabsorvidas na região posterior do intestino. ◦ Maioria das espécies.  Alimentam de algas: possuem enzimas laminarinase – auxilia digestão das algas. com 35 9990-6795 .Obrigada! Eloiza Ribeiro Médica Veterinária eloizass1@hotmail.
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