diccionario SOUSA BASTOS.pdf

May 12, 2018 | Author: ferreira.laurinda7995 | Category: Actor, Molière, Arts (General), Science, Philosophical Science


Comments



Description

^^i ç:^'/"^V ^-''' -*'-^-.-.--í 'i ' /' ''1 t \ DICCIONARIO DO Theatro Portuguez W r / SOUSA BASTOS DICCIONARIO HO Theatro Portuguez OBRA PROFUSAMENTE ILLUSTRADA LISBOA Imprensa Libanio da Silva •2<j, Rua das Gáveas, 3i 1908 PM . . brilhante carreira do Iheatro. para que assim conheçam os vÍ7idouros essa trindade sublime do t/teatro portugue^: o seu fundador. Ao lado de Emitia das Neves. grande actor. tista. Sé abençoado por todos nós! Sousa Bastos . notabilissimo archora ainda a scena portuguesa a lua perda irreparável. difficil e ao mesmo tempo Punge-me a saudade do teu convivia. mais tarde ou mais cedo tem de ser perpetuado no mármore. para o apadrinhar com o teu nome glorioso.xemplo de quantos ainda hoje labutam na espinhosa. o seu reformador e o notabilissimo mestre e e. que tu foste. ao lado de Joaquim José Tasso. esse gigante da nossa scena.MEMORIA José Carlos dos Santos A ti. dedico este trabalho. o maior génio que tem deslumbrado o nosso Iheatro. ha de ser immorredouro José Carlos dos Santos.A' . ao lado de Gil Vicente e Garrett. O artista incomparável. grande mestre do Iheatro portugue\ á tua inolvidável memoria. . visto que os mestres se não dispõem á espinhosa tarefa. B. 6'. Não sou certamente dos mais competentes para emprehender tão árduo e difficil trabalho. Isto representa em todo o caso grande somma de trabalho. agrade- çam-me ao qienos as boas intenções. e depois os competentes que a aperfeiçoem. Se com este trabalho não consegui os meus fins. que oxalá seja proveitoso. consultei. São raríssimos em Portugal os livros sobre theatro. todavia. porem. . lanço mão d'ella. mesmo se sabe e se cuida. faltando mesmo os mais elementares. na nossa litteratura.só DUAS PALAVRAS Isto não é uma obra litteraria nem pretenciosa. N'um paiz em que tanto se ama o theatro e tão pouco ser. livros francezes e italianos. para auxiliar o emprehendimento. E' por isso que se impunha a neces- sidade d'um Dicciojiario do Theatro Porlugue^. aproveitando d'elles o que julguei conveniente para a obra. julgo útil esta publicação. Não o pod'elle deria dada a insufficiencia do auctor. que pudesse ser consultado pelos estudiosos e pelos que ignoram muito do que lhes seria indispensável saber. Pouco tinha a que recorrer na nossa terra. . Os cantores são Abaixamento de voz bastantes vezes e quasi repentinamente accommettidos de abaixamento de vo^. 1. para se dobrar e melhor se prestará arrumação. Muitas vezes são os espectáculos de opera interrompidos." linha. Muitos palavra abono como synonimo — . no começo da Abrir o theatro epocha. principalmente nas primeiras representações. Quando a Abreviaturas na marcação marcação de qualquer peça se faz no próprio manuscripto ou na brochura. levanta. V. aba/adores. lev. O mesmo se pôde dizer de qualquer peça ou de qualquer scena importante n'uma recita. Quando se trata d'uma casa d'espectaculos nova. o theatro fechar no meio de uma epocha e d'ahi a pouco recomeçar os seus espectáculos. diz-se que o theatro reabriu. que tem de ser inaugurada. i.» linha.i) — culo está completamente cheia. diz-se também que o novo theatro vae abrir as suas portas. que ordinariamente se prega com machasfemeas.Jui. Henrique a 4 . Se. Ca'-. Quando. devem estar promptas a poderem ser pelos porteiros rapidamente franqueadas ao publico. Assim são denominados os Âbafadores espectadores que. Musica executada pela orchesAbertura tra antes de subir o panno. Diz-se por exemplo a Abrilhantou o espectáculo o grande actor Taborda» ou «O espectáculo foi abrilhantado pela deliciosa peça A Ceia dos — : Cardeaes. Abafar — E' o que fazem os aba/adores nos theatros. E' máu indicio sempre que Abatimento um theatro soffre abatimento nos preços dos seus logares. porque não é portugueza. 50^. ouvem-se immediatamente os prolongados «schiiis!» dos apagadores ou aba/adores. e desc. durante os espectáculos. A palavra n'esse sentido é — mal empregada. a 6 sobe a 6. e assim rodeia e desce a 5.se aos assignantçs de certo numero de recitas. a 5 — Alberto a — a 3. — = — = = — successivamente. V. em caso de incêndio ou pânico.Henr. O abatimento costuma fazer. passa a — : um. que vae abrilhantar o espectáculo. pois que manifesta falta de concorrência. Carlos a 2 na 2. impedindo por diversas formas os applausos do publico sincero. E" sempre inconveniente abuAbusar — — — — a Abono faz a —O qualquer empregam adiantamento que a empreza artista ou empregado. como não ha espaço para mais. diz-se que está a abarrotar. causado por cançaço ou desarranjo nas cordas vocaes. per qualquer circumstancia.DICCIOiNARIO DO THEATRO PORTUGUEZ A Aba Peça saliente dos bastidores ou de qualquer reprego. -— rod. tratam sempre de impedir os applausos. Quando a sala do espectáAbarrotar — de assignatura. o que lhes não permitte dar as notas límpidas e os obriga a desafinar. Quando as palmas querem romper para festejar qualquer scena ou o desempenho de qualquer artista. diz se que o theatro vae abrir. sem que n'ella caiba mais uma única pessoa. Symphonia. Diz-se de um bom artista Abrilhantar que vae tomar parte n'um espectáculo. Todas as portas de sabiAbrir para fora da do theatro devem abrir para o exterior do edifício e. um theatro dá o seu primeiro espectáculo.— 5. fazem-se as indicações em abreviaturas da segumte forma p. porque qualquer cantor soffreu um abaixamento de voj e não pode continuar cantando. Júlia a 3 também na 2.se. =^ Aib. senta se a 3. Eduardo. arriscamse a Marquez de Pombal serem desfeiteados. Júlio Vieira. mesmo aquelles que são mais estimados. Baptista Machado. José Romano. Garrick. Se a todas estas qualidades. onde só o lhes concedeu foros de cidadãos. Picard. Moutinho de Sousa. que adivinhou a escola realista. o actor reunir intelligencia e talento. em França.Leopoldode Carvalho. Cezar de Lacerda. Ha peças em um. José Romano. Entre nôs temos também a citar Gil Vicente. Costa Lima. entre nós. Izidoro^ distinctos. Felizmente hoje. os actores eram considerados funccionarios públicos. como qualquer outro cidadão. em todo o mundo civilisado. A actual divisão das peças em três. que dizia com a maior naturalidade e tinha uma expressão encantadora. Regnier. Pierre Berton e muitos outros. um bom patriota e um excellente chefe de familia. diz-se que foi acceita. pela verdade e naturalidade com que diz a phrase. Goldoni. Tudo isto não passava de grandes estopadas. Braz Martins e Baptista Machado foram mais festejados como auctores do que como actores. Legrand. conforme o género a que ella pertença. Furtado Coelho. cinco. Izidoro. Depois de Taborda. Lopes Cardoso. que abusam. Em todo o caso. Primo da Costa e o grande José Carlos dos Santos. O actor cómico distingue-se principalmente pela physionomia expressiva. quando o romantismo ainda nos dominava. mais em — rosimil. a dar saltos e cabriolas e a fazer caretas. ticos. Actor-auctor Sophocles e Aristophanes representavam os principaÈs papeis das suas tragedias e comedias. Beauvallet. Pedro Cabral. Os dois grandes poetas dramáticos Shakespeare e Molière foram também actores. o que quasi sempre fatiga os espectadores. deve sempre excitar o interesse dos espectadores. desempenhando qualquer papel. estes são ordinariamente divididos por intervallos.Act DíCCIONARIO mesmo acconteceu 10 Sar da paciência dos espectadores. O seu rosto era já de si um verdadeiro cómico e os olhos fallavam mais do que a bòcca. quatro ou cinco actos é inquestionavelmente a melhor. : — . e na alta comedia. n'uma revista. N'uma peça de costumes. ou quando muito quatro. Os actores. em diversos paizes. ao mesmo tempo que ve- Acção — E' . E' sabido que Eschylo. Cezar de Lima. muitos actores cómicos teem tido enorme agrado. Bernardo Arejões. V Gesto. Uma opereta ou uma comedia não deve passar de três actos. no Brazil. Muitos dos citados maior gloria alcançaram como auctores do que como artistas. E' aquelle que representa Actor cómico com graça e arte os papeis cómicos. António Mendes Leal. Entre os gregos a profissão d'actor foi muito honrosa. Salientaremos acima de todos o grande Taborda. — São no theatro os adereços Accessorios ou pertences de scena indispensáveis. Sahindo d'esta regra. dois. três. — foram auctores dramápara exemplo. sendo aliás clara e impressionante. Leoni. mas que eram também primorosos actores cómicos. seja fértil em situações e cheia de surpresas. Moniz. fica para ser mais tarde representada. O actor acanhado prejudica sempre os papeis de que se incumbe. Ha galans cómicos. mais ou menos complicado. E' assim chamado o individuo Actor que apparece no palco. Alem d'estes celebres escriptores. Cezar de Lacerda. Também ha peças em que os actos se succedem sem intervallo. António José de Paula. Foito. quatro. ou mesmo n'uma farça a acção pôde ser ligeira mas n'um drama convém que. e ás vezes seis actos. Nos dramas está geralmente admittida a divisão em cinco actos. parte dos quaes era brilhante no drama. Abel. dominando mesmo o publico. Moreira. pôde ser um homem honesto. em quatro noites Alexandre Dumas dividiu para três noites o seu Conde de Monte Christo ! A obra de Hardy Os castos e leaes amores de Théagene e de Chariclée era uma tragedia que se não representava em menos de oito dias I. Assim. ou menos Basta. Entre — um do. na Inglaterra. Portugal. depois de lida. Quando uma peça tem mais — — — de um acto. pelo gesto sóbrio e pelo olhar que o acompanha. Em França por muito tempo pezou sobre os actores uma verdadeira excommunhão. Carvalho. hoje intoleráveis. Baron. dos mortos temos que recordar: António Pedro. Braz Martins. Dias. foi Quando uma peça Acceitar uma peça entregue n'um theatro e. Iffland. Em Portugal tem havido notáveis actores cómicos. Samson. citar na AUemanha. O grande Wagner fez cantar com o titulo O annel de Niebelung quatro operas seguidas. O acanhamento é grande deAcanhado feito no theatro. Apoilinario d'Azevedo. muitos outros actores. . O ! . na Itália. António Mendes I^eal. Em Roma. citaremos ainda alguns actores. reconhece-se que o actor. centros cómicos e ainda os antigos lacaios. por exemplo. ou com gestos impróprios. soltando phrases inconvenientes. Raríssimas são as que teem mais de seis. Got. que teem de ser representadas em mais de uma noite. Nas suas grandes festas theatraes. receberá todas as honras e provas de consideração. o actor desenvolto e o actor acanhado ha meio termo que dá sempre bom resulta- o enredo da peça. Faria. Vasques. Accionado E' a principal divisão de qualquer Acto obra dramática. Auctores tem havido que estendem as suas obras dramáticas ou lyricas a tal ponto. o mister d'actor era exercido por estrangeiros e libertos unicamente. pelo contrario. Brêa. assim se diz que tem boa ou má acústica. Alfredo Carvalho. a que apenas mudam o local da acção para Hespanha e os nomes dos personagens. entre outros: Clairval. Rosa Damasceno. Furtado Coelho. Emilia Eduarda. Pereira do Gymnasio Pinto de Campos. — e Virgínia. Marianna Torres.João Rosa. Epiphanio. Rosa (pae). Lucilia Simões. Emilia Adelaide. Ludovina. guez Amélia Vieira. foi o theatro Provisório. é necessário que tenha sofTrido modificações importantes.'"' Luzy. porque era repugnante ver papeis idioma magnificas adaptações. Em Portugal. Heliodoro. Pedro António. Rosa pae. Maggiolly. Dos que felizmente ainda vivem é dever citar: Brazão. aperfeiçoando o repertório. Theodorico Theodorico Júnior. Actrizes mais notáveis do theatro portnAdelina Abranches. Moniz (pae). Gil Vicente. Barbara Volckart. como são o Fallar verdade a mentir que Garret extra- í . Marcolino. n'uma troça e n'uma gargalhada permanente. Entre nós. Thomasia Velloso. Hermínia. Audinot. todas as principaes a teriam. taes foram. Florinda Toledo. fazendo parte de companhias que davam espectáculos nas feiras de Samt-Germain e Samt-Laurent. Tasso. José Antónia do Valle. Francisco Fructuoso Dias. Montedonio. M. Bernardo. Delfina do Espirito Santo. Carlota Taiassi. Florinda Macedo. José Ricardo e Mattos. No começo da arte dramática. começando nas feiras.DO THEATRO PORTUGUEZ Moniz. já no caracter dos personagens. Tasso e Theodorico. e theatros de feira tem havido onde se representa tão bem ou melhor que n'alguns de segunda ordem. ao contrario. etc. Depois foram melhorando as companhias. chegam a classificar de originaes as peças francezas. Cecília Rosa d'Aguiar. Catharina Talassi. que. Santos. Anna Cardoso. Anna Pereira. SargetJas. Cezar Polia. Assis. Ribeiro. Em Roma. já na construcção da phrase. Laruette. Lucinda do Carmo. Mais tarde foram apparecendo os actores de feira e representavam por forma que o publico eslava constantemente dialo- Ada — de ingénuas e elegantes desempenhados por machaca^es. Eduardo Brazão. Em calão «Actor de panno de fundo» theatral classiHca-se assim o actor que faz pequenos papeis e esses mesmos mal desempenhados. Cezar de Lima. chegaram a bons actores cómicos. a começar pela Opera de Paris. Felizmente cedo acabou tal prohibição. Ventura e Vi- V. Izidoro. Pereira do Gymnasio. No Rio de Janeiro o theatro que melhor acústica tem tido. apenas se davam espectáculos com marionettes. Actores de feira Em França ha muito tempo que os havia. — E' a parte da physica que trata Acústica do som. podendo citar-se em França alguns que nas feiras começaram e mais tarde foram verdadeiras notabilidades. — gando para o palco. Angela Pinto. Joaquim d'Almeida. Augusto Rosa. I. Eugenia Camará. nos theatrinhos das feiras das Amoreiras. Em compensação temos no nosso feita sos. Belém e Campo Grande. Gertrudes Rita da Silva. Emília Letroublon. Em Portugal alguns se podem citar que. Augusto Rosa. Ribeiro. Os homens mais competentes teem feito as maiores experiências sem resultado satisfactorio. Assim se classihca geralAdaptação mente o trabalho de accommodar ao idioma e aos costumes d'um paiz a peça que foi n'outro de linguagem e hábitos diverAlguns escriptores teem erradamente chamado adaptação ou accommodação á obra a que apenas mudaram o logar da acção e os nomes dos personagens. Valle. Santos. não attendendo a que as ha boas e más em todas as classes. Se existissem regras para dar boa acústica a uma sala d'espectaculo. Conforme se ouve bem ou mal n'uma sala d'espectaculo. as mulheres foram admittidas na scena. Assim também teem feito muitos escriptores portuguezes. foi prohibido ás mulheres representarem. não navia actrit^es. Domingos Ferreira. Pepa Ruiz. bastando recordar Joaquim Silva e Alfredo Carvalho.eoni. *é deficientissima. E' difficillimo dar boa acústica a uma sala. Taborda. chegando a occupar primeiros logares na Comedia Francesa e na Comedia Italiana. Nas feiras se tem creado bastantes artistas. no Actrizes distinctas jà fallecidas fim do Diccionario. Sargedas. Esther de Carvalho. Emilia Cândida. Vasco. Josepha Mesquita. Palmyra Bastos. e que não é raro na fidalguia encontrar mulheres devassas. Ferreira da Silva. Claudina Rosa Botelho. Carvalho. Marcolino. Josepha SoUer. Amélia Barros. Isto não basta. no fim do «Diccionario». n'esse ponto. Joaquim Silva. — ctorino. na Grécia. Actores distinctos jà fallecidos V. — — Lucinda Simões. Emilia das Neves. Manuela Rey. Actores mais notáveis do theatro portugnez António Pedro. um barracão construído ao acaso no local onde hoje existe um jardim publico. assim como ver no theatro senhoras dignas e virtuosas. Margarida Clementina. Joaquim d'Almeida. Augusto de Mello. antigamente. Leoni. A escrupulosa ramha entendia que era escandaloso consentir mulheres no palco. já no desenvolvimento da acção. Actriz E' assim chamada a dama que desempenha qualquer papel n'uma peça. sendo os papeis de mulher — — desempenhados por homens. Para se dar rigorosamente o nome de adaptação a uma peça. Barbara Leal. na praça da Republica. no reinado de Dona Maria I. Alguns escriptores hespanhoes não se contentam em chamar adaptações. pôde dizer-se que esse artista é adorado. para as bailarinss e até para as figurantes. se fazem ensaios como geraes de cada acto por si. a fim de que todos obegeral é o deçam ao mesmo diapasão. deve afinal-os antes da hora do espectáculo. peças. nos nossos theatros. na montagem dos pannos. é esta operação feita á vista do publico. — — scène. Anna Pereira.Age DICCIONARIO ser na palavra ou os casos. E' o que fazem Afinar os instrumentos os músicos d'uma orchestra. Entre bastidores são estes sempre classificados de conquistadores. um copo. Santos. Diz-se que se afina uma Afinar uma peça peça quando se apura. isto é. pois. vel. Este mesmo individuo superintende nos empregados. Manuela Rey Affectação rada e falsa Izidoro. gesto. e outros ainda. ao contrario. a Pobre^a envergonhada que Mendes Leal adaptou da peça franceza Les pauvres de Paris. um tinteiro. Dado este caso. E' o ralidade. que sob sua responsabilidade os guarda e os coUoca em scena nos seus respectivos logares. quando as massas sabem perfeitamente os seus logares e movimentos. Entre outros poderemos citar: Taborda. papel. que collocam a mobilia. A afinação e conveniente que seja feita no camarim da orches- — Em tra. tornando egual o desempenho dos artistas. scenographos. etc. ver se estão a altura conveniente. idiotas. mas tal não deve ser. Também quando os bi- um com antecedência muito procurados para qualquer recita. Rosa pai. Só depois de bem afinada uma peça deve doso e — á scena. cuida- Adereços — Tudo quanto na scena não é scenario. tanto no que diz respeito ao seu desempenho pelos artistas. por vezes companhias completas. Assim se chama ao individuo Aderecista que fabrica adereços e também ao empregado do theatro. — E' a com que forma artificial. fatos ou mobilia. mas todas . diz-se que esse theaaffluencia. finalmente todos os accessorios que a peça exige. fazendo arrastar os pannos no palco ou. ou as pequenas im- — portâncias que recebe durante o mez e que n'esse mesmo mez lhe são descontadas na occasião do pagamento. em sitio apropriado e bem visivel. pode no em ambos — outras. deve todos os dias. antes de começar o espectáculo. quando ha todo o cuidado na enscenação. com que afina um dos primeiros violinos. António Pedro. o artista allia ao seu grande talento todos os dotes exigidos para a scena e qualidades pessoaes que muito o distinguem. adereços: uma carta. se muda o logar da acção para o nosso paiz e se amoldam quanto possivel aos nossos costumes as scenas e os caracteres dos personagens. é detestácontrario da simplididade e natuE' um terrível defeito. estão muito altos. ou pertence de scena São. o Asmodeu. mas é raro. e que era adaptada por Cezar de Lacerda da obra franceza La part du diable. Nas esquinas affixam-se os carAffixar sobre os cartazes affixam-se os contazes tra-annuncios ou as mudanças de peças. Admirador O frequentador enthusiasta de qualquer theatro. pãesinhos e até de — cumpridor dos seus deveres. que depois o transmitte successivamente a cada um dos outros músicos. sendo uma d'ellas a modéstia e a outra a affabilidade para com o publico. Algumas tentativas tem havido em Portugal para — em França crear agencias n'este sentido . mas a maioria dos admiradores são para as actrizes. Afinar os pannos — O machinista. Este trabalho bem feito vale quasi um original. adereços. quando ao transportal-a para o nosso idioma. ciarinete que dá o «/a». para as coristas. pôde ter o nome de adereço. e algumas senta. ou se as cordas teem dado de si.. na coUocação da mobilia e pertences de scena. mandar descer os pannos para os afinar. A affectação e. guarda-roupa. finalmente. exagese declama ou repre- São muito usadas Agencias theatraes e principalmente em Itália. No palco. etc. antes do espectáculo. Tasso. scenario. ainda outros um actor em especial. uma bengala. Epiphanio. uma caixa de rapé. São raros os artistas que o conseguem mas alguns temos tido verdadeiramente adorados pelo publico. Adiantamento No theatro pode entender-se por adiantamento a quantia que o artista recebe na occasião de assignar o seu contracto e que depois lhe é descontado em prestações mensaes. mesmo para as menos talentosas. um relógio. affixam-se as tabeliãs de serviço e de multas e quaesquer avisos para os artistas e emir — . Diz-se que se adapta uma peAdaptar ça para portuguez. como á mise-en- hira do Menteur veridique de Scribe. E' o perfeito conjuncto d'uma Afinação peça. para se ver o conjuncto. Muitas vezes. lápis. que prejudica sempre a representação e por vezes a torna ridícula. mobilia. por intermédio d'ellas se contractam artistas. . peça que obteve o premio em concorrência com originaes portuguezes. dinheiro. uma bolsa. a orchestra tem apurado a sua parte e. Admiram alguns o repertório. chamados comparsas de scena. vestuário. tapete e adereços nos logares marcados. outros a companhia. Adorado — Quando pregados. Affluencia — Quando o publico concorre muito a tro tem lhetes são theatro. se diz que para esse espectáculo ha grande affiuencia aos bilhetes. varrer e sahir a comprar o que o artista manda. não deixando intervallos ou aberturas e ficando exactamente ao nivel do palco. N'isto entra muito a arte. Augusto. também — — — chamados alfayates. Telmo. São as aberturas no palco. O nosso meio c pequeníssimo para as sustentar e os contractos fazem-se directamente j:om as emprezas. Diniz. Taborda. deixando. assim como para os coristas e outro para os comparsas.. da distincção dos personagens. O um um Aligeirar uma qualquer de scena — Quando uma scena uma peça parece pesada e ex- Alçapão obrig'a a abrir novos alçapões^ de maiores dimensões ou de feitio especial. da belleza de estylo. Joaquim d'Almeida. Aluguer de cadeiras E' costume nos nossos theatros haver cadeiras para alugar quando as que estão nos camarotes não chegam para as pessoas que d'elle assistem aos espectáculos. ajudam a vestir ou despir os actores. Artistas temos tido verdadeiramente alegres na scena. Tapete. Sargedas. fazer por alli a ti- tensa. montagem de uma peça — por ordem da policia. maior serviço que estes fazem é guardar os camarins. O palco deve ser construido de forma que facilmente se possam abrir os teem morrido i\ — alçapões precisos. envidraçadas. Deve haver a maior cautella na confecção dos alçapões. para vestir dois ou três dos inferiores ha também sempre um alfayate. possuir o dom de commover os espectadores. Valle. Ha alfayate para cada ura dos primeiros actores. Impropriamente se lhes dá o nome de a/f a/jões. quando verdadeiramente são corrediças. Uma das primeiras qualidades do Alma actor é ter alma. Alta comedia Dá-se esta denominação á peça que vive principalmente do dialogo brilhante. Hermínia. Ha-os de duas classes no theaAlfayates tro. puxando as cordas que estão amarradas a um dos lados do palco. oblongos e até redondos. são incapazes de communicar qualquer sentimento aos espectadores. constituindo isso uma das suas primeiras qualidades para o agrado do publico. O preço do aluguer de cada — — — — . ou podem o ensaiador eos artistas aligeiral-a pelo movimento da scena ou pela forma de a declamar. alugar por diminuta quantia binóculos para serviço dos espectadores. a fim de que se não tropece n'elles ao andar em scena. nobres de coração. a animação no jogo de scena. coristas e figurantes. Citarei os seguintes: Alfredo Carvalho. se fazem correr. por Alçapões onde apparecem ou desapparecem rapidamente personagens ou objectos mais ou menos volumosos. do escolhido logar da acção. que não querem ir para o theatro carregados com os seus. isto é. durante CS espectáculos. A vivacidade no modo de fallar. pode o auctor aligeiral-a por meio de cortes ou substituição. com coberturas de ferro. Alcatifa E* uma qualidade preciosa n'um Alegria artista. Foito. da simplicidade ej finalmente. a agilidade nos movimentos. ao passo que outros. que. arrancar-lhes lagrimas e tel-os suspensos da sua palavra. Os verdadeiros alfayates são os que cozem no guarda-roupa. Os alçapões podem ser quadrados. a mobilidade na physionomia. Algumas vezes a ragem do fumo. aproveitando-se as divisões feitas de principio. pois ha entes cruéis e insensíveis que possuem a maravilhosa faculdade de commover. Assim se denominam Alçapões do tecto grandes aberturas feitas no tecto do palco. Joaquim Silva. Com a montagem de muitas peças o palco fica quasi cheio de alçapões e cairias de todos os feitios e dimensões. Luiza Fialho e Rosa Paes. Moniz. á primeira voz. Aluguer de binóculos Costumam os bengaleiros e porteiros dos theatros. José Ricardo. especialmente nos que triabalham no género cómico. V. César de Lima. em caso de incêndio. concorrem muito para a alegria que se communica aos espectadores e torna o artista querido. Brêa.i3 i)0 TllEAl KU l'UR'HJGUEZ Alu nascença. Izidoro. Os outros. Amphitheatro —Este nome foi dado pe- los romanos uma enorme construcção. honra seja á sociedade artística que ulti- — mamente dirigiu o nosso theatro normal. proporcionando aos espectadores magníficos logares donde se gosa todo o palco. que começou a ser edificado em Roma por Vespasíano e foi terminado por seu filho Tito. dizse que os arti^stas a apepinaram. N'estes. por amor á arte e por distracção. Aba/adores. que se distribuem nas ruas ou nos estabelecimentos. uns mais altos que outros. pois dá elegância e majestade á sala. mas os que mais os combatem não deixam de os empregar. concorre a boa enscenação e a profusão e boa combinação de luzes e focas. e só depois de o conhecer é que saberá como lhe convém representar. e outros se seguirão. de programmas. designada pelo Amphitheatro arena. e que contém muitas filas de logares. 14 cadeira é de cem réis. Amélia. que pôde e deve servir para os pannos de theatro. em que se apresenta o scenario mais rico e deslumbrante. foi o admirável monumento conhecido pelo nome de Colyseo. Dá-se este nome. além dos avisos na — — Amoroso se — Classificação que antigamente a secção competente. Apito Usava se n'outro tempo no theatro para avisar os artistas. quando assim convenha. affirmase que este foi apepinado. Anniversarios Os grandes homens do nosso theatro foram por muito tempo esquecidos. para saber de que humor elle está. O aparte é indispensável no theatro para dar a conhecer ao publico os sentimentos secretos que dominam um personagem.Apo DICCIONARIO te. na Gomédie Française e no Odéon. Os encarregados d'esta transacção são os porteiros dos camarotes. V. A disposição é felicíssima. «Apepinado» Diz-se que um papel íoiapepinado por um artista. Em Lisboa o único theatro que tem amphitheatro é o de D. tendo sido substituído pelas campainhas eléctri- em — cas.se por analogia o nome de amphitheatro á parte da sala de espectáculo que se eleva ao fundo. mas ha ainda assim a vantagem de tornar bem conhecidas a casa de espectáculos e a peça que está em scena. Dar vivacidade a qualquer Animação scena é sempre conveniente. representam em sociedades particulares. para subir e descer o panno. mas deixe perceber que cutores. já alli começaram a ser commemorados os anniversarios de Gil Vicente e Garrett. etc. Em França. — . nome de dam fazer amumcios em letras grandes. Quando o desempenho — — — geral é mau e a peça foi estragada. para mutações de scena. que interrompia a representação e cortava os effeitos da scena. em frente da scena. Póde-se ampliar uma peça. que se affixam nas esquinas. Curiosos dramáticos. Apagadores V. algumas emprezas man- dava aos papeis de galans dramáticos. por serem indispensáveis. No theatro dá. Os primeiros amphitheatros foram construídos de madeira. Hoje o apito inconveniente. São os indivíduos Amadores dramáticos que. Todos os amphitheatros que se seguiram. Apalpar O artista que deseja animar o seu papel com ditos mais picantes ou com mais vivacidade. e pelos jornaes. devem Tem comsigo mesmo. deve como que apalpar o publico. quando este completamente o estragou com uma falsa e exagefalia — rada representação. o não dirija ao publico. Quando o publico troça e apupa um artista. foram feitos á sua similhança. de que fazem parte peças ou trechos escolhidos entre as obras dos grandes poetas e um pequeno acto allusivo á vida do festejado. para o brilhantismo da apotheose. do balcão ou dos camarotes. quando está em scena com outros. O que é preciso. Annunoios Os espectáculos são annunciados por meio de cartazes. O artista que dá animação ao seu papel e o ensaiador que dá animação ao movimento de scena. principalmente n'uma primeira representação. O amphitheatro era quasi sempre circular. evitando assim um dos maiores perigos. Também. os melhores adereços e os primores de guardaroupa. E' uma substancia mineral de Amianto que se faz um tecido incombustível. Toda a forma de annunciar é proveitosa para os espectáculos. que se travavam os combates. Gorneille e Racine com espectáculos. é que o actor. em que tmham logar os combates dos gladiadores. concorrem sempre em grande parte para o agrado da peça. nas magiApotheose ao quadro final. e era na parle central. auAmpliar gmentando-lhe um acto ou scenas. e que não ser descobertos por cima da platéa. Felizmen- pelos seus interlosido muito discutida a inverosímílhança dos apartes. de maneira a não ser ouvido por elles. O mínimo que o annuncio pode produzir é o seu custo no jornal. nas primeiras paginas. jamais deixam de ser commemorados os anniversarios de Moliére. encarregado de um aparte. O que se construiu de pedra em primeiro logar. está completamente banido. A'parte Chama se assim á observação — — — ou reflexões que um personagem faz a si mesmo. que devem ter uma grande harmonia entre si. gritos inconvenientes e até se tem chegado a partir cadeiras e arremessal-as para o Âproposito — E' a certas peças. e em seguida a ratificação desse trabalho. mobília. fazendo-as repetir as vezes precisas até ficarem certas. DO THEATRO I^ORTUíiUtZ Nas peças de maior esplendor fazem-se apotheoses no Hnal de cada acto. Muitas vezes surge também um grupo de diversas figuras. ou algum incidente burlesco. depois de se armar uma vista apropriada. que semelhem o que a peça exige. possa observar toda a scena nos seus menores detalhes. mas nas peças — Depois de se provar Apuro d'uma peça qualquer neça e se verifica que os papeis estão certos. mostra-lhe os gestos errados. acertando com todos os personagens cada uma das scenas. Quando espontâneos e sinmelhor recompensa que um artista pode ambicionar. pois que apresenta enormes difficuldades a construcção de um edifício consagrado a representações theatraes. critica. ou outros quaesquer repregos. gos. Apezar de tudo. Apparição rece no meio d'uma gruta. Uma peça apupada não chega muitas vezes a ser toda representada. a expressão do rosto. que os âpplausos rebentam espontâneos da sala inteira. o talento superior de um grande artista electrisa por vezes os espectadores por tal forma. d'um bosque ou d'outra qualquer parte do scenario. além da forte pateada. da elegância das curvas. aguçada por qualquer successo politico. com a com- — . são a — Em Portugal os applauios manifestam-se principalmente pelas salvas de palmas. nas oratórias. Sem fallar do aspecto exterior que deve comportar o monumento. que appa- as precisas entradas. Actualmente perdem muito do seu valor. Quando assim acontece. começa a marcação. da pureza das linhas. — palco. de forma que o actor possa estar sempre em communicação com o publico. de qualquer logar que occupe.. melhoramento importante. Logo depois fazem-se os precisos ensaios com os papeis nas mãos dos artistas. etc. do conjuncto harmónico que no interior deve ofTerecer a sala. crime de sensação. ou mesmo nos sres. pois. procurando já a afinação e recitando como o devem fazer nas recitas. da graça e riqueza da decoração. que são inspiradas por um acontecimento recente e que teem por fim excitar a curiosidade publica. Este horrível invento acaba por fazer com que a platéa não applauda. também acto por acto e scena por scena. as apotheoses não só se vêem nas magicas phantasticas. começa o apuro. nas revistas. Âpplausos ceros. faz-lhe acertar as inflexões. e até nos dramas de grande espectáculo. No apuro cuidadoso e minucioso d'uma peça está muitas vezes o seu agrado e sempre um conjuncto apreciável. O ensaiador indica o caracter do personagem. são feitos por assobios. a conciliar coisas que parecem inconciliáveis. Os artistas dizem então os seus papeis. Alem de tudo. E' o preparo que se dá aos Apparelho pannos com massa ou coUa para depois seccarem e receberem a pintura scenographica. luctando a maior parte das vezes com a falta de espaço e a configuração defeituosa do terreno. janellas. — com Apparição — Assim se chama á chegada instantânea de qualquer figura. contém duas partes essencialmente distinctas. gradua-lhe o sentimento. l^or vezes.até que estejam perfeitamente decorados. O architecto tem. pois receia misturar os seus louvores com os dos mercenários. porque ditíicil é distinguir os âpplausos sinceros do publico dos que a todo o momento prodigalisa a claque. adereços. São muitas vezes dirigidos para Apupos a scena quando a peça desagrada por completo ou o desempenho está abaixo da. E' uma compliArchitectura theatral cada especialidade para os architectos. e que o espectador. Os apupos. o architecto tem a preoccuparse com as qualidades acústicas. Aro a classificação que se dá geralmente pequenas. a sala e o palco. acto por acto. quando o actor o comprehendeu erradamente. a voz. truído — i" peus de todas as edades de todas as condições e de ambos os sexos. em caso de sinistro. devendo ambos ter altura sufficiente para o movimento de scenario e machinismo. para o trabalho se poder fazer com regularidade e rapidez e também para se poder sair com precipitação e sem perigo. a facilidade de communicaçóes. de proporções tem a re- duzidas. são ainda hoje os melhores. No palco é egualmente preciso haver vastas escadarias e boas entradas e sabidas. pensar que o vestíbulo em que o publico se accumula. A — espada de páu ao lado. com o seu costume justo e sarapintado. é indispensável primeiro que tudo estabelecer o porão ou subterrâneo e a parte superior. aos foyers^ camarins dos artistas. perdendo os archivos^ perdem muito do seu valor. que. Tudo isto é d'uma extrema complicação e apresenta sérias difficuldades. qualquer Ária trecho que se cante a uma só voz. o auxilio de uma forte ventilação. Na musica dramática. E' preciso que os corredores e escadas sejam vastos e bem dispostos para facilitarem o accesso e principalmente a rápida evacuação da sala. principalmente em valiosos autographos. são algumas peças. Infelizmente em Portugal não existe um único theatro que corresponda ás condições exigidas. Alem do chão. Ha que estabelecer vastos reservatórios d'agua para acudir a qualquer Incêndio. Carlos e D.ensaiador. para seu uso. depósitos de scenario. a muito mais ha que attender. os levam comsigo. com os seus ligeiros saltinhos. de pouca duração geralmente. Arleqiiim que durante m. suas posturas extravagantes. ou o urdimento. Muito niáos são também os do Gymnasio e Principe Real. patheticas. que formam o repertório. na sua amável malícia. E' uma ária d'um género parArioso ticular. Era na verdade encantador esse pequeno Arlequim. salão de pintura. etc. seu andar subtil. ao mesmo tempo amoroso. e dotado d'essn excellenie qualidade de pro- . offereça todas as facilidades possiveis para a circulação attender aos salões. ficou ainda cheio de defeitos. E' a isso que impropriamente chamam archivo. segurança e imprescindiveis necessidades d'uma casa de espectáculos. Pantalon. Carlos e D. seu pequenino chapeode feltro elegar>temente deitado sobre a orelha. Pena é que assim seja. Arlequim Typo encantador na sua graça elegante e sagaz. O que todos teem. O da Trindade. Amélia. mas estão muito longe de satisfazer ás commodidades. o renovamento incessante do ar respirável. Os mais antigos. no século xvii. não sendo couplet ou rondo. manuscriptas ou impressas. a feliz distribuição da luz e do calor. Com respeito á scena. aos depósitos de casacos e bengalas e. a auctoridade competente ainda não olhou com attenção. subtil e alegre. Maria poderiam ter hoje uns archivos preciosos. pouco melhor o da Avenida e sem classificação o da Rua dos Condes. porque as empresas. que não forma nem o desen- volvimenCo. mettido n'um horrível subterrâneo. com os seus amáveis e alegres companheiros Scaramouche. que de ordinário se dá na musica dramática á ária propriamente dita. unicamente cheio de actividade para os seus prazeres e para os do publico. Maria II. é d'uma construcção bastante complicada. chama-se ária Estas po- — — dem ser dramáticas. conduzindo todas a portas de sabida. na sua esperteza teimosa e jovial. n"um theatro machinado. porque esses theatros. coristas. tem um péssimo palco. cheio de espirito e de gentileza. finalmente. destinada a dispertar no ouvinte uma mais sensação dramática muito intensa. Os theatros de S. Nos diversos pavimentos deve haver as mesmas medidas de segurança. pata o palco do qual. Em quasi todos os theatros actualmente não existe tal empregado. a todos os locaes indispensáveis n'um theatro. recta d'Italia. figurantes e comparsas. Arieta — Pequena ária. S. hábil em todas as tentativas. arrecadações. ponto e maestro. estando o serviço distribuído pelo . bello modelo que se pôde citar n'este género é o admirável arioso que canta Fidès no — O forma da palavra arioso indica sufficientemente a sua proveniência italiana. sua quarto acto do Propheta. ateliers de costumes e adereços. Ar- com a sua carinha alegre. sua pequena mascara negra.iitos annos foram a alegria e o divertimento dos eurovelin. d'um sentimento pathetiço e profundo. preguiçoso. cuja chave está confiada sempre ao ensaiador ou ao ponto. fértil em recursos. guerreiras ou burlescas. a boa disposição dos camarotes. que tem uma das nossas melhores salas e um perfeito systema de escadarias. o ultimo que se construiu. O theatro D. com as regras que a sciencia exige Archivista E' o empregado de theatro que tem a seu cargo a arrecadação das peças e musicas do reportório. Quando teremos nós um theatro cons- com Nenhum dos nossos theatros Archivos possue um archivo. e onde deve estar a bilheteira. Egualmente se devem proporcionar todas as commodidades ao gabinete da direcção. veio em linha lequim. A falta de archivos nos theatros difficulra extraordmariamente escreverse a historia da nossa arte dramática e musical. Tri- Leandro e Izabel. comilão. ApI DICGIONARIO i6 modidade dos logares.. Judiciosamente se devem empregar as massas em evoluções pittorescas e racionaes.° centro de D. ein geral pouco instruídos. Antó- nio José Ferreira. cómica. E' a denominação geArtista dramático nérica de todos os que pisam o palco. José Caetano Vianna . Maria II tro absoluto. um cómico o que canta. bastam para evitar que a platea arrefeça. Emilia das Neves e Sousa. em rial theatro. usada em todos os povos e em todos os tempos. Carlota Talassi úa Silva. podem arrefecer e fazer perder o effeito que se esperava de actor dramático conheceuma situação. um pouco mais de vigor dado á dicção de uma phrase. Tudo isto concorre para a perfeição da arte theatral. baionetas. o que dá a impressão de se estar ouvindo o folie de uma — — Arrumadores São os porteiros incumbidos de indicar aos espectadores os seus logares na platéa ou no balcão. em afrouxar. D'algumas d'essas peças foram auctores Saint-Foix. Actualmente só : se chamam arlequina- das pequenas pantomimas em que ainda entram Arlequim. cada um no que lhe diz respeito. escudos." amoroso ou galan de ponta de theatro. ou na maneira por que é interpretada." . Assim se chamavam ouArlequinadas tr'ora as peças que tinham Arlequim por principal personagem. o que depende do auctor. alfanges. Para esses arrancos engrossam a voz. utilidade. gambiarras e tudo quanto estiver pendurado. !.* característica. o que dança. dama cómica e central.* dama. O artista que bem sabe articular é sempre apreciado. do que ouvir um actor respirar violentamente. a fim de evitar o arrefecimento. aproveitar bem os bailados e. uma passagem. ao ouvido e aos olhos. António Maria de Assis. rompimentos. respiram brutalmente e dão gritos ensurdecedores. dama amorosa. Leandro e Colombina. um mimico . Uma denominação commum eguala todos os artistas que exercem esta profissão: artista dramático. O artista que representa a tragedia. 2. 1. carabinas. revolvers. utilidade. '7 DO THEATRO PORTUGUEZ Art vocar sempre o ri>o e a alegria em todos aquelles que o admiravam. Fortunata Josepha Soller. com o tim de tirar efleitos.» . sabres. velho cómico. em vez de gritarem: arria!^ dizem arreia! Um Artistas admittidos na abertura do theaPrimeira classe: . ain- da que por instantes. A arte theatral con siste em produzir verdadeira illusão na scena. Marivaux e Flo- — rian. em qualquer passagem da peça. que Armaria hoje raros theatros teem em Portugal. Entende-se por armamento Armamento — no iheatro as espingardas. tão variada nas suas manifestações como nos seus meios. ao silencio. chuços. dando lhes o resultado contrario. com rugidos na voz e aos guinchos. E' uma arte particularArte theatral mente complexa. centro. jamais deve deixar ao espirito ou á vista do espectador um instante de repouso. á hesitação. o que pertence ao actor. i. quando convenha.. Joaquim José Tasso.* dama central absoluta. outro centro.° galan. nunca deve que a acção puramente mate- pecialidades da acção theatral. O arrefecimento pôde produzir-se. Jose- Levy. Theodorico Baptista da Cruz. Joanna Carlota Frayão q' Andrade e Silva. á imaginação. apresentar com perfeição óptimos machinismos.° cómico absoluto. utilidade. outro característico. Victorino Cyriaco da Silva. e aproveitando para tal fim os ensaios. E' a palavra usada para mandar Arriar descer do urdimento ou da varanda os pannos. i. phina dos Santos 2. pistolas. — i — característico. Nada ha mais desagradável e mais fatigante para o espectador. estoques. Miguel Archanjo de Gusmão. João dos Santos Matta. o que faz pantomimas. José Maria Vannez.* dama cómica." dama absoluta. chama-se arrefecer ao que pôde dar logar. Delphina Perpetua do Espirito Santo. Algumas vezes convém tornar o dialogo mais conciso. Occasióes ha em que um gesto. punhaes. 2 ° centro utilidade. settas. uma sabida desleixada. 2. bamb&linas. Pronunciar clara e distinctaArticular mente as palavras. lanças.° amoroso ou galan de ponta de theatro. 2. i. Cassandra. São os exageros Arrancos dramáticos na declamação de uma parte de drama ou tragedia. cutellos. um movimento. Assim se designam as differentes es- scenica. o que só se alcança com a representação de obras de verdadeiro valor. pae nobre ou velho sério. poderão evitar que a scena arrefeça. é um trágico o que representa a comedia. e produzmdo por isso mesmo impressões d'um raro poder e de espantosa intensidade. Segunda classe: i. failando ao mesmo tempo ao espirito. Chrispiniano Pantaleão da Cunha Sargedas. e sempre incompleto. dor da scena. João Anastácio Rosa. O deposito de armamento. com costumes no rigor da epocha e bem confeccionados e magnifico scenario. i. um cantor. ou apressar a sua execução. em que a acção qualquer situação. espadas. Barbara Maria Cândida Leal. que alguns actores empregam.* central 2.• cómica. Ordinariamente os mestres dos nossos theatros. Ignacio Caetano dos Reis. galan cómico. Manuel Baptista Lisboa. forja em acção. Pierrot. centro cómico. ou macção. Arrefecer — No rino. Uma entrada intempestiva. \. espadins e toda e qualquer arma de combate. um dança- — — — — . interpretadas por actores de intelligencia e bom gosto. Epiphanio Aniceto Gonçalves. um hábil ensaiador. Maria José dos Santos. algumas recitas extraordinárias. Maria ' Velutti. Maria Cândida Mendonça. Sebastião Alves. Tam- — ». Júlio Vieira. Thereza Martins. de Lisboa. Wanmeyl. Isto pôde dar-se por não ter valor o artista e ser apenas aproveitado n'uma peça ou n'outra. — por notabilidades estrangeiras. Isto desperta a curiosidade. Josephina Cordal. quando os nhando uma pequena gratificação em cada recita. Os logares de assignatura eram os melhores e mais caros. Portugal. O assignante é obrigado ao pagamento. em forma de X e que — ajuda a sustentar as asnas do urdimento. Montedonio. Primo da Costa. Gertrudes Angélica da Cunha. Areias. João. Rita. de maferro. Romão António Martins. D'antes. ainAuctores anonymos da que raras. é auctor dramático. O emprezario. Barreto. Gervásio Corrêa e Beatriz Santos. mas o numero de recitas é sempre insignificante. nos começos das epochas. Maggiolly. Atellanas —Peças jocosas do theatro ro- — — — ds moscas Asnas deira ou as linhas — São as peças triangulares. géneros eram pouco numerosos. O desagrado nos nossos theaAssobiar tros manifesta-se por pateada. E' uma espécie de cruz. Georgina Pinto. Júlia Eufemia Marques. ga- — Em Em mano. Adélia SolPereira d'Almeida. dos preços porque se annunciou a assignatura. ouvem-se de mistura gritos Qassobios. Adelaide Amaral. Joaquina Rosa da Costa. Estevão Moniz. Carlos. É assobiando que em França se manifesta o desagrado a uma peça ou a um artista.— Auc blCGIONARlO 18 cantante. Carolina Emilia. Amélia. e S. Hoje a classificação geral de auctor dramático resume e reúne todos os géneros. José Baptista. Júdice. Amélia Garraio. Júlio Baptista Fidanza. Rosa da Silva Pinto. é o contracto que se faz entre um individuo qualquer e a empreza d'um theatro. Amélia da Silveira. Maria da Assumpção Radice. ordinariamente. A's noites França diz-se que representa au cachet o artista que recebe uma gratificação em cada noite que trabalha. adiantado ou nos prazos marcados. se abrem assignaturas . a apparente modéstia alcança as sympathias do publico. o emprezario tem de dar as recitas com os espectáculos annunciados e nos prazos estipulados. diz-se: «O theatro está hoje ler. Rodrigues. Margarida Cruz. é que se fazem assignaturas. Daniel Costa. feita com Aspas paus atravessados. no meio da assignatura. formadas pelo espectáculo de inauguração e pelas primeiras representações das peças que teem de subir á scena. Gusmão. Eugenia Camará. José Franco. José António da Silva. e foi inventada a classificação de dramaturgo para applicar aos que se davam á cultura do drama. — bém quando sitados os principaes theatros são vi- António Joaquim Pereira. Todo o escriptor que Auctor dramático — — trata de theatro e apresenta em scena peças suas. Artistas distinctos já retirados da scena V. todavia quando esse desagrado é grande e a pateada chega ao seu auge. um apro- — . dentro de um prazo marcado. está vasio. sobre cujo vértice assentam que sustentam o vigámento do ur- /» dimento. Para estas recitas. Assim se chamava antigaAssignatura mente aos primeiros logares da platéa antes de haver cadeiras e fauteuils. sem ter qualquer outra espécie de contracto. Para as companhias lyricas do S. hoje demolido. e. Rosa Pereira. Calão theatral para indicar A's moscas que o theatro não tem concorrência. no fim do Diccionario. theatro da Alegria. e auctor trágico áquelle que só escrevia tragedias. Por- — tugal. alguns auctores teem mandado para os theatros as suas obras sem declararem o nome que as devia subscrever. appareceu anonymamente no. Assignatura para espectáculos Em termo theatral. com que a empreza não pode arcar. Foito. Assim. Alfredo Magno. abrem uma pequena assignatura de seis ou sete recitas. muito amesquinham o valor que possam ter. variando entre quatro e dez espectáculos. Alguns actores substituem Atrevimento o desembaraço pelo atrevimento. aos que trabalham por essa forma diz-se que trabalham ás noites. Lupi. Algumas vezes. sem o pensarem. Por occasião do ultimatum da Inglaterra. Assignantes Nos theatros portuguezes muito pouco se usa hoje abrir assignaturas Èara os espectáculos. quando o povo portuguez andava furioso contra os Jieis alliados. Apenas os theatros de Maria II e D. Venâncio. Estes parece acreditarem que o publico é muito feliz em contemplal-os e ouvil-os. Emilia Brazão. Artistas com preferencia de escripturas José Gerardo Moniz. de Lisboa. André Macedo. Carolina Falco. reserva-se o direito de dar. Maria da Rocha. Também o emprezario tem de garantir ao assignante o camarote ou logar marcado na occasião de se effectuar o contracto. Ribeiro. a consciência que um artista tem do seu valor pela arrogância que quasi degenera em vaidade. Feliciano da Silva Pinto. o assignante costuma ter preferencia. isto é. Vasco da Gama Cabral. Júlio Sanl'Anna. Lopes Cardoso. Mais tarde baptisou-se com o nome de vaudevillista o que se occupava especialmente de vaudeville. Camillo. ou porque o artista tem muito valor e exige ordenado fabuloso. Artistas dramáticos portuguezes que morEsther de reram ultimamente no Brazil Carvalho. Virgílio de Sousa. chamava-se auctor cómico ao que só fazia comedias. Martins. do Porto. Sant'Anna do Príncipe Real. escripto pelo Ânctoridades theatraes os theatros de Lisboa estavam sob a vigi. o que era racional. mas sim «Assisti hontem á representação da Morgadinha». Nunca na tabeila. passaram todas as attribuições e toda a fisAutómato Um calisaçáo dos theatros para o governador boneco machinado. pezos. tempo ainda foi publicado o regulamento imita os movimentos dos theatros. abusos e prejuizos graves. Os mente confeccionado por quem nada perce. Pôde dizer-se de qualquer pe. rodas e nistrativa.autómatos são também chamados bonibia do assumpto. Só mais tarde se soubeque o auctor era o festejado escriptor Campos Júnior.do corpo humano.frates ou fantoches. é vulgar pregado de theatro que leva aos jornaes os annuncios e recla«Assisti a uma audição da Cárdizer-se men» ou «O maestro Augusto Machado deu mes e avisa os artistas e músicos para qualhontem em sua casa a vários amigos a audi.quer ensaio que se não tenha podido pôr ção de fragmentos da sua nova opera».punho do auctor. de lância directa do director do Conservatório uma peça ou de uma Dramático. Audição Avisador— É o em. Não ha muito cordéis ou arames. o que tem dado logar a excessos. Assim se chama o próprio Âutographo — — — : . — se diz: «Assisti hontem a uma audição da Morgadinha de Vai/lor». A Torpesa. mas a palavra é melhor applicada quanAutómato do se trata de uma opera. N'outro tempo original. Mais tarde partitura. Assim. que obteve um êxito extraordinário e realmente tinha bastante valor. que por eífeito de civil e para os commissarios da policia admimolas.-= ça. cheio de disparates e clara.'9 DO THEATRO PORTUGUEZ Avi posito. . na qual concorrem unicamente a dança e a — da bella musica. Na primeira classe estão ainda os baixos profundos. sem luz. que tem sempre um bello carnaval. as companhias de baile eram formadas por formosas mulheres. situações. dão algum resultado. E' a voz mais grave do homem. ou seja primeiro baixoy que também se chama cantante. Amélia. sem aceio. E' quasi um equivalente Baixa comedia da farça. os bailes eram estimadissimos. sem arte nem gosto e execiftadas por feias mulheres. múltiplas e sem análogas no dominio das artes. deliciosas. e sujo. que produz sensações extraordinárias. Carlos ultimamente ha só uma noite de espectáculo e baile. as Flores animadas. o Duende do valle. verdadeiras negações da arte. Em Portugal não se gosta de umas coisas que actualmente se apresentam como bailados e que não passam de caricaturas. Baixo Tem importante logar no repertório lyrico. A Trindade deixou de dar bailes na sala dos espectácu- — mimica e que é sempre pela musica. no theatro de S. Pouco concorridos são ainda os do Príncipe Real los.Carlos. Rua dos Condes e Avenida. Em S. linguagem e personagens Também — são quasi burlescos. Affirmase geralmente que em Portugal se não gosta de bailes. E' por vezes Bailadeira synonimo de bailarina ou dan- — çarina. mas applica-se pro- priamente ás que dançam bailados orientaes. Em quasi todos os Bailes de mascaras theatros de Lisboa se teem dado bailes de mascaras pelo carnaval. de qualquer theatro. onde a palavra ballerina é mais usada que a de dan^^atrice. em S.feira gorda. E' o Bailarina — nome que se dá também ás dançarinas de theatro. —A um theatro muito pequeno. Alem do grande valor das obras e e Real Colyseu. Não é assim. Por não darem resultado. Cailos. de magnifica plástica. Chama-se assim á comedia cuja acção. foi explendida a que dirigiu o notabilissimo dançarino e violinista Saint-Leon. como synonimo de borracheira. Bailadeira acompanhada de é gria Quando a acção do baile é obra um verdadeiro poeta e a musica inspirada. em Lisboa. Os bailes de D. do espirito e dos olhos. Maria foram em tempo os mais animados hoje. Os mais concorridos são inquestionavelmente os do D. sem commodidades chama-se uma dos camarins péssimos. começando a 8 de dezembio. para os — . a Esmeralda e outros.. Entre outras epochas. uma grande parte dos espectáculos era formada por lindos bailes. ou segundo. se diz que são verdadeiras baiúcas. de ha muito não ha bailes no Gymnasio. ainda assim. como o Saltarello. Também ha grande influencia nos bailes do Colyseu dos Recreios. um espectáculo adorável. No tempo em que. verdadeira ale- dando os unicamente no salão. Baiúca baiúca. que foi uroa verdadeira bagaceira. que também se classifica de baixo bufo. e por bons artistas dos dois sexos. na terça. B — lor e Diz-se de uma peça sem vaBagaceira do desempenho que ainda menos valeu. E' uma Baile de theatro acção scenica. sem ar. nome que vem do italiano. Basílio é o primeiro baixo e D. No Barbeiro de Sevilha D. distribuídos conforme houver sido determinado pelo pessoal dos é galeria — incêndios. fica Bambolina regia— E' a que Balde exactamente por detraz do panno de bocca e cae pela frente dos Bambolina regia Baile de mascaras Diaboy o Balthazar da Favorita. Antonucci (1860). No theatro D. Marcello Junca (1864). Tomam argura da scena e as suas extremidades assentam sobre o alto dos bastidores. . Balcão Chama-se assim á primeira galeria. Petit ^867). E' no género o — reguladores. em todos os planos. servem bambolinas de ares ou bambolinas de roupas. Quando o scenario não tem bambolinas próprias. E' o baixo cómico ou o seBaixo bufo gundo baixo de uma companhia lyrica. Hoje chama-se-lhe^de preferencia bambolina dos reguladores.* ordem ao que já ou amphitheatro. Amélia chama se balcão de 2. Baixo profundo E' a mais grave de todas as vozes.Bam quaes DICCIONARIO Fornasari (1840). explorando a charge. Francesco Uetam (1878). é o logar mais distincto d'um theatro e donde melhor se goza o espectáculo. O baixo profundo e sempre um primeiro artista. que. Baixos notáveis que teem cantado no Real Theatro de S. Ercolani (1890). em volta da sala de especta- foi escripta musica excepcionalmente grave. Eduardo DeReszké (1882). farças e operetas Com nome de baixo cómico ao segundo baixo ou baixo bufo. O balcão tem duas ou três filas defauteuils'. Bagaggiolo (1867). Bambolinas São grandes e largas tiras de panno pintadas em afinação com o scenano. referencia aos theatros lyricos. Baixo cómico — E' o actor que nas comeBambolina desempenha os papeis de centro burlesco. pelo menos. o Cardeal da Hebrea^ o Marcello dos Huguenottes^ o Leporello do D. Baixo cantante E' classificação que pertence a um primeiro baixo. n'uma scena aberta. Na classe de primeiros baixos devem ser comprehendidos o Bertram do Tioberto o — Balcão culo e que fica sempre na primeira ordem. Nannetti ( 1880). As emprezas dos theatros de LisBalde boa são obrigadas a ter no palco. Carlos José Naldi (1802). Vidal (1876). que executa peças de musica de excepcional gravidade. Nas companhias de opera-comica teem os baixos bufos um primeiro logar. etc. Bottero (1868). estão suspensas do urdimento.' — — para occultar á vista dos espectadores as gambiarras e tudo o mais que esíiver na toda a f>arte superior do palco. Bartholo o segundo. saliente. Perelló (1899). O balcão enfeita muito uma sala. João. — — mais brilhante. doze baldes cheios de agua. dá-se o dias. Mário (1897). Aldighieri (1876). assim chamado por apparecer sempre com grandes barbas. etc. Nos theatros barracas. N'outros o affastando um dos lados do panno. ordinariamente Batuta de madeira. Carlos — Personagem que comece. que alguns preferem por serem mais luxuosas.itutas de metal. São presos por ganchos aos tangóes que os sustentam e conservam em posição vertical. Bartolini (i832). um de cada lado. chamam-se bastidores machinados. o tambor. outras cobertas de lona. não só aos extranhos. Umas vezes são todas de madeira. Bary tonos notáveis que teem' cantado no Filippe Coletti Real Theatro de S. — . o Hamlet. Beneven- tano(i857. Bastidor mucliinado Squarcia (1864). com que os regentes d'orchestra batem o compasso e indicam os andamentos á orchestra ou aos cantores. da antiga comedia portugueza. composição da orchestra. Ancona Revnaud De-f. mais ou menos decentes. o Nevers dos Huguenottes. Ha também b. animaes sábios e marionettes. Pandolfiniii872). é expressamente prohibida a permanência nos bastidores. mas também o espaço que vae até á parede. uma única sonoridade. mas todas incommodas. Assim se chama á reunião dos Bateria instrumentos de percussão que entram na dois — Kaschmann(i88i) (i883). mas até aos artistas que não teem de ir para a scena. A bateria comprehende o triangulo. ou todas de lona.Fran- cesco Cresci Íi858).uca (1899). Battistini (18S9). o bombo e os pratos. ças (J'espectaculo. Canção. o Nelusko da Africana. que no theatro quasi sempre é cantada fora da scena. porque elles não teem. onde n'outro tempo só se viam saltimbancos. Bastão — E' uma vara grossa com que alguns contraregrasdão as três pancadas do estylo para começar o espectáculo. Merly (1868). Bastidores — Formam as partes lateraes do scenario. Giovani Giucciardi(i86i). N'alBastidor guns theatros estão ainda em Batons— Canudos metálicos contendo oma preparação para os artistas se caracterisarem. para apresentarem duas faces e portanto servindo em scenarios diversos. mais ou menos feias. o Pedro na £"5trella do Norte. Era assim designado o pae nobre. mas assim usado por não ter ainda equivalente entre nós. João. entende-se não só estes. conserva o meio termo entre o baixo e o tenor. que entram tocando Barbas em operas.^ taes como o D. — — Bastidores machinados tidores são preparados por — Quando os baS' forma a poderem — — (ibSy). Devoyod Menotti {1889). desdobrando-se. E' a voz de homem que. Nos theatros em que ha ordem e disciplina. imitando as dos barBarcaroila queiros ou gondoleiros de Veneza.- 23 DO THEATRO PORTUGUEZ uso para tal Bat tugal se Banda em scena — E* assim que em Porchama ás bandas ou fanfarras. operetas ou pe- fim as três palmadas. Victor Maurel (i8g3). Ha batons de diversas cores. e porque se ajustam ao tom da orchestra. o Guilherme Tell. (iqo5).. Ha barracas de muitos feitios. encontrando-se dois em cada plano. Cotogni (1871). Na bateria não entram os tympanos. Nas operas lyricas e operas cómicas são importantissimas as partes de barytono. sej transformar. O nome é francez. faz signal ao regente d'orchestra para contraregra. no Barytono canto. participando ao mesmo tempo de uma e outra. Regentes ha que gostam de bater o compasso e dar indicações com o arco da rabeca. Hoel na Dinorah. Quando se diz nos bastidores. Varesi (1842). como esses outros instrumentos. hoje ha companhias que representam todo o género de peças. Assim se denominam os theaBarracas tros de feira^que ordinariamente não passam de verdadeiras barracas. Pequeno bastão. Ganham n'alguns theatros uma pequena remuneração e n'outros são encargos gratuitos. de Lisboa. (Js Theatros de Lisboa por Juiio César Machado. é na arte o typo ideal. Origem da arte dramática por Licínio de Carvalho. A belleza physica ou moral encanta sempre o espectador. Mocidade de Gil Vicente por Júlio de Castilho. Historia critica do theatro por Luiz António d' Araújo. já porque tem de cortar com a peça do beneficiado aquella que muitas vezes lhe estava dando tral beneficio os theatros do Gymnasio Real. não consegumdo chamar concorrência por outra forma. é bella a sua execução. Beneficies d' artistas— Quasi todos os artistas dos nossos theatros estão habituados a fazeram annualmente o seu beneficio. se não se benzessem. Real Theatro de S^ Carlos por Fonseca Benevides. No theatro o que é bello encanta os olhos e encanta o espirito. — — Os bengaleiros estão em casas dispostas com cabides e que estão sempre próximas do salão d'entrada. Do realismo na arte por Silva Pinto. V. Ordinariamente estas recitas servem de festa para o artista mas quando. Se fosse permittida a entrada aos chapeos-de-chuva. guardam as bengalas. Bengalelros — São os empregados de theatro que. é bello o rosto de uma actriz formosa. não teem contracto. teem o habito de se benzerem antes da sua primeira entrada em scena. Lui:(a Todi por Joaquim de Vasconcellos. Beneficio ^Chamam-se espectáculos em beneficio aquelles cujo producto. N 'alguns theatros Beneficies simulados mal administrados. e as do Porto. Bastantes jornaes da especialidade tem havido. Em quasi todos os Benefícios vendidos theatros de Lisboa e Porto se vendem recitas aos contractadores. Manual do curioso dramático por Augusto Garraio. Coisas de theatro por Sousa Bastos. que o artista forma na sua phantasia e lhe serve de modelo para a execução das suas obras. tendo de contentar-se com as gratificações que o publico lhes dá. em cada noite. elle tem peça nova no beneficio. Gymnasio e Príncipe Real. Seria difricil prescindir d'esta regalia. E' por vezes curioso estar observando as diversas entradas dos artistas. de diversas cores. Manual do ensaiador por Augusto de Mello. Em Portugal muito Bibliotheca theatral pouco se tem publicado sobre theatros. mas tem razão de ser. deduzidas as despezas ordinárias do theatro. visto que as emprezas já não podem mais augmentar os ordenados. entre ellas as da Trindade. compensação os seus A Em ordenados eram maiores do que em outro qualquer theatro e ainda tinham a vantagem da distribuição dos lucros no fim de cada epocha. Arte Dramática de Manuel de Macedo. vendem recitas para benejicio de pessoas estranhas ao theatro. Depois de adquirirem este habito.. Carteira do — — : . Bengalas — Por diversas vezes tem sido prohibida. sociedade artística do theatro de D. incommodando os espectadores e especialmente as senhoras. Emilia das Neves e o Theatro Portuguej por Silva Pinto. parecer-lhes-hia que nada fariam bem. para que elles passem os bilhetes em seu beneficio e tirem um certo lucro. Actualmente entra quem quer de bengala e só é impedida a entrada de chapeos de chuva.a entrada de bengalas nas plateas dos theatros. os bilhetes que lhes restam. muitas vezes iriam molhados. o que muito impedia as pateadas. por uma quantia relativamente módica. — Beneméritos do theatro cionario. mas de curta existência pela falta de animação do publico e principalmente dos artistas. Gil Vicente pelo visconde de Ouguella. Historia do theatro portugue^ por Theophilo Braga. — Também algumas emprezas de Lisboa. isto prejudica muitas vezes a empreza. A belle:^a^ que se toma como Belleza synonimo de formosura. nem agradariam. annunciam benefícios simulados a fim de poderem á ultima hora mandar vender por contractadores. a fim de equilibrarem as suas finanças pela insignificância de alguns ordenados e pelos mezes em que. Das obras scbre o assumpto poderemos apenas citar Álbum do actor Santos. e principalmente as actrizes. é bella a concepção da obra. o que dá em resultado venderem-se á porta por infimo preço bilhetes de camarotes e platea. Memorias do actor Izidoro. a todo o preço. T^idimentos da arte dramática pelo Dr. pertencem ao artista beneficiado. é bello o estylo brilhante do auctor. mediante umas senhas numeradas que entregam aos espectadores. já por não ter tempo para ensaiar tantas peças novas. Gil Vicente por Brito Rebello. Emilia das Neves por Gamara Leme. chapéus de chuva e sobretudos. Assim. no fim do Dic- — Assim se chamam os canudos Bengaes de fogo artificial. no estio. Estros e palcos por Luciano Cordeiro. e sem pensarem as emprezasnos prejuízos e no descrédito que d'ahi lhes advêem. ou directamente aos interessados. ou uma scena classificada de primorosa. acreditar um theatro. empregados no theatro para efTeitos diversos. Luiz da Costa Pereira. Concorre isto para desinteresses. pelo seu contracto. — Bib DICCIONARIO Vivem principalmente d'essas 24 recitas de e Príncipe Beijinho da peça— Diz-se em calão theaque é o beijinho de uma peça o superior desempenho de um qualquer artista. Maria só por grande ex cepção permittia que os seus societários ali fizessem beneficio. Esta ordem parece disparatada. muitos ben:^endo-se entre bastidores. A maioria dos nossos artisBenzer-se tas. são bellas as suas formas. O O Espectador. Palcos e Circos. a data. Theatro e Modas. Recreio theatral. de- á orchestra e que — vendem — — a empreza á disposipessoal dos incêndios. O Fauteuil. em Portugal. Boa casa. Assim Ha binóculos de theatro de diversas dimensões e qualidades. Mundo theatral. n'este ultimo caso como synonimo de borracheira ou pepineira. Pirata. O Pitorra. não se peça mais de meia dúzia de bis. Chronica musical. cente. Chronica theatral. Bocca de scena . Bilheteiro E' o encarregado da venda de bilhetes para os espectáculos e que tem o seu cubículo junto á porta da entrada do theatro. etc. Chronica dos theatros. Arte dramática. Rigoleto. obtendo o som com a pancada quasi imperceptível da mão esquerda no próprio corpo. Espelho do palco. — E' com o pedaço de cartão ou paos dizeres precisos. no theatro. e a indicação do logar. Relâmpago. o numero da D. Gazeta dos theatros. Resenha theatral. Semana theatral. é exclusivamente dado a honiens. Chronista^ Jornal do theatro^ Jornal do Conservatório^ Theatro dramático.E' a parte da scena junto — theatros. Este logar. mas o enthusiasmo do publico. publicaramse os seguintes Atalaia nacional dos theatros. Quando não é a claque c{ue os pede. Thalia. Mundo artístico. entre outros muitos. Revista do Conservatório. Ribaltas e Gambiarras. o Vigia. que o espectador compra na bilheteira e entrega aos porteiros da sala. Binóculo «Este theatro está bodega». artista — E* a a Com pede phrase com que. Amador dramático. Curioso dramático. O Esprei- Theatral. repetição de um qualquer trecho. Dramático. Entreacto. Desenjoativo theatral. Revista dos theaRaio theatral. Binóculo Óculo duplo.Semsabor. N'outro tempo o pedido de bis era signal infalível de ter a peçaou o trecho obtido um grande successo.' õ 3 0^ U. 50 n THEATRO AMÉLIA 2^ O Bôcca de scena t- m 3 Z 1^ f OOP KECITA ^' Época de 1907-1908 ^ D' orche. respeito a jornaes de theatro. uma hora antes do principio do espectáculo. Ecco dos O Gaveta musical de Lisboa. Ecco musical. n 48 N. Imparcial. ISo theatro o actor faz a menção de dar a bofetada uma — . Espectador imparcial. Bilhete recita. Ò bis hoje tornou-se banal e rara é a opera ou opereta em que. de luxo ou modestos. reguladores e bambolina regia. e poucas mais. Lysia. tador. A Fama. Apollo. Todos os tneatros BôccAS de incêndio devem ter numero sufficiente de bôccas de incêndio e respectivas mangueiras e agulhetas para de prompto se acudir a qualquer sinistro. ou mesmo dentro do salão. que no theatro se usa para — é formada pelo arco do proscénio. Bilhete pel.dramática. Os palhaços de circo provoBofetadas cam a gargalhada do publico com a menção de esbofetearem os companheiros. O Interprete. No theatro empreBodega ga-se esta palavra para indicar as más condições de aceio. Elenco. Correio dos Neorama theatros. Revista theatral. a agoa precisa para as bombas. apezar de cair. Ulyssea dramática. aborrece a maioria dos espectadores e concorre para o desagrado da peça. Arte musical. o bis é muito agradável aos artistas. Contemporâneo. Revista dos espectáculos. collocada próximo da entrada do theatro e onde se os bilhetes para os espectáculos. Pedir bis a um trecho que o não merece. Artista.: 25 DO THEATRO PORTUGUEZ Bis se Bof por Sousa Bastos. Gil ViPalco. approximar da vista o que esta ou se passa no palco e as pessoas que estão a distancia nos camarotes ou plateas. A Folha. Bilheteira A pequena caza. portátil. diz-se que o theatro tem uma boa casa. em França é exercido por mulheres. Boletim theatral. assim como o demais material indispensável a esse serviço. Quando a sala de um theatro tem bastante concorrência. Theatro nacional. tros. ou vendo pôr ção do — a má peça e diz-se: máo desempenho. Tim tim por tim tim. no começo da caracterisação. Quando um artista mediocre faz Bojo papel muito superior ás suas forças. antes de dar o vermelho. mas dizendo simplesmente: bravo! que empregam para um ou muitos artistas. e que o desempenho não a pôde salvar. e muitos ha que vão pedir os bilhetes ás re- clamações com os applausos. Quando tudo está em faz a declaração por escripto á auctoridade que tem de presidir ao espectáculo. — — — «valente. a um actor. é o logar.. todos os espectáculos ha Bombeiros sempre no palco um piquete de bombeiros para acudir a qualquer sinistro.E' hoje um abuso arreigado o pedir borlas nas recitas de cada theatro. no meio dos' applausos ouve.«^e chama o ingrediente Branco que alguns artistas dão no rosto. e se as bôccas de incêndio teem agoa sufliciente. e se applica. Bosque -7E' uma scena em que estão pintadas muitas arvores. que só até meio da perna. Os que não teem relações com os emprezarios. Em Portugal. que signifiBravo . São muitos os preparados que para tal fim existem preciso. empregam-se uns cacetes ou bastões de panno pintado e cheios de algodão. Bonecos Chama-se theatro de bonecos aos que apresentam fantoches trabalhando por corbombeiro déis. Bombacha —Espécie de calção curto. podendo pagar. E' por isso que em Itália dizem bravo ao tenor ! bravo á cantora! bravo a todos! misturando estas ex- ca : : espectáculos. O bohemio é ordinariamente talentoso. dá uma palmada. Felizmente hoje são em muito menor numero: mas ainda os ha. porém. ouquan- — dacções dosj jornaes Estes pedinchões são conhecidos pelo nome de borlistas. Pode também ser uma matta ou uma nome que n'outro tem- floresta. Era o Bonirrates po se dava aos — dosas. ou pelo menos chega tarde. do seu ! ib Bohemio Diz-se que um actor é bohemio quando pouco se entrega ao estudo dos seus papeis. além de^mal enscenada e peior vestida. falta aos ensaios. a um cantor. E' palavra italiana. diz-se que tem bojo. como testemunho de agrado. Muito abundaram no theatro portuguez os bohemios. aliás ficará no palco livido e baço. O artista precisa caracterisar-se. porque perde as noites em orgias. n'este ponto. diz-se que é uma — — borracheira. e são exigidas — — Em pelos costumes de determinadas epochas. bonecos dos theatrinhos e ^ que hoje tam- bém se cha- mam onettes fanto- ches ou mari- Bordoada — Quando em Bonifrates scena é preciso dar pancada. soltando inconveniências. é que o artista procure o de melhor efteito ao mesmo tempo que lhe não prejudique a pelle. se acostumou a ir de graça aos Assim . a fim de se prepararem para os eflFeitos de luz que ha sempre na scena. Borla Assim se chama ao bilhete dado gratuitamente para vero espectaculo. a qual dá então ordem para se abrirem as portas. mais ou menos fron- que não permittem que se abram as portas ao publico sem que elles verifiquem se estão cumpridas as prescripçoes policiaes. E' o nome que se dá em calão Borlistas theatral aos individues que entram de graça nos theatros. d'um ou d'outro sexo. o chefe — Bosque elles. também os italianos. ao mesmo tempo que faliam de dentro algumas pessoas. que apresenta péssimas scenas. fazem os pedidos por intermédio dos artistas ou outros empregados. Quando em qualquer theaBorracheira tro se representa uma peça má. A imitação é perfeita e dá sempre resultado. Os bombeiros são gratificados pelas emprezas. Ha muito quem. e Borzeguins chegam Botas justas e atacadas.se sempre a palavra bravo : . esforçado». ! Bra e para se obter o som. fingindo que são ordem. — da na scena abusa do publico. que os artistas usam em fatos de determinadas epochas. mas a falta de estudo não o deixa progredir. e isto muito prejudica as emprezas. Os francezes adoptaram a mesma exclamação. DICCIONARIO ponto que. — E' assim que se chama ao máo Borrador scenographo. seguindo o systema de imitar os francezes e. que revela talento. esteve toda a noite a metter buchas no pa- — E' a abertura feita no palco. e por isso nunca se denominou nenhuma de buffos. ita- nos. junto á orchestra. Mais tarde. Entrenós as cúpulas são enormes.. Buffos designaram os artistas do Theatro Italiano. theatro lyrico itaMadrid. pôde dizer-se que o actor ou a actriz brilhou. que — pequeníssimas e disfarçadas na ornamentação da sala. Brindes ou festas artisticas.. As peças do género. apezar de cantarem já operas serias. a fim de provocar o riso dos espectadores. o repertório de Ofíenbach. principalmente em França. até i83o. principalmente ás que teem Burleta — musica . porque cortam ra. uma bella companhia italiana installou-se definitivamente em Paris e o publico continuava a chamar-lhe buffos. Só depois de i83o é que o publico se decidiu a dar o verdadeiro nome. e isto pelo motivo de só cantar operas buffas a primeira companhia italiana que alli se estabeleceu. se possa ver do palco o que se passa na sala. de maneira que. teem sido representadas por companhias lyricas ou de opereta. E' termo de calão theatral que Buchas indica as graçolas que um actor cómico mette no seu papel. admiradores e principalmente pelos collegas. que ficam em exposição nos camarins. que os Bravura francezes e os portuguezes adoptaram para dizer de um artista que tem expressão. em 1729. pôde considerar-se um Bur — ou francezas. entre as duas filas da ribalta. dada pelos italiae que em portuguez já se tem adoptado. coberta com uma cúpula que não e na — qual toma logar o ponto. feias e prejudiciaes. No desempenho de qualquer peBrilhar ça que se presta a bom trabalho e a que o artista deu grande relevo. em hespanhol. Buraco do ponto — actor ou uma actriz brilhante. á altura de uma pessoa. lianno. applicando-se a vista a um d'esses buracos. Classificação. sentimento e enthusiasmo! Quando o trabalho de um Brilhante grande artista é verdadeiramente superior e de grande etfeito. No estrangeiro.Quando o artista representa de forma que faz valer todos os papeis e enthusiasma o publico. lianas Geralmente nãoselhes — chama mas o que operas-buffas. Em Portugal nunca houve companhia exclusivamente do género.. Buracos do panno de bôcca representava principalmente. á excelienie companhia. Nas noites dos seus benefícios. A' frente d'este buraco ha uma pequena estante onde o ponto colloca a peça. ás farças.» Foi assim que em Paris.*:. DO IHKATRO PORTUGUEZ Outro termo italianno. Assim se diz: «O actor F. quando o panno está descido. em 1752. ascupulas são pel. diz-se que é um trabalho brilhante. sentado de maneira seja visto pelos espectadores e que Buraco do ponto — os actores só lhe vejam a cabeça e os braços. é costume serem os actores e as actrizes brindados com grande variedade de objectos. e a segunda. muito mais tarde. Esses brindes são offerecidos pelos amigos. as figu- Buracos do panno de bôcca São dois pequenos buracos fei- — tos á direita e á Em esquerda do panno de bôcca. operas-burlescaSy vem a dar na mesma. sustentou-se com grande êxito a companhia de buffos de Arderius. . !^^ . diz «Vou á caixa. que estão montados sobre rodas que quer ir visitar um artista ao seu camarim. — — .tem grande confiança e logo na primeira representação é pateada. ou. eram as cadeiras os pretensões a engraçado.exprimir a idéa do poeta. mas á vontade fiasco. são os restos dos bengaes mettidos. Quasi todos os nos. não dá Calhas boas receitas e tem de ser retirada de scena. é desastrado/logo Cadeiras seguem logo aos fauteuils. sobem até ás abertucom a importância de um bilhete de fauteuil ras dos alçapões. transacções monetárias sentimentos que tem a manifestar. chegando apenas quasi todos elles o serviço não é bom e as Calção bebidas inferiores. mesmo debaixo. Se. n'alguns. Depois de feito o serviço e de descer o panno. alem. ao Caixas de soccorros theatros ter caixas de soccorros para os seus contrario.mesmo em scena: Essa é das boas! Se outáculo.no theatro quem diga Foi pelo buraco do Cafés dos theatros sos theatros possuem um café ou restaurante ponto abaixo! Estas e outras muitas phrases onde os espectadores encontram diversas fazem parte da linguagem technica do theaqualidades de bebidas. com a verba de i^5oo réis mente tapadas e. se incumbe de um papel superior ás suas forzas. prezas ao chão. o seu calão. ha também sempre lhor se adaptam á voz do artista. de ambos os lados. pasteis. etc. Se se penetrou da os donativos dos sócios quando represen. Esta caixa gem de qualquer accessorio preciso á represustenta-se com a percentagem de 1 por sentação.Cai bengaes para se DiCCIONARIO 3o queimarem. com nominação não existia. ha sempre no theatro quem diga Lá do cantor no que toca á maior ou menor joi para o porão I Se é uma peça em que se extensão e aos effeitos das notas. se o seu e pelos juros dos empréstimos aos sócios. com o preciso. quando um espectador carros. em cada Chama-se vulgarmente caixa de plano. fica sendo um fundo do palco. dos recitas. para dar passagem aos carros que susCaixa theatro ao palco e suas dependências As.lhe chamam canastrão. café tro. feitas no palco. um coUega diz-lhe Cadeiras fixas cadas dos diversos logares da sala de espec. despertará em si mes- palco. que os artistas usam uns com os outros. Em sas vezes. empréstimos monetávessam a scena de lado a lado para a passarios. mas que fora do theatro já se vae comprehendendo. com os juros do capital depositado. o actor encontrará tas de madeira. ajem de pateada. com actor. aos joelhos e que são complemento de fatos Diz-se que qualquer pe. Quando esta de. medicamentos.dores ficam insensíveis.importância do papel que tem a desempetem fora do seu theatro. coração e o seu cérebro estão d'accordo para Caixas dos pezos — São umas caixas fei. Infelizmente assim não é. a toda a altura. em 29 de outubro de 1902.ou três calhas.tentam os bastidores. í'or em3uanto apenas existe a Caixa de soccorros em cada plano. Como são precisos diversos carros artistas. digno d'este nome. cento dos ordenados mensaes dos sócios animaes. do caracter de que está revestido. para serem substituídos uns os artistas do Theatro D. mesmo com a caceta^ nos baldes com agua que estão ao mostra ter pouca vocação.de algumas epochas. com excepção dos camarotes e fri. Ha também calhas que atradica. Se um actor. como navios. que me. fundada pelos outros nas rápidas mutações de scena. augmenta o seu papel com uma tola graçola. donativos. Evita-se d'esta forq u e o fogo caia no chão ou ma vá de encontro Caceta ao scenario e origine algum incêndio. Quando para qualquer companhia entra um discípulo que — — — — : — : — — — — : — . garantindo assim a segurança das pessoas que teem de andar pelas coxias. onde correm os pezos necessários para a manobra das scenas. Essas calhas estão ordinariacontribuintes. junto ás paredes lateraes do inflexões verdadeiras. parCalhas perpendiculares faltas commettidas no serviço do theatro. Gomo todas as profisCalão theatral sões.» andarem á vontade. São os logares de platea que Cholópes. Calças curtas. serão fixas. a que os espectaprimeiros logares da platea. E' a terminação d'um trecho ças e no dia da representação faz completo Cadencia musical. recuarem tanto quanto seja necessário. a que teremos de nos referir por diverou chá e. por exemplo. isto é.tro artista. legados. se abrem de cada beneficio que os sócios fizerem. tabaco e comidas.de tudo. giram no primeiro plano do subterrâneo. correndo n'ellas o que fôr cedida pela empreza em cada recita. . producto do irhposto sobre os bilhetes de Calor E' uma das grandes qualidades do favor. com o fim de deve haver em cada plano pelo menos duas soccorrer os seus sócios com assistência me. bolos. Cahir uma peça Assim se chamam as aberturas ça cahiu. funeraes e pensões. fallar a F. Todas as cadeii'as e ban. de maneira a avançaDeveriam todos os rem mais ou menos para a scena. com pouco antes de funccionarem. quando. Amélia. pequenos barcos. c producto total das multas applicadas ás São as que. e permittir a esses sim. feito sobre regras. o theatro tem a sua linguagem especial. tindo do subterrâneo. com o producto de nhar. julgando obter grande successo. Deve ser perfeitamente montado com todas as torneiras botões e apparelhos precisos para que o electricista tire d'alii e SSSSOQCSQa 1 i|i iTi I t II II iji i| com a maior a O facilidade todos os e tf eitos precisos da luz. sará os limites e. D D D O a 3 ÍI ÍI Camarins— São quartos os que os arál tistas se vestem. ou ainda aos lados. Conforme a construcção do theatro. sinceque de qualquer modo faça parte do temperamento do actor. graças ao qual fará sentir ao publico as impressões que elle próprio sentir. convém que seja natural. Mas para que o ciilor produza os devieffeitos. Ha também camafins artista pecial. Cada mais graduado tem um camarim esdos mais inferiores ficam dois ou três em cada camarim. caracterisam e descanCamarim do electricista çam. ou por cima. No caso contrario. ultrapas- Cam por baixo d'elie. despertará finalmente grande commoção na alma dos espectadores. ou em .DO THEATRO FORTUGUEZ mo esse cjlor communicativo. Camarim do electricista E' sempre collocado junto á bocca — de scena. tornar-se ha facilmente excessivo. perderá a sua acção. pelo próprio exagero. se é apenas producto do estudo e da reflexão.* á direita ou á esquerda. os camarins são situados ao fundo do palco. dos ro. Estes são gaz. Cada camarote. Príncipe Real. podendo mais naturalmente chamar-se Ihes/rifaí. Eram pequenas camarotes. ou quando são boas. tes de frente. Com ella se tuindo o balcão. ha três toques. camarotes de serviço. Ventura o bom velhote. que se chamam os empregados de chamam camarotes de balcão. 2. Leopoldo de Carvalho. a fim de não causar alguma explosão ou os que ficam mesincêndio. e que. Também com ella Campainha eléctrica se chamam os espectadoI. um artista se apresentava ao publico. separados uns dos ca para avisar o publico de outros por frágeis divisões. divididas Real. com pram uns bilhetes especiaes de entradas para gados de que vae começar o espectáculo. Colyseu dos Recreios e Real Coly- E' a que existe no los sala d'espectaculos de camarotes a uma espécie salão do theatro e que tode pequenos gabinetes.*. Campainha eléctrica sas ordens. Carlos ha Camarote que o ensaiem.res para dentro da sala. Ha camarotes de i. diversas. toca. C«n DICCIONARIO 32. mo sobre o prós E' o termo de calão theatral Canastrão cenio No theatio que se applica ao mau actor que. uma ou duas vezes por noite. e ainda hoje alcançam successo. pois alem de espaçosos.áo pelo ensaiador do theatro do Gymnasio. agua e limpeza. ca. quando se fatiga de rotes. Na Trindade ha Palais Royal.* ordem e ultima ordem. se um bilhete d'iim bailarino. segue-se sentarem. altura da platea e ha também três ordens de cantando uma cançoneta. ha camaroneta. O vassor. ou aos lados d'este. Reflexões sobre o preço regular. Para se avisarem os artistas e empresoas. ou torrinhas. Tio Matheus. camarotes de 1. tem entradas para quatro ou cinco peslão.*^ ordens. a este outro camarote para os camaristas e ajudantes de ordens da família real. Ha mais de setenta annos Cançoneta theatro D. 2^ e3. apenas quatro pequenas /rij í75 e três ordens nos intervallos das peças que se representade camarotes No Gymnasio as frisas ficam á vam. Maria ha frisas e três ordens de cama. Amélia. Amélia as frisas ficam junto á platea. camarotes reaes nos theatros de D. No theatro da Rua dos Condes ha 4 diversos artistas. que tinha no seu repertório: Um Cambio ágio que os contraçtadores de bilhetes levam bravo do Mindèllo. Com os seus toConforme a capacidade dos theatros. Trindade Gymnasio. — — : — ..'^ ordem em volta que. não acerta com os gestos e frisas. teem toiíos contíguos uns pequeninos gabinetes. Para este fim. Avenida. No theatro da Avenida ha apenas duas em coplas.saios e egualmente para os mam o nome de frijas^ os camarotes substi. por mais de S. N'alguns theadeiras para se tros. Can- Camarotes — N'uma de platea custa na bilheteira 800 réis e o contractador o vendeu por i^ooo réis. São marotes de lado para gaz. Assim.'' e 2. rotes são entre a platea e a geral.espectáculos.concertos As cançonetas em Portugal estão também introduzidas de ha altura. entre outros Dejazet. sendo o primeiro uma hora camarotes e deantes. outro meia hora e o ultimo cinco mipois alugam canutos antes de subir o panno.^ ordens e torrinhas. Seo systema francez de dar cem o bastão três gundo a' posição fortes pancadas Noutros usa-se bater palque occupam na mas.» e 3. entre cada uma das quaes havia declamação. caCanalisação Ha diversas no theatro. Achard.». Estes são os melhores dos nossos theaensinar sem resultado qualquer discípulo ou tros. ha os ques se chama para os encamarotes junto á platéa que entre nós to. nas diver. Os camarotes teem diversos tamanhos. O mesmo accontece no Príncipe scenas de um único personagem. Campainha dos interval- — dá-se o nome — — . etç. No theatro as inflexões. que tanto foi o seu lucro. formam filas em volta da sala. Entre nós. O termo canastrão é muito usade D. segue se que levou de cambio 200 réis. nos theatros de Variedades e da sala e de 2. em Paris. e ainda n'alguns outros tocar uma sisala. A moda foi-se populaColyseu dos Recreios tem duas ordens de rísando até chegar a muitos theatros e a íncamarotes de diversos tamanhos e a grande numeros cafés.Tem no theatro funcçóes bendo n'elles desde três a oito espectadores. conforme os thea.que vae começar o acto. camarotes de balcão e de i. Leordens de camarotes acanhados e maus.se prolongadamente a campainha do satros. Com todas é pree camarotes de ciso cautella mas principalmente com a do bocca. Isto valeu grandes successos a frisas. os melhores interpretes de cançonetas teem sido: o grande antes tulhas Chama -se cambio no theatro ao Taborda. No mesmo actor.. No Real Colyseu de Lisboa os camamuito. Quando outros querem entrar. para começar o espectáculo.^^ só de lado. Tam- bém ha seu. fazer rugas. peior ainda. — se representam n'esses dias. velhacas interesseiras. ffeitos do vinho novo. para se preparar para a scena. recebendo as receitas. Essas brincadeiras estão hoje quasi inteiramente prohibidas e com toda a justiça. isto que se chama cara- — cómico das companhias d'opera italiana. tem de pôr cabelleira ou barbas. No theatro ha Carpinteiros duas classes de carpinteiros . fim do Diccio- — nario. Esta epocha. principalmente o actor typico. ou trecho. Verdade seja que d'antes escolhiam-se peças propriamente para o carnaval. nunca perde o seu dinheiro nem o seu tempo. quando se caracterisam. os espectáculos do carnaval eram constantemente interrompidos pelas brincadeiras dos espectadores entre si e para o palco. CorcundaSy Boas ra^^ões^ Que pena. agora até — empennam Carmim — — . caracterisar-se. Canto dramático Toda a espécie de canto que se mistura com a acção iheatral e d'ella E — — faz parte. Luiza Todi. as velhas pretenciosas. eic. Imita-se no theatrocom Canto das aves diversos instrumentos apropriados e simples. e até com os assobios de barro das noites de Santo António e S. Valle. que são os que trabalham de noite. contam-se: António Andrade. Caracter O estudo dos caracteres e a sua adaptação a uma fabula. Júdice da Costa. de sustentar e de reforçar um caracter. apoderando. porem. Realmente elle não é bom. César de Lima. Carlos. e os chamados carpinteiros carpinteiro de movimento. O negocio de theatro é tido para quasi toda a gente como um péssimo negocio. Bartholo do Barbeiro de Sevilha. Seguem-se depois: Queiroz. que não dispõe de fundos suííicientes. em explorações de minas. A arte de deíenhar. de ouvir a peça. José Ricardo. para ser verdadeiro e principalmente verosímil. em caixas de credito. por que motivo se não ha de arriscar algum capital nos theatros O capitalista. E' o processo que o Caracterisação actor emprega para transformar o rosto no typo adequado ao papel que desempenha. contornando bastidores. E' a cterisar-se . Francisco Andrade. é sem duvi da um dos trabalhos mais delicados e mais difficeis para o escriptor dramático. fazerse corado ou pallido. o capitalista. 3 . e ainda não ha muito. Nome que se dá a Cantor e Cantora todo o artista que toma parte na execução vocal de qualquer obra. dramas — . Au-. Bensaude. que comprava o seu logar. nos theatros de Lisboa. em fundos duvidosos. Outras vezes. os brinquedos. — gusta Cruz. Acontece muitas vezes que o capitalista se associa a individuo que nada sabe de theatro e por isso o prejuízo é infallivel. principalmente no theatro de S. mas. Chama-. que se associa para a exploração de um theatro a homem sério e que sabe do seu officio. Caracteristicas Assim se chama no theatro aos papeis de velhas typicas. já foi óptima. que dispõe de meios suflicientes. em estabelecimentos sem futuro. Dias. João. pois se inhibia um qualquer espectador. governantes impertinentes. Samuel. fazendo grades para repregos. Caracterisar-se — O actor. ou arranjar o rosto de forma que o typo assente perfeitamente na personagem que tem a — desempenhar. era tão lindo I. como tem acontecido em D. durante o espectáculo. para lhes dar logar. V. degeneravam em verdadeiras brutalidades. pois que. engenhosamente imaginada. Mary Arneiro e Regina Paccini. Maria e Príncipe Real. e. Augusto. arranjando alçapões. São as velhas ridículas. Ribeiro. E' mister escolher e usar o bom carmim para não prejudicar a pelle.35 Do THÊAtRO PORTUGUEZ Cat« tor cosmopolita. é uma das partes mais importantes da arte dramática. José do Capote e muitas outras. são os propriamente ditos. correspondendo em França ás duègnes. N'outro tempo.se assim no theatro Capitalista ao sócio da empreza que tem o dever de apresentar o capital para todas as despezas. más conselheiras de filhas-familías. finalmente todos os papeis de velhas com situações cómicas e ridículas. que trabáflham durante o dia para os preparativos das peças. Setta da Silva e ainda outros. que para lá — foram importadas da Hespanha com o nome de duenas. Celestino. os seus melhores traços devem ser-lhe fornecidos pelo estudo da natureza de preferencia á sua imaginação. João Veiga. o Crispim do Crispim e a Comadre e o Geronte do Matrimonio secreto. Para o conseguir o escriptor deve ter um grande fundo d'obserí" — Caracteristicos São os actores que desos papeis typicos. entra com pequenas quantias. Preparado com que os artistas dão côr vermelha ao rosto. Cantores portuguezes V. quasi sempre preparadas por exploradores do dinheiro alheio. se tantos arriscam dinheiro em emprezas perigosíssimas. Entre os mais Cantores portuguezes distinctos que teem apparecido no mundo lyrico. E' o baixo Cantor buffo — vação. em companhias africanas e muitas outras negociatas. E' assim o D. seja no theatro.se mais tarde das receitas do theatro. ainda hoje boa Carnaval para as emprezas theatraes. Agora dão apenas resultado nos theatros os últimos três dias n'outro tempo a epocha era de um mez e chegou a ser de dois. Telmo. seja em concerto. de José — . que n'outro tempo eram pequenos e simples.ia Saraivi. Em Lisboa.ra« PROÇRAMMA DO SEXTETTO NO SALAO Typ -Viuva Costa SaoehM Larsoao Cvno 31 Cartaz Carro de trovoada por baixo do palco. Htnriqut d'ilbu()uerqui. A classificação em nada os deslustra. Carros de trovoada São os que actualmente se fazem de rodas cortadas para correrem no urdimento. Judith. como qualquer outro operário os segundos recebem os seus vencimentos todas as noites pelas folhas das diárias. a fim de imitarem a chama carros — trovoada. animaes. Riu Indrada. Portugal tem havido diversos carpinteiros theatraes. representando scenas das peças. Pilmpa Ferreira • TK. 8atbara. Livro publicado em Carteira do artista 1898 pela livraria editora Bertrand. bastando citar Gesar de Lacerda. a fim de a elles se adaptarem repregos de carruagens. e a que estão presos os tangões em que se coUocam os bastidores. Ao fecundíssimo d'Ennery se dirige principalmente a classificação de carpinteiro theatral^ classificação que também já tem sido dada a Alexandre Dumas pai e que diaria- forme as necessidades da scena. lligriíit. Monliiio. con- são annunciados por meio de cartares. para estes poderem avançar ou recuar. de uma acção intrincada e finalmente de tudo quanto pôde prender a attenção dos espectadores e levantar as plateas com enthusiasmo. Tilmo. Os primeiros recebem no fim da semana a sua feria. ctc. em contracto com as emprezas dos diversos theatroe para affixação dos carta:^es. Estes. Também se a uns esqueletos de madeira tosca.Cai« DICCIONARIO 34 e desarmando as scenas e fazendo todo o serviço de machinismo necessário para o bom andamento do espectáculo. barcos. Carros São os apparelhos que giram com pequenas rodas. e assim entrarem ou saírem de scena. Em Lisboa e Porto ha agencias especiaes. tujusio Michadt. de peripécias extraordinárias. Porto e em quasi Cartazes todas as terras de província os espectáculos" — 't^EA^^O ftuiNTA Feira 20 dg mmmmMm â rtprescnlaçu da ks 8 horas e meia ^^ mente se dá aos modernos escriptores francezes Pierre Decourcelle e Gaston Marot. são geralmente agora enormes. . José Romano e Gosta Braga. impressos a cores e illustrados com estampas. m 3 ictn FREITAS BRANCO comiiiia buf lina triducfás liitfi ^ «glu por Em — ARTISTAS Cirdoso. antes lhes abona qualidades bem apreciadas no theatro. com pequenas rodas. Jtsui. Jota Radri)<ui. armando Carpinteiro theatral — E' esta a classifi- cação que a moderna critica dá aos auctores de peças cheias de situações de grande effeito. no primeiro pavimento J. . os theatros de Lisboa e Porto — podem-se julgar classificados pela imprensa e pelo publico na seguinte cathegoria : Em Communale de Bolonha. decoradores e auctores de figurinos dos beneméritos do nosso theatro. Theatro da Rua dos Condes. dos emprezarios theatraes de Portugal e Brazil dos ensaiadores portuguezes e brazileiros. principaes cabelleireiros. direitos de auctor e muitos outros artigos interessantes. No : . pateadas. em hoCasa de Molière menagem ao grande escriptor que fundou a primtira scena de Paris. Pérgola de Floartistas Posto que não Cathegoria dos theatros officialmente. Os espectáculos dos casinos são formados rença. catalogo das peças de cordel. quadros vivos. Servem princi- — palmente para as bailarinas hespanholas se acompanharem em certas dansas. Ordinariamente teem annexos cafés. Também a Itália dá a mesma classificação aos seus melhores theatros. em 4. portarias. relação dos livros a consultar sobre arte dramática. Os italianos dão este nome . Fenice de Veneza. gymnasticas. escriptores theatraes.ios Cartello Casa dos adereços Castanholas Duas pequenas peças de madeira ou marfim. Brazil e estrangeiros. para exploração idêntica á do Colyseu dos Recreios. para o drama de paixões violentas. dansa. tragedias. E' o estabelecimento em que se Casino dão espectáculos de variedades. Régio de Turim. explora também o género alegre e peç^s d'espectaculo. para opera lyrica ^Theatro de D. para o mesmo género da Trindade. Real Colyseu de Lisboa. das notabilidades da scena universal. Francisco Palha e Moniz Barreto. sobre bailes de mascaras nos theatros. sociedades dramáticas. dos dramas. entre o dedo e a palma da mão. escavadas por dentro. illustrado com 700 gravuras. dos cantores portuguezes em diversas epochas. brazileiros e estrangeiros. Maria II. Amélia. das operas e danças notáveis. acrobáticos. architectos. E' um grosso volume de perto de 900 paginas. por pequenos números de canto. dos grandes actores e actrizes estrangeiros. etc. para companhias equestres. que se enfiam no dedo médio e se fazem bater uma contra a outra. dos guardaroupas dos machinistas de theatro. São cantores di primo cartello. Assim se intitula o Casa dos adereços compartimento reservado para guardar todos os objectos que servem em scena e dos quaes é responsável o aderecista. arredondadas. de diversos empregados de theatro. criticos e jornalistas. versos de Anthero do Quental. Theatro da Avenida. para opera-comica. recitas notáveis. dos escriptores dramáticos e críticos theatraes. São di primo cartello os seguintes: Scala de Milão. Comem noticias biographicas desenvolvidas e anecdoticas de muitos dos nossos principaes artistas da antiguidade e de quasi todos os da actualidade. vistas. dos músicos nacionaes e estrangeiros. se dá em França e no mundo inteiro á Comedie Française. de muitas curiosidades theatiaes.35 DO THEATRO PORTUtíUEZ Cat Bastos. portuguezes. operas-comicas. Colyseu dos Recreios. Theatro de D. . dos artistas brazileiros antigos e modernos. o nosso theatro normal. acrobáticas. das diversas companhias de todos os nossos theatros e das estrangeiras que aqui teem vindo. . dos nossos principaes aderecistas. Carlos. San Cario de Nápoles. revistas e peças phantasticas notáveis. Cario Felice de Génova e outros. Theatro do Principe Real. E' o nome que. etc. Conservatório Dramático. jornaes de theatro. o nosso theatro de comedia ligeira. dos contra-regras. lyricas e de zarzuela. dos pontos e scenographos. dos principaes theatros de Portugal. E' um livro curiosíssimo e indispensável aos artistas dramáticos. com escolhida companhia portugueza de comedia e onde se apresentam as notabilidades estrangeiras. — — — Lisboa Real Theatro de S.° a 2 columnas. Theatro da Trindade. dos decretos. produzindo — um som forte e repinicado. comedias. exercícios gymnastícos. magica e revista. documentos interessantes. tratados e outros documentos referentes ao theatro. restaurants. que exercem sobre o publico grande influencia. Theatro do Gymnasio. cantores de notável nomeada. para festas extraordinárias. revistas.: Che DICCIONARIO peça 36 Porto: Real Theatro deS. Censura theatral Passados os tempos em que a censura se exercia despoticamente sobre os livros. a outra epocha de rigor e censura prévia. affectando mesquinhas economias. Theatro-circo do Príncipe Real. Duse. Em Lisboa teem representado grandes celebridades estrangeiras. Houve uma epocha de desleixo. fazer. Foi uma medida acertadíssima. com c/zamada especial. que outra coisa não é. que tapavam completamente a vista ás pessoas que lhes ficavam por detraz e que nada podiam ver do que se passava no palco. Theatro-circo Águia de Ouro. Lá fora o cheje de claChefe de claque que. Quando um espectáculo corre Charivari mal por não prestar a peça e ainda menos o desempenho. O publico pagante deixa muitas vezes de applaudir para se não confundir — — com os claqueurs. Delphina. para companhias equestres. dramáticas e apresentação de notabilidades. Bartet. Celebridade E' esta a classificação dada aos grandes artistas. não se poder representar uma peça. por isso mes» mo. ao maestro. é um ver- — Chaveta — Peça de ferro com palmeta para — que começa que mostra talento e disposição para o theatro costuma dizer-se que e centelha. Para essa censura foram nomeados litteratos afamados. Para no theatro se imitar a Cavalgada passagem ou chegada de uma cavalgada. magicas. costumes e trabalho litterario. no final dos actos e ao terminar a peça. e ha emprezas que assim chegam a annunciar. no drama de — ! Mendes Leal Os Dois Renegados. Alguns eram de taes dimensões. que terminava assim . diz-se que dadeiro charivari. por vezes foram aggredidos pelos seus excessos. vocifera e fala para o palco. Salvini. para operetas. Santos. cortar e até supprimir a obra. etc. aos scenographos e até ao emprezario. quando a Virgem leva «Ao altar o condemnado.EpiphanioeRosapai. mais tarde. sem que primeiramente a auctoridade assista ao ensaio geral. uma opera. que. quasi sempre ha também chamadas promovidas pela claque. n'essa occasião aflirmam muitos. podendo alterar. António Pedro. zarzuelas. jornaes e peças de theatro. tem Centésima representação — Quando uma introduzir nos buracos feitos na madeira e segurar quaesquer repregos. a Chácara. acabando por ninguém se entender. companhias lyricas ou dramáticas. graduando o som. Theatro Carlos Alberto. ainda assim. cantava a personagem desempenhada pela actriz Carlota Talassi. Só se deve chamar celebridade aos verdadeiros e sublimes génios. e a platéa. entre ellas Ristori. dando as suas atribuições á auctoridade administrativa e á policia. nem se ouvir nada Chapuz — em — do que se representa. gymnasticas e acrobáticas. Era realmente Chapéus das senhoras incommodativo para os espectadores da platea que fosse permittido ás senhoras assistirem aos espectáculos de chapéu na cabeça. faz. approximar da rampa cada artista por sua vez. Esta adoptou agora. creou-se no Conservatório Dramático uma censura para a moral.• sejado. Felizmente. Zaconi. o theatro quasi que se tornou pelourinho e chegámos. nos annos de 1840 a i85o. no que respeita á forma. faz chamadas ao auctor. além de patear. Quando a peça ou o desempenho não satisfazem. Sarah Bernhardt. para peças de grande espectáculo e dramas. muitas vezes Chácara intercalada nos dramas de capa e espada. para companhias lyricas. podendo-se ainda assim mencionar Emilia das Neves. Manuela Rey. Dizendo grande disparate. Cazão — Quando se diz que o theatro tem «Ergue o inferno horrível brado: « Morte e aífronta ao assassino! «Morte e aífronta ao renegado!» — um ca^ão. é costume fazer-se uma recita festiva na centésima representação. Rossi. fechou o Conservatório Dramático. de outra qualquer ária de «Porém. grita. além de um bom ordenado estabele- . nem mesmo annuncial-a em cartaz. é expressamente prohibido ás senhoras estarem na platea com chapéos. — Pequeno reprego que se colloca qualquer sitio da scena. Centelha D'um actor ou d'uma actriz : — Quando uma peça e o seu Chamadas desempenho agradam. batendo mais ou menos forte. o publico. aos artistas. que. Theatro do Palácio de Crystal. «Da vingança estala o raio. vieram os abusos. João. Taborda. ao ensaiador. Em Portugal é muito limitado o numero de celebridades. a politica especuladora.se com que os empregados dos adereços ou os comparsas batam com ambas as mãos nas pernas. Cavatina — Era o nome dado pelos ita- lianos a uma ária brilhante e desenvolvida e que hoje não differe muito. pelo ultimo regulamento dos theatros. Foi muito popular em Portugal. depois de estarem em sçena todos os artistas que entram na peça. Cecilia Rosa de Aguiar. Emanuel. para dar o efFeito de- — faz tamanho successo que chega a representar-se cem vezes seguidas. zarzuelas e circo de cavalinhos. Novelli. entende-se que a sala está cheia ou quasi cheia. Tasso. não só para reclame da peça e do theatro mas ainda para se obter uma enchente. que se realisa o centenário da peça! Como se a peça n'esse momento fizesse cem annos Canção antiga. N'esses palcos por vezes se apresentam companhias lyricas e dramáticas. A claque está em uso em quasi todos os paizes e principal- — — . sem mais nem menos. escriptores dramáticos. Claque de origem bastante remota. com todos os seus passos. tro. O actor chorão faz um papel cómico no mesmo tom e com a mesma cara com que desempenha um papel trágico. O fallecido actorauctor Baptista Machado. com os bilhetes de que dispõe. Chochman — Faz parte do calão Quando um actor. Foi preciso dispensal-o do serviço. por baixo do soalho. dizendo phrases inintelligiveis e Recinto circular destinado a esCirco pectáculos públicos. tomando etitão a casa a classificação de theatro-circo. verbo ou E' a classificação que em alguns theatros se dá aos discipulos sem valor. Foi o papel distribuido a vários discipulos e cada qual o fazia peior. começava a dar umas grandes palmadas e a gritar: «Bravo ao Santos!» O publico ria e distrahia-se completamente do espectáculo. Os chinchareis são lançados de frente a fundo nos Assim se denomina o arChoreographo tista que compõe ou que ensaia e mette em scena um baile. conforme se indica no artigo Choreographia. movimentos e attitudes que constital — Chefes de serviço— São muitos n'um theacada um d'elles investido da auctoridade indispensável sobre os artistas ou empregados coUocados debaixo das suas ordens. dando parte de qualquer falta á direcção. não terem de ser cortadas. Quando entrava para a platéa ia quasi sempre em tal estado que adormecia logo ás primeiras scenas. em vez de os distribuir pelos claqueurs.o nome que se dá ao actor Chorão que em scena está sempre triste e lamuriento. como dançarinos. De quando em quando acordava. chegando a verter lagrimas nas scenas lancinantes. aderecista. Todavia a maior parte dos choreographos. a fim de que esta applique aos delinquentes as multas respectivas. mettem em scena e ensinam a executar os bailados que compozeram outros. mestre de coros. zes : Manuela Rey e Santos. adjectivo. exclamou certo dia: «Que sucia de cholópes!» E assim se ficou dando tal nome a quem anda pelos theatros fazendo papelinhos mal e porcamente. fallava rápida e atrapalhadamente.cabelleireiro. Em Portugal o chefe de claque limita-se a escolher o seu pessoal. — voca enthusiasticDS applausos. raettendo sempre de permeio o chochman que para elle era o salvaterio. que tem lagrimas na voz. sendo os chefes responsáveis perante a empreza pela boa execução dos serviços que lhes foram confiados. No theatro de D. Saber bem rir em scena é basChorar tante difficil mas não o é menos saber chorar.37 eido. N'estas occasiões a pista transforma-se em platéa. mestre de baile. Salvador. e principalmente na actualidade. e principalmente a actriz. O mais que consegue o chefa de claque é contemplar. equitação e de clowns. interrompendo a representação. mestre de guarda-roupa. mimicos. e Virginia e os actores Tasso alçapões. acceitando bilhetes para o seu beneficio E' difficil a escolha de um bom chefe de claque. que sabe chorar bem. machinista. que o festejam e presenteiam. empregando-© como substantivo. commove sempre o publico e pro- — — — . vendem os bilhetes. * fiscal. diz-se: o chochman. de viga a viga. na linguagem de guem theatral. no caso de ser preciso abrir as quarteladas além da afinação. O actor. que depois lhe retribuem a amabilidade. Chicharel E' o pedaço de madeira ou ferro que assenta sobre as vigas transversaes. ordinariamente de gymnastica. cançonetistas. diversos amigos. N'um theatro importante os chefes de serviço são ensaiadores de poema e de musica. e devem ser volantes para. Bem chorar teem sabido no theatro portuguez as actriEmilia das Neves. pouco escrupulosos. Foi Salvador Marques quem popularisou o termo. creada com o flm de satisfazer a ambição dos emprezarios e o orgulho dos artistas. se refere a jeito caricato. por quem distribue os bilhetes d'entrada nos espectáculos. E' uma repugnante instituição. N'uma peça que elle fez subir á scena no antigo theatro dos Recreios havia um personagem insignificante que tinha adverbio Chòlopes 1 — nome. Actualmente quasi todos os circos teem palcos *para exhibição de artistas de vários géneros. Alguns. guarda-livros. deixando o espaço para as calhas Os chichareis é que formam as linhas de afinação do palco. por se não lembrar do papel. a um suum ente imaginário. etc. cabos de coristas e comparsas. E'. outros dirigem tão mal os applausos. e. é DO THEATRO PORTUGUEZ Cia um poder junto do emprezario e gosa de todas as considerações por parte dos artistas. não choreographos^ mas quasi sempre tuem uma dança. a um desconhecido. e : Tem havido por vezes choreographos que inventam e compõem os bailes è depois elles mesmos os fazem executar com suas lições. Cada chefe tem o dever de instruir e dirigir os seus subordinados e o de manter a disciplina e boa ordem. bastido- res. Emilia Adelaide. mimica. figuras. ou a al.- a quem senão pôde ou não convém nomear. K' a arte de compor os Choreographia bailados. quando em scena não sabia o que havia de dizer. já zangado. Maria houve em tempo um chefe de claque muito amante da pinga. illuminador e chçfe dos porteiros. acrobática. que logo se dão a conhecer. Antes de se abrirem as portas. para obter um grande effeito e excitar a admiração e o enthusiasmo dos espectadores. e por isso não custa a acreditar que alli tivesse origem a claque. no fim do espectáculo. A claque tem o seu chefe. permanecerá a propriedade da obra na pessoa de todos os seus co auctores. ou por proposta do com- missario do governo. os artistas que para alli entraram foram classificados por uma commissão. e. ainda que lhe chamassem outra qualquer coisa Claqueur Esta palavra está perfeita- Em do reino. (Artigos refeCódigo Civil Portuguez Art. e o segundo periodo começará quando fallecer aquelle ultimo col- tecto. Classificação — Na primitiva sociedade ar- .°. ou na enscenação. em Roma. para se não confundir com a claque^ ainda que sej^ boas a peça e o desempenho. principalmente quando se varre a sala dos espectáculos. nos theatros de Lisboa e Porto. Sjo. a que se chama coberturas dos camarotes^ por cima dos dourados e veludos. Portugal existe também a claque. que recebe os bilhetes e os distribue e dá o signal para os applausos. mas com ella Ciou nos servimos em calão theatral para indicar a parte ú'uma peça com que particularmente se conta. Nos theatros de Paris o publico chega a incommodar-se com os constantes applausos da claque a tudo e a que explorou o theatro de D Maria e quando o governo o administrou por sua conta.i do palco gem do fumo. a Opera-Comica. cada sem consentimento d'este traductor. e o pri- — — 1 .com que muitas vezes o publico não applauda. quinhoando. composta dos mais distinctos escriptores dramáticos e homens de theatro Actualmente a classificação é feita a requerimento dos próprios actores. goza durante trinta annos do direito exclusivo de reproduzir a sua traducção. principalmenten'alguns. por despacho do mi- Circo todos. este os proventos da dita propriedade com os herdeiros dos collaboradores fallecidos. ou bilhetes que o valem Honrosamente affastaram e rejeitaram a claque em Paris: a Opera. e que impropriamente são chamadas alçapões do — estrangeiro. quer seja portuguez. salva a qualquer outro individuo a faculdade de traduzir de novo a mesma obra. para entrarem os espectadores. 574. e que. são tirados os pannos. Nos princiCoberturas dos camarotes paes theatros é uso os porteiros. 379. n'um caso de incêndio. Clarabóias do palco São as que giram por meio de corrediças ou se levantam por balanço destinadas.° Depois da morte de qualquer auctor. um certo numero de assalariados para o applaudirem. e em seu próprio nome.° vel ao diretio de traducção. cessionários ou representantes o direito de propriedade por espaço de 5o annos Art. porem. tem por dever applaudir e obedecer ao seu chefe. obra manuscripta é propriedade do seu auctor e não pode em nenhum caso ser publiArt 577. quer § 2. independentemente de censura prévia. Uma idéa tão desgraçada só poderia partir d'um patife como elle era. esse saltimbanco coroado. nistro — — — — A disposto n'este artigo é applicaArt." E' licito a torentes ao theatro) dos publicar pela arte scenica qualquer trabalho litterario seu. Isto faz. de obra que tenha cabido no dominio publico.— Cod DICCIONARIO tistica 38 mente em França. estenderem gi andes pannos. de caução ou de alguma restricção mais. para os livrar da poeira. Os claqueurs em Lisboa são já conhecidíssimos e por isso os seus applausos dão muitas vezes resultado contrario. Art." Quando uma obra tiver mais de um auctor. 58 . tendo ouvido o conselho dramático A palavra é franceza. Mandava para o amphitheatro." § único. quando cantava e tocava flauta. o Odéon e o theatro de Coqueiin. á tiraClaraboia. recebendo um bilhete gratuito. meiro período da duração d'esta propriedade se esteaderá até á morte do ultimo collaborador que sobreviver aos outros. Alli os claqueurs são retribuidos com dinheiro. conservam os seus herdeiros. enrolados e guardados até á occasião precisa. que directa ou indirectamente embarace o livre exercido d'esse direito. e cada um d'estes coilaborar n'ella sob as mesmas condições. a Comedia Franceza. quem inventou a claque. abusa-se escandalosamente delia. sem prejuízo da responsabilidade a que ficam sujeitos em conformidade da lei. seja no ponto de vista artístico ou litterario. tradição diz que foi o terrível Nero. O — A — O — mente mtroduzida no nosso idioma por não termos outra com que indicar o individuo que faz parte da claque de um theatro. que intitularam Pelle de burro. Bayard. Sô uma collaboraçáo teve verdatender serem necessárias.um escriptor de theatro. collegas plicaveis aos auctores de obras musicaes mas não são amigos. representam nas mesmas As disposições a favor dos peças. é a do escriptor com o obra. taes como Corneille e Molière. nenhuma das quaes renunciado expressamente: na sua obra as alterações e emendas que en. que se suscitarem haver quem reúna as duas aptidões. pregando todas as forças de que disponha CoUaboração no theatro— E' vulgarissima para lhe dar correcção. . dentro de um anno.°." Se a obra é posthuma. Piron. Em Portugal as collaboraçÕes mitada ou restricta a certo praso. a de Gervásio Losem consentimento de emprezario não al.ap. 604. 5z. Conseguil-o-ha emLisboa. são isto excepções. Boito do Mephistofeles. por entre si. comtanto que.» Assim se' expressou pelo que respeita á sua execução nos thea.° Nenhuma obra dramática pôde ser representada em theatro publico. Fréres Cogniard. cada uma que cta a auctorisaçao. por escripto. musico. ajustado. de qualquer obt-a de musica tem direiío exCoUega E' o nome que os artistas se dão clusivo de fazer reproduzir a sua obra. cessionários ou representantes na forma seguinte: | i. o producto liquido da recita ou recitas. rava se um grande êxito. ou a um certo numero de Art. não pôde na mesma localidade cedel-a. feita por dois ou mais escriptores. são. laborador. serão CoUaborador Um dos auctores de uma Art.Vanloo. assim empregada." O auctor peça.39 DO THEATRO PORTUGUEZ Col na litteratura theatral franceza.° Para garantir a propriedade de Colorido O artista dramático deve semqualquer obra dramática ou de musica. E' raríssimo que um maestro esnem alguma imitação d'ella.Berlioz dos seus poemas dramáticos ou presso accôrdo.° De Alcaide e no Solar dos Barrigas. não pôde ser representada sem consenti. se os não tiver trondo. Dizem sempre: F.6.afont. depositando dois exemplares.. em que se pague entrada. João da Gamara.. reunem-se nos mesmos palcos ou nos ria. no Burro do Sr. ou. § único auctores dramáticos são inteiramente .traes Meilhac e Halévy. em conformidade do que collega. Blondeau e Monreal.teve êxito. § 2. Labiche com Gondinet. De ha muitos annos até a actualidade a maior parte das peças que se representam nos theatros de Paris são feitas em collaboraçáo Firmas ha de grande credito — : — — — — — — — — — — — — — — — . a outra empre. tem publico seja admittido por dinheiro. a obra dramática fôr levada á scena em theatro não auctorisado.° Á auctorisaçao para representar uma obra dramática pôde ser illi. GouSe a peça não fôr representada no tempo nod da Redempção. seja communicada a pessoas estranhas ao Art.e Eduardo Garrido foram os mais festejatheatros.court.um dia para collaborarem n'uma grande magica. 600. sendo manuscripta. o fecundo Scribe com Mélesville. com qualquer empreza a representação da sua melhores resultados.phantastica.Chivot e Duru. Também Eduardo Garrido col5q7. operas. Demos um exemplo: Joaquim Augusto de Oliveira terra ou terras. . § 1. exigir que a obra. etc. Dumanoir e tantos outros. Reuniram-se reverterá em beneficio d'aquelle ou d'aquel. finalmente. apresentavam era um successo.° O auctor dramático que biu á scena no antigo theatro de Variedatro. Art. deiro êxito em Portugal. resolvidas no foro civil.bato e D. cessionários ou representantes tiverem a proprie- — — em todos os paizes. Se Doniza. 2. é um bom qualquer modo. emquanto durar o contracto. Edmond e Jules De Gonsoa a quem pertença a propriedade do ma. teem-se distinguido as firmas theadade d'ella. Art. entre os auctores e os emprezarios. que suArt. Véron e Nogueira fizeram em collai. I. § 3." a parte que pertence aos auctores no producto das recitas não pôde ser penhorada laboroii com Manuel Roussado n'uma peça pelos credores de qualquer empreza de thea. sem consentimento. mesmos tiveram dois desastres no Cócó. Art. des e logo na primeira recita cahiu com esgoza dos seguintes direitos.creva o poema para.° De fazer boraçáo muitas peças. pôde o symphonicos e Wagner de todas as suas auctor retirar livremente a sua obra. principalmente em França. vivacidade e brilho. ou um mau collega. pois foi uma queda desastrosa. a cada no theatro teem sido menos felizes. do auctor ou dos seus herdeiros. não Reineta e Facada e no Valete de copas. etc. O Espelho da Verdade. muito de amável e familiar. espeles cuja licença é para isso necessária. deve pre procurar o meio de dar colorido ao paser registrada no Conservatório Real de pel de que se incumbe.° zetti fez o poema e musica da Bettly. mas esses tere alguma parte essencial d'ella.° Todas as questões.. não havendo sobre isso ex. Leterrier e nuscripto. contractou a representação da sua obra. d'Orneval. Lesage com Fuzelier." Se a obra está impressa. entre muitas. Nos últimos tempos.° Quando. Art. «Seguem a fica estabelecido para a propriedade litteramesma carreira. este consentimento só é necessário sendo o auctor fallecido durante o tempo em que os seus herdeiros. as suas obras. porque é diíficil 601. mento de qualquer herdeiro ou outra pes. Verdade seja que tros ou em outros quaesquer logares onde o a palavra collega. dos auctores de magicas. 598. sendo restri. Art.mesmos foyers . 5g5. Marc Michel e outros. Goi. 599° O auctor que contractar Uma collaboraçáo ha natural e que dá os theatro. Taborda. seguro. transporte gratuito das suas bagagens e uma quantia combinada para comedorias. reuniu n'aquelle thearégio. ao gracejo ou ao ridículo. que hoje se intitulam operascomicas ou operetas. Theodo: Francesa. os artistas. os costumes ou os factos da vida social. Comedia lyrica Com muito mais proquaes : — — priedade se dava antigamente esta classificação ás peças com musica. A Comedia Francesa e a Academia é o que lhe parece restar do antigo regimen. etc. Lisboa tem tido ultimamente amostras do seu notabilissimo pessoal pelos grandes artistas que nos visitaram. que marcha sempre na vanguarda da civilisação. e a instituição d'essa sociedade cooperativa. Trata de corrigir os costumes. se um inacreditável cataclys- mo dia te dos os fizesse desapparecer theatros da França e ficar só de pé a Co- um media Frace^a. mais resplandecentes e mais in- Comedorias Quando uma companhia de Lisboa se desloca do seu theatro para ir. A comedia pôde ser de caracter ou de costumes. por conta da empreza. Outr'ora. Domingos Ferreira. Os portuguezes admiram a Comedia francesa pelas suas viagens a Paris e pelo conhecimento da sua notável organisação. alem dos seus ordenados. Poderia ter dito que a velha França. pelas obras primas que apresenta e pelo pessoal artístico que reúne. o cargo de Commissario era muito mais importante. Quando bem feitas e bem conduzidas. Maria. vulgarisando-se maistarde por toda a Europa. os maiores comediantes e o mais admirável theatro do mundo. Tasso. sem dedicar pelo menos uma das suas noites a assistir a um espectáculo na Casa de Molière. a escolha do repertório e de pessoal artístico. an- — em tiga ou moderna. Essa quantia varia entre 700 e líjbooo réis dia nos. Duflos e outros. resta um. o Jogador. com toda a razão affirma que a Comedia Francei^a é um theatro único em todo o mundo da mesma forma que existiu um único Molière. E' a que apreComedia de costumes senta á vista dos espectadores os hábitos de certas e determinadas classes. o Tartufo. João Rosa. e que as obras immortaes d'esse grande comediante e litterato só aquella companhia é capaz de as executar á altura do seu valor. Maria II. Manuela Rey. como é designada a Comedia Francesa f Cremos que nenhum. Emilio Augier saúda um dos restos gloriosos da antiga França. Com a Comedia Francesa. Carlota Talassi. apresenta os ridiculos. Emilia Letroublon. que é a Comedia. que actualmente superintende no theatro de D. que datam de dois séculos e funccionam segundo as leis sonhadas pelos reformadores de hoje. N'um artigo consagrado á Comtdia n'ella na administração do governo. o génio dramático francez conservar-se-hia intacto. Cezar de Lima. interessar e moralisar. como por exemplo O Avarento. Hoje estas peças entram na classificação de comedias de costumes. Izidoro. Commissario do governo— E' um funccionario. quando o theatro normal era administrado por conta do governo. obteve a reforma para os artistas. fundando essas duas instituições de que se honra a França moderna. Arthur Pougin. Encontrou-o completamente abandonado e elevou-o ao maior grau de prosperidade a que chegou. finalmente. d'essa notabilissima instituição artística. Vinte grandes artistas. e que lhe asseguram pe- Delfina. elevou os ordenados. com toda a razão. dependente do Ministério do Reino. que elevou aquelle theatro a uma altura que nunca mais attingiu. abalisado escriptor em assumptos theatraes. tro a companhia modelo que passamos a nomear Emilia das Neves. Santos. Féraudy. que em si resume e personifica. na qual se põem acçáo os caracteres. entre os : Mounet-SuUy. Sargedas. conseguiu que se fizesse o jazigo para os artistas do theatro de D. chamando a si os confrades. Bartet. Companhia — Os artistas que formam o pessoal scenico d'um theatro tomam o nome . o Misantropo. adivinhara o espirito moderno e o livre suíFragio dos académicos. essas duas organisaçÕes. são peças de agrado — rante o estrangeiro um prestigio indiscutível. Carolina Emilia. passando depois aos latinos. Paul-Mounet. de que infelizmente hoje só rico. desenvolveu e animou a litteratura dramática nacional. heróica comedia é uma ficção scenica e histórica. cumprindo-lhe fazer respeitar as clausulas com que o governo cedeu o theatro á actual empreza. Avança o mesmo escriptor que. que se prestam á critica. triumphante no meio das ruinas accumuladas. com Molière e os seus illustres interpretes de mais de duzentos annos. porque tinha a administração económica do theatro. Marcolino e outros muitos. alta ou baixa.Com Comedia DICCIONARIO 40 Peça theatral. Leconte. que tende a instruir. Os francezes orgulham-se. Josepha Soller. creou o monte-pio dos actores. A Teve a sua origem entre os gregos. teem passagens pagas. a montagem de peças. Era assim denomiComedia de caracter nada toda a comedia que tinha por fim o estudo e pintura dos caracteres. uma das glorias mais puras. O penúltimo Commissario contestadas d'um grande povo. Rosa pae. Emilia Adelaide. Gertrudes. foi Francisco Palha. Comedia Franceza— Qual é o portuguez que tenha visitado Paris. ao mesmo tempo que diverte. a França teria sempre o maior poeta cómico. dar espectáculos em outra qualquer terra. Ha ultimamente emprezarios que obri- — gam os seus artistas a viajar sem comedorias. que soltam exclamações e giitos inarticulados. Nos theatros de canto o comparsa junta-se aos coristas. Le Bargy. — comparsa é o complemento mudo e colle- ctivo da acção dramática. ultimamente. ou pelo do director ou pri meiro artista. Os concertos são de diversos genaros: concertos com ou sem orchestra. José Fernandes de Carvalho e Rangel. de diversos trechos de musica vocal ou — nome de comprimarias. da mesma forma que em Itá(compagniaj. Concertos popxtiares São utilíssimos para a educação musical d'um povo. que os amadores de bom theatro alli podem admirar. de musica de camará. as mulheres que desempenham os papeis accessorios. a agitar-se na scena ás ordens do ensaiador. opereta. tenha ou não valor. Sempre nos Companhias estrangeiras visitaram mais ou menos. Assim se diz «A Companhia do D. porém. imita os seus movimentos. seja opera lyrica. instrumental. as companhias fazer contracto. podem citar-se: Eleonora Duse. As companhias são designadas pelo nome do rheatro em qie trabalham effectivamente.— 4> DO THEATRO PORTUGUEZ Con lia de companhia. que representam o povo. O Compte-rendu Outro termo francez. de qualquer peça. O auctor de simjjles couplets de comedia ou pequenas cançonetas. Coquelin cadet. por systema de percentagem. : Comparsa — E' uma Compositores portuguezes e mestres de W. Em França tomam o nome de troupe. com os emprezarios que alli levam companhias de diversas nacionalida- adiantamentos a costumam des e que actualmento são Celestino da Silva. fim áo Diccionario. usado entre nós. etc. que assaltam uma fortaleza ou raptam uma qualquer victima. de musica militar. São elles que fazem as revoluções. porque tanto se apresenta como compositor o musico banal que escreve uma péssima opereta ou cançoneta. collocando tudo nos seus logares. arnram e desarmam a scena. Amélia. outros pedem ordenados de tal ordem e impõem taes condições que impossível é satisfazer-lhes as exigências Por estes motivos as companhias para o Brasil teem quasi sempre de ser organisadas de novo. cantores ou instrumentistas. pessoal artístico. Novelli. só impropriamente se arroga o titulo de compositor dramático. debaixo da direcção do aderecista. a marchar. O compositor dramático é o que escreve especialmente para o theatro. tomam o que formam a multidão. outras como fidalgos. acção. Etn Lis- — . des- tinada a andar. vaudeville ou ainda baile. para designar a apreciação. musica Comprimaria No repertório lyrico. feita n'um jornal. Jane Hading. Jane Granier. «A Companhia do Gymnasio». Entre muitos artistas celebres que teem vindo ao theatro D. Ao publico é que pertence distinguil-os. como o artista de valor bem real que faz o Solar dos Barrigas ou o Tição Negro. Zaccone. que pouco mais são do que figu- machina humana. etc. Compositor— Dá-se este nome a todo o individuo que faz uma composição musical. Ré)ane. Companhias para o Brazil— E' muito difficil e poucas vezes se tem conseguido levar ao Brazil qualquer companhia completa dos theatros de Lisboa e Porto. sem tempo para bem se pre parar o repertório e com deficiências no — Comparsas Comparsas de scena— São os empregados que. outras como viilões e ainda outras como militares. «A Companhia Rosas e Brazão». Luiz Pereira. porque isso seria uma fatalidade Nos theatros de declamação são os comparsas — rantes. «A Companhia do Valle». etc. Tina di Lorenzo. A fim de obter theatro para se apresentar e o capital preciso para despezas de viagem e artistas. Coquelin ainé. sem nunca se atrever a abrir a bôcca para pronunciar uma só palavra. orpheons. Concerto E' a execução por muitos ou poucos artistas. Sarah Bernhardt. Amélia. situações. Amélia». Alguns artistas recusam-se a ir alli. Emanuel. mas que se não atreva a cantar. Maria Guerrero. etc. opera cómica. desde que existe o theatro D. umas vezes como camponezes. Judie. Antoine. Isto prejudica bastante e faz com que os lucros sejam muitas vezes inferiores aos que eram de esperar. narrando a sua intriga. todos osannosn'elle se apresentam diversas companhias estrangeiras^ entre as quaes algumas de verdadeiras celebridades. Bartet. pelo menos. ou no fim do espectáculo. um grande numero de conhecimentos. ou ainda no dia seguinte de manhã. deve ser consultado o conselho dramático. centribuindo todos os artistas para o excellente êxito. não ser estranho á historia dos costumes. escriptor dramático . Lopes de mas sem resultado. Leopoldo Carvalho. observando como elle caminha. ha saliências que demandam reforço. Construcção de theatros Nenhuma casa destinada a espectáculos públicos pód. porque. Para qualquer resolução sobre o theatro de D. sempre que funcciona. Eduardo Schwalbach. E' a instituição creada Conservatório para o ensino da musica. Depois de concluída a construcção. .e ser construída sem prévia approvação da res- Mendonça. e por isso agradar muito aos espectadores menos intelligentes e menos illustrados! Vem como depois outro arelle tista fazer esse papel deve ser ! in- terpretado. — E' actualmente for- deira fique á vista e acompanhe a pintura. povo. E' o enredo ou o encadeaContextura mento de uma qualquer obra dramática. á critica e ao publico. estar ao facto de todo o movimento theatral da Europa. no que respeita a musica. mas estas vêem a Lisboa por tal preço. alerri da verdadeira bossa theatral. commissario do governo junto do theatro de D. A escola da arte dramática tem sido por vezes injustamente supprimida. inspecção das obras publicas.. E' o espectáculo menos do agrado do publico portuguez. devida á iniciativa do seu actual inspector. Emilia dos Anjos. governo civil e inspecção dos incêndios. . manda recolher todas as caixas onde os porteiros são obrigados a lançar os bilhetes que recebem. dá aos theatros elementos valiosos. Quando o contra-annuncio fôr motivado por doença de um artista. ao ensarrafar um Contornar bastidor. Con boa tem-se feito valiosas tentativas DICCIONARIO de con- 42 H. Rangel de pela . escriptor dramático. é indispensável conhecer bem a literatura dramática. finalmente ter. pois que. já preparando magníficos professores. professor da escola dramática. ter passado grande parte da vida dentro de um theatro. trata se então de os contornar. inspector do Conservatório F. que fornece a sua direcção e administração. uma rara illustração e o segredo para ao mesmo tempo agradar aos artistas. Os artistas e os bons amadores certos populares. Maria Augusto de Mello. Amélia Vieira. Raros são os que conhecem bem o theatro. Maria ou qualquer outro assumpto theatral a resolver. conhecer os principaes auctores dramáticos e todas as suas obras. mado não realisa o espectáculo annunciado. O Real Conservatório de Lisboa. alem da pratica na sua direcção e administração. Quantas vezes acontece um actor interpretar mal artista . Contagem Durante a representação do ultimo acto de uma recita. ou. Lima. a historia do theatro em geral e em especial do seu paiz. ás epochas. e não consegue agradar Isto explica-se pelas primeiras impressões. E' o aviso de que se Contra-annuncio — seguinte forma: Júlio Dantas. para examinar se o numero d'esses bilhetes confere com o que vem mencionado na folha apresentada pelo bilheteiro. e por isso os confrontos são sempre difficieis e a elles se recusam justificadamente muitos artistas. Jesuina e outros Fez-se ultimamente uma reforma do Conservatório. com que muito lucrou a classe musical e de novo se crearam as aulas de arte dramática. mas sem que a ma- — — — todos os artistas que d'ella fazem parte teem valor e representam as peças com afinação. Em dança pouco se fez e hoje nada. escriptor dramático que o governo tenha — Assim se chama quando um desempenha um papel que já outro tem desempenhado. Maximiliano de Azevedo. Onde encontrar esta avis rara em Portugal? Diz-se de uma peça que tem Conjuncto bom conjuncto. de musica teem por vezes animado concertos de grandes virtuosi. Conde de Mesquita. os embaraços e os meios a empregar para tudo resolver. escriptor dramático . quando a sua representação é afinada. reprego ou machina. Confronto — um papel cheio d'eífeitos. i)rofessor da escola dramática Malheiro Dias. ou outro qualquer empregado de confiança. ao progresso da pintura e de todas as artes què com o theatro se relacionam. a fim de se verificar se foram cumpridas as condições indicadas na planta approvada e se offerece as necessárias precauções de segurança. por qualquer motivo justificado e com auctorisação superior. que os logares não são accessiveis ao José António Moniz. já fornecendo bons artistas para os diversos theatros. abre-as com as chaves que conserva sempre em seu poder e procede á contagem dos bilhetes. porque custa a agradar n'uma parte em que outro tem feito successo e a razão é porque quasi sempre as primeiras impressões são as mais fortes e duradouras. entre os quaes: Moniz. verdadeiras celebridades. Eduardo Schwalbach. tem dado óptimos resultados. Conhecer bem o theatro Para bem se conhecer o theatro é indispensável a pratica. dança e arte dramática. O confronto é difficil. Quando. procederse-ha á vistoria do edifício. escriptor publico. quaes as difficuldades. Também se diz que — — — uma companhia tem bom Conselho dramático conjuncto. quando pectiva planta pela camará municipal. o secretario da empreza. . deve ella ser justificada por attestado de medico que a comprove. Scalchi-Lolli (i885). etc. Donizetti. é indispensável que para ella tenha dado consentimento o mando. fornecedores. Gaff^orini (1804). Amélia Stahl (1886). Como em todos os contractos em geral. uma oitava mais alta. Os maestros escrevem hoje muito menos para as vozes de contralto . recordando-lhes as primeiras palavras que teem a dizer. empregando capital e arriscando-se a prejuizo. para depois os ofFerecerem ao publico também por menos do seu valor. houver chamadas. Giulia Noveili (1884). mas não ha maneira de o evitar. e portanto tomando a responsabilidade do seu cumprimento. estes mandam compral-os por terceiras pessoas. sujeitava-se a não poder exigir perante a lei a validade de tal contracto. de primeiras representações ou de qualquer recita para que haja grande influencia. de fazer subir e descer o panno quando. por inteiro ou em divisões. não tem valor legal e portanto ciaes — — não pôde exigir-se Contralto — Esta que se cumpra. como muitas vezes acontece. o que prejudica a venda na bilheteira. Contra-regra E' o encarregado de dàr todos os signaes para aviso aos artistas e ao publico de que os actos vão começar. indica a . Pozzoni (i883). porque signal é de que são muito concorridos. liana. São os bastidores Contra-reguladores de roupas que ficam além dos reguladores. Para Contractos com actrizes casadas que perante a lei tenha valor a escriptura assignada por uma actriz casada. vou pedir um contracto ou vou pedir uma escriptura. Barbara Marchisio (18^7). E' portanto um negocio lícito e usado em toda a Europa e na America. se os bilhetes se não venderem. de origem ita- Contractadores de bilhetes voz mais grave da mulher. Rosina Stoltz (i85o). aos que querem fazer beneficio. Nas recitas de influencia e primeiras representações compram os bilhetes pelo seu preço. ou estão verbalmente combinados com a empreza. substituindo no primeiro plano os bastidores que deviam afinar com o scenario. Contracto — No theatro a palavra contracto é quasi sempre synonimo de escriptura. Felizes os theatros que conservam sempre ás suas portas os contractadores de bilhetes. ou passando um documento que o acompanhe. O publico é prejudicado por esta espécie de Rossini. Contrascenar E' saber ouvir e sentir espequando faliam outros personagens. por isso se diz indifferentemente contractei : — São innumeros os que atacam proximidades dos theatros as portas e as em noites de be- ou escripturei um artista. de mandar entrar para a scena os artistas. deverá exigir que os pães ou tutores intervenham na escriptura. Sempre que o Contractos com menores emprezario queira contractar um artista. ou se forem obrigados a vendel-os por menos do custo. assignando a auctorisação no próprio contracto. depois de terminados os actos. Isabel Fabbrica (i836). Mercadante. Virginia Guerrini (iSgS). Bellini e Contraltos e meio-sopranos notaveis*que teem cantado no Real Theatro de S Carlos — Elisabetta monopólio. Verdi.43 DO THEATRO PORTUGUEZ Con Contractadoresdebeneficios— São pessoas que compram ás emprezas recitas por preços diminutos e depois as vendem. Fazem-se também contractos espe- um artista com os auctores. uma escriptura de menor. Nos benefícios compram por diminuto preço os bilhetes ás pessoas a quem foram passados. sem essa auctorisação. auctorisando-a. Ainda que as emprezas queiram salvaguardar os interesses do publico. — — — O . mas tinham sempre logar nas operas de Gimarosa. Giuseppina Pasqua (1882). A voz de contralto é para as mulheres o que a de baixo é para os homens a sua escala e a sua extensão são as mesmas. Os contractadores de bilhetes fazem o seu negocio. Marietta Alboni (1854). para depois os venderem com ágio. Contractadores de bilhetes e senhas — São os artistas ou empreContractados gados que teem escriptura assignada. Biancolini (1877). e de examinar e prevenir que nada falte na scena. que ainda não attingiu a maioridade. neficio. palavra. O empresário ou director que não obtivesse esta formalidade. e se recusem a vender bilhetes aos contractadores. Assim é também no tirar — Brazil. Assim. conversando baixinho uns com os outros e sem darem a minima attenção ao que se passa em scena. porque ninguém escolhe. durante o periodo de cinco annos. quer aos sobreditos ministérios. existe a casa de trabalho dos copistas^ que teem ordenado mensal e umas tantas horas de serviço. Hoje está quasi abandonado tal uso. respectivamente. Em vez de copla é mais vulgar Copla — — adoptar-se a palavra franceza e dizer-se cowplet. Esta convenção foi feita por doze annos e continuará em vigor até. porque todos e tudo chegaria aos espectadores mesquinho e miserável. As peças com canto teem Coordenar muitas vezes musica coordenada de outras obras já ouvidas. Os interessados podem exigir uma certidão authentica do registro. trechos feios. desde o tempo. a qual poderá ser feita dos dois paizes e por mais de um anno depois da denuncia». até á disposição da scena finalmente. todo o caso a declaração deve ser apresentada no prazo dos três mezes que se seguirem á publicação da obra no outro paiz. além das formalidades prescriptas pelas leis. Na parte referente ao theatro diz: «Os auctores de obras dramáticas. existem os copistas de musica effectivos. ou fazel-a representar em um theatro d'esse mesmo paiz dentro do prazo de três mezes. — E' o individuo encarregado de Copista as copias e papeis das peças. que passa com a rapidez precisa. para aproveitar. o aderecista diz «Aquella poltrona conversa com o sofá» para a collocar de maneira que uma personagem se assente a conversar com quem está sentado no sofá. A certidão com a data exacta em que se tiver feito a declaração. ouvem o que se diz. O auctor de uma obra dramática publicada em um dos dois paizes que quizer reservar para si o direito exclusivo e o de fazer representar a sua traducção nos theatros do outro paiz. los. ainda assim por vezes apparecem no thea" . Querer apresentar na scena as pessoas e coisas como realmente são cá fora seria um grande erro. serão registradas no Ministério do Reino em Lisboa ou no Ministério do Interior em Paris. proceder-se-ha á apprehensão dos objectos contrafeitos e os tribunaes applicarão as penalidades determinadas pelas respectivas legislações. Estas traducções gosam da mesma protecção no que respeita á sua re- Em E' de péssimo effeito que os scena. como se tal offensa fosse commettida em relação aos auctores de obras publicadas pela primeira vez no próprio paiz. Em Portugal o copista trabalha em sua casa e recebe uma quantia certa por cada acto que copia ou de que tira papeis. pelo que o seu rosto exprime. até á caracterisação dos artistas. Cop DICCIONARIO 44 ctador deve comprehender o que sente e o que pensa o artista que está contrascenando. que trabalham mesmo no theatro. até ao canto com que são cortados os diálogos. Lá fora. producção não auctorisada no outro Estado. desde os monólogos. São principalmente as revistas e magicas que aproveitam este uso. Esta orotecção ao traductor é quanto á versão por elle feita da obra original e não confere o direito exclusivo de traducção ao primeiro traductor de uma obra qualquer. a contar da declaração feita. Convenção litteraria entre Portugal e a França Esta convenção foi feita em 1 de julho de 1866 e approvada em 14 de maio — 1 de 1867. Quasi sempre as musicas coordenadas são bonitas. Este registro será feito sobre declaração escripta dos interessados. Para os outros theatros os copistas trabalham em suas casas. CarCopista de musica de Lisboa. desde o modo de trajar. São expressamente equiparadas aos originaes as traducçÕes feitas em um dos dois paizes. quer ás legações nos dois paizes. ou: Conversar — artistas em — : «Aquella cadeira conversa com a meza para indicar que a cadeira esteja de forma que alguém se possa assentar á meza. Em caso de transgressão. fará fé e constituirá o direito exclusivo de propriedade e reproducção. estejam distrahidos. recebendo um tanto por cada folha de copia. desde a forma por que os artistas faliam para o publico. Convencional No theatro tudo é convencional. Para que as peças ou musicas publicadas pela primeira vez em um dos dois paizes obtenha o direito de propriedade no outro. em cada um dos paizes. em vez de contrascenarem ou mostrarem que. Os mesmos direitos que pertencem aos auctores são garantidos aos mandatários legaes ou representantes dos auctores. até á forma de dizer. antes percorrendo a sala com olhares inconvenientes. e teem a mesma protecção e acção legal contra qualquer ofFensa dos seus direitos. Usa-se no Conversar com os moveis theatro esta phrase para o aderecista indicar aos comparsas de scena. con^posições musicaes e arranjos de musica gosam reciprocamente. que lhes será passada unicamente pela despeza do sello. em muitos theatros. que apenas exprimem o pensamento da personagem. ou empregad^os da contraregra a collocação da mobilia. O theatro vive e ha de viver eternamente da ficção e do convenciona- — lismo. tanto de obras nacionaes como estrangeiras. é absolutamente tudo convencional no theatro. deve publicar a sua traducção no idioma do outro paiz. das vantagens que são ou forem conferidas pela lei á propriedade das obras litterarias ou artísticas. ser denunciada por qualquer No theatro de S.. E' era primeiro logar a corda delgada que tem muitas applicações nas machinas. Nos outros theatros. Verdade seja que pouco mais verosímil é estar uma noite inteira a ouvir alexandrinos. quando apresentado rica e convenientemente. seis. a dos comparsas de scena. Esta companhia custou caríssima. desempenhados por péssimas bailarinas. bandas de musica. elephantes festa. quando não faz mais do que obedecer aos cordéis que o ensaiador lhe puxa. São as calhas em que corCorrediças rem os alçapões. dos Corredores camarotes e platea. que alli se empregam em variados misteres. Uma canção divide-se ordinariamente em três. vindo á frente d'elle a notável bailarina Maria Villa. rico.45 DO THEATRO PORTUGUEZ um Coi« tro comedias ou vaudevilles em que a acção é interrompida no dialogo para se cantar couplet. a dos músicos e a dos porteiros actor é correcto sempre Correcto que se apresenta bem vestido. apresentam-se umas péssimas e feias bailarinas. escriptos a duas. demonstra sentimento. nas peças de espectáculo. bem caracterisado. Felizmente isto tende a desapparecer. a dos comparsas. operas cómiCoros cas e operetas. No theatro recorre-se muitas veCortejo zes ao cortejo. principalmente cavallos. no desempenho dos seus papeis. contralto. Isto quanto ao seu trabalho perante o publico. como os do palco devem estar completamente desembaraçados e bem illuminados para prevenir um caso de incêndio e evitar atropellamentos. vigor e expressão. Quando qualquer arCorda dramática tista. O que nos faz acreditar que o theatro é um composto de convenções. que é de effeito seguro e de successo garantido. Julga-se muitas vezes que um . três ou quatro vozes (soprano. sabendo o seu papel edesempenhando-o o melhor que as suas faculdades o permittem. Os bons compositores tiram magnifico partido dos coros. N'uma das ultimas epochas. Dá-se o Corista mento irreprehexisivel. coros são trechos de musica. que mais propriamente se deveriam chamar clarabóias. dizse d'elle que tem corda dramática. com costumes fielmente históricos. e muitas vezes até com animaes. se chama corrediças aos alçapões do tecto. tiça e do bom gosto é preciso dizer-se que o corpo de baile italiano de Maria Villa agradou extraordinariamente no Porto e chamou grande concorrência ao theatro do Príncipe Real. Corporação Ha no theatro diversas corporações. n'uma tragedia. Entre os bailados que apresentaram distinguiu-se a Fada das Bonecas^ de grande effeito. A propósito de uma — de uma cerimonia ou de qualquer acção importante. mas que deita poeira nos olhos dos espectadores. bastidores e em tudo que o cordel se torna necessário para prendar ou atar. que o publico acceita de qualquer forma que lh'as ministrem comtanto que o commovam ou o distraiam. Nas operas lyricas. Resultado: o emprezario. ou mais couplets. pomposo. também enfeitados. tenor e baixo) e quasi sempre com acompanhamento de orchestra Ha coros só para vozes masculinas e outros só para as vozes femininas. Carlos vêem-se apenas os bailados das operas. Temos a corporação dos coristas. Magníficos bailes foram vistos nos theatros de Lisboa executados por primeiros artistas. Em — — a dos figurantes. — — Fallar em scena a correr é granCorrer de defeito. O actor que declama a correr nunca se faz entender bem e por- — tanto nunca pôde bem agradar. a dos al- fayates e costureiras. opera cómica ou opereta. se usava impnmil-as em folio e expôl-as depois á venda penduradas em cordéis. Actualmente no Real Theatro de S. quatro. o desfilar de um cortejo numeroso. mas o publico conservou-se indifferente e não foi vêl-a. n'outro tempo. oito. uma das melhores que teem visitado Portugal. isto é. é bom coUega. — Também — nome de corista ao ho- mem ou mulher que canta coros em qualquer opera lyrica. dispensou o corpo de baile e quando tornou a precisar de bailados contractou as seresmas que ahi honra da jusandam de palco em palco. Diz-se ainda puxar os cordelinhos quando o ensaiador obriga os artistas a fazerem um trabalho íalso e só de imitação. ououvir cantar incessantemente como n'uma opera lyrica. São peças de cordel as populares e de pouco valor. em que nenhum personagem sabe fallar em prosa. Na vida intima do theatro o actor é correcto sempre que tem um comporta- — Um tal actor tem valor real. . Verdade seja que o publico de Lisboa pouco mais merece. ou com intermittencias. Teem esta denominação porque. como na opera cómica e na opereta. no fim da epocha. a dos carpinteiros. Esta palavra tem no theatro diCordel versas accepçóes. Nada ha mais disparatado. talvez maior ainda do que fallar com excesso de pausas. Os corredores devem ser espaçosos e com fáceis sabidas para as escadas ou directamente para a rua. um emprezario contractou em Itália para o theatro da Avenida um rasoavel corpo de baile. pontual ao serviço e disciplinado. — bailados ainda peiores do que ellas. Já os houve em Lisboa Corpo de baile magníficos. executando uns — Tanto os da sala. como se houvesse alguém que cons- tantemente fallasse em verso ouvir versos de todas as medidas n'uma comedia poética. chegando a custar ás emprezas muito mais caros do que as companhias de declamação e canto. Cada um d'elles é formado por uma estancia de oito ou dez versos. Acontece muitas vezes que o que pareceu natural e lógico na leitura. para designar as coplas de qualquer peça. elle recorreu Francisco Palha quando quiz montar o Barba Ajul. O cosmorama tem sido por vezes aproveitado no theatro. Grão-Mogol. Deslumbrante foi o guarda-roupa das peças phantastícas Vénus e Viagens de Gulliver. no 2. Rouxinol das salas. com o seu aspecto ou manifestações. Filha da senhora Angot. Actual- — Couraças mente lambem se chama couraças aos cor- pos de alguns fatos de phantasia. Este cortejo era seguido de grande sos. fazeremIhes a limpeza. Depois. produz no espectador um effeito irresistível. ou do peito carregada de dirigir ç guiar os coros. ou figuran- pecto grandioso á sala. A revolução nos costumes do nosso theatro foi feita por Carlos Cohen. a que se pôde dar o nome de verdadeiros cosmoramas. Amélia. ajudando a confeccionar os costumes. interessante. Dão-se então cortes para a obra e tornal-a mais. Amélia. adoptado entre nós. . personagens e vistas. porque os commissarios ou chefes são incompetentíssimos para avaliar do valor de uma obra e dos seus defeitos. dão as- — o costumier Castello Branco. no texto litterario ou musical de uma peça que em breve deve subir á s-^ena. Três rocas de crystal. Sal e Pimenta. etc. Costureiras Ha -as de duas espécies no theatro. Cosmorama E* uma exposição de vistas ou objectos. Pátria. adoptado entre nós. Fim de Século. E* ainda de notar o do final das Viagens de Gulliver. augmentados por meio de lentes e com luz que favorece o eff"eito da perspectiva.Cou biCCiONARlO 46 e camellos. no theatro da Avenida. mãos ignorantes tem andado esta parte essencialissima do theatro. Actualmente está apresentando bons trabalhos no género os Lu^^iadas de Camões! sia tindo a um ensaio das peças. o que não admira.» acto da peça phantastica Vénus e ainda mais o do 3. no correr dos ensaios. sem ser preciso estar constantemente a subir e a descer o panno.° acto da mesma peça. que abrem para os lados. Joanninha e Joannica. Conforme se usa em vários Cortinas theatros do estrangeiro. Foi o guarda-roupa do Gruz. Inglaterra e outros paizes os costumes de em personagens guerreiras. Fructos d^oiro. e já no nosso theatro lyrico. Actualmente. Peças ha com tal variedade de assumptos. que lhe arranca francos applau- Ainda não ha muito tempo. Costumier E' o nome francez. já pela phantasia. Coryphea — Era para guardarem os camarins. Costumes de theatro— Em Itália. indica cortes bem disparatados. já pelo rigor histórico. Couplet— Termo francez. perdera muitas noites a ler e estudar imponente bailado. para vestir o Barba iá. como no italiano. quando sejam de fazenda superior e com adornos dourados ou pintados Teem ainda as cortinas a vantagem de poderem os artistas sair pelo centro para agi adecer os applausos do publico. além da belleza. França. outra peça phantastica. no nosso theatro. na peça Viagem de Su^ette. mais com bom gosto do com que riqueza. Duquepnho. theatro teem tocado os limites da perfeição. Fausto o peti^. o palco é tapado por duas grandes cortinas. ou aos corpos de vestidos de senhoras feitio idêntico. etc. coryphea é synonimo á& figurante. apczar d'isso. particchina. Cothurnos Calçado que usam os artistas quando desempenham papeis de tragedia grega ou romana. que por vezes deslumbrou o publico com os seus fatos do Reino das Mulheres. visto de pé apparece longo e pore — tanto aborrecido.!"»/. mas. apresentou-se no final um cortejo que estava muito longe da perfeição mas ainda assim teve êxito e fez com que a peça tivesse hellas receitas. ou mesmo deDois ás suas representações. para designar o director do guarda-roupa. — no theatro antigo a en- Couraça e costas —Armadura do peito. o mais afamado. pela perfeição do trabalho e magnificência dos estofos. foi surprehendente o cortejo das pedras preciosas. São verdadeiras costureiras as que trabalham no guarda roupa. Roque. Coroa de Carlos Magno. o pobre Gi-uz affírmava que. mesmo com o . no theatro D. As mulheres de vestir são impropriamente também chamadas costureiras e servem para ajudar a vestir e — — a despir as actrizes e as coristas tes. Na primeira representação o publico. na rua de S. fazendo mesmo pequeninas partes. indica claramente os cortes a dar ainda na peça para a alliviar segunda recita Actualmente a policia. A obra sahiu de- Em Em A ficientissima. Portugal o costume histórico tem sido quásí sempre desprezado. assis- No género phantaalgumas peças temos tido verdadeiramente bem vestidas. em iogar do panno de bocca. Algumas vezes ainda não bastam os ensaios para se perceber que a peça tem demasias. no theatro D. Chama-se cortes a todas as supCortes pressóes feitas. a que hoje se chama. Joanna. As cortinas são mais decorativas. colbalta e — locada ao centro da rique occulta o ponto á vista dos espectadores. mas ordinariamente é coberta de velludo carCúpula do ponto mezim. alcançam muito êxito. a fim de que o leitor a possa apreciar logo no dia seguinte á primeira representação! Mal chega o tempo para o trabalho material da escripta. Creação. com som com o da gui- que é obtido por meio de teclado e martellos batendo em cordas de arame. V. está hoje admittido chamar creação ao trabalho do artista que primeiro interpreta qualquer papel. Ha muitos papeis de creados. sobre a qualidade dos espectadores. o contraregra. sociedades : — . Creador Diz-se de um artista que foi o creador d'um papel em qualquer peça. se o sabem fazer. Isto quer dizer que foram elles os primeiros a desempenharem taes papeis. Desempenhando quaesquer papeis nas peças que o exigem. o grande Taborda o creador do Medico d força. sobre o effeito d'uma ou outra scena. mas vive felizmente um dos primeiros. São os creados que vão á scena entregar cartas. As cúpulas dos nossos theatros são exageradas. que são insignificantes e quasi sempre desempenhados por artistas inferiores ou por discípulos. precisas para qual- InstrumenCravo to com forma de piano horisontal e — parecido tarra. e ainda não ha muito. com — — é quando raria. como dizia Rossini. Coxim alguns — Banco os pés estofada e sem encosto. já preparadas. do general Boum da Grã Duquesa. Como ha de o critico expor a sua opinião.47 Coxias t)0 THEATRO PORtílGUEZ Creanças Cui* entrada de creanças nas pe- Dá-se este nome aos espaços ene outro bastidor e ao que fica entre os bastidores e as paredes.. por ter sido elle o primeiro a desempenhal-o. que o actor applica ao rosto com auxilio do verniz a fim de fingir barbas. Carlos d'Almeida.'' Alfredo Carvalho o creador do Lucas do Tim Tini. da mesma forma que um actor é um cultor dá arte dramática Cunho Diz se que uma peça é de cunho. os carpinteiros de serviço e os artistas que teem de entrar em scena. esta palavra. quer papel que tenha a desempenhar. a palavra crear queCoxim rer dizer tirar do nada e o actor ter á sua disposição o poema e a musica. mas de ordinário como os da gravura. ou annunciar algum personagem Com os papeis de creadas acontece o mesmo. Usa-se uma de cada lado do palco. que é o actor José António do Valle. vendo-se n'ellas apenas o tre — —A um ças é sempre sympathica ao publico. Assim foi Tasso o creador do Luiz Fernandes da Morgadinha . ou bem aprendem nos ensaios. ou sua imitação. louras ou grisalhas. N'estes papeis sobresahiram muito os nossos actores Marcolino. Braz Martins o creador do Santo António . Curiosos dramáticos Também se chamam amadores dramáticos os sujeitos que se dedicam a representar em sociedades particulares por mero divertimento. N'outro tempo. A cúpida pôde ser pintada. Crepe — E' um dos elementos indispensá- o nome de coxias aos espaços que existem nas plateas e balcão para passagem dos espectadores.Apezar de. Nos director de scena. Creação — . lisa ou em forma de concha. com em X ou em cruz. V. avisar de que o jantar está na mesa. mas nunca uma critica séria. São pequenas madeixas ou trancinhas de cabello. — . Foi assim Emilia das Neves a creadora. castanhas. Cultor Ao escriptor que se dedica ao theatro pôde chamar-se um cultor da litteratura dramática. Critica theatral Quasi já desappareceu da nossa imprensa desde que ella tem de ser exercida depois do espectáculo e antes da folha entrar no prélO. o publico poderá ter uma noticia sobre o enredo da peça. o que dá tom á sala. cortando as figuras que estão ao centro da scena e prejudicando a vista dos espectadores das primeiras filas. veis ao actor para a sua caracterisação. Júlio Vieira e outros fallecidos. Durante a representação as coxias devem estar o mais livres possivel. verdadeiramente theatral e litte- Cúpula do ponto E' a caixa de madeira ou zinco. E' indispensável cortar as cúpulas. Cruzetas— São os canos de ferro em forma de T que servem para dar luz. . nos theatros illuminados a luz eléctrica. que não foi elle a crear. Bernardo Arejões. — inclinação. para dar luz á orchestra nos ensaios. da Joanna a Doida . Faria o creador^ entre nós. gaz ou acetylene. António Pedro o creador áo professor do Bebé. pretas. mas estes tomam o nome de lacaias. Também no theatro se dá grupos fazem sempre grande effeito assim como nas marchas e cantando pequenos coros. se nem teve tempo para a formar e amadurecer no seu espirito N'estas condições. Creados — Os papeis de creados são por vezes papeis importantes e muito cómicos. Ha coxia da direita e coxia da esquerda. entre nós. brancas. Também podem servir. á imitação dos theatros de Paris. Santos também entre nós foi o creador do Luiz XVI da Maria Antonietta. Jesuina. Armando de Vasconcellos e outros. E' o tambor em que se enro- Iam as cordas que se- gura m os pannos e que teem suspensos os pezos. Ge- Machado. Therpsicore e de outros sahiram os artistas: Amélia Vieira. Cylindro Cynico— Assim denominava antigamente o papel de mau ou tyranno dos dramas.Cyl havia arte WCGlONARIO cilia 48 em que se representava com mais do que em alguns theatros públicos. que se — dedicam á carreira - Cylindro do theatro. Ainda assim. de lá vieram: Rosa Paes. Emilia dos Anjos. E' o que actualmente Curso dramático existe no Gonservatorio de Lisboa. Posser. Ultimamente é muito maior o numero de sociedades dramáticas. Garlos Vianna. Assim. Floresta. por falta de applicação ou por outros quaesquer motivos. Maria Joanna. ou por falta de ensaiadores. Álvaro. se . dos theatros do Aljube. frequentado por alumnos de ambos os sexos. d'esses theatrinhos aproveitam-se muito menos artistas. Leopoldo e muitos outros. Baptista Machado. Taborda. Emilia Eduarda. Bayard. mas. Gama. Anjos. Os melhores theatrinhos de amadores muitas vezes forneceram artistas para as principaes casas de espectáculos. Dizse. fazendo grandes difficuldades. Decoração na scena. é uma impropriedade. depois das ultimas pateadas em S. principalmente precisos na alta comedia. Dança macabra — Usada em algumas ope- á arte da dança. E' uma ronda infernal. . e portanto a arte da declamação é falar como se não fala». accessorios. está em Debute portuguez adoptada esta palavra como synonimo de estreia. artista. Carlos tem este anno magnificas da: mas». quando formosas. Isto é uma injustiça. porque ha dançarinos de verdadeiro mérito. na comedia e no drama. Decorar— Um dos primeiros trabalhos do quando tem de desempenhar qual- quer papel.D Dama coquette Forma um moderno género de papeis. Não é assim. Querem alguns applicaresta Decoração palavra ao scenario. apesar da opinião contraria de — — alguns. dançada por phantasmas ou esqueletos. o exagero. Hoje. etc. precisa ser formosa. que condemna todos á morte. de boa plástica e sabendo da sua arte. Carlos. — quer dizer: tudo quanto alli está. á vista que a scena representa. Portugal o dançarino de ha muito passou de moda ao nosso publico custa a supportar um homem dando saltos e fazendo piruetas. mobilia. Conserve-se a declamação para a tragedia. a sublimidade. A idéa da declamação traz logo comsigo a emphase. Apezar de vulgarmente se Declamação chamar declamação a tudo quanto se diz na scena. recita-se. em allegoria symbolisando a fatalidade. este termo. — dicam Damas — São também assim denominadas : as actrizes. é decoral-o com se todo o cuidado. distincta e vestir com elegância. mas não se declama. elles cá não voltaram. Amélia tem muito boas damas». Nenhum Dançarina actor pôde fazer parte que desempenha boa figura na não a souber na 4 . ou oS. e por isso é só applicavel á tragedia. A actriz que os desempenhar. As dançarinas. por exemplo «A companhia do D. a elevação. Nas suas Memorias o illustre Talma diz que «declamar é falar com emphase. Em ras e peças phantasticas. seja scenario. são sempre recebidas com enthusiasmo em toda a parte. Dançarino ou Dançarina Os que — se de- Apezar de gallicismo. A declamação é quasi uma cantoria. O caso é que. diz-se. V. mas para a comedia é sempre preferível o verbo di^^er. bem construído e com os elementos precisos para a boa arrumação e conservação do scenario. no mobiliário e nas scenas. outros mais baixo. O deposito de scenario deve ser um grande armazém com condições para tal fim. a demora é causada por alguns artistas. Maria II.Des DIGCIONARIO bem 5o ponta da lingua. tre si. mal ensaiada e pobre de montagem. Laura Cruz. Lucinda do Carmo. Chama-se deixa á phrase que dá Deixa signal para o artista entrar em scena. Tomam -se oito ou dez taboas grossas da mesma espessura e da mesma largura. ou mal coUocados e poi isso também desafinados. Quando uma peça vae para mal sabida. que desde muitos annos tem gasto rios de dinheiro com o theatro de S. uns mais alto. Angela Pinto e Luiz Pinto. São também forçados os descanços quando adoece ou desapparece um artista que tem papel principal na peça annunciada e não ha quem o substitua rapidamente. — Quando. Quasi todos os demais theatros teem os seus depositas em barracões alugados. o que é um grave não só pela grande despeza de transportes. que gastam muito tempo em mudar de vestuário. Este processo dá sempre bom resultado. e portanto ha desafinação. diz-se que vae desalinhada e isto Desalinhar a scena — — prejudíca-a extraordinariamente. qualquer artista classificado podia pedir a sua demissão. E' também muito útil. o mais espaçoso que seja possível. ou de manhã cedo. Os outros descanços são quasi sempre injustificados e muitas vezes o pretexto de que se servem — as emprezas quando não teem peça que chame concorrência. perdendo o direito a todas as vantagens e regalias. principalmente ás que montam peças de grande espectáculo. O tempo regular para um intervallo é de um quarto de hora. E' ainda forçado o descanço quando tem de se fazer ensaios geraes de uma peça de espectáculo. Maria II sahiram os artistas: Joaquim d'Almeida. E' portanto indispensável que o actor. com pessoa competente. que se entretém em conversa e se esquece dos espectadores. mas d isso deve pedir-se com antecedência desculpa aos espectadores. conjunctamente com o seu papel. Muitas vezes ha também desafinação no vestuário. Pôde referir-se á enscenação quando na peça não ha conjuncto. que lhe era concedida. Pôde referir-se ao scenario quando os pannos estão mal pintados e portanto desafinados. um muro. Saber bem as deixas é preciso egualmente para não demorar as entradas em scena. nunca pôde satisfazer. aproveitando o silencio da noite.. E' sempre preDemora nos intervallos judicial para a peça que se representa a demora nos intervallos. Delphina Cruz. e ficando inhibido de entrar de novo para a sociedade durante o espaço de três annos. diz-se que teve desagrado. O publico. E' a palavra com que se exDescanço plica não haver espectáculo em qualquer theatro. houver scena de duello ou desa fio. quando se impacienta com a demora dos intervallos^ pateia e grita. ainda ha pouco adquiriu os prédios que lhe ficavam contíguos para mandar construir nm óptimo deposito de scenario. porém. pela difliculdade de armar qualquer scena complicada. O artista que espera ouvir o ponto para fallar e que hesita a todo o momento. estude as deixas para atacar immediatamente com a resposta que tenha a dar ao seu interlocutor. ou mesmo de uma cidade. O descanço é obrigatório nas noites em que são prohíbidos os espectáculos. uma egreja. Derrocada ^. Foi assim que do theatro de D. mas principalmente porque qualquer causa imprevista pôde occasionar mudança de peça á ultima hora. tomar as Desafio — indispensáveis lições de esgrima. copiai o uma ou mais vezes. o seu trabalho passa a ser desegual e sem brilho. Por vezes é indispensável a demora nas primeiras representações. que discordam de gosto e de epocha enções. A maior parte das vezes. inclusive a classificação e reforma. Desagrado— Quando uma peça é recebida friamente ou com signaes de reprovação. — peradamente. e impossível será haver tempo de ir buscar o material para a que tem da representar-se inesprejuízo. mas de diverso comprimento. ao levantar. alguns d'elles pelo contraregra. lei que regia a ultima Sociedade do Theatro de D. N'isto deve ser o actor ajudado longe dos theatros. O governo. Para fazerem verdadeiro eff"eito as derrocadas devem ser muito bem pintadas e principalmente muito oem machinadas. Demissão Pela — Desafinar— Ha no theatro varias desajinaPôde o termo referir-se ao cantor e canlora quando desajinam n'umtrechode musica. ou por desleixo do director de scena. E' indispensável a Deposito de scenario qualquer empreza. e por isso é o dialogo desafinado. a fim de que a scena se não torne ridícula. . em qualquer comedia Ou drama. Carlos. Na scena imitam-se Descargas — perfeita- mente as descargas de fuzilaria ou de artilharia por meio de um apparelho de facílima execução. ou para fallar. Para bem decorar convém lèr muitas vezes o papel na cama. O publico impacienlase e fica de mau humcr. A maior não deve exceder de um metro e meio as outras vão diminuindo de tamanho. para bem decorar um papel. Pôde referir-se ao modo por que os artistas declamam. .E" o desabamento em scena de uma casa. os artistas que o tiverem de realisar deverão. se: desempenho à em geral dão «A peça teve Desenlace A palavra está a indicar de que se trata. E'. de o ir complicando constantemente. Estas taboas. DO THEATRO PORTUGUEZ que a ultima tenha no máximo metade do comprimento da primeira. Descarregar Quando um artista tiver de descarregar em scena uma espingarda. Esta difficuldade cresce quando a scena é vasta e accommoda gran- teresse. Quando não é exagerada. sem prejudicar a riqueza e o esplendor. sem que conitudo possa prever de que maneira e por que meios lá se ha de chegar. da afinação. convém que elle próprio examine a arma antes de entrar em scena.creadas pelos incidentes anteriores. com — — . uma pistola ou um revólver. ou: «O actor F. E' bem difficil Desenhador de figurinos fazer com perfeição ^^wrí«o5 para os costumes de theatro. A bulha que o bater das taboas produz dá perfeitamente a illusão das descargas. deu um bello desempenho á sua parte». é sempre uma bella conI — dição de agrado. E' indispensável ainda attender a que as cores dos costumes se não confundam com as do scenario. antes lhes conserve o brilho e a intensidade uma que devem ter. Descarregar. faltos de gosto. E' terrível a confusão irritante de cores mal escolhidas. que vem cortar ou desfazer o nó do enredo e dar fim ás complicações . umas sobre as outras e no chão. — morto! Calcule-se como acabou um drama de grande effeito Foi com uma gargalhada e uma troça enorme! E' indispensável ao artisDesembaraço ta. Manuel Maria Bordallo Pinheiro. Peça desenxabida é a que não tem graça. espirito. Eduardo Machado e Augusto Pina. ou que ella seja carregada por empregado zeloso e de inteira confiança. maior para maiorestãopresas entre si por meio de cordas até tir Des n'uma distancia de 20 centimetros umas das outras. mas alguns tedm sido bons realmente. presa ao roldana. o deseje. vae ferir qualquer artista ou figurante. que os tons sejam escolhidos de forma que a luz os não irrite nem amorteça. mas conduzil-o. com o tamanho graduado. Em toda a acção dramática o desenlace é o acontecimento final. Desempenho — Chama-se — interpretação que os artistas aos seus papeis.. Quando é preciso ouvirem-se as descargas. Por fim. Acontece também frequentes vezes a arma não dar fogo. que devem vesde forma que o conjuncto geral seja perfeitamente harmónico. as cores devem matisar-se de forma que não firam a vista desagradavelmente. preparal-o. Este desapparece logo que o desenlace seja previsto. é pela incerteza que o espirito do espectador se conserva entre o receio e a esperança. o seu trabalho é muito prejudicado. que ofFusquem os das primeiras partes. onde ha grande accumulação de gente e onde. Para os artistas que trabalham no género cómico a desenvoltura é muito útil. que. porque cada vez a arte mais exige e mais se procura a verdade histórica. sem saber como remediar o mal. entre eJles: Raehael Bordallo Pinheiro. n'um drama em que o tyrano tinha de morrer com uma bala. viveza. sem que o espectador o perceba. Convém egualmente não fazer tão ricos e brilhantes os costumes dos coristas e comparsas. o le- urdimento em de numero de personagens. Manuel de Macedo. Assim diz. solta-se a corda para deixar caDescargas hir com grande estrondo as taboas. difficuldade que cresce de dia para dia. bem difficil a arte apparelho é vantado até certa altura. Desenxabldo— E' assim que se chama ao actor ou á actriz insípidos. mas que o anteveja. V. perder-se uma situação dramática e o artista ficar compromettido em scena. gritando: «Pum!«. e quem tinha de dar o tiro fazel-o com a bocca. e d'estes dois estados se produz o verdadeiro interesse. Sahir do tom. Desentoar E' synonimo de desembaDesenvoltura raço. Em Portugal tem havido poucos desenhadores de costumes para theatro. Desfechar Desinfecção No theatro. agilidade. O desembaraço. ha sempre falta de aceio.. Já se deu o caso. O principal valor do desenlace é ser imprevisto. Quando um actor ou uma actriz se mostra em scena acanhado. pois. por meio de outra corda comprida. nem in- — — — um bello desempenho». fazer d'elle o seu objectivo desde a primeira scena da peça. a pistola falhar. sem descambar no exagero. partindo. Os grupos não devem brigar uns com os outros. por mais que se escrupulise. O interesse apenas se sustenta pela incerteza. Tem já acontecido a arma levar buxa.. Para o escriptor dramático o difficil não é achar o desenlace. de animação e desenvoltura. a desenvoltura é qualidade apreciável no theatro. O tyrano cahiu de confeccionar os figurinos para os costumes de theatro. é indispensável a constante desinfecção. tornando-o assim brilhante. segundo diz. Um actor passa por ter uma boa ou má dicção. estudando-o em todas as suas minudencias e como que enfeitando. interessante. com pintura análoga ao resto da scena. panno. é finalmente elle quem tem a responsabilidade de tudo quanto se passa no palco. adereços. Dá-se este nome ao Director de scena empregado superior que tem a seu cargo superintender em tudo quanto respeita ao serviço do palco. guarda nocturno. aluguer de guarda-roupa. morte do papa ou do monarcha de Inglaterra. porteiros. banda. usa-se íazer e collocar diagonaes. á pureza do estylo. etc. porque isso demanda despezas tão extraordinárias que os nossos theatros não supportam. drogas. ao espirito de que o auctor pôde dar provas. quem dirige os preparativos para que ellas subam á scena no menor espaço de tempo possível e com explendorj é elle quem preside aos ensaios. figurantes. que indica a extensão do som entre a nota mais grave e a mais aguda. Estas diagonaes podem ser dependuradas do urdimento. vista também o de despega seral. (V. anniversarlo da morte de D. urinoes e arrecadações.. guardaroupa. magníficos adereços. Despezas geraes — N'um theatro são as seguintes: diárias dos espectáculos. bombeiros. bailas — cias. sem que perceba coisa alguma de musica. scenario. esta palavra. comparsas. seja o próprio emprezario ou o representante d'uma sociedade. E' todo o homem Director de theatro se si. Amélia.Dir DICCIONARIO sellos. não é los permittido dar espectáculos públicos na quarta. que são paniTos relativamente pequenos. é certo o prejuízo. ou para evitar que o scenario rompa. orchestra. bispo da diocese. illuminações. patriarcha. contractado para tal fim. quinta e sexta feira da semana santa. Pôde ser do próprio empreDirecção zario. de ha muito Dilettante adoptada entre nós para designar o amador que. A' maneira de dizer um papel Dicção chama-se dicção. na noite em qpe o iheatro fecha. direitos de auctor.com rico vestuário. decima. á propriedade da phrase que se emprega. Uma casa de espectáculos só deve fechar as suas portas quando a doença de um artista insubstituível o obriga a isso. o que decorou. madeira. notável scenario. mobilia. não se afastando do assumpto principal e livre de demasias e inutilidades. discípulos. forma o seu gosto e apura o ouvido na audição das grandes operas e assim discute e aprecia o valor d'ellas. Dias em que são prohibidos os espectácuPela lei que rege os theatros. bem ou mal. bailarinas. illuminadores. carpinteiros. conciso. Maria II. Diagonaes Para completar scenas. sello. Diapasão Termo musical. mostra verdadeiro amor á arte. pelo menos pela impressão intelligente e a — — comparação das obras entre chama agora — — — quenta luxo ou vaidade. rainha ou pessoa real.) Chama-se também diapasão um pequeno instrumento que dá uma nota constante e serve para se afinarem as vozes e os instrumentos musicaes. no anniversarlo da morte do ultimo monarcha fallecido e nos dias de luto por morte do rei. nem ao menos saiba distinguir o bom do mau. Dias de espectáculo— O theatro bem administrado dá espectáculo todos os dias. Poucas peças no theatro portuguez teem causado verdadeiro deslumbramento. Deve n'elle attender-se á forma de o conduzir. excellentes bailados. Ainda assim podemos classificar verdadeiramente deslumbrantes as montagens da Vénus e Viagens de Gulliver no theatro D. fogo. e em que entra a illuminação. Em theatro o diapasão pode ser synonimo de tom.o em todas as particularidades. agua. folha da companhia. licença. Deslumbramento E' o que causa uma peça de espectacuIo. ou quando algumas noites são indispensáveis para os ensaios geraes da peça que está para subir á scena. do representante de uma sociedade. polipostura de cartazes e mulheres e tudo quanto pode deslumbrar a do espectador. Volta ao mundo e Fructos de ouro na Trindade. Templo de Salomão. homens e mulheres de vestir. A' diária dá-se nome — — — — publicas. ferragens. no dia de finados a 2 de novembro. Diária Dá-se este nome á despeza que se paga ero todas as recitas. O dialogo deve ser vivo. no dia 24 de setembro. deixando ver o que está ou se passa fora da scena. ou ainda -de um empregado superior. 52 especialidade nas retretes. cartazes. Prophecia e Pátria em D. folha semanal d'empregados. Muitas vezes a palavra direcção é synonimo de empreza. dias de preces outras despezas. se não debaixo do ponto de vista technico. dilettante ao individuo que freconstantemente o theatro lyrico por Também — — — que está á frente d'uma empreza theatral. objectos d'escriptorio e quaesquer outras despezas eventuaes. Detalhar E' importante para o artista saber bem detalhar um papel. ou engradadas e seguras com escoras Dialogo E' bem difEcil o dialogo n'uma obra theatral. annuncios. vistosas marchas. Família do Colono no Gymnasio. E' o encarreDirector do guarda-roupa gado da confecção de todos os costumes do — . Sendo certa a despeza. Palavra italiana. Veja-se esta palavra. Despezas seraes São todas as que se incluem na diária. é elle quem mette em scena as peças. aluguer do theatro. Pedro IV. Só assim poderá ser perfeito. sem ter educação musical. V. uma oração com inflexão que está em completo desaccordo com o pensamento expresso. todavia convém que se abstenha de o fazer. Di^er mal é soltar uma palavra. — — — — riam provas praticas. além dos direitos. uma phrase. Freitas Gazul. E" o individuo que no Director musical theatro tem a seu cargo a direcção de tudo quanto respeita á parte musical. para não desprestigiar o ensaiador. — Dispensa do ensaio A falta aos ensaios só pode ser auctorisada pela dispensa do director de scena. A disciplina é mais precisa no theatro do que em qualquer outra parte. Maria. tendo estudado a parte de que se incumbiu. faliando com nitidez e empregando todos os meios de agradar. Esta responsabilidade não é pequena. que recebem por cada recita uma quantia combinada com a empreza. A disciplina vae no theatro dos indivíduos para as corporações. Do artista que se apresenta em scena bem vestido e com bom porte. ganhando apenas 5oo ou 600 réis em cada noite que trabalham. ensaia elle mesmo. e principalmente traductores. adoptada no nosso theatro lyrico. pode mandar prohibir as representações. Quando um artista desemDistincção penha qualquer papel com toda a correcção. Também se chama divertissement ao bailado que faz parte de Júnior. em qualquer theatro. Carlos Bramão. faz a juncção de partes e coros. ainda que menor do que em D. ou porque os estatutos da — — sociedade casos. A disciplina exige penalidades e rigor para os que se afastam do caminho das suas obrigações. Monteiro d'Almeida. quando lhe não são pagos os direitos. e porque este sabe melhor do que ninguém a falta que o artista fará. E' indispensável que n'um theatro a disciplina obrigue cada um a cumprir o seu dever. diz-se que esse artista foi distincto. pois que peças ha que pedem grande quantidade de fatos. Distribuição E' dividir os papeis de uma peça pelos diversos artistas encarregados de a representar. Sá Noronha. Sem disciplina seria impossivel existir um theatro. Filippe Duarte. Rio de Carvalho. . O auctor ou traductor de qualquer peça. Os verdadeiros discípulos deveriam ser os do Conservatório. Frondoni. atlendendo ao rendimento do theatro. Gomes Cardim. Plácido Stichini. O actor que di^ mal produz Dizer mal o mesmo effeito do cantor que desafina. Esteves Graça. previsto nos contractos ou por falta de pagamentos. Alves Rente. Di^er — . Miro. O auctor de uma peça original tem o direito de a distribuir a seu gosto. Uma platéa intelligente e que sabe apreciar. se não comparecer. Santos Pinto. Migone. Superintende nos ensaios de musica. Não ha verdadeiramente tabeliã para o pagamento d'esses direitos. Casimiro — 1 — — Cyriaco Cardoso. Dias Costa. Frederico Guimarães. Todos os trabalhos para o vestuário das peças se fazem sob as suas ordens e a sua responsabilidade. Filippe Silva. Del-Negro. da- bem em cada companhia por caso de força maior. onde os auctores e traductores recerecita uma percentagem sobre a receita bruta realisada. Descarregar. porque o actor a diz mal. diz-se que tem distincção. José Maria do Carmo. que são indivíduos sem ordenado fixo. arripia-se de ouvir que a phrase sae estragada. para designar um bailado que se executa no fim ou n'um intervallo da opera. Marcos Portugal. o que torna a empreza fallida.^ representação quando a peça é original. ensaia a orchestra e rege os espectáculos com musica.53 DO THEATRO PORTUGUEZ Diz theatro. pode também conceder taes dispensas. a não ser no theatro de D. incluindo o contra-mestre e as costureiras. Augusto Machado. Debaixo das suas ordens trabalham os alfayates. o — Uma permittam em determinados empreza só pode dissolver a Maria. Palavra italiana que significa deusa. Carlos Calderon. António Taborda. Francisco Alvarenga. como supremo arbitro do serviço do palco. o producto liquido da 5. No theatro dá-se o nome Distribuidor de distribuidor á pessoa incumbida de fazer nas ruas e estabelecimentos a entrega de programmas dos espectáculos. E' a ordem que se observa Disciplina em qualquer officina ou estabelecimento. Divertissement Palavra franceza. Ahi todos mandariam e ninguém quereria obedecer. Manuel Benjamim. — Distinctos compositores portuguezes de musica para theatro Alfredo Keil. Entre o artista e o corista Discípulos ha nos nossos theatros os discípulos. Uma grande parte d'elles envelhece e morre em discípulo. e que são incumbidos de desempenhar pequenos papeis. Amélia também alguns auctores recebem percentagem. Diva Chama-se diva a uma primeira cantora que tem as boas graças do publico. Dissolver Qualquer sociedade artística se pode dissolver por accordo entre a maioria dos sócios. mas alguns tem havido bem aproveitados. apresentando-se bem. Está hoje geralmente estabelecido nos thetros de Lisboa e Porto dar aos auctores. Disparar — qualquer obra lyrica. Nos outros theatros variam os direitos de auctor entre i^5oo e 2ííí>ooo réis por cada acto. E' claro que o emprezario. percentagem que está estabelecida no contracto que a empreza tem com o governo. que alli apredem a parte theorica e depois. No theatro D. Neuparth. Luiz Filgueiras. Symaria e Visconde do Arneiro. E' a justa remuneraDireitos d'auctor ção que as emprezas theatraes dão aos auctores das peças que representam. Auctores ha. porque ha matinée. isto é. Até aos cincoenta annos os direi» tos pertencem aos herdeiros. cómica ou burlesca. Assim se diz dos papeis em Dois ditos que o actor pouco tem que dizer ou fazer. sobraçando capas e tendo espadas á cinta. fosse embora trágica. — E' synonimo de duetto na opera. Desafio. conteem também duettos — as operas-comicas. situações vulgares da vida. — — assassínios. etc. que raros artistas o conseguem. É' vulgar. admittindo todo o género de personagens. Todavia usa-se chamar indistinctamente draescreve para o theatro. formando o meio termo entre a tragedia e a comedia. toda a malícia. Actualmente chama-se escriptor dramático ao individuo que faz qualquer peça para o theatro. o drama uma peça de caracter commovedor. E' por isto que se diz: arte dramática. Drama . com luctas. maturgo seja a quem em que género V. attendendo mesmo á s:a etymologia. E' preciso dar-lhe toda a expressão. finalmente todo o valor que os versos teem ex- — plicita ou occultamente. Já para os artistas se não pôde dizer o mesmo. é certo elles terem trabalho. desenvolvendo-se a acção entre os personagens que fazem parte d'esse lar. se eleva ao mais alto grau. séria na essência. A participação que o Doença d'artista artista faz para a empreza. Chega a indignar ouvir um actor di:{er mal. e já de ha muito. Dramaturgo— Foi por muito tempo assim designado o escriptor ^\ie fazia dramas e assim devia ser. Certas obras dramáticas eram chamadas de capa e espada. porque n'ellas appareciam personagens de varias cl-sses e cathegoiias. pois que. Considerado no ponto de vista Duetto puramente theatral. musica dramática. em prosa ou verso. opereta — — ou vaudeville. como todas as outras partes d'uma opera. segundo o nosso Código Civil. esse artista dizer com desdém: «O meu papel são dois ditos la Para os emprezaDomingo no theatro rios é o domingo o seu melhor dia. Effertivamente ainda hoje se chama dramaturgo a quem faz dramas. exprimindo toda a sorte de sentimentos e em todos os estylos. drai^iatica. empolgantes que faz grande impressão no animo do tico auditório.1^ outro tempo. o impressiona e lhe faz até verO actor é dramático quando representa scenas tristes e por tal forma ter lagrimas. finalmente. etc. Foi em i83o e 1840 que estes dramas tiveram voga. quando a um qualquer artista é uma opera em que o sen- timento dramático. comediographo ao que faz comedias e escriptor trágico ao que compõe tragedias. ao mesmo tempo que uma se articule por forma a não se perder syllaba. incêndios. mas approximando-se d'ella pela natureza e complicação dos acontecimentos. Drama intimo Q drama passado no interior de uma familia. d'uma forma mais familiar do que a tragedia. ou então ha ensaio de dia e espectáculo á noite. E' sempre um drama pungente e com scenas mais ou menos violentas. Quando tudo isto se consegue é de effeito seguro. fôr. Drama lificação lyrico a — Dá-se por vezes séria. ou com elles estão relacionados. pois. attendendo á etymologia da palavra. esta qua- comparecer aos ensaios ou aos espectáculos. em que quasi toda a gente descança. chama-se apenas drama á peça theatral. tirando da comedia os seus processos de intriga.. as peças que cahirem no dominio publico. — . auctor dramático. a sua linguagem natural e a copia dos costumes. distribuído um insignificante papel. E'. E' tão difficil di^er Dizer o «couplet» bem o cotiplet. a — E' o drama em que Drama phantastico acção assenta n'um assumpto phantastico e que tem o ponto de partida n'um facto — sobrenatural. apaixonado. deve ser sempre acompanhada de um attestado medico. Não se pôde dispensar tal formalidade. — E' um adjectivo com diverDramático sas applieaçóes. dramá- Dominio publico — Não tem que pagar di- reitos de auctor. Esta classifiDrama de capa e espada tudo o que na scena nos sensibilisa. quasi sempre familiar. Hoje. ou para o director de scena de que está doente e não pode — cação vem do theatro hespanhol. porque a auctoridade assim o exige. n'esse dia. acompanhado pela orchestra. toda a ingenuidade. Duo na opera-comica ou operetta. seja em que género fôr. Dramalhão Assim se chama vulgarmente ao drama de fortes situações. quando devia ser — Uma unicamente aquelle que escreve dramas. as operetas e até os vaudevilles. pathetico. as que se representarem passa- dos cincoenta annos depois da hiorte dos auctores. o duetto é um trecho a duas vozes. principalmente para alterar ou transferir o espectáculo. e ás vezes duplicado. çlassificava-se de drama toda a obra theatral. Muitos teem classificado de dramas lyricos as obras de Wagner. porque ha sempre concorrência de publico nos theatros. E'.e Duo mal DICCIONARIO 54 é dar um falso sentido vocal ás palavras que se foi incumbido de transmittir aos espectadores. Duello E' a denominação que se dá a Duéttino um pequeno duetto de opera cómica. Além das operas. scena dramática é a que commove o espectador. . ça do repertório de qualquer theatro deixa Al. repregos e bastidores. de energia. opereta ou vaudeville. por si Emprezario ou representando uma sociedade. o ma. se entrega o pessoal — — — — . se fizesse uma pequena idéa da somma de esforços.de uma peça. para aprender qualtabeliãs de serviço e de multas. ensaios de musica. adereços. etc. São os últimos ensaios Brazão. nos de opera cómica. mas também todas as peças do repertório e as partituras. Ha diversas espécies de ensaios. que devem ser feitos com quim d'Almeida. tira os roteiros de musical. finalmente todos os ensaios precisos até chegar a primeira representação.os ensaios por naipes. que tem também outros encargos. precisa ser trabalhador e manter-se na os segundos. procede-se ao conjuncto com todos scenario. ensaios de ratificação. forma companhia. A emprega tem todos os encargos e os proventos. de intelligencia.ensaios de recordação. Nicolau ou não fôr de bom gosto. Rosa pae. Braz Martins. Cunha Moniz.pectáculo. depois saiar. José Romano. tal qual ccmo se se tratasse de um esJosé Ricardo. aluga um theatro. Salvador Marques de não tirar a surpreza da primeira representação e para que se não vejam os defeie Taveira. Epiphanio. Tem a seu cargo ensaiar as cada artista tem com o mestre de musica Ensaiador peças desde a prova até o ensaio geral. Além de muita aptidão para enparadamente os primeiros sopranos. depois os segundos e por ultimo os de tudo que se faz no palco. quando se senta no seu logar para assistir á primeira representação d'uma peça. ensaiando sebilidade. José Carlos dos Santos. Se o espectador. José scenario. e depois é Ensaiadores notáveis portuguezes fredo de Mello. depois pectáculos. nunca se atreveria a patear essa peça. ensaios de marcação. pudesse calcular o tempo e o trabalho de toda a espécie que foi preciso para apresentar tal obra. porque seria muito demorado enempregados e fornecedores. e em seguida os primeiros tesua importante posição de chefe de serviço nores. ensaios de juncção. fazem-se então nuscriptos do repertório sob sua responsa. Para se indicar que uma peça tem chamado grande concorrência e agradado muito.muito esquecida. Costumam ser feiLuiz. responde pelos seus actos no Tribunal do Commercio. caracterisaAntónio do Valle. Furtado Coelho. juntam-se todos os coros. César de Li. Quando. Só depois se pode bem proceder ca.quer parte de uma peça. e. Ri. porque deve estar los Posser. como outro qualquer commerciante. Isto tem a vantagem de se poder do de Carvalho.tos os ensaios geraes á porta fechada. diz-se: «A peça tal tem dado constantes enchentes^. José António Moniz. GuiEnsaios geraes lherme da Silveira. a trabalhar. baixos. Como. Faz uma serie de ensaios. fazem-se entãoos ensaios de pare aos coristas.as suas partes. vestuário. Romão. salas. ções. João Rosa. cada um sabe a sua parte tém a ordem no palco. escolhe repertório e toma a responsabilidade de todos os — encargos. Não são horas. E' metter em scena uma peça. E' o individuo que. entregan. E' o serviço do ensaiador. existem ensaiadores de músitese coros.os artistas. Augusto de Mello. ensaios geraes. ensaios de scenario ou machinas. Logo que os diversos grupos sabem Nos theatros lyri. Izidoro. Leoni. e. Primo da Costa.de se representar durante mezes.Ens sociados. A estes ensaiadores chamam nos Ensaios de recordação— Quando uma petheatros maestros. a fim de ensinarem a Quando estes trabalhos preliminares estão musica das peças ou das operas aos artistas concluídos. de vontade que cada um empregou até esse dia.saiar cada corista de per si. assim. dirige os es. quasi sempre dois. César de Lacerda. um de partes e outro á enscenação. Moutinho de Sousa. Ensaiador de musica cos e nos de opereta. Chama-se assim á longa série Ensaios de trabalhos e estudos preparatórios a que — — A synonimo de emprezario. Com respeito aos coros não é do-os em tempo competente aos diversos possível. ensaios de leitura. de coros.d'estes ensaios. Joa. ensaios de orchestra. ensaios para a policia. Car. — d'um theatro até apresentar uma peça ao publico. a fim beiro. sem esses ensaios. nem dias. manda começar os actos. que DICCIONARIO 56 Empreza— O individuo ou individues astomam a seu cargo a explora- ção de qualquer theatro. ensaios de apuro. Encadernar— Não só os livros da escripturação de qualquer empreza devem ser encadernados. a fim de se conservarem em bom uma que um theatro tem enchente quando a sala está replecta de espectadores. Ensaios de musica— Nos theatros lyricos. a fazer sacrifícios enormes.a emprega pode ser applicada a qualquer outra industria. Duarte de Sá. Augusto Rosa. Pinto Carneiro. diz-se que a que explora theaemprega é tro é uma emprega theatral. isto é. fazem-se Garraio. a apurar. Leopol. Ensaiar desde que se prova e se apura até ao ensaio geral. Eduardo fiasco era infallivel. Augusto preciso que reappareça no cartaz. Lopes Cardoso. Diz-se assim quando com riEngradar pas e sarrafos de madeira se pregam ou grudam gabinetes. man. guarda os ma. guarda-roupa e adereços. Luiz da cortar ou emendar o que fizer mau effeito Costa Pereira. Enchente — Diz-se estado. mas semanas e mezes que se gastam a estudar. Já se teem também feito ensaios geraes com convites á imprensa. — E' o enredo da peça. as emprezas são obrigadas. chegam-se ao emprezario e dizem: «Pode ser hoje uma entra- . manda-se entregar o dinheiro aos espectadores que não concor- — — darem com Entregar o valor de a substituição. dá muitas vezes — — — um grande eíTeito theatral para o desenvolvimento da acção e para surprehender o espectador. que signiEnsemble fica conjuncto. as dançarinas. sem saber o que ha de dizer. E' a que faz o arEntrada em scena tista quando vem tomar parte na acção da peça. abolida pelo nosso código. eximir a visto. — Diz-se que uma peça Entrar a ensaios entra a ensaios quando se começa a preparar para subir á scena. nem tos. homens e mulheres de vestir. Enscenação E' a arte de regular a acção scenica. carpinteiros. E' mesmo a contradicção e ofFensa do art. Cantar no tom e afinado. o seu Enthusiasmo desempenho e enscenação são recebidos com muito agrado e muito festejados pelo — rentes. uma carta artista. Isto pode ter vantagens. em volta e nos sitios precisos para segurança e reforço. os coristas. dinha?» São bilhetes para o Entradas de favor espectáculo. escriptores dramáticos. Entalação E' o nome que se dá á situação melindrosa em que se vê um actor quando a memoria o atraiçoa e o ponto lhe não acode. N'outro sentido. Entoar Todos os theatros Entrada dos artistas deveriam ter uma entrada especial para os artistas e todo o pessoal que trabalha no palco. «Estou farto de dar endiz muitas vezes Os borlistas. união. dados gratuitamente pelo em- — prezario. não podem ser aflixados sem Civil. — em scena. etc. E' isto. tem de ser substituída por outra. Uma boa entrada de tal personagem. para que seja verosimil. pregar-lhe peças de madeira. o emprezario manda entregar o dinheiro ás pessoas que tenham já comprado bilhetes para o espectáculo que não se realisa Quando a peça annunciada. natural e sem atropello. Ent — mais nem menos do que a censura prévia. combates. ordenando as alterações e cortes que entender. ou mesmo prohibindo a representação da peça. aderecistas. para a auctoridade assistir. — Entradas borlas E' no theatro synonimo de ou entradas de favor. mas também a harmonisar esses movimentos. os figurantes. e os cartazes. Todo o serviço da sala e do palco devem ser completamente separados. a fazer um ensaio. quando se referem á montagem. pode tal exigência. ensemble e apuro de uma peça. marchas. mas tem também o inconveniente de mostrar faltas que nas recitas não existirão. cortejos.DO THEATRO PORTÍTGUEZ que ainda estão a tempo de ser emendados. os músicos da orchestra e da banda. mas applicam o termo francez mise-en-scene. vestuário e adereços. — Para amesqumhar costumam dizer os um . considerada sob todas as faces e todos os aspectos. segundo o mesmo regulamento. O escriptor dramático tem sempre difficuldade em justificar a entrada ou sabida de qualquer personagem. ou sarrafos. depois das peças ensaiadas e antes da primeira representação. O emprezario : — tradas». não só no que respeita ás evoluções das massas: grupos. No theatro está adoptada a palavra ensemble para indicar o conjuncto do desempenho de uma peça.° do Código Todavia nenhuma empreza se. artistas e amigos da empreza. porque a auctoridade não põe o visto no cartaz sem ter assistido ao ensaio. como o nome o indica. Geralmente no theatro. ou entre duas peças diffe- — o theatro. quando uma companhia ambulante rebenta em qualquer terra.' E'. Pelo novo Ensaios para a auctoridade regulamento dos theatros. Entrecho Quando um theaEntregar o dinheiro tro tem de fechar as portas por qualquer acontecimento que se tenha dado. e os artistas não teem dinheiro para d'alli sahirem. E' uma entalação. Quando uma peça. seja bom ou seja mau. como reclame. Chama-se ensarrafar qualEnsarrafar quer bastidor ou reprego. harmonia. finalmente todos os que teem trabalho durante o espectáculo. ficando por alguns momentos parado. a fim de não atravessarem pelo meio dos espectadores. chama-se a isto uma grande entalação. como se fosse espectáculo. essas evoluções com o conjuncto e os detalhes do scenario. Pela entrada particular para a caixa do theatro entram as actrizes. E' o calão de theaEntrar para a vida tro que se emprega quando um homem ou — — uma mulher entram para Diz se de qualEntrar para o theatro quer pessoa que resolve seguir a vida de actor ou de actriz. não só no que diz respeito aos movimentos isolados ou combinados de cada um dos personagens que concorrem para a execução da obra que se representa. os discipulos. comparsas. nem para pagarem aos hotéis. não dizem enscenação. por este motivo é mais racional chamar a tal ingresso entrada para o palco. bjo. quando querem ver espectáculo de graça. os actores. por motivo imprevisto. Palavra franceza. Também a palavra ensemble indica um trecho musical cantado por todos os personagens que estão — publico. o Entreacto espaço de tempo que decorre entre dois actos d'uma peça. diz-se que causou grande enthusiasmo. a diversas clausulas. logo que está por completo na imaginação do auctor. qualquer artista sae d'uma empreza para outra que mais lhe convém. que se manifestam por varias formas desagradáveis. Em geral as escripturas fazem-se particularmente e em duplicado. Quando n'uma peça ha sceEscabrosa nas escandalosas e phrases inconvenientes. D'uma má peça dizse por vezes que é um escândalo dramático. Carlos. por falta de recursos. Carlos está aberto apenas durante quatro mezes. — — — tem existido alli. vaudevillista e dramaturgo. sob pena de multa estabelecida. á cintura. de parte a parte. Se o nosso Conservatório Dramático não tem produzido quanto era para desejar. em determinadas epochas e determinados costumes. e ordinariamente essas tentativas terminam no fim de um mez ou dois. é escriptor dramático ou auctor dramático.Esc DICCIONARIO 58 collegas ou mesmo parte do publico que elle só serve para ir á scena entregar uma carta. e hoje novamente existe. e os artistas nada podem reclamar. Gymnasio. Em Portugal. Verdade seja que alguns nem para isso servem. Rua dos Condes e Salitre. íecha a porta. Por sua — — — — — tante frequentada. diz-se que essa peça é escabrosa. e que se collocam obliquamente contra os repregos ou parte do scenario. produz escândalo nos espectadores. em que se dava o desfecho da peça. dá o plano completo da obra. Assim foram os theatros de S. D. Muitas vezes o emprezario.do theatro no meio d'uma epocha. onde se obrigam. já porque são raras no nosso paiz as vocações e apti- Escarcéla parte. como que um estoco desenhado. ordinariamente em verso. por vários motivos. Maria. — does para a scena lyrica. Os outros theatros de Lisboa e Porto variam as suas epochas entre seis e oito mezes. ficando um exemplar em poder de cada um dos contractantes. Todo o escriptor Escriptor dramático que trabalha para o theatro e que produz obras que sobem á scena. -^aoirij midades ^^^«""^ — O esboço ou esqueleto. Ultimamente nenhum ha que funccione o anno inteiro. rados E' o contracto feito entre o Escriptura emprezario e o artista. tempo houve. a que se adaptam parafusos. collocada por cima do fato. porque infelizmente no nosso paiz não ha leis especiaes sobre o assumpto. para fallar propriamente. Episodio dramático Scena ou scenas. inEscândalo conveniente pelas scenas ou pelo dialogo. que teem de ser cumpridas. Entremez Classificação que n'outro tempo se dava ás farças ou comedias pequenas e jocosas. tendo nas extre- i°3» 3» . Escola de canto Esta escola de canto existe no nosso Conservatório. que é mal ensaiada e peior enscenatla. — Desde a fundação do Escola dramática nosso Conservatório por Almeida Garrett. N'um ou n'outro caso ellas de nada valem. fim d'essa escola é preparar para o theatro actores e actrizes. bas- — — — buracos. lecidos Escriptores dramáticos distinctos já retiV. E' assim que se chama o plano Esboço escripto de uma obra dramática. Escarcéla Bolsa de couro. com os seus livros — . em que se representa um acontecimento ou episodio dramático altamente trágico ou commovente. Escriptores dramáticos distioctos já íalV. sempre algum proveito se tira Escoras São varões de ferro ou traves O — de madeira. a escola dramática. quando a escola existe. o resultado é quasi sempre fatal. Actualmente são todos designados com a classificação de auctor dramático. Como em qualquer ouEscripturação tro estabelecimento commercial ou industrial. conforme o género a que o escriptor se dedicava. no fim do Diccionario. com intermittencias. Por vezes algumas emprezas ou sociedades artísticas tentam a exploração de alguns theatros no verão. a fim de os segurar. Trindade. como também lhe chamam. sobre o qual só ha que bordar. ainda assim. no fim do Diccionarlo. já porque a maior parte dos que frequentam a escola de canto teem só em mira aprender o indispensável para cantarem nos clubs ou nas reuniões familiares. auctor cómico. para maior segurança. nunca chega a ser paga. costumam exigir que as escripturas se façam em qualquer notário. mas dando pouco resultado. uma empreza theatral deve ter a sua escripturação em ordem. ou de fazenda. fazendo-os conhecer as regras da arte.. sendo raríssimos os que funccionam todo o anno. Alguns emprezarios. dividida em actos e em scenas. que. Quadro final de antigos draEpilogo mas. e o único recurso do emprezario é intentar judicialmente a cobrança da multa. Em quasi todos os Epocha theatral theatros do mundo as epochas são resumidas. Apenas alli falta o dialogo e é. em que alguns theatros estavam abertos durante todo o anno. N'outro tempo. fazendo os praticar e dandoIhes uma certa illustração. Muitas vezes uma peça. S. com todos os incidentes e situações que comporta. e ainda não vae muito longe. tinha o nome de escriptor trágico. e nelle tomam parte ar- — imitação. quando o programma é bem organisado. Maria II. Espectáculos gratuitos por occasião de festas nacionaes.. passou de moda. firmado por ambas as partes. Se um qualquer emprezario acceitar a assignatura d'um menor em qualquer escriptura sem a devida auctorisação. devendo a empreza fazer requisição de um piquete de bombeiros e da força de policia. que julga uma boa Espiga — E' — tistas distinctos. artista ra emancipados. n'uma barraca. os menores. Carlos. em qualquer theatro. nunca poderá exigir judicialmente o seu cumprimento. em signal de rego- — veis. cançonetas. dramática. Dá-se este nome aos cómiEscudeiro cos das magicas. n*um circo. a camará municipal ou o governo dava ás emprezas certa quantia para que. acrobágymnastica. que acompanham os reis ou os príncipes nas suas aventuras. publico ou particular. Ess completos e competentemente sellados. Estes expedientes nada adiantam e antes desacreditam a empreza que os põe em pratica. etc. Quando o mesmo emprezario recebe uma peça. 59 DO THEATRO PORTUGUEZ sijo. esse papel é uma espiga. os espectáculos de gala realisam-se com as mesmas formalidades no theatro de D. também apanha grande espiga. Usamsem-se os espelhos fingidos. monólogos. de que o publico se não ri. ao espectáculo. Espectáculos de gala a familia real e toda a corte assistem da tribuna do Real Theatro de S. dão sempre bom resul- segura. Quando um artista tem de contrascenar com outro. Quando está fechado o theatro de S. Na scena não se devem uzar Espelhos espelhos verdadeiros. não — chama no theatro a uns espectáculos. Actualmente nos theatros de Escurecer Lisboa e Porto. comedias em um acto. porque é de péssimo — — — por muitas vezes tem que simular em scena um duello ou outro combate. E' o que assiste a qualquer Espectador representação. empreza e o artista ou Espectáculos intermináveis — Assim O se E' o empregado da em^ Escripturario preza theatral incumbido de fazer a escripta de todo o movimento. Assim se chaEspectáculos de retalhos ma aos espectáculos formados por actos de peças diversas. QuanEspectadores nos ensaios geraes do n"um theatro se realisar um ensaio geral a que assistam indivíduos em quantidade superior á quinta parte da lotação da sala. Com referencia ao theatro. posição lyrica. que tem de soffrer todas as correcções. havendo os vivas do estylo. tudo acha pouco para a variar. apenas delineada e que só tem o traçado da obra que se projecta. [Quando um artista Essa é das boas]! cómico qualquer accrescenta ao seu papel uma phrase inconveniente ou uma semsaboria. o arcabouço. Todos os artistas ou emEscripturado pregados n'um theatro se consideram escri- — pturados. E'. todas as modificações possí- — Em tado. que lhe estraga o seu trabalho. E assim todos os casos em que ha desapontamento e prejuízo. onde a escripta esteja clara e em dia. com a indicação breve das principaes situações e dos episódios mais importantes. ou n'alguns de província em que ha luz eléctrica. quasi sempre em beneficio de artistas. por escripto entre empregado. Como para Escripturas de menores qualquer outro contracto. que —A ordif^^riamente zanga-se e grita quando a empreza annuncia um espectáculo maior mas quando a recita é em seu proveito. mas devem ser — tica. Nos dias de gala. são observadas as mesmas medidas de segurança de um espectáculo. Quando ao actor é distribuído um papel em que tem muito trabalho sem resultado. e por fim a peça cae redondamente. tenha pago o seu logar ou não. dessem ao povo espectáculos de graça. não podem assignar escriptusem auctorisação de seus pães ou tutores. árias. Htteratura dramática chaEsqueleto ma-se esqueleto ao esboço d'uma peça. Houve já uma empreza que annunciava espectáculos gratuitos e dava os bilhetes a quem os comprava para outra recita. arte de jogar as armas deEsgrima via lazer parte da educação do actor. apanha uma espiga. Espectáculo E' a representação ou ex- effeito estar n'elles a reflectir-se a sala do espectáculo com platéa e camarotes. n'uma palavra. o plano d'uma obra dramática. tudo o que n'elle se exhibe forma um espectáculo. equestre. Quando um emprezario contracta um artista em que tem grandes esperanças e elle não dá nada. dizem-lhe — . calão de theatro que se applica em diversos casos. no escriptorio. etc. que pôde ter logar n'um theatro. Estes espectáculos. é facílimo escurecer a scena ou a sala do espectáculo por meio das torneiras coUocadas -na casinha do electri- — — cista. Dava isto em resultado Isto Escripturar — O acto de firmar contracto a que. o risco primitivo. Carlos. é enorme espiga. em estando uma sala cheia. levantados pelo presidente da Camará Municipal de Lisboa. concertos. devem considerar-se escripturados de palavra. N'outro tempo. a monta com todo o cuidado e grande despeza. representava metade do valor. compostos de tantos actos e tal variedade de intermédios» — que parece não terem fim. em que se executa o hymno nacional. n'uma praça. Os que o não estiverem por meio de documento. ou n'outro qualquer logar publico. o que é apenas um trabalho de memoria'. toda a belleza do seu órgão. como esta. aliás magistralmente dita pelo actor Santos. muitas n'aquella publico de hoje não supporta simiIhantes estopadas. estudar os gestos. sem receiar qualquer contratempo. Só a policia tem o diEvacuar a sala reito de fazer evacuar a sala e isso mesmo — . diz-se que o actor F. de desenvolver todo o poder. Estantes Peças de ferro ou madeira para se collocarem as pastas de musica no logar da orchestra. estudar verdadeiramente. mas cheio de boa vontade. revelase o artista. qualquer fraqueza. d'ahi a pouco Taborda revelavase um grande actor. E todavia. levadas á scena apoios porta-estandanes. As estreitas ordinariamente são medíocres e arruinam as emprezas com' as suas intoleráveis pretensões. N uma peça de costumes o estylo deve ser vulgar e claro. tendo as exigências inherentes. além de todo o prejuizo que dão ao emprezario. Tratando-se do papel de uma Estudar peça. Chama se também estreiánte áquelle que. Estar baixo Quando algum artista está em scena declamando em voz mais baixa do que os seus interlocutores. ainda communicam aos collegas a insubordinação. com a pratica e estudo. se apresenta pela primeira vez n'uma terra ou n'um theatro. desmoralisando o theatro. — — : — — . adivinhava a futura escola do naturalismo e chegou a ser o maior de todos. em que ainda não trabalhara. — — desafinação no conjuncto. só para agradar a um publico me- — // y- (^ nos intelligente. espinhosa carreira. sendo já artista. está baixo Algumas vezes . Estreiánte O que pela primeira vez se apresenta no palco a desempenhar um pa- — arrastam uns aos outros. finalmente ver bem o modo de apresentar um ente natural e verdadeiro E' a forma que cada um adoptou Estylo para escrever. Ha também a estante onde o ponto colloca a peça. Esticar as presilhas Quando um actor começa a puxar muito um papel em scena. investigar o caracter do personagem. nem sempre de grande valor. . chegando a aconselhal-o a que abandonasse a carreira e fosse para casa. Mais tarde ou mais cedo o publico desengana se de que a estrella nada vale mas quando o emprezario o percebe. já está arruinado. foi o pri- quem pretende . E' a denominação que se dá «Estrella» a um artista. Conforme o género da peça e o meio em que a acção se passa. fallava em que um personagem sem mterrupção duran- te 20 minutos. Por este motivo é louvável toda a indulgência do publico para com quem começa receioso. As estrellas. N'uma obra litterario o estylo deve ser brilhante e cheio de artificio. No drama sacro '/^ Estante de orchestra O Defensor da Egreja. mas que obteve muita influencia no conceito publico. o estylo deve ser mais ou menos elevado. 6o Essa é das demonstram o muito que ha Estandarte — Uma espécie de bandeira de diversos feitios com disiinctivos ou lisa. procurar os eífeitos.Eva OS collegas boas! DICCIONARIO em calão theatral. Nas peças com musica estriEstribilho bilho é o trecho ou motivo que se repete n'umas coplas ou em outra qualquer passagem. : costuma dizer-se «Lá está elle a es- ticaras presilhas!» theatro Estopada — Calão de com que se designa a enorme tirada de qualquer papel. meiro ensaiador do grande Taborda. convencer-se da forma de o representar. usada nas magicas ou outras peças de espectáculo. Também se chama estribilho á phrase que um personagem repete constantemente. Outras parece nada indicarem todavia mais tarde. Apezar de se dar a classificação de estrella a um actor ou a uma actriz. Ha estreias que desde logo estopada. fallando todos baixo. dizendo-se então que a representação está baixa. Estreia-— E' a primeira apresentação no theatro dos que pretendem seguir a carreira d'artista. Quer isto dizer que nunca se deve desanimar com uma estreia. a maneira de ouvir. chegando ás vezes a commetter inconveniências e a atropeilar o trabalho dos collegas. é pensar no papel. Será crueldade arrancar á nascença o botão da roseira. diz-se que está em vof. Emilio Doux. essa tirada. hesitante. tão conhecedor de theatro. pôde applicar-se a palavra estudar em dois sentidos decorar as palavras de forma a poder recital-as sem hesitação. O pel. que se sente em estado de Es'ante do ponto dar a medida completa das suas facculdades. epocha. sem o deixar desabrochar e ver a belleza que em si contém. Nada esperava d'elle. O passo é arriscado e grande a temeridade. o que causa Estandarte a esperar de seguir tão. era umi grande E. tão excellente mestre. Estar em voz — Quando um cantor está na posse de to- dos os seus recursos. são estas quasi sempre que assim se intitulam. cantantes ou músicos. Quando se trata de uma opera. nos draEvoluções mas de espectáculo. diz-se execução com referencia a orchestra e coros. e o tempo. mas sem lhe deixar prever o desenlace. O grande segredo da exposição é excitar o mais possível a curiosidade do espectador. combates. tiram sempre bom resultado no Porto. e interpretação no que diz respeito aos cantores. No drama os berros exagerados. que a sala seja evacuada. a policia manda pela força ao seu dispor. todo o pensamento do auctor. explosões acompanhadas de derrocada dão sempre maior resultado na scena. quando um hábil ensaiador d'ellas tira todo o partido. antes a desordem tome proporções graves. não houver meio algum de tranquilisar o publico. E' na sua intelligencia. offende todas as regras da arte e as leis do bom gosto e da sobriedade. Guimarães. As telligente e da critica. — . agita a alma do espectador e excita n'elle o enthuáiasmo e a admiração. a palavra execução applica-se indistinctamente a todos os artis- — no publico. Quando.6i DO THEATRO PORTUGUEZ Exp casos muito graves. Na exposição o auctor deve demonstrar nitidamente o caracter dos personagens. chama-se explorar tas. em todas as peças de grande desenvolvimento scenico. Quando se refere a um oratório. que interrompam constantemente o espectáculo. não se demorando ali mais de um mez e. muito perde no conceito do publico in: Explosão Movimento súbito e estrondoso com detonações. esboça os caracteres dos personagens e prepara o inicio das situações que hão seguir-se e desenvolver se até ao desenlace final. que faz sempre effei- — no theatro quando é bem imitado. Évora. E' a parte da obra dramática. que tomam parte no desempenho de qualquer obra musical. pois. etc. de Lisboa ou Porto. Santarém. O actor que commette exaExageros geros. O actor que tal pratica. Exploração O acto de fazer funccionar um theatro. Pôde dizer-se que um qualquer artista se exhibe. as phrases inconvenientes. Exigências São as condições e pedidos exagerados que os artistas fazem ás emprezas quando se julgam indispensáveis. — numero de artistas. por desorentre os espectadores. Também se diz que um actor alcançou êxito n'um papel quando satisfez o publico e foi muito applaudido. finalmente. commove as multidões. Convém saber pensar antes de fallar. Braga. Diz-se que uma peça teve ejnVo. a facilidade da expressão produz a harmonia e a harmonia é a musica do estylo. E' uma das mais nobres faExpressão culdades do actor. do que falia. A esses movimentos é que se dá o nome de evoluções e que. sos de um publico inconsciente. o bater com os pés. Excursões ao Porto e a Coimbra As companhias de Lisboa. Exposição Chama-se assim a forma por que o assumpto de uma peça é exposto ao espectador nas scenas que abrem a acção dramática e preparam as peripécias. a que lhe permitte transmittir com precisão. no seu intimo que o actor deve encontrar a fonte da verdadeira expressão. quarteto. no canto as notas gritadas e os gorgeios de mau gosto são exageros insuportáveis. em que o auctor lança os fundamentos da peça. Êxito quando agradou verdadeiramente e dá dinheiro. O actor que tem o dom da expressão. o continuo gesticular. muito embora seja para obter applaufeito — sejam cantores ou músicos. ou por excessivas manifestações de desagrado. organisar companhias especiaes. — — — — — um to theatro. Nas grandes operas. Excursões á província A poucas terras das províncias de Portugal poderá ir uma companhia completa. porque o rendimento dos theatros não da- — — para as despezas. com verdade. produzem grande ef- em dem coro. com limitado Acção collectiva de todos os Execução artistas que tomam parte na interpretação d'uma obra musical. symphonia. Essas terras limitam-se a Coimbra. dando trez ou quatro espectáculos em Coimbra. é preciso muitas vezes operar movimentos importantes de marchas. quando o seu pessoal tem valor e o repertório é escolhido. etc. na passagem. nas magicas. ataques. Aveiro. d'aquelles a quem se dirige e ainda dos que são citados no dialogo o logar da acção. empregando os meios para auferir legítimos lucros. — . poema lyrico. Executantes São os artistas. na comedia os modos grotescos. e em que toma parte na acção um numeroso pessoal. no seu coração. Vianna do Castello. Para digressão pelas províncias costumase. Exhibição Diz-se de qualquer coisa que se apresenta ao publico. Setúbal e ria poucas mais. com calor. . Cantiga e narrativa popular. e restitue-se o dinheiro aos espectadores que o exigirem. uma empreza theatral não pôde satisfazer os seus compromissos. .. e dentro deposito de matéria que ^nti. Assim costuma dizeractor F. Fallar ao publico Ordinariamente é o contraregra o encarregado de sair fora do panno e dizer ao publico o que se passa 3uando á ultima hora tem de ser substituio qualquer artista. Quando o inconveniente se dá a tempo. .» ou «A actriz F. um aviso ao publico.° : chama-se /a//fl5. principalmente revistas. E' orFacho dinariamente de folha. Falia A's palavras formando sentido. transparente e ricamente vestida e trazendo ajvara do condão.. Fado muito dolente. Personagem imaginaria. tendo no cimo bocal. O facho é muito \(f >vís( usado no theatro em scenas infernaes t^^^ ou scenas escuras^que precisam ser — peça. justifi- — illuminadas. A fada nas peças tem dom de adivinhar. disse muito «O .^^^^° da quando introduzida em peças populares. ou tem de se mudar de — cando a falta."^ produz^ chamma. bem Fada tal falia. A frontaria ou a parte em que Fachada está a entrada principal de um theatro chama-se a fachada principal. géFada nio ou divindade. coUoca-se sobre os cartazes. A fada entra quasi sempre em scena por meio de uma transformação. que apparece em magicas ou peças phantasticas. na falia da scena 12. E' uma espécie de archote. por se não conformarem com Fallir — Quando as alterações.» do acto. ou em logar próprio. de ler no livro do destino e de se transformar. e que muito agra. ordinariamente acompanhada á guitarra.F Fabula — A' acção ou enredo de uma qualquer peça chama-se também Jabula. attribuindo-se-lhe faculdades extraordinárias. que qualquer artista tem a dizer no seu pa- — — — pel se 1. Fantoches — Nome que os francezes dão aos fantoccini italianos e que nós adopta mos para designar os ou bonecos que retíteres presentam nos theatros de feira e em outros. dizse que esse theatro está fazendo dinheiro. Quando uma peça agrada Fanatismo extraordinariamente. Os fantoches são maiores do que propriamente os bonecos. adoFiasco ptada em diversos paizes. junto á orchestra. da enscenação ou do desempenho. aproveita-se muitas vezes a fan- — farra. assim como tamo fatigam os actores que arrastam os papeis e repizam as phrases. por exemplo: «ACru!(da esmola de Schwalbach/e^j. Fatigar — Ha peças que. Por este motivo o artista deve estar nos bastidores com attenção á deixa. falta ao ensaio^ deve ser multado conforme o regulamento do thea- — . A tudo isto se chama fa^er effeito. tro. Assim por exemplo: «O draraa hontem representado em D. Diz-se que um theatro Fechar o theatro fecha quando termina a epocha e portanto os contractos dos artistas. Maria fez completo fiasco» ou «O actor F. porque. Alguns actores ha intelligentes e que remedeiam a falta maâ outros ficam compromettidos de tal forma. -64 á companhia nem aos fornecedoempreza está fallida e pode entregar-se ao tribunal do commercio. Visa principal- — mente e quasi unicamente a divertir. A jfarça é muito antiga no theatro portuguez. entre os quaes o nosso.FIc não paga res. Fazer furor Quando uma obra theatral agrada extraordinariamente ao publico e é recebida na primeira recita com applausos enthusiasticos. O artista deve ter o maior cuidado em trazer sempre limpo e bem conservado o fato da scena. qualquer scena bem movimentada. que são as primeiras filas. — falíffam o publico. ou seja de guarda-roupa ou de actualidade. dizse /ef furor. E' uma banda de musica. qualquer truc bem preparado que mereceu applausos. Fazer dinheiro Quando uma peça agrada e está dando enchente a um theatro./uror» ou «O Brazão no Kean fe^ furor». não se cançando o publico de a applaudir. Alguns artistas. faltam ás suas entradas em scena. Palavra franceza adoptada no FiceUe nosso theatro para indicar os artificies de que um auctor se serviu para architectar — — — — — — . comFanfarra posta só de instrumentos de metal. que bem manifestam ao publico o transtorno. ou por Faltar á entrada falta de attenção ou porque são distrahidos. Também se diz que o í/jeai/ro/ec/m quando acaba uma empreza para não continuar. é elle também o responsável. diz-se que /e^ furor. movidos por cordéis. essa DIGGIONARIO gdis. Fatiota Termo vulgar dado no theatro ao fato com que o artista vae para a scena. O artista que. para indicar que uma peça ou um artista desagradaram por completo. sem moFaltar ao ensaio tivo justificado. por muito lon- Fazer effeito No theatro diz-se que /ef effeito qualquer peça que agradou. fiel e outros empregados. E' a quantia que no fim de cada Feria semana se paga tios theatros aos carpinteiros. e o contraregra deve também alli estar. como qualquer outro negociante. A farça prende a attenção dos espectadores e obtém o seu agrado pelas situações extravagantes e burlescas e pelo es- pirito do dialogo. o que ordinariamente acontece nos mezes de Maio ou Junho. Mas quando o enthusiasmo sobe ao ultimo grau e se falia com grandes louvores d'uma peça. havendo falta. no papel tal fez fiasco» ou ainda «O desempenho da opereta que hontem se representou na Trindade foi um grande fiasco». o que é de péssimo effeito. O mesmo se diz de um artista quando o — seu trabalho provoca o maior enthusiasmo. Acompanhando qualquer marcha ou festival em scena. ou um papel estudado por forma a enthusiasmar o publico. Também se emprega tal phrase quando um artista desempenha brilhantemente um papel e recebe do publico ovações extraordinárias Assim se diz. Pôde calcular-se o embaraço dos artistas que estão em scena. haven- doos tamanho até de natural. E' a roupa que o actor veste para Fato a scena. Em portuguez é cadeira de Fauteuil braços ou poltrona. para immediatamente entrar. O mesmo se diz de uma empreza que tem tido bém — — — — uma epocha feliz. Dispensa verosimilhança e perfeito estudo de caracteres. Diz-se também do desempenho completo de uma obra theatral. mas está adoptado no theatro chamar -se fauteuils aos logares mais caros da platéa. diz-se que fez fanatismo. machinista. esperando a entrada do personagem que não chega. Fantoches E' o género de peça corresponFarça dente á pochade franceza. Palavra de calão italiano. Reabre depois em Outubro. C. era filha de Gil Vicente. O excellente actor João Gil é filho do velho e bom artista Gil pae. E. — E' — ripia os espectadores. Jornaes theatraes de Paris trazem ordinariamente as photographias. O intelligente e apreciável actor Carlos Santos é filho do grande mestre José Carlos Santos e da distincta actriz Amélia Vieira. que arFiel theatro. As — Fila filas letras do alphabeto ou por algarismos. que são he\los figurinos. — Figurante Equivale no theatro a comparsa mas ordinariamente classificara-se de . Figurantes figurantes os comparsas que melhor e mais limpos se apresentam. é filho do excellente cómico do Gymnasio. encheu o papel de : togravuras e gravuras das personagens das peças. Bordallo Pinheiro e Eduardo Machado.^. LArt de Théatre e ainda Le Photo-Programme. O estimado actor José Pinto de Camr . José António Moniz. figurantes e comparsas. O excellente actor Júlio Soller é filho da notável actriz Josepha SoUer. fugindo á verdade e naturalidaos espectadores para obter applausos. atormentada pelo pigarro. sendo os melhores os de Manuel Macedo. e principalmente para peças de grande espectáculo e de phantasia. são indispensáveis os figurinos para confeccionar o vestuário.% i são numeradas pelas 2. faz um esforço e só solta uma terrível fifia.65 DO THEATRO PORTUGUEZ mas illusionando Ffl uma de. peça. pho- — Filho de peixe Assim se diz de um bom actor que é filho de outro de egual mérito. em calão de theatro. 4-^. etc. as filas estão marcadas com as lettras A. Figuração No theatro entende-se por /zguração o conjuncto de coristas. Partindo do palco para o fundo da platéa. Para peças com epocha deFigurinos terminada. E'. — A distincta actriz Lucilia Simões é filha dos primorosos artistas Furtado Coelho e Lucinda Simões. B. Muitas vezes se aproveitam os figurinos vindos de Paris e já até alli se teem mandado fazer de encommenda. o fundador do nosso theatro. Para muitas peças teem feito figurinos vários artistas portuguezes. notável actriz e escriptora. o empregado de confiança do que vigia a porta da entrada da caixa. Gerardo Moniz. filhos do grande artista João Anastácio Rosa. Superior a todos e verdadeiramente notável é o que ainda existe. quando. Serve também para indicar os meios fdlsos e contra todas as regras de arte. São exemplos d'esta regra os distinctos actores João Rosa e Augusto Rosa. guarda as chaves dos camarins dos artistas e é responsável pelo que está dentro do theatro. Les Premières Illusírées. Entre outros foram n'este sentido magnificos os jornaes. Le Théatre. D. ou . Diz-se por isso «Tal peça está cheia de ficelles« ou «O actor F. que tomam parte na acção como personagens mudos ou só cantando coros. Paula Vi- cente. ficellesn. Fila Chama-se fda a cada linha de cadeiras na platéa ou balcão do theatro.». de que alguns artistas se servem para obter applausos. enganando o publico. 5. etc.». 3. que foi bom actor e é óptimo ensaiador. Filho de peixe sabe nadar. — Figurinos La Scène. La Revue Théatrale. Esta é filha do distincto actor Simões. o grito Fifia desafinado que solta um cantor ou cantora. podem-se registar apenas dois theatros no Porto destruídos pelo fogo: o da Trindade. N'essa folha devem ser especificados pelos seus números todos os camarotes vendidos ou dados e o numero de todos os logares de platéa. onde não houve victimas. mas ainda por vezes sia A bombeiros e da respectiva auctoridade. que pôde produzir tantas victimas. que se paga aos domingos. Nos nossos theatros a Folha da receita folha de receita de cada espectáculo é feita pelo bilheteiro e conferida pelo secretario. Tem também — e frondosa. Pois o mesmo deviam fazer para com os cantores que accrescena prosa tam ou emendam Meyerbeer ou Rossini. Fernando. incendeia-se. alem das perdas materiaes. Todos os rigores da policia. Foco se concentra a luz. attendendo ás terríveis desgraças que pôde causar o fogo n^uma casa de espectáculos. Fogacho Folha semanal E' a folha que contem a da semana aos empregados inferiores do theatro. balcão ou galeria vendidos. ás vezes excessivos. O fogo (^artificio para servir em scena deve ter um fabrico especial para que se apague rapidamente e assim se evite o perigo d'incendio. Quando se quer obter a chamma. que foi uma horrível catastrophe. attendendo a que se tem em mira evitar o incêndio. No final da folha ha o resumo da receita. produzindo a chamma. tendo n'uma extremidade um bocal por onde se sopra. são desculpáveis. notável actriz Gabriella Dè-Vecchy era filha da festejada apreactriz Gertrudes Angélica da Cunha. a fim simular um incêndio. A A Fogo vivo. Foguetes— Imita-se perfeitamente no theatro o estalar dos foguetes. exceptuando o incêndio de uma barraca no Rato. Fogo d'artificio Para em qualquer peça se poder queimar/o^o a artificio é indispensável consentimento do chefe do piquete de nos últimos tempos. foram demolidos por conveniência publica. para designar os floreios ou gorgeios que certos cantores lyricos se permittem introduzir nos trechos de uma opera que teem de cantar. Todas as medidas preventivas adoptadas nos theatros são poucas. Em Lisboa. V. Fogacho E' a labareda ou chamma pro- — — duzida momentaneamente em pequena quantidade por matéria inflamável. ciável artista Lucinda Silva era filha da distinctissima actriz Gertrudes Rita da Silva. brilhante actriz ThomaVelloso era filha da também distincta artista Carlota Velloso. a matéria inflammavel sae. a que se junta o aluguer de cadeiras para os camarotes ou qualquer outra receita even- — tual. a illuminação a luz eléctrica é para os theatros um grande melhoramento n'este sentido. os feria — . Os espectadores não se contentam em ser indulgentes com esses audazes cantores. sopra-se no canudo. estatísticas tem-se observado que quasi todos os thea- acabam pelo Em Portugal. corredores e a responsabilidade do comportamento dos porteiros e fiscalisa principalmente que elles não deixem entrar pessoa alguma sem bilhete. os applaudem com enthusiasmo! O que fariam os ouvintes se um qualquer actor se atrevesse a emendar e augmentar os versos ou de Gil Vicente ou Garrett? De certo se indignavam. Os theatros que desappareceram Salitre. N'esta folha entram o machinista e seu ajudante. A eximia actriz Carlota Talassi era filha da não menos notável actriz CaIharina Talassi. Nas diversas incêndio. e passando pela luz. queimando algumas bombas dentro de uma barrica com tampa. Está também adoptada entre Fiorituri nós esta palavra itaHana. Posto que os não preserve completamente. O fogacho obtem-se por um canudo de folha. Floresta Ne theatro chama-se scena de floresta á que representa uma matta espessa Jistalisa salões. Esta horrível desgraça Fogo no theatro todos os annos se repete em vários theatros — — — do mundo tros inteiro. D. e o do Baquet. ou para dar grande brilho ás apotheoses. Por meio de apparelhos apropriados pôde o foco espalhar luz de diversas cores. Usa-se nas scenas de inferno. que se queima da parte de dentro dos bastidores. Esta serve também para impedir que o fumo das bombas queimadas vá incommodar os artistas ou o publico. Fiscal E' o empregado de theatro que — o serviço nas platéas. e um pouco mais elevado. e na outra um deposito para o material inflammavel. pela electricidade. E' a folha que em toFolha da diária das as recitas se faz da despeza total do espectáculo. ha mais de um século que se não dá tal fatalidade. Circo Price. pelo guarda-livros ou pelo próprio empre: — — zario. de varias Fogo de Bengala cores. na apparição de personagens infernaes e em diversos momentos nas magicas ou peças phantasticas. Recreios e Colyseo de Lisboa. Ao centro d'este deposito. mencionando em especial cada uma das verbas pagas. A útil actriz Sophia Gomes é filha da antiga actriz Maria do Céo. que illumina toda a scena ou uma parte determinada. E' o ponto onde. velho Rua dos Condes.Foi DICCIONARIO 66 pos é filho do excellente artista Pedro Pinto de Campos. Diária. um coto de vela que se accende. Este fogo queima-se dentro das cacetas para evitar o perigo. afiFraldões nando com elle na pintura. Frechaes Vigas que atravessam longitudinalmente o palco. ha de ser sempre /rio na scena. Quando são pronunciadas essas palavras. N'outro tempo quasi todos os theatros tinham os seus frequentadores assiduos. Amélia. Fazem parte do scenario. camarins ou quaesquer outros sitios alcatifados. principalmente a gente de — — theatro. Na Trindade ha apenas duas de cada lado e no Avenida uma de cada lado.67 DO THEATRO PORTUGUEZ Fur carpinteiros que trabalham de dia. Nas outras casas de espectáculo de l isboa também não ha foyers n^m local para elles. Principe Real e D. . Havia fressuras em diversas ordens. afastado do palco. Maria II. mas Foyer está adoptada nos nossos theatros para indicar a sala que existe n'alguns palcos. Os francezes chamam foyer do publico ao que nós chamamos salão. Quem representa com frieza não pôde impressionar o espectador. O mesmo acontece no Gymnasio. e por isso deixou de ser frequentado. Também é prohibido fumar nos corredores. o illuminador e os serventes do theatro. Fressuras Nome que antigamente se dava aos camarotes nos pateos de comedias e nos theatros. chamar furiosos dramáticos. durante o tempo em que estiverem representando. onde se discute arte. Furiosos Aos amadores dramáticos ou curiosos costuma. querem obrigar a sair da scena qualquer artista ou fazer baixar o panno de bôcca. como agora ha camarotes. perdendo assim a illusão. o avisador. porque o theatro está sempre completamente assignado e portanto os espectadores são sempre os mesmos. criticos e os — — — amigos d'estes ou do emprezario. litteratura e ás vezes politica. Carlos. e peiores as da Rua dos Condes. menos aos artistas que tiverem de fumar em scena no desempenho dos seus papeis. Carlos e D. Chama-se assim aos esFrequentadores pectadores que com frequência assistem ás recitas do mesmo theatro. No theatro de S. de Lisboa. São dependurados do urdimento d'um lado e outro da scena. São — — muito más as do Gymnasio. que não tem coração. Frizas São os pequenos camarotes que ficam geralmente em volta das platéas nas . que é onde os espectadores se reúnem nos intervallos. que não tem alma. Costuma ser o foyer um logar de boa cavaqueira. o fiel. indignados com a representação. E' a exclamação do conFora de scena! traregra quando vae dar o signal para começar o acto. afim de que os espectadores não vejam o que se passa alem dos bastidores. Frieza E' um defeito que destróe a melhor dicção. onde já houve um magnifico foyer. que assistiam innumeras vezes á representação d'uma peça Hoje só ha os frequentadores de S. immediatamente só devem ficar em scena os artistas que tem de apparecer no começo do acto. onde se reúnem os artistas. e portanto não pôde agradar. Fri^^as boas são as dos theatros de S. Fumar E' expressamenFrizas te prohibido /«mar no palco e suas dependências. Carlos o foyer é na esquerda baixa do palco ali costuma estar o emprezario recebendo a imprensa e os frequentadores certos. auctores. . O artista que não sente o que diz. Nos restantes theatros não ha publico certo os espectadores andam d'umfis casas de espectáculo para as outras. Em D Maria existe um bom foyer. quando o prédio contíguo ao theatro lhe estava annexado. A palavra foyer é franceza. — — — — salas d'espectaculos. vendo tudo e senáo frequentadores de todas. E' o grito que os espectadores Fora! dirigem para o palco quando. em que assentam as vigas transversaes e depois em cima o soalho fixo ou volante do mesmo palco. Ali os verdadeiros foyers são os camarins dos artistas. . Carlos. que esteve cantando em Lisboa no Real Theatro de S. e sus- — — — . segundo. E' a classificação dada ao artista Galan que representa o papel de apaixonado. Fernando Queiroz. que nos antigos dramas eram os personagens mais em evidencia. Gusmão. Penteado ou cabelleira com o Gaforina cabello muito crescido e em desalinho. escriptorio. casa de costura. pois que o grande actor João Rosa. Assis.Garrido. Ha g^a/<3«5 dramáticos e galans de comedia^ segundo o um — Galeria E' o logar peior de uma sala de espectáculos. mas a regra geral é que se deve affastar da scena bons são raros. gago. Provavelmente as razões que se adduziam para chamar aos primeiros galans. e. Tasso. Não se explica bem a classificação mas no entanto era. a toda a altura e que corresponde ás varandas ou galerias. Para os galans exigem-se bons dotes physicos e bella apresentação é por isso que os . a toda a largura da scena. — género da peça. António José de Paula. Um amador dramático conhecemos nós. terceiro. Luiz Ignacio Henriques. Ha uma gambiarra em cada plano. com topete. fumoir^ etc. Borges . o nome que se dá aos últimos logares da sala de espectáculos. em calão theatral. n'outras epochas. e todavia nas recitas de amadores em que tomava parte não se lhe notava tal defeito. bellos galans de ponta de scena. mas até ridiculo. Isto são excepções. Pedro António. Uma peça pôde ter um. que está na primeira plana e mais em evidencia. ou a Índole do personagem. galans de ponta de scena. Sebastião Ambrosini. João Evangelista. N'alguns theatros tem o nome de Varanda e em calão theatral Galinheiro. eram as mesmas que actuam agora no Brazil. três ou mais galans. Bruno da Silva.se no theatro o nome de Gabinete gabinete a uma pequena sala em que se passa a acção de qualquer acto d'umapeça. que era dos mais gagos que teem existido. Ventura e Vicio — . na ultima ordem. entre elles Alves. — O gaforina foi dado a taes penteados por se parecerem com os extravagantes que usava uma cantora italiana. Galinheiro E'. Galan de ponta de scena Assim se denominava antigamente o primeiro galan dramático de qualquer companhia. A essa pequena sala. contendo um renque de luzes. Gambiarras Apparelhos d'illuminação que estão collocados na parte superior do palco para dar luz á scena. Arsejas. no theatro se designa indistinctamente por gabinete. por cima dos camarotes. Um actor gago é não só insupGago — portavel em scena. Manoel Rodrigues Lopes. que esta na ponta ! No nosso theatro tivemos. onde se diz do artista. : rino. Fructuoso Dias. chegando a fazer afflicção conversar com elle. Ha excepções a esta regra. classificados de primeiro. Manuel Baptista Lisboa. de nome Gafforini.- G Dá. dois. pois nas scenas mais dramáticas provocará o riso dos espectadores. conforme a importância do papel. que sirva de saleta. Vasco. lenome de vantado na testa. a geralmente usada. soffrendo um pouco de gague^^ por um estudo notável a disfarçava em scena por tal forma que nunca se lhe notou tal defeito e foi sempre considerado um grande artista. Na França também se classificam os géneros com os nomes dos artistas que n'elles se tornaram notáveis. reis. Na actualidade ha apenas um theatro de Lisboa com gerente. Emilia das Neves. Duse. a parte que a cada um compete. Foi pois necessário. pela voz. pois. são utilisO logar peior classificado n'uma Geral simos no theatro. Veja-se esta palavra. a palavra Gesto. Salvini. na opereta como distinctos e illustres nunca chegaram a ser na revista. Emanuel. que saia natural e não desafinada. Gerente tro. Mais difíicil ainda é dar em scena uma boa gargalhada. podem classificar- administra um theasociedade que o exl>lora. Diz-se que um artista é genial Genial quando galgou ás culminancias da arte. nos theatros em que as ha. braços. coplas api. Zacconi. Da mes- forma que um actor velho não pode fa- um galan. etc. todo o ser humano dispõe de três meios poderosos de expressão. tão precisamente quanto possível em tal assumpto. pelo sentimento. V. mo ma zer artista tem de ser classificado.-nentadas e tudo o que se possa classificar de menos decente. lacaias. mãos. etc. cap'a e espada. formar convencionalmente o que se chama géneros. Amélia. finalmente pelas qualidades exigidas para o género em que o mes- Geral — monte o mais barato. Tal género devia sempre evitar-se no theatro. por ordem da policia. A ge' ral pode ficar no fundo da platéa. phrases de — — — — — — — . nascidos para o género cómico. Raros são os que teem tão varia.geniaes.tros é o próprio emprezario quem tudo dirige. para o auxiliar ou substituir vantajosamente. sala de espectáculos. Segundo. são. allusões transparentes. Sarah Beinhardt. olhos. Assim. e com o auxilio dos quaes pode não só manifestar os seus sentimentos. Rir bem em scena é basGargalhada tante difficil e depende de estudo aturado. com situações escabrosas. Mayeroni. pois que muitas senhoras assistem aos espectáculos e não é licito nem decente proferir na sala d'um theatro o que se não pode dizer em qualquer outra sala. o de D. — — sentido dúbio. nos chegaram a assombrar. é também ordinariaChama-se género livre no Género livre theatro ás peças de assumpto pornographico. ingénuas. palavras equivocas. Os cantores quasi sempre garganteam antes de entrarem em scena. utilidades. pelo jogo de scena. Gesticulação Gesto E' a expressão dos pensamentos ou das sensações por meio da cabeça. Manuela Rey e António Pedro. criados. os Levassor. Pezzana. mas ainda dar a medida e os si- — E' quem nomeado pela — — . assim ha pois as Deja\et. ou aos lados. as Duga^^on. Aqui também se designam os papeis do género de alguns artistas que no nosso theatro se tornaram notáveis pelos seus nomes. mães nobres. lacaios. e que satisfazer não pode uma actriz muito nova n'uma mãe nobre. aperfeiçoadas Em com o estudo. Para evitar que a luz das gambiarras incendeie os pannos. Infelizmente no nosso theatro rarissimas vezes tal classificação se poderá ter dado com justiça. sendo tão distincto ou tão acceitavel no — Diremos então galans. etc. Ordinariamente nos nossos thea. aldeans. alguns theatros de PortuGazista gal e em todos do Brazil se dá tal classifição ao illuminador. Uma gargalhada que pareça expontânea provoca sempre outras entre os espectadores. Geniaes foram os grandes vultos que a Natureza dotou com excepcionaes qualidades de génio e talento e que. assim também alguns artistas.Ges pensa DICCIONARIO como os pannos de fundo e rompires- 70 se por muitas formas convencionaes os artistas. rainhas. para estabelecer. nos nossos theatros vimos os geniaes artistas: Ristori. o Natureza só ccncede a raros eleitos. mentos pelas pectivas cordas que atam no urdimento. a não ser a galeria o" varandas. mas d'esta forma: «os papeis da Emilia das : Neves» «Os papeis do género do Marcolino» «Eram papeis á Delfina» «Papel do género do Tasso»e te. actor ou a actriz que as possue. Fazer escalas ou trinados Gargantear com a voz. pães nobres^ centros dramáticos. ou ainda na ultima ordem. como que para aquecerem a garganta e afinarem a voz. Novelli. os dotes physicos e as edades. ceniraes. por cima dos camarotes. Chama-se género á Géneros no theatro aptidão especial de um artista para estes ou para aquelles papeis. todas coDertas com largas Gambiarra redes de arame. aldeões. se vêem na impossibilidade de satisfazer n'um papel sério e vice-versa. as qualidades d'alma. aptidão que se manifesta pela figura. Além da palavra. Rossi. porque lhes faltava esse dom que a das aptidões mas quando ellas existem. Muitos bastante drama como na comedia.. Diz-se de um actor que é geGenérico nérico quando aborda todos os géneros. luz eléctrica. deve ser sóbrio e só acompanhar actor que esa palavra com propriedade. imitando as aves. que se applicam entre dois Em tos em madeira. é curto e des- — gloria nos finaes dos actos e principalmente no final da peça. tendo de crescer na intensidade dramática. o sorriso nas suas diversas manifestações e o gesto. livrando assim de embaraços a empreza. e andarão dentro de ter devem uma caixa cinco vezes maior. a voz. dos repregos. Ultimamente teem cabido no esquecimento as gratificações e o artista que obsequeia a empreza recebe. de 20 ou i5 sobre o ordenado mensal. Era insigne n'este género a celebre Patti e também o é a cantora portugueza Regina Pacini. chuva de fogo. gambiarras. fatigaria tanto o espectador como aquelle que esabuso do %esto é tivesse sempre a gritar. Gloria além do seu ordenado. grupos de mulheres quasi despidas e tudo quanto possa deslumbrar a vista do espectador. ascensões ou descida de figuras. oratórias ou peças phantasticas. para deslumbrar o publico e dar-lhe uma boa e ultima impressão. Roldanas especiaes para theaGirellas tro. Gratificação E' costume dar-se no theatro uma gratificação. uma falia A — % uma tabeliã de agradecimento. — enchendo-se com qualquer Grizeta de aiocol matéria de fácil embebição o espaço que mediar entre essa caixa e a grin^eta. mais ou menos apparatosas. etc. machinas em movimento. convém no emtanto que não seja continuado nem exagerado. quer peça doestes géneros precisa vistas d^. cançar. a Por alguns contractos dá-se também um primeiro artista. transformações rápidas de scenario. tivesse constantemente a gesticular. impossibilitado de trabalhar. Grades linguagem — Em O theasão os esqueletos. o gesto no theatro deve ser sóbrio e natural. que prejudicam o trabalho e terminar sem etieito algum. ao artista que á ultima hora substitue outro. Gru gnaes exteriores da sua intelligencia. bamram as cordas bolinas. graduação da voz deve ser objecto de um estudo aturado. que se preGirellas gam no urdimento ou onde mais convenha. ou de outros líquidos inflammaveis ou explosivos. tendo de dizer longa. feitral as^rííífes O que receiam parecer acanhados e começam resumo. Verdade seja que essas gratificações estavam no regulamento dos theatros. e esse em regulamento cahiu desuso para muita coisa. uma gratificação por cada espectáculo em que trabalha. destinadas a accender as luzes. Grupos — Conjuncto e dispostas de figuras reunidas de forma que todas sejam vistas .71 DO THEATRO PORTUGUEZ Gome — A roldana do moitão. O gesto é um dos mais úteis meios de acção do actor. Modulação. em que gique do urdimento sustentam os pannos. — Se o actor. trinado e requebros Gorgeio da voz. Grenha Cabelleira usada em diversas epochas por personagens do povo O cabello. — Graduar declamação é graduar — Na in- Grade dispensável saber pedaços de madeira. chega a ponto de desafinar a declamação. Esses meios de expressão vem a ser o olhar. quasi em forma de triangulo. simples e expressivo e absolutamente apropriado ao caracter e á condição do personagem que se representa. a-gesticular a torto e a direito. o grande defeito dos principiantes na arte. começar logo em voz alta. Qual. de qualquer côr. Gloria Dá-se o nome de gloria ás vistas finaes. ver-se obrigado a fazer pausas. Para as vistas de gloria aproveitam-se os fogos de Bengala. voos. quando muito. nas magicas. grenhado. Grizetas de álcool — Não mais de meio decilitro de capacidade as gri^etas de álcool. que ordinariamente fazem os sopranos-ligeiros. que teem de ser cobertos de panno e depois pintados para completar qualquer scenario. pelo contrario. á Luiz XV. á Luiz XVI. Também se chama guarda-roupa aos fatos de uma determinada peça. Recebe as folhas do camaroteiro para conferir e egualmente as dos pagamentos das despezas seraes e as da semana. plumas. Prepara também os recibos do pagamento nos fins dos mezes. á Luiz xiii. gol tem um guarda roupa de primeira ordem». Regência. precisa fatos á edade média. armaduras. bem agrupadas^ dão um grande effeito. e tudo isto com os precisos accessorios: calçado. que vae brevemente». 72 pelos espectadores. meias. á Luiz xiv. Também se chama guarda-roupa á casa onde esse vestuário nam com a sanefa para emmoldurarem o panno de bocca. etc. uniformes militares. cotas de malha. pois. E' elle quem faz toda a escripturação e quem se encarrega da correspondência. tem um guar- — — Grupo na peça «Verónica» pos dependem da habilidade do ensaiador. No theatro o guarda-liGuarda-livros vros tem os mesmos encargos que n'outra qualquer casa commercial.G ua DICCIONARIO está armazenado e tureiras e alfayates. etc. São os enfeites Guarnição do proscénio — — — ^ ti Guarnição do proscénio Guarda-roupa que ficam dos dois lados do proscénio. cabelleiras. «O actor F. mande apartar os fatos da Mascoíte. Guarda-roupa Pode entender-se no theatro por guarda-roupa o encarregado da arrecadação e conservação do vestuário de — «A peça Grão Moda-roupa magnifico». . referindo se aos costumes que esse artista tem ou veste no seu repertório. Os bons grií- onde trabalham as cosPode também dizer-se: o guarda-roupa de um artista. além do vestuário para peças phantasticas e peças á actualidade. Exemplifiquemos: «Chame \á o guardaroupa para saber em que altura vão os fa«Vá lá acima ao guarda-roupd e tos». O artista que quizer ter um guardaroupa seu tem de gastar muito dinheiro. Afi- qualquer companhia. A% guarnições são ordmariamente pintadas de roupas. mesmo junto ao panno de bocca. As figuras. Revolução. espadas. fivellas. que conseguiu agradar. os espectáculos em Lisboa começavam ás 6 horas e 3 quartos. ás 7 e meia. N'outro tempo. — Em Em . é quasi sempre sophismada e raras vezes as empresas chegam a pagar as multas. Homenagem — As recitas em homenagem costumam dar-se aos auctores na i5. representavam-se por noite Lisboa. Esta ordem. no inverno ás 8 e I quarto ou 8 e meia. Muitas famílias estão habituadas a ceiar ou tomar chá antes de irem Lisboa e Porto os espara o theatro. no verão ás 8 e meia ou 8 e 3 quartos. A hesitação dá idéa da falta de estudo e compromette o trabalho dos outros artistas. Nos theatros de Hora do espectáculo província os espectáculos começam quasi sempre tarde. no máximo. ha trinta ou quarenta annos. os espectáculos teem de terminar antes da meia noite. Os pésinhos vermelhos referem-se á perdi^. Perdi^. Mas n'esse tempo os espectáculos eram enormes. E' mesmo preferível. pectáculos começam ordinariamente. o artista substituir as palavras do seu papel.» representação da peça. V. ou. quando falha a memoria. que apresenta trabalho superior no desempenho de qualquer peça. de que o Hesitação deve abster em scena.H artista se E' grande defeito. mas por vezes teem sido dadas em homenagem a um primeiro artista. por ordem da po6 ou 7 actos! licia. porém. ás 7 horas. E' assim Hoje tem pésinhos vermelhos — — que no theatro se diz quando ha pequena concorrência e a receita não chega para a despeza. . Nise laureada. de Firmin Didot (1824). tragedia. Segue nota das peças francezas sobre o Inês de Castro. parodia brazileira em 3 actos á tragedia D. Inês de Castro. traduzida para francez da peça de João Baptista Gomes (1823). tragedia em 5 actos de Manuel de Figueiredo (1774). poesia de Cammarano. por Thomas Moore (i825). tragedia em 3 actos de Domingos dos Reis Quita (lySo). Houdart de La Motte. Ennumeral-as-hei em seguida: Castro^ tragedia em 5 actos do dr. tragedia de M. Nova Castro^ tragedia de Joaquim José Sabino (1818). scena tragico-lyrica de Don Luciano Francisco Comella (181 5). traduzido em francez da tragedia de Nicolau Luiz (1797). drama em 5 actos em verso. comedia famosa de Luiz Velez de Guevara (i632). Só o amor fa\ impossíveis.o subir. Igne^ de Castro. por John Adamson (1808). Agnés de Chaillot. versão para inglez da tragedia de António Ferreira. musica de Joseph Persiani (1840). São em grande numeIgnez de Castro ro as peças que. teem tido por assumpto os amores trágicos d'aauella que depois de morta foi rainha. por Benjamin T\\om\>son{i%oo). Reina de Portugal. Pierre de Portugal. representado no King's Theatre. de Júlio de Castilho (1875). de António Cortesi. tragedia lyrica em 3 actos. representada pelos Comediantes do Duque d'Orleans (1723).. comedia de Mnnuel José de Paiva. Igne^i de Castro^ drama em 5 actos. extracto. Inej. — mesmo assumpto: : Em . tragedia em 5 actos. Igne^ de Castro. em 3 actos. Do7ia Inês de Castro. pelo mesmo auctor e publicada com a mesma data. bailado histórico. Dona Igne:[ de Castro. Elvira. em diversos idiomas. Inês de Castro. tragedia em 5 actos de Lucien Arnault. melodrama em 3 actos e 2 intermédios por Victor Hugo (1819). tragedia do licenciado Mejia de la Cerda (1618). da Academia Franceza (1723). comedia de Dominique. sob o pseudonymo de Sylvestre Silvério da Silveira e Silva (1764). /«^f de Castro. tragedia de Geronimo Bermudez. La Nouvelle Ine^ de Castro. musica de Persiani. Igne^ de Castro. seguida da scena da Coroação.. Igne:[ de Castro. de Londres em i833. La Reine de Portugal. Seguem as peças em inglez Agnes de Castro. representada no theatro do Bairro Alto (1772). António Ferreira (i535). Reinar despues de morir. ou um reprego. I%ne:[ de Castro por Valentim Mahesgalhães e Alfredo de Souza (1889). tragedia de Nicolau l.Nova Castro^ tragedia em 5 actos. D. é prenoel-o ás cordas que descem do alto do palco e Içar — Termo um panno Dona Inês de Castro. a tragedy* at it is Acted at lhe Theatre-Royal by hts Majesty's ServantsMistress Cockburn (i6q5). Castro. tragedia em 5 actos. a tragedy of Edwards (1796). D. de Maximiliano de Azevedo (iHgS) Ignacia do Couto. com o pseudonymo de António da Silva (\5~'j). representada a depois fazei. representada no Theatro Francez em 1823. a tragedy acted at the Theatre Royal in Drury-Lane {\yõ'ò). continuação da antecedente. Igne^. Igne^ de Castro.uiz. versão para inglez da tragédia de Nicolau Luiz. de João Baptista Gomes Júnior (i8o5). tragedia lyrica. Inês di Castro.1^-ar de machinismo theatral. panhol ha as seguintes peças sobre o assumpto: Nise lastimosa. versão para inglez da tragedia de Domingos dos Reis Quita. palavras de Salvator Cammarano. — um pêndio d'uma verba importantíssima. á policia. Nas mãos do illumin ador estãti as torneiras de segurança. Já agradam artistas que imitam um só collega. demais terras usa-se luz eléctrica. Igne^ de Castro. no theatro da Trindade. Maria. Jnes de Castro. Ha imitadores perfeitíssimos e que produzem sensação nos espectadores. Illuminação no theatro Todos os theatros de Lisboa e Porto são já illuminados a luz eléctrica. petróleo ou stearina. O illuminador tem ordenado mensal. verba de sello. Tropez. onde ha gaz. que representou no nosso theatro de D. poesia de Cammarano. e até são obrigados a pagar as decimas que os artistas ficam devendo! Isto é esmagador para as pobres emprezas. poesia de Fiorentino. tragedia allemã. como alguns fazem . representada em Nápoles (i835). pois que a corrupção de costumes desperta a curiosidade de assistir á sua representação. quando os tem. tragedia lyrica em 3 actos. cantada no Real Theatro de S. n'uma scena intitulada Provas Publicas^ conseguia imitar bem diversos artistas. : . representando o papel do drama Fidalgos da Casa Mourisca. Os emprezarios dos theatros portuguezes pagam licença. — Uma peça immoral dá muitas Immoral vezes lucros a uma empreza. para illuminar o theatro com economia. Carlos. também muito feliz em taes scenas e que chegou. Nas ton. cantada no Theatio Real de Pérgola em 1793. conhecido pelo Trindade das imitações. que tem a seu cargo bellos effeitos de scena. drama em musica. Inês de Castro. mas sem deixar o publico ás escuras. por Alexandre Wittich( 1841). de Lisboa (1N42). principalmente o actor brazileiro João Caetano. decima de industria. acetylene. No Brazil dá-se o nome de gapsta ao illuminador. como por exemplo Humberto Amaral imitando Silva Pereira e Christina Tapa imitando Rosa Damasceno mas os que conseguem imitar muitos. Em allemão as que seguem Pedro und Inês. de David Bertalotli (1826). musica de Zingarelli. nas suas mãos está também o dis- Immediato tro ao trecho — E' o nome que se dá no theaTambém se lhe cha- que a orchestra executa antes de começar cada acto. na Da. é. ma entreacto. é um empregado. imitando de principio a fim o actor Izidoro e o actor Venâncio. O governo Impostos sobre o theatro portuguez nenhuma protecção dá aos theatros. com o seu ajudante. opera do maestro Coppola. César de Lima. Os de todas as localidades. E' uma habilidade e não qualImitações quer género de arte a faculdade que um actor ou amador tem de imitar os gestos. cargo que no theatro lUuminador E' devia ter mais importância do que aquella que realmente se lhe dá. a pose^ o órgão e a dicção de vários artistas tro. Inês de Castro. que agrava em excesso as despezas d'um thea- um empregado que precisa ser escolhido com escrúpulo. e foram elles o amador Pedro Moreira. outro imitador perfeitíssimo que morreu no Brazil. Castro^ drama histórico. que apenas deveriam pagar uma percentagem sobre os seus lucros. que terá grande responsabilidade em qualquer sinistro por incêndio. musica de Andreozzi. O actor César de Lima Júnior fez a sua estreia no theatro. vêem fazer concorrência ás nacionaes. pois. Itie^ de Castro. aos bombeiros. Agora as italianas Ities de Castro. Todavia as peças immoraes affastam das casas d'espectaculo as famílias honestas e atraiçoam o verdadeiro fim do theatro. um empregado. Mas tantas vezes acontece um emprezario perder n'uma epocha quantia importante e ainda por cima pagar para o thezouro muitas centenas de mil — — duro e injusto! As relações dos theatros com Imprensa a imprensa em Portugal estão mal definidas réisl E' — . já para os bellos eíTeitos theatraes. /^ne5 dfe/CíJts/ro. /«ef di. drama lyrico em 2 actos. São assim instigados alguns auctores a tornarem pornographicas as suas producções. sem pagarem coisa alguma. em imitação a seu pae. teem successo garantido. Esse governo exige das emprezas sacrificios enormes. Ignes de Castro^ a tragedy in five acts (1846). musica de Persiani. recebe na diária de cada espectáculo. que imitava na per: — feição quasi todos os actores e actrizes portuguezes actor Trindade. cantado nos theatros da Corte de Itália (i8o3). Ao illuminador e aos seus ajudantes.Imp DICCIONARIO em alguns dos seus papeis. ou recebe pela feria da semana. versão para allemão da tragedia de João Baptista Gomes. é com elle que se illuminam. nas suas mãos estão os effeitos de luz para a scena . que o tinha desempenhado. gambiarras. em Génova (1837) e em Florença (1839). E'. : : de S. que se não devem perder. Inês di Castro^ tragedia italiana. tragedia allemã (1771). de Jonathan Skelimpresso por subscripção (1841). Os melhores imitadores que temos tido já todos desapparece- ma ram do numero dos vivos. já para evitar incêndios. tragedia de De la Motte. que deve ser educar e moralisar. ribaltas e tudo o mais que serve á illuminação interna ou externa do theatro. Concede livre entrada ás companhias estrangeiras que. porThelo (1808). vertida para o allemão (1774). a representar o Rei Bobeche do Barba Ajul. compete a limpeza de todos os candieiros. finalmente. A illuminação preferida para os theatros deve ser a /i/f eléctrica. no Her Ma)esty's Theatre em 1841. além do que. que são o sustentáculo de centenares de famílias. a vêem complicar augmentandoIhe o interesse e dando força á intriga. reclame constante egualmente devia ser Em O banido da imprensa. a apparição mais extraordinária. pagaria pela tabeliã que se estabelecesse. saia o exemplo de socegar o publico. Isto é prejudicialissimo para a arte e para os artistas. Verdade seja que uma grande parte dos jornaes se enche com reclames aos theatros. portanto. A melhor scena. porque de mais a mais as medidas policíaes e da inspecção de incêndios teem tudo prevenido para uma sabida rápida. inauguração dos espectáculos de gala ou da moda. que só os prejudicam. O incidente forte e inesperado. desapparece o sangue frio. e acaba — — inauguração de uma empreza. é o festejado cómico Alfredo Carvalho. Incorrecto O actor pode ser incorrecto por duas formas: ou como artista. Pôde ser a de theatro não são mais do que um encadeamento de incidentes^ subordinados uns aos outros e tendendo todos para que se apresente o incidente principal. O actor indisciplinado falta a ensaios e até a espectáculos. as emprezas teriam tudo a lucrar. Todas as peças vem inesperadamente. porém. Quem quizesse os seus espectáculos annunciados nos jornaes. Inculto Diz-se que o talento de um actor é inculto quando. quando se dá o signal de incêndio^ — — . em poucos momentos. que termina a acção. Acontece. Era o que se devia uzar aqui também. Assim estabelecidas as relações. porque o publico já lhe não dá credito. que são espesinhadas e tornando um incêndio. ou pelo seu incorrecto comportamento perante as leis do theatro e da sociedade. Também dois. a inauguração dos espectáculos de qualquer companhia estrangeira. desem- — penhando com incorrecção os seus papeis. não estuda. que. não haveria a minima desgraça. graça expontânea. França são os jornalistas unicamente convidados para as primeiras representações das peças. tudo isto diminuede resultado quando o publico já o espera. dizendoIhe que se não atropellem. que do palco. não respeita os superiores. Indisciplinado Chama-se indisciplinado ao actor relaxado no cumprimento dos seus deveres. que. bom senso e principalmente auctoridade sobre o publico. enviados pelas próprias emprezas. já porque esta lhe não estragaria os artistas com falsos elogios. o que determina uma grande surpreza e uma grande commoção no espectador. Ao contrario. três ou mais redactores de um jornal pedem no mesmo dia camarotes. sem nunca ser inconveniente nem obsceno. derivando da acção ou quasi todos os jornaes teem cadeira eíTe- ctiva e gratuita nos theatros. por falta de illustração e de estudo e por se apresentar em scena incorrectamente vestido e caracterisado. Para improvisar em scena é Improviso — indispensável que o artista tenha verdadeiro mérito. a interrupções de amizade. as salas d'espectaculo ficam completamente esvasiadas. Dá sempre grande resultado Imprevisto em theatro o imprevisto. que é o ultimo. que recheiava as peças de ditos seus. Acontece portanto que uma empreza tem noites em que dá só á imprensa vinte e trinta camarotes! E quando se recusa muitas vezes se estabelece o conflicto e o theatro é bastante prejudicado. a inauguração de uma epocha. traga o desenlace. afim de darem a sua opinião sincera. toma o nome de lance inesperado. e. correm para as mesmas portas. n'um grande cataclysmo. Um sinistro de tal ordem duIncêndio rante uma representação occasiona sempre as maiores desgraças pelo pânico que se estabelece e pelo terror que se apodera dos espectadores e até dos empregados do theatro. apesar da sua clara intelligencia e boa disposição para o theatro. ás mais terríveis imprudências. isto é. o que — — principal. a situação de mais eífeito. O terror que se apodera do publico aos primeiros gritos de: incêndio! leva-o aos maiores excessos. nunca estudou nem tratou de adquirir conhecimentos para aperfeiçoar os seus dotes naturaes e progredir na arte. E' Portugal a única parte do mundo em que todos em boa ordem pelas sabidas que existissem mais ao seu alcance. Actualmente o único actor que improvisa com a maior felicidade. a phrase mais enthusiastica. E' preciso. enthusiasma o publico e causa o successo d'uma peça. porque teem muito tempo para todos sairem sem perigo e o mesmo elles fazerem para a sahida do palco sem atropellamentos nem desgraças. que muitas vezes é pequeno. Inauguração Esta palavra applica-se no theatro em diversos sentidos. que faziam grande etieito nos espectadores. sem que houvesse minima a suspeita. todos se atropellam na anciã de fugir primeiro. censura todas as ordens. entaipando-as. derrubando senhoras e creanças. Foi um grande improvisador o excellente actor Izidoro. já por poderem dispor dos logares que a imprensa occupa. despreza a tabeliã de serviço. até que um novo incidente. etc. o que transtorna da maneira mais imprevista as condições estabelecidas na acção dramática e que inutilisa todas as supposições que se podessem ter feito. dos artistas e empregados do theatro. enredando-a. todos perdem a cabeça.11 DO THEATRO PORTÍIGUEZ todos se retirassem Ind e por isso teem dado logar a questões diversas. Tudo isto é um abuso contra o qual as emprezas não teem coragem de protestar. N'uma obra theatral os inciIncidente dentes são acontecimentos de maior ou menor importância. ao signal de alarme. Se. Os primeiros são muito mais difficeis de representar. mas em que tome parte o diabo. Instrumentos Só nos podemos referir aos instrumentos destinados a produzirem sons musicaes e que compõem a orchestra — sica. Ordinariamente declaram-se intransmissiveis os bilhetes de assignatura. No theatro chama. duettos. Se a educação litteraria eos Instrucção variados conhecimentos são precisos a todos os homens. Como nos galans. Ao actor caprichoso e distincto nunca falta que ler e aprender. E' o artista que toca Instrumentista qualquer instrumento musico. Carlos. segunda ou terceira cathegoria. Infernal E' o acto. — — — também ha intradu^iser substituídas por equivalentes. Ingénua Ao galan corresponde nas damas a ingénua. Diz-se sempre: a interpretação d'este drama ou d'esta comedia. porém. comedia ou outra qualquer peça. do theatro ou de fora. Ao actor que tem de applicar-se é absolutamente necessário o conhecimento da iineua franceza. taes são os entrechos e forma. Se não houver artista para a substituição. que executam varias peças de mu- — — E' o dom de que o auctor Inspiração dispõe para architectar o seu drama. Ha também ingénuas dramáticas e ingénuas de comedia. de pé os regulamentos e decretos que áquella diziam respeito e foram formulados por Almeida Garrett. E' o espaço que dista entre Intervallo o final de um acto e o começo do outro. que bem precisa d'elia para a melodia da sua obra. Também se diz d'esta opera. ou recebendo os espectadores a importância. São as diversas personaInterlocutores gens que entre si dialogam na scena. vestir com — de lhes poder dar as devidas inflexões o justo valor. Veja-se Intenção No seu estudo sobre qualquer papel. quando ha referencia á acção scenica e aos actores propriamente ditos. — a palavra Orchestra. suspender-se-ha o espectáculo. Todavia ha quasi sempre tolerância n'este ponto. quasi sempre em beneficios. E' a reunião de factos e inciIntriga cortadas. diz-se execução. O actor precisa constante- — — — mente instruir-se. Ha peças estrangeiras que Intraduzível são verdadeiramente intradupveis para portuguez. com previa auctorisação da auctoridade que presidir ao espectáculo e prevenção ao publico. Em alguns theatros de declamação os intenallos são preenchidos pelas orchestras ou sextetos. que manda descer o panno. quadro ou scena de qualquer peça passada no Inferno. infantis aos theatros feitos unicamente para n'elles representarem creanças. os papeis de tngenua podem ser de primeira. formosa e — — elegância. nos intervallos da peça que se representa. como manifestação contra a peça. indispensáveis são aos actores. passaram todas as suas attribuições para o Governador Civil de Lisboa. ficando os bilhetes validos para outra recita. havendo-os. Chamase também infernal a qualquer scena. contra os artistas ou ainda contra a empreza. S. São os artistas que tomam Interpretes parte no desempenho de qualquer peça. Um espectáculo pode ser Interrupção interrompido pela doença repentina de um artista. ou então alteradas e Phrases que precisam mesmo d'um theatro. Com mais propriedade a inspiração se applica ao compositor musical. o qual. que consiste em escrever todas as partes que devem ser executadas pelos diversos instrumentos que compõem a orchestra. romanzas e se representam monólogos ou scenas cómicas. O espectáculo também pode ser interrompido por distúrbios na platéa e camarotes. Intransmissivel — — . além do talento indispensável para desempenhar papeis importantes como são os de primeira ingénua. Chama -se também orInstrumentação chestração ao trabalho do compositor.se infantis Infantil ás companhias formadas unicamente por — creanças. que. ou entre duas comedias. Deve saber a historia do seu paiz e a universal. se outras não puder conhecer. em que se cantam árias. poderá ser substituído por outro que a isso se preste. Quando essa referencia fôr em especial á parte da musica.Int DICGIONARIO a fim e 78 por ser um cancro dentro d'um theatro. Tendo Inspecção geral dos theatros sido extincta esta repartição. cançonetas. N'este caso intervém a auctoridade. d'onde é indispensável extirpal-o. ou faz sahir os manifestantes e continuar o espectáculo. seja qual fôr o local da acção. Em espectáculos extraordiIntermédio nários. seja de que género fôr. ficando. fazem-se algumas vezes intermédios. veis. a começar pelos do nosso primeiro theatro lyrico. em vez de interpre- — — — tação. nos quaes tomam parte artistas diversos. pelas exigências da sua profissão. o actor deve bem procurar a intenção das phrases que o auctor lhe pôz na bocca. havendo também partes de concerto instrumental. Deve egualmente conhecer e estudar tudo o que ha escripto sobre a arte de representar. Precisa ser nova. E' a forma por que uma Interpretação obra dramática ou lyrica é representada pelos artistas incumbidos de diversos papeis. que as tornariam para nós inverosímeis e quasi inintelligiveis. se recitam poesias. devem estudar constantemente. e ainda infantis ás peças expressamente feitas para serem representadas por creanças. I —Fagote 11 - .79 DO THEATRO PORTUGUEZ Ins INSTRUMENTOS — 2 — Flautinha antiga — 3 — Pifano — — Flautim — 5 — Flauta — 6 — Corne inglez — — Oboé — 8 — Clarinete — 9 — Flajolé — 10— Gaita pastoril — 4 — Clarim — 12 — Trombeta — i3 — Trombeta 7d'harmonia — 14 — Pequeno piston — i5— Cornetim — 16 — Corneta de chaves— 17 — Trompa de caça — 18 — Trompa de chaves — 19 — Serpentáo — 20 — Saxophone soprano — 21 — Saxophone tenor — 22 — Saxhorne — 23 — Barytono — 24 — Baixo de 4 cylindros — 25 — Contrabaixo de metal — 26 — Hélircon — 27 Buzina — 28 — Trombone de pistons — 29 — Trombone liso — 3o — Trombeta de viagem — 3i — Ophclide — 32 — Sarrusophone — 33 — Harmónica — 34 — Gaita de folies — 35 — Outra gaita de folie — 36 — Ocarina — 37 — Harmónica — 38 — Flauta de canna — 39 — Acordeon — 40 — Gaita de Pan — 41 — Grande órgão — 42 — Harmonium — 43 — Realejo — 44 — Caixa de musica — 45 — Rabeca — 46 — Arco da rabeca — 47 — Violeta — 48 — Pequeno violino — 49 — Violoncello — 5o — Contrabaixo — 5i — Arco do contrabaixo — 52 — Rabequinha do mestre de dansa — 53 — Bandolim — 54 — Guitarra — 55 — Alaúde — 56 — Cega rega — 57 — Banjo — 58 — Lyra — 59 — Cithara — 60 — Harpa — 61 — Cravo — 62 — Espineta — 63 — Piano de cauda — 65 — Pandeiro — 64 — Piano vertical 66 — Carrilhão de fanfarra — 67 — Campainhas — 68 — Collar de guizos — 69 — Pratos — 70 — Triangulo — 71 — Caixa — 72 — Caixa maior — 73 — Vaquetas do tambor — 74 — Bombo — 75 — Maçaneta do br mbo 76 — Tamborino — 77 — Timbales — 78 — Sino — 79 — Castanholas — 80 — Berimbau — 81 — Xylophone — 82 — Metronomo — 83 — Diapasão. Ir pelo buraco do ponto abaixo E calão theatral. mais meia dúzia de recitas. Aqui a culpa é do emprezario. perguntava alguém a um artista dotheatro: « Que tal foi hontem a as antigas — — peça?» Resposta do actor: ^Foi pelo buraco do ponto abaixo». E' a idéa principal d'uma peça.Iri» DICCIONARIO 8o dentes que. ou d'outros quaesquer empregados ou fornecedores do theatro. Quando um cartaz de theatro diz que é a ultima representação irrevogavelmente de qualquer peça. já o espectador fica satisfeito quando houver só oito dias depois do impreterível. na palavra irrevogavelmente. mas se vê grande concorrência. ha já a certeza de que depois da irrevogável ha sempre. Quando um theaIrmandade da Graça tro tem pouco publico que pagasse o seu logar. que indica que uma peça desagradou por completo logo na primeira representação No dia seguinte a ter-se dado na Trindade a peça de espectáculo A Sexta parte do mundo. do director do guarda-roupa. em theatro. quasi — . Quando um theatro Irrevogavelmente annuncia que uma peça nova subirá á scena em tal dia impreterivelmente. : sempre pouco cuidadosos. pelo menos. dizse «a maior parte pertence á irmandade da Graça». — ' — . enchendo-o de interesse e curiosidade. constituem o enredo d'uma obra dramática. A inriga é a parte essencial para prender a attenção do espectador. que tem tudo a ganhar em que a peça se represente o mais cedo possível mas por culpa dos scenographos. Isto não é de certo por vontade do emprezario. crer muito. Introducção Os modernos compositores dão o nome de introducção a alguns compassos symphonicos que hoje é uso tocar antes de começar a opera e que substituem symphonias. mas apenas o faz para attrahir publico e quasi sempre com resultado. do aderecista. Não se deve. pois. dimanando do assumpto principal. . . Barbara Leal. São jovens. contada na parte mais estreita ou apertada.6o junto aos camarotes e a o°'. que ficam nos lados da scena. arrancando. graça e desenvoltura. espeLagrimas na voz cialmente mulheres. Barbara Volckart. : que assiste aos ensaios geraes. durante os espectáculos. já pelo seu physico.lhe applausos. O espaço occupado na profundidade por cada fila e respectivo intervallo seiá no minimo de — Bastos. Emilia Adelaide. azougadas e quasi sempre criadas espertas e ladinas. de effeito seguro que o auctor de uma peça encontrou para commover e interessar o publico. Anna Pereira. Citarei. parece que realmente estão sob o peso de uma dôr pungente e faliam como se os olhos estivessem velados pela» lagrimas. talento. Lance dramático e — E' a situação violenta o'". E' esta uma poderosa fonte de commoção. Emilia Cândida. Alguns artistas.L Esta antiga classificação ainda Lacaias hoje se dá no theatro a um dos géneros de papeis mais brilhantes e alegres.SS ou o'°. Manuela Rey. cómicas. Luiza Fialho e Maria Joanna. Alguns artistas temos tido com esta rara e poderosa faculdade. contando-se sempre do lado — . entre outras. Adelina Abranches. Previnese assim o caso de. a distancia entre as filas será de o^. No theatro o lapts é usado pelos Lápis artistas na marcação das peças. pathetica. vivas. direita ou esquerda. n'uma situação triste. que é bem difflcil obter quando a natureza não a concede. e como se essas lagrimas lhes viessem estrangular a garganta e impedir a voz na sua passagem. Santos. que bem os tem auxiliado no brilhantismo da sua carreira Bastará citar Tasso. Largura das coxias da platéa e balcão Essa largura não será inferior a o". fornecidas — por velas de í>tearina. e pela auctoridade nos cortes que faz nas peças. DeJphina do Espirito Santo. de sinistro — . As lacaias no nosso theatro correspondem ás íoubrettes francezas.45.70. Luiza Cândida. para que se não fique no escuro completo. já pela alegria. ter de apagar-se o gaz ou a eleLanterna de prevenção ctricidade. contada da aresta anterior do banco ou cadeira ao immediato da frente e segundo os assentos forem moveis ou fixos. Cada uma d'estas está collocada junto das portas de sabida da sala. Florinda Toledo. comtanto que fique perfeitamente livre uma passagem de o^SS entre as duas filas. Virgínia e Palmyra — Pelos últimos Lanternas de prevenção regulamentos da policia todos os theatros. quando a sabida principal se fizer pelo fundo da sala. verdadeiramente preciosa para a profissão que exercem. Hermínia. Jesuina Marques. são dotados pela natureza com a faculdade. de ter lagrimas na vof Quer isto dizer que o seu órgão pôde facilmente tomar um tom por tal forma commovedor que. dos corredores e do palco. n'um — por incêndio. Lateral No theatro este adjectivo emprega-se para indicar as portas ou os repregos. dramática.70 no centro. são obrigados a ter luzes supplementares. Algumas actrizes temos tido com muitas aptidões para o género. que ardem dentro de lanternas. Esta distancia poderá ser reduzida quando os assentos se levantarem automaticamente. versa. mais ou menos. Depois da prova. Em todos os outros géneros de theatro a linguagem tem de ser. conceituosa. Na sala ha os camarotes lateraes. mas não deixa de — . mas principalmente apropriada ao caracter. quem os quer ter. Em Portugal o systema de locação só se usa no theatro de S. está em uso h locação. E' palavra mais usada nos Localidades theatros de Hespanha. quando um artista. Ler o papel E' uso lá fora. Que se ha de esperar de um maestro que tem um libretto lacaios. O libretto deve ser feito de forma a fazer brilhar o trabalho do compositor e mesmo inse mau Libretto — piral-o. para ver se conseguem que os defeitos não sejam percebidos pelos espectadores. Locação— No estrangeiro. prevenir o publico e ir um actor disponível ler o papel que falta. paga-os. que são quasi sempre aquelles que ficam peior collocados. — — um alçapão. nos caracteres e es" pecialmente na linguagem. uma scena importante. em forma de berlinda. mais natural. fáe correcta a linguagem de qualquer peça de theatro. vantajoso. ainda que elegante. e que se não pôde supprimir. recommenda-se aos aclo-que fazem os personagens. Litteraria ja' — Peça /ítterariíz é aquella c r^ que o não pôde inspirar í Palavra italiana adoptada entre nós para significar o poema ou a letra de uma opera lyrica ou opera cómica. estando os artistas sentados á meza. começam logo os ensaios de marcação e depois os de apuro. cuja epocha o exige. á frente e outro um atraz. Nos nossos theatros não é uso fazer tal e portanto o publico não o admittiria. São as que se imaLinhas de afinação gina existirem de cada um dos lados da scena. — usadas São em diLiteira versas peças. não pôde tomar parte no espectáculo.Loo fere DIGCIONARIO ficções. aos quaes seguram dois um — — rem com a representação. muitas vezes terão ensejo de levantar a representação. assente entre dois varaes compridos. Hoje baniu-se tal uso. Carlos e de ha pouco tempo a esta parte. servindo para encher o espectáculo. Liteira — Cadeira portátil. sem importância. Era D. ao dobrar os pannos. Tinha. um reprego ou — manifestando pensamentos nobres e maravilhosos. Por não termos j^hrase Lever de rideau portugueza que claramente as classifique. Este systema tinha a vantagem de dar bem a conhecer o que era a peça aos que n'ella entravam. e assim rica seguro de que ninguém pôde sentar-se no logar que elle marcou e pagou. de um pequeno acto. fácil e corrente. depois da prova de uma peça. correndo horisontalmente junto aos bas»-: tidores ou repregos lateraes. Leitura D'antes era costume no nosso theatro. obrigar a dizer bem e ao mesmo tempo ir decorando. só próprios dos verdadeiros poetas. uns tantos por cento sobre o preço do bilhete. damos o titulo de lever de rideau ás comedias insignificantes. para assistir á peça grande e de successo Librettista— O auctor de librettos d'opera lyrica ou opera-comica. por motivo de doença ou outro qualquer. como acima dissemos. em quasi todos os theatros. Na tragedia ou n'uma peça em verso é admittida e muitas cil. dá direitos. Traves sobre que asLinhas das asnas senta o vigamento do urdimento. Levantar a representação Quando n'uma obra dramática. de ser muito mais dispendiosa e de se estragar mais facilmente a pintura. fazer alguns ensaios de leitura dos papeis. Amélia a locação só existe nas noites das primeiras representações. Assim o actor. o que faz também com que rareiem os bons compositores. Nos outros theatros não ha absolutamente locação. bastante grossa e pezada. e. quebrava e cabia o apparelho e com elle a pintura. e quando não ha tempo para o fazer substituir. que consiste no seguinte: quem quer com antecedência ter o seu logar marcaéo para o espectáculo. educação e conhecimentos dos per- sonagens que a faliam. de a anima- ultimamente por papel. São raros os bons librettistas. indica sempre a direita e vice. Já de ha muito tem sido substituída pelo panno crú e ainda Linhagem — Fazenda . paga a locação^ isto é. e que. quando se reá esquerda. Linguagem — Deve ser o intelligivel vezes indispensável a linguagem poética. A linhagem exigia apparelho muito mais forte de cola e gesso. Isto é commodo. elevada. H do espectador. para conduzir pessoas de distincção.th^atralvé todavia' primorosa no conceito. parece bastante fria — res e arrastada. em que n"outro tempo se usava pintar os pannos de theatro. a linhagem os inconvenientes de carregar extraordinariamente o urdimento. Levai E' a phrase de que se servem os nossos machinistas de theatro quando dão ordem para subir um panno. assim como os peiores logares de platéa são os lateraes. pois que. pois. Se os actores assim fizerem. em toda a parte. expressos em termos grandíloquos e eloquentes. Maria e D. o que ainda tornava os pannos mais pezados. cheia de imagens ou forma. se representam emquanto o' publico não acaba de chegar. scena aos camarotes de segunda ordem de frente e ás varandas. diz-se que Quando os ensaios de são geraes. ou de apuro. Lustre Luz de petróleo te — Nas terras em que exis- archibancadas da geral e o promenoir. no Gymnasio a varanda e geral. Ponta Delgada. a referencia é sempre ao theatro de S. promenoir . Quando uma peça foi posta scena com deslumbrante scenario.85 ser portugueza logares da sala DO THEATRO PORTUGUEZ e applicar-se Lyr aos diversos Logares — do espectáculo. para a illuminação gaz ou electricidade. são: a geral. São elles. O publico de Lisboa ou províncias. no Principe Real a geral. e portanto mais baratos. para onde se vendem logares avulso no Avenida a galeria e geral nos Colyseos as . o que deve ser no fim dos ensaios. diz muitas vezes vamos Luz nos ensaios — uma peça não — : ao lyrico. Para tornar mais difliceis Luz eléctrica os incêndios e para aproveitar a luz para — ter lógica. que são lindos. atarraxando no chão.* ordem. Carlos. fatos maravilhosos e preciosos adereços. indo assistir a espectáculo de opera em qualquer theatro ou circo. para economizar gaz. aos espaços reservados para cada espectador. os fauteiiils^ as cadeiras e a superior. de cada lado do palco. mas a belleza das salas foi muito pre- judicada. No Porto tal referencia só pôde fazer-se ao theatro de S. em D. etc. Maria e Gymnasio. o nosso primeiro theatro lyrico de opera. Egualmente são illuminados a luz eléctrica os theatros do Funchal. Lustre bonito lustre era um lindo adorno n'uma sala de espectáculos. é a arte de formar a razão e de a dirigir em todas as suas operações a lógica ensina a indagar a verdade e a julgar rectamente. No theatro diz-se lotação a Lotação designação total ou especificada do numero de espectadores que uma sala pôde conter nos diversos logares. descobrindo a verdade. o b?lcão. os theatros deveriam ser todos illuminados a /uf eléctrica. e assim com os adereços. não é permittido o emprego da lu^ de petróleo ou de outro qualquer liquido inflammavel. São os mais inferiores Logares baratos e não são rwymer^áos o% logares baratos áo% theatros. Guarda e alguns outros. se o guarda-roupa corresponder. na Rua dos Condes os últimos camarotes da 4. A medida adoptada melhorou as condições dos logares inferiores . Os /orarei inferiores. para não tirarem a vista para a — excellentes effeitos que se podem obter. Já o são todos em Lisboa e no Porto. Essas mesmas cruzetas servem para dar luz á orchestra. precisa primeiro — . Desappareceram muitos mas ainda se conservam os de D. diz-se Luxuoso — em que essa peça está luxuosamente montada. accende-se uma cruzeta de ferro com dois bicos. Teem sido quasi todos arrancados dos seus logares. Amélia a galeria e o — . . especialmente nas peças phantasticas e de grande espectáculo. como todos sabem. João. Em D. Por tudo isto qualquer peça theatral que pretenda ter valor. a galeria ou varanda e o promenoir. Quando se falia do theatro lyLyrico rico em Lisboa. — Um . . Os logares de preço elevado são numerados e mais commodos. Também se chama lotação ao rendimento bruto de todos os logares do theatro. No theatro chama-se logares este é luxuoso assim como que são luxuosos os fatos. São estes os nossos dois únicos theatros lyricos. a parte Lógica da philosophia que ensina a pensar e raciocinar com exactidão. São moveis. . Se apenas fõr bom o scenario. Maria pertence a esta cathegoria a varanda na Trindade a varanda e a geral. E'. para quando se quizerem tirar. . a apparição ou desapparição rápida de objecto.M Macaqnear — Quando um artista qualquer. já n'uma fonte luminosa. destinadas a surprehender. Para este ultimo eífeito ha uma machina especial. tudo isto são machiMachina de vento nas. feito em grade. collocado em dois cavalletes. seja tornando brilhantes as figuras. Faz-se girar o cylindro. já n'uma scena de tempesseja illuminando os vitraes d'uma tade Machinas — No theatro dánome de machinas a to- Machina de sol dos os processos mechanicos com o auxilio dos quaes se produz na scena uma transformação instantânea. muito estimada em Portugal. seguro nas extremidades inferiores dos cavalletes. com grãos de chumbo ou ervilhas seccas no interior. dando á manivella. . a encantar a deslumbrar a fato. os gestos. O movimento de um alçapão. opera às transformações das cores. Para imitar a chuva faz-se girar a cornucopia. Adapta-se ao cylindro um panno de seda. ou apresentando admiravelmente o arco íris. e ultimamente de grande successo em Paris. arremedando-liie a jco. a Machina de chuva Tem forma de uma cornucopia. produzindo assim o ruido do vento. Presta-se aos mais admiráveis efíeitos. Alem de illuminar brilhantemente. um per- — sonagem ou d'um uma trans- formação. ou o Sol com os seus vibrantes raios. diz-se que o está macaqueando. desen- e requebrada. a que se applica a electricidade e que produz extraordinário efteito. Machiche gonçada — Dança em que egreja. agitando-a e voltando-a d'um lado para o outro. o que é sempre detestável. com dois metros pouco mais ou menos de comprimento. a pronuncia e as inflexões. uma súbita mudança de . um vôo. com com um Machina de vento— Faz-se cylindro ou tam- acompanhamento d'uma musica especial predoafrica- minam instrumentos nos. chegando os raios a ferir a vista dos espectadores. Machina de chuva Muitas vezes essa cornucopia está mettida n'uma caixa de madeira fina. uma scena de gloria. procura^ na scena imitar um outro artista distincto. como se vê na estampa. Machina de sol A electricidade no theatro operou uma completa transformação. muito usada no Brazil.se. ordinariamente mediocre. se o feitade pasta. auxiliando extraordinariamente os scehographos. tendo a um lado uma manivella. — bor. zelar incessantemente tudo o que se faz. quando bem executados. machinas. intelligente e habilidoso. mechanico. prevenir qualquer inconveniente que possa sobrevir. devia selo. são ainda os mesmos. àpparelhos e de toda a espécie. Isto é lamentável mas lá fora. com apresentação e d'um género sépregos. é incapaz de enganar o seu hodos Condes. E' elle quem diriEram assim classificados Mães nobres ge a construcção de tudo que ha a fazer pa. inferiores. a execução e a manobra dos trucs. Luiz Vieira. as apparições. a confecção dos praticáveis. onde ha outros recursos. fazer-se respeitar por todo o pessoal que está debaixo da sua direcção. que teem occupado. carpinteiro. se não «mem A minha filha não está prompta. Luiz da Luz. serralheiro. já tenho aqui E' também não tem sido grande o progresso no «a certidão do medico na algibeira machinismo theatral. está a marcha regular das representações. O que concorre para a acção scenica sob o citam-se: Ignacio de Oliveira. Lino.no theatro os papeis de mulheres de certa ra completar uma scena. ainda nenhum tnachinista bom e completo tivemos nos nossos theatros. o que se gasta^ como se conserva. «verdade a minha filha não veio ao ensaio. Machinismo theatral— Comprehende ao mesmo tempo os instrumentos. Custa tano Nunes. as mudanças repenem uma tinas de íatos. rio e digno. renovar o material deteriorado. que sempre admira e se regosija com taes prodigios scenicos. — . Hoje estes papeis estão incluípreparar alçapões e calhas. arte com que se relacionam a construcção. auxiliando com as suas descobertas os auctores e os scenographos. torneiro. reedade. Machinista N'um theatro em que so. Francisco Fernandes.dizer: «A minha filha não representa este na. Devia ter também um génio inventivo. são difMães das actrizes milagres no mundo industrial. — . A toda a hora se lhes ouve o que n'este sentido se admira hoje na sce. Castello e Alfredo Rocha. um machinista ou mestre. dezenhista. que todos os dias se operam verdadeiros Na maioria. está a segurança para os artistas e para o próprio edifício. e não lhe deviam ser desconhecidas as leis da physica e chimica. acertar todas as dos nos das damas centraes. Senão é. o preparo e collocação das vistas. Dese lhe chama. Por todos estes motivos. — — — ! — . o movimento dos alçapões. Assumpa mechanica faz innumeros prodigios. dirigir todo vista do espectador. se fosse possível. tem um logar importante. Entre os melhoMachinismo res que o theatro portuguez tem possuído.«Que quer ? Tinha coisas mais importantes bem á scena peças de grande espectáculo.ficeis de aturar. «nha filha. ver tudo e todos para evitar quaesquer consequências desastrosas do desleixo. e a arte tão complexa e tão difficil do machinista. o machinista ou o mestre é a alma do theatro.Mae DICGIONARIO peças de scenario. os praticáveis. contornos de bastidores. a auctoridade para com os subordinados. veria serprohibido que as mães das actrizes Tem grande responsabilidade e precisa ser entrassem na caixa do theatro. o sangue frio no perigo e os conhecimentos profissionaes. O verdadeiro machinista devia ser ao mesmo tempo. — ! — — . amanhã fica doente. Sob o verdaMachinistas portuguezes deiro ponto de vista. Nas suas mãos está uma bem entendida economia. que nós podemos viver».«com as pernas á vela! A minha filha é ro Alto. incumbindo e explicando a cada um a parte que lhe compete. a organisação e execução de tudo artifícios . no ponto de vista material. quando acompanham as fimo de theatro se conserve estacionário. Em resumo. pois lhas ao theatro. Alguns tem havido habilidosos e trabalhadores mas na sua maioria ignorantes e incapazes de occuparem o importante logar. Não é com o ordenado que o semachinista. o pessoal. em ção. a comprehender que. do antigo Salitre e na velha Rua «honesta. «esperem para começar! Se multar a mino estrangeiro. as transformações palavra. o machinis. ou o mestre como vulgarmente «nhor lhe dá. será um homem orecioso n'um theatro. o «a tratar. Simão Caeponto de vista material e decorativo. que ás preciosas qualidades de caracter juntar o saber. é o mesmo que se via ha séculos Os «papel! A minha filha não se apresenta processos empregados nos theatros do Bair. marceneiro. n'uma epocha em que João d'Amil. destinados a preparar o movimento das tnachinas. novos ou velhos. como em Portugal. ou pela copia que se manda tirar. a rainha gicas. Moura encantada. Feiticeiro da Torre Velha. Pomba dos ovos de ouro. com as magicas seguintes: Fera de Salana^jf. Nós também chamamos maestros aos compositores e aos ensaiadores de musica. | pJ bambolinas. Má pronuncia E' grande dçfeito no arse está. — chama-se manobra ou movimento de scena. da mesma forma se chama magistral ao óptimo desempenho de um papel de determinada peça e ainda se chama magistral á peça que possue todos os requisitos de superioridade. — a^ul. Rosa de i>ete folhas. Mais ou menos.gueta ra de seda. o encanto da musica. Satana^ Júnior. Fructos de Oiro. Em portuguez ainda não appareceu magica completamente original. — quadros completos. cómicos ou dramáticos. ao mesmo tempo que seduzisse a vista. diz-se malleavel. em todo o comprimento. ordinariamente \\ côr de carne. No velho Salitre foi posta. Pelle de burro. Primo de Satanaij. Bico de Papagaio. xos.. que permitte prescindir da lógica d'idéas e de acontecimentos. Cabo da caçarola. teve grande êxito. são ainda as magicas das peças que maior concorrência chamam aos Portugal. Leilão do Diabo. Termo francez de que nos serMaillots vimos nos nossos theatros para designar as calças de meia que vestem as bailarinas. que é em França. Lotelim Rapioca. chama-se trabalho magistral . sas. Graças a este elemenro. Castello A^ul. Cofre dos encantos. Três Cidras do Amor. o modelo que tem sido de todas as m sempre imitado. Torre suspensa^ Sete Castellos do Diabo. etc. tudo o que o desenvolvimento scenico mais deslumbrante. fez innumeras para o velho theatro da Rua dos Condes. Fada de Coral. n'uma palavra. Corça branca. De vários outros auctores se teem representado em Lisboa centenares de magicas. O auctor mais celebre do género foi Joaquim Augusto de Oliveira. Infelizmente o género. conhecido pelo Oliveira das magicas Entre muitas outras. mais extraordinário e mais variado podem reunir para surprehender. para n'ellas se atarem ou prenderem as cordas que seguram os pannos. empregando os meios de que disposesse para. etc. Cebola mysteriosa. — actrizes e actores. ha mais de setenta annos. não só as transformações. deslumbrar e encantar o espectador.. como em quasi todos theatros. grosserias e infantilidades tolas. a magica franceza As Pilulas do Diabo. Gato preto. o preparo e movimento dos pannos. se desse nas mãos de um verdadeiro preta e de um primoroso sitor — — também denominado Pessoa das magicas. entre outras. chegando todos os auctores a tirar d'ella. Apezar d'isto. imitadas ou plagiadas das magicas francezas.!l Malhas las usadas no theatro. Fada do Friths.. finos ou baij . todas são traduzidas. Malleavel Quando um artista dramático desempenha com grande correcção diversos papeis de géneros oppostos. escriptor brilhante. 3ilva Pessoa. Malaguetas — São pequenas cavilhas \ inepcias. Magica E' uma peça de grande espectáculo cuja acção é sempre phantastica ou sobrenatural e onde predomina o maravilhoso.. Três Rocas de Crystal. cae em mãos inhabeis quasi sempre: e por isso é vulgar taes peças apparecerem muitas vezes cheias de Magistral Ao trabalho verdadeiramente notável de um artista superior. ha grandes predilecções pelo género. o explendor do scenario. que se deixasse arrastar pelo capricho da sua imaginação.: 89 DO THEATRO PORTUGUEZ Máp Haestrino Assim se denomina o compode musica ligeira E' a classificação dada em ItáMaestro lia a todos os compositores de theatro. Ave do Parai jo. a graça dos bailados. Manuscripto só se tadas. n'um meio e n'um mundo convencionaes. — Pomba litterato. Amores do Diabo. Diadema de Fogo. teve grande successo com as seguintes Loteria do Diabo^ Coroa de Carlos Magno. Valete de Copa-. Gata Borralheira. Espelho da Verdade. patrocinado pelos deslumbramentos das visualidades e riqueza dos accessorios. sendo as principaes: Serpente dos mares. Ramo de ouro. que é o próprio original do auctor ou traductor. São as calças e camiso. . — i . sem pensar na verosimilhança e não tendo outro objectivo que não seja a illusão e o prestigio que lhe podem dar o luxo da enscenação. Sombra do Rei. encantar o espirito. etc. de Escossia e de algodão. etc. e pelo habito em que no theatro só se ensaia e se ponta pelo manuscripto da peça. a riqueza do vestuário. A magica seria um espectáculo adorável. os paizes. Castello de bronze. entre as quaes: Reino das Fadas. gambiarras e tudo que i está suspenso do tecto. ras e mas scenas intei- de madeira ou ferro presas obliquamente ás varandas do urdimento. Lâmpada Maravilhosa.. o auctor entrega-se abertamente á phantasia. visualidades e personagens. de bor. que esse artista tem um talento Manobra Tudo o que constitue a collocação. Eduardo Garrido. todo o trabalho para mudança de scena. rompimentos. Lenda do Rei de Granada. j^ As malhas podem ser de seda.. Os nossos mais antigos theatros apre- Em sentaram magicas bem montadas. Pata do Diabo.. etc . Filha do Ar. — . mas por vezes de cores J diversas para completar os costumes. — Ordinariamente as peças imprimem muito depois de represenou mesmo não chegam a ser impres- Por este motivo. mas também para reclame.vezes arrasta tudo comsigo. o quettes teem a apparencia de pequeninos theatro fica vasio logo nas primeiras repretheatros de creanças e. mas o artista. não o compreum excellente desempenho. diz-se que elle matou o papel. Grê-se que foram os chinezes se efFectivamente estão doentes e impossios primeiros a admittil os. entende-se o scelos com lenços ou outro qualquer signal. movimentos. dançando.. titeres e bonifra. não só pelo augmento da redias sem que appareça tabeliã de pagamen. já cortan.nhos de fantoches. puxados por cordéis ou araEm theatro esta palavra é Mechanismo mes. Depois de vencido o está em scena uma peça de grande êxito. — — : — — « — — — — : — — — . os actores dizem uns para os outros Mazombo— Actor mazombo é aquelle que aMuito tarda Marco Aurélio !» tem semblante carregado. pelo pouco valor da peça. está mettida em hendeu ou não o estudou. que. nario.: Mei DICCIONARIO 90 ústa pronunciar mal as palavras. tem voz cavernosa. Este defeito pôde mais do que marionnettes. isto é. o guarda-roupa. quando vão passando os dão matinées. Ainda hoje nas nossas do syllabas. ou por ter faz-se maquettes ou pequenos modelos das havido desleixo na enscenação. titeres ser corrigido com muito estudo e exercido. Com estes boTodos os nossos Medico do theatro necos se fazem representações. . Em Portugal eram occupa cada personagem. nem o publico o suptes. indicando-lhe pouco usados. Ha séculos que os theatrinhos de cem á companhia. devem marcar minuciosamente tudo Quando em qualquer Matar um papel quanto a scena ha de depois conter. peça ha um bom papel. lia de scena. Na scena visto que na nossa lingua temos com a mesou fora d'ella é sempre o mesmo mazombo. o machinismo. começa o importantíssima.os médicos teem nos diversos theatros camos e o encanto das creanças em toda a deiras efFectivas e gratuitas. mas que n'uma liquidação ensaiador a marcar o sitio em que se ha de perde quasi todo o seu valor. tamMassa d'outra forma.uma empreza de theatro. tas. No theatro do Bairro Alto espectadores que poderia conter e quando as celebres opereias do Judeu foram repre. mas de ha tempo para cá se egualmente as passagens e mudança de dão todos os domingos e dias santificados marcação. Estas ma. quando a sala tem metade dos muito apreciados.que não tem amigos. bonifrates.theatros teem um ou mais médicos. se tornarão insupportaveis bém no theatro a palavra massa é calão. anda de cabeça Marionnettes— Também em portuguez es. que se soas que faliam de dentro! A origem d'estes prestam a acudir a qualquer doença repenespectáculos de bonecos remonta á maior tina durante o espectáculo e a verificarem antiguidade. nunca se ri e falia tá admittida esta palavra sem necessidade. sempre com modos de arremetter. fazerem as alterações precisas.bilitados de trabalhar os artistas que assim tígios de taes espectáculos entre os egypcios o participam ás emprezas. Alguns prestame chegaram a grande perfeição na Grécia e se também a tratar os doentes que pertenem Roma. o que é peior e mais significativo. Marcar logares Os logares não numeraMaterial— Quando se falia do material de dos poderão marcar-se durante os interval. que significa dinheiro. collocar cada um dos moveis ou objectos São assim chamados os espeMatinées que teem de estar em scena. Marco Aurélio Assim chamam em calão Também nos theatros de Lisboa. também ha ves. como depois devem ser executadas. por qualquer cirou modelo de qualquer obra.baixa. o archivo. já não deixando bem entender feiras ha grande predilecção pelos theatriou carregando excessivamente nas consoan. e o logar que ctáculos dados de dia. nos theatros do Porto e n'alguns de Lisboa. para serem perfei. em especial nos RR. ma significação bonecos.na bilheteira se fez. etc. ou mesmo scenas. Marcação— Depois de feita a prova d'uma Este material representa sempre uma verba peça começa a marcação. No theatro cumstancia de mau desempenho. gymnastica. fazendo má figuscena com grande propriedade e montada ra. to.sentadas por bonecos.sentações. costuma di. Assim accontece também em PorDiz-se que um theatro tem Meia casa tugal.ceita. o publico tem a fim de se conhecer o seu eflfeito e de se manifestado ruidosamente o seu desagrado. São pequenos bonecos de madeira com porta. inMaravilha Quando uma boa peça obtém cumbido de o representar. accrescentanzer-se que tal peça é uma maravilha. havendo pes. Em paga d'estes serviços bonifrates ou marionnettes são popularissi. mexendo. E' palavra também hoje inDiz-se no theatro que tal Maquette Matar a peça troduzida enfre nós para designar o esboço peça está morta quando. e assim convém aos actores e actrizes. na scena. que outra coisa não são tes. ou bonecos.. imitam homens. e muitas com todo o luxo e apparato. fazendo synonimo de machinismo. se mez de ordenados.ou. Como cá fora na vida real. os adereços. a mobímas nunca antes de começar o espectáculo. pouco mais ou menos. do-se então que matou também a peça.se. onde taes espectáculos foram sempre meia casa. e que. quando theatral ao dinheiro. Europa.. José António Moniz. Moutinho de Sousa. difficilmente poderá tomar parte no desempenho de peças esquecidas. Isto não quer dizer que estudem mais. Inglaterra e outros paizes. Actualmente nos nossos theatros não ha mestres de baile. Júlio Vieira. infelizmente. mas dos quaes ainda assim se tira algum proveito para o estudo da epocha em que viveram os dois grandes artistas. João Costa. em que as peças não se conservam em scena por largo tempo e dão um limitado numero de representações. Meias de talento sem que se saiba explicar a razão. Cardoso Leoni. porém sim que ellas teem a faculdade natural de decorar melhor. Furtado Coelho. António Pinheiro. Entre nós chama-se-lhe por vezes. e ainda de quando em quando apparece uma amostra do género nos nossos theatros. Braz Martins. As memorias dramáticas são proveitosas para o estudo da arte. Os que teem esta difficuldade devem fazer exercícios de memoria e estudar o melhor meio de decorar. Melopea— Na musica é o acompanhamento que se faz a um recitativo. Melpomene Uma das nove musas. das matérias que estudámos aprendemos. E' claro que se diz meia casa referindo. Entre outros Eduardo Brazão. Nos nossos theatros designa-se Mestre pelo nome de mestre o machinista ou chefe — dos carpinteiros. Quando alguma peça de espectáculo exige bailados. de que convém nãoabusar paranão cançaro ouvido do espectador. Dos que felizmente estão vivos. — tecida nas mesmas meias com tal perfeição. E' a forma exagerada do Melodrama drama. N'este ponto os theatros portuguezes chegaram á ultima decadência. Augusto de Mello. dramalhao.! : QI DO THKATRO PORTUGUEZ gue. Ferreira da Silva. Quasi todas as actrizes magras as usam que se elles e também alguns actores. chamam-se umas velhas bailarinas que por ahi ha e uma d'ellas é que ensaia. César de Lacerda. Paulo Martins. que as pernas mais magras e mais tortas pa- recem aos espectadores gordas e bem fei tas. de manha cedo e á noite na cama. Nem todos podem ter excellente memoria. outros pela sua intelligencia e constante estudo. Lopes Cardoso. Com alguns pela sua illustração. Pedro Cabral. dç — . muito e methodico trabalho tudo se conseCopiar um papel. uma e mais vezes. Entre nós. Memoria E'a faculdade que temos de nos lembrar do pas- — — — ressantes as revelações que os artistas possam deixar escriptas sobre a sua vida e aventuras de theatro. e das quaes tem de se dar uma em cada dia. Por este motivo convém ter todo o repertório sempre em pé e.se aos logares pagos. Esta faculdade e guns tem havido que as poderiam ter deixado e na actualidade felizmente mais ha que as podem escrever. Carlos Posser. Ah pudessem comprar talento para desempenhar os seus papeis. os grandes artistas deixam muitas vezes as suas memorias^ que são lidas com avidez por quantos os conheceram em vida ou por tradição. Romão. Carlos Santos. Lel-o bastantes vezes. Apenas ha publicado O Álbum do actor Santos e as Memorias do actor Isidoro. sem preoccupação. São ambos livros deficientissimos. Na prosa ou no verso recitado a tuelopea é a de clamação arrastada. Pinto de Campos. Apezar de se fazerem ensaios de recordação. França. ou quasi sempre. Em geral as actrizes decoram mais facilmente os seus papeis do que os actores. Dos mortos poderiam pelo menos ter deixado apontamentos da vida theatral da sua epocha Apolinário d'Azevedo. as meias ou calças de meia com enchimentos de lã. Só no theatro lyrico é que. muito usada na primeira parte do século passado. A deosa da tragedia. Henrique Alves. de quando em quando. Corresponde nos homens á voz de barytono. Rosa pae e Emilia Eduarda. etc. Christiano de Sousa. Augusto Rosa. as emprezas precisam estar sempre variando os seus espectáculos. Itália. como o corrpram para ! Memorias dramáticas — São sempre inte- engrossar as pernas Voz feminina entre o soMeio soprano prano e o contralto. São assim' chamadas. Manuel Francisco Correia. dar uma peça que tenha estado retirada de scena durante muito tempo. : é essencialissima ao actor. porque acontece muitas vezes a casa parecer cheia e todavia a maioria dos espectadores ter entrado de graça. Fernando Maia. Mestre de baile E' o artista incumbido no theatro de compor os bailados e ensaial-os. Baptista Machado. Artistas ha que decoram e conservam os seus papeis com a maior facilidade . Nos Melpomene theatros portuguezes. João Rosa. E' uma successão de sons que Melodia se encadeiam. as memorias dramáticas não estão em uso. outros ha que só com muito custo decoram as partes que lhes são confiadas. Ignacio Peixoto. Mes metade do rendimento do theatro. podem ainda deixar preciosas memorias. todavia ai-' Em : — — sado. é um bom meio também para o estudo. ajuda a decoral-o. ou trazem a cabeça menos preoccupada. Álvaro Cabral. se o artista não tiver memoria. Lucinda Simões. segundo as leis do rhytmo e da tonalidade. das coisas ausentes. principalmente no do Príncipe Real. Sabemos que a maior parte dos nossos actores não teem a illustração precisa para escrever as suas memorias . para formar um conjuncto intelligivel e agradável ao ouvido. que proporciona pensões ás famílias dos sócios fallecidos e aos inhabilitados. aos coros e comparsarla. ensaiador ou pelo mestre. vestuário. marcando Metter cto. preparando scenario. E' sempre difficil re» Morrer em scena presentar em scena a morte. em scena— E' organisar o conjuncom todos os pormenores da enscenação. imitando as dos diversos paizes em — em que se passa a acção das peças. Quando a um artista de consciência é distribuído um papel em que tenha de morrer — — . E' assim que denomina o actor ou disMoitão cípulo que se apresenta em scena mal vestido. A' disposição do mestre. E' o ensaiador quem se incumbe de tal trabalho. Uma mimica expressiva é a primeira qualidade do actor que representa a /^antoniima. a representar.e ainda sustenta o Montepio. Antiga dança introduzida n'alMinuete gumas peças do tempo em que ella se usava. Perder-se. teem por nome o monstro. de madeira ou metal. com egual numero de syllabas e a mesma accentuação. Monstro servir — Quando versos para uma musica é preciso escrever os já feita e que ha de a em qualquer peça. Essas palavras desconnexas que o maestro junta. São os empregados Moços de theatro incumbidos da limpeza do palco e suas dependências. Mímica— E' a arte de fallar aos olhos. vão á sala de pintura estender os pannos e. E' a scena da peça em que Monologo Mondongo — parte musical e ao regente da or- se chestra. E' egualmente uma os logares e os movimentos a cada artista. por gestos. é preciso que o monologo seja bom e curto para não enfastiar o publico. compostos e ensaiados por mestre de baile estrangeiro. Bastaria que todos os artistas e outros empregados dos theatros se associassem e promovessem annualmente um beneficio em cada theatro para que tal instituição fosse a mais prospera de quantas existem entre nós. Mímico. na comedia de Marcellino Mesquita. que um artista representa nos intervallos de qualquer espectáculo. fallando mal e representando peior. — falia um só personagem. Metter os pés pelas mãos— Diz-se que um artista metteu os pés pelas mãos quando.E' o actor que representa a pantomima. conduzem os pannos para o deposito e de lá para o palco. como uma boa dicção é a primeira qualidade do que tem de fallar. estando sempre um ás ordens do ensaiador. que toma parte no desempenho d'uma acção scenica. ou em tentos de jogar ou outras medalhas de diversas dimensões. conduzil-os para o theatro. acenos e movimentos do corpo. sem ajuda da palavra. mal caracterisado. mandada falytographia. V. Per^i/to e sécias. de uma obra dramática. de Verdi. adereços e tudo ~ tras. E' a falta de variedade ne Monotonia voz ou na expressão. quando se está ensaiando.Mor DIGCIONARIO ecom as devidas dimensões. A dedicação de poucos é qu. para fingir prata ou ouro o mais preciso para a apresentar ao publico. Amélia nas Vénus e Viagens de peças phantasticas : Gulliver. na magica Gata Borralheira e n'ou- scena dramática ou cómica. — para que por ellas o auctor da peça veja os versos que tem a fazer. Dentro da peça ou nos intervallos. fazem finalmente os serviços que lhes forem ordenados pelo emprezario. Diz-se que se está Montar uma peça montando uma peça no theatro. posturas. mas com cezas e hespanholas e bailarinas italianas. A morte mal executada provoca sempre o riso. sujeitos a certas leis. Esta Montepio dos actores portuguezes magnifica instituição foi creada em 1860. e presta aos sócios soccorros médicos e auxilio para o funeral. girando por entre ellas uma roda pela qual passa a corda que facilita o mo- Q2 quando em quando. Ha minuetes nas operas Rigoletto. de Massenet. depois de pintados. dando então um sentido completo e ligado á peça. A falta de variedade nas inflexões produz horrível mono^ — tonia. Pertence lhes arrumar a scena para os ensaios. com duas chapas ovaes unidas nos extremos mais longos. — Moeda usada zer é em notas Na scena a moeda papel. o maestro escreve palavras sem nexo com medição precisa. Só bons artistas e com grande estudo conseguem impressionar profundamente os espectadores. se esqueceu do que tinha a dizer. O mímico é muitas vezes um bailarino. unicamente com o auxilio do gesto. Moitões — As roldanas maiores. e Manon Lescaut. Pôde ser causada não só pela dicção vagarosa e arrastada. como pela constante precipitação. da sala. Bons bailados houve também no theatro D. francom mestras estran- Mestre de musica E' o nome que alguns dão ao ensaiador do theatro que tem a seu cargo a — vimento do peso. salões e corredores. brancas pu amarellas. sem usar da palavra. Tem prestado beílos serviços e poderia estar n'um invejável gráo de prosperidade se á maioria dos actores não fosse indifferente. geiras. apparecem uns bailados acceitaveis. mettendo em scena. As multas teem unicamente por fim obter o regimen e a boa ordem n'um thea- — Mudanca de fato dança de fato ou costume é ainda assim muito diversa da transformação de vestuário. faz-se pelos processos ordinários e fora da vista do publico. aonde as senhoras vão satisfazer as suas necessidades. ou ainda alisar o cabello e compor a toilette. Mourisco Género de scenario. espelho. A mudança de J ato.. já um outro por meio de fato machinado. Pequeno trecho musical com só usada nas magicas e nas peças phantasticas. O artista incorre em mídta quando chega tarde ao ensaio ou ao espectáculo. Qualquer artista ou empregado Multas do theatro. como seja. operam-se. quando falta por completo ao ensaio. O movimento ou as manobras de scena estão divididas pelo pessoal que trabalha no urdimento. não apparecer para o espectáculo. N'estas representações figuravam de rigor santos e santas. por homens do povo. á vista dos espectadores e por meios excepcionaes. Ha em cada uma d'essas casmhas uma mulher encarregada da limpeza e de fornecer a agoa. bem differentes das ouvreuses de França. Gumpre aos ensaiadores e directores de scena infligir severas multas aos artistas e empregados negligentes e escandalosos. ou beber agoa. quando tem importância. obrigando a fechar as portas do theatro. Esta é proporcional á natureza da falta commettida.93 DO THEATRO PORTUGUEZ Mui em scemi. — — hospital. que nada tem de sobrenatural. junto aos bastidores uns camarins provisórios. já consultando lendo descripçÕes de últimos de qualquer personagem. d'uma peça mática. não teem tempo de as irem fazer aos camarins. em forma com dravestuário colloca disfarçadamente para que lhe pu- apropriado ao assumpto. Mulheres da tros ha toilette — — Em todos os theacasas. Ordinariamente os personagens mudos são de minima importância e na distribuição dos cartazes designados por NN. etc. o artista pecisa ser também um bom mimico. Movimento Chama-se pessoal ào movimento aos carpinteiros e moços que fazem todo o serviço do palco durante os espectá- xem que o fato e deixem apparecer trazia vestido por baixo. Ha faltas ainda mais graves. que falta aos seus deveres. sujeitando-se ás pequeninas gratificações que as senhoras lhes dão. quando apparece no theatro em estado de embriaguez. Miguel. é castigado com multa pecuniária. Gomo o actor ou a actriz encarregada de papeis com mudanças de fato rápidas. momentos feitio Hotète de trova ou cantiga. — umas pequenas melhor ou peior adornadas. que se usava fazer nas povoações ruraes da ilha de S. e fechar os olhos ás faltas accidentaes e involuntárias d'aquelles que costumam ser pontro. Motivo Phrase predominante de uma composição musical. por exemplo. é difficillimo de desempenhar e depende de grande estudo. á vista do publico. nos Açores. para bem o desempenhar deve entregar-se a uma minuciosa observação. São umas pobres mulheres attenciosas e promptas para tudo. quando falta ao respeito ao directcr de scena ou ao ensaiador. As transformações de fatos em scena. opera-se instantaneamente. ou mesmo nada n'alguns theatros. ou no decorrer da peça. Mudança de fato Apezar de quasi sempre ter de ser feita com certa rapidez. sem razão justificada. que ganham muitissimo pouco. Esta. costumes e pertences da Mourama. que o próprio artista faz transformar. Felizmente muitos artistas ha que nunca viram os seus nomes nas tabeliãs de multas. — — culos e os ensaios. ao ar livre. junto do qual o artista se Mourisca — Representação sobre um ta- blado. já por meio do alçapão. . que se repete no fim de cada estrophe. a mu- Mudo O papel de mudo. Alem de magnifico actor. quando se porta mconvenientemente em scena. pente ou o que preciso fôr. mandam armar nas coxias. já já n'uma enfermaria do médicos. São as chamadas mulheres de toilette. de ordinário o orago da freguezia. no subterrâneo e nas coxias. Musica no palco A banda ou fanfarra pôde apparecer no palco á vista dos espectadores. Cordeiro Fialho. E'. precisa do auxilio da musica. Gomes Cardim. na opera-comica ou burlesca a musica tem a parte principal. é absoluta- — — comedias com coupleís. que muitas vezes d'ella não pôde prescindir. Sá Noronha. Manuel Innocencio. Casimiro Júnior. quintetos. Luiz Filgueiras. quartetos.. Francisco Alvarenga. Na opera lyrica ha musica de principio afim. sublinhar a acção scenica. não ha theatro em que a musica não tenha o seu logar. trios. Paschoal Pereira. DICCIONARIO • -94 tuaes e respeitosos cumpridores dos seus de As primeiras multas costumam ser perdoadas. pantomima também é seguida pela musica. José Cândido. Santos Pinto. Quando a mutjção á vista consiste n'um simples panno. São os seguintes Músicos portuguezes os principaes compositores que temos tido de operas. pois. como são as sympho- nias. José Maria do Carmo. Migone. ou outra qualquer vista que desce em um dos primeiros planos da scena para cobrir a decoração que estava. não a ser cantada ou dançada. E' a arte de encantar. Depende isto das exigências da peça que se representa. Augusto Machado. Miro. como acontece no final do primeiro acto da Grã-Duque^a e no ultimo quadro da Filho do Tambor-mór. João Arroyo. a que a arte é com- . Alves Rente. Entende-se por mutaMutação á vista ção d vista a troca de scenario feita instantaneamente. Em resumo. seja como elemento preponderante. com ou sem acompauhamento de piano. entreactos. Del Negro. porque es executantes estão da parte de dentro dos bastidores. Também se chamam músicos os que tocam na banda ou na fanfarra. Musica de camará concertos — Ghama-se assim de corda aos de instrumentos ou — vento. em que se executam sonatas. Monteiro d'Almeida. n'uma scena muda e prolongada. acontecendo quasi o mesmo na opereta. um fragmento symphonico de caracter mysterioso. ou deixando ouvir. seja como elemento necessário. Se a musica não tem parte activa na tragedia. á vista do espectador. vaudevilles e couplets de comedias: Alfredo Keil. como acompanhado com musica. a entrada de uma mente banal e só produz no espectador uma impressão quasi negativa. Egualmente é ella um grande elemento a opera. Frederico Guimarães. Carlos Calderon. N'outro tempo era — no drama que mais se empregava a musica de scena^ ou n'uma situação triste ou pathetica. Soares. etc. Cyriaco Cardoso. João de Sousa Carvalho. cuja execução é exclusivamente — confiada á orchestra. E' toda a espécie Musica symphonica de musica. oratórias. Rio de Carvalho. Filippe Duarte. Augusto José de Carvalho. Em toda a espécie de espectáculos a musica é convenientissima e muitas vezes indispensável. operas-comicas. ou ainda acompanhando rapidamente e com energia a entrada ou sabida d'um personagem. tudo o que diz respeito ao repertório da musica chamada (Tensemble. representando um fundo de floresta ou de aldeia. O baile. Freitas Gazul. no drama ou na comedia. em que ha coristas e — Mutação á vista (i. Nas operas lyricas quasi sempre a banda numerosa vem para scena tocar sob as vistas do maestro. São infinitas as relações da musica com o theatro. Dias da Costa. duos. Esteves Graça. etc. mas para acompanhar ou. operetas. fazendo acompanhar a orchestra em surdina as falias importantes d'um dos principaes personagens. emtim. Ha mesmo dramas com acompanhamento de orchestra e coros. é todo A para as magicas. parodias e revistas. puramente symphonica. Filippe Silva. aberturas. de impresMusica sionar. Nas peças d'espectaculo. de commover pela combinação dos sons. Luiz da Costa e Faria. e sem que desça o panno de bôcca. O producto das multas é quasi sempre applicado a obras de caridade. quasi sempre tem o seu logar na symphonia e nos entreactos. por assim dizer.Mut veres. Symaria e Visconde do Arneiro. No theatro tudo é convencional e portanto bom é aproveitar a utilidade da musica de scena. ou pôde também ouvir-se sem se ver. N'isto ha apenas um processo elementar. Manuel Benjamim. peças phantasticas. Designam-se assim no theatro Músicos os professores da orchestra. O vaudeiille^ ainda que em menor proporção.« aspecto) muita comparsaria. Guilherme Cosáoul. e — ou mais bandns é sempre de grande etTeito. Stichini. Marcos Portugal. Carlos Bramão. Musica de scena Assim se chama a musica destinada. Quando. muito accidentada. esse panno se levanta para mostrar um scenario mais vasto. de mysterio a sua popularissima peça GaMysterio que tinha por objecto um assumpto biblico briel e Lusbel. vulgo Santo António. e que o effeito produzido parece tocar o maravilhoso Hoje. — .9^ DO THEATRO PORTUGUEZ ou religioso Braz Martins ainda Mys classificou pletamente estranha. a arte do machinista ainda se não manifestou. estando feita a Mutação á vista (2. porém. em poucos segundos. Quando. o effeito produzido é naturalmente mais considerável. succede a outra scena de género absolutamente difFerente e também tão complicada. então é que é grande a surpreza. com o auxilio da luz eléctrica. tudo se illumina. também cheia de detalhes como aquella que a vem substituir. todavia. porque na realidade a coUocação da nova scena operou-se fora da vista dos espectadores e com o tempo necessário para a executar. os eíFeitos são ain- da mais surprehendentes. Antiga composição theatral.° aspecto) transformação. uma scena muito complicada. accidentada. A scena e a sala escurecem por completo e. mais rico e mais movimentado. depois. d'uma architectura especial. . etc. se mencionam os nomes dos pei. Os theatros de Londres apresentom ainda hoje com grande luxo e solemnidade essas festas popularissimas. Mertro que dão o nçme de Christmas-pantomimas. passadas entre Em que. costuma dizer-se que a arte não tem segredos para elle. As festas do Natal e Anno Bom Natal teem sido por vezes motivo de alegres espectáculos. movendo se em scena sem affectação nem embaraço. no antigo theatro da Rua dos Condes. coristas. vestir com elegância. Hespanha também por vezes ainda se representam peças serias relativas ao Natal. O . tazes e tas vezes até — mudos. só se conseguem com a pratica. faz em scena uma brilhante figura. Gina. N. Deve fallar naturalmente. Iva. só n'ella pensa. artistas. em maus camponios e entre os Reis Magos. e que. e por isso nos cartazes. Canária. conforme os meios de que dispõem os promotores das festas. costuma dizer-se que esse artista tem o papel na ponta da língua. Em Portugal a epocha é festejada com as melhores peças do repertório dos theatros. O actor que tem voz nasal e não faz um estudo para a modificar. diz-se que nasceu para o boa theatro. Graziella. Em muitas terras da província ainda se usa representar os presépios. Hoje estão quasi banidos os N. como se estivesse em sua caza. por extravagância ou por julgarem que com elles se tornam mais conhecidos. melhor ou peior armados. Este uso é actualmente conservado na Inglaterra. amando muito a sua arte. tão diíficeis de adquirir. Aurora. a — que algumas actrizes adoptaram. Nào ter segredos — Do artista primoroso. Na ponta da língua Quando um actor ou uma actriz tem decorado o seu papel de — qualquer peça por forma que o diz rapidamente. e não eram os seus. Zitta. figurantes ou comparsas que desempenham qualquer papor mais insignificante que seja. nas distribuições das peças. andar. outros pelos nomes próprios. que são os próprios actores d'esses apropositos. porque o espectador se convence de que está ouvindo declamar um — — fanhoso. A ultima peça allusiva que em Lisboa se representou foi em 1874. segundo todas as regras e com muito estudo. mas ciue adoptaram. um aproposito com o titulo O Natal do Redemptor. gesticular e rir sem constrangimento e sem que mostre qualquer embaraço. Alguns artistas e esNomes de theatro pecialmente actrizes usam no theatro nomes que não são os seus. Uma das principaes quaNaturalidade lidades do actor deve ser a naturalidade. diflicilmente se supporta. Muitos são tratados pelos apellidos. Assim se chama ao theatro naNormal cional. Ophelia. sem auxilio do ponto e sem se enganar uma só vez. que são umas scenas.N Assim eram designadas nos carprogrammas as pessoas que desempenhavam papeis insignitícantissimos e muiN. cedes. Nascer para o theatro — Do — artista que tem todas as qualidades e todos os dotes que devem distmguir um bom actor ou uma actriz. citam-se: Adocinda. N. A voz nasal é muito desagradáNasal vel em scena. Dolores. que deve dar a norma a todos os outros nosso theatro normal é o theatro de — . Estas qualidades. dando pretexto para no final apparecerem os presépios. Entre os nomes de theaversos. Manuel RodriBranco. Francisco Soares Fran» Pinto. Almeida Araújo. Luiz José Baiardo. Souza Bastos.omano. Sá Albergaria. Moura Cabral. Cezar de Luca. Pedro Maria da Silva CosDomingos Monteiro. Jacobetty. António Xavier. Alfredo Calleya. Braz Martins. Luiz Mana Bordallo. Francisco Serra. CamiUo Castello Macedo. Lorjo Tavares. Eduardo Chagas. Silva Gayo. Rodrigo Felner. Eduardo Schwalbach. Guilherme de Azevedo. José Joaquim Bordallo. Costa Braga. Eduardo Coutinho. Rangel de Lima. Santos ta. Cunha Bellem. Bocage. Alcântara Chaves. BÍCCiONAklÔ propriedade do estado. Silva Leal. Ernesto Rebello da Silva. Alexandre Herculano. Parisini. Teixeira de Queiroz. Salvador gão. João Soler. Mattos Moreira. Ludgero Vianna. Júlio Rocha. Aristides Abranches. Izidoro Sabino Ferreira. Luiz Filippe Leite.tano Pimenta de Aguiar. Luiz Galhardo. João Baptista Ferreira. Luiz de Camões. tins. Maximiliano d'AzevedOj zar de Lacerda. José Pv. Furtado Coelho. Guilherme Celestino. João António Lopes. Andrade Ferreira. Leite Bastos. José Freire de Serpa Pimentel. Eduardo Mar.Albuquerque. de Lacerda. Castilho (Visconde). Correia de Barros. Luiz Francisco Lopes. MenVasconcellos Correia. Navarro de Andrade. João de Aboim. Eduardo Vidal. principalmente os preparos para a caracterisação e os costumes que teem de servir na peça annunciada. Augusto César de Vasconcellos. João Carlos Massa. ca. Marianno PiCastilho e Mello. Manuel de Miranda. Borges d'Avel. Gomes d'Amorim. Silva e Francisco Manuel de Mello. Bulhão Pato. António Joaquim da Silva Abranches. Alberto Braga. António Castilho. Francisco Pa. Alfredo Sarmento. gues Maia. Eliziario Caldas. Conde de Monsaraz. Correia Moutinho de Souza. Duarte de Sá. Guilherme Rodrigues. José de Souza Monteiro. José Abranches. Luiz Augusto Palmeirim. José de Torres. Cândido Luzitano. Correia Garção. Campos Júnior. José Maria da Costa e Silva. D. Manuel CaeBaptista Machado. António Pedro Lopes de Mendonça António Pereira da Cunha. Artistas. António Diniz da Cruz e Silva. é cedicondições de elevar a arte draFreitas 98 quando não do em mática. Pessoa. Júlio César Machado. Luiz Soromenho. João da devem encontrar tudo prompto para começarem desde logo a preparar-se para a scena. Henrique Van Deiters.Chaves. Ferreira AraSá de Miranda. Luiz de Campos. Souco. Ricardo Cordeiro.Marques. Nogueira Júnior. Baptista Diniz. Luiz de Araújo. figurantes e bailarinas. Lopes Cardoso. Garcia Alagarim. Araújo Assis. António Mendes Leal. RicarBicster. João de Azevedo. Manuel Domingues lar. D. . Santa Rita. Joaquim Augusto d'Uliveira. Emilio Zaluar. Souza. Augusto La- Camará. João de Leiíios. Alfredo de Mello.Nicolau Luiz. Alfredo Hogan. Leopoldo de Carvalho. Joaquim José Annaya. Simão Machado. Ricardo Netto. Cypriano Jardim. Santos Lima. José António Moniz. José Jgnacio de Araújo. Cezar de Mello Barreto. concellos. é por elie administrado. Ernesto Desforges. Francisco Xavier. António José Henriques. António de Menezes. António José. Lopes Teixeira. Luiz António d'Araujo. António de Serpa Pimentel. Pedro Pinto. Manuel Roussado. D. Marcellino Mesquita. Anacleto d'01iveira. Libanio da da Silva. Nos camarins — A's costureiras ou mulhe- res de vestir e aos alfayates ou homens de vestir pertence o arranjo dos camarins^ tando-os sempre aceiados e em or.na. Brito Aranha. Rangel de Lima Júnior. Aguiar de Loureiro. Garrett. Sabino Correia. Guedes de Oliveira. Florêncio Sarmento. Fernando Caldeira. João Baptista Gomes Júnior. Eduardo Coelho Júnior. Carlos Borges. Quirino Fernandes. Rodrigo va. Júlio Howortn. Augusto Garraio. Cascaes. Gervásio Lobato. Machado Correia. Raphael Ferreira. D. Joaquim Miranda. Lucotte. Pereira Lobato. José d'Almada. quando chegam aos seus camarins. Firmino Pereira. Palermo de tinho de Miranda. Ramalho Ortigão. Gil Vicente. Avellar Machado. Ferreira da Costa. Branco. P^austino da Fonseda Camará. Santonillo. Jayme Victor. Queiroz. António Ennes.Noi D. Jorge Ferreira de Vasconcellos. Franco de Mattos. za e Vasconcellos.dem. José Manuel d'Abreu e Lima. Mendes Leal Júnior. Ferreira de Mesqui. Domingos dos Reis ta. Luiz de Vascerda. José P'eliciano de Castilho. Pedro Cabral. Gonçalves de Freitas. Alexandre Castilho. Júlio Dantas. João Guilherme Teixeira. António Prestes. Eça Leal. Henrique Lopes de Mendonça. Bruno de Santos. Passos Valente. Cou. António da Costa. Silva lha. Costa Lima. Ce. donça e Costa. Acácio Antunes. António José de Paula. Guaidino de Campos. Ernesto da Sildo José Fortuna. João de Lacerda. João de Deus. Nota dos mais conhecidos escriptores dramáticos portuguezes — Abel Botelho. Penha Quita. António Ferreira. Lino d'Assumpção. Maria II. António Ribeiro Chiado. si. Andrade Corvo. Portugal da Silva. João Xavier. Diogo Seromenho. Pinheiro Coelho. coristas. Accacio de Paiva. Paulo MidoMoniz. Alberto Pimentel. Eduardo Garrido. Manuel Penteado. Latino Coelho. Leoni. Alfredo Athayde. Pedro Vidoeira. Augusto de Castro. Feijó. e que. Júlio Vieira. J osé António de Freitas. Moraes Pinto. Ernesto Rodrigues. Apolinário d'Azevedo. Cunha Faria. Tavares. Manuel de Figueiredo. Jayme Séguier. Júlio Gama. José Agostinho de Macedo. Santos (actor). Guiomar Torrezâo. Manuel de Carlos Barreiros. montes e selvas). as nullidades elevadas e as emprezas bajuladas ou perseguidas. Da critica justa. o mérito deprimido. uma vez ou outra.^ Teixeira DO THEATRO PORTUGUÈZ de Uyríi Vasconcellos. com fatos my- O publico anda sempre bem informado do que se passa nos bastidores. Pena é que por vezes as noticias sejam de pura invenção. Véron. das que se concluíram. a um novo género d'espectaculo. dos factos diversos da vida dos artistas. Thomaz Ribeiro. a peça é d'um género completamente novo entre nós». Trilho. Assim. Thomaz ques. á representação de uma peça que ainda não tivesse subido á scena. Ou: «Temos hoje no Gymnasio uma grande novidade. apparecem nas peças aproveitadas da mythologia e nas peças phantasticas. Noticias de theatro— Além dos jornaes da especialidade. Urbano de Castro. das peças que se vão escrever. — Em applicase á appariçáo de um novo artista. Varella. Além de nymphas. theatro a palavra novidade Novidade — Nymphas ihologicos e quasi completamente despidas. dizse por exemplo: «No theatro de D. hamadryadas (nymphas dos carvalhos). . que todos os dias apparecem para desapparecerem no dia seguinte. Felizmente nem toda a critica ainda se perdeu e. E' a primeira d'uma nova peça de Schwalbachu Ou ainda: «Assisti hontem no D. nereidas fnymphas do mar). Theotonio de de Mello. Nympha— Divindade fabulosa do paganismo. Tito Martins. Amélia a uma grande novidade. as informações dos jornaes são conscienciosas. as criticas apaixonadas. imparcial e séria dependia principalmente o levantamento da arte dramática em Portugal. areadas (também nymphas dos bosques). Actor novel é o que começa a Novel carreira do theatro. Maria ha hoje grande novidade. Volkart e Xavier MarOliveira. estreia-se como actriz uma formosa rapariga». napeas (nymphas dos bosques dryades) e limniades fnymphas dos tanques e pântanos). principalmente. raro é o jornal diário que não tem uma ou mais secções com respeito aos diversos theatros. Em scena as nymphas. e. é um principiante na escola dos artistas. hyádas fnymphas da chuva). das que entraram a ensaios. etc. são chamadas driadas fnymphas dos bosQues. naiades fnymphas das fontes). outras vezes os acontecimentos sejam adulterados. . Em Portugal só appareceu pela primeira Odalisca theatro publico só foi ouvida em i735. E' a designação geral Obra dramática de qulaquer peça de theatro.. Representase então o mar por um grande panno pintado. No caso de o encontrarem. seja qual foro género a que pertença. Ena — São feitas depanno e tarlatana. Nas magicas e peças phantasticas são muito usados os costumes de odaliscas. onde o dono o poderá ir reclamar. a auctoridade manda verificar pelos seus agentes se na sala ficou algum objecto esquecido.o Objectos esquecidos Quando finda o espectáculo em qualquer theatro. de baixo'd'elle. — vez a opera em 1720. que imprimem á tela movimento caprichoso e continuo. Foi em Itália. N'umá peça de espectáculo. Oodas pintadas. escripta em verso e posta em musica Na opera ha o recitativo e o canto. abandona-se este processo antigo e fallivel. nos paços reaes. e. que produz uma completa illusão das ondas. em que seja preciso maior illusão. em Florença. atravessando a scena a toda a largura. Odalisca— Mulher do serralho do sultão da Turquia. em seguida adquiriu impulso em Veneza e de lá se espalhou por toda a Europa civilisada. manda-se correr e agitarem-se alguns rapazes. — um Opera— Poema lyrico ou peça de theatro. e montadas em repregos. . a opera conta trabalhos admiráveis. Na opera é a musica que tem a parte preponderante. riqueza elascivia. acompanhados peh orchestra e por vezes com bailados intercalados.* Este panno deve cobrir completamente a scena. que a opera teve inicio nos últimos annos do século XVI. cheios de sumptuosidade. Durante os três séculos que tem existido. que^seja bastante frouxo. dramática ou trágica. é levado para a esquadra policial. fingindo as vagas. Academia da Trindad«. Beldemonio.Ore DICCIONARIO E' uma espécie de operaOpera-buffa comica. obtida na opereta. Gomes Cardim. dois pistons. como aconteceu com o de D. total: quatro músicos. de José Romano. que se preste ás situações musicaes. dois claxos. dois clarinetes. o numero de músicos deve ser de cincoenta. Boneca. Amor molhado. etc. Carlos. Fausto o peti^. um trombone. dois . Cruj de ouro. Al: — caide.. Pericfiole.. E' o género intermediáOpera-comica rio entre a opera lyrica e a opereta. um flauta. Mam'^elle Nitouche.. Alvarenga. assim como orchestra. no género. Roger e outros. Argonautas. Juanita. um um piston. Oratório E' um drama musical com assumpto extrahido do Antigo ou Novo Testamento. ou mesmo para aquelle em que tem de acompanhar couplets ou executar musica de scena. Estas peças costumam ter grande espectáculo. como a da opera. Flor de Chá. podem apontar-se Solar dos Barrigas. um flautim. comparsaria. Da mesma sorte que a opera. Mascotte. Um theatio de comedia pôde prescindir de orchestra. Salteadores. onde s músicos tocam. a orchestra varia muito. e egualmente se designa a reunião de todos os professores que a formam Reíerindo-me a esta ultima interpretação. e nem todos os theatros lyricos se encontram em eguaes circumstancias. musica. Operas lyricas cantadas no Real Theatro V. dois flautas. violeta. typos engraçados e situações de baixa cómica. mas tem também dialogo. corrposta dos seguintes instru- mentos: doze primeiros violinos. onde nos últimos tempos appareceram compositores de grande valor e que entre nós se popularisaram. Entre as operetas^ portuguezas e estrangeiras. Barba Ajul. Defensor da Egreja. vinte executantes. para companhias lyricas. dois e um timbaleiro. Nem todos os theatros são lyricos. Martyres da Germânia. A formação da orchestra depende pois. Um theatro de vaudeville pôde limitar-se a uma orchestra de doze ou quatorze professores. Planquette. ainda que mais ligeira. dois flautas. dois um fagote.se as operas burlescas.. os theatros de opera ou opera-comica devem ter. Rio de Carvalho e Stichini. GiroJléGiroJlá. Entre nós algumas oratórias teem feito grande carreira. com respeito á musica. um — rinetes. Hervé. Verde Gaio. Ave Ajul. de Alcântara Chaves. Tição Negro. de Braz Martins. Roca de vidro. tocar ou executar qualquer coisa que não esteja annunciada com o respectivo visto da auctoridade. o oratório divide-se em partes. pelo menos. transformações. Del-Negro.. Varney. quatro baixos. três trombones. O assumpto da opera-comica deve ser um mixto de drama e comedia. dois harpas. Freitas Gazul. Taes teem sido: Offenbach. que maior êxito teem obtido em Portugal. naturalmente dascondições do theatro. dois contrabaidois segundos. Hm âo Dicde S. D. Pela palavra orchestra desiOrchestra gna-se vulgarmente o espaço entre a scena e a platéa. tem diversos personagans mais ou menos importantes e coros. etc. As pequenas orchestras teem um numero reduzido de instrumentos. O que não estiver annunciado — Não trompas é um violoncello. Samsáo ou a Destruição dos Philisteus.. Boccacio. Milho da padeira. Calderon. No nosso pequeno meio. A Prophecia ou a Queda de Jerusalém. tendo por assumpto passagens da Biblia ou a vida e milagres de um santo. Tem parte musical importante. Bella Helena. um ophiclide. dois fagotes. Testamento da velha. cantar. Para um theatro onde a orchestra só tem de tocar nos intervallos. de Salvador Marques. José d'Almada O Templo de Salomão. Archiduque^a. como os do Gymnasio. mas admittindo assumpto e personagens burlescos. Messager. vinte e nhia lyrica deveria ter pistons. no género das peças phantasticas.. sessenta ou mais. oito violoncellos. Opereta Pôde dizer-se que é uma opera-comica de pequena importância. segundo a sua importância. sobresahiram a todos Augusto Machado e Cyriaco de Cardoso. apezar de algumas d'ellas terem maiores exigências musicaes. Coração e mão. de Lisboa — des Leal. segundo o género dos espectáculos e segundo as dimensões do theatro. um oboé um timum bombo e um caixa. ou pode ter um sexteto. um trombone. baleiro. Oratória E' uma peça sacra. um segundo. Surcouf. doze segundos. mas podemos ainda citar: Alves Rente. Entre ellas podem citar-se: iSanto António. Burro do sr. Maria. com forma theatral. A sua acção. que correspondem a actos. Milagre de Nossa Senhora da Na^areth. Rainha Santa Isabel. trompas. clarinete. oito contrabaixos. Audran. Quitéria. basta que a orchestra tenha dois primeiros violinos. oito violetas. de César de Lacerda . Nos theatros d'opera cómica e opereta são precisos quatro primeiros violinos. um — — i contrabaixo. um violeta. D Amélia e Principe Real. A opereta tem principalmente florescido em França. Pompon. com visualidades. etc. violoncello. Noite e Dia. Filha do Tambor mór. Mosqueteiros no Convento. Lecocq. No género opereta podem incluir. de D.^ Angot. de Men- fessores. de José Romano: Santa — — cionario. quatro trompas. Filha da sr. . Sinos de Corneville.. dois oboés. Uma boa compa- dois sempre uma grande orchestra. GrãDuque^fa. de Soares Franco. bailados. total: treze proum permittido durante um espectáculo representar. O género é verdadeiramente alegre e compositores tem havido de grande nomeada. . Vo^ Órgão No theatro emprega-se a paOriginal lavra original como synonimo de peça. o que — Actualmente os ordenados sobem de quinze mil réis a quarenta. Izidoro e outros. que se manifestam por verdadeiras acclamações. a fim de que o publico saiba. O publico prefere uma peça que preencha a noite. de quando em quando. uma caixa e triangulo. indicando o que primeiro se representa.io3 DO THEATRO PORTUGUEZ na. Ovações— Acima dos applausos que o publico dispensa aos artistas. resoam os abravos'» e o artista querido recebe dos collegas e admiradores innumeros brindes. com que mal podem os diminutos rendimentos dos theatros de Lisboa e Porto. até enumerar tudo o que se annuncía. todavia as emprezas vêem-se sobrecarregadas com despezas extraordinárias. Também se chama original ao manuscripto do próprio punho do auctor. Ordem do espectáculo Já são pouco usados os espectáculos de retnlbos. trechos de musica. esses applausos transformam-se em ovações.ixophones. Ova s. Ordenados As exigências da scena e a carestia da vida teem feito elevar muito os ordenados dos artistas. monólogos. cento e cincoenta e duzentos segue e assim por diante. no final dos cartazes costuma pôr-se a Ordem do espectáculo. sessenta. diz-se: «Agradou muito o original do Lopes de Mendonça». do imitador ou do traductor. alguns dos quaes valiosos. etc Quando isto acontece. um timbaleiro. Tasso. pouco mais ou menos. Ha trinta annos os ordenados dos artistas variavam entre seis mil réis e setenta e dois mil réis. a hora a que se representará o que deseja ver. Todavia ainda. N"essas noites de enthusiasmo o palco é coberto de flores. total: 78 professores. São verdadeiras noites de alegria aquellas em que os artistas recebem — — sinceras ovações. n'um beneficio ou em recitas extraordinárias. um bombo. Delfi- — mil réis! As folhas das companhias em I^isboa variam entre um conto e duzentos e três contos de réis! V. cem. ou «Vou hoje ver o original do Gymnasio». dão-se espectáculos com actos differentes. as palmas são incessantes. quando o seu trabalho enthusiasma. Este era o maior e nunca d'elle passaram os grandes artistas: Taborda. Assim. ou quando se trata da festa de uma actriz ou de um actor querido das platéas. as únicas cidades de Portugal onde ha companhias permanentes. . jjfj^lsiJmj^iMff^í^fíÊ^lAÈJÊK^.^AR^^W«SlM^AgSBCwt ''lQatfeÍ^:èJff^C^iw8lfc±»>^Skl ." 'iTOw8lM. todos o sabem. porque falta sempre a presença de espirito e todos querem fugir commette em scena toda incumbem a artistas inferiores . E' indispensável o maior cuidado para que tal não aconteça. sem caracteres definidos. sem coisa alguma que as recommende. sem se lembrarem de que se pre- — Fabrica ' D£ LUVAS EINGCMMADAt. suppondo erradamente que o publico se não importa com as palavras^ trucidam as phrases. atropellando-se e até esmagando-se. Palhaçada E' a classificação que se dá — si próprios. ChiN'E2A D . Ordinariamente taes pannos imitam cortinas e todos elles são feitos em roupas.Rg>mií. O pan- des paixões empregadas outr'ora na tragedia para excitar na alma o terror e a piedade: hoje empregam-se da mesma forma no drama. em todo o caso. antes. seria muito vasto para se tratar no curto espaço de que é permittido dispor. amor e o odio eram as duas gran- guarnições do proscénio. LOUOS r>í"T^ PtRfUMARIA|R{ Jos« Dias PROVEM Vinhos» Porto A.Pan DICGIONARIO os reguladores e as io6 dar competência. é indispensável que as palavras se entendam. Vejase o artigo Panno talão. que facilmente notarão qualquer defeito. Está hoje muito adoptado. que se faz pagar bem. O panno de bôcca deve ser perfeitamente pintado. que formam um sentido.!* INGLCZA •r. A sua significação no theatro vae mais longe. Palco scenico é a parte em que os actores representam. as emprezas ou os proprietários dos theatros a qualidade de exageros e verdadeiras palhaçadas para fazer rir os espectadores. dão saltos e desmancham completamente as scenas e os versos do librettista. para que o espectador possa bem avaliar mesmo o trabalho do compositor. A palavra palhaço no tiíeatro applicase ao actor com pretenções a cómico e que — no de bôcca é como que a parede que divide a sala dos espectadores do palco. pôde dizer-se: «as valavras da Bohemia«^ ou «as palavras do Èoccacio». é o som articulado d'uma ou mais syllabas. Para se designar o poema ou o libretto de uma opera. pelo contrario. propriamente dito. que o deva assustar. O palco comprehende a scena e todas as suas dependências. Não tem logar n'este diccioPalhaço nario o palhaço áQ circo. que provoca o riso. Como este trabalho é diflicillimo de fazer-se. mas. e quasi sempre em côr de purpura. Pânico Muitas vezes por um motivo fútil se estabelece grande pânico n'um theatro cheio de espectadores. os artistas devem logo socegar o publico.7íTtt- — pelas mesmas portas. sem verosimilhança. a não ser a certas peças. O Cae lhe por cima a bambôhna regia. dizendo-lhe que não ha incêndio nem coisa alguma. e por isso o alarme nunca deve partir do palco. o que pôde causar grandes desgraças. demandando um perfeito scenographo. mas tira a belleza e aspecto artistico ao theatro e tem outros inconvenientes. especialmente das antigas. Panno de annuncios E' aquelle em que o commercio e industria annunciam os seus artigos e que está á vista do publico durante os intervallos. pois que está por muito tempo em exposição e próximo das vistas dos espectadores. — sem valor litterario.f il»«* L J Panno de annunicos judicam a Palco Toda a parte do theatro do panno de bôcca para dentro. Acontece que alguns maestros. "CAMAS iCr. Palavras A palavra. é a expressão verbal d'uma qualquer idéa. Em geral são maus os librettos das operas. Panno de bôcca E' o que desce entre — — Paniio de bôcca . o disparate. O melhor meio a empregar é dividir tal scena em duas. certas obras de Panno de nuvens caracter phantastico ou em magicas. A policia.107 DO THEATRO PORTUGUEZ Pap nos de bôcca com templos. tirando todas as vantagens.wno talão. a os olhos. panno de ferro. tapando completamente o palco á vista dos — — po as pantomimas tiveram grande voga e havia artistas superiores no género. bonito apresentam logo grandes defeitos. unicamente pela expressão do rosto e pelo gesto. de ha muito determinou que todos tenham um panno d'estes. Ordinariamente o panno talão. que não podem funccionar. Fazer descer do alto do theatro um panno de nuvens completo desmancha a illusão e o trabalho não pôde ser perfeito. etc. Mas os empenhos e as condescendências fazem com que alguns theatros o não tenham e outros os tenham tão maus. um jardim. deve ser de grande etieito e rico. cisa se tarlatana e gaze. imitando as quatro paginas dos jornaes. que tem tempo de as examinar. porque essas phantasias que. pois que representa o fundo. com os gestos. tentativa de segurança. aquelle tem de enternecer o publico. desce em seu logar o panno de ferro. Alguns theatros. representadas por mimicos e dançarinos. que merece ser estudada. por n'esse momento não terem outra coisa que os distraia. Esta linguagem é quasi sempre acompanhada com musica e por vezes com dança. E' o que se usa nos Panno metálico theatros para. outra de baixo e outras duas dos lados. serve para indicar aos espectadores que não abandonem os seus logares porque o intervallo e. o que tem occasionado milhares de victimas. E' mais uma. estes se tornem imcombustiveis. tem se estudado a forma de. alguns dos nos5os Panno de feiro theatros já está em uso o panno de ferro. Descer o panno de bôcca cortaria a acção da peça e prejudical-a hia. onde se pinta qualquer vista ou episodio relativo á peça que se representa. incluindo Sarah Bernhardt e Coquelin. Para a scena de nuvens o artista não deve só empregar o panno usual. que. com roupas bem lançadas e de perfeito colorido. pois é mais difficil ser um bom mimico. três ou quatro partes. em caso de incêndio. N outro tem- Pantomima — E' com arte de fallar o pincel de um bom scenographo. ou passagens mythologicas. substituem os pannos talões por pannos de annuncios. aflFastar — a linguagem da acção. como dissemos. Designam-se assim. allegorias. V. porque as trevas durariam muito tempo. Por vezes em casos excepcionaes. no caso de incêndio. o panno do fundo cae por detraz de todos para completar o quadro. que o examinam minuciosamente. não recorrendo á palavra. estão em exposição muito próximo do publico. por meio de um liquido em que se embebam os pannos. manobrando facilmente. os primeiro" artistas de França. Para estes pannos de nuvens pre- — Em do theatro. junto a^ste. vindo uma de cima. que eram então chamaáos pantomimos. defender a sala. no seu regulamento dos theatros. mas. nem mesmo escurecendo a scena. do que um bom actor. sendo hoje cochecidos por mímicos. attendendo a que quasi sempre os fogos começam no palco e ahi se propagam por serem cm larga escala alimentados por matérias inflamáveis. o que ainda uma vez mostraria o que valem. Este panno tem diversas Panno talão applicações no theatro. é o melhor adorno de uma casa de espectáculo. e a inspecção dos incêndios tem aconselhado as emprezas a empregar esse liquido. N'esses theatros. espectadores. teem representado pequenas pantomimas com enorme successo. O p. é quasi sempre o mais importante e mostra o interior de uma casa. descer e tornar a sala completamente isolada do palco. logo que termina o espectáculo. afastam-se. Emprega-se então outro processo que consiste em fazer apparecer um panno de nuvens. pode. Os pannos de annuncios commerciaes distraem completamente o publico do interesse pela peça e dão idéa de um mercantilismo que se deve Panno de fundo —O panno que está na parte mais afastada da scena. até certo ponto. os Papeis centraes papeis de homem ou mulher representando — . Já alguma coisa se tem conseguido. Representar bem uma pantomima é difficilimo. Pena é que os nossos bons artistas não as representem também de quando em quando. Pantomimas se chamavam e ainda agora se chamam as peças. uma paisagem. no que tira maiores effeitos. o que não é do melhor gosto e indigno de qualquer empreza artística que tenha o mais pequeno vislumbre de respeito por si e pelo publico. Afim de evitar Pannos incombustÍTeis quanto possível os incêndios nos theatros. pintado por bom scenographo. deixando a descoberto o novo quadro. Este dispõe da palavra. ou outro qualquer assumpto. desenvolvendo uma acção scenica unicamente pelo gesto. com a expressão do semblante. acontece que uma importante mutação se não pode fazer absolutamente á vista dos espectadores. panrto de bôcca. ao mesmo tempo que a orchestra toca musica apropriada á situação. a seu tempo. Um — Em pequeno. de se fazer bem comprehender. Avançam lentamente até se unirem por completo e. E' montado junto do panno de bôcca e desce em vez d'elle. uma praça. Quando nos primeiros planos da scena ha rompimentos ou bastidores. Enganam-se redondamente. sobe o panno de boca e. com a mira no interesse. o mar. de o divertir. que fica próximo da vista dos espectadores. cedendo a tal phantasia. Augusto Antunes. que estão no mesmo caso. Emilia Adelaide. tantos são os papeis pequenos ou grandes.Pap DICCIONARIO 108 personagens já de certa edaHe e exigindo boa apresentação.. papeis de má situação. tantes. distribue esse papel a uma mulher para lhe dar mais graça e naturalidade. posso citar com valor para taes papeis: Augusto Rosa. pequenos papeis e papeis impo. Gil. que os auctores. Júlio Soller. O papel não contém unicamente as palavras que o actor tem a dise deve — tram tão espertas. ou «João Rosa fez brilhantemente o papel do Abbade Constantino». em consequência da antipathia que o personagem produz no espectador. apenas. aos quaes o seu talentf ç desenvoltura se prestam per- a dizer.por ter D. Diz-se por exemplo: «o papel de protogonista coube ao actor Brazão». prevenindoo de que chegou a sua vez de íallar. ha papeis brúhznles. No theatro. E' indispensável que o artista decore também as deixas que lhe servem de signal. Augusto de Mello. Herminia. que são actores. mas também as deixas. ha também papeis diffiçeis. E ainda assim este meio só á sua índole artistica. que precedem immediatamente as que o actor tem de homem. Está de ha muito Papeis «travestis» adoptada entre nós a palavra franceza travestis para indicar os papeis masculinos desempenhados por mulheres. Dá isto desgostar todos os demais actores e sacrificar as peças. o que por si se entende. Amélia Barros. assim como os papeis accessorios. em se tratando da distribuição d'uma peça. Emilia das Neves. cruéis e indignos. muito embora completa- — feitamente. de tudo quanto tem a dizer um personagem. Jesuina Marques e Josepha d'01iveira. Ha papeis bons e papeis maus. No ponto de vista material. tenha para outras coisas. mesmo acontece com os . ou os papeis femininos interpretados por homens. Por mais esforços que faça. na actualidade. Ordinariamente. que dividem entre si. perde a cabeça e faz asneira. acontece que um auctor tendo de apresentar em scena um adolescente. e com especialidade os directores de companhias ambulantes. apezar de todos os esforços possíveis. Conforme a linguagem do theatro. Quantos personagens ha n'uma peça. Thomasia Velloso e Palmyra Bastos. Entre nós tem havido actrizes que vestem e representam os travestis com a maior elegância e perfeição. Anna Pereira. protestos. Braz5o. Entre ellas citaremos . porque ao publico em geral repugna ver um homem vestido de mulher. pois que esses artistas. ou «Augusto Rosa foi admirável no seu papel». papeis j^ara que basta apenas abrir a bôcca para se tirar resultado. que demandam dotes especiaes de nobreza e distincção no physico e no porte. Barbara. Com respeito aos papeis de mulheres desempenhados por homens. Emilia Letroublon. emprezarios ou directores. o papel é a copia tirada da peça. que não teem importância absolutamente nenhuma. ha ainda papeis de apresentação. Pinheiro. que tem scenas provocadoras. Ferreira da Silva. papel é a parte que Papel o actor tem a representar em qualquer peça. as phrases ditas por outro personagem. sejam de que género fôr. Entre nós. escrevem para ellas papeis travestis^ que muitas vezes são representados na perfeição. que exigem um verdadeiro trabalho de composição da parte do actor. quasi uma creança. acontece que os directores se apaixonam também pelos papeis bons. isto é. não se pôde tirar honra nem proveito. nos theatros de sociedades artisticas. Maria I prohibido que as mulheres entrassem em scena. Margarida Cliementina. usou-se entre nós por muito tempo. Entre nós ultimamente tem havido muito pouco quem bem represente os papeis centraes. vivas e desembaraçadas com fatos zer. escolhem para si todos os melhores papeis das peças. papeis ingratos. Muitas vezes tam- mente avessos em resultado — bém se distribue a uma mulher um papel de apaixonado. O papeis de musica. Hoje só se apresenta no palco um actor vestido de mulher quando se pretende obter um effeito grotesco e ridículo. as quaes podiam ser perigosaseexcitar Tammos- bém actrizes algumas se empregar com a maior discrição. Papeis dos directores os directores de companhias. Por melhor senso que o director d'uma companhia. que é actor. que são execráveis. papeis de eflfeito. tão desejosas de fazer papeis masculiTravesti nos. dos quaes. que é entregue ao actor encarregado de o representar e que lhe serve para o seu estudo. mas o publico só tem a ganhar n'este caso e ainda mais as peças. são sempre os melhores. para salvar a situação em frente do publico. Lucinda Simões. Também ha os papeis Ínfimos. Isto pôde prejudicar os outros artistas. sem ser precisa explicação. No primeiro caso. os papeis são caracterisados de diversas maneiras. sejam embora sérios ou cómicos. \àg_ DO THEATRO PORTriGUEZ Par São assim classifiPapel de mudanças cados os papeis escriptos para um determinado artista para, além do seu talento, mostrar a ligeireza com que muda de costumes e de caracteres. Ultimamente, desde que se representou o Tim.tim por Hm tim, as revistas do anno teem sempre uma estrella, que desempenha innumeros^íT/ie«5, apresentando-se de momento a momento com ricos costumes. Diz-se no theatro Papel (o) è que o fez que o papel é que o fe^ a propósito de um actor que, valendo muito pouco, obtém um papel magnifico e sem difficuldades, produzindo grande effeito no publico, Esse artista adquire nomeada, sem que bem se saiba porque, e então os coUegas, referindo- se a elle, dizem foi tal papel que o fej. Houve em Lisboa um corista, de apeilido Souza, que era um dos peiores da corporação, mas sabia muito bem imitar os saloics. Appareceu no theatro uma comedia, Isidoro o vaqueiro, em que o principal papel era o de um saloio; esse papel foi dado ao Souza, que obteve um grande êxito e a comedia deu muito dinheiro ao velho tneatroda Rua dos Condes. Durante bastante tempo o Souza foi muito fallado mas por fim teve de voltar a corista, porque nada mais soube fazer. Um curioso dramático, de nome Victor Torres, fazia nos theatros particulares com a máxima perfeição, o papel de aleijado na comedia Feio no corpo, bonito na alma. Uma empreza foi buscal-o e n'essa peça o apresentou ao publico, quo lhe fez grande ovação. D'ahi a pouco o Victor tinha de abandonar o theatro, porque em tudo que fazia era sempre o mesmo aleijado do Feio no corpo. Poder-se-hiam citar muitos exem- — Parada Nos theatros-barracas, principalmente nos das feiras, chama-se parada ás — — : Parada scenas burlescas e discursos de charlatães feitos á vista do publico, n'um estrado que está á frente do theatro, a fim de chamar a attenção dos curiosos e attrahir espectadores. ; E' uma denominação popular, Paraizo n'outro tempo muito usada, e que ainda hoje alguns dão á galeria ou varanda que existe na ultima ordem dos theatros. Quasi todos os theatros teem paraijo, que vem a ser o logar mais inferior. Também se diz fatPara os bastidores iar para dentro quando o artista que está em scena se dirige a um personagem invisí- — — que se julga existir, to pelos espectadores. vel, mas que não é vis- plos d'estes. Papel indica, mudo — E', como a classificação o papel em que nada na a dizer. Na maior parte dos casos, os papeis d'este género, não teem importância alguma e são até desempenhados por simples comparsas. Todavia, algumas vezes succede o contrario, e o papel mudo, em volta do qual gira toda a acção da peça, exige para a sua interpretação um artista de primeira ordem, cuja um E' a imitação burlesca de uma Parodia peça séria, na qual se procura voltar para o lado cómico as situações mais dramáticas, seja fazendo apparecer os defeitos da obra parodiada, seja apresentando o reverso da medalha, no sentido diametralmente opposto ao que se tratou a sério, seja emfim por todos os meios que a phantasia e o espirito sugerem ao imitador. Entre nós tem havido quem faça parodias com maior ou menor valor. Muitas teem cabido por mal feitas e semsaboronas; outras teem conseguido des- — mímica expressiva consiga commover profundamente os espectadores. Papeismudos de difliculdade havia nos dramas Ghigi e Cabo Simão, E' a phrase de que usa o Para a scena! contraregra antes de começar um acto, afim de que tomem os seus logares os artistas que primeiro teem de ali estar. Quando se trata de ensaio de apuro d'uma peça de grande espectáculo, com pessoal numeroso e que se vae ensaiar uma scena em que todos pertar interesse no publico. : No numero das — devem estar reunidos, actores, coristas, dançarinas, comparsas, etc, o contraregra ou mesmo o ensaiador gritam I : Para a scena toda a gente melhores contam -se Norma, Lucrécia Borgia e Traviata, parodias ás operas dos mesmos titulos, por José Romano; NÍ7ii, parodia ao Ernani, e O Andador das almas, parodia á Lúcia di Lammermoor, por Francisco Palha O Cantador, parodia ao Trovador, por Gosta Braga; José João, parodia ao drama João José, por Esculápio; O Barbeiro da Mouraria, parodia ao Barberillo de Lavapiés, por Jacobetty O Duque de Vijella, parodia ao Duque de Vijeu, também de Jacobetty, etc. No theatro pode esta palavra Parodiar ter duas significações: parodiar uma peça, ; ; — ^at ou biCCiONARIÔ feitios hô fazer a imitação alegre e burlesca de qualquer obra theatral séria parodiar um trabalho ariistico de qualquer summídade no theatro, é apresentar a imitação d'esse trabalho, dando-lhe também o lado burlesco. Isto faz-se principalmente nas revistas do anuo, nos quadros dos espectáculos Também os compositores muitas vezes parodiam as musicas notáveis e alguns com felicidade, como por exemplo Hervé imitou ; dos objectos que se desejam. Depois a essas formas pedaços de papel apropriado molhado em massa de farinha, uns sobre os outros, até que teem consistência e são postos, já com os feitios das formas, a seccar próximo do lume. São esses objectos de pasta depois desbastados com faca ou tesoura, e pintados, dourados ou prateados E' assim que se faz a obra de vãose applicando pasta. Gounod no Petit Faust. Partes — No theatro a palavra partes é synonimo de papeis. V. esta palavra. Partes d'orchestra Dá -se este nome aos Pateada faz com E' o ruido que nos theatros se os pés ou com as bengalas para — — está copiada, gravaria, imlythographada, em separado, a musica que deve ser executada por cada instrumento. Ha portanto partes de primeiro violino, de segundo, de contrabaixo, de flauta, etc. Quando uma estante da orchestra pertence a dois instrumentistas, serve para ambos uma só parte de violino primeiro e segundo e de violeta. Emquanto aos instrumentos de vento, que teem papel distincto na orchestra, copia-se na mesma parte com chave a musica de cada instrumento as duas flautas, os dois baixos e as duas trompas. Assim também o violoncello e contrabaixo, etc. Para os ensaios, e emquanto não ha tempo de decorar, ha também partes de coros. E' toda a parte musical de Partitura uma opera lyrica, opera cómica, opereta, etc. A partitura representa o conjuncto da obra, comprehendendo todas as partes de tanto e dos instrumentos, dispostas na forma que devem ter para que a leitura simultânea de todas essas partes seja possivel aos olhos experimentados do regente da orchestra. Chama- se também partitura á reducção para piano e canto, ou só para piano, de toda a parte musical da obra. São umas estreitas pontes Passadiços de madeira ou ferro, collocadas no alto do palco, atravessando o de lado a lado, ainda acima do urdimento, por onde passam os carpinteiros de movimento para auxiliarem qnalquer manobra scenica. È.s>Iqs, passadiços ofFerecem um certo perigo e só por elles deve andar quem a isso está habituado. Passagem E' o movimento que faz o actor para passar, conforme o exige a acção scenica, pela frente ou por detraz de um ou mais personagens que com elle estão em scena. Para se executarem as passagens com toda a naturalidade, precisão e verosimilhança, devem ser indicadas ou marcadas pelo ensaiador e bem estudadas pelo artista, sejam ellas rápidas ou tenham de fazer-se quasi sem o espectador as notar. Pasta Para moveis, pertences, couraças e toda a espécie de adereços costuma empregar- se a pasta. Fazem-se formas de barro, a que depois se applica o gesso, com os cadernos em que pressa ou : — mostrar o desagrado a qualquer peça ou a qualquer artista. Não é fácil contestar ao espectador o direito de patear quando não gosta, uma vez que se lhe concede o direito de applaudir quando o espectáculo lhe agrada. A pateada é por vezes justificada, quando o espectador é enganado, apresentandose-lhe uma peça sem valor litterario, mal feita e muitas vezes immoral. Assim também quando a obra é apresentada miseravelmente, com péssimo scenario e fatos que mais parecem farrapos. Egualmente se justifica a pateada ao artista que se apresenta cm scena sem saber o seu papel; ao actor que falta ao respeito ao publico no desleixo com que representa ou nas phrases que profere e que não estão no seu papel; e finalmente á actriz que se aparta da decência e se apresenta inconvenientemente, representando com tal desbragamento que off^ende as pessoas menos escrupulosas. A pateada faz muitas vezes entrar na ordem as emprezas e os artistas. Houve tempo em que certos grupos se divertiam, praticando uma inconveniência e uma injustiça, em ir para os theatros, nas primeiras representações de qualquer obra, patear a peça e os artistas. Felizmente isso acabou. Hoje, quando o publico pateia, tem mais ou menos razão. A prohibição de entrar nas platéas com bengalas tinha ajudado a evitar as paleadas; mas essa prohibição acabou. Denomiuiivam-se assim os priPateos meiros theatros que existiram em Lisboa. Eram toscos, primeiramente ao ar livre para — — — representações de dia e depois cobertos e com paredes de alvenaria, podendo já n'elles representar-.';e de noite. N'alguns os prédios contiguos tinham janellas para dentro dos pateos. Os pateos de que ha conhecimento terem existido são os seguintes: Pateo da Bitesga ou da Mouraria, Pateo dos Condes, Pateo das Fangas da Farinha, Pateo da Rua das Arcas e Pateo da Rua da Praça da Palha. Do latim patheticus e do grePathetico — — go de pathetico no theatro é effeito infallivel, uma vez que a sua expressão seja justa, verdadeira, sem expathos., paixão. O um cesso nem emphase, e apresentada com con- vicção. Quando uma scena verdadeiramente pathetica, representada com intimo senti- bÒ THEATRO PORTUGUÊS mento e com todo o esmero, não consegue enternecer e mesmo commover até ás lagrimas o espectador, é que este é inaccessivel a qualquer impressão, insensivel aos gritos da dôr, da paixão, da cólera e do ódio, a tudo que excita o pathetico, a tudo que gera as mais admiráveis bellezas que seja dado á arte poder exprimir e reproduzir. Pausas Na declamação do artista dá-se o nome de pausas ás interrupções que elle faz entre as differentes phrases que tem a pronunciar e entre cada um dos versos que recita o que produz uma horrivel monotonia. PeC — Opera ou tragedia, comedia ou Peça vaudeville, drama ou magica, opereta ou parodia, oratória ou opera-comica, revista ou aproposito, toda a obra representada n'um qualquer theatro recebe a qualificação genérica ÚQ pei^'a. Assim se diz: «E'umabella peça!« ou «A peça nova cahiu». Note-se que a classificação de peça só se emprega nas obras falladas ou cantadas, e nunca nos bailes ou pantomimas. Peça fresca— Classifica-se assim uma qualquer peça, cuja acção, situações e linguagem indicam assumptos licenciosos e phrases equivocas e livres. São assim classificadas Peças burlescas as peças que, muito embora feitas sobre assumptos de pura phantasia, se approximam das parodias; são sérias na forma, mas gro- — uma classificação, mas uma expressão para designar certas obras dramáticas que, sem serem sempre baseadas no phantastico, exigem todavia grande desenvolvimento scenico. Todas as magicas são peças d* espectáculo, mas nem todas as peças d'espectaculo são magicas. Muitos dramas se teem representado em Lisboa que são verdadeiras peças d espectáculo. Entre outros muitos, se podem contar: A Pátria, de Sardou; O Abysmo^ O Conde Monte-Christo, A Família do Colono, Miguel Strogoff, Os Filhos do Capitão Gran, O Drama no fundo do mar, etc. O mesmo se pôde dizer de quasi todo o repertório de opera, em que tem grande importância o e.spectaculo propriamente dito, o espectáculo para a vista, bailados, bellas mutações de scenario, marchas, etc. Peças em verso Exceptuando as peças clássicas dos nossos escriptores mais notáveis e que hão de sempre viver como modelos para estudos das epochas, nunca tiveram grande êxito em Portugal as peças em — — d'aquellas a que acima me autos, tragi-comedias e farças de Gil Vicente, o fundador do theatro porguez; os autos de António Prestes, o contemporâneo de Gil Vicente; a Castro, do erudito António Ferreira; a Castro, Hermione e Licorne, do excellente poeta bucóverso. referi estão : No numero tescas no fundo. Peças de cordel— Assim se denominaram as peças que se imprimiam para se exporem á venda em sitios públicos, penduradas em seguros contra uma parede E' coUecção de peças de cordel, impressas desde ijSS até i853. Na Carteira do Artista, de paginas 717 a 720, vem indicados os titulos da maior parte das peças de cordel^ elevando se ao numero de 349. Peças de mulheres São assim classificadas certas peças d'um género especial, para o successo das quaes se conta mais do que com o valor da obra, que é sempre insignificante, com a presença em scena de grande numero de mulheres, cujas aptidões consistem em se apresentarem n'uns costumes tão simples quanto possivel, fazendo lembrar muito certas tribus f^elvagens isentas de qualquer prejuizo no que toca a vestuário. Estas mulheres apresentam-se sempre tanto melhor vestidas, quanto mais despidas. Estas exhibições de formosura e boas formas obteem sempre grande êxito e chamam enorme concorrência aos theatros onde se apresentam. A peça d'este género que melhor se tem exhibido em Lisboa, e por isso que maior numero de representações deu, foi o Reino das mulheres, representada nos theatros da Rua dos Condes, Trindade e Real Golyseu, de Lisboa, e nos de D. Affonso e Principe Real, do Porto. Peças d'espectaculo Não é propriamente cordéis, enorme a — — Domingos dos Reis Quita a Nova Casde João Baptista Gomes Júnior; as comedias de Jorge Ferreira de Vasconcellos, riquissimo thesouro de linguagem clássica; as três comedias de Luiz de Camões, o principe dos nossos poetas; as obras dramáticas do erudito Manuel de Figueiredo; as tragedias e dramas heróicos do fecundíssimo José Agostinho de Macedo; os innumeros trabalhos de José Maria da Costa e Silva, que escreveu mais de duzentos dramas originaes, imitados e traduzidos, e uma immensidade de elogios dramáticos; os autos e praticas de António Ribeiro, o Chiado, poeta cómico de muito valor; as peças originaes e traduzidas pelo grande e popularissimo poeta Bocage; Catão e Merope, do restaurador do theatro portugnez Almeida Garrett; o Fronteiro íí'/l/ricj, de Alexandre Herculano, o notável historiador e escriptor puríssimo; e o drama Camões e as inimitáveis adaptações de Molière do sublime poeta cego Visconde de Castilho. Na actualidade teem tido successo poucas/^eçíTS em verso de D. João da Camará, Lopes de Mendonça, César de Lacerda, Eduardo Garrido, Eduardo Vidal, Fernando Caldeira, Francisco Palha, Marcellino Mesquita, José Ignacio d' Araújo, José Romano e Thomaz de Mello. As peças em verso são difficeis de escrever e não mais fáceis de representar Uma grande parte do publico não as aprecia. Peças pornographicas— A despeito do rigor que a policia ultimamente tem querido lico ; tro., ! ! . ^eft DlCCÍONARIO lU exercer sobre os theatros, prohibindo as immoralidades, algumas vezes em attenção aos empenhos que para tudo sempre apparecem, outras pela incompetência dos fiscaes da lei, ainda, de quando em quando, apparecem nos theatros peças pornographicas, que são uma torpe especulação. Uma grande parte do publico corre a ouvir verdadeiras indecencias, que applaude e os sujos especuladores continuam no seu propósito, reincipublico dindo no crime de lesa-moral. que não se respeita e se regosija de ver n'uma sala as senhoras vexadas pelos desaforos que a empreza e o auctor praticam, esse publico é uma creança malcreada, que a auctoridade tem o dever de ensinar. Se não se permitte que qualquer commetta a loucura de entrar n'uma casa de jogo, onde vae ser explorado, como se ha de permittir que se assista á representação de uma peça pornograpliica, que acaba de o perverter ?.. Triste idéa dá de si um povo, que deixa ás moscas o theatro em que se representa uma peça histórica e moral, e procura com empenho obter pelo dobro do preço bilhete para ouvir as obscenidades de qualquer auctor useiro e veseiro na indecencia DizPeças (As) são como as melancias se muitas vezes isto no theatro, e assim é. As melancias só depois de abertas se sabe o que são; as peças só depois de representadas mostram o que valem. A gente de theatro é a menos competente para prever o futuro de uma peça. Quantas vezes se está ensaiando com © maior cuidado, e gastando muito dinheiro na montagem de uma peça, em que ha a maior confiança, e ella cae redondamente na primeira representação! Acontece também o contrario isto é, ensaia-se mal e nada se gasta com uma peça, que parece cheia de defeitos, e todavia agrada extraordinariamente e dá grande numero de representações Vigas ou barrotes que desPenduraes cem das asnas sobre as linhas que sustentam o urdimento. Alguns priPercentagem nas receitas meiros artistas, aos quaes as e^ prezas não podem sustentar oroenados fabulosos, e ainda outros que só se contractam por um tempo limitado, ou para fazer apenas uma ; do também perder o ponto. O actor intelligente, a quem talsuccede,substitue as phrases do papel por algumas suas, e acontece muitas vezes que o espectador não chega a perceber que elle se perdeu. Com esta taboa de salvação o artista dá tempo ao ponto para entrar em bom caminho e poder acudirIhe. actor medíocre e sem dom de impro- O visa r,jt?erieNíío -se, faz completo /íasco. do se dá caso d'estes, ou se diz Quanque o Um um actor se perdeu, ou, o que vem a dar na mesma, que metteu os pés pelas mãos. calão de theatro chama-se Perdiz— perdi^ a uma recita de pequena concorrência, em que a receita não chega para as despezas da noite. Peripécia Também se dá o nome de peripécias ás situações que surgem em qual- Em — quer drama ou comedia, apparecendo a complicar a acção e retardando o seu desenvolvimento final. As peripécias podem ser dramáticas ou cómicas. em Personagens— Todos os indivíduos postos scena n'uma obra dramática, todos os — que tomam qualquer parte na acção imaginada pelo auctor, seja uma parte importante ou accessoria, formam os personagens da peça representada. Cada jperso«íT^c'wj é confiado a um actor ou a uma actriz, que fica assim encarregado de o personificar perante o publico e de sustentar o seu caracter com toda a naturalidade e toda a verdade possível. Todos os objectos, Pertences de scena grandes ou pequenos, que devem estar em scena ao levantar do panno, ou todososque os artistas, coristas ou comparsas devem levar para a scena, á vista do publico, ou occultos nas algibeiras para a seu tempo apparecerem. O aderecista é quem se responsabilisa pelos pertences de scena e, por meio dos seus empregados, os comparsas de scena, faz d'elles entrega ao contraregra em — ; — tempo competente, — determinada peça, recebem como gratificação uma percentagem sobre a receita bruta ou liquida dos espectáculos em que tomam parte. Assim teem trabalhado por vezes nos nossos theatros os artistas António Pedro, César de Lima, Furtado Coelho, Izidoro, Joaquim d'Almeida, José António do Valle, Pinto de Campos, Rosa pae, Simões, Taborda, Amélia Vieira. Anna Pereira, Emilia das Neves, Lucinda Simões, etc. Perder- se Acontece algumas vezes que um artista esquece em scena o que tem a dizer, salta algumas falias e perde- se, íazen: — Pescar d'ouvido Diz-se do actor que, por preguiça ou por falta de memoria, nunca sabe os seus papeis e por isso vae seguindo o ponto, que tem de lhe dizer toda a parte, que elle pesca d^ouvido. E' calão theatral, mas é verdadeiro, pois que um actor n'estas condições, se não pescasse d' ouvido tudo quanto o ponto lhe diz, faria uma triste figura. Ainda assim, a figura nunca pôde ser muito boa, porque é impossível representar bem quem não sabe o que tem a dizer. O pessoal de um theatro varia Pessoal segundo a sua natureza e importância. Nas companhias ambulantes o pessoal é sempre muito reduzido, a fim de evitar despezas de viagem e para não sobrecarregar a folha, visto que os theatros de província teem pequeno rendimento. O theatro de S. Carlos, com o seu pessoal artístico, nunca inferior a 20 figuras, com os seus 5o coristas, 24 bái- — — ; ii3 DO THEATRO PORTUGUEZ grande orchestra, banda, machinis- Pia larinas, tas, carpinteiros, alfayates, costureiras, illu- minadores, cabelleireiros, porteiros, innumeros comparsas dos dois sexos, bengaleiros, moços do café, empregados de escriptonão tem pessoal inferior a 400 inrio, etc Nos outros theatros de Lisboa é divíduos também grande o pessoal, principalmente na Trindade, D. Amélia, Rua dos Condes, Avenida ou em qualquer outro que monte peças de grande espectáculo. Os theatros de D. Maria II, Gymnasio e Príncipe Real não teem grande pessoal; em todo o caso em , ! res, que geralmente são indulgentes, e d'essa indulgência os actores abusam. Egualmente máu é o systema de alguns artistas, n'uma situação mais ou menos dramática, dizerem em voz baixa aos collegas graçolas que lhes provocam o riso e estragam o trabalho. A's piadas dão também os artistas e o publico o nome de buchas. Quando na musica ha a inPianíssimo dicação de pianissimo, que se marca com dois pp^ o trecho deve ser executado muito suavemente, diminuindo o som o mais pos- — sível. nenhum 120 pessoas, que d'alli tiram o sustento de suas famílias. Pesos dos pannos— São os pesos que, nas extremidades das cordas que passam nos cylindros, descem para fazer subir qualquer panno, ou sobem para os fazer descer d'elles é inferior a Phrasear— Apezar de se poder applicar á declamação ou recitação a palavra phrasear, no sentido Personagem da antiga comedia passando mais tarde para as comedias francezas e ultimamente introduzido nas pantomimas. Em termo theatral, dizer pinPintar-se tar-se equivale a dizer que se vae caracterisar; isto é, preparar a cara de forma que, em scena, faça o eífeito desejado. Pierrot italiana, — — Plagiato — Diz- se ter de exprimir as phrases com nitidez, é todavia á musica que pertence uma das qualidades mais raras e mais preciosas que pôde ter um cantor dramático. Para bem phrasear é indispensável muita attençãoe muita intelligencia. Bem phrasear é estabelecer e apresentar o período musical em toda a sua nitidez, com a graça e elegância que comporta, tendo em conta o valor rythimico das palavras, fazendo concordar o texto poético com o texto musical, sem desprezar qualquer minuciosidade que possa contribuir para o eífeito geral. Para bem phrasear é indispensável ter gosto e P.-so estylo e possuir um óptimo sen- j^J ^^^^^^ timento musical. Alguns artistas teem Phrases cortadas o insupportavel defeito de cortar phrases com grandes pausas, o que torna a decla- commettido uva plagiato ou plagio aquelle que apresenta como seu o trabalho alheio. E', pois, no theatro, um plagiaria o que dá como original seu uma peça feita por outro, portuguez ou estrangeiro. Não deixa tambem de ser plagiário quem rouba uma scena, uma falia, ou qualquer pensamento para duzir intro- em peça sua. — mação d'uma morosidade irritante. Fazem silencio entre duas phrases, entre dois períodos e até entre duas palavras que deviam estar intimamente ligadas uma á outra. E' o mais importante dos Physionomia agentes da expressão, pois que n'ella tudo falia os olhos, a fronte, as narinas, os lábios e os músculos faciaes. A physionomia deve preparar o effeito, antes mesmo do ar: — sentimentos com a justa expressão physionomica. V. Jogo physionomico. Ghama-se assim a certos gracePiadas jos de peior ou melhor gosto, que alguns actores accrescentam aos seus papeis, quando se julgam senhores de si e do publico. N'isto ha por vezes grandes inconveniências 6' falta de respeito para com os espectadoe os começar fallando. O panha sempre a palavra tista bom artista acom- — O Plano d'uma peça plano de uma obra draPierrot matica constitue o arcaboiço completo com todas as situações, todos os incidentes, todos os effeitos scenicos que se devem produzir no curso da acção imaginada pelo escriptor é como o esboço d'um quadro a que só faltam as cores, a luz e sombras para produzir á vista do admirador a impressão que o pintor espera obter. Da mesma sorte, ao plano d'uma tragedia, d'um drama, d'uma comedia, só falta o dialogo, que dará á obra o verdadeiro colorido. Depois de bem planeado o enredo d'uma peça, o começo da acção, o seu desenvolvimento e desenlace, os personagens que será preciso apresentar e os caracteres que devem ter, divide-se o assumpto por actos e estes em scenas, de maneira que cada acto, por bellas situações que tenha, deixe ainda antever outras maiores e conserve sempre o espectador na incerteza do que ha de acontecer até ao desenvolvimento final. O primeiro acto é sempre destinado á exposição do assumpto mas nos outros o dramaturgo deve interessar vivamente o espectador com situações fortes, violentas e cómicas, a produzir ver; — 8 Pon biCCIONARiÓ d'uma do os 114 dadeiro enthusiasmo e despertar interesse sempre crescente. Divide, pois, as scenas por cada acto, mettendo n'ellas os personagens necessários, não entrando nunca um único sem justificação, todos com caracteres definidos e bem delineados e dizendo só o preciso. Quando o drama ou comedia está delineada, os actos bem marcados, os incidentes encadeados uns nos outros, as scenas bem ligadas e bem conduzidas, os caracteres bem desenhados, só falta ao escriptor dar-lhe as palavras, o estylo, o que de certo não é o mais difficil. Planos da scena Tanto para a collocação do scenario, como para a disposição dos personagens, divide-se a scena em fracções, todas de egual largura, partindo d'um lado para o outro, por uma espécie de linha imaginaria, que toma o nome úq plano e que indica a divisão do palco. D'esta forma, o espaço comprehendido entre o regulador e o primeiro bastidor toma o nome de primeiro plano^ o que fica entre o primeiro bastidor e o segundo, é o segundo plano, e assim successivamente até o espaço entre o ultimo bastidor e o panno do fundo, que é o ultimo plano. Por esta disposição pôde indicarse exactamente o sitio em que devem collocar-se os accessorios, o logar que deve occupar cada personagem e marcar d'uma forma certa as passagens, os movimentos e todos os effeitos de scena, sem que o publico perceba o processo usado, mas só os que conhecem paticamente o theatro. Entende-se por duas Planta da scena formas no theatro a planta da scena. Ou pôde ser a planta completa do palco, marcando o seu comprimento e largura totaes, a largura e altura da bôcca de scena, o buraco do ponto, as calhas, alçapões, varandas do urdimento, etc; ou pôde entender-se por planta da scena a que é especial para o local em que se passa qualquer acto ou quadro e qu« tem de ser feita segundo as exigências do auctor da peça. Ahi marca-se também o comprimento e largura da scena, sala de espectáculos, comprehendenfauteuils, cadeiras, superior e geral. se chama platéa á reunião dos espectadores. Assim se diz por exemplo «a Também : — platéa applaudiu extraordinariamente» ou «tal phrase não chegou á platéa». E' isto em sentido figurado, porque, como acima disse, a platéa é a parte do theatro que fica entre a orchestra e os camarotes e onde se sentam os espectadores. O chão é em plano inclinado, afim de que os que estão adeante não tirem a vista aos que ficam atraz e assim todos possam ver distinctamente a scena. Tratando-se de uma opera, dáPoema — se por vezes o nimo de criptor, positor. libretto. nome de poema como synoO poema é a obra do esto- como a partitura é a obra do comQuando se trata de uma opera-co- mica ou opereta, costuma-se no theatro peio poema toda a parte dialogada e canto a parte musical. Posto que muitos gePoeta dramático neralisem esta classificação a todos os escriptores de theatro, com propridade só se chama poeta dramático ao que escreve peças em verso, podendo ainda dividir-se esta classificação em poeta trágico., poeta dramático ou poeta cómico, conforme a peça em verso fôr tragedia, drama ou comedia. Todos os nossos Policia nos theatros theatros teem camarote que pertence á policia e d'onde assistem aos espectáculos as mar — — — com rompimentos, bastidores, praticáveis e repregos, com tudo indicado nos respectivos logares. Entre nós dá-se a denominação Platéa — CS3 fiii^i'"'-!^ I auctoridades que a elles presidem. Estas auctoridades são, desde o governador civil e commandante do corpo policial, até ao chefe de esquadra, incluindo o administrador do concelho ou bairro. A's ordens d'estes, e conforme as dimensões e importância dos theatros, vão sempre guardas, em maior ou menor numero, para a manutenção da ordem e cumprimento fiel do regulamento. Esta guarda é sempre gratificada pelas emprezas com a quantia determinada pela policia. Nos camarotes das auctoridades teem também entrada os commandantes da guarda municipal. N'alguns theatros ha um camarote especial para o governador civil e seu secretario e para o commandante da guarda municipal. Estas duas auctoridades teem á sua disposição dois camarotes separados em S. Carlos e D. Maria. Polymnia A musa da mímica, da memoria e dos hymnos aos deuses. — se Platéa Nome que Polytheama dá aos theatros-circos de — geral de platéa a todos os logares de qualquer classe existentes no pavimento baixo grandes dimensões. Ponto— E' um dos empregos mais modestos, mas também mais úteis e mais importantes dos theatros. O ponto Poiymnia ii5 t)0 THEATRO PORtUGUEZ impede Prã obrigado a assistir a todos os ensaios e a todos os espectáculos d"um theatro, seguindo constantemente o manuscripto da peça que se ensaia ou se representa, dando os começos das falias e acudindo aos artistas, aos quaes a memoria atraiçoe. O ponto vive quasi sempre enterrado no seu buraco, recebendo na bocca todos os micróbios, enchendo os pulmões de poeira, esfalfando a larynge a soprar as palavras e ainda com attenção aos signaes que tenha de dar para mutações, apparições, etc. E' o único empregado de theatro que não pódè faltar de dia nem de noite, e é quasi o peior remunerado de todos. Quando um artista não estuda os seus papeis e vae para a scena sem saber palavra do que tem a dizer, o ponto esfalfa-se a gritar todo o papel, e, como o artista tem forçosamente de fazer má figura, ainda por cima se queixa do pobre ponto. Este logar merecia ser bem remunerado, não só pelo trabalho excessivo que o ponto tem, mas também para que fosse é a entrada a toda a pessoa que não tenha auctorisação do director do palco ou do emprezario. Praça e Rua Para indicar aos empregados inferiores do palco o lado direito ou o lado esquerdo, chama r-lhe assim, faria grande confusão, pois que direita e esquerda po- — dem ser tomadas peias do actor ou do es- á outra. Assim, pois, seguindo o exemplo do que se faz em Fran ça, foram substituidas as palavras direita e esquerda por praça ou rua, conforme a situação do theatro. machinista, quando trata de afinar panno, grita, por exemplo: aArria da praça I» ou aLeva da rua!«, o que equivale a dizer «Desce o panno do lado direito e levanta do esquerdo!» ou vive-versa. N'alguns theatros varia-se a indicação, como por exemplo o lado direito de S. Carlos, que em vez de praça é Picadeiro., e o mesmo acontece com o lado esquerdo pectador, oppostas uma O um : do D Amélia. dado a um homem intelligente e com certa E' o fragmento d'uma vista, Praticável sobre lona, panno cru ou madeira, forman- — illustração, a tim de poder repentinamente acudir ao artista que se perde, começando uma phrase que não está no papel e que ficaria em meio, se o ponto lhe não soprasse a conclusão. Por obsequio —Quando o publico applaude com enthusiasmo qualquer numero de musica, pede bis e este é satisfeito, se ainda quer nova repetição, quasi sempre acompanha o pedido com estas palavras: Por obse! quio l Portas de communicação— Da scena para a sala ou para os corredores d'um theatro ha apenas uma ou duas portas de communicação, que durante o dia estão sempre abertas para os serviços indispensáveis, mas á noite, durante o espectáculo, se conservam fechadas, podendo apenas entrar e sahir por ellas o emprezario, o ensaiador, o illuminador e os bombeiros de serviço. Entram por ellas algumas vezes pessoas extranhas ao theatro, mas só com auctorisação especial do emprezario ou do director. N'alguns theatros as portas de communicação são de ferro e todas o deveriam ser, para isolar a sala quando de tal houvesse necessidade. No caso de incêndio, de que serviria o panno de ferro se o fogo pudesse atravessar e destruir essas portas? Ha-os de diversas classes e Porteiros — diversas attribuiçóes no theatro. Os que estão á porta de entrada, recebem os bilhetes aos espectadores e vigiam que ninguém entre sem elles. Os porteiros das pla- com Praticavel téas, balcão e galeria recebem egualmente os bilhetes dos respectivos logares, que são indicados pelos arrumadores. Os porteiros dos camarotes recebem também os bilhetes, á vista dos quaes abrem os camarotes indicados. O porteiro da caixa, ou palco, do qualquer elevação na scena e representando um accidente do terreno, uma construcção, ou qualquer objecto sobre o qual um ou mais personagens possam estar, subir, andar, mover-se e entrar. E' claro que »ro DIGGIONARIO ii6 para este fim se adapta ao reprego pintado escada. Duque de Olonna A Parte : do Diabo. ser um bom actor. as emprezas conseguem as boas graças da imprensa. e que se esforça. Preludio Hoje. De Potier O parlatorio do convento.. isto é. Ha 40 annos. Em geral os preços dos nossos theatros. não pôde pagar mais. um logar de platéa em S. Sô em Portugal o assignante paga mil réis por cada recita. N'essas primeiras representações as salas estão cheias — O delineamento de qualquer espectáculo. — segundo os theatros e segundo as commodidades que offerecem. amigos dos emprezarios. antes de ser aberta a venda ao publico. dramáticos e milhares de artistas. á custa do bom senso e do bom gosto. As primeiras são as que cantam soprano e segundas as que teem voz de contralto. Também são baratos em S. De mon. Quando a primeira da peça annunciada é de sensação. a fim de que o publico se não possa manifestar hostilmente. A' artista superior a todas n'uma companhia lyrica dão o nome de prima-donna assoluta. — Procurar os effeitos— A phrase explica-se por si mesma. que passou de moda os compositores escreverem para as suas obras theatraes symphonias ou aberturas. Os logares inferiores variam entre 5oo réis e 100 réis E já foram muito mais baratos os preços. annunciando-se antecipadamente e marcando-se-lhes um praso. centos de escriptores . os emprezarios vêem-se em difliculdades para satisfazer os pedidos de bilhetes. De Rossini Cenerentola e A occasião ja^ o ladrão. limitam-se a compor. De Miro O sonho do Zingaro e O Somnambulo. tendo as emprezas enormes encargos. sendo assim impossível satisfazer a todos pelas exíguas dimensões dos theatros. De Victor Massé: A cantora encoberta. Primeiras e segundas Assim se designam no theatro as coristas. estimados do publico. artistas. offerecida á imprensa e aos artistas. além de não haver manifestações de desagrado. adoptando-se as palavras italianas. chama-se programma do espectáculo. De Frondoni Mérange. Carlos os camarotes. De Mercadan- — Castello dos esviritos e T&sta de bronBeijo e Mademoiselle de ze. muitos dos quaes apparecem depois á venda nas mãos dos contractadores. ouvindo verdadeiras notabilidades. mas. não se percebendo bem a razão. as Primeira representação primeiras representações das peças são feitas á porta fechada. nas Laranjeiras De Au- — ber te : : A Barcarola. Diz-se (\\ie procura effeitos o actor que se não contenta com os que naturalmente nascem das situações e diálogos do seu papel. Quem falia com precipitação não pôde ter inflexões nítidas não pôde. fornecedores do theatro. não se vendem logares para ellas. por todos os meios possíveis e mesmo impossíveis. que também no dia seguinte foi posta pelas ruas da amargura na imprensa. E' defeito de que todo o artista dramático se deve cohibir. De Donizetti Schiva O fanático pela musica. etc. em forma de prefacio symphonico. — Principaes operas cantadas no theatro do Conde de Farrobo. Carlos custava 480 réis e nos outros theatros os primeiros logares custavam 400 réis e 320 réisl Apezar de tudo. não podem augmentar os preços. O actor que tem uma dicção precipitada é sempre incorrecto. De Boulanger: O diabo na escola. comparados com os dos estrangeiros. que perdem grande numero de palavras. a phrase sabida da sua bocca nunca chega nitida aos ouvidos dos espectadores. e que effectivamente outra coisa não é. De Barbier: Uma noite em Sevilha. luctando sempre com difliculdades. De Balfe Os quatro filhos AyOlivo e Pascoal. Preços dos legares nos theatros Variam Precipitação e — E' um erro que n'outros de escriptores. Em Paris. Também em Portugal se dá a mesma classificação. De Daddi: Organista. jornalistas. os artistas que n'elle tomam parte e a ordem por que é executado. que começam frequente nos se conserva. De Cordella e Giordani: Os semberg O : : : : : aventureiros. um estrado ou qualqaer coisa. Prestigio— Os bons artistas. prejudicando o seu trabalho. um cavalete. Verdade seja que em taes recitas apparecem vinte e trinta redactores de cada jornal. n'uma recita gratuita. em provocar nos espectadores falsas impressões e effeitos. designando as partes de que se compõe. volta-se á antiga. O Salteador e Um passeio pela Europa. são baratíssimos. uma curta introducção de um sô movimento. e Dominó preto. Com isto. Prima-donna E' assim que os italianos classificam as primeiras cantoras. Preferencia Os assignantes de qualquer theatro teem sempre preferencia na escolha dos logares que desejem para as recitas extraordinárias. De Ricci: Clara de Ro- O O : — e Desertor por amor. a que dão o nome de preludio. A forma de annunciar os Programmas espectáculos por meio de programmas é Programma — — . Nos outros theatros os fauteuils custam entre i^ooo réis e 700 réis. porque o publico. a começar pelos do theatro lyrico. houve pateada á peça. Egual preço teem os logares de balcão. Creio que também pouco se conseguiria com o systema. onde os personagens pos- uma sam estar. porque me lembro que. Entre nôs já por vezes se tem querido adoptar este systema. exercem sobre elle verdadeiro prestigio. pois. segundo as vozes que possuem. portanto. porém. bem estava. Apezar de serem o — mam . Maria II por diversas vezes impôz o seu veto á representação de peças que julgou inconveniente subirem á scena n'aquella casa de espectáculos. se n'outro tempo assim era. Proprietários dos theatros São quasi sempre os algozes dos emprezarios. mas ha muitos que. exigem das emprezas camarotes e bilhetes em todas as recitas para os venderem. syllabas e palavras. que. ou ao fundo da platéa. na qual os actores se collocam para serem bem vistos e ouvidos pelos espectadores. Promenoir dernamente creados em alguns dos nossos theatros. O promenoir \)óáQ "ser por cima dos camarotes.117 DO THEATRO PORTUGUEZ uma Pi»08 talvez a menos útil. as instituições ou ataque as boas relações internacionaes. A muitos estabelecimentos não chegam. Uma boa pronuncia. O proscénio entra na sala e occupa todo o espaço entre o panno de bôcca e a orchestra. é a parte mais avançada da scena. é uma das mil convenções de theatro mais úteis e indispensáveis. E' a maneira de articular. Também se chama prologo á primeira parte de um drama. provmcias e ilhas. tudo o que devia ganhar. ou que — os códigos de quasi todas as nações. Não é fácil fazer um bom programma^ que prenda a attenção do transeunte e o obrigue a ir ver o espectáculo annunciado. Eífectivamente. pelas exigências dos senhorios. os actores e o pu- — blico. quasi sempre fora do panno. são mutiladas com cortes ou soffrem substituições de phrases. gozando ao mesmo tempo o especta^culo. juntas a um órgão sonoro e flexivel é — E' o que os francezes chaProscénio avant-scene e os romanos intitulavam proscenium. que é o pobre emprezario. Actualmente em Lisboa apenas o theatro D. Quando algum d'estes consegue fazer uma boa epocha. e por isso são bem poucas as peças que fogem á prosa. Amélia. porque geralmente são mal distribuidos. á vista do publico quando o panno desce. assim como os tratados litterarios com alguns paizes estrangeiros garantem. — lêem as peças. além do preço da renda. com excepção do Príncipe Real. as exigências imperiosas da acústica obrigam os artistas a não ficarem na scena propriamente dita. ou uma voz ciciosa. sacrificam-se as emprezas. Quem não consegue perder a pronuncia viciada de algumas contemplados. mas quando é bem feito. actualmente o publico só admitte os bons versos. vem fazer ao publico sobre o assumpto da mesma peça. entrega-o ao senhorio. Nos outros theatros superintende directamente a policia. Se estas são muito mais fáceis de fazer. onde o publico está de pé ou passeia. como no Colyseu dos Recreios. Ainda se todos elles se contentassem com as grandes rendas que dão um juro fabuloso a essas propriedades. Pretendem alguns que esta disposição prejudica a illusão. e n'outros ou embrulham n'elles os géneros ou os rasgam. tem o dever de bem servir a arte e a moral. mais do que nenhuma outra. n'este ponto. os trabalhos theatraes de uma e outra na- dem Nas nossas ção. E' uma propriePropriedade litteraria dade como outra qualquer e assim o enten- — Prohibíção O fiscal do governo junto á sociedade artística do theatro de D. Esta. -Amélia é explorado pelos proprietários. E. em egualdade de circumstanciâs. Muitas vezes as peças. cujo proprietário é o mais — Chama-se prologo de qualquer Prologo peça a exposição que um personagem. pois nunca poderá ser um artista acceitavel. em vez de serem prohibidas. que prohibe a representação de qualquer peça que offenda a moral publica. sob pena de não serem ouvidos. uma articulação nitida. Para isto são quasi sempre incompetentes as auctoridades que assistem aos ensaios geraes. deve renunciar á carreira d'actor. sendo o algoz o arrendatário. Prosa O theatro portuguez teve sempre muito maior numero de peças em prosa do que em verso. trazendo os actores muito á frente e fora do local que a scena representa. concordam os auctores. Promenoir em Palavra franceza adoptada Portugal para designar uns logares mo- — cordato e o mais serio possível. como no theatro D. leis a propriedade das peças ou musicas de theatro está perfeitamente garantida aos auctores. pelo que. sendo os garotos os mais das primeiras e mais indispensáveis qualidades de um actor. de Pronuncia emittir os sons das lettras. Emquanto aos outros theatros. Fica. Procurar uma forma nova de íazer programmas tem toda a vantagem. a peça tem tudo a ganhar com elle. Na rua são entregues a torto e a direito. fazendo ainda concorrência ao seu inquilino. são também muito mais fáceis de representar. Conforme o seu nome indica. passada annos antes do seguimento da obra e onde se dá um acontecimento. ou ainda o carregar nos RR. que depois tem de ser desenvolvido. porque attrahe as attenções. por preço diminuto. que se collocam no subterrâneo para sustentar o palco. Pulmões São os órgãos da respiração. é o protogonista de tal peça. No nosso theatro lyrico. e agonistas. seguindo pela peça o director. para se dar ares e para sustentar a sua fama de abastado. os camarotes de avant-scene são os mais caros e mais estimados em França. combatente. Publico A' reunião de pessoas que assistem a um espectáculo em qualquer theatro chama-se publico. Prumos Pedaços de madeira prependiculares. porém. Quando muito. . Também eguaes protestos se levantam quando um artista. o publico costuma protestar. Diz-se também que o actor F. Fazer um provérbio não é tão fácil como pode parecer. faltando ao respeito que deve ao publico. nas situações ou nas phrases. que tem muito a revelar. ou o auctor. Em matéria de arte o nosso publico é bastante ignorante. ou mesme o ponto. O publico do theatro de S. Estas.« indispensáveis. se porta ieconvenientemente. applaude com enthusiasmo o actor palhaço e desdenha do trabalho consciencioso do artista correcto. Pateam ás vezes uma boa peça e applaudem delirantemente outra que nada vale O nosso publico em geral só vae ao theatro para se divertir e passar o tempo. a burguezia. Consiste ella em cada artista ler o que está escripto na sua parte. Qs auctores lançam mão de um provérbio. alguns gostam realmente de ouvir musica mas tanto effeito lhes faz uma opera cantada por bons artistas comp tocada por um máu realejo. dizendo toda a qualidade de disparates. Quando um actor possue uma voz forte e estridente e faz resoar o echo da sala de espectáculo com inflexões enérgicas e terriveis. Pela etymologia da palavra. — justificar a sua opinião mettem os pés pelas mãos. Portugal. que teem por assumpto e por titulo qualquer provérbio. Applaudem ou pateiam inconscientemente. No theatro. porque a critica. por ser elle que representa o principal papel.Pui DIGCIONARIO ii8 peiores para se gozar um espectáculo. está. e quando vérbios feito — — querem — . Também não são muito entendedores os que assistem ás representações dos outros theatros. nas sciencias. E' sobre elles que assenta o vigamento. dando vivos signaes de reprovação. no drama e no melodrama. que se colloca no logar mais proeminente ou de mais responsabilidade. Tem havido bastantes pro- que Proscénio frizas que entram no proscénio são muito procuradas. E' a pessoa que mais se salienta n'um facto. o prototogonista é o papel mais importante d'uma obra dramática. poucos theatros as teem. de preferencia aos camarotes. de protos. na acção. Provérbios São assim classificadas algumas pequenas comedias. n'um successo. diz-se que esse actor tem pulmões magníficos. que estraga auctores e actores. n'um numero considerável de espectadores. porém. admittido também escrever-se e dizer-se protagonista. em geral mal educado e ignorante. afim de que o subterrraneo fique o mais desembaraçado possivel. mas poucos teem grande carreira. Como disse. ! — . tudo quanto ha de illustre na litteratura. A's vezes. Protestar Quando na scena se apresenta uma peça audaciosa na these. também estraga esse publico. Estes prumos devem estar bastante distanciados uns dos outros e serem só o. Protogonista Esta palavra é derivada do grego. primeiro. se desenvolve n'algumas scenas. Ri alvarmente com quantas baboseiras ouve. — qualquer peça começam sempre pela prova de papeis. na imprensa. não se apuram talvez cincoenta que entendam alguma coisa da arte de canto. que não transige com o máu gosto do publico. que podem melindrar os ouvidos dos espectadores e principalmente das senhoras. nas artes. e onde se reúne a fina flor da sociedade portugueza. deve dizer-se: /rotogonista e assim se escreve. Não é para aqui fazer a physiologia do publico dos nossos theatros. Para agradar e ter valor é indispensável que o auctor tenha imaginação e estylo elegante. onde só por empenhos se pôde obter um logar de assignatura. as Em sobre o qual inventam uma pequena acção. afim de se emendar qualquer erro de copia. os pulmões d'um artista chegam a dis. Prova de papeis Os ensaios de uma — no nosso theatro. não se tiram cincoenta verdadeiros conhecedores do assumpto. a nobreza. Carlos vae principalmente ali para se mostrar. sem ao menos avaliar o trabalho dos artistas. por palavras ou gestos. cabe aos primeiros artistas levantar ou puxar por todas as fórmas essa representação. animando-a e tornando-a interessante. São os artistas muitas vezas que puxam e levantam uma peça. é preciso ter mais alguma coisa.119 DO THEATRO PORTUGUEZ Pux pensar o talento! Já na comedia e no vaudeville. além da boa voz e dos bons pulmões. Quando a representação corre Puxar fria e o publico começa a manifestar indif- — ferença ou inípaciencia. . . Muitas vezes o panno de bôcca não desce para a mudança de quadro. fazendo-se a mutação á vista. para levantar o panno.. diz-se que tem 5 actos e vinte quadros. de quadros ou grupos de esculpturas celebres e de todos conhecidos. perguntando a cada um se pôde mandar principiar. Pode ser o effeito plástico e pittoresco produzido no fim d'um acto pelo agrupamento de personagens que tomaram parte na acção. ou. Podiam ser observados de todos os lados. o que realmente era de notável effeito. Se. Para este fim. Sempre que ha mudança de vista. entram no começo do acto. Os grupos e a sua disposição eram rigorosamente observados com a maior exactidão. A resposta é esta Quando quiser. uma peça tem cinco actos e a acção se passa em vinte logares diversos e portanto com vistas diversas. passa-se a um novo quadro. as oratórias. Significa também as divisões d'uma obra dramática com vários locaes de acção em momentos diversos. deve o contraregra percorrer os camarins de todos os artistas que pectadores. as revistas. — Quadros vivos estão no seu posto e de que os artistas estão promptos. as peças phantasticas e até muitos dramas. assim se diz: «o final do segundo acto apresenta um bello quadro». no decurso de qualquer acto. se não a ha. Consistiam na reproducção exacta. o effeito era extraordinário. quando chega a hora de começar. — Para começar um esQuando quizer pectáculo. os personagens vestiam-se com os costumes copiados exactamente do original para as esculpturas eram cobertos de mailloís e fazendas brancas. com o auxilio de seres animados mas immoveis. pois que os personagens eram collocados sobre uma roda que girava lentamente á vista dos es. Quando o panno se levantava sobre um quadro d'estes. Estão n'este caso todas as magicas. Para os quadres. : . o contraregra não dá o signal antes de ter a absoluta certeza de que todos — Tiveram grande voga e Quadros vivos por vezes se introduziram em peças de grande espectáculo. dá então o signal para romper a orchestra.Q Esta palavra no theatro tem Quadro duas significações. Hoje os quadros vivos estão pouco em uso. por exemplo. Depois de ouvir de todos esta ou outra phrase similhante. Eva.. em vez de produzir grande commoção. para a submersão de navio. ou mesmo levantar todo o palco ou uma grande parte para subir qualquer grupo de figuras. E' costume em Quarto d'hora de espera todos os theatros marcar na tabeliã as horas dos ensaios. Chama-se a isto o quarto d'hora de espera. Quarteto E' uma peça de musica cantada por quatro vozes. A palavra queda refere-se egualmente no theatro a qualquer scena. á uma hora e três quartos para começar ás 2. Sal e Pimenta e outras. de Lisboa. se a empreza quebra o artista não tem de quem reclamar a multa. Os Vencidos da vida. Quando o ensaio é com orchestra. por onde em Portugal se regulem os assumptos theatraes. como se não poderia encontrar egual. N'um concerto instrumental. e. partes do mundo. se levantam depois e fazem magnificas carreiras. da orchestra mais essencial. afim de que facilmente se possam abrir alçapões. Isto tem de com muito estudo. houve tempo em que todas as peças eram paleadas nas primeiras recitas e depois tiveram innumeras representações Assim succedeu com o Barba Ai[ul. e um quando se deve começar ás quarto. entre ellas boa. ao meio dia e um quarto para começar ao meio dia e meia hora. Acontece. principal- perfeitas da mente no que diz respeito a instrumentos de corda. etc. de das ná : — um ou de doença súbita. mas com taes contractos também pouco se adianta. o quinteto é uma composição para cinco instrumentos concertantes. peças que são pateadas e desagradam por tal forma. Por isto se diz que o ensaio é ás 1 1 hoa preso no reoertorio. para que. quando é cantada costu- — um — — ma ter quarteto é acompanhamento de orchestra. No theatro da Trindade. que ficam só na primeira representação. muito cuidado. ou tocada per quatro instrumentos. Ha também quedas fataes. que algumas vezes o não são. Gomprehende a reunião dos instrumentos de arco: primeiros violinos. fíejerro de ouro. pois que apresenta uma sonora homogeneidade. — . quando esta consegue ir ao fim. não provoque tiro ser executado o riso. também a empreza não tem meio de haver a multa do artista. Viagem d roda da Parvónia. tem de cair desmaiado ou morto. da mesma forma que. São modelos de ideal perfeição os quartetos de Haydn. segundos violinos. sem ter meio de os reclamar. em que um artista. O também uma das formas mais musica instrumental. Isto tem principalmente por fim evitar o desarranjo pela differença do relógio do theatro e os dos artistas. muita verdade. cahindo na primeira representação.Qui DIGGIONARIO Quarteladas As divisões feitas no soalho do paKo. Tem succedido isso a bastanOs Provincianos em Listes. Com as reta — vistas — este caso do anno quasi sempre se tem dado raras as que não foram patea: ras. As seis. os contractos verbaes ou escriptos costumam ser respeitados de parte a parte. QuartellAS São as partes em que se dividem as quartelladas para n'ellas se abrirem os alçapões. pois que. violetas e contrabaixos. Quinteto E' um trecho de musica a cinco vozes. Filha da Senhora Angot. Boccherini. apezar da multa estabelecida para a quebra do contracto. n'uma grande parte dos casos. ou é ensaio geral. ou o artista deixa de receber os seus salários. Apezar de muitos Quebra de contracto emprezarios terem com os seus artistas unicamente contractos de palavra e outros terem assignadas escripturas sem as formalidades legaes e portanto não obrigarem perante as leis. etc. E' a expressão que serve para Queda indicar o desagrado de uma peça. Ha ainda algumas emprezas que contractam artistas com as formalidades legaes. um quarto de hora antes d'aquella a que devem rigorosamente começar. em vez de um quarto d' hora. porem. a tolerância é de meia hora. Ha peças que. A toda a hora se está sentindo a falta de leis especiaes. por assim o exigir a peça. com ou sem acompanhamento de orchestra. em resultado de um ferimento. porque forma O base que supporta todo o edificio instrumental. e por isso a empreza soffre os prejuízos causados pela sabida de um artis1 1 primeira representação e depois deram centos de recitas. Mozart quarteto é uma das fracções e Beethoven. em duello. que só elles formam uma harmonia completa. Quando um theatro. que estão sujeitos ao capricho da moda. mas também para excitar a curiosidade do publico e dos amigos que o quererão ir festejar. para indicar qual- — quer effeito na scena. é realmente formosa. E' dividida em duas partes eguaes. — — . Lança-se fogo a este na occasião opportuna. As luzes da rampa.R Rábulas São os pequeninos papeis das que pouco teem que dizer. nos theatros em que ha luz eléctrica. e que volta aos seus trabalhos regulares. diz-se que fez a sua reabertura.. que se renovam para assim dizer periodicamente e que exigem adaptar-se ao gosto do dia. Ratificação— Assim se chama no theatro ao ensaio que se faz depois da marcação d'uma peça. não só para lisonjear o artista. a fim de bem acertar o que se combinou. Rampa— E' a linha de luzes que se estende sobre o palco. podem ser eléctricas. em vez de rampa. ou mesmo de azeite empenhados por mesmo por coristas. esteve fechado durante um prazo maior ou menor. — theatro. vista á lu^ da rampa. em Portugal. e principalmente nas artes de interpretação. até No Brazil chamam ás rábulas pontas. conforme a illuminaçao do resto do — Rampa e velas. Dentro do theatro. ás vezes.. Costuma dizer-se. não mudam o seu velho modo de representar. existem. ao lado de verdades eternas e fundamentaes. Actualmente. é esta aproveitada para efiFeitos de raios. e volta a tomar parte nos espectáculos. Reapparição Quando um artista estimado do publico está durante algum tempo affastado da scena. lançando chispas. Também se pôde dizer: «A actriz F. é mais usual dizer-se: A ribalta. e dentro em pouco estão em completo desaccordo com a corrente da arte e com o que se passa em volta d'elles. porque n'elles se vae acertar ou ratificar a marcação e não rectificar ou emendar o que deve estar certo. em frente do panno de bocca. os seus processos. E' isto que certos artistas de talento secundário não comprehendem. de acetylene. vindo prender no chão do palco. diz-se que faz a sua reapparição. Enfia-sen'esse arame um pequenino canudo. Ordinariamente estes insignificantes papeis são despeças. dentro dos bastidores. d'um ao outro lado da scena. de petróleo. A estes ensaios chamam alguns de rectificação. fazendo-o atravessar a scena com rapidez e estrondo. e.. que se interrompem pela cúpula do ponto. que está preso a um buscapé. por Reabertura qualquer motivo. em nada modificam a sua forma. discipulos. que elle se produz «á /«!• da rampa». que obliquamente atravessa a scena. de gaz. E' d'estes artistas retrógrados que se diz que não passam do ramerrão. certos detalhes de execução. mas é um erro. Raios Imitam-se no theatro da seguinte forma: Prende-se na varanda do urdimento um arame. Ramerrão Em todas as artes. Os cartazes assim o devem annunciar. dando representações. por qualquer motivo que seja. um — — em consequência do grande numero de logares que tem aquella casa d'espectaculos. ou com o fim de ver se essa festa dá calor á peça. riquisssimos vestuários os farrapos. bandeiras nas embocaduras das ruas. diz-se em calão theatral que o publico rebentou por já não poder mais. é uma das qualidades praticas mais preciosas que o actor pode adquirir. Amélia. justifique.Rec Rebentar • DICCIONARIO 124 — Quando em frente d'um publi- CO paciente e amável os artistas abusam ao ponto de o indignarem. distribuídas por meio dos recenseamentos. o bilheteiro faz as contas e entrega ao caixa o dinheiro. naturalmente. acompanhado de uma folha de receita com as verbas especificadas. Não ha hoje entre nós theatro que. — para fazer reclames. que nós nacionalisámos e masculinisámos. de mais a mais. que a decima quinta recita seja dedicada ao auctor. além de ser festejado. fazer-se ouvir distinctamente e com clara comprehensão. com que estão em boas relações. O mente com as empreza rebentou. não faça reclame. para o publico e para a pressa. Começou no theatro Recita d'auctor normal e agora está estabelecido em todos os theatros de Lisboa e Porto. a pronuncia é a forma de dar ás palavras o seu valor sonoro e phonetico. e tem razão. A dicção é a maneira de dizer. Recitas particulares isto theatro é o dinheiro produzido pela venda de bilhetes. que. junta5o recitas ordinárias. As recitas (T auctor incitam os escriptores dramáticos a apresentarem originaes. quando se representa uma peça original. Articular bem. Carlos. quanto possível. annuncia-se recita extraordinária sem qualquer pretexto que o gens das peças. mais completo. ou se retira temporariamente para descançar. Os que não empregam outros meios. ou para obra de caridade. a parte narrativa e dialogada. Concorre tudo para a facilidade e mobilidade da recitação. cartas de convite aos chefes de família. intercaladas com vistas cómicas. ouvindo-se então pateada e protestos. porque. visto que lhes dá prejuízo. a que o publico bastante concor ria. de accentuar por meio das inflexões da voz as phrases no sentido mais natural. servem-se da imprensa. ou pela venda de recitas em benefícios. ou ainda para as victimas de alguma calamidade publica. sem precipitação e sem arrastar.ie um bom artista. são portanto vantajosas para elles. em que o compositor segue. quadros com retratos dos persona- Recita extraordinária — Noutro tempo chamava-se recita extraordinária a um espectáculo fora do commum e cheio de at tractivos. apregoando como Recita de despedida — Quando um artista resolve abandonar de toda a scena. chamando trabalhos superiormente artísticos a vistas cheias de borrões. a recita do auctor faz-se antes da decima quinta. Todas as noites. dizendo maravilhas de peças cabidas. que se realisam muitas vezes sem pretexto algum que as indique. arte. Além do reclame na imprensa tem elle sido feito por todas as formas. n'uma opera. sem esforço.se boa dicção e boa pronuncia. programmas enormes em prosa e verso. Quando uma empreza theatral. Reclame Palavra franceza do género feminino. a direcção de sociedade ou os indivíduos que as promovem são obrigados a observar todas as formalidades e medidas de segurança adoptadas nos espectáculos públicos Recitativo— E'. abre logo assignatura para 20 ou mais recitas extraordinárias. Recitar á vontade. dá com a companhia a que pertence a sua recita de despedida. ou para logo depois a retirarem. se os theatros ou os jorn^es. mais ou menos. que ordinariamente é muito concorrida pelo publico e amigos. Theatros ha em que as emprezas. ilhas ou Brazil. O publico já não confia n'uns nem n'outros. diz-se também em calão theatral que essa theatro de S. é o ponto de partida de todo o talento scenico. Pôde dizer-se que é um dialogo musical. algumas das quaes passo a enumerar: cartazes pomposos a muitas cores e com estampas representando scenas das peças. querendo ser agradáveis aos auctores de uma peça que difficilmente se arrasta. por falta de recursos e por não conseguir chamar concorrência aos seus espectáculos. louvando incondicionalmente desempenhos detestáveis. Receita si — A palavra receita define-se por A receita de Recitar— Para bem se recitar deve ter. não cumpre os seus contractos e se vê constrangida a fechar as portas do theatro. dependendo de combinação com a empreza resolver-se qual deve ser a recita. theatros públicos ou particulares. ou mesmo para emprehender alguma tournée pelas províncias. dão mais cedo a festa ao auctor. depois do segundo acto. taboletas passeian- . as inflexões sejam dadas em que a voz deve ter. affirmando que as enchentes são consecutivas quando o theatro está todas as noites ás moscas! O maldito reclame não sabemos o que tem mais prejudicado e desacreditado. mais preciso. porém. que liga entre si as árias e outros trechos musicaes. essa recita extraordinária era em beneficio ». Para estas recitas. guarda todo o producto liquido do espectáculo. como as peças se esgotam mais de- mesma. grandes letreiros com o titulo da obra á frente do theatro. lanterna magica para apresentar reclames ás peças. que lhe vão demonstrar a pena que lhes causa tal resolução. para as emprezas. No theatro D. Hoje. para fins diversos. das primeiras repre- — quem possa um sentações das obras com musica. que tem de dirigir e organisar. collocados — São O accordo tura. prevê as infracções e estabelece a tabeliã das multas com que são punidas. Ainda que haja outro ensaiador da especialidade. que é também sempre o director musical do theatro e principal ensaiador de musica. carros allegoricas. indicar a entrada a cada instrumento. ta allegar ignorância Regulador das faltas que commette. tudo imaginação suggere para attrahir Segundo os regulaRecusa d'um papel mentos theairaes o artista que recusa um papel que lhe é distribuido. Assiste ás primeiras representações. alimentam a intriga de bastidores. dar-lhe calor e animação quando é preciso. sobre o regente d^orchestra uma de. a fim de apparedactor theatral. que julgam todos os papeis inferiores ao seu mérito e por isso os recusam. recebendo as suas pensões pelo cofre das aposentadorias os artistas: Taborda. porém. finalmente. Alguns ha que. indo depois da recrta ao jornal dar a noticia e fazer a critica da nova peça e do seu desempenho. que o publico está quasi sempre em destista a — Actualmente teem a sua reforma. nada é em comparação com os trabalhos preparatórios do estudo e ensaios parciaes e geraes. Regulamento E'o conjuncto de disposições. de que ha de resultar o artista despedir-se . pelos quaes se deve guiar a vida interior do theatro. para se ver livre de artista. guém pôde Algumas emprezas mesmo mandaram imprimir o seu regulamento e distribuíam os exemplares pelos seus artistas e empregados. Os últimos societários do theatro de D. da orchestra e do baile. estes é a multa bem applicada. que algumas vezes dão logar á sabida do artista da companhia. muitas vezes faltos de attenção. inventa-as. prejudicando muitas vezes as emprezas. ou mesmo para piano. só para piano e canto. porque nos nos- . Emilia dos Anjos e Jesuina Marques. Agora este uso está completamente abandonado e inútil seria. Do regente d'orchestra depende principalmente a boa execução musical. Fixa e limita as attribuições e os deveres de cada um. logo atraz do arco do proscénio. E' aquelle que n'um Redactor theatral qualquer jornal tem a seu cargo a secção dos espectáculos. para satisfazer caprichos d'artistas. dar a cada cantor o signal para começar.'\rtistas ha também cheios de vaidade. ou então pelo ensaiador.12 t)0 THEATRO portuguez Aeg do pela cidade com figuras a quanto publico. sem terem os requisitos exigidos pela lei. dá diversas noticias sobre assumptos que dizem respeito ao theatro. porque d'elle )uncto. além das criticas. com Redacção — Chama-se redupr uma a a critica. dos coros. quando não as tem. a fim de ser aproveitada pelos amadores que a pretendam executar. junto ás tabeliãs. João Rosa. organisa. e. enorme responsabilidadepende todo o conos bastidores de rou- Reguladores pas. ou quando se inutilisarem. ou seja n'uma quinzena de ordenado. E' um trabalho indipensavel quando se trata de dar qualquer opera-comica ou opereta em pequenos theatros de provincia. A reforma foi por vezes concedida pelas camarás a artistas que. tudo isto. pelo menos. Maria H teem direito a ser aposentados quando ali se tiverem conservado um certo numero de annos. chamam grande dramaturgo a um imbecil e proclamam esque vale é trella uma qualquer nullidade. sem admittir um desmando. Pertence ao director musical Regência a regência d'uma qualquer peça com musica. manter firmes os coros. tinham ainda assim prestado bons serviços ao theatro. dos ensaios geraes e. é ao director musical que pertence a regência dos ensaios de juncção. E' sem duvida importante levar a compasso a or- — um A — chestra. Estas recusas dão quasi sempre motivo a discórdias. Egualmente convém fazer a reducção. manda-lhe distribuir papel que elle se vê obrigado a recusar e está aberto conflicto. pois. Os 5o por cento do ordenado mensal é duro para o artista. finalmente. tem O O de cuidar dos artistas. uma falta de respeito. Ainda ha pouco tempo lodos os theatros de Lisboa tinham o seu regulamento mettido n'um quadro e aflixado no palco. o andamento do serviço quotidiano para ensaios e espectáculos. Pesa. Regente d'orchestra O titulo indica o cargo. parti- resumir instrumentação para uma pequena orchestra. sustentar os planíssimos. Reforma E' a pensão que se dá ao artis- de ambos os lados da scena. recer no dia seguinte. regente d'orchestra. Por esta forma nin- — 1<À II í — que trabalhou durante certo e determinado tempo e foi classificado no theatro normal. é multado em 3o por cento do seu vencimento mensal. até mesmo de grande opera. que se familarisa com a obra e facilmente depois faz a reducção. ás costas de garotos. e tem principalmente de a todos inspirar confiança e ser obedecido cegamente. mas acontece muitas vezes que ainda maiores são os prejuízos do emprezario por não ter outro ardistribuir o papel e assim terá de retirar de ensaios a peça em que fundava as suas esperanças. A's vezes o emprezario. Este trabalho pôde ser feito pelo próprio compositor. Outros ha ainda que. com maior ou menor numero de artigos. Ultimamente tem havido emprezas. pois se diz: «o espectáculo ou a representação correu bem».» Esta palavra emprega-se Representar — Esta palavra no Repertório theatro tem diversas significações. — mente para indicar o numero de vezes que uma a peça sobe á scena. Amélia. i5 ou 20 por cento sobre a receita de cada espectáculo. desinquietando-lhe o artista com promessas e ofFerecimentos. algumas vezes todos de madeira e ainda de cartão ou folha. o passa em revista. peça de tal já tem dez. diz-se d'ella que está fora do repertório. rodeada de uma porção de lycopodio. São colRenques de luzes locados no chão por detraz de repregos para illuminar as sceou zerem o nas. que «a represen'ação ou a recita de tal dia foi interrompida. vinte. «Hoje não se representa em D. Quando uma peça durante muito tempo não subiu á scena e não está sabida pelos artistas. No theaRepresentação — tro a palavra representação é quasi synonimo de espectáculo e de recita. que a toda a hora seria im- punemente transgredido. Convém que esteja certo. dizendo-se: . Ordinariamente Renovar o contracto nos nossos theatros. até prefazer a importância da totalidade da renda annual. outra empreza lhe não faça concorrência..» A palavra representação applica-se principal- nem dis- pensar. fazem parte do repertório. collocando dois ferros com cabos nas extremidades de dois fios conductores. não se pôde affixar um regulamento. a fim de que. Pintados conforme o scenario o exige. ordinariamente representadas por artistas notáveis. . Todas as peças que n'um theatro estão montadas e sabidas pelos artistas. casa de espectáculos ainda não foram representadas e de que esse theatro pôde dispor. que em seriam injustamente multados. que — no theatro em diversos Renque de luzes sentidos. Ainda não ha muito que se viu. Do outro extremo soprava-se no canudo. Pôde dizer se: «Esta noite representa-se a Mascotte no theatro da Trindade» o que quer dizer que essa peça vae ali ser representada. diz-se: «E* hoje a primeira representação de tal peça» . Em muitos theatros de provincia ainda assim se usa fazer relâmpagos. Atrazado. de tempos a tempos. quantas as precisas para ficar bem ensaiada.para fa- effeito. dandolhe bons interesses. . ainda que se representem de quando em quando. trata de lhe renovar o contracto com muita antecedência. por detraz do scenario. o que indica que o theatro está fechado n'essa noite. chama-se o grande reper- Relógio do theatro — Deve estar collocado sitio bem visível do palco. trinta ou cincoenta representações . os repregos applicamse nas deco- — rações.. e Reprego cha. produzindo muito mais illusão do que a simples pintura das scenas. O repertório d'um theatro compõe-se do conjuncto das peças que lhe pertencem. a fim de que por elle se regulem as horas dos ensaios e as horas de começar e findar o espectáculo.diz-se que a empreza palavra ao reestá fazendo repertório. poderá dar logar a questões com a policia adiantado. de illuminações. uma chamma brilhante e de perfeita illusão é immediatamente produzida. quanto valia o variado e excellente repertório da companhia Rosas & Brazão. quando uma empreza está satisfeita com o trabalho de qualquer artista. «Todos os papeis da Morgadinha são . que passava na chamma e produzia o clarão. Quando n'um theatro se ensaiam. a questões com os artistas. . — — ensaiador obriga os artistas a repetir qualquer scena tantas vezes. ou. Quando uma companhia faz tournée artística. tem sempre o velho repertório a que recorra. São ordinariamente de panno Repregos contornado de madeira. A's peças clássicas. Durante muito tempo no Relâmpagos theatro os relâmpagos eram feitos por meio de um canudo de folha. é esta applicada aos effeitos dos relâmpagos. Applica-se também a numero de papeis que qualquer desempenha. a certa altura. diversas peças e se cordam as antigas.. sem que pensem em a»empreza cogite de os sair. fazendo chegar rapidamente um ao outro. trata annunciar o seu repertório. Assim. quando lhe cae uma peça nova. em que não ha contractos assignados e continuam os artistas de epocha para epo- — Um bom repertório é a riqueza d'uma empreza que. ou antes diversas explicações. I^ep biCCIONARIÔ n'outra 126 SOS theatros quasi acabou a disciplina e a ordem e. Paga-se conforme as Renda do theatro condições do arrendamento Em geral são as rendas tiradas por uma percentagem de 10. umas sobre outras. luar. Durante os ensaios de apuro o Repetir tório. triste é dizel-o. Maria». no theatro D. etc. bom de artista «tal peça é do repertório do actor F. porém nos theatros illuminados a luz eléctrica. no fim da epocha. tendo n'um dos ex- — tremos uma espécie de lamparina de álcool. o vento levantava o lycopodio. que só a viram representar nos seus últimos annos. para indicar no thea- de retalhos. Reticencia — E' uma figura de rhetorica — que faz suspender toda ou parte de uma phrase para a expressão de uma ideia. isto passa como um axio- ma. Remo das Mulheres. Saltimbanco. Grátro. tista O artista que se já fatiga é um ar- mediocre. Gerolstein. Entre ellas citarei: Alfageme de Santarém. ou por comedias pequenas e intermédios. Se fosse permittido ao escriptor retirar a sua peça quando bem lhe aprouvesse. Mas o publico. que ha ou não espectáculo em certo theatro e que o artista representa ou interpreta tal papel. Sinos de Corneville. que pateou a rainha da scena. já não satisfazendo os direitos d'auctor. Barba Ai^ul. Emilia das Neves não deixou no espirito dos novos. deve retirar-lhe esse papel. e pois. esse publico commetteu um crime tira de lesa-arte ! rem são obrigadas sa superveniente Retalhos — Diz-se ao começo do espectáculo. o actor emprega a reticencia. etc. esse ingrato. E' o que se diz de Retirar-se a tempo actor ou de uma actriz que. Poderá. Dama das Camélias. ExpresRepresentar para as cadeiras são usada em theatro para indicar que são raros os espectadores e por isso se representa para as cadeiras.. o maior vulto que existiu na nossa scena. Intrigai no bairro. respirar convenientemente no justo momento é uma óptima qualidade que o actor deve adquirir por um estudo methodico e persistente. Santo António. a fim de não prejudicar o conjuncto e comprometter a peça. E' preferível que um artista se zangue. Peças ha que soffrem innumeras reprises e sempre com grande resul tado. Alguns ha que. ou a substituição de artista seja determinada por cau- do theatro. Tim tim por tim tim. pateava-se a maior gloria do theatro portuguez. precisa saber bem respirar e conhecer o momento em que o deve fazer. Muitas vezes as reprises dão mais do que peças novas e ha exemplos até de uma peça que no seu principio pouco deu. Outra palavra franceza que a Reprise nossa língua admittiu. Gata Borralheira. Maria com o drama Maria Antonietta e o mesmo succedeu na Rua dos Condes com a peça phantastica Ali-Baba ou os 40 ladrões. emquanto estiver no repertório. já cortando-Ihe scenas ou falias inteiras. tínhamos pelo seu extraordinário talento. a quem foi dístribuido um certo papel. que não existe nem tornará a existir outra que se lhe compare! Emilia das Neves errou por se não retirar a tempo mas tinha desculpa no seu amor á arte . fazel-o quando a mesma empreza o pretender prejudicar. Isto é muitas vezes difficil e precisa ser — Retirar a peça direito — Um bem estudado. Ghama-se a isto ter bom senso. da mesma forma que quando canta. Por meio da respiração é que o actor dá á voz a entoação e a inflexão precisas para communicar os sentimentos e os pensamentos á alma dos es- pectadores. teimam em representar mal. 12-^ DO THEATRO PORTUGUEZ ftei bem representados-»^ o que mostra que os actores interpretam bem os seus papeis. pois que tinha pezar em affastar-se d*aquelle nobre campo de batalha. As emprezas não a restituir a importância quando a mudança de peça. Nas ultimas peças em que representou chegou a ser pateada! E para isto deixa o artista de retirar a tempo! Patear Emilia das Neves! Ainda se não commeiteu maior crime no theatro portuguez! Porque estava velha. quando os espectadores não concordan'essa substituição. se re- — um Duque^a de Kean. assim como a fazer a mesma restituição na hypothese da substituição do espectáculo ou na de qualquer artista annunciado. fazendo crer á nova geração que era falso quanto de bem se dizia a seu respeito. porém. não pode de forma alguma desempenhal-o bem. para deixar de si boa recordação no espirito publico e bom nome na historia do theatro. velhos. auctor não tem o que se vae fazer reapparecer uma peça que de ha muito estava retirada de scena.. reconhecendo que vae entrar na decadência. fatigados e até sem memoria. que estão vasias. esse bárbaro. indicar que uma peça sobe á scena^ ou que está para subir. Solar dos Barrigas. desmemoriada. que um espectáculo é Quando o ensaiador. tendo outro que o substitua em melhores condições.. Frei Lui^ de Sou\a.. doente. pois. fazer bella carreira na reprise. Respirar — O artista quando declama. Retirar um papel depois de se certificar em alguns ensaios. o grande enthusiasmo que todos nós. quando é formado por actos de diversas peças. Morgadinha de Valjlor. que ninguém conseguiu desthronar. as emprezas sofFreriam grandes prejuízos. entende que o artista. manifestando pela physionomia e pelo gesto o que não pôde dizer com a palavra. Saber. em que tão assignaladas victorias ganhou. esta palavra costumam Reservado as emprezas marcar os logares que devem — Com ficar livres para a imprensa ou outras quaesquer pessoas que tenham direito a entrada gratuita na sala dos espectáculos. Mascotte. A palavra representar pode. de retirar a sua peça á empreza que a pôz em scena. já velhos. já fazendo substituição na distribuição dos papeis sem o auctor ser ouvido. Assim aconteceu no theatro D. As emprezas Restituição do dinheiro — são obrigadas a restituir aos espectadores a importância das suas entradas quando o espectáculo não possa realizar-se ou continuar. a zan- — . com a mesma retornello. Rir na scena Saber bem rir em scena é coisa difficillima para o artista. Ia gente de propósito ao theatro de D. Pelo mesmo motivo. O que principalmente augmenta de anno para anno é a natural exigência do publico em querer ver essas peças luxuosamente montadas. que gozem os olhos os deslumbramentos de scenario. não ha perigo. em que mostra verdadeira alegria. que é rococó não tem bom gosto. havia occasiões em que o publico ria com elle mais de um quarto de hora. dá-se ainda com o Valle e. Acontece mesmo ouvir-se o ritornello no meio de uma ária. era isso preferível á porncgraphia de que quasi todas as revistas hoje estão recheiadas. e principalRococó mente quando se trata de talentos secundáha certos modos de sentir e de se exprimir. em D. nas revistas^ o escândalo predominava e eram festejadissimas as caricaturas de personagens importantes da politica. e algumas vezes também o termina. mas em não precisamos italianisal-a. acontecimentos artisticos ou litterarios. e os collegas que estão em scena não podem conter-se e largam todos uma gargalhada. nas Variedades foram pateados os actores Joaquim d' Almeida e Brandão. até mes- — mo os de grande valor. com o Alfredo Carvalho. que depressa envelhecem. perdidos de riso n'uma situação dramática. Toca-se então o ridículo e torna-se rococó. Pois. da alegria. que tem o dom de improvisar. se dá em Portugal aos renques de luzes que. acima de todos. ás vezes mesmo passar á vista do espectador todos os principaes acontecimentos do anno findo: revoluções. Já que aos ouvidos falta a critica mordaz. com que forem escriptas. Attentem n'isto os escriptores dramáticos. Revista ao edificio Depois de terminado o espectáculo e de estar vasia a sala. divertimentos. vestuário e adereços. crimes. JVIuitos artistas lançam mão d'este recurso. do muito movimento. A nossa distincta actriz Virgínia desempenhava um monologo intitulado Riso. são personificadas de maneira a facilitar apresental-as em scena. Chama-se assim ao curto prelu- — dio symphonico. costuma dizer-se que fez um rodriguinho. por não poderem fallar. O nosso actor Cezar de Lima sabia lidade. Houve epocha em que. ainda as mais abstractas. illuminam a scena. tomando um calor inesperado. simplicidade e espontaneinade. Rampa. visto que ou são empolados até á emphase. Muitas vezes um artista cómico. do espirito. Aquelle que ri naturalmente e com estrondo. seja para dar desenvolvimento á expressão dramática e scenica. para desopilar o fígado. em que o auctor critica os costumes d'um paiz ou d'uma loca- — communicava egualmente o Alguns quando riso á salaartistas perdem-se de riso em scena o não devem fazer. — — O rir e fazer rir como nenhum outro. Em Portugal ha grande predilecção por este género. Maria. Na co- media Fogo no convento. profere uma phrase engraçadissima. de couplets engraçados e boa enscenação. collaborando com o auctor. em portuguez. começa declamando precipitadamente e n'um crescendo vigoroso até que termina em grande excitação. que era pouco podem satisfazer pelo lado litterario. Ribalta E' o nome que. os compositores e os actores. também se adquire com o estudo. rindo com o Cezar de Lima. V. desgraças. E' uma questão nervosa. O rir de tal forma e com tal perfeição é uma faculdade que raros possuem. o que dá sempre resultado em applausos. faz ou então situações dramáticas. mas com grande trabalho e grande diflficuldade. Ritornello— E' a palavra mais usada. da ligeireza. Rodriguinho Quando um artista. nem ideal artístico. E' preciso que o artista faça um grande esforço e disfarce por qualquer forma para que o publico nem sequer chegue a desconfiar de que elle se está rindo. a illustre Virgínia e o grande Tasso. mas que lhes pôde causar semsaborias. porque o publico ri conjunctamente. de preferencia ao de rampa. eto» Nas peças d'este género todas as coisas. e ás vezes fora de todas as regras da arte. que precede e prepara um trecho de canto. Tudo isto hoje está prohibido. applaudia estrondosamente. o chefe do piquete de bombeiros ou os seus subordinados passam revista a todo o theatro para que não fique alguma faulha que possa communicar fogo ao edificio.ílol DÍCCiONARIO em que demonstrava e 128 garem-se todos os outros e o auctor da obra ser prejudicado. porque temos significação. que dá bellas gargalhadas. Maria. Isto dava-se muitas vezes com o engraçadíssimo Izidoro e com o Taborda. O Roletes — São uns pedaços de madeira ou . sem o dever fazer. ou preciosos até á pretensão. se a situação o permitte. Em rodriguinhos foe Pe- ram eximios os actores Theodorico reira. para terem agrado. Vi uma vez a plateia patear. Quando estes casos se dão. porque lhes falta naturalidade. em choro ou em gritos estridentes. possuir tal faculdade E' a classificação que se dá a Revista certo género de peças. rios. consegue transmittir esse prazer a todos os espectadores e durante bastante tempo a sala inteira ri a bandeiras despregadas. dependem principalmente. seja para dar ao cantor o tempo de respirar e tomar fôlego. As revistas. grandes inventos. espectáculos. sinceramente. de um lado e outro da caixa do ponto. — Em todas as artes. modas. e quando já não podia rir mais. o rondo. e principalmente na opereta. expressão e movimento dos actores nas diversas situações dos papeis. que pôde fazer parte de uma opera ou opereta. com espigões dos dois lados. com as devidas explicações. guarnições do proscénio e as bambolinas respectivas e sanefa. entregando depois com tempo um ao machinista. etc. ao mesmo tempo que todos dançam em roda e com as mãos dadas. ficam aberturas por onde os espectadores vêem o que está por detraz dos pannos. As scenas podem romper por cima ou dos Aub pelo coro. é de effeito dras dá logar a seguro. Quando isto acontece é que se diz que os pannos rompem. que entram nos logares preparados para os receber e que giram para fazer levantar ou abaixar as cordas. ou as scenas estão mal montadas. Gonforme o fundo que a scena deve ter. Substituem chamam no com van- — — R Rompimento tagem os bastidores e as bambolinas. O seu estylo. Roteiro E' a relação. . outro ao aderecista e ainda outro ao director do guarda-roupa. contrareguladores. De bons roteiros se tiram óptimos resultados para as peças. E' uma canção com estribilho. dos objectos precisos para uma peça. e que. ordinariamente de meio metro de comprimento. pode dizer-se. ou romança^ é um agradável trecho de musica. sem pretensão. intercaladas no texto. R. Romanza Gomo acontece quasi sempre quando se trata de musica. aos gestos. O auctor dramático deve enRubricas cher a sua peça de rubricas ou indicações. d'um rythmo poético. exprimindo um pensamento completo. ha um rompimento em cada plano para. E' o director de scena ou o ensaiador quem tira os diversos roteiros. Quem pretende seguir a carreira do theatro. para melhor intelligencia e execução da sua obra. d'um pequeno poema cantado. O actor que não pôde pronunciar bem o R. tanto poético como musical. Os versos para o rondo são de costume divididos em quadras. Substituemse também com roupas os tectos e a parte superior de scenas a que a pintura não pôde dar a altura devida. completar a vista. mas como a successão não interrompida de phrases tão curtas e sempre novas seria d'um effeito fatigante. tendo principal- — — mente importância as palavras. deve. Ronda composta de varias coplas. A romanza. A roman^a é uma espécie de pequeno poema. ou é expressamente escripta para se cantar isolada. que se vão succedendo. e cada uma d'essas qua- — uma phrase musical também completa. terno ou melancólico. quando é gracioso. ás passagens a executar pelos personagens. mas o que tem o defeito contrario. mas cujo estribilho é repetido accordocom o pensamento do auctor. aos accessorios. ligeiramente traçado. simplicidade e commoção. cantadas por — qualquer dos defeitos. de maneira que a leitura attenta da peça e suas rubricas permitta uma boa enscenação e o desempenho dos papeis de — uma só voz. perder — lados. de caracter apaixonado. deve ser. que passam nas aberturas que os roletes teem. fallado musicalmente. aos movimentos scenicos. São de roupas os reguladores. Na opera-comica. aproveitamos os nomes italianos para designar o que queremos. Rompimentos — Também se theatro pannos rotos. R. é insupportavel. Diz-se que o panno de bocca é Roupas de roupas quando n'elle estão pintados cortinados. por todas as formas e com grande estudo e exercícios. o compositor contenta-se geralmente em alternar duas ou três phrases. carregar nos R constantemente e com exagero. Rondo E' uma espécie de recitativo melódico. Romper Quando o scenario não está feito á medida do theatro em que serve. Essas indicações devem ser relativas ao scenario. na maior parte das vezes vermelhos. aos costumes. é desagradável ao ouvido. com o panno do fundo. deue salientar-se principalmente pela clareza.bÒ TiiEAtkO PORTUGUÊS ferro. R. <J .I y . tal movimento adquire grande poder e produz notável effeito. dentro da qual. nunca os sabem. certos casos e em certas situações eminentemente dramáticas.Saber estar em scena — E' também uma das mais apreciadas qualidades do bom actor e da boa actriz o saber estar em scena. da mesma forma que as entradas de cada personagem. Alguns actores e principalmente algumas actrizes. anda. porém. mostrando. outros. sem todavia desviar as attenções em detrimento do actor que falia. Este. um poder e uma sagacidade dramática incomparável. entregando-se unicamente á sua arte. mas é difficillimo e reclama da parte do artista muita intelligencia e muito estudo. falia. conforme o exige a acção da peça e continua dialogando. passeiam a vista pela plateia e camarotes. como em tudo. pela sua parte. seguir attentamente o que elle diz e acompanhal-o com o gesto e com o olhar. como se na realidade fosse o perso- bem o cipalmente n'uma situação dramática. Estes troncam as phrases. deve sempre ter o maior cuidado na forma por que effectua as sahidas. insensivel a qualquer distracção externa. em qualquer género de que se trate. Isto faz perder completamente a illusão. Artistas ha que sempre Saber o papel sabem os seus papeis. O artista sabe estar em scena quando. na qual se en- contra envolvido e. Sahir á tyroleza calão theatral. conduz-se. nunca dão a deixa exacta e estão sempre hesitantes e atrapalhados. é uma rara qualidade e que poucos artistas teem em alto gráo. no momento em que o publico julga que elle vae desapparecer e quando estava quasi fora da sua vista. logo que entram em scena. ouvir interlocutor. João Rosa era também um dos nossos artistas que possuía esta quali- dade superior. é dizer-se nos bastidores costume «Ho/e não saem . distrahindo-se completamente do que estão fazendo e deixando perder todo õ effeito para o publico. Infelizmente no nosso theatro muitos artistas se afastam d'este grande preceito. existe apenas uma acção. Sahida falsa Ghama-se assim ao movimento do actor que. Uma das primeiras grandes Saber ouvir qualidades do actor é bem saber ouvir. absolutamente convencido da importância do papel que lhe foi confiado. antes recebem friamente scenas empolgantes difficil — Em — Em : e que costumam ser victoriadas. Basta isto para prejudicar uma peça e desmanchar o conjuncto da representação. fazer comprehender ao espectador a impressão que lhe fazem as pala- nagem que tro. na qual elle toma parte. as sahidas. prejudica o trabalho dos outros artistas e é em completo damno da peça que se representa. Prin- — de executar pelo artista. sahida desastradamente ordenada pelo auctor é muito Uma — preguiça. devem — ser justificadas pela situação e produzir-se da maneira mais natural. chegam a fazer cumprimentos para o publico e assim pas~ sam todo o tempo que se conservam á vista dos espectadores. ou por vras que ouve. ou por falta de memoria. quando os espectadores não applaudem. Emilia das Neves sabia como poucas ouvir bem. ouve. desce novamente. com o sentimento da realidade. representa. todos os seus esforços tendem a dar ao espectador a illusão mais completa. Sabida No theatro. Para elle não ha theanão ha publico. até que um bello dia desabou e nunca mais foi levantado. N'outros falta o representava a peça ou em theatros particu. A maioria d'elles teem uns sótãos hoje vive. que d'alli se dirigem para as fcplatéas Is. a começar pela de cima. Maria II. Amélia tem á disposição do publico o amplo o bello jardim d'inverno. era applaudido. O Theatro de D. Começou o des.* ordem. nem á tyrole^aln A origem d'esta phrase é theatro que tenha uma verdadeira sala de já seguinte: um actor medíocre. sibilidade dos espectadores. arrecadações para o material. tem na altura da i. principalmente. hoje nem sahiram á tyrole^a!» Devia ser uma sala Sala de concertos especialmente construída para a execução e audição de corjcertos vocaes e instrumentaes.das Flores. Salão Os nossos theatros teem quasi tocantou com o maior arrojo e os espectadores sempre impassiveisl Sahiu de scena furioso e exclamou: «Pois.exposto á intempérie. Sempre que a no se morre de frio e os pannos não enxugam.* ordem e com magnifica varanda para o largo. na altura da i. além de todos os outros ! I — — defeitos. O Real Theatro de Carlos tinha um bello salão nobre. porque a musica era realmente lindissima e elle ordinariamente lor. por obsequio. etç. Mas Cantou depois um duetto ea mesma impas. além do bom salão de entrada.no seu estafado repertório que aproveitam para tal fim. 66. Nenhum d'estes locaes está em boas condições. Snla Qc piiUura cesso. armários para deposito de tintas. foi para a scena. O couplets e o publico cada vez mais frio. que ainda pintura. Ahi as condições acústicas são péssimas. Quando sahiu de scena. houve apelares ou em pequenas terras da provincia. se por acaso benefícios. Já por vezes se teem realizado coHcertos na monstruosa sala Portugal da Sociedade de Geographia. e no verão se arde pelo excessivo cafazia. foi-se deteriorando. e. conferencias e bailes de mascaras e que em todas as noites de espectáculo está aberto ao publico. finalmente. sem nunca ter repaapontamento do actor.espaço para estender um panno inteiro Feita expressamente para tal fim. junto á praça exigente de um dos theatros de Lisboa. construído em sitio desabrigado. regoas. pela Sociedade proprietária do tou o peior que sabia o numero de entrada e Theatro da Trindade..o barracão." ordem um lindíssimo salão nobre. ficou impassivel. senhores. pelo que o governo o cedeu agora ao Centro d' Esgrima. Deve ser espaçosa. Este salão de entrada é o que dá ingresso aos |espectadores.Ôal^ WCCIONARIO r32 . na altura da 1. Sala de pintura commodidades. onde o publico fuma e passeia nos intervallos do espectáculo. bastante te. em recitas de nas uma única sala de pintura. Seguiram-se uns ros. Em Portugal não existe uma sala de concertos digna da arte e dos bons artistas. As emprezas entenderam dever vedai o ao publico e inutilisal o. de fácil — tei ac- Saláo dos o salão d'entrada.que parece incrível é que os theatros ultimamente construídos não tenham uma sala gas: «Estão de gelo! Mas não tem duvida. e. Não ha um único ou camarotes. para o que o tecto deve ser envidraçado. onde no inver. Can. O Theatro de D. Em Portugal não se tem pensado em tal. Aconteceu que em certa noite foi se lhe podia chamar sala. no Salão da Trindade ou no de D.z opereta de Offenbach. um elegantíssimo . Em alguns chove até. São Carlos e D. Realisam-se ordinariamente nos theatros. AUi trabalharam por o publico. amplas entradas. vão ver agot-a guando eu cantar a ty roleta! de pintura capaz São ainda assim os mais A isso é que elles não podem resistir! E lá antigos. disse para os colle. muita luz e bem dis- tribuida. communicando com o pequeno salão de entrada. pincéis. Tomou ares triumphantes. Foi um barracão representar a peça em frente d'uma plateia mandado construir de madeira.-npo Procopio e Lambertini. onde se dão concertos. Maria. Maria e no pequeno theatrinho do Conservatório. que possuem salas que melhor se podem aproveitar. por muito favor. ou. tinha. Estes teem de empregar muita cautella.* ordem. ou passada entre dois ou mais. quando entra A scena nos intervallos tervallos. trabalham . referindo-se aos mais notáveis artistas d'opera. . pela violência da ! : — pela descripção de um. Algumas gotas de gomma.» E. que dá firmeza á seda do sapato e a faz manter na ponta do pé. Muitas vezes se falia da scena lyrica como do theatro da opera. onde se representa o drama. Estas scenas precisam ser conduzidas n'um crescendo que.. onde até deveriam entrar as carruagens e com esse intuito foi feito. Scena escabrosa E' assim classificada a scena ou situação atrevida. reforçadas com algodão. — — Classificação dada pelos franSaynete cezes e hespanhoes. em que tem de se desmontar a scena e armar a do acto seguinte.» ordem. No traje d'uma danSapatos de dança çarina a parte mais insignificante e todavia a mais essencial ao seu trabalho são os sapatos. sem que se atine com a causa. Scena lyrica Designa-se assim symbolicamente tudo o que diz respeito á união da poesia com a musica. por exemplo. que produz piedade ou terror. Fallando-se das mais notáveis partituras. no final do acto. cios a corre-se o perigo de susceptibilisar os espectadores e obter o resultado contrario ao que se desejava. Os sarrafos teem outras diversas applicaçóes no theatro. Ultimamente para exhibição de animatographos. accrescenta-se: «Os grandes artistas da scena lyrica. provocando enthusiasmo. a dançarina deve esfregar os pés n'uma pouca de resina. que accommoda centos de espectadores. Também se chama scena dramática ao monologo isolado. O Gymnasio tem apenas o acanhado salão d'entrada e uma escura sala na altura da 2. . além do sj/5o d'entrada. fazem adherir o calçado ao calcanhar. O Theatro da Rua dos Condes. O TheaAvenida tem pequeno salão de entrada. e por nós algumas vezes adoptada. etc. — quanto apparece Chama-se scena ao ccnjuncto de tudo á vista do espectador. Isto consegue-se usando de uma grande reserva e quasi saltando por cima dé certas palavras ou phrases. Ainda que faça os seus estudos e exercí- — café. onde o publico poderia estar á vontade durante os intervallos do espectáculo: mas. e egualmente pelo jogo de scena. a mobilia. recitada por Scena dramática um só personagem.. Chama-se scena á vista que foi pintada segundo as indicações do auctor da peça. mas. Os cordões devem ser atados com cuidado.. . — delinguagem ou excesso de phrases equivo' que pôde ferir em demasia os ouvidos do publico e portanto precisa ser aligeirada pelo artista ou artistas incumbidos de a representarem. quando entra para scena deve calçar sapatos novos. na altura da i. comd esmandos phrase. no theatro. não tem salão tro ou sae qualquer personagem. muita habilidade para se salvarem a si e á scena escabrosa representada. mento — algum nem Assim se chama também á bamSanefa bolina que cobre a parte superior do panno de bocca. cuja ponta e costuras são acolchoadas. O Theatro da Trindade tinha o me lhor saláo de Lisboa. Também. «Quebella scena pintou o Machado » ou «Que bem disposta estava a scena !o ou ainda: «As scenas são muito curtas!» ou mesmo: «OactorF. Assim. tem no alto da sala um grande promenoir e um enorme restaurant e café. Chama-se scena ás divisões de cada acto. um salão melhor e mais espaçoso. Ainda se dá o nome de scena dramática ao theatro. de dois ou três personagens. enchia a scena /» etc. cahiu em sccmíi. aliás pequeno.». O salão da Trindade serve hoje apenas para bailes de mascaras e alguns concertos. tem outro maior. Tem no theatro diversas signifiScena cações. O Colyseu dos Recreios^ além do grande átrio. diz-se: «As obras primas da scena lyrica. O Real Colyseu tem á direita da entrada um comprido salão pouco aproveitado. O despreso d'estes pormenores pôde comprometter a artista. que a impede de escorregar E' um pedaço de madeira que Sarrafo serve para applicar aos repregos ou bastidores e que também se prega nas regoas dos pannos quando estas partem. Scena (A) nos intervallos Durante os in- — . e mais E' a que. adereços. etc. que dá ing:esso ás platéas e communica com o botequim. seja a vista. muito tacto. cas. postas com um fino pincel. junto ao arco do proscénio. commove a platéa pelas paixões que n'ella se desenvolvem. acontecifunesto. O Theatro do Príncipe Real. recitado em qualquer intervallo'. pos* sam explodir. com a ultima obra que lhe fizeram. para designar umas pequenas peças. pois que.. cortaram essa commodidade ao publico e essa belleza ao theatro. antes de entrar em scena. i33 DO THEATRO PORTUGUEZ 9ce foyer.'» «A actriz F. não o fazendo. isto é. diz-se. no gé- — nero comedia ou vaudeville. com sapatos gastos. A pateada é desagradável. em que o Príncipe de Galles falia do camarote. ou para o trabalho de um artista. no fim do Diccionario. que magniíico scenographo também. para resolver quaesquer negócios. dá os bilhetes de favor. Já citei com toda a justiça como bom um Eduardo Machado. que teria sido um grande scenographo em qualquer dores. Ginatti. e para não demorar os intervallos. faz os reclames para a imprensa. muito em uso e tanto em Portugal como em Hespanha. o Schiu! prolongado é quanto ha de peior em theatro. trata com os auctores e. A óptica do theatro exige o emprego de meios particulares para conseguir a verdadeira illusão e tirar grandes effeitos de pequeninas minudencias. traduzida do francez por Joaquim Augusto d'01iveira. que fazem verdadeiros milagres. manifestando-se desagradavelmente. os carpinteiros de movimento. Os diversos ^r^iíicaveis e repregos collocam-se nos logares que a pintura exige. por ordem do director de scena. mas nunca chegam á perfeição por ignorarem a maior parte das coisas que um bom scenographo deveria saber. Também fazia sensação a scena do Kean. os comparsas de scena e os illuminadores. Eduardo Reis. que é empregado de confiança. o Schiu! é sempre cruel. infelizmente. Os bastidores estão dependurados nas grades ou mastros que giram de cada dos lados da scena. no final de uma scena importante de qualquer artista. tem por fim darIhe variedade e não cançar o espectador. Os pannos do fundo estão suspensos do urdimento. Entre os actuaes distinguem-se Augusto Pina. ainda que seja feita por um guarda-livros. em que o e lados. e pricipalmente em França. platéas ou galerias. impondo silencio aos espectadores. e d'ahi dialogam entre si ou com os personagens que estão no palco. Scenas episódicas No theatro moderno as scenas episódicas teem apenas a importância de um incidente que. d'onde os fazem subir ou descer. teste. já se estranha quando em qualquer revista não ha quadro passado na sala. Scenographo E' o pintor que tem a es- Agora está isso pecialidade das scenas para theatro. scenas ha em que os artistas tomam logar nos camarotes. Em Port gal. os principaes teem sido estrangeiros: Rambois. da parte dos auctores dramáticos. — — — — protogonista vinha fallar para a orchestra. N'outro tempo isto era raro e por isso fez grande efFeito uma comedia intitulada Um escândalo. com excepção de Eduardo Machado. Scena perigosa E' aquella que. e a scena do Pae da actri^. mas ha sempre quem proI que se adaptam e seguram por meio de fechos ou cordas que os unem. esta manifestação do publico. Grandes pintores de quadros não saberiam executar uma simples scena com perfeição. O scenario compõese de pannos do fundo. pôde ás vezes salvar a situação. que só o bom scenographo consegue descortinar. alguns scenographos habilidosos. ferias da semana e ordenados mensaes. porque faz suppôr que o artista ou o auctor. traduzida no Brazil com o titulo de Sabina e em Portugal com o de Rapto de Helena. pelo modo de dizer e de representar. ha uma scena d'estas engraçadissima. O verdadeiro scenographo deveria saber muito dezenho. Segundo titulo No século passado houve a mania. ou no final da representação de uma peça. Scenographos V. que faz a correspondência. a quem é dirigido. repregos^ lados e fraldões. d'este. pintura. vencendo de quando em quando os que protestam contra os pateantes. o seu ajudante. finalmente. não devo esquecar o mestre era . o publico pôde tomar como indecente ou atrevida de mais. e que as — — . Scenas na sala Em muitas peças. architectura e — rarissimas vezes se ouve pateada.! Seg DICGIONARIO 184 afanosamente o machinisla. não deve alli permanecer nenhuma pessoa alheia ao serviço. ou pretende fazer calar a pateada. não são dignos de discussão. principalmente em revistas do anno. E' uma especialidade que possue segredos. Em todo o caso. visto que de tudo isto precisa para bem executar os seus trabalhos. dá sempre resultado. Dénis. o Procopio. vtrifica os pagamentos das diárias. Por este motivo. que devem ser reprimidos pelo contraregra. O Schiu! é aterrador. O Schiu ou quer impedir os applausos. que se começa a ouvir. Da mesma forma estão os rompimentos e os fraldões. Na Mariée de la rue St. E' terrivel para o auctor de qualSchiu quer peça. substitue sempre o emprezario no seu impedimento. pela situação ou pela phrase. Scenario Chama-se assim ás vistas que se apresentam ao publico para a representação de qualquer peça. redige as escripturas dos artistas. Esta arte. praticáveis. esculptura. O artista. e ainda temos. Muitas vezes. Temos tido. Por vezes ha abusos. Lambertini e Manini. Luiz Salvador e José d'Almeida. mais ou menos ligado á acção principal. Apezar de já muito conhecido o truc. auxiliados com muito estudo e pratica. palmas não sejam em maior numero. rompimentos^ basti- — — perspectiva. não tem havido grande progresso na scenographia. precisa ser cultivada por talentos de primeira ordem. segurando-os por traves de madeira ou varões de ferro com parafusos. Entrenós. que tem a seu cargo a escripta. para produzir verdadeiros effeitos. Secretario da Empreza Em todas as emprezas theatraes costuma haver um secretario. eque se representou no antigo theatro de D. mas nem sempre o consegue. Fernando. Os salões fechados são compostos de fundo parte do mundo. maior effeito proptuor é acompanhado de coros e orchestra. e por isso os artis. — — — — — — — — . E' costume va. durante a representação ou n'um intervallo finalmente cada um no seu posto. Quanto mais Septuor vozes ou sete instrumentos. As situaorchestra. conforme o theatro. ou batendo com as bengalas. o ponto no seu buraco. Soalho volante E' a parte do palco^coniSer reconduzido — Diz-se de um cantor prehendida entre duas linhas de afinação. a orchestra ou sexE' o cartão que os porteiros enSenha tregam a cada espectador que sae da sala tete no seu logar. No theatro a Serenada. cantada em tercetto cómico e aquella em não ha calhas. e grado é maior. As senhas teem ve estar e dá depois o signal para romper ordinariamente um ou mais carimbos. Quando uma peça alcança lados do panno. dado.ções podem e devem mesmo existir nas comedias e nas farças e passam então a chacos. Serenata Designa-se assina.orchestra. esta o palco não é feito em quarteladas e onde. quando explorado . Amélia. E' a parte do palco desde incomparável serenata do D. o publico costuma. abrindo um dos riar muito as senhas para evitar as fraudes. Sexteto Trecho de musica para ser can-j theor: Trinta annos ou a vida d^um jogador! Paulo e Maria ou a Escravatura branca í tado a seis vozes. Para mostrar o Signaes de desagrado Nos três dias de quartaSemana Santa seu desagrado por qualquer peça ou por feira de cinzas. Entre as serenatas de thea. do das peças! Eram nada menos que d'este S.— i35 DO THEATRO PORTUGUEZ Soa de dar um segundo titulo ás suas producções. Também é notável a do D. costuma dizer-se que fez sensarado pelo auctor para surprehender e enção. ou apenas.manifestar-se dando com os pés no chão. quinta-feira de endoenças e sexta-feira de paixão são prohibidos os es. mento imprevisto. Isto estendia as denominações por forma. ou três palmadas.q de .a orchestra.qualquer artista. Acontece algumas vezes que as emprezas teem paleada.. o contraregra manda sair de scena quem alli não de e que deve tornar a entregar-se para se poder voltar a occupar o logar. Tempo houve em que os espectáculos eram blico antes de começar o espectaculo. tendo agra. — — ^ .caracter. duzirá. que o artista. costuma chamar-se um septimino. de Donizetti. dando tas teem ahi o seu maior descanço. Trecho de musica para sete thusiasmar os espectadores. tocam n'um theatro sete músi. de MoSoalho fixo as linhas de afinação até ás paredes lateraes zart. Além do preço do logar que o es. renovando-lhe a escriptura. diz-se A palavra septuor é latina. Quando sôa a hora annunciada e tudo está prompto. coro femininino.. nem alçapões. que quasi nos titulos desvendavam o enre. sendo extraordinariamen. Paschoal. João. Por vezes o se. Carlos quando. Serenata. tante contraria os actores. Juanita e Boccacio. de Suppé. podendo citar-se calhas.patear^ assobiar e dar gritos de indignação. concerto o sextéto é uma composição para Roberto. João.ser as três pancadas solemnes no chão. GymSello pectador pretende occupar.^ em prohibidos desde domingo de Ramos até todos os theatros está adoptado o toque de domingo de Paschoa inclusive. Quando.vididas em quartelladas até o ultimo plano. canta debaixo das janellas da sua apaixonada. do Porto.O mesmo se diz dos cantores do theatr. Também se fe de salteadores! ou o terremoto de ijSSI e quasi todos por chama sexteto á reunião de seis músicos que tocam em diversos theatros.inesperada fór a situação.. costumam as nossas platéas pectáculos em Portugal. cuja importância produz Houve epocha em que as serenatas eram uma considerável mudança na respectiva 5ípratinho obrigado das operas bujfas ou de iuaçáo dos personagens e desperta na almeio. E' o lance dramático prepaSituação te festejada. ou mar-se situações cómicas. Signal de começar fazerem qualquer digressão fora de Lisboa. o emprezario o contracta para a epocha seguinte. esta forma. é uma canção de caracter amoroso Situação inesperada n'uma acção dramática. isto é. Nos theatros em que as da D. em logar de V. cheseis annos ou os Incendiarias O Marque^ de Pombal seis instrumentos concertantes. Para chamar ãpur. Operas-comicas e operetas ha e a do fundo. podem forme as vezes que servem. o que bas. todo o acontecie terno.. Titulos de peças. que. tem a pagar nasio e Principe Real.ao regente da orchestra.acompanhamento de coros e orchestra. que costumam Chega por vezes a não deixar continuar o aproveital-os para descançarem em casa ou espectáculo. Ha sextetos em D. drama. dido theatro de S.• mais a importância do sello correspondente. por vezes também com Maria ou vinte annos depoisl Ha deze. o soalho é todo fixo. con. fazer signal com a cabeça Sensação verdadeiro agrado. Quando a manifestação de desade dar peça nova em sabbado de alleluia... — — — Em — • — — — . além de então ha ensaios n'esses três dias.ma dos espectadores a commoção e o estro cita-se acima de todas a maravilhosa e panto. D'uma peca cKeia de effeitos. onde não ha quarteladas nem que teem bellas serenatas. tudo o que o acto exige. fazendo o galan. a scena com grave prejuízo para os theatros. em vez que é peça com bellas situações. o que era de campainha eléctrica. . N'um theatro dirigido por Societários uma sociedade artística. Rey-Balla (1866). regado da execução de um ou mais solos na representação de uma opera. sendo as primeiras: Marianna Albani e Luiza Gerbini. Barili (1841). etc. Sopranos notáveis que cantaram no Angélica CataReal Theatro de S. Pena é que assim aconteça. Erminia Borghi tali (1880). Esta castração para os cantores era apenas feita nos testículos. e o Montepio Philarmonico. não trabalhando para tal fim. A voz mais alta da mulher. Rossi-Cacia (1843). que conduzem ao termo da sociedade. Por vezes se teem e particularmente em — Lisboa. Anaide Castellan (i852). que foi estimadíssimo em Lisboa. que fornece trabalho aos sócios. Clara Novello (1 85o). que teem real- rolina Sannazaro (i85i). os artistas divi- — — dem-se em duas classes : societários e contractados. canto religioso ou concerto. com os seus acompanhamentos NePatti (i885). Maria Sass (1874). Houve sopranistas muito notáveis e alguns vieram a Portugal. Maria Emma . mas egualmente se dá o nome de soprano á artista que possue tal voz. porque os artistas. instrumenta*. Elisa Volpini (1864). contam-se: Domingos Caporalini. e depois voltou mais tarde. Emma Turolla (1881). estabelecendo. Maria II. Em 1801 veio ao treatro de S. teem Sopranistas Eram homens castrados. que soífreu varias modificações e a sabida de bastantes sócios. que causou no publico verdadeiro fanatismo. No fim do anno de 1799 voltaram a cantar no theatro as mulheres. Carlota Marchisio (1867). representassem. Ortolani Tiberini (i8^3). Marcel- mente valor. soffrem a toda a hora as consequências do seu desleixo e falta de união. Theodorini (1886) vada (1887J. Carolina Neri-Passerini (1816). Giuseppina De-Reszké Bellincioni (i883).) Luigia Boccabadati (1*840). Solista — Cantor ou instrumentista encar- passam a societários. Fortunata lina L oiti (1859). recebem os dividendos e correm o risco dos prejuízos. posto que bastante desunidos e em constantes rivalidades. realisada antes de chegarem á puberdade. que cantou logo na abertura do theatro e muito agradou.se grande rivalidade e partidos entre ella e o sopranista Crescentini. as sociedades de actores não vingam entre nós. as eleições dos corpos da direcção e a divisão de lucros.Sop comprehendendo também çapões. teem ainda assim conseguido conservar a Associação Musical 24 de Junho. Michele Cavanna. podendo servir de modelo a Societé des aucteurs et compositeurs dramatiques de Paris. por ter o governo de D. Solo Trecho de musica para ser cantado por unaa só voz ou tocado por um só — (1860). Laura Harris (1870). Não é só á voz que se chama soprano. Natale Rossi. Marcella Sembrich (1884). de Lisboa. opereta. Giovanni Grilli. DICCIONARIO as calhas e os al- i36 Sociedades artísticas formado em Portugal. até que o governo poz o theatro a concurso e o adjudicou a uma empreza particular com a obrigação de conservar os sócios classificados. as rivalidades na distribuição de papeis. havia conservado e desenvolvido no órgão vocal o timbre da voz de soprano. Cepeda (1879). Gustavo Lazzarini. Francesco Angelelli. Nos coros a quatro vozes. Tedesco Fricci (i858). como foi a ultima do theatro de D. Giuli-Rossi (1857). As constantes divergências no modo de administrar. Os auctores e compositores portuguezes. sendo emprezario de sociedade com outro sopranista. Ida Benza (1869). annexo áquelía e que tem a forma de associação de soccorros mútuos. Ca- — — — sempre prosperado no estrangeiro. Sociedades de anctores e compositores Estas utilíssimas sociedades. Regina Paccini (1888). Maria I prohibido que as mulhere". opera-comica. tendo umas por sócios artistas dramáticos e outras artistas músicos. Contractados são os que recebem os seus ordenados e nada teem com os lucros ou prejuízos dos sócios. Com pequenas excepções. a mais alta é a de soprano. Galletti (1873). Paulina Sicard (1825) Constância Pietralia (1825). Carlos lani (1801). sociedades artísticas. Soprano Uma grande parte dos papeis femininos das operas são de soprano^ porque taes vozes abundam muito mais do que as de contralto. aos quaes a amputação dos órgãos sexuaes. promovendo e zelando os interesses dos escriptores dramáticos e dos maestros. A maior parte das Sociedades Artisticas formam-se para digressões ás provincias ou ilhas. Carlos. Infelizmente em Portugal nunca vingou nenhuma das tentativas n'este sentido. Mamo Gemma Devriès (1884). Muitas vezes os contractados. Bendazzi (1861). Felizmente pouco depois deixaram de vir a Lisboa os sopranistas^ cedendo o logar ás grandes cantoras da epocha. o celebre Grescentini. d'orchéstrà. dramáticos que tão bellos resultados teem produzido. Bianca Donadio (1881). Fidès (1882). Marietta Spezzia (i836). Vi(1877). Adelaide Borghi-Mamo (1864). Agradaram também muito outros sopranistas : Vincenzo Fedele. N'esta ultima classe. Maria II. poderiam tratar dos seus interesses e engrandecer a arte. Adelaide Varese (1824). qve cantaram no Real Theatro de S. Em Lisboa ultimamente existiu a do Theatro de D. Entre os sopranistas mais distinctos. são quasi sempre os pomos da discórdia. conservando-se aqui seis annos seguidos. Carlos a celebre cantora Catalani. Societários são os que fazem parte da socidade. Augusta Albertini (1044). Luiza Mathcy (i836. A Sociedade artística que o explorava tinha as mesmas regalias que a empresa de 5. obtêem grande successo e fazem brilhante carreira. durante as scenas em que não entram. Boccacio. Pêra de Santana^. Subterrâneo quando os applausos dos espectadores obrigam a subir e a descer o panno para apparecerem auctores.i37 DO THEATRO PORTUGUEZ Suo Van-Zandt (1888). (1901). servindo-se para isso do cordão de uma campainha eléctrica que para tal fim junto d'elle está collocado. a todo o fundo e com mais ou menos altura. três e quatro andares. O Theatro de S. — E' muito difficil prever um Successo grande successo no theatro. é o regente d'orchestra quem manda subir o panno de bôcca. Quando um artista adoece Substituir ou sae da companhia. vão decorando á medida na scena — O fatalidade ha theatrosem que os subterrâneos estão cheios de arrecadações e de camarins de artistas e figuração. artistas. N'outro tempo. montadas sem cuidado nem despesa. Arkel (1802). diz-se que essa peça sobe á scena. Nadina BuliciofF (1889).. em todos elles. o artista condescende para não prejudicar a empreza. arrastarem-se miseravelmente durante algumfis noites. o papel de que se encarregaram e chega a parecer que o sabem. Subir o panno Nos treatros de opera ou opereta. sem tempo para se preparar. A exploração do theatro lyrico é actualmente dos melhores negócios que existe em Portugal.. Carlos. Para maior — — o manda descer. Carlos gosou — que a representação vae correndo. isto é. representada .o panno e o ponto quem raneos são muito imperfeitos e o seu movimento é ainda quasi primitivo. mesmo nos bastidores. Nos theatros de declamação é o contraregra quem manda 52. eram difliceis. Muitas vezes. Também foi cortada a subvenção pecuniária de que por muitos annos gozou o theatro de D Maria II. como aconteceu com o Santo António. é sempre o contra-regra quem dá os respectivos signaes. Snbir á scena Quando uma peça se representa pela primeira vez em qualquer theatro. publico quasi não admittia os confrontos e ia assistir a elles sempre mal disposto.^/. as substituições hoje são fáceis e vulgares. ao passo que. outras peças. Grã-Duque^a. cahirem redondamente na primeira recita. com as suas calhas. Assim se chama aos subsiSubvenções dios que o Estado concede a alguns theatros com o fim de proteger a arte e sustentar condignamente as primeiras casas de espectáculos do reino. Darclée (1893). scenographo ou machinistas. devem corresponder exactamente ás aberturas que haja no palco. Adalgisa Gabbi (1891). quando uma peça obtinha verdadeiro successo. mas chamando-se então primeiro ao que fica mais em cima. N"outro tempo isto era um pouco arriscado. Em os qualquer theatro. Foi bem supprimida essa estravagancia n'um paiz pobre. próximo da scena e assim successivamente na ordem descendente. alçapões. Mendioroz n89r). porque raro era agradar o artista que fazia a substituição.. Ainda não ha muno tempo. theatro de graça e obras importantes quasi todos os annos. etc. Assim se chama Subterrâneo ou porão ao espaço que fica por baixo do palco de um theatro. Hoje. dotados de excellente memoria. Emma Garelli. que giram apenas no primeiro pavimento. Bianchini Capelíi (k^oS). Actualmente nenhum theatro em Portugal é subvencionado com verba certa. a toda a largura. com excepção das calhas para os carros dos tangões dos bastidores. Nos nossos theatros os subter» presentações. Hoje é preciso que o successo seja enorme para se contar com 100 representações! Fez apenas a isto excepção a revista O da guarda. Eva Tetrazzini (1889). quando o publico era mais exigente e os artistas mais tremiam das suas respon- por muito tempo de larga subvenção pecuniária. Por baixo do palco ha muitas vezes dois. etc. tem de ser substituído. pois que já não é pequeno subsidio ceder a uma empresa gratuitamente o theatro e todos os annos n'elle gastar importantes verbas em obras. — quando muito. Noite e Dia. Alguns. todos os dias se fazem substituições e as peças agradam da mesma forma. Tim Tim por Tim Tim. Vê-se todos os dias peças em que se depositam grandes esperanças e com que se gasta rios de dinheiro. se teem sangue frio para se apresentarem. sabilidades. Barba lA^ui. Acontece que esse artista mal conhece a peça em que tem de entrar e não ha tempo para qualquer ensaio. ou descer nos tinaes dos actos.. Como esses pavimentos são aproveitados para o movimento inferior da scena. Bonaplata (1895). ensaiador. alcançava duzentas ou trezentas reou. só prevenido á ultima hora de que tem de fazer uma substituição. que apenas recebe leis da própria inspiração e da natureza do assumpto que trata. Boieldieu. é desconfiar dos cartazes. n'essas situações. para ter alterações. excita a sua attencção. que. presos á parede por molas. Actualmente os modernos compositores envergonham-se de fazer symphonias para as suas obras. A symphonia dispunha bem o publico. appare: — — vaudeville. ou offendam a moral publica. Bellini. Umas vezes por doença de um artista que tenha papel importante. suspendendo-se as suas representações. que o publico tem sempre a fazer. outras por questões da empresa com o auctor. Meyerbeer e outros. . Quando todos os instrumentos de corda de uma orchestra teem surdinas. São nas plateas os legaSupplementos res que d'antes tinham o nome de dobradiças. sem que tenha valor para isso. antes seja elle a ultima surpresa. a acção complica-se e só tudo se explica pelo desenvolvimento final. Rossini. mais se enreda. São incommodativos assentos. E' uma pequenina peça de maSurdina deira ou metal. mente! Quando uma peça Successo de estima é na sua primeira representação muito festejada pelos amigos do auctor. Muitas peças antigas. o som revestese de um tom melancholico e triste. Méhul. augmenta o seu interesse e faz-lhe crescer o desejo de ver p desenlace. Entre elles. que hoje começa logo a ouvir trechos muitas vezes para elle incomprehensiveis. e que só se vendem quando ha grandes enchentes e não é possivel — — obter outro logar. Mozart. ou mesmo drama symphonia é quasi sempre formada pelos melhores trechos que contém a obra. Herold. por diversos motivos. Donizetti. com qualquer surpresa. Para que uma peça excite verdadeiro interesse.. que assim parece ficarem incompletas. Cherubini. Symphonia E' a musica que a orchestra executa antes de se levantar o panno para começar uma opera. Weber. Houve tempo em A — que. Verdi. nunca se deve poder adivinhar o seu desenlance. opereta. Sym O DIGCIONARIO i38 mais de 25o vezes no theatro do Príncipe Real. pode affirmar-se que — foi um successo de estima. começam por estas palavras: Grande successo! E muitas vezes a peça desagradou completa- cendo de repente. A acção da peça depende unicamente da imaginação do auctor. Na acção theatral a surpresa Surpresa é produzida por um facto importante. que produz um encanto e um enternecimento profundo E' um precioso recurso para o compositor que d'elle sabe usar. por ordem da auctoridade. ou falias de qualquer peça. d'um caracter particular. Mais propriamente se chama agora Abertura á musica escripta para se executar antes da obra. Outras vezes são supprimidas por serem pateadas. para todos os seus trabalhos de theatro. finalmente. quando essas representações provoquem tumultos. que se applica aos instrumentos de corda. para soffrer cortes. Suspender as representações A carreira de uma peça pôde ser interrompida. assim fizeram Gluck. um accontecimento imprevisto. e. Por ordem da auctoridade Supprimir são por vezes supprimidas scenas. N'outrõ tempo usava-se muito acompanhar com os instrumentos em surdina algumas scena patheticas e enternecedoras. tinham a rubrica «Harmonia na orchestra». siirprehende o espectador. opera-comica. quando a situação o admitte. o qual torna surdas as vibrações. Hoje raramente se lança mão de tal recurso. Effectivamente a peça. os grandes mestres escreviam óptimas symphonias. diminuindo portanto a sonoridade. que constantemente e no annuncio de todos as peças. e ainda por se- — rem longas. que se arrancam com facilidade para não rasgar o papel ou o panno. Na ta hella se marcam as horas do ensaio. ou os reprégos ás grades. «a peça levou pateada» ou «a peça apanhou tacão!» diz-se indistinctamente: O^/recfor. As tacholas são tachas grandes e prias a Taboleta com cabeças pró- poderem arrancar-se facilmente. — N riamente. Pisar as taboas. Assim. é bom actor. theatros de segunda e hoje mandam annunciar os seus espectáculos por meio de Taboleta — Alguns terceira ordem aindíi ESPECTÁCULO N? AVISOS grandes taboletas^ em que são affixados os cartazes.) Tacão — No theatro — é sy- PHANTASTICA OL'AS nonimo de pateada. qualquer serviço extraordinário e as multas em que algum artista tenha incorrido. tacholas Pregos que servem para pregar os pannos ás regoas. quer dizer ser actor. logar bem visível do palco. ou antes.cá secng _^4^^ íá«-<^*»***s^^ SESSÕES Tabeliã terminar todo o serviço do dia seguinte para os artistas e empregados do theatro. ENSAIOS AMÉLIA nimo de theatro. — . São conduzidas por homens. ^ HOJE OUVAE-OURACH/^ RCVISTA MULTAS li.T em Tabeliã— Papeleta collocada n'um quadro. Servem principalmente quando as companhias viajam. Talento No theatro o /a/en/o é a aptidão e disposição natural para a arte dramática. o que quer dizer que nunca foi multado O actor relaxado está sempre na tabeliã. da scena. Também é ta' blado o estrado ou palanque que se arma expressamente n'uma sala ou n'outra qualquer casa para ahi se representar provisopalco. O artista caprichoso gaba-se de nunca ter ido á tabeliã. a peça ou peças que formam o espectáculo. a fim de deTablado Dá-se este nome á parte do onde se representa. conhece o palco. que com ellas param nos sítios de maior passagem. 'Pisa bem as taboas» isto é. Taboas — Em linguagem theatral a pala- THE ATRO vra taboas costuma empregar-se como syno- D. as tapa por completo. Tangôes São as grades de madeira. Para maior segurança. e que teem para contrabalanço os pe- descem e soTambor nas caixas próprias. presos aos carros que giram no primeiro pavimento do subterrâneo e a que se prendem os sos que bem — — E' synonimo de alcatifa e serve Tapete para cobrir o soalho do palco quando a scena representa uma sala. N'estes theatros deve portanto haver mais do que um. para que não fiquem á vista do publico as irregularidades e pouco aceio — do soalho.E' muito limitado o numero de palavras que se applicam unicamente ao theatro. no theatro édar ás palavras. que se collocam a cada um dos lados da scena. Assim estão egualmente outras que se applicam indiíFerentemente á arte dramática e a outras que concorrem para a sua riqueza e esplendor: a litteratura. os mastros ou grades. Segundo as necessidades de occasião e para variadas applicaçóes. Technologia theatral . Alguns ha que brilham pela alegria. a arte de vestir. pannos. aquelle manifesta-se em arrebatamentos apaixonados. que se conserva em todas as scenas. a mechanica scenica. Nos theatros de comedia. interpretação diversa e especial. Válvula. Tardoz diz — As costas. a pintura. costu- mam Tangôes ser reforçados ferro e ter uma espécie de degráos. outros são expansivos. pelo calor. Ainda hoje se usa pôr tectos nos Tectos salões" fechados. de todos conhecidas. o talento apparece claramente. o sexo. a dança. ou occulta-se. Por baixo do tapete costuma haver uma cobertura de lona. Tapadeiras — São os repregos de qualquer salão pintados ou forrados de forma que. colloTangôes de luzes cados em frente d'uma porta ou d'uma janella. Tangôes de luzes São os que estão jun- com chapas de quando se manda pintar uma vista pela parte de traz de outra: «pinte essa scena no tardo^ da outra». prin- cipalmente o de bôcca. o que completa muito a scena. O publico avalia o talento de qualquer actor pelo maior ou menor prazer que elle lhe causa.Tol DICCIONARIO lados. Tambor — E' o cy lindro onde enrolam as cordas que prendem os pannos. Ha também veis. Os bastidores ficam sempre um quasi nada r. ou fios para a electricidade. pedir os logares que deseja ao bilheteiro — com a vista de sala. Para 140 O talento manifesta-se nos artistas por forma tão variada. Actores ha que teem o modo de representar concentrado. para agradar verdadeiramente por qualquer das formas é preciso que o actor cebem a luz por meio dos cannos de borracha para o gaz. Essas palavras estão disseminadas n'este diccionario pela ordem alphabetica. ou manifesta-se discretamente e com difficuldade. brilha de forma irresistível aos olhos dos espectadores. Emtodoocaso. re- edade. Tampo dos alçapões V. o género. que é impossível analysal-o na sua generalidade. em que muitas vezes na mesma recita apparecem trez ou quatro salas diversas. isto é os tangôes. fazendo a continuação da parede. este é dotado d'uma ternura enternecedora. pela verve. a fim de que estes possam correr livremente quando tenha de se fazer mutações de scena. estantes de livros ou outros quaesquer com mo- tenha talento. por vezes. . bastidores. também n'este diccionario se verá a significação de diversas palavras no theatro. ou mastros. pela graça. ou parte detraz dos etc. para quando seja preciso por elles subir. repregos. a musica. ha o tambor graduado. Segundo a não o impedirem movimento dos carros a que estão presos os bastidores. O que acontece. tapadeiras com porta falsa.ais curtos do que os tangôes. N alguns theatros são os tectos substituídos por bambolinas de roupas ou pinta- — das d'acordo — to ao§ bastidores e illuminam a scena dos E' convenientíssimo o teleTelephone phone em qualquer theatro para o publico. seria inconveniente apresentar todas com o mesmo tapete. etc. outros conseguem o seu fim pelas qualidades de finura. delicadeza a jovialidade. a natureza de tal ou tal papel. Assim se bastidores. em que seja possível. E' este o telephone da rede geral. Africana. João. é claro. por este motivo as letras pátrias caminhavam a passos lentos e assim por consequência o theatro. Corrado Miraglia (i8. Ainda se chama theatro ao logar onde se passa um accontecimento qualquer: «O theatro onde se deu o crime. De Marchi Tamagno (1894). Ebrea. Theatro a concurso Os theatros que não pertencem ao Estado quasi nunca são postos a concurso. quasi sempre que ficava vago era posto a concurso. Mariarcher íi8q3). Por theatro pode entender-se a arte dramática. a arte de representar... que tem o seu logar principalmente na opereta.141 DO THEATRO POkTUGtJE^ Theatral tral the para se fallar para as redacções dos jornaes. Masini (1873). como qualquer outra propriedade. Ha muitos tercettos nas operas. a de tenor occupa o terceiro logar. a que mais sobe. O que iodas são obrigadas a ter e pagar é o telephone para a repartição dos bombeiros. Uma das nove musas. Fazia excepção a esta regra o theatro de S. alugam-se particularmente. Para classificar também se diz: theatro cómico. Care Theatro — E' pôde ter — O — — — propriedade do Estado.» etc.. Esta voz sobe uma oitava menos do que a voz de soprano. Em concertos instrumenlaes. Tenorino ainda que ahnada. para os médicos. Garbin (1899). com ou sem acompanhamento d'orchestra. a Terpsichore deusa da dança. A voz natural do homem. Ainda também cabe a phrase ao que. A deusa da Thalia comedia. Volpini (1846). Theatro em Portugal Nos primeiros séculos da monarchia apenas se encontram vestígios de umas representações mimicas. Bonci (1899). Gayarre (i883). a todos os outros artistas sobrelevam os tenores ào Guilherma Tell. De BassiBrogi (18S9). apezar de pertencer a uma sociedade. Delmas (1898). Baldanza (1847). assim se diz: «O theatro Portuguesa ou «O theatro de Garrett». — Diz-se que uma peça é theaquando tem todas as qualidades precisas para produzir effeito e agradar ao publico. Mário Tiberini (1873). Lúcia. com Tenor excepção. Fancelli (1872). — bem complexa esta palavra diversas accepções. A mesma phrase é dirigida áquelle que em scena prejudica o trabalho dos collegas. Maria. Duc (1893). acompanhadas de dança. De Lúcia (1898). o ensaiador e os auctores. (1879). Roberto o Di:ibo e quasi todas as operas. que também pertence ao Estado. é posto a concurso mediante programma mandado elaborar pelo governo. Marconi (iSgS). é a de tenor. Pietro Mongini (1862). Nery-Baraldi (1857). Uma das nove musas. ni (18S4). que não passa de uma voz falsa. E' o tenor de pequena voz. canTercettõ tado a três vozes. Pôde egualmente a palavra theatro referir-se á collecção de obras dramáticas de um paiz ou de um auctor. Fora da nossa especialidade ainda a palavra theatro tem diversas applicações. pois. para fazer valer o seu. A voz mais alta do homem. Nas operas-comicas o mesmo acontece. Naudin (1867). Ambrósio Volpini (i856).. theatro dramático. Nos coros a quatro vozes. etc. Raffaelle Mirati (i858). que. Luigi Bollis (1876). Enrico Tamberhck (1S44). Gabrielesco {1890). Carlos belli (1804). Flávio (1843). Aos que possuem esta voz dá-se o nome de tenores. das mais opulentas construcções até ás barracas de feira. da de sopranista. o tercettõ ou trio (palavra italiana) é uma composição executada por três instrumentos. onde se representa. Assim acontece egualmente ao theatro de D. adulando o emprezano. Huguenoties. Inquestionavelmente foi Gil Vicente o los. João Paganini (i836). Os nossos antepassados entregavam-se de preferencia aos exercícios da caça e outros que os adestrassem na arte da guerra.')3). que d'ellas depende. a que davam o nome de momos. Tenores notáveis que cantaram no Real Domingos MomTheatro de S. melhor beneficio e melhores papeis. A phrase de calão ntem Ter presilhas presilhas» é usada no theatro para indicar o actor que. Assim. Caetano Fraschini (1859). O logar de primeiro tenor é um dos mais importantes da scena lyrica. Nicolini (1870).. assim como das companhias de opera-comica ou opereta. do Porto. E' um trecho de musica. são fixos ou portáteis e existem desde os tempos mais remotos. sem ter grandes méritos. emprega meios e modos para ter mais ordenado. usa uns processos para illudir o publico e fazer-se applaudir. que algumas emprezas não teem por economia. theatro trágico. Theatros podem ser os edifícios ou logares onde se dão espectáculos. operas-comicas e operetas. Fausto. Eugénio Musick — Terpsichore Tlialia — — (i85o. — . Propheta. logo depois das vo^es de mulher. Real Theatro de S. Maria e nascimento de D. onze farças. e opulentada por D. um talento robusto. João IV. As peças do primeira tragedia. uns residindo na sua pátria. canto. consistindo n'isto o seu único merecimento. coros. mutações frequentes. varias trovas. Maria I prohibiu que as mulheres representassem. machinismo deslumbrante. Francisco Manuel de Mello. não se atreviam. que. em cujo desempenho tomou parte a muito distincta actriz . entre os quaes D. fez nascer um novo género de litteratura. etc. Sá de Miranda lançou os fundamentos da escola clássica. visto que as duas litteraturas caminhavam a par. Estava perdido o theatro nacional apezar da abundância de escriptores portuguezes. que tomou depois o nome de Boaventura Machado. Não havia escola nem obras que elevassem os actores. quanto possível. posto que inferior ao mestre. e que os castelhanos conheciam por imperfeitas tradncções. As comedias magicas foram inventadas pelo celebre cómico Simão Machado. Da leitutura das obras de Gil Vicente deprehende-se que ellas eram representadas nas egrejas. já então restaurada em Itália. de presando as obras dos que em outros paizes o haviam precedido. pela influencia da epocha. que muitos foram. dirigida pelo actor António Rodriguez. foi também com ella arrastado o theatro portuguez. Foi depois ali ensaiador Nicolau Luiz. dirigida florescia a litteratura dramápor Lope de Vega e Calderon de la Barca. No século xvni o theatro mais afamado foi o do Bairro Alto. era ainda baseada no O mesmo trágico acontecimento. levar-nos-hiam a julgar exagerados os elogios tecidos ao insigne cómico portuguez. escrevendo intitulada Castro. Por esse tempo a rainha D. Gil Vicente mostrou nos seus trabalhos. cabe-lhe o maior triumpho que teve o theatro clássico em Hespanha tica. não tendo durante dois annos apparecido mais tragedia alguma. havendo-se perdido a nossa litteratura. o que tornava enfadonhas as suas comedias. O discípulo mais notável de Sá de Miranda foi António Ferreira. etc. propriedade e elegância de estylo. as operas portuguezas. desconhecer completamente as regras que os antigos haviam determinado. A introducção em Portugal da opera italiana. princípios e opiniões. Pouco depois da fundação do theatro portuguez por Gil Vicente. As suas comedias Os Estrangeiros e Os Vilhalpandos mostram terem sido moldadas pelas de Terêncio e Ariosto. Foram pela masma epocha muito estimadas as comedias de Jorge Ferreira. as tragi-comedias sagradas e as comedias magicas. seria porem um grave erro comparar os tempos passados com os presentes. da vida real. Ainda assim. Com a dominação castelhana. um insigne poeta. que se representaram nos paços dos reis D. A primeira obra de Gil Vicente que se representou foi a visita ao parto da rainha D. Algumas se re- presentaram no pateo da Bitesga. no pateo do Conde de Soure. Seguiram-se a estas varias obras. (Vide este nome e Theatro do Bairro Alto). porém teve a gloria de estabelecer um género de theatro nacional. viveza e animação de dialogo. Aquellas devem a sua origem aos Jesuítas e foram representadas nos claustros com o maior apparato. o que apenas se exigia era perfeição no scenario. a que depois nos deu Quita. as suas quatro comedias. a afastarse d'aquella escola e escreviam mesmo em castelhano. havia mutações de scena por meio de cortinas. animada por D. situado á Rua da Rosa. auctor do Belisario e d'outras peças. acompanhadas de grande orchestra. lhe deu nova direcção. baile e diversas machinas. de quem tinha talvez o talento e a erudicção. nos palácios reaes e em outros logares. que constam de dezesete autos. Manuel de Gallegos e Rodrigo Ferreira. que se repetiu juntamente com um novo auto em que entravam seis pastores. posto seja prováantes d'elle se terem representado algumas peças no gosto das do castelhano Enzina. musico distincto. dez tragi-comedias. postas em balanço com os actuaes costumes. primeiro auctor e primeiro actor portuguez. Os actores representavam já então em palco mais elevado que o local onde estavam os espectadores. As operas de António José e muitas outras do theatro do Bairro Alto foram representadas por bonifrates. consideradas segundo as regras que os antigos haviam ordenado para taes composições. João III. e os próprios portuguezes. assombraria o mundo litterario. Ali se representaram as operas do infeliz António José. observância fiel das regras mais rasoaveis e copia. assumpto foi tão bem escolhido. florescendo na actualidade. a 8 de Junho de i5o2 . João V. outros em Hespanha. Manuel e D. São d'isto testemunho as suas obras de devoção. Ao contrario. a 142 pae do theatro portuguez.Th© vel já DICCIONARIO portuguez. e aproveitavam se machinas que de ha muito serviam para as pantomimas. nas matinas do Natal. mas com uma notável pureza de linguagem. Comediantes hespanhoes aqui vinham apresentar o seu repertório. Os artistas agradavam principalmente quando proferiam as maiores indecencias. faltando-lhe porém a veia cómica. O talento de Gil Vicente.constando de um monologo pastoril de doze estancias. No começo do século xix esteve funccionando n'aquelle theatro uma companhia hespanhola. João III. em que este auctor pretendeu conciliar o género romântico com o clássico e hoje apenas admiradas pelo magnifico estylo. e que os modernos teem mais ou menos admittido. Pouco depois appareceram ainda dois novos e monstruosos géneros de composições theatraes. Príncipe Real. que depois foi grande cantora Luiza Todi. Sisnando. mandaram se inaugurou a 3o de junho de 1793. Foi adjudicado á empreza da Trindade e mais tarde a Santos & C*. Tasso. Ricardo José Fortuna e António Xavier Ferreira de Azevedo. Vingança. Santos. Victorino. João de Menezes. desenrolou a bandeira das economias. a regeneração Lisboa. traduzido pelo capitão Manuel de Souza. optimamente reputados no theatro moderno. Camões do Rocio^ Marquez de Pombal. Pouco depois de funccionar o theatro. apresentando o seu Auto de Gil Vicente. Manuela Rey. e por consequência o theatro portuguez teve a sua verdadeira edade de ouro. D. Alguns capitaentre os quaes o Barão de Quintella. deixou-nos Emílio Doux. D. Operários.. The Cecília a A irmã d'esta.143 DO THEATRO PORTUGUEZ Rosa d'Aguiar. Rosa pae. chamou ao campo da litteratura dramática muitos talentos nacionaes. Luiz da Costa Pereira. Theodorico. este obrigava o theatro nacional a dar preferencia aos originaes. Cezar de Lima. Alfageme de Santarém. Homens ricos. A' custa de incalculáveis trabalhos e mil contrariedades. e foi nomeado commissario régio o dr. sendo escolhido o drama Álvaro Gonçalves o Magriço^ posto bém que que por vezes a opera italiana tamvisitasse aquella scena. Polia e muitos outros artistas de merecimento. pois que contava: Emília das Neves. Creado o gosto pela litteratura dramática -portugueza. Marcolino. Dias. Fernando. Em 1782 foi edificado o theatro do Salitre. que era também director de scena. Recreios. Appareceram logo bastantes peças originaes. João Rosa. Em i865 Francisco Palha abandonou o theatro normal para fundar o da Trindade. Barbara. Jogo. voltou a apresentar a comedia clássica. conseguiu Garrett que se começasse a edificar o theatro de D. Maria e mandou-o pôr a concurso para a especulação particular. aquella scena. ceram listas. O antigo pateo ou theatro dos Condes foi arrasado pelo terramoto de 1753 e reconstruído em 1770 pelo architecto Mazoni. de nome Luiza Rosa d'Aguiar.. Gertrudes. D'esta epocha em diante. Emília Adelaide. Penitencia. foi dado a uma sociedade de actores para o administrar com plena liberdade. Emparedado. no Tartufo. principalmente na parte artistica. e. Avenida e D. reunidos aos que por cá estavam dispersos.. retirando-se. existindo um excellente grupo artístico. destinadas á inauguração do mesmo theatro. Também para este theatro escreveu diversas obras Manuel de Figueiredo. O gosto por este utilíssimo passatempo foise desenvolvendo a ponto de animar a edificação dos theatros do Gymnasío. Em O Manuel Rodrigues Maia.. Seguiu-se a empreza de D. Entre outras muitas.. até que foi entregue aos . Domingos Ferreira. representaram-se n'aquella epocha as seguintes peças originaes: Pedro. até que o governo entendeu acertadamente dever nomear um commissario régio e dar á arte dramática a protecção que lhe devia. Sociedade elegante. a quem se deve completa restauração do theatro portuguez. dava sempre preferencia ás peças francezas. A Portugal veio uma companhia de artistas francezes. conseguindo Garrett a fundação do Conservatório Dramático. Delfina. foi aberto concurso para peças dramáticas originaes. Talassi. faltava apenas theatro digno da capital. Esta companhia influiu bastante para do nosso theatro. Biester & Brazão. Tomando as rédeas do governo o Bispo de Vizeu. Isto durou até que. Na Rua dos Condes e Salitre havia artistas de muito mérito. e outros. Ludovina a de Jacintho Heliodoro de Faria Aguiar de Loureiro. Josepha Mesquita. Jóias de Família. que mais despertou o gosto pelos dramas de Alexandre Dumas (pae) e Victor Hugo. Ferreira. Concluída a edificação em 1846.. Foi ali que esteve a celebre Zamperini. Matta. Maria II em julho de 1842. também ali representou. trouxe de lá dinheiro e alguns actores. Carlos. Prittieiros amores de Bocage. que ali pôz em scena as Covas de Salamanca. Por este tempo a Arcádia^ que bastante influiu para a restauração da litteratura nacional. os seus esforços porém perderam-se no meio de um diluvio de péssimas traducções. Emília Letroublon. publico deu também muito apreço ás peças do padre José Manuel d'Abreu e Lima. Theodorico Júnior. Epiphanio. nos anno5 de 1862 a i865. O actor António José de Paula. Captivo de Fe^. Frei Lui^ de Sou^^a. Fortuna e trabalho. Pinto de Campos.. que foi mestre de muitos. Sargedas. taes como: Theodorico. formaram uma com1806 um tal Fapanhia para o Salitre. na Rua dos Condes e Salitre só se representava em portuguez. Izídoro. O quadro artístico da companhia era o mais completo que o nosso theatro tem tido. Trindade. Dois renegados. Quasi todos os dramas originaes que appareciam eram postos em scena no Salitre. fez uma fortuna considerável. Cura d^almas. Pobreza dourada e algumas primorosas traducções de excellentes peças francezas. pois que o theatro da Rua dos Condes. Garrett. e Noivado em Friellas. Amélia. dirigido por um francez. que havia ido ao Rio de Janeiro. Era ali que se representava então a comedia nacional. entre outras peças. Diffamadores. Sendo commissario do governo junto ao theatro de D Maria Francisco Palha de Faria Lacerda. construir o theatro de S. Apparetrinta e trez producções. Arsejas. Morgado de Fafe. sendo seu proprietário João Gomes Varella. cortou o subsidio ao theatro de D. Homens do mar. ria. que. podendo citar-se entre ellas: Um auto de Gil Vicente. Lourinhã. Juntamente com estes fantoches começaram a apparecer o pequeno Guilherme Luz e a pequena Marianna Ramos cantando o Duo da Cadi:^ e o Caballero de Gracia da Gran Via. Luzo. Também durante o anno dão grande numero de espectáculos os theatros de Coimbra. Thiago do Cacem. S. Gondomar. Braga. para 2 milhões. Chamusca. Pampilhosa. um inde abril de 1893 descêndio. Gasteilo de Vide. Constância. Monforte. Buarcos. Vianna do Castelio. Santarém. Torres Novas. Roque do Pico.. Elvas. Castro Marim. Extremoz. apezar de alguns dos nossos theatros terem pequena importância. Aveiro. o drama Mãe de familij. 348. Figueira da Foz. Setúbal (2). na Noruega. para í6 milhões. Odemira. o Judeii^ foram representadas por bonifrates. Vianna do cos o nome de fantoches. na noite de truiu por completo o theatrinho. para 2 milhões. e por ultimo a uma empreza particular. Portel. para 2 milhões. E' elle mesmo que o affirma. Vidigueira. Villa Nova de Portimão. Louzã. estabelecido na rua de D. Mon- — Alemtejo. Coimbra. 048 theatros. Alpedrinha. Ponta Delgada. Villa Nogueira de Azeitão. No theatro do Bairro Alto as operas de António José. 44. Felgueiras. na Hespanha. são. mais tarde a outra sociedade artistica. para 5 milhões. Evora-Monte. na Servia. na Hollanda. o gabinete e apparelhos de prestidigitação. Pedro do Sul. Valle Passos. Portalegre. Campanha vários monólogos. Villa Nova de Ourem. Soure. Certa. na Bélgica. Aveiro. Gollegã. i. Actor e seus risinhos. Torres Vedras. Santa Comba Dão. 8. Serpa. São ali indicados os seguintes: Na Itália. Campo Maior. Theatros da Europa Não é possivel garantir o numero exacto de todos os theatros da Europa. Loulé. Alhandra. Bragança. 4. ainda hoje n'algumas feiras e arraiaes se exhibem as antigas marionettes. Os de Lisboa e Porto estão sempre. para 4 milhões. Almodovar. Reguengos. Ílhavo. . Anadia. ambas em Lisboa e ambas infructiferas. cançonetas. na Rússia. para 6 milhões. Alcochete. . Óbidos. Faro. de invenção do mesmo actor. 4. que era incomparável trabalho compor para similhante< interlocutores^ que. Celorico da Beira. Angra do Heroísmo. Évora. para 4 milhões. ic. Funchal. Oeiras. como nenhum fosParecia que a se senhor das suas acções. Cadaval. Mafra. Ponte de Lima. Trancoso. Pavia. na Suissa. Castro Daire. na Dinamarca. Mattosinhos. Guimarães. Ourique. Villa Franca de Xira. Tavira. Sines. 20. Santa Cruz da Graciosa. 10. as operetas Intrigas no baireleitoral e Scenas na rua e ro. Cabeço de Vide. Benavente. São antiquíssimos Theatros de bonecos Vijla — estes theatrinhos. do Conde. ou quasi sempre com companhias. proporcionalmente. Alemquer. 160. instrumentos excêntricos. Palmella. Pinhel. Braga. para 5 milhões. Cammha. Martinho do Porto. Arruda dos Vinhos. alma do arame no corpo da cortiça. Figueiró dos Vinhos. para 32 milhões. Condeixa. Tornou-se depois em companhia de creanças. 3. para 24 milhões. na Turquia. para 26 milhões de habitantes. na Roumania. Évora. Velas. ardendo egualmente os fantoches Androidos. Espinho. Santa Cruz das Flores. Tentúgal. Chaves. Villa Nova de Anços. Bellas. Lagos. i52. Lamego.the biCCIONARIO 144 nossos distinctos artistas Rosas & Brazão. Barcellos. S. S. para 3 milhões. Aviz. Fafe. na Suécia. Peniche. Foi inaugurado em julho de 1891 com espectáculos dos fantoches Androidos. Alcácer do Sal. Seixal. A primeiro foi do actor José Rodrigues Chaves n'um theatrinho com o titulo de Bijou Infantil. Figueira de Castelio Rodrigo. /illa Nova' de Gaia. Vianna do Castelio. scenario. Miranda do Douro. Villa Pouca de Aguiar. Setúbal. 5 no Porto e i em cada uma das seguintes localidades: Abrantes. Ovar. Oliveira d' Azeméis. Alvaiázere. Grato. Arganil. Garvão. Povoa de Varzim. Pombal. Em Portugal. etc. Castelio Branco. para 36 milhões de habitantes. na Áustria. Mora. ferramenta de relojoaria. para 86 milhões. 194. Villa Nova de Famalicão. Sobral do Monte Agraço. dos paizes que possuem maior numero de theatros. na França. Covilhã. Ferreira do Alemtejo. Apezar do progresso nos ter dado theatros de bonecos em tamanho natural e com movimentos. na Grécia. dando-se aos bone- Montemór-o-Novo.. Thomar. Santarém. na Allemanha. Lagens do Pico. ha mais de lio theatros. Gouveia. Ilha de Santa Maria. Montemór-o-Velho. que teem ultimamente soffrido grande progresso.°» 89 egi. João da Pesqueira. Arrayollos. Ervedal. Azambuja. Ferreira do Zêzere. Idanha-a-Nova. Alcobaça. para 36 milhões. Mação. Quando esta tentativa parecia querer vingar. sendo 11 em Lisboa. Alvito. S. Águeda. para 2 milhões. . i5o. Almada. Alijó. Duas tentativas Theatros de creanças se fizeram n'este sentido em Portugal. Funchal. 34. 22. Faro (2). Lavre. Leiria. Rezende. Tondella. Grândola. Horta. os autómatos de ventriloquia. para 41 milhões. Beja. Mortagoa. Barreiro. — 1 . Guimarães. etc. Villa Real de Traz-os Montes e Vizeu (3). na Inglaterra. Mourão. Ponta Delgada e Vizeu. quando no prologo do Theatro Cómico diz: «que os representantes animavam de impulso alheio^ que os affectos e accidentes estavam sepultados nas sombras do inanimado. Por um tri^ e outras. Guarda. que Portugal é.que começou por representar as comedias Uma Experiência. Cintra. por e?te motivo lançarei mão de uma estatística publicada não ha muitos annos. Cascaes. Caldas da Rainha. S. Figueira da Foz. Por esta estatiática se vê. Magdalena. Pedro V n. a revista Charivari. Marinha Grande. etc Theatros de Lisboa Não é fácil enumerar todos os theatros que teem existido em Lisboa desde o tempo dos pateos sixé hoje. hoje jube. na quinta do Farrobo (1843). no fim do «Dicantigas e modernas . Theatro da Graça. tro.'° Antão (1890). Theatro da Trindade. que fez construir um lindo e luxuoso theatrinho na Avenida da Liberdade. Theatro do Rato. Theatros e outras casas de espectáculo. Academia da sido: A Terpsicore. Os prin(1619). Maria II. em Alcântara (1867). no Paço da Ajuda (1737). Luiif. no Poço do Borratem. junto ás Amoreiras (1867).n'este género foi a de José dos Santos Libório. em Belém (1814). Real Colyseu de Lisboa. á praça das Flores. pagando pouco. Theatro de S. Augusto. Condes. Novo Theatro da Rua dos Condes. que mandam construir pe(1601). na rua dos Condes {1888). Em seguida os espectáculos dos thratros-barracas das feiras eram accrescentados com scenas cómicas e cançonetas. Roque. na Avenida da Liberdade (1888). Porto. no pateo do Conde de Soure (1720). Affonso. não apparecem documentos. As fei- ras onde melhores theatros appareciam. na Costa do Castello (1870). no Rocio (1846). indicações dos que por qualquer forma chegaram ao meu conhecimento. Taborda. no largo de S. em Alcântara. Carlos. Theatro Taborda. Theatro de Quelu^ç. no lo. tem feito crearem-se Pateo da Bitesga. Setúbal. indo sobre elles noticias especiaes cionarioo. na calçada da Graça (1770). Theatro do Príncipe Real. Patriarchal Campo Grande. Alcân- Queimada." Justa (1849). Nas mesmas condições fez representar depois a oratória Santo António e outras peças. na rua António Maria Cardoso (1894). na rua Nova da Palma (18b:). Theatro D. {1877). Theatro D. largo da Abegoaria 0735). janto á cadeia das mulheres. Santa- rém. Theatro dos Paços cipaes theatros particulares de Lisboa teem da Ribeira. e algumasdas quaes ainda hoje existem. em Alcântara (1872). principalmente em Pateo da Rua das Arcas. Mamede (no anno 57). Theatro Lui:^ de Camões. Theatro Apollo.m5 DO THEATRO PORTÍIGUEZ The guarda roupa e adereços do theatro. Theatro da Avenida. no pateo do Tijollo (1872). na rua dos Condes (1756). no largo — Theatro da Rua dos Condes (velho). les Por muito tempo n'elTheatros de feira trabalharam gymnastas. centenares de sociedades. nos logares competentes. ( i853). Inglepnhos. funambulos e palhaços. Theatro Mechanico. dramas e ultimamente oratórias. Grande Casino de Paris. que se representou com grande luxo de mise-en-scene. muito apreciados pelo povo. em Belém (1872). A segunda tentativa. em Belém (1880). na rua do Salitre (1782). junto aos paços da Ribeira («755). não andam na tradição e nem mesmo ha publicadas obras dramáticas que n'elles se tenham representado. Theatro D. Theatro Romano. Theatros particulares— O gosto pelo theana rua Nova de S. Para isto já os theatrinhos se começaram a construir de madeira. eram: Amoreiras. Theatro do Salitre. Theatro do Gyntnasio. D — IO . na travessa do Secretario de Guerra. na rua Direita do Rato (1879). na antiga praça da Trindade. Darei. Colyseu dos Recreios. na rua Nova da Alegria (1890). Club do Tejo. na rua Nova da Trindade (1867). Começaram depois a apparecer ali animaes amestrados e mais tarde os bo- — ou viarionettes. Theatro da Alegria. Pateo das Fangas da Farinha. sempre crescente." Clara (1873). Theatro da Ilha dos Amores. Theatro da Boa Hora. pois. porque o prejuízo foi grande. AJJonso. Theatro D. no largo de S.quenos theatrinhos. a que deu o titulo de Theatro do Infante Era uma verdadeira maravilha de luxo e bom gosto. Café Concerto. na rua de S. Villa Franca. na Ribeira (1720). Floresta Egypeia. Real Theatro de S. Theatro D. tara. Era ensaiador das creanças Salvador Marques e a parte musical estava entregue ao professor Kilippe Duarte. Alem de não existirem vestígios de muitos. na Rua de Buenos Ayres (1808). finalmente tudo quanto constituía o ganha-pão do tão habilidoso quanto infeliz actor Chaves. V. na rua da Cruz aos Anjos. na rua do Calvário (i8'>2). magicas e outras peças de espectáculo. de Lisboa. Amélia. A peça com que abriu foi a magica infantil Historia da Carochinha. Recreios Whyttoine. na rua Nova dá Palma (1887). na rua das Arcas Lisboa e Porto. junto á Annunciada (1740): Opera n'um pateo junto á egreja dos Inglezes. Novo Gymnasio Lisbonense.que ainda existe. Theatro Popular d'AlJama. Coimbra. Alguns actores appareceram nas feiras com certo valor e os espectáculos foram sempre. que não possuem theatro seu. farças. Theatro das Laranjeiras. no paço de Queluz (1760). na Costa do Castello. revistas. na rua da Escola Polytechnica (i855). Theatro de Fernando. Pateo dos jos. antigo Salitre (i858). no largo da Abegoaria (i8?7). em Alcântara. na rua da Bitesga (iSgi). Theatro de Buenos Ayres. AlTrindade. Roque (i8i5). original de Eduardo Schwalbach. no Largo de S. na rua do Olival (1880). Theatro das Variedades. onde os sócios reprecal em que hoje é o tribunal da Boa Hora sentam e que alugam para outras sociedades. Belém. Theatro do Bairro Alto. (t8qò). hoje rua Nova da Trindade {1846) Theatro de D. Por fim appareceram ali as comedias. na Avenida da Liberdade (1906). Theatro do Calvário. Anda. no Campo de S. Theatro do Pateo do Tijollo. Theatro da Aju. no largo da Annunciada (i858). Graça. nifrates que ali se diverte. e ainda hoje são. mas a tentativa gorou. Carlos (1793). Para tal fim. Por — nas outras para formarem um conjuncto harmonioso. e por isso o dialogo se arrasta monotonamente e em grande desafinação. e jusTítulos de peças tificadamente. a mesma tonalidade. Muitos auctores. hoje a claque. em que os artistas agradaram. — A Ghama-se assim no theatro a Tirada longa falia. se applica mesmo aos Torrinhas — — mente só ordem. Bonecos. os órgãos vibrantes abrandar-se-hão. etc. junto ao casinhoto do illuminador deve estar em letras bem visiveis esta ordem: «Em caso de incêndio ou pânico não fechar nenhuma torneira sem indicação do pessoal do serviço de segurança municipal». dando espectáculos. como estes por exemplo: Sophia ou a esposa de um dia. teem egual intensidade sonora. os artistas que estão em scena. para indicar qualquer theatro. aborrecendo os espectadores e prejudicando a obra que interpretam. São os camarotes da ultima Torrinhas ordem n'uma sala d'espectaculos. logo que elle esteja justificado pela acção da peça. epocha houve em que o primeiro cuidado de um auctor era escolher um grande titulo. E' o grito que muitas veTodos! Todos! zes se ouve no final da representação de uma peça. as vozes apagadas aquecerão um pouco. de camarotes no theatro de S. que até o titulo parecia elegante. N'outro tempo as chamadas eram feitas a um ou outro grande artista que muito se distinguia n'uma peça. Tom Inflexão da voz. ou que a companhia de feita uma companhia — expressamente para esse fim. «. Gomo disse. pois o publico é quasi indifferente ás constantes e prolongadas ovações. que as diversas vozes como que se fundam umas uma dita pelo artista. E assim continua a representação agradavelmente. esta torneira só deve ser fechada por ordem do pessoal dos incêndios. Ghega um novo personagem com a palavra sonora. agrade ou não a peça e o desempenho.Tra DIGGIONARIO 146 da Graça. egual extensão. Assim diz-se: «Tournée da Companhia do theatro D. não teem tomado o tom da sala. Também por vezes se mandam affixar as tiras para prevenir o publico da presença de Suas Majestades ou para annunciar qualquer surpresa. Actual- — de Pailleron. dita pelo actor em scena.^ Fantoches ou MaTiteres bem — — rionnetíes. Nos últimos tempos lembro-me apenas de um titulo comprido. ás vezes bem pouco merecidas. que espantou o publico. — O theatro francez é principalmente a fonte inexgotavel a que recorrem os nossos tra- . Maria II. teem o maior cuidado em escolher para as suas peças títulos que despertem a curiosidade do publico. Ordinariamente á testa d'essas companhias váe sempre o nome de um artista que se impõe pelo seu talento e pela sua reputação. Para que o publico a supporte com prazer é preciso que seja verdadeiramente primorosa e muito — theatros. não se cança de gritar todos I todos I. ou «Tournée da actriz Emilia Adelaide». a voz bem timbrada. n'uma tragedia ou n'um drama. V. onde se não canta. «Tournée do actor Valle». com estudo e cautella. logo os que estavam em scena começam a afinar no mesmo tom ou diapasão e d'ahi a momentos o conjuncto é perfeito. e. Por isso. adoptada en- — nós. Ordinariamente estes gritos são soltados pela claque. Club Simões Carneiro. tomarão um só tom ou diapasão. Tournée tre — Palavra franceza. A sociedade onde a gente se aborrece. o órgão claro e viíjrante. mesmo fallando. Campainha ' — eléctrica. Nem todas as vozes. mania de dar longos titulos ás peças. se dá o nome de torrinhas á ultima 4. V. no theatro. Acontece por vezes n 'uma representação que. Amélia». E' indispensável. Pôde no theatro ser synonimo de diapasão. que ainda existe na rua Fé. O nosso theatro está cheio Traducções de traducções de peças de todos os géneros. O contra-regra é o encarregado Toques de dar os toques com as campainhas eléctricas no palco e para fora. alcançando perfeita unidade. Classificação dada pelos hespaTiple nhoes ás vozes de soprano e egualmente ás palavra também cantoras que a possuem. AJfonso e Corina ou o mais nobre saOs escrificio do coração de duas virgens! tudantes da Polytechnlca ou o sábio improvisado! E outras muitas como estas. percorre diversas terras do reino. apezar de termo musical. para não ferir os ouvidos do publico. mas a comedia era tão boa. Alguns ha para os quáes é indifferente qualquer titulo. O que hoje se aprecia principalmente é um titulo curto e até uma só palavra. guando a virtude triumpha cae por terra a tyrannia! Pedro o — — Grandt as visitando os seus estados! — Todas peças de Férrea Aragão: As duas orphãs portuguesas ou a ultima victima da Virdominação dos Fillipes em Portugal! gínia. etc. São collocadas tiras Tiras nos cartazes sobre os cartazes ordinariamente para contrannunciar qualquer espectáculo por ter surgido um inconveniente.*. pois. Refiro-me á peça muito tempo houve a Em caso Torneira geral da illuminação de incêndio. o que foi completamente banido.Tournée da Companhia do theatro de D. a Garlos. ilhas ou Brazil. está admittida em Portugal. traduzida por Gervásio Lobato. visto que. vinte peças originaes e não menos de cem traducções Como todas as manifestações Tragedia Borges Garrido. — Trágico — Trágica — O que tem dotes actor ou a actriz e talento para representar a tragedia. Theodorico Baptista da Cruz. Josepha Guilhermina de Mesquita. a tragedia declinou. Entre nós representaram tragedia os grandes artistas: Carlota Talassi. inglez. que não sabem idioma algum nem mesmo o seu. entre perso- Trambolhos — São assim chamados os pedaços de madeira ou ferro. Epiphanio. para mais effeito. Em cada epocha theatral. já levantando ou baixando o panno do fundo e trocando os . nagens notáveis. Rita. mas sem o desenlace funesto. Josepha SoUer. Rosa pae e Theodorico. Manoel Baptista Lisboa. a que chama palavra franceza que em tal assumpto ficaram aos gregos. Todavia o que é certo. da arte.ira grapho." aspecto. Ventura e Victorino. excitando a compaixão e o terror. Claudina Rosa Botelho. e depois d'elle Sophocles Trambolhos para descerem quando ellas teem de amarrar os pannos e crearam n'esse género incomparáveis obras primas. mas relativamente são poucas. theatral. mudança rápida da scena. Se algumas tiveram um condicional agrado. morreram os últimos interpretes da tragedia em Portugal. Rosa pae. ordinariamente escripta em verso. Com Emilia das Neves. Theodorico velho. exije. DO THEATRO PORTUGUEZ Tra Algumas se tradu^^em também do do italiano e do allemão. Trans'ormaçáo Traineis (i. Mananna Torres. São ou não prati- — conforme a peça o Collocam-se nos logares marcados pelo scenocáveis. Gatharina Talassi. Traineis — São assim cha- mados os pedaços soltos de qualquer scena e que. Izabel Ro- gali. como o seu nome indicava. . gedia n'unca floresceu. tratada brilhantemente por CorPortugal a traneille.a tragedia teve a sua infância. Florinda Toledo. Transformação — E' truc. Tasso. Ceei lia Rosa de Aguiar.! 147 ductores. é que o nosso publico é muito menos indulgente para as peças originaes do que para as traduzidas. Servem para conservar as cordas nos seus logares p. atados ás cordas e suspensos no urdimento. termo médio. Pedro António. Muitas peças estranjeiras teem cabido entre nós pelas péssimas íraducções que d'ellas fazem. principalmente porque nenhum artista nosso da actualidade tem a envergadura exigida. Marianna Trindade. foram as traduzidas dos notáveis mestres francezes. pore Euripides subirem para o urdimento. as suas transformações e o seu desafogo. O theatro hespanhol tem dado grande contingente aos íraductores. João Evangelista. E' género completamente banido. Tramóia hoje se — Machinismo truc. o nome que se dá á Em Era uma composição draTragi-comedia mática de género mixto. Tasso. se pintam em separado. Racine e Voltaire. Foi mais tarde a tragedia readquiriu o seu esplendor. Ninguém se lembraria hoje de explorar o género tragedia. em que se representa uma grande acção. representam se nos theatros de Lisboa. Maria José dos Santos. Francisco Fructuoso Dias. V. Arsejas. acabando sempre por um íim trágico. que os romanos bem inferiores em França que nós adoptamos. pelo menos do nosso theatro. Foi Eschylo quem lhe deu a forma regular e poderosa. Depois d'esses ires grandes escriplores. Emilia das Neves. A tragedia é um poema dramático. mas não podem oppôr-se a que as mesmas obras sejam traduzidas por outros escriptores. e se o auctor tivesse já fallecido em i8eo. disfructam dos direitos que os próprios auctores.Tyr bastidores. Este processo é facillimo e de ha muito usado. Os effeitos d'este tratado são applicaveis ás obras. os herdeiros gozariam esse direito pelo tempo que faltasse para completar o período de 5o annos posterior ao fallecimento. uma peça. Aqui tem de fazer-se também o ou transporte. gozam. Quando está chegado o momento da transformação. pelo que respeita ás suas traducçÕes. etc. cuja acção. Chama-se trecho ao pedaço de Trecho musica extrahido de qualquer peça vocal ou instrumental. e então avisam o regente da orchestra para fazer o transporte. no momento da deixa. chama-se trapalhão. confirmada em 4 de Julho de 188 1. que tem de ser substituido por outro de voz mais grave alta. — mais Trapalhão — Ao artista que em scena falia Na opera. do direito de propriedade. Acontece muitas vezes um cantor ou cantora estarem incommodados da larynge. Assim se diz: «Um trecho da symphonia do Guilherme Tell». Estes direitos são garantidos aos auctores dos dois paizes durante toda a sua vida. a orchestra sobe ou desce meio tom ou um tom. E' muito desagradáTremidos na voz vel ouvir um cantor. durante a vida do auctor e 5o annos depois do seu fallecimento. o que se executa trazendo o artista o fato de cima seguro apenas por papel collado e por baixo já o outro com tão apressadamente e por forma que não deixa perceber palavra do que diz. Tratado litterario e artístico entre PorPor convenção de 9 tugal e a Hespanha de Agosto de 1880. Os representantes legaes ou aquelles em quem os auctores deleguem os seus direitos. pertencentes ao dominio publico. e depois do seu fallecimento durante cincoenta annos aos herdeiros. V. já DICCIONARIO transformando quanto está 148 em scena por meio de machinismo. São prohibidas as imitações das peças e os arranjos das obras musicaes sem o consentimento do auctor. Quando um artista não Transportar pode cantar um qualquer trecho de musica conforme está na partitura. — tados sem auctorisação do proprietário da obra original. para não ficar calado.ão (2. e é isto que se chama transportar. articula palavras sem nexo e sem sentido. puxam debaixo o fato que tem de desapparecer. «Um trecho da Traviata». ou as pessoas que os representarem em um dos dois estados contractantes gozam — dos direitos correspondentes no outro estado. opera-coTrecho d'ensemble mica. Os traductores de obras antigas ou modernas. Mudança de Transplantar — Assim se costuma dizer de fato. os auctores dramáticos ou musicaes." aspecto) que ha de apparecer. «Um trecho da marcha de Cadip>. ou enrouquecerem de repente. E' prohibida a representação de obras dramáticas e a execução em publico de composições musicaes em cada um dos dois es- mesmos Transloi mai. Também se chama transformação á mudança de fato á vista do publico. costumes e linguagem é passada de qualquer idioma para o nosso. Este ultimo beneficio é exclusivamente concedido a favor dos auctores das obras ou dos seus herdeiros e de modo nenhum extensivo aos concessionários cujo contracto fosse anterior á epocha em que começou a vigorar o ultimo convénio. Também por vezes acontece adoecer e ficar impossibilitado de trabalhar um cantor. cuja propriedade estava garantida pela convenção de 5 de Agosto de 1860. e. o artista colloca-se disfarçadamente sobre uma calha aberta. não sabendo o papel. Este tratado litterario e artístico durará até que seja denunciado por qualquer das partes contractantes e um anno depois da denuncia. ou por não saber emit- — — . on áquelle que. opereta ou vaudeville chama-se trecho d'ensemble áquelle que é cantado por diversas vozes e também pelos coros. Os auctores de cada um dos paizes gozam no outro do direito exclusivo de traducção das suas obras. E' costume de ha muito Três recitas adoptado em theatros. ha nos theatros de S. que faz parecer a voz de um carneiro. O truc é uma coisa imperceptível. Quanto mais ingrata é a parte do tyrano. mesmo depois de terminada a peça. Usa-se principalmente no canto ligeiro. que são vistosíssimas. pelo qual se "opera no theatro a apparição. Carlos e D. ou por outra qualquer forma. sempre ingénua e de bons instinctos. dar pelo menos três recitas para ver se é possivel levantal-a. surprehendído pela rapidez da operação. possa comprehender os meios empregados para tal resultado. Papeis ingratos. e até depois do artista tirar a caracterisação.149 DO THEATRO PORTUGUEZ Gymnasío» Tre a voz. Trovoada— Imita-se perfeitamente no theatro fazendo vibrar uma folha de ferro. e isso acontece muitas vezes nos nossos theatros. — trinado. perfeitamente decoradas e imponentes. gorgeio ou garganteio á passagem rápida de muitas notas com a mesma syllaba. cortes. Alem dos camarotes parTribuna real tir «a troupe do Taborda» «a troupe do Taveira». dá o preciso movimento para se produzir o som. Quando os /rwcs falham. reunidos por conta d'uma empreza ou em sociedade. a modificação ou a um Tribuna ticulares. mesmo em frente ao palco. O cantor deve procurar perder tal defeito. No que respeita ao canto scenico. trovoada. Quando se não tira resultado com os /rwc5. V. o centro. — Trovoada com bem preparado machinismo. para os dias de grande gala. Todavia os trinados não são incompatíveis com o estylo puramente — — dramático e com as fortes situações. principalmente quando os artistas andam em viajem Assim diz-se: «A «a troupe do troupe do Príncipe Real» — — . Na arte do canto chama-se Trinado transformação d'um' personagem ou d'um objecto qualquer. não pode ser comprehendido á primeira vista. é porque o machinismo é mau. processo occulto. quando uma peça cae na primeira representação. Também se imita fazendo correr na varanda do urdimento um carro de madeira com as rodas em diversos ou um do. quanto melhor os desempenha. A grande massa do publico. Entre nós está agora adoptado o termo. o que se consegue com descanço e estudo. Nome francez por que se desiTroupe gna uma companhia de actores. maior difliculdade ha em a representar. Trussa Gallicismo adoptado no theatro para indicar os pequenos calções que os actores vestem por cima da calça de meia e justos ao corpo. assim o demonstraram victoriosamente Bellini e depois Verdi. se produz á vista dos espectadores. ouvindo-se lhe um tremido insupportavel. Na occasião própria o contra-regra — — seu empregasegurando por uma das extiemidades. pen- — — dente do urdimento por meio de uma corda. Maria II tribunas reaes. a toda a altura das salas d'espectaculo. e no theatro significa a illusão que. e portanto o effeito é seguro. Por este motivo já teem sido pateados. a desapparição. Ambas tomam. sem que o publico. detesta os tyranos que vê em scena. para explorarem um theatro ou percorrerem terras diversas. se o truc é bem feito. que tornam Tyranos tanto mais antipathico o artista. encontra-se especialmente na opera-buffa ou de meio-caracter. Esta palaTruc vra franceza está também admittida entre nós. Ordinariamente é tempo perdido. não conseguir sustentar o som puro. Entre nós esses papeis tiveram por muito tempo a classificação de cynicos. ou em resultado do cançasso e fraqueza do órgão vocal. A Carro de melhor imitação faz-se usando dos dois processos ao mesmo tempo. Por mais attenção que o espectador preste. os que magnificamente interpretam os papeis de que se incumbiram. real em que Suas Magestades assistem aos espectáculos dos diversos theatros. não ha magica que resista. e. atirou com um molho de chaves que tinha na algibeira ao actor Theodorico. e quasi feriu o actor. pharmaceutico. aliás homem intelligennão se contentando em patear. Em seguida retirou-se do theatro apressadamente. o Cezar de Lima e o João Gil. O theatro portuguez tem tido bons tyranos e entre elles: o Theodorico. Dizia elJe que nunca mais podéra ver o actor que desempenhava taes papeis. que desempenhava o tyrano de certa peça. andou toda a noite passeiando ao frio por não ter a chave para abrir a porta de casa.Tyr DICCIONARIO i5o Um te. . só para não tornar a ver o tyratto. chegando n'alguns. N'esses corredores ha a todo o comprimento. escadas de communicação. valendo aliás pou- — tima. caixa Toda a parte superior da Urdimento do iheatro.penúltima Penúltima Ultima Ultima e irrevogável Ultima e definitiva A pedido— A emprega garante que é a ul- — — — — — — — — redores do urdimento. etc. a vinte. no final as recitas costumam ser annunciadas da seguinte forma: Ultimas representações Ultima semana— Ante. tios d^arame. tapetes. tamboretes. pontes. uma grande serie de cavilhas. bambolinas. — incumbem-se de quaesquer papeis de vários géneros. Esta parte do theatro é tanto ou mais necessária do que o subterrâneo para a manobra do scenario e está muito mais sobrecarregada de material Effectivamente é ali que estão suspensos os pannos de fundo e rompimentos. E' n"estas cavilhas que se atam as cordas que sustentam os pannos. por exemplo. Utilidades homens ou mulheres. que. sem desmancharem o conjuncto. como. Nos theatros bem construídos a altura do palco é pelo menos de doze metros. depósitos d'agua. tudo quanto é preciso para o movimento de scena e ali se pode accommodar. . bambolinas. finalmente. porque a peça volta á scena. na Opera de Paris. repregos. Todo o serviço é feito dos corUrdimento CO. cordas. Os artistas utilidades são muito precisos em qualquer companhia. incluindo os corredores d'onde se executa o movimento de scena. Muitas vezes é uma simples especulação.u Costuma annunciar-se a ultima Ultima representação de uma peça para chamar sobre a recita a attenção do publico. perfeitamente alinhadas. gambiarras. Assim se chama aos artistas. contrapezos. Quando uma peça tem tido grande carreira. Fazem também substituições á ultima hora para livrarem as emprezas de embaraços. pregadas obliquamente. gambiarras. fraldões. . Vaudeville A palavra é franceza. é costume conservar-se grandes varas^ de que os carpinteiros lançam mão para ajudarem a subida ou descida dos pannos. tantos dos quaes fizeram successo entre nós.V E' a tampa do alçapão. com situações burlescas. a válvula é destrancada. em piano inferior ao urdimento. ser feito pela Varas — Dos dois lados da scena. que se fazem correr rapidamente para um dos lados logo que o alçapão tem de funccionar. quasi sempre na ultima ordem — Varanda Hoje. devidos ás pennas interessantes e folgazãs de nomes estimadíssimos no nosso theatro. etc. durante as representações. Lamber Thiboust. Vasante Quando a sala de um theatro tem muito poucos espectadores. Hoje. Era propriamente uma comedia com couplets e ensembles. que foram: Scribe. tendo musica ligeira. Em Portugal é ainda vaudeville a comedia recheiada de pequenos e ligeiros números de musica. Ultimamente tem-se substituido as válvulas por corrediças. cahindo metade para cada lado e logo apparece a figura. As varandas devem ter largura sufficiente para todo o movi- — qualquer transtorno. a fim de que não esteja o vácuo á vista do pubUco. Mélesville. Também se diz de um actor que tem grande veia cómica. rompimentos. a válvula volta de novo ao seu logar. amda que sem musica. não podia ser chamada opera-comica ou opereta. Dado o signal. e tudo que tem de estar suspenso do urdimento. os francezes adoptaram o systema de chamar vaudevilles ás comedias. ou quando desce. Varandas do urdimento São duas. para endireitar as bambolinas e para de repente acudirem quando haja do alçapão. Varanda E' o logar mais barato da sala de espectáculo. mas está de ha muito adoptada entre nós. Com o nome antigo de varanda apenas se conserva a do Theatro de S. Teem a todo o comprimento malaguetas a que se atam as cordas que sustentam os pannos. na maioria dos theatros. em vez de varanda. Quando esta sae de cima — mento de scena que tem de parte superior. Ficam juntas ás paredes lateraes. quando o seu modo de representar provoca constantes gargalhadas dos espectadores e quando collabora com — — — — . Vaudevillista Este termo nunca foi usado entre nós. chama-se galeria. verdadeiras pochades. Em França é que se applicava aos auctores dos vaudevilles. Por bastante tempo assim foi classificada a peça que. gambiarras. Clairville. construídas com frechaes. que tem entrada pela rua Serpa Pinto e fica na sala escondida por cima da tribuna real. os mestres do vaudeville. diz-se que n'essa noite o theatro tem uma grande vasante. vigas e soalho. Ancelot. Bayard. que se Válvula conserva fechada até quasi ao momento de subir a figura ou objecto que tenha de apparecer. Carlos. Esta válvula é aberta ao centro e está presa dos lados por machas-femeas. Veia cómica Applicase esta phrase ao escriptor de theatro que possue graça inexgotavel e enche de espirito fino os seus trabalhos. uma de cada lado. Cogniard frères. a graça que caracterisa o traje Luiz XV e o costume Luiz XVL não parecer incommodado com o habito de um frade. hoje admittida entre nós para se indicar que uma peça está escripta com graça e verdadeiro espirito. á força de querer ser verdadeira no extremo. calor. O actor e a actriz precisam tornar. Venda de porta Nas recitas regulares dos theatros toda a receita é feita na bilheteira. readquira as cores naturaes.Ves DICCIONARIO por «34 os auctores. No nosso theatro geralmente ainda hoje se não veste bem e vestese principalmente com falta de gosto. especialmente nos fatos de guarda-roupa. V. De forma que não é um elogio banal. o andar e as maneiras que exigem o seu traje especial. que era apontado como verdadeiro elegante. a casaca d'um fidalgo ou o fato d'jm camponez. como por exemplo Tasso. Uma das grandes qualidaVestir bem des da actriz e do actor é saber vestir bem. em exposição perante um publico inteiro. que tudo e torna até ridicu'o. — bem!» E Vestir Varanda do iirdimeiTiO isto quando se diz d'um artista: não se refere apenas ao á actualidade. bem depende muito do artista. sem convenção. E' synonimo de traducção. ou nas de benefícios. Muitas vezes se dizia^de um homem vestido na perfeição: «Veste uma casaca como o Tasso!». que possue verdadeira vivacidade. Mover-se com íj^cilidade com o capacete e a couraça d'um cavalleiro esforçado. Nas recitas de assignatura paga adiantadamente. Emília das Neves. Sem alguma phantasia. A verdade no theatro é o supremo ideal da arte. E' um pó vegetal que ordinariamente se emprega como vermelho. fácil vestir nveste trajar das diversas epochas e diversas condições. Outro modelo foi o Santos pitorra. Versão uma amesquinha — esta palavra. Vestir com graça. com naturalidade e com bom gosto é para a vista do espectador meio caminho andado. Com verdadeira veia escola de falso realismo. durante muito tempo. que se tornaria livido pela falsa projecção da luz. por vezes um pouco exagerado. alegria. é indispensável que o verdadeiro ande alliado ao bello. chama se venda de porta unicamente á quantia que é apurada — na bilheteira. que se adquira á primeira vista. em que ha passagem de bilhetes. e hoje representam Valle. a verdade chegaria tão pálida e tão pequena. mas artistas temos tido modelos. E' com este fim que o artista se serve do vermelho na sua caracterisação. a perfeita expressão da natureza. Verdade E' a imitação fiel. ter a nobreza que exige a casaca de leque e a comprida cabelleira á Luiz XIV. bom gosto e da elegância do A prova de que não é bem á actualidade. . Alfredo de Carvalho e José Ricardo. — Verve — Palavra espirito e tudo quanto produz o bom humor no publico. Também se applica a palavra verve á qualidade que distingue o artista cómico. Assim também Amélia da Silveira e Emília Le- .se modelos. augmentando o seu papel com phrases de occasião e de bastante espirito. que nenhuma illusão produziria no animo dos espectadores. o que é inadmissível no theatro. mas é preciso. cómica representavam Taborda e Izidoro. dar a cada personagem o ar. franceza. mas sempre elegante e de bom gosto. Verdadeira veia cómica linha Gervásio Lobato e teem hoje Eduardo Garrido e Eduardo Schwalbach. Vermelho A luz artificial do theatro obriga o artista a usar também de meios artificiaes para que o seu rosto. qualquer que seja o costume que tenha de apresentar. não é coisa fácil. era d'um porte e distincção admiráveis. A escola da verdade tem sido muitas vezes sacrificada — é que poucos são os irreprehensiveis na nossa scena. porque estão á luz da ribalta. onde ha muitos artistas e muitas pessoas de bom gosto. outros ainda delgado e fraco. Violino conductor — Nos theatros de musi- ca. víS/<2 de praça. e a da vof mais grave no menor numero de vibrações Assim o explica o Dicionário delia musica. Acontece que um virtuose — Um muito hábil pôde ser um mediocre artista. Já se usaram em S. Ter um bom orgáo é um dos primeiros requisitos do actor. que é a media. e estes dois géneros de vof subdividem-se em três classes. aquelles doce e acariciador. Augusta um carro que corre n'uma calha no alto do theatro. assim se chama a uma parte de primeiro violino. que dialogava com outro sem mascara. considerado sob o ponto de vista do bom gosto. etc. outros sonoro e estridente. e uma articulação bem clara e bem pura poderá completar os bons resultados obtidos por esse trabalho. que se disfarça com os vestuários. assim como com todcs os outros. O soprano corresponde á oitava aguda davofdo tenor. São as que se emVigas transversaes pregam na construcção do palco. a lOf de barytono. Christiano de Souza. Com respeito á vof cantada. Amélia nas Viagens de Gulliver. ver algum ou alguns personagens voando. o gorgeio e o caracter individual da vo:f dependem da organisação e da alteração do órgão principal da vof. que é a mais grave. a vof do homem e a voij da mulher. Eduardo Brazão. Maria Pia d'Almeida e Palmyra Bastos. sendo a mais usual deitar o personagem ou — E' hábeis virtuosi. personagens n'um apparelho de ferro. mcio-soprano. Classificação. alguns cantores. Verdade seja que ha grandes cantores e grandes instrumentistas que são ao mesmo tempo Voar sempre de grande effeito nas magicas. Assim se diz: viita de sala. importados de Itália e França. ou nas peças phantasticas. estão já adoptados entre nós apparelhos muito engenhosos e aperfeiçoados para se executarem os voos. Os instrumentos foram inventados para a imitar ou acompanhal-a. A vo^ humana. nas oratórias. Os sons produzidos pelo ar expelVoz lído dos pulmões na larynge e modificados pelos órgãos da bocca. as trez vo^es de mulher são da mesma maneira. esta palavra) havia um numero do espectáculo. trabalho intelligente pôde corrigir certos defeitos do órgão. o que divertia os assistentes. empregar-se a fallar ou a cantar. o meio-soprano á oitava aguda do barytono e o contralto á oitava aguda do baixo. que assentam sobre os fechaes e prumos e são cobertas pelo soalho fixo e volante. nas muito usada entre nós. pelas quaes se pôde dirigir uma opereta ou vaudeville. sob o ponto de vista da arte. Instrumento musico de quatro Violino cordas. reservado para o Villáo. Na ilha de S. Miguel. a força. da mais grave á mais alta. Isto é de etfeito infallivel nos espectáculos. A causa próxima de ser a vo^ mais aguda está no maior numero de vibrações do orgáo da vo:j'.se também á vo:[ fallada órgão. ou então prender as figuras pela cintura com cintos apropriados aos costumes e depois seguros a fios d'arame que ficam invisíveis e vão prender . A natureza do órgão deve ser apropriada á do individuo e ao género de papeis que representa Uma ingénua que tivesse uma vof d'estent r seria tão ridícula como um hércules com vof de creança. Alves. E' o conjuncto das vigas do Vigamento edifício. diz-se por exemplo: «O primeiro violino de S. passado pela resina. Para os fazer subir.i55 DO. com diversas indicações. Ainda hoje conservamos felizmente artistas que vestem primorosamente e que são verdadeiros modelos na scena. em vez de atravessarem a scena. basta elevar os arames pelos meios conhecidos. Assim. e a vof de baixo. para dar aos músicos. A agudeza. Alguns o teem ágil e harmonioso. satyrisando em quadras diversas freguezias. E' o nome vulgar que se dá ao Vistas scenario do theatro. e obtem-se por diversas formas. do estylo e do verdadeiro sentimento musical. que é a mais alta. conta ordinariamente três oitavas. A vof humana é o mais bello meio de execução que a musica possue. comporta ella dois caracteres essencialmente distinctos. e contralto. mas a escala completa dos seus diversos géneros dá uma extensão approximada de cinco oitavas. vista de cárcere. dá se que o tocador toma o mesmo nome. estes um pouco áspero. Carlos na Danination de Faust e no D. Chama. Cordeiro. TIIF-ATRO PORTUGlir Z a Voz troublon. nas MouVillão riscas (V. que se ferem com o arco. que susteera o tecto do theatro e também o conjunto das vigas transversaes que sustentam o palco. Ultimamente. Com este instrumento. Carlos» «O segundo violino da Trindade» «O violeta do Colyseu» «O contra baixo da Rua do Condes» «O piston da banda «O flauta na festa da guarda municipal» — — — — — — — — — — de tal egreja» — — etc. mas principalmente instrumentistas que se tornam notáveis pelos grandes dotes e habilidade em vencer todas as difficuldades praticas da execução musical. A vo:^ do homem comprehende a vo^ de tenor. soprano. tirada do itaVirtuosi liano. Lucília Ijimões. que é a larynge. e entre elles: Augusto Rosa. constituem a vof que pôde. . e todas com scenas populares. Está. porem. danças alegres. e morrerá no dia em que a quizerem transplantar para outros climas. Salto dei Pasiego. lá viveu. e outras tantas. boleros. lá floresceu. os libreítistas e d'esse género se ele rillo os maestros só fazem pequenas peças. seguidilhas. approxima-se da opereta franceza.z E' um género exclusivamente Zarzuela hespanhol. etc. Jugar con fuego. porque a m^oria d'ellas é intraduzível e ainda mais irrepresentavel pelos nossos artistas de feição muito diversa da hespanhola. — malaguenas. A ^ar^uela nasceu em Hespanha. mas a tentativa não vinga. pois. Por vezes se tem tentado traduzir e fazer representar nos nossos theatros as melhores ^ar^uelas. lá se arrasta. pela falta de bons artistas e de publico que aprecie o género. BarbeLavapiés. pasacalles. decadente o género que em Portugal tinha bastantes admiradores. A :^ar:iuela teve a sua epocha brilhante quando as peças chamavam: Marina. . marchas patrióticas. n'um acto ou dois.. De ha muito. mas toma ainda uma feição nacional pela introducção de trechos de canções populares. D'um caracter alegre e vivo. . ACTORES DISTINCTOS JÁ FALLECIDOS . . anno em que veio para o theatro das Variedades. Tinha defeitos mas era uma utilidade e papeis houve em que principalmente ao ensaiador Romão. Abreu — Foi Ahreu um antigo actor do Gymnasio que alli se con- hode comportamento exemplar. No fim da vida trabalhou no velho theatro da Rua dos Condes. onde Velloso. com a mesma actriz seguiu para o Porto e provindas e com ella veio para o theatro de D. a 9 de Setembro de 1882. agradando ahi immensamente. de Lisboa.ACTORES DISTINCTOS JÁ FALLECIDOS Nasceu em Vianna do Gastello. Amaro Nasceu a 28 de Outubro de 1S25 e morreu a i3 de Maio de 1896. No Porto fizera os galans na companhia de Emilia das Neves. esAlves treiandose alli aos ii annos dç edade e continuando a sua carreira artistica no Porto — principalmente nas comedias Gramm atiça e Abel em Coimbra até i863. onde obteve bastante successo n'algumas peças. Os antigos tyrannos eram o seu género favorito. Fernando. 1875 foi inaugurar o theatro da Trindade. Amaral— Mor- substituiu António Pedro e Izidoro. A' falta de artistas. Morreu contando apenas 28 annos. do Porto. no theatro de D. Amaro fez lá por fora os primeiros galans nas peças da grande Emilia. Começou n'uma empresa de Emilia das Neves. e esteve em seguida na Rua dos Condes. que alli fez parte de diversas companhias. Era igualAmaral que nunca perdeu. conscien- ciosíssimo. que teve n'aquella cidade a sua epocha de muito agrado. Foi um actor muito estimado e até po- — servou por muitos annos. Maria II. Nasceu no Porto em 1841. Apezar da sua voz arrastada e com o vicio provinciano. Era na se. passou a tra- verdade tista um ar- balhar no barracão dos Carmelitas e em outros theatros do Porto até que morreu. fez bella figura graças pularissimo na cidade do Porto. de Lisboa. mente um mem — II . Como este theatro ardes- com muito agrado Em reu no Porto em 1892 este actor. a Abel 22 de Janeiro de 1824 e morreu no Porto. Passou depois para as Variedades. era actor de mérito e bastante útil. Foi casado com a actriz Carlota e Tio Paulo. Em 1864 veio para o Gymnasio. Foi descendo até que. a 14 de NoAreias vembro de 18196 morreu no Rio de Janeiro. mas não Amaro melhor figura.^ classe. Na impossibilidade de citar todo o seu vasto repertório. Cada peça era um novo triumpho para o insigne artista. tendo desbaratado sorte grande duas a e heranças. Foi representante de casas estrangeiras. negociante.. Foi para o Brazil em 1837. sempre victorioso. Passou ao Porto. fazendo parte da companhia de João Caetano. o actor-auctor António José de Paulq. Tartufo. começar no Armando Duval da Dama das a acabar no Rei da Joanna a Doi- verdadeiramente accla- Com esta re- commendação. ainda lhe deram papeis a que não podia chegar. Veio a Lisboa António Pedro quando este sa- hiu do theatro. António José de Paula— Morreu em Lisboa a 19 de Maio de i8o'J. indo findar os seus dias papeis. para alli foi António Pedro. Estreiou-se no theatro das Variedades. abordou tam- bém onde o theatro. julgando-se melindrado no seu orgulho de artista. Duas noivas de Boisjoly. em 1841. em 1 858. sahiu para o theatro da Rua dos Condes. Nasceu em Lisboa. photographo. em neiro — . Memorias do Diabo. Estie actor gosou no seu tempo de grande nomeada. Vol- tou ao Rio de JaAreias em 1854 e no Brazil se conservou até á morte. Foi depois ao Brazil. Homem intelliApollinario dAzevedo gente e emprehendedor. onde fez maiores mado. Sr. agente. burocrata. onde só o admitiram a trabalhar ás noites em pequeninos papeis. José. de o actor António José Areias. Nasceu em 14 de Julho de 1771 Arsejas e morreu a 12 de Novembro de i838. jornalista. foi um actor — . Loíeria do Diabo. tendo sido pintor. de Rua dos Condes e Gymnasio. • Maria. Com Santos passou para D. fazendo o papel de 5o/ na magica Loteria do Diabo. tomou a empreza do theatro do Salitre. ao entrar em I>. Era dos talentos mais expontâneos e asssombrosos que o nosso theatro tem pcssuido. Quando Santos e Pinto Bastos tomaram de empresa o theatro do Principe Real. Rabagas^ etc. esteve depois na Rua dos Condes e Principe Real e morreu no Porto em 1879. Começou a sua carreira no theatro do Bairro Alto. ao Hospital de S. Estreiou-se no theatro do Gymnasio em 1859 na comedia O tal sujeito. bric-á-bra- quista. Acabou por não ter que fazer e também que comer. Maria. Maria com a empresa Rosas & Brazao. — a 18 de Janeiro i{?92. mencionarei apenas algumas peças em que foi justamente mais victoriado: Hamlet. Trabalhou ainda em D. Ladrões de Lisboa^ Saltimbanco. Solteirões. D'ahi em diante o seu agrado foi em i85i representando nos theatros da extraordinário. Sempre notável. onde ganhou dinheiro. Mocidade e honra. onde continuou a martar passa. Çebé. começando então a sua epocha de ouro. António Pedro Nasceu em Lisboa. Escreveu e traduziu varias peças para serem representadas pela sua companhia. trabalhando em todos os géneros. Jui^. a ponto de substituir o grande Izidoro. em 1794. onde era primeiro actor festejadissimo. Ramunculo. Voltou para Lisboa. — musico. O homem não é perfeito. Scenas da guerra da Itália. Marion-Delorme. soavel rae 1 um bom Apollinario d'Azevedo ensai- dor. Foi depois reformado como actor de 1. Foi durante 54 annos um artista de valor. foi 162" Camélias e da. João o carteiro.5 Ars a DICGIONARIO norte a sul. Pedro Ruivo. emquanto a saúde lh"o permittiu. Percorrendo por quatro vezes o Brazil. Sabichões. A' Volta.. a de Maio de i836 e morreu a 23 de Julho de 1889. depois para o Gymnasio e em seguida para a Rua dos Condes. Alli se estrelou progredindo e mais agradando dia a dia. o noiabilissimo actor António Pedro de Sousa. Paralytico. commerciante. disticto actor José Joaqium ArFoi director e emprezario de varias companhias dramáticas. Fernando. onde esteve por muitos annos. Tendo ido muito novo paraoBrazil. Era um bello . e que n'esse tempo eram nada menos que Taborda. no drama O infanticidio ou a ponte de St. mstaladas nos antigos iheatros do Salitre e Rua dos Condes. na companhia de Florindo Joaquim da Silva. mas recebeu sempre a pensão de quatro mil e oitocentos réis mensaes. Évora e outras terras da provincia. Tinha então 22 aanos. Bernardo Arejóes Pouco tempo viveu e por isso foi depressa esquecido este actor. Até 1857 an- dou sempre em companhias que depois passando para o exploravam os theatros do Rio Brandão Gymnasio e. foi muito distincto. Escriptores draBaptista Machado máticos distinctos já fallecidos. da sua escola e do seu tempo. N'esse theatro fez boa carreira. dada pelos seus antigos collegas e sustentada por Emilio Doux quando tomou posse da R. Foi um actor que se caracterisou bem e os papeis excêntricos foram o seu género Morreu a 19 de Março de 1904. Ahi ficou com diversas emprezas e sociedades nos cargos de actor e er^^aiador. victimado pela febre amarella. Entre muitos papeis em que bastante agradou. se a morte o não rouba tão cedo. Izidoro. Santos. o engraçadíssimo actor António José Brèa. que tinha realmente muito mérito e um bello futuro diante de si. extremamente sympathico de physionomia e de uns olhos vivos e animados que lhe coloriam a expressão. Gesar de Lima — — annos. dos Condes. Itália. sentiu-se repentinamente incommo- O dado na estação de Sant'Anna e. Estreiou-se como actor. que traz o retrato do Arsejas. Nasceu a 20 de Julho de i835 Augusto e estreiou se no velho theatro da Rua dos e outros. Representou também no Porto. Em i858 passou para o theatro de Variedades. Viveu mais de oitenta annos. também como director de scena. o sejas. fez successo nas peças: Pretos e brancos. Ha uma publicação ingleza. alli se estreiou romo Condes em i855. No theatro normal o seu repertório foi sempre o mais escolhido e o mais litterario. N'este ultimo theatro ainda trabalhava em 1814. Acompao seu emprezario Pinto Bastos.i63 DO THEATRO PORTUGUEZ Brê Thomar. infeliz artista. alli morreu Borges Garrido Foi um actor bastante distincto do começo do século passado tendo feito parte das companhias dos theatros do Salitre e Rua dos Condes. Por fim esteve dur?nte algumas epochas no Principe Real. onde esteve por muitos Augusto Fez também uma epocha no theatro do Principe Real. Foi um excelente actor de drama e alta comedia Possuía todos os requisitos para um perfeito galan. V. para o que era preciso que fosse bem distincto. do começo do século passado. a 8 de Abril de 1841. Fez varias tournées ao Brazil como ensaiador e um dos primeiros actores. ou pães nobres como então eram classificados. actor na cidade de Pelotas. na comedia A Ramalheteira. estreando se no drama Redempção. Assis — Morreu a 26 de Setembro de i85i o distincto actor António Maria de Assis. que contava apenas 33 annos de edade. fazendo uma viagem do Porto para Lisboa. passou á Rua dos Condes e depoisao D. o actor Augusto César d'Almeida. Cloiid. Tendo ficado com-^ — pletamente cego. Era alto. na magica A coroa de Carlos Magno. apeando-se. em 1854. Escriptores Dramatiaos diitinctosjd fallecidos. a 25 de Setembro de 1868. em Outubro de ibíSy. passou para o Gymnasio. que tanto promettia e que seria talvez o único para substituir Marcolino. Braz Martins V. appareceu na Trindade. desempenhando com grande applauso centros dramáticos. no theatro do Salitre. foi uma utilidade e para ensaiador tinha a qualidade nhando de vencer as difficuldades. sendo bastante festejado. Era casado com a notável actriz Josepha SoUer. Como actor. Filho-familias. onde muito se distinguiu ao lado dos primeiros artistas da casa. Depois de fazer n'este theatro diversos papeis com bastante agrado. elegante. Se não foi actor distincto. An- — — dou também pelas províncias. a !3 de Novembro de i838. Brandão Nasceu em Lisboa. Brèa Morreu em Lisboa. e Mentiroso. passou para o Principe Real e depois para a Rua dos Condes. foi escripturado para o theatro de D. e morreu a i de Fevereinj de 1892 o actor-ensaiador — José António — Brandão. Começou no velho theatro do Salitre. Grande do Sul. Estreiou-se no theatro das Variedades. Maria. a ó de Outubro de i857. Tendo vindo para Lisboa. em 1859. recolheu-se a um asylo. alem de ser correcto. R. apezar de um escriptor da sua epocha d'elle dizer: «Um desgraçado. á qual ainda pertencia quando morreu. Carlos Lima Morreu a 16 de Janeiro de 1896 — este actor. fazendo ahi papeis importantes com muito agrado. Brazão. em pouco tempo. ensaiada a capricho pelo grande Esteve nos theatros da antos.Principe Real e Gymnasio. Estreiou-se no theatro das Variedades em 1867. os olhos pequenos e orlados de vermelho. Começou no velho theatro da Rua dos Condes ealli chegou a ser o primeiro cómico dos Condes. Morreu em Lisboa. obteve um modesto logar de actor e contra-regra na companhia Rosas &. Com a cabeça pendente sobre o hombro esquerdo. Era uma verdadeira utilidade Gamillo no theatro este actor. As peças em que mais agradou foram o Rachador Escoce^ e o Naufrágio da Fragata Medusa. Fez parte das companhias da Rua dos Condes e Príncipe Real. n'um pequeno papel do drama Herdeiros do C^ar^ a 9 de julho de i85o. Foi braço. Nos últimos annosda vida foi ensaia- dor dos espectáculos dos doidos em Carreira Rilhafolles. elle. a 8 de novembro de 1857. lendo-o apenas uma vez. Era dos mais considerados artistas do theatro de D. fez papeis em que muito se salientou. Foi casado com a actriz Margarida Lopes. Maria. — Por muito grande que fosse um papel. agradando sempre. alem d'estas contrariedades physicas. tinha no theatro um largo e bello futuro. fazendo papeis importantes. Carreira Foi sapateiro e aleijado do pescoço e de um — (Valma. ligeiramente cambaio e. O papel que mais ficou accentuado pelo bom desempenho foi o do Principe Cornélia Gil na Grã-Duqueia. no Ghalet da Rua dos Condes. Como pouco ali fizesse. victimado pela epidemia da febre amarella. theatro dos Recreios. dos Condes e Avenida. onde findou a sua carreira. o que levou José Carlos dos Santos a contractal-o para a sua companhia. Rua dos Condes. porque. e por fim. quando na primitiva esta geça foi muito festejado. Pertenceu á companhia de Emilio Doux no velho theatro do Salitre. Se não morresse tão cedo. estando depois no Principe Real. possuía uma memoria prodigiosa. Co- Carlos Uma Era um actor característico Carvalho de primeira ordem Bernardino Augusto de Carvalho. já muito doente. onde se poude salientar. Apezar d'isso muito agradava na baixa-comica. Voltando a Lisboa. na qual foi uma utilidade. um bom cómico agradando tanto em Lisboa como no Porto. Vi- ctimado pelo beribéri. da Trindade. passou para o theatro da Rua dos Condes. mas salientou-se por vezes por boas caracterisações e feitios extravagantes que adoptava. Tinha immensa graça e pena era por vezes exagerar o seu trabalho. morreu a 3 i885. filho do actor Lima. onde. Teve um bom nome e foi Quando ti- nha um ensaia- dor que respei- tasse era um Carlos d' Almeida actor muito útil. Em seguida foi para o — maneta» — — . Variedades. Maria II. na comedia deijfa Granartista Esteve depois na Rua dos Condes e em seguida foi n'uma tournée ao Norle do Brazil.: Cez DICCIONARIO 164 actor cómico e tinha grande popularidade. Estreiou-se no theatro Cezar de Lima de D. Nunca fez um trabalho de vulto. meçou no — no Pará Maio de de Capistrano — Estrelou -se em 1859 no velho theatro da Rua dos Condes. Carlos d'Almeida rissimo nos theatros de segunda Capistrano — Foi um actor popula- passando de- pois para a Rua ordem. sendo então contractado definitivamente para o theatro normal. d'um momento para o outro ia substituir qualquer collega. Vide Escriptores draCezar de Lacerda máticos distinctos já fallecidos. Carlos 0'Sullivand Nasceu a 14 de Agosto de 1842. ^ Anna Pereira. A sua carreira em D. no artista. No mesmo theatro Coelho Cypriano sio. um actor correctís- ^ . e Lis- morreu em boa. pois. Entregou-se de novo ao commercio até que morreu em novembro de 1897. escreveu a peça de costumes A Espadelada. companhia do theatro D. i885 contractou-o Francisco Palha para a Trindade para fazer o papel de Gaspar nos Sinos de Corneville. actor que no theatro de D. Correia Morreu em Lisboa. íntelligentissimo e illustrado. Deu depois uma série de recitas no theatro Baquet. do Porto. fez ao governo importantes trabalhos eleitoraes e em recompensa. brilho. Cyp Gymnasio. no Gymnano Príncipe passou a ponto da companhia deFrancisco . Pouco agradou no difficil confronto com Ribeiro e sahiu do theatro. Seguindo a carreira administrativa. Bayard. o distincto actor Cejar Polia. mas sem também felicíssi- mo.^^ máff Margarida Clementina. Nasceu em Lisboa em iSSz. Voltou para Lisboa. no drama militar 2g ou honra e gloria. donde depressa regressou. Maria classi- como ac- primeira do em De quanquando ^ÊIÊ 'ãÊf sahia para se fazer emprezario WM \ do Príncipe Real ou das Variedades. quando ali foi com Taborda e. representou com bastante agrado as — Tendo — Cezar Polia de 18S1. Maria II. Estreiouse em i858 no theaCypriano tro da Rua dos Condes. José Bento e outros. para o apresentar. tornando ainda depois a contractar-se D. Em — Cypriano José dos tendo de já 34 annos edade. no theatro normal. mos- melhores papeis foram o cabo geral das Intrigas trando grande valor. falleceu em Lisboa no fim do anno de 1907. o — Um — mas assim actor Manuel Francisco reia. onde fez bella ficado tor de classe. Quando passou a fazer papeis centraes. no bairro e o tio Liças do Casa- mento do Descasca-milho. Nas suas emprezas Cezar de Lima era elle sempre o ensaiador. foi classificado actor de segunda classe no theatro de D.i65 DO THE ATRO PORTUGUEZ figura. te mesmo obteve a reforma. Cor- que duran- nos bastantes anfez parte da no Gymnasio e Maria. Estreiou-se. Maria. onde conseguiu evidenciar-se. Maria. Era homem . no Porto e outras terras da província e no Brazíl foi brilhante. e depois II. voltou para o theatro de D. em 1867. foi simo.se lá actor e auctor. Gama. fez. a i3 de abril Costa Lima ido para o Brazíl para se Correia entregar ao commercio. O theatro portuguQz poucos galans cómicos terá tido como elle. que lhe deu muito dinheiro. Adquiriu o Panorama de Portugal que para lá levara o photographo Henrique Nunes. o que elle mais ambicionava. Já retirado do theatro. Real. Esteve no Rio de Janeiro. entregando-se ao commercio e só representava com amadores. Como actor teve uma epocha de grande e justíssima nomeada. Cezar PoUa Nasceu no Algarve. mo Santos não teve grande carreira como actor pois que os seus drama Os Diffamadores. co- suas peças: Espadelada e Pupillos do escravo. Coelho Maria II fez importantes papeis ao lado dos primeiros artistas e mais tarde foi ensaiador e emprezario do theatro das Variedades. e assignalado ficou o seu notável trabalho em muitas peças Foi casado com a actriz Maria das Dores. Quando regressou a Portugal. Devese-lhe o ter lançado no theatro os artistas: Virginia. a 19 de ju- nho de 1891. em 1881. Em i833 foi Trindade. Conservou-se n'este theatro até 1892. Quando sahiu da Trindade começou tentando diversas em- prezas. Com Domingos d'Almeida — Nasceu em Lisboa em i835. Aqui arrastou a velhice pau- o Gymnasio de Lisboa. onde reappareceu com grande êxito no Reino das Mulheres. Nasceu em Maiorca. acabando assim o seu penar aos 39 annos. onde teve a sua epocha de successo. onde fez diversos papeis com graça e applauso. Passou ao theatro Baquet. A 20 de Diniz dezembro de 1884 estreiou-se — na Trindade. A 25 de novembro de 1893. foi contractado para o theatro do Salitre. sobresaindo em muitas peças. Domingos Godinho Foi um antigo actor do theatro das Variedades. Pa^. fazendo os primeiros galans de todas onde agra- peças com muito agrado. Domingos d Almeida 1870 foi contractado para o Baquet. andou nos últimos tempos da sua vida n'uma grande excitação nervosa. Na madrugada de 12 de abril de 1894 suicidou-se n'uma rua do Porto. onde fez carreira e veio depcis para bella do para D. N'este theatro esteve uma epocha e depois duas no Avenida. o distincto actor Dini^ Pinheiro. em março de i852. D'ahi foi para D. o que o impossibilitava de fazer papeis de responsabilidade. dou d'onde voltou para o Porto. Morreu a 20 de fevereiro de 1874. a fazer parte d'uma companhia dirigida por Emilia das Neves. Seguiu d'ali para as províncias com a companhia do Soares. estando a representar o Solar dos Barrigas. Fez depois outra no Porto na empreza de Alves Rente e em 1880 foi ao Rio de Janeiro. distincto ama- dor dramático. que o trazia em constantes conflictos e acabou por lhe dar um fim desgraçado. do Porto. nou-se um actor muito distincto e muito útil. go depois para a Rua dos Condes. Teve papeis magníficos.Dom DICCIONARIO juizos. o actor António Dias Guilhermino. próximo da Dias Figueira da Foz. Estreiouse no theatro da e Km Domingos Ferreira— Sendo d'este passou. Era centro dramático e cómico. onde tembem agradou bastante._que só lhe deram desgostos e pre- . Era um artista de valor e engraçadíssimo. no Um drama martyr da Domingos Ferreira e ali contractase conser- victoria. na opereta Ave at^ul. cahiu fulminado em scena para nunca mais se levantar. e — para o theatro de D. do Porto. do Porto. Nasceu no Porto. Foi em seguida as para as Variedades e mais tarde com Santos para o Príncipe Real. Maria vou por muitos annos. até ser reDomingos Ferreira Torformado. Em Dias 1890 veio para o theatro da Rua dos Condes. contractado por Alves Rente e depois Cyriaco de Cardoso. a 23 de setemDiniz bro de i835. sendo sempre muito querido. Ahi se con- — o génio arrebatado que tinha e que o não deixavam. i66 Palha. a 28 de março de 1840. onde fez ainda progressos. fazendo enorme successo n'uma revista do anno. Estreiouse em Coimbra na comedia Dr. Maria como fiscal e caixa da empreza Rosas & Brazão e n'essa quali- as contrariedades dade morreu. com o qual seguiu para a Trindade. onde muito agradou. que interpretou a primor. Foi logo depois para o Porto e ali esteve representando durante 20 annos consecutivos. de Lisboa. Voltou a Lisboa bastante velho e gordíssimo. Começou a sua carreira no theatro do Salitre. e lá voltou para o Porto. Fernando. Em 1878 veio para o theatro do Príncipe Real. n'uma matinée^ no theatro do Príncipe Real. em que esteve muitos annos. sendo muito festejado. passando lo- servou com muito agrado durante uma epocha. estreiando-se no drama Os fugitivos das prisões de Leão. a sua terra predilecta.. até que uma terrível doença o afastou da scena e em breve o matou. principalmente nos galans cómicos. Estrella do Norte. onde muito agradou e regressou depois a Lisboa. Seguiu mais tarde para o theatro Baquet. foi para o das Variedades. onde foi presentou com muito agrado e desde creança em diversos theatros muito festejado no ^6. Fagulha. Florindo Nasceu em 19 de julho de 1826 e morreu em 25 de novembro de 1904. José. Retirou-se do palco por ter a saúde arruinada e morreu no Algarve em 1826. Foi ver dadeiramente um artista e um mestre de pri- meira ordem. sem deixar de ser bastante correcto em papeis de outro género. que ali fez com muito agrado a maior parte da sua carreira artistica. Flor de de 181 Nasceu Epiphanio e morreu a i5 de outubro de 1857 o notável actor e ensaiador Epi- — Chá. morte o não roubasse tão cedo. Ca- minhou sempre de triumpho em triumpho em cada peça que ensaiava e representava. Soares dos ovos de oiro. Como actor teve um immenso repertório em que muito se distinguiu. Abandonou os estudos para seguir a carreira d'actor. entre ellas o drama O verdadeiro heroísmo ou o annel de ferro. Escreveu diversas peças. Foi conhecido no theatro por Eduardo — Franco. Maria. Representou por alguns annos nos theatros de Lisboa com muito êxito. do Porto. Não menos agradou na Moléstia de pelle. pôde afoutamente dizer. para a Rua dos Condes. etc. — de abrii Faria Duque^a. sendo considerado uma boa utilidade. Em Lisboa trabalhou em diversos theatros. Quando este theatro fechou. No Principe Real lembram se todos da notável creação de Faria no general B o u m da GrãEduardo a 7 deveria chegar a ser um se bom a actor.. Taberna e n'outras peças Aggravando-se a doença de que havia muito padecia. Como artista. Casal das Giestas. que foi inesperadamente interrompida pela morte. fazendo ahi bella carreira. morreu no hospital de S. no theatro de D. Fernando. onde se estreiou na opera cómica A Barcarola. Foi Epiphanio o primeiro ensaiador portuguez de verdadeiro valor. Estreiou se n'um pequeno papel do drama Os Herdeiros do C^ar. Morreu victimado pela epidemia da febre amarella. Foi ao Brazil. Era entre todos rs bons artistas. mas desconfiadissimo. Emilio Doux V. Beneméritos do Theatro. Era natural Fernando José de Queiroz de Aveiro. Sobresahiu muito no drama A phanio Aniceto Gonçalves. Intrigas no bairro. onde teve magnificas creações na Loteria do Diabo. Nasceu no Porto em 1844 o Firmino actor António Firmino da Rosa. fazendo ali parte de diversas companhias até que morreu no fim de 1907.3 167 DO THEATRO PORTUGUEZ Pomba Fio perrimo. Era um homem honestissimo. — — Nasceu em Lisboa. a 8 de janeiro Faria de i8jo. até que a morte deu allivio aos seus pezares. Teve o seu campo de glorias no velho theatro da Rua dos Condes. sem que tivesse qualquer d'estes Reappellidos. Prophecia e outras peças de grande espectáculo. — Eriphanio Epiphanio quem mais commovia e enthusiasmava o publico. como o demonstrou no Alcaide de Faro. Estreiou-se no velho theatro da Rua dos Condes em i85i. Reino das Fadas. Dois cadis. Maria II. Trapeiro de Paris. Faustino Estreiou-se no velho theatro da Rua dos Condes em 1867 e ali fez importantes papeis. etc. pela qual tinha paixão. o que o afastava da convivência. bom na extensão da palavra. o excêntrico actor Justiniano Nobre de Faria. a 9 de julho de i85o. Passou para o theatro de D. — — . a 28 de abril de i883. Voltou em 1887 para o Porto.se que em actor burlesco e excêntrico é o que temos possuido de melhor. Et ccetera e tal. em que bastante se distinguiu. Alcaide de Faro e Espinhos e Flores. causada por uma desastrosa queda. obtendo grande êxito no Tuttiliniundi. que se representou no theatro da Rua dos Condes em 1821. mas os seus grandes papeis foram no Alfageme de Santarém. Ave do Pàrai^o. Bombeiro. passando depois a continual-as em D. Templo de Salomão. Das Variedades passou para a Rua dos Condes. Dois dias no Campo Grande e n'outras peças. Pobreza Envergonhada. Novas intrigas. voltou para o theatro das Variedades. Começou a sua carreira de artista no Rio de Janeiro. João. veio escripturado para o theatro de D. Sem se notabilisar. nos Açores e no Brazil. tendo primeiro enlouquecido. Partiu depois para o Brazil e lá morreu. que abandoFlorindo nou para se empregar como sub-prefeito na Casa Pia. em 1890. Infelizmente a febre amarella em trez dias matou-o o que muito contristou o publico por- doRiode Janeiro. Francisco Fructuoso Dias— Foi um antigo actor muito distincto dos theatros do Salitre e Rua dos Condes. Furtado Coelho Nasceu em Lisboa. Foito— Estreiou-se no theatro da Trindade a i5 de janeiro dei868 na peça Conspirai^ão na aldeia o actor Ale- xandre Augusto to. Morreu em 1892. principalmente por trabalhar em todos os géneros e sempre com correcção. tendo abandonado por completo o theatro. o que lhe deu entrada como artista para o velho theatro da Ru ados Condes. do Porto. onde agradou im- proFrancisco Costa 1878 voltou para Lisboa. Foi uma grande utilidade. Passou depois para o theatro das Variedades e d'ali para um theatro popular de Belém. percorrendo depois varias terras da província até Em i858 foi contractado que em 1860. em i856. onde era muitíssimo estimado. Muito lhe deveu no Brazil a arte de representar.. onde teve muito êxito. António Florindo da Costa tinha a mania de imitar o notável actor Epiphanio. Passados annos partiu para o Rio de Janeiro. para o novo theatro da Rua dos Condes. n'uma companhia organizada por Emilia Adelaide. onde foi infeliz. e por fim. Fortunato Pinheiro Foi um — que Furtado Coelho foi por muitos annos um Fortunatoj Pinheiro afamado curioso escriptor drama- Furtado Coelho . onde bastante agradou. um bello logar ao lado dos primeiros cómicos. pelo que foi em 1875 escripturado para o theatro do — Príncipe Real. de Lisboa. alguns papeis fez com bastante agrado. reapparecendo no Príncipe Real. mostrando já bastante vocação para a scena.. indo por diversas vezes ao Brazil. Em 1896 esteve no novo theatro da Rua dos Condes.Fui* DICCIONARIO i68 Graça de Deus. Pouco depois foi para o theatro Baquet. com a empreza Valle. passando depois a discípulo. fazendo gresos. mas logo no anno seguinte voltou para o Príncipe Real. Entrou em 1871 para o velho theatro da Rua dos Condes como figurante. dramático. para o theatro de S. Em 1876. onde fez os primeiros Foito papeis e em pouco tempo era o actor mais querido da cidade invicta. Passou depois para a Trindade e ali trabalhou até á morte. das Neves FoiMostrou muita vocação para a scena. do PortO. a 28 de dezembro de i83i. Em 1874 conseguiu um logar na Camará Municipal de Lisboa. i885 foi contractado para o theatro de D. o illus- — mensamente e em menos d'um anno conquistou trado e djstincto actor Lui:{ Cân- dido Furtado Coelho. oude se conservou até á morte. Convidado pelo emprezario Parisini. Francisco Costa Nasceu em Castello Branco em i852 e morreu em Lisboa em 1907. Fernando. foi trabalhar no Porto. o que lhe grangeou muita troça e a alcunha de Epiphanio de m. Era artista de exem- enormes Em Em plar comportamento. passando depois para o dos Recreios. Maria. A Actri^. Morreu em Lisboa. Luiz e o Lucinda. Gil (pae) o velho actor António da Silva Gil. pae dos actores João Gil e Silvério Gil Foi um artista útil no Salitre. brilhante. na segunGaspar da cidade do reino. do Porto. mas infeliz na sua carreira. Também fez magnificas traducções. o de S. . Estreiou-se na inauguração do theatro do Príncipe Real. onde trabalhou por diversas epochas. Ahijfez bella carreira. Peniten- Passou logo depois para o theatro das Variedades. Como escriptor. Maria. cheio de doença e privações. do qual nada aproveitou por morrer logo em seguida. tendo uma vida agita. Em julho de 1870 appareceu em D. Como actor adquiriu no Brazil a fama de excellente. Nasceu a 2 de setembro de Gama 1840 e morreu a 16 de dezembro de iqoS o actor Joaquim Carlos da Gama. Conseguiu entrar para o GymnaGuilherme da Silveira sio. e mais ainda no Rio de Janeiro. o actor Guilherme Squiner da Silveira.169 DO THEATRO PORTUGUEZ Gui muito festejado. de Lisboa. Remorso vivo. Principe Real e Avenida-^Era um artista de merecimento. Amélia. durante muitos annos. Morreu no Porto. Em i885 seguiu para o Rio de Janeiro. especialmente nas operetas Amor e dinheiro e Argonautas. Era pianista e tocava também na perfeição o copophone. fez peças que tiveram êxito. o seu repertório é incomparável com o de outro qualquer artista. onde os emprezarios lhe fizeram um beneficio no theatro D. No Brazil o seu trabalho mais apreciado foi o Sete Ca» becas. invariavelmente. a 22 de dezembro de 1864. onde muito agradou. mas que teve noites muitos Era um Gil (pa de bastante agrado. Nasceu em LisGuilherme da Silveira boa. trabalhou sempre com muito applauso. Essa fama foi perfeitamente confirmada em Portugal. Gymnasio. Amor da arte. Foi casado com a actriz Lucinda Simões e era pae de Lucilia Simões. Auxiliado por uma memoria prodigiosa e muitas vezes impellido pela necessidade de variar os espectáculos. quando aqui veio por três epochas dar espectáculos nos nossos theatros. em 1875. e prin- cipalmente em todas as terras de província. ->j<^~. Morreu ainda novo. V. pois que. adquirindo bastantes sympathias e muita popularidade. Dirigiu quasi lodos os theatros do Rio de Janeiro e dois lhe deveram a existência. drama cia. Rua dos — — Condes e Princi- pe Real. Furtado Coelho foi ainda por algum tempo ensaiador nos theatros do Rio de Janeiro. Beneméritos do Theatro. um instrumento que elle tornou agradabilíssimo ao ouvido. onde muito agradou Fez-se depois ali emprezario. etc. a 21 de maio de 1870. n'um pequeno papel do a 21 de outubro - -.. entre as quaes: O Agiotico ta. O Actor. Maria. Em 1872 partiu para o Rio de Janeiro. Ensaiador nunca lá houve melhor. Estreiou-se em agosto de i863. Começou por Guilherme da Fonseca Gil Vicente — — — actor de província. esteve depois escripturado nos theatros da Rua dos Condes e Principe Real. na comedia Cura de Pompone. na comedia Dois pobres a uma porta. veio para Lisboa. e as suas companhias eram sempre modelos. Era uma utilidade e um actor disciplinado. Actor portuense. de 1900. Quando já nâí) representava. um actor de notável merecimento. onde se estrelou. tendo principaes papeis em muitas comedias. Passou depois a societário do theaGama tro do Príncipe Real. que também agradou emLisboa. Em 1899. correctíssimo e principalmente de notável diseur. que. Maria na Marion Delorme eyoutras peças fez com êxito. actor da velha escola. tendo composto diversas partituras para peças. Foi depois escripturado para o theatro Baquet. no theatro de D. viciimado pela morphea. representava duas ou trez peças novas por mez! Furtado Coelho foi também musico distincto. um ensaiador primorosíssimo e um eraprezario arrojado e emprehendedor. que percorreu por annos. Quando regressou a Lisboa esteve alternadamente :Contractado nos theatros de D. do Testamento da Velha. a II de fevereiro de 1846 e morreu re- — pentinamente em Madrid. onde agradou. Trindade. da mesma cidade e mais tarde foi sócio do Baquet. onde fez progressos. indo depois ao Brazil com Emilia das Neves o distincto actor Heliodoro de Al- — de junho ras peças de diversos géneros. nos incumbiu e em especial nas seHeliodoro Caturras. Logo d'ahi a pouco obteve grande successo na parodia Andador das almas. Pedro. tomou a iniciativa da construcção do theatro D. estreiando-se de abril de i853. Pátria^ Jogo.tornou-se bastante distincto nos papeis de que se m^^^ \ graça inexcedivel centos de comedias. N'este theatro esteve Ipdoro até 1876. na comedia Atra^ d'umulher. de que era um dos proprietários. Ludovma. regressando a Lisboa. onde então fez fortuna. na Pj:^ domestica. a 23 de setembro Escreveu para o Gymnasio uma revista em 2 actos. Começou por ser comparsa no theatro de D. Em no drama Os Mysterios de Londres. A de i86i foi Isidoro classificado como actor de primeira classe pelo conselho dramático. Gusmão^ no Rio de Janeiro. pois. como se fosse salientando em cada novo papel. parte n'uma recita publica no theatro de tomou Almada. José. etc. Heliodoro morreu no hospital de S. a 16 de setembro de 1847 no drama Corte da Suécia. a 2 de nO' o notável actor Isfidoro Sabino Ferreira. onde continuou agradando. Maria e ahi. Louco d'Evora. representou no Fronteiro d' Africa e na farça Pagar o tnal que não fej. Areias. Amélia. como Lisboa. epocha em que foi inaugurar o theatro das Variedades. A sua morte foi causada por hemorrhagia cerebral. o actor Miguel Archanjo de Gusmão. desempenhando morosamente meida Franco. entrou para o theatro de D. que esteve no velho theatro da Rua dos Condes e passou para o Salitre em 1834. — guintes peças: Gladiador de Ravenna. Dama das Camélias. Maria.. agradando muito. de Lisboa. a 25 de abril de 1844. ter feito construir um dos primeiros theatros de Lisboa. arranjou em prosa a Nova Castro. que tiveram muito agrado Ipdoro era condecorado com o habito . Entrou depois discípulo no Gymnasio. Isidoro confir- merecimento em innume1 : caracter. 1 vembro de Maria. etc. apezar de ter já adiantada a tísica de larynge que omatou. Marion Delorme. Florindo. e. anno em que morreu. Embarcou para o Brazil a 4 de Gusmão julho de 1847. Joanna a Doida. conservou se no Gymnasio até i858. á volta. causando grande entnusiasmo. na comedia Uma fraqueja. a 17 de julho de 1875 Ignacio Caetano dos Reis Foi um actor cómico de primeira plana. que falleceu no Rio de Janeiro. Foi em seguida com Francisco Palha para a Rua dos Condes e depois inaugurar o theatro da Trindade. Logo em seguida. imitou e traduziu diversas comedias. a 21 d'outubro. Nasceu em Lisboa. co- ma mo actor e como mou o seu muito ensaiador. dirigido então por João Caetano. onde bastante agradou. em no velho theatro do Salitre. depois na Rua dos Condes foi primeiro artrabalhando sob a direcção de Emilio Doux. Começou a sua carreira no Heliodoro Porto. N 'este theatro. A 3o de noes- vembro do mes- um mo anno treiou-se actor. e. estando ainda — ali em 1840. Ao regressar a Lisboa. a 2 de março de 1886. chegando ao Rio de Janeiro a 7 de agosto do mesmo anno. Ahi agrae com dou immensamente nos Homens ricos. ízidoro — Nasceu 1828. Martinho. Furtado Coelho e outros artistas notáveis d'essa epocha. A i de novembro de i863 entrou para o theatro de D. Era homem consideradissimo. dandose lhe o maior ordenado da casa. obtendo um enorme êxito na magica Loteria do Diabo.Izi DICCIONARIO 170 dissima. Em 1887 seguiu de novo para o Rio de Janeiro. de excellente tista. 1 em Lisboa.~~^. a 8 de maio Gusmão de 1809. Fez a sua estreia no theatro do Salitre. N'este theatro e 849 - . Estreiou-se ali. entrando para o Gymnasio. Foi guida em secom uma ízidoro companhia para como a 7 a provincia. Ahi teve então uma pri- epocha brilhantissima. no theatro de S. no \Coração e arte. agradando extraordinariamente. Deve se-lhe. entrou de no- vo para o Gymnasio. N'essa occasião fez o eximio artista uma excursão a Évora e. Veio a Lisboa em 1884. este serviço. trabalhou sempre ao lado de João Caetano. Escreveu algumas comedias. para aperfeiçoar-se na arte de representar. fosse qual fosse o género em que tivesse de trabalhar. João Evangelista no começo do século passado. como o mestre Conde dos Dois dias no Campo Grande e os papeis que fez na Revista de i8j6. Pa^ domestica. desenhista de figurinos. Mysterios de Paris. a 28 de janeiro de i8y5. Foram ellas: O Primo e o Relicário. que era — — irmão do grande artista Izidoro. Thiago. 8.o '7' DO THEATRO PORTUGUEZ Joa de S. Era ensaiador. Homens de Bronze. sr.. subsidiado pelo governo. Co^^inha. a 17 de dezembro de 1884. E' apontado como dos primeiros no Essai Statis tique de Adrien Balbi. Como actor. por muitos annos no velho theatro da Rua dos Condes e depois até á morte no Prin- cipe Real. e por isso pouca impressão fez a sua morte. já no theatro de D Mana. Era verdadeiraJoão Anastácio Rosa mente uma alma de artista e sabia como poucos da arte a que se dedicava. Dalila. que se vê no átrio do theatro de D. Auto de Gil Vicente e Primeiros Amores de Bocage. Filha do Avarento. passando dos papeis importantes aos mais insignificantes. etc. entre muitas outras. casa de jantar e sala. que esteve em quasi todos os theatros de Lisboa e do Brazil. Precisase duma senhora para vi. por curiosidade trabalhou também em esculptura. Percorreu Mais tarde receber lições de arte dramática de E m i Doux. no Tio e sobrinho. Agiota em miniatura. Acceitava contracto para qualquer theatro. director de guardaroupa. Representava ce«íros dramáticos. foi n'um theatro. no 66 e nas scenas cómicas Um provinciano em Lisboa. Filho faniilias. foi reformado. Jantar amargurado. Per um trij.. Morgado de Fafe. e aos i5 annos de edade veio para Lisboa a fim de aprender pintura. e moria do publico. sendo seu o busto de Garrett. no drama Maria Tudor. Actor de primeira classe.yar. Joaquim Bento com pouco mérito. em que era notabilissimo. Dois irnmos uni' dos. Fidalgo pobre. papeis teve perfeitamente desempenhados. Apenas esteve em dois theatros de Lisboa. Ramalho. as seguintes peças: Andador das almas^ Tio Paulo. No seu grande repertório figuravam. Maestro Favilla. no theatro da Trindade. que já encontrou disposição a scena.. O sr. Al/ageme de Santarém. Morreu repentinamente estando a representar. Thiago. Criada atna. Maria. Era notável nos papeis de pretos. Do que valia como mestre e guia na difíicil arte de representar. scenographo. uma grande utilidade jantar. Coração e arte. se tornaram dos raros notáveis da nossa scena. Familia Benoiton. em que cantava a canção do p'. tal para eram muito más. João Anastácio Rosa. No Principe Real em nada se salientou. em que alcançou grandes triumphos. Frei Lui:^ de Sou^a. no Alemtejo. seus filhos. Rosa popularidade. sem grandes méritos. Nas armas do touro. LoteNão é com essas! Homens ricos. creou um brilhante repertório. De peça para peça mais foi agradando e dentro em pouco. Foi um velho actor. João e Augusto. finalmente. João Anastácio Rosa foi a Paris. Conspiração na aldeta. bastam. ainda depois d'isso representou nos theatros de D. Basta citar algumas peças. No primeiro alguns papeis teve que ficaram na me- Joaquim Bento estudava os papeis ciosidades e em todas as suas minuapresentava. Nasceu — em Redondo. Morreu em Lisboa João Maria Ferreira em 28 de julho de i883 este actor. Duas bengalas. Morreu em Lisboa. Sem Costa da luneta. os seus dois discipulos queridos. Escrevia muito correctamente e algumas peças fez de valor. que tendo seguido as pisa das do pae. Procopio Baeta.os na perfeição.. Mulheres de mármore. Gata borralheira. Actor que fez epocha. Maria e Principe Real. Pupillas do ria do Diabo. Ricardo III. mas que teve bzstante — que logo o fez apparecer no velho theaJoão' Anastácio Rosa tro da Rua dos Condes. conseguindo agradar e ser estimado. Era mais conhecido pelo João Costa — Reitor. O Cego. Era condecorado com a ordem de S. Marque^ de la Seigliére. etc. artista na accepção da palavra. Fausto o petij. amigo e professor. Barba a^ul. Caturras. que lhe i 1 quasi todos os theatros de Lisboa. actor. Este actor foi talvez o que maior numero de — . Era intelligentissimo e tinha habilidade para tudo. ainda peiores do que as de seu irmão Izidoro. tendo tido um grande êxito n'uma revista de 18.eto ribóla. nos theatros de Lisboa. Joaquim Ferreira Um actor-utilidade. O notável actor Rosa pae morreu em Lisboa. Para França por Tavira. para attestal-o. na Vipnha Margarida. Menina do telephone. e. com companhias de drama. d'ali foi ao Maranhão. Tinha magníficos dotes para a sce- onde muito chegou a brilhar. voltou á. fazendo bella figura. empreza Cezar de Lima e ahi fez pa- peisimportantes. Ainda actor algum portuguez fez ali maior sensação do que Joaquim Silva. José Carlos dos Santos Vide Beneméritos do Theatro. especialmente nas peças: Homem da Bomba. No anno te seguin- das Amoreiras 1881. e dicar-se ao Nasceu em Cezimbra. alcançando um enorme successo. etc. de comedia ou de opereta e obtendo onde bastante agradou. ras-comicas A Filha do Tambor-mór e Ar- Julio Sant'Anna . onde adoeceu. Com o Chalet foi depois para Belém. Tio Celestino. As peças em que se distinguiu fo- como verão n'outras peças. elle ahi falleceu. Foi ahi que alcançou maior successo. e passou por fim para o Príncipe Real. N'este theatro agradou extraordinariamente e fez um bello repertório. que fez em seguida. acabou na Avenida. Joaquim Silva tinha graça e naturalidade e era muito intelligente. em no theatro da Rua dos Condes. tendo-se o vapor demorado no Ceará. como 1891. sendo recebido com as maiores provas de sympathia e apreço. Incorporado n'essa companhia. não tendo ainda trinta annos de edade. e mais lon- ge iria. se a morte o não victimasse. foi a Manaus. Foin'um com um grupo de artistas do theatro de D. onde foi bastante útil. local José Bento mente na. na viagem para Pernambuco. onde se estrelou a i7 de setembro de 1887 na opera. indo alli DICCIONARIO José Baptista 172 — Estreiou-se em Lisboa. no drama Filhos da Noite. Entrou em 1870 como comJosé Bento — de Jacobetty. de feira em passou para o theatro das Variedades. veio para o Salitre. Paulo seguiu para o Pará. Do Rio de Janeiro e S. especial- onde hoje está o theatro da Rua dos Condes. Foi realmente pena perder-se um artista de tanto mérito e ainda na força da vida. Alcançando grande popularidade.1 Jul tournées fez ao Brazil. n'uma parodia Joaquim Silva de dezembro de 1 — Nasceu espectáculos na província.« Amoreiras e. onde mais agradou. Piparote. assim sempre muito agrado pelo trabalho correcto e pelassympathias que disfructava. onde a febre amarella o victimou. Passou ú^a- parsa para o theatro da Trindade. Estreiou-se artista. Niniche li lisbo- nense. em Lisboa a 1860 e morreu no Ceará (Brazil) a 4. Em 1895 voltou ao Brazil. Esteve depois na Joaquim Silva em feira. Maria dar alguns Joaquim Ferreira ram: Testamento da Velha e GrãDuqueí^a.de julho de 1896. no Rua dos Condes e Príncipe Real. principalmente na revista O Micróbio e na magica A Sombra do Rei. na operelta O fazendo depois com muito agrado as opetio Bra:^. foi contractado para o theatro da Trindade. quando trabalhou sob a direcção de José Carlos dos Santos. Em 1892 foi ao Brazil. Em 1894 entrou paJosé Baptista ra o Gymnasio. no theatro do Rato. onde continuou a ser recebido com excepcional agrado. Estrelou se n'um theatro da ru a do Olival. onde fez depois para o theatro Chalet da feira pequenospapeis. Foi n'es- tempo um tincto amador dramático. — Jtílio SanfAnna comdis- em se i865.cómica A Toutinegra do Templo. muito novo veio para Lisboa de- — mercio. Cossaca. Em 1894 regressou de novo ao theatro da Trindade. Gato Preto. no anno de 1842 e morreu no Cartaxo. que obtinham os applausos em que entrou para o theatro de D. depois ás Variedades. em que bastante agradava. como ensaiador e como auctor dramático tinha agradado muito no Rio de Janeiro. N'esta ultima terra foi. epo- tos importantes. retirou-se para o Cartaxo. morreu na Bahia (Brazii) 1887 o actor- ria ni^ Francisco MaCardoso Leo- que se estreiou como actor no velho theatro da Rua dos Condes. Em 1892 partiu para o Brazii. Como actor. o distincto artista Lopes Cardoso— Nasceu de Espozende. entrou de novo no Principe Real só de lá sair quando o destino o levou ao Brazii. para lá morrer de fe- para algumas das mais correctas e engraçadas versões das operetas que formavam nesse tempo o grande e escolhido repertório da Trindade. concelho em em i835. partiu para Pernambuco. voltou ás Variedades. que o victimou em trez dias. Ahi fez um grande repertório até 1876. Leoni começou então a entregar-se ao género cómico. indo depois para o Principe Real cha e Rua dos theatro. vindo a Lisboa em 1806. do Porto. Não conseguiu agradar. companhia na de em oito i865 e aqui Francisco Palha. auctor Manuel da Súva Lopes Cardoso. de — veia cómica inexgotavel e. Nas sociedades esteve durante annos nos theatros do Principe Leoni d'amadores fazia Leoni os galans dramáticos e foi Real. Júlio Vieira n'um pequeno papel da comedia O Importuno. quando quebom como poucos. de Lisboa. na abertura do theatro da Trindade. Foi depois para a provincia. foi contractado por 45íí)ooo réis mensaes para o theatro da Trindade. desembaraço e uma certa graça. Foi depois para a Rua dos Condes. 1893 sahiu do theatro da Trindade para o da Avenida. Maria. na noite do espectáculo de despedida. sem conhecimen- de drama A mãe dos pobres. depois para D. onde adquiriu grande numero de sympathias. excellente ensaiador e também um bom traductor. não só na Trindade. No regresso veio ainda para o esse o género que quiz adoptar para o publico pagante. Mettia muito bem em scena uma peça e apurava-a a capricho. tendo aprendido muito pouco. Apezar de . até que César de Lima o escripturou por Õí^ooo réis mensaes para o Principe Real. Como traductor. perdendo n'elle o theatro um magnifico e notável actor. em 1882. Maria. ria. rara foi a peça em que não teve uma crea- uma O O Como ensaiador. mas já muito doente. em 1874. em Fão. escrever cora certa facilidade umas peças populares. eram trabalho seu ção admirável. Começou no Gymnasio. Depois de grande demora no Rio de Janeiro e em S. tornandodos nossos primeiros actores n'esse se um género. Não podendo trabalhar. voltou ainda ao Gymnasio. era Gymnasio. tinha vivacidade. de uma espantosa naturalidade. Júlio Vieira. a 3o de novembro de 18Õ7.etc. Rua Lopes Cardoso dos Condes e D. de uma excentricidade maravilhosa. Da Rua dos Condes passou para a Trindade logo na inauguração. Nasceu Leoni — Condes Era grande no em Lisboa.«73 DO THEATRO PORTUGUEZ Lop chiduque^a e a revista Fim de Século. Era um artista estimadíssimo do publico. Morreu em i883 o actor Joaquim Lima Em — de Souj a Lima ^ que se estreiou no Gregório bre amarella a 26 de fevereiro JuUo Vieira 1894. A sua pequena figura prestava se a uns papeis de garotos q outros typos. mas na scena portuseu repertório era enormissimo e gueza. onde morreu. quando era preciso. Lima utilidade das plateias. Era intelligente ao ponto de. Fez-se actor no Brazii. Recreios. atacado pela febre amarella. como actor. Maria. Quando regressou. a 21 d'agosto de 1893. Paulo. até que. até que. onde teve muito exito. seu logar ficou sendo um dos primeiros. Do Gymnasio passou para o Principe — — reu em 1881. onde agradou. Luciano —Era um novo de grande merecimento e bella figura para a scena. Foi um excellente actor. a que deu o seu nome e com a qual percorreu as províncias. que também foi escriptor theatral. Na abertura do theatro de D. Entrou depois para D.* vão Colombo. Nos fins do séLuiz Ignacío Henriques culo xvui foi actor dramático nos theatros de l^isboa Lwíf Ignacio Henriques. Entrou mais tarde como societário de terceira classe para a ultima sociedade artística de D. ensaiador e director de companhia Antoiíio Augusto Xavier de Macedo. onde agradou em diversas peças e principalmente no drama Os Campinos. Voltou ás Variedades na empreza Pinto Bastos e com elle e seguiu Mdggiolly para o Principe Real. Filha única. nunca conseguiu agradar em Lisboa. erc. dos Condes — a 26 de Maio i8í. — Estrelou se no tando ainda trinta annos. alli pouco tempo depois de estar. Ideias aa Aubray. onde muito agradou. 1782. Fer'nando. Maria Santos II. pela sua má figura e prenuncia aífectada. sendo sua a comedia O Rei justo vem do Céo. Começou trabalhando em Lisboa no demolido theatro de D. Amélia. de na co- media O Perdão d'acto em perspectiva ò excellente actor Marcolino Ki beiro /*m/o. sobresaindo n'alguns papeis. escripta em — theatro de D. Passou para a Rua dos Condes. e em se- guida para o Gymnasio. Fernando e chegou a estar no de D Maria II. Escreveu uma parodia ao Olhello com o titulo O Tello. nunca mais de lá voltando. Maria foi classificado na primeira classe. que fez bastante falta nos theatros de Lisboa. Começou no theatro Variedades onde logo demonstrou mérito. que se treou no theatro das Variedades. empreza Santos. ilhas e Brazil. Estreiou-se no theatro das Variedades. fazendo o diabo n'uma reprise da Loteria do Diabo e outros papeis fez na empresa Fernando de Lima. Maria II. Foi um antigo Manuel Baptista Lisboa e bom actor dos velhos theatros do Salitre e Rua dos Condes.Sqy. Morreu em Lisboa. onde mor- de Emilia Adelaide seguiu para o Brazil. Nasceu a 3o de Julho Manuel Ferreira de 1841 e morreu em igoo o actor Manuel Ferreira Nunes. volManoel Nobre tando depois á Rua dos Condes.. em 1873 e alli se Macedo — Foi um actor de varias aptidões. Maria. a 26 de Dezembro de 1859. Desde a creacão Marcolino . na magica A Coroa de Carlos Magno. e 174 muito intelligente. a que ainda pertencia quande morreu. onde . Traduziu e imitou diversas peças. não con- Luciano Real. Marcolino Estrelou se no velho theatro da R. Era homem de grande estatura e bella apparencia. Passou depois para o Ciymnasio. em se- Condes. Foi mais tarde contractado para o Porto. e seguiu para o Gymnasio. Passou depois para a Rua conservou MaggioIIy — Foi um bom actor portuguez es- Caetano Eleutherio MaggioIIy. Rato e D. Nasceu em Tavira em Manoel Nobre Fevereiro de i856 e morreu em Lisboa em Agosto de igoS. A sua nomeada foi como director da companhia. onde guida para o Gymnasio e por fim para D. onde fundou o jornal Diário de Noticias e ali morreu.Mar DICCIONARIO fez magníficos papeis. onde foi uma utilidade e alli se conservou até á morte. Maria li. Em iS/S voltou para a Bahia. Morreu no Rio de Janeiro. adquiriu muitas sympathias. entre ellas: (Conquistei o com a companhia México^ Christosr. a 7 de Janeiro de i.i. Passou depois para o theatro de D. Das Variedades passou para a Rua dos do Condes. Este actor era mais conhecido pelo Ferreira das velhas. até 1878. entre outras. muitissimo estimado. mereci- ilhas. no theatro do Príncipe Real. logo depois da sua inauguração. uns garotos. entre outros pa- peis.-. que veio depois para Lisboa. Do Salitre passou Moni^ para o Gymnasio. Alguns trabalhos teve de valor e desempenhando. Para os que o conheceram. Andou depois em companhias ambulantes pelas provincias e Mata -castelhanos um actor de muito mento. Fazia uns aprendizes. N'uns papeis lypicos muito especiaes chegava a porque seria muito difficil egualal-o. Estreou-se aos 16 annos como discípulo no velho theatro da Rua dos Condes e — em 1861 entrou para o sio. Começou carreira a sua no theaSalitre. biu á scena em Lisboa. do a Lisboa em 1867. com a sua extraordinária aptidão de ensaiador e á força de incalculável trabalho. passando mais tarde para o da Rua dos Condes. como depois se verificou. Menezes — Quando pela primeira vez su- conhecendo-lhe bastante valor. até que. o actor João Baptista Montedonio. Amigo dos diabos. o engraçadíssimo actor — José Gerardo Moni:^. Era um homem sério e honesto e tinha o seu valor artístico. conseguiu que o Alone^es parecesse um bom artista. Sello da roda^ Policia. em iSjii entrou de novo para o Gymnasio e ahi teve a melhor epocha da sua carreira. tro do passou para a Rua dos Condes. o escudei- Marques de 1892. Moniz (pae) theatro das Variedades. que n'ella se estreiou com muito agrado. O Meneses pouco ou nada valia. Moniz (pae) Nasceu em Lisboa. Regressan- que fez parte das companhias dos velhos iheatros da Rua dos Condes e Salitre. Ahi tornou-se notável e popularissimo.. Mathias d'Almeida — Percorreu primeiro as provincias com a companhia Soares este actor. Mor- reu a 16 de Junho de 1873 tendo ainda pouco tem- po antes peca feito a **«"''' Gaiato de Lisboa. Mon do cautelleiro do foi insigne. mas o grande Santos. entre outros papei. a 11 de Montedonio Agosto de 184:. . Foi muito conhecido e estimaMarques do o actor Maser notável. que durante muitos annos foi artista do Gymnasio e depois que falleceu a 20 de Agosto de i853. affirmandose como muito distincto centro cómico. para o ro da celebre magica As Pilulas do Diabo. Marcolino deixou no nosso theatro uma memoria honrosissima e um vácuo que ainda não poude ser preenchido. uns excêntricos com a máxima naturalidade e perfeição. Morreu em Lisboa a 7 de novembro era o creado esfomeado do drama Zacharias e o Seringuinhas. Cegou no ultimo quartel da vida. noel Hypolito Ferreira Marques. Nasceu em Lisboa. Maria. e acabou pelas companhias ambulantes. em que que fez até aos últimos papeis no theatro normal.75 DO THEATRO PORTUGUEZ Perdão (Tacto. nas seguintes peças: O Penacho. a 23 de Setembro de 1820.. Em 1871 Montedonio abandonou o theatro para se entregar ao commercio. contractou se no theada Rua dos Condes. Gymna- Matta O seu Matta\ mas era conhecido pelo — nome era João dos Santos revelando merecimento em pequenos papeis. onde. a parte de tenor foi confiada ao actor Meneses. onde o tro publico a começou re- Montedonio festejal-o. com uma das quaes foi aos Açores e lá morreu. Marcolino manifestousempre um excellente artista e talvez se o único que temos tido no seu género. substituiu Tasso no Sr. Voltou outra vez para a Rua dos Condes. Laroque da Vida de um rapa:^ pobre. Depois foi mostrando em Lisboa e — Porto que pouco ou nada valia e acabou em pregoeiro de leilões. a opera burlesca A Grã-Diique^a de Gerolstein. seguiu para o Gymnasio e chegou até D. em que se distin- muito guiu. Mais tarde foi para as Variedades. Pesca da Baleia e Bailarino. Moutinho de Sousa Nasceu no Porto. que foi um bom artista trágico. que no começo do Gymnasio alli teve um — o actor-ensaiador-emprezarioescriptor.76 Medicina de Bal^ac. de pouco valor. Partiu para o Brazil com Furtado (Coelho. engulia algumas. regressou a Portugal. onde agradou. de Lisboa. Entrou para o theatro do Gymnasio. onde fez ainda melhor figura. para o Brazil. a 3 de Abril de i863 t858. Foi um actor caracterisPaulo Martins tico muito apreciado no Porto. muito estimado em Lisboa. Era actor de mérito e foi por vezes ensaiador. e morreu em 1899 o actor Joaquim José da Silva Moreira. Mascara verde. por isso mesmo. na comedia As duas casacas. que se estreiou no velho theatro da Rua dos Condes. Estreiou-se na inauPereira d'Almeida guração do Novo Theatro da Rua dos Con- — des. que em 1842 entrou em — uma outra peça hespanhola a que deu o titulo de Honestos desdéns de Amor.Pei* DICCIONARIO verso a Zaira de Voltaire e . Em pela febre amarella. A sua Em graça principal Moutinho Também ensaiador no theatro da Trindade. em — Era assim coPereira (do Gymnasio) nhecido o magnifico actor cómico António Joaquim Pereira. a 28 de Novembro de iSSg. António Moutinho de dos primeiros Eslogares. em 1857. treiou-se no velho theatro do Salitre. d'alli para o Principe Real. 'em 1888. e alli desempe- para a companhia do Salitre. dramático e cómico. e. Escreveu também em verso dois entremezes: O Outeiro ou os poetas fingidos e O Caçador. morrendo 1887. Em Moreira 1893 partiu Pereira d'Almeida que pela primeira vez se representou a publico. Dizia bem e representava com bastante to. Por diversas vezes foi no Pol-to emprezario e ensaiador. do Rio de Janeiro. Maria. Fez então o Frei Jorge do drama Frei Lui^ de Sousa. taramelava outras. donde somente sahiu quando foi reformado. depois para o Gymnasio e Rua dos Condes e finalmente para o Principe Real. Victimado 1849 entrou Moreira para D. discernimen Da Rua dos Condes passou para o Avenida. morreu no Rio de Janeiro 1894. ditas um Pereira (do Gymnasio) pouco ao acaso. Ha impressos alguns dramas seus.. onde organisou o theatro portuguez. indo depois novamente para o Salitre. fazendo os primeiros galans. Era um actor muito engraçado sem o parecer. Foi depois chamado ao Rio de Janeiro. Nasceu em Lisboa. a de Abril de 1842 e morreu a 5 de Maio de 1888 o actor Augusto José Pereira. Nasceu em Pereira (do Principe Real) Lisboa. fazendo actores dos amadores. na cidade de Pelotas. Alli agradou muito e por lá se deixou ficar. a 10 de Outubro de 1^34 e alli morreu repentinamente a 27 de Abril de 1898. Da Rua dos Condes passou para as Variedades. nos Açores e em Lisboa nos theatros do Gymnasio e Principe Real Tinha uma certa illustração e traduziu diversas peças. do depois para o Gymnasio. passan- Sousa. nhou bastantes papeis com muito agrado. Morreu no Rio de Janeiro. Morreu da febre amarella. Em 1846 passou para o Gymnasio. Maria II. ria a gente sem o entender. indo com esta companhia diversas vezes ao Brazil Pereira era um actor muito útil e com bas- — 1 . Pronunciava umas coisas. no theatro do Bairro Alto. em 1884. a 6 de JuMoreira nho de 1821. Em 1768 representou o papel de Tartufo na celebre peça de Molière. Era poeta e traduziu em foi — — consistia n'um estalar de palavras de morrer de riso. em seguida para D. mais burlescas. Era conhecido pelo PePedro António drinho o actor Pedro António Pereira. Em 1860 voltou Nasce em Coimbra. onde se salientou n'um bello repertório. O outro d'este hia d 'a lli em Pereira (do 1'rincipe Real) quanto lhe não dessem palmas. Mysterioi de Lisboa. Foi em seguida para o Porto. Era um actor correctíssimo e de grande utiHdade no theatro. mas onde encontrou a morte. por Couto Guirrtarães e depois por Emília das Neves. Capitão Phanstasma. ao qual pertencia quando morreu. Houve nos theatros de Lisboa e Pires Porto dois actores com este apellido. Maria. Cofre dos dos ovos de ouro. onde Em o Baquet. mas orgulhoso ao ponto Um voltado de se metter casa. á mesmos tirava exageros Descia para o bôcca da[scena tante apreciados. etc. Correio de Lyão. estreiou-se no velho theatro da Rua dos Condes. pas sando logo depois para D. Estreiou-se na inauguração do theatro da — ensaiador. Começou ahi a progredir bastante até 1867. Não fez alli carreira. o que fazia perdoarIhe os defeitos que tinha como actor. em que para o Porto. Morreu repentinamente. na companhia de Francisco Palha. fazendo boa i858. o que nunca ralhava. Veio de novo para a Trindade e por fim para o Príncipe Real. Era bom ceu a 22 1 1 em maiheteira. na opera-comica Portugal Pinto de Campos contractado para o Gymnasio. na força da vida. Pinto de contractado para o theatro de Campos para D. Quando o governo deifoi treiou-se no theatro da Trindade. na opereO Diabrete. mas d'esses partido. fazendo as suas provas publicas como discípulo do Conserva- Em — tório. 1902. a 20 de Portugal Setembro de i85i e morre no Pará. Em seguida esteve no Gymnasio. Estreiou se em 1867 no Primo da Gosta theatio de D. Os seus melhores papeis foram nas seguintes peças: Pêra de Satana^ (o Rei Caramba). na comedia A Ramalheteira.'77 DO THEATRÔ PORTUG0E2 Pri tantes sympathias nas as. onde se demorou por muitos annos. Ladrões de Lisboa. bas- Em — Gentil Dunois e durante muitos annos alli fez um magnifico repertório. Maria. onde se conservou por algum tempo. em que foi classificado actor de primeira classe. actor apelido. Príncipe Real e Trindade. a 6 de Março de i835. em que voltou para D. porque. 1876. na encantos. Portugal possuía a mais linda voz de tenor que temos tido nos theatros portuguezes. Estreiou-se no velho theatro da Rua dos Condes. acenava quando com a cabeça e levantava os braços. o actorcantor António Augusto Portugal. do Porto. Pinto de Campos Nasceu a 21 de D2zembro de i833 e morreu a 18 de Janeiro de 1889 o distincto actor Pedro Pinto de Campos. Trindade. tendo já a sua reforma.''^*''^'**" to útil no theatro. apezar . passando depois ta para Lisboa. João. a 4 de Maio de 1896. Maria. onde muito agradou. a I de Ou- xou de administrar o theatro nermal. onde esteve contractado nos theatros da Trindade e Príncipe Real. onde bastante agradou. Esteve depois nas Variedades. Lisboa es- pa se estreiou a 29 de Outubro. Grã. figura. contractado para o theatro de S. tubro de 1878. plate- Era por^vezes axagerado. gritava e não sa- teve desempregado e deixar-se morrer de fome. em es- publico. isto até 1877. quando podia ainda ser muito útil ao theatro. no drama Cule castigo.Maria II. Maria II. i8>)5 partiu para o Brazil. Corsário Negro. (01 António dos Santos Pires. gesticulava. indo depois para o Porto. a 16 de Setembro de 1854. onde actor e bom esteve.Duquesa (o Barão Puck). viciima de uma congentão cerebral. Tinha bastante valor e era mui. de quem damos o retrato. Mil Trovões. Pinto de Campos voltou para o theatro de D. que nas- Pomba — comedia A Raaté foi Lisboa Santos Pires de Dezembro de 1844 e morreu a de Fevereiro de Estreiou-se na Rua dos Condes. dal de dizer magnificamente, tinha carência de dotes physicos. Em 1868 partiu para o Rio de Janeiro. DÍCCIONARÍO theatro ficou assignalada por 178 P serie de triumphos. Em Junho de 1882 partiu mes ovações uma grande Pouco fez como actor; mas muito como ensaiador, para o que tinha bastantes aptidões. Foi correctissimo traductor de muitas peças rePrimo da Costa presentadas em Portugal e Brazil Nascera na Ericeira em iSSg e morreu repentinamente no Rio de Janeiro em 1896. Ribeirinho Estreiou se no theatro da Trindade, a 22 de Setembro de 1887, o actor yl;itonio José Ri- para o Rio de Janeiro, onde alcançou enoraté que a morte o arrebatou na força da vida e no apogeu da gloria. Começou no theatro de D. Rodrigues Maria; mas teve a sua primeira epocha de bastante agrado no theatro da Rua dos Condes o actor Carlos António Rodrigues. Esteve depois nas Varie- — dades e mais tarde no Gymnasio, sempre do. festeja- — Foi para o Brazil, onde, apesar de agradar, nunca fez fortuna e onde mor- em 1804, na capital da Bahia, reu Rodrigues beiro, conhecido com 80 annos de edade. Foi um artista pelo Ribeirinho. Agradou bastante em diversos papeis, princi- palmente nos das peças: Ditoso fã' do, Homem da bomba, Cossaca^ Cigarra^ Tio Celestino e prin- muito útil ao theatro. Rollão— Nasceu em Lisboa, a 18 de Maio de 1829 e morreu a 2:) de Julho de 1S64. o actor Joaquim António Rodrigues RolIão, que se estreiou no theatro do Gymnasio em 1847. Em cipalmente na Miss Helyett. Morreu muito novo. Ribeiro cellente Ribeirinho — Era este o appellido de um se estreiou ex- foi com Emilia das Neves para o Porto, e com ella veio para S. Carlos e i85i que das Variedades de Lisboa, em 1864 e morreu, actor, no theatro D.Fernando. Em seguida escripturou-se no theatro da Rua dos victima da febre amarella, no Rio de Janeiro a 21 de Março de i883. Joaquim Ferreira hiheiro era cabelleireiro do theatro das um Condes, onde fez grande re- Rollão pertório. 1862 passou para o theatro das Variedades, mas já doente, e d'ahi a Em pouco faileceu. Não foi um grande actor, tinha vicios de declamação, exagero de sen timento, mas estudava e fazia grandes esforços para agradar, o que quasi sempre conseguia. Variedades. Por impedimento do grande António foi actor Pedro, hibeiro subsRibeiro tituil-o nos seus importantes papeis e obteve grande êxito. No fim de duas epochas foi com uma companhia, que organi§ou, percorrer as provincias e os Açores. 1869 voltou escripturado para o theatro da Rua dos Condes, fazendo ahi bella carreira. Passou em 1871 para a Trindade. A sua passagem n'este Em V. Beneméritos do Theatro. Nasceu em Coimbra, a 27 de Salazar Janeiro de i834, o actor Francisco Emilio Salazar. Depois de ser por muito tempo distincto amador dramático, estreiou-se como actor no velho theatro da Rua dos Condes, na peça marítima A Salamandra. Ahi fez muito repertório. Esteve depois nos theatros das Variedades, S. Luiz, de Coimbra, Bocage, de Setúbal, Principe Real e Variedades. Voltou em 1878 para a Rua dos Condes e depois novamente para as Variedades, Romão — — 179 DO THEATRO portuguez com António Pedro, Sei« Em 1875 foi ao Brazil vindo depois para o Gymnasio e ainda por ultimo para a Rua dos Condes. Salazar nunca foi pois de estudar preparatórios e theologia na Congregação do Oratório, seguiu a carreira do professorado, passando em 1839 para y^ amanuense do Thesouro. actor Em , ^ brilhante, nem mesmo correcto, 1840 foi para a administração de Santarém onde esteve até tou para Lisboa, mas foi verdadei- ra utilidade no theatro; dotes, tinha falta- que em 1846 vol- mas va-lhe educação artística. Quasi vida, Salazar empregado nas Contribuições Directas. Seritou no fim da bem atribulado pela doença, em Brazil, depois praça grande decadência artística, ainda foi ao em 1892; mas no seu regresso pou- cos dias teve de existência. Samuel Nasceu em Lisboa, a t6 de Agosto de i85o, o actor Matheus Samuel da — Silva, que se estrelou no theatro das Varieda- des, na opereta O Caldeireiro. Em 1871 passou para a Rua dos e depois para o Príncipe Real. Em 1874 foi para os theatro s do Porto, Condes sargento Sargedas (padre) no batalhão do commercio, passando em 1847 conno brigadas para o batalhão do Joãosinho. Era n'este tempo um distincto curioso dramático; como lhe oíFerecessem escriptura para o theatro D, Fernando, acceitou, estreiando-se em i85o na opera cómica Barcarola, agradando muito. Em 1834 passou para o theatro do Gymnasio, onde fez bella carreira. Foi revisor do Jornal do Commercio e coilaborador de diversos jornaes. Em i856 resolveu ordenar-se, dizendo a primeira missa na egreja da Encarnação e pregando pela primeira vez na dos i.aetanos. Em 1857 foi nomeado cantor da Sé. Foi um padre estimadíssimo, como tinha sido um estimadíssimo actor. Sebastião Alves Nasceu em Lisboa como — onde muito agradou. Tinha grande popularidade em 1871 e mor- reu no Pará em igoS. 1890 Em quando alli falle- ceu, a 6 de Marco Samuel estreiou-se no Gymnasio e mui- Lisboa o distinctissimo actor Chrispmiano Pantaleão da de 1878. Sargedas — Nasceu i8i3. em progrediu, agradando basto tante em divera Cunha Sargedas, a 27 de Ju- sos papeis. Foi casado com lho de Foi discípulo de Emilio Doux, estreiando-se em actriz Adélia SoUer, que também morreu no Brazil, pouco Maio de 1837, no theatro da Rua dos Conna comedes, dia depois de seu marido Sebastião AmEra um dos primeiros cómicos broslni dos theatros de Lisboa, em 1820. Sérgio d'Almeida Nasceu a 9 de Setembro de 1860 e morreu a i3 de Abril de 1896. Era um actor de merecimento que fez parte das companhias dos theatros das Variedades, Rua dos Condes, Príncipe Real, Gymnasio e Avenida. Os seus melhores papeis foram o Miguel Strogojf, o Tachadas do Solar dos Barrigas e o tjllysses do Tim^ Tim por Tim Tim. 1861 já era um distincto amador dramático e foram as ovações dos Sebastião Alves — O sario. AnniverPara o — theatro de D. Maria passou como societário . . cias^, Chnspimano Sargedas se e ahi fez briIhante figura. Morreu repentinamente n'uma loja maçónica da Rua do Ouro, em 1866. Nasceu em 1812 e morreu em Sargedas 1878 Joaquim Vital da Cunha Sargedas. De. de primeira — Em A Tas DICCIONARIO i8o theatros particulares que o levaram para o theatro como artista. Cá fora, no cavaco intimo, era engraçadíssimo. Os collegas muito se divertiam com os seus ditos. Também foi por vezes ensaiador, mas de pouco mérito. que quasi sempre o prejudica- O onde adquiriu grande popularidade. A 28 d'Agosto de i858 estreiou-se no Gymnasio na comedia Doestes ha poucos. Ahi aeradou muito, principalmente no papel de Manoel Escota do drama Probidade. Foi ao Brazil em companhia do actor João Caetano dos Santos em 1061. Lá voltou por diversas vezes, sendo sempre recebido com agrado. Em Lisboa e Porto representou amda nos theatros do Gymnasio, Rua dos Condes, Baquet e Príncipe Real. Morreu a 21 de Fevereiro de 1904. Foi um actor de bastante utiSoccorro — va na scena era o seu feitio grosso e a sua natural brutalidade. lidade que se estrelou no theatro das Variedades Sérgio d'Almeida em 1872, passan- Começou a sua carreira Silva Pereira artística no velho theatro da Rua dos Condes, — para o Gymnasio, onde foi muito feliz do depois em iSSg, es- em alguns treia ndo-se na comedia O que é Lisboa^ o actor papeis. Morreu muito novo em 1889. Francisco TeiX eira da Silva Pereira. AUi fez diversos papeis, até que, em i8ó3, entrou para o Tasso actor foi — Outro notabilissimo portuguez Gymnasio, tomando parte em innumeras comedias, Joaquim José Soccorro Tasso, que nasceu a 22 de Agosto de 1820 e falleceu a 27 de Maio de 1870. Nascido na obscuridade, sem illustração que o guindasse, só o génio, o Ifogo sagrado o elevaram ao apogeu da gloria, em que Silva Pereira tornando-o um actor incomparável. muito agradou. Partiu para o Brazil lá se em 1872 e demorou, adquirindo grande numero de sympathias. Voltou a Portugal em i88i, fazendo alternadamente parte das companhias de D. Maria, Trindade, Gymnasio, D. Amélia e Rua dos Condes. Em Lisboa morreu. Nasceu na fteguezia de Beijos, Simões bispado de Vizeu, em 10 de Março de 1826, o actor José Si- era um artista previlegiado; era o eterno galan, era o rei da elegância e da distíncção, era, sobre tudo, o actor que Tasso mais commovia e enthusiasmava — mões Nunes Borges. Estreiou-se no theatro de D. Maria II, a 9 de o publico. Estreiouse no velho theatro da Rua dos Condes, a 18 de Dezem- bro de 1839, Julho de i85o no drama Os herdeiros do C^ar. n'um pequeno Tasso Sahiu d'alli pouco depois para ir para o theatro D. Fernando. Voltou para D. Maria II em Outubro de i853. 8 de Dezembro Simões de 1854 appare^ ceu no theatro da Rua dos Condes, onde 1 esteve até i858, como actor e ensaiador, e papel do drama Jaquelina da Baviera. N'aquelle mesmo theatro, com a morte de Ventura, tomou Tasso o logar de primeiro galan da scena portugueza. Seguiu depois para D. Maria, onde por muitos annos fez a epocha mais brilhante da sua carreira. Saindo d'alli, esteve uma epocha na Rua dos Condes, indo depois inaugurar o theatro da Trindade, em 1867. Alli se conservou até á morte. O seu repertório era vastíssimo. Era Tasso um homem de elevada estatura, uma figura arrancada de um quadro da edade media e vestida com trajo contemporâneo; do- DO THEATRO PORTUGUEZ tado de aspecto nobre, de olhar affavel, a sua presença despertava sympathias em quantos o viam. A sua conversação tornava-se logo intima; parecia que só nascera para viver entre amigos. Theodorico Baptista da Cruz Este muito conceituado actor estreiou-se no velho theatro da Rua dos Condes, na co- Vid SOU. Foi mais tarde para o Brazil e lá morreu. Ventura Foi actor de grande prestigio. — — Era primeiro ^alan, antecessor do Tasso. Teve a sua epocha brilhante no theatro da Rua media rio O armá- das modas, a 3o de Maio de 1837. Nascera em Trabalha1818 va com muitas aptidões na tragedia, no drama e na farça. Foi para o theatro dos Condes. Vicente Franco Foi um actor ainda do velho theatro da Rua dos Condes, que — trabalhava no baixo cómico e teve certa popularidade. Morreu a 17 de NovemVentura de D Maria logo na sua abertura e ahi se conser- vou até á morte, Theodorico sendo pelo seu caracter muito estimado de collegas e amigos e pelo seu valor artístico muito querido do publico. Falleceu em Lisboa a 18 de Janeiro de i885. Foi um actor de Theodorico (velho) grande nomeada dos velhos theatros do Salitre e Rua dos Condes. Em 1820 )á era apontado como dos primeiros. Em i836, na companhia dirigida por Emilio Doux, era o velho Theodorico um dos mais notáveis artistas da Rua dos Condes. tstreiou se no theatro das VaTorres riedades, no drama Pedro Sem, a 3 de Maio de 1873 o actcr Frederico Guilherme Torres. Dds Variedades, passou para a Rua dos Condes. Foi á província e aos Açores, donde regressou para o Príncipe Real, onde teve a sua melhor epocha. i'assou por fim para o theatro de D. Maria, onde pouco tempo esteve, porque a morte o prostrou. Foi um antigo galan cómico do Vannez velho theatro da Rua dos Condes. O seu nome todo era José Maria Vanne^. Tinha um bello aspecto, que o tornava sympathico ao publico. Na abertura do theatro de D. Maria II para lá entrou classificado na segunda classe, ao lado da velha Barbara, da SoUer, do Assis, do Matta e outros. Era um perfeito homem, que enVasco trou para o theatto do Salitre, como primeiro galan em 1843. O seu nome todo era Vasco da Gama Cabral. Na abertura do theatro do Gymnasio, em 1846, para lá pas- — — bro de 1877. Os papeis em que mais agradou foram os das seguintes peças: Dois dias no Campo Grande. Sete Castellos do Diabo, Revista de i8j6. Oitava maravilha do mundo e Joven Telemaco, etc. Foi um afamado actcr dos Victorino velhos theatros do Salitre e Rua dos Condes, sendo depois classificado na primeira classe para o theatro de D. Maria II. Tinha lampejos de verdadeiro talento. O defeito que se lhe notava era uns certos meneios que o tornavam ridículo, defeito que obtivera em consequência de, no começo da carreira, ter desempenhado muitos papeis de dama. Actor que, se não morresse tão Vidal novo. teria alcançado um dos primeiros logares na scena portugueza. Bella figura, ele- — — gância, rosto e ex- sympathico pressivo, voz agradável, sentimento tico, dramá- intelligen- — cia clara, possuía todos os dotes para ser o pri- meiro galan do the atro portuguez. Começou no theatro das Variedades, passando ao Gymnasio e por fim a Vidal D. Maria, onde substituiu o grande Tasso, quando este d'alli sahiu. Victimado por uma tísica de larynge, morreu a 20 de Setembro de 1869. — ACTRIZES DISTINGIAS JÁ FALLECIDAS esta actriz. depois para a Rua dos Condes e em seguida para o Gymnasio. Foi a principio corista dos theatros de S. Amélia d'Avellar Entrou muito nova para o theatro da Trindade. ti- Em nha sido na opereta. Nasceu em Alemquer em Adélia Soller 1873 e morreu no Pará em igoS. quando fez a tournée ao Brazil e lá morreu victimada pela febre amarella. Passou depois para o theatro publico e não teve que arrepender-se. Abandonou de novo o theatro em 1892. pouco depois de ali ter /^ morrido seu ma^ rido. Carlos e da Trindade. em seguida dama de sociedades particulares. a cuja companhia pertencia. como o voz. no género de papeis que desempenhava a primor e de que são exemplo a Frochard das Duas Orphãs e a mãe da Naná.ACTRIZES DISTINGIAS JÁ FALLECIDAS Adelaide Douradinha — Morreu em Lis- ali voltar boa. victimada pela febre amarella. Maria. a 8 de fevereiro de 1894. que foi muito apreciada nos theatros das Variedades. na comedia Uma fabrica — de casamentos. com a qual percorreu as províncias. Morreu no Rio de JaAmélia Garraio neiro. passando em seguida para o theatro da Alegria. onde pouco fez. e seu pae Alfredo Soller. Nasceu em Lisboa em 1857 e morreu na data Adélia Soller mãe. morreu Amélia d'Avellar nova. onde teve papeis muito felizes.se da scena. Quando muito em 1894. Rua dos Condes e Principe Real. em 1896. fez parte da antiga companhia Soares. Lisboa es- Em treiou-se na Trindade. onde fez progressos. o actor Sebastião Alves. quando tinha . 1884 retirou. onde a Pobre das ruinas era o seu cavallo de batalha. D' essa companhia faziam também parte sua repentinamente. para acima. reapparecendo no theaAvenida com bastante agrado e voltan- do depois para a Trindade. muito auxiliados pela sua formosura. Era 'casada com o escriptor — ensaiador Augusto Garraio. posição que oc- cupava quando. Estreiou-se no Porto.* classe do theatro de D. Silveria Soller. tro em 1889. mas em 1895 escripturou-se no theatro — Avenida e passou depois a ser societária de 3. Fez ali a sua melhor carreira Veio depois para o Gymnasio de Lisboa. Era Amélia Garraio uma actriz distincta na comedia. Beatriz Bente em 1859. feia e de notável desenvoltura de lingua. to. Maria no Gaiato de Lisboa. e. até que a morte a roubou em 1906. Aos i5 annos de edade estreiou-se no theatro de D. Em Lis. Maria. a i de janeiro de gerava a contento das plateias. Barbara foi ainda.. Era o que se podia chamar uma mulher feia. fa- Mana na comeemdia Quem presta não me- Anna Cardoso lhora. onde também foi recebida com bastante agrado. o publico acolheu-a com agrado e fo- zendo distinctissimamente um grande repertório de dramas. apezar do que. formosura e • distincção. mas que foi notabilissima. que exa- Brazil. como então se chamava ás soubrettes. Nasceu em Portalegre. fazendo sempre primeiros papeis com bastante agrado. etc. fazen- — isso mo chegaram a julgai. Foi logo em seguida para D.' . a distincta actriz Barbara Maria Cândida Leal. esCamilla Simões — .^ de Beatriz Rente Santis do Demi-^ monde e a Martinha das Sabichonas. depois para a Rua dos Condes e por fim para D. Acompanhou depois o seu emprezario Santos para o Gymnasio e ahi ficou por muito tempo. e de- por essa occasião a fazer a Sr. comedias e farças. a representante mais directa das facécias do velho repertório portuguez do século xviii. Barbara Leal salgando as mais innocentes phrases e encaminhando-as para a obscenidade. Tia Anna de Vianna. do a Emparedada na peça O Rei e o kremita. estava no começo da sua empreza. Dente da Baroneza. Barbara Leal A 16 de setembro de 1857 morreu em Lisboa. mas perdendo ahi todo o seu prestigio. Maria II. no Estrangeirado e na Noite de Santo António na Praça da Figueira. 1892. onde muito agradou. Foi insigne nos> papeis de lacaia. deixou-se ficar no Rio de Janeiro. passando para o do Salitre. foi classificada em primeira classe para o theatro de D. chegando — amarella. Sahindo d'este theatro. Tinha graça na- principalmente pela sua elegan cia. a Barbara era uma mulher gorda. Fidalguinho. Maria. onde se tou salien- diversos papeis. victimada pela febre por isso lhe ram distribuindo papeis de maior valor. sobresaindo na Tia Marta. pregado e repregado á antiga portugueza e na cabeça uma manta de algodão ou um velho chapéo. Nem Cezar nem João Fernandes. que todos achavam bonita e por mas uma talen. esta rapariga de olhos grandes e languidos. Passou para o GymnasiOj onde esteve mais de vinte annos.a e a apregoal-a coa primeira ingénua portugueza. começou a sua decadência no theatro da Rua dos' Condes. de quem hoje poucos se lembram. — mas tinha talento natural. Agradou pois nas características. Visconde de Letorièi es. Maria. na comedia Convido o coronel. quando a febre amarella a matou. regressando a Portugal. Da ultima vez quiz ser emprezaria. deformado pelo tempo. boa appareceu pela primeira vez no theatro dos Recreios. Segundo informações de um escriptor da sua epocha. Começou no theatro do Bairro Alto. Ãnna Cardoso Morreu a 12 de outubro de 1878 esta insigne actriz. Ainda nos últimos annos da sua existência se salientou em D. com um grande lenço pelos hombros. Era nova e formosa. entrou para o theatro de D.~ Cam DICCIONARIO 186 talegre.-^ mulher de -— Estreiou-se no theatro da Rua dos Condes em i853 e appareceu depois brilhantemente no tjheatro de D. Era natural de PorAmélia da Silveira Começou n'um theatro popular do — Porto. Ignorava o que fosse arte. onde ainda se tornou distincta nos dramas Morgadinha dos Canaviaes. Foi depois ao Brazil. Fernando. Foi por trez vezes ao em Amélia da Silveira tural. Apresentava-se nos ensaios vestida de chita. Loucura ou santidade. etc. Formosa e distincta. no género cómico. Carlota Talassi Abandonou o theatro em a 1862. de Garrett. onde esteve alguns annos. 182J. se Camilla Teve morreu no Campo Grande. João do Porto. Porto a 20 de setembro de 181 cerda. Carlos. não só pelos seus méritos de artista. . Catharina Talassi representou no velho theatro da Rua dos Condes. a 2 de outubro de 1877. Maria I. Foi uma das maiores e mais justificadas glorias do theatro portuguez. na peça Os ^#''''"~^SíS Mouros em Hespanha. Era mesmo supeLui^a Todi. Catharina Talassi era filha do poeta Augusto Talassi. Carolina Falco Foi dançarina no velho — peis tes. no começo do século passado. que veio para Portugal ao serviço da Rainha D. Era mãe da actriz Carlota Talassi. Maria. Lá casou Carlota Talassí — Nasceu com oactor-auctor no César de Lafazendoactriz. Também tomou parte nas peças de Nicolau Luiz: Igneijf de Castro e BeÍi:^ario. e por ultimo em D. importanRetirou-se theatro do Salitre. tendo 67 Carolina Falco em veio para Lisboa. Antes de estar na Rua dos Condes. principalmente no Porto. alem de outros papeis. Quando junto mente nos thea- tros de D. annos de edade. a 23 de agosto de 1746 a notável actriz Cecilia Rosa d' Aguiar. e uma bella carreira. Era filha da actriz Catharina Talassi. na comedia O homem de cm^ento. Bastante agradou Passou depois para o theatro de D. Carolina £milia-Estadistinctaactrizestreiouse no velho theatro da Rua dos do sua reforma. Morreu em Pernambuco (Brazil) a 26 de agosto de 190b.1 . no drama Uma Victima. A superioridade e excellencia d'esta actriz é citada por Manuel de Figueiredo nas suas obras e por Costa e Silva no seu Ensaio -bio graphico- — critico. Claudina Rosa Botelho Foi uma distincta actriz que brilhou nos theatros de — Lisboa. e entre elles os de Zaira e Aipra. representou primeiramente no theatro doSalitre. Amélia e D. Deixou esta actriz uma memoria respeitadissima no theatro portuguez. que correu a Europa inteira como grande cantora. fazendo a creada da comedia Mulher^ — . da companhia do Salitre. Traduziu magnificamente varias peças para o theatro. em 1828. Cecilia Rosa d'Aguiar Nasceu em Setúbal. em que aílirma ser ella a' primeira actriz d'aquelles rior a sua irmã. mas também pela sua honestidade. Carlos.87 treiou-se DO THEATRO PORTUGUEZ Del em i85q no velho theatro da Rua dos Condes. Era exemplar no theatro e por isso foi sempre querida e respeitada. a 16 de outubro de 1843. depois ^ na Rua dos Con des. fazendo pa- na comedia. das tragedias de Voltaire. Foi reformada pelos serviços prestados ao theatro. 1 ** ::» J ^ c r^ í*^ tempos. o de Joanna do Taco do Auto de Gil Vicente. Condes. Maria. Maria. obten- Era intelligentissima e instruída. Aos 9 annos de edade estreiou-se no theatro de S.Ayres. desempenhando principaes papeis. fez parte. depois em S. principal- a Lisboa. a 4 de setembro de iSgi. Morreu em Lisboa. Catharina Talassi— Foi actriz afamada dos seus tempos. Fez magnifica carreira de actriz dramática. Em -^'r?sr"~ - seguida n'este corista mais tarde á vida de familia e mesmo morreu em Lisboa no anno de 1905. Fez também parte de uma companhia que funccionou no theatro de Buenos. p r i n Cipalmente Carolina Kmilia Delfina do Espirito Santo Nasceu a 20 de abril de 1818 esta grande actriz. theatro e mais tarde comprima ria aqui e no Brazil. Passou depois para D. 1808 fazia parte da companhia do theatro Em 'v^ ^^^^ ^^ do Salitre. que fez epocha no theatro do Bairro Alto. foi representar pela primeira vez no theatro das Larangeiras. Sendo bailarina do theatro de S. em i835. onde teve por mestre Emiiio Doux. onde fez boa carreira. Maria. Passou depois para o D. Estreiou-se no theatro de D. que perdera e que. a distincta actriz Emília Ade- — i — laide Thereza Aço. Salientouse em grande numero de peças. voltando mais tarde para o theatro do Principe Real. Nasceu em Silves. Entrou depois para o theatro da Rua dos Condes. foi mimica a scena do sonho do Roberto o Dia^ bo e a seguir o Peão Fidalgo. das quaes se podem destacar as seguintes Caridade na : Em . ilhas Emilia Adelaide ^ mais se salientou na comedia e drama. e. Foi formosa e tinha valor. Pimentel. que ficou desde logo sendo a primeira ingénua do theatro. dia a dia. olhar expressivo e meigo. captivante. Nasceu n'uma aldeia. Maria. no drama O salientou em grande repertório. Estava no apogeu da sua gloria quando formou companhia com que Cardeal Dubois. Maria II para este. a de Novembro de i836. Fez em seguida diversas peças sempre com granJe êxito. quantos papeis de géneros bem diversos.Emi marido DIGCIONARIO 188 e amante. Morreu em Setembro de igoS. Por occasião do incêndio do theatro Baquet fecharam todas as casas de espectáculo do Porto. e s- passou depois para os theatros do Rato e da Alegria. onde teve um bello logar. Estreiou se depois no Salitre fazendo em um resto de vida attribulada pela doença. em i885. Delfina ainda até hoje não foi substituida na nossa scena Falleceu a 22 de setembro de 1881. Morreu em 1892. pouco tempo mais viveu. em 1866. AfTonso. Rua dos Condes e Principe Real. em menos d'um anno. finalmente todos os dotes requeridos n'uma actriz. Emilia Adelaide próximo de Castello Branco. na comedin A chávena quebrada. Delfina do Espirito Sanio. D'ahi por diante. a actriz chegou a fazer a Vida d'' um rapa!^ pobre ao lado do grande Santos. sendo n'este ultimo muito notada pelo desempenho que deu ao papel de que se incumbiu na peça A Torpeza. cheia da lagrimas quando era preciso. soffrimentos e saudades da irmã querida. Era tormosaetinha bastante sentimento. fez uma bella epocha no theatro da Rua dos Condes e passou a inaugurar o theatro da Trindade e ali esteve até á morte. tendo tido toda a parte teve grande êxito. elevaram Delfina á cathegoria de um dos primeiros talentos do theatro portuguez! Acompanhando Francisco Palha. No anno de i8g6 retirou-se do theatro. passando logo na inauguração do theatrc de D. foi Em 1888 aos Açores e ahi agradou muito também. quantas creaçóes notabilissimas. tinha um sorriso adorável.^. Dores Aço. Muito agra- ' dou se e. sempre trabalhando e recebendo do publico as maiores ovações. Fez uma viagem ao Brazil em igo3.^^^ as províncias. diversas peças mostrou Delfina desde o começo da sua car- acompanhar no tumulo. Veio para Lisboa com sua irmã. morreuÇignorada. em i856. Estava reformada como actriz de primeira classe. Agradou tanto. seguindo Dores Aço com a sua companhia para os Açores. regressando a Lisboa. vindo viver para Lisboa. onde treiando-se no drama Duas filhas. e com ella seguiu para o Porto. . em cia consequênda sua vida e Klvira Saldanha agitadíssima. Esteve mui tos annos retirada do theatro. — riedades e até no Principe Real. Era formosa. Teve a sna epocha de Elvira Saldanha enthusiasmo no theatro das Vade feira. uma voz seductora. sendo classificada na primeira classe. o que n'aquelle tempo era raro. onde fez a sua estreia no theatro Baquet. do Porto. Passou com muito agrado aos theatros da Avenida. Começou nas barracas Eliza Aragonez — Em reira um grande talento scenico c multa disposição para o naturalismo. Voltando ao Porto. percorreu e Brazil. Ahi revelou grande talento para a scena e por isso foi festejadissima. Fernandes. Guerra em tempo de pa^. Gomo actriz teve uma bella carreira. Carlos. em honra dos estudantes hespanhoes. Emilia Letroublon lias. Homens ricos Vida d' um rapaj pobre. Rogério Laroqiie. Estreiou-se no Gymnasio. em 2Q de fevereiro de iqo8. Sarah. Tia Maria. Probidade. Sociedade onde a gente se aborrece. Abbade Constantino. Emilia Cândida e Emilia Letroublon. na opereta As meninas grandes. Mosca branca. Ao tomar parte n'uma matinée. etc. onde fez com grande brilhantismo a maior parte da sua carreira. Pródigos e económicos. a i8 de Mhio de iSiS. Entre as peças em que mais brilhou Emilia Cindida podem citarVelhice namorada. conseguia agradar. Veio mais tarde para Lisboa e digres- estreiou se no theatro do Gy- Brazil. Bibliothecario. notáveis actrizes. sustentou os seus créditos de actriz distinctíssima egualmente n'um longo repertório. Mysterios sociaes. diversas sões ao Fez Emilia Eduarda lo. em outubro de 1861. na comedia A esposa deve acompanhar seu marido. Mulheres de mármore. Das trez lindas Emique foram contemporâneas e todas três — Norma. Casamento d'Olympia. Fez depois com muito agrado um longo repertório. Juij eleito. O magnifico cpertorio de comedias. Mostrou-o em volumes e artigos mnasio. Emilia Travessa. que no drama Foi mais tarde para o Porto. se: i de vários jornaes e ainda n'algumas peças. Jogo. teve a dar-lhe brilhantismo a graça e talento de Emilia Cândida. Dama das Camélias. . Frei Caetano Brandão. Mãe dos pobres. Maria Antonieta. Pau como em esti- O Lisboa foi madíssima. Força da conscienci I. De papel para papel mais foi te. Nem Ce^ar nem João sentando no género cómico ou dramático. não foi 'esta a menos formosa e foi decerto a mais elegan- Talento também lhe não faltava. Emilia Cândida manifestou-se logo uma actriz in telligente. (h Velhos. No. Emília Cândida— Nasceu em Lisboa. Tia Anna de Vianna. Emilia Eduarda era muito ínielligente e illustriída. A sua como em Bena companhia do Macedo. Sobrinha do Mar que^. que se realisou no salão do jornal A Palavra. Tanto ali era seu parente. depois de recitar uma poesia. A carreira de Emilia Cândida no Gymnasio foi brilhantíssima. porque a voz era bonita e tinha o desem- — baraço preciso no género opereta.«89 DO TkEATRO PORTUGUEZ Émt sombra. foi primeiramen^ Marido de 'io annos. Pupillas do sr. Tartujo. Os lanceiros. Emilia Eduarda Nasceu em Lisboa no dia de janeir») de 1H45. onde foi muito apreciada. Helena. Reitor. Madrugada. Morreu em Lisboa com 84 annos d'edade. Como muitas das actrizes da sua epocha. Duas bengalas. Aventureira. durante muitos annos no Gymnasio. morreu repentinamente. estreia actriz toi ja. Amor D. Supplicit) de uma mulher. Morgadinha de Vai Flor. Projectos de minha tia. Cozinha. repre- londrino. Fortuna e trabalho. que real mente merecia pelo seu alto valor. Nobres e pie beus. O luxo. casa de jantar e sala. sem hesitação qualquer Morreu muito nova collega e muito desgraçada. pois era n'um momento substituía que faltasse. Fidalgos de tíois Doré. Apezar de feia. Trabalho e honra. Redempção. Fernanda. Segredo da confissão. Começou nos primeiros tempos do Gymnasio. Claudia. Solteirões. no draEmília Cândida ma Fernando ou o Juramento. Idiota. Passando para o theatro de D. Odctte. Emilia das Neves. Autographo. Campanologos portugueses. Ali esteve até entrar para o theatro das Variedades e depois para o Príncipe Real. Ce^ar de Ba^an. etc. estreíando-se na comedia Como se transjorma um caloiro. Maria. Sineiro de S. Fernanda. graciosa e com variadas aptidões para a scena. Antony. te bailarinn em S. Ao lado de Taborda e de Izidoro creou um nome notável e extraordinárias sympathias.i do saloio. em — 1 que fez verdadeiro successo. Fim de Sodoma. Uma mulher que se deita da janella abaixo^ Tartufo. Zé Canaia. Mademoiselle de Belle Isle.ssas alliadas. Estreiou-se no theatro Emilia Ferreira da Trindade. Mantilha de renda. Mei. Aniony. Ensaio da No theatro Emilia Eerreira de grande utilidade. Angelo. Os médicos. Judia. Quatro alminhas do Senhor. representou depois loó agradando e chegou a ser a primeira actriz d aquelle theatro. A actri^. Diogo Tinoco. no drama ou na comedia. Cora ou a escravatura. Estreiou-se no theatro Baquet. a 28 Emilia Lopes de dezembro de í863 e falleceu em Lisboa. Rédeas do governo. As duas coroas. Mocidade de D. tar ao palco. que é uma obra prima. era sempre sublime. mas uma actriz conscienciosa. para o theatro do Gymnasio. Maria. Seria quasi impossível citar todas as peças em que Emilia das Neves se tornou notabifissima. — ao lado Rachel. fazendo pequenos papeis até que. publicado ri. Ristori e outras notabilidades. em 1892. Tinha grande utiria.^ peloilinfeliz ^. Nasceu em Bemfica. impunha-se como génio rutilante que era. Brapa Parda. o seu olhar dominador e insinuante. Cistei-na d'Atbi. Maria existe j3^ /*. Marion Delorme. onde se estreiou na co- po no esculptor Soares Kmilia das Neves "íí Kmilia Lopes media O Intimo. Casa nova. do Porto. Como se sobe ao poder. Estreiou-se no velho theatro da Rua dos Condes. Foi uma das nossas primeiras actrizes de comedia. onde mais ainda agradou. vol- em todos os theanos principaes das províncias e em muitos do Brazil. Cheri. D. pas- sando em segui- da com Santos para o Príncipe Real. Ladjr Tartuffo. * -* '^ fa^fc' te um bus.Émi bíCCIONAftlO Maria. Jui^. terna e varonil quando a situação o requeria. ^^\ to de Emilia das Neves. Maria Stuart. onde teve epochas brilhantíssimas. João V. lidade em qualquer companhia dramática. províncias. o maior astro que tem illuminado a scena portugueza. o seu rosto formoso e expressivo. Angelo. Abençoadas lagrimas.. na peça de Garrett. Maria. Maria Telles. cnde appareceu no drama O CunhaEsteve àepois por algum temdo. Faustina. Álvaro Gonçalves o Magriço. Lopo de Figueiredo. O Captivo de Fe^. Tentações diabólicas. Aqui progrediu bastante. Bertha a flamenga. a 22 de março de igo3 a actriz Emília Lopes. Anjo da meia noite. no drama Nobres e plebeus. O Astrólogo. correcta e tirando partido da serenidade e sinceridade com que trabalhava. Lucrécia Borgia. apezar de viver ainda 27 annos. contractada foi no theatro de D. O seu talento era de primeira ordem. A Rainha e a Aventureira. a sua figura nobre e elegante. O valido. Innocencia e calumnia. Doida de Montmayour. Fa!j[er fortuna. Beatrij. N'um grupo de actrizes celebres. Amores de leão. basta apontar algumas em que as extraordinárias ovações a consagraram actriz sublime em todos os theatros de Lisboa. arrebatava as plateias. a 8 de dezembro de i885.. Gladiador de Ravenna. Ma- Emilia Lopes não era uma notabilidade. e por ultimo era societária do theatro de D. Os dois campeões. Foram ellas: Condessa do Freixial. Frei Caetano Brandão. Pena de Talião. tros de Lisboa e Porto. tudo concorria para a tornar o modelo das actrizes. Da Rua dos Condes passou para D. dos Reis. No salão do theatro de D. Seria uma gloria universal se houvesse nascido n'outro paiz. O padre Malagrida. Morreu a <> de julho de 1895. Porto. Com a compa- nhia de Francisco Palha esteve um anno na Rua dos Condes. em que o glorioso escriptor e a grande actriz alcançaram um enorme triumpho. figurava Emília das Neves. Vida de uma actri^. Arte e Coração. Veio em seguida para Lisboa. a actriz Emilia das Neves e SoMfa. A lei dos morgados. Emilia das Neves a 5 de agosto de 1820 e morreu a 19 de dezembro de i883. Mulher que deita . a sua voz melodiosa. Hespanha e Brazil. Tentação. Rose "^^Ê "^ . Um drama no mar. Na tragedia. sendo por toda a parte acclamada e recebendo as mais justas e estrepitosas ovações que só merece uma actriz sublime e incomparável como foi Emilia das Neves. onde fez com grande êxito a Grá-Duque^a de Gerols- Pouco tem Emilia Letroiiblon po depois Emilia Letroublon adoeceu para nunca mais tein. Passou para a sociedade artistica do theatro da Trindade. Drama da rua da Pa:^. Martyres da Germânia. Padou-a a natureza com todos os dotes para conquistar a celebridade. Do Gymnasio passou para D. em da Paris por Disde- Nasceu no Porto. Um auto de Gil — Vicente. Pátria. feito em lustre e mármore theatro Avenida. a i5 de agosto de i838. o seu gesto imperioso. Tributo das cem don^ellas. Joanna a Doida. arte. Florinda Macedo a 20 de novembro de 1845. zarzuelas e magicas. isto e po nos clubs todos a applaudiam e Foi Em que a fez en- thusiasmar-se pelo theatro. Simão ladrão.igi DO THEATRO PORTUGUEZ de Faria^ Medéa. Foi acolhida com o maior enthusiasmo e acclamada. E teve-o e foi subindo no conceito publico de peça para peça. mas fazendo ao mesmo tempo loucuras. foi distinc- Nos últimos annos da sua vida foi atormenta da pela doença Florinda Tole- do—Foi uma triz ac- tão notável na primeira parte do século passado. Pouco depois foi contractada para o Gymnasio. deram grandes desgostos e acabaram por a matar! Em poucos mezes jazia no cemitério de S. No Brazil escreveu um drama original Encarnação Reis Nasceu no Porto em i865 e morreu em Lisboa em 1901. A calumnia. João. actriz brilhante. Magdalena. a 20 de fevereiro de i852. era. Maria e. Cruj de S. grande desembaraço. Nasceu em Rio Maior. marido e amante. Egas Moni:^. Adelaide. muito applaudido. A erapreza fartou-se d'ella. Pobre Camões do Rocio. Porto e Bra- sempre com agrado. Primeiras proei^as de Richelieu. O Carlos. Dama das Camélias.. Quando esteve no Porto. Livro Negro. olhar vivo e penetrante. Martim de Fr titãs. Copo d'agua. castello F^Í< cartas. Os dois renegados. Dalila. uma gran- de utilidade n'uma companhia. regressando ao Rio de Janeiro em 1867 e ahi trabalhando até á sua morte. Em i858 resolveu partir para o Porto. ella ahi vae pelo mar fora em direitura ao Rio de Janeiro. O homem da mascara negra. Trope^. Convidado de pedra. Fanatisou o publico. Estella. na comedia Somnambulasemoser fazendo logo depois com muito êxito a opera cómica de Miro. na opereta O Cão de Malaquias. publicou ali um volume de versos com o titulo de Esboços poéticos. Gentil Bernardo. Lui:^. Coração e Marquez de Pombal. e morreu em Lisboa a 6 de janeiro de 1896. com o titulo Uma entre mil. Graça de Deus. indo ainda muito nova para a Figueira da Foz. Diana de Chivri. ao lado do seu infeliz companheiro. que conseguiu ter o seu retrato no foyer da Comedia Fran- Florinda Toledo . etc. em Montemór-o-Velho. e. Au^enda. todavia. João Baptista. Um — de mármore. Esther de Carvalho Em tinha uma voz presentando CO media e drama. Capitão Paulo. operetas. Homens Alfageme de Santarém. e ella ainda mais da empreza. a 29 de outubro. Dama de S. Cigana de Paris. Filippa de Vilhena. auto de Gil Vicente. Duas educandas. tão talentoso e tão doido como a Esther. Fez também muitas traducções para o Gymnasio. emfim todos os dotes requeridos para um grande successo no theatro. onde foi educada. re- assembleias festejavam. o actor Ribeiro. Duas mães. 1890 entrou para a companhia de D. Trabalhou em vários theatros de Lisboa. Viuva de i5 annos. em 1879. e ahi fez uma bella carreira. Adriana Lecouvreur. onde appareceu. uma zil. do Rio de Janeiro. a 3i de março de 1880.no theatro do Gymnasio. Sem ser — em I acto. Quando ella cantava ou recitava nas por muito tema actriz canFlorinda Macedo tora mais predilecta do publico. Agradou muito. Madre Silva. a acque foi — Esther de Carvalho— Estreiou se no theatro da Trindade. O peior é que tinha tanto de talentosa e de attrahente como de desequilibrada Era turbulenta e não havia meio de a fazer cumprir com os seus deveres. 1-á era a admiração e o en- triz Florinda Ma- cedo. Dote de Susana. não só ahi. como em todos os theatros do Brazil. 1869 passou para a Trindade e ahi fez com o máximo agrado um immenso repertório de operas cómicas. Estreiou-se aos 14 annos de edade. A Marque^^a Foi canto dos banhistas d'aquella lo- calidade. Estreiou-se no Gymnasio. Mulher que engana seu marido. Judith. ainda ta. no theatro de S. Gaveta dos Tribnnaes. Mulher. Condessa de Senecey. Nasceu de boa família. Eugenia Camará era também escriptora. Corte na aldeia. Eugenia Camará Nasceu a 9 de abril de 18Í7 a distincta actriz Eugenia Infante da Camará. Era mtelligentissima. Pobre das ruinas. n^um bello dia. Sensibilidade no crime. Retrato vivo. que percorpeu. que lhe deliciosa. no iheatro do Principe Real. theatro de S. Foi mãe da acGabriella De-Vechy. em 1867. Começou no Porto em diversos papeis de revistas e operetas. e foi. Foi talvez por este motivo que ella emigrou para o Rio de Janeiro. manifestou claramente que podia ir que foi uma das mais notáveis damas de comeaia que o nosso theatro tem possuído. no theatro D. em consequência de divergências na distribuição das peças. Traduziu diversas peças. Gertrudes Angélica da Canha Nasceu em Lisboa. Gertrudes Rita da Silva— Es- voltou Gymnasio. Maria. Percorreu depois asprovincias e muito cedo se retirou dascena. Logo que abriu o theatro de D. Maria. da mesma cidade. Esta actriz cursou o Fortunata Levy Conservatório. Pedro d'Alcantara. onde o agrado foi egual. a 29 de outubro de 1845. estava Florinda Benevenuto Toledo no theatro da Rua dos Condes. O mais triste é que n'esj3s quadras ella tamhem se queixava de só comer batatas e pão e ter vendido a cama por se encontrar na ultima miséria. quando a terrível epidemia da febre amarella a matou a 12 de abril de 1903. Foi por muito tempo o idolo das plateias brazileiras. Passou ao Gymna- onde fez papeis importantes. a actriz Gertrudes Angélica da Cunha. intelligentee instruída. pois engordara despropositadamente e pouco pensava no theatro. Entre outras obras. mas pouco tempo lá esteve para ir escripturada por EmiliadasNeves para o theatro de S. pois chegou a ser societária da companhia do theatro da Rua dos Condes. na companhia Rosas & Brazão. onde estava obtendo verdadeiro successo. graciosa e obteve triz uma Gabriella DeVecchi foi a primeira ingénua do muito agrado até 1869. Esno theatro da Rua dos Condes. a 7 de julho de 1882. a 29 de maio de «794. treiou-senotheatro de D. que chega a ser phantastica. Estreiou-se no Porto aos 14 an- — mais longe nas suas aspirações. pedindo a sua detreiou-se missão. e depois do Gabriella De-Vccchi Gymnasio Dratico. Fortunata Levy para ali foi. onde foi bastanfestejada até 1876. Em i865 voltou a Portugal e entrou logo para o theatro de D. feito em péssimas quadras. do Rio de Janeiro. Em le 1874 voltou para a Trindade. Pouco tempo ali se conservou. Como escriptora perpetrou uma tragedia com o titulo Norma. que era a melhor. Mais tarde foi novamente para o Brazil. em an- diversas peças No seu tempo no no seguinte passou para o Gym nasio. Morreu em julho de i8g8. depois no theatro de D. vida menos atribulada. Era bonita. Gertrudes Carneiro— Estreiou-se no theatro da Trindade. a 21 de abril de que teve i85o. onde pouco se conservou 1877 para o Gertrudes Carneiro Georgina Pinto—Actriz de valor e boa plástica para a scena. publicou uma com o titulo Miscellanea Constitucional. Maria II e por ultimo no Rio de Janeiro. onde teve — nos de edade e depois seguiu paia o Brazil com sua mãe. Gabriella De-Vecchi a 18 de dezembro de 1821 e morreu na Bahia. Amélia. estabelecendo residência na Bahia. recebendo o primeiro pre- Em — mio de declamação no anno de 1844. Em e d'onde saiu para nunca mais representar. classificada por portaria do governo. Erri i83i fazia parte da companhia do i835 Salitre e ainda ali estava em i833. Nasceu no Porto. Como actriz parece que não foi má. Porto. Era senhora de fina educação. Maria. esta actriz uma carreira brilhante e No drama Os dois garotos.Gep DIGCIONARIO 192 ceza.João do sio. onde falleceu. E' um commentario aos artigos da Carta Constitucional. na comedia Fami lia Benoiton. indo depois para o Principe Real e Rua dos Condes. onde muito agradou. no drama A Rainha e a Aventureira. Georgina Pinto d'áquella cidade. Appareceu pela primeira vez na comedia de Pai- Gertrades Rita da Silva . Ficando viuva. mas grande utilidade no theatro. em seguida para o Avenida e em 1888 foi piausos Do Salitre passou á Rua dos Condes Josepha Soller e depois a D. Chegou a ter certo pres- no publico por ser formosa e ler desembaraço. o que lhe deu direito á reforma. Visitou também o Brazil. a 1 Luiza Fialho de fevereiro de i838 a festejada actriz Lui- — i3 . Dois casamentos de conveniência. em i835. Foi por isso que se impoz ao publico e ficou sendo desde logo uma das suas artistas mais queridas. donde regressou em 1897. Nascera a 8 de agosto de i85i e morreu a 3 de abril de 1899. Mesmo depois de velha — ou tinha grande talento. onde fez. Nunca foi uma boa actriz. já velha. Chegou a estar no theatro de D. Joanna Carlota Foi uma actriz de bastante mérito. passando em seguida para o Principe Real e com essa companhia indo novamente ao Brazil. AíFonso. Voltou depois á Rua dos Condes. onde foi muito apreciada. ainda por muito tempo trabalhou no Rio de Janeiro. em i883 para os Recreios. Isabel Rogali Foi primeira bailarina do theatro da Rua dos Condes em i83o. ou foi um dos muitos milagres que fez o ensaiador Romão. Carlos. estreiando-se no drama Cabrito monte:^ Era formosa. Maria. viciando muito LuizaCandida bem e com graça a pronuncia. Josephina Miro Nasceu a 1 de novembro de 1826. Vindo para Lisboa. Gertrudes era formosa. Passou d'ali para o Gymnasio. deselegante e até fanhosal Para vencer todos estes estor- — inaugurar o novo theatro da Rua dos Condes. Fazia na pertigio nunca fez má figura. que pertenceu á antiga sociedade do theatro da Rua dos Condes. em que partiu para o Brazil. a distinctissima actriz Josepha Soller de Assis. na comedia As criadas. Luiza Cândida Foi actriz dos theatros de D. mas de lá sahiu para ir com seu marido para o Brazil. Era feia. e falleceu em Lisboa a 18 de janeiro de 1864. Foi uma actriz dramática de primeira ordem. elegante. — Condes e Prínci- pe Real. Tinha 20 annos quando entrou para o theatro do Gymnasio. Seguiu depois para o Brazil e lá morreu. durante muitos annos. Foi uma noite de bellas esperanças e enthusiasticos ap- Guilhermina Macedo Esta actriz estrciouno theatro da. Maria. alcançando grande reputação no theatro do Salitre. — . Maria. matriculou-se na aula de dança do Conservatório e entrou como bailarina para o theatro de S. Morreu em Lisboa. 1895 veio novamente para a Rua dos Condes. Em pequei5 feição personagens do Norte. Regressando em 1893. José. Casou com o maestro Miro. Variedades. pelos annos de Em — 1840. a 4 de julho de i888. Estreiou-se na velha Josephina Cordal Rua dos Condes. Voltou em 1880 para a Rua dos Condes. elegante e não lhe faltavam qualidades para a scena.5 igS DO THEATRO PORTUGUEZ nina Lul meirim. onde foi primeira dama central e característica e esteve mais tarde no Gymnasio. Rua dos vos. já muito doente e impossibilitada de trabalhar. Em Lisboa conservou-se sempre no theatro de D. Como actriz estreiou-se no theatro do Salitre no drama A Ciganinha. Logo depois foi classificada pelo Conselho Dramático como primeira dama de alta comedia. No seu regresso a Portugal. distincta e representava com grande naturalidade. Guilhermina Macedo onde se conservou até 1891. Foi classificada em segunda classe pelo Conselho Dramático para o theatro de D. Casou com o distincto actor Assis._ já representava papeis de creança na modesta companhia hespanhola de seu pae. do Porto. Josepha SoUer Nasceu — em Lamego. Fernando. papeis importantíssimos. o que n'aquelle tempo era raro. O seu repertório era vastissimo e dos mais escolhidos. Foi mais tarde para as Variedades e em 1878 para o Principe Real. fez uma digressão ás províncias e em 1894 foi para o theatro de D. Maria bem collocada. a de setembro de 1822. Depois fez-se actriz. Acabou pedindo esmola e morreu no hospital de S. a 17 de agosto de 1900. não conseguiu escriptura. Nasceu em Lisboa.Rua dos Condes em 1872 na magica A cese — bola mysteriosa. No idio- ma portuguez recitou pela primeira vez. na co- I media Dois po bres a uma porta. martyr. em Alcântara. José. passou para o theatro das Variedades e depois para o Principe Real. Santa. Sendepois tindo-se já doente. no velho theatro da Rua dos Condes. sempre com Margarida Clementina . — formosa actriz. L j " breve abandonou a scena para casar com um industrial e capitalista.. a 7 de novembro de 1891. . Achando-se uma noite em scena. Em i858 voltou para a Rua dos Condes e teve então ahi a sua grande nomeada. entre outras peças. Manuela Rey Nasceu em Mondonedo (Hespanha) a 24 de outubro de 1843. sem que a tocasse a mais leve suspeita. e mais tarde morreu de parto. em parte alguma do mundo. ainda representou a opereta João e Helena na Rua dos Condes. uma actriz chegou a alcançar tanta gloria. cuja perda o theatro ainda hoje deplora. crescente enthusiasmo. Margarida Clementina Esta sympathica comedia uma poesia. de Lisboa. sobresaindo. em Manuela Rey Pinto Vianna do Cas- o papel de Wanda da Grã-Dug^MCffl. que a adorava. donde voltou para a Rua dos Condes. i. ás 7 e meia horas da manhã. na inauguração do theatro do Principe Real. que nunca mais poude levantar os braços. Graça de Deus^ Operários. . Voltou em seguida para a Luiza Fialho Rua dos Condes. D'ella se poderia dizer que foi santa. Nunca. a sua verdadeira epoçha de gloria. Agradou extraordinariamente. contractada por Bastos. viveu pobrissima. Filha bem guardada e Perdão d' acto. sendo ella o amparo e o ganha-pão da farailia. cuja memoria jamais se deve apagar dos fastos do theatro portuguez. que representou pela primeira vez a 21 de dezembro de i853. Sempre permaneceu n'este theatro. um typo de belleza e elegância como raras vezes se encontra. Foi das mais tria e illustres artistas portuguezas. E' interminável a lista do seu repertório n'esse tempo. entre outros. no exemplo de honestidade que deixou no theatro. mas em . que tantos foram aquelles que pizou o palco portuguez a notabilissima artista. com tão extraordinário êxito. Foi a ultima vez que representou. que foi logo contractada para o theatro de D. virgem. que morreu em Lisboa. na peça Copmo. irmã da actriz e Anna treiou -se Pereira es28 a de setembro de 186!). na rua do Cardai de S. onde. na 'J^amalheteira. O dia da morte de Manuela Rey foi um dia de verdadeiro luto para todo o publico de Lisboa. Manuela Aey era formosíssima. atravessando-o durante muitos annos.Mah DICCÍONARÍO ás 194 fa Leopoldina Fialho. Melhorou um tanto. Em i856 representou em hespanhol no theatro do Salitre no drama O Filho do Cego. agradou immensamente e tomou em breve o primeiro logar da companhia. no carnaval de iSyS. Foi um talento brilhante. no seu proceder amabilissimo para com todos e no cumprimento dos seus deveres. soffrendo com a maior resignação os horrores da terrível doença e as privações da miséria. uma trabalhadora infatigável. foi accommettida de um pequeno ataque de paralysia." 47. e. Maria II. uma verdadeira martyr. porque a accommettera a terrivel paralysia que a matou. Fernando com o mesmo agrado. Augusto. viveu durante vinte annos atormentada por não poder accudir A alegria traz o susto com um successo nunca visto.° andar. De i856 a i858 esteve Lui^a Fialho contractada no theatro D. no curto prazo de nove annos. para o Principe novamente Real. Nasceu em Hespanha. porque repetiu-se o ataque de paralysia por tal forma. Com uma companhia ambulante h espanhola a re- começou uma ária ou fazia uma scena tava cómica! Em 1866. Circo Price e theatro D. ás 6 horas da tarde de 26 de fevereiro de 1866. onde se estreiou em 1857 "^ tello. virgem e martyr. „. Apezar de contar apenas 16 annos. mas foi — Portugalque adoptou por páonde morreu. a notável actriz Manuela Rey. Tinha noites de representar sete actos e por vezes ainda nos intervallos can- necessidades da casa. porque. . creou p r e s e ntar aos cinco annos de edade. n. alcançando em todos os papeis que ali desempenhou verdadeiros triumphos. foi por conselho dos médicos fazer uma digressão á provincia. D'então até á sua morte. Loteria do Diabo. a cuja companhia pertencia quando falleceu. formosa e vestia bem. : n'este dia. sendo dentro em pouco victimada pela febre amarella. Era também utilida- — Cândida na magica. onde pouco se conservou. Margarida Cruz um re- pertório de grande responsabilidade. Carlos.. Pela sua muita formosura agradara logo. Adquiriu ahi grande popularidade em im- mensos papeis. e como realmente possuía talento. que possuia uns abundantes cabellos côr de ouro. depois ao Principe Real e por fim aos Recreios. Miguel Strogojf. passando depois para o theatro das Variedades. Maria Adelaide reap parecendo mais tarde no Pr incipe Real. nos últimos annos da sua carreira. no theaVeio de Se- provocou rivalidades. Foi também em diversas epochas ao Brazil e ali trabalhou com agrado. Martyres da Germânia. passando depois a D. fez parte da companhia do theatro do Príncipe Real. A formos. Maria Joanna insinuante. Gymnasio. etc. que a obrigaram a sahir do túbal para o theatro de D. Esteve por diversas epochas no Porto e. onde foi bastante estimada. Maria. elevou-se acima de algumas artistas antigas da casa. também nunca prejudicou qualquer peça. podendo citar-se os das seguintes peças Ópio e Champagne. mas teve bastante agrado n'alguns papeis. Niniche.195 DO THEATRO PORTUGUEZ Mar Estreiou-se em 1873 Margarida Cruz no theatro do Gymnasio. Ali também pouco conseguiu salientarse. onde fez magnificas Margarida ra. Ave do Paraiijo. Passou depois para os theatros da Rua dos Condes. Principe Real. de Lisboa. se nunca fez trabalhos notáveis. peio que se resolveu a lá ficar. Com essa companhia partiu para o Rio de Janeiro e lá agradou bastante como actriz e mais como mulher. Thereja Raquin. substituindo a actriz Luiza Morreu a 2 de maio Maria Adelaide de 1886 esta actriz que. Margarida Lopes. o que — de tro.. em que se houve por vezes com grande distincção e sempre com muito agrado do publico. apezar de pequena de estatura.i Margarida Cru^. era elegante. como fazendo estrella. Era actriz conscienciosa e uma grande utilidade no theatro. era mais conhecida pela Nasceu em Lisboa a 5 Maria do Céo de setembro de i835 e morreu a 24 de abril de 1887 a actriz Maria do Céo e Silva SantosFoi primeira bailarina no theatro de S. onde esteve algum tempo Passou depois para os theatros do Gymnasio e Gymnasio trar de. 1861 e streiou-se no theatro das Variedades. lou- pes Margarida LoNasceu a 19 de abril de 1828 e morreu — epochas Voltou Maria do Céo á Rua dos Condes. Maria Joanna . Bloqueio de Sebastopol.. 1 mesmo no anno de 896 a actriz Margarida Lopes.. trelou que se esMargarida Lopes no theatro do Gymnasio. e vivacidade. mas não querida. Maria. — Foi uma petulância Em com actriz formosa. deram masscenas. donde regressou para em breve morrer.abandonou por algum tempo o theatro. Foram principalmente estas qualidades que mais a recommendaram no theatro. Foi ao Brazil. Aos I 5 annos escomo treiou-se actriz no velho theatro da Rua — dos Condes. Maria do Céo não foi actriz de grande nomeada. e ense na Trindaas nties- Como aqui Príncipe Real. Loteria do Diabo. Filha de Gil Vicente. sobresaindo muito nos papeis de paixão e na tragedia». Leonor e fez parte da academia de mulheres doutas que a illustrada princeza formou em sua casa. cialidade era fazer DIGCIONARIÒ Royaume igé A sua espeparodias ás operas. Teve grande nomeada nos priMassey meiros tempos do Gymnasio a actriz Luiza Adelaide Massey. a 6 de agosto de 1881 morreu tuberculosa. Paula Vicente Paula Vicente foi dama da infanta D. Era filha do notável actor Pedrinho. em que ninguém ainda a excedeu. voltando ra Beatri^ Ferreira. Manoel e da rainha D. Trindade. principalmente nos papeis violentos. que também morreu no Rio de Janeiro. Sem ser um grande talento. na peça phantastical O Espelho da Vei dade. filha de el-rei D. do Porto e no Brazil e por fim — — abandonou a scena para cazar Marianna Rochedo cora o Visconde da Trindade. e em 1879 foi para o Brazil na companhia de Emilia Adelaide. onde fez então bella figura. Maria II em i865. em 5 de outubro de 1904. Em 1879 passou para o Principe Real. fallando de Marianna Torres no seu Essai Statistique sur le — — . próximo de Lisboa. na abertura do theatro — — Marianna Rochedo — Foi discípula do Conservatório e es- treiou-se como actriz no theatro de D. Salitre e D. Esteve ainda depois também no Gymnasio com muito agrado. Representou papeis de Maria Peres — ' — de Portugal.» imperatri:^ da Rússia. desde 1829 a 1840. Norma. Actriz que chegou a ter bastante Radice nomeada nos theatros da Rua dos Condes. indo em seguida para o Porto. Maria José d'Almeida Foi uma sympathica actriz. Maria. Em 1870. tinha muito valor e alcançou nomeada no velho theatro da Rua dos Condes. Trovador e Elixir d^amor. que muito agradou pelos annos de 1840 no theatro do Salitre. appareceu com muito agrado no theatro da Ruai dos Condes. Era bastante formosa. Depois de percorrer as províncias como actriz. que falleceu na sua quinta do Gradil. pas- ' sou depois para D. mais conhecida pela Pa/myra loura. e morreu a 3i de janeiro de 1888 — — a actriz Palmy- creançanos theatros de D. intelligente. no drama Catharina 2. Maria e Gvmnasio. aonde tinha sido chamado para dirigir o theatro. Em 1887 veio para o theatro do Principe Real. O theatro perdeu com ella uma boa ingénua dramática de grande futuro. Era uma actriz portugueza. educada. Paula Vicente conhecia perfeitamente o latim e o grego. Maria. já mulher. especialmente nas peças Rei e Aventureiro^ Conde João e Fidalgo no tempo de •Napoleão. mas já luctando com a doença que em breve a matou. onde muito se desenvolveu e teve um superior agrado. escreveu muitas comedias. Em 1812 representou com grande successo no theatro do Salitre. Maria. estudava com amor os seus papeis e era uma formosa mulher. na opera-comica O Campo dos desafios. Quando falleceu ainda estava longe dos 20 annos! Maria Rita Mesquita Esta actriz. e bastante falta fez ao theatro. Em 181 5 ainda estava no mesmo th eatro. Adrien Balbi. rePalmyra (loura) gressando em 1880. A sua estreia foi em 1842 na Rua dos Condes. do Porto. a Palmyra (loura) 4 de fevereiro de 1859. Baquet. filha de outra não menos distincta. 1880 para a Rua dos Condes. '^^"^ ^^res e. Esta actriz fez epocha Marianna Torres nos theatros de Lisboa. Isto pelos annos de 1820. que Rita foi muito nova para o Brazil e iá morreu. Salientou-se muito nas parodias da Lucrécia Borgia. Retirou-se muito cedo do theatro. Representou depois no Principe Real. Estreiou-seem 1873 no theatro do Gymnasio. Josepha Mesquita. Nasceu em Lisboa. A Rita foi actriz de grande nomeada. diz d'ella: «E' a primeira actriz portugueza. em Trabalhou então no theatro dos Recreios.hos Trindade e Baquet. coUaborou com seu pae e foi uma das actrizes mais notáveis do seu tempo. Era formosa. Nasceu no Porto a 23 Rosa Damasceno de fevereiro de 1849 esta illustre actriz. Traviata. estreiou-se em Lisboa. em uma recita com amadores. mandou ccntractal-a para o seu theatro e ahi fez que foi notabilissima citam-se os que com grande brilho desem- com penhou nas se- muito valor papeis importantes. morreu no Porto a 6 de abril de 1888. etc. Maria onde esteve uma epocha. Marque^ de la Seiglière. Senhora da Bonança. tendo apenas 22 annos de edade. nas seguintes: Martyr. profun- damente artística. Cumano. Tinha futuro. Thereja Aço representou com muito agrado. Amélia. ali Thereza Aço começou a sua carreira de actriz. Rosa Pereira era formosa. — samento a Theella reza Aço^ do também acceitou. e falieceu. a 12 de fevereiro de 1891 com enorme êxito. Noites da índia. Poucas peças poude ali representar por ter fallecido a 4 de estreia tro foi bal. Cão de cego. Debutara muito nova no theatrinho de Lagos. Hamlety etc. no theatro Apollo. Falsa adultera. Pouco tempo maio do mesmo trabalhou em Lisboa. Thomazia Vellozo mostrou o muito que valia. Aos Açores foi esta actriz por duas epochas e alli obteve muito agrado. ao Algarve. Filho da Noite. victima da febre amarella. N'este theatro. contando apenas 23 annos de edade.'97 DO THEATRO PORTílGUEZ de. cuja perda foi sensível para o theatro. em D. Filha do Mar. Era inquestionavelmente uma actriz de valor. n'uma digressão Rosa Damasceno Madrugada. a 3i de outubro de 1869. por onde nitivamente na vida artística. Maria e D. Tio Milhões. anno. A sua — Rosa Pereira andou até que foi contractada no fim do anno de 1889 para o theatro Chalet. guintes peças: Fritj^ Amigo Fo u r chambaulty Mantilha de renda^ João de especialmeno da Morgadinha de Vaiflor. onde bastante agradou. Princesa^de Bagdad. O actor. Cabana do pai Thoma^. Entre innumeros papeis em Morreu a i3 de maio de 1892. Era uma voca- ção completa. entrandefi- Thereza Aço maio a empreza termi- nou. no Rio de a 4 de de 1891. onde apparaceu. em variadíssimos papeis. Maria tanto ella como o marido muito pouco trabalho tiveram. a sua carreira artística foi notavelmente glorio""^ sa.empresário Taveira. Victima de um typho. sabendo que muito agradara a nova actriz. onde. O Dr. Quando Janeiro. engraçada e dizia bem o couplet. entre outras peças. Tho da Trindade. seguindo depois para o Porto e provindas e indo também aos Açores. nasceu em Valença do Minho. proprietário do theatro Lethes. propôz ca- Esta sympathica actriz. embarcando em seguida para o Rio de Janeiro. no thea- em Setú- quando ape- nas tinha seis annos de edade. 1881 entrou para o theatro de D. Em 1890 veio contractada para o theatro Avenida. foi n'uma digressão ás províncias. Tinha vindo para Lisboa com i5 annos e estreiouse aos 17 no theatro da Alegria. em 1879. Rosa Pereira que era uma esperança para o theatro. Fidalgos da Casa Mourisca. perfeita. Cabo Simão. de Faro. Tinha valor e por isso era boa utilida- A sua — Em carreira brilhante foi no Porto. Foi ainda representar ao Porto e Povoa de Varzim. Thomazia Vellozo Nasceu a 22 de abril de i865. Tomada da Bastilha. o que os desgostou e os fez seguir para o Porto. Natural do Algarve. . do Porto. te Th omme rcLV. No theatro de D. n'uma parodia ao Processo do Cancan. . ARTISTAS DISTINCTOS JÁ RETIRADOS DA SCENA . . Alfredo Santos tudo vê.. ilhas ou Brazii. Passou Ao para o theatro do Rato e d'ahi em 1886 para D. em tudo superintende. Depois da morte do esposo e mestre querido. fazendo. Dois garotos. Judeu errante e tantas outras. Começou representando debaixo da direcção de Santes no Príncipe Real. Lazaristas. foi Maria. sendo no drama Atlântico. Taberna. depois em D. que utilissimo. Maria. nos theatros do Príncipe Real. Avó. Saltimbanco. O in- no drama cêndio do brigue Homens do mar. um actor Castro. . que foi confirmada por applausos enthusiasticos. quer no Porto e no Brazii. Lisboa a 17 de Fevereiro de i85o. Foi depois com uma Amélia Vieira — Nasceu em para o theatro. entre outras pe- Lisboa ças. a Igne!{ de Condes e voltou para onde D. Amélia Vieira e como Deu-lhe quanto lhe podia dar: fel-a mãe de seus filhos e uma notável artista. tendo por ella se apai- sempre alcançado o agrado das plateas. em da fez uma epocha na Rua dos regressar a foi contractada para o theatro de Variedades. E' o braço direito d'aquella empreza. é então um elemento intelligente e valiosíssimo. quer em Lisboa. Trindade e Rua dos Condes. quando a companhia se desloca para a província. Tosca. xonou como mulher actriz. Noventa e tre^. tão habilmente dirigida pelo Visconde de S. Amélia Vieira proseguiu na sua carreira brilhante. entre os quaes se salientaram os das seguintes peças: Oração da tarde. honestidade e com amor. Foi grande a perda sua esposa. Gymnasio. que a impossibilita de trabalhar. representando também em sociedades de amadores. as ilhas. Mirabeau. Paralytico. tudo examina. Foi ahi que a viu o grande Santos. Rua dos Condes e Recreios. Duas orphãs. Se no theatro de D. Luiz de Braga. já com distincção. elle só move aquelle complicado machinismo com toda a proficencia.7 ARTISTAS DISTINCTOS JÁ RETIRADOS DA SCENA Nasceu em Lisboa a Alfredo Santos de Setembro de 1866. Entrou depois para a Escola Dramática do Conservatório.% do theatro D. Ladrões de Lisboa. Amélia é indispensável. Moda. Amélia. onde chegara antes a sua reputação. Está actualmente afastada da scena em consequência de uma horrível surdez. AbandoAlfredo Santos nou a scena para ficar como empregado de confiança da empreza Rosas & Brazão e depois da empreza Braga & C. onde Amélia Vieira se notabilisou em innumeros papeis. Carlos. Actor.. Fernanda. onde tem prestado importantíssimos serviços. Miguel. Variedades e Rua dos Condes. segui- Maria. Começou por ser bailarina nos theatros de S. Estreiou-se no theatro do Príncipe Real em Novembro de i885 1 — companhia representar para a sua estreia no theatro de S. de que ficou sendo o gerente. para alli voltou em 1880. dade. começou brilhantemente a sua carreira de artista na comedia Dois pobres — A a uma porta. Foi um bom discipulo da escola de Duarte de Sá no Conservatório e — foi também um amador distincto dramático. Depois. Esta notável actriz deu valor a um grande repertório. era superior ás suas forças physicas. Reappareceu na Trindade a i3 de Fevereiro de 1890 e ahi se conservou até 1894. na magica A Lenda do Rei de Granada. na Rua dos Condes. Porque Francisco alha o foi buscar para a inau- tíssima como primeira actriz de opereta. Maria. Fausto o petiz. Noite em claro. que teve. lhe deram taes desgostos. onde muito agradou. desgostou-se por tal forma pela queda d'uma peça em que entrava. contraindo uma doença que por bastante tempo a afastou da scena. onde mais ainda mostrou o seu alto 28 de Maio de 1868 esmérito. foi distincta amadora es- dramática e treiou-se como actriz no theatro Avenida. n'um papel de creança da — . 1864 veio contractada para o Príncipe Real. Reentrou para D. Mocidade de Figaro^ Ultimo Jigurino. Depois de fazer brilhantemente diversas peças. conservou bellamente a sua posição e honrou o cargo de ensaiador. Gaiato de Lisboa. e alli esteve até se contra- Carlos Bayard ctou no Gymna- onde teve as melhores epochas da sua carreira. Alquebrado pela doença. mais tarde para o Principe Real. que o forçaram a retirar-se da scena. Tres rocas de Crystal. Tendo sido um distincto Carlos Bayard amador dramático.Cai* DIGGIONARIO Contractada para o theatro da Trinessa companhia seguiu para o Pará e voltou para a Trindade e em seguida tantes. Nasceu em Lisboa em Carlos Posser i85o. iniciou a sua carreira de artista no Gymnasio. Maria pela empresa Rosas & Brazão. em que ficaram memoradas as seguintes peças: Marechala^ João José. Barba Aí^id. Ânna Pereira — Nasceu nos Cadafaes a Começou a sua carreira no Porto com Emília das Neves. perigrinando n'estes dois theatros durante seis annos Saudosa do seu logar no theatro da Trindade. que. que tentou suicidar-se. Só morre quem Deus quer. Recreios. Maria em 1907 e de novo o deixou em 1908. onde pouco se demorou por ter sido chamado para o theatro de D. Abandonou ainda o theatro por alguns annos. Carlos Posser e outras muitas. Estreiou-se esta actriz Carlota Velloso no velho theatro da Rua dos Condes. onde se conservou por pouco tempo. Pepe Hitlo. onde representou no theatro D. D. desem- penhando pri- meiros papeis com grande felicidade. Ahi foram grandes os seus serviços á Arte e aos seus collegas. passou de27 de Julho de 1845. Antónia de Sousa — Nasceu em 1872. Com valor para progredir. a 16 de Julho de 1854. com a qual seguiu para o theatro D. em recompensa. Amélia. Foi pouco dej^ois para o Principe Real. Cem don^ellas guração do theatro da Trindade que sio. viu-se obrigado a deixar a scena. onde fez papeis imporAntónia de Sousa Principe Real. por sentir que o trabalho que d'ella exigiam. na inauguração do theatro do Principe Real. Voltou depois para D. com pois para Coimbra. treiou-se no theatro da Trindade e ahi teve a sua epocha brilhan- para D. Rua dos Condes e D. Amélia. Em Anna Pereira 1874 passou para o theatro de D Maria. Princesa de Trebi^onda. Maria fosse pelo governo cedido a uma sociedade artística. Rosa de sete folhas. abandonou o theatro. Passou ao theatro da A^venida. Sargento Frederico. o que foi para lastimar. Maria e Trindade. Instado pelo grande José Carlos dos Santos. e ainda tão nova. Luiz. Rouxinol das salaSy Ave a:ful. Pelos seus esforços conseguiu que o theatro de D. Maria. passando depois para o Em Gymnasio. do PorVeio depois para Lisboa. que por — ordem em boa e Lis- Carlota Velloso muito tempo percorreu as províncias na Companhia Soares. Passou depois a ser societária do theatro de D. Fi- Gina Conde primeiras partes. ves e Salazar. indo com a compa- no na drama Mil epocha se- Trovões. em Emilia dos Anjos começou que representou com o grande actor Santos. ^^jf^r-l'. filha do Georgina Cardoso fallecido actor Rosado Cardoso. E' uma das nossas actrizes que mais lêem. Era lendo cur- uma boa corista. onde obteve . abandonando em seguida o theatro. treiou-se no theatro Carlos Alberto. O periodo mais brilhante da sua carreira foi no Gymnasio. Fez depois uma epocha com a companhia de Francisco Palha no theatro da Rua dos Condes. Gina Conde Esta Gina é abreviatura de Georgina. a 4 de Fevereiro de 1865. estreiando-se com muito successo tro da Avenida. Lisboa. Durante o tempo em que representou mostrou bastante valor. Poderia ainda ter prestado magníficos serviços á scena portugueza. Deve actualmente ter mais de sessenta annos e é duas vezes viuva dos actores Al. Nasceu na em Lisboa. che- gando theatro a estar perfeitamente coUocada no de D. graciosa e dispunha de bonita voz. Aproveitando a bella a e disposição magnifica a fazer na comedia Por voz que possuía. Maria. sentou nhia deste theaGeorgina Cardoso ao Brazil. es- Porto e em companhias de provinda. Ultimamente foi n'uma companhia ás ilhas dos Açores. Foi pena. N'este theatro se conservou até que abandonou a arte para de todo se entregar ao commercio de ourivesaria. que é o seu verdadeiro nome. alcançando bastante agrado. um cabello. Esta actriz. Maria II. passando em se- guida para a Trindade. porque o theatro perdeu n'ella uma boa actriz de opereta. sendo alli muitíssimo estimado. a 22 de Maio de 1846.2o3 DO THEATRO PORTUGUEZ cou actriz de Gin comedia Um casamento em miniatura. Com a companhia da Trindade foi ao Pará. E' viuva do notável escriptor António Ennes. . Carlota Velloso era mãe da infeliz e talentosa Thoiuasia Velloso. mais sabem e melhor conversam. entrando em seguida para a Trindade. distincto amador dramático. Esteve por muito tempo sem representar. tou a sua carrei- Eloy — Nasceu no em em ^ i85o. companhia Taveira. A sua carreira foi a começo bastante auspiciosa. onde representou em muitas peças com bastante êxito. trabalhar no theato.» n'a logo n'esse theatro classificada como segunda classe. deu provas publicas no theatro de D. Depois circunstancias da vida fizeramandar pelos theatros de 3. Muito agradou na Trindade e ainda mais no Brazil. que já exercia e em que continua. onde também muito agradou em diversas peças. Foi Em 1871 ence- ra artistica theatro do Principe Real. Em 1864 as- arraiaes Eloy no Gymnasio. tro donde regressou para abandonar a scena e contrahir matrimonio. . ]">e todas as artistas que ultimamente appareceram era a que mais promettia. Começou depois fazendo muito bem alguns pe- sado o Conservatório. — Começou como corista e n'essa Emília Anjos — dos qualidade foi ao Rio de Janeiro. onde fez um largo repertório. Passou guinte Rua para a dos Condes. era intelligente. onde fez um grande repertório. quenos papeis. Maria. Muito notável como seu irmão Augusto. onde. De 1875 a 1876 trabalhou com seu pai e Lucinda Simões no Príncipe Real. passando a ser lidades. Alem de actor. Onofroff. Ficou por essa occasião no Rio de Janeiro como emprezario. O verdadeiro José Rodrigues Chaves homem de habilidades. principalmente na Seraphina de Sardou. director e actor. D'este theatro sahiu para o Gymnasio. tem-lhe prestado importantes serviços teiou-se no theatro de S. mas é principalmente um grande infeliz. prestigiditador. que alcançava uma coroa de gloria em cada novo papel que desempenhava. Maria. Percorreu depois n'estas condições todo o Sul do Brazil. Júlio Rodri- gues — Foi um Jornal do Commercio. Ultimamente construiu um theatro Julio Rodrigues . Começou revisor do nhias de que fez parte. D. clas.Jul DICCIONARIO 204 applausos. Carlos. Voltando a Lisboa. tubro do mesmo anno appareceu pela primeira vez no theatro de D. a i3 Actualmente é também paleographo e lente de bibliologia. entre elles o de general Boum da Grã-Duqueja. Em Avenida. calculista mental. — Gerardo Mo- niz. na. Maria e D. onde trabalhou até 1906. Voltou logo depois para D. Apesar de ter abandonado a scena como actor. nos trabalhos de hypnotismo e transmissão de pensamento! L' um notável artista de mérito. Filho do notável actor João Anastácio Rosa. estreiando-se na comedia Filha única. tendo imitado egualmente os artistas estrangeiros Serini. tra- nas aulas de de- clamação prémios tincções. nas desappariçóes de pessoas vivas. Representou ainda com Lucinda Simões e Furtado Coelho nas Variedades. regente de orchestra. a todos sobrelevou e deixou no theatro uma vaga. agradando ahi muito. onde tem sido um empregado utilíssimo áquelle importante estabelecimento. aderecista. Dicka. o que o tornou conhecido pelo Chaves gãllego. E' egualmente professor da escola dramática do Real Conservatório. 1880 foi para o Brazil com a companhia Paladini e Brazão. onde só obteve e dis- Dando publicas ficou José António Moniz depois a representar provas com agra- em logo 1868. magico. Foi ainda depois muito utilisada pela companhia. Um João Rosa — Nasceu seu em Lisboa em 1843. Km Lisboa eslia. A como eximio ensaiador nos theatros do Príncipe Real. tem figurado no theatro como escriptor dramático. Maria. nos golpes de sabre. João Rosa a i5 de agosto 3i de oude i865. Maria. 1878 resolveu-se a voltar para o theatro. com o gabinete negro. Voltou ainda bastante Conservatório. francez e agricultura. instrumentista excêntrico. inventor de fantoches articulados. Uma terrivel doença afastou das scena este notabilissimo artista. que não tem lógar em theatro. Amélia. indo para o Gymnasio. Chrowther. Valle no theatro da Rua bello dia afastou-se da scedos Condes. a sua falta foi sentida. e a mais traductor. Em 1866J actor muito matriculou-se apreciado no antigo theatro das Variedades. o que demonstrou em diversas compa- Nasceu em Lisboa José António Moniz setembro de 1849. que difficilmente será preenchida. no theatro do Príncipe Real. a 18 de outubro de 1872. na comedia As jóias de famí- de novembro de 1864. Entrou para a Trindade em 1874.<:ificado tro de D. Tendo obtido diploma de professor. Foi um actor bastante — útil.* classe do thea1869 entrou para a empresa Santos. caricaturista. Outros papeis desempenhou com muito agrado. pintor repentista. do no theatro actor de 2. ventríloquo. empregou-se na Bibliotheca Nacional. do balhando com êxito no género cómico. E' filho do antigo actor do Gymnaa 19 de sio. glorio-^ nome de Em chegando a ser classificado o primeiro entre os primeiros. Em honrou o so pai. director e ensaiador de um theatro infantil. distínctissimo como seu illustre pai. ensaiador. João Rosa representou pela primeira vezno Porto. Por este tempo era ainda typographo e revisor. scenographo. abandonou a scena para reger cadeiras de portuguez. no drama Sabina Maupin. ao passo que se aproveitam tantas nul: por ser typographo. Amélia e D. especialmente em papeis de gallego. no drama Ricardo III. já então com actor e ensaiador. é correctíssimo traductor de muitas peças. onde mais agradou. ensaiador. passou depois ao theatro se 1871 convidado Leopoldo Carvalho para a companhia do Gymna- uma epocha que. 1869 foi escriptu- telligente e rado por Santos para o Príncipe Real.^^ÊL ^^^^a\. Maria. logar que exerce com a maior proficiência. como s. vestindo elegantemente. Muito creança. Em 1889 entrou de novo para o theatro. começou trabaLibania lhando no theatro de D. 1890 contractou-se para o theatro D. onde esteve duas epochas.20 bo theatro portuguez uma em Mar chalet. no drama Simão o Tanoeiro. di- muitíssimo bem. Foi distincto amador dramático e desde logo ensaiador dos curiosos. actor e ensaiador. principalmente nos papeis de Zé Povinho das revistas do . Voltou depois á Rua dos Condes e seguiu para o Nasceu em Lisboa a Leopoldo Carvalho 8 de junho de 1844. Esteve depois nos theatros da Avenida e Rua dos Condes. Maria. fez no Porto. em. passou no theazia um um tro como um me- com bastante agrado. De simpassou a accumular os cargos de se dos Recreios e em seguida ao Gymnasio. em que poderia bastante ser Maria Costa Utíl. tem conservado. até que passou para o theatro das Variedades. E' óptimo empregado da sua empreza e tem amigo em cada artista. Justino Marques Nasceu em Lisboa em esteve. — Maria Costa— Outra actriz que o casamento arrebatou ao theatro.. Pouco depois veio para Lisboa dirigir uma fabrica de marcenaria a vapor. que pertencia a seu pai. — Marcellino Franco Nasceu em Lisboa 1846. e mais ainda no Brazil. i885 sob a Romano. Começou representando no Porto em direcção de César de Lacerda. Nos theatros de Lisboa foi recebida com muito agrado. Depois de mulher começou a sua carreira no Porto. escripturando-se no Avenida e passando em seguida para a Rua dos Condes. Maria Caroli- vincias e em ^^ na — Uma for inil- mosa actriz. Tinha todos os elementos para fazer bella carreira. Maria a 22 de Maio de 1867. Foi o casamento que a roubou á scena. até que a doença o inhíbiu de continuar no theatro. preza José — 1867. Foi Júlio Rodrigues quem construiu um bonito theatro que existiu em S. o que lhe dava ainda mais graça. em que continua. Pedro de Cintra. Entrou mais tarde para o <jymnasio e ahí fez as suas melhores epochas n'um grande e excellente repertório de comedias. que manda armar nas feiras de Alcântara e Belém e onde trabalha com fantoches por elie fabricados e por elle movidos. Estreiou-se no velho theatro da Rua dos Condes. Com bellos dotes na- Maria Carolina turaes.o. salvo no Gymnasio ples actor. Percorreu as proi^W^"^ — theatro dos Recreioí. e. Cursou o Conservatório Dramático e deu provas publicas no theatro de D. ^^. fazendo em seguida excursões pelas ilhas da Madeira e Açores e indo ao Brazil. Pouco tempo depois abandonou o theatro para se entregar ao commercio. onde poderia ter prestado bons serviços. 1892 veio para o theatro da Trindade. no drama Rogério Laroque. Leopoldo Carvalho é dos raros bons ensaiadores que actualmente o nosso theatro possue. lustrada.A^rgus. fazendo com muita felicidade o difficil papel de Claudino dos Dois Garotos. um pouco ciciosa. em duas epochas em que allí recebidas teoro. AfFonso e depois para o Príncipe Real. se o amor não a roubasse á scena logo depois do começo. nas comedias O Mealheiro e Viagem á China. progredir e muito Gomo . e fez allí em seguida com bastante agrado Em Em muitos e variados papeis. que estrelou no theatro de D. Intelligente e illustrado. Marcellino Franco agradando muitíssimo. foi Em . e logo depois" retirou-se da scena para se entregar exclusivamente á diflicil tarefa de ensaiador. do Porto. ainda aos 66 annos.^^. Amélia e Avenida. Marselhesa. esse artista sublime. : Raymundo de Queiroj Sarmento. Taborda. a 17 de Maio de 1846. Marina.Tab DIGGIONARIO Quem procura sempre muito útil. Sr. porque fez grande falta. teríamos de mencionar todas as do seu vastíssimo repertório. com especialidade no Claudino dos Dois garotos. como cantor possue. na farça O Janota almofai852 percorreu as províncias e em dado. porque em scena era fructava de artista disciplinado. com toda a satisfação «Tenho : balhado por muitas vezes. No Gymnasio princi palmente fez a sua brilhantíssi- Em ma tendo rante carreira. a 8 de Janeiro de 1824. Noite e Dia. Precisa-se d'um criado de servir. Corsário. Estreiou-se depois na Rua dos Condes. tive de fallar do es- de considerar Queiro^ debaixo de quatro pontos de vista como homem é de uma honestidade exemplar e de um comportamento invejável no theatro. Intrigas no bain o. conseguiu mais do alegre um actor de grandes aptidões. nos restanTaborda tes theatros de Lisboa. Fausto o peti![.Giro/lá. dis- deração de quantos prezam o theatro. Sinos de Corneville. Nogueira da avósinha.^ Helena. Campanone. Castello de Bronze. Trinta botões. onde se salientou em diversas peças. uma apreciável e bonita voz de barytono que aproveita com grandes vantagens. na revista Zás trás.1^^^' -^tífe- theatro agora. sendo grande numero d'ellas por obsequio. Salamandra. do actor Chaves. Filha da Sr. Por causa d'um par de botas. sobresaindo todavia nas seguintes peças: Revista de i858. quando ainda ninguém pensava n'ella. Nasceu em Lisboa. donde nunca mais sahiu. cha no theatro de D. Gata Borralheira. como escriptor compôz para o theatro algumas comedias engraçadíssimas. pois 17 carreira. Estreiouse no theatro da gica . em outro actor crevi livro. Voltou em 1861 para a Rua dos Condes e de lá foi inaugurar o theatro da Trindade. também uma*Çpo- representado du- Em . em i832. Retirou-se pouco depois para ser mãe de familia. Dragões d'El-Rei. que muitos que alli passam a vida inteira.» Dez annos depois ainda confirmo tudo isto. Passou em i855 para o theatro de D. saindo em i858 para ir inaugur ar o theatro das Variedades. Taborda — O imcomparavel artista Francisco Alves da Silva Taborda nasceu em Abrantes. . João e Sr. Trindade. Cru^i de oiro. a mais veneranda relíquia da arte nacional Para citarmos as peças em que mais sobresahiu. 66. E' Queiroz doi actores portuguezes que teem mais longa acha como actor é correcto e trabalhador. que adivinhou a escola realista. Cincoenta e sete annos de bom servi'ço ar tis tico dão-lhe direito á estima e consi- te theatro. esse caracter de ouro. um enormíssimo repertório. Conspiração na aldeia. Nos poucos annos que esteve no theatro. A ultima peça que representou foi a revista de Camará Lima Tem o actor Queiro^ nome do Padre. Dalhador gavel e Rosa Paes e d'uma alegria communicativa. é a jóia mais preciosa do palco portuguez. 206 creança representou com muita habilidade no theatrmho Bijou Infantil. Quero apenas aqui deixar os nomes de algumas em . Pepe Quando. em todos os do Porto e nos de quasi toda a província. Fernando. o que o theatro sentiu. . Duetto da Africana. i853 voltou á Rua dos Condes. Co- meçou a sua carreira no velho theatro da Rua dos Condes. Alem d 'es- em 1908. Tem tra- Hillo. Era qunsi uma creança quanRosa Paes — do começou tinha então a — representar. pois em todas ellas teve creaçóes brilhantíssimas. Em 1896 entrou para o theatro da Trindade. etc. Boccacio.^^ "" muitas sympathias.' Angot. Foi sempre um modelo um trainfati- / ^ ^. na maA fada do amor. agradando bastante. em que muito se distinguiu. Maria e durante duas no theatro da Trindade. Fada do Amor. esteteve no D. A par das aptidões que tinha. Postilhão da Rioja. Estreiouse na abertura do theatro do Gymnasio. Três inimigos d" alma. que tem um amigo sincero e um admirador devotado em cada portuguez. em que sobresaem A criada diplomata. Giroflé. Segredo d'uma dama. pois se estreiou em i85i e só se retira do annos. Retirou se do theatro para contrahir matrimonio Foi pena. . Barba A^m. em que es. Cosinha. Lima. José do Capote.. estreiouse n'um pequeno papel da comedia Mocidade e honra. que aproveitou aquelle talento e aquelles dotes naturaes. sendo director Gesar de em que sobresauma voz en- cantadora. Maria II e alli se conservou. A Marqueí^a. apenas com o intervallo d'uma epocha. O chinello da cantora. . Tio Torquato. que o theatro portuguez tem possuído. notável actriz Virginia Dias Virgínia da Silva nasceu em Lisboa a 19 de Março de i85o. Amor londrino.. Cantor cosmopolita. casa de jantar e sala. C/ímigo dos diabos^ <yl Policia.. Dois primos. Citaremos. Miguel o torneiro. pois: Primavera eterna. Sr. Doente de scisma.. teve na I rindade. Com —A Santos foi para o theatro de D.. E' uma das artistas mais illustres . O ensaio da Norma. . km guerra particular antes da pa:^ geral. Mentiroso. Tagarellas. Dominós brancos. Q/1 velhice namorada.. hia Procopio Baeta. Pouco depois tomou conta do theatro o grande José Garlos dos Santos. Mocidade de Figaro. Zé Palonso. MedicoSy Medico á força. Filho-Familias.207 DO THEATRO PORTUGUEZ foi Vip que o seu trabalho excepcional verda- deiramente único e assombroso. no iheatro do Príncipe Real. Andador das Almas e tantas outras. Homens ricos. Misantropo. . BENEMÉRITOS DO THEATRO í4 . . é sua a forma brilhante da nova litteratura dramática. O Conde do Farrobo foi o fidalgo mais opulento e cavalheiresco que Portugal tem possuído. A's peças do grande escriptor citam-se apenas os títulos para admiração de todos. A Garrett se deve a restauração e a rehabilitação do theatro portuguez. Catão. Ainda até á morte os seus estimados convivas foram os notáveis actores Taborda e Izidoro. Gil Vicente^ Alfageme de Santarém. não pervertessem a sua obra. João Baptista da\Silva Leitão (T Almeida Garrett.» Barão Conde do Farrobo. António da Costa nistração. e publicou dois importantes relatórios sobre a sua admiD." 2. foi traduzido em hespanhol. Foi emprezario do theatro da Rua dos Condes. Carlos. já pelo muito que luctou para tanto conseguir a favor da arte e o puríssimo e abalisado escriptor D. a 4 de Fevereiro de 1799. e se os que depois vieram. Maria.) maisdeveotheatro portuguez..BENEMÉRITOS DO THEATRO Almeida Garrett Nasceu no Porto. Foi um verdadeiro protector das bellas artes e um dedicado amigo dos artistas. homem a quem António (D. Tio Simpíicio. depois Visconde d'Almeida Garrett. já pelas suas obras boa. é obra dos seus persistentes esforços a edificação do que ha ainda de bom theatro de D. Merope. no theatro. Um O do i. Philtppa de Vilhena. a 24 de da Costa No- — Nasceu em Lis- vembro de 1824 e morreu a 17 de Janeiro de 1892 primas de ratura litte- dramática. Molière^ que a critica da epocha considerou trabalho de primeira ordem. Foi o mais bizarro e enthusiasta . A Sobrinha do Marque^.° Barão de Quintella. allemão^e francez. dando-lhe todo o brilho e esplendor compatível com a epocha. António dos artistas. Foi commissario do governo junto ao theatro de D. a II de Dezembro de 1801. italiano. Conde do Farrobo Nasceu em Lisboa. A obra da Costa de Sousa de Macedo. o drama Frei Luiíç de Sousa. c theairal . b. o benemérito do — theatro Joaquim Pedro Quintella. auto de São ellas: Frei Lui^ de Sousa. é seu e muito mais houvera se a morte o não arrebatara tão cedo. Era . Maria II. Escreveu o drama histórica em 5 actos. São obra sua as melhores Almeida Garrett leise regulamentem tido theatro nacional. O de Quintella e filho /. é sua a cartilha em que tantos aprenderam o a. E' este^ — prima do theatroT-portuguez. As Prophecias do Bandarra Noivado no Dafundo ou cada terra com e seu uso e cada roca com seu fuso. é sua que o tos a verdadeira emancipação da classe artística. proprietário dos terrenos em que foi edificado o theatro de S. Fallar verdade a mentir. O Conde do Farrobo tinha enorme paixão pela musica. que foram representadas com muito agrado. Foi também elle quem apresentou os mais espectaculosos e lindos bailados Pelayo^ Daphnis. formada pelos seus creados. estudo dos temperamentos e*os complementos mentaes eram a /verdadeira base d'esse methodo. os baixos Mariani e Speck. Nasceu em Lisboa. por — conseguida. Mandou construir na sua maravilhosa quinta das Laranjeiras o mais bello e confortável theatro de Portugal. Possuia na sua quinta do Pinheiro. já o havia para illuminar a quinta e o theatro da Laranjeiras. Era um apaixonado da arte dramática e curioso distinctissimo. um lindo theatrinho. Teve a mania dos calembourgs. Muito antes de haver gaz em Lisboa. Adoração do Sol. Sylphide. um escriptor dramático. Tocava perfeitamente violoncello e contrabaixo e era eximio na trompa. tem sido apreciável critico d'arte. mas o das Laranjeiras foi o seu preferido. £milio Doux 14 de Janeiro de i853 estreiou-se no velho theatro da Rua dos Tem alli —A zia parte Condes uma companhia franceza de que fa-. N'algumas introduziu ihnumeros calemboiírgs. que fora ingratidão não collocar n'este diccionario em logar distincto na O — 1 secção Beneméritos do theatro. tocando em todos os gé- neros. Foi elle quem contractou Irmãs Ferlotti. Foi Duarte de Sá director do Conservatório. Ilha dos : : representou Duarte de Sá e atè o próprio Garrett.Emi DICCIONARIO 212 emprezario que o theatro deS. Carlos jamais tem tido. que mandava vir do estrangeiro. a Rozina Picco. gueijfes Echo e Narciso. Foi esta companhia que desenvolveu no nosso pu- . Foi elle quem escripturouasmais distinctas e for- mosas bailarinas. Posser e outros. Conde do Farrobo pois ahi se deram festas que rivalisavam com as mais opulentas dos príncipes da Europa. O que principalmente lhe dá este logar é a ultima refor- ma do elle Real Con- servatório. em Duarte de Sá 1823. Eduardo Schwalbach Lucci. entre ellas. Muda de Portici e o D. para o que tinha um mestre contractado. que foi injustamente guerreado e até troçado. Leopoldo de Carvalho. de que muito tem utilisado a escola dramática. que n'aquella epocha eram apreciadíssimos. Falleceu em Lisboa a 24 de Setembro de 1869. Na sua quinta do Farrobo mandou fazer egualmente outro theatro. Eduardo Schwaibach prestado importantes serviços. o barytono Varesi e o baixo Fornasari. organisou um methodo de ensino Duarte de Sá portentos. Jesuina Marques. Nasceu em LisEduardo Scbwalback boa a 8 de Maio de 1 860. Emília dos Anjos. Duarte de Sá fez grande numero de peças. Estudou com afinco e verdadeiro amor a arte de representar. Foi elle quem apresentou pela primeira vez com o maior luzimento e esplendor as operas Roberto o Diabo. e. o Frei Luiif de Sousa. Conquista de Malaca. a Boccabadatti. Orpheo tantos outros. Sem que o seu nome fosse annunciado. N'esta da especialidade. Foram seus discípulos: José António Moniz. Portu- em Tane ger. o tenor Patti. que tem obtido as maiores victorias des- de o drama á revista. Este infati- gável e intelligentissimo trabalhador. Phedra. em que dava exiraordinarios e luxuosos espectáculos com distinctos amadores da alta sociedade e com os mais afamados artistas da epocha. e também aqui morreu repentinamente a 3i de Agosto de 1876. Baseando-se principalmente no Aristippe. para o qual Garrett deu as primícias de algumas suas peças. Amélia Vieira. como seu inspector dignisimo. tão illustre no jornalismo politico como no litterario. representaram-se nos diversos theatros algugumas traduções suas. o tenor Sinico. Odaliscas. Alfredo de Mello. a Barili. como actor Emilio Doux. Foi quem mandou vir para Portugal os maestros Coppola e Frondoni. Tinha sempre em casa uma banda de musica. dedicando toda a sua actividade ao de- senvolvimento d 'esse estabelecimento de instrucçáo artística. próximo a Sete Rios. teas celebridades lyricas nor Gonti. E' inquestionavelmente um benemérito do nosso theatro. João de Mozart. aos quaes mandava ensinar qualquer instrumento. que realmente tinha bastante de aproveitável. o monologo que Gil Vicente. autos. Manuel. \5 Francisco Palha Nasceu em Lisboa. pediu-lhe que repetisse a sua composição em dia do Natal. contribuía sempre Gil Vicente com o seu brilhante talento. Gymnasio e D. com a morte de seu pae. Tendo agradado muito á rainha D. Gil Vicente não só escrevia as peças. apresentou grande numero de discípulos distinctissimos. compondo Gil Vicente para esse dia o seu primeiro auto. Emilia das Neves. a de Janeiro de 1824. onde frequentava a Universidade. João III. elevou os ordenados dos artistas. Deve ter morrido com mais de sessenta annos e julga-se que na cidade de Évora. Maria. em 8 de junho de i5o2. e. Almas. o que o levou a partir para o Rio de Janeiro. As obras de Gil Vicente teem muito que admirar. Parece que. que então se achava na capital. Gil Vicente — Foi o notável fundador do theatro portuguez. desen- volvendo notavelmente o gosto pela arte de representar. Entre elles basta citar: Theodorico. O que se pode affiançar é que elle nasceu no ultimo quartel dó século xv. outros em Barcellos e ainda outros em Lisboa. depois de. Tasso. lhe foi recitar ao seu quarto. cahiu em extrema pobreza.pio dos actores. levantou-o do abatimento em que jazia para o elevar ao maior grau de . por occasião do nascimento de D. Deixou muitas obras de theatro festejadissi- — mas entre ellas: O Andador das . que então triumphava lá por fórn em toda a linha. durante os reinados de D. fez construir o theatro da Trindade. As suas obras de theatro constam da Visitação. Matta. ourives. obteve a reforma para os artistas. Emilio Doux. Gil Vicente no fim da vida. tempo No em que Emilio Doux dirigiu os theatros do Salitre. Francisco Palha de Faria Lacerda. era um actor de primeira ordem. fazendo alli subir á scena com óptimo desempenho magnificas peças. em todas as festas do anno. que dirigiu até á hora da sua morte. junto a Guimarães. O theatro porturino. 3l3 DO THEATRO PORTUGUEZ como commissario do governo junto ao Gil blico O gosto pela escola romântica. São as principaes Auto : . dar verdadeiros dades. e não teem menos valor pelo lado moral e histórico. Manuel e do seu successor. Dias. Nini. Fabia. tragi- comedias e farças. os seus elevados dotes de escriptor puro e sarcástico valeram-lhe em todos os tempos a admiração de amigos e inimigos. Ultimo figu- Barba Ajul. Florinda Toledo e outros. abandonou o estudo da jurisprudência. Não ha noticias exactas do seu nascimento. comedias. Epiphanio. Beatriz. vestido de pastor. Manoel e D. Pepe Hillo. guez muito deve a Francisco PaFrancisco Palha lha. conseguiu que ss fizesse o jazigo para os artistas de D. sofFreu a maior guerra por parte da imprensa. para se entregar unicamente aos seus talentos poéticos. Maria. Rua dos Condes. apezar dos importantes serviços que prestou. Floresceu em Lisboa nos reinados de D. mas também as musicas de que ellas precisavam. Datam pois de i5o2 os primeiros ensaios dramáticos do nosso grande poeta. freguezia de Urguezes. Fidanza. n'esta principalmente. Republica das letras. residente no Casal da Lage. antes de 1495. o distincto escriptor e habilissimo director de theatro. Estes lhe valeram as sympathias que obteve na corte. em 11 de Janeiro de 1890. Auxiliou a sociedade artística do theatro do Gymnasio nos seus primeiros annos. tomou a direcção do nosso theatro nacional. que mais tarde foram verdadeiros ornamentos do theatro portuguez. Garra de Leão.. organisou uma companhia com que explorou durante uma epocha o theatro da Rua dos Condes. etc. consideradas debaixo do ponto de vista dramático e das bellezas lyricas em que abundam. com a sua compa- nhia franceza. Era um verdadeiro homem de theatro e um talento superior. Emilio Doux. Camillo Castello Branco certifica que Gil Vicente era filho de Martim Vicente. Josepha Mesquita. presidiu á fundação da associação do theatro das Varie- prosperidade a que chegou desenvolveu e animou a litteratura dramática nacional. e até de muitos artistas. exemplos de progresso na arte aos actores portuguezes. Fernando. Carlota Talassi. mulher de D. pois affirmam uns que veio ao mundo em Guimarães. Ave a^ul. dando-lhe os mais difficeis impulsos theatro de D. João III. A Morte de Catimbau. Ha tantas assim !. D'ahi em diante. No livro ou na imprensa. nascimento ou casamento de pessoa real. Loteria do Diabo. Pelas suas obras prova-se que elle vivia em Lisboa. creou o monte. onde prestou ainda bastantes serviços ao theatro e onde morreu em 1876. O pedido foi satisfeito com mais propriedade. na sua interpretação. Sendo mais tarde o theatro dado a outra empresa. foram seus íntimos amigos e companheiros no cultivo das letras Herculano. em que mostrou todo o seu valor como artista e mais tarde para D. deJosé Carlos dos Santos pois para o Gymnasio. Nova epocha brilhante teve o theatro. da Grã-Duque:ja e do Rossi. ainda representou n'alguns theatros de Lisboa e da província as peças: Irmá do cego. ca. etc. o mímico José Romão e o ponto . O Veterano e Camões. dos Solteirões. Maria. Foi essa a epocha brilhante do João o Carteiro. E' sem duvida até hoje o melhor — — rante outra epocha ainda foi emprezario e ensaiador da Rua dos Condes. Ignacio de Oliveira foi o celebre artista que dirigiu o theatro real de Queluz. Ro- magem de aggravados. entre ellas A Missão. Mendes Leal. Almocreves. O homem das cautellas. Foi este o final da sua carreira brilhantíssima. onde foi discípulo de Benedetto Letti e de Paulo Mattei. Depois. Foi casado com a actriz Amélia Vieira Santos. Publicou o exceli ente livro Os Excêntricos do meu tempo. Amádis de Gaula. Rubena. Quatro tempos. Cortes de Júpiter. portuguez. A companhia estava magnifica e as peças eram ensaiadas com o primor que Santos dava a todos os seus trabalhos. Castilho. Silva Tullioe outros. onde já ãppareceu brilhan- acerca do ensino das artes scenicas. que lhe foi adjudicado. Dom Duardos. Maria. O Anjo da pa^. Com José Joaquim Pinto foi o grande Santos ao concurso do theatro de D. o dos Congregados do Espirito Santo. Jui^ da beira. o mestre Coelho. etc. Estrelou. Du- pre pareceres notáveis e fundamentados.se em D. Foi ahi que se notabilisou António Pedro. o da Rua dos Condes e. O Segredo d'uma familia. Foi deputado em varias legislaturas e no parlamento se occupou por diversas vezes de questões de arte Por motivos de melindre por duas vezes regeitou o cargo de commissario do governo junto ao theatro de D. foi ahi que Amélia Vieira accentuou o muito que podia dar. Rebello da Silva. Mofina Mendes^ Barca do Inferno. Vivendo na brilhante epocha da litteratura em Portugal. Morreu a 19 de Janeiro de 1781. já corno primeiro actor e ensaiador. : . passou depois para> em sua Leu sessão do Conservatório a Memoria a Rua dos Condes. a actriz Barbara. A Vivandeira. Maria. Na sua administração (^'aquelle estabelecimento de ensino. Auto da Luptania. Foi Palmeirim no seu tempo cognominado o Beranger Portugue^. dando sem- Luiz Augusto Palmeirim Fernando. distincto escriptor dramático e correcto empresário José Carlos dos Santos. associado com Pinto Bastos. Maria. representadas em todos os theatros de Lisboa. que recebeu até á morte. José Carlos dos Santos Nasceu em Lisboa. do Abysmo.Lui DIGCIONARIO 214 pastoril portugue^. Ignacio de Oliveira Foi o architecto que D. Com Francisco Palha seguiu Santos para a Rua dos Condes. em seguida para o D. escreveu bastantes peças oríginaes. formou nova empresa no theatro do Príncipe Real. Alem de innumeras traducções. que tanto prometteu. As cortes decretaram-lhe a pensão mensal de 72. como um dos primeiros actores. Foi sócio eflfectívo da Academia Real das mestre que tem possuído o theatro Sciencias e Director do Conservatório. Novella em acção. Leitora e Camarote da Ópera. Quem tem farelos. Santos passou uma epocha ensaiando no Gymnasio. onde fez uns pequeninos papeis. das aulas dramáticas sahiram as distinctas actrizes Adelina Abranches. Sibila Cassandra. Foi um poeta popularissimo as suas poesias eram cantadas e recitadas em todo o paiz. Já completamente cego e torturado pela moléstia e pelas amarguras. quando já o accommettera a horrível doença que o cegou. A elle se deve construcção do theatro do Conservatório. Lucinda do Carmo e Jesuina Saraiva. Bulhão Pato. : Luiz Augusto Palmeirim —Nasceu em Lisa 9 de Agosto de 1825 e aqui morreu a 4 de dezembro de boa 1894. João V mandou estudar a Roma. em que ha magníficos capítulos com referencia a gente de theatro. foi ahi que tanto se evidenciou Virgínia. onde realisou a epocha mais brilhante da sua carreira. Foi vogal da missão de censura dramáti- Com temente. o da Opera do Tejo. foi ahi que appareceu Álvaro.000 réis. Ineijf Pereira. especialmente as que tinham por titulo O Guerrilheiro. sendo esta ultima recitada innumeras vezes pelo actor Rosa pae. entre ella os actores Carreira e Matta. a i3 de Janeiro de i833 e morreu a 8 de Fevereiro de 1886 o notabilissimo actor. primoroso ensaiador. durante a ausência de Bibiena. Valle. mo originaes: O sapateiro de escada. para terreno artistico. Luiz da Costa Pereira aactor-ensaiador e esta resolução bem acertada foi. quando Emilio Doux abandonou Gymnasio. N'esse tempo traduziu varias peças e representou. Por algum tempo ensaiou no Gymnasio. Foi também professor da arte de representar no Conservatório. era ensaiador do theatro de D. Quanto o honraram muitos dos Romão Em Nasceu a i de maio Manuel de Macedo de 1839. de grande interesse para os que se dedicam de coração a tal arte. como amador. Pedro V. Emilia Cândida. por occasião da ac- treiou-se actor. Foi por muitos annos ensaiador do theatro de D. Bernardo Arejóes e outros muitos. a scena-comica Gymnastica domestica. co- — seus discipulos. Imitou de Sardou Os amigos Íntimos e fez magnificas traducções do Marquei^ de la Seiglière. Quando estudante de Coimbra. como Pouco tem- po depois. Os nossos artistas estudiosos e as emprezas que desejam acertar frequentemente consultam a sua opinião auctorizada. Carlos. representando no drama Camões. o que accitou. que é. — de Maria. a pedido de António Pedro. que eram nada menos do que: Taborda. 'l^mão Qántonio Martins. no respectivo a trajes e accessorios. Júlio Soller. Manuel de Macedo tem traduzido primorosamente muitas peças que teem tido êxito. auto de Gil Vicente. Izidoro.2l5 DO THEATRO PORTUGUEZ No theatro obteve bastan- Rom Ricardo Fortuna. do Primo e o T{elicario. Como se sobe ao poder ^ <yl domadora de feras e Dois casamentos de conveniência. representou. Em i853 foi convidado pelo governo para exercer o logar de — com verdadeiro rigor histórico e effeito pittoresco sob a sua scena Manuel Macedo intelligente e sabia direcção.) da Costa Pereira Funchal. escrevendose-lhes os nomes. sob todos os pontos de vista. Quando a morte o arrebatou. Romão Quando. por occasião das festas do centenário do grande épiiSlo publicou os seus 'Tiudimentos co. te êxito com as suas excellentes comedias é um illustre Conescriptor. Rodrigues. da Q/lrte Dramática. entre outras peças. es- ensaiador theatro c no D. Maria e depois commissario régio. Algumas peças foram completamente postas em do grande artista. Maria. o Othello. Mestres como o Romão é]que[_ fazem falta no nosso theatro. voltando depois ao theatro de D. o papel de Bernardim Ribeiro no o o l^pmâo elevado foi drama de Garrett. a i8jde dezembro de 1878. . Falleceu a 18 de janeiro de 1893. Foi um distincto scenographo. clamação do rei D. este illustre homem de theatro. porque durante muitos annos foi elle n'aquelle theatro dadeiro um ver- mestre. Nasceu no Luiz (Dr. a 19 de agosto de 1819. Maria. que não chegou a ser representada em consequência da morte encamiseguiu nhar a arte scenica. que era bailarino em S. é fácil de saber. Marcolino. se inaugurou o theatro do Gymnasio. Escreveu ainda.' em 1846. Braz Martins. Um Dr. do João Baudry e da Chuva e o bom tempo. de Cypriano Jardim. . CANTORES PORTUGUEZES . . Desde — Nasceu em Vizeu. A sua estreia como artista foi a 11 de Novembro de 1890. António An- — Dr. o barytono portuguez Maurício Bensaude. México. pas {Bensaude — . etc. na opera cómica Grapella. D'ahi. Carlos. onde obteve successo. a fim de completar a sua educação artística. no theatro de S. Brazil. sempre aclamado. em 1874 veio contractado para o theatro de S. na opera Lucrécia Borgia^ em 1872. de Milão. Mais tarde seguiu para Itália. morreu em Lisboa a 6 de Janeiro de IQOI. Estabeleceu-se então em Lisboa como professor de canto até que a morte o arrebatou em 20 de Março de 1908. de I Augusta Cruz Agosto de 869. do Porto. em que obteve Augusta Cruz um representar. todos músicos distinctos. Rússia.o mais tarde de continuar a sua carreira brilhante. com que deliciava o publico em innumeras operas. Em Lisboa estudou com o tnaestro Pontechí. Luiz da Costa Pereira. Percorreu depois vários theatros de Itália até que. no theatro de Pádua. A sua estreia foi em Varesi (Itália) a 3o de Setembro de 1882. Carlos. Áustria. onde foi discipulo notável. Tinha uma voz suavíssima e apaixonada. a 19 de Março de 1884. Com desejos de representar comedia. onde foi muito festejado. tomou parte no desempenho do Fausto. Passou depois ao Conservatório. de Vigevano.3 CANTORES PORTUGUEZES Nasceu em Lisboa em Alfredo Gazul 1844 e aqui morreu em 1908. Teve um grande êxito. Boccacio e Babuk. Havana. a 1 creança manifestou aptidões para o canto e por isso teve uma artísti- educação ca condigna. Estreiouse o tenor Alfredo Ga^ul no Theatro Communale. que começou sua carreira brilhantemente e teve de parar por ser atacado de uma impertinente surdez. do Porto. de Lisboa. de triumpho em triumpho. A doença impossibilitou. percorreu os theatros de Itália. drade — Tenor a portuguez. João. João. onde se aperfeiçoou na arte de canto.com José Romano e António Andrade Estreiou-se no theatro da Trindade. Em 1889 partiu para Milão. Tendo abandonado a scena para casar. n'uma festa de caridade. Estudou musica e canto com Casimiro e Pontechi e a arte de triumpho. Foi depois para Turim. onde muito agradou no Elixir d'amor e a seguir obteve egual êxito no theatro Manzoni. Fez ainda alli com muito agrado a Gata branca. Veio no anno seguinte para o S. Em Outubro de 1888. no Trovador. Voltou depois a Itália e percorreu a Áustria e Hespanha e voltou ainda a S. Começou aos sete annos aprendendo musica com seus parentes. Nasceu em Setúbal. no theatro S. Em Lisboa foi discípulo de Guilherme Cossoul e Frondoni. que lhe cauzaram a morte. e tando Cigarra. Gesena e por fim a Milão. a 22 de Dezembro de 1882. João de Mozart. que tem dado á legendaria figura de D. estreiou-se com muito agrado n'um concerto promovido pela imprensa a favor das victimas do incêndio do theatro Baquet. Discípula do professor de canto Melchior Oliver. Luiz d' Aguiar que che- gou ra a ser consi- derada a primeiartista lyrica da Gosta Pereira. O seu repertório é talvez o maior de quantos barytonos actualmente cantam nas scenas rido. re- onde foi definitivamente consagrado. João. de lySS. Veio depois a Lisboa e aqui teve as merecidas ovações que nunca lhe regatearam tersburgo. alcançando enorme successo. tendo pouco Francísco Andrade do mundo lyrico. e a arte de representar com José Romano e Dr. affirmada por todos os críticos allemães. Comboio de recreio. Tem percorrido com bastante êxito as diversas scenas lyricas da Europa e America. mais de 14 annos de edade. reappare- cendo na opera cómica O Chalet. um Mar- quepnha e Gato preto. em 1890.. Foi recebida com enthusiasmo. lyricas. Remo (Itália) na opera Aida. Gontineou uma bella carreira até que. Pontechi. morreu repentinamente em Itália. em portuguez. Em 1907 veio a Lisboa. Pe. Estando á janella de sua casa. Berlim e S. fazendo a cega. Mauricio Bensaude é natural dos Açores. Garrara. Aos lò anLuiza Todi com em Londres. a 12 de Junho de 1870. Na presentou no Tartufo de Moliére. como na Rússia Pára lhe dar um sica. Eram maiores as suas aspirações. represendepois a João Veiga Nasceu em Lisboa este baryto- — ^ ^ no portuguez. fazendo-lhe ferimentos. D.vier Todi. logar proeminente na scena lyrica basta a interpretação. a capital Bairro Alto. Francisco Andrade Notável barytono portuguez que se estreiou em S. Remo passou a Roma. em Milão do barítono Corsi. cantando no theatro D. Foi desde logo consagrado e é hoje dos artistas portuguezes que honram o nosso nome nas grandes scenas estrangeiras. o que o animou a ir estudar para Itália. a 9 de Luiza Todi Janeiro. Celestino Foi um barytono portuguez. a distincta cantora portugueza Maria Júdice da Costa. Júdice da Gosta — Nasceu no Algarve. musico nos casou da orchestra do theatro. quando estava já contractado para o S. César de Ba:ian. na Gioconda. Amélia e no Porto. a notabilissima cantora — Casimiro e Lui^a Todi. Carlos e depois no Brazil. Voltou em 1888 para a Trindade. mão traiçoeira lhe arremeçou á cabeça uma garrafa. .* António Maria Celestino. quando se fez ouvir e admirar na sua soberba creação do Rigoleto. Quando estava cantando com muito agrado no Rio de Janeiro foi victima de uma grande desgraça. Estreiouse em Milão em dezembro de 1879 ^^^ ^ ^'^' vorita. Foi contractada para o theatro do De S..a nha uma voz potente e de timbre muito agradável. Maria. Era distincto e festejado amador lyrico. a opera cómica Dragões de Villars e a opera de Massenet. que por muitos annos cantou com agrado no theatro de S. pelo Bensaude que partiu para Itália a aperfeiçoar-se na arte de canto e alli se estrelou como barytono de companhias lyricas. Fez depois também com agrado o Rei de Lahore. TiJoão Vcii. assim p>ara a companhia de D. e alli. do século XVIII. Foi depois estudar para Itália e estreiou-se em S Carlos. Surcouff. a i5 um — — Estudou musica com res os professo- de Março de 1881.Lui SOU DICCIONARIO e na Hollanda.Francisco XaAUemanha é o artista que. onde era perfeitamente recebido mas onde o atormentavam as saudades da mu. Carlos de Lisboa. N'uma carreira triumphal percorreu a Itália. 2. assim como em Paris e Madrid.DO THE ATRO PORTUGUEZ Lui^a Todi. tendo 80 annos. estudou a sublime arte com o insigne musico David Perez. Inglaterra. Mary Arneiro Uma cantora portugueza de boa fama nos principaes theatros lyricos. ao lado da grande cantora Luiza Todi. assombrou o mundo inteiro com o seu incomparável talento e a sua voz prodigiosa. Alli alcançou extraordinário êxito. etc. Mathilde Marcello Cantora portugueza. Allemanha. Hespanha e Rússia. Martha. Regina Pacini. na sua epocha. E' filha do visconde de Arneiro. te estreia no nosso theatro lyrico a 5 de Janeiro de 1888. Chrispim e a Comadre. tendo ape- nas 17 annos de edade. em que se conta a opera da sua estreia. Mignon^ Puritanos. : . França. a 6 de Janeiro de 187 1. e Reg mesmo thea- irmã do emprezario do José Pacini.° 2. que. A Somnambula e. na travessa da Estrella n. Manon Lescauí. Hamlet. Paschoal. Carlos. De então até hoje ininterruptamente a sua carreira em toda a Europa e na America. Nos fastos da arte portugueza. ao mesmo tempo que representava no theatro do Bairro Alto. tem sido um caminhar glorioso Regina Paccini — — — de triumpho em triumpho. de Lisboa em 1888. Ficou vivendo modestamente do producto de algumas lições até que em i8i3 perdeu um olho e em 1823 ficou completamente cega. Áustria. Traviaía. Pietro Pacini. Iniciou a sua carreira lyrica na Itália e cantou depois cora agrado no Real Theatro de S. Regina Pacini íez a sua brilhantro. outro astro surgiu de egual brilho e não menor grandeza. Barbeiro de Sevilha. em 1777. Z). entre muitas outras Lúcia de Lammermoor. Lui^a Todi enviuvou em i8o3. até que em 1796 voltou definitivamente para Portugal. Foi accommettida de um insulto apopletico em Junho de i833 e expirou a I de Outubro do mesmo anno. E' filha do antigo director do theatro de S. que. Elixir d^amor. foi contractada como primeira dama cómica para o theatro italiano de Londres. 8 mezes e 21 dias de edade. E' já vastíssimo o seu repertório.' andar. Carlos. filha do fallecido Visconde das Nogueiras. Regina Pacini Nasceu em Lisboa. . COMPOSITORES PORTUGUEZES E MESTRES DE MUSICA . . M . as celebres marchas fúnebres Dernier larme e A' mon père. Gli affetti dei génio luptano. Carlos Bra- i mar- cha da Cruz Vermelha. Gui^o. O Desgelo. La serva riconoscente. eximio professor de canto e director do Conservatório. operas lyricas: Laureana. na Casa Pia. Rapé da bruxa Martha. Romã encantada. bom| ensaiador e por vezes regente deorchestra emgdiversos thea^'. Filha do Tambor-mór. Como compositor as suas obras são classificadas de pri- meira ordem. compositor estimado. Diabrete. os bailes Zeffiretto e Fausta. Roca de vidro. opera -cómica Dinah. entre outras. A Cru^ de ouro. a inspirada valsa a lhador infatigáFoi o pri- meiro colleccionador de cantos António Taborda Miragem. Musico distincto.. E' um bom ensaiador de partes e coros. 1 1 mão — Nasceu em i835 e morreu em 1874. Alves Rentp Nasceu no Porto a 6 de setembro de i85i e morreu em Lisboa a 10 de março de 1891.Câr DiCGÍONARIÓ 226 eximio professor de bandolim e é regente da Grande Tuna Feminina. Tem incontestável valor. Compoz diversas e apreciadissimas operas. onde tem sido muito apreciado como director musical nos theatros de D. em Augusto Machado /er. Piccolmo. Revista de i8y8. Foi um bom ensaiador de mu- Augusto Machado Nasceu em Lisboa. Llmminei di DelfOy Esthcr^ Gli eroi spartani. trechos de musica religiosa. VerAlves Rente de Gaio. no palácio de Cruz Sobral e no theatro de S.asoperas-comicas: O Sol de Navarra. . tinha bastante valor. é também mestre . E' auctor. Pata de Cabra. apezar de muito accusado de plagiário. Amélia e Avenida. que só se apresenta em espectáculos de caridade. populares portuguezes. Ce^ar de Ba^an. a bilissimoem ins^api {BB Capitani trumentações. a 27 de dezembro de 1845 ojillustre maestro — — Augusto d'Oliveira Machado. As suas melhores turas são: parti- Schah Pancas. das seguintes operas: Stface e Sofonisba. Samsão. Raollo e A vingança da Cigana. António Leal Moreira Musico distincto. Era artista de valor e trabavel. Dorias e Mário Wet- Capitani — Um sua musico italiano. E' um pianista sica e um hábil emprezario. 11 Natale augusto. Entre as suas innumeras composições para o theatro. — m tros. A heroina luptana. Carlos. Carlos Araújo MusicõJdaSé de Lisboa. A Maria da Fonte e Os Filhos do Capitão-mór. priAntónio Taborda meiro trombone do theatro de S. ins- distinctissimo. Carlos. Processo da Luz Eléctrica. etc. Tição Negro e Vénus. Leitora da Infanta. A saloia enamorada. que morreu em Lisboa. as mais apreciadas foram: Palavra Carlos Bramáo . Princesa Ajulina. em iSSg. tem grande numero de peças para banda. ' que por - muitos annos exerceu a — profissão no Brazil e ultimamente se estabeleceu em Lisboa. que se cantaram nos paços de Queluz e Ajuda. a opereta Os noivos da Margarida e a revista Da Parreirinha ao Lim/»eiro. António Taborda tem varias condecorações. excellente director d'orchestra e ha- — da excellente banda da Guarda Municipal. as operetas: A guitarra. Como compositor. As principaes são as piração e era um trabalhador infatigável. Como compositor. D. etc. Se eu fora rei.. Bilha quebrada^ Rei de ouros. Chapéu de três bicos. Raphael o diabo. composi- um tor inspirado. P'rá frente!. Alcaide^ Solar dos Bar- — rigas. mais tarde para o theatro. Homem das mangas. Jorge. que mui- teem alcançado grande êxito. Pagem d'El-T{ei. Espelho da]Verdade. E' Del-Negro-Notavel trompista. Entre os seus magniíicos traba- Illustre professor eeximio pianista. Começou por escrever musica religiosa. Santo António de PWà Lisboa. Alpandega. Nasceu a 21 de abril Carlos Calderon de 1867. um cal. O Tejo.Negro é também distincto compositor e ensaiador de musica. no Rio de Janeiro e por fim em Lisboa. Mancheia de rosas. Vivinha a saltar. Trocas e baldrocas. Grão. . Templo de Salomão. Aventura regia. Varinos. Planeta Vénus. Tinhagrande popularidade. Académicos e futricas e O Cavalleiro da Rocha Vermelha. bresaindo. que exerceu a sua profissão no Porto. Rosa de musgo. Retalhos do Porto. Pupilla Beltrão. Casimiro Júnior Nasceu a 3o de maio de 1808 e morreu a 28 de novembro de 1862 o notável compositor dos os annos do C o n s e rvatorio. Nasceu Verde. Kinfá na China. frente. ma penada. maravilhosa. depois para piano. Reviravolta. Ainda compositor algum portuguez alcan- outras. Ensaiava primorosamente e dirigia na perfeição A sua morte deixou uma grande lacuna. salientando. Monteiro d' Almeida harmonia e contraponto. DO THEATRO PORTUGUEZ Uma Emi vingança. As suas obras. estudando com Lâmpada lhos tiveram maior êxito os seguintes: Burro do sr. Banquete dos antropophagos. Até hoje tas são. Joaquim Thoma:[ Del. Relógio magico e Testamento da velha. Drama no fundo do mar. A herança do tambor -mór e Pelle de burro. longo enumerar todos os seus trabalhos Para honra do seu bom — nome de compositor basta citar as seguintes obras: Basoche. so- Nos theatros foi quasi o compositor exclusivo do seu tempo. Coração d'ouro.se os seguintes: Ave do Parai^o.Duque. génio musiFoi mestre de capella da Sé ABC. que muitos são. etc. Filha das Ondas. Homem das botas e Tira dentes. Loteria infernal. De muito novo se dedicou com o maior enthusiasmo á musica. Lisboa na Trevo de quatro folhas. Carlos e do theatro Real de Madrid. Cyriaco Cardoso primeiro trompa de S. Dias da Costa- de Lisboa e deixou innumeras composições sacras e profanas. Semana dos nove dias. solista de primeira ordem. Emilio Lami— Dias Costa çou mais popularidade e maior numero de applausos. Volta ao mundo. obtendo distincção em todos os seus exames no Conservatório. Papagaio do sr. S. entre as suas peças: musicas para as — A de' D. Nasceu no Porto a 8 Cyriaco Cardozo de agosto de 1846 e morreu em Lisboa a ib de novembro de 1900. E' Casimiro Júnior em Cabo em 1860. Foi um musico distincto. regedor. Arte Nova. era os querido e respei- tado entre que o admiravam como collegas. positor Joaquim Casimiro Júnior. Poeta em pancas. tem 147 composto actos! Seria ABC. Filha do Feiticeiro. O Titnbaleiro. Musa dos estudantes.217 de Rei. Del-Negro Filhos do Capitão-mór. pois deixou 209 partituras de peças de diversos géneros. Carvalho milagroso. premiado em to- um com- estimadíssimo e tem obtido successo Carlos Calderon em quasi todos os seus trabalhos theatraes. Lenda do rei de Granada. Veio para Lisboa — compositor é distincto. E' natural de Setúbal. Mar-. Fúrias d'amor. Nasceu em Lisboa Francisco Alvarenga a n de fevereiro de 1844 e foi assassinado no Rio de Janeiro a 8 de — tando sempre os maiores serviços á arte musical no nosso paiz. As cartas do Conde-Duque. Gata Borralheira. A Filha io Tambor mór. Frondoni março de Foi i883. que s[inha. pouco mas eximio como instrumentista. sacras e contando-senellasarias. Hoda bomba. Distincto musico Frederico Guimarães portuguez. Frondoni foi membro do Conservatório e óptimo ensaiador de musica. Freitas Gaziil Garra de Leão. Mocidade de Figaro. marchas. Gil Braj. auctor da opera Beatrii^^ cantada — Carlos Escreveu depois varias operetas. Basta citar a opera Frei Lui^ de Soiifa cantada em 1891 auctorde4oo composiçõesmusicaes. Laranjeiras. Rosa de sete folhas. tendo obtido grande êxito com as suas bellas operetas. vindo depois aperfeiçoar. Niniche^ O sino do eremitério. Cofre dos encantos.contractado pelo conde do Farrobo. As suas partituras mais afamadas são: O Rouxinol das salas.romanzas. E* — . Filippe da Sil- mem va — Musico de etc. as seguintes operetas cantadas na Trindade: CigarFada do ra. continuou escrevendo diversas partituras e sendo ensaiador nos theatros. Gymnasio. São innumeras as suas — em mnumeros concertos. ao mesmo tempo que se entregava ao commercio. Já completou 70 annos de edade. E' um dos nossos primeiros acompanhadores e n'esta qualidade tem figu- pela primeira vez no theatro de S. A sua primeira composição n'este género. Carlos. aberturas e peças concertantes de muito valor. O Periquito e O Visconde. No theatro Em tem sido aproveitado. que rruitas são. a 2 5 de fevereiro de 1809. a 4 de junho de 1891 o illustre maestro Angelo Frondoni. Compositor distincto paFreitas Gaznl ra os nossos theatros. Carlos. Carlos.fGorrt bíCCIONARlO 228 Exerce o professorado ha mais de 5o annos. magicas e revistas. bom regente de orchestra e compositor inspirado. Carlos composições. O Beijo. Frondoni Nasceu em Parma. O Beijo.phantasias. entre muitas. Trindade e Príncipe Real. com libretos portuguezes para a Rua dos Condes.se para Lisboa. para compositor e ensaiador do theatro de S. a 29 de março de 1882. todas de valor. Nunca mais qui d'a- sahiu. — Um Filippe Duar Filippe da Silva i839. Mais tarde partiu para o Brazil. BelFrancisco Alvarenga demónio. E' egreja e musico de theatro. Santo Mitonio e O Rei e o Eremita. te um em musico distinctissimo. rado Foi maestro ensaiador do theatro de S. Compoz diversas operas e bailes para S. Gomes Cardim onde começou a estudar musica. um composi- tor de verdadeira inspiração. As suas partituras mais estimadas são as guintes das sepeças: Amor e dinheiro. onde. na Itália. Maestro Boví. Amor. ambos os géneros tem bastante valor. e morreu em Lisboa. Três rocas de Crystal. de S. pres- excellente ensaiador. Vindo para Lisboa. era professor de musica e já compositor. algumas e é no theatro e. E*"'"" ^-""^^ valsas. ensaiador de musica e regente de orchestra. Três dias na berlinda. um magnifico ensaiador e hábil director de orchestra. teve um successo espantoso e representou-se em três theatros. í). tendo Sul. Raios X. Manuel Benjamim — em Manuel Innocencio 1802 e morreu em — Nasceu em um Lisboa Conservatório. Fez falta nos theatros populares de Lisboa. maestro era basta nte festejado. outro Te-Deum para o casamento de El-Rei D. desde iSSy foi director da orchestra do theatro de S. Foi professor de musica e compositor mui- das inspiradas operas Igne^ . Indo para o Seminário de Santarém. Em Lisboa tem feito musica para di- 1 88o. rf/m El poder de la Júlio harmonia e-muitas outras obras. illustre critico de arte. Affonso. empresa do actor Domingos. Variações cantadas por Laura Harris. Luiz Filgueiras Em Talve^ te escreva. Era estimadissimo em Lisboa Guilherme Cossoul. Neuparth Luiz Filgueiras Nasceu em 1862. mostra sempre que é muito útil n'uma companhia do género alegre. Fabula de Alfeo^ Gomes CarGomes Cardfm estudou muprofessor João de com o Setúbal em sica Deus Costa Soares. Tangerinas magicas. José Maria do Carmo sitor — Foi um compo- muito popular e estimado das plateias dos theatros da Rua dos Condes e Vaiiedades. Luiz.229 u m compositor festejado. Entre as suas partituras maisapplaudidas no theatro. Em l^isboa com os notáveis músicos Santos Pinto e Casimiro Júnior. ou regendo orchestras. Homenagem a Camões. onde é muito estimado pelo seu valor e qualidades. ra simples- mente commer- Gomo ciante. 1861 foi nomeado professor de violon- mente é dos mais illustres directo- res musicaes que Í"^ ^^^ um theatro pôde obter. As suas principaes composições foram: Te Deum para a volta d'uma viagem de ElRei D. Manuel Ben- jamim — Apre- ciado compositor que esteve por muito tempo no Porto. etc. Foi um talento musical de primeira ordem. Foi emprezario do theatro de S. ulti- mamente dado bastantes provas. Distincto professor do Júlio Neuparth versas peças com bastante agrado. Fazendo musicas de operetas ou revistas com bastante inspiração. A sua morte. Fez principalmente couplets para comedias na epocha de i85o a 1860. Família Piranga. Pedro V.» Era condecorado com os hábitos de S. onde zario foi também empredo theatro D. Jogo Jranco. porque realmente tinha inspira Luiz da Costa 6 Faria— Distincto musico. Carlos. Carlos desde 1861 a 1873. Vivinha a saltar. é cto to apreciado distin1887. feste-jados Man cujos em diversos theatros. No Brazil estabeleceu-se como professor de musica no Rio Grande do Graça — Tem realmente valor. que em 1679. que voltou a exercer a sua profissão no Brazil e a DO THEATRO PORTÍlGUEZ também um primoroso compositor. marcha. -— -^ trabalhos. E' magnifico ensaiador e distinctissimo regente de orchestra. Foi musico da Real Camará e vice-presidente da «Associação Musical 24 de Junho. Te-Deum pelo restabelecimento de Campos Valdez. as operetas: Casamento em Fanhães e Pela pátria! as peças phantasticas: J Frei Satanaz. Musico distincto dos Conservatórios de Lisboa e Paris. ensaiando. Actual- — ahi começou a leccionar. Tem obtido successo em muitas obras para o theatro. QuichoFilha do Ar. cão. o profes- sor Esteves Graça. Compoz vários nasceu Vilhancicos.' foi muito sentida. Thiago e da Conceição. Jóias da coroa. con- tam-se as se- — guintes revistas: Nu n xe xabe^ Devag arinho. Tem ultimamente prestado bons serviços na companhia do theatro Lisbonense. fó. Santo António em Lisboa^ O' da guarda e Pae e durante alseu director. Nasceu a 22 de abril Guilherme Cossoul de 1828. lhe mais tarde abandonou paser teem dado honrosa classificação. Musico distincto e compositor de mérito. em 26 de novembro de cello do nosso Conservatório gum tempo Adão. e no Nicolino Milano Rio de Janeiro obteve um nome glorioso de compositor e violi- Monteiro d'Almeida — jacamino. Voltou a Lisboa em 1799. II triompho de Clelia e Sofonisba. Foi pouco depois para o Brazil e lá morreu. Nasceu em 1826 e morreu em 1898. Zaira. escrevendo diversas operas para o theatro de S. seu secretario e director interino. a 25 de julho — theatro de S. Professor do ConMonteiro d'Almeida Em — servatório de Lisboa. Fernando in Messico. durante muitos annos. Compoz Deu em Parma La dona volubile. assim como para o theatro das Larangeiras. Ali teve trez ataques de paralysia até que morreu. duettos e partituras pequenas para os theatros do Salitre e Rua dos Condes. Com D. em Bolonha L'ingano poço dura e // riíorno di Cerse. representada em Roma em 179?. dos Con dramas al- legoricos para o theatro do Sali- tre.") o compositor António Lui^ Miro. a 27 de muito agrado escrevendo obras de valor incontestável e diria gindo com cia a parte sical maior proficiên- mu- de varias emprezas theatraes. Entre as suas partituras Nicolino Milano destacam-se as seguintes: João das Velhas. Foi director musical do theatro de S. D'ahi até á hora da sua morte foram mnumeras e notáveis as suas composições. Periquito e Flor do Tojo. Em Lis- i794canta-seem Milão a sua opera boa alcançou Demofoonte. encheu de partituras os Rio de Carvalho . Para a Academia Phylarmonica compoz a sica do drama íyrico Os Infantes em ta. musico lissimo portuguez. Marcos tugal — Notabi- Por- de iSi. Nasceu no Brazil. Os seus primeiros trabalhos foram feitos e festejados em Itália. árias. foi Manuel Innocencio de Turim. escreveu 40 operas. Veneza principedeSpaij- bastantes operetas e couplets de comedias. em 1795 em Veneza I due Gobbi. foi um distincto L'Eroe cinese. Fecundo compositor que. Foi chefe da orchestra dos theatros da Rua des. — Foi regente da orchestra dó maio de i8ii e morreu a 10 de junho de 1861 o distincto compositor Francisco Xavier Migone^ que fez para o theatro de S.. Em Marcos Portgual nista. A sua primeira opera. Maria. VSítò Nasceu|em Lisboa. De 1787 a 1790 compoz compositor Eugénio Ricardo Monteiro d' Al- Marcos Portugal diversas burlettas e meida. João. Continuou a escrever prodigiosamente até apresentar a sua obra prima. escripta para o theatro muCeu- 1848 obteve grande successo no theatro do Gymnasio com a sua opera-comica A Marquesa. quasi todas de enorme êxito e reputação europea! Migone Nasceu em Lisboa. Trindade e D. Foi também musico da Real Camará. Ginevra di Sco:^pa. De 1801 a 1806 Marcos Portugal compoí 12 operas! Entre estas: // duca di Foix. O illustre compositor. voltou Em a 1791 Itália. gloria de Portugal. além de centenares de composições sacras. di génio em Rovedava e 11 ma em La reggiratrice. Rio de Carvalho Nasceu este musico dis- — tincto em i838. João VI partiu para o Rio de Janeiro. onde obtiveram bastante êxito as duas operas: Satnpiero e Mocana. Carlos. Carlos e para lá escreveu diversas operas. Carlos. Capital Federal.Rio DICCIONARIO e 23o de Castro Cerco de Diu. nascido em Lisboa a 24 de março de 1762 e falleeido no Rio de Janeiro a 7 de fevereiro dei 83o. Rainha dos Bohemios. o excellente compositor Francisco de Sd Noronha. Princesa dos Cajueiros e Os Noivos. Nasceu em Guimarães. professor da aula de instrumentos de metal. tinha muita inspiração e bom gosto. Morreu no Pará em 19 de agosto de 1897. UAretc. Elixir da mocidade e Derellita e o baile Anna. Compoz musica para 20 danças. de e morreu ultimamente em Visconde do Arneiro . Compoz mais as operas: Bealrij de Portugal e Tugir e as operetas: Se eu fosse ret. Porto e Brazil. que tem sido aproveitado Lisboa. Visconde do Arneiro Um distincto com p o si tor portuguez. Foi membro do Conservatório de Lisboa. São suas as operas canta- do O sua opera Arco de Sanf a das no theatro de Sá Noronha S. No theatro de S. sem ter grande sciencia musical. José Romano. musico da Real Camará e da orchestra de S. que nasceu em Lisboa a ò de junho de 181 5. natural de — Macau. Nasceu — José Augusto Ferreira da Veiga. Visconde do Arneiro. como *Stichini e es- pontânea. Roque tagnan. bém um distincto pianista. co violinista e primoroso compositor. as suas partituras da revista Tim tim por tim tinv e das operetas Beijos do Diabo. Era natural de Setúbal o comStichini positor Plácido Stichini. de Lisboa. Era auc- Ginn. Casamento da Nitouche. sendo um artista distincto. Cascaes. E' tam- Carlos e fez innumeos theatros de Lisboa. em Na companhia portuense do theatro Carlos Alberto tem sido um bello elemento. Moleiro S. que. que se executaram intelligentee há- no Real Theatro de ras ensaiador de e musica regente de orchestra. O seu principal mérito era ter a melodia fácil Ssrmari a— Musico que começou a manifestar-se em Lisboa e depois seguiu a sua carreira no Porto. principalmente com os librettos de Garrett. etc. entre outras. Roqae bil — E' um um bom tor de grande numero de composições sacras ainda hoje muito apreciadas. Mam' zelle Diabrete. partituras para — d^Alcalá. Carlos. em Sà Noronha 1823. a 22 de novembro i838 Itália.23l DO THKATRO PORTUGUEZ em Lis- Vis nossos theatros populares. que foi morrer ao Rio de Janeiro em 23 de janeiro de 1881. Foram muito applaudidas. foi ouvida com muito agra- compositor. Morreu boa em outubro de 1907. Era um magnifi- — Doutora. Carlos. Santos Pinto Foi um estimado e talentoso compositor Francisco António Norberto dos Santos Pinto. ensaiador e director de orchestra. Fagulha. Mendes Leal. Carlos. . ESCRIPTORES DRAMÁTICOS DISTINCTOS JÁ FALLEGIDOS . . que o obrigavam a entrar no serviço militar. Maria II. c o n t r a-regríi e r~ -. e morreu na sua quinta de Val-de-Lobos. Alcântara Chaves Nasceu a 26 de Julho de 1829 e morreu em 1892. a i3 de Setembro de 1877. da do pa e perdão.ESCRIPTORES D. prin- cipalmente das Nasceu Alexandre Magno de Castilho em Lisboa a 12 de Novembro de i8o3 e morreu a 23 de Maio de 1860. ensaiador. a 28 de Março de 1810. Foi primeiramente typographo. Alfredo AthayNasceu em de Lisboa em 1834 — e França Apesar morreu em em 1907. Foi um distincto litterato. Escreveu para o theatro as festejadas comedias: Cavali eiró de S.0 grande historiador e notável escriptor Qálexandre — ção de Hespanha. Cul- Namorapríncipe. — poeta primoroso. Que- Mulher de dois maridos e O Coronel. Das suas peças apenas se tornou conhecido o drama histórico cAlvaro Gonçalves o Magriço ou os Do^e de Inglaterra. Escriptor cursar a Universidade. em consequência das luctas civis. — seguintes: Descascâ-milho. Milagre da Alcântara Chaves Senhora da Na:(areth. em Santarém. próximo a Santarém. de se Alfredo Athayde . redigindo jornaes e escrevendo para o theatro. Jorge. Traduziu o drama Carlos III ou a Inquisi- rem ser artistas. de primeira plana. Proviciano em Lisboa. Era irmão do Visconde de Castilho.RAMAT1COS DISTINCTOS JÁ FALLECIDOS Aguiar de Loureiro — Tendo deixado de Herculano de Carvalho e Araújo. Alexandre Herculano co. Teve . depois ponto de theatro. critico abalisado. que foi premiado pelo Conservatório e se representou na inauguração do theatro de D. Alem do drama O Bobo. Garibaldi. Mar' tyres da Polónia^ MartyrioS e rosas. deixou o drama histórico O FroNteiro d^QÁfrica e — o drama lyrico Os Infantes em Ceuta. que foi extrahido do seu romance. Alexandre Herculano Nasceu em Lisboa. a sua epocha de applaudido e popularissimo escriptor dramáti- puríssimo. alcançado com o exiio das suas peças. etc. depois de 1828 entregou-se á lavoura. Cam- panologos portugueses. jornalista modelo. Visinha Margarida. victimado pela tuberculose. Desde então applicou ás lettras as suas horas vagas. abordou também o theatro. NinguejHJulgue pelas apparencias. Escola Dramática do Conservatório. Representaram-se duas peças suas: Antes na provinda. a 18 de Novembro de 1823. Entre estes po- demos citar os que alcançaram as suas peças: Pilatos no credo. Maria. escreveu a bonita comedia A menina dos meus olhosFoi um homem intelAlmeida Araújo — papadas. Nasceu em Torres NoAndrade Corvo vas. Jui:[o do mundo. e morreu em Lisboa. Roda da Fortuna.Joanna ao oArco^ Sol de Navarra. 1\osario. a 16 de collaboração Gama — — Fevereiro 1890 o Ilustre i de es- criptor Joào de Andrade Corvo. António Castilho Era sobrinho do Visconde de Gastilho e honrou as lettras.e a comedia Ha mais Marias na terra. Ant DICGIONARIO 236 e a dedicar sempre á vida commercial. Nordeste & C. batina e chambre. Andrade Ferreira Nasceu em Lisboa. representada no theatro do Gymnasio e depois sado. trologo e Não desprese sem saber. como todos os seus parentes. Dama dos cochichos. de francez e Italiano na — Vasceu a 2 1 — de Janei- Deixou importantes trabalhos sobre critica d'arte. Imitou ^^^""^'' ^^^ii^ e traduziu diversas peças. Foi um distincto jor- O AsUm conto Andrade Corvo — nalista e principalmente um critico abali- Alfredo de Mello ro de 1842 e morreu a 3 de Outubro de iSyS. de lettras. escriptor ligentissimo. Apesar de escrever precipitadamen-* te todas as suas peças. e Ra- — do Gy'''= mnasio. O marido no prégo. e as suas que constantemente andava. entre ellas: Tio Torquato. mas no fim da vida completamente desmoralisado pelo estado de embriaguez em escriptor drama- tico. este em com Gosta Braga. e morreu em Oeiras. Gomo illustrado. foi um apaixonado do theatro e escreveu muitas peças que tiveram bastante êxito. a 3o de Janeiro de 1824. Era um litterato 1 — Nasceu em Lisboa. Para o theatro escreveu as comedias: lima noiva em dois volumes^ Amor de ingénua. Foi um distincto jornalista e fundador do importantíssimo jornal O Brazil. a i5 — distinctissimo e jornalista vigoroso e illustre entre os mais um illustres. cto escriptor dramático. Abordou também o theatro com bastante felicidade e. . GoUaborou bri- lhantemente em diversos jornaes e deixou obras valiosas. José Maria de Andrade Ferreira. mais com o fito de as vender aos editores. entre muitas. eram António tnnes «. Alfredo Hogan ao serão. Foi professor de declamação. primoroso.w um primor de estylo e boa linguagem portu- . etc. Escreveu as biographias dos artistas Delfina do Espirito Santo e Rosa pae. ensaiador e emprezario do theatro prohibida pela policia.] jornalista notáfoi' romancista! distin- do que de as apresentar no theatro. muito muito correcto. se não era impeccavel. Foi um conhecido Alfredo Sarmento jornalista e traductor de innumeros romances. Alfredo Hogan Nasceu em Lisboa em i83o e morreu em i865. quasi todas históricas. Para o theatro escreveu dois dramas: Vasco da peças. comedia em 3 actos representada no theatro de D. António Ennes de Agosto de 848 e morreu em Queluz em 190 1. Nem tudo que luj é oiro. também obteve bastantes êxitos. se não eram modelos no género. De noite todos os gatos são pardos. Era bastante intelligente e instruído. Distincto ho- mem vel. pois deixou as seguintes peças: Nem tudo que luz é oiro. redactor da Gamara dos Pares. e Melhoramentos materiaes. revista do anno de iSSg. cavalleiro da Gonceição e de S Thiago. Restauração de Portugal. adquiriu grande fama. Os Dissipadores. Depois de velhos gaiteiros. Mascara social.^. etc. O Alttciador.— . a 29 de Março de 1875. que se representaram nos theatros de Lisboa e Porto. sendo muito applaudi- — António Pedro Lopes de Mendonça Nasceu a 14 de Novembro de 1829 e morreu a 8 de Outubro — de i865. Uma Corda sen- sível. Os doidos. Amphitryáo nu Júpiter e Alniena. Deixou as peças seguintes theatraes: Affrontapor affronta. Um poeta no tempo de El. Como escriptor dramático foi bastante apreciado. concelho de Oliveira do Hospital. Tutor e pupilla. P. Esopaida ou Vida de Èsopo. mulher António de Menezes (Argus) — Nasceu Lisboa. Minas da Polónia. António José (o Judeu) Nasceu a 8 de Maio de 1705. Desembargador. Foi auctor do festejado drama Captivo de Fe{ e da comedia Barão de Gallegos. D. e lavra. as operas seguintes: Vida do Grande Don Quixote de la Mancha c do gordo Sancho Pança. São conhecidos sete Autos de António Prestes: Ave Maria. bom entendedor tneia vade Filippe IV. Bramia Parda. fazendo parte da companhia Macedo. Era intelligentis simo e cheio de graça. Marido. e tio. Guerras do Alecrim e Mangerona. Este ultimo tem a indicação de ter sido representado em Lisboa. António Xavier Ferreira de Azevedo Escriptor dramático popularissimo. As Variedades de Proteo e Precipício de Faetonte.. Mel e fel. Foi vogal do Conselho Dramático. Casamento em miniatura. tendo apenas 41 annos de edade Foi o auctor da tragedia Castro. Manuel Mendes Enxúndia. conseguindo escapar da primeira. João V. Também traduziu a comedia UfJia A A — das as suas atilas: Abel e Caim. se n'elle se tivessem dado outras circumstancias. mvejas e perseguições. Escreveu para o theatro do Bairro Alto. Dois irmãos. Ànt contando apenas 26 an- gueza Escreveu as seguintes obras dramátiLazaristas. e da segunda indo para a fogueira. a 19 de Outubro de 1739. a em 9 de António Mendes Leal Junho de i858 e morreu a 17 de porta deve estar aberta ou fechada. Licçóes para corte maridos.etc. Casar ou metter freira. Os Engeitados. tendo estado doido durante cinco annos antes de fallecer. a 9 de Abril de 1819 e falleceu em 1890 Foi membro do Conservatório de Lisboa e festejadissimo auctor das excellentes peças: As duas filhas. Foi um litterato illustrado e o creador do folhetim em Portugal. nas principalmente nas duas revistas Twtili-mundi e Aiiionio Menezes Et ceei era e tal. Mouro encantantado e Cantarinhos. Nasceu em Torres Novas. uma veia cómica inexgotavel e uma alta propensão para ser o creador de uma escola e o reformador de um theatro. Roberto chefe de ladrões. Eugenia Milton. O Saltimbanco. Procurador. António Joaquim da Silva Abranches Nasceu na villa de Avô. Santo António It- — — — . — o demonstrou muitas peças que escreveu. Como se perde um noiA. que não as de uma vida atribulada por ódios. Este erudito escriptor António Ferreira morreu a 3o de Outubro de iSõg. que muitos lhe disputaram até se provar ser verdadeiramente sua e ou- — como dia- riamente o mostrava nas suas bellas gazetilhas do Jornal da Noite e Diário Illustrado e ccmo tros os plagiários. Nasceu em António Pereira da Cunha Vianna do Castello.Rei D. Lopes de Mendonça vo. Nasceu em 1784 e morreu em 1814 As suas bbras mais conhecidas são: A sensibilidade no crime. victima. António Mendes Leal Nasceu em Lisboa. cA herança do Barbadão. Os encantos de Medea. prohibida á terceira representação. mediante a penitencia imposta. Maria. António José demonstrou nas suas peças uma imaginação ardentíssima. Palafox em Saragoça. Os Zuavos. A Companhia monstro e Victor Hugo em Guimarães. O Luxo e A Emicas: gração. desde 1733 a 1736. |. que por duas vezes esteve nos cárceres da Inquisição. no Rio de Janeiro. Ciosa. membro do Conservatório Real de Lsiboa e commissario régio junto ao theatro de D. Labyrintho de Creta. Foi actor de província e no Brazil. e morreu a 4 de Agosto de 1871. o celebre poeta cómico e notável escriptor dramático António José da Silva.237 DO THEATRO PORTUGUEZ Os Dezembro de 188 nos de edade. Já e tarde. a 1 de Julho de i83 1. Foi contemporâneo de António Prestes Gil Vicente. Leonor de Mendonça. Conde de Morcerf. Pena de Talião. • Bocage — Nasceu em Setúbal. e por isso não progrediu. de ensaiar a Cármen. Gomo actor. Stambul. ficio. A preta de talento. Baptista Machado— Nasceu em Lisboa. tendo de a abandonar. Foi ensaiador dos theatros da Trindade e D. Bocage falleceu a 21 de Dezembro de i8o5. Não envenenes tu a mulher. Qá virtude "'^"^^ etc. começou por cegar e depois endoidecer. Os contos de Boccacio. Parteira anatómica^ Frenesi das Senhoras. Uma ex- escriptor de muito mérito e queperfeitamenle periência. . qAs três rocas de Crystal. . traduzido em verso. a i5 de Setembro de 1765. A gratidão. Foi primeira- Fevereiro a de de morreu Novem1872. o grande poeta Manoel Maria Barbosa du Bocage. Aristides Abranches Nasceu em Lisboa.^ Queirojf. Os Médicos. e 17 de a em 3 actor-auctor António Pedro Baptista Machado. O diabo coxo. Ericia ou a Uestal. x4 1 conhecidíssimo actor-auctor Jo- creveu para a Rua dos Condes cMaria Bra^ õMartins. a 8 de Outubro de 1847 ^ morreu doido. O Visconde de Letorière. que teve uma grande popularidade. 6/í mosca branca^ Trovoadas de maio. Q/ís pilulas do diabo. Braz Martins nalista. Atacado por terrível doença. O advogado dos pobres. Edmundo Dantes^ O valle dos encantos.. A creança de go annos. Um homcin politico. onde foi jor- — emprezario e ensaiador.. Escreveu apenas uma peça original. Zulmira. Foi um rasoavel ensaiador e chegou também a ser emprezario no Príncipe Real. O positivo. MosÍuitos por cordaSy um agiota em miniatura. Depois de Ga- mões ainda nenhum outio poeta nacional conseguiu mais popularidade e admiração. A mãe dos escravos. a 6 de Maio de i832. A estrella do Rei UJf. confron- — tando com Joaquim d' Almeida no drama O Bobo. tendo apenas 40 annos de edade. Desertor france:^^ Mulher ^elo^a^ Eunuchoy Velho perseguido etc. O medico dos jnortos. Dar corda para se enforcar. drama representado no theatro do Salitre. Dois pescadores. N'esta carreira não estudou mais do qUe como escriptor. Matheus o chapelleiro. es- bro de o . Maria. a magica A Coroa de fogo. O Capitão Carlota. estreiou-se no theatro de D. Borges d'AveIlar Nasceu na Regea. mas traduziu innumeras peças de grande êxito. Muito novo começou a escrever para o theatro e pode dizer-se que escreveu até o fim da vida. 1823. deixou as seguintes peças: Os homens do povo. Jornalista distincto e lestejado auctor dramático. Maria. Reino das Fadas. conhecia as Como escriptor dramático plateas.. Era sé um Baptista Machad" uma comedia em 1 acto. elo- gio dramático Botelho no para ser recitado porClaudinaRosa dia do seu bene- . Entre as suas peças de maior agrado contam-se as seguintes: Conde de Paragarà. Mosqueteiros do Rei. Quem tem medo . a i5 de Dezembro de 1901. a 28 — laureada. Entre a cruij e a caldeira^ abordou todos os géneros e com felicidade. A Mosqueteira. Senhora da Bonança. Brios militares e Scenas da vida intima. tragedia traduzida em verso. A familia do colono. Como se descobrem mazelas. Um casamento á queima roupa. no hospital de Rilhafolles. Morreu repentinamente quando sahía do theatro Baquet. Mariquinhas a leiteira. o escriptor Jeronymo Alves de Avellar Machado. Atirar ao pae para caçar a Jilha^ Calumnia. ^osso fallar à sr. este distincto escriptor. Valentim o diabrete. — Nasceu Lisboa. Gatato de Lisboa. .Ôra DiCGIONARlO 238 vrando o pai do patíbulo. Ainda muito novo. mas viveu quasi sempre no Porto. de Dezembro de i887. Pródigos e económicos. cto mente um distinamador dra matico. Mais teria feito se aos seus trabalhos litterarios se entregasse com maior cuidado e não os fizesse todos a galope. Para provar a primeira parte basta o seu excel- Braz Martins . Escreveu para o theatro o seguinte Eufemia eu : o triumpho da drama religião. Nem todo o matto é oregãos. de Arnaud. Por muito tempo foram guasi exclusivamente seus os repertórios do Gymnasio e da Trindade. Avellar Machado Nasceu em Abrantes. O Tormenta. e morreu a 16 de Agosto de 1892. O cMineiro de Cascaes. torturado por desgostos e pela cegueira. Nas suas obras de theatro. a 26 de Janeiro de 1800.. O Condemnado e o Assassino de cMacario. a 29 de Abril de i85i. O Estrangeirado. eloO — gio dramático. dramáti- gem linguabrilhante e castiça e a phrase engraçadissi- uma que pou- cos desconhe- ma da genuina Camillo Castello Branco comedia portugueza. Estreiou-se no theatro de D. Giraldo sem sabor ou uma noite de Santo António na Traça da Figueira. que elle acceitou e para lá escreveu: Scenas de família. Maria. a 18 de Junho de 1875. etc Quando em i856 se organisou uma empresa para o theatro de D. revela m-se sentimentos alta- de sciencia. Turgatorio e Taraiso. A Liberdade. elogio dramático. e morreu a de Janeiro de 1903 o distincto actor auctor ^mgusto César de Lacerda. A Caridade. S5o muitos os seus trabalhos para o theatro e todos de valor. Espiyihos e flores. onde teve a sua epocha gloriosa de artista e escriptor. drama em 4 actos. Joaquim da Costa Cascaes. Real Espara o Visconde de Castilho Cambes. e as brilhantíssimas adaptações de Moliére: Avarento. Ultimo acto. na peça O Cavalleiro Duvervay. para provar a segunda é sufficiente o seu mysterio Santo António^ a peça que maior numero de representações tem em Portugal e Brazil. O Carnide ou um camarada do cMarque de Sá e A Inauguração da estatua equestre.. scise Tartufo. a 29 de Outubro de 181 5. Merece todas as homenagens quem passou uma longa vida de trevas entregue ao mais profícuo labor litterario e instructivo. fizeram a César de á elogio de portu- guez illustre que Cascaes todos respeitavam. íVw Sem enumerar os seus muitos trabalhos primorosos. o grande ro- — mancista. Deixou as seguintes peças: Toesia ou dinheiro. scepticismo e creança. a 7 de Março de 1898. César de Lacerda Nasceu em Lisboa. Miguel de Seide. O Alcaide de Faro. e alli se suicidou no dia de Junho de 1890. Castilho escreveu as biographias das geniaes artistas Adelaide Ristosi e Emília das Neves.2^9 lente t)0 THEATRO PORTUGtfEZ homem Ced drama sacro O Evangelho em acção. pela abundância de artistas. mas. Passou por isso para o em — i Gymuasio. Fernando. mente cos. ^Dois mundos. N'este diccionario não posso fazer o seu Lisboa. cMorgado de Fafe em Lisboa. As Sabichonas neral foi Cascaes dos mais ca- um respeitáveis racteres e um dos vultos maisj sympathicos e| notáveis das nossas lettras e armas. viveu retirado em S. cMorgado de Fafe amoroso. O Doente de ma. Adriana Lecouvreur. Camillo Castello Branco Nasceu em Lisboa. Fernando. O illustre dramaturgo falleceu em Lisboa. . tenho apenas aqui de referir-me ás suas relações intimas com o theatro. A este cego illustre de• — vem as leiras pátrias serviços importantíssi- mos. Abençoadas lagrimas. o distinctissimo escriptor dramático. como militar e como Lacerda vantajosas proprostas. Tathologia do casamento^ cMarque:^ de Torres Cf^ovas. Agradou. Quero apenas apontar quanto lhe deveu a litteratura dramática portugueza na paternidade das seguintes excellentes peças: O Valido. São d'esse tempo as suas peças: Cynismo. Ultima carta. O Castello de Faria. a 6 de Dezembro de 1829. creveu theatro. Morreu O Medico á força. Agostinho de Ceuta. A lei dos morgados. depois IJisconde de Castilho. drama em verso. Camillo Castello Branco. U^em César nem João Fernandes. pouco trabalho lhe davam. voltou ao Gymnasio. que depois teve o titulo de Uisconde de Corrêa Botelho. O Tejo. passando depois ao D. Castilho foi membro do Conservatório de l-isboa. se por vezes escasseiam as qualidades exigidas. indo em seguida para a Trindade e mais tarde para o Porto. U^em russo nem turco. Cascaes Nasceu em Aveiro. Castilho Nasceu em Lisboa. A 'Pedra das carapuças. traduzido do italiano. Nos últimos annos da sua vida. Começou no Gymnasio. O gei cem. Justiça. o notável homem de letras António Feliciano de Castilho. Braj cMaríins foi também um actor muito estimado. São importantíssimos os seus serviços pátria como litterato. a 16 de Março de 1826. Lá se casou com a actriz Carolina Falco e com ella voltou a Portugal em i^íóg. bem intencionado e primoroso na forma. ensaiador. do que lhe cia e dinheiro. o brilhante poeta Pedro António Corrêa Garção. como na politica imprensa e na partidária. Talavra de T^ei. entre ellas: A véspera de um desafio. Era um verdadeiro laureado com as — suas peças Jóias de família e Hocesar de Lacerda mens do mar. 1870 tomou a empresa do theatro do Gymnasio. Foi critico dramático em diversos jornaes e. da celebre Arepocha voltou ao Gymnasio a continuar os^cadia. Aristocrasegredo de uma barbara prisão. Castigo e arrependimento. O Marque^ de Pombal. em 1724. A Itália. etc. onde deu a sua peça 05 homens que riem. 1 Nasceu em LisCesar de Vasconcellos boa. para onde escreveu ainda: Os ^Viscondes d'Alg^irão^ Homens e feras. foi em em igo3. 1 — theatro e correcto traductor de muitas peças. fez para os nossos theatros as seguintes peças: O Anjo Maria.. a de Maio de 1828 e morreu a 5 de Maio de 1870 o distincto escriptor António César de Vasconcellos Corrêa. Foi depois passar alguns mezes ao Porto. entre outras.'' Corrêa Garção — Nasceu em Lisboa. Era um apaixonado do theatro do Gymnasio. especialmente o que tem por titulo A 18Ó1 entrou para Assemblea. tendo agradado principalmente as suas peças: Flor da arte dramática. justiceiro. As suas obras que mais Cosia tíraga SUCCessO obtiveram. Em lor. onde homem tro de thea- e teve a sua epocha como poucos. 'Pretos e brancos. com que abriu o — — va es em i883. etc. Conhecedor abalisado de theatro. dando ahi também dois originaes seus: a Harpa de Deus e o Monarcha dos. e voltou contractado para D. foram: O que é o oMundo. por vezes exaltado e parcial. resultou morrer no próprio dia em que foi ^Defensor da solto. que se representaram em vários theatros aerido com Coutinho de Miranda Cunha Bellem— Nasceu em Lisboa em 1834 e aqui morreu João I. O que é Lisboa. Paulo e Maria. Foi toda a extensão da palavra um critico theatral serio. Na notável collecção das suas Obras Egreja e Trabapoéticas estão incluídos dois dramas de valho e honra. copista e prin- Em cipalmente fecundo auctor dramático. gerente. Ahi contiNasceu em Lisboa a 10 de Costa Braga nuou a sua noJaneiro de i83i e morreu a 12 de Maio de meada de actor correcto eauctor 1902 o popolar escriptor dramático Francisco da Costa Braga. O Cigano. pois que deixou iio peças entre originaes e traducçoes. em lySy. na freguezia do Soccorro. No fim da«|um dos fundadores. Morreu nos OliCoutinho de Miranda esteve gravemente enfermo e donde regressou impossibilitado de trabalhar Cesar de Lacerda teve a sua epocha theatral brilhante como poucos. Foi ponto. O que são as riquezas. Foi auctor dramático e traductor bastante apreciado. escreveu na Gaveta de Lisboa. onde foi recebido com enthusiasmo. O botão d' ancora e o Asmodeu. Coxilhas. con- tra regra. Flores sem cultura. Escreveu em portuguez diversas peças que tiveram êxito. tomando o nome de Corydon Ery mantheo Foi perseguido pelo Marquez de seus triumphos com: Os filhos dos trabaPombal. peça que foi premiada.6un blCCIONARIÕ 240 Martyr. Criticava sem oflFensa e ensinava com auctoridade. etc. O Conde Andeiro. O mentiroso. Conhecedor . foi em Lisboa professor da cadeira de declamação do Real Conservatório e ensaiador dos theatros do Gymnasio e Salitre. em consequência de uns artigos que lhos^ 'Probidade. Em Junho de iS63 partiu para o Brazil. secretario. Cezar Perini de Luca Era italiano. D. mal. que. Voltou á sua pátria em 1848 e alli morreu. Emigrou para Portugal por motivos políticos aos trinta annos de edade. e Os fabricantes de moeda falsa. que já se deveria ter agora reo theatro norpresentado no theatro normal portuguez. Mais tarde Cesar de Lacerda voltou ao Brazil. Maria. Revista do anno. A' cata d'um namorado.' o que lhe Mysterios sovaleu estar durante oito mezes no immundo ciaes. circnmspecto. contractando-se no theatro do Principe Real. Nobreza d' alma. Licore e Castro. Redempção. Ao luar e O que faginaes O jem as rosas. Sombra de i85g. Eduardo Vidal Cunha Moniz — Foi traductor de ças para o theatro da Trindade varias pee foi principal- mente n'esse theatro o seu primeiro ensaiador. O limpa chaminés. opereta ou magica. conjugal. ^ ^ Cunha Moniz no seu e. in- Foi jornalista empreza- riosem aptidões. em 1841 e aqui morreu em 1907. Um drama no mar. Mocidade de D. recto. Mãe dos pobres. Amores de 'Primavera. Amor aos Amor e\ . Segredo da Corte^ã. dispunha de um grupo dei artistas de privia. etc. e Salitre. 1880. O Dr. opereta. come- Equilíbrios de amor. Maio de ellas: Escreveu muitas comedias e entre bofetões. que foi representada nos theatros de S. Homens ricos. que não resistiam a uma critica severa e imparcial. Cunh:\ Bellem em verso: Saboiano. muita illustração e clara intelligencia. Abnegação. entre as quaes se salientou a que tinha por titulo O Enredador. (Jiinha nifaffirmou sempre o seu alto bom gosto. fidalgo em toda — 16 . deram bastante dmheiro ao theatro. a !4 de 1889. traductor incormas au- ctor dramático Ernesto Biester fecundo.a4t DO THEATRO PORTUGUEZ valiosos trabalhos espalhados pelos jornaes. AtnorX Reitor. comedia. Namorado exemplar. o illustre poeta bucólico. Rua dos Condes. Foi advogado e tabellião. etc. Um fidalgo do século XIX. ordem. Entre outras muitas. meira ferior. faiseur de verdadeiro mérito. O Jogo. Eduardo Vidal — Nasceu em Lisboa. alem de muitos e vários trabalhos para as estimadas farças de cordel. Quando falleceu era cirurgião em chefe do exercito. dia. Ernesto Biester morreu em Lisboa. Os Dijf amadores. publicou diversos e apreciadís- Pei* de laranjeira^ opera-comica. Fortuna e trabalho.177o. Rapaziadas. simos livros em prosa e verso. Eduardo Coelho O fundador do diário de U^oticias nasceu em Coimbra. Carlos. Ernesto Biester Foi um dos mais fecundos auctores dramáticos e que mais possuia o segredo de agradar ás platéas. comedia. Pobreza dourada. a 6 de Janeiro de 1728. Foi auctor das tragedias. Cunha foi Bellem for- Enriqueceu 01 nosso theatro! com óptimas tra-' ducções e três primorosos ori- mado em medicina desde i858. e morreu a 26 de Agosto de . Fernando Caldeira Morreu a 2 de Abril de 1894 esta alma de ouro. Primavera eterna. Um quadro da vida. A Penitencia. Fez diversas traducções de peças que se representaram com agrado e muito contribuiu Lisbaa — com ções de e Eduardo Coelho um poeta "Vingança de um beijo. fizeram successo as seguintes: A "Vingança. Homens sérios. Escriptor primoroso e poeta insigne. Caridade na sombra. O seu prin- — cipal mérito era saber aproveitar as qualidades dos artistas para que escre- que mostrou a maior competência. logar em *-. Conedia na rua. amizade. Castellã. tempo. As suas peças originaes. Hermione. João V. Duas epochas da vida. a 12 de Dezembro de sr. a 23 de Abril de i835 e — morreu em Lis- boa. Os Operários. Nos diversos géneros que foram cultivados na Trindade: Mo- drama. Um homem de consciência. As Tupillas do Domingos dos Reis Quita — Nasceu em Lisboa. Tribula- Fernando António Vermuel Nasceu em em 1777. Rafael. Na terra da sua naturalidade coUaborou com ris. boa e Porto. Escreveu para o theatro diversas farças. e morreu no hospital de S. redactor dos jornaes O Ramalhete e Serões recreativos. Tinha apenas i annos de edade quando. De burlas ha^e amor veras e El Domine Lucas. Varina. As noivas do Eneas. contam-se as seguintes. Foi um excellente critico dramático e professor da escola dramática do Conser- Em vatório. que o fascinavam. Teve o maior êxito nas suas peças originaes. que era o enlevo dos freqnentadores d'aquelle theatro. o poeta e dramaturgo Francisco Gomes de Amorim. O que n'elle era espontâneo e graciosíssimo. Alcaide. e O chalé. Testamento da Velha.3 ' Gui a DICCIONARIO uma 242 extensão da palavra. Guiomar Tor- rezão — Desde muito nova se de- guns condisci- dicou com todo o amor ás lettras. O morgado da Ventura e A velhice namorada sempre leva surriada. a i3 de Agosto de 1827. com al- Escreveu mais tarde para o theatro de D. Sua Excellencia. de Bal^ac. Medicina. Era um escriptor correctíssimo. digiu e coUabo- com immensa graça. Maria a comedia 'J^salino. — guir a carreira Morreu em Patendo apenas 33 annos de edade. entrou com muito agrado no repertório do Gymnasio. Guilherme de Azevedo — diplomática. que obti- veram êxito. Gastão Fausto da Camará Coutinho Foi bibliothecario da Marinha e capitão de fraerudito e escrevia com estylo correcto e boa veia cómica. Medicas e outras muitas. natural de Santarém. boa hora o diga. a Faancisco Xavier 23 de Maio de 1797. Madrugada.) Manuel de Mello em Lisboa em i6ii e morreu em 1666 este — notável poeta. Alumno distincto do Curso Superior de Lettras. CoUaborou depois em quasi todos os jornaes de Lis- Gervásio Lobato Publicou muitos volumes de contos. o popular escriptor Francisco Xavier Pereira da Silva. no Minho. a Gervásio Lobato 23 de Abril de i85o e morreu a 26 de Maio de 1895 o elegante e espirituoso escriptor Gervásio Lobato. a 27 de Abril de i866. que muito agradaram. mas em importantes jornaes. Eram suas as seguintes peças: O juramento dos Numes. Nasceu em Gastão Fausto da Camará Lisboa em 1772 e aqui morreu em i852 o sócio do Conservatório Real de Lisboa D. especialmente nas seguintes: Condessa Heloísa. de Ghigi. Nasceu Francisco (D. Esta teve um grande êxito no Gymnasio. reciada. mas o Gymnasio está ainda de luto por elle. Obteve verdadeiro successo nas deliciosas comedias: Mantilha de renda. Burro do sr. etc. a 4 de Novembro de 1891. Os herdeiros do millionario e Melodrama dos melodramas. No fim da vida foi conhecido pelo Xavier dos Cartares porque redigia com muita originalidade e graça. alli tudo abandonou para se entregar definitivamente ás lettras. grande Ódio Era um raça. As suas traducções para o theatro são innumeras. Leonide. auctor das comedias: Labyrintho de Amor. cartazes d'espectaculos. Sapatinho de setim. O Cedro vermelho. deixavam encantados' os que as ouviam. pulos. — Entre as suas obras dramáticas mais festejadas. muitas em verso. entre ellas: O arraial em Loures. e mor- reu em Lisboa. que. fundou o jornal yl Voj aca- começando logo a ser apre- démica. Nasceu em Lisboa. poeta primoroso e dramaturgo de fino quilate. nos imitadores sae forçado e tolo. Commissário de policia. As suas peças. mas o seu grande successo foi no theatro. fundou o Almanach das Senhorou Guiomar Torrezão . Ó estalajadeiro de Milão. mas Lino d'Assumpção n'uma magica que se representou. da tragedia La Impossible e da farça Auto do fidalgo aprendi:^. José. onde alcançou justa e verdadeira notoriedade. este primoroso escriptor. principalmente de touradas. — graça especial. Gomes de Amorim— Nasceu em Avelomar. Los secretos bien guardados. visto não ter encontrado quem o podesse substituir na infinita graça. em prosa e verso. Medicas. depois de refeita. muito sua e que debalde outros teem tentado imitar. Nasceu em Lisboa. viagens e critica. Todos os theatros sentiram a sua perda. Escreveu vários romances. pensou ainda em segata. Solar dos Barrigas. comedia em i de Morreu no João Baptista Gomes Júnior Porto em i8o3 este escriptor dramático. As nódoas de sangue. Fez também algumas comedias originaes. escreveu a comedia-dra- que denotavam ma original em conhecimento das platéas para que escrevia. para os iheatrosonde barracas. fallecido em \^S~. comedia em 2 actos. Deus dispõe. etc. Remechido o guerrilheiro. O homem boa em 1890 o illustre escriptor João de Lemos Seixas Castello Branco. Nasceu em Lisboa João (D) da Gamara a 27 de Dezembro de i832 e aqui morreu a 2 de Janeiro de 1908. Foi um notável jor- põe e doido acto. Entre estas devem ficar clássicas. que A obteve grande êxito no GymnaProduziu sio. Porziu Jod em to e Brazil. Nascera em Lisboa a 26 de Novembro de 1845 e morreu a 22 de Outubro de 1898. Maria. fonso VI. — João de Aboim -Nasceu em Lisboa em falleceu em Lis- 1814 e aqui morreu repentinamente em \86i. que se representou no Gymnasio.. A Torre do Corvo. e Fayel de Armand. comedia em 3 actos. João de Lemos Nasceu em Pezo da ReRoa em 1819 e baíina. Foi escriptor distincto e para o theatro deixou as seguintes obras: A' tarde entre a murta. traduziu DO THEATRO PORTUGUEZ innumeras peças representadas quasi todos os theatros de Lisboa.. Cada com a sua mania. não pretendeu guindar se aos primeiros theatros. o principalmente o theatro. João da Camará guintes: D. Os quatro volumes dos seus versos são encan-'"^^ '^^ '''^"'°' tadores. de um grande valor lit- em Lamotte — — terario e verdadeiras jóias da nossa litteratura dramática.Verde.Foi por muito tempo alma e vida dos theatros populares o festejado escriptor Francisco Jacobetty. apresentando ahi qualquer obra dramática. Muito amador da distincto litteratura — velhos. que foi membro do Conservatório Realj Lisboa.Kibir. Aftriste viuvinha. onde deixou obras primorosas. que muito se popularisou com a sua tragedia U^ova Castro. Para o theatro escreveu a comedia em 2 actos m o roso Um . Carlos ou a familia d'um avarento e — verso as tragedias SMachabeos de. ordem. dra- mática. uma res Joaquim Silva. Foi também auctor das seguintes applaudidas peças. comedia em i acto. p er tórios dos nossos primeiros theatros. em 3 actos. A e principalmente Os alcançou grande popula rid ade com as suas obras engraçadissimas e Foi um medico naval João de Lacerda e governador de Gabo . jacobettv ' engraçadisscena-comica O estudante em dia de sab- sima Entre os seus trabalhos para o theatro agradaram pricinpalmente.| 243 ras. drama em 3 actos. Trabalhou constantemente para os theatros de terceira ordem. entre ellas a Educação moderna. Ignacio Maria Feijó Apreciado escriptor dramático. Duque de Vi:^ella^ O Theatro por dentro. Também Gomes Júnior tradu- — nalista e um pri- poeta. Maria H. que se representou no theatro da Rua dos Condes e depois em D. Alfredo Caro e Oliveira. O Anno das pontas. Dragões de Chaves^ Barbeiro da Mouraria.. conservando-se nos re- Pedro Sem. as seD. Nas suas peças muito se distinguiram ofestejados actos largo coroa 3 actos do artista. O Micróbio. O recommendado de Lisboa.-~^. assim chamada para se distinguir das tragedias sobre o mesmo assumpto de Nicolau Luiz e de Domingos dos Reis Quita. captivou. Também traduziu com esmero diversas peças para os theatros D. Gymnasio e R. Foi muito festejada a sua comedia O Camões do Rocio. Jacobetty . Alcácer. Sempre receioso do fiasco. A Grande Avenida. Litterato de primeira. dos Condes. que foi muito represenJoão de Lacerda tada. o Bloqueio de Sebastopol. Elogio recitado pelo actor Ignacio da Silva. morreu em Lisboo. Foi redactor da Nação nos tempos em que só ali eram admittidas» pennas de primeira ordem. Elogio recitado pela actriz Maria Ignacia da Luz. Era mais conhecido pelo Oliveira das magicas. Foi um notável pregador. q4 Ramalheteira. Gymnasio e Príncipe Real foram representadas com muito agrado as suas peças: Dito efeito. teve um raro êxito de livraria. Joaquim Miranda Nasceu no Lumiar. O beijo de Fausto e A culpa dos pães. o primoroso escriptor D. Os seus trabalhos para o theatro foram de primeira ordem. cheio de talento e bastante erudito. as comedias: Q/4 impostura castigada e Sebastianista desenganado d sua custa. Matheus o gageiro. A creada ama. Também traduziu as comedias: O adorado Celimare e Os peixes dourados. Má Dama — um escriptor distincto. Entre as perseguições da inveja se apura e se descobre o mérito e o talento. A Prophecia foi considerada uma peça modelo entre a ao estado — . Nos theatros de D. quíssimo thesouro da linguagem clássica. o que princiÈalmente lhe dava os meios de subsistência. Ave do Parai^o. O Cabo da Caça?'ola.. O Oliveira das magicas foi um dos fundadores da Associação do Theatro das Variedades. Maria. da Ordem até São também magnificas as suas revistas. Comedia Ulyssipo e Comedia Aulegrafia. dá Moura encantada. Começou trabalhando comedia e^ filha bem guardada. e os monólogos: Elogio na abertura do Real Theatro de S. O Lago de Kilarney. As suas comedias são ri- Joaquim Augusto d'01iveira— Nasceu a 22 de junho de 1827 e. Clotilde ou o triumpho do amor materno. lllustração e Carreio da Manhã. Ópio e Champagne. José Agostinho de Macedo Nasceu em Beja em 1761 e morreu em Pedrouços em i83 o padre José Agostinho de Macedo. operetas. N'gtivo.Erâ frade atrabi- um Ainda ninguém arranjou magicas como elle.) d'Almada tendo apenas 33 annos de edade. O repertório de Joaquim Augusto d' Oliveira é enorme e por isso apenas citarei as de maior êxito: A Filhado Ar. O vicio sem ntaacara ou o philosopho da moda. Fundou com Collares Pereira a magnifica Revista Theatral e fez óptimas criticas no Economista. Comedia Eufrosina. José d' Almada e Lencas'tre. Uma ideia genial. Olho vivo. a 5 de abril de 1901. Monologo ao começo do anno de 1812. pulso em 1792. Loteria do Diabo. José (D. Amores do Diabo. F'oi muito odiado pelo seu génio orgulhoso e irascivel. Útil e cara e bom coração.. escandapelo que passou parte da vida enclausurado nos cárceres liário e loso. O naufrágio da fragata Medusa. escreveu a comedias. — Morreu em í 585 este il- Ribeira. Aqui apenas citarei as dramáticas. a começar pelo drama biblico A Prophecia ou a Queda de Jerusalém. Revista de i858. Favorita do Rei. No Brazil teem sido representadas quasi todas as suas peças. Em Portugal poucos escriplores teem trabalhado para o theatro tanto como elle. de ^ ^^°^^ •'°*^ Agostinho de Macedo presbytero secular. que Joaquim Augusto d'01iveira d'ella foi ex- Em oratórias. O voto e Apotheose de Hercules. Somnambula sem o ser. de qualquergenero. um critico consciencioso e um verdadeiro amigo do progresso do theatro. em i858 e morreu em Lisboa em 1904.Jos susto felij e DICCIONARIO o drama 244 em 4 actos Maria Paes Jorge Ferreira lustre escriptor. do o nome de Fr. victima de um atropellamento. Cartas do Conde Duque. José de Santo Agostinho. Morreu em 1861. jos reaes.. 1704 passou farças e drama^. A sua obra posthuma Contos sem arte é de uma singeleza e de um encanto extraordinários. O preto sensível e A volta de Âstrea. Festedos cravos brancos.masaccommodava magnificamente aonosso meio e ao nosso idioma qualquer peça. Ta um escripror fecundíssimo. Ijidoro o vaqueiro. Lenda do Rei de Granada.. no Convento da tomanGraça. As suas obras litterarias são innumeras. Carlos. que são: a tragedia Branca de Rossi. Era agradável. nas Laranjeiras. Coroa de Carlos Magno. Merédiano. Em SSo ellas: — 1 1778 professou Não fazia origi- naes. etc. os dramas: Dom Lui^ de Athayde ou a Tomada de Dabul. A Gata borralheira. Lâmpada maravilhosa. de que se teem valido muitos pregadores de fama. Publicou com o titulo de Orador sagrado um semanário com sermões eloquentíssimos. sempre com successo. oás Creadas. Para o theatro do Conde do Farrobo. para o Gymnasio e percorreu depois todos os theatros. Maria. que alcançou um verdadeiro triumpho no theatro de D. drama em 5 actos. A sua primeira producção dramática foi a comedia Um quadro da vida contemporânea. . tragedia. opera-comica em 2 actos. O sr. Para o theatro escreveu os seguintes dramas: D. Maria. foi auctor de muitos e importantes trabalhos litterarios. O noivado em Paquetá. entre Jos Polyeucte. D. t^-ão. qA Sombra do Sineiro. comedia em 5 actos. de Gorneille e o Frei Luij de Solida. No theatro foi mais feliz. quasi todas em verso oA Princesa d'(l4rrentella. que teve mais tarde o titulo de Visconde de Gouveia. Para o theatro escreveu as segumtes peças: Os estudantes de Coimbra ou um fidalgo como ha muitos. Dois curiosos como /w poucos. D. Um homem que tem cabeça e A viuva reli^arda. cujo nome completo era José Filippe Ovidio Romano. entre ellas: Elysa e Lufo. drama em 5 actos. ^^^^ Romano Teve innumeras peças nos Renhaunhau. Traduziu também em verso para o theatro de D.] que se represen1 tou no theatro deD. primor e graça. Últimos inomentos de um Judas. Fez representar mais de 200 peças suas.João III e a wrça (3Í boda em trajes de frasqueira. chamavam-lhe o poeta-operario. drama. Maria a comedia oA mulher de Sócrates e. em 10 volumes. Pujol. Jantar amargurado. Vamos para Carriche. Durante 20 annos Costa e Silva viveu exclusivamente do theatro. A em 1 Galvão. O Trapeiro. pois. nas suas horas vagas. ultimo rei do 041garve. imitou a zarzuela Plato dei dia e fez a revista Um sonho do citado auctor. Escreveu guida o em sedrama Sanío que a re- sacro Agostinho. ^esde . comedia. Um velho de bom gosto. logar que deixou por ter soffrido a mordedura de um bicho venenoso. Rei Lear. Tiveram grande êxito D. Escreveu em todos os géneros. AJfonso Henriques. Sebastião. D. Meia do nos theatros de saloio. For causa de utna Seraphina.. pois que era ourives de profissão. drama lyrico em 2 actos. D. Cultivando a poesia com espontaneidade. estas duas ultimas traduzidas. Alzira. Morte de to : 1825 e morreu ainda no vigor da vida o popular escriptor dramático José Romano. O Juramento de Marte. oá protecção de Vénus. Macheth. Nasceu em EiJosé Joaquim Bordallo vas em 1773 e viveu 80 annos. estreia de uma artista. Herança do Tambor-mór. Foi professor de instrucção primaria em Lisboa e publicou algumas obras innocentes e pueris. Carlos. Procopio iman de corações. José Romano — Nasceu a 3 de junho de Jose Freire de Serpa Pimentel — Nasceu em Coimbra em 1814 e morreu em 1870.245 tragedia clássica e o DO THEATRO PORTUGUEZ drama moderno. José Ignacio de Aranjo^ Nasceu em Lisboa em 1827 e aqui morreu em 1007. Q/lmor e morte. José Maria da Costa e Silva Nasceu em Lisboa a i5 de agosto de 1788 e aqui morreu repentinamente a 25 de abril de 18Ó4. A rebellião debellada. Gymnasio e Variedades as suas peças: Casamento singular. AJfonso Henriques no Elysio. Cosme Parola. dá actrij. Festejo dos Génios. de Garrett. Um bico em verso. Symphronio e Giralda.Dahi em diante José Romano não deixou mais de escrever para o theatro até á hora da sua morte. em coilaboração com João Soler.. drama 5 actos. e Brincar com fogo. As suas obras poéticas são valiosas e bastante apreciado o seu Ensaio biographico-critico sobre os melhores poetas portugueses. Era um trabalhador infatigável e um escriptor fecundissimo. José dAlmada D. além de varias farças em prosa. O Alcaçar do Génio Luzo. em cada uma das quaes se não admitte utna lettra vogal.. Associação na familia. nao chegou que presentar-se pora censura lhe fez cortes a que elle se não quiz sujeitar. repertórios de todos os theatros e a maioria d'e]las originaes. entre ellas uma Collecção de cinco novellas. D. oAnti^ade. Homem de grande intelligencia e superior illustração. comedia em acto. João de Castro. desde a cançoneta á magica. Era musico distincto e primeiro trompa do theatro de S. Conde de Coimbra^ O oAlmançor c/íben Afan. oá esposa da moda. Sisnando. Era um distincto poeta e htterato. Uma judia na corte de El-^J^ei D. Maria. Ambi- ções d\im eleitor. Artista. opera-comica em 3 actos. — infeli^. q u e o d eixou aleijado da mão direita. ^4 precipitação. e Li- Boa lingua Casamento José Feliciano de Castilho Nasceu em Lisboa em 1810 e morreu no Rio de Janeiro em 1879. Abordou o theatro com êxinas seguintes pecas originaes. rectidão e constância. O Príncipe Escarlate. — — etc. Foi membro do Conservatório de Lisboa. Era irmão do Visconde de Castilho. fez as seguintes peças em verso: Jesualdo. Sancho II. mas cheio de talento. pois não soube resistir á perda.^ Helena. Esposa deve acompanhar seutnarido. bastante interessante.Lul a farça DICCIONARIO Í46 ao alto drama. Gomo ensaiador José Romano de setembro de 1841.4 visão do crime. As suas peças tinham de Mello.. No Diccionario do Theatro Portu-"""^ ^"^'" tachado guês tem o seu logar bem marcado. A senhora está deitada. 29 ou honra e glo. Maria II. João e a Sr. Depois das eleições. Por algumas vezes galope romances incorrectos e estapafúrtentou também ser actor.dhima inicial. Izidoro e Sargedas. qM on s enho r. as seguintes: Eva. mas não agrada. Norma. um conJaneiro.. Escreveu innumeras peças. Corsário.^em-se rapaces. sincero e digno. de um filho querido. Alugam-se quartos.cartas. Malditas Júlio Cezar Machado boa a I de outubro de i835 e aqui se suici. Soller. Os escravos do trabia. The^ouro do pobre. Ciúmes.dios. O segredo do Theodoro e Via. O mundo e o Claustro e muitas outras. Era um excêntrico. Júlio Howrth Nasceu em Lisboa a 8 de junho de i852 e morreu no dia de no- de novembro de 1902. ria. Foi Licínio Fausto um eácriptor primoroso. faço eu. O annel da alliança. exerceu esse cargo nos theatros de D. mas popularissimo e tendo por vezes bastante graça Estreiouse rio theatro do Gymnasio com a comedia T^or causa de um algarismo. No outro exemplar. como foram as seguintes: Amigos. mas collaborou em diversos jornaes e para o theatro escreveu bastantes peças. A herança do marinheiro. AmaLuiz de Araújo — em nhã vou pedil-a. 'fraviata. como poucos. a 17 Leite Bastos sa. que lhe granNasceu em Lisboa. Escrevia a Condes e Variedades. um dade. Lino d'Assumpção gearam grande a 7 de maio de numero de sym1844 s morreu defeitos. tendo depois ido para o Rio de modelo. a I d'Ar- admiração. Trapeiros de Lisboa. escreveu brilhantemente as biographias dos notáveis artistas Tasso. amores e cosinha. durante muitos annos um critico theatral auctorizado. Sa. Entre as suas peças de grande faz. O tio Taulo. pois que foi. Publicou dois volumes de theatro. Abençoados infortúdou a 1 1 de janeiro dè 1890. e ventura.mor d. Dois dias no Campo Grande. Escreveu mais as seguintes: Ça mas também boas qualidades.. Capitão Biterlin. em que obteve grande êxito. sendo a primeira a comedia em i acto ^5 informações. teve de successo. tendo mesmo algumas um successo extraordinário. preparar situações e febalho. CaMartyres da Germânia. Casa nwsterioNasceu em Lisboa.. ha uma Historia da origem vros encantadoda Arte ^Dramática. São as seguintes: Intrigas no bairro. Taborda. Foi traductor de grande numero de peças. res. Deivolume. Glorias do trabalho. Abordou o theatro com felicidade e peças va. um jorlho. O numero i3. êxito contavam-se as seguintes: Samsão. Filho familias. etc. onde não ha muito falleceu. ração. — — — — pathias e sincera em Paço cos. parodias da Lucrécia Borgia. e morreu a 5 de dezembro de 1886. Vem nalista digno.. Era um escriptor incorrecto. Para o theatro escreveu. Amigos! Para as eleições. entre ellas Consequências Nasceu em Lis. Gymnasio. o estista de primeira criptor Licinio Fausto Cardoso de Carvaordem. Matou-o o co. Foi um verdadeiro trabalha- dor das letras. Como emprezario teve quasi sempre pre)uizo. um criptos ou o jugo de Castella. Nasceu em Ovar no anbém por suicidio. Feio no corpo bonito na ai. Na casa da guarda. entre outras peças. mas que o publico lia com avidez. nuno primeiro o drama histórico Os dois prosma palavra. Principe Real. em que se estreiou o distincto actor Augusto Nasceu em Portalegre i833 e morreu em Lisboa em 1906. A mulher pirata. foi auctor da historia alegre dos theatros com o titulo Theatros de Lisboa. Dedicou-se sempre ao commercio. Ajuste de contas. As botas do papá. Trin. Rua dos ignorante. Lino d'Assumpção — i vembro de igo5. etc. tNjovas intri- . Campanha eleitoral. Camões em Coimbra. entre ellas: Visita de casamento. Tribulação Um heroe. O sr. mas apenas citarei aquellas de maior agrado. Ratices do mano Antunes. O que elle char actos. representadas com agrado.nios. tamO Tropheta e Incendiário da Tatriarchal. um folhetinista no de 1827. Trimeiro o dever e Amor ás cegas. que tem inescnptor puro e numeras representações no Brazil.. além do drama heróico O Rajah xou muitos lide Bounsolo. o popular escriptor Franfoi dos melhores que temos tido.cisco Leite Bastos. Deixou peças originaes muito festejadas.. Fugiu depois perseguido pelas auctoridades. A cardadeira por vida ou os amantes embuçados. O Marque^ de Pombal. O filho da sombra^ Rosto e coração.247 gas. triões D. Guerra russiana^ — . e que o §eu theatro manifesta um conhecedor da lingua em que escrevia. em 14 volumes. Guerra aos nunes. França. A madrinha — O periquito no ar. õMi- óMorte de Sócrates. Rainunculo. alcançando o posto de capitão de cavallaria e a cruz da Legião de i832. entre as quaes: Arria. tre entre os mais illustres. ^b^ Historia de um pataco muito se salientou durante muitos annos o — Auctor muito Manuel Rodrigues Maia estimado de farças que se representaram nos theatros de S. Garrett aflirmou que ãManuel de Figueiredo tinha inquestionavelmente o instincto de descobrir assumptos dramáticos nacionaes. Deixou as seguintes peças. tNjobre^a por nobreza. Alberto I. O mudo de Ingouville. Gullistan. Um homem honrado. Hariadan Barba 'Roxa. Pez representar no theatro de D. livraria. As pegas dos touros. õMulher económica. menci onadas três comedias suas: El-Rei Seleuco. Villela da Silva aífirma que foi elle um dos que mais contribuíram para a restauração da poesia portugueza. João /. Sebastião em Africa. Figaro. A chávena quebrada e Lúcia. que foram muito festejadas: Um amigo de Lavater. se casem asimperador das casamento em FanhÕes. as seguintes: O mouro de Ormu^. quando era deputado pela Madeira. Luiz. Um moléstia de pelle e o sr. typographia e editor. Foram as seguintes: A Cricj. e que nenhum outro soube como elle apropriar á poesia dramática a metrificação que lhe convém. Arábias. Foi negociante de bijouterias. As luvas amarellas. Foi um apaixonado da litteratura dramática. Caracter dos Lw^itanos. DO THEATRO PORTUGUEZ O meu casamento. "Virgínia. contem 42 peças. Dois irmãos inimigos. tendo quasi todas successo. papelaria. a i5 de julho de 1725 e morreu a 27 de agosto de 1801. foi Manuel de Figueiredo o que teve verdadeiramente a consciência da sua missão. como escriptor. As desgraças graciosas do feirante. O aprendi:^ de ladrão. Nasceu em LisLuiz de Vasconcellos boa a 23 de setembro de 1818 e aqui morreu a 11 de fevereiro de i863. Destruição de Jerusalém. Para o theatro escreveu diversas peças originaes e algumas traduzidas. etc. Escreveu muitas tragedias. Leonor de Bragança e Alma de ouro. Maria os seguintes dramas: D. A Condessa de Lidiane. sendo 24 comedias originaes e 5 imitadas. Tendo em 1790 e que. Atites de subir o panno. Luiz José Baiardo a 3o de abril de 1775. Conquista do Terú. ceu Manuel Caetano Pimenta de Aguiar Nasna ilha da Madeira. Carlos. etc. algumas d'elle.. sim.io. etc. resume em si uma litteratura inteira. Deixou inéditos oue tros dois dramas Um voto no século Amor pelo remorso. A Mat Na Chávena quebrada actor Cezar de Lima. Anjo da reconciliação. As tranças de minha mulher. capitão do exercito. Quero deixar apenas de Honra. O estreiou-se a actriz Emilia Adelaide. que estão impressas nas suas obras e que teem o cunho do grande poeta. etc. Situação difficil. sendo 8 originaes e 4 traduzidas e i comedia em verso castelhano com guel Ualadomir.. Luiz de Campos Camões — Nasceu em Farminhão em i83J e morreu em Lisboa em 1882 o distincto poeta e primoroso escriptor Lui^ de Almeida Coelho e Campos. — fallar illus- ido em 1785 estudar para esteve ao serviço do governo militar francez. a 22 de maio de 1765 e morreu em Lisboa a 21 de fevereiro — Luiz de Camões Não é para aqui largamente d'este notável portuguez. O caminho escuro. Foi amigo intimo do rei D. A virtude triumphante ou os mágicos de Granada. entre muitas outras. Templo da Innocencia. Theophilo Braga diz que de todos os poetas que escreveram pa- — XX — ra o theatro portuguez. 12 tragedias. Nasceu em LisManuel de Figueiredo boa. creando jornaes e publicando muRas obras. Veio para Lisboa em 1821 e começou logo a escrever varias peças para os theatros da Rua dos Condes e Salitre. Depois da lucta pediu a demissão e regressou á pátria. V^ão Abaixo as decimas. Foi jornalista e traductor de romances. Na Arcádia teve õManuel de Figueiredo o nome de Lycidas Cynthio. O combate de touros. Christierno rei de Dinamarca. Fizeram successo. Foi muito amante das letras pátrias. Lagrimas de crocodilo. Entre as mais festejadas e populares contam se as seguintes: O Doutor Sovina. Eudoxia Licinia. Nasceu em Lisboa em Mattos Moreira 1845 e aqui morreu em 1899. Rua dos Condes e Salitre. Morreu em Lisboa a 29 de julho de 1804. só pensava na reforma do theatro portuguez. O tyrano domestico. Nasceu no Funchal. Os Amphie Filode- ?. Doença de medn. D. Historia de um pataco. O ^Delator. que o consultava nos seus trabalhos litterarios. O seu theatro. que era um philosopho que conhecia a fundo o coração humano e que não ignorava as regras do género a que se applicou especialidade. O Misanthropo. O seu grande successo como escriptor foi o BeUífario. De 1874 a 1876 toi emprezario do theatro das Variedades. A sua grande nomeada. Foi cMendes Leal o primeiro continuador da obra de Garrett. A tia Maria. Trabalhou muito Pessoa (das magicas) para o theatro. Se nem todas as suas obras de theatro são perfeitamente originaes. cuja origem foi beber na litteratura estrangeira. A maioria é portugueza e bem por_ _^^~\ '~~^-^ gueza na forma e — Nogueira Júnior Foi um distincto proDesde creança amador do theatro e curioso dramático. O capitão UrgeL "Viriato. representada no theatro da Rua do. Desgostos de um homem feli^. A afilhada do Barão. A esgray cala social. José do Capote.« — Condes a 9 bro de 1888. Os captivos portugueses em Argel e O anti-sebasiianista desmascarado. alcançou-a notheatro. António de Portugal. que nasceu a 18 de outubro de 1820. A herança do Chanceller. Dos triumphos bretões se apra^ Diana. Carlos e Rua dos Condes. Pomba a^yl e Talismans do Diabo. a i de Dezembro de 1817 e morreu a 25 de Dezem- no assumpto. pelo seu talento superior. O me^ das flores. Receita para curar saudades. Ignora-se a data do seu nascimento e da sua morte. Amor buscando amor. O throno. Tae e ministro. Ainda a tragedia Thermacia e muitos elogios dramáticos. D. Abaixo a palmatória! e O senhor meu filho. O templo de Salomão. Nicolau Luiz Foi um escriptor fecundíssimo. o primeiro a alcançar premio nos concursos de obras dramáticas. Saul. O sr. o que o fez sustentar guerra encarniçada na imprensa com o Padre José Agostinho de Macedo. Os últimos momentos de Camões. Era Mendes Leal de julho de iSSg e premiada pelo jury dramático. o que lhe seguiu as pizadas. Entre muitos ou- tros trabalhos dramáticos de Mendes Leal. teem grande valor pela excellente adaptação. Escreveu diversas peças e entre ellas as magicas Cofre dos encantos. Escreveu innumeras peças. Madre. escreveu muitas peças de collaboração com Henrique Veron. que se representou no Gymnasio e varias peças marítimas. Começou modestamente na imprensa e. Aparentella. Ausenda. a revista Celebridades de 1868. Deve ter florescido no meiado do século xviii. O sr. Foi também illustre jornalista. Flores efructos. para o qual escreveu com espantosa fecundidade excellentes peças. porque muitas escreveu. um distincto O homem da mascara neA Tobre das T^ianas. O marido de duas mulheres. a sua primeira peça. advogado. A pobreza envergonhada. tinha sido desterrado pelas suas ideias libeEra discípulo e grande admirador de Bocage. que se representou no theatro dos Recreios. Historia de um marinheiro. Judith. O tio André que vem do Brapl. Egas Moni^. A GrandeDuque^a no penúltimo andar. para onde fessor. O homem de ouro. O tributo das cem donzellas Os homens de mármore. que se representou no theatro do Bairro Alto. etc. cMaria de Alencastre. l)m dia de independênPaulo Midosi cia.Silva. Trin-| dade e D. Os dois cegos. Procopto Baeta.Pes DICGIONARIO 248 aos pares. As trej cidras do amor. todas representadas com agrado nos theatros de S. D. etc. A arte e o coração. Continuas surpresas. Foi director da Associação do theatro da Rua dos Contre a — . — — raes. de Cabo Verde. citarei tes: — como prin- cipaes os seguin- Os T)oisRenegados. A gloria do Oceano. essas. A estancia do Fado. atrahindo grandes enchentes o popular escriptor Carlos Augusto da Silva Pessoa. subiu aos mais elevados cargos. O Caçador. Tribulações de um padeiro. Amigo dos artistas. entre ellas o drama Heroes de 1820. Foi um notável poeta e illustre litterato. cMarino Faliero. Herança e amor. A Marquesa. onde também obteve um grande êxito a sua Igne^ de Castro. Paulo Midosi Nasceu em Lisboa. O Pagem de Aljubarrota. Martim de Freitas.o em diversos jornaes e nas peças que escreveu para ol Gymnasio. Foi um notável poeta draMendes Leal mático José da Silva cMendes Leal Júnior. Era natural de Lisboa. O seu amor ao theatro provou. Poderemos citar os seus dramas: A queda do despotismo. José Frederico Parisini. Nuno Pato Moniz Nasceu em Lisboa a 18 de setembro de 1781 e morreu em 1827 na ilha do Fogo. lendo portanto 76 annos de edade. O braço de C^Qero. mais conhecido pelo Pessoa das magicas. que durante annos forneceu quasi todo o repertório dos theatros de Lisboa. Parisini Nasceu a 24 de Abril de 1809 e falleceu a 26 de Março de i885. Alva Estrella. ainda assim. Maria D'essas peças as quemaisagradaram foiam En: — bigorna e o martello. invejado jornalista. Depois da Morgadinha escreveu Pinheiro Chagas outras peças não menos notáveis. Maria. A sua primeira peça. Foi um distincto critico theatral e um escriptor dramático entre os mais notáveis do nosso theatro. porque dava para as glorias de muitos. como o é ainda hoje cada vez que se representa em . Angelo. Amor e Arte. Judia. Nasceu a i3 de NoPinheiro Chagas vembro de 1842 e morreu a 8 de Abril de 1895 o notável theatraes direito : Por — quista. '• Ricardo Cordeiro Nasceu em Lisboa. Fez também primorosas traducções. sua gloria é das maiores de Portugal.. 1 aí ainda não aconteceu a outra peça portugueza. O Capricho. João V. pois que aproveitava o que havia de scenario. Marion Delorme. Assim foi que Silva Pessoa escreveu as peças de bas! tante tello nomeada : A Romã encantada^ OCas- de broti^e. Foi festejado romancista. Antigo ponto dos Ricardo José Fortuna theatros da Rua dos Condes e D Maria.. Sociedade elegante e Parai^os conjugaes. Rodrig[0 Felner — Foi um esRodrlgõ^Felner erudito e um . algumas das quaes alcançaram também grande successo Magdalena. obtiveram premio. ha perto de 40 annos. illustre poeta. sem obrigar a empreza a dispêndios. Sociedade elegante. a 12 de — Fevereiro de 1882. Portugal. cardo Cordeiro do e magnifico dramaturgo. homem eximio de estaPinheiro Chagas. fiscal do Rod des. em França. da. para o que tinha summa competência. Foi membro do Con- — mal que nao fe"^. Aviso da Gaveta e Pagar o neral. A Oitava maravilha do mundo. e dinhei- de ro. Quando O theatro estava em crise. Foi durante algum tempo ensaiador do theatro de D.. em Hespanha. Homem de distincto ca- racter. Velho perseguido. Maria II.. . A Júnior. E foi successo n'essa epocha. adereços e ás vezes até Theatro de D. A Torre suspensa. A Familia e Os parai^os conjugaes. */o5oi?i- cto historiador. auctor da peça Mocidade de D. etc. escrevia em poucos dias uma peça de espectáculo. Honra conOthelo. Nasceu a 2 de Abril Rebello da Silva de 1822 o distinctissimo escriptor Lui^ Augusto Rebello da Silva. A Serpente dos Mares. Uma dupla lição e Rosa Miguel. Deputado venha a nós. privilegiado hu- morista. a 5 de Março de i8j6 e morreu n'esta mesma cidade.^ O Leilão do Diabo. pelos muitos estudos que fez sobre arte dramática. A ' — — Nasceu em Lisboa em 1774 e morreu em 1860. Um distincto traductor Pinto Carneiro e imitador de diversas peças. te mão Santo. Na carreira militar chegou a ge: O arrependimento salva. Quem desdenha. GusRebcllo da Silva escriptor AfíTMoe/ Pinheiro Chagas. celebre politico. guarda-roupa. distin- FaRédeas do governo e Infano bom. 249 DO THEATRO PORTUGUEZ servatorio Dramático. possuia geraes sympathias Deixou este magnifico seguintes litterato as briRicardo Cordeiro lhantes peças originaes: Fernando. abalisado orador. Maria a 3 de Abril de 1869. Foi o drama em 5 actos A Morgadinha de Vaiflor. em Itália. entre outras. Drama do Povo. na Allemanha e na Suécia. no Brazil. Um cura dalmas. Entre o jantar e o baile. Também são excellentes as suas traducções do Elogio^ mutuo. imitador ou tra ductor das seguintes obrasl 1 musica Isto não é fácil de fazer. As comedias. afável. Beatri^. Roca de Hercules. Escreveu muitas farças que agradaram ás plateias populares. Helena. Redempção.0 primoroso escripior dramático. honradíssimo. A' volta do theatro. representada no theatro de D. Astúcias de Zangui jarra. em beneficio da actriz Emilia Adelaide. Durante o combate e Lição cruel. A Corça branca. foi talvez dos successos mais ruidosos que temos tido nos nossos theatros. Boaventura Machado.. vogal da commissão inspectora do theatro de D. duas horas. não deixou peça alguma original mas deixou magnificas imitações e iraducçÕes do italiano. o seu grande altruísmo. A Duque:^a de A Mana Caminha e In- glês efrance^. sob o nome de Fr.» parte). Francisco no convento de Barcelona.! Nasceu em Coimbra. a Sá de Miranda 27 de Outubro de 1495. o seu espirito morato. litte- António Augusto Teixeira Teixeira de Vasconcellos . bastaria ter legado a sua notabilissima comedia Os Campinos. Escreveu as seguintes peças: do Conselheiro. Escreveu muitas peças originaes de grande valor e traduziu do francez e do hespanhol muitas outras. mem- bro da commissão organizadora — talento superior. Se não fos'' Salvador MiTques se a sua excessiva modéstia. Maria. inspector dos theatros. a 8 de ouSilva Leal tubro de i8i2. Modesta. Nasceu em Belém.» Restam d'elle Comedias do Cerco de Diu (i.. a 29 de julho de" 1878. egual a Gil Vicente na facilidade do dialogo e muito superior a elie na contextura dos dramas. Foi secretario do — Conservatório de Lisboa. Maria.. Ainda que de enredo insignificante. Foi o auctor das comedias Os Estrangeiros e Os Vilhalpandos. Nasceu em Lisboa. o 1 — plantava. A Orphá de Aldoar. francez e hespanhol. sendo sua a redacção do projecto d'estatutos. Nasceu em Lisboa. Zi^ania entre o trigo e Morte de gallo. vogal da com missão inspectora doj theatro nacional. extrema bondade.» e 2. que foram àpplaudidissimas nos nossos principaes theatros. pois que seguiu sempre a carreira commcrcial até á morte. a 20 de março de i883. que se deu a 4 de Março de 1880. j Tel DICCIONARIO 25o criptor correctíssimo. taes as exçellentes modificações que lhes fazia e a bella linguagem em que [as trans- dois entremezes e quatro loas. festejado auctor — re^ um rei!. tico nome Escriptor dramáSouza e Vasconcellos que teve uma certa nomeada. teria por certo subido a bella posição na sociedade e não teria morrido pobre. foi um acti- vo um emprezario. na variedade dos lances e no desenho e desempenho dos caracteres. censor régio do theatro de D.* parte). Rochedos de Constância. Simão Machado Era natural de Torres Novas e professou a regra de S. nhecimento profundo do theatro. Uma amostra de barões. Salvador Marques Nasceu em Alhandra no dia 9 de Julho de 1843 e morreu em Lisboa a 14 de Fevereiro de 1907. Imitações e traducções fez innumeras para todos os theatros de Lisboa. a 23 de fevereiro de 1840 e morreu — em 1902. SantOJS Lima. o notável escriptor Francisco de Sá Miranda. e morreu em Lisboa. para ter um respeitado e glorioso. das peças: Era uma j:or Uma mulher notabilissirao jornalista e dis- tinctissimo r-dto. co- Com d'uma nova aca^''''^ ^^^' demia dramatica. a magnifica oratória Santa Quitéria e algumas revistas do anno de successo. magnifico en- saiador. sem affectação e com a phraseologia da epocha. Todas estas obras estão impressas com o titulo Comedias portuguejas/eitas pelo excellente poeta Simão Machado. o distincto jornalista e escriptor dramático José Maria da Silva Leal. a 22 de Junho de 1828. um escriptor notável. — presidente jury dal commissão do dramático em 1879. Três mulheres. Advogou muito a causa da Arte e o theatro teve sempre n'elle um defensor. membro do jury para classificar os actores. Sócio do Real Conservatório de Lisboa. Comedias da Pastora Aifêa (i. Teixeira de Vasconcellos Nasceu no Porde novemto. Os seus trabalhos para o theatro eram feitos nas horas vagas. a bro de 1816. ti- — um homem de theatro em toda a accepção da palavra. são modelos de estylo conceituso.» e 2. e cada uma d'ellas vale um bom original. iMas deixou ainda uma linda comediadrama Fome e honra. Era grande a sua bagagem litteraria e ao theatro. Costa e Silva escreveu d'elle: «Simão Machado foi um génio eminentemente dramático. secretario da inspecção geral dos theatros e do Conservatório da Arte Dramática. e morreu em Paris. grande iliustração. o escriptor dramático José Guilherme dos Santos Lima. Morreu aos 6 de novembro de 1902 . que mereceu como raros. que foram muito ap- plaudidas: O Myslerio da Rua da Prata. O camarim da actri:(. Alem de redactor e collaborador de importantes jornaes políticos e litterarios. escrevendo criticas primorosas tes e as seguin- peças. Pu: Arthur Urbano Monteiro de Castro Era dedicadoao theatro. Viagens na terra alheia e Licção ao mestre. Lisboa por um óculo e deia. a com Gervásio Lobato nas ducções da Nasceu em Lisboa. Escreveu algumas comedias para o theatro do Gymnasio. Gajeta de Portugal e Jornal da Noite. Prato de arro^ doce. V^a al- Collaborou tra- blicou diversos estudos. sobresaindo a que tinha por titulo O Dente da Baronesa. o distincto escriptor — Mam ^elle Nitouche. fundou os seguintes A Opposição Nacional. Lili e T{ei Urbano de Castro de ouros. perfis e apontamentos biographicos e os romances: Roberto Valença. A Illiístração. Eram enormes as brilhantíssimas qualidades de escriptor e o pulso vigoroso de jornalista ardente e publicista enérgico que adornavam Teixeira de Vasconcellos. O Arauto. Urbano de Castro 22 de janeiro de i83i.25l DO THEATRO PORTUGUEZ Urb um de Uasconcdlos. Foi atacado e censurado como poucos. mas teve também as honras e distincções. . ESCRIPTORES DRAMÁTICOS DISTINCTOS JÁ RETIRADOS . . E' o briIhante poeta dos Versos. E' de Janeiro de dos Martyres da que nasceu em 1829 Portugal dia ra. um excellente ensaiador e um emprezario celebrado. — onde do. Raymundo António de Bulhão Pato. tes peças. das Chronica dos theatros. Mesquita que interrompeu para entrar na carreira civil.. é para auctor da come- Amor virgem peccado- numa um go grande ami- do theatro. Foi um auctor dramáAugusto Garraio tico festejadissimo. onde o seu talento bêm preciso era. O . das Flores agrestes. Íue é o destino. traductor Bulhão Pato illustre do Hamlet e Mercador de Veneza de Shakespeare e do Ruy Blas de Victor Hugo. Primoroso poeta. em Hespanha. onde ainda hoje habita. Trevas e lu^. Foi também I dos redacto-' res do excellente jornal de arte um agrado. dos Cantos e satyras. boa a 6 de Agosto de 1842 o distincto escriptor dramático — Augusto Cejar Ferreira de Mesquita. Por muitos annos foi distinctOj que se representou no theatro de D. ESCRIPTORES DRAMÁTICOS DISTINCTOS JÁ RETIRADOS ' Araújo Assis — Nasceu Campo a 9 1841 na casa do Pátria. vindo também em iSSy. Protecção encontro no omnibus e a e mysterio e farça lyrica Enganos e loucuras. A sciencia aos trambulhões. Jm tutor. As lições de Joaninha. actualmente Conde de Mesquita. no regi- mento de lancei- Seguiu na Ferreira 'de — Escola Polytechnica o curso de engenharia. Maria II. Escre- creveu assegumtodas tadas quasi represen: Satyras e das Canções e IdilAraiiio Assis lios. como sempre foi. da Paquita. Fez o curso do Real Collegio Militar. das Canções da tarde. Pena foi que abandonasse todos os seus trabalhos e desapparecesse do theatro. Abençoada resignação e (2abo Simão as comedias Deus nos livre de mulheres. como oflicial do quadro geral adúanei- . com muito amador dramático. José Bento de Araújo Assis escreveu também a biographia da infeliz artista Luiza Fialho e a do Um •• ponto-auctor Ricardo José Fortuna. Nasceu em LisFerreira de Mesquita. Bulhão Pata com bello êxito os dramas: O segredo d'uma esmola^ Duvidas do coração. foi premia- No posto de assentou alferes praça ros. Barão de Roussado. Genro care criado. foi sem1 — pre bastante considerado pela sua illustracão e caracter. A primeira peça que o Conde de Mesquita fez. O pai pródigo e O Meia O sentando muitas peças originaes. Em 1 870 cripto muito para o theatro e obtido successo. a empreza do Gymnasio atravessava uma . De noite to- dos os gatos são pardos. O cabelleireiro poeta. Alem d'estes três originaes. dos. Visão redemptora..onde militou por muitos annos. Nas armas do touro. Rua dos Condes e Variedades. Ran DICCIONARIO 256 ro. Lui^ XI e o poeta. Gymna- Trindade. Quem o feio ama Pa^. entre as quaes No tempo dos franceses. A con- dessa de Villar. Feios e bonitos. . . A' cata . apre- Parentescos esquisitos. São innumeras as suas traducçóes de boas peças que se teem representado em todos os theatros de Lisboa e etc- Porto. Assim aconteceu : Rangel de Lima ' muito festejadas. A P"rancisco Serra de um namorado. em granD. teira de Mauriricio Lopes. Dois sur- O O O — Porto e Brazil O portador d' esta . foi para o Gymnasio com o titulo Dois medrosos. Casas. a grã cruz de Izabel a Catholica. collaborou nos jornaes A Arte e Chronica sido deputado e par do dos íheatros. creados e agiotas. Entre muitos trabalhos litterarios escreveu para o theatro as seguintes alegres peças: Fossilismo e Progresw (revista). Condessa do Freixial. Possue a carta de Conselho. foram Força do : sexo fraco. A reiro de Nasceu a 19 de FeveFrancisco Serra 83? o distincto escriptor dramático Francisco Ferreira Serra. ptor dramático Florêncio do Lago José Sar- mento. Como se enganam mulheres. Bento d'Aviz e varias outras. Rangel de Lima Nasceu em Lisboa — a 14 de Abril de iSSg^ o distincto escriptor suas imitações ç traducçóes. A boceta de Pandora. depois . Guerra e João José. Vingança de mulher. Teve como poucos a sua epocha de festejado auctor dramático. Dr. Espelho da Verdade. a commenda de S. que obteve um grande êxito e salvou a situação. Lucrécia e . Trej talentos. O que o berço dá.. que eram recebidas apil. es- Tem Tem passagem do Conde de Mesquita pelo theatro foi assignalada por muitos êxitos. Na imprensa periodica. O snr. Direito e avesso. atrevido na corte e medo guarda a vinha. A minha noiva e Nem tanto ao mar. Ao calçar das luvas. O Judeu Polaco.: . principalmente nas seguintes peças . Recordações de Mabille. Visão redemptora e Vêr e crer. Manuel Roussado Nasceu em Lisboa a 24 de Maio de ib33 o distincto escriptor Manuel de Roussado. A varinha do conFlorêncio Sarmento dão. As : . Sempre por concurso com as primeiras Classificações foi promovido até ao importante logar que hoje tem de secretario do Conselho Superior . Jornalista distincto. Pedra ás seguintes de escândalo. . insuportável. Conde de Neubourg. Foi sempre um amador das bellas lettras e para o theatro escreveu peças Príncipe Real. Florêncio Sarmento a 7 de Novembro de 1827 o escri- — Nasceu em com Lisboa de agrado sio. Maria. . Coimbra e Tarimba. . Maria o drama Amores de leão. escreveu mais os seguintes. reino. O paralytico. E' vogai do Conselho d'arte dramática e da Commissão de censura theatral.. Legitimas consequências. Circular n. Caçadores de casamentos. grande crise. também recebidas com muito agrado. Egoismo. em poucos dias escreveu a comedia O Ftdalguinho. Os estróinas.do Serviço Technico. Ditoso fado. João o Francisco Rangel de Lima. D'um dia para o outro o Conde de Mesquita fez uma espécie de parodia com o titulo Amores de leoa. dando muitas enchentes. A pérola preta. Casa Nova. Paj. Em 1867 dava pequenas receitas ao theatro de D. O barbeiro do VC' lie. Abençoado Progresso. Antes do baile." gg. que passoua acompanhar o drama no cartaz e obteve um successo. . que foram representados com muito êxito nos diversos theatros de Lisboa. Esperteza de rato. criado de dois amos. todas as peças lhe cahiam e por isso as receitas eram exiguas recorreuse ao Conde de Mesquita. que. que muito agradou. O abysmo. Um-visinho Carteiro. X OPERAS LYRICAS CANTADAS NO Real Theatro de S. Carlos de Lisboa ( l DESDE A SUA ABERTURA ATÉ Á ACTUALIDADE VQB A I908) '7 . . Didone. de Leal Moreira Raollo signore dl Créqui. de Martini 1 due casteLlani burlati. . ZmCu- reira . . Matrimonio secreto e // pittore parigino. I Ginochi d^Agrigento. de Martini La Vendemmia. Carlos de Lisboa DESDE A SUA ABERTURA ATÉ Á ACTUALIDADE (lygS A I908) 1793 — La Ballerina amante e Chi (faltrui presto si . de Averara . de Cimarosa. de Vespasiano. de Mayer. de Nicolini rose e Le trame spiritose. de Anfossi. de Sarti . de Dalayrac. de Nasolini . de Zingarelli La sposa volubile. de Fabrizzi. Avviso ai maritati. Idue Savoy1796 ardi. Lodoiska. llfurbo malaccorto. bino. de Sarti 11 fanático si veste — A 1797 Idue sordi burlati^ de Paer. de Fioravanti // convito. Camilla osia la sepolta viva. de Bianchi Distru^ione de Geritsalemme. . de Cimarosa Kreutzer. il // furbo contra furbo. Armida. de Curcio . de Mosca. de Marino. La donna nc sã piú dei diavolo. de Puzzi. de Martini. de Paer . Una cosa rara ossia belle^a ed onestá. de Salieri . L' imprudente fortunato. de Salieri. burlato. e Alessandra neWIndie. de Mayer. La grotta di Trofonio e La scuola dé gelosi. La Modista raggiratrice. Giulietta e Romeo. de Tritto Zemira ed A^or de Grétry Le trame delu^a. Eugenia. Axur re d^Ormu^. de Jomelli. Voluntários do Tejo e l^aollo. de Sacchini // figlio pródigo. de Paesiello. . de Giordanello. de Guglielmi. de Cimarosa C/í vingança da Cigana. La virtuosa in Margellina^ de Guglielmi. Heroina lusitana. . 1801 Orfeo ed Euridice. . Ifigenia in Aulide. Semiramide. d'Osmano^ de Gazzaniga lina. de Paesiello. de Paesiello audácia fortunata. // desertore francese. de Isouard . de Dalayrac. de . de Guglielmi. de Marcos Portugal. . Giulietta e Romeo. de Longarini La Capricciosa corretta. . . de Andreozzi. UOlympiade e Gli Orajp e riaífp. La principessa filosofa. de Fioravanti. La cifra. de Leal Moreira. . Adrasto ré d'Egitto. de Zingarelli. . Pimmaleone e La morte de Semiramide. de Cimarosa Le gelosie villane e Fra due litiganti il ter^o godé. de Cimarosa. 11 convitato di pietra e // palla^^o 1795 — Lo strambo in Berde Paesiello. de Naso1800 lini. de Marcos Portugal. Gli turchi amanti e Tito Lodoiska. de Paesiello / Napolitani in America. Donna di génio volubile. e Isola disabitata. Trionjo deli virtú. de Jomelli. Rinaldo 1 799 di Ãste e 11 barone Spas[^acamino. de Longarini intrico dei lettore. / Molinãri. de Sarti . La morte di Cleópatra. de Borghi. / Viaggiatorifelici. Morte di Semiramide. Leno^^e Le vicende amocampestre. de Leal MoVltaliana in Londra. La finta ammalata. . Isola piacevole. . I^ina pa^^a per amore. . e Barbieri di Siviglia. — . de Guglielmi 1798 serva riconoscente de Leal Moreira . La Villanella rapita. de Marcos Portugal. de Gazzaniga Le due gemelle. Finta baronessa^ de Alessandro // mercato di Monfregoso. . L'introgo amoroso de Paer. e Artaserse. V .— . La molinara ossia l'amore contrastato e La Frascatana. de Caruso. de Gazzaniga 1 finti eredi. Le Astupe feminili e // credolo. II sedicente filosofo. . de Cimarosa Isola desabitata. D — — — . 11 La bella pescatrice. de Pae1794 siello . . . de Cimarosa . Dorval e Virgínia. Anfossi. Le gare generose. de Salieri. — . 11 sciocco poeta di Campagna. OPERAS LYRICAS CANTADAS NO Real Theatro de S. spoglia. de diversos Giulio SaLa . de Guglielmi . La serva innamorata e Gli amanti delia dote. de Gluck. . de Caruso. de Guglielmi Juijo de Salomão. Débora e Sisara. de garelli . Ines de Castro. de Fioravanti Maga Circe. de Dalayrac . de Vacai. Vinagreiro. de Mayer. a nessuna^ de Galuppi. de Rossini. de Grazioli. Oro no compra amare. // se dicente filosofo. de Gima- de Paér. 1806 Artaserse. Artemísia. de Mosca. de Niccolini. de Farinelli. de Marcos Portugal. // turco in Itália. de Mayer. de Mercadante. de Fioravanti. La Móglie di tre mariti. de David Perez. 820 Atai'. de Rossini: Cambiamento delia Valigia. Paccini. de Paccini. L'apprensivo roggirato. de Mosca. / misteri eleusini. Ginevra di Scapa. de Rossini. de Generali. de Rego. Bianca e Faliero. de Gimarosa. Astupe faliaci. Le donne cambiale. Camilla. de Paèr. Alessandra nelVIndie. de Fioravanti.o nelVimbara^^o. Zaira. Mandane. de FiQFavíinti. de Rossini. Portugal. L'orgóglio avvilito. de Paccini. i6o — Alzira. de Marcos Portugal. La Dist}~u^iane di Gerusalemme. de Goccia. Vultimo giorno di Ponpeia. Gli Scite. . La Principessa di Navarra. sen^a interesse. — oádelaide di Bargogna. de Rossini. de Goccia. La Figlia dellaria. Elisabetta. de Marcos Portugal. ossia il sotterraneo. de Mayer. // ivale di se stessa. La pietra di paragóne de Rossini. Otello. de Niccolini. de Pedrazzi. Clo1816 Portugal. de Generali. de Farineili. Villano in angustie. / baccanali di Eduarda e Cristina. de Rossini. 1821 La Caceia di Enrico IV. de Marcos rosa. de Rossi— Agnese. de Mozart. de Gnecco. Trajano in Dada. \S2'i co. de Rossini. 1818 — Carla Magno. La donna delirante. Rosa biancae rosa rossa. 1808 11 trionfo di David. El/rida^ de Pasiello. de Andreozzi. de Paesiello. La cMorte de oMitridate. Ingano felice. de Paesiello. in Efeso. de Fabrizi. de Tadolini. Sofonisba. La Disfata di Dário. de Weigl. de GtntmW. de Paini. de Mercadante. de Fioravanti. // Barbiere di Siviglia. Zenobia. blCCIONÀRIÔ in Aulide. La domia soldalo. de Andreozzi. regina dlnghilterra. de Puccita. de Mayer. Zelmira. Vamore conjugale. 11 trionfo d^E^equias. de Marcos Portugal. de Rossini. de Rossini. Mosé in Egitto. Sana quatro e paiono dieciy de Fioravanti. — IJigenia Xa Cantatrice villane. oAnacréonte in Samo. de Fioravanti. de Generali. — — . II matrimonio per susurro. de Marcos Portugal. de Fioravanti. de Mayer. Emma de Antiachia. de Marcos Portugal.'áe Rossini. de Marcos Portugal. de tildei colini. de Paesiello. II notaro. 1822 ni. de Mosca. Donna amante di tutti fedeleanessuna. de NicTheatro em confusão. de Generali. de Niccolini. Teresa e Claudia. J. de Fe- iSoy — Alessandra Amante di tuttefedele — derici. de Niccolini. de Mer- Roma. de Rossini. de Rossini. de Mayer. de Gimarosa. de Rossini. Penélope. La Uirtu ai cimento. de Merca1824 dante. de Marcos Portugal. Clemen^a di Tito. de Nasolini. de Gnecco. Avviso ai gelósi. Gli Assassini de Trento. — V . de Marcos Portugal. Saule. de Fioravanti. Argénide. de Paesiello. La Contessina contrastata. de Mosca. de Giordanello. de Rossini. 1825 Q/lpotheose de Hercules. Aureliana in Palmira. La serva astuta. Saule. de Guglielmi. Le no^je in comedia. de Zingarelli. Gli opposti caratteri. // trionfo dei bel sesso. de Marcos — Vingano felice. La prova d'tm opera seria. Sacrifício d^Abramo. Fernando in Messico. 1 809 - 181Õ — // ^?»20/'í. de Appiani. 1817 // Caceia di Enrico IV. 1 — . de Fioravanti. / Cherusci. de Fioravanti. 11 signor Timonela. II Trionfo ai Clelia. Jmene trionfante. La Festa delia Rosa. de Ghiocchia. de Kossini. La donna de Mayer. de Gimarosa. Idomenes. Tm festa delia riconoscensfa. Matrimonio per concorso. Torvalda e Dorliska. Elena e Constantino. La Figlia di un padre. Scipiane in Cartagine. regina di Pérsia. Marte e Fortuna. Quinto Fábio. de Zingarelli. Emma. Mernpe. de Morlacchi. Circe. 1804 Andromaca. Duca di Foix. de Gimarosa. Ginevra di Scojia. Gli Ameride Tritto. Tito Vespasiano. Filandro e Carolina. Rego. de Fioravanti. La O — — — Trionfo di Gusmana. Ricciarda e Zoraide. Morte di Saule. de Rossini. de Guglielmi. Elisa e Claudia. Coriolano in Roma. Zuleima e Selino. La Cenorentolá. Nardone e Nannetta. Tebaldo e Isolina. de Marcos Portugal. de Paér. de Mayer. Pietra il Grande. Pirr-o ré d'Epiro. de Mercadante. La sposa fedele. Lagrime di vedava. de A. Baccanali di Roma. de Fioravanti. Pamela nubile. Fayel. Rinaldo d'Aste. Due gemmelle.1814 Mestre Biajo sapateiro. 1811 Quem a fa^ a espera. Federico II ré di Prússia. de Pavesi. ossia il moro de Ormu^. de Niccolini. de Fioravanti. de Fioravanti. La Pulcella di Rab. La Testa riscaldata. Fortunata combina^ione. de Goccia. de Goccia. de Trento. de Marcos Portugal. Podestá di Chioggia. de Gelli. de Marcos Portugal. La vedava contrastata. de Gardi. Amnte per for^a. de Curcio. de Rossini. Dídone. de Gelli i8i9-L'4. La gioventú di Enrico V. de Goccia. dei Lago. // Trionfo di Emilia. de Generali. de Gelli. de Guglielmi. de Gneci8o5 — de Goccia. de Gardi. Ci vuol pacienta. de Marcos Portugal. de Farinelli. de Gimarosa. de Orlandi. I due viaggiatori. Le no^^e di Lauretta. de Buzzi. Italiana in Algeri. Semplice per astúcia.— Opó 1802 i8o3 cani. de Guglielmi. de Mèrcadante. 1840^ Caterina di Cleves. de Mèrcadante. La Regina di Cipro. Beli^ario. LOrfanella di Ginevra. Beatrice di Tenda. de Paccini. Maria Stuarda. i85i Charles VI. Saffo. Ernani. Domingo. Giovanni di Calais. de Schira. lldegonda. de Coppola. // Desertor e per amore. de Coppola. Giulietta e l^meo. de Coppola. ni. i838 / Briganti. Gli 1834 Arabi nelle Gallie. de Rossini. de Rossini. de Verdi. de Pereira da Costa. Rilorno d'Astreay de Schira. Egilda di Provença. Lúcia di Lammermoar. de Donizetti. de Donizetti. de Rossini: Nina pai^f<j per amore. do Frondoni. de Mazzucato. de Veidi. de Migone. de Pacci- de Mercadente. Mathilda di Shabrati. de Fioravanti. de Coppola. Alessandra neWIndie. II Bravo. de Donizetti. de Donizetti. TJggero it Danese. de Meyerbeer. de Paccini. D. Tetnistocle. de Ricci. // fanático per la t7iusica. de Ricci. La Fidani^ata corsa-. Zoraida di Granata. Zaira. de Flotow. de Donizetti. de Ricci. La Bella Celeste. Anna Bolena. de Vaccai. de Vaccai. 1827 Astartea. La Regina di Golconda. de Nicolai. I falsi monetari. de Sanchez. I due Figaro. de Nini. / U^ormandi a 'Parigi. de Mèrcadante. Uoccasione fa il ladro. de Arieta. Samos. // Regente. Ines di Castro. de Donizetti. de Rossini. de Donizetti. Caritea. Luigi Rolla. de Rossini. Lajarello. La figlia dei reggimento. 1839 D. Nuovo Mosé. de Bellini. Torquato Tasso. de Rossi. de Donizetti. de Verdi. Gli Avventiirieri. Guglielmo Tell. de Paccini. de M. Maometto II. de Hérold. de Paccini. de Paccini. de Migone. Innocencio dos — 'O//0 mese in due ore. de Rossini. de Ricci. II Barone di Dolsheim. La cMaresciaUa d'Ancre. Gemma di 'Vergy. de Schira. Ines di Castro.5 Infantes em Ceuta. Adélia ossia la figlia dei arciero. Gabriella di Uergy. de Rossini. Furioso nelrisota S. de Donizetti. de Cordella. de Mèrcadante.— — 26 1 DO THEATRO PORTIÍGUEZ 11 Ope cadante. 1826 Adelina. Maria T^adilla. Fausta. de Donizetti. de Mèrcadante. Sebastiano. Pia di Tolomei. Giovanna Iregina di USj^pole. de Donizetti. i835 Assédio di Corinto. Didone abbandonata. La scala di seta. de Donizetti. 11 Ritorno di Columella. — — — — — — — — — — U — — — . de Verdi. II Contestabile di Chester^ de Paccini. Trionfo delia musica. de Donizetti. // Templário. // Trovatore. de Verdi. de Generali. Nabuco 1843 donosor. 1847 de Verdi. 11 nuovo Figaro. i852 amima delia tradita. Lucrécia Borgia. Stefano. de Mèrcadante. L" Assedio di Diu. de Mèrcadante. Un' avvenlura di — Scaramuccia. de Thorner. / dueforsati. de Verdi. de Mèrcadante. de Bellini. Ipermestra. de Donizetti. i855 Galeoio Manfredi. de 1849 Verdi. de Meyerbeer. de Meyerbeer. de Donizetti. 11 fanático per la tmisica. // Corsaro. de Donizetti. de Mèrcadante. La Traviaía. de Cagnoli. de Mirecki. i853 cAIalek-Adel. — — — — — . de Miro. La Vestale. Linda di Chamounix. de Bellini. Gli Orajji e Curia^^i. de Mèrcadante. de Aspa. Virgínia. de Verdi. Giovanna d'Arco. de Lillo. Adina ossia il Califfo di Bagdad. Chi dura vince. de Donizetti. Betly. Chiara di Rosemberg. Fingal. de Verdi. Adriano in Siria. de Halevy. de Donizetti. de Donizetti. Attila. Norma. de Donizetti. de Mèrcadante. de Miro. Le conveniente teatrali. Cerrado 1846 d'Altamura. l Cavalieri di Valenja. de Rossini. Olivo e Pasquale. Gli Ugonotti. La pastorella feudataria. // Conte di Chalais. de M. Lui^a Miller. II terno ai loito. D. Semiramide. de Savi. LEsule di Roma úq \iomzetti. II Profeta de Meyerbeer. de Paccini. de Donizetti. — cadante. Ines di Castro. de Auber. de Mozart. i836 Atar. de Rossini. II Giuramento. de Mèrcadante. de Donizetti. de Perelli. de Donizetti. duca di Bari. I Purilani. Stefanella. de Donizetti. Anna la Prie. i85o D. JE'raM 1848 due ed ora sou ire. I due Foscari. de Mèrcastello dei spiriti. Roberto il Diavolo. iSSy Ajo neirimbara^^o. de Mèrcadante. Gli Illinesi. Margherita di Anfu. 1 1844 'Profugi di Parga. Velisire d'amore. 11 Somnambulo. / Capuletti ed i Montecchi. Esmeralda. 1828 Adele ed Emerico. 'Pasquale. de Mèrcadante. de Coppola. Paolo e 'Virgínia. Elena di Feltre. 1). Tarisina. 11 Pirata. de Marliani. de Generali. de Donizetti. de Miro. de Paccini. de Frondoni. de Donizetti. de Coppola. I Masnadieri. La Favorita. I cMartiri. de Donizetti. iS54 Mocana. 184. de Schira. Saneia di Castilla.. Crociato in Egito. 1842 de Donizetti. 7 due sergenti^ de Ricci. Le Trigioni d'Edimbourg. de Donizetti. Leonora de Mèrcadante. Maria regina dUnghiterra. La Straniéra^ de Bellini. cMaria di T^den^. Lui^a Stro^p. de Schira. Rigoleto. de Battista. de Meyerbeer. de Nini. de Mèrcadante. Caterina di Guisa^ de Coccia. Bucefalo. Sampiero. Alpra. La Somnambula. de Persiam. de Donezetti. de Ricci. Virgínia. de Verdi. de Ricci. de Paccini. Macbetto. de Ricci. de Bellini. La Muta di Portici. de Ricci. de Ricci. de Bellini. de Coppola. 'Tibério Devereux. de Saneili. Chiara di Rosemberg^ de Ricci. oMaria di Rohan de Donizetti. de Verdi. I Lomba rdi. de Speranza. Giovanni. de Miro. Marino Falicro. de Verdi. Innocen1841 cio dos Santos. de Bellini. Zampa. de Donizetti. de Donizetti. de Vaccai. Cabrera. Darias. 1869 de Petrella. de Frederico Guimarães. 1859 1860 Aroldo. de Verdi. 1889 — Otello. 1895 — Manon. Samsão e Dalila. Louise. de Mascagni. Serrana. — de Mas1902 — Mestres cantores. Eurico. Laureana. de Verdi. //erorfjadc. de Giordano. de Wagner. 1877 Aia a. de Meyer1888 beer. de Augusto Machado. de Apolloni. Marina^ de Arrieta. de /erdi. de Wagner. de Massenet. de Halevy. de Rossini. de Dupont. Mignon. oMarco UisconU. de Franchetti. Bohéme. de Alfredo Keíl. 1871 Ruy Blas. 1890 — A Estrella do C/^orle. Asrael. 1 — . de Donizetti. 1861 Simone Boccanegra. Adriana Lecouvreiír. Marta. de Meyerbeer. Hero e Leandro. Poliufo. i865 Crispino e la comare. de Carlos Gomes. de Augusto Machado. 1886 — Gioconda. For^a dei Des1873 tino. de Masca1892 — gni. de Verdi. Irene. do Visconde do Arneiro. de Massenet. V\^avio Phantasma. de Ambroise Thomas. ^erelita. de Augusto Machado. de Ponchielli. Adriana Lecouvreur. de — — — Weber. 1904 — Remonto. de Ciléa. de Franchetti. Pes1887 dores de pérolas. de Bizet. de Wagner. Pei858 lagio. de Puccini. 1872 Calígula. i863 Fiorina. 1899 — Weríher. Manoel Menendez. Le Jongleur de Notre Dame. de Flotow. de Alfredo Keil. de Bizet. de 1857 ni. Má1898 rio Wetter. de Vera. i885 Cármen. de Massenet. de Massenet. Esmeralda. de Massenet. de íris. de Franchi/ Vespre Siciliani^ de Verdi. e Julieta. 1893 — Orfeo. Madame Butterfly. de Alfredo Keil. de Verdi. de Boito. de Meyerbeer. de Petrella. de Gluck. de Verdi. Sibéria. André Chenier. Alala Pasqua. Freyschut:^. de Verdi. Carlos. de Saint-Saens. de Verdi. — Dona Branca. Pao~ 1908 lo e Francesca. Simão Bocane- — — — gra (refeita). de Leocavallo. 1901 cagni. de Léo Delibes. de Giordano. de Verdi. Manon Lescaut. de Battista. 1900 de Giordano. Tanhãuser. 1896 Bohéme. 1891 Frei Luij de Sousa. de Mancinelli. de Puccini. lone. de Mercadante. de Gounod. UEbreo. de Wagner. Amor de 1907 perdição. — — Romeu Francesca de Rimini. 1879 1880 Guarany. L'Ámico Frit^. 1807 1868 Arco de Sant'Anna. de Gastoldon. 189+ — Falstaff. de 1897 Leocavallo. VElisire di giofvine^ífa. Fedora. de Rubinstein. Palhaços. Un bailo in tnaschera. Massenet. de Braga. de Freitas Gazui. Tristão e Isolda. de Mancinelli. 1874 1875 — Fra Diavolos de Auber. i883 — Lohengrin. Griselda. L'Ebrea. — — — — — — — — —V — — — — — — — — — — — Ambroise Thomas 1882 — Beatrice. de Massenet. de Wagner. de Ricci. Sapho. 1870 D. de Puccmi. de Petrella. de Puccini. Dinorah. 1878 // Conte Ory. 1903 — Thdis. de Berlioz. de Massenet. de João Arroyo. de Miguel Angelo.— Ope DICCIONARIO 262 i856 VAsssdio di Leyde. Hamlet. de Charpentier. de Gounod. de Marchetti. 1884 Rei de Labore. Tosca. Lackmé. Africana. 1903 — Germânia. Cavalleria Rusticana. de Pedrotti. do Vis1876 conde do Arneiro. de Sá Noronha. 1881 Mefistofele. 0)06— Damnaiion de Faust. de Filliasi. Fausto. PRINCIPAES ARTISTAS DRAMÁTICOS DA ACTUALIDADE . . Taveira já muito pouco representa. Âlegrim Cursou o Conservatório. porque Ihonão permutem os seus pezados encargos de ensaiador. onde se conserva. que o é muito bom. dindo sempre. orgulha-se o engraçadíssimo artista de distincta família. Foi depois único em- este popular actor em Lisboa. Capital federal. a 6 de janeiro de i85o. e de emprezario arrojado. contractado para o theatro Baquet. de que tem dado innumeras provas. Alfredo CarNasceu valho — do e Santinhos fundou uma empreza no theatro D. Com José Ricar- do Gymnaque começou carreira e se a sua conserva progre- ainda. representando com muito agrado — boa fama e é dos raros que vado. do Porto. Maria em 1882. estabelecimento de ensino dramático. nas adegas ou em qual- quer parte. Affonso Taveira Traz-os-Montes.PRINCIPAES ARTISTAS DRAMÁTICOS DA ACTUALIDADE Nasceu em Crestello. conservando ainda parentes próximos optimamente colloeados. ter começado a brilhantíssimas.isboa e ao Brazil. Foi no theatro sio lá No anno seguinte foi para o Porto. onde fezepochas com bella posição na sociedade lisbonense.tinuou nas provinciiis. de lá sahiu çorn sua carreira nos theatros da feira e nas barracas populares. no drama O Lago de Kilarney. Em 1879 foi pela primeira vez ao Brazil. com magnihcas Affonso Taveira digressões a I.' Ramerrão. Affonso. Os emprezarios começaram a çHs- . Mas o que é verdade é que o seu valor e a sua veia Alfredo Carvalho — Um cómica foram desde logo reconhecidos. Veio depois fazer empreza no theatro da Trindade. Vindo de Alegrim uma prezarionotheatro do Prmcipe Real. Estreiou-se no Porto. honrando bastante aquelle a tem conser- em Pernambuco rado para e o iheatro de Maranhão. entre as quaes: O l< elogio maf^ico^ Semana dos nove dias. novo que muito promette. a 24 de janeiro de i855. Foi escriptuD. Arte Nova e outras muitas. até em theatros improvisados nas escolas. Foi por alguns annos actor e ensaiador da empreza Alves Rente. onde prestou bons serviços. montando luxuosamente peças de grande espectáculo. Tangerinas magicas. E assim coi. so- um dos mais di- lectos discipulos do grande actor Santos. o mordomo da Cigarra e tantos outros. na comedia em Eduardo Vidal. Foram pasmosos os progressos que Álvaro fez no Principe Real e em seguida em D. já pela sua bonita voz. provocando tempestades de riso. o Agapito do 5olar dos Barrigas. sem que para Principe Real. D. já pela sua bella figura. Gymnasio. oAlvaro Cabral é um espirituoso cavaqueador e um escriptor muito gracioso. Maria. com ama- Com estes Álvaro theatro D. lix Telles de Mas não é só nos compadres de revista que elle é insigne. uma graça muito sua. Foi depois ao Brazil na companhia de Emilia Adelaide e mais tarde n'outras. Rua dos Condes. Nasceu na Vieira. Alfredo Carvalho em todos os géneros tem papeis magnificamente interpretados. & Brazão. a nostalgia do theatro e. etc. Pouco tempo se conservou n'este theatro. Não ha outro artista que disponha do publico como elle. no drama de Victor Hugo Nossa Senhora de Paris. isso tivesse motivos. en- Um Na opera-comica e na Almeida Cruz opereta é hoje um dos artistas mais estimados. o Alcaide do Burro do sr. As peças tregando-se durante quinze annos unicamente á cultura do solo e aos prazeres da caça e da pesca. districto de Álvaro — Maria. o Cosme do Tamtam e o FéMeyrelles do Sal e Pimenta. Alcaide. o diplomata da V^iniche. Ahi fez progressos e mais ainda nas tournées que fealisava nas epochas de verão. como muitos pretendem. como são por exemplo: o Rei da magica <yl gata borralheira. Es- — treiou-senotheatro da Trindade e ali quasi sempre tem trabalhado. Já ninguém mais esperava vel-o em scena. fazendo em seguida os papeis em que tão festejado fora nos dramas As duas orphãs e Morgadinha de Valflor. entrando para — a empreza Rozas D. Ce^ar de Ba^an. Veio para Lisboa seguir a vida commercial. Poucos actores tiveram carreira tão brilhante pela excellencia dos papeis que lhe confiavam e pelo muito que o publico o festejava. Amélia. Avenida. De volta do Brazil mais applaudido era no grande e magnifico repertório que desempenhou no theatro do bello dia. imitação de 1868. em 1890 na revista Tim tim por tim tim. bresahindo no Bibliothecario Com a empreza Rozas & Brazão passou para o Álvaro Cabral dedicando- se nas horas vagas á arte dra- mática. em março de igo8 reapparece com todo o seu antigo vigor. abondonou a carreira e foi viver na terra da sua naturalidade. Amélia e tem ido ao Brazil. Nasceu em Villa Nova Álvaro Cabral de Gaya a 22 de junho de i865. no theatro de Almeida] Cruz i^ em que tem obti- do maior êxito são as seguintes: Bohemia.. com muito agrado importantes papeis. Dragões de Villars. já porque progride. que o viu representar e immediatamente lhe fez uma proposta para o contractar para a sua companhia. De lá sahiu para se contractar no theatro Avenida. Trindade e D. c^/fredo Carvalho tem graça natural. No mesmo theatro e com idênticos logares continua na empreza Galhardo. Se eu fora rei. principalmente os seus coUegas.. Improvisa admiravelmente. porém. onde [é um dos artistas mais apreciados eum bello auxiliar.Alv putal-o e o seu progresso DICCIONARIO como artista desfoi 266 envolveu se extraordinariamente nos theatros dos Recreios. Nos compadres das revistas é inegualavcl. O que faiçem as ro^as. em que fez Leiria. como actor e secretario. empreza José Ricardo. Estreiou-se no theatro da Rua dos Condes. i estreia foi uma grande esperança e um verr dadeiro êxito. represen- tando dores. Fez uma pequena epocha no theatro D. no theatro do Principe Real. correcto .. uma recita no theatro do Príncipe onde então era emprezario José Carlos dos Santos. onde é apreciadissimo. Verónica. Esta dar Real. Álvaro acceitou e estreiou-se a 16 de setembro de acto. sem nunca ser inconveniente. alcançando sempre verda- deiros triumphos. a 29 de ja- neiro de 1848 o actor Álvaro Filippe Ferreira. Amélia. Chegou-lhe. A quantas peças d'este género tem elle dado longa vida com a feliz collaboração dos seus ditos impagáveis? Basta citar o Lucas do Tim íim por tim tini. ainda cheio de vida e de talento. Pinheiro é hoje considerado um dos nossos primeiros artistas. onde bastante se salientou era diversos papeis de vários géneros. Aífonso. de Lisboa e em seguida para o do Principe Real. Foi depois novamente ao Brazil. dirigiu durante uma epocha uma companhia contractada para o Principe Real de Coimbra e. Frequentou com muita distincção as escolas dramáticas do Conservatório.267 DO THEATRO PORTUGUEZ Aug e cheio de verve. A' sua iniciativa se devem muitos benefícios para a classe dos artistas dramáticos nacionaes. Maria II é ali actor e ensaiador. já como actor-ensaiador. Em 1897 voltou para o theatro de D. bella figura e caracteriza-se admiravelmente. VI. desde o começo da actual empreza do conservou por muitos annos na empreza Rozas & Brazão. Amélia com os títulos Género gordo e Exposição de S. Estreiou-se em 1868 no theatro das Variedades. Maria. Em 1876 foi contractado para D. Fedora. Organisou ma António Pinheiro No mesmo tro se thea- para a de Ismehia dos em seguida companhia para o estado de S. e conserva. fazendo ahi grandes progressos. um bom director de scena. 1894 foi contractado para o theatro D. do Porto. Indus- Voltou ao Brazil na companhia de Furtado Coelho e lá passou Santos. ao fir- mou a sua repu- Augusto Machado . prin- Antes de ser tista foi ardis- um tincto amador Armando Vasconcellos dramático. Voltando Gymnasio. No anno seguinte passou para o theatro de D. Estreiouse no Gymnasio em 1886 no drama Nobres e plebeus. Guerra em tempo de pas[. Em com a qual pas- Em sou para Amélia. Telles.e um óptimo elemento em qualquer companhia. que muito o teem distinguido. duas para o theatro D. cipalmente nas peças Kibir. Ao regressar a Lisboa formou companhia para o Algarve. o ali D. Maria. Grande trial. Bibliothecario e Leonor AjTonso Augnsto Antunes — Nasceu a 22 de outubro de 1849. Estatua. Tem sido contractado nos theatros do Gymnasio e Principe Real. empreza Rozas & Brazão. Maria II. Hamlet. Já ahi fez bella figura. Alcacer- Rogério Laroque. E' um distincto discipuAraújo Pereira lo do Conservatório. nhado com grande Tem Augusto MaE' um chado dos novos que — mais cotação teem alcançado. Professa ideias modernas sobre arte. passando depois ao Principe Real. Morta. salientando-se principalmente no Duque de 'Vijeu. Penedos do Inferno. Amélia. 1895 entrou para o theatro da Rua dos Condes. Tem — em Lisboa. Nasceu em Tavira a António Pinheiro 21 de dezembro de 1867. etc. estreiando-se ali no dramarítimo O Botão d' Ancora. Em 1869 passou para o theatro do Principe Real. XI. como o demonstrou em 4 revistas do anno. E' dos actores portuguezes mais intellígenies e instruidos. Em 1889 voltou para D. se Aiifiusto Antunes Augusto Antunes tem desempe- proficiencia importantes papeis de centros dramáticos. E' uma utilidade no theatro. Luiz e duas para o theatro Avenida Familia Piranga e Santo António theatro de D. conservando a estima dos seus coUegas e do publico. Maria. Começou no — Gymnasio. um actor intelligente e um magnifico ensaiador. onde mais agradou. contando innumeros amigos. com a qual seguiu para o D. Janeiro Tem di- visitado o Rio de com versas companhias e éali bastante estimado. onde appareceu na magica Pelle de Burro. E' um apreciáArmando Vasconcellos vel tenor de companhias de opereta. onde tem feito brilhante figura como actor e ensaiador. Paulo. Lui^ — feito reira da a sua carnos theatros Trindade e Avenida sempre agradando e progredindo. Foi ao Brazil n'uma companhia organizada pelo actor Valle e muito lá agradou. no drama Amor da pátria. para livrar de apuros. na comedia O Morgado de Fafe cm Lisboa. No mesmo anno e na estrelou em Lisboa. Triste viuvinha e muitas outras. Amélia. Com essa foi companhia Alexandre Azevedo — ao Brazil. Sociedade onde a gente se aborrece. no drama Mar e Guerra. e. No regresso entrou para o theatro D.Cáe DICGIONARIO Conspiração na aldeia. do Porto. desde Manáosa Porto Alegre. no theatro do «io. Duque de Leonor Telles^ Illusòes perdidas. qualCaetano Reis Ba^nn. Ali se con'W~^ servou até 1874. sa.. mesma comedia se Gymna- em que acceitou escriptura para o Porto. Augusto Rosa Nasceu em Lisboa a 6 de fevereiro de i852 e estreiou-se no theatro Baquet. Tio Milhões^ SUbstitue . nos principaes. Tendo o governo dado o theatro de D. De um momento papreza s ra o outro. Actor disci- plinado. AJfonso TJi^eu. próximo Emilia Adelaide. O seu verdadeiro género são os galans dramáticos. e. Familia americana. Passou depois a fazer pequenos papeis no theatro de D. continuando a ser um actor de primeira ordem e um excellente ensaiador. 1)1. n'uma sociedade dirigida por Pedro Cabral. o grande actor João Anastácio Ro- rendo fazer mais trabalho do que aquelle que lhe davam. Alfageme de Santarém. nhado. Vizeu. entre os quaes os das peças D. percorreu por muito tempo as províncias até a que foi contractado para los empreza Miranda. em quasi todos os das províncias. O que é innegavel. Maria foi em 1876 occupar o gar que Porto. Principe Real. onde continuou com o actor Santos. Caetano Reis — Nasceu em Lisboa a 9 de novembro de 1859. fez em que é sempre festejado. até que se evidenciou nas peças PrincefíT — JorgCy Helena e Condessa do Freixial. onde muito agradou. Maria a outra sociedade artística. não é tão feliz. no CarAlberto. no drama Os Campinos. Meia de Lisboa companhia na de • Azevedo a — Nasceu em Cabanas.. Gymnasio. onde elle ainda hoje se conserva. Estreiouse em 1892 no theatro da Rua dos Condes. E' também distincto professor da escola dramática do Conservatório. Jmmediatamente se salientou em notáveis trabalhos.. Amélia. Augusto Rosa as em- brilhantissimololhe estava reservado. quando voltou foi escripturado para o theatro da Rua dos Condes. E' inquestionavelmente um dos nossos primeiros actores e o primeiro dos ensaiadores. a 28 de janeiro de 1873. Nasceu em Lisboa a Augusto de Mello i3 de julho' de i853. no lírazil. Amélia. Ca^ar de podem confiar nelle. de que era sócio Augusto Rosa foi com a sua excellente companhia para o theatro D. onde foi bastante festejado. Que- D'ahi em Augusto de Mello diantetemtriumphantemenie percorrido todos os theatros de Lisboa: D. em 1872. a empreza Rosas & Brazão. de norte a sul. Esteve depois na Trindade e no D. Recreios e Avenida. e ali mostrou que realmente tem muito valor. Andrea. Muito novo se estrelou no theatro dos Recreios. Da sua illusiração tem dado brilhantes provas na imprensa e nos livros que tem publicado. 268 tacão de artista correcto e distincto. em que gosta de trabalhar. Maria. Augusto de Mello honra a scena a que peftence e o seu nome ficará memorado nos faslos do theatro portuguez. tendo sabido captivar as sympathias do publico. Tem representado em todos os thea- tros de Lisboa e com onde muito agrado bastantes papeis de géneros diversos Para o theatro de D. é que tem muito merecimento e que actualmente^ha poucos que o egualem no género em que é excellente. Estreioi'-se no theatro do Gymnasio em 1870 na comedia oAs informações. do Porto. Maria. Trindade. No cómico. Rua dos Condes. voltou para Lisboa. para o theatro da Trindade. Andou depois por fora Alcacer-Kibir^ CuA^ul. Fallindo a empreza. ao lado de seu pae. Maria na comedia em um acto O Leque e na comedia — do Gymnaonde ainda em 3 actos A kermesse Entrou ahi com distincção em diversas peças. Carlos Oliveira pelo seu real valor. Chrispim. Em i883 foi contractado para o theatro sio. tornando-se um actor útil. Seguiu depois para as províncias. este artista honra o theatro portuguez. principalmente nas pe. no vaudeville ou opereta. onde tem mostrado bastante progresso. Estreiou-se no theatro da Rua dos Condes. na magica ou revista. intelligentissimo. Eni 1896 enCarlos Leal a 27 — Nasceu Maria e n'este theatro se conserva. Quatro noivos ríiim sarilho e Filha do sr. — onde muito agradou. trabalha. Carlos dOliveira Carlos Santos Nasceu a 5 de novembro de 1872. tem um jogar incontestá- Zé Povinho. depois o D. por maior que seja o papel. Em 1898 entrou como societário para o theatro de D. uma verdadeira utilidade. sempre com agrado crescente. Fez uma digressão á ilha da Madeira. ilhas des. pois. Estreiouse em 1898 no theatro de D. tendo ahi trou para sociedade. Carlos d'01iveira Nasceu a 14 de setembro de 1871. bem conveniente em qualquer thea'tro. muito illustrado. Eslreiou-se ças: no theatro do Rato. Nas suas muitas tournées ás províncias. onde bastante se salientou em diversos theatros. Dentro dos limites da sua cathegoria. passando em 1894 para o theatro hoje se conserva. onde fez um grande repertório de comedias. e por fim o da Rua dos Con- Carlos Sané filho do actor grande Carlos Santos Voltou ainda ao D. mais tarde para o Brazil. Talentoso por herança. até que voltou Carlos Leal para o Principe Real de Lisboa. pelo género em Cardozo — Nasceu em 1881 a 5 de abril de 1860. Amélia. theatro em que ainda hoje se conserva e onde tem firmado a sua magnifica carreira artística. logar que lhe está reservado e onde poderá prestar importantissimos serviços Carlos Santos no theatro dos Recreios. pre semconseguido ai incondicion d' agrado. de dezembro de 1878. tos lou- explorava otheatro da Trindade. no drama ou na comedia. cheio de distincção.269 t>0 THEATRO PORTUGUEZ e Brazil tem Cai« quer collega. E'. com diversas companhias e em papeis de Carlos Santos variados géneros. que se aistingue e de que ha tanta falta. pas- — Ei^treiou-se - em Lisboa sando depois para o da Rua dos Condes. isto em 1895. Amélia. em todos os géneros: galans ou centros. empreza Lucinda Simões. proemivel e nente n'um theatro de comedia. do Gymnasio. na Madame Sans-Gene. Maria II e com essa empreza seguiu para o theatro D. contractado por Lucinda Simões. pela sua figura. No anno seguinte foi contractado pela empreza Rosas òc Brazão para o theatro de D. tendo creado um magnifico e interminável repertório de coCardozo medias. Ei>treiou-se em 1895 no theatro do Frincjpe Real em uma revista. Ali fez ainda outros papeis. que d'elle espera ainda muito oomo actor e como ensaiador. com que conquistou um dos primeiros legares d'aquella scena. Seguiu depois para o Porto. sem fazer má figura. onde muito agradou. Mar i a da Fonte. Seita negra. Amélia. uma que importantíssimos papeis feito com muito vor. Voltando a Lisboa tem . Santos e da notável actriz Amélia Vieira. E' um actor utilissimo. Tem feito com felicidade diversas digressões pelas províncias e Brazil. em de já fez melhores papeis. No nosso theatro não ha melhor diseur. on- boa. com bastantes aptidões e que sempre presta excellentes serviços ás emprezas que o contractam. um excel lente ensaiador e um incansável emprezario. Estreiou-se actor bastante distincto para que o publico de Lisboa e pro- um Em vmcias e o Brazil tanto do o apreciem apezar da sua obesidaChaby Pinheiro de. De então pasó d'ali regressando ra cá tem trabalhado incessantemente em quasi todos os theatros de Lisboa. onde muito pro1882 grediu. no Porto. que. Em 1880 foi dispondo de uma voz. entrou para os theatros de Lisboa. se é gran- acompaenorme volume de no physico. para os theatros de Lisboa. onde já se salientou. Christiano de Souza Deixou magnifica posição na magistratura para se entregar de todo o coração ao theatro. Este artista é uma verdadeira utilidade n'uma companhia. Estreiou-se em 1875 no velho theatro da Rua dos Condes. Amélia. conse- guindo nunca desmanchar o conjuncto. Nasceu em Lisboa a 6 Eduardo Brazão de fevereiro de i85i. Porto e provindas. Foi em seD. Avenida e D. que o prejudica. Porto e Brazil. Com muita disposição natural e a principio um actor brilhante. NasCorreia Augusto Conde ceu em Lisboa em 25 de dezembro de 1854 o festejado actor José Maria Correia. fazendo também diversas tournées ao Brazil. e onde bastante agradou e fez varias digres- . em 1888. onde era muito estimado. mas é um actor utilissimo. seguiu para o Correia Rio de Janeiro. Vianna Chaby Pinheiro' este O retrato que artigo ^mostra o destejactor. Carlos Vianna— Veio de um theatro de Não é amadores. guidaj para Maria II e logo depois para o Rato. principalmente no theatro D. mas ainda contrários á sua Índole artística. não o é menor j no valor artísti- co. Passou muitas terras da provincia e em quasi todo o Brazil o seu nome é hoj e bastante depois ao nasio. em uma revista do anno. pois que trabalha em todos os géneros. em pequenos peis pa- Em no theatro Lis- do Príncipe Real D'ali sahiu para a Trindade.1 Edu DICCIOÍ^ÀRIÔ Depois Conde das com modesta companhia. seja dita a verdade. Amélia. Passou depois para o Variedades. onde começaram a aproveitar-lhe a bonita voz que possuía. agradável — obteve bastante agrado e é in- questionavelmente ta um artis- de valor e Carlos bastante útil n'u- ma nha empreza. onde ainda hoje se — de percorrer as provin- conserva. Porto. E' realmente preciso que seja contractadópara o Príncipe Real. onde hoje — é um distinctis- — simo actor. Christiano de Souza GymEduardoBrazáo considerado querido. ilhas e Brazil Í7Ô sido escripturado dos theatros da Trindade. onde esteve até que a sociedade se desfez. Intelligente. Maria. do Rio de Janeiro.â. que percorriam as províncias e ilhas. em Ferreira da Silva continua n'este theatro. Estreiou-se no theatro de D. donde voltou em breve. em 1886. fazendo grandes progressos na empreza de Cyriaco de — 1 Cardoso. Nasceu em Chaves a 14 de juGomes lho de i863. Limitar-nos-hemos a citar as peças em que maior êxito alcançou: Kean. Fernando Maia entrou mo cosocietário de segunda classe. passando depois á primeira e mais tarde eleito]^ gerente. onde conseguiu entrar na companhia Dias Braga. sendo mais tarde elevado á classe de mérito e ten- 19 de janeiro de 1869. desempenhando innumeros papeis tragedias.. [D'ali sahiu em 1897 para ir fazer parte da sociedade artística que explorou o theatro da Trin- — em Lisboa a dade na epocha de 1897 a 1898. Leonor Telles. Brazão & C* e em seguida sócio da empreza Rosas & Brazão. Eduardo Brasão é hoje dos primeiros e o mais brilhante dos actores portuguezes. no theatro de S. estudioso. onde muito se desenvolveu como artista e onde deixou nome considerado. Estreiou-se no theatro de D. Alcacer-Kibir. bastante illustrado. como actor e ensaiador. Isto. D. Surpresas do divorcio. Elogio mutuo. N'esta empreza seguiu para o theatro J">. Maria. farças. eleito ge- em Ferreira da Silva medias. Fura-vidas. Maria. o theatro e a companhia que mais se equiparam ao Recreio Dramático e compannia Dias Braga. operetas. Severo Torelli. Estreiou-se n'uma revista no theatro da Rua dos Condes e partiu logo depois para o Rio de Janeiro. onde primeiro foi escripturado e discipulo do grande Santos. co- do sido rente. Eduardo Vieira — Nasceu hojedistincto loFernando Maia gar na scena portugueza. 898. Muito tem progredido e muito d'elle ha ainda a esperar. Amélia. indo ao Brazil. Adversário. se lhe não deu gran- des progressos. No Porto continuou por três epochas. Trabalhou no Porto.^napeça/^ríMce^a de Bagdad. tendo feito uma boa administração. Maria II na comedia em acto A Herdeira. Ao organizar-se a sociedade artística que tomou o theatro de D. Eduardo Vieira no Príncipe Real tem sido uma verdadeira utilidade. Illustrado. com que percorreu todo o Brazil. Entrou mais tarde para D. na comedia O Desquite. João. Alfa geme de Santa- rém e tantas outras. Pouco ali se demorou. A/jfonso VI. Fidalgos da Casa Mourisca. Estreiou-se na terra da sua naturalidade eom a companhia dos actores Silvas. empreza Perry & C. — Appareceu pela primeira vez no Porto. passando depois a sócio da firma emprezaria Biester. e voltou então ao theatro de D. occupando um dos primeiros logares.» bO ThEATRO PORTUGUEZ 1 Gom soes ao Brazil. Maria como societário de primeira classe. João José. Em António 1890 veio para Lisboa COntrac- Gomes . A' força de estudo e aproveitamento dos grandes dotes que possue conquistou o logar proeminente em que se vê collocado. não podia deixar de fazer parte da companhia do Príncipe Real. occupa \ Morta. Maria II. N'este ultimo anno voltou para D. AJfonso d Albuquerque. contractado na companhia José Ricardo. de que muito aproveitou. empreza Rosas & Brazão. Amigo Frit^. Ferreira da Silva Nasceu no Porto a 5 de abril de 1859. Castellãs Os Velhos. deu-lhe um cerEduardo Vieira desenvolvit o mento. rias. Fernando Maia Nasceu em Lisboa a 3o de maio de 1869. onde se conserva como societário de mérito transcendente. Bibliothecario. é innegavelmente hoje um dos primeiros artistas dramáticos portuguezes. oratóe magicas revistas. Ao regressar a Lisboa. Sena longo citar todo o seu vastissimo repertório em géneros vários. dramas. dispondo de muito talento. cumpridor dos seus. em 1892. fez os gé- com agrado Grijó neros de theatro. E' um artista de verdadeiras aptidões. se em S. mas ao de magnifico ensaiador. e continuando bastante vam todos tugal. 't vastís- simo repertório. Nasceu em Lisboa em 1872. onde ainda hoje se conserva como dos pri. na revista Por dentro e por de ha de bons cómicos. representou nos Alil Com pela empreza Rosas & Brazão. Estreiou-se na terra da tem. occupando n'a quella companhia um dos pri- meiros logares. Maria II drama tistica nha dade lia trovões.. estrelandose na revista Pastilhas do Diabo. Tem Henrique mente escripturado no theatro veres. 27a a Rua dos Condes. Vindo para Por- em di- Uma versaspeças. e em 1891 para o Príncipe Real.Ign tado para biCGlONARIÓ o theatro da tanto. Com esta e outras companhias tem feito diversas epochas nos theatros de Lisboa e Porto e varias touruées ao Brazil. sendo sempre festejadissimo. mostrando que a ellas se dedica e as auxilia. estreiando. Grijó de 1S7Ó. E' sempre um bello auxiliar das emprezas com que se contracta. indo em seguida ao Brazil e regressando para o Porto. de Lisboa. O seu merecimento não se limita ao logar de actor distmcto. Amélia. n'um ahi se desenvolveu extraordmariamente boa. Fez-se actor no Brazil. No anno seguinte passou para o theaNasceu em Baião a 7 de setembro tro Chalet. EnEm 1892 veio trando no Rio de contractado paJaneiro para a ra o theatro da companhia Dias Avenida. foi oflFe- pequena epocha no Porto com Portulez. N'este theatro representou com o mesmo agrado durante trez annos. Paulo escripturou-se em i87q. no Meno D Affonso. para a companhia de José Ricardo. onde se conserva ainda. dico á força. em que tugal. de- — — Braga. Fez ainda varias tournées ao Brazil e ás ilhas. Tem grande populari- veio para o theatro Avenida. distincto. EsGomes treiou-se no theatro do Príncipe Real no — Henrique Alves— Nasceu em Lisboa a 20 de julho de 1872. intelligente. no antigo theatro dos Reprincipalmente pela falta que na actualida. uma sociedade ardirigida por Pedro Cabral e que tiá frente o actor Valle. Amélia. que em Lisboa ainda não foram devidamente aproveitadas. ilhas e Brazil. 1894 foi contrac-. sua naturalidade. que foi vantajosa- preza seguiu para o theatro D. o que acceitou. Estreiou-se no theatro Avenida. com a qual dade nas plateias de Portugal e Brazil. E' actualmente um dos nossos mais estimados e mais úteis artistas. Tem logar saliente em qualquer companhia e tem futuro. Demonstrou logo muito valor e por isso n'esse mesmo anno foi contractado para o theatro de D. Tem já um em qualquer dos primeiros theatros de Porlongo repertório de papeis cómicos. que realmente de fevereiro de 1869.ção. fora. Ignacio Peixoto Nasceu no Porto a 20 muito tem agradado e nos quaes'é sempre festejado pelo seu publico.creios. em que figura- em que fez grande successo. Coífitrac tou-se depois com ValRua le para a dos Condes e ahi fez taes progressos. fez duas epochas no theatro D. em 1887. Com a'morte d'este. companhia agradando ahi que logo lhe recida escriptura para a Trindade. Pôde ainda progredir e ser muito útil. sempre com muito agrado. tem sem duvida um logar proeminente meiros artistas d'aquella caza.empreza Alves Rente. Com essa em- theatros da Trine D Amébastante com agrado e mostrando muita disposição para os papeis cómicos. de Lis|B rf <j[ Gomes (i4lvcs tomado parte em diverHenrique' Alves sas tournées ás províncias. com bella dicda Trindade. no regresso. Estudioso em extremo. Voltou ao Brazil e. onde bastante se salientou. Em Ignado Peixoto . na revista Uvi sonho do citado auctor. em papeis de maior responsabilidade. agora na Trindade. Ultimamente esteve contractado no Principe Real. na magica Loteria do Diabo. N'esse theatro fez logo magníficos trabalhos. provincias. João Gil — Nasceu em Lisboa a 1843. já com Brandão e outros.Tem percorrido as provincias e feito diversas tournees ao Brazil. Amélia e D. o que faz que muitos o considerem o primeiro actor portuguez. agora o Papá Lebonnard. o que realisoucom bas- Pedro. ali tem conservado o seu bom nome de artista muito distincto. Passou depois ao Principe Real e em seguida. E' ali estimadíssimo pelo seu mérito e pelo seu caracter. TrabaJoaquim d-Almeida lhava hoje em D. ilhas e até em Trindade. theatro Avenida. provincias. Durante dez annos. uma magica. fazendo-se Rua dosCondes. no drama patriótico dá restauração de Portugal. menos que para substituir os notabilissimos actores Sargedas e Veio defi- Marcolino. Fez um grande lepertorio. a qual passou para D. Amélia. uma alia comedia. ilhas e Brazil. com a qual seguiu para o theatro D. logo o Cofre dos encantos e alternadamente um drama. Estreiou-se em 1890 no theatro do Rato. João Silva Nasceu em Lisboa em 1869. Andou por muito tempo com seu pae. que ficará marcado nos annaes do nosso theatro. Maria em 1870 na comedia Jui^ e parte. já com o notável artista António — 18 . D'en- nitivamente para Lisboa escriptutro ^^' . Fez muitas tournees a todo o Brazil. o que lhe deu um primeiro logar no theatro de D. d'uma vez no Gymnasio. onde dentro em pouco occupava um dos primeiros Jogares. Joaquim Costa Nasceu em Lisboa a 29 de abril de i853. justificadas pelo seu real valor. em que muito se evidenciou e é ainda hoje uma figura primacial em qualquer companhia. Todo o seu inicio theatral foi feito sob a com ria. uma farça. na empreza Rosas & Brazão. Jayme Silva Começou a sua carreira artistica como imitador do transformista Fregoli. contractado pelo actor Valle.273 DO THEATRO PORTUGUEZ Joa tado para o Gymnasio. Hespanha. — tante habilidade. d'outra na Rua dos Condes e assim. Estreiou-se no theatro de D. tão em diante a carreira de Joa- radoparao theado Principe Real com a emCezar de Lima. Seguindo para D. applaudir em Lisboa. Maria II. muito progrediu sob a direcção do grande mestre José Carlos dos Santos. sempre applaudido e festejado. Maria. esteve nos theatros da >. sido d'um brilhantismo ori- preza empreza Santos. Tendo logo de começo feito bella figura na scena. em que muito se salientou. em iS. onde bastante agrada E' Javme Silva também apreciável i5 de no- como cantor. Ali ficou depois com a quim d" Almeida tem ginal. percorrendo todos os theatros de Lisboa. Estreiou-se Este artista tem realmente valor e é grande em qualquer companhia. representa hoje o Lwíf Xh ánj^nhã as Duas Bengallas. Ma- Gymnasio e Rua dos Condes. Voltou depoisao Principe Real e João Gil maistardeentrou de novo para D. Maria.>' . amanhã no Rato. Trabalhou depois na companhia José Ricardo e noutras sempre com bastante utilida- João Sih utilidade Faz actualmente parte da companhia do de. n'um immenso repertório de comedias Ignacio obteve grande nomeada e muitas sympathias. uma tragedia ou uma revista! E sempre brilhantemente. Maria 11. Joaquim d'Almeida Nasceu em i838 e estreiou-se no theatro das Variedades. no — drama O Cabo Simão. Porto. Sem contestação é um dos primeiros. em companhias de província e ilhas. logo no Colyseu.SS. o velho actor Gil. ao lado de grandes — vembro de em 1861 no ve- artistas e nada lho theatro da Rua dos Condes. Foi pouco depois escriptura- exerceu com muita proficiência. Gymnasio. grande utilidade. se não se houvera feito apreciadíssimo não só n'aquelle theatro. é muito intelligente. onde é muito estimado. Luciano . comedias: Commissario de poliDiabo atra:{ da porta. E' um bello elemento para o drama. Maria. E' um distincto actor. do Porto e mais tarde para o Baquet. José António do Valle . O seu repertório é enorme em opereta. até que veio para Lisboa. José Ricardo .n'essa empreza esteve sete annoSj até que com Taveira e Santinhos se fez logar que Joaquim Costa emprezario do theatro D. Nasceu em Lisboa a 14 de Júlio SoUer — um novembro de se tissimo. Poijá ensaiador dos theatros meiro marido de França. Burro do sr. tudo deve ao prestigio do seu nome. Maria. Trindade. fazendo com geito e limpamente pequenos papeis. AfFonso. Madrinha de Charley e tantas outras. Tem feito varie s digressões ao Brazil. José Ricardo é um magnifico ensaiador e como artista. pois. Foi depois contractado por Emilia Adelaide. Alcaide. que tem José Alves representado nos theatros de D. Ultimamente representou no theatro D. amigo e conselheiro o grande Taborda. comedia.Aqui mas em Rua em Lisboa. onde teve por ensaiador o notável Romão. na Rua dos Condes. deixar de caminhar a passos agigantados e tornar-se aqui e no actor queridoedistincBrazil do por Taveira para o Principe Real. no Principe Real. representa com a maior naturalidade e dispõe de grandes sympathias. da Trindade e Avenida. Muito agrada e promette fazer muito mais. em sociedade artística. a que o governo em 1898 cedeu o iheatro de D.que tem feito quasi toda a sua carreira no theatro do Principe Real. vaudeville. Pricia. A ordem é resonar. que o publico com razão muito considera. Amélia. com a qual percorreu as províncias e ilhas. ou cipe dos Condes e em todos os do Porto. de Lisboa. No Rio 1843. drama e revista. Principe Real e Rua dos Condes. Na sociedade artística. Amélia. bastando para sua gloria citar as nhia do Gymnasio. 1 | foi Joa- quim Costa no- meado societário de primeira clasmais tarde nomeado gerense e te. Estreiouno theatro do 1860 de Janeiro chefazer fanatismo e teria con- Gymnasio em com muito agrado. Gato por homem. que indiscutivelmente é dos mais cotados no nosso theatro. Passou logo depois para o Gymnasio. Em seguida foi escripturado para o theatro do Príncipe Real. no D. Contractado por Alves Rente. O repertório do Valle é enorme. Tem trabalhado çom muito agrado em todos os theatros de Lisboa. Porto. no D.Nasceu em Lisboa a 20 de outubro de 1843. que cresceu e o tornou gou a seguido uma for-' tuna. e ultimamente se — Um revelou no theatro Avenida para maiores commettimentos. Maria II. Principe Real. muito distincto na comedia. Actualmente outra vez Júlio Soller comosimplesactor ou como en- José António do Valle faz parte da compa saiador e emprezario. províncias e Brazil. além de ser engraçadíssimo. na comedia de costumes. modesto actor. Fez-se em seguida empreJosé Ricardo zario do theatro D. Gymnasio. na comedia Taulo. Noivas do Eneas. Avenida e Rua dos Condes. PrinReal. Não podia.E' um artista de muito valor o actor Luciano de Castro. e também por protector. Em boa hora o diga. Um parocho virtuoso.Luo DICGIONARIO 274 direcção do grande Santos. Na comedia ou no drama tem sido um actor muito distincto e de.Nasceu em Lisboa a 9 de fevereiro de 1860. Estreiou-se no theatro do Gymnasio. onde tem dirigido por vezes os theatros da Trindade. AflFonso. emprezario. . Estreiou-se no theatro de Variedades. Ahi agradou immensamente e mais se salientou fazendo o Zé Povinho da revista O Micródes. foi escripturado no theatro da Trindade. como ainda hoje o publico lh'o demonstra nas continuas tournées que ali faz com diversas companhias. E' dos melhores que ulti- DO THEATRO PORTUGUEZ Pat convenceu-se de que não era exagerada a fama. N'este thea- — 1888 fez parte da companhia que inaugurou o theatro bio. ensaiador e emprezario foi sempre dos artistas mais queridos. o que já são apreser para qualidades suflicientes ciado. No anno seguinte veio para Lisboa. que a seu respeito vinha do Brazil. que o levaram para os theatros de D. diz perfeitamente e. Regressando ao Porto. co- papeis. Luiz Pinto — Um actor novo Nascimento Fernandes bastante préstimo. contractando-se no theatro Avenida e de- — . Quando regressou a Lisboa. do Porto. mamente tem do as ti- compa- nhias organizadas para o Príncipe Real. desempenho dos personagens de que se incumbe. societário e emprezario. salientando se logo no primeiro papel que desempenhou e fazendo successivos progressos. Nasceu a 29 de junho de Pato Moniz i863 o actor U^uno Alvares Pereira Pato Moni^. e. ahi tem feito a maior parte da sua carreira. ilhas e Brazil. mette ser um Nascimento Fernandes com os bom elemento primeiros lhe artis- O mesmo tem aconte- em divertournées á provincia. ensaiador. E' um actor correcto. do Porto. entre outras peças. Nas suas tournées ás províncias. que se estreiou no Funchal. a Lisboa e Brazil tem agradado incondicioMattos meiros mo actor. em 1884. sempre querido e festejado. disciplinado e natural. até que em 1878 partiu com a companhia de Emília Adelaide para a provincia. no cido para o theatro. em i885. Nasceu em Lisboa a 2 de marMattos ço de 1849 o actor aántonio Joaquim de Mattos^ que se estrelou no theatro da Trindade. Maria e D. Ahi agrado se demorou mais de vinte annos. que se estreiou no theatro Chalet da Rua dos Con- — sas Luiz Pinto na magica A sombra do rei. Açores e Brazil. o publico um nalmente. no drama Alfageme de Santarém. muito agradou no Brasileiro Pancracio. na magica A gata borralheira^ em 1869. Amélia. hombreando desfalleci- da carreira e pro- sem mento tas. onde fez tro entrou em com muito os pri- muitas peças com agrado. que tem sido muito útil na companhia do theatro do Príncipe Real eque ultimamente muito se sacom lientou na revista O' da guarda! — Começou este actor no theatro Luciano da Rua dos Condes. Em 1887 escripturou-se no theatro Baquet. e reappareceu no theatro da Trindade. em diversos theatros.275 e até na revista. como actor. durante este longo prazo. Vindo para LisOliveira boa. e muito também o festejou. tirando partido da simplicidade naturalidade e com que representa. tem alma e fogo. Em Avenida e foi em seguida contractado para o theatro Chalet. apresentase bem. E' utilissimo n'uma companhia dramática. onde. E' intelligente. Oliveira Nasceu em q de março de i852 o actor Manuel dos Santos Oliveira. em que desempenhou com muigraça a carium catura de ta O U^ascimenlo Fernandes está no começo polícia. Esteve depois duas epochas no theatro da Rua dos Condes. Em 1880 passou para a Rua dos Condes e em se- inauguraro theatro Avenida. Quando voltou a Lisboa entrou para o theatro dos Recreios. para o theatro dos — . melhor do que quasi todos os tenores que te- mos mos. No regresso fundou uma sociedade com Valle e outros artistas para explorar os theatros da Trindade. Ultimamente muito se salientou no theatro Avenida. depois de ser corista da companhia Taveira. Possue uma linda dor. em seguida foi para o Porto evoltou para os Rei885. em que se tem mostrado não só correcto actor. Nas emprezas de Taveira. onde tem feito a melhor parle da sua carreira. tem este útil actor passado uma vida de Judeu Errante. DIGCIONARIO voz de tenorino. foi depois inaugurar o Koque da Avenida. em 1877. de theatro para theatro. guida para o Baquet. Trindade. Augusto. E' disciplinado. depois de ter escreios. em Alcântara. províncias. Tem depois teito diversas epochas no Principe Real. Rua dos Condes. principal- tado no Norte do Brazil. e no Brazil. Avenida. E' no drama um artista utilíssimo. NasRoque ceu em Lisboa a 21 de março de i85o. tido e te- tem conseguido o uiaior agrado. e Em Lisboa sabe representar ou na provincia. Amélia. Solar dos Barrigas e Noite' e Dia. de terra para terra. Em 1890 foi dirigin- do uma companhia de opereta aos Açores. principalmente. do Porto. nas peças C/í Boneca. 276 comopoucastem havido nos nossos theatros. voltou para o Porto e ali se conservou até 1888.San pois no Príncipe Real. Gymnase sa- onde Em lientou em varias peças. aonde tem feito diversas toiírnées. para o sio. caminhando sem cessar de companhia para companhia. Pinto Ramos Nasceu em Lisboa em 1877. Em 1879 passou para o theatro do Principe Real. Roque como actor é uma bella utilidade. amigo da sua empreza e digno de toda a estima. Fez ultimamente a sua primeira viagem ao Brazil. ma companhia se estreiou como artista em — 1892. na mes- — mas. Seguiu d'ali para o Principe Real. na peça Kin-Fá na China. D'ahi em diante. que acompanhou ao Brazil e aqui e lá obteve sempre muito agrado. trabalhando ao sabor de todas as plateias. que as emprezas nunca se arrependem de haver contractado. Quaesquer faltas que se lhe possam notar são desculpadas pela sua excellente voz de tenor. Voltou ainda ao Pará e no regresso formou nova sociedade para exploração do Real Colyseu. Fez por bastante tempo parte da companhia José Ricardo. do Porto. obtendo sempre agrado. entrou logo sahira. Nasceu no Porto a 23 de novembro Sá de 1860 o actor oAntonio Sá. etc. como' até ahi. Começou este artista n'um Santinhos theatrinho improvisado em Belém e seguiu depois para o f'orto. em 1880 para o theatro dos Recreios. De regresso a Lisboa. até que Pedro Cabral voltou ás ilhas. veio fazer parte da que inaugurou o theatro D. Depois de percorreras proPato Moniz — Pinto vincias n'uma companhia que d'aqui Pedro Cabral— Nasceu em Lisboa a i de julho de i85S e estreiou-se no Gymnasio na comedia Todos assim. que. talvez a mais potente que os nossos theatros teem possuído. Esíreiou-se no theatro Avenida. onde foi muito bem recebido. D. onde teve bastante êxito. n'um fatigante e intelligente trabalho. Amélia e Rua dos Condes. ilhase Brazil. Principe Real. excellente ensaiacomo o tem provado nos theatros de D. indo ainda ao Porto e regressando para o theatro da Trindade. Porto. Avenida e Rua dos Condes e de quando em quando no Porto. passando em seguida para a Rua dos Condes. em que veio mente no drama Mulher-demonio. José Ricardo e Sousa Bastos tem trabalhado em Lisboa. Se tem de entrar na opereta. Esteve no Porto e veio depois para o theatro Avenida. com este emprezario tem ido ao Brazil Nasceu em Portalegre a i de jaTelmo neiro de 1866. contractada na com- panhia da actriz Setta da Silva Paladiní. tendo apenas 14 annos de edade. que por muitos annos esteve no Gymnasio. porque assim acontecia com ogrande Taborda. Com a mesma correcção e a mesma boa vontade faz uma rapariga desenvolta ou uma característica. o que o torna ainda mais apreciável. e sabe dizer. E' alegre. palmente na Re vista de i8j8. Foi com a companhia Taveira aos Açores e pois contractado em quasi todos os theatros de Lisboa. em que muito se tem salientado. trabalhando principalmente em papeis cómicos.Este- em Lisboa da posito Processo lu^ eléctrica e n'outras peças. Tem muitas sympathías no publico de Lisboa. com Valle outros. onde é bastante estimada. Tem estado de- retirada da scena até que. No theatro é uma verdadeira utilidade. expansivo. Affonso. seguiu Adelaide Couliniio . na magica Princesa A:^ulina. principalmente pela talta de voz. Nasceu no Porto. assim — como não -^ e com elle se conserva no theaSantinhos tro da Trindade. é um cómico apreciável. Fez-se actor no Brazil. Sarmento Actor bastante distincto. trabalhando com muita naturalidade. suas ê Nas Telmo digressões pelas províncias Physicamente tem todos os dotes muito tem egnalmente Brazil agrí-dado. he- no estreiou-se theatro do princi Principe Real. Em — Lisboa treiou-se no tro do Principe Real.T)o apro- no drama Os ve Incendiários. depois para o Baquet e mais tarde pard o Principe Real. agradando e sthea- scena requer. mas é inquestionável que tem valor. Cont ractou-se depois no Príncipe Real com Taveira. muito útil em qualquer compaSarmento nhia. canta afinadamente e agrada.. O Gymnasio ainda nao encontrou outro galan. E' um artista um pouco apagado. no do Porto e no Brazil. E' um artista typico. de Lisboa. Possue um longo repertório de operetas em que muito sobresahe. onde muito agra- dou n'uma revista intitulada O Porto por um canudo. E' muito disciplinado. Na comedia não é menos útil. Estreiou se no Gymnasio em 1&80. e ainda — Telmo Larcher tem um ímmenso repertório de comedias. tendo apenas feito uma epocha na Trindade e aproveitando as férias do seu theatro para veranear n"outros de Lisboa. Aos que a veste bem — — j 1 1 nos também sem sitações. para os quaes a sua quando re- physionomia mais se presta. províncias ou Brazil. Setta da Silva agradando ali muito pelo seu trabalho e pela bonita voz que possuía. E' um artista de bastante valor. que mais agiadasse ào seu seu publico. onde fez muitos ^ progressos e bastante agradou. No Gymnasio se tem conservado ha 28 annos. A falta de Telmo no Gymnasio seria bastante sensível. E' forAccacia Reis mosa e attrahente.2 77 DO THEATRO PORTUGUEZ Ade Carmelitas. uma fidalga ou uma camponeza. onde se se comprehende Isto não é de es- bem vel-o n'outro palco. conserva. ^ • tranhar. Adelaide CouNasceu tinho em Lisboa a 25 a n eiró de de an1861. n'alguns do Porto e tem feito diversas tournées ao Brazil. gressou ao Porto tícou como societário no theatro D. Barba A^ul. onde ainda hoje se conserva. incumbida das ingénuas. Duende. apparecendo no Rio de Janeiro. nários. Pedro. em que muito agradou. Mulher que deita vista Já cartas e Rede i8y8. Maria II na comedia Os meninos grandes e ainda como creança muito agradou nas peças: Botão d' Ancora^ Palhaço. para cá veio em i875. Passou mais tarde para a companhia Dias Braga. que quasi só tem feito a sua carreira nas províncias e Brazil e por isso é quasi Joanna do Arco. de Lisboa. para onde fora ilhas e Amelia Pereira Brazil. Real Colyseo e está agora escripturada para a Trindade. onde por muitos annosseconservou. Seguiu d'ali para os Açores. Nasceu em Lisboa ao Amélia Barros de março de 1842. tem semAmélia intelligente. O publico tem por ella a maior predilecção. Gato preto. D. Actor. Angela Pinto Nasceu em Lisboa a i5 de novembro de 1866. etc. Mysterios de Lisboa. depois no D Amélia e ultimamente em D. E' um talento hrilhante. intelligente e com vontade de progredir. rrei Lui^ de E' uma artista nova e Amélia B. Pedro d'Alcantara. De peça para peça mostrava enormes progressos. Estreiou-se no theatro da Em Um — Rua dos Condes. Gata Borralheira. A sua carreira re- — . como mulher. na peça Si- Madame Sans-Gêne. Graziela. do Porto. Avenida. no dra- SoM:f<t. se os seus dotes e desejos de progredir forem dos. Tendo sem duvida no continente o logar que de direito — i lhe pertencia. onde fez um grande repertório muito variado. Missio- Oração dos náufragos. 1876 veio para o theatro da Trindade. no theatro de S. na companhia de Emilia Adelaide. sempre applaudida e festejada. Almas do outro mundo. Quando voltou a' Portugal teve honroso logar no Gymnasio e depois no Principe Real.Ang DICCIONARIO a 27S das mais notáveis artistas portu- para o Brazil. Amélia. — fez com o mesmo applauso. Pouco depois retirava-se novamente da scena para só reapparecer em 1889 no mesmo iheatro de S. diz muitíse está em scena á vontade e com pre sido justamente festejadissima. Muito notável tem sido a sua carreira em innumeras peças. Leonor de Bragança. Niniche. que a tem elevado simo bem um desembaraço commedido. fazendo depois algumas recitas na Rua dos Condes. em iSgS. estrelou se no theatro de D. a i5 Adélia Pereira bem aproveita- Nasceu em Lisboa Adelina Abranches de agosto de i863. Outras peças ali desconhecida em Lisboa. que ihe conseguiu umabella classificação de artista distincta. Nasceu em Lisboa a Adélia Pereira de novembro de 1880. companhia Lucinda mões. Desde que voltou. — no drama Cynismo. Estreiou-se no Pará uma guezas. estreiou-se no Rio de Janeiro. Tem diante de si largo e bom futuro. Bcccacio. Estreiou-se em theatros populares. Amélia Pereira Nasceu em Lisboa a 26 de junho de 1874. D. estreiandose no theatro do Principe Real. Actualmente está de novo no Brazil como primeicompanhia Ghristiano de ra artista da Souza. Adelina Abranches comacompanhia Pereira é do Principe Real. Maria a sua carreira tem sido brilhantíssima. Estreiou-se no Funchal.irros formosa. Amélia Barros nunca mais sahiu da Trindade. scepiicismo e crença. Tem feito parte de diversas companhias nos theatros D. onde muito agradou. Varina. na opereta em ma 1902. estreiando-se na comedia favor ao Procopio. por muito tempo no Principe Real. na comedia Dora^ em 1880. entre as quaes se podem notar: Giroflé-Giroflá. graciosa. Sal e 'Pimenta. Esteve já contractada no Porto. Principe Real. Nas tournées que tem realizado ás províncias. Ainda creança. Juanita. Diz correctamente. estreiou-se como artista no theatro da Rua dos Condes. onde o successo foi rápido e obteve a maior de voz afinado. Veio depois para a Trindade. Augusta Cordeiro Começou a representar com amadores nos theatros do Algarve. já pelas sympathias que goza no publico. d'este para D. Ahi fez di- versas peça s sempre com agrado. em 1888. galante. tem cara logo galante e sentou zarzuella chica nos theatros Eslava e Principe Alfonso. uma actriz distinctissima. De Madrid para que entra o Porto. Da Rua dos Condes mando sempre dos primeiros logares. Nas suas tournées ao Brazil tem sempre tido êxito egual ao que alcança a toda a hora na sua teira natal. to- tar com amadores. E' enorme o seu repertório e para citar os papeis em que se distinguiu. se estudar. Nasceu em Lisboa a Barbara Volckart 20 de março de 1848. Nas epochas de verão enfileira-se Barbara nas companhias de outros theatros — Em opereta oA menina do telephone. voltou ao Avenida e ali se conserva. cantando o fadinho do Carro do Jacintho. Barbara Volckart é mquestionavelmente hoje uma das nossas primeiras actrizes. tem hella figura e veste com o melhor gosto e elegância. Voltou para o Porto e por lá se conservou com muito agrado. Diz com graça e posSUe um fiosinho Ausenda d'01iveira tendo êxito. depois voltou á Rua dos Condes e seguiu para o Gymnasio donde nunca Angela Pinto mais sahiu. Aqui tem feito parte das companhias de quasi todos os theatros. Sem duvida com geito para a scena. onde fez uma epochacom do. ern 1872. alegre. ob- partiu Carmen Cardozo em scena alcança as sympathias da plateia. artisiica elevada a actriz de primeira clas- ou faz tournées pelas provincias toe Brazil. Amélia. um nome que sem duvida ficará vinculado. na opereta Dragões d'ElRei. já pelas suas variadas aptidões de artista. em 1867. Cármen Cardozo E' hespanhola e bem o mostra na pronuncia. Veio depois para Lisboa. isso passou para a Rua dos Condes. na um passou Barbara para o Principe Real. até que passou para o theatro de D. uma onde repre- muito nova na edade e portanto muito nova na scena. Na Trindade fez varias peças Augusta Cor- sem Augusta Cordeiro êxito e por deiro é triz uma acútil muito n'um theatro de comedia. onde se conserva e onde foi na socie- dade se. alcanenormes Car annos çando sympathias. . agra- Ausenda liveira— E' actriz d'0- Foi em seguida para Madrid. onde entrou na companhia Taveira. 1892 estreiou-se com muito êxito no theatro da Trindade. e ah teve um grande êxito na revista Sal e Pimenta. já pelo talento que a distingue. E' uma figurinha de biscuit. como raros. de Lisboa. na peça Joven Telemaco.279 guiar DO THE ATRO PORTUGUEZ começou no Porto. seria preciso cital-os todos. Nascera em Jerez de la Fron- Em — tera. O Gymnasio não pôde passar sem o seu concurso. da a parte tem Barbara Volckart sido sempre festejadissima. Angela Tinto é um talento de eleição. Maria II. Estreiou-se no theatro da Trindade. que veste bem. onde esteve alguns e onde muito se notabilisou. tem futuro. Depois de represen- — nomeada. Começou no theatro Avenida. na historia do nosso theatro. Maria II. passou ao D. de Lisboa. Delfina Victor é in- questionavelmente uma boa cantora. a sua excellente voz e methodo de canto darlhe-hiam um Delfina Victor porque lhe faltem elementos para ir muito mais longe. onde se conserva. sa. Pouco depois voltou para a empreza Rosas & Brazão. O publico muito sympathisa com Cecilia Machado. Regressou ainda ao theatro de D. ou por abundância de trabalho fora da Ctcilia Machado sua Índole artistica. Cecília Machado Foi uma distlncta amadora. a sua companhia ao Rio de JaUltimamente foi contractada para o theatro Avenida. onde appareceu na opera com"ca Viagem á China. Em 1891 veio para o theatro da Rua dos Condes. onde ss conserva e onde tem o seu logar marca'. senbastíinte applaudida. Tomando parte na representação de uma revista no theatro da Rua do:> Condes. Com essa . ao fundarse a ultima sociedade artistica n'esse theatro. E' artista de bastante valor. no theatro D. — companhia do ahi visi- tou o Brazil. ainda que E' formo- insinuante e dispõe realmente de muito valor. lhe dará logar saliente. Dolores Rentini e canta deliciosamente. onde muito lhe apreciam os dotes que acima notámos. querendo ella. ali Em — . que é nova e tem ainda muito para caminhar. Estreiou-se em 1900 no theatro da Trindade na opereta O moleiro de Alcalá. o Avenida. de Lisboa. Delfina Cruz— Começou no theatro da Rua dos Condes. fazendo pequenos papeis n'uma revista. que. Percorreu depois diversos theairos. é for- mosa que tem tido desde que se estreiou no Porto. Maria. E' do Porto alli comeElvira Mendes çou muito nova e alli fez uma grande parte da sua carreira. Nasceu em Lisboa a Emília d'01iveira 25 de novembro de 1875 e estreiou-se em 1809 "° theatro do Príncipe Real na peça Dama de oiros. querendo o emprezario e querendo o ensaiador. até que de novo entrou para a — grande utilidade. do. A sua carreira tem sido principalmente feita na província e no Brazil. 1898.Emi indo DICCIONARIO com 280 neiro. Entrou logo depois para o theatro de D. mas por falta de trabalho. tem ella um posto proeminente. os do Porto e províncias. em que se tornará utilissima e notável. Está actualmente contractada no theatro Avenida. Com as companhias Taveira e José Ricardo já por três vezes foi ao Rio de Janeiro. Delfina Victor Nasceu em Lisboa no ànno de 1875. que entrou logo para D. onde muito tem agradado. onde cada um esteja no seu logar. Rua dos Condes. onde é uma das primeiras Trindade. Veio depois para o theatro Avenida. Tem inquestionavelmente valor. de Lisboa. figuras femininas. mostrando ção do ensaiador Augusto de Mello. onde se não salientou. Por muitas vezes tem ido ao Rio de Janeiro e S. No género. empreza Rosas & Brazáo e também logomostrouque era útil n'alguns papeisderesponsabilidade. Paulo. N'uma companhia bem organizada. não outros dotes não tivesse. Nasceu em 1S72. Maria II classificada como actriz de segunda classe e beilamente começou a sua carreira. logar primário nas companhias de opera-comica. que as emprczas aproveitam sempre. na companhia Taveira em 1899. Tem talvez estacionado. Foi depois Dolores Rentini para a Trindade e por ultimo para o Avenida. onde bastanre agradou. Amélia. ficou como societária de segunda classe e ahi teve progressos sob a direc- Delfina Cruz diversos theatros em Lisboa. que os tem. Regressou depois ao Porto e por fim tem feito parte das companhias de Maria II. ahi sobresahiu extraordinariamente acima de todos os outros ar- — . pnncipalmente no género alegre. onde o publico muito a aprecia. A estas qualidades deve o agrado — E' hespanhola. Partiu para o Rio de Janeiro em 1879 e lá alcançou grande êxito. Começou no Gymnasio em papeis de comedia. otheatroda Trindade. Amélia. onde muito tem agradado. se Gabriella Lucey — Francesa de nasci- onde mento. Tem Fraiicisca Martins feito diversas tournées ao Brazil. ha de salientar-se e ser excellente elemento para a scena. em 1874. Amor e dinheiro. Hermínia. Durante cinco annos. E' natural de Braga. Fez deva- do depois ao Avenida. Passou depois a fazer das companhias de Souza Bastos e José Ricardo. Foi agora contractada para o theatro D. com ao Rio de Janeiro. muito elecaprichosamente. Duque^inho. Foi depois contractada no theatro da rua dos Condes pelo actor Valle. onde tem um logar saliente. E' formosa. pasEmilia d'01iveira sando em a seguiGabriella Lucey da para empre- uma estampa de mulher. Rouxinol das salas. na opereta a qual foi — ciosa. fazendo um grande reportório. Fausto e peti^. Iza tistas. logo lar que siga uma carreira regun'um bem dirigido theatro de comedia. cujo reportório Em portu- mais se presta a aproveitar todos os seus excellentes dotes. Esteve ainda depois na empreza Portulez. mais tarde no D. Barba oázuí^ Marselhesa. de que por muito tempo esteve retirada. veste com muito gosto e dispõe de boa e bonita voz. Sinos de Cornevilie. Francisca Martins Mais conhecida pela Chica Martins. parodia da Lucrécia Borgia. foi o idolo da platea da Trindade. tura. na opereta Os Três T)ragôes. Amélia. Izaura Ferreira Nasceu em Aveiro aio de outubro de 18Ó4 e estrelou se no theatro da Trindade. Ultimamente reappareceu em com tante graça. que se prolongou até ao momento de abandonar a scena. pois que é formosa. muito bonita. Hermínia Adelaide Estreiou-se em Lisboa no theatro do Príncipe Real. para aqui veio como cantora de cançonetas. em 886. Alli se conservou durante oito annos. En- nida. mas. salientando-se nos paparte peis característicos. no Porto. Está de novo contractada no theatro Ave- Lisboa. dizendo bem. que captivára o publico com a sua en- A graçada physionomia. muito grabella za Souza Bastos. onde se estrelou ainda no para tournées á província e ao Brazil e voltan- mesmo anno na opereta Três Emili. o que se chama guez estreiou-se em 1S98 no theatro do Príncipe Real n'uma revista. Passou logo para a Trindade. Gata Borralheira. salientou ao lado das primei- ras figuras da companhia. gante. c-omedia botija. bella modelo de e virtudes uma — para esperança o theatrò. Sarmento Dragões. elegante.28 I DO THEATRO PORTUGUEZ mostrando que tinha muito valor. E' uma trou depois para boa utilidade. que desempenha com bas- got. com voz harmoniosa e com intelligencia. passando depois para o Avenida. no theatro D. vestindo no Avenida. e muitas outras. Sobresahiu principalmente nos papeis desenvoltos^ — 1 . onde não teve ainda ensejo de mostrar o seu valor. começou no theatro Avenida n'uma empreza de Salvador pois variados papeis em muitas operetas. Amélia e ultimamente na Trindade. com a sua desenvol- a sua bella vqz. Não tem podido accentuar o seu lor. para o Águia de Ouro. sobre- saindo na Filha da senhora Au- Hermínia Adelaide — Marques. Emilia Sarmento Uma actnzinlia muito nova. que De pecai para peça foi firmando a reputa- ção de excellente actriz. Nasceu em Lislioa a Jesuina Saraiva de Novembro de i865. sem o ser. Voltou depois ao Gymnasio. estrelando se na comedia Hotel Lujo-Brapleiro e fazendo alli com muito agrado um grande repertório. tas. — 1 esta actriz .1 Lau DICCIONARIO 282 sendo os mais lembrados o da Custodia do Brasileiro Pancracio e a criada dos Trinta botões. na peça Viagem á Lua. Appareceu pela priJosepha de Oliveira meira vez no theatro da Trindade. Para este género ! Tendo engordado muito e apresentan- do apparencia de velha. onde fez longa e applaudida 'carreira. como can- appareceu no theatro do Príncipe Real na revista O' da guarda. Amélia. Começou por bailarina. actriz Tendo agradado Laura Cruz . Izaura Ferreira onde como disse.veira Durante i4annos alli fez com muito agrado innumeras opereEscripturou-se depois no Gymnasio. Em 1802 foi escripturada para o Gymnasio. Foi uma verdadeira utilidade no theatro. E' natural de Vizeu. para só reapparecer muito mais tarde na deamor^Qvn 1873. na ope- — reta Equilibrios que abandonou em 1894. •'""*"^ Marques é Júlia Mendes Júlia dedicou-se especialmente ás características. onde se conserva. Em 1870 passou para o Gymnasio. em que muito sobresahe. na província depois da sua estreia partiu para o Porto. Nos últimos annos tem feito parte da companhia do D. Diz com intenção tem gesto sóbrio e a mascara é Mendes das melhores. no D. que voltou e no Brazil. tornando-se uma das primeiras. Logo Trindade. Pela predilecção que o publico tem pelas cançonatas apimentadas. é. Laura Cruz Começou n'uma — tournée ás pro- víncias n'uma companhia de que era primeira figura a illustre Virgínia. no Porto. onde fez bella até carreira. uma verutilida- dadeira de. na Rua dos Condes. fazendo em ambos boa figura. Amélia. regressando depois ao Gymnasio. E' uma actriz de valor e útil n'uma companhia. de<licandose ultimamente ás caracteristicas. onde continua occupando um distincto logar. Depois de se apresentar Júlia Mendes — em utilidade. na comedia Duas lições n'uma só. Sahindo do Gymuasio contractou-se no theatro da Rua dos Condes e depois no Avenida. tem futuro. Josepha d'01. sempre festejada no género em que mais sohresae. dirigida por Júlio Vieira. obtendo muito agrado. mostrando boa disposição para a scena. Fez depois uma epocha de verão no Príncipe Real. Passou mais tarde para o theatro D. Maria. onde foi muito bem recebida e onde desempenhou primorosamente muitas comedias. — indo depois cursar a escola dramática do Conservatório e. o campo das suas glorias. onde nasceu em i853. Fez uma digressão ao Rio de Janeiro. nas revistas P'ra frente e oABC. em que teve grande exuo. agradou muito e alli ficou logo contractada. onde também muito /fíTí/zM já para o theatro da Trindade. de agradou. continuou no theatro Avenida. no Avenida. diversas casas d'espectaculo çonetista. do melhor que temos. onde obteve muito agrado. Lisboa. dando provas publicas no theatro de D. tor- nando se distincta e de grande reappareceu em 1878. Frequentou as aulas Começou a dramáticas do Conservatori( ser actriz n'uma tournée ás províncias. Amélia . Nasceu em Lisboa a Jesuina Marques IO de Abril de i85o. tem obtido os maiores triumphos. Nasceu no Rio de JaLucília Simões neiro a 2 de Abril de 1879. Maria e ultimamente no theatro de D. Lucinda Simões estreiouse no drama Bemvinda ou a V^oite de V^atai. onde obteve grande exitonaMam"fe//e tr^iiouche. Ainda nenhum artista honrou mais pelo talento os nomes gloriosos dos seus progenitores. Maria e D.onde ha annos se conserva. cheia de distincção. Seguiu depois para o Brazil. No anno de 1870 foi para o Porto e em 1872 para o Brasil. Maria II. D. N'uma sequencia. em que distincl'ahi mais dia. Representou pela pri- me confrangeaalmaincluil-a entre os artistas retirados da scena. faxendo com muito exilo a Casa de Boneca. instruída. Ahi um grande rede co- pertório medias. Insinuante. intelligente. se Luz Veilozo guia de dia para Passou para o theatro dos Recreios. Fez uma epocha no theatro de D. isto. onde chegou II a fazer papeis importantes. que se não realisaram mas ainda assim tem sido muito útil nas companhias dos theatros de D. Lucinda do Carmo de Dezembro de 1861. ensaiadora distinctissima e exemplar directora de companhias.283 DO THEATRO PORTUGUEZ Mar Em foi contractada pela empreza Rozas Brazão para o theatro de D. no theatro da Rua dos Condes. Maria das Dores Nasceu em Lisboa a — o que a fez contractar na Teindade. Estreiou-se muito nova no theatro D. onde tem estado nos theatros da Trindade. nunca interrompida. o actor Simões. A' volta appareceu no theatro do Gymnasio. Começou muito nova no theatro de D. Nasceu no Porto a 3 de Luz Velloso Março de 1875. Que volte breve a continuar os seus êxitos brilhantes como actriz primorosa. Nasceu eni Lisboa a 17 Lucinda Simões — — de Dezembro de i85o. com seu avô." acto do Frei Lui^ de Sou^a. vindo depois para Lisboa. sendo agora considerada uma das poucas primeiras artistas da nossa scena. Lucinda do Carmo Príncipe Real. AfFonso. Nunca artista alguma portugueza teve maior nomeada e mais noites de gloria. onde. dando logo grandes esperanças. Avenida. Em i86g foi . entre outras peças. contractada na Rua dos Condes. progredindo muito e send° hoje considerada um bello elemento n'um3 comjjanhia dramática. uma scena do 2. é uma primorosa aclriz de alta comedia. que meira vez em Coimbra. de triumphos tem esta artista notabilissima percorrido todas as scenas de Portugal. são os votos ardentes que faço. Colloco-a n'este logar por- Lucinda Simões. Estreiou-se no theatro do Gymnasio. — Nasceu Príncipe Real. passando depois para o do maio de 1895. E' filha do notável actor Furtado Coelho e da grande actriz seguida a bastante agrado a Cigarra. Maria e em 1882. fez na comedia calmo- contractou-sena companhia José Ricardo. Mais tarLucMia Simões de representou na empreza de sua mãe. & . Amelia. género em que quasi nim- — guem a i5 a eguala. Maria lí. Maria II ou Príncipe Real. todas as do Brazil e algumas da Hespanha. D. tomou sempre um dos primeiros logares. illustração e notável forma de dizer. abandonando também a scena. onde alcançou enorme agrado. Amélia. a 4 de Que encha de novo o palco com o seu talento Lucinda Simões brilhante e a sua admirável arte de representar. em Lisboa d'aquella cidade. e com essa companhia foi ao Brazil. que tão bellos e tão importantes serviços pode ainda prestar ao theatro portuguez. Estação sa. em 1867. ella. seguindo depois para o Porto e varias terras da província. que lhe pertence pela sua intelligencia. sido tão auspiciosa como se esperava. devese em parte á frequência com que abandona as emprezas. Quando voltou ao Porto. Se a sua carreira não tem muito. fez com de Junho de 1844. mais rápido que o de Apollo. entrou como societária pennas. Passou depoisl para o Principe Real. Dores tem um a carreira muito honrosa das A tíssima ^^^ría das brilhancarreira artística de Pal- como artista. Opinião do grande actor Taborda : «Pal- de uma empreza do thea. Amélia. o talento. Maria Santos Maria Santos é uma actriz mui- Assim se expressou Alberto Pimentel: «Passa da opereta para a comedia. em que tem sido muito considerada. dá aos papeis que desempenha. E' casada com o actor Carlos Santos. empreza Rosas & Brazão. útil n'uma companhia. semnunca comprometter os papeis de que se incumbe. e porque hoje ainda pouco mais é do que uma creança.ishoa com a companhia Taveira e aqui terri buciar os papeis. o gosto de trabalhar. na peça phantastíca O Reino das — Maria Mulheres. se des- em relâmpago. 1897 foi contractada para o theatro do Principe Real. mo Bastos em Portugal e Brazil. para deMla escrever. onde ainda se conserva. No theatro é disciplinadíssima. como seu marido. não só pela sua intelligencia.Mana e. poisque aborda todos os géneros. . João da Gamara: «Foi brilhante a sua aurora. as apreciadíssimas virtudes de boa esposa e excellente mãe. e allía aos seus merecimentos de atri?. e no carro triumphal.» bastante e agra- dado em muitos variadíssimos papeis nos theatros da Trindade. pela sua requintada compleição artís- — — tica. ide das nossas melhores ella Emilia das Neves incluída actrizes ficará occupando um dos logares primaciaes.» — D'ella escreveu D. E' digna por lodos os respeitos. sendo até considerada a DICGIONARIO tissimo 284 primeira ingénua d'aquella scena. Maria Santos velhinho. no tem- onde ainda va e se estreiou po que dura edade muito noali níth e por lá se deixou ficar. em 1890.u E' de Abel Botelho o seguinte: «Para fallar de Palmyra Bastos com imparcialidade e justiça. Passou em se- d'Almeida guida para o theatro D. desdéns ou . Lançarei. do seguir Porto. Palmyra Bastos Nasceu a 3o de Maio de 1873 em Aldeagavinha. tem de se começar por dizer que na fulgurante piei. a 28 de fevereiro de iSgS. da comedia para o drama. alem do brilho do seu talento. descrevêl-a. tomou parte n'uma tournée rea- Em mais queridas arnão posso eu. mas pelos dotes que possue de elegância e distincção. Estreiou-se no theatro da Rua dos Condes. Nasceu no Porto em 1876. tem relâmpagos ou auroras no olhar. Intencíona a phrase com sentimento ou malícia. na peça Os Cabotinos. mais consideradas e tistas.Pa\ contractada para o Gymnasio e ahi muito progrediu. CO- Dores senhora e como mãe. pelo seu honestíssimo caracter. Maria. carinhosa mãe. onde é hoje uma das mais fes- myra tejadas.Maria Pia actriz distinctíssima. próximo de Alemquer. á volta. a quem todos os seus collegas adoram. põe lagrimas ou ironias na voz. Maria Pia d' Almeida — Nasceu no Porto a 22 de junho de i8õo. que faz votos pela continuação dos seus triumphos. empreza Lucinda Simões. todo o perfume da sua mocidade. Veste muitíssimo bem. onde bastante se evidensocietária ciou. trepou até o ZeEra actriz na que outras mal começam a bal- um envolveu até que veio para l. Por isso. Avenida e D Amélia. Palmyra Bastos A das mais auctorisa das mão lizada por alguns artistas do theatro de D. pois. Em 1905 entrou como no theatro de D. Rua dos Condes. com a consciência. Estreiou-se no theatro da Rua dos Condes. N'um theatro de comedia tem Maria Pia um logar saliente. Boa esposa. que a tornam dibtinctissima entre as actrizes portuguezas. amantissímn filha. começando por este é m^ra Bastos uma artística tro da Trindade. physionomia. engrandeceu-se realisação e acabou por dominar.» tes O Hygino de Mendonça assim se expressou: «Palmyra Bastos é uma actriz que. a obrigação de não parar nunca. sem sombra de duvida. voz dulcíssima. que pela sua conducta são a honra do seu sexo e da sua profissão » Assim se expressa Augusto de Mello: «Incontestavelmente Palmyra Bastos é uma organisação artistica de reconhecido valor. sabida de uns lábios que de propósito parecem ter sido feitos para a emittir. creadora e musa: executa. — : primorosos! allia qualidades de espirito. Palmyra Bastem este condão. que se requerem para a reproducção em scena das paixões ardentes nos dramas violentos.» Disse Sérgio de Castro «Na scena portugueza do meu tempo ainda não admirei artista de aptidões mais complexas do que l^almyra Bastos. e são elles enche Aos seus encantos pes^oaes — tantos e tão captivantes e ião Opinião de Rangel de Lima: «Sendo actualmente a nossa primeira cantora de é.. mais delicados. Pód. inconfundível » A — : — hendente!» E' de Augusto Machado o seguinte «Só aos grandes artistas é dado produzir. o que : Escreveu Gomes Leal: «Em todas as revelações do talento de D. baso ta me. que cultiva. Todos estes elementos reuniu a natureza para com tãobello conjuncto adornar aquelle adorável ser. e acima de tudo alma. correcção perfeita de gesto. a moderna Dejazet portugueza. apaixonada e vibrante no drama.» Escreveu Firmino Pereiía: «(-onge de toda a discussão. destacada em serviço na opereta. se tem dedicado mais ao género operetta. é um rouxinol a cantar de pintasilgo. no drama. que na loteria da vida poude tirar o pleta. sente-se-lhe o perfume artístico. porem. e a actriz que se chama Pabny^ra Bastos contrahiu comsigo mesma.e dizer-se de Palmyra Bastos que ella é uma obra prima da creação e. — se lhe desdobram diante. a gaiatice. na opereta. E' delicada na comedia. esmagou a prophecia. e em si tem alentos de intelligencia e de ooa vontade futuro tem garantia para seguir avante. ella é interprete. vestal vestida de bachante. um que vale por todos Boccacio. a amargura. E' isto. e aquelle encanto de mulher. que a collocam em especialissimo logar. terna.» Disse Collares Pereira: nPalmyra Bastos um largo quadro da scena e acha-se tão á vontade no palco. mais vibrantes temperamentos artisticos. a tentação. O seu delicado espirito.» Escreveu a seu respeito Cunha Bellem: • Parar é morrer. que a tornam distincta entre as primeiras. [)orte garbozo. Thalia disfarçada em Pierrette. timbre de voz. se não imperasse n'ella a sua omnipotente vontade. mas que já deu provas brilhantes e seguras de que poderia também ser uma actriz dramática muito notável e a primeira na scena portugueza. Aqueiía figurinha de Saxe possue tudo: formosura. A sua belleza tem as linhas austeras da Arte. cohabora e inspira. que o cartaz do theatro faz voltear caprichosamente de dia para dia. coração. aquelle será opulência. os couplets mais apimentados teem o leve picante do aroma do cravo. A intelligente Palmyra possue a vibração de nervos e o calor na palavra. tomou forma e alento. aspecto gracioso e insinuante.» Assim se expressou Portugal da Silva: «O . o ciúme.» Agora a opinião do Conde de Mesquita: «Em meu conceito Talmyra é como mucomo actriz surprelher— encantadora! : grande premio!» Opinião de Silva Graça: «O que principalmente admiro em Palmyra Bastos é o seu caracter. interessante. Estatura. Palmyra Bastos ha sempre a irradiação de ama alma. delicado. Atravez dos seus lábios. Hoje é uma grande actriz. Largos horison- opereta. que o nosso theatro possue. pois que a quinta não chegava para com justeza fazer o eiogio d'esse encanto. na comedia. no travesti.» Disse José António Moniz: «Palmyra é das raras actrizes em que encontro reunidos os dotes sempre exigidos n"uma artista comformas.» E' de Acácio Antunes o seguinte «Actriz dramática.» E' de Eduardo Schwalbach o seguinte: «O talento.» chama: impressão de arte. Feliz creatura. que se este é riqueza de gloria artistica. Palmyra pertence ao numero dos raros artistas. physionomia expressiva e de fácil mobilidade. plena no presente. com o seu passado e com justificadas sympathias que o publico lhe dispensa.285 DO THEATRO PORTUGUEZ se tos Pai caricias no sorriso. na sua arte ha os contornos voluptuosos da belleza. mas. Dicção clara e nitida. tem alem de tudo isto a intuição da arte. magestade ou desenvoltura no gesto. de Suppé. Podia invocar diversos testemunhos para justificar esta asserção. por circumstancias muito especiaes. Não lhe falta nenhuma essencial condição para ser uma grande artista. a graça. de si própria. sentimento. como paginas de um mesmo livro. não seria essa admirável interprete que todos temos applaudido em papeis tão differentes uns dos outros. o seu talento cheio de subtilezas perfumam-lhe todos os personagens que interpreta. que logo aos primeiros passos em scena se lhe advinhou. que fez dizer a Daudet que era a sexta essência. o desespero. que o seu jogo scenico dá-nos a impressão da mais perfeita desaffectação e naturalidade. 'Palmyra Bastos é um dos mais finos. é o amor.. F. dade. para o theatro da Trin- E. 1887. Desforges. ThereTaveira é uma grande utilidade n'uma qualquer companhia. Alfredo Gallis. que. tem sido sempre muito apreciada e festejada. como estas. no apreço e louvores da critica Todos ad-miram essa artista de privilegiado talento. Faustino da Fonseca. está a mulher formosa.The DICCIONARIO 286. onde se conserva ao lado de seu marido. Pedro Vidoeira. Freitas Branco. Raphael Ferreira.» Opinião de Luiz de Moraes Carvalho: «A Natureza reuniu em Palmyra Bastos todas as galas physicascom os mais bellos esplendores intellectuaes. idênticas e laudatorias opiniões de: Accacio de Paiva. e é talvez a comedia o género a que melhor se amolda o seu temperamento de artista de raça. Júlio Rocha. Annibal Azevedo. no theatro Chalet. a primeira das primeiras actrizes portuguezas. Libanio da Silva. d'aquella' cidade. estudo pertinaz e temperamento da mais fina vibratiiidade. Carlos Borges. Alcântara Carreira. Onde está a artista applaudida. Maximiliano de Azevedo.» Assim se expressou Salvador Marques: <^Pahnyra Bastos é um nome consagrado na estima e applausos do publico.» Disse Eugénio da Silveira: «Palmyra demonstrou que não errámos dizendo que ella será. Greenfield de Mello. Em todas as digres- Senna sõesquetem feito com companhia em :^a Portugal e Brazil. Carlos Posser. o emprezario Taveira. Lorjó Tavares. Júlio Neuparth. Almeida Campos. e. passou para o theatro do Principe Real. E a ambas se tributam homenagens gentis. Gamara Lima. escriptores dramáticos e jornalistas de Portugal e Brazil. João Costa. pela força da sua poderosa intuição. Eça Leal. Mello Barreto. se tem elevado ao logar proeminente que hoje occupa no nosso theatro. mais tarde para o Principe Real. Fernando Reis. Lopes de Mendonça e a quasi totalidade dos artistas. Padre Freitas. Na scena portugueza não ha nenhuma actriz de tanto mérito. Maria II. Bruno de Miranda. onde espera occasião para progredir e d t *^ Palmyra Torres _ elevar se a mais . Oscar May. Leopoldo de Carvalho. E' natural do Porto. Brito Aranha. se o theatro sair do marasmo 1 - . n'uma explosão vibrante da nossa sinceridade. a breve trecho. a a comedia. Ludgero Vianna. Moura Cabral. Marques Pereira. José Parreira. Joaquim d Almeida. Fialho d'Almeida. de triumpho em triumpho. Rangel de Lima Júnior. Souza Monteiro. Júlio de Menezes. : em que tem cabido. onde se conservou até vir para Lisboa. que mais me admira na poderosa organisação d'esta artista é o ainda não ter sido consumida pelo seu enorme talento. Luiz de Araújo. muitas peças tem em que se tornou verdadeiramente distincta.AlfrecloMesquita. professando amor pela sua arte. Augusto Lacerda. estreiando-se na magica O Theieza Taveira — Começou em Diadema mysterioso. onde muito agradou. E'pois a illustre artista uma das figuras mais salientes do theatro portuguez. Alberto Braga. alto plano. Ultimamente entrou para o theatro de D.» E' de Santonillo o seguinte: «Representa com egual distincção a opereta. no seu longo repertório. Desejosa de se dedicar ao drama. Foi depois contractada por Cyriaco Cardoso para o theatro Bapassando quet. Jayme Victor. com toda a justiça e carinho. . Começou não ha muiPalmyra Torres tos annos no Gymnasio e ahi fez com mui- — tos louvores e applausos um grande repertório de comedias. Villaça. Santos Tavares. Francisco Serra.» revista. a magica. SCENOGRAPHOS . . produzindo em cada Lisboa. tem apresentado magníficos os traba- lhos em todos theatros de Barros Lisboa. o que lhe permittia fazer uns trabalhos vistosos e correctos e logo em seguida outros muito maus. dos scenogra- epocha muitas scenas de valor. Porto e Brazil. Bastante intelligente. . principalmente quando trabalhou em collaboração com António Rocha. •9 .SCENOGRAPHOS E' um scenographo que Augusto Pina tem muito merecimento e progride sempre. phos portuguezes. — Trabalha com a maior facilidade e por ve- com zes obtém bastante êxito com as suas scenas. — d'Almei- — Era um brilhantíssi- de um mo scenographo. Júlio d'AssumJosé d'Almeida pção Foi um scenographo habilidoso mas sabendo pouco da sua arte. talvez o melhor E' trabalhador infatigável. Eduardo Machado ^ Augusto Pina tros todos os theade Lisboa. por- Pintando veira. Foi útil. Eduardo Machado Eduardo ReisE' um habilidoso e distincto scenographo. Para todos os theatros de Lisboa e Porto trabalhou com êxito enorme e justíssimo. ha jjáfe muitos annos para a empresa Ta- A tem obti- que eram admiráveis e do os maiores louvores pelos seus trabalhos apreciáveis. — José José da Eduardo Reis da Scenographo portuense de bastante mérito. gosto artís- tendo estudado com bons mestres. si Jesus Scenographo muito modesto e cujos trabalhos raras vezes são aproveitados na scena. verdaar- deiramente tísticos os productos dos seus — pincéis. — Scejá fal- nographo lecido. ultimamente contractado no theatro da Trindade. aqui e Tem sido applaudidoemqua- em Paris. bom tico. sempre mais de Como sceno- 40 annos. Roberto o diabo. Foi sempre aclamadissimo nos seus trabalhos. deven- Manini meira Dotado ordem. onde o seu valor se não pôde dispensar. Rambois e Cinatti Os mais notáveis scenographos que tem possuído o theatro portuguez. Lambertini excellente scenographo. de Lisboa. em que mais se distinguiu. devendo especialisar-se os do Macbeth. principalmente as de grande espectáculo. Apresentou por muitas vezes trabalhos de pri- muito tempo com í^ambertini. Procopio Foi um dos mais distm- aprese scenas n taram de pri- meira ordem no de D. e trabalhou por morreu. Nos theatros de S. Estu- — Um dou com Rambois e Cinatti. Vieram para o theatro de S. Ultimamente voltou ao theatro. Lima Foi um scenographo de bastante valor. Veio muito novo contractado para o theatro de S. e é hoje dos mais considerados pelo Rambois lon- Os seus trabalhos durante tão seu talento e seriedade. Depois de Rambois e Cinatti ainda cá não tivemos melhor. Três Rocas de crystal e Gata borralheira. e produziram as mais admiráveis scenas que qualquer theatro da Europa tenha apresentado. grapho tem apresentado trabalhos importantes nos theatros de Lisboa e Porto. como foda Muque deita cartas e Cora ou ram as lher a escravatura. sa epocha e até á morte traba- — grande conveniência para o bom andamento d'um theatro. Manini distincto — Um go periodo para o nosso theatro lyrico foram sempre primorosos. O seu trabalho agradou immensamente e todos os theatros de Lisboa o disputavam para as suas peças. Luiz Salvador— Cursou Academia de BelArtes. Fausto o peti^. '^Pepe Hillo. Desde es-. as emprezas n'elle confiavam ás cegas. Miguel. scenoLuiz Salvador e os das celebres grapho italiano. Como scenographo foi discípulo de Ferrari. Era principalmente eximio na paysagem. o primeiro em 1834 e o segundo em i83C. D. lharam juntos. A sua vinda para Lisboa foi em 1879. onde muito aproveitou. Carlos. Muito trabalhou de coUaboração com Procopio e depois com Eduardo Machado. Tiosa de sete folhas. Foi por bastantes annos o scenographo exclusivo do theatro da Trindade. Reis Júnior F"ilho do scenographo Eduardo Reis. Eram também Cinatti — os scenographos do theatro das Laranjeiras. deixou-a para se entregar a outros trabalhos. Lw/f Manini nasceu em Crema. Carlos. Maria e Trindade ha trabalhos de Manini que são de primeira ordem. do Conde do Farrobo. Foi alumno da Academia de Bailas Artes de Milão. Carlos. pequena cidade da Lombardia. 'lambem da sua carreira em Lisboa. pois que nunca Latnbertini faltou com o seu trabalho no dia promettido. theatro Maria. Propheta. o que era de do especialisar-se os dos Friictos de ouro. segue as pisadas do pai. que deixou trabalhos importantes em Lisboa e principalmente no Porto e na Ilha — de las S. que viveu muitos annos em Lisboa e aqui phos que o nosso theatro tem possuído. que tem feito a dansas Esmerale Orphão da aldeia. de um excellente caracter.Pte\ DÍCCIONARIO Machado 290 scenogra- Júlio — Tendo pouco êxito na ctos scenographia. Não sabe — . c sabe perspecti- Rocha — Foi um como aquel- que a sabem. Scenastem apre- sentado. E' sério. agrada- No seu regresso a Portugal mostrou retrocesso. — . por muito tempo pintou para os theatros de Lisboa. Foi um máo scenographo. reconhece-lhe o muito que vale. residmdo va les cm Lisboa. donde passou para o Albergue dos Inválidos do Trabalho. de ha muito Samarani Samarani um artista d'esta — ordem chama outro qualquer para seu collaborador. que. Villela á falta d'elles. que adquiriu uma boa reputação em Lisboa e depois a continuou no Brazil. que levava. Pintor italiano. para o que o theatro precisa. que muito ram. Quando entrando para o Asylo da Mendicidade. onde Roclia morreu. mus vae praticando e progenitor. Desenha perfeitamente boa vontade que tem. homem cumpridor provavelmente pela vida irregular. ha de chegar ao seu bello scenographo. da sua palavra e já não é pouco. Foi por muito tempo dezenhista das scenas do Manini.zgt bO THEATRO PORtflGUEZ com a Vil ainda muiio. Deixou de trabalhar. . JÁ PELO GRANDE NUMERO DE REPRESENTAÇÕES . JÁ PELO AGRADO.SUCCESSOS THEATRAES RELAÇÃO DAS PEÇAS DE MAIOR ÊXITO EM PORTUGAL. . representada no theatro do Gymnasio em i85o. Reprises diversas no Gymnasio e Trindade. do Porto. traducção de Passos Valente. Para a Rua dos Condes foi traduzido por Ernesto Biester. representado no theatro da Rua dos Condes em i838. musica de Gomes Cardim representada no theatro do original de — — Principe Real. e quasi todos os theatros. JÁ PELO GRANDE NUMERO DE REPRESENTAÇÕES Drama em 3 actos. Maria. Drama phantastico Anjo da meia noite em D actos.SUCCESSOS THEATRAES RELAÇÃO DAS PEÇAS DE MAIOR ÊXITO EM PORTUGAL. em 1S98 Reprises em Lisboa nos theatros da Avenida e da Trindade. traducção de Gervásio Lobato. representado no theatro de D. para D. Varias reprises Parodia em 3 actos opera Lúcia di Lammermoor. representada no theatro do Gymnasio em 1864. traducção de Aristides Abranches. representada no theatro do Gymnasio em diversas Anastácia & C^ epochas. Drama históAffonso de Albuquerque rico em 5 actos. representada no theatro do Principe Real. Revista em 3 actos. representado no theatro da Rua dos Condes em 1842. representado em 186Ó no theatro da Rua dos Condes pela companhia de Francisco Palha. — — Comedia em um acto. representado no theatro do Gymnasio em i8óo. de Monsaraz. Amélia. Maria e D. original de Almeida Garrett. representada no theatro do Principe Real em 1902. — em Alli. original de Francisco Palha. Maria II pela companhia normal. Avarento — Comedia em 5 actos. Mana por diversas epochas e depois no D. Drama em 3 actos. representada no theatro da Trindade em 1871. Amélia. — — Âlfageme de Santarém Drama histórico 5 actos. '7^- Amor londrino — original de prises no mesmo theatro. Varias Andador das almas — á — — reprises. ginal de Guedes de Almas do outro mundo — comedia em 2 3 actos. Anno em 3 dias original de Acácio Antunes e Machado Corrêa. — Comedia em 3 actos. . Agulhas e Alfinetes original de Eduardo Schwalbacb. original Abel e Caim de António Mendes Leal. oriAlcaide de Faro ginal de Joaquim da Costa Cascaes. representada no theatro do Principe Real em 1904 A' procura do badalo— Revista em 3 actos. Comedia em 3 actos. representado no theatro de D. T^eprises na Rua dos Condes e Principe Real. original de revista em 3 actos. actos. traducção do Conde Argonautas Opera cómica em 3 actos. e no mesmo anno no theatro de D. de Mo . musica de Filippe Duarte. Maria em 1848. Eduardo Schwalbach. Amazonas do Tormes — Zarzuela em 2 actos. representada no theatro de D. original de Henrique Lopes de Mendonça. original de Baptista Diniz. representada no theatro Trindade em 1872. de Amigo Fritz Erckmann e Chatrian. JÁ PELO AGRADO. na Trindade. Varias reprises no mesmo theatro. Maria U em 1906. Maria por António Mendes Leal. representada no theatro da Trindade em 1877. sctos. . Domingos Monteiro. ori- musica de Cyriaco de Cardoso. Auto de Gil Vicente original de — Drama em 3 actos. à preta — Revista em 3 Oliveira. representada no theatro da Rua dos Condes em iSgS. Amar sem conhecer — Zarzuelaem no mesmo theatro. Almeida Garrett. Reprise em D. lieprises em D. Augusto Garraio. musica de Freitas Gazul. Casamento da Nitouche Vaudeville em 3 actos. Maria em — 1907. traducção de Marianno de Carvalho. traducção de Ernesto Biester. Brazileiro Pancracio Peça de costumes em três actos. Re prise no theatro da Rua dos Condes. ar- ranjada por Joaquim Augusto d"Oiiveira. musica de Rio de Carvalho. musica de Stichini. Scena em verso. original de Nicolau Luiz. Reprise na Rua dos Condes. original de Sousa Bastos e Baptista Machado. João da Gamara. representado no theatro da Trindade em 1888. Reprises n'este theatro.Cor lière. no theatro Avenida em Bola de sabão Comedia em 3 actos. de Suppé. Audran. representado no theatro de D. Opera burlesca em 3 actos Barba Azul e 4 quadros. Condes em 1841. Ceia dos Cardeaes origmal de Júlio Dantas. Magica Ave do Paraizo — em 3 actos. — igoi. original de António Joaquim. representada no theatro da Trindade em i835. representada nu theatro das Variedades em ih'64 e i865. de Jules Barbier. original de Gervásio Lobato e D. Rua dos Condes e Avenida. — origmal de Ignacio Maria Feijó. musica de J. representada no theatro do Gymnasio em 1874. original de Salvador Marques. Revista do anno de Coisas e loisas 1873. representada no theatro da Rua dos Condes Magica em 3 actos. Reprise no theatro de D. Reprise no theatro do Principe Real. musica de F. — em 5 actos. Burro do sr Alcaide Opera cómica em 3 actos. representado no theatro da Rua dos Condes. original de Arthur de Azevedo. musica de Cordeiro Fialho. representada no iheatro Avenida em 1890. Reprises nos theatros dos Recreios. original de Gervásio Lobato. musica de E. Capital Federal — Comedia de costumes brazileiros em 3 actos. Re prise no theatro Avenida. representado no theatro de D. Amélia em 1901 e annos seguintes. de Maucicio Ordonneau. Cofre dos encantos original de José Frederico Parisini. representada no theatro da Trindade em 1893 e annos seguintes. — — Vaudeville em 3 actos. Offenbach. representada no theatro do Gymnasio em 1873 e annos seguintes. Drama em 5 Cora ou a Escravatura actos e 7 quadros. representada no theatro da Trindade em 1868 e seguintes. original de Sá d'Albergaria. original de Sousa Bastos. Reprises no mesmo theatro. traducção de Cego — — em i856. — Comedia em 4 Commissario de policia actos. de iMeilhac e Halèvy. Castello de Bronze original de Carlos Augusto da Silva Pessoa. musica de José Maria do Carmo. Alvarenga. musica de Nicolino Milano. Campinos Comedia de costumes em 3 actos. Maria em 1862 e annos seguintes. de Meilhac & Halevy. representado no theatro da Rua dos — Farça lyrica em um acto. Avenida e Principe Real. Carlos e D. Botão de Ancora drama em 5 actos. na Rua dos Condes. Reprise no theatro Avenida em 1901. traducção de Francisco Palha. Botija Comedia em 4 actos. Fernando em i85o. em 18Ó2 e nos annos seguintes. representado no theatro de D. representada no theatro do Bairro Alto em 1770. representada no theatro da Rua dos Condes em 1840. Barcarola representada no theatro de D. representada no theatro da Trindade em 1903 e — Opera cómica em 3 actos. Magica em 3 actos. T^eprtse em D. Rua dos Condes e Avenida. Reprise no theatro de D. Reprise nos theatro da Avenida e Rua dos Condes. original de Cezar de Lacerda. representada na Rua dos Condes em 1861. representada no theatro da — Rua dos Condes em Belizario — Tragedia 1844. representada no theatro D. representada no theatro da Trindade em 1873 e annos seguintes. Reprises no mesmo theatro. Captivo de Fez Drama em 5 actos. musica de F. representada no theatro das Variedades. representada no theatro da Rua dos Condes — — — em 1874. DIGCIONARIO 296 accommodada á scena portugueza pelo Visconde de Castilho. Amélia e Avenida. na Trindade. representada no thea- — — . Boneca — Opera cómica em 3 actos e 5 quadros. D. Maria em 1877. imitação de Joaquim Augusto d'01iveira. da Silva Abranches. Magica em 4 Coroa de Carlos Magno actos e 21 quadros. musica de Cyriaco de Cardoso. Drama em 5 actos.Comedia em um acto. traducCigarra ção de Acácio Antunes e Machado Correia. em 1889 e annos seguintes. Amélia. representada no theatro da Avenida em iqoo e annos seguintes Reprises em S. imitação de Joaquim Augusto d'Oliveira. representada no theatro do Gymnasio em 1890 e annos seguintes. original Beijo de José Maria da Silva Leal. JMaria. Reprises no mesmo theatro. traduzida por Eduardo Garrido. Reprise — Rodrigo Felner. traducção de Acácio Antunes e Sousa Bastos. em 1874 e annos seguintes. — — Camões do Rocio — Comedia em 3 actos. musica de Angelo Frondoni. Principe Real e Real Colyseu. Maria. Maria. — annos seguintes. Bloqueio de Sebastopol . Boccacio Opera cómica em 3 actos. traducção de Pinheiro Chagas. representada no theatro da Trindade em 1884 e annos seguintes. Reprises no mesmo theatro. . Dom Affonso VI — Drama em 4 actos. — Egas Moniz so. em ver- de José da Silva Mendes Leal. original em em 1735. traducção de Ernesto Biester. Reprises na Rua dos Condes e Príncipe Real. Reprise no theatro D. Duende Zarzuela em 2 actos. /íe/r/íes nos theatros das Variedades e Trindade. traduzida pelo Conde de Monsaraz. Rua dos Condes. de Pierre Decourcelle. Maria. 297 tro DO THEATRO PORTUGUEZ cm iSSq. em verso. Reprises no mesmo theatro e no da Trindade. Dominós brancos — — Comedia em 3 actos. representado no theatro de D. representado no theatro de D. origínaes de Pedro Carlos d'Alcantara Chaves. representada no theatro do Gymnasio em iqoo e annos seguintes. — — — — e outros. — Dominó preto Opera-comica em 3 actos. representado no theatro da Rua dos Condes em i863 e annos seguintes. traducção de Ricardo José de Souza Netlo. scepticismo e creança Drama em 2 actos. Encantos de Medea Em — — Comedia magica de António losé (o Judeu).. em 1876. Reprises nos theatros dos Recreios. Avenida. — — — traducção de Luiz Quirino Chaves. Cezar de Bazan de D'Ennery. na Trindade. Reprise no theatro do Príncipe Real. — Drama em Reprise no 5 Cso das Variedades theatro da Trindade Correio de Lyão^ Dois renegados — Drama em 5 actos. Maria i865. representada no theatro do Bairro Alto 3 actos. representada no theatro da Rua dos Condes em i856. representada no theatro do Gymnasio em 18786 annos seguintes. de D'Ennery. imitação de Luiz Quirino Chaves. representado no theatro de D. representado no theatro da Trindade em 1898. Maria em 1876 e annos seguintes. de Alexandre Dumas Filho. representada nos theatros do -Gymnasio. D. Reprises no mesmo theatro e no do Príncipe Real. Duas bengalas Comedia em um acto. traducção de Freitas Branco. Reprises no mesmo theatro. Reprise na Trindade. representado no theatro do Gymnasio em i855 e annos seguintes. José Rogel. musica hespanhola. musica de D. traducção. representado no Iheatro da Rua dos Condes no anno de 1877 ^ seguintes. original de Cezar de Lacerda. Dama das Camélias— Drama em 5 actos. representada no theatro do Gymnasio em i85õ e annos se- — boa hora o diga Comedia em 3 actos. representadas no theatro da Rua dos Condes desde 1861 a i8b3. guintes. original de Henrique Lopes de Mendonça. original de Gervásio Lobato. Doidos com juizo Comedia e 3 actos. Ditoso fado Comedia em um acto. de. Trindade. traducção de Francisco Palha e Eduardo Garrido. Creadas — Comedia em um acto. João da Gamara. Reprises em quasi todos os theatros. Rua dos Condes e Trin- — — dade. Maria em )88o e annos seguintes e no de D. representada no theatro da Trindade em i88o e annos seguintes. Collecção das seguinDescasca. Amélia.milho tes peças Luipnha a leiteira^ Descasca milho. Maria em 1890 e — . Reprises em D. Baptisado do filho do De^casca-milho. Amé- — lia. Comedia em um Crimes do Brandão acto. traducção de Silva Abranches. Dragões d'£l-Rei Opera-comica em 3 actos. Drama marítimo em 5 actos. representada no theatro de D. Corsário original de José Romano. Amélia em iqo4 e igof. Dois garotos Drama em 5 actos e 7 quadros. Cruz da esmola original de Eduardo Schwalbach. representada no theatro de D. representado no theatro de D. etc. Amélia annos seguintes. Duque de Vizeu Dramy em 5 actos. imitação de Joaquim Augusto d'01iveira. Morte do Descasca-milho e Ainda o Descasca-milho. Maria em 1860. Faria. representada no theatro do Gymnasio em varias epochas. : Duas orphãs— Drama em 5 actos. Dois mundos Comedia em 3 actos. Fernando em 1854. original de Cezar de Lacerda. representado no theatro D. tra- Mendes Leal. Comedia em 5 actos. representada no theatro do Gymnasio em 1891 e annos seguintes. representado no theatro da Rua dos Condes em ducção de Salvador Marques. ori- ginal de José da Silva actos. representada no theatro do Salitre em 1806. Maria em i85o. D. representada no theatro de D. representada no theatro do Gymnasio em i835 e nos annos seguintes. traducção de Pedro Maria da Silva Costa. traducção de João Baptista Ferreira. representada no theatro de D. original de D. Maria em 1854. Dois surdos imitação de Manoel Roussado. Cynismo. Gymnasio e Príncipe Real. traducção de Guiomar Torrezão. Diabo atraz da porta Comedia em um acto. em verso. representada no theatro da Rua dos Condes em 1870. Drama em 5 actos. Esopaida ou a Vida de Esopo — Opera em . original de Manoel Roussado. representado no theatro de D. original — Drama em — 3 actos. — — 1839 e annos seguintes. Maria em 1886 e annos seguintes. Comedia em um acto. Peça de espectáCovas de Salamanca culo em 5 actos. Casamento do Descasca-milho. Ham DICCIONARIO Filhos 2oS 5 actos, original de António José (o Judeu), representada no theatrq do Bairro Alto em dos Trabalhos — Comedia-drama 1734. Espelho da Verdade Peça phantastica actos, arranjo de Augusto Garraio, representada no theatro da Rua dos Condes em 1878 e annos seguintes. Reprises nos theatros Avenida e Trindade. Comedia era i acto, Esperteza de rato original de Rangel de Lima, representada no theatro do Gymnasio em diversas epochas. Et coetera e tal— Revista em 3 actos, original de António de Menezes, musica de Rio de Carvalho, representada no theatro dos Re- — em 4 — Cezar de Lacerdtl, representada no theatro do Gymnasio em i858 e annos seguintes. Reprise na Rua dos Condes. Fortuna e trabalho Drama em 5 actos, original de Ernesto Biester, representado no theatro de D. Maria em i863 e annos seactos, original de em 4 — guintes, Fossilismo e actos, original Revista em 3 Progresso de Manoel Roussado, repre- — creios em 1882. Fallar verdade à mentir Comedia em um acto, imitação de Almeida Garrett, representada no theatro da Rua dos Condes em 1845. Reprises em D. Maria, Trindade e Avenida. Comedia em 5 actos, Família Benoiton — — de Victorien Sardou, traduzida por Ernesto Biester, representada no theatro da Rua dos Condes em 1860. Reprises na Trindade e Gymnasio. Opereta em 3 actos e 4 Fausto o petiz quadros, traducção de Aristides Abranches, musica de Hervé, representada no theatro da Trindade em 1870. Reprise no theatro — Avenida em igoS. Feio no corpo bonito na alína em um em — Comedia Romano, representada no theatro da Rua dos Condes acto, original de José 1857. Varias reprises no mesmo theatro, 2 no Gymnasio Fidalgo e nas Variedades. pobre — Comedia sentada no theatro do Gymnasio em i856. Drama em 5 Frei Caetano Brandão actos, original de Silva Gayo, representado no theatro de D. Maria em 1875. Frei Luiz de Sousa— Drama em 3 actos, original d'Almeida Garrett, representado no theatro do Salitre em 1847. 'Reprise em D. Maria cm i85o e n'outras epochas. Gabriel e Lusbel ou o Thaumaturgo (Santo Mysterio em 4 actos, original de António) José Maria Braz Martins, musica de Angelo Frondoni, representado no theatro do Gymnasio em 1854 e annos seguintes. Reprises em quasi todos os theatros. Comedia em 2 actos, Gaiato de Lisboa de Bayard, traducção de João Baptista Ferreira, representada no theatro da Rua dos Condes em i838. Reprises em D. Maria, Trindade, Avenida e Príncipe Real. Magica em 3 actos e Gata Borralheira i5 quadros, arranjo de Joaquim Augusto d'01ive!ra, musica de Angelo Frondini,represenntada no theatuo da Trindade em 1869 c — — — — drama em actos, traducção de José Carlos dos Santos, representada no theatro de D. Maria em 1860 e annos seguintes. Drama em Fidalgos da Casa Mourisca actos, extrahido do romance de Júlio Diniz por Carlos Borges, representado no theatro de D. Maria em varias epochas, no Gymnasio e na Trindade. Fidalguinho Comedia em 3 actos, original de Ferreira de Mesquita, representada no theatro do Gymnasio nos annos de 1870 e segumtes. Opera cómica Filha da Senhora Angot em 3 actos, traducção de Francisco Palha, musica de Lecocq, representada no theatro da Trindade no anno de 1875 e seguintes. Reprise no theatro Avenida. Filha do Ar Magica em ? actos, traducção de Joaquim Augusto d'01iveira, representada nos theatros do Gymnasio, Rua dos Condes e Principc Real. Filha do Inferno Peça phantastica em 4 actos, traducção de Eduardo Garrido, representada no theatro da Trindade em 187Q e annos seguintes. Reprise no theatro Avenida 5 — annos seguintes. 'Reprises no mesmo theatro e no Avenida. Magica em 3 actos, arranjo Gato preto de Augusto Garraio, musica de Freitas Gazul, representada no theatro da Trindade em 1889 e annos seguintes. Opera-comica em 3 actos, traGiraldã ducção, representada no theatro D. Fernando — — — em i85o. Graça de Deos — Drama em i actos, tra- — — ducção, representado nos theatros do Salitre. Rua dos Condes e D. Maria. Opera burGrã-Duqueza de Gerolstein lesca em 3 actos e 4 quadros, de Meilhac e Halevy, traducção de Eduardo Garrido, musica de J. OtTenbach, representada no theatro do Príncipe Real em 1868 e annos seguintes. Reprises em quasi todos os thea- — tros. — Zarzuela de costumes acto e 4 quadros, imitação de Francisco Jacobetty, musica de Chueca e Valverde, representada no theatro do Rato em 1884. T^prises nos theatros da Avenida e Grande Avenida — em um Rua dos Condes. em 1Q02. Filha do Mar — Drama marítimo em 4 actos, original de Luccotte, representado theatro do Gymnasio em varias epochas. no CoGuerras do Alecrim e Mangerona media de António José (o Judeu), representada no theatro do Bairro Alto, em 1737. Hamlet — Tragedia de Shakespeare, traduzida por José António de F"reitas, repre- — 200 DO THEATRO PORTIJGUEZ Amé- Lou sentada nos theatros de D. Maria e D. lia em diversas epochas. Homem da bomba Vaudevilleem 3 actos, traducção de Gervásio Lobato e Mendonça e Costa, musica de Freitas Gazul, representado no theatro da Trindade em 1887 e annos seguintes. Reprise no theatro Avenida em iqoS. — Homens de mármore — original de José da Silva Drama em 5 actos, Mendes Leal, re- presentado no theatro de D. Maria em 1860 e annos seguintes. Homens do mar — Drama marítimo cm 4 actos, original de Cezar de Lacerda, representado no theatro de D. Maria em 1862 e annos seguintes. Reprises nos theatros da Rua dos Condes e Príncipe Real. Comedia em 3 Hotel do livre cambio actos, traducção de Carlos de Moura Cabral, representada no theatro do Gymnasio em varias epochas e na Trindade. — de Abel Botelho, representada no theatro do Gymnasio em varias epochas. Tragedia em 5 actos de GiacoJudith metti, traduzida por José da Silva Mendes Leal, representada no theatro de D. Maria em 1860 e annos seguintes. Comedia de costumes em Juiz eleito um acto, original de Luiz António de Araújo, representada no theatro do Gymnasio em 1854 e annos seguintes. Júpiter e Âlmena Opera de António José (o Judeu) representada no theatro do Bairro Alto em 1736. Drama em 3 actos, de Alexandre Kean Dumas, traducção, representado no theatro das Variedades em 1860. Reprises nos theatros das Variedades, D. Mana, e D. Amélia. Opera de António Labyrintho de Creta José (o Judeu) representada no theatro do — — — — — Bairro Alto em 1736. Comedia em 2 Hotel luzo-brazileiro actos, traducção de Leopoldo de Carvalho, representada no theatro do Gymnasio em varias epochas. Huguenottes -1- Comedia em 2 actos, traducção de Leopoldo de Carvalho, representada no theatro do Gymnasio em varias epochas. — Ladrões de Lisboa — Peça popular em 5 Tragedia em 5 actos de Ignez de Castro Nicolau Luiz, representada no theatro do Bairro Alto em 1782. Reprises em diversos theatros. — Incendiários — Drama em 5 actos, tradu- zido do francez, representado no theatro das Variedades, em 1861 e mais tarde no Príncipe Rea-1. Comedia em um acto, Inglez e francez original de António de Sousa e Vasconcellos, representada nos theatros do Gymnasio, D. Maria e Trindade em varias epochas. Comedia em 4 actos, original Intimo — — de Eduardo Schwalbach, representada no theatro de D. Maria no anno de 1892 e seguintes. Intrigas Parodia ás operasno bairro comicas, em 2 actos, original de Luiz de Araújo, representada no theatro da Rua dos Condes em 1864. T^eprises em varias epochas em quasi todos os theatros. Izidoro o Vaqueiro Comedia em um acio, imitação de Joaquim Augusto d'01iveira, representada no theatro da Rua dos Condes em i853 e mais annos e no theatro D. Fernaruio. Drama em 5 actos, Joanna a Doida traduzido do francez, representado no theatro de D. Maria em 1860 e annos seguintes. Reprise no theatro da Rua dos Condes. Drama em 5 actos, traJoão o Carteiro ducção de Ferreira de Mesquita, representado no theatro do Príncipe Real em 18676 annos seguintes e em D. Maria. Comedia em 3 actos, original Ju^-unda — actos e 6 quadros, original de Sousa Bastos, representada no theatro da Rua dos Condes no anno de 1877 ^ seguintes. 'Reprises nos theatros do Príncipe Real e Avenida. Comedia em 3 actos, traducLagartixa ção de Eduardo Garrido, representada no theatro D. Amélia em varias epochas. Drama em 5 actos, Lago de Kilarney traduzido por Manoel de Macedo, representado no theatro do Gymnasio em varias epochas. 'Inprise na Rua dos Condes em 1876. Lâmpada maravilhosa Magica em 3 actos e 16 quadros, arranjo de Joaquim Augusto de Oliveira, musica de Carlos Bramão, representada no theatro do Príncipe Real em 1866 e seguintes. Drama em 3 actos, original Lazaristas de António Ennes, representado no theatro do Gymnasio em 1875 e annos seguintes. Reprises em vários theatros. Magica em 3 actos, arLeilão do Diabo ranjo de Carlos Augusto da Silva Pessoa, representada no theatro da Rua dos Condes em i863 e annos seguintes. — — — — — — Comedia em 3 actos, traLenço branco ducção de Rangel de Lima, representada no theatro do Gymnasio em vaijias epochas. Reprises no theatro das Variedades e outros. Drama em 5 actos, origiLeonor Telles — — — — nal de Marcellino de Mesquita, representado no theatro de D. Maria. Drama em 4 actos, traducLivro negro ção de Pedro Vidoeira, representado no theatro de D. Maria em varias epochas. Magica em 3 actos, Loteria do Diabo arranjada por Francisco Palha e Joaquim Augusto d'01iveíra, representada no theatro das Variedade em i858 Varias reprises — — — no mesmo theatro e no da Avenida. Louco de Évora Drama patriótico em 3 actos, original de João Ferreira da Cruz, representado no theatro de D. Maria em va- — rias epochas, Mol DIGCIONARIO Soo Drama em 5 actos, de Lucrécia Borgia Victor Hugo, traducção, representado no thcatro D. Maria em 1874. Madrinha de Charley - Comedia em 3 actos, traducção de Carlos de Moura Cabral, representada no theatro do Gymnasio em varias epochas. Madrugada — — Comedia em 5 actos, em verso, original de Fernando Caldeira, repre- sentada no theatro de D. Maria em 1892. Reprises em D. Maria e D. Amélia. Drama em 4 actos, Mãe dos escravos imitação de Aristides Abranches, representado no theatro do Gymnasio em varias epochas e no da Rua dos Condes. Vaudeville em 4 Mam'zelle Nitouche actos, traducção de Gervásio Lobato e Urbano de Castro, musica de Rio de Carvalho, representado no theatro dos Recreios em 1886. Reprise na Trindade em 1887 com musica de Hervé. Reprises em quasi todos os theatros. Farça em um acto de Manoel Mendes António Xavier Ferreira de Azevedo, representada no theatro da Rua dos Condes no anno de 1820 e seguintes. Reprise no thea- — — — do Gymnasio. Comedia em 2 actos, Mantilha de renda em verso, original de Fernando Caldeira, representada no theatro de D. Maria em varias epochas e no de D. Amélia. Drama em 5 actos, Maria Antonietta de Giacometti, traducção de Ernesto Biester, representado no theatro de D. Maria, onde teve varias reprises e nos da Rua dos Condes, D. Amélia e Príncipe Real. Mariquinhas a leiteira Comedia em um acto, original de Aristides Abranches, representada no theatro do Gymnasio em vatro — — — rias epochas. Marquezã — Opera cómica em um acto, original de Paulo Midosi, musica do maestro Miro, representada no theatro do Gymnasio, em 1848 e annos seguintes. Comedia em Marquez de la Seiglière 4 actos, traducção de Luiz Augusto Palmei- — rim, representada no theatro de D. Maria em varias epochas. l^eprises no Príncipe Real, Variedades e D. Amélia. traduzido por Guiomar Torrezão, representado no theatro de D. Maria em varias epochas e no theatro da Trindade. Drama sacro em Martyres da Germânia 3 actos, original de José Romano, representado no theatro das Variedades em 1859 e annos seguintes Opera cómica em 3 actos, de Mascotte Chivot e Doru, traducção de Eduardo Garrido, musica de E. Andran, representada no theatro da Trindade no anno de 1881 e seguintes. Reprises na Trindade e Colyseo dos Recreios. Comedia em 5 actos, Medico á força de Molière, arranjo do Visconde de Castilho, representada nos theatros do Gymnasio, D. Maria e D. Amélia. Comedia em 3 actos, arranjo Médicos de Aristides Abranches, representada no theatro do Gymnasio em varias epochas, em D. Maria, D. Amélia e Recreios. Revista em 3 actos, original Micróbio de Francisco Jacobetty, representada no Chalet da Rua dos Condes em 1884 e i885, Drama em 5 actos, de Miguel Strogoff d'Ennery e Júlio Verne, traduzido por Carlos de Moura Cabral, representado no theatro dos Recreios em 1887. Reprises nos theatros da Avenida, Príncipe Real e Rua dos Condes. Milagre de Nossa Senhora da Nazareth— Drama sacro em 2 actos, original de Pedro Carlos d'Alcantara Chaves, representado no theatro da Rua dos Condes em 1864 e annos seguintes. Drama paMil seiscentos e quarenta triótico em 5 actos, original de Francisco Duarte de Almeida Araújo e Francisco da Costa Braga, musica de Eugénio Ricardo Monteiro d'Almeida, representado no theatro da Rua dos Condes em iSôi e annos seguintes. Reprise no Principe Real. Comedia de costuMineiro de Cascaes mes em 2 actos, original de Joaquim da Costa Cascaes, representada no theatro de D. Maria no anno de i85o e seguintes. acto, origiComedia em Misantropo nal de Paulo Midosi, representada no theatro do Gymnasio em varias epochas. ry, — — — — — — — — — i Drama em 5 actos, Marquez de Pombal original de Cezar Perini de Luca, representado no theatro do Salitre em 1841. Rcprises nos theatros das Variedades e Rua dos Condes. ^ — Marquez de Villemer — Comedia Comedía-drama em honra de José Carlos dos Santos, representada no theatro das Variedades em 1861 e annos seguintes. Reprise fio theatro do Principe Real. Mocidade e 2 actos, traducção — em 4 actos, de George Sand, traduzida por Ramalho Ortigão, representada no theatro de D. Maria em 1874 e n'outras epochas e no- D. Amélia. Martim de Freitas — Drama em 5 actos, em verso, original de José da Silva Mendes Leal, representado no theatro de D. Maria em 1S59. Mártyr Drama em 5 actos de D'Enne- — Comedia em 3 actos, Moços e velhos traducção de Rangei de Lima, representada no theatro do Gymnasio em varias epochas. Reprises em muitos theatros. Opera cómica em 3 Moira de Silves actos, original de Lorjó Tavares, musica de Guerreiro da Costa, representada no theatro da Trindade em 1891. Opera cómica em 3 Moleiro d'Alcalà actos, e.Ktrahida do romance de Alarcon, O — — — 3o 1 DO THEATRO P0RTUGUE2 Pob 'T^e- chapéo de ires bicos., por Eduardo Garrido, musica de Justino Clerice, representada no theatro da Trindade em 1887 e annos segnintes e n'outros tlieatros. Morgadinha de Valflor dos Condes em 1854 e annos seguintes. prise no theatro de D. Fernando. O que é o mundo — Comedia de costumes — Drama em em 5 ac- tos, original de Pmheiro Chagas, representada no theatro de D. Maria em 1869. Reprises quasi todos os annos em diversos de Francisco da Costa Braga, representada no theatro da Rua dos Condes em 1854 e annos seguintes. Reprises nos theatros das Variedades e Principe 2 actos, original Real. theatros. Morgado de Fafe — Comedia em 2 actos, original de Camillo Castello Branco, representada no theatro de D. Maria em 1861. Varias reprises no mesmo theatro, no Gymnasio e Príncipe Real. Revista em 3 actos, Ou vae ou racha original de Celestino da Silva, representada no theatro da Rua dos Condes em 1908. Comedia em 5 actos, traPai da actriz — — Mulher que deita cartas actos e 7 quadros, — Drama em 5 de Victor Séjour, traducção de Ernesto Biester, representado no theatro de D. Maria nos annos de 1861 e seguintes e no theatro do Principe Real. Comedia em 3 actos, Não é com essas! traducção de José Carlos dos Santos, representada no theatro do Gymnasio em varias ducção de Rodrigo Felner, representada no theatro da Rua dos Condes em 1843 a 1843. I^prises em D. Maria. Comedia em 3 actos, traducção Papão de Freitas Branco, representada no theatro do Gymnasio em varias epochas. — — Paralytico — Drama em 5 actos, traduzido por Ferreira de Mesquita, representado no theatro de D. Maria em 1874 e annos seguintes. Reprises na Rua dos Condes, Gymnasio e Principe Real. epochas. Drama Naufrágio da fragata ''Medusa»> maritimo em 5 actos, traducção de Joaquim Augusto d'01iveira, representado nos theatros do Gymnasio, Rua dos Condes e Principe Real, em varias epochas. Vaudevillc em 3 actos, de MilNiniche laud & Hennequin, traducção de Sousa Bastos, musica de F. Alvarenga, representado no theatro do Principe Real em 1880 e 1881. Depois com musica de Boullard em quasi todos os theatros em varias epochas. Noite de Santo António na Praça da Figueira—Peça de costumes populares, em 3 actos, original de Joaquim da Costa Cascaes, representada no theatro de D.Maria nos annos de 1846 e seguintes. Opera burlesca em 3 actos, Noite e dia tradução de Eduardo Garrido e Cardoso Leoni, representada no theatro da Trindade em 1882. Varias reprises no mesmo theatro e nos da Avenida e D. Amélia. Comedia em 3 actos, Noivas do Eneas original de Gervásio Lobato, representada no theatro do Gymnasio em varias epochas. Tragedia em 5 actos, em Nova Castro verso, original de João Baptista Gomes Júnior, representada no theatro da Rua dos Condes em 1793. Varias reprises em diver- — — Farça em um acto, Parteira anatómica António Xavier Ferreira d'Azevedo, representada no theatro da Rua dos Condes em 1804 e annos seguintes. Reprise no theatro da Trindade em 1898. original de — Pedro — Drama em 5 actos, original de José da Silva Mendes Leal, representado no theatro de D. Maria nos annos de i8G3 e seguintes. Pêra de Satanaz — Magica — em 3 actos, arranjo de Eduardo Garrido, musica de Rio de Carvalho, representada em diversas epochas nos theatros das Variedades, Rua dos Condes e Avenida. — — Comedia em 3 actos, Peraltas e Sécias original de Marcellino Mesquita, representada no theatro de D. Maria desde 1890. Comedia em um acto, Perdão d'acto original de Affonso de Lima, representada innumeras vezes desde i85i nos treatros da Rua dos Condes, D. Fernando e Varieda- — des. — Philippa de Vilhena - Drama em 3 actos, de Almeida Garrett, repre.^entado no theatro do Salitre em .1840. Teve depois varias reprises na Rua dos Condes e D. Maria. original sos theatros. Revista em 3 actos, origiO' da guarda nal de Luiz Galhardo e Barbosa Júnior, musica de P^ilippe Duarte e Luiz Filgueiras, representada no theatro do Principe Real em — Pilulas do Diabo - Magica em 3 actos, traducção, representada no theatro do Salitre peio anno de i83o. Piperlin - Comedia em 3 actos, traducção de Eduardo Garrido, representada no theatro da Trindade em 1881 e depois no Gymnasio. 1907 e 1908. Drama em 3 actos, origiÓdio de raça nal de Francisco Gomes de Amorim, representado no theatro de D. Maria em 1854. Varias reprises em diversas epochas. Comedia em um Ópio e Champagne acto, traducção de Joaquim Augusto de Oliveira, representada no theatro da Rua — — Drama em 5 actos, Piratas da Savana traducção de José Carlos dos Santos, representado no theatro das Variedades em 18Ó2. Teve reprises no mesmo theatro, e nos da Rua dos Condes e Principe Real. Drama em 3 actos, Pobre das ruínas original de José da Silva Mendes Leal, re-' — — Ôín DICGIONARIO Reino da Bolha ginal de 3c presentado no theatro da Rua dos Condes, — Revista em 3 actos, ori- em 1845. Pobreza envergonhada- Drama em 5 actos, imitação de José da Silva Mendes Leal, representado no theatro de D. Maria em i856. Teve varias reprises no mesmo theatro. Eduardo Schwalbach, representada no theatro da Rua dos Condes em 1897. Peça phantastica Reino das mulheres em 3 actos, imitação de Sousa Bastos, mu- — * Por causa d'uma carta — Comedia em 3 actos, de Sardou (Pattes de mouche), traducção, representada no theatro de D. Maria em i863. Teve reprises no mesmo theatro. Comedia em 3 actos, traduPorta falsa — zida do hespanhol, representada no theatro do Gymnasio em 1854, com varias reprises no mesmo theatro. coordenada por Freitas Gazul, representada no theatro da Rua dos Condes em 1890. Reprises no mesmo theatro e no da Trindade. Revista em 3 actos, Retalhos de Lisboa original de Eduardo Schwalbach, representada no theatro da Trindade em 1896 Comedia em 4 actos, traRetrato vivo sica — — Por ginal um triz — Comedia em um acto, ori- de Eduardo Garrido, representada no theatro do Gymnasio em i863, com muitas reprises no mesmo theatro e na Trindade. P'rà frente !— Revista cm 3 actos, original de Camanho Garcia e Ayres Pereira da Costa, representada no theatro da Avenida em 1907 e 1908. Opera de AntóPrecipício de Faetonte nio José (o Judeu) representada no theatro do Bairro Alto em 1/38. Precisa-se duma senhora para viajar Comedia em um acto, traduzida por Izidoro Sabino Ferreira, representada no theatro das Variedades em 1859 e 1860. Reprise no — ducçâo, representada no theatro da Rua dos Condes em 1843. Reprises em D. Maria, S. Carlos e D. Fernando. Revista de 1858 — Em 3 actos, original de Joaquim Augusto d'01iyeira, representada no theatro das Variedades em 181)9. Em 3 actos, original de Revista de 1876 Sousa Bastos, representada no theatro da Rua dos Condes em 1877. Em 3 actos, original de Revista de 1878 Sousa Bastos, representada no theatro do Principe Real em 1879. — — — Romã encantada — Magica em 2 actos, Augusto da Silva Pessoa, representada no theatro da Rua dos Condes em i855. Reprises no mesmo theatro. Opera cómica em 3 Rouxinol das salas original de Carlos — Gymnasio em 1861 e annos seguintes. Primo e o Relicário —-Comedia em 3 actos, traduzida do hespanhol por Luiz Augusto Palmeirim, representada no theatro de D. Maria em i85o e annos seguintes. Comedia-drama em 3 actos, Probidade original de Cezar de Lacerda, representada no theatro do Gvmnásio nos annos de i838 actos, arranjo de Aristides Abranches, representada no theatro da Trindade em 1871. Varias reprises no mesmo theatro. Revista em 3 actos e 12 Sal e Pimenta — — quadros, original de Sousa Bastos, representada no theatro da Trindade em 1894 e 1S95. e seguintes. Opereta em um acto, Procopio Baeta traducçâo de Paulo Midosi, musica de J. Offenbach, representada no theatro da Trin- — dade em 1868 e annos seguintes. Comedia em 2 Proesas de Richelieu actos, traduzida do francez, representada no — theatro da Rua dos Condes em 184'. Reprises em D. Maria e D. Amélia. Prophecia ou a Queda de Jerusalém— Drama biblico em 5 actos, original de D. José d'Almada e Lencastre, representado no theatro de D. Maria em i852. Pupillas do sr. Reitor— Drama em 5 actos, extrahido por Ernesto Biester do romance do mesmo titulo de Júlio Diniz, representado no theatro da Trindade em 1868 e annos seguintes. Reprise em D. Maria. Comedia em 3 actos, Rabo do Diabo traducçâo, representada no theatro do Gymnasio êm 1854. Reprises no mesmo theatro e no das Variedades. Drama em 4 actos, origiSaltimbanco de António Ennes, representado no theatro do Gymnasio em 1877. Varias re/?Wses no mesmo theatro. Samsão ou a Destruição dos Philisteus—Drama biblico em 3 actos, original de José Romano, representado no theatro da Rua dos Condes em i853 e annos seguintes. Zarzuela em 3 Segredo d'uma dama actos, traducçâo de Aristides Abranches, musica de Barbieri, representada no theatro da Trindade em 1873. Reprises no mesmo nal — — theatro. Senhor João dio em um Comee senhora Helena acto, original de Luiz de Araújo, — ornada de musica de Monteiro d'Almeida, representada no theatro da Rua dos Condes em i863 e seguintes. — Regente — Drama em Sessenta e seis Opereta em um acto, traduzido por Garcia Alagarim, musica de Offeftbach, representada no theatro da J. Rua dos Condes em i86i. Reprises no mesmo theatro, nas Variedades, Trindade e outros. 3 — 5 actos, original de Marcellino de Mesquita, representado no theatro de D. Maria em 1897. Reprise no theatro D. Amélia. Opera cómica em Sinos de Corneville actos e 4 quadros, de Clairville e Gabet, traduzida por Eduardo Garrido, musica de — 3o3 DO THEATRO PORTUGUEZ em e Um Trindade Roberto Planquette, representada no theatro da Trindade em 1877. Reprises no mesmo theatro e no da Avenida. Sociedade onde a gente se aborrece 1859. Reprises nos theatros da — Rua dos Condes. Tio Milhões — Comedia em 5 actos, tra- Comedia em 3 actos, de E. Pailleron, tra- ducção de Gervásio Lobato, representada no theatro de D. Maria em 1882. Reprises no mesmo theatro e no de D. Amélia. Solar dos Barrigas Opera cómica em 3 actos, original de Gervásio Lobato e D. João da Gamara, musica de Cyriaco de Cardoso, representada no theatro da Rua dos Condes em 1892. Reprises no mesmo theatro, no Gymnasio, no D. Amélia e no Ave- — ducção de Acácio Antunes, representada no theatro de D. Maria em 1891 e annos seguintes. Reprise no theatro D. Amélia. Comedia em um acto, oriTio Torquato ginal de Alfredo Athayde, representada no theatro do Gymnasio em varias epochas e — nida. Solteirões Comedia em 5 acto.s, de Victorien Sardou, traducção de Latino Coelho, representada no theatro do Principe Real em 1S67. Varias reprises no theatro de D. IVlaria. — Sua Excellencia Comedia em 3 actos, original de Gervásio Lobato, representada no theatro do Gymnasio em varias epochas. Supplicio de uma mulher Drama em 3 actos, de Girardin, traducção de Ernesto Biester, representada no theatro da Rua dos Condes em 1867. Reprises na Trindade, D. Maria e Principe Real. Taberna Drama em 5 actos e 7 quadros, de Zoia e Busnach, traducção de José Carlos dos Santos, representado no theatro da Rua dos Condes em 1882. Reprises nos theatros dos Recreios e Principe Real. Tartufo Comedia em 5 actos, de Molière, traduzida pelo capitão Manoel de Sousa, representada no theatro do Bairro Alto em 1768 e annos seguintes. A mesma peça, traduzida em verso pelo Visconde de Castilho, foi representada no theatro de D. Maria em 1878. Reprises no mesmo theatro. Templo de Salomão - Drama biblico em 5 actos, imitação de José da Silva Mendes Leal, representado no theatro de D. Maria em 1849 e seguintes. Reprise d'esta peça, traduzida por Maximiliano de Azevedo, no theatro do Principe Real em 190b. Tia Maria Comedia em 2 actos, imitação de Paulo Midosi, representada no theatro do Gymnasio em i856 e seguintes. Tição Negro Opera cómica em 3 actos, sobre motivos de Gil Vicente, original de Henrique Lopes de Mendonça, musica de Augusto Machado, representada no theatro da Avenida em 5901. Reprises no mesmo theatro e no de D. Amélia, Tim Tim por Tim Tim Revista em 3 actos, original de Sousa Bastos, musica de Plácido Stichini, representada no theatro da Rua dos Condes em 1889. Muitas reprises no mesmo theatro, no Real Colyseu e nos theatros de D. Amélia, Trindade e Avenida. Tio Braz Opereta em um acto, traducção de Garcia Alagarim, musica de J. Offenbach, representada no theatro do Gymnasio — — — quasi todos os theatros de Lisboa. Torre Suspensa— Magica em 3 actos, original de Carlos Augusto da Silva Pessoa, musica de José Maria do Carmo, representada no theatro da Rua dos Condes, em 1859. Tosca Drama em 4 actos, de Victorien Sardou, traducção de Maximiliano de Azevedo, representado no theatro do Principe Real em 1902. Varias reprises. Comedia-drama em Trabalho e honra 3 actos, imitação de César de Lacerda, representada no theatro do Gymnasio em i858. Varias reprises em diversos theatros. Trabalhos em vão Calembourg em um acto, original de Duarte de Sá, representada no theatro de D. Fernando em i85i. Reprise no theatro da Rua dos Condes. Opereta em um acto, traTrês Dragões ducção, representada no theatro da Trindade em 1874 e com varias re/rises no mesmo em — — — — theatro. Três inimigos d'alma — Comedia Augusto da em 5 actos, traducção de Carlos Silva — — Pessoa, representada no theatro da Rua dos Condes em i858. Varias reprises nos theatros das Variedades e Principe Real. Drama em 3 actos, oriTriste viuvinha ginal de D. João da Camará, representado no theatro de D. Maria em 1897. Reprise no theatro D. Amélia. Revista em 3 actos, oriTutti-li-mundi ginal de António de Menezes, representada no theatro da Rua dos Condes em 1881. Ultima carta — Comedia-drama em 3 actos, original de Cezar de Lacerda, representada no theatro do Gymngsio em 1857 e — — — — annos seguintes. Ultimo Figurino - Zarzuela em um acto, traducçSo de Francisco Palha, representada no theatro da Trindade em ibSo e annos seguintes. original experiência— Comedia em um acto, de Baptista Machado, musica de Freitas Gazul, representada no theatro da Rua dos Condes em 1867. Reprises em quasi Uma — todos os theatros secundários. — Uma hora no Cacem - Comedia de costumes em um acto, original de Duarte de Sá, representada no theatro de D. Fernando em i852. Reprise no theatro da Rua dos Condes. Um drama no fundo do mar Drama em 3 actos, traducção de Pedro Vidoeira, representado no theatro de D. Maria e depois — na Trindade, em varias epochas. Variedades de Protheo— Opera de Anto- Int DiCCIONARIÔ em tros. 5o4 Muitas reprises nio José (o Judeu), representada no theatro do Bairro Alto em 1737. Velhice namorada sempre leva sorriada Comedia em um acto, original de Francisco Xavier Pereira da Silva, representada durante muitas epochas no theatro do Gymna- i85ò. em di verses thea- — sio. Drama em 4 actos, original de Velhos D. João da Camará, representado no theatro de D. Maria em 1893. Reprises por diversas epochas no mesmo theatro e no de D. Amélia. Peça phantastica de grande Vénus espectáculo em 3 actos, arranjo de Acácio — — Antunes, musica de Augusto Machado, representada no theatro D. Amélia nos annos de 1895 a 1S97. Drama em 5 Vida de um rapaz pobre actos e 7 quadros, de Octave P^euillet, traducção de Joaquim José Annaya, representado no theatro de D. Maria em i865. Varias reprises nos theatros de D. Maria, Trindade, Variedades e Príncipe Real. Drama Vinte e nove ou Honra e gloria militar em 3 actos, original de José Romano, representado no theatro da Rua dos Condes — Opereta Vinte e oito dias de Clarinha 4 actos, de H. Raymond & A. Mars, traducção de Gervásio Lobato e Accacio Antunes, musica de Victor Roger, representada no theatro da Trindade em 1894. 'Rfprises no mesmo theatro, no Príncipe Real, Real Colyseo e Avenida. Vivandeira do 16 de linha - Drama em 5 actos, traducção de Salvador Marques, representado no theatro da Rua dos Condes em 1877 e annos seguintes. Peça de Volta ao mundo em 80 dias grande espectáculo em 6 actos, traducção de Eduardo Garrido, representada no theatro da Trindade em i883. Varias reprises no — em — mesmo theatro. Comedia em 2 actos, traduZaragueta zida do hespanhol por Leopoldo de Carvalho, representada no theatro do Gymnasio — em varias epochas. — Peça em 5 actos, de Pierre BerZazá tou & Charles Simon, traducção de Eduardo Garrido, representada por diversas epochas no theatro de D. Amélia. — NOTA Para correram com as suas peças os seguintes criptores : estes êxitos de at trair o publico cones- q4s peças do theatro português (originaes ou traducções) que maior numero de recitas teem alcançado, são as seguintes: Eduardo Garrido — fiS peças) Joaquim Augusto d'01iveira Sousa Bastos — (10 peças) - Alfageme de Santarém, de Almeida Garf^/s — peças) rett. César de Lacerda fq peças) José da Silva Mendes Leal (\) peças) Ernesto Biester (g peças) Francisco Palha (7 peças) António José, o Judeu (7 peças) Aristides Abranches (-] peças) Acácio Antunes (6 peças) Eduardo Schwalbach —{5 peças) Almeida Garrett (5 peças) D. João da Gamara (5 peças) peças) José Romano José Garlos dos Santos — (5 peças) Silva Pessoa (4 peças) Paulo Midosi (4 peças) Henrique Lopes de Mendonça (3 peças) Joaquim da Costa Cascaes (3 peças) Augusto Garraio (3 peças) Visconde de Castilho (3 peças) Salvador Marques (3 peças) Manoel Roussado (3 peças) Rangel de Lima (3 peças) Marcellino de Mesquita (3 peças) Carlos de Moura Cabral (3 peças) Leopoldo de Carvalho (3 peças) Ferreira de Mesquita (3 peças) — — — — — Barba Azul, traducção de Francisco Palha. — — — —p — — — Boccacio, traducção de Eduardo Garrido. Boneca, traducção de Sousa Bastos e Acácio Antunes. Brazileiro Pancracio, de Sá de Albegaria. Burro do sr. Alcaide, de Gervásio Lobato e D. João da Camará. Capital federal, de Arthur de Azeved^o. Commissario de policia, de Gervásio Lobato. D. Cezar de Bazan, traducção do Conde de Monsaraz. Dama das Camélias, traducção de Silva Abranches. Duas orphàs, traducção de Francisco - — — — — — — — Palha. Fr. Luiz de Sousa, de Almeida Garrett. Gabriel e Lusbel (Santo António j, de Braz Martii/s. Gata Borralheira, imitação de Joaquim — — — — Augusto d'01iveira. Gato Preto, imitação de Augusto Garraio. Grã-Duqueza de Gerolstein, traducção de Eduardo Garrido. Intrigas no bairro, de Luiz de Araújo. traducção de Eduardo Garrido. de Sousa Bastos. Noite e Dia. de Sousa Bastos. traducção de Eduardo Garrido e Cardoso Leoni. de Francisco Jacobetty. traducção de Sousa Bastos. de Marcellino Mesquita. Medico à força. João da Camará. Sal e Pimenta. Valflor. traducção de Gervásio í. Vinte e nove. arranjo do Visconde de Castilho. Ninicbe. traducção de Eduardo Garrido. Mam'zelle Nitouche. traducção de Gervásio Lobato e Acácio Antunes. de César de Lacerda. de Pinheiro Cha- Pêra de Satanaz. de Gervásio Lobato e D. Tim Tim por Tim Tim. ou Honra e Gloria. Martyr. traducção de Eduardo Garrido. IO .obato e Urbano de Castro. Sinos de Corneville. Lazaristas. traducção de Eduardo Garrido. Micróbio. imitação de Eduardo Garrido. Mascotte. Volta ao mundo em oitenta dias. Probidade. traducção de Guiomar Torrezão. Vida de um rapaz pobre.3o5 DO THEATRO PORTCGUÈZ 2at Lagartixa. de José Romano. Zazá. traducção de José Joaquim Annaya. Solar dos Barrigas. O' da guarda!. Morgadinha de gas. de Luiz Galhardo e Bar- bosa Júnior. Peraltas e sécias. Vinte e oito dias de Clarinha. traducção de Eduardo Garrido. de Mascellino Mesquita. Loteria do Diabo. de Francisco Palha e Joaquim Augusto de Oliveira. Leonor Telles. de António Ennes. . THEATROS E OUTRAS CASAS DE ESPECTÁCULO ANTIGAS E MODERNAS . . Tem três platéas com 120 logares cada uma. Esta merece menção especial por ter sido o primeiro templo da arte lyrica. Norbert e Rossy. pertencente a Jeronymo José Pereira. dos mesmos auctores. sabendo-se que ali se deram operas adornadas com grandíssimo aparato. Merle. Domingos Galletti. Francisco Grisi. José For- Caetano Valletti e Alexandre Veroni. onde o publico tinha ingresso. — N'um terreno que existe no começo da calçada da Estrella. Foram importantes os trabalhos de desaterro de 16 metros de altura e foram precisas grossas muralhas de O n'uma Ronzi. cimento foi fundado por uma empreza de accionistas. Pelos preços baratos que tem. na praça da Trindade. O espectáculo de inauguração. Colyseu dos Recreios (Lisboa). com frente para a rua de Santo Antão. Começou em lySS. Pôde calcular. cada sessão de espectáculo pôde render 3oíJí)ooo réis. tendo já feito por dia iooíií>ooo réis. junto á rua de S. no largo da Abegoaria. o actor Victor e o tenor Ribeiro. Félix Checcacci. E' a maior casa de espectáculos que se tem construído em Lisboa. O es- — — . o Alexandre na índia. sobresaindo a actriz Henriqueta Veiga. segundo rezam os libretos. realisaram-se conferencias e era a casa preferida para os bailes de mascaras. em frente do convento da Trindade. Angela Paghetti.<\nQ%\ todos os artistas que tinham estado na . de Metastasio scenographo foi Roberto Clerici. O emprezario do theatro era o italiano Paghetti. J>eram-se ali concertos. pois em 1709 já a opera italiana estava no theatro da Rua dos Condes. em 1736. edificou A. de cuja companhia fatini.. Ao fundo ha um pequeno balcão com 20 logares. Luiz Rei de França. Lorenza Fortini. onde se cantou opera italiana. No anno seguinte foi a Olimpiada. A companhia era formada pelos artistas: Helena Paghetti. A inauguração do Casino foi a 27 de abril de 1907. Vieira da Silva um barracão bem construído e decente para espectáculos animatographicos e folies Bergére. medindo 85" de comprimento e 18° na maior largura. — tabelecimento passou depois a denominarCasino Lisbonense. Intitulava-se aácademia e foi arranjado em uma sala do palácio de Fernão Alvares de Andrade. Passado tempo augmentou o palco para ser utilisado na representação de outras peças. Tem por emquanto pouco scenario de Augusto Pina e Rogério Machado. Este estabeleGafe Concerto (Lisboa). foi dado em beneficio das familias das victimas da febre amarella. onde hoje está um estabelecimento de estofador. No mesmo anno foi o Artaxerxes. em que se estrelaram os cançonetistas Aubigny. Anna e Schiassi. Entre estas. desempenhada por artistas modestos. Bento.ác<7demia da Trindade. bolonhez. mas de certo valor. Thereza Zanardi. ziam parte. começando revista. Giacomo Ferrari. As obras do Colyseu dos RC' creios começaram em 1888 e foi inaugurado a 14 de agosto de 1890. Foi edificada nos vastisr simos terrenos próximos á egreja de S. qiie n'essa epocha devastava Lisboa. Este theatro muito pouco durou.se a vastidão do palácio. etc. Casino «Etoile» (Lisboa). depois a Semiramis. conta-se.. Para beneficios aluga-se por réis 3oííí>ooo por dia. que hoje se chama largo da Abegoaria. Também ali houve alguns espectáculos com co*medias e operetas por amadores e artisr se tas.THEATROS E OUTRAS CASAS DE ESPECTÁCULO ANTIGAS E MODERNAS Academia da Tnnáaide'( Lisboa) Foi o primeiro theatro publico de Portugal. Na Avenida da Liberdade. sim o grandioso theatro. Luciani. fazendo um pequeno palco. Pôde comportar vontade 6:000 pessoas mas já teem estado 8. A recita de inauguração realisou-se com a opera cómica Boccacio. Foi Novo Gymnasio Lisbonense (Lisboa). Assim se mtitulava um barracão de madeira que. Os primeiros canali estavam contractados: Manzuoli. quantia para que concorreu a verba entregue pela Sociedade de Geographia nisação que a e a indem- Companhia dos Caminhos de Ferro deu pela demolição dos antigos Recreios Whittoytie. em i853. grandes dimensões e presta-se a ser explorado com peças de grande espectáculo. DICCIONARIO supporte de 6 metros de espessura. Raaf. na propriedade em que existiu por alguns annos a — Empreza Liquidadora. Guadagni e Babino. Grande Casino de Paris (Lisboa). etc. O aspecto réis e 3íó' sio do circo é lindíssimo. Paulo. O Novo GymnaLisbonense pouco tempo durou. existiu no largo do Poço do Borratem. Giziello. no local onde depois existia uma estancia de madeira. O resto do capital foi coberto por acções e obrigações. Balbi. Não havia em toda a Europa theatro de taes dimensões e tão fabulosa riqueza. sob projecto de GouUard por Manuel Garcia Júnior. Foram seus archilectos e decoradores os illustres artistas^Bibiena. Alessandro nelFIndie. O edifício custou mais de 200 contos de réis.. Bernardes. Seguiu o modelo de idênticos estabelecimentos do estrangeiro. O palco é de . A bella decoração da sala é trabalho do' scenographo Eduardo Machado a construcção metallica foi dirigida por Castanheira das Neves. PaçosTda Ribeira e que foi inaugurado a 3) de março de 1735 com a opera de David Perez. duas enormes galerias. Raina. edificado junto aos — em menoir e uma espaçosíssima geral em toda a volta do circo. As obras em geral foram feitas. Azolini. foi construído o Grande Casino de Paris por José dos San tos Libório. Berardi. Veroli. Chamava-se asOpera do Tejo f'Lis*oa). O preço da superior e galeria era de 160 n'aquella epocha era espantoso. Os espectáculos compunham-se de bailados. o que tores do mundo Cafarelli. Narciso e Lourenço da Cunha. Elisi. cantada por uma Colyseu dos Recreios (Lisboa) companhia italiana. Cada um d'estes artistas recebia por dois mezes dez e doze contos de réis. O director . quadros vivos. Marcos. em Berlim.000 iio camarotes. i:5oo cadeiras. A admirável cúpula de ferro e vidro foi fabricada por Hein Lehmann. Pouco tempo depois deixou de existir. A' frente do Colyseu está instalada em grandiosas salas a Sociedade de Geographia de Lisboa. vastíssimo pro- á o da geral 120 réis. onde se exhibiam artistas de vários géneros e tendo annexo um restaurant. — machinista Petronio Manzoni e scenographo Nicolau Servandoni. A este pateo vinham frequentemente companhias hespanholas com actores notáveis. o fundador dos pateos da Bitesga e da Rua das Arcas. Fernão Dias Latome comprou ao commendatior D. : . em que o Hospital adquiriu a propriedade do pateo. por occasião das festas com que em Lisboa foi recebido o rei D. O Hospital. Pateo das Fangas da Farinha nunca tsve popularidade. no anno de 1619. para não perder os lucros que o pateo lhe dava. Nada absolutamente se sabe sobre os espectáculos que foram dados no Pateo das Fangas. O theatro devia ficar. Nicolau com o nome de rua das Arcas. Durou portanto mais de um século. Foi fundado por D. Também ali se representaram as notáveis comedias de Jacintho Cordeiro. havia um theatro com um pequeno palco. . foi accrescentado o palco e preparado para se representarem peças de espectáculo. glissagem. Luiz de Castro era senhor da Casa de Barbacena e possuia um palácio nas Fangas da Farinha. entraram na posse do pateo os Agostinhos Descalços. sabe-se apenas que existia em iSgi. primeiro pateo de comedias. Para nada faltar ao luxo de tal theatro. de que. letra de Metastasio. mas aflirmam outros com razão que não era crivei que n*aquella epocha existissem dois theatros tão próximos um do outro. Este contracto durou até 1698. no qual se fabricou o pateo. o hospital e o proprietário. porque a 6 de julho d'esse anno começou o emprezario Fernão Dias Latome a pagar a parte que dos espectáculos pertencia ao Hospital de Todos os Santos. nos terrenos juntos ao Keal Colyseu. se obrigou a construir dojs pateos em sitios convenientes. Diversos investigadores contradizem-se sobre ser o Taleo da Bitesga o mesmo que depois se chamou Pateo da Mouraria ou Theatro da Mouraria. que deu depois o nome á travessa da Palha. . Por documentos que existem no cartório do Hospital de S. tomando a empreza D. João Hiranço e Luiz de Castro. animatographo e outros divertimentos. começando de novo a funccionar em 12 de abril de 1700. em que se exhibiam cançonetistas. por doação. Durou muito pouco e com vida tormentosa O Em — Convento de Nossa Senhora da Boa Hora. O Pateo da rua das oárcas ardeu a 10 de dezembro de 1697. até havia gravadores celebres para illustrar os hbrettos das operas. o celebre Bucephalo. Por fim. José só se encontra rendimento d'este pateo de 1601 em — — — Sabe-se que. José Saraga. D. por escriptura de 3i de maio de 1593. i633 Luiz de Castro fez doação d'elle a uns religiosos. Não se sabe a data exacta em que começou a funccionar. de que ha noticia em Portugal. Agora. ou theatro. a phalange macedonica era representada por 400 homens. seis camarotes e assentos geraes com cinco degraus em roda de todo o pateo no segundo andar. Na Rua Nova da Paraizo de Lisboa. Existiu no local em que hoje é o tribunal da Boa Hora e antes foi convento de frades da Ordem de Santo Agostinho. Foi grande o incêndio. inaugurou-se por conta de uma sociedade. porque a rua da Bitesga era a mesma que hoje existe e a Mouraria começava mais além. Os padres hibernios ali estiveram até lí^Sg. No Pateo da rua das Arcas (Lisboa) cartório do Hospital de S. que devastou diversos prédios. Era ahi um largo com o nome de praça da Palha. Havia uma grande marcha para manejar em scena o cavallo de Alexandre. Tinha o novo pateo 20 forçuras (camarotes) no primeiro andar. um estabelecimento de diversões. junto ao Rocio. O local em que ficava este theatro era no sitio em que hoje está a rua Augusta. em 1907. Sete mezes depois de concluida esta monumental obra. E' este o Pateo da Bitesga (Lisboa). Foi o primeiro o Pateo da Bitesga e o segundo o Pateo da rua das Arcas. hoje rua dos Correeiros. que transformaram os camarotes em pequenas cellas e o palco ou tablado em capella. Palma. Pateo das Fangas da Farinha (Lisboa). pouco mais ou deante. Em que sitio da rua da Bitesga era o pateo. 21 camarotes no terceiro andar e outros 21 no quarto andar. por escriptura de 9 de maio de 1591. Diniz de Alencastre umas casas e quintal que possuia na praça da Palha e rua das Arcas. João Hiranço era sobrinho de Fernão Dias Latome. que não tinha rival em todo o mundo. são principaes gerentes Pires Marinho e Augusto Soares. Além de patinagem. reedificou-o em melhores condições. causando prejuizos de mais de um milhão. em que. Filippe III. que ali fundaram o era o celebre David Perez. nunca se poude apurar. sob a invocação de Nossa Senhora da Boa Hora.3ii DO THEATRO PORTUGUEZ pelas desavenças entre o senado. que eram distribuidos aos espectadores. pelo privilegio que este tinha de auctorisar esses espectáculos. Na opera Alessandra neirindie. Seguia até S. José vê-se que o Pateo das Arcas estivera por bastante tempo como propriedade dos frades do Carmo. que os prédios contiguos tinham janellas sobre o pateo. Nunca se encontraram referencias aos dois na mesma epocha. Esta compra foi para cumprir o contracto com o Hospital de Todos os Santos. um terrível incêndio e o terramoto a reduziram a um montão de ruinas. Querem uns que não. Entraram depois os padres do Oratório até 1674. entrava um esquadrão de cavallaria. que havia asque o preço de signaturas de camarotes e que já cada camarote era de 320 réis n'aquelle tempo havia grande numero de borlistas. Desde 1710 até 17. Estes artistas tinham percentagem nos lucros e. operetas e zarzuela. trabalharam. por meio de acções. Era um explendido theairo-circo. ficaram os obrigacionistas JI2 sem coisa Em alguma. deram ali viuvo. que mandava vir as companhias por sua conta. Ha pouce Real Colyseu de Lisboa espectáculos. de opera. mandaram fazer proscénio e ligeiro scenario pelo pintor Eduardo Machado. os fabulosos ordenados de 90^000 e 45ííí>ooo réis. o estabelecimento. - Sabugosa e a ministra d'Austria. Esteve o Pateo das Arcas fechado preza. em 1740 fez se novo arrendamento com Luiz Trinité ferro portuguezes. Até 1703 esteve o theatro arrendado a Manuel Rodrigues da Costa.S? mais de um anno. mímicas. E' mais um saSalão do Conservatório pela quantia de 6ooí5í>ooo réis annuaes. que foi inaugurado a 27 de maio de 1882. com quadros vivos e outraspartes de espectáculo. da Condessa de Geraz de Lima. restaurant. em que foi arrendado por nove annos a Franciscg Luiz Valente pela quantia até — — Real Colyseu de Lisboa acrobáticas. emprestado por.. para aquelle tempo. D. hoje do seu o Conde da Folgosa. inaugurouse.- DICCIONARIO menos. de que faziam parte a Condessa do onde 1735. casa de jogos diversos. café. gymnasticas. Apesar d'isso. o palácio do Marquez da Foz e a gare do caminho de ferro. uma commissao de setetn funcciopado com companhias eques-> nhoras. o theatro vinha em grande decadência. Esta casa de. a ponto de ter o Hospital de acabar com a exploração por causa dos prejuizos. sita na rua Nova da Palma. que. zarzuela e opereta. Foi este theatro-circo construído em terrenos trés. Ião de concertos do que theatro. No local Recreios Whittoyne (Lisboa) onde hoje existe o Avenida-Palace. Foi feito por meip: de obrigações. a 6 de novembro de 1875. De 1726 3 1729 esteve uma companhia com os notáveis artistas Francisco de Castro e José Garcez. Tinha um circo.25 foi emprezario das companhias do Pateo das Arcas um tal José Ferrer. além de companhias gymnasticas. 1704 deram-se alguns bailes e trabalhou a companhia de Domingos Laboana. theatro. Ali se construiu depois o Grande Colyseu. algumas de opera. etc. que realisou um sarau gymnastico-equestre. alamedas illuminadas. opera cómica. acrobáticas e equestres. onde hoje está o segundo quarteirão da rua Augusta. que aqui morreu.AlÍce Munró uma O . panno de^ boçca. tmha sido creado pelo celebre clówn Henry Whittoyne. a beneficio dos Albergues Nocturnos. Foi deannual de 40í!í>ooo réis! Assim mesmo o molido em 1887 para se construir a estação central da Companhia dos Caminhos de contracto não foi cumprido e. A inauguração foi feita pelo Real Gymnasio Club — Portiiguez. Tendo -fallido a em- brilhante festa de caridade. dalhões teem os seguintes retratos: Passos Manuel^ fundador do Conservatório Qálmeida Garrett. ficará pertencendo ao Conservatório. só no fim de 17 annos Paimeirim. Sonata em Si-bemol. findos os cinco annos. A obra de talha da tribuna real e misulas que . de Gurlitt. tendo terminado em i88i. As pinturas do -quadro central do tecto e dos quatro medalhões. Eduardo Schwalbach. nem houve até que o actual inspector do Conservatório. feitas no próprio tecto e não em applicações. pelas alumnas: A. pois que' nada existia quando elle foi nomeado director. que muito favorece a acústica. e é desde então que ali se representa quando é necessário. para dois pianos. As obras do salão-íheatro duraram muito tempo. E começaram. J Roque e M. nellas. O salão foi inaugurado em 25 de agosto de 1892 com um exercício escolar. Depois de terminadas as obras.3i3 DO THEATRO PORTUGUEZ se para o Palmeirim «Não é necessário salão para as festas. á Real Aca: Anjos. esteve presente o ministro do reino. salão do Conservatório de Lisboa demia de Amadores de Musica. era de velludo. Todos os trabalhos de O também ter planta e construcção foram executa- dos pelo fallecido architecto das Obras Publicas. na direcção de Palmeirim. Sonatina em Dó maior.^ parte (pelos alumnos do curso geral) Ouverture des Marionnettes. fo- ram dos primeiros trabalhos do illustre pintor Malhoa. pela alumna Isolina Roque. Valentiniano José Correia. Na primeira abertura de aulas. Estes quatro nomes foram escolhidos por Palmeirim com o voto do conselho do Conservatório. insignes músicos portuguezes. mobília foi adquirida e collocada no seu logar em 1886. foi difficil obo mobiliário. O Sampaio. sustentando grande lucta. O inspector do Conservatório adquiriu tudo. Sonatina em Sol maior. Kondó em Dó A . de Gle menti. por espaço de cinco annos. dis- maior. por Silva Brito. por M. com auctorisação superior. . Asbim se fez e d'esta forma o salão-theatro adquiriu os lustres e candieiros indispensáveis. Este salão foi construido por iniciativa e grandes esforços de Luiz Augusto Palmeirim. Duarte de Oliveira. de Ku: sustentam a galeria foi executada por artis- Por baixo do palco ha uma caixa symphonica. que substituiu por outro que mandou fazer. cedeu gratuitamente o salão. sob condição de essa associação comprar todo o material de iliuminação. . de Beethoven. reformador do theatro portuguez Marcos Portugal e Xavier Migone. A pintura e decoração foram dadas em con- curso a Eugénio Cotrim. O programma dos exercícios foi assim constituído. realisou-se dentro de uma flauta!» Effectivamente o corredor tinha esse aspecto. tendo se antes feito ali a abertura solemne das aulas e um concurso para provimento de professores. para onde deitam quasi todas as aulas. para concertos e ensaios. Lustres e candieiros não os havia. de Hummel. d'um dos lados do outro ha só ja- hlan. Variações sobre um thema de Paisiello. Antónia Sampaio. A terreno em que foi edificado pertencia á antiga cerca do convento dos Gaetanos. Representa o quadro central A Fama coroando Eiiterpe Aos Interior do pés da figura principal está um papel de musica com as primeiras notas d'uma composição de Marcos Portugal. por E. ministério presidido por Fontes Pereira de Mello. A festa a que acabo de assistir. L Martins Costa. por Augusta Sam- . I . Conseguiu-se a edificação do 5alão-theatro do Conservatório durante um tas portuguezes. conseguiu a sua conclusão. que. Silva Brito. ap terminar a festa. Gomes. ha para ellas uma sala caracteristica. sendo ministro do reino António Rodrigues Sampaio. Foram em seguida ver o terreno e ficou assente que as obras começassem. Os quatro me. menos o panno. de Beethoven. solemnidade realisou-se n'um extenso e largo corredor abobadado. para piano a 8 mãos. Joaquim d'Almeida.DICCIONARIO paio e Innocencia Grillo. Lobo Pimentel. a que preside o sr. para dpis pianos a oito mãos. de Henset. por Elisa Torrie. Possue 14 camarotes. Foi inaugurado a 17 de junho de 1899 com um espectáculo variado. Em maio de 1904 entrou Eduardo Schwalbach para o conservatório director. de Guiraud. i2o. de Mozart. O producto total é para subsidio. Giovannini. 120 logares de plateia e geral. de Braga. Solo de Kullak por A. por cada concerto. etc. Del-Negro. Gymnasio e Avenida. da opera Othello. 46 de 2. 600 logares de plateia e 35o de galeria. bosque. Carolina Falco. Thiago de Cabo Verde) Pertence á massa fallida de Mello & Irmãos. Fora da epocha . intermezzo pela orchestra. Foi inaugurado em 4 de julho de 1900 com as comedias Os Huguenottes e Taris em Lisboa. dirigin- como acompanhada de uma audição de alumnos. A 28 de abril de 1894. Já ali teem representado muitas companhias. por Izabel Palmeirim. Lobo Pimentel e Rosa Rego. Theatro Âffonso Sanches fVilla do ConE' propriedade de uma empreza. 7 frizas. aos alumnos da atte musical e da arte dramática. Polonaise em lá maior. Galante aventure. O Salão é alugado por réis 2oJ!f>ooo. Cunha e Silva e Freitas Gazul. Angela Pinto. feito pelo dislinctissimo constructor Augusto Joaquim Claro. Desde essa epocha começou a abertura solemne das aulas a ser sempre Theatro Africano fS. O programma foi o seguinte: i. Angela Pinto. Fantasia. salão nobre. Izaura Teixeira de Mello. Rende res. desempenhadas pela companhia do theatro Carlos Alberto. M. Ave-oMaria. slém de luz e porteiros. Arroyo. gabinetes. por M. Impromptu em Sol maior^ de Schubert. Septuor.'íí>ooo réis e tem a despeza de 3oíJí>ooo em cada recita. em partes eguaes. Tem 38o logares de platéa e 120 de galeria. que ali tem ido muitas vezes. pelo alumno Marcos Garin. Amélia. Júlia Reis. por Rosa Rego e Marcos Garin. com três pianos. de Massenet. de Cossoul. de MendelssobUi^pcla orchestra. fora a orchestra. Alagarim. de Schubert. 19 lo^ gares de balcão de i. coro pelas alumnas. de Listz. Innocencio Pereira. entre ellas: a de José António do Valle. Conforme os preços estabelecidos. de Hummel. 270 ca. Philomena Leone. o que já está auctorisado pelo actual governo. de Chopin. Ordinariamente as companhias vão ali representar na epocha balnear (agosto e setembro). Valle. a doze mãos.* parte Abertura Melusine. coro pelas alumnas.' parte (pelos alumnos do Curso Complementar) Improvisata sobre uma Gavota Gluk. — Começou a ser edificado em 1890. O rendimento do Salão varia conforme os preços estabelecidos. jardim e muitas outras. Alfredo Carvalho. El-Rei D. mar. contam-se: Palmyra Bastos. de Chopin. Innocencia Rebello. sala d'armas. dirigindo os trabalhos Romão da Rocha e João do Nascimento Baptista da Silva. Homenagem a Camões. Tem 8'frizas if> camarotes. varias de zarzuella. Marcha turca. de Listz. José Joaquim Correia e José Henrique dos Santos. a que assistiram o Rei e a Rainha. de Ambroise 2. No anno do a obra o proprietário e o engenheiro Henrique de Carvalho Assumpção. Souza Bastos. rio. Maria. : — — de plateia e 200 de galeria. violoncellos. Andante. Trindade. e Melodia húngara. sendo na reforma nomeado inspector. Os subsídios são âjstribuidos na sbertura da§ aulas. Teem ali representado muitas companhias. etc. Carlos era frequentador assíduo dós concertos. 2. AUeluia da opera Cid. Ferreira — — : do Amaral. D. pelos alumnos Maria Lopes Monteiro. Ferreira da Silva. Luiz Pinto. Pos- — — — sue este theatro as seguintes vistas: sala ricasa pobre. Quartetto. Entre os muitos artistas que ali se teem apresentado. de Reineeke. entre as quaes as de D. distinctos e dirigida por Freitas Gaconstituiu a parte mais interessante do programma. em que tomavam parte vários artistas estrangeiros. de Verdi. o rendimento d'este theatro vae de tSo^ooo a 28oíí>ooo réis. de Lisboa. de Mendelsohn. reforçada por um núcleo de ar• 14 de foi 1907 o rendimento do aluguer do salão de yooííítooo réis. O theatro tem muito e bom scenario. pela mesma alumna. por Rosa Rego. Tem 60 camarotes em duas ordens e 2 frizas. Só ali teem representado amadoTem muito pouco scenario. da reO theatro é cedido por 10 a i5 ceita bruta. Alves da Silva. praça. ou pelo preço fixo de 12 a % i5íÉ>ooo réis. Thema e variações. por Augusta Sampaio. mas é approximadamente de 40ííí)000 réis. de Grieg e Ma^urka. de Marchetti.*. por José Vieira. Tem tribuna para a familia real. Estudo de Rubinstein e Rapsódia húngara. do Porto. Adelina Abranches. por Christina Mouchet. de Chopin. que de) o começou a construir em 18 de março de 1899. marcha pela orchestra. de Goltremann. Ayque d'Almeida. Esta orchestra que foi formada por alumnos e ex-alumnos do conservatório. estando na direcção interina do conservatório Augusto Machado. pela alumna Mary Wahnon. Sant'Anna Pacheco e Estrella Carneiro. Polonaise. piano. Tsyché. peia mesma alumna Solo.' classe. por Marcos Garin. Vitalian» e outras.'^ parte Thomas. Rende SooíJfeooo réis c a despeza em cada recita varia conforme o espectáculo. Ave€\íaria. Theatro Águia de Ouro (TortoJ—E' propriedade de João Baptista de Carvalho. tistas zul. Vae brevemente ser ali coUocado um órgão. rcalisou-se ali um concerto. A despeza em cada recita é de 20 a 22Íí>ooo réis. Tem 78 cadeiras e 200 logares de geral. António Pedro. O theatro possuo trez vistas de sala e uma de bosque. entre os quaes: Taborda. Uma hora no Cacem. O seu rendimento é de 35ÍÍ&000 réis. ainda a i5 de fevereiro de 1868 os officiaes inferiores do regimento de cavallaria n. em 6 deljaneiro de 1S40 com o drama Pedro o Grande ou a Escrava de Mariemburgo. tendo o colide de Villa Real cedido gratuitamente todas as madeiras precisas. Em setembro de 1904 foi alugado por António da Silva Cunha e Seraphim Basto. em que representa a companhia permanente. a 4 de novembro de 1737. IS'essa epocha foram ali representadas as mais afamadas peças. com — Theatro Aguiarense (Villa Pouca d'Aguiar- opera italiana. etc. O seu rendimento é de 40ví>ooo réis e despeza em cada recita de incluindo o aluguer. a quem muito deve o progresso material de Villa Pouca de Aguiar. Teem ali representado algumas modestas companhias.° 2. actual director da Escola Districtal de Villa Real e governador civil substituto do districto. lanceiros da Rainha. Já ali representaram diversas companhias com artistas distinctos. que abriram para tal fim subscripção entre os habitantes da terra. dos quaes hoje só existe o sr. o que prova que o theatro existiu até ao hm do século. chegando no de D. que depois construiu também o sumptuoso theatro da Opera do Tejo. Le Trame de lu^o. O iheatro é construido de pedra e ferro. sendo em 1902 e iQo3 por companhias equestres. ali deram uma recita com as comedias. Feio de corpo bonito da alma. a em 1874. que o tem aproveitado muito acertadamente com as companhias que acima indicámos. foi Theatro da Ajuda (Lisboa) truido —Foi cons- no palácio real e inaugurado. Este theatro teve um grande esplendor durante o reinado de D. Theatro Alcobacense (Alcobaça)— ¥o\ fundado em 1839 por um grupo de individuos da localidade. Ha tantos assim! e Morte do gallo. Tem muito pouco sce8íí)5oo réis. Tem i5 camarotes. Henrique Manuel Ferreira Botelho. A sociedade que o mandou construir intitula se Progresso Aguiarense. que o subarrendavam ao Club dos Fenianos. Apezar de muito damnificado. aluga-se a percentagem ou a preço convencional. José a ser considerado um dos primeiros da Europa. Cuida da sua conservação o sr. Aluga-se por 20 "/o da receita com illuminação e pessoal. com companhias diversas. Foi coadjuvado no emprehendimento por Francisco d'Assis Teixeira Coelho de Miranda. por verdadeira dedi- cação e a hm de que se não desmorone. Os Dois Rene-- . Frdncisco Elyseu Ribeiro. Foi inaugurado edificado nario. Começou a ser edificado em março de 1906. foi edificado por meio de acções. pois que também arma em circo. sendo esta parte executada na fundição de Massarellos. entre as quaes: O Captivp de Fcj. Júlio Soller. representado por um grupo de amadores. Theatro Aguiarense (Villa Pouca de Aguiar) Propriedade de uma parceria. Este theatro está ainda por concluir. Foi inaugurado em i3 de junho do mesmo anno com algumas comedias representadas por amadoies. Joaquim d'Almeida. Foi construido pelo architecto italiano João Carlos Biviena. 120 logares de plateia e 5o de superior. Em 1790 cantou-se ali a opera de Cimarosa.4^«mij— Pertence á «Sociedade Club Recreativo Aguinense». João V. DO THEATRO PORTUGUEZ Theatro Agninense í'. que fez a importante dadiva do terreno no excellente local da praça Luiz de Theatro Alcobaccnce (Alcobaça) Camões. Desde a inauguração até setembro de 1904 foi este theatro explorado irregularmente pelo proprietário. D'esta sociedade foi principal fundador o dr. Arthur Annibal Lopes Carneiro. Em cada recita a despeza de illuminação e musica é de S^S&ooo réis. dando este a exploração ao emprezario Figueiroa Júnior.- 3i5 theatral. dirigindo a obra José Castilho. A actual direcção é composta dos srs. cedido para esse fim pela Camará Municipal. na maior parte propriedade dos accionistas. Taveira. do Porto. e AR. Tem 8 frizas. Queiroz. Com respeito a scenario. Pelo carnaval o theatro é alugado para bailes de mascaras. que dão excellentes recitas. comportando 120 logares. que representaram o drama Os Jesuitas. A illuminação actualmente é feita com luz eléctrica. de ha vinte annos até ao presente. que representaram o drama Veterano da Liberdade. Representou-se ali a revista de Baptista Machado. jardins. Dirigiu a obra João Pereira Andrade. O theatro tem muito scenario. Também por vezes ali teem estado companhias de zarzuela.ha magnificos. aderecista. thesoureiro. Dores Aço. Anjo Maria. Possue este theatro vistas de salas ricas. Valle. Tem 40 camarotes em duas ordens. Beatriz. incluindo o aluguer do theatro. e José Henriques Villa Nova. Joaquim Jacobetty Rosa. Entre o grupo de amadores. Júlio Soller. também proprietário do theatro Águia de Ouro. Augusto Rodolpho Jorge. claustro. feito por iniciativa do escriptor Jacobetty. Adelaide Coutinho. Já ali teem excellente galan cómico e dramático. João Gil. construído pelo mestre de obras das Caldas da Rainha. Porto e provincias. decorador. Pires. investigador de coisas de theatro. Soares. sendo vendido em hasta publica e demolido. sendo seu presidente José Joaquim Gomes de Vilhena. António Mendes Leal. O seu rendimento é de 5ooí5f)000 réis e a despeza varia conforme os espectáculos. Carlos d'01iveira. José Henriques Villa Nova. apezar de ter tido concorrência com uma parodia á Mam'^elle Nitouche e com a opereta O theatro por dentro imitada da zarzuela Coro de sefioras. bosque. O actual director. etc. Theatro Alijoense (Alijó)— E' propriedade de Joaquim Rufino Pinto. Leoni. director de scena. Tem a plateia 176 logares. Tem 12 camarotes e 480 logares de plateia. servindo de salão o botequim. Francisco Marceneiro. Tem soffrido varias reformas. que pagam a importância estabelecida p^os arrendatários. A despeza era cada recita varia entre i5í!í)ooo e i8í5í>ooo réis. Telmo. é um cavalheiro intelíigentissimo. possue este theatro 5 gabinetes modernos. no refeitório do Convento. Barata e Castanheira. ali se organizam grupos de amadores. se os seus bons e importantíssimos serviços e as suas excellentes intenções podessem ser aproveitados n'outro meio com outros ideaes artísticos. cuja entrada só é permittida a pessoas do sexo feminino. O aluguer do theatro é de ioííí>ooo réis por espectáculo. e a peça patriótica de Campos Júnior A Torpeja. O aluguer depende de ajuste prévio. O Jacobetty Rosa. P^oi inaugurado em maio de 1898 com o drama ATean pela companhia Taveira. Gil pae. Este theatro tem um grande jardim e um enorme átrio. Todos os annos se realiza uma recita exextraordinaria a favor do hospital da Misericórdia. Cardoso. O primeiro era propriamente um theatro-barraca. tendo apenas a vantagem da preferencia. que os. Augusto Rodolpho Jorge. de que faziam parte artistas distmctos. Luiza Fialho. pobre. presidente. que dá exhuberantes provas do seu fino gosto artistico. Adelina Abranches. Roque. auctor dramático e compositor musical. como: Braz Martins. Theatro da Alegria (Lisboa) N'um terreno da rua Nova da Alegria existiram dois theatros com esta denominação. Por cima dos camarotes ha uma galeria corrida. promovida pelo sr. nm fino espirito. destaca-se o sr. Foi este theatro inaugurado em igoo por diversos amadores. muito bem distribuida e com bastante força. O rendimento do theatro pelos preços usuaes é de loo^ooo réis. panno de boca do theatro foi pintado pelo scenographo Barros. A inauguração foi por amadores. 24 camarotes em uma ordem. prestidigitadores e animatographos. etc. ao qual dedica todas as suas horas vagas. O seu rendimento é de 28oí{É»ooo réis e a despeza em cada espectáculo de 5oííí)00o réis. Taborda. Anna Pereira. O segundo theatro da Alegria fo construído de — madeira e ferro por iniciativa dos srs. etc. Pato Moniz. Só — . Firmino. Já em recitas de caridade tem chegado a render 5ooíí»ooo réis. Ha uma boa orchestra e duas phylarmonicas. Theatro Almeida Garrett (Ferreira do Alemtejo) Pertence a um grupo de sócios. sendo ao presente muito elegante no seu interior. 5oo logares de plateia e 25o de galeria. dirigindo a obra o architecto Manuel Joa- quim Fernandes. Teem n'elle representado quasi todas as companhias de Lisboa. Josepha d'01iveira. Thereza Aço. Lucinda do Carmo. Izidoro. entre ellas a de José Ricardo. todos CS seus melhoramentos. como scenographo.DICCIONARIO fados. Augusto. secretario. Já ali teem representado diversas companhias. Alcobaça é uma terra verdadeiramente apreciadora de theatro. que é um primoroso íim^í/r. Delmira Mendes. Portugal. o sr. A este cavalheiro deve o theatro Álcobacense. Amélia Barros. Ha duas frizas para a Direcção da Sociedade e para a auctoridade. e por isso. 'heatro Álcobacense foi 3ifi etc. praça. Começou a ser edificado em 1896. Magdalena. que é de biji>ooo réis por espectáculo. Também este segundo theatro da Ale- FF O representado boas companhias. em beneficio de instituições de caridade. Joaquim gria não durou muito. Muito lhe deve o theatro Álcobacense e ainda mais lhe deveria a arte dramática. Pouco tempo durou. Theatro Alliança (Espinho)— K' propriedade de João Baptista de Carvalho. algumas do Porto. 56 Iogares de superior. etc.3. Pelos preços ordinários rende 80^56000 réis. de Albano Coutinho. Está ainda incompleto. a decima parte da receita bruta. mas logo que esteja concluido. será oíferecido á Santa Casa da Misericórdia de Ferreira. Tem pouco scenario e em mau estado. e a despeza em cada recita de 5í!^ooo réis. approximadamente 400 Iogares na platea. Palmyra Bastos. Pôde o Theatro Alvai^erense render 60^000 réis. pouco antes.se a 3i de Dezembro de 1896. Já alli teem representado pequenas companhias. Aluga-se por 8^000 réis em cada recita.7 DO THÊAtRO PORTUGUEZ engenheiro António d' Araújo e Silva e a obra executada por' Joaquim Gonçalves Pereira. inaugurando. em Alcântara. Theatro 4 d^oAbril. Antes d'este theatro. i52 Iogares de platea e 120 de galeria. Emilia Adelaide. de Lisboa. e entre elles: Taborda. Dispõe de quatro vistas: salrica. repreuma companhia dramática que. sendo a despeza approximada de i5íJí>ooo. tendo também já dado alguns espectáculos pequenas companhias d'artistas. 84 de geral e 60 de galeria. Possue este theatro o scenario indispensável para funccionar. Representara alli ordinariamente amadores. Theatro ApoUo [Castro SMarim) Pertence a uma sociedade. illuminação. 80 de primeira classe e 90 de segunda. em que foi representado o drama O Dedo de Deus. incluindo aluguer do theatro. tocando lío salão a banda do 8 de infanteria e sendo distribuídas duas poesias allusivas. Em Julho de igoS representou alli uma companhia dirigida pelo actor Setta da Silva. uma de José Au- — em sentando das corridas e. Ribeiro. Teem 45 camarotes em 3 ordens. outro Theatro Qángrense.* ordem. sendo a despeza lo^ooo.^ com uma recita de amadores. A inauguração do Theatro Anadia teve logar a 18 de Abril de 1879. Começou a construir-se em Abril de 1878. com um drama — % — .Pertence a uma sociedade. etc. sendo a planta elaborada pelo — Theatro Anadia (Anadia) gusto Cabral de Mello e outra de João Marcellino de Mesquita. Tem duas varane — Theatro Angrense (Ilha Terceira Angra do Heroismo) . Theatro Anadia Pertence a uma sociedade dramática. Theatro ApoUo (LisboaJ A' custa de quatro sócios edificou-se este theatro na rua do Alvito. 63 cadeiras. dirigida por Juvencio Augusto da Silveira e Castro. Lucinda Simões. na mesma moeda. musica. em cada recita. Gymnasio. Theatro Alvaiazerense (Alvaiázere) E' Seu proprietário José dOliveira e Silva. Tem 4 frizas. Alfredo Carvalho. Aluga-se as companhias por 20 da receita. etc. uma sala Um bosque. Este theatro aluga-se por 5ííí>ooo réis em cada recita. representando diversos amadores a comedia A Filha do Commendador. começando as obras a 2 de Outubro de i855. O rendia mento total é de 25^000 réis. Não tem camarotes. pòssue de scenario: um gabinete. entre as quaes: uma lyrica. existiram: Theatro da Philarmonica. livre de todas as despezas. A despeza é de 3ovíí»ooo réis aproximadamente. praça e bosque. Amélia. O theatro possue 3 scenas. alli chegara. casa rica. as dos theatros de D. 98 iogares de platea e 100 de geral. a comedia Lucas que chora e Lucas que ri. Já alli por diversas vezes teem representado companhias dos theatros de Lisboa e Porto. O rendimento é de 40^000 réis e a despeza 6íy»5oo em cada recita. mas os preços são por vezes augmentados com 25 a 3o %. A sua inauguração foi a 22 de Dezembro de 1860. casa pobre e bosque. Pelos preços regulares rende em cada espectáculo 25o^ooo réis. moeda insulana. sala pobre. Muitos dos nossos principaes artistas alli teem trabalhado. Possue i5 camarotes de i. 8 frizas. Tem alli representado todas as companhias que visitam os Açores. varias de zarzuela. etc. beneficio das obras do theatro. Foi inaugurado em 17 de Fevereiro de 189. a opereta Paris e Sevilha e o monologo Morte de Dido. Principe Real e Sousa Bastos. que pagam pelo aluguer. mas 170 Iogares de platea. Começou a construcção em 1893. Foi construído por acções. que em breve a passaram exclusivamente ao sócio Ernesto Desforges. armando em diversos tamanhos. e adquirido pelo credor hypothecario. O theatro é cedido gratuitamente. A primeira pedra foi lançada em 1857. Este cavalheiro e o fallecido Alexandre Mó. em que tomaram parte 36 amadores da villa. Foi construido a expensas de um grupo de subscriptores e com o producto de um bazar. E' ambulante e Theatro em ArrayoUos arma-se n'algum celieiro. de forma que são inutilisados 4 camarotes. Fechou pouco depois para nunca mais abrir. Alves Rente. Cinira Polónio. jardim. 19 camarotes de I. Além d'este grupo de amadores locaes. 60 logares de superior e 80 de geral em archibancada. em abril de 1901. Sousa Bastos. O theatro tem jardim. as despezas são limitadas. 76 logares de cadeira. Não tem camarotes. José Ricardo. Barata.idores." ordem. Não tem camarotes. O preço do alugur é de 20 0/0 da receita bruta. Taveira. I bosque. zarzuela hespanhola. lhe tiraram esse gio. principalmente no do sr. a que não foi estranha a maldita politica. com o drama sacro em 4 actos O Presépio. Salvador Marques. O terreno foi comprado pela Camará com o producto da venda de uma casa na rua dos Mercadores. algumas estrangeiras e varias de província. Theatro Arrudense (Arruda dos 'Vinhos) Pertence a uma sociedade. de Lisboa. Taveira. Dr. E' situado na praça municipal de Aveiro. i O 1875 e theatro está limitada. que José Estevão alcançara do Estado para a edificação do theatro. 106 de geral e 5o de galeria. Os accionistas e os mais credores perderam o seu dinheiro. A rçceita varia conforme a importância dos espectáculos e egualmente varia a despeza. rua. — A primeira empreza era composta Tem — dos promotores da edificação. bastante scenario executado pelo distincto pintor Francisco Luiz Alves.)!í)00o réis. Cyriaco Cardoso. Teem explorado o theatro depois as emprezas de Cyriaco de Cardoso. chamando-se então Theatro de 'Variedades. mar e salão ré4 salas. que alli teve companhias francezas. José Saraga e ultimamente Luiz Galhardo. João do Porto. Sousa Bastos. Começou a ser edificado em Setembro de 1905. 1881. 5 de 2. tem: duas salas fechai-las. José Ricardo. Manoel Maria Godinho. InaugurouTheatro Aveirense (Aveiroj se a 6 de Março de i88i. O theatro deveria intitular-se José Estevão e só por espirito de contrariedade. outros de amadores e artistas alli teem representado. as do Gymnasio e Príncipe Real de Lisboa. Este grupo de amadores tem realisado innumeras recitas com dramas. começou as acabou a edificação em — Soo^Jí) 000 réis. Em seguida Sousa Bastos tomou o theatro por dois mezes para o explorar durante a Exposição Industrial da Avenida. a requerimento dos credores. que o reabriu a 17 de Outubro de 1897. levantaram a credito outras quantias e levaram ao cabo a obra. Com respeito a scenario. vendido em hasta publica. António Bernardo de Miranda.WÒCIONARlÒ marítimo. Já alli teem representado quasi todas as companhias de Lisboa e Porto. O aluguer do theatro é de \2)^boo réis por cada espectáculo. truída — mesma associação. Em Maio d'esse anno (1888) foi o theatro alugado ao emprezario Alves Rente. Às principaes teem sido as dos emprezarios: Rosas & Brazão. a de D. D. que tem sido a alma da sociedade ao ponto de até ser o scenographo d'esse theatrinho. de agradável conjunto. junto ao Lyceu e em frente da estatua de José Estevão. Começou a ser edificado ainda sobre desenho e projecto do sr. Foi consTheatro da Avenida (Lisboa) n'um terreno pertencente á esposa de João Salgado Dias. A obra foi dirigida por Gustavo Ferreira Pinto Basto. A recita de inauguração realisou-se a 18 de Agosto do mesmo anno com a comedia Receita dos Lacedemonios por amadores e pela actriz Emilia Romo. Seguiu-se um tal Drummond. Em 1869 organisou-se uma sociedade ano. comedias e operetas.' ordem. tendo 6 camarins. Maria II. etc. n'uni cazaráo conhecido pelo «Paço». . Mais tarde o theatro foi hypothecado e. lyrica do S. Só alli teem representado am. Possue o theatro Aveirense 14 frizas. a sala comporta 5oo logares. Edmundo Cordeiro. que para alli trouxe a companhia do Príncipe Real. A inauguração teve logar a 25 de Dezembro de 1906. mas 60 cadeiras. juntamente com Ernesto Desforges emittiram um certo capital em acções do valor de lo^ooo réis. do Porto. com a Estrangeira. hespanholas e portuguezas. dirigida pelo distincto amador da Arte e em especial do theatro. Rende approximadamente A nome. Pepa. que soífreu grandes melhoramentos. O palco é bastante fundo. N'essa occasião as obras não passaram dos alicerces. salão nobre. mas com a curva da sala errada. Daniel Tavares. donde nada se vê. etc. dirigindo a obra uma commissão de associados. Miranda e com a sua direcção. Passou a novo proprietário. Maria II. E' um bom edificio. Theatro da Associação de Benificencia Pertence á José Pedro de Góes (Alvito) 5i8 responsabilidade á nyma de obraíl comprou o terreno em — em soffriveis condições e tem tamanho sufficiente para a pofiulação. A inauguração foi feita pela companhia do theatro de D. despeza de cada espectáculo pode subir de 3ov!f>ooo a 5o. desempenhado por uma companhia modestissima. 60 de superior. que Camará. hoje e propriedade de seu filho. que comporta Soo pessoas. Subiram alli á scena peças de grande espectáculo com toda a sumptuosidade. a notável actriz. (o Judeu) e Alexandre António de Lima. pela nobreza e principalmente pelas damas. re- presentado por amadores. que. philosopho. o mesmo ou pouco menos do que hoje se paga! Chega a ser fabuloso. no local onde eram o refeitório e a cozinha dos Frades da Ordem.'e depois foi a notabilissitna cantora Luiza Todi. etc O rendimento do theatro é de ioo5í>ooo réis. comparando-se o valor da moeda. A inauguração do Theatro Avizense fez-se em 6 de Janeiro de 1891 com o drama Jorge d'Aguilar. auctor do Beli^ario. bosques. que se acha installado no edifício do palácio do antigo Prior-mór da Ordem de S. Tem bastante scenario para um theatro de província. Também n'este theatro esteve com grande êxito a companhia hespanhola de António Rodriguez. e historiador. N'este theatro foi também primeira actriz a irmã de Luiza Todi. 1772 a folha mensal da companhia d'este theatro era de 979í5!>840. e a sua despeza em cada espectáculo approximadamente de 20í5f)ooo réis Não tem camarotes. começou a construirse em 1888. estando ahi. entre ellas. O theatro. Theatro do Bairro Alto {Lisboa) O primeiro que por este nome foi conhecido. no patê o do Conde de Soure. Foi n'este theatro que primeiro appareceu. foi situado no fim da rua da Rosa. representando em portuguez. ii5 logares de cadeira e 25o de ge- não numeraAinda n'este theatro não representoucomral numerada e da e galeria. Bento d'Aviz. O Magico de Saleron com vistas e machinismos assom- Theatro da Avenida (Lisboa) finíssimo e muito estimado pelo clero.'9 DO THEATRO PORTUGUEZ Pertence a um Theatro Avizense (Avij) grupo de accionistas. Os músicos da orchestra ganhavam por noite entre 2íibooo e 700 reis! Mais do so. homem engenheiro Jacintho Ignacio Cabral. o mais importante pa1 — ra a historia do theatro em Portugal. Foi para o primeiro Theatro do Bairro Alto que escreveram as suas peças António José. Algumas magicas também alli se representaram e. isto é. Depois collocou se á frente d'elle o professor Nicolau Luiz. panhia alguma. sendo a obra dirigida pelo — brosos. ruas. Alem de actor. casou com um musico da orchestra. Por muito tempo o Theatro do Bairro Alto foi explorado com boni/rates e presépios. e que enthusiasmou o mundo inteiro. de appelido Todi. constando de gabinetes. de que é presidente Augusto de Mesquita. Ignej de Castro e outras peças de grande succes- também um excellente ensaiador. era poeta. a primeira do seu século. que. Existiu quasi durante todo o século xviii e teve epo- chas muito brilhantes. foi Em . salas abertas. praças. natural de Setúbal. no que trabalharam os artistas italianos Silvério e Stopani e principalmente o distincto pintor e architecto portuguez Simão Caetano Nunes. O preço marcado para o aluguer é de 5 "/o da receita bruta. mas um balcão similhante ao do theatro da Trindade de Lisboa. a celebre actriz Cecilia Rosa de Aguiar. Luiza de Aguiar. ou dois pintos na moeda de então. pois que toda a obra importou em tas 2:4ooí. tanto durava n'aquella epocha o lucto pelos soberanos! Com melhor companhia abriu o Theatro de S. entrando também o auctor. ê 4í!í>8oo réis. A 29 de Setembro de 1821 subiu á scena n'este theatro pela primeira vez a tragedia de Garrett Catão. rua de Santo António. O theatro fechou em i833. fosse ouvida e tendo até com isso grande desgosto. que escrevia. o novo Theatro do Bairro Alto tinha 24 camarotes. Director e ensaiador era o escriptor dramático PVancisco de Paula Nolasco. e em i836 a Marqueza perdoou todas as rendas em divida. o mestre d'obras Joaquim da Costa. Manoel Joaquim da Rocha pintou o panno de bôcca. António Borges Garrido e o machinista de theatros Vicente Romano. a comedia em 3 actos. no local onde está a Comhanhia de Carruagens Lisbonense. Roque. o novo Theatro do Bairro Alto sem compaHhia eífectiva. egualmente chamado Theatro do Pateo do )Patriarcha e também Tlteatro de S. Porém a inauguração solemne.í50oo réis. 9. Maria II. 10 e 1 1 de Fevereiro de 1823 que se deram os primeiros bailes de mascaras públicos em Lisboa. mas como para o lado da calcada do Duque tinha um andar por baixo. A companhia franceza alli se dissolveu. por occasião do carnaval. Roque em 1817. D. Com o terramoto de \j5ò padeceu muito o palácio. abriu em ibi. havia um pateo onde estava situado o palácio dos Nizas e onde residiram por muito tempo as nobres casas de D. imitava e traduzia peças com grande acceitação. os camarotes com quatro senhas. duas frizas de bocca. que não passou de um arranjo nas salas. O palco era pequeno. Roque a companhia que se tinha ido juntar á do Salitre. que estivera dois annos no Salitre. falleceu a Rainha Dona Maria I. se estrelou a companhia franceza de Mr. Este novo Theatro do Bairro Q/llto ou de S. 160 réis por noite. de Lisboa. Henrique de Noronha e D. com a condição de demolir o arrendatário á sua custa o theatro e removendo d'alli tudo quanto lhe pertencesse. a 4 de Janeiro de 1823. O preço da entrada era de 960 réis. até que. Para o novo Theatro do Bairro Alto veio então trabalhar uma companhia de zarzuela e baile hespanhol. Na mesma noite se representou. Pouco durou e má sorte teve este theatro. Jourdain. mas com os actores António José Ferreira. a 8. voltou para S.'' com uma companhia formada quasi toda por curiosos. Tinha 68 camarotes em três ordens. que também pintou o scenario. res da a farça Corcunda por amor. O segundo Theatro do Bairro Alto. vendo. também escripta por Garrett. casa foi alugada para tal fim pelo procurador da casa Niza. ao lado do local em que foi edificado o theatro. que então contava 22 annos de edade. original do actor José — . se inaugurou o theatro com um baile de mascaras. Thomaz de Almeida e o seu successor D. José Manuel de Atalaya e por isso o povo chamava ao pateo do Pairiarcha. a 20 de Março de 1816. Estevam de Faro. Lá residiram depois o primeiro patriarcha de Lisboa. depois de concluídas todas as obras de ornamentação.blCGIONARIO que se paga hoje! As creanças que entrafez-se 320 vam na tragedia Jgnej de Castro e n'outras peças ganhavam em cada recta 1^200 reis Os homens que ajudavam a vestir os artisI uma sociedade que durou dois annos. Foi esse palácio mais tarde adquirido pelo Conde almirante. ou uma moeda. Forneceu o dinheiro para a edificação do theatro. Esteve por bastante tempo O O to José de Mattos. Havia platea superior e geral. no carnaval de 1818. a proprietária. fechando por um anno as casas de espectáculo. No largo de S. sendo representada por estudantes de Coimbra. As obras do Theatro Baquet começaram no dia 22 de fevereiro de i85é. divididos em duas ordens e uma galeria por cima. Rua dos Condes. que tinha o seu estabelecimento no Porto. Foi n'este theatro. sem que a Marqueza. que no dia i3 de fevereiro de 1859. Segredo diurna família.se obrigada a passar quatro benefícios para obter os meios de se retirar. realisou-se em 16 de julho de 1859. que depois esteve na Rua dos Condes e ainda passou para D. que já representara em theatros particulares. ficando director e ensaiador o Matta. Pouco tempo depois de estar aberto este theatro. depois da tragedia. representando a companhia do theatro do Gymnasio. que então começava a sua carreira. Entrou para primeiro galan o Matta castelhanos. indo alli dar algumas recitas sociedades de curiosos. foi inaugurado nos fins do anno de 181 5. platéa e varandas. un tal Dionísio José Monfundador foi Roberteiro de Mendonça. Roque. deram-se alli alguns espectáculos com muito machinismo e tramóias. Era a primeira dama da companhia Barbara Maria Cândida Leal. acima apontada. Pouco depois a companhia juntouse á da Rua dos Condes e para o Theatro do Pateo do Patriarcha veio outra companhia hespanhola. Tendo a companhia d'e'ste theatro feito juncção com a do Salitre. e com tal rapidez. A tragedia tinha sido escripta expressamente para esta recita particular no Theatro de S. apenas digno de menção por n'elle ter subido á scena a tragedia de Garrett. Assim se fez imme- A diatamente. Roque. Aquelles vastos cazarões alugavam-se depois a diversos inquilinos. Em 1820. Roque. reforçada com alguns acto- ganhavam o mesmo que hoje. Este theatro Theatro Baquet fPortoJ foi mandado construir pelo alfayate francez António Pereira Baquet.. Apesar de pequeno. ria e troçava.* 24 havia um postigo para o palco. deixou-se ficar. que coroavam o edifício. e tornou a apparecer a scena anterior n'esta evolução foi que se deu o sinistro. Era ensaiador Augusto de Mello e ponto Henrique Prata. O fumo invadia tudo. morreram 120 pessoas. Foi inaugurado no carnaval de 1906 com as comedias Dois teimosos e Dois estróinas e uma parte de concerto. No palco não foi menor a confusão. Bensaude. entre outros. O resto. Gomes. Ninguém sabia o que se passava e já o fogo começara segundos anprimeiras filas notou-se grande tes. Na noite de 20 de março de 1888. maestro era o emprezario Cyriaco Cardoso. Dorinda Rodrigues. Para fechar o espectáculo. Tem pouco scenario. suppondo que sua esposa ficara no theatro. Além de muita gente ferida. Valeu-lhes arrombarem uma grande porta que dava para uma casa contigua e por ali fugiram. Levantou-se o panno que já tinha descido e que representava o edifício da Caixa Filial do Banco de Portugal. é indescriptivel. tudo desempenhado por amadores. a Pintura e a Arte. encontravam-se e não podiam romper. indo metade na direcção do tecto e outra metade. alguém que conseguia passar. incluindo o aluguer. ficou estático. O panno de fundo tornou a descer.321 DO THEATRO PORTUGUEZ que estava por cima d'uma gamDepois desceu rapidamente o panno de bôcca. . mas 12 cadeiras e 5o logares de geral. outros desciam. depois de estar salvo. A maior parte do publico. além de horrível. Aurélia dos Santos. em beneficio do actor Firmino. tinha-se repre- sentado a opera cómica Dragões de Villars. Uns subiam. Os espectadores que lá estavam. adaptada á scena portugueza por Guedes de Oliveira. umas desmaiavam fumo negro e espese outras gritavam. Também o ponto Henrique Prata. a confusão crescia. Fizera-se a mutação mas o publico pedia furiosamente bis. O espectáculo estava agradando immenso. O que regia a orchestra. não havia luz. Cada vez era maior e mais confusa a gritaria. vendo o perigo. Foi edificado em igoS. Não tem camarotes. Já ali representaram duas pequenas companhias. voltou em sua procura e só conseguiu sahir todo queimado e aleijado como ficou até á morte. O panno de bôcca incendiou-se. As línguas de fogo surgiam de todos os lados. estava-se representando a Gran via. Do camarote n. . sem perceber que era fogo. e . Um Theatro Baquet (Porto) Porto. O illuminador apagou o gaz. A fachada era construída da melhor qualidade de granito em que abundam os arrabaldes do um panno a sabida das senhoras. com os braços no ar. Artistas. fugiram correndo e gritando fogo! A este grito de alarme todos estremeceram. faltava o ar. Sanches e Sérgio d'Almeida. no meio das maiores afflicções. dividindo-se ao meio. Elvira Mendes. todavia lá morreram queimadas a costureira hespanhola Abelarda Rodriguez e a antiga corista Adelaide. e communicando logo o incêndio ao pavimento inferior do palco e á platéa. Firmino e Gomes. Das azáfama no palco e percebeu-se que ardia E] Theatro Barranquense (Barrancos) propriedade de José Jeronymo Vasques. As quatro estatuas. eram de mármore e representavam a Comedia. so começou a invadir a sala. sentia que esmagava uma creança ou uma mulher! Começaram os desabamentos. O theatro estava cheio. : Carlos dos Santos. que costumava ir ao theatro acompanhar duas irmãs. Virgínia Nery. mal pensando que n'aquelle bis ia uma grande catastrophe. O desenho da fachada do theatro foi feito por Guilherme Correia e a planta do resto do edifício pelo próprio Baquet. Firmino. O publico. Rende apenas 18Í000 réis e tem a despeza de 41Í000 réis. Repetiram machinalmente a voz de fogo! Quizeram todos precipitar-se para biarra. Os espectadores cada vez mais se atropellavam e gritavam. Da companhia faziam parte. comparsas e mais empregados procuravam salvar-se n'uma fuga desordenada. emprezario. constas. Quando fosse este 1 — 21 . dirigindo a obra Daniel Romero. cahindo a arder entre a ribalta e a orchestra. Acabara de se cantar o tercetto dos Três "Traias pelos actores Sanches. não percebendo o que se passava. os artistas: Thereza Prata. Cyriaco de Cardoso. Rosas. Ali se deram alguns bailes de mascaras. Já ali teem representado diversas companhias de Lisboa. i5o cadeiras. Apparição de D. que tinha tradições e tinha a seguinte origem Até i885 não Theatro Bejense (Beja) gindo a obra Luiz Augusto Vianna Salvado. Do que não ha duvida é que existiu o Theatro da Boa Hora. Tinha 23 camarotes de i. Affonso Henriques. nem condições algumas das que hoje se devem exigir n'um theatro. que fez reconstruir o theatro. todavia já em ambos teem representado alguns dos nossos primeiros artistas. 20 supplementos e i5o logares de geral. como o pede a localidade. tendo apenas platéas. casa pobre. Theatro Bejense (Beja) Pertence a Francisco Nunes d'01iveira. As recitas que n'estes dois theatrinhos costumam realisar-se. pagas ou gratuitas. e sabe-se que ainda existia em 1814. 106 logares de balcão. incluindo casa. o Bocage entrou na agonia. porque ali foi representado o drama de Miguel António de Barros. Amélia. Izidoro. hespanholas e italianas. Mello.DICGIONARIO theatro occupado por companhia importante os preços poderiam ser elevados pela seguinte forma: cadeiras a 5oo réis e geral a 200 réis. pequeno emal illuminado não tinha ventilação. Representaram ainda ali alguns amadores. Possue o theatro vistas de sala. Foi inaugurado em 3 de junho do mesmo anno com as comedias Mosquitos por cordas e Juiz eleito. Manuel Duarte da Silva e Joaquim Alberto Solho. que foi inaugurado em i3 de junho de i88t com a representação da peça sacra de Braz Martins. Pepa. Por morte de António José Pacheco. Brazão e Alfredo Carvalho. Telmo^ José Ricardo. e a despeza de i2i^ooo réis em cada recita. O theatro estava em parte soterrado. O que parece também averiguado é que este theatro pouco tempo durou. Theatros de Bellas baptisado. No theatro Bocage representaram summidades artísticas. bosque e praia. Fora fundado em i834 por três operários: Cândido Xavier da Silva. : passava de i5oiá!ooo réis. as companhias que por vezes ali vão são sempre modestas e pouco numerosas. Pelo pequeno rendimento do theatro. O preço do aluguer é de 10 por cento da receita. Taborda. comportando n'ellas 180 espectadores. especialmente as de José Romano. luz. vulgo Santo António. São ambos pequenos. Tinha 3 platéas: assignatura. — Tem dois. Manuela Rey. Joaquim d' Almeida. em que podem comportar approximadamente dutencente zentas pessoas.^ ordem e outros tantos de 2% podendo conter cada um 4 pessoas. que se apresentaram como artistas. Augusto. Soares e a da Rua dos Condes. um per- ao commerciante e proprietário António Duarte dos Reis e outro da Sociedade Recreio Musical de Bellas. entre as quaes Emilia das Neves. Tem apenas dois camarotes. era húmido. transfor- mou 4 camarotes de frente em balcão e metteu-lhe gaz. a que muitos investigadores se não referem e outros n'elle talam de passagem. carpinteiros e porteiros. são quasi sempre desempenhadas por amadores. a sua viuva amda por algum tempo conservou o theatro Bocage^ vendendo-o depois a António José Marques. Emília Lopes. Alugarse por 12Í000 réis em cada recita. Palmyra Bastos. Tem o rendimento de i3oí>ooo réis. Começou a ser edificado em 8 de fevereiro de 1901. Theatro do Barreiro theatrinho 322 Theatro da Boa Hora (Belém) — Poucas ou nenhumas noticias se encontram d'este theatro. até que o proprietário . que o : mandou restaurar interiormente. superior e geral. de Setúbal. — Um modesto. entre os quaes Taborda. Representaram ali alguns curiosos de Setúbal e algumas companhias ambulantes nacionaes. o que daria o rendimento de réis 66ííí>ooo. Emilia Cândida. Gabriel e Lusbel ou o Taumaturgo. em Belém. representadas por maus curiosos ae Lisboa. que reabriu a 26 de abril de i855 com um espectáculo desempenhado pela companhia do theatro do Gymnasio. aproveitando para isso uma casa velha na rua dos Almocreves. Rosa Paes. de Lisboa. que tinha pouca importância e que só n'elle se representava quando fechava algum dos theatros de Lisboa. Logo depois da inauguração do theatro D. diri- — Theatro existir Bocage (Setúbal) : — Deixou de que foi este theatro. Tempo houve em que algumas companhias ali fizeram dinheiro. mudando-lhe a fachada e porta principal para a rua da Conceição e dando-lhe a denominação de Theatro Bocage. etc. logo no começo do século XIX. O seu rendimento não . A casa foi posteriormente comprada por António José Pacheco. pois eram os actores da Rua dos Condes ou do Salitre que ali iam representar e muitas vezes as mesmas peças dos lepertorios d'aquelles theatros. Francisco Antónia Ferreira e Evangelista da Gosta. em frente da estação da Companhia Carris de Ferro. No logar do salão está hoje installada a Escola Senhor do Bomfiro. Rende 165^000 réis e a despeza em cada recita é de 25^000 réis. que foi Tem a indicação do copista. empregados. contribuição industrial. O drama é — em verso. Theatro Camões (Bragança) E' propriedade da Associação dos artistas de Bra- — — gança. Tem duas vistas de sala. Começou a ser edificado em 1898. desempenhada pela companhia de Lucinda Simões. zarzuelas. que representou o drama Kean^ em i885.323 DO THEATRO PORTUGUEZ perior. etc. com i5 em cada ordem. etc. Maria II. a Santo Amaro. representadas por amadores. Possue muito pouco scenario. Gymnasio. Começou a ser edificado em 1891. mas que augmentam bastante quando ali vão boas companhias. 96 logares de su- cada Theatro do Calvário f^Lis^oaj Era situado no local onde hoje existe uma grande serralheria. fazendo da sala e palco uma estancia de madeiras. traduzido por João Baptista Gomes Júnior e que linha a indicação de ter sido representado quatro vezes no Theatro de Buenos Ayres. Começou a ser construído em 1882. do Principe Real. Tem o rendimento de óS^ooo réis. vista de mar. Tem este theatro duas ordens de camarotes. Este theatro aluga-se por 1 5^000 réis em cada espectáculo ou por — % 10 % da receita bruta.Pertence a esta associação começou a ser edificado em 1899 e foi inaugurado em 22 de fevereiro de 1903 com as . bosque. O theatro possue 3 salões. ha pouco. Vi. dirigindo a obra João Fernandes Assumpção Couriga. Já alli teem representado muitas companhias de Lisboa e Porto. Foi inaugurado em Março de 1899 com a peça de Ibsen Casa de boneca. Foi inaugurado em 1886 com o drama Gaspar o serralheiro e a opereta Boccacio na rua. entre ellas as de D. Theatro Bombeiros Voluntai ios (Guarda) nhia inaugurado pela compado actor Taveira. 2 frizas. sem titulo. 170 logares de plateia e 33o de geral. sem que se saiba verdadeiramente o local. 100 de galeria e ainda fauteuils supplementares. Príncipe Real e Avenida. jardim. O theatro aluga-se por 10 da receita tas % bruta. Vão fazer-se obras para augmentar ainda o rendimento da sala. Tem diverso scenario. de Lisboa. levam cadeiras de casa. José António Ferreira. a 18 de Agosto de i852. companhias. Theatro Bombeiros Voluntários (GuardaJ Pertence á associação d'essa corporação. orchestra. Não nem se empresta. conhecido pelo Papagaio saloio. João António Duarte. Foi Theatro de Cabeço de Vide Está modestamente instalado n'uma casa. abriu ao publico. Theatro dos Bombeiros Voluntários (Felgueiras) . Já ali teem representado mui- deitou abaixo os camarotes. Tem apenas 22 metros de comprimento por 5 de largura. sob a direcção de -um actor Filippe. que foi enfermaria do Hospital pertencente á confraria do Espirito Santo. foi inaugurado a 16 de Janeiro de 1808 um theatro. Fora primeiro um theatro particular e depois. Os espectadores que não querem estar de pé. 29 fauteuils. . junto á egreja da mesma invocação. dirigindo a obra o engenheiro Francisco da se aluga — Theatro de Buenos Ayres (Lisboa) No de Buenos Ayres. Theatro Caléya (Covilhã) -^K' propriedade do fabricante de lanificios José Christovão Correia. Rosalina Maria. sitio comedias: A vmlher-homem e A hospedaria do tio Anastácio. João Ignacio Henriques. do Porto. casa pobre e bosque. Só alli representa um grupo de amadores que dá 10 da receita bruta á mesma confraria. recita é de ij^z-jS réis para luz. Alexandre José Victor da Costa Se- queira. Pouco tempo durou este theatro. realizado em 216 cadeiras e 100 logares de galeria. um drama manuscripto. O palco é acanhadíssimo. A despeza em Silva Ribeiro. bilhetes e programmas. Tem 17 camarotes. de cuja companhia faziam parte os artistas: Catharina Talassi. Tem o rendimento de iioíooo réis pelos preços baixos. O rendimento é de 2oíjí>ooo réis. casa pobre. Começou a ser edificado no principio de 189}'. Aluga-se este theatro por da 2:5oovjf>ooo réis annuaes. etc. Felizmente o sr. O theatro aluga-se por 36v!í>ooo réis mensaes. sujo e sem commodidades. Alves. nhos. sendo depois substituído por outro melhor arranjado. Acabou depois de 1860. opereta e drama. Jordano. etc. Este theatro possue muito scenario. Em i858. Já alli representaram algumas companhias de zarzuela. Depois da retirada da ménagerie. Álvaro Cabral. Mais tarde. Freitas. entre ellas as dirigidas pelos actores Oliveira. frequentam bastante o theatro. Em recitas pagas rende 74^000 réis pelos preços ordinários. Abel. passou a ser mais considerado e até frequentado pela boa sociedade. N'uma das ultimas epochas faziam parte da companhia: Carlota Velloso. dirigindo a obra o seu proprietário. 96 de geral. pelo anno de i85o. 'Vicente de Cabo E' um pequeno theatro. Eram frequentadores assiduos do palco Camillo Castello Branco. 5o cadeiras. os habitantes de Campo Maior. O theatro possue já bastante scenario. susceptíveis de augmento. Daíl-Negro. O Diabo. Era situado na Theatro Camões (Porto) rua de Liceiras e ainda hoje existem vesti- — de 1902 com o drama em 3 actos Herança do Marinheiro e a comedia Qite amigos! desempenhados por amadores da sociedade «Fraternidade». António Arroyo e José Arroyo. dentro do Castello da villa.DIGCIONARIO dirigindo a obra a direcção da mesma associação. grande amador de theatro. de quando em quando. ou por 10 receita bruta em cada espectáculo. Tem 3o camarotes em duas ordens. Tem 32 camarotes em uma só ordem. Fortunata Levy. rochedos. recitas de beneficência por amadores" Treatro Carlos Alberto (Porto) . bosque. pra- 324 pelo prazo de 10 annos e á sua custa e sob a sua direcção o theatro Campomaiorense foi reconstruído. — Theatro Caridade (S. 5o logares de superior. e tem em preparação o indipensavel. Maria Pinto. com medíocre companhia. por desleixo dos arrendatários. por preço convencional.% 12 de 2. conseguiu obtel-o elementos. O companhias por 8íiií>ooo réis theatro aluga-se ás em cada espe- ctáculo. por perioos de 3 annos. casa pobre e sala re- Rende em cada espectáculo 90í!í>ooo réis. inauguração teve logar a 4 de Dezembro «a^gst^EBaiaWHIWMHMW^MW^WBIW ljIp^i^^ Theatro Camões (Bragança) ça. tendo decahido bastante. etc. fornecendo-se luz e porteiros. Esse barracão ardeu. Ainda na pouco. o barracão em que funccionava transformou se n'um theatro popular. passou a chamar-se Theatro das Variedades e n'elle funccionaram companhias de baile. Moutinho de Sousa e ontros. com a opereta em 3 actos. Depois de a reedificado. Para a representação de peças de grande espectáculo funccionaram alli diversas companhias muito "Verde) — % . 48 de galeria e 20 logares avulso para camarotes. Braz Martins. ou. Evaristo Basto. em que se dão. e portanto propriedade do Ministério da Guerra. tendo de despeza 2oííí)000 réis. 299 logares de geral e 5oo de galeria. de que fazia parte o tenor Ozorio. O seu rendimento é de 449í!í>ooo réis. No anno de 1903 houve alli 26 espectáculos pagos com o rendimento total de 924í!í)95o réis. Gabriella Florentina. âue o arrenda em haste publica.E' propriedade de Manoel da Silva Neves. Theatro Campomaiorense (Campo Maior) Foi construído n'um vasto armazém abobadado. ficando limpo. pouco mais ou menos. elegante e O com commodidades. que mais não comporta a população. gios. Quando a companhia é boa. Edwiges. 4 frizas. mimica. N'esse período brilhante a companhia era formada de bons Um dos últimos emprezarios foi o musico militar Arroyo. Inaugurou-se a 14 de Outubro do mesmo anno. pertencente ao capitalista Agostinho António Lopes Cardoso. representada por amadores. que no mesmo dia fez também a sua inauguração. A despeza em cada recita é de iSíS&ooo réis. Tem 2 frizas de i. Já alli representaram diversas companhias. o theatro era acanhado. desempenhada pela companhia então para alli contractada. Pereira e outros. No local ha agora um armazém de viComeçou a funccipnar depois do tem- po do cerco e era muito inferior. e por isso n'essa occasião podem ser elevados os preços. que tinha um estabelecimento de musica na rua de Santo António e era pai de João Arroyo. Ricardo Guimarães. As despezas variam segundo o género de espectáculos. gia. em recitas isoladas. 252 cadeiras. theatro possue vistas de aldeia. Francisco José da Rosa Corrêa. Foi inaugurado em 1892 com a peça Mãe dos escravos. N'esse theatro havia constante dialogo da platea para o palco e fervia a troça. 82 Jogares de platea e 38 de galeria.% 18 camarotes. Theatro dos Carmelitas (Porto)— Em 1864 esteve na cerca dos Carmelitas a colleçcão de feras do conhecido Barnabó. entre ellas as de António Pinheiro. Soares. Tem 17 camarotes de 1. O theatro possue diversas vistas de sala e outras scenas indispensáveis.^ ordem.^. Tem 28 camarotes em uma só ordem. O seu rendimento era de 25oíí)OOo réis. annos que o theatro devendo prin- Theatro de Castello Branco cipalmente o êxito e a fortuna ao popular escriptor Francisco Jacobetty.'' ordem. Possue vistas de sala e bosque. a que a I dirigiu sua construcção. Thomazia Velloso. Já alli teem representado pequenas companhias. 74 geraes e uma galeria Theatro Chalet (Porto) Este theatro denominou-se primeiro Camões e por fim da Trindade. já pela dotação da casa. . Começou a construir-se sob a direcção do proprietário em i5 de Março de 1906. antigo actor e depois dono de um guar- regulares. dirigindo a obra — — da-roupa. 200 cadeiras e 3oo logares de galeria. a qual teve i88i. O seu rendimento é de 3o^ooo réis e a despeza de 2ííí>ooo réis em cada recita. dirigindo % — obra o engenheiro Hans Dickel. que veio de um quintal ao Salitre. para varias revistas. Foi inaugurado a 22 de Julho do mesmo anno com o drama O Saltimbanco pela companhia de Constan- — tino de Mattos. que. Maria da Luz. Theatro Chalet (Lisboa) Depois de demolido o velho theatro da Rua dos Condes. Santinhos. Abel. O conductor José Bonifácio Lopes. Este segundo theatro também ardeu. e que se denominou Theatro Chalet da. Começou a ser edificado logo no principio do anno de 1886 pelo engenheiro Sardinha. Rua dos Condes. — O António Joaquim Alves Duarte seu primeiro proprietário foi e depois An- tónio Marques Teixeira. Lição cruel. Rende 37víí>ooo réis e a despeza em cada recita. João Joaquim Branco. Dias. que representaram o drama Trabalho e honra. 8 metros de largura 664 metros de altura. foi armado no mesmo local um theatro barraca. António Pedro e Joaquim d' Almeida. — Começou a a ser edificado em 1891. Theatro Castrense (Castro Daire) tence a — Per- Joaquim Augusto Rebello Várzea. entre muitas outras peças. 14 na 2. Já alli teem representado diversas companhias. Cardoso Galvão. aluguer do theatro custa 20 do O % — rendimento. Soller. etc. Tem i5 camarotes. Foi inaugurado a 28 de Junho de 1896. Foi inaugurado em 1893 pela companhia equestre de Henrique Diaz. Moraes Silvano e Mendes d'Abreu.° anno jurídico.5!í>ooo réis de despesa está incluído o aluguer do theatro. Foi inaugurado de Janeiro de 1882 por amadores. 71 cadeiras. 8 frizas. ha mais de dez annos. 5j de geral e 70 de galeria. Foi inaugurado por amadores em 1896. Tem o rendimento de 5ooí5booo réis e a despeza em cada recita varia entre 3oíi!í>ooo réis e 40íi!í)ooo réis. Carlos Pereira. incluindo as de Taveira. Theatro Celoricense (Celorico da Beira) E' propriedade de Pedro Rodrigues e Joaquim Lourenço da Silva. é de 75É)OOo réis. Tem este theatro muito scenario. Teem já alli re- presentado diversas companhias O theatro aluga-se por 10 da receita bruta em cada % espectáculo. Nos 7. Entre outros artistas notáveis representaram alli Taborda. Theatro na Certa Tendo sido demolido o theatro que existia e em quanto outro se começo em Março de Novembro do mesmo anno com a magica Annel mysterioso. o sr. de que fizeram parte: Carlota Velloso. a lotação de 24 camarotes em uma só ordem. 40 logares de superior. 28 logares de balcão. incluindo orchestra. Rende approximadamente ioov5í>ooo réis e a despeza varia conforme a qualidade dos espectáculos.^. Justino Marques. no que se pensa. Tem 100 logares de superior e outros 100 de geral. alli fez fortuna durante os três existiu. Theatro Circo Príncipe Real (Coimbra) E' propriedade dos srs. 4 frizas e 700 logares de platea. empresta uma sala que possue com 16 metros de comprimento. praça e bosque. O Micróbio e aos popularissimos actores Joaquim Silva e Oliveira. O theatro tem se alugado por 10 ou i5 da receita e algumas vezes tem sido cedido gratuitamente. já pelo que todos os annos se faz para as recitas do 5. Tem 17 camarotes na i. Começou a ser edificado em 1894. António Jacob Júnior. Manoel José de Araújo.325 DO THEATRO PORTUGUEZ não edifica. etc. E' proprieTheatro de Castello Branco dade de uma sociedade por acções. e foi inaugurado a 27 de que occupa a 3^ ordem. O dono. para se armar o palco e servir de theatro aos amadores e a pequenas companhias que alli vão. etc. de Lisboa. desempenhada por artistas do theatro do Gymnasio. 32 fauteuils. 6 de 2. O rendimento do theatro pelos preços usuaes é de iiSíi&ooo réis e a despeza de 12^000 reis em cada recita. De scenario tem este theatro salas rica e pobre. PerTheatro Chalet Recreativo (Lu^oJ tence a Abel Duarte Pimenta. para alli escreveu a revista de grande suocesso. com a comedia de Pinheiro Chagas. Maria Joanna. António de 'Portugal. Continuam ainda os trabalhos de decoração. comedias e operetas. entre as quaes: 6 de zarzuela. sendo arrematado pelo actual proprietário. Theatro Club (Ervedal da Beira) E' propriedade de um grupo de amadores. E' esta casa de espectáculos muito elegante e tem commodidades.DICCIONARIO 45o cadeiras e 45o legares de geral. Dois — — nenés. que procura sempre variar os espectáculos com peças escolhidas das melhores companhias e qué é fiel cumpridor dos seus deveres. que o pôz em praça. Pertence a Theatro Club (Mortagoa) uma sociedade com o mesmo titulo. é o sr. Esses amadores fizeram a inauguração em Setembro de 1902 com duas recitas em que representaram as comedias: Torta falsa. O actual emprezario. Tem o theatro orchestra e banda. etc. Paschoa e Quaresma e diversos monólogos. do Príncipe Real do Porto. depois será por ajuste. do maestro DelNegro. Foi inaugurado a i de Janeiro de 1892 com o drama D.í>ooo réis. Tem o rendimento de 5o^ooo réis -e a despeza de 3^000 réis em cada recita. Na epocha própria é muito frequentado pelos académicos. tem sido cedido gratuitamente. 208 cadeiras. Teetn alli representado todas as companhias de Lisboa e Porto. Como ainda não está completamente concluído. da actriz Maria Pia. Começou a sua edificação — para a representação de dramas. a companhia do Gymnasio de Lisboa. de José Ricardo. O aluguer do theatro. porteiros e bilheteiro é apenas de i2í!í>ooo réis. sob a direcção do hábil e intelligente professor Dias Costa. do theatro Carlos Alberto. Tem 26 camarotes n'uma só ordem. Começou a ser edificado em Maio de 1893 e inaugurou-se em Maio de 1898 com o drama sacro Santo António. Theatro-Circo de Villa Real (Tra:[-osE' propriedade de Duarte da Montes) Costa Tojeira. Vae ser ilíuminado a luz eléctrica. a do actor Valle. Theatro do Circulo Catholico ( Vi:{eu) A expensas do Bispo D. sendo um muito grande por cima dos outros. sendo a obra dirigida pelo empregado superior das obras publicas Domingos José Lopes de Barros Guimarães. incluindo carpinteiros. por uma companhia dramática ambulante. depois hypothecado e concluído pelo Banco de Villa Real. O seu rendimento é de 4oíí>ooo réis. Possue o theatro vistas de sala. construiu-se na estrada de Mangualde um grande edifício para a sede do «Circulo Catholico para Operários». O theatro começou a ser construído por meio de acções. que poderão comportar 800 pessoas. 4 frizas. N'este theatro teem representado innumeras companhias. Este theatro pbssue o scenario indispensável % . porque a direcção não auctoriza mais. Começaram as obras em 1901. Tem 12 camarotes. Já alli representou uma companhia do Porto e o imitador Vargas. do actor Oliveira. Já alli representaram algumas pequenas companhias. O rendimento do theatro de Villa Real é de 200^000 réis cada recita e a despeza é approximadamente de 3oít)Ooo réis. aproveitado de uma sala que abriu em arco. do theatro D. dirigidas por uma commissão do mesmo grupo. Não pôde ainda marcar-se a epocha da inauguração. praça e bosque. Tem este theatro por emquanto apenas vistas de sala. 60 logares de cadeira e 101 de geral. Este circulo tem um theatro com platea e duas ordens de galerias. 170 logares de superior e 3oo de galeria. uma troupe de opera italiana. Para qualquer companhia é o theatro alugado por 8oí. Aluga se por 20 da receita bruta. José Dias Correia de Carvalho. Tem 100 logares de cadeira e 200 de geral. Affonso. Manoel Francisco Esteves. casa pobre. sendo gerente José Augusto Pinto de Barros. — Theatro-Circo de Villa Real em Outubro de 1879. algumas de província e es- 326 Theatrc-Circo Príncipe Real (Coimbra) tranjeiras. dando no máximo 4 recitas cada uma. desempenhado pelo grupo de amadores dos Bombeiros Voluntários de Villa Real e pela actriz Carlota Velloso. iooí5í>ooo réis. As obras antigo. que foram pelos principaes agricultores de O — Pertence Theatro-Club Conde de Rezende (Resende) á sociedade que tem o mesmo a ser edificado nome. jardim. dos Vinhos) Foi construído em 1895. Tem i5 camarotes na primeira ordem e 7 na segunda. Começou a ser construído a 21 de Fevereiro de 1901. O seu rendimento por preços diminutos é de 40í!É>ooo réis e a despeza em car da recita de 3ví'000 réis. desempenhados por amadores» O theatro pos- — . entre elles. Theatro-Club de Alpedrinha platea com 200 logares. desempenhados por amadores. que entraram com o — bosque. O espectáculo de inauguração foi o drama João Corta Mar e a comedia Dar corda para se enforcar. mar. capital foi distribuído em acréis. Não tem camarotes. do Principe Real. mobilar artistas e. a comedia Arte de Montes e a cançoneta O 60. grande que tomou parte na representação da comedia Os Médicos. Theatro do Club Artístico Benaventense ^Benavente) E' propriedade do mesmo Club. foram dirigidas pelos fundadores da socieO theatro foi inaugurado em 1884 por amadores. O theatro não se aluga a companhias. O theatro aluga-se por 25 dimento bruto. duas salas nobres. este theatro. sendo a despeza em cada recita de 20í|í>ooo ou 25 Jí>ooo réis. Já alli representa- ram aleuns capital preciso em acções de 5í{í)000 réis. Só tem dade. 24 cadeiras. A inauguração teve logar a 21 de Julho do mesmo anno. de Lisboa. Este theatro foi construído para. aldeia e ainda outras. approximadamente. A inauguração do thettro teve logar a 12 de Novembro do mesmo anno. Com respeito a scenario possue duas vistas de sala. dirigindo a obra João Montaes. e tem o rendimento de. com respeito a scenario: sala rica. com o producto das recitas e aluguer. O edifício é — Theatro-Club Azeitonense (A[eitão) mas em i883 três grandes salas foram applicadas ao Club e theatro.327 DO THEATRO PORTUGUEZ E' proTheatro-Club de Alpedrinha priedade de uma sociedade formada por vinte e oito individues. Theatro do Ciub Azeitonense (Azeitão) Pertence a Francisco Bruno de Miranda. Já alli representaram as companhias: do Gymnasio. O rendimento do theatro-club de Alpedrinha é de 35íí>ooo e a despesa em cada recita de 2í!í>ooo réis. castellos.^ Angot. Foi inaugurado em 1904. mas na plateia ha 25o logares. dirigindo a obra o sócio Joaquim Augusto Ferreira. Está determinado que as companhias pagarão por cada espectáculo 20íJt>ooo. duas vistas de rua e Tem Theatro do Ciub Figueiroense {Figueiró Pertence ao mesmo Club. representando amadores as operetas: Noivos de cMargarida e Filha da sr. O aluguer é feito por i5 "/o da receita bruta. a não ser que a direcção as contracte. A Taborda. réis incluindo casa. O seu rendimento é de 70íi!frooo réis e a despeza approximadamente de i5ílÉ)0oo réis. ções de 2S>ooo. que o arrendou a uma sociedade. êtc. sorteáveis. 74 de balcão e 3o de galeria. do Porto. casa pobre. mobília e scenario. Possue 96 logares de platea. 28 logares de superior. E' illuminado a acetylene. O theatro-club possue dois gabinetes. bosque. bosque e praça. uma de zarzuela e ainda do renoutras. construcção começou em 7 de Marco de 1893. sendo as obras dirigidas por uma commissão de membros da sociedade. Francisco Magno Adrião Lagoa. o aulas. custear as despezas da instrucção primaria da freguezia. tomadas Azeitão. com o drama em 3 actos Os dois sargentos e a comedia em i acto O V^oivo de encommenda. praça. Começou em Março % — de 1903. 80 de geral e 48 de galeria. dirigindo a obra o conductor de obras publicas. luz. actual procurador dos orphãos no Porto. Lucilia Branco. D. Pensa-se na construcção de um bom theatro. mas elegante. bibliotheca. O palco é pequeno. que se transforma em plateia e. varia entre 36íí)00o réis e 5oíSÍ>ooo réis e a despeza de cada recita ôífpooo. Pedro do Sul. Fortunato Maria dos Santos Bandeira fez-se um pequeno theatro. tendo um palco próprio. conseguiu que no Club se fizesse uma sala de espectáculos. Joaquim Flaviano Jardim. José Rego e Manoel Mattos. obra do distincto esculptor Simões d'Almeida. Aluga-se este theatro por da receita bruta. Manoel Carlos Pereiro Baetia e Vasconcellos. O club. Existe ahi uma bella estatua em mármore de Luiz de Camões. ou por 10 0/0 O" '^ ajuste particular. António Francisco de Senna. mas o salão de baile do Club. Joaquim Araújo Lacerda Júnior. Eduardo Branco. Por emquanto o scenario consta apenas de duas salas. Braulio da Costa Monteiro. Elvira de Passos. sala de jogos. Ayres Guedes Garrido. destinado principalmente aos curiosos. eram membros da direcção: Dr. Laura David. secretario. Varias companhias portuguezas e de zarzuela alli teem representado. a pedido de alguns amadores dramáticos. Este theatro aluga se com illuminação por 6ííí)OOo réis em cada recita. que foi inaugurada a 3 de Abril de 1904. Manoel de Almeida Guimarães e Joaquim Ignacio de Mattos tentou construir um bom theatro em S. representando alguns amadores as comedias: Por causa dhima camélia e Medico-mania. bosque e sala Tem o rendimento de 5oíS&ooo — despeza de 9ííí>ooo réis em cada renão tem camarotes. As salas são espaçosas e bem mobiladas. D. antigo actor em Lisboa e discipulo do Conservatório Dramático. D. arrecadações. Branca Branco. Apenas se obteve réis joOíííooo. Já alli teem representado diversos artistas. encarregando-se a socie- % do theatro. D. O panno de bôcca foi pintado pelo scenographo Machado^ e offerecido pelo notável artista José Malhoa. o que desanimou os iniciadores. Adelaide Coelho. A sala contem 7 tilas de cadeiras com i5o logares. chamando o capital para a realisação da obra. sócios do mesmo club. Pedro do Sul— Unna commissão composta do Conde de Beirós.J DICCIONARIO sue •28 uma vista de bosque e duas de sala. presidente. no primeiro andar de um prédio que possue o sr. mandou bonito anteprojecto e disfazer tribuir circulares. que ainda hoje existe. A bibliotheca conta já grande numero de volumes. para o que N'este theatro teem representado os distinctos amadores: António Augusto de Brito. um pequeno parque. Ha 3o annos. vice-presidente. Não é propriamente um theatro. Tem 100 IogaTheatro foi . Manuel Quaresma d'01iveira. sob a direcção do conductor Ezequiel Pereira Coutinho e inaugurou-se a 14 de Julho do mesmo anno com o drama Q/lbel e Caim e a comedia Ciúmes^ amor e copnha. de Carvalho. entre os nomes dos artistas que n'aquelle modesto palco appareceram. a que este theatro pertence. tem sala de bilh?r. Quando e se realisou a construcção rendimento da conforme os preços. O tecto da sala de bilhar foi pintado pelo illustre artista José Malhoa. António Henriques Pereira Baeta e Vasconcellos. Foi construído em 1S94. Augusta Simões d'Almeida. Julião Bagne Rebocho. Theatro do Club Recreativo "14 de Ju- do Club dade de todas bilhetes. José Coutinho Freire de Lucena.Club de Theatrc-Club Flgueiroense (Figueiró dos Vinhos S. D. e. figura o do grande Taborda. O gueiró. Branco. de que é sócio e natural de Fi- Joaquim Ignacio de Mattos. Theatro. representados por amadores. M. O E' propriedade da assolho" (Lourinhã) ciação do mesmo titulo. D. Hermínia Lyster. que a ofFereceu ao Club. as despezas e passagem de theatro e club foram construidos por meio de acções. salão de baile. Joaquim Miguel de Carvalho. thesoureiro. António d'Azevedo Lopes Serra. António Cardoso Moniz. em Condeixa— Nesta villa nunca construído edifício expressamente para theatro. Tem 200 legares de plateia. sala. Todo o edifício é illuminado a acetylene. O panno de bôcca é velludo vermelho. e Joaquim Fernandes Lopes. e diversas poesias. Achiles Eugénio Lopes d'Almeida. Arthur C. ciso. alem do theatro. Manoel Rodrigues Perdigão. Amadeu Simões Lopes. vendo gorado o seu plano e cheio de amor pela arte dramática. um João Florindo de Araújo Manacás. Possue o theatro vistas de rua. P. mas 240 logares de plateia. que. Alberto Eugénio de Carvalho Leitão. que logo 'depois desistiram da tentativa. António Guedes Freire de Almeida. D. devido á iniciativa e tenacidade do Dr. se transforma em plateia quando assim é preréis e a cita. bem illuminada a acetylene. toilette. 329 res de superior e 40 de geral. a velha rua da antiga cidade medieval.Constantino Nery {Mattosinhos) comedia O CommissjirioT de Policia pela companhia do Theatro Águia d'Ouro. 25o cadeiras. César Polia. Rende custando a diária i6ííí)000 camarotes. Adevo. Posser. uma friza circo. Começouaser edificado em 1879 e foi inaugurado pouco tempo depois por alguns artistas de Lisboa. jardim. Theatro Curvo Semedo (Montemor o-Novo^-E' propriedade de uma companhia edificadora.iempreza Figueiroa Júnior.. que representaram a covneáxa A vo:. Manoel da Silva. José Vaz. O theatro tem bastante scenario. que ainda hoje conserva.— Pertence ao hospital da Misericórdia. Este theatro durou até ser construido o de S. réis. António Teixeira. com pouco fundamento. ou pela rua Chã. Travanco. Rende o theatro So^í^ooo réis. Aluga-se o theatro por b^ooo réis em cada recita. Theatro Constanciense (Constância) Pertencia á Sociedade União Recreativa Constanciense e está construído n'uma sala do edifício da mesma sociedade. DO THEATRO PORTUGUEZ Bastos. 40 logares de"balcão. Comporta apenas 100 pessoas. Recaredo Roberto. Para elle se subia pela Porta de Carros. Da companhia fazia parle uma artista. das actrizes Rosa Damasceno e Virgínia e dos maestros Carlos Gomes e Alfredo Keil. que tem este nome em homenagem ao Go- O theatro possue um gabinete. theatro foi installado no palácio do Conde de Miranda. Possue vistas de bosque. Possue 12 Foi inaugurado a i5 de Maio de 1762. O proprietário do theatrinho sempre o tem cedido gratuitamente. Rebocho. João. O scenario está em máu estado. no Brazil. Theatro do Corpo da Guarda (Porto) Era situado no largo d'esta denominação. Augusto de Mello. theatro alugase por 24ííf>ooo réis em cada espectáculo. etc. Annes d 'Oliveira. mas plateia com 160 logares e galeria. José dos Martyres e Silva Gomes. do Porto. Arma também em captivos um camarote. Já alli representavam muitos artistas distmTaborda. que para o effeito soffreu varias modificações. etc. diversos gabinetes. Baptista Machado. do sangue. praça. Representavam alli O Tem O — amadores. attribuida a Pergolese. que o construiu. Manuel Diaz. Alves dos Reis. A recita foi luzida e vivamente interessou a população. em medalhões os retratos dos actores Rosas e Brazão. Foi inaugurado a 10 de junho de igoS com a — vernador de Manaus. Adelina Abranches. etc. Não tem camarotes. de variedades e outras. de columnas. dirigindo a obra António Dias Lopes. é muito elegante. porque na relação das obras d'este compositor não figura simlhante opera. Ramalhete. Mendes d'01iveira. e 20 cadeiras. Soares Esteves. entre os quaes dro. João. Theatro Cratense /"Críz/o. Começou a ser edificado em junho de 1903. Lá esteve Augusto de Mello. Representou já alli a companhia dos artistas Valle e Beatriz e outras ambulantes. a Giuntini. Martyres Falcão. O rendimento d'este a ! : . de quem o proprietário é intimo amigo. tendo ioííí)00o réis de despeza em cada recita. Trindade. de solida construcção e está decorado com pinturas de bom effeito. 2 frizas. onde se passou Apesar d'isto. No amplo átrio está de um lado instalado o botequim e do outro a bilheteira. Theatro Constantino Nery. panno de bôcca representa uma vista de Manaus e na bambolina ha o retrato de Constantino Nery. hoje praça Almeida Garrett. Na cornija. com opera // transcurato. Theatro Constantino Nery {Mattosinhos) Pertence a Emygdio José Ló Ferreira. Roldão. Sanchez. Ultimamente dissolveu-se a sociedade . Da mise-en scene basta dizer-se que apenas se pintou para essa opera uma sala regia. Esta commissão é composta dos srs . Algumas pequenas companhias de artistas portuguezes e hespanhoes alli teem representado. i5o de geral e 200 de galeria. Já alli representaram as companhias de Sousa Sooífeooo réis. um critico da toda a peça epocha disse que «a inverosimilhança não damnijicou os intentos e effeitos do poeta metrificador e do poeta musical». que se notabilisou e mais tarde esteve no theatro de S. António Pectos. Valejo Themudo. O — O Theatro. No tecto da sala d'espectaculos está pintada a Fama coroando o grande actor Taborda. mas uma commissão se formou para angariar os meios de construir um bom theatro. Foi inaugurado em igoS por amadores que representíiram varias comedias Possue seis é 4ÍJÍ>5oo réis mento rotes . Pires. Sousa Bastos. todas passadas entre os habitantes da villa.* ordem. Foi dirigida a sua construcção pelo engenheiro Magalhães Moutinho. Foi inaugurado por uma companhia de operetas do actor Cruz. pois três peças deram bastante dinheiro O T^^eino das Mulheres. Faziam parte da companhia os. ria etc. Afifonso ('Zíe/e???^— Durante dois annos esteve no largo dos Jeronymos. para o theatro do Príncipe Real. Fra-Diavolo. O Torto e Três Mulheres para um marido. a que deram o titulo de Theatro D. A des- e outras peças scenariò. O protogonista era feito pelo actor Alfredo de Carvalho. fazendd-se obras no theatro. scenographo Machado e outros. Em iSgo. Carlos. Freischuí^. A peça de inauguração foi o drama O Filho da Noite. da rua de Santo António. Valle. Santistas tos Mello. acetilene. 8 de 2. Theatro D. Mendonça. a 22 de outubro de 885. Qi/ixo/e. Portulez. Thereza Aço. 8 frizas. Cândida. Vieira. i5 cadeiras. Olympia.». um theatro construído de madeira. O theatro é bem illuminadoa zas. Dores Aço. a cantora hespanhola Entalia Gonzalez. de 1891 a 1 : : Theatro Diogo Beri)ardes( Ponle do Lima/ cAlcalá. um theatro barraca. O theatro aluga-se por B^í&ooo réis em cada recita.% 1 66 logares de geral e 120 de galeria. etc. porque não acabou a epocha. em i acto. Al: : . José Ricardo. Em seguida Cyriaco de Cardoso fez obras mais importantes no theatro e deu-lhe o nome de Theatro D. O theatro Diogo Bernardes tem 14 fricamarotes de 1 i. mas Theatro Diogo Bernardes (Ponte do Lima) edificado por meio de acções. varia entre iSoíííjooo réis a 3oovíí»ooo réis. Tem i3 camarotes de I. Guarany. Foi uma epocha feliz. Começou a ser construído em 1902. A companhia era de opera cómica e com elementos estrangeiros. arranjado da antiga peça de António José. o barytono italino Verdini. sob a direcção de Joaquim de Carvalho. Estevão Moniz. Não tem cama- i5o logares de superior e 200 de geral. i3 de 2. Ainda não foi alugado. José Pedro. que pôz em scena o Fausto^ a Sombra do 7?ei e poucas niais peças. O rendimento conforme a importância das companhias. 80 Jogares de superior e 100 de geral. antigo local da feira de Belém. Eduardo.í>ooo réis e a despeza de vistas O em cada recita. Era ensaiador o actor Costa. tomou conta do theatro uma sociedade formada pelos artistas Taveira. de Vianno do Castello. A epocha foi toda má e terminou a empreza por occasião do incêndio do Baquet. De 1887 a 1888 a empresa d'este theatro foi formada pelos arTaveira. a que deu nome de Theatro dos Recreios. em cada recita é de 16^000 réis. Santos.1 DICCIONARIO theatro é de i20íilí>ooo réis e a despeza réis 25^000 em cada recita. foi o D. Guilherme. Passando esta sociedade. A peça de inauguração. indo concluil-a Joaquim Barbosa e o alfayate Seraphim. Pinto. Theatro D.» ordem. mandou construir Theatro Dias de Carvalho (PortelJ—E' propriedade de José Alexandre Dias de Carvalho. conhecido pelo Costa da luneta. taes como o tenor hespanhol Rihuet. seu rendide 3oí. pintado por peza alli tas. MaII. Affonso (Torto)~\Jm sujeito. artistas Florindo. Santos. pela morte de Alves Rente. D. ville dando depois os Sinos de Cornedo género. Villar. Tem muito Eduardo Reis'. de nome Miranda Lima. O primeiro emprezario d'esse theatro tinha o pomposo nome de Júlio César. Salazar. Seguiu-se a empresa Coelho Ferreira. Já tem representado. com o Moleiro de — Foi Theatro D. José Ricardo e Santos. 3o fauteuils. Resgate e " Carlota. Fonseca. Affonso. etc. tendo terminado a empresa de Cyriaco. AJfonso. diversas. 33o ves. entre outras muias companhias Rosas & Brazão. Aífonso (Porto) na rua Alexandre Herculano. Representaram-se por essa occasião em portuguez as operas Cármen. de Alcântara terra. João Ferreira. a comedia em acto. A despeza em cada recita é de 3ov!í>ooo réis. no local onde depois o Santos da louça. tendo apenas chamado concorrência uma revista de Jacobetty. Foi mandado construir por Villàr Coelho. Na epocha de 189:» a 1896 foi emprezario o maestro Del Negro. que foi também o emprezario de uma modesta companhia. inferno. Taborda. representando o pnncipal papel Emilia das Neves e sendo ensaiador Emílio Doux. o Theatro D. Augusto deu grave prejuízo. Faria. EmiNeves representou com immenso agrado os dramas Simão o ladrão e (JasUm epitello de Monthivier e as comedias chel. Foi inaugurado a 29 de Outu- — bro de 849 com o drama Adriana Lecouvreur. etc. intitulada No Trinado do Prior. Cezar de Lacerda. Theatro D. Pa: as quaes a do maestro Benjamim. Affonso Henriques (GuimaPertence a um grupo de acciomaráes) nistas. teem feito coisa alguma. António Ricardo. Augusta. de má apparencia e com uma sala defeituosa e mal ornamentada. Luiza e Emilia. Simões e o Sargedas. etc. Das companhias portuguezas fizeram parte artistas de valor. enEmitre os quaes. N'este theatro trabalharam intercaladamente companhias portuguezas e estrangeiras. Gaio por homem. lia das : : gabinetes fechados. os seguintes artisGuilherme da Fonseca. José Ricardo. minação eléctrica e empregados. Possue dois — Este Theatro de D. Anna Cardoso. Faria. A despeito de todos os attractivos. jardim. para o que foram escripturados os artistas Luiza I^ersoli. Foi edificado em i853. No do 3. Ihaes. pois que. Magdalena. nem outros que se teem construído no mesmo bairro. Mattn.» acto. Sargedas.° para o 4.'* Justa. Não ha muitos annos. Fernando Pouco tempo durou. Santos. 1 : Matta. : : . sala regia. Fernando era mal construído. casa de campo. mas as conipanhias que alli vão. Domingos Ferreira. Cezar Polia. O Theatro de D. Fernando (Lisboa) theatro que existiu no largo de S. dizendo«Não se pôde representar melhor!» Ihe Garrett tinha visto em França a sublime Raintervallo : Theatro D. Soares. RoUão. tas Felicidade. o drama Dois Garotos e outras peças. pelo que houve sempre graves prejuízos. Foi inaugurado a 20 de Julho de 1872 com a comedia em 2 actos. O homem das cautellas. Roque. Brêa. Rodrigues.33i DO THEATRO PORTUGUEZ alli 1895 estiveram diversas emprezas. em que de ha muito está estabelecido o Hotel Pelicano. Júlia. o publico antipathisou com o theatro e não o frequentava. do actor Julho de i85o. entre outros. entre Romão. as Janellas Verdes foi construído um theatro de madeira. Fortunato Levy. Lisboa. Nem -este theatro. Fernando reabriu a 22 de . Ainda com a direcção de Emilia Doux. Carvalho. 1896 tomou otheatro o actor José Ricardo Em que poz em scena a revista Retalhos do Porto. Pelos preços usuaes rende i22í{í>40o réis . Já alli teem representado quasi todas as companhias de Lisboa e Porto e algumas hespanholas. Theatro D. edificou um prédio. Affonso Henriques (Guimarães) Apezar de pouco durar a empreza. Um annuncio em i Noticias e a comedia no Diário de acto. com o que se não perdeu muito. Marcolino. explorando o theatro por sua conta mas Emilia das Neves não concordou. Augusto (Lisboa)— Era um theatro feito de madeira e no local em que está a estação do caminho de ferro. Ultimamente foi este theatro demolido. etc.illu- sodio no reinado de Jacqiies I e O Ramo de violetas. vistas de bosque. Luiza Fialho. costumam elevar os preços ao dobro. No íim de sete mezes a empreza quebrou. da rua da Prata. praça. mar. EnDomingos Fertraram também na peça reira. Garrett foi ao palco abraçar a grande Emilia. Brêa. Gil pae. a de Guerra e a de Coelho Ferreira. D'estas houve uma de comedia franceza. foi mandado construir por uma associação que delle foi emprezaria. na rua do Olival. egreja. O theatro aluga-se por 3ov!í>ooo réis. António Pedro. Os artistas quizeram trabalhar em sociedade. os mais notáveis foram lia das Neves. nunca passou de barraca. a que também deram a denominação de Theatro de D. Tem 38 camarotes em 3 ordens. Rorick. Faziam parte da companhia. O Theatro de D. 1 de Villar Coelho. pondo em scena com grande successo a opera-comica Barcarola. O Theatro D. por mais obras que se fizeram. cárcere. 176 logares de platea e 60 de galeria. de que era ensaiador ApoUinario de Azevedo. incluindo aluguer da casa. que depois foi padre. Braz Martins. Amaro e outros. do actor Santos. casa pobre. Entre os notáveis artistas que teem representado n'este theatro contam-se os seguintes: Emilia das Neves. Fernando foi demolido em i8íq. Lucinda Simões. José Pedro. outra de opera cómica também franceza e mais do que uma de zarzuela. dirigindo a obra Manuel Gomes da Costa Sobrinho. Foi consTheatro D. sala rica e casa pobre. Alli representaram os nossos melhores artistas e todas as gran- des celebridades que nos visitaram na epocha em que o theatro funccionava. em terreno pertencente — Casa de Bragança Para este commettic::'ncorreram os capitalistas Visconde de S. Foi inaugurado a 20 de Janeiro de igoS com o drama Honra e dever e a comedia Noi\o de encommenda. que começou a ser transformado em theatro em 25 de Agosto de 190Z. Foi inaugurado em i5 de Janeiro de 1900 com as comedias Casado sem ter mulher. réis e a despeza diminuta. Pedro da Cunha (Arganil) E' propriedade de António do Souto Gama. Amélia {Lisboa) — que galeria.5o logares de 'Iheatro D. — tudo desempenhado por amadores. Amélia (Lisboa) truído por iniciativa do fallecido actor Guilherme da Silveira. A despeza em cada espectáculo é de i5í5í)ooo. António Ramos. plateia superior e geral. Luiz de Braga. Theatro D. construído em madeira. Celestino da Silva. Luiz (Coimbra) Era um bom thea- — bastante frequentado. João da Camará 3 vistas de sala. Ainda alli não representou companhia alguma. Já alli represen- Tem O : taram diversas companhias. Possue este theatro vistas de bosque. Nunca foi restaurado e por isso foi mandado fechar como perigoso á segurança publica. Foi mandado construir por uma sociedade. Tem 3o fauteuils. Theatro D. elegante e com cer- — commodidades. representando o Grupo Cecília Machado. O aluguer do theatro depende de ajuste particular. Dezembro de 1861 com o drama O Dia da Redempção. Theatro D. Começou a ser edificado em Novembro de 1899. tas dirigida pelo ensaiadorponto Alfredo Sette. Entre as muitas peças que os amadores alli teem representado hgura o drama em 4 actos. Theatro D. João da Camará (Garvão) 332 — E' propriedade de Joaquim António Bivar Xavier. que se inaugurou a 22 de tro. Era um casão. superior e tes. Luiz (Lisboa) Foi um elegante chalet. original do sócio Francisco Raphael Rodrigues. yl Ca/wm«iír. i5o de geral. Possue o Theatro D. Tem '. Tem o rendimento de i5o^ooo réis e a despeza de réis 4oíi!í>ooo-em cada recita. Não tem camarotes. sendo a obra dirigida por António Montes e pelo proprietário. 80 cadeiras e legares de geral. Pelos preços e um vulgares rende 35ííí>ooo. Possue vistas de sala seu rendimento é de 5oí!>ooo e bosque. Alfredo Miranda e Wadington. O theatro custa de aluguer i5 •'/q da receita bruta em cada recita.mCCIONARIO Theatro D. uma praça bosque. Não tem camaroAluga-se a qualquer companhia mediante accordo prévio. dirigiu a sua construcção. á mento . Manuel (Alcochete) E' propriedade da Sociedade phylarmonica «i5de Janeiro de 1898». Esteve na feira das Amoreiras e passou depois para a de Belém conservando-se por alguns mezes no mesmo local. praça. Os eleitos e A' procura dum marido e diversos monólogos. Alfredo Carvalho e outros bellos elementos. E' pena que não haja uma referencia ou qualquer commemoração á grande actriz setubalense Cecília Rosa de Aguiar. escolhendo principalmente o que então havia no largo da Annunciada. no Rocio. A' direita e esquerda ha duas bellas salas. Ao Visconde de S.» ordem. A sala tem 222 logares de plateia.: 333 DO THEATRO PORTUGUEZ tando a entrada de Setúbal. governador civil de Lisboa. que creou a Inspecção geral dos theatros. A este verdadeiro homem de theatro. tratou de formar uma associação para construir o theatro na- E' talvez a Theatro D. alem das pinturas de Vaz e Amaral. tem bellas qualidades de composição e execução. depois de ter estado nos pateos da Bitesga. o theatro até final do contracto com a Casa de Bragança pertence ao Visconde de S. de Amaral e Flamengo. Flamengo e Augusto Pina. onde é classificado de puro gosto artistico. até que successo incomparável alli se estabeleceu a empreza Rosas & Brazão. palco tem accomodações rasoaveis e basscenario pintado por Eduardo Machado. O lindíssimo vestíbulo. represen- A nomeada uma commissão. na Avenida Todi. com — sos reis e andara sempre mal accomodado pelos barracões do Bairro Alto. Foi n'estas duas epochas que no theatro D. ao seu esquisito paladar artistico. João Vaz. com modificações e decoração do scenographo italiano Rossi. emprehendedor. O theaTheatro de D. João V. Amélia. Amélia subiram á scena com um esplendor nunca visto em Portugal as peças phantasticas Vcnus e Viagens de Gulliver. que este se communique a outras propriedades. Amélia. a da esquerda. A esse homem perseverante e audacioso. Bensaude. Réjane. e opera-comica com Palmyra Bastos. Foi escolhido então o palácio da extincta Inquisição. Por este tempo já o governo. Jeanne Granier. O com maior ou menor êxito. As obras tinham começado a 4 de Outubro de 1894. Luiz dé Braga. Maria II (Lisboa) tro portuguez creara-se nos paços dos nostante Foi Guilherme da Silveira o primeiro a desapparecer da vida. Foi inaugurado a 22 de Maio de 1894 com a opera cómica de J. Roque. Huguenet. De Novembro de 1903 a Maio de 1907 desdobrouse a companhia para representar comedia. com a direcção do visconde de S. Castilho e Caetano Martins. affavel e em extremo attencioso. A decoração da sala. intelligentissimo. está numa bella posição. Maria Guerrero. deve a arte e bom gosto que pudéssemos no theatro D. Novelli. O risco Chiari não foi approvado e então o governo mandou que os lentes da Academia de Bellas Artes propozessem o plano definitivo. se deve o grau de prosperidade a que chegou e alta consideração em que é tido o theatro D. O trabalho de pintura do excellente fundo do jardim d'inverno é do scenographo Manini. para promover a formação da companhia para a construcção do theatro. Bartet. tem um bello quadro decorativo. Amélia apreciar tantos sublimes artistas. Foi em i836 que o conselheiro Larcher. Jane Hoding. O theatro interiormente é de bella apparencia. Quasi todas as Companhias de Lisboa alli teem ido dar espectáculos. evitando d'esta forma. etc. Zacconi. Por morte do ultimo e afastamento do penúltimo. Tina di Lorenzo e tantos outros. Rodrigo da Fonseca Magalhães. — uma proposta ao governo com o exame de vários terrenos. Metteu-se a crise politica e tudo ficou adiado até Outubro de i838. especialmente no/fyer e jardim d'inverno. Começou a construir-se em 1893 e ficou concluído em menos de um anno. arrojado. Garrett. pintado por Isaias Newton. 8frizas. Graça. sob a direcção de Vaz. que foi convertido no decreto de 12 de Novembro de i8?ó. tendo á frente os illustres artistas Augusto Rosa e Lucinda Simões. como Eleonora Duse. As despezas foram orçadas em sessenta e cinco mil cruzados. completamente isolado. Garrett apresentou immediatamente o plano. O theatro é bem illuminado a Bico Auer. no estylo D. em estylo neo-grego. Ao fundo tem um bello medalhão da rainha D. A construcção do theatro foi dirigida pelo architecto italiano Bígaglia. Mounet-Sully. obra do esculptor Simões d'Almeida. o Conservatório da Arte Dramática e a sociedade para a edificação do theatro. S. possua lindas marinhas de João Vaz. Por essa occasião Passos Manoel incumbiu Garrett do plano para a formação da sociedade e edificação do theatro e para a creação da Arte Dramática entre nós. a António Ramos e ainda a Celestino da Silva. é também magnífica. tinha cedido o palácio do Rocio á e foi . honra sobremodo os pintores setubalenses João Vaz. Continuaram alli companhias extrangeiras. Sarah Bernhardt. Por iniciativa de Garrett voltou-se ao assumpto cional e apresentou da direita.* ordem. Encarregou-se do plano da obra o architecto Luiz Chiari. Antoine. destinadas a café e restaurant. Judie. Offenbach. Mariette-Sully. n'um caso de incêndio. Amaral e Flamengo. Salitre e Rua dos Condes. 2 balcões e galeria ao fundo da ultima ordem. composta do Conde de Farrobo. Amélia (Setúbal) mais bonita e elegante casa de espectáculo de Portugal. 10 camarotes de 2. em pagamento de uma divida. para theatro escola. das Arcas. pela companhia de opera-comica italiana Gargano. Foi construido por Luiz Ernesto Reynaud. O theatro. Emanuel. 17 camarotes de I. Coquelin. Luiz de Braga. Luiz de Braga se deve o bom nome que o publico de Lisboa tem no estrangeiro. O panno de bôcca egualmente pintado por João Vaz. A Filha do Tambor-mór. dava-o para a construcção do theatro e assim todos os materiaes que estivessem á sua disposição. tendo readquirido o edifício. apezar da muita opposição levantada. O governo commetteu immediatamente a execução do decreto ao de Maio de foi nomeada outra commissão e . próximo á Bibliotheca. o Conde de Farrobo com doze contos e varias pessoas com oito contos e setecentos mil réis. em 18 de Maio de 1841. tornou-se de novo a escolher terreno. o que prefazia um total de trinta contos e setecentos mil reis. Suas Majestades subscreveram com dez contos de reis. sendo escolhida a cerca do Convento de S. governo cedeu-a. Teve que esperar-se a sancção do corpo legislativo. De novo se foi procurar 334 terreno. fiscalisar a obra. Abriu-se a subscripção para a companhia. O governo. sendo novamente preferido o do Rocio. Francisco. o que só se conseguiu a 4 O 183*). para o que se fazia transacção com a Camará Municipal. Abriu-se concurso para o risco. Levantava-se um empréstimo de cem contos em apólices putados 1 . com a condição de approvar o risco. e o theatro ficaria sendo propriedade nacional. Esta.DICCIONARIO Camará Municipal. cedeu o terreno por dez contos de reis por ser para fim tão útil. Maria II foi adjudicada a uma sociedade de artistas e collocada no mesmo theatro a escola de declamação que existia no Conservatório Real de Lisboa. João Rosa. Sociedade elegante. Maria II. A peça que por esta occasião subiu á scena. por exemplo. que administrava conjunctamente os theatros de D. o do' palco e outro sobre leitura. Como não caminhassem como era de esperar as sociedades artísticas. A peça. Delphina. o mais escolhido repertório e a verdadeira epocha de ouro do theatro de D. Diffamadores. a empresa do theatro de D. Tasso. Theodorico. Dias de Carvalho. Ernesto Biester e D. Virgínia. Leal. Pinto de Campos. Domingos Ferreira. Vingança. Jogo. até que o governo de novo reformou a lei. Carlota Talassi. Homens do mar^ Jotas de família. bello grupo de artistas. Quando Francisco Palha deixou o theatro de D. Rosa Júnior. de Eduardo Brazão. e de Jacintho J.° acto. Apezar da sua competência. Maria II. teve o louvor de muitos dos primeiros criticos da epocha. Maria Pia ( Funchal)— Eslt bello edificio.% de que eram sócios Eduardo Brazão. que foi posto a concurso. terminou-se afinal o magestoso edificio. Maria e Trindade. Gertrudes. Operarias. PVancisco Palha de Faria Lacerda. Sargedas. Maria para fazer empreza na rua dos Condes e fundar o theatro da Trindade. estabelecendo a creação de uma nova sociedade. Epiphanio. o drama histórico em çalves. Maria II foi tudo devido á magnifica administração e á muita competência do commissario. obtidos os meios fez approvar o risco do architecto Lodi. antes de ser o theatro novamente posto a concurso e adjudicado á empreza Menezes & Ferreira. Delphina do Espirito Santo. O drama subiu á scena com grande luxo e apparato. Emilia Letroublon. E' a sociedade artística que existiu. A inauguração teve logar a i3 de Abril de 1846. por ter sido approvada no concurso aberto pelo Conservatório. Penitencia. Victorino. Rosa Damasceno e Carolina Falco. César de Lima. Guilhermina Trindade. o original Magriço e os Do:^e Em Em tração do theatro. nomeando um commisAs companhias n'esse tempo eram de primeira ordem. concedendo ao theatro de D. Emilia Adelaide. novo concurso foi o theatro adjudicado 1876 passou a á empreza Santos & C* empreza do theatro de D. Assim. O quadro artístico da companhia era o mais completo que o nosso theatro tem tido. Até ao fim de Abril de 1842 estava tudo n'estes termos e tudo perdido. artistas classificados e superintendência do governo. Se mereceu a censura de alguns. em 1840. teve o seu maior esplendor. Homens ricos. Tasso.335 DO THEATRO PORTUGUEZ Radice. Todavia o mais extraordinário grupo artistico. apezar de fraca na acção dramática. faltava-lhe a actividade que o cargo reclamava. Seguiu-se a sociedade artística. Pelo mesmo decreto foi assegurada a subsistência futura aos artistas do theatro normal. Izidoro. conseguindo assim Lisboa ter o magnifico theatro de D. Rosa pae. Rosa pae. thesoureiro. Domingos Ferreira. que pertence á Camará Mu- tou. Gertrudes Rita da Silva. Maria II á firma Biester Brazão & C. Então Larcher propôz ao governo e este acceitou uma transacção com os contractadores do tabaco e. Sargedas. vice-presidente do Conservatório e Inspector geral das obras publicas. Fortuna e trabalho e algumas primorosas traducções de excellentes peças francezas. especialmente o 4. O auctor defendeu a sua obra no Diário do Governe. que alcunharam de theatro Agrião. procurou por todas as formas encurtar as despezas e. Entre outras muitas. De 1802 a i865 aquella scena. Estabeleceu-se a censura e outras medidas tendentes a aperfeiçoar a arte dramática em Portugal. Maria II um subsidio de seis contos de reis annuaes e promulgando dois regulamentos para o mesmo theatro. Primeiros amores de Bocage. A commissão que superintendeu nas obras ficou composta do conselheiro Larcher. Jose- pha SoUer. sario régio. Barbara Leal. Manuela Rey. José António. A 28 de Outubro de 1847 foi publicado um decreto. João de Menezes. Os trabalhos proseguiram a despeito da guerra movida contra o architecto e á sua obra.. Lage. Mana. . Marcolino. Luiz da Costa Pereira. Por um decreto de 3o de Janeiro de 1846. lá foi o subsidio do theatro de D. por se ter encontrado muita agua. Corrêa. em i853. Passou depois esta sociedade á firma Rosas k Brazão. ensaiador do theatro. No fim de tanta lucta. Polia e muitos outros artistas de merecimento. foi nomeado commissario régio o dr. Um referendado pelo Conde de Thomar. A experiência deu mau resultado. Santos. A 7 de Julho de 1842 começaram os trabalhos sob a direcção do auctor do risco. tinha qualidades. e por consequência o theatro portuguez. Entrou então como emprezario Francisco Palha. o governo tomou conta da adminis5 actos. Pinto de Campos. a fim de se festejar o anniversario de Sua Magestade a Rainha D. Theatro D. na rede varredoura. pois que contava: Emilia das Neves. Amaro e César de Lacerda. Quando tomou as rédeas do governo o Bispo de Vizeu. Theodorico. Cura d' almas. Maria da Gloria. representaram-se n'aquella epocha as seguintes pecas origina es: Pedro. Carvalho. Carolina Emilia. com futuro garantido. Augusto Rosa. foi Álvaro Gonde Inglaterra^ de Jacintho Heliodoro de Faria Aguiar de Loureiro. o do torneio. pelo facto de ter-se gasto muito tempo e muito dinheiro nos alicerces do edifício. contava nada menos que os seguintes artistas: Emilia das Neves. censura e representação das peças dramáticas. também portuense. na adminisera presidente João S. da Ga- em Monteiro. na a ser edificado meçou tração de que mara e vice presidente o Dr. Manuel Pereira. coi883. As decorações são de Cotrim e parte do scenario e pinturas de Manini.DICCIONARIO nicipal 336 do Funchal. sendo presidente da camará o Conde Ribeiro Real. indo pôl-a em execução o carpinteiro. Este theatro . A planta foi feita pelo engenheiro portuense Soler. Concluiram-se as obras em 1887. António Leite ilha da Madeira. — — — Começou a ser edificado em a ohra Jacomo de Sousa. que o mandou construir sob a sua direcção. Ji lello — . uma com- panhia dirigida pelo actor Alves. que representaram as comedias Uma experiência e A volta do João. Tem 43 camarotes em 3 ordens e 200 logares de plateia. casa pobre e bosque. As obras começaram em 5. Ha na terra falta de músicos para companhias de canto.5 de Maio de 1884. Tem 17 camarotes em uma só ordem. Tem 280 logares de plateia. Teem alli representado varias companhias do Porto e Lisboa. entre o qual sala rica. representado por amadores. Come- — em Foi construído por uma Theatro de Fafe associação. etc. Theatro Eminio fAgiiedaJ—E' propriedade de António de Freitas Sucena. a zarzuela Amor e almoço. José Soares Leite. Salvador Braga. i5o cadeiras e diversos logares de geral e torrinhas. a do actor Valle. dirigidas pelo artista francez Simão de Foucená Louroné. Theatro Elvense (Elvas) Foi construído 1825 na chamada Casa das Barcas. com a comedia do Theatro Figueirense (Figueira de CasE' propriedade dos herlipdrigo) deiros de Francisco da Silva Marques. O preço do aluguer para companhias é de 10 "/o da receita. dirigindo as obras o proprietário. etc. Já alli teem representado algumas companhias modestas. á qual foi doado pelo fallecido Eduardo de Menezes. produzidos por i32 logares de plateia. O theatro Eminio possue diverso scenario. de que faz parte o sr. denominada «Sociedade Recreativa de Fate» em 1878. que deu oito espectáculos. praça. Foi inaugurado em Junho de 1898 com o drama O Filho da T^publica. tem arrendado um salão onde dá espectáculos para sua distracção e das famílias da loca- — — Um lidade. O theatro possue pouco scenario. bosque. O Quinsinho. Rende igr^íbooo réis sendo a despeza em cada recita de i2ííí>ooo réis. Por preços baixos. Theatro Eminio (Águeda).^)000 reis. Foi inaugurado cm 1882 com o drama Trabalho e honra. Aluga-se o theatro por 6ííí>ooo reis em cada espectáculo. e inaugurou se a 29 de agosto do mesmo anno. De scenario tem apenas sala rica. Aluga-se por 4í5í>5oo réis em cada recita. Já alli teem representado muitas companhias portuguezas e hespanholas. theatro e lUuminação. sala pobre. Ó rendimento do theatro é de i5oí!í>ooo réis e a despeza cm cada recita é de i5í!í>ooo reis. dr. S. Caetano Pinto. O theatro arrenda-se barato a qualquer companhia. tem o rendimento de 45v!í»ooo réis. Tem 100 logares de plateia e ainda galerias : e geral. 80 de galeria e 110 de geral. Já alli teem funccionado diversas companhias portuguezas e hespanholas. Apenas alli foi. Começou a ser edificado em i88i. entre as quaes. E' illuminado a aceiylene. 12 cadeiras. O seu rendimento é de 63vjí>ooo réis e a despeza em cada espectáculo de 4í!è5oo.: 33. 60 de geral e 34 de galeria. jardim. 33 log. Martins Ferreira. Possue este theatro» 4 vistas de sala. 90 de geral e um grande balcão em volta com 200 logares. desempenhado por amadores. Theatro Eduardo de Menezes {Évora Monte) Pertence á Santa Casa da Misericórdia de Évora Monte. começando as obras em 1877. e foi 1900. incluindo b^ooo de aluguer do theatro. casa pobre e sala rica. representado por amadores. grupo de amadores. em 1905. % ceita bruta. que o mandou construir. bO THEATRO P0RTUGUE2 Theatro Duqoe (BuarcosJ — Pertence a José Corrca Duque. por amadores. Foi inaugurado com o drama Poder do ouro.ires de superior. o terceto dos Africanistas e a poesia A Arte. O seu rendimento é de 5oííí>ooo réis. Tem 12 camarotes. em 1881. Aluga-se este theatro por 5 da re- António de Mello (ToyJ. representada por amadores. Actualmente pertence ao P. A sua inauguração teve logar a i5 de Agosto de 1887 com o drama Frei Lu^ de Soiija. dirigindo inaugurado a 10 de Setembro de 1902. Godinho Júnior. Rende 55íí)OOo réis e tem 4íí)ooo réis de despeza em cada recita. desempenhado por artistas de Lisboa. dirigindo a obra a direcção da mesma sociedade. Já n'elle representaram diversas companhias. bosque e praça. Pelos preços mínimos rende io3í5í)o1)0 reis e tem de despeza em cada recita 27. O theatro possue dois gabinetes e uma vista de jardim. Jorge) Theatro Estimulo (Calheta Pertence á «Sociedade Estimulo» de que é actualmente director o Dr. inclusive o grande Taborda. Tem 120 logares de plateia superior. çou a ser edificado em 1897. pertencente ao governo da praça d'Elvas. Possue este theatro vistas de bosque. Não ha Theatro em Ferreira do Zêzere edifício próprio. Foi no mesmo anno inangurado por amadores. dirigindo a obra João Martins e o proprietário. Possue vistas de sala e bosque. e foi morrer mais tarde ao Brazil. bosque. Camará Municipal. casa pobre e sala rica. onde mo-reu. A companhia era dirigida por Francisco Fernandes. O aluguer do theatro é de 3ííÉ»ooo réis por cada recita. Apezar de propriedade do município. o que prova quanto o ali é amador de theatro.% 6 de 3. Foi inaugurado em ib de tio de 1890 com as comedias: pelo mestre d'obras Francisco Rosa Mendes Sobrinho. Tem duas frizas. receita bruta.* ordem. formada por diverindivíduos. Já ali teem representado diversas companhias. alguns sócios do Circulo Eborense lembraram-se de dotar a cidade de Évora — " i»•. Theatro da Floresta Egypcia {Lisboa)— A Floresta Egypcia era situada na rua da Escola Polytechnica. José Maria Ramalho Diniz Perdigão e Thote- maz Fiel Gomes Ramalho. 102 logares de superior e 60 de geral. Tem 17 camarotes. Teem ali representado muitas companhias e notáveis artistas. Da companhia faziam parte a velha Ludovina. que o exploram com recitas suas e o arrendam de sua mão. casa pobre e dois gabinetes. O theatro era todo envidraçado. i3 de 2. i5o logares na plateia e 100 no balcão e galeria. Começou do em Mendonça O dezembro padre e Roca de Hercules^ desempenhadas por amadores. Sá. Tinha magnifico restaurauc e óptimo café. do Porto. Deve ser brevemente inaugurado. A inauguração d'este theatro. O theatro Gama-Herculano. Joaquim Sebastião Limpo Esquivei. Era ponto o escriptor Costa Braga. salão Luiz xiv. só poderá funccionar depois de resolvida uma 1898. João d'Amil. montanhas-russas. dirigida A edi- questão que está em juizo. desempenhado por amadores. além d'estes preços. Guilhermina. Foi reedificado em 1873 e 1874 pelo antigo machinista de theatros. O % Ramos. fogos d'artificio. António Apparicio e Carolina d'01iveira. entre os quaes: Domingos António Fiúza. Costa Marreco. — da Rua dos Condes. Luiz Lassance. Em 1857 foi esta companhia substituída por outra intitulada Companhia portuguesa lyrico-drainatica. carroussel. onde havia toda a espécie de divertimentos: salas para bailes. entre as quaes uma formada com artistas de da theatro aluga-se por lo D. E' proprieTheatro Flaviense (Chaves) dade de uma empreza de oito sócios. de que é gerente António da Rocha Carvalho. Maria a ser construídirigindo a obra Ernesto de Heitor.l'Ií•'*^^- Theatro Garcia de Rezende (Évora) nizaram sos com um bom theatro e para esse fim orgauma sociedade. A entrada custava 160 réis. Tinha frizas a 1^400 réis. á 1889. claustro. e depois lá dentro tudo se pagava. excellente aderecista. tem um palco bastante espaçoso e deve ser iiluminado a gaz acetylene. que era assim formada: Andrade Ferreira. E' claro que. emprezario de província. Chegou já Theatro Pertence a ficação Gama Herculano (Vidigueira)— um grupo de uma companhia seis a permanecerem Chaves durante publico mezes. etc.**. balanças para pezar. Foi também José Osti o emprezario do theatro da Floresta. Será alugado por 3íibooo réis em cada espectáculo. etc. Theatro Foito (Chamusca)— Ptn&nco. Theatro Garcia de Rezende (Évora) Em 1880. O emprezario era o José Osti. se pagava 160 réis pela entrada nos jardins. que é muito elegante. praça. Possue o theatro vistas de bosque. ficando todas as despezas a cargo da companhia. balouços. Pinto de Campos (tio) e Maldonado. A commissão chnica que devia dirigir os trabalhos ficou composta de: Adriano Augusto da Silva Monteiro. está arrendado a um grupo de amadores. entre os quaes Taborda e António Pedro. 92 de geral e 52 de galeria. O seu rendimento em cada recita é de ()b$ooo réis e a despeza de ib$>ooo. Foi inaugurado em 9 de Maio de 1874 com o drama Ódio de raça. começou em societários.DICGIONARÍO alli teem representado varias companhias. feita na sala de Crystal que já existia nos jardins da Floresta. Amélia. Possue este theatro vistas de praça. o pyrotcchnico da epocha. J. incluindo aluguer do theatro. de Lisboa e depois do Baquet. Tem 10 camarotes de' 1. Francisco Ignacio de Calça e Pina. teve logar a 3i de agosto de i855. Joaquim Sebastião Limpo Esquivei. Maria. illuminação a acetylene. o que introduzira os phosphoros em Lisboa e que já fora emprezario do Jardim Mythologico em Alcântara. concertos. Tem o rendimento de Softooo réis e a despeza em cada recita é de ioíí>ooo réis. jogos de toda a espécie. 40 logares de superior. João Ferreira. Era formada por grandes jardins. que foi do theatro 338 José Fernandes. Manuel José Carreta e Simão da Fonseca Le- . que foi actor. camarotes a iíí>6oo e plateia a 240 réis. Ignacio da Conceição Fer reira. Eduardo Roque. cárcere. Aluga-se este theatro ás companhias por contracto especial. fortaleza. O theatro possue 2 salões. Cejar de Ba^an. representando amadores as peças O contacto e Genro do Caetano. em que se vêem por entre nuvens as muzas e génios da poesia. taculos.'" de comprimento por 11. e assim era de prever. 80 logares de superior. Seraphim Simões. depois de prompto. Cedeu esse terreno. representando amadores. vista de campo. O theatro possue: sala rica. Deu se começo á construcção a i6 de abril de 1881. mais de dezoito tinham sido tomados pelo réis. a de junho de 1892. etc.5 de fundo. O rendimento do theatro depende dos preços. praça. 4frizas."" de largura. Francisco Eduardo de Barahona Fragoso. sendo o projecto do edificio elaborado pelo engenheiro Silva Monteiro. luz (gaz acetylene) e po- Tem o Tlieaírp Garrett mais pertences para o theatro poder funcA parte decorativa da sala d'especincluindo o panno de bôcca. F. tendo a bôcca de scena ô^jS de largura por S^jS de altura. o scenario. jardim. Madrugada e Leonor Telé mos Monteiro. licia. graças á protecção e á iniciativa do dr. aproveitou uma casa com 27. O scenario foi todo pintado pelo lUustre scenographo Manini. O panno de bôcca reoresenta um jardim. O Intimo. em que está escripto o nome de Garcia de ^e^ende. I incluindo pessoal.. arrecadações. desenhando-se ao centro a esphera armilar d'El-Rei D. Duraram trez mezes os estudos de gabinete. em noites consecutivas. D. a plateia tem 100 logares de superior e 200 ue geral. Vide Theatro Lui^ de Camões. porque a concorrência ao theatro falha quasi sempre e os prejuízos são grandes. no seu amor pelo não corresponda á magnificência do edificio.• ordem. A inauguração teve loear a 6 de fevereiro de 1904. e nenhum se lhe avantaja nas decorações. todas executadas por artistas portuguezes. sociedade anonyma de responsabilidade limitada. é uma allegoria. Torres e Manoel da Silva Dias.». José Ribeiro Telles e Arthur Mesquita. que. Theatro Garrett féMagdalena—PicoJ— Pertence a uma sociedade de que é director o sr. Tem bastantes camarins. que não foram subscriptas.5^9 t)0 tMEATRO PORtUGbE^ que a população. Pedro. O theatro foi feito por acçóos de ioíí>ooo réis. para o fazer. bufete. tendo pintada uma larga escada. fazendo todas as despezas. Jayme Ferreira. secretario Emilio Ferreira e thesoureiro Annibal Andrade. Amigo Friti. d'Almeida. que cercam a Tragedia e a Comedia. receiam muito ir a Évora. O seu rendimento é approximadamente de i5ov!í>ooo réis e a despeza em cada recita. que são ensaiados pelos srs. E' unicamente destinado a amadores. As obras caminhavam apressadamente. acto de generosidade que a Camará agradeceu em sessão especial. Maria II. Manuel. António F. bosque. O tecto da sala. etc. 120 de geral e 16 numerados. 110 cadeiras. mas no fim d'esse anno estavam esgotados os recursos. abrangendo trez mil metros quadrados. O theatro. cionar. i les. a despeza em cada recita entre Bo^ooo e 40í5í>ooo réis! Tem 16 camarotes de !. João Vaz e Leandro Braga. Pena theatro. em que se vêem typòs de architectura manuelina. a firma commer- — . 14 de 2. Na 3* ordem ha também uma galeria. Começou a ser edificado em n de novembro de 1896. que. que se promptificou a concluir o edificio. o conde da Costa pelo foro annual de i5^ooo Para o mesmo fim comprou a sociedade uma casa a Pereira Rosa pela quantia de 240íJ!)ooo réis. Tem trez ordens de camarotes. de Figueiredo. gabinete. visto que da primeira emissão de vinte contos. mobilia e Theatro Garrett^Cm/ray— Pertence á Real Sociedade União Cmtrense. Assumpção Santos. Miguel Duarte L. sendo a obra dirigida pela direcção d'essa epocha. A inauguração teve logar a i5 de abril de 1898 com o drama Herança do Marinheiro e a comedia Fura vidas. foi confiada aos artistas António Ramalho. foi cedido ao nrunicipio de Évora pelo dr. ou por 3oí!í)000 réis ca- da recita. O preço do aluguer nunca é superior a 5oáooo réis por cada recita. A sala do espectáculo tem magnificas condições acústicas e é elegantíssima. 184 cadeiras numeradas. Estiveram os trabalhos parados aié setembro de 1888. O terreno escolhido foi o de umas hortas junto ao lado occidental da praça de D. A grandeza do edificio é talvez demasiada para uma cidade de província. em que cooperaram Carreta e Esquivei. em que recomeçaram com todo o desenvolvimento. O theatro Garcia de Rejende foi inaugurado. etc. quando as despezas não são garantidas. O capital da sociedade era de vinte contos de réis. Ramalho Diniz Perdigão. Alem de tudo. A obra foi dirigida por Júlio M. 60 logares de geral e 40 de galeria. Barahona e sua esposa. pela qual desce o pagem Garcia de Resende com a sua guitarra. faltava a parte decorativa do edificio. Tentou-se uma nova emissão de acções. 8ííÉ>6oo réis. depende de ajuste. de Ramalho. com a comedia de Eduardo Schwalbach. onde se armou um palco que tem 7°'. deu mais os seguintes espectáculos: Marçue^de Villemer. officina. Theatro Garrett (Mossamedes— Africa) Pertence á Empreza de Recreios Mossamedense. Inquestionavelmente o Theatro Gafcia de Resende é dos melhores de Portugal. mas como pouco rendesse a subscripção. Honorato Júlio de Mendonça. As companhias. casa pobre. rico lavrador José M. representada pela companhia do theatro de D. Começou a ser edificado em 1888. Vi- tes e 612 logares cita. O rendimento do theatro era de 45í!í)OOo réis. que representaram diversas comedias. — Este Theatro Garrett ( Villa Franca de Xira) theatrinho. O seu rendimento é de 246í!í>900 réis. a despeza em cada recita 10 frizas. Tinha i5o logares de plateia. António José de Lima. Augusto Mello. O theatro alugaréis. Irmão & C* abonou três contos de réis para a conclusão da obra. 22 camarode plateia e galeria. Joaquim d'Almeida. 8 frizas. O grande Taborda. podendo elevar-se. Barbara. Joaquim Silva. porque a sua visinha Alhandra. dirigida pelo engenheiro civil. a rivalisar com os melhores de provincia. bosque e praça. era de i6v!í>5oo réis. que era situado na rua.DICCIONARIO ciai 340 Figueiredo. Theatro Gil Vicente (Cascões)— Pertence actualmente á Marqueza de Lierta. aproveitando prmcipalmente a epocha balnear. incluindo a de D. A despeza em cada espectáculo anda approximadamente por 3oí5í)000 theatro Gil Vicente tem 17 camaro160 logares de plateia e 200 de galeria. a 35o^ooo réis. A inauguração teve logar a i5 de agosto de comedia o drama Ermitão da Cabana e a Matheus o Braço de Ferro^ tomando parte no desempenho um antigo 1869 com 1 . Foi inaugurado a i5 de agosto de 1890 pela companhia Taveira. como: Taborda. etc. adaptado a um armazém e adega. como herdeira dos fallecidos Gondes de Magalhães. O theatro tem bom rendimento. villa de menor importância. O director da Sociedade é o sr. Ha ali o seguinte scenario: sala nobre. Georgina Pinto. Theatro Gil Vicente iBarcellos)—E' propriedade da Empreza Theatral «Gil Vicente». A despeza total em cada recita. era propriedade de Arthur Gezar Pereira. incluindo a renda. do Porto. que o tinham adquirido em praça publica para inventario de menores. Theatro Garrett (Povoa de Varptnj—E' propriedade de D. E' o melhor theatro da provincia de Angola e mesmo superior a muitos de Portugal. cár- Ignacio Peixoto. de acordo com a importância das companhias. dirigindo a obra o carpinteiro de Gaparide. Foi construido este theatro no local em que existia um outro pequenino. dirigindo a obra José Agostinho Alves e José da Torre. estava o theatrinho em gala e completamente enfeitado para o receber. Maria II. A construcção começou em 8 de março de 1868. Já ali representaram diversas companhias e muitos artistas distinctos. O tes. não poude deixar de exclamar: «Julguei que vinha representar a um theatro e estou dentro d'uma caixa d'a- mendoas!» Ultimamente foi demolido. armador da praça de Lisboa e capitão de marinha mercante. convento. A sua edificação começou em 1896. entre ellas: A carteira de Mauricio Lopes e U^ão tem titulo. na rua Victoria. que pôde ser elevado conforme os preços estabelecidos. a que se procedeu por fallecimento do primeiro proprietário. O theatro aluga-se por i5% sobre a receita bruta de cada re2oííí>5oo réis. quando ali entrou pela primeira vez. sociedade anonyma de responsabilidade limitada. Felisbina Amélia Pinheiro Alves. saia rica e casa pobre. Valle. se por i3í5É)6oo livres para a Sociedade. José Vicente Gosta. que ha pouco recebeu também o nome de de Theatro do Gymnasio Villafranquense. conforme o valor da companhia. Barcellos por dentro. Manoel Rodrigues Lima. já teve um bom theatro e acaba de ser dotada agora com outro magnifico. do theatro teem direito a 25 de abatimento no preço dos seus bi- Theatro Garrett (Villa Franca de Xira) Garrett. representada por amadores. Assim deve ser. muito devotado a coisas de theatro. Os % accionistas lhetes. casa pobre. Gezar de Lima. Pen- cere. António Augusto d'Almeida Azevedo. escripta expressamente para esta recita. que o mandou construir sob a sua direcção em 1879. Teem ali representado já muitas companhias de Lisboa e Porto. Possue este theatro vistas de bosque. Foi inaugurado a 28 de agosto de 1880 por amadores. que representou a comedia Rédeas do governo. A inauguração teve logar a 3i de julho de 1902 com a revista de costumes locaes. Já ali representaram varias companhias dos theatros do Porto e Lisboa. de Tem sa-se na construcção de um bom theatro em Villa Franca. que fazia parte da extincta «Sociedade Recreativa Cascaense». deve . fundada em 1844. uma pobre. jardim. que consta de três salas ricas.341 DO THEATRO PORTÍIGUEZ prupo. O scenario. praça e mar. Não era pequeno o theatro da Graça. entre outras. segundo a planta do distincto engenheiro António da Conceição Parreira. Em 1773 a companhia portugueza representou ali. Viriato Guerreiro. recita 5íSí>ooo réis.^ ordem 600 réis. ali irão de certo trabalhar todas as companhias que forem a Faro. porta approximadamente em i5íííiooo réis. Existia ali nos meiados do — despeza de ioí{í>ooo em cada recita. luz. para a execução da qual está feito o orçamento de 8:oooíJooo réis. Na epocha de 1774 a 1775 teve ali muita concorrência uma companhia hespanhcla. Está actualmente alugado a uma sociedade. em 1899. que representaram as comedias: Z)m<I5 ^a/as e Malditas letras e a opereta Canto Celes- % — tial. Theatro na Collegã— Formou-se uma commissão promotora da construcção d'um theatro n'esta villa. 240 e 160 réis. Rende 90í5É)000 réis e tem de despeza em cada Possue uma galeria gares. Também com a denominação de Theatro da Graça outro existiu dentro de um palácio arruinado. Theatro da Graça (Lisboa) Existia na calçada da Graça e foi construído por Simão Caetano Nunes. pois que. Dos artistas que estiveram n'este theatro posso apenas apontar os nomes de: Francisco de Sousa. Começou a ser edificado em janeiro de 1907. 1 5o logares de plateia e 100 de geral.. incluindo casa. Começou i a ser edificado em sendo a obra dirigida pelo propriede janeiro de 1897 tário. etc. Tem 4 camarotes.DICCIONARIO Era um grande arm?zem que. Eduardo Bello Ferraz. Diabo pregador. Joanna Ignacia e António José de Paula. Príncipe perseguido. 120 logares de plateia e 400 logares de geral. D. com o drama de Pinheiro Chagcs. Tem 16 camarotes em uma só ordem. Aluga-se por palco e 4v5í>ooo réis para luz e pessoal. etc. dirigindo a obra Domingos do Espirito Santo e Francisco Ferro. A construcção foi iniciada pela direcção que no anno de 1907 geria o mesmo Grémio. pela sua importância. Já ali trabalhou uma companhia russa e outra portugueza. O rendimento do theatro por espectáculo é de 33. actor-auctor. Foi inaugurado em outubro do mesmo anno por amadores. Gil de Portugal. foi 342 dados por amadores de diversas sociedades. no Passeio D. prisão. Este theatro não tem scenario seu. 1896. Os seus espectáculos eram nhas Reis. as precauções e melhoramentos. Aluda receita o ga-se a companhias por 10 aos amadores por 25 "/q.)i/>ooo réis e a despeza approximadamente \o!jpooo. e custando os camarotes de i ^ e 3. Trabalhos de Job. praças. etc. yl Morgadinha de ValJlor. Tem o theatro bôcca. direcção de que então . António dos Santos Fontes e Luiz Maria Lopes de Campos. Foi inaugurado em agosto do mesmo anno. Theatro do Grémio de Instruccão e Recreio (Pampilhosa) Foi construído por meio de acções. orchestra. Tem este theatro uma sala rica. Ruy Lopes de Souza. bosque e praça. jardins. João de Espina. d'este theatro foi feito n'um terraço que existia. e a sala d'espectaculos por meio da demolição de alguns tabiques. António Manuel Soares. desempenhado por amadores. que era composta pelos srs. A decoração de theatro e scenographia é do sr. casa pobre. tendo os bilhetes os preços de 3oo. que representaram o drama Torturas de um escravo e as comedias Polacos e liussos na Mouraria. Maria Joaquina. Santa Barbara. cárceres. de que são directores: Félix Augusto Monteiro. em frente da egreja e com janellas para a calçada da Graça. claustros. etc. mas uma galeria com 36 Jogares e na plateia 53 logares de superior e 120 de geral. Dois estudantes no prego e Amores de Leoa. Bruto de Babylonia. aluguer de scenario. Este theatro deve ser brevemente inaugurado. ruas. dirigindo a obra Adriano Teixeira Lopes e Feliciano d'01iveira Ro- — cha. salas. Devem começar brevemente as obras. transformado em theatro. Este theatro representa grande vantagem para a localidade. João dos Reis. Tem vistas de sala. E' illuminado palco está feito com todas a acetylene. Deve render iooí5>ooo réis com uma . e plateia com 3oo lo10 "/o da receita bruta O O José Cale. os de 2. Amantes ardilosos. Theatro Graciosense (Santa Cru^—Ilha Graciosa) Pertence a Diocleciano de Sou- — sa Bettencourt. Ainda ali não representou companhia alguma regular. sob a direcção de Salvador Augusto Leal. entre o qual* S. hoje já construído de novo. bosque e rua. Theatro do Grémio Recreativo Olhanense (Olhão) E' propriedade d'esta sociedade. António Centeno e António Vi- século passado. Fernando. pois rendia 242*240 réis. Theatro do Grémio de Vizeu— A direcção da sociedade de recreio Grémio de Vi^çeu. Rendd 8oíiJí>ooo réis e a despeza de cada recita im- do proprietário. Qá Assembleia. O proprietário era Henrique da Costa Passos. que tem a sua sede no palacete. com entrada pelo largo da Graça. mas na villa ha o constructor do theatro. as seguintes peças: O pae prudente^ O creado Jiel. que possua scenario bastante variado e bem pintado. Tinha uma boa plateia e grande galeria para senhoras. que é pintor e armador.» de frente iílí>2oo e os de lado 800 ré:is. que tinha um grande repertório. incluindo pannos de dio. Só tem os camarotes da auctoridade e bastante scenario variado. Foi inaugurado a por amadores. que em tempos pertenceu a D. Começou a ser edificado em abril de 1906. Para acrisolar a sua honra. que recebia a renda annual de cento e vinte mil réis. Tem seis camarins. gymnastas. Theatrinho de occasião. despeitado. tomou conta da construcçãoi fornecendo todo o material e pagando as ferias aos operários. Os sócios entenderam que deviam ir além ainda e quizeram explorar a opera cómica. mas reabriu logo depois. Ramos. Suas Magestades manifestaram desejos de assistir áquelles espectáculos. Joaquina e Josephina. Eram bonr os desejos. destinadas a recreio e distracção dos sócios e suas famílias. Assumpção. embiocados em arminhos. que dá mais gosto ver. sendo Soo^ooo réis de capital e icoí5É)00o de juros de mora. que não podia recebel-as. que obteve grande êxito. Vasco. avô dos actuaes emprezarios do theatro do Prin^ cipe Real. Maria José d'Almeida. Conselho dos De^ e a farça de Francisco Xavier. etc. indo os sócios buscar para os ensaiar Emilio Doux. também de Miro. com a sua inexgotavel verve. mas faltavam os recursos. não estavam em tável scenographo Eduardo Machado quem pintou o scenario. A velhice namorada sempre leva surriada. Seguiram-se depois as operetas francezas. Era n'esta peça que Taborda tinha um êxito espantoso. Maria Izabel. o vaiideville. com o titulo de Theatro do Gymnasio. A Marquesa. copiando admiravelmente no Simplício Paixão um muito conhecido fiel de feitos da Boa-Hora. de olhos franzinos e carinhas de asnos. Era dono d'esse circo o proprietário de uma typographia do Rocio. seguia prosperamente. este só queria auxilial-os. que agradou immensamente.» O theatro abriu com o melodrama de Gezar Perini de i. Foi n'essa occasião nomeado ensaiador o actor Rornão. sujo. Manuel Machado conseguiu que o ministro Rodrigo da Fonseca Magalhães auxiliasse a reconstrucção do theatro. reunida em sessão. Fizeram-se rapidamente as obras indispensáveis e dentro em pouco. a 17 de maio de 1846. egualmente com musica de Miro. Emilia Costa. Estreiava-se na noite da inauguração o grande Taborda. Moniz. Carlos. Manuel Machado. Da companhia faziam parte os artistas: Pereira. Doux estabeleceu um género novo em Portugal. A illuminação do theatro é a luz eléctrica. sem commodidades. devia caber tudo e fazer-se tudo ali. Faltavam ainda os meios para fornecer o theatro de scenario. construiuse um pequeno theatro. tomando a responsabilidade do êxito da tentativa. Os illustres scenographos Rambois e Cinatti prestaram-se gratuitamente a fazer a planta e a dirigir os trabalhos. Doux. rftas o theatro era de tal ordem. deu por essa occasião ao Gymnasio muitas peças engraçadíssimas. rotinha e risonha. de apellido Motta. mobilia g outras coisas . Fortunata Levy. hoje Rua Nova da Trindade. arlequins. outra de sala. Miro insistiu. onde os amadores do Grupo União SMafrense dão vários es- — N'uma pectáculos em recitas particulares. sympathico. que era circo de cavallinhos. espécie de creança do povo. os actores do Gymnasio redobraram de energia e ensaiaram rapidamente a opera cómica de Miro. O Theatro do Gymnasio. dando credito á empreza. Massey. entre as quaes. mas alegre. A sociedade melhorou muito. Como nos theatros particulares. sem proporções. teem ja representado varias companhias. e pôde comportar 400 pessoas.343 DO THEATRO PORtUGUEZ os artistas d'aquelle theatro condições de cantar. Romão. em prestações semestraesde 6ooí5í)Ooo réis. que tem uma galeria. N'este theatro. Júlio César Machado.uca. Emilia Cândida. Os fabricantes de moeda falsa. tortuoso. que depois tão grande competência mostrou para o cargo. Começaram então os sócios a pensar em demolir o nojento barracão. Capellão do Regimento. Marques. Os as- fazia parte o coronel do estado maior Miguel Figueiredo. descreve-o assim: «Era um theatrinho de cartas. por conselhos do maestro tistas tinham o maior empenho em ser agradáveis ao publico. As condições foram estas: o empreiteiro obrigou-se a dar o thea? tro prompto a funccionar no prazo de sete mezes pela quantia de i2:oooíít>ooo réis. que assistiu a essa inauguração. transformando-o em salão-theatro. que alguns moninhos frizados. Com a revolução da Maria da Fonte o theatro fechou. Depois d'esta subiram á scena com egual successo: a opera cómica. approvou a proposta do maestro. foi edificado um immundo barracão. que parecia sahir de uma habilidade de berliques e berloques! Tinha duas vistas. O pequeno palco mede ô^X 8. que então era fiscal do theatro de S. a Fabia. Por capricho. éMoinho das filias. abandonando assim aquelle grémio. pobre. uma de bosque. Doi dices dramáticas e Republica das Letras. bailarinas. foi ter com o Motta e convenceu-o a transformar o circo n'um modesto theatro. Theatro do Gymnasio (Lisboa)— "^a antiga travessa do Secretario de Guerra. Ludovina. onde todas as noites se reunia a primeira sociedade de Lisboa. Theatro Grupo União Mafrense (Mafra) sala do Real edifício de Mafra. O mestre d'obras Ruas. inaugurou-se a nova casa d'espectaculos. de escadas Íngremes e corredores acanhados e no mesmo local mandaram construir uma decente e commoda casa d'espectaculos. mandou reconstruir o salão de baile d'aquelle palacete. Emilio allegando que Doux oppoz-se tenazmente. e a sociedade. pediu a exoneração dos cargos de director e ensaiador. Foi o no- Miro. paga no prazo de doze annos. sôm espaço. Paula Maire. cedida por Sua Magestade El-Rei. Chalet e outras. Francisco Palha. em 1896. uma Revista do oAnno. o Rocha scenographo. Os preços do theatro eram os seguintes: camarotes de i. Os directores da scena eram: Taborda. regente da orchestra. Margarida Lopes. Suas Magestades tomaram os camarotes. Marques. Aristides Abranches. Joaquim Moniz. 344 Todos os fornecedores se prompti(icaram a entregar tudo. César de Lima. José Carlos dos Santos. dando 6ooííí>ooo réis por anno. O tio André que vem do Brapl e as comedias em i homem das botas. Ambas estas comedias eram ornadas de musica de Casimiro. Ludovina. o Manuel Machado. A symphonia de abertura foi também nova e composta por Filippe Joaquim Real. Moniz e Manuel Machado. acto: original de Braz Martins e o Misantropo^ imitação de Paulo Midosi. Santos. Magdalena e outros insignificantes. camaroteiro e thesouescripturados os artistas: Abreu. colheu e fiscal e Izidoro Theatro do Gymnaúo j Lisboa) Lima. Emília Letroublon. original de Mendes Leal Júnior. Concluídas as obras no prazo marcado. vulgo Santo oAntonio. e mandaram-os decorar e mobilar a expensas suas. Pedro e D. Braz Martins. com figurinos de Bordallo Pinheiro (pae). Foi o mysterio em 3 actos. d'um papel ordinário provisoriamente. Joaquim Augusto d'01iveira. Os sócios do Gymnasio n'esse momento eram: Taborda. Romão. Eram dem. O scenario foi pintado pelo sócio Rocha e o vestuário feito sob a direcção do sócio Marques. César de Vasconcellos. Os escriptores que mais peças forneceram ao Gymnasio desde i852 até 18 . Luiz foram visitar o theatro em obras. tal era o interesse que por elle tomavam. Fernando e seus filhos D. A 3 de abril de 18^4 subiu á scena no theatro do Gymnasio uma das peças que maior êxito tem tido em Portugal e Brazil. Francisco Palha. ií{É>44o. 2. que ainda hoje se representa com successo e conta milhares de re- 960 guração do novo Theatro do Gymnasio a 18 de novembro de i852 com a co- media em 3 actos.* ordem. Areias. 1^920. original do actcr-auctor Braz Martins. A sociedade artistica obteve ainda do Banco de Portugal um credito de 5:oooííí>ooo réis. plateia superior. O protogonist^» era desempenhado pelo auctor. Braz Martins. 240. Gabriel e Lu^bel ou o Thaumaturgo. José . lia-se o seguinte: «Os camarotes acham-se forrados tecedência. O ponto era o Fidanza. que ainda hoje conservam. fez-se a inau- réis. Emília Cândida. O Não houve n'esse dia bilhetes á venda por se terem vendido todos com dias de an- No final dos annuncios do espectáculo. foram: Alfredo Hogan. que ainda hoje dão. Joaquina. 320. Domingos Monteiro.* ordem.0. Maria José Noronha. Ramos. geral. Pereira. César de Lacerda. Moniz.* orreiro. presentações. por não chegado ainda o que se ter es- encommendou. 160 réis. varandas. El Rei D. Assumpção. 3.DIGGIONARIO indispensáveis. esperando pelo pagamento. em que os artistas deram espectáculo no Porto e outras terras para obterem os meios de subsistência. José António do Valle. A reabertura do Theatro do Gymnasio por conta da nova empreza foi a 29 de outubro de 1868 com a opera burlesca em 3 actos. que nenhum direito tinham á pensão mensal. mas. que elles tinham mandado edificar com tanto trabalho e sacrificiosl A nova companhia emprezaria empregou logo todo o capital em dar maiores dimensões á sala dos espectáculos e na compra de ricas mobílias e custosas tapeçarias. Ramos e Assumpção. Marques. António José da Silva. Até 1860 o theatro caminhou mais ou menos desassombradamente. As- sumpção e Manoel Machado. Francisco Maria de Sousa. Durante a administração d'este. Eduardo De Vecchy. foram Taborda e Marques procurai o e pedirIhe a reforma. Manuel Roussado. por falta de recursos e de credito. era honradíssimo. Joaquim d' Almeida. mas oífereceu- da Silva Mendes Leal. n'essa epocha. N'este momento venceu-se uma das letras de óooííí>ooo réis. difficuldades que augmentaram no anno seguinte. Como salvaterio formou então o Machado uma companhia de accionistas. Dr. José Gonçalves Ramos. accei- nunca muito se augmentou a divida. as dividas amontoaram-se. Os pobres artistas assignaa desistência aos seus direitos." 17 até final pagamento. o capitalista não appareceu. Couto d'Almeida e Xavier d'Almeida. em vista do ultimo celebrado com a companhia. motivadas pela epidemia da febre amarella. Cezar de Lacerda e o Cruz do guar Ja-roupa. traducção de Eduardo Garrido. Emilia dos An- jos e Maria das Dores. A sociedade honradamente a pagou no prazo de três mezes. os actores. Como as direcções não satisfizessem os sócios. Por essa occasião o governo auxiliava os. A companhia era assim formada: Ànna Cardoso. Paulo Midosi e Ricardo José de Souza Netto. alguns sócios falleceram e outros abandonaram a casa. Esta empreza foi honestíssima. Guilherme da Silveira. Ficou a sociedade reduzida a cinco membros. foi a gerência dada exclusivamente a Taborda. Carolina da Conceição. O Machado recebeu 25 acções beneficiarias. Francisco da Silva Pereira. António dos Santos Pires. Manuel De Vecchy e Manuel Hypolito Ferreira Marques. mas os restantes consentido. deviam-se ainda os 5:oooí!í)ooo réis ao Banco de Portugal. Em 1876 foi juntar-se Ènnes . que alugara elle só o theatro desde i de julho de 1871 a maio de 1872 De i de junho de 1872 a 3o de junho de 1873 foram emprezarios Alfredo de Mello. Como não houvesse dinheiro para a pagar. musica de Offenbach. em acções de cem mil réis cada uma. Emilia Cândida. cuja primeira direcção foi formada pelo Visconde de Ribamar. A tal companhia de accionistas viu-se impossibilitada. D'esse dinheiro pagaram a divida ao Banco. Já era mas o grande artista. porque ella respondia pela divida ao Veiga e a outros muitos. que. Correndo mal tando contractos de 24^000 réis mensaes. Na sua epocha. á força de des- gostos. devido ao êxito das pe- ças Lazaristas e Engeitados de António e Bóia de Sabão traducção de Marianno de Carvalho. Florinda Macedo. Acabou a empreza antes de tempo por falta de cumprimento dos seus contractos.. João Ozorio. A direcção declarou aos pensionistas Marques. não lhes pagando a direcção d'ahi a pouco para os obrigar a sahir do theatro. Romão. António Capistrano. Emilia Cândida e Romão não acceitaram. de gerir o theatro e começou alugando-o a diversas emprezas. além de ser o primeiro artista da casa. Emília Cândida. Elisa da Conceição. José Lúcio. propôz o Machado aos consócios desistirem todos dos seus direitos ao theatro a favor de um capitalista. de forma que succediam-se umas ás outras as direcções e cada vez peior. assim como a que funccionou de 1873 a 18746 que era só de Xavier d'Almeida. cordaram e assignaram uma escriptura n'esse Decorreram mezes. A mesma I os negócios. allegando que o antigo contracto estava nullo. A nova empreza começou a decahir de mez para mez. José Simões Nunes Borges. Maria José Noronha. Nada podiam reclamar sobre a propriedade. cresceram as difficuldades. O possuidor da letra rasgou-a e disse que lh'a pagassem quando podessem. satisfizeram algumas contas pequenas e distribuíram a cada sócio de primeira classe 3oo^ooo réis. que estava 'então em poder de um capitalista de apellido Silva. Carlos Rodrigues. Maria Joanna. As Georgianas. o theatro funccionava sob a firma do Machado e os sócios estavam lesados.Esta sociedade satisfez egualmente todos os seus compromissos e ganhou dinheiro. estando pagas todas as letras da construcção do theatro. ram Ihes escriptura.345 DO THEATRO PORTUGUEZ Seixas e Marques Pereira. empregados e fornecedores foram pagos em dia e . Leopoldo Carvalho. Júlio César Machado. e 200^5^000 réis a cada sócio de segunda. De 1874 a 1876 foi emprezaria uma sociedade artística de que faziam parte: Cezar Polia. Augusto Pedro Assumpção. Em i856 a sociedade luctou com difficuldades por causa da epidemia do cholera. exonerou-se do cargo. dando-lhes vinte e quatro mil réis por cada espectáculo. Lucinda Simões. que lhes garantia i8í{í>ooo réis mensaes a cada um até á hora da morte. sendo substituído por Manoel Machado. Guilhermina Rocha. O resto do dinheiro ficou em cofre para fundo da sociedade. Reorganisou-se a sociedade e contractou-se com o capitalista Veiga um empréstimo de i2:oooí{í)ooo réis a juro e a cedência do camarote n. de setembro de 1870 a junho de 1871 De foram emprezarios Manoel Machado. Cunha sorte teve Manoel Machado. 94 logares de plateia alli teem representado diversas companhias de Lisboa e Porto. A despeza em cada recita é de ioííí)000 réis.Nova— Foi edificado em 1843 por uma sociedade de amadores dramáticos. por iniciativa de varias pessoas. Começou teem sido feitos grandes melhoramentos na sala. rochedos. que teve curta existência. Theatro da Ilha dos Amores (Lisboa) Em 2b de Outubro de 1867 inaugurou-se em — — Pertence á «Sociedade Harmonia». Começou a ser construído em 1877. Já ras. ao cimo da Avenida do Collegio. BarMarcelhno Franco. que representaram a comedia O Papalegoas. Polia. Depois d'isso algumas recitas teem sido dadas por amadores. á frente das quaes José Pinto de Sousa. ficando o palco de enormes dimensões e com bons camarins. que tem dignamente sustentado os créditos do theatro. Chaves. Palmyra Torres. N'este theatro. havendo ao centro do arco do proscénio um escudo com o nome de Taborda. 72 logares de balcão e 100 de geral. O rendimento pelos preços usuaes é de 70Ííí>ooo réis. Valle. foi o cazarão transformado em theatro. Ultimamente : — : em : Alegrim e outros. que o abriu com a companhia italiana de opereta de Achille Lupi e Maria Frigerio. Ignacio. Possue este theatro bastante scenario. Tem i3 camarotes. Carolina de Lacerda e Adelaide. dirigindo a obra João Gomes. claustro. Começou a Theatro Harmonia ^5. O seu rendimento Alcântara. de Gouveia. Cardoso. Esta sociedade liquidou em junho de 1877. Joaquim d'Almeida. de Lisboa. praça. Figuravam na companhia os artistas: Estevão Moniz. Thiago do Cacem) ser edificado em i863. 96 logir^s de cadeira e 68 de geral. Emilia Cândida. que alli se conservou até ao fim da epocha de 1904. o theatro tem apenas sala rica e casa pobre. uma barraca de madeira e lona. com a coadjuvação do ensaiador Leopoldo de Carvalho e dos arBarbara. Foi inaugurado a 20 de Janeiro de 1890 com a peça Tire d' alli a menina e outras comedias representadas por amadores. Não tem camarotes mas balcão. Maia. no segundo domingo de Agosto. que também durou poucos julho de 1878 tomou conta do mezes. isto é. theatro o emprezario José Joaquim Pinto. Julianna Santos e outros. gloria. A lotação do theatro é de 72 fautewls. duas galerias. Theatro Idanhense (Idanha-a. % cita. Da sua companhia fizeram parte artistas muitos distinctos. Aluga-se por b^ooo réis em cada recita. Por baixo da platea ficou um grande subterrâneo para arrumação das referidas madeiras. Tem o rendimento de So^ooo réis pelos preços diminutos. estreiou-se depois o actor Alfredo de Carvalho. Em Pertence á Theatro Hermínio (Gouveia) Associação de Beneficência Popular. Foi inaugurado em 1875 com o drama Fidalgos da Ca^a Mourisca. praça e gruta. E' proTheatro Harmonia (Palmella) priedade de uma sociedade de que fazem parte Henrique da Silva Barrocas e outros. Augusto de Mello. durante vinte e sete annos. Theatro do Gymnasio Villafranquense E' propriedade de (Villa Franca de Xira) Júlio de Campos e Silva. Foi inaugurado em 1878 por uma companhia de que fazia parte o grande actor Taborda. Jesuina Marques. Montedonio. Foi inaugurado em 19 de Setembro de 1907 por um grupo de artistas do theatro do Gymnasio. A' entrada do theatro. tistas Telmo. podendo elevar-se a 70ííí)000 réis. representado por amadores. Ferreira. como salões fechados. na rua da Fabrica da Pólvora. tendo á sua frente . 20 cadeide galeria. como Taborda. na parte interior. Com respeito a vistas. mas sim para um enorme cazarão onde se abrigassem os forasteiros que em grande numero alli vão por occasião das imponentes festas do Senhor do Calvário. 80 cadeiras. Quando se começou a construcção do edifício. Conforme o valor da companhia. e também para recolher a madeira e mais utensílios empregados na ornamentação das ruas por occasião das mesmas festas Depois. Possidonio. etc. que sahira do theatro de D. inferno. Jesuina Saraiva. Já alli teem representado diversos artistas de Lisboa. vistas de bosque. Aluga-se este theada receita bruta em cada retro por 20 . Guedes. 346" é de 65í5í>ooo réis e a despeza de 6^^000 réis em cada recita. Maria II. Seguiu-se a empreza de José Romano. Tem 400 logares de plateia. Do espectáculo de inauguração fazia parte o drama de Costa Braga. não era para servir de theatro. Cardoso.DICCIONARIO á sociedade o grande actor Santos. dirigindo a obra Izidoro Miranda. O rendimento é de 6oíí>ooo réis e a despeza 9Í5000 réis em cada recita. O Theatro Hermínio é lindamente illuminado a luz eléctrica. ^ ' ^^ ^^" tembro d'esse mesmo anno foi o Theatro do Gymnasio alugado a Ernesto Desforges. — : — a ser edificado em 1897. etc. ficou a bilheteira e o botequim. mar. O Theatro do Gymnasio é actualmente propriedade do cantor portuguez Francisco de Andrade. Aluga-se com luz e empregados por i5í!í>ooo réis cada recita. Augusto Machado. a qual apenas alli poude sustentar-se por ai gumas semanas. mcluindo a luz. Já alli representaram alguns artistas. Telmo. cumprindo religiosamente os seus contractos. a que deram o pomposo'nome de Theatro da Ilha dos Amores. salas regias. Possue vistas de çampoj sala. Paulo e Maria ou a Escravatura branca. pôde ser elevado até IOOVÍ50OO réis. Está situado no magestoso largo do Monte Calvário. doso. Seguiu-se a empreza do actor Valle. dirigindo a obra José Pinto de Sousa. Carbara. de que faziam parte Barbara. um dos maiores inauattractivos dos arrabaldes de Lisboa. Duque de Olonna. Juiio Vieira. Manoel Lopes de Carvalho. contractados especialmente para esse fim. Foi inaugurado em 1844. em que representou a Companhia do Gymnasio.347 DO THEATRO PORTUGUEZ e Luiz Ferreira Patacas. Possue diversas vistas este theatro. Foi também um verdadeiro protector das bellas artes e um dedicado amigo dos artistas. Este theatro foi illuminado a gaz antes de haver gaz em Lisboa. Theatro Independente (Barreiro) Foi construído na rua Serra e Moura. Para caso de sinistro tem 7 amplas portas na plateia e 2 nos camarotes. As operas lyricas e operas cómicas eram alli montadas a capricho e no seu desempenho tomavam parte damas e cavalheiros da primeira sociedade. Ao espectáculo de inauguração assistiram Suas Majestades a Rainha D. José Ricardo. assistiu n'este theatro a um espectáculo de gala. Actualmente é propriedade da «Assemblea ou Club Idanhense». O theatro aluga-se por lo sobre a receita liquida de cada espectáculo. Passados annos. Foi inaugurado em 27 de Dezembro de 1903 com o drama Filho da Republica^ desempenhado por amadores. Probidade. O Conde de Farrobo foi o fidalgo mais opulento e cavalheiresco que Portugal tem possuído. Sua Majestade El-Rei Dom Luiz I. Possue vista de bosque. Foi renovada a pintura e fizeram-se outras obras de conservação com o producto de alguns espectáculos de amadores. Foi Theatro das Laranjeiras (Lisboa) mandado construir pelo conde de Farrobo. dirigindo a Oliveira. O palco é vasto. Não está estipulado o preço de aluguer. Foi em- . Possue actualmente vista de bosque. Seguidamente subiram á scena as peças: Barba roxa. 1 — — % — era. Mascara negra. claustro e 3 salas. António Cardoso Motta e Henrique Milheiro d'01iposta dos veira. Ce:[ar de Barman. casa pobre e gabinete. A commissão reedificadora srs. opereta. entre os quaes: Taborda. Teem alli representado diversas companhias de drama. i5o de superior e i5o de geral. etc. Fernando. coberto de zinco. balcão e 206 logares de platea. porque ainda alli não representou companhia alguma. assim como excellentes artistas estrangeiros. Por preços baixos rende i20í!í>ooo réis. na sua visita a Lamego. Tem i3 camarotes. zarzuela e até lyricas. Cantou-se n'essa noite a que A opera de Auber. Theatro Infante Dom Manuel (MontemorPertence a uma commissão que o-Velhof o mandou reedificar em 1900. guração teve logar a 26 de Fevereiro de 1843. Dias. o theatro foi destruído por um incêndio. Já alli teem representado diversas companhias portuguezas e hespanholas e bastantes artistas notáveis. A Inquisição. Tem 22 camarotes em 2 ordens e 5o logares de platea. de Lisboo. tem 32" de comprimento e 11°' de largura. representando os amadores o drama Os dois Renegados. de que tomaram a iniciativa José Pedro Xavier Rodrigão e Christiano Pereira Barata. A illuminação é feita a acety- — lene. etc. 400 logares de plateia. Tem salão e toilette para as senhoras. 60 logares de superior e 18 de geral. comedia. na sua excellente quinta das Laranjeiras. São seus proprietários Dupont de Sousa & Commandita. em 14 de Agosto de 1882. E' de madeira e ferro. Maria II e o Rei D. Joaquim António Esteves de Barros. Anna Pereira. incluindo o aluguer do theatro. O rendimento pelos preços ordinários é de io8íilí>ooo réis e a despeza em cada recita é de 6^000 réis. n'esse tempo. onde está construído o bufete. : foi com- Bernardo Gonçalves Ferreira (presidente). tem 14 camarins e casa para adereços. dirigindo a obra Benedicto Galvão de Carvalho. O rendimento do theatro é de réis 36íí>ooo e a despeza em cada recita de réis 5^000. Ainda até á mDrte os seus mais estimados convivas foram OS notáveis actores Taborda e Izidoro. sala regia. Possue 26 camarotes. E' bem illuminado a acetylene. Começou a ser edificado em iSSg e foi inaugurado em 1S41 por uma companhia de zarzuela. Foi inaugurado em 1905 com a comedia D. A' frente do theatro ha uma es» Theatro Lamecense (Lamego) E' propriedade de Custodio Rocha. Tliejtro Idanhense fldanha-a-Nova) obra João António Garnel. Tem 43 camarotes em três ordens. João Gregório José de Mello Geraldes de Bourbon. José Germano de Manoel Lobo planada. tendo de despeza em cada recita 23^ooo. mas está apto para as exigências do theatro. Doglione deu ao seu theatro o nome de Theatro Lethes. Tem muito scenario em bom estado. que ali deu quatro espectáculos. Foi construído por 10 subscripção. tunas. Foi inaugurado em i863 por amadores. Tocava perfeitamente violoncello e contrabaixo e era eximio na trompa. Frei Lui^ de Souja. João Luiz da Veiga. Muito boas companhias de Lisboa e muitos dos nossos primeiros artistas ali teem representado. elle que mandava vir vir do estrangeiro. O velho edifício.. E' original esta lembrança. assim como companhias de zarzuela. Cumano e pelo cónego Rasquinho. Foi quem mandou cimento e por desejar que dentro da sua casa de espectáculos se esquecessem todas as divergências politicas. i3 de 3. ainda hoje bom. Odaliscas. foi comprado á fazenda nacional. dirigindo a construcção o dr. Já ali representaram varias companhias. A commissão — % . Muda de 'Portici e o D. A actual proprietária é D. Orpheon e tantos outros. o barytono Varesi e o baixo Fornasari. Daphnés. formada pelos seus criados. Tem um magnifico salão nobre com janellas na frente do edifício. que a cede gratuitamente. E' propriedade do Theatro da Louzã "Club Louzanense. O Theatro Lethes foi inaugurado.* e 12 frizas. Terminaram depois essas reuniões. As festas do theatro das Laranjeiras rivalisavam com as mais opulentas dos principaesda Europa. Este espectáculo foi desempenhado por amadores. Maria Crespim. 5 de 2. Lazaro Poglione e sua esposa D. Sinos de Corneville. que depois o conservou com todo o esmero. Theatro de Loanda (Africa)— ¥o\ fundado pela associação denominada "3i de Outubro. Foi elle quem apresentou pela primeira vez com o maior luzimento e esplendor as operas Roberto o Diabo. Foi o mais bizarro e enthusiasta emprezario que o theatro de S. Ainda no edifício ha outra sala espaçosa 1 dem. O seu rendimento é de réis 80^000 e a despeza em recita de 5iííiooo réis. N'esse salão costumavam reunir semanalmente os famílias dos sócios. a Rosina Picco. dos melhores que existiam em Portugal. João de Mozart. de Louzã. Cumano. Começou a ser edifícado em 1862. A sala dos espectáculos é bonita e bem decorada. Tem duas ordens de camarotes e uma espaçosa varanda em roda.layo. Carlos jamais tem tido. dando-lhe todo o brilho e esplendor compatível com a epocha.o tenor Sinico. Foram tantes obras. 120 fauespaçosa varanda. A qualquer companhia pôde deixar ioo^íííooo réis líquidos por espectáculo. etc. que representaram o drama de Garrett. Maria Victoria de Mattos para Portugal os maestros Coppola e Frondoni. Lheatro Lavrense (Lavre) Está instal- — lado este pequeno theatro n'uma propriedade do sr. Tinha sempre em casa uma banda de musica. para o que tinha um mestre contractado. a Barili. os baixos Mariani e Speck. O theatro aluga-se por da receita bruta. aos quaes mandava ensinar qualquer instrumento.DICGIONARIO prezario do theatro da Rua dos Condes. Depois das obras foi inaugurado em maio de iqo8 pela companhia do theatro do Gymnasio. teuils e uma * onde se encontram dois bilhares. tendo sido cedido generosamente o terreno por D. Nuno Caetano de Mattos Ferrão CastelBranco. Tem t3 camarotes. por ser esta a denominação do rio do esque- — sentações são sempre por amadores. Tem todas as prevenções para um caso de sinistro. O theatro tem bellas accommodaçÕes e admitte 5oo espectadores. situado na espaçosa. está bem acabado e apresenta um aspecto agradável. As primeiras pinturas do theatro e scenario foram feitas pelo dr. em que dava os mais extraordinários e luxuosos espectáculos com distinctos amadores da alta sociedade e com os mais afa- 348 mados artistas da epocha. Adoração do SoU Sylphide. O dr. Mandou construir na sua maravilhosa quinta das Laranjeiras o mais bello e confortável theatro de Portugal. Barba Qápil. etc. tudo desempenhado pelo Grupo Dramático Lavrense. Foi inaugurado a 23 de Dezembro de igo3 com as comedias: Um sujeito apressado e Casada barafunda^ a scena cómica Deita-gatos e a cançoneta Sol la si dó. de Lisboa. As repre- Theatro Lethes {Faro) Este theatro. tios do dr. Ilha dos portentos^ Echo e Narciso^ Portugueses em Tan- Cumano. Conquista de Malaca. Phedra. arborisada e bella rua de Salvador Correia. O edifício. i3o logares de plateia e 25o de geral... o tenor Patti. dirigida pelo actor Valle. na epocha em que foi construído. mas as companhias cedem 10 0/0 da receita a favor do Albergue dos Inválidos de Faro. que mais tarde ali representou a Grã-^uque^a. um grupo bastante distincto. a 4 de abril de 1845. Possue vistas de sala e bosque. da casa do Casal.* or- sos : ger. feitas 1 Tem 5 ultimamente imporcamarotes de i. Tem duas ordens de camarotes e logares para Soo pessoas na plateia. Tem só plateia com 200 logares. tenor Conti. era. Foi elle quem contractou as celebridades lyricas: Irmãs Ferlotti.*. Foi também elle quem apresentou os mais espectaculoe Hndos bailados 'Pe. O palco não é de grandes dimensões. em que o theatro foi construído. com o drama de Serpa Pimentel dálmançor e a farça traduzida do francez O Urso e o 'Pachá. O Conde de Farrobo tinha enorme paixão pela muzica.. Foi mandado construir pelo afamado medico dr. a Boccabadati. Maria José de Magalhães Mexia Macedo Pimentel de Bulhões. O theatro é cedido gratuitamente. tendo de um lado a secretaria da direcção e do outro o toilette das senhoras Por cima d'este salão fica a sala de pintura. um theatrínho elegante e bem regular. Agradou immensamente. etc. afim de festejar o tricentenário do grande épico. dr. A bòcca de scena tem a largura de 7"" . hoje Avenida da Liberdade. Foi inaugurado em 1888 por amadores. Tomou o theatro o nome de Luif de Camões. O publico não concorre aos theatros de Belém e Alcântara. 140 réis. 12 torrinhas. tem 16 frizas. Este theatro é cedido gratuitamente para companhias portuguezas. dr. incluindo aluguer do theatro. era construído de madeira e e desarmava com a maior facilidade. Fernando de Magalhães Mexia Macedo Pimentel Bulhões. que foi inaugurado a lo de junho de 1880. a expensas de um commerciante de apellído Assucar. muito tempo. Por cima fica o salão nobre. Joaquim Lourenço Vidal. propriedade dos emprezarios. na rua Oriental do Passeio. que eram italianos. trabalharam as companhias de Justino e Santos Júnior. Tem o theatro amplos corredores. Theatro Mechanico (Lisboa) Com este titulo existiu em i858. Nuno Caetano de Mattos Ferrão Castel-Branco. um theatro de fantoches. sobre um tympano de alvenaria. Possue este theatro pouco scenario e em mau estado. Foi inaugurado em 1873 por amadores. dr. theatro Michaelense tem ao rez-do-chão um salão de entrada com cinco portas para um largo. Ernesto do Canto. O A scenario e machinismo eram explendidos. mas Já ali com o único fim de levar a efpria construcção d'este theatro. 216 de geral e 102 de galeria. em forma circular. Soo réis. 38 camarotes em 2 ordens. Este theatro. A caixa mede a todo o comprimento i8'". cadeiras e bancos. Para entrada especial e independente para as torrinhas e galerias ha uma escada de pedra. ha logar para 3o professores. Tem 21 camarotes em duas ordens e galeria por cima dos camarotes. No espaço da orchestra. beneficios. Theatro Macaense (Mação) E' propriedade de uma sociedade por acções. O theatro está hoje modificado com bastantes melhoramentos de luxo e commodidade. O seu rendimento é de 3oííí)000 e a despeza em cada recita de réis loíijííooo. junto ao largo da Annunciada. dirigindo a obra Manuel de Faria e Miranda. Começou a ser edificado em 1870. Theatro Luiz de Camões (Magdalena E' propriedade de Jayme Ilha do Pico) — — — Ferreira. O espectáculo de inauguração foi desempenhado pela companhia Soares. Funccionou por valho Montenegro. A isto tem sido applicada a receita — do aluguer. João Gonçalves de Lemos e Adelino Correia da Costa. O rotes. com três metros e meio de largusala de espectáculo. Augusto Serra e desenhado em se„ fundada feito A O — todos os seus detalhes por Herculano Gomes Machado. no local em que foi depois construído o prédio de Nunes Correia. que representaram o drama Escravo e a Theatro Michaelense (Ponta Delgada) comedia Estudantes no prego. por mais tentativas que se façam. etc. O . grandes interesses. foi ha pouco reconstruído.40 de largura. que é bem ornara. algumas hespanholas. dr. O actual director é António Francisco da Rosa Júnior. Do proscénio aos reguladores ha 2'°.40. Outras companhias ali tentaram dar espectáculos. Theatro Michaelense (Ponta Delgada) E' propriedade de uma associação que tem por titulo "'Sociedade Theatral Michaelen- armava — Na Theatro Luiz de Camões {Belém) calçada da Ajuda foi construído. Jacintho Soares d'Albergaria. donativos. 40 logares. Começou a construir-se em 1887. o engenheiro Ricardo Júlio Ferraz. Possue vistas de campo. Não tem camagaleria e 100 logares de plateia. meira direcção d'esta sociedade foi composta pelo dr. ficando a um lado a bilheteira e do outro o bengaleiro. 42 logares de superior. José Daniel de Car- terceira plateia. orchestra. Pedro.70. com cinco janellas. hoje pertencente á Companhia das Aguas. O seu rendimento é de 8oííí)ooo réis e a despeza em cada recita de lo^feooo réis. João José da Silva Loureiro.40 por 22". rado porB. edificadora era composta dos seguintes indivíduos: Dr.349 DO THEATRO PORTUGUEZ meradas. \ edificação coplano foi elabomeçou em julho de 1861. sala rica e casa pobre. Jacintho de Tevês Adam e capitão Luiz de Bettencourt. Soo réis. dirigindo a obra o dr. Os preços estabelecidos eram: cadeiras nu- mentada. Já n'elle teem representado diversas companhias. fazendo os emprezarios. Dirigiu obsequiosamente as obras o antigo director das obras publicas do distrícto. que esteve abandonado durante algum tempo. segundaplateia. O theatro. que representaram o drama de Mendes Leal. que começou a ser construído em março de 1908. entre até 5ooí!í>ooo. a 12 do mesmo 17. lados do palco fica o quarto do illuminador e a officina do machinista.— Esxéi em edificação na Avenida D. Luciano. Palmyra Bastos e Alfredo Carvalho. Brandão. Francisco Costa. no salão nobre. cabanas. os pianistas Voyer e Vianna da Motta. generosamente quiz auxiliar. Thereza Aço. e teem dado espectáculos: o barytono pcrtuguez Bensaude. Soares. Maria do Carmo. Borges Alfayate. nas quaes se contavam muitos distinctos artistas. António Picerda. lettra de José Maria do Couto Severim. Tem 10 camarotes e 100 logares de plateia.^ ordem. Este theatro é feito por iniciativa do actor Santos Júnior. Antes de ser inaugurado o theatro. Lucinda do Carmo. Amélia Vieira. bosques. Na importância do aluguer estão inseguintes despezas: illuminação de espectáculos e ensaios. Alfredo Santos. Ha outras arrecadações em vários pontos do edifício. Elvira Saldanha. Theatro Mirandez (Miranda do Corvo). abrindo-se as que dão para os corredores do theatro. gabinetes ricos e pobres. cárceres. Capistrano. Fantony. Representou-se depois o drama dá Leitora e as comedias Carteira perdida e Já ouvi espirrar este nari^. e a quem sua madrinha. Camillo. o violoncellista Caseila. Também a 11 e 12 de março de i805 deram representações no palco com gymnastica. Anna Pereira." ordem. Por diversas epochas teem trabalhado n'este theatro varias companhias lyricas e de zarzuela. Aluga-se pelo preço que se convencionar. Theatro Moderno (Lisboa). alem de salas para guarda. N'este espectáculo tomaram parte os artistas: Ribeiro. existe ofoyer e 19 camarins. lavagem e limpeza do rheatro e mulher de toilette. o pae Gil. quaes: Paulo Martins. Gezar de Lade Furtado Carolina Falco. D. para ensaios de coros e grande camarim para comparsaria. Josepha d'01iveira. 5oo de geral. Álvaro. entre os. o maestro Sá Noronha. O arrendamento faz-se antecedendo proposta e documento que prove ter o pretendente depositado na mão do thesoureiro da direcção a quantia de cem mil réis. o notável poeta Bulhão Pato. Maggiolly. dirigido por Guilherme Pereira Rangel." 9 pertence á direcção da Sociedade. etc. além dos reguladores. Antónia Barbara da Cunha. José Ricardo. Este deposito só será levantado no fim do arrendamento. Silva Presilhas. Henrique Alves. 22 de 2. praças. Telmo. musica de Guilherme Pereira Rangel. — — . por planta e direcção de Hygino Vieira Dias. etc. Ignacio. N'esta epocha representou no theatro Michaelense o grande e incomparável Taborda. Ao fundo existe um armazém para deposito de repregos e outros aprestes. realizaram se já no palco três concertos dirigidos por Angelo Frondoni. Inteiramente independente do edifício do theatro nheiro. Pires. O theatro Michaelense aluga se por 24^000 réis mensaes e 40ííí>ooo em cada espectáculo. A mauguração definitiva do theatro cMichaelense foi a 25 de março de i865. mar. em diversas epochas. quatro frizas. que está dirigindo a sua construcção desde igo3. 60 galerias de primeira e 144 de segunda e terceira. Terá este theatro tribuna real. A illuminação é a gaz e electricidade em todo o theatro. O espectáculo começou por um hymno. Faustino. rotundas. PerTheatro Monfortense (Monforte). etc. Antónia Barbara da Cunha. Amélia este novo theatro. Os accionistas teem preferencia nos logares do theatro. Joaquim António de Castro e José Romão Martins. que representaram o drama original A queda e restauração da minha pátria. 179 cadeiras. dirigindo a obra o dr. que foi morrer ao Rio de Janeiro. Adelaide Coutinho. conductor de trabalhos da Camará Municipal de Lisboa. Adelina Abranches. movimento de scena e pertences para o espectáculo. Faria. que 5 Em mez e a 260^000 réis no minimo moeda insulana. aldeias. 70 fauteuils dorchestra. Dores Aço. O contracto faz-se por escriptura publica. 350 Aos propriamente dito. Cármen. propriedade de D. Taveira. variando cluidas as de novembro de 1864. montanhas. Pedro Cabral. Barbara Wolckart. Depende dos preços estabelecidos a receita bruta. ruas. tence a José Alfredo Sardinha. jardins. morreu no machinista Brazil quando era aderecista e Coelho e outros. 72 fauteuils. Carlos Posser. A obra deve ficar concluída ainda em 1908. Quando concluído deve ficar um bom theatro. Ha também independente o café. Azevedo Correia. Gertrudes. Mattos. Começou a ser edificado em igoS. vários amadores deram um concerto. que soffreu o grave prejuízo de lhe arder o seu theatro do Rato. os prestidigitadores Friso e Fonseca. Foi inaugurado a 6 de janeiro de 1904 por amadores. A friza n.biCClÔNARlÓ palco tem 5 planos. que se fecham nas noites de espectáculo. Pertence á Sociedade Recreativa. João Gil. Augusto Antunes. com portas dando para a rua. 5o logares de superior. Setta da Silva. Cardoso. Francisco Fernandes. physica recreativa e scenas cómicas os artistas: Romão José Monteiro. Ainda n'este anno foi augmentada a companhia com os estimados artistas: Amélia Barros. Maria Falcão. Seguiram-se varias companhias. o grande actor da Trindade. entre o qual varias salas regias. Emilia Adelaide. Cândido Xavier e Guilherme Lima. 20 camarotes de 1. Tem grande abundância de scenario. Pato Moniz. Luiz Pinto. Tem o rendimento de 3oííí>ooo réis e a despeza de réis ioíi?)ooo em cada recita. António Carlos Alves. pintado por Lambertini. O theatro tem 12 frizas. teodo tomado a iniuma commissão. 5íí&ooo réis O para illuminação e 2í5l>5oo réis para orchestra. praça. bre." classe.% 60 logares de i. que levou a termo seus trabalhos. etc. nyma ae responsabilidade limitada." ordem. frizas. i3 Já alli teem representado diversas compa- Theatro da Nacional Fahiica de Vidros Grande). Foi edificado ha perto de 40 annos por um grupo de indivíduos. cuja direcção actualmente é composta dos srs. sendo {(SMarinha — . surgiram depois questões e chicanas. fazendo a planta e dirigindo a obra o dr.: Alexandre Nunes Carvalho.35i DO THEAtRO PORTUGUEZ Theatro Mousinho da Silveira (Castello Pertence a uma sociedade anode Vide). camarotes de i. A sua edificação'começou em^iSgS e terminou em — nhias. dirigida pelo actor Machado. Foi este theatro edificado por meio de Tlieutio Moderno [LisboaJ fins de 1899. sala regia. Theatro Nabantino (Thomar). A maude janeiro de 1900. 75^000 réis e a despesa em cada recita variável entre 12^000 e iS^í^ooo réis.» ordem. de modo que o theatro fT^abantino pertence hoje aos co-proprietarios e aos obrigacionistas. cárseu rendimento é de cere. i5 de 2. mas a commissão manteve-se firme no seu posto.» e 126 logares de platéa. a opereta cMam^^elle U^ii Theatro iMoii--iiilio da Silveira Castello de Vide) subscripção particular. João Severiano Carrilho Bello e Ramiro Cezar Murta. obteve-se o capital necessário por meio de obrigações emittidas e subscriptas pelo publico. que é acceitavel. para se fazerem no theatro as obras de que precisava. Pelos preços ordinários pôde calcular-se a receita em yS^j&ooo réis e a despesa em réis i5í!6ooo.» ordem. cumpriu os compromissos que tomou até á organisação da sociedade anonyma. theatro aluga-se por 1 5 o/^ da receita bruta de qualquer recita. i5 camarotes de i. geral debaixo dos camarotes e galeria na 2. Annos depois. E' propriedade da Companhia. 40 de 2. 4 O O Tem tado pelo scenographo Eduardo Reis. Aniceto d'01iveira Xavier. Tem cinco vistas de sala. hoje representados pelos seus successores. guração teve logar em representando uma companhia. José Crespiano Alves Casquilho e pelo obrigacionista João Torres Piciativa — nheiro. sala poíouche. foi pin- theatro possue sala rica. e é actualmente administrado por um dos proprietários. 4 de 2. O scenario.». vista de campo. convento. representada pelo presidente da direcção. Maria e depois foi com Emília Adelaide para o Brazil e lá morreu. dade da Sociedade do Theatro Ovarense. Ferreira. Foi ultimamente reformado. Pantaleoni e outros. casa pobre. 22 fauteuils. mar. 40 logares de balcão e 146 de geral. Já alli trabalharam diversas companhias. claustro. Póssue i5 camarotes. Eduardo. de — — e uma galeria. Gomeçou a ser edificado em novembro de 1900. % 1 — d'um macaco. 60 logares de superior. A companhia do theatro do Príncipe Real. A obra foi dirigida por António Pedro Martinho A sua inauguração teve logar emmaiode igoi com o drama militar 29 ou Honra e Gloria^ representado por amadores Possue este theatro muito pouco scenario. O aluguer do theatro depende de ajuste particular. Gymnasio e Trindade. dirigida pelo maestro Kuon e fazendo pai te da companhia os artistas: Pandolphini. feito por subscripção e com o auxilio da Gamara Municipal. Este theatro arrenda-se por i5 da receita brut. entre ellas as de Pato Moniz. camarotes de 1. Theatro do Palácio de Crystal (Porto). duas salas. Pedro Paulo de Portugal. tendo de despesa ioíJí>ooo réis em cada recita. No Theatro do Paço da Ribeira cantaram-se muitas operas. 10 frizas. A platéa e galerias ficam de enormes dimensões. 120 logares de plateia e 100 de galeria. Anna Eliza. incluindo 5í!í)ooo de aluguer de theatro. etc. Creado distrahido. é que a companhia Pagheti improvisou outro theatro n'umas casas que alugou para esse fim defronte do convento da Trindade. — Theatro do Pateo do Tijolo (Lisboa) -Foi construído de madeira no antigo pateo do Tijolo. Binncolini. Alfredo Garvalho.i de cada recita. O rendimento é de 8o. em 1891. Esta uhima foi a única que chamou ainda alguma concorrência. Estevão Moniz. Já — 1 . á frente do órgão. a do Avenida a Boneca. que tinha sido edificado em 1888 e fora inaugurado no mesmo anno com a magica Ramo de ouro. cabelleireiro da rua do Loreto e pae do Vilar que ainda hoje tem theatro nas feiras. Da companhia faziam parte. 75 cadeiras. o dr. cabendo muitos milhares de pessoas. Oliveira. Pouco tempo durou. alli cantou a cAida. E' proprieTheatro Ovarense (Ovar). E' um theatro modesto.^ Foi inaugurado a 7 de junho de i855 com uma recita de amadores.^ooo réis e a despeza em cada recita de i5j|lcoo réis. no grande estrado que tem ao fundo. representando-se o I mesmo drama. pelas festas do centenário de Gamões. e do Príncipe Real e Garlos Alberdo Porto. junto á rua do Moinho de Vento. Entre outras peças. Gandida Praxedes. Foi este theatro. a companhia do Real Theatro de S. O theatro pouco tempo ali esteve. A inauguração teve logar em Fevereiro de 1895 por amadores. Theatro do Paço da RiJaeira fLtsboaJ. Ernesto Freitas. bosque. Possue este theatro vistas de jardim. Já alli teem representado diversas companhias dos theatros de D. Gomeçou a ser construído em 1894. Praxedes. que dizem não ter sido casual. Theatro Pedro Nunes {Alcácer do Sal) Pertence á Sociedade Givil Particular. sob a direcção dos engenheiros Tito de Noronha e Augusto Gezar Pinto de Sousa. que pertenceu á companhia de D. 'Pedro. Pedro V. O seu rendimento é de õoíí^ooo réis e a despesa em cada recita iGíJíJOOo réis. Lisboa. A começo alli funccionaram companhias lyricas italianas. Ildefonso Tito Guedes. Era seu proprietário o Víllar. começando as obras em setembro de 903 e sendo inaugurado em de janeiro de 1904. Já alli teem representado diversas companhias. Foi inaugurado a 3i de outubro de 187Í) com o drama de Mendes Leal. destruído por um incêndio. 80 logares de plateia e 40 de geral. Inaugurou-se a 22 de outubro de 1720 com a opera // triumfo delia virtu. Theatro 011 veirense (Oliveira de Aderneis). jardim e bosque. etc. Gruz. Alves. porque o publico ali não concorreu. gruta e dois gabinetes Pôde render iioíjbooo réis. Theatro Operário (Extremo^). Nascimento. a das Variedades a Vera de Satana:^. Tem 17 camarotes. Anthero. Oppressão e liberdade e Mãe dos escravos. por bastante tempo. Carlos. 352 O seu rendimento é de Scá^doo réis e a despesa de io$)ooo em cada recita. 114 cadeiras. sendo a obra dirigida pelo conductor d'obras publicas. João Maria Lopes. Olympia. alem de Barreto: Gil pae. representada por amadores. o Tedro. 1880. O ensaiador era o actor Barreto. Maria. Tem 22 camarotes em duas ordens. rua. Tem 5 camarotes. Gomeçou a ser edificado em 1874.— Arma-se o palco na nave central. deu alli com grande apparato a Grã-Duque^a de Gerolstein. de Lisboa. representado por amadores. Pertence a Luiz da Gosta Firmo. hoje rua de D. que representaram o drama Fidalgos da Casa Mourisca. praça.* ordem e i3 de 2. de Lisboa. sala nobre. Algumas pequenas compa- nhias de província ali deram espectáculos. etc. a da Rua dos Gondes Os sete castellos do Diabo. de Mendes Leal. Foi a primeira scena em que appareceu a opera italiana em Lisboa. Só depois. propriedade de D. com que primitivamente tinha sido aberto. Possue este theatro um gabinete. representaram-se as seguintes: Tropelias to. em 1735. Theatro de Paredes de Coura Era um theatro-barracão. Ópio e Champagne. Salvador Braga.DICCIONARIO uma fechada e quatro de bastidores. Tinha i5o logares na plateia Em — 12 Tem 160 logares de plateia. 24 de balcão e 100 de geral. 5o de galeria. A mento. tudo pintado pelo scenographo Eduardo Reis. Joaquim Gomes de Carvalho. O rendimento do theatro é approximadamente de 2ooí!í)coo e a despeza. a companhia do Theatro Carlos Alberto. Pensa-se em construir um bom theatro. Tem este theatro duas vistas de sala. O theatro possue o seguinte scenario sala rica. Foi construído Theatro em Pombal thias : : alli representaram diversas companhias. deve haseu rendimento pôde elever 5o annos. Não tem scenario. e da banda da Guarda Municipal. por diversos amadores. de que é presidente o Dr. Tem duas ordens de camarotes com 21 em cada ordem.353 DO THEATRÔ PORTUtíUEZ d'01iveira Santos. do theatro. A sua construcção começou em 1ÍÍ91. A orchestra 8ov5í>ooo % — custa 6v!£>ooo réis. i3o logares de plateia superior e 120 inferior. A inauguração teve logar a 20 de Junho de i858 por uma companhia drama- — t 1 1 — j3 . a companhia Sousa Bastos. var-se a Goj^ooo réis e a despeza de cada recita são 4ííí)00o réis. grupos de artistas dos theatros do Gymnasio e Príncipe Real. pagando estas i5 bruta de cada espectáculo. incluindo a do tlieatro do Príncipe Real de Theatro Pedro Nunes (Alcácer do Sal) Lisboa. do Porto. em cada recita. Tomaram também parte um sexteto e a Banda da Guarda Municipal de Lisboa. Inaugurou os seus espectáculos a de janeiro de 1S73. Maria Magdalena de Moraes. Não chegou a durar um anno porque o publico teimou em alli não ir. Já alli teem representado: uma companhia hespanhola de zarzuela. Francisco Ma- dense». Na bôcca do Lobo. António Maria Diniz Sampaio. campo. Theatro Pereira (Mansão) E' propriedade de Manuel José Pereira. que a Camará Municipal diz pertencer-lhe. A inauguração do Theatro Pinheiro Chagas fez-se no dia 16 de Setembro de 1901 com uma recita promovida por um grupo de amadores. D. de Lisboa. Maria II. não incluindo a renda é de bò^ooo a i8íSí)ooo réis. uma de rua e um jardim. Foi Theatro Popular d' Alfama (Lisboa) construído o palácio do Conde de Rezende. sala media. Vasco Dantas da Gama e Thomaz Eça Leal. Tem 17 camarotes. A illuminação é a acetylene. D. Projecta-se augmental-o com 6 frizas. 102 logares de superior e 5o de geral. Theatro Portalegrense (Portalegre) Pertence a um grupo de accionistas. Theatro Pinheiro Chagas (Caldas da RaiE' propriedade de uma associação nha) denominada «Sociedade ^ Dramática Cal- n'uma dependência do Convento de Santo António. O programma do espectáculo constou de duas partes. e os cavalheiros: Eça Leal. e um grupo de artistas do theatro da Trindade. D. dirigindo a obra José de Sousa Larcher. revertendo o producto a favor dos bombeiros voluntários. para o qual se está elaborando a planta e orça- — O Tlieatro Pinheiro Cliagas {Caldas daJiainha) edificação começou em obra foi dirigida pela direcçãs da Sociedade e pelo mestre d'obras do Hospital Real das Caldas. praça e jardim. O Theatro Pedro Nunes aluga-sepor i2i^ooo réis em cada recita. A inauguração teve logar em «SgS com o drama Trabalho e honra. Illidio Amado. Huberto Gonzalez. Tem 1 1 camarotes e 120 logares de plateia. O Theatro ^Pinheiro Chagas aluga-se ás comda receita panhias. e varias companhias de zarzuela.Luizad'Aboim e D. sendo ^•mprezario António Maria Campeão e director Costa Braga. Tomaram n'ella parte as senhoras D Honorina Amado. sendo a primeira de concerto e a segunda da comedia em 2 actos. Maria da Conceição Eça Leal. Diocleciano Ribeiro Torres. A sua edificação começou a 24 de Julho de 1854. Já alli representou o grande Taborda. sendo a obra dirigida pelo agrimensor da Gamara. A construcção do palco e suas dependências pelo machinista do theatro de D. em Santa Clara. Pelos preços usuaes rende — réis e a despeza em cada recita é de 3ÍÍOOO réis. O theatro aluga-se ás companhias por 5^000 réis em cada recita. José Amado. 160 fauteuils. Luiz Gama. representado por amadores. Abril de A sua 1897. O scenario é antigo e bastante deteriorado. 5^4 ^  .DIGCIÒNARÍÔ que representou o drama de Garrett. Alfagemê de Santarém. O rendimento do tica. 355 t)0 THEATRO PÔRtlíGUEZ por Aristides Abranches. e Rangel de Lima. Foi elle quem reedificou o theatro do Gymnasio. a quem o theatro fora adjudicado por três annos passou a empreza a Martins & C* e pouco depois a Ruas & C. Dois pobres a uma porta e a comedia em acto. Brandão. tem tido epochas brilhantissimas. Como fosse infeliz na tentativa. Dera com os burrinhos se aluga a — Theatro do Príncipe Real {Lisboa) n'agua o emprezano lork. O theatro do Trincipe Real. . N'um terreno desoccupado que havia depois da abertura da nova rua da Palma. . a que deu o nome de Wauxhall e realisou alli bailes de mascaras. õMiiito padece quem ama. avô dos actuaes emprezarios d'este theatro. esta egualmente. . porque o iheatro não companhias. i Paladíni. Este já servia alternadamente para companhias dramáticas. A primeira empreza que alli houve foi a dos negociantes de tabacos Freitas e Azevedo depois a de João Ferreira. Paulo Martins. a de teem representado. Assim foi. Theatro do Príncipe Real (Lisboa) Francisco Vianna Ruas. Passados annos foi de novo demolido para se fazer o que hoje existe e que tomou o titulo de Theatro do Príncipe Real.^ Este pouco tempo lá esteve mas ficou-lhe o vicio dos espectáculos. equestres e gymnasticas. Doze annos depois foi demolido para se fazer outro de pedra e cal. Bayard. irmã da actriz Anna Pereira. negociante de algodões outra de diversos artistas sob a direcção de Augusto Garraio ainda outra do maestro José Cândido. que pouco resultado deram. inaugurando-se o Theatro do Príncipe l^al com a comedia em 3 actos. a da muitas outras. Joaquim Ferreira e Lourenço de Magalhães depois Alves Rente em . . ambas imitadas . Carlos. á esquina da carreirinha do boccorro.. O velho Ruas achou-se de uma vez emprezano do theatro de S. etc. transformando-se n'uma bonita casa de espectáculos. os actores Gama. edificou Ruas um salão. transformou o salão n'um modesto theatro e convidou o actor Cezar de Lima a associar-se a elle para formar companhia. principalmente a do actor Santos. César de Lima. Na companhia estreiou-se uma actriz de grande valor. Continuou a ser explorado por companhias dramáticas e acrobáticas. Preciozi e Maria Denis e f Porto) Theatro do Príncipe Real cavallinhos — Co- meçou por um barracão de madeira para com o nome Circo. que depois foi modificado. Aproveitando as paredes. Margarida Clementina. era um afamado mestre d'obras e proprietário d'uma estancia de madeiras á Boa Vista. mudou o nome para Salão oMeyerbeer e alli realisou sem resultado também alguns concertos. com 21 camarotes e 2 frizas. Gil. a de Rossi. . DIGCIONARIO seguida Taveira com José Ricardo e Santos ; mais tarde só Taveira e por ultimo Luiz Faria. Também este theatro tem tido magnificas epochas e continua a ser o preferido pelo publico do Porto, pela sua posição e {'Viila Nova de Famaseu proprietário Zeferino Bernardes Pereira. Foi construído^ em 1893. N'este mesmo anno se inaugurou por amadores. Tem vistas de jardim, mar, sala rica, sala pobre, etc. Rende approximadamente 5oíií>ooo réis. A despeza em cada espectáculo á de i6íi!í>ooo réis incluindo renda do theatro e orchestra. Tem 12 camarotes, 2 frizas, e mais de 100 logares na plateia e galeria. Já alli teem representado diversas companhias portuguezas e uma de zarzuela hespanhola. O aluguer do theatro em cada recita é de 6í{í>ooo réis. Actualmente está o Theatro Progresso alugado a uma sociedade de amadores. Theatro de Queluz— Era este theatro régio em construcção e belleza melhor que os de Salvaterra e Ajuda. N'elle se cantaram os melhores operas da epocha e muitas portuguezas, entre as quaes: Gliorti esperide e Talmira di Tebe, de Luciano Xavier dos Santos; Teseo, de J. Francisco de Lima; Endimione e oAdrasto., de J. de S. Carvalho; 11 Ratto di Prosérpina e Archelas, de J. Cordeiro da Silva; Uisola desabitata e T^itorno di LJlysse in Tíaca, de David Perez. Theatro do Rato (Lisboa) ~ Por diversas vezes tem sido reedificado, sempre de madeira. D'uma vez ardeu; mas d outras tem sido demolido por inútil. O que começou em 1880 teve o tiiulo de CT^ovo Theatro de Variedades. Foi emprezario o dr. Couceiro e director ensaiador o velho actor Macedo. i56 coromodidades. Theatro Progresso licão) — E' modovar, que se achava encorporada nos bens próprios nacionaes. Essa casa foi cedida á sociedade pela Camará Municipal, á qual a dera o governo por carta de lei de 27 de junho de 1866. Parece que antes da concessão já ali existia o theatro, ignoro em que condições, pois consta terem-se dado espectáculos em i855, representandose vários dramas, comedias e entremezes. A construcçcío foi dirigida pelo dr. Manuel Carrilho Garcia, medico em Almodovar. A reabertura foi em janeiro de i858 com os dramas: O Judeu c O Crime ou 20 annos de remorsos.^ representados por amadores. Possue o Theatro Recreativo as vistas de casa rica e pobre, praça, bosque e cárcere. O rendimento do Theatro Recreativo Almodovarense é de 20v!í>ooo réis e a despeza em cada recita de 3íijí)ooo réis. Não tem cama- mas i5o logares de plateia. Teem já representado pequenas companhias, pagando de aluguer 2^000 réis por cada esrotes; ali pectáculo. Theatro Recreio {Villa Nova de Ourem) E' propriedade de D. Francelina Lopes e está actualmente alugado a Arthur d'Oliveira Santos. Foi inaugurado, a 7 de julho de 1895, por amadores, que representaram o drama João o Corta-Mar. Possue este theatro vista de campo, sala rica e casa pobre. O seu rendimento é de 40ííí>ooo réis e a despeza em cada recita de 8íií)oco reis. Tem i5 camarotes, 80 logares de cadeira e i5o de geral. Aluga-se por i^boo réis em cada espectáculo. Theatro Recreio Artistico (^////aio^- Pertence a uma sociedade de 32 accionistas. Começou a ser edificado a 20 de janeiro de 1875, dirigindo a obra o engenheiro civil António Tavares Lebre. F'oi inaugurado em 6 de fevereiro de 1876 com as peças Camões do Rocio e Um marido 'victima das modas, representadas por amadores. Possue este theatro três vistas (^e sala, rua e bosque. O seu rendimento é ^e 5o^ooo réis e a despeza em cada recita de lo^í&ooo réis. Tem trez galerias com i3o logares e 100 de plateia. Já ali teem representado diversas companhias. O preço do aluguer é de 4^5oo réis por espectáculo. Theatro Recreio Azambujense fAjjfnbujaj Pertence a Paulo Vidal. Começou a ser edificado em 1900, sob a direcção do conductor d'obras publicas José Juvencio da Silva. A inauguração foi a 27 de abril de 1901, com varias comedias e monólogos, desempenhados por artistas do theatro do Príncipe Real. Como scenario tem apenas por emquanto sala rica e sala pobre. O seu rendimento é de yb^ooo réis. A despeza é unicamente com a illuminação. Tem apenas plateia com 25o logares. Já ali teem representado vários artistas de Lisboa. O theatro é cedido gratuitamente ás companhias. No Era maestro Lagrange, e a companhia es- tava assim formada: Alfredo Carvalho, A. Portulez, Correia, J. Portulez, Fernando Lima, Maldonado, Ramos, Assumpção, Mado Céo e Maria Cândida. O espectáculo d'abertura, a 27 de março de i88o,.constou da comedia ero i acto de Costa Braga, O Crime do Bemformoso e da peça sacra de António Mendes Leal, Martírio e Gloria, ou Torquato o Santo. Esta cahiu redondamente na primeira noite, acabando a empreza ao fim de seis recitas. O theatro do Rato que ultimamente existia, foi mandado construir pelo emprezario Barata. Era propriedade do actor Santos Júnior, quando ardeu em 1907. Este theatro dava quasi sempre prejuízo por estar longe, por não ter commodidades e por ser edificado dentro d'uma quinta e ao lado de uma casa de comidas e bebidas. Theatro Recreativo Almodovarense (Almodovar) Pertence a um grupo de amadores e foi construido n'uma casa que em tempos serviu de celleiro da commenda de Alria — — 357 DO THEATRO PORTUGUEZ seus na trasladação dos ossos de Almeida Garrett. proscénio ha dois magníficos quadros, pintados e offerecidos por D. Branca Assis. O panno de bôcca foi pintado pelo scenogra- Theatro Ignora-se Reguenguense (Reguengos) — pho Augusto Pina. Theatro Recreio Familiar (Gondomar) Pertence a José Alves Garrido. A casa foi adoptada para o theatrinho sob a direcção de Pompeu Martins de Moura, o qual mandou fazer o scenario á sua custa. A illuminação é a acetylene. Foi este theatro inaugurado no carnaval de 1902 com as comedias Morrer para ter dinheiro, Ceia amargurada e Sr. João e sr.' Helena. Possue o theatro vistas de jardim, bosque, sala rica e casa pobre. Tem apenas 80 logares para as famílias dos sócios e convidados. Não se alugi Theatro Recreio Lagense (Lagens da Ilha E' propriedade de João de Deus do Pico) da Silveira Bettencourt, que dirigiu a sua construcção em 1893. No mesmo anno foi inaugurado por amadores. O seu rendimento é de 8oííí)ooo réis e a despeza de 20íiJí)000 réis em cada espectáculo. Já alli teem representado alguns artistas. O preço do aluguer d'este theatro é convencional. Theatro Recreio Mariense (Ilha de Santa Açores) Pertence a José Augusto Maria Pereira. Foi construído na grande sala de : — quem seja o proprietário d'este theatro, que começou, segundo a tradição, a ser edificado em 1837 e foi inaugurado em Maio de i838 com a tragedia Igne^ de Castro., representada por amadores. Possue diverso scenario. O seu rendimento é de réis 5oííí>ooo e a despeza em cada recita de réis 7Ílí>5oo. Tem 21 camarotes de i.* ordem, 23 de 2.*, 60 logares de superior, 59 de geral e unia galeria. Já alli representaram diversas companhias. O theatro aluga-se por 10% da — — — caza, que já existia, e maugurado em 1891, por amadores. Possue duas vistas de sala, jardim e rua. Faz de despeza em cada rendimento varia serecita 4Íí>ooo réis. gundo a qualidade do espectáculo e os precamarote e 240 logares de só ços. plateia. Alem dos amadores, já alli represenprotou o imitador Vargas e um russo. uma O Tem um O prietário do theatro cede- o gratuitamente aos artistas e amadores. Theatro Recreio Musical Dramático (CaPertence a uma sociedade, de que daval) são directores da parte dramática Adelino Bahia e da parte musical Eduardo Costa. Está installado n'um antigo celleirodos Duques do Cadaval, pertencendo hoje a Camillo José Gomes, que o cedeu para theatro sem pagamento de renda. A obra foi dirigida por A. Bahia. A inauguração teve logar em 1889 com o drama Gaspar o Serralheiro., representado por amadores. Tem o theatro vistas de campo, de praça, sala rica e sala pobre. O seu rendimento é apenas de 9í!í)000 réis e a despeza de cada recita limita-se ao sello dos bilhetes e a 600 réis para luzes Tem uma galeria particular do dono da propriedade, e plateia com 100 logares, sendo '/O de superior e 3o de geral. Já alli teem representado algumas pequenas companhia'. O theatro cede se a qualquer companhia, que dê i5 bilhetes de superior para os sócios. A orchestra da Sociedade toca gratuitamente. Esta Sociedade, posto que modesta, é importante e ainda ultimamente se fez representar por três delegados — : Consta que tomou a iniciativa da sua edificação Joaquim Romão Mardel Papança. E' emprezario Domingos Rosado Seroto. Em 1896, para alli dar espectáculos, organisou-se um grupo de amadores, de que é presidente Arthur Augusto Galhardis. Foi este o Theatro do Relego (Leiria) primeiro theatro que existiu em Leiria. Foi construído no local onde depois esteve o cartório do tabellião Ireno Roberto Dias, na rua que actualmente se chama de S. Br?z. Foi feito por subscrípção, por iniciativa de William loung, oflicial do exercito inglez, que viveu em Leiria durante i5 annos. Foi elle quem dirigiu a obra, que foi concluída em 1818, com a condição de só alli representarem amadores, os quaes eram escolhidos na primeira sociedade. Deram-se alli muitos e escolhidos espectáculos. Depois d'este theatro houve em Leiria outro chamado Theatro da Palha., armado na capella de S. Bartholomeu, á Portella, onde hoje existe um quintal; depois outro denominado do Farello, construído atraz da Misericórdia, onde hoje ha um armazém de vinhos jiínda depois o theatro de S. 'Pedro, na capella da mesma invocação, ao Castello. e mais tarde o theatro do Cebo, no bairro dos Anjos, onde actualmente é a Escola Conde de Ferreira. Foi depois de todos estes que se edificou o theatro Dona Maria Tia, de que tratamos n'outro logar. Theatro Romano {Lisboa)— "^'uma excavação a que se procedia em Lisboa, na rua de S. Mamede, defronte das torres da Sé, a 3o de dezembro de 1798, appareceram ruínas de um Theatro Romano, dedicado a Nero e fundado por Caio Heio Primo, conforme a ínscrípção da frente do proscénio. Um dos muitos terremotos, que soterraram cidades inteiras em diversas epochas, fez sumir debaixo da terra esse theatro. A sua existência é authentica. Havia sido construído pelos romanos na famosa Felicitas Júlia Òlisipo. As suas ruínas foram descobertas casualmente, ao abrir-se cabouco para receita bruta. — ; edificar uma casa particular. Começaram pelas pedras a descobrir-se ruínas vido ali edíficio pois se achou uma estatua, que indicavam ter hagrande e publico; logo dee, DICGIONARIO se foram desenterrando, viu-se uma inscripção, da qual parece constar bastantemente que ali foi o theatro da antiga Felicitas Júlia Olisipo. Dia a dia se iam descobrindo mais ruinas, isto é, fragmentos do theatro Romano ou theatro Lisbonense; degráos ou assentos de plateia e o pavimento da orchestra; n'uma base mixtilinea ou en- 8Ç£ que ctos amadores, que deram um concerto a beneficio das obras. Dez annos depois, a 3 de julho de 1894, realizou-se nova recita, também a beneficio das obras, com a come- vasamento de mármore alternadamente for- semi círculos, ou meias laranjas, a qual base era do proscénio, sobre o qual estava o chamado púlpito ou tablado, em que representavam os actores; uma inscripção em honra de Nero, gravada em lettras ferraes na face do proscénio, que olhava á parte circular na correspondência dos assentos da plateia; outra mscripção de certos libertos n'uma lapide, ou mais propriamente cippo de cinco palmos de comprimento e dois e meio de largura; duas estatuas marmóreas de Sileno, das quaes uma se achava muito mais bem conservada do que a outra; algumas columnas estriadas e capiteis da ordem jónica; uma enfiadas de pedras de silharia sem se lhes divisar rasto de que tivessem sido unidas com precintas de cal ou argamaçadas. Foi o architecto Francisco Xavier Fabri o encarregado de dirigir as excavaçÕes. Pelas inscripçóes encontradas sabe-seque foi Caio Heio Primo que fez erigir, em honra de Nero Cláudio, o primeiro theatro de que ha memotia ter existido em Lisboa. Sabe-se portanto também a epocha da fundação, que é provável fosse no anno 37 da era de Christo e 810 da fundação de Roma. Ninguém sabe o que foi feito d'aquellas precioe mado em quadrângulos Theatrci Fosa Damasceno {Santarém) dia (i4.migo Frit^, desempenhada tinctos amadores e pelos artistas por dis- Eduardo Brazão geral e Rosa Damasceno. A assembleia sas ruinas. As estatuas, os preciosos capiteis e fragmentos de pedras, tijolos, argamaça, tudo foi parar não se sabe aonde. No próprio logar onde o theatro existiu, na rua Nova de S. Mamede, no ultimo prédio do lado esquerdo, que tem frente também para a rua di Saudade, ha\ia, ainda não ha muito tempo, uma cocheira baixa e de abobada, que tinha e deve ainda ter talvez do lado esquerdo, como que a sustentar um arco, parte do fuste de uma columna estria- deu Santarém, o nome de 'Rosa Damasceno e nomeou Eduardo Brazão presidente honorário da Direcção. Este theatro possue uma vista de praça, outra de bosque, um gabinete, reunida, em testemunho de gratidão, ao theatro, que até ali era theatro de três salões, vista de mar, etc. O rendi- mento total da casa pode elevar-se a réis 320^000. Além do aluguer do theatro, que da receita bruta, a despeza de é de i5 cada recita regula approximadamente por 25ííí)000 réis. O theatro possue 18 frizas, 21 camarotes de 1.* ordem, 21 de 2.^ ordem, 14 de 3.", 104 cadeiras, 126 logares de superior e 70 de galeria. Teem ali representado muitas vezes todas as companhias dos theatros de Lisboa e algumas do Porto. Frequentemente representam também n'este theatro amadores de Santarém, que os ha ali muito distinctos Quasi todos os nossos melhores artistas teem representado no Theatro Rosa Damasceno, e entre elles: Virgínia, Eduardo Brazão, Rosa Damasceno, Taborda, Palmyra Bastos, João Rosa, Amélia Vieira, Lucinda Simões, Augusto Rosa, LuciHa Simõe§, Joaquim d'Almeida, Anna Pereira, Ferreira da Silva, Falco, Valle. Barbara, José Ricardo, Angela Pinto. Alfredo Carvalho, Emilia Eduarda, Augusto % mais para dentro, n'um recanto, outro como outro n'um outro recanto ao fundo. Todos trez estão embebidos na parede! Coisas da nossa terra! K' este theatro Romano ou theatro Lisbonense, como lhe quizerem chamar, o mais antigo de que ha memoria em Lisboa. Theatro Rosa Damasceno (Santarém) — Pertence a um grupo de accionistas. Começou a ser edificado em 1877. Foi a planta feita pelo architecto Monteiro e modificada pelo cond"Uctor .lulio de Souza. A obra foi dirigida por Pedro António Loureiro, visconde de Athouguia e Júlio de Souza. Foi inaugurado este bello theatro, a n de março de '884, ainda por concluir, por distin- da e, fuste egual, assim 35q DO THEATRO PORTUGUEZ Rosa Damasceno etc. Theaé elegante, confortáilluminado a gaz e muito bem de- de Mello, Adelina Abranches, tro vel, O bem corado. Pode considerar-se um dos melhores da província. Theatro da Rua dos Condes {novo) (Lisboa) Este theatro occupa apenas a área de 32 metros de comprimento por i5 de lar- — Se era mau, ficou muida obra. Theatro da Rua dos Condes (velho) Lisboa A origem do titulo d'este theatro e do nome da Rua, é ter elle sido edificado em terrenos pertencentes aos Condes da Ericeira, morgados da Annunciada, que em todo aquelle local e proximidades tinham o seu artistas. nos para os to peior depois — Theatro da Riia^dos Condes {novo]~(Lisboa) O dono do terreno e edifício é o commerciante Francisco d'Almeida Grandella. O projecto de construcção foi do desenhador Dias da Silva, posto em pratica pelo constructor João Calor. Houve uma emissão de títulos de dez mil réis, amortisaveis em dez annos. Estão todos pagos. Na inauguração do theatro, a 23 de dezembro de 1888, a parte baixa do edifício eraoccupada pelo botequim e camarins d'artistas. A plateia era no andar superior, dividida em quagura. tro classes: geral. Tinha fauteuil, horta. palacio,'com ic pateos, 120 casas, jardim e A denominação do primitivo theatro cadeiras, superior e duas ordens de camarotes com 21 em cada uma. A decoração da sala era péssima e o palco acanhadíssimo. Na inauguração do theatro foram emprezarios: Salvador Marques e Casimiro d'Almeida. O espectáculo compoz-se da allegoria Hontem e hoje e da opereta As duan Rainhas. Poucos annos depois o theatro passou por grande transformação. Desappareceu o botequim, descendo a plateia ao nível da rua. O theatro ficou um verdadeiro poço, sem commodidades algumas para o publico e ainda me- Theatro da Rua dos Condes {velho)- (Lisboa) era Pateo da horta dos Condes. Não está definitivamente averiguado, divergindo as opiniões, se o Theatro da Rua dos Condes foi construído no mesmo local, em que existiu DICCIONARIO o Pateo dos Condes, ou se no sitio em que foi a cadeia do Tronco. Em todo o caso os locaes eram muito próximos um do outro. O Theatro da Rua dos Condes foi construido pelo architecto Petronio Mazzoni, entre os pois de 36o revogada a estúpida ordem de D. Maria Anna as actrizes Leocadia Maria Serra e Izabel. 1804, tendo morrido AnI, Em annos de 1756 a 1763. Muita gente se recorda ainda d'esse acanhado e perigosissimo edifício, pois que só foi mandado demolir em 1882. Desde a inauguração parece que funccionaram a principio n'este theatro companhias italianas de canto, sendo a mais notável a da Zamperini. que começou a funccionar em 1770. Com a Zamperini succederam-se aventuras e escândalos de tal ordem, que, no Hm do anno de 1774 foi expulsa do reino por uma ordem do Marquez de Pombal. Foi depois emprezario do theatro Paulino José da Silva até 1782, anno em que começaram a funccionar uns estrangeiros, que representavam peças com bonecos. O intendente Manique prohibiu depois estes espectáculos por indecentes. Foram-se variando os espectáculos estrangeiros até que se reuniu uma companhia portugueza, que representou uma peça sacra, O Martyr Santo Adrião e outras diversas. Alem de não prestarem os actores, ainda havia a attender á prohibição de que representassem mulheres! Um distincto escriptor inglez descrevia da seguinte forma as representações no Theatro da Rua dos Condes em 1787: «O theatro é baixo é estreito e os actores, pois não ha actrizes, estão fora da critilica. Havendo as absolutas determinações de Sua Magestade expulsado as mulhures do palco, são os papeis tónio José de Paula, passou a empreza da Tiiia dos Condes para Manoel Baptista de Paula, que se intitulava herdeiro do seu antecessor. Conservou-se esta empreza até em que o Manoel Paula passou a dirigir uma sociedade de actores, que se formou no mesmo theatro. Em 1812 um decreto jun1809, d'estas desempenhados por desenxabidos rapazes. Julgue-se o curioso effeito que esta metamorphose produzirá, especialmente nos dansarinos. Aqui, vê se uma alentada pastora de cândidas vestes virginaes, ostentando macia barba azulada e proeminentes clavicuias, tou a exploração dos theatros da Hua dos Condes e 5. Carlos por artistas portuguezes e italianos com subsidies e privilégios vários, e isto assim foi até que, em i8i8, a sociedade dos artistas ficou só com o Theatro da Rua dos Condes. Com grandes difflculdades e sempre luctanio, ora com falta de recursos, mas sempre com falta de espectadores, a sociedade foi-se arrastando, com o pomposo titulo de theatro nacional, até que, em 1826, teve de fechar as portas pelo espaço de três mezes, em seguida á morte de D. João VI. N'este intervailo os artistas reuniram-se, formaram um plano de sociedade e reabriram depois os theatros da Rua dos Condes e Salitre com um resultado deplorável ValeuIhes um subsidio de 8:oooíí&ooo réis concedido pelo governo de D. Miguel. Em 1829 partiram para o Brazil as trez irmãs Ludovina Soares, Thereza Sjares e Maria Soares, a Maria Cândida de Sousa, Maria Amália da Silva, João Evangelista, Lisboa, Barros e outros actores, deixando traquissima a companhia da Rua dos Condes, que teve de ser reforçada com Victorino, Matta e outros. Com os successos políticos de i833 fecharam todas as casss d'espectaculos, dando-se mais tarde, de quando em quando, uma recita festiva • empunhar um ramalhete com uma capaz talvez de derrubar Goliath. Um rancho de leiteiras regue-lhe as enormes passadas, levantanto a cada movimento as saias acima das cabeças. Estiramentos, saltos e olhadellas assim, nunca eu tinha visto, nem espero tornar a ver». Para rebaxar ainda o theatro, começou então a estúpida usança dos elogios dramáticos. N'essa epocha as peças tinham principalmente custoso scenario e complicado machinismo. Até 1792 estiveram no Theatro da Rua dos Condes companhias lyricas, sendo nos dois últimos annos emprezario o Lodi, que foi depois emprezario de S. Carlos. D'esta data em diante foi o theatro explorado per companhias nacionaes. N'esse anno a abertura do theatro foi feita com o drama allegorico de Henrique de Campos, O Auspicio feli^ Em 1800 era emprezario do theatro o actor António José de Paula, que requereu e conseguiu que as mulheres tornassem a representar, sendo as primeiras que se apresentaram no palco, de mão ou a beneficio de algum artista. No fim do anno de 1884 chegou a Lisboa e foi trabalhar para a Rua dos Condes uma companhia franceza, conhecida pela companhia de Mr. Paul e M.*"* Charton. Vinha também Emilio Doux. A companhia estreiou-se a 4 de Janeiro de iSSS alcançando grande êxito. As recitas foram intercaladas com as da comnhia portugueza, que bastante proveito tirava do estudo que os nossos astistas faziam com modo de representar dos francezes, bem distintos. A companhia franceza retirou-se em Abril de 1837. Ficou Emilio o alguns Doux, que escripturou diversos artistas, at- trahiu alguns discípulos e começou a dar em portuguez a melhor parte do repertório, que o publico já vira em francez. Emilio Doux prestou relevantíssimo serviço ao nosso theatro. O êxito dos seus esforços foi notável na Rua dos Condes, depois no Salitre e por fim no Gymnasio e D Fernando, até á sua partida para o Rio de Janeiro, onde também a arte dramática lhe deveu assignalados sera intelligente direcção de Emilio se aperfeiçoaram os já então distinctos artistas: Florinda Toledo, Carlota Talassi, viços. Com Doux 36 1 DO THEATRO PORTUGUEZ Silva Neves, José Alves de Sousa Ferreira, Major José Maria Pereira Vianna e Dr. José Alfredo da Camará Leme. A sala d'especta- Victorino, Matt^, Theodorico (velho), Lisboa, Vannez e Epiphanio, e se crearam os que depois foram ornamentos celebres do nosso theatro, como: Emilia das Neves, Theodorico Júnior, Rosa pae, Tasso, Sargedas, Delfina e outros. Até 1840 esteve Emílio Doux dirigindo a Rua dos Condes, dando grande prosperidade ao theatro. Seguiu-se a empreza do Conde de Farrobo, que teve enormes prejuízos, não só pela má direcção que dava ao theatro, mas pelas conhecidas larguezas do Conde, que fazia verdadeiras extravagâncias na montagem das peças e dava aos artistas ordenados verdadeiramente fabulosos. 1844 passou o Theatro da Rua dos Condes a ser gerido por uma sociedade de artistas, á frente da qual estavam o Matta, o Sargedas e Caetano José da Silva, marido de Carlota Talassi. Sahiu do theatro Emilio Doux, ficando ensaiador o notável actor Epiphanio. Os principaes artistas sahiram em 1846 para irem inaugurar o theatro de D. Maria lí. N'esse anno ainda a Rua dos Condes ahrm algumas vezes para espectáculos da prestidigitadora fr 'nceza M.*"" Auguinet. Esteve o theatro lochado por alguns annos, até que, depois de lhe fazer algumas obras, o reabriu a empreza do José Vicente, do guarda-roupa. Foi isto em i852. Formou-se depois uma associação, que o explorou por bastantes annos, che- culo é em semi-circulo. 1.^ Tem 20 frizas, 21 camarotes de ordem e 16 de 2.* todos am- plos e luxuosos, dando para espaçosos cor- Em Theatro Sá de Miranda ( Vianna do Casíello) gando a ter alli bellas companhias, de que Fialho, fizeram parte: Anna Cardoso, Luiza Simões, Areias, Queiroz, Brêa, Pires, Marcolino, Augusto, Rodrigues, Santos, Cezar de Lima, Rolláo, Faria, Pinto de Campos e outros muitos. Montaram-se alli muitas magicas, oratórias e outras peças d'espectaculo. Em 1866 foi o theatro alugado a Francisco Palha, que alli deu uma serie de representações com a excellente companhia que mais tarde inaugurou o theatro da Trindade. Depois seguiram-se as emprezas de Villar Coelho e José Romano, Pinto Bastos, José Torres, Desforges, Souza Bastos, José Joaquim Pinto e actor Santos, e por fim a de Salvador Marques. As grandes receitas do theatro nos últimos annos foram conseguidas pelas revistas: Coisas e loisas, Lisboa no palco, Scenas de Lisboa, Cosmorama de i8'j6 e Tutti li mundi. A ultima epocha theatral da velha Rua dos Condes foi a de 1881 a 1882. As duas peças que n'essa epocha obtiveram maior êxito foram os dramas: A Taberna, de Zola, traduzido pelo actor Santos e o Noventa e Três de Victor Hujo, traduzido por Fernando Leal, Theatro Sá de Miranda (Vianna do Castelloj —O projecto d'este theatro foi elabo- rado pelo architecto Sardinha, lançando se a primeira pedra em dezembro de 1875. A iniciativa foi devida principalmente ao conselheiro António Alberto da Rocha Paris, José Aflbnso d'e Espergueira, Sebastião da redores e para um vasto salão. A plateia tem 82 cadeiras e i32 logares de geral. Estes legares estão muito á vontade e podem elevar-se a perto de Soo. A decoração é muito bonita e graciosa. O tecto foi muito bem pintado por João B, do Rio. O palco é muito espaçoso. O primeiro scenario da caza foi pintado pelo fallecido Lamberlini. Por baixo do palco ha 17 magnificos camarins e diversas arrecadações. Bom machinismo, excellente serviço de ventillação, conveniente illuminação a gaz, nada falta ao elegante theatro, um dos melhores das províncias. Teem alli representado quasi todos os nossos primeiros artistas, todas as companhias do Porto e as principaes de Lisboa. E' um theatro verd.^deiramente commodo e luxuoso e com bello rendimento. Theatro Salão Amarantino (Amarante) E' propriedade da Associação de Soccorros Mútuos «Amarantina». Foi construido em igcô e inaugurado no mesmo anno com diversas comedias, representadas por amadores. Tem uma vista de bosque, sala rica e pobre. O theatro rende iooí!í>ooo réis e a despeza em cada recita varia entre dez e quinze mil réis Tem 100 logares de superior e 10 de geral. Aliiga-se por 15% da receita bruta. E' um bello salão muito bem decorado pelo artista portuense Manoel da Costa Carvalho. Theatro-Salão de S. Martinho do Porto Foi construido em prédio alugado a Francisco Gomes de Avellar e pertence ao Grupo Dramático de amadores^de S. Martinho do Porto. Foi inaugurado em Abril de igoo por amadores, que representaram as comedias em acto Simplicio, Castanha & C*, Uma casa de estróinas. O actpr e seus visinhos,, o monologo A Pitada e a cançoneta Menino de Santo António. Possue o' theatro sala — 1 — I : : DICCIONARIO rica, sala 362 mento cada seu rendipobre, jardim e mar. é de 6oíí>ooo réis e a despeza em recita ó^í&ooo réis. Não tem camarotes; plateia. O mas 200 logares na Ainda aili não trabalhou qualquer companhia. Não tem preço estabelecido para aluguer, dependendo de combinação com os directores. Theatro do Salitre (Lisboa) Foi construído pelo architecto Simão Caetano Nunes — sendo proprietário João Gomes Varella. Theatro do Salitre {LislHja) Inaugurou-se a 27 de Novembro de 1782, tomando parte no espectáculo o celebre equilibrista Tersi, mandado vir expressamente do estrangeiro como a grande novidade da epocha. Estava situado na rua do Salitre, ao lado da praça de touros do mesmo nome. O primeiro emprezario foi o próprio architecto Simão Caetano Nunes, seguindo-se Paulino José da Silva e depois o actor António José de Paula, actor e auctor que para o Brazil sahiu do theatro do Bairro Alto e á tomou a empreza do Salitre. Da primeira companhia do theatro do Salitre faziam parte os artistas Fernando José de Queiroz, Bernardino António Cota, José Anvolta : tónio Gentil, José Xavier, Manoel José, José Theolonio, Angela Thereza Azua, Victoria e AnnaFelismina. Quando Emilio Doux administrou e dirigiu litterariamente o theatro da Rua dos Condes e quando n'elle se estabeleceu a opera italiana, foi o Salitre o centro da comedia nacional. A empreza de António José de Paula foi a mais florescente. Este actor gozou de grande nomeada. Era de côr parda e parece que natural de Cabo Verde. Tivera educação litteraria, pois traduzia o francez e o hespanhol e fazia versos acceitaveis. Na sua companhia do Salitre em 1794, figuravam os seguintes artistas António Filippe de S. Thiago, Victorino José Leite, José Felix da Costa, Manoel Baptista dos Reis, João Anacleto de Sousa. José Martins, João Ignacio,. António de Borja Garrido, José da Cunha e José dos Santos. Não havia damas na com- GandidadeAraujo panhia porque n'esse tempo era prohibido que as mulheres representassem. Os papeis femininos n'esta companhia eram desempenhados por Victorino, João Ignacio e outros. António José de Paula era o principal actor. Foram representadas por esta companhia as seguintes peças, -traduzidas por António José de Paula A Gratidão, drama Frederico II rei da Prússia, comedia em 3 panes; O Cid e Mafoma, tragedias de Voítaire. Por morte de António José de Paula, em 1804, passou a empreza para Joaquim Francisco Nossa Senhora e Manoel José Fernandes. Continuaram as peças a ser montadas com grande luxo. Em 1806 tomou a empreza um tal Faria, que teve a feliz lembrança de pôr em scena uma peça com o titulo As Covas de Salamanca, com a qual ganhou muito dinheiro. Em 1808 o elenco da companhia que íunccionava no theatro do Salitre era o seguinte: Roque Jeronymo Monteiro, Victor, Sebastião José Xavier Ultra, António Cheavari, Claudina Rosa Botelho, Rosa Maria e Carolina Bossi; e os dansarinos Carlos Bienchini, António Pechi, Montigniani, Rosina Lorenzani, Annunziata Evangelista c Maria San Martin. Em 1821 esteve no theatro do Salitre uma companhia franceza de declamação e dansa. Em i838, sob a direcção do antigo actor Dias, inaugurou se a 29 de Abril, no theatro do Salitre, uma nova empreza, a fim de servir de escola dramática, pois que na Rua dos Condes se especulava, na opinião da critica e de grande parte do publico, com uma escola que não era a nossa e se desprotegiam os verdadeiros artistas. Mais tarde, quando Emilia Doux teve de sahir da Rua dos Condes, foi formar empreza para o Salitre. Sahindo Doux para o Gymnasio. o Salitre cahiu em grande abandono, tendo sempre companhias irregulares. Entre estas, esteve alli uma de declamação hespanhola, em i856, depois de andar percorrendo as províncias, que se estrelou a 24 de Março d'esse anno com o drama O Filho do cego. A tal companhia dava unicamente prestigio uma creança de nome Manuela Rey, que era o assombro das plateias e que logo foi contractada para o theatro de D. iMaria 11, sendo depois a grande actriz que : ; i858, uma tão brilhante nome deixou. associação tomou conta do theatro, passando a denominal-o theatro das Variedades. Foi a associação que montou luxuosamente as magicas Loteria do diabo., Coroa de Carlos Em Magno e Reino das Fadas. Veio depois a empreza Pinto Bastos com os seus esplendores dos Amores do Diabo. Pêra de iSatana^ e Pomba dos ovos de ouro. Seguiram -se emprezas do actor Vicente José Coelho de sociedade com o actor Izidoro e com o esdo actor Fercriptor Eduardo Martins nando de Lima com o escriptor Anacleto de Oliveira, que puzeram em scena com grande ; : 2 frizas. começou a demolir. João António Fragozo. P^'"'^ '^^^ principio ás grandes obras da Avenida da I. com a comedia O Commissario de Policia e a scena cómica Aldighieri Júnior pelo actor Valle. Este theatro foi inaugurado a 10 de Abril de iqo5 pela companhiadotheatiodoGymnasiodeívisboa. Teve a prímasia da iniciativa e dirigiu as obras o beriemerito Alexandre de Mello da Silva Sequeira Ferraz. podenuo porem ser elevado conforme a importância das companhias. pagando o seu tributo á arte de Talma Citamos de n-emoria algumas peças que alli viram a luz da scena Velho repertório Ermitão da serra de Cintra. antigo theatro do Salitre. tirando o nome d'uma capella da invocação da mesma santa. mas trata de o adquirir. e Ricardo Cor di Leone. Lucmda Simões e ou. Augusto José dos Santos. Homens de mármore. alli se cantaram as seguintes Didone abandonata e Demétrio. de Jomelli: Lúcio Papirio e Socrate Imagmario. Theatro Salvador Marques (Alhandra) Pertence a uma sociedade por acções. de péssima construcçâo. A 24 de Agosto de 1879.iberdade. acolhido com delirante enthusiasmo. Augusto Francisco de Assis..'í>ooo e So^ooo da reréis. e a renda do theatro é de 20 ceita bruta. do escriptor Parisini com o Conde de Penamacor. Está bem decorado e tem bella apparencia. : apparato a peça phantastica O anno 3ooo e a magica Lenda do Rei de Granada . João Dionizio da Cunha. Joanna 1845. que mais tarde se constituiu com o nome de Grémio Trancosense. Foi inauguradolpor uma sociedade de amadores. Data a sua fundação do anno de Theatro Salvador Marques Alhandra) 1 Dr. recebi do illustre presidente da Camará Municipal de Trancoso. Posteriormente tem sido este palco escola de aprendizado e capitólio de triumphos para muitas sociedades de curiosos e amadores dramáticos. de Paesiello.. podendo dízer-seque todas as gerações por alli teem passado. tenho a informar o seguinte Ha n'esta villa um theatro. Em — : tros artistas notáveis. Existiu desde 1753 até 1792. que. O seu rendimento é approximadamente de 2ooí!í>ooo réis. sendo uma d'ellas dirigida pelo escriptor Avaliar Machado e outra pelo popular Costa marreco. de David Perez. o Ex °"> Sr. A despeza em cada recita deve regular entre 2o. restaurant e todas as commodidades. sendo as despezas de adaptação custeadas por subscripção entre os sócios. antes e depois de transformado em theatro das Variedades^ era maior que o da Rua dos Condes. João Abel da Silva Fonseca a carta qne peço vénia para publicar. noites de grande enchente a receita cresce porque a lotação augmenta com dobradiças e cadeiras supplementares.se o theatro das Variedades. Entre outras operas. tendo sido a — Commissão Promotora formada pelo Theatro de Santa Barbara (Trancoso) Entre as ínnumeras informações sobre os diversos theatros de Portugal que me foram — amavelmente enviadas. Frti Lui^ de 5oM5a. de que são primeiras figuras Palmyra Bastos e Alfredo Carvalho. já alli representou a Companhia Sousa Bastos. mas que deixou saudades pejas alegres noites que alli se passaram com Izidoro.. La Fantesca. Entre outras.. de Gretry. Possuo o Theatro Salvador Marques 20 camarotes de i. de Hãsse. de Cimarosa. 120 fauteuils. António Pedro Furtado Coelho. segundo resa a tradição. O theatro é todo illuminado a acetyleno. que em pouco tempo levaram a cabo o seu emprehendimento.* ordem. mas ainda muito mais feio. Obtiveram do governo a cedência da casa que servia de moradia ao governador do castello. Fscala social. uma : : . 20 de 2. de que apenas restam vestígios. Joaquim d'Almeida. Outro theatro Theatro de Salvaterra régio construído por Bibiena. João José de Souza Chamusco. existia no recinto : do mesmo castello. com o celebre drama de Almeida Garrett. levando á scena as operas cómicas A Boneca e A Perichole. Enfileira entre os primeiros da província. O theatro tem ainda pouco scenario. situado dentro dos muros do antigo e histórico castello. que montaram as magicas Cofre dos encantos e Pomba a^ul diversas sociedades de actores. João Estevão Cancio. fundada poucos annos antes. algumas brilhantemente constituídas.». que se denomina de Santa Barbara. Dionísio Ferreira Vidinha e Alfredo Fortunato I^eitão.363 DO THEATRO PORTUGUEZ gares de geral. A obra foi dirigida pelo mestre d'obras Vidinha. pois que é interessantíssima e dá noticia completa do theatro de Trancoso «Respondendo ao questionário formulado por N. O theatro tem salões. 100 çadçiras e qo le- % Foram seus iniciadores os sócios de sociedade recreativa.. L'ltalianna in Londre e Gli Duc Baroni. O theatro do Salitre. Iphigenia in Tauride. um enorme corredor tortuoso e deselegante. go logares de pla: — — 200 de geral. tem as vistas clássicas de bosque. Othello. figurando no elenco de algumas actores dos mais applaudidos na scena portugueza. devido á penna d'um malogrado tilho de Trancoso. Também conta no seu activo algumas premiéres com originaes trancosenses. Representaram-se ali comedias. desempenhada por amadores da referida sociedade. em tournée pela província. Amor da pátria^ Filippa de Vilhena^ Restauração de Portugal^ etc. A sua lotação é de trezentas a quatrocentas pessoas approximadamente. : rações. para si e seus descendentes. Destacamos o drama patriótico Batalha de Trancoso. entre outras. Adelino dos Santos Fernandes Vaz. Marina e varias outras zarzuelas desempenhadas por uma companhia hespanhola que ha annos nos visitou. farças e entremezes. Repertório moderno Morgadinha de Vai Flor. que. Os preços ordinários são geralmente os seguintes Camarotes. cadeiras 23o réis. Operetas Intrigas no bairro.'> de Agosto. João Pereira Caldas e António José Ferreira Solla.DICCIONARIO de Flandres. Joanna a Doida. Tem 180 logares de platea e 5o de varanda. tem sido explorado este theatro por companhias dramáticas. Pobre das minas. Actualmente é o theatro propriedade do município. Ce^ar de Ba^an. rua e sala regia em bastidores. Santo António. Camillo (Villa Nova de Portimão) E' propriedade do Hospital da Santa Casa da Misericórdia.200 réis. Mello. Jacinto Fernandes Bandeira. mediante o pagamento da renda estabelecida. Theatro em Santa Cruz {Ilha das Flores) Nunca teve theatro propriamente dito. Tem rasoavel scenario. Theatro de Santa Comba Dão. teem sido dirigidos pelo dr. no local onde hoje está o Grande Hotel do Porto. Polia. incluindo a renda do theatro. Carlos III ou a Inquisição de Hespanha. que os tem tido distinctos. Roca de Hercules. em que os preços ordinários soffrem augmento. Comedias Tio 'Padre. Barbara. Os amadores. Tem 19 camaiotes em duas ordens. Probidade. etc. Anselmo José da Cruz Sobral. João José. entre ellas a de D. Fo\ manTheatro de S. etc. como Taborda. Luiz Albano d'Andrade Moraes. Theatro de S. o entregou á Gamara Municipal. dr Francisco Alexandre Perestrello. dr. Souza Bastos. Maria. distribuídos em duas ordens e i3o logares de plateia. Tem 25 camarotes. não podendo com os encargos da conservação. Espinhos e Ultima carta. que se faz annualmente em Trancoso. etc. Gabriel Borges da Gama e Francisco António de Mattos. eleva-se a renda a 4^5oo réis por espectáculo. porque a sociedade Grémio Trancosense. Dalila. correndo por conta do alugador todas as despezas com illuminação. Um grupo de amadores. A despeza em cada espectáculo regula por ioííí>oooréis. Drama do Povo. contra a salamancada. dirigido por Aurélio Augusto Carlos Flores. etc.» Theatro de]Santa Catharina ('Tor/oj Existiu na rua de Santa Catharina. O theatro alugase por 10 da receita bruta. musica. O preço do aluguer do theatro está inciuido nos ioíí>ooo réis da despeza. 29 ou Honra e Gloria^ Filho da Republica. Assim também teem feito alguns prestidigitadores e imitadores que ali teem apparecido. Começou a ser edificado em 1857 á custa de uma sociedade que se constituiu para tal fim. Helena. O theatro é alugado pela Gamara a qualquer companhia. D. O scenario deixa bastante a !desejar. Posser. mas tudo bastante desbotado e corroído pela acção devastadora do tempo. Teem ali representado companhias. 1. de um grande camarote na ordem nobre teia e varias % — — — . com a condição de ter a propriedade. Foi Joaquim Pedro Quintella quem cedeu o terreno para a edificação. desde 20 a 2. plateia 200 réis. Gaspar o serralheiro. E' propriedade de Albino Vieira das Neves. Bebé. António Francisco Machado. Soares. etc. Alli se celebraram comicios populares por occasião do ultimatum inglez. etc. formadas pela melhor roda do Porto. etc. A illuminação é de acetyleno. Bartholomeu. escriptos expressamente para aili serem representados. Em varias épocas. Adelina Santos. Santos. etc. T^orta falsa. sobre a questão religiosa. Espinhos e Flores. Peças phantasticas Fabia. Durante a feira de S. pessoal de serviço. De scenario tem apenas três salas. etc. que morreu juiz na índia Os acontecimentos politicos que em differentes epochas teem convulsionado a opinião do paiz encontraram sempre repercussão nas muralhas do vetusto theatro de Santa Barbara. melhoramento introduzido recentemente. bosque. Rende 6oí!í)00o réis e a despeza é approximada de loíífeooo réis. N'este theatro deram espectáculos a Sociedade Melpomene e a Sociedade Philoscenica. Trapeiros de Lisboa. Dr. ali representaram as seguintes peças: Frei Lui^ de Sou^a. Misérias sociaes. Trabalho e honra. Já ali teem representado diversas companhias. com vistas de 'sala. Rende 6oííí>ooo réis. Maria das Dores. dois gabinetes e vários restos de antigas deco: : : 364 flores. costuma dar alguns espectáculos em diversas salab preparadas para tal fim. Rainha Santa Isabel. que é de iííí>5oo réis por noite. Mulher que deita cartas. ou sociedade de amadores. Carlos f Lisboa) dado construir pelos negociantes e capitalistas Joaquim Pedro Quintella. Foi inaugurado em 27 de Setembro do mesmo anno com a peça de Camillo Castello Branco. José Ricardo. sendo loíjjooo réis a despeza em cada espectáculo. praça. principalmente por occasião da grande feira de S Bartholomeu. Virgínia. a qual o mandou dividir em dois pequenos camarotes. Carlos (Lisboa) do theatro de deu a 12 S. que arde Fevereiro de )8i6. foi o Real Theatro de S. foi vendido em hasta publica. Carlos dado para explorar a Fernandes Bandeira e Pereira Caldas. o que elles tinham a receber de saldo per um contracto especial com a Casa Fia. se em tal se pensasse Em 1854 o governo indemnisou os herdeiros dos ! junto ao proscénio. Outra epocha foi a empreza de José Durelli e do Conde da Ribeira Grande. O intendente Pina Manique. pouco mais ou menos. A primeira empreza que tomou conta do theatro e o Theatro de S. comprando-o a condessa d'Edla. comprou-o El-Rei D. com o seu fino gosto e vontade de ferro. viuva dEl Rei D. copia I edificadores com a quantia de 5o contos nominaes em inscripções. de 1798 até 1799.365 DO THEATRO PORTriGUEZ não custaria hoje. o paredão da rua do Outeiro e largo de S. Carlos. Carlota Joaquina. Fernando. dois castrados que tiveram grande reputação no mundo lyrico. passou para os emprezarios associados Crescentini e Caporalini. Por outros três annos. Carlos de Nápoles. por morte do conde de Farrobo. Triste lembrança O risco do Real Theatro de S. Este grande camarote. . As obras começaram a 8 de Dezembro de 1792 e foram concluídas dentro de seis mezes Chega a pasmar-se de que tal se conseguisse! O custo do edifício. inaugurou muito e muito auxiliou a rápida e económica construcção do bcUo edifício. Voltou depois por uma epocha Crescentini. removendo todas as difTiculdades que appareciam e facilitando a acquisição de bons operários por módicos preços. de sociedade com os artistas. Carlos em honra da princeza D. que era. Verdade seja que este já tem gasto depois mais de 100 contos em obras. Fernaiido. O general Junot obrigou Francisco António Lodi a ser emprezario de 1808 a 1809. Souza Bahiano. por uma única epocha. Depois. foi de i65:845. associado com André Lenzi. Ainda o . De Abril de 1801 a 6 de Julho do mesmo anno foi emprezario o dr. que. com varias salas dependentes e entrada particular e independente pela rua. A inspecção das obras foi dada a Sebastião António da Cruz Sobral o mestre das obras foi Joaquim Pereira. e fícou o edifício pertencendo ao estado. um para seu uso e outro para alugar. de i8o5 a i§o8. a chegada de materiaes necessários.{í>i96 réis! Quanto ! foi a de Francisco António Lodi. Foi depois também vendido em leilão. Teve em seguida a empreza por três annos Francisco António Lodi. O theatro tomou o nome de 5. incluindo os trabalhos do aterro do Picadeiro. Carlos foi do architecto José da Costa e Silva. etc. o governo. Theatro de S. que tinha por sócio capitalista João Maria de Figueiredo Frescata. dando-se os acontecimentos politicos que opprimiram a pátria. em que o theatro foi adjudicado por cinco annos a Freitas Brito. o SaintLéon. que marcou uma época brilhantissima no nosso theatro lyrico. Adolpho Troni. o governo tirou-lhes o theatro e deuo a António Marrare. Pedro IV foi o theatro cedido por três annos a António Lodi. Em 1897. Esta administração foi de principio a fim deplorável por todos os motivos. Francisco f^Afo^aioHrO/'— Está n'um quarteirão do antigo convento. sob a firma Pacini & C '. José Bernardino Teixeira d'Abreu. mas. sendo fiscal do governo Augusto Fuschini. cunhado do Barão de Quintella. De 181 a 1812 foi emprezaria uma sociedade de artistas. que ainda Jogo depois a trespassou a Ruas & C*. em novembro de i883. que é hoje propriedade do município. O governo ficou por essa occasião com o theatro lyrico por sua conta. Por conta dos credores da empreza teve então S. Esta administração durou até 1892. 200 geraes.% de que era já sócio Campos Valdez. sendo sócios: Em Em mas tendo fallecido o sócio Ferreira. Deveria ser por três annosmas como fizessem uma péssima adminis. Até 1818 a empreza pertenceu a Manoel Baptista de Paula & C*. sendo adjudicado a Vicente Corradini. porém. o Bartholini. de 1879 a 1884. Por três annos se fizeram depois emprezarios Cambiagio. de que eram sócios M. que em breve havia de matar Guilherme Cossoul. Finalmente em 1908 foi de novo aberto concurso. No mesmo edifício é a sede da «Sociedade Rede creativa Mogadourense. foi cedido a José Pacini. nomeando commissario régio Campos Valdez. De 1876 a 1879 foi o theatro de S. De 1846 a i85o ficou só emprezario Vicente Corradini. Ferreira e António de Castro Pereira. J. De 1864 a 1873 passou a empreza para Cossoul & C. De Maio de 1843 a Se- tembro de 1844 ^oi a ^^ Gomes Lima & C*. De i856 a 1860 foi o Keal Theatro de S. LeiVelho e Nascimento Guedes. N'este anno ainda voltou a ser emprezaria Margarida Bruni. Carlos adjudicado a uma sociedade por acções. Carlos uma administração formada pelo maestro Augusto Machado. voltou para Corradini e Lombardi. que. seguida. A adjudicação era por três annos. Voltaram por dois annos a ser emprezarios João Baptista Hilberath e Margarida Bruni. Carlos. Guilherme Lima e Bento da França. Campos Valdez. quebrando. O scenario que existe é quasi todo da primitiva e por isso velho. posto novamente a concurso por outros cinco annos. Por este motivo pôz novamente o theatro a concurso. Lucote e Frescata. sendo inaugurado com o drama Preboste de Paris. 1854 foi o theatro adjudicado ao bailarino York. até 1846. Carlos fechado até 1834. sendo o theatro adjudicado á firma Ferreira & C". A este mesmo. De Janeiro a Abril de i8:t3 foi a empreza de Vicente Corradini e Domingos I ombardi. desempenhado por amadores. inaugurada a maio de 1902. entrou para gerente o dr. e os graves prejuízos soffridos por Campos Valdez fizeram terminar a honesta e intelligente empreza. Os melhores dias para concorrência aos espectáculos são o ultimo domingo de agosto. 10 cama- & . N'estes dias o theatro rende entre 60:000 réis e ioov!í)Ooo réis. De 1841 a 1842 foram emprezarios os caixas do Contracto do Tabaco. D'ahi a pouco ficou só Campos Valdez. a Castellan. que o teve até á hora da sua morte. De 1837 a i838 foi emprezario António Porto. esteve o Theatro de S. A iniciativa d'este theatro foi devida ao fallecido dr. que o teve até 1828. Na dictadura de D. em 8 de maio de 1889. Quintella. que foi então elevado a Conde de Farrobo. 1861. foi prolongada por mais três annos a adjudicação do Real Theatro de S. 1 366 Em 1821 e 1822 foi emprezario António Si- depois uma epocha João Baptista Hilberath e Margarida Bruni. feira dos Gorazes. que d'elle tomou conta em de fevereiro de 1884. por outros três annos. e sem concurso. De 1818 a 1820 a Luiz Ghiari e Mari. Apezar da rectidão e honradez do illustre funccionario. o qual tomou depois o theatro com a firma Diogo Freitas Brito & C". Os papeis das I i te damas foram desempenhados pelos srs.*. apezar de trazer a Lisboa n'uma epocha verdadeiras celebridades come: a Alboni. Posto o theatro novamente a concurso. que tem por gerente technico Freitas Brito. Fizeram Guilherme Cossoul. foi adjudicado á firma Mattos & Valdez. Logo um anno depois. foi empresaria a firma Frescata C. De Janeiro de 1823 a Junho do mesmo anno dirigiu o theatro uma commissão nomeada pelo governo e presidida pelo Barão de mão Mayer. Carlos administrado por conta do governo. e adjudicado a uma sociedade. sendo commissario régio D. etc. romaria da Senhora do Caminho e 1 5 de outubro. por as senhoras n'aquella epocha se recusarem a ir ao palco. tração. quebrou logo na primeira epocha. mesmo anno e até 1840 foi a empreza do Conde de Farrobo. Freitas (íuimaN'este rães e Brandão. em 1849. durante os quatro annos. Em seguida. passando o theatro á empreza Martins & C».DlCClONAklO Lodi teve o theatro de 1809 a 1810. A lotação é de 70 cadeiras. Pedro do Rio. António Porto e Domingos José Marques Guimarães. D'essa sociedade era já a alma Diogo Maria de Freitas Brito. perdeu perto de duzentos contos de réis. constrangido pelo intendente de policia Lucas Seabra e Silva. Mattoso da Gamara e Nicoleta Valdez. A doença. abalisado critico e grande conhecedor de assumptos theatraes publicou um excellente artigo.367 t)0 THÈATkÒ PÓRtUGUEZ quem promoveu o constituir-se rotes de primeira ordem e i3 de secunda. entre a viella dos Entrevados e a viella do Captivo. Tbeatro de S. que tanta asneira provocaram. de que se não sabe a causa. A O Theatro de S. dirigindo uma circular aos capitalistas e negociantes da cidade. A . foi bastante o esforço de um homem o corregedor Almada e Mendonça. Foi fachada era péssima. O nome foi-lhe dado em memoria a S. 28 de frente. Faltava-lhe salão d'enA ornamentação da sala tinha sido melhorada. n'um jornal do Porto. para o que escolheu um terreno pertencente á antiga Cortina do Muro da Cidade. tem distincto logar fundação do theatro de S. A despeza varia e entre So^ooo e foíi!í>ooo réis. com o drama Joanna a Doida. Fez o projecto dirigiu a obra o engenheiro architecto Manuel do Couto Guimarães. Carlos. 48 de galeria superior e 100 Tem A architectura é singela. Os trabalhos de carpinteiro foram confiados a António Peixoto e os de pedreiro a José Narciso da Maternidade. Foi encarregado do risco o italiano Vicente Manzoneschi. Começou a sua edificace a dade de capitalistas para se edificar o theatro. João (Torto) — Entre os a elle bellos serviços prestados á cidade do Porto pelo seu antigo corregedor. o illustre escriptor Firmino Pereira. de Lisboa. A inauguração do Theatro de S. João que regia o reino no impedimento da Rainha Dona Maria I. Possue este theatro o scenario preciso para qualquer companhia ali representar. : — . isentando o terreno de qualquer foro ou outra contribuição que se pretenda impor.* com 10. O theatro foi inaugurado a i3 de Maio de 1798 com a comedia AUivandeira. João foi pintado pelo celebre Domingos António de Sequeira. i34 logares teia superior. Geraldo ['Braga) cão a 3o de maio de |855. O seu rendimento. Deu-se-lhe aquelle nome em honra do príncipe D. ficando todas as despezas a cargo do locatário. Este theatro aluga-se por réis 12Í&000 em cada espectáculo. O que havia de bom no theatro de S. o gosto pelas representações scenicas propagouse ao Porto. Quasi todas as companhias de Portugal e varias estrangeiras ali teem representado. ou edifical-o noutro local. destruiu em poucas horas o theatro de S João. João fora copiado do de S. Parece que era bom scenogra- pho mas com certeza máu architecto. que julgaram talvez dominar pela fcrtuirada. Em 1794. mais util para a correcção dos vicios e desordens pela vivacidade com que na Tragedia se vêem punidos os crimes dos superiores. annos antes. João era ainda o melhor do Porto Todos os annos. João. tendo decidido construir um theatro. theatro está situado junto ao Campo de Sant'Anna. dur«nte três mezes era explorado por companhias lyricas. Apezar de todos os defeitos.* ordem. Geraldo (Braga) Perten- uma socie- — uma sociedade anonyma de responsabilidade limitada. Almada tratou em seguida de organizar uma so* ciedade por meio de acções. um dos mais venerandos prelados que cingiram a fronte com a mitra primacial de Braga. No Porto. deram logar á construcção do theatro de S. que fora chamado a Lisboa. Geraldo teve logar a 8 de junho de i8óo. submetteu ao governo a respectiva planta. que o ministro José de Seabra promptamente devolveu approvada (aviso régio de 9 de outubro de 1794). o qual baptisou o primeiro rei de Portugal. O primeiro panno de bôcca do theatro de S. mas estava ainda muito longe de ser boa. Poucas vezes ali teem trabalhado artistas e esses de 3. conforme a importância das companhias.* Tem três or- dens de camarotes. Na noite de 11 para 12 de Abril de 1908 um pavoroso" incêndio. Francisco de Almada e Mendonça.» com de plagalena de galeria fundo. Geraldo. segundo os modelos então adoptados. Theaíro S. por Sebastião da Cruz Sobral para pintar o scenario do theatro da Rua dos Condes. mas elegante. Em Lisboa. sala tem uma decoração simples. Carlos. as seducçóes da Zamperini. o theatro de S. a 2. de que extrahimos com sua auciorisação os seguintes trechos «Com a construcção do theatro de São Carlos (ijoS) e a renovação do velho e encardido barracão do Salitre. Por occasião do incêndio. e por consequência conforme os preços pôde ser de réis 200íí)ooo até 400ÍP000. a com i3. 16 e a 3. não tendo brilhado astro de tão intensa luz. na qual reclamava a sua cooperação para a edificação dessa espécie de escola. representado pela companhia da grande actriz Emilia das Neves. Pensa-seem reconstruil-o. io5 de geral. i. daRossi Caceia. da autoridade que exercia a policia da cidade. apenas se havia liquidado a somma de réis 3i:3ooííí>ooo. chegado que foi o dezembro de i~Q7. pittoresco. á evidencia se reconheceu que. funccionaram companhias de declamação. Houve quem ao contemplalos. que não é sem uma dor d'alma. Euterpe. executado pelo pintor hespanhol João Rodrigues Era uma tela muito complicada. era tão mau. com as suas cantoras. desde o trágico ao picaro. as suas turbulências. até os tumultos provocados pelo Eurico. mas. (O Theatro n. que se conservou até 1825. réis 6:276^320. Clio. architecto e pintor de Roma. apesar das successivas reparações que o theatro soflreu desde que foi aberto ao publico. as burletas do velho repertório. em que os accionistas nomearam uma administração. O rachador escosse^. Urania. feita no Porto. João (de- pois D. 1820. Neija se viam o Douro. sendo governador das justiças o Dr. a Ristori. que se achava em Lisboa ao serviço do theatro de S. de tantas outras. tão rijo e como de aço na sua solida architectura. assim se conservou sempre. João VI). anecdotico. que o emprezario e ensaiador João Manuel punha em scena o melhor que podia. etc. a linda sala onde tantos olhos choraram e tantos coHoje. contratados já no reinado de D. As decorações internas foram executadas por artistas uns do Porto e outros contratados em Lisboa.DICCIONARIO na. Desde 1827 a foram de io:290v!í>3io. do lindo theatro do largo da Batalha. exhihiram-se uns fantoches. o Mayeroni. que ha mais ie um século constituía o ponto de reunião da sociedade escolhida. hoje destruído. . nem cerco. chorasse. porem." i. No palco. que profundamente impressionaram e alvoroçaram o cérebro e o coração dos portuenses. o Salvini. da Ortolani. com a deira. . mesmo no tempo do i835. equivalente a 3i3 acções. conduzindo o Porto á assembléa das Musas. Pedro Grande ou os Falsos mendigos. da Ferni. que se Uma chamma O . aguda e torturante dôr. o qual mereceu a geral approvação» Ha um detalhe curioso na construcçao a cornija. e trabalhou a funambula Zee. não se pensou mais em concluil-a. foi em 1821 substituido por outro. O terreno. Com o incêndio que acabava de devorar o edifício. da Volpini. por cá se deixaram ficar. o theatro. convocada por ordem da autoridade nomeou os primeiros gerentes. Q^ revolução de "24 de agosto de 1820. outubro daquelle anno representou-se a composição do árcade Bingre. defendendo a cantora Jeanne Olivier. D'esses tempos joviaes e ardentes restava. Calliope. que se alarga. que um critico escreveu que seria mais decoroso para a segunda cidade do reino não ter theatro. com a expropriação de cinco casas. Thalia. movimen tado. Therpsichore. desde as ameaças do marquez de Niza. O panno de bocca. Muita gente duvidava que tal succedesse. da Passerini. da Dabedeihe. Mas. Isto Em Em / los enthusiasmos da plateia nos bons tem- pos das Marchizios. devido ao pincel de Sequeira. que foi inaugurado a i3 de maio de 179^^. os entremezes. João. vindo assim uns e a corrigir-se a si próprios. muitos dos quaes. O theatro foi construído segunJo o risco do architecto italiano Vicente Mansoneschi. os seus romances. ahi por i85d. Os sete infantes de Lara. Neste anno. Fez-se então nova convocação (29 de dezembro). A administração até comedia A vivando theatro ficou a ^ cargo da correição e provedoria da cidade ií:o5. ficando a cornija por completar. principiaram as obras em abril de 1796. os seus apaixonados. foi o theatro entregue á direcção puramente particular dos accionistas Foi a 8 de outubro que a assembléa geral. Carlos. as receitas sua abertura. onde representaram a Emilia das Neves. que produziu 22:65oííí>ooo. o periodo brilhante. Felippe Ferreira de Araújo e Castro. Representaram-se também as farças. onde a companhia do Grillo Coxo representava o repertório da época. e as cular dirigida aos cidadãos portuenses). foram celebres as recitas que lá se deram com os dramas allegoricos. pateada pelo publico. . que era particular custou. é o da epocha iyrica. Mas. José Joaquim Vaz de Guimarães. da Gargano. Com o capital subscripto. que ficou em madeira (páo Brazil). celebrando a victoria da revolução liberal. que tanto deram que falar pelo seu escândalo e pelo seu ruido. dia dos annos do principe D. Manoel Joaquim de Souza. que foram António Maya.) Todos os géneros ali foram exhibidos. E' que a essa casa ligam-se tantas tradicções e tantas lembranças. e com esta somma concluiu-se o editicio. Melpomene. antes da opera lyrica. de 19 de maio de i85o. cuja historia está por fazer. José Ribeiro Braga e António Joaquim da Costa Carvalho. representando Apollo. José. nesse tempo abarrotado de pintores e scenographos. e pedespezas de 9:5o5í5í>970. uma grande. a Esculptura. nunca fechou. passando pelos episódios galantes dos adoradores da Giordano e da Ponti. a população não deixou de frequentar o theatro. durante a quadra angustiosa do terror absolutista. etc No theatro de S. a Pintura. lindo edifício. do que apresenial-o de tal jae:^. nem isso já rações padeceram . dentro de duas horas era um montão de destroços. : prova que. Diz um chronista do tempo que esse artista examinou o sitio e fez para este um modelo de páo. resta.» (Cir. e na comedia ridicularisados os defeitos 368 a Desde do pequeno outros e baixo povo. creando família. e n'um instante tudo finda na completa ruina. dependente. como recordação saudosa. A renda da casa está incluída na despeza acima. tugueza. João Ramires. seu rendimento é de 3oí{í)ooo réis e a despeza em cada recita é de 9ÍÍ&000 réis. porque o risco teve de obedecer ás dimensões da casa. ás quaes o theatro é cedido gratuitamente. as paixões. as coisas que nosTecordam a mocidade. O proprietário do bufete do theatro era o Sr. finda um amigo a que Deram-se ali varias recitas. Armando Vieira de Castro. cedido pela casa Mello Abreu e que foi inteiramente damnificado pelo fogo. Júdice da Costa pintou o scenario preciso. que. por amadores. illuminado a mesmo anno com O Tem acetylene. do valor de 64oíl!í>ooo réis. O Sr. No emtanto. porque só se vive na fantasia e no sonho. i5o logares de superior e 100 de geraL Teem ali representado todas as companhias que visitaram o Algarve desde 1905. João Baptista de Lima Júnior. Mendes.S. . estavam seguros por seis contos na Garantia. Com elle também parte da nossa existência. Em a noite de sexta-íeira. J. Thomaz Martins Ramos Guimarães. teia vêem desapparecer. na Tagus. E' como um velho conhededicado de outros temgente visse morrer. Ha ou ponta de cigarro deiduas hypotheses xada por alguém ao abandono no palco. o prejuízo soffndo por este deve ser mais. que tinha sido edificada para fim bem diverso. Luiz Faria Guimarães. lo. Existiu ha 3o annos um n'um armazém. E' um theatro pequeno. O theatro não é melhor. na recente temporada lyrica. havia alugado em Itália. O edificio do theatro. José Joaquim Gomes Duarte^ da Confeitaria Bragantína. tinha havido ali uma soirée literário. no salão nobre do concerto dos discípulos e discípulas do maestro Roncagli. sem capitães e com muito trabalho. D. .musical em beneficio de uma associação académica. O presidente da assembleia geral era António Cabral Ribeiro. Foi este theatro feito dentro d'um armazém. Theatro Sobralense (Sobral de Monf Agraço) E' propriedade de António Lopes. Dr. da rua de Santa Catharina. Levou-o a effeito a «Sociedade Recreativa Santhomense». o drama Gaspar o serralheiro. a mais suave. e no cimento. 168 logares de plateia superior e geral e 82 de galeria. Henrique Martins. as angustias. — ser edificado em 1889. podendo ser elevado a 9oííí>ooo réis. os risos da quadra jovial e romântica da vida. dr. que se dispunha a enviar para a Itália. entrando elles com os valores que lhes pertencem. Possue apenas vistas de sala e mansarda. 20 contos. que terminava este anno o seu arrendamento do theatro. dolense Theatro da Sociedade Recreativa Gran(Grândola) E' propriedade da — 24 . cjue representaram. na Confiança Portuense 10. A placomportava mais de cem logares. Deve-se a sua construcção á grande força de vontade de Domingos Jorge Júdice da Costa. e organisou um grupo dramático. a idade em que se não pensn. A despeza em cada recita é de 12^000 réis. entre outras. a mais bella. mas elegante. mobiliário e archivo estavam seguros em 55 contos. quando o incêndio sobreveiu e o devorou. representado por curiosos da terra. Na tarde de sabbado o fiscal estivera no theatro. as illusóes. de que é ensaiador. de que era director Francisco Reis da Silveira Magalhães. e é de 7Ííí>5oo réis. i8o cadeiras. que passou para nunca mais voltar.369 DO THEAtRO f>OkTUGUEZ Theatro de S. O scenario. Já para lá havia sido transportado um magnifico pianno de cauda Bechstein. mas auxiliar qualquer empreza que para esse fim se constitua. o scenario para a opera Madame Èutterfly. O theatro de. O I domingo devia theatro. Thomé (Africa)— yinnc^ houve n^esta terra theatro em edificio próprio. dirigindo a obra' tónio Lopes Sénior. Luiz Faria. ou contacto entre fios eléctricos. Faz tanta pena Nada se sabe ainda vel-o desapparecer acerca do modo como se originou o incêndio. Tem o theatro uma vista de bosque. mobiliário e partituras. resol- preço de cada bilhete era de iíí)ooo réis. 20. Será difficil apurar-se no entanto a poHcia judiciaria procede a averiguações. Este nada tinha do que aili estava no seguro. os sonhos azues. realizar-se. aproveitando uma casa da rua das Flores. Já ali teem representado algumas modestas companhias. João pertencia ha alguns annos a uma parceria composta pelos Srs. Garcia Reis e Eduardo Lopes. os quaes já se reuniram. que o arrendou a um grupo de amadores dramáticos da localidade. O seu rendimento é de 70^^)000 réis. sala rica e casa pobre. O Theatro Silvense é propriedade das pessoas acima referidas desde o i. Tem 4 frizas. e 5 na Urbana Por- um — . Theatro Silvense (Silves) E' propriedade dos srs. de Puccini. a mais linda. Em 1896 fez-se outro. na estupidez de uma catastrophe. A inauguração foi Anno vendo não reedificar o theatro. Lopes Martins. João Lopes. O mesmo sr. divididos pelas seguintes companhias na Segurança. que não tivessem sido desligados depois do espectáculo dos estudantes. João deixa immensas saudades. director dos correios da província.° de janeiro de 1906 Começou a ser edincado a 17 de maio de 1905 e foi inaugurado a 3o de julho do mesmo anno. Começou a — . O theatro de S. mas desappareceíi. conseguiu dotar a sua terra com este melhoramento. as comedias Os Estróinas e Simplício Castanha. nada encontrando de anormal. Leopoldo Mourão e José Ferreira Guimarães. O que é certo é que o fogo irrompia ahi pela meia noite. pertencentes ao emprezario sr. pos. . bosque e outras salas. cárcere. sala rica. Não tem camarotes. 1828. Os Supersticiosos. Já alli representaram diversas companhias. com a peça Tio Milhões. do mesmo auctor. a sala de espectáculos é muito elegante tem boas dependências e está construído nas melhores condições para um caso de sinistro. recita. Começou a ser constituído em 1891 e foi inaugurado em 1892 com o dra- Condessa de Marsey.se o theatro por 10 0/0 da receita bruta. Paschoa e Quaresma. Começou jardim. ainda do mesauctor. Maria Antónia Ferreira Godinho. Tem galeria com óo logares. Começou a edificar-se em 1902 e inaugurou-se a 18 de abril de 1903 com o seguinte espectáculo: qA inauguração. sala regia. Manoel Luiz de Castro e José Miguel d'Almeida. 1 frizas. O rendimento em recitas ordinárias é de 20)?ooo. entre ellas as de D. qurado em 1899 por um grupo de amadores gue representou o drama Mãe dos Escravos. entre ellas a do Gymnasio. Co- ma — meçou Theatro da Sociedade Recreativa Grandolense [Grândola] a constituir-se em 1898 e foi inau- Apesar de pequena. desempenhada por amadores. estava tomado pelos amadores O preço do da receita e no tempo aluguer é de 20 das feiras depende de ajuste particular. O seu rendimento é de õoííooo réis e a despeza de 3iíooo em cada recita. etc. comedia em acto de Gervásio Lobato. comedia I acto de Baptista Machado. ruinas. Começou a ser construído em Abril de 189^. se (cMóraJ — Ainda alli não foi representar companhia alguma. sala pobre.DICGIONARIO mesma Sociedade. Foi inaugurado por amadores em i83o. Possue vistas de jardim. Entre outro scenario. Possue vistas de rua. O seu rendimento é de 70^000 e a despeza em cada recita de 8^5oo réis. porque. apresentação do grupo de amadores. Possue o theatro vistas de campo. Soíí&ooo. Theatro Taborda (Abrantes) Pertence a % — uma sociedade. Carrilho. 160 de superior e 60 de geral. desempenhado por amadores. Theatro da Sociedade Recreativa MórenPertence á mesma sociedade. Tem 3o camarotes em duas ordens. reis. Tem balcão com 70 logares. O preço do aluguer d'este theatro para as companhias é de 130/0 da receita bruta de cada i Theatro Sourense {Soure) ca Sourense. do Porto. A despeza varia conforme o espectáculo. O theatro aluga-se por i5 "/o da receita bruta. castello. tem vista de campo. 77 logares de plateia e 20 de geral. A' es- 370 E' propriedaTheatro Sourense (Soure) de da Sociedade litteraria-artistico-dramati- — mo em pera do comboio. jardim. Todos os papeis foram desempenhados por amadores. de campo. mas balcão com 54 logares. é de 3i^5oo réis. fora a musica. e no tempo das feiras annuaes. Theatro Sousa Telles (Ourique) Pertence á Sociedade Recreativa Ouriquense. 25o de superior e ainda geral ao fundo. soneto de Júlio Palmeirim. sempre que foi pedido. recitado por Domingos A. rua. de Lisboa. 64 cadeiras. praças e gabinetes. recitado por D. A inauguração teve logar a 6 de Junho de 1901. As Aventureiras. sala rica e duas casas pobres. suas famílias e convidados. casa pobre. superior com 63 logares e geral com 54. Rende 8oi?>ooo réis e a despesa de cada recita. Os logares de galeria são reservados para os sócios. Tem este theatro galeria para senhoras com 5o logares. e a Del Negro. O theatro rende 5oí{É>ooo réis. comedia em I acto e 2 quadros. sendo a obra José Soares Mendes. Gymna1 a ser edificado em dirigida por Raymundo . comedia em 2 actos de Diogo Seromenho e Gesar de Vasconcellos. dirigindo a obra o Dr. 64 logares de superior e 112 de geral. Aluga. em Fevereiro e Setembro. Maria. Já alli representaram diversas companhias de Lisboa. 'Prologo. e a despeza em cada espectáculo é de 2íí)5oo réis. Estiveram já alli dando espectáculos os imitadores Vaz e Rebocho e uma companhia de zarzuela. 100 logares de superior e 5o de geral. original de Lino da Assumpção. Já alli representou uma companhia de opereta dirigida pelo actor Santos Júnior e o actor imitador Trindade. desempenhada por egreja. gastando-se em cada recita 3oí5í>ooo réis. mas apenas 110 logares de plateia e 5o de galeria. dirigindo os trabalhos o apontador lez. e foi inaugurado. em Outubro do mesmo anno. Gaspar Moreira. E' proprieTheatro Tavirense Tavira dade dos srs. dores Trindade e Vaz e amadores do Pico. Inaugurou-se em 1859 com com. Portulez pai e outros. porque o verdadeiro pro3 actos. desempenhado por amadores. . o mais indispensável.dirigida pelo actor Santos Júnior. Rende 6oííí>ooo réis e a Chaves. — e espectáculo. Veríssimo Bordas Obras Publicas. Tem 3? camarotes em três ordens. Tem galeria nobre. repre. Possue vistas de sala. poesia de José . Francisco Homem. desempenhado por Jesuino Chaves. Fernando de Li. Jorge e Fayal. nem o podia fazer. A edificação começou em 1878. Depois das obras começadas. tomando n'ella parte diEduardo António Costa. Roque. Theatro Thalia (S. Começou a ser construído em 1870. Augusto César Vieira da Silva. António Silva. Santos. DO THEATRO PORTUGUEZ O é de lo Taborda "/o aluguer do Theatro sobre a receita bruta. incluindo 6í!í>ooo réis de aluguer da casa. Tem muito pouco scenario o theatro. Libanio Ferreira. dirigindo a obra António Francisco da Rosa Júnior. O seu rendimento é de approximadamente goíí&ooo e a despeza em cada recita de Ç>^ 5oo. Theatro Thalia (Cães do Tico da Ilha do Tico)-— E' propriedade de José Pires Luiz Terra Júnior. 1884. Francisco Homem. Não tem camarotes. espectáculo foi ensaiado por Portulez. bosque. etc. Começou a ser edificado em Janeiro de S. Augusto Freire. O theatro possue algum scenario. officina.?a. Theatro Taborda {Abrantes) A Sociedade Theatro Taborda (Lisboa) foi fundada em i6 de Janeiro de 1870 por Jesuino Francisco Chaves. recitada por Jesuino cença para a sua edificação a uma sociedade Chaves O Mundo e o Claustro. José Maria dos Santos e Estevão José de Sousa Reis. Foi inaugurado em 1872 com o drama militar 2g ou honra e gloria. Já alli teem representado muitas companhias. os imitaTheatro Taborda (Oeiras) dade de D. Eduardo Coral e outros. Inaugurou-se em 1839 por amadores. . no local da Costa do Castello. Gaspar. prestou-se obsequiosamente a dirigir a construcção e decoração do theatro o archilecto Domingos Parente da Silva. A este espe. Já alli teem representado algumaspequenas companhias. — . Nicolau Joaquim da ges. O — mesma gna de menção : o grande actor Taborda. Adelaide aa Purificação Oliveira. Júlio Xavier. Portu.prietário é o Estado. desde 1887. comedia O Morgado. Hygino Paulino. Foi inaugurado a 8 de Dezema comedia A bro do mesmo anno.sericórdia. Fernando Lima. mas não fez cedência do edificio. prestou-se João Augusto Vieira da Silva a mandar edificar o theatro. E' proprie.— Pertence a uma cedo.sociedade de dez pessoas da localidade. que rende 6oíí>ooo réis.despeza é de 6^000 réis em cada recita. drama em particular. Rende \jb^oooTé\s e a despeza em cada recita é de 20^000 réis. Portulez. Já alli representou uma companhia de opereta. Gaspar e Maria do Carmo. tudo desempenhado por amaChaves. Júlio Xavier. Ma-' Costa Torres. Foi sentadas por amadores e trabalhando em edificado nas ruinas da antiga egreja da Miprestigiditação Freitas Gazul. E' sempre cedido gratuitamente a amadores e artistas. muito festejado. Esta concedeu liIgnacio de Araújo. dirigindo a obra Eduardo José de MaTheatro Thalia ('5er. Em seguida á íundação da sociedade. scena cómica. ma. a que se deu o titulo da mesma sociedade. dando cada uma dois ou três espectáculos. Veríssimo e Augusta e a dores. O Tem 100 cadeiras e 5o logares de plateia. Roque da ilha do Pico) Está estabelecido n'um edificio do Estado por este cedido provisoriamente á camará municipal de S.37' sio e Príncipe Real. com 3 comedias e uma ria do Carmo e Augusta Grammatica desempenhada por Portulez. G. com varias comedias. Theatro Taborda. O fallecido Manoel Estacio Machado legou a este theatro 5oíi^ooo réis annuaes para a sua conservação. Foi edificado em i838 pelo constructor Joaquim Cadima. jardim. Entraram mais tarde para a Taborda Sociedade. Gaspar. 123 cadeiras e 5o logares de geral. Os primitivos proprietários foram os amadores dramáticos da epocha. O theatro aluga-se por 3oí5f>ooo réis em cada ctáculo assistiu que foi — Theatro Taborda foi inaugurado a 3i de dezembro de 1870 com o seguinte espectáculo: Hymno da Sociedade ofFerecido pelo professor Augusto José de Carvalho A Sociedade aos seus convidados. com a despeza de loííÉiooo réis em cada recita. Alfredo Carvalho. Roque. representaram-se n'aquelle theatro as seguintes: Santo António^ Milagre de Nossa Senhora da Na^areth. Oliveira. etc. (Tondella) Persociedade. Dá ali amiudadamente espectáculos em cada receita 12^000 réis. todos da localidade e os papeis de mulher pelas actrizes Barbara Volckart e Silveria Soller. original de Ernesto Biester. A sua edificação começou em 1890. Beatriz. Tem frizas. O Xere:f da "Viscondessa. Valle. Chaves. que eram contíguos ao theatro. pois que tem agora uma casa de espectáculos muito melhor. então discipulas do Gymnasio. Jacobetty. Entre as diversas companhias que ali teem representado. dirigindo a obra o architecto João Emilio Coelho. musica e illuminação Tem 14 camarotes. 54 de balcão e 100 de geral. A mãe dos pobres e a comedia em acto. Soares. Campinos. Foi inaugurado no dia i de novembro de 1891. por elle recitada. Posser. cárcere. 5oíí>ooo e a despeza em cada recita de réis panhia de zarzuela. Pedro Cabral. traduzida por Francisco Palha. etc. 98 cadeiras. i3o logares de plateia O uma bem res.DIGCIONARIO 372 Tem pouco scenario e rendimento é de réis este deteriorado. o velho drama Christierno^ rei de Dinamarca e a comedia Josésinho e Mariquinhas. Pepa. Além d'outras peças. é de 75íí<>ooo réis. A localidade nada perdeu com isso. O theatro aluga-se em cada recita por loííftooo réis ou 25 "/o da re- — ceita bruta. I — . do theatro está incluído nas despezas apontadas. aluguer Lucinda do Carmo. Os preços variam de 25o réis a 120 réis. que o aproveitou para accrescentar os seus grandes armazéns. com o seguinte espectáculo: o drama em 5 actos. A Francisco Palha se deve o pensamento inicial da fundação d'este theatro. Já ali trabalharam pequenas companhias. Tem diversas vistas de sala. Também varias companhias de Lisboa ali deram recitas. mar. campo. Tem o rendimento de 44í{í)000 réis. — Theatro Thalia Alhandrense {Alhandra) Foi construido a expensas d'uma sociedade de 24 indivíduos d'aquella localidade. representando os amadores o drama Escravos e Senhores e a comedia Morrer para ter dinheiro. A companhia era formada pelos seguintes artistas: Delphina. etc. Alfredo Carvalho. com o seguinte espectáculo Uma poesia de Salvador Marques. O desempenho foi por amadores. de que fazia parte Rosa Damasceno. claustro. A sua inauguração teve logar a 26 de março de i865. O edifício foi vendido em i88o a Domingos Fan: A 10 de Theatro da Trindade {Lisboa) outubro de 1866 constituiu-se em Lisboa uma sociedade com o capital de 80 contos de réis para a edificação do Theatro da Trindade e salão de concertos e bailes. Polia. \5 e galerias. mas a comedia foi pateada. A inauguração do Theatro da Trindade teve logar a 3o de novembro de 1867. que o mandou edificar em 1878. contara-se as da Viuva Lopes. tudo em mau estado. Entre outros artistas. Theatro Timbre Seizalense (Seixal) Pertence á sociedade que tem o mesmo nome. casa pobre. praça. ali trabalharam: Taborda. tence a Theatro Tondellense — uma e a despeza Theatro Thalia {Serpa) incluindo y^ooo. dirigida por organisada sociedade de amadoAlexandre de Castro Coe- lho. Já ali teem representado diversas companhias de Lisboa e Porto e de zarzuela. jardim. que também ali representou com amadores o drama Cora ou a Escravatura^ dos Munes. Palmyra Bastos. e o risco e direcção da obra ao habílíssimo architecto Miguel Evaristo. O dango. a uma sociedade de accionistas a sua realisaçao. Arthur Reinhardt. Mulgosas. o novo theatro Salvador Marques. O drama agradou. José Carlos dos Santos. gg de linha. 45 logares de superior. De scenario possue o theatro duas salas e um bosque. Joaquim Silva. sob a direcção de José dos Anjos. Foi inaugurado em 20 de abril de 1879 com a peça sacra Santo António^ desempenhada por amadores. etc. Emília Adelaide. A totalidade dos logares na plateia é de 180. O seu rendimento com os preços vulgares. amplos fauteuils almofadados. Sousa Bastos & C *. tendo sido inaugurado a 16 de setembro de i856. Tinha-se n'essa noite representado com uma enchente real a magica C/íTata de Cabra.373 Ferraz. A construcção do theatro era elegante a sala era vasta. Foi edificado por uma sociedade gerida por António Paes da Silva. Carlota Velloso. Taveira. um bello átrio. maestro Alves Rente. A companhia. Foi este o primeiro theatro regular que existiu nos Açores. Miguel Verdial. Felizmente o incêndio manifestou se depois de terminar o espectáculo. Tasso. Ernestina Duarte. a ser explorado pelas seguintes em- : Theatro da Trindade {Lisboa) prezas: Sociedade artistica. Izidoro. Ilha Theatro União Fayalense (Horta do Fayal). DO THEATRO PORTUGUEZ chammas. a 1 1 de janeiro de 1890. representado por amadores. passando depois o theatro. -Foi edificado ao cimo da rua de D. Repa Ruiz. Portugal. machinistas João d'Amil e artistas Josepha d'01iveira. com um . Theatro da Trindade (Porto). além dos logares inferiores. José Ricardo e Gouveia e voltando a Taveira. Rosa Damasceno. casa pobre. Bayard. Queiroz. Maria da Luz Velloso. Seguiu se uma pequena administração de Mattoso da Gamara. Empreza Sousa Bastos. Diniz. no sitio chamado Cancella velha. jardim e mar. Joaquim Bento. casa rica. bosque. Maria do Carmo. tendo á esquerda um espaçoso botequim e á direita bilhares e tabacaria. O seu rendimento é de 95í!í)ooo réis e a despesa enri cada recita de — — pateo ao fundo e á direita um annexo com muitos e bons camarins. Silva presilhas. sendo director technico Francisco Palha até á hora da sua morte. Tinha largos corredores. Luiz Vieira tro destruído pelas . era assim formada: ensaiadores Romão António Martins e Francisco da Costa Braga. Emília dos AnLucinda da Silva. que pouco tempo durou por ter ardido o theatro pouco depois de ser edificado. Marianna Rodhedo. Sociedade dirigida por Sousa Bastos. Foi inaugurado em J898 com o drama Fausto. Brazão e Lima.—PtTXQVice a José Maria Valladares. tendo três ordens de camarotes. o que fez com que não houvesse victimas. em frente da rua Formosa. Leoni. Gil pae. Pedro. O palco era grande. que foi vendido em hasta publica e hoje pertence a António Serrão Franco. Era emprezaria a Sociedade proprietária do theatro. A 16 de junho de 1873 foi este thea- . dirigindo a obra o proprietário e Joaquim Vicente da Cruz Trovisquelra. praça. Affonso Taveira. Tem vistas de sala regia. Não me foi possível obter mais informações sobre este theatro. Foi edificado em 1897. Theatro Valladares (CammhaJ. Gertrudes Carneiro. As trazeiras davam para a rua do Laranjal. jos. Virginia Simas. Samuel e Salazar. O seu rendimento é de 40ííÉ>ooo réis e a despesa 6í5í)ooo réis. Theatro 24 de Julho (Pavia). S de 2. etc. por José Augusto de Sousa 70 de balcão e na orchestra logar para 20 professores. intitula va-se Theatro União. Aluga-se este theatro por recita. AnTheatro Virgínia (Torres Novas) tes de lhe ser dado o nome da notável actriz. Começou a ser construído em 1842 pelos sóFrancisco Xavier Rodricios fundadores gues. varias companhias. Pertence a José Maria Pinto Leite. — do em 1869 por amadores. Possue vistas de salas e bosque. A inauguração teve logar a 2 de fevereiro de i865 com o drama Probidade. Tem galena com 100 logares. tence a — Vide — Per- Joaquim Marcellino Saraiva. Foi inaugurado a 20 de janeiro de 1839 por amadores que 1 representaram o drama Captivo de i^ef. — — — — Começou a ser edificado em 838. representado por amadores. Possue este theatrinho duas vistas de sala. Pertence a Joaquim António Arnaud. entre ellas uma de que fazia parte Rosa Damasceno e n'outra o actor Taborda. Morgadinha de "Valflor. Já ali teem representado diversas companhias. O seu rendimento é de 8oíií>ooo réis e a despesa de 40^000 réis em cada recita. : . E' propriedade da Sociedade Viannense. Francisco Oliveira.DICCIONARIO i3ííí>ooo réis. O edifício permas o theatro tence á Camará Municipal está na posse do Montepio de Nossa Senhora da Nazareth. António de Lacerda Pereira e outros. José Pereira da Cunha da Silva e Sousa. Já ali teem representado algumas pequenas companhias. Tem 32 camarotes em 3 ordens e 85 logares de plateia. Jorge Açores). com o drama Desgraça e Ventura. Probidade. Quando este deixe de existir. a Camará tomará posse de tudo. de Lisboa. uma de campo e outra de mar. Tem 24 cadeiras e 200 logares de plateia superior e geral. Ainda ali não representou companhia alguma. Santo António. val. com as comedias Os Supersticiosos e Depois de velhos gaiteiros e cançonetas. por amadores. Representaram-se em seguida as peças Purgatório e Paraijo. Conforme as companhias. Tem uma galeria com i5o logarese 220 na plateia. 100 logares de 374 Theatro de Villa Nova d'Anços. Theatro Viannense { Vianna do Alemtejo). Theatro \'i. os preços dos logares são susceptíveis de augmento e portanto o rendimento do theatro. Conde de Paragará. Já ali representaram. Tem em cada espectáculo de galeria com 5o logares e plateia com 100.iniiciisc {Vinnna do Alemtejo) 4^000 réis cada Theatro Velense (Velas Ilha de S. O seu rendimento é de réis 36^000 e a despesa em cada recita de réis 4ÍÍ>ooo. E' um pequenino theatro. além seu prodos curiosos. Tem um grande camarote para 10 senhoras e i8o logares de plateia. No preço acima marcado de i3íjí>ooo réis por cada recita está incluido o aluguer do iheatro Theatro Valle Passense (Valle Passos). Já ali representaram diversos artistas. Começou a ser editicado em 1868 e foi inaugurageral. Foi inaugurado em 1884 com o drama Homens do povo. em uma casa do Duque de CadaInaugurou-se a 27 de setembro d'esse mesmo anno com o drama Culpa e perdão e a comedia O Lanceiro. O theatro aluga-se por 20% da receita bruta. que o cedeu a um grupo de amadores.^ ordem. Theatro Vasco da Gama (Sines). desempenhado por amadores. Tem apenas vistas de sala. Este theatro foi feito pelo modelo do Gymnasio. 60 de plateia superior e 60 de geral. Pertence ao dr. — Foi fundado em 1867. que rende apenas 25ííí)ooo réis. Já ali teem fanccionado diversas companhias portuguezas e hespanholas. : — — . prietário costuma cedel-o gentil e gratuitamente ás companhias. que o inaugurou em 24 de julho de 1898. Rende 6oíí»ooo réis e faz-se a despesa de cada recita por \b^ooo réis. Possue 12 camarotes de i. Foi construído sob a direcção do P. A despesa é insignificante e ás companhias o theatro é cedido gratuitamente. dirigindo a obra Domingos Cordeiro. Este theatro possue vistas de sala. O Theatro das Variedades (Lisboa) Theatro do Salitre. bosque e praça. Ignacio Peixoto da Gama. Tem pouco scenario.% 100 cadeiras. illuminação. é approximadamente de 3oíÉ)OOo réis. Foi este theatro inaugurado em 1845 com o Theatro Virgínia (Torres Novas) chestra. Vallé. Georgina Pinto. Foi inaugurado a i3 de Junho de i883 com o drama Paralytico. na sua maioria. Prestes. João Rosa. incluindo aluguer do theatro. Foi restaurado e reedificado o frontespicio. Bento Cardoso de Mello Girão. : Virginia. Joaquim d'Almeida. Henriques da Fonseca. Joaquim Gouveia P. i52 logares de geral. illuminação e pessoal. entre as quaes as das actrizes: Virgínia. Santos. tendo á frente Palmyra Bastos. Christiano de Sousa. O proprietário Mello Girão é mais conhecido pelo Bento de S. . etc. sendo arrematado pelo actual proprietário. incluindo renda do theatro. Rosa Damasceno. representado por amadores. Augusto de Mello. 5 de 2. e a companhia Sousa Bastos. é de i96í5í>20o réis mas os preços costumam ser augmentados quando as companhias são boas. foi expropriada uma parte do theatro. Possue apenas vista de bosque e 3 salas. Lucinda Simões. Palmyra Bas- Os Dois Renegados. E' muito bonito este trabalho do distincto pintor viziense Almeida e Silva. Beatriz Rente. de zarzuela e quasi todas as melhores de Portugal.* ordem. 9 de 2. encimado pelas armas de Vizeu. Representa um arco manuelino. Em 1898 foi posto em praça pela fazenda nacional por contribuições em divida. Entre os muitos artistas de primeira plana que alli teem trabalhado. Carolina Falco. Georgette e Que sogra! Este theatro possue muito scenario.^. com portão independente. Já alli teem representado muitas companhias. muito bom. Pepa. Em virtude da abertura da Avenida Emygdio Navarro. pessoal. policia. O rendimento do theatro. as peças: Casa de boneca.373 DO THEATRO PORTUGUEZ de que fazia parte o grande actor António Pedro. a 24 de abril de 1899. i5 ca- marotes de 1. Lucinda do Carmo. Tem 23 camarotes de i. que era credor. P^^^ companhia da actriz Lucmda Simões. A planta da reedificação do theatro foi executada pelo fallecido engenheiro João de Gonta. A despeza em cada recita. João Soares da Rocha e outros. pelos preços ordinários. onde existia o átrio e um salão. go cadeiras e 5o logares de geral. António Pedro. podemos citar Taborda. i63 cadeiras. Eduardo Brazão. bombeiros e licença. Miguel. Lucinda Simões. em três recitas seguidas. 100 de galeria e 2 frizas. tos. Theatro Viriato (Vi^eu) Chamou-se outr'ora theatro Boa União. Georgina Pinto. Amélia Vieira. or. Joaquim Costa. Ignacio. ficando tudo em melhores condições. O panno de bôcca é copia de um quadro hespanhol de Fontana. Cardoso. O palco d'este theatro é amplo e tem junto uma grande arrecadação para scenario e bagagens. Lucília Simões. a despeza em cada recita éde 9íi!í)ooo reis. O seu rendimento é de réis iooíií>ooo. por serem os seus fundadores artistas que compunham a phylarmonica do mesmo titulo. tendo ao centro uma allegoria á Arte. Augusto Rosa. drama Tem 1 6 frizas.% 24 fauteuils. e. Cinira Polónio. Polia.^ ordem. desempenhado por uma companhia — Ferreira da Silva. 109 fauteuils. Depois das obras foi reinaugurado. que aili representou. N'este theatro teem representado algumas companhias lyricas. . ACCRESCIMOS. EXPLICAÇÕES E ERRATAS . . Diz-se que o actor ou a actriz tem uma bella mascara. possumdo uma valente e agradável voz de barytono. Assim se diz: «hoje á porta ha muito entulho. Assim s£ chama em calão theaBrincos tral aos dois camarotes junto á scena. — sala está completamente cheia. comparsaria e baile também sim se diz: «as . que. fidalgo de raça. «as massas coraes estão muito afinadas». figuração. esta palavra. tão illustre como bohemio. maior. EXPLICAÇÕES E ERRATAS Actores mais notáveis do theatro portuN'esta relação. — — tem o nome de massas. V. junto da bocca de scena. etc. imitando o couro cabelludo. ou para imitar uma calva completa. Cantores portngnezes — Só por lapso po- deria ter deixado de figurar n'esta secção o barytono portuguez D. etc. amda mesmo com muitas entradas de favor. a pag. No theatro chama-se casa á assisCasa tência d'um espectáculo.ACCRESCIMOS. — a pag. panno. Diz-se quando a sala Casa enfeitada está regularmente concorrida. Descargas — Na definição d'esta palavra.» Cabelleira com o cabello Escovinha cortado muito rente que serve para creados lorpas. que servem para n'elles correrem umas argolas presas ao panno de bocca para que este se não desvie do seu logar. quando com um rosto maleável. na ultima ordem. coração de ouro. ou ainda para uma cabeça de chim. referi-me apenas ao calão usado no theatro como cá fora. seda ou velludo com que se occulla o rosto. principalmente em scenas de carnaval. Assim se diz por exemplo: «o theatro tem hoje uma grande casay> o que equivale a dizer quer é grande a concorrência. 5i. Francisco de Sousa Coutinho. — trança. Chama-se nos theatros do PorCorretã to e de algumas outras terras corretã ao — Massa Na definição d'esta palavra. Assim se chama aos arames preGuias sos do urdimento ao chão. sem haver um único logar. só por laguez pso poderiam deixar de ser incluidos os distinctos artistas António Pinheiro e Henrique Alves. applicando-se-lhe n'este caso comprida — que em Lisboa se denomina girella. Pôde servir para se collocar depois por cima outra cabelleira. Diz-se assim quando a Casa á cnnha — pressivos e bocca insinuante acompanha perfeitamente o que diz ou o que ouve. saloios. mais conhecido por Chico Redondo. para qualquer espectáculo. olhos ex- Entulho — ra — — — em magníficos concertos. onde sele: de maior para deve ler-se: de menor para maior. sacristãs. ha muitos bilhetes á venda na rua por diminuto preço. ou á própria sala. ii. algodão ou seCalota da. ou «a casa está vasia» o que quer dizer que ha muito poucos espectadores. que se apphca á cabeça para cobrir o cabello. 90. Falta dizer que o conjuncto de coros. a pag. ao subir ou descer. d'um e outro lado. Termo que no theatro indica Mascara a expressão do rosto do artista. E' termo de calão theatral paindicar que. Também no theatro a palavra mascara significa o pedaço de cartão. Asmassas estão muito bem ensaiadas" ou. diz-se que o artista tem uma péssima mascara. Na retranca —Outro termo de calão thea- . Quando lhe faltam todas estas condições. Casco em pasta. tem feito principalmente a sua carreira na America. Penella. Miranda do Corvo. Para que a obra n'este sentido não fosse completa concorreram alguns proprietários de theatros. Redondo. Se Hpezar de todas as diligencias. >8o usado pelos artistas. Arcos de Valle de Vez. por não haver photographias. Castello de Paiva. Alcáçovas. Ponte do Sor. aos quaes acima nos referimos. directores de sociedades e outros que entenderam que os theatros das suas terras deviam ficar ignorados. por suppôrcom razão que outros não existem. Mesão Frio. Rio Maior. quando o publico representação. Recita da moda Algumas emprezas habituaram-se. escriptores ou músicos. que^de momento nos não occorrem. Almada.. Alcanede. ! ! : . Niza. Pinhel. Recita— E' equivalente á palavra espectáculo. ella também representações. Photogravuras Das apresentadas n'este Diccionario são algumas deficientes. são das seguintes terras Alandroal. Almeida. Cuba. Penafiel. Para indicar as vezes que uma peça tem subido á scena é que exclusivamente se emprega a palavra recita. em determinados dias da semana. Por vezes essas recitas são — mencionados n'este «Diccionario». Cremos que fizeram mal pois. Povoa de Lanhoso. Alemquer. Fornos de Algodres. nem applaude. investigações incessantes e innumeras informações requisitadas. onde estão os apparelhos para toda a manobra das luzes. pois que é magnifica a maioria dos retratos. Qualquer d'estas casas tem estabelecidos os seus créditos á custa de trabalhos primorosos. como synonimo de lavra. Feira. Assim se diz: «a peça tal tem já 5o recitas». Sousa Rocha e talvez outros. e nunca por deficiência das acreditadas officinas Pires Marinho. Em todo o caso. Odemira. Sujeitos houve a quem escrevemos cinco e seis cartas e nem uma palavra de resposta Tão amigos da sua terra como bem creados Felizmente a maioria procedeu d'outra forma. Santo Thyrso. Retratos Não nos foi possível obter retratos de todos os artistas. Depois de tão prolongadas instancias não conseguimos saber se n'estas localidades ha theatros e em que condições. Preferimos sempre os retratos tirados na força da vida e do trabalho dos artistas. esqueceu mencionar que se applica ^o quadro do electricista. Gratos nos confessamos a muitos que bastante nos coadjuvaram e promptamente responderam aos nossos quesitos. d'outros tivemos que aproveitar gravuras. para ahi segurar qualquer gancho preso ao scenario. Nellas.DICCIONARÍO trai. Mondim de Basto. Moura. o artista diz aos collegas: «estão hoje na retranca. Quadro Nas diversas definições d'esta paassistir indiíTerente a parece uma mais concorridas por selecta concorrência. Nota dos mais conhecidos escriptores Na nota publicadramáticos portuguezes da a pag 98. Arouca. 121. Borba. desde esta publicação. quando o seu custo não é augmentado com a lotação ou com ágio. Os sugeitos. deixaram de ser mencionados os seguintes: Ayres Pereira da Costa. muito conseguimos. Theatros As informações que conseguimos apresentar representam trabalho de annos. o pubJico se não commove. Regoa. Alter do Chão. escriptores e mú- — — — — — — a pag. Preço da casa Diz-se que os bilhetes para um qualquer espectáculo custam o preço da casa. Celorico de Basto. a denominar os seus espectáculos reciias da moda. unicamente pelos maus originaes que foi possível obter. D'alguns não existem. Torres Vedras. Piton Prego com o bico ponteagudo ou de parafuso e com a cabeça em forma de aro. E' calão inventado pelo actor Alfredo Carvalho. Cabeceiras de Basto. nem da esmerada typographia Libanio da Silva. Freixo d'Espada á Cinta. Valença e Villa Viçosa. Bento Mantua. Almeirim.. Carvalho Garcia. não ri. Assim se diz mdifferentemente: a recita de hoje. aos repregos ou escoras. qualquer companhia que queira percorrer as províncias. sicos — . Porão -Vide a palavra Subterrâneo. Porto de Moz. ou «o espectáculo de hoje». consultará este «Diccionario» e somente se dirigirá aos theatros aqui indicados. . . António Diccionario do theatro portuguez PLEASE DO NOT REMOVE FROM THIS CARDS OR SLIPS POCKET UNIVERSITY OF TORONTO LIBRARY For use in the Library ONLY .PN 2791 S6 Sousa Bastos. ^^ i2*ff^w^r.:. ^-XEW-' .A^_^ ..
Copyright © 2024 DOKUMEN.SITE Inc.