Defeitos No Pavimento Asfaltico

March 29, 2018 | Author: Antonieta Stefania | Category: Wear, Traffic, Cement, Pressure, Corrosion


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CENTRO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA CESET-UNICAMP - LIMEIRA PROF.HIROSHI PAULO YOSHIZANE Página 1 DEFEITOS, MANUTENÇÃO E REABILITAÇÃO DE PAVIMENTO ASFÁLTICO I) - DEFEITOS DE PAVIMENTO ASFÁLTICO Os pavimentos são estruturas complexas, que envolvem muitas variáveis, tais como: cargas de tráfego, solicitações ambientais, técnicas construtivas, práticas de manutenção e reabilitação, tipo e qualidade dos materiais etc. Representam parcela expressiva da infra-estrutura de transportes e, portanto, melhoramentos marginais nos seus componentes podem resultar em grandes economias em termos absolutos. A gerência de pavimentos, segundo HAAS, HUDSON e ZANIEWSKI (l994), é um processo que abrange todas as atividades envolvidas com o propósito de fornecer e manter pavimentos em um nível adequado de serviço. Envolve desde a obtenção inicial de informações para o planejamento e elaboração de orçamento até a monitorização periódica do pavimento em serviço, passando pelo projeto e construção do pavimento e sua manutenção e reabilitação ao longo do tempo. Dentro de um Sistema de Gerência de Pavimentos, é de grande importância a execução das atividades de manutenção e reabilitação. Não bastam a escolha da melhor estratégia de intervenção e o estabelecimento da melhor lista de prioridades, é necessário também que os serviços sejam executados corretamente. As atividades de manutenção e reabilitação de pavimentos devem ser realizadas de forma contínua, devido ao constante aparecimento de defeitos, causados pelas solicitações impostas pelo tráfego pelo meio ambiente. Assim, as causas da deterioração dos pavimentos podem ser agrupadas em: a) solicitações do tráfego: associadas, principalmente, à carga por eixo, ao tipo de eixo, ao tipo de rodagem, à pressão de enchimento dos pneus e ao tipo de suspensão. b) solicitações climáticas: principalmente variações de temperatura e de teor de umidade. A deterioração do pavimento pode manifestar-se sob diferentes formas: trincas, remendos, panelas, distorções, defeitos na superfície, desnível entre pista e acostamento e bombeamento. A detecção dos defeitos nos estágios iniciais é uma das tarefas mais importantes da manutenção. Trincas e outras fraturas no pavimento, que inicialmente quase não são percebidas pelos usuários, podem evoluir rapidamente e causar sérios problemas se não forem prontamente seladas. Existem outras pequenas evidências, como lama ou água no pavimento ou no acostamento, que podem indicar a um observador experiente que sérios problemas podem vir a ocorrer. Uma vez descobertos, é importante que se encontre a causa de cada problema e se inicie prontamente seu reparo. CENTRO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA CESET-UNICAMP - LIMEIRA PROF. HIROSHI PAULO YOSHIZANE Página 2 As técnicas de reparo não são a única maneira correta de se executar os serviços de manutenção e reabilitação, mas, comprovadamente, resultam em uma melhora significativa e duradoura dos pavimentos. Variam do simples preenchimento das trincas com emulsões asfálticas ou com asfaltos diluídos até a remoção completa da área afetada, instalação de drenagem e execução de um remendo profundo. O método de reparo depende da causa da deterioração, que deve ser totalmente eliminada para o defeito não tornar a ocorrer. Depende, também, da extensão e severidade das formas de deterioração que ocorrem na seção de pavimento. Os Sistemas de Gerência de Pavimentos, que visam a obtenção do melhor retorno possível para os recursos investidos, provendo pavimentos seguros, confortáveis e econômicos aos usuários, representam a possibilidade de se avançar de um esquema de manutenção baseado apenas na correção de problemas para um sistema de manutenção planejada, capaz de prolongar vida útil e garantir padrões mínimos de serviço em toda a malha viária. O primeiro passo no desenvolvimento de um sistema de gerência de pavimentos consiste na definição das seções de análise, geralmente em função do volume de tráfego, do tipo de pavimento, do tipo e espessura de cada camada, do tipo de subleito e do estado de conservação do pavimento. Em seguida, procede-se um levantamento da condição atual do pavimento, registrando-se as extensões e os níveis de severidade de cada forma de deterioração encontrada nas seções. Com base no inventário e na condição do pavimento, pode-se analisar, em nível de rede, diferentes estratégias de manutenção e reabilitação. Passa-se à análise em nível de projeto, que consiste na definição das atividades de manutenção e, quando for o caso, no dimensionamento dos reforços e na reconstrução. 1 - AVALIAÇÃO DA CONDIÇÃO DOS PAVIMENTOS 1.1 - Avaliação Subjetiva da Superfície de Rolamento As avaliações subjetivas fornecem o estado de deterioração do pavimento utilizando-se do conceito de serventia, apresentado por CAREY e IRICK (l960) quando do AASHO Road Test. A serventia é definida como a habilidade de uma seção de pavimento, à época da observação, de servir ao tráfego de automóveis e caminhões, com elevados volumes e altas velocidades. A capacidade de um pavimento servir satisfatoriamente ao tráfego durante um dado período é o seu desempenho, que pode ser interpretado como a variação da serventia com o tempo e/ou tráfego. O método utilizado consiste, inicialmente, na composição de uma equipe de avaliadores que atribuem “notas” ao pavimento. A média aritmética dessas avaliações subjetivas de serventia é definida como Valor de Serventia Atual (VSA). Em uma etapa seguinte, é feita a análise estatística para correlacionar o VSA com valores obtidos através de medidas físicas de defeitos do próprio pavimento. A previsão do valor do VSA a partir dessas avaliações objetivas é definida como Índice de Serventia Atual (ISA). As condições impostas pela norma DNER-PRO 07/94 (Avaliação Subjetiva da Superfície de Pavimentos – DNER, l994) são: CENTRO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA CESET-UNICAMP - LIMEIRA PROF. HIROSHI PAULO YOSHIZANE Página 3 cada avaliador deve considerar somente o estado atual da superfície de rolamento; a avaliação deve ser feita sob condições climáticas totalmente favoráveis (sem chuva, nevoeiro, neblina etc.); devem ser ignorados os aspectos do projeto geométrico (largura de faixas, traçado em planta, rampas etc.), assim como a resistência à derrapagem do revestimento; devem ser considerados principalmente os buracos, irregularidades transversais e longitudinais da superfície; saliências e as - devem ser desprezadas eventuais irregularidades causadas por recalques de bueiros; cada trecho deve ser avaliado independentemente e não deve haver troca de informações entre os avaliadores; cada avaliador deve considerar o conforto proporcionado pelo pavimento caso tivesse que utiliza-lo dirigindo um veículo durante 8 horas ou ao longo de 800 km. 1.2- Avaliação Objetiva da Condição dos Pavimentos A avaliação objetiva da condição dos pavimentos compreende: a) Avaliação da irregularidade superficial: o desempenho do pavimento, ou seja, sua capacidade de servir ao tráfego com conforto, segurança e economia, está intimamente relacionado com a irregularidade longitudinal. A irregularidade longitudinal, definida como o desvio de pontos da superfície do pavimento em relação a um plano de referência e medida ao longo da trajetória dos veículos (“trilhas de roda”), afeta a qualidade de rolamento (conforto e segurança), as cargas dinâmicas transmitidas ao pavimento e os custos de operação dos veículos (consumo de combustível e lubrificantes, desgaste dos pneus etc.). b) Ensaios estruturais: podem ser destrutivos, mediante avaliação da capacidade de suporte in suti e de amostras coletadas, ou não-destrutivos, envolvendo a medida de deflexões superficiais causadas por um carregamento conhecido. c) Atrito superficial: a avaliação do atrito superficial pneu-pavimento, relacionada à segurança, consiste na medida das forças de atrito em um reboque trafegando com as travadas, a diferentes velocidades, sobre um pavimento molhado. d) Identificação de defeitos superficiais: o reconhecimento do tipo de defeito, a quantificação de sua extensão e a identificação do nível de severidade, juntamente com a o programa SHRP conta com a participação de mais de vinte países.CENTRO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA CESET-UNICAMP . Apresenta. recomenda-se a adoção do manual de levantamento de defeitos no campo utilizado no Programa SHRP (Programa Estratégico de Pesquisas Rodoviárias).LIMEIRA PROF. pode-se fazer uma adaptação do manual da AASHTO (l986) e distinguir as causas principais: CAUSAS DOS PRINCIPAIS DEFEITOS DOS PAVIMENTOS ASFÁLTICOS CAUSA PRINCIPAL Associada Materiais e ao Tráfego 1.1.identificar as seções que necessitam de reabilitação.Manual para Identificação de Defeitos Durante os trabalhos de levantamento de campo. a descrição. ..identificar as seções que requerem apenas manutenção de rotina. para cada tipo de defeito. . conforme apresentado na Tabela a seguir: Para os defeitos considerados no manual do Programa SHRP (l993). O manual do Programa de Pesquisa SHRP considera 15 tipos de defeitos em pavimentos flexíveis. 2) – LEVANTAMENTO DE DEFEITOS NO CAMPO Um bom levantamento de defeitos deve: . 2. .identificar as seções que não necessitam de manutenção imediata. Trincas por Fadiga 2. Em virtude da necessidade de uniformização da coleta de dados. Trincas em Blocos 3. os níveis de severidade e a forma de quantificação da extensão. são de vital importância para seleção das estratégias de intervenção e definição das atividades de manutenção e reabilitação. geralmente surgem dúvidas relacionadas ao reconhecimento e à forma de medição dos defeitos. inclusive o Brasil.identificar e priorizar as seções que requerem manutenção preventiva. Trincas nos Bordos (Lateriais) X X X Meio Ambiente TIPO DE DEFEITO . HIROSHI PAULO YOSHIZANE Página 4 determinação das causas dos defeitos. identificando-os através de fotos e figuras. Estabelecido em l987 pelo Congresso dos Estados Unidos. d) Reforço: atividades de manutenção de rotina e preventiva. rejuvenescimento da capa asfáltica e recapeamentos delgados.Agregados Polidos 13. de segurança e de capacidade de tráfego. mas que ainda não atingiram a necessidade de reabilitação. Panelas 9.Desgaste 14. geralmente. em dois níveis administrativos: gerência em nível de rede e em nível de projeto. b) Manutenção Preventiva: atividades de manutenção corretiva. Trincas Longitudinais 5. Tem por objetivo conter a deterioração em seu estágio inicial. e) Reconstrução: remoção e substituição de toda estrutura do pavimento.Exsudação 12.CENTRO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA CESET-UNICAMP .Bombeamento X X X X X X X X X X X X X II)– MANUTENÇÃO E REABILITAÇÃO DE PAVIMENTO ASFÁLTICO As atividades da gerência de pavimentos e os componentes do sistema estão caracterizados. uma vez que os recursos disponíveis são. a) Manutenção impermeabilização de trincas e outras ações de baixo custo unitário. Trincas por Reflexão 6. . Para as vias em boas condições. Deformação Permanente nas Trilhas de Roda 10. As ações normalmente consideradas nas análises de estratégias de intervenção. a manutenção corretiva (ou de rotina) é a melhor maneira de utilização dos recursos. relacionadas a toda a malha viária. programação e orçamento). Indicada para seções que estão além do ponto de eficácia da manutenção preventiva. reparos localizados. inferiores às necessidades. utilizadas para tomada de decisões essencialmente administrativas (planejamento. Também devem ser objeto de estudos de priorização. Devem ser objeto de estudos de priorização. melhoria ou instalação de drenagem e melhoramentos de traçado.LIMEIRA PROF. Trincas Transversais 7. HIROSHI PAULO YOSHIZANE Página 5 4.Desnível Pista-Acostamento 15.Corrugação 11. A gerência de pavimentos em nível de rede trabalha com informações resumidas. c) Ação Postergada: apenas execução de remendos inadiáveis. são: Corretiva: remendos superficiais. realizadas em nível de rede. geralmente. Remendos 8. recapeamento estrutural e reciclagem. mas evitando a deterioração precoce. manutenção e reabilitação: Trabalha com informações técnicas detalhadas. são realizadas as atividades de manutenção e reabilitação (M&R). mais cedo ou mais tarde. Deve-se destacar que algumas atividades servem às duas categorias. construção. visando a recuperação. Exemplos de atividades de gerência de pavimentos em nível de projeto são: seleção das atividades de manutenção. Embora as atividades de manutenção ajudem a prolongar a vida em serviço. mas na medida em que se aproximam do final de sua vida em serviço. relacionadas a seções específicas do pavimento. A manutenção preventiva consiste no grupo de atividades realizadas para proteger o pavimento e reduzir a sua taxa de deterioração. elevando o nível de serventia próximo ao valor máximo e criando condições para um novo ciclo de deterioração. HIROSHI PAULO YOSHIZANE Página 6 A gerência de pavimentos em nível de projeto envolve o dimensionamento. as datas de realização das atividades de manutenção e reabilitação e os custos. resultado das solicitações do tráfego e das condições climáticas a que são submetidos. que consistem de trabalhos mais efetivos. aumentando pouco o nível de serventia. As atividades de manutenção podem ser divididas em duas categorias: preventivas e corretivas. . proteger os investimentos e proporcionar aos usuários uma superfície de rolamento confortável segura e econômica.CENTRO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA CESET-UNICAMP . Existe estreita relação entre o desempenho dos pavimentos. o reforço ou a adaptação de pavimentos deficientes. fornecendo dados para as atividades de projeto. suas prováveis e métodos corretivos alternativos. A Tabela apresenta um resumo das causas dos defeitos e as principais atividades de manutenção e reabilitação recomendadas. tem o propósito de prolongar a vida em serviço do pavimento. Quando o período de projeto é excedido. A reabilitação. os pavimentos precisam. construção e manutenção. há necessidade de atividades de reabilitação. Os pavimentos deterioram-se mais lentamente nos anos iniciais. enquanto as atividades corretivas têm como objetivo eliminar um determinado tipo de defeito e suas conseqüências sobre o desempenho do pavimento. de atividades de reabilitação. a taxa de deterioração aumenta. número de solicitações do eixo padrão e especificações para os materiais. por sua vez. reabilitação e reconstrução.LIMEIRA PROF. seja na idade ou no número de repetições das solicitações do tráfego.Seleção das Atividades de Manutenção e Reabilitação Todos os materiais utilizados em pavimentação apresentam alguma forma de deterioração. as estratégias de intervenção. Existem diferenças entre as atividades de manutenção e as atividades de reabilitação de pavimentos. tais como: resistência do subleito. definição dos parâmetros principais de projeto. 1. Para corrigir os defeitos. incluindo um diagnóstico detalhado dos defeitos. A manutenção tem por objetivo preservar ou manter o período de projeto do pavimento. com base em critérios estabelecidos pelos níveis mais elevados da gerência. realimentação da base de dados com relação ao desempenho do pavimento. podem evoluir rapidamente para sérios defeitos e. uma hora ou outra.1 – Remendos Os remendos constituem o método de reparo mais utilizado na manutenção de rodovias e ruas porque todos os pavimentos. se não seladas logo. ou seja.LIMEIRA PROF. As trincas.1. vão apresentar buracos. aquele que resulta na melhor utilização dos recursos disponíveis. 1. em remendos.1 – Atividades de Manutenção Consistem. selagem de trincas e capas selantes. HIROSHI PAULO YOSHIZANE Página 7 1. por exemplo. . conseqüentemente. aumentar os custos de operação dos veículos e os custos de manutenção e reabilitação. A detecção e o reparo dos defeitos nas fases iniciais representam o trabalho mais importante desempenhado pela equipe de manutenção.CENTRO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA CESET-UNICAMP . geralmente. executados sob condições climáticas desfavoráveis. restabelecer o coeficiente de atrito pneu-pavimento. Os tipos mais comuns de capas selantes são: Selo asfáltico impermeabilizante (“fog seal”): leve aplicação de emulsão asfáltica de cura lenta. compactação com equipamento adequado. a metade da dimensão máxima do agregado da camada subjacente. 20 a 30 cm além das extremidades do buraco e até atingir uma profundidade com material consistente. A espessura total é. continuamente sobre a superfície do pavimento. caso o material seja granular. selar trincas com pequena abertura. 1. Em qualquer operação de remendo dos buracos. devendo resultar numa superfície perfeitamente nivelada com o pavimento adjacente. podem ser usadas misturas usinadas a quente (CBUQ). no caso de reparos emergenciais. pois comprometem a segurança e o conforto e aumentam os custos operacionais. esgoto. ou pré-misturados a frio (PMF). a compactação deve ser realizada em camadas. aplicação de imprimadura impermeabilizante no fundo. telefone. Os buracos ou panelas devem ser imediatamente reparados. corte da área retangular a ser remendada. usada para rejuvenescer revestimentos asfálticos oxidados e para selar trincas com pequena abertura e vazios superficiais. gás. Tratamentos superficiais (“chip seals”): camadas formadas por aplicações de ligante e agregados. se a presença de água for a causa do defeito. menor do que a área do remendo.1. o diâmetro máximo - . os dois elementos principais são a seleção de materiais e os procedimentos de reparo.LIMEIRA PROF. permitem a entrada de água.CENTRO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA CESET-UNICAMP . Além disso. HIROSHI PAULO YOSHIZANE Página 8 resultado da ação combinada de umidade e tráfego ou em virtude da abertura de trincheiras para construção e execução de reparos das redes de água. lançamento da mistura asfáltica. aplicação de imprimadura de ligação nas faces verticais da escavação. com a finalidade de rejuvenescer o revestimento asfáltico.2 – Capas selantes São atividades que consistem na aplicação apenas de ligante asfáltico ou de ligante com agregados. aproximadamente. que enfraquece a estrutura e acelera a deterioração. diluída em água e sem agregado mineral. Quando a profundidade for superior a 15 cm. energia elétrica etc. em que a dimensão máxima do agregado de cada camada sucessiva é. O procedimento recomendado para a execução de remendos permanentes consiste em: remoção de água e sujeira e instalação de drenagem. impedir a entrada de água na estrutura do pavimento e retardar o desgaste causado por intemperismo. Quanto ao tipo de material. geralmente. no caso de reparos permanentes. que deve ser compactado imediatamente. mas. No passado. agregados polidos e exsudação. Neste caso.LIMEIRA PROF.CENTRO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA CESET-UNICAMP . Lama selante de emulsão asfáltica ou lama asfáltica (“slurry seal”): mistura homogênea de emulsão asfáltica de ruptura lenta. em seguida. com adição de água para produzir a consistência fluída (de lama).2 – Atividades de Reabilitação Dentre as atividades de reabilitação mais utilizadas estão a fresagem. lançado e compactado. Caso contrário. uma camada para corrigir o nivelamento do pavimento antigo. Se forem adicionados agregados para ajuste da curva granulométrica e cimento asfáltico novo à mistura. incluindo. b) Reciclagem: técnica utilizada para renovar e rejuvenescer misturas asfálticas envelhecidas. Muito freqüentemente a causa dos defeitos é a drenagem inadequada. que têm por função garantir as propriedades da nova mistura. como pequenas corrugações. O aquecimento e a escarificação do revestimento existente inibem a reflexão de trincas e proporcionam forte ligação entre o pavimento antigo e o recapeamento. com a reconstrução representado a única opção para a melhoria do sistema de drenagem. Não é efetiva para corrigir defeitos como trincas por fadiga ou panelas. d) Reconstrução: necessária quando o pavimento não é reabilitado a tempo e começa a deteriorar-se rapidamente. em equipamentos especiais.5 e 3 mm (existem três graduações de lama asfáltica. a reciclagem consiste na utilização da mistura antiga combinada com ligantes novos e agentes recicladores para produzir uma base asfáltica. a camada asfáltica resultante será apenas uma camada de ligação (“binder”). a reconstrução consistia apenas na utilização de novos materiais. HIROSHI PAULO YOSHIZANE Página 9 das partículas da primeira camada. para corrigir outros defeitos. A mistura é feita. lança-se o agregado. que aplicam um material com espessura entre 1. tanto para reciclagem como para acerto da superfície a ser recapeada. o recapamento estrutural e a reconstrução: a) Fresagem: é a principal forma de remoção do revestimento antigo. 1. . selagem de revestimento com textura média e duas aplicações sobre revestimento muito áspero). tem sido muito utilizada a reciclagem. recentemente. agregados miúdos bem graduados e material de preenchimento mineral. aplica-se o ligante e. esta poderá ser utilizada como revestimento. geralmente. misturado. Serve. c) Recapeamento estrutural: construção de uma ou mais camadas asfálticas sobre o pavimento existente. que deve ser revestida por concreto asfáltico ou tratamento superficial duplo. são adicionados agentes recicladores ou ligantes. Normalmente. O revestimento asfáltico é escarificado. aquecido no local. a reciclagem. seguida de camada com espessura uniforme. utilizadas para diferentes propósitos: preenchimento de trincas. semelhantes ao couro de crocodilo ou tela de galinheiro.1 – Trincas por Fadiga Trincamento por Fadiga – Nível de Severidade alto As trincas por fadiga do revestimento são trincas conectadas.CENTRO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA CESET-UNICAMP . com granulometria fechada. a área escavada deve ser preenchida com concreto asfáltico usinado a quente. estendendo-se em planta até 30 cm além das extremidades da área trincado. Se a causa estiver associada à presença de água. Para a garantia da durabilidade dos remendos. com as faces ou lados verticais. sendo . aliadas à existência de uma ou mais camadas instáveis.3 . a correção permanente deve incluir a remoção do material úmido e a instalação de drenagem. As faces devem ser paralelas (longitudinais) ou perpendiculares (transversais) à direção do tráfego. 1) Para a execução de um remendo profundo. Existem dois métodos para reparo de trincas por fadiga: 1) correção permanente (remendo profundo) e 2) reparo temporário. HIROSHI PAULO YOSHIZANE Página 10 1.Execução dos Serviços de Manutenção e Reabilitação de Pavimentos 1.3. que formam uma série de pequenos blocos. A causa das trincas por fadiga está relacionada com as deformações repetidas provocadas pelas cargas do tráfego. deve-se fazer um corte retangular. Aplica-se nas faces verticais. uma pintura asfáltica de ligação. conseqüência de base granular e subleito saturados ou pavimento com espessuras de camadas insuficientes para suportar as cargas.LIMEIRA PROF. posteriormente à remoção do revestimento e/ou base. Deve-se remover o revestimento e a base até atingir boa capacidade de suporte. espalha-se cuidadosamente a mistura para evitar a ocorrência de segregação. Para executar o remendo até o nível do pavimento adjacente. deve-se aplicar mais. Deve-se usar uma régua para verificação da qualidade de rolamento e o nivelamento e alinhamento do remendo. pré-misturado a frio. desde o subleito. eventualmente. Compacta-se a capa selante com rolo compactador de pneus. Posteriormente. Depois de espalhar o material uniformemente. ou. Aplica-se. 1.3. a seguir. com adição de água para produzir a consistência adequada à aplicação. de preferência concreto asfáltico usinado a quente. Deve-se desempenar os bordos cuidadosamente. inicialmente. finalmente. uma camada de agregado de cobertura. removendo as partículas grossas com um rodo. deve-se compactar com um rolo vibratório ou placa compactadora.LIMEIRA PROF. Deve-se garantir a cura completa da área remendada antes da abertura ao tráfego. a pintura asfáltica de ligação na área a ser remendada e lança-se o remendo superficial. formada pela mistura de emulsão com agregado fino e “filler” (material de preenchimento). aplica-se a lama asfáltica. No caso de reparos temporários de áreas com trincas inferiores a 03 mm de abertura. deve-se lançar uma mistura asfáltica usinada a frio. Se escavação tiver mais de 15 cm de profundidade. Deve-se limpar a área trincada como descrito anteriormente e aplicar emulsão asfáltica ou cimento asfáltico. Aplica-se.2 – Trincas em Blocos . Durante o lançamento do concreto asfáltico.CENTRO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA CESET-UNICAMP . ar comprimido. limpar a área trincada com vassouras e. podem ser necessárias aplicações adicionais de capa selante. Uma boa dimensão para o agregado utilizado neste tipo de remendo é de 6 mm até o diâmetro da peneira #10 (2 mm). de tal forma que não se tenha nem saliência nem depressão. Se o asfalto infiltrar nas trincas. e compactar com uma placa vibratória. ou ainda utilizar o eixo traseiro de um caminhão carregado. No caso de reparos temporários de áreas com trincas mais largas do que 03 mm deve-se. executa-se um remendo com capa selante. rolo compactador. se necessário. Os reparos temporários podem ser feitos de várias maneiras. Outro tipo de material que pode ser utilizado como reparo temporário de trincas por fadiga com pequena abertura é a lama asfáltica. deve-se compactar em camadas iguais. com graduação fina. HIROSHI PAULO YOSHIZANE Página 11 colocado em toda a profundidade. Após limpeza da área trincada. as trincas devem ser seladas com emulsão para lama asfáltica. geralmente com lados maiores que cm. as causas estão associadas a mudanças no volume de misturas asfálticas com agregados finos e elevado teor de asfalto muito viscoso. . Deve-se umedecer a superfície do pavimento e as faces das trincas e. na base ou no subleito. deve-se selar as trincas em blocos com lama asfáltica e aplicar tratamento superficial ou capa selante sobre toda a superfície. É difícil determinar se as trincas em blocos são provocadas por mudança de volume na mistura asfáltica do revestimento. HIROSHI PAULO YOSHIZANE Página 12 Trincamento em Blocos – Nível de Severidade Médio São trincas conectadas. diluída a 50%. Inicialmente. Após a cura e endurecimento do selante. pois o remoldamento diminui a velocidade de envelhecimento do revestimento. deve-se executar um tratamento superficial ou capa selante em toda a superfície. garantido resistência suficiente para evitar a remoção das partículas pelo tráfego. Para reparo. formando uma série de grandes blocos. Freqüentemente. aplica-se uma pintura de ligação de emulsão asfáltica. remove-se com vassouras e ar comprimido toda a sujeira das trincas e da superfície do pavimento. Deve-se assegurar a cura do tratamento superficial. aproximadamente retangulares. sendo importante o nivelamento com um aplicador manual. A ausência de tráfego também acelera a evolução das trincas em blocos. quando a umidade estiver uniforme e sem empoçamentos.CENTRO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA CESET-UNICAMP . Posteriormente.LIMEIRA PROF. Se o problema ocorrer devido às condições de umidade.4 – Trincas Longitudinais . removendo-se o excesso com um rodo.LIMEIRA PROF. Havendo recalques nos bordos.3 – Trincas nos Bordos Trincamento nos Bordos – Nível de Severidade Alto As trincas nos bordos desenvolvem-se longitudinalmente.CENTRO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA CESET-UNICAMP . deve-se aplicar mistura asfáltica usinada a quente e regularizar a superfície do pavimento com um rolo vibratório ou placa compactadora. a uma distância média de 30 cm da extremidade lateral do pavimento. deve-se efetuar reparos permanentes mediante instalação de drenagem. ramificações em direção ao acostamento. geralmente. HIROSHI PAULO YOSHIZANE Página 13 1. em virtude de drenagem ineficiente ou inexistente. Limpa-se o pavimento e as trincas com uma vassoura ou ar comprimido e aplica-se o selante. As trincas nos bordos são causadas. Uma pintura de ligação deve ser aplicada na área a ser remendada. também.3. 1. eventualmente. por falta de adequado confinamento lateral do acostamento.3. Também podem ser causadas por adensamento ou ruptura plástica do material das camadas sob a área trincada. Deve-se. Podem ocorrer. remover toda a vegetação próxima ao bordo do pavimento. . pela variação de temperatura ou teor de umidade das camadas.CENTRO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA CESET-UNICAMP . em blocos ou longitudinais. o mesmo padrão de trincas originadas nas camadas inferiores. que não receberam adequado reparo prévio. São causadas. por movimentos de terra (recalques).3. Podem ser transversais. que ocorrem nas juntas longitudinais de faixas de tráfego contíguas.LIMEIRA PROF. As trincas por reflexão também podem ocorrer em recapamentos executados sobre pavimentos antigos. São causadas por movimentos verticais e horizontais. 1. ou através da perda de umidade em subleito com elevado teor de argila. Esses movimentos são gerados pelas solicitações do tráfego. contração e expansão das camadas inferiores. HIROSHI PAULO YOSHIZANE Página 14 Trincamento Longitudinal – Nível de Severidade Baixo São trincas predominantemente paralelas ao eixo. Ocorrem mais freqüentemente em revestimentos asfálticas sobre pavimentos de concreto de cimento Portland e sobre bases tratadas com cimento ou bases executadas com solo arenoso fino laterítico.5 – Trincas por Reflexão As trincas por reflexão manifestam. A forma de reparo é a mesma das trincas nos bordos. por ligação inadequada entre camadas lançadas consecutivamente para formar as faixas de tráfego. muito deteriorados. à superfície do pavimento. geralmente. 1. utilizando-se um aplicador manual. deve-se aspergir areia seca sobre o selante. com emulsão para lama asfáltica ou mistura de emulsão asfáltica e areia. deve-se limpar bem a trinca com uma vassoura e ar comprimido. HIROSHI PAULO YOSHIZANE Página 15 Trincas com pequena abertura (menores que 03 mm) não permitem a selagem. A forma de reparo é a mesma das trincas em blocos. Ao final. . causadas por contração do revestimento e. eventualmente. Para obtenção de bons resultados.6 – Trincas Transversais Trincamento Transversal – Nível de Severidade Médio São trincas que atravessam toda a pista perpendicularmente ao eixo. Componentes asfálticos especiais (mais “pesados”) também podem ser utilizados para preenchimento de trincas com grandes aberturas. visando evitar sua remoção pelo tráfego. Trincas com maior abertura devem ser preenchidas com emulsão para lama asfáltica ou mistura de emulsão com areia fina. mas devem ser freqüentemente inspecionadas. selar com aplicação de emulsão. Após a cura.CENTRO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA CESET-UNICAMP .3. também da base e sub-base. sem excessos. Deve-se preencher a trinca.LIMEIRA PROF. Geralmente não é iniciado por ação de cargas de tráfego. Entretanto. O conhecimento das dimensões das lajes sob a camada de concreto asfáltico ajudará a identificar essas trincas.7 – Trincamento por Propagação de Juntas Trincamento por Propagação de Juntas – Nível de Severidade Médio O Trincamento por Propagação de Jutas é o conjunto de trincas longitudinais e transversais que aparecem sobre juntas de lajes de concreto de cimento Portland. abaixo da superfície do revestimento. HIROSHI PAULO YOSHIZANE Página 16 1. sobre blocos articulados de concreto de cimento Portland. resultando em erosão.LIMEIRA PROF. essa carga pode acelerar a deterioração das trincas e causar colapso da porção da superfície próxima à trinca. Podem ser incluídos nesse tipo de defeito todos os casos em que o revestimento asfáltico foi construído sobre peças rígidas contendo juntas como. por exemplo. .CENTRO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA CESET-UNICAMP .3. O Trincamento por Propagação de Juntas é causado por movimentos na placa rígida. revestimentos asfálticos sobre paralelepípedos ou. à frenagem ou à rolagem das rodas dos veículos. com ambas as pontas indicando a direção do tráfego.3. HIROSHI PAULO YOSHIZANE Página 17 1. especialmente. causadas pelas cargas de tráfego devido.LIMEIRA PROF. partes do revestimento asfáltico se movem lateralmente em relação ao resto do revestimento. geralmente. em conseqüência de forças laterais cisalhantes. 1.3.CENTRO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA CESET-UNICAMP . No Trincamento Parabólico.9– Remendos . O Trincamento Parabólico é causado por baixa resistência da mistura asfáltica e mau vínculo entre a superfície de rolamento e a camada subjacente da estrutura do pavimento.8 – Trincamento Parabólico Trincamento Parabólico O Trincamento Parabólico caracteriza-se pela formação de trincas em forma de meia lua ou quarto crescente. no entanto. a forma de execução de um remendo também depende do tipo de defeito apresentado.3. De uma maneira geral. 1.1m².LIMEIRA PROF. geralmente causados por aplicação insuficiente de asfalto ou por ruptura da base . Esses pontos de fraqueza do pavimento.CENTRO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA CESET-UNICAMP . HIROSHI PAULO YOSHIZANE Página 18 Representam a porção da superfície do pavimento maior que 0. removida e substituída após a construção inicial. os remendos devem ser executados conforme mencionado anteriormente. resultantes de uma desintegração localizada. Assim como a avaliação do nível de severidade.10 – Panelas Remendo/Deterioração de Remendos – Nível de Severidade Médio Panela – Nível de Severidade Alto Panelas são cavidades de diversos tamanhos que ocorrem no revestimento. Após a limpeza. As panelas aparecem freqüentemente quando não podem ser executados reparos permanentes e medidas de emergência têm de ser adotadas. aquecer e amolecer a superfície do asfalto adjacente.CENTRO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA CESET-UNICAMP . da fragmentação até a remoção de partes do revestimento e da base. usar um aquecedor infravermelho ou maçarico para secar a panela e. Feito o preenchimento. ao mesmo tempo. As leves depressões somente são perceptíveis após uma chuva.3. A maioria das panelas pode ser evitada. As Depressões são criadas por defeitos de construção ou. HIROSHI PAULO YOSHIZANE Página 19 associada a uma drenagem deficiente. com o aparecimento de poças d’água. reparando-se antecipadamente defeitos do pavimento. Preenche-se a panela com pré-misturado a frio e espalha-se de modo a evitar a segregação. são causadas por recalque do terreno de fundação ou de aterro. No caso de se adotar medidas temporárias. compacta-se com placa vibratória ou com rolo compactador. evoluem. sob a ação do tráfego e em presença de água. uma porção localizada do revestimento. . 1.11 – Depressão Depressão – Nível de Severidade Alto Depressão é uma concavidade no pavimento. recomenda-se limpar a cavidade e remover a quantidade de água que for possível. isto é. situada em nível pouco mais baixo que o nível médio da superfície que a rodeia.LIMEIRA PROF. particularmente as trincas por fadiga. LIMEIRA PROF. As Deformações Plásticas do Revestimento. a Depressão é dependente do tempo de recalque do solo de fundação.3. Essas deformações podem ser localizadas em regiões de aceleração. HIROSHI PAULO YOSHIZANE Página 20 Quando a causa é o recalque do terreno. devem ser consideradas como deterioração de remendos. A Deformação Plástica do Revestimento ocorre. especialmente em altas temperaturas. parada e saída de veículos nas interseções. na região de transição com o pavimento betuminoso e compactação deficiente dos pré-misturados asfálticos. exclusivamente.13 – Deformação Permanente nas Trilhas de Roda Deformação Plástica do Revestimento . a Depressão aparece. com fluência elevada.12 – Deformação Plástica do Revestimento A Deformação Plástica do Revestimento é um movimento horizontal localizado da capa na direção do tráfego. motivado pela pressão dos veículos contra o pavimento. em pavimentos com misturas asfálticas de fluência elevada. que produz uma onda curta e abrupta na superfície do pavimento. como resultado da ação deformante provocada pelo deslocamento da carga de tráfego. de desaceleração e de viragem dos veículos. quando a velocidade do veículo é diferente da velocidade periférica da roda (deslizamento da roda). pressão exercida por um pavimento de concreto de cimento Portland.CENTRO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA CESET-UNICAMP . má ligação entre o revestimento e a camada subjacente. em regiões onde o pavimento betuminoso encontra um pavimento de concreto de cimento Portland. Quando a causa é função de desigualdades superficiais em camadas subjacentes. em remendos. 1. Pode ser causada por mistura pouco estável. imediatamente. 1.3. durante a construção. especialmente. podem ser necessárias intervenções mais drásticas. que preenche todo o afundamento. A compactação pode ser feita com rolos de aço ou pneumáticos. As distorções resultam. sendo decorrente da densificação dos materiais ou de ruptura por cisalhamento. com uma régua ou linha. geralmente. é feito o lançamento de uma mistura asfáltica densa. Deve-se destacar que. sobre toda a superfície. Os reparos são feitos nivelando-se o pavimento mediante o preenchimento das deformações com uma camada delgada de mistura asfáltica usinada a quente. para níveis de severidade elevados. Em seguida. deve-se limpar a área a ser revestida e aplicar pintura de ligação. pode-se executar apenas uma capa selante para evitar a entrada de água. como a reciclagem. Eventualmente. Como sempre.CENTRO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA CESET-UNICAMP . tomando-se ciudado para não aplicar asfalto em excesso. até mesmo. o recapeamento espesso e. um revestimento delgado de material usinado a quente. a reconstrução. aplica-se. Após a compactação.LIMEIRA PROF. excesso de ligante asfáltico e expansão ou contração das camadas inferiores. . da compactação deficiente das camadas do pavimento. excesso de finos na mistura asfáltica. resultado de problemas de drenagem e construtivos. HIROSHI PAULO YOSHIZANE Página 21 Afundamento de Trilha de Roda – Nível de Severidade Alto A deformação permanente é um tipo de distorção que se manifesta sob a forma de depressões longitudinais. A deformação permanente nas trilhas de roda desenvolve-se em pavimentos mal compactados (densificação) ou com baixa estabilidade. O primeiro passo para reparar um afundamento da trilha de roda é determinar os limites do preenchimento. Após a remoção do material. as corrugações podem ser removidas com uma fresadora a frio. em planta. evidenciando uma mistura instável em virtude de problemas de dosagem. a utilização da serra circular resulta em rapidez e menores danos ao pavimento adjacente. Deve-se estender a remoção. Para um reparo efetivo. Finalmente. até mesmo de corrugações de severidade alta. como por exemplo. compactação e verificação da qualidade do remendo. Quando o pavimento apresenta base granular e um tratamento superficial delgado. HIROSHI PAULO YOSHIZANE Página 22 1. ligante pouco viscoso e mistura com excesso de agregados finos. aplicação de pintura de ligação. as áreas que apresentam deformação plástica do revestimento devem ser removidas e remendadas.14– Corrugação Corrugação – Nível de Severidade Alto A corrugação é uma distorção caracterizada pela formação de ondulações transversais na superfície do pavimento asfáltico. excesso de umidade.CENTRO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA CESET-UNICAMP .3. com posterior aplicação de uma capa selante ou recapeamento de concreto asfáltico. como por exemplo. lançamento da mistura asfáltica. seguida de mistura com a base e compactação. Para corrugações em pequena extensão. ou de problemas construtivos. uma medida corretiva para a corrugação consiste na escarificação do revestimento. fraca ligação entre base e revestimento e cura insuficiente das misturas produzidas com emulsões asfálticas ou asfaltos diluídos. Ocorre em locais que apresentam elevados esforços tangenciais. lisos ou arredondados. aplica-se o ligante asfáltico e lança-se um novo tratamento superficial. excesso de asfalto. . deve-se executar o remendo da mesma forma que o recomendado para as trincas por fadiga do revestimento: limpeza prévia. até pelo menos 30 cm além das extremidades da área afetada. Caso o revestimento tenha mais de 5 cm de espessura.LIMEIRA PROF. acerto e nivelamento do material lançado. CENTRO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA CESET-UNICAMP . deve-se varrer as partículas soltas. o baixo índice de vazios da mistura e a compactação pelo tráfego. efetuando o acabamento do revestimento ou preparando a superfície para receber uma camada delgada de concreto asfáltico ou tratamento superficial. HIROSHI PAULO YOSHIZANE Página 23 1. ocorre mais freqüentemente em países de clima quente. que remove a parte superior da capa asfáltica.3. Também pode ser executada a fresagem a frio. O agregado a ser aplicado deve ter dimensão máxima de 1 cm. tendo como causas o excesso de ligante. Em muitos casos. Outra alternativa é a utilização de uma camada delgada de mistura usinada a quente. recomendando-se a utilização de rolo pneumático. capaz de absorver o excesso de asfalto. com baixo teor de asfalto. comprometendo a segurança ao diminuir o coeficiente de atrito pneupavimento. O movimento ascendente do asfalto. a exsudação pode ser corrigida com aplicações repetidas de areia quente. 1. mas aceitando-se rolo metálico.3. que resulta na formação de uma película na superfície. no entanto. Após o resfriamento do agregado. ser aquecido até pelo menos 150ºC e espalhado a uma taxa de 5 a 8 kg/m². que necessita. A compactação deve ser realizada imediatamente após o espalhamento do agregado.15– Exsudação Exsudação – Nível de Severidade Alto A exsudação é caracterizada por excesso de ligante asfáltico na superfície do pavimento.LIMEIRA PROF. ser revestida com outra camada asfáltica para evitar o desgaste.16 – Empolamento . Pode ser causado por ação do frio. 1. no caso de solos expansivos. O Empolamento ocorre gradualmente. durante uma noite. devido às baixas temperaturas. nos casos de inchamento do solo. inchamento do solo do subleito.LIMEIRA PROF. que pode ocorrer nitidamente sobre uma pequena área ou como uma onda longa e gradual.CENTRO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA CESET-UNICAMP . HIROSHI PAULO YOSHIZANE Página 24 Empolamento – Nível de Severidade Médio O Empolamento é caracterizado por um inchaço na superfície do pavimento. ou de elevação da superfície de concreto asfáltico.3. quando a água acumulada nas camadas subjacentes congela. expansão da camada subjacente de concreto de cimento Portland e raízes de árvores. O Empolamento pode ser acompanhado de trincamento da superfície.17 – Desintegração . ou. A Desintegração. conseqüente do tráfego.CENTRO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA CESET-UNICAMP .18 – Intemperismo . sob alta pressão hidrostática motivada pelo tráfego. geralmente. caracterizada pelo desalojamento progressivo de partículas do agregado. HIROSHI PAULO YOSHIZANE Página 25 Desintegração – Nível de Severidade Alto A Desintegração é a corrosão do revestimento do pavimento. Na Desintegração. massa asfáltica muito dura e quebradiça e presença de água que entra no pavimento através dos vazios intercomunicados. 1. as partículas do material ficam soltas e atuam como material granular desvinculado. devido à quebra e à perda do ligante.3.LIMEIRA PROF. indica que o ligante endureceu significativamente. Pode ser causada por tensão de cisalhamento horizontal. as partículas da mistura ficam soltas e atuam como material granulado desvinculado.19 – Desagregação .).CENTRO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA CESET-UNICAMP . 1. condições defeituosas de execução e compactação insuficiente. HIROSHI PAULO YOSHIZANE Página 26 Intemperismo – Nível de Severidade Médio O Intemperismo é a corrosão do revestimento do pavimento causado pela perda do ligante asfáltico. Pode ser causado por solicitações tangenciais muito importantes (curvas.3.LIMEIRA PROF. devido à perda do ligante. etc. por período de tempo prolongado. No Intemperismo. emissões dos motores dos veículos (ação de hidrocarbonetos como solventes do asfalto). com elevado coeficiente de atrito.20 – Agregados Polidos Agregados Polidos Os agregados polidos resultam da ação abrasiva do tráfego. as partículas de agregado se soltam e atuam como material granulado desvinculado. particularmente de agregados com baixa resistência à abrasão. com a evolução do problema.3. Na Desagregação. isto é. ou seja. É motivada por quebra ou inexistência do vínculo entre o agregado e o cimento asfáltico. HIROSHI PAULO YOSHIZANE Página 27 Desagregação – Nível de Severidade Alto A Desagregação é caracterizada pela corrosão do revestimento do pavimento em virtude da perda da adesão asfalto-agregado. que elimina as asperezas e angularidades das partículas.CENTRO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA CESET-UNICAMP . execução da obra em condições meteorológicas desfavoráveis e permanência de água na superfície do pavimento. ocorrem perdas de agregados graúdos e a taxa superficial torna-se cada vez mais áspera.LIMEIRA PROF.21 – Desgaste O desgaste é um defeito que consiste na perda de adesividade do ligante asfáltico e desalojamento progressivo das partículas de agregado. devido à presença de poeira ou de agregado sujo. 1. 1. mas. A única forma de reparo é a execução de uma nova camada de revestimento. usando agregados ásperos. Comprometem a segurança em virtude da redução do coeficiente de atrito pneu-pavimento. No início há perda de agregados miúdos. . devido à perda do vínculo asfalto-agregado. o que provoca a remoção do asfalto pela água e pelo vapor d’água. pela não colagem do cimento asfáltico ao agregado. angulosos e com elevada resistência à abrasão.3. deve-se aplicar um tratamento superficial ou um revestimento de concreto asfáltico. superaquecimento da mistura na usina. dependendo da condição da superfície e do volume de tráfego. execução sob condições meteorológicas desfavoráveis etc. a volatilização e a intemperização. HIROSHI PAULO YOSHIZANE Página 28 O desgaste. compactação insuficiente (excesso de vazios). no caso de recapeamentos sucessivos. As soluções para o problema de desnível entre pista e acostamento são: fresagem ou reciclagem do revestimento. A aplicação de agregado não é necessária. no caso de erosão ou consolidação.22 – Desnível entre Pista e Acostamento Desnível entre a Pista e o Acabamento – Nível de Severidade Alto Consiste em diferença de elevação entre as faixas de tráfego e o acostamento. a oxidação. conforme apresentado no Programa SHRP. engloba o envelhecimento. No caso de se adotar um reparo de emergência. 1. agregados sujos. o endurecimento. abertura precoce ao tráfego.CENTRO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA CESET-UNICAMP . Muitas causas podem ser responsáveis pelo desgaste de revestimentos asfálticos: falta de ligante. recomenda-se limpar a superfície e aplicar apenas ligante asfáltico rejuvenescedor. mas deve-se proibir o tráfego até o processo de cura da capa selante estar completado. Pode ser causado tanto pela execução de recapeamentos sucessivos como pela erosão ou consolidação de acostamento não-pavimentado. .3. Para um reparo permanente. úmidos ou com pequena resistência à abrasão.LIMEIRA PROF. recomposição do acostamento. devido à largura total pavimentada.CENTRO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA CESET-UNICAMP . não permitindo a entrada da água ou. Pode ser causada por ação de cisalhamento do acostamento. Essa separação não é considerada como um defeito se a junta está muito fechada ou selada. movimento na borda do aterro devido ao declive e contração do material do acostamento ou. por deslocamentos térmicos. 1.24 – Afloramento D’água . não há junta.3.3.23 – Separação entre a Pista e o Acostamento Separação entre a Pista e o Acostamento – Nível de Severidade Alto A Separação entre a Pista e o Acostamento é um alargamento da junta entre a pista e o acostamento. A Separação entre a Pista e o Acostamento ocorre em conseqüência de movimentos do acostamento em relação à pista. HIROSHI PAULO YOSHIZANE Página 29 1. È incluída neste defeito. a separação entre a pista e a sarjeta.LIMEIRA PROF. para a superfície. No Afloramento.3. lentamente. submetidos à alta pressão de água. à superfície. de material .CENTRO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA CESET-UNICAMP . no revestimento do pavimento. É causado pela existência de vazios sob a superfície do pavimento. 1. É identificado pela deposição.LIMEIRA PROF. sob a ação das cargas do tráfego.25 – Bombeamento Afloramento d’água – Nível de Severidade Baixo (Detalhe) Bombeamento d’água – Nível de Severidade Alto O bombeamento é o fenômeno de saída de água pelas trincas do pavimento. HIROSHI PAULO YOSHIZANE Página 30 O Afloramento d’água é o vazamento lente d’água pelas trincas. a água do interior é submetida a alta pressão o que faz com que ela migre. neste trabalho. execução sob condições climáticas desfavoráveis. geralmente aplicações de ligantes asfálticos e posterior cobertura por camadas de agregado mineral. base absorvente. deve-se eliminar a água acumulada no pavimento. apresentamse também. os defeitos e as atividades de manutenção de pavimentos revestidos com tratamento superficial. - . Como não é possível evitar a pressão exercida pelas cargas do tráfego.3. demora para o início da compactação: a ligação com o agregado deve ocorrer em uma estrutura densa. através da melhoria ou instalação de drenagem subterrânea. o desalojamento de agregados sob a ação do tráfego (desgaste) pode ter como causas: espalhamento do agregado após o resfriamento do ligante: mais de um minuto de intervalo entre a aplicação do ligante e o lançamento do agregado pode ser suficiente para comprometer a adesividade. a manifestação de defeitos em um tratamento superficial tem características particulares. HIROSHI PAULO YOSHIZANE Página 31 carreado das camadas inferiores. antes da cura do ligante. pois ainda representam parcela significativa da malha rodoviária brasileira e podem ser utilizados para o reparo de pavimentos antigos e desgastados. utilização de agregado úmido ou com excesso de pó. Por causa do método de construção. capaz de resistir às ações do tráfego. por exemplo. que se restringe aos pavimentos revestidos com concreto asfáltico usinado a quente.LIMEIRA PROF. resultando em falta de ligante no revestimento. Assim. liberação precoce ao tráfego.26 – Tratamentos Superficiais Embora não sejam considerados pelo Programa de Pesquisa SHRP.CENTRO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA CESET-UNICAMP . 1. P.. L.A.. (1993). Manual de Trabalhos Preparatórios e Terraplenagem – Unicamp Souza. R. F. de et al.CENTRO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA CESET-UNICAMP . HIROSHI PAULO YOSHIZANE Página 32 BIBLIOGRAFIA Fernandes Junior. Manual de Pavimentação – 1º e 2º Volumes – Departamento Nacional de Estradas de Rodagem . L. (1960). (2001). A. . Defeitos e Atividades de Manutenção e Reabilitação em Pavimentos Asfálticos – Universidade de São Paulo – Escola de Engenharia de São Carlos – Departamento de Transportes Domingues. Zerbini. F. Manual para Identificação de Defeitos de Revestimentos Asfálticos de Pavimentos – Unicamp Yoshizane. J. Oda. S.LIMEIRA PROF. H.
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