Curso-Basico-Apologetica

March 26, 2018 | Author: Diácono Gleidson Urbano Pereira | Category: Calvinism, Catholic Church, Lutheranism, Faith, Bishop


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SUMÁRIO 12SOBRE A EDUCAÇÃO TEOLÓGICA ....................................................................... 3 INTRODUÇÃO À TEOLOGIA PRÓPRIA .................................................................. 3 O SER DE DEUS ......................................................................................................4 OS ATRIBUTOS DE DEUS ...........................................................................................5 AS TRÊS PESSOAS DA TRINDADE ................................................................................8 NOMES BÍBLICOS DA IGREJA......................................................................................8 A IGREJA ANTES DA REFORMA ...................................................................................9 A IGREJA NO PERÍODO DA REFORMA .........................................................................10 A IGREJA APARTIR DO SÉCULO XVIII ........................................................................11 O GOVERNO DA IGREJA ..........................................................................................11 O PODER E A FONTE DO PODER DA IGREJA ................................................................12 NO MUNDO GENTÍLICO ...........................................................................................13 FOI INSTITUÍDO COM AUTORIDADE DIVINA..................................................................14 A DOUTRINA DO BATISMO NA HISTÓRIA .....................................................................14 O MODO PRÓPRIO DO BATISMO................................................................................15 RELAÇÃO ENTRE ANTROPOLOGIA E CRISTOLOGIA ........................................................15 DESENVOLVIMENTO DA DOUTRINA DE CRISTO ............................................................15 OS NOMES DE CRISTO ............................................................................................16 OS OFÍCIOS DE CRISTO ...........................................................................................18 O ESTADO DE CRISTO ............................................................................................19 A ORIGEM DO PECADO ...........................................................................................21 A NATUREZA DO PRIMEIRO PECADO OU DA QUEDA DO HOMEM .....................................22 A IDÉIA BÍBLIA DO PECADO .....................................................................................22 O PECADO NA VIDA DA RAÇA HUMANA ......................................................................23 A PUNIÇÃO DO PECADO...........................................................................................24 MORTE ESPIRITUAL ................................................................................................24 O QUE É PECADO ..................................................................................................24 A EXISTÊNCIA DOS ANJOS .......................................................................................25 ANJOS NA BÍBLIA ...................................................................................................25 A CRENÇA UNIVERSAL SOBRE ANJOS ........................................................................25 A DOUTRINA DOS ANJOS E A TEOLOGIA SISTEMÁTICA ..................................................26 A CRIAÇÃO DOS ANJOS ...........................................................................................27 A NATUREZA DOS ANJOS .........................................................................................27 A ORDEM DA SALVAÇÃO (ORDO SALUTIS) ..................................................................28 INTRODUÇÃO À HERMENÊUTICA .................................................................. 33 A HERMENÊUTICA E A EXEGESE .................................................................. 33 INTERPRETAÇÃO DAS ESCRITURAS ............................................................................34 VISÃO PANORÂMICA DA HISTÓRIA .............................................................................34 2.1. 2.2. 343.1. 4.1. 4.2. 4.3. 4.4. 4.5. 4.6. 55.1. 5.2. 5.3. 5.4. 66.1. 6.2. 6.3. 6.4. 6.5. 77.1. 7.2. 7.3. 7.4. 7.5. 7.6. 7.7. 88.1. 8.2. 8.3. 8.4. 8.5. 8.6. 910 11 9.1. INTRODUÇÃO À TRINDADE ................................................................................. 8 INTRODUÇÃO À HISTÓRIA E DOUTRINA DA IGREJA ........................................... 8 INTRODUÇÃO AO BATISMO CRISTÃO................................................................ 13 INTRODUÇÃO À CRISTOLOGIA.......................................................................... 15 INTRODUÇÃO À HARMATIOLOGIA..................................................................... 21 INTRODUÇÃO À ANGELOLOGIA ......................................................................... 25 INTRODUÇÃO À SOTERIOLOGIA ....................................................................... 28 11.1. 11.2. INTRODUÇÃO À TEOLOGIA - 2 11.3. 11.4. 11.5. 11.6. 11.7. 11.8. 11.9. 11.10. 11.11. 11.12. 11.13. 11.14. 12 12.1. 12.2. 12.3. 12.4. 12.5. 12.6. 12.7. 12.8. 13 13.1. 13.2. 13.3. 13.4. 13.5. 13.6. 13.7. 13.8. ANÁLISE HISTÓRICO-CULTURAL E CONTEXTUAL. ......................................................... 35 ANÁLISE LÉXICO-SINTÁTICA ..................................................................................... 36 SIGNIFICADOS DAS PALAVRAS .................................................................................. 36 ANÁLISE TEOLÓGICA .............................................................................................. 37 TEORIA DISPENSACIONAL ........................................................................................ 37 TEORIA LUTERANA ................................................................................................. 38 TEORIA DAS ALIANÇAS ............................................................................................ 38 INTRODUÇÃO À HERMENÊUTICA ESPECIAL .............................................................. 39 TIPOLOGIA BÍBLICA............................................................................................. 39 CLASSIFICAÇÕES DOS TIPOS ................................................................................ 40 PROFECIA ......................................................................................................... 41 LITERATURA APOCALÍPTICA .................................................................................. 41 A PREPARAÇÃO ESPIRITUAL ..................................................................................... 42 O ESTUDO DA BÍBLIA ............................................................................................. 42 A TAREFA DO MINISTRO .......................................................................................... 42 O PREPARO DA MENSAGEM ..................................................................................... 43 SERMÃO ............................................................................................................... 43 CLASSIFICAÇÃO DOS SERMÕES ................................................................................ 46 ILUSTRAÇÕES ........................................................................................................ 47 CONSELHOS PRÁTICOS NO PREPARO DA MENSAGEM .................................................... 48 O ARREBATAMENTO DA IGREJA (LC 21:34-36; JO 14:3; MT 25:1-6) ............................ 48 AS BODAS DO CORDEIRO ........................................................................................ 49 A GRANDE TRIBULAÇÃO .......................................................................................... 49 A VOLTA DE JESUS À TERRA .................................................................................... 50 O JULGAMENTO DAS NAÇÕES (MT 25:31 - 34,41,46). ................................................ 50 O MILÊNIO ........................................................................................................... 50 O JUÍZO DO GRANDE TRONO BRANCO (AP 20:11-15).................................................. 51 O ESTADO ETERNO ................................................................................................ 52 INTRODUÇÃO À HOMILÉTICA ........................................................................41 INTRODUÇÃO À ESCATOLOGIA......................................................................48 Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.institutodeteologialogos.com.br | [email protected] se partirmos da admissão de que a Teologia é o conhecimento sistematizado de Deus de quem. Tome comum a mensagem. em forma de solidariedade. Como facilitador da visão de ensino. filtrando os resultados no bom-senso.com. reúna seus alunos. com liberdade de pensamento para terem respostas. Lembrem-se de que a primeira impressão é a que fica marcada na consciência. memorizador e informe o assunto de forma contextualizada com a realidade atual. 2. responsabilidade social e espiritualidade. Tome esta certa decisão: Estude. procurando soluções com base bíblicas sem fundamentalismo de usar textos sem contextos por pretextos de posicionamentos individuais. 2- INTRODUÇÃO À TEOLOGIA PRÓPRIA As obras de dogmática ou de Teologia Sistemática geralmente começam com a Doutrina de Deus. em detrimento da Palavra de Deus. formando juízo de valores. na solidariedade da compreensão mútua. Somente o correto de forma correta leva ao sucesso. Temos que ser perceptivos. dê um tempo para refletirem. com amor. Deus levantou o projeto para um grande avivamento espiritual. Estimule os alunos. com coerência e potencial. de mudarmos o mundo. mas “ser cristão”. alma e espírito com sensibilidade. Há boas razões para começar com a Doutrina de Deus. ética. atrairá futuros líderes ao aprendizado e criará um ambiente mais espiritual na nossa Igreja (Koinonia). 3. conhecendo a matéria previamente. em Deus. esperando que Deus lhes conceda o entendimento do Reino dos Céus.br | contato@institutodeteologialogos. que se tornarão futuros evangelizadores capacitados na Bíblia.com. Temos capacidade. Aprender a fazer: Seja Preparado para ministrar as aulas.institutodeteologialogos. hábeis para lidar com as dúvidas. por meio de quem. Seja amável. sem agressões. compreensivo. É muito importante porque nos dará ampla visão da teologia Divina. Aprender a Viver juntos: Estimule a descoberta mútua entre os alunos da Palavra de Deus. Seja competente. mas para ajudar e corrigir as almas. Não basta apenas termos talentos naturais ou compreensão das conseqüências das crises que o mundo atravessa. preparando-os para integrarem corpo. estimulando a criatividade dos alunos. conheça os quatro pilares da Educação: 1. apresente os planos de aula. com a ajuda do Espírito Santo. útil. preparandoos para a tarefa determinada de Jesus de serem discípulos. divulgue a doutrina. na consciência e submissão ao Espírito Santo que rege a igreja.INTRODUÇÃO À TEOLOGIA . que sempre é o referencial. compreensivo. Precisamos exercer influências com nosso testemunho perante os que dispomos a ensinar a Palavra de Deus. em conjunto. atento. devemos incentivar a confiança dos alunos na Escritura. o objetivo do curso não é apenas ter conhecimento. promovendo auto-conhecimento e auto-estima entre os alunos.br . cooperativismo. e para quem são todas as coisas. Aprendizados errados geram desastres e resistência à Obra de Deus. 4. sem ter uma visão exclusivista do seu ponto de vista.3 1- SOBRE A EDUCAÇÃO TEOLÓGICA Estamos vivendo tempos de fome espiritual. antes. Não preguemos a verdade para ferirmos os outros ou para destruir. sincero. o material. levando-os a aprenderem a decidirem por si mesmos. Temos que combinar estratégias de ensino com o caráter revelado em nossas vidas. Aprender a Ser: Resgate a visão holística (completa) e integral dos alunos. onde heresias têm procurado se instalar no seio da Igreja. Em vez de surpreender-nos de que a dogmática Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. começando do mundo interior das consciências humanas dos alunos. tranqüilize e encoraje os outros a fazerem parte de novas turmas. como facilitador do processo educacional. Aprender a Conhecer: Tenha a humildade de saber que não sabes tudo. como Ele se revelou a nós. O Cristão aceita a verdade da existência de Deus pela fé. e se pode dizer com base na Escritura que Ele é vida. Mas esta fé não é uma fé cega. O incrédulo não tem nenhuma real compreensão da Palavra de Deus. mas deixa sem explicação o ser essencial. As Palavras de Paulo são muito pertinentes nesta conexão: Onde está o sábio? Onde o escriba? Onde o inquiridor deste século? Porventura não tornou Deus louca a sabedoria do mundo? Visto como. O Ser de Deus Relação do Ser e dos Atributos de Deus. a natureza de Deus em (2 Pe 1:4). e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade. E mesmo uma definição dessas não pode ser completa. mas apenas parcial. primariamente. Uma definição Genético-sintética assim. visto que Deus não é um dentre várias espécies de deuses. Os escolásticos afirmavam ademais. 2. É estes conhecimentos intensivos. bem poderíamos esperar que fosse completamente um estudo de Deus. só é possível uma definição analítico-descritiva. luz.br | contato@institutodeteologialogos. porque é impossível dar uma descrição de Deus positiva exaustiva. O ser de Deus é caracterizado por profundidade. Se alguém quiser fazer a vontade dele conhecer· a respeito da doutrina. que entra em várias relações com as suas criaturas. em todas as suas ramificações do começo ao fim.com. Da simplicidade de Deus segue-se que Deus e Seus atributos são um. não se pode dar de Deus. na Escritura como a Palavra de Deus inspirada. No máximo. Iniciamos o estudo de Teologia com duas pressuposições. Vê-se Deus em quase todas as páginas da Escritura Sagrada em que Ele se revela em palavras e atos. Disse Jesus. Deve-se.com. Ele tem vida. luz. resultantes da intima comunhão com Deus. que toda a essência de Deus é idêntica a cada um Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.1. pela loucura da pregação (1 Co 1:20.4 começa a Doutrina de Deus. Comumente se dizem que os atributos de Deus são o próprio Deus. o mundo não o conheceu por sua própria sabedoria. que Oséias tem em mente quando diz: “Conheçamos. e as provas se acham.INTRODUÇÃO À TEOLOGIA . Nesse sentido a Bíblia não prova a existência de Deus. Os escolásticos acentuavam o fato de que Deus é tudo quanto Ele tem. e a torna uma fé inteiramente razoável. Que Ele se revelou em Sua Palavra Divina. Esta revelação de Deus constitui a base da nossa fé na existência de Deus. que é somente pela fé que aceitamos a revelação de Deus e que obtemos uma real compreensão do seu conteúdo. E esta plenitude de Deus acha expressão nas perfeições de Deus. sabedoria.21). que pudesse ser classificado sob um gênero único. A Bíblia nunca opera com um conceito abstrato de Deus. Outra passagem repetidamente citada como contendo uma indicação da essência de Deus. Sua essência em (Pv 8:14). senão se admite que Deus existe. esta fé se baseia numa informação confiável. Que Deus existe. Para nós a existência de Deus é a grande pressuposição da Teologia. Esta simplesmente menciona as características de uma pessoa ou coisa. e não doutra maneira. É evidente que o Ser de Deus não admite nenhuma definição cientifica. aprouve a Deus salvar os que crêem. amor e justiça. e prossigamos em conhecer ao Senhor” (Oséias 6:3).br . na revelação de Deus na natureza. notar. e. sem nenhuma contradição inerente. se ela é de Deus ou se eu falo por mim mesmo (Jô 7:17). O Ser de Deus. amor e justiça. a saber: 1. (Como oposta a uma negativa). secundariamente. na sabedoria de Deus. plenitude. pois não há sentido em falar-se do conhecimento de Deus. e como a que mais se aproxima de uma definição na Bíblia é João 4:2: Deus é espírito. sabedoria.institutodeteologialogos. 2. variedade. O que mais se aproxima de uma declaração talvez seja o que lemos em Hebreus 11:6: A Bíblia pressupõe a existência de Deus em sua declaração inicial: “No principio criou Deus os céus e a Terra”. relações que indicam vários atributos diferentes. mas sempre O descreve como o Deus vivente. e uma glória que excede nossa compreensão e a Bíblia apresentam isto como um todo glorioso e harmonioso. mas fé baseada em provas. Embora a verdade da existência de Deus seja aceita pela fé. Zc 14:9.24. com relação ao seu povo. podem ser considerados sinônimos. então. uma santidade qualitativamente livre de toda limitação ou defeito. D. de modo que o conhecimento de Deus. Encontram-se indicações adicionais disso na afirmação presente em (Jo 5:26).este atributo salienta a unidade e a unicidade de Deus. aparência e realidade (O real.INTRODUÇÃO À TEOLOGIA . Rm 1:23. mas a sua unicidade (Dt 6:4. denotam a mesma coisa e. a vontade de Deus. como são aplicados a Deus. ser e atributos. não a unidade. Sua eternidade . Em virtude deste atributo. Alguns deles chegaram mesmo a dizer que cada atributo é idêntico a cada um dos demais atributos. mas. denominada imensidade. Jr 3:23. A Imutabilidade de Deus. A. Ml 3:6. Unitas Singularitatis . Provas bíblicas comprovam com passagens de texto em (1 Rs 8:60 .12. como tal. B. e é imune de todo acréscimo ou diminuição e de todo desenvolvimento ou diminuição e de todo desenvolvimento ou decadência em seu ser e em suas perfeições. A unidade de Deus. At 7:25) e nas afirmações que implicam que Ele é independente em seu pensamento (Rm 11:33. Sua imensidade . Sua perfeição absoluta . Ef 1:5 . mas.institutodeteologialogos. os termos imensidade e onipresença. a realidade última).28). Rm 9:19. Tg 1:17). Sl 139:7-10. Sl 145:3. Na declaração de que ele é independente de todas as coisas e que todas as coisas só existem por meio dele (Sl 94:8s. como matéria e espírito.A infinidade de Deus também pode ser vista com referência ao espaço. sendo. Considerando absoluto como aquilo que é livre de todas as condições (ou Incondicionado ou Auto-existente). Ap 4:11) em seu poder (Sl 115:3. e a santidade infinita não é um quantum ilimitado de santidade. A existência Autônoma de Deus como o Ser auto-existente e independente que Deus pode dar a certeza de que permanecer· eternamente o mesmo. Sl 102:26-28. é Deus..O poder infinito não é um quantum absoluto. Atributos Incomunicáveis Salientam o Ser absoluto de Deus. ou livre de todas as diferenças ou distinções fenomenológicas.49. 1. 48:12.com. x Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.br | contato@institutodeteologialogos. Ele é exaltado acima de tudo quanto há. A infinidade de Deus. sim.2. Mt 5:48). Ef 3:21). Os Atributos de Deus 1. e em seu conselho (Sl 33:11).com. sujeito e objeto.A infinidade de Deus em relação ao tempo é denominada eternidade A forma em que a Bíblia apresenta a eternidade de Deus está nas passagens bíblicas de (Sl 90:2. sim. At 7:48. Is 66:1. de todas as imperfeições (o Perfeito). e assim por diante. de todas as relações (o Irrelacionado). Is 40:18 s.. Hb 1:11. A prova bíblica disto acha-se em (Jó 11:7-10. Em certo sentido. 2.5 dos atributos. e que não existem distinções lógicas em Deus. é Deus. At 17:27. 1 Co 8:6 . Outras passagens salientam.34) em sua vontade (Dn 4:35 . A imutabilidade de Deus é claramente ensinada em passagens da Escritura como (Ex 3:14. A onipresença de Deus é revelada claramente na Escritura (1 Rs 8:27. C. Ele é único.br . um potencial inexaurível de energia. o fato de que Ele é numericamente um e que. 3. portanto. Is 41:4. 102:12. 1.1 Tm 2:5). 2. O conhecimento que Deus tem de Si mesmo e de todas as coisas possíveis.quando falamos da simplicidade de Deus. (Jó 37:16). normal e elevado. Através dos atributos comunicáveis Deus se relaciona com seres morais. e que os sentidos corporais não O podem discernir. a quem homem algum jamais viu. Atributos Intelectuais. vida.6 15:11).com. 147:4 . Mt 11:21). B. verdade. porque é absolutamente compreensivo. e não resulta de observação ou de um processo de raciocínio. sem nenhuma ação concomitante da vontade divina. o único que possui imortalidade. Sl 139:1-4. conhece o lugar da sua habitação (Sl 33:13) e os dias da sua vida (Sl 37:18). 2. Chamado necessário porque não é determinado por uma ação da vontade divina. 40:27. conhece-se a Si próprio e a todas as coisas possíveis e reais num só ato eterno e simples. a condição de estar livre de divisão em partes e. observa os caminhos dos homens (Dt 2:7 . mas ela está implícita onde a Bíblia fala de Deus como justiça. Amém. Unitas Simplicitatis . das coisas que existiram no passado. que habita em luz inacessível.com.br . A escritura ensina a presciência divina de eventos contingentes (1 Sm 23:10-13 . assim. Sua Natureza. mas também em sua abrangência. C. Jó 12:13 . A Sabedoria de Deus. Ele é perfeito em conhecimento. devido a sua perfeição absoluta. 3. A. A. 48:18. Sl 1:6. sabedoria. 2. (1 Tm 6:15.institutodeteologialogos. portanto. empregamos o termo para descrever o estado ou qualidade que consiste em ser simples. mas para o coração (1 Sm 16:7 . um conhecimento que repousa na consciência de Sua onipotência. A escritura não a afirma explicitamente. E. Paulo fala dele como o Rei eterno. Pode-se considerar a sabedoria de Deus como um aspecto do Seu conhecimento. Trata-se. Sl 94:9 . Sl 81:14. A Espiritualidade de Deus. assim condena as fantasias de alguns dos antigos gnósticos e dos místicos medievais. luz. inato e imediato. é aquele que ele tem de todas as coisas reais. invisível (1 Tm 1:17). etc. Pode-se definir o conhecimento de Deus como a perfeição de Deus pela qual Ele. indica que cada uma destas propriedades. ao menos. e de todos os sectários dos nossos dias que atribuem o corpo a Deus. em vista do fato de que é pura e simplesmente um ato do intelecto divino. O conhecimento caracterizado por perfeição absoluta. totalmente abrangente e imutável e é chamado livre conhecimento porque é determinado por um ato concomitante da vontade. nem é capaz de ver. Is 42:9.17 . O livre conhecimento de Deus.3. inteligentes e livres. amor. isto é. 24:23. e como o Rei dos reis e Senhor dos senhores.28). não olha para a aparência exterior. imortal. Is 29:15 . O que mais se aproxima disso é a palavra dita por Jesus á mulher samaritana: Deus é espírito (Jo 4:24). O conhecimento de Deus não é perfeito somente em sua natureza. O conhecimento é adquirido pelo estudo. mas a sabedoria resulta de Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. 1 Cr 28:9. podemos afirmar que Ele não tem nenhuma das propriedades pertencentes á matéria. A Ele honra e poder eterno. 31:4 . 2Rs 13:19 . Jô 23:10. Jr 17:10). como por exemplo. A idéia de espiritualidade exclui necessariamente a atribuição de qualquer coisa semelhante a corporalidade a Deus e. É chamada onisciência. como um Ser pessoal. Jr 2:2. Atributos Comunicáveis. conscientes. Também é conhecido como conhecimento de simples inteligência. A perfeição agora em foco expressa a unidade interior e qualitativa do ser divino. Atribuindo espiritualidade a Deus. é idêntica ao seu ser.INTRODUÇÃO À TEOLOGIA . A Bíblia atesta abundantemente o conhecimento. em (1 Sm 2:3 .br | contato@institutodeteologialogos. de composição. de uma declaração que visa dizer-nos numa única palavra o que Deus é. O Conhecimento de Deus.15. de maneira inteiramente única. A Bíblia não nos dá uma definição de Deus. Sua Extensão. 119 :168). Diversas passagens da Escritura ensinam claramente a onisciência de Deus. Fundamenta-se no conhecimento infinito que Deus tem do seu propósito eterno.16). que existem no presente ou que existirão no futuro.38:17-20: Ez 3:6 . 21). 104:21. Em virtude de sua obra criadora.br . Jo 1:16.45. Is 65:16. com tal. 104 : 1-34). Ef 3:10). 2 Ts 1:8. Sl 58:11. Hb 11:26. Jo 17:25. mas nos limitaremos a referirmos a algumas das passagens mais significativas: Cr 20:6. Finalmente. em virtude da qual Deus é infinitamente reto em Si mesmo. 4:16.7. 97:7.br | contato@institutodeteologialogos. Ap 16:5. mas também a realidade das coisas. 2 Ts 2:16. 2 Co 8:9. Rm 2:7. Sl 50:10-12.1. At 17:24-26. 135:5. Tt 3:7. (Dt 5:10. não apenas a aparência. isto é. Sl 22:28. (As provas bíblicas da soberania de Deus são abundantes. Mq 7:20.34. 145:11-13. 1 Sm 2:2 . Ed 3:11. Ez 18:23. O Amor de Deus.11. Dt4:8. (Ed 9:15. A idéia fundamental de Justiça é a de estrito apego à lei. independentemente dos seus méritos.36). 2 Co 8:9. 115:4-8. de modo que a sua revelação é absolutamente confiável (Nm 23:19.institutodeteologialogos. Lc 6:35. Is 57:15 . Quando se diz que Deus é a verdade. 17:3. A Santidade de Deus. A veracidade de Deus. 6:26. Os 11:9 . Is 26:10. (Mc10:18. Pode se definir a misericórdia divina como a bondade ou amor de Deus é mostrado para com os que se acham na miséria ou na desgraça. C. Dn 9:14. 2 Cr 7:6. Jó 16:27.47:25. 3:7. o céu. Mt 5:44. em virtude disto. Sl 119:137. Aquela é a retidão da natureza divina.com. Ef 2:8 e Tt 2:11).19. A Escritura refere-se à sabedoria de Deus em muitas passagens. Jo 17:11 . Hb6:18).INTRODUÇÃO À TEOLOGIA . Sl 145:9. Primeiramente Ele é a verdade num sentido metafísico. Jó 41:11). Tt 1:4. mas também pelos homens. Ele é apresentado como o Criador. e até a apresenta como personificada em Provérbios 8. Jr 12:1. At 14:17). 1 Pe 1:17.10. 31:6. Is 3:10. A Justiça de Deus. os quais são chamados ídolos.8. distingui-se de todos os deuses. 145:137. Sl 86:5. 1 Sm 1:18. (Jo 3:16.15. 2 Tm 4:8. Lc 1:53. a terra e tudo o que eles contêm lhe pertencem. 33:11. Sl 136. Hb 6:18. (Lemos em Ef1:6. B.32. Atributos de Soberania. Vê-se esta sabedoria particularmente na criação (Sl 19: 1-7 . 1 Tm 1:2. Tt 1:2.13. At 14:3. 5. F.21. Dt 32:4. Rm 3:4. Ap 4:8 . Sl 36:6. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. JÛ 34:10 . 47:2. e constitui de tal modo a mente do homem que este pode conhecer. Rm 2:6. Mt 25. em seu sentido mais abrangente. é manifestada não só por Deus. Dt 7:9. Rm3:24. Rm 1:32. nulidades e mentiras (Sl 96:5. Sl 36:9.18. Tt 2:11. Ele é tudo que como Deus deveria ser e. Lc 18:18. 4. 1 Cr 16:34. revela-se como realmente é. 16:22). Rm 3:24. 1 Co 2:7 . Sl 57:10. A. Ap 19:6). Sua idéia fundamental é a de uma posição ou relação existente entre Deus e uma pessoa ou coisa.16. Rt 2:2. 1 Co 4:7. Is 44: 9. e Sua vontade como a causa de todas as coisas. 86:5.7 uma compreensão intuitiva das coisas. A Bondade de Deus.3. Jr 16:13.11. 2:7-9.7.11. conhece as coisas como realmente são. como tal. nEle a idéia da Divindade se concretiza perfeitamente. A soberania de Deus recebe forte ênfase na Escritura. 115:3. D. Geralmente se faz distinção entre a justiça absoluta de Deus e a relativa. Ne 9:6. 12:19.10. Sl 25:10. na providência (Sl 33:10. esta deve ser entendida. Ele é também a verdade num sentido Ético e. caso em que denota o favor de um homem a outro (Gn 33:8. Ele é também a verdade num sentido lógico e. em tudo e por tudo. Atributos Morais. Ef 2:8. 1 Jo 3:1). Nm 23:19. 1 Jo 2:29. Rm 5:8. Lc 6:35. E. 2 Cr 6:15.6. Dt 7:9. Segundo a Escritura. Ele está revestido de autoridade absoluta sobre as hostes celestiais e sobre os moradores da terra. Jr 10:8. 145:17. A Misericórdia de Deus. Lc 1:50.(EX 15:11 . Lc 17:10. 1 Jo 5:20.com. At 3:14 . enquanto que esta é a perfeição de Deus pela qual Ele se mantém contra toda violação da Sua Santidade e mostra. Mt 5:45. Lc 17:10. que Ele é o Santo. Rm 8:28) e na redenção (Rm 11:33. 39:4.10).12. A Graça de Deus. 2:9. 95:3-5. 6:10). D. Jo 14:6. 1Pe 1:16 . A Escritura é muito enfática em suas referências a Deus como a verdade (Ex 34:6. At 18:27. 2 Tm 1:1. Sl 145:9. Jr 27:5. 3:4-7. 1 Co 4:7. 5:17. Is 63:16. “indicar. portanto. pelo acréscimo da palavra Filioque (e do Filho) à versão latina do Credo de Constantinopla: Credimus in Spiritum Sanctum que a Patre Filio que procedidit (Cremos no Espírito Santo. 3:16. Rm 8:16. O Pai. At 10:38.11. 1 Co 12:11. 1 Rs 8:1. Jo 1:1-14.13). Jr 3:4. Ez 37:5. 44. 6:17.2. da qual toda paternidade terrena é apenas um pálido reflexo.1. Jo 14:16-18.30. Jr 26:17). Mesmo porque. Jo 1:14. O Espírito Santo. At 13:33. 27:40. O Velho Testamento emprega duas palavras para designar a igreja. ou a Segunda Pessoa da Trindade. Jo 3:8. 1 Co 8:6. At 16:7. foi firmada finalmente pelo Sínodo de Toledo em 589. B. 2 Cr 5:2-6). Cl 1:15. Tg 1:17. Ef 1:3-14). é da mesma essência do Pai e. 1 Co 2:4. Jo 10:36. (Jo:4:24. Is 10:20. Conseqüentemente.1. 64:8. Mt 5:45.br | contato@institutodeteologialogos. ou reunir-se num lugar indicado”. quase universal. Jo 5:18-25. O Filho.6. 2 Co 4:4. ou encontrar-se. que procede do Pai e do Filho). Ef 1:3.18.18:6 compare 5:22. Is 63:10. 3:16. Esta é a paternidade originária de Deus. Rm 15:13. Nome Pai em sua aplicação a Deus. Gn 8:1. Mt 11:27. a “assembléia da congregação” (Ex 12:6. 3:16. pois pode simplesmente denotar o estado tríplice (ser três). INTRODUÇÃO À HISTÓRIA E DOUTRINA DA IGREJA Nomes Bíblicos da Igreja A. como. C. ou a Terceira Pessoa da Trindade.11. como o Filho. Vê-se que.10. é consubstancial com Ele. Jo 20:17. Gn 1:2. Gl 4:4. Jo 14:26.5. 2 Sm 7:14. 11:27. qahal (ou kahal). Lc 1:32. 48:17. Ef 1:14. Jo 15:26. qal (oukal) obsoleta. são controvérsias trinitárias que levaram a conclusão de que o Espírito Santo. Jo 1:14.6. significando “chamar” e edhah (de ya’dah).INTRODUÇÃO À TEOLOGIA . Sl 51:11. Sl 40:7. O Nome Filho em sua aplicação à Segunda pessoa. Jo 1:13. Lc 3:38. Rm 8:11. porém. Jo 17:3. Hb 1:6. Jo 1:3. qahal no Pentateuco. Sl 71:22.3. 43:3. At 13:33. a reunião realizada era uma reunião de representantes do povo (Dt 4:10.institutodeteologialogos. 2:10. Is 63:10.36. Mt 8:29. Nos últimos livros da Bíblia (Velho testamento). 1 Rs 19:11. Hb 12:9. 16:7-11. Jo 1:9. Jo 5:26. 16:8.com. às vezes. 13:2. A relação do Espírito Santo com as outras pessoas da trindade. Lc 1:35. vemos ocasionalmente a expressão qehal edhah. qahal é geralmente traduzida por ekklesia. Rm 8:16. 2 Co 11:31.br . 1 Jo 1:1. Gn 2:7. 1 Jo 4:9. sem qualquer implicação quanto à unidade dos três.18. e a uma unidade que é trina. Hb 1:3.3. 8:54. 89:18. A primeira pessoa é o Pai da Segunda num sentido metafísico. Dt32:6. termo técnico na Teologia. 2 Sm 7:14.8. 5:17-26. 41:14. Jo 1:12. 16:7. Geralmente se entende. 1 Co 2:10. Ef 4:5. (Jó 1:14.18.23. 6:6-15. Ml 1:6. Hb 1:2. Hb 1:5. de “edhah” na Setuaginta. Cl 1:16. Hb 1:3.18.com. a saber. Ef 4:30. inclua essa idéia. E a longa discussão acerca da questão: se o Espírito Santo procedeu somente do Pai ou também do Filho. At 8:29. isto é. Jo 16:14. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. MT 26:63. Lc 12:12. Nm 14:5. e é também a versão usual de. Hb 1.18.18. Mt 6:9. As Três Pessoas da Trindade A. derivada de uma raiz. Á Segunda pessoa da trindade é chamado Filho ou Filho de Deus em mais de um sentido do termo. ou a Primeira Pessoa da Trindade. Mq 5:2.8 3- INTRODUÇÃO À TRINDADE A palavra Trindade não é tão expressiva como a palavra holandesa Drieenheid. Jo 17:5. 1 Jo 3:1. (1 Co 8:6. 4:14. Schuerer afirma que o judaísmo mais recente já indicava a distinção entre “synagoge” como designativo da congregação de Israel como uma realidade empírica. nos referimos a uma trindade em unidade.35. 14:12. No Velho Testamento. O nome aplicado à terceira pessoa da trindade. quando falamos da Trindade de Deus. Rm 8:26. 3. Synagoge é a versão usual. 26:63. Ef 3:15. porém. e “ekklesia” como o nome da mesma congregação considerada idealmente. 7:21. 1 Jo 1:1-3. Jo 1:49. Jo 15:26. 6:3. Sl 2:7. que. convocar”. a palavra adquiriu várias significações. que têm o Espírito de Deus e. (Mt 4:23. O importante é ser membro vivo da igreja assim concebida. Assim. Ele considerava os bispos como reais sucessores dos apóstolos e lhes atribuía caráter sacerdotal em virtude da sua obra sacrificial. Cl 4:15.2.27. Nalguns casos. e synagoge.institutodeteologialogos. desde que eram manifestações da Igreja Universal de Cristo. significando “reunir-se ou reunir”.39. que se uniram ou se unirão a Cristo como seu Salvador. Cabe a Cipriano a distinção de ser o primeiro a desenvolver plenamente a doutrina da igreja em sua estrutura episcopal. a Communio Sanctorum. a palavra denota o que se pode denominar “ekklesia doméstica”. de “syn” e “ago”. assim chamados. 3:9). o Novacianismo nos meados do terceiro e o Donatismo no início do quarto. As Igrejas locais não eram consideradas como unidades separadas. Mais tarde.9 B. são caracterizados pelo amor verdadeiro. Os que não se sujeitavam ao bispo perdiam o direito à comunhão da igreja e também à salvação. em seu sentido mais compreensivo. Agostinho não foi totalmente coerente em sua concepção da igreja. 11:26. mas simplesmente como partes componentes da igreja universal.com. chamado episcopado.com. O mundanismo e a corrupção crescentes nas Igrejas foram levando aos poucos a uma reação e deram surgimento à tendência em várias seitas. Igrejas foram estabelecidas em toda parte. 4. Isso teve a tendência de fixar a atenção na manifestação externa da igreja. constituía a unidade da igreja. Juntos os bispos formavam um colégio. A catolicidade da igreja recebeu forte Ênfase. o povo de Deus que Ele escolheu por possessão. Começou-se a conceber a igreja como uma instituição externa governada por um bispo como sucessor direto dos apóstolos e possuidor da tradição verdadeira. geralmente designa a igreja neotestamentária. Cl 1:18. derivadas da Setuaginta. Mas já na Segunda parte do século II houve uma mudança perceptível. O termo Ekklesia. O surgimento de heresias tornou imperativa a enumeração de algumas características pelas quais se conhecesse a verdadeira igreja católica. quer no céu.32. Pelos chamados pais apostólicos e pelos apologetas a igreja é geralmente apresentada como a Communio Sanctorum.24). Algumas passagens apresentam a idéia de que se acham reunidos (At 5:11. No Novo Testamento. Jesus foi o primeiro a fazer uso da palavra. ao combaterem esses sectários.28. Foi sua luta com os donatistas que o compeliu a refletir mais profundamente sobre a natureza da igreja. Ao que parece.br | contato@institutodeteologialogos. uma igreja local.21. Os pais primitivos da igreja. nos tempos apostólicos. No Período Patrístico. 1 Co 11:18. No Novo Testamento. O Novo Testamento também tem duas palavras. Ap 2:9. como tal. a palavra se refere a todo o corpo de fiéis. Acham-se exemplos deste uso da palavra em (Rm 6:23. Este uso da palavra acha-se principalmente nas cartas de Paulo aos Efésios e aos Colossenses. quer na terra.INTRODUÇÃO À TEOLOGIA . portanto. quais sejam. mais freqüentemente na primeira destas (Ef 1:22. Synagoge é pregada exclusivamente para denotar. Não se viu logo a necessidade de fazer distinções.4l). como resultado da expansão da igreja. 1 Ts 2:14). 14:19. davam ênfase cada vez maior à instituição episcopal da igreja. Finalmente.br . Gl 1:2. que. reconheceram-no publicamente como seu Senhor e aceitaram os princípios do reino de Deus. una e única. e não apenas Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. a unidade da Igreja estava baseada na unidade dos bispos. quer as reuniões religiosas dos judeus.35) enquanto que outras não (Rm 16:4. de “ek” e “Kaleo”. e Ele a aplicou ao grupo dos que se reuniram em torno dele (Mt 16:18). “chamar para fora. independentemente da questão se esses crentes estão reunidos para o culto ou não. pessoas importantes por sua riqueza ou por outras razões separavam em seus lares um amplo cômodo para o serviço divino. Fm 2). de fazer da santidade dos seus membros a marca da igreja verdadeira. De um lado. 5:23-25. como o Montanismo em meados do segundo século. 1Co 16:1. ele se mostra Predestinacionista que concebe a igreja como “a companhia dos eleitos”. ou “igreja na casa de alguma pessoa”. 1Co 16:19. e eram também chamadas Ekklesiai. desde que não há salvação fora da igreja. 3:10. A Igreja Antes da Reforma A. At 13:43. embora nuns poucos lugares denote “assembléias civis comuns” (At 19:32. Com muita freqüência a palavra ekklesia designa um circulo de crentes de alguma localidade definida. porém. ekklesia. quer os edifícios em que eles se reuniam par o culto público. mas também na fiel administração da disciplina na igreja. ao passo que o Estado só providencia o seu bem-estar temporal. ele foi ao outro extremo e virtualmente sujeitou a igreja ao estado em tudo. o comércio e a indústria. mediante os sacramentos. O sistema de doutrina desenvolvido por Cipriano e Agostinho estava completo. os papas reivindicaram domínio sobre os governantes seculares também. Os anabatistas não ficaram satisfeitos com a posição de Lutero e insistiam numa igreja só de crentes. porem. Há duas classes de pessoas na igreja. Agostinho admitia que aqueles e estes não estavam na igreja no mesmo sentido.com. A Igreja no Período da Reforma Os reformadores romperam com a concepção católica romana da igreja. de fato. e precisava apenas de uns pequenos re-toques de acabamento para chegar ao seu desenvolvimento final. A idéia de uma igreja infalível e hierárquica. mas simplesmente dois aspectos da mesma igreja. um visível e outro invisível. não somente na correta administração da Palavra e dos Sacramentos. não teve o apoio de Lutero. eles não procuravam. É depositária da graça divina.10 pertencer a ela num sentido meramente externo. mas. Todavia. Ele teve o cuidado de assinalar que não existem duas igrejas. Ambos são de constituição monárquica. a Palavra e os sacramentos. que adere à idéia da igreja defendida por Cipriano ao menos em seus aspectos gerais. mas pela pura administração da Palavra e dos sacramentos. um corpo misto. e tudo mais. exigiam completa separação de igreja e estado. Os leigos. eles zombavam da igreja visível e dos meios de graça. portanto. Ele defendia a unidade da igreja. 4. Levou á gradual secularização da Igreja. mas a igreja é o poder superior. sobretudo na comunhão subjetiva dos crentes.INTRODUÇÃO À TEOLOGIA . Passo a passo a doutrina do papado foi-se desenvolvendo. Envolvia a idéia de que todas as bênçãos da salvação chegam ao homem unicamente por meio das ordenanças da igreja. com direitos e deveres bem definidos: Os clérigos dedicados ao serviço de Deus. Mas. e restabeleceram a idéia escriturística do sacerdócio de todos os crentes (1 Pe 2. Hugo de S. Calvino e os Teólogos reformados estavam de acordo com Lutero quanto á confissão de que a Igreja é essencialmente uma Communio Sanctorum. Na Idade Média. o bispado romano era um reino terreno. Os Escolásticos não tinham muito que dizer acerca da igreja. O crescimento desta doutrina foi auxiliado. A igreja invisível torna-se visível não pelo governo de bispos e cardeais. Contudo.9). por fim. Esta identificação da igreja visível e organizada como o reino de Deus teve conseqüência de longo alcance: Exigia que tudo fosse colocado debaixo do poder da igreja: o lar e a escola. Victor fala da igreja e do estado como os dois poderes instituídos por Deus para governarem o povo. uma “comunhão de santos”. Lutero admitia que a Igreja visível sempre conterá uma mistura de membros fiéis e ímpios.3. Em muitos casos. em particular. mas tiveram diferenças entre si nalgumas particularidades. que constituem uma unidade. encontravam as verdadeiras marcas da igreja. Esta igreja é. em sua reação contra a idéia católica romana do domínio da Igreja sobre o estado. pelo desenvolvimento da idéia de que a igreja católica era o reino de Deus na terra. finalmente. Mas. de outro lado. em não pequena medida. que ela distribui por meio dos sacramentos.institutodeteologialogos. até mesmo Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. Ele considerava a igreja como a comunhão espiritual daqueles que crêem em Cristo. as ciências e as artes. ele é o homem de igreja. e de um sacerdócio especial que dispensa a salvação por intermédio dos sacramentos. Ele preparou também o caminho para a identificação católica romana da igreja com o reino de Deus. B. visto que esta começou a dar mais atenção à política do que à salvação dos pecados e. mas o papa é o chefe da igreja. tais como os ofícios. na qual a autoridade apostólica tem continuidade mediante a sucessão episcopal. o papa se tornou virtualmente um monarca absoluto. até que. que consistem de pessoas de todas as esferas da vida e que constituem uma classe totalmente separada. menos na pregação da Palavra. Ademais. Além disso. O rei ou imperador é o chefe do estado. no qual têm lugar membros bons e maus. nem na chefia do papa. a unidade e a santidade da Igreja primariamente nas ordenanças objetivas da igreja.br | contato@institutodeteologialogos. mas distinguia dois aspectos dela. Em seu debate com os donatistas. como os luteranos.br . e. porque ministra a salvação dos homens.com. A igreja verdadeira é a igreja católica. O Governo da Igreja Os Oficiais da Igreja Podem distinguir diferentes classes de oficiais na igreja. A. Daí. Para Schleiermacher. e mais perderão elas a sua importância. e a igreja como aquela mesma comunidade reunida para o culto. os abadistas e os pietistas manifestaram a tendência de desconsiderar a igreja visível. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. pois. Até negava que Cristo tivesse a intenção de fundar uma igreja no sentido geralmente aceito da palavra. 1. Nalguns casos.com. mas também se aplica a certos homens apostólicos que assessoraram a Paulo em seu trabalho e que foram dotados de dons e graças apostólicas (At 14:4. a igreja era essencialmente a comunidade cristã. ele procurou força na repreensão lançada às igrejas existentes. Mas. uma instituição humana. Por outro lado. Os apóstolos tinham a incumbência especial de lançar os alicerces da igreja de todos os séculos. Apóstolos. enquanto que tanto os teólogos luteranos como os reformados (calvinistas) procuravam manter a relação apropriada entre a igreja visível e a invisível. Gl 1:19). o corpo dos crentes animados pelo mesmo espírito. O nome igreja restringe-se. Gl 1:1). Houve uma reação pietista ao racionalismo no metodismo. Somente através da sua palavra é que os crentes de todas as eras subseqüentes têm comunhão com Jesus Cristo. em certa medida.br . Oficiais Extraordinários. Ele considerava o reino como a comunidade do povo de Deus que age motivado pelo amor. Quanto mais o Espírito de Deus penetrar a totalidade dos crentes cristãos. esqueceram tudo que diz respeito à vida real.INTRODUÇÃO À TEOLOGIA . como também o foram da Igreja Primitiva.institutodeteologialogos. Foram comissionados diretamente por Deus ou por Jesus Cristo (Mc 3:14. mostrando-se indiferentes para com a igreja institucional com sua mescla de bons e maus e buscando santificação nos conventículos. a uma organização externa com a função única de cultuar e esta função apenas capacita os crentes a familiarizarem-se melhor uns com os outros. Os socinianos e os arminianos do século dezessete. A Igreja Apartir do Século XVIII Durante o século XVIII o racionalismo também fez sentir sua influência sobre a doutrina da igreja. este nome só é aplicável aos doze escolhidos por Jesus e a Paulo.5.14. 4. outros perderam isto de vista.4. a idéia da sujeição da igreja do estado. Eles tinham certas qualificações especiais. Estritamente falando. Os primeiros concebiam a religião Cristã simplesmente como uma doutrina aceitável e os últimos faziam da igreja primariamente uma sociedade visível e seguiam a igreja luterana no sentido de entregarem ao estado o direito de ministrar a disciplina. que ele colocou á par com outras sociedades humanas. Ele via pouca utilidade na distinção entre a igreja visível e a invisível. procurando uma igreja só de crentes. adaptou-se à vida destas igrejas. e noutros. e via a essência da igreja no espírito de companheirismo cristão. eles são os apóstolos da Igreja dos dias atuais. Contudo estabeleceram uma forma de governo da igreja que propiciava maior grau de independência e poder eclesiásticos que o que se conhecia na Igreja Luterana. e não uma lavoura de Deus. menos divisões haverá. embora na verdade falassem de uma igreja invisível. Uma distinção muito geral é a de oficiais ordinários e extraordinários. e de reterem para a igreja somente o direito de pregar o Evangelho e admoestar os membros da igreja.11 Calvino e os Teólogos reformados do século XVII fomentaram.com. Lc 6:13. Era indiferente em matéria de fé e não tinha entusiasmo pela igreja. Leva diretamente à concepção liberal moderna da igreja como um mero centro social. 2 Co 8:23.br | contato@institutodeteologialogos. mas o metodismo em nada contribuiu para o desenvolvimento da doutrina da igreja. 4. Isto certamente está longe do ensino do Novo testamento. Ritschl substituiu a distinção entre a igreja invisível e a visível pela distinção entre o reino e a igreja. Hb 13:7.6. Hb 13:7. 1 Co 12:28. 4:14. O poder da Igreja é poder espiritual porque é dado pelo Espírito de Deus (At 20:28) só pode ser exercido em nome de Cristo e pelo poder do Espírito Santo (Jo 20:22. 20:17. O Poder e a Fonte do Poder da Igreja Jesus Cristo não somente fundou a Igreja. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. terá sido ligado nos céus e o que desligares na terra. 1 Tm 5:22) e o exercício da disciplina (Tt 3:10). mas. 1 Ts 5:12. O Novo Testamento fala também de profetas (At 11:28. Ele mesmo falou da igreja como fundada tão solidamente sobre uma rocha que as portas do inferno não prevaleceria contra ela (Mt 16:18) e na mesma ocasião exatamente a primeira em que ele fez menção da igreja. Oficiais Ordinários. 4:11. O termo presbyteroi é empregado na Escritura para denotar homens idosos.23.24. Os presbyteroi são mencionados pela 1 vez em At 11:30. 4. Hb 2:4) Foram ricamente abençoados em sua obra. 1 Ts 4:8.19. Hb 13:7.institutodeteologialogos.2. A Natureza deste Poder. mas também a revestiu do necessário poder ou autoridade.br | contato@institutodeteologialogos. mesmo então.7. 6:2-4. 14:3.3.13. 21:18. Os dois termos são freqüentemente empregados um pelo outro (At 20:17. 15:6. 13:2. Como designativo de oficio. Ap 2:19. supervisores ou superintendentes. quando disse a Pedro: “Dar-te-ei as chaves do reino dos céus: o que ligares na terra. 2 Co 3:2.br . 3:1. são mencionados os diakonoi no Novo Testamento (Fp 1:1. mas incluía também a ordenação de presbíteros (Tt 1:5.2. Também prometeu dotá-la de poder. Timóteo e Tito pertenciam a esta classe.com. os mestres não constituíram uma classe separada de oficiais.22. Ef 4:11-16). Em acréscimo a apóstolos e profetas. Profetas. Seu trabalho era pregar e batizar.10. terá sido desligado nos céus” (Mt 16:19). 13:1. 1 Co 5:4) pertence exclusivamente aos crentes (1Co 5.12.28. ou mais velhos e o último. C. Os primeiros nomes significam simplesmente anciãos.12).8. 1 Jo 5: 9-12).28. O ensino – a docência – ligou-se mais e mais estreitamente ao oficio episcopal. os presbyteroi (presbíteros) ou episkopoi (bispos) são os primeiros na ordem de importância. são mencionados os evangelistas (At 21:8. C. Tt 1:5. Rm 12:7. A. B. 1 Tm 1:18. Marcos. At 1:21. Alem dos presbyteroi. Poder Ministerial. 12:28. aos poucos o nome foi eclipsado e até sobrepujado pelo nome episkopoi. Ef 4:11. 5:17. A. 2 Co 8:4. 1Pe 5:1. de que Cristo também dera à igreja pastores e mestres.17. Ap 11:6). quais sejam (At 15:23-29. At 11:30.14).13. como sinal de que Deus provava os seus labores (1 Co 9:1. 1 Tm 3:8-10. mencionados como uma única classe (1 Tm 5:17. Felipe. 2 Tm 2:2. Ap2:1. oral e escrito (At 15:28. Que Cristo deu poder á Igreja em geral. 1 Co 9:1).12. B. Dentre os oficiais comuns da igreja. Tg 5:14. Tt 1:9. 4:14. At 11:29. principalmente. 3:5. Estavam cônscios de serem inspirados pelo Espírito de Deus em todo o seu ensino. A declaração de Paulo em Ef 4:11.18. Freqüente menção é feita a eles (At 14:23.com. A igreja de todos os séculos é ligada pela palavra deles (Jo 17:20.7. 2 Tm 4:5). 15:32. 1Co 12:10. 1 Tm 3:1.17. e para designar uma classe de oficiais parecida com a que exercia certas funções na sinagoga.22.12 Eram testemunhas da vida de Cristo e. Diáconos. Gl2:8). 16:4. 2. 1 Tm 3:8. Ef 4:11).12. Tinham o poder de realizar milagres e o usaram em diversas ocasiões para ratificar a sua mensagem (2 Co 12:12. de Sua ressurreição (Jo 15:27. 16:4. Evangelistas.INTRODUÇÃO À TEOLOGIA . At 6:1-6. Ef 2:20. 1. Mestres.2). 1 Co 5:7. é muito bem evidenciado por várias passagens do Novo Testamento. 9:1. 1 Jo 1:3).12) e só pode ser exercido de maneira moral e espiritual ( 2 Co 10:4). Presbíteros. 1 Co 2:13. Rm 12:8. Este poder é exercido especialmente em questões de disciplina. que consiste na administração da Palavra e dos sacramentos (Mt 28:19). poder ministerial (de serviço) (At 4:29. Os egípcios.5. Deve ser exercido em harmonia com a Palavra de Deus e sob a direção do Espírito Santo e em nome do próprio Cristo como o Rei da Igreja (Rm 10:14. 23:8. ou seja. derivado de Cristo e subordinado à sua autoridade soberana sobre a igreja (Mt 28:18). 2.br | contato@institutodeteologialogos. apontava para Cristo. È o poder exercido para proteger a santidade da igreja. e as. Em conexão com os três ofícios de Cristo. Em harmonia com a dispensação da lei em geral. Estava numa relação sacramental com o perdão dos pecados (Mt 3:7. 18:17. Hb 12:15-17). EXPLICANDO! Potestas Ordinans. embora sem excluir inteiramente a fé. sim. 1 Co 5:4). dentro do qual está incluso o poder de julgamento ou de disciplina (Potestas Iudicans ou Disciplinae).10. Deus não é de confusão.26. Jo 1:33). uma “diakonia leitourgia”. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. Às vezes elas tomavam a forma de banhos no mar. O poder ou ministério da misericórdia (Potestas ou Ministerium Misericordiae). vezes eram efetuadas por aspersão. INTRODUÇÃO AO BATISMO CRISTÃO No Mundo Gentílico O batismo não era uma coisa inteiramente nova nos dias de Jesus. admitindo os aprovados após exame. acentuava a necessidade de arrependimento. Todavia. na determinação do que é e do que não é permitido no reino de Deus (Mt 16:19).1.30. Potestas Iudicans. a saber: O poder dogmático ou docente (Potestas Dogmática ou Docendi). Foi planejado somente para os judeus e. Ao mesmo tempo havia diversos pontos de diferença.13 È copiosamente evidente na Escritura que o poder da Igreja não é um poder independente e soberano (Mt 20:25.br . Lc 3:3 compare At 2:28) Empregava o mesmo elemento material. de paz. água. (1 Co 14:33). Estava relacionado com uma radical mudança de vida (Lc 1:1-7.15. Rm 1:1). como o batismo cristão Foi instituído pelo próprio Deus (Mt 21:25.com.mas. no Pentecostes.3).8. há também um poder tríplice na igreja.com. como tal. e excluindo os que se desviam da verdade ou levam vidas desonradas. Diferentes Espécies do Poder Eclesiático. 20:24. o batismo de João ainda não era acompanhado por tão grande porção de dons espirituais como o ulterior batismo cristão. 55. 2 Co 10:4. O batismo de João. sim.INTRODUÇÃO À TEOLOGIA . Estas eram mais proeminentes ainda nas religiões gregas e romanas. È um poder muito real e abrangente. 1 Co 5:4. e. Ef 5:23. Jo 1:20-30). particularismo do Velho Testamento que o universalismo do Novo. O poder de governo ou de ordem (Potestas Gubernans ou Ordinans). no perdão e na retenção do pecado (Jo 20:23) e no exercício da disciplina na igreja (Mt 16:18. Quais sejam: O batismo de João ainda pertencia à antiga dispensação e. os persas e os hindus tinham as suas purificações religiosas. Tt 3:10. 1 Pe 5.institutodeteologialogos. no futuro. representava mais o Visto que o Espírito Santo ainda não fora derramado em plenitude. Mc 1:4. puritanos. A opinião geral era que o batismo nunca devia ser repetido. Desde a Reforma. segundo o qual “os sacramentos contém e conferem a graça àqueles que não colocam obstáculo (non ponentibus obicem)”. aos poucos ganhou proeminência. O sacramento efetua a regeneração. no caso das crianças. o primeiro batismo verdadeiro. veio a ser um princípio estabelecido não rebatizar os que foram batizados em nome do Deus Triúno. quem. mas não remove totalmente a corrupção da natureza. Naturalmente. Para Lutero. a princípio.com. A forma complementar de (Mc 16:15. At 2:38). mas continua durante a vida toda. pela mesma força do gesto sacramental. porém. Eles insistiam em batizar todos os candidatos à admissão no seu circulo que tinham recebido o sacramento na infância. as crianças não têm lugar nenhum na igreja. Até mesmo Agostinho parece ter considerado o batismo como eficiente “ex opere operato”. No transcorrer do tempo. 19:5. que o batismo é sempre eficaz “ex opere operato”. herdeiros das promessas de Deus. At 2:48. 10:48. porque todas as nações estão sujeitas a Mim).br . a característica concepção católica romana do sacramento. um lavamento de regeneração por esta eficácia divina da Palavra.INTRODUÇÃO À TEOLOGIA . e que a eficácia espiritual do batismo não se limita à hora da sua ministração. Gl 3:27. ao passo que outros entendiam que o batismo produz essa fé imediatamente. Veja também (At 19:3. Do segundo século em diante. negando a legitimidade do batismo de crianças. ou seja. 1 Co 1:13.com. pela obra dada ou em virtude da obra dada. cheia de graça. o batismo elimina a culpa original. Para eles. 10:2.20). mas não havia unanimidade quanto à validade do batismo ministrado por hereges. Ele considerava absolutamente necessário o batismo e afirmava que as crianças não batizadas estão perdidas. e sobre como poderiam ser fortalecidas espiritualmente. Teólogos luteranos mais recentes retiveram a idéia de uma fé infantil como pré-condição para o batismo. 5. visto não poderem exercer fé. fazei discípulos de todas as nações.3. ensinando-os a guardar todas as cousas que vos tenho ordenado” (Mt 28:19. A Reforma Luterana não se desfez inteiramente da concepção católica romana dos sacramentos. que. Antes da Reforma. pressupõe fé. veio a ser uma água da vida. Os chamados pais primitivos consideravam o batismo como estritamente ligado ao perdão de pecados e à comunicação da nova vida. Assim. batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. porém. mas. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. sim. Algumas das suas expressões parecem indicar que eles criam na regeneração batismal. 12:13. pelo fato de que o rito se faz. a saber. a água do batismo não é água comum. A Doutrina do Batismo na História A. mas fortalece a nova vida. não crer será condenado”.br | contato@institutodeteologialogos. No caso dos adultos.16) tem esta redação: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura. Os escolásticos. “EX OPERE OPERATO” Foi uma doutrina promulgada pelo Concílio de Trento. Rm 6:3. B. mas gradualmente outra idéia ganhou predominância. Quem crer e for batizado será salvo. 8:16. e não consideravam isto um rebatismo. Foi Instituído com Autoridade Divina A grande comissão foi colocada nas seguintes palavras: “Ide. eles se defrontaram com a questão sobre como as crianças poderiam ser consideradas crentes. Alguns simplesmente assinalavam que as crianças nascidas de pais crentes são filhos da aliança e. como tais. partilhavam o conceito de Agostinho. Os Anabatistas cortaram a ligação com Lutero.14 5. Lutero colocava o efeito do batismo na dependência da fé presente no participante. de acordo com a qual o batismo é o sacramento da regeneração e da iniciação na igreja.2. no caso do batismo de adultos. Aqui se define que os sacramentos dão a graça “ex opere operato”. incluindo-se também a promessa de regeneração. aos poucos ganhou terreno a idéia de que o batismo age mais ou menos magicamente. mas uma água que.institutodeteologialogos. Calvino e a Teologia reformada partiam da pressuposição de que o batismo foi instituído para os crentes e não produz. mediante a Palavra com seu poder divino inerente. Segundo ele. O modo do batismo não estava em discussão. A importância das condições subjetivas foi menosprezada. portanto (isto é. Cristo sobressai como humano e divino. Alguns novos pontos foram salientados por Tomaz de Aquino. para tabernacular entre os homens e levar a efeito uma reconciliação eterna. com relação à sua humanidade.com. de todos os meus pecados. e sua união com a natureza humana impediu esta última de chegar a Ter uma personalidade independente.br . Jo 3:25. Ez 36:25. a Escritura deixa muitíssimo claro que o batismo simboliza a limpeza ou purificação espiritual (At 2. Até o Concílio de Calcedônia. veio na plenitude do tempo. E. tipificado e prenunciado no Velho Testamento como o Redentor do homem. Antes da Reforma. Ela nos põe á par da obra objetiva de Deus em Cristo construindo uma ponte sobre o abismo e eliminando à distância. Seu caráter sem pecado é defendido. Cl 2:12). tão certamente como a água me lava exteriormente. Desenvolvimento da Doutrina de Cristo A. e. 66. INTRODUÇÃO À CRISTOLOGIA Relação Entre Antropologia e Cristologia Há uma relação muito estreita entre a doutrina do homem e a de Cristo.INTRODUÇÃO À TEOLOGIA . 6.4. B. O Catecismo de Heidelberg indaga. como tal. Após o Concílio de Calcedônia. Rm 6:3.22. Pedro Lombardo não hesitava em dizer que.4. Hb 10. e para restabelecer o homem em sua bendita comunhão. A doutrina nos mostra Deus vindo ao homem para afastar as barreiras entre Deus e o homem pela satisfação das condições da lei em Cristo. “A divindade de Cristo”.br | contato@institutodeteologialogos. mas a aliança só é eficiente em Cristo e por meio de Cristo. Cristo não era absolutamente nada. criado à imagem de Deus e dotado de verdadeiro conhecimento. na pergunta 69: “Por que o batismo te assegura e te faz lembrar que és participante do único sacrifício realizado na cruz?" E responde: “Cristo determinou o lavamento externo com água e acrescentou a promessa de que eu sou lavado com o seu sangue que me purifica da corrupção da minha alma. Cristo. e ele é considerado como legitimo objeto de culto. Tt 3:5. contudo. nem o homem nem os anjos podem cobrir. como as da Ênfase à imitação de Cristo. diz Mackintosh. 1 Pe 3:21. pela voluntária transgressão da lei de Deus. A natureza humana de Cristo recebeu dupla graça em virtude de sua união com o Logos: Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.15 5. 1 Co 6. das teorias sobre a expiação e do desenvolvimento da doutrina da missa. Além disso. mas que.2. na literatura cristã primitiva. Salienta a distância ética que há entre Deus e o homem.38. distância resultante da queda do homem e que. Ap 1:5). despojou-se da sua verdadeira humanidade e se transformou em pecador. isto é. é virtualmente um grito pelo socorro divino. e que sua crucificação teria sido apenas aparente”). pela qual a sujeira do corpo comumente é removida”. Esta idéia de purificação era a coisa pertinente em todas as abluções do Velho Testamento. “passou a ser vista mais como o coeficiente infinito elevando a ação e a paixão humanas a um valor infinito”. mas também como o Filho de Deus.5. 22:16. Devido a várias influências. alguns dos escolásticos expressaram em sua Cristologia um conceito docético de Cristo (“defendia que o corpo de Jesus Cristo era uma ilusão. Lc 12:50. portanto a doutrina de Cristo como Mediador da aliança deve vir necessariamente em seguida. e também no batismo de João (Sl 51:7.11. A Cristologia é em parte a resposta a esse grito.1. justiça e santidade.39. A Antropologia trata do homem. Segundo ele a pessoa do Logos tornou-se composta na encarnação. Mas este niilismo foi condenado pela igreja. como Filho do homem. Rm 6:4.institutodeteologialogos. a igreja se apegou fortemente à plena humanidade de Cristo. A Idade Média acrescentou muito pouca coisa à doutrina da pessoa de Cristo. E. O Modo Próprio do Batismo Os Batistas baseiam sua opinião em (Mc 10:38. A antropologia já dirige a atenção à provisão da graça de Deus para uma aliança de companheirismo com o homem que prove uma vida de bem aventurada comunhão com Deus.26).com. C. Cristo é o nome oficial do Messias. mas a concebe de maneira diferente. Se Jesus é o nome pessoal. A teologia reformada também ensina uma comunicação de atributos. assim. Zc 4:1-6) e a unção representava a transferência do Espírito para a pessoa consagrada (1 Sm 10:1. de modo que podemos cultuar a um Cristo. e não a dois. e dizemos que estas são ligadas ou unidas de modo tal. Depois da Reforma (até o Século XIX). Assim foi introduzido o segundo período cristológico. Somente um exemplo de unção de profeta está registrado (1 Rs 19:16). O novo ponto de vista era antropológico. assim. A Gratia Habitualis (Graça Habitual) que a mantinha em sua relação com Deus. Portanto. Os teólogos reformados (Calvinistas) viam nessa doutrina luterana uma espécie de eutiquianismo (que ensinava que Jesus só tinha uma natureza e também ensinava que Jesus não foi um humano como nós). No século XIX. Enquanto a humanidade em geral considera Jesus unicamente como um mestre humano. O rei era chamado o “ungido de Jeová” (1 Sm 24:10). mas também limitada. por sua vinda ao mundo. O nome foi dado a dois bem conhecidos tipos de Jesus no Velho testamento.16 1. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. Cristo. 2. de acordo com a sua natureza humana. antes. Joshua (Js 1:1. O nome Jesus é a forma grega do hebraico Jehoshua. as propriedades de ambas as naturezas podem ser atribuídas à pessoa única de Cristo. O Cristo sobrenatural abriu alas para um Jesus humano. A unção era sinal visível de: • Designação para um ofício. Encontramos aqui uma identificação panteísta do humano e do divino na Doutrina de Cristo. e o resultado foi antropocêntrico.institutodeteologialogos.com. e cuja imagem reflete-se agora nos credos da igreja. “ungir”) e. a saber. em qualquer tempo particular. 16:13.br | contato@institutodeteologialogos. fruto de fértil imaginação dos pensadores teológicos. A reforma não trouxe grandes mudanças à doutrina da pessoa de Cristo. que há no único e mesmo Jesus. a um único lugar. lemos na Segunda Confissão Helvética: “Reconhecemos. a fé o reconhece como divino e vê que. 1 Sm 9:16. nosso Senhor. duas natureza – a natureza divina e a humana –. significa “o ungido”. durante a antiga dispensação (Êx 29:7. Lv 4:3. pois. e a doutrina das duas naturezas abriu alas para a doutrina de um homem divino.14). Os Nomes de Cristo A. D.INTRODUÇÃO À TEOLOGIA . O verbo se fez carne significa que Deus se encarnou na humanidade. depois da encarnação. em todo lugar. A derivação deste nome tão comum do Salvador se oculta na obscuridade. Is 61:1).6. confundidas ou misturadas. de modo que até se tornou objeto de culto. mas provavelmente há referencias a isto em (Sl 105:15. Quanto a uma outra derivação de Jeho (Jehovah) e Shua (“socorro”). nem ensinamos que a natureza divina em Cristo sofreu. Há duas vontades em Cristo.com. ou que Cristo. não pensamos. de modo que a encarnação expressa realmente a unidade de Deus e o homem. Jesus. mas a causalidade última pertence à vontade divina. O óleo usado na unção desses oficiais simbolizava o Espírito de Deus (Is 61:1. 6. Normalmente os reis e os sacerdotes eram ungidos. Daí. B. nosso Senhor. um conhecimento infuso e um conhecimento adquirido. 2 Sm 19:10). à qual a vontade humana está sempre sujeita. Zc 3:1) ou Jeshua. a transcendência de Deus torna-se imanência.br . forma normalmente usada nos livros históricos pós-exílicos (Ed 2:2). A Gratia Unionis (Graça da União) que lhe comunicou uma dignidade especial. ainda está no mundo e. Pode-se dizer que a pessoa de Cristo é onisciente.10. Uma distinção de maior alcance e perniciosa foi feita entre o Jesus histórico. delineado pelos escritores de evangelhos. são unidas ou conjugadas numa pessoa (sendo que as propriedades de cada uma delas permanecem a salvo e intactas). O conhecimento humano de Cristo era duplo.3. 10:1. Isto evidenciou-se destrutivo para a Fé Cristã. Ao que parece. e o Cristo Teológico. O equivalente de Meshiach do Velho Testamento (de Maschach. a encarnação foi meramente o auge de um processo racial. Jz 9:8. Tanto a Igreja Romana como as igrejas da Reforma subscreveram a doutrina de Cristo nos termos de sua formulação pelo Concílio de Calcedônia. Ela crê que. que não são absorvidas. mas. 24:42). 2Sm 1:14). Sl 73:15. 21:33-46. • A anjos ( Ju 1:6. Pv 14:26). • A oficiais de Israel.br . Filho do Homem. Jo 5:27. • Como expressão de posse e autoridade. Mc 1:11. Senhor (Kyrios).com. • Como uma forma polida e respeitosa de tratamento (Mt 8:2 . nas quais Jesus dá a entender claramente que Ele é o Filho de Deus (Jo 6:69. que não crê nem no nascimento virginal. O nome Senhor é aplicado a Deus na Setuaginta: • Como equivalente de Jeová.br | contato@institutodeteologialogos. chamando-se a Si próprio Filho do homem. 20:33). Às vezes o nome é utilizado para indicar a divindade essencial de Cristo (Mt 11:27. desde a eternidade. C.23. uma tanto elevada. Hb 1:1). é certo. Lc 3:22. • No sentido Trinitário. Gl 4:4. 89:6 ). especialmente por ocasião do seu batismo (Mt 3:16. 14:28-33. mas gradativamente se desenvolveu e se tornou um nome próprio. Jo 1:13). É possível que tenhamos um exemplo da aplicação do nome Filho de Deus a Jesus nesse sentido Ético-religioso em Mt 17:24-27. Jo 1:32. também em (Mt 1:18-24. A teologia modernista entende que a filiação de Jesus é unicamente uma filiação Ético-religiosa. com o artigo.51. nem na concepção sobrenatural de Cristo. Vemos a filiação ontológica e a filiação messiânica entrelaçadas também em várias passagens joaninas. 8:16.62). O nome é aplicado a Ele na bem conhecida passagem do Evangelho segundo Lucas. mas historicamente a sua unção se efetuou quando ele foi concebido pelo Espírito Santo (Lc 1:35) e quando recebeu o Espírito Santo. 45:7) e o Novo Testamento em (At 4:27. Cristo é designado muitas vezes como o Filho de Deus no sentido metafísico (Rm 1:3. 10:38). Neste sentido que o nome “filhos de Deus” é aplicado aos crentes no Novo Testamento. 16:16.INTRODUÇÃO À TEOLOGIA . O nome Filho de Deus foi variadamente aplicado no Velho Testamento: • Ao povo de Israel (Êx 4:22. especialmente ao prometido rei da casa de Davi (2 Sm 7: 14. Sl 29:1.com. Jr 31:9. Dn 7:13) e muitas vezes na profecia de Ezequiel. No Novo Testamento vemos Jesus apropriando-se do nome e outros também os atribuindo a Ele. 14:20). ou designado para estes. nem sempre mantidos em distinção na Escritura.17 • Estabelecimento de uma relação sagrada e o resultante caráter sacrossanto da pessoa ungida (1 Sm 24:6. Também há um pequeno grupo de passagens nas quais Jesus considera a sua natureza humana (Mc 2:27. 8:3. o nome Cristo foi aplicado ao Senhor como um substantivo comum. Primeiro. • No sentido Ètico-religioso.28. • Comunicação do Espírito ao ungido (1 Sm 16:13 conforme 2 Co 1:21. Cristo é também chamado Filho de Deus em virtude do seu nascimento sobrenatural. Lc 3:22.18. 9:35). No Velho Testamento este nome se acha em (Sl 8:4. • Como tradução de Adonai. Indicações do nome. O Velho Testamento se refere à unção do Senhor em (Sl 2:2. D. mas às vezes combinados: • No sentido oficial ou Messiânico (Mt 3:17. na qual a origem da sua natureza humana é atribuída à direta e sobrenatural paternidade de Deus (Lc 1:35).institutodeteologialogos. 38:7. 17:5. 22:41-46. Naturalmente. 3:34). 9:7. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.22). • No sentido Natalício. mas não essencialmente diferente da dos seus discípulos. Filho de Deus. 2:1. sem nada implicar quanto ao caráter e autoridade divinas de Cristo (Mt 21:3. Os 11:1). Nas epistolas. Cristo foi instalado em seus ofícios. 6:27.30. E.sendo então usado sem o artigo. este significado do nome também é negado pela teologia modernista. 26:9. Serviu para qualificálo para a sua grande tarefa. O nome é aplicado a Jesus em quatro sentidos diferentes. 10:15. Mc 1:10. 26:63). Sl 89:27). • As pessoas piedosas em geral (Gn 6:2. INTRODUÇÃO À TEOLOGIA - 18 • Com a máxima conotação de autoridade, expressando um caráter exaltado e, de fato, praticamente equivalendo ao nome Deus (Mc 12:36,37; Lc 2:11; 3:4; At 2:36; 1 Co 12:3; Fp 2:11). Mas há exemplos do seu uso mesmo antes da ressurreição, onde evidentemente já se alcançara o valor especificamente divino do título como em (Mt 7:22; Lc 5:8; Jo 20:28). 6.4. Os Ofícios de Cristo Há três ofícios com relação à obra de Cristo, a saber, os ofícios proféticos, sacerdotais e reais. Houve quem lhes aplicasse a idéia de sucessão cronológica, entendendo que Cristo agiu como profeta durante o seu Ministério Público na terra, como Sacerdote em seus sofrimentos finais e em sua morte na cruz, e como Rei age agora, que está assentado à mão direita de Deus. A importância da distinção como Cristo foi criado por Deus, ele foi profeta, sacerdote e rei e, nestas qualidades, foi dotado de conhecimento e entendimento, de justiça e santidade e de domínio sobre a criação inferior. O pecado afetou toda a vida do homem e se manifestou, não somente como ignorância e cegueira, erro e falsidade, mas também como injustiça, culpa e corrupção moral; e, em acréscimo, como enfermidade, morte e destruição. Daí foi necessário que Cristo, como o nosso Mediador, fosse profeta, sacerdote e rei. Como Profeta, ele representa Deus para como o homem, como Sacerdote, ele representa o homem na presença de Deus; e como Rei, ele exerce domínio e restabelece o domínio original do homem. • O Racionalismo só reconhece o seu oficio profético. • O Misticismo somente o seu oficio sacerdotal. • A doutrina do Milênio da Ênfase Unilateral ao seu oficio real futuro. A. Oficio Profético. As passagens clássicas de (Ex 7:1 e Dt 18:18) indicam a presença de dois elementos na função profética, um passivo e o outro ativo, um receptivo e o outro produtivo. O profeta recebe relações divinas em sonhos, visões ou comunicações verbais e as transmite ao povo, quer oralmente, quer visivelmente, nas ações proféticas (Nm 12:6-8; Is 6; Jr 1:4-10, Ez 3:1-4,17). Destes dois elementos, o passivo é o mais importante, porquanto ele governa o elemento ativo. Sem receber, o profeta não pode dar, e ele não pode dar mais do que recebe. Mas o elemento ativo também é parte integrante. O que faz de alguém um profeta é a vocação divina, a ordem para comunicar a outros a revelação divina. Provas bíblicas do ofício Profético de Cristo. A Escritura atesta de várias maneiras o oficio profético de Cristo. Ele é prenunciado como profeta (Dt 18:15) – passagem aplicada a Cristo em (At 3:22,23). Ele fala de si como profeta (Lc 13:33). Além disso, alega que traz uma mensagem do Pai (Jo 8:26-28; 12:49,50; 14:10,24; 15:15; 17:8,20), prediz coisas futuras (Mt 24:3-35; Lc 19:41-44) e fala com singular autoridade (Mt 7:29). Suas poderosas obras serviam para autenticar a sua mensagem. Em vista disso tudo, não admira que o povo o tenha reconhecido como profeta (Mt 21:11,46; Lc 7:16; 24:19; Jo 3:2; 4:19; 6:14; 7:40; 9:17). B. O Oficio Sacerdotal. O Sacerdote era representante do homem junto a Deus. Tinha o especial privilégio de aproximar-se de Deus, e de falar e agir em favor do povo. É verdade que, na antiga dispensação, os sacerdotes também eram mestres, mas o seu ensino diferia do ensino dos profetas. Ao passo que estes acentuavam os deveres responsabilidades e privilégios morais e espirituais, aqueles salientavam as observâncias rituais envolvidas num adequado acesso a Deus. A passagem clássica na qual são dadas as verdadeiras características do sacerdote e na qual sua obra é, em parte designada, é (Hb 5:1). • Estão indicados ali os seguintes elementos: • O sacerdote é tomado dentre os homens para ser o seu representante. • È constituído por Deus (conforme v. 4). • Age no interesse dos homens nas coisas pertencentes a Deus, isto é, nas coisas religiosas. • Sua obra especial consiste em oferecer dádivas e sacrifícios pelos pecados. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.institutodeteologialogos.com.br | [email protected] INTRODUÇÃO À TEOLOGIA - 19 Mas a obra do sacerdote incluía ainda mais que isso. • Ele também fazia intercessão pelo povo (Hb 7:25) e os abençoava em nome de Deus (Lv 9:22). Provas bíblicas do oficio Sacerdotal de Cristo. O Velho Testamento prediz e prefigura o sacerdócio do redentor vindouro. Há claras referencias a isto em (Sl 110:4 e Zc 6:13). Alem disso, o sacerdócio do Velho Testamento, e particularmente o Sumo Sacerdote, claramente prefiguravam um Messias sacerdotal. No Novo Testamento há somente um único livro em que ele é chamado sacerdote, qual seja, a epistola aos Hebreus; mas ali o nome é repetidamente aplicado a Ele (3:1; 4:14; 5:5; 6:20; 7:26; 8:1). Ao mesmo tempo, muitos outros livros do Novo Testamento se referem à obra sacerdotal de Cristo. C. O Oficio Real. Na qualidade de segunda pessoa da Trindade Santa, o Filho Eterno, Cristo, naturalmente, comparte o domínio de Deus sobre todas as suas criaturas. Seu trono está estabelecido nos céus e o seu reino domina sobre tudo (Sl 103:19). Em geral podemos definir a realeza de Cristo como o Seu poder oficial de governar todas as coisas do céu e da terra, para a glória de Deus e para a execução do seu propósito de salvação. Todavia, podemos distinguir entre um Regnum Gratiae e um Regnum Potentiae (entre um Reino de Graça e um Reino de Poder). O Reinado Espiritual de Cristo (Natureza deste Reinado). O reinado espiritual de Cristo é o Seu governo real sobre o Regnum Gratiae, isto é, sobre o seu povo ou sua igreja. Um reinado espiritual porque se relaciona com uma esfera espiritual. O governo mediatário estabelecido nos corações e na vida dos crentes. Ademais, é espiritual porque leva direta e imediatamente a um fim espiritual administrado, não pela força ou por meios externos, mas pela Palavra e pelo Espírito, que é o Espírito de verdade, de sabedoria, de justiça, de santidade, de graça e misericórdia. Este reinado revela-se na reunião da igreja e em seu governo, proteção e perfeição. A Bíblia fala a seu respeito em muitos lugares, tais como (Sl 2:6; 45:6,7; conforme Hb 1:8,9; Sl 132:11; Is 9:6,7; Jr 23:5,6; Mq 5:2; Zc 6:13; Lc 1:33; 19:27,38; 22:29; Jo 18:36,37; At2:30-36) e outros. A natureza espiritual deste reinado é indicada pelo fato, entre outros, de que Cristo é repetidamente chamado Cabeça da Igreja (Ef 1:22; 4:15; 5:23; Cl 1:18; 2:19). Este vocábulo, no sentido em que é aplicado a Cristo, é, nalguns casos, praticamente equivalente, a Rei (“cabeça”. Num sentido figurado, “alguém revestido de autoridade”) como em (1Co 11:3; Ef 1:22; 5:23); noutros casos, porém, é empregado no sentido literal e orgânico (Ef 4:15; Cl 1:18; 2:19). 6.5. O Estado de Cristo A. O estado de Humilhação. Com base na referida passagem de Fp 2:6-8, pode-se dizer que o elemento essencial e central do estado de humilhação acha-se no fato de que Ele, que era o Senhor de toda a terra, o supremo Legislador, colocou-se debaixo da lei para desincumbir-se das suas obrigações federais e penais a favor do seu povo. Ao fazê-lo, Ele se tornou legalmente responsável por nossos pecados e sujeitos à maldição da lei. Este estado do Salvador, concisamente expresso nas palavras de (Gl 4:4) nascido sob a lei, reflete-se na condição que lhe é correspondente e que é descrita nos vários estágios da humilhação. Enquanto a Teologia Luterana fala em nada menos que oito estágios da humilhação de Cristo, a Teologia Reformada geralmente enumera cinco, a saber: 1. Encarnação. 2. Sofrimento. 3. Morte. 4. Sepultamento. 5. Descida ao Hades. B. A Encarnação e o Nascimento de Cristo Não foi o Trino Deus, mas a segunda pessoa da trindade que assumiu a natureza humana. Por essa razão é melhor dizer que o Verbo se fez Carne, do que dizer que Deus se fez homem. Ao mesmo tempo, devemos lembrar que cada uma das pessoas divinas agiu na encarnação (Mt 1:20; Lc 1:35; Jo 1:14; At 2:30; Rm 8:3; Gl 4:4; Fp 2:7). Não é possível falar da encarnação de alguém que não teve Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.institutodeteologialogos.com.br | [email protected] INTRODUÇÃO À TEOLOGIA - 20 existência prévia. Esta preexistência é claramente ensinada na Escritura: “No principio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” (Jo 1:1). “Eu desci do céu” (Jo 6:38). “Pois conheceis a graça do nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que pela sua pobreza vos tornassem ricos” (2 Co 8:9). “Pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se semelhança de homens” (Fp 2:6,7). “Vindo, pois, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho” (Gl 4:4). O preexistente Filho de Deus assume a natureza humana e se reveste de carne e sangue humanos, um milagre que ultrapassa o nosso limitado entendimento. Isto mostra claramente que o infinito, pode entrar em relações finitas, e de fato entra, e que, de algum modo, o sobrenatural pode entrar na vida histórica do mundo. A nossa confissão afirma que a natureza de Cristo foi concebida no ventre da bendita Virgem Maria pelo poder do Espírito Santo, sem o concurso do homem. Isto salienta o fato de que o nascimento de Cristo absolutamente não foi um nascimento comum, mas, sim, um nascimento sobrenatural em virtude do qual Ele foi chamado Filho de Deus. O elemento mais importante, com relação ao nascimento de Jesus, foi a operação sobrenatural do Espírito Santo, pois, só por este meio foi possível o nascimento virginal. A Bíblia se refere a esta característica em (Mt 1:18-20; Lc 1:34,35; Hb 10:5). C. Os Sofrimentos do Salvador (Is 53: 6,10). • Ele sofreu durante toda a sua vida. Seu sofrimento foi um sofrimento consagrado, e cada vez mais atroz conforme o fim se aproximava. O sofrimento iniciado na encarnação chegou finalmente ao clímax no Passio Magna (Grande Paixão) no fim da sua vida. Foi quando pesou sobre Ele toda a ira de Deus contra o pecado. • Sofreu no corpo e na alma. Não foi a simples dor física, como tal, que constituiu a essência do seu sofrimento, mas essa dor acompanhada de angústia de alma e da consciência meditaria do pecado da humanidade, que pesava sobre ele. Além disso, a Bíblia ensina claramente que Cristo sofreu em ambos. Ele agonizou no jardim, onde a sua alma esteve profundamente triste até à morte, e também foi esbofeteado, açoitado e crucificado. • Seus sofrimentos nas tentações. As tentações de Cristo são partes integrantes dos seus sofrimentos. Essas tentações se acham na vereda do sofrimento (Mt 4:1-11; Lc 22:28; Jo 12:27; Hb 4:15; 5:7,8). Seu ministério público iniciou-se com um período de tentação, e mesmo após esse período as tentações se repetiam, a intervalos, culminando no trevoso Getsêmani. Jesus somente pôde ser o Sumo Sacerdote compassivo e atingir as culminâncias da perfeição e do triunfo, penetrando e sofrendo praticamente todas as provações, tentações e aflições que os homens sofrem (Hb 4:15, 5:7-9). D. A Morte do Salvador. Deus impôs judicialmente a sentença da morte do Mediador, desde que este se incumbiu voluntariamente de cumprir a pena do pecado da raça humana. Estes sofrimentos foram seguidos por sua morte na cruz. Ele esteve sujeito, não somente à morte física, mas, também à morte eterna, se bem que sofreu esta de forma intensiva, e não extensivamente, quando agonizou no jardim e quando bradou na cruz: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?”. Num curto período de tempo, Ele suportou a ira infinita contra o pecado até o fim; e saiu vitorioso. O caráter judicial de sua morte. Era deveras essencial que Cristo não sofresse morte natural, nem acidental e não morresse pelas mãos de um assassino, mas sob sentença judicial. Alem disso, Deus dispôs providencialmente que o Mediador fosse julgado e sentenciado por um juiz romano. Os romanos tinham talento para a lei e a Justiça; representavam o poder judicial mais alto do mundo. A sentença de Pilatos foi também Sentença de Deus, embora sobre bases inteiramente diferentes. A crucificação não era uma forma judaica de castigo, mas, romana. Era considerada tão infame e ignominiosa, que não podia ser aplicada a cidadãos romanos, mas somente à escória da humanidade, aos escravos e criminosos mais indignos. Ao mesmo tempo, padeceu morte amaldiçoada, e assim provou que se fez maldição por nós (Dt 21:23; Gl 3:13). E. O Sepultamento do Salvador. É evidente que o seu sepultamento também fez parte de sua humilhação. Note-se especialmente o seguinte: Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.institutodeteologialogos.com.br | [email protected] diz João que o Diabo peca desde o principio. F. uma humilhação. Não se pode considerar Deus como o seu Autor. criou-o bom e à sua imagem.31). Ele não pode ser tentado pelo mal e ele próprio não tenta a ninguém (Tg 1:13).1. • Diversas declarações da Escritura implicam que a permanência do Salvador na sepultura foi uma humilhação (Sl 16:10. mas em (Jo 8:44) Jesus fala do diabo como assassino desde o principio e em (1 Jo 3:8). Sl 16: 8-10 compare At 2:25. Adão se rendeu à tentação e cometeu o primeiro pecado. e do Todo. Deus criou um grande número de anjos. lugar de corrupção. O decreto eterno de Deus evidentemente deu a certeza da entrada do pecado no mundo. • Ser sepultado é ir para baixo e. que se originou na livre escolha do homem. na qual. A Descida do Salvador ao Hades. Mais tarde.br .poderoso o cometer injustiça(Jó 34:10). corrupção que dada a solidariedade da raça humana. Como resultado da queda. teria efeito não somente sobre Adão. Mas ocorreu uma queda no mundo angélico. de que o mal teve uma origem voluntária. e estes eram todos bons. estão convictos. O Pecado se originou no Mundo Angélico. Esse pecado trouxe consigo corrupção permanente. O sepultamento dos cadáveres foi ordenado por Deus para simbolizar a humilhação do pecador. visto que o poder do mal é forte e universal. o pai da raça só pode transmitir uma natureza depravada aos seus descendentes. Mas a coisa não parou aí. como transgressão da lei de Deus. Base bíblica para a expressão (Ef 4:9. 11:5. Sl 92:16). Esta idéia é claramente excluída pela Escritura. A. Outros. O tentador veio do mundo dos espíritos com a sugestão de que o homem.35). Longe de Deus o praticar a perversidade. Ele positivamente odeia o pecado (Dt 25:16. a morte e o sepultamento do Senhor. A Bíblia nos ensina que na tentativa de investigar a origem do pecado devemos retornar à queda do homem. Ele é o Santo Deus (Is 6:3. se bem que ele foi guardado da corrupção. INTRODUÇÃO À HARMATIOLOGIA A Origem do Pecado O problema do mal que há no mundo sempre foi considerado um dos mais profundos problemas da Filosofia e da Teologia: um problema que se impõe naturalmente à atenção do homem. poderia tornar-se semelhante a Deus.institutodeteologialogos. isto é. Dados Bíblicos. com um ato perfeitamente voluntário da parte do homem.com. comendo do fruto proibido. queda. 1 Pe 4: 4-6). isto é. quando saíram das mãos do seu Criador (Gn 1:31).19.31. 7:30. na descrição de Gn 3 e fixar a atenção em algo que sucedeu no mundo angélico. é descrito na Escritura como parte da punição do pecado (Gn 3:19).21 • Voltar o homem ao pó. a Confissão Apostólica (Credo) prossegue com estas palavras: “Desceu ao inferno (Hades)”. é uma doença sempre presente na vida em todas as manifestações desta. Dessa Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. quer numa existência anterior. At 2:27. a forma romana do Credo acrescentou o artigo em questão após sua menção do sepultamento. do qual fora tomado. legiões de anjos se apartaram de Deus.br | contato@institutodeteologialogos. Quando criou o homem. 13:34. porém. Zc 8:17. colocando-se em oposição a Deus. quer na existência atual. Depois de mencionar os sofrimentos. em si mesmo sombrio e lúgubre. transparece claramente no pecado. e é matéria da experiência diária na vida de todos os homens. portanto. Sl 5:4.INTRODUÇÃO À TEOLOGIA . porém. Foi uma descida ao Hades. portanto. 77. A origem do pecado na raça humana. Dt 32:4. pois com esse primeiro pecado Adão passou a ser escravo do pecado. 1 Pe 3:18. Lc 16:15) e em Cristo fez provisão para libertar do pecado do homem. Estes acham-se bem mais perto da verdade revelada na Palavra de Deus. mas não se pode interpretar isso de modo que faça de Deus a causa do pecado no sentido de ser Ele o seu autor responsável. Na Escritura o mal moral existente no mundo. A ocasião exata dessa queda não é indicada. mas também sobre todos os seus descendentes. Com respeito à origem do pecado na história da humanidade a Bíblia ensina que ele teve início com a transgressão de Adão no paraíso e.com. contradiz claras afirmações da Escritura (Mt 6:12. Embora muitos neguem que o pecado inclui culpa. A serpente foi um instrumento próprio para Satanás. passando para todas as gerações de homens. quer como dada por meio de Moisés (Rm 1:32. também nasce com uma natureza corrupta. Quer dizer que não seria pecaminoso.2. como incluída numa relação penal seja concebível sem a corrupção imediata. em conseqüência. muitos se tornarão justos” ( Rm 5:18. o pecado flui numa corrente impura. não Santa. quer como lei escrita nas tábuas do coração. Ap 12:9). Seu Caráter Essencial e Material. • Nos sentimentos. 2:12-14.19). Naturalmente pode distinguir-se diferentes elementos do seu primeiro pecado: • No intelecto. revelou-se como incredulidade e orgulho na vontade como o desejo de ser como Deus. 1 Jo 3:4). mas também como chefe representativo de todos os seus descendentes. 7.br . Primariamente. embora a culpa. assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para a justificação que dá vida. Tg 2. do homem. Mas ainda isso não é tudo: Adão não pecou somente com o pai da raça humana.INTRODUÇÃO À TEOLOGIA . B. ele próprio. 5:18. desde que Deus de modo nenhum procurou justificar ou explicar a proibição. Lc 11:23. e que Satanás foi o real tentador que agiu na serpente e por meio dela. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. O homem está do lado certo ou do lado errado (Mt 10:32. um pecado no qual a sua essência real se revela claramente. 2 Co 11:3. o futuro. corrompendo tudo e todos com que entra em contato. A escritura vê o pecado em relação a Deus e sua lei. exatamente como adjudica a todos os crentes a condição de justos em Jesus Cristo.3. Este é o ensino claro da Palavra de Deus (Gn 3:1-6. 7. Pode-se dizer que numa perspectiva puramente formal que o primeiro pecado do homem consistiu em comer dá árvore do conhecimento do bem e do mal. O que Paulo ensina em (Rm 5:12): “Portanto. evidentemente. O primeiro pecado do homem foi um pecado típico. É exatamente esse estado de coisas que torna tão pertinente a pergunta de Jó: “Quem da imundície poderá tirar cousa pura? Ninguém!” (Jó 14:4). assim também por meio da obediência de um só. porque todos pecaram” é que Deus adjudica a todos os homens a condição de pecadores. pelo que todos são possíveis de punição e morte.22 fonte. E a serpente simboliza o pecado em sua natureza astuta e enganosa e em sua picada venenosa com a qual mata o homem. A ordem dada por Deus para não se comer do fruto da árvore serviu simplesmente ao propósito de por à prova a obediência do homem. Ef 2:3). Isso se confirma. nesse sentido que o Pecado de Adão é o pecado de todos.33.10). a que todo pecador está sujeito. assim como por um só homem entrou o pecado no mundo e pelo pecado a morte. como pela desobediência de um só homem muitos se tornaram pecadores. Tg 2:9. porém. 4:15. e tentou ativamente tomar a coisa toda das mãos de Deus e determinar.com. Rm 3:19.com. e. como uma ímpia satisfação ao comer do fruto proibido. Foi um teste de pura obediência. a culpa do seu pecado é posta na conta deles. 12:30. Todo aquele que é culpado em Adão. Mas é sempre seguida pela corrupção. Por corrupção entendemos a corrosiva contaminação inerente.br | contato@institutodeteologialogos. culpados em Adão. recusou-se a sujeitar a sua vontade à vontade de Deus de modo que Deus determinasse o curso da sua vida. A Natureza do Primeiro Pecado ou da Queda do Homem A. pois ele é a personificação do pecado.institutodeteologialogos. 1 Jo 3:4). É uma realidade na vida de todos os indivíduos. isto é. como posteriormente agiu em homens e em porcos (Jo 8:44. Rm 1:18-32. A Idéia Bíblia do Pecado O pecado é o resultado de uma escolha livre. quando ele afirma: “Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação. portanto. Rm 16:20. má. A Escritura dá entender claramente que a serpente foi apenas um instrumento de Satanás. assim também a morte passou a todos os homens. essa negação não se harmoniza com o fato de que o pecado é ameaçado com castigo e de fato o recebe e. Is 48:8. Seu Caráter Formal. Porque. É inconcebível sem a culpa. A essência desse pecado está no fato de que Adão se colocou em oposição a Deus. se Deus não tivesse dito: “Da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás”. devam ser considerados como constituindo pecado. 1 Jo 5:12). Há inequívocas declarações da Escritura que indicam a pecaminosidade universal do homem (1 Rs 8:46.13. participam todos os homens. Gl 5:17. Os católicos romanos e os arminianos menosprezaram a idéia do pecado original e. Lc 6:45. cerimonial ou pactual.também a Teologia da Crise. necessitam da redenção que há em Cristo Jesus. literalmente traduzido por “pecado original”. 8:7. Jo 3:6).20. O estado e condição de pecado em que os homens nascem são designados na Teologia pelo nome de Peccatum Originale. porém. Rm 7:18. pecadores) por natureza. disposição ou estado. Jr 17:9. Não contradizem isto as passagens que atribuem certa justiça ao homem (Mt 9:12. Fp 3:6. por estranho que pareça . ou obrigação de prestar satisfação à justiça de Deus pela violação da lei. B.28. poder-se-ia responder indicando passagens como (Mt 5:22. passou de Adão a todos os seus descendentes (Rm 5:12-19. e dele.institutodeteologialogos. desenvolveram doutrinas como a da purificação do pecado original (e de outros pecados) pelo batismo e pela graça suficiente. Nunca se declarava que as crianças constituem exceção a essa regra. portanto. A ênfase é dada clara e completamente aos pecados atuais. muitas vezes esta frase é mal compreendida e. A questão sobre se os pensamentos e os sentimentos do homem natural. a penalidade da lei. porém.10). Rm 2:14. como castigo do pecado. desde a hora do seu nascimento e. mas no coração que na psicologia da Escritura é o órgão central da alma. a saber. Em vista do seu caráter impregnante. O Pecado na Vida da Raça Humana A. ou. A Culpa Original. Quem é culpado está numa relação penal com a lei. como o colocam os teólogos mais antigos. Ef 2:3. Os pelagianos. depois. portanto. Depravação Total. Gl 3:22. Com isto se quer dizer merecimento de punição. Hb 3:12). Rm 7:7. onde estão as saídas da vida (Pv 4:23. o pecado é uma coisa original. Mt 15:19. os teólogos modernistas . conforme as passagens recém-citadas e também (Jo 3:35. pelo que fica muito obscurecida a sua gravidade. Em (Ef 2:3) diz o Apóstolo Paulo que os efésios eram “filhos da ira” (ou.e. 1 Co 1:30).23. 1 Jo1:8. O Pecado Factual.24). pois esta pode ser a justiça civil. Sl 14 3:2. 2 Tm 3:2-4. Jr 17:9. 7. Rm 3:1-12. Em conclusão pode-se dizer que se pode definir o pecado como falta de conformidade com a lei moral de Deus. Pv 20:9.4. está presente na natureza humana tão cedo que não há possibilidade de ser considerado como resultado de imitação (Sl 51:5. em ato.com. C. Podemos falar da culpa em dois sentidos. Tt 1:15. Várias passagens da Escritura ensinam que o pecado é herança do homem desde a hora do seu nascimento e. A palavra culpa expressa a relação que há entre o pecado e a justiça. os socinianos. Ec 7:20. mas é ensinada claramente na Escritura (Jo 5:42. feita por determinação pessoal.com. ela reconhece a solidariedade no pecado. O pecado não reside nalguma faculdade da alma. isto é. Jó 14:4. Deve-se dizer. O sentido habitual.23. a justiça da lei ou a justiça que há em Cristo Jesus. como Reatus Culpae (réu convicto) e como Reatus Poenae (réu passível de condenação). Esta depravação total é negada pelos pelagianos. fazendo-os culpados diante de Deus.23 Ensina-se claramente a doutrina da corrupção do pecado em passagens como (Jó 14:4. de acordo com a Escritura.19. Pecado Original.br | contato@institutodeteologialogos. que esta teologia fala do pecado igualmente no singular e no plural. não pode ser considerado como resultado de imitação. a morte sobrevém mesmo aos que nunca exerceram uma escolha pessoal e consciente ( Rm 5:12-14). Tg 3:2. Mt 7:15-20. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. a corrupção herdada toma o nome de depravação total. Além disso. Ef 4:17-19). chamados “carne” na Escritura. em que falamos de culpa na Teologia. portanto.20. só reconhecem os pecados atuais. Rm 8:5-8. Hb 3:12).INTRODUÇÃO À TEOLOGIA . é o de Reatus Poenae. Então. indica uma coisa inata e original em distinção daquilo que é adquirido. Isso é evidenciado pelo fato de que a morte. • Porque é a raiz interna de todos os pecados concretizados que corrompem a vida do homem. requer cuidados de discriminação. At 10:35. 1 Co 15:22). Finalmente a Escritura ensina também que todos os homens se acham sob condenação e.br . portanto. Chama-se Pecado Original • Porque é derivado da raiz original da raça humana. • Porque está presente na vida de todo e qualquer individuo. Ef 4:18. socinianos e arminianos do século XVII. 7. mas também podem ser exteriores. Gl 6:1. Ef 4:18. 5. Contudo.br | [email protected] e 1 Jo 5:16). A Bíblia atesta abundantemente o fato de que Deus pune o pecado. como a fraude. uma revolta contra Deus. isso não quer dizer que as pessoas sempre tiveram consciência igualmente profunda de pecado. Diversas passagens da escritura falam de um pecado que não pode ser perdoado. etc. 7. D.48. A palavra punição vem do termo latino poena. que requer que sejamos santos em toda a nossa maneira de viver. 2.INTRODUÇÃO À TEOLOGIA . e em geral se pensa que (Hb 6:4-6. A Bíblia fala de penalidades que em nenhum sentido são resultados ou conseqüências naturais do pecado (Ex 32:33. sediado na mente ou de uma cobiça consciente e particular do coração.15. significando “punição. e isso quer dizer morte. Jo 19:11. também se referem a esse pecado.7. expiação ou pena”. A teologia reformada (calvinista) sempre reconheceu devidamente o Pecado Atual.com. Morte Espiritual O pecado separa o homem de Deus. Hb 2:5-8. Sl 11:6. A morte entrou no mundo por meio do pecado (Rm 5:120) e que “o salário do pecado é a morte” ( Rm 6:23). Os pecados factuais podem ser interiores. O Pecado Imperdoável. É geralmente conhecido como pecado ou blasfêmia contra o Espírito Santo. Pv 3:11. Sl 6:1. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. Lv 26:21.com. Mt 3:10. 3. pois é só na comunhão com o Deus vivo que o homem pode viver de verdade. Enquanto que a existência do pecado original tem-se defrontado com a sua negação amplamente generalizada a presença do pecado factual na vida do homem geralmente é admitida. O Salvador fala explicitamente dele em (Mt 12:31. ou de um mau desígnio. por um lado.5. 5:24. após o qual é impossível a mudança do coração e pelo qual não é necessário orar. 2:12. embora os homens muitas vezes o tratem ligeiramente. É uma infração da inviolável justiça de Deus. 23:34. 7. Não é somente uma transgressão da lei de Deus. 2:5. 118:18. 6. Is 1:24. 7:11. Rm 1:18. é também um ataque ao grande Legislador.br . Desobediência (Jr 3:25). O pecado original é somente um. 10:26. Afirmações como de Paulo em (Gl 5:21) e de passagens de texto comprovam os pecados factuais (Nm 15:29-31. 24:51). 1 Cr 10:13. mas também todos os pensamentos e volições conscientes que decorrem do pecado original. Is 26:16. o furto. como no caso de uma dúvida consciente e particular.28. Rebeldia (1 Sm 15:23). (Empregamos a palavra Factual ou Atual num sentido compreensivo). e é levado a sério por Deus.16).institutodeteologialogos. Hb 10:26. 1 Tm 1:13. Blasfêmia contra o Espírito Santo. 75:8. A Punição do Pecado O pecado é coisa muito séria. o pecado factual é múltiplo.6. 94:12. por outro lado. Mt 10:15. At 17:30. A Bíblia nos ensina.24 não reconhecida por alguns dos outros.27). o assassínio.32) e passagens paralelas. O Que é Pecado A Teologia Bíblica nos apresenta as seguintes definições para o Pecado: 1. A expressão Pecados Factuais não indica apenas as ações externas praticadas por meio do corpo. Acepção de Pessoas (Tg 2:9). Dúvida e tudo o que não provém da fé (Rm 14:23). Nm 15:31. o adultério. 4.6. Lc 12:47. 1 Tm 1:13. Ap 3:19) e. nesta vida e na vida por vir. que é o fundamento do seu trono (Sl 97:2) e uma afronta à imaculada santidade de Deus. Na 1:2. que Deus ama e castiga o seu povo (Jó 5:17. A penalidade do pecado certamente inclui a morte física. Rm 1:32. Todas estas passagens falam de uma punição do pecado por um ato Direto de Deus. São os pecados individuais expressos em atos diversamente da natureza e inclinação herdada. 2Ts 1:6. que Ele aborrece e pune os que praticam o mal (Sl 5:5. Transgressão da Lei (I Jo 3:4). mas inclui muito mais que isso. 2:13. Devemos estudar angelologia unicamente por uma perspectiva bíblica. 19:35). porque o que nela foi gerado é do Espírito Santo”. C. 103:20). Os anjos são mencionados em toda a Bíblia: 108 vezes no AT e 175 vezes no NT. 72 dos quais se encontram no Apocalipse. Na Carta aos Hebreus (Hb 1:4.12. Em Mt 1:20 – “Enquanto ponderava nestas cousas eis. D. Em 2 Rs 19:35 – “Então. 8:2.com. 10:3. A. 18:10.br . 28:2. 28:12. 8. E. No Apocalipse (Ap 5:11. C. quando se levantaram os restantes pela manhã. Nos Apóstolos (At 1:10. 32: 24. e jurou.26. 13:3. que lhe apareceu em sonho um anjo do Senhor. Nos livros da Lei (Gn 3:24. Nos Evangelhos (Mt 1:20.2.INTRODUÇÃO À TEOLOGIA . 2 Rs 1:3. 38:7. É uma palavra vinda do encontro de outras duas palavras: angelos e logia. dizendo: José. INTRODUÇÃO À ANGELOLOGIA A Existência dos Anjos A nossa terra representa um pequeno ponto no meio dos inúmeros corpos celestes de todo grau de resplendor. 12:22). 27:23).3. no arraial dos assírios. Nos livros poéticos (Jó 4:18.7. 15:10. 22:30. 33:23.institutodeteologialogos. 3:19.br | contato@institutodeteologialogos. 22:11. Dn 3:25. respectivamente. nós criaturas humanas. Nos livros históricos (Jz 2:1. e. A Crença Universal Sobre Anjos A. filho de Davi. Ex 23:20.13. saiu o Anjo do Senhor e feriu. No período da Idade Média. muitos assuntos eram tratados com profundidade. Em Gn 24:7 – “O Senhor Deus do CÉU. Fp 2:10. 14:15. 1 Tm 3:16.25 88. “Quando contemplo os teus céus.24. 1 Rs 19:7. dizendo: A tua descendência darei esta terra. 2:18. Lc 1:11. Mc 1:13. que me tirou da casa de meu pai e de minha terra natal e que me falou.24. De fato. 12:25. e tomarás de lá esposa para meu filho”. Por volta da metade da década de 90 irrompeu uma onda doutrinária a respeito dos anjos.9. O Novo Testamento reafirma a doutrina dos anjos exposta no Antigo Testamento. 1 Ts 4:16). palavras gregas que significam anjo e estudo. 6:22).4).49. naquela mesma noite.com. Anjos na Bíblia A. 8:26. 91:11. D. 2:2.14. Nm 20:16. 6:11.1. Sl 29:1. 35). Cl 1:16. cento e oitenta e cinco mil.19. 8.13. 16:22). 15:1). mas às vezes eles desciam a considerações banais. somos nada no meio deste vastíssimo espaço. Angelologia . B. eis que todos estes eram cadáveres”. 32:34. Nas Cartas Paulinas (Rm 8:38. obra dos teus dedos e a lua e as estrelas que estabeleceste que é o homem.5. ele enviará o seu anjo que te há de preceder. 22:31B. Foi assim que o Escolasticismo tratou a doutrina dos anjos levantando questões sem nenhuma relevância para a sua compreensão: • Quantos anjos poderiam permanecer na ponta de uma agulha? • Um anjo poderia estar em dois lugares ao mesmo tempo? • Os anjos da guarda vigiam as crianças desde o nascimento? Depois de batizadas? Ou já desde o embrião? Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.5. 5:23.É o estudo referente aos anjos. 13:39. não temas receber Maria. Gl 1:18. As Sutilezas Escolásticas. que deles te lembres?” (Sl 8:3.11. Nos profetas (Is 6:2. tua mulher. 11:3. Embora ser cristocêntrico seja uma exigência para o Cristão e para o Cristianismo. Ef 1:21). Cl 1:16. 3:10. Estas mistificações causam repulsa e levam a considerar o assunto dos anjos uma questão de crendice popular ou de superstição que não merece uma reflexão séria. Eles agiram como Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. São anjos que têm poderes de príncipes. A. colocando de lado outras doutrinas. envolvido no Governo do universo (Rm 8:38.11). entretanto.com. 2:10. C.26 B. O prefixo “arc”. Ef 3:10 pode dar a entender que potestades são anjos que aprendem algo da vontade de Deus ao contemplarem o que ele está realizando no seio da Igreja. Ef 1:21. de Arcanjo. Os anjos também possuem uma classificação governamental que indica organização e hierarquia (Ef 3:10 . Esta designação enfatiza a dignidade e autoridade com a qual Deus investiu os anjos que Ele usa para governar. Foi isto que Paulo condenou quando escreveu aos crentes de Colossos. os querubins aparecem mencionados em vários textos. Ef 1:21. 6:12. cujo coração se elevou. e para isso são investidos de especial autoridade (Rm 8:38. Arcanjo. 1 Pe 3:22). (Cl 1:16. que exercem poder sobre os fenômenos da natureza (2 Pe 2:11. temos de presumir que estes títulos representam uma dignidade incompreensível e os diversos graus de categoria. 3:10. Sua principal atividade deve ser remover os obstáculos que podem impedir o cumprimento da vontade de Deus. Embora haja uma aparente semelhança entre estas denominações. As Mistificações. Ef 6:12 e Cl 2:15 parece que a referência é apenas a anjos maus. Anjos Governadores. aos anjos. Nos escritos Paulinos aparecem várias expressões que indicam ordens de anjos: uma ordem de anjos bons ou maus. É uma palavra grega (archangelos). 2 Pe 2:10. Cl 1:16. parece ser uma referência a anjos bons e maus. Poderes. Podem ser considerados como generais de exércitos angelicais. As esferas celestiais de governo excedem os impérios humanos como o universo excede a terra. pois a palavra significa “o principal entre os anjos”). leva a supor ser este anjo um chefe principal e poderoso. Aparecem em uma escala de graduação ou de autoridade. Já em Rm 8:38. Querubins. Seu nome significa “quem é como Deus ou semelhante a Deus”.dos anjos maus). também as há nas regiões celestiais. e não a Deus Cl 2:18).br | contato@institutodeteologialogos. O Cristocentrismo. cairmos em extremos. E o significado do seu nome Miguel pode representar uma resposta a Lúcifer. Devem ser anjos que exercem uma supremacia. Com esta função. mais uma razão porque a doutrina dos anjos é esquecida.br .com. Esta graduação está de acordo com a atividade que exercem. consta à palavra santos. Deve ser uma classe de anjos que executam as ordens de Deus com relação às coisas criadas. Ef 1:21. Potestades.4. Pode referir-se de modo especial.dos anjos bons e Ef 6:12 . Tronos. A Doutrina dos Anjos e a Teologia Sistemática A Bíblia fala de Assembléia de anjos (em Sl 89:5-8. possuem autoridade para governar. desde o Gênesis ao Apocalipse. Os anjos estão em hierarquia ordenadamente. B. que influenciados por práticas pagãs.INTRODUÇÃO À TEOLOGIA . Observe-se que em Cl 1:16 principados e potestades e tronos parecem referir-se a anjos bons.institutodeteologialogos. Na Bíblia aparece a menção de apenas um Arcanjo Miguel (só pode haver mesmo um arcanjo. Do mesmo modo que nos governos terrenos há graduações e posições. 2:10). A doutrina dos Anjos é uma questão de revelação de Deus. C. apenas deveríamos nos livrar do misticismo em torno dos Anjos. Cl 1:16. 6:12. corremos o risco de. de sua organização para a batalha (Ap 12:7) e de um anjo que é rei sobre os terríveis seres apocalípticos que haverão de assolar a terra (Ap 9:11). Esta é. Entretanto. Sem dúvida. 8. Domínio. Derivam de “querub” (hebraico) cujo significado é “guardar e cobrir”. dizendo “Serei semelhante ao Altíssimo” (Is 14:14). corriam também o risco de estar em adoração a anjos. Esta palavra ressalta o fato de que anjos e demônios têm maior poder que os homens. ao invés de esquecê-la. (Ef 1:21. provavelmente. Ef 1:21. mas o contexto dá a entender que são anjos). Deus determinou a organização dos anjos bons e Satanás a dos anjos maus.15). • Com poder sobre as águas (Ap 16:5). as coisas visíveis e as invisíveis. enviado”. Dt 33:2. Com esse mesmo sentido de mensageiro ou enviado. Enquanto os querubins se ocupam em demonstrar a santidade de Deus.18. Os anjos de Deus não tomam outros corpos para se manifestarem. A Natureza dos Anjos Originalmente. Mt 22:30. que é correspondente à palavra grega Angelos. 19:2. Mt 26:53. o rei (2 Sm 14:17. 1 Tm 5:21). Ap 9:11.br | [email protected]). • Anunciadores de nascimento das crianças (Gn 18:1. mas determina sua missão. Um deles. não é difícil perceber quando o termo se refere aos seres celestiais. Sl 34:7). • Com poder sobre o fogo (Ap 14:18).20) e os pastores líderes das sete igrejas do Apocalipse (Ap 2:1.com. Havia uma condição original de igualdade em todos os anjos (2 Pe 2:4). 22:30. 9:20-27.institutodeteologialogos. 1 Jo 4:4-18) Alguns textos sobre a natureza dos Anjos (Hb 1:13-14. Lc 1:26.com. mas tomam formas de pessoas humanas visíveis para se fazerem manifestos.27 guardiões da Santidade de Deus. Lc 24:39. pode ser impedida pelo poder de Deus (Ef 6:10-12. Contudo. Estes seres angelicais são mencionados apenas em Is 6:1-3. anjos que defendem o caráter Santo de Deus. com o sentido de mensageiros. Serafins. Gabriel significa “Deus é forte”. Aparece como mensageiro da misericórdia e promessas divinas. continuaram a serviço do Senhor e foram chamados eleitos. No hebraico a palavra para anjo é Malak. Lc 20:36. Hb 1:14. Jz 13:3). preparando os homens para uma adequada aproximação dele. para revelar os mistérios que se encontravam acima da compreensão humana. 1 Rs 22:19. 8. tem vontade própria e prerrogativas específicas. A crendice popular tem os anjos como espíritos impessoais ou influência sobre os homens. Os Serafins são considerados os mais nobres entre os anjos. Ez Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.8. 28:12.22. Outros Anjos. Anjos. Rebelaram-se e tornaram-se inimigo de Deus. Examinando a Bíblia. 1 Tm 6:16. Gn 18:2. São seres inteligentes. 25:41. as criaturas angelicais eram Santas. Ap 14:10. O nome Serafim tem origem na raiz hebraica Saraph. Deus criou tudo o que existe. mencionado pelo nome. portanto. e estão condenados a tormentos e castigo eterno (Jd 6. concluímos que foram criados todos de uma só vez Deus criou uma companhia de anjos e não uma raça.3. Lc 1:19.7.br . Mt 8:16. por exemplo (Gn 16:7. 36:8. Lc 20:35. Jo 16:11). porque vem associado à pessoa de Deus como. Mt 18:10. designados por Deus para tarefas específicas: • Mensageiros do juízo (Gn 19:13. porém. Jd 9. At 10:4. Hb 12:22. Sendo espirituais são também invisíveis. bondade e santidade. Todas as outras coisas criadas por Deus eram boas (Gn 1:31) e os anjos foram criados neste estado de justiça. Mt 8:29. Querubins são.8. não diz respeito à natureza espiritual desses seres.36.INTRODUÇÃO À TEOLOGIA . A influencia dos anjos maus. 8. Os anjos maus são os que não perseveraram no estado original. Entre elas criou os anjos (Cl 1:16). Is 14:12.5. aparecem outros anjos nas Escrituras. a postos para cumprirem suas ordens.14). pois Deus atribuiu a esses seres que criou características pessoais. tendo guardado o caminho para a árvore da vida no jardim do Éden (Gn 3:24). Ef 6:12. os serafins trabalham para promover a reconciliação. Assim os encontramos em ação (Ex 26:1. é Gabriel (Dn 8:15-27. que significa “ardente”. O significado comum é “mensageiro.12. pessoas humanas são chamadas anjos: o sacerdote (Ml 2:7). 1 Jo 5:19. Os anjos podem influenciar a mente humana do mesmo modo como outro ser humano pode influenciar. Além do anjo Gabriel. E. A Criação dos Anjos A palavra anjo deriva da língua latina Ângelus. Eles aparecem ao redor do trono de Deus. 3:1. • Os sete anjos anunciadores de juízos (Ap 8:2). Foi incumbido de missão extraordinária. Os anjos que assim perseveraram. dos outros anjos e dos homens. Os anjos são seres pessoais. 1 Rs 6:23-29).6.10. 2 Rs 19:35). D. INTRODUÇÃO À TEOLOGIA . Ap 14:18. Que. mas no que Deus faz. 2 Pe 2:4. • Dá-nos uma completa e rica enumeração das operações do Espírito Santo na aplicação da obra realizada por Cristo a pecadores individuais. Que é necessário andar de modo digno da vocação com que somos chamados (Ef 4:1. 9- INTRODUÇÃO À SOTERIOLOGIA A soteriologia trata da comunicação das bênçãos da salvação ao pecador e seu restabelecimento ao favor divino e à vida de Íntima comunhão com Deus. do poder e da felicidade da humanidade. Que ficamos livres do pecado para tornar-nos servos da justiça e para colhermos o fruto da santificação (Rm 6:18.30). 5:1.1. Lc 20:35-36). Ap 10:1-3. realizada em Cristo. Que quando somos adotados como filhos. o o o o Ela ensina que somos justificados pela fé.2). participamos dos sofrimentos de Cristo. a relação que os diferentes movimentos atuantes na obra de redenção os mantêm uns com os outros. Lc 9:26. 2 Pe 2:11. A resposta é que. e das bênçãos da salvação comunicadas a eles. Pode-se levantar a questão sobre se a Bíblia alguma vez indica uma ordo salutis definida. Mas.20). só pode ser apropriadamente compreendida à luz da condição originária do homem. criado à imagem de Deus. Jo 8:44. Que. quando cremos.18). Hb 1:5-13. tendo obtido a justiça de Deus pela fé. E que somos gerados de novo mediante a Palavra de Deus (1 Pe 1:23). 1 Pe 1:12.22).20. e da subseqüente perturbação da adequada relação entre o homem e o seu Deus. A melhor aproximação a algo como uma ordo salutis na Escritura é a declaração de Paulo em (Rm 8:29. Que a fé vem pelo ouvir a Palavra de Deus (Rm 10:17).institutodeteologialogos. embora ela não nos dê explicitamente uma ordem da salvação completa. conquanto a Bíblia não nos dê uma nítida ordo salutis ela faz duas coisas que nos ajudam a elaborar uma ordem. também do poder da ressurreição (Fp 3:9. o o o o o o Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. recebemos o Espírito. e não pelas obras (Rm3:30. ao apropriar-se da graça de Deus.28 28:15.10). é concretizada objetivamente nos corações e vida dos pecadores.14). somos selados com o Espírito de Deus (Ef 1:13. • Ela indica.com.2). 16:5. ao aplicá-lo. em muitas passagens e de muitas maneiras. que nos dá segurança e também nos tornamos co-herdeiros com Cristo (Rm 8:15-17. Gl 2:16-20). 9. para o presente e para o futuro. Desde que ela trata de restauração. 2 Sm 14:17. Que. Visa a descrever. perturbação causada pela entrada do pecado no mundo. Gl 4:4-6). Mt 24:36.com. A Ordem da Salvação (Ordo Salutis) A ordo salutis descreve o processo pelo qual a obra de salvação. A ênfase não recai no que o homem faz. em sua ordem lógica e também em sua interrelação. redenção e renovação.br . Alguns teólogos luteranos baseavam artificialmente a enumeração dos vários movimentos na aplicação da redenção em (At 26:17. temos paz com Deus e acesso a Ele (Rm 5:1. os vários movimentos do Espírito Santo na aplicação da obra de redenção. sendo justificados.br | contato@institutodeteologialogos. Que a morte para a lei redunda em vida para Deus (Gl 2:19. e da completa obediência em que o homem está de Deus. oferece-nos base suficiente para a referida ordem. Sl 103:20. Esta doutrina pressupõe conhecimento de Deus como a fonte da vida. que os homens devem todas as bênçãos da vida a um Deus benigno. 13:25. portanto.19. porque não falará por si mesmo. e especialmente que todas as bênçãos da obra da salvação são dadas gratuitamente por Deus.com.14). provém de Deus e as liga a Deus (Jó 32:8.9). Mas sua obra ainda não está terminada. A Escritura diz repetidamente que o Espírito do Senhor veio (poderosamente) sobre eles (Jz 3:10. Gl 2:16).institutodeteologialogos.15). dão base para a elaboração de uma ordo salutis. e é a prolífica fonte de todas as bênçãos espirituais e eternas.15. A escritura nos ensina a reconhecer certa economia na obra de criação e redenção e autoriza o que falamos do Pai e da nossa criação.29 Estas passagens e outras semelhantes indicam a relação dos vários movimentos da obra redentora. É o livre. o termo Graça é empregado como um designativo da provisão objetiva que Deus fez em Cristo para a salvação do homem. A graça está relacionada com a misericórdia de Deus. devemos distinguir entre a obra de Cristo merecendo a salvação e a obra do Espírito Santo aplicando-a. 15:14). Hb 12:9). a fim de dar àqueles por quem Ele entregou Sua vida. Esta é a graça redentora no sentido mais fundamental da expressão. 34:14.br . da justificação do pecador e da sua renovação espiritual. do Filho e da nossa redenção. e de maneira nenhuma são determinada pelos supostos méritos dos homens e expressa claramente com as seguintes palavras: “Porque pela graça sois salvos. ele vos guiará a toda a verdade. 27:16. Deus é chamado Deus (ou Pai) dos espíritos de toda carne (Nm 16:22. como o mediador. e não em consideração a algum mérito dos homens. Ts 42:5). 5:2. soberano e imerecido favor ou amor de Deus ao homem. as bênçãos da salvação e as graças espirituais que são acionadas nos corações e vidas dos crentes pela operação do Espírito Santo (At 11:23. Mas. Processo da Ordem da Salvação. Ef 4:7. Em segundo lugar. e o sopro do Todo-Poderoso o faz entendido (Jó 32:8). e vo-lo há de anunciar” (Jo 16:13. Is 42:5). 2 Co 9:14. há um espírito no homem.30. abrangendo todos os dons da graça de Deus. É aplicada ao perdão que recebemos na justificação. É a causa última do propósito eletivo de Deus. em acréscimo a isso. Sl 104:29. Diz João: “A lei foi dada por intermédio de Moisés. E o Verbo se fez carne.com. Cristo mesmo indica a íntima conexão quando diz: “Quando vier. 4:16. A Graça de Deus na obra de redenção.6. mas dirá tudo o que tiver ouvido. B.21. A. um perdão dado gratuitamente por Deus (Rm 3:24. em distinção da Sua Justiça. O Espírito Santo não somente tem uma personalidade que lhe é própria. 1 Co 15:10. Cristo satisfez as exigências da justiça divina e mereceu todas as bênçãos da salvação. mediante a fé. e vos anunciará as cousas que hão de vir. mas também tem um método peculiar de trabalho e. C. Em primeiro lugar a graça é um atributo de Deus.INTRODUÇÃO À TEOLOGIA . porém o Espírito da verdade. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. 1 Pe 3:7).15. 18:27. e isto não vem de nós é dom de Deus. e. a posse de tudo quanto mereceu por eles.br | contato@institutodeteologialogos. Sl 104:29. a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo” (Jo 1:17). não de obras. e do Espírito Santo e da nossa santificação. uns com os outros. Em terceiro lugar. 34:14. Os ensinos da Escritura acerca da graça de Deus ressaltam o fato de que Deus distribui suas bênçãos aos homens de maneira livre e soberana. 11:29. Ele deu forte ênfase ao fato de que a salvação não é pelas obras (Rm 3:20-28. O Espírito do Senhor fala por meu intermédio. Operações do Espírito Santo em Geral. e a sua palavra está na minha língua (2 Sm 23:2). 33:4. para que ninguém se glorie” (Ef 2:8. e habitou entre nós cheio de graça e de verdade (Jo 1:14). Ele a continua no céu. a palavra graça é empregada para designar o favor de Deus como é demonstrado na aplicação da obra de redenção pelo Espírito Santo. perdoador e longânimo. uma das perfeições divinas. È a encarnação viva da graça de Deus. A Doutrina da Graça. Cristo. também é um nome compreensivo. Na verdade. 6:34. assim. O Espírito que permanece nas criaturas e do qual a sua própria existência depende. O Espírito é chamado Espírito da graça (Hb 10:29). Ele me glorificará porque há de receber do que é meu. Paulo tem em mente a manifestação de Cristo. O Espírito de Deus gera vida e leva a completar-se a obra criadora de Deus (Jó 33:4. favor que se manifesta no perdão do pecado e no livramento de sua pena. Tt 3. Tg 4:5. no estado de pecado e culpa em que este se encontra. Rm 5:17. 14:6. quando diz: “Porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens” (Tt 2:11). Fp 2:13. 2) a verdade (Rm 1:18. naturalmente. a fim de incluir a idéia do novo nascimento.25) e 3) o Espírito Santo (Ez 11:19. como também a da nova geração. mudança de pensamentos e opiniões. baseia-se na Escritura.institutodeteologialogos. • Cego de nascença (Jó 9:38). • A conversão passiva é o resultante ato consciente do pecador pelo qual ele. e que é efetuada na vida consciente do pecador pelo Espírito de Deus. • Cornélio (At 10:44). que envolve a convicção de que a direção anterior da vida era insensata e errônea. esta mudança afeta o homem completo.9). sendo Deus o que inclina a vontade do homem (Rm 9:16. volta-se para Deus com arrependimento e fé. o resultado desta ação como se vê na mudança que o homem faz no curso da sua vida e em seu voltar-se para Deus conseqüentemente. mas esse testemunho. Mt 5:4. embora tenha trazido à nossa atenção alguns fatos interessantes. • Paulo (At 9:50). e a disposição dominante da alma é tornada santa.INTRODUÇÃO À TEOLOGIA . e altera todo o curso da vida. Pode-se dar uma dupla definição de conversão: • A conversão ativa é o ato de Deus pelo qual Ele faz com que o pecador regenerado. No sentido mais restrito da palavra podemos dizer: Regeneração é o ato de Deus pelo qual o principio da nova vida é implantado no homem. mas também em muitas outras nas quais o fenômeno da conversão é descrito ou apresentado concretamente com exemplos vivos. será necessário complementar a definição com as seguintes palavras: È o primeiro exercício santo desta nova disposição que é assegurado. Conversão verdadeira (Conversio Actualis Prima). Podemos ser gratos ao fato de que nos últimos anos a psicologia da religião deu considerável atenção ao fato da conversão. 2 Ts 3:5. sob a influencia do Espírito Santo. por mais valioso que seja. Jo 1:13. a vontade (Sl 110:3.13). nada acrescenta à segura veracidade da doutrina ensinada na Palavra de Deus. 8:7. um ativo e o outro passivo: 1) o primeiro sendo o ato de Deus pelo qual Ele muda o curso consciente da vida do homem e 2) o último.23. que. Em principio.2. Rm 3:9-18. como todas as outras doutrinas Cristãs. Fp 2:13). A doutrina da conversão. os ninivitas se arrependeram dos seus pecados e foram poupados pelo Senhor (Jn 3:10). o testemunho da experiência pode ser acrescentado ao da Palavra de Deus. • Manassés (2 Cr 33:12. dá nascimento a uma vida que se move em direção a Deus. A regeneração consiste na implantação do principio da nova vida espiritual no homem.br . não somente nas passagens que contém um ou mais dos termos mencionados na seção anterior. 2 Co 4:6. Há dois lados nesta conversão.30 Regeneração. • Eunuco (At 8:30). Ef 1:18. A doutrina escriturística da conversão baseia-se. a verdadeira conversão nasce da tristeza segundo Deus. pouco ou nada fez para explicar a conversão como um fenômeno religioso. Mas. A palavra de Deus contém vários exemplares notáveis dela. Esta conversão é a conversão que nos interessa primordialmente na teologia. 2 Tm 3:4). É uma mudança que tem suas raízes na obra de regeneração.com. o intelecto (1 Co 2:14. As causas eficientes da Regeneração são: 1) a vontade Humana (Jo 5:42. Hb 13:21) e os sentimentos ou emoções (Sl 42:1. por exemplo: • As conversões de Naamã (2 Rs 5:15). Desde que a conversão é uma experiência consciente ocorrida nas vidas de muitos. • Zaqueu (Lc 19:8. 1 Pe 1:8).com.39). numa radical mudança da disposição dominante da alma. como. At 16:14. em sua vida consciente se volte para Ele com arrependimento e fé.br | contato@institutodeteologialogos. Conversão. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. de desejos e volições. e sobre esta base deve ser aceita. mas sempre se deve ter em mente que. Rm 9:16. pela graça de Deus. Exempls: com a pregação de Jonas. e redunda numa vida de devoção a Deus (2 Co 7:10). 7:18. • Mulher Samaritana (Jó 4:29. Fp 2:13). Cl 3:10). INTRODUÇÃO À TEOLOGIA . em que é um ato judicial de Deus. Devemos observar os seguintes pontos de diferença entre a justificação e a santificação: • A justificação remove a culpa do pecado e restaura o pecador a todos os direitos filiais envolvidos em seu estado de filho de Deus. e nesse aspecto difere de todas as outras principais partes da ordem da salvação. mas outros mais corretamente lhe chamam Sêmen Fidei. Mc 16:17. Como fenômeno psicológico. Conquanto diga respeito ao pecador. Mt 8:10-13. At 26:27. mas nascida da obra realizada pelo Espírito Santo. no qual Ele declara. Mt 7:26. e não muda a sua vida interior. e não esta. A semente da fé é implantada no homem quando há regeneração. com base na autoridade de Deus. é que ele pode exercer a fé.18. • Fé Miraculosa (Mt 17:20. não muda a sua vida interior. Contudo por três destes acha-se a Sêmen Fidei (Semente da Fé). da conversão e da santificação. At 14:9). Em distinção disto.institutodeteologialogos. Fé. Nem sempre a Bíblia fala da fé religiosa no mesmo sentido. no tribunal de Deus. mas sim. afirma que Deus. • Fé Histórica (Jo 3:2. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. quanto à veracidade do Evangelho e uma segurança (confiança) nas promessas de Deus em Cristo. O exercício consciente da fé forma gradativamente o Habitus.br . é o sujeito da fé. produzida pelo Espírito Santo no coração. que Barth tem em mente também quando. como é o caso da regeneração. o seu estado ou posição. segurança da salvação (Rm 5:1-10) e uma herança entre os que são santificados (At 26:18). (Natureza e Características da Justificação). Alguns teólogos falam disto como Habitus da fé. Quando a Bíblia fala da fé. apóia-se numa autoridade.com.com. e não o homem. A Verdadeira Fé Salvadora. que todas as reinvidicações da lei são satisfeitas com vistas ao pecador. Justificação. Não afeta a sua condição. em conformidade com a imagem de Deus. portanto. ou absolutamente não é justificado. mas Ele nos é oferecido unicamente no Evangelho. a santificação é um processo contínuo que jamais se completa nesta existência. e não é um processo. em seu desejo de ressaltar o fato de que a salvação é exclusivamente obra de Deus. A verdadeira fé salvadora tem sua sede no coração e suas raízes na vida regenerada.br | contato@institutodeteologialogos. • Fé Temporal (Mt 13:20. • A justificação dá-se fora do pecador. Em última análise. não defere da fé em geral. Jo 11:22. é imediatamente completa e para sempre não existe isso.21). a fé. Cristo é o objeto da fé salvadora.28. evidentemente. no sentido religioso. a fé Cristã no sentido mais abrangente. ou o homem é plenamente justificado. é a persuasão do homem. incluindo uma herança eterna. e este adquirem uma significação fundamental e determinante para o exercício da fé. Somente depois que Deus implantou a semente da fé no coração do homem. A santificação remove a corrupção do pecado e renova o pecador constante e crescentemente. embora a sentença lhe seja dada a conhecer na vida interna do homem e gradativamente afete todo o seu ser. de mais ou menos justificação. e não um ato ou processo de renovação. mas uma potencialidade produzida por Deus no coração do pecador. quanto à veracidade da Escritura. e isto deu surgimento às seguintes distinções na Teologia. É isto. A justificação é um ato judicial de Deus. Esta fé não é primeiramente uma atividade do homem. Os que são justificados têm paz com Deus. Muitas vezes se faz distinção entre o Habitus e o Actus da Fé (entre o hábito e o ato da fé). na obra de redenção. é certo. Tg 2:19). Ela é singular. com base na justiça de Jesus Cristo. • A justificação acontece uma vez por todas. O arminiano sustenta que ela inclui somente aquele. mas a Bíblia ensina claramente que o fruto da Justificação é muito mais que o perdão.31 • Lídia (At 16:14). geralmente se refere à fé como uma atividade do homem. Não se repete. Ela envolve o perdão dos pecados e a restauração do pecador ao favor divino. Se a fé em geral é uma persuasão da verdade fundada no testemunho de alguém em quem temos confiança e em quem descansamos e. Pode-se definir a fé salvadora como uma convicção. 3:12). e depois diz: “E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne. A santificação do corpo tem lugar principalmente na crise da morte e na ressurreição dos mortos. hábitos e paixões pecaminosos. no que se refere à alma. Finalmente. Características da Santificação. 1 Co 6:15. por outro lado. A velha estrutura do pecado vai sendo posta abaixo aos poucos e uma nova estrutura é erguida em seu lugar. Ela fala deles como espíritos dos justos aperfeiçoados (Hb 12:23) e como sem mácula (Ap 14:5). assim. Descreve-a como obra de Deus (1 Ts 5:23. no coração.com. É uma obra sobrenatural de Deus. A Vivificação do Novo Homem. e na ressurreição. a Escritura ensina claramente e explicitamente que a santificação afeta tanto o corpo como a alma (1 Ts 5:23. Paulo contrasta as obras da carne com as do Espírito. Ocasião que se dá a Justificação. o novo ar se precipita para dentro. com as suas paixões e concupiscências”. Hb 9:14). a justificação na ressurreição de Cristo e a justificação pela fé.20). Se precisasse. por essa mesma razão. nem o que pratica Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. ao passo que a justificação passiva realiza-se pela fé. portanto. É o ato de Deus pelo qual a disposição santa da alma é fortalecida.5. afetos e vontade. assim. e. a santificação do crente deve completar-se no exato momento da morte. Jo 6:45). Consideremos sucessivamente a justificação desde a eternidade. como uma obra que é realizada no homem por dentro e que. Ademais. Falando em termos de economia. Cl 2:12. ninguém pode arrogar-se liberdade do pecado (1 Rs 8:46. Isto parece decorrer do fato de que. o levantamento gradual do novo edifício não precisa esperar até que o antigo esteja completamente demolido. A Escritura mostra claramente o caráter sobrenatural da santificação de diversas maneiras. transparece na Escritura que a santificação afeta todos os poderes ou faculdades da alma: o entendimento (Jr 31:34. dizem que a justificação ativa deu-se na eternidade. É como arejar uma casa impregnada de odores pestilentos. os que já partiram estão inteiramente santificados. Ao que parece. como fruto da união vital com Jesus Cristo (Jo 15. Alguns teólogos separam cronologicamente a justificação ativa e passiva.INTRODUÇÃO À TEOLOGIA . Fp 2:13). e a consciência (Tt 1:15. ou imediatamente após a morte. Gl 2:19). Com a gradativa dissolução do antigo.br . 2. e Deus o Espírito o santifica. As duas partes da santificação são expostas na escritura como: 1. Gl 2:20. O corpo é focalizado aqui como órgão ou instrumento da alma pecaminosa. Tg 3:2. mas. por um lado.institutodeteologialogos. Alguns têm a equivocada noção de que a santificação consiste meramente em induzir a nova vida implantada na alma pela regeneração. A Mortificação do Velho Homem (o corpo do pecado). intelecto.21). e forçosamente há transformação da periferia da vida. simultâneas. a Bíblia ensina que. Cl 1:11) e fala da sua manifestação nas virtudes cristãs como sendo obra do Espírito (Gl 5:22). criado em Cristo Jesus para boas obras. Transforma-se o homem interior. nunca poderia começar nesta existência. a vontade (Ez 36:25-27.4. Conforme o ar que ali estava é extraído. O Velho Homem é a natureza humana na medida em que é dirigida pelo pecado (Rm 6:6. Deus o Pai declara justo o pecador. Afeta o Homem todo: corpo e alma. Rm 6:12. quanto ao concernente ao corpo. os exercícios santos são incrementados e. Rm 3:10. porque a santificação ocorre na vida interior do homem. e este não pode ser mudado sem se mudar todo o organismo do homem. e que. 1 Jo 1:8). muitas vezes é chamado ressurreição com Cristo (Rm 6:4. Muitas vezes é exposta na Bíblia como a crucificação do Velho Homem e. na vida presente. é gerado e promovido um novo curso da vida. Hb 13:20. Ademais.com.32 Enquanto que a causa meritória está nos méritos de Cristo. Este ato positivo da santificação. 4:19). segue-se à outra. Pv 20:9. não pode ser obra do homem (Ef 3:16. é associada à morte de Cristo na cruz. A nova vida a qual ela conduz é chamada viver para Deus (Rm 6:11. o novo vai aparecendo.12. Isto decorre da natureza do caso. No contexto da passagem de Gálatas. Gl 5:24). Neste caso. pelo qual se expressam as inclinações. há uma diferença na causa eficiente. Graças a Deus. Estas duas partes da santificação não são sucessivas. mediante a apresentação de motivos à vontade. (Natureza da Santificação). no sentido cronológico. assim se diz. 2 Co 5:17. as paixões (Gl 5:24).br | contato@institutodeteologialogos. de maneira persuasiva. ou quando da ressurreição de Cristo. é nos dito que na celestial cidade de Deus de modo nenhum penetrará coisa alguma contaminada. Santificação. INTRODUÇÃO À TEOLOGIA . A Bíblia foi escrita em hebraico. é uma operação imediata do Espírito Santo. contextual. tais como o exercício da fé. Em seu significado técnico. 3. Considera-se a hermenêutica como ciência porque ela tem normas ou regras. refere-se á idéia de que o interprete está tentando derivar seu entendimento do texto. dá-se na vida consciente. léxico-sintática. portanto. e que Cristo. depende do uso de certos meios. A teoria hermenêutica divide-se. uma aplicação mecânica e rígida das regras às vezes distorcerá o verdadeiro sentido de uma comunicação. Em segundo lugar existe um Abismo Cultural. por exemplo. O prefixo ex (“fora de. como. Exegese é a aplicação dos princípios da hermenêutica para chegar-se a um entendimento correto do texto. Hermenêutica Especial é o estudo das regras que se aplicam aos gêneros específicos.br .institutodeteologialogos. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. organiza os dados bíblicos de uma maneira lógica antes que histórica. a oração e a associação com outros crentes. Contrastando com a Teologia Bíblica. Considerada como arte. para ser igual ao corpo da sua gloria (Fp 3:21).A HERMENÊUTICA E A EXEGESE Somente após um estudo da canonicidade.INTRODUÇÃO À HERMENÊUTICA Diz-se que a palavra hermenêutica bíblica deve sua origem no nome de Hermes. tanto dos escritores quanto dos primitivos leitores. o deus grego que servia de mensageiro dos deuses.com. Há um Abismo Histórico no fato de nos encontrarmos largamente separados no tempo. Teologia Bíblica é o estudo da revelação divina no Antigo e Novo testamento. e essas podem ser classificadas num sistema ordenado. A santificação tem lugar. 2. em parte. Quando interpretamos as Escrituras. Seguindo a exegese estão os campos gêmeos da Teologia Bíblica e da Teologia Sistemática. se o leitor ignorar que frases como “o Senhor endureceu o coração do Faraó”. 10 . há diversos bloqueios a uma compreensão espontânea do significado primitivo da mensagem. aramaico e grego .três línguas que possuem estruturas e expressões idiomáticas muito diferentes da nossa própria língua. e teológica.br | contato@institutodeteologialogos. Um terceiro bloqueio à compreensão espontânea da Mensagem bíblica é a Diferença Lingüística. tipos e profecias. 11 . o estudo da Palavra de Deus. em parte. a Teologia Sistemática. como parábolas. na vida subconsciente e. Incluem os tópicos das análises histórico-cultural. resultante de significativas diferenças entre a cultura dos antigos hebreus e a nossa. neste caso. com freqüência desafortunados destinatários. mas também. transmitindo e interpretando suas comunicações aos seus afortunados ou.com.33 abominação e mentira (Ap 21:27). porque a comunicação é flexível e. alegorias. 1. tal. muitas vezes se define a hermenêutica como “a ciência e arte de interpretação bíblica”. na Sua vinda. e. para fora”). podem conter expressões idiomáticas que dão ao sentido primitivo desta frase algo diferente daquele comunicado pela tradução literal. assume maior significado quando entendemos a extrema crueldade e pecaminosidade do povo de Nínive (Jn 1:1-3). da Crítica Textual e da Crítica Histórica é que o estudioso está preparado para fazer exegese. 1. transformará o nosso corpo de humilhação. 2. em vez de ler seu significado no (dentro) texto (exegese). A antipatia de Jonas pelos Ninivitas. às vezes em duas subcategorias – a Hermenêutica Geral e a Especial. A mesma coisa pode acontecer ao traduzir-se de outras línguas. Hermenêutica Geral é o estudo das regras que regem a interpretação do texto bíblico inteiro. C). das circunstâncias.).institutodeteologialogos. Hermenêutica Moderna.INTRODUÇÃO À TEOLOGIA . a hermenêutica é necessária por causa das lacunas históricas culturais. 6:15. Exegese Patrística (100-600 d. 5. 11. As três sentenças seguintes servem-nos de exemplo: • Literal. “Viu-se grande sinal no céu. A esta altura pode ser útil distinguir entre a interpretação e aplicação. 7. encontrados em cada um dos seguintes períodos de 1. Os Evangélicos Conservadores são os que crêem que a Bíblia é totalmente sem erros.19. à medida que estudamos a história da interpretação. Em Romanos 8 tem um significado.34 4.br . vemos que muitos dos grandes Cristãos (Orígenes. Dn 12:8. Se aceitarmos o ponto de vista de que o sentido de um texto é o que ele significa para mim. Dizer que um texto tem uma interpretação válida (o significado pretendido pelo autor) não quer dizer que o que ele escreveu tem somente uma aplicação possível. Os Evangélicos Liberais crêem que a Bíblia é sem erro toda vez que fala sobre questões da salvação e da fé cristã. No estudo da Bíblia. Interpretação das Escrituras Os teólogos conservadores concordam em que as palavras podem ser usadas em sentido literal. então a Palavra de Deus pode ter tantos significados quantos forem seus leitores. 3. 1 Tm 6:9.com. Exemplos: A ordem em Ef 4:27 tem um significado. Exegese da Reforma. e não o que ela significa para mim. Uso do Antigo Testamento pelo Novo Testamento.1. João 11:49–52. 6. 4. Exegese Medieval (600-1500 d. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. Rm 1:18-22. • Simbólico.com. • Figurativo. a tarefa do exegeta é determinar tão intimamente quanto possível o que Deus queria dizer em determinada passagem. diferem entre as várias culturas. Portanto.br | contato@institutodeteologialogos. da natureza e do Universo. Lutero.C.) entenderam e aceitaram princípios hermenêuticos melhores do que os que praticaram. Exegese Judaica Antiga. 2. etc. (Um pai bravo com o filho:) “Na próxima vez que me chamar de coroa você vai ver estrelas ao meio-dia!”. uma mulher vestida do sol com a lua debaixo dos pés e uma coroa de doze estrelas na cabeça” (Ap 12:1). mas pode ter diferentes aplicações. Exemplos de versículos com definições hermenêuticas da Bíblia: 2 Tm 3:16. Exegese da Pós-Reforma. Foi colocada na cabeça do rei uma coroa cintilante de Jóias. mas pode possuir erros nos fatos históricos e noutros pormenores. 8:27. lingüísticas e filosóficas que obstruem a compreensão espontânea e exata da Palavra de Deus. 2 Pe 2:19). a saber. Visão Panorâmica da História Princípios evangélicos interpretação bíblica. Além do mais.2. 2 Pe 1:21. Um quarto bloqueio significativo é a Lacuna Filosófica. Opiniões acerca da vida. Agostinho. mas pode ter múltiplas aplicações. 11. Outros exemplo: 1 Pe 1:10-12. A Bíblia ensina que a rendição ao pecado torna-nos escravos dele e cega-nos à Justiça (João 8:34. figurativo ou simbólico. • Compete ao expositor entender o que o autor pretendia dizer e não introduzir no texto o significado que ele – expositor – quer lhe dar. • A analogia mostra-nos onde terminamos nossa luta. nada na passagem pode constituir-se matéria da fé ortodoxa. grego. algumas das quais estão em uso até hoje. conforme resumo de Ramm: • O intérprete deve possuir fé cristã autêntica. 5. histórico e cultural do escritor e de sua audiência. 1. ele estabeleceu diversas regras para exposição da Escritura. Estar cônscio das circunstâncias e normas culturais que acrescentam significados a determinadas ações. mas o espírito vivifica”. • O Espírito Santo não toma o lugar do aprendizado necessário para se entender a Escritura. 11. • Se o significado de um texto é obscuro. • Deve-se ter em alta conta o significado literal e histórico da Escritura.br . mediante: 6. eram tidos como existentes em toda passagem bíblica. A interpretação foi amarrada pela tradição. O sentido quádruplo da Escritura engendrado por Agostinho era a norma para a interpretação bíblica.institutodeteologialogos. • A passagem obscura deve dar preferência a passagem clara. 2. e o que se destacava era o método alegórico. Notar as declarações explícitas ou repetição de frases. 3. Determinar as circunstâncias históricas gerais. Entender como a passagem se enquadra em seu contexto imediato: Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. Determinar o ambiente geral. • O Antigo Testamento é documento Cristão porque Cristo está retratado nele do principio ao fim. o método alegórico é adequado. Ele justificou suas interpretações alegóricas em 2 Coríntios 3:6: “Porque a letra mata. Esses quatro níveis da significação.com. • O significado moral dá-nos as regras da vida diária. expressos na seguinte quadra que circulou durante este período. Observar os problemas omitidos ou os focalizados.35 Agostinho (354-430). 8. • Há significado nos números bíblicos.com. 4. querendo com isso dizer que uma interpretação literal da Bíblia mata.br | contato@institutodeteologialogos. • A Escritura tem mais que um significado e. 7. Entre suas regras encontramos as seguintes. • O expositor deve levar em consideração que a revelação é progressiva. • Um versículo deve ser estudado em seu contexto. Agostinho foi de longe o maior homem de sua Época. geografia e outros assuntos. Análise Histórico-Cultural e Contextual. O interprete deve conhecer hebraico. Em seu livro sobre a Doutrina Cristã.INTRODUÇÃO À TEOLOGIA . e não isolado dos versículos que o cercam. mas uma alegórica ou espiritual vivifica. • A letra mostra-nos o que Deus e nossos pais fizeram. Determinar o objetivo que o autor tinha em escrever um livro. Discernir o nível de compromisso espiritual da audiência.3. portanto. 9. Observar as seções parentéticas ou hortativas. Em termos de originalidade e gênio. • O intérprete deve consultar o verdadeiro credo Ortodoxo. • A alegoria mostra-nos onde está oculta a nossa fé. que este versículo é a aplicação de um ponto que Paulo apresentou no capitulo anterior. Determinar o que significam as palavras tomadas individualmente: • Apontar os múltiplos significados que uma palavra possuía no seu tempo e cultura.4 :30) e de sua conclusão (4:31) esclarece o significado do outrora ambíguo (5:1). 5. • Indicar a pessoa ou categoria de pessoas para as quais a passagem se destinava. contudo. 6.36 • Apontar os principais blocos de material no livro e mostrar como se ajustam num todo coerente.br | contato@institutodeteologialogos. Apontar a forma literária geral. Colocar os resultados de sua análise em palavras não técnicas. a fim de determinar com maior precisão o significado que o autor pretendia lhes dar.com. • Determinar os significados únicos. Assim quando Jesus disse: Eu sou a porta. A análise Léxico-Sintática fundamenta-se na premissa de que embora as palavras possam assumir uma variedade de significados em contextos diferentes. • Determinar a perspectiva que numenológica ou fenomenológica. 3. e assim por diante. 4. 11. as palavras que sobrevivem por longo tempo numa língua. Examinemos Gálatas 5:1 que diz: “Permanecei.4. Analisar a sintaxe para mostrar de que modo ela contribui para a compreensão de uma passagem. isoladamente. Tomando. Uma leitura dos argumentos de Paulo (Gálatas 3:1 .institutodeteologialogos. Apontar as divisões naturais (parágrafos e sentenças) do texto. adquirem muitas denotações (significados específicos) e conotações (implicações complementares).. eu sou a Videira e Eu sou o pão da Vida. Paulo está incentivando os gálatas a não se escravizar de novo ao jugo do legalismo (esforçar-se por ganhar a salvação pelas boas obras). entendemos essas expressões como comparações. firmes e não vos submetais de novo a jugo de escravidão”. 7. O pois indica. elas têm apenas um significado intencional em qualquer contexto dado. Significados das Palavras Em sua maioria. As denotações literais Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.5.br . 11. pois. As palavras ou frases podem ter denotações vulgares e também técnicas. Investigar o desenvolvimento do tema e mostrar como a passagem sob consideração se enquadra no contexto. Os Sete passos seguintes foram comentados para a elaboração de uma Análise LéxicoSintática: 1. Indicar os conectivos dos parágrafos e sentenças e mostrar como auxiliam na compreensão da progressão do pensamento.com. à escravidão ao pecado. o versículo poderia ter qualquer de diversos significados: poderia referir-se á escravidão humana. de fácil compreensão que comuniquem com clareza o significado que o autor tinha em mente. • Mostrar como a passagem se encaixa na corrente de argumento do autor. Análise Léxico-Sintática O estudo do significado de palavras tomadas isoladamente (lexicologia) e o modo como essas palavras se combinam (sintaxe). que o autor tenha em mente em dado contexto. conforme ele tencionava.INTRODUÇÃO À TEOLOGIA . 2. á escravidão política. o autor tencionava comunicar – • Distinguir entre verdade descritiva e verdade prescritiva • Distinguir entre detalhes incidentais e o núcleo de ensino da passagem. O homem não consegue viver à altura desse conjunto de responsabilidades. No Paralelismo Sintético a segunda linha vai mais longe ou completa a idéia da primeira. O Salmo 37:21 proporciona-nos um exemplo: “O Ímpio pede emprestado e não paga. Também se forçarmos as palavras em todas as suas denotações. contudo. se há quem busque a Deus. para seus primitivos 5. 2. onde Cristo fala sobre sua própria carne.37 podem. Como Descobrir Denotações. de fato têm significados diferentes (João 21:15-7). podemos ver que se todos esses significados fossem aplicados à palavra conforme se encontra em João 6:53. Lucas 11:43. 3. duas palavras gregas que significam amor (Agapaoe Phileo). No Paralelismo Sinonímico.com. significados emocionais implícitos. Ele tem sido chamado de a chave para dividir corretamente as Escrituras e alternativamente a mais perigosa heresia encontrada presentemente dentro dos círculos cristãos.7. O padrão da história da Salvação é visto como três passos que se repetem com regularidade: 1. 11. A palavra grega Moranthei. cedo estaremos produzindo exegese herética. Determinar sua própria perspectiva da natureza do relacionamento de Deus com o homem. Teoria Dispensacional O Dispensacionalismo é uma dessas teorias que as pessoas parecem aceitar com plena confiança ou amaldiçoar. o justo. 3. finalmente. a segunda denotação (se o sal vier a ser insípido) é escolhida como a correta. Indicar o conhecimento complementar acerca deste tópico que hoje temos disponível por causa de revelação posterior. Avaliar a extensão do conhecimento teológico disponível às pessoas daquele tempo. mas com palavras diferentes Ex. nem nos retribui consoante as nossas iniqüidades. Embora esta seja apenas uma lista parcial de suas denotações. Por exemplo. Determinar o significado que a passagem possuía destinatários à luz do conhecimento que tinham. não declarados explicitamente. para ver se há quem entenda. As palavras também possuem conotações. registrada em Mateus 5:13. conduzir a denotações metafóricas. A. a natureza humana dominada por desejos pecaminosos (Rm 7:19). de quando em quando parecem ter sido usadas como sinônimos (Mateus 23:6. 20:46). Por exemplo. 1. O Salmo 14:2 È um exemplo: “Do céu olha o Senhor para os filhos dos homens. Apontar a implicações desta perspectiva para a passagem que você está estudando. pode significar: “tornar-se tolo ou tornar-se insípido”. A poesia hebraica.: Salmo (103:10). a substância global do corpo (Atos 2:26). 2. a natureza sensual do homem (Cl 2:18).com. a palavra grega “sarx” pode significar “a parte sólida do corpo excetuando-se os ossos” (1Co 15:39).br . No Paralelismo Antitético a idéia da segunda linha contrasta agudamente com a da primeira.INTRODUÇÃO À TEOLOGIA . O Paralelismo Hebraico pode classificar-se em três tipos básicos: Sinonímico. 10:37. Antitético e Sintético. Não nos trata segundo os nossos pecados. o intérprete estaria atribuindo pecado a Cristo. 4. caracteriza. se compadece e dá”. 2.6.se por paralelismo. porém. 11. e assim.institutodeteologialogos. Análise Teológica 1. a segunda linha de uma estrofe repete o conteúdo da primeira. poucas assumem posição neutra. Deus dá ao homem um conjunto específico de responsabilidades ou padrão de obediência.br | contato@institutodeteologialogos. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. Neste caso o sujeito da sentença é sal. seu amor. ela é o Evangelho. identificam entre quatro e nove dispensações: o número costumeiro é sete ou oito (se o período da tribulação for considerado com uma dispensação à parte). o conteúdo da fé muda nas várias dispensações. o objeto da fé em cada era é Deus. Diversos textos do Novo Testamento diferenciam o aspecto cerimonial da lei e apontam para seu cumprimento em Cristo (Mc 7:19.26. Não obstante eu os haver desposado”. são parte da aliança da Graça. Hb Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. 5. Três Aspectos da Lei. e sua salvação. 3. 7. uma nova dispensação. diz o Senhor e firmarei nova aliança com a casa de Israel e com a casa de Judá. 11. As observâncias rituais que apontavam para a frente. Is 1:16). O aspecto Cerimonial da Lei abrange os vários sacrifícios e ritos cerimoniais que serviram como figuras ou tipos que apontavam para o Redentor vindouro (Hb 7-10). se a Teoria Dispensacional é incorreta. 4. Dispensação da Consciência (Gênesis 4:1 . Vários textos do Antigo Testamento confirmam a concepção do significado Espiritual (Lv 20:25. Dispensação do Milênio (Apocalipse 20). para a expiação final em Cristo.com. Porquanto eles anularam a minha Aliança. Dispensação da Graça (Atos 2:1 .8:10). no dia em que os tomei pela mão. 6. a toda a humanidade. 1. Os dispensacionalistas.38 3. seu juízo e sua era. Deus reage com misericórdia concedendo um novo conjunto de responsabilidades. O Cerimonial. Teoria Luterana Lutero acreditava que devemos distinguir com cuidado entre duas verdades bíblicas paralelas e sempre presentes: A Lei e o Evangelho. Dispensação da Inocência ou Liberdade (Gênesis 1:28 . O Moral.institutodeteologialogos.11:9). O Evangelho refere-se a Deus em sua graça. 2. Não conforme a aliança que fiz com seus pais.Atos 1:26). Um modo de distinguir Lei e Evangelho é perguntar: isto fala de julgamento sobre mim? Nesse caso. a exigência para a salvação em cada era é a fé. Humano) (Gênesis 8:15 . para os tirar da terra do Egito. 1. 11. As leis que Deus prescreveu para uso no governo civil de Israel. A Lei refere-se a Deus. 51:7. Todos os crentes do Antigo Testamento bem como os crentes nossos contemporâneos.Apocalipse 19:21).8. A base da salvação em cada era é a morte de Cristo. Dispensação da Promessa (Gênesis 11:10 .INTRODUÇÃO À TEOLOGIA . então aquela que ensina tais distinções poderia correr sério risco de trazer sobre si próprio os juízos de Mateus 5:19. A. 2. se a passagem traz consolo.br | contato@institutodeteologialogos. permanente. em seu ódio ao pecado. Teoria das Alianças A aliança da Graça é o acordo entre Deus e o pecador. é a Lei. 3. O Judicial ou Civil.16. e o pecador promete uma vida de fé e obediência.br . Jr 31:31-32 diz: “Eis aí vêm dias. Dispensação da Lei Mosaica (Êxodo 18:2 . O corpo de preceitos morais de aplicação universal. na qual Deus promete salvação mediante a fé. Por exemplo. Evidentemente se a Teoria Dispensacional é correta. Sl 26:6. então ela representa um poderoso instrumento hermenêutico e instrumento decisivo se queremos interpretar as promessas e ordens bíblicas corretamente. Em contraste. isto é. Dispensação do Governo Civil (ou.9.17. Por outro lado.Êxodo 18:27).com.3:6). Ef 2:14-15. Lc 8:9-10).com. Metáfora. tipos e profecia. semelhança e similaridade”. associações com outras pessoas.11. Geralmente a Parábola tem prosseguimento mantendo a história e sua aplicação distintas: em geral. 2 Sm 12:1-7). Podemos entender a parábola como um Símile ampliado. As Alegorias mesclam a história e sua aplicação. moralidade.INTRODUÇÃO À TEOLOGIA . Introdução à Hermenêutica Especial É o estudo das regras que se aplicam aos gêneros específicos. Jesus usou metáforas quando disse: “Eu sou o pão da vida e vós sois a Luz do Mundo”.9).10. A comparação vem expressa e o sujeito e a coisa comparada. explicados mais plenamente. indolência e justiça. O foco geral do livro de Provérbios é o aspecto moral da lei – regulamentos éticos para a vida diária. de sorte que a alegoria traz em seu conteúdo sua própria interpretação. Tanto nos símiles como nas metáforas por causa de sua natureza compacta. pode-se entender a Alegoria como uma metáfora ampliada. 1 Co 6:9–20). 2. Parábola. a aplicação acompanha a história. assim importa que o Filho do homem seja levantado. ou que os cristãos devem ser exemplos de vida piedosa num mundo ímpio). Objetivos da Lei (Gl 3:19. Figuras de Linguagem Símile.br | contato@institutodeteologialogos. A.com. Provavelmente a maioria dos teólogos evangélicos concordaria com esta definição de tipologia bíblica. O levantamento da serpente e dele próprio. As finalidades das Parábolas são: 1) revelar verdade aos crentes (Mt 13:10-12. O sujeito e a coisa com a qual ele é comparado estão entrelaçados. Gl 3:22-24. 10:1. um único ponto de comparação ou principio de verdade para comunicar (Pv 31:14).institutodeteologialogos. 11. O aspecto Moral da lei (Rm 8:1-3. Mc 4:11. tem uma variedade de denotações no Novo Testamento. Rm 3:31. Mc 4:11-12. mantêm-se separados. 2) ocultar a verdade daqueles que endurecem o coração contra ela (Mt 13:10-15. a comparação não vem expressa e o sujeito e a coisa comparada acham-se entrelaçados. como parábolas. Rm 6. 1 Tm 1:8-11. para que todo o que nele crê tenha a vida eterna”. Por semelhante modo. ela não usa as palavras semelhantes ou como. 1 Jo 3:9. Os focos específicos incluem sabedoria. controle da língua. Os provérbios têm em geral. onde Jesus diz: “E do modo por que Moisés levantou a serpente no deserto. 11.br . A seguinte definição de tipo desenvolveu-se de um estudo indutivo do uso bíblico deste conceito: tipo é “uma relação representativa reordenada que certas pessoas. 15:10. Jesus ressaltou duas semelhanças: 1. o autor geralmente tem em mira acentuar um único ponto (exemplo: que Cristo é a fonte de sustentação de nossa vida espiritual. redigidos em termos universalmente permanentes. Jo 14:15. da qual se deriva à palavra tipo. Um exemplo notório de um tipo bíblico encontra-se em João 3:14-15. Alegoria. 1 Jo 4:16-19). alegorias. A idéia básica expressa por Tupos e seus sinônimos são os conceitos de “parecença. Os provérbios podem ser considerados ou como parábolas condensadas ou como alegorias condensadas. Vida para os que responderam ao objeto do levantamento. castidade. B. 1 Co 5. eventos e instituições correspondentes. que ocorrem numa época posterior na história da salvação”.39 7:26-28. È uma comparação não expressa. Tipologia Bíblica A palavra grega Tupos. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. È uma comparação expressa: È típico o emprego das palavras semelhante ou como (“o reino dos céus é semelhante”). 9:9-11. eventos e instituições têm como pessoas. A Tipologia deve. Paulo usa o juízo sobre o Israel incrédulo como advertência – tipologia – aos cristãos a que não se engajassem na imoralidade (1 Co 10:1-11). Por isso. sem necessariamente ser semelhantes em qualquer respeito. uma tragédia local. o pão e o vinho são símbolos do corpo e sangue de Cristo. ou coisas dentro da história da salvação o Alegorismo é a busca de significados secundários e ocultos que sublinham o significado primário e da narrativa histórica.com. São aquelas cujas vidas demonstram algum importante principio ou verdade da redenção. Segunda. Em Mateus foi o próprio Cristo (como representante de Israel) que foi chamado do Egito. Ao contrário da embase ao individuo em nossa cultura.br . como tipo do sacerdócio contínuo de Cristo (Hb 5:6) e Davi. Disto temos exemplo na expiação mediante o derramamento de sangue de cordeiros e mais tarde pelo de Cristo (Lv 17:11 conforme 1 Pedro 1:19 ). Melquisedeque.institutodeteologialogos. a figura de Mt 2:15 (“do Egito chamei o meu Filho”) refere-se a Os 11:1. ao passo que os símbolos podem não fazê-lo. Mt 2:17-18 (Raquel chorando por seus filhos assassinados) é mencionado como analogia tipologia da situação nos tempos de Jr (Jr 3l:15). os sete candeeiros de ouro (Ap 2:1) são símbolos das igrejas da Ásia. simbolizando o amor da aliança divina ao Israel infiel. D. depois de sua infidelidade. Outro exemplo é o Sábado como tipo do descanso eterno do crente. 2. os judeus identificam-se antes de tudo como membros de um grupo.br | contato@institutodeteologialogos. também se distinguir do Alegorismo. Cargos ou Ofícios Típicos incluem Moisés. A prefiguração é chamada tipo. Não há similaridade necessária entre o símbolo e o objeto que ele simboliza. como rei. 11. como há entre o tipo e seu antítipo. e era uma forma hebraica de pensamento comum e aceita. o acontecimento envolveu uma tragédia nacional.40 Os tipos assemelham-se aos símbolos e podem até ser considerada uma espécie particular de símbolo. Refere-se á oscilação de pensamento entre um grupo e um indivíduo que representa esse grupo. O ponto de correspondência era a angústia demonstrada em face da perda pessoal.INTRODUÇÃO À TEOLOGIA . Instituições Típicas. Um tipo sempre precede historicamente o seu antítipo. que em seu oficio de profeta (Dt 18:15).12. Por exemplo. Os eventos típicos possuem uma relação analógica com algum evento posterior. no tempo de Mateus. Classificações dos Tipos A. E. existem duas características que os diferenciam: 1. Alguns dos salmos também vêem Cristo como representante de toda a humanidade.com. ou vir depois daquilo que ele simboliza. ao passo que um símbolo pode preceder. B. na qual o filho se identifica com a nação de Israel. os tipos apontam para o futuro. Primeira. coexistir. Mais tarde ele a redime. A tipologia é a busca de vínculos entre os eventos históricos. A tipologia repousa sobre uma compreensão objetiva da narrativa histórica. São práticas que prefiguram eventos posteriores de salvação. enquanto Cristo o é da humanidade redimida. Por exemplo. não é raro encontrar um representante falando ou atuando pelo grupo inteiro. o cumprimento chama-se antítipo. foi um tipo de Cristo. Ações Típicas são exemplificadas por Isaías andando nu e descalço durante três anos como sinal ao Egito e à Etiópia de que em breve a Assíria os levaria nus e descalços (Is 20:2-4). pessoas. Figura Representativa. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. ao passo que alegorização introduz na narrativa significados objetivos. Contudo. C. ao passo que os tipos se assemelham de uma ou mais formas às coisas que prefiguram. por isso as palavras primitivas aplicavam-se a ele. Outro exemplo de ação típica foi o casamento de Oséias com uma prostituta. os símbolos servem de sinais de algo que representam. Pessoas Típicas. Adão é mencionado como tipo de Cristo (Rm 5:14): Adão foi o principal representante da humanidade caída. Nos dias desse profeta. afirmam que cada Cristão deve ser um pregador. Mc 16:15). essencialmente animais e de outras formas vivas. 1 Co 12:4-7. acompanhado por uma guia celestial que lhe mostra vistas interessantes e comenta-as. João 11:51). De modo geral as visões terminam com a intervenção divina levando o presente estado de coisas a um final cataclísmico e estabelecendo uma situação melhor.INTRODUÇÃO À TEOLOGIA . Homilética é a ciência e a técnica de comunicar ou expor a mensagem bíblica. 22: 7. As visões com freqüência. etc”.41 11.4. Aspectos da Pregação de Jesus. É freqüente o escritor tomar história passada e reescrevê-la como se fosse profecia.13. que significa “persuasão. 8. que significa “desvendar ou revelar”.institutodeteologialogos. Profecia Em ambos os testamentos. 6. noss quais podemos destacar o de profetizar (1 Co 14:3) ligado diretamente ao Ministério da Palavra. Muitas vezes a informação é comunicada por meio de visões. As seções apocalípticas de fato ocorrem nos livros canônicos.31).de modo mais notável em Daniel 7-12 e no Apocalipse. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. 9. 4. 10.INTRODUÇÃO À HOMILÉTICA Homilética é a arte de pregar. fazem uso do simbolismo estranho e até enigmático. Vez por outra as visões são pessimistas com relação à possibilidade de que a intervenção humana melhore a presente situação. A palavra vem do grego Homilia. O escritor apocalíptico muitas vezes usa seu pseudônimo. profeta é um porta-voz de Deus que declara a vontade de Deus ao povo. muitos definem a Homilética como “a arte de pregar”. 11. Predizer eventos futuros (Ap 1:3. Revelar fatos ocultos quanto ao presente (Lucas 1:67-79.br | contato@institutodeteologialogos. pois o anúncio do Evangelho é missão de todos quantos se comprometem com Jesus Cristo (Mt 28:18-20.com. O escritor escolhe um homem importante do passado (Enoque ou Moisés) e faz dele o herói do livro. 2. 5. A profecia refere-se a três coisas: 1. Assim sendo. As Escrituras Sagradas. A tendência do gênero apocalíptico é conter mais simbolismo. 7. ele escolheu. Literatura Apocalíptica Esta palavra nos vem do grego apokalupsis (encontrada em Ap 1:1). O foco da literatura apocalíptica está no consolar e sustentar o remanescente justo. e não deve ser algo apreendido somente por pastores. 1.br . 2. A palavra Profetizar no Novo Testamento significa “anunciar a Palavra”. consolo e exortação em linguagem poderosamente arrebatada (Atos 15:32. Atos 13: 6-12). Este herói freqüentemente empreende uma viagem. Ef. 3. alegando escrever em nome do herói que.com. falar. Por outro lado nos deparamos com os dons espirituais (Rm 12:6-8. Ministrar instrução. existe uma grande necessidade do leigo ter conhecimento desta arte já que é possível também àqueles que não tiveram a oportunidade de estudar numa instituição teológica.10. Todos aqueles que pregam a Palavra de Deus tem condições de melhorar ainda mais suas mensagens. 4:11-13). 1 CorÌntios14:3. 12 . 3. O foco primário da literatura apocalíptica é a revelação do que esteve oculto particularmente com relação aos tempos do fim.14. A Bíblia deve ser a única regra de fé e prática daquele que tenciona pregar a Palavra de Deus. Como parte do processo. 12. Foi usando a Palavra. A Tarefa do Ministro O pregador é um ministro da Palavra de Deus. Teológica e Literária. ou uma introspecção teológica ou psicológica – e amplia esta idéia num sermão. 2. Atos 1:8. que Jesus venceu o tentador (Mt 4:1-11).14). 1 Tm 5:17. • Transformou a palavra em ação. 12.3. 3. e ser testemunha do evangelho (2 Pe 1: 21 ). Sua tarefa fundamental é ministrar a verdade de Deus (Lc 1:2. O Estudo da Bíblia Bíblia é o Manual do Pregador.br . O Espírito Santo atua na vida do cristão capacitando-o para fazer a obra de Deus (Gl 4:6. Ef 1:13.2. O Testemunho da Palavra. A Preparação Espiritual O pregador é acima de tudo uma testemunha (At 1:8). mas era obrigado a pregar a verdade do Cristianismo. • Explicou as Escrituras (Lc 4:16-21).br | contato@institutodeteologialogos. • Memorize alguns versículos. • Repreendeu o sistema pecaminoso da Época (Jo 8:43-47). É a Palavra de Deus que garante a prosperidade em todas as coisas (Sl 1:2. • Pratique a Oração. Levando a uma aplicação desse significado na vida dos cristãos de nossos dias. Antes de sair para pregar a outros é necessário poder dizer como o apóstolo Paulo: “Eu sei em quem tenho crido. O Testemunho do Espírito. 2. A Pregação Expositiva começa com determinada passagem e investiga-a.7.INTRODUÇÃO À TEOLOGIA . Os três grandes testemunhos dos Cristãos são: 1. • Profetizou sobre o fim dos tempos(Mt 24:4-13). pregar a palavra de Deus. • Defina um plano de leitura. Contextual. mas pertinente. acrescenta-se textos bíblicos Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. 12.com.3). Léxico-Sintática.institutodeteologialogos.42 • Falou por parábolas (Mt 13:34). Seu enfoque primário é uma exposição do que Deus tencionava dizer nessa passagem. O Servo de Cristo do Novo testamento não era livre para pregar conforme lhe aprouvesse.com. O cristão é uma pessoa que nasce do espírito (Jo 3:58). A conduta do homem que nasceu de novo não é a mesma que era antes do seu encontro pessoal com Cristo (1 Co 6:9-11. Sermonar começa com uma idéia na mente do pregador – um problema social ou político. Aos que têm dificuldade em ler ou estudar a Bíblia: • Leia alguma coisa todos os dias. 1. 2 Co 5:17). O Testemunho da Conduta. 2 Tm 2:2. e estou certo de que Ele é poderoso para guardar o meu tesouro até aquele dia” (2 Tm 1:12). empregando o processo que temos rotulado de análises Histórico-Cultural. 1 Pe 5:1). o pregador deve amar a Palavra de Deus (Sl 119:97) e saber que ela é a verdadeira espada do Espírito (Ef 6:17). 4:2.1. • Profetizou sobre si mesmo (Jo 2:19). com poder (Mc 2:9-12). • Marque sua Bíblia. a divisão que fala mais profundamente à vontade dos ouvintes deve estar em último lugar.43 aplicáveis.br | contato@institutodeteologialogos. É o comentário inicial do pregador antes de entrar no corpo do sermão propriamente dito. Se a proporção da Pregação Expositiva para a Sermonal serve de indicação. ou seja. • Conclusão. A Organização.5. Para que haja uma unidade no Sermão destacamos a importância do tema. Neste papel deve constar toda a divisão do sermão. os itens devem estar arrumados de tal maneira que correspondam às expectativas do pregador. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. meio e fim. O enfoque básico deste método é a elaboração de uma idéia humana em formas coerentes com o ensino geral da Bíblia nessa área. B. Organizar um sermão significa admitir as partes que são vitais para o tema e combinar as partes de tal maneira que possam ajudar a compreensão e dar expressão ao texto.br . É exatamente aonde o pregador quis chegar com o tema. O Preparo da Mensagem Uma boa mensagem é objetiva desde o começo até o fim. ao qual chamamos de esboço. 12. doutrinas. à medida que vêm à mente ou conforme encontrados com o auxilio de recursos de estudo. A Pregação Tópica começa pela seleção de um tópico relacionado com a Escritura de uma forma ou de outra (temas bíblicos. O Corpo do sermão se apresenta com divisões ou tópicos. um mandamento ou qualquer porção da Bíblia que serve de base ao sermão. A Ordem dos Assuntos. esta pregação poderia denominar-se Tópico-Expositivo. • Se o esboço do sermão se desenvolve mediante idéias que vêm à mente do pregador e em seguida são corroboradas pela ligação com um versículo bíblico pertinente. Por exemplo. a maioria das escolas de Teologia parece não estar preparando seus alunos nas técnicas necessárias á Pregação Expositiva como uma alternativa para o Sermonar. O pregador tem que levar o público a tomar uma posição ao final da mensagem. A organização clássica do sermão se faz da seguinte maneira: • Texto. • Tema.com. personagens da Bíblia). Uma boa ordem no corpo do sermão depende de quatro coisas: • Uma Ordem nas Divisões. • Se o sermão é preparado pela seleção de passagens bíblicas pertinentes e pelo desenvolvimento de um esboço baseado em exposição dessas passagens.institutodeteologialogos. Um sermão bem estruturado tem começo. e este apelo é feito dentro do assunto ou tema o qual transcorreu a pregação. C.4.INTRODUÇÃO À TEOLOGIA . Exemplo: o O amor de Deus é universal. Sermão Três condições essenciais para uma boa disposição de um sermão. • Introdução. em um sermão com quatro divisões. um bom sermão obedece a um tema desde a introdução até a conclusão. Todo pregador que se preza não sobe no púlpito sem um pedaço de papel com suas anotações para serem lembradas no momento certo. É um versículo. 12. A. A maioria dos sermões pregados hoje em dia parece ser da variedade Tópico-Sermonal ou Sermonal. poderíamos dar a esta pregação o título de TópicoSermonal. Se for um sermão evangelístico.com. uma parábola. Um bom sermão deve explorar apenas um só tema. A Unidade. É a verdade central do texto ou do assunto do pregador. 3. • Corpo (Tópicos). obedecendo a uma lógica durante todo o tempo. • Boas Transições de um Pensamento a Outro. Os pontos de vista mais proveitosos para a discussão de temas bíblicos são os seguintes: A. O amor de Deus é sacrificial. B. Apresenta o dever do arrependimento. TEMA: PORQUE DEUS AMA AO QUE DÁ COM ALEGRIA: Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. Alguns textos tem um tema tão claro que seu significado não necessita de explicações. De uma divisão a outra deve haver uma boa transição. três ou quatro divisões nas quais uma nada tenha a ver com a outra. em (Mt 4: 17) diz: “Desde então começou Jesus a pregar. O amor de Deus exige uma entrega. Dessa afirmação podemos perguntar: Por que Deus ama ao que dá com alegria? O esboço vai abordar as razões pelas quais Deus ama ao que dá com alegria. O amor de Deus é universal / 3. • O arrependimento significa mudança de sentimento a respeito do pecado (2 Co 7:9.br .29).com. Os temas devem ser bíblicos. o apóstolo Paulo nos diz que “Deus ama ao que dá com Alegria”. Um exemplo errado: o o o o A benção da Palavra de Deus A benção do Espírito Santo A benção da cura divina. Não é pelo muito falar que seremos ouvidos. O uso do tempo presente. Isso é possível. O Ponto de Vista das Razões que Apóiam o Tema. Que deu seu filho [TÓPICOS CERTOS] O amor de Deus é singular / 2. Ou verdade central da mensagem é a coisa mais importante para o pregador.44 o o o O amor de Deus é singular. Não se deve usar em um sermão. mas não é aconselhável. Se refere á habilidade de selecionar bem o assunto do sermão de forma a eliminar o que não é tão importante. e a dizer: Arrependei-vos porque é chegado o reino dos céus”. TEMA: O AMOR DE DEUS [TÓPICOS ERRADOS] De tal maneira / 2. O Ponto de Vista do Significado. • Tema. • O arrependimento significa mudança de vontade com relação ao pecado (Mt 21:28. Isso evita sermões cansativos e quilométricos. TEMA: O SIGNIFICADO DO ARREPENDIMENTO • O arrependimento significa mudança de opinião a respeito do pecado.com.br | [email protected]. O amor de Deus é sacrificial. Por exemplo. • A Eliminação de Material Alheio á Mensagem.10). Ao mundo / 3. Por exemplo (2 Co 9:7).INTRODUÇÃO À TEOLOGIA . 9:12).INTRODUÇÃO À TEOLOGIA ... Em (Ap 3:14-22) temos uma mensagem dirigida a Igreja em Laodicéia. TEMA: AS CAUSAS DA INDIFERENÇA ESPIRITUAL • Desmedida preocupação com as coisas materiais.45 • Deus ama ao que dá com alegria porque este demonstra a sinceridade do seu amor (2 Co 8:8).6) lemos o seguinte: “Os que semeiam com lágrimas.br . • Perde o desejo de viver.20. com cânticos de júbilo segarão. • Menosprezo da comunhão com Cristo. • Expõe.br | [email protected] sair e semear. • Deus ama ao que dá com alegria porque este alivia a necessidade do seu próximo (2 Co 8:13-15. C. O tema central é o seguinte: Cristo condena a indiferença espiritual. trazendo consigo os seus molhos”. • Submete-se à escravidão do pecado. • Deus ama ao que dá com alegria porque este glorifica o nome do seu Senhor (2 Co 9:13-5). O Ponto de Vista do Conteúdo do Texto. TEXTO: Marcos 4:35-41 TEMA: UMA NOITE COM JESUS Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. encontramos uma infinita variedade de possibilidades para organizar nossos pensamentos de acordo com o conteúdo do texto. • Falta de preocupação a respeito da vida eterna. • É necessária instrução . O Ponto de Vista dos Meios Para Executar ou Evitar Determinada Ação.Em lágrimas. E. Perguntamos: quais as causas da frieza espiritual daquela igreja? Os versículos 18. • É necessária compaixão . Por exemplo no (Sl 126:5. A partir do texto. Podemos também pensar nas conseqüências ou nos efeitos de um mandamento bíblico. considerando-se os positivos e negativos. O porquê de um mandamento ou de uma atitude nos dá subsídios importantes para anunciar a Palavra de Deus. • Rompe-se a sua comunhão com Deus. TEMA: COMO REALIZAR UM AVIVAMENTO • É necessária ação . • Sobrevém-lhe a cegueira espiritual. • Deus ama ao que dá com alegria porque este estimula a liberalidade de seus irmãos (2 Co 9:2). A palavra chave para entender esse ponto de vista é “como?”. F.Levando a semente. • Confiança demasiada em si próprio.com. D. Cada afirmação do esboço é complementada com um versículo bíblico. voltará com cânticos de júbilo. Aquele que sai chorando. O Ponto de Vista dos Efeitos.com. levando a semente para semear. TEXTO: Juízes 13 a 16 TEMA: O DESASTRE DO DOMÍNIO CARNAL Quando um filho de Deus se deixa dominar pela carne.se ao engano do mundo pecador. chorando.institutodeteologialogos. O Ponto de Vista das Causas.21 e 22 respondem à pergunta. A oração por si mesmo. É possível a qualquer hora. TEXTO: Eclesiastes 12:1 TEMA: O JOVEM NOS DIAS DE HOJE • É influenciado pela Tecnologia Moderna. • A responsabilidade com o Testemunho. • Aprendemos que a obediência a Cristo envolve o discípulo livrando-o de grandes tempestades. TEXTO: 2 Tessalonicenses 5:17 TEMA: ORAI SEM CESSAR • O significado da Oração. Classificação dos Sermões A.com. no sermão textual divide-se o texto. È aquele cujas divisões derivam do tema.institutodeteologialogos. • É influenciado pela Religiosidade Moderna. • É influenciado pelas Filosofias Modernas. o o o o o o o o o o É dependência do Homem para com Deus É sintonia entre o Homem para com Deus. • Os motivos da oração. Enquanto o sermão temático tem as suas divisões voltadas para o tema. A oração pelos incrédulos. • Aprendemos que as tempestades proporcionam um conhecimento mais íntimo e profundo com nosso Salvador. A oração pelos enfermos.6.br | contato@institutodeteologialogos. independente do texto.br . No sermão temático divide-se o tema.com. É adoração do Homem a Deus. Sermão Temático. TEXTO: Romanos 8:13 Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. É possível em qualquer lugar. • As possibilidades da Oração. A oração pelas necessidades espirituais da Igreja. O sermão temático inicia com um tema e suas partes principais consistem em idéias sobre o tema. 12.INTRODUÇÃO À TEOLOGIA . Sermão Textual. TEXTO: 2 Timóteo 3:14 TEMA: AS RESPONSABILIDADES DO CRISTÃO • A responsabilidade com a Palavra. É possível a qualquer pessoa.46 • Desta experiência aprendemos que o discípulo deve sempre obedecer ao seu Senhor. o sermão textual tem tanto o tema quanto as suas divisões voltadas para o texto. B. • A responsabilidade com a Igreja. o pregador não deve transformar-se um mero contador de estórias. 14).INTRODUÇÃO À TEOLOGIA . 4). etc. Os discípulos não eram do mundo (v.com. 1. 24). A continuação da Obra (v. experiências do cotidiano. Entretanto. Um lugar garantido na glória (v. 11). 21-23). • Sacerdócio real.br .7. 20). 12. A missão Cumprida (v. 2) A definição de Vida Eterna (v. Os discípulos eram conhecedores da Palavra (v.br | contato@institutodeteologialogos. TEXTO: João 17:1-26 TEMA: A ORAÇÃO SACERDOTAL DE CRISTO • Os motivos da Oração por si próprio. Não se deve. 3). 8). A santificação dos discípulos (v. O Reconhecimento de Sua Autoridade (v. A proteção amorosa e divina (v. em hipótese nenhuma.institutodeteologialogos. 6). Os discípulos eram vidas que lhe pertenciam (v. ocupar o tempo todo da mensagem com ilustrações. Ilustrações Podemos extrair ilustrações da história. • Povo de propriedade exclusiva de Deus. enquanto que o sermão expositivo provém de uma porção mais ou menos extensa da Bíblia. 14). TEXTO: 1 Pedro 2:9 TEMA: O QUE OS CRISTÃOS SÃO DIANTE DE DEUS? • Raça eleita. e costuma usar Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. • Os motivos da Oração pelos discípulos. Os futuros discípulos (v. por mais interessantes que sejam. • Um resultado glorioso: Certamente vivereis. A união dos discípulos com Deus (v.47 TEMA: A CARNE E O ESPÍRITO • Um alerta divino: Se viverdes segundo a carne. o o o o o o o o o o o o o o o O Pedido de Glorificação (v.com. Os discípulos creram no Filho de Deus (v. • Um apelo divino: Se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo. • Nação santa. substituir a Palavra de Deus. 17-19). As ilustrações não devem de maneira nenhuma. Sermão Expositivo. ciência. É uma exposição completa de um trecho bíblico. • Um desastre certo: Certamente morrereis. 8). Para podermos distinguir a diferença entre o sermão textual e o expositivo tem que primeiro saber defini-los: O sermão textual é aquele em que as divisões derivam de uma breve porção bíblica.5). 26). Se o pregador vai dividir o seu sermão em três tópicos. C. O Ódio do mundo contra os discípulos (v. INTRODUÇÃO À TEOLOGIA - 48 uma média de meia hora para a sua pregação, possivelmente uma ilustração rápida para cada tópico. 12.8. Conselhos Práticos no Preparo da Mensagem 1. Leia muitas vezes o texto. 2. Reproduza o texto com as suas próprias palavras. 3. Observe os contextos imediato e remoto. 4. Pesquise a circunstância histórico-cultural. 5. Anote particularidades. 6. Faça o esboço. 7. Selecione Ilustrações. 8. Determine uma conclusão especifica ao assunto proposto. O pregador deve variar o tom de sua voz ao pregar do púlpito o seu sermão, para não se tornar desagradável ao ouvido do auditório. 13 - INTRODUÇÃO À ESCATOLOGIA O último livro da Bíblia narra os acontecimentos dos fins dos tempos na descrição perfeita de um ciclo pelo qual a humanidade tem de passar. O vocábulo escatologia, significa “Tratado das últimas coisas” e vem do grego ìeskhatos (“último”) e logia (“tratado”). O motivo de se chamar Escatologia Bíblica a essa matéria que estuda os acontecimentos finais a partir da compreensão da Bíblia e da revelação de Jesus Cristo. De um modo geral, os estudiosos da Bíblia têm considerado a seguinte seqüência para os acontecimentos finais: 1. O Arrebatamento da Igreja. 2. As Bodas do Cordeiro. 3. A Grande Tribulação. 4. A Batalha do Armagedom. 5. O Julgamento das Nações. 6. O milênio. 7. O Juízo do Grande Trono Branco. 8. O Estado Eterno. 13.1. O Arrebatamento da Igreja (Lc 21:34-36; Jo 14:3; Mt 25:1-6) Podemos chamar o arrebatamento da Igreja de primeira fase da Segunda Vinda de Cristo ou ainda Primeira Ressurreição. Nessa ocasião, os fiéis que constituem a Igreja de Cristo serão arrancados da Terra e levados para as mansões celestiais. Será invisível para o mundo, somente os remidos poderão contemplar essa maravilha. Embora Jesus não tenha dito o dia nem a hora, nos deixou sinais que evidenciaram a sua vinda. Um panfleto escrito por Gordon Lindsay nos apresenta 24 sinais da Vinda de Cristo. Ainda que possamos fazer algumas considerações acerca da interpretação desses sinais, achamos importante considerá-los: 1. Incremento do Saber (Dn 12:4). 2. O automóvel (Na 2:4). 3. O avião (Is 60:8). Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.institutodeteologialogos.com.br | [email protected] INTRODUÇÃO À TEOLOGIA - 49 4. Rádio e Televisão (Ap 11:9). 5. A Bomba Atômica (Ap 13:13). 6. A Bomba H (2 Pe 3:10). 7. Terremotos (Mt 24:7). 8. Bramido do Mar e das ondas (Lc 21:25). 9. Plenitude dos Gentios (Lc 21:24). 10. Reconstrução de Jerusalém (Jr 31:38). 11. Restauração da Palestina (Ez 36:33). 12. Confederação Russa (Ez 39:11). 13. Rosh move-se pelo sul contra a Palestina (Ez 38:15,16). 14. Os reis do Oriente (Ap 16:12). 15. Flagelos (Mt 24:7). 16. Luta entre o capital e o trabalho (Tg 5:1-4). 17. O presente ressurgimento do sobrenatural (Jl 2: 28,29). 18. Igreja Morna (Ap 3:15,16). 19. Os escarnecedores (2 Pe 3:3). 20. Falsos Cristos (1 Tm 4: 1-3). 21. Como nos dias de Noé (Lc 17:26). 22. Juventude sem lei (2 Tm 3:2). 23. Suicídio Mundial (Mt 24:22). 24. Evangelização do Mundo (Mt 24:14). 13.2. As Bodas do Cordeiro È a gloriosa reunião de Cristo com os seus santos no céu. As Bodas do cordeiro terão a duração de sete anos e a lua de Mel será eterna. Um dos atos dessa maravilhosa festa é a celebração da Ceia do Senhor, dando cumprimento literal às palavras de Cristo (Lc 22:16,27-30). 13.3. A Grande Tribulação Veja Mc 13:19; Mt 24:21; Lc 21:22. A grande tribulação é um período de sete anos no qual Deus derramará a sua ira sobre a terra. É a septuagésima semana de Daniel 9:27. Grande parte do livro de Apocalipse é dedicada a ela (Ap 6 a 18). Entre os acontecimentos da Grande Tribulação, destacamos os seguintes: Os Judeus terão voltado à Palestina na incredulidade (Is 17:10; 18:4; 66:3,4). Os Judeus terão reconstruído o templo em Jerusalém (Is 66:1; Ap 11:1,2). Os Judeus aceitarão um pacto de sete anos com o anticristo (Dn 9:27; Jo 5:43). Após três anos e meio, o anticristo trairá· o pacto e revelará o seu verdadeiro caráter (Dn 9:27; 2 Ts 2:3; Ap 11:7; 13:1). As duas testemunhas serão mortas pelo Anticristo (Ap 11:7,9). O anticristo fará cessar os sacrifícios diários no templo (Dn 9:27; 11:31; 12:11). O anticristo estabelecerá sua imagem no santo lugar (Mt 24:15; 2 Ts 2:4; Ap 13:14,15). O Diabo e seus anjos serão expulsos do céu para a Terra (Ap 12:7). Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.institutodeteologialogos.com.br | [email protected] INTRODUÇÃO À TEOLOGIA - 50 Metade da semana (Dn 9:27; Ap 13:5). A Cidade Santa será pisada aos pés de Satanás (Dn 9:26; Lc 21:24; Ap 11:2). Começa a Grande Tribulação ou Tempo de Angústia de Jacó ou, ainda, Abominação da Desolação (principalmente para os Judeus) (Ap 7:14; Jr 30:7; Mt 24:15). Grandes perturbações causadas pelo anticristo e pelo falso profeta (Ap 13). Decretada a pena de morte para os que rejeitarem a adoração à besta ou a sua imagem (Ap 13:15; 20:4). Um terço dos judeus será envolvido (Zc 13:8,9). Os judeus são levados a Jerusalém e expurgados de sua escória (impureza) (Ez 22:1722; Ez 13:9). Conversão entre os Judeus (Ez 39:22). As nações se reúnem contra Jerusalém (Zc 14:2). Os reis da Terra reúnem-se na batalha contra o Senhor e Seu ungido – Batalha do Armagedom (Montanha de Megido). É o nome que se dá a um campo de batalha profético, onde os reis de toda a Terra se reunirão para a batalha no grande dia do Deus Todo Poderoso (Ap 16:14,16; 17:14; 19:19). O Senhor sairá com os Seus santos a fim de destruir os inimigos e libertar o seu povo (Is 13:3-6; 26:21; Zc 12:9,10; Mt 24:29ss). A trindade satânica se levantará na Terra (Ap 13:1-8; 16:13): Satanás – Anti-Deus; Besta – Anti-Cristo; Falso Profeta – Anti-Espírito. 13.4. A Volta de Jesus à Terra 1. Descerá sobre o Monte das Oliveiras (Zc 14:4,5). 2. Será um grande sinal (Ap 16:17-27 ). 3. Virá corporalmente (At 1:11; Ap 1:13; 1 Tm 2:5). 4. Todo o olho o verá (Ap 1:7). 5. Cumprimento do Sonho de Nabucodonozor (Dn 2:44,45). 13.5. O Julgamento das Nações (Mt 25:31 - 34,41,46). A base do Julgamento será o trato dispensado aos judeus (Mt 25:41-43; Gn 12:3). Os acontecimentos dos vs. 35 a 44 só podem referir-se aos judeus (v. 45). Nesse julgamento, que determinarão quais as nações que participarão do milênio, encontramos três classes de pessoas: Ovelhas. Aquelas que trataram os judeus com benevolência (Mt 25:35,36). Bodes. Aquelas que maltrataram ou perseguiram os judeus (Mt 25:4l-45). Irmãos. Os judeus que nessa ocasião já receberam a Cristo como o seu Messias (Is 4:1-3). 13.6. O Milênio O milênio é um período de mil anos, inaugurado com a Segunda Vinda de Cristo a Terra, tendo Jesus como rei. É a última dispensação da História da Humanidade (1ª – Inocência; 2ª – Consciência; 3ª – Governo Humano; 4ª – Patriarcal; 5ª – Lei; 6ª – Graça; 7ª – Milênio). Alguns títulos usados na Palavra de Deus em referencia ao milênio. • O Reino dos céus (Lc 1:32,33; Mt 6:10). Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.institutodeteologialogos.com.br | [email protected] 13.7.23).2) • Dispensação da Plenitude dos Tempos (Ef 1:10). Rm 1:20. • Ira de Deus (Rm 2:5. Is 9:6). Jo d6: 28.20).9. Lc 12:7. Jo 3:36). Assim como haverá diferentes recompensas para o Cristão (1 Co 3:11-15) haverá também no inferno diferentes graus de punição(Lc 12:46-48). • Pecado Eterno (Mc 3:29). • De Israel (Jo 12:13). A presença do livro da vida no juízo final pode Ter duas finalidades: • Provar aos Ímpios que seus nomes não estão nele (Mt7:22. • Segunda Morte (Ap 21:8. Estes termos demonstram tais situações: • Fogo Eterno (Mt 25:41). • Memória (Lc 16:25). • Haverá paz universal (Lc 2:14. • Eterna destruição. Lc 10:20).51 • A Regeneração (Mt 19:28).29). Ap 20:12). • Natureza (Jó 12:7-9. 20:14). • O Reino de Cristo (Ap 11:15). 3:20). 2 Ts 1:8. • Julgar os convertidos durante a grande tribulação e o milênio que terão seus nomes escritos alí. Esse julgamento é para aplicação de extensão a (Jo 3:18) onde alguns livros serão abertos (Ap 20:12): • Consciência (Rm 2:15. Sl 69:28. • Da Terra (Zc 14:9. não confiando em Cristo nem recebendo-o como Salvador e Senhor (1 Pe 4:17. • Era de bênçãos sem par (Is 11:6-9. 35:1.com.com.br | [email protected]).18. • O dia de Cristo (Fp 1:6). • Tempos de Restauração de tudo (At 3:20. Fp 2:10).br . • Atos dos homens (Mt 12:36. O Juízo do Grande Trono Branco (Ap 20:11-15) Esse julgamento terá lugar acima da Terra ao mesmo tempo em que a Terra estiver sendo renovada pelo fogo (2 Pe 3:7).13. Como Será o Milênio. os ímpios são aqueles que se recusaram a obedecer ao Evangelho. • Trevas exteriores (Mt 8:12). • Da Vida (Ap 20:12. Sl 85:10. • Tormento (Ap 14:10. 9:1).institutodeteologialogos. Sl 19:1-4) • Lei (Rm 2:12.27). O juiz será o Senhor Jesus Cristo (Jo 5:22. 55:12. • Castigo Eterno (Mt 25:46). banidos da face do Senhor (2 Ts 1:9). Mq 4:3). Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. • Tempos de Refrigério (At 3:19. A. • Inferno (Lc 16:23). Cristo reinará sobre a Terra como Rei: • De Justiça (Is 3:1-26).INTRODUÇÃO À TEOLOGIA . De acordo com a Palavra de Deus. Os salvos oriundos do milênio viverão para sempre na Terra. se dará nessa oportunidade. O Estado Eterno O Estado Eterno começará com a renovação dos céus e da Terra (Is 65:17. mediante a arvore da vida (Ap 2:7) e não pela ressurreição. Afonso. São Paulo: Edições Loyola. Introdução à Teologia. quando a cidade celestial baixará sobre a nova terra (2 Pe 3:18. Tem início então o Dia da Eternidade. Para finalização dos estudos no MODO NORMAL.institutodeteologialogos. essa disciplina deverá ser concluída em 5 dias. Os santos morarão na Santa cidade e governarão a Terra sob Cristo (Dn 7:18. ATIVIDADE 1. O pleno cumprimento de Jo 1:29. Ap 16:9. 13.com. Ez 34:24).13).INTRODUÇÃO À TEOLOGIA . MURAD.8.br | contato@institutodeteologialogos. Mínimo de 5 para cada item apresentado. Mt 19:28.27. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. PROGRAMA DE ESTUDOS Para finalização dos estudos no MODO INTENSIVO. Ap 20:9. 5ª EDIÇÃO.com. essa disciplina deverá ser concluída em 20 dias. a importância e a finalidade dos estudos em Teologia.52 Quanto aos que morreram sem conhecer o Evangelho (Rm2:2.10. ou porque passaram do estado mortal para o imortal (Ap 22:1-5). Apresente suas justificativas para a necessidade. 2 Tm 4:8). Ml 4:1. João Batista. BIBLIOGRAFIA BÁSICA LIBANIO.br . Ap 21:1-3). 2 Pe 3:7. Ap 5:10. ..........21 PRINCÍPIO DO SENTIDO USUAL E ORDINÁRIO DAS PALAVRAS .......................23 HEURÍSTICA .......................... 3..... 2................... 5- PRINCÍPIOS DE INTERPRETAÇÃO DA BÍBLIA ............................30 2................... 3.....................................14 PERÍODO MODERNO .................................................................22 PRINCÍPIO DO DESÍGNIO .....29 PROFORÍSTICA ..........3 HERMENÊUTICA CRISTÃ .....................................................1.................................................................5...4. 44.....7 PERÍODO PATRÍSTICO..................13 PERÍODO RENASCENTISTA ...6... 2...... 2......16 A HERMENÊUTICA PÓS-MODERNA .......... 4.........................3.......................................2................................................................................................................................ 3 HERMENÊUTICA ENTRE OS JUDEUS ..... 2...................1.........................................................................2.....................4..........7.................................................................23 NOEMÁTICA ....................... 4.........................3........ 3... 21 PARTES BÁSICAS DA HERMENÊUTICA BÍBLICA . 2............................................................................................. 3................. 3............................................................. 2 HISTÓRIA DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA .............17 PRINCÍPIO DA CRENÇA NA AUTORIDADE DAS ESCRITURAS .......................22 PRINCÍPIO DA ANÁLISE EXPERIENCIAL À LUZ DAS ESCRITURAS ...................22 PRINCÍPIO DAS PASSAGENS PARALELAS ........... 2....8........................................... 23 DESAFIOS DA HERMENÊUTICA PARA OS NOSSOS DIAS ......................................5.........................................................................................6..........1..................................................................................................................... 2.............................................................................................. 33..................................................12 PERÍODO MEDIEVAL ..........................3...................22 PRINCÍPIO DA ANÁLISE À LUZ DO CONTEXTO ..SUMÁRIO 12HERMENÊUTICA – GENERALIDADES .......2.. 31 .........................................9 OS PAIS LATINOS ................................. br | contato@institutodeteologialogos. peculiaridades gramaticais. de forma especial. idiotismos. • Depois da influência do Racionalismo e do movimento de crítica bíblica o que ficou do texto bíblico foi um sentido de profano ou de um texto qualquer. referências a costumes locais. mas dois testamentos para interpretar. nas quais o texto bíblico deixa de ser o ponto de partida e se torna um mero instrumento de confirmação de idéias preestabelecidas. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. São modismos. Isto torna as ferramentas da hermenêutica ainda mais importantes e necessárias.2 1- HERMENÊUTICA – GENERALIDADES A palavra “Hermenêutica” vem do termo grego “hermeneúo” que significa “interpretar”.. J. Uma das funções da hermenêutica consiste em vencer essa distância cultural para permitir a manifestação na cultura presente daquilo que foi dito em outra cultura e que não é mais do nosso tempo. Acrescente-se a isto o fato de que os dias hodiernos apresentam como característica a proliferação de “teologias” de pouca profundidade. As partes básicas da Hermenêutica (No cap.institutodeteologialogos. os quais poderiam causar problemas de interpretação para aqueles que procuram entender o significado original que o autor quis comunicar. “sentido”) – constitui-se no estudo dos diversos significados com que o pensamento bíblico é expresso. provérbios. Assim. nesse caso especial. o que limita-se agora ao processo de canonização. embora preservada nos círculos rabínicos graças ao desenvolvimento do texto massorético. de um texto ou de outras práticas. se transformou. as regras de interpretação que procedem do estudo das características da linguagem humana em geral e de toda a classe de escritos humanos. salientando assim a sua importância: • A palavra que em princípio foi “pregada”. • Existe uma distância cultural (já abordada acima) entre a época das escrituras e a nossa época. e.IV. O problema aumenta com relação aos textos bíblicos. para o cristão a Bíblia tem um valor particular e o desafio do pós-modernismo é o de compreender e aplicar aquilo que se constitui em “proclamação” a partir de um texto que teve suas passagens dissecadas através do método crítico. Toda linguagem humana tem seu próprio gênio e idiossincrasias que não conseguem ser definidos em uma tradução literal para outra língua. um texto. tanto profanos quanto sagrados. “falada” e. Em uma outra definição. Entretanto. estudaremos mais detidamente cada uma destas partes) são: • Noemática (do grego noema. o texto bíblico. O desafio agora é o do retorno à “palavra” que está antes do texto. “ pensamento”. Os cristãos possuem então não um testamento. por muitos séculos o hebraico foi uma língua morta. visto que o tempo que nos separa dos escritos originais é grande e só há algumas décadas é que os judeus recuperaram seu idioma a nível nacional com a instalação do novo Estado de Israel.HERMENÊUTICA BÍBLICA . gerando uma distorção da mensagem do texto pelo desprezo ao contexto.br .com.” A Hermenêutica abarca. enquadrada em formas conceptuais. desde então. com maior razão se é o próprio Deus quem confere um sentido aos acontecimentos. Toda ação humana se converte em sinal que precisa ser decodificado. lendo agora em outro idioma. por sua vez. Paul Ricoeur identificou três necessidades do estudo hermenêutico. Severino Croatto diz que “ Hermenêutica é a ciência da compreensão do sentido que o homem traz para sua vida prática interpretando a mesma através da palavra.” Para Paul Ricoeur “ A hermenêutica é a teoria das operações de compreensão em sua relação com a interpretação dos textos.com. A Hermenêutica é a disciplina que ensina as regras para interpretar um livro.. em letra. texto. Ainda sobre essa vertente. Para tanto. O primeiro.5 A partir de então. Isto adquire significado ainda maior quando se refere ao estudo das Escrituras onde. HISTÓRIA DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA Hermenêutica Entre os Judeus Provavelmente. um dos primeiros empreendimentos do uso da Hermenêutica entre os judeus venha da época de Esdras. em Atenas. a exegese consiste na utilização prática de ferramentas da Hermenêutica para o resgate do mundo original do texto. mas compreender é sempre interpretar e. inclui todo o processo que vai da leitura à aplicação..3 • Heurística (do grego heurisko. deve-se examinar a história da interpretação bíblica a partir dos primórdios do rabinismo. A expressão “subtilitas” denota que se trata muito mais de um saber fazer (know how) que de um método propriamente. partiu do conceito de “Mundo das Idéias”. “tirar”. conforme já foi visto. hoje são vistos como complementares. conforme lido em Ne. Observa-se então que a preocupação hermenêutica é antiga. 22. • Proforística (do latim profero. perquirindo o que há ‘por trás’ ( autor. figuras literárias anteriores ).. Embora distinta destes dois elementos. estabeleceu o conceito de “huponóia” (sentido mais profundo). por conta do sentimento de culpa nutrido pelos movimentos deuteronomista e sacerdotal. onde consta uma menção especial à leitura da Torah nunca dantes vista entre os judeus. levando assim à mente da comunidade que o exílio era o castigo de Javé ao povo desobediente à sua Palavra. Segundo Croatto. muito mais do que um documento a ser dissecado. Filosoficamente. Em primeiro lugar ressalta que o desenvolvimento do cânon hebraico (Tanach) Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. Deve-se levar em consideração que a extrema preocupação com a leitura da Torah deu-se após ou a partir do exílio babilônico. Veremos então como essas raízes históricas encontram eco nos caminhos percorridos pelas hermenêuticas judaica e cristã. o que demandaria não apenas um conhecimento teórico. A idéia de reunir pessoas em grupos nesse período culminou mais tarde no projeto de sinagoga judaica (Ez. cujo objetivo inicial era abordar as obras de Homero. consequentemente.a exegese . a interpretação (subtilitas explicandi) e a aplicação (subtilitas applicandi). “encontrar”) – é a parte que estuda as ferramentas que serão utilizadas para o encontro dos diversos significados da escritura. a interpretação é a forma explícita da compreensão”. tradições.institutodeteologialogos. É importante também que se faça a distinção entre Hermenêutica e Exegese: Enquanto a primeira é uma ciência que. “ . figuras muito utilizadas também no texto sagrado. a Hermenêutica se desenvolveu a partir de três momentos: A compreensão (subtilitas intelligendi). cerca de 428 AC.procura identificar o sentido do texto. Júlio Trebolle Barrera levanta alguns fatores que contribuíram para o nascimento e desenvolvimento da interpretação bíblica no judaísmo a partir das épocas persa e helenística6. entre 540 e 480 AC. deve-se levar em consideração raízes históricas fundamentais encontradas em Platão e em Heráclito. encontramos uma mensagem a ser transmitida..com. a aplicação é vista hoje como tão imprescindível à Hermenêutica quanto a interpretação e a compreensão. Ilíada). fugindo das implicações óbvias de se interpretar literalmente o que ele escreveu acerca dos deuses gregos (A Odisséia. Verdades espirituais eram representadas por alegorias.14:1. mas também uma habilidade especial. Heráclito de Éfeso.com.HERMENÊUTICA BÍBLICA . De acordo com Gadamer: “A interpretação não é um ato complementar e posterior à compreensão.8:1. Embora estes três conceitos tenham surgido e se desenvolvido progressivamente.. enquanto que a hermenêutica soma a compreensão do sentido que está ‘adiante’ do texto”.20:1).br | contato@institutodeteologialogos. “achar”. a partir do qual elaborou o conceito de símbolo e mito.1. “apresentar”) – é o modo de expor os significados contidos na Bíblia. estando claro que os dois primeiros são interativos e interdependentes.br .8:1-8.3:15. era necessária uma releitura e uma nova compreensão dos velhos textos legais e das tradições históricas de Israel.20. que tem sido também considerada uma obra de caráter interpretativo do mesmo.3:15 : “Inimizade colocarei entre ti e a mulher. imortalidade. o Pentateuco tinha se convertido num corpo legislativo. baseado numa determinada concepção da divindade mais próxima da razão filosófica do que da revelação do Sinai. Abaixo. pois eles estarão prontos a reconciliar-se no futuro. A isso soma-se o próprio desenvolvimento teológico influenciando a tradução. abandonarem os mandamentos da Torah. destino. serpente. aponta que a LXX descaracterizou o sentido de alguns termos designadores da antropologia judaica tais como “Nephesh” (“goela” traduzida por “alma”) e “Ruach” (“vento”. eles apontarão. a necessidade de eliminação de antropomorfismos. Se na LXX a interpretação helenística estava embutida na tradução. Aliás.32:10. entre tua prole e a dela.institutodeteologialogos. Barrera aponta a tradução de Gn.4 exigiu que os escritos mais tardios (literaturas sapiencial. Já Hans W. para manter vigentes as leis e instituições do povo judeu e para manter a própria identidade e esperança nas difíceis situações de cada época. falando da relação entre Javé e seu povo. tu apontarás e ferirás seu calcanhar e o farás adoecer. Por fim. em sua Antropologia do AT. obrigava a um grande esforço de interpretação ou de atualização dos textos hebraicos. somente o filho dela terá cura e tu.. sendo que as mais freqüentes apontam para a helenização do texto hebraico. e ocorrerá que quando os seus filhos guardarem a Torah e colocarem em prática os mandamentos. verificando-se como diferencial o cumprimento da Torah).com. Em estudos introdutórios já foi visto que o Targum evoluiu com a diminuição do uso do hebraico como língua corrente e a necessidade de se traduzir o texto nas sinagogas para o dialeto aramaico da região. dando um outro sentido ao leitor moderno que encontra os termos helenizados nas traduções atuais que seguem o texto da LXX 8. entre outras dificuldades. apocalíptica e apócrifa) representassem uma espécie de interpretação e de reescritura de textos e tradições de épocas anteriores.5 e Jr. como foi visto na paráfrase de Gênesis acima transcrita. A primeira forma é a mais primitiva e corresponde à fase oral dos Targumim (tradução-comentário). Justamente por conta desse aspecto tem sido objeto de diversas críticas. Provavelmente.br | contato@institutodeteologialogos. helenizado para “invisível e desorganizado”. Para os judeus da diáspora helenística.2:1-9. A. etc. quando. no século III AC aparece a Septuaginta (LXX). Continuando nesse processo histórico. A interpretação utilizada pelos judeus da diáspora difere bastante daquela utilizada pelos judeus palestinos.Wolff. a necessidade de traduzir os textos sagrados hebraicos para a língua aramaica falada na Palestina e na diáspora judaica oriental e também para o grego. primeira tradução escrita do AT. Outro fator é o da eliminação de antropomorfismos e antropopatismos. os intérpretes já enfrentavam problemas tais como a explicação de termos difíceis. povos e instituições.HERMENÊUTICA BÍBLICA . nos Targumim a interpretação se localizava na fronteira entre a tradução e o comentário. não terás remédio. enquanto que a versão grega omite o pronome “seus” (“. isso já era uma prática dentro do próprio texto canônico (comparar o Decálogo em Ex. Por exemplo. Hermenêutica Judaico-helenística. esmagarão a cabeça e te matarão. onde o fator determinante é a preocupação com a observância da Torah. Assim os mandamentos bíblicos capacitavam o Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. Acontece que o Targum é um jogo entre tradução e interpretação que pode acontecer de duas formas: parafraseando uma tradução literal ou convertendo a própria tradução numa paráfrase verdadeira. o texto hebraico oferece a expressão: “como a menina dos seus olhos”. porém. a segunda corresponde ao período de escritura quando apareceram Targumim famosos tais como o “ONKELOS” e o “NEOPHYTI”. Dt.17:21-22. no dia do Rei Messias”.br .com.. traduzido por “espírito”).como a menina de um olho” ). em Dt. cuja interpretação era centrada na prática da Torah. um exemplo de paráfrase extraído do Targum “NEOPHYTI”: • Gn. a atualização de termos relativos a lugares.7:12-16 e I Rs. Em segundo lugar.1:2 “deserto e vazio”. Esta concepção divina é demonstrada através das freqüentes referências ao Logos e a conceitos tais como causalidade. ver também a promessa incondicional a Davi que o seu reino será eterno em II Sm. falado por muitos judeus na diáspora ocidental. Adão é o símbolo da inteligência. Flávio Josefo é conhecido como historiador judeu no primeiro século d. Seus estudos eram centrados na lei de Moisés e na sabedoria. 24.com. Um outro fator determinante na hermenêutica judaico-helenística foi a influência do Gnosticismo. HALAKAH (caminhar. apesar de receber esta designação. com uma adaptação da filosofia platônica. que reza que ninguém deve acreditar em algo que seja indigno de Deus. fomentava-se a fé e a esperança judaicas. amplia e dramatiza as narrações bíblicas. o templo simboliza o mundo(DE ESPECIALIBUS LEGIDUS 1:66). a qual abrange todas as partes não legalistas da Escritura. apresentando Moisés mais como um filósofo que como um legislador. dando-lhes um sentido de cumprimento. Fílon foi o primeiro a procurar uma síntese entre as Escrituras e Platão. podendo assim prosseguir na busca da vida eterna no reino do imaterial. Um outro exemplo de interpretação alegórica é o texto da escada de Jacó (Gn. Segundo Battista Mondim. se caracterizou pelo uso constante de alegorias para interpretar a Torah. Deu origem ao legalismo judaico. Josefo se aproxima de Fílon (OPIFICIO MUNDI) explicando o fato da narração sobre a criação preceder o relato da entrega da Torah: a ordem dos relatos tem por objetivo preparar a obediência daqueles que vão receber a Torah. Dentro de seu projeto de apresentar a história dos judeus ao público greco-romano a partir de uma retórica helenística. e.C. sistematiza. totalmente espiritual e livre de paixões ( daí a ausência de antropomorfismos e antropopatismos na LXX). caracterizando-se mais ilustrativa e menos exegética. com finalidade homilética e hagádica. leis alimentares e higiênicas ) dão lugar à busca pelo conhecimento pleno e verdadeiro. Os sinais externos e visíveis do judaísmo ( circuncisão. das paixões (LEGUM ALLEGORIA 2:8-9. alegorizava-se o Pentateuco. A salvação na história dá lugar à salvação pela gnose. Os temas por ele desenvolvidos são mais antropológicos. Eva da sensibilidade.br . cosmológicos e psicológicos. que significa para Fílon o ar suspenso entre o céu e terra e também a alma situada entre a sensibilidade e o intelecto. Da mesma forma. Por essa razão. Para uma compreensão mais adequada do rabinismo. quando Fílon encontrava no texto bíblico algo que contrariava sua lógica recorria à interpretação alegórica para explicar o texto. é necessário conhecer primeiro os conceitos básicos da interpretação escriturística a partir do período persa: MIDRASH (comentário. Hermenêutica Rabínica.com. transformando-se o Deus bíblico em razão pura e transcendente. B. ligando eventos ou personagens do passado a semelhantes eventos e personagens do presente. Dois representantes desta tendência merecem destaque: Fílon de Alexandria e Flávio Josefo. Flávio Josefo e Fílon interpretam alegoricamente a tríplice divisão do Tabernáculo: terra. É a ponte que liga a escritura à literatura rabínica. obtida pela revelação sobrenatural dispensada unicamente aos iniciados.HERMENÊUTICA BÍBLICA . Apresenta-se em três classes: Halakah. desde o nascimento até a morte.br | contato@institutodeteologialogos. Por meio de aperfeiçoamento das narrativas e profecias bíblicas. HAGADAH (narração) – representa a tendência hermenêutica mais livre e edificante. 35–38).5 indivíduo para o triunfo sobre suas paixões. Assim. demonstra agir hermeneuticamente com relação aos textos bíblicos. A Halakah pretenda governar todos os âmbitos da vida de um judeu. e os animais.institutodeteologialogos. as quatro cores das vestimentas do Sumo Sacerdote são símbolos dos quatro elementos naturais (DE VITA MOSIS 2:88). guiar) – representa o desenvolvimento da legislação mosaica específica. Hagadah e Pesher. ele resume. Assim. No próprio texto canônico temos um exemplo de Halakah na proibição do casamento de judeus com mulheres estrangeiras (Esdras capítulos 8 e 10). mar e céus. Por exemplo. no prólogo de “Antigüidades”. desde o amanhecer até o anoitecer. PESHER (interpretação. Fílon. O fundamento filosófico para esta hermenêutica está no pensamento platônico. investigação) – é a prática da exposição exegética das Escrituras. comentário) – se propõe a atualizar os oráculos proféticos. ao mesmo tempo exegeta e filósofo.28:12). libertando a alma da escravidão do corpo. contendo leis não existentes no texto canônico (ex: 39 tipos de trabalho e outras atividades cujo exercício era proibido no sábado). Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. C. comentários sobre a Torah. Guttmann (citado por Barrera).24:1.HERMENÊUTICA BÍBLICA . Percebe-se. todo o seu ensino vinha mais da dedução racional que da tradição. com relação à mulher como motivo fundamental para o divórcio significava para Hillel qualquer coisa que desagradasse ao marido (infidelidade. correspondendo mais ao estilo dialógico. então. dedução do especial para o geral (implicações gerais deduzidas de uma passagem). e seguidor da tradição. o que lhe valeu a acusação de modificador da Torah e de criador de novas leis (Taqqanot). foram apelidados de “os protestantes dentre os judeus”. cuja seita representa uma reação contra a influência do maometismo no rabinismo judeu e na tradição. mais fechado e conservador. gerações de intérpretes identificados com os fariseus desde 150 AC desenvolveram leis orais codificando-as por volta de 180 DC . ser mais aberto e flexível que Hillel na interpretação da Torah. as quais dão ênfase ao estudo exegético das escrituras. Criou sete regras de interpretação. cujo trabalho ficou pronto por volta do final do século IV d. Não aceitando o influxo do contexto e das exigências da modernidade sobre o texto bíblico. o encontro de uma mulher mais agradável. leis bíblicas.C. etc. É toda uma síntese de tradições. • Apesar das grandes discussões e acusações. conferindo-lhes valor sagrado. no Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. palestinos). destacam-se: uso do contexto. demonstra. ou seja. oriundos do século IX d.com. Graças a isso..) enquanto que para Shammay representava apenas a infidelidade conjugal. GUEMARA (complemento) – Por volta de 550 DC os rabinos elaboraram um comentário complementar à MISHNAH em aramaico como um tipo de suplemento em duas versões: a Guemara Palestinense e a Guemara Babilônica. inferência por analogia (palavras que têm significação idêntica poderão ser tratadas igualmente.institutodeteologialogos. Evoluiu para a GUEMARA. uma palavra mal dirigida. pode-se entender melhor as interpretações de Hillel e Shammay. • Shammay. escritos em hebraico. um outro importante rabino. momento em que fez afirmações sobre o monoteísmo e sobre a bondade da criação. segundo A. a “preocupação em salvaguardar os princípios fundamentais e não tanto uma intransigência absoluta na aplicação prática da lei.br | contato@institutodeteologialogos.. • Judeus Caraítas – Caraítas ou “beni mikra” (filhos da leitura). • As Escolas de Hillel e Shammay – Através do conhecimento prévio da hermenêutica judaico-helenística dos conceitos básicos da hermenêutica rabínica. deu pouco ou quase nenhum valor ao fervor apocalíptico e ao messianismo radical de caráter político desenvolvido entre os zelotas. em determinados momentos. constando de 73 tratados distribuídos em seis divisões. A palavra que os designa ( caraítas ) vem do nome da cidade onde se originou o movimento: Qayrawan.6 MISHNAH (repetição) – constitui-se no resultado escrito da evolução da Halakah. Hillel. a não ser em momentos em que se viu na tarefa de defender-se de algumas ameaças tais como o Gnosticismo. o termo “coisa vergonhosa”. vindo da Babilônia e de uma cultura helenística no primeiro século a.”11 Por exemplo.com. deixando de lado a tradição oral. uso comparativo de outras passagens. Dentre essas regras. esta última. momento em que convertia usos e costumes próprios do seu relativismo. o que permitia que opiniões contrárias pudessem ser consideradas igualmente verdadeiras e dignas de inspiração. ensino) – O Talmud é o resultado final do desenvolvimento da MISHNAH e da GUEMARA. Talvez seja este o motivo por que a teologia judaica nunca tenha chegado a assumir o caráter de dogma. chegando à produção de comentários escritos. que Hillel tinha a preocupação sempre nova de atualizar a Torah para os judeus das diversas situações (diáspora. na interpretação do texto de Dt. o debate rabínico estava sempre inacabado e aberto a reconsiderações. servindo-se do jogo de pergunta e resposta próprio do método socrático. Assim.br . É a primeira coleção oficial de doutrina judaica pós bíblica de caráter predominantemente jurídico. defendendo a escritura como única autoridade em matéria de fé. sobre o divórcio. resultantes do processo hermenêutico iniciado pela MIDRASH. aplicando nos seus estudos métodos de investigação gramatical e lexicográfica. demonstra. a mais completa.C. mesmo que estejam ligadas a declarações muito diferentes). A sua forma de interpretação estava mais afinada com a Halakah. TALMUD (doutrina. D. que vê as visões do poderoso. Do ponto de vista hermenêutico são eles os que mais se aproximam dos essênios. Eu mesmo pedirei contas a quem não escutar as palavras que ele pronunciar em meu nome. como a ti. Sl 118:22 e Is 8:14. defendendo o princípio da primazia da lei escrita. At 4:11). a ênfase na esperança messiânico-apocalíptica. a monogamia e rituais de sepultamento dentro da liturgia de Qumram. Provavelmente os caraítas descendem de uma ala conservadora dos saduceus. superposições e substituições de letras e sinais. Um outro bom exemplo é a leitura que o livro de Hebreus faz do AT. Os cabalistas conferiam valor sobrenatural a cada palavra. Ef 2:20.institutodeteologialogos. A primeira coisa a ser trabalhada nesta matéria é o entendimento da escolha textual pela qual Jesus citou o AT visto que em sua época eram conhecidos o texto grego da LXX e o texto hebraico palestinense. Mt 21:42. Nm 24:15s e Dt 33:8-11: “Um profeta suscitarei para eles do meio de seus irmãos. Por exemplo. ou dos israelitas “em Abraão”. como uma reação contra a filosofia racionalista.15. Os estudos na área de Antropologia do AT feitos por Weler Robinson no início do Século XX mostram com mais detalhes que no AT o indivíduo inteiro está na comunidade e a comunidade inteira está no indivíduo. oráculo do homem de olhar penetrante. Perspectiva Escatológica. e porei minhas palavras na sua boca. donde vem a idéia de que a geração presente se encontra às portas da consumação final dessa história de salvação iniciada e concluída por Jesus. A redenção de Deus realiza-se na história. filho de Peor. Princípio da Personalidade Corporativa (Corporate Personality). Essa divisão da história (sem o cristocentrismo) é compartilhada por cristãos e judeus Qumramitas. tais como: a celebração da festa de Pentecostes. algumas das características dessa leitura: A. A reação dos rabinos ao movimento caraíta culminou na conclusão do texto massorético. A seguir.com. Estudos e descobertas arqueológicas recentes mostram que os zadoquitas também habitaram o mosteiro de Qumram. Há a compreensão dos elementos do AT como tipos dos elementos que se apresentam no novo pacto. contemplo mas não está perto: uma estrela se levanta de Jacó e um cetro se eleva de Israel. na busca de sentidos ocultos. Essa realidade na comunidade de israelitas no AT é transposta para a igreja cristã na sua auto-interpretação como “corpo de Cristo”(Rm. Na maior parte das vezes o texto que está nos Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. deve-se levar em consideração que o cânon do AT ainda não se encontrava cristalizado quando os livros do NT estavam sendo escritos.” B.7 Egito. oráculo de quem ouve as palavras de Deus e conhece os pensamentos do altíssimo. De acordo com Barrera.2. E ele lhes comunicará tudo o que eu lhe mandar. I Cor. . letra ou mesmo sinal do texto massorético. a criação e a salvação (o segundo Adão) e a aliança através do novo êxodo. quebra as têmporas de Moab e o crânio de todos os filhos de Set. os zadoquitas. Essa prática não foi exclusiva da igreja cristã. O movimento teve sua origem na Espanha e na Alemanha por volta do século XIII. e determinadas práticas. ou seja uma figura individual pode englobar todas que com ela se relacionam. um destes testimonia edita as passagens de Dt 5:28s. Jesus e o AT. C. E pronunciou sua mensagem e disse: Oráculo de Balaão. fazendo combinações numéricas. místico e mágico. 2. Vejo-a mas não é agora. 18:18s. E.HERMENÊUTICA BÍBLICA .12:12-31). a igreja editou os textos de Is 28:16. Hermenêutica Cristã Como ponto de partida para o estudo da hermenêutica cristã. Leitura Tipológica.br | contato@institutodeteologialogos. Para desenvolver o tema “Cristo-Pedra” (I Pd 2:6. cai em êxtase e tem os olhos abertos. os primeiros cristãos utilizaram os princípios e métodos da exegese judaica com uma única diferença: a leitura cristológica do AT.com.br . Essa concepção permite a Paulo falar da existência de todos os homens “em Adão”. Essa técnica é denominada de “testimonia”. Em Qumram há um manuscrito repleto desta prática (4QTest). Seleção temática de passagens do AT. • Judeus Cabalistas – A palavra Qabbalah significa recepção e designa o conjunto de doutrinas judaicas de caráter esotérico. HERMENÊUTICA BÍBLICA - 8 lábios de Jesus corresponde ao da LXX (Mt.15:8-9; Mc.7:6-7 comparado a Is.29:13); outras vezes corresponde ao texto hebraico (Mt.11:10 e Lc.7:27 comparado a Ml.3:1 e Is.40:3); outras vezes não corresponde a qualquer texto conhecido (Lc.4:18-19 comparado a Is.61:12, no qual omite e acrescenta termos). Esse tipo de ocorrência levantou a atenção para uma questão há muito discutida mas que conta com poucas evidências. Como se sabe, Jesus, os discípulos e a Igreja palestinense falavam aramaico, mas os evangelhos foram escritos em grego. A existência de inúmeros aramaísmos no texto grego é um forte indício de que um texto primitivo aramaico contendo os “Logia” de Jesus teria sido traduzido para o grego, utilizando assim preferencialmente passagens do AT oriundas do texto da LXX. Entretanto, é muito provável também que o próprio Jesus tenha modificado ou selecionado partes do texto (conforme visto em Lc.4:18s), o que poderia explicar a falta de relação com a LXX ou com o texto hebraico. No que diz respeito à sua visão do AT, Jesus considerou as escrituras inspiradas, sem no entanto aceitar a idéia do ditado verbal, conforme fica claro em Mc. 12:36: “Davi mesmo disse no Espírito Santo...” ( as palavras são de Davi, ainda que inspiradas pelo Espírito Santo ). Além disso, deu ao texto diferentes graus de valorização, na medida em que ajuizou a permanência do casamento, estabelecida em Gn. 2:24, superior à lei, permitindo o divórcio (Dt. 24: 1- 4), conforme Mateus 19. A partir desta compreensão de sua relação com o AT, é possível estabelecer a forma da hermenêutica de Jesus. Houve momentos em que Jesus modificou o texto para que a profecia tivesse sentido em sua pessoa. Por exemplo, comparar Mt.26:31 e Mc.14:27 com Zc.13:7; em outros momentos Jesus utilizou a forma “Pesher” (relação de um texto do AT com acontecimentos ou personagens da época escatológica que o intérprete crê estar vivendo) conforme formulação em Lc.4:21. Nas questões de ordem moral e religiosa Jesus foi categórico ao usar a forma literal da letra do texto (como em Mt.15:4 e Mc.7:10) mas também, em outros momentos, utilizou a “Midrash” (a expressão “quanto mais” em Mt.7:11; Lc.11:13; típica de Hillel). Jesus criticou duramente a tradição (conforme visto nos “logia” – sermão do monte) mas, em outros momentos, não hesitou em usar ensinamentos do rabinismo que viriam a constar no Talmud , aplicando-os dentro de sua visão “antropo-teocêntrica” , conforme Mt. 7:12 . Essa maneira flexível de Jesus usar as Escrituras permite-lhe também, ao mexer com a tradição mais antiga, construir uma seqüência lógica de argumentos a partir da própria história judaica para apoiar o seu ensinamento, como em Mt. 12:1-8, na questão do “Sábado”. Jesus estabelece ainda, no sermão da montanha, que suas leis iam além das leis do AT. Enquanto que os fariseus e escribas interpretavam as leis como proibitivas de ações externas, Jesus buscava um sentido mais profundo, que refletisse as atitudes do coração. Por exemplo, não bastava retrair-se do adultério ou do crime; o homem deve retrair-se da cobiça e da raiva. De acordo com Viertel, “Jesus usou algumas formas de expressão dos rabinos, mas o conteúdo dos seus ensinos era diferente. Ele engrandeceu a presença do Reino de Deus em vez da lei. Ele identificou-se como o cumprimento da profecia ao invés de apontar a vinda do Messias. Ele interpretou o Velho Testamento à luz de uma nova era que raiava, em vez de enfatizar a interpretação de sentenças, cláusulas, frases e até mesmo palavras simples, independentemente do contexto ou da ocasião histórica”.13 O fundamental nesse estudo é ver que se a Igreja cristã primitiva construiu uma hermenêutica cristocêntrica, esta nasceu também graças ao uso que o próprio Jesus fez das Escrituras. F. Paulo como Intérprete. Dentro do estudo da Hermenêutica paulina vale ressaltar algumas de suas características: • Paulo usa com muita freqüência o texto do AT quando escreve para comunidades de origem judaica (Rm., Gálatas e I/II Co.), mas não o utiliza quando escreve a comunidades com predominância gentílica (Colossenses, Filipenses e I/II Tessalonicenses), o que torna Paulo um exegeta por excelência. Fato mais interessante é que das 93 citações que faz do texto do AT, modifica o texto em 52 casos (ex.: comparar Rm.9:17 com Ex.9:16). Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.institutodeteologialogos.com.br | [email protected] HERMENÊUTICA BÍBLICA - 9 Seria, como dizem alguns14, uma evidência de que Paulo citava textos de memória, ou que era influenciado pela sua tradição rabínico-midráxica ? • Como Hillel, procurou adaptar o texto bíblico aos problemas de seu tempo, contextualizando-o (comparar Rm.9:25 com Os.2:21-23). • Paulo busca elementos de diversas correntes religiosas e filosóficas do seu tempo, dialogando com as mesmas e dando-lhes roupagem cristocêntrica. Abaixo, eis algumas dessas correntes: G. Essênios. Todos os homens pecaram (Rm.3:23 comparado a I Qh.1:22 ou a Ec.7:20). O texto de I Qh.1:22 é parte da coleção de Hinos ou hodayôt encontrados nas descobertas do Mar Morto15. O homem não pode obter o perdão de Deus pelas obras ou pelo cumprimento da Torah (Gl.2:16 comparado a I Qh.4:30). H. Rabinismo. Em I Cor.10:1-4, ao relacionar o batismo cristão com a passagem do Mar Vermelho, Paulo alude a textos rabínicos da Gemara Babilônica que justificam o batismo de prosélitos à luz do Êxodo. I. Fílon. Tal qual Fílon, Paulo apela para a retórica grega (At.19:8; 28:23) e moderadamente para o uso alegórico (I Cor.9:9-10; Gl.4:21-31). J. Doutrina Cristã. Sem dúvidas que um dos méritos de Paulo está no fato que ele é um dos responsáveis pela sistematização da doutrina cristã, a partir do que outros, como Agostinho, fundamentam suas interpretações, as quais até hoje são tidas pela igreja cristã (tanto católica quanto protestante) como inspiradas, visto que muito daquilo que se tem como “doutrina bíblica” passa pelo filtro patrístico. Paulo lançou mão da tipologia para estabelecer a relação entre o AT e Cristo ( o servo sofredor, de Isaías 53, representa Cristo; as promessas de Deus a Abraão e seus descendentes tornaram-se as promessas de Deus aos crentes em Cristo, que são o novo Israel ). Em outro texto, Adão é considerado como um “ tipo de um que devia vir ” ( Rm. 5:14 ). Sua interpretação do AT é cristocêntrica: Cristo é o cumprimento do AT. Paulo utiliza a alegoria com um aspecto distintivo em relação aos gregos e rabinos. Enquanto aqueles buscavam a alegoria ou para explicar mitos sobre os deuses ou para dar sentido a algo que contraria sua lógica ( concepção do “indigno de Deus” em Platão ), e estes usavam as alegorias na busca dos significados ocultos, Paulo encontra nos relatos do A.T. fatos que, sem perder sua veracidade histórica, possuem um sentido espiritual que será encontrado por meio da alegoria ( exemplo disso é a interpretação da história de Agar e Sara, aplicada a Israel escravo e livre, em Gl. 4:22-26 ). Em Paulo temos o fundamento do conceito de AT , embora a concepção canônica de A . T. só seja estabelecida após a consolidação dos 27 livros do NT. Isto fica evidente em sua declaração de que as escrituras permaneceram encobertas até que o véu foi removido por Cristo ( II Cor. 3: 13 – 15 ). 2.3. Período Patrístico Após o período apostólico, entram em cena os herdeiros e continuadores da tradição apostólica, conhecidos historicamente como os pais da Igreja. Estes se notabilizaram a partir do 2º século da era cristã. A. A Hermenêutica no 2º Século. Este período caracterizou-se, na história da Igreja, por um grande conflito: a falta de consenso quanto à aceitação do AT como um livro cristão. Por um lado, havia o desenvolvimento da cultura helenizada como forma e expressão legítima da fé cristã e até mesmo a rejeição do AT ( como se vê no pensamento de Marcião, em 144 d.C.). Por outro lado, a não interpretação cristológica do texto vetero-testamentário, sendo ele valorizado como escritura única da Igreja, como se vê no ebionismo, que leva a Igreja à assimilação das práticas legalistas do judaísmo. Provavelmente nesta época, surgiu o último texto do NT, a 2ª Epístola de Pedro. Nele, é interessante notar a inclusão das cartas de Paulo com escritura ( 3:16 ), o que pode ter tido a finalidade de enfocar a relação entre o Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.institutodeteologialogos.com.br | [email protected] HERMENÊUTICA BÍBLICA - 10 Antigo e o NT ( tão presente nos escritos paulinos ). Embora o conflito judaico-cristão remonte aos primeiros tempos da Igreja ( At 15; Rm 14; Gálatas ), é no segundo século e, principalmente a partir de Marcião, que ganha dimensão de debate sistematizado e confronto escrito. Quando Marcião rejeita o AT, ele o faz porque sua interpretação do texto é literal. Da mesma forma, Clemente Romano, nem chega a utilizar a interpretação tipológica, como fazia o apóstolo Paulo, optando também pelo literalismo. Esta interpretação literal do AT torna as leis de Israel vazias e sem aplicação para os tempos modernos. Esta rejeição do AT também foi forte entre os gnósticos. Valentino aplica a passagem de Jo. 10:8 aos profetas: “ Todos os que vieram antes de mim eram ladrões e assaltantes”; Ptolomeu, mais moderado, divide o Pentateuco em três partes, quanto a sua origem: a primeira parte devida a Deus ( o decálogo ), a segunda atribuída a Moisés ( as leis do Deuteronômio ) e a última atribuída aos anciãos ( as leis ritualísticas, de pureza e da guerra santa ). Em sua carta a Flora, condena essas últimas, as quais conduzem o homem ao mal e, reduz o valor das leis ritualísticas ao tempo para o qual foram escritas. Quanto aos nomes de Deus encontrados no AT ( Elohim, El Shaddai, Javé Tsevaoth ), os gnósticos os interpretam como referindo-se a deuses distintos, subordinados ao Deus Pai desconhecido ( o criador ). Diante das tendências marcionitas e gnósticas, a alternativa para a Igreja cristã quanto à utilização do AT foi a leitura tipológica. Para Justino, o mártir ( em DIÁLOGO COM TRIFON e APOLOGIAS ), em dura crítica a Marcião, a lei é “ tipos ” da realidade futura de Cristo e da igreja. Já a carta de Barnabé é rica em alegorias do AT: os sete dias da criação simbolizam os seis mil anos de duração do mundo, sendo o sábado símbolo do descanso escatológico. O autor dessa epístola ensina que o judaísmo cumpriu a sua missão e que a igreja é herdeira de suas prerrogativas e livros sagrados. Também emprega a GEMATRIA, método no qual as letras das palavras eram convertidas em valores numéricos para uma aplicação escatológica. Outro pai apostólico, Irineu de Lyon, no final do 2º século, assume um tipo de “exegese de situação” contra o gnosticismo. Se, diante dos judeus, Irineu tende a ser literalista na interpretação cristológica das profecias e alegórico na interpretação da lei e história de Israel, diante dos gnósticos ele é alegórico na interpretação cristológica do AT para poder uni-lo ao NT e tornar Cristo relevante. Concluindo, pode-se afirmar que a grande questão hermenêutica do cristianismo no 2º século dizia respeito à aceitação do A T e mesmo à sua incorporação ao cânon, questão que voltou a ecoar muitas vezes ao longo da história do cristianismo. A aceitação do AT pelos cristãos não teve um propósito meramente apologético (apontar provas a favor do NT) mas resultou da visão do AT como canal de interpretação da morte e ressurreição de Cristo. De fato, a Igreja se apropriou do AT, interpretando-o como promessa e profecia do Novo. É interessante perceber o paralelo existente entre a concepção judaica da relação Torah-Profetas e a visão cristã da relação Antigo-NTs. A idéia rabínica concebia a Escritura como Lei e os profetas como intérpretes da lei (razão pela qual Jesus justifica sua atitude liberal em relação ao sábado citando a postura de Davi em I Sm 21:7 ). Semelhantemente, os cristãos vêem o NT como interpretação do Antigo. Nota-se um indício desta percepção até mesmo na ordem dos livros no AT: enquanto na Bíblia judaica a Torah é seguida dos profetas (NeVI’IM) e escritos (KETUBHIM), na Bíblia cristã, os profetas vêm depois da Torah e dos Escritos, numa ratificação de sua relação com o NT, onde se verifica seu cumprimento. Esta visão remonta ao início do cristianismo, cuja hermenêutica já se caracterizava por este elemento diferencial (veja-se a hermenêutica de Jesus e de Paulo). É, porém, no segundo século, com o desenvolvimento de alguns questionamentos e dentro do processo de definição do cânon, que estes conceitos voltam à tona. Outra idéia presente na visão cristã do A T é sua interpretação tipológica, a partir da visão do N T como cumprimento do A T. B. A Hermenêutica no 3º Século. Até o que se tem visto até agora, o problema hermenêutico do segundo século tem sido a leitura do AT e sua interpretação como livro cristão, problema esse que a Igreja resolveu através da apropriação das escrituras judaicas e de suas profecias. Entretanto, a partir do Século III levanta-se uma outra questão que é o Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.institutodeteologialogos.com.br | [email protected] Orígenes crê. a partir do quarto século houve o rechaço desta tendência e a valorização gramatical e histórica com o retorno da interpretação literal. filosófico e psicológico e. messiânicos ou históricos. símbolos e alegorias. muitas vezes parecem inacreditáveis. típico. Assim. Valeu-se do princípio da racionalidade para interpretar passagens bíblicas que. pois o objetivo de Deus era ocultar a verdade17. É essa linguagem misteriosa que precisa ser decodificada através da alegoria.C. excluiu do cânon livros tais como Jó. Contra os alexandrinos. um sentido místico. as quais enfatizavam a imoralidade do AT bem como a falta de uma explicação lógica e racional da fé em Cristo. por exemplo. profético e tipológico. em seguida. Essa maneira dentro da igreja síria de interpretar o texto foi grandemente influenciada por exegetas judeus locais e teve como principais expoentes Deodoro de Tarso. O primeiro a enfatizar essa linha hermenêutica foi Clemente de Alexandria (150 – 215 d. ressaltavam a historicidade da narrativa e procuravam.11 problema hermenêutico da interpretação bíblica em si mesma caracterizada na luta entre o literalismo e o simbolismo e notabilizada através da escola alexandrina. Se em Alexandria houve uma grande ênfase da interpretação alegórica das escrituras. Orígenes adaptou a tricotomia platônica à interpretação das escrituras. Adão era realmente Adão e o paraíso era realmente o paraíso. contrariando assim o conceito platônico do “Indigno de Deus”. Como exemplo do sentido místico. como por exemplo as narrativas de Gênesis (onde existem muitos antropomorfismos e relatos míticos da criação). Teodoro pergunta: “Desde que não há acontecimentos reais. em função do conceito platônico do “indigno de Deus”. mas a escondia de outros. visto que Adão não foi realmente desobediente.com. os que são espirituais. no extremo uso da alegoria. as quais eram interpretadas por muitos de forma literal.com.). os quais exaltaram a postura hermenêutica de Fílon. que existem passagens das escrituras com características literais mas que todas as passagens das escrituras possuem uma vertente espiritual e que a única maneira de se reconhecer o mistério escondido ou a mensagem espiritual é através do uso do método alegórico de interpretação. em Gl. Para ele existe um sentido oculto de face cristológica em cada palavra ou até mesmo cada sinal gráfico do texto sagrado. através da seguinte divisão: • Sentido Corpóreo (somatikon) – carne – interpretação literal – para principiantes. Pode-se dizer que ele conseguiu o respeito de não cristãos do seu tempo. seguindo os passos de Fílon e de Clemente. O valor de Orígenes para o seu tempo está no fato que ele elevou a fé cristã ante as críticas externas. entretanto. • Sentido Espiritual (pneumatikon)– espírito – interpretação alegórica – para os perfeitos. Insistia ainda que a alegoria revelava a verdade ao verdadeiro discípulo. Para Orígenes esses eram os mais simples. Crônicas.br . C. que as escrituras têm diversos sentidos: literal e teológico. em Antioquia. Teodoro. A Reação do Literalismo-Histórico do Século IV. Esdras. se notabilizou por ser o mais erudito de seu tempo. Por exemplo. • Sentido Psíquico (psiquikon) – alma – para os que já fizeram algum progresso.institutodeteologialogos. 4:21-31 o apóstolo Paulo usa o termo “alegoria” para falar dos dois Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. com Clemente e Orígenes. Teodoro de Mopsuéstia e João Crisóstomo. que não tinham a capacidade intelectual de compreender o sentido espiritual escondido no texto bíblico através de suas metáforas.br | contato@institutodeteologialogos. finalmente. mas de forma diferente do pensamento alexandrino.HERMENÊUTICA BÍBLICA . Orígenes. com ênfase na literalidade textual. Neemias e Cânticos. Um outro pai eclesiástico da época. Alguns dos princípios defendidos pela escola antioquena foram os seguintes: • Abordagem Gramático-Histórica. Clemente dizia que a figura da mulher de Lot era símbolo do apego às coisas terrenas que impediam a alma de reconhecer a verdade16. descobrir o sentido teológico da mesma. por não encontrar neles elementos proféticos. no entanto. como então entrou a morte no mundo e qual o significado de nossa salvação?” • Com alguma cautela defendiam que algumas passagens podem conter um sentido metafórico. Compreende. características fundamentais da hermenêutica dos pais latinos: • Usavam com mais freqüência a interpretação literal. Aqui há uma semelhança com os antioquenos na medida em que consideravam a existência de um sentido oculto na passagem sem desmerecer sua historicidade. Agostinho.C. como por exemplo. ele não esvaziou o sentido histórico de Sara e de Agar.12 pactos simbolizados em Sara e Agar.C. a Vulgata. Torna-se importante estabelecer uma diferença entre os dois mais notáveis: Jerônimo era conhecedor das línguas bíblicas. no início de sua vida eclesiológica.C. Entretanto. e uma outra semelhança com os alexandrinos. não viam o futuro. não conhecia o hebraico e entendia o grego com dificuldades. Palestina). o elemento dogmático começa a desenvolver-se na igreja. sendo que essa visão era um canal condutor de uma tipologia futura ou ainda de acontecimentos messiânicos. em sua interpretação do Gênesis busca uma linha histórico-literal. depois de perseguições e contradições internas. apesar de Paulo usar o termo. Nestor. Ticônio (400 d. mas o presente. • Conceito de “theoria” (“observar”. Nesse conceito estuda-se o estado mental dos profetas quando recebiam suas visões. assim chamados por escreverem em latim. converteu-se ao método literal. Agostinho. Essa foi a principal preocupação dos pais latinos nos Séculos IV e V d.Hiponna.C.C. . pela atenção ao sentido histórico das palavras em seu contexto original. 2. Ora. na igreja ocidental a preocupação hermenêutica atingiu questões relacionadas à prática diária dos cristãos.HERMENÊUTICA BÍBLICA . No entendimento dos antioquenos. Agostinho deu Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. ainda hoje percebe-se uma influência dos princípios da escola de Antioquia nos modelos ortodoxos da interpretação bíblica na igreja cristã. não como exegeta. a escola antioquena entrou em decadência. A tendência aqui é a de “fechar” uma interpretação única como sendo oficial. Os Pais Latinos A Hermenêutica nos Séculos IV e V d. • A preocupação com questões eclesiológicas de caráter jurídico ou prático numa época em que a igreja cristã estava se estabelecendo como religião oficial do império romano. Abaixo. Esse é o reflexo da convicção antiga que o NT está oculto no AT e que este é iluminado por aquele. Notabilizou-se. mas influenciado por rabinos palestinenses.4.. o que lhe permitiu ser mais exegeta.com. Para os antioquenos. culminando na formação do seu mais famoso trabalho.institutodeteologialogos. produzindo trabalhos e comentários com notas históricas e lingüísticas. ao contrário. África). mas como sistematizador de doutrinas cristãs. ao receberem suas visões. envolvendo a ética e estabelecendo a partir de então o cânon como regra de fé (“regula fidei”).22). • Apesar da ênfase na interpretação literal também alegorizavam o AT. a sua forma de interpretar foi diferente. antes de poder aplicar o texto às questões diárias de sua época. “contemplar”) em oposição à “alegoria”. no momento em que se alegorizava quando a passagem parecia contrária a Deus ou à moral cristã (dessa forma procedeu Agostinho em seu comentário ao pedido de Deus para Abraão sacrificar Isac em Gn. O ambiente do autor original com seus traços lingüisticos e culturais devia ser levado em consideração pelo intérprete. • Buscavam determinar a intenção do autor do texto. – norte da África) e Agostinho (354-430 d. Se do lado oriental a hermenêutica foi direcionada para a vertente especulativa. • Com base nessa idéia os pais latinos preocuparam-se com o contexto histórico da passagem.br | contato@institutodeteologialogos. os profetas. adotava prioritariamente a postura alegórica alexandrina. mas fez analogias e pontes de ligação com o seu tempo. Os mais influentes teólogos dessa tendência foram Jerônimo (347-420 d. a partir dessa época. ou seja.com. considerado herege pela sua doutrina das duas naturezas de Cristo. Jerônimo. baseada inclusive na tradição de intérpretes anteriores que pensavam da mesma forma que eles (isso foi muito comum em Jerônimo). O diferencial aqui é que essa tipologia é considerada a partir do profeta e não de quem o interpreta. No final do quinto século.br . br | contato@institutodeteologialogos. só podendo ser entendida misticamente. De acordo com seu modo de ver. Aliás.br . o trabalho dos intérpretes consistia em repetir os dogmas já estabelecidos pela igreja. Preservavam. No período da Idade Média houve. neste período. a pouca profundidade nos aspectos histórico e filológico. apesar de que cada extremo sempre permitia de alguma forma a possibilidade para outra interpretação ainda que de forma diminuta. É. ou o sentido que dele se depreenderia. Prevaleceu. Em seu trabalho exegético. As produções deste período apresentavam como características: a riqueza de detalhes. A Bíblia era considerada um livro cheio de mistérios. em Gl. embora a limitação imposta pelo dogmatismo e o interesse Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.com. alegórico ( cristológico ). que significativas construções teológicas começam a surgir. ao aspecto prático e à fidelidade aos dogmas da igreja. vale a pena destacar o trabalho de Tomás de Aquino. com o escolasticismo.3:6. Quanto à questão da multiplicidade do sentido literal. marcado pela ortodoxia e pelo pouco desenvolvimento da hermenêutica. é visto na interpretação dogmática medieval sem que se considere a possibilidade de o profeta estar originalmente se referindo ao povo de Israel ). necessariamente.13 grande contribuição com a sistematização de doutrinas. Tomás de Aquino parece rejeitar essa possibilidade. cujos comentários nasceram de seu trabalho como mestre. Nesta fase. portanto a interpretação alegórica a única forma de encontrar o sentido desejado. passando a seu valor dogmático sem considerar. com atribuição de valor inspirativo. admitindo muito mais facilmente a multiplicidade do sentido espiritual. apenas este sentido era considerado verdadeiro. que até hoje são assimiladas pela cristandade tanto católica quanto protestante. ou alegórico. o texto de Oséias 11:1.institutodeteologialogos. algum avanço quanto à preocupação com o estudo literal-histórico. já presente em Agostinho. e um grande valor doutrinal. Uma outra tendência dessa hermenêutica é considerar que se uma passagem do NT interpretava um texto do AT como prefiguração de Cristo. rejeitando-se a idéia original do texto ( por exemplo. Período Medieval A partir do trabalho hermenêutico de Agostinho. Vale a pena lembrar que o movimento conhecido como escolástica deriva seu nome do surgimento de escolas de teologia nas catedrais.com. 2. porém. o texto do AT já prefigurava Cristo. sendo. tais como a da Trindade. Depois de um período de quase nenhuma produção nesta área. extrai-se o grande conflito entre o literal e o simbólico. Este dogmatismo chegou ao extremo de estabelecer como única tradução considerável o texto da Vulgata. o apóstolo Paulo já falava do problema da oposição entre a “letra e o espírito”.HERMENÊUTICA BÍBLICA . ou histórico.5. portanto. o que levou a uma ênfase à interpretação alegórica. do que se pode perceber das tendências hermenêuticas dos cristãos do período patrístico. 2:15 em relação a Cristo. diversos comentários surgiram que. o final do século XI e o século XII já apresentam o início de certo entusiasmo quanto ao estudo das Escrituras. senão a busca de um sentido para a vida. onde se estudava a Bíblia mais academicamente. e o espiritual. tropológico ( moral ) e anagógico (escatológico ). Isto limitou até mesmo a produção literária de textos interpretativos da Bíblia além de impedir o surgimento de qualquer contribuição nova. Essa orientação para a leitura espiritual da Bíblia conduz para o fato de que a exegese não é tanto uma investigação sobre o significado de palavras. aplicado em Mt. representaram uma boa contribuição ao estudo da Bíblia. Por isso. sua preocupação com a busca do sentido literal como parte do processo de interpretação. a concepção de que a interpretação da Bíblia teria que se adaptar à tradição eclesiástica. como reflexo de seu direcionamento. Entre os expoentes do período escolástico. a concepção agostiniana dos quatro sentidos da Bíblia: literal ( histórico ). iniciou-se um novo período. seu contexto original. embora de pouca inovação teológica. A apropriação do AT pelos cristãos trouxe consigo grandes questões hermenêuticas que se arrastaram nos séculos seguintes. Ora. no entanto. uma vez que na concepção original do texto já estava presente o sentido tipológico. problema existente ainda nos dias hodiernos. admite a existência de apenas dois sentidos no texto bíblico: o literal. a leitura medieval atualiza imediatamente o texto em estudo. Esta preocupação com a interpretação alegórica não impediu. também. a partir do século XIII. Esta preocupação.br . a preocupação com os textos hebraico e grego provocou o surgimento da crítica textual. têm o monopólio ameaçado pelo surgimento de novas versões. interpolação e erros de cópia. o que requer do exegeta um conhecimento mais amplo e profundo de todo o texto. concepção que reforçou a tese da inerrância do texto bíblico. caracterizando-se principalmente por uma volta aos clássicos da antigüidade greco-romana e. por uma volta à patrística. Essa tendência indica que o método hermenêutico da Reforma dá ênfase ao sentido literal. quando a interpretação místico-alegórica levou a um descuido do trabalho exegético. gramático-histórico. A nova tendência da crítica textual representa. • As Escrituras são inspiradas e.14 meramente doutrinal abrissem pouco espaço ao avanço teológico. Hermenêutica da Reforma. É neste momento e contexto histórico que desponta o trabalho hermenêutico dos reformadores. Houve. Esta leitura da Bíblia. Aqui a idéia é que os escritores bíblicos poderiam ser lidos da mesma forma que qualquer outra obra de caráter profano. Período Renascentista Depois do longo período medieval. no final do século XV. Lutero declara que “ se são obscuras num lugar são claras em outros” . principalmente em função de sua coerência entre as convicções doutrinárias e a postura prática. alude-se aqui ao princípio de que a Bíblia é interpretada pela própria Bíblia. Notabilizaram-se. sua hermenêutica trazia alguns princípios comuns: • A interpretação das Escrituras não deve ser monopólio da igreja e seu colegiado Em lugar disso. principalmente no que diz respeito a alguns textos obscuros que necessitam de uma maior atenção para serem interpretados. Mais uma vez.br | contato@institutodeteologialogos. A. • O estudo das Escrituras remete o indivíduo à procura da intenção do autor original. com a publicação da primeira gramática e dicionário da língua hebraica. • Se as Escrituras são inspiradas. sendo submetidos aos métodos críticos como defendia Hugo de Groot. não podem receber o tratamento crítico como se fossem um livro qualquer sobre religião. onde a reflexão hermenêutica foi tolhida e limitada para dar lugar ao dogma e ao monopólio da igreja. com a publicação do NT grego com notas explicativas. mais relacionadas aos textos originais. os séculos XV e XVI assistem ao retorno da preocupação com os textos originais própria do espírito renascentista. na verdade. é estabelecido o princípio de que a Bíblia é interpretada pela própria Bíblia. Embora apresentassem algumas diferenças quanto à interpretação de determinados textos. 1518 ). este último considerado o maior exegeta da Reforma. infalíveis. no entanto.institutodeteologialogos. começou a decair. inclusive. Somente no século XVI. segundo. uma significativa contribuição dos filólogos.6.HERMENÊUTICA BÍBLICA . nesse aspecto. originou-se na Itália e estendeu-se por toda a Europa. do ponto de vista religioso. 1530 ). de caráter humanista. uma influência do renascimento cultural sobre a hermenêutica bíblica. a menos que o próprio autor indicasse o contrário. 2. e Erasmo de Roterdã ( aprox.com. Este movimento. o que significava geralmente o sentido literal da passagem. para entendê-las o homem não pode prescindir da iluminação do Espírito Santo por causa do estado de cegueira espiritual resultante da queda. Isto indica a tentativa de harmonização de passagens difíceis. • Os reformadores reconhecem também ao lado da natureza divina das Escrituras uma face humana. que mais tarde vai influenciar a hermenêutica moderna. principalmente nos séculos XIII e XIV. começa a ganhar um novo espaço. calvinista holandês ( 1583 – 1645 ). o gramático histórico. Este tipo de postura trouxe de partida três conseqüências rápidas: primeiro. foi rejeitada pelos reformadores graças à sua ênfase na infalibilidade das Escrituras. a exegese propriamente dita. como a LXX e a Vulgata. Melanchton.com. por isso. lentamente. Por isso. notabilizando-se aí Johan Reuchlin ( aprox. as traduções antigas. Baruc Spinoza ( 1632 – 1677 ) já negava a autoria mosaica do pentateuco e falava em compilação. a diluição dos múltiplos sentidos da Bíblia em um único sentido. a qual obriga o indivíduo a estudá-las e pesquisá-las. Lutero e Calvino. o que Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. terceiro. com. as doutrinas mais enfatizadas eram a da Graça e a Teologia Pastoral. Forneceram uma grande produção de comentários e textos de interpretação. pode-se citar as principais características de sua postura: • Valorização da Escritura. Este movimento teve sua origem na insatisfação com a reforma (considerada incompleta ).T. Em vários aspectos. voltou-se ao escolasticismo medieval.21 A partir desta postura. o que relembra os sérios problemas da hermenêutica na Idade Média. • Interpretação cristológica. os aspectos políticos foram muito mais decisivos que os doutrinários no rompimento com o catolicismo romano. não merecendo seu lugar na Bíblia. como a história registra. O princípio da interpretação da escritura pela própria Escritura e a compreensão da necessidade de harmonização de passagens. embora seu auge tenha ocorrido no século XVII.com. De fato. a hermenêutica puritana se assemelhava aos pressupostos da reforma: a rejeição da tradição. ou de um outro texto da Bíblia que indique claramente esse sentido. ao considerar a carta de Tiago como “epístola de palha”. Mas a ênfase principal da interpretação puritana era a prática da Escritura. Primeiro porque a falta de um intérprete único e infalível da Bíblia (posição até então ocupada pela igreja ) possibilitou o surgimento de inúmeras interpretações diferentes dentro do protestantismo. nasceu a tendência à sistematização e ao dogmatismo. e degenerou em mera busca de textos-provas”. B. a aceitação da escritura como única verdade válida e a interpretação cristológica do A. em combinação com o fracionamento do protestantismo. Por isso. pois uma vez ocorrida a reforma e a oficialização de seus conceitos em alguns Estados europeus. o que deixa em aberto a questão: a que escritura exatamente Lutero se referia. ao considerá-la infalível: ao cânon já estabelecido ou a um novo cânon? Apesar da rejeição ao monopólio da igreja e da tradição na interpretação bíblica na proposta hermenêutica dos reformadores. Surge justamente da reintrodução do escolasticismo cristão medieval dentro da academia pós-reformista.institutodeteologialogos. C.HERMENÊUTICA BÍBLICA . O problema é que sua interpretação era também controlada pela posição teológica.br . inclusive a questionar o cânon estabelecido. levaram Lutero. Berkhof define assim esse fato: “A exegese se tornou serva da dogmática. "Eles eram escrupulosos em seu desejo de saber qual era a verdade. Henrique VIII não deixou de ser católico em suas convicções. com ênfase ao sobrenaturalismo e à inspiração verbal das escrituras. Puritanismo. Esta postura.br | contato@institutodeteologialogos. • Uso da alegoria. a "consciência puritana" era sua característica mais marcante. embora não consistissem num grupo coeso em suas idéias. a gênese do movimento puritano ocorreu ainda no século XVI. conhecido como pós-reforma. Confessionalismo. não simplesmente para que tivessem um conhecimento teórico sobre ela. Entretanto para uma passagem requerer uma interpretação simbólica ela deve ter um influxo do seu próprio contexto. O interessante aqui é perceber um princípio hermenêutico visto como regra para o questionamento do próprio cânon. • Rejeição da tradição. por apresentar uma teologia das boas obras incongruente com a mensagem paulina da justificação pela fé ( pedra de toque da teologia reformada ). mas a fim de que a levassem a cabo e a pusessem em prática a qualquer custo ". Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. verificou-se a tentativa de sufocar qualquer interpretação que fosse diferente da dos mentores reformistas. Ali. • Papel da iluminação na interpretação da Escritura. e o confessionalismo e a imposição de limites doutrinários à liberdade de investigação mais uma vez esteve presente. a história apresenta um curioso paradoxo. Neste período. como reação de defesa de cada movimento. Em síntese. fez com que a hermenêutica passasse a ser usada mais uma vez como um instrumento a serviço do dogmatismo.15 não significa que não existam passagens com sentido figurado. principalmente na Inglaterra. A partir da controvérsia. Assim a religião torna-se um instrumento nas mãos dos intelectuais para a manipulação de massas. por sua vez. mas também do testamento em relação a si mesmo24. deveria ser submetido aos métodos humanos de interpretação. a qual só pode ser alcançada pelo uso da razão. que soube se aproveitar da expectativa messiânica do seu tempo para apresentar-se como Messias. que foi representado. Por conseguinte. B. Assim. 2. Há uma procura em entender sobre aquilo que Israel afirmou sobre si mesmo e sobre sua fé. são negados (Johann Eichorn e David Strauss. ao criar o mundo e o ser humano.16 • Valorização do sentido literal como o sentido básico. Essa tendência surgiu a partir do momento em que foi constatado o fim da unidade teológica não só dos testamentos (um em relação ao outro). representa o desenvolvimento do Renascimento Cultural.com.com. A postura do tipo “leia o Novo para entender o Antigo” foi posta abaixo através da gradual separação dos dois testamentos. através do uso da razão e da filosofia. John Semler (1780). Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. a partir do que se rejeita qualquer possibilidade de interferência divina na história. inspiração das escrituras e do sobrenatural foram negadas. O iluminismo era. em vários aspectos. há um maior dinamismo no estudo bíblico e na multiplicidade de suas tradições (Ernesti e Semler).br | contato@institutodeteologialogos. pois a ênfase agora é de caráter histórico. De acordo com Semler. em 1670. os evangelhos seriam lendas que. considerado como o mais autêntico autor do racionalismo bíblico. O texto bíblico tem sua autenticidade questionada e a autoria mosaica do pentateuco é posta abaixo (Spinoza. • Aplicação das Escrituras nas experiências do dia-a-dia.HERMENÊUTICA BÍBLICA .23 principalmente por tê-lo elevado à categoria de sistema. o Racionalismo abandonou a idéia do sobrenatural. tem na verdade seus antecedentes no Racionalismo do século XVII. surge na Inglaterra o Deísmo. principalmente os de Jesus nos evangelhos. movimento surgido no início do século XVIII 22. epifanias) são desacreditados como eventos históricos. Este. a qual passa a ser vista sob o prisma do secularismo onde a autonomia humana é priorizada e a revelação e a ação divina são anuladas.br . negou a inspiração da Bíblia e a origem divina da Escritura. em 1712). Como tentativa de unir a religião à razão. posteriormente. Ele tentou por um fim às lutas primitivas entre interpretação literal e interpretação alegórica.institutodeteologialogos. Isto equivale a dizer que Ernesti fez uma opção pela interpretação literal do texto. Baruc Spinoza não era tão conservador: para ele. Que valor teria então a Bíblia na ótica do racionalismo ? Segundo o mesmo John Semler. optando pelo uso exclusivo da razão. os entregou à sua própria sorte. milagres e manifestações especiais de Deus (teofanias. caracterizado pelo surgimento do Iluminismo. o valor primordial da Bíblia é o do aperfeiçoamento moral do ser humano. Período Moderno O período moderno.7. Com o avanço da secularização as idéias de revelação. Um século antes dele. os relatos de milagres na Bíblia. Cristo teria sido um homem comum. e Richard Simon. Uma outra ala de teólogos racionalistas se caracterizou por uma abordagem mais gramatical das Escrituras e tem como representante máximo John Ernesti (1707 – 1781). Como conseqüência. Sec. a Bíblia apela tão somente para as emoções religiosas do homem e seu movimento é o da obediência e submissão mas não o da verdade. Como o próprio nome indica. uma revoltacontra o poder da religião institucionalizada e con tra a religião em geral. o conhecimento de Deus só é possível a partir do próprio homem. Dentre as diversas características do período moderno destacam-se: A. na França pelo filósofo Voltaire. idealizaram a figura histórica de Jesus. onde a autonomia e autodeterminação humanas guiam a história e não determinadas ações de Deus em série. considerando-a como um livro humano cheio de erros e que. rejeitou o sentido múltiplo das Escrituras e defendeu que a interpretação alegórica só pode ser aceita quando existe no próprio texto uma indicação do autor nessa direção.XIX). Seu pressuposto básico é que Deus. tais quais intervenções a favor de seu povo. A tendência natural desta postura de ordem primariamente filosófica é o esvaziamento do sagrado dentro da Bíblia. por isso. e os livros que possuem essa característica devem ser autorizados. a preocupação volta-se para a compreensão da teologia de cada fonte ou de cada bloco de escritos. quando a comunidade de fé experimentava o futuro texto na via oral. Aqui a atenção não se dirige em princípio às fontes. mas como redatores-teólogos. A tarefa da Crítica da Redação é descobrir a teologia desses escritores que. somos por natureza seres morais e com base nessa moralidade inata é possível provar a existência de Deus e da alma. Uma segunda constatação foi que existem materiais que só são encontrados em apenas um dos três e não são comuns. A Hermenêutica Pós-Moderna Mesmo durante o período moderno já estava ocorrendo uma espécie de insatisfação por parte de alguns filósofos e teólogos com o reducionismo racionalista. tal qual trabalhada nas suas diversas escolas. A preocupação principal desta escola é a fase do texto bíblico conhecida como “pré-história” do texto. As idéias de inspiração e de inerrância das escrituras foram abandonadas a partir da compreensão do cânon como resultado de um processo histórico. mas naquilo em que diferem um do outro. Como o próprio nome sugere. aqui a busca do exegeta é. “E” (Eloísta) . Uma das conclusões foi que 95 % do conteúdo de Marcos está espalhado entre Mateus e Lucas. Segundo a hipótese documentária cada estrato possui características. como por exemplo. foi o primeiro a ser escrito. Marcos e Lucas) cuja curiosidade básica não foi levantada em torno do conteúdo que os três possuem em comum. etiologias. Nessa compreensão. não como simples escritores. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. a cultura. O texto bíblico teria um valor local. 2.institutodeteologialogos. é a teologia de sua comunidade. ditos. unindo-as num mesmo trabalho? Agora. sem uma ligação com o presente (Semler). que é a crítica bíblica. a teologia que estava por trás do texto. eles são visto. o pensamento. Segundo ele é um erro reduzir a religião à razão. entre outros) que nasceram dentro de uma determinada “situação de vida” ou sitz im leben . utilizando para isso o instrumento da razão. O que teria levado os escritores a escolherem ou selecionarem fontes. Uma vez identificadas. Herman Günkel (AT) e Rudolf Bultmann (NT) são os nomes mais conhecidos desta escola.br . seres humanos. Com sua influência. o texto bíblico se apresenta dentro de formas ou gêneros (sagas. a liberdade e a vida futura”25. As formas que essas histórias antigas adquiriram ajudaram a preservação das mesmas na vida do povo sendo mais tarde redigidas. conforme descritas a seguir: • Crítica das Fontes. identificados pelas letras “J” (Javista). • Crítica das Formas. pois a religião encontra lugar não no que é puramente racional. em última análise.com. formas e teologias próprias. dando instrumentos a teólogos posteriores para outras reflexões. C. para a comunidade que o produziu e o recebeu. o qual será estudado mais tarde. Uma forte reação contra o dogmatismo e o controle da exegese pela teologia sistemática.17 Por exemplo. os evangelhos sinópticos (Mateus. Essas são algumas contribuições da Crítica das Fontes. Dentre eles destaca-se a pessoa de Emanuel Kant. D. o qual questionou com fortes argumentos contra o racionalismo do Sec.8. um contexto vital. lendas. Com base no percentual e na influência de Marcos.XVIII. concluiu-se também que este evangelho. “D” (Deuteronomista) e “S” (Sacerdotal) .com. nem à préhistória oral do texto. o conceito pecado-culpa e sua evoluçã o nas diferentes partes do AT. e não Mateus. mas ao escritor. o objetivo desse método é o de identificar as fontes escritas (e orais) de que se serviram os escritores para compor o texto bíblico. entender o homem. Schleiermacher. • Crítica da Redação. Kant levantou a atenção para outros aspectos da vida do ser humano que não os meramente racionais. a imortalidade. mas no que é ético: “nós. o conceito de justificação e o conflito fé versus obras em Paulo e em Tiago no NT.br | contato@institutodeteologialogos. Os exemplos mais famosos são: a hipótese documentária (Graff-Wellhausen) a qual atribui a autoria do Pentatêuco a 04 estratos-fontes .HERMENÊUTICA BÍBLICA . em primeiro lugar. É interessante lembrar que os movimentos de estudo bíblico e de representatividade extra-eclesiástica de caráter interdenominacional surgiram um pouco antes da metade do século. em primeiro lugar. Para ele. • A vertente teológico-psicológica – O personagem principal desta linha hermenêutica foi. Tudo o que há são narrativas intracomunitárias. um golpe no exclusivismo denominacional e no fundamentalismo. como pretendiam os racionalistas e os ortodoxos. a religião não é um conhecimento.com. desiludido. onde o elemento doutrinário que diferencia um grupo do outro é substituído por crenças básicas gerais. em segundo lugar.com. • A narrativa e o problema da linguagem – Para o pós-modernismo não há nenhum discurso que se aplique indiscriminadamente através de barreiras culturais e não há nenhum absoluto que transcenda diferenças culturais. todo discurso que tem a pretensão de impor-se como superior e único é rejeitado. tomar consciência da existência daquele que é superior à própria existência e base dela. como por exemplo. o “afeto” é o sentimento que nos leva a reconhecer nossa dependência absoluta de Deus. o qual seguindo os passos de Kant. A função da teologia consiste em expor e atualizar essa idéia da dependência divina. Vertentes formadoras das hermenêuticas bíblicas atuais.HERMENÊUTICA BÍBLICA . Deixando para trás o conceito de inspiração das escrituras. nem mesmo uma moral (Kant). o qual cita Ricardo Gouveia. esbarraram na impotência do ser humano. significando. antes otimista. A partir do movimento iluminista enfatizou-se um tipo de pluralismo que visava a convivência amigável e tolerante das diferentes visões e formas opostas. antes. não porque se oponha à ciência moderna. mas que está ligado fortemente ao sentimento que nos permite. o tecnologismo e o economismo. a vertente filosófica de Gadamer.18 A. por exemplo. Diante dessa nova situação. ídolos de um período utópico. Características do Período Pós-moderno. defendia que a Bíblia reflete tão somente as idéias de seus autores e só pode ser entendida porque existe uma unidade do espírito humano que liga homens de todas as épocas e de todos os lugares uns aos outros. considerado um dos maiores eruditos em NT do Século XX. espera-se que as opiniões cedam espaço umas às outras. • A vertente Exegética – Aparece aqui a pessoa de Rudolf Bultmann (1884-1976). válidas dentro dos limites de suas tradições culturais. A distinção entre o que é natural e o que é sobrenatural deve ser rejeitada.br | contato@institutodeteologialogos. ou seja. Ao valorizar a experiência religiosa do caráter universal e residente no indivíduo. O pluralismo pós-moderno não quer apenas tolerância mas quer inclusivismo. O modelo utilizado por Schleiermacher foi o estudo psicológico das escrituras através do entendimento das idéias dos seus autores. sem dúvida. Essas duas definições de “afeto” nos levam ao pensamento que em Schleiermacher a religião constitui-se no gosto pelo infinito. a melhor palavra que pode defini-la é “afeto” (do alemão gefühl ) . B. O que teria influenciado a mudança da hermenêutica moderna para a pós-moderna? Utilizaremos aqui o esboço de Augustus Nicodemus Lopes26. O sentido do texto é determinado no momento da leitura. também desvinculou a religião da razão. que eram humanos. Friedrich Schleiermacher (1768-1834). esse afeto é religioso e não algo que apela aos sentimentos ou a uma emoção passageira de uma expressão de culto. Notabilizou-se a partir Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. à medida em que ele interage com o depósito discursivo e ideário do leitor. mas depois de duas guerras mundiais. O pós-modernismo questiona discursos unívocos e que apresentam o autor como “autoridade” e o leitor ou destinatário como aprendiz. Para ele. abriu caminho para hermenêuticas centradas no leitor. Com isso. apontando as principais características do período pós-moderno: • A rejeição dos chamados “mitos modernos”: o cientificismo. mas porque limita o nosso sentimento de dependência de Deus àqueles momentos em que se manifestam as coisas sobrenaturais.institutodeteologialogos. Schleiermacher reduziu o cristianismo a uma experiência subjetiva e centralizou a teologia no homem deixando de lado a revelação através da Palavra. no campo teológico.br . portanto dentro desse novo espírito. • O Pluralismo inclusivista – O pluralismo não é uma novidade pós-moderna. Muito embora existam idiomas diferentes. tirando aquela roupagem místico-metafísica. independente do autor.Os lingüistas em geral concordam que o estudo da lingüística é uma coisa antes e outra depois de Ferdinand de Saussure (18571913). a pré-compreensão místico-metafísica caracterizase pelo uso predominante da referências às potências sobrenaturais e a um mundo habitado por espíritos. o qual defendia que a hermenêutica significa simplesmente o processo de interpretar o ser. Sincronia versus diacronia . como p alco dos acontecimentos naturais e cotidianos. os quais sempre intervêm na história dos homens. • A vertente Lingüística . das quais as mais importantes são: o Língua versus fala (langue versus parole) . lingüista suíço que deu à lingüística status de ciência. mas àquilo que se expressa no texto. seu desenvolvimento. seu contexto. as quais constituem a pré-compreensão do homem moderno. Essa maneira de interpretar não dá atenção à perspectiva do autor.30 A partir da descoberta do Sânscrito. no processo de leitura acontece a auto-interpretação do leitor. A tarefa principal do lingüista (exegeta bíblico) é estudar esta estrutura. O que seria a demitização em Bultmann? Ricoeur.institutodeteologialogos.A língua é um conjunto de hábitos lingüísticos que permitem a uma pessoa compreender e fazer-se compreender. como o mundo subterrâneo e lugar da pena divina. A hermenêutica de Bultmann foi influenciada pela filosofia existencialista de Heiddeger (seu colega de classe). Segundo Bultmann. As idéias de Saussure estão condensadas através de dicotomias. Bultmann parte do princípio que toda a interpretação da revelação pressupõe uma pré-compreensão e esta. Saussure desenvolveu uma teoria segundo a qual existe uma estrutura lingüística comum a todos os povos e que consiste na elaboração feita pelo cérebro de um sistema fechado de códigos que se organizam de acordo com um padrão universal. é justamente essa pré-compreensão dos primeiros discípulos de Cristo caracterizada pela visão místico-metafísica29 que Bultmann acreditava ser incompreensível e absurda para o homem moderno. mas também como campo de batalha entre Deus. Bultmann pregava a necessidade de demitização da mensagem cristã.19 de sua exegese da demitização . mais dirigido pela mentalidade científica e pela orientação existencial. sua gramática. diz que demitizar “consiste em desfazer a engrenagem conceptual por meio da qual foi constituída uma visão do mundo que já não é mais a nossa. o inferno.o objetivo aqui é distinguir no estudo da língua uma visão descritiva de uma visão histórica. Tais métodos eram diacrônicos pois se preocupavam excessivamente com a história do texto. Para chegar ao seu conceito de demitização. mas de tal forma organizados para atingir a um determinado fim. Saussure procurou despertar a consciência daqueles lingüistas que para explicar determinados fenômenos recorriam ao passado e à evolução da língua.br | contato@institutodeteologialogos. Para Bultmann. A partir daí. o qual manipula combinações de forma que intenta exprimir seu pensamento pessoal. ou seja. se o pregador moderno não quiser expor a mensagem cristã à falência total. os seres celestiais e Satanás e seus demônios. Por isso. transmitiu inconscientemente uma série de outros sentidos através desta base estrutural que governa todas as línguas. interpretando Bultmann. na segunda metade do Século XVIII. a terra.31 Mesmo que o autor de uma passagem tenha escrito com uma intenção consciente. traduzindo-a em categorias existenciais.HERMENÊUTICA BÍBLICA . Ora. a análise o Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. por sua vez. Já a fala é o lado executivo da língua cujo domínio é da inteligência e da vontade do indivíduo.com. que se processa no nível de suas preposições.br . um mundo dividido em três andares: o céu. potestades. ndeo habitam Deus e os seres celestiais.com. Do ponto de vista funcional é encarada como um sistema de signos distintos correspondentes a idéias distintas. seu surgimento. deverá procurar descobrir o significado mais profundo que está escondido sob as concepções mitológicas e interpretar tais concepções servindo-se da auto-compreensão que o homem do Século XX tem de si mesmo. visto que pertence à uma época pré-científica”28. deuses. palavras unidas com normas de combinação para traduzir idéias. implica essencialmente uma filosofia. todos eles operam a partir de uma base estrutural que se desenvolve a nível inconsciente. e nenhum deles conflitante com os demais. as feministas. O conceito da importância das pressuposições do leitor . Esse conceito veio mais tarde influenciar as hermenêuticas de libertação. Tratase de uma estratégia “subversiva” de leitura que parte do princípio de que qualquer texto.Aduz-se aqui a dicotomia de Saussure sobre diacronia e sincronia. todas são verdadeiras para quem lê. Em resumo. Desconstrucionismo . em troca. uma ampliação do princípio do pluralismo que.2004). há coisas que não podem ser desconstruídas. a saber. Segundo ele. houve uma mudança na forma de pensar sobre as relações existentes entre o escritor. a hermenêutica de Gadamer se move do autor e do texto para uma união entre o texto e o leitor com raízes no presente em vez do passado: interpretar é aplicar. o o o Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. No início do século XX.Outro expoente da vertente filosófica é o francês Jacques Derrida (nascido em 1930 e falecido em 8. vai além do inclusivismo e propõe não apenas a aceitação e assimilação de pensamentos diferentes. não há uma única verdadeira interpretação de um fato. mas a inexistência de uma verdade absoluta. devidamente explorados. Isso se deve ao trabalho do filósofo alemão Hans Georg Gadamer. procura ver o texto em si mesmo.br . cujos conceitos básicos são: o O conceito de fusão de horizontes . Agora.institutodeteologialogos. onde cada nova leitura pode produzir sentidos diferentes e inovadores até para o mesmo leitor."Horizontes" são os mundos vivos do autor e do leitor que se fundem quando ambos se encontram no texto. O exegeta neste caso concentra-se na presença literária do texto como um todo no mundo de narrativa construído pelo autor. justiça. inverter suas premissas. O conceito subjetivista . a luta entre o que é alegórico e o que é literal dentro da igreja cristã tem movimentado o ambiente da hermenêutica. próprio da escola medieval. Esta postura é. por outro lado.20 sincrônica.com. cujo fundamento principal é a hermenêutica do tipo Reader Response. O sentido de um texto não é encontrado na pesquisa diacrônica em busca do sentido original e histórico do texto. na verdade. mas através do diálogo com o texto no presente sem nenhuma preocupação com a intenção do autor. sempre contém pontos cegos ou módulos de ambigüidade que. para Derrida. os autores dos evangelhos pintaram quadros e criaram mundos de narrativas. surgida em meados da década de 1960. O leitor expande o horizonte do texto ao apropriar-se dele em uma nova situação histórica. permitem desfazer as amarras lógicas do raciocínio. amizade e democracia. como por exemplo. como faziam os exegetas da escola da crítica da redação. o texto.10.br | contato@institutodeteologialogos. o texto e o destinatário. por mais que almeje à clareza e ao rigor.Gadamer não estabelece qualquer critério para definir se uma interpretação é falsa ou verdadeira. anular sua hierarquia de idéias. impulsiona o leitor a desafiar e expandir as estruturas e pressuposições que traz consigo. buscando causar efeitos nos leitores.Desde os tempos mais antigos. considerado como o pai do desconstrucionismo. presente na escola alexandrina e do aristotelismo. de um texto ou discurso mas muitas interpretações igualmente válidas. O desconstrucionismo abriu portas para minorias que se sentiam marginalizadas por aquilo que consideravam o “substrato autoritário e opressor do pensamento ocidental”. Por exemplo. numa clara demonstração de relativização da verdade e de subjetivismo. Entretanto.HERMENÊUTICA BÍBLICA . contrariando a perspectiva negativa que o racionalismo tinha sobre as pressuposições do leitor na interpretação. • A vertente Filosófica . neste caso. Ela é um dos termos de uma equação filosófica complexa elaborada em vários livros. notadamente pela influência do platonismo. sem relação com o progresso histórico do qual faz parte. Gadamer afirma que essas pressuposições são a chave para a compreensão de um texto.com. Segundo esta linha hermenêutica. A desconstrução surgiu nos textos de Derrida como parte de uma crítica abrangente ao pensamento ocidental. desistindo assim da idéia da unidade dos testamentos. separando-os por tendência. a utilização de métodos científicos na interpretação dos textos. Uma das marcas desse caráter místico da Bíblia é a interpretação tipológica das escrituras.com. tais como as de Copérnico e de Galileu Galilei. Em nossa abordagem evitaremos as classificações. enquanto Palavra de Deus. Identificando-se com a escola histórica.br | contato@institutodeteologialogos. por analogia.1. a escola histórica. o que pressupõe que a crença na autoridade da tradição é superior à da autoridade das Escrituras. faremos as devidas identificações. A autoridade da Bíblia não existe para fundamentar princípios de história geral. ou então com o texto como um todo. as circunstâncias e as concepções do ambiente formador da Bíblia são vistos como importantes para a interpretação dos textos.HERMENÊUTICA BÍBLICA . o caráter místico da Bíblia. o interprete transporta-se mentalmente para a época em que o texto foi escrito. tem. visto que. o lugar. a qual será estudada no próximo capítulo. Princípio da Crença na Autoridade das Escrituras O primeiro princípio a ser abordado é o da crença na autoridade das Escrituras. mas para revelar ao ser Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. os teólogos geralmente dividem os princípios hermenêuticos. Por exemplo. procura identificar categorias de linguagem próprias da cultura local através do método da história das formas. a escola crítica procurar entender a teologia enquanto evolução na história. No contato com o estudante da Bíblia em laboratório. A escola gramatical lida com o sentido das palavras ora isoladamente (sentido etmológico). político e religioso. O diferencial da escola crítica é a sua proximidade da Psicologia. seccionando períodos e tendências teológicas. 3. social. quer seja gramatical. embora a nível teórico se afirme o contrário. Se a Bíblia é submetida à razão ou mesmo à tradição ela deixa de ter autoridade sobre a vida de uma pessoa. como uma de suas características principais. da Filosofia e principalmente da Sociologia.21 3- PRINCÍPIOS DE INTERPRETAÇÃO DA BÍBLIA No decorrer da história da Hermenêutica foram se formando as diversas tendências de interpretação da Bíblia. É nesse aspecto que se confunde com a escola histórica. a escola crítica busca conhecer o texto a partir do autor e do seu ambiente. pretende-se aqui dar um novo sentido à autoridade das Escrituras. Aqui. a qual lida com o ambiente em que foi formado o texto bíblico. a escola crítica. na Bíblia encontram-se diversas teologias. histórico. ao contrário da escola chamada teológica. A tendência dessa escola é tornar os testamentos como uma unidade principalmente no que diz respeito à doutrina da redenção que une tanto israelitas no AT quanto gentios do NT. sempre numa ênfase nova onde a perspectiva da comunidade é determinante na interpretação do texto. Como afirma Louis Berkhof ao utilizar-se desses princípios. ou seja. da crítica textual e da história da redação. matemáticos e científicos. a qual possui seus precedentes na busca de um diálogo entre a linguagem científica e a linguagem religiosa própria dos séculos XVII e XVIII. quer seja crítica. sugerindo apenas alguns princípios válidos para a leitura de textos bíblicos. Já a escola teológica. usada por linhas tidas como "biblicistas" para consolidar ensinos por demais alienadores. é entendido em um novo momento. o que o catolicismo ensina sobre Maria é uma leitura das Escrituras a partir da influência da tradição34. Daí a incapacidade da Igreja de conviver com descobertas científicas que "abalaram" a crença na autoridade das Escrituras. identificando-se também com a escola gramatical. o tempo. a sua inerrância ou a sua infalibilidade. Ao estudarem as escolas de interpretação bíblica. Aqui mística-tipo-símbolo constituem uma realidade inseparável. aliadas a alguns princípios de utilização na tarefa sempre nova e desafiadora de atualização do texto. depois. Entretanto. visto que tem sido. Do ponto de vista teológico. Finalmente.institutodeteologialogos. Esse ambiente é o ambiente do autor e do seu povo.br . zela pelo princípio "escriturístico" da Bíblia. respeitando a antropologia do momento e as categorias sociais. a escola teológica e a escola crítica. A autoridade das Escrituras não existe para defender as Escrituras em si mesmas. quer seja histórica.com. da Antropologia. O texto é entendido primeiramente no seu ambiente formador e. levando ainda em consideração questões relativas ao contexto lingüistico. quer seja teológica. Geralmente os teólogos dividem essas tendências em quatro escolas de interpretação: a escola gramatical. segundo ela. com a repatriação dos judeus em meio à povoação de árabes e de pessoas oriundas das misturas raciais advindas da invasão assíria no reino do norte cerca de 700 a C. 3:20 traz a idéia de "pessoa". 4:9. Princípio das Passagens Paralelas Com bastante cuidado é importante consultar passagens paralelas. "doutrina". A insistência do autor em usar alguns termos. político e geográfico. É intrigante para a pessoa que lê o evangelho pela primeira vez o texto de Jo. No passo seguinte. Outro termo é a palavra "carne" que em Rm. ou seja. 3. 2:3. O conjunto de passagens que combinam entre si podem levar o estudante ao conhecimento de uma Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. no texto que relata o encontro entre Jesus e a mulher samaritana. 14:23. onde aparece uma observação dizendo que os judeus não se davam com os samaritanos. em I Tm.br . o qual leva o estudante da Bíblia para o ambiente pós-exílico do IV século a C.br | [email protected]. seu amor. "confiança" nas promessas divinas atestada pelo testemunho dos que crêem. Princípio da Análise à Luz do Contexto Além de buscar o contexto literário. mas quando lido à luz do contexto e do livro como um todo. 1:23 o sentido de "crença".9. Nesses casos durante todo o corpo do texto aparecem com freqüência palavras que denunciam esse ambiente. o que se quer dizer é que a autoridade das Escrituras existe em matéria de fé. 5:18-19). o termo "rudimentos do mundo" em Gl. revela o ambiente de confusão doutrinária causado pelos erros dos judaizantes que queriam subverter o evangelho da liberdade em Cristo Jesus. o estudo geral das cartas de Paulo aos Gálatas e aos Colossenses com o conhecimento do contexto das mesmas. existindo ainda para conceder a esse ser humano princípios para viver de acordo com a vida de uma nova criatura em Jesus Cristo. 3. Esta palavra tem em Gl.. Princípio do Desígnio É preciso levar em consideração o desígnio ou objetivo do livro ou passagem onde ocorrem as palavras. 3:16 tem o sentido de "forma humana". Por isso. à luz do seu contexto histórico. sua misericórdia. a palavra em questão é interpretada à luz das palavras ou sentenças que precedem ou seguem à mesma.22 humano a vontade de Deus. socio-cultural. Um bom exemplo é a palavra "cordeiro" em Ex.5. Por exemplo. 3. O primeiro passo para se determinar o sentido de uma palavra é a busca do seu significado. onde significa o animal reservado ao sacrifício.11.3.institutodeteologialogos. Entretanto as razões dessa briga são esclarecidas pelo contexto histórico-religioso. pode-se dizer que em Ex.4. "convicção".com. "desejos licenciosos oriundos da velha natureza". Em suma. Princípio do Sentido Usual e Ordinário das Palavras É de suma importância tomar as palavras no seu sentido usual e ordinário.2. em Rm. o termo pode sugerir algum tipo de prática oriunda do paganismo e da carnalidade própria do velho homem. em Ef. culminando com divisões políticas na família sacerdotal judaica e a construção de um templo no Monte Gerizim para competir com o Templo de Jerusalém. reduzindo-o à Lei com a observância de dias e cerimonias judaicas e da falsa filosofia. 12:3 a palavra "cordeiro" possui um sentido próprio ao significado e em Jo. 4:3. Se lido isoladamente. religioso. geralmente entendida como "Confiança". em Hebreus 11. A postura de Jesus diante do ódio dos judeus exposta no corpo do texto do capítulo 4 de João representa uma quebra de fortes paradigmas na medida em que se conhece o contexto. como por exemplo.HERMENÊUTICA BÍBLICA . Outro exemplo é a palavra "Fé". Entretanto o texto não diz porque. 3. o qual é o valor denotativo da palavra. 1:29 possui um sentido metafórico 35. é essencial estudar o texto à luz do ambiente que o produziu. Sugere no verso 20 uma briga religiosa. o termo apontará para as práticas legalistas que eram colocadas pelos judaizantes como obrigatórias e integrantes para o verdadeiro cristão. em Ezequiel 36:26 tem o sentido de uma "disposição maleável à obediência". trazendo ao homem novamente a condição de amigo de Deus (II Co. 1:29. 12:3 e em Jo. analisando a palavra dentro das demais palavras ou sentenças.. existe aquilo que R. mas sempre de forma tal que venha a parecer que o Dêutero-Isaías estava falando para uma outra época.br . 6:17.institutodeteologialogos. e a Proforística ( do grego profero. E aqui temos uma delicada premissa que. As "marcas de Cristo" reclamadas por Paulo em II Co. estava também interpretando as Escrituras a partir do acontecimento de Jesus ( acontecimento: Jesus. Princípio da Análise Experiencial à Luz das Escrituras De acordo com W. sentido" ) aponta o sentido presente no texto. Por outro lado. ou seja. Conforme apresentado na Introdução do presente trabalho. curar aflitos. A partir deste princípio pode-se assumir que o texto bíblico. Se o Dêutero-Isaías fala no capítulo 61 sobre uma pessoa sobre a qual repousa o Espírito do Senhor para libertar cativos. a maneira.br | contato@institutodeteologialogos. Por um lado. Lapointe 37 chama de "Circularidade Hermenêutica". Henrichsen 36. pode significar. em seu valor denotativo. o literal. citado por Fernando Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. voltadas para o sentido do texto: A Noemática ( do grego noema. ou formas próprias ao seu signi ficado. ou ainda entre o primeiro e a sua "palavra". é imprescindível o entendimento do conceito de SENTIDO. 4- PARTES BÁSICAS DA HERMENÊUTICA BÍBLICA O estudo da Hermenêutica requer um adequado conhecimento de seus elementos fundamentais. 4:10.1. Noemática Para a compreensão deste elemento. bem como a sua distinção de SIGNIFICADO: enquanto este é o que uma palavra.A. II Co. onde sua pregação teria um sentido de vaticínio. 3. "pensamento. ou até mesmo do povo liberto do cativeiro da Babilônia para exercer esse ministério diante dos povos. onde Jesus afirma que "se cumpriu hoje" diante das pessoas ali presentes o que falara o profeta. nada há que impeça a interpretação de que no mundo hodierno. O sentido literal não é o sentido "ao pé-da-letra". E o autor pode ter usado palavras com formas metafóricas. tirar cegos da escuridão e apregoar o ano aceitável do Senhor. nada há que impeça o texto a ter uma nova leitura na pessoa de Jesus Cristo.6.com. admite-se que não é recomendável imprimir sobre o texto e o seu resultado hermenêutico.23 doutrina ou idéia. possui um único sentido. aquele é o significado que a palavra recebe pelo influxo do autor ou mesmo até do intérprete. "achar. Entretanto. a Igreja de Jesus Cristo deve assumir o ministério que no AT pertenceu ao profeta ou à sua comunidade e que no NT cumpriu-se em Jesus Cristo. ou seja. a saber. palavra: NT ) . se a Igreja Primitiva interpretou Jesus a partir das Escrituras. É o que temos em Lucas 4. são alusões que o apóstolo faz dos seus sofrimentos e das perseguições advindas de sua opção a favor do evangelho de Cristo. a experiência da pessoa. a do porvir. Segundo Georges Mounin. de expor os sentidos contidos na Bíblia. É justamente aqui que nascem as interpretações de conveniência tão comuns à época em que vivemos. são três as partes básicas da Hermenêutica. na verdade.HERMENÊUTICA BÍBLICA . "Desobedecendo" um pouco a idéia de que profecia cumprida jamais se repete. deve-se interpretar a experiência pessoal à luz das Escrituras e não as Escrituras à luz da experiência pessoal. expor" ) trabalha com o modo. a Heurística ( do grego eurisko. pode-se tentar uma conciliação entre partes aparentemente contrárias.com. ou até mesmo de um outro profeta (o que é menos provável). ele pode estar falando de si mesmo como pessoa. Em termos práticos. Por exemplo. no sentido de fazer o texto significar o que ela queira que ele signifique ou mesmo o que ela precise que ele signifique. mas é o sentido da intenção do autor. 11:2325 e Gl. 4. O sentido literal é o que o autor quis dizer. quando comparada às afirmações da Hermenêutica pós-moderna pode levar o princípio a duas vertentes. sua interpretação local. encontrar") estuda as ferramentas utilizadas para se determinar o sentido do texto. "mostrar. São esses elementos que comporão cada etapa do processo de interpretação e aplicação do texto em estudo. a mútua iluminação entre o acontecimento fundamental (primeiro) e o acontecimento derivado. • É homogêneo em seu conteúdo. por exemplo: O cordeiro pascal em Ex. alude-se à ressurreição de Cristo. Uma das tendências hermenêuticas é achar que só existe na Bíblia um único sentido. mas possuem uma intenção através das palavras que usam. também conhecido como sensus plenior. Entrando no campo bíblico.HERMENÊUTICA BÍBLICA . e às mais variadas propostas quanto à multiplicidade dos sentidos do texto bíblico: sentidos anagógico. ). portanto. independente do próprio tipo. gênero.br | [email protected]. seja ele próprio ou metafórico. em Hb. • É da alçada divina e de sua intenção. O fundamento do tipo possui uma realidade histórica anterior. tropológico. O tipo é uma espécie de metáfora que não consiste meramente em palavras mas em atos. nos quais os sentidos são polivalentes e divergentes (quanto ao significado). pessoas ou objetos no porvir. hoje te gerei" tem relação com a entronização do messias vetero-testamentário. Algumas das profecias messiânicas encontradas em Isaías e em Malaquias são interpretadas a partir do sensus plenior. outros teólogos defendem. Pierre Guiraud. também citado por Castin no mesmo texto. qual seja: podemos ir a qualquer lugar desconhecido e longínquo desde que estejamos dispostos a pedir orientação ou a perguntar. em ambos os casos. etc. • Só pode ser descoberto à luz de uma revelação ou ensinamento posterior. o sentido pleno do texto encontra-se centrado na pessoa de Jesus Cristo em três textos do NT. vem a significar outra coisa. Entretanto.com. 38 o sentido é o valor preciso que um significado adquire num contexto. O significado das palavras isoladas nos traz uma frase sem nexo. não escreveram para não dizer nada. Manuel de Tuya e Jose Salguero apresentam um exemplo de homogeneidade do sentido pleno: Em Sl. ao lado deste. pois o sentido pleno está fora do seu alcance intelectivo ou visual. utilizada por Deus. apontando. o que equivale a dizer que palavras isoladas não possuem sentido mas significado. um outro sentido literal chamado de pleno. o que deu origem às célebres controvérsias entre interpretação alegórica e literal. por sua vez. a serpente levantada no deserto (Nm.institutodeteologialogos. Ele o faz através de homens que. admite-se que se Deus fala aos homens através da Escritura. contrariando o padrão judaico de narrativa sobre um personagem histórico no qual o personagem é sempre Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. pessoas ou objetos que designam semelhantes atos. Por exemplo. embora próprio no primeiro caso e metafórico no segundo. além do sentido literal. 1:29 deve ser entendido em sentido literal. Entretanto. o sentido "típico" das Escrituras. cujas características gerais são as seguintes: • Está incluído na letra do texto. 12:3 e em Jo. chegamos à histórica questão hermenêutica da busca do sentido original do texto. apesar de ser desconhecido do escritor. Outra tendência é indicar.24 Castin. Um exemplo disto pode ser visto no provérbio "Quem tem boca vai a Roma ". 1:5 à divindade de Cristo e em Hb. 3:14 ). É aquilo que ele intenta dizer independente da forma ( estilo. Compreende-se aqui que Deus coloca uma consistência mais profunda no conteúdo expresso pelo autor. a palavra cordeiro tem um só significado ( o animal sacrificado no rito de expiação ) e um só sentido. as seguintes características: • Uma realidade histórica ou literária. defende a dinâmica das relações da palavra com as outras palavras do contexto. do domínio do autor. Do ponto de vista literário aparece um texto curioso que.br . ainda que seu pensamento se limite ao seu momento histórico. etc. Foi bastante enfatizado pelos pais apostólicos. realidade essa que. De acordo com Tuya e Salguero são necessárias para a configuração do sentido típico.21:9 e Jo. 5:5 à sua posição de superioridade em relação ao modelo humano representado pelo sumosacerdote. o literal. somente adquirindo sentido dentro de um determinado contexto. portanto. mas o valor que cada palavra adquire na frase nos levará a um sentido. embora homogêneos no sentido: Em At. O sensus plenior não é. Por sentido literal entende-se aquele sentido do domínio direto e consciente do autor em seu momento histórico. Como fundamento. 13:33. para uma realidade futura. 2:7 a expressão "Tu és meu filho. Tais relações são determinadas pela estrutura do sistema lingüístico. escatológico. " se refere apenas à parte do mundo que César Augusto governava. • Símile . em I Co. Jo.com. Na metáfora a comparação está implícita e na símile. "tal qual". 7:8 a circuncisão é chamada de concerto porque é um sinal do concerto. Por isso a relação de um texto com o outro torna-se espiritual. Jo. 10:21 o termo "cálice do Senhor" refere-se ao conteúdo do cálice mas não ao cálice em si mesmo. Assemelha-se à metonímia mas a relação em que se encontra é mais física que mental. 10:7 e 9. 5:4 ). 16:29 o termo "Moisés e os profetas" significa o conjunto de textos do AT. usando para isto palavras no seu sentido denotativo ou de forma retórica. o NT o apresenta como "tipo" do sacerdócio eterno de Cristo (Hb. em Lc. Dt. 13:17. • Metonímia (metonomazo . ou o símbolo pela realidade que ele indica. • A partir desta idéia. Mt. afirmando ser o outro ou falando de si como se fosse o outro. Tg.é uma figura comparativa na qual um objeto é assemelhado a outro. Assim. 1:16 a sentença "os seus pés correm para o mal" não significa que apenas os pés deles correm para o mal mas Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. 14:18). 1:3-4. em I Pd. 2:1 "todo o mundo.com. o que significa dizer que existe uma relação de proporção e análoga entre eles. em Lc. 34:16. 4:30). existindo aí a cláusula comparativa ( "como". Jo. Por exemplo.é uma figura comparativa na qual um objeto é assemelhado a outro."denominar de outra maneira") . • Sinédoque ("receber juntamente") . 18:2.br | contato@institutodeteologialogos. se requer uma semelhança entre o tipo e o antítipo. lançando mão das figuras de linguagem.HERMENÊUTICA BÍBLICA . 7:3) pois se "assemelha" (do grego afomoiomenos) ao Filho de Deus.25 identificado pela sua genealogia. 9:12 e Jo. • A mais importante característica do tipo está no fato de que a realidade que ele representa vem da sobrenatural escolha de Deus. São considerados como tipos secundários de metáforas os antropomorfismos e os antropopatismos. 6:6. 40:6. Em suma. 6:48. O escritor não tem como ou por que saber se o que ele escreve é usado por Deus para representar outra realidade no futuro. ou seja. É natural que Melquisedeque tivesse pai e mãe pois foi sacerdote e rei. 40:6 uma metáfora. Esta analogia não significa que deve haver uma adequação entre o tipo e o antítipo em todas as suas partes. Baseia-se numa relação mental. ressaltando assim suas qualidades ou características ( Is. Nos primeiros atribui-se a Deus formas humanas e atividades físicas ( Sl. Ef. o Império Romano. 5:13. em At. 12:46 com Nm. Sl. 1:7 a palavra "sangue" indica toda a paixão e morte expiatória. Sl. O tipo deve ser uma imagem sensível e menos perfeita que a realidade espiritual que ilustra.institutodeteologialogos.br . explícita. 19:33-36 ). "tal como"). apresenta Melquisedeque apenas como "rei de Salém” e sacerdote do Deus altíssimo "(Gn. nos últimos atribui-se a Deus sentimentos e paixões humanas (Gn. Por conta disto. em I Jo.é a substituição da parte pelo todo ou do todo pela parte.. entretanto o texto omite essa informação. 10:3 e Sl. "assim como".. em Pv.emprega-se esta figura quando a causa é tomada pelo efeito ou vice-versa. 13:32. Lc. 10:11 e 14 ). numa espécie de "sentido literal-figurado". Por isso torna-se importante o conhecimento dos tipos mais freqüentes de figuras de linguagem existentes no texto bíblico: • Metáfora ("levar mais além") . 33:18. Um só aspecto dessa relação basta para caracterizar esta tipologia (comparar Ex. Outros exemplos de símile podem ser encontrados em Lc. o sentido literal não significa necessariamente literalismo (leitura ao pé da letra) mas aquilo que o autor quis efetivamente dizer. 1:24 temos uma símile e em Is. Por exemplo. Outros textos: Rm.br . At. 21:25 ). 85:10-11.Consiste no emprego das mesmas palavras ou de palavras de sons semelhantes para produzir sentidos diferentes. O pressuposto que fundamenta o estudo dos gêneros literários é a concepção de que o autor se expressa dentro das categorias literárias que lhe sejam comuns. 18:27. como em Nm.com. 2:30 ). pesada ou injuriosa por outra inócua ou suave.consiste na substituição de uma expressão desagradável. Exemplos: Jó 42:5. 8:22. Exemplos: Sl. Lc.6:2b. II Co. 23:24. 8:35.HERMENÊUTICA BÍBLICA . 6:20. I Co. às vezes. Por exemplo. Exemplos: II Sm.consiste na repetição de palavras ou no acréscimo de palavras semelhantes que em nossa língua parecem redundantes. A Bíblia fala da morte dos cristãos como um adormecimento (Ex. Tg. Existe melhor forma de entender o drama do homem nordestino senão pela literatura de cordel? Assim também o drama teológico do homem bíblico. familiares e adequadas ao seu propósito. 15:9. • Pleonasmo ."sobrepor. Miquéias 6:7. sejam orações ou unidades distintas. 35:1. Is. • Prosopopéia . Os pés são a parte que representa o todo – “eles”. 11:5. Mt. 13:33 e I Co. 4:4-5. 4:13-15). o Senhor buscava “juízo”.institutodeteologialogos. 16:3-4. torna-se igualmente importante o estudo dos diferentes gêneros literários e de sua utilização no texto das escrituras. Com freqüência vem marcada pelo tom de voz de quem fala.16:26. Mc.apresenta uma coisa grandemente aumentada ou grandemente diminuída do seu tamanho real para apresentá-la viva à imaginação ( I Samuel 18:7. • Ironia (do grego eironeia . É muito bonita quando aparece na língua original.é uma afirmação aparentemente absurda e contrária ao bom senso. 7:60 e I Ts. A ironia é uma maneira de ridicularizar indiretamente sob a forma de elogio. Entretanto.faz-se uso da ironia quando se expressa o contrário do que se quer dizer mas sempre de tal modo que se faz ressaltar o sentido verdadeiro. 15:55.2:3) • Hipérbole (hiperballos . Is. Em geral. Jo. Ex. 5:4. Am. 2:8. • Paronomásia .br | contato@institutodeteologialogos. Isaías utilizou palavras de sons parecidos para produzir um impacto verbal nos ouvintes ou leitores de Is. colocar acima") . Além do conhecimento das figuras de linguagem. Nesse texto. Às vezes é chamada de “jogo de palavras” ou “trocadilho”. Jó 12:2."simulação") . Quando se estuda a cultura de um povo percebe-se que quando ele tem algo a dizer sobre si mesmo e sobre os seus dramas ele o faz sempre dentro de formas próprias nas quais possa entender-se e ser entendido. persiste a tentativa de tentar "salvar" o texto bíblico desses gêneros com o objetivo de perpetuar determinadas posturas teológicas ou de proteger aquilo Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.1:5. Por isso não é o mesmo que contradição. At.26 eles mesmos. Eufemismos podem também ocorrer nas traduções e não apenas no texto original (o termo esterco – “peresh” traduzido por “imundície” em Ml. Sl. 5:7. 6:6. Por gêneros literários entende-se o modo de expor por escrito um pensamento. 10:25. o que torna difícil. Mt. • Eufemismo . estão ligados a grupos de textos maiores. Sl. 1:16. expresso dentro de várias formas (aqui uma contribuição da crítica das formas) e gêneros literários. I Rs. Algumas vezes quando a hipérbole reduz demasiadamente ou deprecia. Ez. I Pd. 6:42. Caracteriza-se pela união de duas idéias opostas numa mesma sentença de forma proposital. Mt. Exemplo: Mc. • Paradoxo .usa-se esta figura quando se personificam as coisas inanimadas atribuindo-lhes ações de pessoas. distinguir uma ironia num texto a não ser que o contexto ajude.com. 119:136. recebe o nome "lilote". 2:10. "colocar junto. 9:8-15. Os gêneros literários são mais caracterizados na forma de orações e textos maiores. Exemplos: Dt. Muitas vezes confunde-se a Parábola com a Alegoria.É uma narrativa que se caracteriza principalmente pela atribuição de qualidades humanas a seres irracionais ou mesmo inanimados. 3:12. quer sejam palavras ou frases. 80:8-16)."). Is.É um tipo de história criada a partir de uma montagem feita pelo autor com base em fatos fictícios em um cenário extraído da vida real. • Alegoria (do grego Allos-agoreúo . 20:9-18. na Alegoria não há essa caracterização . Na narrativa bíblica a história é contada com o intuito de transmitir uma mensagem. o sentido ao qual quer se referir o autor está implícito..br . 14:9.HERMENÊUTICA BÍBLICA . combinando com a mensagem dos livros de Deuteronômio e I e II Reis. observa-se a existência de diversos gêneros literários. quer seja através da alegorização. Mt. utilizando como recurso principal a comparação . 25:18. confrontar") . às vezes implícita no texto. Ora. II Rs. Uma segunda distinção é que enquanto a Parábola possui geralmente um só elemento principal de comparação. quer seja pela comparação direta (O local onde estavam o rico e Lázaro é o mesmo Sheol do AT ou o mesmo inferno e céu do NT ? . lendo os capítulos 11 a 21 de II Samuel tem-se um claro sentido de que ao relatar as falhas de Davi. • Narrativo .br | contato@institutodeteologialogos. sempre na ótica de grupos ou pessoas que demonstram ter o monopólio da verdade unívoca."dizer outra coisa" ) . 23:4.institutodeteologialogos. um leitor desavisado crerá que I e II Crônicas são uma cópia idêntica do texto de II Samuel.com. 20:317). enquanto que na Alegoria. 15:7-17). 21. • Fábula .a palavra não .Associado a uma boa parte dos cinco primeiros livros da Bíblia. alguns textos formando livros inteiros. residente nos elementos que usa de forma figurada (metáfora ampliada). principalmente no que diz respeito à vida de Davi.com. o qual trata das figuras de linguagem ou de retórica. o autor queria ilustrar o fato de que o pecado produz conseqüências devastadoras. os mandamentos são iniciados com uma cláusula proibitiva . deve-se tomar bastante cuidado ao usar os detalhes que compõem a história para criar doutrinas e ensinamentos. cuja idéia não é mesma da maneira de se fazer história própria do historiador moderno. os quais foram produzidos num Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.Neste gênero. sempre com o objetivo de ilustrar uma verdade moral ou espiritual. dos quais pode-se relacionar os mais freqüentes: • Jurídico ou Nomístico . uma teologia. Nas leis apodíticas.16:19 ss ). Há sempre na Fábula a preocupação com a emissão de um juízo de valor ou de um ensinamento moral.como acontece no Decálogo (Ex. Na Parábola. as leis são apresentadas por uma condição que origina determinada situação. Este último estudo foi feito no item anterior. No que diz respeito ao estudo de unidades de texto ainda maiores. enquanto a Parábola apresenta um evento factível. tem-se uma espécie de história.27 que se pretende por "Palavra de Deus".Consiste em um conjunto de várias metáforas ou uma metáfora continuada numa narrativa em que as expressões adquirem sentido figurado sempre por intenção do autor. o qual trabalha a partir de uma visão científica. a Alegoria contém vários (Vide Sl.. 5:1 ss. entretanto há alguns que os classificam também em unidades menores. Por exemplo. Dt. No que diz respeito às unidades maiores. o autor mostra-se interessado em comparar ou assemelhar de forma clara e explícita (símile ampliado). Nas sentenças casuísticas. Outros textos: Ezequiel 17:1-10. Esses textos compreendem dois tipos de leis: apodíticas e casuísticas. São leis dadas para situações específicas (Lv. em terceiro lugar. II Cr. outras vezes explícita ( a cláusula "O reino dos céus é semelhante . Devido ao fato da parábola estar montada sempre na égide da verdade central.Lc. os principais gêneros literários são os seguintes: Parábola (do grego parabállein . uma sabedoria que reflete a crise da idéia Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. I e II Crônicas omitem os pecados de Davi. Entretanto. com resultados de recompensa para ambos. uma pessoa que por vezes torna-se padrão para os outros como por exemplo. 27:1. do apogeu ao desastre (Sansão. Observa-se no texto bíblico vários tipos de Paralelismo dentre os quais destacam-se o sinônimo. Na Epopéia aparece a narrativa sobre os feitos e a vida de um herói nacional ou protagonista. mas nem todo texto poético pertence à literatura sapiencial. 5:1). Etiologia e Tragédia.br . no retorno do cativeiro babilônico. • Poético . 103:1). houve uma proliferação deste tipo de literatura aparecendo livros tais como o de Henoc e outros considerados pseudepígrafos. Pode-se encontrar um tipo de sabedoria dos simples. No AT aparece nos livros de Daniel e Zacarias e no NT. Épico. os israelitas incluíram em sua narrativa das origens o episódio da nudez de Noé e da maldição imposta a Cam e sua descendência. imagens. reino de Deus e reino dos homens. no Paralelismo sintético. Existem etiologias ligadas ao culto para explicar a importância de lugares sagrados. este tipo de literatura aparecia com mais freqüência em momentos de grande perseguição contra judeus ou cristãos. conforme Gn. dentre as quais se destacam: Epopéia. Há poesia no Pentatêuco e também nos livros proféticos. Em síntese. Provérbios. I e II Crônicas encorajam o povo a manter-se na fidelidade ao Senhor. muito mais que previsões. Saul e Salomão). uma segunda ou terceira sentença complementam a idéia da primeira. levando-a adiante sem repeti-la com palavras diferentes (Sl. A Etiologia é uma narrativa cujo propósito é o de justificar uma realidade a partir de causas encontradas em tradições orais bem antigas. contém verdadeiros tratados de fé com o objetivo de confortar os fiéis perseguidos e exortá-los a permanecerem firmes. o antitético e o sintético.28 ambiente de culpa dos exilados na Babilônia quando se via na infidelidade espiritual do povo a causa principal da catástrofe de 586 a. a sabedoria cotidiana (Provérbios). o apocalipse é um documento da resistência dos fiéis. Já a Tragédia é a história da decadência de um indivíduo. na poesia oriental repetição e ritmo se unem para tornar uma passagem duplamente memorável. No Paralelismo sinônimo duas sentenças repetem com palavras diferentes uma mesma idéia na mesma ênfase e sentido (Pv.com. Toda literatura sapiencial tem caráter poético.Alguns podem confundir poesia com sabedoria. Abraão. A esta característica dá-se o nome de Paralelismo. Para justificar o domínio sobre os cananeus. Essas obras se encaixam perfeitamente numa época de restauração física e espiritual dos judeus. no Paralelismo antitético. Salmos.HERMENÊUTICA BÍBLICA . dando ênfase ao seu fulgor real. na promessa de que a linhagem de Davi e o templo seriam preservados. a segunda sentença apresenta uma declaração oposta à primeira. Na poesia ocidental existe a força da métrica e da rima. no período intertestamentário. Eclesiastes e • Cânticos.institutodeteologialogos. Gideão e Davi. Existem vários tipos de narrativas. Entretanto. visões e revelações. Nele percebe-se um estado de tensão entre justos e ímpios. 2:3. • Apocalíptico . No gênero épico aparecem as narrativas contendo uma série de episódios centralizados numa pessoa ou num grupo de pessoas com façanhas militares e eventos de milagres. Um bom exemplo é o período de peregrinação dos israelitas no deserto e a conquista de Canaã. 1:3. A literatura apocalíptica.br | [email protected]:22-27.Carregado de simbolismos. aos sacerdotes e ao templo. muito comum no livro de Provérbios. 10:1). quando o povo se queixava da perda de seus símbolos nacionais. conforme está implícito em Ag.C. • Sapiencial . mas sempre numa relação dimetral (Pv.Não se pode limitar a poesia hebraica apenas aos livros de Jó.com. no Apocalipse de João. a tarefa da Hermenêutica é "encontrar" os sentidos do texto bíblico. É como se o exegeta estivesse perguntando ao texto. sua família. Lc. O que pode acusar a época e a finalidade do livro está dentro do próprio texto. Representam. o estilo rústico e agressivo de Amós e Jeremias. por isso.O que há de mais original no texto? O texto atual é resultado de um desenvolvimento redacional? As variantes encontradas são acidentais ou substanciais? 41 B."boa notícia") . principalmente em virtude da autoridade crescente do apóstolo Paulo sobre essas comunidades. aos "rudimentos do mundo" e à escravidão que a Lei provoca . sua profissão. a prática de algumas igrejas de usarem coletivamente cartas menores dirigidas a indivíduos (Por exemplo. e linguagem elegante do livro do Profeta Isaías. existe uma variedade de temas. que é mais curta em seu conteúdo e tem um caráter pessoal. Numa epístola. Uma epístola não é simplesmente uma carta. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.Essas narrativas não podem ser consideradas simplesmente como uma biografia de Jesus e. Os evangelhos contêm algum material biográfico sobre Jesus. como em Pv. uma sabedoria que reflete a crise na própria sabedoria (Eclesiastes).1:1-4 e Jo. por sua vez. lida e conservada pela igreja de Colossos) fez desaparecer essa distinção entre carta e epístola. Entretanto. a pregação sobre Jesus Cristo encarnada na atividade da Igreja primitiva. mediante procedimentos científicos. seu meio ambiente. 1:1-4).HERMENÊUTICA BÍBLICA . C. 4. 20:30-31. Muito mais do que os profetas. A partir da insistência do uso de alguns termos. tendências teológicas. na verdade. históricas sob o ponto de vista estrito da palavra "história". o investigador defronta-se com várias questões.br .1: 1-6. os sábios incomodaram as estruturas religiosas do seu tempo e até hoje incomodam àqueles que realizam uma leitura moralista do AT. • Evangelhos (do grego euangellion .Através do estilo literário e do conteúdo do livro.O que estava acontecendo por ocasião da escrita do livro ? Há uma íntima relação entre a ocasião e a finalidade de um texto pois não há texto sem propósito. a carta de Paulo a Filemom. Diante do texto. Heurística De acordo com que o próprio termo sugere.com. Crítica Textual .Esse tipo de literatura era muito comum no império romano e tornou-se depois útil dentro dos objetivos canônicos. revelam em Gálatas uma clara intenção de resolver os problemas e estragos causados pela infiltração de judaizantes na igreja primitiva. é dirigida não apenas a uma comunidade mas às igrejas da Galácia. Época e finalidade do livro . Outras vezes o autor indica de forma clara e explícita a sua finalidade ao escrever o livro.2. Isso fica evidente na conclusão do Evangelho de João (21:25). Um deles é o da investigação. pode-se perceber uma finalidade que.br | contato@institutodeteologialogos. São notáveis a diferenças entre o linguajar poético do autor do livro de Jó. indica um drama de época.29 de Deus (Jó) . o qual desembocará na exegese. • Epistolar . Aqui o verdadeiro Jesus é o Cristo. Autoria do livro . na forma de uma circular dirigida a várias comunidades. A epístola aos Gálatas por exemplo.com. Filho de Deus. as várias referências à Lei.institutodeteologialogos. abordados de maneira sistemática. As questões que mais se destacam diante do pesquisador são as seguintes: A. Por exemplo. mas apresentam muito mais o que ele significou para a comunidade que guardou as suas palavras e o conteúdo de doutrina que dele ficou (Lc. com ações de louvor. mesmo que não seja uma indicação explícita da intenção do autor. sua cultura. coletam-se dados que podem conduzir ao autor do livro (ou autores). 3. levar adiante ). Cada vez mais instituições procuram um maior aprofundamento. Como exercício.5.Pode parecer estranho que uma tradução da Bíblia seja uma exposição da mesma. A versão se apresenta como uma tradução bem feita. Proforística A Proforística é a terceira parte básica da Hermenêutica e de acordo com o significado do nome no grego ( mostrar. Outro instrumento importante é o estudo das religiões comparadas. sua finalidade é a de expor a Bíblia. BJ e outras. físico-geográfica e histórica. futurista e prémilenista. Cada língua tem sua própria dinâmica e seus próprios idiomatismos. Menciono ainda um arranjo na numeração de versículos separadas por unidades vistas em alguns textos como por exemplo em Ef. A relação entre o homem e a terra passa de geográfica para religiosa. alguns deles já expostos no estudo sobre Noemática e Heurística. Entretanto isso pode ser questionável. Os comentários representam posições teológicas de pessoas ou escolas de estudos bíblicos das mais diversas tendências hermenêuticas. pois "fazer Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. Comentários . NTLH.institutodeteologialogos. falhas de copistas quando da ocasião de trans crição de textos de um manuscrito antigo para outro novo. Versões . Mateus e Apocalipse. ALMEIDA. quando no original indica mais um alto custo ou uma tristeza de Deus por estar agora "perdendo" o contato com o fiel pela sua morte (conforme doutrina do Sheol no AT). Muitas vezes o pesquisador percebe que o texto foi modificado substancialmente em função de acréscimos ou de retiradas ou modificações feitas no decorrer da história.O autor é filho de seu tempo e do ambiente em que vive. mas o resultado da interpretação.HERMENÊUTICA BÍBLICA . Do ponto de vista cultural. Teologia Bíblica . onde a água e a fertilidade eram uma necessidade constante.30 D.br . na Bíblia de Scofield. observe as diferenças deste texto nas versões NVI. Condições ambientais do autor . não existente no texto original. Outro bom exemplo é a tradução da palavra hebraica “ ‘al’mah” – mulher jovem. Expressa-se numa mentalidade correspondente a si e aos seus leitores. muitas varia ntes ocorrem devido a acidentes. Um outro exemplo interessante é a nota de rodapé da Bíblia de Jerusalém. Geralmente aí vê-se uma série de interesses de ordem teológica ou particular. entretanto. ou seja.com. um dos mais importantes textos surgidos nas últimas décadas. Entretanto. Aí se lança mão de vários recursos. Aqui. 1:25. para o texto de Mt. Uma das contribuições desse estudo é a separação entre aquilo que é teológico e aquilo que é cultural dentro de um ponto de vista global. está a serviço de uma determinada tendência hermenêutica. Um outro exemplo muito interessante. moça em Is.br | contato@institutodeteologialogos.É uma forma sistemática de estudo e de exposição de um livro bíblico ou de parte dele. Percebe-se. Já foi visto no primeiro capítulo como a Septuaginta e os Targumim fizeram esse papel. Como se expõe as Escrituras? Algumas das formas mais comuns são as seguintes: A. que podem ser de natureza cultural. um real interesse em ligar o Salmo à expectativa cristã da ressurreição e do encontro com Cristo após a morte do fiel. é imprescindível o estudo da língua e do estilo literário para uma correta interpretação do pensamento do autor.com. por exemplo. essa mentalidade reproduz determinadas condições ambientais.Alguns acham que a teologia bíblica não é uma interpretação em si. talvez a melhor. mais para dentro do nosso tempo é o Salmo 116:15 onde a palavra "preciosa" pode sugerir um real interesse de Deus pela morte do fiel. entre outros) para a defesa de uma escatologia de tendência dispensacionalista.14 por virgem que em hebraico é “na’arah”. no qual se percebe uma determinante dogmática sobre a interpretação do mesmo. O livro de Gênesis descreve enfaticamente essa relação nos seus primeiros capítulos para falar do pecado das origens com a divinização dos elementos naturais. Outras formas de comentários são as chamadas notas de rodapé constantes em bíblias especiais ou bíblias de estudo. principalmente nas questões lingüísticas-históricas visando a uma interpretação mais próxima do sentido do texto. Const ata isto geralmente quando possui duas ou mais cópi as de manuscritos do mesmo texto. Como exemplo de determinantes físico-geográficos existe a caracterização da Palestina como uma terra seca e estéril. 4. o que constitui uma reação da religião de Israel contra as propostas da religião agrária dos cananeus. Ezequiel. Por sua vez. uma inclinação tendenciosa em suas notas (em Daniel.7.21-22. expor. B. C. Muitas vezes. por exemplo. • O relativismo teológico tem se constituído em um dos principais resultados finais do método histórico-crítico e também num elemento questionador da proposta de formação de igrejas devidamente fundamentadas em doutrinas bíblicas. no sentido de identificar o grupo diante da secularidade. por exemplo. 9:7 contrariando Jeremias 47:4 ). dos excluídos e dos bem-de-vida: seus amigos são cobradores de impostos (inimigos dos judeus). desde que não haja um radicalismo de ambas as partes. o Cristo amigo do povo. a eleição de Israel (Am. por vezes. mas também é o Cristo aborrecido que expulsa cambistas do templo. Trabalhos como o de Gerhard Maier43 tem mostrado algumas deficiências do método histórico-crítico a partir da realidade alemã.com. pode-se encontrar tanto no método históricocrítico quanto na proposta biblicista elementos positivos em suas respectivas propostas hermenêuticas. 1:13-14). o Dia do Senhor como dia do favor divino ao seu povo (Am. porta-vozes de Deus. É o Cristo do sorriso que afaga crianças e as toma em seus braços. 5:18).HERMENÊUTICA BÍBLICA . o cerimonialismo (Is.br | contato@institutodeteologialogos. beberrões e prostitutas. deixa para trás o dogma e a Teologia Sistemática. sendo útil inclusive para servir de referencial ao não-crente. 5- DESAFIOS DA HERMENÊUTICA PARA OS NOSSOS DIAS Para Augusto Nicodemus um dos desafios atuais da Hermenêutica é saber até que ponto as ferramentas do método histórico-crítico podem ser úteis na interpretação do texto sagrado visto que utilizam pressupostos por vezes antagônicos à convicção de que a Bíblia é a Palavra de Deus. 1:11-12). Assim. o qual está relacionado com os sistemas nos quais a Teologia é apresentada. Um desses exemplos e a busca pelo Jesus histórico. Esse Cristo é Senhor. existindo assim o chamado elemento doutrinário ou dogmático. Am. • Entretanto. que desafia estruturas da religião constituída : ele cura e desafia o monopólio da religião dominada pelos sacerdotes e pelos escribas. São notórias as posturas de alguns profetas contra o sacrifício ( Is. de uma certa forma. É igualmente significativo como o livro de Jó questiona a íntegra da doutrina da retribuição e do Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. homens ricos. A leitura dos evangelhos dentro dessa ótica sem a tradicional roupagem moralista geralmente atribuída a Jesus. o Cristo nada "religioso". mas também a nível coletivo.com. um "cânon espiritual" não tem servido apenas como fator de segurança individual do crente em sua fé. A necessidade de um esteio. pescadores. quer seja de um testamento em relação ao outro testamento. quer seja do testamento em relação a si mesmo. ou seja. deixa sua família e sai pelo mundo reunindo pessoas que escolhe como seus familiares. É a luta entre o conceito "razão" e a "Palavra de Deus". eram utilizadas para legitimar posturas antiéticas do povo que ia sob o nome do Senhor. que os próprios profetas. se encontravam sempre na tarefa nova de contestar posturas doutrinárias antigas que. tira muitos mitos sobre o Cristo-homem e. construindo pontes de relação entre a situação enfrentada por Jesus e a situação que ora enfrentamos? Poderse-ia aqui traçar algumas linhas de tratamento para o problema: • Com grande probabilidade. É óbvio.br . É praticamente impossível negar a falta da unidade "doutrinária" existente nos testamentos.31 Teologia" significa também interpretar. Aquilo que se chama de forma analítica da teologia bíblica é o caminhar histórico e evolutivo da exposição da temática religiosa e bíblica. não há como menosprezar os resultados da pesquisa históricocrítica. Como conciliar essas tendências e como aplicá-las hoje. Outra forma de teologia segue o método lógico. os escritores são vistos como intérpretes e teólogos ao mesmo tempo. separando a Teologia bíblica em partes e unidades distintas e independentes. Nessa abordagem se conhece o Cristo que desafiou estruturas familiares e sociais : ele rejeita o casamento. 3:1-2 e 6:1.institutodeteologialogos. o da Teologia da Prosperidade.institutodeteologialogos. ATIVIDADE (As atividades de Hermenêutica Bíblica e conjuntamente. e aquilo que a Bíblia ensina nas suas bases de fé (graça. condenação eterna.32 individualismo ético. o do conflito entre a complacência da aceitação das opiniões dos outros de uma espécie de “ditadura da mídia”. Exegese Bíblica serão feitas PROGRAMA DE ESTUDOS Para finalização dos estudos no MODO INTENSIVO. essa disciplina deverá ser concluída em 5 dias. A necessidade de uma releitura do princípio do “Sola Scriptura” e a leitura fixista da Bíblia cada vez mais comum nos meios fundamentalistas.com. uma cerimônia de casamento. Por exemplo. BIBLIOGRAFIA BÁSICA BENTHO. entrevisto em Ezequiel 18. Esse tipo de leitura é seletiva e parte. Entre eles. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. é quase sempre um discurso nos lábios de pessoas que atingiram situação econômica privilegiada e sentimento de culpa para aqueles que ainda não saíram do ocaso financeiro ou ainda que não “digeriram” o ser parte de uma classe média decadente. • Provavelmente. 2003. essa disciplina deverá ser concluída em 20 dias. Pode-se assumir. representa uma reação contra antigos pressupostos do Anátema44 e da Guerra Santa. • Dessa leitura advém um problema. Os desafios de um mundo globalizado e transcultural movido cada vez mais pelas informações obtidas da Internet. que a Bíblia possui uma unidade central de tema: o que se vê de Gênesis a Apocalipse é a idéia de um Deus que ama o ser humano e que vai buscá-lo em sua indignidade e de um ser humano que foge desse Deus e de seu amor.br | contato@institutodeteologialogos. etc) • Gostaria de deixar alguns temas para discussão em classe. arrependimento. mudança de vida.com. Para finalização dos estudos no MODO NORMAL. de idéias pré-concebidas. Hermenêutica Fácil e Descomplicada. salvação. Rio de Janeiro: CPAD. Outro elemento. entretanto. um dos maiores desafios da Hermenêutica para os tempos hodiernos é a leitura de "conveniência" que existe da Bíblia. é natural quando se precisa de um argumento litúrgico-especial.HERMENÊUTICA BÍBLICA .br . Esdras Costa. por sua vez. o qual. quase sempre. que impõe o “politicamente correto”. o problema da “razão sensível” (questão estética). na disciplina de Exegese Bíblica). santidade. culpa. como ler o texto dos "Cântico dos Cânticos"? Alegoricamente ou naturalmente ? 45 É alegórico quando fere o pudor moralista. .............................................................8 A TAREFA DO EXEGETA ............ 1...............................................2 EXEGESE RABÍNICA ......... 8...............................................................................5...2 EXEGESE CATÓLICA ............ 3................................................................3.......................................... 7.......... 8.................... 1...................................................................... 1...........................................................................................................................................16 O SENTIDO DA IDÉIA DO ESCRITOR .................................................................15 SENTIDO DAS PALAVRAS ....................................... 6......................................2............. 21 CONCLUSÃO .........................16 DIFICULDADES ................................ 19 ................1............................1...11 TIPOS DE LEITOR ...... 20 ELABORAÇÃO DA EXEGESE ............... 16 O CONHECIMENTO DO CONTEXTO .............................................................................................4 COMO FAZER EXEGESE .........................3 AS FERRAMENTAS NECESSÁRIAS AO EXEGETA ...................................................2........ 2 CONCEITO .......................3............................................................................................SUMÁRIO 1HERMENÊUTICA ............... 6 RECUSOS EXEGÉTICOS ..................................... 11 ERROS A SEREM EVITADO NA EXEGESE ........................................17 O PROPÓSITO OU INTENÇÃO DO AUTOR ..................................................1..................3..... 910 11 12 - PRINCÍPIOS DE INTERPRETAÇÃO ......4............................................................... 88.................................................................................................................8.................... 1....................................................................13 VARIANTES NÃO INTENCIONAIS ..........8 3............. 7 DIFICULDADES NA COMPREENSÃO ........1...... 7........................................................... 8................... 1.......................3 ALÉM DA EXEGESE ........1.........13 VARIANTES INTENCIONAIS .................................... 23 ESCRITURA E RELEITURA ...........................................................................8 RAMOS DA EXEGESE ....................................................................................... 1..7........................4......................17 O ESTILO LITERÁRIO DO TEXTO.........................................................................................................................5 O PROCEDIMENTO EXEGÉTICO .2....................................... 23- INTRODUÇÃO À EXEGESE DO ANTIGO TESTAMENTO .......6..................................................................12 VARIANTES NOS MANUSCRITOS .......4......................... 7.....18 PARALELISMOS BÍBLICO........ 4567- PASSO A PASSO NA EXEGESE .................................................................................................................................................. 13 5.........INTERPRETAÇÃO DA BIBLIA ..........................5..................... 8........ 3................................................................. 12 PROBELMAS TEXTUAIS .................................................... 9 QUALIDADES DO EXEGETA........................6 1..................................... 1...............................................1..................7 ETIMOLOGIA......................3............2....................................2 EXEGESE PROTESTANTE ..................................................... 3..................................... 1.2 11. como o Espirito Santo o iluminasse. Dois é outro número perfeito. 3.. os Protestantes se dedicaram a um estudo mais acentuado e profundo da Bíblia. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. JC não ressuscitou. 1. sem tradição. porque todas as palavras da Bíblia tinham que ter uma explicação. E esta interpretação foi entendida diversamente através dos tempos. tirando um número perfeito de outro. pleno e acomodatício. 2. Deus. Se uma palavra não tinha sentido perceptível imediatamente. Portanto. ou seja.br . porque os mandamentos (vontade) de Deus se resumem em "2": amar Deus e ao próximo. a palavra de Deus se refere ao futuro. aceita-se que as palavras do autor podem ter uma significação mais profunda que a original. Sinai). A palavra do profeta se refere a uma situação histórica. mas que depois se descobre.. fez assim.. por causa da noção de inspiração que tinham. mas que tem um aprofundamento talvez nem previsto pelo autor. HERMENÊUTICA .. Esta acomodação foi explorada demasiadamente pelos pregadores. Alegoria pura: neste sentido se entende a condenação de certas teorias que apareceram e eram contrárias à Bíblia (caso de Galileu).com. dizendo que Cristo hipnotizava os ouvintes e os iludia dizendo que era milagre. Era por principio filosófico. crendo-se na inspiração. Exegese Rabínica Os Judeus interpretavam a escritura ao pé da letra. isto é. No século XVIII. a aplicação original deste trecho não se referia à volta da Sagrada Família. sem outra prova que não a própria Bíblia. temos três tipos de exegese: l. que até abusaram disto. Todavia. Assim era a exegese antiga. antecipando-se mesmo aos católicos. sem autoridade. expressão pura e simples da idéia do autor. A Igreja primitiva herdou muito do rabinismo. Protestante.1.institutodeteologialogos. Literal: sentido inerente ás palavras.EXEGESE BÍBLICA . eles usavam artifícios intelectuais. e quando tornou a si saiu do sepulcro. usado várias vezes na vida de Cristo (antes da ressurreição. Por que 38? Ora. É a Bíblia aplicada à realidade apenas pela coincidência dos textos. no início. Outro exemplo de acomodação é a aplicação a Maria dos textos do livro da Sabedoria. Mas o sentido. Estes são mais literatura que Escritura. O exemplo do paralítico é antológico: ele passara 38 anos doente. Por isso.. mas sim à saída do Povo do Egito. Começaram por ver na Bíblia vários sentidos: literal. Católica. Talvez não o fizessem por maldade. para que se cumprisse a Escritura. Acomodatício: é a acomodação a um sentido à parte que combina com as palavras. assim por exemplo.INTERPRETAÇÃO DA BIBLIA Conceito A palavra 'hermenêutica' vem do verbo 'hermenêuein' (interpretar). Exegese Protestante Surgiu do protesto de alguns cristãos contra a autoridade da Igreja como intérprete fiel da Bíblia. Pleno: fundado no literal.. no jejum) ou também no AT (deserto. Rabínica. Mas o princípio posto por Lutero contribuiu para um desastre hermenêutico. mas depois se libertou. tirando 2 de 40 deve dar um número imperfeito (38) que é número de doença. 40 é um número perfeito.com. em Mateus se lê "do Egito chamei meu filho". Deus pode ter colocado em certas palavras um significado mais profundo que o autor não percebeu. e procuravam explicações naturais para os fatos incompreensíveis. Por exemplo.3. o racionalismo fez o extremo oposto desta doutrina: negaram tudo que tinha alguma aspecto de sobrenatural e mistério. para lhes dar um sentido. como autor. isto é. mas ele apenas havia desmaiado na cruz. a escritura sozinha).br | contato@institutodeteologialogos. pois ele mesmo disse que cada um interpretasse a Bíblia como entendesse.2. Lutero instituiu o princípio da "scritura sola" (traduzindo. A partir daquele instante. O sentido mais claro e mais fácil de uma passagem explica outra com sentido mais difícil e mais obscuro. mediante corretos métodos exegéticos. O primeiro passo da nova exegese da Igreja Católica foi dado por Pio XII. porém. frustrado. como provam o vocabulário. Isaac também eram comuns no tempo. Este princípio vem da Reforma Protestante. chamada por Orígenes de Analogia da Fé. tanto os exegetas católicos como os protestantes são a favor desta. Isto e outras coisas serviram para desmentir tais idéias iluministas.br . • Sempre ter em vista o contexto. os costumes. a própria arqueologia. são coisas de uma época posterior. com a encíclica DIVINO AFFLANTE SPIRITU. e até bem pouco tempo ainda afirmava ser Moisés o autor do Pentateuco. Exegese Católica Inicialmente. Esta teoria teve muito sucesso e começaram a surgirem várias “vidas” de Jesus em que ele era apresentado como um pregador popular. se compreende. Depois.29. Foi o Padre Lagrange quem iniciou o movimento de restauração da exegese católica.com. o que provocou certa desconfiança. A racionalista foi influenciada pelo iluminismo e começou a negar os milagres. em auxílio do Cristianismo.4. Paulo VI aprovou um estudo de uma comissão bíblica a respeito da história das formas (formgeschichte). inclusive o uso dos nomes Abraão. comentou o NT. Em seguida. Jamais esquecer a Regra Áurea da Interpretação. a menos que as evidências Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. E hoje em dia. se sabe que Marcos é o mais antigo. e qualquer livro sério sobre o assunto traz este aspecto. Além da Exegese • É inútil esperar um delineamento da verdade inteira por mais exata e complexa que possa ser. em 1943. aquele vocabulário eram realmente daquela época. 1. É só ler e. nem por isso devemos diminuir a importância da pesquisa bíblica séria. atribuído àquela por ignorância. e ainda hoje é autoridade no assunto. sem nenhuma restrição. em que se consideram até os pontos massoréticos como inspirados. a tendência era ainda conservar a apologética. Protestantes citam católicos e vice versa. • Deixe a Bíblia interpretar a própria Bíblia.Dt. Mesmo no século XIX. Outros ainda interpretavam o Cristianismo dentro da lógica hegeliana: São Paulo. • Primeiro procura-se o sentido demonstrem que este é figurado. que podem se resumir em duas: a conservadora e a racionalista.br | [email protected] BÍBLICA . fracassado. finalmente São Marcos fez a síntese. veio provar com a descoberta de vários documentos históricos que a Bíblia tinha razão: aqueles costumes. A Igreja Católica custou muito a perceber o seu atraso no estudo bíblico. entusiasmado. Afirmam que as narrações descritas. em 1964. Hoje. Por fim. do modo que Deus quiser. apegou-se muito aos métodos tradicionais: usava mais a tradição e menos a Bíblia. A conservadora parte daquele principio da inspiração (ditado). Este princípio é uma ilação do anterior. Estes intérpretes se contradizem entre si. literal. depois São João. Há coisas que Deus simplesmente não nos revelou . Começou a comentar o AT com base na critica histórica. com seu Evangelho constituiu a antítese. que atribuiu a Jesus Cristo (tese). a defesa da fé. 29. como os referentes a Abraão. teria feito uma doutrina.5. O texto deve ser interpretado através do conjunto das Escrituras e nunca através de textos isolados. Ler o que está antes e o que vem depois para concluir aquilo que o autor tinha em mente. quando os protestantes há mais de um século já descobriram que não. Daí passou à negação de certos fatos.3 Isto fez surgir várias correntes de interpretação. 1. Mas foi alvo tantos protestos que não teve coragem de continuar.com.institutodeteologialogos. Não se deve aplicar qualquer método cientifico para entender o que está escrito. na qual aprovou a teoria dos vários gêneros literários da Bíblia. Depois de determinado o que o texto registra.com. B. Escolhido o texto é necessário saber exatamente o que ele diz.6.br . editado por Kittel e Friedrich.br | contato@institutodeteologialogos. o propósito e o objetivo do autor. Portugal. Para o Novo Testamento o melhor é: Léxico Grego-Inglês do Velho Testamento de Walter Bauer (Universidade de Chigago). Moulton e Robertson. O próximo passo é uma pesquisa conscienciosa do contexto para que não haja afirmações que se oponham ao que o autor queria dizer ou distorções daquilo que ele disse. Após esta pesquisa é necessário considerar cuidadosamente a teologia. Para o grego clássico o melhor que temos é: Dicionário Grego-Português e Português-Grego de Isidro Pereira. é preciso ir além e investigar mais precisamente a significação teológica de certas palavras. 1. (O que poderíamos chamar de "achismos"). (Os que não podem ler a Bíblia no original devem usar uma tradução fiel. Para isso são necessárias suas espécies de ferramentas: A.EXEGESE BÍBLICA . A melhor fonte para este estudo no grego é o Dicionário Teológico do Novo Testamento.. o estilo. • Apenas um sentido deve ser procurado em cada texto.antigas e modernas. Muitas vezes uma destas traduções nos traz luz sobre o que o autor queria dizer.institutodeteologialogos. As Ferramentas Necessárias ao Exegeta Usar a Bíblia que contiver o texto mais fidedigno na língua original. Para o Velho Testamento o melhor em inglês é Um Conciso Léxico Hebraico e Aramaico do Velho Testamento de William Holaday. se o resultado obtido contrariar os princípios fundamentais da Bíblia. Para o Novo Testamento as melhores gramáticas são as de Blass. A melhor do hebraico é a de Gesenius. Por exemplo: o o o o o Quem escreveu? Qual o tempo e o lugar em que escreveu? Por que escreveu? A quem se dirigia o escritor? O que o autor queria dizer? • Feita a exegese. ele deve ser colocado de lado e o trabalho exegético recomeçado novamente. São dez alentados volumes para o inglês. Para o Velho testamento não existe trabalho idêntico. introduções e livros teológicos. Edição do Porto. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. Gramáticas.4 • Ler o texto em todas as traduções possíveis . por isso deve ser feito com isenção de ânimo e desprendido de qualquer preconceito. Dicionários. • Fazer algumas perguntas relacionadas com a passagem para chegar a conclusões circunstanciais. traduzido e adaptado para o inglês por Arndt Gingricd. tanto quanto possível). Em português continuamos numa pobreza mais do que franciscana neste aspecto. • O trabalho de interpretação é científico. Em português não há nem um dicionário para o grego bíblico.com. Para este mister as obras mais necessárias são: concordância. histórico.7. mas não deve ser utilizada como guia para delimitação do pensamento do autor. Interpretar Lexicamente. A psicologia de uma pessoa incluí suas idéias de cronologia. quatro volumes. Muito úteis para o exegeta são os estudos teológicos que tratam com o livro específico do qual estamos fazendo a exegese.institutodeteologialogos. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. 1975. os hábitos e práticas podem iluminar nossa compreensão sobre o texto. pois dá a impressão de que cada versículo é uma entidade de pensamento separados dos versículos anteriores e posteriores.com.com. A divisão em versículos e capítulos facilita a procura e a leitura. Para tal propósito são necessários Atlas. Muito mal tem sido feita esta forma de divisão a uma honesta interpretação da Bíblia. Deve ser mantido em mente a inclinação do pensamento de todo o documento. Interpretar Historicamente. Mas pouco se estuda a fonte do evangelho do Nosso Senhor Jesus Cristo. mas ao mesmo tempo tem provocado na mente de muitos cristãos a "lerdeza do pensar".. Como Fazer Exegese Na atualidade a mídia. Interpretar Sintaticamente. e psicologia do povo no meio do qual o escrito é produzido. etc. A função das gramáticas não é determinar as leis da língua. Dicionários da Bíblia são muito úteis para rápidas informações sobre um assunto. que cerca a passagem que está sendo estudada. especialmente a TV e o rádio. A. livros arqueológicos. tem sido usados como instrumentos para espalhar a palavra de Deus. o que significa. mas expo-las. Interpretar Contextualmente. Hoje existe o "evangelho solúvel". dando principal relevo aos casos gregos e ao sistema verbal a fim de poder entender a estruturação da língua grega. isto é muito mais do que uma leitura diária e muitas vezes feita as pressas para cumprir um ritual. 1. É necessário conhecer as maneiras. para primeiro. lugares ou coisas.br . Isto vale para o hebraico do Antigo Testamento. costumes. deve notar-se cuidadosamente o significar-se da palavra sob consideração nos diferentes períodos da língua grega e nos diferentes autores do período. O melhor dicionário da Bíblia é: The Interpreter´s Dictionary of the Bible. que primeiro a linguagem se desenvolveu como um meio de expressar os pensamentos da humanidade e depois os gramáticos escreveram para expor as leis e princípios da língua com sua função de exprimir idéias. "dos iluminados". O interprete deve conhecer os princípios gramaticais da língua na qual o documento está escrito. É conhecer a etimologia das palavras. O próximo passo em exegese é a familiarização com o conhecimento geográfico. "evangelho do shopping center". ser interpretado como foi escrito.5 Em português temos a Concordância Bíblica. o desenvolvimento histórico de seu significado e o seu uso no documento sob consideração. Então pode notar-se a "cor do pensamento". Para quem deseja aprofundar-se é preciso estudar a sintaxe da gramática grega. 2. 4. publicação da Sociedade Bíblica do Brasil. histórias e dicionários bíblicos.br | [email protected] BÍBLICA . Esta informação pode ser conseguida com a ajuda de bons dicionários. 3. identificação de nomes de pessoas. Cinco Regras Concisas 1. No uso dos dicionários. O interprete deve descobrir as circunstâncias para um determinado escrito vir à existência. seus usos de figura de linguagem e os tipos de literatura que usa para expressar seus pensamentos. • Tendo as análises léxicas. diz o princípio hermenêutico. é necessário. o interprete tem condições de extrair a teologia do texto. em primeiro lugar. Quem empreende analisar o Antigo Testamento deve conhecer os gênios da língua hebraica. Isto para o iniciante. Uma interpretação bizarra que entra em choque com o ensino total da Bíblia está praticamente certa de estar no erro.5. 1. • O interprete deve perguntar primeiro o que o autor diz e depois o que significa a declaração. muito rico em sua Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.6 seus métodos de registrar a história. cronologia. ter um conhecimento geral da história. Que o texto tem com a minha vida? Com os grandes desafios atuais? 2- INTRODUÇÃO À EXEGESE DO ANTIGO TESTAMENTO Para se fazer uma exegese do Antigo Testamento. uma ou mais gramáticas devem ser consultadas para entender a construção gramatical. 5. • Depois de usar bons dicionários. Um conhecimento acurado do ponto de vista bíblico é a melhor ajuda. religião. Ler o que muitos comentários dizem com sendo o significado da passagem e então aceitar a interpretação que mais agradece. freqüentemente resulta em confusão e ressentimento mental a respeito de toda a tarefa da exegese. bem como sua aplicação às necessidade pessoais dele. 2.br . embora. • Consultar os dicionários para encontrar o significado das palavras desconhecidas ou que não são familiares. é outra forma de decoreba e é muito desinteressante. idiomas originais.8. como. é preciso partir para análises de contexto e história a fim de que se tenha uma boa compreensão do texto e de seu significado primeiro e.com. a voz. etc. Interpretar de Acordo com a Analogia da Escritura. Este procedimento é errado pelas seguintes razões: • Encoraja o intérprete a procurar interpretação que favorece a sua préconcepção e • Forma o hábito de simplesmente tentar lembrar-se das interpretações oferecidas. Com os passos anteriores bem dados. B. O mesmo cuidado deve ser tomado com as outras classes gramaticais. No verbo. O Procedimento Correto.institutodeteologialogos. morfológica e sintática sido feitas. e às dos ouvintes. A Bíblia é sua própria intérprete.br | contato@institutodeteologialogos. Isto não é exegese. cultura.EXEGESE BÍBLICA . O Procedimento Exegético A. o modo e o tempo devem ser observado por causa da contribuição à idéia total. A Bíblia deve ser usada como recurso para entender ela mesma. O péssimo resultado e mais sério do "procedimento errado" na exegese é que próprio interprete não pensa por si mesmo. pois o idioma hebreu. O Procedimento Errado.com. não tendo evoluído muito além da sua fase nascitura é muitíssimo diverso de qualquer idioma ocidental conhecido. É preciso tomar muito cuidado para não escolher o significado que convêm ao interprete apenas. antes de tudo ter-se uma visão panorâmica da situação veterotestamentária. por exemplo. existem textos que são obscuros. encontrar “o tesouro escondido”. pois em se tratando propriamente de teologia e não de teodicéia. Encontrar a melhor tradução para um vocábulo ou expressões fundidas numa frase ou período lógico é um trabalho meticuloso a ser feito pelo exegeta. 33. que não elimina. a exegese ocupa o primeiro lugar. que o leigo não pode perceber por lhe faltar o conhecimento técnico apropriado para tal. então.1. ou pela forma de regência. • Já em caso de questões léxicas muitas dificuldades poderão surgir das palavras de uma frase.br . ao conhecimento de algumas regras fundamentais. na enciclopédia teológica. O leitor avisado da Escritura é aquele que a lê devocionalmente. como a hermenêutica. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. Aquela verdade que não está patente. latente no texto e. mas. mas. e que só podem ser entendidos com algum. passaremos.br | contato@institutodeteologialogos. em fim. • Pelo que se refere ao seu lugar entre os tratados teológicos. histórico e etimológico. valendo-se da máxima reformada de Escrituras com as Escrituras se interpreta. A exegese é um método de leitura do texto. • Em razão de fatores como estes. proveniente da sua própria estrutura redacional. por causa de uma questão sintática ou léxica: • Em se tratando de sintaxe. a exegese representa o alicerce da teologia bíblica.7 polissemia. cientificamente. enquanto esta. mas. as dificuldades muitas vezes vêm a existir em virtude do tipo de concordância. fica difícil ao pesquisador analisar satisfatoriamente o texto bíblico. diminui esta limitação é fazer uso das diversas versões existentes no idioma do pesquisador e se o mesmo tiver acesso a outras línguas deve valer-se deste conhecimento consultando o máximo possível de versões. ciência sua correlata. O exegeta precisa usar a analogia bíblica como ferramenta para compreender as Escrituras.com. com frequência haverá de valer-se da hermenêutica para processar a sua análise textual. O exegeta visa. uma visão meramente devocional e superficilista não abrange a totalidade do ensino que o autor quis exprimir. o não conhecimento das línguas originas constitui uma limitação ao mesmo. RECUSOS EXEGÉTICOS Dificuldades na Compreensão As dificuldades encontradas na compreensão de um texto podem ser de natureza realmente objetiva.EXEGESE BÍBLICA . O exegeta. não é sem motivo.institutodeteologialogos. • Para esclarecer passagens obscuras e apontar o sentido ou significado de textos difíceis. para do mesmo extrair as verdades nele implícitas. Esta primazia da exegese. Fazer exegese é ler o texto de modo científico. em sua linguagem figurada. É nosso intuito. antes de passar à exegese propriamente dita.com. Outro instrumento que pode tirar mais um pouco da limitação é a consulta aos dicionários etimológicos comentários exegéticos e outros compêndios que possam elucidar dúvidas. Geralmente. uma riqueza vastíssima de estilos literários. dar uma introdução exegética. é que tem valor o recurso chamado Exegese. também. ou ainda pela ordem de colocação de uma palavra ou expressão. Uma forma prática. algumas luzes através das quais haverá de guiar-se o leitor científico das Escrituras. ou mesmo das letras de uma palavra. ou ainda outros. ou muito trabalho. Isso faz necessário ao estudante conhecer todo um contexto literário. Com essa introdução à exegese. Sem um conhecimento básico da estrutura linguística do Antigo Testamento. complicados e difíceis. logo. então. 4. Qual é. Se na exegese o analista deriva do texto as suas verdades mais implícitas. 3. o “genuíno leite espiritual” (IPd 2. conduzir fora. científica e minuciosa o texto das Sagradas Escrituras para daí tirar a genuína verdade. entende-se que a exegese consiste num comentário. Etimologia A palavra exegese vem do Grego exégese.br | [email protected] BÍBLICA . por excelência da Exegese. A exegese é o trabalho pelo qual o exegeta faz aparecer o sentido de um texto. pode ser sociológica. a ser uma eisegese? Este seria o termo contrário. Apenas. Isso não quer dizer que é impossível ou desnecessário fazer exegese de testos de fácil compreensão. ou sistemática. mas. • A exegese se torna necessária. também sobre esses textos.com.br . Ramos da Exegese A Exegese pode ser jurídica. ao passo. relacionaremos algumas ciências que poderão ser úteis na feitura exegética: • Hermenêutica: A Hermenêutica é a mãe. fazer aparecer. A. O teólogo reformado interpreta Bíblia olhando para a Bíblia. não há exegese se não houver aspiração Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. Certos e determinados dogmas existem que podem ser derrubados ou confirmados em face de uma boa investigação exegética. O que vem. é um trabalho sobre textos. nem todo trabalho sobre textos constitui exegese. pois. A Eisegese. Tais ciências lhe fornecerão luzes importantes à interpretação textual.3. quando usada na interpretação de uma obra literária profana. ela a torna necessária. quando usada na interpretação da Escritura. ek . pois. • Devemos observar a diferença entre o sermão e a exegese. Uma interpretação que não parta da própria Escritura. tendo como propósito elucidar os problemas de textos em questão. 3. visto que exegese revela certas nuances do texto que uma leitura comum não podem revelar. 3. principalmente. quando se trata de texto obscuro ou de difícil entendimento. o caráter distintivo da exegese? • De acordo com a definição etimológica supramencionada. torna-se um fim em si mesma.(fora) agéomai (conduzir). A Tarefa do Exegeta É. B. pois. O pregador deve pregar.8 por sua vez proporciona o fundamento da teologia doutrinal. Relação da Exegese com Outras Ciências. quando interpreta as leis. O sermão é a elocução. ou numa explicação para esclarecer textos ou passagens obscuras dos escritos antigos.2). a pregação ou kérigma.2.com. na eisegese introduz no texto pensamentos que o texto não contém. quando interpreta o fenômeno social e sagrada ou bíblica. portanto. Tal princípio é utilizado pelo teólogo liberal partindo do ponto de vista de que a interpretação da Bíblia deve partir da necessidade do povo e das aplicações laicas.institutodeteologialogos. o intérprete liberal parte das aspirações e necessidades humanas. entre a homilética e a prática exegética. de ek + agéomai. totalmente antagônico à exegese. Exegese. que a exegese deve ser a base ou alicerce dessa pregação. pois. A eisegese é completamente indesejável ao honesto estudioso da Bíblia Sagrada. É na exegese que o elocutor vai encontrar o subsídio para sua prédica. tarefa do exegeta lançar mão de todos os recursos da exegese para investigar de forma. pode ser literária. Todo exegeta haverá de buscar subsídio em muitas outras ciências. • Línguas originais: É necessário conhecimento das línguas originais (hebraico.br . pois. a feitura exegética pressupõe a existência de um texto bíblico. É então. importante ressaltar. para uma correta exegese. por exemplo. mesmo quando revestido de um tom espiritual ou. É necessário. Babilônia. hermenêutica propriamente dita. Ela nos conduzirá à interpretação correta dos tipos. que o exegeta deve. principalmente. como as Bíblia on-line. cidades. A Exegese é a ferramenta. planícies. sobre o texto veterotestamentário. políticas. os MM (Manuscritos do Mar Morto). esse deve ser o primeiro passo. Todo hermeneuta deve partir da exegese bíblica para chegar à compreensão do texto. especialmente. a sua numismática. e analisar o texto sobre todos os ângulos possíveis. etc. miraculoso. olhar em todas as direções. • Cronologia: A cronologia bíblica abrange questões difíceis e complicadas. Deve o intérprete das Escrituras conhecer as gramáticas das línguas originais e. A Bíblia apresenta a lógica de Deus para o homem. etc. símbolos. como. minerais.9 hermenêutica. montanhas. despido de preconceitos e dogmas. • Arqueologia: A arqueologia bíblica é importantíssima. • Lógica: A lógica é a ciência do correto pensar. etc. Davar.institutodeteologialogos. Sword de Lord. Ela tem sido definida como: Ciência ou Teoria da Interpretação. produtos agrícolas. a partir do século XVIII. bem como das situações sociais. aramaico e grego). ou seja. levando-se em conta o uso de fermentas voltadas para o uso acadêmico da Bíblia. a Bible Workes. Seu conhecimento é necessário para uma boa interpretação. como por exemplo.EXEGESE BÍBLICA . mesmo. O produto final da exegese é o que se denomina. figuras.com. • História: Conhecer as relações entre o povo escolhido e as nações vizinhas. Pérsia. Macedônia e Roma. Enfim. culturais. principalmente. 4- PASSO A PASSO NA EXEGESE • Escolha do Texto: Por uma questão obvia. Caldéia. como por exemplo: seus usos e costumes. especialmente as grandes monarquias como: Egito. nela nada em sem propósito. habitantes. rios mares e desertos e regiões em redor. conhecer a história e cultura dos hebreus. É Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. não sobra tempo para referir todas as fontes da exegese bíblica. Logos Bible. daí a sua relação com a gramática. a Hermenêutica é a prática. deve ter também certo domínio da vernácula.com.br | contato@institutodeteologialogos. • Geografia Bíblica: É a geografia que estuda a topografia da Palestina e de todo o mundo bíblico. religiosas. Média. Um domínio fundamental seria a capacidade ler e um conhecimento geral das gramáticas. O exegeta precisa ter pensamentos bem ordenados e lógicos. a Hermenêutica é o produto da ação do ferramental exegético sobre o texto. quando descobertas importantes no campo da arqueologia vêm incidir luz sobre o texto bíblico. etc. É necessário este conhecimento para se interpretar bem certos textos. bem como. Assíria. tudo tem um sentido real e lógico. dos tempos bíblicos. suas instituições civis. • Gramática: O pensamento do texto é expresso por palavras. Grécia. seus ritos e cerimônias religiosas. Esse deve ser o tom sermônico tocando a exegese.10 possível se fazer exegese de qualquer texto. mas. mas. idade. seja. mas todas as circunstâncias que envolviam o profeta no seu contexto. • Tradução do texto: O exegeta deve traduzir o texto diretamente do texto em língua original. moral. Isso. verificando-se: o início e fim do assunto tratado na pericope. • Análise lexicográfica do texto: É preciso observar os diversos usos dos termos (polissemia) bem como a sua semiologia (estudo dos radicais ou símbolos de uma palavra). • Análise da estrutura literária do texto: Essa é a análise que nos permite conhecer toda a estrutura do texto. • Datação: Diz respeito à época. no texto original sim. antíteses. observando. além de melhorar a visão do exegeta sobre o texto.br . social e religioso. Nesse momento busca-se a melhor tradução dos termos em seu contexto. onde o texto em língua original não apresenta uma métrica. Seria levantar os pensamentos latentes no texto. destacando os aspectos particulares do texto. descrever o indivíduo ou indivíduos ou povo a quem se dirige. • Destinatários: É importante estabelecer os destinatários do escrito alvo.institutodeteologialogos. • Delimitação da Pericope: A delimitação da pericope mediante o estabelecimento do contexto próximo anterior e próximo posterior. é possível: determinar a estrutura do texto. Deve-se observar o conteúdo do texto. esta dificuldade não é aparente na versão. formação cultural. lingüística. • Razão ou motivo: É preciso levantar o motivo ou motivos que levaram o autor a escrever. por exemplo: seus paralelismos: históricos. sínteses. não basta dizer o ano. teológica e analógica. Nessa análise. • Métrica do texto: Em caso de textos poéticos. situação cível. • Autoria: É preciso apresentar o autor e todas as nuances possíveis que envolvam a sua personagem. estilística. Não basta apenas dizer a quem. a exegese pressupõe que o texto deva apresentar alguma dificuldade. dá elegância e estilo ao trabalho. social. e conhecer. • Contexto Vital: Ou como nomeamos o levantamento da situação textual. É também uma maneira de separar. seu pano de fundo histórico. Aspectos. visto e fim da exegese é o kérigma. religiosa. figuras de linguagem. é preciso observar a força de cada palavra do texto. Às vezes.com.com. aí entram os conhecimentos gramaticais das línguas hebraica e grega para uma boa análise do texto. como: do ponto de vista do destinatário. etc. Tais motivos podem possuir várias nuances. • Esboço do texto: É no esboço que o exegeta vai traçar as lições do texto. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. para evitar os erros das versões – TRADUTORE TRAITORE (O tradutor é traído – Lutero). sinonímias. do ponto de vista do próprio autor. derivando do texto o seu ensino central e periférico. seu estilo literário.br | contato@institutodeteologialogos. estruturalmente o texto. mas. • Análise morfológica do texto: A analise gramatical é muito importante. histórica. do ponto de vista da situação circundante. etc. isolandose assim a pericope completa a ser estudada.EXEGESE BÍBLICA . político. política. é interessante se fazer a metrifica do texto em análise. • Bom senso: Esta qualidade vem completar a anterior. A exegese é no aspecto prático: “Trazer o lá e o então para o aqui e agora”. Prático . O primeiro interprete da Palavra de Deus foi o Diabo. O exegeta deve tecer os seguintes comentários sobre texto: o o Filológico . O Catolicismo Romano. “Sua mente deve ser uma tabula rasa” (Luck). Erros a Serem Evitado na Exegese A. Uma mente arejada está pronta a aceitar as mudanças que a Verdade impõe sem apelação. “Por que se o escritor disse o que não queria dizer.Lutero dizia “Só entende as éclogas de Virgílio quem já viveu como pastor”.4. por isso. bem como grande parte das denominações evangélicas põe seus dogmas acima da Verdade Escriturística. social. mas uma atitude moral.com. É uma procura da Verdade para uso na vida pessoal.1-11). A exegese deve ser a expressão da realidade não especulação alegórica. sem acrescentar ou tirar cousa alguma. não temos simpatia para com ela. “O Bom senso é chumbo nas asas da imaginação”. paradigmas ou relações partidárias. o o 5- QUALIDADES DO EXEGETA • Fidelidade ao texto: O exegeta deve determinar e desenvolver o verdadeiro sentido do texto. dogmas. Não pode harmonizar o texto com o seu pensamento. a exegese propriamente dita. Hermenêutico: Procura interpretar o texto dentro do seu contexto político. Por que? Porque ele não possuía espiritualidade. Ele faz a sua afirmação sem deixar espaço para outro pensamento. Seria a contextualização da mensagem. Deve haver harmonia entre o nosso espírito e a Verdade Revelada. Teológico . uma tendência para com a Verdade. mas.br | contato@institutodeteologialogos. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. ou seja.institutodeteologialogos.com.Dá as lições de ordem prática do texto. Não deve ser iludido por seus preconceitos. Não apenas uma curiosidade intelectual. Deus não terá por inocente o que altera a Verdade com seus preconceitos. Quando achamos a Verdade. etc. mas não a aceitamos. Nossa finalidade é buscar a Verdade. mas. etc.EXEGESE BÍBLICA .3 Do mesmo modo só entende a Bíblia que tem espiritualidade. foi um mau intérprete. Tem por fim encerrar o pensamento acerca de um assunto ou doutrina.1. 5. O Dogmatismo. não o que queria dizer. • Espiritualidade . imaginativa ou fantasiosa. deve submeter-se ao texto para dele extrair as mesmas idéias que o escritor quis exprimir.Dá interpretação ou sentido teológico-doutrinário do texto. histórico.br .5.Dá o sentido de cada palavra do texto para isso é necessário o estudo da sintaxe. Temos que ver o que a Palavra diz.11 • Comentário do texto: O comentário já é a exegese em sua forma final. • Amor a Verdade: O Exegeta deve aproximar-se do texto sem pensamentos preconcebido. Em textos poéticos deve imaginar as circunstâncias emocionais do autor. A hermenêutica busca o verdadeiro sentido do texto. estava mal intencionado (Gn 3. literário. por que não disse o que queria dizer?” • Simpatia Para com a Verdade: É uma inclinação. • Imaginação: Nos textos descritivos e históricos o exegeta deve procurar mentalizar um quadro vivo das cenas descritas. Mt 4. quanto a Lázaro. D. O Ceticismo. o Evangelista. A Teologia Contemporânea. lê-la sempre sob o prisma alegórico pode levar à má compreensão e até ao absurdo. no caminho que ia de Jerusalém a Gaza. que farei para herdar a vida eterna?” Sobrepôs uma célebre e sábia pergunta: “O que está escrito na lei? Como o interpretas?” Na verde. Cega porque procura negar tudo aquilo que não for logicamente comprovado. Testamento é uma releitura do A. Daniel as pragas do Egito. A Bíblia contém alegorias.12 B. entendido de maneira diferente. que Jó. uma leitura antítipica. por isso ele disse a Filipe: “Peço-te que me expliques a quem se refere o profeta. Tipos de Leitor Jesus. vinha lendo o profeta Isaías. três tipos diferentes de leitor: Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. a poesia e a profecia do Antigo Testamento olhando para Jesus. por explicá-los de maneira científica ou colocá-los num contexto figurativo. à pergunta do doutor da lei: “Mestre. portanto. etc. pois. A doutrina deste método foi fortemente rejeitada pelos reformadores.com. com relação ao Messias Jesus. a travessia do Mar Vermelho (Mar de Juncos) são apenas Poesia Pastoril (Segundo o Dicionário Michaelis: ficção da literatura religiosa). este sofria de catalepsia. ou seja. 6- ESCRITURA E RELEITURA A compreensão de um texto depende da leitura que se faz do mesmo.EXEGESE BÍBLICA .1. A Bíblia não é um livro de lógica. O que Filipe fez foi uma releitura do profeta Isaías sob a ótica do cristianismo recém-nascido. 6. como também do tipo de leitura interpretativa. por exemplo. A interpretação alegórica da Escritura pode se verificar perigosa. não conhecia o contexto histórico. mas. O conhecimento do contexto é de vital importância para se conhecer as sua mensagem.com. o Racionalismo e o Modernismo Teológico tentam negar os milagres referidos na Escritura. Todo escritor do N. O eunuco interpelado por Filipe. o modo como se lê o texto vai influenciar. Cristo. o que se acha escrito pode não ser imediatamente percebido. Há pelo menos três maneiras diferentes de se ler um texto e. Alegorismo. na compreensão do mesmo. as muralhas de Jerico. Podemos mencionar. é a encarnação das figuras. história ou qualquer outra ciência. contudo. Observação: Além de tomar cuidado com o alegorismo é preciso. Os textos poéticos. A multiplicação dos pães e dos peixes foi “aquiescência da matéria” ou um gesto solidário e. símbolo ou figura. Literalismo: O literalismo é extremamente perigoso. mas. Se observarmos com atenção.br . C. ao menos. A leitura de um texto pode ser prejudicada pela falta atenção ou de conhecimento por parte do leitor. que a analogia é um método válido de interpretação. assim. fala de si mesmo ou de algum outro?” (Atos 8. ruíram pelo fenômeno da “ressonância”. para não cair no exagero patrístico ou escolástico. A limitação do eunuco foi suprida pelo conhecimento de Filipe. Entendemos que na Bíblia existem alegorias e símbolos e. é o antítipo.br | contato@institutodeteologialogos. todo o N. dependendo não só do tipo de leitor. se faz necessário interpretar o tipo. precaver-se contra analogismos ou simbologismos. O alegorismo prejudicou a interpretação dos mestres do passado. há muitos textos cujo sentido é mesmo figurado. ou então. É. Eles entediam que somente por meio da alegoria se poderia perceber o significado oculto do texto. também. mas. Testamento relê os acontecimentos históricos. “O Compêndio da fé”. nesse caso.34). não podia fazer uma leitura ampla e contextual daquilo que estava lendo. Testamento debaixo de uma visão cristológica. por isso. relacionando-a com outros textos da TANAK8 anunciou-lhe a Jesus. e muito. que a partir da explicação desta passagem. Jonas. contêm muita língua figurada uma interpretação literal plena se torna difícil. Os primeiros pais pecaram por alegorizar em excesso. tipos e símbolos antigos dos quais ele. e nem os fatos atuais. é preciso saber dosar essas nuanças. “se é que elas existiram”.institutodeteologialogos. Até mesmo quando um manuscrito era copiado de outro. com outras de forma e sentido diverso. mas. ou mesmo por uma limitação cultural. Isso pode acontecer por ignorância do leitor.2. o leitor científico das Escrituras tem por obrigação conhecer tais problemas textuais. • Transposição . transposição de palavras. facilmente produziria centenas de variantes. livre de “erros” oriundos da ação humana sobre o texto autógrafo.equívocos de pena. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. por falta de atenção naquilo que se lê.com.institutodeteologialogos. • Leitor além da letra: O leitor além da letra. não existem dois documentos que sejam iguais. pois. 7. PROBELMAS TEXTUAIS Variantes nos Manuscritos O texto mesmo pode apresentar algumas dificuldades que aos olhos do leigo passarão despercebidas.1. Também é verdade que. se o leitor lê sob a influência da dogmática doutrinária. Isso pode ocorrer com freqüência. Contudo. o 77.EXEGESE BÍBLICA . O leitor mal intencionado – Este é o leitor que vai além da letra no sentido tendencioso. que apesar de reter cultura suficiente para leitura do texto se atem apenas à letra.de letras e palavras. • Substituição .br . • Omissão: pode ser simples ou. etc. embora haja cerca de 2500 manuscritos hebraicos e milhares de traduções em vários idiomas.É o leitor que ultrapassa a letra do texto de modo legítimo e justo. sim cópias de cópias do primeiro texto14.com. • Leitor literalista: Esse é o leitor. descuido. Conforme é bem sabido. visa extrair do texto a mensagem pura. fazendo. pode ser classificado em dois tipos: o O leitor bem intencionado . Queremos então apresentar algumas variantes que certamente agiram sobre o texto primeiro. no sentido de descobrir o seu verdadeiro ou real significado. Um escriba cuidadoso produziria talvez 20 variantes por acidente.de signos similares ou de letras e palavras similares. não temos qualquer documento original de qualquer obra dos tempos antigos. tal leitura não deve ser tomada como critério para julgar a validade da interpretação. de fazer o texto dizer aquilo que já preconcebeu em sua mente. uma interpretação literalista. ou mesmo.de letras ou palavras. Variantes Não Intencionais • Erros mecânicos . surgiam diferenças entre os dois. Visto que não há como ter em mãos o texto autógrafo. Alguns escribas modificavam propositadamente passagens que se adaptassem às suas doutrinas preconcebidas.13 • Leitor aquém da letra: O leitor aquém da letra é aquele que não chega a compreender nem mesmo o que se acha na letra do texto10. isso pode ocorrer em face de uma leitura apressada. portanto. e isso inclui os próprios documentos bíblicos. e muitos deles harmonizavam passagens. mas.br | contato@institutodeteologialogos. porque tal leitura favoreça a sua preferência doutrinária ou teológico-interpretativa. não intencional. ou mesmo do próprio texto. Portanto qualquer restauração do texto depende de cópias. • Confusão . Um escriba descuidado. ou que eram simplesmente restaurados a fim de serem usados. ou saltar de uma sentença ou parágrafo para outro. e o fato deste último não ouvir corretamente provocava muitas variantes no texto. talvez primeiramente à margem. absurdo! A óbvia solução desse “enigma” encontra-se na Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. que eram usados como exemplares na cópia. com o fito de explicar ou tornar o texto mais claro.19 esta frase. adicionava ao texto original o comentário anterior. o sumo sacerdote deveria lançar sorte sobre dois animais escolhidos para o sacrifício. é masculina. no final de Isaías 32. Mas. e não pode existir a mínima possibilidade de que tal culto surja aqui (e nos versos seguintes do mesmo capítulo). O que ocorreu é que a palavra correspondente a “bosque” (ya‘ar) é escrita com as mesmas consoantes do vocábulo equivalente “cidade” (‘iyr). • Inclúsio: Inclusões feitas ao texto por escribas. Assim lemos: “Lançará sortes sobre os dois bodes: uma para o Senhor. ou a combinação de duas palavras distintas de forma que forme uma terceira palavra composta apareça. entre as prescrições do Dia da Expiação.EXEGESE BÍBLICA . lô. • Inserção massorética: Ocasionalmente. significa escrever duas vezes o que deveria ter sido escrito uma vez somente17. como co-redentor da Igreja ao lado de Cristo). é inteiramente desconhecido. (tispal). têm o mesmo som. Então Arão estaria lançando sortes entre Javeh e um demônio (diabo). Por exemplo. tornou-se parte do próprio texto. a confusão do escriba é compreensível. tal "comentário" é incluído no texto. • Interpolação: Adição de algo. • Erros em manuscritos ditados: Alguns manuscritos eram ditados de um escriba para o outro. • Fusão: Consiste na combinação da última letra de uma palavra com a primeira da palavra seguinte. “seja nivelada inteiramente” está na forma feminina e ya‘ar.15 • Omissão por homeoarcto: Saltar de uma palavra para outra devido a começos semelhantes. Visto que o verbo relacionado. e na explicação estapafúrdia dos Rabinos Medievais. • Haplografia: Significa escrever uma vez o que deveria ter sido escrito duas vezes. é a única opção de leitura possível.institutodeteologialogos. Baseado nesse erro massorético. talvez como comentário (aparato crítico). explicação ou harmonia com outra passagem. o rolo 1QIsa traz. a palavra equivalente a “cidade”. depois. Ora não se faz inclusão do culto ou adoração de demônios em parte alguma da Torá. É a aparente referência a um misterioso “Azazel”. Ambas como se percebe. O TM indica um nome próprio. como antítipo neotestamentário. pregadores contemporâneos têm pregado a herética doutrina da co-redenção (o Diabo é colocado ao lado de Deus como co-redentor de Israel e. a má colocação ou ausência de um sinal fazia diferença no sentido das palavras. e outra para bode emissário [‘aza‘zel]. vindo outro escriba posterior. “para ele”.br . com a omissão das palavras intermediárias. essas inclusões na maioria eram no seu início um esforço hermenêutico do escriba. porém a primeira é a partícula negativa não a segunda pode ser traduzida pelo pronome lhe. e os demais escribas não mais o omitem. • Erros devido à restauração: De certos manuscritos mutilados. • Ditografia: Repetição errônea de uma palavra ou sentença. traduzida livremente: “seja o bosque inteiramente abatido”. à parte dessa menção. às vezes os escribas se equivocavam criando variantes. Azazel.14 • Omissão por homeoteleuto: Saltar de uma palavra para outra. Exemplo possível desse tipo de erro encontra-se em Levítico 16. por causa de começos semelhantes em ambos.br | contato@institutodeteologialogos. que fazia alguma nota fora do texto. devido a términos semelhantes em ambos. mas que subseqüentemente. ou. em vez da redação corrigida TM: “seja a cidade inteiramente abatida”.com. que os rabinos da Idade Média explicavam ser designação de um demônio peludo do deserto. Um bom exemplo disto são as partículas al{ lô não e Al lô lhe.8. visto que a palavra ya‘ar aparece na primeira parte deste versículo: “ainda que a saraiva faça cair o bosque”. com omissão de palavras intermediárias16. que.com. que é feminina. • Metátese: Diz respeito à mudança inadvertida da ordem correta das letras ou das palavras. • Adições: Eram feitas com o fim de injetar doutrinas em uma passagem onde elas não figuram no original. Assim ao separarmos duas palavras que foram indevidamente fundidas numa só pelo massoreta. É inquestionável que os autores da Septuaginta (LXX) entenderam o versículo e o nome “Azazel” dessa forma ao apresentar a grafia -to apoponpaio (“para o que for enviado para longe”). cujo exemplo não existe nas Escrituras. sem fazer concessão a demônios. “bode emissário” (ARA). de modo simbólico. inerrância na acepção da palavra. para onde deverá encaminhar-se.com. Para não nos prolongarmos mais neste assunto. passamos a ter um texto que faz sentido perfeito no contexto.EXEGESE BÍBLICA . visto que a Bíblia é a Palavra de Deus. Também havia modificação para evitar alguma doutrina difícil. Noutras palavras. No escopo geral temos que asseverar sem preconceitos que ela é “a Palavra de Deus. alguns escribas faziam modificações. que seria uma transliteração do texto massorético. De forma semelhante. “bode emissário” é a verdadeira tradução empregada. Variantes Intencionais • Harmonia proposital: de uma passagem com outra partindo do paralelismo verbal ou histórico dos textos harmonizados. que esse bode deveria ser conduzido para fora do arraial. A Crítica Textual tem por finalidade estudar este problema e estabelecer critérios científicos para comparação das diferenças surgidas entre as cópias do Antigo Testamento. referente ao caprino e a‘zel.br | contato@institutodeteologialogos. escrita em palavras de homens. • Variantes Suplementares ou Restaurativas: Alguns escribas se arrogavam o direito de adicionar narrativas ou comentários aos originais. Tais observações não têm por finalidade desacreditar o texto bíblico ou a inerrância da Escritura. teriam sido aprimorados por escribas eruditos. a Vulgata traz capro emissario (“para o bode que deve ser despedido”). Noutras palavras. o verbo. única regra infalível de fé e prática”.institutodeteologialogos. • Simplificação de frases difíceis: É a tentativa de melhor entendimento modificando os originais.3. o verso 10 deixa bem claro.com. permanece intacta em sua essência. antes. • Variantes Litúrgicas: Para fazer uma passagem melhor adaptada ao uso litúrgico. Marcos e Apocalipse que tinham um grego deficiente no original. em face da ação dos copistas sobre o texto. 7. pois a mensagem. • Melhoramentos gramaticais ou de estilo: Por exemplo. assim a melhor tradução é: “o bode da partida ou da emissão”. contém material histórico e geograficamente autêntico. tal adição. levar embora os pecados de Israel. Onde o texto é difícil de se entender pode se esperar simplificação e modificação. só se pode atribuir ao texto autógrafo original (o texto composto pelo autor escriturístico). visando estabelecer o texto mais próximo do autógrafo. sem fechar os olhos às falhas humanas. o que seria um esforço para restaurar o sentido original dos termos. essa mesma que o exegeta busca conhecer em toda a sua profundidade. ao deserto. Ocasionalmente. busca restaurar o texto a partir da crítica honesta. bem como. outro sim. a fim de darem melhores informações ou possíveis explicações.15 separação das duas partes da palavra ‘aza‘zel de modo que fiquem separados os vocábulos ‘az. A crítica textual. estas são apenas algumas considerações que podemos fazer sobre os erros ocorridos. referente à ‘azl. mas. é possível se chegar à verdade. trabalho este que precisa ser feito com muito critério. por meio dos manuscritos e das técnicas de restauração. cientificidade e honestidade.br . em vez de “para Azazel”. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. e. • Fissão: Refere-se à divisão indevida de uma palavra em duas. etc. Ele procede então como na interpretação de outros escritos: Faz uso das fontes internas (Intrabíblicas) e. Jo. segundo o modo humano de pensar e falar.Do lado divino: Porque ela é a revelação que Deus quis dar ao homem. léxicos. “situações” ou expressões parecidas usadas pelo mesmo autor noutras passagens do mesmo livro.15. PRINCÍPIOS DE INTERPRETAÇÃO Sentido das Palavras A Bíblia fala a linguagem dos homens. o intérprete deve explicar também os textos que apresentam dificuldades. Se rejeitarmos o lado humano. IMPORTANTE! A doutrina da Salvação está tão clara nas Escrituras. Ao buscar os melhores manuscritos para construção de uma versão bíblica. Também se podem conferir Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. embora não seja de todo rejeitável. 4. tendendo a destruindo o valor sobrenatural da Palavra de Deus. Se rejeitarmos o lado divino da Escritura. em Ef 1. reservando os melhores manuscritos para feitura do texto vernacular. 5.Do lado humano: Porque as Escrituras falam aos homens na linguagem deles. ou seja. exemplo: “filhos de Deus” – Em Gênesis 6. os tradutores tendem a desprezar aqueles que revelam muitos erros de copistas. ou seja. No segundo caso: Gramáticas. intérpretes antigos. 8. do pré-texto e do póstexto nos levará a conhecer todo o contexto e o uso dos termos em outros lugares e passagens paralelas. Daí: recapitulo. reúno. e de acordo com o seu pensamento. que tais observações são feitas tomando como ponto de partida o trabalho dos tradutores.2. Comparando a expressão com termos. que até o homem mais iletrado pode compreendê-la. a interpretação será visionária e imaginativa.23). deve ser vista tanto do lado humano como divino. faço convergir.22. 88. comentários. etc. faremos uma interpretação meramente crítica (o método histórico-crítico. A interpretação não pode ser unilateral. Parece aqui ser referir ao domínio soberano de Cristo sobre todas as coisas na consumação dos séculos. Ef 1. para interpretar a expressão. tem se revelado um tanto perigoso em face do seu juízo históricocientífico da Bíblia). como por exemplo a expressão usada por Paulo em Efésios: anakephalaiósasthai. .com. Pode também originar do verbo anakephalaio (de kephalaion).2 são homens. em Jó. mas a expressão se classifica como: verbo infinitivo aoristo médio. mas.com. soberania. IITm 3:16. pode ser composta da preposição aná.. Por isso o intérprete deve determinar o sentido das palavras. chega-se à conclusão de que Paulo quer enfatizar que tudo será posto debaixo do governo ou soberania de Cristo. que ele será posto por cabeça do universo (cf. portanto.10. neste caso significa chefia.br . além de outras fontes. versões. servirão para elucidar dúvidas e lançar luz sobre todo o contexto. Às vezes o termo aparece uma única vez: Então o interprete terá que fazer uso do contexto e dos outros recursos já mencionados. cabeça. . mais kephalê.1. A ARA usa o vocábulo “convergir” atrelado ao verbo “fazer”.16 Vale ainda dizer. Mas.institutodeteologialogos.6 são anjos. das fontes externas (Extrabíblicas). dicionários. Aparece uma única vez no Novo Testamento. Dificuldades Há diferença na aplicação de termos ou expressões: Nos diversos autores há diferenças entre termos e expressões.br | contato@institutodeteologialogos. 3:16. ela difere de todos os demais escritos. para cima.EXEGESE BÍBLICA . exemplo: No primeiro caso o estudo do texto. 1. o local ou ainda alguma particularidade sobre o autor. transliteradas: A não tradução de algumas palavras. 23. para esta ou aquela doutrina. consagração. ou seja. com Fp 2.21. • O propósito pode ser geral ou especial: Geral . É preciso conhecer o fato histórico relacionado à época em que foi escrito o livro. Jeroboão II e de Joás (reis do Reino do Norte) e era Azael o rei da Síria: “As palavras de Amós.. qualidade de sagrado (Êx. 6. Nos dias contemporâneos à palavra de Amós houve dois fenômenos um terremoto e uma seca. as circunstâncias. 2Rs.). Como determinar o propósito? • Às vezes. a forma e ordem de sua argumentação. Quédes (nome de uma cidade). os quais ele tratou de relacionar com o juízo divino: “As palavras de Amós. sua simples transliteração..39. É..18).quando se refere a uma determinada parte. Por isso porei fogo à casa de Hazael.institutodeteologialogos.1-7 (neste caso o feito do profeta por ordem do Senhor vai lhe dar suporte para mensagem procedente). 10.” .Exemplo: vdq – raiz do vocábulo santo (Lv.1-4. Há palavras que não foram traduzidas.30. Tudo podemos saber pelas regras de interpretação. 8. 37.17 outros escritos paulinos e ver que o pensamento ou a idéia é corrente em seus escritos (cf.1-4. Ex: tyrIB. nesta ou naquela direção.q.nos dias de Uzias. 6-11). 8..2. rei de Judá. 29. e ele consumirá os palácios de Bene-Hadade. • Conhecimento das circunstâncias: históricas em que o autor escreveu ou viveu.br . necessário conhecer o uso da acentuação massorética para distinguir-se o sentido de termos. os prados dos pastores lamentam.Ele profetizou no Reino do Norte nos dias Uzias (765750 a.” “. Neste caso. Cl 1. Ainda pode ser nome próprio vd. filho de Joás. o autor declara o propósito geral que tem em vista: Ex: Gn. O Sentido da Idéia do Escritor Somente o sentido das palavras da frase não nos dá o pensamento do escritor.1. também. portanto. etc. dois anos antes do terremoto. às vezes. a leitura e representação dos sons consonantais e vocálicos. . 1. rei de Judá (Reino do Sul).. . Is. filho de Joás. Disse ele: O Senhor brama de Sião. seca-se o cume do Carmelo”.. Ex: Am 1. O Propósito ou Intenção do Autor • É necessário determinar o propósito para se saber o sentido do texto: Sem conhecer o propósito que o autor tem em mira será difícil conhecer o sentido real do texto. prostituto cultual (Dt. pois. o propósito do autor o inclina.18. Também o fim especial de alguns textos é. Pv 1.” “nos dias de Jeroboão.. em alguns caso pode criar certa dificuldade na interpretação como. não podermos dar-lhes o sentido que quisermos de acordo com os nossos preconceitos. Lv. É preciso conhecer o propósito do autor. para este ou aquele fato.19.3). o contexto será o guia principal .C. só o conhecimento da língua original irá eliminar o problema..4. Há casos em que o radical tem duas ou mais significações: nestes casos.10. rei de Israel. por símbolos correspondentes. e aquelas que ele emprega em sentido literal ou figurado. mas. pacto. 2 10. mas. 23. Há muitas palavras cujo uso é técnico: portanto têm um sentido especial.EXEGESE BÍBLICA . e nos dias de Jeroboão.7).3. as idéias que ele combate e as que ele expõe. santidade.Também foi Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. rei de Israel.18-20..com.” “.18.br | [email protected] berith = aliança. as palavras em que ele dá ênfase.. comp.com. (dá o propósito do texto precedente). declarado pelo autor. Especial . 6... Jr 13. Ex: Is 1.quando se refere ao todo do livro. Ec 1. e de Jerusalém faz ouvir a sua voz. Malaquias.14). A saga local explica o surgimento de um local. de condição humilde: “E respondeu Amós. C.5. a lei do sacrifício de holocausto. As sagas tribais como o relato de Abel e Caim em Gn.com. mais um plebeu. Saga. “O Mito da Criação” 6:1-4. As narrativas devem ser consideradas histórias como a de José e seus irmãos no Egito (Gen 37:39-48. Se distingue do mito e do conto por ser mais histórico. o livro de Jó. os corvos que alimentam o profeta Elias (I Reis 17:1-6). Como por exemplo. Mito. não era homem da elite judaica. o livro do pacto. É uma expressão de vivência fundamental da humanidade. etc. sem parar para ver minúcias. na maioria das vezes o próprio texto bíblico nos fornecerá tais informações. O Estilo Literário do Texto É preciso conhecer o estilo literário do texto. que estava entre os pastores de Tecoa”. B. etc. ocupação não muito honrosa naqueles dias. o censo de Davi em II Samuel. nem filho de profeta. Texto Jurídico. E. 16:4-14. não é mero conteúdo da fantasia. que quase todas as informações se achavam no próprio texto. 14. Epopéia. etc.18 contemporâneo de Isaías (vide Is 1. O conto é diferente de uma parábola. Diferente das narrativas. As sagas de Josué e dos juizes. a jumenta de Balaão (Nm 22:22-35). do rito. o código de santidade. as cerimônias purificaionias. além da profissão de pastor ele catava (ou cultivava) sicômoros. pobre. Conto. Ela é uma narração artística de maior envergadura. A mulher de Potifar (Gen 39). como: o relato do direito israelita. É claro quem nem sempre será assim. como o rito da circuncisão em Ex 4:24-26. A saga cultual fala do início do culto. ela quer relatar um fato verídico. as histórias de Saul. 1. Davi e Jônatas. o que denota que ele era um homem. pois.institutodeteologialogos.br . Como apresentamos em seguida. prosas ou poesias. geralmente de uma certa mística. É outra forma importante no Antigo Testamento. como a Torre de Babel em Gn 11:1-9. etc. 24 (culto em Jerusalém Betel. revestido.).br | contato@institutodeteologialogos. etc. mais. A saga divide-se em: Histórica ou heróica. O mito é uma narrativa que tem Deuses e anjos ou coisas sobrenaturais como personagens. Sodoma e Gomorra. Alguns autores gostam de usar o t ermo novela. 50). Rute. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. estava sofrendo por conseqüência de sua infidelidade. tribo de Judá): “As palavras de Amós. que fala dos gigantes que vieram da união dos “filhos de Deus” com “as filhas dos homens”. e disse a Amazias: Eu não sou profeta. o Seu próprio povo. Toda narrativa da “pré-história” de todas as coisas ou dos primórdios Gn 1-11. com uma estrutura engenhosa de cenas. Rute. mas boieiro. há vários estilos na Bíblia: A. A saga é a precursora da história e da historiografia moderna. Alguns livros podem ser lidos de uma vez. Gideão.com. Cantares. o decálogo. fala da conversão de uma a moabita a YHWH quando. Tal leitura nos levará a ter uma visão panorâmica da história. II Reis 4:1-7). poesia ou profecia. Exemplo disto é a panela da farinha e a botija de azeite (I Reis 17:716. por exemplo.EXEGESE BÍBLICA . Nele aparecem os velhos anseios e os temores humanos. provavelmente. 2. 8. • O melhor é ler o livro todo sem se levantar. Amós era pastor em Tecoa (cidadezinha a oito quilômetros ao sul de Belém.1). São textos importantes. 6:5-9. não no mesmo sentido do seu uso comum ou profano. D. 4. Vemos por este ligeiro apanhado. A passagem pelo mar em Ex. é a narrativa de um fato verídico. Parece-se com a saga é parente do conto. Gn caps. e cultivador de sicômoros” (Am 7. O Mito do Dilúvio em Gn. etc. A história da Davi e Golias (I Sm 17). Amós não se considerava profeta. 17. a história de Hagar em Gn. Entenda-se a palavra mito. Deve-se contudo observar. e não se pode interpretar poesia como texto histórico ou doutrinário. Vemos por exemplo. Ageu. I e II Reis. • Nebhiim Rishonim . para nós profético. etc. contudo. É o texto. • Thorah . A divisão em versículos foi feita por Robert Stephen.com. A divisão em capítulos foi feita por Stephan Langrom. Eclesiastes e Cantares. antes (pré-texto) ou depois (pós-texto). Joel. Provérbios. Ambos devem ser consultados. passa pelos profetas e encontra sua maior expressão nos livros propriamente chamados de poéticos como: Jó. Juízes. A Torá. Capítulos e versículos: Não podemos nos deixar orientar por essas divisões porque elas não fazem parte o texto sagrado original. desde o quinto século da era cristã já havia trabalhado sobre o texto do AT. Números e Deuteronômio. Foram feitas posteriormente e são arbitrárias.EXEGESE BÍBLICA . ou seja.Primeiros profetas: Josué. Dentro do estilo profético temos narrativas históricas. Amós.br . Cânon Hebreu.Os cinco livros da lei: Gênesis. Samuel e Reis. Os livros históricos são narrativos. Para conhecer o contexto o exegeta precisa conhecer o pré-texto e pós-texto. no século XVI. Ezequiel. Naum. I e II Reis. • Neviim Aharonim: Profetas posteriores . juntamente com a acentuação massorética. no século XIII. Rute I e II Samuel. Poesia. Rute. Contudo há uma linguagem figurada na poesia. Zacarias e Malaquias.com. Êxodo. O que nos deve orientar é a unidade do assunto e não a divisão em capítulos e versículos. • Ketuvim .institutodeteologialogos. Obadias. ao passo que o cristianismo tem a Escritura com um todo de vital importância. Zacarias. Os Judeus consideram a Lei. poesia e a chamada linguagem apocalíptica. fazer uma tela. na prática. B. que para nós. A. Hoséias. Isaías. são reconhecidamente históricos. Habacuque. O interprete deve sempre conhecer o contexto: Para saber a significação dos textos especiais. O estilo poético se faz sentir desde o Gênesis. Miquéias. Jó. uma divisão lógica do texto e a fragmentação do mesmo em Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. Cantares. Esdras. pois dividem o Antigo Testamento com a seguinte nomenclatura: hrwt yvmwh hvmh Hamesh Hamishy. Eclesiastes. pois. Salmos. G. O fato de um texto ser escrito no estilo poético não significa que a matéria apresentada no texto não seja verossímil. O conhecimento do contexto nos dá a forma ou o modo de o autor conseguir seu objetivo. I e II Samuel. H. o que vem junto do texto.br | contato@institutodeteologialogos. que o massoreta. bem como o sentido geral da passagem. É bom observar que os Judeus não fazem a mesma divisão do cânon que nós fazemos. Juízes. provérbios. Josué. 9- O CONHECIMENTO DO CONTEXTO Do latim: Contextus significa literalmente tecer. nele se encontram de forma clara e objetiva as doutrinas do cristianismo. I. Profecia. o seu Tanak. mais importante que os escritos e proféticos. é o Novo Testamento o texto mais utilizado. que também encontramos relacionados entre os escritos os livros poéticos. aquilo que vem antes e o que vem depois do texto a ser analisado. elaborando. que são relacionados como proféticos Josué.Escritos: Salmos. O estilo apocalíptico é encontrado com fartura em Daniel. Lamentações. Jonas. etc. Juízes. Daniel. encontra-se relacionado entre os escritos e.Isaías Jeremias. Sofonias. Ester. A literatura hebraica é rica em poesia.19 F. Ezequiel. História. contam como livros históricos. Levítico. Há muitos erros nessas divisões. ao passo. que Daniel. I e II Crônicas. I e II Crônicas. Neemias. negam ao moribundo uma transfusão de sangue. Cada autor deseja ser coerente. 49:6. Oséias. baseados neste texto.com. Em menor grau temos: Jeremias. citado isoladamente.T.: Gn.PARALELISMOS BÍBLICO São passagens que não estão no contexto: Estão relacionadas com o texto.T. Paralelismos doutrinais: A Bíblia é um grande sistema harmonioso da verdade. vamos ver autores que pertencem ao mesmo período. não comereis”.br | contato@institutodeteologialogos. isto é. • Gênesis 9. com (néphsh) alma. pois baseados nesta heresia.br . Amós e Miquéias. O fundador do Adventismo do Sétimo Dia. Em alguns livros da Bíblia há dificuldade para se delimitar o contexto: Por exemplo. que é o Espírito Santo. baseando-se numa declaração isolada da escrita veterotestamentária. E com isso criam um sério problema. Temos então os profetas Isaías.20 parashoth (pericopes) e sedariym (leituras). em todas as circunstâncias. Em Eclesiastes as transições de um assunto para o outro são rápidas. • Os paralelismos verbais facilitam a interpretação: certas frases ou palavras podem ser melhor entendidas a partir desta observação. Ezequiel e os demais profetas que são de um período mais recente. C. criou uma seita herética. 10 .4: “Carne. Considerações sobre alguns textos: • Salmo 14:1: A expressão “não há Deus” deve vir sempre acompanhada do contexto: “diz o néscio no seu coração”. Assim para elucidação da verdade devemos procurar paralelismos primeiramente no mesmo livro. Em terceiro lugar procuramos textos paralelos em autores que têm afinidades . O melhor intérprete da Bíblia é a própria Bíblia. é difícil percebê-las e explicá-las. Os Russelitas.com. Em quarto.Ex: Isaías e Jeremias no A. A unidade do conteúdo provém do autor divino.EXEGESE BÍBLICA . mas não se relacionam entre si. pois as Escrituras interpretadas legitimamente satisfazem as necessidades de todos. Não há necessidade de se fazer isto. e que foram guiados pelas mesmas regras de fé e costumes. As afirmações citadas fora de seu contexto: Podem numa polêmica. são todos do mesmo século. bem como a sua fragmentação lógica. todos do mesmo século. trazer grandes dificuldades. A. com a sua vida. Joel. e por isso.institutodeteologialogos. Os paralelismos são divididos em: Verbais (quando são empregadas as mesmas palavras ou frases) e Reais (quando o mesmo pensamento é expresso ou discutido). • Os paralelismos reais se subdividem: em Doutrinais (quando a mesma verdade é ensinada) e Históricos (quando o mesmo acontecimento ou série de acontecimentos são registrados. O mesmo acontece com os autores do N. porém. Paulo e João no N. confundem o sangue (dam). apenas mostra as passagens paralelas. Em segundo lugar procuramos noutro livro do mesmo autor. 2:13. o Livro de Provérbios. F. no respeita ao AT. Notar as expressões: minha glória e minha alma. e expõem unicamente as suas idéias.T. com seu sangue. D. I Co. Um comentário inteiramente bíblico não faz comentário. Os versos se subordinam a um assunto geral. o trabalho de seus citados sucessores. Texto por pretexto: Muitos pregadores tomam o texto por pretexto. ex. Passagens paralelas Sl. As interpretações são arbitrárias e fantasiosas. Ex. Ex: I Crônicas e II Crônicas com I Reis e II Reis). Podemos usá-las porque admitimos a unidade das Escrituras. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. 7:5 e 57:8. E. facilitando assim. O Espírito Santo inspirou os escritores. os evangelhos sinópticos (os três Primeiros) da vida de Jesus.br | contato@institutodeteologialogos. Gn 22.26 com Mt 10:37. Tal prática é de uso freqüente na poesia hebraica.21 B.Ex: Lc 14. as narrativas da tempestade no Mar da Galiléia . sobretudo em se tratando da exegese bíblica. (Sl 57. A conversão de Saulo At. as diretrizes traçadas para qualquer monografia científica. Compare. • Síntese: sintetiza uma idéia ou pensamento. Nos livros de Samuel e Reis e depois nos livros das Crônicas. temos os quatro Evangelhos que são narrativas paralelas. 4. de modo que formem uma antítese ou um paralelo. por extensão no pensamento apresentado por cada frase.24-25. No N.7). exemplo: “O preguiçoso deseja e nada tem.1. um trabalho monográfico. Outros tipos de paralelismos: Há outros tipos de paralelismos. ó Deus.. exemplo: “firme esta o meu coração. geralmente. com palavras ou expressões semelhantes.T. 2 Reis 18:13-37 e caps. 9:1-22. mas deixou cada um exprimir-se na linguagem e no modo que lhe era peculiar. Há outras narrativas paralelas mais breves: Guerra de Senaqueribe contra Ezequias e doença de Ezequias .56.38-41.com.” Aqui temos antítese caracterizada nos adjetivos: preguiçoso x diligente e. Daí é que surgem as dificuldades. a síntese pode ser progressiva. 32.38-40 e Lc. e do N. Esse estilo antigo também influenciou os escritores do Novo Testamento. Temos melhor compreensão dos acontecimentos quando comparamos os paralelismos. 26:1-20. E. ocorre a sinonímia. Geralmente.Mt 8. 11 . 10:8 com 8.10-19. Temos duas narrativas paralelas. que estão mais relacionados com própria estrutura da língua hebraica como segue: • Sinonímia: repetir o mesmo pensamento. que poderá ser feita de acordo com as etapas gerais mencionadas a seguir: Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. • Quiasmo: disposição cruzada da ordem das partes simétricas de duas frases. Quando ocorre no contexto neotestamentário denominam-se.25 a 26 Mc. os Senhor! Cantar-te-ei louvores entre as nações”. 2 Cr. Há textos mais claros que explicam os mais obscuros: Os textos breves são explicados pelas expressões mais amplas . Temos uma síntese de pensamento no verso 10.ELABORAÇÃO DA EXEGESE Sendo a exegese.3). Sl 108. Jo.1 com Tg 1.46-55). C. Verificaremos na prática exegética essas particularidades escriturísticas. como hebraísmos (cf. D.br . • Antítese: é o contraste de pensamentos ou uma comparação. exemplo: “Render-te-ei graças entre os povos. na história dos Judeus. por exemplo. 22:1-21. Cada escritor se impressiona com um aspecto do acontecimento. mas não completa. como no resultado da postura de cada um.46 e com Jo 12. deverá seguir.com.13. uma progressão a partir do verso 11 e a síntese final nos versos 18 e 19. ou mesmo um assunto. em sua elaboração. Vemos aí parte da riqueza e beleza literária das Escrituras Sagradas. também..institutodeteologialogos.o meu coração está firme. com 5. Paralelismos históricos: Ocupam lugar importante na interpretação do A.45.Isaías 36-39. Cada um tem uma narrativa verdadeira. É claro que se poderão e deverão fazer as necessárias adaptações ao caso especifico da exegese.EXEGESE BÍBLICA . mas a alma do diligente se farta.39-40. exemplo: Provérbios cap.T. que exigem para sua solução uma visão compreensiva da inspiração da Bíblia. cantarei e entoarei louvores”. na progressão sintética. 19 e 20. o autor vai desenvolvendo de forma mais prolongada o pensamento exposto na síntese inicial. Lc 1. 8. ou seja.T. Dificuldades: Os paralelismos trazem também dificuldades. tornando-o acessível ao leigo. B. • Textos deuterocanônicos.EXEGESE BÍBLICA . está nas diferentes cópias do original. igualmente sustentadas. A Melhor Tradução. preferindo aquelas que forem feitas diretamente das línguas originais (A BLH. igualmente sustentadas pela confirmação externa. além de não contribuir eficazmente para o entendimento da mensagem exegética.institutodeteologialogos. uma vez que tal procedimento. Procuramos abaixo listar as fontes de pesquisa. por exemplo. • De duas variantes.com. D. No caso do texto hebraico (prosa e alta prosa).br | contato@institutodeteologialogos. deverá o exegeta. Não é necessário nem conveniente transcrever na exegese os textos de todas as traduções consultadas. a seguinte seqüência: a) texto original. • Textos profanos. uma fácil e outra difícil. todavia poderá o exegeta limitarse às principais traduções.com. Quando a variação entre manuscritos compromete a coerência interna da mensagem. poderá se inicia com uma metrificação do texto.22 A. • Textos pseudo epigrafos. Diferentes Traduções. nesse caso. Outra fonte de pesquisa. a mais provável é a que melhor se adapte ao sentido. Ordem das Fontes Consultadas: Deve o exegeta ter o cuido na elaboração da pesquisa exegética de obedecer um critério de consulta segundo a importância das fontes de pesquisa. sua indicação. • De duas variantes. • Versões em vernáculo do texto canônico. • Dicionários etimológicos. no caso da exegese bíblica. deve esta última ser preferida. naturalmente. C. b) sua tradução interlinear do texto. umas fontes são mais importantes que outras. justificando. podendo. E. pode ainda confundir o leitor. segundo a sua ordem de importância: • Bíblia em textos originais. • Comentários Exegéticos. (Entenda-se profano no sentido de não bíblico ou. c) a versão que considerar melhor para o cada trecho do texto. • Comentários hermenêuticos. • Compêndios Teológicos. • De duas variantes.br . • Léxicos em língua original. A primeira fonte de pesquisa. colocar no seu trabalho. deverá transliterar os termos ou vocábulos para facilitar a leitura de seu trabalho. deve-se preferir aquela que melhor concorde com o estilo do autor. Obviamente. • Textos analítico-morfológicos. é paráfrase. é constituída pelas diferentes traduções da Bíblia. Pesquisa e Documentação. não voltado diretamente para as Escrituras. não deve ser considerada pelo cientista como fonte de pesquisa final exegética). esta provavelmente é a melhor. Bíblia na Linguagem de Hoje. Quando o exegeta usar os textos originais. O exegeta em seu trabalho deve indicar a tradução que for a melhor para o texto em estudo. • Dicionários bíblicos. o que dá beleza à forma do trabalho. uma clássica (influência helênica) e outra e outra oriental. no caso específico da exegese bíblica. não só quanto à evidência externa. • Dicionários teológicos. de acordo com os princípios indicados por Joseph Angus nos seguintes itens: • De duas variantes. lançar-se ao trabalho de pesquisa.) Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. salientando a sua importância. porém. com a formulação de uma pergunta bem definida e clara.br | contato@institutodeteologialogos. Deve apresentar a solução do problema e a realidade prática desta mesma solução.EXEGESE BÍBLICA . sua titulação e sua ordenação. não pode ser pré-determinada ou estabelecida. devem ser as marcas de um trabalho monográfico. mas deve ser apresentada em forma de solução. não deve ocupar muito espaço. A ficha deve trazer o título da matéria nela registrada.). H. conforme o conteúdo nelas indicado pelos seus títulos. as fórmulas feitas e a linguagem sentimental. como trabalho monográfico. porém. aferi-lo por meio dos comentários. ou como síntese das idéias contidas no texto.br . Para ser apropriada e conveniente ao corpo do trabalho. Os problemas levantados ao longo da exegese terão sido resolvidos. imediatamente após a escolha do texto problema. ou seja. Fichamento da Pesquisa. dispensando-se assim as aspas. a transcrição pode ser ao pé da letra. A conclusão deve ser uma síntese da exposição. portanto. ela constitui a essência do trabalho propriamente dito. é preciso que o leitor entenda o raciocínio e as idéias do autor sem ser impedido por uma linguagem hermética ou esotérica. A terminologia técnica só será usada na medida estritamente necessária ou em trabalhos de especializado nível em que ela já se tornou terminologia básica. deve constar de três partes essenciais: introdução. Na redação de uma exegese bíblica. Esquematização. A documentação de pesquisa é a transcrição em fichas dos elementos importantes que o pesquisador vai descobrindo em sua leitura. colocando-se tudo entre aspas. Em linhas gerais. importando mais a clareza do que qualquer outra característica estilística. para fundamentação da questão a ser provocada. tem por fim. simplicidade no estilo. a transcrição será feita com a citação da fonte. Em ambos os casos. investigado e provado pelo ferramental exegético. impõe-se um estilo sóbrio e preciso. é a concatenação dos argumentos. Dependendo da importância do trecho. a última na ordem da elaboração.CONCLUSÃO A título de conclusão queremos dizer. Igualmente deve ser evitada a pomposidade pretensiosa. Somente após a documentação da pesquisa é que se vai fazer o agrupamento das fichas. ou verbalismo vazio. precisão na linguagem e objetividade nos argumentos. sobretudo no momento de fazer a esquematização. constitui apenas a base. orientar o estudioso a que procure praticar a leitura científica do texto bíblico com o fito de conhecê-lo de forma mais abrangente. buscando dirimir as suas limitações enquanto estudante das Sagradas Letras. para não ficar influenciado por preconceitos. Quanto à exposição. para efeito de classificação. pois o texto pode ser tendencioso (o melhor é usar estes recursos só caso de necessidade e nunca se limitar a um único comentarista.com. para depois. é sempre a última a ser redigida. F. de modo natural o corpo do trabalho com sua divisão. deve evidenciar o ponto de contextuação e enfatizar a resposta ao problema levantado na introdução. não deve conter material novo. inclusive os exemplos em apêndice.com. É aconselhável usar somente um lado da ficha e numerá-las seqüencialmente. exposição e conclusão. 12 . o acima exposto.institutodeteologialogos. É a primeira na ordem de apresentação. E para facilitar a distribuição da matéria.23 IMPORTANTE! Tomar cuidado com os comentários exegéticos e teológicos. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. que o que temos exposto até aqui. A introdução devera fazer o levantamento de um problema. G. O trabalho exegético em si é complexo e requer muita dedicação e boa vontade por parte daquele que deseja encetar uma feitura exegética. De qualquer modo. O bom é primeiro fazer o todo o trabalho de pesquisa. A monografia exegética como toda monografia deve possuir uma conclusão. Redação. de forma resumida o exegeta deve apresentar o resultado final de sua tarefa exegética. bem como em qualquer trabalho monográfico. de onde surgirá. portanto. a contextuação final do problema apresentado. ou fundamento rudimentar da exegese. A exposição. A conclusão é o fechamento do trabalho. mas. pois. A Exegese. Em fim. 5ª EDIÇÃO. dever-se-á desenvolver um trabalho prático de exegese.EXEGESE BÍBLICA .br . Exegese do Novo Testamento. que o estudioso tenha a consciência de haver. ATIVIDADE 1. mesmo. pois. Para finalização dos estudos no MODO NORMAL. colocar em prática as técnicas apreendidas. em se tratando do estudo da Escritura. na medida das suas potencialidades.institutodeteologialogos. Uwe. por isso mesmo. esgotado todos os seus limites. essa disciplina deverá ser concluída em 20 dias. Procurando. essa disciplina deverá ser concluída em 5 dias. São Paulo: SINODAL.br | contato@institutodeteologialogos. PROGRAMA DE ESTUDOS Para finalização dos estudos no MODO INTENSIVO. contudo. “exaustiva” e laboriosa. Qual a aplicação da Hermenêutica e da Exegese na compreensão de um texto bíblico? Dê exemplos. comentário exegético. É importante. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. 1998. verificarse-á. porém. extremamente gratificante.24 Em seqüência a esse estudo. o aprendiz. trabalho de pesquisa e fichamento do material coletado. cada estudioso. com análise de textos originais.com. BIBLIOGRAFIA BÁSICA WEGNER. a feitura exegética. ao longo do desenvolvimento exegético. honestamente. obviamente lida com as suas limitações.com. ........8...................................................... 2....................................................................... 787.......................................................................................2.............................. 55........ 10............... 5.................. 10............................................................................................................................................. 3..................................................................... IMAGEM E SEMELHANÇA DE DEUS ................19 O ESPIRITISMO E AS SUAS CRENÇAS .27 EVITANDO OS FALSOS TEÓLOGOS ............7...........6 O PURGATÓRIO .........4.........................3..............................................35 O RACIONALISMO CRISTÃO ....................2.......................26 A TEOLOGIA DE KARL BARTH ....................................... 10.................................................................... 33..............5.......................... SEMELHANÇA DE DEUS ................................... 3............................................... 2.....................................................................................................................2....................................................... 31 OPÇÃO PELA DEMOCRACIA E PELA LIBERDADE .........23 O HOMEM FOI CRIADO POR DEUS ........................7................. 30 COMUNISMO MARXISTA .....5......................................................................... 10.................................................................................................. 36 A PROPOSTA DO RACIONALISMO CRISTÃO ..........................................1..........................33 A DEMOCRACIA GARANTE A LIBERDADE DE CULTO............ 2................................................... O ESPIRITISMO .................................................... 3.......................8 A TRADIÇÃO E A BÍBLIA .............. 2...........................................4......................32 VÍTIMA DA FALSA TEOLOGIA.............................................. 3....................................................................37 PROPAGAÇÃO DO RACIONALISMO CRISTÃO .............................................................................36 A DOUTRINA RACIONALISTA ....................... 10..................17 SAUL E A MÉDIUN DE EN-DOR ..... 8.............14 A TEORIA DA REENCARNAÇÃO ................................................................................3.2............ 34 ...........6............................................... 3............................................................32 O QUE PREGA O MARXISMO .................... 6.......... 4.............................................................................1.........................................27 A DOUTRINA NEOMODERNISTA .......................................................................2........................6......................1........................10 A VIRGEM MARIA ................................................ 44.............................................................................. 8...................................37 DOUTRINA RACIONALISTA ....................... 3............................................3........................2....... 8.....41 2.....................1........................................................................ 22 O HOMEM..................... 10 10......12 RESUMO HISTÓRICO ................22 ARGUMENTOS CONTRA O EVOLUCIONISMO ...............................4 PAGANIZAÇÃO DA IGREJA ROMANA .....16 UMA TEORIA ABSURDA ...........1.........1...................................................................................................32 O MARXISMO E O PROBLEMA DA LIBERDADE .......20 CONCEITO DA ORIGEM DO HOMEM ....... 9....1........................... 2.14 SUBDIVISÕES DO ESPIRITISMO ...4.38 O RACIONALISMO CRISTÃO DESMASCARADO ........... 2.....................................................................................3...5...............................................1..................................................SUMÁRIO 12O QUE É HERESIA?........24 O HOMEM...............18 VOCABULÁRIO ESPÍRITA .....................................1................6....25 O HOMEM............................................................................................. 66................................................................3.......37 AS SEÇÕES DE LIMPEZA PSÍQUICA .....................4.........2. 26 UMA SOLENE ADVERTÊNCIA .......5......2.................................... 8................ IMAGEM DE DEUS ...... 3.................................................................. 3 CATOLICISMO ROMANO..17 A INVOCAÇÃO DOS MORTOS .................... 8...........................................................................................11 A MISSA .........5 É PEDRO O FUNDAMENTO DA IGREJA? ..... 4.........35 PORQUE PREFERIR A DEMOCRACIA ............................................33 MARXISMO VERSUS IGREJA .........30 A RADICAL MUDANÇA .......... 14 O EVOLUCIONISMO..... 4 RESUMO HISTÓRICO ........... 99........ 25 O NEOMODERNISMO TEOLÓGICO .. .............................................. 13 13......... 12............2...... 13... 13...........com.... 12..............................................br | contato@institutodeteologialogos..........5..................................br .....institutodeteologialogos......................................................................................................2 11 - O ECUMENISMO ............................................................................................47 PROTESTANTISMO .... 47 EVANGELHO QUADRANGULAR ................ 13....................... 12......... 52 COMO PODEMOS TIRAR ALGUÉM DE UMA SEITA? ......................................49 SEITAS .............4.... 48 CRISTÃOS INDEPENDENTES .................................com..................... 14..................................1...........................................2................ 49 PRESBITERIANOS ... 49 LUTERANOS ...... 50 BATISTAS... 46 CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL ........................5........3....... 47 DEUS É AMOR ...... 52 POR QUE ALGUÉM SEGUIRIA UMA SEITA? ....................3............. 53 11.................................... 46 OBJEÇÕES AO CMI E AO ECUMENISMO ..........1...1................4......................1................................................................................................................................. 52 COMO AS PESSOAS SÃO MANTIDAS NA SEITA? ......................................3......3.............. PENTECOSTALISMO ......... 47 ASSEMBLÉIA DE DEUS ........ 45 ALCANCE DO ECUMENISMO ..... 49 METODISTAS ...................................................................................................................RELIGIÕES E SEITAS ..................2....... 14 14.. 11..50 Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.................................... 14................ 14.......................................................................... 50 O QUE É UMA SEITA?............................................................................. 50 TÉCNICAS DE RECRUTAMENTO .......................... 14...... 11........................ 48 PROTESTANTISMO HISTÓRICO .....5....................45 PROPÓSITO DO ECUMENISMO ............................................................................................................................................................... 13.......................... 12...................................................................4.................................................................................................................................................................................. 12 12...............................................................2..... Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. movidos por avareza. pela hipocrisia dos que falam mentiras. nos últimos tempos alguns apostatarão da fé.com. até ao ponto de negarem o Soberano Senhor que os resgatou. 1 Coríntios 11.4).16). é o abandono da verdade. farão comércio de vós. e a sua destruição não dorme" (2 Pe 2. escreve: "Mas o Espírito afirma expressamente que.5. Uma seita é identificada. "preferência". para eles o juízo lavrado há longo tempo não tarda.5. destacamse as seguintes: • A ação diabólica no mundo (2 Co 4.3 1- O QUE É HERESIA? Heresia deriva da palavra grega háiresis e significa: "escolha". • A falta de maturidade espiritual (Ef 4. será infamado o caminho da verdade. O apóstolo Pedro escreve também: "Assim como no meio do povo surgiram falsos profetas. por causa deles. Gálatas 5. Do ponto de vista cristão. nos dois primeiros versículos do capítulo quatro da sua primeira epístola a Timóteo.9. O termo háiresis aparece no original em Atos 5. um dos sinais dos tempos sobre os quais falaram Jesus e seus apóstolos. Entre as muitas razões para o surgimento de seitas falsas no mundo.4). sobretudo pelo fato de os ensinos heréticos e o surgimento das seitas falsas serem parte da escatologia. por exemplo. "heresia" aparece em Atos 24. em geral. os quais introduzirão dissimuladamente heresias destruidoras.20 e 2 Pedro 2. • A ação diabólica contra a Palavra de Deus (Mt 13. hoje.17. por efeito de semântica. e. 24.br | contato@institutodeteologialogos. "seleção". com palavras fictícias. Por sua vez.19). • A falta de conhecimento da verdade bíblica (1 Tm 2.com.25). ou as idéias de outrem. 15. E muitos seguirão as suas práticas libertinas.1. heresia é o ato de um indivíduo ou de um grupo afastar-se do ensino da Palavra de Deus e adotar e divulgar suas próprias idéias. Daí surgiu a palavra seita. por aquilo que ela prega a respeito dos seguintes assuntos: • A Bíblia Sagrada • A Pessoa de Deus • A queda do homem e o pecado • A Pessoa e a obra de Cristo • A salvação • O porvir Se o que uma seita ensina sobre estes assuntos não se coaduna com as Escrituras. Em resumo. • A ação diabólica contra a Igreja (Mt 13. O estudo da heresiologia é importante. O apóstolo Paulo. • A falsa hermenêutica (2 Pe 3.1-3).22. 28.institutodeteologialogos.RELIGIÕES E SEITAS .14). 26. também. em matéria de religião.br . podemos estar certos de que estamos diante duma seita herética. trazendo sobre si mesmos repentina destruição. e que têm cauterizada a própria consciência". assim também haverá entre vós falsos mestres. • O descuido da Igreja em pregar o Evangelho completo (Mt 13.25).11. isto é. por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios.5. Causas da Decadência da Igreja. a perseguição à Igreja verdadeira ajudou a manter a sua pureza. 2- CATOLICISMO ROMANO Até há bem pouco tempo. foi nomeado para esse cargo no ano 378. Porém.com. Só os realmente salvos se dispunham a pagar esse preço. Quando os imperadores propuseram-se a exterminar a Igreja Cristã.38). bispo da Igreja Cristã em Roma. Nesse tempo. Isto vem do fato de que toda ramificação do Cristianismo costuma ligar a sua origem à Igreja fundada por Jesus Cristo.4 Esperamos. como a data da sua fundação. A. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. ser cristão significava um grande desafio. moral e espiritual da Igreja começou quando milhares de pessoas foram por ela batizadas e recebidas como membros. mas. Começo da Degeneração. é muito difícil fixar com exatidão a data de sua fundação. Nesse Concilio foi estabelecido o chamado "Credo dos Apóstolos".br | contato@institutodeteologialogos. e aqueles que fielmente seguiam a Cristo sabiam que tinham suas cabeças a prêmio. sem terem experimentado uma real conversão bíblica. já que essa igreja é majoritária (pelo menos nominalmente) em nossa pátria desde o seu descobrimento. que. eram o mesmo Deus adorado pelos cristãos. Verdadeiros pagãos que eram. B. achou-se no direito de convocar um Concilio em Nicéia. que material possa de alguma forma ajudar àqueles que estão à procura da verdade libertadora. Proclamando a si mesmo benfeitor do Cristianismo. pois.C. Depois que o imperador Graciano se negara a liderar essa religião nãocristã. A decadência doutrinária. na realidade. em 1500. até o ano 276 da nossa Era.com. Jesus Cristo (Jo 8. só os que estavam dispostos a renunciar o paganismo e a sofrer o martírio declaravam sua fé em Deus.institutodeteologialogos. pois eram rejeitados e perseguidos pelos poderosos. onde a grande maioria dos membros de nossas igrejas. introduziram-se no seio da Igreja trazendo consigo os seus deuses. segundo eles.br . produziu resultados desastrosos dentro da Igreja. Isso parecia ser o triunfo final do Cristianismo. Uniram-se assim numa só pessoa todas as funções dum sumo sacerdote apóstata e os poderes de um bispo cristão. os melhores livros escritos sobre seitas e heresias não incluíam a Igreja Católica Romana no seu esquema de estudos. C. Em 312. preservando-a de líderes maus e ambiciosos. Nessa época. Durante os primeiros três séculos da Era Cristã.RELIGIÕES E SEITAS .1. Graças à tenacidade e coragem dos Pais da Igreja e dos famosos apologistas cristãos. teoricamente. veio do catolicismo romano. porque o seu afastamento das doutrinas bíblicas deu-se paulatinamente. ou para gozar dos privilégios e do sustento que o Estado garantia a tantos quantos fizessem parte do clero. Raízes do Papado e da Mariolatria. homens ambiciosos e sem o temor de Deus começaram a buscar posições na Igreja como meio de obter influência social e política. os imperadores romanos haviam ocupado o posto e o título de Sumo Pontífice da Ordem Babilônica. quanto ao desenvolvimento da organização eclesiástica e doutrinária da Igreja Romana. Resumo Histórico A Igreja Católica menciona o ano 33 d. para resolver certos problemas doutrinários gerados por determinados segmentos da Igreja. o formalismo e as crenças pagas iam-se infiltrando na Igreja até o nível de paganizá-la completamente. Deste modo. Constantino apoiou o Cristianismo e o fez religião oficial do Império Romano. o combate da Igreja às heresias que surgiram nessa época resultou numa expressão mais clara da teologia cristã. Dâmaso. Logo no início do século IV.C. Constantino ascendeu ao posto de imperador. 2. Não é esse o caso do Brasil. Desde o ano 200 a. talvez devido ao fato de grande parte deles terem sido escritos em países onde essa igreja não exercia suficiente influência para ser notada como tal. O rompimento final aconteceu. hoje Istambul. começa um movimento herético contra a divindade de Cristo. Calixto se torna bispo de Roma. até os nossos dias: Ano 33-196 197 217 270 370 Dogma ou Cerimônia Nesse período da História. esteve como um barco à deriva. Quaresma. A Igreja Oriental guardou a primazia sobre os patriarcados de Jerusalém. sediada em Roma. Canonização dos santos. A festa da Assunção de Maria é observada pela primeira vez.2.com. a mãe do Salvador. bispo de Roma. O sacerdote. Zeferino. ficando sediada em Constantinopla. Início do culto das imagens e das relíquias. a Igreja Romana. ou Ortodoxa. então Capital do Império. a Igreja não aceitou nenhuma doutrina anti-bíblica. O Cisma Entre o Oriente e o Ocidente.com. o altar. O latim passa a celebrações litúrgicas.br .5 Imediatamente depois deste acontecimento. por Santo Antônio. Enquanto se desenvolvia a adoração a Maria. Daí procederam todos os absurdos romanistas quanto à humilde pessoa de Maria. a missa e as imagens de escultura assumiram papel de preponderância no culto. Foi mais um cisma na já combalida Igreja Romana. Origem da vida monástica no Egito.institutodeteologialogos. Formas pagas. na Turquia. usos esses introduzidos pela influência dos pagãos convertidos. liderada por Martinho Lutero. Antioquia e Alexandria. Maria é proclamada a "Mãe de Deus". O cisma entre o Oriente e o Ocidente logo tornou-se evidente. começou-se a promover a adoração a Maria como a Rainha do Céu e a Mãe de Deus. sem saber onde aportar. Orações pelos mortos e sinal da cruz feito no ar.br | contato@institutodeteologialogos. ou Romana. D. em 1054. 2. por parte da Igreja Oriental. Desde então. O dogma do Purgatório começa a ser ensinado. A autoridade era centralizada numa igreja dita infalível e não na vontade de Deus. Até que veio a Reforma Protestante. que assim separou-se da Igreja Romana. conforme expressada pela sua Palavra. influenciaram essa igreja. os cultos da Igreja de Roma perdiam cada vez mais os elementos espirituais e a perfeita compreensão das funções sobrenaturais da graça de Deus. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.RELIGIÕES E SEITAS . nitidamente desviada dos princípios ensinados por Jesus no seu Evangelho. Estabelecimento do Dia de Finados. Culto dos santos professado por Basílio de Cesaréia e Gregório de Nazianzo. Paganização da Igreja Romana Note a seguir o processo da gradual paganização da Igreja Católica Romana. A confissão auricular é introduzida na igreja por religiosos do Oriente. Primeiros indícios do turíbulo (incensário). ser usado como língua oficial nas VI 400 431 593 600 609 758 789 819 880 998 998 Começo histórico do papado. paramentos e altares nas igrejas. com a Igreja Ocidental. desde que ela começou a abandonar a simplicidade do Evangelho de Cristo. como a ênfase sobre o mistério e a magia. pondo-se à frente da propaganda herética e levando a Igreja de Roma para mais longe do caminho de Cristo. compulsoriamente. Estabelecida a venda de indulgências. Pois também eu te digo que tu és Pedro. Introduzem-se na igreja o pagamento da missa e o culto aos anjos. E Jesus.. e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. e eu te darei as chaves do Reino dos céus.RELIGIÕES E SEITAS . principalmente. A Igreja Católica Apostólica Romana é proclamada como sendo a única verdadeira. Declara-se que a missa é oferta propiciatória e confirma-se o culto aos santos. Os sacerdotes casados devem divorciar-se. o Filho de Deus vivo. Declaração da autoridade temporal do papa. respondendo. Para fundamentar esse ensino.16-19: "E Simão Pedro. A confissão é transformada em artigo de fé. Os 7 sacramentos e o dogma do Purgatório são transformados em artigos de fé. respondendo. Adoração à hóstia. Proíbe-se aos leigos a leitura da Bíblia. mas meu Pai.3. para a passagem de Mateus 16. Estabelecidos os 7 sacramentos.com. e tudo o Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. Indulgências plenárias. cada um de sua esposa. Definição do dogma da Imaculada Conceição de Maria. Procissão do Santíssimo Sacramento e a oração da Ave-Maria. chefe da inquisição. A assunção de Maria é transformada em artigo de fé.com. apela. porque to não revelou a carne e o sangue. Entre os cônegos de Lião aparecem as primeiras idéias da Imaculada Conceição de Maria. O uso do cálice fica restrito ao sacerdote. e somente nela o homem pode encontrar a salvação.6 1000 1074 1075 1095 1100 1115 1025 1160 1186 1190 1200 1215 1220 1226 1229 1264 1303 1311 Cânon da Missa.br ..institutodeteologialogos. É Pedro o Fundamento da Igreja? A Igreja Católica Romana considera o apóstolo Pedro como a pedra fundamental sobre a qual Cristo edificou a sua Igreja. Proíbe-se o casamento para os sacerdotes. Declaração da infalibilidade papal. Conferida à Tradição autoridade igual a da Bíblia. a hóstia. 2. A transubstanciação é transformada em artigo de fé. disse-lhe: Bem-aventurado és tu. e sobre esta pedra edificarei a minha igreja. disse: Tu és o Cristo.br | contato@institutodeteologialogos. 1414 1439 1546 1562 1573 1854 1864 1870 1950 Definição da comunhão com um só elemento. Introduz-se a elevação da hóstia. que está nos céus. Uso do rosário por São Domingos. Festa do Sagrado Coração. É estabelecida a canonicidade dos livros apócrifos. O Concilio de Verona estabelece a "Santa Inquisição". Simão Barjonas. conclui-se que: • Pedro jamais assumiu no seio do Cristianismo nascente a posição e as funções que a teologia católico-romana procura atribuir-lhe.4.10e 11). Pedro é petros = bloco rochoso e móvel e não petra = rocha grande e firme. Partindo deste raciocínio. Numa simples comparação entre a teologia vaticana e a Bíblia. descobre-se quão absurda é a interpretação romanista a respeito da pessoa e ministério desse apóstolo do Senhor. Diz o apóstolo Pedro: "Este Jesus é a pedra rejeitada por vós. mas para com Deus eleita e preciosa" (1 Pe 2. sem mão. p.com. quando uma pedra foi cortada. só ele detém o poder de abrir a porta do Reino dos céus. se apelarmos para os Pais da Igreja dos primeiros quatro séculos. tais como a pedra de arremesso. Dessa passagem. e isto estava intimamente relacionado com a pretensão exclusivista do bispo de Roma.br . redundam em sofismas. "Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas. • A Pedro foi dado o poder das chaves. Mesmo numa despretensiosa análise do assunto. eu te darei também a plenitude dos poderes executivos. ainda. só dezesseis crêem que o Senhor se referia a Pedro quando disse "esta pedra". a Igreja Romana deriva o seguinte raciocínio: • Pedro é a rocha sobre a qual a Igreja está edificada. Dos outros Pais da Igreja.RELIGIÕES E SEITAS .4). Mc 12. através da linhagem de bispos e papas.) B. • Pedro tornou-se o primeiro bispo de Roma. as pretensões da Igreja Romana com referência a Pedro. legislativos e judiciários.33. a qual se tornou a pedra angular" (At 4. que é o reino dos céus aqui na terra. e outros. uma igreja sobre a qual as portas do inferno não prevaleceriam não poderia repousar sobre Pedro.br | contato@institutodeteologialogos. Dos oitenta e quatro Pais da Igreja antiga. de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina" (Ef 2. à confissão que Pedro acabara de fazer. 68). móveis. À luz das palavras do próprio apóstolo Pedro. Cristo é a pedra. o padre Miguel Maria Giambelli põe o versículo 19 de Mateus 16 nos lábios de Jesus. Portanto. porque tu agirás em meu nome e com a minha autoridade" (A Igreja Católica e os Protestantes. a respeito do apóstolo Pedro e sua atuação no seio da igreja nascente.34). a pedra que vive. O Testemunho dos Pais da Igreja. O substantivo feminino petra designa do grego uma rocha grande e firme. pelos homens.20. Só a partir do século IV começou-se a falar a respeito da possibilidade de Pedro ser a pedra fundamental da Igreja.7 que ligares na terra será ligado nos céus. todos vigários de Cristo na Terra. Portanto. sim. portanto. • Toda autoridade foi conferida a Pedro até nossos dias. Já o substantivo masculino petros é aplicado geralmente a pequenos blocos rochosos. de tal maneira que qualquer coisa que tu decretares. "pedra" se refere a Cristo e não a Pedro. e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus". 1 Coríntios 10. outros.institutodeteologialogos. uns dizem que esta expressão se refere à pessoa de Cristo mesmo. Cristo é apetra (= rocha grande e firme): "Chegando-vos para ele. cf. (Se desejar leia ainda Romanos 2. Nestes versículos.com.4 e 1 Pedro 2. Uma Interpretação Absurda.20). • De acordo com a Bíblia. os construtores. 9. A. a todos os apóstolos. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. bem como a pedras pequenas.11. "Estavas vendo isso. rejeitada. da seguinte maneira: "Nesta minha Igreja. eu a ratificarei lá no Céu. a qual feriu a estátua nos pés de ferro e de barro e os esmiuçou" (Dn 2. que costumamos chamar veniais. orações.4. é também um lugar onde a alma cumpre pena. nem neste mundo nem no porvir" (Mt 12. F. B.15). a ponto de merecerem o céu. sois edificados casa espiritual para serdes sacerdócio santo. 2. O Purgatório A idéia do Purgatório tem suas raízes no budismo e em outros sistemas religiosos da antigüidade.8 Todos os crentes são petros = blocos rochosos e moveis. • ". A. a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais. pois. mas não plenamente expiados.36). agradáveis a Deus. são chamados desta vida. dela darão conta no dia de juízo" (Mt 12. como pedras que vivem. O fogo do Purgatório será mais terrível do que todo o sofrimento corporal reunido. de que havia um lugar entre o céu e o inferno. pois. a Igreja Romana apela para algumas passagens bíblicas.. Os que. 2.br | contato@institutodeteologialogos. Missas.com..32). sem que se tenham arrependido destas faltas ordinárias. das quais extrai apenas falsas inferências. como que através do fogo" (1 Co 3. Oração Pelos Mortos.se a obra de alguém se queimar. mas se alguém falar contra o Espírito Santo. O escritor católico Mazzarelli faz seus cálculos à base de trinta pecados veniais por dia. perfazendo um total de mil e oitocentos anos. por intermédio de Jesus Cristo" (1 Pe 2. a ponto de merecerem o inferno. como também acumula méritos àqueles que as mandam dizer. e que muitos cristãos cometem — e que. e nada mais. E. ou por outra razão. em favor de todos os homens" (1 Tm2.vós mesmos. Assim. pelo que o fogo do Purgatório deve ser temido grandemente. E de se supor que a prática romanista de interceder pelos mortos tenha-se gerado da falsa interpretação às seguintes palavras de Paulo: "Antes de tudo. mas também. todavia. C. assim a esmola lava o pecado".. segundo o ensino romanista.br . ". Alegadas Razões Desse Dogma. Um único dia nesse lugar de expiação poderá ser comparado a milhares de dias de sofrimentos terrenos. além de ser um lugar de purificação. Esse papa adicionou o conceito de fogo purificador à crença. o Purgatório não havia sido oficialmente reconhecido como parte integrante da doutrina romanista. devendo-se acrescentar aos veniais os pecados mortais absolvidos. um dia no Purgatório. mas esse mesmo será salvo. exorto que se use a prática de súplicas. Esmolas. para cada pecado. ou por morte repentina. "exatamente como a água apaga o fogo mais violento.RELIGIÕES E SEITAS . a missa beneficia não só a alma que sofre no Purgatório. não eram tão bons. Os que morrem culpados de pecados menores. • "Digo-vos que toda palavra frívola que proferirem os homens. D. Dar esmolas com a intenção de aplicá-las nas necessidades da alma que pena no Purgatório "é jogar água nas chamas que a devoram". caso o pecador tenha sessenta anos de vida na Terra. destacam-se os seguintes: • "Se alguém proferir alguma palavra contra o Filho do homem ser-lhe-á isso perdoado. não lhe será isso perdoado. não deram plena satisfação deles à justiça divina" (A Base da Doutrina Católica Contida na Profissão da Fé). surgiu a crença de que o fogo do Purgatório tem poder de purificar a alma e todas as suas escórias.institutodeteologialogos. até fazê-la apta a se encontrar com Deus. o Purgatório.5).. Até a época do papa Gregório I. tendo sido formalmente culpados de pecados maiores. Entre os versículos preferidos.com. para onde eram enviadas as almas daqueles que não eram tão maus. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. De acordo com a teologia romanista. Uma Descrição do Purgatório. sofrerá ele dano. e.1). ações de graça. Quem Vai Para o Purgatório? A pergunta: Que espécie de gente vai para o Purgatório? — responde o papa Pio IV: "1. porém. As missas são tidas como os principais recursos empregados em benefício das almas que estão no Purgatório. intercessões. Pretende a Igreja Romana que. então corrente. Buscando provar a existência do Purgatório. seu Filho. Refutação do Purgatório O Purgatório não é somente uma fábula engenhosamente montada. lugar de suplício eterno. segundo o qual a obra expiatória de Cristo satisfez a pena devida aos pecados cometidos antes do batismo. neste Concilio Ecumênico. mas para satisfazer a si mesmo! • Ao lançar seus filhos no Purgatório. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. para expiar os pecados já purgados.com. se esforcem para que a salutar doutrina concernente ao Purgatório — transmitida a nós pelos veneráveis pais e sagrados concílios — seja crida. diligentemente. vindo depois disto o juízo (Hb 9.institutodeteologialogos.13). porém. e o sangue de Jesus. ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça" (1 Jo 1. • Quanto ao atual estado dos salvos mortos (Lc 23.36). sustentada. porque só o papa possui a chave daquele cárcere! • Dizer que as almas expiam suas faltas no Purgatório é atribuir ao fogo o poder do sacrifício de Jesus. supõe os seguintes disparates e blasfêmias: • Não obstante Deus declare que já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus (Rm 8. O purgatório do crente é o sangue de Jesus. Essa doutrina. • Deus não queima os seus filhos no Purgatório para satisfazer à sua justiça já satisfeita pelo sacrifício de Cristo.RELIGIÕES E SEITAS . mas a sua doutrina se constitui num vergonhoso sacrilégio à honra de Deus e num desrespeito à obra perfeita efetuada por Cristo na cruz do Calvário. que dos céus intercede pelos pecadores.8). Ele se contradiz a si mesmo quando lança o salvo no Purgatório.br . • Quanto à bem-aventurada esperança do salvo (Fp 1. nos purifica de todo pecado. O que a Igreja Católica Romana chama "Purgatório". e ignorar completamente a obra que Cristo efetuou no Gólgota! • Que o castigo do pecado fica para depois de perdoado! Estes disparates provêm dum erro da teologia vaticana.Ap 14. • Quanto à completa justificação pela fé (Rm 5. "Se.1).23. vê-se impossibilitado de livrar as almas que estão no Purgatório. como ele está na luz.27).br | contato@institutodeteologialogos. mantemos comunhão uns com os outros. andarmos na luz. quando serão julgados e condenados ao Lago de Fogo. jamais sairão (leia Lucas 16. que há o Purgatório. • Quanto ao completo livramento do juízo vindouro (Jo 5. ou "Inferno". pois ela é o resultado da misericórdia de Deus e do sangue do seu amado Filho. A salvação oferecida por Cristo é uma salvação perfeita e total. contudo.43.7.com. Todas estas incoerências sobre o dogma do Purgatório estão em contradição com as seguintes afirmações bíblicas: • Quanto à perfeita libertação do pecado (Jo 8. este santo concilio ordena a todos os bispos que. a Bíblia chama "Gehenna".2).19-31 e veja que nada poderá ser feito em favor daqueles infelizes que são lançados nesse lugar de terrível suplício). A esses está ordenado morrerem uma só vez. de onde aqueles que nele são lançados.32. Deus está com isto dizendo que o sacrifício do seu Filho foi imperfeito e insuficiente! • Jesus. tem ensinado nos santos concílios. instruída pelo Espírito Santo nos sagrados escritos e pela antiga tradição dos Pais. e que as almas nele retidas são assistidas pelos sufrágios das missas. ensinada e pregada em toda parte pelos fiéis de Cristo" (Seção XXV).21. e ultimamente.9 Ainda sobre o Purgatório. • Quanto à intercessão de Cristo (1 Jo 2. além de absurda e cruel. Se confessarmos os nossos pecados.1. o Concilio de Trento declarou: "Desde que a Igreja Católica.24).2Co5. e não daqueles que foram cometidos posteriormente.9).1). portanto. A. como única regra de fé e prática do cristão. como Lutero ensinou no século XVI. os leigos estavam privados da possibilidade de ver quão desrespeitosos à Bíblia são os dogmas acobertados pela Tradição. ela não está arranjada de forma sistemática. diria: A tradição sou eu" (Fé e Vida. lê-se o seguinte: "Não é através da Escritura apenas que a Igreja deriva sua certeza a respeito de tudo que foi revelado. A Bíblia. o clero fez exatamente o contrário: no Concilio de Tolosa. desta para a Igreja. e ressuscitou ao terceiro dia. sobre a Bíblia.br . Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. não é mais do que letra morta. ênfase do autor). foi levado a estabelecer a Tradição como autoridade para apoiar os seus dogmas e enganos. com certeza. A ênfase bíblica da mensagem reformada forçou o clero da Igreja Romana a reavaliar a decisão do Concilio de Tolosa.10 2. quais são os livros que constituem as Escrituras inspiradas. e passou a permitir a leitura da Bíblia pelos leigos. Desse modo. 127).31). o clero em mais uma demonstração de rejeição das Escrituras. porque. a um livro ininteligível e destituído de autoridade. sem a interpretação de um apostolado divino e infalível. Paulo. assim. separado da Bíblia.RELIGIÕES E SEITAS . Esta foi a evolução da autoridade: das Escrituras para a Tradição. jamais poderemos saber. em vez de deixar o paganismo e voltar-se para a Bíblia. cujo ministério estava fundamentado no Evangelho. em si mesma. esperando por um intérprete divino. mas a História revela que a sua tendência sempre foi de flutuar de um para outro ponto. A Tradição e a Bíblia Em 1929. como São Pedro diz de certas passagens das Cartas de Paulo (2 Pe 3. ou se as cópias que hoje possuímos concordam com os originais. em 1229. At 8. Como a maioria dos dogmas da Igreja Romana não tivesse o apoio da Bíblia.16. com propensão para fincar-se no papado. que Cristo morreu pelos nossos pecados. esta começou a ter dificuldades em como justificá-las à luz das Escrituras. está aberta à falsa interpretação. os dogmas fundamentados na Tradição estariam resguardados de julgamento e a Bíblia reduzida. em 1870. Estabelecida a Tradição. segundo as Escrituras" (1 Co 15. Impedidos de interpretar a Bíblia por si mesmos. o valor da Bíblia.4. Ela não tinha lugar na igreja primitiva. "A questão da autoridade na Igreja Romana foi sempre uma dolorosa questão. e que foi sepultado.8).5. um "outro evangelho" (Gl 1. da Igreja para o clero e deste para o papado que.br | contato@institutodeteologialogos. tomaram a medida extrema de proibir o uso da Bíblia pelos leigos. a Igreja Católica Romana não havia ainda tomado nenhuma posição no sentido de conferir à Tradição autoridade igual à da Bíblia Sagrada. segundo as Escrituras. dispensando. maio de 1943). como ela é. A Tradição da Igreja Romana é. Até a Reforma Protestante. sem dúvida alguma. Por isso ambas (Escritura e Tradição) devem ser aceitas e veneradas com igual sentido de piedade e reverência" (p.com. B.30. cf. com o advento da Reforma Protestante no século XVI. e de difícil entendimento.3.com. No Compêndio do Vaticano II. O Evangelho só.institutodeteologialogos. Só dessa forma. o maior escritor e doutrinador do Novo Testamento. Isto devido à generalizada ignorância do povo a respeito das Escrituras. a tradição vaticana. contém "todo o conselho de Deus" (At 20. • Que os leigos não formassem juízo próprio dos seus ensinos. somente por meio da Tradição divina" (The Question Box). Porém. certo número de verdades reveladas têm chegado a nós.27). e a sua mensagem pregada onde quer que se fizesse sentir a influência desse evento. Desde que muitas inovações anticristãs começaram a ser aceitas pela Igreja Romana. desde que satisfeitas as seguintes exigências: • Que a Bíblia fosse editada ou autorizada pelo clero. é obscura. falou sobre a suficiência deste quando escreveu: "Antes de tudo vos entreguei o que também recebi. Além disso. antítese do Evangelho do Senhor Jesus Cristo. escreveu o padre Bernhard Conway: "A Bíblia não é a única fonte de fé. • Que os leigos só aceitassem a sua interpretação quando feita pelo clero. Tradição – Traição ao Evangelho. foi exaltado. Ouviu-se bater à porta. B.19. p.26). santo.11 A Tradição não pode resistir a uma análise por parte de famosos cristãos da antigüidade. tradução oficial da Bíblia usada pela Igreja Romana. o tradutor da "Vulgata".com. Mãe de Deus e de nosso Senhor Jesus Cristo". foi o veredicto. p.5 e Gálatas 1. como que plasmada pelo Espírito Santo e formada nova criatura" (Compêndio Vaticano II." 2. que estava sentada à direita do seu Filho.31. a virgem Maria. João 7. • Maria teve outros filhos. No entanto a grande maioria das Igrejas Protestantes afirma que Maria não guardou a sua virgindade e teve outros filhos além de Jesus" (A Igreja Católica e os Protestantes. p. tampouco diante das Escrituras. no século III.12. "Cumpriu ele as condições?" foi a pergunta. 13. A Confissão de Fé de Westminster traz num dos seus decretos algo que os católicos deveriam ler e não esquecer.6. Nesse ponto.14. mas não a tradição. e feito mais alto do que os céus" (Hb 7. 109). sem autoridade e testemunho das Escrituras. falando através das Escrituras.3. Cipriano. 88).10. 105). Os ensinadores romanistas Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. Medianeira" (Compêndio Vaticano II.56.19. Além de João 2. O que a Bíblia declara é que "todos pecaram e carecem da glória de Deus" (Rm 3. A Virgem Maria A essência da adoração na Igreja Católica Romana gira não em torno do Pai.br | contato@institutodeteologialogos. do Filho e do Espírito Santo. disse Venâncio: "Inovações são coisas de hereges e não de crentes ortodoxos". inculpável. Jerônimo. A. é o erro envelhecido". o Novo Testamento se refere aos irmãos de Jesus.23). Atos 1. mas da pessoa da Virgem Maria. • Medianeira e Intercessora. No ano 450. • Sempre Virgem. Lucas 8. Refutação da Teologia Mariana • Maria não foi concebida sem pecado. pelo qual todas as controvérsias de religião são determinadas e todos os decretos de concílios.55. falou: "Se esta alma não entrar eu me ponho fora". Há alguns anos foi publicado na imprensa de uma capital latino-americana um discurso de um cardeal católico-romano.. que diz: "O Supremo Juiz. O Cúmulo do Absurdo. sem a verdade. separado dos pecadores. Ele sonhou que estava na cidade celestial. A resposta foi: "Não!" "Então não pode entrar". "A Bem-aventurada Virgem Maria é invocada na Igreja sob os títulos de Advogada. Os hereges são vencidos com a Verdade e não com novidades".br . escreveu: "As coisas que se inventam e se apresentam como tradições apostólicas. Auxiliadora. não pode ser outro senão o Espírito Santo. Só a respeito de Cristo é que pode ser dito: "Com efeito nos convinha um sumo sacerdote. opiniões de escritores antigos. Marcos 3.institutodeteologialogos. Dentre as muitas declarações em torno de Maria. ainda em Mateus 12. Tertuliano afirmou: "Cristo se intitulou a Verdade. serão atingidas pela Espada de Deus".. Decreta o Concilio Vaticano II: "Os fiéis devem venerar a memória primeiramente da gloriosa sempre Virgem Maria. Foi comunicado a Deus que um pecador da Terra estava pedindo entrada. "Daí não admira que nos Santos Padres prevalece o costume de chamar a Mãe de Deus toda santa. A Teologia Mariana. A porta abriu-se e o pecador entrou. assim como este.5.46. destacam-se as seguintes: • Concebida sem pecado.com. imune de toda mancha de pecado. sem mácula. Adjutriz. No decorrer dos séculos as mais diferentes e absurdas crendices têm sido criadas em torno da humilde mãe do Salvador. doutrinas de homens e espíritos privados serão examinados e cujas sentenças devemos acatar. disse: "A tradição.RELIGIÕES E SEITAS . 1 Coríntios 9. "Maria sempre foi virgem: Esta é doutrina tradicional da Igreja Católica. O eminente prelado recorda este sonho. br . enquanto não deu à luz um filho. mas adore-se o Pai. Honre-se Maria.25).'" S. porque quem os come e bebe sem crer firmemente que são corpo vivo de Cristo. e quem. Maria. 27). • A missa renova o sacrifício do Calvário. "Por isso também pode salvar totalmente os que por ele se chegam a Deus. p. A Missa Dentre os muitos chamados "sacramentos" da Igreja católica Romana. vivendo sempre para interceder por eles" (Hb 7. o 2. Ninguém adore a Virgem Maria". não é Deus nem recebeu do céu o seu corpo.25: "Contudo. Cristo Jesus. • Maria não exerce mediação a favor do pecador.com. antes. O que a missa é no contexto do Catolicismo Romano é definido pelo padre Miguel Maria Giambelli: "O que nós. • O pão e o vinho usados na missa são transubstanciados no próprio corpo de Cristo no momento da celebração. • O fato de Maria ter sido virgem no ato da concepção de Jesus é ponto pacífico nas Escrituras. comete uma profanação tão sacrílega que o torna réu de um crime contra o corpo e o sangue do Senhor Jesus. diz o seguinte aos católicos de hoje: "Não se devem honrar os santos além do que é justo. o justo" (1 Jo 2. mas deve-se honrar o Senhor deles. anunciam a morte do Senhor.institutodeteologialogos. de fato. deu graças e partiu. Esta interpretação é errônea e visa fortalecer o dogma da perpétua virgindade de Maria (leia Lucas 1. não são mais pão e vinho comuns. "O apóstolo Paulo alerta os coríntios de que aquele pão e aquele vinho. "Se. disse Ambrósio de Milão: "Maria era o templo de Deus..5). mas são algo de misterioso que esconde o corpo sagrado de Jesus.7. chamamos 'missa'. Paulo lembra aos coríntios que todas as vezes que eles se reúnem para comer deste pão e beber deste cálice. portanto.. na realidade são seus primos. porém. Santo é o corpo de Maria.br | contato@institutodeteologialogos. temos um Advogado junto ao Pai.RELIGIÕES E SEITAS . ela adora aquele que nasceu da sua carne. ela é virgem e digna de muita honra mas não foi dada para adoração. homem" (1 Tm 2.1). após as palavras consagradas. • Só Cristo intercede pelo pecador. sem fazer distinção entre o pão comum da padaria e pão consagrado 'come e bebe sua própria condenação!'" (A Igreja Católica e os Protestantes. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. Ao mesmo tempo. porque foi exatamente isto o que fez Jesus na última ceia: 'Tomou o pão. destaca-se a missa. católicos. a quem pôs o nome de Jesus".com. se atrever e comer deste pão e beber deste vinho sem as devidas condições espirituais. Deste ensino deduz-se que Giambelli afirma: • Missa e santa ceia do Senhor são a mesma coisa. Deve-se adorar então somente aquele que opera no templo".36. "Porque há um só Mediador entre Deus e os homens. Daí porque São Paulo continua alertando os coríntios a tomarem muito a sério o ato de comer deste pão e beber deste cálice consagrado na eucaristia. todavia. e veja que irmãos e primos são distintos no Novo Testamento). e. mas de uma concepção de um homem e de uma mulher. não o Deus do templo. eles renovam o sacrifício do Calvário. os primeiros cristãos de Jerusalém chamavam de 'partir do pão'. afirmar que ela continuou virgem após o parto é antítese de Mateus 1. Jesus Cristo. o Epifânio. alguém pecar. o Filho e o Espírito Santo. não a conheceu. portanto.12 dizem que aqueles a quem o Novo Testamento chama de irmãos de Jesus. grande apologista cristão do século IV. isto é. • O corpo de Cristo hoje na Terra não é o pão e o vinho usados na celebração da missa.12-14.9. aos quais o referido termo se aplica. mas a sua Igreja. pois não faziam parte do cânon hebraico.16. Como pretende.. conforme Atos 18. Seu significado oposto ao termo "canônico" acarretou. Muitos evangélicos. No tempo da Reforma. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. mas espiritualmente. tanto judaica como cristã-judaica. a expressão "em memória" tem como sinônimo a expressão "em lembrança". 2. 1 Pedro 3. renovar".com. Outra prova de que missa e santa ceia do Senhor são cerimônias diferentes.institutodeteologialogos. uma nada tem a ver com a outra. contrário àquilo que as Escrituras Sagradas ensinam. Definição de Apócrifo Empregamos aqui o termo apócrifo num sentido restrito. Ele não sugere que estaria fisicamente através do pão e do vinho da missa. perguntam por que a nossa Bíblia não contém tais livros. e pondo de parte o caráter de certos escritos. A. 10. Os católicos chegam mesmo a afirmar que a Bíblia usada pelos evangélicos (aos quais chamam "protestantes") é incompleta e falha por faltarem nela os livros apócrifos.10).10. Portanto. de Augusto Miranda.16. literalmente. A palavra "apócrifo". em memória. 12. e depois à luz da gramática.com. isto não é a mesma coisa que renová-la. Jesus não bilocou-se.17.8. o termo já não tem o sentido de "oculto". Ele não esteve em dois lugares ao mesmo tempo. Efésios 1. o homem a si mesmo. Veja. tornamse. Porém. significa "oculto". assim como Ele está no céu. O recurso que a Igreja Romana usa para confundir o significado da expressão ".22. pois..23. o termo "apócrifo" foi definitivamente aplicado a esses livros não-canônicos contidos na Vulgata. Existem vários versículos na Bíblia que falam da impossibilidade de se renovar o sacrifício de Cristo. quando a ordem novitestamentária é: "Examine-se. isto é. não estava em Jerusalém. "come e bebe sua própria condenação". o desprezo que se sentia pela literatura apocalíptica e oculta. tanto no céu como nas hóstias espalhadas nos sacrários dos templos católicos por todo o mundo? • Quando Jesus diz: "E eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos" (Mt 28.27." com a palavra "..26. mas de "espúrio".15. enquanto a palavra "renovar" tem como sinônimo a palavra "recompor". não obstante gozando do privilégio de um corpo espiritual. No Dicionário da Língua Portuguesa.13 • Quem não diferençar o pão que é servido na missa do que é vendido na padaria.27. por exemplo: • Mesmo após a ressurreição. "não-puro". forçando um pouco o sentido original da palavra. entre os quais se destacam: Hebreus 7. 4. Transubstanciação.30.28). por sua vez. para esses livros.br . e assim coma do pão e beba do cálice" (1 Co 11. primeiro à luz da Bíblia. ao serem consagrados. Se a morte de um amigo nos vem à memória. assim como esteve com Paulo. se constitui numa incoerência. Não há um só versículo nas Escrituras em apoio à tese do Concilio de Trento de que o pão e o vinho usados na missa.br | contato@institutodeteologialogos. em Jesus. Refutação da Missa Esse ensino é errado. no decorrer dos tempos e em razão do uso.. 5. ou transubstanciam-se. Ele estava num só lugar de cada vez. Os Livros Apócrifos Muitas perguntas têm sido feitas e muitas questões têm sido levantadas quanto aos livros apócrifos. a teologia vaticana provar que Jesus esteja fisicamente. isto é. física e espiritualmente.9. portanto.. é que na missa os comungantes só tomam um elemento (a hóstia) enquanto o vinho é tomado exclusivamente pelo padre celebrante.18 e Romanos 6. pois. conforme mostram as seguintes passagens bíblicas: 1 Coríntios 10. Se estava em Emaús..RELIGIÕES E SEITAS . filho de um advogado. que recebeu ampla cobertura dos meios de comunicação da época. detém o triste recorde de ser o maior reduto espiritista do mundo. o espiritismo tem se constituído numa espécie de "profundezas de Satanás".br . tomou o pseudônimo de Allan Kardec por acreditar ser ele a reencarnação de um poeta celta com esse nome. De 1861 a 1867. publicou O Livro dos Espíritos. A princípio julgaram que esses ruídos fossem produzidos por camundongos e ratos que infestavam a casa. Margaret e Kate. o seu ressurgimento se deve a duas jovens norteamericanas.com. e divorciado de toda a verdade. começaram a ouvir pancadas em diferentes pontos da casa onde moravam. o que começou a fazer a 30 de abril de 1856. assim designadas: A. em sua forma moderna como hoje é conhecido. destacam-se as seguintes: • Quiromancia . Dizia ter recebido a missão de pregar uma nova religião.2. Em dezembro de 1847. porém. Espiritismo Comum. Céu e Inferno e Gênesis.com. Por conseguinte. uma das heresias que mais cresce no mundo hoje. Partindo desse acontecimento. publicou quatro livros: Livro dos Médiuns. e alienadas de Deus. respectivamente de doze e dez anos. em grande parte. Um ano depois. Subdivisões do Espiritismo Embora consideremos o espiritismo igual em toda a sua maneira de ser. O seu crescimento se dá.14 3- O ESPIRITISMO O espiritismo é.1. Contudo. que muito contribuiu na propaganda espiritista. Notabilizou-se por introduzir no espiritismo a idéia da reencarnação. Na época. percebeu-se que o que estava acontecendo eram fenômenos sobrenaturais. O mesmo que "quiroscopia". que respondia às perguntas com um determinado número de pancadas. 3. Ele mesmo assentou as bases da "Sociedade Continuadora da Missão de Allan Kardec". os médiuns norte-americanos encontraram ali solo fértil onde a semente do supersticionismo espiritista haveria de ser semeada. a figura de Allan Kardec é a principal dos arraiais espiritistas. O Brasil. Na França. a consulta aos mortos já era muito popular entre as camadas sociais mais elevadas. e uma mão fria tocou no rosto de uma das meninas. e dizia ser guiado por espíritos protetores. Morreu em 1869. de Hydeville. Homem dotado de características físicas e mentais de grande resistência. crescer. Margaret e Kate Fox. quando os lençóis começaram a ser arrancados das camas por mãos invisíveis. nascido em Lião. cadeiras e mesas tiradas dos seus lugares. os próprios espíritas admitem haver diferentes formas de espiritismo. outros países da Europa também foram visitados com sucesso pelos espíritas norte-americanos. Dotado de inteligência e inigualável sagacidade. nascer. em 1804. Léon Hippolyte Rivail (o verdadeiro nome de Allan Kardec).br | contato@institutodeteologialogos. sessões espíritas propagaram-se por toda a América do Norte. O Evangelho Segundo o Espiritismo.Adivinhação pelo exame das tinhas das mãos. Dentre as muitas práticas dessa classe de espiritismo. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. Estado de Nova Iorque. particularmente. Alheio à Palavra de Deus.institutodeteologialogos. as meninas criaram um meio de comunicar-se com o autor dos ruídos. Fundou A Revista Espírita. Porém. A partir daí. periódico mensal editado em vários idiomas. devido ao fascínio que os seus ensinos exercem sobre as mentes das pessoas desprovidas do verdadeiro conhecimento. florescer e frutificar. Na Inglaterra. Resumo Histórico O espiritismo constitui-se no mais antigo engano religioso já surgido. Allan Kardec foi apóstolo das novas idéias que haveriam de influir na organização do espiritismo. sem dúvida. pronto a tragar pessoas incautas que estão a buscar a Deus em todos os lugares e por todos os meios.RELIGIÕES E SEITAS . 3. estudou toda a literatura afim disponível na Inglaterra e nos Estados Unidos. D. identifica-se pelas seguintes práticas: • Vodu . de origem animista. escolhendo de cada um a parte que lhe parece mais próxima da verdade. O espiritismo científico é também chamado "Alto Espiritismo". • Esoterismo .RELIGIÕES E SEITAS . de religiões indígenas brasileiras e do catolicismo.Arte de adivinhar por meio da água.Estudo dos elementos normais e principalmente patológicos de uma personalidade. • Candomblé . com elementos de várias religiões africanas. • Deus. • Hidromancia . • Astrologia . inclusive. • Jesus foi um médium e reformador judeu.br . aplicada tanto aos vivos como aos mortos. como "sociedade". Esta classe de espiritismo tem sido conhecida também como: • Ecletismo . habitando um mundo longínquo. escolhidos por sua influência ou valor moral. e que se vale de certos elementos do ritual católico.15 • Cartomancia . B.com.Culto de negros antilhanos. • Mais perto dos homens estão os "espíritos-guias". • A caridade é virtude única.institutodeteologialogos. também conhecido como espiritismo pagão.Sincretismo religioso afro-brasileiro derivado do candomblé. também conhecida como "uranoscopia". Baixo Espiritismo. como. especialmente dos signos. • Grafologia . no destino e no comportamento dos homens. e tem. xangô de Pernambuco. • Crença de que ninguém pode impedir o homem de sofrer as conseqüências dos seus atos. Praticado principalmente no Haiti. pajelança da Amazônia. Espiritismo Kardecista.Religião dos negros ioruba. feito através da análise da sua escrita. entre as suas muitas teses. embora exista. do catimbó e outros cultos sincréticos. na Bahia. Iniciado por Helena Petrovna Blavastky. • Crença da reencarnação. é um ser impessoal. C. fanática adepta do budismo e do lamaísmo. • Crença na pluralidade dos mundos habitados.com. "Espiritismo Ortodoxo". por exemplo. O espiritismo Kardecista é a classe de espiritismo comumente praticada no Brasil.Doutrina ou atitude de espírito que preconiza que o ensinamento da verdade deve reservar-se a um número restrito de iniciados. Ele se manifesta. O baixo espiritismo.br | [email protected] de doutrinas religioso-filosóficas que têm por objetivo a união do homem com a divindade. a LBV (Legião da Boa Vontade). as seguintes: • Possibilidade de comunicação com os espíritos desencarnados.Adivinhação pela decifração de combinações de cartas de jogar.Designação dos cultos afro-brasileiros.Ritual da macumba que se confunde com os da umbanda.Sistema filosófico dos que não seguem sistema algum. como principais. mediante a elevação progressiva do espírito até a iluminação. • Quimbanda . nada mais que isto. mística norte-americana (1831-1891). • Umbanda . que se confundem com os da macumba e dos candomblés da Bahia. • Teosofismo . Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.Estudo e/ou conhecimento da influência dos astros. inculto e sem disfarce. fundada e presidida por muitos anos pelo já falecido Alziro Zarur. "Espiritismo Profissional" ou "Espiritualismo". Espiritismo Científico. • Macumba . que declaram a possibilidade da ressurreição dos mortos. continue sempre o mesmo: supersticioso. e.32-35). por ordem. ou seja. que.20.32. mau e diabólico. tornou-se Ele o primeiro da ressurreição real (1 Co 15.com. levantar.25). mas em outro corpo novamente formado para ele que nada tem de comum com o antigo" (O Evangelho Segundo o Espiritismo. O testemunho de João capítulo 11 é que Lázaro: • estava morto (vv. Assim faz o espiritismo: muda de roupagem. como em Lucas 20.35-43). entende-se o termo "ressurreição" como o mesmo que ressurgir dos mortos. 24. Dorcas (At 9.37). ele diz: "Trago-vos uma nova ciência". A palavra "dentre" indica que os mortos ímpios continuarão sepultados quando os santos ressurgirem. ou espírito. Nem mesmo existo". Quanto à ressurreição propriamente dita.3.. são mencionados oito casos de ressurreição. Lázaro. ainda que. o filho da sunamita (2 Rs 4. na essência.21). Marcos 16.br | [email protected]. no grego. Lázaro (Jo 11. após a morte física.14. E evidente que esta teoria de Allan Kardec não pode prevalecer. o filho da viúva de Naim (Lc 7. Segundo o dicionário Escolar da Língua Portuguesa. Aos racionalistas e teólogos modernistas. voltar à vida.23). sobretudo quando os elementos desse corpo foram.11-17). de Francisco da Silveira Bueno. como já dissemos. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.4.36-43). escreve Allan Kardec: "A ressurreição implica a volta da vida ao corpo já morto — o que a ciência demonstra ser materialmente impossível. A expressão "ressurreição dentre os mortos". No decorrer de toda a narrativa bíblica. porque foi ressurreição para nunca mais morrer. Biblicamente. sair de um local ou de uma situação para outra. "ressurreição" é o ato de ressurgir.16 Evidentemente. e um de ressurreição no sentido pleno.19-22). o diabo é um demagogo muito versátil e maleável. fraudulento. A Teoria da Reencarnação A teoria da reencarnação se constitui no cerne de toda a discussão espiritista. Sobre o assunto.1-8.RELIGIÕES E SEITAS .1-10. 3. A reencarnação é a volta da alma. mas porque. de acordo com o ambiente.36). Aos psicólogos. dispersos e absorvidos". Os sete outros casos de ressurreição na Bíblia. união da alma e do espírito ao corpo. ao ressurgir. Os participantes da verdadeira ressurreição não mais morrerão (Lc 20. acha-se registrado em Mateus 28.21. o defunto que foi lançado na cova de Eliseu (2 Rs 13. pluralidade de existências com um só espírito. João 20.. à vida corporal. é anástasis e égersis. sendo sete de restauração da vida. não somente pelo fato de Ele ser Jesus. erguer. assevera: "Dou-vos a chave para os últimos segredos da criação". o espiritismo não poderá subsistir. A referida expressão e tradução correta do original. declara: "Não estou aí. Aos ocultistas.21-23.1-12.1-10 e 1 Coríntios 15. é diferente. a filha de Jairo (Mc 5. surgir. são: o filho da viúva de Serepta (1 Rs 17. Lucas 24. isto é. Vamos citar apenas dois casos de mortos que foram levantados dentre os mortos após quatro e três dias de sepultados: Lázaro e Jesus.11. ressurreição para tornar a morrer.com.br . escreveu Allan Kardec: "A reencarnação fazia parte dos dogmas judaicos sob o nome de ressurreição. tampouco confundea com a palavra "ressurreição". No latim. enquanto a palavra "ressurreição". Este foi diferente. em linguagem mais popular. capaz de muitas transformações. O caso da ressurreição de Jesus. Refutação Bíblica da Reencarnação A Bíblia jamais faz qualquer referência à palavra "reencarnação". reanimar-se.35 e Filipenses 3. final — o de Jesus. pp. como o camaleão muda de cor. implica uma ressurreição da qual somente os justos participarão. uma vez que se baseia em conceitos de homens e não nas Escrituras.institutodeteologialogos.1-46). "reencarnação" é o ato ou efeito de reencarnar. depois de muito tempo. Não é relevante citarmos aqui os casos de mortos que foram ressuscitados antes de serem levados à sepultura. Destruída esta teoria. nem encantador de encantamentos.38-42).9-14).com.br | contato@institutodeteologialogos. 3.4. como o Senhor. na verdade. te digo. Uma Teoria Absurda Procurando dar sentido bíblico à absurda teoria da reencarnação. Porque estas nações.RELIGIÕES E SEITAS . Se ambas puderem ser removidas.17 • estava sepultado já havia quatro dias (vv. nem feiticeiro. teu Deus.. nem mágico. para mostrar que seu corpo. porém.44). que não pode ver o reino de Deus. • já cheirava mal (v. teu Deus. Os tradutores da obra de Allan Kardec. e por estas abominações o Senhor. Perfeito serás. por política. • José de Arimatéia e Nicodemos sepultaram-no (Jo 19.39).com. Allan Kardec lança mão do capítulo 3 de João para dizer que Jesus ensinou sobre a reencarnação. Ele ainda portava as marcas dos cravos nas mãos. nem adivinhador. disse o Senhor Deus: "Quando entrares na terra que o Senhor. • Mesmo após ressuscitado. o espiritismo ruirá irremediavelmente. O Evangelho Segundo o Espiritismo. que hás de possuir. por intermédio de Moisés. era o mesmo no qual sofrerá a crucificação. Entre ti se não achará quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha. 17.33). que por tudo procura provar que a absurda teoria da reencarnação tem fundamento na Bíblia. "Renascer" já significa nascer de novo. nem agoureiro. • ressuscitou com o mesmo corpo e com a mesma aparência que possuía antes de morrer (v. pois. ouvem os prognosticadores e os adivinhadores. nem prognosticador. teu Deus. usaram a versão bíblica do padre Antônio Pereira de Figueiredo como texto base de sua tradução. • Ele ressuscitou no primeiro dia da semana (Lc 24. no seu livro O Céu e o Inferno. aduz Allan Kardec: ". não aprenderás a fazer conforme as abominações daquelas nações. nem quem consulte um espírito adivinhante. Com base nestas palavras de Moisés. Refutação Bíblica da Invocação dos Mortos Aos hebreus que saíram do Egito e se aproximavam de Canaã. nem quem consulte os mortos.27). quando o versículo naquela versão é escrito da seguinte forma: "Na verdade.44). porém a ti o Senhor. O testemunho das Escrituras quanto à morte e ressurreição de Jesus Cristo.. • ressuscitou ainda amortalhado (v. que: Jesus. Moisés devia.institutodeteologialogos. 3.br .6). é • Os soldados romanos testemunharam que Cristo estava morto (Jo 19. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.5. não permitiu tal coisa" (Dt 18.39. pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao Senhor. te der.39). senão aquele que nascer de novo" (ênfase minha). glorificado (Lc 24. teu Deus. A Invocação dos Mortos Reencarnação e invocação de mortos são as duas principais estacas de sustentação de toda a fraude espiritista. mas não sem propósito por parte do espiritismo. as lança fora de diante de ti. agora vivo. grifando o versículo 3 do citado capítulo de João: "Na verdade te digo que não pode ver o reino de Deus senão aquele que renascer de novo" (ênfase minha). enquanto "renascer de novo" constitui-se numa intolerável redundância. Jo 20. inspirar nos hebreus aversão a todos os costumes que pudessem ter semelhança e pontos de contato com o inimigo". 9-14). Jó 7. Já Tertuliano. porém. — não recorrerá um povo ao seu Deus? A favor dos vivos interrogar-se-ão os mortos? À lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra.com.15. Jerônimo. Isaías 38. • Após informar a Saul que Deus o tinha rejeitado. É o que acontece nas sessões espíritas. pelo que não iria permitir que seu fiel servo viesse a se tornar parte de uma prática que o próprio Deus condenou (Dt 18. destacam-se as seguintes: • Nem a médium nem o seu espírito de mediunidade exerciam qualquer poder sobre a pessoa de Samuel. Consulte os seguintes textos: Eclesiastes 9. manifestam-se. pelo que Deus.20).9. Leia todo esse capítulo e em seguida volte à leitura deste livro. possui a inigualável revelação de Deus pela qual disciplina a sua vida: "Quando vos disserem: Consultai os que têm espíritos familiares e os adivinhos. como por exemplo: A assembléia judaica sempre acreditou que Samuel realmente apareceu naquela ocasião. outros para vergonha e perdição eterna. atesta a completa ignorância do espiritismo quanto às Escrituras Sagradas. sim. que terminam sempre em destroços. que o homem após a morte. O povo de Deus. tome a sua Bíblia.18 Alegar que Moisés se opunha aos costumes pagãos dos cananeus baseado em razões simplesmente políticas.6.) Concluída a leitura desta porção das Escrituras. • O próprio Saul disse que Deus já não lhe respondia nem pelo ministério dos profetas e nem por sonhos (vv. Só Deus exercia esse poder. se Deus. 6. foi quem apareceu na sessão espírita de En-Dor. na sepultura.com.16). Essa também era a opinião de alguns dos mais destacados líderes da Igreja dos primeiros séculos. devido ao estado em que se encontram. Lutero e Calvino acreditavam que um demônio apareceu em forma de pessoa.10-12.institutodeteologialogos. tais como: É ou não possível comunicar-se com os espíritos de pessoas falecidas? Foi ou não Samuel quem apareceu na sessão espírita de En-Dor? Muitas respostas poderiam ser dadas aqui. personificando Samuel. Satanás. no último momento.10.5.RELIGIÕES E SEITAS . identificando-se como pessoas amadas que faleceram. uns para a vida eterna. jamais poderá voltar à vida de outrora.19. lhe tivesse ordenado. e que na sepultura nada poderá fazer por si mesmo e muito menos pelos vivos que ainda estão na Terra. Saul e a Médiun de En-Dor (Antes de prosseguir. não têm parte em nada do que se faz e acontece na Terra.15). e não Samuel. nem dizendo que Saul e seus filhos estariam com ele no dia seguinte (vv. Justino Mártir e Origenes. Dentre as muitas provas contra a opinião de que Samuel apareceu naquela ocasião. abrindo-a no capítulo 28 de 1 Samuel. Samuel nunca mais disse coisa alguma a esse rei. Até mesmo uma despretensiosa análise de 1 Samuel 28 mostra com clareza meridiana que um espírito de engano. espíritos enganadores. 3. onde espíritos demoníacos.19. ele não teria mentido. sempre existiram embustes. O testemunho geral das Escrituras é que os mortos. mentiras. Na prática de tais consultas aos mortos. identificando-se com os nomes de grandes homens. mistificações. e não Saul. como afirma Allan Kardec. São espíritos que se prestam ao serviço do pai da mentira. Nenhum dos textos bíblicos mencionados contradiz a esperança bíblica da ressurreição dos mortos. nunca verão a alva" (Is 8.br . dizendo que Saul perturbara seu descanso. ministrando ensinos e até apresentando projetos éticos e humanitários. Os citados textos mostram. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.6. farsas e manifestações de demônios. Alguns desses espíritos têm aparecido. Salmos 88. que chilreiam e murmuram entre dentes.18. entre eles. A proibição divina de consultar os mortos não prova que havia comunicação com os mortos. Prova apenas que havia a consulta aos mortos. • Se fosse Samuel quem aparecera na ocasião. vêm à mente perguntas.br | contato@institutodeteologialogos. Era apenas uma tentativa de comunicação. o que não significa comunicação real com eles. dá as seguintes possibilidades: o o Quanto à profecia abordada durante a sessão em En-Dor.9-14). etc). que era conhecido como inimigo das práticas espiritistas.br . ela viu um espírito adejando por cima da aparição.10. não teria criado a impressão de que tentar entrar em contato com os mortos não é tão mau como antes Ele mesmo dissera ser (Dt 18. sendo que esse espírito recebido passa a dominar a mente do médium que recebe o controle e o domínio do seu próprio corpo. de igual modo o espiritismo é mais bem identificado por seu vocabulário. ele mesmo supôs que a personagem descrita era Samuel.com. supostamente de uma pessoa falecida. vamos dar o significado de cada palavra.Pessoa a quem se atribui o poder de se comunicar com espíritos de pessoas mortas. 20. usadas no linguajar espiritista. de que o seu fim era iminente. não teria entrado em contradição com a sua Palavra. Do grande universo de termos usados pelo espiritismo. que com "prodígios de mentira" se fazia passar por Samuel.13).19 o o o o não teria cedido ao desejo de Saul de receber outra revelação.5. podem ter diferentes sentidos. J.K. a mulher tomou conhecimento da profecia feita antes por Samuel (1 Sm 15. na relação a seguir. Lc 16. 3.6.31. fazendo uso dela. • Saul disse à médium a quem deveria chamar. De acordo com a descrição da médium. Em todos os tempos.com. que nega a possibilidade de vivos terem contato com os mortos (Jó 7. não teria afirmado que Saul deveria morrer por causa da consulta feita à médium (1 Cr 10. • Caos das Seitas. Van Baalen. É evidente que muitas das palavras seguintes.31). No capítulo 15 de 1 Samuel.br | [email protected]. Porém. nem morreram nesse dia todos os seus filhos.E o fenômeno em que uma pessoa recebe um outro espírito. e isso ela predisse. se um demônio se fazia passar por Samuel e falou por meio da médium. o salário do pecado é a morte. a questão dessa guerra já havia sido levantada bem antes de Saul consultar a médium.7. a médium teria lido na mente de Saul qual seria a aparência de Samuel.RELIGIÕES E SEITAS . o • Não era necessário que alguém fosse perito ou estrategista em guerras para prever a derrota de Saul e de Israel diante dos filisteus. pelo que lhe disse o que ele esperava ouvir. ou.9. por exemplo. usado para comunicar os seus enganos. Vocabulário Espírita Assim como a pessoa é conhecida pelo vocabulário que usa. no seu livro O a mulher percebeu o medo de Saul. • A parte final do vaticínio da médium não foi verdadeira no seu cumprimento. destacam-se os seguintes: • Médium . em seu transe ela reconheceu Saul (v. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. e a descrevera como Saul costumava vê-lo. 12). Ec 9.18). de acordo com a ciência. De acordo com o estudo dos fenômenos psíquicos. que vinha perseguindo Saul (1 Sm 16. então a mulher ter-se-ia lembrado da profecia de Samuel.2. pois nem Saul morreu no dia seguinte. o • A médium temeu porque: o o • O próprio Saul não viu Samuel.institutodeteologialogos. de acordo com a interpretação dada pelo próprio espiritismo. • Mediunidade . 02. obras artísticas que se produzem e línguas desconhecidas que se decifram (lembre-se de que isto nada tem a ver com nenhum dos dons do Espírito Santo). E muito praticada na parapsicologia.Fenômenos segundo os quais uma pessoa pode sentir. • Levitação . ou três. O Espiritismo e as Suas Crenças Já dissemos que as duas principais estacas de sustentação do espiritismo são o dogma da reencarnação e a alegada possibilidade de os vivos se comunicarem com os espíritos dos mortos. "Qual é o sentido da palavra Cristo! Não é. onde um objeto ou uma pessoa pode elevar-se do solo. "Deve-se entender que existem tantos deuses quantas são as mentes que necessitam de um deus para adorar. citado por Hanson. Na verdade constitui-se num esquema de negação de toda a doutrina bíblica cristã. 3. talvez em que todos somos divinos" (Mensagem por um "espírito". que é uma falsa ciência. A Queda.. A razão dessa doutrina é que o homem nasce neste mundo como pecador perdido. Doyle). arruinado. "Nunca houve qualquer evidência de uma queda do homem" (A. • Premonição . o que crê o espiritismo acerca dos seguintes temas da doutrina cristã.institutodeteologialogos. Veja. • Metagnomia . parece que todo o testemunho recebido dos espíritos avançados mostra apenas que Cristo era um médium e um reformador da Judéia. dois. mas não poderia ter sido divino.Movimentos de objetos. em Demonology or Spiritualism).É a alteração do corpo físico em virtude do pensamento. Mas a doutrina espiritista é muito mais que isto. por exemplo... Weisse. servindo de elo de ligação e comunicação entre o mundo visível e o invisível. A.Comunicação por via sensorial entre duas mentes à distância.com. • Criptestesia . Cristo. e é imoral desde o âmago. sem conhecimento de nenhum vivo. Deus. não apenas um.com.br . exceto no sentido. 03. B. "Abrogamos a idéia de um Deus pessoal" (The Physical Phenomena in Spiritualism Revealed). A Expiação. — Porventura o sangue não ferve de indignação ante tal doutrina?" (Médium and Daybreak). Conan Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. o Filho do Criador de todas as coisas? Qualquer ser justo e perfeito é Cristo" (Spiritual Telegraph. e que agora é um espírito avançado na sexta esfera" (Palavras do Dr. o conhecimento de um fato transmitido por um morto.É a resolução de problemas matemáticos. nº 37). toque de instrumentos musicais.E o fenômeno da sensação do oculto. Que mentira ultrajante!.Sensação. transmissão de pensamento. "Cristo foi um homem bom. mas muitos" (The Banner of Light.br | contato@institutodeteologialogos. como é mostrado a seguir. citado por Raupert em Spiritist Phenomena and Their Interpretatiorí).RELIGIÕES E SEITAS .8. O conjunto de doutrinas do espiritismo é grande e complexo. • Telecinesia . merecedor do inferno.1866). • Telepatia . D. ou seja. observar e ver os espíritos que a rodeiam. pressentimento do que vai suceder.Força psíquica gerada por uma ou mais mentes na imposição de mãos.. como se supõe geralmente. "A doutrina ortodoxa da Expiação é um remanescente dos maiores absurdos dos tempos primitivos.20 • Clarividência e Clariaudiência . alterações de balanços sem o toque de mãos. "Não obstante. • Idioplastia . C. os mais descabidos e inaceitáveis absurdos" (Carlos lmbassahy. o Cristianismo deve desaparecer.5. 08. lança a doutrina espiritista por terra.14).2.18." (Mmd and Matter. • foi preparado para o diabo e seus anjos (Mt 25. porque. O Inferno. A Bíblia. D. Conan Doyle. a espada do Espírito Santo. São a antítese um do outro. • será a habitação final e eterna dos perversos (SI 9. como as feras são espantadas pelos viajantes" (A. F.19).institutodeteologialogos.05. misturados com os mais santos e sábios ensinamentos. • foi superior aos homens (Hb 7. • sobreveio como conseqüência da desobediência de Adão (Rm 5. passo a passo a tocha do espiritismo foi retrocedendo.27. o espiritismo deve morrer. encontramos nela. A Expiação. como já fazia há mil e oitocentos anos" (Mmd and Matter.14). "Asseverar que ela [a Bíblia] é um livro santo e divino. e que Deus inspirou os seus escritores para tornar conhecida a vontade divina.19).41). e nunca como médium (At 3.15. Ap 3. G. A Igreja.7.br . ela se ergue como completa barreira ao progresso humano.26).br | contato@institutodeteologialogos. originou-se do exagero de frases orientais. SI 116.7). A Queda.RELIGIÕES E SEITAS .1-5.6. F. • é apresentado na Bíblia como profeta.15). Deus.24.12. e declara em alto e bom som. Jd 25). Mt 25. é um grosseiro ultraje e um logro para com o público" (Outlines of Spiritualism).43). C.41). • decorreu da tentação do diabo (Gn 3. • é um ser pessoal (Jo 17. "Posso dizer que o inferno é eliminado totalmente.26. 1 Tm 2. Essa idéia odiosa...4. em Outlines of Spiritualism). Fp 2. barrando toda oportunidade de progresso e desenvolvimento.com. "Se o Cristianismo sobreviver. • foi um ato voluntário de Cristo (Tt 2.17. • é alcançada como conseqüência da fé (At 10. segundo a riqueza da sua graça (Ef 1.. Atualmente. A Igreja. quando os homens eram assustados com chamas. E.1. Gn 6.9-11). e ao fazê-lo. e se o espiritismo tiver de sobreviver. • é um ser único (Dt 6. "Gostamos pouco de discutir baseados na Bíblia. tão blasfema em relação ao Criador. Pela queda deve-se entender a descida do espírito à matéria" (The True Light). e talvez tenha tido sua utilidade em uma era brutal. "Passo a passo avançou a Igreja Cristã. Refutação Bíblica A Bíblia Sagrada. Por mais de mil e oitocentos anos a chamada Igreja Cristã se tem imposto entre os mortais e os espíritos. que: A. além de a conhecermos mal. 1 Tm 1.. junho de 1880). • fica embaixo (Pv 15. O Inferno. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. Jesus Cristo. como há muito tem sido eliminado do pensamento de todo homem sensato. B. até que quase não se podia mais perceber uma fagulha brilhante em meio às trevas espessas. sacerdote e rei.1880). Hb 7. E.com.3. O Espiritismo Analisado).21 "Precisamos rejeitar o conceito de criaturas caídas. Is 45. • é adquirida pelo sangue de Cristo.19-24. Lc 10. br . em expedição científica. • é descrita como pura (SI 19.com. que Deus criou cada criatura "conforme a sua espécie" (Gn 1.18). depois de me haver entregue a todas as politiquices do espírito e ter participado de todos os sistemas possíveis.96). • é a Palavra de Deus (2 Sm 22.31. o famoso poeta lírico alemão: "Depois de haver passado tantos e tantos longos anos de minha vida e correr as tabernas da filosofia. • é guardada pelo Senhor (Ap 3.14). Ao longo dessa expedição visitou as ilhas do Cabo Verde e outras ilhas do Atlântico. De dezembro de 1831 a outubro de 1836.8). destaca-se a da evolução. perfeita (SI 19. principalmente nos círculos acadêmicos e universitários. santa.24). perto do Equador. No decorrer dos séculos. verdadeira (SI 119. Darwin viajou como naturalista a bordo do "Beagle". a Ilha Tarti. antes de morrer. e bem assim as costas da América do Sul. • é absolutamente digna de confiança (SI 111.142). muitas vãs filosofias. Conceito da Origem do Homem A teoria evolucionista tem como ponto de partida a afirmação de que o homem e os animais em geral procedem de um mesmo tronco. Desde então este livro veio a se tornar a Bíblia da causa evolucionista. ainda hoje ela é aceita e disseminada. as ilhas Mauricias. A Bíblia.7.com.7). E. seja homem ou animal. não pesada (1 Jo 5.12). homem e animal são um somatório de mutações sofridas no decorrer de milênios. Disse Henrique Heine. as ilhas Galapagos. falsos ensinos e teorias insustentáveis têm procurado lançar dúvida sobre o relato bíblico da Criação. tenha abandonado essa teoria por ele pregada ao longo de sua vida. concebida e largamente difundida pelo naturalista inglês Charles Darwin. as ilhas de Santa Helena e Ascensão.20. e o Brasil. Desse conceito surgiu o ensino estúpido de que o homem de hoje é um macaco em estágio mais desenvolvido. SI 12. Rm 12.10). ilimitada (SI 119. Foi o estudo dos bancos de corais que de modo especial o interessou e o levou a formular a sua teoria da transmutação de espécies e a "seleção natural" pela qual ficou famoso. espiritual (Rm 7. Em novembro de 1859.6. Isto quer dizer que cada criatura. • jamais será vencida (Mt 16. foi criada como a conhecemos hoje. e que hoje.3). a teoria da Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.18). ajoelho-me diante da Bíblia".21). Darwin publicou seu livro A Origem das Espécies.2). Não obstante Darwin. ou seja. 4- O EVOLUCIONISMO A Bíblia ensina claramente a doutrina de uma criação especial. as ilhas Falkland (Malvinas). Entre as teorias que se têm insurgido contra a doutrina criacionista. Jr 1. para produzir maior confusão.institutodeteologialogos.RELIGIÕES E SEITAS . sem neles encontrar satisfação. a Ilha Keeling. 4.22 • foi fundada por Jesus Cristo (Mt 16.12). justa e boa (Rm 7.br | contato@institutodeteologialogos. • foi escrita sob inspiração divina (1 Pe 2. Austrália.1. que viveu entre 1809e 1889. Tasmânia. Nova Zelândia. Em suma: o homem de hoje não é o homem do princípio. ou A preservação das raças favorecidas na luta pela vida. um navio de pesquisas. G. mais precisamente no século passado e no atual. . estamos lidando com uma teoria. uma unidade no sentido de que todos os homens participam da mesma natureza. segundo a qual existiram diferentes centros de criação. para cumprir aquilo que Adão não foi capaz de cumprir. Argumento Histórico. já tinham faculdades distintas dos animais. o asiático de nariz achatado. enquanto o homem adamita foi dotado de faculdades maiores e mais nobres. o homem já foi feito homem. é que a raça humana descende de um só casal. O africano de elevada estatura. essas raças. Se você ler um compêndio sobre evolução. A ciência tem confirmado. De acordo com a Bíblia.br . os antigos gregos tinham teoria autoctonista.". quando tratamos da evolução. Esta teoria foi aceita e difundida por Winchell. Muitos argumentos se somam em apoio à idéia bíblica da unidade da raça humana. que. etc.".com. Fleming nunca pôde oferecer provas da veracidade dessa sua teoria. Peirerius desenvolveu e defendeu a teoria preadamita. Fleming.. também o homem da antigüidade variava de um para o outro. hoje em dia. Assim tão vulnerável e falha. tais como: "crê-se que. disse haver razões para se aceitar que houve raças inferiores ao homem antes da aparição de Adão no cenário mundial.2. que tem como origem a suposição de que havia homens na Terra antes que Adão fosse criado. Argumento Científico. criado por Deus no princípio. Este fato é cristalino em Atos 17. ainda que não negasse a unidade da raça humana..". Por exemplo. Agassis. tanto na primeira transgressão como na provisão de Deus para a salvação da raça humana na Pessoa de Jesus Cristo. Como essa teoria não possuía fundamentos sólidos.".28).7). No ano de 1655..". nem todos os homens de ciência crêem nisso.19 e 1 Coríntios 15.12. contudo considerava Adão como o primeiro homem só da raça hebraica. logo foi desacreditada. Argumento Teológico. não obstante inferiores aos adamitas. O chamado "Homem de Neanderthal" ou o "Homem de Heidelberg" não têm em si nenhum elemento. C. sem ser dogmático sobre o assunto.. e não com uma ciência. "mais ou menos. por menor que seja. o pigmeu.br | contato@institutodeteologialogos.. o testemunho da Escritura com respeito à unidade da raça humana.21. e provavelmente destinado a conduzir todo o restante da raça à lealdade ao Criador. "possivelmente. A narrativa subseqüente ao capítulo 1 de Gênesis mostra claramente que as gerações que surgiram até o Dilúvio permaneceram em contínua relação genética com o primeiro casal. de maneira que a raça humana constitui não somente uma unidade específica. há de encontrar com muita freqüência chavões. sendo homem. Adão e Eva (Gn 1.institutodeteologialogos. dentre os quais se destacam os seguintes: A. Na verdade. no princípio. com suposições.RELIGIÕES E SEITAS . de diferentes maneiras. conseqüentemente o sistema que ela advoga não há de subsistir diante do argumento das Escrituras (Gn 2. "talvez. era muito mais do que homem. e também se diferenciava de nós.26. pelos idos do ano 5500 a.. capaz de provar que o homem. propôs a teoria dos coadamitas. As tradições mais antigas da raça humana apontam decididamente para o fato de que os homens tiveram uma origem comum. mas também uma unidade genética e genealógica.. 4. segundo a qual os homens surgiram da Terra por meio de uma classe de gerações espontâneas. "admite-se que. Evidentemente. Em anos mais recentes.23 evolução coloca o início da vida humana na Terra a milhões de anos antes do tempo indicado pala Bíblia. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. Romanos 5. que.com. Falhando Adão em conservar sua lealdade a Deus.. Deus o proveu de um descendente. em vez de cabeça de toda a raça humana. Assim. Argumentos Contra o Evolucionismo O argumento bíblico. a partir do primeiro capítulo de Gênesis.22 indicam a unidade orgânica da raça humana. tivesse as características de um macaco encurvado. por sua vez. B. É bom lembrar que. Segundo Fleming..C. o negro com suas características distintivas — todos são o resultado de variações comuns dentro da família humana. levando-a a efeito imediatamente.RELIGIÕES E SEITAS . porém. A ciência não afirma categoricamente que a raça humana procedeu de um só casal.. D. Pelo contrário. harmônicos entre si. F. são de opinião que esta palavra expressa o plural majestático.." (Gn 1. referentes à criação das aves dos céus e dos seres marinhos.com. o homem surge como um ser que recebeu de Deus cuidados especiais na sua criação. outros a tomam como plural de comunicação. tendem a demonstrar que tem havido uma distribuição de populações primitivas partindo de um só centro. A alma é a parte mais importante da natureza constitutiva do homem. porém. instintos e paixões. no qual Deus inclui os anjos em diálogo com Ele. Os estudos feitos acerca das línguas da humanidade indicam que elas tiveram origem comum. as línguas indo-germânicas encontram sua origem em uma língua primitivamente comum. A Criação do Homem é um Ato Imediato de Deus." (Gn 1. isto é. Alguns eruditos. conforme a nossa semelhança. conclui-se que: A.br | contato@institutodeteologialogos. ao contrário do que aconteceu na criação dos demais seres e coisas da criação em geral. as características que só existem no homem. B.26).com. vemos a distinção clara entre a origem do corpo e da alma. Por exemplo. elemento espiritual do homem. Possuem em comum os mesmos apetites. O Homem foi Criado Segundo um Tipo Divino.26.7. crêem que o plural façamos é uma alusão direta à Trindade Divina em conselho para a formação do homem. sobretudo. Em Gênesis 2. de um mesmo lugar. e. Deus planejou a criação do homem. D.20 e compare com Gênesis 1. que o homem é o resultado de uma série de transformações de outros elementos. Com respeito aos demais seres vivos. e outros a consideram como o plural de autoexortação. Partindo desses textos e de todo o contexto que trata da obra da criação. que estas três últimas opiniões são contrárias àquilo que pensam e expressam os pensadores e teólogos mais conservadores.24 A história das migrações do homem.26).11. Note que isto é contrário ao que ensina o evolucionismo. como a Igreja. O Homem Foi Criado por Deus A Bíblia nos apresenta um duplo relato da origem do homem.27 e 2.26. nas seguintes palavras: "Façamos o homem à nossa imagem. na qual existem resquícios do sânscrito.3. têm essencialmente as mesmas características... por exemplo.br . as mesmas qualidades. Por exemplo. as mesmas tendências. Também há evidências que demonstram que o antigo Egito é o elo entre as línguas indoeuropéias e as semíticas. mas a Palavra de Deus afirma isso com toda clareza em Atos 17. Esses. Os mestres de filosofia comparativa formulam juízo comum quanto ao fato de que a raça humana constitui-se numa só espécie.institutodeteologialogos. Argumento Psicológico. leia Gênesis 1. A Igreja geralmente tem aceitado o verbo façamos. Isto é. Os Elementos da Natureza Humana se Distinguem.7. Antes de Moisés tratar da criação do homem com maiores detalhes. Isto quer dizer que eles possuem formas tipicamente próprias de suas espécies. e a psicologia revela claramente o fato de que as almas dos homens. E. lemos que Deus os criou 'segundo a sua espécie". Algumas das expressões usadas no relato da criação do homem mostram que isso aconteceu de uma forma imediata. Tem-se verificado. Argumento da Ciência Natural. A Criação do Homem foi Precedida por um Solene Conselho Divino. em todo o relato bíblico. inexiste na declaração da criação do homem. Deus disse: "Façamos o homem à nossa imagem. conforme a nossa semelhança. Ambos estão em Gênesis 1. Qualquer indício de mediação na obra da criação que se acha contida nas primeiras declarações. C. 4. e que as diferenças entre as diversas famílias da humanidade são consideradas como variedades de uma espécie original. Assim. Argumento Filológico. sem distinção de tribo e nação a que pertençam. ele nos leva a conhecer o decreto divino quanto a essa criação. O homem não foi criado assim. para provar a autenticidade da doutrina da Trindade.27. O corpo Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. no plural. O espírito é o âmago e a fonte da vida humana. A alma é a entidade espiritual. O homem foi formado do pó da terra (Gn 2.7). Ele é o meio pelo qual o espírito se manifesta e age no mundo visível e material. o caulim. A imagem natural de Deus gravada no homem consiste nos seguintes elementos: o poder de movimento próprio. palavra que. por isso alma e espírito são inseparáveis. na vinda de Jesus (Jo 19. Sabe-se. adam.1). e "o homem foi feito alma vivente" (Gn 2. O corpo é o órgão dos sentidos e o laço que une o espírito ao universo material.1-4. não foi necessário o uso de material preexistente. 5- O HOMEM. nome dado ao primeiro homem. Os filósofos pagãos falavam do corpo com desprezo.9). • O Espírito do Homem. segundo opinião de alguns filólogos. a alma é o espírito encarnado. enquanto a alma possui essa vida e lhe dá expressão por meio do corpo. vem de húmus (terra). autor do "best-seller" Cosmos.RELIGIÕES E SEITAS . amá-lo. o tabernáculo. a vontade e a liberdade. Em abril de 1985. Na criação da alma. material preexistente. para o crente.2). "Homem" vem do latim homo. acrescentou em Glasgow. o entendimento. "Falta-nos ainda a prova definitiva.25-27. 1 Co 6. • A Alma do Homem. Assim.com. da terra. Neste particular está a diferença marcante entre o homem e os animais irracionais. Isto quer dizer que a alma do homem foi uma nova criação de Deus. 1 Co 15. No hebraico. para obedecer-lhe. o qual deve ser apresentado como oferta a Deus (Rm 12.9). mesmo os mais moderados.1. pesquisadora da NASA (Agência Espacial dos Estados Unidos) e docente da Universidade de San José. na Bíblia. escreveu o astrônomo americano Carl Sagan. • O Corpo do Homem. e segui-lo. é plena certeza. "Avançamos muito nesse terreno". A alma sobrevive à morte porque o espírito a dota de capacidade. no entanto. 1 Jo 3. surpreendeu o mundo científico com a afirmação da descoberta de que a vida humana na Terra começou em estratos de uma argila muito fina e branca. o bioquímico Graham Cairns-Smith.institutodeteologialogos. "A argila pode ser comparada a uma fábrica de vida". o corpo é aquele sobre o qual a Bíblia menos fala. que o corpo humano é o instrumento.com.25 foi formado do pó da terra. O corpo dos salvos alcançará a sua maior glória na ressurreição. fala da indelével constituição do homem como um ser racional. usado na indústria como branqueador de papel e isolante térmico.7). a professora Lélia Coyne.br . O Homem. "Se tivesse de apostar uma resposta ficaria com a teoria da argila". mas sim a formação de uma nova substância. língua original do Antigo Testamento. acrescentou a doutora Coyne. IMAGEM E SEMELHANÇA DE DEUS Um dos ensinos cardeais da Bíblia é que o homem foi criado à imagem e à semelhança de Deus. na Escócia. disse a pesquisadora. Dos três elementos que formam o ser humano. Aquilo que para os cientistas e pesquisadores. Porém as Escrituras tratam do corpo do homem como uma obra de Deus. e como um ser moralmente responsável. 5. ainda é uma incerteza. é traduzido por "aquele que tirou sua vida da adamah". mas já conseguimos o bastante para saber que estamos no caminho certo".br | contato@institutodeteologialogos. Imagem de Deus O termo "imagem de Deus" relacionado ao homem. até mesmo da literatura gentílica. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. incorpórea. no entanto. na Califórnia. que pode existir dentro de um corpo ou fora dele (Ap 6. A Bíblia diz que Deus soprou nas narinas do homem. Adão. a oficina do espírito (2 Co 5. Vestígios desta verdade encontram-se nos escritos de grandes vultos. pelo que almejavam o dia quando a alma estaria livre de suas complicadas roupagens. e consideravam-no um empecilho ao aperfeiçoamento da alma. 29 diz que "Deus fez o homem reto. Devido ao pecado. pela fé entende "que os mundos pela palavra de Deus foram criados. Como ficou patente.. rompendo os limites da teologia barthiana. que. mesmo o macaco. como imagem de Deus. Esta semelhança está grandemente prejudicada por causa do pecado. este sistema teológico se faz presente no movimento ecumênico. o crente arraigado na Bíblia Sagrada. seria impossível a comunicação de um com o outro. e a razão é que eles não têm consciência própria. o homem se distingue dos irracionais ainda no seguinte: • pelo poder de pensar em coisas abstratas.RELIGIÕES E SEITAS . levado a efeito por determinados segmentos do cristianismo. existe em cada ser humano.. mais recentemente. Em linhas gerais. nascido em 1886. • pela lei moral que se evidencia no seu comportamento em busca de uma perfeição maior. A faculdade que ele tem de proferir o pronome EU abre um abismo intransponível entre ele e os animais irracionais.26 O primeiro ponto de distinção entre o homem.br | contato@institutodeteologialogos. Essa semelhança consiste nas qualidades morais inerentes ao caráter de Deus. • pela natureza religiosa que.2). • pela capacidade de fixar um alvo maior a ser alcançado no tempo e na eternidade. Eclesiastes 7. Porém. jamais pronunciou EU. e falecido em 1968. e não em teorias humanas. de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente" (Hb 11. e o homem não poderia receber a revelação de Deus. que tanta confusão está causando. o evolucionismo é uma teoria inspirada no inferno." Isto quer dizer que o homem foi criado bom e dotado de relativa justiça. o homem assemelha-se a Deus. de acordo com estudiosos da teologia em nossos dias. porque assim foi o homem criado por Deus. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. Deste modo. no ato de interpretar e comunicar as Escrituras.2. e isto o faz consciente da sua própria personalidade. designam o desvio teológico da linha de compromisso com a verdade divina. se não houvesse essa conformidade mental. está mais vinculado ao complexo sistema teológico e doutrinário de Karl Barth. principalmente no que diz respeito à criação como um ato soberano de Deus.institutodeteologialogos. Há ainda a semelhança moral.com. Como imagem de Deus que é. e os animais irracionais é a consciência própria. Todas as suas tendências eram boas.com. porque. e. conjuntas. largamente usadas no mundo da teologia nos dias modernos. O Modernismo Teológico. aos 82 anos de idade. • pela consciência da intensidade da vida humana. Por isso Cristo morreu. com o propósito de desacreditar as Escrituras. somam o bem comum daquele que as desenvolve. o que começa a partir da conversão. na chamada "Teologia da Libertação". 5. Nenhum animal. porém.br . Das criaturas terrenas só o homem tem o dom de fixar em si mesmo o pensamento. com o propósito de restaurar esta semelhança entre o homem e Deus. a semelhança moral entre Deus e o homem enfraqueceu mais e mais. • pela multiplicidade das atividades humanas. 6- O NEOMODERNISMO TEOLÓGICO “Modernismo" ou "Neomodernismo Teológico" são expressões mui conhecidas. teólogo suíço. É sabido. O simples fato de Deus se manifestar ao homem prova que o homem pode receber e compreender esta manifestação. que o neomodernismo abriu fronteiras. Semelhança de Deus Intelectualmente. em potencial. O Homem. e nisto consistia a sua semelhança moral com o Criador. Todos os sentimentos do seu coração inclinavam-se para Deus. em toda palavra. Desse modo.com. Isso. que o homem seja transformado e se torne uma nova criatura. na qualidade de homem. eles podiam errar. Segundo Barth. segundo Barth. A Palavra de Deus como Dever da Teologia. habita e habitará no corpo mortal enquanto o tempo for tempo. B. nesse caso ser perdoado e salvo do seu pecado? Evidentemente Barth fala de perdão de pecado. o pecado pertence à natureza do homem como um ser criado. De fato. Se o pecado pertence à natureza do homem. pode ele. A pergunta: "Como o homem se tornou pecador?" responde Barth: "Não por uma queda do primeiro homem. para ele. O Pecado e a Queda. grande número de teólogos mais conservadores da atualidade o consideram assim. Portanto. a infalibilidade da Bíblia é uma fantasia. Necessidades e Promessas da Pregação Cristã. um teólogo culto e um escritor prolifero. I. na qualidade de ser criado. que muitos teólogos consideram Barth uma espécie de "profeta" e "reformador". por Adão. até mesmo nosso Senhor Jesus Cristo foi carne pecaminosa — afirma Barth irreverentemente. e o crente é tão pecaminoso quanto o mais iníquo dos homens. II. sua teologia tem contribuído para que determinados setores da teologia. Segundo.. São duas as razões por que tomamos a pessoa de Karl Barth como ponto de partida da especulação da teologia neomodernista: Primeiro.2. A Doutrina Neomodernista Dentre os muitos pontos controversos da teologia barthiana e modernista liberal. nos dias hodiernos. 149). A Teologia e a Igreja. segundo Barth. destacam-se os seguintes: A. Porém. A entrada do pecado no mundo.. mas "perdão" não significa. pp. destacam-se: A Palavra de Deus e a Teologia.com. A Teologia de Karl Barth Karl Barth foi. precisamente com essa palavra humana.27 6. Tudo quanto é criado é pecaminoso. Ele vai mais além e afirma que os ensinamentos de Jesus. aos profetas e apóstolos).. a não ser que Deus resolva usá-la como meio de sua revelação. 558/588). Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. Não vemos esperança de real salvação para os neomodernistas. A Bíblia é "de capa a capa palavras humanas e falíveis. sem dúvida.br | contato@institutodeteologialogos. são infalíveis. A teologia barthiana tem influenciado tanto o pensamento teológico dos dias modernos.institutodeteologialogos. eles mutilam a Bíblia e descrêem de Deus. não há como esconder o erro embutido em suas conclusões teológicas. a Bíblia não é a divina e inspirada Palavra de Deus. A Bíblia. são tão afastados da verdade acerca de Deus como as mais cruéis idéias da primitiva religião. só se sucede quando ela é pregada pela Igreja. foi com a publicação do seu livro Comentários Sobre Romanos que ele tornou-se mundialmente conhecido. nem mesmo as palavras de Cristo. não é um evento físico-histórico em qualquer sentido" (Comentário Sobre Romanos. mas. Dentre as principais obras que escreveu. que infelizmente estão se infiltrando em vários seminários em nosso país e sendo adotadas por muitos ministros evangélicos brasileiros. "o pecado habitou. passando do verdadeiro e lógico para o absurdo e anti-bíblico. Para ele. 6. Segundo Barth.1. vols. Mas. falível e errada pronunciaram a palavra de Deus" (Fundamentos Dogmáticos. o que. uma vez que crêem na Bíblia e em Deus ao seu próprio modo. O Novo Mundo da Bíblia.br . conclui ele. naturalmente. Questões Bíblicas. o homem for homem e o mundo for mundo". p. e também têm errado. significa que o pecado não começou por uma livre escolha pela qual o homem preferiu desobedecer à lei divina. dêem uma guinada. que também se refere a eles (isto é. só aceita por crentes ignorantes. Segundo o testemunho das Escrituras sobre os homens. Doutrina Reformada Sua Essência e Dever e Fundamentos Dogmáticos.RELIGIÕES E SEITAS . conforme dados no Evangelho. Na realidade. relatadas nos Evangelhos.. 56. portanto. F. O Céu. A Pessoa de Cristo. • perfeita (SI 19. • o homem caiu em pecado por sua própria escolha (Gn 3. A Bíblia.7. Strauss talvez tivesse razão em explicar a ressurreição de Cristo como "um embuste histórico".br | contato@institutodeteologialogos. Isso. pois: • Ele não pratica perversidade. G. Deus não é autor nem cúmplice do pecado. a palavra "ressurreição" na Bíblia nada tem a ver com a ressurreição do homem da morte física.28 C.7). Quem lê o livro Credo. De fato. Ensina que esperar pela vinda do Senhor é acrescentar ansiedade à nossa situação real. dessa forma. E. não é um acontecimento histórico". A Escatologia. Veja o que dizem as Escrituras a respeito dos temas abordados: A. Mt 5. O Pecado. A Morte de Cristo. e. • santa.13. Barth ensina que Cristo morreu em desespero. D. a sua vida. nem do julgamento final e nem do céu. ele pode falar sobre o nascimento virginal de Cristo. tem a impressão de que ele crê no nascimento virginal de Jesus Cristo.RELIGIÕES E SEITAS .12). O significado da morte de Jesus.16. de Barth. mas como um "mito". aplicase à vida terrena de Cristo.institutodeteologialogos. na história tudo é relativo e incerto.com. Por isso.8). A Ressurreição dos Mortos. Por conseguinte.6. • o homem foi advertido de não pecar (Gn 2.2).9). justa e boa (Rm 7.29). o que não corresponde à verdade. Barth destaca em seu ensino que a esperança que o crente nutre de ir para o céu é uma prova do cristianismo egoísta que está vivendo. A Bíblia é a Palavra de Deus. a Bíblia nega toda e qualquer possibilidade de salvação aos neomodernistas aprisionados nos seus próprios erros.com.142). De acordo com Barth. Mas é Barth mesmo quem afirma: "A ressurreição de Cristo. No seu livro Comentários Sobre Romanos. C. é: • o Livro infalível e imutável dos séculos (SI 119. A Pessoa de Cristo. F. disse ele acerca de Cristo crucificado: "Ele se tornou humilhado.89). à luz do contexto geral da teologia barthiana.17). Refutação Bíblica das Doutrinas Neomodernistas Ao refutar o neomodernismo ou barthianismo. nem comete injustiça (Jó 34. evidentemente. derrotado e sacrificado. Barth ensina que a ressurreição já aconteceu.10). • divinamente inspirada (2 Pe 1. Rm 12. Ensina o barthianismo que a escatologia nada tem a ver com o futuro. Cristo era uma Pessoa real: Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. pois não queria outra coisa senão vencer o eu humano e dar tudo nas mãos do Pai". • pura (SI 19. • Ele fez o homem reto (Ec 7. • absolutamente digna de confiança (1 Rs 8. alcança do Senhor misericórdia e perdão (Pv 28. Segundo a teologia neomodernista. A Ressurreição de Cristo. B. Barth chega a dizer que o ateu D. • aquele que confessa o seu pecado e o deixa. ou o que dá no mesmo.br .21). H. e nada mais. diz ele que o verdadeiro crente não necessita da imortalidade da alma. • verdadeira (SI 119.18). 1 Jo 1. e que isso é a indicação mais clara de que o homem não tem meios de chegar a Deus por sua religião! Em um de seus sermões. e que a segunda vinda de Cristo não é um acontecimento vindouro. é apenas que Ele se sacrificou. Lc 1. 20. • Marta (Jo 11.13).br | [email protected]). os acontecimentos finais obedecerão à seguinte ordem: • O arrebatamento da Igreja (1 Ts 4. • por dez dos seus discípulos (Jo 20.35.29).15-19).36.45-47). 1 Co 15.15-28). • Ele foi visto por João Batista (Jo 1.11-23).1-3).14.25-27). Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. embalsamaram-no e o enterraram (Jo 19. Jo 5. • por mais de quinhentos irmãos (1 Co 15. 65.32. • O autor da Epístola aos Hebreus (Hb 6. e. • por Tome (Jo 20.16). enquanto na Terra ocorrerá a Grande Tribulação (Mt 24. 24.6.2-4. A Morte de Cristo.17). F. • Jesus (Mt 22.24). • O estabelecimento dos novos céus e da nova Terra (Ap 21. • por Maria Madalena (Jo 20.21. Após ressurreto Ele foi visto: • pelos guardas do sepulcro (Mt 28.26).30). A ressurreição dos mortos é um assunto tratado de forma abundante e inequívoca em toda a Escritura. G. A Ressurreição de Cristo.29 • Ele nasceu duma virgem (Is 7.1).19-23). • A inauguração do reino milenar de Cristo na Terra (Is 2. • Davi (SI 17.29). A Ressurreição dos Mortos.33).8).10). A escatologia bíblica é clara.12.com. para logo ser preso para sempre (Ap 20. Escatologia.institutodeteologialogos.com.16). Lc 14.29) e Herodes (Lc 23. E. nos céus (2 Co 5. sobre a qual falaram: • Jó (Jó 19. • Ele foi isento de pecado (Hb 7.26-29).6). • A manifestação de Cristo em glória acompanhado dos seus santos e anjos (Mt 24.31. Pilatos (Jo 18.38-42). • por sete dos seus discípulos (Jo 21.1-14). segundo ela. A ressurreição de Cristo foi um fato histórico e real.27). A morte de Cristo foi um fato histórico e real: • foi testemunhada pelo centurião romano (Lc 23.28.18-22).RELIGIÕES E SEITAS . • O julgamento das nações (Mt 25. • A soltura de Satanás por um breve espaço de tempo.br . • foi testemunhada pelos soldados romanos (Jo 19.7-10).14. • José de Arimatéia e Nicodemos tomaram seu corpo.15).32). • por Simão Pedro (Jo 21. • Paulo (At 23. D. • A prisão de Satanás por mil anos (Ap 20.11-15). Anás (Jo 18. • O juízo do Grande Trono Branco (Ap 20. • A batalha do Armagedom (Ap 16.13). • O comparecimento dos crentes ao tribunal de Cristo. At 2. em uma grande cidade. e opinam que esta tem a ver com a melhoria social e cultural da sociedade. e.br | contato@institutodeteologialogos. ele é real. como apóstolos. das quais nascem invejas. boa vontade. o neomodernista estende a mão sob o balcão e diz: "Mas é exatamente o artigo que vendemos aqui". blasfêmias.16. dado a discussões fúteis que não levam a nenhum proveito. falta-lhes também a visão de Deus quanto ao real estado do homem sem Cristo. Acerca do Céu. dão-lhe diferente "conotação". Mas como detectá-los? De acordo com 1 Timóteo 6. Por lhes faltar genuína conversão.49). Em vez disso. É aqui que se enquadram os neomo-dernistas. Exemplo: já não empregam a palavra "reconciliação" no sentido bíblico de o homem reconciliar-se com Deus. para orientação de pregadores de rádio.33). No céu está a nossa pátria (Fp 3. Do céu foi derramado o Espírito Santo (Mt 3. diz o apóstolo Paulo: "Se alguém ensina alguma outra doutrina. é soberbo. esperança. evite críticas e controvérsias. Do céu virá Jesus (Mt 24.br .6).1. coragem.13). ruins suspeitas. No céu está a habitação e o trono de Deus (At 7. abandonar a verdade e disseminar o erro é muito mais que uma preferência pessoal. b) é soberbo. estamos 'vendendo religião'. ilustra este ponto: "Os temas devem difundir amor. alegria. H. Chamam a isto emprego de "palavras conotativas".com. c. Portanto. Em geral. e. ou convidar os pecadores ao arrependimento está fora de moda. aparta-te dos tais. os liberais ou teólogos modernistas fazem a interpretação que bem lhes convém. fé.30 • João (Ap 20. Porventura não podemos.institutodeteologialogos. b. contendas de homens corruptos de entendimento. Mas é grande ganho a piedade com contentamento" (l Tm 6. uma forma de "contextualizar" a Escritura à realidade moderna. Na realidade. cuidando que a piedade seja causa de ganho. fazer bons amigos e ver o que Deus pode fazer por ele?" Alguém comparou os teólogos liberais ou neomodernistas a um comerciante que tem de reserva sob seu balcão toda espécie de artigos.5. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. mas delira acerca de questões e contendas de palavras.20). e privados da verdade. e a doutrina de demônios". De acordo com 1 Timóteo 4. convidar o povo a gozar dos nossos privilégios. preparar os cristãos para levarem a sua cruz.RELIGIÕES E SEITAS .3-6). "Missões" foi substituída por "diálogo". confiança. em extensão. Num ultrajante desrespeito à Escritura. que é segundo a piedade. "Redenção" já não é empregada no sentido bíblico de o homem ser salvo do pecado e do castigo eterno. e se não conforma com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo. Evitando os Falsos Teólogos Os teólogos comprometidos com o neomodernismo são pessoas que se deixaram enredar pela astúcia do diabo. o pai da mentira. Um boletim publicado pelo Concilio Mundial de Igrejas. o falso teólogo é alguém que: a) ensina outra doutrina que não aquela ensinada pelo Senhor Jesus Cristo. Quando um liberal à moda antiga lhe vem pedir liberalismo. e nada sabe. 7. Aquele que assim age está "dando ouvidos a espíritos enganadores. responde: "Mas é exatamente o artigo que vendemos aqui". 7- UMA SOLENE ADVERTÊNCIA Escrevendo a Timóteo. O céu existe. porfias. e "conversão" passou ser um conceito inaceitável.com. a nós hoje. sacrificarem-se e servirem. Por que o crente o deseja e espera nele morar? Dentre outras razões sobressaem-se as seguintes: a. d. e com a doutrina que é segundo a piedade. O verdadeiro crente aguarda o estabelecimento dos novos céus e da nova Terra. onde habita a justiça de Deus (2Pe3. E se um cristão bíblico entra na loja.30).1.3-5. o neomodernista com o mesmo gesto. em sua tese: "O Jovem e a Escolha de Sua Carreira". e. em toda a natureza. Se não. e agora nos chama através destas palavras: 'Vós já estais limpos. e se transforma em escárnio. Karl Friedrich Marx. tome posse da vida eterna.br | [email protected]). Escreveu ele: "A própria religião ensina-nos que o Ideal que todos lutam para alcançar. Marx mesmo.5. que não cumpre o seu propósito.14). assim que sentimos o pleno impacto da vida. porém. a razão. convincentemente. porque elas são apenas sacrifícios feitos em favor de todos". então não poderemos nunca ser esmagados pelas responsabilidades. a Palavra de Deus. A certa altura do seu curso ginasial. pai intelectual do marxismo. o gracioso Criador é incapaz de odiar a obra de suas mãos.. essa união com Cristo esperará calma e tranqüilamente os golpes da desventura. que sem Ele seríamos rejeitados por Deus. que se afaste dos falsos teólogos e seus ensinos. o zelo pela virtude é abafado pela voz tentadora do pecado. que somente Ele é capaz de libertarnos. Nessa época. e morreu em 1883. capaz de adequar a sua linguagem e o seu comportamento de maneira a agradar a quem quer que seja.. e obedeça ao mandamento do Senhor. Após se formar em Filosofia.com. Seus pais eram judeus.institutodeteologialogos. respondendo à prova: "Sobre a União dos Crentes com Cristo". "E onde Cristo expressa com maior clareza a necessidade de união com Ele do que na bela parábola da vinha e seus ramos. o mesmo que materi-alismo dialético.. recomenda o Espírito Santo. sacrificou-se a si próprio pela humanidade. assim sendo. convertidos ao Cristianismo. enviou o seu Filho. tudo nos faz apelos em altas vozes. na qual Ele se compara com a vinha e a nós com os ramos? "Os nossos corações. reagindo às filosofias idealistas e dualistas. vejamos.RELIGIÕES E SEITAS . "O anseio pela verdade é amortecido pela força doce e lisonjeadora da mentira.br . permanecei em mim. Quando muito jovem. pois quem poderia arrebatá-lo de seu Redentor?" Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. A luta pelo entendimento é posta de lado por uma vulgar concupiscência pelos bens terrenos. pregam o advento do socialismo alcançado através da luta de classes e da ditadura do proletariado. haveremos de notar que o marxismo é bem diferente daquilo que os marxistas ou comunistas dizem ser. Opor-se-á bravamente às tempestades da paixão e resistirá impavidamente aos rugidos dos iníquos. E assim o homem permanece como a única criatura. Marx se confessava cristão. na Alemanha. fora batizado numa igreja protestante na Alemanha. a história. mandamento esse sem mácula e irrepreensível (lTm 6.31 Eis uma real descrição do neomodernismo. Porém.' (Jo 15.. quando criança. políticas e econômicas de Karl Marx e seus continuadores. nasceu em Treves. o único membro do Universo que é indigno do Deus que o fez. que.. antes de cada um se decidir sobre a grande obra de sua vida. "Uma vez que um homem tenha atingido essa virtude. e eu permanecerei em vós. advertia a juventude a tomar em consideração a vontade de Deus. milite a boa milícia da fé. Ao crente fiel. pela palavra que vos tenho falado. ele escreveu: ". "Todavia. 8- COMUNISMO MARXISTA Um dicionário comum definiria o marxismo como o conjunto das doutrinas filosóficas.3. através de Paulo. e quem ousará contradizer tal afirmação? Se escolhermos a posição na qual podemos realizar o máximo por ele. Deseja erguê-la até onde Ele mesmo está..12. dizendo-nos que a união com Ele é absolutamente necessária. ingressou no jornalismo e na política.com. à luz das Escrituras e das ciências que tratam do comportamento humano. em 1818. . Elas são tão grandes.com. vindo a se aliar a Marx logo depois. de sorte que tudo o que há no mundo é fruto de forças que se opõem. O ponto crítico transforma a quantidade em qualidade.32 8. observando o seguinte raciocínio: A humanidade está dividida em duas forças que se opõem: operários e patrões ou chefes e subordinados. e a secundária que reage chama-se "antítese". A Radical Mudança Aconteceu em 1835. Mas o que aconteceu na vida de Karl Marx. Oito anos mais tarde.RELIGIÕES E SEITAS . Nesse meio estão muitos pseudocristãos. Em tudo há sempre duas forças que se opõem. foi lendo um livro do teólogo liberal Bruno Bauer. Não me reconheço a mim mesmo. que Engels. a religião é o ópio do povo. O operário é a força chamada "tese". a "antítese". também amigo pessoal de Karl Marx e Engels: "Faço conferências aqui na Universidade ante um grande auditório. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. 8. Apesar da decisão marxista de destruir a religião e de opor-se a tudo quanto tem relação com Deus. desde o princípio o marxismo tem encontrado fiéis aliados nos teólogos modernistas e liberais. que. Vítima da Falsa Teologia Antes de se ligar à Economia e tornar-se um comunista de renome.com.. sempre que subo ao púlpito. enquanto os patrões são a força reacionária..1. Enquanto profiro as blasfêmias. O Que Prega o Marxismo Em síntese. A Guerra de Classes. etc. O marxismo aplica a guerra de classes à humanidade. e sou forçado a render-me a ele. cerca de um terço do mundo é marxista. Meu espírito de blasfêmia somente será saciado se estiver autorizado a pregar abertamente como professor do sistema ateísta". Na luta entre as duas. a serviço do marxismo. Por exemplo. a força principal chama-se "tese". ficam com os cabelos em pé. que contribuiu decisivamente na destruição da fé de Engels e apoiou Marx em seus intentos anticristãos? É possível conhecê-lo um pouco lendo parte de uma carta que ele encaminhou ao seu amigo Arnould Ruge.. 8. o marxismo prega os seguintes temas: A. diz: "O homem é que faz a religião. isto é.2. há no Universo inteiro um estado de oposição. o bem ao mal. o povo não poderá sentir-se realmente feliz enquanto não for privado da felicidade ilusória mediante a superstição da religião!" Por essa época.. O resultado final será a tese vencer a antítese. Exemplo: a morte se opõe à vida. a classe trabalhista destruir o sistema capitalista. Marx escreveu o seguinte: "Desejo vingar-me daquele que governa lá em cima". Segundo o marxismo. É aqui que se enquadram os teólogos da Libertação como "tolos úteis". a tese prevalece e vence a antítese. passou a descrer dos valores eternos registrados na Bíblia. que estas crianças. para que. a religião não faz o homem. forma de culto muito em voga hoje em dia. num de seus poemas. Há guerra eterna entre estas duas classes. é um demônio muito cruel que se apossa de mim. na época um cristão professo.. caem vítimas das doutrinas infames do marxismo ateu e materialista.br . É este conflito que dá dinamismo à vida. Haviam-se passado apenas dois anos depois de ter escrito tão belo depoimento.. se transformasse num declarado inimigo de Deus e do Cristianismo? No seu livro Era Karl Marx um Satanista?. a quem ninguém deveria escandalizar. quando Karl Marx declarou-se um ateu convicto. quando pronuncio minhas blasfêmias do púlpito..br | contato@institutodeteologialogos. E que tipo de pessoa era Bruno Bauer. da noite para o dia. Hoje. Marx foi um humanista.institutodeteologialogos. resultando daí a "síntese". escrevendo uma apologia das Sagradas Escrituras e do Apocalipse. Richard Wurmbrand não descarta a possibilidade de um envolvimento de Marx com o satanismo. sem a experiência genuína e sobrenatural da conversão e sem a orientação da Bíblia.3. A isto o marxismo chama "ponto crítico". lembro-me de como trabalho piedosamente em casa. De qualquer modo. evidentemente).. todas as religiões. sua origem. que nunca chegará. Na dialética materialista do marxismo.. Os Riscos do Comprometimento. O marxismo caracteriza-se pela sistemática oposição à propriedade privada. Nós não temos a resposta de Cristo. e especialmente no nosso continente. Cristo. Segundo Marx. baseados na sua doutrina. na pior. a classe operária é chamada proletariado..com. Os marxistas sempre falam em paz. a religião é uma espécie de travesseiro sobre o qual o crente está a dormir. e à livre iniciativa. multiplicando os peixes e os pães para alimentar o povo. na esperança de ter uma vida num além. uma Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. C.. 8. O marxismo é uma filosofia do homem que. Deste modo. inclusive no que diz respeito às necessidades individuais. para viver bem e dirigir seus destinos.com. as seguintes palavras: "Os cristãos devem optar definitivamente pela revolução.br . Mas. politicamente. Aos ouvidos de cristãos incautos. o alvo do marxismo é que toda propriedade seja administrada pelo Estado (pelo Estado comunista.. Deste modo. irrelevante. O Conceito de Paz.. cada qual com sua própria filosofia. A. a revolução latino-americana será invencível. onde a fé cristã é tão importante entre a massa popular. comerciantes e industriais. na melhor das hipóteses. Bass. Descreve a concepção cristã do mundo e da vida como algo anquilosado nas esferas de uma hierarquia estática... conforme diz H. ou como dizem eles: "A vitória do proletariado sobre a burguesia".33 B.br | contato@institutodeteologialogos. igrejas e organizações religiosas. Para o marxismo. com fraternidade e solidariedade" (Fidel Castro). Para tanto aventam as mais estranhas interpretações dos textos bíblicos na vã esperança de uma legitimação de atitudes inaceitáveis a um autêntico seguidor de Jesus Cristo. Não podemos falar sobre o outro mundo.. em uma concepção medieval do mundo que se esforça por impor como válida. "pretende oferecernos uma resposta ao problema do homem.. soam. a fim de não se engajar na luta contra os exploradores. Portanto. e. O que o marxismo chama capitalismo não são somente os ricos. refere-se à vitória total do comunismo. O Marxismo e o Problema da Liberdade Um dos sinais de enfraquecimento da fé e da democracia em nosso país é o entusiasmo simplista de alguns cristãos pelas teses marxistas. Marx e Engels declararam em 1848 aquilo que hoje é um diapasão do marxismo: "Os Comunistas podem resumir sua teoria nesta única expressão: 'abolição da propriedade privada'". é ensino básico do marxismo que o homem.RELIGIÕES E SEITAS .. Marxismo versus Igreja O marxismo considera a Igreja. Proletariado e Capitalismo. à liberdade econômica. opressora. tentamos fazer a mesma coisa: dar pães e peixes a todos!" 8. Os objetivos humanos de Cristo e Marx. O Conceito de Propriedade. Quando os cristãos se atreverem a dar um testemunho revolucionário integral.5. "Sugerimos uma aliança entre o Cristianismo e o marxismo. precisa destruir primeiramente a religião e a propriedade privada. D. o que chamamos de "paz" é para o marxismo um ato de guerra. Mas o que entendem eles por paz? Para o marxismo a paz só é possível com a destruição do povo capitalista pelo operariado. Quando um marxista fala em paz. são os mesmos. Ao receber uma Bíblia. Isto acarreta um totalitarismo absoluto em que o indivíduo fica absorvido pela coletividade. mas o sistema democrático. "a propriedade privada é um roubo".4. todos os demais compõem a burguesia ou capitalismo. no Chile. seu destino histórico. já que até agora os cristãos permitiram que sua doutrina fosse instrumentalizada pelos reacionários" (Che Guevara). mas neste mundo podemos ter completa concordância. Fidel observou: "Aqui lemos muitos exemplos de conduta tipicamente comunista.institutodeteologialogos. é um belo exemplo... como instituição econômica e. com doçura angelical. RELIGIÕES E SEITAS . em seu ser e seu operar. porque procura restaurar a divindade do homem". num delírio de universalidade dominante. A atitude diante dela. Yelena Bonner. apresenta a mesma opinião a partir da sua própria experiência: "O marxismo não se contenta em combater as igrejas. em torno do qual tudo gravita. Por isso. A dialética é o infinito e a infinita plenitude de valores. A. mulher do físico e dissidente soviético Andrei Sakharov. mas mantendo sempre um preso notável como símbolo de resistência a pressões externas e uma advertência interna para a força da repressão. patrulha e controla.com. de George Orwell. a todos vê. mostrou que durante uma recente estada no Ocidente. por causa de interferências provocadas pela polícia. ao manter Sakharov confinado. que pretende ser uma doutrina de salvação. como um fanal seguro. Marxismo. Para ambos. Como pode uma filosofia arrogar-se um império sobre o homem? Como pode pretender ter prerrogativas que incidem sobre toda a dimensão humana." Ignácio Leep. o Apogeu do Humanismo.br . Com razão disse Bochenski: "O conceito de valor absoluto do comunismo é um valor religioso. uma religião do homem. mas declaração de Marx: "A religião dos trabalhadores é sem Deus.. mas procura impô-la. o casal vive em completo isolamento dos amigos e impedido de ouvir rádio. O marxismo. profundo conhecedor do marxismo. O marxismo se propõe transformar o homem. quer impor-se sobre toda a experiência. em 1986. Quer desempenhar. fazendo uma sondagem nas profundidades do homem para obrigá-lo a tomar consciência de suas potencialidades inimagináveis. O Estado comunista. como fez o Kremlin. e não só sobre alguns de seus movimentos". induz o homem à crença de poder ser um deus antes mesmo de atingir a dignidade que o faça humano. assim como "O Grande Irmão". Patrulhamento Ideológico. O marxismo não se dá por satisfeito em formular uma determinada crença sobre o homem. convertido do marxismo. Bardiaeff. tal a vigilância a que ela e seu marido eram submetidos na cidade de Gorki.com. na vida social e na consciência do indivíduo. a 400 quilômetros de Moscou.. B. onde a recepção é melhor. em cujas fileiras formou durante vários anos. é um urgente "imperativo categórico" que brada dos lábios do seu fundador. e em conseqüência. Yelena revelou. o marxismo é uma filosofia do homem. principal personagem do livro 1984. escreve: "Pretende o marxismo ser universal. cujo santuário não se abria a não ser para a potestade da religião e da fé? A resposta é a seguinte: O marxismo é uma religião. quase um dever. A revista Veja. quer dirigir. de 25 de junho de 1986. parece haver poucas esperanças de libertação a curto prazo". totalitária em sua ambição. a realização do homem em seu caminho pelo mundo. que eles vão até o cemitério local. para onde foram banidos por suas críticas ao regime comunista.br | contato@institutodeteologialogos. O cidadão é vigiado e a delação é uma tradição. só se satisfaz quando exerce um controle sobre todo o homem. o papel que anteriormente se atribuía às religiões".institutodeteologialogos. ao autorizar. 9- OPÇÃO PELA DEMOCRACIA E PELA LIBERDADE Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.34 resposta ao problema da existência e da possibilidade de exercício de uma liberdade do homem". Para sintonizar estações ocidentais. Durante o regime comunista na extinta União Soviética. declarou que se sentia como um micróbio numa lâmina sob um microscópio. o Estado exerce controle sobre tudo. ante o partido. diz a Veja: "No apartamento de Gorki. Tudo isso não é alguma coisa que o marxismo murmura debilmente e oferece como opção. o grande sol do Universo. Prosseguindo na sua matéria. Nos poucos países ainda sob governo marxista ou comunista. a emigração de Anatoly Sharansky para Israel. o desenvolvimento. recentemente. os soviéticos exerciam uma prerrogativa típica das tiranias — a de libertar os adversários a seu critério. Afirmá-lo não é imprudência nossa. é uma postura sacral. Parte das soluções de nossos problemas sociais depende fundamentalmente do fortalecimento e aperfeiçoamento das instituições democráticas em nosso país. em deuses. O Estado deve proteger todos os grupos. mas à dos reconhecimentos. descreve a Rússia como uma grande prisão.br . principalmente a imprensa norte-americana. As soluções dos nossos problemas políticos e sociais não dependem da adoção do modelo político cubano em nosso país. por vários motivos. A democracia é preferível ao marxismo comunista. A Democracia Garante a Liberdade de Culto A garantia democrática da liberdade de culto não pertence à ordem das concessões. O povo.com. 9. Stalin. todas as liberdades sofrem agravo. o Estado não tem autoridade alguma para determinar ou conceder ao homem a liberdade de adorar a Deus. jamais permitindo qualquer limitação de direitos legais por motivos religiosos. transformando homens como Marx. de adquirir e possuir bens de raiz para estes fins. outro dissidente russo. no seu famoso livro Arquipélago Gulag. Como disse Tomas Paine. porém. um dos grandes propugnadores da liberdade americana.1.br | contato@institutodeteologialogos. de que o espírito se eleva às regiões do Infinito. 9. enquanto prega o ateís-mo como forma de religião do Estado.institutodeteologialogos. • A pretexto de distribuir a riqueza em parcelas iguais a todos. mas também persegue a Igreja. Porque Preferir a Democracia O povo brasileiro. Estas são peculiaridades exclusivas dos Estados democráticos. que não eram jornalistas ocidentais que afirmavam haver perseguição por motivos religiosos na extinta União Soviética. em depoimento no Congresso Americano em 1986.RELIGIÕES E SEITAS . disse existir na época nada menos que quatrocentos mil prisioneiros na extinta União Soviética. deve exercer seus direitos sentindo plenamente sua responsabilidade e vivendo numa atitude de respeito aos direitos dos outros.2.35 Dizer aqui que a Igreja é perseguida nos países comunistas. Há mais de quinze anos o dissidente russo Alexander Solgnytzem. tanto as minorias como as maiorias. como o povo. ou acepção. principalmente o cristão. deve precaver-se diante do perigo de se deixar enfeitiçar pelo canto da sereia do comunismo. Note. regiões que se acham muito acima daquela em que vegetam os cobradores de impostos. uma vez feridos. devem cumprir com obrigações recíprocas. porque. para alguns simpatizantes do marxismo. etc. o que o comunismo tem feito mesmo é distribuir equitativamente a pobreza.com. de mudar de religião. esperamos que o Estado assegure a seus cidadãos o direito de viver livres de toda e qualquer coação. de publicar literatura e fazer obra missionária. E o reconhecimento. tanto o Estado. Anatoly Sharansky. ao reconhecer a liberdade religiosa. não passa de sensacionalismo e mentira veiculados pela imprensa ocidental. Por reconhecermos a dignidade da pessoa humana. de criar os filhos na crença de seus pais. Para salvaguardar a ordem pública e fomentar o bem-estar do povo. Fidel Castro. Um modelo político que falhou em Cuba e que também fracassou na Nicarágua jamais terá melhor sorte no Brasil. Este e qualquer outro direito inerente à dignidade do homem devem ser cuidadosamente resguardados. por sua vez. dentre os quais se destacam os seguintes: • O comunismo tem como bandeira a decisão de desarraigar o sentimento divino do coração dos homens. assim como não poderia conceder a Deus a liberdade de aceitar essa adoração. • O comunismo se propõe não apenas a abolir a fé e a crença em Deus. de associar-se a outras pessoas. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. em matéria de religião. Toda interpretação da liberdade religiosa inclui o direito de render culto a Deus conforme a consciência individual. pelo Estado. por dissidência política ou por perseguição religiosa. no usufruto deste direito que se lhe reconhece. criada à imagem e semelhança de Deus. Lenin. O RACIONALISMO CRISTÃO O Racionalismo Cristão é um movimento religioso de feições nitidamente sincretistas.br | contato@institutodeteologialogos. como São Paulo e Campinas.36 • O comunismo anula a posse da propriedade privada. isto é.1. Não conhece a liberdade cristã. é a invasão do ódio entre as classes. e a qualquer outro sistema religioso organizado. subverteria. inverteria a obra do Criador". propugnado pelo comunismo como resultado da manipulação feita pela dialética marxista e pelas lutas de classe.institutodeteologialogos. da ciência. é uma mistura de espiritismo. os historiadores do Racionalismo Cristão dizem que este foi "re-implantado" na Terra em 1910. 10. é demonstrada no seguinte trecho extraído do folheto O Que E o Racionalismo Cristão: "Vale salientar aqui alguns pontos fundamentais que distinguem e diferenciam o Racionalismo Cristão das seitas e religiões. os templos racionalistas estão abertos de segunda a sexta-feira. esclarecendo o ser humano sobre a vida fora da matéria e sobre sua composição astral e física. enquanto tolhe o sonho dos que nada têm de algum dia possuírem alguma coisa mais. Desumanaria a humanidade. Não dá tréguas à ordem. A Proposta do Racionalismo Cristão A doutrina dita racionalista cristã alega ter como proposta e finalidade a espiritualização e a humanização dos povos. é a sua exterminação mútua. a sua concepção (nova para a maioria da Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. bem como das demais correntes espiritualistas e do próprio espiritismo. humanismo e panteísmo. inclusive feriados. diz-se filosófico-cristão. prega o amor entre os homens. hostil ao Cristianismo e à Bíblia. • A tese do "Novo Homem" (do qual Che Guevara é apontado como modelo). O principal deles. Everteria. O cristão deve opor-se ao marxismo comunista não do ponto de vista do capitalismo. quartas e sextas-feiras. Dissolveria a sociedade. Não arvora a bandeira do Evangelho. Com sede na cidade do Rio de Janeiro. geralmente das 20 às 21 horas. mas do ponto de vista do Reino de Deus que.1-8). Quanto à sua concepção. dentro da razão. o movimento possui templos e adeptos em outros grandes centros. pelo brasileiro Luiz de Mattos.br . Além das sessões normais noturnas. Quanto às suas crenças. Extinguiria a religião. a compreensão e a solidariedade entre os povos. e enfatiza o senhorio de Cristo e o governo divino sobre o homem e a História. Estado de São Paulo. constitui-se num anti-evangelho. seja ele de que linha for. "o Racionalismo Cristão trata do espiritualismo racional e científico e explica os porquês da vida. distribuído pela sede da entidade na cidade do Rio de Janeiro. na cidade de Santos. Suas sessões públicas acontecem nas segundas. bane Deus das almas e das reivindicações populares. da vida e do Universo. E. o único meio através do qual o homem pode ser feito uma nova criatura é através da aceitação do senhorio de Jesus Cristo sobre sua vida (Jo 3. ou seja. para prestar orientação e esclarecimento doutrinário a quem interessar. é tão antiga quanto a própria existência da humanidade. Segundo o panfleto O Que E o Racionalismo Cristão. Como bem disse Rui Barbosa: "O comunismo não é fraternidade. ao contrário do marxismo. É a própria doutrina explanada por Cristo (daí o motivo de chamar-se Racionalismo Cristão). acima de tudo.com.RELIGIÕES E SEITAS . uma vez que.com." Crendo que essa concepção do homem. como força e matéria (espírito e corpo). 10 . pontifica a necessidade da conversão do pecado a um estado de graça diante de Deus. A oposição do Racionalismo Cristão ao Cristianismo. Não é reconciliação dos homens. da filosofia e do bom senso. de acordo com a mensagem do Evangelho. o que foge ao entendimento humano e mesmo à ciência. compreendendo-se que a Verdade não está nessa concepção deísta.br | contato@institutodeteologialogos. Tudo no Universo está indissoluvelmente ligado à ação da Força sobre a Matéria. ilusório. produzindo. igualmente.com. A Força é o agente ativo. A doutrina racionalista ensina ainda que quando a criatura chega à compreensão de que o espírito é força. são espécies de sessões de exorcismo. 10. que faz parte integrante do Todo. "Tal ação benéfica de saneamento e higienização astral processa-se principalmente através do fenômeno psíquico do desdobramento. espiritual. tem explicação racional e científica. Assim. que dispõe de atributos para vencer racionalmente quaisquer situações. Nega a existência de mistérios. "Através destas. O trabalho das Forças Superiores feito Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. destacando-se aqui dois livros. se diz apenas uma filosofia de cunho exclusivamente espiritualista. de sentido adoratório" (Do folheto O Que É o Racionalismo Cristão). basicamente. parece. plasmável. moral. espiritual e social." O Racionalismo Cristão é a complicação e confusão do homem contrapondo-se à simplicidade da mensagem de Cristo e da Bíblia! 10. tudo no Universo. Desse modo. Desaparecem as concepções de caráter divino. não chegou a atravessar as nossas fronteiras. os escritos racionalistas são confusos e obscuros. Logo. torna-se compreensível em uma esfera mais elevada. tudo na vida. onde a inteligência e a evolução dos seres está muito à frente da nossa. sendo esta ação permanente a própria definição da vida. Propagação do Racionalismo Cristão Até onde nos é possível saber.37 humanidade) da composição do Universo e do homem. o qual é utilizado pela Força como condição ou meio para a sua evolução. segundo crêem os racionalistas. e invisível. com sua assistência maléfica e fluidos deletérios. A Doutrina Racionalista A doutrina racionalista. místico e sobrenatural. a Matéria é o elemento passivo.br . A disseminação do Racionalismo Cristão se deve. que trazem o espírito sob o jugo do sobrenatural do mistério e do milagre. dita cristã. sem nenhuma conotação de caráter religioso. 10. logo chama a atenção do observador e estudioso da doutrina. conforme concebido no Brasil. inerte. os seus adeptos aceitam como satisfatório o crescimento do movimento em nosso país. inteligente. mui comuns nos cultos racionalistas. irreal e fictício. Força e Matéria são os dois únicos princípios fundamentais de que se compõe o Universo. dentro da lógica dos fenômenos psíquicos divulgados pelo Racionalismo Cristão. que é o conhecimento da Verdade. doenças e outros males de ordem física. As Seções de Limpeza Psíquica As chamadas "sessões de limpeza psíquica". pois. em suas numerosas aplicações. ao zeloso proselitismo levado a efeito por seus membros e à literatura que a entidade produz. ausência de sofis-mas e subterfúgios. são exteriorizações da Força e se enquadram. "caem por terra as idéias primitivas de um deus protetor. como partícula da Força Universal. inteligência e poder. nada há de sobrenatural.3. no plano terreno. corpóreo. Apesar disto. intitulados: Racionalismo Cristão e A Vida Fora da Matéria.RELIGIÕES E SEITAS . E nestes dois princípios se resume e se explica toda a ciência. pois. divinal. Apesar de alegarem clareza de linguagem. nas leis que regem o Universo. o Astral Superior arrebata para fora da atmosfera da Terra os espíritos perturbadores que assistem e obsedam os seres humanos. transformador. São lidos. luz.com. Tanto os fenômenos que obedecem às leis do plano físico. A compreensão de Força e Matéria situa-se.2. como os que obedecem às leis do plano psíquico. o "Racionalismo Cristão".4.institutodeteologialogos. mas simplesmente manifestações da Força. pelo simples fato de o ser humano gostar de se ver envolvido com assuntos complicados. a validade dos dogmas e a possibilidade da ocorrência de milagres. apesar do complemento "Cristão". incalculada renda. com o fim de favorecer a um vantajoso sistema capaz de propiciar fundos suficientes para sustento das legiões que mantém. jamais admitiria um deus com feições ocidentais. Assim. possuindo. Segundo um documento racionalista. e até ridícula. Cada povo.br | contato@institutodeteologialogos. criou a imagem desse deus à sua própria semelhança. O desprezo e desrespeito do Racionalismo Cristão pela Bíblia são revelados na seguinte manifestação racionalista: "Na Bíblia. • é objeto de lucros financeiros por parte dos líderes religiosos que a usam como fonte doutrinária. tem proporcionado imensa. dos seres. Isto ignorantes sempre viveram às mil maravilhas com as seitas religiosas que Bíblia este versículo repleto de malícia: “Bem-aventurados os pobres de deles é o reino dos céus'" (Racionalismo Cristão. poderes e dons dessa Força. A mesquinhez do conceito racionalista quanto ao Ser de Deus é evidente no seguinte raciocínio: "Grupos afins se reúnem para adorar. por exemplo.institutodeteologialogos. foram alterados diversos textos originais. um certo deus. 50. os adoradores e as religiões. no Velho Testamento — livro sagrado e intocável para tantos adoradores — existem várias referências ao deus de temperamento iracundo e vingativo da época. de um certo modo. Deus. "Durante muitos séculos. Essa porque ricos e introduziram na espírito. 10. através dos tempos. Doutrina Racionalista Já dissemos que o Racionalismo Cristão. assim como um ocidental acharia absurda. as religiões propugnaram pela ignorância ignorância convinha aos interesses dos orientadores religiosos." a expressão 'deus' acha-se profundamente desmoralizada pelo sentido mesquinho. p.38 deste modo. os caracteres físicos e mentais dos seres que os conceberam. a idéia da divindade de rosto asiático. a Inteligência Universal. conclui-se que a Bíblia Sagrada: • teve o seu texto interpolado e alterado para satisfazer interesses humanos. o Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.. o Racionalismo Cristão substituiu a palavra 'deus' por termos mais condizentes e adequados à realidade. "Um chinês. é uma das revelações mais notáveis de que tem ciência o ser humano. tais como a Força Universal.com. através do Racionalismo Cristão. A Bíblia Sagrada.51). "Somente a palavra 'perdão'. B.br . em estado latente. e esteado nessa verdade básica da composição do Universo. todos os atributos. cada raça. As diferenças básicas entre o chamado Racionalismo Cristão e o Cristianismo são detectadas na crença racionalista acerca dos seguintes temas: A. no campo do psiquismo.5. e seus resultados são inegavelmente benéficos para a humanidade" (O Que É o Racionalismo Cristão). 55). não existindo um só ponto no Universo que não acuse a sua presença vital. "Na Bíblia. "Os deuses possuem. habilmente introduzida naquele livro. dessa Inteligência Universal.com. a Força Criadora ou o Grande Foco. inteligente e criadora. porque Segundo a opinião do Racionalismo Cristão. pp. invariavelmente.RELIGIÕES E SEITAS . "O Grande Foco ou Força Universal ocupa todo o espaço infinito. especialmente em um deus. • é usada como forma de manter os seus leitores na ignorância espiritual. com segurança e eficácia. "Esse vergonhoso sentimento. todos sabem. do qual fazemos parte integrante como partículas em evolução. materialista e animalizado que lhe emprestaram. nada mais é do que o reflexo do sentimento do próprio povo que o imaginou" (Racionalismo Cristão.. constituise num movimento religioso nitidamente anticristão e averso à Bíblia. que as ações boas revertem em seu benefício e as más em seu prejuízo. mas que se elevam. encarnando. dezessete delas no nosso planeta. de resgatá-lo. acabaram divinizados pela massa ignorante. além da Força e Matéria" (O Que É o Racionalismo Cristão). Jesus Cristo perde a posição singular de Filho eterno de Deus. quando assevera: "Quando o indivíduo se convencer de que se praticar o mal terá. afirmem que foi Deus que criou o homem à sua imagem. O mundo dividir-se-ia. Distribuídos na série de trinta e três classes. O Racionalismo Cristão reinterpreta a Pessoa e obra de Jesus Cristo. O Homem. C. Buda. E. a milhares e milhares de anos.institutodeteologialogos. mas que apenas utilizou-se das leis naturais e imutáveis que regem o Universo. D. na prática do bem ou do mal. de espírito para espírito. A verdade é bem outra.com. invertendo a realidade dos fatos. que se deixara empolgar pelo sentimento do gozo e dos prazeres apenas materiais.RELIGIÕES E SEITAS . porém. ainda. esses valorosos espíritos. divide os espíritos desencarnados em trinta e três classes. O Pecado e o Perdão.br | contato@institutodeteologialogos. p. Confúcio e Maomé. os espíritos fazem a sua evolução partindo da seguinte ordem de mundos: • mundos materializados — espíritos da 1a à 5a classe • mundos opacos — espíritos da 6a à 11a classe • mundos brancos — espíritos da 12a à 17a classe • mundos diáfanos — espíritos da 18a à 25a classe • mundos de luz puríssima — espíritos da 26a à 33a classe. iriam os espíritos que desencarnam e deixam a atmosfera da Terra. partindo da primeira e chegando à décima sétima em períodos que variam muito. o racionalismo acolhe a absurda teoria espiritista da reencarnação. que numa encarnação se prepara para a encarnação seguinte. Na doutrina racionalista. Segundo o Racionalismo Cristão. pois neles não estagiam espíritos de classes diferentes. Diz o Racionalismo que grandes espíritos movidos por ideais reformadores baixaram à Terra. cada um ascendendo ao mundo correspondente à sua própria classe. Jesus Cristo. Para o primeiro. além de não haverem sido compreendidos. Confúcio e Maomé. O Racionalismo Cristão nega a realidade do pecado e a possibilidade do perdão. Crê o Racionalismo que a Terra é um mundo de escolaridade em que as dezessete primeiras classes da série de trinta e três promovem a sua evolução. Deste modo. conforme documentam as Escrituras e crêem os cristãos. dizendo que Ele não foi um "milagreiro". que esta será mais ou menos penosa consoante o uso que tenha feito do seu livre arbítrio. sendo reduzido à posição de um espírito valoroso e evoluído. declara o racionalismo: "Não importa que estes. ao nível de fundadores de religiões pagas como Buda. em duas grandes categorias: mundo de estágio e mundo de escolaridade. e não é preciso ter grande imaginação para descobrir o logro multissecular de que tem sido vítima a humanidade" (Racionalismo Cristão. não admite a idéia de Deus como terceiro elemento no Universo. Contestando a crença universal da criação do homem como obra de Deus. espalhadas em mundos diferentes. com enorme sacrifício. O Racionalismo Cristão cai no velho engano panteísta de confundir Deus com a Criação. inapelavelmente. a princípio. sempre. sem possibilidade de perdão.br . Negando o relato bíblico da criação do homem.39 Racionalismo Cristão. como aconteceu com Jesus. 50). de acordo com o grau de desenvolvimento de cada um.com. evidentemente. para ver se conseguiam a desbrutalização da mente humana. que não pode contar com o auxílio de ninguém para libertá-lo das conseqüências das faltas que cometer e que terá de resgatar com ações Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. de se desfazerem e se libertarem. com segurança. o futuro da humanidade. preconceitos. do que em tudo mais. O mesmo acontece com relação a um suposto julgamento divino.40 elevadas — qualquer que seja o número de encarnações para isso necessárias — por certo pensará mais detidamente. com elas. uma nova humanidade pelos caminhos do futuro. O trabalho. crenças e crendices. escreve Luiz de Mattos. G. primeiro como um estado herdado. a luta que o ser humano precisa travar. de seculares erros. despertar e transformar as consciências do século XXI. parasitas e malandros. De modo especial aos jovens e à infância. diz constituir-se mais do que nunca. o que se habituara a ouvir. Civilização esta esteada no avanço da ciência e da tecnologia. até criar raízes profundas.com. fanatismos e sectarismos religiosos. "Ainda mesmo que se trate de vadios. é o dogma da 'salvação' um estímulo ao comodismo. enfim de todas as místicas. porque deles depende. na proteção da suposta divindade. mas esclarecida e humanizada pela filosofia espiritualista. não estão aí os representantes da divindade para conceder aos delinqüentes as absolvições e. purgatórios estagiários e infernos e demônios e caldeiras incandescentes são imaginosas criações que o próprio bom senso repele. não são entendidos pelos sectaristas que melhor confiam na 'graça'. de caráter essencialmente racional e científico. nessa idade. Quanto a isto.institutodeteologialogos. De qualquer maneira. no sentido moral e espiritual. repete. fazem todo o possível para se firmarem nos ensinamentos reais que transmitem o conhecimento da Verdade. o esforço a que se não pode deixar de entregar para conseguir a evolução espiritual e o progresso material. A Salvação. e a necessidade de arrependimento para confissão. evidentemente. por tanto tempo armazenado no subconsciente. das conseqüências dos pecados terrenos. antes de praticar um ato indigno. Não existem deuses para julgar os que desencarnam" (Racionalismo Cristão. Quanto à questão da salvação. em obediência ainda às leis evolutivas que a tudo presidem. e o verdadeiro. à luz da razão. latente no sentido consciente. E nesta conjuntura. 139. 58). mais susceptíveis.com. da supercivilização do próximo milênio. "Os que sabem avaliar o peso da responsabilidade que arrastam com os próprios atos.RELIGIÕES E SEITAS . maquinavelmente. capaz de pregar e conduzir. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. e em segundo lugar como um ato resultante da escolha pessoal. pontifica o racionalismo: "Céus beatíficos e paradisíacos. "Além de absurdo. "Sobretudo. O que a Bíblia considera pecado. 104). O Juízo Final. aceitando as verdades transmitidas e explanadas pelo Racionalismo Cristão" (O Que E o Racionalismo Cristão). condizente com a evolução dos tempos. portanto. fundador do Racionalismo: "Martelando a idéia da 'salvação' na mente da criança. p. Mais tarde. E pura invencionice. F. tendo passado pelas fases de implantação e consolidação. por serem espíritos de evolução adiantada e ávidos de saber. está agora iniciando uma nova etapa de expansão e divulgação. rompendo com as entorpecentes mentiras religiosas" (Racionalismo Cristão. nos 'favores'. Admite estar engajado na nobre e árdua tarefa de esclarecer. pp. o passaporte para o céu?" (Racionalismo Cristão.br | contato@institutodeteologialogos. o racionalismo considera fatos normais inevitáveis dentro do processo evolutivo do homem. isso não modifica a sua imunidade celestial se vierem ao mundo como eleitos de 'deus' e a salvo.br . quando adulta. O Racionalismo Cristão diz que. O Racionalismo Cristão admite possuir uma vocação messiânica e exclusivista. em mensagem e veemente apelo dirigido às criaturas espiritualmente independentes e livres. sem querer submeter o caso ao raciocínio por sentir um desagradável choque entre o falso. Diz esposar uma doutrina revolucionária. baseada em Força e Matéria. O Racionalismo Cristão ab-roga a possibilidade do juízo final propugnado pelas Escrituras como uma coisa só concebida por uma mentalidade atrofiada. p. vai-se essa fantasia impregnando no seu perispírito.140). com feições inequivocadamente tupiniquins. bastaria o gosto. E dela que tiro a água para a minha sede da verdade. mensagem de comunhão do homem com Deus". historiógrafo: "A Bíblia é o livro de todos os povos. a Bíblia. Ela está hoje traduzida em mil cento e vinte línguas e dialetos e. porém. arqueólogo. a admirar as palavras sublimes. e para todas as idades". A Bíblia Sagrada. não se compreende como intelectuais podem permanecer indiferentes à grande fonte em que se abeberaram os que fizeram a nossa literatura — eminentemente bíblica —. e Vieira. apesar da opinião da crítica cética. convenci-me.br • • • • • • • . Para provar isto. e caminho ao nosso meigo idioma. para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente preparado para toda boa obra" (2 Tm 3. Vozes autorizadas de grandes mestres das letras levantam-se em defesa da Bíblia como um livro singular. um livro que a sabedoria dos povos chamou de Bíblia. Eis o livro que é a valise com que ando em peregrinação pelo mundo". é uma emanação superior. toda a Bíblia "é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar. autor do laureado livro E a Bíblia Tinha Razão. Independentemente do arrazoado dos racionalistas. a divina promessa da justiça. Os livros dos filósofos com toda a sua pompa. às vezes.41 10.17). que ela nada tem a ver com o livro sagrado que diz ser. Espalhai evangelhos em cada aldeia: uma Bíblia em cada casa!" César Cantu. teólogo: "Considerando a Bíblia pelo seu aspecto literário. que os incorpora na sociedade. vamos alinhar a nossa refutação às teorias racionalistas. Frei Luiz. não o encerro na biblioteca entre os livros de meus estudos. após dois mil anos. Conservo-a sempre à minha cabeceira. Nela vejo sempre a verde esperança abrindo-se na flor celestial.institutodeteologialogos. as lavras petrificadas que brotaram daquelas bocas abrasadas como crateras do céu". desde a primeira letra até a última. escritor: "A Bíblia é um modelo de tudo quanto é bom e belo. são incapazes de suportar uma contraargumentação da Bíblia. ainda não dá qualquer sinal de que haja terminado a sua triunfal carreira. a Bíblia é o fundamento de uma cultura que se fez com a palavra — no princípio era o verbo — a promessa. que de modo algum pretendo seja completo. a Bíblia é o eterno documento do espírito. Eivadas de erros como são.. os crentes e os incrédulos.com. Werner Keller. O Racionalismo Cristão Desmascarado As teorias do Racionalismo Cristão. a Bíblia.com. e não possuir o veio de onde lhes saiu o ouro de lei — Deus?" Tobias Barreto. para levar-nos a folhear. polígrafo — homem de fé: "O livro de minha alma. é incapaz de provar teológica e cientificamente onde está sequer um erro das Escrituras. se outras razões não determinassem sua leitura. são demasiadamente frágeis.. participarem das emocionantes descobertas realizadas pela sóbria ciência de múltiplas disciplinas. e a santidade do Evangelho enche o meu coração. à mão. Dentre esses destacam-se: • Pedro Calmom.6. tão simples. quanto são pequenos à vista deste! Pode-se crer que um livro tão sublime e. J. para instruir em justiça. escreve: "Nenhum livro de história da humanidade jamais produziu um efeito tão revolucionário. para corrigir. que lhes abre as portas da sobrevivência. O Racionalismo diz que a Bíblia está cheia de erros. tom suave. exerceu uma influência tão decisiva no desenvolvimento de todo o mundo ocidental e teve uma difusão tão universal como o 'Livro dos livros". de que desde o século Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. E vaso em que cresce a verdade. A.. Durante a coleta e o estudo do material. Rousseau.J.16. Alicerce de uma civilização eminentemente moral. ocorreu-me a idéia de que era tempo de os leitores da Bíblia e seus opositores. o simples instinto literário. um livro que contém toda a sabedoria divina. que é a fé. escritor francês: "Há um livro que. Como se pode ler Bernard. de todos os séculos. que pacifica os homens. é dela que tiro o bálsamo para as minhas dores nas horas de agonia. e deram maciez.RELIGIÕES E SEITAS . tomando os mesmos temas na ordem em que foram abordados anteriormente. para repreender. Diante da enorme quantidade de resultados de pesquisas autênticas e seguras. Victor Hugo. e. seja obra dos homens?!" Erasmo Braga.br | contato@institutodeteologialogos. Coelho Neto. da fé e mesmo da razão. nos dois últimos parágrafos da introdução ao citado livro. magnífico Reitor da antiga Universidade do Brasil: "Livro dos livros. filósofo francês: "Eu confesso que a majestade das Escrituras Sagradas me abisma. segundo a qual. Este. Por ela o Paraíso é restaurado. Seu argumento é que o homem tem imanente em si a idéia de um ser absolutamente perfeito e. para viver. resultando disso o dióxido de carbono. É-lhe dada em vida.institutodeteologialogos.br . lenta e freqüentemente. Em geral encerra a idéia de que tudo o que existe no mundo deve ter uma causa primária ou razão de ser. O Argumento Teleológico. governar o coração e guiar os nossos pés. Ele mostra que o mundo. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. Deus. creia nela para estar seguro e pratique o que nela está escrito. As plantas. a condição do homem. É uma mina de riqueza. ordem e propósito. por sua vez. Kant partiu do raciocínio que deduz a existência de um Supremo Legislador e Juiz. Ele se confunde com o próprio Universo. além dos elementos oferecidos pela Bíblia. Leia-a leitor. o cajado do peregrino. O argumento ontológico tem sido apresentado de diversas formas por diferentes pensadores. A Bíblia deve encher a mente. Dentre esses destacam-se os seguintes: O Argumento Ontológico. A Bíblia é o mapa do viajor. consomem o dióxido como elemento essencial. a condenação dos pecadores e a felicidade dos crentes. deve existir um Ser absolutamente perfeito. Em sua mais refinada forma. por conseguinte. a bússola do piloto. O Argumento Moral. Assim sendo. os céus abertos e as portas do inferno descobertas. para ser santo.com. leia-a para ser sábio. inútil ao ser humano. No seu intuito de provar a existência de Deus. Isto é. ao ser considerado sob qualquer aspecto. será aberta no dia do julgamento e lembrada para sempre. como os outros argumentos. Por exemplo. do qual retira todo o oxigênio. denotando assim a existência de um ser sumamente sábio. também tem diversas formas de expressão. suas histórias verdadeiras e suas decisões imutáveis. um paraíso de glória e um rio de prazer. com absoluto direito de governar e corrigir o homem. distinto da Criação. seus preceitos são justos. Ela contém luz para dirigi-lo. ele recorria a este argumento. Este argumento admite que existe na mente do próprio homem o conhecimento básico da existência de Deus. teólogo e filósofo agostinista italiano. para esposar a crença em um deus impessoal. a favor da existência de Deus.com. O Racionalismo Cristão nega a existência de Deus como revela a Bíblia. Deus é tudo e tudo é Deus. Suas doutrinas são santas. isto deve ter um ponto de origem em Deus. recompensará o mais árduo labor e condenará a todos quantos menosprezam seu sagrado conteúdo. Este argumento tem sido apresentado de várias formas. que será novamente consumido pelo homem. B. filósofo alemão. e em oração. Cristo é o seu grande tema. e produzem daí o oxigênio. a espada do soldado e o mapa do cristão. indicou que se tudo que existe tem uma razão de ser. consome o ar.42 do Iluminismo até os nossos dias tentava-se diminuir o valor documentário da Bíblia. do que a Bíblia tinha razão!" Todos estes testemunhos corroboram com a declaração dos Gideões Internacionais na apresentação do seu Novo Testamento de bolso. são muitos os argumentos racionais. e a glória de Deus a sua finalidade. Leitor. posto lá pelo próprio Criador. A teologia moderna utiliza este mesmo argumento. O Argumento Cosmológico. afirmando que o reconhecimento por parte do homem de um Bem Supremo e do seu anseio por uma moral superior indicam a existência de um Deus que pode converter esse ideal em realidade. alimento para sustê-lo. Emanuel Kant. Apesar de o racionalismo negar a existência de Deus como um Ser pessoal. revela inteligência. foi apresentado por Anselmo. Ela envolve a mais alta responsabilidade. Este argumento é praticamente uma extensão do anterior. no Universo. o homem.br | contato@institutodeteologialogos. deve haver um Agente único que equilibra e harmoniza em si todas as coisas.RELIGIÕES E SEITAS . Chega às raias do absurdo panteísta de ensinar que. Deus é não só parte do Universo. o caminho da salvação. e consolo para animá-lo. a Bíblia contém a mente de Deus. Esse filósofo era da opinião de que este argumento era superior a todos os demais. Jesus jamais será ultrapassado ou superado. por meio das quais a Igreja é enriquecida. a coroa de todo o caráter e a perfeição de toda a beleza. O cetro do domínio universal está firme em sua mão. ou outro Milton. Ouvidos que nunca ouviram anseiam pelo próprio som de sua voz e olhos sem visão negam seu passado e descerram suas palpebras abatidas para a beleza de sua presença. Todas as transações graciosas entre Deus e seu povo realizam-se através de Cristo. Todas as bênçãos espirituais. Nossa redenção e remissão de pecados são ambas mediante Ele. sustem e aperfeiçoa. um rei maior que Davi. Força Criadora ou Grande Foco. do que retirar do mundo o caráter de Jesus". o Filho e zelem pelo seu Santo Nome? Conhecer a Jesus como o Cristo. É aqui que milhões. C. tudo o que esperamos ter. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. Ele ouve as nossas orações mediante Cristo. o brilho da eternidade.17). A retidão eterna está escrita em sua face. e aquele a quem o Filho o quiser revelar" (Mt 11. ou outro Dante. o ápice de todo o pensamento. uma vez que o Racionalismo Cristão ignora a Deus. deve ser parte constitutiva da natureza do homem.br . pois a História é a História de Cristo. A humanidade não pode esquecer-se de Cristo enquanto se lembrar da História. inclusive os racionalistas. Os mortos esquecem-se de si mesmos e vivem. foram iluminados pelo Espírito Santo (Mt 16. como presunçosamente faz o Racionalismo Cristão. a materialização do pensamento e a ilustração viva de toda a verdade. a manifestação da força. Ele é a profecia da possibilidade do homem. Olhamos para Ele e vemos nEle a realização de todas as expectativas humanas: um líder maior que Moisés. As crianças se agrupam aos seus pés. um filósofo maior que Salomão e um profeta maior que Elias. Seus atos. Fala como Deus. em seus olhos.institutodeteologialogos. Jesus Cristo é o personagem principal da História Universal.com. um sacerdote maior que Arão. estão em Cristo e são concedidas por Cristo. Um autor desconhecido escreveu que poderá haver outro Homero. A dor se desvanece sob seu toque. Cristo é a dobradiça dourada sobre a qual gira a nossa salvação. A exposição principal deste argumento é a seguinte: entre todos os povos e tribos da Terra é comum a evidência de que o homem é potencialmente religioso. Mediante Cristo Ele nos justifica. Ele é o alvo de toda a bondade. por ignorarem o único e verdadeiro Deus.RELIGIÕES E SEITAS . Os ventos lhe obedecem. por ter dEle se afastado.16. Sendo universal este fenômeno. É o anseio da alma na busca do Criador que ignoram. Suas palavras são oráculos. Como apropriadamente afirma Bushnell: "Seria mais fácil separar todos os raios de luz que atravessam o espaço e deles remover uma das cores primárias. mas jamais haverá outro Jesus. Deus nos ama por meio de Cristo. o sorriso de Jeová transforma sua aparência.27). a focalização do vigor. tudo o que temos vem de Cristo. um comandante maior que Josué. a exemplo do apóstolo Pedro. Um olhar seu e as águas cristalinas se transformam em vinho cor de âmbar. santifica. a concentração do caráter. Ele nos perdoa todos os pecados por meio de Cristo. o Filho enviado de Deus. isto só encontra explicação em um Ser superior que originou uma natureza tal que sempre indica ao homem um Ser superior. Os coxos pulam de alegria. A Bíblia diz que "ninguém conhece o Filho. depende dEle. A coroa da divindade repousa em sua fronte. Ele é a imagem expressa de seu Pai. senão o Pai. milagres. como esperar que conheçam a Deus. senão o Filho. Em sua fronte está a coroa da pureza. e ninguém conhece o Pai. Sejam quais forem as surpresas que possam estar reservadas para o mundo. Todas as suas relações conosco são por meio de Cristo. é uma prerrogativa exclusiva daqueles que. o Pai. a personificação do poder. enveredam pelo caminho das heresias. Omiti-lo seria como omitir da astronomia as estrelas ou da botânica as flores.com. ou outro Virgílio. Ora. Ele é a encarnação de toda a ternura. Ele anda como um homem.43 O Argumento Histórico. mas jamais o designa como: Inteligência Universal. A Bíblia registra vários nomes referentes a Deus. Jesus Cristo. E se a natureza do homem tende à prática religiosa.br | contato@institutodeteologialogos. A crença racionalista quanto à origem do homem constitui-se declarado desrespeito às Escrituras e afronta à mente inteligente.. Suas teorias. o domínio e o poder para todo o sempre. E disse Deus: Produzam as águas abundantemente répteis de alma vivente. apodera-se deles a certeza de que o pecado é um flagelo universal para a humanidade. criou Deus o homem. • Os elementos da natureza humana se distinguem: "E formou o Senhor Deus o homem. A Ele.. Deus.11.com. feitos por pessoas que buscam livrar-se do mal. E assim foi. erva que dê semente. conforme a nossa semelhança. Deus lhe deu um nome que está acima de todo nome. A este dão testemunho todos os profetas. Quase todas as religiões dão testemunho de um conhecimento universal do pecado e da necessidade de reconciliação com um Ser superior.br | contato@institutodeteologialogos. árvore frutífera que dê fruto segundo a sua espécie. • A criação do homem é um ato imediato de Deus: "E disse Deus: Produza a terra erva verde.com.43). como por aqueles que a ignoram. na sua luta contra o problema do mal. E. Nenhum credo pode contê-lo.7). 2. D. E ainda: Cristo "nos mandou pregar ao povo.. A voz da consciência acusa o homem diante do seu fracasso em alcançar o ideal da vida perfeita. Assim como a simples negação de uma moléstia não cura um doente. foram levados a admitir a universalidade do pecado.. pois. Fazes com que ele tenha domínio sobre as obras das tuas mãos. tudo puseste debaixo de seus pés" (SI 8. O Pecado e o Perdão. A própria história das religiões pagas testifica da universalidade do pecado. seja quanto à evolução. sustentação e futuro da humanidade. O Homem. e não o homem. e voem as aves sobre a face da expansão dos céus" (Gn 1. • O homem foi criado segundo um tipo divino: "Façamos o homem à nossa imagem. pouco menor o fizeste do que os anjos. Há um sentimento geral de que os deuses estão ofendidos e de que algo deve ser feito para apaziguá-los.27.6).. seja quanto à reencarnação.7) leva os estudiosos do assunto às seguintes conclusões irrefutáveis: • A criação do homem foi precedida por um solene conselho divino: "E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem. e o homem foi feito alma vivente" (Gn 2. a simples negação da realidade do pecado e da necessidade de perdão não resolvem o problema espiritual do homem.26).RELIGIÕES E SEITAS . Os mais antigos filósofos gregos. conforme a nossa semelhança.42. Compare estas declarações com a que se segue: ". ainda que incapazes de explicar esse fenômeno.44 O nome de Cristo permanece sozinho..23).27). Creia ou não o Racionalismo Cristão. e de glória e de honra o coro-aste. "todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus" (Rm 3." (Gn 1. dizendo que ele está condenado aos olhos de alguém que possui um poder superior. Onde quer que os missionários cristãos se encontrem.br .26.." (Gn 1.institutodeteologialogos. é o responsável pela criação. de que todos os que nele crêem receberão o perdão dos pecados pelo seu nome" (At 10.4: "Como.. pois. A pergunta de Jó 25. seria justo o homem perante Deus. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. cuja semente esteja nela sobre a terra. seja a glória. apontam em conjunto para o conhecimento do pecado e da sua gravidade..20). já foram refutadas na análise das doutrinas do espiritismo e do evolucionismo.26)... nenhum catecismo pode explicá-lo. Os altares banhados de sangue e as freqüentes confissões de agravo.5. • O homem foi feito coroa da criação divina: "Contudo." (Gn 1. O duplo relato da criação do homem (Gn 1. e testificar que Ele é o que por Deus foi constituído juiz dos vivos e dos mortos. Não há aqui qualquer idéia de mediação na criação do homem.. e como seria puro aquele que nasce de mulher?" é uma pergunta feita tanto por aqueles que conhecem a revelação especial de Deus. E disse-lhe o diabo: Dar-te-ei a ti todo este poder e a sua glória. escolas. apontando sua ligação com a igreja primitiva. três diferentes segmentos do Cristianismo têm se apropriado desta palavra. 14-16). Estes são murmuradores. que no seu escopo apresenta-se como uma obra de alcance universal. E com o propósito de tornar isso possível.com. para fazer juízo contra todos e condenar dentre eles todos os ímpios. é simplesmente impossível negar a possibilidade de salvação oferecida por Cristo. e que culmine com a união de toda a cristandade. em que foi largamente tratada a questão dos "irmãos separados" (uma referência aos protestantes) e sugeridos métodos para reuni-los num só rebanho.14). cidades. etc. queixosos da sua sorte. Por isso. em 1938 foi fundado o Concilio Mundial de Igrejas (CMI). • A realização do Concilio Vaticano II.RELIGIÕES E SEITAS . porque a mim me foi entregue.5. Ortodoxa e protestantes vêm-se esforçando no afã de alcançar um ecumenismo amplo e sem fronteiras. 11 . andando segundo as suas concupiscências.br | contato@institutodeteologialogos. e por todas as duras palavras que ímpios pecadores disseram contra ele. estimuladas pelo "Ecumenismo de Genebra". levando-o a um alto monte. e o julgamento divino dos ímpios e de todas as gentes que se esquecem de Deus (SI 9. Com este significado. • As igrejas ortodoxas do Oriente alegam sua ecumenicidade. para podermos confiadamente tomar posição. isto é. a parte da terra habitada pelo homem e organizada em comunidades sistemáticas. a saber: vilas. Devemos reconhecer que a proposta ecumenista da Igreja Católica Romana. faz-se necessário estudá-lo.. duas medidas foram tomadas: • Por iniciativa de algumas igrejas protestantes.O ECUMENISMO O movimento ecumênico é um dos movimentos mais comentados da atual fase da história eclesiástica. reivindicando ecumenicidade: • A Igreja Católica Romana afirma ser ecumênica por abranger todo o mundo. • No decorrer dos séculos.1. mostrou-lhe num momento de tempo todos os reinos do mundo [=oikoumene]. Então virá o fim" (Mt 24. para testemunho de todas as nações. instituições. falando acerca do iminente juízo de Deus. • Certas igrejas protestantes.17). "E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo [=oikoumene]. e cuja boca diz coisas mui arrogantes. visando colocar sob uma mesma bandeira todos os segmentos do Protestantismo. A palavra "ecumenismo" é de origem grega (oikoumene) e significa: "a terra habitada". disse: "Eis que é vindo o Senhor com milhares de seus santos.institutodeteologialogos. e como remédio único para a doença espiritual de toda a criatura.br . Compreendendo a realidade do pecado e a necessidade do perdão.com. Propósito do Ecumenismo Não obstante possuírem elementos distintos.45 A maior prova em favor da universalidade do pecado é a própria obra realizada por Cristo na cruz. Enoque incluiu os racionalistas. 11. fazendas.. admirando as pessoas por causa do interesse" (Jd vv. desenvolvem atividades no sentido de unir as igrejas de todo o mundo para com isso fazer visível a união da cristandade. e dou-o a quem quero" (Lc 4. tem um alcance bem maior do que as medidas ecumenistas propostas Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. por todas as suas obras de impiedade que impiamente cometeram. a palavra "ecumenismo" aparece nas seguintes passagens do Novo Testamento: • ". feita pelo Concilio Vaticano II.6). quando. no período 1962/65. as igrejas Católica Romana. decidindo-se voltar ao seio da "Igreja-Mãe". dezembro de 69 e maio de 70). os quinze observadores oficiais da Igreja Romana foram recebidos com uma calorosa salva de palmas. enquanto o ecumenismo proposto pelo CMI procura congregar num "só rebanho". tem acrescentado muitas tradições e superstições ao seu credo. Paquistão. a pretensa infalibilidade papal e demais hábitos e crenças pagas do catolicismo romano. e justificou a sua decisão com as seguintes palavras: "O Concilio Mundial de Igrejas está nos levando para a Igreja Católica Romana. depois a união com a Igreja Ortodoxa Grega. porque.RELIGIÕES E SEITAS . • Insistimos na absoluta necessidade de o homem nascer de novo (Jo 3.com. e professor do Seminário Teológico da Fé. a Cristã Reformada e a Católica Romana. em 1968. Hoje é muito comum ouvir de cultos e outros eventos religiosos. absorvidas em uma igreja católica monolítica" (O Presbiteriano Bíblico. e não qualquer outra pessoa (mesmo que seja o papa). pelo contrário.46 pelo Concilio Mundial de Igrejas. ou vice-versa. em conseqüência. pois visa congregar num só rebanho toda a cristandade.br . passou a demonstrar um profundo interesse. Evidentemente. e finalmente a Igreja Católica Romana. no caso de uma união. 2) devem submeter-se à orientação do papa de Roma como o "único pastor". Portanto. como se nenhuma diferença existisse entre ambos. a adoração das imagens de escultura. Inclusive um deles chegou a dizer que esperava o dia em que sua igreja viesse a ser um dos membros efetivos do citado Concilio. 11. A Igreja Católica Romana não modificou a sua doutrina desde os dias da Reforma do século XVI. até então indiferente e até mesmo suspeita. aceitar a política ecumênica do Vaticano significa a perda de identidade e a renúncia de muitos séculos de luta contra o predomínio católico-romano. e dele já fazem parte a Igreja Luterana. condição única para a salvação.19-23 tem o próprio Cristo. em última instância. Bulgária. abandonou o Concilio Mundial de Igrejas. pelo qual a Igreja Católica Romana. consiste num problema de duplo aspecto: 1) as igrejas protestantes e ortodoxas devem lembrar-se de ter deixado o catolicismo. O ponto mais alto da questão ecumenista.3. Na assembléia do Concilio Mundial de Igrejas.br | contato@institutodeteologialogos. celebrados por pastores protestantes e sacerdotes católicos. da Igreja Reformada.institutodeteologialogos. Por todo o mundo onde o Concilio Mundial de Igrejas tem as suas filiais. reunida em Upsala.2. salvos e ímpios. No Brasil. de Gujranwala.com. O seu programa expresso é conseguir a união de todas as denominações protestantes em primeiro lugar. Isto posto. para os protestantes e para a Igreja Ortodoxa. a Episcopal do Brasil. destruirá o testemunho distintivo do protestantismo. unindo-se em muitos dos seus projetos e atividades da igreja. como centro de convergência.3). os católicoromanos e protestantes estão se aproximando cada vez mais. é a seguinte a nossa posição diante do Concilio Mundial de Igrejas e de suas pretensões ecumenistas: • A unidade sobre a qual Cristo falou em João 17. as igrejas protestantes serão. "Essa união com a Igreja Católica Romana será uma grande tragédia para as igrejas protestantes. Alcance do Ecumenismo Após vários anos de relutância contra o ecumenismo proposto pelo Concilio Mundial de Igrejas. proposta pela Igreja Romana. Romênia e Polônia fizeram-se membros efetivos do Concilio. o ecumenismo tem lançado suas bases através do Concilio Nacional de Igrejas. as igrejas ortodoxas da Rússia. Objeções ao CMI e ao Ecumenismo O reverendo Alexander Davi. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. 11. ex-batistas oriundos dos Estados Unidos. sobressaem os dons da glossolalia (o de falar línguas desconhecidas). Evangelho Quadrangular Fundada em 1953 na capital de São Paulo pelos missionários norte-americanos Harold Williams e Raumond Boatright. sujeitos ao inferno.com. durante a Grande Tubulação. 1955). cria-se a Assembléia de Deus do Rio de Janeiro. da Besta e do Falso Profeta. os pentecostais representam 5. pelos suecos Daniel Berg e Gunnar Vingren.institutodeteologialogos. Para eles. Um ano antes eles haviam conduzido a Cruzada Nacional de Evangelização e pregado em todo o país. 12. que vem dos Estados Unidos para ensinar imigrantes na América Latina. dará suporte espiritual ao governo do Anticristo. Nessa passagem.com. 12 . a Igreja do Evangelho Quadrangular contava com 360 mil fiéis. Por estas e tantas outras razões. Em 1991.IURD (Rio de Janeiro. 1962) e Igreja Universal do Reino de Deus . mas sob a orientação do Espírito Santo.4 milhões de fiéis. De acordo com o censo de 1991. Assembléia de Deus É a maior igreja evangélica da América Latina e a segunda a surgir no Brasil. Deus é Amor (São Paulo. Sua presença é mais forte nas regiões sul e Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. Evangelho Quadrangular (São Paulo. O Brasil para Cristo (São Paulo.br .RELIGIÕES E SEITAS . com a fundação da Congregação Cristã no Brasil. distingue-se dele em alguns pontos. são: Assembléia de Deus (Pará. Está concentrada no Sudeste.6% da população brasileira. 1911). 1977). Começa a pregar em Santo Antônio da Platina (PR) e na capital paulista. No início dos anos 20. crêem que o Espírito Santo continua a se manifestar nos dias de hoje. na cidade de São Paulo. na narrativa do Novo Testamento (Atos 2).10). de origem presbiteriana. existem centenas de igrejas. e as principais. em 1901. Atualmente.3. homens e mulheres sentam-se separados. 12. • Cremos que o Concilio Mundial de Igrejas. Nos primeiros 20 anos. • Insistimos na unidade da Igreja invisível em torno de Jesus Cristo. Um dos principais é a questão da contemporaneidade dos dons do Espírito Santo. principalmente em São Paulo. após o arrebatamento da verdadeira e triunfante Igreja. 1953).PENTECOSTALISMO Herdeiro do protestantismo. está sendo instrumento de Satanás para levantar na Terra uma superigreja que. que nasceu nos Estados Unidos. repudiamos o Concilio Mundial de Igrejas e a sua política ecumenista. além da Congregação Cristã no Brasil. Em 1991. independentemente do que os esforços e a política humana possam fazer. É fundada em Belém (PA) em 1911.47 • Insistimos na necessidade do cumprimento da ordem missionária de Jesus. Congregação Cristã no Brasil Primeira igreja pentecostal instituída no país. Durante os cultos nos templos. o Espírito Santo manifestou-se aos apóstolos por meio de línguas de fogo e fez com que eles pudessem falar em outros idiomas para serem entendidos pela multidão heterogênea que os ouvia. o que só será possível se virmos os homens como Cristo os viu. Surge em 1910 por iniciativa do italiano Luigi Francescon. que passa a ser a sede do grupo. com a sua política ecumenista. 12. da cura e da profecia O pentecostalismo chega ao país em 1910. a igreja restringe-se aos imigrantes italianos e a seus descendentes.1. não importando a que religião pertençam (Lc 19. Os integrantes do movimento pentecostal. da mesma forma que em Pentecostes. a igreja contava com 2. Marca presença em todo o território nacional e continua em ritmo crescente.2. pecadores perdidos.br | contato@institutodeteologialogos. 48 sudeste. Comunidade Evangélica Sara Nossa Terra. comandada pelo Bispo Carlos Rodrigues (PL/RJ).institutodeteologialogos. como a TV Record International com sede em Miami. inclusive na Rússia (Federação Russa) e mais de 2. tem sede na cidade de São Paulo. como o recém-eleito Senador da República.RELIGIÕES E SEITAS . É bastante rígida quanto aos costumes morais e ressalta os cultos exorcistas.5. o neopentecostalismo expande-se principalmente entre os mais pobres e os menos escolarizados da população. começa numa pizzaria da Zona Sul de São Paulo e hoje tem mais de 200 templos. a Universal do Reino de Deus (Rio de Janeiro. inclusive no exterior. B. o neopentecostalismo constitui a vertente cristã que mais cresce.000 no Brasil. o crescimento vertiginoso dos cristãos independentes está associado ao uso intensivo da mídia eletrônica e ao método empresarial de funcionamento. Igreja Universal do Reino de Deus (IURD). Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. Paulo Octávio de Oliveira (Paulo Octávio Engenharia) e milhares de jovens. Fundada pelo bispo Edir Macedo em 1977.com. a Igreja Universal do Reino de Deus já possui mais de 500 templos em 90 (noventa) países. entre seus membros. principalmente São Paulo e Paraná. mas sua atuação mais marcante é no Centro-Oeste brasileiro. 12. 1986) estão entre as principais. A.br . De acordo com os últimos números disponíveis.br | contato@institutodeteologialogos. é a principal igreja neopentecostal brasileira e a que mais cresce no país. Com sede atualmente em Brasília. Possui ainda o controle da segunda maior associação brasileira de emissoras de rádios e tvs (ABRATEL) com participação ativa no cenário político brasileiro e uma grande bancada no Congresso Nacional. detém o controle da TV Record. É a responsável pela moda da música gospel no país. Deus é Amor Criada por David Miranda em 1962. caracterizadas por muito canto. Fundada por brasileiros. tem como principal dirigente o bispo Róbson Rodovalho. a Internacional da Graça de Deus (Rio de Janeiro. que se instalam no país na segunda metade da década de 70. diversas emissoras de rádios. Cristãos Independentes As igrejas dessa corrente pregam a Teologia da Prosperidade. no nordeste brasileiro -. Por causa de sua grande ascensão em todo o mundo no século XIX. os obreiros ouvem as queixas dos fiéis. Em 1991 contava com quase 170 mil fiéis. 1980). Igreja Renascer em Cristo. tornou Senador da República.com. o Bispo Marcelo Crivella . As principais igrejas são as neopentecostais. Rede Mulher. Atualmente. Predomina nos estados do sul e sudeste. Enfatiza o dom da cura e a capacidade de falar idiomas desconhecidos (glossolalia). pela qual o cristão está destinado à prosperidade terrena. desbancando nomes famosos como Arthur da Távola e Leonel Brizola. Após as reuniões. Em fase de grande crescimento possui adeptos de peso. 1976) e a Renascer em Cristo (São Paulo. Fundada em 1986 pelo casal Estevam e Sonia Hernandes.um dos idealizadores do projeto denominado Fazenda Canaã. Encabeçado pela Igreja Universal. segundo o sociólogo Ricardo Mariano. Sociologia do Novo Pentecostalismo no Brasil (Editora Loyola). além de emissoras internacionais de televisão. 12. 1977). C.4. É uma grande força na mídia. Também são mais liberais em questões morais. o mega-empresário da construção civil. autor do livro Neopentecostais. No Brasil. Está espalhada em todos os estados brasileiros e possui grandes investimentos no ramo das comunicações. Possui templos em vários estados. cerca de 20%. na política e na religião. Em 2002. Possui também uma emissora de rádio e de televisão em canal fechado. principalmente no Estado de São Paulo. a Comunidade Evangélica Sara Nossa Terra (Goiás e Distrito Federal. Tem milhares de jovens entre seus adeptos e é a igreja neopentecostal que mais agrega pessoas da classe média. o fenômeno já é considerado por alguns como "a maior revolução do cristianismo depois de Lutero". e rejeitam os tradicionais usos e costumes pentecostais. Protestantismo Histórico Esse grupo surge no Brasil de duas formas: uma decorre da imigração e a outra.com. e 1. De acordo com o livro Panorama da Educação Metodista no Brasil. no sul do país. há 1 milhão de membros. em média. A missão fracassa. renda e grau de escolaridade maiores que os dos pentecostais. 13. publicado pelo Conselho Geral das Instituições Metodistas de Ensino (Cogeime). e o pentecostalismo. vinda dos Estados Unidos no início do século XX. com 23 mil alunos matriculados em 2000.1 milhão em 1995. estabelecida no Brasil em 1967. a Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil. vem tendo um crescimento notável (no Censo de 1991 eram apenas 9% da população . 13. Concentrados sobretudo na Região Sudeste. segundo dados da própria igreja. Metodistas Primeiro grupo de missionários protestantes a chegar ao Brasil. a maior e mais antiga no Brasil é a Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil. em 1824. o número de luteranos. como a Igreja Evangélica Luterana do Brasil.3. no Rio de Janeiro. onde fundam. com a chegada de imigrantes alemães ao Brasil. bem como dos demais protestantes históricos. Em 1855. por missionários norte-americanos vindos principalmente do sul dos Estados Unidos e por europeus. e os pastores europeus chegam depois de 1860. Até 2000. mas é retomada por Junnius Newman em 1867. o escocês Robert Reid Kelley funda. como os anglicanos.2. Luteranos As primeiras comunidades luteranas de imigrantes alemães se estabelecem no Brasil a partir de 1824. 13. apenas em crescimento vegetativo. Três Forquilhas (RS) e Rio de Janeiro (RJ). A primeira igreja metodista brasileira é fundada em 1876. Posteriormente. Entre os ramos da igreja metodista.13. introduzida com a imigração japonesa. os metodistas tentam fixar-se no Rio de Janeiro em 1835. que começa a pregar no oeste do estado de São Paulo. por John James Ranson.49 13 . não sofre alteração significativa.1. ou em declínio.1 mil igrejas. Está dividido em duas grandes vertentes: o protestantismo tradicional ou histórico. surgem outras correntes luteranas. Na educação têm atuação de destaque no ensino superior. em Campo Bom (RS).institutodeteologialogos.br | contato@institutodeteologialogos. em especial à Região Sul. conforme censo do IBGE. Nas últimas décadas. As igrejas do protestantismo de missão são instituídas no país na segunda metade do século XIX. Das correntes luteranas. com 410 paróquias espalhadas por todos os estados brasileiros. Sobressaem também a Igreja Metodista Livre. os metodistas reúnem 138 mil fiéis e 600 igrejas em 1991.br .RELIGIÕES E SEITAS . e a Igreja Metodista Wesleyana. Os metodistas participam ativamente de cultos ecumênicos. distribuídos em 1. nas cidades de São Leopoldo (RS). atualmente são 120 mil membros.1 milhões). ou mais de 23 milhões de pessoas. a Igreja Congregacional do Brasil. os protestantes tradicionais são 3% da população brasileira e estão concentrados. em sua maioria. designa as religiões cristãs originadas ou descendentes da Reforma Protestante Européia do século XVI.PROTESTANTISMO O termo "evangélico" na América Latina. Seus integrantes têm. Segundo o Censo de 1991. forma-se na primeira metade do século XIX. com exceção da Batista. As denominação pentecostais são as responsáveis por esse aumento. Os luteranos. Nova Friburgo (RJ).com. as igrejas protestantes brasileiras ou estão estagnadas. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. Em 1991. Os evangélicos que hoje representam 13% dos brasileiros. de influência pentecostal. localizados principalmente no Rio Grande do Sul. o maior e o mais antigo é a Igreja Metodista do Brasil. do trabalho missionário. no Rio de Janeiro. estão mais próximos da teologia professada pela Igreja Católica. O protestantismo de imigração. O primeiro templo é construído em 1829. Em 1999 chegam a assinar um documento histórico em que colocam fim às suas divergências sobre a salvação pela fé. Deus. o censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística . a primeira Igreja Batista brasileira. ao alcance de poucos).dão aos membros um enfoque no futuro e um propósito filosófico para evitar o apocalipse.5 milhão de membros em todo o país.RELIGIÕES E SEITAS . 13.br . e facilmente manipulada pelos sistemas filosóficos de seu(s) inventor(es). para resgatar os membros.com. 600 pastores e 700 igrejas.institutodeteologialogos. algumas ensinam algo que não pode ser verificado: Uma nave espacial que vem atrás de um cometa.com. um extraterrestre ou anjo apareceram ao líder e lhe deram uma revelação Os membros são anjos vindos de outro mundo.br | [email protected]üentemente. 14 .50 13. O Líder de uma Seita é freqüentemente carismático e considerado muito especial Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.1. objeto. por razões variadas: C.IBGE. têm 498 mil membros. foi um dos religiosos que se destacaram na luta contra a tortura durante o regime militar de 1964. como a Igreja Cristã Presbiteriana. no Rio de Janeiro. a Igreja Presbiteriana Renovada e a Igreja Cristã Reformada. B. Em 1991. • Freqüentemente apocalípticas . como a Igreja Presbiteriana Conservadora (1940) e a Igreja Presbiteriana Unida do Brasil (1966).para evangelismo e reforço das convicções de culto e seus padrões. Os presbiterianos mantêm na capital paulista uma das mais importantes universidades do Brasil. Presbiterianos A Igreja Presbiteriana do Brasil é fundada em 1863. de língua inglesa. ] Com este tipo de convicção.5. Maior ramo da igreja presbiteriana do país. que somam 5 mil membros. registra 1. com cerca de 50 mil membros. a Mackenzie. Em 1903 surge a Igreja Presbiteriana Independente. Um dos grupos instala-se em Santa Bárbara d'Oeste (SP) e funda. os batistas bíblicos e os batistas regulares. Geralmente é um grupo não-ortodoxo. Na década de 70 surgem grupos com características pentecostais. Em meados do século. que somam 233 mil membros. para converter o candidato a membro. o reverendo Jaime Wright (1927-1999). Por exemplo. esotérico (do grego esoterikós. Em 1907 lançam a Convenção Batista Brasileira. pelo missionário norte-americano Ashbel Simonton. ou a um conjunto de idéias novas. As seitas costumam fazer uso das seguintes práticas: • Freqüentemente isolacionistas – para facilitar o controle dos membros fisicamente. etc. • Fazem doutrinação . a filosofia da seita só faz sentido se você adotar o conjunto de valores e definições que ela ensina. surgem os batistas nacionais. em Salvador. Batistas Os batistas chegam ao Brasil após a Guerra Civil Americana e se estabelecem no interior de São Paulo. intelectualmente. a verdade fica inverificável. possui 150 mil membros. que significa conhecimento secreto. Podem ter uma devoção a uma pessoa. Pelo censo de 1991. Um de seus fundadores. interiorizada.SEITAS 14. em 1871.4. financeiramente e emocionalmente. • Fornecem uma nova filosofia e novos ensinos – revelados pelo seu líder. Há ainda outros grupos. • Privação – quebrando a rotina do sono normal e privação de comida. O Que é Uma Seita? A. Muitas seitas contém sistemas de convicção "não-verificáveis". Os primeiros missionários desembarcam no Brasil em 1881 e criam no ano seguinte. Esta última é a igreja protestante brasileira mais aberta ao ecumenismo. a Igreja Batista de Santa Bárbara d'Oeste. combinados com a doutrinação repetida (condicionamento). Ou. Rico. que vão de encontro à filosofia da seita. • Usam de falsa interpretação das escrituras. sob um conceito totalmente naturalista. ou mensageiro especial. • A Bíblia. ateu. quando usada. F.RELIGIÕES E SEITAS . velho.. • Do conhecimento esotérico aos ensinamentos muito simples. • O líder reivindica ser a encarnação de uma deidade. • Costumam buscar suas presas em outras religiões.com. é sempre distorcida. não-educado. redefinindo-o adequadamente. utilizam também "escrituras" ou livros complementares. religioso. quando usam a Bíblia em seus ensinos. • Perfil geral do membro em potencial de uma seita: o o o o Desiludido com estabelecimentos religiosos convencionais.br . • Muitas vezes. Aspectos comuns entre as seitas. tirando-lhe a divindade e os atributos divinos como conseqüência: • Crêem apenas em determinadas partes da Bíblia e admitem como "inspirados" escritos de seus fundadores ou de pessoas que repartem com eles boa parte daquilo que crêem. inclusive. • Parecem boas moralmente e possuem um padrão de ensino ético. muitas vezes. • O líder reivindica ser designado por Deus para uma missão • O líder reivindica ter habilidades especiais • O líder está quase sempre acima de repreensão e não pode ser negado nem contradito. conseguindo desencaminhar para o seu meio. Às vezes desiludido com toda a sociedade. • Do estético ao promíscuo. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. pobre. Existem muitos aspectos comuns entre as seitas que têm se disseminado pelo mundo. As seitas subestimam o valor do Senhor Jesus ou colocam-no numa posição secundária. Como se comportam as Seitas? • Normalmente buscam fazer boas obras. Tem uma necessidade por encorajamento e apoio.51 • O líder recebeu revelação especial de Deus.com. • Da riqueza e poder à pobreza e fraqueza. anjo. G. Quem é vulnerável a entrar para uma seita? • Todas as pessoas são vulneráveis. com interpretações próprias. • Ensinam o homem a desenvolver sua própria salvação. jovem. a fim de que não sejamos enganados ou até mesmo desviados da verdadeira fé cristã. E. D. É importante que nós saibamos reconhecer suas características. Algumas seitas podem variar grandemente. Intelectualmente confuso em relação a assuntos religiosos e filosóficos. educado.institutodeteologialogos. etc. • Muitas seitas "recrutam" o Senhor Jesus como sendo um deles. • Dizem ser os únicos certos.br | contato@institutodeteologialogos. caso contrário ninguém procuraria entrar para elas. muitos bons cristãos.. RELIGIÕES E SEITAS - 52 o o o Emocionalmente carente. Necessidade de uma sensação de propósito, um objetivo na vida. Financeiramente necessitado. 14.2. Técnicas de Recrutamento A. As seitas encontram uma necessidade e a preenchem. As táticas mais usadas são: • "Bombardeio de Amor – Love Bombing " – que é a demonstração constante de afeto, através de palavras e ações. • Às vezes há muito contato físico como abraços, tapinhas nas costas, toques e apertos de mão. • Emprestam apoio emocional a alguém em necessidade. • Ajuda de vários modos, onde for preciso. Desta maneira, a pessoa fica em débito então com a seita e procura de algum modo retribuir. • Elogios que fazem a pessoa pensar que é o centro das atenções. B. Muitas seitas usam a influência da Bíblia ou mencionam Jesus como sendo um deles; dando validade assim ao seu sistema. • Escrituras distorcidas • Usam versículos tirados da Bíblia fora do contexto • Então misturam os versículos mal interpretados com a filosofia aberrante delas. C. Envolvimento gradual. Alterando lentamente o processo de pensamento e o sistema de convicção da pessoa, através da repetição dos seus ensinos (condicionamento). As pessoas normalmente aceitam as doutrinas de uma seita um ponto de cada vez. Convicções novas são reforçadas por outros membros da seita. 14.3. Por Que Alguém Seguiria Uma Seita? A. A seita satisfaz várias necessidades: • Psicológica - Alguém pode ter uma personalidade fraca, facilmente manipulável. • Emocional – A pessoa pode ter sofrido um trauma emocional recente ou no passado • Intelectual – O membro tem perguntas que este grupo responde. B. A seita dá a seus membros a aprovação, aceitação, propósito e uma sensação de pertencer a algum grupo. C. A seita pode ser atraente por algumas razões. Podem ser. . . • Rigidez moral e demonstração de pureza • Segurança financeira • Promessas de exaltação, redenção, "consciência mais elevada" ou um conjunto de outras recompensas. 14.4. Como as Pessoas são Mantidas na Seita? A. Dependência. As pessoas querem freqüentemente ficar porque a seita vai de encontro às suas necessidades psicológicas, intelectuais e espirituais. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.institutodeteologialogos.com.br | [email protected] RELIGIÕES E SEITAS - 53 B. Isolamento. O contato com pessoas de fora do grupo é reduzido e cada vez mais a vida do membro é construída ao redor da seita. Fica muito mais fácil então controlar e moldar o membro. C. Reconstrução cognitiva (Lavagem cerebral). Uma vez que a pessoa é doutrinada, os processos de pensamento deles/delas são reconstruídos para serem consistentes com a seita e ser submisso a seus líderes. Isto facilita o controle pelo(s) líder(es) da seita. D. Substituição. A Seita e os líderes ocupam freqüentemente o lugar de pai, mãe, pastor, professor etc. Freqüentemente o membro assume as características de uma criança dependente, que busca ganhar a aprovação do líder ou do grupo. E. Obrigação. O membro fica endividado emocionalmente com o grupo, às vezes financeiramente, etc. F. Culpabilidade. É dito para a pessoa que sair da seita é trair o líder, Deus, o grupo, etc. É dito também que deixar o grupo é rejeitar o amor e a ajuda que o grupo deu. G. Ameaça. Ameaça de destruição por "Deus" por desviar-se da verdade. Às vezes ameaça física é usada, entretanto não freqüentemente. Ameaça de perder o apocalipse, ou ser julgado no dia do julgamento, etc. 14.5. Como Podemos Tirar Alguém de uma Seita? A. A melhor coisa é não tentar um confronto direto no primeiro encontro, o que pode assustar o membro e afastá-lo de você. B. Se você é um Cristão, então interceda em oração pela pessoa primeiro. C. Para tirar uma pessoa de uma seita é necessário tempo, energia, e apoio. D. Ensine a verdade: • Dê-lhe a verdadeira substituição para o sistema de convicção aberrante que ela aprendeu, ou seja, o Evangelho da Graça de Jesus Cristo. • Mostre as inconsistências da filosofia do grupo, à luz da Bíblia. • Estude a seita e aprenda sua história, buscando pistas e informações E. Tente afastá-lo fisicamente da seita por algum tempo, para quebrar o laço de isolamento. F. Dê o apoio emocional de que ele precisa. G. Alivie a ameaça de que se ele deixar o grupo, estará condenado ou em perigo. H. Geralmente, não ataque o líder do grupo, deixe isso para depois. Freqüentemente o membro da seita tem lealdade e respeito para com o fundador ou líder. I. Confronte outros membros da seita ao mesmo tempo, somente quando for inevitável. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.institutodeteologialogos.com.br | [email protected] QUADRO COMPARATIVO DAS PRINCIPAIS RELIGIÕES MUNDIAIS Nome do grupo Cristianismo Bíblico (Protestantismo) Catolicismo Romano Fundador Jesus Cristo Mensagem Jesus morreu para salvar pecadores Sacramentos, caridade, culto a Maria e aos "Santos" Igreja Aqueles que são salvos Deus Trindade - três pessoas em um Deus Trindade - três pessoas em um Deus Jesus Deus em carne. 2ª pessoa da Trindade Deus em carne. 2ª pessoa da Trindade Salvação Pela Graça, através da Fé somente Fora da Igreja Católica Apostólica Romana não há Salvação Através da caridade e reencarnações sucessivas Ressurreição de Jesus Jesus elevou-se no mesmo corpo em que Ele morreu Sim Escrituras A Bíblia somente (66 livros) A Bíblia (+ 7 livros apócrifos) + a Tradição (Dogmas) Jesus, sobre a pedra que é Pedro (considerado como primeiro Papa) Alziro Zarur (0403-1949) Os membros da Igreja Católica Apostólica Romana Legião da Boa Vontade - LBV Assim como Jesus, todos poderão alcancar a perfeição após muitas reencarnações. Assim como Jesus, todos poderão alcancar a perfeição após muitas reencarnações. Jesus abriu a porta para conquistarmos nossa salvação Buscar o próprio aperfeiçoamento Todos são cristãos independente da religião Impessoal Não é Deus nem teve corpo humano Não Livros da LBV Espiritismo Kardecista Dr. Hippolyte Léon Denizard Rivail, vulgo Allan Kardec (1857) O Espiritismo é a Igreja restaurada e o Consolador prometido por Jesus 144.000 ungidos que irão para o céu Impessoal Não é Deus e teve corpo humano Através da caridade e reencarnações sucessivas Não Livros de Allan Kardec e outros Testemunhas de Jeová Charles Taze Russell (18521916) Fundada em 1881 Anderson e Desagulliers (Londres, 1717 Jeová, que é uma só Pessoa Não é Deus; é o Arcanjo Miguel, a primeira e única criatura de Jeová Um grande mestre semelhante a Buda, Maomé, e etc. Deus em carne. 2ª pessoa da Obedecendo as ordens da Sociedade Torre de Vigia "Erguer templos à virtude e cavar masmorras aos vícios" Guardando o sábado e os Não Bíblia deles (Tradução do Novo Mundo) + literaturas dos líderes Rituais e manuais secretos Maçonaria — Impessoal como força superior Não Adventistas do Sétimo Dia Ellen Gould White -1860 Crer em Jesus e observar a Lei Somente os adventistas Trindade três pessoas em um Sim Bíblia e livros de Ellen White 55 Deus Mormonismo Joseph Smith (1805-1844) fundado em 1830 Alcançar a divindade pelas ordenanças do evangelho mórmon — Membros da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias — Tríade . Miscelânea Teosofia Madame Helena Blavatsky (1831-1891) fundada em 1875 Mary Baker Eddy (18211910 Deus é um princípio Um grande Mestre — Não Ciência Cristã Crenças religiosas extraídas dos ensinos de Jesus. e o Cordeiro de Deus. É irmão de Lúcifer e dos homens mandamentos Salvação pelas boas obras da igreja mórmon Sim A Bíblia.institutodeteologialogos. e A Chave para a Felicidade Moonismo Moon é o Rei dos reis. espíritos imortais com poderes ilimitados Igreja da Unificação Deus é tanto positivo como negativo. A Chave para a Teosofia e A Voz do Silêncio Ciência e Saúde com Chave para as Escrituras. Livro de Mórmon. e Senhor dos senhores.RELIGIÕES E SEITAS . Jesus não morreu pelos pecados de ninguém Jesus não ressuscitou fisicamente Cientologia Ron Hubbard(1954) — Salvação é a libertação da reencarnação — Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. Esboço do Princípio.3 deuses Trindade Não é Deus.br | contato@institutodeteologialogos. não Deus. Não há Trindade.com. Doutrina e Convênios. Jesus falhou em sua missão. Jesus foi um homem perfeito. Moon vai completar sua obra Raramente mencionado. não o Cristo Adotando a correta Unidade através de principios Obediência e aceitação dos verdadeiros pais (Moon e sua esposa) Não Revista Unitarista. Deus precisa de Moon para fazê-lo feliz Rejeita o Deus revelado na Bíblia.com. Isis sem Véu.br . Nível 4 e a Bíblia Dianética: A Ciência Moderna da Saúde Mental. Rejeitam a expiação Os princípios gerais do Unitarismo Uma coletânea de idéias espirituais Presença Impessoal Universal Um homem afinado com a consciência divina Pensamento correto Não Unitarismo Charles Filmore(18541948) fundado 1889 Sun Myung Moon(1920) Uma coleção de idéias espirituais Força Universal Impessoal Um homem. Todos são "thetans". e outros de Hubbard. Pérola de Grande Valor A Doutrina Secreta. Dicionário Bíblico de Metafísica Princípio divino por Sun Myung Moon. ) — — — A Tripitaka (Três Cestos).institutodeteologialogos. Upanishads. não uma pessoa. Bhagavad Gita Nova Era — — Deus é uma força impessoal ou princípio. e absorção em Brahman alcançadas através da Yoga e meditação. hindus. taoístas. Mesmo nível de inspiração do Antigo e Novo Testamentos Escritos I Ching.C. Um espírito universal (Brahman). budistas.com.RELIGIÕES E SEITAS .) Só Allah é Deus e Maomé o seu profeta — É um dentre mais de 124 mil profetas enviados por Deus a várias culturas. um juiz severo. crenças americanas nativas e magia em geral Vedas.56 Meninos de Deus Daniel Brandt Berg (1968) Desistir de tudo para seguir a Jesus. Tudo e todos são Deus. mas considerada corrompida Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. Buda é considerado por alguns como uma consciência universal iluminada Alá. O Nirvana (inexistência) que pode ser alcançado seguindo-se o Caminho das Oito Vias O equilíbrio entre as boas e más obras determina o destino eterno no paraíso ou no inferno — Budismo Buda (Siddartha Gautama em 525 a. Já usaram a prostituição para atrair novos adeptos Todos são deuses e só precisam se conscientizar disso Família do Amor Pai. voltará para viver e morrer Não ressuscitou. Filho e Espírito Santo. Vários deuses são manifestações dele Não existe.C.br | contato@institutodeteologialogos. não foi crucificado.com. Não é o verdadeiro Deus nem Salvador. mas não Trindade Foi uma criação de Deus. Não é descrito como amoroso É um mestre ou avatar (uma encarnação de Vishnu).que têm mais de100 volumes Islamismo Maomé (610 d. mas subiu a um nível espiritual mais alto Hinduísmo — O homem deve se conformar com sua condição para alcançar uma vida melhor na próxima encarnação O alvo da vida é o Nirvana para escapar do sofrimento — O Absoluto. porque não morreu Corão e Hadith. mas um mestre elevado O mau carma tem que ser compensado com bom carma Jesus não ressuscitou fisicamente. Não é Deus. A Bíblia é aceita.br . Sua morte não foi expiatória Libertação dos ciclos de reencaranção. — — Cartas MO cartas escritas por David "Moses" Berg. adorado sob vários nomes Oxalá novo Prática de caridade material e espiritual como meio de evolução cármica Ao morrer o candomblecista vai para o Orum( nove céus sob o comando de Iansã) Não há vida após a morte — Candomblé Primeiro templo erguido na Bahia. criador de todas as coisas. onipotente. formou o povo escolhido — O Eterno é o único Deus — O Eterno.57 Judaísmo Deus (o Eterno). através de Abraão. chamado de Jeová ou Iavé Simples judeu Obediência à Lei e aos Mandamentos Negam Tanach (o Velho Testamento).com. Profetas e Escritos Tradição oral Umbanda Solução de problemas imediatos com a ajuda dos espíritos — Zambi é único.com. pois não existem milagres — Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www. dividido em Lei. eterno e todo-poderoso — — Tradição oral Ateísmo — — Não há Deus ou diabo. uma vez que não podem ser provados cientificamente Jesus foi um mero homem Não há ressurreição.RELIGIÕES E SEITAS . portanto ética e moral são relativas — Olodumarê. na primeira metade do século XIX Dança religiosa de origem africana através da qual as pessoas homenageiam seus orixás A evolução é um fato científico.br | contato@institutodeteologialogos. irrepresentável.br .institutodeteologialogos. NOTAKER. . essa disciplina deverá ser concluída em 5 dias. você concorda? Justifique. “Todos os caminhos levam a Deus!”. Sobre essa afirmação. São Paulo: Companhia das Letras.BIBLIOGRAFIA BÁSICA GAARDER. Victor. Henry. 2000. Jostein. Para finalização dos estudos no MODO NORMAL. PROGRAMA DE ESTUDOS Para finalização dos estudos no MODO INTENSIVO. HELLERN. O Livro das Religiões. essa disciplina deverá ser concluída em 20 dias. ATIVIDADE 1. Sobre essa afirmação.AVALIAÇÃO FINAL INTRODUÇÃO À TEOLOGIA 1.com. Agradecemos o seu interesse em participar do programa de estudos oferecido pelo Instituto de Teologia Logos. Apresente suas justificativas para a necessidade. Estamos aguardando as repostas da sua avaliação final para lhe enviarmos seu Certificado de Conclusão. “Todos os caminhos levam a Deus!”. Qual a aplicação da Hermenêutica e da Exegese na compreensão de um texto bíblico? Dê exemplos. Mínimo de 5 para cada item apresentado.br (O certificado será enviado via e-mail e você poderá imprimir em qualidade normal e papel cartão. HERMENÊUTICA BÍBLICA (As atividades de Hermenêutica Bíblica e Exegese Bíblica serão feitas conjuntamente. RELIGIÕES E SEITAS 1. EXEGESE BÍBLICA 1.) . a importância e a finalidade dos estudos em Teologia. você concorda? Justifique. na disciplina de Exegese Bíblica). As respostas devem ser enviadas para contato@institutodeteologialogos.
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