curso arranjo

March 22, 2018 | Author: Mauricio Martins Romitelli | Category: Harmony, Pop Culture, Singing, Harmonic, Variation (Music)


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Curso de Arranjo Vocal – Material de ApoioExtraído do Material de Apoio do Curso de Arranjo Vocal – Módulo I Paulo Constantino Capítulo III j) Emprego das dinâmicas na condução de vozes O emprego das dinâmicas está relacionado à separação dos planos de escuta, possibilitando ao arranjador destacar possíveis focos em nossa percepção aural. A elaboração das dinâmicas é importante numa concepção moderna de condução de vozes. Alterar o equilíbrio sonoro é um fator que contribuirá decisivamente numa harmonização, especialmente no caso de vozes superiores sobre a melodia principal. A alternância das dinâmicas entre as vozes visa garantir: A predominância da melodia principal, sobretudo quando ela não se apresenta na voz mais aguda, e as demais vozes soam em bloco (com o mesmo ritmo). “Here, There and Everywhere”, arranjo de Gene Puerling. Paulo Constantino – [email protected] elaboração de seções. “despregando-se” do restante do bloco.Curso de Arranjo Vocal – Material de Apoio - A valorização de uma linha melódica em voz inferior. os graves tendem a perder-se mais facilmente. “Joy To The World”. Isso pode ser compensado com a redução do volume nas demais vozes. arranjo de Gene Puerling - - Ao acrescer uma voz superior à melodia principal. k) Processos adicionais: modulação. elaboração de vocalizes. Devemos considerar o equilíbrio entre as vozes também na hora da execução. Em condições amplificadas. como efeito em determinadas passagens. permitindo que a audiência veja de onde vem o som). elementos de rítmica. Numa condição acústica. e da distância mínima que o microfone deve ficar (principalmente nas vozes femininas. Paulo Constantino – pconst@zipmail. acréscimo de compassos. em favor do destaque de um bloco harmônico mais homogêneo. o excesso de repetição é aborrecido se não se explora a vantagem da repetição: a ênfase. com a ausência de microfones. etc. O interesse do ouvinte pelo material musical disposto no arranjo dependerá do equilíbrio entre repetição e variação. Segundo Schoenberg. onde os agudos tendem a ficar saturados). da correta mixagem das vozes. em relação à melodia principal.br . Intervalos acima de quarta justa costumam configurar um outro plano.com. o cuidado fica por conta do posicionamento dos microfones (levemente abaixo da boca. estabelecendo contrastes. Em algumas situações. normalmente evita-se que esta voz imediatamente consecutiva não estabeleça relação de 2ª menor ou trítono. pode ser interessante o obscurecimento da melodia. Seguem-se algumas observações pontuais sobre procedimentos que promovem variedade em um arranjo: Alternância da linha melódica principal em diferentes vozes: é uma maneira de manter o interesse do ouvinte. Pode ser utilizada para rarefazer a harmonia de um trecho texturalmente denso. partindo ou encontrando-se em uma única linha melódica. Paulo Constantino – pconst@zipmail. em uníssono. Associada a mudanças na tonalidade. e por fim. potencializa seus recursos para criar contrastes.Curso de Arranjo Vocal – Material de Apoio Não obstante. em uníssono. além de enriquecer a variedade timbrística entre seções. Transformações graduais na textura: podem ser concebidas como o acréscimo ou a supressão de uma ou mais vozes. diferença de textura. envolvem a disposição de um ou mais desses termos: excitação rítmica. mudança no nível de tensão harmônica (pelo emprego dos graus altos). mudança no registro ou apresentação de novos timbres. “More I Can Not Wish You”. três ou quatro linhas melódicas distintas. arranjo de Gene Puerling - A supressão de elementos parte do princípio inverso: uma harmonia de quatro partes pode ser diluída em apenas uma relação intervalar.br . .A quatro vozes.com. depois da ocorrência de muitos eventos harmônicos simultâneos. pela constante alteração dos timbres e da tessitura da linha melódica principal. desdobrando-se em duas. Seu emprego põe em destaque a percepção da densidade harmônica. a variedade será necessária para agregar novos elementos a um material repetitivo. a adição de elementos pode partir de uma ou mais vozes em uníssono. Em termos gerais. Curso de Arranjo Vocal – Material de Apoio “Princesa”. tendem a ser sutis pequenas variações timbrísticas. Dispondo mais uma voz instrumental (além das quatro presentes nos vocais) alcança-se as estruturas superiores dos acordes com tranqüilidade. arranjo de Gene Puerling. que possuam timbres não muito contrastantes com a voz humana. Paulo Constantino – pconst@zipmail. exemplo de diluição de uma harmonia a quatro partes Adicionar instrumentos para reforçar ou elaborar a harmonia: em formações reduzidas.com. executando a voz mais grave de uma frase. As possibilidades são muitas.br . Podemos citar como exemplo mais comum a utilização do contrabaixo ou teclado. a saber: a 9ª. a 11ª e a 13ª. e o ouvido aceita a resultante como uma estrutura viável sob a perspectiva harmônica. Principalmente nas texturas harmônicas em bloco. uma possibilidade para o enriquecimento da harmonia é o emprego de instrumentos musicais. “We´ve Only Just Begun”. as progressões harmônicas. Em última análise. deve-se: Escutar: executar o arranjo planejado. sem significado melódico. principalmente em peças longas ou muito repetitivas. Eliminar supérfluos: excesso de variação. Esboce várias possibilidades de arranjo para uma mesma peça.com. andamento. que oferecem forte contraste entre seções. resoluções). . Analisar: podem haver seções vazias. Possíveis adaptações na condução das vozes e na textura. m) Considerações Finais Extraído do livro Fundamentos da Composição Musical.Transformações na textura musical. depois pense no equilíbrio sonoro entre as vozes (blend) com uníssonos e acordes afinados. pode-se experimentar modulações mais ou menos súbitas. dinâmicas. por exemplo). Dependendo do efeito desejado. considere: . Se for necessário ensaiá-lo. fraseado. Evitar o excesso de repetição. atentando para os resultados sonoros obtidos.br . atente para que todos aprendam primeiramente as notas corretas. como uma maneira emergir um maior número de possibilidades harmônicas. seja preciso e minucioso em todo o tipo de indicação necessária à execução: articulação. de Schoenberg. mudanças abruptas na tessitura podem ser fatores de desequilíbrio. escreva seus arranjos de modo que os cantores sejam poupados de esforços desnecessários e dificuldades excessivas durante a execução. que não ocorram repetições despropositadas. dinâmicas e articulação claras. Ao planejar uma modulação.O acréscimo de notas necessárias para o efeito desejado (notas de passagem. suspensões. movimento rítmico e mesmo sem alterações harmônicas. e que a transição entre diferentes seções do arranjo seja coerente com o caráter desejado. Lembrando que a melhor ferramenta do músico é o seu ouvido.A gradação de contraste apropriada para a seção (são interessantes as modulações por terça menor ascendente ou descendente. excesso de ornamentação ou figuração. Paulo Constantino – pconst@zipmail. cromatismos. o que é desejável.Curso de Arranjo Vocal – Material de Apoio Modulações: recurso comumente explorado na música vocal acapella. Quando notar seu arranjo. do ponto de vista formal. . Tenha clareza ao organizar suas idéias musicais. considerando que a modulação pode tirar uma ou mais vozes de sua região mais confortável. Observe a harmonia. respirações. cuidando para que o emprego das texturas seja funcional. apoiando o efeito da modulação. sem conteúdo real.
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