CULTURA DA BANANAA banana é uma fruta de grande importância mundial e o quarto alimento vegetal mais consumido no mundo, superada pelo arroz, trigo e milho. Segundo a FAO, o continente onde há a maior produção de banana é o asiático (40,9%), seguido pela América do Sul (27,3%). O Brasil é o segundo maior produtor mundial, atrás apenas da Índia. Dentro do Brasil, a região Nordeste é responsável por 36% da produção nacional, mas o estado campeão de produção é São Paulo, seguido da Bahia e de Santa Catarina. Descrição Botânica A Banana (Musa spp.) é uma planta com um caule subterrâneo (rizoma), cujo tronco é um pseudocaule, formado pelas bases sobrepostas das folhas. As suas folhas são grandes, de cor verde clara e brilhante. As suas flores reúnem-se em cachos e surgem em séries a partir do chamado “coração” ou “umbigo” da bananeira. O fruto é uma cápsula com um formato alongado, de casca mole, com a polpa carnosa de cor amarelada, variável de acordo com a variedade. Variedades As variedades de bananeira mais difundidas no Brasil são: Prata, Pacovan, Prata Anã, Maçã, Mysore, Terra e D’Angola pertencentes ao grupo AAB e utilizadas unicamente para o mercado interno. Já as do grupo genômico AAA, Nanica, Nanicão e Grande Naine são usadas, principalmente, para exportação e são preferencialmente utilizadas na industrialização. Em menor escala, também são plantadas a Ouro (AA), Figo Cinza e Figo Vermelho (ABB), Caru Verde e Caru Roxa (AAA). Dentre estas, as variedades Prata, Prata Anã e Pacovan são responsáveis por aproximadamente 60% da área cultivada com banana no Brasil. Propagação As bananeiras são normalmente propagadas vegetativamente por meio de mudas desenvolvidas a partir de gemas do seu caule subterrâneo, o rizoma. O ideal é que as mudas sejam oriundas de viveiros, que são áreas estabelecidas com a finalidade exclusiva de produção de material propagativo de boa qualidade. No caso da inexistência de viveiros, as mudas devem ser obtidas de bananal com plantas bem vigorosas e em ótimas condições fitossanitárias, cuja idade não seja superior a quatro anos e que não apresente mistura de variedades e presença de plantas daninhas de difícil erradicação pH 6. a a mistura é colocada no fundo da cova e coberto com 3 dedos de terra aos 30 dias antes do plantio. Não sujeito a inundação. mas com folhas típicas de plantas adultas. drenados. porém ainda jovens.5 Kg).5-1. Chifrão: Adulta: Pedaço é o tipo ideal de muda.0-6. são mudas com rizomas bem desenvolvidos. umidade relativa do ar abaixo de 80%.As mudas assim obtidas são classificadas como: Chifrinho: Chifre: apresentam de 20 a 30 cm de altura e têm unicamente folhas lanceoladas. mudas pequenas.5. e que apresentam folhas largas. Mensais (1. . a calagem deve ser efetuada aplicando-se metade da dose antes da aração do terreno e a outra antes da 1ª gradagem. Devem ser evitadas. luminosidade em torno de 2. usa-se 3m x 3m (1. usa-se 2m x 2m (2500 e 200 plantas/hectare).111 plantas/hectare). Pacovan. de rizoma: tipo de muda oriundo de frações de rizoma com no mínimo uma gema bem entumescida e peso de 800 g. Nanicão). plano a levemente ondulado até encosta. vento com velocidade abaixo de 40 Km/hora. apresentam de 50 a 60 cm de altura e folhas lanceoladas. já apresentando uma mistura de folhas lanceoladas com folhas características de planta adulta. pois além de possuírem pouca reserva aumentam a duração do ciclo vegetativo. e chuvas com mínimo de 10 mm. profundos. devido ao filho aderido. No plantio. O replantio ou substituição de mudas mortas ou doentes devem ser feito 30 a 45 dias pós-plantio. usa-se 3m x 2m (666 plantas/hectare) e bananeiras de porte baixo (Nanica. Espaçamentos convencionais: para bananeiras com porte alto (Terra.0 Kg) e 40cm x 40cm (mudas com 1. Logo após plantio podar folhas abertas. mudas rizoma ou pedaço de rizoma ficam com 5cm fora da terra. Mysore). Se determinada por recomendações de análise de solos. (máximo). de forma a evitar danos ao mesmo. altitude entre 0 e 300 m. A terra de superfície deve ser misturada a 10 litros de esterco de curral curtido (5 litros esterco galinha) + 25g de ureia + 400g de superfosfato simples e 700g de cloreto de potássio. exige cuidado em seu manuseio. separar a terra dos primeiros 10 a 15cm.000 horas/ano. Adubação e Plantio A melhor época para o plantio é o início da estação chuvosa podendo prolongar-se ao longo dela se houver umidade no solo. em fase de diferenciação floral. Se o terreno permitir o sulcamento deve ser feito com 30cm de profundidade. Maranhão). para bananeiras de porte semi-alto (Maçã. Solos Areno-argilosos ricos em húmos. Rizoma Guarda-chuva: Clima Temperatura em 26ºC (15 e 35ºC). Na abertura da cova. rizomas diminutos. Em locais onde as chuvas são periódicas e abundantes (sem encharcamento do solo) ou sob regime de irrigação planta-se em qualquer época do ano. as mudas chifrinho e chifrão devem receber terra até cobrir o rizoma. com filho aderido: muda de grande peso e que. Preparo do solo. D'Angola. Segundo o tamanho da muda e tipo de terreno as covas devem ter dimensões de 30cm x 30cm (mudas com 0. com 60 a 150 cm de altura.0 a 1.200 mm anuais). tratamento de mudas. Deve-se observar. meio e fim da estação chuvosa. controle biológico (fungos). O intervalo entre irrigações (turno de rega) não deve ser maior que 10 dias.Mycosphaerella fijiensis. engaço. 110g de superfosfato simples e 65g de cloreto de potássio. Doenças SIGATOKA NEGRA . lagartas atacam laterais do fruto. Ataca todas as partes da bananeira a exceção de raízes e folhas. a drenagem do terreno. E a limpeza da planta. Controle: seleção. gotejamento. os filhotes recebem 90g de uréia.Irrigação Para as condições do Brasil devem ser aplicados 1. ou ação de herbicidas notadamente nos períodos de escassez de chuvas. aplicação de inseticida granulado na cova de plantio. Tratos Culturais Eliminar ervas daninhas com capinas ou roçagens. TRAÇA DA BANANEIRA: Opogona sacchari. Pulgão. preparo. mortas ou quebradas para aumentar luminosidade. aspersão. Os sintomas são amarelecimento com secamento de folhas e morte do broto. no início. micro-aspersão. lagartas brancas. em cultivos superficiais. coloca ovos nas flores. manchas negras. antes das flores secarem (cachos) com frutos ainda verdes. estrias de coloração marrom-clara. no início.manchas ovais de cor marrom escura na face inferior e negra na face superior da folha. Controle: aplicação de inseticida carbaryl 85M (2 Kg/ha) de forma preventiva. Sugere-se eliminar restos florais do cacho ou "coração" (após emissão da última penca de frutos) a 10-15cm desta. É uma doença fúngica cujo sintomas podem variar em função do estádio de desenvolvimento da planta. Deve-se eliminar folhas velhas. O adulto. concentra-se nos frutos. com pequeno halo amarelo e centro deprimido. na página inferior da folha. menores que 1 mm. almofadas das pencas. por planta por vez. As capinas são realizadas no início e fim das chuvas. Na fase adulta é um besouro preto. incorporar matéria orgânica ao solo e prevenir ferimentos nos frutos. o que causa prejuízo aos pomares é a fase inicial. A adubação em cobertura é feita: planta mãe recebe 75g de uréia e 55g de cloreto de potássio por planta por vez. lagartas desfolhadoras atacam a bananeira. com 2 a 3 mm de comprimento. pseudocaule.800 mm/ano (100 a 150 mm/mês). abrem galerias na polpa dos frutos. por sulcos.200 a 1. manchas com centro deprimido e de coloração branco acinzentado. a grade de discos executa bom trabalho (elimina ervas e quebra crosta no solo). sem patas. nos 3 primeiros meses. São observados seis estádios de desenvolvimento da doença:pequenas descolorações ou pontuações despigmentadas. contudo. da suscetibilidade da cultivar e da severidade do ataque. as estrias se alongam e já podem ser visualizadas em ambas as faces da folha. tripes. que se coalescem em . irapuá. visíveis. O ataque desse inseto causa queda de produção entre 30% e 80%. abelha. que penetram nos rizomas e passam a alimentar-se abrindo galerias. Os métodos de irrigação mais comumente usados são por faixas. Pragas: BROCA-DA-BANANEIRA ou moleque: Cromopolites sordidus. Nas bananeiras de alto porte usar escadas. meio e fim da estação chuvosa. pequena mariposa. utilização de iscas atrativas envenenadas (pseudocaule e rizoma) tipo "telha" ou tipo "queijo". também. ) para eliminar a cica (evitar mancha no fruto). Em caixas apropriadas. pencas colocadas verticalmente. nematóides. Internamente (corte transversal do pseudocaule) há descoloração pardoavermelhada. A planta toma forma de guarda-chuva fechado. amarelecimento progressivo das folhas mais velhas para as mais novas. para mercado interno colher quando o fruto atinge estágio "3/4 gorda" (quinas desaparecendo). em seguida as folhas murcham. a descoloração aumenta formando estria amarela que cresce e forma manchas necróticas elípticas e alongadas paralelas as nervuras secundárias da folha. 2 operários trabalham cortando parcialmente o pseudocaule e usam forquilha para amortecer queda do cacho. O amarelecimento começa das bordas foliares até a nervura principal. Controle: variedades resistentes. aplicação de calda fungicida (propiconazol ou benomil ou thiabendazol). que consiste na aplicação combinada de óleo mineral. O transporte pode ser feito com bananas empilhadas em caminhão (sobre espuma de 2 cm de espessura). Pencas são imersas em água + detergente (1. emulsificante. desbaste. corrigir pH do solo colocando-o perto da neutralidade. . manter boa relação entre cálcio. transporta-se a banana. Para exportação quando fruto estiver "3/4 magra" (quinas bem salientes). chão forrado com folhas da bananeira. com ferida do corte para baixo. As plantas afetadas exibem externamente. em "caçoás" (lombo de animais). fungicidas e água. secam e quebram junto do pseudocaule. a doença inclui-se entre problemas sanitários mais sérios da bananicultura no mundo. Para a maioria das cultivares plantadas deve-se optar pelo controle químico. manejo das plantas indesejáveis e adubação equilibrada. na nutrição da planta. diminuição do nº de pencas e tamanho dos frutos. maturação precoce). preferir solos com bom nível de matéria orgânica. drenagem do terreno. Moko.Controle: evitar plantio em áreas com histórico de alta incidência da doença. eliminação de folhas atacadas. O cacho é transportado para galpão aberto. eliminação de folhas velhas doentes. magnésio e potássio.Micosphaerella muscosa. Os prejuízos são morte precoce das folhas (enfraquecimento da planta. químico e genético podem ser aplicados no controle da doença. procede-se ao despencamento (com espátula de pintor nº 10) com lâmina em U aberto. O engaço é cortado a 30 cm da primeira penca e 10-15 cm da última penca. utilizar mudas sadias livres de nematóides. doenças a vírus são outras moléstias da bananeira. Colheita Para atender ao mercado local colher a fruta "de vez ou gorda" (fruto sem quinas). Sigatoka-negra. Os sintomas começam com leve descoloração em forma de ponto entre as nervuras da 2ª e 4ª folha a partir da vela. espaçamento adequado. eliminação de ervas daninhas. na variedade de porte alto. Também chamada cercosporiose é importante economicamente em regiões onde chuvas são frequentes e temperatura está em 25ºC. nessa operação classifica-se as pencas. MAL-DE-PANAMÁ: Fusarium oxysporum ou mancha de Fusarium.períodos favoráveis ao desenvolvimento do fungo. Os principais métodos culturais são: manejo da água. SIGATOKA AMARELA . Nas variedades de porte médio e baixo um operário segura pela requis e corta o engaço com facão.000 l/ 2l. Controle: Métodos de controle cultural.