Controle de Pulgão do Milho.pdf

March 29, 2018 | Author: caroline357 | Category: Maize, Agriculture, Plants, Insects, Insecticide


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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃOSECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO SUL DE MINAS GERAIS CAROLINE APARECIDA DA SILVA ROMUALDO APARECIDO DE MORAES CONTROLE DE PULGÃO DO MILHO Inconfidentes, Março de 2016 Prof°.: José Luiz de Andrade Rezende Pereira Inconfidentes. Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais – Campus Inconfidentes. CAROLINE APARECIDA DA SILVA ROMUALDO APARECIDO DE MORAES CONTROLE DE PULGÃO DO MILHO Relatório apresentado ao Instituto Federal de Educação. como registro da disciplina Fitotecnia II no Curso de Engenharia Agronômica. 28 de Março de 2015 . 2006). de forma isolada. por altas infestações do pulgão-do-milho. tem sido constatada a ocorrência de pulgões e viroses. Os locais mais prováveis para a proliferação das colônias são a bainha das folhas e a parte superior da planta. 2008). murchamento. causada por potyvirus. para os produtores brasileiros. clorose e necrose nas margens. O clima seco que predominou naquela safra. mais precisamente. principalmente os da região sul do País. além do encurvamento do pendão ou encarquilhamento (WAQUIL. visando à implementação de práticas de MIP para reduzir os danos causados (SANTOS. VIANA. o caráter secundário desta praga possa ser questionado. 2003). permitindo o desenvolvimento de fumagina. por exemplo. na safra 2005/2006. 2010). 2012). Essa virose tem se destacado entre as doenças mais importantes na cultura do milho em razão do aumento de sua incidência e das perdas que pode causar na produção (SANTOS. causando danos diretos e indiretos que podem reduzir o rendimento de grãos das lavouras de milho (BAYER CROP SCIENCE. . O dano indireto é caracterizado pela transmissão de viroses como a do mosaico comum. Embora seja considerado por muitos como uma praga secundária na cultura do milho. Nos últimos anos. Outro problema é devido à excreção de uma grande quantidade de líquido pelas colônias. associado ao complexo pulgão + viroses. 2012). WAQUIL. 2010).1 INTRODUÇÃO O pulgão-do-milho (Rhopalosiphum maidis) é um inseto sugador de seiva que se alimenta ao introduzir seu aparelho bucal em tecidos novos da planta. Nas plantas mais atacadas podem-se observar. mas as infestações podem ocorrer também no cartucho e no pendão. demonstrando a necessidade de se capacitarem os técnicos e agricultores na bioecologia desta praga e na correta identificação de sintomas e danos. em várias regiões do Brasil. Seus danos diretos ocorrem somente quando a densidade populacional é muito alta e a planta esteja sofrendo estresse hídrico (CRUZ. nas folhas. As consequências mais prováveis são as falhas na polinização e o aparecimento de espigas estéreis ou incompletas. 2008). devido aos danos causados. porque ele atinge diretamente o sistema reprodutivo da planta (MATOS. onde são observados os maiores danos. Isso traz uma grave ameaça. foi responsável por elevadas perdas de produtividade na cultura (BAYER CROP SCIENCE. que prejudica a fotossíntese da planta (MOREIRA. enquanto que a forma alada. tornando-se um problema real para alguns produtores (MATOS. Seu tamanho varia de 0. responsável pela dispersão das colônias. com manchas negras na área ao redor dos sifúnculos. Os adultos. como o pulgão do milho (Rhopalosiphum maidis). Tem pernas e antenas de coloração negra e tubérculos antenais pouco desenvolvidos. passaram a atacar a cultura com mais frequência e intensidade. também de coloração negra. quando a fonte de alimento está se esgotando ou quando as condições ambientais são desfavoráveis ao inseto (CRUZ. além de antenas curtas com seis segmentos e processo terminal do segmento VI com 2 a 2. O pulgão-do-milho é um inseto sugador encontrado em colônias formadas por adultos e ninfas. • Ciclo biológico (24°C): 20 dias • Período ninfal: 4 dias • Período reprodutivo: 12 dias • Longevidade: 16 dias • Número médio de ninfas/fêmeas: 72 • Condições favoráveis ao crescimento populacional: clima quente e seco . 2. Uma medida de anemizar o problema é conhecer a biecologia da praga bem como a identificação de sintomas e danos para a máxima eficiência do controle. A forma adulta frequentemente observada nas colônias é a áptera. 2006). exibe dois pares de cerdas laterais (SANTOS. pragas que eram consideradas secundárias. A cauda. 2011).3 vezes o comprimento da base.6 mm de comprimento. é observada quando a população do inseto na planta é alta. que podem ser ápteros (sem asas) ou alados (com asas).2 DESENVOLVIMENTO Nos últimos anos.9 a 2. são de coloração negra e com constrição apical. Os sifúnculos apresentam base mais larga que o ápice. são sempre fêmeas e se reproduzem de forma assexuada (partenogênese).1 Biologia O Rhopalosiphum maidis possui corpo alongado de coloração amarelo-esverdeada ou azul-esverdeada. 2012). que . Figura 2 . quando cada fêmea pode gerar até seis ninfas por dia. Em aproximadamente sete dias após o nascimento das ninfas. sendo a duração média do período reprodutivo de 12 dias. A.2 Condições para o desenvolvimento da praga A temperatura ideal para o desenvolvimento de Rhopalosiphum maidis é entre 18°C e 24°C. Antena C. Figura 1 . Fonte: Santos (2012). Vista dorsal de fêmea áptera adulta B. Nestas condições de temperatura e com clima seco.Ninfas. adultos e colônia do pulgão Rhopalosiphum maidis em milho. Porção final do abdômen Fonte: Cruz (2011). este inseto atinge a fase adulta. Condições de estiagem combinadas com altas temperaturas beneficiam o rápido desenvolvimento e a dispersão deste inseto. 2. o pulgão-do-milho apresenta alta capacidade de proliferação.Rhopalosiphum maidi. observa-se que o aumento na população de indivíduos está correlacionado diretamente com o desenvolvimento da cultura (estádios fenológicos). Esses sintomas são claramente visíveis em plantas jovens e tendem a desaparecer na medida em que se tornam adultas. 2012). tornando difícil sua identificação após o florescimento.ao colonizar lavouras novas não é percebido pelos agricultores. 2012). 2012). Quando as infestações atinguem o pendão e o pedúnculo do milho ocorre o impedimento da liberação de pólen. murchamento. clorose e necrose nas margens. Essas viroses podem causar também encurtamento de internódios e redução no tamanho das espigas e dos grãos. Esses insetos. 2010). transmite-o em poucos segundos ou minutos ao se alimentar de plantas sadias (SANTOS. como a presença de manchas verdes nas folhas entremeadas por manchas amareladas. Segundo a literatura. o pulgão adquire vírus em poucos segundos ou minutos e. O déficit hídrico favorece os insetos por meio do aumento da concentração de nutrientes na seiva e maior disponibilidade de aminoácidos livres. Sob altas população e condições favoráveis podem-se observar. além do encurvamento do pendão ou encarquilhamento afetando a produção de grãos (WAQUIL. 2010). como formigas. ao se alimentarem da seiva das plantas. que passam a proteger os pulgões. Alguns sintomas permitem a identificação das viroses associadas. conhecida como “honeydew”. ademais propiciar o desenvolvimento de fungos (fumagina) capazes de interferir na polinização e prejudicar a atividade de fotossíntese da planta (WAQUIL. sendo máximo no florescimento. No campo. ao se alimentar de plantas infectadas. nas folhas. o complexo pulgão-virose pode acarretar a morte de . em padrão de mosaico. é necessário o monitoramento semanal das populações de pulgões e o correto diagnóstico dos sintomas. deixam-nas pegajosas. permitindo uma dieta mais rica e apropriada para sua multiplicação. Em casos severos.3 Sintomas e danos Para implementar as táticas do MIP. que ao cair nas folhas inferiores. a partir do qual os insetos têm elevada mortandade pela maior exposição ao sol e a inimigos naturais (SANTOS. resultando em falhas na polinização e o aparecimento de espigas estéreis ou incompletas. Somente a realização do monitoramento desta praga permitirá a avaliação da necessidade de aplicações específicas de inseticidas e o momento ideal para tais aplicações (SANTOS. da mesma forma. 2. Esse produto atrai outros insetos. secretam parte não aproveitada desta seiva. 2012). em anos mais favoráveis ao complexo pulgão-viroses (SANTOS. que se incluem entre as plantas daninhas mais comuns em lavouras de milho e que podem constituir reservatório de inóculo dos vírus na ausência do milho no campo (SANTOS. são confundidos no campo com problemas de polinização (OLIVEIRA. com perdas significativas de produtividade. Fonte: Santos (2012). c) estresse hídrico.plantas. com estimativas de perdas que podem alcançar até 60% da produção. Figura 3 . espigas atrofiadas e espigas com granação deficiente. muitas vezes. 2012). . A redução na produtividade ainda precisa ser mais bem estudada. Muitas espécies de gramíneas também são hospedeiras dos potyvirus. Há uma variação dos danos causados pelo complexo pulgão-viroses entre os diferentes cultivares de milho. Os maiores danos são observados quando a infestação de pulgões ocorre na fase inicial de desenvolvimento vegetativo da cultura. Mesmo para híbridos tolerantes. b) altas populações de pulgões. destacando- se. no Brasil. ou causar perfilhamento de espigas. a Digitaria horizontalis (capim- colchão) e a Eleusine indica (capim-pé-de-galinha). entretanto a intensidade dos danos está relacionada com o conjunto de fatores relativos ao solo e ao clima.Fatores que interferem nos danos de pulgão. é recomendado o MIP. Esses sintomas. 2003). evitando-se atingir o nível de dano econômico. entretanto admite-se que é uma resposta fisiológica da planta associada à interação dos pulgões aos seguintes fatores: a) viroses transmitidas. a Brachiaria plantaginea (capim-marmelada). além da adoção de boas práticas agronômicas. o monitoramento da praga.Espigas com Figura 7 . granação deficiente. Fonte: Santos (2012). Figura 4 . é aconselhável o plantio de híbridos que apresentem maior tolerância à virose. como a eliminação de plantas daninhas hospedeiras (gramíneas selvagens). o tratamento de . Fonte: Santos (2012). principalmente. Fonte: Santos (2012). 2. sobretudo. Nas áreas com reconhecido histórico de danos causados pela praga.Planta de milho com sintoma de mosaico comum (potyvirus). como uma adubação equilibrada e. Fonte: Santos (2012).Colônia de de entrenós. Figura 5 – Encurtamento Figura 6 .4 Manejo Integrado de Pragas (MIP) Algumas estratégias podem ser recomendadas visando à redução potencial do ataque de pulgões. a eliminação de plantas de milho voluntárias (tiguera) apresentando sintomas de mosaico e. pulgões (diagnóstico tardio). 2009). que transformam os pulgões em indivíduos vulgarmente denominados . • Aleatoriamente Figura 8 . 2012). deve-se observar detalhadamente as plantas na região do cartucho. deve-se evitar o escalonamento de plantios das áreas de milho. avaliando a presença de pulgões adultos e ninfas e a população de inimigos naturais. a partir de V4 até o início da fase reprodutiva.sementes com neonicotinóides. que devem indicar a necessidade ou não de aplicação de medidas de controle (SANTOS. com o objetivo de evitar a infestação precoce nas lavouras.1 Monitoramento O monitoramento da população de pulgões deve ser realizado semanalmente durante a fase vegetativa da cultura. Fonte: Santos (2012). o que favorece o ataque da praga (JESUS.planta com • 100 plantas/10ha presença de pulgão. como parasitóides (Aphidius sp. examinando-se aleatoriamente 100 plantas/talhão em grupos de 20 plantas. Além dessas recomendações. 2. • 5 grupos de 20 plantas 2. Durante o monitoramento.2 Controle Biológico A ocorrência de inimigos naturais dos pulgões. Para que não haja a migração da praga em lavouras mais velhas para outras mais novas. quando as plantas estão na fase mais suscetível (SANTOS. e microhimenópteros). o produtor deve lembrar que os plantios de milho safrinha mais tardios são sujeitos a longos períodos de estiagem.4. 2012).4. tesourinha e crisopídeos). devem ser observadas durante o monitoramento. 2006).3 Controle Químico O controle químico é realizado através do tratamento de sementes por neonicotinóides. Figura 9 . controlando o pulgão-do-milho. Dessa forma. pois a presença de um grande número de predadores e parasitóides sugere que o controle natural está reduzindo o número de pulgões (WAQUIL. principalmente em condições ambientais propícias ao aparecimento e desenvolvimento do inseto e nas fases de polinização e pendoamento. De acordo com Agrofit (2016). larvas de sirfídeos. ainda não existem inseticidas registrados para a cultura do milho para o contole de Rhopalosiphum maidis através de pulverizações. . uma vez que a ocorrência de infestações do inseto é estimulada pelo clima seco e os danos finais podem se confundir.4. Fonte: Santos (2012). onde os danos são maiores.Presença de tesourinha Figura 10 . 2010). 3 CONSIDERAÇÃO FINAL A diferenciação entre perdas causadas por estiagem e perdas causadas pela ação direta do pulgão-do-milho ou viroses associadas é uma tarefa difícil.de “múmias”. 2. o que o produtor pode fazer é programar a aplicação de inseticidas para o controle de outros insetos. Entretanto. Fonte: Santos (2012). de forma com que essa coincida com o período do pendoamento nas lavouras muito atacadas pelo pulgão (DUPONT PIONEER. e predadores (joaninhas. os assistentes técnicos e os agricultores não deve deixar de realizar o monitoramento constante da cultura.Presença de joaninha controlando o pulgão-do-milho. Cultivo do Milho. Pecuária e Abastecimento.br/zpublisher/materias/Materia. Pulgão provoca alerta nas lavouras de milho no Planalto do Parecis.diadecampo. 2009. CRUZ. 2016. Acesso aem: 12 mar. 2016. Disponível em: <http://agrofit. Embrapa Milho e Sorgo. 2010.diadecampo. 1856 (Homoptera: Aphididae). DUPONT PIONEER. J. 2016.cropscience. MATOS.com. 2016. 2016. MOREIRA. 20 ago. Acesso em: 12 de mar.br/insetos-praga/identificacao/pragas-da-parte-aerea- sugadores/pulgao-do-milho-rhopalosiphum-maidis-fitch-1856-homoptera-aphididae>.gov. P.com. .bayer. Acesso em: 11 mar. Disponível em: <http://www. Disponível em: <http://www. 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