Conceito de Teoria de Campo de Lewin



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Conceito de Teoria de Campo de Lewin A Teoria de Campo de Lewin (em que “campo” é definido como a totalidade de coexistência de factos quesão concebidos como mutuamente interdependentes), desenvolvida por Kurt Lewin em A Dinamic Theory of Personality, é uma das muitas teorias que procuram explicar a natureza e o comportamento humano, assentando nas seguintes premissas: . O comportamento das pessoas resulta de um conjunto de factores que coexistem no ambiente em que essa pessoa desenvolve a sua actividade, conjunto de factores este que inclui a família, a profissão, o trabalho, a política, a religião, etc.; . O referido conjunto de factores constitui uma relação dinâmica e de interdependência, a que Lewin chama campo psicológico (que desta forma constitui o próprio espaço de vida do indivíduo, definindo a forma como este percebe e interpreta o ambiente externo que o rodeia). A interpretação subjectiva que cada pessoa faz acerca das outras pessoas, das coisas e dos fenómenos que em cada momento constituem o seu ambiente traduzem-se em valências, isto é, tomam um determinado valor. A valência é positiva quando a forma como a pessoa interpreta o seu ambiente lhe induz a ideia de satisfação dos seus desejos e necessidades; é negativa quando se verifica o contrário. Esta Teoria, apresenta três princípios básicos: 1. O comportamento é uma função de campo que acontece na altura em que o comportamento decorre; 2. A análise começa com a situação como um todo, a partir do qual são diferenciadas as partes componentes; 3. Uma pessoa numa situação real pode ser representada de forma matemática. Para melhor explicar a motivação do comportamento. O comportamento humano não depende somente do passado. Mais do que isso. elaborou a teoria de campo. no qual cada parte do campo depende de uma inter-relação com as demais outras partes. Lewin propõe a seguinte equação. é o ambiente relacionado com as atuais necessidades do indivíduo. Os objetos. O homem é na Teoria do Campo produto: do meio (campo) presente e da energia que possui em determinado momento. b) esses fatos coexistentes têm o caráter de um campo dinâmico. pessoa ou situação. que se baseia em duas suposições fundamentais a) o comportamento humano é derivado da totalidade de fatos coexistentes. a repulsa é a força ou vetor que o leva a se afastar do objeto.M) Onde o comportamento (C) é função (f) ou o resultado da interação entre a pessoa (P) e o meio ambiente (M) que a rodeia. Os objetos. pessoas ou situações de valência positiva atraem o indivíduo e os de valência negativa o repelem. determinado um campo dinâmico de forças psicológicas. Quando dois ou mais vetores atuam sobre uma pessoa ao mesmo tempo. Um vetor tende sempre a produzir locomoção em uma certa direção. pessoas ou situações podem adquirir valência no ambiente psicológico. ou do futuro. pessoa ou situação. Kurt Lewin já se referia em suas pesquisas sobre comportamento social. tentando escapar. ao importante papel da motivação. mas do campo dinâmico atual e presente. a locomoção é uma .Teoria de Campo de Lewin Em 1935. A atração é a força ou vetor dirigido para o objeto. Alguns objetos. pessoas ou situações adquirem para o indivíduo uma valência positiva (quando podem ou prometem satisfazer necessidades presentes do individuo) ou valência negativa (quando podem ou prometem ocasionar algum prejuízo). para explicar o comportamento humano: C = f (P. Esse campo dinâmico é "o espaço de vida que contém a pessoa e o seu ambiente psicológico”. O ambiente psicológico (ou ambiente comportamental) é o ambiente tal como é percebido e interpretado pela pessoa. uma forma de geometria. Devido ao interesse em um único indivíduo (um único caso) e não em grupos nem no desempenho médio. descrevendo o comportamento humano dentro de total contexto social e físico (Lewin. Dentro do mapa topológico. Lewin utilizou uma combinação de análise topológica (para mapear o espaço vital) e vetorial (para indicar a força dos motivos no comportamento). usado para criar o diagrama de todas as formas de comportamento e de fenômenos psicológicos. Dessa forma. Acrescentou a noção de peso a essas opções (valências) para referir-se ao valor positivo ou negativo dos objetos.espécie de resultante de forças. dentro do espaço vital. mostrando os objetivos possíveis de uma pessoa e os caminhos caminhos que conduziam a essas metas em qualquer momento determinado. Lewin usava setas (vetores) para representar a direção do movimento do indivíduo em busca da meta. possui poucas regiões diferenciadas no seu espaço vital. . O conhecimento a respeito da teoria de campo da física fez com que ele imaginasse que as atividades psicológicas de um individuo também ocorrem dentro de um campo psicológico. profissional tentou criar um odelo matemático para representar esse conceito teórico de processos psicológicos. Lewin dedicou-se a área amplamente definida da motivação humana. a satisfação e a frustração os feitos da liderança autocrática e democrática em grupos de trabalho etc. exigindo grande variedade de experiências. Como o bebê tem pouca experiência. do presente e do futuro que nos afetam. desenvolveu uma série de experimentos sobre a motivação. Buscava humanizar as fábricas da época. de modo que o trabalho se otornasse mais uma fonte de satisfação pessoal do que apenas uma forma de ganhar a vida. cada um desses fatos determina algum tipo de comportamento em uma situação específica. 1939). Espaço Vital Por toda carreira de 30 anos. Lewin foi um profundo inspirador dos autores da Escola das Relações Humanas e das demais outras teorias desenvolvidas a partir desta. Ele escolheu a topologia. a análise estatística não tinha muito valor para esse fim.que compreende todos os acontecimentos do passado. 1936. A Teoria do Espaço Vital exibe diversos graus de desenvolvimento em função da quantidade e do tipo de experiência acumulados. Um adulto extremamente culto e sofisticado é dotado de um espaço vital complexo e bem diferenciado. Seu conceito geral de psicolgia era prático. enquanto os ameaçadores recebiam valência negativa. Do ponto de vista psicológico. concentrando nas questões sociais que afetam a nossa vida pessoal e profissional. Os objetos atraentes ou que satisfizessem às necessidades humanas recebiam valência positiva. para criar um diagrama do espaço vital. Esses diagramas chegaram a ser chamados de "psicologia do quadro-negro". o espaço vital consiste na necessidade de as pessoas interagirem com o ambiente psicológico. chamado Teoria do Espaço Vital . Kurt Lewin Origem: Wikipédia. nasceu em 9 de setembro de 1890 em Mogilno. morreu em Newtonville. psicólogo alemão. em 12 de fevereiro de 1947. a enciclopédia livre. onde se refugiou antes da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). estudou em Freiburg. Massachusetts. Ir para: navegação. onde se doutorou em 1914. Foi para os Estados Unidos em 1933. . Estados Unidos. Não voltou mais para a Alemanha. Alemanha. pois suas teorias eram incompatíveis com o Nazismo. na época. Munique e Berlim. quando foi para a Primeira Guerra Mundial como oficial do Exército alemão trabalhando no Instituto Psicanalítico de Berlim. pesquisa Kurt Lewin Kurt Lewin. Índice • • • • • 1 Formação e início de carreira profissional 2 Trabalho nos Estados Unidos 3 Teoria psicológica 4 Obras literárias 5 Ver também [editar] Formação e início de carreira profissional Na Alemanha. onde abriu novos caminhos para o estudo dos grupos humanos. Lawrence Kubie. contribuindo para a consolidação da teoria cibernética junto com outros cientistas renomados: Arturo Rosenblueth. pois nem sempre a pesquisa social pode ser levada para os laboratorios. aplicou os princípios da psicologia da Gestalt.[editar] Trabalho nos Estados Unidos Trabalhou nas universidades de Cornell. motivação e personalidade. . existem muitas fontes de pesquisa que não são confiáveis. tentando com ela dar conta de dois problemas levantados pela sociedade em sua época: os problemas sociais e a necessidade de pesquisa. em 1945. afirma que as variações individuais do comportamento humano com relação à norma são condicionadas pela tensão entre as percepções que o indivíduo tem de si mesmo e pelo ambiente psicológico em que se insere. Não podemos deixar de falar da teoria de três etapas (descongelamento.O comportamento depende do campo atual ao invés do passado ou do futuro. o espaço vital. O campo psicológico ou espaço vital (lifespace. . Dedicou-se às áreas de processos sociais. Infelizmente. . Algumas prerrogativas da teoria de campo de Lewin: . trabalho. Stanford e Iowa.E) A fórmula significa que o comportamento de alguém está relacionado as características pessoais da pessoa e à situação social na qual se encontra. Gregory Bateson. Julian Bigelow. Fez isso. Savage. em inglês). Ralph W. Lawrence K. Os indivíduos participam de uma série de espaços vitais (ex: família. escola.A) em inglês estas siglas tornam-se: B = f (P. o que significa que o estado de qualquer parte do campo depende de todas as outras partes. formulada por Lewin. (MIT).O comportamento deriva da coexistência dos fatos. Paul Lazarsfeld. Frank. Leonard J. movimento e recongelamento) de Lewin que revolucionou a ideia de mudança em organizações. Heinz von Foerster. Gerard. Indivíduos se comportam diferentemente de acordo com o modo em que as tensões da percepção do self e do ambiente são trabalhados. dentro dos quais as pessoas agem precisa ser levado em conta a fim de entender o comportamento. Lewin desenvolveu a pesquisa-ação (Action-Research). Norbert Wiener. fundou o Centro de Pesquisa de Dinâmica de Grupo do Instituto de Tecnologia de Massachusetts. Kurt Lewin integrou o grupo reunido sob o nome de Macy Conferences.Essa coexistência dos fatos criam um campo dinâmico. Walter Pitts. Erik Erikson e Max Delbrück. Molly Harrower. Margaret Mead. O comportamento é função do campo que existe no momento em que o comportamento ocorre e é representado pela seguinte fórmula: C = f (P. Warren McCulloch e William Ross Ashby. Entre os anos de 1946 e 1953. No Instituto fez diversos trabalhos e formou muitos profissionais no campo da psicologia e da Sociologia e fisiologia. O campo é a totalidade da coexistência dos fatos que são concebidos como mutualmente interdependentes. igreja etc) e esses foram construídos sob a influência de inúmeros vetores de força. John Von Neumann. na época de hoje também. além de Claude Shannon. [editar] Teoria psicológica A teoria do campo psicológico. Confira! www. Leandro de Souza.br Análises Psicológicas Psicoterapia . Treinamento e Mais. Seu pai foi expulso da academia por suas idéias políticas e foram então para Manchester. pois dizia que os alunos ao estudar cadáveres eram preparados para os mortos e não para os vivos. Aos dezoito anos vai para Rosário para estudar medicina onde teve problemas com professores. Em Cacho Pichon viveu situações de inundações e colaborava na evacuação das pessoas do local e organizava um futebol para aliviar a tensão. Mas antes mesmo de entrar na academia estudou psiquiatria como autodidata para entender o mistério da tristeza.br Clinica Chabad Masculina Dependência Química e Alcoolismo 11 4415.reinaldomomo. futebol. Enrique Pichon-Rivière definia a sua família como forte.1567 www. Grupos Operativos Pichon Rivière. mas filho de pais franceses Alfonso Pichon e Josefina de La Riviére.com.br Como sitar o Autor do artigo na bibliografia: ALVES. Inicia sua prática no Asilo de Torres onde utiliza o futebol como terapia grupal dinâmica. Eram seis irmãos muito unidos e Pichon era o caçula.com.com.SBCoaching. mas devido às chuvas e inundações foram residir em Corrientes onde plantavam algodão e tabaco. Artigonal junho de 2010 Como sitar os autores no texto: Conforme (ALVEZ e CUNHA 2010) Pichon Rivière e os Grupos Operativos 1.UM POUCO DA HISTÓRIA DE PICHON-RIVIÈRE De origem Suíça.chabad.br Torne-se um Coach Agora A Sociedade Brasileira de Coaching Curso. Gostava muito de observar a mãe quando esta se reunia com umas senhoras do povoado para conversar. boxe (a exemplo do pai) e tênis. Amante dos esportes foi campeão de e praticava natação.com. decidindo e seguida ir para a região do Chaco em plena selva argentina. Ed.Psicopedagogia Avaliações para Empresas Sassmaq www.Home > Psicologia&Auto-Ajuda > GRUPOS OPERATIVOS / PICHON-RIVIÈRE GRUPOS OPERATIVOS / PICHON-RIVIÈRE Publicado em: 29/06/2010 |Comentário: 1 | Acessos: 5. Eduardo Pereira e CUNHA. unida e muito lutadora.1765 . Atividades desenvolvidas por ele: Funda a Associação Psicanalítica Argentina Funda o primeiro serviço especializado de atendimento para crianças e adolescentes .696 | Anúncios Google Hipnose Regressão em POA Melhore sua vida com Hipnose Desconto em pacote de terapias www.analisespsicologicas.11 4486. 2) descrevem sobre grupos: Quando se pensa em grupo. Poucos dias antes do seu falecimento toda intelectualidade argentina se reuniu em um teatro para festejar seu aniversário em um ato que se chamou "Ao Mestre com Carinho". 2000). Dentro do grupo familiar todos desempenham um papel.. viu-se obrigado a improvisar pacientes na função de enfermeiros pela falta de funcionários. já que é um ser gregário e busca constantemente uma identidade individual. grupal e social. instituições e outros são grupos secundários. habilitando pacientes para operarem .O NASCIMENTO DOS GRUPOS OPERATIVOS Grossmann e Kohlrausch (2006. pág. entre outros. Pichon-rivière criou a teoria dos grupos operativos a partir dos aportes teóricos psicanalíticos de Melanie Klein e de dinâmica de grupos de Kurt Lewin. Sendo um dos mais talentosos psicanalistas do hemisfério sul. quando Pichon dirigia o setor de pacientes adolescentes no hospital psiquiátrico de Rosário. o que se deixa levar pelas emoções entre outras. Anúncios Google Quanto à denominação "grupos operativos ele disse tê-la concebido em uma situação de grupo em um ambiente de tarefa concreta. igreja. Assim nascia os grupos operativos. logo pode ser feita a associação de que todo o ser humano faz parte de grupos ao longo de sua vida. cidade da Argentina. 2. o que agüenta as situações. Em 1945. na escola. quando inicia um relacionamento familiar. estudos. Sua formulação de grupos operativos foi considerada a maior contribuição latina americana para uma teoria unificada do funcionamento grupal. Existem dois tipos de grupos: a família é o grupo primário. desde o nascimento. Podese dizer que o ser humano só existe em função de seus relacionamentos grupais. Esses papéis se mantêm ao longo da vida e quando não são elaborados conscientemente e educados cristalizam-se. trabalho..Funda o Clube de Futebol Matienzo Fundador do Partido Socialista Candidato a Deputado pelo Partido Socialista Crítico de arte da revista Nervio Secretário do Comitê de Ajuda a Espanha Republicana Funda a IADES – Instituto Argentino de Estudos Sociais Membro titular da Associação Psicanalítica do Brasil Pichon-Riviére faleceu em um sábado 16 de Julho de 1977. creche. comunidade. se tornam estereotipados acontecendo à repetição mecânica desse papel (FREIRE. um denuncia o que se faz ausente. 2000) Os grupos operativos se caracterizam pela relação que seus integrantes mantêm com a tarefa. Depositário é aquele em que é projetado. 2000). sua opinião. um objetivo mútuo. de forma que para cada acelerada sua é importante uma brecada do líder de resistência de forma que os dois são necessários para o equilíbrio do grupo. levantando as melhores intenções de desenvolvê-las. As finalidades e propósitos dos grupos operativos são as atividades centradas na solução de situações estereotipadas. etc. seu silêncio. freia avanços.2 Como se forma a estrutura de um grupo Segundo Pichon a estrutura de um grupo se compõe pela dinâmica dos 3D: Depositado Depositário Depositante Depositado é algo que o grupo ou um indivíduo.a função de enfermeiros. estando povoado de outros grupos internos de forma que todos esses integrantes do nosso mundo interno estão presentes em nossas ações. onde cada participante é diferente e exercita sua fala. descarregada a debilidade familiar. 2003). Assim o sujeito constrói sua identidade na sua relação com o outro. o livrando dos conteúdos que provocam medo. enfrenta conflitos e busca soluções. O representante do silêncio .1 Características Segundo Pichon-Rivière. que pode ser de cura ou aquisição de conhecimentos por exemplo. 3. que aceita. Depositantes são todos aqueles que colocam para fora que depositam no depositário (FREIRE. ele assume o doente. não pode assumir em seu conjunto e o coloca em alguém. Descobriu-se o benefício terapêutico proveniente dessa própria aprendizagem dos pacientes. mas poucas vezes cumpre. 3. E neste grupo o indivíduo constrói sua identidade introjetando o outro dentro de si. entendendo que não há distinção clara entre grupo terapêutico e grupo de aprendizagem (OSÓRIO. dificuldades de aprendizagem e comunicação. 3. ou seja. o frágil. ele sabota as tarefas. 2003). O bode expiatório assume as culpas do grupo. A ansiedade diante da mudança pode ser depressiva (abandono do vínculo anterior) ou paranóide (criada pelo novo vínculo e as inseguranças) (OSÒRIO. pois o problema está nele. devido à acumulação de ansiedade que desperta toda mudança. O líder de resistência puxa o grupo para trás. entende-se por grupo um conjunto de pessoas movidas por necessidades semelhantes e se reúnem em torno de uma tarefa específica. mesmo quando uma pessoa está longe posso chamá-la em pensamento ou mesmo todo conjunto. O líder de mudança na direção dos ideais do grupo às vezes se descuida do princípio de realidade. defendendo seu ponto de vista.3 Os componentes do grupo Segundo Pichon são cinco os papéis que constituem um grupo: Líder de mudança Líder de resistência Bode expiatório Representantes do silêncio Porta voz O líder de mudança é aquele que leva a tarefa adiante. ansiedade. arrisca-se diante do novo. (FREIRE.OS GRUPOS OPERATIVOS 3. e assim os demais se sentem fortes e sadios. obrigando o resto do grupo a falar. nesses casos. a vocação. um dos eixos de sua teoria. Elaborou o Esquema Conceitual Referencial Operativo (ECRO). a ambigüidade. descobrindo que o retardo é causado. Na década de 40 torna-se chefe no Serviço de admissão do Hospício de Las Mercedes. verticalidade. as idéias sobre teoria de campo. 2000). PichonRivière: É a confrontação que implica a experiência corretiva. na tarefa de preservação do bom e controle do mau (1998. onde o referencial é o conjunto de experiências. onde observa de perto o paciente no momento . mas que para se tornar operativo gerar as mudanças pretendidas. quando o sujeito pode se integrar. as técnicas interdisciplinares e acumulativas. manter e fomentar a comunicação entre os membros do grupo (OSÒRIO. a aprendizagem. 2003). Contribuições de Pichón-Rivière à psicoterapia de grupo São muitas as contribuições de Pichón-Rivière para a psicoterapia de grupo. 1998) Picho-Rivière também criou a teoria do vínculo que vai mais além da visão intrapsíquica da psicanálise situando o homem no contexto de suas relações.. dos conceitos de horizontalidade. a decisão. Para identificar se alguém está desenvolvendo o papel de porta voz deve-se observar como o conteúdo expressado causa ressonâncias no grupo (Freire. pág. descobertas de universais. é ele quem denuncia as ansiedades do grupo. precisa da aplicação de uma estratégia (a criação de uma situação de laboratório social). por carências afetivas sofridas na infância. quando ainda era estudante de medicina. verbaliza os conflitos que estão latentes no grupo. onde o papel do copensor (nome que Pichon gostava de dar para o coordenador) é de criar. conhecimentos e afetos prévios que os indivíduos pensam e agem em grupos. a tarefa. somatória de idéias etc. com suas primeiras investigações sobre o grupo familiar de crianças oligofrênicas. O porta voz é aquele que denuncia a enfermidade grupal. Entre muitas outras coisas Pichon vai nos falar das defesas que impedem dificultam a realização da tarefa. o que determina um manejo mais adequado das técnicas do ego. 204). de uma tática (a abordagem grupal) e de uma técnica (focando na tarefa proposta). a comunicação e os desenvolvimentos dialéticos em espiral (Pichon-Rivière. a investigação operativa. UMA ÚLTIMA TAREFA Para elaborar a consideração final deste trabalho propomos a tarefa de apontar alguns pontos importantes que não foram contemplados no decorrer do texto. em uma situação de sofrimento tolerável pela discriminação dos medos básicos. Suas contribuições tiveram início na década de 30.assume as dificuldades dos demais para estabelecer a comunicação. Acreditando já ter atingido o objetivo deste estudo de apresentar e dar um entendimento breve sobre a teoria dos grupos operativos nos limitaremos ao que já foi falado e passamos a palavra para esse que foi sem dúvida um dos grandes intelectuais de todos os tempos na área da Psicologia Grupal. no seio do grupo familiar. o esclarecimento. Além das influencias psicanalíticas e deda dinâmica de grupos os grupos operativos têm ainda como marco conceitual. em uma tarefa. sendo que à esta tarefa há outra implícita que aponta para a ruptura. significando um obstáculo frente a toda e qualquer situação de progresso ou mudança. esquizofrenia (na maioria dos casos) e a situação familiar que o leva a desenvolver a noção de grupo interno (cenário no qual são recriados objetos. e o medo do ataque (temor frente ao desconhecido) que leva à ansiedade paranóica ou persecutória. O vínculo é a representação subjetiva que cada um dos membros tem sobre si e sobre os outros. são justamente essas ansiedades. referencial e operativo) comum. condição necessária para estabelecer uma comunicação a partir da afinidade dos esquemas referenciais de emissor e receptor e a plasticidade dos papéis permite assumir papéis complementares e suplementares. O processo terapêutico consiste na diminuição dos medos básicos em termos de medo de ataque ao Eu e medo da perda do objeto buscando uma adaptação ativa à realidade. Por volta de 1947 investiga a relação entre a enfermidade. as quais são os “Depositantes”. e assim o grupo operativo tem uma dimensão tanto de aprendizagem como terapêutica. relações e vínculos) que se manifesta no vínculo transferencial e surge também a noção de Porta-voz (doente mental como depositário) e originando o Jogo das três letras “D”. e o que depositam. onde o doente mental surge como o “Depositário” de todas as patologias e ansiedades do grupo familiar. A técnica de grupos operativos centra-se na mobilização de estruturas estereotipadas e das dificuldades da aprendizagem e comunicação decorrentes por essas ansiedades e caracteriza-se por estar centrada.da internação e percebe que a presença ou a ausência da família é um fator sempre significativo. ela é construída na interação dos mesmos num tempo e espaço comum e é . sendo o sujeito um agente de mudança ao adquirir uma consciência de sua própria identidade e da dos demais. modificando assim seus vínculos internos e externos. Na perspectiva de grupos operativos dois fatores são fundamentais para o surgimento do grupo: o vínculo e a tarefa. de forma explícita. pois implica a possibilidade do sujeito modificar-se ao mesmo tempo em que modifica o meio. essa patologia. Todo processo de cura implica mudança e diante da mudança. Essa técnica hierarquiza como tarefa grupal a construção de um ECRO (esquema conceptual. observando também a segregação dos doentes mentais e como o hospital pode ser um agente que os tornava doentes. ou o “Depositado”. surgem os medos básicos: o medo da perda (perder o que já se tem) que leva à ansiedade depressiva. Esse esquema é composto por seis vetores: afiliação e . ou seja. bode expiatório. adquirindo uma dimensão horizontal e dá-se assim a articulação de dois níveis do grupo: a horizontalidade (que é compartida pelo grupo. A horizontalidade do grupo e a verticalidade do sujeito se conjugam no papel. na qual predominam os mecanismos de resistências à mudança. A segunda etapa é a tarefa que é o momento em que as ansiedades e a emergência do grupo são trabalhadas para que a tarefa possa ser elaborada. O porta-voz. em elaboração das ansiedades e em adaptação ativa à realidade. com o pessoal de cada integrante. No processo. aqui o latente é a tentativa de iludir a elaboração do núcleo depressivo. A terceira etapa é o projeto que permite um planejamento para o futuro e é quando o grupo se propõe objetivos que vão além do aqui-agora e também superar a situação de perda em razão da finalização do grupo e conseqüente separação. líder e sabotador são papéis que vão sendo aclarados e a aprendizagem se desenvolve a partir da comunicação e implica em criatividade. pode ser consciente ou inconsciente) e a verticalidade (tem haver com a história. Por ocasião do firmamento do grupo. ele é o emergente que denuncia a ansiedade predominante no grupo a qual está impedindo a tarefa. a interpretação desvelará os aspectos grupais latentes. o paciente que é porta-voz de si mesmo é também aquele que enuncia as fantasias inconscientes do grupo. Este processo de elaboração implica que o grupo está a caminho do seu projeto. percebemos que três etapas se desenvolvem em torno deste fator: A primeira etapa é a da pré-tarefa. Uma vez assinalados os aspectos individuais.. conhecido como Cone Invertido. de seu propósito original. Pichón estruturou um esquema de avaliação do processo grupal por meio dos vetores. essa seria a trajetória que o grupo percorre para alcançar seus objetivos.mútuo porque acontece quando internalizamos o outro e somos internalizados por ele. que permite assumir certos papéis que foram adjudicados pelos demais). Todos os mecanismos da pré-tarefa são dispositivos de segurança que tratam de por a salvo o sujeito dos sentimentos de ambivalência e culpa da situação depressiva. A tarefa. em elaboração das ansiedades e em adaptação ativa à realidade. É a adaptação do integrante de maneira ativa à realidade. A comunicação. indica o grau de envolvimento do sujeito com a tarefa e com os demais integrantes do grupo. A tele. Há diversas maneiras de se estabelecer a comunicação entre os membros: de um para todos (líder). que tende a transpor-se de um nível mais básico (afiliação) para um de maior envolvimento e profundidade (pertença). aprendizagem e tele. O terceiro vetor – pertinência – consiste no centramento do grupo na tarefa proposta. sendo assim. ansiedades.pertença. refere-se à disposição positiva ou negativa para trabalhar a tarefa grupal e estar em interação ou não com o grupo. A aprendizagem se desenvolve a partir da comunicação.Atitude Frente à Mudança (pode ser positiva ou negativa e aqui surgem os dois . entre dois ou mais entre si excluindo os demais (subgrupos). Implica em criatividade. a base fundante do grupo. É. que modifica o sujeito e o meio. possibilitando a mudança de atitude. Considera-se que o quinto vetor – aprendizagem – está sendo alcançado quando se somam as contribuições de cada integrante em direção à tarefa. em uma relação de complementaridade e de acordo com suas possibilidades no momento. cooperação. rompendo estereótipos. fazendo com que o indivíduo e o grupo possam desenvolver suas capacidades de condutas alternativas diante de possíveis obstáculos. sem se escutarem (caos). Consiste no sentimento desperto de atração ou rejeição dos participantes entre si de maneira espontânea e de acordo com a dramática ou temas do grupo. antítese e síntese. quarto vetor. primeiro vetor. em saltos de qualidade que incluem tese. enfim. pertinência. sendo que a análise da comunicação pode ser indicativa de como estão os demais vetores. possibilita observar os vínculos estabelecidos entre os integrantes. o clima do grupo e os vetores guardam entre si uma inter-relação. sexto vetor. comunicação. A idéia do Cone Invertido elucida a dinâmica existente entre o explícito e o implícito e os conceitos básicos são: 1. O segundo vetor – cooperação – é a capacidade que cada integrante possui para colaborar com os outros membros. de todos para um (bode expiatório). vencendo a resistência à mudança e outros tantos movimentos recorrentes no “aqui e agora” do grupo. entre todos. entre todos mutuamente. com o coordenador na execução da tarefa do grupo. não se deixando cristalizar em comportamentos já conhecidos e estereotipados. mas se escutando e respeitando as intervenções de cada um (boa comunicação). A afiliação e pertença. Vetores do Cone Invertido constituem uma escala básica de avaliação dos processos de interação grupal (afiliação e pertença. aprendizagem e tele). aparecem as fantasias de enfermidade. comunicação. e 7. cooperação.Momentos do grupo: são os momentos de pré-tarefa (resistências a mudança.medos básicos). pertinência.Didática (é aprendizagem ativa e é interdisciplinar e quanto maior a heterogeneidade maior é a homogeneidade da tarefa e maior é a produtividade do grupo). É a abertura. É através do porta-voz que o emergente se manifesta. tratamento e cura. se o sujeito diante da dor e da culpa regressa a uma posição anterior de seu desenvolvimento abre-se o caminho para a doença. tarefa (superação dos medos e ansiedades) e projeto (possibilidade de planejar para a ação futura). Para Pichón. Nele se conjugam a verticalidade (história pessoal) com a horizontalidade (o que está acontecendo com o grupo). Policausalidade considerando na equação etiológica o constitucional. 6. Para ele o vínculo é uma estrutura complexa que inclui um sujeito e um objeto e a interação entre ambos e os processos de comunicação e aprendizagem configuram uma espiral dialética e então acontece a relação entre a estrutura social e a configuração do mundo interno do sujeito. ou seja. 2. O grupo interno é constituído pelos vínculos internalizados.e emergente . 5. mantém uma relação dialética com o meio. 4. é todo o presente no campo – explícito e implícito. modificando-a e modificando-se a si mesmo.a nova situação que emerge da anterior). o adquirido e o disposicional. sendo o sujeito saudável aquele que apreende a realidade.Processos de maturação e desenvolvimento: teoria da doença única.torna o implícito explícito .Universais: fenômenos que ocorrem em todo o grupo. 3. interpretação . evita se trabalhar as ansiedades).Verticalidade e Horizontalidade (unidade de operação – existente. o desenvolvimento e o fechamento. e o sujeito doente aquele que mantém uma relação . começando pelo grupo familiar e para Pichón tanto a saúde quanto a doença estão relacionadas com a adaptação ativa ou passiva do sujeito à realidade. 2008) . (Paulo Rogério da Motta .passiva e estereotipada.
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