Congresso Construção 2007 - 3.º Congresso Nacional 17 a 19 de Dezembro, Coimbra, Portugal Universidade de Coimbra ANÁLISE COMPARATIVA DA COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOS EM TRÊS ESTUDOS DE CASO Simara Callegari e Fernando Barth Programa de Pós Graduação em Arquitetura e Urbanismo - UFSC - BR Email: [email protected] , [email protected] Resumo Este trabalho busca realizar a análise da compatibilização de projetos, com três estudos de caso em empreendimentos residencial multifamiliar, localizados na cidade de Florianópolis, sul do Brasil. É analisado um dos blocos de cada empreendimento, onde a verificação da compatibilização é focada no pavimento tipo. As análises dos estudos de caso são realizadas através dos projetos arquitetônico, estrutural, elétrico, hidro-sanitário e de ar condicionado. Apresenta-se aqui um método de verificações das incompatibilidades nas plantas baixas sobrepostas nos projetos. As análises de compatibilidade buscam apresentar através dos quadros comparativos os elementos conflitantes nos projetos abortados. Desta forma, busca-se proporcionar subsídios aos profissionais da área para a racionalização dos processos projetuais, e a conseqüente redução de improvisações na obra, retrabalhos e desperdícios de insumos na construção. A análise propõe, assim, uma otimização dos recursos que deverão ser aplicados na elaboração da fase inicial deste processo, onde as soluções podem ser mais eficazes e definidoras nas etapas subseqüentes, conforme amplamente observado nos favoráveis resultados obtidos nas análises avaliadas. Palavras-chave: compatibilização, projeto, qualidade da construção. 1 Aspectos da Gestão e Coordenação de Projetos O planejamento gerencial tem sido apontado como uma das principais maneiras organizacionais no mercado dos escritórios de projetos. Também tem sido reconhecido como uma das alternativas possíveis para a melhoria dos produtos e serviços neste setor. Baia (1) salienta que a ausência do gerenciamento provoca algumas dificuldades na implantação de melhorias na qualidade dos projetos de arquitetura, tais como: ausência de mecanismos para levantamento das necessidades dos clientes; excesso de retrabalho resultante de alterações no projeto por parte do contratante; ausência de coordenação entre os projetistas e postergação na elaboração de projeto de estruturas e sistemas prediais. podendo-se levar a decisões que sejam tomadas indevidamente durante a obra. e um incremento no investimento para padronização dos processos projetuais. Estimativas de custo realizadas para obras coordenadas. Afirma. que a compatibilização deve acontecer quando os projetos já estão concebidos. bem como a existência do coordenador que integra os processos e verifica possíveis incompatibilidades físicas e funcionais dos projetos desenvolvidos. os projetos de diferentes especialidades são superpostos para verificar as interferências. A compatibilização para Santos (4) é realizada através da ação projetual. Fernando Barth Segundo Adesse e Melhado (2) a coordenação de projetos compreende um vasto conjunto de ações envolvidas no planejamento. nos prazos especificados e com cumprimento dos objetivos definidos. a ação de detectar falhas relacionadas às interferências e inconsistências geométricas entre os subsistemas da edificação. pela necessidade de ações que possam solucionar a falta de eficiência do setor da construção. A compatibilização de projetos visa à redução das possíveis falhas que ocorrem na fase concepção até a fase de execução da obra arquitetônica. Neste âmbito. Segundo Rodriguez e Heineck (3).Simara Callegari. 3 Verificação de Incompatibilidades nos Projetos O desenvolvimento de projetos sem a análise da compatibilização pode gerar conseqüências negativas. A análise da compatibilização dos projetos parte do projeto arquitetônico e engloba os demais projetos complementares. . em detrimento da qualidade do produto e da eficácia do processo. verificação e correção das interferências físicas entre as diferentes soluções dos projetos de uma edificação. tem-se observado um aumento da conscientização de projetistas e empresários do setor da construção. Na fase de elaboração de projeto propõe-se como melhoria a conscientização da participação dos projetistas envolvidos. Atua como mediador e transmissor das informações. Rodríguez (6) define a compatibilização de projetos como a análise. direção e controle do processo de projeto. Melhado (5) ressalta que na compatibilização. tempo e mão-de-obra. Busca-se assim a otimização e a utilização de materiais. organização. o Coordenador de Projetos. na qual possíveis erros possam ser detectados. para que os projetos sejam elaborados de forma organizada. também. responsável por realizar e fomentar ações de coordenação. A falta de compatibilização de projetos pode induzir a erros e a custos adicionais. 2 Compatibilização de Projetos Nestes últimos anos no Brasil. atraso no cronograma de execução. ainda. com verificação da sobreposição e da identificação de interferências entre os elementos do projeto. tais como. que freqüentemente conduzem acréscimo dos custos das obras. bem como as posteriores manutenções. o desenvolvimento e a implementação da coordenação de projetos. controle e troca de informações entre projetistas. A implementação da compatibilização na execução de projetos também se justifica entre outros aspectos. visando o perfeito ajuste entre os mesmos e conduzindo para a obtenção dos padrões de controle de qualidade da obra. evidenciar os problemas para que o coordenador possa solucioná-los. aumento de retrabalho. e gerencia as propostas e soluções a serem aplicadas. unido a medidas de melhoria da etapa de execução resultam em obras mais racionais e com melhor desempenho. Essa coordenação pode ser executada por um profissional específico. funcionando como uma “malha fina”. Compreende. apontaram uma redução de aproximadamente 6% do mesmo com relação a obras similares em que os projetos não foram coordenados. e falhas na qualidade da edificação. A compatibilização compõe-se em uma atividade de gerenciar e integrar projetos afins. Ainda. cresce o comprometimento dos profissionais envolvidos no processo. circulações verticais como elevador e escada. na etapa de concepção inicial do empreendimento. Na superposição dos projetos utilizou-se o projeto arquitetônico como base. com reflexos negativos sobre a qualidade do produto final entregue. Durante a elaboração dos projetos. Os estudos serão chamados de “A”. com os seguintes níveis de desenho (layers) ativados: paredes. Durante a análise de incompatibilidades entre os projetos. mostra-se dinâmico. presentes nos diferentes projetos. Para a verificação das incompatibilidades dos projetos arquitetônico. dutos de ventilação vertical e horizontal. também no formato eletrônico. incrementando a troca de informações tecnológicas e experiências compartilhadas.Congresso Construção 2007. água quente. Neste trabalho são analisados um bloco de cada empreendimento. A falta da compatibilização na fase de elaboração dos projetos faz com que as falhas na execução da edificação sejam responsabilizadas indevidamente ao pessoal do canteiro de obra. a compatibilização permite a retroalimentação das etapas. Desta maneira. A análise das incompatibilidades entre os projetos possibilita a melhoria da qualidade do processo de projetos. estrutural e elétrico são analisados o quadro de distribuição. “B” e “C”. pilares e vigas. através da sua adequação e eficácia. afirma que existe uma preocupação em contratar todos os projetistas. As ferramentas de análise como sobreposição dos arquivos eletrônicos de plantas. cortes e elevações que propiciam maior eficácia para a visualização das incompatibilidades nos projetos. analisando seus alinhamentos com paredes e intersecções com esquadrias. pluvial e caixa de gordura. esgoto. preservando a identidade do empreendimento. Para cada projeto complementar utilizou-se sua planta específica. Portugal A atividade de compatibilizar os diversos projetos busca detectar falhas e interferências físicas e geométricas. equipamentos e projeções no formato eletrônico. corrigindo e propondo novas soluções com o aumento da eficiência. shafts. 17 a 19 de Dezembro. um sentido de processo contínuo. pontos de iluminação. Os estudos de caso apresentam projetos arquitetônicos realizados pelo mesmo escritório. Para a verificação das incompatibilidades dos projetos arquitetônico. Segundo Melhado (5). conferindo ao mesmo. analisadas e solucionadas. a elaboração de futuros projetos terá uma redução de incertezas construtivas. onde importantes ações corretivas são tomadas para o aperfeiçoamento e a melhoria contínua dos sistemas projetual e construtivo. estrutural e hidro-sanitário são analisados: prumadas e tubulações horizontais de água fria. onde a compatibilização é focada nos pavimentos tipo. registros gerais e aparelhos/ equipamentos. os projetos complementares executados por diferentes empresas e as obras estão sendo construídas por diferentes construtoras. a falta ou adiamento de decisões. e constitui uma fonte significativa de desperdício. As construções são recentes de 2003 a 2007 e atualmente encontram-se em fase de execução. Coimbra. tubo de ventilação. Para Novaes (7) a elaboração dos projetos deve ser permanentemente acompanhada pelo coordenador seguida de reuniões periódicas entre os integrantes da equipe. esquadrias. onde as incompatibilidades são identificadas. especialmente nas etapas iniciais da fase de projeto potencializa uma grande quantidade de erros e retrabalho para todos os agentes envolvidos. Para a verificação das incompatibilidades dos projetos 3 . interruptores e tomadas conforme layout. Os tópicos e os itens analisados para a compatibilização do projeto arquitetônico e projeto estrutural são verificados quanto a modulação dimensional. 4 Método da Pesquisa Esta pesquisa está fundamentada nas análises de projetos em três edificações residenciais multifamiliares na cidade de Florianópolis no estado de Santa Catarina. O projeto quando passa por análise de compatibilização. a fim de evitar problemas futuros de incompatibilidade entre projetos. ou ao menos consultá-los. com vista á compatibilização de soluções afins. banho de serviço. estar íntimo e três suítes sendo uma com closet e sacada. para as evaporadoras que estão na parte superior das paredes nos ambientes internos. Em cada uma existem dois hidrômetros individuais para cada apartamento. com esquadrias externas de PVC. pilares. composta por três blocos. 5 Características dos Estudos de Caso Neste item são realizadas as análises dos estudos de caso de obras residenciais multifamiliares localizadas em Florianópolis e que encontram-se em fase de execução. No projeto elétrico. No revestimento das fachadas foi utilizado reboco rústico. O empreendimento possui uma torre para armazenamento de água de 36. condensadores externos e escape de água. evaporadores. Estas análises buscam facilitar a verificação de incompatibilidades funcionais e físicas dos elementos construtivos. uma estação de tratamento de esgoto com capacidade para 162m³/dia. contendo sala de estar/ jantar. O terreno é rochoso com área de 9. a alimentação dos blocos exigiu o uso de cabeamento subterrâneo de modo evitar postes e fiação aérea que causariam grande impacto visual no conjunto.40m. Após este tratamento a água é lançada na rede pluvial.1 Característica do Estudo de Caso A Este conjunto residencial multifamiliar possui 12. A estrutura do edifício é de concreto armado. As lajes são maciças de concreto armado com espessura de 15 cm.Simara Callegari. a tubulação é de cobre com isolamento térmico para evitar condensação no piso. No projeto de ar-condicionado. a 3. Neste conjunto há trinta e três unidades habitacionais com cento e duas garagens cobertas.00m² e relevo inclinado. o pavimento tipo possui 816. vigas e esquadrias. sacada com churrasqueira. A água condensada foi canalizada ao ralo mais próximo por um duto de 20 mm de diâmetro. Estes projetos foram escolhidos por apresentarem mesma característica funcional. Possui.458. e propor soluções para alcançar a conformidade e tornar compatíveis os elementos construtivos nos diferentes projetos analisados. paredes. já as vigas são de dimensões variadas. estrutural e ar-condicionado são analisados os dutos horizontais quanto piso. sendo constituído por quatro apartamentos e dois núcleos de escada com elevador onde cada um atende dois apartamentos. As unidades habitacionais possuem áreas diferenciadas. A maioria dos pilares possui dimensões de 15x30 e 15x50.00m² de área total construída. plantas tipo e ático. O material usado para o abastecimento de água fria e quente foi o tubo flexível de polietileno reticulado. teto.00m² de área total. Conforme a figura 1. Dois dutos interligam as condensadoras que estão localizadas externamente.forro. . Fernando Barth arquitetônico. lavabo. cozinha. também. existem duas prumadas de abastecimento de água. Nos apartamentos foram utilizados eletrodutos flexíveis. porém os programas de necessidades são semelhantes. cuja modulação varia entre 3. seguindo projeto luminotécnico para distribuição dos pontos. detectam pontos de conflito. dormitório de serviço.20m.000 l para abastecimento de água. 5. formada de quatro pavimentos com pilotis.000l e uma cisterna enterrada na parte superior do terreno com capacidade de 100.678. a distribuição dos dutos nos apartamentos é feita pelo piso. No pavimento tipo. Parte da tubulação horizontal está localizada no piso e nas partes com forro de gesso as tubulações estão no entre . placas cerâmicas e panos de vidro. lavanderia. A estrutura do edifício está formada por pilares e vigas de concreto armado. sacada com churrasqueira. As vigas estão presentes apenas no perímetro do edifício e nas caixas da escada e elevador. cozinha.875m.49m³/hora. jantar. porém o programa de necessidades é semelhante. também. as vigas também são de dimensões variadas entre 50 a 80 cm de altura. A alimentação dos blocos exigiu o uso de cabeamento subterrâneo. O projeto contempla ainda aspiração central. Uma das cisternas será para água de reutilização.000l cada. O terreno possui área de 3. o pavimento tipo possui 621. No pavimento pilotis estão os dormitórios. área de serviço. uma estação de tratamento de esgoto com capacidade para 1.2 Característica do Estudo de Caso B O conjunto residencial multifamiliar B possui 5.675m. As unidades habitacionais possuem diferenças nas áreas construídas. Após este tratamento a água é lançada na rede pluvial. Dois destes apartamentos estão distribuídos em dois pavimentos (duplex). Possui. As lajes são nervuradas com cerâmica de vinte e oito furos 20x25x25cm e também de concreto armado. lavabo. cozinha. Conforme figura 2.00m² e relevo inclinado. com pontos de sucção estrategicamente locados em alguns ambientes. cuja modulação varia entre 3. de modo evitar postes e fiação aérea que causariam grande impacto visual no conjunto. As lajes são nervuradas com cerâmicas 20x25x25cm de 28 furos e concreto armado com espessura total de 25cm. 4. lavabo. Os pilares possuem dimensões que variam de 20x50 a 20x100cm.740l na unidade próxima ao acesso do condomínio que abastecerá os dois blocos de apartamentos. localizadas nos subsolos de cada bloco para abastecimento de água. banho e duas suítes sendo uma com closet e sacada. 5. No revestimento das fachadas será utilizado reboco rústico e placas cerâmicas com esquadrias externas de alumínio. Nos apartamentos foram utilizados eletrodutos flexíveis corrugados. 17 a 19 de Dezembro. serviço.515. composta por dois blocos. Terá também duas cisternas com capacidade de 20. O empreendimento possui um reservatório de água de 17. sacada com churrasqueira.00m e 7. Portugal Figura 1 – Planta baixa do pavimento tipo do bloco 02. 5 .Congresso Construção 2007.79m² de área construída. no pavimento tipo 01 se encontra a área social com sala estar. Coimbra. dormitório de serviço (reversível). A estrutura do edifício é de concreto armado. possuindo 25cm de espessura. banho de serviço. estar íntimo.881. sendo constituído por quatro apartamentos e um núcleo de escada com elevador. A estrutura do edifício está formada por pilares e vigas de concreto armado. contendo sala de estar/ jantar. Neste conjunto há dezoito unidades habitacionais com cinqüenta garagens cobertas e onze descobertas. despensa e banho de serviço. seguindo projeto luminotécnico para distribuição dos pontos. dormitório.92m² de área total. Vigas de transição no pilotis e no subsolo foram utilizadas para otimizar os espaços de estacionamentos e manobra. As lajes são nervurada com EPS (poliestireno expandido) e também de concreto armado. porém o programa de necessidades é semelhante. Os blocos apresentam quatro pavimentos com subsolo.84m² de área construída. com hidrômetros individuais para cada apartamento. contendo sala de estar/ jantar. área de serviço. O terreno possui área de 26. cozinha. As unidades habitacionais possuem diferenças nas áreas construídas. lavabo. dormitório. localizadas externamente com as evaporadoras que estão na parte superior interna das paredes. 5. Dois dutos interligam as condensadoras. . Conforme figura 3. 4. pilotis. Neste conjunto há cento e cinqüenta unidades habitacionais com duzentos e trinta e seis garagens cobertas. Fernando Barth No pavimento tipo. possuindo 25 a 30cm de espessura. localizadas no entre-forro. sendo constituído por sete apartamentos e dois núcleos de escada com elevador. Parte da tubulação horizontal está localizada no piso e nas áreas com forro de gesso. composta por seis blocos. A distribuição dos dutos de condicionadores de ar nos apartamentos é feita pelo teto com tubulação de cobre e isolamento térmico para evitar condensações.00m² com forma irregular e relevo inclinado.45m.50m. No revestimento das fachadas será utilizado reboco rústico. o pavimento tipo possui 830. banho e suíte.881. pele de vidro e placas cerâmicas com esquadrias externas de alumínio. A água condensada de cada evaporador é canalizada no ralo mais próximo por um duto de 20mm de diâmetro. A estrutura do edifício é de concreto armado. As tubulações de água fria e quente de polietileno reticulado.Simara Callegari. cuja modulação em planta baixa do bloco 03 varia entre 3. O pavimento possui 05 apartamentos de 02 dormitórios.50m e 6.392.31m² de área total. sacada com churrasqueira. Figura 2 – Planta baixa do pavimento tipo do bloco 02. dois pavimentos tipo e ático. existe duas prumadas de abastecimento de água. 01 de 03 dormitórios e 01 de 01 dormitório.3 Característica do Estudo de Caso C O conjunto residencial multifamiliar C possui 32. uma estação de tratamento de esgoto com capacidade para 3. Uma das cisternas será para reuso. A água condensada de cada evaporador será canalizada no ralo mais próximo por um duto de 20mm de diâmetro. As lajes são nervuradas de EPS (poliestireno expandido) e concreto armado com espessura total de 25 a 30cm. localizadas no entre-forro.000l cada. 17 a 19 de Dezembro. No pavimento tipo existem duas prumadas de abastecimento de água. de modo evitar postes e fiação aérea que causariam grande impacto visual no conjunto. O projeto contempla ainda aspiração central. 6 Análises da Compatibilização dos Projetos 6.000l que abastecerá as seis vilas. localizadas externamente. para abastecimento de água. A alimentação dos blocos exigiu o uso de cabeamento subterrâneo. Após este tratamento a água é lançada na rede pluvial.1 Análise da Compatibilização do Estudo de Caso A Na compatibilização dos projetos arquitetônico e estrutural.87m³/hora. Portugal A estrutura do edifício está formada por pilares e vigas de concreto armado. também. Figura 3 – Planta baixa do pavimento tipo do bloco 03. Dois dutos interligam as condensadoras. Parte da tubulação horizontal está localizada no piso e nas áreas com forro de gesso. Coimbra. com pontos de sucção estrategicamente locados em alguns ambientes. vigas e alinhamento da junta de dilatação e das paredes. A distribuição dos dutos de condicionamento de ar nos apartamentos é feita pelo teto. O empreendimento possui uma torre para abastecimento de água de 93. 12x30. as vigas também são de dimensões variadas de 15x30 a 15x90. Dutos horizontais de ventilação 7 . Possui. com as evaporadoras que estão na parte superior interna das paredes. A tubulação é de cobre com isolamento térmico para evitar condensações. Nestas prumadas existem sete hidrômetros individuais para cada apartamento. Terá também duas cisternas com capacidade de 30.Congresso Construção 2007. Os pilares possuem dimensões que variam de 15x45 a 15x87cm. 30x30 a 30x50 e 30x25 a 50x25cm. de acordo com o projeto luminotécnico. foi verificado o posicionamento de pilares. Nos apartamentos foram utilizados eletrodutos flexíveis corrugados. O material usado para o abastecimento de água fria e quente foi o tubo flexível de polietileno reticulado. posicionado atrás de um mobiliário. tubulações horizontais. quadro de distribuição e shafts. além de falhas no posicionamento de interruptores. aparelhos e equipamentos foram os itens analisados. Observa-se também o desalinhamento de vigas com paredes. além da intersecção do chuveiro a esquadria. estrutural e ar condicionado observou-se as interferências geométricas e funcionais nos elementos construtivos. Na análise da compatibilização dos projetos arquitetônico. Foi verificado também que algumas das prumadas do esgoto e do pluvial encontram-se desalinhados com a parede. dutos de ventilação e circulações verticais. Verificou-se incompatibilidade na modulação dos projetos arquitetônicos e estrutural assim como nos alinhamentos de alguns pilares com paredes. 6. interruptores e tomadas. paredes. um desalinhamento com as paredes. Na análise da compatibilização dos projetos arquitetônico. aparelhos e equipamentos. evaporadores. Nota-se também. estrutural e elétrico as interferências geométricas e funcionais através dos elementos conflitantes. Constataram-se intersecções das prumadas de água fria e água quente com as esquadrias. tais como: dutos horizontais.Simara Callegari. condensadores externos e escape de água. observou-se as interferências geométricas e funcionais entre os elementos construtivos. esquadrias. Pode-se observar também. Os dutos horizontais passam sobre o contra-piso acarretando alguns problemas como o aumento da altura do mesmo em aproximadamente 4cm. Analisaram-se na compatibilização dos projetos arquitetônico. posicionados atrás da folha de abertura ou distantes da porta. esquadrias. provocando perfurações nas vigas. pilares.Os dutos horizontais passam por alguns elementos estruturais. a intersecção de pilares com esquadrias e interferência de pilar com o mobiliário proposto no layout arquitetônico. Fernando Barth mecânica. e da intersecção de pilares e vigas com esquadrias. Constatou-se alguns elementos conflitantes como: o desalinhamento de pilares com paredes. pilares. registros gerais. quadro de distribuição e shafts. vigas. estrutural e hidro-saniotário. as inconsistências físicas entre os diversos itens constituintes dos projetos analisados: pontos de iluminação. o que conduz a redução da altura do pédireito dos apartamentos. Nesta análise constatou-se apenas a ausência de shafts. . condensadores externos e escape de água. Na análise da compatibilização dos projetos arquitetônico. estrutural e elétrico percebe-se as inconsistências físicas entre os diversos itens constituintes dos projetos analisados: pontos de iluminação. as escadas e os elevadores também são verificados nesta etapa e estão compatíveis. em algumas das prumadas de esgoto e prumadas de pluvial. vigas. tubulações horizontais. A locação incorreta do aparelho evaporador em uma parede de baixa altura. Ocorreram diferenças de posicionamento dos aparelhos e equipamentos nos projetos arquitetônico e hidrosanitário. estrutural e hidro-sanitário. Ocorreram também falhas de posicionamento dos aparelhos e equipamentos entre os projetos arquitetônico e hidro-sanitário. Nesta análise constatou-se intersecções nos quadros de distribuição com pilares. percebe-se as inconsistências físicas entre os diversos itens constituintes de um projeto tais como: prumadas. vigas. interruptores e tomadas. estrutural e ar condicionado foram analisados os seguintes itens: dutos horizontais. tais como: prumadas. Durante a análise verificou-se intersecções entre os trajetos dos dutos com várias paredes. Durante a análise foram verificadas as entre as saídas dos dutos com a esquadria. as incompatibilidades físicas entre os diversos itens constituintes de um projeto tais como: módulos compositivos. Nos projetos arquitetônico. paredes. pilares. Na análise da compatibilização dos projetos arquitetônico. evaporadores. interfere na eficiência do aparelho de condicionamento do ar.2 Análise da Compatibilização do Estudo de Caso B Na compatibilização dos projetos arquitetônico e estrutural buscou-se analisar interferências geométricas e funcionais através dos elementos conflitantes. registros gerais. pois estes poderiam auxiliar na manutenção das prumadas. Foi verificado também. ÍTENS Pilar desalinhado c/ paredes Pilar interseccionado c/ esquadrias Viga desalinhada c/ paredes TOTAL A 10/62 01/62 00/65 B 12/40 04/40 08/55 C 09/65 03/65 05/94 TOTAL 31/167 08/167 13/214 % 18. Constatou-se alguns elementos conflitantes com relação aos pilares.77 7. tais como: dutos horizontais. A incompatibilidade de pilar desalinhados com paredes foi o item com maior índice de falhas. Coimbra. Tabela 1 – Quadro comparativo dos elementos conflitantes nos projetos arquitetônico e estrutural. 17 a 19 de Dezembro.07 11/189 24/135 17/224 52/548 % 5. água quente e pluvial um desalinhamento com as paredes.56 4. Nesta análise constatou-se o desalinhamento dos pontos de iluminação com o layout arquitetônico proposto. Também foi verificado em algumas das prumadas de esgoto. estrutural e ar condicionado busca-se analisar interferências geométricas e funcionais nos elementos construtivos. Na compatibilização dos projetos arquitetônico. parede e vigas. podese apresentar resultados onde são detectados os principais elementos conflitantes destes projetos. 7 Análise Comparativa dos Estudos de Caso Depois da verificação da incompatibilidade dos três estudos de caso nos respectivos projetos.58 Conforme tabela 1. quadro de distribuição e shafts. acarretando perfurações nas estruturas. Portugal 6. Ocorreram falhas de posicionamento dos aparelhos e equipamentos entre os projetos arquitetônico e hidro-sanitário.56%. Os dutos horizontais interceptam respectivamente alguns elementos como: pilares. registros gerais e aparelhos/ equipamentos. estrutural e hidro-sanitário busca-se analisar as interferências geométricas e funcionais entre os elementos construtivos tais como: prumadas. pilar interseccionado com esquadrias e viga desalinhada com paredes. pilares. esquadrias.79 6.Congresso Construção 2007.82 17. Nas vigas também foi verificado alguns desalinhamentos com paredes. na somatória dos tês estudos de caso.3 Análise da Compatibilização do Estudo de Caso C A verificação de incompatibilidades nos projetos arquitetônico e estrutural é apresentada nos itens analisados: módulos. além de interferir no mobiliário proposto no layout arquitetônico e intersecção com esquadrias. interruptores e tomadas. Foi verificado também que uma das prumadas de água fria encontra-se interseccionada com esquadria. como o desalinhamento de paredes. tubulações horizontais. Na compatibilização dos projetos arquitetônico. com 18. paredes. Na compatibilização dos projetos arquitetônico. os elementos conflitantes comuns entre os três estudos de caso foram: pilar desalinhado com paredes. as inconsistências físicas entre os diversos itens constituintes dos projetos analisados: pontos de iluminação. pilares. estrutural e elétrico pode-se observar também. evaporadores. condensadores externos e escape de água. vigas. vigas. dutos de ventilação e circulações verticais. 9 . 10 02/24 04/14 15/82 02/12 08/16 04/50 07/14 11/11 09/66 11/50 23/41 28/198 22. estrutural e hidro-sanitário.33 27. na somatória dos tês estudos de caso.07 20/40 03/36 11/40 34/116 % 50 8. A incompatibilidade de prumadas de pluvial desalinhada com paredes foi o item com maior índice de falhas. Por isso. ÍTENS Prumada água fria interseccionada c/ esquadria Prumada esgoto desalinhado c/ parede Prumada pluvial desalinhado c/ parede Falha no posicionamento aparelhos/ equipamentos TOTAL A 04/40 B 00/32 C 01/26 TOTAL 05/98 % 5. não ocorreram falhas de incompatibilidades comuns entre os etudos de caso A. prumadas desalinhadas com paredes e falhas no posicionamento de aparelhos e quipamentos. estrutural e elétrico.09 14. estrutural e ar condicionado.Simara Callegari. estrutural e hidro-sanitário foi onde se obteve maior número de itens conflitantes incidentes nos estudos de caso A. Fernando Barth Na análise da compatibilização nos projetos arquitetônico. com 56.14 25/160 14/110 28/117 67/387 % 15.93 Na análise da compatibilização dos projetos arquitetônico.72 23.5 . Tabela 3 – Quadro comparativo dos elementos conflitantes nos projetos arquitetônico. os elementos conflitantes comuns entre os três estudos de caso foram: prumadas interseccionadas com esquadrias. não é apresentado aqui um quadro comparativo em função da baixa incidência dos elementos conflitantes.00 56. ÍTENS Dutos interseccionam paredes Dutos interseccionam vigas TOTAL A 20/20 00/20 B 00/18 03/18 C 07/20 04/20 TOTAL 27/58 07/58 % 46.55 12. Conforme tabela 2.09%.62 12. B e C. Tabela 2 – Quadro comparativo dos elementos conflitantes nos projetos arquitetônico. B e C. Coordenação de Projetos Externa em Empresas Construtoras de Pequeno e Médio Portes. São Paulo. 115p. Coordenação de Projetos: Uma Experiência de 10 anos dentro de Empresas Construtoras de Médio Porte. 2001. Formoso. VOL II.. Simpósio Brasileiro de Gestão da Qualidade e Organização do Trabalho no Ambiente Construído. M. 12p. Marco Antônio Arancibia. B. possibilita uma visão integrada dos conflitos podendo servir para a programação das soluções reparadoras. C. Workshop Nacional Gestão do Processo Ed Projeto na Construção de Edifícios. A incompatibilidade de dutos que interseccionam com paredes foi o item com maior índice de falhas. 2001. [7] Novaes. [6] Rodríguez. Sistemas de Gestão da Qualidade em Empresas de Projeto: Aplicação ao Caso das Empresas de Arquitetura. T. com 46. podendo auxiliar no processo de coordenação e contribuir para soluções prévias destas incompatibilidades. 2003. Fortaleza (CE). 1998. 2005. A. Tese de Doutorado. Ed.9-17. pilares e vigas. 2°. C. M. 2005. Florianópolis. A verificação de incompatibilidade além de servir como roteiro de averiguação. 2001 11 . Portugal Conforme tabela 3. J. 8 Conclusões As incompatibilidades podem se manifestar nos projetos através da apresentação de conflitos geométricos e funcionais. Transferência de “Know-How” no Ambiente da Construção Civil. 172p. 27 a 30 de abril. F. Além disso. USP. São Carlos. 17 a 19 de Dezembro. Espera-se que este método possa ser aplicado em um número maior de estudos de caso. 801p. [2] Adesse. Ações para controle e garantia da qualidade de projetos na construção de edifícios. E. . [3] Rodríguez. B. O método para análise da compatibilização nestes projetos mostrou-se de modo satisfatório na identificação dos elementos construtivos conflitantes. o método possibilita também a identificação e a quantificação das incompatibilidades entre estes projetos. L. São Paulo. chegando a resultados estatísticos que possibilita ampliar as conclusões deste trabalho para outros tipos de construções. O Nome da Rosa. C. 1998. L. Coordenação de Projetos de Edificações. Melhado.55%. [4] Santos. UFSC. S. p.Congresso Construção 2007. Coimbra. A. na somatória dos tês estudos de caso. Heineck. os elementos conflitantes comuns entre os três estudos de caso foram: dutos interseccionam com paredes e dutos interseccionam com vigas. Referências [1] Baia. J. Powell. UFSC. Florianópolis. entre outros elementos. A. In: Simpósio Brasileiro de Gestão e Economia da Construção. Artigo técnico. In: Encontro Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído – Qualidade no Processo Construtivo. com falhas de posicionamento de paredes. S. [5] Melhado. Coordenação Técnica de Projetos: Caracterização e Subsídios para sua Aplicação na Gestão do Processo de Projeto de Edificações.
Report "Compatibilizacao Projeto Analise Comparativa Estudo Tres Casos-UFSC+Simara Callegari+Fernando Barth"