Cleber Monteiro Muniz - Jornadas ao Além

March 27, 2018 | Author: Edy Jackson | Category: Lucid Dream, Dream, Thought, Carl Jung, Time


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1Jornadas ao Além Um paralelo entre os estados oníricos conscientes e as viagens astrais Cleber Monteiro Muniz Edição especial para distribuição gratuita pela Internet, através da Virtualbooks, com autorização do Autor. O Autor gostaria de receber um e-mail de você com seus comentários e críticas sobre o livro. A VirtualBooks gostaria também de receber suas críticas e sugestões. Sua opinião é muito importante para o aprimoramento de nossas edições: [email protected] Estamos à espera do seu e-mail. Sobre os Direitos Autorais: Fazemos o possível para certificarmo-nos de que os materiais presentes no acervo são de domínio público (70 anos após a morte do autor) ou de autoria do titular. Caso contrário, só publicamos material após a obtenção de autorização dos proprietários dos direitos autorais. 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RESUM O : O s s onhos lúc idos e as viagens as tr ais par ec em s er f enôm enos ps íquic os idêntic os ou m uito s em elhantes . O m undo as tr al ex is te no inter ior do hom em s ob f or m a onír ic a e par alelam ente ao m undo vígil. O des per tar intr a- onír ic o da c ons c iênc ia ( a c apac idade do ego s onhador m anter a luc idez enquanto s eu c or po f ís ic o es tá ador m ec ido no leito) m ar c a os pr im eir os pas s os no ter r eno da viagem as tr al. PALAVRAS- CHAVE: s onho - c ons c iênc ia - viagem as tr al - intr os pec ç ão - vidas par alelas Journeys to Beyond A parallel betw een the conscious oniric states and the astral voyages For Cleber Monteiro Muniz Spec ialis t in J unguian Appr oac h by CO G EAE of PUC- SP. Idealizer , voc alis t, guitar is t and c om pos er of the gr oup ESPLENDO R ( wor ld m us ic with iber ian m edieval tr end and ar c hetipic al onir ic them atic s ) . Res ear c her as s oc iated with the Inter ps i gr oup - s tudy c enter in m ind- s ubs tanc e inter c onec tivity and c ons c ienc e - of the Center of Peir c ean Studies in the CO S of PUC- SP. G eogr aphy teac her in the Diadem a c ityhall net of educ ation, SP, Br azil. ABST RACT : T he luc id dr eam s and the as tr al voyages s eem to be identic al or ver y s im ilar ps yc hic phenom ena. T he as tr al wor ld ex is ts in the inner of the m an under onir ic f or m and par allel to the wak ing wor ld. T he intr a- onir ic awak ening of the c ons c ienc e ( the c apac ity of the dr eam er ego to k eep the luc idity while its phys ic al body is as leep in the s tr eam bed) m ar k s the f ir s t s teps in the land of the as tral voyage. KEY W O RDS: dr eam - c ons c ienc e - as tr al voyage - intr os pec tion - par allel lives 3 Índice: Introdução O mundo astral, os sonhos e a consciência Os procedimentos para despertar no mundo astral-onírico O conteúdo das experiências imediatas com os mundos interiores Conclusão Referências bibliográficas 4 Introdução Há modalidades de saber, não reconhecidas como científicas e que podemos qualificar como místicas ou esotéricas, nas quais encontramos referências a viagens conscientes da alma durante o sono do corpo físico para "outro mundo" de natureza onírica. Embora sejam místicas, tais formas de conhecimento refletem experiências humanas pois nelas se baseiam. Por tal razão, convém à ciência abordá-las e dissecá-las sem preconceito para ver o que contém. Uma postura que rechaçasse as experiências humanas presentes às culturas esotéricas de antemão, ao invés de sobre elas lançar a luz da ciência, estaria nos privando da oportunidade de ampliarmos o conhecimento humano. As chamadas "viagens de astrais" experiência se incluem entre Podem as ser modalidades esotéricas humana. compreendidas, conceituadas e explicadas dentro das teorias e terminologias científicas existentes e academicamente aceitas. Fenômenos consciência está reais que desafiam pertencem, a lógica à qual a nossa outra adaptada provavelmente, lógica que se processa fora dos seus limites. Podem, porém, ser contatados se prestarmos atenção ao inconsciente que "nos dá uma oportunidade, pelas comunicações e alusões metafóricas que 5 Ademais. Em algumas culturas espirituais. Samael Aun W eor e Joaquim Enrique Amortegui Valbuena. pela lógica. aspectos Focaram e as obras as principalmente prático pedagógico. Há processos inconscientes que transcendem a lógica formal. da difusão e da descrição da viagem e do mundo astral: Lobsang Rampa. Os trabalhos que desenvolveram são adequados a uma análise comparativa que envolva estados oníricos conscientes e viagens astrais por serem ricos em detalhes a respeito desta última. Não devemos considerá-los inexistentes. selecionarei três cujos trabalhos tratam principalmente da aprendizagem. o que hoje é inconsciente para nós amanhã poderá não sê-lo. nos sonhos premonitórios e nos pressentimentos!" (Jung. É também capaz de comunicarnos aquilo que. Pensemos nos fenômenos de sincronicidade.262). descrições da viagem e do mundo astral e suas relações com os sonhos. p. não podemos saber. Dentre os autores representantes desta tendência. o "outro mundo" é denominado mundo astral e é explicitamente identificado com o mundo dos sonhos. São autores sobre pouco os conhecidos. 1963. 6 . As viagens da alma podem pertencer a essa categoria de fenômenos.oferece. O mundo astral. 43) Aqui o autor afirma que os sonhos são vivências da quinta dimensão. Porém. pois quando "o corpo dorme.). nas quais possuiríamos templos de iniciação espiritual (W eor. Não haveria. diferença alguma entre os sonhos e as vivências astrais. portanto. os sonhos e a consciência De acordo com o que escreveram esses autores. o mundo onírico e o mundo astral seriam o mesmo mundo. As pessoas adentrariam ao mundo astral nas horas do sono e todas as cenas oníricas seriam acontecimentos que se dão em seu interior. quero perguntar-lhe se tem sonhado com pessoas que morreram há anos. com lugares e pessoas que você não conhece fisicamente... o que as pessoas chamam comumente sonhos: ‘À noite sonhei tal coisa’. Escreveu Valbuena (2000): "Como falamos do astral. A afirmação demonstra uma relação de identidade entre os mundos astral e onírico. sonhamos com lugares e pessoas que nunca vimos no mundo físico porque são parte do mundo astral. O sono seria uma viagem às vastidões interiores. s/d1)." (p. Segundo seu ponto de vista. ninguém se detém a pensar porque estava sonhando com outros locais ou lugares se o seu corpo físico estava descansando em sua cama? Esse é o Plano Astral ou Quinta Dimensão (. o EGO vive nos mundos internos e 7 . " (p." (p. e então o indivíduo fica desperto no mundo astral.transporta-se a distintos lugares. eu estou sonhando. As pessoas seriam habitantes astrais sem o saber. o sonho desaparece. quando diz: ‘isto é um sonho.) tive ainda uma vez a ocasião de viver esta objetividade: 8 . Nos mundos internos somos provados muitas vezes. E uma vez lá. Algo semelhante e com forte impressão de realidade objetiva ocorreu em um dos sonhos de Jung (1963): "(. 132) Verifica-se aqui a referência a um despertar no interior do sonho que teria como consequência a abertura de um leque de possibilidades exploratórias. eu estou fora do meu corpo físico’.. Quando alguém se dá conta de que está sonhando. eu estou em corpo astral.. possuiriam realidade. como por encanto. 103. literalmente. seria possível dar-se conta disso (idem): "As pessoas no Astral andam sonhando. Nesse funcionamento consciente diferente do comum haveria discernimento de que as imagens contatadas são oníricas. grifo meu) Entrar no astral seria mergulhar nos sonhos. O despertar seria o ato de dar-se conta de que se está em um sonho durante o seu processamento e não depois. Nos templos internos recebemos a iniciação. Um mundo novo e maravilhoso aparece ante aquele que antes sonhava. Trata-se de um estado alterado de consciência. Os sonhos. enquanto fenômenos internos. O sonhador soube lê-los e não perdeu a noção de que estava dentro de um sonho e diante de uma 9 . O contato da anima com a consciência se deu por meio de uma imagem que continha. os acontecimentos de nossos trinta e cinco anos de casamento e também o fim de sua vida. o que não correspondia à realidade dos fatos exteriores presenciados na época. Estava na flor da idade. 258. além da perturbação dos afetos. em si. grifos meus) . Sabia que não era ela. talvez o mais belo que jamais usara. Postara-se a alguma distância e me olhava de frente...foi depois da morte de minha mulher. a médium. A objetividade vivida nesse sonho (. Seu rosto não estava alegre e nem triste. mas expressava conhecimento e saber objetivos. O relato acima revela que Jung teve um sonho no qual contatou a imagem de sua esposa e estava consciente de que tinha diante de si uma imagem surgida em sonho e não a esposa exterior real.) pertence à individuação que se cumpriu." (p. os indicadores de seu próprio caráter onírico: a mulher falecida apareceu viva e com trinta anos de idade. Ela me apareceu em sonho como se fosse uma visão. lhe fizera. mas uma imagem composta ou provocada por ela em minha intenção . Diante de tal totalidade permanecemos mudos pois dificilmente podemos concebê-la. Também pode ser verificada a atribuição de um caráter objetivo ao sonho. sem a menor reação sentimental. tinha cerca de trinta anos e trajava o vestido que minha prima. Nessa imagem estava contido o início de nossas relações. mais ou menos dois meses antes de morrer: ela chegava ao além. nada diga explicitamente sobre o grau de consciência do ego a respeito de estar ou não no mundo onírico. Embora o relato.. isto é.) o sonho descreve um auditório muito singular. Jung (1963) relata que uma de suas alunas sonhou estar no além. sendo capazes de ensaiar vôos ou outras atitudes ousadas com a compreensão de que não representam perigo mas sem o discernimento articulado de que estão sonhando (W orsley. Sua consciência estava funcionando em um modo pouco comum para a maioria das pessoas. as imagens experimentadas pertenciam a um mundo que seria encontrado além da morte. A aluna não estava confundindo a cena onírica com cenas físicas: a 10 . deixa claro que o mesmo concebia as imagens que lhe chegavam como extra-físicas: " Uma de minhas alunas de quase sessenta anos teve um sonho particularmente importante.. estavam sentadas várias de suas amigas falecidas. 265) De acordo com o sonho. Uma atmosfera de expectativa geral reinava no ambiente. nesse caso. A lucidez às vezes pode ser incipiente. impossível de ser encontrado na Terra(. 2001)... (. numa sala de aula.)" (p. Algumas pessoas quase chegam a reconhecer o sonho. nos primeiros bancos.imagem que não era tridimensional. morta. 11 . de que experimentava um acontecimento interno. Não obstante. Em uma concepção muito próxima. É possível que a sonhadora possuísse uma incipiente consciência de estar atuando "fora" do universo vígil. adquirir esse tipo específico de consciência dentro dos sonhos seria nascer para um novo mundo: o astral. Portanto. O novo nascimento daria à pessoa oportunidades extraordinárias. houvesse sonhado com imagens exclusivas desta vida. Kelzer (2001) afirmou que a possibilidade de contato direto e consciente com a dimensão dos sonhos nos coloca ante uma descoberta comparável à de Cristóvão Colombo no que se refere às chances de exploração de um mundo desconhecido. Para certos místicos. O conteúdo do sonho era o de uma vida além da morte.tomava como parte de um mundo no qual se adentraria após a desencarnação da alma. A senhora sonhou que passava por uma experiência transcendental na qual conhecia o "outro lado" através de um processo de contato direto proporcionado por inserção total na dimensão desconhecida. ao invés das imagens de vida no além. A confusão. no instante do sono. comum a muitas pessoas. Isso não significa exatamente que a sonhadora possuísse o discernimento. estava mais próxima de compreendê-lo do que estaria se. ou seja. entre cenas oníricas e físicas não ocorreu neste sonho. as cenas correspondiam a uma experiência com o além. com cenas que não lhe fornecessem nenhum elemento denunciador de seu caráter extra-físico. um corpo exatamente igual ao físico. onde não existe o peso. 2000): " Esse é o Plano Astral ou Quinta Dimensão. boca e mãos (Eeden. diferentes das que regem o mundo exterior. Se moveria à velocidade do pensamento. 12 . A inexistência da distância lhe facultaria a capacidade de visitar todas as partes do mundo interno. Para nos movermos em tal mundo." (p. teríamos um corpo semelhante ao corpo físico (Valbuena. Tornariam possíveis certos acontecimentos absurdos. uma vez que não haveria limite para as possibilidades oferecidas pelos sonhos.As leis que regeriam o mundo astral seriam outras. 1913). inconcebíveis para o mundo físico como. uma imagem mental da porção física de nossa anatomia. provavelmente. à qual pertence o Corpo Astral. 43) O corpo astral corresponde. Ao que parece. podendo ir instantaneamente de um lugar a outro. 2001) e nos proporciona a nítida sensação de que temos olhos. capacitado para investigar tudo o que queira no Universo. a uma representação interna do corpo físico do próprio sonhador. energético. o qual nos permite ultrapassar os limites do espaço e do tempo fixados pela natureza física (Tarab Tulku XI. que se move a grandes velocidades como o pensamento. mover-se a altíssimas velocidades. nem a distância. por exemplo. é um corpo sutil energético que apresentamos sob estado onírico ou durante a meditação profunda. conversar com os mortos ou investigar tudo o que existe no universo. a flutuação ou o vôo intra-oníricos são sinais de lucidez iminente (Eeden. logo acima da água ou nos elevarmos alto e planar acima dos picos das montanhas astrais" (p. quisermos apreciar o cenário fantástico do mundo astral. Este "é um corpo que se amolda com facilidade. Se. 1913). o fluxo da libido ( "querer" ) seria o principal fator de influência sobre o que se experimentaria. Ao que tudo indica. então não temos nenhum poder de 13 . reagindo às vibrações à sua volta" (Pereira. Obviamente. Se definimos a velocidade e a rota da viagem através do querer. podemos flutuar leves como lanugens. Através do querer se poderia definir a velocidade do vôo astral. com seus prados verdejantes e seus lagos abundantemente providos. A façanha de voar e mover-se como o relâmpago por horizontes paradisíacos seriam possíveis (Rampa.A forma de manifestação do corpo e das cenas astrais seriam definidos pelos fluxos de libido: o infindável jogo de impulsos conscientes e inconscientes de pensamentos e sentimentos. logo acima da terra. podemos dizer que o corpo astral é um corpo de desejos. por exemplo.16) Em geral. a altitude e a rota. isso implica em uma submissão do ego aos limites do seu poder. astral podemos é viajar uma a qualquer velocidade porque que na ‘Queremos’ palavra deliberada realidade queremos a velocidade a que viajamos. s/d): "No queiramos. 2001). Logo. A atuação sob forma astral seria algo inofensivo e realizado por toda a humanidade sem o saber. realizadas por todas as pessoas à noite sem o perceberem: "Não tenha medo..controle nos campos em que a vontade é fraca e pouco ou nada queremos. O controle estaria circunscrito aos limites do poder da vontade ficando o restante sob domínio dos fluxos autônomos de desejo. ele teria inventado algo que o mundo desejava há muito tempo. o ingresso consciente se configura como isento de perigo. Assim. não fazia viagens conscientes. possivelmente. 45) Aqui. A tomada de consciência não implicaria em risco para o viajante onírico. O que ocorre é que saem inconscientemente e não fazem as coisas à vontade" (p. surpresa ou muita alegria quando se veja flutuando em corpo astral: isto fazem-no todos os seres humanos e nada lhes tem acontecido. Rampa (s/d) afirmou que até poderia ser fonte de inspiração para inventos: "Um grande inventor pode ter visto algo no astral mas. Ao tomar consciência de estar no astral. Bem. quando acordasse de manhã. E então.." (p. 50) O conhecimento adquirido durante o sono poderia ser trazido 14 . o estudante não deveria se exaltar. teria uma idéia maravilhosa para uma ‘nova invenção’ e correria para seus cadernos e anotaria especificações e desenharia esboços. Para Valbuena (2000). tais viagens seriam comuns. à vigília. Do interior da psique brotariam idéias que poderiam ser aplicadas no sentido de satisfazer aspirações coletivas. Como foram testadas formalmente (Price. 2001). os métodos para realização de veremos viagens astrais e os procedimentos indutores de sonhos lúcidos apresentam pontos em comum. Uma estratégia para que ultrapassássemos conscientemente o umbral entre o sono e a vigília. s/d): "Não há nenhum segredo na viagem astral. Não obstante. dentre as muitas oferecidas pela vasta literatura atual. A firmeza de propósito no sentido de mantermos a consciência lúcida seria de vital importância (Rampa. só é necessário ter confiança. voluntária e firme de que estamos deixando o corpo aliada à compreensão do que estamos fazendo. só é necessário o conhecimento firme de que vai-se 15 . poucas técnicas para reconhecimento do sonho durante seu processamento. penetrando despertos no mundo onírico. Os procedimentos para despertar no mundo astral-onírico Autores que escreveram sobre viagens astrais afirmaram ter aperfeiçoado técnicas através das quais se poderia penetrar conscientemente no mundo que se descortina durante o sono ou despertar em seu interior após se ter entrado inconscientemente. adiante. seria a imaginação. ou visualização. Portanto. deixando seu corpo de visualize-se escorregando gradualmente para fora flutuando acima daquele corpo de carne deitado. 43) Do mesmo modo que no trabalho para obtenção de sonhos lúcidos (LaBerge & Levitan. visualize-se Talvez fosse melhor dizer ‘visualize-se’. imaginar que se está fora do corpo. revivem periodicamente essa ou aquela cena ou vêem constantemente em suas experiências oníricas essa ou aquela criatura ou símbolo." (p. a prática da viagem astral exigiria a confiança em manter a consciência desperta. carne. vai sendo satisfeita até o ponto da pessoa conseguir obter sonhos lúcidos com facilidade e quando desejar (idem). s/d2): "Certas pessoas muito psíquicas. É uma necessidade difícil de ser atendida no início do aprendizado mas que. Essas pessoas caracterizam-se pela repetição contínua de um mesmo sonho. sensíveis e impressionáveis possuíram sempre em si mesmas o elemento iniciador. 16 . Algumas pessoas poderiam tirar proveito de sonhos repetitivos para despertar e viajar no astral através da indução consciente e proposital dos mesmos (W eor. com o passar do tempo e a adoção de uma postura mental correta.fazer uma viagem astral enquanto inteiramente desperto. 2001). E a melhor maneira de começar é imaginar que se está viajando. Esta palavra ‘imaginação’ é muito mal empregada. liberto então de todas as travas da carne. cor. penetrando em um universo regido por leis diferentes. Converte-se assim em expectador e ator do sonho com a vantagem. estado de Em seguida.Indução Mnemônica de Sonhos Lúcidos) utilizada por Stephen LaBerge para indução de estados oníricos conscientes. que o aspirante propõe-se a voltar consciente ao seu próprio sonho e. o aspirante. de poder abandonar a cena à vontade a fim de mover-se livremente no mundo astral. prosseguindo com o mesmo sonho. etc.Toda vez que o elemento iniciador – símbolo. de maneira intencional. fora do seu corpo físico. 202) Ao sonho repetitivo se daria continuidade logo ao despertar por meio da ao imaginação mesmo em consciente. tratará de dormir de novo. em outras palavras. Esta consiste em retornarmos 17 . ainda com os olhos fechados. por certo nada desprezível. continua intencionalmente com o mesmo mas trazendo-o para o estado de vigília. continua vendo a imagem-chave familiar e imediatamente. estudante desprenderia da cena induzida voluntariamente e viajaria em astral. com plena lucidez e auto-controle. O a pessoa se retornaria lucidez. acha-se desprendido do seu velho e familiar ambiente. por isso. Diremos. O procedimento acima em nada parece diferir da técnica MILD (Mnemonic Induction of Lucid Dream . O aspirante. – é lembrado no despertar do sono normal. som." (p. pessoa. o elemento iniciador que. é motivo mais que suficiente para anotar todos os sonhos no caderno ou bloco. deitado em sua cama. s/d2): "Quando o gnóstico tem o registro dos seus sonhos descobre um sonho que se repete sempre. o resultado nunca se faz esperar muito: em geral o anacoreta revive conscientemente tal sonho. podendo separar-se da cena à vontade para viajar pelos mundos supra-sensíveis. utilizado com inteligência. quando conhecemos realmente a técnica. A experiência onírica sempre repetida é. o que seria possível por serem recorrentes. sem dúvida. O retorno é obtido pela visualização de nós mesmos atuando oniricamente em estado de lucidez (LaBerge & Levitan. Quem desperta de um sonho. As repetições seriam detectadas através de anotações e consideradas agentes facilitadores do reconhecimento da natureza onírica das cenas (W eor. 2001). Qualquer outro sonho pode também ser usado com esse propósito. nos conduz ao despertar da consciência. Seria importante anotar os sonhos para se descobrir aqueles que sempre se repetem a fim de usá-los como ponto de apoio para o despertar da consciência astral. adormece intencionalmente. se for seu desejo. Toda vez que o místico. pode 18 . Este. inquestionavelmente.voluntariamente a um sonho do qual acabamos de despertar. meditando no elemento iniciador. " (p. 206) O elemento iniciador seria o tema recorrente nos sonhos. neste caso deve adormecer outra vez.prosseguir com ele mesmo intencionalmente. revivendo sua experiência onírica com a imaginação. A pessoa se acostumaria durante o dia a discernir constantemente se estaria ou não no mundo onírico mediante a observação dos elementos exteriores que a rodeiam aliada a um pequeno salto. O despertar na dimensão existencial que transcende o tempo seria um preparo para o destino final. ao ser repetitivo.207). a experiência. p. Iniciaria o adepto no despertar da consciência astral porque. 19 ." (idem. A própria cena seria reveladora de seu modo astral de existir. da morte e da transição para a eternidade as torna menos penosas (Pereira. poderia ser aproveitado como aviso denunciador ou sinal indicador de que o sonhador se encontraria fora do corpo físico. Assim seria a prática (Valbuena. Por outro lado. também se poderia despertar dentro do sonho após nele se ter entrado inconscientemente. Os sonhos lúcidos tornam a morte menos aterrorizante (Lange. 1997). 2001). Isso exigiria uma educação constante da atenção durante a vigília. a ser dado o maior número de vezes possível. ainda em corpo físico e em vida. A disciplina teria enorme importância espiritual e um especial significado para a vida por ser "uma preparação esotérica para esse sonho final que chamamos morte. De fato. A flutuação após o salto seria um indicador do teor astral da cena que se estivesse presenciando. as pessoas.) da mesma forma que o inconsciente age sobre nós.2000): " (. ‘Será que estou em corpo astral ou em corpo físico?’ e dá um saltinho com a intenção de ficar flutuando. seria preciso também se perguntar e observar os objetos externos que estivessem ao redor em busca de discernimento. o aumento da nossa consciência tem. se está fisicamente ou em astral. 20 ." (p.) Não necessita que vá saltar um metro. dentro do sonho. uma ação de ricochete sobre o inconsciente.. 282). 46) A auto-indagação deveria ocorrer ante qualquer acontecimento estranho ( "parecendo-lhe raro" ). em estado de vigília. o lugar. Além de saltar. e se faz esta pergunta: ‘por que estou vendo tal e tal coisa?’.." (p. Trata-se de uma intervenção no funcionamento inconsciente que não era estranha para Jung (1963): " (. parecendo-lhe raro.. por sua vez.. com centímetros que se eleve do chão já se sabe se está fisicamente ou não. Se não flutua é porque está fisicamente e se flutua é porque está em corpo astral. olha ao seu redor tudo o que a rodeia.(. para repercutir à noite. as casas. A disciplina seria adotada conscientemente...) quando uma pessoa quer fazer a diferenciação de onde se encontra. A focalização da consciência sobre o lugar em que se está e sobre os objetos que dele fazem parte visando saber se pertencem ou não a um sonho. 2001). a rejeitam e são incapazes de realizá-la sem se sentirem estúpidas (Bouchet. crendo que esta somente assume a forma tridimensional. s/d): 21 . 47). Ao que tudo indica. A pessoa se dá conta de onde está e sua atenção se volta com mais clareza ao aqui-agora. p. A disciplina diária é considerada importante. 2000. o que "ricocheteia" sobre o inconsciente. A pessoa pergunta a si mesma se está ou não sonhando e. reconhecerá o sonho enquanto se processa. estas são atitudes psicológicas muito próximas aos testes de realidade que tornam lúcido o sonhador usual (Harari & W eintraub. entretanto. Penso que este sentimento se deve ao condicionamento da consciência em depreciar a realidade psíquica. 1993). em seu trabalho ou onde estiver e verá os resultados" (Valbuena. todas as vezes que mais possa durante o dia. Recomenda-se ao estudante que realize a prática do discernimento "diariamente. A proposta seria a de aproveitar o sono para se poder exercitar a habilidade de "dormir acordado" (Rampa. aumenta sua abrangência e profundidade no que se refere à captação do espaço no momento presente. Outras. se houver adquirido a postura mental correta durante o dia. Algumas pessoas consideram a auto-indagação natural e não sentem nenhum constrangimento ao fazê-la. .) o que interessa é não sair inconscientemente."(. No primeiro caso.) viajamos no astral quando dormimos. rumo às vastidões interiores. o truque é permanecer acordado.. lá conhece-se e deixa de ser oculto. 44) Não haveria.. 44). e fazê-lo é apenas uma habilidade que se precisa adquirir. "(. Por meio do despertar intra-onírico. dormido. O êxito em sair conscientemente em astral proporcionaria ao estudante a chance de realizar longas jornadas. se poderia obter um tipo de conhecimento inacessível às pessoas comuns." (p. sem recorrer à 22 . segredos que se ocultassem ao aventureiro nesse mar vastíssimo que é o inconsciente. portanto. como se adquire a habilidade de respirar. à plena vontade. A pessoa poderia adquirir o conhecimento por si mesma. A consciência poderia desvendar mistérios e o oculto deixaria de sê-lo (idem): "Quando queremos saber por nós mesmos aquilo que as pessoas chamam Ocultismo.." (p. Para o aspirante." (Valbuena 2000. Haveria uma diferença radical entre os abandonos consciente e inconsciente do mundo exterior. mas sim sair conscientemente do corpo físico e mover-se a plena vontade. p. 48) A necessidade que se colocaria ao interessado em realizar a aventura seria a de tomar consciência do processo. a pessoa teria mobilidade total no mundo dos sonhos. sinais denunciadores do sonho. Um ensinamento de teor semelhante foi dado por Jesus no Logion 5 do Evangelho de Tomé (Leloup. adormecida para aquilo que está diante de si. 16) Neste Logion. A resposta à indagação sobre onde a pessoa estaria em um dado instante seria extraída dos elementos que a circundassem. Não seria necessário procurar a resposta através do raciocínio uma vez que o próprio mundo indicaria a diferença. 2000): "Reconhece aquilo que está à tua frente e o que te é oculto te será revelado. É uma indicação que parece ser válida também para o modo como as pessoas atuariam no astral. não há nada encoberto que não será manifestado" (p. Bastaria apenas que o aspirante permitisse que as imagens lhe chegassem à consciência e revelassem seu modo de 23 .crença em outrem. e do resultado obtido com o salto. componentes do mundo em que estivesse inserida. O conteúdo ocultado estaria diante da consciência sem que esta o enxergasse. estariam à noite diante da consciência egóica e esta seria incapaz de lê-los para reconhecer o óbvio à sua frente. Com efeito. não haveriam campos desconhecidos impenetráveis. a consciência do homem é tida como incapaz de ver o que está à sua frente. Os acontecimentos estranhos e impossíveis para a lógica vígil. Ao aprender a fazê-lo. existência. em instantes posteriores aos da vigília. A resposta à pergunta "onde estou?" estaria no próprio mundo que se observa. LaBerge aplicou estímulos externos a voluntários em sono REM previamente preparados para questionarem a si mesmos se estavam ou não sonhando. Os estímulos informavam aos sonhadores sobre sua condição enquanto dormiam e foram aplicados pelas vias tátil. Basicamente. É um caso de reconhecimento do que está diante de si. 2001). 2001. LaBerge & Levitan. Este princípio permitiu o desenvolvimento de técnicas testáveis em laboratório. os métodos indutórios consistem em mecanismos de lembrança que levem o sonhador. O resultado foi um aumento significativo na quantidade de sonhos lúcidos (idem). auditiva e visual. As técnicas permitiram a obtenção deliberada de sonhos lúcidos e consistiram na combinação de estímulos externos com a postura crítica dos testes de realidade (LaBerge. ainda. A lucidez pode ser prolongada e intensificada pela observação cuidadosa (Eeden. a recordar-se de algo que possa denunciar-lhe o sonho. auditivos e táteis que levem o ego a recordar-se de que está sonhando. A esta podemos. 24 . 1913). Visando desenvolver técnicas que permitissem o reconhecimento do sonho à vontade. associar estímulos exteriores visuais. 19) Percebe-se facilmente aqui a pluralidade. impactando fortemente aquele que nele penetra com a consciência desperta e impregnando-lhe com uma vívida impressão de realidade. As coisas são tão verdadeiras e tão concretas nesses mundos quanto nos parecem ser aqui nesta Terra. mais cores e mais sons. o mundo astral possuiria alto grau de numinosidade. experimentamos endopercepções refinadas. Sob estado onírico consciente. a concretude e a numinosidade atribuídas às imagens interiores experimentadas. mais faculdades. A sensação de realidade que proporcionariam pareceria equiparar-se à das imagens externas e até ultrapassá-la." (p. Podemos fazer muito mais no estado astral.O conteúdo das experiências imediatas com os mundos interiores Apesar de onírico. Por vezes. na verdade parecem mais substanciais porque lá há mais sentidos. 2001). no plural!) são muito reais. Rampa (s/d) assim descreve a realidade astral objetiva: "Os mundos astrais (sim. as cores são mais intensas e variadas do que as vistas durante o estado vígil (Gillespie. Os detalhes sutis dos objetos são captados pela acurada visão 25 . . como animais na floresta. Filemon representava uma força que não era eu. A sensação da voz é maravilhosa e nos deixa perplexos mesmo depois de ouví-la muitas vezes. pouco a pouco. 2001).interna (W orsley.. Podemos usá-la em tom alto. entretanto. me informou acerca da objetividade psíquica e da ‘realidade da 26 . segundo lhe parecia. não pretenderias que os fizeste e que és responsável por eles’. mas que se fazem por si mesmas possuindo vida própria. gritar e cantar (Eeden. característica também apontada por Eeden (ibidem) com relação ao sonho lúcido. eles possuem vida própria. homens numa sala ou pássaros no ar : ’Quando vês homens numa sala. O mundo astral seria passível de exploração. e não eu. Possuiria elementos autônomos a serem conhecidos. 1963): "Filemon (.) trouxe-me o conhecimento decisivo de que existem na alma coisas que não são feitas pelo eu. Foi assim que . Percebi com clareza que era ele. ensinou-me. quem falava. 1913). conversei com ele e disse-me coisas que eu não pensaria conscientemente. Os sabores podem ser notados com perfeita clareza e a partir de impressões voluntárias (idem). Em imaginação. Explicou-me que eu lidava com os pensamentos como se eu mesmo os tivesse criado. o que é igualmente atribuído ao inconsciente que apresenta porções de existência objetiva e funcionamento autônomo. O mundo da alma é composto por elementos e processos que o ego desconhece e não controla (Jung. em busca do penetramos imagens interiores descobrimento. 202) Os mistérios se manifestariam na forma de imagens. as imagens interiores seriam portadoras e veículos de expressão de verdades que transcendem os as limitações físicas. Logion evangelho gnóstico de Felipe (In: Tricca. Estas conteriam segredos reveláveis. Eram comparados por Filemon a homens em uma sala. que habitava a psique de Jung e com ele dialogava durante suas práticas de imaginação ativa e lhe expunha seu ponto de vista. eles existem por si mesmos e não funcionam da maneira que queremos mas da maneira que é peculiar às suas próprias naturezas. Daí a possibilidade de descobrirmos o novo em nosso interior a partir de imagens que se gestam por si no mesmas. grifo meu) Filemon era uma entidade psíquica viva e autônoma. mundo Como das aventureiros no desconhecido. está escrito: "Manifestos são os mistérios da verdade à maneira de modelos e imagens" (p. Os diversos elementos psíquicos possuem. Para os místicos com os quais estamos nos ocupando.alma . 27 . no mundo da alma.’ " (p. A verdade estaria nelas e através delas os mistérios se expressariam. No De maneira 124 do semelhante pensavam valentinianos. 1992). existência independente. 162. Não somos nós que os criamos. Estando consciente no sonho. 1992): "Acreditam os gnósticos que o homem. exteriores não podem substituir as de ordem interior" (p. quando na face da Terra. (Tricca. Jung (1963) também atribuía grande importância ao lado psíquico da existência.). para os gnósticos. só o ilusório. seriam apenas ilusões que encobririam uma verdade mais objetiva. 177) O que se experimentaria no mundo tridimensional. A atribuição de um caráter verdadeiro às imagens psíquicas experimentadas conscientemente e que ultrapassa as impressões de certeza das percepções físicas pode ser encontrada na concepção de verdade dos gnósticos do século I e II d. interiores. Haveriam outras modalidades de percepção além desta que conhecemos. que ele confunde com o real. uma pessoa poderia interagir diretamente com seu universo imaginal." (p. não consegue ver o real. Os mistérios contidos nas imagens oníricas poderiam ser revelados pelo contato direto com as figuras do inconsciente. o qual não poderia ser negligenciado as uma vez que "diante dos acontecimentos viagens. 20).C.. outras ambiente lembranças (. 28 . O contato poderia ser através do diálogo ou da contemplação. Embora parecesse não chegar a tanto. As empalidecem: circunstâncias relações humanas.. deveria ser tomar consciência daquilo que.A negligência para com o interno produz efeitos nefastos. tendemos a permanecer inconscientemente neles inseridos e a nos identificamos com suas imagens. o único sentido da existência é acendermos a luz nas trevas do ser puro e simples. O homem precisa buscá-lo e cultivá-lo. porém. indispensável à saúde psíquica. Os sonhos nos são impostos pelo inconsciente. o homem se tornou monstruoso. Devemos consciência daquilo que se nos impõe desde o inconsciente. que é criar consciência. A época em que vivemos " colocou a tônica no homem daqui. demoníaco. pois. A aparição dos ditadores e de toda a miséria que eles trouxeram provém de que os homens foram despojados de todo o sentido do além . Assim o homem tornou-se presa do inconsciente. provindo do inconsciente. p. que tomemos consciência dos processos oníricos. grifo meu)." (idem. 282. O sentido do além é. pela visão curta de seres que se acreditavam muito inteligentes. Ao invés de tomarmos consciência do que são. Tomar consciência de algo é acordar para o 29 . Porque nos dois casos ele é infiel à sua vocação. sem O inconsciente ou deve ser encarado tomar frontalmente. sucitando assim uma impregnação demoníaca do homem e de todo o seu mundo. À medida que somos capazes de discernir. evasivas covardias. Ao ser despojado do sentido do além por uma pretensa sabedoria. É necessário. Sua maior tarefa. entretanto. em vez de ficar inconsciente ou de com ele se identificar. urge e se impõe a ele. o Conhecimento. as regiões internas ou esferas onde receberia a Gnosis. neste ponto. De maneira similar. podia chegar ao homem por meio de transes. A prova científica foi estabelecida pelas experiências bastante conhecidas de Rhine. Disso resulta que as representações que temos do espaço. por vezes. dos quais busquei exemplos em minha vida. 177) Durante o "transe" (que prefiro chamar de meditação) a consciência empreenderia jornadas pelos Eons.novo. a psique extrapola a lei da causalidade espaço-temporal. pelo menos. do tempo e também da causalidade são incompletas. Há.) indícios que mostram que uma parte da psique. quando o discípulo ficava livre para circular pelas diversas esferas..) há (. 1963): "(. escapa às leis do espaço e do tempo. A lado de inumeráveis casos de premonições espontâneas. Uma 30 . O que faziam alguns filósofos gregos" (p. Acordar para o novo é obter conhecimento.. de percepções não espaciais e outros fatos análogos. 1992): "Seus adeptos acreditavam que a gnosis. O inconsciente é uma fonte de conhecimento. uma correspondência entre ambas as modalidades de experiência. na viagem astral a pessoa circularia por esferas internas. essas experiências provam que. uma porta para o transcendente (Jung... como faziam os gnósticos que o buscavam através de estados alterados de consciência (Tricca. atrás ou sob ele. a imagem racionalista do universo perde o seu valor por ser incompleta. não significa que não haja na psique outras formas ou níveis de percepção. uma nova dimensão . pois seriam fatais à sua visão do mundo. porém. Isso. com outras referências. atrás das aparências.imagem total reclama. ordem na qual ‘aqui’ e ‘ali’. esta relatividade parece elevar-se ao não espacial e a uma intemporalidade absolutas. À medida que nos afastamos da consciência. Porque se tais fenômenos podem produzir-se. ‘antes’ e ‘depois’ não são essenciais. Então a possibilidade de outra realidade. O nosso aparato cognitivo consciente não nos permite alcançar os fenômenos em sua totalidade devido ao fato de estarem limitados espacialmente e temporalmente. grifo meu). só então poderia ser possível dar uma explicação homogênea à totalidade dos fenômenos. É por esse motivo que ainda hoje os racionalistas persistem em pensar que as experiências parapsicológicas não existem. Não vejo qualquer possibilidade de contestar que ao menos uma parte de nossa existência psíquica se caracteriza por uma relatividade de espaço e de tempo. 264-265. espaço e causalidade está relacionado com uma outra ordem de coisas. em outras 31 . por assim dizer. As representações de espaço e tempo da consciência egóica provém da natureza das percepções que lhe são acessíveis. torna-se um problema intransponível e ficamos constrangidos em abrir os olhos para o fato de que nosso mundo de tempo." (pp. . no que se relaciona com o mito de uma vida 32 . são relativos e possuem existência subjetiva. Observe-se as alusões de Jung a uma nova dimensão. No interior da psique. O inconsciente pode perceber o tempo de forma distinta do Ego e isso é verificável em alguns sonhos.43). onde não existe o peso.escalas. 2000): "Esse é o Plano Astral ou Quinta Dimensão. a noção de espaço é muito diferente da que conhecemos aqui. a inexistência total de qualquer percepção relativa de espaço e tempo. nem a distância(. As porções da psique ocupadas pelo inconsciente percebem os fenômenos da natureza de maneira própria. com outras abrangências e profundidades. tal como os conhecemos.)" (p. o inconsciente tem melhores fontes de informação que a consciência. Quando a consciência modifica seu funcionamento.. O espaço e o tempo. à não-temporalidade e à não-espacialidade em porções da psique afastadas da consciência e compare-se as mesmas com a passagem já citada em outra parte desse trabalho (Valbuena. estamos reduzidos. Se houver um caminho para a elucidação do problema de uma existência da alma na ausência do corpo. a qual apenas dispõe de percepções sensoriais. pode experimentar formas diversas de percepção e até mesmo rumar em direção ao absoluto. Por esse motivo. será o do inconsciente porque em "decorrência de sua relatividade espaço-tempo. 1963. fora do tempo e 33 . 2000): "Tudo o que vemos aqui. Não é concebido como outro universo exterior tridimensional distinto deste em que estamos e a ele paralelo. as casas." (Jung. A cada objeto das percepções externas corresponderia uma faceta interna ou duplo astral (Valbuena. ‘lá’. ao contrário e embora isso nos soe paradoxal. têm um duplo que é o astral" (p. 274 ) Não obstante a concepção do mundo astrai como real e concreto. é reforçado. o caráter imaginário e psíquico do mesmo não é negado mas. o que nos rodeia. paralelamente ao qual existiria sem perder o caráter psíquico. O mundo astral não é visto como outro mundo físico paralelo a este mas como um mundo psíquico e interno. A velocidade de locomoção seria a do pensamento.‘post mortem’. moldável pelo pensamento e de acordo com os desejos.. Seria tão real quanto o físico. as pessoas. parece (. 46) Jung (1963) admitiu a existência de um duplo interno para os objetos externos ao afirmar que o mundo de três dimensões. "no tempo e no espaço. o que atesta que o mundo é visto como sendo de natureza psíquica e não física. p. contendo inclusive representações mentais dos objetos exteriores. às escassas alusões do sonho e a outras manifestações espontâneas do inconsciente. os carros. A matéria que o comporia seria sutil e altamente plástica.) um sistema de coordenadas: o que se decompõe aqui em ordenadas e abcissas. pode aparecer talvez como uma imagem original de múltiplos aspectos ou talvez como uma nuvem difusa de conhecimentos em torno de um arquétipo. 2000): "Disse Jesus: Se vossos guias vos afirmarem: eis que o Reino está no Céu então. então. como é dito no Logion 3 do evangelho gnóstico de Tomé (Leloup. fora de nós e também dentro de nós.do espaço. 15) O Reino estaria dentro do homem e também fora. também. fora de vós." (p. Ambos os lados da existência seriam abrangidos pelo sistema onde há um centro dominante. Pelo contrário. o Reino está dentro de vós e. Não há reino sem 34 . as aves estarão mais perto do Céu do que vós. A palavra reino não seria usada se Jesus não estivesse se referindo a um conjunto de elementos conectados e regulados por um princípio central.. 267) O mundo real estaria." (p. regulador. os peixes já o conhecem.. então. se vos disserem: eis que ele está no mar. casas e roupas. deveria possuir exatamente a mesma vibração pessoal que ela. Cada pessoa teria seu próprio mundo astral pessoal (Rampa. por exemplo. Para que uma pessoa compartilhasse com outra o mesmo mundo astral. s/d): "Em primeiro lugar.rei. ou seja. O pensamento seria o principal agente que definiria o teor das vivências experimentadas e a substância com a qual se confeccionaria os objetos de uso como." (p. Ao longo das jornadas haveria encontros maravilhosos uma vez que os "mundos astrais são lugares bonitos: há paisagens 35 . O reino interior seria particular. maior seria a proximidade entre os seus respectivos mundos astrais e vice-versa. não há apenas um mundo astral. Quanto mais próximas as pessoas forem psiquicamente umas da outras. Entendo que tais características vibracionais são as características mentais e emocionais. o mundo astral de todas as pessoas seria o mesmo. 20) A afirmação reforça a idéia de que o mundo astral é interior pois cada pessoa possuiria seu próprio mundo particular. mas muitos. No nível do inconsciente coletivo. características vibracionais idênticas. Um lado do reino seria interno e outro externo. tantos na realidade quanto há diferentes vibrações pessoais. A quantidade de mundos astrais existentes seria igual à quantidade de vibrações pessoais. a mente seria a matéria que comporia o mundo fantástico no qual se adentra nas horas em que a consciência abandona os sentidos externos do corpo e se ocupa totalmente com as imagens do universo psíquico. quando nos podemos deslocar tão depressa quanto queiramos. há casas. naturalmente. Da mesma maneira. As roupas seriam confeccionadas e as casas seriam construídas apenas através do pensamento. não se precisa deles. pp.maravilhosas com cores jamais sonhadas na Terra. há música. mas cada pessoa pode construir sua casa em pensamento.e pode-se apreciar a mais notável coleção de vestimentas. Não há automóveis. e se nos concentrarmos." (idem. quando se chega ao mundo astral. no mesmo estado em que chegamos à Terra. pode-se visitar qualquer parte do mundo astral. a princípio estamos completamente nus. Ir para o astral seria mergulhar em um sonho. Para que nos estorvarmos com um carro. música com a qual nem se sonha na Terra. Seriam elementos componentes do nosso universo imaginal. Uma jornada astral seria uma viagem 36 . só em pensar? Assim. ela EXISTE. Pensa-se. sem nenhum recurso material adicional. 24-25) Ao que tudo indica. porque cada qual faz a própria roupa de acordo com o estilo em que esteja pensando. constróem suas casas em qualquer estilo que imaginem. Do mesmo modo.não é necessário usar roupas mas a maioria das pessoas o faz por alguma estranha razão . apenas com o poder da mente. só depois pensamos que espécie de roupas vamos usar . nem trens. nem ônibus. lembremse que no astral a terão. mas é muito melhor do que qualquer coisa que possamos experimentar na Terra. s/d): "Sim (. podendo sofrer um breve atraso em relação à intenção de desencadeá-la voluntariamente. e transferiu-se para ela... Rampa fornece um relato (idem) cujo conteúdo mostra um sentimento de liberdade proporcionado pela viagem: "O velho rodou sua cadeira para junto da cama. muito dura. Seriam sensações e percepções endopsíquicas em estado puro. porque possuiremos uma gama de sensações mais acentuada.26) Evidencia-se uma maior intensidade no prazer sexual experimentado em sonhos catárticos do que em situações vígeis. De acordo com W orsley (2001). De modo que. ‘Agora 37 . porque ela é necessária para tornar uma pessoa equilibrada" (p. A função compensatória dos sonhos em relação às funções sexuais reprimidas na vida consciente externa também é mencionada (Rampa. se não tiverem uma vida sexual satisfatória na Terra.) há vida sexual no astral. Referindo-se a si próprio na terceira pessoa. a geração de imagens dentro do sonho lúcido nem sempre se sucede imediatamente ao pensamento.da alma para dentro de si mesma. Com um suspiro de alívio deitou-se. simplesmente. Por alguns momentos descansou. pensou. isto é um sinal perfeitamente normal. perdido em meditação. demonstra que se está saindo. Com frequência. e com esse estremecimento o corpo astral libertou-se do físico. como se tivesse levado um susto. decidida a viagem da noite. a consciência normalmente o deixa. Esta última teria uma explicação (ibidem): "Quando uma pessoa está recostada e de repente sente-se paralisada. bem como uma sensação de paralisia que algumas dizem ter ao deitar-se. Trata-se. Apenas significa que a separação dos dois corpos está impedindo os movimentos do corpo físico e a chamada paralisia é. afinal." (pp. Libertou-se e flutuou para o alto. de uma forte resistência ao movimento. Mas não importa a cor. na realidade. 34-35) Esse sobressalto e estremecimento é conhecido por muitas pessoas.para a liberdade’. Logo sobreveio o ligeiro estremecimento conhecido. Uso a palavra "deixa" no sentido 38 . ‘liberdade para vaguear à vontade pelo mundo afora em viagem astral’. que pode ser vermelho. a pessoa parece ao mesmo tempo estar espreitando através de um túnel. cada vez mais alto. preto ou cinzento. isto é um bom sinal. 45) Quando o sono se apodera do corpo levando-o a não se mover com a mesma intensidade dos momentos em que está acordado. uma denominação errônea. quase um sobressalto." (p. não há nada errado. relaxou o corpo para iniciar os estágios preparatórios. até ver a luz do sol.) subiu cada vez mais alto. Rampa (s/d) escreve que o velho (ele próprio) "(. Eram coisas comuns. portanto. uma resistência do corpo às tentativas de se continuar com este último." (p. Ao continuar o relato. Pelo que lemos aqui. a paralisia é um estado em que o corpo físico já não atende aos comandos motores conscientes. ao menos numa certa medida. sendo um indicador positivo de que se conseguiu levar a consciência até o ponto em que ela está prestes a penetrar no mundo dos sonhos sem se desvanecer. em consonância com essa idéia. Mas o velho não se incomodava com satélites ou qualquer outra coisa dessa natureza. e prosseguiu célere através do Atlântico. a consciência abandona o mundo exterior e o corpo físico. A impressão de que se está morrendo ou sendo asfixiado provavelmente seria resultante da resistência do corpo ao movimento consciente pois a respiração depende de contrações diafragmáticas. Como o ritmo dos movimentos respiratórios durante o sono é diferente do ritmo dos mesmos durante a vigília. 39 . Não haveria. Logo um satélite passou zunindo.de que as faculdades perceptivas conscientes se desligam do mundo exterior em grande medida e a pessoa passa a perceber com mais intensidade os sons e imagens internos. Pode-se afirmar que. corriqueiras. que são movimentos. nesse sentido. um satélite que brilhava como prata ao refletir os raios solares.. haveria. razão para o desespero de algumas pessoas que passam por essa experiência e a mistificam. enquanto durava a perda de seus sentidos devido a um enfarte cardíaco. aparecem vários sóis. mas cercados de Brumas e nuvens . Tais impressões evocam sentimentos de gratidão e de ser abençoado que nos inspiram. 252) Esta visão foi tida por Jung em um estado de quase-morte. Nestas aparece um céu ensolarado e através delas podemos voar largamente.(. Às vezes. A luminosidade pode ser intensa. Justamente sob meus pés estava o Ceilão e na minha frente estendia-se o subcontinente indiano. Eeden (1913) nos diz que. durante os sonhos lúcidos. eu via o globo terrestre banhado por uma maravilhosa luz azul...) via também os cumes nevados dos Himalayas. Meu campo visual não abarcava toda a Terra. podemos contemplar um profundo céu azul. Note-se a semelhança deste relato com uma visão de Jung (1963): "Parecia-me estar muito alto no espaço cósmico. mas sua forma esférica era nitidadmente perceptível(. Em ambos relatos. nuvens.36). Muito ao longe.. o ego voou até as alturas. abaixo de mim. O tamanho do sol e a intensidade de sua força variam. " (p.) Sabia que estava prestes a deixar a Terra.. Via também o mar de um azul intenso e os continentes. muitos tipos de fenômenos luminosos e lindas paisagens imensas. A 40 . luz solar. s/d. Entretanto..) submergir na rocha sólida.. O impacto psíquico da experiência é poderoso. Haveria uma substituição 41 . talvez. há um vulto gigante e intacto.. então. Nesse carvão sólido. o sonhador não perde a recordação de sua existência diária e de sua condição. Por vezes.) Quando efetuamos viagens astrais. as imagens experimentadas em astral são concebidas como exteriores ou físicas.(. 2001). perfeitamente que já foram preservado. capturado há meio milhão de anos atrás." (Rampa. 127) Neste trecho. 1913). os modelos de universo. Pode dirigir a atenção e tomar livremente atitudes voluntárias (Eeden. p.alegria e a devoção nos assaltam (Gillespi. (. sentimentos.) podemos (. não estamos num corpo de carne mas num corpo que pode penetrar materiais que ao primeiro pareceriam sólidos. como mastodontes dinossauros descobertos..2001). pensamentos e reações que estão na base de nossas estruturas de realidade são quebrados e todas as experiências formais são transcendidas (Kelzer. consciência... incrustado no que é agora carvão sólido. ver ali um vulto gigante.)Podemos ver com perfeita clareza. Devido à lucidez elevada.. Podemos afundar e.. a coerência na concepção de viagem astral como experiência interna parece ficar perturbada em certos casos: "(. embora para um corpo de carne fosse uma completa e total escuridão. sendo vida.Experiência Fora do Corpo). Isso parece contradizer o anteriormente afirmado. Estes são ilusórios conceitos que não podem penetrar mais além das formas.E.(Out of Body Experience . o que caracterizaria a experiência mais como uma O. 42 . Talvez pudéssemos ser auxiliados pelo conceito junguiano de sincronicidade ou pela consideração de que o interior e o exterior são reflexos e facetas um do outro. és tudo quanto É. não há tal mundo exterior nem há tal mundo interior.sensorial: estudaríamos em corpo astral fenômenos não-astrais do mundo tridimensional.B. tens pensado que teus cinco sentidos te informam sobre o mundo exterior. como se lê na obra de Armando Cosani (2000): "Até agora." Apenas pela transcendência da oposição entre os mundos exterior e o interior poderíamos encontrar alguma solução para o problema da contradição detectada nas afirmações dos ocultistas a respeito do teor das percepções acessadas em astral. O real é que [tu] não és forma e que. e deixa transparecer certa confusão ou indefinição a respeito do que se enxerga em tal estado. Não é assim. de que as imagens são internas. entretanto. o mar. Muitos de nós já comprovamos a realidade das coincidências significativas em nossas vidas. não compreendo como o fenômeno da sincronicidade poderia sofrer manipulações conscientes em uma proporção tão grande. Não pretendo afirmar ou negar a possibilidade da viagem astral substituir os cinco sentidos na tarefa de explorar o mundo físico. proporcionando uma modalidade incomum de acesso direto ao que está fora do homem. o mastodonte. a rocha. O satélite. Penso. 2001). Ambos parecem ser muito próximos e até existem relatos de experiências intermediárias (Green & Gackenbach. Entretanto. que as visões obtidas através deste estado alterado de consciência pertencem mais ao lado psíquico de nossa existência. as montanhas. o carvão. o dinossauro e as nuvens vistos em astral não devem ser os mesmos que veríamos caso subíssemos fisicamente aos mesmos pontos do planeta em um balão ou descêssemos sob sua crosta mas sim representações pertencentes ao mundo dos sonhos. parece-me prudente considerar primeiramente as vivências astrais como portas que dão acesso 43 .Conclusão Tanto nas experiências fora do corpo como nos sonhos lúcidos verificam-se percepções com forte impacto realístico e poder de imitação das percepções normais. Por precaução. ) preservar o espírito crítico e lembrar-se de que ‘comunicações’ dessa espécie podem ter também um significado subjetivo. É importante manter o cuidado com relação às comunicações do inconsciente. a consciência de que o corpo dorme não impede o 44 . 1963. Até onde saibamos. algumas vezes.. Isso seria mais mais sensato do que acreditar irrefletidamente que sejam um meio de contato da consciência com fenômenos externos na ausência do funcionamento dos cinco sentidos. os maiores avanços da ciência surgem justamente nos pontos em que ela é mais resistente às mudanças (Green & Gackenbach. p. 2001). adentrando ao terreno da experiência mística (Kelzer." (Jung. e coincidir ou não com a realidade. mantendo a recordação de que é "preciso (.264). a substituição total dos modos de percepção ainda não pôde ser provada. Porém.. presentes no inconsciente. Por outro lado. não devemos nos esquecer de que. É muito cedo para haver um consenso na ciência a respeito da essência dos sonhos lúcidos pois a variedade de modos sob os quais se apresenta forma uma escala cujos extremos estão além do alcance do nosso atual campo de visão.direto e relativamente consciente ao mundo altamente numinoso das imagens arquetípicas. Entretanto. a análise do material literário aqui exposto parece apontar na direção seguinte: a viagem astral é uma modalidade de sonho na qual o ego tem consciência de que o processo onírico está se dando e de que está nele inserido. 2001). O reconhecimento de seu teor por parte do sonhador e nos exatos instantes em que se processam.sonhador de acreditar que algumas imagens que acessa são tridimensionais. que está tendo percepções exteriores. 1997). permite que sejam estudados in loco e submetidos a experimentos exploratórios com consciência e juízo crítico. aos utilizados pelos cientistas. Ao experimentar alguns acontecimentos sincrônicos envolvendo as visões oníricas e o mundo exterior. Os sonhos constituem um mundo real. De modo semelhante ao que disse Campbell (apud Grof & Grof. a mergulhar e a navegar em suas águas. o ego parece julgar. Aprenderam a nadar. Contatam. Os viajantes astrais são onironautas. em alguns casos. por meios diretos. Ativam intra- oniricamente a consciência por meios parecidos. Nem sempre o reconhecimento do sonho leva à compreensão de que se está mergulhado na introversão e de que as "percepções astrais" são na verdade percepções endopsíquicas. não se perdem e nem se afogam no mar do inconsciente como psicóticos. A inserção consciente nos mundos internos durante os períodos em que o corpo está adormecido nos lança a um ponto 45 . se não idênticos. existente dentro do homem e concreto à sua própria maneira. uma dimensão do espírito humano de difícil acesso por vias usuais. confundindo as imagens internas com os fenômenos físicos. 1991). Abre portas à expansão desta última por campos que tradicionalmente são considerados impenetráveis por serem de domínio exclusivo das crenças religiosas. Não há fatos sobrenaturais. O que existem são fatos naturais incompreendidos.limítrofe entre a experiência esotérica e a experiência científica. São questões que não mais podem ser evitadas sob o pretexto de pertencerem exclusivamente ao campo do interesse religioso e das crenças. ******************** 46 . O círculo das possibilidades não termina onde nosso saber se extingue mas aumenta indefinidamente à medida em que extendemos e aprofundamos a ciência e o alcance intelectual (Blavastky. íntegros e com um corpo psíquico de natureza análoga ao que jaz desfalecido no leito à noite pode nos auxiliar a elucidar a questão da existência humana sob estados fisicamente incorpóreos e a questão da existência de outros mundos. A oportunidade de nos experimentarmos vivos. espirituais. Philadelfia. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 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