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March 24, 2018 | Author: Alini Dantas | Category: Dentistry, Medicine, Wellness


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Ano 1, n° 1, out. 2011 / mar.2012 – ISSN 2237-3608 Prof. Milton Camargo PRESIDENTE Profª. Sâmela Soraya Gomes de O. Ribeiro REITORA Profª Sandra Amaral de Araújo PRÓ-REITORA DE GRADUAÇÃO E AÇÃO COMUNITÁRIA Prof. Aarão Lyra PRÓ-REITOR DE PESQUISA, EXTENSÃO E PÓS-GRADUAÇÃO Prof. Giselle Gasparino dos Santos DIRETOR DA ESCOLA DA SAÚDE Profª Patrícia Froes Meyer patrí[email protected] EDITORA Profª Flávia Helena Freire [email protected] EDITORA ADJUNTA Imagem Capa: Concepção: Jomar Jaime Arte: Allan Marlon Body Paint: Thiago Mascarenhas. Patrícia Gallo Adriana Evangelista EDITORA UNIVERSIDADE POTIGUAR – EdUnP Revisora – Jucilandia Braga Lopes Tomé Revisor – Hugo José Medeiros de Oliveira SISTEMA INTEGRADO DE BIBLIOTECAS DA UNP – SIB/UNP APOIO C343 Catussaba: Revista Científica da Escola da Saúde / Universidade Potiguar. Escola da Saúde. – v.1, n.1 (out. 2011/mar.2012). – Natal: EdUnP, 2011. 85p. Semestral. ISSN 2236-8760 1. Saúde. RN/UnP/BCSF Copyleft EdUnP Editora Universidade Potiguar – EdUnP AV. Senador Salgado Filho, nº1610. Prédio I, 3º andar, Sala 306. Lagoa Nova. Natal/RN. CEP: 59056-000. Tel.: (84) 3215-1222 Fax: (84) 3215-1251 E-mail: [email protected] Editora afiliada á CDU 613 CONSELHO EDITORIAL – Universidade Potiguar Profª Maria Goretti Carvalho – [email protected] (Medicina) Profª Sandra Cristina Andrade – [email protected] (Fisioterapia) Prof. Breno Guilherme de Araújo Cabral – [email protected] (Educação Física) Profª Maria das Dores Melo – [email protected] (Ciências Biológicas) Profª Marcia Cerveira Abuana Osório – [email protected] (Enfermagem) Profª Eneida Carneiro – [email protected] (Estética e Cosmética) Profª Valdenice Fernandes da Cunha – [email protected] (Farmácia) Profª Priscilla Silveira – [email protected] (Fonoaudiologia) Profª Laura Camila Pereira Liberalino – [email protected] (Nutrição) Profª Keyla Mafalda de Oliveira Amorim – [email protected] (Psicologia) Profª Carmem Suely de Miranda Cavalcanti – [email protected] (Serviço Social) Profª Alaine de Grande – [email protected] (Terapia Ocupacional) Prof. Fabio Henrique de Sá Leitão Pinheiro – [email protected] (Odontologia) Prof. Georges Willeneuwe – [email protected] (Fisioterapia) Profª Ana Karinne de Moura Saraiva – [email protected] (Enfermagem) CONSELHO CONSULTIVO Prof. Dr. Breno Barth Amaral de Andrade – [email protected] – UnP Prof. Dr. Jorge Ubiracy Barbosa da Silva – [email protected] – UnP Prof. Dr. Sebastião David dos Santos Filho – [email protected] – UERJ Prof. Msc. Oscar Ariel Ronzio – [email protected] – Universidad Maimonides, Argentina. Prof. Msc. José Queiroz Filho – [email protected] – UnP Profª. Drª. Giselle Gasparino dos Santos – [email protected] – UnP Profª. Drª. Maria Aparecida Dias – [email protected] – UFRN Prof. Dr. João Bosco Filho – [email protected] – UnP e UERN Prof. Dr. Mario Bernardo Filho – [email protected] – UERJ Prof. Dr. Marcus Vinicius de Mello Pinto – [email protected] – Universidade Católica de Petropolis Profª Msc. Lilian Lira Lisboa – [email protected] – UnP e UFRN Profª. Drª. Magda Dimenstein – [email protected] – UFRN Profª. Msc. Islândia Maria Carvalho Sousa – [email protected] – FIOCRUZ ............ 77 .... 29 COMPARAÇÃO DOS MÉTODOS HOSPITALAR E DOMICILIAR DE FRACIONAMENTO DE COMPRIMIDOS DE FUROSEMIDA 40mg COMPARISON BETWEEN THE HOSPITAL AND THE DOMICILIARY SUBDIVISION METHODS OF FUROSEMIDE 40mg TABLETS 31 LEVANTAMENTO RETROSPECTIVO DOS ATENDIMENTOS DO AMBULATÓRIO DE FISIOTERAPIA DERMATO-FUNCIONAL DA UNIVERSIDADE POTIGUAR Retrospective survey of the attendances outpatient physical therapy dermato-functional University Potiguar 41 LUTA ANTIMANICOMIAL E REFORMA PSIQUIÁTRICA: O PROTAGONISMO DO USUÁRIO EM DEBATE ANTIMANICOMIAL MOVEMENT AND PSYCHIATRIC REFORM: THE PROTAGONISM OF THE USER IN DEBATE 51 VIOLÊNCIA CONTRA MULHER: COMPREENSÃO DOS SIGNIFICADOS E ATITUDES JUNTO ÀS MULHERES E AOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM VIOLENCE AGAINST WOMAN: UNDERSTANDING OF THE MEANINGS AND ATTITUDES TOGETHER THE WOMEN AND TO THE PROFESSIONALS OF NURSING 63 NORMAS PARA PUBLICAÇÃO NA REVISTA CATUSSABA – REVISTA CIENTÍFICA DA ESCOLA DA SAÚDE ..........................................................................................................................................................Sumário ESTUDO DE CASO ..... 9 ASSOCIAÇÃO DO CARCINOMA PAPILÍFERO DE TIREÓIDE E TIREOIDITE DE HASHIMOTO ASSOCIATION OF PAPILLARY THYROID CARCINOMA AND HASHIMOTO 11 FIBROMA OSSIFICANTE PERIFÉRICO: PREVALÊNCIA NO SERVIÇO DE ANATOMIA PATOLÓGICA DA UNP EM DEZ ANOS PERIPHERAL OSSIFYING FIBROMA: PREVALENCE IN THE SERVICE OF PATHOLOGY IN TEN YEARS UNP 19 ARTIGO ......... . Na sessão artigos a publicação “Comparação dos métodos hospitalar e domiciliar de fracionamento de comprimidos de Furosemida 40mg” apresenta as influências do fraciona- . psicologia e enfermagem (campus de Mossoró). tem o objetivo de publicar contribuições científicas originais sobre temas relevantes na área da saúde. Saúde Coletiva e Biotecnologia em Saúde. Representam dois tipos de tumores mais comuns da tireóide e as principais causas de hipotireoidismo. tanto dos trabalhos desenvolvidos pela UnP como também das produções no campo da saúde em nosso país e no mundo. A Revista Catussaba. Este lançamento está organizado em duas sessões: dois textos publicados na sessão Estudo de Caso e quatro textos publicados na sessão Artigos. Os casos estudados tiveram apresentações clínicas similares ao descrito na literatura. O estudo teve como objetivo apresentar a prevalência dessa lesão no Serviço de Anatomia Patológica da UnP e suas características anatomo-clínicas. fisioterapia.EDITORIAL Caros leitores. que carrega em seu nome o significado “Saúde” na língua Tupi-Guarani. odontologia. produzidos pelos cursos de medicina. O estudo sugere que haja um background genético comum em relação ao CPT e a TH. levantando a necessidade de atenção no manejo de pacientes com TH. É com muita satisfação que estamos iniciando o mais recente meio de divulgação dos trabalhos científicos produzidos pela Escola da Saúde da UnP. farmácia. englobando as linhas de pesquisa: Educação em Saúde. contudo não foram diagnosticados cirurgicamente. O segundo estudo de caso refere-se ao Fibroma Ossificante Periférico enquanto uma proliferação reacional da gengiva que acomete preferencialmente mulheres jovens ou adolescentes. A primeira publicação da sessão Estudo de Caso mostra a relação entre Carcinoma Papilar da Tireóide e Tireoidite de Hashimoto ocorrido em uma mulher jovem. Neste número ZERO publicamos estudos desenvolvidos internamente em nossa universidade. Esta é nossa primeira apresentação. Como vocês podem perceber a interdisciplinaridade é um conceito que permeia esta edição. social e psicológico. no contexto da reforma psiquiátrica e da luta antimanicomial. Bom proveito e boa leitura! Flávia Helena Freire Editora Adjunta . a partir da IV Conferência Municipal de Saúde Mental Intersetorial realizada em 2010. No curso de psicologia professores apresentam reflexões sobre a participação política dos usuários da rede de saúde mental de Natal. A fisioterapia dermato-funcional foi objeto de estudo da publicação que analisa as características da população atendida na Clínica Escola de Fisioterapia Dermato-Funcional da UnP. como também danos morais e/ou patrimoniais. o modo como ocorreu a conferência. O último artigo desta edição foi produzido por autores do curso de enfermagem de Mossoró e versa sobre o tema da violência contra a mulher. Temos aqui o desenho de uma revista plural que envolve as mais variadas temáticas no campo da saúde. o atual momento da reforma psiquiátrica. atentando para a variação do público que frequentou o serviço. tendo em vista. sofrimento físico. O artigo analisa o controle de qualidade do produto final do comprimido administrado ao paciente. particularmente no que diz respeito ao protagonismo dos usuários nesse processo.mento de comprimidos sulcados e não sulcados. analisando os tipos de violência doméstica que poderão culminar em causas de morte. Esperamos que gostem. através dos movimentos sociais. cujo foco foi direcionado às mulheres assistidas pelas unidades de saúde da cidade de Baraúna. Esta publicação foi fruto de uma experiência de estágio supervisionado. O estudo de caráter descritivo analisou 863 prontuários no período de 2000 a 2009. Os autores problematizam. ponderados tanto pelo método hospitalar quanto domiciliar. A Universidade Potiguar é referência no estado do Rio Grande do Norte ao acesso no atendimento de tratamento de alto custo. ESTUDO DE CASO . . Levanta-se a questão acerca da necessidade de atenção no manejo de pacientes com TH. It is believed that there is a genetic background concerned to PTC and HT.com | Renata Milena Ribeiro Costa • Graduada em Medicina pela Universidade Potiguar – UnP.ASSOCIAÇÃO DO CARCINOMA PAPILÍFERO DE TIREÓIDE E TIREOIDITE DE HASHIMOTO Maísa Sheilla Palhares Farias de Oliveira • Graduada em Medicina pela Universidade Potiguar – UnP. Carcinoma Papilífero da Tireóide.com | Ana Augusta Melo de Macedo • Graduada em Medicina pela Universidade Potiguar – UnP. Thyroid. uma vez que representam os tipos de tumor mais comuns da tireóide e as principais causas de hipotireoidismo respectivamente e ambos são de ocorrência mais comum em mulheres. E-mail: [email protected] | Janilson Bruno Félix Barbosa • Graduado em Medicina pela Universidade Potiguar – UnP. Palavras chave: Tireoidite de Hashimoto. Keywords: Hashimoto’s thyroiditis.br | Adriana Kaline Gomes Fernandes • Graduada em Medicina pela Universidade Potiguar – UnP. Tireóide. campus Natal/RN. Campus Natal/RN E-mail: [email protected] RESUMO: Este relato de caso pretende mostrar a relação entre Carcinoma Papilar da Tireóide (CPT) e Tireoidite de Hashimoto (TH) ocorrendo em uma mulher jovem. papillary thyroid carcinoma.com. Campus Natal/RN E-mail: [email protected] | Bárbara Pinho de Souza • Graduada em Medicina pela Universidade Potiguar – UnP. It issues the need of attention while managing patients with HT. Acredita-se que haja um background genético comum em relação ao CPT e a TH.com. renatakaline@msn. ASSOCIATION OF PAPILLARY THYROID CARCINOMA AND HASHIMOTO ABSTRACT: This case report intents to show the relationship between Papillary Thyroid Carcinoma (PTC) and Hashimoto’s Thyroiditis (HT) occurring in a young woman as they are the most common neoplasm and the main cause for hypothyroidism respectively and both are more commonly to occur in women. Campus Natal/RN E-mail: [email protected]. Campus Natal/RN E-mail: [email protected] | Nadja Medeiros Cunha de Melo • Graduada em Medicina pela Universidade Potiguar – UnP. Campus Natal/RN E-mail: [email protected] | Raquel Galvão Bezerra • Graduada em Medicina pela Universidade Potiguar – UnP. Campus Natal/RN E-mail:[email protected] | Maria Goretti Freire de Carvalho • Doutora em Patologia e professora dos Cursos de Medicina e Odontologia da Universidade Potiguar – UnP. Campus Natal/RN E-mail: anninha_ mm@yahoo. 11 . Campus Natal/RN E-mail: raquelgbezerra@gmail. . 2.9 cm foi observada no istmo. com 1. Em toda a glândula. com alguns estudos mostrando taxas de coexistência que variam de 0. O restante da glândula era pálido e sem brilho. aumentados de volume. a relação entre CPT e HT não está estabelecida e permanece a controversa5. exibindo fendas nucleares. um estudo descritivo e exploratório. condizente com CPT. istmo e múltiplos focos microscópicos em lobos direito e esquerdo. Ambas as entidades são mais comuns em mulheres. nas áreas não neoplásicas.6. METODOS Trata-se de um relato de caso.3. INTRODUÇÃO O Carcinoma Papilífero da Tireóide (CPT) é o tipo mais comum de câncer da tireóide e a Tireoidite de Hashimoto (TH) é a causa mais frequente de hipotireoidismo em áreas em que os níveis de iodo são adequados. sendo.7. de abordagem qualitativa. embora haja uma aparente associação entre inflamação crônica e neoplasias.4 e 46% entre essas doenças3.8 cm de diâmetro. Na rotina de diagnósticos histopatológicos. Uma punção aspirativa demonstrou a presença de células foliculares com núcleos claros. Uma lesão menor com 0. prevalecendo o CPT dos 20 aos 40 anos de idade e a TH dos 45 aos 60 anos1. Foi realizada tireoidectomia total. era observado intenso infiltrado linfocitário. em que se observou massa brancacenta em lobo direito.7. portanto. 13 . com formação de folículos linfóides e alterações oxifílicas em células foliculares. Este estudo visou descrever um caso em que ficou evidente a associação do Carcinoma Papilífero da Tireóide com a Tireoidite de Hashimoto. nucléolos conspícuos e ocasionais pseudo-inclusões nucleares.2. O exame microscópico revelou a presença de Carcinoma papilífero em lobo direito.1.8. portanto. 3.4. RESULTADOS Relato do caso: paciente de 23 anos do sexo feminino vinha apresentando nódulo no pescoço há dois anos. 14 Figura 2 – HE.400X: CPT.Figura 1 – HE.100X: CPT com projeções papilares e calcificações. nódulo microscópico com núcleos grandes com aspecto em vidro fosco. . 100X: TH mostrando folículos linfóides entre ácinos tireoideanos.Figura 3 – HE. Figura 4 – HE. 15 .100X: Associação de TH com CPT: notar folículos linfóides na periferia (setas) e o carcinoma no centro (seta larga). aliada à presença de alterações oxifílicas nas células foliculares4.12. vários mostraram que o desfecho e o prognóstico de pacientes com CPT parecem melhorar. 9. geralmente expressas e alteradas no CPT2. com formação de folículos linfóides. corresponde a mais de 90% das malignidades da tireóide em crianças4. . que conduzem ao diagnóstico histopatológico. ed. DISCUSSÃO A TH é uma doença auto-imune. Apesar de haver estudos que revelam tal associação.5. Prática Hospitalar .4.150:49-52. 4. fendas e pseudo-inclusões nucleares.3. que devem ser seguidas de perto com avaliações clínica e laboratorial periódicas. 2007. como a tireoidite de Hashimoto (TH) 11. 2004.7. Pedro Wesley Souza. no entanto. Há. 16 4 Rosai. Lab. 5 ou 8.6 vezes no risco de desenvolver CPT em pacientes com TH14. 45(1).4. quando há a associação com a TH2. do tipo núcleos em vidro fosco. o que pode indicar um polimorfismo do locus HLA-DR nestas condições patológicas11.12.13. St Louis:Mosby-Elsevier. J. 67-71. a qual também pode ser encontrada no tecido da tireóide de pacientes com doença inflamatória crônica. Além disso. 2008. Em um estudo foi relatado um aumento de 1. FAS e p53. quanto celular. com formação de centros germinativos (centros claros). caracterizada por acúmulos de linfócitos. 3 2 Repplinger. Acredita-se que sua causa seja uma combinação de suscetibilidade genética associada com fatores ambientais4. portanto.11. Camboim. Manejo Atual do Carcinoma Papilífero de Tireóide.10.  2009./Abr.13. RAS. com TH e de HLA-DR7 com o CPT. há relatos de associação de HLA-DR3. Med. Is Hashimoto’s Thyroiditis a Risk Factor for Papillary Thyroid Cancer? Journal of Surgical Research. Denise Cruz et al . Os carcinomas papilíferos expressam frequentemente rearranjos genéticos durante sua transformação maligna.6. um background genético comum em relação à TH e ao CPT. Tendem a ser multicêntricos. A auto-imunidade é de natureza tanto humoral. REFERÊNCIAS 1 Rosário. a reação inflamatória na TH pode liberar fatores sinalizadores que podem alterar a expressão normal de genes e proteínas que controlam o crescimento ou morte celular como as RET/ PTC.13.11.7. alertamos os profissionais de cabeça e pescoço para o possível risco de Carcinoma Papilífero da Tireóide naquelas pacientes jovens com Tireoidite de Hashimoto. Carcinoma papilífero da tireóide associado à tireoidite de Hashimoto: frequência e aspectos histopatológicos. O CPT ocorre mais em mulheres adultas (4ª e 5ª décadas). J. Está relacionado à radiação no pescoço e há relatos de associação à Doença de Graves1. exibindo expressão do RET/PTC e fusão de proteínas11. que levam à lesão e destruição dos folículos tireoideanos e à falência tireoidiana gradual secundária a destruição auto-imune destes folículos9. Rosai and Ackerman’s.10. Ainda. Os tumores da tireóide apresentam alterações genéticas diferentes. Ainda. sendo a alteração da proteína RET a mais importante. O marco morfológico da tireoidite é a intensa infiltração linfocítica. Mar. Daniel et al. Suas características morfológicas principais são as alterações nucleares. Patol. Bras.13 . 9(4):312-317. Aspectos clínicos e diagnósticos de nódulos tireoidianos em crianças e adolescentes.  doi: 10. IARCPress:Lyon.  2010. Our experience and literature review. 9 Pino Rivero V et al. Histopathology. et al Coexistence of Hashimoto’s thyroiditis with papillary thyroid carcinoma.  43(5): 313324.. 41: 357–362. 2006. Risk of malignancy from thyroid nodular disease as an element of clinical management of patients with Hashimoto’s thyroiditis. 2004. 45(3-4): 333-7. Antonaci A. 33(6). The incidence of thyroid carcinoma in Hashimoto’s thyroiditis. 2010.. Alves Crésio et al. 2009. Concomitância da tireoidite de hashimoto e o carcinoma diferenciado da tireóide. 45(6). Hormones.C: Pathology and genetics of Tumors of Endocrine Organs.br/scielo. 2001. 24(4):298-30. 2006. 1999  Oct [cited  2011  June  02]. Elias E. J.. 17 . Revista Brasileira de Cancerologia.PU. An Otorrinolaringol Ibero Am. 7 Roberti et al. 6 5 Murussi et al. Lloyd. et al. 14 13 12 11 10 Consorti F. Loponte M. Arq Bras Endocrinol Metab.RA. RV. 31(3):223-30. Hashimoto’s thyroiditis shares features with early papillary thyroid carcinoma. S. Tajara Eloiza H. Col. A. 8 Mazokopakis. DeLellis.Camandaroba. Potasso L. and Diaz-Cano. 2002.1590/S0004-27301999000500003>. Barril Nilce. Heitz. WHO Classification of Tumors.php?script=sci_arttext&pid=S0004-27301999000500003&lng=en. A retrospective study. Aspectos moleculares do câncer tiroideano. Arif S. Eur Surg Res. MPG. Cir.. 2004. Arq Bras Endocrinol Metab  [serial on the Internet]. Bras. Milazzo F.scielo. Eng. Punção de Tireóide em Hospital Geral. Carcinoma Papilífero da Tireoide Associado à Tireoidite de Hashimoto: uma Série de Casos. 55(3): 255-261. Rev Paul Pediatria. Available from: <http://www. Rev. Blanes. . 8% dos casos.com | Maria Goretti Freire de Carvalho • Garduada em Medicina pela UFRN. apresentar a prevalência dessa lesão no Serviço de Anatomia Patológica da Universidade Potiguar (UnP) e suas características anatomo-clínicas para a comunidade de estudantes e odontólogos. br | Carla Margarete Resende Dantas • Graduando do curso de Enfermagem da UnP E-mail: carladantas@unp. Em 81.com | José Saturnino da Silva • Graduando do curso de Odontologia da UnP E-mail: saturninounp@gmail. preferencialmente. Clinicamente. com este trabalho. mas. which may or may not undergo ulceration. Lesões reativas da cavidade oral.com. séssil ou pediculada. com | Vanísia Maria Sales • Graduando do curso de Enfermagem da Unp E-mail: vanisia@unp. Biologicamente. E-mail: estomatounp@gmail. Doutora em Patologia e professora dos Cursos de Medicina e Odontologia da Universidade Potiguar – UnP e do Mestrado em Clínicas Odontológicas da Universidade Potiguar – UnP. pinkish or reddish. Histologicamente. apesar disso.FIBROMA OSSIFICANTE PERIFÉRICO: PREVALÊNCIA NO SERVIÇO DE ANATOMIA PATOLÓGICA DA UNP EM DEZ ANOS Felipe Alexander Caldas Afonso • Graduando do curso de Odontologia da UnP E-mail: mvalefalexander@gmail. Doutora em Estomatologia e professora do Curso de Odontologia da Universidade Potiguar – UnP. E-mail: carvalhos@digizap. Microscopically 19 .com | Mariana Rocha de Lacerda Vale • Graduando do curso de Odontologia da UnP E-mail: [email protected] | Augusto Henrique Alves de Oliveira • Graduado em Odontologia pela UEPB. Sua localização preferencial é na maxila. podemos concluir que os casos estudados neste serviço da UnP tiveram apresentação clínica similar ao descrito na literatura.com | Marcelo Anderson Barbosa Nascimento • Graduando do curso de Odontologia da UnP E-mail: Marcelo_smsb@hotmail. apresentaram-se como massa vegetante. Aluno do curso de Mestrado em Clínicas Odontológicas da UnP. na região dos incisivos e caninos. Microscopicamente. Granuloma Piogênico.br RESUMO: O Fibroma Ossificante Periférico (FOP) é uma proliferação reacional da gengiva. a lesão tem comportamento benigno. campus Natal/RN e do Mestrado em Clínicas Odontológicas da Universidade Potiguar – UnP. consiste de proliferação fibro-conjuntiva associada à deposição de material mineralizado no estroma. numa proporção de 1.6%). 11 casos de FOP foram diagnosticados.3%) foi a mais prevalente e o sexo feminino teve discreta predominância (63. Caracteriza-se. não foram diagnosticados cirurgicamente. foram diagnosticados como granuloma piogênico e em um (9%) foi aventada a possibilidade de FOP.br | Patrícia Teixeira de Oliveira • Graduada em Odontologia pela UFRN.1%. Campus Natal/RN. por uma massa gengival de crescimento lento e exofítico. de crescimento lento e indolor. clinicamente. avermelhada. Campus Natal/RN. Objetiva-se. Campus Natal/RN. Especialista em Cirurgia Buco-maxilo-facia e professor da disciplina de Cirurgia do Curso de Odontologia da Universidade Potiguar – UnP. It is characterized clinically by a slowly growing gingival mass eexofítico.com | Alberto Costa Gurgel • Graduado em Odontologia pela UnP. sem atipias celulares. A segunda década (27. Num período de dez anos. mulheres jovens ou adolescentes. que acomete. E-mail: gutorick@ hotmail. sessile or pedunculate. E-mail: albertogurgel@ortognat. que pode ou não sofrer ulceração. rosada ou avermelhada. PERIPHERAL OSSIFYING FIBROMA: PREVALENCE IN THE SERVICE OF PATHOLOGY IN TEN YEARS UNP Abstract: The peripheral ossifying fibroma (POF) is a reactive proliferation of the gums that affects mainly young women and adolescents. Com estes dados.com. todos os casos demonstraram proliferação fibroblástica com calcificações. His preferred location is in the maxilla in the region of incisors and canines. foram examinadas um total de 1000 espécimes cirúrgicos no laboratório de patologia da UnP. Palavras chave: Fibroma Ossificante Periférico. Dentre eles. 20 . yet were not diagnosed surgically.3%) was more prevalent among females. In a ten-year period were examined a total of 1000 surgical specimens in the pathology laboratory of the UNP.8% of cases were diagnosed as pyogenic granuloma and one (9%) was being considered for FOP. Pyogenic granuloma. while was predominant (63. In the second decade (27. With these data we can conclude that the cases studied in this service of the UNP had similar clinical presentation as described in the literature. In 81. Biologically the lesion has a benign behavior. without cellular atypia. Among them 11 cases of peripheral ossifying fibroma were diagnosed at a rate of 1. Histologically all cases showed fibroblastic proliferation with calcifications. The objective is to make this work with the prevalence of this lesion in the Pathology of the UNP and its anatomic-clinical community for students and dentists.1%. Reactive lesions of the oral cavity.consists of fibro-proliferation conjunctiva associated with deposition of mineralized material in the stroma. Keywords: Peripheral ossifying fibroma.6%). slow-growing red and painless. Clinically presented as vegetative mass. ulceradas frequentemente são confundidas com o granuloma piogênico. na região dos incisivos e caninos. Essa patologia ocorre exclusivamente na gengiva. difusas1.6. destacam-se: granuloma fibroblástico calcificante. O Fibroma Ossificante Periférico (FOP) é um desses crescimentos teciduais definido como hiperplasia inflamatória reativa benigna1. sofrem maturação fibrosa e subsequente calcificação6. As lesões vermelhas.8. enquanto as de coloração rosada. representam lesões proliferativas reacionais. de crescimento lento e exofítico. 21 . na fase inicial. Sua patogênese é incerta4. Devido a suas semelhanças clínico-histopatológicas. a lesão tem comportamento benigno4. pediculada ou séssil. Biologicamente.6.5. Há ligeira predileção por maxila. ao longo do tempo foram surgindo diversas sinonímias para o mesmo na literatura científica. Normalmente. das várias denominações mencionadas na literatura. Mais de 2/3 dos casos ocorrem em mulheres. Sua localização preferencial é na maxila. adolescentes e adultos jovens.4. de natureza mais reacional do que neoplásica. tipicamente. apresentando-se como uma massa nodular. fibroma periférico com calcificação e fibroma odontogênico cementificante periférico. mas aquelas mais antigas comumente mostram cicatrização da úlcera e uma superfície intacta. Dentre esses termos. predominante. clinicamente. INTRODUÇÃO Crescimentos localizados na gengiva são razoavelmente comuns e. consistindo na presença de calcificações opacas.6. em que a maioria apresenta componente inflamatório decorrente de irritação local. A cor varia do vermelho ao rosa e. que acomete. com prevalência na faixa de 10 a 19 anos. freqüentemente. A tumefação pode se iniciar como uma lesão ulcerada6. Gardner sugeriu que. A maioria das lesões tem menos que 2 cm6. O Fibroma ossificante periférico é uma entidade que acomete.1. O Fibroma ossificante periférico é um crescimento gengival relativamente comum. indivíduos jovens ou adolescentes.8. O termo “Fibroma Ossificante Periférico” foi sugerido por Eversole e Rovin2.6. somente o termo presente “fibroma ossificante periférico” deveria ser empregado3. alguns Fibromas ossificantes periféricos são considerados Granulomas piogênicos que.7. por uma massa gengival assintomática. os dentes não são afetados4. não ulceradas. O diagnóstico é feito pela clínica e pelas alterações radiográficas.5. preferencialmente. Caracteriza-se. ocorrendo a maioria dos casos na região anterior1. Em 1982. tem superfície ulcerada.6. Microscopicamente consiste de proliferação fibro-conjuntiva associada à deposição de material mineralizado no estroma. O Fibroma ossificante periférico é uma proliferação reacional da gengiva. que comumente desenvolve-se na papila interdental1. são clinicamente semelhantes ao fibroma de irritação ou hiperplasia inflamatória4. Do total de 11 espécimes. pois as recidivas são mais freqüentes se a base da lesão permanecer. mais comumente. sua prevalência quanto à localização. sem atipias celulares (Figs3 e 4). Com os resultados obtidos. foram diagnosticados como granuloma piogênico e em um (9%) foi aventada a possibilidade de Fibroma Ossificante Periférico (Graf. todos os casos demonstraram proliferação fibroblástica com calcificações e/ou formação de osso.000 espécimes cirúrgicos examinados no período de 10 anos (2001 – 2011) no Laboratório de Patologia da UnP. de crescimento lento e indolor (Figs1 e 2). para eliminar possíveis agentes de irritação6.6. O tratamento usualmente aplicado para o fibroma ossificante periférico é a excisão cirúrgica local. avermelhada.6%) (Graf. Frequentemente. MÉTODOS Esta foi uma pesquisa retrospectiva entre 2001 e 2011. apresentar a prevalência desta lesão no Serviço de Anatomia Patológica da Universidade Potiguar (UnP) e suas características anatomo-clínicas para a comunidade de estudantes e odontólogos. 2. sendo mais comuns nas lesões iniciais ulceradas6.8.8. cemento ou calcificação distrófica1.Estas são caracterizadas por múltiplos grânulos ou grandes massas irregulares de material mineralizado basofílico.7. realizada no Laboratório de Patologia do curso de Odontologia da UnP.5% eram pediculados. especialmente nas áreas de mineralização. A massa deve ser excisada abaixo do periósteo.7. 40% eram assistomáticos e 62. 2) . A segunda década (27.6.8. Após a análise das lâminas.4. As lâminas foram revisadas e os dados clínicos colhidos da ficha clínica dos pacientes. nos arquivos deste laboratório. apresentaram-se como massa vegetante. cemento e osso bem formado. gênero e idade. 22 . foram identificados 11 casos (1. todos os casos de FOP examinados nos últimos 10 anos. foi feito um estudo comparativo dos diagnósticos clínicos desta lesão. 3. RESULTADOS De 1. Em 81. com este trabalho. encontram-se proliferação fibrosa e formação de material mineralizado.3%) foi a mais prevalente e o sexo feminino teve discreta predominância (63. o conteúdo fibroblástico é celular. O componente mineralizado é variável. Histologicamente.4. Tem sido relatado taxa de recidivas em 16% ou 20% dos casos2. Foram pesquisados.Ao exame microscópico. com encaminhamento do espécime para exame histopatológico.8% dos casos. Clinicamente. podendo conter osso. Os fibromas mais antigos mostram.1). foram realizadas fotomicrografias em microscópio Olympus CX31 com câmera Olympus acoplada.1%) de Fibroma ossificante periférico . Objetiva-se. Os dentes adjacentes devem ser vigorosamente raspados. 5 0 0à9 10 à 19 20 à 29 30 à 39 40 à 49 50 à 59 Não revelada Gráfico 2 – Prevalência de idade do FOP.10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 DIAGNÓSTICO CLÍNICO GRANULOMA PIOGÊNICO FIBROMA OSSIFICANTE PERIFÉRICO LIPOMA Gráfico 1 – Diagnósticos clínicos dos espécimes de FOP.5 1 0.5 2 1. IDADE (ANOS) 3.5 3 2. 23 . 24 Figura 2 – FOP: Superfície de corte da figura anterior. condizente com a de tecido conjuntivo fibroso. . exofítica.Figura 1 – FOP apresentando-se como formação pediculada. Notar a superfície brancacenta. Figura 3 – FOP: HE – 40X: Fotomicrografia mostrando proliferação de tecido fibroso com formação de osso. Figura 4 – FOP: HE – 40X: Fotomicrografia evidenciando proliferacão fibrosa com calcificações. 25 DISCUSSÃO A partir dos resultados, podemos observar que o Fibroma ossificante periférico não é uma patologia muito frequente no Serviço de Anatomia Patológica da UnP, sendo diagnosticado cerca de um caso por ano.Também não é uma patologia bem diagnosticada clinicamente, sendo seu principal diagnóstico diferencial clínico, o Granuloma Piogênico (GP), que, no entanto, difere muito no seu aspecto histopatológico, sendo este último constituído por neoformação de pequenos vasos em meio a matriz edematosa (Figs 5 e 6). Outras lesões que fazem diagnóstico diferencial com o FOP são o Granuloma periférico de células gigantes, o Fibroma reacional e Hiperplasias fibrosas inflamatórias1,4,6,8. Neste estudo, a idade dos pacientes acometidos por FOP variou entre 9 e 59 anos, sendo mais prevalente no sexo feminino, entre adolescentes e adultos jovens. As lesões eram indolores, assintomáticas e com evolução lenta. Apresentaram coloração avermelhada e crescimento exofítico, pediculado (62,5%), como descrito na literatura. O local de predileção foi a arcada inferior, fato que difere do relatado na literatura2,4,6,7,8. A existência dessas lesões indica necessidade de uma consulta a um periodontista para eliminação de irritantes subgengivais e bolsas periodontais, que podem ser agentes indutores da lesão5,6,7. A avulsão dos dentes envolvidos frequentemente se faz necessária8. A partir desses achados, chama-se a atenção para essa entidade clínica que, embora de padrão biológico benigno, assintomática, pode ser deformante e se não excisada completamente pode ter alta taxa de recidiva. Ressalta-se, ainda, a importância do conhecimento dessas lesões e do exame anátomo-patológico, para melhoria e ampliação do diagnóstico das afecções orais. 26 Figura 5 – HE-400X–Fotomicrografia de Granuloma piogênico: Proliferação de pequenos vasos capilares em tecido conjuntivoedematoso. Figura 6 – HE-400X – FOP: Proliferação de tecido conjuntivo colagenizado com calcificações distróficas (matriz mineralizada). REFERÊNCIAS 1 Ribeiro, MSPC. et al. Fibroma ossificante periférico: características clínicas, radiográfico e histopatológicas de um caso atípico em palato. Odontologia Clín. Cientif., Recife, 2009; 8 (1): 79-83, jan./mar. Eversole LR., Rovin, S. Reactive lesions of the gingiva. J Oral Pathol, 1972; 1 (1): 31-8. 2 3 Gardner DG. The peripheral odontogenic fibroma: an attempt a clarification. Oral Surg Oral Med Oral Pathol. 1982; 54 (1): 40-8. 4 Santiago LM.; Gusmão ES.; Da Silva U.H. Fibroma ossificante periférico e hiperplasia fibrosa inflamatória – Relato de Caso Clínico. Odontologia Clín.-Científ., Recife, 2003; 2 (3): 233-240, set./dez. De Carli JP. Et al. Fibroma ossificante periférico de grandes proporções: Relato de Caso Clínico. Revista Odontológica de Araçatuba, 2007; 28 (2): 45-49, Maio/Ago. 6 7 5 Neville, BW. et al. Patologia Oral e Maxilofacial. 3. ed. Editora Elsevier, 2009. 972p. Greenberg, MS.; GLICK, M. Medicina Oral de Burket: Diagnóstico e Tratamento. 10. ed. Santa Catarina: Editora Santos, 2008. 657p. 8 Tommasi, A. F. Diagnóstico em Patologia Bucal. 3. ed.São Paulo: Editora Pancast, 2002. 600p. 27 ARTIGO . . com | Tamyres Suelen Fernandes • Graduado em Farmácia.6%. Universidade Potiguar – Natal/RN.7% in the smallest bands. To this end. doseamento por espectroscopia no UV e perda em massa. foram utilizados comprimidos não sulcados de Furosemida (40mg). there was a band to produce 91. deve –se a muitos fatores como a necessidade de reajuste de doses. avaliando-se o teor. regardless of score line and methodologies. O presente trabalho apresenta as influências do fracionamento de comprimidos sulcados e não sulcados. houve banda que apresentasse 91. compromete-se o tratamento. máximo de 77. foi observado que os comprimidos sulcados não geram bandas uniformes tampouco assegura a dosagem requerida. a maximum of 77. independente de sulcos e metodologias. Analisando-se a influência do sulco na qualidade das bandas. principalmente quando se trata de fármacos de estreita margem terapêutica. melhoria na aderência ao tratamento além de farmacoeconomia. Analyzing the influence of the score line in the quality of bands has been observed that the scored tablets do not generate uniform bands nor ensures the required dosage. especially when it comes to drugs of narrow therapeutic margin.3% in the biggest bands and minimum of 17.com | Leonardo Doro Pires • Mestre. Universidade Potiguar – Natal/RN. pelas metodologias hospitalar e domiciliar. no controle de qualidade do produto final. Universidade Potiguar – Natal/RN. o fracionamento de comprimidos. leo17@gmail. há grande perda em massa.6% e. Prática comum em nível domiciliar e hospitalar. it undertakes the treatment. reaching a maximum of 15. Keywords: Subdivision. Alternativa viável e segura à flexibilidade de doses é a manipulação magistral dos medicamentos. E-mail: karolynecn@hotmail. quality changes are less marked than in unscored tablets. in the quality control of final product. COMPARISON BETWEEN THE HOSPITAL AND THE DOMICILIARY SUBDIVISION METHODS OF FUROSEMIDE 40mg TABLETS ABSTRACT: The appearance of the dosage form tablets was a major breakthrough in the field of drugs because of the many advantages which presents. can be confirm that from the tablets. sendo avaliados peso médio. Observou-se que seja qual for a metodologia empregada. Professor de Controle de Qualidade . They were subdivided with a scalpel blade (methodology hospital) and device .3% nas bandas maiores e mínimo de 17.com | Karolyne Dos Santos Silva • Graduado em Farmácia. however. there is a great loss of mass. The aim of the study is to show the influences of subdivision of tablets scored and unscored by the hospital and home methodologies. Para tanto. assay by UV spectroscopy and loss of mass.com RESUMO: A forma farmacêutica comprimidos foi um grande avanço no campo dos medicamentos devido às vantagens as quais apresenta. Palavras-chave: Fragmentação. Safe and viable alternative to flexible doses is masterful handling of medicines. Com os estudos realizados. E-mail: tamyresuelen@hotmail. pode-se confirmar que ao partir os comprimidos. improvement in treatment adherence as well as pharmacoeconomics. Dose. the subdivision of tablets is due to many factors such as the need for dose adjustments. as variações de qualidade são menos acentuadas que nos não sulcados. no entanto. To studies. desigualdade entre as bandas obtidas.7% nas menores. administered to the patient being evaluated average weight. Common practice in home and hospital level. and inequality between the bands obtained.specific partition tablets (home methodology). sendo fracionados com lâmina de bisturi (metodologia hospitalar) e aparelho específico para partição de comprimidos (metodologia domiciliar). Comprimido. administrado ao paciente.3% em relação ao comprimido íntegro. Dose. It was observed that whatever the methodology. E-mail: ldpff@hotmail. chegando a um máximo de 15.COMPARAÇÃO DOS MÉTODOS HOSPITALAR E DOMICILIAR DE FRACIONAMENTO DE COMPRIMIDOS DE FUROSEMIDA 40mg André Leandro Silva • Graduado em Farmácia. Tablets. we used the scored unscored tablets of furosemide (40mg).3% compared to the intact tablet. E-mail: andre. evaluating the content. 31 . Universidade Potiguar – Natal/RN. 32 . administração confortável. seriam chamadas de indústrias farmacêuticas. A partir do momento em que a quebra expõe o núcleo do comprimido. o produtor do consumidor. normalmente preparados com o auxílio de adjuvantes farmacêuticos adequados (excipientes). peso. a magnitude e a duração da resposta terapêutica dependem da concentração que o princípio ativo atinge em seu local de ação1. separando assim. além de constituírem formas farmacêuticas unitárias o que permite a administração de uma dose exata do fármaco e flexibilidade na dosagem. A maioria dos pesquisadores cita a variação de peso como sendo o problema mais comum na partição de comprimidos3. a forma e a presença 33 . fármacos) é promover a sua liberação em quantidade adequada no organismo para conseguir rapidamente o efeito terapêutico e que estas permaneçam durante o tempo desejado. forma. A via oral tem sido usada em mais de 80% dos tratamentos fora do ambiente hospitalar e também é a via mais utilizada para a automedicação1. dependendo do uso a que se destinam e do método de fabricação2. este pode não ter mais o mesmo perfil de estabilidade determinado pelo fabricante do comprimido intacto. fácil conservação. surgiram as primeiras indústrias produtoras de medicamentos que. o homem que produzia passou a vender seus produtos a outros. a não necessidade de uma pessoa especializada para sua administração. o grau de irregularidade após a quebra de um comprimido pode estar relacionado a diferentes fatores. como por exemplo os comprimidos bisectados. dureza. umidade ou luz)3.1. Mais tarde. O objetivo da administração de substâncias dotadas de atividade terapêutica (princípios ativos. com o posterior desenvolvimento. características de desintegração e em outros aspectos. Comprimidos partidos armazenados em frascos estão sujeitos ao aumento da friabilidade e fragmentação. modificação de dissolução (pela mudança na área de superfície) e aumento da degradação (pela exposição ao ar. Os comprimidos podem variar em tamanho. Os comprimidos são formas farmacêuticas sólidas contendo princípios ativos. observa-se que o homem primitivo era tanto o produtor quanto o consumidor do medicamento. dentre eles. o tamanho. A forma do comprimido também pode influenciar na formação de suas partes e as perdas de massa são maiores em comprimidos muito duros ou muito macios4. Com a revolução industrial. O consenso entre alguns profissionais é que a estabilidade e a qualidade dos comprimidos fracionados pode não ser a mesma de comprimidos intactos3. Dentre outras vantagens está a fácil aceitação pelo paciente. Em que. espessura. constitui uma via inócua. INTRODUÇÃO Quando se faz um retrospecto sobre a história e o aparecimento dos primeiros medicamentos. logo em seguida. Segundo os farmacêuticos. Após o exercício da força necessária para que o mesmo se parta. Contudo. de um mesmo lote (182808). Cortador de comprimidos. 34 . MÉTODOS 2.0 Pipeta automática. 2. PROCEDIMENTOS A partição do comprimido de Furosemida 40mg foi realizada segundo procedimentos adotados em Unidades Hospitalares e em Domicílio. Béqueres.1M NaOH Lâmina de bisturi n°24.1. utilizamos lâmina de bisturi n° 24 colocando-a sobre o que se supõe ser o centro do comprimido não sulcado de Furosemida 40mg (Figura 1). Alguns.3. foram adquiridos em farmácia comunitária do município do Natal (RN). foram obtidas duas partes/bandas do comprimido. podem não se quebrar facilmente em duas partes de igual tamanho. nem todos aqueles que apresentam sulcos podem ser partidos. AMOSTRAS Os comprimidos de Furosemida 40mg. Balão volumétrico de 100. Balança Analítica GEHAKA Espectrofotômetro (Libra S32. mesmo com a presença destes vincos. Comprimidos que apresentam sulcos são usualmente considerados pelos fabricantes como destinados à divisão e muitos deles contêm vincos5. No âmbito hospitalar.2. suficientes para a operação de todos os testes realizados. mais de um terço dos pacientes estudados acreditam que todos os comprimidos podem ser partidos e 80% destes pacientes esperavam ver informações sobre isso na embalagem do produto6 .0mL. Uma pesquisa na Alemanha relatou que 70% dos pacientes que partiam medicamentos consideravam esta uma tarefa difícil e que os vincos ou sulcos não garantiam a divisão em partes iguais. o procedimento empregado na fragmentação dos comprimidos geralmente é feito com lâmina de bisturi. contido nas partes resultantes do procedimento. Na tentativa de reproduzir a metodologia hospitalar. Balão volumétrico de 50. 2. UK) 2. MATERIAIS • • • • • • • • • • Solução de hidróxido de sódio 0. pela equipe de enfermagem. apesar de muitas pessoas acreditarem que esta seja a função do sulco5 e por isso erroneamente. para posterior submissão aos testes de peso médio e teor do princípio ativo.ou a ausência de sulcos. Figura 2: Cortador de comprimidos empregado em âmbito domiciliar. Adquirimos o cortador de comprimidos em uma loja de um centro comercial. variação de +-7. porém nenhuma poderá estar acima ou abaixo do dobro das porcentagens indicadas. A lâmina fica presa à parte superior do cortador. Uma metodologia comumente utilizada em âmbito domiciliar é a que emprega cortadores de comprimidos.1.5% e comprimidos acima de 250mg. 35 . teoricamente ao centro. posicionamos o comprimido no recipiente e fechamos a tampa com a lâmina cortante. variação de +-10%.Figura 1: Procedimento adotado na fragmentação de comprimidos em nível hospitalar. variação limite de 5% em relação ao peso médio.3. Peso médio Os comprimidos intactos foram submetidos a teste de peso médio. Pode-se tolerar não mais que duas unidades fora dos limites especificados: para comprimidos de até 80mg. comprimidos entre 80 e 250mg. que deve ser fechada para que haja o corte. passa uma lâmina. as metades originadas foram analisadas. que partiria o comprimido em duas metades de igual tamanho (Figura 2). 2. conforme a IV Farmacopéia Brasileira (1988)7 que recomenda pesar 20 comprimidos e determinar o peso médio. Os cortadores têm um recipiente que propicia o enquadramento do comprimido independente do seu tamanho e. utilizando hidróxido de sódio 0. RESULTADOS 3.7%).7%) (Tabela 1).6 159.5 2.6mg ±4.5 166.5 (RSD 2. em média (Tabela 2.1M para ajuste do zero.1 166. 1cm) = 5808. 3. foram pesadas suas metades para análise de uniformidade em peso.2 159. PESO MÉDIO (PM) O lote 182808.8 166. 2. Diluir 5mL do filtrado para 250mL com NaOH 0. e após fracionados. Realizar o cálculo utilizando A (1%.3 172. Transferir quantidade de pó equivalente a 0. de Furosemida 40mg apresentou PM = 165.7 164.3 (RSD 24. adicionando a fração obtida ao invés de 0. Análise de Peso Médio de Comprimidos de Furosemida 40mg Amostra 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Peso (mg) 167.1M.4 Amostra 13 14 15 16 17 18 19 20 Peso Médio Desvio Padrão RSD   Peso (mg) 160.1M e homogeneizar.2g de furosemida para balão volumétrico de 500mL com auxílio de 300mL de hidróxido de sódio 0.2g de furosemida.1.1 167.7%   Tabela 1: Análise de Peso Médio do lote de comprimidos de Furosemida 40mg 36 Após o fracionamento pela metodologia adotada em hospitais. homogeneizar e filtrar.3.4%). Medir as absorvâncias das soluções resultantes em 271nm. as bandas obtidas de maior tamanho pesaram em média 100mg ±8.6 166.) .4 177.4 161.6 165. Adotou-se a mesma metodologia às bandas obtidas dos comprimidos fracionados. Calcular o conteúdo de furosemida nos comprimidos a partir das leituras obtidas.7 (RSD 8.8 162. ao passo que as bandas menores pesaram 54mg ±13.2. sendo esperado peso de 50% em relação ao comprimido intacto. Doseamento de Furosemida Pesar e pulverizar 20 comprimidos. Agitar por 10 minutos. Completar o volume com o mesmo solvente.6 4.8 163.Os comprimidos testados foram pesados inteiros.1 170.8 163.5 160.2 169.2 165. 3 2.9 Menor (mg) Peso (mg) 50.5 4.6 161.6 168.1% Perda em massa % Comprimido Inteiro PESO (mg) 159.9 75.7 27.2 54.2 64.4 19.7 1.8 37.5 158.3 Média Desvio Padrão RSD Bandas Fracionadas Maior (mg) Peso (mg) 98.3 90.2 63.8 8.3 71.2 27.8 32. fracionados com cortador de comprimidos.9 163 163.9 15.8 28.4 59.2 63.2 69. fracionados com lâmina de bisturi Quando o fracionamento foi feito com o cortador de comprimidos.8 113.9 2.1% % 64.9 40.3mg ±11.5 25. Bandas Fracionadas Maior (mg) Peso (mg) 103 96 103.5 58.1%) e as bandas menores pesaram 42.8 3.9 69.4 127.4 63.Comprimido Inteiro PESO (mg) 163.2 127.7 164. as bandas de maior tamanho pesaram em média 114.9 46.7mg ±11.4 5.3 162.3 77.1 167.3 37.6 22.4% % 30.9 76.5 96.60% Perda em massa % Tabela 2: Análise do peso médio de comprimidos de Furosemida 40mg.4 Média Desvio Padrão RSD Tabela 3: Análise do peso médio de comprimidos de Furosemida 40mg.7 101.3%).3 23.8 114.9 75.4 125. 37 .5 99.3 117.8 4.5 61.3% Menor (mg) Peso (mg) % 33.7 1.8 2.70% % 60.6 55.7 5.6 59.6 176.3 113.6 53 44.2 13.8 42.2 109.7 0.4 123.5 51.7 2.9 56 28.3 24.7 11.4 13.8 9.6 (RSD 10.4 84.7 19.5 162.7 42.4 56.7 (RSD 27.5 17.6 32.0 23.3 4.1 41.6 10.4 60.1 6.4 37.1 8.8 32.7 76.0 5.6 164.9 61.9 20.0 34.8 37.4 11.8 3.3 11.9 66.7 100 8.7 172.3 42.5 163 169 164.9 105.3 2.5 161. em média.3 165.2 67.7 8.0 35.8 61.3 75.3 50.1 84.1 162.8 38.9 25.6 98 108.6 0. 0 78.5 72. Amostra 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Média Desvio Padrão RSD Teor da banda maior (%) 72.6 67.2 40.2 48.9 12.1%) e as menores 37.9 76.9 91.2 61. as bandas maiores apresentaram em média 77.2 27.7 Teor da banda menor (%) 38.4 31. Amostra 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Média Desvio Padrão RSD Teor da banda maior (%) 69.2 (RSD 24.3.8% ±8.6 9.9 61.9 (RSD 30.3 29.2.4 77. .3 9.3 (RSD 9.1 59.0 6. as bandas maiores apresentaram em média 69% ±6.0%) do teor do comprimido intacto.3 40.6 28.8 8.4 26.554 no pico de absorbância (271nm) para a substância o que corresponde a teor de 110% de furosemida.6 29. TEOR O lote analisado apresentou absorbância de 0.9 30.3 37.5 46. Após o fracionamento com o aparelho.8 45.9 23.1 69.6%) do teor do comprimido intacto.6 Tabela 4: Teor de princípio ativo nas metades obtidas após o fracionamento pelo método hospitalar.1 Teor da banda menor (%) 36.4 88.3 20.9 (RSD 12.4 74.6 83.7 69.3 88.3 23.6 50.1 68.0 71.0 33.3% ±9.8 74.3 9.0 38 Tabela 5: Teor de princípio ativo nas metades obtidas após o fracionamento pelo método domiciliar.2 24. Quando os comprimidos foram fracionados pelo método hospitalar.9 38.6 74.6% ±9.5 62.2 21.7%) e as menores 29.7 20. DISCUSSÃO Deste muito tempo.3%. dentre elas o reajuste de doses (mais freqüente).6mg sendo que nenhum dos comprimidos apresentou mais que 178. O lote de comprimidos apresentou 110% em teor de furosemida e peso médio de 165. observamos a formação de bandas com peso de 17. Durante a fragmentação. é um comprimido não sulcado. onde o centro deste se torna algo muito subjetivo. 5.9% em outra. Observou-se que independente da metodologia aplicada no processo de fragmentação dos comprimidos de furosemida. quando fracionada com lâmina de bisturi. foi inferior a perda ocasionada pelo uso da lâmina de bisturi. que apresentou um máximo de 91. Em alguns casos. os comprimidos partidos apresentaram grande variação em termo de quantidade de princípio ativo: o que se pode constatar pela presença de um máximo de 78.3% e mínimo de 20.6% no método hospitalar e 13. No teste de teor. segundo as análises. Quando se fraciona um comprimido. O que não foi diferente no segundo método empregado. Empregando o cortador de comprimidos. em ambos os processos. entre as maiores e menores bandas. Os comprimidos de Furosemida 40mg. sejam eles sulcados ou não. espera-se obter bandas equivalentes em peso e teor.02mg ou menos que 153. que têm indicada a fragmentação quando necessário doses inferiores a 40mg em virtude da não existência de apresentações em menor dosagem. é um medicamento utilizado como coadjuvante no tratamento da Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) tanto no âmbito hospitalar como domiciliar. o comprimido chegou a se partir em mais de duas partes. As bandas obtidas pelo processo hospitalar chegaram a apresentar um máximo de 69. tampouco reproduzir os pesos das bandas anteriormente obtidas. As médias em peso das bandas resultantes do processo configuram uma maior variação. com diversas finalidades. a correta administração de determinado fármaco ao paciente.4.5% em uma só banda e um mínimo de 23. no âmbito hospitalar em que se emprega uma lâmina 39 . Entretanto a perda em massa.6% em peso e um mínimo de 22. CONCLUSÃO O comprimido de furosemida analisado.7% em relação ao comprimido íntegro. melhoria de adesão ao tratamento pelo paciente e diminuição de custos. estas não foram capazes de produzir bandas com metade do peso do comprimido íntegro. classificada como diurético de alça.18mg. houve considerável perda em massa chegando a valores de até 15. tem-se praticado a quebra de comprimidos. utilizados na presente análise trata-se de comprimidos relativamente pequenos e não sulcados mas. situação dentro dos limites preconizados pela IV Farmacopéia Brasileira (1988) o que nos permitiu seguir os estudos com os comprimidos.3% no método domiciliar. A furosemida. que possibilitem desta forma. quando feito uso do cortador de comprimidos.2% de teor.7% até 77. Reis AMM. 2001.doc 6 Quinzler R. Ciências Farmacêuticas: Uma Abordagem em Farmácia Hospitalar. São Paulo: Premier. 3. Haefeli WE. Empregando-se o aparelho próprio para comprimidos.. Advantage and disvantage of split tablets given to patients. Noqueira RJL. Tais fatos implicam no comprometimento das dosagens esperadas. Alternativas para minimizar as conseqüências trazidas seria a sulcagem dos comprimidos de Furosemida. podendo levar a uma superdosagem ou subdosagem e. Brasil. ed. Cápsulas Magistrais: uma alternativa viável para a partição de comprimidos de liberação imediata de 40 mg de furosemida e de 25 mg de espironoloactona comercialmente disponíveis no mercado nacional. 2007 Sept. 1988. 63:1203-4.44. Khan MA. Popoich NG. [Disponível Online] [Capturado em 06 set. Pinheiro VA. Eur J Clin Pharmacol. São Paulo. São Paulo: Atheneu. 7 8 Farmacopéia Brasileira. 6. Comparison of the stability of split and intact gabapentin tablets. Suplemento ao n°209. teoricamente a lâmina passa ao centro do comprimido. São Paulo: Atheneu. parte considerável do comprimido é perdida no ato da fragmentação. Volpe DA. 568 p. 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Campus Natal/ RN.com | Filipe de S.com. Campus Natal/RN. A Universidade Potiguar (UNP) é uma instituição pioneira no estado do Rio Grande do Norte no serviço de fisioterapia dermato-funcional e oportuniza à população carente o acesso a tratamentos de alto custo. tratando diferentes patologias de âmbito estético e reparador. The University Potiguar – UNP is a pioneer institution in the state of Rio Grande 41 .com | Luíza B. de 2000 a 2009.Soares • Graduanda em Fisioterapia pela Universidade Potiguar – UnP. de 01 a 05 sessões. Campus Natal/RN. E-mail: amandinhabarreto@ hotmail. de O. E-mail: arilson. Campus Natal/RN. E-mail: luizabatistalima@gmail. Trata-se de um estudo descritivo. Os pacientes realizaram.com | Anailde MMP Tavares • Graduanda em Fisioterapia pela Universidade Potiguar – UnP. Aires • Graduando em Fisioterapia pela Universidade Potiguar – UnP.lipe@gmail. Meyer • Doutora em Ciências da Saúde pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN e docente do Curso de Fisioterapia da Universidade Potiguar – UnP.com | Efigênia MN da Silva • Graduanda em Fisioterapia pela Universidade Potiguar – UnP.froesmeyer@gmail. constatando-se que. E-mail: efigenia_n@ hotmail. com importante índice de abandono. na maioria dos casos. Lima • Graduanda em Fisioterapia pela Universidade Potiguar – UnP.4%. E-mail: sales.com | Evangelline FCC Daams • Graduanda em Fisioterapia pela Universidade Potiguar – UnP. em destaque a adiposidade. Campus Natal/RN. E-mail: julianamello_j@hotmail. Estética. Observou-se uma variação no público de pacientes que frequentou o serviço. Campus Natal/RN e Mestrando em Fisioterapia na Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN. O objetivo deste estudo foi verificar as características da população atendida na Clínica Escola de Fisioterapia Dermato-Funcional da UnP. Esse abandono pode estar relacionado a frequentes interrupções dos atendimentos devido ao período de férias ou mudanças na estrutura curricular semestralmente e isso pode ser considerado uma das limitações dessa assistência.com | Ingrid L.br | Juliana M. E-mail: anildeneto@gmail. Fisioterapia. da Silva • Egresso do Curso de Fisioterapia da Universidade Potiguar – UnP. treating different pathologies within aesthetic and restorative. no qual.cms@hotmail. aumentado para 30. no ano de 2001. Dermatologia.com | Amanda S. E-mail: evaevangelline@hotmail. Campus Natal/RN. E-mail: patricia.com | Joaquina EC da Silva • Graduanda em Fisioterapia pela Universidade Potiguar – UnP. foram analisados os prontuários de 863 pacientes que freqüentaram o serviço de fisioterapia dermato-funcional. Campus Natal/RN. 4. Campus Natal/RN. o percentual de homens que procurou o serviço foi de. E-mail: indrizinha@hotmail. no máximo. Foram atendidos quase 100 pacientes anualmente. Souza • Graduanda em Fisioterapia pela Universidade Potiguar – UnP.com | Rodrigo Marcel V. E-mail: joaquinaelizete@ig. com a utilização de recursos avançados neste segmento. com | Patricia F . characterized by providing three levels of service in health care. This drop may be related to frequent interruptions of attendance due to vacation or changes in curriculum structure every six months and may be considered one of the limitations of this assistance Key words: Public Health. School of Physiotherapy Functional UNP. with significant dropout rate. Physical Therapy.27% in 2009. from 2000 to 2009. 01 to 05 sessions. It is a descriptive.do Norte in the physiotherapy service dermato-functional and takes advantage of the poor access to high-cost treatments with the use of advanced features in this segment. in most cases. 42 . Patients were. which analyzed the medical records of 863 patients who attended physiotherapy service dermato-functional. noting that in 2001 the percentage of men attending the service was up to 4. Dermatology. treating different diseases.4% increased to 30. Aesthetics. retrospective study. We served almost 100 patients annually. highlighted adiposity. The aim of this study was to determine the characteristics of the population served in Clinical Dermatology. There was a change in public patients attending the physiotherapy service dermato-functional. possibilitando a reabilitação de pós-operatórios de cirurgias plásticas.1. Além disso. Hoje. o novo conceito de saúde incorpora que a mesma é constituída de um intercambiável bem-estar. melhorando a autoestima e a imagem corporal4. secundária e terciária. devido à falta de comprovação científica. a baixa popularidade da dermato-funcional dentro das grandes mídias populares tem ainda sido um obstáculo para que as populações de baixa renda tenham acesso a esse tratamento2. em especial aos relacionados à saúde funcional com vistas à qualidade de vida dos usuários 1. principalmente sobre a pele 2. bem como reparação de tecidos e restauração da atividade funcional da pele como reorganização das fibras colágenas e elásticas. Nos dias de hoje. possui um ambulatório específico voltado para o atendimento estético e reparador dentro desta especialidade. que se tornou mais popular no Brasil no início dos anos 90. 43 . físico. necessitando ainda de muita fundamentação teórica para a aplicação clínica de seus conceitos. Rio Grande do Norte. INTRODUÇÃO A fisioterapia dermato-funcional é uma área de atuação de surgimento relativamente recente. contando com equipamentos e assistência de alunos e professores com atenção primária. nas diferentes áreas e profissões da saúde humana 3. seus tratamentos estéticos eram tratados como empíricos. São vários os campos e especialidades de atuação da fisioterapia dermato-funcional. Esse campo do conhecimento tem se expandido consideravelmente na sociedade atual. a fisioterapia dermato-funcional faz parte do currículo do curso de fisioterapia da Universidade Potiguar (UnP) e a instituição. mental. Ao assistir indivíduos com disfunções do sistema tegumentar e linfático. espiritual e social. de Fisioterapia Estética. uma das pioneiras neste sentido. inicialmente. bem como reduzam a ação do processo de envelhecimento sobre o corpo. Na cidade de Natal. o tratamento estético e reparador da fisioterapia dermato-funcional ainda está restrito às camadas sociais mais elevadas. afecções estéticas tem se tornado cada vez mais importantes do ponto de vista terapêutico. juntamente com o aumento da procura por procedimentos que aprimorem a qualidade estética. possibilita o melhoramento e a restauração de desvios estéticos (aparência) e da autoestima. Também chamada. com poder aquisitivo de média a alta renda. Entretanto. a fisioterapia dermato-funcional evoluiu e traz a formação de profissionais especializados com base científica em todas as aplicações e ações terapêuticas. celulite. antecedentes pessoais e familiares). sendo investigados informações sócio-demográficas e aspectos clínicos do atendimento em fisioterapia dermato-funcional. Todos os prontuários apresentavam o item identificação. A análise clínica investigou os principais problemas estéticos e reparadores atendidos na clínica de fisioterapia ao longo desses anos. surgiram questionamentos quanto à investigação dos perfis sócio-demográficos e clínicos dos atendimentos de fisioterapia dermato-funcional nessa Instituição de Ensino Superior buscando um melhor conhecimento da abrangência e utilidade do serviço. MÉTODOS Esse estudo caracteriza-se como uma pesquisa descritiva. além dos níveis de satisfação dos pacientes obtidos com o tratamento. bem como quais as patologias mais tratadas e a satisfação do público atendido. A pesquisa foi realizada no período de agosto a novembro de 2010. pós-cirurgia plástica e queimaduras. 3. Foram analisados os prontuários de 863 pacientes. sexo e profissão. estrias.Tendo em vista a crescente demanda para o serviço da clínica escola de fisioterapia para a referida área. obesidade. no qual. psoríase. HDA. bem como o comprovado aumento dos serviços de fisioterapia dermato-funcional em todo o país. bem como o número de sessões realizado em média pelos pacientes. RESULTADOS A análise dos prontuários apresentou os seguintes dados sócio-demográficos: a média de idade dos frequentadores do ambulatório foi de aproximadamente 36 anos. adiposidade localizada. em todos os aspectos. cicatrizes hipertróficas. entre outras patologias estéticas e reparadoras. rugas. flacidez. sendo que a maioria do grupo era formada por estudantes e donas de casa. que investiga as variáveis sócio-econômicos e clínicas de pacientes atendidos no serviço de fisioterapia dermato-funcional da Clínica Escola de Fisioterapia da Universidade Potiguar. dois públicos com grande preocupação em relação ao corpo. constam informações sócio-demográficas e anamenese (queixa principal. úlceras. esclerodermia. de 2000 a 2009. 2. A análise sócio-demográfica constou da investigação das variáveis: idade. Os prontuários utilizados possuem fichas de avaliação e protocolos avaliativos específicos para as diferentes patologias da pele – vitiligo. que freqüentaram o serviço de fisioterapia dermato-funcional. conforme se pode observar no quadro 1 abaixo: 44 . retrospectiva. Fonte: Dados da Pesquisa A predominância do sexo feminino é ressaltada nos dados coletados.89% 89.73% MASCULINO FEMININO 0% 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2008 2009 Gráfico 1: Variação do sexo dos pacientes atendidos ao longo dos anos no serviço de fisioterapia dermato-funcional da UnP.4% no ano de 2001.94% 10.36% 81. no máximo.27% 96. o número de homens que procurou tratamento aumentou progressivamente de 2.2 0 4.6 0. Observou-se uma variação no público de pacientes que frequentou o serviço de fisioterapia dermato-funcional da Universidade Potiguar.59% 97.40% 3.6% 9 9% Quadro 1: Características sócio-demográficas dos pacientes atendidos na Clínica Escola de Fisioterapia da Universidade Potiguar – UnP Fonte: Dados da Pesquisa Verificou-se. a variação em relação ao sexo dos pacientes submetidos ao tratamento de fisioterapia dermato-funcional. formando uma trajetória ascendente no gráfico 1. também. reduzindo gradualmente até 0 % nos anos de 2003 e 2004. o percentual de homens que procurou o serviço foi de.40% 30. 45 . até o ano de 2005.10% 18.05% 100% 100% 95.Profissão Autônomo Estudante Anos 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2008 2009 FA 4 1 10 9 FR FA FR Dona de Aposentado Professor Comerciante casa FA FR FA 3 1 1 1 4 3 15 8 FR 2% 1% 3% 2% 4% 7% 9% 7% FA 7 3 5 4 2 FR 6% 4% 16% 8% 4% FA 3 3 1 2 3 4 8 9 FR 3% 4% 3% 4% 2% 8% 5% 9% Outros FA FR Total Anual FA FR 3% 30 24% 17 14% 1% 33 44% 7 22% 6 8% 46 48% 123 100% 26 38% 75 100% 10 31% 32 100% 20 36% 49 100% 48 50% 96 100% 20 44% 46 100% 56 35% 161 100% 35 33% 107 100% 8 25% 9 18% 16 33% 30 31% 12 13% 13 28% 4 9% 6% 34 21% 20 12% 8% 22 23% 12 11% 1 0.2 1 0. em relação à presença masculina no grupo.8 0.27% em 2009.1% até 30. constatando-se que. encontrando-se a seguinte descrição apresentada no gráfico 1abaixo: 1. mas houve variação a cada ano. 4.59% 69. A partir de 2005.63% 2.4 0. através do gráfico 2: 180 160 140 120 95 100 80 60 40 20 0 ANO 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 32 0 76 53 47 127 159 163 109 2008 2009 Gráfico 2: Quantidade de pacientes atendidos no programa de fisioterapia dermato funcional da UnP.A análise do numero de pacientes atendidos no ambulatório de fisioterapia dermato-funcional foi realizada ano a ano e os resultados são apresentados abaixo.60% 0-5 6 A 10 11 A 15 7. Foi possível observar um significativo crescimento da procura pela fisioterapia dermato-funcional nos últimos anos. com alterações no seu projeto pedagógico e consequente modificação do período de oferta do estágio.3 0. observado pela presença de um maior número de pacientes atendido no serviço de fisioterapia da Universidade Potiguar (UnP).4 0.5 0.6 0. devido à mudança curricular do curso de fisioterapia.1 0 NÚMERO DE SESSÕES 51. Fonte: Dados da Pesquisa.70% > 20 46 Gráfico 3: Frequência de sessões realizadas no ambulatório de fisioterapia dermato-funcional nos anos de 2000-2009. Constata-se que um maior número de pacientes foi atendido nos anos de 2001 e 2008.20 10. não houve atendimento na clínica de fisioterapia dermato-funcional da UnP.40% 16 . com respectivamente 159 e 163. Fonte: Dados da Pesquisa. É válido esclarecer que.2 0.00% 11. no ano de 2007. . Ao analisar a frequência de sessões realizadas no ambulatório de fisioterapia dermato-funcional. foi possível obter os resultados apresentados no gráfico 3 a seguir: 0.6 pacientes anuais.30% 19. A média anual de atendimentos realizados pelos acadêmicos de fisioterapia dermato-funcional ao longo desses anos foi de 95. entre outras doenças (11.97% dos pacientes procuravam a fisioterapia dermato-funcional para tratamento da adiposidade localizada. abaixo.15% 7. sendo a sua satisfação uma das formas de se avaliar as mudanças realizadas à estrutura e processo de cuidado do serviço6.60% 2% ia l 3. os dados a respeito da incidência de atendimentos destas patologias no gráfico 04: 45. que constavam nos prontuários analisados.15%). bem como da qualidade técnica das especialidades clínicas. Percebe-se que a satisfação dos usuários é de fundamental importância como indicador da qualidade da assistência à saúde. Seguem.15% a da ac si po Gráfico 4: Incidência de patologias estéticas dos pacientes atendidos na Clínica Escola de Fisioterapia da UnP Fonte: Dados da Pesquisa Avaliando-se as diferentes patologias tratadas entre os anos de 2000-2009.30% dos pacientes freqüentaram entre 1-5 sessões. obesidade (3.6%).50% 7.30% 11. 19.30% que procuravam tratamento de estrias. rugas (7. flacidez abdominal (3. afirmando que a maior parte dos pacientes que procuravam tratamento para estrias realizaram cerca de 1 a 5 sessões de fisioterapia. todas elas relacionadas à pele e anexos cutâneos. Além disso. conforme apresenta o gráfico V a seguir: Ad i Fl O ut Fl id ra s id ac de O ez Pa to l Lo be Ab tri Es da Ce ez do ca si og liz m as l lu ite s ga u R al in ad de c Fa ia s 47 . seguido de 19. A especialidade de fisioterapia dermato-funcional atende a pacientes portadores de afecções estéticas e reparadoras.0% entre 6-10 sessões de fisioterapia.Quanto à freqüência dos pacientes nas sessões de fisioterapia de 2000 a 2009. este estudo buscou analisar a satisfação e os motivos de alta e de suspensão dos tratamentos do ambulatório de fisioterapia dermato-funcional da Universidade Potiguar. flacidez facial (2%).97% 19.6%). verificou-se que 51. além do tecido hipodérmico4. observou-se que 45. observou-se a procura pelo tratamento de celulite (7.15%). Portanto. pois a qualidade deve ser construída através de planejamento de ações contínuas referidas pelos próprios pacientes. Esse resultado corrobora com Silva et al 5(2008).60% 3.50%). verificou-se que 47% dos pacientes receberam alta por abandono.3%) sempre são as que mais procuram tais tratamentos. . . Vale salientar que todos os tratamentos dispensados às mulheres são também indicados para os homens. 10.92% O IN FO R M AD O SA TI SF AT O SA TI SF AT Ó D AB AN FÉ R AP EN PO R R AS AM N ÃO PO AL TA SÃ O AL TA SÃ O IN LU C O C Gráfico 5: Análise da satisfação e motivos de alta e de suspensão do tratamento de fisioterapia dermato-funcional da Universidade Potiguar.85% 11. 4. Esse resultado difere dos dados de Silva et al5 (2008).. O resultado também corrobora com o estudo publicado por Guirro e Guirro7. Apesar da maioria feminina presente. mas com larga predominância do sexo feminino. foi observado. percebeu-se que os homens estão se tornando bastante vaidosos e buscando. Oliveira2 (2003). as clínicas de estética que oferecem tratamentos específicos. na análise dos pacientes que receberam tratamento de estrias na clínica escola de fisioterapia. rápidos e eficazes.47% 21. DISCUSSÕES De acordo com Meyer.. Fonte: Dados da Pesquisa Ao analisar o motivo de alta dos pacientes. As mulheres (84. por sua vez. provavelmente porque as alterações hormonais e ponderais podem provocar aumento de peso. 48 C O N C FI N ZE R LU U M . 6. que. no qual. Medeiros. Também foi possível constatar que a interrupção do tratamento no período das férias desestimula os pacientes.29% dos pacientes interromperam o tratamento devido aos períodos de férias acadêmicas e não retornaram. desde que com cuidados especiais adequados ao tipo de pele masculina9. cada vez mais. que cerca de 41. (2004). conforme apontam outros autores no estudo do perfil de pacientes atendidos em fisioterapia dermato-funcional8. não procuram dar continuidade ao tratamento ao retornarem as aulas. enquanto 21. percebe-se que a maior parte dos atendimentos em fisioterapia dermato-funcional é realizada em mulheres. IA IA O N R R 10% A. situação similar a encontrada nesse estudo. volume e alterações do contorno corporal.85% tiveram a conclusão satisfatória do tratamento.23% 3% IA S. em que afirmam que os tratamentos estéticos são realizados por indivíduos de ambos os sexos. com importante índice de abandono por parte dos pacientes. A radiofrequência. observa-se insatisfação com a imagem corporal e maior preocupação e desconforto com o corpo. Foram realizadas. Para tanto. e Pesq. In: III Encontro Internacional de Fisioterapia Dermato-Funcional.15. graças ao avanço da medicina aliado à tecnologia. Medeiros JO. 3 Medeiros PF. Contudo. massagens e cirurgias. têm sido defendidos. Faculdade de Saúde Pública. 12(3): 37-43.(3):263-269. Essa afirmativa foi confirmada nos achados deste estudo e reforça a importância da busca por tratamentos desta patologia. 2005. O papel do psicossocial do ambulatório de fisioterapia Dermato-Funcional na saúde da população de baixa renda. na maioria dos casos. 2 Meyer PF. Psic. Universidade de São Paulo. que não se resolve apenas com dietas controladas. 16(4): 55-61. Cavalcanti JL.2003. 2010. aumentando a procura por tratamentos estéticos. 2009 Março 05-07.: Teor. há também o problema estético. ao analisar o serviço de fisioterapia dermato-funcional da Clínica Escola da Universidade Potiguar. Levantamento Retrospectivo dos Atendimentos em Estrias do Ambulatório de Fisioterapia Dermato-Funcional da Universidade Potiguar. 2001. O abandono dos tratamentos ambulatoriais em fisioterapia dermato-funcional acontece em diversas instituições e pode estar relacionado às frequentes interrupções dos atendimentos devido ao período de férias ou mudanças na estrutura curricular semestralmente e pode ser considerada uma das limitações desta assistência 14. Oliveira SSG. out – dez. NATAL – RN. Fisioterapia em Movimento. Dec. como a lipoaspiração. eletrolipoforese. Jõao SMA. a maior parte destes tratamentos não apresenta resultados e/ou apresenta riscos à saúde do paciente12. São Paulo. REFERENCIAS 1 Milane GB. 2009. Belo Horizonte. já existem técnicas não invasivas para corrigir certas imperfeições faciais ou corporais. Editora: Phorte. tratando diferentes patologias. principalmente de adiposidade localizada. Bernardes AG. NMF.Devido ao padrão de beleza imposto atualmente. 2a Ed. Meyer PF.. Farah EA. uma grande variedade de tratamentos tópicos. Portanto. Atualmente. 4 Borges FS. Dissertação [Mestrado em Saúde Pública].: Revista Kinesia. mas exige um tratamento complementar de redefinição das formas corporais. percebeu-se que a mesma atendeu quase 100 pacientes anualmente. Fundamentos da Fisioterapia dermato-funcional: revisão de literatura. pois ela esta diretamente relacionada a doenças cardiovasculares e diabete11. O conceito de saúde e suas implicações nas práticas psicológicas. 21. 6 5 Zacainer R. Fisioterapia e Pesquisa 2006. Silva RMV. Satisfação da clientela: Um objetivo a ser alcançado pelo Serviço público de saúde. Dermato-funcional: modalidades terapêutica nas disfunções estéticas. em destaque a adiposidade.São Paulo. Guareschi. Além das doenças. ultrassom são alguns recursos tecnológicos da fisioterapia dermato-funcional que buscam tratar a adiposidade localizada13. 49 . de 01 a 05 sessões.Brasil. Cruz DRL. somado ao crescimento do número de pessoas obesas e com sobrepeso no Brasil. Jan 2007. Semin Cutan Med Surg. Kyele M. Lektrakul N. Personalité.]. 4: 263-7.Associação Brasileira de Fisioterapia Dermato-funcional. Coleman WP.51(1):65-68. Varothai S. 2007. Incidência de acadêmicos da FAG que procuram a fisioterapia Dermato Funcional para o tratamento da acne.abrafidef. Manuskiatti W.abrafidef. Natal/RN. Dec. J Am Acad Dermatol.br/quem_somos. Guirro RRJ. Investigação sobre o encaminhamento médico aos tratamentos fisioterapêuticos de pacientes submetidos à cirurgia plástica estética.org. Faculdade Assis Gurgacz. 15 14 50 . 10 11 Davis B. Recife-PE. [http://www. External Ultrasonic Lipolysis. Subcutaneous fat in normal and diseased states: 1. Fisioterapia Dermato-Funcional. James WD.São Paulo.html. Aline FPM. Gordura Localizada em homens.br/quem_somos.7 8 Guirro ECO.3a Ed. Wachirakaphan C. Trabalho de Conclusão de Curso [Graduação em Fisioterapia]. Rogério ET. Trabalho de Conclusão de Curso [Graduação em Fisioterapia]. July 2009. Non-Invasive. 12 13 Silva ACF. Manole. 53. 9 Abrafidef. AC. Mezzomo.html. Pascale MT. 7: 820-827. 2010. Avram AS. Coleman AB. Avram MM. [Acesso em: 14 de abril de 2011]. Disponível em: http://www. 2004. Universidade Potiguar. Introduction. Ramos MLV. out/dez. Journal European Academy of Dermatology and Venereology. 4: 663-70. Circumference reduction and cellulite treatment with a TriPollar radiofrequency device: a pilot study.2009. Porto Alegre. org. Daisy AAS. Oct 2005. 28. 23. Efeito da massagem clássica estética em adiposidades localizadas: estudo piloto. Fisioterapia e Pesquisa. 17(4): 352-7. 2010. particularmente no que diz respeito ao protagonismo dos usuários nesse processo.com | Martha Emanuela Soares da Silva • Mestre em Psicologia. taking as the main achievement of the analyzer IV Inter Mental Health Conference in that city in the year 2010. partindo da cartografia.tatiana@gmail. Docente do curso de psicologia da Universidade Potiguar. Grupo de Pesquisa Subjetividade e Movimentos Sociais. E-mail:leo. Protagonism. na referida cidade. fazemos um breve histórico do processo de reforma psiquiátrica brasileira. bem como da participação do Movimento Nacional da Luta Antimanicomial (MLA) nesse processo. Docente do curso de psicologia da Universidade Potiguar. Em seguida. The interest in this discussion tooks place by inserting the first author of this work in local social movements. Docente do curso de psicologia da Universidade Potiguar. nos CAPS de Natal/RN. trazemos nossa inserção na IV CSMI. Movimentos sociais.com | Leonardo Cavalcante de Araújo Mello • Mestre em Psicologia. tomando como principal analisador a realização da IV Conferência de Saúde Mental Intersetorial (CSMI). O interesse nessa discussão se deu através da inserção do primeiro autor deste trabalho em movimentos sociais locais. Como ponto de partida da discussão. CAPS. particularly with regard to the protagonism of users in this process. através de pesquisa de mestrado realizada em 2009. no ano de 2010. Psychiatric reform. no cenário da reforma psiquiátrica brasileira. we bring insertion in IV IMHC. problematizando o modo como esta ocorreu. Key words: Users. ANTIMANICOMIAL MOVEMENT AND PSYCHIATRIC REFORM: THE PROTAGONISM OF THE USER IN DEBATE ABSTRACT: This article reflects about the political participation of users of mental health network of Natal. E-mail:marthaess@gmail. enquanto perspectiva teórico-metodológica.melloufrn@gmail. Reforma psiquiátrica. Then. As a starting point of the discussion. Protagonismo.com | Tatiana Minchoni • Mestre em Psicologia. questioning how this occurred. do a brief history of the Brazilian psychiatric reform process as well as the participation of the Antimanicomial Movement (MLA) in this process. in the setting of psychiatric reform in Brazil. based on the mapping as theoretical-methodological perspective. especially in ABRASME-RN (Brazilian association of mental health). Grupo de Pesquisa Subjetividade e Movimentos Sociais.LUTA ANTIMANICOMIAL E REFORMA PSIQUIÁTRICA: O PROTAGONISMO DO USUÁRIO EM DEBATE Rafael de Albuquerque Figueiró • Mestre em Psicologia. Social movements. Palavras chave: Usuários. and the scenario of healthcare through research Masters held in 2009 in CAPS of Natal. Grupo de Pesquisa Subjetividade e Movimentos Sociais E-mail:minchoni. sobretudo na ABRASME/RN (Associação Brasileira de Saúde Mental) e no cenário da assistência.com RESUMO: O presente artigo se propõe a refletir sobre a participação política dos usuários da rede de saúde mental de Natal/RN. Docente do curso de psicologia da Universidade Potiguar. CAPS. and the present situation of the psychiatric reform. bem como o atual momento da reforma psiquiátrica. E-mail:figueiroz@hotmail. 51 . Laboratório de Saúde Mental. 52 . os profissionais e todo seu arcabouço técnico-acadêmico representam para os usuários. a nossa política nacional de saúde mental tem dado ênfase na qualificação técnica dos profissionais e serviços. quando assistíamos as primeiras iniciativas desse processo de mudança. Na década de 1980. Porém. tem-se a melhoria dos serviços e das políticas de saúde e o surgimento do Movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental (MTSM) e o Movimento Nacional da Luta Antimanicomial (MNLA). tomando como principal analisador* a realização da IV Conferência de Saúde Mental Intersetorial * O conceito de analisador diz respeito àquilo que revela as estruturas das instituições. garantindo o acesso à saúde enquanto direito de todo cidadão brasileiro. Além disso. Esses movimentos. seus conflitos instituinte x instituído.45) 53 . tal conjuntura. Centros de Convivência e os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Sem querer negar o papel que as políticas. em 2001 da Lei 10.5. Outros dispositivos como os Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT). familiares e profissionais do campo da saúde mental. tivemos uma ampla mobilização de trabalhadores da saúde e da sociedade civil em prol da criação do nosso Sistema Único de Saúde (SUS). 2004.216 (Lei Paulo Delgado). Ambulatórios de saúde mental. colocando a mostra o não dito (LOURAU. esse artigo propõe-se a refletir sobre a participação política dos usuários da rede de saúde mental de Natal-RN. – passo fundamental das políticas do campo do bem-estar social – . constituem-se enquanto principais instâncias de reivindicação pela melhoria da assistência em saúde mental no país. no cenário da reforma psiquiátrica brasileira. O analisador é quem realiza a análise. é possível refletir sobre algumas questões: qual o papel que o usuário ocupa dentro da política brasileira de saúde mental? Podemos falar de autonomia e participação política do usuário dentro dos CAPS e na política de saúde mental de uma forma geral? Dessa maneira. colocando a reforma psiquiátrica num estágio bem distante de vinte anos atrás. não é suficiente para produzir uma reforma psiquiátrica potente. que prevê a redução gradativa dos leitos psiquiátricos e a criação de serviços substitutivos como os Serviços Residenciais Terapêuticos. No bojo desse processo de redemocratização do país. agrupando usuários. por si só. INTRODUÇÃO Nos últimos 30 anos. a um número de 1620. o Brasil vem acompanhando uma série de transformações no campo da assistência em saúde mental. nos dias atuais. p. Tal conjuntura política culmina com a aprovação. a partir da década de 1990. Nesse sentido. Centros de Convivência e leitos em hospitais gerais também tem sido criados em todo Brasil. assistimos a uma gradativa ampliação da rede substitutiva. além de uma série de leis e portarias que visam a garantir o cuidado territorial e a produção de cidadania. em particular os CAPS. aproximadamente1. com uma maior organização dos movimentos sociais e da luta dos trabalhadores por seus direitos. embora não sendo os únicos. 271) Entendemos por processo vital tudo aquilo que diz respeito ao aumento das possibilidades/ potência da vida. invertendo a lógica tradicional da ciência. mais especificamente da cartografia. inserimo-nos na IV Conferência de Saúde Mental Intersetorial – CSMI (etapa estadual).. a favor do processo vital. novos modos de existência. enquanto lentes para enxergar o mundo. pesquisar exige uma tomada de posição. Saímos do ‘conhecer para transformar’ e nos posicionamos no ‘transformar para conhecer’2 (p. De uma maneira mais clara. Como afirma Rolnik5. 54 . (p. com inegável influência do pensamento de Friedrich Nietzsche3. relançar o processo? [. pensando as relações possíveis entre territórios. com nossos corpos. capturando intensidades e atentando para o jogo de transformações desse espaço.. A nossa estava conectada com o desejo de fazer valer a regra nietzscheana de expansão da vida. sempre a favor da vida. [. bifurcações. na qual. ao que se convencionou chamar de filosofia da diferença.. esse é o papel do pesquisador cartógrafo. recompor um mundo. é preciso estar atento aos discursos. principalmente. Mapear essas forças. realizada em 18 de maio de 2010. além de participarmos. como convidados. Felix Guattari. produzimos intervenções.] de ouvir as linhas de virtualidade que se anunciam e se perguntar: [.... Pesquisa-implicação. acompanhando. partimos do lugar teórico-metodológico da análise institucional.) em Natal. mas como interventores. Suely Rolnik e Pierre Lévy. cabe retomarmos alguns pontos centrais de nosso cenário atual. antes de ser um método. “O compromisso do pesquisador é com a vida. que permitam que a vida siga seu fluxo por caminhos mais potentes.(CSMI. busca dar conta de um espaço. A cartografia. mas produzindo-os2. A cartografia. enfim. Nesse sentido. A cartografia está interessada em experimentar movimentos/territórios. nossos afetos. entrevistas e do evento de uma forma geral. tem sido pensada. revolucionários.. colocamo-nos em campo não coletando dados. situa-se enquanto discussão metodológica. A cartografia é um modo de se posicionar em campo. aos gestos. pesquisa-intervenção. ao regime discursivo operante4. Para refletir sobre esse fenômeno. mas também as produzimos. as linhas e os conflitos de forças que engendram o real.”5 (p. favorecendo os processos instituintes. propondo uma revalorização da dimensão subjetiva em pesquisa. as linhas de força que compõem a paisagem psicossocial. Dar passagem aos fluxos de vida/potência. Nesse sentido. trata-se [. Uma posição ético-estético-política.] Que agenciamentos são passíveis de trazê-lo à existência.] percebendo que linhas de força pedem passagem. como o próprio nome indica. tudo aquilo que favorece o agenciamento de forças instituintes.] Uma escolha ética. Em outras palavras. não somente como pesquisadores. por autores como Gilles Deleuze. dos movimentos que venham a romper com o instituído3. Para tanto. que é mais da ordem da arte do que do método: o que ela visa é criar formas de existência. linhas de fuga. plenárias.. Para tanto. Com esse direcionamento teórico-político. Michel Serres..22). realizamos entrevistas e observações. sujeitos ativos que acompanham os processos de produção de subjetividade. tudo aquilo que se conecta com forças de vida6. com registros em vídeo/áudio dos debates. 270).. em que se adotou o lema ‘por uma sociedade sem manicômios’7 (p. Essa relação. portanto. dividido em dois grupos: a Rede Internúcleos e o Movimento da Luta Antimanicomial8 (p. etc. indignados com a situação em que a saúde pública/saúde mental se encontrava naquele momento. Esse aspecto9 (p. nos dias de hoje.178). devendo. A própria estrutura de uma conferência. cotidianamente. nos dias de hoje. por exemplo) dos usuários tendem a afastá-los da participação em eventos dessa natureza. com seu funcionamento burocrático (votação. ainda se configura de maneira técnica e desigual. Segundo o referido autor. profissionais da área de saúde. Já na década de 1980. uma das propostas da reforma psiquiátrica é a mudança na relação que estabelecemos com os usuários. o movimento ganhou força política com a participação de familiares e usuários da rede de saúde mental. oficialmente. O Movimento Nacional da Luta Antimanicomial se encontra. principalmente. ser cuidado? Infelizmente. em 1987. questionamo-nos: o que estamos produzindo. tendo a frente. a realização da IV Conferência de Saúde Mental Intersetorial – CSMI.6. deixando de ter um caráter exclusivamente técnico/assistencial. geralmente é atravessada por questões como a pouca instrumentalização política para uma potente e efetiva participação no processo político da conferência. 270) pode se relacionar também com o fato de que os usuários acostumam-se ao silêncio frente ao profissional de saúde-mental. O CENÁRIO ATUAL: AVANÇOS E RETROCESSOS Podemos afirmar que a luta antimanicomial tem início ainda na década de 1970. plenárias longas. foi uma escassa participação de usuários no processo da conferência. e o que vimos. a luta antimanicomial vem se enfraquecendo no cenário político nacional. com grupos cada vez mais cindidos e associações com pouca participação de usuários de serviços de saúde mental. acompanhamos. apoiada pelo Deputado Paulo Delgado.45). que acaba despontecia- 55 . No corrente ano. sobretudo após o II Congresso Nacional de Trabalhadores em Saúde Mental. em que de um lado há um sujeito que sabe e deve cuidar e de outro um que nada sabe. Até mesmo nas instâncias institucionais mais tradicionais de participação e decisão política. relegando o usuário ao lugar de espectador diante de processos decisórios importantes. no Brasil. e passando a incorporar usuários e familiares. pois acabam acreditando que nada sabe sobre si e sobre seu processo terapêutico. em geral. ainda sobrevive uma lógica que entende o louco apenas como uma vida patologizada.) e a condição econômica (falta de recursos financeiros para comparecer ao evento. Esse fato pode ser entendido como um simples reflexo do que é comum que aconteça durante todo o processo de participação dos usuários nos serviços: o distanciamento entre eles e as práticas institucionais. percebe-se o enfraquecimento dos usuários. no campo da saúde mental? Estamos trabalhando por uma maior autonomia e protagonismo dos usuários no processo de reforma psiquiátrica? Estamos produzindo saúde. mesas de debate. enquanto movimento da sociedade civil organizada. Nesse sentido. entendendo esta como algo que agregue esses elementos? Que saúde produzimos? No Brasil. Além disso. passível de mecanismos de controle do biopoder. Após a aprovação da Lei 10216. o movimento da luta antimanicomial tem início. Quando essa participação acontece. assistimos a um predomínio de técnicos e acadêmicos a frente desses espaços. a recusa dos demais espectadores em partilhar daquele diálogo: “vamos bater palma pra acabar logo”. inicia um caloroso discurso acerca das condições dos hospitais psiquiátricos da cidade. o preconceito e a exclusão social imposta à diferença na contemporaneidade. em 18 de maio de 2010. estudantes.44). A primeira coisa que nos chama a atenção na mesa de abertura: treze pessoas presentes. apenas um usuário. um usuário pega o microfone. A questão não é só burocrática. denunciando os muitos desejos de manicômio12 (p. do processo. propondo algo. vê-se para com aqueles. Ao conversarmos com um usuário. as políticas e programas de saúde mental. Os profissionais e acadêmicos têm um importante saber.lizando o sujeito com relação a sua própria existência e com relação aquilo que é mais valioso no seu processo terapêutico. acreditamos que a reforma psiquiátrica brasileira tem investido em equipamentos e políticas de atenção em saúde mental. a experiência de um surto. Entendemos que a estrutura da conferência não privilegia os usuários. não sabem o que significa a perda dos laços sociais pelos longos períodos de internação. etc. a realidade de um transtorno mental11 (p. é fundamental que tenhamos a forte presença de usuários nesse processo. na pele. Porque falamos de protagonismo do usuário? Concordando com Vasconcelos10. as oficinas. pois trata-se de um encontro para decidir. opinar. trazemos para discussão nosso primeiro analisador: a IV CSMI. temos. observamos. tornando mais difícil a permanência destes no processo de discussão. que tem sua etapa estadual realizada em Natal/RN. com plenárias longas. 7. da difícil relação dos usuários com a família e do abandono que. distante do contexto da saúde mental e da reforma psiquiátrica. mas não vivem. também. militante da luta antimanicomial e membro da ABRASME- 56 . as práticas e. propor os rumos da reforma psiquiátrica em nosso país. no sentido dos cumprimentos dos trâmites de abertura da conferência. não raro. 53) ainda presentes em nossa sociedade. por dentro. outros elementos para pensarmos. com uma estrutura burocrática. Continuemos com algumas considerações preliminares. que é a sua existência política em prol da garantia de direitos e de participação social. É nesse sentido que defendemos o protagonismo dos usuários. próximo a nós. a desordem. Isso sinaliza um pouco para o modo como esse espaço ‘democrático’ se organiza para pensar e discutir as questões de saúde mental. Acreditamos que. é a loucura. Mas há. ou simplesmente votando. participando dos debates. Se já não bastasse esse cenário despotencializador. Não vivem. poucos usuários participando. mas é preciso investir mais fortemente em novas estratégias e atores capazes de agenciar forças instituintes (os usuários?) a esse movimento. os serviços. porque não. Sentados na platéia. o caos da desterritorialização que. não sentem. suas necessidades. E isso que não estamos falando de um público leigo. para fazer alavancar o processo de reforma psiquiátrica. muitas vezes. A IV CONFERÊNCIA DE SAÚDE MENTAL INTERSETORIAL – NATAL/RN Nesse contexto. Ninguém melhor que o próprio usuário para pensar seu cotidiano. Ainda na abertura. reunindo profissionais de saúde mental. disse alguém. de fato. também. Avancemos. são importantes interlocutores. sem compreender. também. buscou-se investigar de que maneira vinha acontecendo práticas de ajuda mútua entre usuários. 57 . não temos ainda associações de usuários. no saber acadêmico. A ajuda mútua. perde potência 13. Como vem sendo pensado o cuidado nesses espaços? Que tipo de produção de subjetividade temos no cotidiano de um CAPS. voltado à dimensão biológica do sujeito. de produção de vida. Às vezes a gente diz: vamos convidar o pessoal do CAPS. norteado por questões técnicas/tecnológicas e. sua dimensão cuidadora e. já ali dentro.-RN. logo. uma possível via para pensar esse problema pode ser o modo como vem se processando o cotidiano desses usuários dentro dos serviços substitutivos. eles não estão preparados. participação e instrumentalização política dos usuários deve ser uma via a ser pensada. e isso não acontece. passamos a pensar: como tal estado de coisas se produz? Que movimento produz a ausência dos usuários desse processo? Como se produz a apatia e a exclusão? Conforme já sinalizado na fala supracitada. espaço de cuidado. por exemplo? 8. movimentos) capaz. Partindo de uma problematização acerca dos modos tradicionais de cuidado em saúde/saúde mental.73).. Ai o pessoal que trabalha lá diz: ‘Ah. entendemos o cuidado como um dispositivo (que dispara processos. Deve produzir resistência. com isso. Nesse sentido. Para além disso. sobre essa ausência de participação e protagonismo na conferência. essencialmente. O cuidado deve resistir. no mínimo.. um dos elementos pra se pensar o aumento de empoderamento* de portadores de transtornos mentais. este nos traz algumas questões: “o usuário participa quando tem alguém que acredita nele. principalmente. produção de bem-estar físico e psíquico. principalmente. pode ser definida como o acolhimento. cuidar produzindo protagonismo. particularmente no Rio Grande do Norte. Percebemos que o cuidado em saúde/saúde mental tem se centrado. O COTIDIANO DOS USUÁRIOS NO CAPS Entendendo o CAPS enquanto espaço de produção de saúde. esse se torna um elemento importante a ser problematizado. No nordeste. então. também como aponta o autor13 (p. O protagonismo do usuário no processo de reforma psiquiátrica tem sido considerado problemático11 e uma mudança de direção parece algo distante.. algumas situações e movimentos observados indicam. pra essa reunião’”. 2007). ou grupos de ajuda e/ ou suporte mútuo.. autonomia e participação política de grupos historicamente excluídos (VASCONCELOS. nesse sentido. Durante a inserção do primeiro autor deste trabalho nos CAPS de Natal/RN. no contexto de sua pesquisa de mestrado em 2009. nos CAPS da cidade. uma apatia e falta de articulação entre os usuários. o cuidado em direção ao outro que passa por uma mesma problemática. de produção de subjetividade e principalmente de singularização. Diante de tal conjuntura política e subjetiva. entendendo a saúde enquanto algo relativo à remissão de sintomas. Tais * O empoderamento consiste no ganho ou aumento de poder. se quer temos um número significativo de usuários engajados nos debates e no processo de reforma psiquiátrica local. E. Tal perspectiva tem perdido. . do cheiro de cigarro”16 (p. agora. um primeiro ponto a ser explorado aqui diz respeito à heterogestão. Um equipamento de saúde só tem sentido com a presença de seus usuários. autonomia.iniciativas podem caminhar na direção do suporte mútuo (ajuda concreta nas atividades do cotidiano) e da organização política de usuários11. que promove a dependência. o que nos provoca enorme incômodo enquanto pesquisadores e militantes da reforma psiquiátrica. pelo menos enquanto usuários do serviço. andamos pelos corredores. excluídos. “Nestes dias de planejamento. buscamos refletir como o cotidiano dos serviços substitutivos atua. repensar o que vinha acontecendo até então. age na direção da desarticulação e enfraquecimento deste coletivo. que. o controle sobre a vida cotidiana dos usuários é um elemento que opera um dispositivo de gestão de suas vidas. talvez. presente no atual contexto brasileiro: a ausência de usuvários no cenário político da reforma psiquiátrica brasileira. já que tal conjuntura. desagregação. o autor16 se depara com um momento em que os técnicos propuseram se reunir para planejar as oficinas. explorados. Segundo a coordenação. Durante a realização de sua pesquisa. Tal concentração de poder na figura do técnico colabora para a manutenção das relações de tutela frente à loucura. a presença exclusiva de técnicos. A desarticulação vista no CAPS pode. demantadários de bens elementares à sobrevivência. colocando os grupos e comunidade como protagonistas de seus trajetos em suas histórias e contextos. Entende-se a categoria do empoderamento como processos de mobilizações e práticas destinadas a promover e impulsionar grupos e comunidades. mais especificamente no que diz respeito ao saber dos profissionais de saúde sobre o usuário. A inserção em campo sinalizou para uma ausência de movimentos de ajuda mútua entre usuários. visando seu crescimento. 15. O serviço estava vazio. sobre aquele coletivo. colabora para produzir esse tipo de cenário. um funcionamento estático e definido pelos técnicos. não faz parte da realidade de um CAPS e. no CAPS. pensar outras estratégias para avançar nos projetos terapêuticos de cada usuário. melhora gradual e progressiva de suas vidas. Refletindo sobre esse fenômeno. sentimos falta dos usuários. A perspectiva do empoderamento traz. já que são as suas vidas que estão em jogo16. em nossa opinião. o serviço fecharia as portas aos usuários e faria apenas expediente interno. Como pensar o cotidiano de um equipamento em condições irreais? Irreal no sentido de extra-cotidiano. 58 . de saber. quando são os usuários quem deveriam ter maior possibilidade de gestão e invenção das atividades. acreditamos que a ausência de ajuda mútua entre usuários se coloca enquanto outro importante analisador de um fenômeno bastante problemático. Apatia. sem usuários e essa seria a condição durante toda a semana. percebemos o silêncio. O que se percebe nos CAPS pesquisados é uma estrutura rígida. A posse dos meios de regulação e funcionamento do serviço. e despotencialização política das comunidades e coletivos em nossa sociedade 14.112). a possibilidade de construção de ações determinadas a promover a integração e potencialização de grupos historicamente subalternizados. muitas vezes. ou seja. ausência de articulação política de qualquer tipo. do burburinho. principais atores (ou pelo menos assim deveria ser) daquele espaço. Nesse sentido. Nesse sentido. que. acaba fazendo funcionar um dispositivo de poder e. No CAPS. ser explicada pelo modo como esse equipamento opera e intervêm na vida cotidiana dos usuários.. também. conseqüentemente. são os técnicos quem coordenam e decidem como o serviço deve ou não funcionar. nem deve fazer. das risadas. construindo uma lógica oposta ao tradicional assistencialismo. a intenção era fazer com que ela se desligasse mais facilmente do serviço. cada vez mais distantes da realidade cotidiana daqueles sujeitos17. Acrescente-se a isso.O incômodo se justifica também por acreditarmos que aquelas pessoas possuem um saber valioso sobre suas situações de vida11. que as pessoas encarregadas de gerir o cotidiano dos serviços e. o que acontece aqui é a produção de sofrimento. ou referentes aos projetos terapêuticos de cada usuário) surgiram alguns elementos para se pensar esse fenômeno. com toda a equipe. 121). que estes se apropriem destes dispositivos. porque não. mas de navegar por entre linhas de tempo. já que “eles estão próximos demais” (p. Segundo a coordenação. sendo capazes de colocá-lo em prática em seus cotidianos para pensar não só sua condição de saúde e respectivo tratamento como suas próprias existências. Segundo o referido autor16. assim. são profissionais de diversas áreas. Outro elemento importante para se pensar a desarticulação dos usuários do CAPS é a proposta e o modo como a clínica vem operando nos serviços16. de suas próprias vidas. (re)criando-os e criando condições de funcionamento. que lhe é bastante próximo. gerirem sua própria existência. Então. Trata-se não só de ocupar-se com outros espaços. construtores de suas realidades. Os usuários são convidados a participar dos processos decisórios não como sujeitos ativos. aquela que se ocupa de espaços adjacentes aos já tradicionais espaços destinados à clínica. que não coincidissem com os dias de um outro usuário. suas demandas. em última instância. que atendam. ou de uma concepção do que seja terapêutico neste serviço. estes vínculos se tornam agora um inimigo a ser combatido. talvez. como uma clínica nômade. Antes de se pensar em saúde. decidiram por mudar seus horários para dois dias. cada vez mais especializados (seguindo as exigências do mercado). planejam a despotencialização do coletivo. Assim. mais permissivo à possibilidade de co-gestão dos CAPS por seus usuários.84). nas reuniões de passagem (que acontecem entre um turno e outro de trabalho. pensando sempre em construir modos de existência “não doente”18 (p. devemos pensar outras formas de produzir cuidado. Para fortalecer movimentos instituintes. mas como espectadores passivos do processo de gestão do serviço e. a vida dos usuários. no sentido concreto. A nosso ver. se o objetivo do CAPS é promover a alta do paciente e se este se prende ao serviço por possuir vínculos de amizade. o que acontecia dentro do serviço era a invalidação da capacidade dos usuários de pensarem seus cotidianos. permitindo. além da desarticulação e enfraquecimento político daqueles sujeitos. Ao discutirem sobre o contrato de uma usuária. Dessa forma. O usuário encontrava-se ali infantilizado frente a seu processo de tratamento17. o que dificulta qualquer posição de autonomia e empoderamento frente às questões que dizem respeito à sua vida. da melhor maneira possível. Essa atitude tem espaço por se dar em nome de uma proposta terapêutica. Muitas das atitudes dos profissionais do CAPS (em particular dos profissionais psi) são em nome de um “projeto terapêutico”. agindo de formas cada vez mais específicas e sobre recortes da realidade. discutindo questões organizacionais. o que dificulta qualquer prática com sentido de empoderamento. defendemos um modo de funcionamento do serviço que seja mais flexível. devemos pensar a clínica. refletirem sobre seu próprio tratamento. Nesse sentido. de uma determinada concepção de clínica para aqueles sujeitos. talvez. compreendendo estas enquanto uma certa conjuntura de forças que se concretizam em um certo modo de existên- 59 . espacial do termo. formas não dissociadas da produção de vida. como já mencionamos. se é uma luta de toda sociedade. para repensar os atuais rumos da reforma psiquiátrica brasileira. articulando potências. Clínica essa que é de qualquer lugar. à realidade apresentada no início dessa comunicação. Voltemos. social. é a ausência de protagonismo dos usuários. trazendo o novo. interessa a essa perspectiva clínica produzir novos modos de subjetivação. A imagem que nos marca desse evento. muitas vezes. dos Loucos e de todas as pessoas que passam ou passaram por situações de opressão. “a luta antimanicomial vem sendo boicotada por alguns segmentos da sociedade”. agindo na direção da produção de saúde e autonomia. a dificuldade que os serviços têm de funcionar com práticas que favoreçam o empoderamento dos usuários. certo desconforto em nós. os diversos segmentos (peincipalmente os usuários) tenham espaço. adaptando subjetividades ao modo de ser dominante e psicologizando a vida cotidiana. “é uma luta de toda a sociedade. “A vida se torna resistência ao poder quando o poder toma como objeto a vida”20 (p. opera de maneira a-histórica. que provoca agenciamentos. Ainda segundo o mesmo usuário. rupturas com as forças repressoras instituídas. 99). passar do plano da potência para o plano do concreto. que se exerce deixando um pouco de lado nosso aparato técnico “psi”. inventando. uma clínica nômade. Problematizamos isso por acreditarmos que a Luta Antimanicomial é. em instituições psiquiátricas ou não. Disso nós até sabemos. A IV CSMI. de onde vem esse boicote? Dos profissionais? Gestores? Temos uma cisão no atual movimento da luta antimanicomial? Que interesses estão sendo defendidos? Será o dos usuários? Não pretendemos responder tais questionementos. bem como da reforma . rompendo com as históricas relações de tutela. Produção de potência. de existência. a invenção. a autora defende uma proposta clínica. E é justamente nos encontros. dee possibilidades. talvez. CONSIDERAÇÕES FINAIS O que endendemos por saúde? O que entendemos por produção de saúde? Os resultados discutidos apontam não só para a dificuldade de se materializar relações de ajuda mútua entre usuários mas. principalmente. agora. resistindo19. que o acontecimento tem a possibilidade de se atualizar. A mesma clínica capaz de se articular pelo controle da vida tem a potência de agenciar a vida e resistir a esse poder19. qualquer clientela. não pode baixar a guarda”. É nesse sentido que afirmamos um outro modelo de clínica para a reforma psiquiátrica. 60 O empoderamento dos usuários dos serviços de saúde mental é de fundamental importância para se pensar o avanço do movimento da luta antimanicomial. o que Romagnoli19 propõe é uma clínica articulada a esses princípios de resistência. militantes. que atue provocando acontecimentos. que atravessam a temática da loucura. acreditando na singularidade dos territórios existenciais.cia. agindo pelo princípio do acontecimento. possibilitando contato e acreditando na potência da diferença. 9. conexões. acreditando no acaso. é preciso que. Nesse sentido. Como disse um usuário na referida conferência. sobretudo. Criticando a clínica tradicional que. no “entre”. mas. mas causar. principalmente por entender a saúde enquanto fluidez deste processo. ao passo que a doença consistiria no emperramento do mesmo. Mas. Nesse sentido. uma luta dos usuários. Potência criadora de vida. de fato. Peixoto. TMG. já que a saúde que acreditamos. E.). Vivência. Cartografias e Devires: A Construção do Presente. Porto Alegre: EDUFRGS. como um problema de saúde. PG. TMG. Fonseca. 2009. 61 . Porto Alegre: Sulina. Produzir dispositivos de auto análise e auto gestão é fazer clínica. Brasília.saude. principalmente.br/portal/arquivos/pdf/caps_por_uf_e_tipo_em_31_de_janeiro_de_2009. 6 Rolnik. PT. Maringá. 7 Amarante. Disponível em: http://portal. L. In: Kirst. sobretudo os serviços de saúde mental. Precisamos estar atentos à indissociabilidade da clínica com a política. deve ser encarada. 2 Passos. Porto Alegre: EDUFRGS. S. Psiquiatria. atualmente liderada por técnicos e intelectuais do campo da saúde mental. que produzir vida é fazer clínica. 3 Kirst.. Porto Alegre: EDUFRGS. 259-272. ausência do cenário político e de controle social e enfraquecimento da Luta antimanicomial. Rio de Janeiro: Fiotec/Fiocruz – EAD. [Acesso em: 2010 Jan 15]. (Orgs. Dispositivos associativos de luta e empoderamento de usuários. mas uma saúde que esteja atrelada à idéia de autonomia. p. D. 4 Mairesse.. PG.não está ligada somente a remissão de sintomas. e Escóssia. 2003. A problemática presente no contexto da reforma psiquiátrica brasileira.gov.91-102. na tentativa de produzir saúde sim. Perceber que agenciar força ao movimento da luta antimanicomial é fazer clínica. familiares e trabalhadores em saúde mental no Brasil. 8 Vasconcelos. Conhecimento e cartografia: Tempestade de possíveis. Fonseca. EM. TMG. Número de Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) por tipo e UF e Indicador. p. 290p. também. (Orgs. enquanto profissionais de saúde ou não. 2009. C. empoderamento e participação política. Pistas do método da cartografia. 193p. (Orgs). controle e modulação no contemporâneo. Pesquisa-intervenção e produção de subjetividade. Perceber. In: Kirst. Kastrup. 2009. É nessa direção que acreditamos que deva caminhar os serviços de saúde. 5 Kirst. REFERENCIAS 1 Ministério da Saúde (Brasil). de pouca articulação política entre usuários. Porto Alegre: EDUFRGS. 209p. V. saúde mental e biopoder: vida. Cartografias e Devires: A Construção do Presente. dentro ou fora dos serviços de saúde. (Orgs). PG.pdf. Saúde mental: políticas e instituições: programa de educação à distância. Psicologia em estudo. 32:173-206. 2003. P. et al. Cartografia sentimental: transformações contemporâneas do desejo.. 2006. Ministério da Saúde.. 2007. Cartografia: do método à arte de fazer pesquisa. 2003. Temos que repensar o modo como operacionalizamos o cotidiano dos serviços substitutivos. PG. Cartografias e Devires: A Construção do Presente.psiquiátrica. Fonseca. E é nesse contexto que devemos estar atentos ao que produzimos. 102 p. 14 (2): 267-275.). 9 Rauter. 2003. Fractal. Da repetição à diferença: construindo sentidos com o outro no mundo do cuidado. Rev. 45-58. In. S. MG. al. Dissertação [Mestrado. São Paulo: Paulus. teoria e estratégias.em Psícologia] – Programa de pós-graduação em psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. p. Lavrador. LD. EM. 32 (78-80): 27-37. 2003. Rio de Janeiro. Natal. 384p. afecção & cuidado em saúde. 1988. v. 2006. VC (Orgs. Rio Grande do Norte.). 20-31. 1997.10 Vasconcelos. 2008. São Paulo: Casa do Psicólogo. Machado. costa-Rosa A. et. Gohn. 19 20 62 . EE. Texturas da psicologia: subjetividade e política no contemporâneo. Enfoques conceptuales y técnicos en psicología comunitaria. MQ.). MEB. 18 17 Rolnik. Barros. Loucura e subjetividade. 60-75. Saúde em Debate. Semiótica.. Lavrador. 2009. São Paulo: Hucitec.). Foucault. MCC. Psicología social comunitária.. RC. p. Algumas reflexões acerca da clínica social. Merhy. São Paulo: EDUC. EM./dez. 2008. In: Machado. Saforcada & JC. Ajuda Mútua no CAPS: o papel do serviço no empoderamento dos usuários. p. 151p. 2010. 145 p. Psicol. In: E. 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E-mail: fernandakallyne@unp. we saw the importance to work this subject. na maioria das vezes. Palavras chave: Violência contra mulher. Observamos que essa violência é decorrente das desigualdades entre homens e mulheres e que. é causada pelo uso de álcool. uma vez que estamos apoiadas e/ou balizadas em conhecimentos teóricos mais atualizados. VIOLENCE AGAINST WOMAN: UNDERSTANDING OF THE MEANINGS AND ATTITUDES TOGETHER THE WOMEN AND TO THE PROFESSIONALS OF NURSING ABSTRACT: Based in the existing violence in the City of Baraúna. facilitating for us a better understanding to work this problem with safer professional interventions. drugs and jealousy. bem como investigando/analisando os prontuários delas. where our supervised period of training happened. ocorre no espaço privado. therefore most of the time suffer has been silent as they find difficulty to be enough in the situation. local onde aconteceu o nosso estágio supervisionado. haja vista ser um fato que faz parte do dia a dia das pequenas e grandes cidades e que. Construímos nossas reflexões a partir da aplicação de questionários junto a elas. research. possibilitando-nos encontrar melhores estratégias de intervenção diante de tal problemática. Violência física. E-mail:mariaevilane10@gmail. social e psicológico. and also in many action that causes death. o que nos permitiu a construção de novos conhecimentos e melhor compreensão das causas e efeitos da violência contra a mulher. Foi dado enfoque às mulheres assistidas pelas unidades de saúde da cidade de Baraúna. geralmente. since much omission on the part of the victims exists.com | Fernanda Kallyne Rêgo de Oliveira Morais • Assistente Social. drogas ilegais e ciúme. we study this type of violence in the Units of Health of the city of Baraúna/RN. reaching the women of all the ages. Mestre em Avaliação de Políticas Públicas – UFC e Professora da Universidade Potiguar – UnP. In this. 63 . como também danos morais e/ou patrimoniais. Violência psicológica. what allowed to the construction of new knowledge and better understanding of its cases and the effects of them. Key words: Violence against woman.VIOLÊNCIA CONTRA MULHER: COMPREENSÃO DOS SIGNIFICADOS E ATITUDES JUNTO ÀS MULHERES E AOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM Iatamura de Fátima Barboza Pereira • Graduanda em Enfermagem pela Universidade Potiguar – Campus Mossoró. Tivemos a oportunidade de comparar o conteúdo de algumas literaturas com a realidade das mesmas. relataremos a vivência com mulheres vítimas de violência que buscam atendimento na Unidade Básica de Saúde Izaú Barboza e no Centro de Saúde em Baraúna/RN. mainly against the women. has seen to be a fact that is small part of day-by-day of the cities. sofrimento físico.in most of the time those problems are caused by the use alcohol. Curso de Enfermagem. fazendo-nos sentir mais seguras. Psychological violence. considerando que essa ação causa morte.com | Maria Evilane de Oliveira Lima • Graduanda em Enfermagem pela Universidade Potiguar – Campus Mossoró. Neste trabalho. physical suffering. we made this through applied questionnaires and also investigating some other literature about the cases with the reality of these women has been occurring. We observe that this violence is not based only on physical aggression. atingindo mulheres de todas as idades. because they feel shame or they depend emotionally or financially on the aggressor and they look for to deceive itself finding that it will not happen anymore or to be guilty. Physical violence. E-mail:iatamurabarbosa@yahoo. Campus Mossoró/RN. Since this violence is recurrent of the inequalities between men and women that generally occurs in the private (home) space. 64 . pois. seja por medo. é imprescindível o empenho da sociedade. tornando-as inseguras. afloraram uma gama de discussões acerca da problemática que vivenciamos em relação à violência contra a mulher e as evidências nos mostram que esse problema é de caráter público e social. podendo. Hoje. revoltadas. e ofendendo-as física e/ou moralmente. podemos dizer que. as mulheres sofrem essa violência desde criança. restringindo-lhes a liberdade. como a violência sofrida pela mulher não tem distinção de raça. causador de agravos à saúde. e que as vítimas desse problema são afetadas física e psicolo- 65 . É percebível que essa é uma realidade em todas as classes e meios sociais. reprimindo-as. Em geral. INTRODUÇÃO A violência contra a mulher é um fenômeno social.10. depressivas. recentemente. É indiscutível a violência de gênero predominante em muitas famílias. pois observamos que ela é fruto de uma sociedade que subordina o sexo feminino. para haver o combate a essa violência. Os tipos mais freqüentes de violência contra a mulher são os que ocorrem na relação conjugal e/ou parental. religião. seja física. é percebível que. Os reflexos deste mal atingem as suas vítimas. as vítimas dependem emocional e financeiramente do agressor. prevalecendo. na maioria das vezes. a omissão. A condição feminina tem sido alvo de infindáveis preocupações. as mulheres ainda são discriminadas pelo simples fato de ser mulher. apesar do aumento da participação feminina na vida política. entre pessoas de diferentes culturas. É possível dizer que a diferença existente entre mulheres de condições sociais diferentes é que as de maior poder financeiro nem sempre afirmam ser vítimas de algum tipo de violência. Pode-se dizer que a violência representa um desafio para as organizações que prestam serviços de atendimento às mulheres que se encontram em situação de risco ou que tenham sofrido as consequências de um ato de agressão. seja moral. porém. o mundo passou por grandes mudanças de hábitos e costumes. seja até mesmo por dependência financeira. Dessa forma. fazendo com que se sintam coibidas de denunciarem essa agressão. cultural e econômica. ocorrer em qualquer ambiente. devido aos mitos e preconceitos que resultam de séculos de relações desiguais de poder entre homem e mulher. assim. vergonha. e esse tipo de violência ocorre em todas as classes sociais. e que as consequências geralmente são as mesmas. isoladas e com baixa estima1. graus de escolaridade. idade ou qualquer outra condição. religiões ou profissões. Nos últimos anos. assim. é uma das principais causas de sofrimento físico e psicológico da mulher. ocupando espaço nas mais diferentes profissões. tendo em vista que. pesquisas apontam que. em que seja viabilizada uma forma de contribuição que minimize esse problema de violência. a ter distúrbios da sexualidade. e quais os sistemas de garantia existentes capazes de proteger essas mulheres. na tentativa de melhorar esse problema. o profissional de saúde precisa ter um olhar voltado para essas mulheres. depressão. Além da saúde. principalmente por causa do preconceito ainda estabelecido por parte da sociedade. neste trabalho. procurando sempre analisar as questões das mesmas. pois somente assim elas se tornarão capazes de mudar o quadro de risco e vulnerabilidade em que se encontram inseridas. contemplam a submissão e a restrição dos seus direitos sociais. socialmente. uma estratégia. destituindo. atendendo-as bem. também assegurar-lhes o direito à segurança. influenciando os diversos aspectos que caracterizam a inserção social dessa mulher que busca uma melhor qualidade de vida. dessa forma. por medo de enfrentarem a sociedade sozinhas. Sabemos que essas agressões físicas e psicológicas são reflexos de suas crenças e educação. mesmo agredidas. Diante dessa problemática. diante de tais fatores. possam melhorar sua autoestima. procuraremos relatar quais os aspectos físicos e psicológicos das mulheres vítimas de violência. Assim. suicídio. também são violados os seus direitos de integridade física e mental. no Brasil. podemos dizer que. ironicamente. dando-lhes orientação que as ajude a resolver ou minimizar os seus problemas. o direito que elas têm de serem respeitadas. Somente este ano.gicamente e. Tais atitudes acabam por trazer a desvalorização no âmbito das próprias vítimas. 14 mulheres foram brutalmente assassinadas no estado do Rio Grande do Norte. muitas vezes. assim. quando acometidas. insegurança. Esse aspecto deverá ser destacado. preferem esconder o problema. à prostituição. da sua própria cidadania. para que. As mesmas tornam-se assiduamente frequentes nos serviços de saúde e geralmente com queixas vagas (sem diagnósticos) e se apresentam com medo. na tentativa de subverter os espaços dessa mulher2. Assim sendo. com respeito e solidariedade. educação e à cultura. e. possa ser organizada. incerteza. Pode-se dizer que ocorre a violação desses direitos e. podemos destacar a violência contra as mulheres no âmbito da saúde. com vista à compreensão de questões que envolvem a violência contra a mulher. bem como à qualificação profissional. principalmente no que se refere à participação efetiva da vida daqueles que tentam ludibriar a si próprios. e que se torna pior quando tal preconceito não é admitido. muitas ainda se omitem. Aliado a esse número. haja vista que. habitação. Dessa forma. qual o motivo que as levam a não se mostrarem e lutarem pelos seus direitos. desconfiança. a cada 15 segundos. doenças ginecológicas e doenças sexualmente transmissíveis e chega. Cada vez mais vivenciamos esse tipo de violência urbana e interpessoal e. uma mulher é vítima de violência. Outro desafio é o de dar poder a essas mulheres em situações de violência. garantindo-lhes a consciência e o exercício pleno de sua cidadania. assim. Essas mulheres são reflexos de uma sociedade machista e discriminatória. além de lesões físicas. podemos constatar que essa mulher vítima de violência está mais propensa ao uso de drogas. Segundo3. dor. frustração. há o fato de que existem apenas seis Delega- 66 . além das desigualdades sociais e econômicas. como também banalizam esse assunto. de fato. procura mostrar a dificuldade que as mulheres vítimas de violência têm em romper o relacionamento. essa condição é desrespeitada. Dessa forma. os aspectos bibliográficos. aprimoramo-nos em alguns autores. o mesmo e. já que a perda dos direitos configura-se sob todas as formas. tornam-se incapazes de limitar ou prevenir a violência. assume uma aparência de atos rotineiros. em muitos momentos. já que faz parte do dia a dia do ser humano. ainda mais. Apresenta-se como um dos subprodutos da criminalidade. isso tudo dificulta o combate aos crimes praticados contra as mulheres. tornando-se alvos fáceis para todos os abusos. podemos dizer que este trabalho constitui-se em algo relevante. passando aos que lhe são próximos. é entendida como uma ameaça à integridade física e moral da vítima. ao mesmo tempo. pois são guerreiras e. realizando. primeiro. para a existência da omissão. socialmente. atribuem causas internas instáveis e controláveis relacionadas ao agressor. em suas particularidades. que nos mostram que a violência chega a um desfecho mais crítico. Quando falamos sobre a supremacia da essência da mulher. para que seja representada. muitas vezes. e também à sociedade. bastante rotineira na vivência feminina. no município de Baraúna. diariamente são registrados cerca de 15 ocorrências de agressão às mulheres. Avaliamos. bem como do contexto social onde ocorre. uma imagem sem sofrimentos. defendendo. dessa forma. tendo em vista que esta violência não aparece destacada em seus corpos e. tra- 67 . de certa forma. Em suas reflexões5. tais fatos só são registrados nos serviços de saúde. dessa forma. pois defende a existência de uma contradição diante da condição feminina. a sua identidade de mulher submetida à violência por parte dos homens. resignadas com a marca. Outro aspecto a ser lembrado é que. já que é fruto de complexas relações entre indivíduos. Para um melhor embasamento. procura mostrar que a violência. compreender a problemática e. como4. desvinculando-se. considerando-se. visto que abordamos uma temática muito complexa. não se dão conta de que. seja por outra pessoa. um estudo rigoroso e científico. é avaliada e caracterizada pela individualidade. assim. dessa forma. os danos graves das mulheres vítimas de agressões. entretanto. isto é. porém. bem como a dos profissionais de enfermagem que lidam diretamente com essa problemática foi o relato da experiência. Já em Mossoró R/N. para que pudéssemos. seja pela sociedade. da violência submetida. Outra autora que merece destaque6. não existe delegacia especializada em atendimento às mulheres. podemos observar que elas sempre procuram enganar-se arcaicamente. social e cultural. quando enfrentam as mais diversas manifestações de violência doméstica e familiar. que vivenciamos no dia a dia. contribuindo. A metodologia escolhida para descrever a realidade vivida por mulheres vítimas de violências. já que é propiciada às mulheres uma sensação de que devem ser respeitadas.cias Especializadas no Atendimento à Mulher (DEAM). essa realidade não é diferente. e já que. assim. justificam a agressão utilizando-se de argumentos ultrapassados. do contexto político. econômico. na história da nossa sociedade. principalmente quando são vitimas da violência simbólica. mas. no próprio corpo. enraizando-se no cotidiano e. Em sua teoria7. a cada momento. delineando-se de diversas formas. psicológica e sexual. constituindo uma das mais antigas e amargas expressões de gêneros9. em que. ainda há omissões de denuncias por parte dessas mulheres vítimas de violência. na família. estão consubstanciadas as vivências entre as estagiárias de enfermagem e as mulheres e profissionais da Unidade Básica de Saúde Izaú Barboza e do Centro de Saúde de Baraúna. muitas vezes. A10 evidencia que tais fatos são reco- 68 . já que a violência contra a mulher ocorre. devendo ser combatido no mundo inteiro. DELINEANDO SOBRE A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER A violência contra a mulher é um ato que tem diversos significados. destruindo a imagem de segurança. principalmente. legais. sendo que. aprendida e reproduzida desde as relações primárias. de certa forma. nas empresas ou em instituições públicas. e classes sociais e. o homicídio é a manifestação mais extrema. afetando profundamente a capacidade de julgamento e confiança de cada um. Essas formas geralmente não se produzem isoladamente e sim fazendo parte de uma sequência que cresce diante de vários episódios. Produzem danos intensos e devastadores. assim. o que exige conceitos que expliquem as suas diferentes dimensões. são irreparáveis. A violência afeta mulheres de todas as idades. provoca o aumenta dos riscos de prostituição. evidenciando. provém de problemas sociais. Apesar da gravidade desse problema e também do crescimento alarmante de agressões físicas e morais. principalmente à saúde física e mental. presente na cultura. de uso de drogas e de outros danos.zer à discussão os aspectos éticos. já que essa violência pode se manifestar de diversas formas e com diferentes graus de severidade8. e colocando a mulher em uma posição social de inferioridade e submissão ao homem. no ambiente doméstico e. muitas vezes. traz muitos agravos. uma expressão abrangente. raças. e as políticas existentes relacionadas à violência contra a mulher. como também à aprendizagem. Para compreendermos essa violência. Neste relato. incluindo diferentes formas de agressões à integridade corporal. tendo em vista ser utilizado para nomear desde as formas mais cruéis de torturas. A violência contra a mulher é um problema de saúde pública. hierarquizando as relações entre os sexos. Muitas mulheres sentem dificuldades de romper com essas situações de violências. o que torna a violência um fenômeno cada vez mais complexo. mas abala o senso de identidade. o agressor é o seu companheiro8. na maioria das vezes. por acreditarem que estão sendo punidas por não cumpriram com o seu papel de esposas. 11. que têm lugar no cotidiano da vida social. É notório que essa violência é um fenômeno social. econômicos. por não se sentirem seguras. devemos levar em consideração as condições sociais que a geram. que se justifiquem dentro das normas culturais que regulem e organizem as relações de gêneros. muitas vezes. políticos. já que. até as mais sutis das violências. ambas localizada no Município de Baraúna/RN. Qualquer forma de violência influencia não só na saúde física e emocional. em que evidenciam tais atitudes e comportamentos. já faz parte do nosso cotidiano. inclusive o direito de protesto e de clamor por justiça e mudanças. principalmente no âmbito da saúde. “a violência no mundo de hoje. de certa forma. elaborados nas décadas de 30. Nessa data. ainda permanecem relações significativas de desigualdades entre ambos os sexos. Atualmente. pois a violência emocional. foi incorporado às Políticas Nacionais de Saúde. ou porque alguém achou que a mulher deveria ser homenageada e sim porque. até mesmo o dia internacional da mulher. tocaram fogo no prédio e 129 mulheres morreram queimadas. situando-se abaixo apenas das doenças cardiovasculares. Conforme os escritos de13 o fenômeno da violência contra a mulher tem se revelado muito complexo e de difícil solução. resolveram fazer uma greve em protesto contra a jornada de 16 horas de trabalho e contra os baixos salários a que tinham de se submeter. também se devem lembrar a luta pela igualdade e pelo respeito às diferenças entre homens e mulheres. sendo limitado. 69 . no dia 8 de Março de 1857. as operárias de uma fábrica de tecidos de Nova Iorque. nas primeiras décadas do século XX. não aprenderam a se reconhecer como definitivamente iguais em direitos e aspirações. a partir de 1989. que as mulheres vêm sustentando na cidade e no campo em todo o mundo11. Podemos dizer que essa violência. Essa situação dá origem a sérios problemas. Esse dia é tão importante que. nos últimos anos. Como afirma5. sendo o mais grave deles a violência contra a mulher. mesmo assim. em Copenhague. pois está tão arraigado na nossa sociedade que frequentemente parece invisível. os direitos sociais que a história e a cultura dedicaram aos homens durante séculos. para se transformar numa forma de ver e viver no mundo”. Os programas materno-infantis. seres distintos que. física ou sexual afeta uma em cada três mulheres em algum momento de suas vidas e. foi oficializado “O dia Internacional da Mulher”. essas mulheres estão conquistando. o Programa de Assistência Integrada a Saúde da Mulher – PAISM. nesse período. alterando visivelmente o modo de vida das pessoas. Elas se tornaram o símbolo da luta por todos os direitos.nhecidos como um problema de direitos humanos. nos Estados Unidos. A mídia vem sempre mostrando que a violência existente no mundo é alarmante e geralmente acontece no âmbito urbano e é mais evidenciada pela desigualdade ocasionada pela má distribuição de renda. chamaram a polícia. parece tão estranhada em nosso dia-a-dia que pensar e agir em função dela deixa de ser um ato circunstancial. desde 1975. 50 e 70 traduziam uma visão restrita sobre a mulher. A luta também é por um mundo que erradique todas essas formas de violência contra as mulheres. pela educação e pelo cuidado com a saúde dos filhos e demais familiares. durante a II Conferência Internacional das Mulheres Socialistas. Sabemos que tudo que a mulher conquistou até hoje foi com muita luta e sacrifício. No Brasil. Somente em 1910. de acordo com4. responsável pela criação. a ONU o assumiu em seu calendário e o promove. No Brasil2. baseada em sua especificidade biológica e no seu papel social de mãe e doméstica. a maioria delas era Italiana e muitas de origem Judia11. na Dinamarca. às demandas relativas à gravidez e ao parto. E os patrões não as receberam para negociar. comemorado no dia 8 de Março. não foi por acaso. a violência se configura como um dos grandes problemas da sociedade moderna. É um fenômeno tão difuso que literalmente não ocorre de maneira que se possa relatá-lo ou colher estatísticas a respeito. a violência tornou-se a segunda causa de óbito no Brasil. No entanto. até hoje. já podemos gozar de uma lei que organiza e define essa violência.Então. Em segundo lugar. Define6 violência como uma realização determinada das relações de força tanto em termos de classes sociais. Já7 diz que. A pena não aumentava para o caso de agressão às mulheres que sofriam violência doméstica e que eram portadoras de deficiência e não se previa o comparecimento do agressor a programas de recuperação e reeducação. quanto termos interpessoais. Esse grau de inferioridade dessas mulheres e a ausência de qualificação são as justificativas que elas encontram para se constituírem provedoras de suas famílias. ainda. para a mulher vítima da violência doméstica resolver as questões de família. nem eram estabelecidas as formas de violência. tirando-lhes a vontade própria e tornando-as sem direitos. acreditando na sua própria incapacidade. não previa a prisão preventiva para os crimes de violência doméstica. mas. sentem-se inferior ao homem. mas como uma coisa. na violência simbólica. e que determina que a violência doméstica contra a mulher não depende de orientação sexual. A pena para esse crime era de 06 (seis) meses a 01 ano. como física. A lei14 traz uma inovação que visa coibir a violência contra a mulher por intermédio de medidas não somente de caráter repressivo. 70 Os Juizados Especiais Criminais não são mais responsáveis por julgar os crimes de violência doméstica contra a mulher. como conversão de uma diferença e de uma assimetria numa relação hierárquica de desigualdade. aos poucos. os ferimentos não são visíveis. nem era atribuída a lei dos Juizados Especiais Criminais para os casos de violência doméstica e nem era permitida a aplicação de penas pecuniárias. psicológica. Em lugar de tomarmos a violência como violação e transgressão de normas. sexual. diante de tal situação. submetendo-as a um contínuo processo de despersonalização. pois não era considerada agravante de pena. a vítima dessa mesma violência geralmente não era informada quanto ao andamento dos atos processuais. preferimos considerá-la sob dois outros ângulos. eliminando suas bases de apoio. sentem-se incapazes e desvalorizadas. E. como as de cestas básicas e multas. como a ação que trata um ser humano não como sujeito. Antigamente. Essa realidade fundamenta-se pela submissão das mulheres. com fins de dominação de exploração e de opressão. Uma autoridade da policia fazia um resumo dos fatos. reprimindo seus desejos. que. Em primeiro lugar. não se tratavam das relações de pessoas do mesmo sexo. quando fizesse uma denúncia e não era efetuada a prisão em flagrante do agressor. não existia lei específica sobre a violência doméstica contra a mulher. a autoestima das mulheres. através do Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO). quando as agressões tornam-se insuportáveis. Foram criados os Juizados Especiais de Violência Domés- . A mulher podia desistir. de maneira a minimizar esse problema. era necessário entrar com outro processo na Vara da Família. regras e leis. são mais sutis. Os homens destroem. Hoje. por serem torturadas mentalmente. pois muitas mulheres só denunciam. Os Juizados Especiais Criminais tratavam somente do crime. mas preventivo e assistencial. patrimonial e moral. supõe-se que a falta de dados fidedignos é um enorme entrave para que haja uma atuação efetiva. que estabelece as formas de violência doméstica contra a mulher. em que somente lhes são garantidas violência e humilhação. as desigualdades de gênero e despertando espanto diante do ato de violência. A violência possivelmente contém ligações com as condições interpessoais. Jerônimo Rosado. políticas e econômicas da sociedade. 12. devemos levar em consideração as condições sociais. incutindo à família. localizado na rua do Horto Florestal. compreender a problemática em evidência. tornando-se um problema público e político. saúde. Essa lei possibilita mecanismos capazes de coibir a violência doméstica e familiar. O primeiro está localizado em uma área subdesen- 71 . especialmente aos limites atingidos pelo agressor. pertencendo às três esferas: Federal. relataremos a vivência com as mulheres que buscam atendimento nesses órgãos. já que o mesmo não se restringe apenas à agressão. vivenciada no âmbito interpessoal. assim. tendo em vista que são utilizados nomeando as formas mais cruéis de violência até as mais sutis. aos casos de violência doméstica. Neste trabalho. Essa é uma realidade visualizada em várias partes do mundo. também.tica e Familiar contra a Mulher. localizada na av. muitas vezes. uma melhor posição na sociedade. associando. Baseando-se nessa concepção é que são determinadas práticas que passam a ser vistas como formas de violência. preservação da sua saúde física e mental. A metodologia escolhida para descrever a realidade vivida por mulheres vítimas de violências. como também em área rural ou urbana. bem como a dos profissionais de enfermagem que lidam diretamente com essa problemática foi o relato da experiência. PERCURSO METODOLOGICO: DESVELANDO A VIVÊNCIA A violência contra a mulher também é evidenciada pela discriminação e o abuso sexual. A violência é um termo que tem vários significados. tanto em países desenvolvidos como subdesenvolvidos. considerando-se. e no Centro de Saúde de Baraúna. os aspectos bibliográficos para que pudéssemos. pois a violência doméstica e familiar contra a mulher é uma forma de violação dos direitos humanos. Para compreendermos essa violência. e nas várias classes e grupos sociais. a questão dos filhos. segurança. as mulheres vítimas de seus companheiros preferem manter-se omissas e continuar no relacionamento. torna-se mais difícil a prevenção. com competência civil e criminal para todas as questões. educação e ao acesso à justiça. ambas as instituições estão no Município de Baraúna/RN. o seu aperfeiçoamento intelectual e social. proporcionando-lhes. raça e religião. 2° assegura à mulher oportunidades e facilidades para viver sem violência. Tal fato é evidenciado. mostrando o questionamento existente. pela autoridade policial. que prevê um capítulo específico para o atendimento. Podemos dizer que não é um problema sem solução. independente de classe. porém. pois o art. tendo em vista que não é privado e nem tampouco individual. de fato. à sociedade e ao poder público criar condições necessárias para o exercício efetivo dos direitos à vida. geralmente. Estadual e Municipal. porque. Essa busca de entendimento diante do contexto da violência contra a mulher deu-se na Unidade Básica de Saúde Izaú Barboza. Podemos dizer que a violência contra a mulher. Tem. onde obtivemos informações do tipo de serviço que prestam. identificamos o que essas mulheres entendem por violência contra a mulher. buscamos verificar quais os programas e/ou projetos existentes na rede de atendimento à saúde do município de Baraúna que são capazes de combater a violência contra mulher. mas componentes transformadores em informações gerenciais. uma Advogada. Foi necessário que as mesmas assinassem o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE). O segundo está localizado em uma área frequentada por pessoas de melhor qualidade de vida. com essa mesma categoria de mulheres. tendo em vista que utilizamos um questionário previamente elaborado. o que. órgão que trabalha diretamente na execução da Política Nacional de Assistência Social. Observamos que existe um serviço que contempla apenas a mulher vitima de violência.volvida. não existe CREAS-MULHER. mas elementos como de fato essa realidade se materializa na vida dessas mulheres. seus níveis de escolaridade. tendo em vista os altos índices de prostituição e de uso de drogas. Todas as abordagens realizadas eram para que houvesse uma melhor compreensão e identificação dos problemas relacionados à violência. Identificamos. considerando que foi opcional darem ou não informações acerca do que iríamos abordar. favorece ainda mais para que haja uma maior incidência de violência contra a mulher. Outro aspecto a ser destacado é a forma de compreender se essas mulheres vítimas de violência percebem isso como uma problemática. os tipos de agressões a que são submetidas. composta por uma Assistente Social. que se manifestam tanto nos espaços públicos como nos privados. idade e se as mesmas têm uma profissão definida. e se há incidência dessas agressões. aplicamos um questionário. com a função de orientação e acompanhamento. é um trabalho executado diretamente pela municipalidade. de bastantes riscos. Conversamos com 24 mulheres. através de visitas institucionais. profissão. para tal fim. como forma de identificar. tendo um público alvo de mulheres com faixa etária entre 18 a 59 anos de idade. no bairro Alto de São Manoel. de certa forma. sendo esse o critério de inclusão e exclusão para a composição da amostragem. Buscamos entender por que elas suportam as agressões. estando hierarquicamente ligado à Gerência Executiva do Desenvolvimento Social. pois objetivamos promover discussões sobre as políticas existentes. que fossem capazes de identificar não só aspectos danosos. assim. fizemos uma visita ao CREAS-MULHER. qual o tipo de violência que ocorre com mais frequência. abordamos as mesmas com uma entrevista estruturada. na cidade de Mossoró R/N. cor. sendo esse trabalho realizado de acordo com a Lei Maria da Penha. que foi capaz de nos fornecer não só informações socioeconômicas. Para que pudéssemos entender melhor o problema tema deste trabalho. fortalecendo a integração do setor saúde com o poder público e político/social. que se deu conforme nosso cotidiano no estágio. Desta forma. uma Pedagoga e uma Psicóloga. A tentativa era de obter dados e registros. tendo em vista que. Assim como a instituição citada. 72 . as mesmas não foram selecionadas para que fizéssemos essa abordagem. Já no que se refere aos dados de sociabilidade. sendo este trabalho realizado por uma equipe multidisciplinar. sendo os questionários aplicados à medida que elas chegavam às unidades para receberem os atendimentos. relacionadas à violência contra a mulher. em Baraúna. por 03 meses. através das respostas das mesmas. Ao fazermos a triagem. tivemos contato. que fica localizado na rua Raimundo Firmino de Oliveira. buscamos. também lhes explicando todas as formas de violência. Vivenciamos que é de fundamental importância um estudo que ultrapasse as paredes das salas de aula. muitas vezes. Nesse sentido. se há incentivo por parte da municipalidade para capacitações dessa natureza. Procuramos perceber se elas sabem onde encontrar ajuda em um momento como esse. se conhecem a lei Maria da Penha e o que conhecem dela. dessa forma. para que houvesse um enriquecimento maior em nossa vivência. quais as maiores dificuldades que enfrentam diante dessas agressões. buscamos identificar como os enfermeiros percebem a condição social dessas mulheres e que serviços prestam a elas. enquanto profissionais da saúde.como elas lidam com essa situação. e. tornando-se um instrumento de intervenção para evitar a violência contra as mulheres. fizemos de maneira sigilosa. e como o agressor reage após a agressão. bem como para lhes garantir um melhor atendimento. que orientações elas recebem dos profissionais da enfermagem. para que não houvesse constrangimento por parte das vítimas. por fim. Compreendemos que o enfermeiro precisa ter um conhecimento concreto da realidade social das usuárias da área de abrangência da Equipe de Saúde da Família (ESF). DESVENDANDO O FAZER Este relato tem como objetivo principal mostrar a nossa vivência com os profissionais de saúde. orientar essas mulheres usuárias dos serviços a buscarem apoio interssetorial e. entender em que consiste o atendimento do enfermeiro nas políticas de saúde direcionadas ao combate da violência contra a mulher. aproximadamente. passando-lhes confiança. já que a maioria delas é de classes menos favorecidas e não tem conhecimento dos seus direitos. A EXPERIÊNCIA VIVENCIADA 13. identificamos o nível de qualificação e humanização dos profissionais de saúde. quando as mesmas são leigas em relação a este assunto. para que 73 . em que procuramos identificar como a enfermagem interage com as mulheres vítimas de violência que procuram os serviços de saúde.1. pois moram em áreas menos favorecida. com os quais estivemos diretamente nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). Entrevistamos 02 enfermeiros. não pode fazer muita coisa em relação às mulheres vítimas de violência. através da realização de entrevistas. dando-lhes apoio psicológico. qual o grau de parentesco do suposto agressor. por fim. tendo em vista que as mesmas geralmente omitem os fatos e os serviços ainda não estão totalmente preparados para o atendimento integral dessas mulheres. e como a enfermagem pode ser capaz de contribuir para mudar a realidade da violência contra a mulher. Pudemos observar que a enfermagem. perceber até que ponto os profissionais conhecem a Política Nacional de Assistência Integrada a Saúde da Mulher. procuramos garantir um encaminhamento correto de cada uma delas. informando-lhes sobre os seus direitos. 13. Para que pudéssemos fazer este tipo de atendimento a essas mulheres. Os profissionais envolvidos com as vítimas de violência nos informaram que. 85% delas pertencem à classe sócio-econômica baixa. E. que faça um diagnóstico da realidade que nos cerca. junto com os profissionais de enfermagem. e se. receberam algum tipo de capacitação diante desta problemática e. sendo necessário investigar os prontuários nos serviços de saúde. entre os quais podemos citar os programas de DST/AIDS. 66. 49. só existe esta informação no decorrer de campanhas. que também se enquadram dentro dos parâmetros de acolhimento às mulheres vitimas de violência.possa ser traçado um plano de ação em saúde capaz de mudar essa realidade. No decorrer da nossa conversa. sociais e políticos que ocasionam diferentes papeis desempenhados pelas mulheres. econômicos. fomos às Unidades Básicas de Saúde (UBS) e vimos de perto como as mulheres são agredidas pelos seus parceiros. sendo 58% casadas.5% pertencem a outros. Sabemos que capacitações dessa natureza são eventos raros e pontuais em muitos municípios do nosso porte. mas não conseguem viver sem os mesmos. o que nos mostrou que 41. já que a sua residência é o principal local onde ocorre a violência. na maioria das vezes.6% dessas mulheres vivem apenas dos afazeres domésticos.3% reconhecem como agressão apenas a violência física.5% dessas mulheres são alfabetizadas e que apenas 12. pelo fato da predominância da omissão das mesmas. Ao perguntar o que entendiam por violência contra a mulher. começando pela educação permanente em saúde. por sua vez.1% viúvas. a sua saúde e também a sua integridade física e psicológica. 50% afirmam ter muita raiva. 25% solteiras e 12. Vale ressaltar que. e que não causam impacto algum. A DURA REALIDADE DAS MULHERES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA O tema violência contra a mulher é muito predominante na nossa sociedade e isso nos levou a um estudo sobre a questão de gênero que remete ao pensamento da construção de desigualdades. para que.6% são de cor parda e 33. planejamento familiar e pré-natal de qualidade. assim. não existem discussões permanentes sobre tal assunto e que. As mulheres vítimas de violência demonstram desgastes físicos e emocionais. tivéssemos alguns dados relacionados ao assunto citado. vimos que essas mulheres são agredidas por diversas vezes e. que. para os profissionais. nos serviços. prejudicando. visto que ainda não se tem um conhecimento profundo.2. mesmo assim. Não foi uma tarefa muito fácil. É de total importância promover uma atenção integral a essas mulheres.3% são brancas. pois vimos que as mesmas são limitadas.5% são analfabetas. ainda faltam capacitações.3% trabalham. 4. 13. Quando falamos das dificuldades que elas enfren- 74 . Durante o estágio. assim. Pudemos ver a influência dos fatores culturais. Vimos que existem bases para a produção de sujeitos sociais conscientes e participantes disponíveis dentro dos princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS). aflorando diversos sentimentos. Vivenciamos que. trazem à tona tal temática. Para uma melhor compreensão do assunto. Outro fato que nos chamou atenção é que 50% não têm profissão definida e que apenas 58. em que observamos as expressões sofridas pelas mesmas. como também aos estereótipos atribuídos. Constatamos que 87. Ao indagar como elas lidam com essa situação. conscientizando essas usuárias e empenhando-se na possibilidade de conseguir outros espaços que produzam tais conhecimentos. observamos que 83. como também o impacto de violência gerado em suas vidas. em datas comemorativas ou em eventos negativos. observamos que as mulheres mais agredidas tem idade entre 18 e 67 anos. tornando-as ainda mais submissas.9% alegam que suportam por amor ao parceiro e também pelos filhos. tendo em vista ter uma boa divulgação nos meios de comunicação.1% afirmaram que escondem a situação em presença das pessoas. tendo em vista que todas as formas de violência deixam sequelas. Diante de tais fatos. o grau de vulnerabilidade. existe uma mulher apaixonada. assim.3% não procuram a UBS. por vergonha e medo de enfrentar a sociedade. 79. o que lhe garante a impunidade. como também os tipos de sentimento gerados pelos mesmos e isso se torna um fato extremamente violento. podemos afirmar que a violência contra a mulher se estabelece dentro dos lares. também. A violência sempre esteve presente nas relações sociais. principalmente contra a mulher.8% responderam que apenas choram. baseando-se na igualdade de classes. 14. Diante de tais fatos. devido ao preconceito que lhe é inerente. vimos que o fim da violência se dará na medida em que homens e mulheres tornem-se capazes de praticar uma política. proporcionando para as vítimas (as mulheres e seus familiares) sequelas tanto físicas como psicológicas. assim. não existe uma política de saúde voltada para as mulheres vítimas de violência.3% mostram-se arrependidos e. principalmente as físicas e psicológicas. o agressor impõe respeito para mostrar que tem domínio sobre a mulher. que os enfermeiros não têm qualificação especifica para um melhor atendimento às vítimas. Foram esses fatos que nos levaram a observar que. por traz de cada mulher vítima de violência. de sexo e de cor. detendo-se a um poder imaginário que a torna inferior ao homem. vivendo angustiada. pois 75% dos agressores são os esposos e que 58. nem tão pouco um programa destinado ao combate da mesma e que este atendimento é feito apenas de acordo com a procura dos serviços pelas usuárias e. aumentando. que sente dores. passando despercebido e que. não percebe a sua subjetividade e sensibilidade feminina.tam. 45. mesmo sendo unânime o conhecimento da lei Maria da Penha. Em relação à violência. muitas vezes. que acontece todos os dias. essa complexidade torna-se de difícil abordagem. observamos que. infelizmente. ao longo da história da humanidade. faz parte do cotidiano de cada uma delas. Dessa forma. tornando-se cúmplice e não vítima.3% não sabem onde encontrar ajuda. no município em que se localizam as instituições onde ocorreu este estudo. quando agredidas. quais os tipos de violência vivenciados por elas. CONSIDERAÇÕES FINAIS Consideramos que os estudos que fizemos sobre a violência contra a mulher contribuem de forma contundente. permanecendo no silêncio por vergonha e medo. 75 . pois a violência simbólica excede o espaço doméstico e familiar e. conhecem as vantagens e segurança. depressiva e frustrada. Observamos.1% dizem ser agredidas com frequência e 83. Durante o nosso período de estágio. já que a violência física nos relacionamentos geralmente é acompanhada por abuso psicológico. buscando novas relações sociais. ainda. só que 33. 29. O impacto da violência social na saúde pública do Brasil: década de 80. ed. ed. 2. Primeiros Passos. 1984. Feridas invisíveis: abuso não-físico contra mulheres. 2004. Política nacional de atenção integral à saúde da mulher: princípios e diretrizes. 2004. 1983. um problema de saúde pública. Miller MS.ed. Levy RC.febrasgo. 1999. [Acesso em: 28 mar 2010]. Rodrigues MSP. In: Os muitos Brasis: saúde e população na década de 80. São Paulo: Rio de Janeiro: Hucitec-abrasco. 1980. 3 Queiroz FM. Schraiber LB. Brasília. 2. Violência contra mulheres: interfaces com a Saúde./Jun. dignidade e esperança. A violência contra a mulher.fazendogenero8. Brasília. 2004. DF. São Paulo. 10 Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia. M.br/?op=300&id_srv=2&id_tpc=0&nid_tpc=&id_ grp=1&add=&lk=1&nti=37&l_nti=S&itg=S&st=&dst=3. São Paulo: Brasiliense. São Paulo: Hucitec. Ministério da Saúde. Ministério da Saúde. Repressão sexual: esta nossa (dês) conhecida. [Acesso em: 28 mar 2010]. 109 (1208) Brasil. 76 . 2010. Secretaria de atenção a saúde.br/sts/ST11/Fernanda _Marques_ de_Queiroz_11.org. D’oliveira AFLP. 4(2). Col. Chauí. Política nacional de atenção integral à saúde da mulher: princípios e diretrizes. 4. Brasília. 5 6 7 Odalia N. agosto de 2008. 9 8 Mendonça ET. Departamento de ações programáticas estratégicas. SP: USP. 11 12 Brasil.340. 2003. São Paulo: Brasiliense. Disponível em: http://www. RN: UERN. Minayo MCS. São Paulo. 1995. Mossoró. 13 14 Brasil. A mulher sujeita à violência masculina. Departamento de ações programáticas estratégicas. Lei nº 11.pdf 4 Souza ER. 2003. 2006. Lei Maria da Penha: Conquista legal. desafios à sua implementação. Souza LV. Abr. Langley R. São Paulo: Summus. Secretaria de atenção a saúde.ufsc.REFERÊNCIAS 1 2 Mensageiro do coração de Jesus. Oliveira LL. A violência doméstica contra a mulher como questão de saúde pública. Cria a Lei Maria da Penha para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher. de 7 de agosto de 2006. Disponível em: http://www. O que é violência. Fazendo o gênero 8 (UFSC). Mulheres espancadas: fenômeno invisível. Revista de enfermagem UFPE online. Florianópolis. Vida. NORMAS PARA PUBLICAÇÃO NA REVISTA CATUSSABA – REVISTA CIENTÍFICA DA ESCOLA DA SAÚDE . . originais em espanhol e inglês.1. medicina. publica trabalhos inéditos sob a forma de artigo para seu primeiro número eletrônico – online. 79 . 2 Dos textos: Os artigos devem ser inéditos. assim como para os gestores organizacionais vinculados à área de saúde e afins”. nutrição. serviço social. nas agências de pesquisa e fomento. ampliando a difusão de artigos originais e estudos de caso. o critério de publicação de artigos da comunidade científica externa a Escola da Saúde da UnP. estética e cosmetologia. farmácia. sobretudo. vinculada a Escola da Saúde da Universidade Potiguar (formada pelos cursos de fisioterapia. Biotecnologia em saúde. A Revista Eletrônica contempla os requisitos Qualis/CAPES. Saúde coletiva. somente serão aceitos. Linhas de pesquisa Educação em saúde.Revista Eletrônica da Escola da Saúde da Universidade Potiguar – é um periódico científico semestral de circulação aberta e gratuita. 2. como também empresários e profissionais de mercado vinculados à empresas que atuam nas áreas de saúde e afins. enfermagem). educação física. psicologia. dentre outras. visando disseminar o conhecimento científico na comunidade acadêmica. cujo objetivo é publicar contribuições científicas originais sobre temas relevantes para a saúde em geral. pesquisadores. Missão A Revista Catussaba da Escola da Saúde tem como missão “Fomentar e divulgação de trabalhos científicos e relatos de casos nas diversas áreas da saúde. As contribuições para a revista serão de fluxo contínuo. fonoaudiologia. alunos de graduação e pós-graduação. consolidando este conhecimento dentro da comunidade científica nas linhas de pesquisa propostas. de responsabilidade de seus autores. e enviados conforme normas estabelecidas pela Revista. Apresentação A Catussaba . terapia ocupacional. Público alvo Professores. NORMAS PARA PUBLICAÇÃO NA REVISTA CIENTÍFICA ELETRÔNICA 1 Da finalidade: A Revista Catussaba. ciências biológicas. 4. 3. e respeita. não havendo data limite para a submissão de artigos. odontologia. Para os colaboradores estrangeiros. 10). se tal for necessário.Os alunos de graduação poderão apresentar textos para apreciação. exceto nas notas de fim (Arial. que deve ser conciso. • os parágrafos devem ser justificados.5 linha) entre linhas. Métodos. • Renúncia a direitos legais. 3 Da Quantidade de páginas A Revista contempla artigos científicos com um mínimo de 15 (quinze) e o máximo de 20 (vinte) páginas. 5. totalizando a publicação de 12 artigos por ano. 2 cm. 4 Do formato dos artigos: Os artigos devem ser entregues via e-mail (e configurados para papel A4.1 Página de título A página de título deverá incluir: • O título do artigo. desde que seja em coautoria com o seu professor orientador. OBS: Em cada edição semestral. ou declaração de que não é possível obter separatas através dos autores. Resultados. • a fonte a ser utilizada é a Arial. • recuo da primeira linha em 2 cm da margem esquerda. tamanho 12. observando as seguintes indicações: • margens esquerda e superior. . 5 Da estrutura textual: A estrutura do artigo deve obedecer às orientações do estilo Vancouver e deve conter os seguintes elementos: O texto de estudos observacionais e experimentais é em geral (mas não necessariamente) dividido em seções com os títulos Introdução. e Discussão. mas esclarecedor. exceto nas notas de fim. • O nome pelo qual cada um dos autores é conhecido. • Nome e endereço do autor responsável pela correspondência acerca do manuscrito. 3 cm. • espaçamento um e meio (1. Os artigos extensos podem necessitar de subtítulos em algumas seções (em especial nas seções Resultados e Discussão) para tornar mais claro o seu conteúdo. direita e inferior. • O nome do departamento e a instituição ao qual o trabalho deve ser atribuído. com o seu grau acadêmico mais elevado e a sua filiação institucional. 80 • O nome e endereço do autor a quem devem ser dirigidos pedidos de separatas. no mínimo 6 artigos serão publicados. sexo e outras características importantes. Identificar os métodos. Todos os membros do grupo que são referidos como autores. ou a análise e interpretação dos dados.2 Autoria Todas as pessoas designadas como autores deverão preencher os requisitos de autoria. e • A aprovação final da versão a publicar. A definição e a relevância da raça e etnicidade são ambíguas. os aparelhos (indicar entre parêntesis o nome e morada dos fabricantes).5 Métodos Descrever com clareza o modo de  seleção das unidades de observação ou experimentação (pacientes ou animais de laboratório). Os nomes dos membros do grupo que não cumprem esses critérios devem ser listados. Devem ser usados termos da lista de descritores médicos (MeSH) do Index Medicus. A qualificação como autor deverá ser baseada apenas em contribuições substantivas para: • A concepção e o delineamento. Abaixo do resumo os autores devem indicar. e as principais conclusões. devem preencher todos os requisitos de autoria acima indicados. Identificar a sua idade. se possível.4 Introdução Indicar o objetivo do artigo e resumir a fundamentação do estudo ou da observação. de 3 a 5 palavras-chave ou frases curtas que possam auxiliar a indexação múltipla do artigo e possam ser publicadas com o resumo. 5. métodos de observação e de análise). e os procedimentos 81 .5. a respectiva significância estatística). O resumo deve explicitar os objetivos do estudo ou investigação.3 Resumo e Palavras-Chave A segunda página deve incluir um resumo (não ultrapassando 150 palavras para resumos não estruturados ou 250 palavras para resumos estruturados). quer os seus nomes sejam designados sob o título quer em nota de rodapé. 5. nos agradecimentos ou num apêndice. Cada um dos autores deve ter participado nos trabalhos de tal modo que possa assumir publicamente a responsabilidade pelo seu conteúdo. 5. Fornecer apenas referências rigorosamente pertinentes e não incluir dados ou conclusões do trabalho a que se refere o artigo. • A redação do artigo ou a sua revisão crítica no respeitante a conteúdos conceituais importantes. se ainda não existirem descritores MeSH apropriados para termos de introdução recente podem usar-se essas palavras. Deve realçar os aspectos novos e importantes do estudo ou das observações. Os autores devem ser particularmente cuidadosos ao usar estas categorias. os resultados principais (fornecendo dados específicos e. a metodologia básica (seleção da população a estudar ou dos animais de laboratório. com a sua autorização. incluindo o protocolo (população estudada. Usar gráficos em vez de quadros com muitas entradas. dose. e via de administração. não duplicar os dados em gráficos e quadros. resultados.usados com o pormenor suficiente para permitir a outros investigadores reproduzir os resultados. 5. Quando se relata experimentação com animais. e o método de ocultação.6 Resultados Apresentar os resultados em sequência lógica através de texto. Evitar o uso não técnico de termos técnicos de estatística. Definir os termos estatísticos. e a fundamentação da análise estatística). Não repetir em pormenor dados ou outro material incluído nas seções Introdução ou Re- . Identificar com precisão todos os fármacos e produtos químicos usados. particularmente em qualquer tipo de ilustração. descrever os métodos novos ou substancialmente modificados. indicar as razões pelas quais se utilizam e avaliar as suas limitações. ou de alguma legislação nacional. Os relatos de ensaios clínicos aleatorizados devem apresentar informação sobre todos os elementos importantes do estudo. deduzir e selecionar os dados. as abreviaturas e a maioria dos símbolos. ocultação da distribuição por grupos de tratamento). “significativo”. no respeitante aos cuidados e utilização de animais de laboratório. Incluir na seção Métodos uma descrição geral da metodologia. mas não são muito conhecidos. realçar ou resumir apenas as observações importantes.1 Ética Quando se relata experimentação com pessoas. quadros. 5. Estes métodos deverão também ser indicados sumariamente no resumo. incluindo a designação genérica. Os autores que apresentam para publicação manuscritos de revisão deverão incluir uma seção descrevendo os métodos usados para localizar.5. Não repetir no texto todos os dados incluídos nos quadros ou figuras. Fornecer referências para os métodos consagrados. “normal”. escolha das intervenções (métodos de aleatorização. e “amostra”. indicar se os procedimentos seguidos estiveram de acordo com os padrões éticos da entidade (institucional ou regional) responsável pela experimentação humana e com a Declaração. Quando os dados são resumidos na seção Resultados. e figuras. foram seguidas as indicações da instituição ou de uma autoridade nacional de investigação. selecionar. incluindo os métodos estatísticos. “correlações”. fornecer referências e fazer uma breve descrição dos métodos que foram publicados. Restringir quadros e figuras aos necessários para explicitar a fundamentação do artigo e avaliar da sua solidez. especificar os métodos estatísticos usados para os analisar. tais como “aleatório” (que implica um mecanismo de aleatorização). 5. Não mencionar nomes. iniciais ou números de processos de pacientes. indicar se. intervenções ou exposições.7 Discussão 82 Realçar os aspectos novos ou importantes do estudo e as conclusões deles decorrentes. 8 Agradecimentos Num local apropriado do artigo (rodapé da página de título ou apêndice ao texto. em 27-07-2006) . segundo o estilo de vancouver”. Organização. podem ser encontrados nos documentos de referência: “como elaborar referências bibliográficas. É utilizada para enfatizar e/ou comprovar as idéias desenvolvidas pelo autor.sultados. e-mails. podem incluir-se recomendações. Caso deseje. Enunciar novas hipóteses quando tal é possível.gov/bsd/uniform_requirements. cuja natureza deve ser especificada. 7 Da Normalização: Os artigos que não se ativerem a estas normas serão devolvidos a seus autores que poderão reenviá-los. Relacionar as conclusões com os objetivos do estudo. artigos apenas submetidos para publicação). os autores devem evitar fazer afirmações sobre benefícios econômicos e custos. 83 . Manual de normas de Vancouver: referências e citações / Sistema Integrado de Bibliotecas da PUCPR. cujos endereços eletrônicos encontram-se indicados no item “Endereço da Revista”. material disponibilizado na internet) e informais (cartas. Incluir na seção Discussão as implicações e limitações dos resultados. anais. As citações podem ser extraídas de publicações formais (livros.pdf>.org>. 6 Das citações e referências: O pesquisador deve citar em seu trabalho a autoridade em que se baseia cada afirmação.nlm. ou entrar em contato com os professores responsáveis pela publicação da revista.pucpr. conhecido como Estilo Vancouver.scielosp. Relacionar as observações com outros estudos importantes. desde que efetuadas as modificações necessárias.html>. ou fazer alusão a trabalhos não completados. bem como no documento original sobre as normas no estilo Vancouver. comunicação pessoal. Em especial. Teresinha Teterycz – Curitiba. 2010 <http://www. que foi traduzido e adaptado por Maria Gorete M. seja por apoio ou auxílio técnico.html>. Qualquer omissão pode tirar o mérito ou seriedade da investigação. A citação é a menção. podendo ser diretas e indiretas. ou mesmo por apoio financeiro e material. ver as normas da revista) deverão incluir-se uma ou mais frases especificando as contribuições que justifiquem um agradecimento. seção de Saúde Pública.bu.br/biblioteca/ sibi/manual_vancouver.br/ccsm/vancouver.<http://www. mas evitar afirmações não fundamentadas e conclusões que não se baseiem totalmente nos dados. 5. a menos que o manuscrito inclua dados e análise econômicos. e no site: <http://www. mas assinalá-las claramente como tal. Os exemplos de citações. Quando for apropriado. de uma informação obtida de outra fonte. no estilo Vancouver. listas de discussão. disponível em: <http://www. incluindo as suas implicações para a investigação futura. opinião ou fato. teses. o autor poderá consultar os Requisitos Uniformes para Originais submetidos a Periódicos Biomédicos. artigos de periódicos.nih. Nadia Ficht Richardt. Savi (Coordenadora) e Maria Salete Espíndola Machado (Estagiária do Curso de Biblioteconomia da UFSC) – BSCCSM / UFSC.ufsc. no texto. Evitar reclamar prioridade para. Os artigos não aceitos para publicação serão devolvidos aos respectivos autores. impressão e/ou download pela Internet. segundo os critérios de originalidade. a quem cabe o parecer recomendando ou não a publicação. 9 Do termo de autorização: Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação. juntamente com o artigo a ser publicado. dois avaliadores que. 12 Do Endereço da Revista: Os trabalhos poderão ser enviados por meio do Repositório Científico. Os autores dos artigos aprovados para publicação concedem a todos os usuários do Repositório Institucional o acesso livre a seu artigo para permitir a cópia. revisão ortográfica e gramatical.br 13 Da disponibilização dos artigos científicos no repositório institucional da universidade potiguar: Os artigos selecionados e publicados na Revista serão disponibilizados no Repositório Científico da Universidade Potiguar e no Web Site da Instituição. no endereço eletrônico: http://catussaba. 84 . de acordo com a Lei 9610/98. 10 Da apreciação dos textos: Os artigos enviados aos Editores da Revista serão submetidos à apreciação do Conselho de Consultores. dando acesso à produção da informação publicada pelos pesquisadores aos membros da comunidade acadêmica interna e externa para a gestão e disseminação da sua produção técnico-científica em meio digital. consistência teórica/metodológica e contribuição para o conhecimento na área.8 Dos Direitos Autorais: Não haverá pagamento a título de direitos autorais ou qualquer outra remuneração em espécie pela publicação de trabalhos na Revista. sem ressarcimento dos direitos autorais. pequena quantidade de cópias impressas para uso pessoal e/ou com fins acadêmicos. Depois de aprovado. 1 – Realização de uma análise prévia pelo editor da revista para verificar se o texto se enquadra dentro das linhas editoriais da mesma. a título de divulgação da produção científica gerada pela Revista e pela Universidade. transmissão e exibição pública. Tal documento autoriza a Revista a disponibilizar gratuitamente.unp. 11 Do Processo de Avaliação: Os textos são avaliados em duas etapas. relevância do tema. o texto passará por aconselhamento editorial. no mínimo. uso. para o Editor da revista. desde que citada a fonte. e distribuir em qualquer meio. 2 – Envio do texto para. procederão à análise. normalização. utilizando o sistema blind review. distribuição. e ainda de reproduzir. o autor de artigos submetidos na revista devem encaminhar o termo de autorização para publicação devidamente assinado (modelo disponível no final deste documento). o artigo submetido para fins de leitura. em razão de seu conteúdo. quer de natureza moral ou patrimonial. autorizando a reformulação de linguagem. 2 – Todos os autores revisaram a forma final do trabalho e o aprovam para publicação na Revista Catussada da Escola da Saúde. e que não infringe quaisquer direitos de propriedade intelectual de terceiros. declarando. 5 – A reprodução total ou parcial do mesmo em outras publicações requer a autorização por escrito da Revista Catussada da Escola da Saúde _______________________________________/____/____ Local/Data ________________________________________________ Assinatura do Autor Responsável 85 .Termo de Autorização para Publicação de Artigos e Fotografias na Revista Catussada da Escola da Saúde Ao Conselho Editorial da Revista Científica Catussada da Escola da Saúde Título do Artigo: Nome do(s) autor(es): O(s) autor(es) do presente trabalho se compromete(m) a cumprir as seguintes normas: 1 – Todos os autores relacionados acima participaram do trabalho e responsabilizam-se publicamente por ele. desde já. 4 – O(s) autor(es) concorda(m) em ceder os direitos autorais do artigo à Revista Catussada da Escola da Saúde. que a obra a ser entregue é original. se necessária. 3 – O(s) autor(es) garante(m) que este trabalho é de sua(s) autoria(s) e que assume(m) integral responsabilidade diante de terceiros.
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