Catalogo Figurino Cinema Brasileiro

March 18, 2018 | Author: Gilka Vargas | Category: Fashion & Beauty, Fashion, Clothing, Advertising, Arts (General)


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José Wilker, Sônia Braga e Mauro Mendonça - Dona Flor e seus dois maridos – divulgação DEDOC Editora Abril Lázaro Ramos – Madame Satã - divulgação DEDOC editora Abril. EMOÇÃO, SEDUÇÃO E SONHO Sentidos, sensações, sensualidade. As cores, a paixão, o figurino, a experiência. O cinema retrata tudo isso, e muito mais. É a perfeita celebração dos sentidos! Retrata emoção - a visão de uma determinada época despertada através de sensações como alegria, surpresa, paixão e prazer. Ações guiadas por desejos e sonhos. A busca por nos sentirmos vivos! Reflete também o estilo de vida, o comportamento e os costumes de uma época. Uma forma diferente de ver as coisas, de viver. Mora no detalhe, no conceito, no modo de se vestir, na etiqueta, nos ambientes, na existência ou não de requinte e luxo. Pura arte e poesia. O cinema permeia a história. Sob o viés da tradição, mostra que atravessa tempos, modismos, revoluções. Acompanha a evolução cultural. Cinema é emoção, é estilo de vida, é tradição, é sedução e sonho. Acreditamos que é necessário sentir a vida pulsar, e que experimentar os sentidos cada vez mais é também uma experiência única. Incentivando e patrocinando o Iguatemi FilmeFashion, temos o prazer de disseminar esse sonho, proporcionando experiências, transpondo barreiras, despertando sensações e alcançando limites nunca imaginados – nosso DNA e razão de ser. Iguatemi São Paulo Fogo e paixão - divulgação DEDOC editora Abril ÍNDICE 11 13 15 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 Cinema é espelho 15 figurinos do cinema brasileiro Notas sobre o figurino no cinema brasileiro antigo Sangue mineiro Bonequinha de seda 24 horas de sonho Appassionata O cangaceiro Noite vazia Esta noite encarnarei no teu cadáver Todas as mulheres do mundo Bebel, garota propaganda Cassi Jones - o magnífico sedutor Dona Flor e seus dois maridos Menino do Rio Fogo e paixão Carlota Joaquina – Princesa do Brazil Madame Satã 49 50 52 54 56 58 60 62 64 67 68 70 74 78 83 84 85 2ª Mostra Competitiva Figurino longa-metragem Maquiagem longa-metragem Documentário de moda Figurino curta-metragem Figurino filme publicitário Figurino videoclipe Filmefashion de bolso Filmefashion desfile Panorama internacional de cinema e moda Lagerfeld Confidential You Wear It Well SHOWStudio Especial Bruce Weber Extra, extra! Bibliografia selecionada Equipe e agradecimentos 10 ABERTURA IGUATEMI FILMEFASHION Cassy Jones, o magnífico sedutor - acervo pessoal Marina Person CINEMA É ESPELHO Iguatemi FilmeFashion é a terceira edição do festival que valoriza o encontro da moda com o cinema. Em 2003, quando foi realizado pela primeira vez, um filmefashion ou era documentário sobre moda, beleza e estilo ou ficção com figurino de impacto. Desde então, algumas coisas mudaram. O conceito de filmefashion cresceu, e com ele este festival. O cinema de bolso (celular, câmera digital, computador, iphone) é a novidade, o fascínio, a última moda no mundo inteiro e aqui também. A mostra Panorama Internacional traz dois projetos únicos e pioneiros que testam novos limites de registro da moda in motion. De Londres vem o site colaborativo SHOWstudio, e de Paris-Los Angeles, o festival de curtas You Wear it Well. De Nova York-Miami recebemos a retrospectiva completa do fotógrafo e diretor Bruce Weber; de Berlim, o documentário Lagerfeld Confidential nos revela a intimidade do estilista da Chanel. A Panorama é uma das três mostras do festival que ainda tem Cinema Brasileiro e 2ª Mostra Competitiva. O núcleo Cinema Brasileiro investiga nossas raízes, resgata referências. A seleção inclui 15 filmes que contam, cronologicamente, a história da indumentária brasileira. Apesar do tailleur de cirrê matelassado de Norma Bengell ser um Gucci em Noite vazia, de 1967, não se pode, de modo algum, avaliar a estética do figurino (e do vestuário) nacional pelos parâmetros da sofisticação. A roupa aqui é subserviente ao corpo. É usada não para escondê-lo, e sim para realçá-lo. O que exige do figurinista, além de tudo, as habilidades de um escultor! Realismo, naturalismo e sensualidade, mas nem por isto deixamos de descobrir pérolas perdidas e mesmo fashion descontrol na cinematografia nacional. Caso de Bebel, garota propaganda, Cassi Jones e Fogo e paixão. A Mostra Competitiva premia os trabalhos nacionais dos últimos dois anos em figurino de longa-metragem, curta-metragem, publicidade e videoclipe. E ainda, maquiagem em longa-metragem, documentário de moda, filmefashion desfile e filmefashion de bolso. Além de movimentar e enobrecer a profissão de cineastas, diretores de arte, maquiadores e figurinistas, a MC quer promover a aproximação do povo do cinema com o mundo da moda. Com isto, as duas indústrias, os filmes e o público só têm a ganhar. Até mesmo o Cinema Novo, em Terra em transe, se dobrou ao figurino! É do fotógrafo e produtor Luiz Carlos Barreto, nosso mantra desta edição: “O cinema é o espelho de um país”. Espero que vocês aproveitem as referências e as visões do futuro deste Iguatemi FilmeFashion. Alexandra Farah, curadora 11 12 MOSTRA CINEMA BRASILEIRO Odete Lara e Mário Benvenutti – Noite vazia - divulgação DEDOC editora Abril/ Cia Cinematográfica Vera Cruz 15 FIGURINOS DO CINEMA BRASILEIRO O figurino no Brasil reflete a nossa tendência natural de usar a roupa mais para revelar o corpo do que para protegê-lo. Às vezes isto acontece explicitamente, outras sutilmente. As escolhas deste Iguatemi FilmeFashion – Cinema Brasileiro – privilegiaram figurinos que revelam algo forte da estética brasileira. Sendo assim, e como o cinema espelha a realidade de um povo, os 15 títulos reunidos na mostra são mais despojados e sensuais do que luxuosos e elegantes. É claro que em alguns momentos, como em nosso primeiro filme em que a moda é protagonista, o delicioso Bonequinha de seda (1936), a riqueza e a pomposidade aparecem. Nos anos 50, a finesse é moda, e aqui refletida nos estúdios da Vera Cruz, caso do melodrama Appassionata (1952). Com a divina Tônia Carrero usando tecidos nobres em vestidos e mantôs com mangas gigantes, almejando a altacostura (na verdade, confeccionados pelas costureiras da figurinista Ida Fogli), e dirigido pelo requintado Fernando de Barros, o filme é o melhor exemplo da vontade, que não colou, de impor um figurino grandioso nos trópicos. Realismo, naturalismo e um estilo "caseirinho" são palavras mais próximas do guarda-roupa do audiovisual brasileiro. Características que foram delineadas com perfeição nas produções dos anos 60. Desta década de ouro: Todas as mulheres do mundo (1967), Noite vazia (1964), o raro Bebel, garota propaganda (1968) e, o fenômeno do fantástico Zé do Caixão, Esta noite encarnarei no teu cadáver, de 1966. Uma opção da curadoria é a não repetição dos 9 filmes já exibidos nas duas outras edições do projeto. Sendo assim, Carmen Miranda, chanchada e Cinema Novo não entraram aqui apenas por esta razão. Contar a história estética do Brasil, dos anos 1920 aos 2000, através de 24 produções cinematográficas (incluindo os 9 filmes) é o objetivo deste FilmeFashion. Inicialmente, a idéia era montar a lista final com muitos clássicos, como por exemplo, Macunaíma (1964). Mas este filmão, assim como alguns outros, são de acesso fácil ao público, em DVDs, e foram excluídos para dar vez a raridades, não menos fashion, como 24 horas de sonho (1941), Cassi Jones (1972) e Fogo e paixão (1988). Textos e estudos sobre o cinema brasileiro são escassos. Sobre o figurino, são inexistentes. Iguatemi FilmeFashion fez uma pesquisa inédita, que garimpou biografias, livros, textos acadêmicos e entrevistas com montadores, maquiadores, figurinistas, diretores de arte, diretores, roteiristas e atores para assim dar um pontapé inicial no registro da história do guarda-roupa brasileiro. Potencial fashion não nos falta. Nas paginas seguintes, vocês vão descobrir casos deliciosos de bastidores e fatos como o do filme O cangaceiro, nosso primeiro em Cannes, melhor filme de aventura em1953. No verão deste ano, diante de tanto sucesso do filme, o “estilo cangacerrô” invadiu as ruas chiques de Paris com suas sandálias de couro estilo alpercatas nordestinas e bolsas que seguiam os desenhos dos embornais. 13 14 NOTAS SOBRE O FIGURINO NO CINEMA BRASILEIRO ANTIGO Fernando de Barros molhando Tônia Carrero – acervo pessoal Fernando Valeika de Barros NOTAS SOBRE O FIGURINO NO CINEMA BRASILEIRO ANTIGO Figurinistas só começaram a ser creditados de forma bastante pontual a partir da década de 30 do século passado, coincidindo com a chamada era dos grandes estúdios. Isto se explica pela inserção estratégica da roupa na construção da persona pública dos atores e principalmente das atrizes, seguindo a política de construção de um star system nacional. Os padrões que se instauram nessa época miram Hollywood, mas tem que se haver com a realidade brasileira, do ponto de vista econômico e social, e com uma cine matografia ainda incipiente e claudicante do ponto de vista narrativo, estético e artístico. A trajetória da arte do figurino no cinema brasileiro ainda está por ser feita. Nesse sentido, as poucas notas que se seguem tem a modesta ambição de uma primeira reu nião de dados da produção realizada até 1960. O figurino está quase sempre associado ao universo ficcional. Isto implica em desconsiderar grande parte da produção silenciosa, constituída de regis tros de atualidades, institucionais, documentários. A produção ficcional foi menor e boa parte dela não sobreviveu. É possível comentar a significação intrínseca do vestuário em filmes como A despedida do 19º Batalhão de Caçadores (1910), onde as casacas engomadas contrastam violentamente com as chitas usadas pelos estratos mais pobres da população da antiga capital federal. Mas, de maneira geral, a roupa serve basicamente para definir a inserção social das personagens, como se constata nas raríssimas ficções que sobreviveram da década de 10, Os óculos do vovô (1913) e Exemplo regenerador (1919). Os óculos do vovô serve como um modelo de uso dos figurinos nos primeiros tempos. Criação do ator e empresário teatral Francisco Santos, que provavelmente utilizou o guarda-roupa do Teatro Guarany, de Pelotas. Quase todos os filmes ficcionais até meados da década de 20 recorriam às companhias teatrais ou ainda às casas de aluguel de figurinos e cenários para teatro, ópera e balé como recurso acessível. Ressalta-se ainda a estreita ligação em vários momentos desse período entre troupes teatrais e a realização cinematográfica, caso da chamada Bela Época e de parte da produção paulista pós-Primeira Guerra Mundial. Além disso, essa era uma estratégia difundida também na Europa e mesmo nos Estados Unidos, bastando lembrar a famosa e ainda atuante Theaterkunst, de Berlim, responsável pelos figurinos de filmes como Metropolis (1926) e Ben-Hur (1925). 15 Nos filmes em que os homens de teatro assumiam a realização, como em um Paz e amor (1910), é provável que o encenador ou o cenógrafo, funções que por vezes se confundiam na mesma pessoa, também fosse o responsável pelos figurinos (e demais complementos, como maquiagem, penteados e adereços corporais). O famoso Crispim do Amaral fez este, mas o primeiro grande figurinista deve ter sido Emílio Silva, cenógrafo da Photo-Cinematographia Brasileira, produtora res ponsável por filmes importantes como Os estranguladores (1908), Um drama na Tijuca (1909) e A cabana do Pai Thomás (1909), entre muitos outros. Não é possível saber se houve criação de figurinos, de certo quase sempre apenas uma seleção e combinatória. O que ressalta nas poucas fotos que restaram é o estilo marcadamente teatral e oitocentista da maior parte das roupas, àquela altura, completamente fora de moda. Os óculos do vovô e Exemplo regenerador são aparentes exceções pelo caráter contemporâneo, comedido e realista dos costumes. O vestuário europeizado à portuguesa, desconhecendo as últimas modas de Paris e as estilizações e excentricidades hollywoodianas, continuou sendo o padrão básico do filme brasileiro até a chegada do cinema sonoro. O costume designer se fixou como profissão na América por volta de 1920, mas demorou a ser incorporado pelo meio cinematográfico brasileiro. Realizadores de origem teatral, como Vittorio Capellaro, ou que acumulavam também a cenografia, como Luís de Barros, continuaram a definir o tipo e a padronagem das roupas, quase sempre alugando nas casas teatrais. Os dramas históricos do primeiro, como Iracema (1919), O guarani (1926) e O caçador de diamantes (1933) transportam neste quesito ipsis litteris as estilizadas licenças poéticas do palco, ignorando a vocação realista do cinema. Outra prática que se instituiu nesta época, foi a de pedir aos atores que trouxessem suas próprias roupas, economizando os recursos da produção. A criação de um guarda-roupa específico para um filme, com requintes de beleza e glamour pode ser creditada a uma atriz-produtora, Carmen Santos. Desejosa de brilhar como estrela, a jovem protagonista de A carne (1924) e Mademoiselle Cinema (1925), o primeiro destruído antes do lançamento e o segundo interrompido no início da produção, cercou suas personagens de conotações aristocráticas e modernas emanadas justamente dos figurinos, pelo que se pode depreender das centenas de stills remanes- centes. A ousadia dos cortes, padrões, estampas e outros elementos das roupas revela o conhecimento de alguém que tinha trabalhado como modelo na famosa loja Au Parc Royal, uma das mecas da moda no Rio de Janeiro, e a percepção de que os tempos haviam mudado, fazendose necessária uma atualização para os roaring twenties. Juntando-se a Adhemar Gonzaga na primeira e inacabada versão de Lábios sem beijos (1929), Carmen atualizaria devidamente o conceito, ingressando muito propriamente no modernismo com vestidos de motivos mondrianescos. Com a criação da Cinédia em 1930, uma atenção maior começa a ser dispensada aos figurinos, embora nos primeiros tempos os atores ainda entrassem com a maior parte do guarda-roupa, como me contou Durval Bellini, o astro de Ganga bruta (1933). Neste filme se destacam os costumes insinuantes, modernos e plasticamente distintivos da atriz Déa Selva. Pela primeira vez a roupa modela o corpo do ator e assume significações narrativas, evidenciando mais do que a classe social e o perfil psicológico da personagem. Outra atriz criaria também a mais emblemática roupa das primeiras décadas do cinema brasileiro. Trata-se de Carmen Miranda e o famoso conjunto em lamê apresentado no número final de Alô, alô, carnaval! (1936). Símbolo da era dos estúdios, dos musicarnavalescos, da fase nacional da carreira da pequena notável, embora a rigor o traje de baiana tenha sido criado por ela igualmente para um filme brasileiro, Banana da terra (1938), e apenas aperfeiçoado nos Estados Unidos por Alceu Penna. A maioridade do figurino brasileiro começa em outra produção da Cinédia, Bonequinha de seda (1936). O filme de Oduvaldo Vianna foi pioneiro em vários sentidos. Não só por ter apresentado um guarda-roupa especialmente criado para o filme, mas também e principalmente por ter individualizado e creditado os criadores dos figurinos, Alcebíades Monteiro Filho e Armando Pontes, e incorporado o mundo da moda como parte da trama. Antes de mais nada, Bonequinha estabelece o valor social da roupa, afirmando ironicamente que são as modistas que criam as distinções sociais. A seqüência do banho de loja de Gilda Abreu é antológica, evocando o famoso aquário espelhado em que Adrian convencia as deusas de Hollywood a vestir seus costumes. O jogo de aparências proporcionado pelas roupas abre caminho para o exercício consciente do glamour e sua crítica condescendente. Introduz também discussões em torno do cosmopolitismo das elites (e das classes médias baixas) brasileiras e sua associação a signos e comportamentos a esta altura 16 NOTAS SOBRE O FIGURINO NO CINEMA BRASILEIRO ANTIGO Tônia Carrero – Tico-tico no fubá – divulgação DEDOC editora Abri/ Cia Cinematográfica Vera Cruz desusados em Paris. Enfim, revela-se na capacidade de realização e integração do figurino a requisitos cenográficos, de iluminação e narrativos. A dificuldade em manter um grupo de figurinistas em padrões hollywoodianos levaria Gonzaga a mudar de estratégia, lançando mão novamente de roupas prontas. Desta vez, no entanto, encarregando uma famosa modista, Iracema Gomes Marques, da seleção e sua adequação ao enredo proposto. A solução dá certo e se firma nos anos 40 como o padrão de arregimetação de figurinos para cinema. O bom gosto de Iracema, que não possuía loja e preferia atender sua seletíssima clientela em um ambiente reservado, se vê refletido em títulos como 24 horas de sonho (1941). A perfeita integração aos cenários do Copacabana Palace, em termos de ambiente, composição visual, nuances de cinza e retrato das personagens, soa como um dos resultados mais felizes do período. O bom senso de modistas, cenógrafos e realizadores, em geral responsáveis conjuntamente pelas soluções finais, alcança maturidade e mesmo bom rendimento dramático, como na cena da volta da personagem de Aguinaldo Camargo da formatura em Também somos irmãos (1949). O jovem advogado negro volta desolado à favela onde mora frente à indiferença e ao preconceito velado dos colegas brancos. Chove e a lama começa a respingar no seu terno alvíssimo, revelando sua real condição em uma sociedade segregada. Lábios sem beijo - acervo cinemateca brasileira, Phebo Brasil Film – Valéria Mauro O boom de estúdios em São Paulo no início dos anos 50 redefine o padrão anterior, entregando a confecção de figurinos aos cenógrafos contratados. Firma-se a profissão propriamente dita, já que agora sistematicamente todas as roupas são criadas seguindo as necessidades e requisitos dos filmes. Cenógrafos como Aldo Calvo incorporam as técnicas hollywoodianas, estudando o roteiro do ponto de vista visual e narrativo, desenhando croquis, desenvolvendo padronagens, confeccionando tecidos e moldando os intérpretes segundo uma determinada identidade pública que se quer associar a este ou aquele nome. A roupa refletirá personalidade, gestos, comportamentos de uma Tônia Carrero, uma Marisa Prado, uma Eliane Lage, para ficar apenas em alguns nomes femininos da Vera Cruz. A roupa desenha os corpos, alonga a silhueta, ressalta as feições, conforme as necessidades e os atributos requeridos. O requinte do corte e do acabamento dessas peças pode ser comprovado em filmes como Tico-Tico no fubá (1953), de autoria de Calvo. Como filme de época, permite a licença poética da interpretação do passado segundo as prerrogativas estéticas do presente, em um grau de estilização que tornou o figurino uma linguagem em si mesma dentro da narrativa cinematográfica. Hernani Heffner - pesquisador 17 Fernando de Barros maquiando - acervo pessoal Fernando Valeika de Barros Eliane Lage – bastidores de Sinhá Moça - acervo cinemateca brasileira, Cia Cinematográfica Vera Cruz TEMPOS MODERNOS SANGUE MINEIRO Direção Humberto Mauro Drama, 1929, mudo, 35 mm, p&b, 82’ Carmen é desprezada pelo namorado Roberto quando sua irmã Neuza retorna do colégio interno. Desesperada, tenta o suicídio, mas é socorrida pelos primos Máximo e Cristóvão, despertando a paixão dos dois. Figurino não creditado Elenco Carmen Santos (Carmen), Maury Bueno (Cristóvão), Nita Ney (Neuza), Luiz Soroa (Roberto), Máximo Serrano (Máximo), Pedro Fantól (Juliano Sampaio), Ely Sone (Tuty), Rosendo Franco (Franco), Adhemar Gonzaga (pai de Carmen), Humberto Mauro (trabalhador da fazenda) Roteiro Humberto Mauro Produção Agenor Cortes de Barros, Homero Cortes Domingos e Carmen Santos Fotografia Edgar Brazil Câmera Pascoal Ciodaro Último filme do Ciclo de Cataguases, movimento do cinema regional que precedeu a chamada era dos estúdios, Sangue mineiro retrata os loucos anos 20 por meio de personagens burgueses de Belo Horizonte. Tentativa pioneira em fugir da imagem interiorana e rural, Sangue mineiro privilegia cenas urbanas que exaltam a juventude, a saúde e a modernidade: jovens rompendo tradições, trocando beijos calientes, e garotas que dirigem carros e usam vestidos curtos e decotados. Nessa época, as produções nacionais começam a almejar a técnica e a forma dos filmes americanos. A negação do regional vai tão longe que as duas festas de São João, que acontecem na mansão do industrial, ganham o aspecto de um baile elegante. Os convidados usam trajes black tie e vestidos de soirée vaporosos e bem sensuais para a época. Todo traço típico das festas juninas é apagado. Na casa de Martha, ela se refere à fogueira e às comidas, mas elas não aparecem na tela. O que se vê são os brilhos de seu longo preto. No letreiro, Martha vive num cottage mas, como vemos depois, ela não passa de uma senhora endividada. Os cenários requintados e as roupas luxuosas eram fundamentais na construção da imagem brasileira elevada à perfeição e à sofisticação – objetivo de Sangue mineiro. Os atores eram escolhidos para criar um star system à semelhança do hollywoodiano. Caso de Luiz Soroa (Roberto), muito parecido com Rodolfo Valentino. Destaque no elenco do filme para Carmen Santos, atriz e primeira produtora do Brasil, a mulher mais importante do cinema à época. Ela chegou a construir um estúdio, o Vita Filmes, onde realizou longas significativos, como Favela dos meus amores (1935). O seu fervor pela afirmação do nosso cinema, ela sabia, passava pelo apuro da imagem. Cuidava dos figurinos se empenhando pessoalmente para que nas diferentes situações os personagens trajassem roupas adequadas, modernas e ousadas. Além das cenas de caça e de passeios com roupas esportivas à americana, destaca-se um vestido branco de festa que termina logo abaixo do joelho e lembra o modelo bailarina muito em voga por conta do sucesso do balé russo. Carmen Santos, que co-produziu Sangue mineiro com Humberto Mauro, sabia das coisas. Era casada com Antonio Latirbaud Seabra, empresário da indústria têxtil. Antes de ser atriz, trabalhou na casa de modas mais chique do início dos anos 20, no Rio de Janeiro, a Parc Royal. Sheila Schvarzman 18 SANGUE MINEIRO Maury Bueno e Carmen Santos – Sangue mineiro - acervo cinemateca brasileira, Phebo Brasil Film – Valéria Mauro TRANSFORMAÇÃO BONEQUINHA DE SEDA Direção Oduvaldo Vianna Comédia musical, 1936, 35 mm, p&b, 115’ Filha de um pobre alfaiate passa por garota fina, educada em Paris e chegada há pouco ao Rio. Ninguém podia imaginar que seus vestidos luxuosos eram brasileiríssimos. A moça nunca pisou na Europa! Figurino Alcebíades Monteiro Filho e Armando Pontes Elenco Gilda de Abreu (Marilda), Delorges Caminha (João Siqueira), Conchita de Moraes (Avó Madame Valle), Darcy Cazarré (Alfaiate Pechincha), Déa Selva (Neta), Apolo Correa (Mesquita), Carlos Barbosa (Dr. Leitão), Wilson Porto (Irmão de Marilda), Mira Magrassi (Mme. Pechincha) Roteiro Oduvaldo Vianna Produção Adhemar Gonzaga Fotografia Edgar Brasil Música Francisco Mignone Cenografia Hippólito Collomb, Murilo Lopes e Manoel Rocha Figurinos de fantasia e painel “baianas” Monteiro Filho Estátuas Humberto Cozzo Ternos da “A capital” cortados por José Alice Jóias Joalheria Valentim Calçados Casa da Onça Maquiagem Antônio de Assis e José Lino Penteados José Lino Coreografia Valery Oeser Montagem Luciano Trigo Bonequinha é o filme mais importante da década de 30. Primeira superprodução brasileira em 36, a Cinédia, nosso primeiro grande estúdio, completava seis anos de muitas comédias musicais bem-sucedidas. Com Bonequinha de seda, o produtor Adhemar Gonzaga, um carioca elegante, ex-jornalista e dono da Cinédia, buscava, além de bilheteria, a estética perfeita. E assim nasceu o primeiro filme fashion nacional. A roupa é protagonista e sua importância é explícita. O filme conta a história de Marilda (Gilda de Abreu), a multitalentosa filha do alfaiate Pechincha (Darcy Cazarré) que precisa pagar o aluguel para não ser despejado. Ela passa de moça pobre a jovem rica recém-chegada ao país. Na cena que marca a transformação, gira como uma bailarina em um caixinha de música, e em cada volta um look diferente. Se pobre usa tubinhos pretos, na nova fase, nos salões e nas tardes musicais seu guardaroupa é composto por vestidos longos, brancos e esvoaçantes. Nos anos 30, a música é fundamental no cinema e, assim, em Bonequinha, o estilo Ginger & Fred (que fizeram O Picolino um ano antes) se mistura com coreografias estilo Busby Berkeley. Em busca do acabamento ideal, Bonequinha tem a melhor luz e o cenário mais sofisticado, construído inteiramente em estúdio com ambientes ricos, brancos, limpos, art déco. Gilda de Abreu, cantora lírica que nasceu e morou em Paris até os 10 anos, para o filme foi submetida a uma operação plástica para abrir o maxilar e, assim, deixar suas bochechas mais salientes! Em anos getulistas, Bonequinha é nacionalista, faz crítica sagaz à burguesia e à sociedade carioca. Apesar de usar Paris para sofisticar Marilda, o filme condena estrangeirismos. Na conturbada década de 30, 1936 foi um sopro de esperança que se espremeu entre o crash da bolsa em 29 e a 2ª Guerra em 39. As aspirações da década estão nos vestidos brancos feitos para rodopiar nos salões, no look esportivo (do galã), nos ombros de fora e nos brilhos do impactante longo com pala de paetê e exageradas mangas em camadas de babados duplos! Com a experiente Madame Valle, Marilda aprende que em uma mulher "o sorriso é a jóia e o vestido o estojo". À certa altura, a moça quer saber de sua conselheira se o seu disfarce de garota rica é convincente. - Não pareço de outra classe, madame? - Não parece querida, você é! Somos todos da mesma classe. Os alfaiates e as modistas é que nos tornam diferentes. 20 BONEQUINHA DE SEDA Dea Selva, Conchita de Moraes, Gilda de Abreu e Delorges Caminha – Bonequinha de seda – Estúdios cinematográficos Cinédia PRONTO PARA VESTIR 24 HORAS DE SONHO Direção Chianca de Garcia Comédia, 1941, 35 mm, p&b, 95’ Figurino Iracema Gomes Marques Clarice, “recordista mundial de tentativas fracassadas de suicídio”, quer pôr fim à sua vida (mais uma vez). Antes, resolve aproveitar ao máximo os últimos momentos. Elenco Dulcina de Moraes (Clarice), Odilon de Azevedo (Roberto), Conchita de Moraes (camareira), Aristóteles Penna (Cícero), Laura Suárez (Princesa Merly de Aubignon), Sadi Cabral (gerente do hotel), Pedro Dias (ladrão), Silvino Netto, Paulo Gracindo, Oscarito e outros. Este filme raríssimo conta as peripécias de Clarice, uma moça disposta a tentar mais uma vez o suicídio. Antes, porém, decide aproveitar seus últimos momentos. Instala-se no Copacabana Palace como uma baronesa. Compra a crédito toilletes faustosas, arranja um flerte, deixa a vida correr. Como pano de fundo, aristocratas europeus de verdade, hospedados no hotel, vítimas da Segunda Guerra. Clarice é uma jovem sem sorte. Sem sorte até mesmo para suicidar-se, mas imaginativa o bastante para passar a perna num motorista de táxi e fazer com que ele a leve à estação de rádio, para concorrer ao prêmio de “mulher sherlock” num programa de auditório. 24 horas pode estar cheio de elementos reprimidos da chanchada, mas é uma comédia sofisticada, com roteiro inteligente e caprichado. O plot de 24 Horas de Sonho tira proveito do clima do período de guerra, quando muitos estrangeiros buscavam refúgio em terras como o Brasil, fazendo-se passar por nobres e aristocratas, idéia já desenvolvida em comédias do cinema internacional. Nesse filme, afastando-se das comédias musicais características dos anos 30 que vinha realizando, a Cinédia investe numa produção de prestígio – como já ocorrera com Bonequinha de seda. E desse prestígio faz parte o cuidado com os figurinos. Como observou Hernani Heffner em seu artigo, em 24 horas o produtor Adhemar Gonzaga, sem poder criar figurinos originais, encarrega a reconhecida modista Iracema Gomes Marques da “seleção das roupas prontas e sua adequação ao enredo proposto”, solução que dá certo e que vai se repetir em outras produções do período, não só da Cinédia. Temos em 24 horas requintados trajes femininos de noite, usados pela baronesa e também pela princesa, além de sugestivos modelos de negligées muito freqüentes nos filmes americanos da época. Sheila Schvarzman 22 24 HORAS DE SONHO Dulcina de Moraes e Odilon Azevedo – 24 horas de sonho - Estúdios cinematográficos Cinédia STAR SYSTEM APPASSIONATA Direção Fernando de Barros Drama, 1952, 35 mm, p&b, 102´ Uma famosa pianista é acusada da morte de seu marido. Ela prova sua inocência, e sai em viagem, quando conhece vários homens que querem conquistá-la. Casa-se novamente com um pintor. Ela é inocente? Figurino Ida Fogli Elenco Tônia Carrero (Sílvia Nogalis), Anselmo Duarte (Pedro), Alberto Ruschel (Luiz Marcos), Zbigniew Ziembinski (Maestro Hauser), Salvador Daki (Rogério), Abílio Pereira de Almeida (delegado), Paulo Autran (advogado de Sílvia), Renato Consorte (investigador) Roteiro Agostinho Martins Pereira Argumento original Chianca de Garcia Produção Fernando de Barros Fotografia Ray Sturgess Técnico de som Erik Rasmussem e Michael Stoll Música Enrico Simonetti Cenografia João Maria dos Santos Maquiagem Gerry Fletcher Cabelos Jane Nogueira Montagem Edith Hafenrichter A década de 50 foi marcada pelos grandes sonhos. No Brasil, para concretizar o sonho de fazer um cinema tecnicamente impecável, com padrões internacionais, os ítalo-brasileiros Franco Zampari e Ciccilio Matarazzo fundaram a Companhia Cinematográfica Vera Cruz. O empreendimento nasceu em meio à efervescência cultural e ao crescimento industrial de São Paulo e não foi poupado um só centavo para a produção de seus 18 filmes nos quatro anos de existência da Vera Cruz (1949 a 1953). Os melhores técnicos ingleses, alemães, e diretores italianos vieram para São Bernardo do Campo implantar o studio system. No esplendor de suas produções, destaca-se Appassionata, dirigida por Fernando de Barros. O filme conta a história da pianista Silvia Nogalis (Tônia Carrero, deslumbrante) que chega ao auge de sua carreira ao interpretar a obra “Appassionata”, de Beethoven. Nesta mesma noite, seu marido, o maestro Hauser (Ziembinski), comete suicídio. A partir daí, a trama de investigação, acusação de assassinato e romances se entrelaça. Melodramas envolvendo personagens das artes eram moda na época, principalmente no cinema inglês. Fernando importou o estilo em Appassionata. O filme foi elogiadíssimo pela sua direção de arte e fotografia e é considerado a primeira produção a alcançar a excelência técnica. Todos os cenários e figurinos foram desenhados por João Maria dos Santos e executados pela equipe de costureiras do estúdio sob a supervisão da figurinista italiana Ida Fogli. Na primeira cena, Tônia, no Theatro Municipal de São Paulo, veste um longo branco, pomposo, de um ombro só. Na delegacia, tailleur preto com golas grandes e um pequeno chapéu. No concerto final, usa um tomara-que-caia longo de cetim rabo de peixe, bordado com pérolas em forma de gotas. O vestido é tão justo que dá pra ver na cena que ela mal consegue subir as escadas. Appassionata tem uma atmosfera noir. Mais do que requintado, é opulento. Fernando de Barros, que na Vera Cruz dirigiu apenas esse filme, antes tinha sido maquiador, produtor e quando deixou o cinema na década de 70, depois de dirigir 12 filmes, tornou-se o primeiro e maior editor de moda masculina do país. Sempre luxuoso, Fernando não admitia objetos fake em seus cenários. Até castiçais de ouro verdadeiro foram garimpados em antiquários. 24 APPASSIONATA Tônia Carrero e elenco – Appassionata - acervo pessoal Fernando Valeika de Barros NORDESTERN O CANGACEIRO Direção Lima Barreto Aventura, 1953, 35 mm, p&b, 105’ O bando de cangaceiros do capitão Gaudino semeia o terror pela caatinga nordestina. A professora Maria Clódia, raptada por eles durante um assalto, apaixona-se pelo pacífico Teodoro. O amor entre os dois gera o conflito. Figurino Carybé Elenco Alberto Ruschel (Teodoro), Marisa Prado (Olívia), Milton Ribeiro (Galdino), Vanja Orico (Maria Clódia), Adoniran Barbosa (Mané Mole) Roteiro Lima Barreto Diálogos Raquel de Queiroz Produção Cid Leite da Silva Fotografia Chick Fowle Engenheiro de som Erick Rasmussen e Ernest Hack Música Gabriel Migliori Direção de arte Pierino Massenzi Maquiagem Victor Merinow Montagem Oswald Hafenrichter Lima Barreto tentou por oito longos anos dirigir O cangaceiro, mas nenhum produtor ou empresário acreditou na idéia de um filme sobre Lampião e seu bando. Quando saiu do papel, a produção teve do bom e do melhor. O roteiro é de Raquel de Queiroz, e os figurinos, do artista plástico Carybé, pintor de quadros que revelam a Bahia, suas vilas de pescadores e vilarejos do sertão. Ele criou todo o figurino. Chapéus, botas, coldres, calças e jaquetas feitas de couro legítimo, medalhas decorativas nas roupas e peças de metal que ornamentam as selas dos cavalos. Para que a equipe pudesse visualizar a posição do figurino em cena ele fez uma centena de desenhos cenográficos mostrando a vila local, a escola e a casa da professora Maria Clódia. O esforço valeu a pena. Lançado no exterior com o título The Bandit, foi exibido em 80 países e aplaudido por diretores como John Ford e Akira Kurosawa. É o primeiro filme brasileiro a vencer Cannes, na categoria Melhor Filme de Aventura. As ruas aderiram. A moda “cangacerrô” era a mais descolada de Paris no verão de 1952. As sandálias femininas imitavam as alpercatas nordestinas e as bolsas seguiam os desenhos dos embornais. No cinema e na moda, o longa é responsável pela criação do “gênero cangaço”. Foi um estouro de bilheteria. Custou cerca de dez milhões de cruzeiros e arrecadou mais de trinta milhões. A composição musical inspirada na canção Mulher rendeira recebeu menção especial. Além de Cannes, o filme ganhou 360 prêmios e láureas em todo o mundo. Os atores principais, Alberto Ruschel e Marisa Prado, mudaram-se para a Espanha, onde participaram de diversos longas. O crítico Sylviano Cavalcanti de Paiva o definiu como nordestern. Um western que tem, no lugar do cowboy, um cangaceiro. Não tão nordestino assim, já que em vez do sertão baiano, as filmagens aconteceram durante nove meses em Vargem Grande do Sul, interior de São Paulo. Para imitar com exatidão a paisagem semi-árida, o cenógrafo Pierino Massenzi desfolhou e queimou árvores e até criou cactos de gesso. 26 O CANGACEIRO Vanja Orico, Milton Ribeiro e elenco – O cangaceiro - divulgação DEDOC editora Abril METRÓPOLE NOITE VAZIA Direção Walter Hugo Khouri Drama, 1964, 35 mm, p&b, 93’ Dois homens buscam a mulher ideal para combater o tédio e a angústia. Duas garotas de programa. Um apartamento. Figurino não creditado Elenco Norma Bengell (Mara), Odete Lara (Regina), Mario Benvenutti (Luis), Gabriele Tinti (Nelson), Lisa Negri (amante de Nelson), Célia Watanabe (garçonete), Wilfred Khouri (filho de Luís) Roteiro e argumento Walter Hugo Khouri Produção Walter Hugo Khouri, Nelson Gaspari, Kamera Filmes e Cia. Cinematográfica Vera Cruz Assistente de direção Alfredo Sternhein Cenografia Silvio Campos Direção de fotografia Rudolph Icsey Direção de arte Pierino Massenzi Maquiagem Jorge Pisani Montagem Mauro Alice Técnico de som Ernst Hack Trilha sonora Rogério Duprat Apesar de Glauber Rocha, em Terra em Transe, ter vestido a modelo Danuza Leão com longos de Guilherme Guimarães, o foco do Cinema Novo não está, definitivamente, no figurino. Na estética da batalha pela sobrevivência, o importante é a câmera, o enquadramento e o diretor. Nos anos 60, de um lado está o Cinema Novo, do outro Walter Hugo Khouri, ex-estudante de filosofia, cineasta elegante, colecionador de arte. Nos seus filmes, a luta é contra o tédio das classes altas. Treinado na Vera Cruz, Khouri (assim como Fernando de Barros alguns anos antes, mas bem menos ostentoso) dava grande importância e acompanhava pessoalmente a maquiagem e o figurino. Noite vazia é sua obra-prima. É o filme que introduziu o contemporâneo no cinema brasileiro. Regado com filosofia, uísque e jazz, o assunto é sempre existencialista e, como o cenário, a cidade à noite, sua arquitetura urbana, geométrica e fria. Requinte na fotografia, para reforçar o contraste, as roupas, as luzes, as ruas, tudo é preto e branco. Acompanhando os dois playboys, duas garotas de programa com aparência sofisticada e sóbria. Até demais. Walter pedia para as atrizes trazerem suas roupas. Pierino Massenzi, o cenógrafo, e ele escolhiam as mais adequadas e, quando faltava alguma peça, complementavam com o guardaroupa da mulher do diretor, Nadir Khouri. Norma Bengell morava na Itália e de lá trouxe o tailleur de couro preto amassado que foi imediatamente aprovado. Como tudo se passa em uma noite, cada personagem tem apenas uma roupa. Khouri escolhia figurinos discretos sem excessos, no estilo Antonioni, que não contribuíssem para datar e envelhecer o filme. Destaque no filme é o olhar, em closes freqüentes, reforçado pela maquiagem, com olhos delineados, bem anos 60. Para o crítico de cinema Luiz Carlos Merten “Walter realçou o penteado das duas atrizes. Mais do que a roupa, o que define Odete Lara é o penteado que destaca seu aspecto leonino, servindo à personagem”. 28 NOITE VAZIA Norma Bengell, Gabriele Tinti, Mário Benvenutti e Odete Lara – Noite Vazia - acervo cinemateca, Companhia cinematográfica Vera Cruz PRETO TOTAL ESTA NOITE ENCARNAREI NO TEU CADÁVER Direção José Mojica Marins Terror, 1966, 35 mm, p&b, 107’ Zé do Caixão continua a busca obsessiva pela mulher ideal. Com a ajuda do fiel criado, rapta seis belas moças, submetendo-as às mais terríveis torturas. Só a mais corajosa sobreviverá e poderá ser a mãe de seu filho. Figurino não creditado Elenco José Mojica Marins (Zé do Caixão), Antonio Fracari (Cláudio), Nivaldo Lima (Bruno), Tina Wohlers (Márcia), Tânia Mendonça (Jandira), Nádia Freitas (Laura) Roteiro e argumento José Mojica Marins Diálogos Aldenoura de Sá Porto Produção José Mojica Marins, Augusto Pereira de Cervantes e Ibéria Filmes Produtor associado Antônio Fracari Direção de fotografia Giorgio Attili Direção de arte José Vedovato Montagem Luís Elias Técnico de som Salatiel Coelho Trilha sonora Hermínio Gimenez Considerado gênio primitivo por Glauber Rocha, José Mojica Marins criou o personagem ícone do terror no Brasil, o Zé do Caixão, em 1963. Fantasia e rebeldia fazem parte da década de 60 e também do primeiro filme de Zé, À meia noite levarei a sua alma (1964). Para fazer À meia noite..., Mojica encontrou no estúdio uma capa de Exu, alugou uma cartola, vestia calças pretas e mandou comprar uma camisa da mesma cor. As unhas dos dedões já eram compridas, ia cortar, mas um amigo maquiador sugeriu que elas fossem maiores ainda para reforçar a imagem macabra do personagem. À meia noite... foi feito em 13 dias, e com orçamento miserável. Mesmo assim, foi um sucesso e no segundo filme, Esta noite encarnarei no teu cadáver, não só o roteiro mas também o figurino de Zé é mais sofisticado. O capote preto é de cetim e tem a gola maior. Na história, Zé comete um crime imperdoável ao assassinar uma moça grávida. Atormentado pela culpa, aparece em um sonho sendo engolido para o inferno gelado, onde tortura suas vítimas impiedosamente. A cena é espetacular, uma seqüência horripilante em cores, com cerca de 8 minutos. É de arrepiar, a cena em que as possíveis futuras mães do seu filho estão presas em um quarto cheio de caranguejeiras. Elas vestem leves babydolls e camisolinhas transparentes com calçolas ingênuas. Para saber qual delas é a mais corajosa, a mulher superior que vai ser sua esposa, Zé vai mais longe e solta cobras pelo quarto. Para fazer a cena, as garotas tomaram pinga pura! Esta noite... teve cenografia espetacular José Vedovato que mandava seus alunos roubarem peças de covas e esqueletos pelos cemitérios de São Paulo. Para fazer a maquiagem, Mojica convenceu Antonio Fracari, um playboy nada underground, dono de lojas de peruca na Rua Augusta e amigo de várias celebridades. O make ficou ótimo, mas mesmo assim, ele teve sua cabeça esmagada por Zé. É que Fracari fez um papel pequeno, o de Claúdio, o irmão de Laura, a mulher ideal e o cunhado não gostava muito dele. Adepto do preto total, em Esta Noite... excepcionalmente, Zé usa camisa branca. Isto só acontece em ocasiões muito especiais, como quando ele se depara com a mulher que acredita ser "superior". Sem recursos, Mojica se virou sozinho. Para os filmes, ele mesmo desenhava alguns figurinos e mandava fazer em uma costureira. Às atrizes pedia para trazerem roupas de casa. Relegado ao esquecimento nos anos 80, Zé foi redescoberto nos EUA, em 90, como Coffin Joe. No inverno de 2004, chegou as passarelas. Alexandre Herchcovitch fez a sua coleção masculina inspirada no personagem. Foi o estilista também quem redesenhou a indumentária de Zé para Encarnação do demônio, seu próximo filme, que estréia em 2008 e encerra a trilogia. 30 ESTA NOITE ENCARNAREI NO TEU CADÁVER José Mojica Marins e Antônio Fracari – Esta noite encarnarei no teu cadáver – acervo cinemateca brasileira, Maspe Filmes COPACABANA TODAS AS MULHERES DO MUNDO Direção Domingos de Oliveira Comédia, 1967, 35 mm, p&b e cor, 86’ Zona sul do Rio. Um jornalista mulherengo sonha com todas as mulheres do mundo. Até conhecer a noiva de seu amigo, uma mulher tão especial que o faz pensar que é possível ter todas em uma só. Figurino não creditado Elenco Leila Diniz (Maria Alice), Paulo José (Paulo), Flávio Migliaccio (Edu), Joana Fomm (Bárbara), Ivan de Albuquerque (Leopoldo), Irma Álvarez (Garota Argentina), Fauzi Arap (Paulista), Isabel Ribeiro (Dunia), Anna Christina (Ana Cristina), Ana Maria Magalhães (Ana Maria) Roteiro Domingos de Oliveira Produção Domingos de Oliveira, Cyl Farney, Antonio Henrique de Oliveira, Luiz Carlos Pires Fernandes, Luiz B. Neto Fotografia Mário Carneiro Direção de arte Napoleão Muniz Freire Música Cláudio MacDowell e João Ramiro Mello Montagem Joaquim Assis e Nazareth Ohana Leila Diniz, grávida e de biquíni na praia de Ipanema dos anos 70, é o símbolo definitivo de liberdade e emancipação feminina no Brasil. A revelação de Leila como atriz e personalidade aconteceu alguns anos antes, em 1967, no filme Todas as mulheres do mundo. Na seqüência inicial, ela aparece leve e sensual, brincando no mar, vestindo biquíni preto com petits pois brancas. Em outros momentos, Leila, que tinha um corpo dourado e curvilíneo, usa lingerie branca de algodão e cinta-liga. Pouco dinheiro, muita improvisação e liberdade, assim era o cinema brasileiro até os anos 70. O figurino dos personagens são as roupas dos próprios atores. Paulo (o jornalista interpretado por Paulo José) usa calça e blazer com gravatinha fina. Na praia, camisa e sunga. Para sair à noite, camisetas. O biquíni de Maria Alice, o tubinho branco de alça trespassada nas costas, a saia de piedsde-poule e a camisa com babadinhos são peças que saíram do guarda-roupa de Leila. O único item do figurino produzido especialmente para o filme é o boné da cena em que Maria Alice joga sinuca. A inspiração do boné veio de Jeanne Moreau, em Jules e Jim (1962), de François Truffaut. Não apenas o figurino, mas também o roteiro e a cenografia são documentais. O apartamento de Paulo José era o do próprio diretor, no bairro Peixoto, em Copacabana, onde realmente aconteciam as mais loucas festas. Ruy Castro conta no livro Ela é Carioca: "As festas de Domingos eram famosas (para Jaguar, elas formaram o núcleo da Ipanema moderna) e não era incomum que, no dia seguinte, acordassem vinte pessoas no apartamento". Domingos conhece Leila em uma dessas festas da mesma maneira que, no filme, Paulo conhece Maria Alice. Todas as mulheres do mundo é o primeiro filme do teatrólogo e diretor Domingos de Oliveira. É a história do cotidiano despretensioso de jovens cariocas da zona sul do Rio. Domingos de Oliveira produziu Todas como uma declaração de amor a Leila e ao tempo que passaram juntos, mas acabou filmando também umas das mais verdadeiras e deliciosas crônicas das areias cariocas. 32 TODAS AS MULHERES DO MUNDO Paulo José e Leila Diniz – Todas as mulheres do mundo – acervo cinemateca brasileira, Difilm FASHION VICTIM BEBEL, GAROTA PROPAGANDA Direção Maurice Capovilla Drama,1968, 35 mm, p&b, 103’ Bebel é uma garota da periferia que de um dia para o outro se transforma na modelo do momento. Ela sentirá na pele a realidade por trás do glamour do mundo da publicidade. Figurino Índia Sport e Paraphernália (figurinos para Rossana Ghessa) Elenco Rossana Ghessa (Bebel), John Herbert (Marcos), Paulo José (Bernardo), Geraldo Del Rey (Marcelo), Maurício do Valle (Renatão), Washington Fernandes (Walter), Joana Fomm (Maria), Fernando de Barros (Fernando de Barros) Argumento original Ignácio de Loyola Brandão Roteiro Maurice Capovilla, Roberto Santos, Afonso Coaracy e Mario Chamie Produção George Jonas, José Alberto Reis, Jorge Teixeira e Roberto Santos Gerentes de produção João Batista de Andrade e Maurício Segall Fotografia Waldemar Lima Música Carlos Imperial Números musicais De Kalafe e Marcos Roberto Arranjos Rogério Duprat e Damiano Cozzella Cenografia Juarez Magno Maquiagem Gilberto Marques Som direto Sidney Paiva Lopes Montagem Sylvio Renoldi Companhia produtora Difilm e CPS produções cinematográficas Paraphernalia, Rua Augusta, swinging London, Fenit, Rhodia. Nos anos 60, o mercado da moda teve seu primeiro boom. Os jovens passaram a ter poder de consumo e houve avanços tecnológicos importantes na indústria têxtil. O número de desfiles, modelos e anúncios aumentou e o interesse pelo assunto deixou de ser restrito apenas ao setor. Em São Paulo, na redação do jornal Última Hora, sensível à nova ordem, o jornalista Ignácio Loyola Brandão escreve a história Bebel que a cidade comeu (1968), seu primeiro romance. Nos engajados anos 60, o livro critica a indústria cultural, no caso, a publicidade. Acompanha a vida de uma garota do subúrbio paulistano e sua transformação de um dia para outro na top do momento. Bebel passa a ser a estrela da marca de sabonete Lov. Outdoors com sua foto, nua tomando banho com espuminha no ombro, estão por todos os cantos da cidade. Algum tempo depois, é descartada friamente. Mesmo antes do livro ser impresso, Loyola e seu colega de redação, Maurice Cappovilla, roteirizaram o texto. História fresh, Bebel, garota propaganda é jovem, política e cheia de glamour. Nunca foi um blockbuster, mas se pagou. Hoje, Bebel pode ser visto como um documentário, um docudrama que mostra os bastidores da publicidade. Muitas participações especiais, entre elas a do editor de moda e ex-diretor de cinema Fernando de Barros e a do maestro Renato Souza Dantas. Apollo Silveira, que clica Bebel no estúdio, é o maior fotógrafo de publicidade da época. John Hebert interpreta um publicitário assertivo que abre o filme assistindo a um comercial de maquiagens da Max Factor para aquela estação. O filme lançou a atriz Rossana Ghessa, que anos mais tarde seria vestida por Clodovil em Lua de mel e amendoim, dirigido por Fernando de Barros. Rossana não pode reclamar de seus figurinos. Em Bebel, todo o seu guarda-roupa foi elaborado por Guaracy, a dona da butique mais legal dos anos 60, a Paraphernalia. Rossana ficou com todo o figurino, os tailleurs estampados, os vestidos tubinho, e suas duas peças favoritas, o vestido de crochê e o blazer de listra. 34 BEBEL, GAROTA PROPAGANDA Rossana Ghessa e elenco – Bebel, garota propaganda – acervo cinemateca brasileira, Maurice Capovilla CHANCHADEX CASSI JONES - O MAGNÍFICO SEDUTOR Direção Luís Sérgio Person Comédia musical, 1972, 35 mm, cor, 100' Figurino Luiz Carlos Ripper Sensual paquerador é desejado por todas as mulheres que nunca lhe dão sossego. Grudam nele e querem amá-lo sem descanso. Pesadelos e ameaças o rondam. O que Cassi deve fazer? Elenco Paulo José (Cassi Jones), Sandra Bréa (Clara), Hugo Bidet (Rouboult), Sônia Clara (Ingrid), Grande Otelo (porteiro do Teatro), Carlos Imperial (ele mesmo) Produção Luís Sérgio Person e Glauco Mirko Laurelli Fotografia Renato Newman Direção de arte Luiz Carlos Ripper Montagem Maria Guadalupe e Glauco Mirko Laurelli Depois dos densos São Paulo S/A e O caso dos irmãos Naves, Luís Sérgio Person fez a sátira Cassi Jones – O magnífico sedutor. O filme é ótimo, divertido e inteligente, mas na época os críticos não aprovaram e consideraram este último trabalho do cineasta, morto prematuramente em um acidente de carro aos 40 anos, em 1976, como uma obra menor dentro de sua carreira. Apesar da aparência fútil e exagerada, Cassi é um filme engajado. Ironiza tudo, as pornochanchadas, a praia de Ipanema, a moda. Vivido por Paulo José, Cassi é um paquerador canastrão, muito bemsucedido, as mulheres não largam do seu pé. Ele veste roupas coloridíssimas, que vão do batik indiano aos tons berrantes da pop art. As mulheres, por outro lado, aparecem nuas a maior parte do tempo. Ele é sustentado pela mãe, e em seu apartamento há um quadro pintado com uma banana gigante, releitura da arte como produto de consumo. Banana é uma das capas mais conhecidas do mundo do rock, lançado em 1966 pelo Velvet Underground, com arte do mago da pop art, Andy Warhol. Tudo é de plástico, inclusive o colchão de água com peixinhos dentro. Pós-AI 5, o filme é uma metáfora do Brasil em 1972, quando o ufanismo, o consumismo e a euforia tentavam dissimular as barbáries cometidas pela ditadura. Além da crítica sobre o cinema vigente, sobre a sociedade brasileira, Cassi também debocha das modas da época. Segundo Regina Jehá, mulher de Person, o cineasta tinha uma consciência estética afiada: “Ele gostava de roupas funcionais e sempre renovou o guarda-roupa a cada estação, doando tudo o que não usava”. É dele, de Regina e do diretor de arte o figurino alegre de Cassi. O amigo e vizinho do conquistador, Rouboult, erra sempre. Ele usa short de lycra e top de tela perfurada, bem no espírito “vamos malhar” que começa a se espalhar naquele momento. Cassi usa caftans e calça justa cor-de-rosa com camiseta amarela! Ele parece querer mudar de vida quando conhece a bela e inocente bailarina, Clara (Sandra Bréa, na performance que a revelou), que se torna uma bem-sucedida cantora de musicais. Clara é a mulher virgem, que ele pensa ser a ideal. Faz de tudo para conquistá-la. Mas as coisas não saem do jeito que ele esperava. 36 CASSI JONES  O MAGNÍFICO SEDUTOR Cassy Jones, o magnífico sedutor - acervo pessoal Marina Person À FLOR DA PELE DONA FLOR E SEUS DOIS MARIDOS Direção Bruno Barreto Comédia, 1976, 35 mm, cor, 120’ Mulherengo e jogador inveterado morre repentinamente, e sua mulher, Dona Flor, fica inconsolável. Após algum tempo, ela se casa novamente. Seu novo marido é o oposto de primeiro, e ela passa a ter uma vida dupla. Figurino Anísio Medeiros Elenco Sônia Braga (Dona Flor), José Wilker (Vadinho), Mauro Mendonça (Teodoro Madureira), Dinorah Brillanti (Rozilda), Nelson Xavier (Murandão), Rui Resende (Cazuza), Nelson Dantas (Clodoaldo) Roteiro Bruno Barreto, Eduardo Coutinho e Leopoldo Serran Produção Luís Carlos Barreto, Lucy Barreto, Newton Rique e Nelson Porto Fotografia Murilo Salles Música Chico Buarque e Francis Hime Direção de arte Anísio Medeiros Maquiagem Jaque Monteiro Montagem Raimundo Higino A maior bilheteria de todos os tempos no país, 10 milhões de espectadores, Dona Flor é “brasilidade à flor da pele”. Fez a Bahia simples, alegre, musical e erótica virar moda aqui e lá fora. Com Flor, Sônia Braga, pele morena, cabelo ondulado no ombro e corpo curvilíneo recoberto por vestidinhos de algodão sexy e brejeiros se transformou na imagem eterna da sensualidade brasileira. O ator José Wilker a definiu como “um animal cinematográfico”. Adaptação do romance de Jorge Amado, Dona Flor e seus dois maridos mostra a Bahia de 1943. O figurinista Anísio Medeiros “amaciou” as roupas de época, elaborando um figurino realista e emocional. Medeiros, que também trabalhou em Macunaíma e outras obrasprimas, é um dos mais consagrados cenógrafos e figurinistas de teatro e cinema do país. Ele nasceu em Teresina, estudou arquitetura na década de 40, no Rio de Janeiro, e trabalhou como costureiro. Para a figurinista Marília Carneiro, Dona Flor é o filme que melhor representa o vestuário no Brasil, porque “parece ser muito caseirinho, feito à mão” e é “muito verdadeiro”. Tecnicamente, é irrepreensível. As cores ressaltam a luminosidade da Bahia. A seqüência do terreiro de candomblé é quente. As roupas do pai-de-santo e das mães-de-santo, que giram pelo terreiro ao som dos atabaques, usando turbantes e saias rodadas, são brilhantes, coloridas, e revestidas com rendas. Esse filme, como o título sugere, é um jardim colorido e alegre. Em seu visual, há flores por todos os lados, no cabelo, na lapela e nas estampas. No segundo casamento, seus vestidos ficam mais recatados, sóbrios e com tons pastéis. Na inesquecível cena em que Dona Flor sai da missa, sorridente e de braços dados com seus dois maridos, ela usa um vestido rosa pálido. Nessa seqüência, a atenção não está focada nela nem no farmacêutico Teodoro Madureira (Milton Gonçalves) e, sim, à esquerda de Flor, no “finado” Vadinho, completamente nu. No Brasil, estar pelado é mais fashion que andar vestido! 38 DONA FLOR E SEUS DOIS MARIDOS Sônia Braga e Mauro Mendonça – Dona Flor e seus dois maridos – divulgação DEDOC editora Abril SONHO DE VERÃO MENINO DO RIO Direção Antônio Calmon Aventura, 1982, 35 mm, cor, 104’ Garota da alta sociedade apaixona-se por um jovem surfista e por um homem mais velho. Entre desventuras amorosas, o jovem descobre que o outro é seu pai. Figurino Fiorucci (colaboração) Elenco André De Biase (Ricardo Valente), Cláudia Magno (Patrícia Monteiro), Ricardo Graça Mello (Pepeu), Nina de Pádua (Ciça), Sérgio Mallandro (Zeca), Cissa Guimarães (Aninha), Cláudia Ohana (Soninha), Ricardo Zambelli (Adolfinho), Evandro Mesquita (Paulinho), Adriano Reis (Braga) Roteiro Antônio Calmon e Bruno Barreto Argumento André De Biase e Tonico De Biase Produção Bruno Barreto Fotografia Carlos Egberto Música Guto Graça Mello Canções Guilherme Arantes e Lulu Santos Direção de arte Oscar Ramos Montagem Raymundo Higino Som direto Romeu Quinto e David Leonel Maquiagem Ana Grega Cabelos Carlos Armando Feito no auge do Rio de Janeiro, quando a cidade ditava as tendências de comportamento, Menino do Rio representa a época em que os cariocas lançavam moda e o resto do Brasil copiava. Todo mundo queria ser bronzeado e desencanado. Menino é produto do estilo de vida que cultiva a praia, o esporte, a liberdade e a juventude. O diretor de arte Oscar Ramos foi detalhista também no figurino, que ficou sob sua responsabilidade direta. O destino é ser star, mas o guarda-roupa é básico, tropical, composto por bermudas, camisetas, camisas havaianas, biquínis minúsculos, pranchas de surfe, violão. Remete ao lazer eterno. Bem a propósito, o ator André De Biase, que faz o surfista Valente, foi descoberto na praia de Ipanema. O padrão estético da época não era moleza: ir na praia sem estar queimado era um deslize abominável. O filme tem alguns momentos de glamour longe das areias. Roupas de festa sempre animam uma produção e, na história de Antônio Calmon, há um jantar black tie (todo mundo de smoking e Valente de camisa florida), uma festa de noivado e, até desfile de moda. A gatinha do filme é fashion, e Patrícia faz jus ao nome. Interpretada por Claudia Magno, ela usa looks aprumadinhos, blazer cor de rosa com ombreira, vestido de tafetá e, à certa altura, participa como modelo de um desfile na loja de uma amiga. Na verdade, a locação é a loja da Fiorucci, a butique sensação do início dos anos 80. Os looks desfilados foram selecionados por Ramos e Gloria Kalil, dona da Fiorucci no Brasil. Com seu corpo esguio, Patrícia desfila macaquinhos, shorts e bustiê minúsculos e coloridos. Na cenografia, frutas tropicais enfeitam a passarela. No decorrer dos anos 80, o Rio foi perdendo o encanto. O estilo de vida do balneário cede lugar à moda do asfalto, verdadeiramente urbana, inspirada em Tóquio, Nova York e São Paulo. Menino do Rio é um delicioso filme sessão da tarde, crônica visual de um Rio de Janeiro ingenuamente malicioso. 40 MENINO DO RIO André de Biase, Claudia Magno e Ricardo Graça Mello – Menino do Rio – divulgação DEDOC editora Abril FILME DE BUTIQUE FOGO E PAIXÃO Direção Márcio Kogan e Isay Weinfeld Comédia urbana, 1988, 35 mm, cor, 90’ Grupo se reúne para excursão turística de ônibus por São Paulo. Durante o passeio, flashbacks de acontecimentos ilustram a vida de cada um. Figurino Leda Senise Elenco Mira Haar (Vilma Viena), Cristina Mutarelli (Helena de Castro), Carlos Moreno (Duque Demétrio Bernardo Adolfo Medardo Di Terralba), Kenichi Kaneko (Akira Kaneko), Fernanda Montenegro (Rainha), Paulo Autran (homem com a maleta), Tônia Carrero (Mendiga), Zezé Macedo (Mulher elegante), Rita Lee (Mulher do Piquenique), Fernanda Torres (Moça na barraca de laranja), Roberto de Carvalho (Homem do Piquenique), Regina Casé (Primeira dama), Sérgio Mamberti (Político), Nair Bello (Avó das crianças), Rui Resende (Esbignil Krotosinski), Giulia Gam (Mona Lisa), Monique Evans (Monique) Roteiro Isay Weinfeld e Márcio Kogan Diálogos Flávio de Souza Produção WKW Filmes Produtor executivo Angelo Gastal Produtor Associado Sergio Ajzemberg Direção de fotografia Pedro Farkas Direção de arte Felippe Crescenti, Isay Weinfeld e Márcio Kogan Cenografia Felippe Crescenti Montagem Mauro Alice Trilha sonora Sérvulo Augusto e Gil Reyes Maquiagem Westerley Dornellas A São Paulo de Fogo e paixão é limpa e linda. Os arquitetos Isay Weinfeld e Márcio Kogan pintaram paredes, lavaram calçadas. No único longa que fizeram, o mundo é perfeito e em cores reluzentes. Num cinema como o brasileiro, que enobrece a imagem da pobreza, a plasticidade e a harmonia estética de Fogo é inovadora reverberando principalmente na publicidade da época. Em 1988, Isay e Marcio já estavam trabalhando há mais de uma décadaem projetos de sucesso. Desde a faculdade, eram bem sucedidos curtas-metragistas, com 14 filmes no currículo, sendo um deles, o Idos com o vento (1984). Em Fogo e paixão exagera todas as modas da época, até a cafonice é requintada. Tudo combinadinho, tanto o figurino de Leda Senise, com trabalhos em teatro e em confecções como a Fiorucci e a Zoomp – como também o cenário usam e abusam da geometria. O poá da camisa da mãe (Nair Belo) é o mesmo do da gola da filha (Leda Senise, a própria, faz uma ponta). A camisa do rapaz é da mesma estampa de bolinhas do prédio, logo atrás dele. No roteiro, duas professoras solteironas saem em excursão, loucas por namorados. O sight seeing (em um ônibus de design, GM Coach 1958) é motivo para exibir o que São Paulo tem de melhor – galerias, prédios, Parque do Ibirapuera, Masp. E também pretexto para um desfile de personagens exóticos. Um conde, um japonês que filma tudo, uma modelo francesa mau humorada, um casal de americanos com voz de dubladores, um gordinho misterioso, uma gordinha com um poodle branco, uma russa. O casting de atores consagrados que fazem pontas impressiona – a rainha é Fernanda Montenegro, a Monalisa é Giulia Gam e a mendiga Tônia Carrero. Imperdível é Rita Lee. Ela faz piquenique na Av. Paulista vestida de camponesa inglesa, caricata, inspirada na estilista Laura Ashley. Em sonho, até Monique Evans, musa dos anos 80, aparece (e como!). Registro da moda praia da década, a modelo faz topless com fio dental asa delta. Por trás das câmeras, o casting não é menos renomado. A fotografia é de Pedro Farkas e a direção de arte de FelipeCrescenti. Tirando as aparições fantasiosas, os personagens fixos usam apenas uma roupa. Looks acentuam o caráter de cada um. As professoras têm referências anos 40, muito forte nos 80, com os coques banana e tailleurs. Miriam Haar, a mais ansiosa, usa blusa de bolinhas com gola palhaço. Cristina Mutarelli começa recatadissima, com camisa branca até o pescoço. A certa altura, decide mudar, se rasga toda e ... 42 FOGO E PAIXÃO Elenco – Fogo e paixão - divulgação DEDOC editora Abril CUSTOMIZAÇÃO CARLOTA JOAQUINA – PRINCESA DO BRAZIL Direção Carla Camurati Comédia, 1995, 35 mm, cor, 100’ Sátira da família real portuguesa no Brasil. Carlota Joaquina, que adorava sua vida de luxo na corte européia, detesta seus dias na colônia tropical. Figurino Emília Duncan, Marcelo Pies e Tadeu Burgos Elenco Marco Nanini (D. João VI), Marieta Severo (Carlota Joaquina), Ludmila Dayer (Yolanda e a jovem Carlota Joaquina), Antônio Abujamra (Conde de Mata-Porcos), Maria Fernanda (Rainha Maria I), Eliana Fonseca (Custódia), Beth Goulart (Princesa Maria Teresa), Thales Pan Chacon (Médico), Brent Hieatt (Escocês), Vera Holtz (Maria Luísa de Parma), Bel Kutner (Francisca), Ney Latorraca (Jean-Baptiste Debret), Aldo Leite (Lobato), Norton Nascimento (Fernando Leão), Marcos Palmeira (D. Pedro I), Chris Hieatt (Lorde Strangford) Roteiro Carla Camurati, Melaine Dimantas e Angus Mitchel Produção Bianca De Felippes e Carla Camurati Direção de Arte Emília Duncan e Tadeu Burgos Fotografia Breno Silveira Música André Abujamra e Armando Souza Carlota Joaquina, primeiro longa-metragem de Carla Camurati, nasceu desacreditado pela crítica, mas acabou se transformando no primeiro filme nacional a fazer mais de 1 milhão de espectadores em 4 anos (desde Os Trapalhões e a árvore da juventude em 1991). Deu o pontapé inicial no que se chama hoje a retomada do cinema brasileiro. Feito com orçamento baixíssimo, a verba da produção era praticamente inexistente. Diante da situação, os figurinistas deixaram de lado o realismo e investiram na criatividade orgânica brasileira para criar figurinos que, além de históricos, eram divertidíssimos e exóticos. O trabalho de pesquisa da produção de arte durou cerca de 2 anos e foram desenhados 500 modelos. Com experiência em teatro e artes plásticas, os figurinistas transformaram as limitações em possibilidades. Descobriram materiais incríveis e inéditos e, assim, os nativos eram vestidos com roupas feitas com folhas de árvores, bananeiras e palhas. Para realçar o lado de comédia dramática, o excesso dá o tom do figurino. Carlota e sua personalidade forte são caracterizadas, principalmente, com seus vestidos de corpete clássico, adornado com uma mantilha e saia de veludo roxa ou vermelha ampla e à moda espanhola. Tudo foi feito com base em permutas, doações e empréstimos. No filme, a verdadeira adoração de Carlota é colecionar sapatos. O baú que ela joga ao mar com sua coleção de sapatos, na verdade é uma reunião dos modelos de 93 da Arezzo. Dom Pedro I usa jaqueta de couro da Forum onde foram aplicados botões dourados. A direção de arte e Carla, com a pequena verba de US$ 20 mil, tiveram que se virar, pois o dinheiro que já era pouco acabou junto com as filmagens no Maranhão. Ao voltar ao Rio de Janeiro, a casa da diretora foi transformada em ateliê. E para conseguir continuar, os figurinos da fase anterior foram desmontados, remodelados e viraram outras roupas. É a customização despontando no cinema bem antes de virar febre na moda. 44 CARLOTA JOAQUINA  PRINCESA DO BRAZIL Marieta Severo – Carlota Joaquina, princesa do Brazil – acervo Copacabana Filmes MIX MADAME SATÃ Direção Karim Ainöuz Drama, 2002, 35 mm, cor, 105' Bairro da Lapa, anos 30. Entre prostitutas e marginais, o negro e ex-escravo João Francisco, conhecido como Madame Satã, sonha em tornarse uma grande "estrela" dos palcos. Figurino Rita Murtinho Elenco Lázaro Ramos (Madame Satã), Marcélia Cartaxo (Laurita), Flávio Bauraqui (Tabu), Fellipe Marques (Renatinho), Renata Sorrah (Vitória), Emiliano Queiroz (Amado), Ricardo Blat (José), Guilherme Piva (Álvaro), Floriano Peixoto (Gregório) e Gero Camilo (Agapito) Roteiro Karim Ainöuz, Marcelo Gomes, Sérgio Machado e Maurício Zacharias Produção Walter Salles, Isabel Diegues e Maurício Andrade Ramos Produtor associado Marc Beauchamps, Donald Ranvaud, Vincent Maraval, Dominique Welinski, Phillip Brooks e Laurent Bocahut Direção de fotografia Walter Carvalho Direção de arte Marcos Pedroso Maquiagem Sônia Penna Montagem Isabela Monteiro de Castro Trilha sonora Marcos Suzano e Sacha Amback Em 1932, o ex-escravo João Francisco dos Santos vive no samba, no suor e na malandragem carioca. Seu sonho é ser artista. Ele nasceu para o espetáculo. João começa vestido de homem, com paletó, camisa e chapéu e, aos poucos, vai se travestindo. O brilho – tanto nas peças quanto na maquiagem – cresce em importância. João faz imitações da cantora Josephine Baker, cria personagens como Mulata do Balacochê e Santa de Coqueiro. É um transformista de cabaré pioneiro. Em um baile de carnaval, ganha o concurso de fantasia com Madame Satã, inspirado no filme homônimo de Cecil B. DeMille (1930). Ganhou outros carnavais, foi preso várias vezes, foi amigo de Noel Rosa e Araci de Almeida. Mito do submundo, foi entrevistado em 1971 por Millôr Fernandes para o Pasquim. Na seqüência, foi relançado o ótimo filme Rainha Diaba, sobre a vida de João depois de sua transformação em Madame Satã. A obra de Karim Ainöuz pára justamente onde começa o Rainha. Como não há registro fotográfico de João em suas performances, a liberdade na criação do personagem foi total. Nascido em Fortaleza, Karim formou-se em arquitetura em Brasília e em cinema em Nova York. Concebeu seu personagem misturando suas referências globalizadas. Madame é um pouco de Josephine Baker, Sylvester, glam rock, disco music, David Bowie e até Saci Pererê. O cenário é a Lapa e, para reconstituir a época sem melancolia mas com emoção, a direção de arte trouxe do passado uma atmosfera suada, usada e desgastada. O filme explora o corpo como expressão máxima do personagem e, assim, o figurino é subserviente a ele. Para parecerem imperfeitas, as roupas foram feitas à mão. A silhueta valoriza detalhes peculiares da década de 30, como a camisa usada bem justa e a calça com cintura alta. Madame é um personagem libertário. É um guerrilheiro urbano. Mais século 21 impossível. 46 MADAME SATÃ Lázaro Ramos – Madame Satã - divulgação DEDOC editora Abril. 48 MOSTRA COMPETITIVA Credo! – primavera-verão 2005 – divulgação 2ª MOSTRA COMPETITIVA FILMEFASHION Um figurinista dá significado à roupa. Sem gestos ou palavras, apoiando-se apenas na indumentária, revela o posicionamento social, o temperamento e o modo de pensar do seu personagem. Ele fala para o olhar. Num espetáculo filmado, caso do FilmeFashion, o figurino distingue quem é quem, e pelo estudo de cores e texturas, dá unidade à trama. Se o cinema é o espelho de um país, o figurinista é o personal stylist. No Iguatemi FilmeFashion o figurinista é mais ainda. É a estrela que transforma roupa em arte. Homenageamos os profissionais e, em tempos de YouTube, os amadores também. Figurinistas que se destacaram vestindo filmes e videomakers cujo tema é a moda. A 2ª Mostra Competitiva FilmeFashion recebeu inscrições de produções feitas a partir da segunda metade de 2004, quando aconteceu a primeira edição, até julho de 2007. Neste ano, a mostra está mais ampla. Contempla oito categorias. Apenas para profissionais, melhor figurino e melhor maquiagem em longa-metragem, melhor figurino em videoclipe e em filme publicitário. Para todo mundo, profissional ou não, melhor filme de bolso, videodesfile e documentário de moda. Entre os inscritos foram selecionados cinco finalistas em cada categoria. Eles serão avaliados por um júri muito especial e os vencedores serão divulgados no último dia do Iguatemi FilmeFashion. 49 FIGURINO LONGA-METRAGEM Casa de areia – divulgação Conspiração Filmes A máquina – divulgação Diller e associados CASA DE AREIA Direção Andrucha Waddington Drama, 2004, 35 mm, Cor, 115’ Figurino Claudia Kopke Elenco Fernanda Montenegro (D. Maria - Áurea), Fernanda Torres (Áurea - Maria), Ruy Guerra (Vasco de Sá), Seu Jorge (Massu), Luiz Melodia (Massu), Enrique Diaz (Luiz), Stênio Garcia (Luiz) Produção Leonardo Monteiro de Barros, Pedro Buarque de Hollanda, Pedro Guimarães, Andrucha Waddington Fotografia Ricardo Della Rosa Direção de arte Tulé Peake Maquiagem Martín Macías Trujillo Montagem Sérgio Mekler Atrás do sonho de seu marido, Dona Maria e Áurea vão parar nos lençóis maranhenses. Lá, descobrem que estão presas e tentam fugir. A saga inicia em 1910, com figurino belle époque formado por saias longas, justas e blusas com mangas bufantes. Em 1920, Áurea percebe que a moda mudou e encurta a saia e o cabelo à la garçone. A MÁQUINA Direção João Falcão Drama, 2004, 35 mm, cor, 94’ Figurino Kika Lopes Elenco Paulo Autran (Antônio - no futuro), Gustavo Falcão (Antônio - jovem), Euclides Pegado (Antônio - 5 anos), Mariana Ximenes (Karina), Vladimir Brichta (José Onório), Cristiane Ferreira (Maria da Graça) Produção Diler Trindade Fotografia Walter Carvalho Direção de arte Marcos Pedroso Maquiagem Vavá Torres Montagem Natara Ney Karina vive na pequena Nordestina. Seu sonho é virar atriz e conhecer o “mundo”. Antônio, apaixonado por Karina, resolve trazer o mundo até ela. O figurino é romântico, com vestidinhos de algodão e camisas xadrezes desgastadas. Antônio vai para a cidade e tenta se adaptar, usando roupa preta com brilhos. E encontra tipos cafonas como o apresentador de tv que usa blazer prateado de shantung. Zuzu Angel – divulgação Toscana Audiovisual LTDA Cafundó – divulgação Laz Audiovisual LTDA O cheiro do ralo – divulgação Geração Conteúdo/ Primo Filmes/RT Features CAFUNDÓ Direção Paulo Betti e Clóvis Bueno Drama, 2006, 35 mm, cor, 102’ Figurino Bia Salgado Elenco Lázaro Ramos (equilibrista na Praça da Sé/ João de Camargo), Leona Cavalli (Rosário), Leandro Firmino (Cirino), Valéria Monã (Levinda), Chica Lopes (Nhá Chica), Flávio Bauraqui (Exu) Produção Paulo Betti, R. A. Gennaro, Virginia W. Moraes Fotografia José Roberto Eliezer Direção de arte Vera Hamburger Maquiagem Ana Van Steen Montagem Sérgio Mekler João, jovem escravo recém liberto anseia por descobrir o mundo. Após horríveis experiências, seu objetivo torna-se ajudar ao próximo. Depois de alforriados, os escravos vestem peças em tons de marrom e cru, sujas e desgastadas em muitas sobreposições. Os ricos usam ternos, botas, cartolas azuis e cinza. Nos rituais africanos trajes fantasiosos com muitos acessórios. ZUZU ANGEL Direção Sérgio Rezende Drama, 2006, 35 mm, cor, 104’ Figurino Kika Lopes Elenco Patrícia Pillar (Zuzu Angel), Daniel de Oliveira (Stuart), Alexandre Borges (Fraga), Ângela Vieira (Lucia), Flávio Bauraqui (Mota), Leandra Leal (Sonia), Othon Bastos (militar), Luana Piovani (Elke), Regiane Alves (Hildegard) Produção Joaquim Vaz de Carvalho Fotografia Pedro Farkas Direção de arte Marcos Flaksman Maquiagem Martin Macias Montagem Marcelo Moraes Zuzu, estilista mineira, perde seu filho nos porões da ditadura e dedica a vida a encontrar seu corpo. Reconstituição de época leve e precisa, o figurino é composto por 500 peças, sendo 54 para a personagem principal e 280 para o desfile que aconteceu em Nova York. Com vestidos e saias longas coloridas, conjuntos de calça e camisa estampados e um de vestido noiva de renda branca transparente. O CHEIRO DO RALO Direção Heitor Dhalia Comédia, 2007, 35 mm, cor, 112’ Figurino Patrícia Zuffa Elenco Selton Mello (Lourenço), Paula Braun (garçonete), Lourenço Mutarelli (segurança), Fabiana Gugli (noiva), Silvia Lourenço (viciada), Mario Shoemberger (homem do relógio), Martha Meola (secretária) Produção Heitor Dhalia, Joana Mariani, Marcelo Doria, Matias Mariani, Rodrigo Teixeira Fotografia José Roberto Eliezer Direção de arte Guta Carvalho Maquiagem Siva Rama Terra Montagem Jair Peres e Pedro Becker Sarcástico dono de loja que vende produtos usados diverte-se humilhando e controlando sua freguesia. O figurino é retrô moderninho e de cores desbotadas. Destaque para o segurança todo de vinho. O guarda-roupa dos personagens veio de brechós e emprestado de amigos da figurinista neste seu primeiro longa. MAQUIAGEM LONGA-METRAGEM Fica comigo esta noite – divulgação Diller e associados Garrincha, estrela solitária – divulgação Fam Filmes FICA COMIGO ESTA NOITE Direção João Falcão Drama, 2005, 35 mm, cor, 78’ Maquiagem Wilson Eliodório Elenco Vladimir Brichta (Edu), Alinne Moraes (Laura), Laura Cardoso (D. Mariana), Clarice Falcão (D. Mariana - jovem), Gustavo Falcão (fantasma do coração de pedra) Produção Diler Trindade Fotografia Mauro Pinheiro Jr. Direção de arte Marcus Figueiroa Figurino Kika Lopes Montagem Natara Ney Música Robertinho de Recife Os personagens são inspirados em uma fábula. A maquiagem do fantasma do coração de pedra tem olheiras, pois ele trabalha muito. Este é o primeiro longa de Wilson Eliodório. Nele, Edu e Laura formam o casal jovem com o casamento desgastado. GARRINCHA  ESTRELA SOLITÁRIA Direção Milton Alencar Drama, 2005, 35 mm, cor, 110’ Maquiagem Marina Beltrão (Brasil) e Constanza Bace (Chile) Elenco André Gonçalves (Garrincha), Taís Araújo (Elza Soares), Henrique Pires (Sandro Moreyra), Alexandre Schumacher (Nilton Santos) Produção Jorge Moreno Fotografia Jorge Moclar Direção de arte Sérgio Silveira Figurino Marina Diaz (Brasil) e Ximena Veloso (Chile) Música Léo Gandelman A vida do mito do futebol é contada com detalhes contrapondo o homem humilde com a lenda do campo, por meio de depoimentos de pessoas próximas que mostram as várias facetas de Mané Garrincha. Taís Araújo encarna Elza Soares, perfeita graças à maquiagem, que reforça os olhos com a ajuda de um extensor, boca contornada por lápis e o uso de tons metalizados. Irma Vap, o retorno – divulgação Copacabana Filmes A concepção – divulgação Olhos de cão produções cinematográficas Casa de areia – divulgação Conspiração Filmes IRMA VAP  O RETORNO Direção Carla Camurati Comédia, 2006, 35 mm, cor, 80’ Maquiagem Martin Macias e Jorge Hernandez Elenco Marco Nanini (Tony Albuquerque/ Cleide Albuquerque), Ney Latorraca (Darci Lopes/ Odete Lopes), Thiago Fragoso (Leonardo Aguiar), Marcos Caruso (Otávio Gonçalves), Fernando Caruso (Henrique D'Ávila), Leandro Hassum (Luiz Alberto) Produção Bianca Costa e Fernando Libonati Fotografia Lauro Escorel Direção de arte Marcos Flaksman Figurino Cao Albuquerque e Marília Brito Montagem Ricardo Mehedff e Pedro Amorim Música Guto Graça Melo Adaptação da peça teatral Irma Vap onde Marco Nanini e Ney Latorraca personificavam homens e mulheres. Para a caracterização perucas e muitos acessórios. A CONCEPÇÃO Direção José Eduardo Belmonte Drama, 2006, 35 mm, cor, 96’ Maquiagem Danilo Mazzuca Elenco Matheus Nachtergaele (X), Milhem Cortaz (Lino), Rosanne Holland (Liz), Juliano Cazarré (Alex), Murilo Grossi (Marcio), Gabrielle Lopez (Ariane) Produção Paulo Sacramento e Lili Bandeira Fotografia André Luis da Cunha Direção de arte Akira Goto Figurino Fabrícia Mancuso e Rita Andrade Montagem Paulo Sacramento e José Eduardo Belmonte Música Zepedro Gollo Três jovens filhos de diplomatas vivem em Brasília em um apartamento sem os pais. Entediados com vida que levam, desligam-se do passado para ser a cada dia uma pessoa diferente. Os personagens tem um quê de androgenia e um toque anos 70. Destaque para Matheus Nachtergaele maquiado de travesti. CASA DE AREIA Direção Andrucha Waddington Drama, 2004, 35 mm, Cor, 115’ Figurino Claudia Kopke Elenco Fernanda Montenegro (D. Maria - Áurea), Fernanda Torres (Áurea - Maria), Ruy Guerra (Vasco de Sá), Seu Jorge (Massu), Luiz Melodia (Massu), Enrique Diaz (Luiz), Stênio Garcia (Luiz) Produção Leonardo Monteiro de Barros, Pedro Buarque de Hollanda, Pedro Guimarães, Andrucha Waddington Fotografia Ricardo Della Rosa Direção de arte Tulé Peake Maquiagem Martín Macías Trujillo Montagem Sérgio Mekler Atrás do sonho de seu marido, Dona Maria e Áurea vão parar nos lençóis maranhenses. Lá, descobrem que estão presas e tentam fugir. A maquiagem passa a sensação visual de cansaço, com olheiras bem profundas, e da dureza da vida que elas levam, com unhas crescidas e sujas e pele branca queimada pelo sol. FIGURINO CURTA-METRAGEM Madame Jeanette em a festa – divulgação Desirella – divulgação MADAME JEANETTE EM A FESTA Direção Felipe Morozini e Gui Conti 2004, 16mm, cor, 11’ Figurino David Loretti Elenco Estela Rachti, Brenda Ligia Miguel, Eleonora Trench, Iara Abigail, Martha Nowill, Veridiana Bressane Roteiro Felipe Morozini Produção Renata Amaral Fotografia Carlos Zalasik Direção de Arte Guta Carvalho Cenografia Guta Carvalho e Patrícia Peccin Maquiagem Keny Hoshi Animação Cuatro Cabezas Senhora francesa que vive sozinha no centro da cidade de São Paulo está cansada do barulho das festas do vizinho. Decide ligar para a polícia. Antes, vai pessoalmente acabar com o barulho. Destaque para a "cena prata" no banheiro e o abuso de looks de grife de luxo. DESIRELLA Direção e animação Carlos Eduardo Nogueira 2004, beta, cor, 11’ Animação Carlos Eduardo Nogueira Desirella é uma senhora que olha o mundo através da renda de seu chapéu e recebe uma caixa mágica de onde sai uma luz rosa. Nela tem um scarpin preto mágico que a transforma em uma mulher jovem, bonita e sexy. Ela se torna poderosa e confiante, faz academia, freqüenta festas, vai ao cassino, toma banho, sempre usando os sapatos. Vale ver a roupa com a qual ela samba com asas de demônio. Memória morta – divulgação Gore Filmes Saliva – divulgação Ioiô Filmes Cabelo azul bikini e bota – divulgação MEMÓRIA MORTA Direção Dácio Pinheiro 2007, Super 8, cor, 10’ Figurino David Pollak Elenco Geanine Marques e Ricardo Ramory Roteiro Dácio Pinheiro e Radhy Nascimento Produção Dácio Pinheiro Fotografia Denis Rodriguez Direção de arte Ed Andrade Maquiagem Robert Estevão Animação Piloto Cine TV Homem fica atormentado depois da morte da esposa. Tem visões que o deixam confuso. O que é real, o que é alucinação? Detalhe para o vestido preto comprido e as unhas longas e vermelhas da falecida. SALIVA Direção Esmir Filho 2007, 35mm, cor, 15’ Figurino Andrea Simonetti Elenco Mayara Comunave, Gabriel Cavicchioli, Helen Vasconcellos Roteiro Esmir Filho Produção Adipe Neto Fotografia Marcelo Trotta Direção de arte Marcello Escañuela Maquiagem Bob Toscano Uma garota de 12 anos e seu primeiro beijo. Mil dúvidas, medos e curiosidades sobre a inesquecível experiência. Para treinar, usa o espelho, o papel celofane e um cubo de gelo. Ela veste minissaia jeans, all star e casaco canguru de moletom vermelho. Inocência e um toque sensual. CABELO AZUL BIKINI E BOTA Direção Rafael Duarte e Laura Futuro 2005, MiniDV, cor, 13’ Figurino Daine Senger Elenco Rodrigo Najar, Alessandra Marder e Samantha Antoniozzi Roteiro Rafael Duarte Produção Morgana Rissinger Fotografia Marcelo Nunes Direção de arte Alessandra Marde e Luiz Roque Maquiagem Baby Marques Animação Marcio Toson Empresária sai de seu escritório com tailleur preto e branco, óculos de grau e cabelos Chanel. Depois de um trauma, ela muda sua forma de ver o mundo e troca de figurino: bota amarela de verniz, shorts e top vermelho e cabelo tingido de azul. FIGURINO VIDEOCLIPE Negra Li “Você vais estar na minha” – divulgação Sidney Magal “Tenho novo” – divulgação NEGRA LI  VOCÊ VAI ESTAR NA MINHA Direção Hugo Prata e Karina Ades 2006, cor, 16 mm, 3’27” Figurino Lara Gerin Elenco Negra Li, Fabio, Garrido Roteiro Karina Ades e Hugo Prata Produção Pepito Fotografia Marcelo Trotta Direção de arte Karina Ades Maquiagem Henrique Melo Neste vídeo, Negra Li é lutadora de uma academia de boxe da periferia. Estética hi-low, elementos sportwear, vestidos, acessórios metalizados e coloridos típicos da black music. SIDNEY MAGAL  TENHO NOVO Direção Pedro Becker 2004, cor, 16 mm, 4’ Figurino Rita Wainer Elenco Deborah Falabela, Xico Sá e Sidney Magal Roteiro Pedro Becker Produção Lula Franco Fotografia Jr Hambling e Junior Direção de arte Thais Leite Maquiagem Robson Sidney Magal, o cantor que ficou conhecido na década de 70 por sucessos como Sandra Rosa Madalena com seu estilo brega-sensual-romântico, voltou nos anos 90 cantando jazz e bossanova. Neste clipe, calça e blazer preto, camisa branca e all star de couro. Débora Falabella de vestido anos 50, tomara-que-caia amarelo e sapatos vermelhos. Mariana Aydar “Deixa o verão” – divulgação Divulgação Coração da Selva e Tangerina Entretenimento HYLDON  NA SOMBRA DE UMA ÁRVORE Direção Tata Amaral e Idê Lacreta 2006 , cor, 6’15” Figurino Silvana Gurgel Elenco Negra Li, Thaide, Hyldon, Luana A-tal Produção Coração da Selva e Tangerina Entretenimento Roteiro Tata Amaral e IdêLacreta Fotografia Jacob Sarmento Solitrenick e Adrian Cooper Direção de arte Rafael Ronconi Maquiagem Silvana Gurgel A canção ganhou um videoclipe dirigido por Tata Amaral e Idê Lacreta nas locações do filme Antônia. O clipe é uma derivação da cena do crime em que preta (Negra Li) e Marcelo Diamante (Thaide) dançam ao som da canção na Vila Brasilândia. Figurino hip-hop. MARIANA AYDAR  DEIXA O VERÃO Direção Douglas Kuruma 2006, cor, HDTV, 4’33” Figurino Higor Vaz Alexandre Roteiro Mariana Aydar e Douglas Kuruma Produção Projekt Soluções Visuais Fotografia Ching Wang Cenografia Veridiana Bressane Maquiagem Catia Marques Deixa o verão começa num jardim com a cantora em uma banheira vermelha cheia de frutas. Flores, pássaros e verde, muito verde. Figurino despojado. O look é macaquinho de plush sexy e meias listradas para dar um tom lúdico. Tudo superconfortável. JUMBO ELEKTRO  FREAK TO MEET YOU Direção Fernando Maranho e Marília Scharlach 2006, cor, MiniDV, 3’38” Figurino Fernando Maranho, Thais Maranho, Tatá Aeroplano, Isidoro Cobra e Dudu Tsuda Elenco Tatá Aeroplano, Fernando Maranho, Daniel Setti, Marcelo Ozorio, Dudu Tsuda, Gunter Axel Richard, Isidoro Cobra e Bia Produção Thais Maranho e Tatá Aeroplano Fotografia Fernando Maranho e Marília Scharlach Roteiro e direção de arte Fernando Maranho Maquiagem Sérgio Ramiro Formado por 7 jovens músicos, o Jumbo Elektro tem como maior fonte de inspiração a Tropicália. Neste clipe, um “sósia” do Elvis, seguido por Liza Minelli. Referências a John Lennon e Yoko Ono, e Jimi Hendrix. Figurino da banda jeans e t-shirt. Jumbo Elektro “Freak to meet you” – divulgação FIGURINO FILME PUBLICITÁRIO Havaianas “Investigação” – divulgação Ellus “Mulher pássaro” – divulgação ELLUS  MULHERPÁSSARO Direção Paola Siqueira 2006, cor e p&b, 60” Figurino Equipe de Estilo Ellus Elenco Letícia Birkheuer e Banda Wry Produção O2 Filmes Fotografia Jacques Dequequer Cenografia Bia Lessa Direção de arte Kleber Matheus Maquiagem Lau Neves Animação Andres Sandoval e Equipe O2 Vídeo mostra takes da coleção Outono/Inverno 2007. Tem como garota-propaganda Letícia Birkheuer, vestida de mulher-pássaro, toda de preto. HAVAIANAS  INVESTIGAÇÃO Direção Clovis Mello 2007, cor, 30” Elenco Deborah Secco, Carol Castro, Gisele Itié e Juliana Knust Diretor de criação Marcello Serpa Criação Wilson Mateos e Marcos Madeiros Produtora Cine Cinematográfica Fotografia Jean Benoit Trilha Play It Again Montador Clovis Mello e João Branco Menino tem suas havaianas roubadas e precisa reconhecer os suspeitos, que são mulheres famosas, lindas e sexy. Cornetto “Duelo” – divulgação Margarida Flores e Filmes Ipanema Gisele Bündchen “Tattoo” – divulgação W/B Ford Fiesta “Rosas” – divulgação IPANEMA GISELE BÜNDCHEN  TATTOO Direção de Criação Rui Branquinho 2005, 35mm, cor, 1’15” Elenco Gisele Bündchen Redator Rui Branquinho Diretor de arte Celso Alfieri Fotógrafo Paulo Vainer Ilustrador Brasílo Matsumoto Produtor gráfico Julio César Direção Fábio Soares Produtora Conspiração Produtora de som YB Agência W/Brasil Gisele Bündchen sentada nua em uma mesa de luz vê seu corpo sendo recoberto inteiramente por tatuagens. CORNETTO  DUELO Direção de Criação Christiano Metri 2006, 35mm, cor, 30” Figurino Patrícia Zuffa Elenco Maria Regina Zelante Produção Equipe Bossa Nova Fotografia Rambo Direção de arte Alessandra Maestro Cenografia Aldacir Alberto (Gaúcho) Maquiagem Cris Narvaes Animação Tribbo Agência McCann Erickson Casal flerta e voa enquanto lutam por um Cornetto. Ela vestida de terno off white com babados românticos e ele de terno-quimono, lembrando O clã das adagas voadoras. FORD FIESTA  ROSA Direção de Criação Pedro Becker 2006, 35mm e 16mm, cor, 30" Figurino Tais Mol Elenco Andréa Musatti Produção equipe Margarida Flores e Filmes Fotografia Rambo (Rhebling Junior) Direção de arte Thais Leite Cenografia Thais Leite Animação equipe Margarida Flores e Filmes Agência JWT Mulher aparece primeiro vestida de noiva, depois de regata na cama, então de blazer de veludo com saia no joelho e no final de casaquinho, saia no joelho e scarpin retrô. DOCUMENTÁRIO DE MODA Amazon Guardians – divulgação BL Productions Visita íntima – divulgação VISITA ÍNTIMA Direção Isaac Donato 2006, cor, 4’43” Roteiro Isaac Donato, Marília Cunha e Débora Peixoto Produção Isaac Donato e Zezaz Monteiro Fotografia Alexsandro Silva Direção de arte Zezaz Monteiro Usa presidiários como modelos para mostrar a relação entre moda, consumo e violência. Nas legendas, informações sobre os tecidos usados em cada peça. AMAZON GUARDIANS Direção Patty Lago 2007, Beta, cor, 13’ Elenco Oskar Metsavaht e casting do desfile Roteiro Patty Lago e Marcelo Rodrigues Produção Valeska Vogas Fotografia Oskar M., Fernando Kawai, Léo Rocha, Paulo Heimbecker e Jackson Cerqueira Direção de arte Oskar Metsavaht Maquiagem Max Weber Animação Henrique Jardim Bastidores das fotos do catálogo, da prova de roupa e da preparação das modelos antes do desfile da Osklen (inverno 2007). Revela a preocupação da marca carioca em usar materiais orgânicos e preservar o meio-ambiente. Lino Villaventura – divulgação E-FABRICS Direção Patty Lago 2006, Beta, cor, 24’ Figurino André Lima, Fause Haten, Lino Villaventura, Oskar Metsavaht, Patricia Vieira, Samuel Cirnansk, Tereza Santos Elenco Alessandra Ribeiro, André Lima, Bob Wolfenson, Bruna Erhardt, Cadu Alves, Clô Orozco, Fause Haten, Gustavo Rocha, Jair Pelegrin, Joaquim Moreira, Josué da Cruz, Lino Villaventura, Oskar Metsavaht Produção Valeska Vogas Fotografia Fernando Kawai e Fernando Merrera Direção de arte Oskar Metsavaht Bastidores de um editorial fotografado por Bob Wolfenson para a revista ffwMag, do São Paulo Fashion Week. Realizado no teatro Amazonas, em Manaus, mostra os estilistas e suas criações. Cada um explica por que escolheu trabalhar com um tecido especifico. LINO VILLAVENTURA Direção Sônia A. Moraes 2007, MiniDV, cor, 10’ Elenco Lino Villaventura, Giuliano Araujo e Eliana Weikich, Clara Ferreira, Janiel Garcia Roteiro Sônia Moraes e Marcelo Rodrigues Produção Sônia Moraes Fotografia André Magrão Maquiagem Marcos Costa Animação Henrique Jardim Canoa Quebrada é o destino escolhido para fotografar o catálogo da coleção. O estilista mostra o potencial do local para o trabalho artesanal. A paisagem paradisíaca é definida por ele como “lunar”. MAURO SHAMPOO Direção Leonardo Cunha e Paulo Henrique Fontenelle 2006, DVCAM, cor, 22’ Roteiro e produção executiva Daniele Abreu e Lima, Leonardo Cunha Lima e Paulo Henrique Fontenelle Fotografia Leonardo Cunha Lima e Paulo Henrique Fontenelle Diretor de produção Daniele Abreu e Lima Videografismo Daniel Lopes Edição de som Carlos Toré Trilha sonora original Oswado Montenegro Design gráfico Ana Carolina Cunha Lima e Ricardo Cunha Lima Montagem Tainá Diniz, Paulo Henrique Fontenelle e Leonardo Cunha Lima Mauro Shampoo é ex -jogador de futebol, marcou apenas um gol em sua vida. Seu time, Ibis Sport Clube, entrou para o livro dos recordes como o “Pior time de futebol de todos os tempos”. Mauro também é um cabelereiro famoso no Recife. A família é composta pela filha Creme Rinse e o filho Secador. Mauro Shampoo – divulgação E-Fabrics – divulgação FILMEFASHION DESFILE Ellus – Outono-inverno 2006 – divulgação Credo! – primavera-verão 2005 – divulgação ELLUS – Outono/Inverno - 2006 Direção Nelson Alvarenga e Adriana Bozon 2006, cor e p&b, 20’ Figurino Equipe de Estilo Ellus Elenco Casting S.P.F.W. com participação de Letícia Birkheuer, Carol Trentini, Juliana Imai, Barbara Berger, Solange e Vlada Roteiro Bia Lessa Produção Tubi Schiavetti Direção de arte Kleber Matheus Cenografia Bia Lessa Maquiagem Lau Neves Realizado no Auditório do Ibirapuera, o desfile da Ellus teve a banda radicada em Londres, Wry, tocando ao vivo. Também no palco/passarela muito gelo-seco e neve artificial, gente descendo do teto, circo e a modelo Letícia Birkheuer, atriz da novela Belíssima, da Rede Globo. Nas roupas, brilhos, penas, pregas e franjas. No final, entrada apoteótica da bateria de uma escola de samba. CREDO! Primavera/Verão 2005 Direção Laila Soares e Paulo Beto 2006, cor, 2’14” Figurino Laila Soares Elenco Cristiane Alves Produção Laila Soares Direção de arte Laila Soares Figurino Laila Soares Maquiagem Heron Rodrigues Fotografia Juliana Milward Videodesfile gravado em um jardim com cogumelos, em Belo Horizonte. É inspirado no artista plástico americano Mark Ryden, que tem como característica o surrealismo, símbolos religiosos, cultura pop, pelúcias e paisagens. Layana Thomaz – primavera-verã0 2006 – divulgação Salinas - primavera-verão 2007 – divulgação BL productions Blue man – primavera-verão – 2007 – divulgação BL Productions LAYANA THOMAZ - Primavera/Verão - 2006 Direção Ruth Slinger e Murillo Meirelles 2006, HDV, cor, 5’ Estilo e coordenação Layana Thomaz Concepção Zee Nunes Styling José Camarano e Antônio Frajado Beleza Érika Monteiro Mo delo Bruna Eckardt Trilha sonora Gustavo Brafman Composição e arte Cadu Datoro Produção executiva Teresa Durante Assistente de produção Tahirih Vanucci Assistente de styling Luciana Lima Assessoria de imprensa Atitude Comunicação A estilista trocou a passarela por um videodesfile exibido em uma tenda no Fashion Rio, o cenário do filme mostra uma grande cidade com a modelo inserida mostrando as peças de frente, de lado e de costas. SALINAS – Primavera/Verão - 2007 Direção Patty Lago 2007, MiniDV, cor, 15’ Figurino Claudia Kopke e colaboração de Antônio Frajado Elenco Jaqueline De Biase, Alberto Renault, Gloria Kalil, Marcelle Bittar Produção Eudes Veloso Roteiro Patty Lago e Marcelo Rodrigues Direção de arte Jacqueline De Biase Cenografia Erika Duarte Maquiagem Celso Kamura Animação Henrique Jardim Fotografia Márcio Zavareze, Dante Belluti, Roberto Riva De um lado da passarela, índios Tupinambás, originários da baía de Guanabara, de outro, os convidados. Como se fossem um espelho, a idéia de juntar os franceses e os índios saiu da crônica de Ruy Castro Le Petite Différence. BLUE MAN – Primavera/Verão - 2007 Direção Patty Lago 2007, Beta, cor, 21’ Figurino Marta Reis, David Azulay e Francisco Reis Elenco Maria Heloisa, Ives Kolling, Mariana Coldbela, Barbara Beluco, Themis Verga, Matheus, Felipe Berto, Emily, Patrícia Klein, Sheilan Baun, Hendrik, Rita Saunders, Karen Campos, Anelise, Guilherme B. e participação especial de Dona Ivone Lara Produção Deborah Fauce e Eudes Veloso Direção de Arte Bia Lessa Fotografia Mauricio Tavares, Bernando Lago, Noberto Rua, Dante Belluti, Robson Bolsoni e Patty Lago Cenografia Bia Lessa Maquiagem Daniel Hernandez Animação Henrique Jardim Centenas de figurantes, Arcos da Lapa, Rio de Janeiro. Raízes negras do Brasil no cartão postal carioca. Ao som de músicas religiosas, MPB, hiphop com uma apresentação do sambista Walter Alfaiate, que cantou o samba É Hoje. FILMEFASHION DE BOLSO Provador – divulgação The book is on the table – divulgação PROVADOR Direção Yuji Kawasima e Regiane Ishii 2007, DVCAM, cor, 4’25” Figurino Yuji Kawasima, Regiane Ishii, Marina Poema e Victor Canela Elenco Marina Poema e Victor Canela Roteiro, produção, fotografia, direção de arte, animação Yuji Kawasima e Regiane Ishii Música Canções para um mundo sem humanos A diversão e ansiedade da preparação para um encontro romântico. Qual é o melhor look? Logo depois que você se encontra com o outro, leva apenas 3 segundos para tirar a roupa e celebrar o momento de entrega. Figurino do Japão e créditos finais escritos com linhas e botões. THE BOOK IS ON THE TABLE Direção Ed Andrade 2006, MiniDV, cor, 4’ Figurino e Elenco Renata Abbade, Rick Castro, Lau Neves, Kleber Matheus, Dudu Bertholini, Fábio Gurjão, Eduardo Inagaki Produção Ed Andrade, Melissa Mello e Priscila Lagos Com um objetivo de liberdade e o verbo “Abravanar” na cabeça um grupo de amigos se reúne para um happening em cima da mesa ao som do funk The book is on the table. Figurino e cenário se misturam com cores intensas, estampas e dança em ritmo frenético. Torpedo # 1 – forgive me – divulgação Uniforme Dial – divulgação By your side – divulgação TORPEDO # 1  FORGIVE ME Direção Tata Amaral 2005, Celular, cor, 1’32” Figurino Andrea Velloso Elenco Andrea Velloso Roteiro Tata Amaral ProduçãoTangerina Entretenimento Fotografia Tata Amaral Cenografia, direção de arte e maquiagem Andrea Velloso Da cozinha, uma mulher jovem e sensual, com boca e unhas pintadas de vermelho envia torpedo para o amante. UNIFORME DIAL Direção Paula Roschel da Silva 2007, DVCAM, cor, 9’07” Roteiro Paula Roschel Produção Paula Roschel e Grazi Corazza Fotografia, direção de arte e animação Paula Roschel Uma montagem com cenas de ícones da moda e da música que mostra a relação efêmera entre os dois mundos. Abre com uma cena importante do filme O Diabo Veste Prada, e segue com imagens de músicos como Kurt Cobain, Madonna, Spice Girls, Britney Spears e uma frase do filósofo francês Gilles Lipovetsky. BY YOUR SIDE Direção Marcio Simnch e Olivia Hanssen 2007, DVCAM, cor, 4’15” Figurino Olivia Hanssen Elenco Daniele Meyer e Alex Sordi Roteiro Marcio Simnch e Olivia Hanssen Produção Marcio Simnch e Olivia Hanssen Fotografia Marcio Simnch Pinturas Raquel Uendi Maquiagem Lau Neves Edição Maurício Ambrósio Seqüência de fotos mostrando duas modelos sendo maquiadas. No rosto vão aparecendo ou desaparecendo figuras e desenhos metalizados. Maquiagem explorada com liberdade. Destaque para o print de oncinha e glitter. 66 PANORAMA INTERNACIONAL DE CINEMA E MODA Karl Lagerfeld ao centro em Ilustração ‘FASHIONATION’ de Ruben Toledo © You Wear It Well PANORAMA INTERNACIONAL DE CINEMA E MODA De Lumière ao YouTube, o Iguatemi FilmeFashion abraça todas as manifestações do audiovisual como mostram os convidados internacionais desta edição. O fotógrafo Bruce Weber é pioneiro no cruzamento da moda com o cinema. Mais conhecido por suas fotos homoeróticas para grifes como Calvin Klein, Bruce se revela um documentarista sensível, indicado ao Oscar de 89 pelo inebriante Let´s get lost, cinebiografia de Chet Baker. Ele fez mais quatro lindos e delicados longas. Em uma curadoria especial para o IFF, Bruce reuniu todos os seus trabalhos in motion. Além dos longas, serão exibidos videoclipes, filmes publicitários e curtasmetragens inspirados. Se Bruce é das formas clássicas e perfeitas, o cinema de bolso é da rapidez e do alcance. Sensível ao que este movimento fast video tem de bom (além de rapidez, a democratização, a troca de informações e o trabalho colaborativo), o consagrado fotógrafo Nick Knight, um dos artistas que esculpiram com lentes os anos 90, colocou, em 2000, câmeras online ao vivo 24h por dia em seu estúdio. Ele foi mais longe que a moda big brother com o SHOWstudio.com. Com sede em Londres, passam diariamente pelo estúdio e, consequentemente, pelo site, maquiadores, artistas plásticos e figuras como John Galliano, Naomi Campbell, Björk, Alexander McQueen, Kate Moss. Todos eles enfrentam desafios artísticos em projetos como More beautiful women, em que cada modelo tinha que ficar 2 minutos em frente a câmera sem fazer nada. Uma seleção destes e de outros filmes será exibida na curadoria especial do SHOWstudio dentro do IFF. Casting poderoso também é assunto de Diane Pernet e Dino Dinco, criadores do festival de curtas You Wear It Well, que teve a primeira edição ano passado em Los Angeles. A programação completa e super estrelada do You Wear It Well vem para o IFF. Na tela, Jeremy Scott, Asia Argento, Chloë Sevigny, Martin Margiela, Castebaljac, Ruben Toledo. Também vem, em forma de filme, para esta primeira edição internacional do IFF, um personagem onipresente neste início de século, Karl Lagerfeld. O estilista da Chanel aos 74 anos é a figura mais enigmática da moda. Ele deu livre acesso às lentes do documentarista Rodolphe Marconi, que filmou o revelador longa Lagerfeld Confidential (2007). 67 LAGERFELD CONFIDENTIAL Documentário, França, 2006, 35mm, cor, 87’ Documentário que mostra os bastidores da vida de Karl Lagerfeld, que, entre outras atribuições, é estilista da Chanel. Direção Rodolphe Marconi Elenco Karl Lagerfeld, Nicole Kidman, Princesa Caroline de Mônaco, Carmen Kass, Gemma Ward, Daria Werbowy, Rômulo Pires Roteiro Rodolphe Marconi Produção Realitism Films/Grégory Bernard Produção executiva Cinemao Fotografia Rodolphe Marconi Som Rodolphe Marconi Um documentário para iniciados. O diretor Rodolphe Marconi não perdeu tempo explicando a infância de Karl Lagerfeld, estilista da Chanel. (Ele nasceu em berço de ouro, em 1933, filho do empresário que introduziu o leite condensado na Alemanha.) O filme também pula a trajetória de Lagerfeld na moda e os seus primeiros anos na Chanel. (Depois de uma carreira de muitos trabalhos importantes como freelancer, em 1982, ele estava na Chloë quando foi ‘promovido’ para a Chanel). A delícia de Lagerfeld Confidential está no olho mágico que o filme faz para a intimidade, o processo de criação, as casas, as viagens, os livros, as fotos, as gavetas de colarinhos brancos e a bancada de jóias do estilista, que também é dono de livraria, fotógrafo. Aos 74 anos, ele é a figura mais enigmática da moda atual. O filme se atêm ao lado envolvente, ativo e charmoso da vida do kaiser. Foi incentivado e consentido por Lagerfeld, que ajudou dando à câmera de Marcone uma credencial com total acesso a sua rotina. O filme revela um Lagerfeld sempre ativo e em movimento, indo de um compromisso a outro. Todos glamorosos como a seção de fotos com Nicole Kidman. Pelo documentário ficamos sabendo que Lagerfeld tem a mesma almofadinha de esquentar a barriga ao viajar, desde os 12 anos. Lançado em fevereiro de 2007, no país do estilista, durante o festival de cinema de Berlim. Em tempos de Michael Moore, o filme também tem o mérito de deixar o personagem-tema falar. Rodolphe Marconi conseguiu, em apenas um encontro (em setembro de 2004), convencer o estilista de que era hora de fazer um filme a seu respeito. Para o registro, o diretor usou três mídias diferentes: uma DVX que gerou as imagens agitadas, um tanto distorcidas dos desfiles, provas de roupa e festas; Super 16 mm para os momentos intimistas no apartamento de Karl, em Paris, e na casa no interior da França; e Super 8 mm, em preto-e-branco, na viagem para Hamburgo, cidade natal de Lagerfeld. Foram 150 horas de material bruto, editadas em 90 minutos. Para o diretor, é muito mais um projeto de arte do que um documentário investigativo. Para nós, é um blog filmado de um dos mais longevos, inteligentes e sofisticados estilistas vivos. 68 LAGERFELD CONFIDENTIAL Karl Lagerfeld e Nicole Kidman em ‘Lagerfeld Confidential’ de Rodolphe Marconi © Realitism Films YOU WEAR IT WELL Festival de curtas-metragens de moda criado pelos norte-americanos Diane Pernet – ex-estilista e jornalista de moda – e pelo fotógrafo Dino Dinco. Diane mora em Paris, Dinco, co-curador do festival, em Los Angeles. Em 2005, Diane criou o blog A Shaded View on Fashion (www.ashadedviewonfashion.com), uma mistura de diário, notícias e vídeo lo-fi (baixa resolução). Após o blog, veio o site Iqons (www.iqons.com), uma espécie de ‘orkut da moda’, onde os cadastrados participam enviando seus vídeos. Dentro do Iqons há o projeto Got a Minute? que incentiva videomakers a mostrarem a sua visão de moda, beleza e estilo em até 60 segundos. A cada mês, um vídeo é selecionado e exibido na mostra ao lado de produções de nomes consagrados como Jeremy Scott e Alexander McQueen, Castelbajac, Margiela, Asia Argento e até Ridley Scott. O Iguatemi FilmeFashion apresenta a seleção da primeira e estrelada edição do YWIW, que aconteceu em agosto de 2006, em Los Angeles. VPL Direção Marcelo Krasilcic Brasil/Estados Unidos, 2003, MiniDV, 2’45’’ OOF! Direção Patrik Soderstam Suécia, 2003, DVCAM, 2’45’’ Duas mulheres usando underwear conversam sobre assuntos banais enquanto são fotografadas. Com Caroline Seymour e Phoebe James. KITTY’S BIRTHDAY Direção Jean-Charles de Castelbajac França, 2004, DVCAM, 9’ Videodesfile da OOF! Collection – Primavera/Verão do estilista sueco Patrik Soderstam. Os rapazes batendo em um saco de boxe expressa a agressividade da coleção. SUCK MY DREAM Direção TwoTom França, 2006, MiniDV, 8’20’’ Hello Kitty nasceu em novembro de 1974. O filme faz homenagem ao seu 30º aniversário. PORTRAIT OF A CONSUMER Direção Diane Pernet França, 2006, MiniDV, 4’30’’ O estilista dorme sobre a máquina de costura e sonha com dois garotos usando suas roupas pelas ruas. Inspirado nas caminhadas do diretor e de Diane Pernet por Paris. PEOPLE CALL ME K Direção Enamul Hoque & Matt Moate Reino Unido, 2006, DVCAM, 5’ Excêntrico bilionário James Goldstein fala de suas três paixões: moda, arquitetura e basquete. Desconhecido do público, está sempre na primeira fila dos defiles e dos jogos dos Lakers. O estilista japonês que trabalha em Londres, Kei Kagami, explica a coleção outuno-inverno 2006. Vídeo com edição experimental mistura live action e cenas gráficas para criar ambiente gótico-futurístico. 70 YOU WEAR IT WELL Chloë Sevigny em ‘MYSELF’ de Marcos Krasilcic © You Wear It Well STARRING Direção Jeremy Scott Estados Unidos, 2003, HDVCAM, 15’ NOKI INFOMERCIALNOKI Direção Zerohdesign Reino Unido, 2006, DVCAM/animação, 2’30’’ Paródia de telenovelas, como Dynasty and General, e de filmes dirigidos por Andy Warhol. Com Asia Argento, Lisa Marie, Tori Spelling e China Chow. DIVERSITY IS A FORM OF WEALTH Direção Nick Knight e Nigel Buck Reino Unido, 2005, DVCAM, 5’ A Noki é uma grife inglesa do circuito off que só exibe suas coleções em filmes. Esta é uma edição dos vídeos feitos pela marca nos últimos cinco anos. 19 CAFES MAISON MARTIN MARGIELA Direção Maison Martin Margiela França, 2004, DVCAM, 9’ Parte do projeto Editing Fashion, este filme retrata os bastidores do desfile primavera/verão 2006 de John Galliano. No lugar de modelos, pessoas normais e fora do padrão da indústria da moda. MYSELF Direção Marcelo Krasilcic Brasil/Estados Unidos, 2006, MiniDV, 1’20’’ Em vez de desfile, Martin Margiela exibiu um filme de sua coleção em 19 cafés em Paris, simultaneamente. SILVAIN FUCKIN' HOSTILE Direção Ari Versluis Holanda, 2001, DVCAM, 1’30’’ Chloë Sevigny experimenta as roupas do estilista Kai Kuhne. Video loop em homenagem à Silvain, gabberboy que não conseguia parar de dançar (Gabber é estilo de música eletrônica, subgênero do hardcore techno). 72 YOU WEAR IT WELL Asia Argento em ‘STARRING’ de Jeremy Scott © You Wear It Well Tori Spelling em ‘STARRING’ de Jeremy Scott © You Wear It Well Christian Lacroix em Ilustração ‘FASHIONATION’ de Ruben Toledo © You Wear It Well CHAPELS – BERNHARD WILLHELM Direção Diane Pernet e Disciple Films França, 2002, MiniDV, 4’ SHOES Direção Liam Sullivan Estados Unidos, 2006, MiniDV, 4’ O estilista inglês fala do seu processo criativo. Aparece ‘cozinhando a moda’. Para ele o mais importante na vida é uma refeição quente por dia. THUNDER PERFECT MIND Direção Jordan e Ridley Scott Estados Unidos/Reino Unido, 2005, 35 mm, 4’ Videoclipe da música “Shoes” escrita pelo comediante Liam Sullivan. Kelly não gosta do presente de aniversário e decide comprar o que ela realmente quer, sapatos. FASHIONATION Direção Ruben Toledo Estados Unidos, 2003, DVCAM, 30’ Neste vídeo do Perfume Prada, Daria Werbowy interpreta arquétipos femininos – esposa, amante, virgem, mãe, filha – que se encontram em cada cena. DRESS CODE Direção Patricia Canino e Sergei Pescei França, 2006, HDVCAM, 8’30’’ Um dos mais importantes ilustradores de moda, Toledo fez esta enciclopédia animada que explica da moda de A a Z. Filme dividido em cinco partes feito para a exibição “Dress Code”, no Museu de Moda de Marselha. Para cada situação um look diferente. 73 SHOWSTUDIO O SHOWstudio (www.showstudio.com) é uma iniciativa de vanguarda, idealizada pelo fotógrafo inglês Nick Knight e pelo designer Peter Saville. O projeto de um site de fashion in motion entrou no ar em novembro de 2000 e, desde então, é plataforma pioneira para criação e exibição de vídeos. Nick Knight é um dos maiores fotógrafos de moda da atualidade e com o SHOWstudio testa novos suportes, registra seu processo de criação e o de seus colegas. Ao todo, são cerca de 300 colaboradores, entre modelos, fotógrafos, stylists, músicos, artistas plásticos, estilistas e todo o tipo de gente irrequieta e criativa. As atividades acontecem dentro do estúdio de Nick Knight, sede do SHOWstudio, em Londres. Apesar da plataforma do projeto ser a internet, o Iguatemi FilmeFashion traz para a grande tela uma retrospectiva do projeto. FERGADELIC Fergus Purcell Londres, 2001, animação, 4'55'' Vídeo mostra a sessão de fotos para a capa da Vogue inglesa de março de 2003. A modelo Natasha Vojnovic faz performance hardcore para as lentes de Nick Knight, que também aparece no vídeo. TESTOSTERONE Toyin e Nicola Formichetti Londres, 2004, DVCAM, 4'15'' Desenhos de Fergus Purcell (artista inglês também conhecido como Fergadelic) são a base dessa animação, que mistura ícones pop, cowboys e pin-ups. GUISER Leigh Bowery e Nick Knight Londres, 2004, DVCAM, 4'15'' Nicola Formichetti, editor da Dazed & Confused, dirigiu essa melancólica batalha de adolescentes, divididos em dois times, Burberry e Kim Jones. MAC III Alexander McQueen, Nick Knight e Michael Clark Londres, 2004, DVCAM, 50" Filmado em 1987, o vídeo mostra uma das figuras mais importantes da noite e da moda da década de 80, o performer Leigh Bowery, em 4 vídeos surrealistas. EXPERIMENTS IN ADVERTISING Erwin Blumenfeld Nova York e Londres, 2006, DVD, 2'15'' Alexander McQueen dirige oito performances coreografadas por Michael Clark, exibidas em loop, simultaneamente. CLAUDIA’S DREAM Félix Larher e Claudia Schiffer Paris, 2003, DVCAM, 1'15'' O SHOWstudio recuperou os vídeos inéditos do fotógrafo Erwin Blumenfeld, feitos entre 1958 e 1964, cheios de abstração e distorção. FLASH Nick Knight Londres, 2003, DVCAM, 1'55'' Na cama, com seus bichos de pelúcia, Claudia Schiffer lembra do seu sonho com um gorila e a Pantera Cor-de-rosa. 74 SHOWSTUDIO 75 Video still de 'Moving Fashion: You're Avin' A Laugh, Aint 'Ya?' por Simon Foxton, 2005. Cortesia SHOWstudio.com MORE BEAUTIFUL WOMEN Nick Knight, estrelando Erin O'Connor Londres, 2001, DVCAM, 2'15'' BLACK Paul Hetherington e Penny Martin Londres, 2004, 35 mm, 4’30’’ Depois de se apresentar, a modelo Erin O’Connor encara a câmera em silêncio, por 2 minutos. FASH-OFF – Make-Up-A-Thon Gareth Pugh Londres, 2006, DVCAM, 3' Depois de três anos sem desfilar, Alexander McQueen volta às passarelas de Londres, com desfile apoteótico, realizado dentro de uma gigante caixa de espelhos. MOVING FASHION Karen Elson Londres, 2005, Hi Speed black and white video, 30'' O estilista inglês Gareth Pugh usa chantilly, purpurina e caviar para fazer maquiagens nele mesmo. Fash-off é o projeto em que Gareth registrou sua rotina por 2 meses. FASH-OFF – Poodle Gareth Pugh Londres, 2006, DVCAM, 1'20'' Trinta segundos com a modelo Karen Elson num balanço. PAST, PRESENT, COUTURE John Galliano e Nick Knight Londres, 2002, DVCAM, 13 séries de 2'40'' Nesta performance, Gareth, usando o vestido-poodle da sua coleção de inverno 2006, incorpora um cão premiado ao som de I wanna be your dog, dos Stooges. SHOOT Nick Knight Londres, 2003, DVCAM, 4'10'' Em 2002, foi feito um série de 13 vídeos que celebram os 5 anos de John Galliano na Dior. Nick Knight inova o registro de bastidores: em fast-forward, o filme mostra como foi feita uma das sessões de fotos do projeto. MOVING FASHION Glen Luchford Nova York, 2005, DVCAM, 1'05'' Nick Knight desconstrói o conceito de making of ao adicionar elementos cênicos neste vídeo, que registra os bastidores de sessões de fotos para marcas como Givenchy e Dior. MOVING FASHION Simon Foxton Londres, 2005, DVCAM, 35'' Glen Luchford, que já foi fotógrafo exclusivo da Prada por 2 anos, fotografa modelo dentro de um aquário gigante. MOVING FASHION - Sølve Sundsbø Sølve Sundsbø Londres, 2005, HDVCAM, 45'' Sonho impressionista e ultra-contrastado do fotógrafo norueguês Sølve Sundsbø, um dos maiores nomes da fotografia de moda atualmente. TRANSFORMER Alexander McQueen Londres, 2002, DVCAM, 3’45’’ Estilista inglês Alexander McQueen, nesta performance, desconstrói um terno Yohji Yamamoto para criar o “Noivo Despido”. O projeto Moving Fashion escalou 46 pessoas para criar vídeos de 30 segundos, durante os desfiles de inverno 2006, em Londres. Neste, o stylist Simon Foxton filmou modelos negros gargalhando em looks new-rave. 76 SHOWSTUDIO Video still de Leigh Bowery do projeto 'Guiser', por Nick Knight, 2004. Cortesia SHOWstudio.com SWEET Nick Knight e Jane How Londres, 2001, DVCAM, 1'50'' Uma rosa se despetala, enquanto se ouve a música de Massive Attack e Sinead O’Connor PAGAN POETRY Nick Knight e Björk Londres, 2001, DVCAM, 4'05'' Animação digital feita a partir de filmagens com scanner 3D. Roupas brilhantes não-decodificadas pelo aparelho criaram efeitos inesperados, psicodélicos. BELLWETHER Alexander McQueen e Nick Knight Londres, 2003, DVCAM, 2'15'' Versão sem cortes do clipe de Björk “Pagan Poetry”. SLEEP Nick Knight Londres, 2001, WEBCAM, 2'45'' Vídeo do processo de criação das pinturas de Peter Marin, que usa os desfiles de Alexander McQueen como fonte de inspiração. SPECIAL CASES Nick Knight e Massive Attack Londres, 2003, 35 mm, 2'55'' As modelos Devon Aoki, Elise Crombez, Kate Elson e Fanni foram colocadas para dormir. O sono delas foi registrado por uma webcam. 77 ESPECIAL BRUCE WEBER Bruce Weber nasceu em 29 de março de 1946 em Greenburg, Pennsylvania. Nos anos 60, começou a fazer as primeiras fotos de nus masculinos, incompreendidas pelo público na época. Foi quando conheceu a fotógrafa americana Diane Arbus, que notou a qualidade do seu trabalho. Adotado por ela, começou a trabalhar para marcas como Ralph Lauren e Calvin Klein, produzindo imagens sensuais e ao mesmo tempo elegantes. A partir daí, não parou mais. Weber foi o precursor da fotografia homoerótica. Homens atléticos nus, em poses clássicas que remetem a deuses gregos passaram a vender perfumes, jeans e underwear. A estética que teve o seu boom nos anos 80/90 estabeleceu Weber entre os maiores nomes da história da fotografia. Tem 22 livros publicados, entre eles, O Rio de Janeiro, com imagens que mostram sua adoração pelo Brasil e a sensualidade dos cariocas. Suas fotos estão nas mais importantes revistas de moda e já foram exibidas em galerias e museus pelo mundo. O Iguatemi FilmeFashion traz toda a obra audiovisual de Weber. Videoclipes, campanhas publicitárias, curtas e os seus quatro longas-metragens. Os dois primeiros, Broken noses e Let’s get lost, foram premiados pela Internacional Documentary Association. Em 1989, Let’s get lost, sobre os últimos e decadentes dias do músico Chet Baker, o “James Dean do jazz”, foi indicado ao Oscar. Também estão na programação os longas mais recentes Chop Suey e A letter to True. LONGAS BROKEN NOSES Estados Unidos, 1987, 35 mm, p&b e cor, 75’ LET’S GET LOST Estados Unidos, 1988, 35 mm, p&b, 119’ Direção e roteiro Bruce Weber Elenco Andy Minsker, Sean Bedwell, Aaron Berry, Warren Bessler, Josh Chumley, Nat Chumley, Chad Davis, Rodney Hale, Gerry Heller, Damion Jasmer, Rodney Pursel, Jason Randol, Morgan Young Produção Emie Amemiya Produção executiva Nan Bush Produtor associado Steven Cohen Fotografia Jeff Preiss Edição Phyllis Famiglietti Música Cherry Vanilla Direção de arte Sam Shahid Estréia de Bruce Weber como diretor. Documentário sobre a trajetória do lutador de boxe Andy Minsker. Mostra o início de sua carreira como pesoleve, ascensão em lutas realizadas em Las Vegas, e a criação, depois de se aposentar, de uma pequena escola de boxe para treinar crianças carentes. Direção, roteiro e produção Bruce Weber Elenco Chet Baker, Carol Baker, Vera Baker, Paul Baker, Dean Baker, Missy Baker, Dick Bock, William Claxton, Flea, Hersch Hand, Chris Isaak, Lisa Marie, Andy Mimker, Jack Sheldon, Lawrence Trimble, Joyce Night, Tucker, Cherry Vanilla, Diane Vavra, Ruth Young Produção executiva Nan Bush Fotografia Jeff Preiss Edição Angelo Corrao Produtor associado Steven Cohen Coordenação musical Cherry Vanilla Edição Martin Levenstein Direção de arte Sam Shahid, Donal Sterzin e Rïse Daniels A vida e os últimos dias do vocalista e trompetista de jazz Chet Baker. O filme mescla trechos de filmes B italianos, performances e entrevistas com músicos, amigos e familiares. Venceu o premio da crítica do Festival de Veneza de 1989 e foi indicado ao Oscar de Melhor Documentário no mesmo ano. 78 ESPECIAL BRUCE WEBER The Beauty Brothers, 1987 ©Little Bear Inc. CHOP SUEY Estados Unidos, 2000, 35 mm, p&b e cor, 94’ Direção Bruce Weber Roteiro Bruce Weber e Maribeth Edmonds Elenco BACKYARD MOVIE Estados Unidos, 1991, 35 mm, p&b, 8’55’’ Peter Johnson, Teri Shepherd, Frances Faye, Herbie Fletcher, Didi Fletcher, Christian Fletcher, Nathan Fletcher, Rickson Gracie, Robert Mitchum, Sir Wilfred Thesiger, Jan Michael Vincent, Diana Vreeland Fotografia Lance Acord, Douglas Cooper e Jim Fedy Produtor associado Leonard John Bruno Produção Nan Bush Produção Executiva Nan Bush Música John Leftwich Figurino William Ivey Long Maquiagem Regine Thorre O filme mais pessoal de Bruce Weber. Expõe a intimidade do diretor em forma de diário visual em movimento. Mistura trechos de filmes, fotografias e uma elaborada trilha-sonora composta por 65 de suas músicas preferidas. A LETTER TO TRUE Estados Unidos, 2003, 35 mm, p&b e cor, 78’ Elenco Ric Arrango Produção Nan Bush Edição Angelo Correo e Marty Levenstein Fotografia Jim Fealy, Jeff Preiss e Alvin Weber Em 1991, os pais de Bruce Weber o presentearam com filmes caseiros feitos durante sua infância. Backyard Movie mostra cenas antigas de sua família, conectando-as ao presente. GENTLE GIANTS Estados Unidos, 1994, 35 mm, p&b e cor, 14’40’’ Direção e roteiro Bruce Weber Elenco True (Golden Retriever), Dr. Thomas Sessa, Dr. Gerald Johnson, Marleine Bastien, Tully Jensen, Will Tant, John Martin, Reinaldo Posada, Iedo Ivo Lins Lima Produção executiva Nan Bush Fotografia Pete Zuccarini, Evan Stern, Shane Sigler, Theo Stanley e Jim Fealy Edição Chap Sipkin Música John Leftwich Direção de arte Dimitri Levas Maquiagem Howard Fugler e Nathaniel Torres A Letter to True mostra a paixão e afetividade de Bruce Weber pelos cães. Uma metáfora de paz e esperança para o mundo após os atentados de 11 de setembro. Reúne filmes caseiros do ator Dirk Bogarde feitos na Provença e uma entrevista com a atriz Elizabeth Taylor (outra apaixonada por cães). Narrado por Julie Christie e Marianne Faithfull. CURTAS THE BEAUTY BROTHERS Estados Unidos, 1987, 35 mm, p&b, 11’’ Narração Bruce Weber e Maribeth Edmonds Produção Nan Bush Fotografia Jim Fealy e Lance Acord Edição Phyllis Famiglietti Música John Leftwich Direção de arte Dimitri Levas Visão romântica do diretor sobre as próprias experiências que definiram seu universo visual. Reúne filmagens, trechos de filmes antigos, fotos e textos escritos por Weber. O filme é dedicado ao ator River Phoenix. THE TEDDY BOYS OF THE EDWARDIAN DRAPE SOCIETY Estados Unidos, 1996, 35 mm, p&b, 3’45’’ Direção e roteiro Bruce Weber Produção executiva Nan Bush Produtor associado Emie Amemiya Fotografia Jeff Preiss Edição Phyllis Famiglietti Direção de arte Dimitri Levas Nos anos 50, a palavra rockabilly foi a responsável pela criação de um novo tipo de atitude na juventude americana. Influenciou a música, a moda e o comportamento daquela geração. A banda Bill Halley & His Comets é a estrela deste curta musical. WEBERBILT Estados Unidos, 2004, 16 mm, p&b e cor, 3’14’’ Direção e roteiro Bruce Weber Elenco Paul Dillon, Brian Dillon, Tim Dillon, Rodney Harvey, Maya Olloe Música Acquaviva e New York Rops Fotografia Jeff Bruiss Edição Constance Rodgers Hair Stylist Thom Briano Maquiagem Bobbi Brown Produção Nan Bush Série de cinco curtas sobre romances, desejos e frustrações típicas da adolescência, estrelada pelos irmãos de Matt Dillon. Direção e roteiro Bruce Weber Direção de arte Dimitri Levas Fotografia Shane Sigler Edição Chad Sipkin A Weberbilt é a marca de swimwear criada por Bruce Weber. Neste vídeo, cowboys trabalham numa fazenda, enquanto o modelo Dimitri Hamlen se diverte numa praia, usando peças da marca. 80 ESPECIAL BRUCE WEBER Chop Suey, 2000 ©Little Bear Inc. WINE AND CUPCAKES Estados Unidos, 2007, DVD, cor, 12’12’’ THAT’S THE WAY LIFE IS Estados Unidos, 1996, p&b e cor, 4’56’’ Elenco Angela McCluskey e Paul Cantelon Roteiro Bruce Weber Produção executiva Nan Bush Produtor associado Eva Lindemann Edição Chad Sipkin Fotografia Shane Sigler e Theo Stanley Uma declaração de amor à Nova York. A cantora escocesa Angela McCluskey e seu marido, o compositor Paul Cantelon, passeiam pela cidade. Na trilha, Autumn In New York, interpretada por Angela. VIDEOCLIPES BLUE SPANISH SKY Estados Unidos, 1991, cor, 4’19” Artista Pet Shop Boys Modelos e freqüentadores comuns de um parque aquático se divertem juntos. I GET ALONG/E-MAIL Estados Unidos, 2002, p&b e cor, 5’58’’ Artista Pet Shop Boys Natalia Vodianova é a estrela da primeira parte do clipe e a cidade de Nova York é a musa do segundo trecho. VÍDEOS PUBLICITÁRIOS Ralph Lauren (1985 e 1990) Eternity (1990) Versace Jeans (1990) Eternity (1991) Pepe Jeans (1992) Banana Republic (1992 e 1993) Volvo (1993) Jil Sander (1997) A&F (1999) Artista Chris Isaak Chris lamenta a perda da amada em um universo de cores contrastadas. LET’S GET LOST Estados Unidos, 1988, p&b, 7’20’’ Artista Chet Baker Dois trechos do documentário Let’s Get Lost, com performance ao vivo e momentos históricos do jazzista. BEING BORING Estados Unidos, 1990, p&b, 5’01’’ Artista Pet Shop Boys Uma festa em um hotel, com cães, garotos lindos e água. 81 82 EXTRA, EXTRA! Vera Lafer e Gustavo Lopes em Dalidá – um tributo - Studio 3 Companhia de Dança - foto Arnaldo J.P. Torres - divulgação Jorge Fernandes em Entre o Corpo e o Azul - foto Ronaldo Aguiar - Cia Masculina de Dança - divulgação EXTRA, EXTRA! Além da sala de cinema, que exibe nossa seleção de longas-metragens, esta terceira edição do festival abraça novos e novíssimos formatos audiovisuais. O Espaço Iguatemi FilmeFashion, no último andar do shopping, é um ambiente de 1600 m2, com arquitetura industrial e clima futurista. O festival conta com vários ambientes, cada um deles dedicado a uma manifestação in motion da moda. Na grade de programação, retrospectivas e homenagens a cineastas e figurinistas que contribuíram no intercâmbio entre moda e cinema no Brasil. Destaque para o maquiador, diretor de cinema e editor de moda pioneiro, Fernando de Barros. Os núcleos são divididos em "árvore de imagem", cine-bar, cine-lounge, videoteca IFF (acervo FilmeFashion e filmes que amamos), cyber corners, loja IFF, restaurante orgânico Filinto, mostra de figurinos nacionais, os núcleos videoclipe, vídeo publicitário, videodesfile, especial novelas e o superlounge Bruce Weber. A cada hora, uma atração inédita. No fim de tarde, o clima é de elegância e suavidade. Com figurinos de Walter Rodrigues e direção artística de Anselmo Zolla e Ivonice Satie, apresentamos as coreografias Dalidá – um tributo (Studio 3 Companhia de Dança) e Entre o corpo e o azul (Cia Masculina de Dança). No Iguatemi FilmeFashion, a moda está sempre em movimento. 83 BIBLIOGRAFIA SELECIONADA ALENCAR, Mauro. A Hollywood Brasileira: panorama da telenovela no Brasil. Rio de Janeiro: Senac, 2002. ALMEIDA, Paulo Sérgio e OLIVEIRA, José Maria. Quem é quem no cinema no Brasil – De A a Z os 500 profissionais mais atuantes do mercado de cinema no Brasil. Rio de Janeiro: Aeroplano, sem data. AUGUSTO, Sérgio. Este mundo é um pandeiro – a chanchada de Getúlio a JK. São Paulo: Companhia das letras, 1989. BARCINSKI, André e FINOTTI, Ivan. MALDITO: a vida e o cinema de José Mojica Marins, o Zé do Caixão. São Paulo: Ed. 34, 1998. BIN, Marco. Estudos de cinema n.2 – Person e Person. São Paulo: EDUC FAPESP, 1999. BRAUNE, Bia e RIXA. Almanaque da TV. Rio de Janeiro: Ediouro, 2007. CARNEIRO, Marília e MUHLHAUS, Carla. Marilia Carneiro no camarim das oito. Rio de Janeiro: Aeroplano: Senac-Rio, 2003. CATELLANI, Regina Maria. MODA Ilustrada de A a Z. São Paulo: Manole, 2003. FERREIRA, Suzana Cristina de Souza. Cinema carioca nos anos 30 e 40 – Os filmes musicais nas telas da cidade. Belo Horizonte: Annablume, 2003. FLORIDO, Eduardo Giffoni. As Grandes Personagens da História do Cinema Brasileiro 1960-1969. Rio de Janeiro: FRAIHA, 2002. _______________________. As Grandes Personagens da História do Cinema Brasileiro 1970-1979. Rio de Janeiro: FRAIHA, 2006. FURRER, Bruno. Carybé. Salvador: Odebrecht S.A., 1989. GONÇALVES Filho, Antônio. A palavra náufraga – ensaios sobre cinema. São Paulo: Cosac & Naify, 2002. GONTIJO, Silvana. 80 anos de moda no Brasil. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1987. GONZAGA, Alice e AQUINO, Carlos. Gonzaga por ele mesmo – Memórias e escritos de um pioneiro do cinema brasileiro. Rio de Janeiro: Editora Record, 1989. GRÜNEWALD, José Lino. Um filme é um filme – o cinema de vanguarda dos anos 60. São Paulo: Companhia das letras, 2001. HUG, Alfons. Carnaval. Catálogo de exposição para Centro Cultural Banco do Brasil, 2004. LABAKI, Amir (org.). Person por Person. São Paulo: Biblioteca é tudo verdade- Centro Cultural Banco do Brasil, 2002 LEITE, Adriana e GUERRA, Lisete. Figurino: uma experiência na televisão. São Paulo: Paz e terra, 2002. LEITE, Sidney Ferreira. Cinema brasileiro – Das origens à retomada. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2005. MAIOR, Marcelo Souto. 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São Paulo: Companhia das Letras, 2004. 84 BIBLIOGRAFIA EQUIPE IGUATEMI FILMEFASHION - Idealização e curadoria Alexandra Farah Produção executiva Beto Amaral e Pedro Igor Alcantara - Nós Outros Produções Direção de produção Naicle Leônidas Cenografia Marcelo Pontes - Estúdio 6 Vinheta Macau Amaral Troféu Fábio Gurjão e Rick Castro Edição e texto do catálogo Alexandra Farah Direção de arte Kléber Matheus Logotipo e ilustração Fábio Gurjão Colaboradores Ana Martinelli, Fernando Roveri MOSTRA CINEMA BRASILEIRO - Pesquisa Ana Martinelli, Arnaldo Faria, Fernando Roveri, Matheus Trunk Consultoria e colaboração Hernani Heffner, Sheila Schvarzman Produção Geraldo Neto MOSTRA COMPETITIVA - Assistentes de produção Arícia Leonidas, Ellen Baraldi, Helena Moura MOSTRA PANORAMA INTERNACIONAL - Produção Beto Amaral Assistentes Adelaide Ivánova, Helena Moura ADMINISTRAÇÃO Tânia Oikawa IMPRESSÃO Margraf ASSESSORIA DE IMPRENSA F&M Pró-Cultura ASSESSORIA JURÍDICA Olivieri & Signoreli TRADUÇÃO E LEGENDAGEM Bruno Murtinho WEBSITE Alexandra Farah e Fernando Roveri (Conteúdo), www.cubo.cc (Desenvolvimento e Designer) EQUIPE DE PRODUÇÃO Coordenação geral de produção Ana Claudia Souza Coordenação de projeções Manoel Toste Coordenação de montagem Renato Triolo Supervisão cenotécnica Rogério Castro Produção de montagem Thiago Rodrigues Produção órgãos públicos Ciça Maria Produção de serviço Mark Felipe Assistência de produção Charles Camargo, Marcos Sacramento Paisagismo Marcelo Faisal AGRADECIMENTOS Adilson Tokita, Adriana Penna, Alessandra Blanco, Alê Natacci, Alessandra Tosi, Alexandre Demate, Alexandre Mirandez, Alfredo Sternheim, Alice Gonzaga, Ana Addor, Ana Claudia Michels, Ana Lucia Zambon, Ana Paula Provedel, Ana Viegas, Andréa Gusmão, Angélica Garcia, Aninha Strunf, Anita Freire, Anna Paula Provedel, Antonio Araújo, Anselmo Zola, Augusto Sevá, Bernardo Arcanjo, Beth Prado, Beto Lago, Bia Salgado, Bruno Yutaka Saito, Caio Blat, Camila Schimdt, Cao Hamburguer, Carla Camurati, Carlos Jereissati, Carlos Manga, Carlos Marins, César Giobbi, César Shundi, Chico Teixeira, Chris Mello, Chris Riera, Ciça Loureiro, Cinemateca Brasileira, Clédia Ricotti, Columbia Pictures, Cris Apolônio, Crounel Marins, Cynthia Preter, Daniela Cleto Fonte, Daniel Trench, Daniele Callas, Danilo Guimarães, Dennison Ramalho, Dudi Machado, Eduardo Marin, Elenice Ferrari, Eliana Monteiro, Eliane Campos, Elisabeth Araújo Santos, Elisete Jeremieas, Érica Tabata, Erth Ray, Europa Filmes, Fabio Coelho, Fabio Issao, Felipe Hish, Felipe Médici, Fernando Fortes, Fernando Valeika de Barros, Filinto, Fox Filmes, Francisco César Filho, Francisco Ramalho Jr., Fred Khouri, Gabriela Moreno Sanches, Gabriela Barros, Giovana Avancini, Giselle Augusto, Guilherme Bonfanti, Guilherme Weber, Helena Fagundes, Helena Linhares, Heloísa Rios, Henrique Mariano, Hernani Heffner, Ignácio de Loyola Brandão, Isa Maria Castro, Isabella Prata, Isay Weinfeld, Janaína Assis, Jeanine Meneses, João Leiva, João Massaro, João Rafael, Joaquim de Assis, José Mojica Marins, José Paulo Gouveia, Joyce Pascowitch, Julia Petit, Juliana Azevedo, Laura Teixeira, Karim Ainöuz, Karina Barreto Guarrita, Kelly Lobos, Lívia Perran, Luciano Baldan, Luciano Perez, Luiz Alberto Pereira, Luiz Carlos Lacerda, Luiz Carlos Merten, Manoel Carlos Jr., Maria Dismari, Maria Fernanda Marques, Maria Luiza Barreto, Marcela Reza, Marcelo Beraldo, Marcelo Godoy, Marco Araújo, Marcos Pedroso, Maricy Leal, Marília Carneiro, Marina Person, Mario Queiroz, Mary Nigri, Maurice Capovilla, Mauro Alice, Minha Avó Tinha, Mônica Borges, Neide Silva, Nilcemar Leyart, Norma Bengell, Odara Carvalho, Patricia Rigo, Patrícia Segatto, Paula Anita, Paula Barreto, Paula Lavigne, Paula Manga, Paula Limeira, Paula Sertório, Paulo Baroni, Paulo Hartmann, Paulo Sacramento, Pedro Smith, Penna Schmidt, Peter Hunziker, Pierino Massenzi, Programadora Brasil, Rafael Martinelli, Rafael Rigo, Raphael Ericsen, Regina Jehá, Reinaldo Lourenço, Renato Byington, Renato Consorte, Ricardo Bellio, Ricardo Van Steen, Ricardo Vaz, Richard Luiz, Roberta Koyama, Roberto Áudio, Roberto Nascimento, Rodrigo Lalli, Rogério Gallo, Rosângela Rodrigues, Rossana Ghessa, Roseane Mussi, Sergio Kalil, Sérgio Martinelli, Sergio Siviero, Silvio Golfewtti, Simone Mina, Sonia Hamburguer, Tatiana Durigan, Tatu Filmes, Tarso Augusto, Tazio Muraro, Teca (Sindicato dos Cineastas de São Paulo), Thatiana Pires, Theodoro Cochrane, Thomaz Resende, Valéria Mauro, Van Fresnot, Vanessa Ponte, Vanessa Poitena, Vera Lafer, Viviane Cortes de Oliveira, Walter Rodrigues, Warner, Zaide Nalde APOIO: 85
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