Casas Brasileiras Seculo XXIarquitextos 074

March 23, 2018 | Author: Fernando Motta | Category: Rio De Janeiro, Brazil, City, São Paulo, Science


Comments



Description

26/08/2015arquitextos 074.01: Casas brasileiras do século XX | vitruvius vitruvius | pt|es|en receba o informativo | contato | facebook Like 31k em vitruvius busca ok   pesquisa guia de livros jornal revistas em vitruvius revistas arquitextos | arquiteturismo | drops | minha cidade | entrevista | projetos | resenhas online arquitextos ISSN 1809­6298 buscar em arquitextos arquivo | expediente | normas 074.01 ok jornal notícias agenda cultural rabiscos eventos concursos seleção ano 07, jul. 2006 Casas brasileiras do século XX Abilio Guerra e Alessandro José Castroviejo Ribeiro 074.01  sinopses  como citar idiomas original: português compartilhe         074 074.00 A teoria da Catástrofe aplicada à elaboração arquitetônica do Museu Guggenheim de Bilbao Sandra Daige Antunes Corrêa Hitner 074.02 Urbanidade em questão: a explosão das favelas e o crescimento chinês Guilherme Wisnik Casa Mariante, Aldeia da Serra, Barueri SP, 2001. Arquitetos Angelo Bucci, Fernando de Mello Franco, Marta Moreira, Milton Braga / MMBB Arquitetos Foto Nelson Kon 18/18     A arquitetura brasileira do século XX é hegemonicamente moderna. Mas a acepção do termo “moderno” deve ser entendida dentro de uma perspectiva cultural específica, que remonta aos anos 20, momento de instauração das primeiras correntes modernistas em nosso país. No bojo de um movimento que envolve em seus primeiros momentos jovens intelectuais, em sua maioria literatos e artistas plásticos, surge uma discussão ambígua, que busca conciliar agendas muito diversas. Por um lado, a sensação aguda de um atraso em relação aos movimentos estéticos europeus, os impulsiona em uma busca frenética de atualização cultural, muitas vezes incompatível com a realidade do país. Por outro, a aposta em um caminho particular dentro dos pressupostos modernos acaba conformando uma perspectiva regionalista, de resto contraditória com a visão universalista e universalizante do ideário moderno europeu. A fórmula encontrada, que propõe a conciliação entre o moderno estrangeiro e a tradição colonial brasileira, vai ter nos manifestos e romances de Mário de Andrade e Oswald de Andrade e na pintura de Tarsila do Amaral suas mais felizes realizações. Tal fórmula, não muito diferente de alternativas propostas por intelectuais de outros países periféricos no mesmo período, vai ser adotada na década seguinte pelos arquitetos, também eles dispostos a buscar novos rumos para uma área estagnada, agrilhoada por convicções acadêmicas neo­clássicas. À frente do movimento, a figura lendária do arquiteto Lucio Costa, que ainda jovem assume papel de ideólogo da Arquitetura Moderna Brasileira, traçando o destino da nova arquitetura a ser realizada, a partir de uma série de ajustes das questões já estabelecidas pelos modernistas de primeira hora. O deslocamento da discussão moderna de uma área da cultura para outra – no caso, da literatura e artes plásticas para a arquitetura – tem como pano de fundo mudanças mais estruturais na vida nacional. O poder econômico e político, liderado pelas oligarquias rurais da Primeira República e baseado nos Estados de Minas Gerais e São Paulo, após a “Revolução de 30” vai se deslocar para a cidade do Rio de Janeiro, capital do país na ocasião, mudança que concentrou nas mãos do ditador Getúlio Vargas o poder autoritário do Estado Novo. O primeiro modernismo, imantado pelas contradições do desenvolvimento industrial acelerado da cidade de São Paulo, vai ceder lugar para o segundo modernismo, com presença hegemônica da arquitetura, que vai manter laços estreitos e conflituosos com o poder discricionário que se monta a partir do Rio de Janeiro. http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/07.074/335 074.03 São Paulo e Cidade do México: espaço e transformações econômico­ sociais, um enfoque comparativo Eunice Helena Sguizzardi Abascal 074.04 Mario Pani: precursor do adensamento Silvia Mejía Reza 074.05 Planos diretores como instrumento de orientação das ações de desenvolvimento urbano Renato T. de Saboya 074.06 O olhar: imagem e significado Mónica Cruz Guáqueta 074.07 Lele´s update A apropriação da arquitetura como tecnologia e algumas reflexões sobre o tema – parte 1 (1) Daniel Paz 1/33 26/08/2015 arquitextos 074.01: Casas brasileiras do século XX | vitruvius O grande arquiteto moderno Le Corbusier pôde presenciar os dois momentos modernos brasileiros. Sua primeira passagem por aqui, em 1929, fez parte de sua primeira viagem pela América Latina, quando visitou, além do Brasil, Uruguai e Argentina. A convite de Paulo Prado, um dos organizadores da Semana de Arte Moderna de 1922 em São Paulo, o arquiteto suíço­ francês conheceu os modernistas paulistas e fez ao menos uma apresentação no Rio de Janeiro. Retornaria em 1936, agora a convite de Lucio Costa e do ministro Gustavo Capanema para participar dos projetos da Cidade Universitária e da sede do MES – Ministério da Educação e Saúde, ambos no Rio de Janeiro. A profunda relação entre Le Corbusier e a arquitetura brasileira que se formou a partir de então é fundamental para a compreensão do desenvolvimento da arquitetura moderna no Brasil. Contudo, o Le Corbusier que tão profundamente inebriou os jovens intelectuais modernistas brasileiros e, posteriormente, os arquitetos cariocas, não foi o do pensamento já lapidado e estabilizado. Foi o jovem arquiteto – naquela ocasião muito mais um prosélito das promessas modernistas na ausência de realizações a oferecer – que para aqui veio no final da década de 20 e deslumbrou­se com a imensidão do território e o esplendor da mata virgem. Deslumbramento que o levou a escrever os magníficos textos latino­americanos, cheios de esperança acerca do futuro do Continente, um mundo prenhe de possibilidades. Le Corbusier foi eleito pelos brasileiros como o modelo a ser seguido pois havia uma profunda identidade de valores e discursos. Mesmo a possível discordância em torno da preocupação em torno da reabilitação da tradição colonial acabou não ocorrendo, cabendo ao mestre europeu a sugestão da inclusão de azulejos da tradição portuguesa na realização do projeto da sede do MES. Temos aqui, portanto, o delineamento das questões fundamentais que condicionariam a formação, desenvolvimento e consolidação da arquitetura moderna brasileira: a busca constante de síntese entre os princípios modernos europeus de extrato corbusieriano e a tradição construtiva colonial brasileira; a preocupação sempre renovada de uma relação equilibrada e harmoniosa deste com a paisagem tropical exuberante, pouco afeita ao controle civilizacional devido sua pujança e vigor infindável; a identificação entre os projetos de modernização da arquitetura e o de desenvolvimento econômico do país. Este conjunto de motivos explica a predileção pelo concreto armado e pela ortogonalidade por parte de nossos arquitetos modernos, mas a tensão entre tradição e modernidade propiciou também o uso de outros materiais, como madeira, tijolo e metal, como também o surgimento de outras formas, em especial a forma livre de Oscar Niemeyer, que em um certo momento tornou­se sinônimo de arquitetura brasileira. O sucesso desse encaminhamento determinou o desenvolvimento principal de nossa arquitetura durante todo o século XX, conformando uma tradição moderna cuja força ainda é visível na obra de jovens arquitetos brasileiros nesse início de século XXI. Os projetos de habitações unifamiliares realizados ao longo das décadas deste período ilustra de forma exemplar esta evolução. Nos anos 40 e 50, momento de reconhecimento internacional da arquitetura moderna brasileira –que tem como culminância a exposição Brazil Builds no MoMA de Nova York em 1943 e a publicação em inglês, francês e alemão do livro Modern Architecture in Brazil, de Henrique Mindlin, em 1956 –, um expressivo número de arquitetos talentosos atuava nas duas principais cidades brasileiras. Lucio Costa, Oscar Niemeyer, Affonso Reidy, Atílio Correa Lima, Carlos Leão, Jorge Moreira, Marcelo e Milton Roberto, Álvaro Vital Brazil, Aldary Toledo, entre outros, construíam no Rio de Janeiro. Em São Paulo exerciam a profissão os arquitetos Rino Levi, Oswaldo Bratke, Henrique Mindlin, Gregori Warchavchik, Jacques Pilon, Lina Bo Bardi, Giancarlo Palanti, Bernard Rudofsky, Andrea Calabi e alguns outros. Destes, com exceção dos três primeiros, eram todos estrangeiros, uma faceta inexplorada até hoje pelos historiadores de nossa arquitetura, que tem sempre privilegiado a pretensa brasilidade de nossa arquitetura. A residência Olivo Gomes (Rino Levi, São José dos Campos, 1949), a Casa de Canoas (Oscar Niemeyer, Rio de Janeiro, 1953), a residência Carmem Portinho (Affonso Reidy, Rio de Janeiro, 1950), a Casa de Vidro (Lina Bo Bardi, São Paulo, 1949) e a residência Bratke (Oswaldo Bratke, São Paulo SP, 1951) são projetos que expressam de forma canônica as características da arquitetura moderna brasileira de então, propagadas para o país a partir da capital federal: a relação harmoniosa com a paisagem tropical, o uso hegemônico do concreto armado e os elementos tradicionais reinterpretados. A residência Antônio Ceppas (Jorge Moreira, Rio de Janeiro, 1951), traz quase todos os elementos, agora adaptados às necessidades de um pequeno lote urbano aonde foi construída. Nos anos 60 e 70 teremos uma brusca mudança de rota, que coincide com a construção de Brasília e a mudança da capital federal para o centro do país. A assinatura quase que exclusiva de Niemeyer nos principais projetos de Brasília marca, ao mesmo tempo, o apogeu e o esgotamento de uma arquitetura que passa a ser identificada, certamente com injustiça, com o poder ditatorial que se instala a partir de 1964 com o golpe militar. A arquitetura que passa a ditar as novas regras vem de São Paulo, tendo como centro das atenções o arquiteto paranaense João Vilanova Artigas, militante de esquerda, que defende uma arquitetura mais acética, abandonando o formalismo excessivo da “arquitetura carioca” em prol de uma prevalência dos aspectos construtivos, em especial os estruturais. Contudo, a produção do chamado “brutalismo paulista” mantém com a arquitetura das décadas anteriores visíveis elos de ligação, em especial a peculiar relação com o território, aonde a suspensão da edificação torna difícil o estabelecimento de uma rígida separação entre interior e exterior. Portanto, mais do que um rompimento, trata­se de uma continuidade segundo princípios renovados e/ou reinterpretados. As residência Mário Taques Bittencourt (Vilanova Artigas e Carlos Cascaldi, 1959), Roberto Millán (Carlos Millán, 1960), Fernando Millán (Paulo Mendes da Rocha, 1970) e Max Define (Eduardo de Almeida, 1978), todas construídas em lotes urbanos na cidade de São Paulo, constituem variações sobre o mesmo tema do caixote de concreto armado, cuja forma final é explicada pelos autores como resultante do conceito estrutural. Tal rigidez espartana é de certa forma subvertida pelo extremo cuidado no detalhamento presente no projeto de Eduardo de Almeida, qualidade excepcional dentro de um contexto aonde se privilegia unilateralmente o “conceito estrutural”. O mesmo rigor construtivo está presente na residência Waldo Perseu Pereira (São Paulo, 1967), do arquiteto Joaquim Guedes, também ele uma exceção em um quadro geral aonde predomina o desprezo pelo detalhamento construtivo, justificado pela impossibilidade gerada pela desqualificação dos operários brasileiros. A presença neste período da residência do arquiteto Severiano Porto demonstra a possibilidade latente e sempre revisitada de uma arquitetura com traços locais, defendida por Lucio Costa. Construída em Manaus, capital do Estado do Amazonas, em 1971, a casa, construída em madeira e submetida a cuidados extremos na relação com os aspectos climáticos de uma região muito úmida e quente, não deixa de lado os aspectos racionais modernos na sua concepção geral. Nos anos 80, ao mesmo tempo em que temos uma continuidade da “arquitetura paulista”, com http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/07.074/335 2/33 26/08/2015 arquitextos 074.01: Casas brasileiras do século XX | vitruvius formas e soluções sedimentadas sendo exploradas até o exagero, verifica­se uma entrada tardia e confusa das discussões pós­modernas. Tanto o debate culturalista italiano, que vai de Aldo Rossi a Paolo Portoghesi, como viés pop americano, nas cifragens díspares de um Robert Venturi ou Charles Moore, passando pelo tardo­moderno high­tech de Richard Rogers ou Norman Foster, são tratados como se fossem coisas próximas ou mesmo idênticas. O ponto em comum de manifestações estético­formais tão díspares é justamente o fato delas serem absolutamente diversas da tradição arquitetônica moderna brasileira. Resulta em uma década de produção diversificada, com qualidade duvidosa devido às mudanças bruscas de encaminhamentos, sem que houvesse a possibilidade de exploração de possibilidades e conseqüente sedimentação. Contudo, o lado positivo de uma década tratada por muitos como perdida, é a desmontagem do pensamento único e excludente que sempre permeou a arquitetura hegemônica no país. Mesmo sem se tornar um momento coeso ou de obras significativas, a década de 80 tornou possível a diferença dos anos seguintes. A residência Rubens/Cristina (Nova Lima MG, 1983), do arquiteto Éolo Maia, é um exemplo de rompimento de algumas limitações. Construída fora do eixo Rio­São Paulo, em estrutura de aço industrializada, a casa anuncia as possibilidades de novos cenários e novos protagonistas convivendo com a sobrevivência da tradição moderna paulista. As residências Acayaba (Marcos Acayaba, Guarujá, Estado de São Paulo, 1996), Afonso Borges (Gustavo Penna, Brumadinho, Estado de Minas Gerais, 1999), Pacelli (Otávio Leonídio, Búzios, Estado do Rio de Janeiro, 1995), Mariante (MMBB Arquitetos, Barueri, Estado de São Paulo, 2001) e Casa no Horto Florestal (Alexandre Feu Rosa, Salvador, Estado da Bahia, 1999) formam um mosaico diversificado de experimentações formais e construtivas bem realizadas, atestando o fim da hegemonia unívoca de um ou outro encaminhamento moderno predominante em décadas anteriores. A casa de Marcos Acayaba, que desenvolve com extrema competência as possibilidades construtivas da madeira, com requinte de forma e detalhamento, sem abdicar da organização programática moderna, é demonstração clara das enormes possibilidades de uma arquitetura ao mesmo tempo sólida devido aos vínculos com a tradição, mas ao mesmo tempo aberta à novidade e à experimentação. Anos 1940 – Casa Olivo Gomes, Rino Levi e Roberto de Cerqueira César (1) Casa Olivo Gomes, São José dos Campos, SP, 1949. Arquitetos Rino Levi e Roberto de Cerqueira César Foto Nelson Kon Esta casa está situada no limite da várzea do rio Paraíba, em São José dos Campos a 100 km da cidade de São Paulo. Um pavimento principal abriga grande parte do programa dividido em três corpos distintos: setor dos dormitórios, estar e serviços e dependência de empregados. Um pavimento abaixo sob pilotis abriga um salão de jogos. A disposição dos corpos ora paralelos ao talude, ora interceptando­o, conforma uma composição aberta que poderia se expandir em várias direções. Estes corpos são articulados pelo vestíbulo de entrada e secundariamente pela garagem, que por suas dimensões e transparências deixa claro seu papel na composição das volumetrias, destacando­as. A estrutura é de concreto armado e a cobertura é de telhado de fibrocimento sobre laje. É notável a colaboração Burle Marx nos painéis e jardins integrados ao partido de forma a expandir os espaços internos rumo à paisagem envoltória. http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/07.074/335 3/33 26/08/2015 arquitextos 074. Arquitetos Rino Levi e Roberto de Cerqueira César. Plantas superior e inferior Casa Olivo Gomes. 1949. sobretudo pela racionalidade. assim chamada pelos moradores da redondeza nos tempos de sua construção. Estes corpos abrigam respectivamente os compartimentos destinados ao convívio da família e aos serviços. quando o local ainda era uma reserva de Mata Brasileira cheia de bichos selvagens. Dois corpos distintos a definem: a caixa de vidro que se projeta no espaço a partir de um muro de arrimo e se apóia em delgados pilares metálicos e um segundo corpo assentado diretamente no solo. Arquiteta Lina Bo Bardi.vitruvius. 1949. Arquitetos Rino Levi e Roberto de Cerqueira César. Bairro Morumbi. São José dos Campos. Anos 1940 – Residência Lina Bo Bardi (Casa de Vidro). http://www. SP. os painéis decorativos e o alpendre são traços da edificação de nossa brasilidade programática.com.  Foto Nelson Kon A residência Lina Bo Bardi ficou conhecida como “Casa de Vidro”. como adotadas para as janelas cujas folhas recolhem­se através de contrapesos embutindo­as.01: Casas brasileiras do século XX | vitruvius Casa Olivo Gomes. Cortes Nesta casa a concepção espacial e estrutural e a disposição dos corpos remontam a nossa tradição moderna. os jardins. As refinadas e engenhosas soluções técnicas. 1949. são frutos do rigor construtivo peculiar da arquitetura de Rino Levi: este rigor e princípios são derivados tanto de sua formação Italiana como engajamento compulsório na estruturação de uma indústria brasileira da construção incipiente naquelas décadas.074/335 4/33 . Lina Bo Bardi (2) Residência Lina Bo Bardi (Casa de Vidro). São José dos Campos. o telhado com grandes projeções que sombreiam as fachadas mais expostas ao sol. A casa foi implantada na parte mais alta do terreno de 9 mil m² com declive bastante acentuado.br/revistas/read/arquitextos/07. SP. Por outro lado. São Paulo SP.  No setor social os espaços do estar.074/335 5/33 . no setor íntimo a divisão espacial se faz mais presente. Nesta casa alguns aspectos já se manifestam de forma ainda embrionária. Em contrapartida. Poética inventada progressivamente e sem canduras.br/revistas/read/arquitextos/07.com. fixar uma linguagem e uma tecnologia contemporânea. sinalizando os dois momentos. A decisão de fazê­la suspensa sobre pilotis e envidraçada demonstra o desejo de se diluir nesta paisagem e.26/08/2015 arquitextos 074. não isenta de pragmatismos circunstanciais. Plantas superior e inferior A caixa de vidro por sua vez está organizada sob dois princípios espaciais que correspondem a duas lógicas estruturais: uma parede longitudinal que a atravessa. porém. Restrições que foram posteriormente incorporadas como marca de uma linguagem. Por outro lado. Embora as soluções para os apoios sejam distintas as demais soluções construtivas para o piso e a cobertura são as mesmas: caixão­perdido de concreto no piso e telha de fibrocimento sobre laje na cobertura. jantar e biblioteca estão dispostos num continuum espacial demarcado pelos pilares soltos e por outras peças como o volume da caixa de escada. 1949.01: Casas brasileiras do século XX | vitruvius Residência Lina Bo Bardi (Casa de Vidro). A planta livre caminha na mesma direção. Bairro Morumbi. Arquiteta Lina Bo Bardi. São Paulo SP. http://www.vitruvius. Arquiteta Lina Bo Bardi. Sua inserção no meio da mata nativa é oportunidade para se evocar nossa herança naturalista. Bairro Morumbi. Residência Lina Bo Bardi (Casa de Vidro). divide claramente o setor social do íntimo. além do vazio do jardim interno: que ainda tem a função de interligar este piso aos pilotis. Corte Esta obra de Lina Bo Bardi pontua a sua longa jornada na edificação de uma poética da brasilidade: que procurou fundir aspectos de uma cultura local ao fazer mais erudito fincado na modernidade originária no seu continente de origem. 1949. ao mesmo tempo. indicando outra solução estrutural. com apoios embutidos em paredes e no arrimo. a lareira. São Paulo SP. a obra é perturbada por restrições construtivas locais que contaminam a pureza e a leveza do volume ao impor de certa maneira restrições como da inclinação da cobertura.  O telhado em “V” com caimento para o centro da casa permitiu aumentar o pé­direito na sala e dormitório facilitando a ventilação cruzada entre os compartimentos.com. dormitório. serviço e o acesso principal. Rio de Janeiro RJ. Neste segundo corpo.br/revistas/read/arquitextos/07.01: Casas brasileiras do século XX | vitruvius Anos 1940 – Residência Carmem Portinho. uma rampa e uma passarela foram implantados tipicamente a meia encosta. Toda a estrutura foi construída em concreto armado. O segundo flutua sobre o terreno e apóia­se diretamente sobre pilotis: evitando arrimos e cortes desnecessários. Bairro Jacarepaguá. O primeiro corpo foi assentado diretamente no solo e abriga garagem. 1950. Arquiteto Affonso Eduardo Reidy. com cobertura de telha de fibrocimento. estar e um terraço . Affonso Eduardo Reidy (3) Residência Carmem Portinho. Arquiteto Affonso Eduardo Reidy. Dois corpos articulados por um pátio interno. estúdio. Planta Residência Carmem Portinho. bastante enxuto composto por cozinha.26/08/2015 arquitextos 074.vitruvius. Arquiteto Affonso Eduardo Reidy Foto acervo A casa foi construída em meio à densa vegetação em terreno de 9 mil m² com acentuado declive no sentido da ampla vista voltada para a cidade. Corte http://www. Rio de Janeiro RJ. Residência Carmem Portinho. foi arranjado o restante do programa. Bairro Jacarepaguá. 1950. dormitório de empregada. um nível abaixo. Rio de Janeiro RJ. acessado por uma escada que sai junto ao jardim interno. além de direcionar e liberar a fachada em seus vãos plenos para a visual mais importante. 1950.074/335 6/33 . Bairro Jacarepaguá.  que desenvolve uma intrincada circulação vertical. O volume em forma de paralelepípedo ocupa grande parte do lote. social e íntima) em torno de um volume central de pé­direito triplo.074/335 7/33 . que reverbera no chanfro das paredes laterais. mais um subsolo. e a retração do fechamento da sala no piso térreo. O volume compacto e o programa amplo e diversificado é agenciado com maestria pelo arquiteto. nos revela sua maestria e pertinência em tratar a relação entre um artefato e o seu contexto num sentido lato: físico e ambiental. Anos 1950 – Residência Antônio Ceppas. a sala que também é varanda reentrante. necessários na obtenção de iluminação para a parte central da casa. localizada na área central da casa e que delimita os usos ao mesmo tempo em que facilita os fluxos distintos. Arquiteto Jorge Machado Moreira Foto Juvêncio Souza Para abrigar uma família abastada de 5 pessoas em um pequeno terreno em bairro nobre do Rio de Janeiro.vitruvius. tecnológico. o arquiteto Jorge Moreira. do arquiteto do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Jorge Machado Moreira (4) Residência Antônio Ceppas. a solução inclinada do telhado da cobertura que ainda evita a laje impermeabilizada. optou por desenvolver o programa em quatro pavimentos. as esquadrias de madeira.01: Casas brasileiras do século XX | vitruvius Esta casa singela. cultural e arquitetônico. membro da mítica equipe responsável pelo Ministério da Educação e Saúde.26/08/2015 arquitextos 074. As áreas íntimas dos quartos e do lazer familiar se localizam respectivamente nos segundo pavimento e cobertura.br/revistas/read/arquitextos/07. a leveza dos pilotis recém adquiridos e a transparência e elegância da articulação dos volumes. mas se encostando nas laterais. liberando área externa ensombrecida sob pilotis. ocupado por jardim que se estende até o fechamento frontal feito de ripas de madeira. o que justifica os recortes nas faces junto aos lotes lindeiros. com pequenos recuos frontal e posterior. 1951.com. São exemplos os assentamentos dos corpos ora apoiados no solo. ora flutuando. Rio de Janeiro RJ. reservando­se para o subsolo a garagem e áreas para maquinários e reservatório d’água. Graças à solução engenhosa que dispõe em posições estratégicas elevador e escadas (de serviço. as áreas sociais e de serviço podem conviver pacificamente no térreo e primeiro pavimento. Bairro Leblon. vidro e persianas que se remetem às tradicionais gelosias. O peso excessivo do volume é aliviado com o parapeito inclinado da cobertura. http://www.  Bairro Leblon. Arquiteto Jorge Machado Moreira. Os quebra­sóis móveis verticais e horizontais que protegem a fachada principal do sol poente e o teto­jardim aclimatado por pérgulas sustentadas por esguios pilares metálicos que ressaltam a horizontalidade do coroamento. Anos 1950 – Residência do Arquiteto. Rio de Janeiro RJ. 1951.074/335 8/33 .vitruvius. Bairro Morumbi. estes de autoria de Burle Marx. também autor do jardim.br/revistas/read/arquitextos/07. São Paulo SP.com. exposta com comedimento no térreo. dentre as quais a desta casa é emblemática. muros de pedra e painéis em azulejo. A presença do artista.01: Casas brasileiras do século XX | vitruvius Residência Antônio Ceppas. 1951.26/08/2015 arquitextos 074. Plantas A estrutura em concreto armado. Bairro Morumbi. são elementos corbusianos renitentes no arsenal tipológico da arquitetura moderna brasileira. que ganharam um sem número de interpretações formais. é dissimulada por vedações de alvenaria pintada. Oswaldo Arthur Bratke (5) Residência do Arquiteto. denota a preocupação com a “síntese das artes” em voga neste período. Arquiteto Oswaldo Arthur Bratke Foto Acervo Bratke http://www. Talvez esta casa seja nosso “Pavilhão Brasileiro em Barcelona” e por isso tenha se tornado. quase imperceptível. Residência do Arquiteto. Anos 1950 – Casa de Canoas. os elementos da tradição luso­brasileira e o uso dos materiais revelam uma arte sensível e sem preconceitos que vai da prática às idéias; na mão de um arquiteto do ofício. 1951. Assim. a forma autônoma. entretanto. um clássico. sua leveza . jardim interno. Arquiteto Oswaldo Arthur Bratke. aquelas relativas ao conforto da habitação. a fachada oeste é mais sombreada do que a leste através do distanciamento dos planos de vedação em relação à projeção da cobertura.074/335 9/33 . Residência Oscar Niemeyer (Casa de Canoas). o teto plano. A outra atitude é conferida ao pavimento inferior incrustado no perfil natural do terreno. Estrada de Canoas. A racionalidade. Arquiteto Oscar Niemeyer (6) A casa foi construída na Floresta da Tijuca. entre nós. Bairro Morumbi. a leveza.01: Casas brasileiras do século XX | vitruvius O cenário onde foi levantada esta obra era um bairro nos arredores da cidade com generosas paisagens. de maneira que dois pisos fossem naturalmente definidos: o inferior. os cheios e os vazios são elementos que enriquecem singularmente o ponto de partida inicial. transparência e proporções restabelecem uma respeitosa e harmônica relação com o sítio. contendo os serviço. estrutura e forma fundem­se em uma unidade plástica: parece não haver uma hierarquia em sua configuração final. Sua emblemática volumetria horizontal solta do solo marca com clareza as distinções entre objeto e o contexto imediato: a casa se encontra pousada suavemente no solo de modo a garantir sua integridade formal idealizada. varanda e o acesso principal conjugado com a garagem de automóveis; e o superior. Na concepção da casa ficam claras duas atitudes ou gestos formais. sem alterar sua lógica construtiva racional e precisa. no qual se alojam dormitórios e sala íntima. São Paulo SP. Rio de Janeiro RJ. onde foram dispostos os demais compartimentos. a relação da arquitetura com a paisagem. outra ancorada na silenciosa pertinência das circunstâncias. Plantas superior e inferior Parte desta percepção decorre do fato de que nela espaço.26/08/2015 arquitextos 074. onde se encontram o estar e serviços. Porém. remanescente vegetação tropical em um terreno pedregoso de grande declive. 1953.vitruvius.com. A casa foi implantada no sentido do declive lateral do amplo terreno em sua cota mais alta.br/revistas/read/arquitextos/07. Duas maneiras inventivas do fazer arquitetônico: uma plena de invenções e expressividades. A primeira diz respeito ao pavilhão aflorado e envidraçado: uma laje plana e sinuosa apoiada sobre delgados pilares metálicos. Os cobogós. Arquiteto http://www. A estrutura composta por uma malha modular pauta a disposição e modelação dos espaços e define um sistema que embora disciplinador se submete a algumas circunstâncias e operações que em parte o abranda: sobretudo.  organiza e promove a integração visual de todos os espaços. comovendo corações e mentes. Se alguns princípios decorrem de Le Corbusier como pilotis. No entanto. É composta por um pavimento térreo com salas e cozinha. através das formas curvas e sinuosas. Rio de Janeiro RJ. Anos 1960 – Residência José Mário Taques Bittencourt. Estrada de Canoas. da fachada que acompanha o perfil natural do terreno no pavimento dos dormitórios e da enorme pedra de granito trazida para dentro do espaço interior. Residência Oscar Niemeyer (Casa de Canoas). João Vilanova Artigas e Carlos Cascaldi (7) Residência José Mário Taques Bittencourt. que recebem as lajes nervuradas em concreto armado. que são articulados em meios­níveis por uma rampa. 1953. Todas as decisões de projeto desejam de algum modo fundir casa e paisagem.com. Arquitetos João Vilanova Artigas e Carlos Cascaldi Foto Nelson Kon A casa situa­se em um bairro residencial em um lote típico de formato quase retangular. apoiadas em quatro reduzidos pontos. Plantas superior e inferior Arquiteto Oscar Niemeyer As operações de projeto e as escolhas contidas nesta revelam uma insubordinação ao purismo de alguns conceitos modernos sobretudo ao mesclá­los de uma maneira mais intuitiva e liberta através das curvas da cobertura e da piscina. pilares metálicos e essencialidades principalmente no corpo aflorado.vitruvius. planta livre; outros lembram Mies van der Rohe como transparências.br/revistas/read/arquitextos/07. na dimensão de uma das suas larguras. enterrado. São Paulo SP. integração interior/exterior. um intermediário destinado ao estúdio. embora sejam construídas com muita geometria. Um pátio interno. A casa configura­se como um único corpo sob o qual se abriga todo o programa. um superior aos dormitórios e um último. das transparências.074/335 10/33 . A solução estrutural é definida por duas paredes “de carga”.26/08/2015 arquitextos 074. http://www.01: Casas brasileiras do século XX | vitruvius Oscar Niemeyer Foto Nelson Kon Esta obra é um marco na arquitetura de Niemeyer e brasileira: nela certos esquemas do racionalismo moderno são alterados em favor de uma maior expressividade plástica e de um caráter mais local. abrigando os serviços – abolindo a tradicional edícula brasileira. é na relação sensível do objeto com sítio que a brasilidade e a singularidade desta obra se manifestam mais plenamente. 1960.  Arquiteto Carlos Barjas Millán (8) http://www.01: Casas brasileiras do século XX | vitruvius Residência José Mário Taques Bittencourt.074/335 11/33 .br/revistas/read/arquitextos/07. aquelas pensadas na dimensão política do lugar público. São Paulo SP. viga e pilar. que além das interações espaciais e compositivas.com. 1960. ou praças. bem como para seus discípulos envoltos na denominada “Arquitetura Paulista”.vitruvius.26/08/2015 arquitextos 074. as rampas como elementos articuladores dos percursos e espaços; a introspectiva caixa organizada através de vazios centrais. também de sua autoria. É notável a solução estrutural das paredes de carga sobre poucos e leves apoios conformando pórticos geralmente dispostos na borda das volumetrias. promovem novas hierarquias. de maneira a alterar em parte a solução tradicional do sistema laje. sobretudo. desdobrando­se em outros projetos e tipologias como na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo USP. Anos 1960 – Residência Roberto Millán. a primazia dispensada aos aspectos expressivos das estruturas. Como também. Plantas e corte longitudinal Esta obra tem enorme relevância no conjunto da obra do arquiteto. Dela emergiram questões estéticas e problemas construtivos que informaram um fazer arquitetônico por anos a fio. Arquitetos João Vilanova Artigas e Carlos Cascaldi.  no superior.01: Casas brasileiras do século XX | vitruvius Residência Roberto Millán. onde todos os seus elementos são aparentes: sejam os pilares independentes dos elementos de vedação. as lajes nervuradas. Arquiteto Carlos Barjas Millán Foto Acervo Família Millán A casa se encontra em lote plano de esquina em bairro estritamente residencial. a planta livre entre oito pilares regularmente espaçados que guia o posicionamento das paredes;segundo. dormitórios (inclusive o de empregados).com. as vigas ou os peitoris.br/revistas/read/arquitextos/07. pelo vazio de pé­direito duplo que promove a integração visual entre os dois pavimentos.26/08/2015 arquitextos 074. Pode ser descrita como um prisma. São Paulo SP. por meio de pilotis. Bairro Alto de Pinheiros. estúdio e biblioteca. ou uma caixa suspensa do solo. 1960. Em seu pavimento inferior alojam­se os compartimentos sociais como estar.074/335 12/33 . cozinha e serviços. Na disposição dos espaços também é notável a faixa criada no pavimento superior pelos estúdios e terraço. O programa foi organizado segundo dois princípios espaciais básicos: primeiro. com o propósito de configurar uma oportuna zona de transição entre o exterior e o interior. http://www. apropriada para amenizar a forte insolação nordeste.vitruvius. Outro aspecto relevante é a estrutura de concreto armado.  que procura incluir. Pode­se se destacar. como um dos precursores da denominada Arquitetura Paulista. em sua poética. as definições destas volumetrias e suas respectivas estruturas foram pensadas a partir de cada espaço em particular.com. Neste sentido. Plantas e corte Millán morre precocemente. São Paulo SP. com o uso e a ambiência. Embora este arranjo seja linear em torno de uma circulação ora é delineada. decorrentes essencialmente de uma visão racionalista mais abrangente. Mais expressivas ainda são as decisões quanto aos volumes que abarcam os setores sociais: neles além dos desenhos apurados dos quebra­sóis (que os protegem da insolação noroeste) há um giro rumo a hipotenusa do lote. Bairro Alto de Pinheiros. São Paulo SP. 1967.01: Casas brasileiras do século XX | vitruvius Residência Roberto Millán.vitruvius. http://www. mantendo­se sua integridade e funcionalidade sobre qualquer postura mais embelezadora. conciliando­o mais uma vez sítio. pode ser apontado. sobrepor e hierarquizar no processo de projeto muitos aspectos e condicionantes. Joaquim Guedes e Liliana Guedes (9) Residência Waldo Perseu Pereira. pode­se notar a linearidade da composição ancorada inicialmente numas das divisas do lote. também. rumo a uma difícil beleza. 1960. disposição e aberturas: o desgarrar dos banheiros e espaços de serviços é sintomático. que desenha sua forma e o altera. ladeado por duas ruas com topografia acidentada.26/08/2015 arquitextos 074. Mas em sua curta trajetória profissional foi capaz de propor com sua estética alternativas aos problemas e práticas inicialmente plantados por Vilanova Artigas em São Paulo e mais distante por Le Corbusier. o apuro formal da caixa suspensa. a exploração da plasticidade do concreto através das escadas esculturais que se projetam para fora da volumetria. ora não. a ênfase sobre a lógica construtiva.074/335 13/33 . sempre explícita. Arquiteto Joaquim Guedes e Liliana Guedes Foto acervo Joaquim Guedes A casa está situada em um terreno de formato triangular. as volumetrias expressam também as particularidades de cada ambiente como forma. Esta condição somada a um programa extenso e a coincidência da melhor vista com poente foram elementos determinantes nas operações iniciais de projeto: revelando uma maneira mais empírica e racionalista do fazer arquitetura no Brasil – destoando das tendências mais formalistas. Sua configuração se apresenta como uma composição de vários volumes aparentemente dispostos de forma livre. como um sistema coerente onde se encontram manifestados e expressos os diversos pormenores da construção.br/revistas/read/arquitextos/07. de modo a voltar as principais aberturas para vista principal a oeste. Anos 1960 – Residência Waldo Perseu Pereira. numa trabalhosa conciliação de funcionalidades e razões. Arquiteto Carlos Barjas Millán. Por isso. a racionalidade da estrutura que libera a planta mas coloca­se como expressão secundária. Entretanto. 074/335 14/33 . rumo uma forma final talvez sempre inacabada. Paulo Mendes da Rocha (10) http://www. que podem ser explicadas e explicitadas na volumetria irregular e circunstancial que une o rigor da lógica construtiva à solução formal. transcorrem­se uma série de operações e raciocínios. funcional. Arquiteto Joaquim Guedes e Liliana Guedes. Complexidades que vinculam unidade e multiplicidade tecidas organicamente. São Paulo SP. Anos 1970 – Residência Fernando Millán. 1967.br/revistas/read/arquitextos/07.26/08/2015 arquitextos 074. que cria um lugar a partir de seu caráter.vitruvius. formal com a cidade. ambiental.01: Casas brasileiras do século XX | vitruvius Residência Waldo Perseu Pereira. Plantas e corte Por este viés. possível de novos acréscimos sejam eles de ordem cultural.com. entrelaçando a forma forte.com. Mas esta primeira impressão se desfaz parcialmente. 1970. http://www. que contém estar e serviços; e o superior dividido em dois meios pisos. recupera­se o perfil natural do terreno.074/335 15/33 . pois os muros de arrimos são incorporados à obra tanto como paredes estruturais. O concreto armado é praticamente a única matéria da obra: da estrutura as paredes de fechamento. piso no subsolo. Arquiteto Paulo Mendes da Rocha Foto Helio Piñón A casa situa­se em bairro estritamente residencial.br/revistas/read/arquitextos/07. Sob este arcabouço. os espaços são arranjados em “planta livre” nos três pisos principais: o térreo. A estrutura é composta por arrimos de concreto e paredes estruturais que sustentam as empenas laterais: que por sua vez.vitruvius. Nesta sensível operação. por uma pérgula envidraçada postada entre o arrimo e a bateria de dormitórios e cozinha e por pequenas aberturas recuadas que se voltam para uma das empenas de fechamento.26/08/2015 arquitextos 074. Um quarto. em um terreno de 600 m² com declive acentuado e forma irregular. A iluminação e ventilação destes espaços acontecem através da clarabóia central. São Paulo SP. ou caixa. ideal e geométrica do artifício com a sinuosidade natural do sítio. recebem as lajes nervuradas do piso e cobertura (tratada como espelho d’água).01: Casas brasileiras do século XX | vitruvius Residência Fernando Millán. Ela pode ser percebida de imediato como um volume prismático soberanamente implantado através de grandes cortes e arrimos no perfil natural. onde se acham os dormitórios e estúdio. abriga lavanderia e dependências de empregados. diante de um bosque. como divisórias demarcadoras dos espaços interiores da habitação.  sem aberturas diretas para o exterior e os vazios centrais em torno dos quais se organizam os espaços são postas em condições extremas: nesta casa não há literalmente janelas.com. o piso de asfalto da rua adentra e invade a casa; a cidade prevalece sobre o morar individual. O continuum espacial interno. é exposto ao extremo seja pela matéria continua e homogênea. Anos 1970 – Residência Severiano Porto. ou seja.br/revistas/read/arquitextos/07. outras questões como a caixa introspectiva. especular e levar adiante o fazer arquitetura. A começar pela unidade plástica. tanto perseguido pelos arquitetos no século XX. Severiano Mário Porto (11) http://www. Por outro lado. Arquiteto Paulo Mendes da Rocha. 1970.26/08/2015 arquitextos 074. esta em particular radicaliza e praticamente encerra algumas questões já postas na arquitetura paulista. São Paulo SP. Plantas e corte Se a casa é lugar para experimentar.vitruvius.01: Casas brasileiras do século XX | vitruvius Residência Fernando Millán. formal e estrutural conferido pelo concreto aparente que subtrai a distinções entre estes termos.074/335 16/33 . seja pelo fato de que as paredes divisórias dos compartimentos nem sempre tocarem o teto. A relação entre a habitação individual e o urbano é tratado com dura hierarquia.  uma varanda íntima parcialmente enclausurada por elementos vazados é acréscimo e solução decorrente dos imperativos climáticos locais.074/335 17/33 . comparece a idéia do pátio interno (um vazio) que articula os espaços no térreo e superior. das técnicas. No mesmo sentido. técnicas e práticas locais próprias do norte brasileiro.vitruvius.br/revistas/read/arquitextos/07. na Amazônia. Como o são também todos os dispositivos destinados a permitir ventilação e sombreamentos abundantes que podem ser notados nas coberturas com grandes beirais (com colchão de ar entre forro e telha).com. meio ambiente. O programa foi organizado segundo um esquema espacial já moderno que distingue com clareza as áreas funcionais do estar.26/08/2015 arquitextos 074. com a racionalidade moderna moldada no Rio de Janeiro. esta casa é ponto alto no regionalismo crítico por revelar uma abordagem transigente entre geografia. das manipulações espaciais em função do clima. http://www. transformando­os em uma poética que expõe novas questões. Manaus AM. possibilidades e linguagem. Arquiteto Severiano Mário Porto Foto acervo Severiano Porto Localizada em Manaus.01: Casas brasileiras do século XX | vitruvius Residência Severiano Porto. sugerindo um continuum espacial. mas a prática é fruto de um reaprender com a sabedoria e condições concretas locais: seja através dos materiais. Por outro lado. área íntima (no caso sobrepostos) e serviços. as idéias e as crenças são retirados do modernismo brasileiro em particular. de onde imigrou Severiano Porto nos anos 60. O arcabouço conceitual. 1971. na segunda pele de ripado de madeira que envolve um dos corpos da edificação e no uso predominante da madeira (sucupira e maçaranduba). Deste encontro surge uma simbiose múltipla que entrelaça o fazer local e a visão “importada” da metrópole. A implantação da casa se dá a partir da formulação de uma pauta geométrica. tem colunas modulares de maçaranduba de pé­direito duplo. que abriga cozinha e serviços.01: Casas brasileiras do século XX | vitruvius Residência Severiano Porto.com. Arquiteto Severiano Mário Porto.074/335 18/33 . Anos 1970 – Residência Max Define. que busca controlar o terreno trapezoidal irregular com sua decomposição inicial em um triângulo e um retângulo. quando prevalecia o brutalismo paulista. São Paulo SP.br/revistas/read/arquitextos/07. somando fragmentos. assertiva em parte contestada por Luis Espallargas Gimenez.vitruvius. Arquiteto Eduardo de Almeida Foto Nelson Kon O final dos anos 70 é um período que a crítica arquitetônica brasileira normalmente toma como de produção decadente.26/08/2015 arquitextos 074. A casa – um caixote de concreto e vidro sustentado por doze pilares dispostos em gride cartesiano – tem cerca de 1/3 de sua área apoiada sobre o platô superior. O corpo mais alto e principal. plástico e estrutural das volumetrias. mas que passou desapercebida no contexto da época. com uma piscina semicircular dentro do triângulo. ou entre os elementos vazados. O corpo que recobre o pátio interno e a varanda íntima tem seus apoios ora expostos. Manaus AM. sobretudo pelo domínio dos cheios sobre os vazios. Eduardo de Almeida (12) Residência Max Define. A casa é composta por três corpos de altura. permanecendo os 2/3 restantes suspensos. por conta de seu extremo refinamento. conferidos pela predominante presença da alvenaria branca. e a posterior partição do retângulo em dois quadrados. A casa se inscreve no quadrado da esquerda. sua cobertura é de duas águas em sentido transverso ao corpo principal: com mais vazios e luzes filtradas seu caráter mais tênue se aproxima mais da prática e repertório local. 1971. O caráter híbrido continua marcando presença. No terceiro corpo mais baixo. 1978. que recebem o telhado de fibrocimento de uma água – são quase pilotis: entre eles ripas de madeira conformam um brise­soleil rústico de caráter moderno. http://www. ora embutidos nas alvenarias. obtido graças à “sua insuperável e sofisticada execução”. Plantas e cortes O encontro de culturas avança também no processo compositivo. soltas das vedações. a cobertura é de uma água e nele prevalece um aspecto mais telúrico e recluso. abrindo espaço para o estacionamento de automóveis e área de serviço. que propõe um jardim que se estende por todo o terreno. cobertura e expressão plásticas distintas: sinalizando acomodações em função de importantes ambientações climáticas. As áreas livres resultantes ficaram sob a responsabilidade do paisagista Fernando Chacel. incorporando a forma pura em sua planta. conformando dois platôs terraplenados agora articulados por escadas laterais. que toma a Residência Max Define como obra notável. Um muro de arrimo contém o terreno em aclive.  Arquiteto Eduardo de Almeida. A abertura na laje superior de cobertura é retangular. Anos 1980 – Residência Rubens/Cristina. Implantação. 1978. São Paulo SP. permitindo a entrada de luz e ar no centro das áreas social e de serviço.vitruvius. ora setorizando um ambiente mais amplo. com a presença sempre surpreendente dos pilares em cada recinto da casa. ora dissimulado por um anteparo qualquer.01: Casas brasileiras do século XX | vitruvius Residência Max Define. que por sua vez são reguladas por um recorte quadrado na laje de piso.26/08/2015 arquitextos 074.com.. resultando em áreas ao mesmo tempo modulares e diferenciadas. Éolo Maia (13) http://www. ora no meio do cômodo..074/335 19/33 .br/revistas/read/arquitextos/07. que permite o contato ambiental com platô inferior e uma circulação periférica rente aos vidros que abrem a casa para o seu próprio interior. ora rente ao vidro. plantas e corte A planta quadrada e o gride retangular da estrutura resultam em uma complexa regulagem de medidas.  tropical. à tradição moderna imperante no Brasil e que tem no concreto armado o material mais característico de sua expressão. Portoghesi.074/335 20/33 . O arquiteto optou por implantar a casa à beira de uma queda abrupta do terreno. 1983. uma espécie de interpretação brasileira. da arquitetura high­tech de arquitetos como Norman Foster e Renzo Piano. permitindo. Arquiteto Éolo Maia Foto acervo Jô Vasconcellos A casa localiza­se nas cercanias de Belo Horizonte.br/revistas/read/arquitextos/07. que perdura até hoje. que se vê cortada por diversas trilhas naturais. opta aqui pelos métodos de pré­fabricação em estrutura de aço industrializada.vitruvius.).com.26/08/2015 arquitextos 074. muitas vezes severa. etc. empresa local e uma das maiores siderúrgicas brasileiras. criando­ se uma tradição construtiva diferenciada no Estado de Minas Gerais. As experimentações em aço do arquiteto vão ganhar apoio da Usiminas. Éolo Maia. que durante este período se enveredou por experimentações formalistas orientadas pelas especulações italianas do pós­ guerra (Rossi. tornando­se uma referência na região. que dela se tivesse uma vista magnífica da paisagem e que ela fosse visualizada de todos os quadrantes. http://www. Nova Lima MG. em meio a uma exuberante beleza tropical. ao mesmo tempo.01: Casas brasileiras do século XX | vitruvius Residência Rubens/Cristina. No momento da concepção deste projeto correm os anos 1980 e o pano de fundo cultural no Brasil é a entrada tardia das discussões pós­modernas e a subjacente presença de uma crítica. aonde predomina o verde da mata fechada.  à semelhança de uma árvore. Se as leituras do sítio dão o primeiro impulso. SP.br/revistas/read/arquitextos/07. 1996. No caso desta casa em particular o sistema é dado por uma estrutura hexagonal. dando a impressão de um recorte feito em um ladrilhado hexagonal. Nova Lima MG. planta. Sua implantação. O segundo apelido é fruto da opção do arquiteto por vedar a residência integralmente com perfis de metal. num terreno trapezoidal. 1983. de grande declividade e difícil acesso. e “Gaiola de passarinhos”. por parte dos moradores da região. explorada com a disposição de quartos e áreas sociais nas áreas de melhor visibilidade. também. à maneira orgânica de Wright. Guarujá. Tais condições pediam. em dois níveis sobrepostos. equivalentes a meio hexágono. são a estrutura e o sistema construtivo composto por elementos industrializados de madeira (os fechamentos são também de painéis industrializados de madeira compensada) que conformam a linguagem e expressão plástica desta residência. funcionando como suporte para a vidraçaria.074/335 21/33 . cuja unidade lógica é o triângulo eqüilátero. por parte dos moradores. Guarujá SP.16%) sem desmatamentos desnecessários. Marcos Acayaba (14) Residência Marcos Acayaba. É a idéia de racionalização e de um sistema. Anos 1990 – Residência Marcos Acayaba. procurou minimizar a área ocupada do terreno (10.01: Casas brasileiras do século XX | vitruvius Residência Rubens/Cristina. e tem seu programa organizado de maneira compacta e vertical em um único corpo de conformação triangular subdividido em quatro pisos; incluindo­se a cobertura mirante. que estabelecem a lógica operativa: a arte é o que forma sistema entre a natureza e o homem. com o segundo se projetando em balanço por cima da queda abrupta do terreno graças aos perfis metálicos dispostos em forma de treliças triangulares. ou como um recorte em uma http://www.vitruvius. corte e elevação A casa mereceu de imediato dois apelidos: “Viaduto Santa Efigênia”. dispostos verticalmente em vãos estreitos. preservando a Mata Atlântica quase intocada. Implantação. O efeito final é de grande transparência do interior para o exterior (e vice­versa).com. Praia Tijucopava. Arquiteto Éolo Maia. Desta matriz resultam três hexágonos nos vértices e um hexágono central e três trapézios nas laterais. O primeiro apelido se deve à organização longilínea do programa.26/08/2015 arquitextos 074. uma solução racionalizada que tocasse o solo em poucos apoios e facilitasse a construção; três pilares de concreto sustentam e recebem a estrutura de madeira de maneira a suspender a casa entre a vegetação existente. Arquiteto Marcos Acayaba Foto Nelson Kon Esta casa de veraneio está localizada num condomínio. na praia de Tijucopava.  que poderia se estender ao infinito. http://www.01: Casas brasileiras do século XX | vitruvius colméia.074/335 22/33 .br/revistas/read/arquitextos/07. que retoma em outra escala à célula de origem. mas que tem sua expansão contida pelas circunstâncias da existência.com. a forma final da casa se configura como um grande triângulo eqüilátero (com os cantos chanfrados). Assim.26/08/2015 arquitextos 074.vitruvius. também.com. vinculados aos ideais que depositaram fé nos benefícios da indústria e num morar genérico: em certo sentido. que mesmo singular. Guarujá SP. um protótipo de um morar em condições específicas de um lugar: mas pautado numa cultura tectônica vinculada à armação. Gustavo Penna (15) http://www.26/08/2015 arquitextos 074. Praia Tijucopava. No entanto. que pressupõe articulação de peças de tamanhos iguais. Arquiteto Marcos Acayaba. Construção e materialidade são meio e fim expressivos da arquitetura. os méritos desta obra são estendidos para além da pura expressividade material: incorpora valores contemporâneos. retomados nesta casa. Anos 1990 – Residência Afonso Borges. 1996.074/335 23/33 .vitruvius. não deixa de ser. plantas e corte Forma e espaços são ancorados no sistema estrutural­construtivo; o elemento desencadeador.br/revistas/read/arquitextos/07. mais leves e aéreas. Implantação.01: Casas brasileiras do século XX | vitruvius Residência Marcos Acayaba.  a volumetria geral da casa vai expressar este desafio constante entre planos e volumes desmanchando o prisma inicial. num segundo momento. jantar e estar. Brumadinho MG.br/revistas/read/arquitextos/07. Arquiteto Gustavo Penna Foto Eugênio Sávio A casa está localizada em um condomínio a 15 km de Belo Horizonte e o terreno encontra­se no topo de umas das muitas montanhas que circundam a cidade. através de sobreposições e subtrações de elementos. é a paisagem que se quer contemplada e enquadrada que dita a norma das aberturas e a disposição dos espaços. mas constantemente está a desmanchá­la. de forma a promover tensões e subversões da forma e da volumetria.26/08/2015 arquitextos 074. sempre associada a ortogonalidade preponderante do lote. Por outro lado. ele nunca chega a concretizar­se por inteiro: sempre encontra os eixos ortogonais. indicando através de sua angulação a entrada social. Toda a concepção plástica da casa está expressa na forma construída por complexas geometrias de planos e volumes que aludem as formas primárias. que dão os motivos operativos a serem incorporados no projeto.vitruvius. adota­se a quarta divisa do lote (a dos fundos) como um artifício modificador da forma primária. vai então definir o sentido das paredes e lâminas. altera a fachada voltada para rua.074/335 24/33 . sem desfazê­ lo. ainda por decorrência vai determinar outros alinhamentos parciais na cozinha. http://www. Desta forma. A matriz inicial é dada por um prisma regular paralelo a três divisas do lote. No térreo. Se este plano modificador é marcante.com. sua forma plena de intersecções e tensões é gerada inicialmente pelos perímetros do lote. Entretanto. Os pilares e vigas que se projetam no terraço. de maneiras distintas nos planos horizontais da casa.01: Casas brasileiras do século XX | vitruvius Residência Afonso Borges. que o interrompem. Condomínio Retiro das Pedras. tendo aos seus fundos um imenso vale. 1999. sempre gerados por uma estratégia empirista e sensível que dispara as operações de projeto. No pavimento superior e inferior ainda continua a desenhar suas formas e geometrias irregulares. porém. as abas salientes da janela postada na fachada da frente e o recorte sob a cobertura na porta de entrada continuam a insinuar suas bordas. Esta linha. sem o omitir por inteiro. Um único corpo assentado sobre um platô abriga todo o programa: sua geometria abstrata e branca o destaca da natureza circundante: porém.  uma reação ao modernismo brasileiro. Brumadinho MG.074/335 25/33 . o que se vê é a crítica e a depuração do próprio fazer pós­moderno. Plantas e cortes Gustavo Penna foi expoente nos anos 80 do grupo de arquitetos mineiros que promoveram a todo vapor a arquitetura pós­moderna.vitruvius. Citações e colagens de tipos históricos são abolidas em favor das abstrações formais.com.26/08/2015 arquitextos 074. Agora. Alexandre Feu Rosa (16) http://www.br/revistas/read/arquitextos/07.01: Casas brasileiras do século XX | vitruvius Residência Afonso Borges. Condomínio Retiro das Pedras. Anos 1990 – Residência no Horto Florestal. 1999. Arquiteto Gustavo Penna. das “geometrias habitadas”.  onde um dos catetos está paralelo a uma das divisas laterais do lote. A forma primordial desta casa tem origem na essencialidade de um triângulo retângulo. ateliê e vestiários. Contudo. e ao mesmo tempo promover uma maior amplitude visual que recolhe as vegetações no interior e na frente do lote. Salvador BA. angulada e sutilmente distorcida. esta forma predominante é sutilmente alterada.01: Casas brasileiras do século XX | vitruvius Residência no Horto Florestal. http://www. de geometria depurada.26/08/2015 arquitextos 074.vitruvius. A partir de uma vegetação relevante e deste lote de topografia difícil. Arquiteto Alexandre Feu Rosa Foto Schirley Ribeiro A casa está construída num condomínio densamente arborizado no centro de Salvador.074/335 26/33 . escadas. onde se abre espaço para a inserção de uma das pontas da piscina no terraço/sala; os deslocamentos da hipotenusa. decorrem: a adição do corpo inferior da garagem e hall de acesso (na cobertura este corpo é um terraço). implantou­se este artefato de poucos elementos. o outro à testada principal e a hipotenusa para a maior profundidade do lote. dado pela topografia. na dimensão urbana e na topografia acidentada. 1999. que se sobressai do entorno imediato pela configuração de suas formas. Destas operações. subtrações e adições que estão ancorados na procura de uma integração com o entorno natural. dominado por curvas de nível oblíquas. Com estas intervenções procurou­se fortalecer o eixo enviesado.br/revistas/read/arquitextos/07. visando um paralelismo com as curvas de nível. que se aproxima do alinhamento da rua; o recorte irregular na massa construída. através de deslocamentos. Um corpo principal de conformação triangular e dois outros menores quase imperceptíveis estão assentados num lote em forma de um polígono irregular com acentuado aclive.com.  Por este viés se elimina qualquer contradição aparente entre o artifício e a natureza: o desenho cala momentaneamente a controvérsia. Implantação. dominado pela piscina e por uma frondosa árvore já existente. Arquiteto Alexandre Feu Rosa. Arquiteto Otávio Leonídio Foto Marcos Prado e Otávio Leonidio Esta casa de veraneio está situada na praia da Armação em Búzios. num terreno retangular e plano. 1999. que ancoram os procedimentos justificando as operações de projeto. Anos 1990 – Residência Pacelli. que desmontam e dobram ângulos. A casa é construída por blocos de um e dois pavimentos distribuídos e fragmentados em torno de um pátio­jardim central. Otávio Leonídio (17) Residência Pacelli. afastado da praia. 1995. Porém. natureza. essencialidade e homem estético. plantas e cortes A geometria elementar desta casa sinaliza sua autonomia abstrata distanciada e independente de seu contexto imediato. no aprofundamento de suas operações de projeto. que faz sombra e ao mesmo tempo faz o convite http://www. são articulados por uma passarela que os une e dá sentido de conjunto e ao mesmo tempo funciona como uma loggia térrea que faz as transições entre o espaço interior e exterior.074/335 27/33 . como um exercício plástico mais livre que potencializa aquilo que foi sugerido pelo lugar; levando adiante o discurso entre geometria. Estes blocos.br/revistas/read/arquitextos/07. percebe­se que o contexto imediato é um dos seus motores; seja através da topografia acidentada.vitruvius. Salvador BA. podem ser explicadas tanto através das contingências do lugar.01: Casas brasileiras do século XX | vitruvius Residência no Horto Florestal. paralelos às divisas.com. seja através da vegetação exuberante. as "deformações" da forma triangular. Neste sentido.26/08/2015 arquitextos 074. Buzios RJ. Anos 2000 – Casa Mariante. na "arqueologia do presente". Uma casa em dois tempos – duas fisionomias num conjunto articulado – onde se encontram combinados técnicas e desenhos: ordem e variação. A casa pela sua composição assemelha­se a um villaggio racionalizado. Plantas e corte O controle dimensional que confere proporções harmônicas às volumetrias é ora insinuado ora subtendido à estrutura que aflora sob as forma dos pilares ou é omitida nas alvenarias revestidas. Racional e racionalizada em duas frentes; uma oriunda na tradição portuguesa das construções francas de poucos recursos extraídos das condições das primeiras ocupações. MMBB Arquitetos (18) http://www.br/revistas/read/arquitextos/07.074/335 28/33 . sem cair na armadilha da autoridade do passado; mais interessada na "tradição do novo". grandes aberturas de vidro temperado. Arquiteto Otávio Leonídio. de volumetrias prismáticas simples. mais cheios que vazios – lhe dê um ar familiar e figural de arquitetura luso­brasileira.com. Residência Pacelli. planos opacos e vazados vão se sucedendo numa narrativa rica e bem proporcionada. continuum espacial seletivo. Neste sentido. a procura da consolidação de uma tradição sem receio de avançar. 1995. Buzios RJ. e ela o é. ainda que sua aparência exterior – telhados em duas águas e janelas com veneziana. Os pilares são de concreto ou metálicos. treliças de madeira. outra vinculada à geometria e à linguagem e ao caráter do ideário moderno; abstrata de lajes planas. ritmo e descompasso. esta arquitetura é ao mesmo tempo crítica e projeto; sugestão de um destino. Elementos vazados.01: Casas brasileiras do século XX | vitruvius para um convívio interiorizado e descontraído.26/08/2015 arquitextos 074. demarcam espaços e delimitam a loggia reforçando seu caráter de transição entre o aberto e o fechado. O resultado é uma arquitetura madura que propõe uma releitura para a experiência moderna brasileira.vitruvius.  O terreno. é sutilmente contrariada por uma série de decisões projetuais dissonantes. formado pelos pisos quadrados. com 20 m de frente por 40 m de fundo. Marta Moreira. Milton Braga / MMBB Arquitetos. banheiros. Essa assimetria acaba reverberando nos espaços internos. bairro dividido entre os municípios de Santana de Parnaíba e Barueri. em Aldeia da Serra.20 m de cada lado e é subdividida em 18 séries de 18 alvéolos em linha. o espelho d’água que impermeabiliza a laje é em parte recoberto por pisos quadrados de concreto. Fernando de Mello Franco. no qual emerge a escada como uma fenda.vitruvius. um caixote de concreto e vidro. é menor do que o seu negativo. estão eqüidistantes uma da outra 9. o espelho d’água. com risco de se tornar obsessiva. As duas escadas sobrepostas.br/revistas/read/arquitextos/07. http://www. que se alojam no vão equivalente a dois alvéolos de largura por dez de comprimento.com. O retângulo do solarium. A repetição geométrica. localiza­se a casa Mariante.01: Casas brasileiras do século XX | vitruvius Casa Mariante.26/08/2015 arquitextos 074. medindo 90 X 90 cm cada um. permitindo o surgimento de áreas distintas para acomodar os usos necessários – quartos. ocupam uma posição levemente deslocada do centro da casa. Arquitetos Angelo Bucci. As quatro vigorosas colunas. salas e cozinha.074/335 29/33 . de secção quadrada de 45 cm de lado. Aldeia da Serra.90 m na ortogonal. Na cobertura. partido projetual tão ao gosto dos arquitetos modernos de São Paulo. é como dois quadrados contíguos. Barueri SP. O tema reincidente das projeções em planta da casa é o quadrado. que regulam os usos e as visuais. 2001. As duas lajes nervuradas sobrepostas têm 16. Plantas e cortes Foto Nelson Kon No condomínio Morada dos Pássaros. em meio às árvores homogêneas típicas de reflorestamento.  2001. correspondentes aos quartos e à grande sala. Milton Braga / MMBB Arquitetos. as calibradas distorções da dupla simetria dão a medida dos hábitos e da vivência. As faces laterais. Assim. enquanto a abstração geométrica regula a concepção estrutural. Fernando de Mello Franco. Na fachada principal.01: Casas brasileiras do século XX | vitruvius Casa Mariante. duas pontes em cotas e posições diferentes conectam em nível a casa com o terreno em aclive. surge um talude gramado truncado pela entrada no canto esquerdo.br/revistas/read/arquitextos/07. notas NE O presente texto é a apresentação do módulo brasileiro. são mais homogêneas. Marta Moreira. 1 http://www. Barueri SP. espelhadas nos quadrantes opostos. Arquitetos Angelo Bucci. onde a caixa d’água é sustentada pela coluna frontal direita.26/08/2015 arquitextos 074.074/335 30/33 .vitruvius. mas o efeito de suspensão da primeira é contestado pelo peso conferido à segunda pelos volumes da lareira e das instalações de serviço no piso térreo. Plantas e cortes Nas elevações. onde prevalece a grande vidraça corrida igual à face antípoda.com. sob curadoria de Abilio Guerra e Alessandro Castroviejo Ribeiro. mais subversões são visíveis. Aldeia da Serra. desequilíbrio compensado na parte superior. Venezuela. organização de Eva Arredondo Olivo. Caracas. Na face voltada para o quintal. da Exposição Arquitectura Latinoamericana del Siglo XX – La casa sueño e identidad en el marco del sincretismo latinoamericano.  146­153; ACAYABA. 54­61; "Residência Antonio Ceppas". ago. Rio de Janeiro. Miquel; COMAS. Lina Bo Bardi – Sutis substâncias da arquitetura. Vilanova Artigas. 20 paradigmas de mediados del siglo XX.com. ano XXVII; FAGGIN.vitruvius.com. 2G. Haifa Y. Gustavo Gili. Oscar Niemeyer 2001 (catálogo de exposição). “Casa das Canoas.074/335 31/33 . Arquitetura Moderna Paulista. A casa é uma cidade. Pini. 124­132; 162­163. Aeroplano / Paço Imperial. nº 1805. edição particular. 12 Fontes: GUERRA. Coleção Espaços da Arte Brasileira. Donato. 2003. ParqueExpo / ISCTE. São Paulo. Helio. 11 Fontes: "Arquitetura tropical na residência de Severiano Porto. Carlos. Carlos; XAVIER. mar./maio. Eduardo Riesenkampf de Almeida. Arquitetura e Urbanismo. Cecília Rodrigues dos. Rio de Janeiro". 2 Fontes: OLIVEIRA. “As casas. Elizabete Rodrigues de. p. ADRIÀ. 1947­1975. Acrópole. Lisboa. 1961. Carlos Eduardo Dias. maio 1982. nº 276. Jorge (org). 90­95; OLIVEIRA. São Paulo / Lisboa. 22. Bardi / Editorial Blau. 1985; Exposto na V Bienal de Arquitetura em Lima e I Bienal Internacional de Arquitetura de Buenos Aires; Website oficial do Escritório Éolo Maia e Jô Vasconcellos http://www. 1996. 1947­1975. Eduardo de Almeida. São Paulo. p. Casa da Cerca. abr. São Paulo. Cidade do México. Rio de Janeiro. São Paulo. Giancarlo; ARTIGAS. p. coleção Arquiteto Brasileiro Contemporâneo São Paulo. p. Pini / Fundação Vilanova Artigas. Portal Vitruvius <www. Henrique E. p. Coleção Espaços da Arte Brasileira.Crítica. Residências em São Paulo. 1980. 72­77; "Residência no Alto dos Pinheiros". 100 casas unifamiliares de la arquitectura del siglo XX.br/revistas/read/arquitextos/07. 4 Fontes: MELLO JR. Mônica Junqueira de. Olivia de (org). Lauro. 1961. 1947­1975. abr. 151­164. 1986. Alfredo; NOBRE. ano 21.03. Quando o Brasil era moderno – Guia de Arquitetura 1928­1960. p. "Arquiteto Jorge Machado Moreira". São Paulo. p. p. 2001. 118­125; ANELLI. 144­ 149; Dos residencias en Brasil. 3 Arquitetos 1980­ 1985. 1998. Arquitextos. p. 1999. nº 17. nº 55. Edição do autor. Alberto; BRITO. Quando o Brasil era moderno – Guia de Arquitetura 1928­1960. 77­79; CZAJKOWSKI. p. São Paulo. Marlene Milan. Abilio; KON. 2001. 12. Gustavo Gili. 2001. nº 188. set. Marcelo Carvalho; SUZUKI. 1999; La casa latinoamericana moderna. 1999. p. Cecília (org. Lina Bo Bardi. Affonso Eduardo Reidy. 2002. Texto Especial n. ano XXIII. Alberto. Arquitetura Moderna. Romano Guerra Editora / Editorial Gustavo Gili. nº 94. Summa. Suiça. 1982. Luis Espallargas. Nelson. 416­419. Oswaldo Arthur Bratke. Residências em São Paulo. M. Nabil Georges. 1947­1975. Eduardo; LEMOS. São Paulo. Gustavo Gili 2003; VAINER. Arquitetura. 22­26; KINDERGARTEN. Arquitextos. Hugo. jun. Henrique E.vitruvius. Lauro. p. 2006; Casa de Vidro / The Glass House. 7 Fontes: PUNTONI. Sylvio Emrich de. Rio de Janeiro. 1999.vitruvius. Arquitetura moderna no Brasil. Rino Levi – arquitetura e cidade. Residências em São Paulo. André; FERRAZ. Instituto Lina Bo e P. São Paulo. 86­90; MINDLIN. Eduardo./set. 1980. 2001. Paulo Mendes da Rocha. São Paulo. Jorge Moreira Machado. p. João Masao. Projeto. p. A cidade é uma casa. 78­83. 209. Obra construída. n° 17. 3 Fontes: Revista AU.). 333­342; LEMOS. São Paulo. Projeto. Cosac & Naify. 2003. set. 43­50. M. p. Barcelona / México DF. Procurando a sensibilidade de morar”. p. Pini. Marlene Milan. Portal Vitruvius <www. 292­295. nº 317. Ricardo (editor). 9 Fonte: CAMARGO. p. 1986. nº 276. 1993. Carlos; CORONA. 88­89; XAVIER. São Paulo. “A arquitetura brasileira de Severiano Mario Porto”. 142­147; GIMENEZ. Bardi / Editorial Blau. São José dos Campos. Abílio (org). 91; DUBOIS. “Roteiro da Arquitetura Contemporânea em São Paulo”.com. 2001. “Severiano Porto e a arquitetura regional”. Projeto. São Paulo. Construção em São Paulo. Projeto. p. Módulo. Gustavo Gili. 2001.Crítica. 1998. 78­83; CAVALCANTI. Instituto Lina Bo e P. M. Aeroplano / Paço Imperial. p. São Paulo. 2003; Vilanova Artigas Arquiteto. São Paulo / Lisboa. Éolo; VASCONCELLOS. set. 2002 <www. “Millán. 13 Fontes: MAIA. 1993; BONDUKI. nº 98. Haifa. Arquitetura moderna no Brasil. Marlene Milan. São Paulo. nº 70.; “Modern brazilian architecture”. nº 47. n. nº 162. 1994. em Manaus".01: Casas brasileiras do século XX | vitruvius Fontes: MINDLIN.asp>; DUNSTER. São Paulo.com. p. p. São Paulo. Arquitetura e Urbanismo. Rosa Camargo (org. Arquitetura e Urbanismo. ficha 6. Portal Vitruvius. 82­85; "Oscar Niemeyer: residência Canoas. Tóquio. 48­51; SCHARLACH. Calux. ano xxxv. Casa Vogue Brasil. Instituto Lina Bo e P. Centro de Arquitetura e Urbanismo. Verlag Niggli AG. São Paulo. n. 2003. 108­109; ADRIÀ. São Paulo. Câmara Municipal de Almada. 1976. 74 ­79; PIÑÓN. Vilanova Artigas.). Instituto Tomie Ohtake. 1986. 420­423; ACAYABA. São Paulo. set. Ana Luiza. 121­131; ACAYABA. São Paulo. São Paulo. ProEditores. n. abr. Acrópole. 2002. 2000. ano XXIII.asp>. Tóquio. 166­169; ACAYABA. Ediciones Summa. 1983; SANTOS. maio 1965. Lina Bo Bardi. Instituto Lina Bo e P. Coleção Documentos de Arquitetura Moderna.br/ac/ac012/ac012. p. "Carlos Millán./maio 1988. Rio de Janeiro. Cosac & Naify. Carlos Eduardo Dias. 92­93; PENEDO. Álvaro; PIRONDI.br/arquitextos/arq003/arq003_03. São Paulo. Residências em São Paulo.vitruvius. Bardi / Fundação Vilanova Artigas.asp>; CAMPOS./jul. 22­25; SABBAG. p.26/08/2015 arquitextos 074. Maria Josefina de; PODESTÁ. ago. Olivia de. 6 Fontes: BRITO. 1997 / jan. Centro de Arte Contemporânea. nº 17. 52­ 53; SPIRO. 1997. p. 1997. p. Belo Horizonte. Vilanova Artigas. 97­104; SABBAG. São Paulo. 8 Fontes: Acrópole (especial sobre Carlos Millán). “Desafiando a racionalidade” Casa Vogue. Romano Guerra Editora. Miquel; COMAS. 82­83; KAMITA. 2003. 10 Fontes: PIMENTEL. fev.vitruvius. Portal Vitruvius. <www. M. p. 003. David. nº 40. 20 paradigmas de mediados del siglo XX. p. Bardi / Fundação Vilanova Artigas. La casa latinoamericana moderna. coleção Arquitetos Brasileiros. Renato; GUERRA. Arquitetura. nº 17. p. ago. jun. Ailton. nº 23/24. Na escala de morar". Paulo Mendes da Rocha. Annette (org). Projeto. São José dos Campos. Joaquim Guedes. 2000. dez. Ciro; LATORRACA. 1999. 58­65; CAVALCANTI. a sensatez prevalece". p. 1991. Rio de Janeiro. 2000; OHTAKE. Process Architecture. São Paulo. 1986.asp>. Aeroplano. Apresentação de Luis Espallargas Gimenez. “A invenção do Brasil”.br/arquitextos/arq000/esp209. p. Alfredo. Romano Guerra Editora. Rio de Janeiro. “Modern Brazilian Architecture”. Romano Guerra Editora. 9. Arquitetura Moderna no Rio de Janeiro. Marc. p. 1997. Barcelona. São Paulo. Marcelo (org). maio 1982. p.com. Barcelona / México DF. Buenos Aires. p. 1994. dez. Process: architecture. Aeroplano.br/ac/ac009/ac009. Projeto. 2006; CORONA. São Paulo. Alexandre. p. São Paulo. 5 Fontes: SEGAWA. Documento". São Paulo. Marlene Milan. São Paulo.  1998. Projeto Design. In: 10 x 10. Casa & Jardim. 2003. 162­165; “Casa no Guarujá”.com. sobre os autores Abílio Guerra. p. 15 Fonte: “Casas de Autor”. São Paulo. 42; “Brazil: growth is spreading from Rio and São Paulo to a second tier of cities”./dic. Catálogo da 3ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo. p. p.01: Casas brasileiras do século XX | vitruvius <www. 42­47. Modern House 2. London. Award Winnig Architecture 1997. nov. Arquine. 652­676; GLUSBERG.Crítica.vitruvius. São Paulo. São Paulo. Madrid.vitruvius. p. 34­35; “Casa em Búzios”. Linha. 306­308; “Premiação na bienal”.).   Si tan solo podrían tener versiones en otros idiomas!  Curtir · Responder · 2 de setembro de 2014 20:45 Phrygia Arruda · UNIRIO gosto muito de textos que de maneira especial "contam uma estória"; com os exemplos. mar. 2003; GUERRA. Arquitetura. Abilio. 52­57; RAWSTHORN. maio 1998. p. 01 dez. p.com. “MMBB”. 40­45. London. Arquitetura & Construção.vitruvius. n./maio 1997. 67. 28­35. p. “Angle Poise”. Construção São Paulo. p. 413 e 445; “Marcos Acayaba House. p. F. comentários 39 comentários Classificar por  Principais Adicionar um comentário. n. Betão e vidro. 96­9; SEGRE. 140­145; “Casa de playa em Búzios”.br/arquitextos/arq000/esp225. Casa Mariante em Aldeia da Serra. p.arcoweb. 2000.br/arq004­rubens. spring 1998. 517­518. Jornal Clarín. 523. set. 1997. Portal Vitruvius.com.asp>; Revista Projeto. 9. editor do Portal Vitruvius. Portal Vitruvius. Jorge. encarte do Jornal Expresso. Roberto. professor da FAU Mackenzie e Belas Artes. London. “Marcos Acayaba – São Paulo”. professor da FAU Mackenzie. p. ano II. AU – Arquitetura & Urbanismo.. arquiteto. projeto de MMBB.com. n. 14­15; SANTORO. 2000. São Paulo.. abr. 42­ 49; “Arquitetura”. 16 Fontes: “Casa Pacelli”. Australia. 29 nov. architetto brasiliano”. Casa em São Paulo. 10. o texto é muito bom! Parabéns! Curtir · Responder ·  1 · 28 de julho de 2014 20:46 Vicente Fictício Cruz · Volunteer at The Human Fund Muito massa! Curtir · Responder · 17 de abril de 2013 09:06 Vitrinedoboi Vitrinedoboi · São José do Rio Preto ok que beleza Curtir · Responder · 2 de abril de 2013 13:37 Abner Vieira Junior · Paisagista at Federal University of Uberlândia chuchu beleza hemm.asp>; Metrópole: Catálogo da 5ª Bienal Internacional de Arquitetura e Design de São Paulo. Financial Times. Enlace.eolojo.26/08/2015 arquitextos 074.br/ac/ac010/ac010. New York. Fundação Bienal de São Paulo / IAB. p. 2003 <www. arquiteto. 2003; NOBRE. 1998. CONSTANTINOPOULOS. n. nº 3. Alice. 6; “Residência no Guarujá: grande prêmio da 3ª Bienal”. Phaidon. Prestel. july 1st 2000. p. 16­19. Rio de Janeiro. n. p.com. n. Claire Melhuish. 40­3; SEDLACKEK. Roma. ago. Fundação Bienal de São Paulo. 75. 82­87; “Marcos Acayaba: projetos”. L'Architettura – Cronache e Storia. dez. Ana Luiza. as descrições das casas e dos seus habitantes. 1998. ago. Viana & Mosley Editora. ano 10. The Business. 1998.asp>. Arquitextos. Tijucopava Beach”./jan. Catálogo da I Bienal Iberoamericana de Arquitectura e Ingeniería Civil. Arquitetura Brasileira Contemporânea. 60­65; GUERRA. n. 1998. 196. Texto Especial 225.br/arquitetura/arquitetura85. 71. Architectural Record. n. São Paulo. 1996. 2003. sept. México. Lisboa. “La curiositá strutturale di Marcos Acayaba. São Paulo. 1997. n. AU – Arquitetura e Urbanismo. especial. p. 2003. nº 8. Francesco. p. Abilio. 2600. Electa. São Paulo. Vivian (ed). Arquitetura & Construção. São Paulo. 5. Alessandro Castroviejo Ribeiro. p. Munich / New York. 14 Fontes: Acayaba House. p. 20­21; “Casa Pacelli”. São Paulo. n. Curtir · Responder · 19 de março de 2013 21:07 Henrique Silva · Auxiliar administrativo junior at Chevrolet Veibras S/A Importação e Comércio http://www. 2000. 1997. 10 e p. dez. desenhos e fotos faz o pensamento se movimentar como numa viagem.. n. Images.htm>. Buenos Aires. 2003. n. Phaidon. fev. 17 Fontes: “Diário de Arquitetura”. São Paulo. p.074/335 32/33 .br/revistas/read/arquitextos/07. Houses of South America. p. 17 Fonte: Portal Arcoweb <www. Felipe Rodrigues · Collaborator at A:m studio de arquitetura Essencial! Curtir · Responder · 30 de abril de 2015 15:37 Carlos Agustin Serron · COLEGIO DON BOSCO BAHIA BLANCA MUY BUENA!. México. (ed. 2004 <www. 32­35; “Apenas três pilares sustentam a casa”. 282. jul. 074/335   33/33 . nos ajudará muito no nosso trabalho ! Curtir · Responder · 27 de fevereiro de 2013 15:35 Sebastian Montoya  buen material y aporte bibliografico! Curtir · Responder · 6 de fevereiro de 2013 13:26 Mara Jardim · Belem Do Pará. Às vezes é arte pura... at J&p engenharia e projetos gosto dessa pagina. Curtir · Responder · 14 de outubro de 2012 13:12 Iae Dãníél CõElhõ · Trabalha na empresa Levy Miranda projetos show!!!!! Curtir · Responder · 8 de outubro de 2012 11:50 Benyfurtado Oh Desarasca · S. Valeu! Curtir · Responder · 9 de junho de 2012 22:19 Roberto Cintra Campos · Goiânia Gostei.26/08/2015 arquitextos 074. Curtir · Responder ·  1 · 21 de agosto de 2012 18:31 Bia Meneghini · Designer at Interior Design Tirei muitas dúvidas sobre representaçao de cortes em sobrados.. comi. Curtir · Responder · 6 de dezembro de 2012 15:24 Pedro Henrique Conceição · Técnico de Ensaios at UL preciso de mais informações sobre a residencia Antônio Ceppas executado pelo arquiteto Jorge Machado Moreira aguem pode me ajudar? Curtir · Responder · 17 de outubro de 2012 12:29 Leonardo Batista Pronto.vitruvius..S. Curtir · Responder ·  1 · 26 de setembro de 2012 18:26 Carlos Boby Jr. Brazil Adoro o trabalho desses profissionais..com. · Trabalha na empresa Real Madrid C.br/revistas/read/arquitextos/07.br/. gosto dessa pagina.vitruvius. acho que é uma sintese de uma boa arquitetura brasileira.com. Para. como Artigas e Bratke. e como alguns arquitetos continuam atuais depois de décadas. Curtir · Responder · 26 de setembro de 2012 18:24 Évelin De Grandi · Unisul Carlos Millan Curtir · Responder · 26 de setembro de 2012 14:50 Tania Segatto Barros · Architect at Segatto Arquitetura O artigo mostra bem como a morada brasileira vem evoluindo sem perder o foco modernista das primeira décadas do século passado...074/335 Curtir · Responder · 6 de junho de 2012 16:24 Rosangela Rodrigues · João Batista Solde Adorei!!!! Ajuda bastante nos projetos...O....01: Casas brasileiras do século XX | vitruvius Importação e Comércio Gabriella Silva e Alexandre Ehrlich.. Curtir · Responder · 4 de junho de 2012 12:12 Carregar mais 10 comentários © 2000–2015 Vitruvius  Todos os direitos reservados As informações são sempre responsabilidade da fonte citada http://www. Curtir · Responder ·  3 · 9 de junho de 2012 19:15 Mariano Otamendi · National University of La Plata http://www./read/arquitextos/07..F........
Copyright © 2024 DOKUMEN.SITE Inc.