Arquitetura e UrbanismoCASA SUSTENTÁVEL: Uma alternativa possível Monografia realizada para o concurso “Prêmio Senador Milton Campos” promovido pela Fundação Milton Campos e o Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras – CRUB. Realizada pela discente Penélope Duse Manetti. Brasília Dezembro - 2007 2 Penélope Duse Manetti CASA SUSTENTÁVEL: uma alternativa possível Monografia realizada para o concurso “Prêmio Senador Milton Campos” promovido pela Fundação Milton Campos e o Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras – CRUB. Orientado por Encarnita Salas Martin e Cristina M. P. Baron Okimoto. Brasília Dezembro - 2007 Arquitetura e Urbanismo _____________________________________________________________________________________________________ 3 RESUMO Hoje vivemos em um mundo, na qual o poder de produção e consumo dita os rumos da tecnologia, tecnologia esta que vem se especializando mais e mais para atender toda essa lógica. Assim a moda direcionada as novas tendências a serem utilizadas por um determinado tempo e a “inteligência” se encarrega de produzi-las e entregá-las aos seus usuários, mas e o meio ambiente, onde se encontra nessa história? O meio ambiente vem sendo palco de muitas atrações nos últimos tempos. As atividades humanas vêm sendo desenvolvidas numa intensidade e velocidade sem precedentes na história ambiental do planeta. Nesse contexto, os problemas ambientais vêm sendo discutidos diariamente nas mais diferentes instâncias, com diferentes graus de profundidade e de alarmismo, para medo de uns e alegria de outros. A preocupação com as atitudes individuais vem sendo mais cobrada, bem como a mudança do nosso comportamento em relação ao meio ambiente. Sendo assim, a única forma de mudar o comportamento da sociedade dá-se no âmbito da educação. As pessoas devem ser educadas para entender, aceitar e adotar esses novos hábitos. É conscientizando toda a população dos graves problemas que temos enfrentado, bem como as suas razões e as possíveis soluções, que conseguiremos reverter o quadro de degradação generalizada dos recursos naturais, para que se possa assegurar que as gerações futuras não serão privadas desses recursos, tal como prega o princípio do desenvolvimento sustentável. A idéia da proposta é que as edificações, pelo menos as residenciais, sejam projetadas levando em consideração os conceitos e princípios desenvolvidos pela sustentabilidade, de forma a minimizar os impactos causados pela construção civil ao meio ambiente. ABSTRACT In the present days we live in a world where the power of production and consumption dictates the direction of technology, that has been specializing more and more to supply all this logic. Then the new trends to be used for a certain time are dicted by the fashion, and the "intelligence" is responsible for producing and return it to its users, but and the environment, where is it in this story? The environment has been the scene of many attractions in recent times. The human activities have been developed in an unprecedented speed and intensity in the environmental history of the planet. In this context, environmental problems are being discussed daily in the most different bodies, with varying degrees of depth and scaremongering, for fear of ones and happiness of others. The concern with the individual attitude has been more charged, as well as the change of our behavior in relation to the environment. Therefore, the only way to change the behavior of society is with education. People should be educated to understand, accept and adopt these new habits. Awarding people of the serious problems that we have faced, as well as their reasons and possible solutions, we can reverse the context of widespread degradation of natural resources, so that we can ensure that future generations will not be deprived of these resources, such as preaches the principle of sustainable development. The idea of the proposal is that the buildings, at least the houses are already designed taking into consideration the concepts and principles developed by sustainability, to minimize the impacts caused by construction to the environment. Palavras-chaves: sustentabilidade, conforto, habitação. Arquitetura e Urbanismo _____________________________________________________________________________________________________ 2.2. Implantação 2.12. Figura 3 – Média anual do potencial solar brasileiro (em MJ/m²/dia) Figura 4 – Captação da água da chuva Figura 5 – Esquematização da implantação de uma mini-estação de tratamento de esgoto 15 16 31 32 33 Arquitetura e Urbanismo _____________________________________________________________________________________________________ . Iluminação 2. CONCLUSÃO BIBLIOGRAFIA SITES ACESSADOS 6 8 8 13 15 17 20 24 26 26 27 27 27 28 28 28 29 29 30 30 31 33 34 35 LISTA DE FIGURAS E TABELAS Figura 1 .1. Aberturas 2.Causas e Conseqüências ocasionadas pelo desconforto ambiental Figura 2 .2.1. Eficiência no uso da água 3. Orientação e Insolação 2.2. Eficiência Energética 2. Sustentabilidade 1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 1.3.2.10. Paredes 2.9. Fachadas 2. Conforto Visual e Luminotécnico 1.11. Conforto 1. Ruídos 2.4. Coberturas 2.2.4. DIRETRIZES PROJETUAIS 2.4 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 1. Conforto Térmico 2.8.1. Ventilação 2. Conforto Acústico 1.2.5. Materiais Construtivos 2.6.Gradações da Temperatura Corpórea e as Trocas Térmicas sofridas entre o Corpo e o Meio Ambiente.3. Conforto Térmico 1.7. 5 Tabela 1 – Níveis de ruídos de diferentes fontes Tabela 2 – Limites de tolerância para ruído contínuo ou intermitente Tabela 3 – Classificação acústica de materiais 22 23 24 Arquitetura e Urbanismo _____________________________________________________________________________________________________ . não querem viver em comunidades decadentes ou em áreas urbanas degradadas”. tenham uma boa ‘apresentação’ formal e seja segura. e que. Já segundo CORBELLA e YANNAS (2003:16). educação. da população de baixa renda. da mesma forma que as condições de vida de uma pessoa se reflete na qualidade da sua habitação. Segundo RODRIGUES (2003) “essas pessoas. Um fator relevante é pensar o projeto no âmbito da arquitetura sustentável. que vêm de classes sociais e faixas etárias diversas. o grande decifrador dos desejos pessoais do usuário. Os significados são interpretados pela sociedade através de uma semiótica complexa que contribui para a estratificação social da metrópole. obras com qualidade à disposição.6 INTRODUÇÃO Segundo RODRIGUES (2003) “o significado de habitação é muito mais abrangente do que somente garantir às famílias casa para morar: As pessoas que vivem nessas áreas necessitam de qualidade de vida e acesso à cidade”. através das imagens e representações que o indivíduo recria da sua moradia. também. do ponto de vista ambiental. sendo o arquiteto o criador desse ambiente. Todas as pessoas têm o direito de ter uma moradia com qualidade. para que se garanta um meio ambiente com qualidade e onde as pessoas possam usufruir de seus direitos à cultura. tem-se a habitação como o espaço para morar e exercer uma série de atividades humanas. duráveis e resistentes. mas sim. lazer. para que o projeto possa dar sua contribuição. visando incorporar o uso de materiais mais adequados e apontar tecnologias que sejam menos desperdiçadoras. A moradia representa o homem no mundo e é através do seu endereço fixo que ele confirma seu lugar no espaço urbano e na hierarquia social. sendo mais amplas. ter qualidade de vida. Devem ser acessíveis às possibilidades reais dos usuários necessitados. os projetos não devem ser Arquitetura e Urbanismo _____________________________________________________________________________________________________ . Poder andar no seu bairro e se sentir bem. Assim sendo. emprego e saúde. também. A arquitetura deve criar identificação entre a edificação e o usuário. 2004). a relação da sua habitação com o resto da cidade reflete a própria relação social entre o indivíduo e sua sociedade (COSTA. Deve haver uma interlocução entre arquitetura e desenvolvimento. 2004). Nesse caso. inserida na cidade. ‘garantindo’ a sobrevivência da obra e com isso a permanência do usuário no lugar (ORTIZ. É o espaço que condiciona e modifica o sentimento de pertencimento. além disso. É importante enfatizar que o fato da arquitetura ser sustentável não significa o acesso à construção apenas para população de média e alta renda. Verificar a legalidade da madeira. O transporte que é feito percorrendo distâncias cada vez maiores. dragagem de rios para retirada de areia. 8. ou nos arriscamos a caminhar muito rápido para um colapso total.Respeitar o desenho do terreno. desenvolve-se hoje um decálogo para uma arquitetura sustentável: 1. A Arquitetura deve trabalhar como mais um instrumento para que se possa atuar de acordo com esse conceito de sustentabilidade.3R: Reduzir. mas de casas confortáveis. sendo que a fusão com a natureza acontece através do emprego de materiais pré-estudados e sustentáveis.Prestar atenção à escolha dos materiais. A extração das matérias-primas é feita a partir de técnicas que envolvem explosivos.7 necessariamente de casas minúsculas para diminuir o preço. 2. também. O ideal é investir em recursos e materiais construtivos que minimizem esses efeitos”. Para tal pensamento. econômicas e de custo acessível. Reutilizar e Reciclar. e não assunto de interesse somente de um grupo. como uma prática de projetos que raramente levam em consideração as características do local onde Arquitetura e Urbanismo _____________________________________________________________________________________________________ .Luz e vento são fontes de energia renováveis. entre outros problemas. Segundo SIQUEIRA (2001) “a Arquitetura. torna-se. 4. em sua forma e significado. 5. 3. E segundo AQUINO (2005). sem falar na de outros seres vivos (ALMEIDA. 6. “Não há atividades do homem que não cause impactos à natureza. Ou descobrimos rapidamente formas novas de produzir e satisfazer nossas necessidades. 10. a arquitetura preocupada com a questão ambiental deveria ser corriqueira para tratar do processo de construção. 1993:9-10). há muitos anos. da forma como é praticada no Brasil e em muitos países. Arte e pode passar a expressar.Prestar atenção para o uso exato e racional dos materiais. 9. usar e abusar.Procurar o selo PROCEL nos eletrodomésticos. 7. 2004: 68-69). a construção civil vem se constituindo. A construção civil. devido à escassez de alguns produtos. como aquele que se transforma em entulho. Além disso. enquanto produto cultural do homem.Economizar água. provoca muitos impactos ambientais em todas as suas etapas. Segundo COSTA (2004). comprometedor até mesmo da própria sobrevivência da espécie. (LACERDA. tanto aquele que fica retido na obra. o conjunto de aspirações e o ideário de uma sociedade”. As técnicas construtivas e a mão-de-obra mal qualificada levam a um desperdício de material. levando em conta o meio ambiente e tudo o que ele contém.Considerar os saberes e as técnicas locais de construção. etc. Ter os olhos no futuro. Do mesmo modo. características culturais locais. tem conseqüências. partindo-se para o que poderia ser chamado de uma “construção sustentável”. O resultado dessa postura tem sido a construção de edificações em que há necessidade de iluminação e ventilação artificiais o tempo todo. sobre a saúde dos seus usuários. 2000. acaba fazendo com que o termo se generalize. O termo ‘sustentabilidade’ tem sua origem nas discussões ambientais. dentre tantas que já existiram e vem sendo empregadas de maneira genérica e indiscriminadamente. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Foram efetuados levantamentos a cerca do tema Arquitetura Sustentável e suas variantes. na maioria das vezes. sem nenhum controle. 2000 apud KRONKA. ventilação. 1994 apud MÜLFATH. É preciso que se reveja esse modelo para que a construção civil deixe de ser uma atividade tão degradadora do meio ambiente. 2002: 33). 1. (SILVA. 2002: 42). o que além de consumir muita energia elétrica. não só nas instituições de pesquisa. não estão associados à disponibilidade na região. conforto e materiais alternativos. tais como: sustentabilidade. iluminação natural. Sustentabilidade Numa sociedade movida por modismos. Sustentabilidade Social: Entende-se pela criação de um processo de desenvolvimento sustentável com melhor distribuição de renda e redução do abismo entre classes ricas e pobres. inclusive. 1.8 será implantado. vegetação natural local. pode ter outros enfoques: a. o termo sustentabilidade representa para muitos mais uma moda tentando ser ditada. tais como: posição e implantação no terreno. Arquitetura e Urbanismo _____________________________________________________________________________________________________ . sem um consenso e respaldo científico.1. O termo “sustentabilidade” vem sendo aplicado aleatoriamente nos mais diversos seguimentos da sociedade. mas também em órgãos e organizações não governamentais. ULTRAMARI. Esta “proliferação” da utilização do termo “sustentabilidade”. os materiais utilizados também não se adequam às características climáticas e. mas de acordo com Ignacy Sachs (SACHS. (HICKEL. reformulando-o frente à onipotência tecnológica e anti-sustentável da modernidade. sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades”. Sustentabilidade Ecológica: É a utilização dos recursos naturais. A sustentabilidade deve ser entendida como um grande tema da cultura contemporânea. Trata-se de uma questão de comportamento ou hábito. Sustentabilidade Econômica: É possível através de um gerenciamento mais eficiente dos recursos e maiores investimentos tanto nos setores públicos como privados.9 b. c. Arquitetura e Urbanismo _____________________________________________________________________________________________________ . renováveis. particulares de cada região. Sustentabilidade Espacial: Configuração urbana rural mais equilibrada entre os assentamentos urbanos e atividades econômicas. além de se procurar maior eficiência econômica em termos macrossociais e não apenas através do critério macroeconômico do empresariado. publicado em 1987. redução da utilização de combustíveis fósseis. exploração racional das florestas e da agricultura através de técnicas modernas e regenerativas.com. desenvolvimento de normas adequadas para proteção ambiental com elementos de apoio econômicos legais e administrativos necessário para seu cumprimento.asp. agricultura. A sustentabilidade deve estar nos princípios de projetos e comportamentos não só da população carente.vitruvius. redução do número de resíduos e de poluição. que afeta e transforma a teoria e a prática do desenho. existe a necessidade de se desenvolver a consciência humana para o equilíbrio que deve haver entre desenvolvimento urbano e tecnológico e o Meio Ambiente.br/arquitextos/arq000/esp328. criação de uma rede de reservas naturais e da biosfera para proteção da biodiversidade. promovendo a autolimitação do consumo. Mais do que construir causando o menor impacto ambiental. exploração da industrialização descentralizada. Sustentabilidade Cultural: Procurando manter as raízes em todos os processos de modernização. no qual desenvolvimento sustentável é concebido como “o desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes. indústria. mais também de todos os outros habitantes. rural e industrial. também conhecido como Relatório Brundtland. 2005) I Outro termo igualmente importante é o de desenvolvimento sustentável. quando possível. e. d. com maior eficiência. intensificação nas pesquisas para obtenção de meios mais eficientes e menos poluentes para o desenvolvimento do espaço urbano. redução da concentração excessiva nas metrópoles. O governo brasileiro adota a definição apresentada no documento Nosso Futuro Comum. preservando as características locais. I Disponível em http://www. Após de mais de dez anos do lançamento do Relatório. O grande desafio é a implantação de um novo modo de vida. II até a época em que foi elaborado. Segundo HICKEL (2005). em um NOVO REGIONALISMO.10 Esta monografia aponta para a incompatibilidade entre desenvolvimento sustentável e os padrões de produção e consumo vigentes. Infindáveis tipos de vidros para fachadas. no uso de materiais e técnicas com elevado custo energético e alto grau de desperdício em seu funcionamento e manutenção.br/agenda21/index2. se tornando inclusive um laboratório vivo para a educação da sociedade neste contexto de mudanças de condutas e hábitos. com o mais sustentável das novas tecnologias. a realidade contemporânea se baseia cada vez mais no predomínio do ambiente construído e no crescimento descontrolado das metrópoles. afrontando a melhoria de entornos degradados em busca de um reequilíbrio ecológico na relação entre seres humanos e seu entorno artificial. sem cair em nostalgias de um passado perdido.org. vêm contribuindo para a proliferação das cortinas de vidro e das plantas que não favorecem/consideram a iluminação natural. Ate hoje é considerado um documento de referência. centenas de tipos de lâmpadas. GONÇALVEZ (1999) entende que a industrialização trouxe uma massificação para arquitetura. evitando que os impactos destrutivos ao meio ambiente continuem se dando.crescentefertil. interligando as ações do homem aos sistemas naturais. É preciso buscar parâmetros relacionados com a capacidade da arquitetura contemporânea de responder a essas demandas. Arquitetura e Urbanismo _____________________________________________________________________________________________________ . A forma da cidade e suas funções podem gerar uma cultura que fortaleça a formação de um número maior de cidadãos. Estes edifícios são exemplos da banalização/pasteurização que acabou ocorrendo com a arquitetura em boa parte do mundo. em nível até mesmo mundial. 1998). Uma arquitetura para o presente deve considerar o construído. sistemas condicionamento térmico artificial. uma vez que o desenvolvimento sustentável continua sendo um desafio a ser enfrentado pela sociedade como um todo. por exemplo. através das técnicas construtivas utilizadas. que confia nos aspectos locais. As edificações deverão combinar o melhor das tradições de cada região.htm. da qual a principal característica da “nova arquitetura” é sempre pressupor a interdependência dos sistemas em questão. ROGERS (1998:) afirmava: Principais papéis da arquitetura neste momento é fazer com que as cidades sobrevivam de forma menos impactante. (ROGERS. como os materiais II Disponível em http://www. (ROAF. (HICKEL. e por isso o projeto energeticamente eficiente deve ser a prioridade número um. Para CORBIOLI (2003) depende do arquiteto buscar caminhos que eliminem ou pelo menos reduzam a necessidade de usar recursos artificiais. responsabilidade climática. dentre os quais se podem destacar”: • Economizar energia: projetar e construir edifícios energeticamente eficientes. construção. dentre eles a utilização de fontes energéticas renováveis. É uma forma de promover a busca pela igualdade social. na especificação de acabamentos e materiais adequados ao clima. utilização. Segundo AMORIM (2000) o “Environmental Building News. a minimização das cargas de aquecimento e refrigeração. considerando a iluminação natural integrada à artificial. através da introdução da luz e ventilação naturais onde for possível. Nossa tradição colonial de devastação e desperdício vai aos poucos cedendo espaço para a reflexão sobre o clima e a adequação energética dos edifícios. É uma agitação necessária para se superar o excessivo esquematismo do material único. CORBIOLI (2003).11 construtivos. técnicas. Enfim na elaboração de uma edificação de fato inteligente. no uso de ventilação natural. apátrida e aclimático. 2005) Segundo MEIRIÑO (2004). a sustentabilidade deve estar na elaboração de projetos energeticamente eficientes. O uso contínuo de energia é provavelmente o maior impacto ambiental específico de um edifício. Arquitetura e Urbanismo _____________________________________________________________________________________________________ . maior eficiência econômica e menor impacto ambiental nas soluções adotadas nas fases de projeto.conforto ambiental e segurança: por exemplo. 2001: 15) Na maioria das vezes ficamos encantados com os materiais e técnicas utilizadas até mesmo em outros países que nos esquecemos que a arquitetura deve transparecer a cultura de um povo. entre outros aspectos. econômica e cultural. No momento passamos por uma fase de experimentação quanto a materiais. etc. valorização dos aspectos culturais. reutilização e reciclagem da edificação. deve estar integrada com o local onde será inserida. ou EBNs. Isto se relaciona com diversos aspectos. propõe uma lista de prioridades para os edifícios sustentáveis. • Construir edifícios “saudáveis”. deve estar em harmonia com o entorno e com seus usuários. através de uma arquitetura adaptada ao clima. menos casuística e desnecessariamente automatizada. formas. visando à distribuição eqüitativa da matéria-prima e garantindo a competitividade do homem e das cidades. com soluções apropriadas. a otimização da luz natural. pdf#search=%22arquitetura%20bioclim%C3%A1tica %22. . por último.htm. . Mas a prioridade é otimizar a eficiência energética2..br/fau/planodecurso/graduacao/unidade1. como arquitetura ecológica.Pesquisa de novos produtos à base de matérias-primas naturais não agressivas e renováveis. madeira. arquitetura vernacular. pois de uma arquitetura adaptada ao meio ambiente. (LIMA)IV O próprio edifício se comporta como uma máquina térmica que capta energia gratuita.). porém com mais tecnologias envolvidas e desenvolvidas. com a crise do petróleo. mesmo em reformas. Quanto mais dura um edifício. a distribui. sensível ao impacto que provoca na natureza. A arquitetura bioclimática é aquela que tem por objetivo conseguir um grande nível de conforto térmico mediante a adequação do projeto e da construção do edifício às condições climáticas de seu entorno. . Disponível em Arquitetura e Urbanismo _____________________________________________________________________________________________________ . e com isso. Os edifícios existentes contêm uma enorme quantidade de recursos culturais e materiais..org/art060609. IV LIMA. passa a ser discutida a partir da década de 70. Disponível em http://www. PVC. maior é o período de tempo no qual os impactos ambientais serão amortizados.Novas visões de gestão da obra e da manutenção dos edifícios. Princípios Bioclimáticos da Arquitetura e do Urbanismo. arquitetura bioclimática. Isso apresenta como principal dificuldade o fato de que o III _____. • Reciclar edifícios: reutilizar edifícios e infra-estruturas existentes.unb. O movimento por esse tipo de arquitetura nada mais é do que a volta dos princípios da arquitetura vernacular popular. (AMORIM. III. eólico. 2000: 1-2) Além dos conceitos apresentados de arquitetura sustentável temos outras denominações de estudos com o objetivo de minimizar os impactos e melhorar a qualidade de vida.Desenvolvimento de novas maneiras de utilizar materiais de mercado com características agressivas ao meio ambiente diminuindo a quantidade empregada (cimento. a degradação ambiental. F. biodigestor.). e que procura minimizar o consumo energético. No caso da arquitetura bioclimática. arquitetura de baixo impacto humano e ambiental.Reciclagem e técnicas de reuso de materiais. a conserva e.Sistemas energéticos com recursos naturais locais (solar. e conferem identidade aos lugares. Bioarquitetura: Um http://www. Trata-se.12 • Maximizar a longevidade dos edifícios: projetar pensando na duração e possibilidade de adaptação funcional dos edifícios ao longo do tempo. olhar em busca da essência.. .anabbrasil.. por exemplo: . arquitetura verde. deve adequar-se a certos cânones pré-estabelecidos. deixando de lado sua implantação e conforto.13 mesmo edifício necessita dar uma resposta integral ao condicionamento higrotérmico. agregando à construção piores qualidades de conforto. mas que está longe de ser pré-determinado. além de projetos que priorizam mais forma e função. É uma linguagem própria que varia de região para região. escassez de recursos energéticos e de água. depende de cada região. nas cidades: excesso de ruído. tanto em condições de inverno como no verão. colabora de forma importante na redução dos problemas ecológicos que se derivam dela. O “conforto” deve ser pensado conjuntamente com o projeto. A construção representa mais do que abrigo. portanto. Na busca pelo desenvolvimento de um sistema que proporcione melhor qualidade de vida e conforto. como também status familiar e por isso. Há algumas exigências neste tipo de arquitetura. o que faz com que tenha um tipo de desenho específico. atualmente. já que esta muito vinculada ao clima e as possibilidades do entorno. O conceito de bem-estar evoluiu de uma maneira curiosa. Isso pode tornar a arquitetura mais adequada. No entanto. até mesmo estilo. surgimento de ilhas de calor.2. Cada vez mais o uso de aclimatadores não só acontece devido aos condicionantes climáticos como também numa demonstração de status. 2004) 1. alterações no regime de chuvas e de ventos. a arquitetura bioclimática no último século parece ter sido esquecida. inexistência de tratamento adequado de resíduos. (ATEM. não basta levarmos em conta o macro-clima da local escolhido. o que resulta até mesmo em economia! Não que este seja o fator principal para seu raciocínio. deve ser parte essencial. Isto vale também para a população migrante que traz consigo uma forma de construir que pode ser mais adequada à região de onde saiu. Importam culturas e com ela o estilo de construção e sem analisar os aspectos do local de implantação copiando modelos prontos. inversão térmica. aumento do consumo de energia para condicionamento artificial e transporte. é uma busca de equilíbrio entre homem e Arquitetura e Urbanismo _____________________________________________________________________________________________________ . o que torna o estudo muito particular. Conforto Muitos são os fatores que estão relacionados com o desconforto ambiental vivido. etc. emissão de poluentes no ar e na água. dos seus micro-climas. É papel do profissional desta área conscientizar a população de que mais do que uma casa é a formação de um conjunto de ações e reações que vem destruindo o meio ambiente. Uma construção bioclimática reduz a energia consumida e. isto é. Além de economizar nas contas mensais de água e energia. parte da ordenação básica de qualquer projeto. Quanto maior for o esforço para um indivíduo se adaptar a um determinado ambiente. É a partir da interpretação por meio das sensações de estímulos físicos. As questões referentes à habitabilidade dos espaços especificamente aquelas relacionadas ao conforto ambiental são fundamentais quando a satisfação do homem é o objeto principal. BONFSTABS. Figura 1 . cabe ao arquiteto saber utilizá-las. maior será sua sensação de desconforto. existe uma subdivisão. É a fácil adaptação ao meio. Na figura 1 abaixo.14 natureza. Arquitetura e Urbanismo _____________________________________________________________________________________________________ . objetivos e facilmente mensuráveis que conseguimos entender o que é conforto. no campo do conforto para que assim promova soluções cada vez mais satisfatórias. onde a ciência promove o desenvolvimento de tecnologias adequadas as respectivas realidades. conforto visual e luminotécnico e o conforto acústico. destaca-se a seguir análise sobre o conforto térmico. Nessa fase de renovação da Arquitetura. Dentre os confortos na qual podemos estar ou não inseridos e sentindo. vem descrito as causas e conseqüências ocasionadas pelo desconforto ambiental. 2001: 273) “O arquiteto tem de fazer da luz. É isto que traz beneficio para ambos os lados.Causas e Conseqüências ocasionadas pelo desconforto ambiental. porém deve ser parte da mesma. O controle do ambiente não é totalidade da arquitetura. Fonte: CARVALHO. do som e do calor um problema seu”. Segundo LOUIS KAHN (1950 apud GONÇALVES. BUENOI (2001: 42). com a máxima eficiência. a sensação de conforto térmico em um ambiente depende do efeito conjugado de vários fatores que se dão concomitantemente. Arquitetura e Urbanismo _____________________________________________________________________________________________________ . RIVERO (2001: 44).1. Ele é uma máquina térmica. É através da arquitetura que se consegue chegar num desenho que apresente menor desconforto. em torno de 37°.Gradações da Temperatura Corpórea e as Trocas Térmicas sofridas entre o Corpo e o Meio Ambiente. as necessidades de aquecimento e arrefecimento devem ser evitadas ao máximo. Figura 2 . Para tal. que trata sobre as trocas que ocorrem com o corpo humano. Assim. Dentre os fatores relacionados com o ambiente. Com relação aos fatores que envolvem o próprio indivíduo. Se considerarmos aspectos como: ventilação. mantém a sua temperatura do corpo constante.15 1. Segundo RORIZ (1993). a taxa metabólica e o tipo de roupa utilizado interferem nas condições de conforto sentido. Fonte: BEALING. orientação na sua V Notas de aulas. que produz energia térmica por meio do processamento dos alimentos ingeridos. Conforto térmico Segundo BUENO-BARTHOLOMEI (2006)V o homem é um ser homeotérmico. a temperatura e a velocidade dos ventos são os principais pontos agregados.2. O conforto térmico nos nossos lares é extremamente importante para o nosso bem-estar e qualidade de vida. ou seja. planejamento é o ponto de partida para uma maior eficiência energética na habitação. Para que se consiga uma condição de conforto térmico o corpo deve-se encontrar em equilíbrio com as trocas de calor às quais se submete. Para melhor exemplificar segue abaixo a figura 2. Tipo de vidro nas janelas. são fundamentais para se ter um espaço mais confortável. Vegetação existente. Disponível em http://www. sempre que possível. Assim. e. e a escolha da melhor orientação. Isto pode trazer um retorno rápido e com baixo impacto ambiental. Massa térmica do material de construção. Proteções exteriores ao vão (janela). e reduzir a necessidade de utilização de aparelhos de aquecimento e arrefecimento. Relação massa/volume. Características arquitetônicas: Exposição solar. Características da construção: Isolamento de caixilharias. na ventilação cruzada. e até mesmo os materiais e técnicas utilizadas. a utilização de aparelhos/sistemas de aquecimento deve ser considerada somente quando não se consegue atuar em termos do edifício. seu entorno e as condições climáticas na qual está inserido. deve-se optar pela utilização de sistemas de energias renováveis que já atuam na climatização da habitação. reduzindo a fatura de energia. A qualidade na construção é o primeiro passo para se ter uma casa confortável. do ponto de vista térmico.16 implantação. Textura dos acabamentos. de maneira integrada ao projeto arquitetônico.php. Nestes casos. a consideração do espaço envolvente. De forma geral o dimensionamento dos sistemas de arrefecimento e aquecimento está diretamente relacionado com: • • • • • • • • • • • • • • VI Local: Orientação. atinge-se resultados bastante significativos.org/projeto1. Arquitetura e Urbanismo _____________________________________________________________________________________________________ . a ambiental. A inclusão de sistemas de climatização passivos no desenho da habitação. englobando a eficiência na iluminação natural. além de economia. Palas de sombreamento. Deve ser levada em conta a implantação da edificação. consequentemente.ecocasa. VI Uma das diferentes formas de se utilizar a energia renovável é no âmbito do projeto. Sombras. além de que tais elementos não oferecem prejuízos à vista e apresentam reduzido esforço e riscos de acidentes. 2. além de provocar erros e acidentes. a capacidade de reconhecer pormenores sutis. na modelagem dos objetos e na aparência geral dos ambientes. Arquitetura e Urbanismo capacidade de ler pequenos caracteres impressos. sendo a acuidade visual. é possível dar vida aos espaços internos”. Visualização das formas. para que se dêem.2. 2001: 273) “Com a ajuda da luz. Conforto visual e luminotécnico Conforto visual é entendido como um conjunto de elementos que. Para que tal feito seja conseguido e ocorra de maneira mais econômica e natural. Controle do ofuscamento. • natural. facilitam a realização de tarefas visuais com o máximo de acuidade e precisão. as condições mínimas exigidas pelo organismo. Aparência geral do ambiente. a iluminação deve ser pensada no âmbito do projeto. e irritabilidade. o ambiente adaptado à iluminação. 3. Segundo KALFF (apud GONÇALVES. Quanto mais iluminado estiver determinado objeto. quanto maior a captação de luz natural. ou seja. mais facilmente seus detalhes serão percebidos sem. uma boa iluminação. é claro. está diretamente relacionada com uma melhor utilização do espaço. Assim. que cause ofuscamento. dor de cabeça. de forma suficiente. e por sua vez influenciados pela ‘luminância’ do objeto observado. deve-se considerar: As leis de uso do solo devem garantir aos usuários dos edifícios acesso à luz _____________________________________________________________________________________________________ . Além da 1. • O projeto de iluminação natural deve levar em conta o interior. uniforme e suficiente. um dos instrumentos mais poderosos. As bases necessárias para a elaboração de um projeto com ênfase na iluminação natural são: • Conhecimento sobre o funcionamento do sistema visual humano.2. são prontamente reconhecidas como desconfortáveis e prejudiciais.17 1. melhor para o projeto e seus moradores e usuários. em um determinado ambiente. devido às possíveis reflexões nas superfícies internas que contribuem na admissão da luz do dia. A disposição dos objetos deve ser adaptada também às necessidades desse espaço e não o contrário. Segundo SMIT (1964) a iluminação insuficiente em um ambiente pode causar fadiga. Assim como a questão do conforto térmico. como a própria palavra refere. e pode ser utilizada como estratégia para obter maior qualidade ambiental e eficiência energética em edifícios. A topografia do terreno ao redor da edificação pode influenciar a intensidade da luz em determinadas horas do dia. além de ser uma variável ambiental. a questão da utilização da luz natural vem sendo mais e mais abordada nos projetos contemporâneos. A orientação da edificação. As condições climáticas também agem sobre a iluminação natural de interiores. Arquitetura e Urbanismo _____________________________________________________________________________________________________ . Ela consegue oferecer melhor qualidade em relação à luz artificial. Com a divulgação dos problemas ambientais. Um bom projeto de iluminação natural deve buscar a interação entre: eficiência visual. Dentre os pontos positivos da luz natural: • A qualidade da iluminação obtida é melhor. VII Notas de aula. pode ser considerada como elemento de projeto. A influência do sol ocasionada por outros edifícios pode prejudicar ou não a iluminação do ambiente. Luz natural é a luz proveniente do sol.18 • • Conhecimento da penetração da luz no ambiente e sua influência nas cores. A luz natural oferece enormes vantagens. Escolha dos tipos de materiais e das cores a serem utilizadas na edificação pode influenciar na reflexão. Segundo GONÇALVES (2001) a iluminação natural. A forma e a proporção do ambiente. Já para LENGEN (2004: 54-57) essa qualidade da iluminação natural em um cômodo depende de alguns fatores como: • • • • • • • • • Tamanho da janela. além de influenciar na economia das contas de energia e na qualidade dos projetos arquitetônicos. (BUENO-BARTHOLOMEI. A sombra ocasionada por outras edificações ou plantas pode impedir a passagem de iluminação. 2005)VII. conforto visual e satisfação estética. seja de forma direta através de seus raios ou indiretamente podendo estar difundida na atmosfera (abóbada celeste) ou refletida no entorno. Reflexão do sol do lado externo. o que se coloca como extremamente importante para o equilíbrio ambiental. pois a visão humana desenvolveu-se com a luz natural. unb.pdf. como o Brasil. o que nos climas quentes representa um problema a mais. há menores ganhos de calor solar e reduzemse os ganhos de calor gerados pela iluminação artificial. basicamente em dois modos: • Economia Direta: através do uso otimizado da luz natural.2. C.3. é importante que o projeto de luz artificial seja integrado desde o início com o estudo do comportamento da luz natural. A relação entre ambas se dá através da estética proporcionada pela "sofisticação" da geometria VIII AMORIM. • Economia Indireta: através da redução da carga do ar condicionado. permitindo uma enorme economia de energia em luz artificial. Disponível em http://www. Isto diminui a carga de refrigeração do ar condicionado. D. sendo que a arquitetura acaba por determinar a acústica adequada ao espaço. Se analisado a questão da eficiência energética através do uso da luz natural controlada num país com enorme disponibilidade de luz natural. N. há uma redução do uso da luz artificial. É necessário que haja um sistema de controle da luz artificial incorporado. prateleiras de luz até tecnologias mais sofisticadas. (AMORIM. Conforto acústico Segundo BARROSO-KRAUSE (2005) a arquitetura e a acústica formam um único corpo. como proteções solares fixas. Quando se há um bom projeto de luz natural.br/fau/pos_graduacao/cadernos_eletronicos/eficiencia_energetica. Iluminação Natural e Eficiência Energética – Parte I: Estratégias de Projeto para uma Arquitetura Sustentável. Desta forma. A luz natural é fornecida por fonte de energia renovável: é o uso mais evidente da energia solar. A luz natural permite valores mais altos de iluminação. nota-se que este recurso é muitas vezes subutilizado. Um bom projeto de iluminação natural pode fornecer a iluminação necessária durante 80/90% das horas de luz diária. se comparados à luz elétrica. 2002). a carga térmica gerada pela luz artificial é maior do que a da luz natural. ou utilizado de maneira equivocada.19 • • • • A constante mudança da quantidade de luz natural é favorável. 1. (MAJOROS in AMORIM). partidos arquitetônicos que tragam ao projeto qualidade de vida aos moradores e equilíbrio com relação ao meio ambiente. gerando problemas para os edifícios. VIII A questão é fazer desses instrumentos ou soluções. Pode-se obter maior eficiência através do uso da luz natural controlada. pois proporciona efeitos estimulantes nos ambientes. de forma que quando há suficiente luz natural. proporcionando a entrada de luz natural difusa controlada. Os sistemas e componentes que podem ser utilizados para aproveitamento da luz natural vão desde os mais simples. além disso. Arquitetura e Urbanismo _____________________________________________________________________________________________________ . a luz artificial seja desligada ou diminuída. respectivamente também com seus índices de conforto recomendado. Arquitetura e Urbanismo _____________________________________________________________________________________________________ . Tornando-se assim o espaço lapidado. Assim. circulação. cores. a fim de se obter conforto. as determinações dos fenômenos acústicos e a maneira como elas interferem no homem. aberturas. a arquitetura irá influenciar a acústica através de seu partido arquitetônico. A definição acústica de cada unidade do ambiente interno acaba se tornando a percepção auditiva de tudo que se venha a ser gerado ou reproduzido dentro deste. próprio para cada atividade e personalidade de quem o ocupará. uma vez que cada elemento da construção possui alguma influência sobre as características acústicas da edificação. Assim. a propagação nos meios materiais e o comportamento na frente de barreira. a acústica de ambientes atua para a melhoraria das condições de cada ambiente. dimensões e funcionalidade associado ao bem-estar e ao prazer da vivência de sua ocupação. sempre pensando que cada ambiente possui sua dimensão privativa. a acústica arquitetônica prioriza o isolamento do barulho. Assim. Para tanto. Portanto. A Associação Brasileira de Normas Técnicas coloca o assunto em termos nacionais mediante as normas NBR 10151 e NBR 10152 no ano de 1987. recomendado para aquela atividade. individualizada de acordo com as características de quem vier vivenciá-lo em sua plena ocupação. leitura. para que assim o arquiteto obtenha resultados acústicos satisfatórios em seu projeto. Existe uma diferença sutil entre a denominação “acústica arquitetônica” e “acústica de ambientes”. ou seja. definido. como também os critérios de interferência entre as comunicações sonoras devem sempre ser compreendidos e incorporados ao projeto. a implantação e a orientação. Já a acústica de ambientes caracteriza-se pelo estudo da forma e tratamento dos ambientes de modo a torná-las acusticamente satisfatórias. observa-se que as dimensões do ambiente. trabalho etc. isolando um ambiente do outro e. Ela também é nomeada de acústica das construções já que a sua principal finalidade é exatamente a construção de edifícios com isolação acústica entre as diferentes salas.. tais normas técnicas fixam os níveis de ruído compatíveis com o conforto acústico em ambientes diversos conforme pode ser verificado na tabela 1 a seguir. As áreas destinadas ao descanso com seu índice de conforto acústico próprio. O profissional arquiteto sempre busca por soluções acústicas em seus projetos. diretrizes como. os materiais. por exemplo. e acabamentos de todas as superfícies são fatores determinantes para o conforto acústico do local. tanto as formas de emissão do som.20 encontrada. ele deve possuir conhecimentos básicos sobre esta. Dessa forma. As áreas destinadas a serviço. A primeira tem por finalidade o estudo das condições acústicas aceitáveis nas construções. as tecnologias utilizadas na edificação e seus respectivos materiais. Níveis de ruídos de diferentes fontes. podemos dizer que o ruído é um sinal indesejável. ele intervém sobre o processo de interpretação de alguma coisa. O ruído é algo que interfere na recepção dos sinais sonoros pelo ouvido humano. 2006)IX IX Notas de aula. 2002. prejudicando nossa compreensão sobre o que está tentando ser falado. Perda parcial ou total da audição. Quando duas ou mais pessoas falam ao mesmo tempo fica evidente a dificuldade de compreender o que elas estão dizendo. Dor de cabeça. Conseqüências no sistema nervoso central. por exemplo: • • • • • • • • • • Enjôos e sonolência. pesquisas constataram que o ruído pode ocasionar graves efeitos sobre o homem como. Arquitetura e Urbanismo _____________________________________________________________________________________________________ . Conseqüências no sistema gastrintestinal. Absenteísmo. Baixa produtividade. na maioria das vezes. Conseqüências no sistema circulatório e coração. Perda de concentração. E. ou seja. Fonte: FAU-USP. Insônia e estresse. Isso ocorre porque o nosso cérebro não consegue processar diferentes fontes sonoras simultaneamente. (BUENO-BARTHOLOMEI. Assim.21 Tabela 1 . atentando se a região apresenta movimento intenso ou se há fontes de ruídos próximas. É sabido que cada ambiente tem suas particularidades especiais. Tabela 2 . uma vez que o barulho interno também tem que ser levado em conta. em decibéis. uma vez desejado a atenuação do ruído e controle do espalhamento do som. Fonte: FUNDACENTRO As edificações necessitam de tratamento acústico devido ao nível de ruído emitido. muitas vezes em conseqüência da existência de fontes múltiplas de ruídos dentro de uma instalação. por exemplo. parte da onda que não for absorvida ou transmitida. elementos vazados (portas e janelas). Numa edificação. Por sua vez.Limites de tolerância para ruído contínuo ou intermitente. relaciona os níveis de ruído. deve-se tratar as superfícies de tal modo que reduza a energia sonora refletida. Assim. quadros. isto quer dizer que. móveis. logo abaixo. disposição de paredes. será refletida novamente para o recinto. como fábricas. como dimensões. O limite da intensidade de ruídos suportáveis durante o dia é regulamentado.22 A tabela 2. relação entre essas dimensões. materiais de revestimento e pavimentação. e não deve ultrapassar 70 dB. o projeto arquitetônico pode ajudar a controlar ou reduzir esses problemas. E cada ouvinte tem suas Arquitetura e Urbanismo _____________________________________________________________________________________________________ . piso e teto. não é só o ruído que vem de fora que pode incomodar. Essa é uma questão que deve ser considerada já na fase da escolha do terreno. com a máxima exposição diária permissível. fau. Muitos estão em estudos e em grande maioria. Refletores Absorventes Podem ser isolantes. muitos produtos estão sendo lançados todos os dias no mercado. Desta maneira. contudo apresentam funcionamentos diferentes vistos na tabela 3 abaixo. carpetes grossos e cortinas pesadas. papel de parede (em geral. tem sido possível obter. sem Em geral. Azulejos. cerâmica. madeira e vidro com espessura mínima de 6 mm. manta de poliuretano (dispensa revestimentos). Arquitetura e Urbanismo _____________________________________________________________________________________________________ . hoje. Materiais porosos como lã ou fibra de vidro revestido. materiais lisos). mais próximas e rigidamente ligadas estão suas moléculas favorecendo desta forma o aumento da velocidade sonora. forrações com cortiça. madeira. Não deixam o som passar de um ambiente para outro e evitam o eco. Praticamente todos os materiais existentes no mercado ou isolam ou absorvem ondas sonoras. pedra lisa. Isso tudo diversifica as providências de ordem técnica.23 preferências e suas deficiências auditivas. são os materiais alternativos. mediante variações de composições. mais capacidade isolante). Um colchão de ar é uma solução isolante. Não existem materiais "melhores" ou "piores" para soluções acústicas. Tabela 3 . irregulares (pedras ou lambris de madeira). massa corrida. e aumentam a reverberação interna do som. Porém muito desses ainda são desconhecidos para o mercado. resultados acústicos cada vez mais satisfatórios às necessidades dos usuários. Isto se deve ao processo de degradação ambiental que o mundo todo vive.pdf. gesso.3. Fonte: Revista Arquitetura & Construção – jul. O que existe é a adequação (ou não) de determinado material para a finalidade que se deseja.Classificação Acústica de Materiais. X Disponível em http://www.br/apostilas/conforto/apostilacbk20051. Os produtos ecológicos representam um dos mercados de maior potencial consumista. A indústria tem desenvolvido novos materiais com coeficientes de isolamento acústico e/ou de absorção muito mais eficientes que os materiais “acústicos” até então utilizados. Quanto mais denso for o material. são materiais refletores sobre superfícies ressonâncias. Materiais Construtivos A natureza ainda nos proporciona. com paredes duplas e um espaço vazio entre elas (quanto mais espaço.ufrj. uma gama muito grande de materiais possíveis de serem utilizados./93 in CATEP Difusores 1. esses que estão sendo mais estudados. Refletem o som de forma difusa. X TIPOS Isolantes AÇÃO Impedem a passagem de ruído de um ambiente para outro EXEMPLOS Tijolo maciço. Desses materiais estudados. Instituto para o Desenvolvimento da Arquitetura e Urbanismo Habitação Ecológica . mas o resultado de uma avaliação técnica criteriosa. existem critérios e classificações adequadas para isso.com.24 porém muito pouco explorado no Brasil e América do Sul. (ARAUJO). obtidas de maneira sustentável ou por biotecnologia não-transgênica. agrícola e industrial. os selos verdes existentes só atingem dois segmentos: produtos orgânicos (alimentícios) e madeira. No caso da construção civil. A. de uso pessoal. como o cloro) permitem classificar um produto como aceitável ou recomendável segundo critérios ambientais. XI ARAUJO.idhea. não-tóxico. Devemos prestar atenção no fato de que mesmo os materiais alternativos não indicam o baixo impacto ambiental. M.br/artigos2. ficando muito distante da realidade atual. quando se fala dos produtos ecológicos. artesanal. emissão de poluentes. É evidente que não se pode chamar qualquer produto reciclado ou elaborado a partir de matéria-prima natural de “ecológico”. No Brasil. notadamente benéfico ao meio ambiente e à saúde. como no caso do Selo Verde. processo produtivo (gastos de energia. Produtos ecológicos para uma sociedade sustentável. insumos. alimentar. que não tem qualquer referência de confiabilidade. imaginam-se artigos artesanais. comercial. vem chegando ao mercado nos últimos anos. seja não-poluente. No Brasil. um grande número de produtos fabricados com materiais reciclados e a partir de novas técnicas. bem como o reaproveitamento e a reciclagem de matérias-primas sintéticas por processos tecnológicos limpos (se a emissão de poluentes e sem o uso de insumos agressivos. O Selo Verde não é apenas uma logomarca ou um rótulo com a palavra ‘ecológico’ na embalagem de um produto. O uso de matérias-primas naturais renováveis.asp. _____________________________________________________________________________________________________ . uma vez que permite que a desconfiança se instale entre os consumidores. A ausência de normalização e/ou legislação prejudica a divulgação desse fantástico mercado.IDHEA. O termo ‘alternativo’ somente significa o uso de um material que não consta na lista dos materiais tradicionais. podendo até mesmo ser mais agressivos ao meio. na qual serão levados em conta aspectos pertinentes ao seu ciclo de vida. manufaturado ou industrializado. Disponível em http://www. Produto ecológico é todo artigo que. uso de água). A autocertificação é um dos principais inimigos do mercado verde. residencial. (ARAUJO) XI O produto ecológico é capaz de despertar a consciência eco-social da comunidade e educar ambientalmente quem produz e quem consome. contribuindo para o desenvolvimento de um modelo econômico e social sustentável. como matérias-primas (natureza e obtenção). usos e descarte. uma vez que pode induzir o consumidor a aceitar que o produto que ele está adquirindo é ecológico apenas porque carrega este rótulo. Os brises móveis. deve-se utilizar brises móveis ou fixos. tornando o ambiente de implantação com maior área de absorção. DIRETRIZES PROJETUAIS O projeto arquitetônico deve levar em consideração diversas variáveis para sua proposição. são mais eficientes do que os fixos ao se tratar do controle da radiação solar. além de materiais e mão-de-obra locais. A implantação deve ser coerente com o entorno. Orientação e Insolação Arquitetura e Urbanismo _____________________________________________________________________________________________________ . A implantação deve priorizar manter o desnível original do lote. e o conhecimento do lote e seu entorno. devendo fazê-lo de forma integradora. localizados externamente. contudo. ou menor impacto ambiental. Para climas quentes. Segue agora diretrizes que podem ser utilizadas para projetar habitações com qualidade e de baixo impacto. buscando o aproveitamento dos condicionantes naturais e assim melhor eficiência energética. devendo-se levar em consideração principalmente as condições climáticas do local. para que não se despenda energia e gastos com a movimentação de terra. apresentam custos iniciais e de manutenção mais elevados.25 2. Implantação Deve-se incentivar o aumento da taxa de permeabilidade. ou até mesmo vegetação como forma de proteção à radiação solar. Para climas quente e seco. Deve-se analisar a intensidade do sol no local. XIII Idem. Já em climas frios. Paredes Utilizar materiais locais. quanta sombra resulta de obstáculos que existem entre a edificação e o local. há a necessidade de paredes grossa. 2 ed. XIII Fachadas Deve-se analisar a melhor relação entre ganho de calor e área envidraçada. vê-se a importância da entrada do calor.26 Deve-se levar em consideração a latitude e longitude do local. Arquitetura e Urbanismo _____________________________________________________________________________________________________ . para o clima de Presidente Prudente. uma fachada branca absorve só 25% do calor do sol. já no hemisfério norte. tudo em relação a diferentes épocas do ano. ou com capacidade de reter calor. XII Pode-se perceber a influencia da localização no projeto quando analisamos. Cobertura XII ROAF. Porto Alegre: Bookman. 166-167. 2006. S. bem como o clima do local. o que está diretamente relacionado com o clima local. Considere que as cores claras não absorvem tanto calor como as mais escuras. deve-se diminuir as áreas envidraçadas devido ao ganho de calor. Por exemplo. a posição relativa do sol. a fachada sul é que recebe insolação. As cores das fachadas e das coberturas influenciam diretamente o conforto térmico. enquanto que a mesma fachada na cor preta pode absorver até 90% de calor. bem como qual a capacidade de armazenagem que a edificação deve ter em relação ao ganho solar disponível no local para suprir suas necessidades. porem devendo se manter dentro na residência. além de se analisar a melhor solução para o clima. Ecohouse: A Casa Ambientalmente Sustentável. quanto do calor do sol a edificação necessitará ou não. Tradução Alexandre Salvaterra. o fato da fachada norte recebe sol o ano todo no hemisfério sul. p. por exemplo. sendo diferente para cada ambiente. As condições climáticas agem sobre a iluminação natural de interiores. Isto demonstra a necessidade de se supera. exceto em locais onde deva prevalecer a segurança e a privacidade. se possível. Isto inclui que o cálculo da estrutura da cobertura deve prever a possibilidade de peso extra com a instalação de coletores de chuva.27 Deve-se levar em consideração a relação entre a durabilidade do material e sua resistência à água. Deve-se observar o material mais próximo ao local de implantação. ambos os casos tem comprovada garantia e eficiência. são necessários 200 lux. Para o caso da iluminação lateral. feitas a partir de tubo de pasta de dentes triturados. se o sistema for utilizado. encontre se até o canto da parede. dever-se-á evitar que as aberturas localizem-se por toda extensão do ambiente e que objetos que necessitem de atenção. além dos materiais reciclados como telhas feitas a partir de caixas TetraPak®. Deve ter uma água da cobertura direcionada para a face norte. Como no caso de uma pessoa com 25 anos a cozinha deve fornecer cerca de 100 lux no modo geral. como a televisão. Para adequação do projeto deve-se analisar a NBR 5413. Arquitetura e Urbanismo _____________________________________________________________________________________________________ . As janelas deveram ficar na altura das mesas e devem ser altas. no caso do hemisfério sul. evitando o gasto de energia no transporte. Iluminação O projeto deve levar em conta a idade dos usuários. já no caso do local. As aberturas devem estar adequadas ao sentido dos ventos locais e iluminação natural. para que possam ser instalados coletores solares térmicos e/ou painéis solares fotovoltáicos. ou mesmo a umidade. Deve-se utilizar vidros adequados ao clima. Utilizar materiais alternativos como o teto jardim. Esses valores alteram de acordo principalmente por causa da idade. além de custo baixo. Abertura A altura das janelas deverá considerar os limites de alcance visual. para atingir pontos mais profundos. Natureza dos vidros por onde penetra a luz deverá estar adequado às condições de conforto térmico e luminosidade interna. ocorra uma melhor distribuição de iluminância. porque o ar quase nunca está à mesma temperatura nestas. Arquitetura e Urbanismo _____________________________________________________________________________________________________ . de forma a evitar perdas de calor no Inverno e ganhos de calor no Verão. Dever-se-á verificar o ângulo de incidência da luz. A cor utilizada no forro é considerada o elemento mais responsável pelos níveis de iluminância de um ambiente. colocando luz só onde seja de fato necessário. Ventilação Dever-se-á levar em consideração alguns fatores como a velocidade e direção além das variações diárias sazonais do vento. Dever-se-á optar por lâmpadas de baixo consumo e procurar usar iluminação localizada. mas consomem menos energia. Priorizar lâmpadas fluorescentes compactas. Superfícies claras são excelentes refletoras e não direcionam o calor para dentro do ambiente. Aberturas simétricas e localizadas em paredes opostas. pois elas têm o mesmo potencial de iluminação de lâmpadas incandescentes e das lâmpadas fluorescentes. exaustores eólicos ou aberturas zenitais são utilizados para tal fim. no caso dos projetos para a área sulamericana. se comparado às cores das paredes e do piso. aberturas no telhado. que é a retirada do ar quente localizado nas partes mais elevadas do interior da edificação. Proporcionar a ventilação cruzada. Os caixilhos devem ter dispositivos que permitam ventilação ou então deve existir um sistema de renovação mecânica de ar. Promover ventilação vertical. Dispositivos como lanternins. gerando um fluxo de ar ascendente por diferenças de pressão. aproveitando os ventos para resfriamento e renovação do ar interno através de aberturas laterais opostas.28 A geometria dos ambientes deverá ter pouca profundidade para ser mais bem iluminada. Pode-se combinar o fator “iluminação natural” ao fazer uso de aberturas zenitais. uma vez que podem ser locadas em pontos estratégicos que ofereçam ventilação e iluminação simultaneamente. para que assim. Conforto Térmico Dever-se-á manter uma temperatura constante no interior do edifício. com ou sem rede elétrica ou como sistemas ligados à rede. como placas feitas a partir de caixa TetraPak® e garrafas PET’s. Podem ser utilizados inclusive em locais isolados. ainda que artesanais. Para poder quantificar o sistema é preciso estimar a média de consumo. isolamento. além do mais. como exemplificado na figura abaixo: Arquitetura e Urbanismo _____________________________________________________________________________________________________ . Painéis solares fotovoltáicos: Por meio do efeito fotovoltáico a energia do Sol é convertida em energia elétrica. Tal estudo da forma e da orientação da obra também explora a iluminação natural e favorecem ganhos ou perdas de calor. Para realizar o projeto deve se analisar a ABNT . Utiliza fonte de energia limpa e gratuita. poupando até 70% da energia necessária para o aquecimento de água. a área mista.1987 Eficiência Energética Coletores solares térmicos: Captam a energia do Sol e a transformam em calor. e sem corredores de transito. predominantemente residencial. como também analisar as características locais de insolação e climas em que o sol é predominante. porém o retorno é de até 5 anos. com a área estritamente residencial urbana. Ruídos O som pode ser ouvido de diferentes formas. que apresentam custo muito baixo e com eficácia. válvulas e louças e metais hidrossanitários são considerados materiais de instalação e normalmente estão disponíveis em ferragens e lojas de materiais de construção. Devem-se observar quais aparelhos eletrodomésticos serão utilizados para melhor escolha dos painéis solares fotovoltaicos. além de empregar recursos aplicáveis à forma do edifício.29 O projeto deve posicionar a edificação de modo a aproveitar as brisas de verão. Os materiais utilizados: Tubulação.NBR 10151. Todo o material necessário despende de investimento inicial alto. existe alternativas. Torneiras com sensores para funcionar. A flexibilidade dos painéis possibilita seu uso em muitos produtos de edificações. REUSO DA ÁGUA O reuso interno da água (reuso direto planejado) serve como fonte suplementar de abastecimento de água. para economia de água.30 Figura 3 . usar-se-á os aparelhos mais eficientes disponíveis no mercado. como bacias sanitárias que contem duas válvulas distintas para dejetos líquidos e sólidos. tais como telhas solares. vendidos no mercado. servida no lavatório e Arquitetura e Urbanismo _____________________________________________________________________________________________________ . Eficiência no Uso da Água EQUIPAMENTOS ECONOMIZADORES Uso de equipamentos economizadores. ou mesmo torneiras que funcionam de forma a diminuir o gasto de água. Existem diversas marcas que comercializam estes equipamentos economizadores. cortinas de vidro e painéis decorativos. visando à reutilização da água residuária.Média anual do potencial solar brasileiro (em MJ/m²/dia) Fonte: CRESEB/CEPEL No que diz respeito ao consumo de energia. Deve-se quantificar o gasto mensal para fazer a melhor escolha para o projeto. br/images/ext/filtragem_esquema_gal. além de automóveis. bacias sanitárias ou lavagem de automóveis e calçadas.com. que além de diminuir o consumo de água da rede pública. Um exemplo de um equipamento para residências com numero reduzido de pessoas (até 6 pessoas) está representado na figura abaixo. de forma a não faltar abastecimento de água na residência. sendo que se necessário deve-se buscar alternativas: Figura 4 . CAPTAÇÃO DE ÁGUA DAS CHUVAS Existem mini-estações de tratamento de água ou cisternas de armazenamento de águas pluviais. A captação deve ser feita na cobertura da casa e a água captada servirá para abastecer torneiras e descargas sanitárias.31 chuveiro (vinda da rede pública de abastecimento) para descargas nos vasos sanitários. para posteriores utilizações em usos não potáveis como rega de jardim. Utilizar como sistema alternado e complementar ao sistema de abastecimento de água pública.ecocasa. além de irrigação de jardins e para lavar pisos e calçadas.Captação da água da chuva Fonte: http://www. ou para regas de jardim. devem-se quantificar os volumes a serem captados. diminuindo as enchentes comuns nas áreas urbanas no Brasil. a retenção de águas pluviais dentro do lote reduz o volume de água jogado nas vias públicas. Arquitetura e Urbanismo _____________________________________________________________________________________________________ .jpg Para utilizar desse procedimento. através do calculo dos indicadores pluviométricos do local de implantação. pois eles determinarão a solução mais adequada. podendo ser comum a diversas famílias. bem como o controle dos impactos ambientais. mini-estação de tratamento de esgoto. em termos de uso doméstico. seu entorno e variáveis climáticas existentes. quando possível. e que isto seja demonstrado independentemente da escala e demanda do projeto. as diretrizes expressadas acima devem ser consideradas. se portador de recursos financeiros ou não. é necessário analisar a localização do projeto. de forma que mais do que importante. Para famílias maiores faz-se necessário a utilização de sistemas que operem para maior numero de pessoas. CONCLUSÃO Para que se possa alcançar um mínimo de sustentabilidade. com qualidade projetual. Figura 5 – Esquematização da implantação de uma mini-estação de tratamento de esgoto Fonte: adaptado do site fossa ecológica Considerando-se que. 3.32 ESGOTO Utilizar. uma pessoa produz cerca de 96 litros de esgoto/dia (80% de taxa de retorno para um consumo médio de 180 litros / hab / dia). e incentivar que os Arquitetura e Urbanismo _____________________________________________________________________________________________________ . O governo deveria exigir que os projetos direcionados às edificações de interesse social devam estar enquadrados obrigatoriamente aos conceitos sustentáveis. A idéia central é que os profissionais da área da construção civil proponham seus projetos com o pensamento sustentável. Segue um exemplo de estação residencial de tratamento de esgoto domestico apropriado para uma família de ate 6 pessoas. possibilitando o reuso da água presente nele. Conforto IV: Acústica. S. páginas 54-57. bem como desenvolvê-las. C. 2003.. M. G. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. R. BUENO-BARTHOLOMEI. Editora Revan. 2004. Presidente Prudente: FCT – UNESP. Rio de Janeiro. agosto de 2004. A. Arquitetura Bioclimática. São Paulo.. 1997. SP. S. Geros s/c Ltda. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo. incentivar as soluções alternativas para se alcançar um projeto de qualidade. ATEM. A. Deve-se cevar em conta que somados a população mundial é muito grande e que se cada um faz sua parte. . ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS.V. Ecologia: a qualidade da vida. L.100-109. J. Presidente Prudente: FCT – UNESP. 2000. A. NBR 10152: Níveis de ruído para conforto acústico. Além disso.. março. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – NBR 7229: Projeto. Tibá. 1993. Presidente Prudente: FCT – UNESP. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Conforto III: Térmico. Presidente Prudente: FCT – UNESP. primeiro semestre de 2006. Sustentabilidade e o material construtivo: critérios de escolha de material construtivo com menor impacto ambiental.Manual do arquiteto descalço. YANNAS. Universidade de São Paulo). LENGEN. 1993. Notas de aula ministrada aos alunos do curso de Arquitetura e Urbanismo. KRONKA. São Paulo. construção e operação de sistemas de tanques sépticos. DEL CARLO. novembro. segundo semestre de 2005.1990. p. Em busca de uma Arquitetura Sustentável para os trópicos – conforto ambiental. 1992. Curso ministrado aos alunos do curso de Arquitetura e Urbanismo e profissionais da cidade. NBR 10151: Acústica: Avaliação do ruído em áreas habitadas. L. Rio de Janeiro. Rio de Janeiro. BUENO-BARTHOLOMEI. visando o conforto da comunidade. C. São Paulo. SÁBER. GONÇALVES. 10 POSTURAS PARA UM CONSTRUIR CONSCIENTE. U. L.9. BUENO-BARTHOLOMEI.. Revista Arquitetura & Construção. não pesa sobre ninguém e ao mesmo tempo a união dessas pequenas ações fazem com que forme um grande volume. n. p.. L. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ALMEIDA. 2002. O. N. A. SALUM. 29-52. Notas de aula ministrada aos alunos do curso de Arquitetura e Urbanismo. C. In: CADERNOS TÉCNICOS AUT (Departamento de Tecnologia da Arquitetura. Conforto II: Iluminação Natural e Artificial. Rio de Janeiro (NB 95) . LACERDA.. Arquitetura e Urbanismo _____________________________________________________________________________________________________ . CORBELLA.et al. Notas de aula ministrada aos alunos do curso de Arquitetura e Urbanismo. VIANNA.C. NBR 5413: iluminância de interiores. ano 20. 2001. SESC. n°11. segundo semestre de 2006.33 outros projetos também se utilizem desse ideário. C. Iluminação e arquitetura. S. C. Rio de Janeiro. J.. C. NBR 10151: acústica – avaliação do ruído em áreas habitadas visando o conforto da comunidade . São Paulo. Disponível em <http://www.br/html/materia/materia_gccb.procedimento. R. . Arquitetura sustentável exige mais revisão de idéias e menos investimentos. Conforto Térmico e Economia de Energia em Edificações: um método simplificado de avaliação. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo – USP. 1998. Tese (doutorado em arquitetura). ARQUITETURA E CONSTRUÇÃO (artigo sobre casas ecológicas). CADERNOS TÉCNICOS – AUT. Produtos ecológicos para uma sociedade sustentável. . Ed. E. Cities for a small planet. marco. Disponível em http://www. SINOPSES. p. M.asp. Brasiliense. Arquitetura preocupada com a ecologia. n°277. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS.labeee. FUENTES.IDHEA.html>. C. Iluminação Natural e Eficiência Energética – Parte I: Estratégias de Projeto para uma Arquitetura Sustentável. Biblioteca Técnica Philips.br/arquitetura/livre/casaecologica/mt_135902. 1994. 2006.. jun. K. São Paulo . 180p. K. 1964.. R. SMIT. MULFARTH. M. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo. ROGERS. K. R. Projeto Design.br/fau/pos_graduacao/cadernos_eletronicos/eficiencia_energetica.universia. K. Rio de Janeiro: Livraria Freitas Bastos S. D. Disponível em: <http://casa.. ARAUJO. I. Westview Press.html>.ufsc. Acessado em 12/06/2007. p. H. 2005.abril. Disponível em <http://www. SACHS.com.Estratégias de transição para o século XXI. Disponível em http://www. 94-96. M. MÜLFARTH. dezembro de 2002.unb. A. Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. pg. (Org. 13-20. AQUINO. 6 páginas. pesquisado em 12/12/2007. dezembro. Y. São Paulo. Rio de Janeiro. Porto Alegre. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. 1998.br/artigos2.. N. 2005. Literalmente verde: uso da vegetação integrada na tecnologia ambiental do edifício. SITES ACESSADOS AMORIM. In: Para Pensar o Desenvolvimento Sustentável. R. BURSZTYN. -n° 9.shtml>. S. A. 2000. R. pesquisado em 16/11/2007. M. Departamento de Tecnologia da Arquitetura. 2. Trabalho realizado na disciplina AUT 221 – Arquitetura. Arquitetura e Urbanismo _____________________________________________________________________________________________________ .1993.br/conforto/textos/acustica/t3acustica/texto3-1298.29-56.Ecohouse: a casa ambientalmente sustentável. Universidade de São Paulo. C. DEL CARLO.com.idhea.. São Paulo: FAU. Sustentabilidade e o Material Construtivo: Critérios de Escolha de Material Construtivo com Menor Impacto Ambiental.com. 2002. MÜLFARTH. C. ed. Universidade de São Paulo – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo. Estados Unidos da América.pdf. 2002. U. Acessado em 10/10/2007.34 MENDES. IRINO. S. pesquisado em 25/11/2007. Instituto para o Desenvolvimento da Habitação Ecológica . C. Iluminação. RORIZ. 2003. Fevereiro. nº 19. Novembro.) et al. B. THOMAS. Arquitetura de Baixo Impacto Humano e Ambiental. Editado por Philip Gumuchdjian. 1993. 25-34p.. L. ROAF. FAU UFRJ. 2001. Arquitetura e sustentabilidade. C. RODRIGUES. pesquisado em 13/01/2007. textos especiais n º. edição 277. HICKEL.arcoweb. N. Arquitetura e indiferença: Carlos Gonzalez Lobo e a busca de uma arquitetura apropriada. Disponível em http://www. 2005. Maio. pesquisado em 05/12/2007. Bioclimatismo no projeto de arquitetura: dicas de projeto. Agosto.br/debate/debate56.br/tecnologia/tecnologia32. A habitação social pode e deve ser mais do que uma casa.vitruvius. Bioarquitetura: Um olhar em busca da essência. pesquisado em: 25/11/07. in PROJETODESIGN.htm. pesquisado em 26/06/2006.asp.com. O futuro pode ser limpo.asp.35 BARROSO-KRAUSE. pesquisado em 05/12/2007.asp>. Texto especial 073.pdf.anabbrasil. K. Disponível em http://www. 2004. Disponível em http://www. 2004.asp.ufrj. Arquitextos 064. pesquisado em 13/10/2007.cepel.com. Revista Projeto Design.asp.br/apostilas/conforto/apostilacbk20051. A expressão sócio-cultural na imagem da arquitetura do ocidente de finais de séculos XIX e XX.fau.org/art060609. Texto especial 227. CORBIOLI. 328. março.htm>. LIMA. julho. L. 2003. Disponível em http://www.cresesb. pesquisado em 25/11/2007.asp>. Disponível em <http://www. SIQUEIRA.vitruvius. Arquitetura e Urbanismo _____________________________________________________________________________________________________ .1 Disponível em: <http://www. Disponível em: http://www. 2005.br/arquitextos/arq000/esp328. L. ORTIZ. A (in) sustentabilidade na arquitetura. G. abril. MEIRIÑO.com.br/arquitextos/arq000/esp227. Disponível em <http://www. setembro. L. H.com. Disponível em http://www.arcoweb. J.br/arquitextos/arq000/esp243.br/potencial_solar. 2003. Edição 282. Acessado em 10/10/2007.com. Proarq – DTC. F. março.vitruvius. D.com. pesquisado em 22/04/2007.vitruvius.br/arquitextos/arq000/esp073. M. SUNDATA V.