CARGOS DE SANTO (“OYÈ”) São inúmeros os cargos exercidos nos Candomblés.Cada Nação tem seus correspondentes cargos, sendo certo que, embora variem as denominações, na maioria das vezes correspondem ao desempenho das mesmas funções. Muitas vezes, em Casas da mesma Nação, há cargos que não se usam, por razões de tradição própria, ou mesmo por carência do ocupante. Os cargos de santo, são outorgados diretamente pelo Zelador da Casa, pelas Divindades manifestados (geralmente a do próprio Zelador ou daqueles que já contem vários anos de iniciação), ou ainda por vontade dos Orixás revelada através do Oráculo (inclusive o da pessoa que irá receber o oyè). Geralmente os cargos são distribuídos aos filhos de santo que já possuam razoável tempo de iniciação religiosa e de frequência na Casa (ainda que não iniciados naquele próprio Terreiro), dada à responsabilidade intrínseca e ao grau de confiança depositado. É pouco usual, porém não impeditivo, que determinados cargos sejam outorgados a pertencentes de outros candomblés, que embora não frequëntem a Casa, a visitam em diversas ocasiões, devendo estar presentes nos momentos em que tal cargo deverá ser exercido. Isto se dá quase sempre quando os cargos têm caráter honorífico, ou quando a Casa prescinde de outra pessoa capacitada para aquele mister. Citamos o caso de Pejigans, Axoguns, Alabês, Ekedis, etc. Os cargos não são exclusivos dos médiuns de incorporação (“elégùn”, de gùn, montar), podendo ser atribuídos aos “não rodantes”, tais como ogans e ekedis. Cada oyè requer necessariamente uma afinidade entre a função a ser desempenhada e o Orixá daquele que receberá o cargo, devido às atribuições que lhe cabem ou caberão. Nem sempre aquele que receberá o oyè já domina as funções atinentes ao cargo. É preciso que ele possua as condições para tal. Muitas vezes esta avaliação é subjetiva e, como dissemos, caberá ao outorgante, mesmo que os demais não a entendam ou concordem. Normalmente, é após a outorga do cargo, que o exercente será precisamente orientado e instruído para o bom desempenho. Os cargos podem ser renunciados, muito embora isto signifique grande desfeita à Casa e ao Outorgante, bem como podem ser também destituídos dos outorgados. Geralmente a Segunda hipótese ocorre por negligências repetidas do exercente, fazendo com que o próprio outorgante lhe destitua; por sua inexplicada ausência da Casa; ou ainda pela necessidade de ocupação do cargo, quando o exercente precisa se ausentar do Candomblé por muito tempo. Os cargos não são obrigatoriamente vitalícios, podendo ser remanejados entre os filhos de santo (seguindo-se o mesmo critério da outorga) ocasionando que alguns filhos, ao longo dos anos, tenham exercido vários cargos no mesmo Candomblé. Contudo, raramente há “rebaixamento” dos cargos exercidos pelo mesmo filho de santo. Os cargos não são acumulados pela mesma pessoa, mas sim as funções. Por exemplo, a Ìyá kékeré (mãe pequena), por alguma necessidade (inclusive ausência de encarregados específicos) pode vir a exercer as funções da Ìyá efun, e ou da Ìyá gbàsé, sem que com isto detenha os três cargos. Atualmente, face à interseção havida entre as Nações, muitos cargos de origens diversas convivem no mesmo Candomblé, reproduzindo tradições pontuais, mas já perdendo-se a origem histórica, regional e até liturgia. Outro fator complicador para a identificação precisa de cada “oyè”, é a questão gramatical. Devido à dificuldade com as línguas de origem, a correta denominação, tradução e pronúncia dos cargos foi se perdendo no tempo, ou até mesmo modificandose. É importante não confundir o cargo (oyé), com o orunkó, e com o título. Ou seja, o cargo diz respeito à função a ser exercida. Exemplo: Ìyágbasé - a mãe que cozinha. Já o orunkó, é o nome pessoal do Orixá, o qual, em determinadas Casas, passa a ser o nome pelo qual o respectivo iniciado passa a ser chamado. Ex.: Odé Kaiodê – O Caçador Tráz Alegria. O título, diz respeito exclusivamente ao Orixá, à sua bravura, feitos ou características, o que, por muitos é confundido com as qualidades daquele mesmo Orixá. Ex.: Oya Messãn Orun, título de Iansã que a designa como a Mãe dos Nove Espaços Siderais. Muitas vezes o filho de Santo pode exercer um cargo na Casa e ser chamado apenas por seu Orunkó. Ou ainda, na mesma situação, ser chamada exclusivamente pelo cargo que exerce. Registre-se ainda, que no mesmo Candomblé, pode haver aquele que é chamado pelo cargo, enquanto outro, por razões aleatórias, é denominada pelo Orunkó. Não há normas rígidas quanto a isto. Segue elenco de cargos catalogados, listados tal como obtivemos, quer seja, sem o rigor gramatical, nem critério étnico: Abiãn (Abíyán): é o frequentador da Casa enquanto não iniciado na Religião. A – aquele que, bí – que nasce, íyán – com dúvidas; Afikodé (Aficode): posto do quarto de Oxossi; Ajimudá (Àjímúdà): cargo masculino do culto a Omulu; Ajimudá (Àjímúdà): é um cargo do culto a Oyá. Participa e é saudada no ipadê. A – aquela, ji – que acorda, mú – pega, idá – a espada (ou alfange); Ajòiè: Ekedi responsável por vestir e zelar pelas roupas dos Orixás; Akouê (Akòwé): responsável pelas compras; secretária, escritora; Alabá: um dos sacerdotes do culto aos ancestrais; Alabê (Alágbè) ou Ogãnilú (Ògán nílù): é o encarregado dos instrumentos musicais e dos cânticos a serem entoados; Alagadá: Ogan que cuida das ferramentas de Ogun; Alapini: sacerdote do culto aos ancestrais; Aiyabá: cargo feminino. Significa “minha irmã mais velha”. Iaefun (Ìyá Efun): é a mãe que pinta os iniciados com efun. Elemoxó (Elémòsó): posto do quarto de Oxaguiãn. Representa qualidade hierárquica no Candomblé.Apajá (Apájá): é o Ogã que sacrifica cachorro para Ogun. Balogun (Balógún): posto do quarto de Ogun. por isso são chamadas de mães. Aramefá: conselho de Oxossi composto por seis pessoas. Devido a isto. .. são as que cuidam da segurança dos que estão manifestados. Fatumbi: cargo de sacerdote de Ifá. e todas as decorrências disto. Iabassê (Ìyá gbàsè): é a responsável pelas cozinhas de santo e pelas oferendas. dançam com os Santos. Ejitata: cargo masculino do culto a Omulu. Bamboxê: sacerdote do culto a Xangô. Axogum (Àsògún): responsável pelo sacrifício dos animais. Aiyabá Ewe: cargo feminino. Apetebi (Apètèbí): auxiliar do pai-de-santo. Babalaô (Bàbákáwo): sacerdote encarregado da prática do jogo de búzios para conhecer o Orixá e o odú de uma pessoa. Babaojé (Bàbálojé): encarregado do culto aos mortos. Geralmente é um filho de Ogum. é a esposa do pai-desanto. vestem e acordam os Orixás. ainda que não iniciada. pode até fazer consultas oraculares. Iadagãn (Ìyádagan): é a mais velha (no santo) auxiliar direta dos ritos de ipadê. Geralmente é uma cargo dado aos filhos de Oxalá. Apotun (Apótún): cargo masculino do culto a Omulu. Não se manifestam com Orixá. Ebômi (Ègbónmi): título inerente ao iniciado que realiza a obrigação de sete anos de iniciação. Portanto. É quem bate o ejé nas grandes obrigações. Segundo Bastide. Axobá (Ásógbá ou Ásógbánilé): maior cargo masculino do culto a Omulu. Em alguns casos. Apogãn (Apokan): cargo masculino do culto a Omulu. Equedi (Ekedi): são aquelas escolhidas pelos Orixás para servi-los. por ser o efun intimamante ligado ao culto daquele Orixá. É a responsável por rezar as folhas. Possui duas substitutas: otun e osidagan. passa a usufruir de certo prestígio na Casa. Babalossaim (Bàbálósányin) ou Olossaim (Olósányin): é o responsável por conhecer e colher as folhas ritualísticas. Iatemi (Ìyátemí): cargo da Nação Jeje. Iyatojuomò: responsável pelas crianças do axé.”. O termo significa esposa. Iajibonãn (Ìyájíbóna) ou Ajibonãn (Ajíbóna) ou Ojùgbònà): mãe criadeira. Ialatoridé: posto do quarto de Oxalá. merece distinguido respeito. Mayê: mexe com as coisas secretas do axé: ajuda o Zelador no preparo do Adoxu. Iaô (Ìyàwó): é o recém iniciado no culto. Ialaxé (Ìyáláse ou Álásé)): é a que conhece e zela pelo axé. por idade de santo ou de vida. Kaueuêo (Kawéo): posto do quarto de Ossaim. Iaquequerê (Ìyá kékeré): mãe pequena. Iamorô (Ìyámórò): é aquela que dança com a cuia no ritual do ipadê é a que despacha Exú. Ialaxó (Ìyáláso): é a encarregada de costurar e vestir os Orixás. Seu correspondente masculino é o Babaquequerê (Bàbákékeré). Iatebexê (Ìyátebesé): a encarregada de escolher os cantos e de cantar os solos. mas nem toda ìyáláse é uma ìyálórìsà. Ibalé (Ìgbálè) ou Balé (Balè): cargo do culto a Yansãn. Seu correspondente masculino é o Babalorixá (Bàbálórìsà). Ialorixá (Ìyálórìsà): autoridade máxima do Candomblé. assessora do(a) Zelador(ra). fls 234/236). Tal denominação irá acompanhá-lo até os 7 anos de Santo. Kolabá (Kólábá): cargo do quarto de Xangô. Iya Sirrá (Ìyá Síhà): significa seguir em direção a um caminho. É a Segunda na hierarquia da Casa. A jí bí òna (aquela que dá caminho). Iyalabakê: responsável pela alimentação dos iniciados. É ela quem conduz o estandarte de Oxalá. ensinando-lhes os rituais e regras de comportamento. “Toda Ìyálórìsà é uma ìyáláse. Ver “Orun Aye”. É a mãe que prepara e cuida dos atoris de Oxalá. Jobi: cargo sacerdotal. Segundo Beniste. dado às mulheres com mais de 7 anos de iniciação. a quem. mais é utilizado tanto para homens quanto para mulheres. é quem cuida dos iniciados enquanto estão recolhidos. Seu correspondente masculino é o Bàbáégbé. Ianassô (Ìyá nasó): sacerdotisa encarregada do culto a Xangô. É a responsável por carregar o labá (bolsa de couro onde são guardadas as pedras de raio – èdún àrá. .Iaegbé (Ìyá Égbé): conselheira. Ialodê (Ìyá lodè): é a uma respeitável senhora da Casa. 3 5. cada qual com 2 substitutos (Òtún .Obás de Xangô: são consagrados a Xangô e guardiães do seu culto. Ogãn Sojatin: ? Ojú Obá (Ojú oba): é um cargo ligado ao culto de Xangô. Os Ogãns. . Despacha os ebós. Oluô: o olhador do oráculo. São em 12 os principais. Ogalá (Ogalá): cargo do culto a Oxalá. Ològun: Cargo masculino. Ogãn (Ògán): é uma cargo masculino de alguém que não entra e transe. Também são chamados de Pais. 7. Significa os Olhos do Rei. tal como as Equedis. Os ogãns são iniciados (confirmados). da esquerda): Direita: 1 – Abíodún 2 – Ààre 3 – Àróló 4 – Tèlà 5 – Òdòfin 6 – Kakamfò Esquerda: 1 – Ònàsokùn 2 – Aresà 3 – Eléèrìn 4 – Onìíkoyí 5 – Olúgbòn 6 – Sòrun Oburô: alto título da hierarquia do culto. Ojuomin: posto do quarto de Oxum (os olhos das águas). da direita e Òsì. Olopá (Olopá): é o encarregado de sacrificar cachorro para Ogun. não fazem obrigações periódicas de 1. Ojuodé (Ojú Odè): cargo do quarto de Oxossi (os Olhos do Caçador). mas não recebem todos os preceitos de um yawo. ao contrário dos Yawos. 14 e 21 anos. Omolará: posto de confiança. Exu Aflekete: Exu de origem fon que acompanha o Odú Ogbedi. Oloya: Cargo feminino das filhas de Oya. Não podemos aqui falar de um único Axé. Tomeje. O diferente não é errado. pè – e comunica. Não seria ético afirmar que se trata de material de um ou de outro Axé ou querer apontar um único caminho. Tojuomó (Tojúomo): aquela que olha pelas crianças. Sidagan: é a mais nova (no santo) auxiliar dos ritos de ipadê. nosso objetivo é trazer informações a cerca de diversos assuntos. . Por isso indico que procure se certificar destas informações na sua Casa com seus mais velhos. É uma espécie de relações públicas do Barracão. criança. Pejigãn ou Abajigãn (Pejigán): é aquele incumbido de sacrificar os animais atinentes ao Peji ou Cumeeira da Casa. só diferente. presumivelmente correto. Sarepebê (Sárepegbé): transmite as decisões egbê. Ypery: Ogan de Odé Qualidades do Orixa Exú by tomeje Meus irmãos de religião. Despacha os ebós. Podem haver diferenças entre o exposto aqui e aquilo que é feito/dito ou praticado no seu Axé. Rumbono (Humbono): é a primeira pessoa iniciada na Casa. egbé – as coisas da sociedade. Sáre – o que corre. Vodunsi: é o mesmoo que ebômi (seu correspondente no Jeje). Geralmente é uma cargo a alguém de Exú ou Ogum.Olopondá: grande responsabilidade na iniciação. Yarubá: carrega a esteira para o iyawô. comunicando entre os Terreiros as festas e formulando os convites. De oju – olhar. Expressão de origem Jeje. Sobalojú (Sobalóju): posto do quarto de Xangô. omo – filho. Axé. Exu Àgbá: O ancestral. Exu Arerebi Oke: Acompanha o Odú Ogbewórin. Exu Aiyangi Elufé: É um Exu da Terra Dassá. Acompanha o Odú Ireteunfá. Acompanha o Odú Oyekuturá. Exu Ararikoko: Acompanha o Odú Oturawonrin. Exu Akesan: Exerce domínios sobre os comércios. Exu Alagbana: Acompanha o Odú Oturukponbirete. Exu Aluwonan: Este é um Exú muito velho e poderoso. . Exu Agbo: O guardião do sistema divinatório de Orunmila. Exu Ajonan: Tinha seu culto forte na antiga região Ijexá. Exu Awala Boma: Acompanha o Odú Otura Meji. também chamado Kpoli. num pé de seiva. Exu Agomeje: Acompanha o Odú Ogundawónrin. Exu Agabanikpe: Este Exu fica dentro de dois alguidares emborcados. Pai-ancestral (representação coletiva de todos os Exus individuais). É o que fala pelos Jogos de Ifá. Exu Bauwáiye: Acompanha o Odú Oxeyeku. Exu Alamibará: Acompanha o Odú Ogbetuá. Exu Beleke: Acompanha o Odú Ogbetuá.] Exu Arudá: Acompanha o Odú Oxegundá. Exu Axikpelu: Acompanha o Odú Ofunyeku. vermelho e azul escuro. Este Elegbara chegou à Terra ao cair da noite. também é um título dado a Exu pelos Ketu da Bahia – Rei do povo Ketu. é servidor de Segbo Lisa (Obatalá para os fon) e se assenta com uma pedra recolhida numa mata. Exu Betimé: Acompanha o Odú Okanranlobe. Acompanha o Odú Owónrinturá. Exu Ajelé: Este é o Exu de Ogbeyuno que se assenta num jacaré empalhado. . Veste branco. Exu Akpelejo: Guardião do Odú Ejiogbe. princípio de vida individual. Exu Bara: O rei do corpo (obá + ara). epíteto referente a sua antiguidade. traz as respostas dos Orixás ao Bàbáláwo. Exu Alaketu: É o Exu dono do dinheiro. Exu Ariwo: Acompanha o Odú Ogundadio. Dentro destas atribuições de cobrança espiritual e material encontra-se sempre a chance de todos se arrependerem. Exu Gogo: Este caminho de Exu *Divino Executor*. Quanto tu estas pedindo para o Divino Mensageiro do Pleno Pagamento? O Divino Mensageiro do Pleno Pagamento. Exu Elérú: Senhor do transporte do Carrego (Erú). Veste preto e vermelho. Exu Enú-Gbárijo: Explicitador de mensagens. é ele quem carrega o dendê na peneira. Exu Eledu: Estabelece seu poder sobre as cinzas. aquele que fala e traz as respostas nas consultas ao Oráculo. Acompanha o Odú Oyeko-Meji. Exu Gbaketa: O terceiro elemento. AXÉ. nessa forma Exu passa a falar em nome de todos os Orixás. ORI MI MA JE NKO O. Aquilo que costumamos chamar lei do retomo é exatamente a função do exu Gogó fazer este retorno acontecer: O bem recompensado com o bem. o mal recompensado com o mal. o Pai do Mistério. Exu Elegbára: Senhor do poder. carvão e tudo que foi petrificado. faz alusão ao domínios do Orixá e ao sistema divinatório. Quando isto não acontece numa vida. Exu Emere: Este Exu chegou a Terra acompanhado pelo Odú Ogbeyeku. o portador e mensageiro. poderá ser resgatado numa próxima encarnação. pagarem por seus erros e tomarem um outro ritmo de vida. Que assim seja. EX Ú GOGO O. e por Oxumarê. Divino Mensageiro do Pleno Pagamento guie minha cabeça para o reto caminho. Tradução: Divino Mensageiro do Pleno Pagamento guie minha cabeça para o pleno caminho.Exu Elebó ou Eleru: É o senhor das oferendas. Exu Ikoto: Faz referência ao elemento ikoto que é usado nos assentos esse objeto lembra o movimento que Exu faz quando se move do jeito de um furacão. Exu Gogó conhece todas as nossas reencarnações estende sua ação através destes diversos ciclos encarnatórios. É conhecido também como o Exu responsável peta recompensa divina a todos os atos dos seres humanos (e também dos seres espirituais). está pedindo por um centavo. Exu Elu: Regula o crescimento dos seres diferenciados. Exu Gbodé: Este é o Exu que acompanha Egun. . EB LOWO RE GOGO? O OKAN LOWO EX Ú GOG Ó BABA AWO. OR Í MA JE NKO O. Oriki: EXÚ GOG Ó O. É sempre o primeiro a ser invocado. Exu Enúgbanijo: É o dono da boca. é o dono do dendê. . Exu Maleke: Tinha seu culto forte na antiga região Ijexá. Usa vermelho. Exu do Lodo: Senhor dos rios. função delicada dado a conflitos de elementos. Exu Katero: Exu que acompanha o Odú Ogbesá. preto e azul arroxeado. também para outros orixás. bo=guardião. Não deve beber cachaça e nem dendê. Exu Obá: É o Rei de todos os Exus. sendo um do sexo masculino e o outro do sexo feminino. Acompanha o Odú Ofungundá. Tem muitos filhos. tende ao masculino simbolizando virilidade e procriação. Exu Madubela: Elegba de duas caras que é talhado no cedro e assentado sobre um otá. Exu Larufá: Este Exu é assentado num boneco com dois corpos unidos pelas costas. Exu Laróyè: É astuto e gosta de provocar brigas. Traz os clientes e a fartura. Acompanha o Odú Oyekuiwori. Exu Marimaye: Acompanha o Odú Oyekuturupon. Exu Loko: Por ser assexuado. Exu Mabinú: Acompanha o Odú Ikaiwori. Veste-se de branco. Exu Obakere: Acompanha o Odú Ogbetuá. Acompanha o Odú Ogbetrupon. Ambos têm que ter os órgãos sexuais muito bem definidos. não confundi-lo com seu Marabô da religião Umbandista. Exu Nangbe: Acompanha o Odú Oxerosun. Exu Obasin-Layê: Este Exu é escravo de Oduduwa e vive dentro de uma cabaça que se coloca dentro de um alguidar. Ra=envolver. Exu Mowani: Acompanha o Odú Owónriowori. Vem. Exu Obaranke: Acompanha o Odú Ogbeate. Exu Marabo: Aspecto de Exu onde cumpre o papel de protetor Ma=verdadeiramente. Acompanha o Odú Oyekubefun.Exu Itokí: Este Exu veio à Terra na companhia de Nanã. Exu Lalu: Acompanha o Odú Ogbetuá. Exu Lona: É o Exu das porteira dos barracões. Exu Ní: Exu que possui duas caras. Exu Laboni: Exu que toca a porta dos Orixás. Exu Lalu: Exu dos caminhos de Oxalá. vigiando os caminhos. Também chamado de Barabo= esu da proteção. para os ambientes ritualísticos estabelecidos ao ar livre. aquele que guia (mostra o caminho. Exu Olojo: Acompanha o Odú Oturagundá. é ele que separa as frações de substâncias para formar outros seres. Existem algumas palavras de grande axé usadas nos rituais sagrados que muitas vezes não se conhece a tradução. além de evocar o exu do nosso caminho pessoal será necessário pedir a Exu Opin que aceite uma oferenda para consagrar o lugar. não gosta de bebida alcoólica. Oriki: Exu Oro ma ni ko. Exu Oduso: Quando faz a função de guardião do jogo de búzios. Sempre pedindo a exu Opin para sacralizar o ambiente. Axé Tradução: . gosta de branco. sempre procurando os profanadores de oferendas postas.Exu Odara: Invocado no ritual do padê. Exu Oro Tohun tire site. e deve haver uma separação bem nítida entre este espaço e o espaço livre para a circulação. seu fundamento reza que não pode ser comprado nem ganhado e sim achado por acaso. Isto é válido. sua cor é o azul arroxeado. e somente ele pode dar a autorização necessária para entrarmos nestes mistérios. é aconselhável colocá-lo sobre uma esteira e. Providencia a comida e a bebida a todos. aprecia mel e vinho. um assentamento dentro de casa. Exu Opin: É o Exu que deve ser evocado sempre que queremos estabelecer um local como sagrado. Exu Ori Omonifá: Acompanha o Odú Iwori Meji. Exu Olobé: Este Exu é o dono das facas. Ele é quem dá para os sacerdotes e sacerdotisas o poder de acionar as forças espirituais através das evocações sagradas: preces. é benéfico. Exu Oloni Iyumi: É aquele que vive dentro do jacaré sagrado. Exu Oro Ohun Otohun ni ima wa kiri. cânticos. acionando o poder para transformar nossas vidas. Exu Ojìse-ebo: Encarregado e transportador das oferendas. Elas funcionam como códigos para abrir certos portais do mundo Invisível (Orun). Fazem-se uma construção qualquer e nela queremos instalar os nossos assentamentos de Orixás. sacrificador da sociedade das Yámí Àjé. também. anda pelas madrugadas. Pertence ao Odú Ogbeyonu. mas usa vermelho e preto. se possível cercar em volta com uma outra esteira. a maioria dos terreiros o tem. É ele quem nos dá a fortuna. encantações. Exu Onan: Referencia aos bons caminhos. Exu Oro ma ja ko. mensageiro. Exu Oguiri Oko: Ligado aos caçadores e ao culto de Orunmila Ifá. não importa a localização ou tamanho. Ele é o axogun e sacerdote. A partir daquele local deve passar a ser usado exclusivamente para fins religiosos. É ele quem faz a demarcação dos limites que separam o espaço sacralizado do espaço comum. Exu Oro: é o responsável pela transmissão do poder através da fala. No caso de se colocar. Muito semelhante a Ogum Xoroque. Somente Exu Oro conhece estes segredos. por exemplo. vai na frente). Exu Yangi (Também chamado de Igbáketa Baraketu obá): É o mais velho. sociedade de negados. malentendidos. vinculo familiar. etc… Oriki de Exu WARA: Qualidades do Orixa Ogum by tomeje Meus irmãos de religião. Exu Xiki: Exu que acompanha o Odú Ogbesá. Divino Mensageiro do Poder da Palavra não me cause confronto. simbolizado pelo egan. sem possibilidades de atrito. É o dono do poder dinâmico. Dele é o caracol africano. . Carrega padoiyran. Come bichos machos e fêmeas. Exu Tiriri: Acompanha Ogum pelas estradas. todos os tipos de relacionamentos só possuem um estado de plena compreensão. Exu Woro: Vem da cidade com o mesmo nome. para que tudo possa ocorrer sempre na mais perfeita ordem. fazer-lhe uma oferenda de apaziguamento. Pedra vermelha de laterita. Usa vermelho ou todas as cores. O Divino Mensageiro do Poder da Palavra tem uma voz que ressoa por todo o Universo. casamento. Esta sempre nas porteiras e caminhos. primeira plataforma existente – água + terra. Está ligado tanto ao ancestral masculino como ao feminino. Que assim seja (axé). Sempre que se planeja estabelecer um novo vinculo é aconselhável consular Exu Wara e. Conta um Itan que este Exu foi dividido em diversas partes dando origem a outros Exus. Ou seja: amizade. harmonia e verdadeira colaboração quando aprovados por EXU WARA. cabaça da existência que contém a força de se propagar. de preferência. Companheiro inseparável de Ogum a ponto de serem confundidos. Exu Ygelu: Associado ao wàjí. confusão. nosso objetivo é trazer informações a cerca de diversos assuntos. Possui grande força e domina a magia.O Divino Mensageiro do Poder da Palavra causa confronto. Veste azul arroxeado e as vezes o preto. Exu Wara: Ele é o Exu que controla os relacionamentos Interpessoais. companheirismo de trabalho. Exu diretamente responsável pelo ataque noturno em sonhos e causador de mortes nesse estado. do processo de multiplicação dos seres. veste branco. a primeira forma a surgir no mundo. O Divino Mensageiro do Poder da Palavra tem a voz do poder. É associado ao fogo e representa a força. Exu Yná: É invocado no ritual do padê. fraternidade religiosa… Enfim. pelo pássaro e pelo ikodidé. que representa o fruto da terra e por extensão o mistério oculto da vida e da multiplicação. vermelho e o azul escuro. pena vermelha do papagaio odidé. Exu Sigidi: Provocador de brigas. como Ogunjá. só diferente. era empreendedor. Ajàká é um tipo particularmente agressivo de Ogum. mas de uma tonalidade diferente. ligado à morte e aos antepassados. protetor seguro. Guerreiro impulsivo é o cortador de cabeças. Representam um tipo mais velho de Ogum. entusiasta. Mas tem temperamento rabugento. Ogum Ogunjá: É um Ogum. e é um guia seguro. é como ele um protetor seguro. Ogum Meje: É o mais velho de todos. Não seria ético afirmar que se trata de material de um ou de outro Axé ou querer apontar um único caminho. presumivelmente correto. Ire = aldeia). Dizem que acompanha Ogunté. seco e voluntarioso. severos. e muito ligado a mãe. Seu temperamento solitário assemelha ao de Oxossi. Ogum Meme: Veste-se igualmente de verde e usa contas verdes. velho solteirão rabugento. Podem haver diferenças entre o exposto aqui e aquilo que é feito/dito ou praticado no seu Axé. segundo os antigos é um aspecto benéfico do orixá quando assim ele se apresenta. sanguinário. é um tipo fanático. Por isso indico que procure se certificar destas informações na sua Casa com seus mais velhos. exigente e rabugento. Ogum Popo: Seria o nome de Ogum quando foi a terra dos Geges. Ogum Oniré: É o título do filho do Ogum que reinou sobre Iré (Oni = senhor. originário de Ketu. particularmente combativo. irascível e prepotente. e marido de Yemanjá Ogunté e pai do caçador Ogum Akoro. Ogum Akoró: É o irmão de Oxossi. Tomeje. ciente de seus deveres como de seus direitos. amigo fiel. Oniré é um Ogum antigo que desapareceu debaixo da terra. conhecedor dos caminhos. orgulhoso. Amigo do cachorro que lhe é consagrado em oferendas. solitário. arrebatado. lembrando sua realização em conquistar a sétima aldeia que se chamava Ire (Meje Ire) deixando em seu lugar seu filho Adahunsi. que em princípio se veste de vermelho. Ogum Lebede (Alagbede): É o Ogum dos ferreiros. Usa também contas verdes. que “não brincam em serviço”. muito impaciente. Filho de Ogunté. ligado a floresta. . um militar acostumado a dar ordens e a ser obedecido. cheio de iniciativa. Teria sido rei de Òyó e irmão de Xango. primeiro filho de Odúduwà. dos animais. Akoró é um tipo de Ogum jovem e dinâmico. veste-se de verde escuro e usa contas verdes. mas acalma-se rapidamente. um de seus mitos o liga a Oxaguian e Yemanjá quanto a sua origem e como ele ajudou Oxalá em seu reino fazendo ambos um trato. Ogum Ajàká: É o “verdadeiro Ogum guerreiro”. como indica seu nome. Axé. Ogum Olode: É o Ogum chefe dos caçadores. Não come galo por ser um animal doméstico. qualidade benéfica de Ogum invocada no pàdé. não pensa antes de agir. trabalhadores conscienciosos. o dono de Iré. a raiz dos outros. Ogum Massa: Um dos nomes bastante comum do Orixá.Não podemos aqui falar de um único Axé. Amigo do mato. O diferente não é errado. Ogum completo. suscetível e manhoso. É invocado no Pade. pois Erinle ou Inlpçe é um orixá do rio do mesmo nome. agitado. instável. Oxossi Dana Dana: Literalmente. aquele que mata animal (a caça). possui condição extrovertida. Segundo os antigos a louvação patakori não lhe cabe. às vezes e ai é representado por uma enguia.Ogum Xoroke: Usa contas de um azul escuro que se aproxima do roxo do colar de Exu. Oxumarê e Oyá. Suas contas são azul claro. o caçador acendeu o fogo. É tão amado que Oxaguiam usa em suas contas um azul claro de seu filho. Jovem e romântico. É muito confundido no Brasil. Veste azul claro. Ogum Wori (Warri. suscetível. Ele mora nas profundezas das matas. dado da feitiçaria. Veste-se de branco em homenagem a seu pai. Veste-se de azul claro e tiras vermelhas. aos antepassados. Seu assento é completamente diferente dos demais Oxossis. Come com Ogum e Oxum. Ossanhe. Ode Otin se apresenta como seu filho. quando termina a sua caçada ele acende o fogo para cozinhá-la e preparar sua refeição. Tem fundamento com Oxumarê e Ossanhe. ao invés de agradá-lo ele se aborrece. ligado ao màriwò. vive mirando-se nas águas. Ele é o dono da fartura. Asão seu amigo e Jobis seu ajudante. Tem fundamento com Oxalá e Oxum. Encontra-se seus mitos no odu Okaran-Ogbe e Odi-Obara.Tem uma filha chamada Aguta que às vezes se apresenta como irmã ou como filha sendo sua mãe Ainan. autoritário o espírito dogmático. Um de seus mitos narram que ele ficou momentaneamente cego. Usa chapéu com plumas brancas e azuis claro. papagaio e arara. . tiram-se as penas e se solta o bicho. Muitas de suas comidas são oferecidas cruas. Ibojuto é a sua própria reencarnação representado pelo bastão que vai em seu assentamento e tem a mesma importância do Ofa de Oxossi. Oxossi Inle ou Erinle: É o filho querido de Oxaguiam e Yemanjá. Ainda temos Boiko como seu guardião. Come com seu pai e sua mãe (todos os bichos) e tem fundamento com Ogunjá. No Brasil o ligam a Oxum e a Yemanjá pois segundo sua lenda é pela boca dela que ele fala. Um verdadeiro rei de Ketu. É ele o Orixá que entra na mata da morte e sai sem temer Egun e a própria morte. É um dos mais belos tipos de Oxossi. Se apresenta muitas vezes com forças destrutivas e violentas. ou wori: Yorübá): É um Ogum perigoso. apreciando sua beleza. o rio Erinle que corta a região de Ilobu na Nigéria. Qualidades do Orixa Oxossi by tomeje Oxossi Oxossi Akuereran ou Akúeran (Ode ókúeran): O caçador. o pássaro os representam. seu irmão e amigo íntimo. Seus bichos são: Pavão. seu culto antecede o de Ossain. ke= mais alto). Veste azul claro. Erinle é um orixá andrógino e considerado o mais belo dos caçadores. Oxossi Gongobila: É um Oxossi jovem. Tem temperamento difícil. As pessoas dele são muito antipáticas. Sua esposa é Abatan pois é considerado médico e ela enfermeira. gosta de namorar.Tem fundamento com Exu. aprecia a carne de veado e é ágil na arte de caçar. “Xoroke é um Ogum que tende a confundir-se com Exu (soro = falar. Oxossi Arolé: Propicia a caça abundante. Há um Itan que diz que Yemanjá passeava pelas matas quando avistou de longe o pequeno Logun Edé . caindo metade nas águas e a outra metade no mato. passou a se embrenhar pelos rios e cachoeiras se tornando junto dela um ótimo pescador… Assim o desejo de Yemanjá se realizou. Come com Ossanhe e vive muito escondido dentro das matas. mais na hora de jogar na cachoeira. O sábio lhe disse que a criança era mágica e encantada. usa capangas e braceletes. um só encanto! Oxossi Karo: Um dos caçadores que também moram as margens de um rio é irmão de Iguidinile. e por isso ninguém nunca sabia quem era quem. Yemanjá deu a luz a um casal de gêmeos. a priori. E passando– se 9 meses. muitos de seus fundamentos estão extintos. exercem as mesmas forças e funções. acabando com os rios e animais. sendo de Oxossi o seu principal apetrecho”. Assenta-se Koifé faz-se Ybo. leva na mão uma espada e uma lança. Come com Oxum e Oxalá. Oxum se vestia como Odé. dizendo que queria ter um filho que fosse tão belo quanto ele. O posto de asogun. Suas contas são azuis claras. pois. Oxum Karê ao invés de ficar lá com as mulheres preparando a colheita e a lenha. pois Orunmila lhe deu dois encantos caçadores das águas! Até hoje muitos acreditam que certa vez houve uma grande seca. mais quando necessário tornam– se uma só força. passá-lo no ventre e logo após jogar nas águas. Usa um capacete que lhe cobre todo o rosto. por isso ambos levam o ofá (arco e flecha). esse caçador inclusive é o verdadeiro proprietário dos chifres tão importantes no culto. passou o obi em seu ventre. Em sua aldeia. Odé ao invés de caçar apenas nas matas com os outros. O nome Ibain é de um outro caçador homenageado nos cânticos de Ologun. Seus eleitos ficam um ano recolhidos. ela ia para as longas caçadas com seu irmão e com os demais caçadores de sua aldeia. que o dividiu ao meio. Oba L`Oge é um outro nome para esse orixá. Oxossi Ofà: Não é qualidade. são apenas nomes tirados de cânticos. trinta dias após. faz-se toda a matança. tomando todos os dias o banho das folhas. uma só magia. Gosta de pentear-se. . gun = guerra.Oxossi Kare: É ligado as águas e a Oxum. de perfume e de acarajé. Foi até Orunmila. Não há qualidades de Logun como acreditam alguns tais como locibain. Oxossi Olo: (Olo = Senhor. Orunmila lhe disse que ela deveria pegar um obi. ela atirou errado e o obi caiu em cima de uma pedra. E assim a rainha do mar foi até as águas mais belas e límpidas. sozinho. Da mesma forma Yemanjá estava enlouquecida querendo ter um filho com tal encanto. juntando assim o obi novamente… Por isso os filhos de Karê são doces como Oxum e destemidos como Oxossi. Veste vermelho. “o arco e a flecha do caçador. etc. Bom caçador mora sempre perto das fontes. ou seja. significa. É da região de Ijexá. É filho de um outro caçador chamado Erinle tendo como mãe Oxum Iponda. pois.lhes o nome de Oxum Karê e Odé Karê. aliás aro quer dizer tanta coisa menos nome de orixá. aro aro. por que são orixás individuais. e Odé como Oxum.. o príncipe coroado. pois era fruto da união e do amor de seus pais. Aprenderam a arte da caça. Ede = um lugar na África). Usa azul e um Banté dourado. surge desse mito que o liga a Ogum companheiro de seu pai. quando estava na temporada de caça. Possui outros nomes como Omo Alade. e por tamanha tristeza os Karê’s tornaram-se um só. porém os dois não se dão bem. As crianças cresceram travessas. e deu. Oxossi Mutalambo: Tem fundamento com Exu. Ela ficou por horas admirando a beleza do pequenino. Ynle ou Oxum Karê. Oxossi Koifé: Não se faz no Brasil e na África. e ambos eram tão belos e encantados como Logun Edé. Apaixonado por Oxum e vendo-a no fundo do rio. ferindo-o com um tiro certeiro no peito. Há um templo com esse nome na África fazendo alusão ao seu fundador. as acha chatas. Usa azul claro e o vermelho.Oxossi Ologunede: O chefe de guerra de Ede. Conta um mito que Ybualamo é o verdadeiro pai de Logunedé. usa arco e flecha e os chifres do touro selvagem. ele atirou-se nas águas mais profundas em busca do seu amor. Oxossi Tókúeran: O caçador é quem mata a caça. Não leva desaforos e castiga seus filhos quando desobedecido. Oxossi Ybualamo: É velho e caçador. seu culto é ligado. mas. Título que Oxossi recebeu ao matar o pássaro de Ìyámi Eléye. é um oríkì que significa o caçador que só tem uma flecha . Ele não precisa de mais nenhuma flecha porque jamais erra o alvo. assenta-se ele e faz-se Airá ou Oxum Karê. pois o mel é um dos elementos fabricado pelas abelhas. Come com Oxalá e Xangô pois. Oxossi Wawa: Vem da origem dos Orixás caçadores. Aliás há vários templos mas todos são de um orixá. ligado as folhas e a Ossanhe. também as Ìyámi Eléye. Oxossi Oseewe ou Ygbo: É o senhor da floresta. são vaidosas e fracas. solteirão e não gosta das mulheres. pois. aquele que exímio atirador de flechas. roupas de couro de leopardo e bode. Veste-se de azul e branco. Usa um capacete feito de palha da costa e um saiote de palha da costa. é èèwò (proibição) para Oxossi . 26 2011 . Por essa razão é que ele não recebe mel. Está extinto. Os demais erraram o alvo tantas vezes quantas flechas possuíam. Veste azul claro e usa capacete quase tampando o seu rosto. a pantera. como suas contas. com quem vive nas matas. Oxossi com apenas uma flecha foi o único que acertou o pássaro de Ìyámi. leva capangas. é que se dá para Oxossi o peito inteiro das aves. austero. conta azul. Então. diretamente. portanto acima do orixá foi um dos companheiros de Odudua em sua chegada na terra segundo sua mitologia. vive na companhia dele. Não fazendo parte do rol dos caçadores que possuíam várias flechas. mas. Por essa razão também. como reminiscência desse itan. Tem que se dar comida a Ogum. é predicado que se diz de Oxossi. Come com Omolu Azoani. Oxossi Oregbeule: É um Irunmale. dizem que ele fez sua morada debaixo da gameleira. É muito manhoso e não tem caráter fácil. É muito severo. falam demais. É considerado como rei na África. diz-se da atuação do caçador. Sua vestimenta é azul celeste. Oxossi Otókan Sósó: Não é qualidade. título ganho quando seu pai entregou-o aos cuidados de Ogum. pois. Oxossi Wale: É velho e usa contas azuis escuro. Muito valente este sempre pronto a sacar sua arma quando provocado. caçando e lutando. que são tidas como animais pertencentes a Oxum. Come nas águas mais profundas. Oxossi era aquele que só tinha uma flecha. Oxossi Otyn: Guerreiro e muito parecido com seu irmão. Oxossi Táfà-táfà: O caçador arqueiro. Come com Exu e Ogum. Orixá Ocô. outro ganhou o mar. Era a varíola. dividindo todos os poderes entre eles. Aepidemia foi vencida. Seu poder era infinito. a não ser a peste. nosso objetivo é trazer informações a cerca de diversos assuntos. só ele sabia os segredos das doenças. O diferente não é errado. fazia sacrifícios para todos o orixás. Não seria ético afirmar que se trata de material de um ou de outro Axé ou querer apontar um único caminho. A varíola não poupava ninguém. Tinha sido essa sua única herança. Disse aos seus filhos que se reunissem e que eles mesmos repartissem entre si as riquezas do mundo. Tudo foi distribuído entre eles. Xapanã e os outros orixás deveriam dividir os poderes e mistérios sobre as coisas na Terra. já não havia espaço nos cemitérios para tantos mortos. o arco-íris. Orunmilá mandou fazer oferendas para Xapanã. só diferente. Foi procurar Orunmilá. foi a peste. Ao voltar. Ogum. um dia decidiu distribuir seus bens. Cidades. os demais se reuniram e fizeram a partilha. Xapanã fez sacrifícios e aguardou. para que seu enjeitado poder fosse maior que o do outros. os rios. A única coisa que sobrou sem dono. O povo. Todos pediram proteção a Xapanã e sacrifícios foram realizados em sua homenagem. O povo foi consultar Orunmilá para saber o que fazer. Axé. que ninguém quisera. mas nenhum deles podia ajudar. não deixando nada de valor pra Xapanâ. era uma mortandade. Só Xapanã poderia ajudá-los a conter a varíola. que lhe ensinou a fazer sacrifícios. Tomeje. Um ficou com o trovão. Num dia em que Xapanã estava ausente.Lendas de Obaluaye by tomeje Meus irmãos de religião. desesperado. Lendas de Obaluaye Xapanã ganha o segredo da peste na partilha dos poderes Olodumare. Exu. desprezada. Não podemos aqui falar de um único Axé. Ele explicou que a epidemia acontecia porque Xapanã estava revoltado. Escolheram o ouro. o raio. Um dia. presumivelmente correto. nada encontrou Xapanã para si. Xapanã então era respeitado por todos. mas não se conformou com o golpe dos irmãos. Podem haver diferenças entre o exposto aqui e aquilo que é feito/dito ou praticado no seu Axé. Xapanã guardou a peste para si. cada riqueza com o seu mistério. os campos cultivados. Xangô. o maior de todos os poderes. . o outro recebeu as matas. outro quis os metais. Por isso indico que procure se certificar destas informações na sua Casa com seus mais velhos. cada coisa com seus segredos. pois só ele tinha o poder sobre as pestes. uma doença muito contagiosa começou a espalhar-se pelo mundo. levaram a chuva. por ter sido passado para trás pelos irmãos. vilas e povoados ficavam vazios. Ela pensou: “Se eu dei a ele a cura. assim o fizeram. ele recomendou que fizessem oferendas. Obaluaê recebeu nas terras mahis o nome de Sapatá. ou Jeholu. Tanta discórdia provocou seu nome. não posso deixar que seja sempre um homem pobre”. ele era um homem poderoso. pipocas acalmam Obaluaê. poderia da a ele. mas infelizmente provocaram desentendimentos entre elas e os reis do Daomé. em represália. Iemanjá recolheu Omulu e o lavou com a água do mar. . as marcas feias da varíola. assim o fez e em pouco tempo o país tornou-se próspero e rico. o sal da água secou sua feridas. os poupou declamou que a partir daquele dia viveria naquele reino. Mas continuava sendo um homem pobre. muitos reis daomeanos morreram de varíola. ao vê-lo doente. satisfeito com a sujeição daquele povo. senhor das Terras. inhame pilado. Esses diferentes nomes foram adotados por famílias importantes.Mitologia dos Orixás – Reginaldo Prandi – 2001 Obaluaê conquista Daomé Um dia Obaluaê saiu com seus guerreiros. andava pelas aldeias e por onde passava deixava um rastro ora de cura. com muita pipoca. senhor das pérolas. no Daomé. Omulu tornou-se um homem vigoroso. a saúde. Obaluaê era conhecido como um guerreiro sanguinário. ia em direção à terra dos mahis. coberto de chagas. Iemanjá não se conformava com a pobreza do filho adotivo. e com ela ele escondia as marcas de suas doenças. Muitas vezes as famílias de Sapatá foram expulsas do reino e. quando estes se opunham a seus desejos. atingindo a todos com as pestes. abandonou-o numa gruta perto da praia. dendê e todas as comidas de que o guerreiro gostasse. Iemanjá confeccionou para ele uma roupa toda de ráfia. quando souberam de sua chegada. ora de saúde. mesmo assim era preferível chamálo de Ainon. Os habitantes do lugar. que hoje ninguém sabe mais qual o melhor nome para se chamar Obaluaê Omulu ganha pérolas de Iemanjá Omulu foi salvo por Iemanjá quando sua mãe. “Totô hum! Totô hum! Atotô! Atotô!” “Respeito! Silêncio!” Obaluaê. Ficou imaginando quais riquezas. purulento. Nanã Burucu. ora de doença. disse que seria aconselhável que todos se prostrassem diante dele. mas ainda carregava as cicatrizes. foram em busca de ajuda de um adivinho. Veste amarelo e preto. por baixo de sua roupa de ráfia. os caramujos. contagiante. só diferente. de quem é companheiro. as conchas. Iemanjá resolveu então ver suas jóias tinha algumas. Por isso indico que procure se certificar destas informações na sua Casa com seus mais velhos. Omulu ostenta colares e mais colares de pérola. o Senhor das Pérolas”. infeccioso. vestia-se de espuma. e ela dera tudo a Iemanjá. Todas as plantas trepadeiras pertencem-lhe. Tem caminhos com Oxumarê e Oyá. enfeitando seu corpo marcado de chagas. Oxumarê ou Bessen): . Não seria ético afirmar que se trata de material de um ou de outro Axé ou querer apontar um único caminho. presumivelmente correto. Axé. dança curvado. ela adorava-se com o reflexo de Oxu. Por isso as pérolas pertencem a Omulu. dança cavando a terra com Intoto para depositar os corpos que lhe pertencem. tinha os peixes. Serás assim chamado de Jeholu. Podem haver diferenças entre o exposto aqui e aquilo que é feito/dito ou praticado no seu Axé. que as ostras fabricavam para ela. Olocum. veste a estopa e carrega duas bolsas de onde tira as doenças. ela enfeitava-se com água do mar. és tu quem cuidas das pérolas do mar. Iemanjá. muito contente com sua lembrança. belíssimos colares. Mas Iemanjá tinha uma grande riqueza e essa riqueza eram as pérolas. nosso objetivo é trazer informações a cerca de diversos assuntos. os polvos. Tomeje. a Lua.Iemanjá era a dona da pesca. Não podemos aqui falar de um único Axé. tudo aquilo que dava vida ao oceano pertencia a sua mãe. O diferente não é errado. mas enfeitava-se mesmo era com algas. chamou Omulu e lhe disse: “De hoje em diante. os corais. Omolu Afoman. Notas bibliográficas Mitologia dos Orixás – Reginaldo Prandi – 2001 26 2011 Qualidades do Orixá Omolú by tomeje Meus irmãos de religião. Akavan ou Kavungo: (ligação com Exu) afomo. Qualidades do Orixá Omolú Omolu Afenan: É velho. Omolu Ahosuji ou Segí (Ligação com Yemanjá. Seu assentamento é feito no barro vermelho. Ayrá. Omolu Intoto: Suas contas são vermelho e preto. Exu e Oxalufan. Tem caminhos com Oxalá. Come tatu na praia. forma. (Oluaquele que. Compostos de duas partes o “Filá” e o “Azé”. em folhas de bananeira ou mamona. É um orixá cultuado em seu assentamento e não vira na cabeça de ninguém. e de nação para nação. por baixo desta saia vai um Xokotô. Omolu Arawe ou Arapaná (ligação com Oyá): Omolu Arinwarun (wariwaru): Título de Xapanan. em outros. no Brasil. também chamado “cauçulú”. É o único que come Igbin (Caracol). É jovem e guerreiro. uma tira de Igbosu (pano africano) onde são costurados cauris esó. come a carne e destrói os ossos.Omolu Ajunsun: É extrovertido. Ossain): Omolu Azoani: É jovem. Azonsu. Este orixá é Abìkú. Sua festa anual é o Olubajé. no punho esquerdo. Omolu Jagu Jagun ou Ajagun: Em seu assentamento leva uma estatuazinha com olhos. carneiro. carne de porco. Ao vestir-se com ìko e cauris. duas muletas pequenas de cedro. tem caminhos com Ogunjá. nome e culto na África é . pois representa o fundo da terra. na Nigéria os Owo Érindínlogun adoram Obaluaiê e usam. Omolu Jagun Agbagba (ligação com Oyá):Provisoriamente sem dados inerentes a este caminho do Orixá Omolu. Omolu Azunsun. É o verdadeiro dono do cuscuzeiro. Oxaguian. peixe de rio de couro. O Iyàwó é feito de Oxum ou Azoani. portanto não se raspa. leva 9 olhos de boi. suas lanças são sete sendo uma maior que as outras. ba-aceita. jé-comer. Não come feijão preto. Dá-se comida a terra. Oyá e Ikú. seus “filhos” devidamente “incorporados” e paramentados oferecem as mesmas aos convidados/assistentes desta festa. veste preto e branco. no meio leva uma bandeira de aço e na outra um tridente. principalmente em ritos ligados à morte e o sobrenatural. leva na mão uma lança chamada okó. caranguejo. Possui ligação com Oxalá e Oxumarê. jaca… Tido como filho de Nanã. Sua vestimenta é feita de ìko. come miúdos de boi no azeite doce. sua origem. espécie de calça. vindo de dentro de uma bacia com 9 pratinhos brancos de barro. Seu cuscuzeiro leva uma seta só. a primeira parte. ou ainda aquele-que-come). É cultuado no dia 17 de dezembro. a “palha da costa”. acrescido de palhas em toda sua volta. tem dois kelês. seu asó-ìko (roupa de palha) é uma saia de palha da costa que vai até os pés em alguns casos. Come com Ewá. que passam da cintura. o Azé. preto e branco. Tem caminhos com Iroko. em que oculta o mistério da morte e do renascimento. elemento de grande significado ritualístico. Oxumarê. são feitas oferendas e são servidas suas comidas votivas. é uma fibra de ráfia extraída do Igí-Ògòrò. um de búzios e outro de miçangas. na perna esquerda leva uma pulseira de aço. sua presença indica que algo deve ficar oculto. onde supostamente carrega seus remédios. pipoca. Antigamente recebia sacrifícios humanos por se tratar de um orixá antropófago. tem fundamentos com Ogum e Oxalá. Omolu Obàluáyê: É o rei da terra. as estações do ano e ao culto da terra. Suas quizilas (proibições) mudam de casa para casa. Veste vermelho. revela sua importância e ligação com a morte. Yemanjá e Oyá. a de cima que cobre a cabeça é uma espécie de capuz trançado de palha da costa. Seus assentos são cultuados ao lado de Nanã e Yemanjá. Nesta vestimenta acompanha algumas cabaças penduradas. acima dos joelhos. Ajansu ou Ajunsu: É ligado ao tempo. Omolu Avimaje ou Ajiuziun (ligação com Nana. Omolu Sapona. do . divindade feminina por excelência. recebera o fetiche Moru. Omoluem keto e Abeokutá. preto e vermelho. Seu caqueiro é tampado e não se abre nunca. ela cria os filhos que esta última abandona. e põe-se as garras. Usa contas brancas e pretas. onde o rei Oba Sereju. Come com Exu e tem fundamento nas encruzilhadas. como outras versões míticas. Sapata é sua versão fon. coloca-se mel na boca. um no pescoço e um na perna esquerda (duas argolas de aço). dança com garras na mão. Tem caminhos com Oxossi e é o deus da varíola e das doenças de pele. também em Fita próximo de Pahougnan. é proibido falar seu nome. essa variação de nomes é de conformidade com a região. e obtém dele que afaste a peste do reino de Sàngó. Omolu Possun ou Posuru: É o mesmo Azunsun do Gege. mas ela também aparece.Leva dois kelês. como mulher deste último. Omolu Savalu ou Sapekó (ligação com Nana): Omolu Tetu ou Etetu: É jovem e guerreiro. onde pode se ver uma lança (oko Omolu) cravada na terra. Come cágado e tatu. colocadas na folha de mamona e levadas com uma vela para o campo. confundido até com Nanã Buruku. na qualidade de co-esposa de Òsòsi com Yasan.bastante variado. Na África quando se fala seu nome. mulher volúvel. razão pela qual. o deus da caça resolve ir viver sozinho na floresta. É preparado no barro vermelho. Dan (Oxumarê) e seu filho Loko (Iroko). Mas Òsun é unanimemente considerada como a esposa de Sàngó que por ela apaixonou-se. é a filha predileta de Òsàlá e de Yemánjá. o como rival de Yasan e de Obá com as quais disputa os favores. Em alguns lugares se misturam em outros são deuses distintos. outras vezes. ela está relacionada como a dona do jogo divinatório. Come diretamente da terra. Òsun. Veste branco. deixando-o perdidamente apaixonado. trazido pelos nagôs. Come com Ogum e Oyá. Sapata ou Sakpatá: É o mais antigo. Soponna. Qualidades do Orixa Oxum by tomeje Qualidades de Oxun Òsun. Seuparentesco com Oxumarê e Iroko é observado em Keto (vindo de Aisê segundo uns e Adja Popo segundo outros). desgostoso. Seu assentamento leva uma bola de tabatinga que representa o mundo. território Mahi. Sua dança mostra claramente sua ligação discreta com Exu e com a terra. três fetiches ao mesmo tempo Moru (Omolu). às vezes ela cria Yasan. Obàluáyê ou Xapanã em Tapá (nupê) chegando ao território Mahi ao norte do Daomé. Iroko e Oyá. Os mitos mostram-nos Òsun casada com Òsòsi e mãe de Logun Edé. tanto é Iroko como Tempo. de acordo com a região. esculpida em madeira onde figuram esses três personagens superpostos. Tem caminhos com Intoto. Alguns dão Òsun por fruto de uma relação ilícita de Yémánjá com Ifá. em sua feitura são feitas sete qualidades de comidas. No dia do recolhimento leva-se o Iyàwó na porta do cemitério para Ebó. louvado como Possun no ketu e na angola. Ela seduz Omolu. engana Osòsi com Sàngó. Suas comidas secas são as já citadadas omolukum. à menstruação. Òsun divindade das águas doces e do rio Òsun no país ijèsà. alua. por exemplo. O ovo. Òsun leva na mão direita seu leque ritual. Nos dias da obrigação. O dia do òyè de òsun é sábado. pena do papagaio da Costa cuja cor vermelha é associada ao sangue menstrual e que evoca a idéia do nascimento. não suporta o carneiro. Quiabo e mamão são proibidos. sobretudo é consagrado a òsun. feijão preto. Divindade calma veste-se sempre de cores claras. adun. òja e adé cor de rosa. Pode castigar suas filhas provocando-lhes hemorragias. juntamente com Yémánjá. ou às vezes na forma de um peixe. pois importante função nos ritos de iniciação. Mas. usa uma saia azul claro. òsun velha de branco e azul claro. porém. Generosa. òsun desempenha importante papel no jogo de búzios. doce como ela. “A WURA OLU” (a dona do ouro) O pássaro de òsun. seixos redondos de cor também amarelada. segundo me informaram. Não é uma divindade das águas salgadas. ela pode receber uma cabra de cor amarelada. ao parto. pela cor amarelo dourado de sua gema e por representar a gestação. os animais de dois pés que acompanham são geralmente pombas ou galinhas. Sua relação com a maternidade exprime-se através de sua associação com o peixe. Seu abèbé é geralmente enfeitado de um pequeno peixe ou de uma sereia. e preside às funções fisiológicas femininas. ipété. Òsun é essencialmente a divindade dás mulheres. Por outro lado. òsun é a divindade da riqueza. oferecem-lhe nesta ocasião omolukum. divindade da gestação e do nascimento desempenha. imersos no mel. Fecundidade e fertilidade significam por extensão abundância e fartura. como era de se prever. Ela orna as crianças. o abèbé de latão . nada recusa. O peji é enfeitado de bonecas. e é considerada como Orisá dessa nação. isu. òsun guerreira pode vestir-se de cor de rosa. Òsun. Em outros terreiros pode ser assentada junto com Sàngó. no dia do Ipétè de òsun. òsun é a deusa dos rios. òsun é representada sob a forma de uma sereia que sai em solene procissão numa charola. èkó. ovos cozidos. Foi trazida pelos escravos Ijès. transformou o sangue da governanta de Òsàlá em ekódíde. ela é representada sob a forma de uma sereia que é levada em procissão no dia do ipété. é ligada à família real de Osogbo. òsun Ijimu. Òsun. e foi ela quem criou os filhos do Yasan”. pois ela é quem formula as perguntas às quais Esu responde. o que pode acontecer com Yémánjá.senhor do trovão. Òsun adora o mel. e os filhos de Òsun não podem por esta razão assistir ao sacrifício na festa de Sàngó. fontes e regatos. geralmente um pequeno abèbe de latão. das águas que nascem da terra. “IYA MI TI TO SO OKU DE À IY É” – (ela transforma a morte em vida) “ODI ONA KU ITA Ò RUN” – (ela fecha o caminho da morte) Òsun também é uma mulher-menina que brinca de boneca. e nunca se enfurece. Seu assento é uma sopeira de louça tampada com desenhos amarelados de tonalidade clara contendo seus otá. arroz. símbolo da fecundidade e da fartura. à gravidez. da fecundidade e da riqueza. ou tirando-lhes a menstruação antes do tempo. dependendo da qualidade. milho com coco. de flores e frascos de perfume. de preferência amarelas que é a sua cor consagrada. embora receba em dezembro um presente no mar. como no caso do Yémánjá. é o ADÀBÁ tipo de pombo de olhos vermelhos. e sua ferramenta. Òsun “olo kiki” “(dona do ekódíde). òsun aprecia igualmente pato e conquém. o ègbo de milho de Òsàlá. dia das águas. jovem. com passos miúdos. Veste-se de azul claro ou cor de rosa.YEYE PONDÁ (ou òsun Ipondá ) é também uma òsun Guerreira. um peixe ou até mesmo uma pequena pomba no centro. ou Jimu) é outro tipo de Òsun velha. tipo muito guerreiro. casada com Aganju. . Leva abèbé e seus colares são feitos de contas de cristal amarelo escuro. casada com Òsòsi Iboalama. porém mais agressiva.ÒSUN AJAGURA. autoritária é guerreira e agressiva. . . que usa colares de contas de louça amarelo claro. intuitiva. por exemplo. obtive dados sobre as seguintes: . O toque Ijèsà é ritmado como o balanço das águas tranqüilas.YEYE ODO é a òsun das fontes. E desconfiada. assim como òsányín.ou qualquer outro metal dourado. põe suas jóias. e chefe das mulheres. mas talvez mais meiga. anéis e pulseiras. Yémánjá. òsun (ÍYÁLODE) dança o bravum como Naná. provocante. Apara parece. juntos numa festa. . mãe de Logun Edé .YEYE KARÉ é um tipo de òsun mais velha. segurando graciosamente a saia. Yeye Pondá é a verdadeira òsun ijesa que veio de Ijesa ou de Ipondá Vive no mato com o marido. . Quando estão Presentes Òsòsi e Logun Edé acompanham òsun. a mesma que Yeye Loke. Representa um tipo semelhante a Apará. penteia seus cabelos. o colar terá dezesseis fios.ÒSUN IJIMU (ou Ajímu. Mas é bastante severa e autoritária.ÒSUN APARÁ seria a mais jovem das Òsun. òsun manifestou-se para disputar Sàngó. um tipo Yemánjá. dança com ele quando se manifestam. leva uma espada na m ão e pode vestir-se de cor de rosa. Representa um tipo semelhante a Abalu. .IYA OMI é a òsun saudada no siré. E abèbé . . . astuta. Dizem que há dezesseis òsun. a mais idosa de todas. dezesseis firmas (ou duas. outra òsun guerreira que leva espada. Sàngó. No terreiro jeje do Bogun. O número de òsun sendo dezesseis.ÒSUN ABOTO é uma òsun muito jovem e vaidosa. ou quatro) que podem ser de divindades com as quais ela tem afinidade. Òsun dança os ritmos ijesa.ÒSUN ABALU (Agba ilu) é uma velha òsun.YEYE OGA é uma òsun velha e rabugenta. também idosa. É aquela que faz as perguntas a Esu no jogo divinatório de Ifá. ou com as quais sua filha estiver relacionada: Òsòsi. Ela se banha no rio. e um tipo guerreiro que acompanha Ògún (ou Sàngó) vivendo com ele pelas estradas. Maternal avó amorosa é uma mulher que tem numerosos filhos e netos. empurrando-a e dançando. . leva uma espada e veste-se de amarelo ouro.YEYE OKE é. rival de Yasan. Usa azul claro. talvez seja a mesma que íyá mi Odo ou Iya Nodo. . observadora. e muito apreciado pelos fiéis. diante do deus do trovão. No dia do deká de uma filha de Yasan (Oya Bale) daquela casa. provavelmente. ògún também dança com òsun os ritmos Ijèsà. com uma sereia. e Ajugura mais orgulhosa. ou Iyalorixá) totalmente independente em seus poderes e decisões dentro daquela comunidade (egbé). nas Casas mais tradicionais. Não há qualquer tipo de sanção. saudada no pàdé.YEYE IPETU deve ser Oya Petu. Precisa agir com precisão e não com ilusão. 07 2011 O Sacerdócio: by tomeje O SACERDÓCIO: No Candomblé não existe uma liderança suprema. O corpo da Religião. o compromisso é moral e não legal. Todavia. Mas como o Candomblé é uma Religião vivencial. o conhecimento . orientando os membros da Comunidade na busca do seu equilíbrio. deve formar padrões de moral. ou punição ao qual possa ser submetido o sacerdote que descumpra esse princípio. do sacrifício e da Fé. antes de mais nada. Não há uma identidade clara em torno do papel do sacerdote. o sacerdote precisa de sabedoria e fé. um guardião das tradições africanas que foram para cá trazidas e finalmente moldadas através dos tempos. mas o sacerdócio no Candomblé reúne essas atribuições e outras tantas a mais. que durante séculos apuraram e depuraram sua capacidade de interagir com as forças da natureza. O sacerdote como um pai. proporcionar oportunidades para que seus seguidores ganhem experiência. Daí a grande dificuldade de se evitar modificações que deturpem a Religião. Manter o sentido do ritual é uma tarefa de resistência cultural. de ética e de educação religiosa. O sacerdote de Candomblé é. . tem a função de conduzir.ÒSUN Ê WUJ Í é uma òsun maternal e generosa. o sacerdote é também aquele que intermedia os homens. outros como líderes religiosos da Comunidade. até ganharem corpo. seus mitos. Cada Ilê possui seu líder espiritual (Babaloriá. Uns se identificam como zeladores dos Orixás. Ainda assim. Desempenhar bem seu papel é valorizar a sabedoria e o esforço de milhares de homens e mulheres. estes líderes têm um compromisso com a manutenção das tradições litúrgicas utilizadas nos rituais. Para isso. seus deuses e seus destinos.. No exercício de suas tarefas. instruindo-o a explicar tudo aos pais. . nem mágico. Para ser sacerdote. desapego aos bens materiais e muita fé. pedindo para trazê-lo a fim de que fosse feita a vontade de Obatalá. de dedicação e de esforço de cada integrante do egbé. ciente de que era necessário criar uma forma de manter unidos Homens e Deuses.é proporcional à capacidade de interação. O sacerdote é o administrador do Ilê. determinação. Ms jamais deve se considerar o dono da verdade. Razão pela qual o sacerdote deve recorrer sempre ao Oráculo para as decisões mais relevantes. cargo indicado pelos próprios deuses. mas não respeitado. Mas não deve se comparar a um deles. Oxum ensinou-lhe os axés dos Orixás. É o primeiro a ser servido e o dono da palavra final. amor e submissão à vontade dos Orixás. e tudo mais. Ele é o moderador. mas de orientações e ações. Reza a lenda que Obatalá. suas forças. O escolhido tinha que ter honestidade. Ser sacerdote. Oxum recorreu então a Orunmila para que este consultasse o Oráculo e a orientasse a encontrar este ser. sem ter o cuidado de preparar verdadeiramente os iniciados. que era filho de um caçador com uma mulher de descendência nobre. É sua a responsabilidade manter a harmonia no egbé e deste com os Orixás. determinou a Oxum que encontrasse um homem com características especiais para que ela ensinasse todos os segredos e mistérios dos Orixás. O que consulta os deuses e prepara as pessoas. Orunmilá disse a Oxum que esse humano existia e que poderia ser encontrado na Cidade de Oxogbô. Sem isso. independente de sua idade cronológica. pondo em risco o equilíbrio das forças e a própria ordem natural das coisas. como invocá-los. mas um simples mandão. precisa exemplificar em seu dia-a-dia todos os valores ensinados durante a iniciação aos neófitos: humildade. Reproduzindo a tradição dos africanos. Esclareceu tratar-se de um menino nascido há apenas sete anos. E isso se faz não apenas através de ebós. respeito à natureza. Não pode alterar o destino. nem promover iniciações em quantidade. ou ao menos sem se esforçar nesta direção. Não pode mudar o futuro. nem garantir benefícios na vida de ninguém (nem mesmo na sua). O sacerdote não é poderoso. e não um criador. o Senhor da Vida. O sacerdote remonta o próprio soberano daquela Comunidade. o sacerdote assume o maior posto na hierarquia do egbé e passa a responder como o mais velho da Comunidade. Ele é um executor. dedicação. como apaziguá-los. O sacerdote realiza e sacraliza essa relação. Dias depois o menino foi trazido à Deusa das Águas Doces. E para celebrar novas iniciações. sinceridade. amor ao próximo. Oxum mandou então um mensageiro a procura do garoto. é preciso antes ter sido iniciado e cumprir o prazo necessário à sua preparação. Exercer o sacerdócio não é vender amuleto. o sacerdote não será um líder. como agradá-los. paciência. funcionar como orientador espiritual das pessoas. que pode vir a ser obedecido. preparando-o para ser então o primeiro sacerdote do culto. O Odu que apareceu foi Osáyekú. é antes de tudo. Durante sete anos. Não pode subjugar a vontade deles ao seu bel prazer. Deduzindo o signo. Após os sete anos de iniciação. é o ápice da iniciação no Candomblé. o até então Iaô deverá fazer sua obrigação correspondente e. o Iaô passa à categoria de ebômi. embora não obrigue o novo ebômi a abandonar seu atual Barracão. receberá então seu deká (na Nação Ketu. .Ao final desses sete anos de preparação. um ekodidé. observando-se diversificação em várias Casas. se tiver em seu destino a função de abrir uma nova Casa. devemos ressaltar a importância e as responsabilidades que este passo requer. para colocar-se os símbolos). ou vodunsi. Fez-se então uma grande festa e o menino recebeu das mãos do próprio Obatalá uma cabaça que continha diversos pós e segredos. tal nomenclatura e procedimentos não são tão rígidos. búzios. uma navalha. para que com eles pudesse unir novamente os Homens aos Deuses. constituindo-se de uma bandeja com os atinentes elementos) ou sua Cuia (na Nação Jeje. obtendo o cargo de Babalorixá (Pai que Possui os Orixás). O menino ganhou então o Ade Iká (a Coroa do Poder) e transformou-se em um sacerdote. 23 2011 A ENTREGA DO DEKÁ by tomeje A ENTREGA DO DEKÁ – ODÚ IGÊ – IMPORTANTES CONCEITOS DE ÉTICA. cortada acima do meio em forma de vasilha com tampa. uma faca. A cuia. posto que garantem grande elevação na hierarquia do Candomblé. etc. Com a obrigação de sete anos (odú igê). Oxum avisou a Obatalá que a tarefa estava completa. A entrega do deká e/ou a exclusiva obrigação de sete anos. habilita o portador a abrir seu próprio Candomblé. tais como uma tesoura. face ao acentuado sincretismo e integração entres as diversas Nações. Contudo. O recebimento da cuia. transformando-se em igbaxé. portanto. sendo a própria cabaça – Àkérègbè. folhas. contém os elementos simbólicos e necessários à abertura de um novo Candomblé. contas. Apesar desta diferenciação étnica. são muito esperados pelos filhos-de-Santo. MORAL E RESPONSABILIDADES A entrega do deká. provocar o aborto. Aquele homem tem um bom caráter.” Eni l’ orí rere tí kò n’ iwà. Ao contrário do que muitos supõem. já consideravam-se importantes conceitos de moral. ìwà l’ o máa b’ orí rè jé. “aquele que conhece todos os corações”. A busca pela boa conduta seguindo à consciência e às leis superiores. E este fato tem um forte peso no julgamento divino e define o bem estar na terra e o nosso lugar futuro após a nossa morte ou renascimento. injuriar. que é o maior atributo do homem. devoção. Àìfágbá féníkan. mantendo seus conceitos. Olódùmaré o Deus supremo e conhecido como Olúmònokàn. kò jé ayé é ó gún – Faltar com respeito à autoridade é a origem dos conflitos do mundo. Desde os mais remotos tempos na África. destaca-se a tarefa de zelar pelo Culto. Ser. A concepção de OMOLÚWABI (“filho do bom caráter”). entre outras coisas. honestidade. Odùnrin náa ní ìwà. um conjunto de normas que proibia.Entre os vários deveres intrínsecos. tudo visando resguardar a moralidade da família. ter lealdade para com os pais e para com a tradição. que tudo sabe e tudo vê. Segundo a tradição yorubá. irá arruinar o seu destino. paciência. à sua consciência. e o seu julgamento é correto e absoluto. Ìwà nikàn l’ ó sòro o “Caráter é tudo o que é necessário.” Havia também entre os povos Bantos. . a origem dos deveres morais provém da Divindade Suprema (Olorum ou Olodumare). confere ao Candomblé seu “status” de religião. A palavra iwà vem do verbo wà – Existir. O indivíduo qué ìwà pèlé não entra em choque com nenhuma força humana e supernatural. Olodumare colocou nos Homens o Ifá Àyà (O Oráculo do Coração ou Oráculo Interior). coragem. assistência aos necessitados e desejo irresistível ao trabalho. ética. expressa o princípio yorubano de que o cidadão deve respeitar aos mais velhos. proporcionando a melhora do indivíduo. pela Religião. praticar incesto. que não tenha caráter. Uma pessoa seria boa ou má conforme ela corresponde ou desobedece ao seu Oráculo Interior. e corrigindo deformidades que denigrem o Candomblé. a fim de manter ilibado seu nome e o de sua família (entenda-se inclusive a de Santo). preceitos. o que seria sua orientação ética e moral inatas. Alguns provérbios bem revelam isto: Ebí jàre òle – O homem indolente é o único responsável por sua fome. “Uma pessoa de bom orí. verdade. Ìsé kó gbékún – Choro não é resposta para pobreza. vive em plena harmonia com todas as forças do universo. a medida que liga o Homem a Deus (“religare”). O mais importante valor do povo Yoruba é o caráter. tabus (ewós – interdições) e até uma espécie de mandamentos yorubanos. hospitalidade. o Candomblé não é uma religião aética ou amoral. cometer adultério. já que não as conheciam. o consulente está descumprindo normas religiosas. Ao contrário. E deu-lhes seus MANDAMENTOS: “Não roubarás nada dos outros Não matarás a quem não tenha lhe causado dano. Fundamental também. a respeitar estes conceitos. Reza a tradição que Olofin. se não o fizeres conhecerás meu castigo. A transmissão destes conceitos. Respeitarás pai e mãe. que minhas leis sejam respeitadas. antes de qualquer coisa. principalmente. avaliar-se o cabimento de algum ebó de apaziguamento. Fí ìjà fún Olórun já fí owó l’éran – Entregue nas mãos de Olorun para que ele o defenda. itãns. se dá através da tradição oral. não deve fazer justiça com as próprias mãos. chamou a todos os homens ao pé de uma montanha para ensinar-lhes as leis. por via da aplicação prática. É necessário angariar respeito pelos seus gestos e atos.Ìwà nikàn l’ó sòro o – O caráter é tudo o que é necessário. é entender que apesar de alguém sofrer injustiças. bem assim o de seu egbé (sociedade). dos provérbios. . Transmitirás meu mandamento a teus filhos e filhos de teus filhos. desde sua tenra iniciação. o respeito será apenas formalidade hierárquica. nem os animais que não precises para teu sustento Não comerá a carne do ser humano Viverás em paz com teus irmãos Não desejarás nada de seus amigos. grandes e pequenos. E por último. É uma falha do zelador não reconhecer a conexão entre a moralidade e a religião. é fundamental ser um omolúwabi. Para bem utilizar o deká. e assim desagradando aos Orixás. Chamou pobres e ricos. deverá corrigir sua conduta para. tais como aquelas acima elencadas. canções e. alertando-os se quisessem compartilhar com eles suas aldeias que tinha no céu. a fim de manter a honra de seu nome e evitar que algo o desabone. grande parte das vezes.” O filho-de-santo. mulheres e homens. Isto o leva a entender que tudo se resolve através de ebós. o que desejares deverás obter de teu esforço Não amaldiçoarás o meu nome. posteriormente. orikis. Não temerás a morte. nem tampouco a buscarás por tuas próprias mãos. nem mulher. Não pedirás mais do que posso dar-te e te conformarás com teu destino no mundo. No entanto. Nestes casos. Não basta possuir o título de ebômi para merecer respeito. então deve ser orientado. . é entendida como o fator primordial para evitar precipitações que decorram na perca de caráter. fazer o bem é a grande realização diária. sobretudo quando gera hospitalidade e generosidade. sobretudo porque desde a iniciação. Para o povo yorubá. Alertamos no sentido de que todos os envolvidos em trabalhos maléficos (inclusive os de vingança). jamais realizar ebós para o mal. comido. é uma virtde essencial de uma comunidade. é o instrumento do equilíbrio da justiça. infelizmente tão esquecidas no Candomblé. Nestes casos. vestido conforme a vontade das Divindades. Fazer caridade (Ìféni). será subverter-se à ordem desperdiçando axé e comprometendo-se a si próprio. Seu próprio nome primordial assim o define: Obàtálá – O Rei cuja roupa é branca. é a maior fonte deste valores. considerada uma grande virtude. a que todos devem entre si. quanto os que executam. é também de grande importância. A paciência (sùúrú). A paciência é o primeiro filho de Olodumare e o pai do caráter. Respeitar os tabús (Èwò). Quem tem bom caráter não colide com nenhuma força humana ou sobrenatural. é igualmente um dos mais importantes itens. . O guardião da moral do Candomblé. Aí também a energia criadora de Exú. Ser justo e sincero (Olóòdodo). é o maior dos valores morais e o maior atributo do Homem. é Oxalá. É o princípio da comunicação. evitado. deve-se consultar o jôgo de búzios e verificar o que é mais recomendável. Ser verdadeiro (Olóòtòo).O mal não se combate com o mal. sob pena de gerar as chamadas kizilas. oferendas. etc. relatando a Olodumare. fortalecimento. a pessoa cria vínculos de promessas à Casa e a sua Divindade. ou o Rei que possui honra. Exú é o guardião. A literatura de Ifá. se trabalhos de proteção. tanto os que requisitam. Nem mesmo agradar Exú para que este faça mal a terceiros. posto que um erro não justifica outros. A Exú cabe aplicar o que couber aos transgressores. A promessa (Ìbúra). do equilíbrio e da harmonia universal. Contrariar a isto. A bondade (oore). De tempos em tempos. da ordem. compete a Exú inspecionar o trabalho das pessoas e Divindades. O respeito (Òwò). estarão sujeitos a pagar pelo mal. afastamento. são zeladas na brancura de Oxalá e podem ser assim resumidas: O caráter (ìwà). não se deve pedir a nenhuma Divindade vingança. vivendo em perfeita harmonia com o mundo. A ética e a moral. Ao contrário do que se pensa e do que muitos praticam. sobretudo aos mais velhos pela sua antiguidade e experiência. Não se deve transgredir as determinações do que deve ser feito. quanto para agradar às Divindades e para a melhora da Sociedade.Deve-se conhecer. devese agir com bondade objetivando a caridade. mas o meio pelo qual se vê. opelê ifá. orobô. obi. búzios. A consulta a qualquer oráculo. ou se previne do que está errado. e sobretudo deve-se Ter fé. não deve ser vista como a solução para todos os problemas. inhame (íyan).. e consequentemente da Religião. tanto para cumprir a função religiosa inerente ao Candomblé. Os preceitos éticos e morais devem também nortear os vodunsis quando estes se prestarem a consultar um oráculo para atender a um consulente. Importante entendermos por “errado” também as condutas incompatíveis com a ética e a moral das Divindades. alobassá. praticar e orientar aos consulentes quanto às normas de conduta morais e éticas. . buscando meios de trentar reverter ou amenizar. não se deve faltar com a verdade. Diante disto. deve-se Ter precaução com o que se diz e como se diz. para que a intuição seja norteadora da consulta junto às divindades. etc.