Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) Centro de Educação Superior Norte – RS (CESNORS) Departamento de AdministraçãoCaderno Didático n0 1: Introdução à Economia (Versão não-revisada) Professora: Solange Regina Marin Curso: Administração Palmeira das Missões 2007 2 INDICE Introdução Capítulo 1 – Conceitos Básicos 1. O conceito de economia 2. De que se ocupa a economia 3. A quantificação da realidade econômica 4. Breve contexto histórico do conceito economia 5. As escolhas na economia 6. Os argumentos da economia 7. Método de investigação da ciência econômica 8. Evolução do pensamento econômico.. 9. Interação entre os agentes econômicos e as questões-chave da economia Capítulo 2- Sistema Financeiro 1. Origem da moeda 2. Evolução das formas de moeda 3. Ativos financeiros 4. Oferta e demanda de moeda 5. Medida da Oferta de Moeda 6. Base monetária 7. Estrutura do SFN (brasil) 8. Organização do SFN 9. Diferentes mercados Intermediação Financeira 1. Formas de financiamento 2. Criação e destruição de moeda 3. Multiplicador bancário 4. Política monetária Capítulo 3 – Inflação 1. Situações possíveis de variação dos preços 2. Teorias da inflação 3. Inflação e Números-Indices 4. Indicadores de inflação no Brasil e no RS 5. Inflação no Brasil e Planos de Estabilização Capítulo 4 – Setor Público 1. As funções econômicas do setor público 2. Estrutura tributária 3. Os tributos e sua classificação 4. Os gastos do setor público 5. O Conceito de déficit público 6. Financiamento do déficit 7. Aspectos institucionais do orçamento público 8. Fiscalização Capítulo 5 – Conceito e Cálculo dos Agregados Macroeconômicos 1. O conceito de valor adicionado: o produto nacional (PN) 2. O conceito de renda nacional (RN) 3. O conceito de despesa nacional (DN) Alguns problemas com as medidas agregadas Capítulo 6 – A Economia Nacional e as Relações Internacionais 1. Teorias do comércio internacional 04 05 05 06 08 10 11 13 14 15 22 23 24 24 25 25 26 26 27 29 29 30 31 36 37 38 39 42 50 50 51 55 55 55 55 57 58 59 59 69 71 3 2. A taxa de câmbio e o mercado cambial 3. Balanço de pagamentos 4. Instrumentos de ajuste do balanço de pagamentos A Institucionalidade no Cenário Internacional Capítulo 7 – Noções de Microeconomia 1. Escassez 2. Custo de oportunidade 3 Análise marginal Mercado: Oferta e Demanda 1 Procura (ou Demanda) 2. Oferta 3. Outros fatores que influenciam as curvas de demanda e de oferta 4. Preço e quantidade de equilíbrio 5. Intervenções de mercado 6. O conceito de elasticidade 7. Estrutura de mercado Referência Bibliográfica 74 76 80 85 91 92 94 97 98 99 99 102 103 104 106 traçar um paralelo entre as noções econômicas e as informações sobre a realidade econômica brasileira. . Por se tratar de assuntos ainda gerais da Ciência Econômica e relacionar acontecimentos recentes da economia brasileira. provocar o debate e proporcionar aos alunos do curso de administração uma capacidade de análise crítica das questões econômicas atuais. ou seja. Para isso. mas suscitar o interesse. Além disso.4 INTRODUÇÃO A idéia de produzir um caderno didático surgiu depois de alguns semestres ministrados da disciplina de Introdução à Economia para diferentes cursos de graduação. O objetivo é propiciar ao aluno. estudaremos as noções básicas de Economia para observar de forma crítica a realidade e interpretar o significado dos diferentes conceitos econômicos frente aos acontecimentos reais da economia brasileira. o caderno se torna uma ferramenta auxiliar para o estudante da disciplina de Introdução à Economia. no presente momento ao aluno do curso de administração. uma visão geral do objeto de estudo e do método de investigação da chamada Ciência Econômica. sem esquecer de relacioná-los com os fatos econômicos reais. A preocupação central é apresentar de forma simples e clara os conceitos econômicos básicos. são apresentadas questões teóricas e aplicadas sobre os diferentes assuntos trabalhados que incluem desde os conceitos básicos até as noções sobre economia nacional e relações internacionais. Este caderno não pretende dar respostas definitivas às questões sobre economia. mas ainda no desenvolvimento dos demais campos do conhecimento social.5 CAPÍTULO 1 – CONCEITOS BÁSICOS O QUE É ECONOMIA ? O que veremos? . à ética e à história. DE QUE SE OCUPA A ECONOMIA Aqui estão destacadas as categorias centrais de preocupação da economia. porque pode influir no questionamento dos princípios e das aquisições conceituais desses mesmos campos.A quantificação da realidade econômica . Essa abertura se dá em uma dupla direção. Seria administração da casa ou administração da coisa pública.Questões-chave da economia 1. antropologia culturas. na produção de bens e serviços. e os grandes temas de que se ocupa a economia. conceitos e modelos teóricos não apenas na sua própria coerência. consistência e aderência à realidade.Interação entre os agentes econômicos . 2. Pelas implicações da ação econômica sobre outros aspectos da vida humana. sociologia. De outro lado.Evolução pensamento econômico . A figura 1 abaixo mostra que a economia está relacionada com outros campos de conhecimento. psicologia.Método de investigação da ciência econômica . De um lado. porque a economia busca alicerçar seus princípios. lei).De que se ocupa a economia . assumindo um caráter biunívoco. o estudo da economia implica a abertura de suas fronteiras às demais áreas das ciências sociais ou humanas. o que implica por sua vez numa interface com outras áreas de conhecimento. A economia pode ser definida como ciência social que estuda como o indivíduo e a sociedade decidem utilizar os recursos produtivos escassos.Contexto histórico do conceito economia . Como umas das ciências sociais (ciência política. de modo a distribuí-los entre as várias pessoas e grupos da sociedade. O CONCEITO DE ECONOMIA A palavra economia vem do grego oikos (casa) e nomos (norma. direito). abrindo suas fronteiras à filosofia. a economia não pode ser considerada como fechada em torno de si mesma. E vai além. . com a finalidade de satisfazer às necessidades humanas.Argumentos da economia . o dispêndio e a acumulação.Por que os aluguéis de imóveis em regiões universitárias geralmente costumam ser maiores no início do período letivo? . David Ricardo. concorrência.Por que a demanda por bens como carros ou apartamentos aumenta com o processo inflacionário? . recursos. ressaltam-se os diferentes temas que são objetos de estudo da economia: escassez.De que forma a oferta de moeda na economia afeta a taxa de juros? . preço.Por que é importante para um produtor saber a elasticidade demanda por seu produto? .Por que o setor coureiro-calçadista do Rio Grande do Sul está em crise com o maior valor do real frente ao dólar? .Quais os fatores que influenciam o crescimento econômico? . 2. Além disso. A QUANTIFICAÇÃO DA REALIDADE ECONÔMICA O que distingue a economia de outros ramos do conhecimento social é a possibilidade de alguma forma de mensuração. Alguns problemas econômicos . Já as noções de crescimento e desenvolvimento foram tratadas por Simon Kuznets e Lionel Robbins tratou da questão das escolhas em economia. remuneração. valor.Por que devemos nos preocupar com o PIB de um país? .Por que a alta do preço do cafezinho reduz a demanda por açúcar? .Por que a renda dos agricultores se eleva quando ocorre uma estiagem que reduz a produção? .Por que a taxa de juros é tão importante para os investimentos? . crescimento. riqueza e bem-estar foram apresentados por A. dentre eles Adam Smith. transações.1.Como pode uma desvalorização cambial conduzir a uma melhora na balança comercial? . agentes. agregados. Nesse iniciar do debate econômico. os temas pobreza. emprego. Marshall. Marshall (1842-1924) * Pobreza * Riqueza * Bem-estar Simon Kuznets (1901-1985) * Crescimento * Desenvolvimento Lionel Robbins (1898-1984) * Recursos * Necessidades * Prioridades * Escassez * Recursos * Emprego * Produção * Agentes * Trocas * Moedas * Valor * Preços * Mercados * Concorrência * Remunerações * Agregados * Transações * Crescimento * Equilíbrio Antropologia Sociologia Psicologia Direito Política Ética Os temas discutidos pelos diferentes pensadores econômicos e em épocas históricas diversas. produção.A taxa de crescimento do PIB seria um bom indicador para o desenvolvimento de um país? 3. mercado. a distribuição. trocas.6 FIGURA 1 – A relação com outros campos de conhecimento Clássicos/Marx: * Produção * Distribuição * Dispêndio *Acumulação A. moedas. ao ressaltar que as necessidades ilimitadas e os recursos escassos. Em economia é possível: . e por Karl Marx que ficou conhecido pelo desenvolvimento da teoria marxista. equilíbrio e desenvolvimento. assuntos tratados pelos clássicos. foram o processo de produção. estabelecer relações quantitativas entre diferentes categorias de transações. de um dado agente. .7 . .lineares elas. conjuntos ou de agregações de dados econômicos. baseados em sistemas de equações simultâneas.variações ao longo do tempo.não-lineares Relações Incrementais Relações entre variáveis Relações Matriciais Números-indices Indicam variações cumulativas. .divisas externas (b) Unidades . Expressam graus de concentração (ou de dispersão) de determinadas condições estruturais da economia. O quadro abaixo sintetiza as formas usuais de indicações quantitativas em economia. . . Indicam a resposta de uma ou de um conjunto de variáveis a determinada ação econômica. experessnado: . Quocientes Formas usuais de indicações quantitativas Coeficientes Resultado da divisão de variáveis econômicaas. Relações funcionais expressando a correspondência funcional entre . Expressam resultados de transações: . entre duas variáveis.específicas. .proceder a análises fundamentais em parâmetros quantificados. medianos ou modais a abservação de determinada situação ou tendência central transação. Esta particularidade da economia possibilitou o surgimento de correntes econômicas fundamentadas no método matemático.relações cambiais entre (a) e (b) adotadas Indicam magnitudes medidas ao longo de Variáveis-fluxo determinado período de tempo Variáveis econômicas Indicam magnitudes medidas em um determinado quantificáveis Variáveis-estoque momento Indicam relações entre duas variáveis.desenvolver sistemas quantitativos para diagnóstico e prognóstico. Medidas de Expressam em termos médios. Valores absolutos . simples ou múltipla entre as variáveis econômicas.quantificar os resultados.desenvolver modelos explicativos da realidade. de conjuntos Indicam variações de grupos.construir identidades quantificáveis. no decurso de séries históricas.proporções em determinado momento.moeda corrente do país (a) Monetárias . Expressam parâmetros de correlação. Quadro 1 – A quantificação da realidade e as variáveis econômicas . com destaque para a econometria. . ou interagentes.da atividade econômica agragativamente considerada. . Indicam a interdependência interconsistentes de variáveis. Esse polinômio foi a base do conceito clássico de economia. sob o objetivo de promover seu fortalecimento. em seus aspectos mais estritamente ligados à obtenção e ao uso dos elementos materiais do bem-estar. observamos o nascimento do primeiro conjunto de idéias mais sistematizadas sobre o comportamento econômico com o chamado Mercantilismo. Adam Smith e suas obras Sentimentos Morais (1759) e A Riqueza das Nações (1776). Os outros economistas clássicos na transição dos séculos XVIII e XIX. como Robert Malthus. mas com a riqueza das Nações. como Platão e Aristóteles. A fisiocracia elaborou alguns trabalhados dignos de destaque. BREVE CONTEXTO HISTÓRICO DO CONCEITO ECONOMIA Em seu nascedouro. tenham explorado temas de conteúdo econômico. David Ricardo e John Stuart Mill definiam a economia a partir destes quatro fluxos. a acumulação. Com o tempo. A partir do século XVI. a adjetivação caiu em desuso. Walras e Menger) não estava no processo de acumulação capitalista e nos mecanismos de repartição dos esforços sociais. acredita que a economia examinava a ação individual e social. novas concepções se desenvolveram. Os sentimentos morais. de um lado. a busca da aprovação social. Figura de maior destaque foi Karl Mar(1818-1883). O estudo das leis sociais que regulam a produção e a distribuição dos meios materiais destinados a satisfazer às necessidades humanas resume o campo de que se ocupa a economia. Os neoclássicos A ênfase dos primeiros neoclássicos (Jevons. é um estudo da riqueza. quem procurou fazer uma síntese de clássicos com neoclássicos. a denominação usual da economia era adjetivada. tais idéias estavam baseadas numa definição de economia como o ramo do conhecimento essencialmente voltado para a administração do Estado. fundamentada nas leis que regem a formação. a distribuição e o consumo. Mesmo que alguns filósofos da Grécia Antiga. Maior figura foi François Quesnay e seu Quadro Econômico de 1758. A perspectiva socialista O binômio produção-distribuição é a base a partir da qual a perspectiva socialista construiu sua concepção sobre a matéria de que se ocupa a economia. de outro. A abordagem clássica A preocupação não era com o fortalecimento do estado. e mais importante. as paixões originais da natureza humana. Assim. Eles sintetizaram os fundamentos da conduta econômica do homem: a escassez de recursos diante de necessidades ilimitáveis. Estavam preocupados com a iniqüidade social mas não propuseram formas alternativas e revolucionárias para a organização econômica da sociedade. Alfred Marshall. tal como se apresentava. Mas. cujo principal elemento era a maximização da utilidade. evoluiu para economia.8 4. Denominava-se economia política. . e. as razões maiores da acumulação e da conservação da fortuna material foram os pressupostos de sua descrição da ordem econômica. Eles buscaram entender o equilíbrio do processo econômico. Roma não deixou nenhum escrito notável na área de economia. No século XVIII. é uma parte do estudo do homem. Mas lembre-se só existirá escassez se houver uma demanda para a aquisição do bem – tudo aquilo capaz de atender uma necessidade humana. com os mesmos recursos. O fator de maior importância e que faz o elo de ligação entre as quatro condições é a capacidade humana de fazer escolhas. E um bem é demandado porque é útil.9 A sistematização de Lionel Robbins nos anos de 1930 Robbins não partiu de categorias de fatos econômicos. isto é. como produção. Qualquer escolha feita pelos indivíduos.o emprego alternativo dos meios. empresas. nos atos de escolha entre fins possíveis e meios escassos aplicáveis a uso alternativos.uma multiplicidade de fins que a humanidade procura alcançar .a priorização de fins possíveis: podem ser classificados por ordem de prioridade . acumulação. governos ou outros agentes econômicos quanto à alocação de recursos implica. “A economia é a ciência que estuda as formas de comportamento humano resultantes da relação existente entre as ilimitadas necessidades a satisfazer e os recursos que. riqueza e bem-estar. poderiam ter sido alcançados). assim. podemos notar que em Economia tudo se resume a uma restrição quase física – a lei da escassez. uma relação entre custos (meios empregados) e benefícios (fins alcançados). embora escassos. dispêndio.a limitação dos meios para alcançar os fins possíveis .Síntese dos conceitos básicos da sistematização de Robbins Conflito fundamental Meios (ou recursos) escassos e limitados Fins (ou necessidades) múltiplos e ilimitáveis Escolhas entre fins possíveis e meios disponíveis Alocação de recursos (custoso) Consecução de determinado fim Não-consecução de outros fins Benefício Custo de oportunidade . Com isso. bem como a ocorrência de custos de oportunidade (outros fins que. se prestam a usos alternativos”. Figura 2 . produzir o máximo de bens e serviços com os recursos escassos disponíveis de cada sociedade. Ele partiu da existência de: . O fato econômico resume-se. portanto. distribuição. a condução do homem no trato com questões que interferem em sua riqueza e bem-estar. RECURSOS PRODUTIVOS ESCASSOS * O QUE E QUANTO PRODUZIR * COMO PRODUZIR * PARA QUEM PRODUZIR ESCOLHA ESCASSEZ Essas questões não seriam problemas se existissem recursos ilimitados. principalmente. Quadro 2 – O conceito de economia nas três abordagens A abordagem neoclássica .A economia é um ramo que estuda as formas do A realização desse comportamento humano que processo se completa com a resultam da relação entre distribuição do produto necessidades ilimitadas e recursos escassos. Porém.A sociedade tem objetivos múltiplos.O fim último de que cuida a economia consiste em descobrir como as virtudes humanas e a concorrência podem conduzir ao bem.. . Economia: optar dentre os bens a serem produzidos e os processos técnicos capazes de transformar os recursos escassos em produção. fins alternativos. recursos limitados e técnicas de produção.Focaliza. social.10 Existem ligações formais entre as abordagens consideradas: a neoclássica. A sistematização Robbins de . o alcançá-los. AS ESCOLHAS NA ECONOMIA: * O QUE E QUANTO produzir * COMO produzir e * PARA QUEM produzir Resumindo: NECESSIDADES HUMANAS ILIMITADAS VS. a socialista e a sistematização de Robbins. que regulam a produção e a distribuição resume o campo de que se ocupa a economia.O estudo das leis sociais estar social. A perspectiva socialista . custo e análise marginal como veremos em outras aulas. ilimitados. . mas meios limitados. escolha e alocação são os elementos a partir dos quais se define o campo de que se ocupa a economia. A teoria econômica trata de escassez.Meios escassos.A economia é um estudo dos homens tal como vivem. A conduta econômica consiste em escolher entre fins possíveis . . . . na realidade temos inúmeras necessidades. agem e pensam nos assuntos ordinários da vida. A razão de ser da economia está presente nas três formas de delimitar o campo específico do conhecimento econômico – o estudo das formas aplicadas pelo homem na incessante busca de meios para satisfazer às condições ilimitáveis de bemestar. hoem se dedica a um ato social: a produção.Para satisfazer a um e meios escassos para padrão de necessidades. 5.As necessidades humanas são determinadas pelo estágio cultural da sociedade. não obstante seja formulada a partir de escolhas que envolvem juízos de valores. positivas. como pode ser visto na figura abaixo. As duas primeiras não são condições suficientes para dar sustentação à terceira. logo.11 Por enquanto teremos uma visão geral dos argumentos e do método de investigação na ciência econômica. da evolução do pensamento econômico. Teoria econômica: leis que explicam o comportamento humano e fazem parte do conjunto de conhecimentos. quando as taxas de crescimento da população são superiores às da expansão da renda nacional como um todo. a Economia se interessa primordialmente pelos argumentos positivos. 6. a ampliação do poder aquisitivo real. Suponha-se que alguém afirme que: 1. como é desejável a manutenção e. formulam-se as hipóteses a respeito de como a realidade se comporta. desse confronto tiram-se as conclusões: ou a teoria explica satisfatoriamente o comportamento da realidade econômica ou deve-se formular uma teoria alternativa e mais adequada.economia positiva: o que é de fato Normativos . Essa ressalva metodológica não implica a inexistência de conexões entre os compartimentos positivos e normativos na economia. Deduzem-se as implicações e os resultados decorrentes dessas hipóteses que são confrontados com a evidência dos dados de observações coletados da realidade. a redução da renda per capita implica na perda do poder aquisitivo real da sociedade. Os argumentos da teoria econômica podem ser: Positivos . Baseadas nos postulados da teoria existente. (3): é de caráter normativo. mantidos os níveis vigentes de preços. mesmo. a renda per capita se reduz. deveriam ser adotadas políticas de contenção do crescimento populacional. 2. tem o respaldo na modelação teórica desenvolvida pelos diferentes troncos da economia positiva. .economia normativa: o que poderia ser Essa distinção é importante em termos de metodologia uma vez que existe a impossibilidade lógica de se deduzirem afirmações positivas de juízos de valores ou normativos ou vice-versa. A política econômica. 3. OS ARGUMENTOS DA ECONOMIA Para entendermos o método de investigação da ciência econômica precisamos apenas de um simples encadeamento lógico. Finalmente. das interações entre os diferentes agentes da economia e de como a partir dessas interações surgem as questões-chave que preocupam a Economia. (1) e (2): são factuais. Ou seja. . consumo. Economia Internacional: estuda as condições de equilíbrio do comércio exterior. O consumidor O consumidor ee a aa análise da nálise da procura procura Teoria Econômica Teoria Econômica Princípios. exportações. renda. leis e teorias. As políticas econômicas de intervenção procuram estabelecer esse equilíbrio. poupança. consumo. Contabilidade Social.12 Figura 3 – Compartimentos usuais da economia Economia Descritiva Observação sistematizada do Observação sistematizada do mundo real. Sistemas contas Sistemas dede contas nacionais e matrizes nacionais e matrizes de relde relações ações interindustriais. teorias. mundo real. tributos e dispêndio tributos e dispêndio público. poupança. Descrição e mensuração de fatos Descrição e mensuração de fatos econômicos. além dos fluxos de capitais. leis e modelos da modelos da ececonomia onomia A empresa a A empresa e e a análiseda oferta análise da oferta Teoria Teoria Microeconômica Microeconômica Remuneração Remuneração dos fatores de dos fatores de produção e produção e repartição da repartição da renda Teoria Teoria Macroeconômica Macroeconômica Análise de Análise de macrovariáveis: macrovariáveis: renda. investimento. Macroeconomia: Estuda as condições de equilíbrio estável entre a renda e a despesa nacionais. exportações. demanda oferta e oferta e demanda monetárias. Preocupa-se com a determinação dos preços e quantidades em mercados específicos. importações. Atuação sobre a realidade. renda Estrutura Estrutura concorrencial e concorrencial e equilíbrio dos equilíbrio dos mercados mercados monetária. importações. público. Divisão do estudo econômico: Microeconomia: estuda o comportamento de consumidores e produtores e o mercado no qual interagem. econômicos. investimento. Desenvolvimento Econômico: estuda o processo de acumulação dos recursos escassos e da geração de tecnologia capazes de aumentar a produção de bens e serviços para a sociedade. Política Econômica A condução do processo econômico agregativamente considerado. Contabilidade Social. Princípios. com 3 objetivos: * Crescimento * Estabilidade * Equitatividade A regulação da atividade dos agentes econômicos: o interajuste de custos e benefícios privados e sociais. interindustriais. ainda que complementares: a indução e a dedução. . teorias. Observação sistematizada da realidade Abstrações teóricas envolvendo situações e comportamentos não mensuráveis a partir de levantamentos da realidade concreta. Método dedutivo Validação. Construção de modelos validados por testes estatísticos. Depois elaborar modelos simplificados que a reproduzem. Esforço de teorização substitutivo da validação experimental. observar sistematicamente a realidade. MÉTODO DE INVESTIGAÇÃO DA CIÊNCIA ECONÔMICA A metodologia da elaboração científica. em sua estrutura fundamental. que identifiquem relações de causas e efeitos e que interpretem os mais variados eventos e seus desdobramentos. No processo de elaboração recorre-se a duas abordagens distintas. pelo permanente confronto com a realidade Reelaboração resultante de novas observações ou de mudanças nas condições preexistentes. busca. Formulação de princípios. como primeiro passo. leis u modelos explicativos ou interpretativos da realidade. Figura 4.13 7.A construção do conhecimento na economia Método indutivo Abstrações resultantes de levantamentos e informes quantitativos. Vejamos como ocorre a construção do conhecimento na economia pela figura abaixo. newschool.14 8. Fonte: Rossetti (2003) 1 Para maiores informações sobre as escolas de pensamento econômico ver o website The History of Economic Thought: http://homepage.edu/het/ . EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ECONÔMICO: 1 A figura 5 abaixo mostra de maneira bem articulada como ocorreu o desenvolvimento das diferentes correntes de pensamento econômico. 9. Os fluxos monetários definem-se como contrapartida dos fluxos reais. os agentes. de seu emprego e de sua combinação pelas unidades de produção. agentes e instituições Complexo de instituições Quadro de agentes econômicos Recursos naturais Recursos humanos Capital Capacidade tecnológica Capacidade empresarial Unidades familiares Empresas Governo Jurídicas Políticas Sociais Os processos. e as instituições. pelos pagamentos de remunerações aos fatores de produção empregados.a diversidade de capacitações das pessoas e nações. bem como pela resultante geração de bens e serviços intermediários e finais.2 Processo de Interação e os Fluxos Econômicos Fundamentais Os fluxos reais definem-se a partir de suprimentos de recursos de produção. . de outro lado. que conduz à organização de sistemas de trocas. independentemente de sua destinação. de um lado. determinada por heranças culturais ou por vocações naturais.1.15 9. como pode ser visto na figura 6 abaixo: Estoque de fatores de produção Elementos constitutivos do sistema econômico como um todo: recursos. os mecanismos e os instrumentos de interação dos agentes econômicos decorrem de dois fatores fundamentais: .a diversidade das necessidades humanas. As Categorias Participantes do Sistema Econômico As três categorias que formam a base de qualquer sistema econômico são os recursos. . Traduzem-se. pelos preços pagos aos bens e serviços adquiridos. INTERAÇÃO ENTRE OS AGENTES ECONÔMICOS E AS QUESTÕES-CHAVE DA ECONOMIA 9. que conduz à especialização e à divisão social do trabalho. 16 Figura 7. empresas e governo Fornecimento de fatores de produção Pagamento aos fatores EMPRESAS FAMÍLIAS Pagamentos (bens e serviços) Suprimentos (bens e serviços) Pgto bens e serviços T Remuneração fatores T GOVERNO Fornecimento (bens e serviços) e IFBKF .A interação entre famílias.A interação entre famílias e empresas Fornecimento de fatores de produção Pagamento aos fatores EMPRESAS FAMÍLIAS Pagamentos (bens e serviços) Suprimentos (bens e serviços) Figura 8 . Uma visão de conjunto do processo econômico e das questões-chave da economia Fonte: Rossetti (2003) A forma como esses processos de realizam e seus resultados finais estão relacionados com as quatro questões-chave da economia: * A plena utilização dos recursos produtivos – Eficiência Produtiva: emprego dos fatores de produção.17 Figura 9. . Exemplifique essa função e diga qual é o tipo de relação entre as variáveis produção e recursos de produção. ver Rosseti (2003. * A distribuição dos resultados dos esforços de produção – Justiça Distributiva: rendas. Cite e conceitue cada um deles. Sintetize esses dois fluxos em um modelo simples de interação entre as famílias e as empresas. Diferencie tributos diretos e tributos indiretos e dê exemplos de cada um deles. Explique cada uma das funções da moeda e dê exemplos. conseqüentemente. 11. São três os agentes econômicos que interagem dentro de determinado sistema econômico: unidades familiares. Descreva a partir da função de produção as precondições para que uma economia tenha crescimento econômico e. * A organização da vida econômica em sociedade – Ordenamento Institucional: instituições que regularão o funcionamento do sistema como um todo e a interação entre os agentes. 2. Diferencie o conceito de formação bruta de capital do de formação líquida de capital fixo. 7. uma maior disponibilidade de bens e serviços finais por habitante. as três seguintes categorias de elementos constitutivos do sistema econômico: estoque de fatores. Descreva sucintamente como ocorreu a evolução do sistema de trocas até a instituição da moeda como conhecemos na atualidade. 5. A função de produção para a economia considerada agregativamente mostra a relação funcional entre a produção e os recursos empregados. Quanto à intensidade de emprego dos fatores e à natureza dos bens e serviços gerados. . Explique. bens e serviços intermediários e bens e serviços finais de produção. Questões: 1. Diferencie. Por que o conceito de capital se associa aos de investimento e de acumulação? 3. A maior disponibilidade de bens e serviços finais por habitante é considerada precondição quantitativa para a promoção do crescimento econômico e do bem-estar social. O que compreende o fator capital. Diferencie os conceitos de fluxo real e fluxo monetário. 10. 8. para os interessados nas demais questões. 14. as atividades de produção classificam-se em primárias. 4. 12. 6.18 * A escolha do que produzir – Eficácia Alocativa: produtos gerados. 9. Mobilizando os cinco fatores de produção. Nós nos deteremos nas duas primeiras das questões-chave. Destaque os papéis de cada um. Caps. 15. Mostre as diferenças entre elas. O modelo simples de interação entre famílias e empresas é modificado com a introdução do agente Governo. 13. secundárias e terciárias. conceituando cada uma delas. A principal fonte de renda do governo é a arrecadação de tributos. quadro de agentes econômicos e o complexo de instituições. Diferencie os conceitos de bens e serviços finais de consumo. 5 e 6). A condição fundamental para que se realize o fluxo de produção é a existência de um conjunto de cinco fatores. empresas e governo. Essa precondição é suficiente também para o desenvolvimento econômico? Comente. o aparelho de produção das economias desenvolve um grande fluxo contínuo de geração de bens e serviços. analisando a determinação e o comportamento dos grandes agregados da economia. uma vez que torna possível abrandar conflitos sociais sobre a divisão da renda. o fato do país estar aumentando sua renda per capita não necessariamente significa que está tendo uma melhoria do seu padrão de vida. estabilidade de preços. 2 Crescimento econômico Quando se fala em crescimento econômico. A renda per capita é considerada o melhor indicador para se aferir a melhoria do bem-estar. o crescimento pode facilitar a solução dos problemas de pobreza. ver: Abreu (1990) “A Retomada do Crescimento e as Distorções do “ Milagre” (1967-1973). O crescimento econômico capta apenas o crescimento da renda per capita. juntamente com o aumento da renda per capita. Um pais está realmente melhorando seu nível e desenvolvimento econômico e sociais. é possível aumentar a renda dos pobres sem diminuir a dos ricos. ou seja.). nível geral de preços. que é aumento contínuo no nível geral de preços. estamos pesando no crescimento da renda nacional per capita. expectativas empresariais e etc. Mas. Estabilidade de preços A inflação. se estiver também melhorando os indicadores sociais (pobreza. Nesse sentido. 2 Para uma discussão sobre o Milagre Econômico. Pleno emprego dos recursos Aprofundar os conhecimentos da política econômica com o objetivo de fazer a economia recuperar o nível de pleno emprego. ocorreu uma concentração de renda. houve um aumento da disparidade entre as classes de renda. emprego e desemprego. se a renda aumentar. investimentos.19 CAPÍTULO 2 – SISTEMA FINANCEIRO 1. . do padrão de vida da população. é um problema porque acarreta distorções sobre a distribuição de renda. para depois pensar em repartição de renda. atingir uma meta pode ajudar (ou não) a alcançar outras. Alguns críticos do chamado “milagre econômico” argumentam que piorou a concentração de renda nos anos de 1968/73 devido a uma política deliberda do governo (a Teoria do Bolo): primeiro crescer. desemprego e etc. poupança e consumo agregados. O debate constante da macroeconomia é saber se as decisões da política monetária e fiscal do governo vão afetar ou não as tendências da economia. Distribuição de renda A economia brasileira cresceu bastante entre o fim dos anos 60 e a maior parte da década de 70. Esses objetivos não são independentes uns dos outros e podem ser até conflitantes. 2. distribuição de renda e crescimento econômico. estoque de moeda e taxas de juros. como renda e produto nacionais. balanço de pagamentos e taxa de câmbio. AS METAS DE POLÍTICA MACROECONÔMICA As metas de política macroeconômica são: pleno emprego dos recursos. Mas. Ou seja. Por exemplo. O QUE É MACROECONOMIA Trata da evolução da economia como um todo. aumentando a parte dos lucros e da poupança dos mais ricos na renda nacional. que influenciam diretamente os salários. tendo como variáveis a serem determinadas: o produto nacional. esses controles são utilizados como política de combate à inflação. Além da questão do nível de tributação. A primeira relacionada com a produção de bens serviços bem como no emprego do fator trabalho. compra e venda de títulos públicos. com o objetivo de permitir à economia operar a pleno emprego. reservas compulsórias. ESTRUTURA DA ANÁLISE MACROECONÔMICA A economia pode ser dividida em parte real e parte monetária. 4. No Brasil.20 Entretanto. particularmente em países em desenvolvimento. os agentes econômicos ficam proibidos de levar a cabo o que fariam. a política salarial e a atuação da Secretaria Especial de Abastecimento e Preços (Seap) situavam-se nesse contexto. Política monetária: refere-se à atuação do governo sobre a quantidade de moeda. O quadro 3 mostra os mercados e as diferentes variaveis determinadas em cada uma das partes da economia. . a política tributária. creditícias. Política de rendas (ou de controle de preços e salários): a característica especial da política de rendas. Política cambial e comercial: atuam sobre as variáveis relacionadas ao setor externo da economia. OS MEIOS DA POLÍTICA MACROECONÔMICA: A política macroeconômica envolve a atuação do governo sobre a capacidade produtiva (produção agregada) e despesas planejadas (demanda agregada). A segunda relacionada com o que pode ser chamado de parte invisível da economia e determina a taxa de juros. com baixas taxas de inflação e distribuição justa de renda. 3. taxas de redescontos e regulamentação sobre crédito e taxa de juros. seja estabelecimentos de cotas etc. é utilizada para estimular (ou inibir) os gastos do setor privado em consumo e em investimento. o estoque de moeda e a taxa de câmbio. Os principais meios para atingir os objetivos são: Política fiscal: compreende todos os instrumentos de que o governo dispõe para a arrecadação de tributos (política tributária) e controle de suas despesas (política de gastos). o nível geral de preços. A política comercial diz respeito aos instrumentos de incentivo às exportações e/ou estímulo/desestímulos às importações. sejam fiscais. nesses controles. em resposta a influências normais do mercado. os juros e os aluguéis é a de que. o nível de emprego e os salários nominais. Normalmente. as metas de crescimento e equidade distributiva têm se mostrado conflitantes. uma vez que muitos acreditam que o aumento do nível de poupança seria mais facilmente obtido por meio de uma distribuição desigual de renda – a já citada Teoria do Bolo no período do milagre econômico. A política cambial refere-se ao controle do governo sobre a taxa de câmbio. os lucros. de crédito e das taxas de juros. Os instrumentos disponíveis são: emissão de moeda. por meio da manipulação da estrutura e alíquotas de impostos. surge a Curva de Phillips que mostrava que uma relação inversa entre as taxas de inflação e taxas de desemprego. tinha o instrumental IS/LM analisando os componentes da demanda agregada acoplado à Curva de Phillips.21 Quadro 3 – Parte real e parte monetária da economia Mercados * Mercado de Bens Serviços Parte Real da Economia • Mercado de Trabalho * Mercado Financeiro Parte Monetária da Economia • Mercado de Divisas Variáveis Determinadas e * Produto Nacional * Nível geral de Preços • Nível de Emprego • Salários Nominais * Taxa de juros * Estoque de Moeda • Taxa de Câmbio 5. neoclássicos. . Questões: 1. * Com a teoria de Keynes. publicadas no livro “Teoria Geral do Emprego. Trata do papel das expectativas inflacionárias sobre a produção e o emprego. a ênfase da política econômica ainda era nos instrumentos de política fiscal. Por que os objetivos de politica econômica podem ser conflitantes. * Até os anos 60. * A teoria prevalecente antes de Keynes acreditava que a economia (i) era autoregulatória. * Em 1937: John Hicks introduz o aparato conhecido como IS/LM – a chamada síntese neoclássica – que permite analisar a economia tanto pela hipótese de pleno emprego (clássicos e neoclássicos) como pela de desemprego (Keynes). do Juros e da Moeda” de 1936. surge a Teoria Monetária com Milton Friedman da Universidade de Chicago. Explique. (ii) utilizava eficientemente todos os recursos. Você seria capaz de explicar qual objetivo de política econômica o governo brasileiro tem buscado nos últimos anos? Comente. Mas. A MACROECONOMIA EM PERSPECTIVA HISTÓRICA. Descreva as metas da política econômica. política monetária. Identificação de “ciclos de negócios” e Grande Depressão dos anos 30. que serviram como ponto de partida. * Nos anos 50. * Principais idéias Keynesianas. 2. recuperando o papel da oferta agregada na Teoria Macroeconômica. Maior desenvolvimento da Teoria Microeconômica. a economia (ii) não regula a si própria. O que se entende por política fiscal. (iv) as ações do governo apenas para os bens públicos. Atenção para como os agentes formas suas expectativas. numa herança keynesiana. que retratava as condições de oferta agregada. (ii) está sujeita à flutuações. (iii) produziam em pleno emprego (existia apenas a taxa natural de desemprego). política cambial e política de rendas? 4. XX: Primeira Guerra Mundial. negligenciando a política monetária. * Séc. (iii) pessimismo na comunidade de negócios e (iv) necessita de ação do governo para sua estabilização. * Segunda metade dos nos 50. 3. novos clássicos e pós-keynesianos. XVIII. * Séc. * Décadas de 70 e 80: Escola das Expectativas Racionais (os novos clássicos). * Quatro principais linhas de pensamento macroeconômico: keynesianos. primeiras revoluções. mas com escassas chances de acesso a frutos. Expansionista MOEDA 1. apenas uma diminuta parcela daquilo que consome. Tornava-se imperiosa a criação de novas condições de comércio. quando muito.22 SISTEMA FINANCEIRO O que veremos? Moeda: História Funções Oferta/Demanda Agregados Monetários Sistema Financeiro no Brasil (SFN): Diferentes Mercados Intermediação Financeira Sistema Bancário e Multiplicação dos Meios de Pagamento Criação/Destruição dos Meios de Pagamento Política Monetária: Instrumentos Política Restritiva vs. ORIGEM DA MOEDA Nas economias primitivas. também conhecido como escambo. tenha se especializado na coleta de frutos. A implantação desse sistema de intercâmbio direto de mercadorias. às margens de um rio generoso em peixes. Cada indivíduo passa a destinar a maior parte de sua produção não ao seu consumo próprio. portanto. poderia especializar-se na pesca e trocar com uma outra comunidade que. as trocas evoluíram em duas etapas: trocas diretas. à pesca e à coleta de frutos. Com o passar do tempo. na produção (captura) de peixes. Vivia em grupo tribal fechado. As dificuldades desse sistema são evidentes. restringindo suas atividades à caça. de forma direta. hoje. desde que houvesse interesse recíproco. para ocorrer a permuta. o homem percebeu que poderia dedicar-se à produção de determinadas mercadorias em quantidades superiores às suas necessidades de consumo.Um raciocínio simples exemplifica o caso das trocas diretas: uma tribo. e trocas indiretas. cujo objetivo primordial era a sobrevivência. era naturalmente impermeável à idéia de se estabelecer entre as comunidades um sistema de trocas de mercadorias. Historicamente. produto por produto. em que tribos vizinhas representavam rivais em potencial. o homem produz. bilateralmente. Essa primitiva sociedade. o modo de vida do homem não lhe oferecia qualquer instrumento que possibilitasse a transformação dos produtos disponíveis. tornava-se fundamental. de maneira que as trocas pudessem ocorrer sem que dependessem . exigia certas condições especiais para seu funcionamento: se o indivíduo "A" fosse especializado na produção (coleta) de frutos silvestres e o indivíduo "B". por intermédio da moeda. Conseqüência desse fato é o estabelecimento das trocas. A troca ocorreria. mas às trocas com terceiros que tenham bens e serviços de seu interesse. por estar um pouco mais distante ou mesmo não dispor de um rio em iguais condições. Salvo nas comunidades extremamente afastadas da civilização. que o indivíduo "A" desejasse adquirir peixes e o indivíduo "B” desejasse adquirir frutos silvestres. mediante consenso. havia ainda a desvantagem de ser perecível. a razão principal. EVOLUÇÃO DAS FORMAS DE MOEDA Ao se estabelecer um produto ou mercadoria como base para a troca. portanto. Introduziase assim um elemento responsável. medida de valor e reserva de valor. determinante do aparecimento da moeda. sem o controle da sociedade. A retenção da moeda. o trigo. porém. até ao instante em que é gasta.23 tanto da simultaneidade de interesses específicos. uma forte exigência: que seja aceito pela sociedade. a de facilitar o processo de circulação de bens. um simples pedaço de "papel pintado". Eram mais duráveis e permitiam subdivisão com maior facilidade.C. Há. Podem ser. Reside. Como alternativa. Além disso. Outro problema que surgiu de imediato foi o fato de a mercadoria-moeda ter a possibilidade de multiplicar-se facilmente. Entretanto. qual seja. e uma das causas poderia ser até mesmo não ter conseguido arcar com os custos de uma acomodação adequada para o trigo. de aceitação geral. como também pelas dimensões hoje assumidas pela Economia: a moeda. Imagine alguém que tivesse todo o seu estoque de moeda representado por 100 sacas de trigo e todas elas se deteriorassem. passa a desempenhar três funções básicas: intermediação de trocas. diz-se que a moeda serve como denominador comum de valores. em . à qual são convertidos os valores de todos os bens e serviços disponíveis na economia. como reserva de valor. A função de intermediação de trocas traduz-se em servir como meio de pagamento. passou-se a adotar os metais preciosos como meio de troca. traduzse. na indivisibilidade de certas mercadorias ou produtos. sua posse constitui reserva de valor. Era de melhor qualidade e não apresentava os problemas das demais mercadorias adotadas como moeda. portanto. Pode ser. mas trazia consigo novas dificuldades. o sal. em grande parte. A história registra o aparecimento de moedas metálicas cunhadas na Grécia entre os séculos VIII e VII a. apresentava problemas relativos a seu valor intrínseco e a seu transporte. uma mercadoria ou um produto que fosse aceito por todos os indivíduos. 2. O estabelecimento da mercadoria-moeda possibilitava a implantação de um sistema de intercâmbio. numa forma alternativa de guarda ou de acumulação de riqueza. A moeda por sua vez. A utilização dos metais preciosos (ouro e prata) como moeda facilitou muito o desenvolvimento das trocas e da circulação dos bens e serviços necessários à sociedade. A forma encontrada foi substituir as trocas diretas pelas trocas indiretas. como o foram no passado. o gado e os metais. não só pelo desenvolvimento do comércio. também. A introdução da moeda no sistema econômico conduz à dissociação de cada troca em duas operações distintas: uma compra e uma venda. o que causava sérios problemas para o sistema como um todo. A moeda é medida de valor porque estabelece uma unidade-padrão de medida. Em outras palavras. consensualmente. Considerando-se que a moeda pode ser trocada por bens ou serviços em qualquer ocasião. nessa função. Esse indivíduo teria zerado o seu estoque de moeda. como resolveria a questão? Um primeiro complicador consistia. nasceu o conceito básico de moeda: um instrumento facilitador das trocas que permite a medida ou a comparação de valores. estabelecendo-se como padrão de conversão. Sua produção era mais rara e escassa. desde o momento em que é recebida pelo seu detentor. Por exemplo: alguém que dispusesse de cinco sacas de trigo e desejasse comprar meio boi. A aceitação dessa moeda inconversível decorria do poder do Estado em garantir sua utilização e na confiança da população nesse Estado. em função da confiança do público. monopolizada pelo Estado. precaução e especulação. de emissão não lastreada. assim. o princípio das cédulas com lastro. corresponde aos depósitos à vista. Dessa forma. Como os cunhadores eram geralmente ourives. como meio de pagamento. desenvolveu-se uma outra modalidade: moeda bancária ou escritural. ATIVOS FINANCEIROS Os ativos financeiros da economia podem ser diferencidados conforme os atributos rendimentos e liquidez. Essa moeda. rendimento zero e usados como meio de pagamento. Surgiu. que surgiu com o desenvolvimento dos bancos comerciais. OFERTA E DEMANDA DE MOEDA A oferta de moeda na economia é feita pelo Banco Central (BACEN) e pelos Bancos Comerciais através das atividades de depósitos e empréstimos. passaram a emitir os chamados bilhetes de banco negociáveis. Observe-se que.24 virtude do peso e da segurança. Essa transformação fez com que os bancos deixassem de ser simples depositários de metais e passassem a exercer a função de emissores. 4. A garantia de utilização da moeda é dada pelo seu curso forçado. até então. cuja validade dependia única e exclusivamente de sua aceitação geral. transferindo a outrem o direito de saque. adicionou-se a esse costume o de endossá-lo. Ao lado dessa moeda fiduciária. Cobravam apenas uma comissão pela prestação do serviço de guarda dos metais. posto que os credores eram obrigados por lei a aceitá-la em pagamento de seus créditos. foi eliminada a necessidade de se trocar o recibo por metal precioso a cada operação. era só trocá-lo por metal precioso. de curso forçado. um lastro. mantendo um encaixe de 100% sobre os seus depósitos. . tem-se: Ativos financeiros monetários: liquidez absoluta. os banqueiros da época não concediam e nem tomavam empréstimos. Toda vez que se precisasse de moeda. em troca de um comprovante de depósito. já que os possuidores ficavam muito mais vulneráveis ao ataque de saqueadores. de um recibo. Não tardou muito. sem qualquer utilização. os cambistas medievais atuavam como "banqueiros". Ao verificarem que os metais ficavam guardados em seus cofres por um longo período de tempo. Esse recibo tinha. então. Assim. Ex: depósito de poupança. contudo. A demanda por moeda é derivada dos motivos: transação. 3. O Estado assumiu e monopolizou a emissão de moeda. Com isso. Ex: papel moeda em poder do público (PMPP) e depósito à vista nos bancos comerciais públicos e privados. surgindo a partir daí a moeda fiduciária. os quais possuem liquidez e equivalem à moeda de curso legal. Com o tempo. uniformizando-a no espaço geográfico de sua influência. Ativos financeiros não-monetários: menor grau de liquidez e rendimento. para que adquirissem a confiança do público e iniciassem uma transformação na sua forma de "operação bancária". Tais operacões consistiam na emissão de recibos sem a contrapartida de um depósito em moedas. que possuíam locais seguros para guarda dos metais preciosos passou-se a adotar o costume de deixar as moedas depositadas com eles. M2 = M1 + depósitos especiais remunerados + depósitos de poupança + títulos emitidos por instituições financeiras. A seguir são definidos os agregados monetários: M0 = PMPP (notas e moedas) M1 = M0 + depósitos à vista nas instituições financeiras bancárias. M4 = M3 + títulos públicos federais (Selic) e títulos de emissão dos estados e municípios. existe ainda outra medida da moeda na economia que é a base monetária.Papel Moeda Emitido (PME): meio circulante . Tabela 1 . Esses agregados são agrupados de acordo com a liquidez dos diferentes ativos financeiros da economia.25 5.Heveres Financeiros no Brasil (R$ bilhões) Fonte: Bacen 6.Reservas Bancárias (RB): contas correntes dos bancos criadores de moeda no Banco Central . MEDIDA DA OFERTA DE MOEDA A quantidade de moeda existente na economia pode ser medida com a utilização dos chamados agregados monetários. M3 = M2 + quotas de fundos de renda fixa + operações compromissadas com títulos públicos federais. BASE MONETÁRIA Além dos agregados monetários. O conceito de base monetária (BM) equivale ao passivo monetário do Banco Central que serve de lastro aos meios de pagamento e é definida por: BM = PME + RB . A figura 10 mostra a base monetária e os meios de pagamentos na economia brasileira para os anos de 2004 e de 2005.Subsistema normativo . . A sistemática de recolhimentos compulsórios sobre os recursos à vista e a preponderância de metas de taxas de juros resultam em valores desprezíveis de reservas voluntárias médias.Subsistema de Intermediação . veja em anexo o número de instituições por segmento. privados nacionais e estrangeiras) no sistema bancário do Brasil para o período de 2002 a 2005. ESTRUTURA DO SFN (BRASIL) Sistema Financeiro: conjunto de agentes e instituições responsáveis pela intermediação de recursos financeiros entre as unidades econômicas líquidas (superavitárias) e as ilíquidas (deficitárias). Além disso. 8. por tipo e com maiores agências no país.2004 e 2005 Fonte: Bacen 7.26 Essas reservas bancárias são compostas por reservas voluntátias e reservas compulsórias.Outras instituições A figura 11 abaixo mostra a participação por segmentos (públicos. Figura 10 – Base monetária e meios de pagamentos no Brasil . ORGANIZAÇÃO DO SFN . destaca-se o mercado de crédito no Brasil. Participantes: Bacen. A seguir.Sistema Bancário/Participação por Segmentos (Brasil) Fonte: Bacen 9. o direcionamento do crédito para as diferentes atividades econômicas e as taxas de juros cobradas para as pessoas físicas e pessoas jurídicas. DIFERENTES MERCADOS: O sistema financeiro é composto por quatro diferentes mercados que são: Mercado Monetário: onde são negociados títulos de curto prazo (Iiquidez da economia). Mercado de Câmbio: são realizadas as transações com diferentes moedas. Mercado de Capitais: onde são negociados títulos de médio e longo prazo (necessidade de recursos para investimento). empresas exportadoras e importadoras.27 Figura 11. respectivamente. . Bancos. Os gráficos mostram. Mercado de Crédito: tem a responsabilidade de suprir a necessidade de crédito das diferentes atividades econômicas. 28 Fonte: Bacen Fonte: Bacen Fonte: Bacen . Para se distinguir uma ocorrência da outra. CRIAÇÃO E DESTRUIÇÃO DE MOEDA O fenômeno mais importante associado ao desenvolvimento da moeda escritural consiste na multiplicação dos meios de pagamento através das instituições financeiras bancárias que captam depósitos à vista. duplicatas e etc. Financiamento externo: que pode ser direto através da venda de ações ou de títulos da dívida e o indireto por meio de empréstimo via instituições financeiras A pergunta que surge é por que as unidades deficitárias não optam pelo financiamento direto? A resposta para esse questionamento está nos conceitos de custos de transação e de informação assimétrica. Haveres monetários: possuem liquidez imediata — papel-moeda em poder do público e depósitos à vista (meios de pagamento). aqueles que podem ser chamados de unidades superavitárias (US) e outros que podem ser chamados de unidades deficitárias (UD).entrega ao público de haveres monetários (moeda) e. recebe haveres não-monetários (duplicata). o que permite aos bancos comerciais emprestar parte dos depósitos à vista por eles recebidos. 2. 2. conforme ilustrado na figura a seguir: . As unidades deficitárias possuem duas formas para obter financiamento: Autofinanciamento: venda de algum patrimônio.1. mantendo encaixes bem inferiores ao volume destes depósitos. Criação de moeda: Quando a instituição financeira bancária desconta uma duplicata . um bem imóvel. Esse fenômeno decorre do fato de ser altamente improvável que todos os depositantes saquem seus recursos ao mesmo tempo. títulos públicos. como depósitos a prazo. Os primeiros suprem as necessidades de financiamento dos segundos através da intermediação das instituições financeiras. por exemplo. A faculdade de criar ou destruir moeda decorre de operações realizadas entre as instituições financeiras bancárias — que captam depósitos à vista — e o público. FORMAS DE FINANCIAMENTO Existem dois tipos de agentes no sistema financeiro. Haveres não-monetários: não possuem liquidez imediata. em troca. valemo-nos dos conceitos de haveres monetários e haveres não-monetários.29 INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA 1. 00. Destruição de moeda: Quando o público quita uma duplicata – a instituição bancária entrega ao público haveres nãomonetários (duplicata quitada) e recebe haveres monetários (moeda). conforme ilustrado na figura a seguir: Figura 13 – Destruição de Moeda Haveres não-monetários Instituição Financeira Bancária Haveres monetários Público Exemplos de criação e de destruição de moeda: Governo Federal deposita impostos arrecadados do público no Bacen (D). Multiplicador Simples k = 1/R k = magnitude do efeito multiplicador R = alíquota de recolhimento bancário Exemplo: R = 0. o efeito multiplicador fará com que o volume de meios de pagamentos passe a ser de R$ 4. MULTIPLICADOR BANCÁRIO As instituições financeiras que captam depósitos à vista podem multiplicar os meios de pagamentos através das operações de empréstimos.30 Figura 12 – Criação de Moeda Haveres monetários Instituição Financeira Bancária Haveres não-monetários Público 2. Indivíduo resgata sobre poupança. Indivíduo efetua um depósito à vista em um banco comercial (N). 3.2. . com transferência do saldo para a conta corrente no banco comercial (C). Indivíduo adquire quotas de um fundo de ações sacando sobre seus depósitos à vista (D).000.25 Temos que k = 1/0.00.000. Exportadores trocam US$ por R$ no Bacen (C).25 = 4 Se DV= R$1. Em março de 1999: Recursos à vista : 75% em espécie. para condicionar os volumes de reservas bancárias e as taxas básicas de juros. POLÍTICA MONETÁRIA Refere-se ao processo de oferta de moeda na economia. não remunerado Depósitos de poupança : 15% em espécie. não remunerado Depósitos de poupança : 15% em espécie.1. O controle da oferta de moeda pode se dar pelo lado da: . ou de propriedade. ou de liquidez. que serão remunerados ou não remunerados. remunerado Depósitos a prazo: 15% em títulos. 4. Instrumentos de política monetária Operações de mercado aberto: Compra ou venda de títulos. Os recolhimentos podem ser exigidos em espécie. não remunerado Depósitos de poupança : 15% em espécie. . das partes envolvidas. A oferta primária fica a cargo da autoridade monetária (AM). de forma definitiva ou compromissada.Anterior ao Plano Real: Recursos à vista: 40% em espécie. ou em títulos. remunerado . Recolhimentos compulsórios: Parcelas de algumas modalidades de captação que as instituições financeiras devem manter junto a Autoridade Monetária (Bacen) a fim de condicionar a alavancagem de operações ativas e a estrutura de custos. e sua “multiplicação” se dá pela ação dos bancos comerciais.31 Multiplicador Elaborado: k = 1/C+D(R1+R2) C = PMPP/M1 D = DV/M1 R1 = CX/DV R2 = RB/DV Onde: PMPP = papel moeda em poder do público DV = depósitos à vista CX = caixa dos bancos comerciais RB = reservas bancárias (voluntárias e compulsórias) 4.Atual (outubro/2003): Recursos à vista : 45% em espécie. As operações definitivas alteram a posição de carteira. remunerado Depósitos a prazo : 30% em títulos FIF-curto prazo : 50% em espécie.demanda (tornando o dinheiro mais caro para o público). com seus mecanismos de transmissão. Recolhimentos compulsórios: estrutura no Brasil . As operações compromissadas ou com compromisso de recompra/revenda ou de financiamento de títulos alteram a posição de custódia. das partes envolvidas. não remunerado FIF-30 dias : 5% em espécie não remunerado .oferta (direta e indiretamente) ou . Venda de títulos * Compra de Títulos 4.aumenta * reduz . destruição (D) de moeda: ( ) Governo Federal deposita taxas e impostos arrecadados de empresas no Bacen. aumenta prazo 3. a vista do público nos BC 1.Reduz * amplia Taxas de juros .reduz * aumenta . Uma empresa deficitária possui duas opções de financiamento.aumenta * diminui . ( ) Indivíduo transfere saldo da conta corrente para a conta de poupança no banco comercial. reduz prazo * reduz juros.aumenta juros. Quadro 3 – Resumo dos Instrumentos de Política Monetária Instrumentos 1. Questões Conceituais: 1. Diga quais são as características.reduz * aumenta . Quais são os diferentes mercados do sistema financeiro? Explique. 5.Aumenta a taxa * reduz a taxa 2. A taxa cobrada por esses empréstimos mais o prazo para o seu pagamento constitui o que é chamado de taxa de redesconto.reduz * aumenta . Dados os seguintes agregados monetários (em mil R$): Papel moeda emitido (PME) 1.400 Reservas dos BC no Bacen .32 Redesconto O Bacen pode suprir as necessidades de financiamento dos bancos comerciais através de empréstimos. São restritivas quando reduzem a oferta monetária e encarecem os empréstimos. São expansionistas quando aumentam a oferta monetária e barateiam os empréstimos. ( ) Importadores trocam R$ por US$ no Bacen.Restringe * Amplia Oferta monetária . Open Market . 3.aumenta *reduz As Políticas Monetárias podem ser chamadas de restritivas ou de expansionistas. Operações de Crédito . aumenta a taxa e reduz o prazo de pagamento. Os ativos financeiros da economia são diferenciados em duas categorias conforme duas características. Quando o Bacen quer ser punitivo. Nas afirmações abaixo. Redesconto . 4.aumenta * reduz . diga quando ocorre criação (C). Quais são essas opções? Por que a intermediação financeira é a forma mais utilizada de financiamento pelos agentes econômicos deficitários? Comente. .100 Papel moeda em poder do público (PMPP) 600 Dep.Voluntárias 100 -Compulsórias 400 Depósito em poupança 200 Quotas de fundo de renda fixa 150 Títulos públicos federais (Selic) 430 a) Qual a base monetária ? b) Qual o total do M1 ? c) Qual o total do M2 ? c) Qual o total do M3 ? c) Qual o total do M4 ? 2. Recolhimento Compulsório . . em poder do resto do mundo 250 * Depósitos à prazo... Coloque falso (F) ou verdadeiro (V). ) Banco aumenta seu capital vendendo ações ao público. menor será a velocidade-renda da moeda. M3 e M4 ? 9. Como se dividem os agregados monetários no Brasil.. ) Indivíduo leva ao banco uma certa quantia em unidades monetárias e efetua um depósito à prazo. Dados os seguintes agregados monetários (em R$ milhões): * Caixa. Se o montante inicial em depósito a vista é de R$ 4. ( ) A oferta de moeda e a taxas de juros são reduzidas através de uma política monetária expansionista. qual é o mais punitivo para os bancos. Explique cada um deles. recebendo a inscrição de um depósito à vista... Dos instrumentos que o Bacen pode utilizar para controlar a oferta de moeda na economia. Comente.. ( ) O multiplicador bancário elaborado varia negativamente em relação à taxa de reservas dos bancos e positivamente em relação à taxa de retenção do público. a taxa de juros reduz. ) Empresa efetua um depósito à vista em um banco comercial.. e justifique quando falso: ( ) Quando o Bacen aumenta a taxa de recolhimento compulsório sobre os DV dos bancos comerciais.75. 6. ) indivíduo leva ao banco uma certa quantia em unidades monetárias e efetua um depósito á vista. A oferta de moeda pode dar-se pelo Bacen ou pelos Bancos Comerciais. ( ) A velocidade renda da moeda é definida pela relação entre o PIB e a quantidade de moeda (M). em poder do resto do mundo 150 a.. ( e.. A elevação da taxa dos depósitos compulsórios dos bancos comerciais junto as autoridades monetárias diminuiu o valor do multiplicador dos meios de pagamentos porque: a. ) Banco vende divisas a um importador. ( ) Quanto maior for a taxa de inflação numa economia. 12.. 11. ) Banco compra cambiais de um exportador. Quais as funções principais que o Banco Central exerce na política econômica. ) Banco compra títulos da dívida pública possuídos pelo público.. ( ) Se o Governo precisa reduzir a quantidade de oferta de moeda na economia.. então o valor do multiplicador simples na economia será de. em poder do resto do mundo 400 * Depósitos na Poupança. ( )diminui o saldo do papel-moeda emitido ) diminui o saldo do papel-moeda em circulação )diminui o saldo do papel-moeda em poder do público )diminuem os depósitos à vista nos bancos comerciais )diminuem os recursos dos bancos comercias para empréstimos ao público. M2. ) Empresa leva ao banco uma duplicata para descontar. ( c. ( ) A taxa de juros pode ser reduzida através da expansão nas operações de crédito por parte do Bacen. a oferta monetária é reduzida e a taxa de juros também cai. nos Bancos Comerciais 95 * Papel Moeda Emitido 200 * Depósitos à vista do público nos Bancos Comerciais 150 * Depósitos à vista dos Bancos Comerciais Voluntários 40 Compulsórios 30 * Títulos federais. ( b.. ) Banco vende um imóvel a uma pequena empresa recebendo o pagamento à vista em dinheiro.000. ( ) Se o Bacen diminui os juros e aumenta o prazo na operação de redesconto. sendo este último dado pelo mecanismo do multiplicador monetário. 7.. o Bacen pode comprar títulos públicos que estão nas mãos do público. Se R = 0. . qual será o valor multiplicado. ( d. Qual o valor da Base Monetária? b.. ( ) Quanto maior a taxa de recolhimento compulsório.00... 8. maior o multiplicador bancário simples. Qual o valor do M1.33 ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ) Empresa adquire quotas de um fundo de ações sacando sobre seus depósitos à vista. 10. em moeda corrente... como instrumento de política monetária. supervisionar a compensação de cheques d) executar as políticas monetária e fiscal do governo e) fiscalizar empresas privadas e públicas 18. O primeiro congrega as autoridades monetárias. recebendo a inscrição de depósitos à vista 17. Entende-se por operações de mercado aberto. Quanto ___________ forem as taxas voluntárias e compulsórias. mediante pagamento à vista. Entre as operações a seguir relacionadas. mercado de capitais e mercado cambial. Demanda de moeda para _______________: ficando com mais dinheiro as pessoas podem enfrentas melhor as despesas imprevistas. A principal função da reserva compulsória sobre os depósitos bancários. especificamente: a) concessão de empréstimos. mercado de crédito. em moeda. As operações entre o público e o setor bancário podem criar ou destruir os meios de pagamento. a)maiores – maior será b)menores – menor será c)maiores – menor será d)menores – inalterado será e)nenhuma das anteriores 16. pelo Banco Central. títulos de diversas espécies c) saque de cheques nos caixas dos bancos d) empresas levam aos bancos duplicatas para desconto. O encaixe próprio dos bancos (parcela dos depósitos que é mantida em caixa) é um dos freios à multiplicação infinita da moeda escritural. títulos e imóveis pode flutuar muito. entre suas responsabilidades: a) atuar como banco do governo federal e renegociar a dívida externa brasileira b) aceitar depósitos. é usualmente subdividido em 2 subsistemas: o _______________ e o __________________. por parte dos bancos comerciais. é: a) permitir ao governo controlar a demanda de moeda b) permitir as autoridades monetárias controlar o montante de moeda bancária que os bancos comerciais podem criar . O sistema financeiro nacional constituído do mercado monetário. Demanda por moeda para ____________: as pessoas mantêm dinheiro porque isso lhes permite comprar e vender bens com facilidade. fiscalizar e controlar os intermediários financeiros. já que o preço de ações. responsável pela disciplina operacional e pela liquidez do sistema. em bolsa. O Banco Central do Brasil (Bacen) tem. Demanda por moeda para ________________: as pessoas mantêm dinheiro porque ele é mais seguro que outros ativos. Mas o freio maior é o recolhimento compulsório que o Banco Central exige dos bancos comerciais. das empresas ao público em geral d) atividade do Banco Central na compra ou venda de títulos e) restrições às operações de crédito ao consumidor 19. O segundo congrega as instituições bancárias e não bancárias. a bancos comerciais c) venda de ações. qual delas é responsável pela criação de meios de pagamento? a) pessoas realizam depósitos a prazo nos bancos b) bancos vendem ao público. __________________seu efeito multiplicador.34 13. a)transação – especulação – precaução b)precaução – especulação – transação c)especulação – transação – precaução d)precaução – transação – especulação e)nenhuma das anteriores 14. a) normativo – cambial b) intermediação – normativo c) intermediação – cambial d) normativo – intermediação e) nenhuma das anteriores 15. a empresas e consumidores b) concessão de empréstimos. conceder empréstimos ao público e controlar os meios de pagamento do país c) emitir papel-moeda. De que forma essa distribuição de crédito pode afetar o crescimento futuro da economia? Argumente. M3 e M4 (medidas da moeda) numa economia que estivesse praticando uma taxa de juros reais de 9% ao ano? E o que aconteceria se a economia passasse a conviver com altas taxas de inflação? Explique. 2. 3. Para reduzir o volume de meios de pagamentos. O Bacen reduziu a taxa de recolhimento compulsório sobre os DV dos bancos comerciais de 75% (março/1999) para 45% (outubro/2003). M2.35 c) impedir que os bancos comerciais obtenham lucros excessivos d)forçar os bancos a manter moeda ociosa no sentido de cobrir as necessidades de caixa do banco central e) cortar subsídios governamentais às empresas privadas 20. a maior parcela ficou com as pessoas físicas. Do total de crédito direcionado para as atividades econômicas nos de 2004 e 2005. O que aconteceria com os agregados monetários M1. Essa redução foi possível graças ao crescimento econômico da economia? . o Banco Central deve: a) elevar a taxa de redesconto b) comprar títulos da dívida pública c) elevar a emissão de papel-moeda d) reduzir a reserva compulsória dos bancos comerciais e) reduzir a taxa de juros para desconto de duplicatas Questões Aplicadas: 1. 36 CAPÍTULO 3 – INFLAÇÃO O que veremos? Definição e Cálculo Teorias Explicativas Mensuração da Inflação no Brasil Planos de Estabilização INFLAÇÃO 1. Desinflação = redução ou a eliminação da inflação. Situações Possíveis INFLAÇÃO DESINFLAÇÃO LINHA DE ESTABILIDADE DEFLAÇÃO REFLAÇÃO . Reflação = movimento de recuperação de processos deflacionários depressivos. de queda generalizada dos dispêndios e dos preços. anos 30). Deflação = redução no nível da atividade econômica (estagnação – Ex. SITUAÇÕES POSSÍVEIS DE VARIAÇÃO DOS PREÇOS Inflação = aumento persistente no nível geral de preços. tarifas públicas) provocam a perpetuação das taxas de inflação anteriores.37 2. aluguéis. 16(64): 20-35. Efeitos sobre o balanço de pagamentos: taxas de inflação em níveis superiores ao aumento de preços internacionais encarecem o produto nacional relativamente ao produzido no exterior. quebra de safra. Efeitos sobre o mercado de capitais: com inflação. Mecanismos: . como terras e imóveis. Inflação de custos (Ou inflação de oferta) Ocorre quando há variação dos preços de itens com alta participação no processo produtivo (aumento salarial. Revista de Economia Política..rigidez das importações (M) associada ao pouco dinamismo das exportações (X) . A Inflação decifrada.(baixa relação de trocas) . indústria. deteriora-se o valor da moeda e ocorre desestímulo à aplicação de recursos no mercado de capitais financeiros. via aumento dos preços.propagação: indexação formal e informal . . mas sim. As aplicações em cadernetas de poupança cedem lugar para a aplicação em recursos de bens de raiz. a oferta agregada não tem como se expandir de forma a acompanhar o crescimento da demanda. que leva a um aumento dos custos das empresas que é em alguma medida repassado para os preços finais.. Efeitos sobre a distribuição de renda: redução do poder aquisitivo das classes que dependem de rendimentos fixos. TEORIAS DA INFLAÇÃO Inflação de demanda Ocorre quando há um excesso de demanda agregada. reajuste de tarifas públicas.aceleração: choques de oferta Efeitos da Inflação Efeito Oliveira Tanzi: mostra que a inflação corrói o montante de arrecadação. salários) e informal (reajustes de preços no comércio.estrutura oligopolística no mercado Inflação Inercial 3 Os mecanismos de indexação formal (contratos. etc. A inflação estruturalista (Cepal) Os pensadores da Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL) afirmam que as causas estruturais da inflação são: . O ajuste da oferta não se dá via aumento das quantidades. 3 Para uma discussão sobre a inflação inercial ver: Pereira (1996).substituição de importações . que são sempre repassadas aos preços. que possuem prazos legais de reajuste.oferta de alimentos inelástica . desvalorização cambial.Quando a economia funciona a pleno emprego.). ou a outras características como rendimento. O índice de Laspeyres pondera preços (p) em duas épocas. Os exemplos desse métodos são os índices de Laspeyres e o de Paasche. é chamado número-indice agregado ou composto. tem-se: Período base (t0): Carne: $ 1/Kg.38 3. então: 10 Kg * $1/Kg = $10 Batata: 0. então 10 * 1 = 10 Batata: $1. Exemplo: considerando dois produtos (carne e batata). p0 × q0 × 100 p1 × q0 p1 = preço no período atual.00 (aumento de 100%). profissão. correlacionados ao tempo. uma POF identificou que o consumo médio de carne era de 40% e de batata 60%. localidades. é frequentemente denominada série de índices. ou de um grupo de variáveis. então: 30 Kg * 0. tomando como pesos quantidades (q) arbitradas para estes insumos na época inicial. Quando o número-índice representa uma comparação para um bem ou produto individual.. . Considerando dois períodos de tempo. t0 como mês base e t1 como o mês seguinte. É calculada em função do perfil de consumo de uma certa população (POF). A fórmula é: IL = Onde: p0 = preço no período inicial. Índice de Laspeyres É um dos mais populares índices agregado de preços.50/Kg = $15 Cesta (ponderada) = (10*40%) + (15*60%) = $13 Período seguinte t + 1 Carne: $1. então: 30 * 1 = 30 Cesta (ponderada): (10*40%) + (30*60%) = $22 Variação: (22-13)/13 = 69% Números Índices É uma medida estatística idealizada para mostrar as variações de uma variável. que determina a ponderação de “cestas de bens e serviços”.00 (preços estáveis). INFLAÇÃO E NÚMEROS ÍNDICES A inflação é o aumento generalizado dos preços de uma economia. Uma coleção de números índices de diversos anos. à localização geográfica. Quando o número-indice foi construído para um grupo de bens. é chamado número-indice simples (ou relativo). no qual os preços são ponderados pelas quantidades associadas com o ano-base antes de serem somados. q1 = quantidade no período atual. e etc. A cesta básica mensal inclui 10 kg de carne e 30 kg de batata. q0 = quantidade no período inicial. Método agregativo ponderado Os índices agregados de preços são geralmente ponderados segundo as quantidades q dos bens. inicial (0) e atual (1).50/Kg. eventualmente. inicial (0) e atual (1). Aplicação dos Números Índices Para comparar os custos de alimentos ou de vida. com a de outra. com os de um ano anterior.Estrutura Básica dos Indicadores . Existem vários índices de preços que são calculados por instituições diferentes. super dimensionado e assim o índice de Paasche apresentar tendência a rebaixamento. Veremos a seguir os números índices que são usados no Brasil para medir a inflação. 4. em uma região do país. Por exemplo. Como essas quantidades são consideradas adequadas à época atual e não à época inicial. A tabela abaixo sumariza as principais características dos indicadores calculados no Brasil. em uma cidade. Tabela 2 . A fórmula é: IP = p0 × q1 × 100 p1 × q1 O índice de Paasche pondera preços (p) em duas épocas. ou a produção de aço. tomando como pesos quantidades (q) arbitradas para estes insumos na época atual. Índice Nacional Preços ao Consumidor (INPC) é calculado pela Fundação IBGE. o Índice Geral de Preços (IGP) é calculado pela Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro. INDICADORES DE INFLAÇÃO NO BRASIL E NO RS Vários são os indicadores de inflação adotados no Brasil. durante um ano. Índice de Paasche Este índice usa as quantidades do ano dado como pesos. durante determinado ano. admite-se que o numerador possa se apresentar super dimensionado e assim o índice de Laspeyres apresentar tendência de elevação.39 Como essas quantidades são consideradas adequadas à época inicial e não à época atual. admite-se que o denominador possa se apresentar. IBGE: Calculado desde 1980. com peso 3.40 O mapa a seguir mostra as regiões metropolitanas que são alvo para o cálculo do índice de preço ao consumidor (IPC). média do custo de vida nas 11 principais regiões metropolitanas do país para famílias com renda de 1 até 8 salários mínimos. porém refletindo o custo de vida para famílias com renda mensal de 1 a 40 salários mínimos. IGP-M (FGV): Metodologia igual à do IGP-DI. O IGP tradicional abrange o mês fechado. IGP-10 (FGV): Elaborado com a mesma metodologia do IGP e do IGP-M.FGV:É uma média ponderada do índice de preços no atacado (IPA). e do custo da construção civil (INCC). IGP. O IGP-M é elaborado para contratos do mercado financeiro. A única diferença é o período de coleta de preços: entre o dia 11 de um mês e o dia 10 do mês seguinte.Regiões Metropolitanas e IPC 4. com peso 1. INPC-IBGE: Índice Nacional de Preços ao Consumidor. Formado pelo IPA (Índice de Preços por Atacado) e IPC (Índice de Preços ao Consumidor). mas pesquisado entre os dias 21 de um mês e 20 do seguinte. Usado em contratos de prazo mais longo. como aluguel. Foi escolhido como alvo das metas de inflação ("inflation targeting") no Brasil. Mapa 1 . de preços ao consumidor (IPC) no Rio e SP.1 Diferença entre os Principais Índices IPCA. IGP-DI (FGV): Reflete as variações de preços de todo o mês de referência. com peso 6. A pesquisa é feita em 11 regiões metropolitanas. . semelhante ao INPC. Divulga também taxas quadrissemanais. Reflete o custo de vida de famílias com renda média de R$ 2. Reflete o custo de vida de famílias com renda de 1 a 20 salários mínimos.22 176.2 Instituições que calculam a inflação no RS O Centro de Estudos e Pesquisas Econômicas (IEPE/UFRGS) elabora o Boletim Econômico (IEPE-UFRGS) mensalmente com o objetivo de: * Índice de Preços ao Consumidor (IPC-IEPE).Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe): Pesquisado no município de São Paulo. Calculado por sindicatos estaduais da indústria da construção.Índice Nacional do Custo da Construção: Um dos componentes das três versões do IGP. Utilizado em financiamento direto de construtoras/incorporadoras CUB . 30% e 10%. Reflete o ritmo dos preços de materiais de construção e da mão-de-obra no setor.59 0. chamados de Sinduscon. Indicadores Econômicos (IEPE-UFRGS) .78 -1.800 (há também índices para a baixa renda e a intermediária).54 Cesta Básica (RMPA) Fev Mar Abr Custo Total (R$) 554.58 177. o de menor peso.36 0. * Custo da Cesta Básica da Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA).53 Variação % -0.72 Variação % -1.Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese): Medido na cidade de São Paulo.71 .51 549. Apura as variações de preços de matérias-primas agrícolas e industriais no atacado e de bens e serviços finais no consumo. IPC. e usado em financiamentos de imóveis. ICV.10 545. com pesos de 60%.Custo Unitário Básico: Reflete o ritmo dos preços de materiais de construção e da mão-de-obra no setor.41 INCC (Índice Nacional do Custo da Construção).2006 Índice de Preço ao Consumidor (IPC) Fev Mar Abr Número Índice 177. INCC.51 -0. respectivamente. 4. DI (% a. INFLAÇÃO NO BRASIL 75 65 55 45 35 25 15 5 -5 Plano Collor Crise da Dívida Plano Cruzado Inflação no Brasil (1944-2006) Inflação nas eras Collor.) -10 10 20 30 40 50 60 70 80 90 0 10 20 30 40 50 60 0 5. Solange Marin a partir de dados do IPEADATA – www.m. FHC e Lula (IGP-DI %a.m.gov.) Inflação no Brasil na década de 1980 (IGP-DI (% a.br 1990 01 1990 07 1991 01 1991 07 1992 01 1992 07 1993 01 1993 07 1994 01 1994 07 1995 01 1995 07 1996 01 1996 07 1997 01 1997 07 1998 01 1998 07 1999 01 1999 07 2000 01 2000 07 2001 01 2001 07 2002 01 2002 07 2003 01 2003 07 2004 01 2004 07 2005 01 2005 07 2006 01 2006 07 Plano Real Plano Verão 1980 01 1980 05 1980 09 1981 01 1981 05 1981 09 1982 01 1982 05 1982 09 1983 01 1983 05 1983 09 1984 01 1984 05 1984 09 1985 01 1985 05 1985 09 1986 01 1986 05 1986 09 1987 01 1987 05 1987 09 1988 01 1988 05 1988 09 1989 01 1989 05 1989 09 1944 02 1946 02 1948 02 1950 02 1952 02 1954 02 1956 02 1958 02 1960 02 1962 02 1964 02 1966 02 1968 02 1970 02 1972 02 1974 02 1976 02 1978 02 1980 02 1982 02 1984 02 1986 02 1988 02 1990 02 1992 02 1994 02 1996 02 1998 02 2000 02 2002 02 2004 02 2006 02 42 .m.-10 IGP .ipeadata.)) Era FHC Plano Bresser Choques Heterodoxos Era Lula FONTE: Prof. 43 5.1. Causas Básicas da Inflação Brasileira As principais causas da inflação na economia brasileira são: a questão distributiva, o déficit do setor público e seu financiamento e o mecanismo de indexação (formal e informal). 5.2. Inflação no Brasil e as Correntes Econômicas Correntes Causas Principais * Desequilíbrio do setor público (déficit e a dívida pública provocam descontrole monetário, causando inflação de demanda) Monetarista Inercialista * Indexação generalizada (formal e informal) Políticas Antiinflacionárias * Ajuste fiscal (para reduzir déficit e dívida pública, via reformas fiscal, previdenciária, privatização) * Controle Monetário (juros e moedas) * Liberalização do comércio internacional * Dexindexação (para apagar memória ou inércia inflacionária, via congelamento de preços, salários e tarifas – Planos Cruzado, Bresser – ou troca de moeda – Plano Real) * Controle de preços de oligopólio * Reformas estruturais Estruturalista * Conflitos distributivos ( pressões de margens de lucro, pressões salariais, pressões de tarifas e preços públicos provocam inflação de custos) 5.3. A Inflação no Brasil e os Programas de Estabilização 1946-58: Inflação de crédito e estrutural 1959-63: Inflação predominantemente fiscal 1964-67: Aplicação de controles ortodoxos 1968-79: Inflação reprimida 1980-1985: Inflação de movimentos inerciais 1986-94: Fase dos choques heterodoxos 1994-2006: O real, a volta à ortodoxia e a estabilização. 5.4. Planos de Estabilização O Plano Cruzado (28/02/1986) A inflação era tida como inercial. O diagnóstico era de que a inflação tinha caráter autônomo, sustentado pela indexação formal e informal da economia. Houve a utilização de instrumentos heterodoxos para a eliminação da memória inflacionária (inércia inflacionária): Medidas: 1. introdução de nova moeda: reforma monetária, com o cruzado – (000) 2. congelamento de preços por prazo indeterminado ao nível de 28/02. 3. conversão de salários: além do valor real médio, concedido um abono de 8%. 4. conversão de aluguéis, prestação do sistema financeiro e mensalidades escolares pelo princípio da média. 5. Desindexação: 44 5.1 proibição de clausula de indexação: proibição de correção monetária para contratos inferiores a um ano e para contratos maiores de um ano, reajuste conforme a OTN em cruzados; 5.2 indexação de salários: escala móvel, salários reajustados toda vez que a inflação atingisse a casa dos 20%; 6 tablitas: tabela de conversão diárias de valores em cruzeiros para cruzados. Conseqüências: 1 parte dos recursos foram destinados para a compra de imóveis e reativação da produção; 2 reativação do consumo via salário móvel, seguro-desemprego e abono; 3 viver de renda ficou difícil porque caíram as taxas de juros (teve até taxa negativa); 4 taxa de inflação caiu; 5 empresas introduziram inovações organizacionais tais como just-in-time e abertura de novas firmas; 6 houveram conflitos entre produtores e fornecedores e a conseqüente falta de produtos; 7 não houve discussão quanto ao prazo do congelamento. O congelamento de preços foi peça fundamental e a inflação caiu nos primeiros meses. Houve explosão do consumo devido ao aumento do poder de compra do salário, a despoupança em função da desilusão monetária, a queda nas taxas de juros e ao consumo reprimido dos anos de recessão e ao congelamento de alguns preços defasados aos custos. O excesso de demanda reforçada pela expansão da oferta de moeda além do incremento natural da demanda provocada pela desinflação abrupta. Houveram taxas de juros negativas favoráveis a inflação zero. Esforços posteriores para uma política monetária mais restritiva e o aumento da taxa de juros encontrariam oposição política. Houve reconhecimento da magnitude do desequilíbrio fiscal, pois o esperado aumento na receita do governo, devido a eliminação da erosão da inflação que agia sobre a arrecadação dos impostos (efeito Tanzi) não se materializou no percentual e no tempo previstos. Quando ocorreu o aumento da receita, ele foi compensado pelo aumento nos gastos. No período final ou descongelava-se preços ou desacelerava-se o produto através do corte da demanda agregada. O ano de 1986 foi marcado pela redução drástica da inflação, após o congelamento de preços decretado pelo Plano Cruzado, e uma violenta expansão do consumo, que determinaram novamente a boa performance em termos de crescimento econômico (8,3%). O crescimento do consumo foi explicado por várias razões: transferência de renda real aos trabalhadores (aumento de salário real), fim da “ilusão monetária” com fuga dos ativos financeiros, expansão monetária e creditícia etc. Entretanto, foi também o responsável por vários problemas na economia e pela volta da inflação. Dentre os problemas, destacavam-se a crise de abastecimento, a presença do ágio como forma de burlar o controle de preços e outras formas travestidas de inflação, bem como uma profunda crise cambial. A crise cambial, em decorrência da redução do saldo na balança comercial e da piora nas contas de capital, com profunda queima de reservas para a sustentação do plano, desembocou na moratória de fevereiro de 1987 como forma de estancar a perda de divisas. Foram feitos ajustes no Plano Cruzado, como pode ser visto a seguir: Cruzadinho (07/1986 – 10/1986) Elaboração de um pacote fiscal para diminuir o consumo. Foram criados o sistema de empréstimo compulsórios e novos impostos indiretos sobre a gasolina (28%) e automóveis (30%). Mas, esse pacote teve pouca eficácia para conter o consumo. Ao contrário, a expectativa do descongelamento deu novo impulso à demanda. A inflação oficial caiu, porém 45 não refletia a inflação real da economia devido aos ágios, ao desabastecimento e à introdução de produtos novos. Após o mês de setembro o saldo da balança comercial começa a refletir o excesso de demanda interna e a queda nas exportações. Cruzado II (11/1986 – 06/1987) Um pacote fiscal visando o aumento da arrecadação do governo em 4% do PIB via reajuste de alguns preços públicos e aumento de impostos indiretos. Porém, o incremento nos recursos do governo através de preços públicos mais elevados foi desviado para o gasto com produtos e não com o aumento de poupança. Isso reativou a inflação e aumentou o salário via gatilho, o que por sua vez causou a explosão da inflação. Segundo Celso Furtado: a inflação inercial é subproduto das outras e a inflação brasileira reflete em parte um conflito distributivo de renda, em que o governo sempre foi o beneficiário, pois recorria à inflação por não ter meios de se autofinanciar adequadamente através da política fiscal. Plano Bresser (12/06/1987) O Plano Bresser não tinha por objetivo a inflação zero, mas promoveu o choque deflacionário com a supressão da escala móvel de salários. Os objetivos eram sustentar a taxa de inflação a níveis mais baixos e reduzir o déficit público. Foi instituída uma nova base de indexação salarial, a unidade referencial de preço (URP), ou seja, a cada três meses seriam pré-fixados os percentuais de reajuste para os três meses subseqüentes; com base na inflação média dos três precedentes. O gatilho foi mantido, porém ampliava-se a defasagem entre a observação da taxa de inflação e seu repasse aos salários. Os preços foram congelados por três meses ao nível de 12/06/1987, mas antes foram aumentados os preços públicos e administrados. Também não ocorreu a reforma monetária. Quando o Plano Bresser entrou em vigor, em junho de 1987, houve a mudança no indexador da poupança de Obrigação do Tesouro Nacional (OTN) para a Letra do Banco Central (LBC). De acordo com as novas regras, que passaram a valer na época, foi determinado que, entre os dias 1º e 15 de junho de 1987, a poupança seria remunerada pela variação OTN e, a partir de então, pela LBC. Acontece que os bancos remuneraram o mês todo usando como indexador a LBC, que teve variação 18,02% no período, bem menor que a variação da OTN, de 26,06%. É exatamente a diferença de 8,04 pontos porcentuais de remuneração que atualmente o poupador daquela época tem direito. O Plano Cruzado teve como política de combate a inflação o aumento da demanda agregada num contexto de crescimento econômico, o que terminou com pressão sobre inflação. O Plano Bresser objetivava conter a inflação com a redução da demanda num contexto de desaceleração mantendo o crescimento econômico com o redirecionamento da oferta para exportações. O plano incorporou ingredientes inutilizados no Cruzado tais como a preocupação com a taxa de juros, a taxa de câmbio, o déficit público e acordo com o FMI. Porém, acreditava que a sociedade agia de forma irracional. O plano foi uma tentativa de debelar a inflação que, sem o apoio popular do plano anterior, teve acertos e erros. A volta da inflação levou à adoção, em 1987, de políticas de cunho mais ortodoxo, mesmo com a presença de novo plano em junho, o Plano Bresser, que possuía maior preocupação em conter a demanda interna e evitar problemas no front externo. Com a característica recessiva da nova política econômica, esse ano apresentou profunda queda na taxa de crescimento, que situou-se em 3,6%. Além desses pontos. o Plano Collor realizou ampla reforma monetária. redução dos gastos e elevação das receitas. já nos meses seguintes ao confisco. iniciou-se um conjunto de reformas estruturais no sentido liberalizante. Além disso. o que não seria obtido apenas através do ajuste do fluxo. que inviabilizava a condução da política monetária e qualquer tentativa de estabilização. com base na eliminação dos subsídios e diminuição dos juros. O diagnóstico sobre as causas da inflação centrava-se na alta liquidez dos ativos financeiros. o PIB sofreu uma redução em torno de 4% em 1990. Isso tudo foi acompanhado de uma trajetória ascendente das taxas de inflação. cujo elemento central foi o confisco da liquidez e o alongamento compulsório da dívida pública. mas envolveria um ajuste patrimonial.6% em 1989. novas tentativas infrutíferas de arrumar o Plano foram . ao permitir a rápida conversão dos ativos em demanda por bens e serviços e ativos reais. o que levou a uma grande expansão monetária. que chegou no final do governo Sarney à taxa de 80% mensais. à privatização das empresas estatais e à maior abertura ao capital estrangeiro. Além disso. com estagnação em 1988 e crescimento de 3. Dessa forma. Com isso. buscou uma reforma fiscal centrada no Imposto sobre Operações Financeiras. constituídas de maior abertura comercial. Assim. A principal medida foi o confisco de ativos financeiros com o objetivo de drástica redução da liquidez da economia. no Imposto de Renda e no combate à sonegação. Esse confisco estava ancorado na MP 168 que bloqueava 70% do M4. para expor as empresas brasileiras à concorrência internacional. não tendo atingido os objetivos. A expectativa era transformar um déficit de 8% do PIB em superávit da ordem de 2% do PIB. as taxas de crescimento econômico apresentaram oscilação. a política econômica também apresentou caráter errático: predomínio da ortodoxia em 1988 e tentativa de acordo social no final desse ano. deveria ser resolvida a questão do déficit e da dívida pública. e a não política (ou "política do arroz com feijão") do final do governo Sarney. Pretendia-se retomar a capacidade de fazer a política monetária e a elaboração de programas de abertura comercial e de privatização de empresas estatais. com giro diário. Plano Collor (16/03/1990) O governo Collor também tinha como preocupação básica o combate à inflação. Para evitar um colapso maior. pois tanto a política fiscal como a monetária tornaram-se prisioneiras da rolagem da dívida interna. O ajuste fiscal mostrou-se insuficiente. que gerou grandes problemas em termos de desestruturação das condições de oferta e uma onda de falências. rompendo a possibilidade de controle da oferta monetária. o objetivo de recompor os instrumentos de política econômica não ocorreu. As principais medidas do plano foram o congelamento de preços indeterminado e a reforma monetária com a introdução do cruzado novo (000). adoção do Plano Verão em janeiro de 1989 (que mesclou elementos heterodoxos e ortodoxos). o Banco Central afrouxou a liquidez. Isso levou à adoção de uma política que visava a sustentação de taxas de juros reais elevadas. Com o confisco da liquidez. Verificou-se a ausência de qualquer mecanismo de política econômica. com base na eliminação dos títulos ao portador (inclusive cheques) e na redução de gastos públicos. A principal característica de todo o governo Sarney foi um grande descontrole das contas públicas: aumento nos déficits operacionais e crescimento do endividamento interno (cuja necessidade de rolagem inflexibilizava a taxa de juros) a prazos mais curtos. A inflação voltou a acelerar.46 Plano Verão (14/01/1989) Em 1988 e 1989. usando suas próprias palavras. reestruturação dos bancos estaduais e federais e a privatização para transferir ao setor privado os custos da modernização da infra-estrutura. inclusive. julho/1994: Foram fixados limites quantitativos para a emissão de moeda. 3 Qual é uma das conseqüências mais claras de todo o processo inflacionário. numa retomada do interesse nos agregados econômicos expressos na própria moeda do País. redução dos fundos de participação estadual (FPE) e municipal (FPM). Foi definido como um plano de três fases: 1) O ajuste fiscal (O Fundo Social de Emergência – FSE).47 feitas e. criação da IPMF (hoje. 2) A introdução da Unidade Real de Valor (URV). com notória recuperação da credibilidade da moeda nacional que se refletiu. Explique. 14 (56): 129-149.Exige projeções dos resultados primários para os 3 anos seguintes Outras informações sobre inflação: Relatório de Inflação . A economia e a política do Plano Real. coloque-os em ordem decrescente de importância. O Conselho Monetário Nacional (CMN) passou a ser composto pelo ministro da Fazenda. 3) A reforma monetária com a introdução da nova moeda. CPMF) junho/1993: Essa primeira fase estava baseada na origem fiscal da inflação foi implementado o Plano de Ação Imediata (PAI) em 06/1993.Proíbe renegociações de débitos . março/1994: A URV teve a função de unidade de conta e o Bacen emitia diariamente relatórios sobre a desvalorização do cruzeiro real e a cotação da URV. 4 Para uma discussão do Plano Real. na tentativa de evitar a explosão do déficit e controlar a moeda. voltou-se para a política do tipo "feijão com arroz". A seu critério. . Planejamento e Coordenação da Presidência da República e presidente do Bacen. Justifique suas escolhas e a ordem em que as colocou.bcb.Banco Central do Brasil (Disponível: http://www. as inflações de procura das inflações de custos.Restringe o montante do endividamento total . 2 Diferencie. As medidas foram: combate a sonegação. obtendo êxito inédito no combate à inflação. Revista de Economia Política. Importância: âncoras monetária e cambial Eventos importantes A renegociação da dívida dos Estados A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) – 2000 . Plano Real (1994) 4 O Plano Real veio alterar esse quadro. Nos meses de abril. maio e junho o governo fez a conversão em URV dos preços públicos e tarifas do setor público. Os salários passaram a ser corrigidos pela média dos últimos quatro meses. depois.br/) Questões conceituais: 1 Destaque alguns efeitos perversos da inflação. o Real (R$).gov.Impõe um teto para os gastos . ver: Pereira (1994). e. a inflação está relacionada aos mecanismos de indexação formal e informal que provocam a perpetuação das taxas de inflação anteriores. que são sempre repassadas aos preços. II. tomada isoladamente. ( ) A inflação é um aumento persistente no nível geral de preços. é suficiente para caracterizar um processo de inflação crônica. a inflação nos países subdesenvolvidos são causadas pela oferta inelástica dos alimentos. o balanço de pagamentos. c.48 4 Se todos os preços subirem. pela rigidez das importações e pouco dinamismo das exportações. um aumento dos investimentos ( ) c. o mercado de capitais. e III incorretas 9. A probabilidade de ocorrer inflação de ____________aumenta quando a economia está produzindo próximo do pleno emprego de recursos. Quais os dois tipos de inflação mais conhecidos. e sendo essa mão-de-obra escassa. um aumentos das exportações ( ) d. a) somente a I correta b) somente a II correta c) somente a III correta d) I. Analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta: I – Se todos os preços dos bens e serviços se elevam apenas durante certo período de tempo. um aumento das matérias-primas importadas 7.( ) Inflação se caracteriza como um aumento contínuo e generalizado no nível geral de preços em um determinado período de tempo desestruturando a distribuição de renda. ( ) De acordo com a corrente estruturalista. tal situação. um aumento da oferta de moeda ( ) e. acompanhada de queda generalizada dos dispêndios e dos preços. A esse fenômeno os analistas denominam: a) efeitos de preços relativos b) hiperinflação c) inflação de demanda d) inflação inercial 6 Assinale entre as alternativas abaixo. e III corretas e) I. f. II. um aumento nos gastos do governo ( ) b. caracteriza-se um processo inflacionário crônico. pelo fato de que um aumento de produção leva a um aumento da demanda de mão-de-obra por parte das empresas. além de outros efeitos. pela própria substituição de importações e pela estrutura oligopolística no mercado. sendo que cada um adota uma metodologia específica e o segundo deles serve de índice para o sistema de metas de inflação. o INPC e o IGP. b. sendo causada pelo aumento de importações e tributos. estabilizando-se em seguida. II – Após um conjunto de medidas governamentais destinadas a incentivar a construção civil.Coloque F(falso) ou V(verdadeiro) nas seguintes afirmações. com a economia já a plena capacidade conduzem a elevações de preços . e quando a resposta estiver falsa reescrever a frase. IV – Uma inflação de demanda pode levar a economia a ter inflação de custos. Nessa situação aumentos da _____________ de bens e serviços. ( ) A inflação de demanda se caracteriza pelo excesso de demanda agregada em relação à produção de bens e serviços. 8. a que representa um fato causador de uma inflação de custos: ( ) a. a) demanda – demanda agregada b) custos – demanda agregada c) demanda – oferta agregada . pode-se ter certeza de que houve inflação. d. os preços dos materiais de construção se elevaram bastante. ( ) Alguns índices que são utilizados pelo governo para medir a variação dos preços na economia são o IPCA. principalmente em setores produtores de insumos básicos. ( ) De acordo com os inercialistas. enquanto a desinflação é a redução no nível da atividade econômica. a. 5 A essência das análises econômicas realizadas pelos ideólogos da reforma monetária que culminou no Plano Cruzado (1986) reside no fato de que “um determinante significativo da inflação corrente é a própria inflação passada” e que “o melhor previsor da inflação futura é a inflação passada”. as empresas diminuirão os salários oferecidos aos trabalhadores. 3 1982 23. o Plano Real conquistou a tão sonhada estabilidade econômica.40 114. A tabela abaixo apresenta os valores do salário mínimo.90 1.49 d) custos – procura agregada e) nenhuma das anteriores 10. calcular os números índices de Laspeyres e Paasche para 1976 para os três bens.7 Ovos Dúzia 0.38 30 35 Pão 500 g 0.4 (1975=100) 1977=100 Fonte: Conjuntura Econômica 4. 2. Será que essa estabilidade já é condição suficiente para o país buscar outras metas além da meta de inflação. vigente em dezembro cidade do Rio de Janeiro.2 1977 1.4 1976 768. usando 1970 como ano-base. Após as diferentes tentativas para conter a inflação nos anos de 1980 e 1990.578 8.25 0.8 142. Determinar a respectiva série de salários mínimos reais (a preços constantes). bem como os valores do Índice de Preços ao Consumidor (IPC-FGV).60 0.0 112. reais 1985 600. comparando-os com o de 1975.30 0.8 3.919 Sal.586 57.928 23.80 520.5 1.80 55.1 123.00 80. Ano 1979 1980 1981 1982 1983 1984 Sal.560 Nominais IPC 100 222 430 842 2. Min.654 1986 804.684 . Tabela 1.00 158. 2. Obter uma nova série adotando 1977 como ano-base.000 22. Usando a tabela abaixo.939 5. A partir dos valores nominais dos salários. Anos 1975 1976 1977 1978 1979 1980 Indices 100. pela rigidez das importações e pouco dinamismo das exportações.1 1980 5. pela própria substituição de importações e pela estrutura oligopolística do mercado.6 1979 2. Complete a sentença: “de acordo com a corrente _________________ a inflação nos países subdesenvolvidos são causadas pela oferta inelástica de alimentos. como por exemplo. calcule o salário real. a meta do crescimento econômico.00 2105.8 132.8 1978 1. Preço e consumo de três bens em Palmeira das Missões.788. 1970 e 1976 Bem Unidade de Preço médio Preço médio Consumo Consumo 1970 1976 medida per capita per capita 1970 1976 Leite Litro 0.120 166. Anos Sal.000 41.568.0 3. Indices 1975 532.5 115.80 279.928. tendo como ano-base 1975.00 1043. A tabela abaixo apresenta o índice de produção industrial para o Brasil no período de 1975-1980. Min.1 1981 11.932.560.5 Fonte: Boletim do Banco Central 5.” a) monetarista b) fiscalista c) estruturalista d) clássica e) nenhuma das anteriores Questões Aplicadas: 1.106.788 11. Expresse sua opinião.35 3. Bens Meritórios = podem ser explorados pela iniciativa privada.Princípio do benefício recebido: um tributo é justo quando cada contribuinte paga ao Estado um montante diretamente relacionado com os benefícios que recebe do governo. 2. AS FUNÇÕES ECONÔMICAS DO SETOR PÚBLICO Função Alocativa: está associada ao fornecimento de bens e serviços não oferecidos pelo sistema de mercado. Outros exemplos de instituir tributos de forma que funcionem como financiamento de determinados programas do governo são a cobrança de um imposto sobre combustíveis. A equidade pode ser avaliada sob duas maneiras: . dar um mesmo tratamento. A neutralidade do ponto de vista da alocação dos recursos deveria ser complementada pela equidade na repartição da carga tributária. Exemplo: serviços públicos que utilizam taxas específicas para o seu financiamento. aos indivíduos iguais – um critério de “equidade horizontal”.50 CAPÍTULO 4 – SETOR PÚBLICO O que veremos? Funções do Setor Público Receita do Setor Público Gastos do Setor Público Aspectos Institucionais do Orçamento Público Finanças Públicas = setor que controla a massa de dinheiro e de crédito que o governo federal e os órgãos a ele subordinados movimentam em um país. Bens públicos ou coletivos = têm por característica a impossibilidade de excluir determinados indivíduos de seu consumo Princípio de exclusão: quando o consumo do indivíduo A por um determinado bem que pagou. Monopólios Naturais = governo atua para assegurar preços razoáveis. Função Distributiva: governo atua como agente redistribuidor de renda. para financiar a construção de . exclui o consumo do indivíduo B que não pagou pelo bem. uma preocupação com a “equidade vertical”. Riscos pesados = governo interfere porque empresa privada pode correr riscos. isto é. 1. . a política fiscal consiste em tentar expandir a atividade econômica com o objetivo de criar mais empregos. ESTRUTURA TRIBUTÁRIA A teoria da tributação envolve dois princípios fundamentais: neutralidade e equidade.Princípio da eqüidade: a distribuição do ônus do imposto de maneira justa entre os indivíduos. não interferindo nas decisões de alocações de recursos tomadas como base no mecanismo de mercado. . através da tributação que retira recursos dos segmentos mais ricos da sociedade e os transfere para os menos favorecidos. mas podem e devem ser também explorados pelo governo. em termos de contribuição. ou seja. Função Estabilizadora: governo pode alterar o comportamento dos níveis de preços e de emprego. Política fiscal: Tendo como instrumentos os gastos e a receita tributária.Princípio da neutralidade: Quando a ação captadora de recursos do governo não altera os preços relativos da economia e assim. Dificuldade: como individualizar os benefícios a partir do funcionamento de bens públicos. enquanto os desiguais serão diferenciados segundo algum critério a ser estabelecido. b) impostos indiretos: a pessoa que recolhe o tributo não arca totalmente com o seu ônus. Além disso.Principio da capacidade de pagamento: cada agente deveria pagar tributos conforme sua capacidade de pagamento. . . Quem ganha mais paga menos. paga um percentual maior sobre a renda. É aquele que incide sobre transações de mercadorias e serviços e que podem ser ou ad valorem ou específicos (Ad valorem: alíquota % fixada. consumo e patrimônio. Ex: IR. Ex: 10% de imposto sobre o preço de venda de TVs. Todos pagam a mesma percentagem sobre a renda e não o mesmo valor. impostos progressivos e impostos proporcionais. Impostos: tributo cuja obrigação tem por fator gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal.Progressivo: a relação entre carga tributária e renda cresce com o aumento no nível de renda. . Taxas: é um tributo vinculado. . porque seu fato gerador é sempre uma atuação do Estado. 2.Proporcional (neutro): a relação entre a carga tributária e o nível de renda permanece constante. Todos os impostos indiretos.Regressivos: A relação entre carga tributária e renda decresce com o aumento do nível de renda. Medidas da capacidade de pagamento: renda. para financiar investimentos no setor. . Ex: PIS. 3. 4. é aquele que incide sobre renda e riqueza. ou a possibilidade de uma referência direta à sua pessoa. FINSOCIAL e COFINS. OS TRIBUTOS E SUA CLASSIFICAÇÃO Tipos de Tributos 1. Tarifas: é um instrumento utilizado na cobrança do imposto de importação. podem ser estruturados em: impostos regressivos. .51 rodovias. . em geral desempenhada tendo em vista sua pessoa. e os impostos sobre consumo de energia elétrica. Contribuições fiscais: um tributo é fiscal quando sua cobrança não visa senão a arrecadação de recursos financeiros para os cofres públicos e objetivam a sustentação dos encargos que são próprios do órgão central da administração. Quem ganha mais. referida ao obrigado. Existem dois tipos de impostos: a) impostos diretos: a pessoa que recolhe o tributo é a mesma que arca com o seu ônus. 3. específico: valor em R$ fixado).Contribuição extrafiscal: utilizadas para tributar externalidades. Ex: imposto de alíquota única.Contribuição parafiscais: se destinam à sustentação de encargos paralelos aos da administração pública direta. 52 Quadro 5 . financeira .Impostos e esferas de Governo: Impostos Federais Impostos Estaduais Imposto de renda (IR) Impostos Municipais Imposto sobre circulação de Impostos sobre a propriedade mercadorias e prestação de predial e territorial urbana serviços (ICMS) (IPTU) automotores “Inter Vivos” de bens imóveis e direitos a eles relativos (ITBI) de Mortis Transmissão Imposto e sobre serviço de Imposto de Exportação Imposto sobre a propriedade Imposto sobre a transmissão de veículos (IPVA) Imposto de Importação Imposto Causa (ITCMD) Doação qualquer natureza (ISSQN) Imposto Imposto sobre sobre operação produtos financeira (IOF) industrializados (IPI) Contribuição provisória sobre movimentação (CPMF) Imposto territorial rural (ITR) Cide-Combustíveis A seguir são mostradas tabelas com a arrecadação federal para o período de janeiro a outubro de 2005 e de 2006. 53 Fonte: Receita Federal – Ministério da Fazenda . br/ .receita.fazenda.gov.54 Fonte: Receita Federal – Ministério da Fazenda Para outras informações sobre arrecadação ver: http://www. Déficit Nominal = Receitas – Despesas.6% 49. 5 Para mais informações sobre a Lei de Responsabilidade Fiscal ver “Gestão Fiscal Responsável. o sistema orçamentário federal passou a ser regulado por três leis: Lei do Plano Plurinanual (PPA).980 7. DÉFICIT PÚBLICO O dispêndio do governo é decomposto em Gastos em geral (DC + DK) + Juros sobre a dívida interna e externa.851.55 4. A primeira alternativa é vista com receio porque pode gerar inflação na economia através do estímulo ao consumo. Interna Div.2% 7.5% 1. mas aumenta a dívida uma vez que a os títulos são remunerados pelas taxa de juros vigentes na economia. São subdivididos em investimentos. A tabela abaixo mostra a representatividade em termos do PIB da dívida do setor público brasileiro para os anos de 2004 e 2005. FINANCIAMENTO DO DÉFICIT O déficit do governo pode ser financiado pela emissão de moeda ou pela venda de títulos da dívida pública ao setor privado (interno e externo). Tabela 3 . Dicas sobre a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF)”. Após o ano de 2000.Despesas . Conceitos de déficit: . Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO) e Lei Orçamentária Anual (LOA). São subdivididos em despesas de custeio e transferências. 5.br/lrf/conteudo/publicacoes/dicas. 5 O quadro abaixo explica como é feito o orçamento.planejamento. OS GASTOS DO SETOR PÚBLICO Por categorias Econômicas: Despesas Correntes (DC) = não resultam acréscimo ao patrimônio do governo. Líquida Total Div.193 51.Dívida Líquida do Setor Público (% em relação ao PIB) 2004 Div. inversões financeiras e transferências de capital.942. a Lei de Responsabilidade Fiscal.7% 44.0% 2.gov.Déficit Operacional = Receitas – Despesas + juros reais dívida passada 6.6% 1. Externa PIB (R$ mi) FONTE: Bacen 2005 51. A venda de títulos da dívida não gera inflação.htm .Déficit Primário = Receitas . ASPECTOS INSTITUCIONAIS DO ORÇAMENTO PÚBLICO Com a Constituição Federal de 1988. incluindo inflação e juros sobre dívida anterior . Disponível: http://www. Despesas de capital (DK) = implicam num aumento do patrimônio do governo. Nenhuma despesa pública pode ser executada fora do Orçamento.planejamento. Se durante o exercício financeiro houver necessidade de realização de despesas acima do limite que está previsto na Lei.gov. proibição de criar despesas de duração continuada sem uma fonte segura de receitas. A Lei introduziu a restrição orçamentária na legislação brasileira e cria a disciplina fiscal para os três poderes: Executivo. a Secretaria de Orçamento Federal elabora a proposta orçamentária para o ano seguinte. deputados e senadores discutem na Comissão Mista de Orçamentos e Planos a proposta enviada pelo Executivo. objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada". o Poder Executivo submete ao Congresso Nacional projeto de lei de crédito adicional. o projeto é sancionado pelo Presidente da República e se transforma em Lei. fazem as modificações que julgam necessárias através das emendas e votam o projeto. Legislativo e Judiciário. FONTE: Ministério do Planejamento.Um País de Todos. através de emenda constitutucional. mas nem tudo é feito pelo governo federal. A Constituição Federal de 1988 atribui ao Poder Executivo a responsabilidade pelo sistema de Planejamento e Orçamento que tem a iniciativa dos seguintes projetos de lei: Plano Plurianual (PPA) De Diretrizes Orçamentárias (LDO) De Orçamento Anual (LOA) O Projeto de Lei do PPA define as prioridades do governo por um período de quatro anos e deve ser enviado pelo Presidente da República ao Congresso Nacional até o dia 31 de agosto do primeiro ano de seu mandato. aprovada em 2000 pelo Congresso Nacional introduziu novas responsabilidades para o administrador público com relação aos orçamentos da União.56 COMO É FEITO O ORÇAMENTO O Orçamento Geral da União (OGU) é formado pelo Orçamento Fiscal. dispõe sobre alteração na legislação tributária. em conjunto com os Ministérios e as unidades orçamentárias dos poderes Legislativo e Judiciário. São chamados de Decretos de Contingenciamento em que são autorizadas despesas no limite das receitas arrecadadas. Orçamento e Gestão (http://www. Com base na LDO aprovada pelo Legislativo. A LDO estabelece as metas e prioridades para o exercício financeiro subsequente.br) . A Lei Orçamentária disciplina todas as ações do governo federal. o que irá trazer maior flexibilidade à execução orçamentária. Depois de aprovado. receitas próprias de entidades. como limite de gastos com pessoal.gov.Desvinculação de Recursos da União. Por outro lado. clique no endereço www. dos Estados e municípios. O Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) deve ser enviado pelo Poder Executivo ao Congresso Nacional até o dia 15 de abril de cada ano. De acordo com a Constituição Federal. A Constituição determina que o Orçamento deve ser votado e aprovado até o final de cada Legislatura.transferências constitucionais para Estados e municípios. estabelece a política de aplicação das agências financeiras de fomento.planobrasil. O PPA estabelece a ligação entre as prioridades de longo prazo e a Lei Orçamentária Anual. o governo é obrigado a encaminhar o Projeto de Lei do Orçamento ao Congresso Nacional até o dia 31 de agosto de cada ano. Por determinação constitucional. o Projeto de Lei do PPA deve conter "as diretrizes. etc que tornam o processo orçamentário extremamente rígido. Acompanha o projeto uma Mensagem do Presidente da República. O governo define no Projeto de Lei Orçamentária Anual. seguridade social. manutenção do ensino. O Orçamento brasileiro tem um alto grau de vinculações . entre outros. Para saber mais sobre o PPA 2004-2007 que tomou o nome de Plano Brasil . crises econômicas mundiais como aquelas que ocorreram na Rússia e Ásia obrigaram o Poder Executivo a editar Decretos com limites financeiros de gastos abaixo dos limites aprovados pelo Congresso. orienta a elaboração do Orçamento. da Seguridade e pelo Orçamento de Investimento das empresas estatais federais. As ações dos governos estaduais e municipais devem estar registradas nas leis orçamentárias dos Estados e municípios. A Lei Orçamentária brasileira estima as receitas e autoriza as despesas de acordo com a previsão de arrecadação. as prioridades contidas no PPA e as metas que deverão ser atingidas naquele ano.br. No Congresso. Esse excesso de vinculações e carimbos ao Orçamento levou o governo federal a propor a DRU . A Lei de Responsabilidade Fiscal. na qual é feito um diagnóstico sobre a situação econômica do país e suas perspectivas. c. ( ) a estrutura tributária brasileira beneficia a classe de renda mais baixa por estar baseada em altas alíquotas de imposto de renda e baixas alíquotas de impostos sobre o consumo. 3. 7. Alguns municípios têm Tribunal de Contas próprio.57 8. Os Tribunais de Contas Estaduais (TCEs) faz auditoria nas contas dos administradores públicos vinculados ao Estado. Classifique os impostos abaixo em imposto direto (D) ou imposto indireto (I): ( ) ICMS ( ) IPI ( ) IPTU ( ) CPMF ( ) IPVA ( ) ITR . g. por exemplo.( ) no cálculo do déficit público. i. Ex: Banrisul. ( ) o imposto sobre produtos industrializados pode ser caracterizado como imposto direto j. operacional. FISCALIZAÇÃO O Tribunal de Contas da União (TCU) faz auditoria nas contas dos administradores públicos vinculados à União. justificando quando falso: a. A estrutura tributária pode ser regressiva. ( ) a carga tributária é obtida da relação entre o PIB e o total de arrecadação do governo. Cite e explique os dois princípios fundamentais da tributação. 4. ( ) quanto maior for o PIB menor será a carga tributária. 5. ( ) o ICMS é tipicamente um imposto direto. 2. 6. O que diferencia cada um deles. a cidade de São Paulo. ( ) o conceito de déficit primário inclui os juros pagos de dívida passada. f. ( ) se. d. Quando o governo gasta mais do que arrecada suas contas entram em déficit. ( ) os chamados impostos indiretos têm essa denominação por incidirem sobre a renda e a riqueza dos indivíduos. com o aumento das alíquotas do imposto sobre a renda das famílias forem gerados recursos adicionais utilizados para maiores gastos sociais pelo governo. segundo o conceito operacional. ( ) o superávit primário é considerado como sendo a diferença entre a receita e os gastos com juros do Governo. ( ) os bens públicos são consumidos individualmente e seu benefício para cada cidadão é difícil de ser medido. b. e primário. h. l. a demanda agregada não variará. progressiva e proporcional. Questões Conceituais: 1. É possível o setor público desempenhar todas as suas funções de maneira harmônica? Comente. Explique o que significa cada uma delas e diga qual é a predominante para o caso da economia brasileira. ( ) o governo possui dois principais tipos de gastos: gastos públicos e gastos correntes. Coloque F (falso) ou V (verdadeiro). incluem-se os juros bem como as despesas com correção monetária das dívidas interna e externa k. e. que podem ser nominal ou total. O déficit do setor público pode ser financiado? Explique quais são as alternativas. Por exemplo. O CONCEITO DE VALOR ADICIONADO: O PRODUTO NACIONAL O conceito de valor adicionado é entendido como: Valor Adicionado = Valor Bruto de Produção (VBP) – Consumo de Produtos Intermediários (matérias-primas e componentes) O Valor Bruto de produção (VBP): é o faturamento. mas o valor total.. renda e dispêndio: da economia fechada à economia aberta Informações Conjunturais sobre o PIB no Brasil Problemas com as medidas agregadas Conceitos Básicos: Valor Adicionado. O conceito de valor adicionado é uma forma alternativa e a mais operacional para medir o produto e a renda nacional do que diretamente pela soma de produtos finais.000 400 PN=DN=1. Trigo (a) receita de vendas (VBP) (b) Compras intermediárias Valor adicionado (a-b) Renda paga pelo setor de trigo aos fatores de produção (VA trigo) Renda paga pelo setor de farinha aos fatores de produção (VA farinha) Renda paga pelo setor de panificação aos fatores de produção (VA pão) 100 + 300 + 600 =1. sendo difícil aferi-lo a partir do fabricante.000 Pão O problema de dupla contagem no cálculo do produto pode ser resolvido de duas formas: . i. Para exemplificar o conceito de valor adicionado. depende do uso que se fará posteriormente. renda e dispêndio Produto. já que a conceituação de bem final não é muito simples.58 CAPÍTULO 5 – CONCEITO E CÁLCULO DOS AGREGADOS MACROECONÔMICOS O que veremos? Valor adicionado.e. utilizaremos a produção de pão. ou juros. sem discriminar quanto foi pago em salários.000 = RN 0 100 100 Farinha 400 1. de cada setor produtivo. Retirando da receita de vendas os gastos com a compra de bens intermediários. ou aluguéis. Renda e Dispêndio 1. como bem intermediário para uma empresa. ou lucros. a receita de vendas. o que sobra é a remuneração dos fatores de produção de cada setor. a gasolina vendida nos postos pode ser utilizada tanto como bem final para o consumidor. No exemplo. 2. é igual ao dispêndio nacional. computar. o total de investimento em acumulação deve se igualar ao total de renda poupada. o Produto nacional também pode ser medido pela ótica das despesas realizadas pelos agentes. máquinas e equipamentos.o consumo e a acumulação. que é o produto final (não é utilizado para a produção de outros bens). consumidores. ou seja. lucros. EXEMPLO: Empresa agrícola que use trabalho. São três abordagens diferentes de avaliação. CONCEITO DE DESPESA NACIONAL(DN) Um terceiro conceito diz respeito à destinação que é dada ao produto e à renda nacional. O exemplo acima mostra o método do valor adicionado. A renda. computar. e capital de giro = para produzir arroz e soja. Assim. O valor adicionado está diretamente relacionado ao segundo conceito macroeconômico básico: o de renda nacional (remunerações pagas aos fatores de produção mobilizados pelas empresas. não consumida. na apuração do produto. governo e estrangeiros. aluguéis) pelo moinho e pela padaria. As nações produzem bens e serviços que se destinam a duas grandes categorias de dispêndio nacional . somente os valores adicionados em cada etapa do processo de produção. PRODUÇÃO VT da produção de arroz 600 VT da produção de soja 400 RENDA Total de pgtos de: w aluguel Juros pagos Lucro Total 1000 Total 800 80 20 100 1000 OBS: não incorpora os insumos intermediários 3. terra. seriam computados o valor da produção do trigo na fazenda e os valores agregados (de salários. somente seria computado o valor dos pães. que conduzem a mensurações iguais. 2.59 1. Ou seja. A soma do consumo e da acumulação está representada pelos investimentos em bens de capital. empresas. Por que isso ocorre? . juros. o produto e o dispêndio nacional são expressões contabilmente equivalentes. O CONCEITO DE RENDA NACIONAL(RN) A Renda Nacional é a soma dos pagamentos feitos aos fatores de produção que foram utilizados para a obtenção do produto nacional. somente o valor dos bens e serviços finais. na apuração do produto. ENTÃO: A IDENTIDADE BÁSICA DAS CONTAS NACIONAIS: PN = RN = DN Para que essa tríplice igualdade se realize. o da farinha produzida pelo moinho. não incluem o custo dos insumos intermediários. aluguéis. PRIMEIRA SUPOSIÇÃO: ECONOMIA FECHADA. aluguéis. juros e lucros. Produção (PN) = Vendas (DN) Como no agregado são excluídas as compras de bens intermediários. Assim. Fluxo circular da renda Pagamento de bens e serviços Bens e serviços FAMÍLIAS EMPRESAS Fatores produtivos Salários. recebem salários. as famílias — pessoas físicas — . como matérias-primas. a empresa gasta com pagamentos a fatores de produção tudo o que recebe pela venda de bens e serviços que são os salários. juros e lucros As famílias entregam às empresas os fatores de produção e. Para sua sobrevivência. Então.Dois agentes econômicos: empresas e indivíduos Nesse sistema simplificado. Os bens intermediários. pode-se incorrer no chamado erro de dupla ou múltipla contagem. segue que: PN= DN= RN Ou seja. estariam somados o valor do trigo da fazenda três vezes. aluguéis e lucros. Por que considerar apenas os bens finais? Se forem somados os valores brutos da produção de bens e serviços de todas as unidades produtivas do país. em troca. só se consideram os bens finais e os custos de produção das empresas no sistema agregado.60 Nesse nosso modelo simplificado de economia sem governo. são transações de empresas a empresas. o dos pães produzidos pela padaria. Por exemplo: se forem somados o valor da produção de trigo da fazenda. ou seja. ou seja. são três diferentes óticas conceitualmente diferentes para medir a atividade econômica. componentes. juros. mas conduzindo ao mesmo resultado numérico. As empresas que são de propriedade de seus acionistas são abstrações jurídicas. sem formação de capital e fechada não existem estoques. o da farinha produzida pelo moinho duas vezes e o dos pães produzidos pela padaria uma vez. que se compensam na agregação das unidades produtoras. energia são insumos que entram no processamento de outros bens. todas as decisões partem das famílias. representado o local onde se organiza a produção. a empresa vende tudo o que produz. SEM GOVERNO E SEM FORMAÇÃO DE CAPITAL . Como os gastos das empresas com fatores de produção é a própria Renda Nacional. l). Disso. sua capacidade produtiva.e. SEM GOVERNO E COM FORMAÇÃO DE CAPITAL Até aqui consideramos que as famílias apenas consomem e que as firmas só produzem bens que são consumidos pelas famílias (bens de consumo). da renda gerada (w. j. parte não é gasta em bens de consumo. em troca. juros e lucros). aquilo que receberam como salários. O fluxo monetário é medido pelo dispêndio das famílias em bens e serviços finais produzidos pelas empresas ou pela remuneração percebidas pelas famílias em troca dos fatores de produção. Esses fluxos caracterizam o que conhecemos como fluxo circular da renda. são identificados dois fluxos: um de produtos (bens e serviços) e outro de renda (salários. a. Há uma equivalência entre o fluxo de dispêndio de bens e serviços finais (produtos) e o fluxo da remuneração dos fatores produtivos. pelo ângulo das empresas. consideraremos agora que as famílias poupam e as empresas adquirem bens de capital. proprietárias dos fatores de produção.C onde C= Consumo Agregado CONCEITO DE INVESTIMENTO: O Produto Nacional é composto por dois tipos de bens: 1. Isso é o que ocorre no dia-a-dia da economia. bens de investimentos: não são consumidos. . representam custos de produção. S= RN . juros (j)..o fluxo monetário. Daí surge a identidade renda ≡ produto. i. juros e lucros. as famílias cederão. aluguéis. a necessidade de introduzir dois novos conceitos: CONCEITO DE POUPANÇA: Poupança = parcela da renda não consumida no período. 2. Então. aluguéis (a) e lucros (l). aluguéis. e têm como objetivo aumentar a riqueza da nação.e. isto é. SEGUNDA SUPOSIÇÃO: ECONOMIA FECHADA. Mas.. trata-se de rendimentos. fazendo parte da produção. o investimento pode ser definido como: .o gasto em bens que representam aumento da capacidade produtiva da economia (Taxa de acumulação de capital). Para adquirir esses bens e serviços. i. bens de consumo: consumidos como um fim em si mesmo. A remuneração dos fatores de produção constitui-se de: salários (w). O fluxo monetário representa a contrapartida pelo fluxo real. pelo fornecimento de bens e serviços. Nesse processo. Pelo lado das famílias.61 precisam adquirir bens e serviços produzidos pelas empresas. O fluxo circular da renda pode ser analisado sob o ponto de vista do fluxo real (fluxo de fatores de produção e fluxo de bens e serviços finais) ou de sua expressão em moeda . e serviços dos fatores de produção. o gasto em bens produzidos. IMPORTANTE: . TERCEIRA SUPOSIÇÃO: ECONOMIA A TRÊS SETORES E AINDA FECHADA Agentes: famílias. Isso permite introduzir outros conceitos: Investimento líquido (IL) = IB – d Produto Nacional Liquido (PNL) = PNB – d O dispêndio passa a ser dividido agora em gastos com consumo e gastos com a acumulação. . só que. mas que não foram consumidos no próprio período e que serão utilizados para consumo futuro. empresas e governo O governo obtém sua renda através: . diferentemente dos bens de consumo. Transferências (Tr). Subsídios (Sub). em dado período. Investimento (I).62 . parte será destinada para os bens de consumo final e outra para bens de consumo duráveis e investimentos.Se os gastos do Governo superaram a arrecadação: déficit primário ou fiscal. os componentes do Investimento são: I = Ibk + ∆E A distinção entre Ibk e ∆E é necessária: Ibk : é deliberada e planejada ∆ E: não é planejada e depende das oscilações de mercado. PN a preços de mercado (PNpm) = medido a partir dos valores transacionados no mercado. . multas e etc. têm-se a introdução de dois novos conceitos: PN a custo de fatores (PNcf) = medido a partir dos valores que refletem os custos de produção.). . Incluindo ainda os subsídios (Sub). Com a presença do governo no modelo simples de economia. até virar sucata.Receitas não tributárias: contribuições à previdência social com os encargos trabalhistas e outras receitas do governo como taxas (pedágios. a remuneração aos fatores (w + j+ a + l).Se a arrecadação do Governo superar os gastos: superávit primário ou fiscal.Receitas tributárias: com impostos indiretos (Ti) como ICMS e IPI e impostos diretos (Td) como IR. Adicionando o custo dos tributos indiretos (Ti). O governo gasta suas rendas em: Consumo (C). o bem de capital é consumido. ou seja: I = PN – C Quais bens são produzidos e não consumidos no período? 1. O CONCEITO DE DEPRECIAÇÃO: A depreciação (d) é o consumo do estoque de capital físico. em parcelas. máquinas. variação de estoques (produtos acabados e intermediários): ∆E Assim. 2. no sentido de que sofre um desgaste. IPTU e ITR. Do total de produto e renda gerados. Ou seja. equipamentos e imóveis: investimento em bens de capital (Ibk). . Da mesma forma que alguns residentes no país tem fatores de produção que são utilizados em outros países. CONCEITO DE EXPORTAÇÃO (X): são as compras dos estrangeiros de nossos bens e serviços. ou seja. ENTÃO O FLUXO CIRCULAR DA RENDA FICA AGORA: SUBSÍDIOS EMPRESAS TRIBUTOS GOVERNO FP TRANSFERÊNCIAS REMUNERAÇÃO DOS FATORES TRIBUTOS FAMÍLIAS Os impactos da presença do governo nos conceitos e nos fluxos de produto. Obs: A partir da consideração do resto mundo no nosso modelo simplificado de economia. já que agora temos que levar em consideração que alguns fatores utilizados no processo produtivo são de propriedade de residentes no exterior. CONCEITO DE IMPORTAÇÃO (M): são nossas compras com bens e serviços do exterior.tributos indiretos líquidos = PNLcf = Renda Nacional – tributos diretos líquidos = renda pessoal disponível (que será gasta em consumo ou em acumulação) QUARTA SUPOSIÇÃO: ECONOMIA A TRÊS SETORES E ABERTA Agrega com isso as variáveis relativas a uma economia aberta para o resto do mundo. Renda Pessoal: quantias recebidas pelas famílias e empresas individuais.63 Temos: PNcf: PNpm – Ti + Sub PNpm: PNcf + Ti – Sub Outros ajustamentos na renda nacional que levam aos conceitos de Renda Pessoal e de Renda Pessoal Disponível. Somam-se aqui as transferências do governo para a sociedade como por exemplo o pagamento de aposentadoria. Renda pessoal Disponível: montante de recursos financeiros de que as famílias e empresas individuais podem dispor após o cumprimento de suas obrigações fiscais para com o governo. quanto gastamos com o resto do mundo. renda e dispêndio são: PNB – depreciação – PNLpm . temos: o produto nacional difere do produto interno. Parte da renda gerada no país que vaza para fora. os gastos do setor externo com nossas empresas. royalties. como a RLFE é negativa. então: PNB < PIB RLFE > 0. temos que RLFE < 0.RENDA RECEBIDA DO EXTERIOR (RR): recebemos renda devido à produção de nossas empresas operando no exterior. Divide-se em: .RR + RE) Se: RE > RR. O FLUXO CIRCULAR DA RENDA FICA : RE AO EXTERIOR EMPRESAS GOVERNO FAMÍLIAS RESTO DO MUNDO RR DO EXTERIOR . não importando quem obtenha a renda. ela é chamada de Renda Líquida Enviada ao Exterior. Aqui. na forma de remessa de lucros.RENDA ENVIADA AO EXTERIOR (RE): parte do que foi produzido internamente não pertence aos nacionais. incluindo a renda recebida de nossas empresas no exterior. é necessário fazer a distinção dos seguintes conceitos: PRODUTO INTERNO BRUTO = mede a renda que é produzida dentro das fronteiras nacionais. A remuneração desses fatores vai para fora do país. Portanto: PNB = PIB + RLFE (PNB = PIB + RR – RE) E PIB = PNB – RLFE (PIB= PNB . temos que RE < RR. . Assim: RLFE = RR – RE Teremos então o conceito de: PRODUTO NACIONAL BRUTO (PNB): renda que pertence efetivamente aos nacionais. então: PNB > PIB O Brasil bem como a quase totalidade dos países emergentes. RENDA LÍQUIDA DE FATORES EXTERNOS (RLFE): é a remuneração dos gastos dos ativos pertencentes a estrangeiros. inclui-se no primeiro caso. devido às altas remessas de juros.64 No modelo de economia aberta ao resto do mundo. em que o PIB supera o PNB. principalmente o capital e a tecnologia. juros e assistência técnica. e excluindo a renda enviada para o exterior pelas empresas estrangeiras localizadas no Brasil. lucros e royalties aos estrangeiros. Conta da renda nacional disponível líquida: no lado do débito está como as famílias e o governo utilizam a renda recebida e. os conceitos convencionais dos agregados macroeconômicos são: PIB – renda liquida enviada ao exterior = PNB – depreciação = PNLpm – tributos indiretos menos subsísios = renda nacional – tributos diretos menos transferência = renda pessoal disponível. no lado do crédito.Conta de Capital. A CONTABILIDADE SOCIAL Os agregados macroeconômicos que discutimos até agora são calculados com base em dois sistemas principais de contabilidade social: o Sistema de Contas Nacionais e a Matriz de Insumo-Produto.65 No modelo completo de economia. no lado do crédito. Os lançamentos das transações são feitos de acordo com o método das partidas dobradas (débito e crédito). PIB = mede o total do valor adicionado produzido por firmas operando no país. as rendas recebidas pelas famílias e . o sistema de contas nacionais é baseado em quatro contas.Conta Produto Interno Bruto (produção).Conta Transações Correntes com o resto do mundo. por três óticas: do produto.Conta Renda Nacional Disponível Líquida (apropriação). . setor público e setor externo). da renda e da despesa: Ótica do produto: PIB = Valor da produção – Valor Consumos intermediários Ótica da renda: RIB = soma das remuneração aos fatores de produção Ótica da despesa: DIB = soma dos gastos finais na economia em bens e serviços. . Por exemplo: Conta do produto interno bruto: temos no lado do débito o pagamento das unidades produtivas aos fatores de produção. geração da renda e de despesa num período permite que se calcule o valor adicionado bruto ou produto interno bruto de uma economia. RIB = mede a contribuição dos fatores de produção independentemente da nacionalidade dos possuidores desses fatores. empresas. Na forma original. Preços a custos de fatores: (PIBcf: PIBpm – Ti + sub) Preço de mercado: (PNpm: PNcf + Ti – sub) PIL = PIB – d RIL = RIB – d PNB = (valor produção – valor dos consumos intermediários) + RLFE RNB = soma das remunerações dos fatores de produção pagas a residentes. apropriação ou (utilização) da renda e acumulação (ou formação de capital) dos agentes econômicos (famílias. . . independente da origem de seu capital. relativas à produção. Resumo: Em Contas Nacionais o acompanhamento dos fluxos de produção. incluindo os impostos indiretos (menos os subsídios) e. o que as empresas receberam dos agentes que adquiriram os bens e serviços finais. nacionais e importados. o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) calcula o PIB e apresenta o resultado anual na periodicidade de trimestres. estão os gastos com a formação de capital. . Veja a tabela abaixo que mostra a composição do PIB sob as três óticas. bem como a poupança externa. a poupança dos agentes econômicos. Conta transações correntes com o resto do mundo: no lado do débito estão os gastos dos não-residentes com os bens produzidos internamente (exportações CIF). a fonte de recursos para os investimentos. Os subsídios e a depreciação entram com sinal negativo. ou seja. os rendimentos e as transferências recebidas do resto do mundo. incluindo a depreciação. e. No Brasil. no lado do crédito. Conta de capital: no débito. estão as compras realizadas por residentes de bens e serviços produzidos no exterior (importações CIF) e os pagamentos e as transferências pagas aos não-residentes. No lado do crédito. Na nova metodologia o sistema é composto pelas Tabelas de Usos e Recursos de Bens e Serviços (TRU) e pelas chamadas Contas Econômicas Integradas (CEI).66 pelo governo mais o resultado líquido dos recebimentos e das transferências com o exterior. 67 Composição do Produto Interno Bruto sob as três óticas – 1999 a 2003 . 1 1.4 3. . apresenta os principais resultados para o Produto Interno Bruto (PIB) a preços de mercado referentes aos cinco últimos trimestres. Diretoria de Pesquisas.2 3.3 1.2 3º Trim 2006 2.5 Fonte: IBGE.2 (-) 1.1 2. população residente e deflator implícito do PIB – 1999 a 2003 A Tabela Resumo. Indicadores de Volume.2 1.0 1.gov.Tabela 4 Trimestre / mesmo trimestre do ano anterior .4 1. Coordenação de Contas Nacionais Para outras informações sobre o PIB brasileiro ver Indicadores IBGE.Tabela 3 Últimos quatro trimestres / quatro trimestres imediatamente anteriores .Tabela 2 Trimestre / trimestre imediatamente anterior (com ajuste sazonal) . Produto Interno Bruto per capita.7 2.Tabela 7 3.2 0.68 Produto Interno Bruto.br).ibge.5 Taxas (% ) Acumulado ao longo do ano / mesmo período do ano anterior .3 1. 3º Trim 2005 2.3 1º Trim 2006 3.3 2º Trim 2006 2.4 0. a seguir.6 4º Trim 2005 2. julho/setembro 2006 (disponível: http://www.3 2. Contas Nacionais Trimestrais. Tributos diretos 80 .PIB 870 . Considere uma economia que produz e consome pão e automóveis. 4. responda: a) Costuma-se fazer uma distinção entre “crescimento” e “desenvolvimento” econômico.00 Quantidade 110 510. a renda enviada (RE) supera a renda recebida (RR) do exterior.00. Qual o maior: o PNB ou o PIB? Comente.00 25.000. Questões Aplicadas: 1.000 Automóveis Pão a) Tomando 2000 como ano-base. O que representa o PIB e o PIB per capita de uma economia? 2. 3. calcule as seguintes estatísticas: PIB nominal dos dois anos. No Brasil.As comparações internacionais . Um agricultor colhe um hectare de trigo e vende a um moleiro por $1. O moleiro transforma o trigo em farinha. o que faz com que tenhamos uma renda líquida de fatores externos (RLFE) negativa. (fonte: Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento -PNUD) Levando em consideração essa assertiva. qual seria a diferença entre esses dois conceitos? b) Um Produto Interno Bruto (PIB) elevado reflete necessariamente um país com bons indicadores de desenvolvimento humano e econômico? Justifique sua resposta.000. atividades informais e etc.00.69 ALGUNS PROBLEMAS COM AS MEDIDAS DE RENDA E DO PRODUTO . Observe a seguinte passagem: “Transformar crescimento econômico em bem-estar para todos é o grande desafio enfrentado pelos diversos países e suas comunidades. 2.Produto nacional como medida do padrão de bem-estar Questões conceituais: 1. Considerando a citação acima. . A tabela a seguir contém dados de dois anos diferentes. Dados em bilhões de R$: . Comente os principais problemas com as medidas agregadas da economia. O que é valor adicionado (VA)? Exemplifique.000 Ano 2010 Preço ($) 70.Questão da economia subterrânea: atividades gerais do cotidiano.00 12. 4. Qual é a diferença entre Produto Nacional Bruto (PNB) e Produto Interno Bruto (PIB)? Explique. e depois vende a farinha a um padeiro por $3.00.Pagamento Aposentadoria 40 . na redução das desigualdades existentes nas sociedades nacionais e entre elas”. Qual é o valor agregado por cada pessoa? Qual é o PIB? 3.Subsídios empresas privadas 10 . e vende o pão a um engenheiro por $6.00 Quantidade 130 410. 5. O engenheiro come o pão. PIB real do ano de 2010 e taxa de crescimento real. Ano 2000 Preço ($) 60. O padeiro usa a farinha para fazer o pão.Tributos indiretos 100 .Variações reais ou variações nominais . Renda enviada ao exterior 07 Pede-se: a) PIBpm = 870+ Ti-Suib = 870 + 100 – 10= 960 b) PNBpm = PIB + RLE = 960 + (-5) = 955 c) PNLcf = 955 – d – Ti + sub = 955 – 25 – 100 + 10 = 840 d)RPD = 840 – Td + Tr = 840 – 80 +40 = 800 5.000 1. Uma economia hipotética apresentou os seguintes resultados para o PIB nominal: Ano 1990 Ano 1995 PIB nominal (R$) 1. foi de 120.980.520.Renda recebida exterior 02 . Pergunta-se: qual é a taxa de crescimento real do PIB no período? Explique.Depreciação ativos fixos 25 .70 .000. tendo 1990 como ano-base. .000.000 O Índice de Laspeyres. e os aspectos macroeconômicos. obtém-se a produção dos bens mencionados. No seu modelo. na Inglaterra. Portugal é mais produtivo na produção de ambas as mercadorias. Comparativamente. Por outro lado. Portugal tem vantagem relativa na produção de vinho e a Inglaterra na produção de tecido. A teoria clássica do comércio internacional A Teoria das Vantagens Comparativas foi formulada de modo bastante simples por David Ricardo. TEORIAS DO COMÉRCIO INTERNACIONAL O que leva os países a comercializarem entre si? Muitas explicações podem ser levantadas. Através de coeficientes técnicos fixos de produção. existem 2 países (Inglaterra e Portugal). O princípio das vantagens comparativas sugere que cada país deva se especializar na produção daquela mercadoria em que é relativamente mais eficiente (ou que tenha um custo relativamente menor). o custo de produção de tecidos em Portugal é maior que o da produção de vinho. Relativamente. dois produtos (tecido e vinho) e apenas um fator de produção (mão-de-obra). Uma característica importante desse modelo é a inexistência de mobilidade internacional da mão-de-obra. aos termos de troca e ao balanço de pagamentos. Ricardo considera um ambiente de concorrência perfeita. costuma-se dividir as questões teóricas em dois grandes blocos: os aspectos microeconômicos. Desse modo. os dois países obtêm benefícios ao especializar-se na produção da mercadoria em que possuem vantagem comparativa. explica-se a especialização dos países na produção de bens diferentes. esse mesmo país deverá importar aqueles bens cuja produção implicar custo relativamente maior (cuja produção é relativamente menos eficiente). ou a teoria do comércio internacional. como a diversidade de condições de produção (a Noruega dificilmente produzirá bananas). ou a possibilidade de redução de custos (a obtenção de economias de escala) na produção de determinado bem comercializado em um mercado global. um exemplo numérico. relativos à taxa de câmbio. Essa será. portanto. a partir da qual concretiza-se o processo de troca entre eles. a mercadoria a ser exportada. entretanto.71 CAPÍTULO 6 – A ECONOMIA NACIONAL E AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS O Que veremos? Teoria das trocas internacionais Taxa de Câmbio Balanço de Pagamentos Instrumentos de Ajuste dos Fluxos Externos Organismos Internacionais FUNDAMENTOS DE ECONOMIA INTERNACIONAL Dentro da Economia Internacional. tanto em relação aos produtos como no que concerne ao mercado de fatores. . Os economistas clássicos forneceram a explicação teórica básica para o comércio internacional através do princípio das vantagens comparativas. o custo da produção de vinho é maior que o da produção de tecidos. conforme o quadro: QUANTIDADE DE HOMENS/HORA PARA A PRODUÇÃO DE UMA UNIDADE DE MERCADORIA Tecido Vinho Inglaterra 100 120 Portugal 90 80 Em termos absolutos. 1. Implicitamente. Segundo Ricardo. não dando atenção à evolução das estruturas de oferta e demanda. Por outro lado. uma unidade de vinho deve custar 1.72 exportando-a. Deste modo. obtendo maior nível de consumo. A partir da teoria clássica do comércio internacional. poderia usar apenas 80 produzindo uma unidade de vinho e trocá-la no mercado internacional por uma unidade de tecido. mostrou-se bastante irrealista e incômoda para muitos teóricos. O mesmo raciocínio vale para Portugal: em vez de gastar 90 horas produzindo uma unidade de tecido. que se especializará em tal produção e passará a importar tecidos. na Inglaterra são necessárias 100 horas de trabalho para a produção de uma unidade de tecido e 120 horas para a produção de uma unidade de vinho. poupando. a Inglaterra poderá importar uma unidade de vinho por um preço inferior a 1.2 unidades de tecido. poderá utilizar apenas 100 horas de trabalho. portanto. a Inglaterra deverá se especializar na produção de tecidos. Com o comércio com Portugal. Resume-se a considerações estáticas. em autarquia (produzindo e consumindo sem comércio internacional). Sem comércio internacional. Também fornece uma explicação para o padrão do comércio internacional. exportando-os e importando vinho de Portugal. que procuraram incorporar também o capital na função de produção dos países. produzir uma unidade de tecido e trocá-la por uma unidade de vinho. de que há apenas um fator de produção operando a partir de coeficientes técnicos fixos.89 unidades de tecido (80/90). supondo uma dada quantidade de recursos. por apontar os benefícios desse comércio. mas não se explicita quem se beneficia dentro do país. Porém.2 unidades de tecido (120/100). e Portugal poderá comprar mais que 0. um país poderá economizar tais recursos através do comércio internacional. Assim. Alguns críticos também apontam para as difuldades que existem em se tecer comentários sobre o impacto do comércio na distribuição de renda dentro de um país. . Se houver comércio entre os países. se a relação de troca entre o vinho e o tecido for de uma para uma. e importando o outro bem. também economizando 10 horas de trabalho. Os países exportarão e se especializarão na produção dos bens cujo custo for comparativamente menor em relação aos demais países. 20 horas de trabalho que poderiam ser utilizadas produzindo mais tecidos. que existem trocas internacionais. em Portugal essa unidade de vinho custa 0. ou se há grupos prejudicados. pode-se concluir que a nação se beneficia com o comércio. bem como da relação de preço entre os produtos negociados no mercado internacional. estabelecido a partir do lado da oferta dos países. Os benefícios da especialização e do comércio podem ser observados ao se comparar uma situação sem e com comércio internacional.89 unidades de tecido vendendo seu vinho. ambos os países sairão beneficiados. Não importa aqui o fato de que um país possa ter vantagem absoluta em ambas as linhas de produção. por exemplo. A Inglaterra. A teoria desenvolvida por Ricardo — base do modelo clássico de comércio internacional — constitui forte argumento em favor do comércio internacional e contra medidas protecionistas. A suposição do modelo clássico. Critica-se o modelo por não fazer maiores considerações sobre a demanda e a estrutura de gostos e preferências dos agentes. É a partir de diferenças tecnológicas relativas. gastará 120 horas de trabalho para obter uma unidade de vinho. as quais se manifestam em produtividades do trabalho ou coeficientes de produção diferentes. Desse modo. tal teoria possui pressupostos bastante restritivos. Assim. diante de evidências de que os ganhos do comércio exterior não se dividiam igualmente entre os países industrializados de alta renda. A teoria Estruturalista Esta visão criticou o pressuposto das vantagens bilaterais simétricas. Os pontos de sustentação da crítica estruturalista foram: i) baixa elasticidade-preço dos produtos primários. que exportam bens mão-de-obra intensivos. A teoria moderna do comércio internacional A idéia básica por trás da teoria moderna do comércio internacional é a de que os países diferem quanto à dotação relativa de fatores de produção. As vantagens do comércio continuam existindo: há ganho real de renda quando o país passa da autarquia para uma situação de comércio internacional. surgiu uma série de novas explicações para o comércio internacional. exportadores de matérias-primas. Do mesmo modo. que agora passam a ser tanto a mão-de-obra quanto o capital. Essas razões mostram uma tendência à deterioração que resultava em ganhos assimétricos de comércio exterior. que modificou a explicação concernente à origem das vantagens comparativas. importando bens que necessitem de muita mão-de-obra na sua produção.73 Assim. dadas as contribuições desses dois economistas. e os países de baixa renda. A nova teoria do comércio internacional A partir das críticas e dos problemas empíricos relativos ao modelo Heckscher-Ohlin. começou a ser constituída a teoria moderna do comércio internacional. um país com oferta abundante de capital considerará relativamente mais barato produzir bens cuja produção necessite mais intensamente do fator capital e. O modelo moderno básico é o chamado modelo de Heckscher-Ohlin. portanto. segundo o modelo Heckscher-Ohlin. exportadores de manufaturados. A corrente estruturalista estava baseada em bases empíricas que evidenciavam a deterioração das relações de troca entre o centro e a periferia – entre os países produtores de bens primários e os países produtores de manufaturas de alto valor adicionado. ii) baixa elasticidade-renda da maior parte dos produtos primários. iii) retração da procura de inúmeras matérias-primas de exportações e iv) baixo valor adicionado dos produtos primários de exportação. Também a teoria moderna recebeu críticas em função de seu caráter estático e de suas premissas por demais restritivas. a hipótese clássica é oposta: as tecnologias (os coeficientes técnicos de produção) diferenciadas são cruciais para explicar as diferenças de custo e o padrão de comércio. O que varia no modelo moderno é a dotação de fatores: há os países ricos (abundantes em capital) que exportam bens de capital intensivos. Os países. terá vantagem em exportá-lo. ressaltando-se novamente as vantagens do livre comércio. Um país com oferta abundante de mão-de-obra em relação ao capital produzirá preferencialmente bens que utilizam na sua produção relativamente mais mão-de-obra e também deverá exportar esse bem. de modo que a estrutura tecnológica é a mesma para todos os países. A diferença básica entre a teoria clássica e a moderna é que. Os novos modelos não . e os países pobres (com uma relação capital-trabalho baixa). geralmente tendem a exportar produtos que utilizam intensivamente o fator de produção relativamente mais abundante no país e importam a mercadoria que utiliza intensivamente o fator de produção menos abundante. enquanto a teoria moderna pressupõe uma mesma função de produção para os países envolvidos no comércio internacional. por uma forte padronização. que passariam também a exportálo. porém percebe-se nessas teorias certa recuperação de idéias protecionistas. no comércio internacional. dos recursos investidos em P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) e da estrutura de demanda que possuem. Basicamente quanto mais parecida a demanda dos países (quanto mais próximo o nível de desenvolvimento dos países). 2. pois ele tem seus custos (salários. matéria-prima) em reais e não em liras. Nesse momento. A produção desse bem passa. De modo geral. impostos. Desse modo. um brasileiro adquire um produto alemão (importa). A produção atende inicialmente o mercado doméstico e depois se destina à exportação. Os rendimentos crescentes de escala são mais uma fonte de ganhos para o comércio. Quando. em função da introdução de problemas relacionados à incerteza. o comércio intraindustrial. o livre comércio continua mostrando-se estaticamente a melhor situação. Com a difusão da demanda por tal produto internacionalmente. De modo geral. Países desenvolvidos têm vantagens comparativas onde são pioneiros. verifica-se também um comércio intenso entre países com igual dotação de recursos e a crescente troca de produtos razoavelmente parecidos. quando um brasileiro exporta para a Itália desejará receber o valor das exportações em real e não em liras. porém. Existe. desenvolvida por Raymond Vernon. Dentro do Brasil. a economias de escala e a estruturas de mercado não concorrenciais. As explicações relativas a esse comércio podem vir de duas hipóteses: a) pode-se atribuir tal padrão de comércio à existência de economias de escala. a fim de explicar esse comércio intraindustrial. Do mesmo modo. Mesmo países idênticos. dólares ou marcos. A TAXA DE CÂMBIO E O MERCADO CAMBIAL Uma importante diferença do comércio internacional em relação ao comércio doméstico é que este último se realiza com uma mesma moeda nacional. sua produção pode mudar de país e situar-se em países menos desenvolvidos. a compra e venda de mercadorias se faz com o real. o vendedor alemão quer receber em marcos alemães. onde conseguem introduzir inovações em função da qualificação da sua mão-de-obra. ainda. . além do comércio preconizado pela teoria de Heckscher-Ohlin entre países ricos e pobres. Teorias mais modernas centram-se nos fatores de competitividade das nações. fazendo com que a importância da qualificação da mão-de-obra e dos recursos alocados em P&D para a sua produção desapareça. As mercadorias a serem exportadas são preferencialmente aquelas já produzidas para atender o próprio mercado doméstico. ao longo do tempo. a explicação embasada na idéia de ciclo do produto. Decorrentes mais de atributos construídos do que de vantagens definidas por dotações naturais.74 têm a mesma consistência teórica dos modelos clássico e moderno e ainda devem ser melhor testados. podem ganhar com o comércio entre eles. o comércio internacional introduz um novo elemento: a taxa de câmbio. no que se refere às suas dotações de fatores e seus gostos. o país inovador passará a exportá-lo. evitando-se produzir para exportação produtos pouco consumidos internamente. as recentes análises constatam que. enquanto que. Deve atingir países com estrutura de demanda parecida e a concorrência entre os países é exercida a partir de um processo de diferenciação do produto. Esse comércio não se realiza em condições de concorrência perfeita e não se garante que esses ganhos sejam distribuídos proporcionalmente entre os países comerciantes. pois os países tenderão a produzir bens que mais facilmente atendam a demanda de potenciais importadores. em função do risco associado a esse mercado. mais fácil e maior é o comércio entre eles. existe a necessidade da conversão entre diferentes moedas. b) existem teorias que procuram enfatizar o lado da demanda. que é menos conhecido e controlável. a realização de diferentes transações: as transações entre bancos privados e clientes no mesmo país. compõe-se a demanda e a oferta por dólares e reais. com os quais compra a mercadoria desejada.) e no resto do mundo. temos os importadores de mercadorias norteamericanas que necessitam de dólares. A cotação de real em dólar também poderia ser expressa como sendo de aproximadamente 1. no exemplo). os turistas que trazem dólar para o Brasil. No Brasil. em outubro de 1994. Deve-se tomar cuidado com a forma pela qual a taxa de câmbio está expressa. os agentes que necessitam de dólares para saldar dívidas contraídas anteriormente. Outra definição: é o preço de uma unidade de moeda estrangeira em moeda nacional.85. por exemplo. As oscilações na demanda e na oferta de determinada moeda devem conduzir a modificações no equilíbrio desse mercado (taxa de câmbio e quantidade de moeda transacionada). Este mercado é formado por compradores e vendedores (importadores e exportadores). também em relação ao dólar e às diversas moedas nacionais.17 doláres para 1 real). que são os preços relativos entre as moedas nacionais. trocaria 55 reais por 100 marcos.17 US$/R$. as transações entre o Banco Central e bancos privados no mesmo país.85 reais. é a taxa pela qual duas moedas de países diferentes podem ser trocadas (cambiadas). No Brasil. por exemplo. eram necessários 2. 0. isso se realiza. então seria 1. o importador brasileiro troca reais por marcos alemães pela taxa de câmbio (0. as empresas norte-americanas atuando no Brasil. no Brasil. ou seja. O mercado cambial é aquele onde as moedas dos diferentes países são transacionadas. há as ofertas e as demandas pelas moedas. . há agentes que oferecem dólares e procuram reais: os exportadores brasileiros. ou seja. temos a demanda brasileira por dólar. Se a mercadoria custa 100 marcos alemães. Assim. assim como as quantidades de moedas nacionais transacionadas. Ao mesmo tempo. os turistas que viajam para os Estados Unidos etc. por um lado. que a taxa de câmbio do real (moeda nacional brasileira) em relação ao dólar norte-americano (moeda nacional dos EUA) era. cada um (1) dólar valia 0. ou seja. As taxas de câmbio são basicamente determinadas através do mercado cambial. o equilíbrio entre a oferta e a demanda das diferentes moedas nacionais estabelece as taxas de câmbio. Da mesma forma. Em tese. a taxa de câmbio entre o franco suíço e a libra inglesa era de 2. marcos etc. ela é expressa como a quantidade de moeda estrangeira necessária para comprar uma unidade de moeda nacional (no exemplo. Em outros países. portanto. torna-se possível realizar as transações entre os países.05 SF/£. Assim temos. Por outro lado.75 Taxa de câmbio é o valor que uma moeda nacional possui em termos de outra moeda estrangeira.55 R$/DM. ou seja.85 reais para 1 dólar). esses agentes também estão oferecendo reais no mercado cambial.05 francos suíços para se obter uma libra inglesa. os estrangeiros que querem investir no Brasil. bancos e corretores autorizados pelas autoridades monetárias. com outras moedas (francos. que é o inverso de 0. com um real poder-se-ia obter 1. Também em outubro de 1994. Desse modo.85 R$/US$. os tomadores de empréstimo no exterior.17 dólares norte-americanos. que desejam remeter lucros para a matriz. Um mercado cambial supõe. A partir desses agentes. de aproximadamente 0. as transações entre bancos privados de diferentes países e as transações entre bancos centrais de diferentes países. Através das taxas de câmbio. Temos. aqueles (agentes privados ou públicos) que demandam determinada moeda. costuma-se expressar a taxa de câmbio como sendo a quantidade de moeda nacional necessária para comprar uma unidade de moeda estrangeira (no exemplo. Neste mercado. que.1. por exemplo. Suas intervenções são aleatórias e tem como objetivo conter especulações no mercado.dirty floating): o Banco Central não interfere (ex-ante) na fixação da taxa. são créditos. A taxa cambial está relacionada com o movimento do saldo do balanço de pagamentos do país. As exportações. teremos aumento da entrada de divisas estrangeiras e. 4) Banda Cambial: o Banco Central fixa os limites inferiores e superiores da cotação cambial. No caso das transações de comércio exterior a oferta e procura de divisas estrangeiras representam o movimento das operações exportação e importações efetuadas. Porém. empréstimos. conforme exemplos indicados a seguir: . com aumento de saídas de divisas e consequente déficit. ou seja . desvalorizando-se a moeda nacional em relação às moedas estrangeiras. São as forças de mercado (oferta e demanda) que determinam a taxa de câmbio. por exemplo. No Brasil. o Balanço de Pagamentos é elaborado pelo Banco Central a partir dos registros das transações efetuadas entre residentes no País e residentes em outras nações. haverá redução no saldo de exportações e aumento no saldo de importações. 3) Câmbio Flutuante (flutuação suja. A partir desse balanço. portanto superávit. Assim. 2) Câmbio Flutuante (flutuação limpa): o Banco Central não interfere na determinação da taxa de câmbio. com altas taxas cambiais. Principais Regimes Cambiais 1) Câmbio Fixo: o Banco Central fixa a taxa de câmbio e realiza todas as intervenções no mercado que sejam necessárias para manter a taxa estabelecida. quando o poder de compra desta em relação às demais cresce. durante um certo período de tempo. BALANÇO DE PAGAMENTOS O Balanço de Pagamentos de um país é um resumo contábil das transações econômicas que esse país faz com o resto do mundo. Formação das Taxas de cambiais – Regimes Cambiais Taxa cambial é a relação de preço existente entre a moeda nacional e determinada moeda estrangeira. Na contabilização destes registros. A periodicidade em geral é de um ano (seguindo o ano civil do país). Inversamente. é bastante comum a apresentação de balanços trimestrais e até de contas mensais. as importações são débitos. pode-se considerar que toda entrada de divisas corresponde a um crédito e toda saída a um débito. Ocorrendo variação para baixo nas taxas cambiais. remessas e entrada de capital. O preço do real em relação ao dólar deve crescer e a quantidade de reais que se compra com um dólar deve ser menor. define-se uma valorização da moeda nacional. Entendendo como fundamento básico na variação das taxas cambiais a oferta e procura de divisas estrangeiras. elevará ou reduzirá as taxas cambiais. adota-se a idéia das partidas dobradas. De modo geral. assim como os juros pagos ao exterior.76 Assim. podemos entender a formação das taxas cambiais de acordo com o referido princípio basilar econômico. aumento dos investimentos norte-americanos no Brasil significa aumento na oferta de dólares e também um aumento na demanda por reais. que possibilitam um melhor acompanhamento da evolução da situação econômica internacional do país. conforme dito acima. pode-se avaliar a situação econômica internacional do país. Toda transação que cria um direito constitui um crédito. Esses aumentos fazem com que a taxa de câmbio se modifique. e uma desvalorização quando seu poder de compra cai. valorizando o real e desvalorizando o dólar. Quem determina a taxa efetiva é o mercado (oferta e demanda) 3. 2. 77 Débitos: Importações de Bens e Serviços Pagamentos de doações e indenizações Pagamentos de capital emprestado Reembolsos de capital a estrangeiros Compras de ativos de estrangeiros Créditos: Exportações de Bens e Serviços Recebimentos de doações e indenizações Recebimentos de empréstimos Recebimento de reembolso de capital Vendas de ativos para estrangeiros Várias são as maneiras de se apresentar um Balanço de Pagamentos.2. Transações Compensatórias D. Balança de Capitais B.País A .3. Empréstimos e Financiamento de Longo e Médio Prazo B.3. para investimento do país no exterior (aumento do controle do país sobre empreendimentos no exterior) ou para aumentar as reservas do país.1 Exportações A.4. o país necessita de buscar investimentos no estrangeiro (aumentando o controle de estrangeiros sobre emprendimentos no país).2.4. A forma mais usual é a que segue: Balanço de Pagamentos .2. .1. o país estará recebendo recursos que podem ser utilizados para pagar compromissos assumidos anteriormente (diminuição do endividamento externo). Variação de Reservas (haveres no exterior) D. Amortizações C. Empréstimos a Curto Prazo B.5. sendo também incluído o saldo de Transferências Unilaterais do período.2. Erros e Omissões Saldo do Balanço de Pagamentos (A + B + C) D.1. Operações de Regularização D. Se essa conta for superavitária. por isso. Transportes e Seguros A. Atrasados Comerciais A seguir.2. Rendas de Capital (lucros e juros) A. Se tal conta for deficitária.2.1. de contrair empréstimos no exterior (aumentando o endividamento do país) ou de reduzir as reservas de divisas internacionais. são consideradas as mais importantes do Balanço de Pagamentos. Viagens Internacionais e Turismo A. Tranferências Unilaterais B.1.3.2. Balança Comercial A. são verificadas cada uma das contas acima: A. Balança de Serviços (Invisíveis) A. Balança de Transações Correntes — procura resumir a diferença entre o total das exportações e das importações tanto de mercadorias como de serviços.1.Ano 19xx.2 Importações A. Reinvestimentos B.3. Investimentos B. A. As transações dessa balança são as que afetam diretamente a renda nacional e. Diversos A. Balança de Transações Correntes A.2.1. que não foram remetidos. A. A.2. raiz da crise da dívida externa. Balança Comercial — inclui basicamente as exportações e as importações de mercadorias. aluguel de equipamentos. assistência técnica.2. Balança de Serviços — representa as negociações internacionais dos chamados bens invisíveis e os rendimentos de investimentos. observou-se uma reversão neste quadro com o surgimento de superavits significativos. a balança comercial passou novamente a apresentar saldos negativos. com destaque para 1974. Possui uma série de subcontas.2. Os lucros de empresas estrangeiras.2. comissões. o deficit cresceu substancialmente em decorrência dos juros pagos ao exterior. A. a Balança de Transações Correntes foi praticamente identificada com a Balança Comercial. essa conta mostrou-se deficitária nos anos 70. Estão incluídos os juros pagos ao exterior por empréstimos ou financiamentos recebidos de não-residentes (e os juros recebidos do exterior por empréstimos ou financiamentos concedidos por residentes) em um momento anterior.78 Por muito tempo. Também estão incluídos os lucros remetidos por empresas nacionais no exterior (crédito) e os lucros das empresas estrangeiras no país (débito). caso não haja alteração significativa na condução da política econômica.1. já que as despesas com seguros e fretes estão incluídas na balança de serviços. patentes. Existem pelo menos duas maneiras de se contabilizar o valor das exportações e importações. onde se inclui no valor das mercadorias. quando ocorreu o primeiro choque do petróleo e caíram os termos de troca. A. Para efeito de Balanço de Pagamentos. e as exportações e importações CIF (cost.4. especialmente a partir de 1983. Diversos — incluem o saldo de diversas transações como: dispêndios efetuados com representações diplomáticas no exterior (e as transferências dos demais países para os gastos de suas representações diplomáticas no país). filmes. No final dos anos 70 e início dos anos 80. Se as exportações forem maiores que as importações.1. Rendas de Capital — são rendas referentes aos rendimentos de capital auferidos ou pagos pelo país. Transportes e Seguros — são o saldo das receitas e despesas efetuadas com fretes e prêmios de seguros. na rubrica (re)investimentos de estrangeiros no Brasil. cenário que deve ser mantido por mais alguns anos. a balança comercial do país será superavitária. dentre as quais destacam-se: A. porém esses lucros são considerados reinvestidos e significarão também uma entrada (crédito) na balança de capital. No caso brasileiro. Durante a década de 80. A Balança de Serviços brasileira sempre mostrou-se deficitária. recebimentos e pagamentos referentes a royaltes. Com a implementação do Plano Real. utiliza-se as exportações e importações FOB.3. consumindo grande parte do superavit da balança comercial. Na década de 80. também devem ser contabilizados como débito nessa conta.2. . insurance and freight). Existem as exportações e importações FOB (free on broad). onde as despesas incluídas no valor das mercadorias são as incorridas até o embarque da mercadoria. a Balança de Transações Correntes passou a ser assim decomposta: A. será deficitária. além de seu custo. Com a crescente importância dos serviços e dos rendimentos de capital (pagamentos de juros e remessas de lucros).2. o frete e o seguro do seu transporte até o destino. se ocorrer o contrário. Viagens Internacionais e Turismo — representam o saldo das receitas e despesas de turistas. os juros enviados situaram-se em torno de US$ 10 bilhões anuais. Reinvestimentos de empresas multinacionais já instaladas no país que reinvestem parte do lucro. B. Desse modo. Se o balanço for superavitário.3. Na verdade. Ao contrário — quando o balanço for deficitário — essa conta será credora. B. Assim. D. Empréstimos e Financiamentos de Longo e Médio Prazos e B. haverá uma entrada de divisas. Operações de Regularização — são operações realizadas com instituições internacionais.1. Erros e Omissões — essa conta surge em função de equívocos existentes no registro das operações do país com o exterior. esse item entra no balanço de pagamento.2. porém com sinal contrário. (crédito/débito). Transferências Unilaterais — referem-se a pagamentos sem contrapartida de um país para outro: a) remesssas feitas por não-residentes no Brasil ao seu país de origem (débito). referentes a empréstimos e financiamentos concedidos pelo país ao exterior. e os pagamentos do principal feitos por não-residentes.1. há uma variação negativa no volume de reservas. quando há deficit no balanço de pagamentos. D. Transações Compensatórias — ao somatório de A + B + C corresponderá um valor igual nessa conta. indicada por uma conta credora no item variação de reservas. Variação de Reservas — registra a variação nos haveres em moeda estrangeira e ouro possuídos em reserva pelo país. organismos internacionais etc. inúmeras contas são registradas com valores estimados. um aumento das reservas.4. em caso de o balanço ser positivo (indicando a entrada de recursos). tanto para governos.5. Empréstimos de Curto Prazo — registram os empréstimos recebidos do exterior e concedidos para outros países. Investimentos — referem-se ao capital de residentes no país aplicados no exterior. C. além dos financiamentos obtidos na cobertura de importações e concedidos quando das exportações. a fim de cobrir os erros estatísticos cometidos e as transações não registradas. . ou seja. b) recebimentos de residentes fora do País (crédito).79 A. quando a soma for negativa. Desse modo. De modo geral. B. indicada por um débito. sejam esses investimentos diretos ou de carteira. referentes a empréstimos e financiamentos tomados no exterior. Essa rubrica do balanço de pagamentos inclui: B. um deficit no balanço poderá ser coberto por uma saída de divisas ou de ouro do país. o que impede a equivalência perfeita entre os créditos e os débitos (mesmo levando-se em consideração as transações compensatórias). Movimento de Capitais — agrupa as contas que representam modificações nos direitos e obrigações de residentes no país para com não-residentes.3. B. de modo a equalizar os débitos e créditos no balanço. assim como os investimentos feitos por nãoresidentes no país. Amortizações — onde registram-se os pagamentos do principal. como o FMI. recorre-se a empréstimos destas instituições com o objetivo de cobri-lo. Somados todos os saldos das contas mencionadas (A + B + C) obtem-se o Resultado do Balanço de Pagamentos.2. como para empresas e indivíduos. a conta de Transações Compensatórias será devedora. c) doações de governos. sendo superavit quando a soma for positiva e deficit. Os principais itens dessa última rubrica são: D. Para uma economia hipotética A são dados (em US$ milhões): Balança comercial: 100. da divisa estrangeira correspondente: a) par. c) quanto maior as exportações menor o produto da economia.Administração da taxa de câmbio . Movimentos de Capitais Autônomos: 200.3. .Imposição de tarifas alfandegárias de proteção. b) quando as exportações são superiores às importações a economia apresenta um superávit comercial. 4. b) As transações de capital englobam os créditos e débitos resultantes de todas as transações comerciais realizadas. Relação entre o valor de duas unidades monetárias. Quando um país necessita aumentar o volume de exportações de determinado produto para importar a mesma quantidade de bens em relação a outro país. Transferências Unilaterais: . d) as exportações elevam a eficiência econômica.30. c) Balança Comercial registra o movimento de exportações e importações de mercadorias. Assinale a alternativa incorreta: a) As transações correntes englobam os fluxos reais de bens e serviços e os pagamentos correspondentes às receitas e despesas realizadas.Imposição de proteção não tarifárias. No que se refere especificamente as exportações é falso afirmar que: a) a desvalorização da moeda nacional e o incremento da renda internacional elevam as exportações. e) Quando o valor das importações supera o das exportações há uma balança passiva. d) Quando o valor das exportações supera o das importações dizemos que há uma balança comercial ativa. Balança de Serviços: 10. . Erros e Omissões: 0. em termos monetários nacionais. pode-se dizer que: a) há um incremento nas suas relações de troca b) há estabilidade nos seus termos de troca c) ocorreu aumento nos termos de troca entre eles d) há uma deterioração nos termos de troca e) os termos de troca nunca variam 3. INSTRUMENTOS DE AJUSTE DO BP Instrumentos Cambiais: . 4. Questões conceituais: 1.Fixação de quotas setoriais de comércio. 2. Atrasados Comerciais — dizem respeito aos empréstimos que não foram pagos na data de vencimento. Qual o saldo em transações correntes.Controle das operações cambais Outros Instrumentos: . de acordo com a teoria econômica convencional. 5.80 D. e) quanto maior as exportações maior o produto de uma economia. indicando o preço.metálico b) gold-points c) pontos de compensação d) relação de troca e) taxa de câmbio . d) Uma montadora francesa de automóveis investe US$ 100 milhões na construção de uma fábrica no Paraná. 2. as empresas estrangeiras instaladas no país reinvestem US$ 5 milhões nesse país. em moeda estrangeira. f) O Brasil paga ao exterior US$ 50 milhões em fretes. e) O Brasil importa. construa o balanço de pagamentos e determine e interprete: a) o saldo da balança comercial. Com base nessas informações: a) Monte o BP. explique se a atual forma de financiamento do saldo das transações correntes será prejudicial para o comportamento futuro do BP. pagando à vista. pagando à vista. A recente crise financeira que se instalou no Brasil é fruto de sérios problemas externos e teve como consequência a alteração do regime cambial (janeiro/1999).São dados para uma economia hipotética os seguintes dados do Balanço de Pagamentos (em US$ milhões) a) exportação de mercadorias: 5. Com base nestas operações. g) O Banco Central obtém empréstimo junto a um banco norte-americano a fim de financiar o pagamento de juros vincendos no valor de US$ 80 milhões. o país recebe de residentes no exterior um total de US$ 25 milhões. vii. d) o saldo total do balanço de pagamentos. referentes a serviços de hospedagem de turistas brasileiros. Além disso. financiados a longo prazo por um banco alemão. sob a forma de investimento de curto prazo. o país paga ao exterior US$ 50 milhões sob a forma de juros e lucros.000 l) empréstimos recebidos do exterior: 1. b) o saldo da balança de serviços.000 m) remessa de lucros e dividendos: 500 Com estas informações elabore o Balanço de Pagamentos da economia hipotética. b) Banda cambial explícita c) Câmbio fixo d) Câmbio flutuante com intervenção e) Câmbio flutuante sem intervenção Questões aplicadas: 1. ii.81 6. i) Uma indústria brasileira de autopeças importa maquinário da Alemanha no valor de US$ 60 milhões.000 j) juros pagos: 500 k) investimento estrangeiro direto no país: 1. mercadorias no valor de US$ 100 milhões. b) Companhias estrangeiras instaladas no Brasil remetem lucros de US$ 50 milhões ao exterior.Considere as seguintes operações realizadas entre residentes e não residentes num determinado ano (em milhões de dólares): i. US$ 70 milhões em forma de bens de capital. o país importa.000 b) importação de mercadorias: 6. US$ 80 milhões. v. c) Uma agência de turismo brasileira efetua pagamentos a uma cadeia de hotéis norte-americana no valor de US$ 20 milhões. iv. mercadorias no valor de US$ 110 milhões. vi. o país exporta. Atualmente o regime cambial é de: a) Flutuação limpa. iii. ingressam no país. 3 – Admita que as seguintes operações foram realizadas entre o Brasil e o exterior em um dado período: a) Um grupo japonês realiza investimento de US$ 500 milhões em razão da privatização da Vale do Rio Doce. o país paga ao exterior US$ 10 milhões sob a forma de fretes. US$ 180 milhões em automóveis coreanos. recebendo à vista. c) o saldo na balança em transações correntes. h) Uma companhia aérea norte-americana realiza uma compra à vista de aviões brasileiros no valor de US$ 150 milhões. sob a forma de investimento direto. ingressam no país. . viii.000 c) donativos recebidos: 100 d) donativos enviados: 50 e) fretes pagos: 100 f) fretes recebidos: 50 i) amortizações pagas: 1. 811 B. Movimento de Capitais 8. Explique essa afirmação usando os resultados do BP para 1994. Transferências unilaterais correntes TRANSAÇÕES CORRENTES (A1+A2+A3) B. Balanço Comercial (FOB) 10.K).256 -7.319 Pede-se: a) Qual a principal mudança nos resultados das contas do BP nesses diferentes anos? Explique.ANO 1998 em US$ milhões) A – Balanço de Transações Correntes A.748 -34. b) Qual a alternativa para o Brasil equilibrar as contas do BP? Explique.1.458 -33. b) A estrutura do BP mostra que a soma do saldo em transações correntes e do movimento de capitais deve ser igual a zero (TC + K = 0 e. Erros e omissões 334 Resultado do BP 7.466 A. Solange Marin a partir de dados do Banco Central do Brasil 1998 -6.416 29.079 A.702 -4. o saldo em transações correntes.3. Questões retiradas de concursos para Auditor Fiscal da Receita Federal (AFRF).299 1. 4 – Considere o balanço de pagamentos abaixo (Brasil .593 -280 4.1. Transferência Unilateral 2. Balanço de Serviços -33.2.692 C.558 14. o saldo da conta de capital e financeira e o resultado do balanço de pagamentos. 1996) Os déficits no balanço de pagamentos de um determinado país . Balança comercial (fob) Exportação de bens Importação de bens A.414 Saldo em Transações Correntes -1. Auditor Fiscal do Tesouro Nacional (AFTN) e Banco Central do Brasil (BACEN): 1) (AFRF.215 Fonte: Prof. 5. Balanço de Pagamentos (em US$ milhões) Discriminação 1994 A.575 -28. Balança de Serviços A. 1998 e 2005. Erros e Omissões RESULTADO DO BP (A+B+C) Fonte: Banco Central do Brasil -6575 51140 -57714 -28299 1458 -33416 29702 320 29381 26002 -2854 28856 18125 -457 18582 -460 -14285 -4256 -7970 a) Identifique os principais problemas do balanço do pagamentos do Brasil no ano de 1998.193 -9. Balanço em transações Correntes A. Conta Capital e Financeira Conta capital Conta financeira Investimento direto Investimento brasileiro direto Investimento estrangeiro direto Investimentos em carteira Investimento brasileiro em carteira Investimento estrangeiro em carteira Derivativos Outros investimentos C.2.970 2005 44.82 b) Encontre o saldo da balança comercial. então.113 3.3. 1998 e 2005. que TC = . Considere os seguintes resultados do BP brasileiro para os anos de 1994. em uma das contas do balanço de pagamentos. 3) (AFRF. em função de fluxos inesperados nas contas de transferências e /ou de capitais deste país. 4) (AFTN. não se pode fazer a seguinte afirmativa: a) Balança de pagamento é um registro contábil de todas as transações de um país com os outros países do mundo. como o Mercosul. b) é realizado apenas uma vez como crédito ou débito. d) decorrem. b) A balança de pagamento deve estar sempre em equilíbrio . c) ocorrem como consequência da elevação das taxas de juros internacionais. em geral. reduzindo. enquanto o preço das manufaturas tende a crescer. lucros e royalties. que aumentam a competitividade mas tornam o produto exportado relativamente barato. b) os atrasados e os empréstimos de regularização figuram na conta de “erros e omissões”. como débito ou crédito. 1998) Considerando a estrutura do BP. empréstimos do FMI. e) um índice que serve para medir o nível de participação de um país no comércio internacional bem como o grau de diversificação de seus produtos e parceiros. 6) (BACEN. em casos muito particulares.83 a) decorrem fundamentalmente de déficits comerciais. c) as condições de comércio estabelecidas entre duas nações. Os empréstimos de outros governos para o governo brasileiro. 2) (AFRF. d) diferenças entre as exportações e as importações de um dado país e outros. e) são consequência da falta de proteção adequada ao mercado interno deste país. 1998) O conceito de termos de troca refere-se à: a) relação de produtos trocados entre dois países. de acordo com a natureza da operação. mas também dependem do nível de reservas internacionais de que dispõe este país. as receitas líquidas de exportações deste país. é correto dizer que: a) as amortizações de empréstimos figuram na conta “movimento de capitais”. de déficits nas transações correntes (comércio visível e invisível). d) é realizado simultaneamente na conta de transações correntes e na conta de capital em uma delas como crédito. c) é realizado duas vezes na conta corrente ou na conta de capital. b) lei segundo a qual os preços dos produtos tendem a permanecer estáveis ou a declinar ao longo do tempo. reduzindo as receitas. o registro de toda transação internacional no balanço de pagamentos a) é realizado duas vezes. e) Na balança de capitais são registrados o capital das firmas estrangeiras que ingressam no país sob a forma de empréstimos. 5) (AFTN. que se tornam relativamente mais caras para este país. 2000) Sobre balanço de pagamentos. mas podem ocorrer. 2002) Segundo o critério de partidas dobradas. 1996) Termos de troca é uma expressão que designa: a) uma relação entre os preços pelos quais um país vende suas exportações em relação aos preços que esse país paga por suas importações. Por esta razão. O que implicará a capacidade de importar. c) A balança comercial e a balança de serviços formam a “balança de transações correntes”. países com baixos níveis de proteção tarifária apresentam-se deficitários. remetidos pelas empresas transnacionais. uma vez como crédito e uma vez como débito. assim. quanto sobre as importações. assistências técnicas. serviço de transporte (fretes). c) relação entre preços recebidos pelas exportações de um país e os preços pagos pelas importações. . e os juros que o Brasil paga pelos empréstimos fornecidos por outras nações. etc. enquanto países com níveis elevados de proteção dificilmente apresentam este tipo de problema. b) forma contratual de comércio utilizada em sistemas regionais. para os vários grupos de produtos. d) o padrão de comércio entre dois países em termos de reciprocidade de estrutura tarifária. especialmente no que se refere ao regime tarifário. na outra como débito. e) é realizado apenas uma vez. entre outros. b) decorrem de desvalorizações cambiais. d) A balança de serviços inclui. que incidem tanto sobre as exportações. c) –10. -60. a) –80. -60. 7) (BACEN. ingressam no país. -65. pagando à vista. o país recebe de residentes no exterior um total de US$ 25 milhões. o país importa. pode-se afirmar que o saldo do balanço comercial. . em moeda estrangeira. o país paga ao exterior US$ 50 milhões sob a forma de juros e lucros VI. +110. mercadorias no valor de US$ 110 milhões III. US$ 70 milhões em forma de bens de capital IV. as empresas estrangeiras instaladas no país reinvestem US$ 5 milhões nesse país. e) + 80. +320. . -115. d) o pagamento de seguros. o saldo do balanço de serviços. +60. o país paga para o exterior US$ 10 milhões sob a forma de fretes. mercadorias no valor de US$100 milhões II.84 c) as transferências unilaterais não figuram na estrutura do balanço de pagamentos. +105. recebendo à vista. do balanço de serviços e dos movimentos de capitais autônomos. e) o saldo do balanço de pagamentos em conta corrente é igual ao saldo do balanço comercial. apesar de serem contabilizadas pelo Banco Central para fins de controle de entrada de recursos no país. -65. o saldo do balanço de pagamento em conta corrente e o saldo total do balanço de pagamentos são. 1998) Considere as seguintes operações realizadas entre residentes e não residentes num determinado ano (em milhões de dólares) I. respectivamente: a) –80. + 35 b) –10. -45. Com base nestas operações. sob a forma de investimento direto. US$ 80 milhões V. -50. ingressam no país. VIII. sob a forma de investimentos de curto prazo. VII.120. o país exporta. +40. +165. os juros e os lucros fazem parte dos movimentos de entrada de recursos no país. recomendou a adoção mundial do . mostrava-se necessária a existência de um novo sistema monetário internacional.saída de capital . mas operava plenamente em 1900. O mecanismo de ajuste do Balanço de Pagamentos no Padrão-Ouro: Déficit no BP . provocaram enormes perturbações na economia de praticamente todos os países e. Para superar essa escassez o Comitê Financeiro de Conferência de Genebra na Convenção de Gênova (1922). O Padrão-Ouro vigorou na sua forma original até 1914. Os países adotavam taxas fixas ou flutuantes de acordo com suas conveniências. início da Primeira Guerra Mundial: Nesse sistema. que vigorou até a I Guerra Mundial e o Sistema de Bretton Woods. Os principais sistemas monetários internacionais já adotados foram: O Sistema PadrãoOuro.queda de preços . Isso estimulou as autoridades de diversos países a buscar a volta da estabilidade obtida nos vinte anos anteriores à guerra. O intervalo entre as duas Guerras Mundiais Durante o período entre as Guerras Mundiais não existiu nenhum sistema monetário internacional. portanto. É importante destacar que nos anos imediatos após o fim da guerra (1919-23). e o equilibro era obtido pelo impacto dos fluxos de ouro sobre o sistema econômico interno. Na prática isso significava que um padrão-ouro estabelecia uma paridade fixa entre cada moeda e o preço do ouro. o seu valor correspondente em ouro. Mas. Já ao final da II Guerra Mundial.II Guerra Mundial até 1971. As moedas nacionais emitidas tinham. O Objetivo do sistema é viabilizar as transações entre países. e. no período Pós.85 A INSTITUCIONALIDADE NO CENÁRIO INTERNACIONAL ORGANISMOS INTERNACIONAIS As grandes Guerras Mundiais. nas relações econômicas internacionais. portanto entre as diversas moedas. por conseguinte. existia: a) a unidade comum entre os países era o ouro. assim como os conturbados anos do período entre guerras. as paridades entre as principais moedas oscilaram de forma pronunciada.Eliminação do déficit Os desequilíbrios do BP eram resolvidos por meio de transferências internacionais de ouro.saída de ouro . O que se sabe é que não existia em 1870. O Padrão-Ouro: conceito e mecanismo de ajuste do valor das moedas Vários autores destacam que é mais fácil determinar o período em que o padrão ouro chegou ao fim – 1914 do que a data efetiva de sua origem. estabelecendo regras e convenções que regulem as relações monetárias e financeiras e não criem entraves ao desenvolvimento mundial: As diferentes unidades monetárias utilizadas no pagamento das trocas internacionais fizeram com que fosse necessário operacionalizar um sistema monetário internacional. b) havia a conversibilidade das moedas em ouro. as pressões inflacionárias em quase todos os países levaram à escassez relativa de estoques de ouro. Sistema Monetário Internacional É o conjunto de regras e convenções que governam as relações financeiras entre os países. no qual os países adotariam como reservas monetárias. em 1931. que foi extremamente importante para o reflorescimento do comércio mundial e sobre o qual se baseou o crescimento econômico do pós-guerra. O Sistema de Bretton Woods consagrou a gestão de taxas de câmbio chamada de . foi criado o BIS (Bank For International Settlements). Tais eram as preocupações presentes nos últimos anos da II Guerra Mundial. Foi criada a Liga das Nações que. Sistema de Bretton Woods O Sistema de Bretton Woods foi definido em 1944 ao fim da II Guerra Mundial com o objetivo de determinar as regras econômicas internacionais que deveriam vigorar no pósguerra. Em 1930. o Banco Mundial e o Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT). o grau de liberdade dos capitais privados e a institucionalidade que garantirá o funcionamento desse sistema. Sua principal finalidade era promover a cooperação dos principais bancos centrais do mundo motivo por que ele é considerado Banco Central dos Bancos Centrais. com sede na Basiléia. Desta conferência nasceu um novo sistema monetário internacional. devidos pela Alemanha a título de reparação de guerra. por conseguinte. sua relação com as diferentes moedas nacionais (o regime cambial). provocaram enormes perturbações na economia de praticamente todos os países e. sua forma de controle. O objetivo de um Sistema Monetário Internacional é viabilizar as transações entre os países. assim como os conturbados anos do período entre as guerras. O Sistema de Bretton Woods: a Reforma do Sistema Monetário Internacional As grandes Guerras Mundiais. com o aumento de seu desequilíbrio externo e a saída de ouro. com consequências sobre a liquidez e o ritmo de atividade interna. fez a Inglaterra sair do padrão-ouro e desvalorizar a libra esterlina. A tradução de BIS é “Banco Internacional de Pagamentos”. nas relações econômicas internacionais. Foram criadas as quatro principais instituições econômicas do pós-guerra: o Sistema de Taxas de Câmbio de Bretton Woods. para administrar os pagamentos. Nesse sentido. foram feitas algumas tentativas de preservar a paz mundial e auxiliar o crescimento econômico. embora tivesse semelhança com a atual ONU. Mas. secretário do Tesouro dos EUA. infelizmente fracassou. surgiram algumas propostas de remodelagem do sistema monetário internacional. que prevaleceu.86 padrão-ouro. além do ouro. define-se o ativo (moeda) de reserva internacional. Dentre elas destacaram-se as do economista inglês John Maynard Keynes e as de Henry White. mostrava-se necessária a existência de um novo sistema monetário internacional. relativos aos Acordos Young. Já ao final da II Guerra Mundial. Nesse período entre as duas grandes guerras. os mecanismos de financiamento e ajustamento dos desequilíbrios dos balanços de pagamentos. Elas formam o aparato institucional que mantém as relações entre as diversas economias. outras moedas conversíveis. Suíça. quando se via no comércio mundial um importante instrumento para potencializar o desenvolvimento do mundo capitalista. Na Conferência de Bretton Woods. estabelecendo regras e convenções que regulem as relações monetárias e financeiras e não criem entraves ao desenvolvimento mundial. Surgiu o sistema de câmbio-ouro (gold exchange standard). A expressão sistema monetário internacional refere-se ao conjunto de regras e convenções que governam as relações financeiras entre os países. A referência mais importante é o retorno da Inglaterra ao padrão-ouro em 1925. o Fundo Monetário Internacional (FMI). e era a seguinte questão: para que a expansão do comércio ocorresse. Se esses déficits fossem. sua sustentação era posta em xeque. se não houvesse injeção de liquidez. 3) Regime de taxa de câmbio fixa entre os países e 4) Gold exchange standard: paridades das várias moedas estabelecidas em termos de ouro ou dólares. Já nos anos 50. . era necessário o crescimento das reservas mundiais em dólares (a fim de não haver crises de liquidez internacional). a economia e o comércio internacional prosperaram com base no dólar e nesse sistema. pois a única moeda a ser conversível em ouro. Ainda assim.87 padrão dólar-ouro. o crescimento também não ocorreria. porém com uma contínua perda de confiança no sistema. Foi estabelecido o dólar como moeda internacional. Essa possibilidade de ajustamento. sendo as outras moedas nacionais livremente conversíveis em dólar. Os Problemas do sistema de Bretton Woods: A falta de mecanismos de ajuste adequados O sistema de Bretton Woods permitia o recurso a uma desvalorização cambial como última instância. por conseqüência. a confiança na conversibilidade do dólar e. sistemáticos. Esta falta de definição de uma regra básica para o ajuste entre as economias é apontada como uma das causas da falência do sistema. Assim. a uma taxa de câmbio fixa (não havia limitações à mobilidade de capital). era a principal distinção entre o sistema de Bretton Woods e o Padrão-Ouro. quando se verificasse um desequilíbrio fundamental. Por outro lado. base do sistema monetário internacional anterior à I Guerra Mundial. que procurava flexibilizar o Padrão-Ouro. Na ausência de uma moeda universal. havia a possibilidade de se reajustar a taxa de câmbio quando uma moeda nacional apresentava uma tendência demasiadamente forte de se afastar do seu valor estabelecido em relação ao dólar. depois de fracassados os ajustes internos possibilitados por política monetária e comercial. Porém. e se os ativos em ouro norte-americanos fossem constantes (na verdade eram cadentes). A solução para o problema só poderia ocorrer depois que fosse sanado o déficit comercial norte-americano. a solução para o problema do dólar só poderia ocorrer por meio de modificações na paridade do dólar. A questão conhecida como "Paradoxo de Triffin". Essa injeção de liquidez se fazia a partir de déficits externos dos EUA. o que se verificou foi um forte crescimento econômico. o que significaria alterar a relação dólar-ouro ou abandonar o sistema das taxas fixas de câmbio. 2) Os EUA ficavam obrigados a converter os dólares em ouro a uma cotação fixa (sistema de câmbio fixo em relação ao ouro e entre moedas). Os pontos essenciais de Bretton Woods: 1) O novo sistema internacional teria como ativo comum a moeda norte-americana. O dólar tinha uma paridade com o ouro e as demais moedas com o dólar. a base dos acordos de Bretton Woods ruiria. Este paradoxo decorreu de um trabalho publicado por Triffin em 1960. Problemas com a liquidez internacional: o “dilema de Triffin” Nas três décadas que se seguiram à II Guerra Mundial. porém. a variação cambial deveria ser adotada na hipótese de um “desequilíbrio fundamental” nunca definido de forma clara. e essa era a única moeda que manteria sua conversibilidade em relação ao ouro. depois de 1973. Seu fim foi decretado por Nixon em 1971. a menos que haja decisão favorável nesse sentido por parte de ao menos 80% dos países do Fundo. Ou seja.e subsequentemente em relação à convertibilidade entre o dólar e outras moedas (as cotações deixaram de ser feitas exclusivamente em termos da paridade à moeda norte-americana). A partir dessa época. a partir de 1974. principalmente em relação ao ien e ao marco alemão. O Fim de Bretton Woods As condições de conversibilidade oficial estabelecidas originalmente no sistema de Bretton Woods esgotaram-se em agosto de 1971. para ser uma função de uma cesta de dezesseis moedas (com predominância do dólar).quando foi suspensa a convertibilidade do dólar em relação ao ouro . ou seja. Essas foram as motivações de longo prazo subjacentes à criação dos Direitos Especiais de Saque (DES). conhecidos internacionalmente por SDR (Special Drawing Rigths) foram a solução adotada a partir de 1967 com o propósito de elevar o estoque de reservas internacionais. Os DES. Desde então.88 A criação dos Direitos Especiais de Saque (DES) As discussões sobre a reforma do sistema monetário internacional durante a década de 60 estiveram centralizadas na idéia de tornar as reservas internacionais administráveis sob algum tipo de controle central. Os Estados Unidos buscavam mecanismos para evitar variações bruscas na paridade ouro-dólar. O volume dos DES é controlado pelo FMI e não pode ser ampliado. cada unidade de DES equivaleria a 35 onças de ouro. seguiu-se um período de forte instabilidade. os DES são emitidos pelo FMI e alocados entre os países-membro do Fundo na proporção de suas quotas. Houve uma grande desvalorização do dólar. o valor dos DES foi definido em termos de ouro. perdeu importância. Originalmente. franco francês e libra esterlina. que as mantivesse protegidas de fatores adversos. . iene. baseada em taxas flutuantes de câmbio. Mas. a desvalorização da libra (1967). A questão se acirrou com as guerras da Coréia e do Vietnã. apesar de ainda ser a principal reserva internacional. com o rompimento da conversibilidade do dólar em relação ao ouro. e novamente em 1981 o valor dos DES foi redefinido como uma média ponderada das paridades do dólar. enquanto outros países – sobretudo europeus – procuravam formas de evitar as facilidades encontradas pela economia norte-americana em manter posições deficitárias por longos períodos de tempo. com a política expansionista (keynesiana) da década de 60 e os conseqüentes aumentos nos déficits público e comercial americanos. o mercado duplo de ouro (1968) e as crises especulativas do final da década foram passos no caminho de destruição do sistema montado em Bretton Woods. marco alemão. a paridade inicial de um para um com o dólar foi finalmente alterada. e o estoque inicial foi alocado entre os diversos países de acordo com suas quotas no Fundo Monetário Internacional (FMI). mas à mesma paridade do dólar. que. mas que não obtêm financiamento no setor privado. com o compromisso de recomprar a sua moeda em ouro ou em divisas conversíveis. Japão.89 A institucionalidade criada em Bretton Woods (1944) Foram criadas duas instituições financeiras internacionais muito importantes.Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento foi criado com o objetivo de auxiliar a reconstrução dos países europeus devastados pela guerra. a compra de divisas estrangeiras em troca de ouro ou de sua própria moeda nacional. Seus ativos. O GATT também é mencionado. eliminando práticas discriminatórias e restritivas aos pagamentos multilaterais. tendo em vista seu desenvolvimento industrial e sua participação no campo financeiro internacional. O crédito obtido pode ser em moedas estrangeiras ou em Direitos Especiais de Saque (DES). com o intuito de desenvolver projetos economicamente viáveis e relevantes para o desenvolvimento desses países (especialmente projetos de infra-estrutura). criou-se um novo ativo de reserva internacional. que consistirá em restabelecer a viabilidade do BP. GrãBretanha e França. o Banco empresta com taxas reduzidas de juros para países menos desenvolvidos. Além disso. Essa quota-parte é fixada em função do peso econômico do estado. Banco Mundial ou BIRD O Banco Mundial ou BIRD . Fundo monetário internacional O Fundo Monetário Internacional foi criado com os objetivos de: a) evitar possíveis instabilidades cambiais e garantir a estabilidade financeira. Quando esses desequilíbrios ocorressem. O FMI tem sede em Washington. O Banco tem seu capital subscrito pelos países na proporção da sua importância econômica. esse papel ficou a cargo do chamado Plano Marshall. O país. Posteriormente. que estabelecerá um programa de ajuste. constituíam-se inicialmente de reservas em ouro e em moedas nacionais dos países membros. para utilizar os recursos do FMI tem direito de saque. Ocorrendo desequilíbrio no BP de um país associado ele recorrerá ao FMI. Na prática. A maneira como o Banco opera na maior parte dos programas é levantando recursos junto ao mercado financeiro a taxas preferenciais e emprestando aos países a essas taxas. integralizadas em ativos de reservas (Direitos Especiais de Saque) e em moeda nacional do país associado. e o Banco passou a lidar com a promoção do desenvolvimento dos países subdesenvolvidos. O FMI não concede empréstimos. porque foi a solução encontrada diante da tentativa frustrada do Congresso norte-americano em criar uma Organização Internacional do Comércio. o FMI poderia financiá-los com os empréstimos compensatórios. acrescidas de uma margem para cobrir custos operacionais: desse modo. b) socorrer os países a ele associados quando da ocorrência de desequilíbrios transitórios nos seus balanços de pagamentos. Seu capital é composto pelas quotas constituídas pelos países associados. os Direitos Especiais de Saque (DES). o Banco também funciona como avalista de empréstimos efetuados por capitais particulares para esses projetos. Alemanha. Maiores quotistas: Estados Unidos. o Banco provê crédito em condições preferenciais a países que dificilmente teriam acesso a essas condições por meio dos mecanismos de mercado. Estados Unidos. . contudo. eliminando ou reduzindo as causas que motivaram o desequilíbrio. dentre as quais estão o FMI e o Banco Mundial ou BIRD. isto é. A estabilidade financeira interna e o combate à inflação nos países membros é uma de suas metas. que eram emprestados. A partir desse capital. foi criado o GATT . . Através do GATT. cujo objetivo básico é a redução das restrições ao comércio internacional e a liberalização do comércio multilateral. procurava-se estruturar um conjunto de regras e instituições que regulassem o comércio internacional e encaminhassem a resolução de conflitos entre os países. O GATT estabelece como princípios básicos: a redução das barreiras comerciais. a não-discriminação comercial entre os países. no pós-guerra.90 GATT Alguns anos depois da Conferência de Bretton Woods. a compensação aos países prejudicados por aumentos nas tarifas alfandegárias e a arbitragem dos conflitos comerciais.Acordo Geral de Tarifas e Comércio. reduzir as barreiras impostas a esse comércio através de impostos alfandegários e cotas de importação. Atuou especialmente através de sucessivas rodadas de negociações entre os países envolvidos no comércio internacional e conseguiu. Custos .91 CAPÍTULO 7 – NOÇÕES DE MICROECONOMIA O que veremos: Princípios Básicos Mercado: Oferta e Demanda Conceito de Elasticidade Estrutura de Mercado Princípios Básicos O que Quanto Como Para quem Economia (Ciência Social) Escassez Escolha Produzir . somente existirá escassez se houver um demanda para a aquisição de bens.Método e Economia Positiva . . Por que os bens são procurados. . isto é.Análise Marginal 1. .Necessidade humana: qualquer manifestação de desejo que envolva a escolha de um bem econômico capaz de contribuir para a sobrevivência ou para a realização social da pessoa. Daí surgem os conceitos: .Bens produzir .Diferentes técnicas Como Fazer? . produzir o máximo de bens e serviços com os recursos disponíveis de cada sociedade.Utilidade: a capacidade que um bem tem de satisfazer uma necessidade humana. O conceito de escassez econômica deve ser entendido como a situação gerada pela razão de produzir bens com recursos limitados. A análise da escassez de recursos e das ilimitadas necessidades humanas conduz à conclusão que a economia é uma ciência ligada a problemas de escolhas.Bem: tudo aquilo capaz de atender uma necessidade humana. a fim de satisfazer as ilimitadas necessidades humanas. Um bem é demandado porque ele é útil. ESCASSEZ Em economia tudo se resume a uma restrição física – a lei da escassez. Porém.Teorias/Modelos .Escassez . Ao decidir “o que” e “como” produzir. . Qual será o custo de oportunidade da tarefa B? Suponhamos uma economia em que haja certo número de pessoas. Escolha Trocas Compensatórias: satisfazer mais de uma necessidade significa satisfazer menos de outra. Considerem todos essas dados constantes. supomos que apenas dois bens deverão ser produzidos: camisas e carros. COMO MEDIR O CUSTO DE OPORTUNIDADE Intuitivamente: O proprietário de uma empresa que contratar gerentes. existem as combinações intermediárias entre os dois bens. certa técnica de produção. A quantidade exata de cada bem depende da quantidade e da qualidade dos recursos produtivos existentes na economia e do nível tecnológico com que sejam combinados. certo número de fábricas e instrumentos de produção e um conjunto de recursos naturais. 2. a tarefa B = $ 75 e a tarefa C = $ 50. Haverá sempre uma quantidade máxima de carros (camisas) produzidas anualmente. quando todos os fatores de produção forem destinados a sua produção e nada for destinado à produção de camisas (carros).92 Pessoas desejam mais do que pode ser satisfeito com recursos disponíveis. Custo: valor de uso que as pessoas desistiram de dar ao bem escasso é o custo de oportunidade. Fora das quantidades máximas. A tarefa A = $ 100. o sistema econômico terá decidido como alocar ou distribuir os recursos disponíveis entre as milhares de diferentes linhas de produção possíveis. A empresa contrata dois gerentes e cada um deles executa uma tarefa. Tabela 1 – Mostra as possibilidades de produção Bens Quantidade máxima Possibilidades intermediárias carros A 150 0 B 140 10 C 120 20 D 90 30 E 70 40 Carros Camisas Quantidade máxima camisas F 0 50 Curva de possibilidades de produção: combinações máximas possíveis de produção de carros e camisas.Para simplificar nossa análise. com o pleno emprego dos recursos disponíveis. Cada gerente só tem tempo para realizar uma tarefa. Mas. O custo de oportunidade corresponde ao sacrifício do que se deixou de produzir. ao produzir um bem. O custo de oportunidade também pode ser definido como o valor do melhor uso alternativo desconsiderado. até F. ganham-se 10 milhões de camisas.A – estaria sacrificando toda a de camisas. No exemplo acima: a fabricação somente de carros . decidir pelo seu uso de uma forma significa desistir de usá-lo de outra. para produzir-se mais 20 mil carros } = 20 mil carros } = 10 milhões de camisas As condições para a existência desse custo são os recursos limitados e o pleno emprego de recursos.Curva de Possibilidades de Produção – CPP (Transformação) camisas F E D C CPP B A 0 carros À medida que se passa do ponto A para B e assim por diante. Ao passar de D para E. Custo de oportunidade de passar da alternativa B para C. o que ocorre quando existir desemprego geral de fatores? A razão da curva de possibilidade de produção (CPP) ser decrescente deve-se ao fato de os recursos disponíveis serem limitados. acréscimos . sacrificam-se 40 mil carros. OU SEJA.93 Figura . O valor de uso que as pessoas desistiram de dar ao bem escasso é o custo de oportunidade. passando de B para C. o sacrifício de consumir (produzir) menos é ainda muito grande. Quando um bem é escasso. porém. à medida que se está consumindo (produzindo) pouco de um bem. Essa transformação não é física. para produzir-se mais 10 milhões de camisas Ou então: Custo de oportunidade de passar da alternativa C para B. isso mostra que a substituição entre a quantidade dos dois bens se torna cada vez mais difícil. O formato da curva mostra que decresce a taxas crescentes. o custo do que não foi escolhido e não o ganho do que foi escolhido. Ou seja. está ocorrendo a transformação de carros em camisas. desistir de produzir um tanto do outro bem. ganham-se 10 milhões de camisas e sacrificam-se 20 mil carros. Por exemplo. significa apenas que estão sendo transferidos recursos da produção de carros para a produção de camisas. A curva de possibilidade de produção representa um outro fato: uma economia no pleno emprego precisa sempre. 94 iguais na produção de camisas (10 milhões) levam a queda cada vez maior na produção de carros. Esse fenômeno dos custos crescentes surge à medida que se transferem recursos adequados e eficientes de uma atividade para outra, em que eles se apresentam ineficientes e inadequados. Aqui opera a chamada lei dos rendimentos decrescentes. Assim, se insistir somente na produção de camisas, será necessário recorrer aos soldadores de chapas de aço para passarem a pregar mangas de camisas. A CPP é côncava em relação à origem em virtude da chamada Lei dos custos crescentes: para atrair trabalhadores que estão empregados na produção de camisas e deslocá-los para a de carros, deverão ser oferecidos salários maiores, e vice-versa. O que mais pode ser visto na CPP? - Eficiência Bens de I A= capacidade ociosa *B *A *C C = nível impossível de produção B = situação ideal Bens de C Teste para determinar a eficiência: veja se para produzir mais de um bem a economia deve produzir menos de outro. Se a resposta for sim, então a economia está produzindo eficientemente e está sobre a sua curva de possibilidades de produção. - Crescimento Econômico A CPP pode sofrer mudanças que ocasionarão o seu deslocamento para fora ou para dentro. Aqui são destacados três principais fatores de deslocamento: 1. Variações nos fatores considerados constantes determinarão deslocamento para a direita. 2. Variações tecnológicas iguais para os processos de produção dos dois bens deslocarão a curva para a direita e paralelamente. 3. Se a variação tecnológica for maior para o processo de produção de um determinado produto, maior será o deslocamento em relação a esse eixo. Disso, pode-se constatar também, via a curva de possibilidades de produção, o impacto, por exemplo, de um crescimento econômico que deslocará a curva para cima e para a direita.Os fatores que causam o crescimento econômico: aumento do investimento, inovações, maior divisão do trabalho e aumento nos insumos. 3. ANÁLISE MARGINAL No que as pessoas se baseiam para alocar os diferentes recursos escassos de modo a obter o maior valor? 95 Análise marginal: análise dos benefícios e custos da unidade marginal de um bem ou insumo. As pessoas desejam maximizar o máximo beneficio líquido (lucro). Beneficio liquido = beneficio total (BT) – custo total (CT) Exemplo: Consumir mais uma pizza. - Encontre o aumento no BT com uma unidade a mais consumida (BMg); - Encontre o aumento no CT com uma unidade a mais consumida (CMg); - Se BMg ≥ CMg = consome mais uma pizza. Beneficio liquido aumenta POIS, BMg = aumento BT CMg = aumento CT Δ BT = BMg - CMg Exemplo: Uma indústria moveleira está produz 30 jogos de cozinha a um custo de $ 30.000 e as vende por $ 40.000. Se produzir a 31º, sua venda total será de $34.000 e seu custo total será $ 32.500. Será que a indústria produzirá a 31º unidade? OBS. A análise marginal, assim como problemas de otimização são ferramentas utilizadas no estudo dos comportamentos de consumidores e de produtores. Os consumidores sempre buscam a maximização de sua satisfação (ou utilidade) ao consumir. Os produtores buscam maximizar seus lucros ou minimizar seus custos ao produzir. Os diferentes comportamentos de consumidores e produtores serão discutidos na disciplina Teoria Econômica. Questões – Conceitos Básicos 1. Explique como os problemas econômicos fundamentais – o que e quanto, como e para quem produzir – originam-se da escassez de recursos produtivos. 2. O que mostra a CPP? 3. Defina custo de oportunidade. O que são custos de oportunidade crescentes? 4. O problema fundamental com o qual a Economia se preocupa é: ( ) a pobreza ( ) o controle dos bens produzidos ( ) a escassez ( ) a taxação daqueles que recebem toda e qualquer espécie de renda ( ) a estrutura de mercado de uma economia 5. Em um sistema de livre iniciativa privada, o sistema de preços restabelece a posição de equilíbrio: ( ) por meio da concorrência entre compradores, quando houver excesso de oferta. ( ) por meio da concorrência entre vendedores, quando houver excesso de demanda. ( ) por pressões para baixo e para cima nos preços, tais que acabem, respectivamente, com o excesso de demanda e com o excesso de oferta. ( ) por meio de pressões sobre os preços que aumentam a quantidade demandada e diminuem a quantidade ofertada, quando há excesso de oferta, e que aumentam a quantidade ofertada e diminuem a demandada, quando há excesso de demanda. ( ) todas as alternativas anteriores são falsas. 96 6. Dada a curva de possibilidades de produção, aponte a alternativa errada: 15 *D *C 10 A *B E 0 57 59 ( ) a economia não pode atingir B, com os recursos de que dispõe. ( ) o custo de oportunidade de passar de C para D é zero. ( ) o custo de oportunidade de aumentar a produção de X em 5 unidades, a partir do ponto E, é igual a 2 unidades de Y. ( ) nos pontos C e D, a economia apresenta recursos produtivos desempregados. ( ) somente as três primeiras alternativas estão corretas. 7. A Curva de Possibilidades de Produção, quando construída para dois bens, mostra: ( ) os desejos das pessoas perante a produção total desses dois bens. ( ) a quantidade total produzida desses dois bens em função do emprego total da mão-de-obra, ( ) a quantidade disponível desses dois bens em função das necessidades das pessoas dessa sociedade. ( ) quanto se pode produzir dos bens com as quantidades de trabalho, capital e terra existentes e com determinada tecnologia. ( ) a impossibilidade de atender às necessidades dessa sociedade, visto que os recursos são escassos. 8. O que fará com que a CPP se desloque para cima e para a direita? Comente. 9. Se o custo marginal de uma ação excede seu beneficio marginal, por que o beneficio liquido cairá? Questões Aplicadas: 10. A IBM está produzindo 50 laptps a um custo de $50.000 e os está vendendo a $60.000. Se ela produzir uma 51a unidade, sua venda total será igual a $62.000, e seu custo total será de $51.500. Será que ela deve produzir a 51a unidade? Explique. 11. Se uma firma está sujeita aos custos e benefícios mostrados abaixo, quantas plantas deveria construir? Comente. Plantas 1 2 3 Receita em $ (RT) 10.000.000 18.000.000 24.000.000 Custo total em $ (CT) 5.000.000 12.000.000 20.000.000 12. Em uma ilha, um trabalhador pode produzir em uma hora um tapete ou duas cestas. a) Qual o custo de oportunidade de um tapete? b) Suponha que o trabalhador torne-se duas vezes mais eficiente, produzindo em uma hora dois tapetes ou duas cestas. Como mudou o custo de oportunidade de um tapete? 13. A Empresa Justus Ltda treinou o administrador A por um custo de $ 40.000, e o administrador A vale $ 80.000 para a Empresa. Mais tarde a Empresa tem a oportunidade de contratar o administrador B. Esse administrador B custaria $ 40.000 para ser treinado, mas valeria $ 100.000. Porém, para contratar o administrador B a Empresa deve demitir o funcionário A. Será que a Empresa deve contratar o administrador B? Nele estão presentes os fundamentos da procura e da oferta. da esquerda para a direita. O eixo vertical representa o preço (P). Exemplo de procura ou demanda por crédito: P 15% Curva de Procura 9% 3% 20 60 100 Q À medida que a taxa de juros aumenta (preço do dinheiro).a 15% a. que representam os interesses de consumidores e produtores (ou vendedores). 1. tudo o mais permanecendo inalterado (ceteris paribus). A procura é dada pela curva D. Na Figura a seguir. Não precisa ser necessariamente um lugar físico. Depreende-se. ou bem perto como o telefone ou os classificados do jornal. oferta. Procura.a 9% a. PROCURA (OU DEMANDA) A procura. o eixo horizontal mostra a quantidade procurada (Q) de empréstimo por unidade de tempo.a 12% a.97 MERCADO: OFERTA E DEMANDA Mercado é o encontro entre vendedores e compradores. que se inclina de cima para baixo. que a cada preço corresponde uma determinada quantidade demandada. diminui a quantidade de empréstimos que os clientes se dispõem a tomar.a 6% a. Essa é a lei da procura: as quantidades . é entendida como a quantidade de um bem ou serviço que uma pessoa deseja e está apta a comprar a determinado preço em dado intervalo de tempo. no outro lado do mundo. daí. elasticidade e as diferentes formas de organização dos mercados serão objeto de abordagem nesta Unidade. Essa relação pode ser representada pela escala abaixo. taxa de juros paga pelo cliente. na esquina de uma rua. mostrando que a quantidade demandada varia inversamente ao preço. considerada a procura por crédito: Escala de procura ALTERNATIVAS TAXA DE JUROS REAIS (preço do dinheiro) 3% a. também denominada demanda.a VALORES DEMANDADOS (unidades monetárias) 100 80 60 40 20 A B C D E Outra forma de expressar essas diversas alternativas seria através da curva de procura ou de demanda (D). Um mercado pode estar em qualquer lugar. Ou seja.a 9% a. Exemplo de oferta de crédito: P 15% 9% Curva de Oferta 3% 20 60 100 Q . uma vez que seu objetivo é alcançar a máxima satisfação possível de suas necessidades a partir de uma renda limitada.a 12% a. Por outro lado. menores quantidades os vendedores estarão dispostos a oferecer. ceteris paribus. Quanto mais alto é o preço de mercado. OFERTA A oferta é definida como a quantidade (Q) de bem ou serviço que um vendedor ou produtor está disposto a oferecer a cada preço (P) e em determinado período de tempo. maiores quantidades os vendedores estarão dispostos a oferecer. o consumidor desejará adquirir mais bens ou serviços à medida em que o preço diminua. refletindo o fato de que a quantidade ofertada de um dado produto varia diretamente com seu preço. As quantidades ofertadas a cada preço podem ser representadas por uma escala de oferta: Escala de Oferta ALTERNATIVAS A B C D E TAXA DE JUROS REAIS (preço do dinheiro) 15% a. 2. se o preço do bem se eleva. a tendência é que o consumidor reduza a quantidade demandada.a 6% a.a VALORES OFERTADOS (unidades monetárias) 100 80 60 40 20 A curva de oferta (S) é a representação gráfica da escala de oferta.98 demandadas variam inversamente aos preços. É a lei da oferta: as quantidades ofertadas variam diretamente com os preços. Quanto mais baixo é o preço.a 3% a. Uma curva de oferta inclina-se para cima. da esquerda para a direita. à medida que a taxa de juros aumenta.elevação de taxa de juros pelos concorrentes aumentará a demanda por crédito em um banco.99 Nesse exemplo. OUTROS FATORES QUE INFLUENCIAM AS CURVAS DE DEMANDA E OFERTA O termo ceteris paribus. . mesmo mantendo-se estável o preço. na renda da população. redução dos custos de produção.aumento no consumo de sucos naturais faz com que diminua a quantidade demandada de refrigerantes. alterações no gosto ou preferência dos consumidores. entretanto. onde os interesses de demandantes e ofertantes são coincidentes. Preços D 15% 12% S E Pe 9% 6% 3% S D 20 40 60 80 Qe 100 Quantidade . 4. Por outro lado. Aperfeiçoamento das técnicas produtivas. . os bancos se dispõem a oferecer maior volume de crédito. conforme mostra a Figura abaixo. significa que a quantidade demandada ou ofertada varia apenas em função de alterações de preço. fatores como condições climáticas desfavoráveis ou aumento dos impostos sobre o produto provocarão diminuição nas quantidades ofertadas. diversas causas. Na prática. Se a análise for sob o enfoque da oferta. podem influenciar as quantidades ofertadas. Mantendo os demais fatores constantes: . certamente aumentarão as quantidades ofertadas. 3. condições climáticas favoráveis ou concessão de subsídios ao produto. Sob a ótica da demanda. além do preço.elevação na renda de uma comunidade determinará maior demanda por bens de consumo duráveis. existem inúmeras outras causas que podem influenciar as quantidades demandadas ou ofertadas. empregado na definição da procura e da oferta. nos preços de outros bens e nas expectativas sobre o futuro podem influenciar significativamente as quantidades demandadas pela sociedade. PREÇO E QUANTIDADE DE EQUILÍBRIO O preço e a quantidade de equilíbrio de mercado são determinados pela interação das curvas de demanda e oferta. o preço aumentou de P0 para P1 e em conseqüência a quantidade demandada caiu de Q0 para Q1.1. a quantidade demandada aumentaria de Q1 para Q0 .100 No exemplo apresentado. O movimento inverso é possível: se o preço caísse de P1 para P0. Deslocamentos ao longo de uma mesma curva Deslocamentos ao longo de uma curva de demanda ou de oferta ocorrem devido às variações de preços.a. o ponto E mostra onde os interesses se equivalem. No gráfico acima. (preço de equilíbrio) e a quantidade de crédito da ordem de 60 UM (quantidade de equilíbrio). Curva de Oferta P P P P P0 P0 P0 Q0 Q Q . com taxa de juros 9% a. ceteris paribus. Curva de Demanda P P Movimento P0 Q Q0 Q Uma variação no preço altera a quantidade demandada. 4. 4. Curvas de Oferta Redução da Oferta Aumento da Oferta . a quantidade ofertada do produto seria reduzida de Q1 para Q0 .101 Uma variação só no preço de P0 para P1. O inverso aqui também é possível: se o preço diminuísse de P1 para P0 . os consumidores desejam comprar mais/menos quantidades de um determinado produto. refletindo as alterações ocorridas. ao mesmo preço. Isso quer dizer que. na produtividade. aumenta a quantidade ofertada de Q0 para Q1. na tecnologia de produção.2. A curva de demanda se desloca paralelamente para direita ou para esquerda. nos custos. de preços de outros bens (substitutos ou complementares) e da renda do consumidor. Deslocamento das curvas de demanda e de oferta Deslocamentos das curvas de demanda por um determinado bem ou serviço são provocados por variações de gosto ou preferência. Curvas de Demanda Aumento da Procura Redução da Procura O deslocamento das curvas de oferta para a direita ou para a esquerda é devido a variações na tributação. etc. ceteris paribus.3. Exemplo: teto para a gasolina.Pisos de Preço: governo proíbe que o preço caia abaixo e certo valor. 4. alterarão a quantidade e o preço de equilíbrio. Se não houver alteração na demanda. a quantidade transacionada aumentará. a concorrência entre os vendedores empurrará os preços para baixo e. Deslocamento da oferta e variações de preço Mudanças na curva de oferta. INTERVENÇÕES DE MERCADO . a curto prazo. permanecendo inalterada a curva de demanda. compradores insatisfeitos estarão dispostos a oferecer maior preço para conseguirem o produto.102 4. em conseqüência. 5. alterarão a quantidade e o preço de equilíbrio. Maior oferta Preços P0 P1 D S S1 D S S1 ΔP P0 Q0 P1 Q1 = Preço de equilíbrio = Quantidade de equilíbrio = Novo preço de equilíbrio = Nova quantidade de equilíbrio ΔQ Q0 Q1 Quantidade Efeito do deslocamento da Oferta sobre o equilíbrio de mercado Aumento de oferta significa aumento da quantidade de produtos à disposição dos consumidores. não havendo quantidade suficiente de bens. para atender a essa demanda. Deslocamento da demanda e variações de preço Mudanças na curva de demanda. Exemplo: piso salarial .4. .Tetos de Preço: governo proíbe que o preço ultrapasse um valor máximo. Maior Demanda Preços D D1 S P1 ΔP P0 S D1 P0 Q0 P1 Q1 = Preço de equilíbrio = Quantidade de equilíbrio = Novo preço de equilíbrio = Nova quantidade de equilíbrio ΔQ Q0 Q1 D Quantidade Efeito do deslocamento da Demanda sobre o equilíbrio de mercado Aumentando a demanda. a procura é dita inelástica. por exemplo. a procura do produto é considerada elástica. Essa afirmação está correta? Explique. É o que ocorre se. quanto mais perfeitos forem os substitutos de um produto. Os elementos apresentados a seguir devem ser entendidos como alguns subsídios ao entendimento do porquê da demanda de certos produtos serem mais elásticas que a de outros: a) existência de produtos substitutos — é de se esperar que. Considerando o equilíbrio de mercado. Isso apoia ou contradiz a lei da demanda? Comente. Caso as variações de quantidade sejam proporcionalmente menores que as variações de preço. menor deverá ser a elasticiade-preço. Como os proprietários compensam s efeitos das leis de controle de aluguéis em seus ganhos? Exemplifique. Quando as variações forem percentualmente iguais. c) essenciabilidade do produto — quanto mais essencial for o produto. ou o preço subir 6% e a quantidade demandada reduzir-se em 10%. Se a quantidade procurada variar mais que proporcionalmente à alteração nos preços. a um preço mais elevado. o preço dos aparelhos de TV aumentou 5%. . A forma correta de se medir essa sensibilidade é através da relação entre a variação percentual na quantidade e a variação percentual no preço. b) peso do produto no orçamento — se for pouco substituível. O CONCEITO DE ELASTICIDADE A noção de elasticidade é de fundamental importância na compreensão e análise dos mercados de bens e serviços. Nesse sentido. a procura do produto tem eleasticidade unitária. o preço de um produto subir 10% e a quantidade demandada reduzir-se em 20%. Suponha que uma lei de controle de aluguéis force os aluguéis abaixo do seu preço de mercado. 3. Nem todos os que desejam comprar uma casa poderão comprar uma. por exemplo. e o preço de todos os outros bens aumentou 12%. Questões Aplicadas: 1. Durante o mesmo período. O preço de casas é tão alto que há uma falta de casas. Existem certos fatores que explicam ou influenciam o valor da elasticidade-preço de demanda. Ao longo de um período de 5 anos. maior a tendência de esse produto ter demanda elástica. correspondia uma redução da quantidade demandada e.103 Consequências das Intervenções: racionamento não liderado por preços. ela mede o impacto sobre a quantidade decorrente de alterações no preço (elasticidade-preço) do próprio bem e na renda do consumidor (elasticidade-renda). mais TVs foram vendidas. 2. Qual a intensidade desses efeitos? Eles seriam idênticos. por outro lado. mudanças na qualidade e mercados negros. ou diferenciados de um produto para outro? Como medir a eleasticidade? Elasticidade-preço da procura A elasticidade-preço da procura reflete a sensibilidade da quantidade procurada por dado produto a uma alteração no preço desse produto. foi visto que. 6. quanto menor o peso no orçamento. um aumento da quantidade ofertada. menor deverá ser sua elasticidade-preço. Oligopólio: . .perfeito conhecimento do mercado.homogeneidade de produtos. Se o aumento na renda implica aumento na quantidade demandada. a elasticidade-renda é negativa e o produto é classificado como bem inferior. por parte dos que o integram. franquias. Se a resposta da quantidade for de 5%. em relação a mudanças de preços.grande número de consumidores e ofertantes.pequeno número de empresas controla a quase totalidade do mercado. Elasticidade-renda da procura A elasticidade-renda da procura mede a variação percentual na quantidade demandada de um produto decorrente da variação percentual na renda dos consumidores. Exemplos: calças jeans. .grande número de empresas. . a oferta apresenta elasticidade unitária. Exemplo: aparelhos eletrodomésticos. . Concorrência monopolística: . sal é exemplo clássico de produto com procura inelástica e viagem de turismo é um bem de demanda elástica. Cada concorrente estabelece um produto único e ligeiramente diferenciado pela marca. A sensibilidade da oferta de produtos a variações nos preços depende de fatores como percentual de utilização da capacidade instalada. as variações nos preços e nas quantidades são na mesma direção. Porém. etc.tendência à concentração de capitais através de fusões.concorrência pela diferenciação de produtos. .tendência à formação de cartéis e à rigidez de preços. Veremos a seguir as características básicas dos principais tipos de mercado. o poder dos diferentes agentes econômicos é também diferenciado. . Exemplos: feira livre.perfeita mobilidade de recursos. 7. publicidade. Exemplo: farinha de mandioca. Em decorrência da própria dinâmica da economia capitalista. a elasticidaderenda é positiva e o produto é classificado como bem normal. tornando o mercado pulverizado de tal forma que nenhum comprador ou vendedor tenha condições de influenciar os preços ou o comportamento dos demais agentes. . se o preço de um bem aumentar 10% e a quantidade crescer 20%. A diferença é subjetiva. a oferta será elástica.104 Nesse sentido. . Caso o aumento na renda implique queda na quantidade demandada. Assim. pizzarias. a começar pelo preço.ausência de entraves ao ingresso de novas empresas. Concorrência perfeita: .fracas barreiras quanto ao ingresso e saída do mercado. ESTRUTURA DE MERCADO O comportamento de ofertantes e demandantes no mercado não é uniforme. . embalagem. . Elasticidade-preço da oferta Análise similar é válida para a curva de oferta.forte bloqueio à entrada de concorrentes. comércio varejista em geral. disponibilidade de insumos e de mão-de-obra e tempo de ajuste na produção. . a oferta desse bem será inelástica.pouca diferenciação dos produtos. Se a magnitude de variação na quantidade for de 10%. petroquímica etc.grande dificuldade de entrada no mercado para novos compradores. Monopsônio: .existência de uma única empresa produtora de bens e serviços para os quais.quadro síntese Tipos de Mercado N° Vendedores Nº Compradores Dificuldade de Entrada no Mercado Concorrência Perfeita Concorrência Monopolística Grau de Diferenciação do Produto Quem Determina o Preço Exemplos Muitos Muitos Nenhuma Nenhum Mercado Feira Livre Muitos Muitos __ Subjetivo Vendedor. Exemplo: correios. Cerveja. Exemplo: setor público na compra de produtos específicos. fábricas de cigarros. Automóveis Oligopólio Poucos __ Grande Padronizado ou Diferenciado Vendedor Monopólio Um __ Total Não há substitutos Satisfatórios Vendedor Correios Monopsônio __ Um Total __ Comprador setor público na aquisição de produtos específicos Oligopsônio __ Poucos Grande Padronizado ou Diferenciado Comprador Agroindústrias .uma única empresa compradora de determinado produto. . cimento. Monopólio: .105 Exemplos: indústria automobilística. Exemplo: indústria automobilística. .preço do produto determinado pelos demandantes. . com Alguma Limitação Jeans franquias Cimento. tecnológicas e econômicas ao ingresso de concorrentes no mercado. . de vidros. . Estruturas de mercado .barreiras legais. química.preço determinado pelo comprador. aço. pneumáticos. Oligopsônio: . não existem substitutos próximos. no curto prazo.o lucro total da empresa é máximo para cada nível de produção e preço por ela estabelecido.dimensões do mercado estabelecidas pela empresa via determinação prévia do volume de produção e dos preços desejáveis. .poucas empresas compradoras. Revista de Economia Política. (2005) Manual de Economia. combinam-se ou fundem-se para assegurar esse controle.Relatório 2005. Referência Bibliográfica ABREU. já detendo a maior parte do mercado. José Paschoal (2003). Luis Carlos Bresser (1994). Diva Benevides & VASCONCELLOS. Marco Antônio Sandoval de (Org.).br) PEREIRA. de forma a constituir um monopólio de mercado. Boletim do Banco Central do Brasil . 16(64): 20-35. Introdução à Economia. 5ª ed. A Economia Brasileira. 2ª ed. São Paulo: Atlas. Luis Carlos Bresser (1996). Orçamento e Gestão (http://www. BAER. com a finalidade de eliminar concorrentes e conquistar fatias maiores de mercado. (Disponível: http://www. São Paulo: Campus. O truste é o tipo de estrutura em que várias empresas. PINHO.br). 14 (56): 129-149. CARDOSO. O tipo mais comum de cartel é o de empresas que produzem artigos semelhantes. A economia e a política do Plano Real. São Paulo: Saraiva. Cartel é um grupo de empresas independentes que formalizam um acordo para sua atuação coordenada.106 O mercado também cria algumas imperfeições que impedem o que se poderia chamar de seu comportamento “natural”. É o caso do truste. A Inflação decifrada. São Paulo: Saraiva.bcb. 20ª ed. A Ordem do Progresso. estabelecendo preços elevados que lhes garantam altas margens de lucro. ROSSETTI. Ministério do Planejamento. Walter (2003).gov.planejamento. Werner (2002).gov. Parte IV – Finanças Públicas. Eliana (1996) Economia Brasileira ao Alcance de Todos. Economia. 17ª ed. São Paulo: Nobel. Editora Brasiliense. O dumping se caracteriza pela venda de produtos a preços mais baixos que os custos. . Revista de Economia Política. Essas imperfeições estão relacionadas ao poder de mercado e formas de atingi-lo ou mantê-lo. PEREIRA. WESSELS. dumping e cartel. Marcelo de Paiva (1990). com vistas a interesses comuns.