Cabeamento estruturadoMontar uma rede doméstica é bem diferente de montar uma rede local de 100 pontos em uma empresa de médio porte. Não apenas porque o trabalho é mais complexo, mas também porque existem normas mais estritas a cumprir. O padrão para instalação de redes locais em prédios é o ANSI/TIA/EIA-568-B, que especifica normas para a instalação do cabeamento, topologia da rede e outros quesitos, que chamamos genericamente de cabeamento estruturado. No Brasil, temos a norma NBR 14565, publicada pela ABNT em 2001. A norma da ABNT é ligeiramente diferente da norma internacional, a começar pelos nomes, que são modificados e traduzidos para o português, por isso vou procurar abordar os pontos centrais para que você entenda como o sistema funciona, sem entrar em detalhes pedanticos sobre a norma propriamente dita. A idéia central do cabeamento estruturado é cabear todo o prédio de forma a colocar pontos de rede em todos os pontos onde eles possam ser necessários. Todos os cabos vão para um ponto central, onde ficam os switches e outros equipamentos de rede. Os pontos não precisam ficar necessariamente ativados, mas a instalação fica pronta para quando precisar ser usada. A idéia é que a longo prazo é mais barato instalar todo o cabeamento de uma vez, de preferência antes do local ser ocupado, do que ficar fazendo modificações cada vez que for preciso adicionar um novo ponto de rede. Tudo começa com a sala de equipamento (equipment room), que é a área central da rede, onde ficam os servidores, switches e os roteadores principais. A idéia é que a sala de equipamento seja uma área de acesso restrito, onde os equipamentos fiquem fisicamente protegidos. Em um prédio, a sala de equipamento ficaria normalmente no andar térreo. Seria inviável puxar um cabo separado para cada um dos pontos de rede do prédio, indo da sala de equipamento até cada ponto de rede individual, por isso é criado um segundo nível hierárquico, representado pelos armários de telecomunicações (telecommunications closed). O armário de telecomunicações é um ponto de distribuição, de onde saem os cabos que vão até os pontos individuais. Normalmente é usado um rack, contendo todos os equipamentos, que é também instalado em uma sala ou em um armário de acesso restrito. Além dos switches, um equipamento muito usado no armário de telecomunicações é o patch panel, ou painel de conexão. Ele é um intermediário entre as tomadas de parede e outros pontos de conexão e os switches da rede. Os cabos vindos dos pontos individuais são numerados e instalados em portas correspondentes do patch panel e as portas utilizadas são então ligadas aos switches: Patch panel e detalhe dos conectores Além de melhorarem a organização dos cabos, os patch panels permitem que você utilize um número muito maior de pontos de rede do que portas nos switches. A idéia é que você cabearia todo o escritório, ou todo o andar do prédio, deixando todas as tomadas ligadas ao patch-panel. Se for um escritório novo, provavelmente poucas das tomadas serão usadas de início, permitindo que você use um único switch. Conforme mais tomadas passarem a ser usadas, você passa a adicionar mais switches e outros componentes de rede, conforme a necessidade. Outra vantagem é que com os cabos concentrados no patch panel, tarefas como desativar um ponto ou ligá-lo a outro segmento da rede (ligando-o a outro switch ou roteador) ficam muito mais simples. Os patch panels são apenas suportes, sem componentes eletrônicos e por isso são relativamente baratos. Eles são normalmente instalados em racks, junto com os switches e outros equipamentos. Os switches são ligados às portas do patch panel usando cabos de rede curtos, chamados de "patch cords" (cabos de conexão). Os patch cords são muitas vezes feitos com cabos stranded (os cabos de par trançado com várias fibras) de forma a serem mais flexíveis. Cada andar tem um ou mais armários de telecomunicações (de acordo com as peculiaridades da construção e a distância a cobrir) e todos são ligados a um switch ou um roteador na sala de equipamento através de cabos verticais chamados de rede primária (eles são também chamados de cabeamento vertical ou de backbones). Se a distância permitir, podem ser usados cabos de par trançado, mas é muito comum usar cabos de fibra óptica para esta função. Na entrada do prédio teríamos ainda a sala de entrada de telecomunicações, onde são conectados os cabos externos, como linhas de telefones, links de Internet, cabos ligando o prédio a outros prédios vizinhos e assim por diante: este sistema prevê o uso de três segmentos de cabo: a) O patch cord ligando o switch ao patch panel. ao usar um cabo de rede secundária com menos de 90 metros. No caso de prédios em construção.Temos em seguida a rede secundária (que na norma internacional é chamada de "horizontal cabling". ou através das canaletas usadas pelos fios de telefone. é possível incluir canaletas específicas para os cabos de rede. ou um cabo maior para o PC. de forma que. Estes valores foram definidos tomando por base o limite de 100 metros para cabos de par trançado (90+6+3=99). você pode usar um patch cord. desde que o comprimento total não exceda os 100 metros permitidos. que é composta pelos cabos que ligam o armário de telecomunicações às tomadas onde são conectados os PCs da rede. o patch cord entre o patch panel e o switch não deve ter mais do que 6 metros e o cabo entre a tomada e o PC não deve ter mais do que 3 metros. ou cabeamento horizontal). b) O cabo da rede secundária. permitindo que o cabeamento passe por baixo. os cabos podem ser passados através de um teto falso. ligando o patch panel à tomada na área de trabalho. Estes são os cabos permanentes. O problema de usar piso falso é que os suportes são caros. Em um ambiente já existente. Em casos extremos pode ser usado piso falso (piso elevado). Dentro do padrão. o cabo da rede secundária não deve ter mais do que 90 metros. que são instalados como parte do cabeamento inicial e continuam sendo usados por muito tempo. Como você pode notar. facilitando o cabeamento: . c) O cabo entre a tomada e o PC. br/livros/redes/cabeamento-estruturado. http://www. são chamadas de área de trabalho (work area). onde ficam os micros.hardware.com. as tomadas são chamadas de "pontos de telecomunicações" e não de "pontos de rede". não se limitando aos cabos de rede. já que em um escritório corresponderiam às áreas úteis. onde os funcionários trabalham.As salas e os outros ambientes contendo as tomadas. Isso acontece porque o cabeamento estruturado prevê também o uso de cabos de telefone e de outros tipos de cabos de telecomunicação.html . Na norma da ABNT. Este sistema cria uma barreira eletromagnética. Os cabos são vendidos originalmente em caixas de 300 metros. como o nome sugere. são trançados entre si.8 metros): No caso dos cabos cat 5e. cada par de cabos utiliza um padrão de entrançamento diferente. cada caixa custa em torno de 200 reais aqui no Brasil. eles são os mais comuns e mais baratos. como você pode ver na foto a seguir: . protegendo as transmissões de interferências externas. Este sistema sutil de proteção contrasta com a "força bruta" usada nos cabos coaxiais. o que dá cerca 66 centavos o metro. Para evitar que os sinais de um cabo interfiram com os dos vizinhos. Como os cabos cat 5 são suficientes tanto para redes de 100 quanto de 1000 megabits. ou 1000 pés (que equivale a 304. onde o condutor central é protegido de interferências externas por uma malha metálica. Os cabos de categoria 6 e 6a ainda são mais caros. com um número diferente de tranças por metro. mas devem cair a um patamar de preço similar ao longo dos próximos anos. mas os cabos cat 6 e cat 6a estão se popularizando e devem substituí-los ao longo dos próximos anos. Os cabos de par trançados são compostos por 4 pares de fios de cobre que. sem a necessidade de usar uma camada de blindagem.Categorias de cabos Existem cabos de cat 1 até cat 7. dessem um grande salto de qualidade. dentro de cada par. as placas de rede utilizam o sistema "balanced pair" de transmissão. Categoria 3: Este foi o primeiro padrão de cabos de par trançado desenvolvido especialmente para uso em redes. juntamente com outros detalhes técnicos foram padronizados. onde a distância máxima cai para apenas 55 metros). A principal diferença do cabo de categoria 3 para os obsoletos cabos de categoria 1 e 2 é o entrançamento dos pares de cabos. À primeira vista. que é a responsável pela definição dos padrões de cabos. como geralmente se pensa). mas sem isso o comprimento máximo dos cabos seria muito menor e as redes seriam muito mais vulneráveis a interferências. conseqüentemente. passando a atender redes de 10.5 megabits e redes Token Ring de 4 megabits. ou "cabo de par trançado balanceado". a taxa máxima de transferência de dados suportada pelo cabo. com o passar do tempo. Isso permitiu que os cabos de par trançado. mas não são adequados para uso em redes Ethernet. pode parecer um desperdício abrir mão de metade dos fios do cabo. porém com a polaridade invertida. O padrão é certificado para sinalização de até 16 MHz. Elas foram usadas no passado em instalações telefônicas e os cabos de categoria 2 chegaram a ser usados em redes Arcnet de 2. onde. Voltando ao tema inicial. mas. o primeiro fio envia um sinal elétrico positivo. o que tira proveito das tranças do cabo para criar o campo eletromagnético que protege os sinais contra interferências externas. os cabos de categoria 3 (assim como os de categoria 4 e 5) possuem pelo menos 24 tranças por . 1000 e recentemente de 10000 megabits. originalmente desenvolvidos para transportar sinais de voz. de forma a aumentar a distância que o sinal era capaz de percorrer. a distância máxima permitida é de 100 metros (com exceção das redes 10G com cabos categoria 6. o número de tranças por metro. 100. Vamos então a uma descrição das categorias de cabos de par trançado existentes: Categorias 1 e 2: Estas duas categorias de cabos não são mais reconhecidas pela TIA (Telecommunications Industry Association). Existiu ainda um padrão de 100 megabits para cabos de categoria 3. Devido a esta técnica de transmissão. Para um bit "1". o 100BASE-T4 (que vimos a pouco). enquanto o outro envia um sinal elétrico negativo: Ou seja. Originalmente. as tranças dos cabos não seguiam um padrão definido. o segundo fio é usado para enviar uma cópia invertida da transmissão enviada através do primeiro. além do nível de imunidade a interferências externas. o que permitiu seu uso no padrão 10BASE-T.O uso de tranças nos cabos é uma idéia antiga. Enquanto nos cabos 1 e 2 não existe um padrão definido. mesmo nos cabos sem blindagem. que é o padrão de redes Ethernet de 10 megabits para cabos de par trançado. uma evolução realmente notável. O que muda é a freqüência e. em todas as categorias. mas ele é pouco usado e não é suportado por todas as placas de rede. que remonta ao final do século 19. quando a técnica passou a ser utilizada no sistema telefônico. os dois fios enviam o mesmo sinal (e não transmissões separadas. Para potencializar o efeito da blindagem eletromagnética. os cabos de par trançado são também chamados de "balanced twisted pair". já que. . ao contrário dos cabos de categoria 3. Além de serem usados em substituição dos cabos cat 5 e 5e. perto dos 100 metros permitidos. Eles foram usados em redes Token Ring de 16 megabits e também podiam ser utilizados em redes Ethernet em substituição aos cabos de categoria 3. pois a informação vem decalcada no próprio cabo. 125 MHz ou mesmo 155 MHz. embora na prática isso não faça muita diferença. eles podem ser usados em redes 10G. Os cabos categoria 6 utilizam especificações ainda mais estritas que os de categoria 5e e suportam freqüências de até 250 MHz. que continuam sendo usados em instalações telefônicas. desenvolvidas de forma a reduzir a interferência entre os cabos e a perda de sinal. o que representa um grande salto em relação aos cabos cat 3. os padrões de rede de 100 e 1000 megabits usados atualmente. mas com o desenvolvimento do padrão para cabos categoria 5 sua adoção acabou sendo retardada. o que atenua as interferências entre os pares de cabos. Cada par de cabos tem um número diferente de tranças por metro. já que os 100 MHz são suficientes para as redes 100BASETX e 1000BASE-T. certificado para o padrão EIA-568-B Os cabos 5e são os mais comuns atualmente. pois eles foram substituídos pelos cabos categoria 5e (o "e" vem de "enhanced"). mas eles estão em processo de substituição pelos cabos categoria 6 e categoria 6a. mas este valor é uma especificação mínima e não um número exato. Nada impede que fabricantes produzam cabos acima do padrão. Categoria 5: Os cabos de categoria 5 são o requisito mínimo para redes 100BASE-TX e 1000BASE-T. são muito mais resistentes a ruídos externos. mas nesse caso o alcance é de apenas 55 metros. mas na prática isso é incomum. que podem ser usados em redes de 10 gigabits. uma versão aperfeiçoada do padrão. não é difícil encontrar no mercado cabos cat 5e certificados para 110 MHz. Assim como as categorias 1 e 2. Categoria 6: Esta categoria de cabos foi originalmente desenvolvida para ser usada no padrão Gigabit Ethernet. respectivamente. de forma que. o que ajuda em cabos mais longos. Apesar disso. que são. embora os cabos categoria 6 ofereçam uma qualidade superior. É fácil descobrir qual é a categoria dos cabos.metro e. é muito raro encontrar cabos cat 5 à venda atualmente. a categoria 4 não é mais reconhecida pela TIA e os cabos não são mais fabricados. o alcance continua sendo de apenas 100 metros. Os cabos cat 5 seguem padrões de fabricação muito mais estritos e suportam freqüências de até 100 MHz. acaba não existindo muito ganho na prática. como na foto: Cabo cat 5E. Os cabos cat 5e devem suportar os mesmos 100 MHz dos cabos cat 5. embora a melhor qualidade dos cabos cat 6 seja sempre desejável. Categoria 4: Esta categoria de cabos tem uma qualidade um pouco superior e é certificada para sinalização de até 20 MHz. por isso. com normas mais estritas. Com isso. certificando-os para freqüências mais elevadas. chegando aos 500 MHz. Você vai encontrar muitas referências na web mencionando que os cabos cat 6a suportam freqüências de até 625 MHz. que foi o valor definido em uma especificação preliminar do 10GBASE-T. com o espaçador interno e comparação entre a espessura do mesmo volume de cabos cat 5e e cat 6a É importante notar que existe também diferenças de qualidade entre os conectores RJ-45 destinados a cabos categoria 5 e os cabos cat 6 e cat 6a. de forma que é importante checar as especificações na hora da compra. Eles suportam freqüências de até 500 MHz e utilizam um conjunto de medidas para reduzir a perda de sinal e tornar o cabo mais resistente a interferências.6 mm para 7. Uma das medidas para reduzir o crosstalk (interferências entre os pares de cabos) no cat 6a foi distanciá-los usando um separador.9 mm e tornou-os um pouco menos flexíveis. a categoria 6a ("a" de "augmented". Vendo os dois lado a lado é possível notar pequenas diferenças. avanços no sistema de modulação permitiram reduzir a freqüência na versão final. mas ao juntar vários cabos ela se torna considerável: Cabo cat 6a. ou ampliado). a principal delas é que no conector cat 5 os 8 fios do cabo ficam lado a lado. A diferença pode parecer pequena. formando uma linha reta. uma medida para reduzir o cross-talk e a perda de sinal no conector: . enquanto no conector cat 6 eles são dispostos em zig-zag. Isso aumentou a espessura dos cabos de 5. Mas. Aqui temos um conector RJ-45 cat 5 ao lado de um cat 6.Para permitir o uso de cabos de até 100 metros em redes 10G foi criada uma nova categoria de cabos. keystone jacks (os conectores fêmea usados em tomadas de parede) e assim por diante. como patch-panels. os conectores RJ-45 destinados a cabos cat 6 e cat 6a utilizam novos materiais. já que componentes cat 6 e 6a são mais caros). Utilizando conectores RJ-45 cat 5. Componentes cat 6 em diante costumam trazer a categoria decalcada (uma forma de os fabricantes diferenciarem seus produtos. O mesmo se aplica a outros componentes do cabeamento. mesmo que sejam utilizados cabos cat 6 ou 6a. como nestes keystone jacks onde você nota o "CAT 6" escrito em baixo relevo: . seu cabeamento é considerado cat 5.Embora o formato e a aparência seja a mesma. suportam freqüências mais altas e introduzem muito menos ruído no sinal. tomadas. Por exemplo. Cabos de padrões superiores podem ser usados em substituição de cabos dos padrões antigos. Pode muito bem ser introduzido um novo padrão de cabos. que está em estágio inicial de desenvolvimento. mas a idéia foi abandonada. Os cabos sem blindagem são mais baratos. Além disso. Agora ele figura como um possível candidato para as redes de 100 gigabits. que não tem relação direta com a categoria do cabo. Entretanto. padrão desenvolvido pela Siemon. temos também a questão da blindagem. mas os cabos blindados podem prestar bons serviços em . Outro padrão que pode vir (ou não) a ser usado no futuro são os conectores TERA. pois no padrão 10G a distância máxima usando cabos cat 6 caiu para apenas 55 metros e foi introduzido um novo padrão. além de trazerem a possibilidade de serem aproveitados nos padrões de rede seguintes. o TERA oferece a vantagem de ser inteiramente blindado e utilizar um sistema especial de encaixe. o 6a. Embora muito mais caro e complexo que os conectores RJ45 atuais. Continuando. que podem vir a ser usados no padrão de 100 gigabits. já que cabos de padrões recém-introduzidos são mais caros e difíceis de encontrar. pensando em aproveitá-los em redes de 10 gigabits acabou se frustrando. não existe nenhuma garantia de que eles sejam mesmo suportados no padrão de 100 gigabits. mais flexíveis e mais fáceis de crimpar e por isso são de longe os mais populares. investir em cabos de um padrão superior ao que você precisa nem sempre é uma boa idéia. ou mesmo que os cabos de cobre sejam abandonados em favor dos de fibra óptica.Keystone jacks categoria 6 Existem também os cabos categoria 7. quem investiu em cabos de categoria 6. O mesmo pode acontecer com os cabos categoria 7. que reduz a possibilidade de mal contato: Conectores TERA O TERA foi cogitado para ser usado no padrão 10GBASE-T. não existe garantia de que os cabos usados serão mesmo suportados dentro do próximo padrão de redes até que ele esteja efetivamente concluído. embora até o momento nada esteja confirmado. Ao receber cada frame. Os cabos sem blindagem são chamados de UTP (Unshielded Twisted Pair. tornando mais vantajoso o uso de cabos blindados. a estação verifica se a soma dos bits bate com o valor do CRC. Outras fontes menores de interferências são as lâmpadas fluorescentes (principalmente lâmpadas cansadas. frames retransmitidos são uma ocorrência normal. Sempre que a soma der errado. ou seja. verificando a integridade dos pacotes e solicitando retransmissão dos pacotes danificados. por sua vez. se dividem em três categorias: FTP. com mais de 100 metros: Cabo STP . já que nenhum cabeamento é perfeito. Este tipo de interferência não chega a interromper o funcionamento da rede. maior será o volume de frames corrompidos e de retransmissões e pior será o desempenho da rede. No final de cada frame Ethernet são incluídos 32 bits de CRC. Os cabos blindados. que permitem verificar a sua integridade. como grandes motores elétricos ou grandes antenas de transmissão muito próximas. Esta dupla verificação garante uma confiabilidade muito boa. até que ela receba uma cópia intacta. uma fina folha de aço ou de liga de alumínio envolve todos os pares do cabo. protegendo-os contra interferências externas. que significa. usando uma blindagem individual para cada par de cabos. cabos elétricos. "cabo de par trançado sem blindagem"). STP e SSTP. Os cabos FTP (Foiled Twisted Pair) são os que utilizam a blindagem mais simples. literalmente. Isso reduz o crosstalk e melhora a tolerância do cabo com relação à distância.ambientes com forte interferência eletromagnética. ela solicita a retransmissão do pacote. Neles. quando colocados lado a lado com os cabos de rede. o que pode ser usado em situações onde for necessário crimpar cabos fora do padrão. mas sem fazer nada com relação ao crosstalk. Quanto mais intensa for a interferência. mas pode causar perda de pacotes. a interferência entre os pares de cabos: Cabo FTP Os cabos STP (Shielded Twisted Pair) vão um pouco além. que ficam piscando). e até mesmo telefones celulares muito próximos dos cabos. Mesmo em uma rede bem cabeada. o que é repetido indefinidamente. mas um grande volume deles são um indício de que algo está errado. que age de forma similar. Sobre este sistema de verificação feito pelas placas de rede (nível 2 do modelo OSI) ainda temos a verificação feita pelo protocolo TCP (nível 4). temos os cabos SSTP (Screened Shielded Twisted Pair). o que torna os cabos especialmente resistentes a interferências externas. Eles incluem uma proteção metálica que protege a parte destrançada do cabo que vai dentro do conector. evitando que ela se torne o elo mais fraco da cadeia: Conectores RJ-45 blindados . os cabos blindados devem ser combinados com conectores RJ-45 blindados. também chamados de SFTP (Screened Foiled Twisted Pair). Eles são mais adequados a ambientes com fortes fontes de interferências: Cabo SSTP Para melhores resultados. envolvendo todos os pares. que combinam a blindagem individual para cada par de cabos com uma segunda blindagem externa.Finalmente. de forma a funcionarem bem com os dois tipos de cabos. Dentro do padrão. usados para ligar os PCs à tomadas de parede ou ligar o switch ao patch panel (veja detalhes a seguir). Entretanto. Estes conectores não funcionavam muito bem com cabos sólidos (o formato da faca-contato tornava o contato deficiente). onde os 8 fios internos são compostos por fios mais finos. Embora seja um detalhe pouco conhecido. Você pode usar um cabo sólido de até 90 metros até a tomada e um cabo stranded de mais 10 metros até o micro. existem também cabos de rede com fios sólidos e também cabos stranded (de várias fibras. Concluindo. considerando dois cabos de qualidade similar): Visão interna de um cabo sólido e de um cabo stranded A única vantagem dos cabos stranded é que o uso de múltiplos fios torna os cabos mais flexíveis. justamente por isso os cabos blindados são pouco usados. Os conectores RJ45 com este tipo de contato (que são praticamente os únicos usados atualmente) são também chamados de conectores universais: Detalhe da faca-contato de um conector RJ-45 . que utilizavam facascontato com três lâminas. o que faz com que sejam muitas vezes preferidos para cabos de interconexão curtos (patch cords). pois oferecem uma menor atenuação do sinal (cerca de 20% menos. onde as facas-contato internas tinham a ponta arredondada. mas não pode fazer um único cabo stranded de 100 metros. também chamados de patch). existiram conectores RJ-45 próprios para cabos stranded. Tínhamos então conectores específicos para cabos sólidos. onde as facas-contato são pontudas. Os cabos sólidos são os mais comuns e são os recomendados para uso geral.Quanto maior for o nível de interferência. Estes dois tipos foram logo substituídos pelos conectores atuais. os cabos de rede crimpados com cabos stranded não devem ter mais de 10 metros. mais vantajosa será a instalação de cabos blindados. em ambientes normais os cabos sem blindagem funcionam perfeitamente bem. http://www.html Normas para cabeamento estruturado Edição 110 . como a 11801. Ao final do artigo. Normas usualmente citadas em projetos e em instalações de cabeamento incluem aquelas publicadas pela ANSI/TIA. Não havendo.br/livros/redes/categorias-cabos.hardware. vamos discutir sobre a primeira. o primeiro cuidado que devemos ter é o de antes verificar se há norma nacional sobre o assunto em questão. a ABNT NBR 14565. como a 568 e a 569.Março de 2015 Artigo: Cabeamento Estruturado Por Marcelo Barboza* Recomendações normativas para cabeamento estruturado em edifícios comerciais e em data centers. Há duas outras normas que ainda não foram publicadas. Talvez seja porque a maior parte dos projetistas não saiba da existência das normas nacionais sobre a disciplina. Não devemos nos basear em normas de outros países se houver norma sobre o assunto publicada no Brasil ou na ISO. a preferência recai por normas publicadas pela ISO. e pela ISO. Para a disciplina de cabeamento estruturado. existem duas normas nacionais já publicadas e que devem ser utilizadas em preferência às demais. há um guia com as principais normas referenciadas neste texto e pelo mercado. a que trata de caminhos e espaços para cabeamento estruturado e a que trata sobre cabeamento estruturado industrial. Ao se fazer um projeto. Frequentemente observamos projetos de cabeamento estruturado sendo feitos com base em normas de outros países ou até mesmo sem se basearem em norma alguma. . São as normas que especificam sistemas de cabeamento estruturado para edifícios comerciais e para data centers (ABNT NBR 14565) e sistemas de cabeamento estruturado para residências (ABNT NBR 16264).com. Neste artigo. A norma brasileira ABNT NBR 14565 tem como escopo especificar “um sistema de cabeamento estruturado para uso nas dependências de um único edifício ou um conjunto de edifícios comerciais em um campus. recebendo uma emenda em 2013. Cabo do ponto de consolidação (cabo do CP). Backbone de campus. O relacionamento entre esses elementos se dá conforme mostra a Figura 1. a ABNT NBR 14565 define diversos elementos funcionais para o cabeamento.” Ela foi originalmente publicada no ano 2000. Grande parte da norma NBR 14565 se baseia nas normas internacionais ISO/IEC 11801 e ISO/IEC 24764. As siglas permaneceram no original. que são: Distribuidor de campus (CD). Cabeamento horizontal. as versões anteriores a 2013 estão canceladas. Portanto. A primeira trata de cabeamento estruturado para edifícios comerciais e a segunda. Distribuidor de piso (FD). em inglês. sobre cabeamento estruturado para data centers. Ponto de consolidação (CP). Cabeamento estruturado para edifícios comerciais Elementos funcionais Para edifícios comerciais. . Ela cobre os cabeamentos metálico e ótico. Fonte: ABNT NBR 14565. para evitar confusões de nomenclatura para quem já é da área e está acostumado com os termos das normas internacionais. bem como para a infraestrutura de cabeamento estruturado de data centers. Tomada de telecomunicações (TO). sendo revisada em 2007 e em 2012. Tomada de telecomunicações multiusuário (MUTO). Figura 1 – Estrutura do cabeamento em edifícios comerciais. O equipamento terminal (TE) não faz parte do escopo da norma. Backbone de edifício. Distribuidor de edifício (BD). Deve haver pelo menos um FD por . que são neles fixados de maneira “permanente”. as linhas horizontais retas representam cabos com condutores sólidos. Figura 2 – Estrutura hierárquica do cabeamento. Hierarquia A estrutura é hierárquica. telefones e impressoras. só deve haver um BD em cada edifício. como computadores. com raiz no CD. Normalmente esses distribuidores são formados por patch panels ou distribuidores óticos (DIO) e fixados em racks ou sobre paredes recobertas com pranchas de madeira. para a conexão de cabos de manobras (patch cords). as linhas externas de comunicação provenientes das operadoras se interconectam ao sistema por meio do CD. Os cabos que partem do BD em direção aos andares fazem parte do backbone de edifício. geralmente frontais. ou em mobiliário. alimentando as redes dos diferentes pavimentos. por sua vez. Tais peças também possuem entradas. alimentando as tomadas de telecomunicações. Na Figura 2. atenderão às necessidades de conexão dos equipamentos dos usuários. Fonte: ABNT NBR 14565. ou “riser” em inglês. Patch cords devem ser utilizados para a conexão com os equipamentos terminais. Esse cabeamento é chamado de horizontal justamente por ser essa a orientação padrão desses cabos. usualmente pela parte posterior. popularmente conhecidos como “jack RJ-45”. são também conhecidos como “cabeamento vertical”. BD e FD) são peças de hardware de conexão de onde partem cabos de telecomunicações (cobre ou fibra ótica). enquanto as linhas em curva representam cabos com condutores multifilares (flexíveis).Os distribuidores (CD. de onde se originam os cabos que serão distribuídos por todo o campus. Tais cabos levam o nome de backbone de campus. Como normalmente são instalados em shafts. Só há um CD em uma instalação. como podemos ver na Figura 2. Idealmente. O FD distribui os cabos em um único pavimento. As tomadas de telecomunicações (TO) são compostas por conectores modulares de oito posições. que. Usualmente. São fixadas em caixas embutidas ou de superfície. interligando todos os edifícios do local. representados como “X” dentro dos distribuidores na Figura 1. O BD distribui os cabos em uma única edificação. ou então a LSZH (baixa emissão de fumaça. Os espaços utilizados pelo cabeamento são: Sala de equipamentos (ER) Sala de telecomunicações (TR) Área de trabalho (WA) Sala de entrada e infraestrutura de entrada (EF) Conforme a definição da ABNT NBR 14565. Usualmente possuem a classificação CM (cabo metálico geral) ou COG (cabo ótico geral). não atende aos requisitos da ABNT NBR 14705. e a COR (cabo óticoriser). para cabos óticos. . Subsistemas de cabeamento O cabeamento estruturado possui três diferentes subsistemas de cabeamento: Backbone de campus Backbone de edifício Cabeamento horizontal Os cabos utilizados nesses subsistemas devem ser de par trançado ou de fibra ótica e devem estar de acordo com as normas ABNT NBR 14565 e ABNT NBR 14703. como a presença de roedores e tráfego de pessoas e veículos. pois possuem elementos inflamáveis ou que emitem fumaça tóxica ao pegarem fogo. servidores e dispositivos de armazenamento. mas pode haver mais que um.pavimento. Já os cabos do backbone de edifício não precisam ser tão mecanicamente resistentes quanto os cabos do backbone de campus. Os cabos horizontais são compostos por cabos de par trançado de quatro pares ou por cabos óticos com duas ou mais fibras. a classificação mínima requerida é a CMR (cabo metálico riser) para cabos de par trançado. utilizados neste subsistema. Os cabos componentes do backbone de campus devem ser especialmente protegidos das intempéries e de condições extremas de uso. para ambos. sem halogênios). mas devem possuir classificação quanto ao comportamento diante da chama conforme a norma ABNT NBR 14705. com exceção dos cabos indoor/outdoor. devendo ser instalados em tubulação metálica. caso o comprimento dos cabos horizontais ultrapasse o recomendado. É usual que a sala de equipamentos abrigue o CD ou um BD. Isso normalmente inclui switches core. pois não podem ficar expostos por mais de três metros. “a sala de equipamentos é a área dentro do edifício ou de um complexo de edifícios em que os equipamentos de uso comum a todos os usuários da rede são instalados”. Como normalmente são instalados em shafts. Cada cabo horizontal pode atender a somente uma tomada de telecomunicações. Espaços Os locais de um edifício comercial que abrigarão distribuidores do sistema de cabeamento ou interfaces com equipamentos TI são chamados de “espaços”. Pode ser também um data center. Cabos metálicos tipo CMX devem ser evitados em edifícios comerciais. o que geralmente não é o caso nesses tipos de ambiente. A maioria dos cabos de uso externo. por meio de patch cords. Mais detalhes sobre os espaços de telecomunicações poderão ser consultados na norma brasileira correspondente. a especificação de desempenho dos enlaces (links) resultantes possui a denominação de “classe”: Classe C: componentes de categoria 3 Classe D: componentes de categoria 5e Classe E: componentes de categoria 6 Classe EA: componentes de categoria 6A Classe F: componentes de categoria 7 A norma especifica ainda as classes A e B.A norma define a sala de telecomunicações como sendo “a área dentro do edifício localizada em cada um dos pavimentos que contém o distribuidor de piso. Quando um subsistema é montado. A sala de entrada é o “espaço. Esses equipamentos são conectados. Desempenho dos cabos de par trançado Os cabos utilizados devem possuir desempenho conforme definido na ABNT NBR 14565. de preferência uma sala. Normalmente é o local em que fica a mesa de trabalho do usuário e os equipamentos. A banda passante das classes de cabeamento é garantida por meio de ensaios que incluem os seguintes requisitos elétricos: . Um provedor de serviços (operadora) também pode utilizar este espaço para terminação de sua rede externa (ENI) e colocação de equipamentos correspondentes. como computadores desktop e notebook. telefones e impressoras. que deverá ser publicada em breve. às tomadas de telecomunicações (TO). blindado ou não. mas elas não são apropriadas para redes de dados. são definidas as seguintes categorias de desempenho para seus componentes (cabos e conectores): Categoria 3: banda passante de até 16 MHz Categoria 5e: banda passante de até 100 MHz Categoria 6: banda passante de até 250 MHz Categoria 6A: banda passante de até 500 MHz Categoria 7: banda passante de até 600 MHz A impedância nominal dos cabos e componentes deve ser de 100?. bem como os equipamentos ativos dedicados a atender aos usuários desse pavimento”. Para o cabeamento de par trançado balanceado. O equipamento mais comumente instalado em uma TR é o switch de acesso. A área de trabalho é o “espaço do edifício no qual seus ocupantes interagem com os serviços disponibilizados pelo cabeamento estruturado”. na qual ocorre a junção do backbone de campus com o backbone de edifício”. A TR deve possuir fácil acesso ao backbone de edifício e prover ampla infraestrutura de distribuição para o cabeamento horizontal. enquanto as demais. sendo FD e TO as duas conexões obrigatórias. Os patch cords não fazem parte do enlace permanente.km a 850 nm OM4: largura de banda modal efetiva de 4.550 nm . O enlace permanente inclui as conexões nas extremidades do cabo instalado”. Para tanto. o cabeamento horizontal deve ser testado para garantir que o desempenho original permaneça dentro das especificações.700 MHz.km a 850 nm OM3: largura de banda modal efetiva de 2. Todas possuem casca de 125 µm. são definidos dois tipos de enlaces a serem testados em campo: Canal Enlace permanente A ABNT NBR 14565 define o canal como sendo “o caminho de transmissão entre o equipamento ativo de rede e o equipamento terminal.0 dB/km em 1. Seu limite de comprimento é de 90 metros.310 nm e 1.km a 850 nm A fibra OM1 possui núcleo de 62. Um canal típico consiste em um subsistema horizontal com uma área de trabalho e os cordões dos equipamentos”. Já o “enlace permanente consiste na tomada de telecomunicações.km a 850 nm OM2: largura de banda modal efetiva de 500 MHz. Perda de retorno (RL) Perda de inserção (IL) Paradiafonia (NEXT) Relação de atenuação paradiafonia na extremidade próxima (ACRN) Relação de atenuação telediafonia (ACRF) Resistência em corrente contínua Desequilíbrio resistivo em corrente contínua Capacidade de transmissão de corrente Atraso de propagação Diferença de atraso de propagação Perda de conversão transversal e atenuação de acoplamento Alien crosstalk (apenas para a Classe EA) Após a instalação. TO e o opcional CP. no cabo horizontal. em um ponto de consolidação opcional e na terminação do cabo horizontal no distribuidor de piso.5 µm. Os cabos de fibra ótica monomodo devem seguir a seguinte classificação de desempenho: OS1: atenuação máxima de 1. incluído entre duas e três conexões: FD. O canal compreende até 100 metros de cabo e de duas a quatro conexões reconhecidas. 50 µm. Desempenho dos cabos de fibra ótica Os cabos de fibra ótica multimodo devem seguir a seguinte classificação de desempenho: OM1: largura de banda modal efetiva de 200 MHz.000 MHz. já que o cabeamento horizontal não admite emendas. usualmente inutilizável devido a um pico de atenuação conhecido por “pico d’água”. Após instalado. . só é necessária a substituição do “cabo do CP”. dependendo do custoversus benefício em cada aplicação: Figura 3 – Modelos de cabeamento horizontal. OS2: atenuação máxima de 0. Fonte: ABNT NBR 14565.4 dB/km em 1. 1. aumentam a quantidade de canais trafegáveis.383 nm e 1. ao disponibilizarem o comprimento de onda 1383 nm. O componente opcional CP é útil em situações em que a mudança de layout é frequente. Configurações O cabeamento horizontal usualmente apresenta quatro possíveis configurações.550 nm As fibras OS2 são preferidas em aplicações do tipo WDM (multiplexação por divisão do comprimento de onda). Nessas situações. preservando o investimento do “cabo horizontal permanente”.310 nm. o cabeamento ótico deve ter sua atenuação testada e comparada com os valores requeridos pelas aplicações a serem utilizadas. pois. os patch cords tendem a ser longos. Tanto o CP quanto o Muto devem atender. A conexão do Muto com o TE se dá por patch cords diretos. usualmente montado em uma caixa. Distribuidor de zona (ZD). no máximo a 12 áreas de trabalho.No lugar do CP. que são: Interface de rede externa (ENI). Cabeamento horizontal. quantidades de conexões e comprimentos dos patch cords. de frequentes manobras realizadas no cabeamento. O cabeamento de backbone usualmente apresenta a seguinte configuração: Figura 4 – Modelo de cabeamento de backbone. Cabo do ponto de distribuição local (cabo do LDP). caros e sensíveis. já que o desempenho dos cabos de patch cords (multifilares) é inferior ao dos cabos sólidos. Como nesse caso. É usual para a alimentação de bancadas compartilhadas e salas de reunião. . e devem estar a pelo menos 15 metros do distribuidor de piso. a norma ABNT NBR 14565 define diversos elementos funcionais para o cabeamento. sem a necessidade da TO. Tomada de equipamento (EO). Ponto de distribuição local (LDP). Distribuidor principal (MD). podem ser úteis para isolar os equipamentos. As opções com “conexão cruzada”. Cabeamento estruturado para data centers Elementos funcionais Para data centers. O projeto do cabeamento em par trançado deve levar em conta comprimentos máximos de cabos. O Muto é um conjunto de tomadas que atende a mais de uma área de trabalho. conforme explicações detalhadas na norma. é possível a instalação de um Muto. cada um. Fonte: ABNT NBR 14565. devem-se observar os cálculos de compensação de comprimento do canal. apesar de introduzirem mais componentes nos canais. Cabo de acesso à rede. Cabeamento de backbone. com raiz no MD. para atendimento dos usuários. como pode-se ver na Figura 6. Normalmente. Todos os elementos entre o MD e os equipamentos devem ficar dentro da sala de computadores. .O relacionamento entre esses elementos se dá conforme a Figura 5. É usual que eles apresentem algum sistema de gerenciamento de camada física. Os distribuidores (MD e ZD) são peças de hardware de conexão semelhantes aos já mencionados (CD. como servidores e storage. Fonte: ABNT NBR 14565. Ela deve ficar em sala isolada do restante do data center. só que apropriados para ambientes de alto desempenho e alta densidade. Hierarquia A estrutura é hierárquica. esses distribuidores são formados por patch panels ou distribuidores ópticos fixados em racks. Figura 5 – Estrutura do cabeamento em data centers. A ENI é o ponto de conexão da rede do data center com a rede do provedor de acesso. Distribuidores do cabeamento do edifício. a sala de entrada. Patch cords devem ser utilizados para a conexão com os equipamentos. que é o ambiente mais seguro do data center. BD e FD). As tomadas de equipamento (EO) são compostas por conectores de par traçado (jack RJ-45) ou fibra óptica fixados em painéis nos racks. podem ser conectados ao MD por meio de backbones. Em data centers redundantes. fica instalado em caixa sob o piso elevado ou por sobre os racks.Figura 6 – Estrutura hierárquica do cabeamento do data center. A conexão direta entre ZDs e entre ENIs é permitida como rota backup ou redundante. Subsistemas de cabeamento O cabeamento estruturado para data centers possui três diferentes subsistemas: Acesso à rede Backbone Horizontal . Os ZDs geralmente abrigam switches de borda ou de acesso. nas salas de entrada. pode haver uma duplicação do MD e do ENI. de onde se origina os cabos que serão distribuídos por todo o data center. O ZD é opcional em data centers pequenos. Quando implementado. Os links externos dos provedores de serviços chegam aos ENIs. normalmente são instalados os switchescore do data center. Junto ao MD. Fonte ABNT NBR 14565. Só há um MD em uma instalação. e são conectados ao MD do data center. Pode ser vantajoso em ambientes de colocation ou para a conexão de equipamentos que não são acomodáveis em racks padrões. Cada ZD distribui cabos para um conjunto de racks de equipamentos. semelhante ao CP do cabeamento em edifícios comerciais. Os cabos que partem do ZD são chamados de horizontais. O LDP é um ponto opcional de conexão. Tais cabos levam o nome de backbone. que se encontra na distribuição horizontal. que deve manter seus serviços funcionando ininterruptamente. o cabeamento de acesso pode alimentar diretamente o ZD. Como normalmente são instalados sob piso elevado. objetivando links intrafileira. Está sob desenvolvimento a norma internacional para cabos de par trançado que garantirá a aplicação Ethernet a 40 Gb/s em links metálicos de até 30 metros com duas conexões. Desempenho As especificações de desempenho dos cabos para data centers são as mesmas já definidas na seção sobre edifícios comerciais.O cabeamento de acesso à rede interconecta os links provenientes da(s) sala(s) de entrada ao(s) MD do data center. devido a limitações de comprimento. CMP (cabo metálico plenum) ou COP (cabo óptico plenum) em relação ao comportamento diante da chama. deve-se considerar a redundância dos sistemas de cabeamento do data center. mas há uma recomendação relativa ao desempenho mínimo desejado: Par trançado: Categoria 6A/Classe EA Fibra ótica: OM3 O objetivo de tal recomendação mínima de cabeamento é garantir a velocidade Ethernet a 10 Gb/s para par trançado e 40 Gb/s e 100 Gb/s para fibra ótica dentro das distâncias usuais encontradas em data centers. a recomendação é a utilização de cabos classificados como LSZH. Eventualmente. O backbone e o cabeamento horizontal são compostos por cabos similares aos já comentados na seção de cabeamento em edifícios comerciais. Considerações extras: Para a utilização de velocidades de 40 Gb/s e maiores em Ethernet. e muitas vezes com ventilação forçada. Redundância Por ser um ambiente crítico. A norma ABNT NBR 14565 exemplifica uma topologia redundante que pode ser aplicada em projetos de data centers de alta disponibilidade: . é necessária a utilização de cabos óticos terminados em conectores do tipo MPO. Figura 7 – Exemplo de topologia redundante para data centers. sendo aplicável em data centers de grande tamanho. para a finalidade deste artigo. no caso do ZDA) e têm a finalidade de abrigar os distribuidores que já discutimos: MDA: abriga o MD HDA: abriga o ZD ZDA: abriga o LDP EDA: abriga a EO A revisão atual da norma TIA-942 incluiu mais um nível hierárquico por meio do IDA (área de distribuição intermediária). O IDA dividiria o backbone em duas partes. Fonte: ABNT NBR 14565. então. Mas não há equivalente a ele na norma nacional ainda. Espaços A norma não define os nomes dos espaços relacionados aos locais de distribuição de cabeamento de um data center. a nomenclatura utilizada na norma norte-americana ANSI/TIA-942: MDA – área de distribuição principal HDA – área de distribuição horizontal ZDA – área de distribuição de zona EDA – área de distribuição de equipamento Esses locais são usualmente compostos por racks (ou caixas de piso. Podemos tomar emprestado. . infraestrutura. ABNT NBR 14703:2012 Cabos de telemática de 100 Ω para redes internas estruturadas — Especificação. o Anexo F – Melhores práticas para projeto e instalação de infraestrutura para data centers. http://www.html . São 14 páginas de informações muito úteis para quem vai participar do projeto ou da instalação de um data center. Referências ABNT NBR 14565:2013 Cabeamento estruturado para edifícios comerciais e data centers.com. ISO/IEC 24764 Information technology – Generic cabling systems for data centres.Melhores práticas A ABNT NBR 14565 possui ainda um anexo informativo. ABNT NBR 16264:2014 Cabeamento estruturado residencial. equipamentos. como especificações gerais a respeito da sua localização.0 Generic telecommunications cabling for customer premises. ANSI/TIA-568-C.4 Broadband coaxial cabling and components standard.Classificação quanto ao comportamento frente à chama.2 Balanced twisted-pair telecommunications cabling and components standards. ANSI/TIA-942-A Telecommunications infrastructure standard for data centers.br/web/a-empresa/1635-normas-paracabeamento-estruturado.osetoreletrico. ANSI/TIA-568-C.3 Optical fiber cabling components standard. ANSI/TIA-568-C. instalações elétricas. condicionamento de ar. piso elevado. acessórios e outros componentes”. estrutura civil.1 Commercial building telecommunications cabling standard. ABNT NBR 14705:2010 Cabos internos para telecomunicações . automação. ANSI/TIA-568-C. ISO/IEC 11801 Information technology – Generic cabling for customer premises. ANSI/TIA-568-C. que estabelece “um conjunto de melhores práticas e recomendações mínimas para projetos e instalações de infraestrutura de data centers. ANSI/TIA-569-C Telecommunications pathways and spaces. envolvendo diversas disciplinas relacionadas.