Brasil Vai Se Tornar Um País de Idosos Já Em 2030, Diz IBGE

March 29, 2018 | Author: Rogério Rodrigues | Category: Human Rights, Old Age, Brazil, Ageing, United Nations


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BRASILBrasil vai se tornar um país de idosos já em 2030, diz IBGE  Paula Bianchi Direto do Rio de Janeiro 29 NOV2013 10h04        0 COMENTÁRIOS Na esteira dos países desenvolvimentos, o Brasil caminha para se tornar um País de população majoritariamente idosa. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o grupo de idosos de 60 anos ou mais será maior que o grupo de crianças com até 14 anos já em 2030 e, em 2055, a participação de idosos na população total será maior que a de crianças e jovens com até 29 anos. A tendência de envelhecimento da população já foi observada no Censo de 2002 e ganhou força nos últimos dez anos. Em comparação com o último Censo, verifica-se que a participação do grupo com até 24 anos de idade cai de 47,4% em 2002 para 39,6% em 2012. Essa mudança também fica clara no aumento da idade medida da população, que passou de 29,4 anos em 2002 para 33,1 anos em 2012. Um número importante para entender o crescimento da população idosa é a razão de dependência total, que leva em conta o quociente de pessoas economicamente dependentes e o de potencialmente ativas, dividido entre dependência de jovens e dependência de idosos. Entre 2002 e 2012 aumentou de 14,9 para 19,6 a razão de pessoas de 60 anos ou mais para cada grupo em idade potencialmente ativa. A expectativa é que esse número triplique nos próximos 50 anos, chegando a 63,2 pessoas de 60 anos ou mais para cada 100 em idade potencialmente ativa em 2060. Os idosos, segundo a pesquisa, são em sua maioria mulheres (55,7%) brancas (54,5%) e moradores de áreas urbanas (84,3%) e correspondem a 12,6% da população total do País, considerando a participação relativa das pessoas com 60 anos ou mais. Os números do IBGE mostram ainda que a principal fonte de rendimento dos idosos de 60 anos ou mais foi a aposentadoria ou a pensão, equivalendo a 66,2%, e chegando a 74,7% no caso do grupo de 65 anos ou mais. A coordenadora da pesquisa, Ana Lúcia Saboia, destaca a necessidade de atenção a está mudança na composição da população. “Hoje em dia a população de idosos que recebe benefícios é muito expressiva, grande parte recebe contribuições de transferência de renda. Os trabalhadores (que irão se aposentar no futuro e em tem carteira assinada) têm mais garantias. O sistema previdenciário tem que estar atento ao envelhecimento”, afirma. Terra http://noticias.terra.com.br/brasil/brasil-vai-se-tornar-um-pais-de-idosos-jaem-2030-diz-ibge,91eb879aef2a2410VgnVCM10000098cceb0aRCRD.html Proporção Cresce a proporção de idosos na população Em vários países, as populações estão envelhecendo. Estudos mostram que o número de pessoas idosas cresce em ritmo maior do que o número de pessoas que nascem, acarretando um conjunto de situações que modificam a estrutura de gastos dos países em uma série de áreas importantes. No Brasil, o ritmo de crescimento da população idosa tem sido sistemático e consistente. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD 2009, o País contava com uma população de cerca de 21 milhões de pessoas de 60 anos ou mais de idade. (IBGE. Síntese de Indicadores Sociais: Uma Análise das Condições de Vida da População Brasileira: 2010, p. 191) Proporção de idosos de 60 anos ou mais e de 65 anos ou mais de idade - Brasil 1999/2009 Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 1999/2009. Nota:(1) Exclusive a população rural de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá. Proporção de idosos de 60 anos ou mais de idade, segundo as Grandes Regiões - Brasil - 2009 Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2009. Perfil socioeconômico Há mais mulheres idosas do que homens idosos As mulheres são a maioria (55,8%), assim como os brancos (55,4%), e 64,1% ocupavam a posição de pessoa de referência no domicílio. Escolaridade dos idosos ainda é baixa A escolaridade dos idosos brasileiros é ainda considerada baixa: 30,7% tinham menos de um ano de instrução. (IBGE. Síntese de Indicadores Sociais: Uma Análise das Condições de Vida da População Brasileira: 2010, p. 192) Pessoas de 60 anos ou mais de idade, segundo algumas características - Brasil – 2009 Sexo Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2009. Cor ou raça Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2009. Condição no domicílio Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2009. Anos de estudo Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2009. Renda domiciliar per capita Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2009. Previdência Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2009. Saúde A atenção à saúde dos idosos é primordial para preservar a sua autonomia pelo maior tempo possível. O envelhecimento do organismo por si só já diminui a capacidade funcional do ser humano. Neste capítulo, considerou-se como proxy para "incapacidade funcional" a inabilidade de caminhar 100 metros, o que gera dificuldades para realização de várias tarefas da vida diária. Entre os idosos, as mulheres têm mais dificuldade de caminhar do que os homens O gênero também tem grande influência nessa questão, uma vez que 15,9% das mulheres tinham dificuldade de caminhar 100 metros, contra 10,9% dos homens. Não se pode esquecer que a esperança de vida feminina é superior à masculina (77 anos e 69 anos, respectivamente), o que torna as mulheres mais vulneráveis a esse tipo de dificuldade. Declaração de incapacidade de caminhar é menor entre os idosos de renda mais alta A renda per capita domiciliar é de igual importância, decrescendo a declaração de incapacidade à medida que aumenta a renda. Uma possível explicação para essa diferenciação reside no fato de que maiores níveis de renda permitem aquisição de melhores serviços de acompanhamento, equipamentos de apoio e uma inserção social mais ativa. (IBGE. Síntese de Indicadores Sociais: Uma Análise das Condições de Vida da População Brasileira: 2010, p. 194) Distribuição percentual das pessoas de 60 anos ou mais de idade, por capacidade de andar 100 metros, segundo algumas características - Brasil - 2008 Sexo Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2008. Por idade Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2008. Renda domiciliar per capita Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2008. http://teen.ibge.gov.br/mao-na-roda/idosos Idosos no comando No Brasil, 27% dos idosos são responsáveis por mais de 90% do rendimento familiar. E nos municípios com até 20 mil habitantes essa contribuição é significativa. Neles, 35% das pessoas com 60 anos ou mais de idade se responsabilizam por 30 a 50% do rendimento familiar. Essa participação dos idosos pode ser explicada pelo fato de, em 2000, no Brasil, 66,8% das pessoas de 60 anos ou mais de idade estarem aposentadas e 11,2% serem pensionistas. Essas informações fazem parte dos "Indicadores Sociais Municipais- uma análise dos resultados da amostra do Censo Demográfico 2000". A publicação também traz análises sobre aspectos demográficos, cor, educação, mercado de trabalho e domicílios, desagregadas para os 5.560 municípios brasileiros. A pesquisa demonstrou, ainda, que a proporção de idosos aposentados era maior nos municípios de menor porte, provavelmente em decorrência da universalização dos benefícios da seguridade social ocorrida durante a década de 1990. Clique aqui para saber mais. (11/01/2005) http://teen.ibge.gov.br/noticias-teen/2830-idosos-no-comando Dia dos Direitos Humanos On 10.12.2014 A promoção e a proteção dos direitos do homem é o lema das Organização das Nações Unidas (ONU) desde o final da Segunda Guerra Mundial, em 1945. Em 1950, a Assembléia Geral da ONU convidou todos os países do mundo a declararem 10 de dezembro como o dia dos Direitos Humanos. Neste ano, os países fundadores da organização se comprometeram a impedir que os horrores da guerra (como o extermínio nos campos de concentração) se reproduzissem. Em conformidade com essa determinação, a Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, garante que o respeito aos direitos humanos e à dignidade da pessoa humana "são os fundamentos para a liberdade, justiça e a paz no mundo". A Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic), realizada pelo IBGE, contribui com estatísticas sobre condições de vida que dizem respeito diretamente a direitos sociais a partir de questionários respondidos por 5.565 prefeituras. Quando se demonstra o déficit de saneamento, de renda e de escolaridade do responsável pelo domicílio, por exemplo, podemos dimensionar a privação desses direitos básicos. A novidade da Munic 2009 é que nela, pela primeira vez, foi investigado o tema dos Direitos Humanos. A pesquisa mostra qual o tratamento a estrutura municipal dá a políticas de direitos humanos em seu orçamento; analisa a proporção dos municípios com políticas específicas para população em situação de vulnerabilidade, como idosos e LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais). A Munic também traz informações sobre as condições de acessibilidade das sedes das prefeituras. Aqui vale ressaltar que, embora seja comum associarmos a pessoas com deficiência, na verdade o termo acessibilidade se refere à possibilidade de utilização, com segurança e autonomia, de todos os serviços disponibilizados à população, sem distinção. A acessibilidade é imprescindível a idosos, gestantes, mulheres com criança de colo ou em carrinhos de bebê, ou mesmo àqueles com mobilidade reduzida temporariamente. E a Munic 2009 mostrou que havia 2.954 municípios (53,1% do total) em que o prédio da sede da prefeitura não possuía nenhum dos 16 itens de acessibilidade incluídos na pesquisa (por exemplo: rampas e piso tátil). Outro tema da pesquisa foram as ações dos municípios no sentido de garantir os direitos humanos sob sua responsabilidade (em alguns casos, a responsabilidade da execução de medidas não é exclusiva do município). Dentre os temas investigados, destacam-se, pela representatividade nos municípios: idoso (59,9%); sistema socioeducativo (27,8%); e combate ao sub-registro de nascimento (24,8%). Em 59,9% dos municípios havia ações para os idosos. Em 1.974 municípios (35,5%) há conselhos dos Direitos do Idoso, sendo que, em 340 deles, há mais de dez anos. Mais da metade dos conselhos surgiu após a promulgação do Estatuto do Idoso, em 2003. Outros conselhos municipais identificados pela Munic 2009 foram os de Juventude (303 municípios), os de Direitos LGBT (4), Direitos da Pessoa com Deficiência (490) e de Igualdade Racial (148). Fontes: http://www.un.org/ IBGE: Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic) - 2009 o idoso ocupa.http://teen.4 anos de estudo. em relação ao total da população idosa. Em termos absolutos. em 2000. em 2000. Outra conclusão: residir na cidade pode beneficiar a idosa.3%. por causa da proximidade com seus filhos.029 de pessoas. em 2000. em 1991. para cada 100 mulheres idosas havia 81. Em 2000. a população de 60 anos ou mais de idade era de 14. 69 anos de idade e 3. as mulheres vivem oito anos a mais que os homens. o Censo 2000 contou quase 1 milhão de idosos vivendo na cidade de São Paulo.9 milhões (62.gov.3%) nos últimos dez anos. segundo o Censo.br/calendario-teen-7a12/event/1859-dia-dos-direitoshumanos Perfil dos Idosos Responsáveis pelos Domicílios IBGE lança o Perfil dos Idosos Responsáveis pelos Domicílios A população de idosos representa um contingente de quase 15 milhões de pessoas com 60 anos ou mais de idade (8. respectivamente. Portanto.722.705 em 1991.8% e 2. cada vez mais.00. As mulheres são maioria.8% e 11.1%. Assim.3%. A queda da taxa de fecundidade ainda é a principal responsável pela redução do número de crianças. em média. para 18. No Brasil. em 2000. a população idosa do Brasil poderá ultrapassar os 30 milhões de pessoas e deverá representar quase 13% da população ao final deste período. Rio de Janeiro e Porto Alegre se destacam com as maiores proporções de idosos.4%) dos idosos são responsáveis pelos domicílios e têm. o grau de urbanização da população idosa também acompanha a tendência da população total. As diferenças de expectativa de vida entre os sexos mostram: em 1991. nas Unidades da Federação e é acompanhado por um CD-ROM com informações dos 5. dos serviços especializados de saúde e de outros facilitadores do cotidiano. contra 10. A maioria dos 14. um papel de destaque na sociedade brasileira. especialmente aquela que é viúva.7%.6%. as capitais do norte do País.029 de idosos vive nas grandes cidades Nos próximos 20 anos. 8. O Rio de Janeiro tem a maior proporção de idosos Entre as capitais. em 2000.507 municípios do País. passando para quase 30 idosos por 100 crianças.6%. O peso relativo da população idosa no início da década representava 7. Os resultados estão na nova publicação do IBGE que traz números sobre a situação no Brasil. mas a longevidade vem contribuindo progressivamente para o aumento de idosos na população. existiam cerca de 16 idosos para cada 100 crianças. passaram para 55.6% da população brasileira). as mulheres correspondiam a 54% da população de idosos. ficando em torno de 81% em 2000. nas Grandes Regiões. Boa Vista e Palmas apresentaram uma proporção de idosos de apenas 3.536. Com um rendimento médio de R$ 657. em média. essa relação praticamente dobrou.6 homens idosos. Um exemplo é o grupo das pessoas de 75 anos ou mais de idade que teve o maior crescimento relativo (49. A proporção de idosos vem crescendo mais rapidamente que a proporção de crianças. A proporção de idosos residentes nas áreas rurais caiu de 23. Em 1980. enquanto. Em contrapartida.ibge.536. representando. 12. essa proporção atingia 8.8% da população total nesses municípios. . totalizavam.9 para o idoso responsável do sexo masculino). É importante destacar que no conjunto dos domicílios brasileiros (44.2 anos quando o responsável era do sexo feminino e 68. uma em cada dez pessoas tem 60 anos de idade ou mais e. verificado desde 1950.603.4%. São Paulo tem o maior número de pessoas com 100 anos ou mais (4.cerca de 67%. enquanto no início da década passada essa proporção atingia a 31.883 unidades. estava em torno de 69. em 2050.029). Os números mostram que. montante equivalente à população infantil de 0 a 14 anos de idade .9%.6% dos responsáveis idosos eram do sexo feminino. Entre os domicílios sob a responsabilidade de idosos. quando os idosos responsáveis representavam 60. quase cinco décadas depois. somavam 13. Em 1950. um quinto da população será de idosos O crescimento da população de idosos.457).2 milhões em 2050. atualmente. os domicílios unipessoais. A distribuição por sexo revela que. Em 1991. a proporção era de 15.576 pessoas. Destaca-se ainda que a idade média do responsável idoso. E ainda.795.4% dos idosos eram responsáveis pelos domicílios brasileiros. 8.9% do total. o número de pessoas com 100 anos de idade ou mais aumentará 15 vezes. representando 17. de 19 anos na esperança de vida ao nascer em todo o mundo.4%. em 2000. é um fenômeno mundial e está ocorrendo a um nível sem precedentes. passando de 145. aqueles com apenas um morador. em 2050. em 2000 . 62.900 milhões de pessoas. No País. isto é. em 2000. segundo as projeções. em números absolutos e relativos. 37.964. em 2000. um crescimento de quase 8 milhões de pessoas idosas por ano.4 anos (70.503 de domicílios.370. a população idosa será de 1. eram cerca de 204 milhões de idosos no mundo e. O estudo chama atenção para a elevada proporção de mulheres idosas que moravam só. este contingente alcançava 579 milhões de pessoas.850 tinham idosos como responsáveis e representavam 20% do contingente total.000 pessoas em 1999 para 2.4% dos idosos são responsáveis pelos domicílios O Censo 2000 verificou que 62. Os centenários. no Brasil. e já em 2000 chegam a 24. estima-se que a relação será de uma para cinco em todo o mundo. para 2050. seguido pela Bahia (2. essa proporção ficava em torno de 18. Em 1991. 1. um aumento de 77%. . ou seja.808). Minas Gerais (2. correspondendo a 3. Uma das explicações para esse fenômeno é o aumento. já em 1998.101).865 em 1991. observando-se um aumento em relação a 1991.765) e Rio de Janeiro (2. As projeções indicam que.No mundo.4%. e de uma para três nos países desenvolvidos. Censo Demográfico 2000 Nota: Domicílios particulares permanentes (1) Responsável idoso morando com cônjuge. Tabela5 . Se em 1991. sogro(a).0 100. Educação: Censo 2000 revela crescimento de 16. neto(a). em relação ao tipo de arranjo familiar em que encontram-se inseridas Brasil . agregado(a)) (4) Responsável idoso morando sem cônjuge. neto(a). Nos domicílios onde a idosa é responsável.Sexo do responsável Total Homem Mulher Pessoas de 60 anos ou mais de idade. Rio de Janeiro (23%).9 66.1%).5 31. em relação Total de ao tipo de arranjo familiar em que encontramSexo do responsáveis se inseridas (%) responsáve pelos Casal com Morando com l Casal Morando domicílios filhos e/ou filhos e/ou sem sozinho outros outros filhos(1) (4) parentes (2) parentes (3) Total 8 964 850 17. porque.0 28.6 61.8% dos domicílios com responsáveis idosos apresentavam saneamento adequado.7% deles moram com ou sem cônjuge. Os números mostram.9 Homem 5 594 347 25. sogro(a). outro parente. com filho e/ou enteado e/ou com outro parente(pai.2%). também. irmão. (2) Responsável idoso morando com cônjuge.9 Fonte: IBGE. irmã.2000 Proporção de pessoas de 60 anos ou mais de idade.1 668 859 1 072 67. com escoadouros ligados à rede geral ou fossa séptica. Curitiba (21. Nota: Domicílios particulares permanentes.9 9. bisneto(a).1% na alfabetização de idosos Na última década. sem filhos e/ou enteados e/ou outro parente.3%) e São Paulo (20. mãe. com filho e/ou enteado e/ou com outro parente(pai. mãe.0 36. Entre os municípios das capitais. agregado(a)) (3) Responsável idoso morando sem cônjuge.7 17. residente em domicílios unipessoais Absoluto Relativo 1991 2000 1991 2000 985 610 1 603 883 100.8 Fonte: IBGE. outro parente. isto é. Os idosos em domicílios unipessoais são mais freqüentes quando residentes nos estados das regiões Sul e Sudeste. responsáveis pelos domicílios. 64. esta proporção atingia apenas 24% dos domicílios na região Norte.5 8.8% dos idosos declararam saber ler e . houve aumento significativo no percentual de idosos alfabetizados do País.3%).1 33. irmã.0 316 751 531 292 32. é mais recorrente a forma de organização familiar sem o cônjuge (93. responsáveispelo domicílios. nestes casos. Censo Demográfico 1991 e 2000. servidos de água proveniente da rede geral de abastecimento e com lixo coletado direta ou indiretamente pelos serviços de limpeza. tais domicílios são ocupadas pelas idosas viúvas. bisneto(a).Pessoas de 60 anos ou mais de idade. Em todo o País.9 55. irmão. Os dados do Censo Demográfico 2000 revelaram que 56.1 3. outra realidade para grande parte dos idosos responsáveis pelos domicílios. mas com filhos e/ou outros parentes na mesma casa. mas deve-se considerar as disparidades regionais encontradas nesse indicador: enquanto na região Sudeste cerca de 80% dos domicílios com responsável idoso possuíam saneamento adequado. em números absolutos e relativos. sem filhos e/ou enteados e/ou outro parente. Esta proporção representou um aumento de aproximadamente 26% em relação a 1991.5 Mulher 3 370 503 2. as maiores proporções de pessoas com 60 anos ou mais que moravam sozinhos estão em Porto Alegre (27. provavelmente. 55. No estado do Maranhão.1 anos para as mulheres).7% contra 62. enquanto em Rio Branco a média é de 2. mais alfabetizados do que as mulheres (67. os índices também melhoraram no período de 1991/2000.1 milhões de idosos analfabetos no País. o resultado do Censo 2000 revela.2). com aumentos significativos. Na comparação com 1991. a média de anos de estudos dos idosos responsáveis é bastante diferenciada: varia de 6. em 2000. 7. . Um dado curioso é que nas Unidades da Federação do Nordeste e do Norte.5 contra 4.3).0%. houve aumento nesta média para ambos os sexos. tanto na proporção de alfabetizados.5 anos de estudo no Maranhão.apenas 3. apesar dos avanços.2). em São Paulo.0 no Distrito Federal a 1. respectivamente. Em Florianópolis. ainda. por exemplo.7.2 anos de estudos. ainda existem 5. No caso dos idosos responsáveis pelo domicílio. em média. a escolaridade média dos idosos é bastante inferior à média encontrada para a capital. proporcionalmente. os homens continuam sendo. empataram com a menor média (0.6%. e Águas de São Pedro (7. Em relação ao gênero.7. ambos no Piauí.4 anos (3. esse percentual passou para 64. os idosos responsáveis têm. Já nos municípios das capitais. no Rio de Janeiro. Os dados fazem parte do Perfil dos Idosos Responsáveis pelos Domicílios no Brasil e mostram que.1% no período.escrever pelo menos um bilhete simples.8%. Quanto ao número de anos de estudo dos idosos responsáveis pelo domicílio. onde a população rural tem mais expressão. mas o crescimento relativo na média das mulheres foi maior do que o dos homens: 29. como no nível de escolaridade desses idosos. uma média muito baixa . têm a maior média de anos de estudo dos idosos no País e Novo Santo Antônio e Barra D´Alcântara. a média de anos de estudo nas capitais é bastante superior. já que até os anos 60 tinham mais acesso à escola do que as mulheres. o que representa um crescimento de 16. Niterói (8.2% e 25.5 anos para os homens e 3. essa média é muito superior. respectivamente). Entre as Unidades da Federação. São Luís: 1. um aumento de 40% .5%.00 para R$657.3% dos idosos no grupo de 60 a 64 anos tinham até 3 anos de estudos. no máximo. Entre os estados. 2. resultado este influenciado pela alta proporção de responsáveis de 75 anos ou mais de idade analfabetos ou analfabetos funcionais. enquanto o Rio de Janeiro tem a menor (38. Enquanto 53. 67. provavelmente resultado dos programas federais de alfabetização de adultos implementados nas últimas duas décadas.2%. nas áreas geográficas mais desenvolvidas os níveis educacionais dos idosos são melhores. a proporção passou de 7.5% para 10.Quanto ao analfabetismo funcional . De 1991 a 2000. Nos municípios das capitais verifica-se a mesma tendência das Unidades da Federação. rendimento dos idosos cresce 63% e passa de R$403. ou seja. Em 1991.4% dos idosos responsáveis pelo domicílio tinham.7%). Apesar dos avanços.1%).4% dos idosos tinham de 5 a 7 anos de estudo. Ainda assim. houve significativa melhora no período intercensitário.4% daqueles com 75 anos ou mais de idade foram considerados analfabetos funcionais. em 2000.00 Embora os dois últimos Censos tenham revelado que a renda média do idoso ainda . Para aqueles que concluíram pelo menos o ensino médio. 3 anos de estudo. essa proporção passa para 4. a proporção de idosos com escolaridade mais alta ainda é pequena. o Maranhão lidera com a maior proporção de analfabetos funcionais (82. 59. 00 168.018.00 474.0 Norte 300.00 477.00 399. de São Paulo e da fronteira agrícola dos cerrados (região Centro-Oeste e Rondônia).Rendimento médio mensal das pessoas com 60 anos ou mais de idade responsáveis pelo domicílio. como os do Sul. atingindo 63% entre 1991 e 2000 contra 42% da população de 10 anos ou mais. seguidos pelos demais estados da região Sudeste e Sul. a renda dos idosos na área rural representa cerca de 40% da urbana.796. o último.00 386.9 42.00 739.00 661. o Distrito Federal e o Rio de Janeiro têm os maiores rendimentos médios para os idosos (R$1.00 879. com destaque para essas últimas que apresentaram um crescimento no rendimento médio dos idosos de quase 77%. Nota: Domicílio particulares permanentes (1) Valores deflacionados pelo INPC com base em julho de 2000.00 72. entre as Unidades da Federação. com rendimento (em Reais) relativo Grandes 1991 2000 Regiões Tota Urban Rura Total Urbana Rural Total Urbana Rural l a l 63.7 80.0 66. com rendimento e respectivo crescimento relativo.00 297.00.00) e Carapebus (R$278.00 55.00 115.00 e R$1. com destaque para o Maranhão. Em geral.00 576. De 1991 para 2000.3 59.7 Oeste Fonte: IBGE.7 Sul 382.00 364. Já os estados do Nordeste têm os menores rendimentos.5 Centro440. Esse resultado é influenciado pelos altos índices de pobreza na área rural encontrados nesses estados. Essa tendência repete-se na desagregação por áreas urbanas e rurais. proporção similar a encontrada em 1991. o rendimento médio do idoso responsável pelo domicílio passou de R$403. seu crescimento foi maior. Entre os estados. .00 280.00 657.00 0 0 46.8 52.00 para R$657.00 546.00 197.00 279.00 398. o rendimento na área rural nos estados das regiões Norte e Nordeste representa. Censo Demográfico 1991 e 2000.00 789.00 224. Niterói é o primeiro em rendimento (R$1. Segundo os resultados do Censo 2000.00 37. Os dados revelam que não houve melhora significativa na última década.00 298. Essa diferença no crescimento da rendimento entre áreas urbanas e rurais reflete a desigualdade na distribuição dos rendimentos.00 730. têm rendimentos médio urbano e rural para os idosos bastante próximos.1991-2000 Rendimento médio mensal das pessoas com 60 anos ou mais de idade responsáveis pelo Crescimento Brasil e domicílio.00 502.00 438. menos que a metade do urbano.00 477. os homens ganham.00 contra R$500.1 72. Por outro lado. mais do que as mulheres: R$752. em média.2 Sudeste 536. R$287. há uma grande diversidade socioeconômica no País. em média.00 221.4 65.00. Observa-se que.00). Tabela8 .1 0 Nordeste 224.0 76.00 835.785.4 95. onde os idosos recebem.00 73.6 77. respectivamente). em média.00 198.00 438.00. os estados cujas áreas rurais são mais desenvolvidas. segundo as Grandes Regiões .0 Total 403. sendo que no corte por gênero.00 54.00 754.00.00 71.é menor do que a da população de 10 anos ou mais de idade. No Rio de Janeiro. em 2000 esta proporção cai para 44.058. um terço dos rendimentos médios de Brasília (R$1. e Campos de Júlio (R$3. a diferença mais significativa é da região Norte. o mesmo não acontece. os idosos de Rio Branco têm o menor rendimento médio (R$572. O menor rendimento médio dos responsáveis idosos em áreas rurais é do Nordeste (R$198. temos a região Sudeste. a proporção de idosos recebendo mais de cinco salários aumentou 7 pontos percentuais. No mesmo período.Nos municípios das capitais.8%.7% do rendimento na área rural das regiões Sul e Sudeste. em 2000 esta proporção passa para 39.1%).3% do mesmo rendimento no Centro-Oeste (R$546. Já para as idosas. existem disparidades entre os 5. em relação aos idosos. com os idosos residentes no meio rural de Minas Gerais recebendo. 63.790.00) e Florianópolis (R$1. equivalente a apenas 36. Entre as regiões. Já as regiões Sul e Nordeste apresentam maior homogeneidade entre as Unidades da Federação. em geral. também há desigualdade. Em seguida. Embora a renda proveniente do trabalho seja.00).507 municípios brasileiros pesquisados pelo Censo 2000: enquanto Água Limpa (R$3. Em geral.1%) recebia até um salário mínimo.00). mais da metade dos idosos responsáveis do País (52. observa-se que.305. responsável pela maior parte da renda familiar.00) ou a 49. ambos no Maranhão. Serrano do Maranhão (R$135. a proporção de idosos responsáveis que recebiam até 1 salário mínimo passou de 72.00). Ainda sobre o rendimento na área rural. Mesmo com a melhora no rendimento dos idosos responsáveis pelo domicílio. o que corresponde a. 45. os dados da PNAD mostram que.3% em 1991 para 65.796. no Mato Grosso. em 1999.7% do rendimento dos idosos das áreas rurais de São Paulo. quase 80% da renda era formada . têm os menores. se em 1991. em Goiás.00). No caso dos idosos homens.8% dos idosos responsáveis que viviam na área urbana recebiam até um salário mínimo. onde o rendimento médio do idoso nas áreas rurais do Amazonas corresponde a aproximadamente 54% do mesmo rendimento de Rondônia.00). O Censo 2000 também revelou um considerável aumento da população idosa que recebia em média mais de cinco salários. o estudo da distribuição dos rendimentos entre os idosos responsáveis pelos domicílios indica uma pequena melhora no período analisado: enquanto em 1991. os rendimentos de aposentadoria representavam o principal componente da renda (54.0% em 2000. têm os maiores rendimentos médios.00). Analisando-se cada área isoladamente. Já na área rural. os dados do gráfico 25 mostram que. em média. enquanto o rendimento do trabalho respondia por apenas 36%.5%. aproximadamente.00) e Cantanhede (R$139. 9 milhões. é considerado um fator de risco pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A Síntese também mostra como está a saúde da criança. cuja taxa passou de 4.8 milhões de nascimentos em 2009. sua saúde poderia estar em risco.br/home/presidencia/noticias/25072002pidoso. no período de 2001 a 2011. A redução também foi alta no grupo de pessoas com 25 a 29 anos. Em relação à educação. correspondendo a pouco mais que três milhões de pessoas.shtm Uma análise das condições de vida da população brasileira Você sabia que estamos vivendo mais? A publicação do IBGE.4 milhões.2% em 2001 para 1. 8. tratamento de esgoto ou coleta de lixo. E a maioria da população idosa de 60 anos ou mais é composta por mulheres: 55.7% do total. Observa-se queda entre os jovens de 15 a 24 anos. o abandono escolar precoce.pelos rendimentos de pensão e aposentadoria. Se onde ela mora não havia abastecimeno de água. O acesso aos serviços de saneamento básico também é considerado um fator importante para a saúde e desenvolvimento da criança. O baixo peso ao nascer. Os idosos com mais de 80 anos representam 1.7% da população total em 2011. o número de idosos a partir de 60 anos passou de 15. por exemplo. passando de 11. quase quatro vezes mais que outros países. ou seja.ibge. Comunicação Social 25 de julho de 2002 http://www. Do total de 2.gov. aumentando a exposição a doenças. 21. Essa taxa é de 32.gov.5% em 2011.5% das crianças de até 14 anos de idade. proporção de jovens que não havia completado o ensino médio ou não estava estudando na época em que foi realizada a pesquisa.br/es/noticias-teen/2821-uma-analise-das-condicoes-devida-da-populacao-brasileira essssseeeeeeee!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Dia Internacional das Pessoas com Deficiência .2%.5 milhões para 22. moravam em domicílios em que pelo menos um desses serviços não era adequado. o que significa com menos que 2.4% (242 mil) bebês nasceram com baixo peso.500 gramas. (Novembro/2012) http://teen. revelou que. é preocupante. Já o índice de analfabetismo melhorou. e sua incidência é maior entre os homens.5% para 7% no mesmo período. ou seja. Síntese de Indicadores Sociais 2012. 48.ibge. Em 2011. 2% eram homens (19.8 milhões). quase ¼ da população (23. com 67.537.5% dos portadores de deficiência eram mulheres (25.12. o primeiro levantamento censitário brasileiro tratou do assunto deficiência. O período contribuiu para a tomada de consciência da população mundial em relação ao assunto e para a definição de iniciativas com o sentido de melhorar a situação dessas pessoas. Chegando ao Censo 2010. O tema esteve presente também nos Censos Demográficos de 1890. em 1872. Depois disso. Mulheres e idosos são maioria entre os portadores de deficiência: Na pesquisa por sexo. a ONU convocou os estados membros a celebrarem a data com destaque com o objetivo de estimular a integração das pessoas com necessidades especiais na sociedade. 26. no Brasil.6 milhões de pessoas. para as três primeiras. . Já a avaliação por idade traz os idosos no topo da lista. auditiva. o que significa cerca de 45. Os resultados revelam que.9%) tinha algum tipo de deficiência. A data escolhida coincide com o dia da adoção do Programa de Ação Mundial para as Pessoas com Deficiência pela Assembléia Geral da ONU.8 milhões) e 21. motora e mental/intelectual e. E ao criá-la. 1920. o que não permite a comparabilidade direta entre esses levantamentos.On 03. também verificou o grau de severidade. a pesquisa investigou os seguintes tipos de deficiência: visual. em 1982. retornou em 1991 e 2000. a Assembléia Geral das Nações Unidas (ONU) proclamou 3 de dezembro como o Dia Internacional das Pessoas Portadoras de Deficiência.624). 1900.2013 Ao término do período de discussões e ações conhecido como “Década das Nações Unidas das Pessoas Portadoras de Deficiência (1983-1992)”. 1940. Mas bem antes disso.7% das pessoas com 65 anos ou mais apresentando algum tipo de deficiência (9. De um censo para outro. houve mudanças nos conceitos ou formulação das perguntas. 318 apresentavam algum grau de deficiência auditiva.774. Escolarização e Trabalho: Em relação à escolarização. e 2.599 possuíam deficiência motora.População e tipo de deficiência: Na avaliação por tipo. 9. o Censo mostrou que a deficiência visual atingia 35.536 eram portadores de deficiência mental/intelectual.611.392 de pessoas. 13. .1% das crianças de 6 a 14 anos de idade com deficiência frequentavam a escola.265.717. 95. Em relação aos adultos. quando deverá chegar a 228. ESSSSSEEEEEE!!!!!!! População brasileira deve chegar ao máximo (228. ela diminuirá gradualmente e estará em torno de 218. Esse é um dos destaques da publicação “Projeção da População do Brasil por Sexo e Idade para o Período 2000/2060 e Projeção da População das Unidades da Federação por Sexo e Idade para o período 2000/2030”.2% desses trabalhadores possuem carteira assinada. que o IBGE disponibiliza hoje (29/8/2013) na internet.6% do total de ocupados. Mais informações sobre as pessoas portadoras de deficiência no Brasil podem ser encontradas aqui. . A partir do ano seguinte. os trabalhadores com deficiência representam 23. sendo que 40.4 milhões) em 2042 A população brasileira continuará crescendo até 2042.4 milhões de pessoas.2 milhões em 2060. Alagoas. da esperança de vida ao nascer para o país e para as unidades da Federação e do saldo migratório (imigrantes menos emigrantes) internacional e interno. que estarão com esperanças de vida em 73. Roraima e Amapá ainda teriam cerca de 30 idosos para cada 100 crianças. acima citado.7 anos). hoje. que a idade média em que as mulheres têm filhos.1 mil em 2020 e 34. assim.ibge. Em 2027 o Rio Grande do Sul já teria um número maior de idosos do que de crianças. Os resultados atuais substituem os da “Projeção da População do Brasil por sexo e idade: 1980-2050 . São Paulo. espera-se que em 2030 ainda existam importantes diferenciais regionais na estrutura etária da população. Essas tendências são as mesmas observadas nos últimos anos. Goiás. A projeção aponta que o estado da Bahia continuará a ter as maiores perdas populacionais na comparação com estes estados citados.gov.U. Ceará. deve chegar a 28 anos em 2020 e 29.3 anos em 2030.6 mil e -39. Em termos de saldo migratório interno. ultrapassar Rondônia e Piauí. 29 de agosto de 2013.2 anos em 2060.) de hoje. Distrito Federal e Espírito Santo devem ter os maiores saldos positivos. As estimativas populacionais são fundamentais para o cálculo de indicadores econômicos e sociodemográficos nos períodos intercensitários e são. os .570 municípios brasileiros com data de referência em 1º de julho de 2013.443.3 mil. todos acima de 10 mil imigrantes. Já Santa Catarina. Maranhão.3l em 2030. no artigo 102 da lei nº 8.Além da projeção da população para o país e das unidades da Federação. mas deve chegar a 74. fecundidade e migração).8 e 73. respectivamente.9 anos em 2013. que. Observa-se. 37. o Maranhão deve ser o estado com esperança de vida mais baixa (71. respectivamente. O conjunto das projeções incorpora as informações mais recentes sobre as componentes do crescimento demográfico (mortalidade. A esperança de vida ao nascer deve atingir os 80. valores semelhantes aos observados nas Regiões Sul e Sudeste em meados da década de 2000.443. ao passo que Acre. até 20 dias após a publicação das estimativas. Nesse mesmo ano. todos acima de 10 mil emigrantes. mantendo a tendência observada nas últimas décadas. de 22 de dezembro de 1988. Contudo.Revisão 2008”. A tabela com a população estimada para cada município foi publicada no Diário Oficial da União (D. A evolução das componentes demográficas no período 2000/2030 resultam em um significativo envelhecimento da população em todas as Unidades da Federação.br/home/estatistica/populacao/projecao_da_populacao/2013/default.4 anos.0 anos em 2041. Santa Catarina deve se manter com o maior saldo migratório. e ao artigo 102 da lei nº 8. em 2020 e 2030 a projeção indica que Bahia. A publicação completa pode ser acessada pelo link http://www. entre outros indicadores. considerada na elaboração das hipóteses futuras para as projeções. também. Essas informações possibilitam uma visão atual da dinâmica demográfica nacional e estadual. as estimativas das populações residentes nos 5. com -46.2 anos já em 2020. que está em 26. um dos parâmetros utilizados pelo Tribunal de Contas da União na distribuição do Fundo de Participação de Estados e Municípios. Piauí e Pernambuco deverão ter os maiores saldos negativos (maior número de pessoas saindo do estado).0 anos em 2030 e. chegando a 81. por exemplo. Está previsto.O. obtidas através dos resultados do Censo Demográfico 2010 e dos registros administrativos de nascimentos e óbitos. a esperança de vida em Santa Catarina deve alcançar os 80. Já entre as unidades da Federação. Rio Grande do Sul. de 16 de julho de 1992. Esta divulgação anual obedece à lei complementar nº 59. a publicação traz projeções da fecundidade feminina por faixa etária. Amazonas. shtm O IBGE também divulga. da mortalidade. br/home/estatistica/populacao/estimativa2013/default. Os resultados das Estimativas de População 2013.1 milhões em 2020.O. atingindo o valor de 218. publicados no D. até 31 de outubro.0 milhões de habitantes. o IBGE encaminhará as estimativas definitivas ao Tribunal de Contas da União.shtm Em 2060.U. até alcançar o máximo de 228. quando começará a decrescer. atingindo 212. também podem ser acessados na página http://www. nível equivalente ao projetado para 2025 (218.3 milhões).2 em 2060.gov. . Em seguida.4 milhões em 2042. que decidirá conclusivamente.interessados poderão apresentar reclamações fundamentadas ao IBGE.ibge. população terá voltado a um patamar próximo ao de 2025 A população total projetada para o Brasil em 2013 foi de 201. Idade média em que as mulheres têm filhos deve chegar a 29. .50 filho em 2030. que vem decrescendo desde a década de 1970. da queda do número médio de filhos por mulher. A taxa de fecundidade total (número médio de filhos por mulher) projetado para 2013 é de 1. principalmente.3 anos em 2030 A redução esperada no nível de crescimento da população é decorrente.77 filho por mulher.61 filho em 2020 e 1. a projeção é de 1. em direção a um envelhecimento da fecundidade no Brasil.9 anos em 2013.Além da queda do nível de fecundidade. deve chegar a 28 anos em 2020 e 29. a idade média em que as mulheres têm seus filhos. . que está em 26. projeta-se que o padrão etário de fecundidade por idade da mulher também se altere.3 anos em 2030. conforme já vem sendo observado na última década. Segundo a projeção. vem provocando um envelhecimento acelerado da população brasileira. a esperança de vida ao nascer do brasileiro chegará aos 80. como o Acre. respectivamente. em 2060. acompanhada do aumento na expectativa de vida.42 filhos em média por mulher. para o Acre e 1. o que representa um ganho de 6. em 2030.5 anos para mulheres.38 e 2. que em 2013 chegou a 71. algumas unidades da Federação apresentam taxas de fecundidade muito superiores à média nacional. em 2013. com 2. Razão de dependência deve atingir valor mínimo em 2022 A queda da fecundidade. a proporção da população que teoricamente deveria ser sustentada pela parcela economicamente produtiva.3) . Rio Grande do Sul e Distrito Federal. com 2. o Amazonas e Amapá. os valores máximos da fecundidade serão de 1.3 anos para homens e 78. em média. São Paulo.75 filho por mulher Enquanto.9 anos para as mulheres.4 anos. representado pela redução da proporção de crianças e jovens e por um aumento na proporção de idosos na população. Para ambos os sexos. Santa Catarina. que eram de 46. O envelhecimento afeta a razão de dependência da população.0 em 2013 (ou seja. cada grupo de 100 indivíduos em idade ativa teria que sustentar 46 indivíduos) atingirão o valor mínimo em 2022 (43. deve atingir 78. respectivamente.59 filhos em média por mulher. ou seja.0 anos de idade em 2041.0 anos em 2041 A projeção indica que a esperança de vida ao nascer.7 anos médios de vida para os homens e 5. que é representada pela razão entre os segmentos economicamente dependentes (abaixo de 15 e acima de 64 anos de idade) e o segmento etário potencialmente produtivo (15 a 64 anos de idade).0 e 84. As razões de dependência. Esperança de vida ao nascer para ambos os sexos deve chegar a 80.Acre deve manter a maior taxa de fecundidade em 2030: 1.75 filho.45 filho em Minas Gerais. No outro extremo. a Bahia deve ter o saldo migratório com os maiores valores negativos. enquanto em 2013 esse percentual era de 7. São Paulo.1 anos. Santa Catarina. Comunicação Social 29 de agosto de 2013 http://censo2010. em termos de saldo migratório (entrada de imigrantes menos a saída de emigrantes). chegando a 82. quando as razões de dependência voltam a subir.4 anos. respectivamente.1 anos e São Paulo. serão observados em Santa Catarina. com 80.3 anos em 2030. nos dois anos são Santa Catarina. agora passa a ser de idosos. os valores de esperança de vida mais elevados. de 85.4 anos.3 mil. Rondônia. Já em 2030 essa posição deve ser ocupada pelo Piauí.2 anos e Roraima. de 79.7 anos. 71. Alagoas. os valores mais altos também serão de Santa Catarina. de 77. a principal parcela da população a ser sustentada.7 anos. de 70. com 73. Santa Catarina deverá manter a maior esperança de vida ao nascer Na projeção para as unidades da Federação. Contudo.4 anos. projetados para 2030.quando voltarão a subir.3 mil em 2030. Entre os homens. acima de 10 mil emigrantes. Os valores mais baixos serão os do Piauí. Entre as mulheres.gov. anteriormente composta majoritariamente por crianças.2 anos já em 2020. Distrito Federal e Espírito Santo. O processo de redução das razões de dependência. Rio Grande do Sul. de 68. Ceará. Santa Catarina deve se manter na liderança. com 84.8%. chegando em 2033 no mesmo nível verificado em 2013. que hoje já é a que tem a maior esperança de vida ao nascer para ambos os sexos. Maranhão. em 2020 e 2030. Nos mesmos anos.ibge.8 anos e do Pará.4%. No caso. Piauí e Pernambuco também terão saldos migratórios negativos ainda expressivos. o percentual da população com 65 anos ou mais de idade será de 26. -46. Goiás. o Maranhão terá a menor esperança de vida ao nascer em 2020. o maior saldo positivo A tendência dos volumes migratórios é de redução. acima de 10 mil imigrantes. proporciona ao país oportunidades decorrentes de uma menor parcela da população a ser sustentada pelo grupo economicamente ativo.0 em 2060. até atingir 66.1 mil imigrantes s em 2020 e 34. de 78. com um saldo de 37. esta “janela” começa a fechar-se.br/noticias -censo? view=noticia&id=1&idnoticia=2455& busca=1&t=populacao-brasileira- . a projeção indica que. Bahia deve ter maior saldo migratório negativo e Santa Catarina. de 77. Já as unidades da Federação que devem ter os maiores saldos positivos. conhecido como “bônus demográfico” ou “janela de oportunidade”.5 anos experimentarão as mais baixas esperanças de vida feminina.6 mil e -39. Em 2060. deve se manter nessa posição. seguida de Espirito Santo. é consultor sobre o tema no Brasil e no exterior e está coordenando a instalação do Centro Internacional de Envelhecimento. A projeção da inversão do perfil demográfico do país. ele comenta sobre a mudança do perfil do idoso brasileiro e como o país deve se preparar para encarar o envelhecimento como pauta de políticas públicas. no Rio de Janeiro. Com o aumento da população idosa no país. Aos 64 anos. inaugurou uma nova etapa na carreira de Kalache. o especialista acumula pelo menos quatro diferentes trabalhos.COM. Kalache foi o criador do Guia da OMS das cidades amigas dos idosos. médico geriatra. explica o médico geriatra carioca Alexandre Kalache. há dois anos. sediada em Londres. A aposentadoria compulsória como coordenador de projetos de envelhecimento na Organização Mundial da Saúde. ex-coordenador do programa de envelhecimento global da Organização Mundial da Saúde e consultor da Academia de Medicina de Nova Iorque Publicado em 31/12/2009 | ANNA PAULA FRANCO . quais as medidas mais urgentes que precisam ser adotadas pela sociedade? .deve-chegar-maximo-228-4-milhoes2042 O país está envelhecendo em meio a diferentes demandas Alexandre Kalache. com base em pesquisas em 35 cidades em todo o mundo. conforme pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). indica mudanças urgentes em políticas públicas e condutas sociais em relação ao idoso.TERCEIRAIDADE@GAZETADOPOVO. com mais idosos do que jovens em 2030. todos ligados a estudos da longevidade: é pesquisador da Academia de Medicina de Nova Iorque.BR      Comentários (0) O ritmo do envelhecimento da população brasileira aponta para um cenário que exige medidas criativas e visionárias. em 2007. Nesta entrevista. “O Brasil envelhece mais rapidamente do que outros países e temos o desafio de criar nossos próprios modelos de atenção a essa população”. embaixador do HelpAge International. Somente nas últimas duas ou três décadas começamos a juntar a isso o impacto da tecnologia médica com relevância para as doenças crônicas. A produtividade do indivíduo cai e. Este alguém é.. Hoje a esperança de vida do brasileiro está chegando aos 74. esgoto – há melhoras na nutrição. O ritmo do envelhecimento da população brasileira está mais acelerado do que em outros países? Em 2000. serão 2 bilhões: um aumento de 350%. o total de idosos no mundo era de 600 milhões. aumentado de 6 para 9 bilhões ou seja.7 bilhão em 2050. haverá necessidade de alguém prestar os cuidados. a esperança de vida andava por volta dos 30 anos. todos ligados a estudos da longevidade A questão é inegavelmente de desigualdades acumuladas ao longo do curso de vida. estamos falando em primeiro lugar do controle das doenças responsáveis por incapacidades. nunca foi tão bom envelhecer. uma mulher: não remunerada para fazê-lo. há um aumento do nível educacional (sobretudo das mães) fazendo com que a mortalidade infantil e da infância tenham diminuído.Divulgação / Câmara Municipal de São Paulo Ampliar imagem Aos 64 anos. E será nos países em desenvolvimentos onde este aumento será maior – dos 400 milhões em 2000 para 1. Quando há perda da independência estamos “lascados”. via de regra. Um ônus incrível. No ano 2050.. A população como um todo terá. água potável. comendo e se recreando bem. a expectativa era de 43 anos. no mesmo período. morando. E a sociedade paga por isso. tentando adivinhar o que e como melhor fazer. Mas quando falamos de qualidade de vida do adulto. Este aumento se deu nas medidas de Saúde Pública – saneamento. sem treinamento específico. 50 % de aumento. Mais ganho em anos que ao longo da história da humanidade – da Antiguidade até o início do século 20. Em 1945. com acesso a bons planos de saúde. além do mais. Para os idosos ricos. o especialista acumula pelo menos quatro diferentes trabalhos. . aí virão as poucas crianças que estão nascendo agora. 30 anos atrás significam que há muitas mulheres em idade reprodutiva (e muitas só tendo seus filhos tarde. a partir dos 30 anos). de construção de estradas à geração de empregos decentes. mas o Brasil será um dos campeões. o Japão. Em 1975. há que lembrar que para ter mais de 60 anos daqui a quatro anos. Ou seja. exportando políticas sustentáveis para uma nova realidade demográfica. quando fiz minha tese de mestrado em Londres e ousei prever que o Brasil ia envelhecer e rapidamente. estamos falando de uma população de idosos que já é adulta hoje. me chamaram de maluco. tão rapidamente em paralelo a outros grandes desafios para conquistar o pleno desenvolvimento. Aquilo que nunca havia acontecido na história da humanidade estará acontecendo em quatro décadas: ser possível envelhecer assim. diminuímos de seis para dois filhos por casal. sugerindo que nossa população venha a encolher. com recursos ainda capengas. Mas ousei dizê-lo porque estava olhando para o processo de modernização que já experimentávamos e o surgir de métodos contraceptivos eficazes. em 2050 chegaremos a 60 milhões contra os 21 milhões de idosos de hoje. dos 9 % atuais. confiáveis e baratos. em menos de 20 anos. Outros países envelheceram também rapidamente. estaremos repetindo a história velha da desigualdade: privilegiaremos alguns e a massa dos idosos ficará de fora. Agora. E devemos aceitar este desafio como uma oportunidade: se formos mesmo tão imaginativos como pensamos. Até porque os modelos de políticas dos países já envelhecidos não nos servem. Para o Brasil. Daqui a pouco passaremos a ser uma população que encolhe – como a Rússia. . O que acelera o envelhecimento populacional do Brasil é a diminuição no numero de jovens. basta ter 20 hoje. A diferença é que daqui a 30 anos eu provavelmente não esteja por aqui para saber se desta vez terei errado em minha ousadia. disputando com outras demandas – de educação dos jovens à dengue. Não será de imediato: nossas altas taxas de fecundidades de 20. E quais as consequências desse novo perfil demográfico? Conseguimos esta conquista social: envelhecer. Não deu outra.No Brasil. Há duas ou três décadas nossa natalidade caiu de forma vertiginosa. o Brasil tem uma excelente oportunidade: ser pioneiro no desenvolvimento de políticas que permitam a países ainda em desenvolvimento virarem um laboratório social. Se as copiarmos. talvez me chamem de novo de maluco. a Alemanha de hoje. Não será fácil. Nós dobraremos a proporção de idosos. o desafio vai exigir muita criatividade. Não é não. As mudanças são urgentes? Quando a gente fala de 2050 tem gente que diz : “mas isso será daqui a muito tempo”. Em praticamente uma geração. Por outro lado. Mas quando este bojo populacional passar. ficam para o resto da vida. quando se instalam. nem satisfatório. dos recursos humanos em relação ao envelhecimento. terem a função de formadores. E. São problemas que. cirurgia geral. ortopedia. a forma de envelhecer bem reside no comportamento. 2050? A idade de 60 anos não vai ficar defasada diante da longevidade do brasileiro e das suas condições gerais de saúde e produtividade? Vamos ter de reinventar o curso de vida à medida que as sociedades envelhecem. Com a velocidade de inovações tecnológicas.O aumento dos idosos e a queda de crianças e jovens não força um novo olhar sobre políticas de atenção? Um dos grandes desafios é o despreparo. nos estilos de vida que adotamos. E o idoso de hoje. em geral. de treinar os demais médicos e estudantes. na nossa atitude em relação ao próprio envelhecimento: sendo positivos. vai precisar escolher Pediatria ou Obstetrícia ou deve aprender tudo o que puder sobre envelhecimento. 1862-1890] criou a Previdência Social. Eles são necessários por deterem o conhecimento e portanto. gastroendocrinologia. teremos de intercalar períodos de produtividade com períodos de aquisição de conhecimento. Aprendem tudo sobre bebês. não para o 21. Se o médico quiser “escapar” dos idosos. E dai você terá especialistas que estarão lidando com idosos o tempo todo. é investindo nas etapas da vida anteriores. Ou seja. mas. sem perda da independência. Reciclar será cada vez mais a tônica. Seja qual for a especialidade que um jovem escolha – endocrinologia. pois isso lhe será extremamente útil. ativos física e . fazia sentido aposentadoria aos 65: poucos chegavam lá e. Estou falando para a camada da população para a qual esta divisão é real. medicina de família – esses jovens doutores vão se deparar em sua prática profissional com o grupo da população que mais cresce e que tem mais enfermidades crônicas. não são pacientes com doenças infecciosas que de regra ou matam ou se curam em pouco tempo. E vão passar o resto da vida tratando de idosos. E não estou falando de formar mais geriatras. não duravam muito mais e já estavam sem condições físicas de seguir trabalhando. A única forma de assegurar uma velhice com qualidade de vida. Há uma necessidade imperiosa de mudar o currículo de nossas escolas médicas. A forma tradicional – de um terço estudando/se preparando. criancinhas e mulheres grávidas. Nossos médicos estão sendo treinados para o século 20. E a ideia de aposentadoria compulsória por volta dos 60 também vai caducar. portanto. Quando o Bismark [Otto Von Bismark. será impossível aprender tudo no início da vida. Qual será o perfil do idoso em 2030. Haverá progresso tecnológico sim. o segundo trabalhando e o terceiro “se recreando” – não vai ser sustentável. como deve encarar o envelhecimento? Envelhecimento requer uma perspectiva de curso de vida. quando chegavam. na essência. com saúde. cardiologia. chanceler prussiano. A população de idosos está aumentando no mundo todo. No passado havia (por vezes paternalístico e falso) o “respeito” pelo idoso. confuso.br/vidaecidadania/conteudo. dando a volta por cima das dificuldades que ele mesmo impõe. tradicional. A maioria vivia de favores da família. a sociedade continuará os considerando como tais. estaremos envelhecendo bem. estamos nos referindo a um grupo que abrange indivíduos desde os 60 até os 100 anos. as pessoas estão vivendo mais. Não esperar aos 80 anos ter a velocidade ou a rapidez que tínhamos aos 20 ou 30.gazetadopovo. No entanto. Um dos problemas relacionados a tudo isso é que olhamos para os idosos como se fosse um grupo homogêneo quando. que dirão de amanhã. independentes. Voltar atrás não só é impossível como tampouco de interesse para a maioria dos idosos de hoje. Naqueles tempos nem tudo era tão maravilhoso. teve pouco tempo para se diferenciar entre si. Um grupo de adolescentes é muito mais homogêneo. Idosos ainda são vítimas de muito preconceito. passivo. Os idosos refletem toda uma vida de experiências extremamente diversas. na verdade. Por isso. o aumento da expectativa de vida já começa a exigir de sociedades e governos novas ações para enfrentar o . http://www. de subjeção. o que sempre representa uma situação vulnerável. mas aceitar que. Kalache fala dos benefícios de um bom envelhecimento e defende políticas públicas adequadas para atender os idosos Paulo Markun: Boa noite. mas acabam na mesma gaveta. O papel fundamental aqui cabe a mídia.mentalmente. Os padrões de beleza e eficiência excluem o idoso. conservador.com. Enquanto forem perpetuados os estereótipos do velho gagá. rural. nem sempre estão vivendo melhor. Isso vem mudando ao longo dos anos? Ainda somos uma sociedade excessivamente orientada para os jovens.phtml? id=959238 Alexandre Kalache 23/1/2006 Nascido durante a primeira geração do baby boom. Mas eram poucos e refletiam valores de uma sociedade patriarcal. O respeito ao idoso era proporcional ao seu valor econômico. desde que mantenhamos nossa capacidade funcional no mais alto nível possível. Então. Paulo Markun: Envelhecer é bom mesmo? Alexandre Kalache: Envelhecer é ótimo. Kaizô Beltrão. na história da humanidade. sub-editora de medicina e bem-estar da revista Isto é. Envelhecer. Paulo. o que você estaria fazendo naquela noite especial. que já não é só para a elite e que a maioria está envelhecendo. é um valor universal. O Roda Viva conversa. aliás. Alexandre Kalache trabalha há quase 30 anos na Europa sempre ligado às questões da terceira idade. Lena Castellón. começa desde muito cedo. e como o programa desta noite está sendo gravado (em 05/12/2005 e exibido em 23/01/2006). Paulo Markun: Dormindo. Danilo Miranda. E agora que a gente está chegando aí. Mas eu garanto que a maioria. professor. Feche o olho e pense. Eu pediria até que. é um fato sem precedentes. Como nós chegamos hoje aqui com a nossa esperança de vida .envelhecimento. E para isso. pesquisador da Escola Nacional de Ciências e Estatísticas do IBGE. O Roda Viva é transmitido em rede nacional pela rede pública de televisão para todo o Brasil. mas numa boa. Agora. a saúde é importante. da Inglaterra. Alexandre Kalache: Boa noite. Paulo Markun: A gente quem? Alexandre Kalache: Todo mundo. para envelhecer bem a gente tem que investir nesse processo de envelhecimento. com profissionais e etc. e que a maioria pensou como você. de 85. que envelhecer já não é a norma.. diretor regional do Sesc do estado de São Paulo. Japonês ou brasileiro. editora especial de ciência e tecnologia da TV Cultura. Mônica Teixeira. O entrevistado desta noite acha que envelhecer não é um problema. com o médico carioca Alexandre Kalache. Doutor em saúde pública pela Universidade de Oxford. chegando aos 85. para garantir que a gente possa chegar bem na terceira idade é um processo de curso de vida. esta noite. ele não permite a participação dos telespectadores. é a norma. não estando excluído. porque eu já fiz isso muitas vezes com grandes audiências de leigos. Só penso na alternativa e só tem uma: morrer cedo. E é exatamente o que a gente quer. publisher da revista Viver. Você estará ativo. Alexandre Kalache: Paulo vai estar dormindo [Risos]. festejando. Desde 1995 está no Programa de Envelhecimento da OMS e tem percorrido o mundo com a sua mensagem de envelhecimento ativo e de políticas públicas para melhorar a vida social e a saúde dos idosos. Até hoje. médico e redator da Folha de S. Já não é a exceção. as pessoas que estão nos assistindo fechassem os olhos e imaginassem o que elas estariam fazendo na noite em que completariam 85 anos. ruim é morrer cedo. Alexandre Kalache: Juventude. Julio Abramczyk. chefe do Programa de Envelhecimento e Saúde da Organização Mundial de Saúde [OMS]. a humanidade buscou essa fonte da.. presidente da Academia Brasileira de Anti-envelhecimento. E a saúde vem em primeiro. A gente já nasce e começa o processo de envelhecimento. Temos também a participação do cartunista Paulo Caruso. essa é a grande conquista. celebrando com a família. neste momento. chegar aos 85 e ir além. nós convidamos: o doutor Kose Horibe. participando da sociedade. Luciene Craveiro. registrando em seus desenhos os momentos e os flagrantes do programa. Paulo. todo mundo quer envelhecer. Boa noite. Paulo Markun: Juventude. é uma conquista. Para entrevistar o médico Alexandre Kalache. como você disse na apresentação. Todo mundo quer envelhecer. envelhecer bem. Que ficar mais velho é bom. professor. E. digamos. por exemplo. não chegavam nem aí. O resto é meio debatido. que tenha. está envelhecendo e o que a gente precisa é exatamente um hospital geriátrico. acho importante talvez. as nossas estatísticas são em geral 60 e 65. E por serem numericamente importantes nos países que forçam as mudanças sociais. digamos. a população idosa vai crescer cada vez mais. muito bebê nascendo. a juventude. valorizar a pessoa velha. Vai ver porque a minha mãe já passou dos 85. E. .no Brasil praticamente em 72 anos. Danilo Miranda: É. não só da morte. por outro lado. completa 60 anos. no esforço. a revolução sexual. é uma discussão antiga. Poderia ter sido um pouco mais ou um pouco menos. Elas não vão estar acomodadas. era maternidade. Quer dizer. 85? Alexandre Kalache: Foi abstrata. no dia primeiro de janeiro. como também da velhice. mas ela não acha. a primeira criança que nasceu em 1946. digamos. Então. elas vão exigir direitos. de poder realizar as atividades. que é quando a gente começa a contar essa geração tão especial. quando Bismarck [(1815-1898) responsável pela formação do Estado alemão] inventou o seguro social não era. Mas. de fato. que é a geração que. que são exatamente aqueles ativistas dos anos 1960. Então. de modo a valorizar o idoso. Danilo Miranda: É aí que é o ponto. Então. uma construção mental. na verdade. foram sempre. tecnológico etc. sendo exibido em 23/01/2006] o primeiro baby boom. sabe o que é hoje? Um hospital geriátrico. elas vão colocar pressão. que continuou por lá. na medida em que uma geração muito especial.. A partir daí. um usufruto imediato de tudo. que revolucionaram a forma como a gente vê hoje a adolescência. na verdade. 85 para mim é uma idéia que eu tenho. da sociedade toda para valorizar. eles estão muito mais. das coisas. em 1945. como tinha muito nascimento. A nossa sociedade é toda voltada para um imediatismo. no meu tempo de vida o que era uma facilidade de saúde. Então. Onde o jovem é o que predomina na imagem da mídia. O que fazer. Daqui a poucas semanas. enfim. acabei de fazer 60 anos. hoje essa geração da minha para trás. vão envelhecer gritando. isso vai se corrigir. da capacidade. muito mais engajados politicamente e são muito numerosos nos países que. com relação a isso. do próprio enfraquecimento físico.. graças ao desenvolvimento científico. Eu não digo que vai desaparecer totalmente. cada vez em maior quantidade. formam a opinião pública. Mas isso vai se corrigir aos poucos. assumido já uma postura. eu acho que ela já está idosa. há 100 anos atrás. mesmo nos países mais envelhecidos. inclusive.. a grande questão é: como se vê isso hoje no mundo? Como a sociedade está enfrentando a situação de ter pessoas idosas. [o programa foi gravado no dia 05/12/2005. essa posição? Alexandre Kalache: É. eu nasci em um prédio em Copacabana que era uma maternidade chamada Arnaldo de Moraes. um caminho. na sociedade. O preconceito em relação ao envelhecimento é uma batalha. Mas que tem as suas limitações naturais decorrentes da própria. Existe uma negação. uma certa desvalorização cultural que aparece diante desse fato? Alexandre Kalache: Danilo. existe uma discussão na sociedade em torno da imagem do velho. para um aproveitamento. [Risos] Então. Porque a esperança de vida. Quando eu nasci. eu vejo a sua defesa dessa questão muito bem colocada. que é meio baixo.. com 85 a gente já envelheceu. Mas eu acho que para todo mundo. que nós temos que enfrentar daqui para a frente. como a gente com freqüência diz. sobretudo a Europa. nos Estados Unidos e na Europa se chama de o baby boom. trata-se de algo que vem dos países hegemônicos. Mônica Teixeira: E por que o senhor escolheu essa idade. virá essa massa de pessoas que vão. são os serviços de saúde que a gente tanto critica. mais complica toda essa situação. em uma fração de tempo. o debate é muito mais complexo. praticamente. evidentemente. a gente vai se influenciar também. que só tem uma solução: debatermos muito para chegar a um envelhecimento bom para todos. e de repente. a Malásia etc. é imensamente maior. um rendimento. O senhor é um exemplo de um sexagenário que trabalha. . a China. primeiro. os Estados Unidos ou Japão. Então. Ásia. estão envelhecendo muito mais rápido do que uma França. autor de A comédia humana. No Brasil. E. de Honoré de Balzac (1799-1850). Eu tenho privilégios que a maioria da população não tem. qual é a garantia de que essa massa de pessoas pobres . as moças com 30 anos são "crianças" e a antiga balzaquiana [referência ao livro Mulher de 30 anos. estava bem consciente que o que aconteceu no Brasil era também um reflexo e uma resposta ao que estava acontecendo lá fora. que quanto menos mulheres disponíveis . eles envelheceram porque eram ricos e hoje o Brasil. Os países que até hoje envelheceram. Urbanização. como participei do movimento estudantil em 1968. muitas vezes não por opção. a Tailândia. Porque 60 anos hoje é. E envelhece em um contexto social muito diferente. em 20 anos será a mesma coisa. essas pessoas estão excluídas? Não estão participando. Mas a definição da ONU [Organização das Nações Unidas] é a partir dos 60 a 65 anos de idade já é um idoso. ou no Japão. um dos mais extraordinários e completos escritores de todos os tempos. quando têm. O que a gente tem como grande desafio é que os países desenvolvidos. E como fazer que essas sociedades. mas de qualquer forma. em uma geração. estamos falando em termos globais . porque essa se resolve. os adultos desempregados de hoje . América Latina e etc. Os países como o nosso estão envelhecendo antes de serem ricos. Nós vamos ter esse mesmo dobrar em.eu estou falando da mulher que teve oito filhos. em grande número. Atualmente.as crianças doentes de ontem. entre outras obras de sua vasta e diversa produção literária] é a mulher de hoje com 60 anos. ele é. a França levou 115 anos para dobrar de sete para 14% a proporção de idosos. exatamente.como é que essa massa de pessoas poderá chegar bem na velhice se. [Risos] Mas eu acho que 60 anos é um patamar. Isto nunca aconteceu na história da humanidade. Ou seja. uma geração. evidentemente para a população nos países em desenvolvimento.. que ainda não estão enriquecidas. Por exemplo. Então. quando têm acesso aos serviços de saúde. Então. [Risos] Alexandre Kalache: Eu já nem sei se isso foi um elogio ou ataque. É um patamar que não cabe muito a mim. Não têm acesso. é precário. quanto menos mulheres disponíveis para tratar dos idosos que estão cada vez mais numerosos. Julio Abramczyk: O senhor disse que a idade ideal do idoso seria de 85 anos. em uma fração de tempo. mas porque tem que ajudar financeiramente a família.Danilo Miranda: Quer dizer. se nós considerarmos o mundo como um todo. não é? Alexandre Kalache: Muda. francês. a problemática. Mas os 60 anos para a população universal. têm. África. enriqueceram e depois envelheceram. eu estou envelhecendo dentro de um processo que eu acho bom.a mulher sempre é a que está lá quebrando o galho e resolvendo os problemas da sociedade então. mas a construção social do envelhecimento vai mudar nos próximos 20 anos em função. porque eu tive acesso às informações. a situação muda um pouquinho. A sociedade aceita esse tipo de idoso? Alexandre Kalache: Qual tipo de idoso? Julio Abramczyk: Acima de 60 anos. países em desenvolvimento e países ainda mais pobres que o nosso. não têm as condições encontradas no norte da Europa ou nos Estados Unidos. participação da mulher na força de trabalho.. Por que. envelhece. desse [geração] baby boom envelhecer. onde você tem grande parte da população fora desse circuito dos baby boomers. não só para a elite. Então.e acho que a gente depois vai poder debater mais sobre isso . as estatísticas são de 65 anos. eu estou falando do trabalhador que trabalha 11. é um problema mais cultural. São fatores de estresse. Anti-envelhecimento. Paulo Markun: Kose. ou no norte ou no sul. uma geração especial. Kose Horibe: Kalache. por ser muito numérica e por ter acesso à informação de uma forma sem precedentes. os 60 anos. E quando eu falei dos 85 é porque aí já não há disputa. matar. Não a exceção daqueles que estão envelhecendo bem nos países mais desenvolvidos ou da nossa elite. para isso e aquilo. a gente continua com um excesso de mortalidade para as camadas mais pobres. Então. Até eu diria do nosso sistema imunológico. por exemplo. fazendo comparação com essas pessoas desfavorecidas. conforme a maneira de modo de vida deles. e para a saúde em geral. Então. tem um fator social que é muito importante. as taxas de mortalidade nos países mais ricos em que essas pesquisas já foram feitas. são os determinantes sociais.. contra o envelhecimento é “pum”. Mais ou menos em que eles se basearam para construir uma vida mais saudável? Inclusive. Mais e mais indivíduos. à informação. Às vezes. ele começa no pessoal e acaba por acumular o pessoal. ele não cabe em uma platéia. São pessoas bem informadas. envelhecimento . dentro dessa visão aí dos baby boomers. com acesso a todo o tipo de serviço de informação. para dieta. nós ouvimos sempre essas informações. por exemplo. A pessoa de 85 anos é hoje uma pessoa que. políticos e dirigentes. para um envelhecimento saudável. para a maioria da Ásia. você poderia estar discutindo conosco quais são os critérios ou mudança de estilo de vida que eles adotaram. chegasse a essa revolução toda que a gente observou e continua observando. todos os fatores de risco para essas doenças crônicas . nós podemos estar pensando aqui no Brasil? Alexandre Kalache: A construção. é uma pessoa que já envelheceu. na Academia Americana de Medicina Anti-envelhecimento. morrer cedo. Nós falamos muito em envelhecimento saudável. por isso que eu digo que é um grupo especial. para exercício físico. depois que a gente ajusta os dados para fumo. em um grupo como esse. para nós na América Latina. eu só tenho uma solução para não envelhecer. você falou de anti-envelhecimento. Depois da guerra [Segunda Guerra Mundial] houve uma explosão de oportunidades e isso fez com que essa geração. médicos. 12 horas por dia e que enfrenta uma condução péssima e chega em casa com todas as problemáticas sociais. Os 60 anos é um marco importante.subnutrida. até talvez polemizando um pouco. Você falou de outra coisa que eu gostaria. Bom. são fatores de exclusão. Anti-envelhecimento. A gente sabe hoje que. que é a definição das Nações Unidas. Uma massa de indivíduos que teve acesso à educação. Kose Horibe: Ou é pessoal? Alexandre Kalache: Se a gente. Kose Horibe: Então. eles têm sido uma referência. ela parte. em primeiro lugar. que está envelhecendo super bem. Então. E isso é o que caracteriza a imensa maioria da população idosa do mundo.. Não há dúvida de que os determinantes mais importantes.. são fatores de cidadania que influenciam a nossa saúde..mesmo depois de ter ajustado os dados para tudo isso. Mesmo que se comportem super bem com aqueles estilos de vida todos que a gente sabe que são bons. de difusão cultural de informação? Alexandre Kalache: As coisas se a gente for. nos desenvolvidos ou nos menos desenvolvidos. da formação das pessoas. você tem um coletivo que é importante. elas acabam ainda com uma mortalidade mais alta do que os nossos advogados. E. em uma visão mais global. Sobretudo nesses países que têm um impacto muito grande na formação. são pessoas integradas à sociedade. Mas ele cabe para a África. basicamente. Kose Horibe: Exato. não para aqueles que têm acesso. O "anti" é sempre contrário. nós sabemos que há um trabalho bastante grande da saúde pública e dos órgãos governamentais. E agora. fazendo com que essas políticas em relação ao envelhecimento saudável possam se tornar uma realidade. para a elite você não precisa do ato governamental. Kose Horibe: Mas foi com o interesse. nós estamos acompanhando e assessorando. O ministro Saraiva Felipe decretou. do anti-envelhecimento. com muito lucro por detrás. a finalidade foi exatamente poder compreender as tecnologias atuais e aplicar no Ato Um da Organização Mundial de Saúde. a primeira pergunta é: o Ato Um. Julio Abramczyk: É levado para um lado negativo. O que muitas vezes não é. vieram umas teorias não científicas. Porque dá essa idéia de que é anti-envelhecer. E é importante que as pessoas que possam realmente fazer atividade física encontrem no meio ambiente onde moram. Como? Julio Abramczyk: Pode mudar para "a favor do envelhecimento". bem sucedido. essa coisa afasta ou assusta as pessoas. que coloca todas as disciplinas que podem colaborar para a manutenção da saúde. na prevenção das doenças crônicas. que depende estritamente do ato médico.. [VT de Shirlei Campos]: Nós somos da Academia Brasileira de Medicina Antienvelhecimento e como nossa Academia se pauta pelos dois itens principais: o Ato Um e o Ato Dois da Organização Mundial de Saúde. Mas a palavra.. Julio Abramczyk: Pode mudar para "a favor do envelhecimento". Então. você precisa do incentivo governamental para facilitar que a opção saudável seja a opção mais fácil. E as coisas que a gente ouve falar em prol desse anti-envelhecimento não estou em absoluto colocando que seria a sua posição . mas só para poder explicar ao amigo. não baseadas em evidências científicas. infelizmente vieram também os charlatões.. Paulo Markun: E nós retomamos a entrevista com a pergunta da doutora Shirlei Campos. que decretou que o envelhecimento é uma prioridade da sua administração. dar prevenção.não querem envelhecer.ativo. não baseadas em pesquisas. há 12 anos.mas há muito charlatanismo. não é? Alexandre Kalache: Eu diria infeliz. Alexandre Kalache: Porque é um nome. ativo. fazem aquela revolução nas suas vidas. E acho que chamar de envelhecimento saudável. Não adianta saber que é bom comer brócolis se a gente não tem o dinheiro no bolso para comer o tal do brócolis. tem sido realizado no Brasil ou qual o trabalho que tem sido realizado pela Organização Mundial de Saúde no Brasil? O Ato número dois.como já se disse aqui . Kose Horibe: É foi com esse interesse de chamar realmente a atenção. Então. não no . não envelhecer. esse objetivo principal do anti-envelhecimento.talvez o nome. E atrás dessa indústria. negativo. positivo. ou esse rótulo anti-envelhecimento não é nesse [sentido] que a gente escuta. quando o americano. escreveu ou instituiu o anti-envelhecimento. mas como a Organização Mundial de Saúde tem visto esse trabalho governamental? E onde a gente ainda pode colaborar para melhorar a prevenção individual de saúde? Alexandre Kalache: Nós tivemos um ato inédito do novo ministro da Saúde. é um rótulo. Porque as pessoas . agora em setembro.. pagando caro aos que prestam esses serviços do anti-envelhecimento. e desde então. colega Kalache. Ou seja. de novo eu digo. que vai determinar como nós iremos viver. antes. a quantidade de velhos nos países menos desenvolvidos aumentou muito mais rapidamente do que aconteceu nos países ricos. elas têm um desfecho assim dramático: ou mata ou cura em questão de dias. da Segunda Guerra Mundial. em que você sai para fazer o seu passeio na rua e é atropelado. E aí. Mas ele não tinha muito como atuar. de doenças . que o envelhecimento. Mônica Teixeira: O senhor disse no primeiro bloco. a esperança de vida era 43 anos. O que aconteceu foi que as pessoas passaram a sobreviver das causas de mortalidade infantil. digamos. Era mais a presença do médico de família que chegava e escutava e etc. nesses 100 anos nós ganhamos muito mais anos de vida do que toda a história da humanidade. você não morre mais. Alexandre Kalache: Mas essa alta tecnologia. ela não é tão prematura como foi antes. tem uma cama e a pessoa deitada na cama e um médico ou uma enfermeira entra e tal. nos filmes de medicina tem uma parafernália. eu sou da primeira geração de bebê que conheceu a penicilina. o sinônimo melhor ou a palavra que melhor combina com o envelhecimento é solidariedade. E enquanto a gente não aceitar esse desafio e esperar que seja o governo que vai decidir. quando eu nasci. não é por seleção natural não. é a solidariedade entre o privado e o público. Mônica Teixeira: Quer dizer. passa toda a poluição que você vai respirar e acaba sendo contraprodutivo aquilo que você está fazendo. É a solidariedade entre o rico e o pobre. bem sustentada por toda a iniciativa privada pública. Alexandre Kalache: Alta tecnologia. não havia praticamente ciência. assistir filmes antigos de 50 anos atrás quando ele se passa em um hospital. sei lá. Você olha o quarto de hospital e não tem nada. Então. que você vai ter um risco maior de câncer. Depois que você chega à idade adulta. Mônica Teixeira: É muito interessante. o senhor está dizendo que uma condição de vida pior leva a uma morte mais prematura? Alexandre Kalache: Ainda que seja mais prematura. deixa eu fazer uma coisa bem rápida. que facilite essas escolhas. as armas que existiam antes para combater essa mortalidade precoce. para que esse desafio de um envelhecimento saudável seja realmente uma opção pessoal. Mônica Teixeira: Pois é. mas que passa por uma parceria. Por exemplo... por outro lado. que é certamente do governo. são conquistas da saúde pública. sobretudo na infância do jovem. não adianta. Por exemplo. aumentou praticamente 30 anos o meu tempo de vida. para isso é preciso que você necessite de um esforço. O que houve na demografia mundial que fez isso acontecer? Se justamente. ela não é tanto para prevenir e para tratar das doenças que matam rápido. é a solidariedade entre o jovem e o idoso. praticamente ninguém morre hoje de poliomielite no Brasil. até então. em minha geração. você tem armas potentes que não existiam antes. pelo governo. vamos dizer assim. Se a gente for um pouco para trás. A gente é que tem que fazer o esforço no final do dia. do início do século passado para o início do século agora XXI.meio ambiente de São Paulo. Você não morre mais de varíola. E eu sempre repito isso: o envelhecer. Então. vamos dizer? Alexandre Kalache: Por um lado. hoje você vê. Até. Julio Abramczyk: É uma seleção natural? Alexandre Kalache: Não. que são as doenças infecciosas. alicerçada. antibiótico não existia antes. Essas doenças. há uma massa grande de indianos. envelhecimento ativo. naturalmente. de cuidados crônicos. não é? . possam lidar melhor com a problemática de doenças crônicas. toda essa problemática que entra forte. Paulo Markun: Lena. médico pesquisador sul-africano. tinham um meio ambiente ali dentro do útero não adequado e que nascerem com baixo peso. quando submetidas a uma nutrição excessiva de calorias. São essas as crianças que mais tarde. o ser humano é praticamente jogado a esmo. que a mãe recebeu uma nutrição baixa e que essas crianças. aos oito anos. de diabetes. de diabetes. Kose Horibe: Não. envelhecer de forma ativa. Fazer com que todos os médicos. vai ser muito importante na determinação ou não de risco de doenças que vão acontecer muito mais tarde. o senhor falando de envelhecimento saudável. Então. Alexandre Kalache: Mas eu estou colocando que o envelhecimento ativo. Então. de fato. não é só ficar sem doença. É o que acontece com a maioria do sistema de saúde. Bartel. na adolescência. Então. Porque é na infância. Geefhuysen sobre desnutrição infantil. da adolescência. quando ainda no desenvolvimento fetal. Lena Castellón: A gente estava falando aqui. o senhor quer dizer? Alexandre Kalache: Como se fossem problemas agudos. hipertensão.. Griesel. incluindo. aí é que o desafio é muito maior. em estudo feito por P. I. Nós ainda estamos muito precários com relação à atenção primária. você tem necessidade de investimento em doenças crônicas. que tem dois anos. Kose Horibe: A partir de que idade deve-se iniciar esse tipo de profilaxia. em função de uma subnutrição da mãe. Freiman e J. Nós ainda estamos lidando com a diabetes. enfermeiras. Porque você não tem as armas mágicas que você tinha para poder combater a mortalidade infantil. por exemplo. de obesidade. [Risos] Tem que começar desde cedo. depois que você entra na idade adulta. porque aos dois anos nós temos puericultura [ramo da medicina que trata do desenvolvimento infantil]. R. esse é a grande. desde a infância. O que é. E a puericultura vai até o final da adolescência. ainda na fase embrionária. ele começa na infância. até antes de nascer. a partir daí. do que tem os embriões que são bem alimentados desde aquela fase antes de nascerem e que levam a sua vida toda. com o título "Long-term effects of kwashiorkor on the electroencephalogram"] que mostra que a criança de baixo peso. É a alimentação que essa criança tem aos dois. com uma nutrição mais equilibrada. dos 20 aos 30 anos. que os hábitos saudáveis são adquiridos. assistentes etc. Mônica Teixeira: Como se fosse um problema agudo. a obesidade etc. entre os adultos.D. em termos de centros de saúde. essas crianças têm um risco muito maior de virem a sofrer de hipertensão. é ao longo da infância. Há pesquisas hoje. que foi publicado no American Journal of Clinical Nutrition. com doenças cardiovasculares.. do Departamento de Neurologia da Universidade de Pretória. e eu fico pensando o que as pessoas entendem por isso. de açúcar etc. Não tem nada que faça as pessoas acompanharem ou se interessarem por um processo desse tipo de prevenção. levar esse conhecimento da possibilidade de gerenciamento do envelhecimento? Alexandre Kalache: A partir da idade que está a minha neta. que são as problemáticas do adulto. de gorduras.cardiovasculares. aos cinco. Bartel. um envelhecimento saudável. na idade adulta ou jovem. como se fosse diarréia infantil ou um problema infeccioso respiratório. R. não só do Brasil. a hipótese de Bartel [Peter R. a população mais idosa. é o grande salto que a gente ainda não deu. aí você tem que ter a segurança de que existe algum sistema que vai te proteger. ela é simples e eu vou pedir mesmo que a gente disseque essa definição. a saúde e a participação. Não estou dizendo necessariamente de prazeres que sejam pecaminosos ou que não sejam saudável. quando [o problema. porque eles acabam morrendo e eu acabo fazendo e investindo em . todo esse processo. para ajudar a. a doença] está ali batendo na porta. Mas começa realmente. Então. na velhice. O conjunto disso é para quê? Para que você tenha um mais alto grau possível de qualidade de vida. O risco de você estar excluído. no sentido de você continuar tendo projetos. não é só "eu vou fazer isso e isso. não posso aquilo. É também viver bem. E viver bem a idade que você tem. É um processo de otimizar as oportunidades de saúde. o ruim é morrer. Têm determinadas receitas. No sentido de que você tenha as suas amizades. adolescência e o adulto jovem. Kaizô Beltrão: Você falou também em uma estrutura para. porque a saúde é a chave. Então. aquela vida limitada cheia de proibições. e através dessa saúde. não estão participando. você tenha um capital social e você possa investir nesse capital social. mas prazeres que possam te dar aquela ilusão de que viver é bom. Porque não é só a coisa automatizada. Se dar a. quanto mais a gente chega aos famosos 60 anos. não posso isso. Lena Castellón: Mas as pessoas só percebem na hora. 65. à medida em que você envelhece. Paulo Markun: Kaizô. que você possa participar dessa sociedade. Kaizô Beltrão: Isso seria papel da família ou seria papel do Estado? Alexandre Kalache: Fundamentalmente. à medida em que você envelhece. a minha alimentação vai ser essa ou aquela".. É isto que vai dar aquele equilíbrio. você continuar engajado e você continuar tendo a ilusão daqueles projetos que você possa realizar e que te estimule. Kaizô Beltrão: Um suporte . não só da família no sentido mais estrito. Kaizô Beltrão: Você está falando.. que você não esteja excluído. é viver bem para estar bem quando estiver idoso? Alexandre Kalache: Viver bem. é muito maior do que aquele que está com um pique bom. esse aspecto também da saúde mental. a medida em que as pessoas envelhecem. Falhando isso. etc. então. Mônica Teixeira: Um suporte. não estão em uma boa. Há pouco tempo. para quê? Para que se tenha saúde. eu estava conversando com um grupo de idosas da minha família e uma delas disse assim: "eu agora. mais a gente começa a se interessar. e você. esse processo ao longo do curso de vida. com certeza você conhece. prazeres. não é? Alexandre Kalache: Um suporte. inclusive. é ao longo na vida. Porque muitas vezes. Alexandre Kalache: Sim. que também é importante. E é importante também isso. desde a infância. estão deprimidas. não faço mais amizade com gente da minha idade. não é uma coisa que se faz assim em um estalar de dedo. 40 ou 65. participação e segurança. É um processo. para que tenham melhor qualidade de vida. vamos ver. da saúde psicológica e emocional. desde aquele que tem 18. faz tudo direitinho. mas em um sentido mais lato. se você tiver baixa saúde ou uma incapacidade. não é? Gente que chega aos 60. A definição da Organização Mundial da Saúde em relação ao envelhecimento ativo.Alexandre Kalache: Não. eles dependem pouco de terceiros. Na melhor das hipóteses é paternalista em relação ao idoso. Então. E você vê como é uma forma. não é? Alexandre Kalache: Não. mas como é um processo também. para te fazer companhia. Porque a gente vive negando. nós temos muita convivência com esse público com 60 anos ou mais. Com isso. para poder te estimular. o remédio para a neta. E há muitos preconceitos no Brasil. de uma forma em que ele não fique à margem. ou mesmo que você não precise.gente muito mais jovem". O papel da mídia é fundamental. estruturais. Luciene Craveiro: Segundo uma pesquisa que foi feita em 2002. é um percentual altíssimo. o Brasil está na vanguarda. Então. de uma maneira geral. E esse 60 anos já é uma realidade. uniforme para a escola. é ter melhor forma de você combater os preconceitos. um fato muito positivo que aconteceu no Brasil dos últimos cinco. Luciene Craveiro: Na realidade. É inserir. quanto da mídia de uma maneira geral. Então. evidentemente. Luciene Craveiro: É o seguinte. Alexandre Kalache: A gente está aqui diante de uma revolução demográfica. dar mais poder àquele idoso. e que tem imensa. E tem um sentido muito positivo nisso. O difícil é viver em solidão. a educação dos mais jovens vai ser muito importante. Infelizmente. seis anos para cá. "o velho é o que não tem o que contribuir". E a mídia vive realimentando esses conceitos negativos e esses preconceitos que existem. na hora em que você precisar. A gente está envelhecendo e envelhecendo muito rápido. muito lento. eles têm decisão direta sobre o poder de compra. 70% desse público. Porque ele é que está recebendo aquele dinheirinho e você passa a integrá-lo na vida da família. Então. É investir para que você continue integrado socialmente. nos municípios mais pobres. é revolucionário. E nesse ponto. porque essa já é uma situação. que não tem muito a dizer e é o último na família a opinar". e nada disso devia estar acontecendo. qual é a responsabilidade da mídia. Há praticamente 91% da população hoje de 15 milhões de brasileiros com 60 anos ou mais. de redistribuir renda. tanto do governo. aquela pensão pequena. nas zonas mais pobres. aquela família tem acesso ao crédito. imenso impacto. a mídia no Brasil ainda caracteriza o idoso como uma pessoa que está devagar. não é uma transição. porque é uma morte lenta onde você acaba se isolando. imensos preconceitos. ao velho é "o velho é o gagá". Alexandre Kalache: E inclusive. E você tem esse capital social no maior número possível de pessoas que possam. que cria estereótipos. Alexandre Kalache: Oi. eles também vão estar convivendo com uma população muito mais velha. E a gente tem que parar para perceber. e que pode ser em torno de 100 dólares. ter projetos é muito bom. não só perante aos que tem 60 ou mais. Luciene Craveiro: Alexandre. tem acesso ao alimento. inclusive. o que pode ser feito. Tudo isso mobiliza a economia daquele município. "o velho é o que está por fora. eu acho que esse processo não pode ser. E isso. leva à depressão. são reformas sociais. para poder levar esse assunto. que não tem muito o que contribuir. não são verdadeiros. Porque quando eles estiverem em uma determinada idade. claro que não. de você empoderar. mas um deles em relação ao envelhecimento. Mas é aquele dinheirinho a única fonte segura e regular que aquela família recebe. Só há 2 países na nossa faixa de países . que é a pensão não contributiva que todo o idoso que chega aos 65 anos. nas zonas mais rurais e que é exatamente aquela pensão miserável. Então. . 2 bilhões de idosos no mundo. 450% de aumento. mais gente para alimentar. de 6 bilhões para 9 bilhões. Alexandre Kalache: É um desafio. não só na Organização Mundial da Saúde. Seria interessante. mas seria interessante observar como isso está se dando no mundo inteiro. para educar. que tem a sua pensão equivalente ao seu último salário”. de uma mulher aos 45 anos no Brasil é de mais outros 40 anos. ela vai receber 40 . Isto significa um crescimento em torno de 300%. Hoje. são em torno de 650 milhões. Porém. ou como seja que a gente possa chamar.emergentes em desenvolvimento. privilegiando aqueles poucos que têm acesso a pensões fantásticas. do ano 2000 nós éramos 600 milhões de idosos. Mônica Teixeira: Benefício de prestação continuada prevista naquela lei. o que está acontecendo são políticas inadequadas. de funcionários públicos. que os países podem envelhecer desde que as políticas adequadas estejam lá. Uma política adequada para o Brasil é de fornecer essa pensão baixa que está tendo um impacto imenso na vida. para isso e aquilo. é um imenso desafio. Danilo Miranda: O Alexandre é exatamente o que eu queria. Nós temos uma questão grave do ponto de vista da perspectiva de manter na Previdência. isso é uma revolução imensa. Alexandre Kalache: Não há dúvida que. Mas na realidade. no caso de pessoas de classe média diferenciada. 2 bilhões. E como a esperança de vida. se dá. A África do Sul e o Brasil e nos dois está dando certo. E 40 anos recebendo aquela pensão integral que eqüivale ao seu último salário. que tem essas pensões não contributivas. abreviada. Nos países em desenvolvimento vai pular de 400 milhões para 1 bilhão e 700 milhões. que podem se aposentar aos 45 anos. A população. no Brasil tem um grupinho. nas Nações Unidas. Danilo Miranda: Distorcidas. na medida em que cresce a população idosa e há o desenvolvimento tecnológico. E que. para o ano 2050. E sei que é um impasse para o futuro. quando a gente compara esse crescimento de 50% para 450%. como um todo. Todo mundo fala desse aumento de 50%. Danilo Miranda: É. mas da família. Bom. hein. Loas [Lei Orgânica de Assistência Social]. por exemplo. você fez aí um rápido ensaio dessa discussão. que isso tende a ser maior ainda. se ela vem de uma classe mais diferenciada. que é 50%. não. que eu tenho imensa dificuldade de explicar na Europa: “olha. no sentido de discutir e aprofundar. Alexandre Kalache: Não tem saída. do mundo. Danilo Miranda: Perceber esse desafio novo para a sociedade. Danilo Miranda: Não tem saída.. em um país que continua com uma política de elitismo. Isto é uma política insustentável e que você acaba culpabilizando o envelhecimento. mas é pequenininho. tudo bem. Como esse movimento. Agora. como vai ser em relação ao meio ambiente. terá aumentado nesses 50 anos a partir de 2000. Mônica Teixeira: Promovida no governo do Fernando Henrique. quando. esse desafio ele passa pelo seguinte: nós teremos no ano 2050. a esperança de vida maior ainda. Nós sustentamos. na verdade. Alexandre Kalache: Inaceitáveis. tem uma esperança de vida ainda de 40 anos. por exemplo. digamos assim. os ativos são os inativos. que não é daqui a muito tempo. como bancar isso. porque impasse dá idéia de que ele não. não é bem um impasse. não só dos idosos. mas podendo exercer aquele direito de ter a atividade física. que é o . não tem? Alexandre Kalache: Em Copacabana tem. a gente já está cansado de ouvir que tem que fazer exercício e não sabe o que fazer. não é uma coisa programada. não é o envelhecer que é o problema. Em vez de ficar dando esse conselho. há oito anos. era o intenso trabalho de. Então. quando ainda eu não trabalhava aqui no Roda Viva. muita base científica. eu fui para uma outra emissora de televisão fazer uma reportagem sobre saúde em Cuba e o objetivo da reportagem eram determinados medicamentos que Cuba desenvolvia e que boa parte deles não tinham. Porque aqueles modelos não têm relevância para nós. a pergunta que eu lhe faço é o seguinte: em quais países do mundo esse tipo de iniciativa existe. o impasse. Paulo Markun: Pois é. o tempo. Paulo Markun: Tem isso em Copacabana. é de você manter esse tipo de política inadequada. que é a desigualdade reciclando e reforçando a desigualdade. digamos. que é justamente políticas públicas voltadas para obter condições de envelhecimento saudável? Alexandre Kalache: O que você observou em Cuba começou em 1983 com um grupo de idosos recebendo aquela mensagem todo o dia de médico e etc. E a Organização Mundial de Saúde está procurando exatamente fazer isso. Mas o que me surpreendeu e que ficou muito evidente lá. É isso que é insustentável. perfeito quase. a partir do fato de que os idosos estão se congregando toda a manhã na praça pública e etc. para o Chile e etc. pessoas idosas com incapacidade. como a maioria do nosso país. fazendo exercícios físicos. nós temos o Agita São Paulo que consegue mobilizar jovens para a atividade física. Cuba. elitista e que só alimenta e recicla aquilo que a gente sempre teve. é aí que nós temos que buscar um tipo de política. Nós temos um excelente estatuto do idoso. eles começam a ter outra. ele pedindo e sendo facilitado um instrutor que o leve para a praça. e há grupos de idosos. Não tem porque não dar certo esse tipo de manifestação que você observou em Cuba. para a Cuba.”. em grande quantidade. passa por Havana. o clima etc permite e aí você. Paulo Markun: Alexandre. Por exemplo. de intervenção. Porque quando a gente olha para a Dinamarca. Esse primeiro grupo foi chamado Círculo de Abuelos [círculo de avôs] e esse Círculo de Abuelos inicial em Havana se alastrou pelo país inteiro. e em que pé estão as coisas no Brasil? Porque eu tenho a impressão que a gente corre o risco aqui de ficar falando uma série de generalidades que são absolutamente pertinentes. na minha avaliação. Alexandre Kalache: Então. na verdade. eu vi isso em Cuba. Tem que fazer exercício e esse grupo chegou e falou assim: “olha. Canadá e para o Japão e lá está indo bem. desenvolvimento de iniciativas físicas para a população mais idosa. Nós temos dois documentos: um internacional. Nós temos que olhar para a Costa Rica. Do sul para o sul. não adianta. E a gente tem medo de acabar tendo uma lesão. para a praia. quais são os modelos para enfrentar um envelhecimento ativo em busca de políticas que dêem certo. elas próprias fazendo com que o. elas próprias. nos dê um instrutor de educação física.anos ou mais com essa pensão fantástica. E aí a gente vai saber o que fazer e eu prometo que a gente vai cumprir. Isso eu vi no meio da rua. Mas o problema é que o Brasil não é em Copacabana. aí sim. outras trocas e se socializam e aí começam identificar. Então é uma medida que parte de onde? Da pressão do próprio idoso. um traumatismo. mas que não afetam a questão central. Mas a gente precisa de um tipo de política adequada de intervenção para as coisas importantes e não adianta perguntar: “mas em que países isso está funcionando bem?”. quer dizer. em São Paulo. é um país que você pode fazer esse tipo de coisa em uma praça pública. com as suas próprias incapacidades. mas que falta colocar em prática e é exatamente o que você chama a atenção do sair do geral para entrar no específico. Mas o problema que eu digo é o seguinte: no que toca à grande massa da população. há 99% da população que não tem condições. e Copacabana é um bairro muito interessante. Alexandre Kalache: O Sesc tem um trabalho que é exemplar. Mas Copacabana não é só o luxo da avenida Atlântica.foi a primeira vez que o congresso internacional. para a comunidade. quando o bairro se urbanizou de uma forma importante. monitorar. de Cuba teve um impacto e cobriu 40%. que foi o resultado da Assembléia Mundial do Envelhecimento. Porque é um bairro bonito. o que elas almejam. Mônica Teixeira: Mas. 1950. o que você pensaria? Você diz que o Estatuto do Idoso é quase perfeito. Então. de realmente fazer essa aposta no envelhecimento e em políticas pontuais. ninguém quer sair de Copacabana..resultado desse congresso é que a presidência da Associação Internacional de Gerontologia é de um excelente geriatra de Brasília. você vai escutar as pessoas idosas de Copacabana. de ação por envelhecimento. agradável. acho que foi dito. você sobe a ladeira e está na favela. nós temos iniciativas que são extraordinariamente inspiradoras e a Organização Mundial da Saúde. agora em junho. nós estamos com a liderança da gerontologia. tem os serviços todos concentrados. reconhecidíssimo. Mas é super interessante você ver. E a gente não precisa só de política não. tem um intenso trabalho. porque há outras iniciativas. que apostar nessa certeza demográfica do século XXI vai dar muito ibope daqui para frente. mas que não está sendo colocado em prática. dessa primeira geração que foi morar lá. o que elas gostariam que melhorasse. e de repente. o Congresso Internacional de Gerontologia. Você vai para os quarteirões do fundo e você acaba encontrando a classe média. Renato Maia. Tem 28% da população e a gente pode depois pegar os dados exatos com o IBGE. E a idéia da Organização Mundial de Saúde é de criar a Copacabana Amiga do Idoso. quando houve no Rio. por exemplo. você tem toda aquela comunidade junto ali. e para o Brasil. No Brasil. Como eu nasci em Copacabana.. O país que lançar essa bandeira e disser: "nós vamos apostar firme no envelhecimento e no envelhecimento que dê oportunidade para que o idoso continue sendo um recurso para a família. que saiu inclusive de grandes discussões participativas com idosos e etc. aqui em São Paulo. o fato de nós termos um Estatuto do Idoso muito bom. porque uma coisa é importante: o envelhecimento está aqui para ficar. foi no Brasil . por quê? Porque essa foi a geração que foi para lá nos anos 1940. Quer dizer. para a sociedade". que foi um marco importante . Toda a equipe dele agora. para fazer daquela comunidade já envelhecida. o que elas definem. diretrizes globais e nós temos no Brasil o Estatuto do Idoso que também é um documento muito bom. Sobretudo de idosos que estão lá e tal. isso dá oportunidades interessantes para que o Brasil possa realmente despontar e tornar excelente a saúde pública que nós temos nesse país. . O Sesc. isso nos dá uma oportunidade imensa. avaliar aquilo que foi feito. de no momento ter uma atmosfera política interessante do ministro da Saúde dizer que envelhecimento e saúde do homem são prioridades. Mônica Teixeira: Dê um exemplo de uma política pontual? Alexandre Kalache: Essa. Paulo Markun: O senhor acha que poderia ser a nível de poder local. um laboratório de idéias. Isso significa o quê? Primeiro. em Madri em 2002. é um bairro profundo. Então.Plano Internacional de Envelhecimento. excelente. os contrastes do próprio país. por exemplo. O fato de nós termos a presidência da Associação Internacional. por exemplo. plano internacional. ele replica ali as contradições. porque tem um perfil demográfico tão envelhecido quanto o da Suécia. E. depois tem que acompanhar se a política deu certo. as prefeituras. No que o Estatuto do Idoso avançou? Alexandre Kalache: Eu vou te dar um exemplo do que a Organização lançou agora em junho. você anda em Copacabana e tem um monte de velhos. tomarem a iniciativa. se foi implementada. E esse país. esse clique aí. ouvindo a opinião daquele idoso. dentro dos ministérios. a gente está trabalhando nisso. que mora e enfrenta os problemas ali . remonitorar. Luciene Craveiro: Alexandre.não precisa ser mágico para entender o que os idosos já estão dizendo. poderia ser extrapolada. eu queria comentar que essa questão da mobilização intensa no país. se a gente vai observar. Talvez. Então. que você sai e dá. do idoso na sociedade de maneira muito forte. não governamental. não é? Mônica Teixeira: É o conflito de gerações. interesse nessa direção também. um caso ou outro ligado às prefeituras ou governos. adaptada para outras comunidades pelo Brasil afora. As associações possivelmente poderiam ser aproveitadas para você ter um caminho de política pública para chegar até esse pessoal. bastante reivindicativos e com razão. ou de um grupo ou de um local próximo ou da igreja ou de alguma outra congregação. como em outros lugares. Danilo Miranda: Eu queria acrescentar uma coisinha. Trazem essa questão da Previdência. até agora. a gente dá muito espaço também. eu vou só particularizar um pouco. porque muitas vezes a atividade dessas pessoas se dá muitas vezes. Mas são associações espontâneas. Eles se reúnem para discutir o tema sobre eles mesmos. através das mais diversas áreas. Temos feito vários congressos.. já que não encontram espaços em outros locais para trocar idéias. Essa idéia. não? Alexandre Kalache: É o conflito do rico e pobre também. depois tem outras pequenas. Mas. O que falta.. Então. tirando um pouco a idéia de Cuba. ter políticas efetivamente implantadas. aí pelo país afora. é uma coisa de iniciativa própria. o Brasil hoje tem um número imenso. ainda não deram essa ligação. Tem uma associação. Inclusive através da cultura. Mas em geral. concordando com a Luciene. com uma atuação pontual naquela comunidade. Mas que. a partir daí. para tentar mobilizar essa faixa inteira e são bastante ativos. trazem questões do protagonismo do velho. Luciene Craveiro: E aproveitar esse grupo que já está totalmente instituído. com o poder de acompanhar e rever se está dando certo ou não. o que faltaria fosse uma espécie de ação que pudesse juntar essa mobilização toda com políticas públicas. é que esses grupos não estão dialogando e estabelecendo parceria . e isso está evidentemente bem caracterizado nesses grupos todos que vocês estão mencionando. o pivete te dá uma rasteira e aí vem a fratura de cadeira. que é a ABCMI [Associação Brasileira dos Clubes da Melhor Idade]. esse momento para poder. sempre com o idoso empoderado. são pessoas. Às vezes. talvez mais de 10 mil associações da terceira idade. Porque o poder deles de se aglomerar para discutir os temas de importância para eles é muito importante. não oficial. mas que você possa. Danilo Miranda: De iniciativa própria. não é ficar só em Copacabana. da sociedade civil. Mônica Teixeira: Eu estou brincando. Quer dizer. Paulo Markun: Luciene. ela tem mais de 200 mil associados. aproveitando as experiências. não é? Tanto aqui em São Paulo. Alexandre Kalache: O Brasil tem uma tradição de. Depois. que eu acho que é um dos elementos mais importantes.Para depois acompanhar. O Brasil. só que não tem ninguém que ouça. O nosso problema principal em Copacabana é segurança. que seria a partir de Copacabana. esse é o grande problema. na minha opinião. de idosos. existe inclusive. Luciene Craveiro: De iniciativa própria. evitando aqueles estereótipos . E o que precisaria. E não ficar só o idoso conversando e levantando e fazendo ativismo com os idosos. Mas para a população que está lá fora.. Lena Castellón: Mas é aí que eu queria pegar o ponto. junta jovens. todos esses atores? Porque é fato. os idosos carentes hoje se juntam mais com o jovem carente em processos de intercâmbio. que a Pastoral da Criança pudesse analisar a Pastoral do Idoso. entidades. criar uma campanha nacional que pegue todos esses grupos. existem diversos grupos de idosos. Alexandre Kalache: E de novo aqui vem o papel da mídia. na informática. Luciene Craveiro: E têm uma preocupação muito grande de interligar com outra sociedade. O dia que.. que estão bem afinadas com toda a questão de desenvolvimento socioeconômico. não é necessário ter mais ações. de uma educação complementar. é colonizar e trazer aquilo que eu nem sei como se traduz para o português. existem diversos grupos. uma atividade musical. Lena Castellón: Perdão. que junta idosos. Mas acho que. começasse a falar sobre o envelhecimento. Alexandre Kalache: Não tem dúvida. para atingir todas as camadas.. todos os grupos e todas essas sociedades civis. o dia que o Estatuto do Idoso fosse analisado pelo Grupo de Mulheres. por exemplo. Por exemplo. Então. Eu não quero monopolizar o assunto. mas é você permear. Será que não é o caso de mobilizar. Sobretudo no campo cultural. muito intenso aqui em São Paulo. uma atividade teatral. Luciene Craveiro: Mas as atividades deles são muito interessantes. através da mídia. A gente tem que pensar talvez nos que não estão mobilizados.. E esse projeto de trabalhar "intergeracionalmente" falando. nós temos feito uma experiência bastante. enfim. Então. Existe já programas desses que são ligações entre as sociedades civis. com os jovens. juntando todos com um objetivo de realizar um projeto comum tem sido muito produtivo. eu queria pegar exatamente esse ponto. Eles convidam pessoas para falar sobre saúde. ninguém vai estar preocupado com isso. Danilo Miranda: Mas. junta crianças. no sentido de juntar as gerações. se você for sair à rua. Eles mesmos tomam iniciativa de poder se instruírem sobre o processo deles..com outros setores. sobretudo no campo cultural. Luciene. seria aumentar. De que você possa realmente. etc. mas. mas para a sociedade como um todo. É bastante intensa no Sesc. Só vão se preocupar se vão estar parecendo mais velhos ou não. seja no plano mesmo de realizar projetos juntos. em grosso modo. o dia em que as agências não governamentais. Alexandre Kalache: Que é a maioria. Alexandre Kalache: Eu conheço o trabalho do Sesc. Kaizô Beltrão: Deve ser a maioria. você realmente filtrar desde cima a questão do envelhecimento. Ongs. não tem dúvida. geralmente. estimular esse tipo de debate e inserir o idoso. as pessoas não estão sensibilizadas para isso. Essa é que é a realidade. seja em um plano desses que você mencionou. Em outras palavras. você acaba advogando em causa própria para aquele grupo já de convertidos. Porque a gente está discutindo as diversas esferas que estão debatendo esse tema. Kaizô Beltrão: Por mais que esteja mobilizado.. que é o normal da sociedade você ter todo mundo junto. quando a gente fala de abuso. Por isso o trabalho. como é que a mulher conseguiu. Eu. em dezembro... ele é o último a dizer. É esse tipo de debate que é necessário. E aí. que estão sendo desprezados. muitas vezes a gente pensa logo no soco no olho. você tem uma parcela da população brasileira idosa que tem recursos. Você podia falar um pouco mais sobre isso. Por isso todo esse processo que a gente está discutindo aqui. por exemplo.todos. de você colocar que o idoso tem direitos humanos que estão sendo negados. se morrer vai perder. eu só queria relativisar uma coisinha em cima do valor desse benefício mínimo. Então.” Alexandre Kalache: Você tem também. esse mês agora. ele tem que ser junto com um desenvolvimento do setor acadêmico. uma reunião. a não ser que você tenha dados de confiança. Que é muita gente sendo abusada.. Vai lá. é o que está acontecendo cada vez mais. estará acontecendo em Brasília. uma conferência internacional inédita. é um estigma e ele tem medo de. que é a questão do abuso.a galinha dos ovos de ouro.Agora eu sei como fazer. que tem um patrimônio e o que acontece. ganha menos que isso. essa semana. ter um idoso que ganha um salário mínimo é uma fonte grande [de renda]. para idosos e deduz isso do valor da aposentadoria e alguns bancos já fizeram. porque tem aquela fonte de renda. com pessoas idosas que são forçadas a assinar documentos para passar as suas propriedades [para filhos ou outros familiares]. através dos números. Alexandre Kalache: Você cria exatamente esse risco também. Inclusive. Quer dizer.. você mencionou que parte da coerção da família está em cima do valor da aposentadoria. que os bancos fazem empréstimo. Um terço da população que trabalha.. Kaizô Beltrão: . Mas também. Kaizô Beltrão: Essa pesquisa. que ninguém quer que aquele velhinho morra. é a exploração. também da criança. às vezes é uma fonte de renda importante. e já acontece há algum tempo. o denunciando. ou pelo genro. Agora. de perder aquele que. na verdade. violência contra a mulher. dos maus-tratos da criança? Através de pesquisa. que é a Direitos Humanos e o Envelhecimento. dos maus-tratos. ao mesmo tempo em que o idoso passa a ser um recurso especial. porque tem um problema de deficiência e que precisa de alguém que o cuide. financeiro. por exemplo. por exemplo. o abuso não é só uma situação esporádica e excepcional. agora aflorando. da nossa sociedade e que precisa ser estancado.. Kaizô Beltrão: Mas você falou.. a apontar que está sendo maltratado pela filha. chamar a atenção para a questão da violência doméstica. É um tabu.. de serem abusadas no sentido financeiro. é o abuso verbal. há 30 anos atrás. Um salário mínimo é muita coisa para o Brasil. porque ali. do pesquisador no Brasil perceber que o envelhecimento é a nossa realidade e que vai se acelerar. a gente falou da pensão não contributiva. que está sendo abusado pela família e que depende dessa família. Kaizô Beltrão: “. negligenciada. de soltar dados que a gente possa ter confiança. Tudo isso que está acontecendo dentro desse nosso universo. pede um empréstimo e compra um computador”. também mencionou isso.. fazem propagandas. o está cuidando. mas uma realidade que afeta provavelmente em torno de 10% da população idosa brasileira. sobretudo aquele que é incapacitado. Você não consegue ter impacto. Alexandre Kalache: É por isso que ele está sendo um recurso precioso. do IBGE. só que é muito difícil de documentar. do abuso. maltratada e desprezada. Existe uma questão imensa. Tem até uma onde aparece um velhinho falando: “puxa. não só os maus-tratos no sentido físico. não. e sabe por quê? A dificuldade é que o idoso que está sendo maltratado. você vai chegar à conclusão de que. não só no Brasil. eu gostaria tanto de poder ajudar a minha filha. ou pelo neto. .. que não foi formada e que não está tendo o suporte da atenção primária da saúde. Essa mulher que não tem formação. Porque as pessoas que precisam de cuidados. às vezes. ser cuidada e de repente. economizando. como a gente muda a posição da cama. E o desafio do desenvolvimento vem da sua própria inventividade. identificasse . E que. Então. não é? Alexandre Kalache: E essa pessoa. Julio Abramczyk: E é melhor também para ele. A cada vez que a gente impede a institucionalização do idoso. Manter um idoso dentro de casa é uma economia para o Estado ou para o seguro de saúde. A gente teria sim. Como a gente vai adaptar essa casa agora que a gente tem uma pessoa que teve um derrame e que está andando com dificuldade. essa mulher que cuidou primeiro dos filhos. no seu momento político e econômico de desenvolvimento. Alexandre Kalache: É a cuidadora. seria a causa própria. inclusive. porque as brasileiras têm o mau hábito de se casarem com homens mais velhos e acabam cuidando desses idosos. Muitas vezes é uma mulher que trabalha e que de repente tem aquela pessoa com um problema. nesse momento. na verdade. Vamos falar e dar nome aos bois. os espólios. E para a cuidadora. que são os seus maridos. vão ser cuidadas por quem? Não vamos falar em cuidador não. agora que a gente está envelhecendo tão rápido.. fenomenalmente importante. e que de repente ficam sós. Se existe para as mulheres que estão cuidando das crianças. da Unifesp]: Eu gostaria que você. de políticas adequadas para fazer face a isso. A gente ainda está esperando que a mulher venha resolver a problemática. Não de dias só. porque não. Julio Abramczyk: Existe algum programa? Alexandre Kalache: Se existe algum programa? Muito pouco. para que essas mulheres possam continuar com um acréscimo. Porque ninguém quer acabar institucionalizado. para essa contribuição. ela própria. olhando para o Brasil. Mas para isso a gente precisa de pesquisa. [VT do doutor Luís Roberto Ramos. que fazer campanhas importantes para sensibilizar. depois cuidou dos pais. há algum programa de formação do cuidador do idoso? Alexandre Kalache: Esse é um imenso problema. de semanas. com um pouco de incentivo financeiro. é algum parente.Julio Abramczyk: Em relação a esses problemas com os idosos. Julio Abramczyk: Não. E agora. E até compensação financeira.. que muitas vezes tem seus próprios problemas de saúde e que precisa. é a mulher que está dentro de casa. muitas vezes empobrecidas. é a feminização do envelhecimento. não ter algum tipo de recompensação financeira. de alguém que a informe. Alexandre Kalache: E é melhor para a pessoa idosa. Como a gente toca. dar o mérito e o crédito a essas pessoas. Julio Abramczyk: Mas ela também precisaria de orientação. Como a gente dá banho? Coisas básicas. E a gente tem que realmente dar mérito para essas milhões de cuidadoras. a gente está. que está precisando daquele cuidado. não é? E. soluções muito fáceis e de baixa tecnologia podem transformar a qualidade de vida para o idoso que precisa de cuidado. que custa muito caro. que seria cabido. a problemática é muito feminina. como a gente vai levantar esse paciente que é obeso e que: "eu estou com dor nas costas". para engenharia. É um dos grupos talvez mais vulneráveis por desemprego. porque o resto não tem jeito. Aí eu tenho um recado para os nossos futuros colegas: não adianta. porque não adianta ter muito geriatra.as prioridades no sentido de nos estruturarmos para dar qualidade devida a essa massa de idosos que o Brasil terá em futuro próximo? E comentasse. para poder fazer pesquisa de qualidade. você falou dos direitos humanos em envelhecimento. porque é aquela que dá dinheiro. então na verdade a gente está advogando em causa própria. as mulheres de uma outra maneira. Alexandre Kalache: E. por mais geriatra que a gente tenha. que até hoje não tinham definido gerontologia como uma área de prioridade. entra na faculdade hoje e sai 5 ou 6 anos depois sem receber o mínimo de conhecimento adequado sobre o desafio do envelhecimento. E o que está acontecendo no Brasil é que o estudante de medicina ou de nutrição. em que você tenha enfermeira. saúde. ou seja. conhece a problemática. E a atenção primária significa o quê? Que você tenha o básico para todos e que esteja toda aquela população coberta pelo médico. em . E é exatamente o primeiro comentário que eu teria a fazer. cardiologia. precisa de um treinamento geriátrico de uma forma importante. porque eu acho legal os programas do CNPq e da Capes. o médico de família. Como é que você pode formar hoje um médico que vai ter uma atividade profissional de mais 40 anos. Eu gostaria que você comentasse como isso se encaixa em um elenco de prioridades. que é o seguinte: o homem de mais de 45 anos não tem direito ao trabalho em quantidades industriais de pessoas. em muitos casos. no bloco anterior. não o fazendo é uma irresponsabilidade social para o futuro do país e. porque à medida em que a população idosa. Mônica Teixeira: Doutor. e no CNPq [Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico . E tem um problema no Brasil que é pertinente a isso que estamos falando e que não foi tocado ainda. mas sobretudo na área de saúde é fundamental. procurando fugir. Então. que conhece a população.. Segunda coisa que o Luís Ramos falou. esse trabalhador. que o futuro do país quando a gente está falando de envelhecimento. você pode ir para a ortopedia.órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia]. a menos que você se refugie em pediatria ou obstetrícia. a enfermeira comunitária. que em Cuba funciona. com mais 40 é 65. Você vai acabar lidando com idoso. Você fala em envelhecimento saudável. precisa de recurso. da coisa mais específica possível. a gente não vai conseguir dar atendimento especializado geriátrico aos milhões de idosos que a gente vai ter no país e que vão crescer a 32 milhões nos próximos 20 anos. porque não quer lidar com idoso. de redefinição das áreas de conhecimento e com a possível inclusão da geriatria e gerontologia. e que é fundamental: a gente. neurologia.. às vezes. não é só querer fazer. com 25 ele forma. a problemática e o desafio do envelhecimento passa a significar que você vai ter que tratar o idoso. de péssima qualidade. somos nós mesmos. Você pode criticar qualquer outro aspecto da ilha. Isso vale para a arquitetura. Alexandre Kalache: É um excelente recurso humano que nós temos no Brasil na área de saúde pública. de enfermagem e etc. mas você não pode criticar esse aspecto da cobertura da atenção primária. é quem mais utiliza os serviços de saúde. o terão que fazer obrigatoriamente. é mais ou menos o tempo de atividade profissional.órgão do Ministério da Educação]. Essa atenção primária. diga-se de passagem. Porque. Então treinamento de educação básica. De definição de uma linha de financiamento específica para essa área. particularmente. o que a gente precisa? A gente precisa voltar à Cuba e olhar como é que está a estrutura da atenção primária. o desenvolvimento que nós estamos observando hoje na Capes [Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior . quando o Brasil vai sofrer esse envelhecimento tão rápido sem conhecer e sem receber a informação. cirurgia. Evidentemente que eu começo pela área de saúde pública. e por ser idoso. pela unidade de atenção primária. Nós precisamos desenvolver a capacitação de profissionais que estejam bem preparados para fazer face a esse envelhecimento em todas as linhas. saem especialistas. Paulo Markun: Mas aí. muitas vezes conhece a família e a acompanha ao longo dos anos. naturalmente. o homem aos 45 anos não perde só no Brasil o emprego.. esse homem precisa mais do que ninguém manter e preservar a saúde e isso vai depender desse esforço e dessas parcerias coletivas em que entra o público. Não é como a mulher que tem que fazer pré-natal. esses homens. então.e eu pergunto. já descompensou e já complicou. diabetes. com uma qualidade de estado de bem-estar social muito precária. Então. em envelhecimento ativo. e isso é importante. da grande maioria dos países ignora o homem. O homem quando volta ao sistema de saúde é já aos 60 anos quando aquilo que era prevenível já não está sendo prevenido. a gente não sabe como lidar. Como é que a gente pode falar então em envelhecimento saudável. testosterona. perdeu o emprego. deixa eu voltar àquela definição do envelhecimento ativo. não foi. você vai tendo ganhos importante para a saúde. então dispensa e despreza. Porque nós recebemos o seguinte recado do sistema de saúde aos homens: nós estamos interessados em vocês enquanto vocês são criancinhas. quando chega na puberdade. e parte da resposta tem que ser curta. porque. aliás. vai ficar muito mais difícil você voltar a ser empregado. porque. nós estarmos ainda em um país com imensas desigualdades sociais. quando ele perde a saúde. se você tiver acesso à informação. que tem que fazer saúde reprodutiva e etc. a sociedade civil. Mônica Teixeira: É.como você foi no início. passa o resto da idade adulta ignorado pelo sistema de saúde. É lamentável. aquele negócio de hormônio. dispensa porque no Brasil a mão-de-obra é barata. Alexandre. você precisa da saúde como um bem fundamental para que você possa continuar ativo nem que seja para continuar fazendo biscate e conseguir no setor informal aquilo que você não conseguiu em um emprego decente. isso não significa comprar equipagem e ir para uma sala de ginástica não. ter atividade física. você diz que o [ministro da Saúde] Saraiva Felipe está pensando em uma saúde do homem. que ainda é importante no Brasil . Saúde para a participação e. mudou muito de característica e em um país com uma. o problema do tabaco. que passe a exercer mais. o setor privado. Mônica Teixeira: O país parece que acha que não precisa dessas pessoas.. e à medida em que a gente vai aumentando a atividade física. quem corra. se as pessoas não têm o direito a trabalhar? Alexandre Kalache: Mônica. para que você possa se exercitar. como é aqui. e quem estiver já caminhando. alguém que assistiu o programa inteiro ficará difícil ser otimista . Não adianta que a gente vai ter que cair nesses três vértices fundamentais. quando disse que envelhecer é bom . idéias esdrúxulas na cabeça e etc. ele também está mal. e que está sempre em contato [com o sistema de saúde]. que corra. use essa informação para que você tenha uma dieta melhor. e a vida é barata. porque o sistema de saúde do Brasil e. são os recursos fundamentais de produtividade para o país poder crescer. se você tem 45 anos. mas eu estou focalizando por causa do exemplo que você deu. porque eu sei que daria um programa inteiro. não é? Alexandre Kalache: Como uma das prioridades. sendo no sentido pessoal. e aquilo que poderia ser melhor manuseado como hipertensão. vamos dizer assim. o que é que eu posso fazer para que o meu envelhecimento seja bom ou para quem está me ouvindo em casa? Alexandre Kalache: A parte fundamental ainda continua a ser. nosso tempo está acabando e eu fico pensando o seguinte. o exercício físico e. você pode caminhar que é o melhor exercício físico para o idoso. e as mulheres evidentemente. a dieta. você falou na questão do homem. Alexandre Kalache: Não. a segurança de que algum sistema vai te cobrir as necessidades. faltando isso.envelhecimento ativo. que parte dessa premissa está na mão das pessoas individualmente? Quer dizer. como é que isso será possível em um mundo em que o emprego migrou muito. Paulo Markun: Para finalizar. Ora. na verdade. diz ele. vou plantar batatas na minha casinha na Espanha". Paulo Markun: Muito obrigado Alexandre Kalache. que atinge a marca de 17. obrigado aos nossos entrevistadores e a você que está em casa. vou agitar muito. o carioca Kalache é PhD em epidemiologia pela Universidade de Oxford. foi fundador da Unidade de Epidemiologia do Envelhecimento da Universidade de Londres e criador do primeiro mestrado . é você ter mais jogo de cintura. mas eu volto de novo naquilo que a gente falou no início. chefe do programa de envelhecimento e saúde da OMS (Organização Mundial da Saúde). aquilo que a gente falou da importância do jovem com o idoso. Kalache vai montar no Rio de Janeiro o instituto latino-americano de gerontologia. http://www. "Em vez de ir para casa assistir à TV.br/materia/240/entrevistados/alexandre_kalache _2006.htm Entrevista da 2ª/Alexandre Kaleche Chefe de envelhecimento da OMS defende que os médicos aprendam a lidar com a terceira idade e que o jovem seja sensibilizado para o fato de que "envelhecer é bom' "Brasil precisa mudar rede de saúde para atender idoso" O Brasil precisa mudar a rede de atenção básica à saúde para atender as necessidades da população idosa. você se comunicar melhor com o jovem. Uma ótima semana e até segunda. de você. você já está fazendo muito. depois. Vamos levar o Brasil para o mapa da gerontologia internacional e vice-versa. Há 33 anos morando no exterior. de doenças não transmissíveis. é você ser mais adaptado.7 milhões no país.e evitar o excesso do consumo de bebidas alcoólicas.fapesp. apesar dessas dificuldades todas que a gente já falou. dois filhos e uma neta. é preciso você imaginar. Se você controla esses quatro fatores de risco para a maioria de doenças crônicas. então tem muita coisa que está na mão da pessoa para que ela possa envelhecer bem. Nós estaremos de volta na próxima segunda-feira com mais um Roda Viva.rodaviva. além disso é preciso mais. A análise é de Alexandre Kalache. ligado à Universidade de Londres e que tem como parceiros o Banco Mundial e a Academia de Medicina de Nova York. Vou continuar ativo por muitos anos e. mais flexível. CLÁUDIA COLLUCCI DA REPORTAGEM LOCAL Às vésperas de completar 62 anos (dia 17) e se aposentar da OMS. que está no Brasil para lançar um guia mundial em que o Rio aparece como cidade amiga do idoso. ter alguma imaginação. A OMS tem difundido o conceito de envelhecimento ativo.em promoção da saúde da Europa. Também precisamos mudar aspectos administrativos. A seguir. mas. envolvemos dois centros. a coisa mais importante no Brasil é reforçar. A OMS tem desenvolvido estudos-pilotos. vão até o centro. elevadores. peso nas pernas. Na saúde. o centro de saúde precisa eliminar as barreiras físicas. Esses pobres idosos levantam às 5h da manhã. No Brasil. uma falta de respeito. está só. trechos da entrevista concedida à Folha de Nova York. sem qualidade de vida. colocar rampas. capacitar a rede de atenção primária para que ela esteja mais voltada às necessidades dessa população que envelhece. recebem um número e. descobrem que o médico já foi embora e que ele não será mais atendido. reflexo das grandes massas migratórias. Isso é um absurdo. se ficar doente. Por outro lado. grãos no sapato para doer um pouco. braços. nas coxas. As pessoas nunca esquecem dessa experiência. Hoje o SUS está muito voltado para a saúde materno-infantil. você não precisa ser milionário ou rico para ter qualidade de vida. usando uma lente meio opaca. vivendo bem. com suas famílias. na última sexta. numa família fragmentada. colocamos a equipe no centro de saúde simulando como se tivesse catarata. por exemplo. cera no ouvido. a gente vê o imigrante nordestino. por telefone. se terá o mínimo de assistência médica. Existem postos de saúde que não têm nenhum sistema de marcação de consulta. triste.É muito mais difícil conseguir qualidade de vida se não tiver um teto sobre a sua cabeça. Simulamos o envelhecimento. embora tenham suas necessidades básicas satisfeitas. e que. no Brasil. onde você encontra idosos que. . Quais estratégias o país precisa adotar para colocar o discurso em prática? ALEXANDRE KALACHE . Em São Paulo. Você vê milhões de brasileiros que estão envelhecendo. em São Paulo [em São Miguel Paulista] e no Rio [em Manguinhos]. a mulher que foi trabalhar em casas de família e que. inseridos na sua comunidade.A definição do envelhecimento ativo é baseada em três pilares: saúde. participação e segurança. FOLHA . São pessoas que estão envelhecendo fora do seu meio ambiente. FOLHA . criando uma espécie de caixa de ferramentas sobre como fazer para que o centro de saúde se torne mais amigo do idoso.O sistema de saúde continua a enfatizar o cuidado com as doenças agudas. Em relação ao ambiente físico. se não tiver a certeza de como se alimentar ou. envelhecer com qualidade ainda é para poucos. ao envelhecer. muitas vezes. ao final da manhã. Estou conversando com você de Nova York. FOLHA . enquanto as que mais afetam os idosos são as crônicas. uma cidade de primeiríssimo mundo. não constituiu a sua própria família.Qualidade de vida na velhice está ou não diretamente ligada a um maior poder aquisitivo? KALACHE . vivem isolados. sala de espera mais confortável com acesso ao banheiro. a depressão. Hoje há muita gente com 60 anos e que está muito mal e outros com 80 que estão muito bem.Temos no Brasil perto de 550 geriatras contra 30 mil pediatras. o mundo terá envelhecido de forma irreconhecível. que é diferente quando você tem 80 anos do que num adulto de 40. o fumo. Se você. o risco é você acabar medicalizando e tornando o envelhecimento uma especialidade e não uma etapa da vida. tenha um estilo de vida saudável. 2 bilhões de idosos no ano de 2060. mesmo que o indivíduo se comporte muito bem. não tiver a atitude correta e o conhecimento adequado.Até certo ponto. como o organismo responde às dosagens de medicamentos etc. que se traduz na redução de oito anos na expectativa de vida [das D e E]. a dieta inadequada. já terá um impacto muito grande.Isso não tem que ser revisto? KALACHE . Com o envelhecimento da população. A gente não vai conseguir formar geriatras em quantidade para atender. Se a gente não tiver política preventiva.O que o futuro médico precisa aprender sobre o idoso? KALACHE . todos cirurgiões saibam lidar com idosos e entendam o mínimo sobre a fisiologia do idoso. você vai fazer mal. a falta de exercício físico e o consumo excessivo de álcool. Em segundo lugar. Do contrário. a anatomia. todos ginecologistas. Se você controlar apenas quatro fatores de risco. talvez pela falta de cidadania e auto-estima. No entanto. a base da atenção do idoso. que já é um problema de saúde no país. todos os oftalmologistas. a saúde mental do que formar especialistas. você ainda tem um ingrediente social muito grande. de promoção de saúde fortemente ativa. a diferença social. Daqui a 40 anos. você tendo bons geriatras. farmacologia. . É preciso levar em conta essas determinantes sociais e agir sobre elas. FOLHA . vai se tornar uma epidemia. O papel do geriatra é muito importante porque. faz com que os mais pobres vivam muito menos mesmo vivendo no mesmo ambiente físico. se você compara as classes sociais A e B com as D e E. na Inglaterra. Por exemplo. mesmo que inadvertidamente. em planos mundiais. esse quadro deve mudar? KALACHE . mesmo aqueles mais pobres que nunca fumaram. praticam exercício físico e comem razoavelmente bem. FOLHA . isso. a manifestação clínica das doenças. A gente vai poder fazer com que todos os profissionais de saúde saibam aquilo que seja a essência. desde o início.A OMS e a Associação Internacional de Geriatria e Gerontologia lançaram 15 pontos de currículo mínimo sobre cuidados relacionados ao envelhecimento que todos os estudantes de medicina deveriam ter: anatomia. O médico vai lidar com mais e mais e mais idosos. Estou muito mais interessado em que todos os ortopedistas de amanhã. Temos no Brasil a idéia de que as doenças que podem ser prevenidas são as infecciosas e que as doenças não-transmissíveis são inevitáveis dentro do processo de envelhecimento. terá bons treinadores daqueles profissionais que precisam ser treinados.Sem dúvida. você tem um excesso de risco. org/ . que são muito parecidos. embora em choque com a cultura do corpo. Na avaliação do Banco Mundial. que envelhecer é a negação da morte precoce. você vê milhares de pessoas idosas. http://www1.br/fsp/brasil/fc0810200721. não há nenhuma razão para que isso não seja sustentável. Ela "perde" 2% do PIB.Fica mais difícil.htm Longeva Idade O Centro Internacional de Longevidade Brasil (ILC-BR) veicula iniciativas e reflexões voltadas aos temas do envelhecimento populacional de interesse global. Temos que sensibilizar a juventude de que o país está envelhecendo e que isso é uma coisa boa. É mais difícil para o brasileiro encarar o envelhecimento? KALACHE . como tem crescido. mas em enfermagem. Se a economia crescer. Existe no Brasil uma adaptação. O que não é sustentável é continuar com privilégios e distorções em que alguns poucos pesam 50. Esses são os pesos que estão fazendo com que o seguro social no Brasil se torne inviável. For information in English please go to http://www. FOLHA . mas tira da miséria 25 milhões de brasileiros [familiares dos aposentados]. modelos como o Brasil e da África do Sul. que não consegue punir aqueles que fogem à regra. você vê pessoas de todos os formatos de corpo.com.E não só em medicina. com a idealização da juventude. se você anda pelas ruas de Copacabana. E.Há no país uma cultura pelo padrão de beleza física jovem. demonstram a sustentabilidade. uma coisa mais flexível. 70 vezes mais do que esses miseráveis US$ 100 [da aposentadoria não-contributiva]. FOLHA . em direito.O modelo de aposentadoria não-contributiva do Brasil continuará sendo sustentável? KALACHE .ilcbrazil. não há dúvida que existe essa obsessão.folha. em arquitetura.Vários estudos mostram que com 2% do Produto Interno Bruto você consegue atender as necessidades de mais de 7 milhões de brasileiros.uol. Você tem que ver o que a sociedade está ganhando e não o que está perdendo. Por outro lado. pessoas gordas. 60. magras. em nome da Bradesco Seguros. O ILC-BR participou do Congresso com apresentações de seu presidente. Alexandre Kalache entregou. de sua coordenadora de pesquisa. Informações diárias sobre o Congresso foram disponibilizadas no perfil institucional do Centro Internacional de Longevidade Brasil (ILC-BR) no Facebook e também no Twitter. a pesquisadora e gerontóloga Ina Voelcker. médico e gerontólogo Alexandre Kalache. “não é uma questão apenas da SBGG. dizendo que “a cultura do cuidado é uma resposta à Revolução da Longevidade”. Uma geração diversa. 13 de maio de 2014 Geriatria e Gerontologia para uma nova geração de idosos Se os desafios do envelhecimento estão colocados e a sociedade deve se preparar para enfrentá-los. a Presidente da SBGG destacou que a nova geração de idosos. . Ao receber o Prêmio.o Pará .terça-feira. como reconhecimento do conjunto das contribuições da SBGG à pesquisa e ao avanço do conhecimento.e no país. Na solenidade de abertura.000 participantes de todo o país. Nezilour Lobato Rodrigues é geriatra. E citou Kalache. o “Prêmio Pesquisa em Longevidade Bradesco Seguros” à presidente da SBGG Nezilour Lobato Rodrigues. a pesquisadora canadense Louise Plouffe. Esse foi o espírito do Congresso Brasileiro de Geriatria e Gerontologia promovido pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) de 29 de abril a 4 de maio. com cerca de 3. mas de toda a sociedade”. participante ativa dos rumos da SBGG em seu estado natal . uma instituição científica vislumbra uma nova geração de pessoas idosas. caracterizada ao mesmo tempo pelo envelhecimento ativo e por uma parcela de idosos dependentes. em Belém do Pará. tema do congresso. e de sua coordenadora de projetos. plenas de especificidades inerentes ao seu tempo. Laura Machado e Alexandre Kalache festejaram o encontro na mesma mesa. médico do Hospital da Universidade de Brasília e preceptor do Programa de Residência Médica em Geriatria. por Ina Voelcker”. em 2007. e a pesquisadora e coordenadora de projetos.com o trabalho “Envelhecimento e desenvolvimento no nível internacional”. Alexandre Kalache (Novas tendências. coordenadora de pesquisa do ILC-BR. Louise Plouffe. Ina Voelcker. Gerontólogos parceiros de lutas pelos direitos das pessoas idosas.Olhares sobre as políticas A Mesa Redonda “Envelhecimento e Políticas Públicas internacionais e nacionais” teve participação do Centro Internacional de Longevidade Brasil (ILC-BR). O Coordenador do debate foi Marco Polo Dias Freitas. Um simpósio sobre a iniciativa reuniu profissionais do ILC-BR. nacional (no Canadá) e específico relativo a algumas unidades brasileiras onde a iniciativa foi implantada. a pesquisadora canadense. a psicóloga e gerontóloga Laura Mello Machado. O enfoque “amigo do idoso” foi desenvolvido quando trabalhavam na Organização Mundial da Saúde (OMS) e publicado no “Guia Global das Cidades Amigas do Idoso”. elaborado a partir de artigo publicado neste blog. companheiros em muitas conferências e eventos. com apresentações de seu presidente. ao ser analisada nos aspectos global. Também nessa mesa. novas perspectivas) e da coordenadora de projetos Ina Voelcker . a iniciativa “Cidades amigas do idoso” tomou conta do Congresso Brasileiro de Geriatria e Gerontologia. Laura Machado e Alexandre Kalache após participação em Mesa Redonda Enfoque “Amigo do Idoso” no mundo No dia 2 de maio. médico e gerontólogo Alexandre Kalache. expôs o “Avanço nas políticas públicas e o fortalecimento dos Conselhos Municipais na defesa dos Direitos dos Idosos”. organização de referência no enfoque “amigo do idoso” por agregar os três experts responsáveis por sua concepção e disseminação: o presidente do ILC-BR. intitulado “A relações de envelhecimento e desenvolvimento. . Kalache é considerado o "pai da iniciativa da OMS". tema de Ina Voelcker. foi debatido por Alexandre Kalache e Ligia Py. expansão global e aplicação ao contexto brasileiro”. o Protocolo de Vancouver. principalmente. . sua forte expansão em seu país.Intitulado “Comunidades amigas do idoso: origem. presidente da SBGG. já implantada em mais de mil localidades no mundo. “Como a iniciativa se expandiu pelo mundo e como ela foi implementada no Canadá”. o Simpósio do Presidente foi conduzido por Nezilour Lobato Rodrigues. revelou o trajeto do enfoque “amigo do idoso” e. doutora em Psicologia atuante como Professora Colaboradora em instituições de ensino e de pesquisa em saúde e membro de conselhos sobre Cuidados Paliativos e Terminalidade da Vida. as grandes linhas de desenvolvimento de comunidades amigas do idoso.sua origem e conceito. identificadas através de uma pesquisa qualitativa sob orientação do Vancouver Protocol. Ina é tida como "filha da iniciativa da OMS". os fatores de sucesso e exemplos práticos. “A aplicação da iniciativa amiga do idoso ao contexto brasileiro”. além das principais características amigáveis ao idoso. O tema “Uma Cultura do Cuidado face à Revolução da Longevidade”. gerontóloga. foi adaptado este ano para o contexto brasileiro. O instrumento da pesquisa qualitativa usado mundialmente. Foi apresentado um modelo desenvolvido pelos profissionais do ILC-BR para ampliar o protagonismo do idoso no desenvolvimento de políticas públicas amigas do idoso no Brasil. psicóloga. Louise é considerada a "mãe da iniciativa da OMS". teve uma análise das iniciativas brasileiras que utilizaram os conceitos básicos da iniciativa da OMS. o simpósio teve apresentação de Alexandre Kalache sobre “A iniciativa Cidades Amigas do Idoso da OMS” . assumido como “Protocolo do Rio”. Simpósio do presidente Um momento de destaque no Congresso. O relato de Louise Plouffe. que os introduziu como “dois ícones na área do envelhecimento populacional”. O papel cada vez mais fundamental do cuidador de idosos é reflexo dos modos de vida.br/2014/05/geriatria-e-gerontologia-parauma-nova. com orientação profissional. Marilia Berzins e Maria Angélica Sanchez. http://longeva-idade. a SBGG reuniu estudiosos do assunto. tendo a formação como aspecto central”.html . Segundo Furtado. para elaborar uma proposta de currículo mínimo para cursos de cuidadores. outro projeto de destaque. que incluem a Academia da Terceira Idade. No Congresso.com. “um currículo mínimo é uma referência”. Recomendação de currículo mínimo voltado a cursos para cuidadores A proposta de regulamentar a profissão de cuidador é antiga e se reforça em tempos de demandas crescentes de cuidado. lideram o grupo que vem discutindo a questão e considera “chegado o momento de pensar em normatizações para o desempenho da função. “foi iniciado em 1998 e conta com 100 núcleos no município do Rio de Janeiro”. As condutoras do debate. instalada em espaços públicos para uso gratuito pela população idosa. Do consenso obtido nas duas oficinas foram extraídos os itens a serem discutidos no Congresso da SBGG e recomendados como currículo mínimo em termos de carga horária e programa. parceiro do ILC-BR em vários projetos. falou sobre a importância do exercício físico em todas as fases da vida como fator determinante do envelhecimento ativo. Estudos anteriores fundamentam a discussão que visa sugerir um currículo mínimo no âmbito da SBGG para orientação das iniciativas de formação de cuidadores de idosos.13) em setembro de 2013 e no VII Congresso de Geriatria e Gerontologia do Rio de Janeiro (GeriatRio) em outubro de 2013. Sua atividade pode melhorar a qualidade do cotidiano da pessoa idosa e tranquilizar familiares. Helio Furtado. O debate também se baseia nas oficinas realizadas no 8° Congresso Paulista de Geriatria e Gerontologia (GERP. Em sua exposição apresentou os projetos da SESQV.blogspot. Segundo Angélica Sanchez. de uma nova família e estrutura social. as gerontólogas e pesquisadoras Yeda Aparecida de Oliveira Duarte. pesquisador da Secretaria Especial de Envelhecimento Saudável e Qualidade de Vida (SESQV).Parceiro do ILC-BR fala no Congresso No primeiro dia do Congresso. o QualiVida. br/sobre.com.php .ESSSSEEEEEEE congresso http://www.cieh.
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