1Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano 2, nº1, julho de 2007. ISSN 1980-6116 http://www.unicentro.br - Ciências da Saúde AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE ATLETAS INFANTIS DA ESCOLA DE FUTEBOL EUROESTE Micheli Jaqueline Wendler 1 Raquel Rosalva Gatti 2 Aprovado em 27 de novembro de 2006 RESUMO O estado nutricional adequado e a atividade física regular e contínua na primeira infância são fundamentais para, assegurar crescimento e desenvolvimento dentro dos parâmetros normais esperados. Essas duas variáveis dentro da normalidade permitem que a criança adquira um bom desempenho na prática esportiva. O futebol na última década tornou-se um esporte altamente praticado e quando vem corretamente acompanhado, garante aumento de qualidade de vida, assegurando saúde, disciplina e equilíbrio emocional. O objetivo deste estudo foi avaliar o estado nutricional de crianças do sexo masculino entre 6 e 11 anos de idade inseridas em uma escola de futebol da cidade de Guarapuava – PR. Para tal, coletaram-se medidas de peso e altura para cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC) e análise posterior de acordo com percentil do National Center for Health Statistics. A média do IMC foi de 17,45 kg/m2 (± 2,28) e mediana de 16,75 kg/m2 e a média de percentil de 55,11. Obtiveram-se percentuais de 88,22% para eutrofia e 5,88% tanto para risco nutricional como para sobrepeso. Com relação às variáveis peso e altura verificou-se maior variação em relação ao peso do que em relação à altura. Pode-se concluir que esses resultados vêm ao encontro de outros dados nacionais em crianças praticantes de atividade física regular, porém sem unanimidade em todas as pesquisas. Desta forma, a orientação nutricional deve ser utilizada como método educacional dentro do projeto para desta forma, garantir estado nutricional correto, corrigindo possíveis carências e excessos, preservando a normalidade de nutrientes necessários para boa performance durante a prática do futebol. Palavras-chaves: Futebol, Crianças e Atividade Física. 1 Pós-Graduanda do Curso Especialização (Pós-Graduação lato sensu) em Saúde Pública. UNICENTRO. 2006. 2 Professora Orientadora. Mestre em Saúde Pública. Departamento de Nutrição. UNICENTRO. WENDLER , M. J.; GATTI, R. R. - Avaliação Nutricional de Atletas Infantis da Escola de Futebol Euroeste 2 Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano 2, nº1, julho de 2007. ISSN 1980-6116 http://www.unicentro.br - Ciências da Saúde ABSTRACT The adequate nutritional state and the regular and continuous physical activity in first infancy are basic to assure growth and development within the normal paremeters expected. These two variables within normality allow that the child acquires a good perfomance in practicing sports. Soccer in the past decadehas become a highly practised sports and when it comes correctly followed, it guarantees an increase of life quality assuring health, disciplines and emotional balance. The aim of this study was to evaluate the nutritional state of male children between 6 and 11 years old inserted in a soccer school of Guarapuava city – PR. For such, it has been collected weight and height measures for the Index of Corporal Mass (ICM) calculation and later analyzes in accordance with the National Center for Health Statistics percentile. The ICM average was of 17,45 kg/m² (+/- 2,28) and medium of 16,75 kg/m² and the percentile average of 55,11. Percentiles of 88,22% for eutrofia and 5.88% as for nutritional risk as for overweight has been gotten. Related to weight and height variables it was verified bigger variation in relation to the weight than to height. It can be concluded that these results meet with other national data of children that practice regular physical activity, however without unanimity in all researches, and like this the nutritional orientation must be nutritional state, correcting possible lacks and excesses, preserving the normality of the necessary nytrients for good perfomance during the practice of soccer. Key words: Soccer, Children and Phisical Activity. 1 INTRODUÇÃO Como na maioria dos esportes, a nutrição tem um papel fundamental para um bom desempenho no futebol. Evidenciam-se poucos estudos em relação à avaliação nutricional de atletas infantis no futebol. Como se sabe os gastos energéticos que ocorrem durante os treinos e partidas de futebol é enorme e a nutrição tem papel fundamental para um bom rendimento e para um bom resultado. Para realizar educação nutricional adequada, neste grupo de indivíduos, é necessário avaliar o estado nutricional dos atletas. O presente estudo teve como objetivo avaliar o estado nutricional de meninos de 6 a 11 anos de idade inseridos na Escola de Futebol Euroeste. Vários aspectos de riscos de saúde estão associados com o tamanho, proporcionalidade e composição corporal das crianças, principalmente relacionadas epidemiologicamente ao estado nutricional e crescimento físico (SOUZA & PIRES-NETO, 1998). A partir do diagnóstico individual pretendeu-se conhecer o perfil nutricional da população como um todo. A metodologia utilizada foram os índices WENDLER , M. J.; GATTI, R. R. - Avaliação Nutricional de Atletas Infantis da Escola de Futebol Euroeste preservar a composição corporal. retardar a fadiga e promover hipertrofia muscular. J. As brincadeiras no parque. A obesidade infantil é um reflexo comportamental próprio da idade. desapareceram dando espaço aos jogos no computador. A tecnologia vem entrando em nossas casas dia-a-dia interferindo no estilo de vida principalmente das crianças.2004) Nas últimas décadas a atividade física tem se destacado. ou pela escola quando não se dá a devida atenção à sua ação formadora (SICHIERI. através do alimento que ele está ingerindo. o peso ideal e melhora na sua performance. pela pouca disponibilidade de tempo por causa do trabalho. M.Ciências da Saúde antropométricos como principal critério de acompanhamento.unicentro. uma alimentação adequada visa manter a saúde. alimentos extremamente gordurosos e calóricos que fazem parte de sua dieta cotidiana.1998). desde o sobrepeso e a obesidade até graves quadros de desnutrição (BRASIL. talvez seja pela falta de informação dos pais. 2002). armazenar energia na forma de glicogênio. onde o esforço físico é mínimo. Assim. sendo requisitos básicos para o crescimento adequado auxiliando no equilíbrio da adiposidade corpórea. Estado nutricional é o grau pelo qual a necessidade fisiológica de nutrientes do indivíduo está sendo atendida. acompanham esse ritmo. R. resultando.. 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Nos últimos anos.Avaliação Nutricional de Atletas Infantis da Escola de Futebol Euroeste . Apesar do futebol ser o esporte mais popular no mundo. R. . nº1. com esses hábitos. são formas de atividades que podem ter influência benéfica no estilo de vida das crianças e refletir positivamente no estado nutricional do adulto. a nutrição tem sido alvo de crescente interesse por parte dos atletas e praticantes de atividade física. pois é fundamental para um desenvolvimento normal durante a infância e juntamente com a nutrição melhora substancialmente a qualidade de vida dessas crianças. um aumento da gordura corporal (SICHIERI. Segundo MALINA & BOUCHARD (1991). ISSN 1980-6116 http://www. WENDLER . Essa indicação baseia-se no conhecimento de que discrepâncias entre as necessidades fisiológicas e a ingestão de alimentos causam alterações físicas nos indivíduos. julho de 2007. o jogo. na rua. poucos estudos sobre nutrição foram realizados relativamente a esse esporte e à alimentação adequada para manter a saúde e preservar a composição corporal fundamental para o bom desempenho nos esportes. 1998). GATTI. cada vez mais conscientes de seus benefícios. para fornecer ao atleta o aporte energético necessário para garantir. o exercício.br .3 Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano 2. o esporte e a educação física escolar. É o estado de equilíbrio no indivíduo entre a ingestão e o gasto ou necessidade de nutrientes (MAHAN & STUMP. favorecer as vias metabólicas associadas à atividade física. que forneça uma nutrição inadequada.. peso e força. Um consumo inadequado de calorias e proteínas de boa qualidade é o problema nutricional mais sério disseminado em áreas tecnicamente subdesenvolvidas. Os alimentos que fornecem os nutrientes necessários ao crescimento físico constituem um fator ambiental essencial para o crescimento e desenvolvimento. principalmente em crianças. J. O primeiro período de crescimento rápido é dado durante a vida fetal e na primeira infância e o segundo durante a adolescência. Os índices antropométricos são utilizados como principal critério desse acompanhamento. não só em termos de altura. Os termos crescimento e desenvolvimento. A altura é uma medida fundamental para detectar desnutrição crônica e o peso é uma medida sensível de crescimento e pode ser uma pista precoce para indicar inadequações nutricionais. sendo durante a infância parte integrante do desenvolvimento psicomotor. Um meio pobre. Tanto um como o outro.. que é durante todas as alterações no complexo fisiológico que ocorrem desde a concepção até a maturidade. desde o sobrepeso e a obesidade até graves quadros de desnutrição (BRASIL.unicentro. A altura e o peso são as medidas mais comuns de grande significância para avaliar o estado nutricional (ORNELLAS. Para que haja saúde necessita-se de alimentação adequada de acordo com as atividades desenvolvidas pelos indivíduos e para prevenir enfermidades é importante a nutrição que engloba o metabolismo dos alimentos. em que discrepâncias entre as necessidades fisiológicas e a ingestão de alimentos causam alterações físicas nos indivíduos. GATTI. porém mais lento. 2002). 2004). dependem da herança genética do indivíduo e dos meios físicos e culturais em que ele nasce.4 Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano 2. A falta de crescimento normal é em geral um sinal precoce que levanta suspeita de que há deficiências nutricionais (MAHAN & STUMP. nº1. et al.1988). pode impedir uma criança de atingir seu potencial genético total. M. . WENDLER . julho de 2007. 1988). 2002).. as necessidades quanti e qualitativamente dos mesmos. por exemplo.Ciências da Saúde Uma parte importante do exame físico. é a avaliação do crescimento e desenvolvimento. como também em termos de desenvolvimento mental (ANDERSON. porém não é um processo uniforme ocorrendo de acordo com o período em que o indivíduo se encontra um crescimento rápido separado por um período mais uniforme. nos diferentes ciclos da vida e distintos níveis de desenvolvimento (ANDERSON et al. sendo particularmente devastadora principalmente na primeira infância (MAHAN & STUMP. seu valor nutritivo. ISSN 1980-6116 http://www.br .1988). pois favorece as condições de saúde e nutrição da criança assistida (ANDERSON et al. O crescimento ocorre continuamente desde a concepção até a maturidade completa. R..1998). quando o acompanhamento sistemático do crescimento e do desenvolvimento infantil é de grande importância.Avaliação Nutricional de Atletas Infantis da Escola de Futebol Euroeste . R. 5 Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano 2. de preferência complexos. . no volume gástrico e nas necessidades nutricionais principalmente quando esta criança possuiu uma prática de atividade física regular. 1993.. nº1. 1994). Já ficou evidenciado em muitos estudos que o aumento da ingestão de carboidrato na dieta melhora a performance em exercícios de alta intensidade auxiliando também o desempenho nas corridas durante e em etapas seguintes da partida. devendo sempre ser levadas em consideração as preferências alimentares do atleta. WENDLER .Ciências da Saúde A criança de 7 a 10 anos. através do aumento dos estoques de glicogênio muscular (KIRKENDALL.unicentro. R.Avaliação Nutricional de Atletas Infantis da Escola de Futebol Euroeste . R. podem levar à fadiga e limitar a habilidade do jogador para manter a alta intensidade das corridas no final dos treinos ou jogos (HARGREAVES. O ponto principal da alimentação é oferecer alimentos ricos em carboidratos. BANGSBO 1994). sendo necessário assegurar uma ótima disponibilidade de carboidratos antes. A disponibilidade inadequada do glicogênio muscular antes dos exercícios. em particular do glicogênio muscular. sem a introdução de alimentos desconhecidos na dieta no momento que antecede competições (CRIM & MUNRO. que é utilizado em glicólise anaeróbia rapidamente durante exercícios de alta intensidade. e sua depleção durante os mesmos. 1994). ou de 8 a 10 g/kg de peso corporal (CRIM & MUNRO. 1993).1 Carboidratos A fadiga no decorrer do exercício está associada à depleção das reservas de carboidrato. J. M.1 Nutrição e Esportes 2. este mesmo autor descreve que a ingestão de carboidratos deve representar de 60 a 70% das calorias diárias. Embora a literatura científica sobre o futebol seja limitada. ISSN 1980-6116 http://www. influenciando positivamente no rendimento durante o esporte (FALLOWFIELD & WILLIAMS. com quantidades moderadas de proteínas e gorduras. potencializando a performance (COSTILL & HARGREAVES. 1992). durante e após exercícios extenuantes. A performance do atleta relaciona-se ao glicogênio armazenado 24 a 48 horas antes do evento. O consumo maior de carboidrato também é importante após a partida para facilitar a recuperação do glicogênio muscular (COSTILL. Assim.br . apresenta aumento na atividade física diária. É fundamental a atenção ao metabolismo oxidativo dos carboidratos durante o exercício. 1992). GATTI. 1994). o aumento da ingestão de carboidratos é fundamental para manter os níveis de glicogênio muscular e hepático.1. julho de 2007. 2. e como produto final da oxidação de aminoácidos.. que regulam as funções orgânicas. cuja ingestão deve ser calculada após recomendações adequadas de carboidratos e proteínas. é de conferir aos diferentes tecidos ao qual fazem parte. visto que as proteínas não estão simplesmente armazenadas no corpo (WAGENMAKERS et al. GATTI. E a perda desse conteúdo corporal protéico é sempre acompanhada de perda de alguma função orgânica. em caso de inadequação das calorias não protéicas. mas somente de acordo com a sua moderação na ingesta é que garante melhor papel na dieta. R. manter e reparar músculos e outros tecidos corpóreos. As proteínas em excesso são estocadas como gordura e não como músculos (LEMON. 1994). sugere-se que estes servem como fonte de substrato auxiliar durante exercícios moderadamente intensos e prolongados (LEMON. parte dos aminoácidos ingeridos junto com os endógenos será utilizada na preservação da glicemia. 1993). possivelmente fazendo parte do metabolismo oxidativo nos músculos. também são importantes substratos para o metabolismo oxidativo na contração do músculo esquelético durante um exercício intenso (ROMIJN et al. suas capacidades metabólicas. ISSN 1980-6116 http://www. Pesquisas com exercício contínuo em taxa média de trabalho e duração semelhante ao futebol. não melhora nenhuma dessas funções.1. 1994). .unicentro.2 Lipídios Os lipídios (ácidos graxos mobilizados do tecido adiposo. No entanto. No entanto. WENDLER . formar enzimas e hormônios. a oxidação dos aminoácidos é inversamente proporcional à disposição do glicogênio. um dos seus papéis mais importantes. Sua principal função é construir. que leva o oxigênio até as células.Ciências da Saúde 2. M. produzir hemoglobina.br . nem forma maiores ou deixa os músculos mais fortes. 1991) A proteína é parte essencial da dieta da criança atleta. 2. R. Assim. sua ingestão deve ser reduzida para permitir ingerir mais carboidratos. Estudos demonstram um aumento de uréia no sangue após uma partida de futebol. Deve ser esclarecido ao atleta que se ingerir uma maior quantidade de proteínas do que o recomendado. nº1.6 Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano 2. triglicérides intramusculares e em menor contribuição os triglicérides do plasma). J. formar anticorpos. revelaram que a oxidação da proteína pode contribuir com menos de 10% da produção total de energia. BANGSBO (1994) observou que houve um aumento na concentração de ácidos graxos livres no sangue durante um jogo. para totalizar o VCT (Valor Calórico Total) da dieta.Avaliação Nutricional de Atletas Infantis da Escola de Futebol Euroeste .1. A ingestão de lipídios é necessária para alcançar a demanda energética em atividades extenuantes. julho de 2007. que combatem doenças e infecções.3 Proteínas Em relação às proteínas. GATTI. As investigações de perfis sangüíneos e performance.1994). Resultados mostram que uma ingestão dietética baixa é um fator de preocupação com cálcio.1. Nos casos de suspeita de alguma deficiência vitamínica ou de algum mineral pode-se averiguar indiretamente. resultado da quantidade insuficiente de informações a respeito dessa população. a ingestão adequada de alimentos não esteja sendo realizada.7 Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano 2. o que é comum entre os atletas (LAYMAN et al. A proteína de origem vegetal é extremamente importante para o jogador jovem. No entanto.4 g/kg/dia de proteína dos 4 aos 6 anos e 0. não indicam qualquer evidência de benefícios fisiológicos da suplementação de micronutrientes.4 Vitaminas e minerais Algumas vitaminas e minerais têm papel importante no metabolismo energético. R.. mostra que essa prática deve ser realizada com cautela e em casos específicos e individuais. .unicentro. a deficiência de um ou mais desses micronutrientes pode impedir a capacidade tanto aeróbica quanto anaeróbica do exercício. os jogadores deveriam consumir em torno de 1.Avaliação Nutricional de Atletas Infantis da Escola de Futebol Euroeste . não havendo comprovação científica para ingestão de maiores quantidades.Ciências da Saúde Para a formação de músculos é necessário ingerir quantidade necessária e adequada de proteína e exercitar o corpo. M. 2.8 g/kg/dia dos 7 aos 18 anos. ferro e zinco em jogadoras de bola. ISSN 1980-6116 http://www. apud BURKE et al. é atingida com dieta que supra suas demandas energéticas e nutricionais. a ausência de recomendações de suplementação vitamínica para atletas.br . R. julho de 2007. LEMON. 1995). 1991). nº1. 1994. 1996). Caso essa demanda não seja atendida. então. apud DRINK-WATER. 1996. na maioria dos casos.. para corrigir qualquer inadequação ou diretamente. pode ocorrer a redução do desempenho e aumento da ocorrência de lesões (FOGELHOLM. a suplementação de cálcio e vitamina D pode ajudar a preservar a densidade óssea (FOGELHOLM. 1994). A necessidade aumentada de vitaminas e minerais nos atletas. 1992). assim. como ingestão dietética e perfil químico no sangue. 1994. jogadores de bola aparentemente não precisam de suplementos vitamínicos para cobrir suas necessidades diárias em uma dieta típica ocidental (FOGELHOLM. Como o futebol é uma atividade intermitente de alta intensidade que requer considerável força e resistência aeróbica. J. devendo ser ingerida em maior quantidade perto do estágio de maturação sexual ou quando o treinamento é extremamente exaustivo (LAYMAN et al. WENDLER . em que por algum motivo. mesmo que a composição dietética de macronutrientes possa estar desequilibrada. acessando indicadores de quantidade de micronutrientes. estudando os efeitos da suplementação na performance do exercício em relação ao futebol (FOGELHOLM. Assim. estudos demonstram um aumento de 25% na capacidade antioxidante no plasma de esportistas. mesmo quando a anemia não está presente. processo de isquemia reperfusão e aumento da temperatura. nº1. oferecendo proteção adicional e diminuição da oxidação da LDL. 1983). ISSN 1980-6116 http://www. elevada taxa de auto oxidação de hemoglobina durante e após os exercícios.1. pode ter efeito prejudicial sobre o desempenho no exercício. bem como um significativo aumento nos níveis de antioxidantes hidrossolúveis no plasma de jogadores. Em relação aos radicais livres. jogadores submetidos a treinos regulares mostram um aumento dos níveis de antioxidantes no plasma (BRITES et al. 1988). mesmo sob estresse oxidativo induzido pelo exercício. Vitaminas e sais minerais são outros componentes indispensáveis da dieta. com correspondente elevação dos níveis de lactato (MAHAN & ARLIN. Pode existir uma relação positiva no consumo de antioxidantes por jogadores de futebol. apud SCHOENE. J. As recomendações nutricionais diárias ou quantidades diárias recomendadas (RDA ou QDR) são as quantidades médias de nutrientes que devem ser consumidas diariamente. produção de ácido lático. Estes atletas também apresentaram maior concentração de α . contribuindo para a fadiga e para lesões musculares induzidas pelo exercício (CRISWELL et al. 1995. Portanto.5 Hidratação A desidratação tem efeitos negativos sobre o funcionamento do corpo.Ciências da Saúde A depleção parcial dos depósitos de ferro no fígado. 1999). GATTI.br . 2.1993. A depleção de enzimas que contém ferro provoca um aumento no metabolismo anaeróbico.. que vão desde diminuições no rendimento físico.8 Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano 2. M. Foi observado ainda. Porém.unicentro. Dentre os nutrientes destacamos as recomendações de proteína na faixa de 45 a 59 gramas por dia e com relação a recomendações de calorias diárias é sugerida a faixa de 2.800 Kcal/dia. 1999). A hidratação é um fator que deve ser considerado antes. estudos demonstram que sua produção é diretamente proporcional ao consumo de oxigênio bem como. machucados e na performance física (FOGELHOLM. 1994).000 a 2. aumento nos níveis de oxidação de HDL no plasma. a longo prazo. A hidratação antes do início do exercício e durante o mesmo melhora o desempenho.tocoferol e aumento da atividade do superóxido. . até problemas por calor que podem levar à morte. R. R. No entanto. JENKINS. tem efeito na susceptibilidade de infecções.Avaliação Nutricional de Atletas Infantis da Escola de Futebol Euroeste . durante e depois do exercício (GALLOWAY. o aumento nos níveis de catecolaminas. baço e medula óssea. carboidratos (4kcal/g) e gorduras (9 kcal/g). julho de 2007. As necessidades energéticas são preenchidas pelas proteínas (4 kcal/g). principalmente se o líquido a ser consumido contém carboidrato WENDLER . mais pesquisas são necessárias para determinar se essa suplementação. evidenciada por valores séricos baixos de ferritina. de acordo com as idades dos atletas (LEMOM.1995). Isto. Atividades aeróbicas prolongadas são mais propensas a serem influenciadas negativamente pela hipohidratação do que atividades anaeróbicas de curta duração. condicionamento físico e taxas de transpiração dos atletas. ISSN 1980-6116 http://www. antes. O recomendado é beber água e bebidas esportivas antes. 1994). 1991). Porém. tanto quanto o equilíbrio eletrolítico. no futebol existem diferenças no número de interrupções em um jogo. J. Um jogador de 70 kg chega a perder durante uma partida de futebol em torno de 3.Ciências da Saúde (mono ou dissacarídeos) e eletrólitos. como seu estado de aclimatação. com queda de 30% na sua performance (MAUGHAN & LEIPER. na cidade de Guarapuava – PR. A importância de assegurar a ingestão adequada de líquidos. R. . WENDLER .unicentro. apud SALTIN & COSTILL. pode garantir a performance e reduzir os riscos de problemas associados ao calor (MAUGHAN & LEIPER.9 Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano 2. Além das diferenças individuais. M. 3 OBJETIVOS Avaliar o “Estado Nutricional de atletas da Escola de Futebol Euroeste” do sexo masculino com idades entre 6 e 11 anos inseridos na escola de futebol Euroeste.br . indicam possíveis níveis de desidratação e fadiga diferenciados. junto com as variações quanto ao trabalho realizado durante a partida pelos jogadores. durante e depois da atividade física. temperatura ambiente e outros (NOAKES. cabendo aos profissionais da equipe de saúde ficar atentos a essas variações individuais. GATTI.Avaliação Nutricional de Atletas Infantis da Escola de Futebol Euroeste . A correta hidratação consegue alcançar o equilíbrio entre a perda e o consumo de água e de sais minerais (MCARDLE et al. R. 1988). que varia conforme a modalidade do esporte. julho de 2007. O ideal é repor o volume perdido pela transpiração. 1993).. 2000). um nível adequado de hidratação só é mantido se o consumo de líquidos for suficiente. 1994. durante e após os exercícios (VARGAS. nº1.5 kg o que representa 5% de seu peso corporal e uma desidratação moderada. A defesa mais eficaz contra o aquecimento central do corpo é a sudorese. Embasou-se a avaliação nesses dados. Critério de classificação percentilar do IMCatravés do cálculo do peso (kg) pela altura em metros ao quadrado. em que foram avaliados todos os atletas de 6 a 11 anos de idade. R. R. O local da pesquisa foi o Guarapuava Esporte Clube da cidade de Guarapuava –PR. M. 8 e 9 anos de idade. nº1. Categoria A – Crianças de 6.br . residentes na cidade de Guarapuava. já que se sabe que após a ocorrência deste fenômeno há um acréscimo da massa magra no sexo masculino. o percentual de gordura utilizando-se o Aparelho de Bio impedância bifrequencial da marca Fitness. julho de 2007. p 10. WENDLER . em que foram avaliados atletas do sexo masculino com idades compreendidas entre 6 e 11 anos.Ciências da Saúde 4 METODOLOGIA 4. Onde: 1) menor que P 0.unicentro. também.Avaliação Nutricional de Atletas Infantis da Escola de Futebol Euroeste .agendados. ISSN 1980-6116 http://www. 7.1 Tipo de Estudo Estudo transversal de cunho quantitativo.1 e menor que P 3 (peso baixo para idade) 3) igual ou maior que P 3 e menor que P 10 (risco nutricional) 4) igual ou maior que P 10 e menor que P 97 (adequado/eutrófico) 5) igual ou maior que P 97 (sobrepeso) Categoria B – 10 e 11 anos. segundo fases do ciclo de vida contempladas pela vigilância alimentar e nutricional – SISVAN. Para adolescentes com idade igual ou maior que 10 e menor de 20 anos de idade.Onde: 1)Percentil menor que 5 (baixo peso) 2)Percentil igual ou maior que 5 e menor do que percentil 85 ( adequado ou eutrófico) 3)Percentil igual ou maior que 85 (sobrepeso) Para avaliar esses adolescentes foi levada em consideração a questão da maturidade sexual. em dias pré. p 97) do National Center for Health Statistics (NCHS). utilizando pontos de corte já padronizados (p 3. Os atletas foram avaliados com diferentes técnicas de acordo com a faixa etária. pois não encontramos parâmetros para avaliar atletas de futebol nesta faixa de idade. J. . GATTI. segundo idade e sexo do padrão de referência (NHANES II). inscritos no projeto escola de futebol Euroeste. 1999).1 (Peso muito baixo para idade) 2) igual ou maior que P 0. Definindo normalidade onde o valor ficava entre 7 e 15% de gordura (NAHAS. Para a obtenção destas classificações foram utilizadas medidas antropométricas de peso e altura e com adolescentes de 10 e 11 anos verificouse. Nas crianças menores de 10 anos de idade forão utilizados índices.. um total de 18 atletas.10 Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano 2. 4.br . percentil e IMC calculado a partir do peso e altura. Foram construídas as variáveis idade – a partir das datas de nascimento e da coleta dos dados – e IMC – dividindo-se o peso (em Kg) pela altura (em metros ao quadrado). Para todas as variáveis foram construídos gráficos do tipo Box-plots (Box-and-Whisker plots) que são representações diagramáticas dos cinco números sumários: (mínimo. R.3 Análise de Dados Através de digitação em duplicata em planilha do Excel ® realizou-se a análise estatística. J.11 Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano 2. Para % de gordura uso de aparelho de bioimpedância bifrequencial. julho de 2007. Além das medidas de tendência central (média) e variação(desviopadrão). 01/09/2006. M.unicentro. altura em metros. quartil superior. Após esse procedimento foram coletados dados de peso e altura dos sujeitos dispondo-se de instrumentos simples: uso de balança de plataforma e travessão com pesos móveis.. protocolo nº. sendo que as crianças apresentavam-se com roupas leves e descalços. máximo). As variáveis utilizadas foram idades em anos de vida. o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para a consentimento dos pais ou responsáveis pelos adolescentes.Ciências da Saúde 4. mediana. GATTI. . O projeto foi enviado e aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa . devidamente aferidas. WENDLER .2 Coleta de Dados Foi enviada anteriormente à coleta de dados. ISSN 1980-6116 http://www.CCS/ UNICENTRO. peso em kilogramas. e fita inelástica fixada em parede sem rodapés para medida de altura. nº1. quartil inferior.Avaliação Nutricional de Atletas Infantis da Escola de Futebol Euroeste . R. ISSN 1980-6116 http://www.Ciências da Saúde 5 RESULTADOS 70. GATTI.Avaliação Nutricional de Atletas Infantis da Escola de Futebol Euroeste .4 28.br .9 Tabela 1 .unicentro. R. nº1.. . M. julho de 2007. R.5 Kg WENDLER .PESO: A média de peso estava em torno de 33.2 38.4 19.5 26.05 Kg (±11.12 Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano 2. J.69) e mediana de 28. 14) e mediana de 1.unicentro.13 Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano 2.br . J.18 Tabela 2 .77 1.33 m WENDLER . R. R. julho de 2007.Ciências da Saúde 1. M.27 1. ..35 m (±0. nº1. ISSN 1980-6116 http://www.33 1.Avaliação Nutricional de Atletas Infantis da Escola de Futebol Euroeste .ALTURA: A média de altura foi 1.40 1. GATTI. 37 6.Ciências da Saúde 11.14 Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano 2. WENDLER . J. GATTI. julho de 2007.4 Tabela 3 .39 anos.unicentro.Avaliação Nutricional de Atletas Infantis da Escola de Futebol Euroeste .IDADE: A média de idade foi 9. .br . nº1.39 8. ISSN 1980-6116 http://www. R.. M.56) e mediana de 9.36 9.93 10.29 anos (±1. R. 11 (±25.00.PERCENTIL: A média de percentil encontrada foi 55.3 Tabela 4 .Ciências da Saúde 22.br . GATTI.75 Kg/m².. julho de 2007.75 15.65) e a mediana 50. M.00 45 10 Tabela 5 . 92 72 50. R. ISSN 1980-6116 http://www. WENDLER .unicentro.43 16.45 Kg/m² (± 2.Avaliação Nutricional de Atletas Infantis da Escola de Futebol Euroeste . J. .IMC: A média do IMC encontrada foi 17.83 14. nº1. R.15 Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano 2.28) e a mediana 16. WENDLER .88% 5. e o intervalo para tais resultados variou entre 0. Verificaram-se crianças com risco nutricional e sobrepeso.06%. GATTI.16 Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano 2. J. em que vêm ocorrendo uma inversão do estado nutricional de crianças e adolescentes.24% Gráfico 1 – Estado Nutricional O número de crianças nas quais foram avaliados o % de gordura foi insuficiente para aplicar como dado conclusivo. nº1.br . Sendo que o peso apresentou um coeficiente de variação de 35. julho de 2007.37% e para a altura o coeficiente foi 10. normal para esta faixa etária. R. porém vale relatar que as crianças de 10 e 11 anos avaliadas através do BIA o percentual encontrado foi em média 9%.. ISSN 1980-6116 http://www.88%. Não foram encontradas crianças com baixo peso. 6 DISCUSSÃO Muito tem se falado da transição epidemiológica.37%. 17. Conforme gráfico abaixo 88. Grafico 1: Estado nutricional 100% 90% 80% 70% Percentual 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Ris co nutricional Eutroficos Estado nutricional Sobrepes o 5. .24% eram eutróficos.Avaliação Nutricional de Atletas Infantis da Escola de Futebol Euroeste .unicentro. R. M. em ambos o valor encontrado foi de 5. Na década de 70 existia maior número de desnutrição em relação à obesidade e atualmente o que se percebe é que o percentual de obesos ultrapassa muito os percentuais de baixo peso e subnutrição.88% 88.Ciências da Saúde Com relação às variáveis peso e altura verificou-se que as crianças possuíam maior variação com relação ao peso do que com relação à altura. . julho de 2007. A metodologia adotada também foi avaliação através da bioimpedância. Segundo a autora. (2004) pré-escolares que adquirem padrões de alimentação saudável e participam ativamente de atividades físicas e de lazer conseguem diminuir o ganho de peso e conseqüentemente a obesidade. 2006). Acredita-se que esses resultados são devido à prática de atividade física regular. Estudo realizado com infantos e idades entre 7 e 9 anos do sexo masculino. R.Avaliação Nutricional de Atletas Infantis da Escola de Futebol Euroeste .1% e em meninas 21. O percentual de gordura encontrado em questão foi baixo com média de 9% indo ao encontro dos resultados de um estudo de avaliação com jogadores WENDLER . em que a maioria desses apresentou peso normal. (2001) a inatividade física é um importante fator para manutenção da obesidade na infância. através da bioimpedância e observou que em meninos a obesidade tinha freqüência relativa de 2. M. porém não podemos comparar percentual entre os dois sexos. De acordo com KLESGES et al. perde confiabilidade em atletas com grande massa muscular (MONTEIRO. com percentuais muito pequenos para sobrepeso e risco nutricional.br . 2006). VEIGA (1995) estimou prevalência de obesidade em estudantes entre 10 e 11 anos de idade na cidade de Niterói com base no percentual de gordura obtido. Encontramos uma alta prevalência de eutrofia.unicentro. No entanto. A meta de se atingir um peso adequado passou a exigir mudanças no habito alimentar e na prática do condicionamento físico (MONTEIRO. R. Neste estudo a massa muscular ainda não se apresentava visivelmente elevada. pois ele tem boa correlação com a percentagem de gordura corporal.Ciências da Saúde O IMC é o método mais utilizado na prática para avaliar estado nutricional. praticantes de futebol em uma escola da periferia do Rio de Janeiro trouxe resultados semelhantes ao aqui encontrados.3% . Os resultados encontrados neste estudo foram inversos à maioria de outras pesquisas realizadas com crianças não praticantes de atividade física. J. Segundo TROST et al. pois o ciclo de vida investigado era quase que na totalidade de crianças e atletas amadores. com percentual pequeno para baixo peso e obesidade. . Como os meninos são praticantes de futebol com regularidade o percentual encontrado foi baixo. nº1. ISSN 1980-6116 http://www. Pesquisa realizada por RIBEIRO (2001) verificou que o excesso de peso entre escolares mostrou associação positiva com a preferência por assistir televisão ao invés de praticar atividades físicas. GATTI. porém foram considerados os limites do IMC propostos por SICHIERI e ALLAM (1996). os diferenciais encontrados nas prevalências de obesidade obtidas através de métodos diferentes podem ser explicados pela interferência da massa muscular que é maior nos meninos e não é mensurada de forma adequada através do índice de massa corporal e das pregas cutâneas.17 Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano 2. 5%. em relação às intervenções realizadas individualmente (WHITAKER. Investigações transversais de amostras aleatórias estratificadas de crianças de sete a nove anos de idade de Florianópolis que comparam o estado nutricional com o estudo realizado na França.SP. Não foi possível utilizar tal método para crianças com idade inferior. A prática de exercícios físicos é capaz de reduzir a quantidade de gordura corpórea e preservar a massa livre de gordura.1% vs 3. Esses mesmos autores ainda descrevem que quantidades reduzidas de gordura. 2000). mas o número de crianças nestas idades era reduzido e o percentual foi em torno de 9% considerados normais para esta faixa etária. ISSN 1980-6116 http://www. relatam que certos tipos de comportamentos podem estar contribuindo para a mais elevada prevalência de sobrepeso em Florianópolis. 2006). podem ter um impacto positivo na prevenção do excesso de peso. os fatores etiológicos que explicam o aumento de peso estão ligados às mudanças no estilo de vida WENDLER .5% delas realizavam atividade esportiva regular.9% e de 16. que ainda se encontra em estudos. achado comum em indivíduos com alto nível de atividade física. M. . sendo a magnitude desse efeito afetada diretamente pela intensidade de exercício (REZENDE.18 Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano 2. Essa prevalência foi muito distinta da encontrada aqui.unicentro.Avaliação Nutricional de Atletas Infantis da Escola de Futebol Euroeste . Outro estudo realizado apresentou sobrepeso e obesidade com percentual muito elevado em aulas de educação física de escolas públicas e privadas da cidade de Bragança encontrando prevalência de excesso de peso em torno de 30%. 2001). A disponibilidade de métodos que permitam estimar a composição corporal é fundamental para a avaliação de atletas. R.3% para Florianópolis e França. quando comparado aos 37. Fatos comportamentais (atividade física e sedentarismo podem explicar a diferença no estado nutricional) (ASSIS et al. julho de 2007.. Segundo BRAY e POPKIN (apud LIMA et al. a atividade física praticada por esses escolares não tinha a mesma regularidade e continuidade quando comparada aos dados do estudo em questão (RIBEIRO. et al 2006). realizado por BASSIT (2004) na cidade de Bragança Paulista .9% e a prevalência de sobrepeso foi de 19. podem ser estimadas erroneamente. nº1. R. 1999). Pequenas intervenções na escola. porém. Seriam necessárias equações válidas para grupos populacionais como no caso de criança atleta. GATTI. nesta ordem.br . J. principalmente quando equações generalizadas são utilizadas. As crianças francesas apresentam elevado nível de atividade física em que 66. onde a prevalência de baixo peso foi de 1. no sentido de melhorar o valor nutricional no lanche. As crianças com 10 e 11 anos foram avaliadas utilizando o aparelho de bioimpedância. pois o nível de atividade física de um individuo influencia diretamente seu perfil de composição corporal.Ciências da Saúde de voleibol amadores. onde o percentual foi 9.5% das crianças de Florianópolis. Por tratar-se de atletas infantis. Rio de Janeiro: Ed. M. acredita-se que o percentual pequeno para sobrepeso em nossa pesquisa se deve a questão relacionada à atividade física.V.Avaliação Nutricional de Atletas Infantis da Escola de Futebol Euroeste . Verificaram-se crianças com risco nutricional e sobrepeso com o mesmo percentual de 5. Nutrição. Percebeu-se que existe falta de unanimidade nos critérios apontados na literatura para diagnosticar o estado nutricional em atletas de futebol nesta faixa etária.17ª ed. 7 CONCLUSÃO Na população em questão as médias para idade. sua totalidade tinha estilo de vida ativa independente do estado nutricional que os mesmos apresentaram. S. nº1. peso.R. P. 17.29 anos. MITCHELL. DIBBLE. fornecendo informações corretas às crianças. Esses são os dois principais fatores que colaboram para tal quadro. Portanto. 33. altura.19 Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano 2.1988 .Ciências da Saúde com a diminuição na prática de exercício físicos e da ingestão de alimentos gordurosos. H. M. Além de escassez de pesquisas para comparativo devido as distintas metodologias para essa prática.11 respectivamente.05 Kg. As variáveis com maiores oscilações ocorreram em relação ao peso quando comparado com a altura. Guanabara.unicentro. . familiares e preparadores físicos para garantir a adoção de hábitos alimentares adequados. julho de 2007. R.24 eram eutróficas. H. 737 p. J. A atividade física regular e sistemática certamente é um dos caminhos para garantir qualidade de vida da infância até a terceira idade. 8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDERSON.88% e a grande maioria 88.. Pode-se concluir que alimentação balanceada e atividade física regular proporcionam melhora na qualidade de vida e conseqüentemente previnem a ocorrência de obesidade e subnutrição. RYNBERGEN. GATTI. TURKKI. R. que tenham efeito positivo sobre o desempenho esportivo. IMC e percentil foram 9. WENDLER . Cabe aos profissionais da saúde envolvidos no acompanhamento desses atletas esclarecerem a importância da alimentação equilibrada. ISSN 1980-6116 http://www.45 Kg/m2 e 55. Devido às diversas metodologias empregadas para avaliar crianças e também devido ao número escasso de pesquisa em praticantes de futebol com idade similar a este estudo torna-se difícil a confiabilidade na comparação de resultados.br . L. J. Assis et. EVELSON P. Sobrepeso e baixo peso em crianças de 7 a 9 anos de idade de Florianópolis. BASÍLIO M..20 Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano 2.A. Sul do Brasil uma comparação com estudo francês usando protocolo similar.ed. D.R. ISSN 1980-6116 http://www. nº1. OSLON J. BURKE L. Al 2006Assis.. 1995. Brasília: Ministério da Saúde. CHIPKEVITCH.. 86-92. 3.7. CRISWELL D.. J. 2000. 1994. Maio – Junho de 2006. M. L. Grosseman S. 25.F. M. Saúde e desenvolvimento da juventude brasileira: construindo uma agenda nacional.. J. Secretaria de Políticas da Saúde. Sports Med. COSTILL. (13). R. and READ R. J. 1992. clínicos e psicossociais. Hiilse. E.Ciências da Saúde ARAGON – VARGAS. Nutr. HARGREAVES. 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Report "AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE ATLETAS INFANTIS"