Texto publicado em: Comportamento Humano – Tudo (ou quase tudo) que você precisa saber para viver melhor.Orgs.: Maria Zilah da Silva Brandão, Fatima Cristina de Souza Conte, Solange Maria B. Mezzaroba. Santo André, SP: ESETec Editores Associados, 2002. Sentimentos: estão sempre associados à maturidade e o bem estar de uma pessoa. IMPORTANTE: a descrição dos sentimentos aqui apenas serve como metáforas para um conjunto de comportamentos e sentimentos. +ritmo cardíaco +freqüência respiratória Ansiedade Aumento na pressão sanguínea Possível sudorese uma pessoa pode falar com mais intensidade. . Além dos respondentes. cada sentimento apresenta um componente operante. o corpo expressa. sorrir mais e “sentir” estados mais agradáveis em seu corpo. ele manifesta os sentimentos. assim. › Ex: na alegria. O corpo age. o corpo fala e. pode dizer para o filho: “Por que você está com raiva do Pitoco. porque o cachorro não quer atender a uma ordem sua. que testemunha essa cena.” A mãe. . fica vermelha. É a comunidade verbal que nos ensina a nomear aquilo que sentimos. desta maneira. a mãe. dá-lhe um chute. coitadinho. Se uma criança corre atrás do seu cachorro. chama-o de “feio”. ele está cansado. usou a palavra “raiva” para nomear todas essas manifestações do filho. Há sempre a necessidade de compreensão contextual. . não diria que seu filho está com raiva da bola. dizendo uns palavrões porque a bola bateu na trave. mas diria que ele tem paixão por futebol. da relação entre os comportamentos e o contexto adequado para nomeação. chutando essa bola. uma mãe que observa seu filho correndo atrás de uma bola. Por outro lado. ou seja. Ao estudar o sentimento. não se pode falar apenas na resposta emitida pelo sujeito. O contexto antecedente e conseqüente são fundamentais para que consigamos de fato definir algum sentimento . . pois se não forem observados todos eles interagindo. A namorada que tem um significado afetivo muito grande para Paulo viajou por um período prolongado (evento antecedente). os comportamentos operantes e os respondentes. telefona com freqüência (são os componentes operantes. escreve-lhe cartas saudosas. o que é chamado de saudade é toda a interação descrita: os eventos antecedentes. Neste caso. voluntários da ação de Paulo) e. não é possível saber o que ocorreu com Paulo (note que a saudade não é a causa dos comportamentos do namorado). então Paulo fala sobre a namorada. sente reações autônomas. igualmente. internas do seu corpo enquanto fala sobre ela e a vê em sua imaginação (são os componentes respondentes do organismo). ao mesmo tempo. “A russa quebra todos os recordes porque sua auto-confiança é muito forte”. “Ele passou no vestibular porque é responsável consigo mesmo”. . “Marta fala com tanta desenvoltura pois tem boa auto-estima”. como resultado do uso freqüente e pouco cuidadoso. se propunham a descrever. podem vir a transformar-se em explicações daquilo que. . As metáforas. originalmente. atendendo a altas exigências (pois: “Só assim vão reconhecer meu valor”). “Eu não gosto de mim”. “Não mereço a atenção das pessoas”. concordar com a opinião dos outros. mesmo que intimamente se oponha a ela (pois: “Só assim me aceitarão no grupo”) . ceder quase sempre. “Ninguém me ama” etc Comportamentos: se manter numa relação afetiva na qual os comportamentos que a pessoa emite são freqüentemente punidos (pois: “Só assim terei alguém ao meu lado”). trabalhar excessivamente. “Sinto-me horrível”. . porém. explica os comportamentos e sentimentos aos quais o termo se refere. Note que o termo auto-estima. usado sob controle dos comportamentos e sentimentos apresentados. Em nenhuma instância. uma classe de comportamentos. num único termo. categoriza a pessoa e sintetiza. O que causa então os sentimentos e comportamentos de alguém rotulado com baixa auto-estima? A resposta a tal pergunta deve ser buscada na história de contingências de reforçamento à qual a pessoa foi exposta durante seu desenvolvimento comportamental e nas contingências atuais. . ou gostosa. ou. Ao dizer “Experimente esta comida. a criança percebe as diferenças entre sabores.” (ou doce. ou quente.. texturas.). O primeiro passo concreto que as pessoas podem dar para ensinar seu filho a detectar seus sentimentos é começar pelos órgãos dos sentidos. ou macia. temperatura etc.. . Ela está salgada. mas metaforicamente produziu sensações orgânicas equivalentes – não iguais – às produzidas por uma comida com sabor delicioso) ou sinto-me “aliviado”. tê-lo terminado causa sensações corporais que são equivalentes às produzidas pela redução de uma carga pesada que estava sendo carregada). mas. depois que acabei o meu relatório (terminar um relatório não reduz literalmente peso algum. metaforicamente. A pessoa passa a usar metaforicamente as palavras aprendidas a partir de objetos e de sensações concretas com cada órgão dos sentidos para se referir a outras experiências. Fiz uma viagem “deliciosa” (a viagem não tem sabor. . . Se for mudada a contingência. o comportamento-sentimento também muda. É impossível separar o comportamento de entregar as notas e os sentimentos de ansiedade. . Comportamentos e os sentimentos são produtos colaterais das contingências de reforçamento. Que tipo de contingências formulam este estado? . Auto.estima é um termo forjado para identificar um determinado estado do corpo. Auto-estima = produto de contingências reforçadoras positivas sociais. . ela tem sua auto-estima aumentada. Quando uma criança se comporta de forma adequada e seus comportamentos são reforçados. 1. 3. auto-estima.. Fortalece comportamentos adequados. Produz variabilidade. . 2. prazer. Desenvolve comportamentos de iniciativa. criatividade. 4. felicidade.. Produz bons sentimentos: bem-estar. . os pais (chefes. maridos.) devem valorizar não apenas o comportamento.. Um fundamento: deve haver reconhecimento por parte dos pais sobre o comportamento dos filhos (chefe.. .) IMPORTANTÍSSIMO!!! › Ao oferecer os reforçadores. mas priorizar “o você”.. marido. Jogando assim você vai longe” . “O bife ficou ótimo mamãe” “Você faz bifes ótimos mamãe. faz bifes como ninguém!” “Jogando dessa forma você vai longe” “É muito bom ver como você é um jogador determinado. A auto-estima está fundamentalmente ligada à noção de valorização do EU desenvolvida a interação social. . nas segundas opções o destaque maior é para a pessoa que se comportou. Apesar de que em ambas as frases o elogio é notável. . Sentindo-se amada e valorizada pelo outro. Ela aprende então que é capaz de receber amor e de produzir esse reconhecimento do outro como conseqüência. a pessoa aprende a se amar. “Eu sabia que ia dar certo: planejei com cuidado todos os detalhes da festa.”. . Foi um sucesso. super divertida. Ela promove para si mesma o que é bom para ela. simplesmente porque se ama. › Ex: pessoas que não fazem nada sem outras pessoas para acompanhar. Exigências mais flexíveis e contingentes junto a gratificações nem sempre contingentes. . isso tem gerado graves transtornos na educação. Conhecer melhor os efeitos de continências. Educar uma criança demanda TEMPO. . “Como foi seu dia hoje filhão? Tava com saudades. Se a gratificação é apenas contingente a um bom comportamento. isso gera na criança a sensação de que o amor. atenção e carinho foram pagos com o bom comportamento.” amou o filho de forma não contingente. Ao ser reforçado por um comportamento mesmo discriminando que aquilo não era algo reforçador para os pais. não apenas por emitir comportamentos que são reforçadores para os pais. Adequado vs. . a criança passa a ter a sensação de que ELA é amada. Inadequado: deve ser considerado que produz conseqüências reforçadoras para o filho. elogiado e não se lembra de contingências punitivas. Clínica: o cliente relata que sempre foi muito apoiado. relata um vazio afetivo difícil de ser explicado. Até que ponto foi reforçado por aquilo que ela realmente queria??? . entretanto. . ao que o filho poderia responder “Pai. Ele dá ao pai a dica sobre a conseqüência oferecida. Modelar na criança comportamento de questionamento conciso e objetivo é muito salutar: › Por exemplo. o que você achou das outras notas?”. o pai comentou “Precisa estudar mais História. diante de um boletim em que a única nota ruim foi dois em História.”. Punições não contingentes ou inconsistentes é que geram problemas comportamentais-sentimentais. . Limites são fundamentais até mesmo para um desenvolvimento emocional sadio. a mãe coloca o pai no meio da relação dela com Pedro. mas um “meio amargo” para Paulo. o único que “ama” chocolate amargo. Elas os ama como são e todos são amados. . mas não com a calda de chocolate. Ao tratar diferentemente cada filho. para João que adora pastel. ela destaca o que é importante para cada um. A mãe frita e separa o maior pastel. afinal? 2. em que colocou duas azeitonas. compra chocolate para todos. A mãe prepara o pudim que Pedro lhe pediu. Para quem ela preparou o pudim. pois é esta que o pai prefere. Em última análise. Faz calda de caramelo.1. que acabou se frustrando com seu brinquedo. com o objetivo de motivá-lo para o esporte. A frase é um elogio ao filho. Fábio. Você parece seu pai. O pai realizou um desejo seu e se esqueceu das limitações naturais do filho. sempre tirando 10”. “Adorei sua nota de matemática. Esqueceu-se que o filho de 8 anos não tinha forças para arremessar a bola tão alto. 4. Funciona como um elogio ou uma ameaça para a próxima prova. E se não tirar 10? O pai comprou uma cesta de basquete e a fixou na parede.3. . Presenteou o filho com uma bola tamanho oficial. mas inclui uma grande exigência: igualar-se o pai e tirar 10. na altura oficial. enquanto passa a mão pelo rosto dele. pingando de suor. ama o sobrinho. Reconhece a voz da filha. a mãe responde: “Quem você acha que poderia ser?” A mãe dá maior ênfase ao comportamento (pune a pergunta feita) do que à filha (poderia dizer “Que bom que você me ligou”). que lhe pergunta “Quem está falando?” Prontamente. A mãe. A tia chega atrasada para assistir ao jogo de tênis do sobrinho. vermelho. recém-separada. tão suado”. “Você precisa ir tomar uma Coca geladinha”. Ela não ama tênis. Ela nem quis saber o resultado do jogo (aliás. ele havia perdido a partida). Ao vê-lo saindo da quadra exausto. mora sozinha e recebe um telefonema. diz: “Coitadinho. . . É um estado corporal condizente a realização de uma tarefa e o reforço contingente produzido por tal realização. Autoconfiança = produto de contingências reforçadoras positivas não sociais (em parte). A auto-confiança é produzido tanto por contingências de reforçamento positivo quanto negativo (pois está somente atrelado à tarefa). O sentimento de auto-confiança está associado aos comportamentos bem sucedidos. . Diz-se que uma pessoa com sentimento de autoconfiança é “segura” e “confiante”. “Segura” e “confiante” significam que a pessoa sabe que comportamentos deve emitir para alcançar reforços positivos ou remover eventos aversivos. . É preciso que os pais dêem oportunidades do filho se comportar e ser reforçado pela própria ação. . Deve-se estabelecer contingências em que o sujeito se comporte e produza os reforçadores necessários. › Ex: ir à padaria com o filho. não posso ficar sem ele. hiper-dependência se quem produz o reforço é o outro. Quando os pais se mostram demasiadamente presentes para o que quer que a criança venha a precisar. não dá a ela chance de experimentar as contingências nem o próprio repertório. . Tal relação gera sentimentos de insegurança. › “Tenho medo de subir em árvores”. seu comportamento entra em extinção e é produzido um estado de frustração. Não basta os pais criarem condições: elas tem de estar adequadas. . Se a contingência exigir muito além do que o repertório tem condições de responder. “Não gosto de praia”. . Solicitada a realizar um desempenho demasiadamente complexo: “Não quero pão” – “Não quero entrar na padaria sozinha”. Processo de retirada gradual da ajuda nas situações que favorece o desenvolvimento de um padrão reforçado e auto-confiante. repreensão pelo não cumprimento da tarefa). um mau indicador de desenvolvimento emocional). a criança não se recusa a atender os pedidos (isso ocorre quando as contingências são fortes: ou há excessivo elogio pelo desempenho ou ameaça de crítica. . mas ao cumprir a tarefa sente-se também ansiosa. Os pais deveriam estar atentos a esta possibilidade antes de proclamarem com orgulho que seus filhos desde muito pequenos já pareciam adultos (por sinal. Às vezes. Incentivar a criança explorar o ambiente favorece as relações já citadas. Frase de excessivo cuidado geram também insegurança. . sempre exageram nas “deixas” sobre o quão o mundo é perigoso: “lá pode ser muito sujo”. entretanto. . AINDA NÃO SABE ANDAR DE BICICLETA!” faz com que a criança desenvolva a reação pareada ao estímulo do grito dos pais. Existem situações onde os pais até deixam o filho explorar um pouco mais. Gritar: “VOCÊ VAI SE MACHUCAR. “fique atento aos mendigos que passarem por perto”. . Estar em contato com acidentes não é escolha: é fato! Os pais tendem a tentar minimizar a dor do filho desconsiderando-a: “isso não é nada. Deve-se ser claro e honesto. já vai passar”. vai doer. para que a situação tenha coerência com a realidade: vamos lavar o dodói. mas isso fará com que você fique bom”. As dicas são removidas ou acrescentadas até que a criança de conta de fazer isso sozinha. . os dois procedimentos são interessantes. Para estabelecer contingências que evocam sentimentos de autoconfiança. As contingências reforçadoras manejadas pelos pais para produzir sentimentos de autoconfiança visam. auto-estima é um sentimento que geralmente não se associa com ansiedade ou medo. Enquanto as contingências que produzem sentimentos de auto-estima têm que ser necessariamente reforçadoras positivas. alívio. . As contingências reforçadoras positivas manejadas pelos pais para produzir sentimentos de auto-estima visam. os comportamentos. medo. Assim. as contingências que produzem sentimentos de autoconfiança podem ser positivas ou negativas. por sua vez. pode estar associado a bem-estar. bem como com ansiedade. a pessoa. satisfação. primordialmente. primordialmente. mas sim com bem-estar. satisfação. O sentimento de autoconfiança. Em alguns contextos familiares. os sentimentos de autoestima e autoconfiança são simultaneamente desenvolvidos. uma das duas contingências parece ser mais presente. . Nas complexas relações de contingências. Sua profissão é ser estudante”. “Vou ajudá-lo um pouquinho mais. Agora você pode subir o que falta sozinho”. Segure firme. pune o comportamento atual de estudar e faz exigências de desempenho. “Não adianta reclamar que tá difícil fazer a lição de Física. 2. Pai dá ajuda física que permite ao filho completar com sucesso a tarefa de subir numa torre.1. Você tem que estudar mais e se virar. Assim mesmo. . Pai recusa-se a dar ajuda ao filho. acabava tendo que responder as tarefas.1.” A mãe esclarece o que vai acontecer. orienta como o filho deve se comportar para lidar com a injeção aversiva.. Minha mãe trabalhava muito. . Até hoje você acredita que tenho dificuldades com os estudos?” A mãe fica sob controle do rótulo do terapeuta.. coitadinha. não permite fuga e dá-lhe afeto. Vou ajudar você. e continua a impedir que a filha se comporte para dispor o reforço. “Sua dor de garganta só vai sarar com a injeção que o médico receitou. mas se você ficar quietinho e “molinho” dói menos. 2. “Quando fui ao psicólogo. A picada vai doer. Vou abraçar você. ele falou para meus pais que eu tinha dislexia. Responsabilidade é desenvolvida principalmente sob controle de contingências coercitivas. No cotidiano. uma série de comportamentos produz como conseqüência punição positiva e/ou negativa. . . Na vida em sociedade. Viver é lidar com reforçadores e aversivos. é preciso habilidade para lidar e controlar aversivos. chefes injustos. . impostos abusivos. independente de nossas escolhas. mexer em fios com a corrente elétrica ligada pode produzir choques. que nos expõem a contingências coercitivas. exigências de trabalhos exaustivos etc. manusear descuidadamente uma faca fere o dedo. Mundo social também: há professores intolerantes. Natureza pune inadequados: permanecer sob o sol por muito tempo produz queimaduras. desenvolve sentimentos de responsabilidade. Obedecer é comportamento de fugaesquiva. . Uma criança sensível. isto é que responde adequadamente às contingências aversivas.) lhe ocorrerá. O filho não obedeceu a mãe porque é responsável. Se você deixar seu irmãozinho se machucar. “Olhe seu irmãozinho para mim. Ele a obedeceu por causa das contingências coercitivas em vigor. então alguma coisa aversiva (castigo. Não deixe ele se machucar”. surra. repreensão etc. enquanto tomo banho. . Parece que eu via mamãe do meu lado brigando”.. Na responsabilidade há também a generalização para outros contextos na ausência dos pais. a criança também emite comportamento “adequado”. Em outras situações que não foram previamente treinadas.. nunca ousava aceitar nada para comer. “Sempre que eu ia na casa de alguém. . não obedecer era um exemplo de “desrespeito e ingratidão” em relação ao pai. . mas a contingência que instalou tal comportamento foi a aversiva. não o obrigo a nada”. mas ele ignora que no passado o filho aprendeu que não ajudar deixava “o pai triste”.. parece que ela arruma a cama. O máximo que eu faço é pedir. dá comida ao cachorro na hora certa por reforço positivo. . Da mesma forma.deste modo. O filho hoje generaliza aquilo que aprendeu no passado e atua de forma equivalente. um pai pode dizer “Meu filho me ajuda porque quer. Alguém que cumpre religiosamente com suas tarefas será chamado de responsável. Mantém-se de comportando assim por alguns fatores: reforços sociais. O correto seria dizer que se comporta adequadamente diante de contingências coercitivas e se sente responsável. . esquiva (ñ testa a contingência atual). manutenção de reforçadores de longa data. Contingências que dispõem reforço positivo junto ao negativo. Dispor de ajuda na resolução das contingências aversivas. The Sims 2 . Fading-in de contingências menos exigentes para mais exigentes. Uma pessoa “extremamente responsável” é aquela que responde de forma extrema a contingências coercitivas. ou que terão baixa probabilidade de ocorrer ou que escapam do seu controle. Cria ou supõe a existência de conseqüências aversivas que não existem . mas se comportam como se fossem ocorrer proximamente e pudessem ser evitadas. . “Tenho que trabalhar muito. pois com a taxa de desemprego posso ser mandado embora”. “Com essa alta do dólar o país irá a falência”. “Tenho orgulho de nunca ter gozado férias. “O que vão pensar de mim os que me virem aqui passeando na praia”. isso é preocupação de vagabundo” . “Posso morrer a qualquer momento e por isso preciso deixar um patrimônio para os filhos”. crise dos pais etc. – e não dos comportamentos dela). Contingências coercitivas muito intensas (punições longas.. 4. incluindo agressões físicas). porque as punições ocorreram sob controle de outros eventos – alcoolismo. 2. Ausência de uma pessoa significativa que criasse oportunidades de discriminar os excessos da coerção (por ex. não basta limpar o carro do pai. a criança suporta a coerção sem critérios para detectar que ela pode ser exagerada ou injusta. . doença psiquiátrica. tem que deixá-lo impecável nos mínimos detalhes etc. Punições não contingentes a comportamentos específicos (a criança não consegue discriminar quais comportamentos seus geram a conseqüência aversiva. muito severas. 3. uma mãe que se opusesse aos exageros do pai. mesmo sendo impotente para modificar os comportamentos do marido). tem que ser com letra bonita. Quando não há uma comunidade verbal alternativa.1.). Exigências muito elevadas de desempenho (não basta escrever corretamente. ou que deixasse claro para o filho que discorda dos excessos. Contingências reforçadoras levam a comportamentos responsáveis. . Contingência aversivas levam a sentimentos de responsabilidade. Só eu ficava em casa. Sentia-se responsável por servir bem ao pai. muito questionável). Ele voltava torto para casa”. As contingências na festa eram coercitivas: o menino atuava como garçom para se esquivar das repreensões severas do pai. mas pelas críticas que receberia se viajasse e pelo “sofrimento” que causaria no avô (comportamento de fuga-esquiva). meu pai ia sozinho. “Sempre que havia uma festa de família. mas fazia questão de me levar. Eu ficava. O filho discriminou que não era levado às festas por amor. mas para servir o pai. Todo mundo dizia que meu avô morria se eu saísse de perto dele. aniversário. trabalhando na loja. eu ia buscar mais e levava bronca se demorasse. Sentia-se responsável pelo avô. Quando acabava. né!” O garoto ficava com o avô não por causa do amor que recebia (aliás. Eu desde os 8 anos trabalhava na loja dele. Eu funcionava como garçom dele: ia buscar coisas para ele comer. Nas férias meus irmãos e primos desciam para a praia. trazia num pratinho. casamento. “Meu avô me adorava. Tomava „todas‟ e eu que ia encher o copo de bebida. . Atrasar progressivamente mais a liberação do reforço positivo. Aumentar gradualmente a intermitência do reforçamento positivo. . 2.1. contingentes a elos de uma cadeia de respostas. Substituir os eventos reforçadores “primários” ou “incondicionais” por reforçadores “secundários” e generalizados condicionais. reforçadores generalizados. Incluir. . 4.3. Colocar o comportamento da pessoa (ensiná-la a “observar”) sob controle de aspectos sutis do ambiente (antecedente e consequente) e dos próprios comportamentos (operantes e respondentes).5. . bem como de estados corporais. 6. . 7. Criar condições para que a pessoa emita comportamentos que produzam conseqüências amenas (positivas e aversivas) apropriadas para modelar comportamentos. Colocar o comportamento da pessoa sob controle das relações de contingências de reforçamento. sem ficar sob controle das contingências).8. exceto comportamentos inadequados. . Apresentar eventos com demonstrada função reforçadora positiva (reforços amenos) não contingentes a nenhum comportamento pré-determinado (isto é. . sem ficar sob controle das contingências). Apresentar eventos com demonstrada função reforçadora negativa (estímulos aversivos amenos) não contingentes a nenhum comportamento pré-determinado (isto é.9. 10. 11. Usar procedimentos de punição (ver texto do Hélio Guilhardi: Punição não é castigo) dentro de parâmetros e diretrizes claramente explicitados previamente. Colocar o comportamento da pessoa sob controle de regras (comportamento governado por regras). . Expor a pessoa a contingências coercitivas amenas que produzam “estados corporais” amenos (chamados de sentimentos ou emoções de “medo”. “ansiedade” etc.) e criar contingências para que respostas de fuga-esquiva .12. Usar procedimentos de extinção. 13. ) 14. “satisfação”. apresentando instruções. dando modelos. Expor a pessoa a contingências reforçadoras positivas amenas que produzam “estados corporais” amenos (chamados de sentimentos ou emoções de “alegria”.apropriadas ocorram (através de modelagem. fornecendo ajuda física a ser. esvanecida etc. gradualmente. . “bem-estar” etc.) e criar contingências para que respostas de aproximação, de cooperação, de gratidão etc. ocorram (através de modelagem, dando modelos, apresentado instruções, fornecendo ajuda física a ser, gradualmente, esvanecida etc.) 15. Ser “injusto” de maneira moderada e eventual: expor a pessoa a contingências inesperadas, diferentes daquelas às quais ela está familiarizada; 16. Colocar o comportamento da pessoa sob controle dos comportamentos de terceiros, bem como sob controle das contingências que produzem tais comportamentos nos terceiros. Primeiramente, em relação a pessoas próximas e afetivamente significativas: “Meu pai falou rispidamente comigo (comportamento); . Posteriormente. em relação a pessoas distantes. ... lutam por melhores condições de ensino). mas socialmente relevantes: “Os professores estão em greve (comportamento).. (referência às contingências). (referência às contingências).ele age assim quando está exausto”. Colocar o comportamento da pessoa sob controle de contingências coercitivas emitindo comportamentos de fugaesquiva apropriados. . colocar o comportamento da pessoa sob controle da fonte das contingências coercitivas e modificá-la quando for viável tal contra-controle (que não deixa de ser uma classe de comportamentos de fuga-esquiva).17. quando as contingências não podem ser alteradas. 18. Produzir a discriminação necessária para se comportar de acordo com a contingência (fuga-esquiva) ou para modificar a contingência (contra-controle). Colocar o comportamento da pessoa sob controle do comportamento dos agentes provedores de reforços positivos (ou da fonte não social de reforço positivo) de modo a levá-los a liberar reforços positivos para si e para outros. . 19.