Aula 13_A Instabilidade Entre-guerras_Eichengreen

March 29, 2018 | Author: André Martins | Category: Gold Standard, Exchange Rate, Currency, Inflation, Monetary Policy


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A instabilidade entre-guerrasEichengreen (2008) Introdução • Antecedentes do período entreguerras – Adensamento rede comercial e financeira internacional – Mudanças econômicas estruturais • Mudança na divisão internacional do trabalho • Expansão da periferia – Padrão Ouro • Aumento da utilização de notas e títulos, queda do uso do ouro • Sistema de Pagamentos formado (BIS), com centralidade em Londres – Ciclos Econômicos • Crise no final do século – Intensificação dos conflitos • Esses contextos acabam por minar as quatro instituições que balizaram o período • 1a Guerra Mundial Cronologia • 1914-1918 • Guerra acaba com o compromisso de governos em converter moeda doméstica em quantidades fixas de ouro e com a liberdade de indivíduos em exportar e importar ouro de outras fontes – Ouro era necessário para realizar compras de guerra – leis são criadas para prevenir fluxo de saída de ouro – Taxas de câmbio passam a flutuar – Mobilização de guerra: emissão de moeda sem lastro, títulos do governo e novos impostos – Suporte financeiro americano: empréstimos a câmbio desvalorizado Cronologia • Por esses motivos, grande parte da reconstrução pós guerra foi do sistema monetário – Fim da guerra, fim do suporte de câmbio americano (desvalorizado), inflação nos países europeus e possibilidade de perda de suas baixas reservas de ouro – Suspensão da conversibilidade do ouro; taxas de câmbio passam a ser, temporariamente, flutuantes – O temor da inflação prevalece • deflagrada por conta da liberação da demanda represada e da emissão de moeda sem lastro para financiar gastos do governo – Decisão por políticas que trouxessem estabilidade ao câmbio e controle inflacionário • Restabelecimento da conversibilidade em resposta à inflação se dá em momentos diferentes para cada país europeu o que implica necessidade de valorização do câmbio e aumento do juros. mas com inflação e redução da atração do capital externo Cronologia 1919-1926 • Reconstrução do sistema monetário e fixação do câmbio • Fixar taxas de câmbio em algum nível denota estabelecer termos de troca. Três intensidades – Austeridade moderada: outros países com moderada inflação não precisaram ser tão radicais na estabilização da taxa de câmbio: • Bélgica em 1925. • Mas parâmetro principal. mas com desequilíbrio no BPs (deteriora conta corrente) e aumento do passivo externo – Necessidade de crescimento com expansão da oferta monetária. foi fixar câmbio segundo estabilidade de preços interna. Alemanha e Polônia em 1924. na maioria dos casos. o que depende da competitividade de cada país.Introdução Década de 20 • Países Europeus devastados e endividados. Hungria em 1925 – Austeridade descabida: outros países que controlaram inflação antes da estabilização do câmbio (Suécia em 1924 e GB em 1925) restauraram estabilidade a taxas vigentes no pré guerra  incompatibilidade com estrutura econômica . com baixas reservas de ouro • Taxas de câmbio instáveis – Aumento dos níveis de demanda nacionais com oferta precária  inflação pós guerra – Necessidade de atrair capitais para reconstrução • Mecanismos de ajuste via mercado inoperantes. França em 1926 e Itália em 1927 estabilizaram câmbio em algum nível próximo da taxa vigente no PO – Austeridade: políticas econômicas restritivas (juros). influxo de capitais para reconstrução e novas moedas: • Áustria estabiliza sua taxa de câmbio em 1923. implicando desvalorização e redução dos juros. aumento da incerteza sobre políticas econômicas e retornos dos investimentos • Conflito: – necessidade de controlar a inflação e atrair capitais. crise se espalha pelo centro industrial do sistema – Alemanha e Áustria. países com moedas fortalecidas mantinham excedentes persistentes – Ajustes em mercados de commodities e ativos não traziam o necessário equilíbrio restaurador das contas externas – Oferta de reservas globais também era inadequada: limites do ouro – Instabilidade na Periferia: emergência de instituições em países em desenvolvimento (Bancos Centrais) • crises forçavam a adoção de políticas econômicas contracionistas e pressionavam governos a abandonar o padrão ouro Cronologia • Crise de 1929 • Países periféricos: limites à conversibilidade • 1931. 5 anos de duração • Funcionamento insatisfatório no SMI – Mecanismo de ajustamento era inadequado: países com moedas enfraquecidas tinham problemas crônicos com déficits do BPs e saídas de ouro e reservas cambiais. aumentos de liquidez não sanavam os problemas. GB suspende conversibilidade em Setembro de 1931 após pressão sobre suas reservas . crises bancárias e corridas sobre suas reservas internacionais. suspensão de conversibilidade e adoção de controles sobre câmbio – GB: com um BP já deteriorado pela redução dos ativos externos do país e a crise eminente na Europa.Cronologia 1926-31 • Externalidades de rede: adesão de outros países • Pequena sobrevida do Padrão Ouro: Estabilização Francesa de 1926 marca o restabelecimento do padrão-ouro. a depreciação da taxa de câmbio britânica em 1931 marca sua derrocada. causando mais saídas de capital – Membros do bloco do padrão-ouro forçados a suspender conversibilidade. países se separam em 3 blocos: – Países que ainda adotavam padrão-ouro (EUA) – Países na área da libra esterlina (GB e outros países que lastreavam suas taxas de câmbio a libra) – Países com controle de câmbio e conversibilidade suspensa: países da Europa central e oriental Cronologia • Esse sistema monetário internacional tripolar não era particularmente estável • Ciclo vicioso em países sob o padrão ouro – Depreciação na GB e controles na Alemanha deterioraram as posições de pagamento de países ainda sob padrão ouro. aumentam taxas de juros.Cronologia • Em 1932.mudança nos termos de troca que afetava outros países . o que gerava desemprego e aumento das pressões para desvalorização. – Comerciantes e investidores começam a vender notas lastreadas em ouro prevendo alguma política restritiva  fuga de capitais • Bancos Centrais. desvalorização do dólar em 40% . em vistas das perdas de reservas. qual a saída? Controle da Inflação ou Crescimento? – Qual a política econômica adotar? • Restritiva ou expansiva? • Ou algo no meio? Teoria econômica pouco consolidada (a que tinha era de cunho liberal pré 1a GM).... • Conversibilidade restrita e políticas comerciais. (crescimento  inflação. – Caso do Franco foi emblemático Experiência com taxa flutuante o caso controverso do Franco • Argumento teórico sobre a causalidade entre políticas econômicas e instabilidade do câmbio – Maior atuação do governo nos mercados de câmbio – Volatilidade da taxa de câmbio do Franco  Volatilidade das políticas fiscais e monetárias • Ponto importante: taxas de câmbio flutuantes estão sujeitas a movimentos cumulativos de piora que tendem a intensificar qualquer desequilíbrio inicial ..SMI no Entreguerras Dilemas a serem enfrentados • Situação econômica. política e social – Como resolver? • Desarranjo do SMI – Qual o melhor modelo? Câmbio flutuante ou Fixo? Qual moeda? Crédito? – Saídas traziam custos a serem arcados. controle da inflação  recessão) • Dessa forma... troca para papéis denominados em dólar e libras causa a instabilidade . estabilidade do câmbio • Portanto. inflação. incerteza e depreciação valor ativos: saída de capitais • Disputa sobre determinação de impostos e repagamentos pelo BACEN.Experiência com taxa flutuante o caso controverso do Franco • Caso da França: relação entre déficits fiscais recorrentes (endividamento público). aparentemente. dúvidas sobre capacidade de pagamento da Alemanha • Invasão do vale do Ruhr (1923-25) – resistência passiva e reação do governo Alemão • Plano Dawes: pagamentos anuais de 1% da renda nacional alemã – alta volatilidade da taxa de câmbio francesa em resposta aos desígnios do plano de reparação Experiência com taxa flutuante o caso controverso do Franco • Com efetivação do plano  aumento das receitas e estabilidade necessária para renegociação do plano orçamentário do governo francês. a estabilidade das políticas seria pré-condição para estabilidade do câmbio. inflação e depreciação do câmbio – Altos custos para restauração e reparação pós guerra. – Exceto pelo fato da especulação voltar a forçar a depreciação do franco entre 1925-26 • Mecanismos de deflação internos não funcionavam • Mas existe outra explicação para instabilidade do câmbio: expectativas de instabilidade no sistema (disputas sobre grau de taxação dos ricos) – Detentores de riqueza promovem saída de capitais do país.. contribuição (reparações) da Alemanha para a recuperação Francesa – Flutuações no câmbio francês à mercê das notícias sobre os pagamentos da reparação. receitas do governo deprimidas por conta da fraca recuperação da economia.. aumento dos impostos e reequilíbrio das finanças públicas. .. Pouca experiência sobre – – – – Controle (da volatilidade) de câmbio Controle inflacionário Resposta a demandas sociais de crescimento e bem estar Restrições sobre liquidez internacionais e efeitos de ajustes no SMI Resposta ao Dilema.Experiência com taxa flutuante o caso controverso do Franco • Ambos os argumentos sobre causalidade acabam encontrando bases sustentadoras • O que realmente importa é que a visão crítica de que déficits fiscais e instabilidades nas políticas econômicas causam instabilidade do câmbio foi a que acabou prevalecendo como explicação. . – A noção para o uso de planos de austeridade • Restrições ao uso de taxas flutuantes devido a essa instabilidade • Portanto. seria possível? • Mas volta ao padrão-ouro não acabou com a instabilidade inerente ao sistema – não remove pressões políticas que promoveram fluxos de capitais especulativos. – não remove efeitos do desemprego e da incidência de impostos sobre desígnios (políticas) dos governos – o novo padrão-ouro também inevitavelmente sofreria com a falta de credibilidade e durabilidade de seu predecessor pré guerra. o caso do Franco demonstra a insuficiência da compreensão da causa dos fenômenos econômicos. • “Fazer aquilo que fizemos bem”  volta ao PO • Mas sob o contexto econômico reinante. . formulação de políticas econômicas politizadas) foram admitidas como fatores permanentes.Padrão-Ouro Trocas • O padrão-ouro entreguerras não obteve os mesmo méritos de seu antecessor pré guerra.. Qualquer plano de organização do SMI deveria levar em conta o novo contexto ( parâmetros usados em BW) PO Trocas: Introdução • Preeminência da GB fica no passado. país foi obrigado a vender grande parte de seus ativos externos durante a 1ª Guerra • Fim das complementaridades entre o investimento externo britânico e as exportações de bens de capital • Países que antes eram credores passaram a devedores (Alemanha) e se tornaram dependentes de recursos dos EUA • Difusão de sindicatos e burocratização dos mercados de trabalho solaparam a velocidade dos ajustes de mercado – distúrbios negativos aumentavam o desemprego de forma persistente • Pressões sobre os governos aumentaram – desenvolvimento político e aumento dos gastos sociais . – Novo sistema não conseguia mais absorver choques! – Novo regime não possuía a mesma credibilidade! • Lição aprendida: – As novas características do século XX (relações de trabalho burocratizadas.. • Sobrevalorização da libra. entrada de capitais na GB por conta de maiores taxas de juros relativas. sem líder declarado e de países que adotam políticas individualistas Reconstruindo o Padrão-Ouro • Em 1922. preços ainda em níveis muito altos. apreciação da libra • Mas Timing impreciso do ajuste de câmbio e da inflação doméstica (mais inelástica) na GB. desemprego sobe de 2% para 11% • Falta de coordenação no SMI: EUA também praticavam políticas anticíclicas. drenagem de ouro – Reação do BACEN Inglaterra: aumento dos juros.Reconstruindo o Padrão-Ouro • Argumentos para restauração do padrão-ouro: instabilidade do câmbio e disciplina de governos • Externalidades de rede: – Estopim da conversibilidade geral: adoção da taxa fixa pela GB em 1925 – necessidade de deflação no país para se adequar a taxa de câmbio escolhida (ou pelo menos a um nível de preços próximo ao dos EUA) • Transição gradual: começa em 1921 com políticas recessivas  aumento de juros e redução dos gastos públicos. facilitando o ajuste na GB. preços ficam estáveis nos EUA. mesmo que isso aprofundasse a recessão da economia . aumentando a necessidade de aprofundar o ajuste na GB – Efeitos de um SMI desorganizado. desequilíbrio em transações correntes. causando problemas com termos de troca (afetando exportadores e importadores britânicos em indústrias líderes). mas impulso final vem com a redução de juros nos EUA com vistas a facilitar processo de ajustamento na GB. redução da demanda por produtos domésticos. desemprego. receio de perda de credibilidade do governo.Reconstruindo o Padrão-Ouro • Debate Keynes – Churchill – Política cambial • Posição de Churchill prevalece (pró valorização) – – – – receio quanto aos impactos sobre os ânimos dos investidores. o padrão-ouro já se encontrava restabelecido na maioria dos países O novo Padrão-Ouro • Ouro desapareceu de circulação durante 1a GM – governos aumentam valor mínimo para venda. perda de negócios no centro financeiro • Efeitos de externalidades atraem a adesão de outros países – mas retorno da taxa de câmbio a níveis pré guerra não foi unanimidade – reduzir altas taxas de inflação significaria uma redistribuição de renda de devedores para credores (por causa da alta de juros) • Em 1926. expectativa de “retornos” do padrão-ouro. limitam trocas de ouro a apenas trocas de moedas internacionais (reservas internacionais) – “o padrãoouro câmbio” – bancos centrais mantêm reservas em moedas estrangeiras • Receios com queda na oferta de ouro global. com aumento da inflação e efeitos sobre crescimento mundial – fontes de ouro não se expandiram • Problema de coordenação – alguns bancos centrais não adotam reservas externas – ameaça de movimentos especulativos limita a extensão da adoção do sistema de reservas internacionais . O novo Padrão-Ouro • Problemas de coordenação – tentativa de resolução em conferências internacionais – apoio à adoção do sistema de reservas internacionais – ênfase na cooperação internacional. ausência americana – GB: posição de destaque do centro financeiro britânico. prevenção dos movimentos de taxas de juros • Liderança britânica. experiência bem sucedida no império – EUA: questionamento da eficácia do padrão-ouro de trocas e da cooperação entre BACENs. alto volume de reservas de ouro no país • Falha na implementação do sistema A instabilidade entre-guerras Aula II Eichengreen (2008) . aumentando o valor real das notas e depósitos em circulação.Problemas com o novo Padrão-Ouro • Moedas novamente conversíveis em ouro a preços fixos domésticos na 2a metade da década de 20 • Restrições sobre transações em capital e ouro foram removidas • Alguma estabilidade nas taxas de câmbio • 1924-29: crescimento econômico. aumento da demanda por moeda e crédito – como oferta de ouro era razoavelmente fixa. gerando superávits maciços no BPs – Um Franco mais forte (apreciado) teria reduzido o nível de preços. expansão só foi possível pelo aumento no estoque de reservas internacionais pelos principais BACENs no período (tomam emprestado em moeda estrangeira)  aumento nos passivos dos BACENS sobre uma base monetária limitada Problemas com o novo Padrão-Ouro • França e Alemanha absorveram grande parte do aumento das reservas monetárias globais no período – Política cambial francesa manteve o câmbio acima das possibilidades da estrutura econômica (desv. que aumentava os influxos de ouro e reservas internacionais.) – dava vantagens comparativas (concorrência) ao setor produtor doméstico. reduzindo a necessidade de importações de ouro – Por quê o Banco da França adotou então uma posição de cambio desvalorizado? Rigidez Institucional • Por conta de estatutos e leis. ao BACEN era proibido fazer política monetária expansionista – obrigação de manter reservas de ouro equivalentes a 35% dos depósitos e notas e proibição de realizar operações de mercado aberto . além da desconfiança dos oficiais públicos franceses sobre o novo sistema Problemas com o novo Padrão-Ouro Alemanha • Problemas com indenizações. mas principal destino dos investimentos americanos • Taxas de juros relativamente altas (receio de volta da recente inflação) • Ceticismo quanto ao novo sistema – Plano Dawes força o BACEN alemão a aumentar quantidade de reservas internacionais (estabilização) em ₤  a apreciação da libra (ajustamento britânico) tornava vantajosa a manutenção dessas reservas (obter ganhos de capital) • 1926: Alemanha começa a converter reservas internacionais em ouro .Problemas com o novo Padrão-Ouro • Banco da França ainda poderia ter reduzido a taxa de redesconto ou vendido Francos no mercado de câmbio – o problema foi que o sistema financeiro francês era pouco desenvolvido para efetuar tais operações. não oferecia suporte ao plano – 1927. rara ajuda à GB (redução de juros e operações de mercado) – Boom de Wall Street e receios do governo americano: adota políticas contracionistas (aumento do juros) para conter movimentos especulativos em seus mercados de capitais – Contração da economia americana. reduzindo reservas internacionais e ouro – Mecanismo de ajuste automático para o equilíbrio (eliminação de superávits e déficits) não funcionava adequadamente – Movimentos de capitais estabilizadores que financiavam déficits de conta corrente não era mais confiáveis • Essas inadequações foram dramatizadas por mudanças no padrão internacional de liquidações que estrangularam a capacidade de ajustamento do sistema – Aumento da fatia de mercado dos EUA na América Latina em detrimento da Europa.Problemas com o novo Padrão-Ouro • Absorção de ouro na Alemanha e França aumenta pressão sobre outros bancos centrais – Forçados a aumentar taxas de juros e reduzir crédito para defender suas reservas • EUA. redução das saídas de capitais para outros países – efeitos mundiais (Crise 29!) O Padrão do Sistema de Pagamentos Internacionais • Novo padrão-ouro não operava como planejado: alguns países com persistentes déficits no BPs. credor mundial – pressões sobre balanços de pagamentos em países europeus – Desenvolvimento Financeiro nos EUA. o mesmo para Japão no mercado asiático (efeitos BComercial) – Reparações de guerra na Europa acabavam sempre em mãos americanas – Centralização de fluxos de capitais nos EUA. Bancos de Investimento . maior detentor de ouro. aumento do peso do débito nos países europeus • Invariavelmente.O Padrão do Sistema de Pagamentos Internacionais • Alta dependência dos países europeus por empréstimos americanos – falha do processo de reciclagem de papéis e títulos em 1928 (recessão americana) – aumento do juro. reduz preços domésticos. aumenta saldo da balança comercial – mas o colapso dos mercados de exportação em 1929 serve como um segundo golpe nos países da Europa • Possibilidades de atenuar a crise ocorreram. meio e fim do Padrão Ouro câmbio • Justificativas Principais POt: instabilidade do câmbio e disciplina dos governos • Justificativas não assumidas publicamente – Apego a um modelo econômico defasado – Externalidades de rede – GB: retorno a era dourada  reflorescimento de seu SF (moeda forte  valorização da libra) • “Padrão Ouro Trocas”: 1926 a 1931 • Problemas no Sistema de Pagamentos Internacional – Expansão da moeda fiduciária (crédito)  limites claros do ouro (oferta monetária) já se manifestavam – FRA: moeda desvalorizada e reparações  grande absorção de ouro. déficits em BPs persistentes em vários países – Centralização sem liderança no SMI – Crise de 1929 e Grande Depressão . Redução das reservas internacionais e atração de ouro – Desequilíbrios no SMI: falta de coordenação. movimentos de capitais eram desestabilizadores. seriam possíveis. – Abolição das reparações de Guerra: redução dos fluxos em direção aos EUA – Reduções em preços e custos poderiam aumentar a competitividade dos produtos europeus e latino americanos no mercado mundial. SF pouco desenvolvido – ALE: Revanchismo. redução do crédito diminui a demanda na Europa. mas não foram tomadas. requilibrando os BPs – mas os pisos de deflação eram limitados (peso sobre a economia + perigo de aceleração do processo deflacionário + Dívidas denominadas em termos nominais – perigo para o sistema bancário de uma deflação descontrolada) Começo. Por exemplo... fecharia mercados. ou – Usar reservas via BACEN para manter estabilidade no mercado de câmbio. mas desequilíbrio no BPs (dependência de insumos produtivos. aumento relativo das importações).. injeção de crédito. – EUA: queda da produção em 48% entre 1929-1932 • Resposta limitada do governo: necessidade de abandono do padrão-ouro por conta de seus efeitos na economia – Saída para Governos: reduzem juros. receios provocam saídas de capital . ou – Moratória da dívida . Respostas: – Usar reservas para manter o pagamento dos serviços da dívida externa.Respostas à Grande Depressão: Periferia • Simultaneidade dos choques nos mercados de capitais e commodities era comum em países em desenvolvimento. Respostas à Grande Depressão: Centro • Queda do padrão-ouro na periferia afetou estabilidade do SMI no centro – Agravado por colapso na produção industrial. perda de reservas. depreciação da moeda. redução das reservas do BACEN mina a crença na estabilidade financeira • Ação: saída do padrão-ouro depreciação do câmbio quase simultânea.. liquidação de depósitos e fuga de capitais do país . reduz atividade • Bancos Centrais tinham limites em injetar liquidez no SF (poderiam violar estatutos que impunham limites à proporção ouro/reservas internacionais) – Injeções de liquidez poderiam minar credibilidade em defender o sistema – Função de emprestador de última instância prejudicada. não históricos: defesa da atual posição e condições econômicas correntes dos países • Governos admitem que movimentos de capital tomam características desestabilizadoras • Receios de colapso do dólar e da libra (desvalorização) força governos a liquidar reservas internacionais  fuga para o ouro – redução mundial do volume de reservas (ouro e moeda internacional) Crises bancárias e sua administração • Países com sistemas financeiros pouco desenvolvidos sofreram mais – Dificuldade em liquidar dívidas – Erosão do valor das garantias.Respostas à Grande Depressão: Centro • Mudanças também do contexto político – Países não estavam mais dispostos a defender o padrão-ouro. politização das ações do governo – Fim da credibilidade dos governos na manutenção do sistema – credibilidade se se aproxima de eventos cotidianos. Qualquer rumor de resgate dos bancos já propiciava corrida bancária. receio em estender linhas de crédito – Dificuldade de firmas em obter capital de giro. mas diferentes interpretações das causas da crise impediram qualquer esforço nesse sentido – Na GB: crise era culpa da inadequada expansão da oferta de moeda pelo BACEN (abaixo do esperado) – Na FRA: a expansão monetária desenfreada era o problema– crédito barato gera aumento da demanda. • Reação em cadeia pelos países: Padrão-Ouro câmbio se desintegra .saída seria deixar firmas quebrarem (EUA) – Impasse..Crises bancárias e sua administração • Mecanismos de salvaguarda (cláusulas de fuga) do SF utilizados no pré-guerra foram insuficientes • Atitudes de suspensão temporária do padrão-ouro não eram mais possíveis (não havia credibilidade em restaurar o sistema pós reequilíbrio) • Pressões sobre os governos para atuar em resposta a condições domésticas precárias – padrão ouro era um sistema restritivo em uma época de constantes pressões para uso das políticas econômicas Crises bancárias e sua administração • Coordenação externa de políticas seria a única saída.. crescimento com inflação . limites da expansão monetária. paralisia do canal de empréstimos.A instabilidade entreguerras Aula III Aula Anterior • Entreguerras e o SMI: 3 períodos – Ajustamento: 1919 a 1925  restritivo: valorização cambial. falta de coordenação e liderança – Desintegração do SMI: Crise de 29 e suas repercussões internacionais • Derretimento do SF nos EUA. efeitos sobre crescimento e emprego. efeito dominó • Câmbio flutuante (administrado) a partir de 1932 (maior adesão após 1936) . controle inflação – Padrão Ouro Câmbio: 1926 a 1931  Certa estabilidade e crescimento (baixo) nos 2 primeiros anos • Problemas no SMI: desequilíbrio estrutural crescente. juros altos. Desintegração do Padrão-Ouro • 1o país: Áustria – Volume dos passivos desproporcional no SF austríaco – Rumores de grandes perdas por parte dos depositantes – Injeções de liquidez incompatíveis com manutenção do padrão-ouro (aumento da oferta de moeda enquanto reservas do BACEN estavam diminuindo) – Necessidade de empréstimos externos (BIS – controle das reparações de guerra) – Defender o SF nacional ou o padrão-ouro? Escolhe o 1o. colapso do setor agrícola • Banco Central com baixas reservas – Alemanha Aperto de liquidez para firmas Fim das entradas de capital Corrida bancária após crise na Áustria Passivos de CP no SF três vezes maiores que as reservas do Banco Central – pouco espaço de manobra – drenagem de ouro por conta da queda de confiança • Procura por empréstimo internacional recusada (reparações de guerra deviam ser respeitadas) • • • • – Crise se alastra para a Grã-Bretanha .. – Hungria: • Maior banco austríaco tinha controle sobre maior banco húngaro – corrida bancária • Reparações de guerra.. Alemanha. Mas decide impor controles sobre taxa de câmbio ao invés de deixá-la flutuar Desintegração do Padrão-Ouro • Crise se espalha pela Hungria. pressões de desemprego. mas contenção da sangria é apenas temporária: aumento da dívida externa era insustentável. reforça o ceticismo do mercado Efeitos no Reino Unido: Crise da Libra Esterlina • Suspensão da conversibilidade da Libra em 1931 simboliza a desintegração do padrão-ouro entreguerras – Libra esteve no centro do sistema pré 1a guerra. foi uma das duas âncoras do sistema no entreguerras – Libra perde 1/3 do seu valor em 3 meses pós fim da conversibilidade.Efeitos no Reino Unido: Crise da Libra Esterlina • Bancos protegidos da crise industrial por conta da fraca relação do SF com firmas. – Afunda outras moedas em diferentes países – Crise se espalha para o dólar – investidores trocam dólares por ouro com receio de desvalorização – Compressão da base do sistema monetário internacional  1932.. afetava o SF doméstico – mas fugas de capitais continuaram – Por quê? – Expectativas do mercado: aumento do juros insustentável – depressão econômica. mas integração do SF britânico com outras economias mundiais deixava bancos em situação precária • Perda de reservas do Banco da Inglaterra – suporte precário era baseado no influxo de juros e dividendos advindos de fontes cada vez mais escassas de capital • Atitudes de outros países reduzem influxos de rendas – deterioração do BPs • Redução da taxa de juros foi uma saída. em torno de 24 países abandonam a conversibilidade e depreciam suas moedas .. aumento dos serviços da dívida pública (dívida de guerra) • Mercado prevê limites para atuação do banco – ataque especulativo à libra (vende maciça da moeda) – BACEN teve que obter empréstimos em outros países. insolvência de firmas. aqueles que adotavam câmbio fixo através de controles sobre câmbio. pressão de instabilidade do câmbio . desemprego e falências de bancos aumentaram • Pressões sobre as reservas de ouro nos EUA. Crise do Dólar • Dólar foi desvalorizado em 1933 – Anteriormente à eleição de Roosevelt. aumento da procura por ouro. 3. o produto havia caído continuamente. 2.SMI desintegrado • Formam-se 3 grupos de países: 1. principalmente por conta de depreciação da libra. aqueles ainda sob a égide do padrão-ouro. que diminuia as reservas internacionais nessa moeda.. aqueles que seguiram a GB e abandonaram o padrão-ouro • Em países que abandonaram o padrão-ouro. evitavamse os destinos externos de seus gastos a países que ainda adotavam padrão-ouro (produtos mais caros) – membros do bloco do padrão-ouro viam suas posições competitivas piorarem e seus BPs deteriorarem • Queda da demanda por produtos no bloco do padrãoouro – pressão por políticas que revertessem as medidas de austeridade.. • Incertezas políticas – eleição de Roosevelt e pressões para “reflacionar” a economia – aumento das incertezas. Crise do Dólar • Roosevelt é eleito e confirma expectativas do mercado – suspensão da conversibilidade – desvalorização do dólar em 10% em um mês • Para estabilizar a moeda. Holanda e Suíça em 1936.67 para US$ 35 • Ato Confisco do Ouro: remove a restrição do livre-ouro para o Banco Central (medida expansionista. Flutuação Administrada • Taxas flutuantes na maioria dos países a partir de 1936  Controle sobre suas variações  redução da instabilidade do câmbio • Sem as amarras do Padrão-ouro. governo comprava ouro no mercado  aumento preço do ouro de US$ 20. Bélgica em 1935. França. pressões por políticas reflacionárias): Checoslováquia em 1934. países estavam livres para ditar os rumos de suas economias – GB: livre para reduzir taxa de redesconto no limite da desvalorização do câmbio  alguns setores reagem mais rapidamente a queda do juros (construção residencial) . compra de títulos pelo governo) – capitais deixam o país – ameaça ao padrão-ouro no país • + Ato Glass-Steagall • Restante do bloco do ouro obrigado a abandonar o padrão-ouro (pressões sobre BPs. a queda no dólar poderia ser revertida  necessidade de coordenação • Mas acordos de coordenação provaram impraticáveis – pressões diversas em diferentes países: – França não desejava um processo inflacionário doméstico. – GB não admitia atrelar sua política a de outros países.Flutuação Administrada • Um programa macroeconômico coordenado de reflação seria o ideal – Exemplo: uma redução de juros nos EUA desvalorizava o Dólar. as políticas de desvalorização servem para explicar a (fraca) recuperação econômica dos países pós choque 29 Flutuação Administrada • Explicações – Depreciação vinha atrelada a expansão monetária. – Recuperação econômica seria muito mais intensa se países adotassem políticas de expansão de crédito domésticas mais significativas ao invés de se preocupar com influxos de capital para estabilização (base do padrão-ouro). • Depreciação então fazia parte da solução dos sintomas da crise econômica (depressão). – EUA não queriam esperar respostas externas • Políticas de depreciação das moedas então foram tomadas unilateralmente – depreciação gerava incentivos a exportação e aumento das receitas externas – política de empobrecer o vizinho (afetava a competitividade dos parceiros comerciais) • Apesar dos efeitos negativos. . – Governos podiam aumentar seus gastos sem precisar se limitar a paridade fixa do câmbio. mas não de suas causas. se a França também reduzisse os juros domésticos. – Depreciação também removia as restrições do câmbio fixo à estabilidade do sistema bancário. após a rodada final de desvalorizações. o que impedia a coordenação necessária entre países para adotar a expansão monetária necessária – Ao abandonar o padrão-ouro. os países asseguravam a independência necessária para implementação de políticas expansionistas. que não era apreciado por alguns participantes do sistema Flutuação Administrada • 1936. FRA-EUA-GB negociaram um acordo comercial: FRA concordava em limitar a desvalorização do Franco em troca da garantia que EUA e GB parassem de competir na desvalorizações de suas taxas de câmbio.Flutuação Administrada • Mas receios de inflação eram ainda dominantes. • Acordo também removia quotas de importação e assinalava o compromisso de restaurar o sistema de trocas comerciais multilaterais – apoio a redução da variabilidade das taxas de câmbio entre países que cultivavam interesse mutuo em controlar a expansão alemã • Princípios básicos que nortearão as discussões pós 2a GM . que garantiam maior estabilidade do câmbio • Mas esse modelo de taxas flutuantes administradas e estabilidade ainda não se apresentava como modelo ideal para o sistema monetário internacional – receios ainda imperavam quanto a instabilidade do sistema (fruto das experiências na década de 1920) – outra objeção era o aumento do protecionismo. Conclusões • Desenvolvimento do SF entreguerras pode ser entendido em termos de três mudanças políticas e econômicas inter-relacionadas (Eichengreen) – Tensão crescente entre objetivos de políticas econômicas competitivas – aumento da prioridade para políticas (monetárias) de recuperação doméstica – redução da prioridade em permitir um trade-off entre equilíbrio externo e interno – Mudança das prioridades para o equilíbrio interno reduz credibilidade dos governos e aumenta instabilidade dos movimentos de capitais externos – Mudança do centro de gravidade no sistema internacional: sistema econômico (e financeiro) nos EUA ainda não era maduro suficiente para equilibrar as esferas comerciais e financeiras mundiais .
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