Aula 00 Fundamentos Econômicos

March 29, 2018 | Author: Franco Bressan | Category: Demand, Microeconomics, Economics, Potato, Macroeconomics


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AULA 00FUNDAMENTOS ECONÔMICOS – BNDES 2012 – ENGENHARIA PROFESSOR: CÉSAR DE OLIVEIRA FRADE Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 1 Olá pessoal, Primeiramente, irei fazer uma breve apresentação. Meu nome é César de Oliveira Frade, sou funcionário de carreira do Banco Central do Brasil – BACEN – aprovado no concurso de 1997. Sou formado em Engenharia Civil pela Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG. Possuo uma Pós-graduação em Finanças e Mercado de Capitais pelo IBMEC, outra em Derivativos para Reguladores na Bolsa de Mercadorias e Futuros – BM&F e uma especialização em Derivativos Agrícolas pela Chicago Board of Trade – CBOT 1 . Sou Mestre em Economia 2 com ênfase em Finanças na Universidade de Brasília e o Doutorado, pela mesma Universidade, está faltando apenas a defesa da Tese 3 , sendo que os créditos já foram concluídos. Comecei no Banco Central trabalhando com a emissão de títulos da dívida pública externa. De 2005 a 2008 fui Coordenador-Geral de Mercado de Capitais na Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda, auxiliando em todas as mudanças legais e infralegais, principalmente aquelas que tinham ligação direta com o Conselho Monetário Nacional – CMN. Voltei ao BACEN para trabalhar na área de risco com derivativos em um Departamento da área de Fiscalização. No início de 2012 fui cedido para a Presidência da República e sou Coordenador da área de Estudos e Planejamento na Secretaria de Aviação Civil. Sou professor de Finanças, Microeconomia, Macroeconomia, Matemática, Sistema Financeiro Nacional, Mercado de Valores Mobiliários, Estatística e Econometria. Leciono na área de concursos públicos desde 2001, tendo dado aula em mais de uma dezena de cursinhos em várias cidades do país, desde presenciais até via satélite. Nesse curso, veremos tanto a parte de macro quanto a parte de micro. Creio que no final dele, vocês estarão preparados para fazer, pelo menos, 90% das questões da prova sem ter dúvida alguma. 1 A Chicago Board of Trade - CBOT é a maior bolsa de derivativos agrícolas do mundo. 2 A dissertação “Contágio Cambial no Interbancário Brasileiro: Uma Análise Empírica” defendida em 2003 foi publicada na Revista da BM&F, o paper aceito na Revista Estudos Econômicos e em alguns dos mais importantes Congressos de Economia da América Latina – LAMES. Versava sobre o risco sistêmico a ser propagado via mercado de câmbio e as contribuições da Câmara de Compensação de Câmbio da BM&F para a mitigação desse risco. 3 Tese de Doutorado é um parto e a gestação já está durando alguns anos. Acho que pode ser que ela não saia. AULA 00 FUNDAMENTOS ECONÔMICOS – BNDES 2012 – ENGENHARIA PROFESSOR: CÉSAR DE OLIVEIRA FRADE Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 2 Possuo um estilo peculiar de dar aulas. Prefiro tanto em sala quanto em aulas escritas que elas transcorram como conversas informais. Entretanto, quando tenho que dar aulas de Teoria gosto de explicar não apenas a matéria mas também a forma como vocês devem raciocinar para acertar a questão. Acredito que todos aqui estão muito mais interessados em passar no concurso do que aprender Economia. Desta forma, estarei fazendo uma mescla entre um papo informal (papo que ocorrerá sempre que for possível) e a teoria formal. Mas nunca deixarei de ensinar qual o raciocínio que vocês devem utilizar para acertar as questões. Acredito que a matéria sendo exposta de forma informal torna a leitura mais tranqüila e isso pode auxiliar no aprendizado de uma forma geral. Exatamente por isso, utilizo com freqüência o Português de uma forma coloquial. Assim, a “Aula Demonstrativa” mostrará para vocês um pouco do que será esse curso. Será uma aula bem menor que as outras, mas é apenas para vocês sentirem o gostinho de que essa matéria não é tão complicada como a maioria pensa. Não há a necessidade de nenhum conhecimento prévio de Economia, pois irei começar do zero. Serão várias páginas dissecando todo o assunto de forma clara e mostrando a vocês como devem raciocinar para conseguir êxito na prova. Além disso, nestas aulas resolveremos várias questões acerca de todos os assuntos. As questões serão TODAS de provas anteriores e iremos fazer muitas, muitas mesmo. Serão várias questões da CESGRANRIO, mas também irei utilizar questões de outras bancas, em menor escala. Se o edital sair enquanto esse curso estiver em andamento, farei as adaptações necessárias, respeitando sempre minha área de conhecimento. Saliento que esse curso terminará, pelo menos, 15 dias antes da prova. Conteúdo Programático (uma aula por semana – Quintas): Aula 0 – 29/05/2012 Microeconomia: Demanda AULA 00 FUNDAMENTOS ECONÔMICOS – BNDES 2012 – ENGENHARIA PROFESSOR: CÉSAR DE OLIVEIRA FRADE Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 3 Aula 1 – 14/06/2012 Microeconomia: Oferta. Equilíbrio de mercado. Elasticidades. Aula 2 – 21/06/2012 Microeconomia: Teoria do Consumidor (Parte 1). Aula 3 – 28/06/2012 Microeconomia: Teoria do Consumidor (Parte 2). Aula 4 – 05/07/2012 Microeconomia: Teoria da firma; economias e deseconomias de escala. Aula 5 – 26/07/2012 Microeconomia: Equilíbrio de mercado; oferta em mercados competitivos; monopólio e concorrência monopolística; oligopólios. Aula 6 – 02/08/2012 Microeconomia: externalidades; categorias de bens: privados, públicos, comuns e naturais. Aula 7 – 09/08/2012 Macroeconomia: Balanço de pagamentos Aula 8 – 16/08/2012 Macroeconomia: Contabilidade nacional; produto e renda; componentes básicos do produto nacional – Parte 1 Aula 9 – 23/08/2012 Macroeconomia: Contabilidade nacional; produto e renda; componentes básicos do produto nacional – Parte 2 Aula 10 – 30/08/2012 Macroeconomia: Determinação da renda e regimes cambiais Aula 11 – 06/09/2012 Desenvolvimento econômico. Formação econômica do brasil. Mecanismos de financiamento internacional. AULA 00 FUNDAMENTOS ECONÔMICOS – BNDES 2012 – ENGENHARIA PROFESSOR: CÉSAR DE OLIVEIRA FRADE Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 4 Aula 12 – 13/09/2012 Sistema Financeiro Nacional – Parte 1 Aula 13 – 20/09/2012 Sistema Financeiro Nacional – Parte 2 Aula 14 – 27/09/2012 Sistema Financeiro Nacional – Parte 3 Espero que este curso seja bastante útil a você e que possa, efetivamente, auxiliá-lo na preparação para o concurso do BNDES - ENGENHARIA. As dúvidas serão sanadas por meio do fórum do curso, a que todos os matriculados terão acesso. Se você tiver algum exercício de prova anterior e quiser que ele seja resolvido na aula, envie-o para o meu e-mail que farei o possível para incluí-lo no texto. As críticas ou sugestões poderão ser enviadas para: [email protected]. Finalmente, gostaria de dizer a vocês que muito mais do que saber toda a matéria, é importante que você saiba fazer uma prova e esteja tranqüilo! Portanto, tente aprender a matéria, mas certifique-se que você entendeu como deve proceder para marcar o “X” no lugar certo. Não interessa saber a matéria, interessa marcar o “X” no lugar certo e ver o nome na lista. Portanto, guarde que passa aquele que mais acerta e não aquele que mais sabe. Vocês aprender a fazer prova em primeiro lugar e esse é um dos objetivos desse curso. Tentarei ensinar a vocês o raciocínio a ser utilizado para acertar a questão no menor espaço de tempo possível. Prof. César Frade MAIO/2012 AULA 00 FUNDAMENTOS ECONÔMICOS – BNDES 2012 – ENGENHARIA PROFESSOR: CÉSAR DE OLIVEIRA FRADE Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 5 1. Microeconomia A economia possui recursos escassos e a microeconomia estuda a melhor forma de aproveitar esses recursos que são colocados à disposição das pessoas. Enquanto a macroeconomia estuda os problemas existentes em um país, a microeconomia se preocupa com as decisões individuais das pessoas e empresas. Logo, para que você otimize o seu aprendizado, pense sempre nas suas decisões individuais para cada situação proposta no curso. Tentarei mostrar a vocês algumas situações inusitadas que ilustrariam bem cada momento. Na verdade, acho que está na hora de passarmos para a matéria propriamente dita. Vamos lá? 2. Curva de Demanda A curva de demanda informa a quantidade a ser consumida de um produto a cada nível de preço. De uma forma geral, sabemos que quanto maior for o preço de um bem menos as pessoas querem adquirir daquele bem. Veja que estou falando de uma forma geral, mas é claro que existem exceções. Imagine que você adore feijão ou carne. Se o preço do quilo do feijão subir, a sua tendência não seria reduzir o consumo do bem? Pois bem, se todos pensassem e tomassem atitudes dessa forma, a demanda coletiva do bem feijão cairia com essa alta de preço. Portanto, o normal na atitude das pessoas é reduzir o consumo quando há aumento no preço do bem e aumentar o consumo quando o preço do bem for reduzido. FU Prof. Césa Suponha desenho quantida Se por u bem) o demanda Imagine por carn Esses be Comuns. UNDAMEN P ar de Olive amos que acima. C ade Q 1 e, um motiv preço ca a para Q 2 que o p e será au ens que a . 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Matematicamente, podemos definir os bens comuns da seguinte forma: Bcm Comum = oµ Ð x oP X ¸ u ou ∆µ Ð x ∆P X ¸ u Já sei que alguns de vocês não compreenderam a equação acima. Eu explico, calma. Na verdade, essa equação está mostrando exatamente aquilo que foi dito anteriormente, ou seja, que a demanda e os preços se “movimentam” em direções opostas quando o bem for considerado comum. De forma simplificada, podemos dizer que o símbolo o indica que estamos falando da variação, seria a diferença entre as quantidades inicial e final ou do preço inicial e final. Observe que a razão [ ðç D x ðP X ou ∆ç D x ∆P X ¸ é negativa e isso indica que se a variação do preço for positiva (houver um aumento no preço), a variação da quantidade deverá ser negativa (haverá uma queda na quantidade demandada) e vice- versa. Ocorrendo tais fatos, podemos garantir que a razão será sempre um número negativo, pois - + < u c + - < u. A dúvida agora reside na igualdade, não é mesmo. Isso é mera definição. Se o preço de um bem mudar e você continuar consumindo exatamente a mesma quantidade, esse bem será classificado como bem comum. Portanto, quando a equação informa que Bcm Comum = ðç D x ðP X ¸ u , ela está dizendo que se o bem for comum, quando o preço cair a demanda irá subir ou ficar igual ou quando o preço subir a demanda deverá cair ou se manter constante. AULA 00 FUNDAMENTOS ECONÔMICOS – BNDES 2012 – ENGENHARIA PROFESSOR: CÉSAR DE OLIVEIRA FRADE Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 8 Além disso, indica também que sempre que o preço e a demanda se comportarem dessa forma, devemos concluir que o bem é comum. Ela não diz nada a mais, absolutamente nada. Com isso, vemos que vocês podem ficar tranqüilos com relação às representações matemáticas, não é mesmo? Observe que a regra é a relação inversa entre preço e quantidade. Entretanto, existem algumas exceções. Imagine que uma farmácia esteja colocando o preço de um remédio na promoção. Será que pelo fato de o preço do remédio estar mais barato, você irá comprar e consumir mais daquele remédio? Se o preço do sal cair em 30%, isso fará com que você compre mais sal e coloque mais sal na comida? A resposta para essas duas perguntas é NÃO. As pessoas não irão alterar o consumo desses produtos porque houve variação em seus preços. Veja que esses dois casos também são exemplos de bens comuns. Você acha que uma pessoa poderá reduzir o consumo de um bem quando o preço desse bem for reduzido? Ou seja, será que a queda do preço de um produto pode induzir o consumidor a comprar menos daquele produto? É intrigante essa situação, mas a resposta é SIM. É possível que uma pessoa reduza o consumo de um bem pelo fato de o preço do produto ter caído. Fazendo isso, ela passaria a ter uma quantidade maior de recursos para adquirir outros bens. Acredito que a melhor forma de explicar tal evento é por meio de um exemplo. Veja o exemplo. Suponha que um consumidor esteja comendo batata no café da manhã, batata no almoço e batata no jantar. Ele repete esse cardápio há 30 dias. Será que se o preço da batata cair, o consumidor irá consumir mais batata? A resposta é não. Se o preço da batata cair, esse consumidor dará graças a Deus por isso, pois sobrarão mais recursos para a aquisição de outro bem e, assim, poderá reduzir a quantidade demandada de batata. Esses são os chamados BENS DE GIFFEN. Vamos a um exemplo. Imagine que você tenha uma verba mensal de R$ 600,00 para fazer os seus almoços de um mês e deverá dividi-la entre as duas possibilidades existentes, AULA 00 FUNDAMENTOS ECONÔMICOS – BNDES 2012 – ENGENHARIA PROFESSOR: CÉSAR DE OLIVEIRA FRADE Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 9 quais sejam: sanduíche ou filé com fritas. De início, te digo que você preferiria sempre filé a sanduíche. Entretanto, o preço de uma refeição de filé custa, atualmente, R$ 30,00 enquanto que o sanduíche custa R$ 20,00. Assim sendo, se você tem esses preços e essa renda, a melhor forma que o indivíduo teria de conseguir almoçar seria comendo apenas sanduíche nos trinta dias. Dessa forma, estaria gastando a totalidade de sua verba mensal com sanduíche. Mas observe, essa pessoa prefere comer filé a sanduíche e não come filé todo dia senão os recursos acabariam em vinte dias e ela teria que ficar dez dias sem almoço. Suponha agora que o preço do sanduíche caia pela metade, ou seja, passe para R$ 10,00. A idéia inicial seria a de que se o preço do sanduíche caiu, o indivíduo deveria comer mais sanduíche, certo? Nesse caso, errado. Errado, porque a queda no preço do sanduíche fez com que sobrasse dinheiro e esse recurso poderia ser destinado a um bem que fizesse o consumidor mais feliz. Observe que se o consumidor continuar comprando apenas sanduíche, seu custo mensal de almoço passaria para R$300,00. Ele teria R$300,00 ainda para gastar. Sendo assim, qual seria a melhor escolha para o consumidor? É claro que a melhor escolha seria comer apenas filé, mas o consumidor continua sem ter recursos suficientes para isso. Assim, a melhor escolha seria comer quinze dias de filé e quinze dias de sanduíche. Dessa forma, estaria gastando R$ 450,00(Su,uu × 1S) com o almoço de filé e R$ 150,00 (1u,uu × 1S) com o sanduíche. Observe que o sanduíche é um bem de Giffen, pois uma queda em seu preço provocou uma redução na quantidade demandada. Entretanto, tenho que ressaltar que o sanduíche é um bem de Giffen para essa pessoas e nessa circunstância narrada. No entanto, você deve guardar que um bem só pode ser classificado conforme sua situação, conforme o enredo da questão. Um bem de Giffen para uma determinada pessoa pode ser comum para outra. Quero dizer com isso que TODAS essas classificações são relativas. AULA 00 FUNDAMENTOS ECONÔMICOS – BNDES 2012 – ENGENHARIA PROFESSOR: CÉSAR DE OLIVEIRA FRADE Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 10 Certa vez, dando uma aula, um aluno me perguntou: Professor, você não vai explicar o que é Bem de Veblen? Eu respondi: Bem de quem?? Ele falou: Bem de Veblen. Respondi: Nunca ouvi falar nisso. Onde você leu isso? Ele responde: um professor me indicou um livro que fala desse bem. Enfim, esse foi o papo que tive com o aluno. Chegando em casa peguei o Varian e ele não falava nada, Pindyck não tinha nada, Mas-Colell muito menos. No dia que tinha aula na UnB (estava fazendo meu Doutorado) perguntei à minha orientadora e ela me respondeu: Bem de quem?? Ela sugeriu que eu perguntasse ao professor de micro, doutor em uma TOP 5 americana. E lá fui eu. Professor, o que é Bem de Veblen? E ele responde, nunca ouvi falar. Enfim...Só me restava uma coisa (e não era acreditar no livro que o aluno descreveu). O que me restava? Procurar no Google. Lá, eu tinha certeza que acharia. E descobri, claro. Veblen era um economista nascido em 1857 e que veio a falecer em 1929 (ninguém nem sabia quem era Keynes na época). Pelo que li, ele vivia sempre em conflito com os outros acadêmicos da época e tinha ideias bastante independentes. Ficou conhecido como bem de Veblen 4 aquele bem que teria a demanda aumentada quando ocorresse um aumento no preço. Dito isso, queria dizer a vocês para ESQUECEREM isso. Não existe essa definição nem no Varian, Pindyck, Mas-Collel ou Ferguson. Logo, não podemos levar em consideração, ou melhor, não devemos levar em consideração, na minha opinião, esse tipo de bem. O Mas-Collel define bem de Giffen da seguinte forma: 4 Importante destacar que além desse conceito não estar em nenhum dos livros de vanguarda, eu nunca vi esse assunto sendo cobrado em prova e olha que já pesquisei nas provas que já foram elaboradas de 97 até os dias atuais. AULA 00 FUNDAMENTOS ECONÔMICOS – BNDES 2012 – ENGENHARIA PROFESSOR: CÉSAR DE OLIVEIRA FRADE Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 11 “Although it may be natural to think that a fall in a good´s price will lead the consumer to purchase more of it, reverse situation is not an economic impossibility. Good L is said to be a Giffen good at (p,w) if ( ) 0 , > ∂ ∂ L L p w p x .” Matematicamente, podemos dizer que: Bcm Jc 0i¡¡cn = oµ Ð x oP x > u Vamos interpretar a equação, conforme a definição do Mas-Collel 5 ? Observe que ele informa que um bem L é dito bem de Giffen se a relação preço-quantidade for positiva. Apesar de a frase que foi transcrita não afirmar que se a relação for positiva o bem é de Giffen, este fato é verdadeiro também. Ou seja, vale o “se, e somente se” que é representado pelo símbolo " = ". A equação descrita acima diz que se o preço cair e isso provocar uma redução na quantidade demanda, o bem em questão é de GIFFEN. Esse é o caso do exemplo do sanduíche, pois a razão entre dois número negativos (variações negativas) é um número positivo[ - - > u¸. Por outro lado, se o preço de um determinado bem for majorado e a demanda por esse bem também crescer teremos uma relação de proporção direta entre as grandezas[ + + > u¸, e o bem em questão também será considerado de GIFFEN, conforme a definição apresentada. Um exemplo desse tipo? Em geral, bens de ostentação possuem essa característica. Imagine que você não entende nada de quadro, nunca foi a uma exposição e nunca viu um quadro famoso. Em um leilão são apresentados dois quadros da Monalisa. O primeiro deles enorme e o segundo pequeno. A sua tendência 5 O livro do Mas-Collel é utilizado há alguns anos nos mestrados e doutorados de algumas das melhores universidades brasileiras e americanas. FU Prof. Césa inicial se você olh após fica maior va Nesse ex de osten 2.1. F São cinc • Pre • Re • Pre • Go • Ex a) Preço Esse prin provoca ressaltar questões uma exc Tendo e funciona relação p UNDAMEN P ar de Olive eria dar u ar para o ar sabend alor a ele xemplo, o ntação fun atores o os fator eço; enda; eço de Pr osto; e pectativa o ncípio já uma alt r que ap s acerca ceção. em vista mento, a preço-qua NTOS EC PROFESS eira Frade m lance m os dois e do que o e pelo sim o preço s ncionam d • Se propor GIFFE • Se prop s que a res que p rodutos Re as foi anun teração n pesar de do Bem d a o fato a partir d antidade CONÔMIC SOR: CÉS e maior no não ver menor é mples fato ubiu e vo dessa form preço e rcionais, N. preço porcionais alteram podem mo elacionad ciado. 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AULA 00 FUNDAMENTOS ECONÔMICOS – BNDES 2012 – ENGENHARIA PROFESSOR: CÉSAR DE OLIVEIRA FRADE Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 14 Se eu te perguntar, o que ocorreria com a demanda de um bem se você passasse nesse concurso público e, portanto, tivesse a sua renda aumentada? Provavelmente, você me responderia que esse aumento na sua renda provocaria um aumento na quantidade demandada do bem. Veja bem. Se atualmente você compra um curso de microeconomia do Ponto dos Concursos, será que quando você passar no concurso e a sua renda for aumentada, você irá comprar dois cursos de microeconomia? Você me disse que quando a renda aumentar você irá aumentar a demanda do bem e, assim, quando passar no concurso posso pressupor que comprará muito mais cursos do Ponto, não é mesmo? Pois bem. Já vimos que as coisas não funcionam assim. Existem alguns bens que você gosta de consumir (não é o caso de microeconomia) e existem outros que a situação te faz consumir. Muito provavelmente, quando a sua renda aumentar você irá aumentar o consumo daqueles bens que você gosta de consumir, mas que ainda não consome em uma quantidade adequada (por exemplo, viagens). No entanto, aqueles bens que você não gosta, mas consome por necessidade (como esse curso) podem ter o seu consumo reduzido com o aumento da renda. Isso dará origem a dois tipos distintos de bens. Serão os bens inferiores e os bens normais. Se não entenderam, não fiquem preocupados. Explico de novo e de uma forma mais clara. Se um consumidor tiver a sua renda aumentada e, com isso, optar por reduzir o consumo de um bem, esse bem será chamado de inferior. Já imagino que vocês devam estar com certa dúvida. Sempre pergunto em sala: Se o seu salário aumentar, o que ocorrerá com o seu consumo dos bens. E a galera em peso responde: aumentará. No entanto, isto não está correto, como eu já disse. AULA 00 FUNDAMENTOS ECONÔMICOS – BNDES 2012 – ENGENHARIA PROFESSOR: CÉSAR DE OLIVEIRA FRADE Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 15 Imagine um bem que você não goste, mas consome porque não tem condições de comprar outro bem melhor, o que você gosta. Vou dar um exemplo que ocorreu comigo mesmo. Antes de passar em um concurso público, fui morar em Brasília para trabalhar como engenheiro. Foi uma época difícil, despesa com moradia aqui não é nada barata e o salário de engenheiro, na época, bem baixo. Portanto, era sempre necessário economizar para não ter que ficar pedindo dinheiro para meu pai. Um bem que não me agrada, em nenhuma hipótese, é carne de frango. Eu não gosto mesmo, mas quando tenho que comer, só o faço se for peito de frango. Mas duro, sem grana, morando em uma cidade cara, tinha que abrir uma exceção. Éramos 7 dividindo uma casa (uma república com três homens e quatro mulheres), todos sem dinheiro. Então, ficou decidido que comeríamos frango três vezes por semana (segunda, quarta e sexta), pois, na época, o frango custava algo em torno de R$ 1,00 / quilo. Conclusão: na minha cesta de consumo tinha o frango, entre outros bens. Um ano depois passei no concurso do BACEN. Te pergunto: Você acha que, por ter passado no concurso e estar recebendo um salário maior, eu aumentei o consumo de frango? Claro que não. Na verdade, quase deixei de comer frango. Logo, vimos que um aumento de renda pode provocar uma redução na quantidade demandada de um bem. Se isso ocorrer, dizemos que esse bem é inferior. Portanto, bens inferiores são aqueles que: 0 < ∂ ∂ R Q X D . Observe que se a sua renda reduzir e a demanda pelo bem aumentar, esse bem também é inferior. Matematicamente: Bem Inferior 0 < ∂ ∂ ⇔ X X D R Q AULA 00 FUNDAMENTOS ECONÔMICOS – BNDES 2012 – ENGENHARIA PROFESSOR: CÉSAR DE OLIVEIRA FRADE Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 16 Conclusão: Se a demanda pelo bem estiver em uma direção e a renda na direção oposta, esse bem será considerado inferior. Chegou a hora de explicar a equação, não é mesmo? Se o aumento da renda induzir a uma redução da demanda[ - + < u¸, a relação entre as grandezas será inversamente proporcional e a razão negativa. Assim, o bem será considerado inferior. De forma análoga, se a redução da renda provocar um aumento da demanda[ + - < u¸, o bem também é considerado inferior. No entanto, alguns dos bens que eu consumia antes de passar no concurso me deixavam satisfeitos. Esses bens tiveram um aumento de consumo quando a renda aumentou. Entre eles, podemos citar, no meu caso, viagens, picanha, filé mignon, entre outros. Segundo Hal Varian: “Normalmente pensaríamos que a demanda por um bem aumenta quando a renda aumenta. Os economistas, com uma falta singular de imaginação, chamam esses bens de normais.” Portanto, gravem: o inverso dos bens inferiores são os bens normais. Matematicamente, dizemos que um bem é normal: Bem Normal 0 ≥ ∂ ∂ ⇔ X X D R Q A equação acima indica que quando a renda e a quantidade demandada de um bem forem grandezas diretamente proporcionais, o bem será considerado normal. Ou seja, se uma pessoa tiver um aumento da renda e optar por aumentar o consumo de um bem[ + + > u¸, esse bem poderá ser considerado normal, nessa situação. Por outro lado, se uma pessoa tiver a sua renda AULA 00 FUNDAMENTOS ECONÔMICOS – BNDES 2012 – ENGENHARIA PROFESSOR: CÉSAR DE OLIVEIRA FRADE Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 17 reduzida e com isso reduzir o consumo de um bem[ - - > u¸, esse bem também será considerado normal. Como foi dito anteriormente, uma mudança na renda poderá proporcionar uma mudança na quantidade demandada do bem mesmo sem que ocorra a mudança em seu preço. Como a função de demanda mostra uma relação entre o preço e a quantidade demandada de um bem, não teremos o que fazer a não ser DESLOCAR a curva para que seja possível aumentar a quantidade demandada a um determinado nível de preço. Veja na figura abaixo: Guarde uma dica. Sempre que o preço alterar a demanda, exatamente pelo fato de a curva estar em um plano PREÇO x QUANTIDADE, ocorrerá um deslocamento sobre a curva de demanda. Qualquer outra variável que venha a modificar a quantidade demandada, exatamente pelo fato de manter o preço em um nível constante, provocará um deslocamento da curva de demanda. AULA 00 FUNDAMENTOS ECONÔMICOS – BNDES 2012 – ENGENHARIA PROFESSOR: CÉSAR DE OLIVEIRA FRADE Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 18 O último detalhe que gostaria de salientar nesse item é que todo bem de Giffen é inferior, mas nem todo inferior é de Giffen. Observe o diagrama de Venn abaixo: Observe que a totalidade dos bens que são classificados como bem de Giffen estão dentro dos bens inferiores. Tomando como referência o diagrama acima, vemos que os bens de Giffen encontram-se inseridos no círculo e a totalidade do círculo é subconjunto dos bens considerados inferiores. No entanto, é importante notar que existem alguns bens inferiores que não estão dentro do círculo. É exatamente por esse motivo que todo Giffen é inferior, mas nem todo inferior é Giffen. Tem mais um detalhe importante. Se o examinador afirmar que quando o preço de um bem cai e, consequentemente, isso provoca uma queda na quantidade demanda, sabemos que o bem é de Giffen. E como todo Giffen é inferior, podemos afirmar que se um bem tem uma queda no preço e, em conseqüência disso, sua demanda é reduzida, esse bem é inferior (pois é Giffen). Ultimamente tem sido muito comum o examinador colocar algumas afirmativas que não explicitam diretamente os bens de Giffen. Entretanto, nós já vimos que todo Giffen é inferior e não existe nenhum Giffen que seja normal. Logo, nenhuma normal é Giffen, certo? Portanto, se um examinador afirmar que um bem é normal, ele pode estar querendo afirmar que aquele bem não é de Giffen e as grandezas preço e quantidade são inversamente proporcionais. AULA 00 FUNDAMENTOS ECONÔMICOS – BNDES 2012 – ENGENHARIA PROFESSOR: CÉSAR DE OLIVEIRA FRADE Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 19 Na verdade pessoal essa é a grande diferença de uma aula escrita como essa. Estou sempre com o intuito de mostrar a vocês o assunto da forma mais clara e falando das tendências mais atuais dos examinadores. É assim que faremos o tempo todo do curso. Dicas e mais dicas de resolução de questões. c) Preço de Produtos Relacionados Importante ressaltar que um único bem pode ter várias classificações. Por exemplo, ele pode ser normal e comum, inferior e comum, Giffen e inferior. Ou seja, não é apenas uma classificação por cada bem. Nesse tópico apresentaremos outra classificação para os mais variados bens. Imagine dois bens, por exemplo, manteiga e margarina. Suponha ainda que você é uma pessoa indiferente entre o consumo desses bens. Logo, se o preço da manteiga sobe, você irá reduzir o consumo da manteiga e substituí-la pela margarina. Sendo que esta última terá seu consumo majorado. Se o preço da manteiga cair, você vai consumir mais margarina. Pois bem, se dois bens tiverem essa característica eles são denominados de bens substitutos. Ou seja, se a mudança no preço de um dos bens provocar uma mudança na demanda do outro bem eles podem ser substitutos. Serão considerados substitutos se o aumento no preço de um bem provocar aumento da demanda do outro bem. De forma análoga, dois bens são substitutos se a redução no preço de um dos bens provocar redução na demanda do outro bem. Com isso concluímos que: Bens Substitutos 0 > ∂ ∂ ⇔ Y X D P Q É importante esclarecer que o símbolo ( ⇔ ) significa se, e somente se. A conclusão acima deve ser lida da seguinte forma: AULA 00 FUNDAMENTOS ECONÔMICOS – BNDES 2012 – ENGENHARIA PROFESSOR: CÉSAR DE OLIVEIRA FRADE Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 20 Os bens são substitutos se 0 > ∂ ∂ Y X D P Q for verdadeiro e se 0 > ∂ ∂ Y X D P Q , os bens são substitutos. Querem a interpretação da equação? Tenho certeza de que já conseguem fazer isso sozinhos, mas vamos lá. Quando a relação entre o preço de um dos bens e a quantidade do outro bem for diretamente proporcional, a razão entre a variação das grandezas será positiva[ + + > u; - - > u¸ e, portanto, os bens serão considerados substitutos. Falta sabermos a lógica econômica, não é mesmo? Pois bem, os bens são considerados substitutos porque as pessoas acabam trocando um bem pelo outro, substituem esses bens na sua cesta de consumo. Esse é o caso da margarina e da manteiga para o consumidor em questão. No entanto, pode ser que você não considere esses dois bens substitutos, por não gostar de margarina de forma alguma, mas algumas pessoas consideram. Agora imaginemos a gasolina e o óleo de motor. Se o preço da gasolina aumentar, as pessoas tendem a andar menos de carro e, portanto, reduzem a demanda por gasolina. Se as pessoas andarem menos de carro, elas passarão mais tempo sem efetuar a troca de óleo e, assim, a demanda por óleo de motor será reduzida. Recapitulando, um aumento no preço da gasolina reduz a demanda por gasolina e, conseqüentemente, reduz a demanda por óleo de motor. Esses dois bens são considerados bens complementares. São complementares aqueles bens que, em geral, o consumo de um bem induz o consumo de outro. Temos vários exemplos que funcionam bem, a pinga e o limão, a goiaba e o queijo minas. Enfim, é claro que coloquei esses exemplos, até certo ponto grotestos e regionalistas, para conseguir ilustrar a questão. Com isso concluímos que: Bens Complementares 0 < ∂ ∂ ⇔ Y X D P Q AULA 00 FUNDAMENTOS ECONÔMICOS – BNDES 2012 – ENGENHARIA PROFESSOR: CÉSAR DE OLIVEIRA FRADE Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 21 Observe que está havendo uma mudança na quantidade demandada do bem X porque o preço do bem Y está sendo alterado. Dessa forma, haverá um deslocamento da curva de demanda, como ocorre no caso da renda. d) Gosto E possível que o gosto de uma pessoa altere o consumo de um determinado bem. Esse consumo poderá ser aumentado ou reduzido. Isto depende do bem e de cada pessoa. Apesar de esse ser mais um motivo para que haja alteração na quantidade demandada, não me lembro de nenhuma questão em prova que isso foi cobrado. Importante lembrar que essa alteração na quantidade demandada, tendo em vista o fato de que o preço do bem não é alterado, provoca um DESLOCAMENTO na curva de demanda. e) Expectativas As expectativas modificam a quantidade demandada. Imagine que após ler essa aula, você decidiu se matricular no curso de Micro com a convicção de que se tudo for explicado dessa forma, não haverá nada que você não consiga compreender muito bem. E aí, você optou por comprar o curso dado que isso criou uma expectativa de aumento da probabilidade de passar. Com esse aumento, você acaba indo ao Shopping fazer compra e começando a gastar por conta, pois houve uma mudança da expectativa. Enfim, assim como esse exemplo que coloquei para vocês, vários outros podem ser colocados e inventados pelo examinador. O importante é tentar notar qual dos itens está alterando a demanda. Se for a expectativa a curva de demanda também será DESLOCADA. Alguns autores afirmam que a quantidade de compradores também altera a quantidade demandada. Entretanto, tal afirmativa é encontrada, apesar de estar correta, em um pequeno número de acadêmicos. No entanto, essa FU Prof. Césa afirmativ que não número foi gera caracterí EXPECTA UNDAMEN P ar de Olive va pode s colocam de comp da. Send ística qu ATIVAS. 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AULA 00 RIA 22 s aqueles cita que o ativa que sa sexta o-a nas inferior é . verá um r de uma um bem verá um bre-se de 0 2 s o e s é a m e FU Prof. Césa Em gera preço m bem de G Cinco fat bem, re autores demanda Todos os exceção desloca Se renda normal. todo bem abaixo: Se preço estiverem preço d consumid do outro UNDAMEN P ar de Olive al, a curv enor será GIFFEN. 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A ui há um o bem é tacar que o gráfico utro bem seja, se o pois os demanda ares. 0 3 o o o s A m é e o o s a AULA 00 FUNDAMENTOS ECONÔMICOS – BNDES 2012 – ENGENHARIA PROFESSOR: CÉSAR DE OLIVEIRA FRADE Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 24 QUESTÕES PROPOSTAS Questão 1 (CESGRANRIO – Empresa de Pesquisa Energética – 2006) – Dada uma curva de demanda de um bem X, tudo o mais constante, é correto afirmar que, quando aumenta o(a): a) preço do bem X, a curva de demanda do bem X desloca-se para a esquerda. b) preço de um bem complementar ao bem X, a curva de demanda do bem X desloca-se para a esquerda. c) preço de um bem substituto do bem X, a curva de demanda do bem X desloca-se para a esquerda. d) preço do bem X, a curva de demanda do bem X desloca-se para a direita. e) renda do consumidor, a curva de demanda do bem X desloca-se para a direita, se este bem for inferior. Enunciado para a questão 2 Considerando a equação de demanda ( ) R P P Q Q Y X D X D , , = , em que X D Q seja a quantidade demandada do bem X; X P , o preço do bem X; Y P , o preço do bem relacionado Y; e R, a renda do consumidor, julgue os itens subsequentes. Questão 2 (CESPE – MPU - Economista – 2010) – Se 0 > ∂ ∂ R Q Y D , então, o bem X é considerado superior. AULA 00 FUNDAMENTOS ECONÔMICOS – BNDES 2012 – ENGENHARIA PROFESSOR: CÉSAR DE OLIVEIRA FRADE Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 25 QUESTÕES RESOLVIDAS Questão 1 (CESGRANRIO – Empresa de Pesquisa Energética – 2006) – Dada uma curva de demanda de um bem X, tudo o mais constante, é correto afirmar que, quando aumenta o(a): a) preço do bem X, a curva de demanda do bem X desloca-se para a esquerda. b) preço de um bem complementar ao bem X, a curva de demanda do bem X desloca-se para a esquerda. c) preço de um bem substituto do bem X, a curva de demanda do bem X desloca-se para a esquerda. d) preço do bem X, a curva de demanda do bem X desloca-se para a direita. e) renda do consumidor, a curva de demanda do bem X desloca-se para a direita, se este bem for inferior. Resolução: Observe que o examinador está interessado em saber o que acontece com a curva de demanda de um bem nas mais variadas situações. Lembro que, se houver alteração no preço do bem X, essa mudança de preço provocará um deslocamento sobre a curva de demanda, alterando a quantidade demandada. Se houver uma alteração na renda do consumidor, no preço de um produto relacionado ao bem X, no gosto do consumidor ou em suas expectativas, isso provocará um deslocamento da curva de demanda do bem X. Se houver um aumento no preço de um bem substituto ao bem X ou se houver um aumento na renda do consumidor sendo esse bem normal, haverá um deslocamento da curva de demanda para cima e para a direita. Ceteris paribus, haverá um aumento da quantidade demandada. AULA 00 FUNDAMENTOS ECONÔMICOS – BNDES 2012 – ENGENHARIA PROFESSOR: CÉSAR DE OLIVEIRA FRADE Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 26 Se houver um aumento no preço de um bem complementar ao bem X ou se houver um aumento na renda do consumidor sendo esse bem inferior, haverá um deslocamento da curva de demanda para baixo e para a esquerda. Ceteris paribus, haverá uma redução da quantidade demandada. Sendo assim, o gabarito é a letra B. Gabarito: B AULA 00 FUNDAMENTOS ECONÔMICOS – BNDES 2012 – ENGENHARIA PROFESSOR: CÉSAR DE OLIVEIRA FRADE Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 27 Enunciado para a questão 2 Considerando a equação de demanda ( ) R P P Q Q Y X D X D , , = , em que X D Q seja a quantidade demandada do bem X; X P , o preço do bem X; Y P , o preço do bem relacionado Y; e R, a renda do consumidor, julgue os itens subsequentes. Questão 2 6 (CESPE – MPU - Economista – 2010) – Se 0 > ∂ ∂ R Q Y D , então, o bem X é considerado superior. Resolução: A primeira coisa que devemos fazer é tentar classificar os bens em relação à sua quantidade demandada. A quantidade demandada informa o quanto que cada consumidor demandaria de um determinado bem para cada unidade de preço. Estaremos trabalhando em um plano preço x quantidade. Ou seja, a curva de demanda é plotada em um espaço em que em uma das direções determinamos o preço do bem e na outra direção há a determinação da quantidade do bem. Em geral, uma alta no preço faz com que as pessoas reduzam o consumo daquele bem específico. Claro que existem exceções e essas serão definidas oportunamente. Algumas grandezas alteram a quantidade demandada. São elas: • Preço; • Renda; • Preço de Produtos Relacionados; • Gosto; e • Expectativas 6 Observe que nas minhas aulas desse curso, a solução dos exercícios tenta sempre trazer informações que agregam no conteúdo ministrado e não apenas opto por solucionar a questão sem maiores comentários. Elas serão, em sua maioria, resolvidas e terão extensos comentários. AULA 00 FUNDAMENTOS ECONÔMICOS – BNDES 2012 – ENGENHARIA PROFESSOR: CÉSAR DE OLIVEIRA FRADE Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 28 Se um consumidor tiver a sua renda aumentada e, com isso, optar por reduzir o consumo de um bem, esse bem será chamado de inferior. Já imagino que vocês devam estar com uma certa dúvida. Sempre pergunto em sala: Se o seu salário aumentar, o que ocorrerá com o seu consumo dos bens. E a galera em peso responde: aumentará. No entanto, isto não está correto. Para alguns autores, os bens considerados superiores são aqueles que com o aumento da renda ocorre um aumento da quantidade demandada. Entretanto, esses autores são minoria. Uma outra parte considera bens superiores aqueles bens que com o aumento da renda, há um aumento mais que proporcional no consumo dos bens e, nesse caso, eles seriam sinônimos de bens de luxo. Verificamos que para alguns autores, os bens superiores são sinônimos dos normais, para outros formam um subconjunto dos bens normais. Vejamos o que alguns renomados autores dizem a respeito desses conceitos: Segundo Eaton & Eaton 7 : “um bem é normal se o seu consumo aumenta quando a renda aumenta, e é inferior se seu consumo diminui quando a renda aumenta.” Segundo Mas-Colell 8 , Whinston & Green: “A commodity L is normal at (p,w) if ( ) 0 , ≥ ∂ ∂ w w p x L ; that is, demand is nondecreasing in wealth. If commodity L´s wealth effect is instead negative, then it is called inferior at (p,w). If every commodity is normal at all (p,w), then we say that demand is normal.” Segundo Ferguson 9 : 7 Esse é um livro pouco conhecido no Brasil, mas que me agrada bastante. Algumas passagens só ele consegue ser claro o suficiente. 8 Este livro há pelo menos dez anos é utilizado em cursos de mestrado e doutorado em boa parte das conceituadas Universidades ao redor do mundo. Seria uma das bíblias da Microeconomia. Além disto, vou me dar o direito de, sempre em caso de dúvida, optar pelo que o Mas-Colell define. AULA 00 FUNDAMENTOS ECONÔMICOS – BNDES 2012 – ENGENHARIA PROFESSOR: CÉSAR DE OLIVEIRA FRADE Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 29 “para os chamados bens “normais” ou “superiores” um acréscimo de renda monetária conduz a um acréscimo no consumo, e um decréscimo na renda monetária a um decréscimo no consumo.” Observamos com isso que autores como Mas-Colell e Varian, que podemos considerar entre os mais importantes da atualidade, sequer mencionam a existência dos bens superiores. O único que faz menção a esse bem é o Ferguson. No entanto, a questão está claramente errada, pois a equação de demanda fornecida é do bem x e ela informa que a quantidade demandada do bem x depende do preço do bem x, do preço de y e da renda. Para podermos classificar o bem x como normal ou inferior, devemos verificar o que ocorre com a demanda desse bem quando há uma variação na renda. Por outro lado, se quisermos classificar o bem y como normal ou inferior, deveríamos ter acesso à curva de demanda desse bem y e, assim, podermos verificar o que ocorreria com essa demanda quando houvesse uma mudança na renda. Como a curva de demanda fornecida foi a do bem x, não podemos classificar (nem afirmar) que o bem y é normal, inferior ou superior. Essas classificações só poderiam ser possíveis em relação ao bem x. Não é muito comum cair em prova o bem superior, pois os autores possuem opiniões diferentes e cobrar uma questão dessa e ter a resposta como CERTO só trará problemas para a Banca que deverá examinar uma enxurrada de recursos. Gabarito: E 9 Esse livro foi bastante utilizado nas décadas de 60 e 70. No entanto, atualmente, está esquecido nos armários. AULA 00 FUNDAMENTOS ECONÔMICOS – BNDES 2012 – ENGENHARIA PROFESSOR: CÉSAR DE OLIVEIRA FRADE Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 30 BIBLIOGRAFIA Eaton & Eaton – Microeconomia, Editora Saraiva – 3ª Edição, 1999. Ferguson, C.E. – Microeconomia, Editora Forense Universitária – 8ª Edição, 1985. Mankiw, N. Gregory – Introdução à Economia – Princípios de Micro e Macroeconomia, Editora Campus, 1999. Mas-Colell, Whinston & Green – Microeconomic Theory, Oxford University Press, 1995. Pindyck & Rubinfeld – Microeconomia, Editora MakronBooks – 4 a Edição, 1999. Varian, Hal R. – Microeconomia – Princípios Básicos, Editora Campus – 5ª Edição, 2000. Vasconcellos, M.A. Sandoval – Economia Micro e Macro, Editora Atlas – 2ª Edição, 2001. Vasconcellos & Oliveira – Manual de Microeconomia, Editora Atlas – 2ª Edição, 2000. AULA 00 FUNDAMENTOS ECONÔMICOS – BNDES 2012 – ENGENHARIA PROFESSOR: CÉSAR DE OLIVEIRA FRADE Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 31 GABARITO 1- B 2- E Galera, Terminamos aqui a nossa “Aula Demonstrativa”. Tentei passar para vocês nesta aula um pouco de como vai ser o curso, lembrando sempre que irei mantê-lo com uma linguagem simples e direta com o intuito de facilitar a compreensão. Sempre tentando colocar exemplos do nosso dia-a-dia. Pois o que estamos interessados não é em aprender Economia, mas sim em acertar as questões da prova, não é mesmo? Lembro que serão apresentadas várias questões e elas não serão apenas resolvidas. Optarei, em grande parte delas, em fazer a solução além de citar o que os vários renomados autores falam sobre o assunto e tecer comentários adicionais com o intuito de enriquecer o material. Abraços, César Frade
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