UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIPUNIP INTERATIVA PROJETO INTEGRADO MULTIDISCIPLINAR – PIM II Título: OS 10 MANDAMENTOS DA BOA ADMINISTRAÇÃO Nome: RA: Curso: Superior de Tecnologia em Logística Semestre: 1º Semestre de 2017 Polo: CIDADE 2017 UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP UNIP INTERATIVA PROJETO INTEGRADO MULTIDISCIPLINAR – PIM II Título: OS 10 MANDAMENTOS DA BOA ADMINISTRAÇÃO Projeto Integrado Multidisciplinar I para obtenção do título de Técnico em Logística apresentado à Universidade Paulista – UNIP (UNIP Interativa) CIDADE 2017 RESUMO O Projeto Integrado Multidisciplinar – PIM busca inserir o aluno nas práticas gerenciais fundamentadas nos conhecimentos teóricos adquiridos no curso, com caráter prático. Este PIM II tem como base as seguintes disciplinas: Recursos Materiais e Patrimoniais, Matemática Aplicada, e Economia e Mercado. O trabalho realizado contempla uma análise do texto sugerido pela Coordenação do Curso, cujo título é “Os 10 mandamentos da boa administração”, correlacionando, após, aspectos encontrados em seu teor com pontos das disciplinas do bimestre. A discussão se dará, portanto, em torno dos seguintes aspectos: para a disciplina “Recursos materiais e patrimoniais”, serão apresentados resultados de pesquisa realizada sobre a organização e os recursos empresariais (materiais, patrimoniais, humanos, financeiros e tecnológicos), relatando aspectos relacionados ao planejamento e controle de estoques (funções, custos e política de estoques). Também se abordará aspectos referentes ao processo de compras, produção, transporte, estocagem, bem como sobre a administração de materiais, a distribuição e atendimento ao cliente, os custos de estoques e o inventário físico, buscando prover a pesquisa da visão logística empregada na organização, identificando, a partir daí, as possíveis melhorias a serem implementadas com relação aos recursos e à sustentabilidade da empresa. Para a disciplina “Matemática Aplicada”, objetiva- se pesquisar sobre conjuntos, relações e funções aplicadas à administração do negócio, correlacionando os resultados e suas análises como parâmetros de tomada de decisão, bem como analisar quais ferramentas poderão ser aplicadas para que o empreendedor possa medir seus resultados. Para a disciplina “Economia e Mercado”, pretende-se pesquisar e relacionar com o tema sugerido sobre o panorama econômico/financeiro do Brasil e sua influência no segmento de mercado escolhido para estudo. Propõe-se, também, observar e descrever o impacto do “problema econômico” na organização, evidenciando, também, a dinâmica dos mercados e seus impactos nas organizações. Busca-se, ainda, relatar as variáveis macroeconômicas, suas interdependências e suas consequências na empresa (salários, lucros, impostos, juros, câmbio e oferta de moeda e seus impactos no nível de preços e produção). Palavras-chave: Recursos Materiais e Patrimoniais. Matemática Aplicada. Economia e Mercado. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................4 2 RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS.........................................................6 3 MATEMÁTICA APLICADA....................................................................................10 4 ECONOMIA E MERCADO.....................................................................................12 5 CONCLUSÃO.........................................................................................................18 REFERÊNCIAS..........................................................................................................19 4 1 INTRODUÇÃO O profissional moderno deve atuar como um agente facilitador de estratégias organizacionais. Para os futuros profissionais, entretanto, essa habilidade somente será viável se houver uma conscientização do real papel do gestor, por meio da visão bem-delineada da estrutura e dos processos organizacionais. O Projeto Integrado Multidisciplinar – PIM busca inserir o aluno nas práticas gerenciais fundamentadas nos conhecimentos teóricos adquiridos no curso, com caráter prático complementar do processo de ensino- aprendizagem. Este PIM II tem como base as seguintes disciplinas: Recursos Materiais e Patrimoniais, Matemática Aplicada, e Economia e Mercado. O trabalho realizado contempla uma análise do texto sugerido pela Coordenação do Curso, cujo título é “Os 10 mandamentos da boa administração”, correlacionando, após, aspectos encontrados em seu teor com pontos das disciplinas do bimestre. A discussão se dará, portanto, em torno dos seguintes aspectos: para a disciplina “Recursos materiais e patrimoniais”, serão apresentados resultados de pesquisa realizada sobre a organização e os recursos empresariais (materiais, patrimoniais, humanos, financeiros e tecnológicos), relatando aspectos relacionados ao planejamento e controle de estoques (funções, custos e política de estoques). Também se abordará aspectos referentes ao processo de compras, produção, transporte, estocagem, bem como sobre a administração de materiais, a distribuição e atendimento ao cliente, os custos de estoques e o inventário físico, buscando prover a pesquisa da visão logística empregada na organização, identificando, a partir daí, as possíveis melhorias a serem implementadas com relação aos recursos e à sustentabilidade da empresa. Para a disciplina “Matemática Aplicada”, objetiva-se pesquisar sobre conjuntos, relações e funções aplicadas à administração do negócio, correlacionando os resultados e suas análises como parâmetros de tomada de decisão, bem como analisar quais ferramentas poderão ser aplicadas para que o empreendedor possa medir seus resultados. 5 Já para a disciplina “Economia e Mercado”, pretende-se pesquisar e relacionar com o tema sugerido sobre o panorama econômico/financeiro do Brasil e sua influência no segmento de mercado escolhido para estudo. Propõe- se, também, observar e descrever o impacto do “problema econômico” na organização, evidenciando, também, a dinâmica dos mercados e seus impactos nas organizações. Busca-se, ainda, relatar as variáveis macroeconômicas, suas interdependências e suas consequências na empresa (salários, lucros, impostos, juros, câmbio e oferta de moeda e seus impactos no nível de preços e produção). Para proporcionar melhor estruturação ao estudo, optou-se por subdividir o desenvolvimento em capítulos, construídos para abordar os aspectos relacionados a cada uma das disciplinas como aqui fora explanado. Sendo assim, o primeiro capítulo do desenvolvimento será dedicado a tratativas sobre a disciplina Recursos Materiais e Patrimoniais; o segundo capítulo, à disciplina Matemática Aplicada; o terceiro capítulo, à disciplina Economia e Mercado. 6 2 RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS É certo que toda empresa, para funcionar, demanda a existência de recursos. Tratam-se, pois, dos recursos empresariais, dentre os quais é possível incluir os denominados recursos materiais. De acordo com Chiavenato (2014), os recursos materiais, também denominados recursos físicos, são um dos recursos de que a empresa necessita para garantir as suas operações básicas, seja para a produção de produtos ou bens, seja para a prestação de serviços especializados. Neles é possível incluir o espaço físico em si da organização, constituído pelo terreno, edifício e prédio, como também o próprio processo produtivo, a tecnologia ali empregada, e os processos e métodos de trabalho utilizados. Conforme Martins e Alt (2011), a gestão dos recursos materiais envolve o sequenciamento de operações iniciadas na identificação do fornecedor, que se estendem pela compra do bem, pelo transporte interno realizado e o seu acondicionamento, por seu recebimento, pelo transporte durante o processo produtivo, pela sua armazenagem na qualidade de produto acabado, e pela distribuição ao consumidor final. Para o autor, os subsistemas da administração de materiais, integrados de maneira sistêmica, representam uma boa gestão de materiais, podendo ser identificados 2 (dois) tipos de subsistemas distintos: os típicos e os específicos. Os subsistemas típicos, segundo o autor, são os seguintes: controle de estoque, classificação de material, aquisição/compra de material, armazenagem/almoxarifado, inspeção de recebimento, e cadastro. O subsistema de controle de estoque tem a responsabilidade de gestão econômica dos estoques, o fazendo por meio da programação e do planejamento de material, abrangendo a previsão, análise, ressuprimento e controle do material (MARTINS; ALT, 2011). Segundo Pozo (2010), o estoque se apresenta como um grande desafio para os gestores de materiais, tendo em vista as diversas mudanças de fatores que influenciam nos custos, a busca contínua por soluções que visem redução destes, e a eficiência dos controles. 7 O subsistema de classificação de material é o responsável pela identificação, classificação, codificação, cadastramento e catalogação do material (MARTINS; ALT, 2011). Conforme Dias (2015), com o aumento da industrialização e início da produção em série, sentiu-se necessidade de se proceder à classificação dos materiais para que se pudesse, assim, eliminar falhas de produção pela insuficiência ou inexistência de peças em estoque. O subsistema de aquisição/compra de material é o responsável pela negociação, contratação e gestão de compras de material por meio do processo de licitação, em entidades públicas, e orçamentos, na administração privada, apresentando-se envolvido diretamente com o estoque de matéria-prima para a empresa, sendo de sua responsabilidade disponibilizar as matérias-primas exigidas pela produção no tempo certo, na quantidade certa (MARTINS; ALT, 2011). Para Moreira (2001), este subsistema não é o responsável apenas pelo prazo e quantidade, devendo se preocupar, também, com a obtenção do preço mais favorável possível, tendo em vista que o custo da matéria-prima se mostra como componente essencial para o custo do produto. O subsistema de armazenagem/almoxarifado é o responsável pela gestão física dos estoques. Contempla atividades de guarda, recepção, preservação, embalagem e expedição de materiais, mantendo observância a normas e métodos de armazenamento (MARTINS; ALT, 2011). O almoxarifado é onde os produtos ficam armazenados, para atendimento da produção, sendo, também, onde os materiais entregues pelos fornecedores são dispostos (MOREIRA, 2001). O subsistema de movimentação de material é o responsável pela normalização e controle das operações de fornecimento, recebimento, transferências e devoluções, além que qualquer outra movimentação de entrada e saída que seja feita nas dependências da empresa com materiais (MARTINS; ALT, 2011). O subsistema de inspeção de recebimento é o responsável pela conferência documental e física do recebimento de materiais (MARTINS; ALT, 2011). É possível, ainda, a ele atribuir a verificação de atributos qualitativos segundo normas oriundas de controle de qualidade (MOREIRA, 2001). O subsistema do cadastro é o encarregado do cadastramento de fornecedores, ocupando-se, também, dos registros referentes a compras e 8 pesquisas de mercado (MARTINS; ALT, 2011). Já os subsistemas específicos se subdividem em inspeção de suprimentos, padronização e normalização e transporte de material (MARTINS; ALT, 2011). Inspeção de suprimentos é espécie de subsistema de apoio responsável pela verificação da aplicação dos procedimentos e das normas estabelecidas para se obter um bom funcionamento da Administração de Materiais em todo o âmbito organizacional (MARTINS; ALT, 2011). É de sua responsabilidade, pois, analisar possíveis desvios da política de suprimentos implementada pela administração, proporcionando soluções (MOREIRA, 2001). Padronização e normalização é o subsistema de apoio que se responsabiliza por obter o menor número possível de espécies existentes de determinado tipo de material, o que o faz através da especificação e unificação dos mesmos, com a proposição de medidas que visem redução de estoques (MARTINS; ALT, 2011). Transporte de material é o subsistema de apoio responsável pela execução da movimentação, transporte e distribuição de materiais, com o envio do produto acabado para o cliente final, e das matérias-primas para as fábricas (MARTINS; ALT, 2011). Este setor se ocupa, também, da administração da frota de veículos da empresa, responsabilizando-se pela contratação de transportadoras para prestação de serviços de coleta e entrega (MOREIRA, 2001). Desse modo, como se pode verificar, os recursos materiais são espécie de “recursos empresariais”, sendo certo, também, que a sua gestão impacta os resultados organizacionais. O estoque se apresenta como sendo um item indispensável à composição da empresa, seja ela de ordem comercial ou industrial. O modo de armazenamento e controle pode proporcionar um aumento de lucratividade da empresa ou, ao contrário, ocasionar sérios transtornos para a mesma. Em razão disso, é fundamental que o gestor busque participar da administração de recursos materiais da empresa (MARTINS; ALT, 2011). Outra perspectiva é trazida por Slack, Brandon-Jones e Johnston (2015), ao sustentarem a essencialidade do controle eficiente do estoque para a manutenção da competitividade da empresa em seu nicho de atuação no 9 mercado, proporcionando adequado cumprimento de suas atividades. Demonstra, também, de acordo com os autores, a sua relevância ao se considerar que, com uma adequada gestão de estoques, evita-se que faltem produtos, bem como proporcionada uma otimização nas compras da empresa, evitando que sejam adquiridas mercadorias sem necessidade. Desse modo, aspectos como época do ano, prazo de entrega do produto e demanda de procura são itens a serem considerados quando da composição do estoque da empresa. Diante de tais circunstâncias, revela-se a importância do desenvolvimento pelo gestor de técnicas eficazes o bastante para a obtenção de resultados satisfatórios em relação ao fechamento contábil (POZO, 2010). 10 3 MATEMÁTICA APLICADA Tanto na gestão de um negócio como no dia a dia, a matemática se faz presente em várias situações. Seja para calcular o troco na padaria, seja para ver quanto de juros será pago pelo atraso no pagamento de um boleto, seja para verificar qual a melhor opção de financiamento de um bem móvel ou imóvel, ela tem a sua utilização garantida. No contexto organizacional, que é o que interessa no momento, várias são as situações em que se deve lançar mão dos cálculos matemáticos para se tomar uma decisão. Segundo Puccini (2007), a matemática financeira se apresenta como um corpo de conhecimento, que ter por objeto de estudo a mudança do valor do dinheiro no tempo. No contexto organizacional atual, conforme destaca Hoji (2009), praticamente todas as decisões precisam passar pelo crivo da análise financeira durante o processo de tomada de decisão. Neste cenário, a administração financeira se apresenta como uma área com abrangência considerável dentro da organização, na medida em que influencia diretamente o andamento de todos os seus setores, a todo o momento. A respeito da administração financeira de uma empresa, Souza (2012) sustenta que ela consiste em: [...] categorizar as áreas que exigem tomadas de decisões pelos empresários, visando para a empresa à estrutura ideal no que se refere o planejamento, a execução e o controle. [...] A função financeira compreende um conjunto de atividades relacionadas com a gestão dos fundos movimentados por todas as áreas da empresa (SOUZA, 2012, p. 3). Desta forma, resumidamente, pode-se tratar a administração financeira como um tipo de gestão inerente ao gerenciamento organizacional, na medida em que funciona como base para o processo de tomada de decisão gerencial. É a isto, também, que se refere Santos (2013), ao destacar que a Matemática Financeira é importante para um administrador de empresas porque é através dos conhecimentos sobre ela que o gestor poderá conduzir a organização ao cumprimento de seu objetivo, servindo, também, para facilitar o 11 processo de tomada de decisão gerencial. Em complementação, Araújo (2004) relembra que, no contexto contemporâneo, que revela um mercado globalizado e competitivo, o conhecimento em matemática financeira aparece para o gestor como um instrumento estratégico, através do qual o administrador pode firmar o seu papel na organização, através do bom desempenho de sua função. Fato é que, através da interpretação dos cálculos da matemática financeira, o gestor pode acompanhar, além da situação financeira da empresa, a sua contabilidade e, também, a administração de seus recursos humanos. De igual forma, fazendo uso de cálculos e de conhecimentos pertinentes à Matemática Financeira, como, por exemplo, sobre porcentagem, cálculo de juros simples e juros compostos, amortização, dentre outros, o gestor pode, também, tomar os resultados obtidos como base para nortear a sua tomada de decisão. Assim, por exemplo, é possível que o gestor, fazendo uso deste conhecimento em matemática financeira, possa calcular, por exemplo, quanto de juros será pago em um financiamento em que a empresa contratar R$ 15.000,00, considerando o tempo para o pagamento de 12 meses, e a taxa mensal de 2,5%. Caso o cálculo seja pelo sistema de juros simples (o que não é, em se tratando de instituições financeiras), o valor pago de juros ao final do período seria de R$ 4.125,00. Agora, fazendo o cálculo pelo sistema de juros compostos, o valor pago a título de juros seria de R$ 4.681,30. 12 4 ECONOMIA E MERCADO De acordo com Netto e Braz (2006), a Economia Política é a área do conhecimento que cuida do estudo das relações sociais que são estabelecidas pelos homens na produção de bens e garantem a reprodução e a manutenção da vida social. Os maiores ícones da Economia Política Clássica, conforme os autores, são David Ricardo e Adam Smith. São duas as características principais da linha teórica de Ricardo e Smith: a primeira, de que o conjunto de relações sociais surgiram em momento de crise do antigo regime, partindo da generalização que se fez de relações mercantis, com sua extensão para o mundo do trabalho; a segunda, de que as principais instituições e categorias econômicas, tais como capital, mercado, dinheiro, salário e propriedade privada, devem ser tidas como instituições naturais, devendo, ao invés de serem descobertas pela razão humana, com instauração na vida social, permanecer invariáveis e eternas na fundamentalidade de sua estrutura (NETTO; BRAZ, 2006). Com o passar dos anos, contudo, a crise que se vislumbrou na Economia Política Clássica alterou de forma marcante a relação travada entre a burguesia e a cultura. Nesse cenário, vislumbrou-se uma incompatibilidade dessa linha teórica, que se centrava no valor como produto oriundo do trabalho, passando a confrontar interesses burgueses, cuja classe foi convertida em conservadora e dominante. Para Netto e Braz (2006), a apropriação de tal concepção do que seria o valor pelos pensadores representantes da classe trabalhadora revelaria o caráter explorador que se extrai do capital em relação ao trabalho. O estágio inicial do movimento capitalista é denominado por Netto e Braz (2006) como capitalismo comercial, também chamado capitalismo mercantil. Estende-se do século XVI a meados do século XVIII, caracterizado pela presença da burguesia como classe revolucionária, com interesses conjugados com os oriundos da massa da população para liberar as forças de produção das barreiras que lhes eram impostas pelas relações produtivas feudais, que eram regidas por um sistema específico de propriedade (feudos). Além disso, a acumulação primitiva se apresenta igualmente como fator característico desta 13 época histórica do capitalismo, com relevante destaque para atuação dos mercadores e comerciantes. O segundo estágio do capitalismo é o denominado capitalismo concorrencial, também chamado capitalismo clássico ou liberal. Com início no século XVIII, estendendo-se até meados do século XIX, esse período do capitalismo apresentou características de urbanização, ampliação do trabalho e elaboração da teoria econômica clássica. Nesse período, vislumbrou-se organização do proletariado e primeiros movimentos voltados à questão social (NETTO; BRAZ, 2006). O terceiro estágio é o capitalismo monopolista, também denominado capitalismo financeiro, que teve o seu início nos primórdios do século XIX, estendendo-se até os dias atuais, sendo caracterizado pela centralização e concentração do capital financeiro, marcado pela exportação de capitais, criação de oligarquias financeiras, partilha econômica e territorial do mundo, desenvolvimento da indústria bélica e início da divisão do trabalho a nível internacional (NETTO; BRAZ, 2006). Recentemente, a evolução do capitalismo originou um novo movimento econômico, denominado “imperialismo”. Trata-se de novo estágio na história da economia capitalista, cujos primórdios de sua configuração remontam ao final do século XIX, dominando, a partir daí, durante todo o século XX, ingressando novas nuances no século XXI (NETTO; BRAZ, 2006). De acordo com Netto e Braz (2006), é possível também evidenciar o imperialismo por meio de fases: fase clássica, que engloba o período compreendido entre 1890 e 1940 e se caracteriza pela ocorrência de crises econômicas de grandes proporções, além do surgimento do fascismo, da mudança do papel do Estado (New Deal) e da ascensão do proletariado; anos dourados, que abrange o período que se estende de 1945 a 1970, que tem por características o desenvolvimento do taylorismo-fordismo, o capitalismo democrático e o estado de bem-estar social (Welfare State); e capitalismo contemporâneo, que, iniciado na década de 1970, se estende até os dias atuais, sendo caracterizado por integração da classe operária, pelo triunfo do capitalismo, pelo multilateralismo e pelo desenvolvimentismo. Na esteira do capitalismo contemporâneo, se encontra a noção de desenvolvimento econômico, que, conforme Sousa e Torralvo (2008), abrange 14 discussões sobre estratégias de longo prazo. Nela, tem-se a produção agregada ou oferta importante papel para a trajetória de crescimento de longo prazo. O seu foco é, pois, analisar o comportamento do pleno emprego da economia ou do produto potencial, em longo prazo. Ressalte-se, porém, que crescimento econômico e desenvolvimento econômico não são sinônimos. Enquanto o desenvolvimento econômico abrange alterações ocorridas na composição do produto, com alocação dos recursos nos diversos setores econômicos, de modo a melhorar os indicadores de bem-estar social e econômico, o crescimento econômico espelha um crescimento contínuo da renda per capita em um dado período de tempo (ANBIMA, 2014). De acordo com Luporini e Alves (2010), o crescimento econômico parece guardar relação direta com a existência de uma infraestrutura eficaz e eficiente, capaz de atender a indústria e a população, de modo que todos possam ter igual acesso à prestação de serviços comuns e básicos, tais como fornecimento de água, esgoto e energia elétrica; transporte e telecomunicações. Bresser- Pereira (2006), por sua vez, identifica duas diferentes correntes para explicar o crescimento econômico: na primeira, defende-se a acumulação de capital, ao passo que, na segunda, o foco é dado na acumulação do conhecimento, na formação do capital humano e na geração de novas tecnologias. Nesse sentido, segundo Luporini e Alves (2010), são fontes de crescimento econômico: o aumento experimentado na força de trabalho; a promoção de melhorias na qualidade da mão-de-obra; o aumento do estoque de capital; realização de melhorias tecnológicas; e eficiência organizacional. A magnitude do PIB, também denominado PNB (Produto Nacional Bruto) é importante medida para o desempenho econômico de um país. Entretanto, para que se tenha um bom funcionamento deste como indicador do potencial que se tem de produtividade e de geração de renda, é necessário que se relativize de acordo com o tamanho da população residente no país. Com isso, a variável mais importante de desempenho que surge é o produto per capita, que não abrange o valor absoluto do produto agregado (ROCHA, 2013). Entretanto, de acordo com Pinheiro (2014), tais indicadores se mostram insuficientes para a realização de uma avaliação sobre a qualidade de vida. Em primeiro lugar, porque o produto per capita, que se mostra como uma média, nada diz a respeito da distribuição de renda. Em segundo lugar, conforme o 15 autor, não serve para tal fim porque não capta as condições de vida da população em sua concretude, não considerando termos de condições sanitárias, longevidade, nível educacional e saúde, por exemplo. Nesse ínterim, ao se considerar tanto os indicadores sociais como a distribuição da renda como variáveis de destacada importância, segue-se para além do conceito que se tem de crescimento econômico. Está-se, na verdade, a avaliar o desenvolvimento econômico, tendo em vista que é ele quem mede o perfil distributivo, bem como os benefícios sociais revertidos pelo crescimento experimentado, não se atendo ao crescimento do produto per capita (LOPES et al, 2007). De acordo com Cavalcante, Misumi e Rudge (2009), tendo em vista a relação positiva estabelecida entre o crescimento econômico e as taxas de investimento, o aumento dos investimentos experimentado no Brasil é condição que se mostra fundamental para que haja uma retomada do crescimento econômico. Contudo, como destacam Teixeira e Pinto (2012), a participação dos investimentos no crescimento do PIB é dotada de grande instabilidade, não havendo um aumento constante apto a garantir a efetivação do crescimento econômico. Como forma de se dar uma resposta imediata à situação de crise, de acordo com Luporini e Alves (2010), os governos de vários países, incluindo o Brasil, passaram historicamente a adotar postura de “afrouxamento” nas contas públicas seguindo, conforme os autores, o modelo de uma política fiscal expansionista. No Brasil, conforme Rocha (2013), o que se tem é que a revisão de metas de superávit primário para o triênio 2009/2011 serve como excelente demonstrativo da adoção de uma política anticíclica, apresentando-se, desse modo, como alternativa de curto prazo. Tal atitude que fora tomada pelo Governo Federal brasileiro diante do cenário de crise e recessão econômica perpassa necessariamente o uso do orçamento público como meio de estabilizar e manter o nível de emprego e de renda na economia. Isso demonstra que se tem considerado o mesmo tanto em relação ao entendimento que é perpetrado em função do impacto causado pela crise nas finanças públicas e economia do país, quanto de quais medidas seriam adotadas com vistas a se delinear uma reação do mercado (ROCHA, 2013). Nesse sentido, de acordo com Pinheiro (2014), age-se no sentido de 16 proporcionar comparação entre os indicadores e orçamentos de países diferentes, de modo a permitir a compreensão de qual seria o posicionamento estratégico do Brasil em comparação com os demais. Nesse caso, de acordo com o autor, a opção em prol do estabelecimento de uma política de incentivos fiscais, bem como de redução de impostos, em associação com o aumento nos gastos de capital e correntes em nível federal tem o condão de minimizar os efeitos da recessão internacional causados sobre o PIB nacional. Medeiros e Ramos (2004) fazem, ainda, importantes considerações sobre a questão, destacando que, embora seja certo que, como aqui restou demonstrado, o mercado de capitais é um reflexo do comportamento da economia no país, também é certo que ele é afetado por outros fatores que, igualmente, impactam a atratividade que o país exerce sobre investidores, como é o caso do Brasil, conforme Gollo (2009), que coleciona políticas econômicas equivocadas, com forte exclusão social e presença de uma corrupção institucionalizada regada à impunidade. Tudo isso, conforme os autores citados, não contribuem para o desenvolvimento do mercado de capitais, que, em razão de sua natureza, são dependentes da capacidade do país de atrair investimentos para si. Sendo assim, o que se tem, pelas considerações que foram introduzidas por esse estudo, é de que é grande o impacto da recessão econômica no mercado de capitais no Brasil, tendo em vista que este é, como visto, um reflexo da economia interna. Diante de tal cenário, é possível evidenciar, na contemporaneidade, que o panorama econômico/financeiro do Brasil se mostra como sendo de recessão econômica, que afeta frontalmente o segmento de mercado escolhido para estudo, qual seja, o comércio, tendo em vista que este é extremamente dependente da economia interna para a sua sobrevivência. De igual modo, na mesma perspectiva, percebe-se que o impacto do “problema econômico” na organização atuante nesse setor é bastante destacada, sendo possível verificar impacto das seguintes variáveis macroeconômicas, com consequências nefastas para a empresa: salários (aumentos de salário por promoção são cortados, persistindo somente os decorrentes do dissídio anual), lucros (os lucros são reduzidos em razão da retração do mercado), impostos (aumentam-se os impostos para suprir a 17 necessidade de receita nos cofres públicos, impactando, desse modo, a sobrevivência e continuidade no mercado das organizações), juros (os juros se tornam elevados em razão da insegurança experimentada no cenário de crédito no país), câmbio (o câmbio é impactado, promovendo uma desvalorização da moeda) e oferta de moeda. Todas estas variáveis impactam o nível de preços e produção, influenciando sobremaneira o desenvolvimento organizacional. 18 5 CONCLUSÃO Os temas desenvolvidos neste trabalho, referentes às disciplinas de Recursos Materiais e Patrimoniais, Matemática Aplicada, e Economia e Mercado, apresentam grande relevância para a formação de um futuro profissional para atuar no contexto organizacional, na medida em que permitem uma visão geral e sistêmica dos fatores responsáveis pelas mudanças sociais e de sua influência no dia a dia empresarial. Partindo deste contexto, vislumbra-se os ensinamentos obtidos nas web aulas, nos livros texto e nas atividades e fóruns dos quais participei como de grande importância para o meu crescimento pessoal e profissional, pois a cada interação, a cada aula ouvida aprendia ainda mais, e atentava para situações que, embora pareçam óbvias, ainda não tinha reunido as informações tal como aqui foram passadas para construir o conhecimento que hoje tenho. Desta forma, ressalto a aprendizagem obtida com a teoria passada, destacando que ela muito contribuiu para o desenvolvimento e entendimento deste aluno dos pontos discutidos em cada disciplina. 19 REFERÊNCIAS ANBIMA. Boletim de Mercado de Capitais. Ano IX - N° 93 - Fevereiro/2014. ARAÚJO, A. P. Educação matemática: importância, problemas e consequências. Introdução à Teoria Geral da Administração. 7. ed. São Paulo: Editora Campus, 2004. CAVALCANTE, F.; MISUMI, J. Y.; RUDGE, L. F. Mercado de capitais: o que é, como funciona. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. CHIAVENATO, I. Administração: teoria, processo e prática. 5. ed. Rio de Janeiro: Manole, 2014. DIAS, M. Administração de materiais: uma abordagem logística. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2015. GOLLO, R. de S. Mercado de capitais: uma contribuição para o entendimento do mercado acionário. 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