AS CORES DA MAÇONARIA

March 31, 2018 | Author: Leonardo Motta | Category: Freemasonry, Masonic Lodge, Bible, Alchemy, Red


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AS CORES DA MAÇONARIAAs cores da Maçonaria Na Maçonaria há uma forte influência do simbolismo das cores. Existe uma Maçonaria azul, uma Maçonaria branca e uma Maçonaria vermelha, cada uma dessas cores denotando uma fase do aprendizado iniciático da Arte Real. Não há uma razão histórica para a adoção desse simbolismo de cores, a não ser que se possa invocar motivos relativos á Revolução Francesa, relacionados com as cores da bandeira daquele país. Mas aí seriámos obrigados a diminuir consideravelmente o alcance da Arte Real, que na nossa opinião, foi muito mais razão que conseqüência daquele formidável momento histórico. A alusão á cor azul, muito provavelmente provém da influência da tradição alquímica, pois de acordo com os adeptos da Arte de Hermes, a pedra filosofal, no decurso do seu processo de elaboração, assume, seguidamente, três cores: um negro azulado, conhecido como asa de corvo, um branco leitoso e um vermelho ígneo. O negro simboliza o reino de Saturno, a partir do qual são obtidas a pedra branca, que é o símbolo da lua, e a vermelha, símbolo do sol. Portanto, são essas as cores da grande obra alquímica. Primeiro, um negro azulado profundo, evocando as trevas, a morte, o subterrâneo; depois o branco, que é o renascimento, a cor da regeneração; e por fim o vermelho, o fogo celeste, o raio de luz, o sol, como corolário desse processo. Por analogia se adotou esse simbolismo às diferentes etapas do simbolismo iniciático maçônico. A chamada Maçonaria negra foi acrescentada depois, para simbolizar a posse de segredos duvidosos. Mas em principio eram essas as cores, e na essência, repetia o caleidoscópio hermético. Os alquimistas justificavam esse simbolismo dizendo que toda semente seria inútil se permanecesse intacta na terra, sem apodrecer e ficar negra. Era preciso primeiro a corrupção e a morte para, em seguida, ocorrer a regeneração. Era no azul-negro que se encontravam, dissimuladas, todas as demais cores, como dizia Nicolas Flamel no seu Rosário dos Filósofos. Esse negro era, na verdade, um azul profundo, perfeito, que integrava em si a “rosa branca” e a “rosa vermelha”, imagem da regeneração e da ascensão espiritual, respectivamente. Essas duas cores do azul representavam os dois graus de perfeição da pedra filosofal, “ o pequeno e o grande magistério, “ o emblema da sabedoria, a coroa do filósofo, o selo da ciência e da fé, unidas á dupla potência, espiritual e temporal” no dizer de Fulcanelli. Na vida do operador alquímico eram representativas das duas mudanças no seu estado da consciência (etapas lunar e solar), que se operavam pela prática do magistério hermético. Na terminologia alquímica,“branquear latona”(deabbat ergo latonen) significava branquear o latão, isto é, liberar o metal de suas impurezas para que pudesse mudar de estado. Na mitologia grega, Latona era a mãe de Diana (a Lua), e Apollo (o Sol), deuses representativos da natureza e da luz, respectivamente. Na prática alquímica, é quando a “pedra” assume essa cor púrpura (fogo dos fogos), assemelhando-se a uma romã madura, que ela adquire a capacidade de transformar metais ordinários em ouro. Em contato com ela, os metais impuros “morrem” e “renascem” num outro estado, da mesma forma que o iniciado maçom ao toque da espada flamígera. Na simbologia maçônica podemos encontrar um paralelo nas diversas fases graduais que o iniciado tem passar para atingir o ápice da Escada de Jacó. No Rito Escocês essas fases são representadas pela Maçonaria azul, correspondentes ás em seguida. á Maçonaria branca. que simboliza o predomínio do espírito sobre a matéria. que resume uma verdade iniciática. purificado. como iniciado.” Osíris. no Gênesis.Tal como o dia. um sacerdote aproximava-se dele e segredava-lhe no ouvido esta frase misteriosa: “Lembra-te que Osíris é um deus negro!. correspondente ás Lojas de Perfeição e Capitulares. finalmente adquiriu. (especulativo. essa transformação de substância. o Obreiro da Arte Real pode realizar a Alquimia . da Gnose). as da humanidade como um todo.Lojas Simbólicas. diferentemente da Arte de Hermes. para submeter suas paixões e aprimorar seu espírito contra os males que infelicitam a espécie humana. em Hermetismo o dragão negro ou chumbo dos filósofos. um planeta maléfico. de puro. (. a indiferença pela participação. Esse é o significado do simbolismo contido na iniciação maçônica. que é busca do conhecimento. que se tornou em Espagiria. Afinal. o hieróglifo do chumbo. era o deus da ressurreição. Este último comporta ainda uma divisão em Maçonaria negra. (do maçom operativo) e teórico. pelas três fases da transmutação alquímica: a negra. na Maçonaria moderna todo esse simbolismo. em Astrologia. Sobre ele o iniciado trabalha.” a luz sucede á escuridão. pronto para exercer um novo papel na sociedade. aquele que guiava a alma do defunto pelas trevas da Tuat até o seu encontro com a luz. a matéria prima do maçom é o seu proprio psiquismo. O maçom deve trabalhar para eliminar esse mal. aperfeiçoando suas qualidades morais. e á Maçonaria vermelha. “. Em outras palavras. pois ninguém pode dar senão o que tem. Atingindo esse grau. Troca o vicio pela virtude. Essa é a ciência maçônica. O maçom é um homem do mundo e para ele vive. a verdadeira ciência da vida. como se sabe. para tranformálo. As verdades do espírito devem ser transformadas em atitudes práticas para a melhoria da sociedade na qual ele atua. “foi atribuída a Saturno.. simbolizado pela sua iniciação e o vermelho da exaltação.” Não se pode deixar de comparar a simbologia do magistério alquímico com as diferentes fases da iniciação maçônica. em Magia. na iniciação maçônica. Só que. de metal impuro em ouro. á noite. a galinha negra etc. o branco da regeneração. e em conseqüência. sucede. É espiritualmente renovado. que corresponde aos graus filosóficos. Tem por símbolo a cor branca. que integra os três últimos graus da escalada de trinta e três graus previstos. Através do trabalho prático.. O que busca o irmão quando se inicia na Maçonaria.” continua Fulcanelli. A luta do maçom é contra ele mesmo. como diz o ritual. a preguiça pelo trabalho. condição que ele. escreve Fulcanelli. o mal é o oposto da virtude. a essa renovação espiritual. na qual o recipiendário passa sucessivamente. assumiu contornos de filosofia moral.. os sábios asseguram que a sua matéria está livre de toda impureza. transmiti-lo á comunidade na qual vive. Nos templos do Egito. perfeitamente lavada e purificada. quando o recipiendário estava pronto para as provas iniciáticas. Evidentemente. que no magistério alquímico é obtida pela manipulação da matéria. Dessa transmutação emerge como espírito renovado. simbolizada pela sua descida ás sombras da morte.) A cor branca é a dos Iniciados porque o homem que abandona as trevas para seguir a luz passa do estado profano ao de Iniciado. o desconsolo pela esperança. senão uma mágica transformação no seu ser? A passagem do estado de profano para o de iniciado equivale. o que ele busca é a realização de um estado de perfeito equilíbrio dentro de si mesmo primeiro para. “A cor negra. utilizando-se dos influxos da Loja e dos ensinamentos que recebe. br/resenhasdelivros/2852807 . não as pode transmitir á comunidade em que vive. o conteúdo significante dessas visões. o seu salário. a “flos coeli” capaz de animar a matéria inerte e provocar nela a transmutação. formam um egrégore que capta. Por isso é que aqueles temerários que batem profanamente á porta do templo. fonte fecunda de luz da qual todos saímos no início como matéria cósmica e á qual um dia voltaremos como espíritos radiantes de energia luminosa. Ontem como hoje. _________________________ Notas Fulcanelli.com. ali estão em busca de luz. Mas para isso precisa ser puro e de bons costumes. Assim.maçônica. essa função é representada pelo equilíbrio de forças entre as duas colunas. pg. Por fim. conforme o ritual. quando um irmão é iniciado ouve-se dizer que A LUZ FOI FEITA . Sem ordem e harmonia em suas próprias vidas. pg. a “energia dos princípios”. é relevante lembrar que na referida prancha do Mutus Líber. 2007 http://www. Esse “orvalho” é exatamente a energia proveniente da natureza. esses corações sensíveis sentem a necessidade de buscar o exato equilíbrio entre suas necessidades no mundo profano e as exigências do mundo sagrado. É que na desordem que reina no mundo dos homens. são os mesmos. como nos templos maçônicos de hoje. DO LIVRO "CONHECENDO A ARTE REAL. pois ele mesmo não as possui. A LUZ SEJA DADA AO NEÓFITO. que são de cunho espiritual. que se unem para a criação. Então precisa ser devidamente iniciado. e para o maçom é a a tríplice argamassa com que se ligam as obras maçônicas. as esperanças da humanidade são as mesmas: ela quer viver num estado de harmonia. MADRAS. No templo maçônico. 49 Idem .O Mistério das Catedrais. representando os dois princípios. que para o alquimista é o mercúrio filosófico. congregados no templo. esses princípios são representados pelas colunas J e B.115 Na Maçonaria. feminino e masculino. o neófito que busca a realização maçônica carrega na sua alma o mesmo anseio do adepto que se iniciava na Arte de Hermes. recebendo cada um. um homem e uma mulher.ED. torcem um pano branco para fins de extrair dele o chamado“orvalho dos filósofos”. para que possa adquirir tais qualidades. pelo trabalho de construção do universo moral que deve existir em todo irmão. Se as formas de se buscar esse estado ideal mudam.. se as visões assumem diferentes configurações. unindo-se . equilíbrio social e ordem. a fim de se iniciarem nos Augustos Mistérios dos Obreiros da Arte Real. afinal. no entanto. sobre as quais Aprendizes e Companheiros realizam suas fases de aprendizado. com o Sublime Arquiteto do Universo.recantodasletras. É dessa maneira que os Obreiros da Arte Real. E tanto nos laboratórios dos artistas. Em todos os tempos os homens repetem as mesmas fórmulas e sentem os mesmos anseios. a exemplo da ação energética da síntese química. A “Maçonaria Verde” que refere-se às Lojas de Perfeição. que compreende os graus do 30 ao 33. precisamente. De acordo com Mestre Nicola Aslan. É muito importante que se estude.nº 75 . Elas figuram e estão presentes em todos os Ritos e em todos os Graus. a transição. VERDE: essa cor simboliza. Aprendiz. Companheiro e Mestre.Cores na Maçonaria O estudo do significado das cores. como infinita deve ser a tolerãncia condicionada nas atitudes dos Maçons nos tres primeiros graus – Aprendiz. amarelo. No Rito Escoces Antigo e Aceito percebemos que há uma estreita ligação entre suas cores usadas e o que está descrito acima. A “Maçonaria Vermelha” que refere-se às Lojas Capitulares (Capítulos RosaCruz). Assim. que compreende os grau do 15 ao 18. laranja e vermelho. na Maçonaria. Na natureza. É a cor do sacrificio e do ardor que deve animar o comportamento dos Rosa-Cruzes. A “Maçonaria Negra” que refere-se às Lojas do Conselho Kadosh. conforme descrito abaixo: A “Maçonaria Azul” compreende os Graus Simbólicos. a cor do céu no seu infinito. que compreende os grau do 19 ao 30. o “Arco Iris” formado pelas gotículas de água refletindo a luz solar tem as seguintes cores (de dentro para fora): violeta. Companheiro e Mestre. também. nesse Rito. ou seja. o mesmo é dividido em cinco secções. azul. a passagem da “pedra cúbica” para a “pedra polida”. anil. que é composto de 33 Graus. que compreende os grau do 4 ao 14. em seu Dicionário Enciclopédico. Esse polimento é a abertura da mente do Mestre para novos e surpreendentes conhecimentos. VERMELHO: é a cor do elemento fogo. o simbolismo das cores para que possamos entender o seu significado nos nossos paramentos. Nelas é que aparecem as definições das cores na Maçonaria. . na Maçonaria. verde. A “Maçonaria Branca” que que refere-se às Lojas do Consistório e Supremo Conselho. é de vital importância pois permite facilidades e melhor entendimento no estudo do Simbolismo. painéis e estandartes. temos: AZUL: é simbolicamente. essas afirmativas não encontram respaldo dos historiadores maçônicos. BRANCA: é a cor que simboliza a paz e a serenidade do Iniciado que alcançou a plenitude da Iniciação. depois. sérios. o seu sacrifício e o seu ardor têm sido vãos. a extraordinária variedade de “palavras” correspondentes a cada grau. porque o podemos examinar a partir de vários aspectos complementares. especialmente. é a “Maçonaria Vermelha” e a vertente mais conservadora. aqueles que praticamos regular ou ocasionalmente. tanto como “luz” ou “utensílio”. Primeiro. Infelizmente. enfim. mais comportada. Nós provavelmente seremos incompletos. A Bíblia dos Maçons Tradução José Filardo por Daniel Ligou É um problema bastante complexo. Some-se a isso a participação da Bíblia na trama do ritual maçônico que apresenta a particularidade que divide com o companheirismo. livre de toda sentimentalidade. Algumas observações preliminares primeiro. Também o nosso comentário será essencialmente baseado . é a “Maçonaria Azul”. é comum se ouvir em trabalhos de Mestres. a Maçonaria. o papel que ela desempenha ou não no recinto maçônico. mas privilegiaremos os ritos que conhecemos bem e. palavras de passe. e especialmente o rito escocês Antigo e Aceito (REAA). ou. essencialmente do Antigo Testamento . palavras sagradas. “grandes palavras” que os ritos. deve ser vivida espiritual e emocionalmente. com tendências revolucionárias. através de toda uma série de lendas parabiblicas que se desenvolvem no ritual para delas se retirar uma lição simbólica ou moral. do Volume da Lei Sagrada (VLS) na oficina. Entretanto. de completar um fundo bíblico. quando desenvolveu em si a espiritualidade pura. sobre “Maçonaria Azul” e “Maçonaria Vermelha” informando que a vertente da Maçonaria oriunda da França. o essencial. e não ser apenas sinônimo de conhecimento.PRETA: é a cor do luto e da tristeza que atormentam o Iniciado quando acredita que o seu desejo de excelsitude. porque em nossa opinião. mais genericamente. a presença ou não da Bíblia. para ser verdadeiramente compreendida. em seus 33 graus – não economizam nem um pouco. oriunda da Inglaterra. não é a Bíblia no sentido estrito. diga-se de passagem – o textos masculinos do REAA ou do Rito Francês. quaisquer que sejam as denominações ou crenças religiosas que os ajudam a “se distinguir “. eles não oferecem grande originalidade em relação aos que já conhecemos. o Alcorão. o Rito Francês. Existe – e não pretendemos abordá-la -. Com efeito. com alguma justificação. mas o VLS.nos três principais ritos praticados na França: o Rito Francês. segundo as Constituições de Anderson de 1723. conforme ele é praticado no Grande Oriente. E o Ir. essencialmente reformado no início e mais ecumênico a seguir. a Maçonaria feminina atual contentando-se em organizar – muito inteligentemente. se a Maçonaria tem. ela não deixa de ser o resultado de um legado. onde quer que a Bíblia não é a alimentação diária dos Irmãos. os irmãos têm uma dúzia de livros sagrados. os Vedas. obviamente. Confúcio. por razões essencialmente linguísticas. Na loja (Inglesa) de Singapura. o Tao Teh King e os quatro livros de Kung Fu Tsen. Notamos também que o Shiboleth da regularidade. Por outro lado. e em outros lugares o Alcorão. aos olhos da Grande Loja Unida da Inglaterra. tem a pretensão. não levaremos em conta “exclusivos”. Rudyard .´. para nosso grande pesar. Trata-se de “ritos” e não de “obediências” ou “potências”. a Torah . Mas. Em Israel é. porque suas fontes são comuns. diga-se de passagem. ela se desvanece ou desaparece em favor do “livro da Constituição” na Bélgica e na França – evolução que não é de forma alguma incompatível com a crença no Grande Arquiteto conforme mostra a história do Rito Francês de 1787-1878. Além disso. o Zend Avesta. usar os rituais alemães ou suecos. o Avesta. não foi possível. que continuou até meados do século XIX. ou o REAA na Grande Loja são ritos tão diferentes com o mesmo nome usado na Grande Loja Nacional francesa? Não. o Thipitaka. além da Bíblia. uma maçonaria “sem Bíblia”. de uma tradição e de circunstâncias históricas que lhe deram um estrutura mental e um equipamento intelectual cristão. sem dúvida. sem o Novo Testamento. pois não conhecemos os ritos ingleses a não ser através de textos que consultamos mais ou menos regularmente (fico feliz em concordar!). Outra observação. “excomunhões” ou reivindicações de irregularidade. de ser o “centro de União” e de agrupar “os homens bons e leais ou os homens de honra” e de probidade. e a crença no Grande Arquiteto e sua vontade revelada. isto é qualquer livro básico de natureza religiosa. Portanto. onde se prestava juramento ao Grande Arquiteto sobre o “Livro da Lei”. Nós mesmos (tremo só de pensar) fizemos algumas alusões à “Maçonaria de Adoção”. Quanto aos ritos praticados nos países latinos. O REAA especifica. o Rito Escocês e o Rito Escocês Retificado. voltemos à Inglaterra. isto é. intimamente ligada ao mundo clerical. sempre suspeitas para a Igreja e o poder civil. rompido com a ortodoxia. “instrumento” em loja. o que é pura lenda. Isto significa que teremos de distinguir o que é histórico do que é bíblico e. É difícil afirmar que a Bíblia figurava entre o “material” das lojas operativas inglesas antes da Reforma. Na França. o Templo de Salomão é um edifício construído por um rei de Israel para a glória de Yahwe e não temos que querer saber se ele representa a igreja ou o Cristo. Por outro lado. Itália. tal como concebido pelas religiões monoteístas da Europa ou no Oriente Médio. aquela dos construtores. “empresas” diferentes – de inspiração cristã. fazemos. não nos cabe neste momento fazer a exegese do que seja biblicamente inspirado e muito menos dos textos utilizado. Você não precisa fazer prova de vasta erudição para constatar que a Maçonaria “operativa”. tipológicos ou anagógicos caros aos Padres da Igreja e aos dialéticos medievais onde encontramos muitos vestígios das “Old Charges” (os Antigos Deveres) que regulamentavam a Maçonaria operativa. Mas. Menos ainda. Analisemos agora nosso primeiro ponto: a Bíblia.Kipling expressa perfeitamente este ecumenismo: “Cada um de nós falava do Deus que conhecia melhor. estes “corpos” tinham. e . sabemos que se prestava juramento ali. algo que assume valor doutrinário. Por outro lado. pela construção de catedrais. pelo menos. Além disso. e para “as pessoas da construção” muito particularmente “os Quatro Mártires Coroados” (Quatuor Coronati) que a encontramos na Inglaterra. deixando claro que para todo Maçom. a propósito. mas não acreditamos na virtude da mistura de gêneros. anglicanos ou reformados posteriormente. onde começa e onde termina o sagrado? Por que não os Pensamentos do Presidente Mao? Pode-se ainda se perguntar se a prática de religiões como o confucionismo está em harmonia com o conceito de “Vontade Revelada”. a lenda não passa da tradição no dogma católico. Isto pode parecer simplista para alguns. era – como.” Mas. era o corpo dos ofícios – “guildas de artesãos”. pelo menos segundo o que pudemos deduzir das “Old Charges”. mas também na Itália (Roma ) e na França (Dijon). Para nós. Enfim. em relação à Bíblia e a história. não parece que. mais frequentemente distintas das confrarias de penitentes. ou tentamos fazer um trabalho de historiador. com o estofo de uma guilda profissional. eles permaneceram fiéis à Igreja romana até seu desaparecimento natural ou supressão revolucionária. praticar os métodos alegóricos. católicos na Inglaterra até a Reforma. Elas estavam colocadas sob a invocação de santos padroeiros da profissão. ao contrário das guildas. sobre a qual se presta juramentado. Às vezes. Espanha. por pouco que seja. As “obrigações” exigem a fidelidade a Deus. o mar de Airain é o sangue de Cristo. certamente mais – porque podemos pensar que este é o redesenho de um texto mais antigo. relíquias como é tão frequentemente o caso na França? De qualquer forma. quando se podia ter uma. As citações bíblicas são retiradas da “Versão Autorizada” do rei James. O catolicismo Romano. Lemos com surpresa: “Que ela foi a maior maravilha vista ou ouvida no Templo – Deus foi homem e um homem foi Deus. depois anglicana. o “Dumfries” n º 4 (cerca de 1710). O autor dá ao Templo de Jerusalém a interpretação cristã e simbólica tradicional e se inspira tanto no Venerável Bede quanto em John Bunyan. Os degraus da Escada de Jacó evocam a Trindade e os doze Apóstolos. Todo este simbolismo tradicional e a ”tipologia” cristã admitida até o desenvolvimento da exegese moderna. A este respeito. mais frequentemente afirmado pelo “Grand Lodge Manuscript ” No. o que. são mais explícitos e o juramento sobre a Bíblia é. mais nos confins da Inglaterra. desde a Reforma. Esta constatação não nos deve fazer perder de vista a perfeita ortodoxia católica primeiro. Os documentos mais recentes. Certamente não – ou melhor. 1 (1573). descoberto nos arquivos da Loja desta pequena cidade. antes do desenvolvimento da impressão talvez não fosse tão fácil. a coluna Boaz a Igreja com um toque de antijudaísmo cristão. o “Manuscrito de Edimburgo” (cerca de 1696): “Fazemos com que eles tomem a Bíblia e prestem juramento”. O fato é que os primeiros documentos – o Regius (cerca de 1370) e o Cooke (cerca de 1420) – são perfeitamente silenciosos. Pode-se. os filhos de Deus e a Igreja. o “Crawley” (cerca de 1700) onde o candidato jura sobre o livro sagrado por “Deus e São João”. Lantoine a dizer que este era um “landmark de contrabando huguenote”. As orações são estritamente “niceanas”. o texto mais característico é. o “Dumfries No.que nada há de original. o juramento tinha um caráter religioso que ele conservou – exceto na Maçonaria “secularizada”. afirma Paul Naudon. o que levou o historiador francês A. localizada na Escócia. o “Sloane” do mesmo período. o juramento sobre a Bíblia tenha se tornado a regra. das “Old Charges”. mas definitivamente exagerada. anglicana no sentido do Livro de Orações). à Santa Igreja Católica (isto é. mas também posteriores à Reforma. 4″ (cerca de 1710). os discípulos. 2 (1650 ). o que testemunha a ortodoxia anglicana do tempo da piedosa rainha Anne. Assim nenhuma suposição deve ser excluída: a Bíblia. sobre o qual a questão permanece em dúvida. supor que. ao mesmo tempo que ao Rei. a coluna Jaquim significa Israel. sem dúvida. uma expressão engraçada. portanto. os doze bois. encontra-se neste ritual. o Templo. já que o “negócio jurado” era a regra um pouco por toda parte. Maria foi mãe e entretanto era virgem”. . e No. o “livro” do estatutos e regulamentos corporativos. ” Na França. No REAA. Ela pode ser aberta em qualquer lugar. Tradição que se conservou perfeitamente no Rito Retificado. O Rito Escocês Retificado. viu sua expansão limitada. conservando uma expressão religiosa sob a forma do Grande Arquiteto.7 onde se trata da construção do “Templo de Salomão. aliás. a Bíblia está presente. o alimento espiritual da maioria dos cidadãos. ela não pode ter pretensões de Universalismo. os ritos agnósticos. a Bíblia não é. As Constituições de 1723 permitiram a expansão.5 e em I Reis 6. quando se inicia um israelita. aberta durante os trabalhos e colocada sobre o “altar dos juramentos” instalado ao pé dos degraus que conduzem ao Oriente e é recoberto com um pano azul com bordas vermelhas (as cores da Ordem). a Maçonaria . como na Inglaterra. orientada no sentido de o dignitário a poder ler. Além disso. No rito de Emulação atual. e recoberta pelo esquadro e o compasso A página na qual o livro está aberto não é indicada. a Bíblia deve estar aberta sobre o triângulo do Venerável. O Rito Sueco. não saiu de seu país de origem. Os documentos mais antigos que possuímos mostram grande religiosidade. é que é regularmente produzido sempre que se quer vincular mais estritamente o ritual maçônico a uma confissão religiosa. os testemunhos do século XVIII são quase unânimes. a Bíblia conheceu destinos diferentes. Assim. Nos países anglo-saxões. o REAA. é aberta preferencialmente em Crônicas 2. especialmente depois que o Concílio de Trento limitou as possibilidades de leitura pelos simples fiéis. que será colocado em questão somente em 1877. a Bíblia era e permaneceu com o VLS. E é isso. de essência luterana. Mas. embora na linha de uma Inglaterra já orientada em direção ao fluxo. os ritos anglo-saxões “deconfissionalizados” são susceptíveis de desenvolvimento infinito. mas é tradicional – e moda – abrir no Antigo Testamento. de inspiração claramente mais cristã. a Bíblia é geralmente depositada sobre um altar especial no meio do Templo. de tom nitidamente cristão. Nos EUA. em países cristãos. que a Bíblia era aberta no primeiro capítulo do Evangelho de João. ela é a primeira “luz simbólica”. e sabemos pelos textos de origem policial. nos países católicos. o Esquadro e o Compasso são as outras duas. de orientação um tanto jansenista. o grande mérito de Anderson e dos criadores da Grande Loja de Londres de ter entendido perfeitamente o problema.Se a Maçonaria tinha se mantido fiel a esta ortodoxia. e as coisas quase não mudaram. Este é. portanto. Ao contrário. fala de “juramento estrito prestado sobre a Bíblia Sagrada. Quando.” o candidato “jura solenemente sobre as Três Grandes Luzes da Maçonaria. e apresentando-a. 1″ especifica a forma do juramento: “Um dos mais antigos. “sob a invocação do Grande Arquiteto do Universo. em sua mão esquerda. ao lado do esquadro e do compasso. viu desaparecer lentamente o livro dos “utensilhos das Lojas” desde meados do século. o candidato se ajoelha e coloca a mão direita sobre o Volume da Lei Sagrada. No Rito Escocês Antigo e Aceito. o candidato se ajoelhava. de acordo com o Segredo dos Maçons do Abade Perau.francesa. Ao pronunciar a obrigação. No Rito Escocês Retificado – que conservou algo da tradição cavalheiresca da maçonaria francesa do Iluminismo. o candidato coloca sua mão direita sobre os “três grandes luzes” que estão sobre o “Altar dos Juramentos. nos anos 1745. em 1738. e nem mesmo o Inglês o formalizaram. A fórmula do juramento será então lida. Exceto nos ritos totalmente seculares – como o atual Rito francês – os juramentos que acompanham a iniciação e os “aumentos de salário” são prestados sobre o VLS. um juramento não tem valor a não ser que ele tenha um significado religioso. sobre o triângulo do Venerável. a Grande Loja e depois o Grande Oriente. não houve qualquer protesto. o Volume da Lei Sagrada. enquanto sua mão esquerda segura um compasso com uma das pontas dirigida contra o seio esquerdo exposto. enquanto o Grande Experto coloca uma ponta do compasso sobre seu coração e.” Observe-se que o Rito Francês de 1785 prescrevia o juramento “sobre os . o joelho direito descoberto. afirmando que a promessa foi feita “sobre este”. um compasso sobre o peito esquerdo e a mão direita sobre o Evangelho. Não houve grandes mudanças em três séculos: o “Manuscrito Colne No. em sua expressão majoritária.” No Rito de Emulação atual. o “Livro das Constituições” assumiu seu lugar. a garganta exposta. trará o Volume. para o mundo anglo-saxão. tomando a Bíblia. na famosa bula de excomunhão In Eminenti. “na presença de Deus Todo-Poderoso e desta sociedade.” É óbvio que. o Venerável. nos textos de unificação do Rito Francês de 1785 – 1786. irritou muito o Papa Clemente XII que. O que.” Na França. completamente ausente em países anglo-saxões – o candidato coloca sua mão na espada nua do Venerável pousada sobre a Bíblia aberta no primeiro capítulo de São João. o Esquadro e o Compasso”. A promessa é feita sobre “o Santo Evangelho”. atitude encontrada nos tribunais ou na “inauguração” de uma Presidente americano. de modo que aquele ou aqueles que deve(m) ser iniciado(s) maçom(s) possa(m) pousar e deixar estendida a mão direita sobre ela. símbolo da honra e diante do Grande Arquiteto do Universo (que é Deus).estatutos gerais da Ordem.wordpress.com/a-biblia-dos-macons/ . sobre esta espada. http://bibliot3ca.
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