Bruno LatourJamais Fomos Modernos: Ensaio de Antropologia Simétrica Apresentação: Adriano Vinício da Silva do Carmo 13 de Agosto de 2013 1. Crise A proliferação dos Híbridos Leitura de um jornal... …....... ARTIGOS HIBRIDOS …. “cultura e natureza são reviradas” As coisas estão naturalmente dispostas em “Redes”, mas há aqueles que fazem “cisões/cortes” “O menor vírus da AIDS nos faz passar do sexo ao inconsciente, à África, às culturas de células, ao DNA, a São Francisco” (p. 8) Uma das principais CISÕES Conhecimento das COISAS Interesse, Poder, Política DOS HOMENS wikipedia.. Fonte: http://pt. NÓ GÓRDIO…. Crise Reatando o Nó Górdio Mitologia......org/wiki/N%C3%B3_g%C3%B3rdio . …....1. porque eles mesmos são RECORTADOS em..1... O que LATOUR e seus colegas pesquisadores fazem é REATAR o NÓ. [uma REDE] … Veio o homem e fez um corte. Crise Reatando o Nó Górdio Cultura e Natureza estão atadas de forma complexa. atravessando quantas vezes necessário o CORTE que separa CONHECIMENTOS EXATOS e o exercício do PODER. Esse trabalho ainda continua incompreensível. separando-as.. Natureza Coisa em si mesma Política Interesses/ social Discurso Efeitos de sentido . 1.. Crise A crise da Crítica A CRÍTICA existe porque geralmente desenvolvemos 3 repertórios distintos para falar de nosso mundo A CRÍTICA acontece quando uma vertente aponta as fraquezas das outras 2 abordagens Conjunto de expressões usadas para definir os 3 repertórios. Naturalização Changeux Fatos Objetivos Reais Socialização Bourdieu Poder Sociais Coletivos Desconstrução Derrida Discurso Efeitos de sentido Discursivos .. . devemos continuar seguindo-a? Ou vamos assumir as redes de que fazemos parte? A CRÍTICA vive se debatendo contra as REDES.1.. “Será nossa culpa se as redes são ao mesmo tempo REAIS como a natureza.. COLETIVAS como a sociedade?” (p.. o REAL o SOCIAL o NARRADO . “criar feudos”. 12) O que é Antropologia Simétrica? É buscar uma simetria entre. tentam cindi-las. Crise A crise da Crítica A TRIPARTIÇÃO CRÍTICA é um “senso comum”... NARRADAS como o discurso. corta-las... estamos abandonando o desafio de compreender as “redes socio-técnicas” .1.Se é POSSÍVEL a antropologia do mundo moderno. 13) . então é preciso alterar a própria definição do Mundo Moderno. Crise A crise da Crítica Por que não é feita uma antropologia simétrica do mundo moderno? Tal como é feito com os chamados “pré-modernos”? → Dilema: . “Passamos de um problema limitado – porque as redes continuam a ser incompreensíveis? – a um problema maior e mais clássico: o que é um moderno?” (p.Se assumimos que é IMPOSSÍVEL fazer uma antropologia do mundo moderno. . Crise O Miraculoso ano de 1989 Guerra Fria: 2 forças. → Alguns se assumem Anti-modernos.. SOCIALISMO → acabar com a exploração do homem pelo homem CAPITALISMO → realizar uma dominação total sobre a natureza O fim desse choque de forças – e as reflexões resultantes – leva a uma perda de confiança por parte dos modernos.15) “E se jamais tivermos sido modernos? A antropologia comparada se tornaria então possível.1. Ficam SUSPENSOS entre a dúvida e a crença” (p. outros permanecem Modernos “Incapazes de acreditar nas promessas duplas do SOCIALISMO e do “naturalismo”. 15) . os PÓS-MODERNOS também evitam duvidar totalmente delas. As redes encontrariam um lar” (p. Rede: constituída pela interligação de actantes. movimentos” . Principais conceitos Ator: qualquer pessoa. Natureza e sociedade precisam ser descritas da mesma forma.Teoria Ator-Rede Dois princípios importantes Imparcialidade: explicar o sucesso e o insucesso. instituição ou coisa (objeto. não-humano) que produza efeitos no mundo e sobre ele. alianças. possibilitando “fluxos. o verdadeiro e o falso. a visão do “vencedor” e a do “perdedor” Simetria: é preciso usar um mesmo estilo de explicação para todos os elementos envolvidos na análise. circulações. nos mesmos termos. que modifica de algum modo os atores nela envolvidos. Um ator inscreve outros atores na rede. também pode ser considerada uma rede. um computador não se forma sozinho. ou de criação de uma relação antes inexistente. Caixa preta: pontos simplificados que se mantem unidos numa rede. precisa da ação humana) . Materialidade relacional: tudo é constituído por interações/relações. Tem a ver com as interligações que possibilitam determinados objetos. Performatividade: semelhante à “materialidade relacional”.Teoria Ator-Rede Principais conceitos Tradução: processo de mediação. tecnologias. Por si mesma.ex. nada existe fora dessas interações. porém apela para ação (p. .2. Constituição “Leviatã e a Bomba de Ar: Hobbes. 1985 Analisa os ideias de Hobbes e Boyle sobre o que viria a se tornar a nossa atual Ciência Empírica. ambos fazem uma Ciência e uma Teoria Política .Como se trata de uma época que ainda não vigoram as divisões/cisões/“purificações”. Boyle e a Vida Experimental” Steven SHAPIN e Simon SCHAFFER. 2. o volume de um gás é inversamente proporcional à pressão” . Proposição confirmada: dobrando a pressão sobre o ar. Lei de Boyle: “em temperatura constante. o volume reduz à metade. Constituição Robert Boyle (1627-1691) Filósofo Naturalista: quer explicar fenômenos da natureza através de experiências Cria a “bomba de ar”: estuda peso do ar. vácuo etc. pressão atmosférica. 2. Constituição Robert Boyle (1627-1691) Inventa o estilo empírico Método de argumentação: opinião Validado pela adesão dos pares (outros cientistas. pesquisadores) Baseado na metáfora para-jurídica: testemunhas confiáveis Laboratório: “fatos” construídos em laboratório. por intermediação artificial da “bomba de ar” . . o mundo é conhecido por “impressões sensoriais” “Só existe o que meus sentidos percebem” Usa demonstração matemática (contrato social. isso pode minimizar ou acabar com guerras .2... p. Constituição Thomas Hobbes (1588-1679) Filosofia Política..ex. autoridade inquestionável) →a figura do Estado Proposição: por meio do “contrato social” as pessoas autorizam uma entidade a falar por elas.) “Cria” o Leviatã (Rei ou Assembleia. 2. Constituição Thomas Hobbes Força social PODER Sujeitos de direito Robert Boyle Força natural MACANISMO Objeto da Ciência Porta-vozes POLÍTICOS De multidão implicante e calculadora de Cidadãos PODE TRAIR Porta-vozes CIENTÍFICO De multidão MUDA e MATERIAL dos Objetos (também) PODE TRAIR . 2. Constituição . 2. Deus criou tudo.Uma Religião INDIVIDUAL e ESPIRITUAL. nós criamos a sociedade. nós não criamos a sociedade. sem “obrigar” Deus intervir numa ou noutra. colocado entre parênteses duas vezes: Na Metafísica (supremo. nós não criamos nem uma nem outra. distante) E na Espiritualidade (íntimo da pessoa) RESUMO DO MODERNO “Nós não criamos a natureza.. Constituição A Quarta Garantia: a do Deus Suprimido Reinvenção da Espiritualidade . Deus não criou nada. → um Deus AUSENTE. absoluto. Permite criticar a dominação da Ciência ou da Sociedade. nós criamos a natureza. 39) .. nós criamos tudo” (p. Desejam defender “passado. liberdade. Continuam aceitando a forma de dividir o tempo dos modernos. como se existissem realmente da forma como os modernos indicam. não uma solução. universalidade. sociedade. Deus”. 51) . mas a prolongam. “Combatem selvagemente os efeitos da Constituição mas aceitam-na por inteiro” (p. Não Moderno (Amoderno): “todo aquele que leva em conta ao mesmo tempo a Constituição dos modernos e os agrupamentos de híbridos que ela nega” (p. Anti-moderno: são os indignados.2. sem acreditar em seus fundamentos. Diz que há algo errado com a crítica moderna. 51). Constituição Jamais Fomos Modernos Moderno: segue a Constituição(defende a “purificação”/separação) Pós-moderno: é um sintoma. Constituição Jamais Fomos Modernos “Tanto os anti-modernos quanto os pós-modernos aceitam o terreno de seus adversários [os modernos].2. o terreno dos mundos não modernos. muito mais vasto. Um outro terreno. 52) Das Redes das Mediações das Traduções O GRUPAR é Amoderno??? . encontra-se aberto para nós. tão desconhecido quanto ela. É o Império do Centro. muito menos polêmico.” (p. tão vasto quanto a China. Muito obrigado .