Apresentação 1

March 20, 2018 | Author: Bruno Moreira | Category: Sea, Navies, Christopher Columbus, Portugal, Nature


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Além disso. de igual ou menor porte que a nossa. Depois do livro do Comandante Evandro Santos.Volume 1 APRESENTAÇÃO Há muito que a nossa Marinha ressente-se da falta de um Manual de Navegação. porém com uma notória deficiência de forma. Posteriormente. "Navegação Estimada" (1924) e dos trabalhos posteriores do Almirante Guilhobel (1930) e do Comandante Newton Tornaghi (1945). aos navegantes da nossa Marinha Mercante. os conceitos básicos de navegação e navegação costeira. respectivamente. para uso a bordo dos nossos navios. estimada e em águas restritas. de padronização e de coordenação entre os trabalhos supracitados. como mais uma medida para aumento da segurança da navegação. tais trabalhos dificilmente são acessíveis ao público externo. nos órgãos de ensino e adestramento e. as folhas de informações sobre navegação astronômica foram consolidadas no livro "Navegação Astronômica". não restam dúvidas de que a . o Regulamento da Diretoria de Hidrografia e Navegação prevê que cabem à DHN as tarefas de estabelecer normas e procedimentos para a navegação e produzir informações de interesse para a segurança da navegação. a exemplo do que fizeram outras nações. os instrutores que se sucederam prepararam várias apostilas. esporte e recreio. permaneceram as deficiências de impressão. isto é. e aos navegantes de pesca. para atender ao público externo. cada vez mais. Assim sendo. Na Escola Naval. A Organização Hidrográfica Internacional (OHI) recomenda que os Serviços Hidrográficos dos Estados-membros publiquem Manuais Nacionais de Navegação. Caminha Gomes. Todos estes fatores levaram ao consenso de que se fazia necessário para a Marinha dispor de um "Manual de Navegação". Ademais. os trabalhos NAV-1 e NAV-2. quase sempre de conteúdo muito bom. que. No final da década de 60 e início da década de 70. Entretanto. buscam na MB fontes de consulta sobre navegação. publicado pelo Sindicato de Oficiais de Náutica da Marinha Mercante. editado conjuntamente pela Escola Naval e DPC. Para navegação eletrônica (NAV-3). de apresentação gráfica e com todos os inconvenientes que apresentam as publicações avulsas. de autoria do CMG(RRm) Renato Tarquínio Bittencourt abrangendo. também. em 1983 foi obtida autorização para reproduzir um trecho do livro "A Prática da Navegação". de falta de unidade. Pouco se editou sobre navegação em nossa Marinha. de Longo Curso. Cabotagem e de Apoio Marítimo. do CLC Carlos R. em edições provisórias. a própria EN publicou. civis e militares. ou seja. submeti ao Diretor de Hidrografia e Navegação. um resumo da doutrina e do saber acumulado de navegação na nossa Marinha. um "epítome da navegação". publicados sob o título de NAVEGAÇÃO: A CIÊNCIA E A ARTE. tal como os nossos faróis. ora editado. A estrutura proposta para o Manual de Navegação divide-o em dois volumes. uma obra contendo apenas as noções essenciais acerca dos assuntos. O 2º volume. Desta forma. II: NAVEGAÇÃO ASTRONÔMICA. como o AMERICAN PRACTICAL NAVIGATOR (BOWDITCH). tal como o BOWDITCH. além de outros compêndios e publicações. o ADMIRALTY MANUAL OF NAVIGATION. NAVEGAÇÃO EM ÁREAS POLARES. no âmbito da MB. Agradeço a todos que contribuíram para tornar esta obra uma realidade. DERROTAS. cartas e publicações náuticas. em junho de 1993. em que o profeta faz referência ao povo que habita uma terra onde há o roçar de muitas asas de insetos. ALTINEU PIRES MIGUENS PREFÁCIO Há uma passagem no Livro de Isaías. o DUTTON'S NAVIGATION AND PILOTING. I : NAVEGAÇÃO COSTEIRA. atualizados e enriquecidos com elementos obtidos das últimas edições das melhores obras disponíveis. ELETRÔNICA E EM CONDIÇÕES ESPECIAIS (NAVEGAÇÃO FLUVIAL. sendo: VOL.responsabilidade pela publicação do Manual de Navegação. sem profundas considerações teóricas. isto é. Ademais. é da Diretoria de Hidrografia e Navegação. alguns já editados pela própria DHN. VOL. já possa ajudar os nossos navegantes. pretende-se que o Manual seja. que me propus a organizar. A forma proposta para o livro foi a de um Manual. completará a estrutura deste que pretende ser. desde o ponto de partida até o destino. a ser em breve publicado. NAVEGAÇÃO COM MAU TEMPO E NAVEGAÇÃO EM BALSAS SALVAVIDAS). que . estimada e em águas restritas. cobrindo as áreas de navegação costeira. o COURS D'ASTRONOMIE-NAVIGATION DE L'ÉCOLE NAVALE e o MANUAL DE NAVEGACIÓN DEL INSTITUTO HIDROGRÁFICO DE LA ARMADA DE CHILE. o MANUAL DE NAVEGAÇÃO DO INSTITUTO HIDROGRÁFICO DE PORTUGAL. a condizerem com segurança seus navios e embarcações. ESTIMADA E EM ÁGUAS RESTRITAS. basicamente. NOÇÕES DE METEOROLOGIA E OCEANOGRAFIA PARA NAVEGANTES. O Manual consistiria. a idéia de a DHN publicar um Manual de Navegação. Espero que o 1º volume do Manual. na compilação dos trabalhos anteriormente mencionados. um auxílio à navegação preciso e confiável. Há um fato que os historiadores consideram um dos grandes marcos na evolução na história da humanidade: foi o primero grande esforço do homem para sistematizar. Recusou a dignidade de grão-mestre da Ordem de Cristo. provavelmente ocorreu há uns cinco mil anos. Construiu estaleiros. Era fruto de uma lenta acumulação de experiências em viagens e de muito sofrimento. porque o homem mal havia começado a aprender a linguagem escrita. . este parece ser. pelo menos. Até hoje historiadores discutem. Henrique voltou a Portugal. sobre a época da la edição da Bíblia. e pôs-se a refletir sobre sua época. sem concordar. de forma organizada e científica. especialmente com as coisas sobre as quais você não tem controle". Henrique não gastou muito tempo apenas refletindo. Construiu uma vila na Ponta de Sagres. parte da história da navegação marítima. significava abrir mão de sua renda. na província meridional do Algarve. geógrafos e navegantes da Europa vinham procurando um caminho marítimo para o Oriente. Mas a evolução do ensino de navegação é. dar o máximo de si e não se preocupar. obviamente. A melhor maneira de conviver com ele é aprender tudo que você pode. João I. Ele entrou para a história como Henrique. astrônomos e navegadores da época. No correr da primeira metade do Século XV. A honraria vinha acompanhada do voto de pobreza. Tinha 25 anos.está muito além dos rios da Etiópia e "que envia embaixadores por mar navegando em navios de papiro". muito antes disso. terceiro filho do rei D. O tema em si não se inclui no escopo deste livro e tem sido objeto de muitas obras. Durante milênios. livrar essa cidade de outra investida dos mouros. o Navegante. Preferiu aceitar o cargo de Governador e Administrador da Ordem . uma idéia tomava forma na mente de um jovem príncipe. De qualquer modo. que. Infante de Portugal. a aquisição de conhecimentos sobre técnicas de navegação foi exclusivamente um processo penoso. Depois de participar com distinção na guerra de conquista de Ceuta e. um arsenal de marinha. o Navegante. A história das viagens do homem pelo mar é realmente muito antiga. por sua vez. Como disse o avô de Nimitz. o primeiro relato de navegação que conhecemos. depois. Antes de Henrique.é um mestre-escola rigoroso.* Este pode ser o registro mais remoto de viagem do homem pelo mar. perto do Cabo de São Vicente. Não há dúvidas de que ele vinha viajando pelos mares. poucos anos mais tarde. um observatório e reuniu em torno de si alguns dos mais notáveis cartógrafos. a aquisição de conhecimentos sobre a arte de navegar. curiosidade científica e uma aguda percepção dos fatos em sua volta. quando o neto resolveu ingressar na Marinha: "O mar como a vida ela própria . Entretanto. econômica e social da Europa foi abalada em suas bases. Era uma insaciável fome por dinheiro para custear viagens. casou com a filha de um ex-marinheiro. derramou-se para o sul e para oeste. havia um novo e rico mundo a explorar e disso entendiam os comerciantes. Embora pareça uma surpreendente ocorrência no século XVI. O caminho mais fácil. o solo mostrava-se fértil para germinar sementes de liberdade econômica e política das futuras gerações. Os Estados tinham agora braços estendidos por cima dos oceanos. transpondo o oceano.consistiu em degradar suas moedas. . marinheiros brasileiros. Segundo a tradição. o principal flagelo foi uma desenfreada inflação. Gâmbia e o Arquipélago de Cabo Verde. pela primeira vez na História. Henrique.como alguns governantes de hoje . construções e novos métodos de governar. novos empreendimentos. que ficou conhecido como Escola de Sagres. Serra Leoa. Mais ainda. a serviço da Espanha. Até hoje não tínhamos em nosso País um compêndio consolidando as experiências atualizadas da Arte de Navegar. Quando Henrique faleceu em l460. Mas o fato é que Cristóvão Colombo. Estava aberto o amplo caminho para expandir-se a civilização do Ocidente. ao estabelecer o primeiro esforço organizado em bases científicas e práticas para o ennsino da navegação. Foi uma formidável transformação. Rio de Ouro. que havia navegado para o Infante Henrique nas viagens de exploração da costa africana. roteiros e cartas náuticas de seu sogro e. Vasco da Gama e Colombo formaram-se em Sagres.Dois anos depois de fundado esse conjunto. A civilização ocidental. depois rebatizado de Boa Esperança. Açores. Mas. Os portugueses prosseguiram em sua exploração para o Sul da costa atlântica da África Bartolomeu Dias contornou o Cabo das Tormentas. Diz Churchill que a velha ordem política. a gestão de finanças era uma tarefa apenas vagamente compreendida por governantes e pela maioria das pessoas. descobriu um novo continente. os portugueses descobriram a ilha de Porto Santo e. um genovês. temos uma dívida antiga com nosso genial antepassado português. a seguir. o Navegante. adotado pelos reis empobrecidos . Henrique. o Navegante. Colombo estudou papéis. Madeira. Bartolomeu Perestello. detonou a expansão marítima dos povos da Europa. registros. na medida em que as novas terras iam sendo ocupadas. os portugueses haviam chegado ao Cabo de Palmas. e Vasco da Gama fundeou em Calicut em l498. da mesma forma que acontece em nossos dias. Nós. 4Fitzharding Street. Os muitos de seus usuários vão conferir o fato. T. Navegação Polar. contribuir para aperfeiçoar novas edições. BatsfordLtd Publishers. Navegação com Mau Tempo e em Embarcações de Salvamento)".o Volume II . elaborado pelo Comandante Altineu Pires Miguens . A History of Marine Navegation. confirmá-lo e. Per. 1954.virá em breve. . FERNANDO M."Navegação Astronômica. C. Estimada e em Águas Restritas".cujo primeiro volume "Navegação Costeira. A vida é "quem" decide. ora é editado constitui uma substancial amortização da dívida. Eletrônica e em Condições Especiais (Navegação Fluvial. FREITAS Vice-Almirante Presidente da Fundação de Estudos do Mar * COLLINDER. B. Great Britain. London W1. certamente.Tenho motivos para acreditar que o excelente Manual de Navegação. A segunda parcela do pagamento da dívida .
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