Apostila.pdf Geologia

March 18, 2018 | Author: Samoel Moreira | Category: Solar System, Weathering, Physical Sciences, Science, Earth Sciences


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Vera Lúcia da RochaGeologia APRESENTAÇÃO É com satisfação que a Unisa Digital oferece a você, aluno(a), esta apostila de Geologia, parte integrante de um conjunto de materiais de pesquisa voltado ao aprendizado dinâmico e autônomo que a educação a distância exige. O principal objetivo desta apostila é propiciar aos(às) alunos(as) uma apresentação do conteúdo básico da disciplina. A Unisa Digital oferece outras formas de solidificar seu aprendizado, por meio de recursos multidisciplinares, como chats, fóruns, aulas web, material de apoio e e-mail. Para enriquecer o seu aprendizado, você ainda pode contar com a Biblioteca Virtual: www.unisa.br, a Biblioteca Central da Unisa, juntamente às bibliotecas setoriais, que fornecem acervo digital e impresso, bem como acesso a redes de informação e documentação. Nesse contexto, os recursos disponíveis e necessários para apoiá-lo(a) no seu estudo são o suplemento que a Unisa Digital oferece, tornando seu aprendizado eficiente e prazeroso, concorrendo para uma formação completa, na qual o conteúdo aprendido influencia sua vida profissional e pessoal. A Unisa Digital é assim para você: Universidade a qualquer hora e em qualquer lugar! Unisa Digital SUMÁRIO INTRODUÇÃO................................................................................................................................................ 5 1 DEFINIÇÃO E CONCEITOS BÁSICOS.......................................................................................... 7 1.1 Subdivisão da Geologia.................................................................................................................................................7 1.2 Resumo do Capítulo........................................................................................................................................................8 1.3 Atividades Propostas.......................................................................................................................................................9 2 ORIGEM DO SISTEMA SOLAR E ESTRUTURA TERRESTRE....................................... 11 2.1 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................13 2.2 Atividades Propostas....................................................................................................................................................14 3 TECTÔNICA DE PLACAS................................................................................................................... 15 3.1 Evidência de que os Continentes Estiveram Unidos........................................................................................16 3.2 Evidências Científicas sobre a Tectônica...............................................................................................................18 3.3 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................20 3.4 Atividades Propostas....................................................................................................................................................21 4 NOÇÕES DE GEOMORFOLOGIA................................................................................................. 23 4.1 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................25 4.2 Atividades Propostas....................................................................................................................................................25 5 TIPOS E PROCESSOS FORMADORES DE SOLO............................................................... 27 5.1 Perfis de Solo...................................................................................................................................................................31 5.2 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................33 5.3 Atividades Propostas....................................................................................................................................................33 6 ÁGUA SUBTERRÂNEA........................................................................................................................ 35 6.1 Classificação dos Aquíferos Segundo a Pressão da Água..............................................................................36 6.2 Classificação Segundo a Geologia do Material Saturado...............................................................................36 6.3 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................37 6.4 Atividades Propostas....................................................................................................................................................38 7 INTRODUÇÃO À PALEONTOLOGIA......................................................................................... 39 7.1 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................41 7.2 Atividades Propostas....................................................................................................................................................42 8 MINERAIS E ROCHAS......................................................................................................................... 43 8.1 Recursos Minerais..........................................................................................................................................................44 8.2 Rochas................................................................................................................................................................................46 8.3 O Ciclo das Rochas........................................................................................................................................................49 8.4 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................50 8.5 Atividades Propostas....................................................................................................................................................50 9 TEMPO GEOLÓGICO........................................................................................................................... 51 9.1 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................54 9.2 Atividades Propostas....................................................................................................................................................54 RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS...................................... 55 REFERÊNCIAS.............................................................................................................................................. 59 INTRODUÇÃO Caro(a) aluno(a), O objetivo geral do curso é o de lhe oferecer subsídios para um estudo completo sobre a Terra como um planeta vivo em constante transformação e que possui um dinamismo próprio. Esta apostila e a disciplina como um todo buscam apresentar a caracterização do planeta Terra, bem como estudar sua estrutura e composição. Também foram evidenciados os mecanismos que engendram a dinâmica terrestre (deriva continental e tectônica de placas), oferecendo, assim, um aprofundamento nas questões relativas à formação e dinamismo da superfície terrestre. Dentro dessa perspectiva, o conteúdo está organizado de forma a promover sempre um debate sobre e com os autores, além de mostrar as transformações das teorias ao longo dos processos geológicos. Dessa forma, serão estudadas a Gênese e a morfologia dos principais minerais e rochas, além dos processos que atuam sobre eles (intemperismo físico e químico), bem como o ciclo das rochas, classificação e datação petrográfica. Será dado enfoque à formação de depósitos minerais e jazidas e à associação com a dinâmica interna e intemperismo, sua utilização comercial e suas implicações ambientais, visando, assim, ao desenvolvimento sustentável de nossa sociedade contemporânea. Ao compreendermos que a Geologia é a ciência que trata da estrutura da Terra, da sua composição, de seus processos internos e externos e de sua evolução, e que como ciência procura decifrar a história geral da Terra, desde o momento em que se formaram as rochas até o presente, será possível finalizar este trabalho versando sobre esse assunto. No último capítulo, buscamos, então, elencar as possibilidades da datação geológica realizada com a utilização de diversos conhecimentos científicos. Será um prazer acompanhá-lo(a) ao longo desse trajeto. Vera Lúcia da Rocha Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 5 org/people/ charles_lyell. ou seja. cíclicos. fundamentada na mineralogia. a porção da Terra constituída de rochas. ƒƒ Geologia Histórica: descreve os eventos biológicos e estruturais dentro de uma cronologia. então. Atenção O campo de atividade da Geologia é. denominada tempo geológico.html. 1. ƒƒ Paleontologia: descreve e classifica os antigos seres viventes que se encontram nas rochas. podemos compreender que a formação das rochas é. Na Figura 1. bem como sua subdivisão como ciência. geólogo britânico. por sua vez. A partir desse contexto. procura decifrar a história geral da Terra. sistematizando-as a partir de sua cronologia determinada a Unisa | Educação a Distância | www. de seus processos internos e externos e de sua evolução. Podemos afirmar que a Geologia é a ciência que trata da estrutura da Terra.1 Subdivisão da Geologia A Geologia Geral tem como seu objeto o estudo dos agentes de formação. Como ciência. da sua composição. Caro(a) aluno(a). dependente de um conjunto de fatores físicos. composição e disposição das rochas na crosta terrestre e pode ser subdividida da seguinte forma: ƒƒ Petrologia: é a ciência das rochas no sentido estrito. relacionados à evolução crustal e sedimentar do planeta. sua importância para nossa sociedade. trataremos dos conceitos iniciais que definem a Geologia. que são as fontes de informações sobre seus processos formadores e evolutivos. transformação. considerado o “Pai” da Geologia.1 DEFINIÇÃO E CONCEITOS BÁSICOS Figura 1 – Charles Lyell. vamos visualizar Charles Lyell (1797-1875). os fósseis. constituindo uma das bases das ciências geológicas. Neste capítulo.br 7 . desde o momento em que se formaram as rochas até o presente.stephenjaygould. ƒƒ Estratigrafia: ordena as rochas estratificadas. dispostas em camadas de sedimentos. Fonte: http://www. químicos e biológicos.unisa. das ramificações da que compreendem desde os solos onde se planta e se constrói. que a Geologia é a ciência que trata da estrutura da Terra. a porção da Terra constituída de rochas. O campo de atividade da Geologia é. composição e disposição das rochas na crosta terrestre. Temos também que. e que o objeto da Geologia Geral é o estudo dos agentes de formação. agora. transformação. incluindo: • minerais. então. ƒƒ Geologia Histórica. onde se encaixa a Geografia Física. esta passa a ser um campo integrado à Geologia. primeiramente. Podemos concluir que a Geologia tem um papel marcante e decisivo na qualidade da ocupação e aproveitamento dos recursos naturais.• fósseis. ƒƒ Paleontologia. estudamos a definição de Geologia e compreendemos sua importância para nossa sociedade. da sua composição. embora em si não seja um agente preponderante.2 Resumo do Capítulo Caro(a) aluno(a). A Geologia como ciência baseia-se. 1. O tempo. Também compreendemos que a Geologia pode ser subdividida da seguinte forma: ƒƒ Petrologia. ƒƒ Estratigrafia. a noção de tempo é diferente da visão de tempo cotidiano da vida humana.unisa. te é a chave do passado e que todos os acontecimentos que ocorrem hoje na Terra são similares aos acontecidos no passado e suficientes para que se expliquem todos os aspectos da forma e estrutura do planeta no presente. sível supor que o presen. Neste capítulo. quando se ocupa da conformação da crosta e da sua evolução. Em Geologia. O desconhecimento quantitativo e qualitativo da dinâmica terrestre tem resultado em prejuízos muitas vezes irreparáveis para a Natureza em geral e para a espécie humana em particular. 8 Unisa | Educação a Distância | www.br . Entendemos.Vera Lúcia da Rocha partir dos estratos mais antigos. avaliar a sua aprendizagem. notadamente de sentido prático e aplicado à pesquisa de minerais ou às obras de engenharia. é pos. de seus processos internos e externos e de sua evolução.• rochas. na observação do planeta Terra. perfaz sutilmente a execução de todas as formas e estruturas existentes no globo terrestre. também. ƒƒ Geografia: cujos campos de ação estão na superfície da Terra e seus habitantes. que são as fontes de informações sobre seus processos formadores e evolutivos. Vamos. até os recurSaiba mais sos energéticos e matérias-primas industriais. em Geologia. Estas são algumas Geologia entre inúmeras outras. 3 Atividades Propostas 1. De que forma a Geologia se subdivide? 3. O que é Estratigrafia? Unisa | Educação a Distância | www.unisa. Como podemos definir Geologia? 2.br 9 .Geologia 1. situado a cerca de 6.2 ORIGEM DO SISTEMA SOLAR E ESTRUTURA TERRESTRE Caro(a) aluno(a). essas massas se transformam nos planetas. Esse processo que deu origem ao sistema solar há 5 bilhões de anos continua. por meio desse processo. iniciaremos com uma pergunta: como se pode conhecer as camadas geológicas abaixo de nossos pés e outras estruturas localizadas no interior e no centro da Terra. Urano e Netuno. surge. trataremos da origem do sistema solar e da complexa estrutura interna do globo terrestre. Essas estrelas e seus planetas são irmãos do sistema solar. que concentra em seu núcleo a maior parte da massa e poeira. Júpiter. Enquanto tudo isso ocorre no núcleo. Essas nuvens giram ao redor de um único ponto. para isso. desencadeia-se uma série de reações termonucleares que ativam o núcleo da nuvem. agora. Terra. a seguir. que atravessa a de Netuno). Figura 2 – Sistema solar. o sistema solar nasceu a partir de uma gigantesca nuvem de gás e poeira. Fonte: http://www.webciencia. a nuvem vai ganhando a forma de um globo. na parte mais externa. estão: Mercúrio. pois o Sol emergiu do Cinturão de Gould. a figura que ilustra quais são os planetas que formam o sistema solar. do braço da espiral de Órion. onde se localiza a estrela (Sol). se condensando cada vez mais. analisar a composição interna da estrutura de nosso planeta e. em que é liberada energia. o homem tem acesso direto apenas aos primeiros Unisa | Educação a Distância | www. Saturno. devido à órbita de Plutão. as nuvens também se adensam até formar massas bem menores do que a estrela. estrelas semelhantes ao Sol nascem em muitos locais da galáxia.htm.br 11 . Vamos. Vênus. mais quente. principalmente na nebulosa de Órion. Terra e Marte). além de um cinturão de objetos além da órbita de Plutão. esse disco torna-se cada vez maior. Neste capítulo. Por ordem de distância do sol. Dessa forma. Marte. todas elas presas pela força maior do Sol. Vênus. Saturno. são denominados planetas externos (Júpiter. de formação gasosa e gigantes em relação aos internos. já os planetas mais afastados. girando ao seu redor.unisa. O calor que isso resulta dá início à transformação do hidrogênio em hélio. de maior gravidade. Analise. Urano. uma estrela. assim. de formação rochosa e mais próximos do Sol e uns dos outros são chamados planetas internos (Mercúrio. Netuno e Plutão (por vezes é Netuno o mais afastado.370 km de profundidade? A resposta é: por meio de perfurações.com/04_sistema. Os planetas menores. além de Plutão). por efeito dessa rotação. a cerca de mil anos luz da Terra. Sabemos que o sistema solar é formado por nove planetas e por milhares de asteroides. ou parcialmente fundidas. a crosta pode alcançar 65 km de espessura. a camada mais externa e delgada da Terra é chamada Crosta. Já a litosfera é uma placa com cerca de 70 km de espessura. No período de 1965 a 1970. cuja espessura varia de 35 a 10 km ao longo de uma seção.gov. Fonte: http://www. onde é possível observar as camadas que formam a estrutura interna do planeta Terra. implicando condições naturais de solidez e de rigidez de material. os geólogos e geofísicos concentraram seus esforços para pesquisar as primeiras centenas de quilômetros abaixo da superfície terrestre como parte do Projeto Internacional do Manto Superior.exe/sys/ start. entre elas a definição de “litosfera” e “astenosfera”. A partir desse contexto. Figura 3 – Estrutura interna da Terra. O Manto é grosseiramente homogêneo e oferece as melhores condições para a propagação de ondas sísmicas. É importante assinalar que é o estado Unisa | Educação a Distância | www. a maior parte do volume das massas continentais posiciona-se abaixo do nível do mar pela mesma razão que a maior parte dos icebergs permanece mergulhada por baixo do nível dos oceanos.br/publique/cgi/cgilua. Dessa forma. A profundidade do contato Manto-Núcleo foi calculada pelo sismólogo Beno Gutenberg. em 1913. material mais denso. Nessa região. Trabalhos sismológicos vêm corroborando informações quantitativas para o mecanismo da isostasia. em que se acredita que as rochas estão parcialmente fundidas. Analise a figura seguir. A litosfera é a responsável pelos processos da Tectônica de Placas e pela ocorrência dos terremotos. que assegura que as “leves“ áreas continentais flutuem sobre um manto de 12 A astenosfera é também chamada zona de fraqueza ou de baixa velocidade. A litosfera é caracterizada por altas velocidades e eficiente propagação das ondas sísmicas. Saiba que. por meio dos sismogramas.htm?infoid=1266&sid=129. A figura anterior nos sugere que a Crosta Continental flutua acima de material muito denso do manto. à semelhança dos icebergs sobre os oceanos.unisa. é possível comprovar suposições sobre o estado dessas estruturas internas. Assim. cortando áreas continentais e oceânicas. A propagação das ondas sísmicas produzidas pelos terremotos varia de velocidade e de trajetória em função das características do meio elástico em que trafegam.br . situa-se logo abaixo da Crosta e estende-se até quase a metade do raio da Terra. A Crosta é a camada mais externa dessa porção da Terra. Ainda analisando a figura anterior. Muitas descobertas importantes foram feitas. que suporta os continentes e áreas oceânicas. são as ondas sísmicas que revelam conhecimentos sobre o interior de nosso planeta. que se estende até 700 km de profundidade. O Manto divide-se em Superior e Inferior. as ondas sísmicas são mais atenuadas do que em qualquer outra parte do Globo. Este é o Princípio da Isostasia. A correta interpretação do registro dessas ondas. permite inferir valores de velocidade e densidade tanto em rochas no estado sólido. apresenta variações físicas e químicas. podemos compreender que o manto é a porção mais volumosa (80%) de todas as geosferas. Daí para baixo. A astenosfera. nas regiões montanhosas. recebendo a denominação “janela telessísmica”. como naquelas situadas próximas à superfície ou em grandes profundidades. pela simples razão do decréscimo da velocidade de propagação das ondas S.Vera Lúcia da Rocha quilômetros.cprm. com base em modelos de velocidades das ondas S. também não escapa das investigações sismológicas.br 13 . o que impede a propagação das ondas S. Urano. D. dados sismológicos. são as ondas sísmicas que revelam conhecimentos sobre o interior de nosso planeta. sismólogo britânico. sobre ela. apesar de sua grande distância da superfície terrestre. a 1/3 da massa da Terra e contém principalmente elementos metálicos (ferro e níquel). agora. Júpiter. Surpreendeu-nos a resposta de que. analisamos a composição interna da estrutura de nosso planeta e analisamos todos os componentes dos elementos que compõem essa estrutura. Vamos. Saturno. Marte.Geologia não sólido da astenosfera que possibilita o deslocamento. Neste capítulo. A densidade e a velocidade aumentam gradualmente com a profundidade. sismóloga dinamarquesa. a potência da energia geotérmica e da pressão que atuam constantemente nas camadas internas e são a mola propulsora de vários dos fenômenos que estão relacionados diretamente à formação da superfície terrestre. aproximadamente. o homem tem acesso direto apenas aos primeiros quilômetros. que se estende de 700 até 2.900 km (limite do Núcleo). por R. é uma região que apresenta pequenas mudanças na composição e fases mineralógicas. mas razoável aproximação sobre a constituição do interior do Globo.unisa. Inge Lehman. Assim. Oldham. Ele corresponde. Vênus. por meio de perfurações. Daí para baixo. em 1906. Unisa | Educação a Distância | www. Esse último possui propriedades semelhantes aos líquidos. Em 1936. descobriu o contato entre o Núcleo Interno e o Núcleo Externo. O Núcleo Interno é sólido e nele se propagam tanto as ondas P quanto as S. estão: Mercúrio. que atravessa a de Netuno). A composição do Núcleo foi estabelecida comparando-se experimentos laboratoriais com 2. foi possível determinar uma incompleta. avaliar a sua aprendizagem. Netuno e Plutão (por vezes é Netuno o mais afastado. Por ordem de distância do sol. Já o Núcleo. devido à órbita de Plutão. além de um cinturão de objetos além da órbita de Plutão. estudamos a origem do sistema solar e da complexa estrutura interna do globo terrestre. O Manto Inferior. Sua existência foi sugerida pela primeira vez. Vimos. das placas rígidas da litosfera. Terra. também. em relação às características internas de nosso planeta. A propagação das ondas sísmicas produzidas pelos terremotos varia de velocidade e de trajetória em função das características do meio elástico em que trafegam. Logo em seguida. Compreendemos que o sistema solar é formado por nove planetas e por milhares de asteroides.1 Resumo do Capítulo Caro(a) aluno(a). da mesma forma que a pressão. br . Explique o que é o Manto Inferior. Do que se trata o principio de Isostasia? 3. 14 Unisa | Educação a Distância | www.2 Atividades Propostas 1.Vera Lúcia da Rocha 2.unisa. De que forma o sistema solar nasceu? 2. há cerca de 200 milhões de anos.unisa.3 TECTÔNICA DE PLACAS Figura 4 – Alfred Wegener. Fonte: http://www. atualmente.infoescola. por um fabricante holandês. Wegener argumentou que. no Hemisfério Norte. primeiro.br 15 . então. ao longo dos tempos. uma vez. esse modelo foi sugerido. professor de geologia na Universidade de Johanesburgo e um dos defensores mais acérrimos das ideias de Wegener. Para ele. trataremos dos conceitos que nos farão compreender os processos que dão origem à formação da estrutura interna de nosso planeta. dando origem aos vários continentes que existem hoje. Abraham Ortelius. se dividiu em dois grandes continentes. a Laurásia. escrita em dois artigos publicados por um meteorologista alemão chamado Alfred Lothar Wegener. Iniciaremos esses conhecimentos por meio do estudo da tectônica de placas. só em 1912 a ideia do movimento dos continentes foi seriamente considerada como uma teoria científica.com/biografias/alfred-wegener/. Deduziu que era fisicamente impossível para a maioria daqueles organismos ter nadado ou ter sido transportado por meio de um oceano tão vasto. em 1596. Entretanto. A teoria de que os continentes não estiveram sempre nas suas posições atuais foi conjecturada muito antes do século XX. e a Gondwana. argumento utilizado por Abraham Ortelius três séculos antes. havia um supercontinente – Pangeia = Pangea – que começou a fraturar-se. a presença de espécies fósseis idênticas ao longo das costas dos litorais da África e América do Sul seria a evidência que faltava para demonstrar que. Wegener também estava intrigado com as ocorrências de estruturas geológicas pouco comuns e dos fósseis de plantas e animais encontrados na América do Sul e África. Laurásia e Gondwana continuaram. pelo Oceano Atlântico. a fraturar-se. Saiba mais A teoria de Wegener foi apoiada em parte por aquilo que lhe pareceu ser o ajuste notável dos continentes americanos e africanos do sul. os dois continentes estiveram ligados. no Hemisfério Sul. A ideia de Ortelius foi retomada no século XIX. pela primeira vez. se alguém trouxer para a sua frente um mapa do mundo e observar com cuidado as costas dos três continentes”. Caro(a) aluno(a). Alexander Du Toit. Unisa | Educação a Distância | www. que estão separadas. Neste capítulo. propôs que a Pangeia. Ortelius sugeriu que as Américas “foram rasgadas e afastadas da Europa e África por terremotos e inundações” e acrescentou: “os vestígios da ruptura revelam-se. designada por Deriva dos Continentes. há evidências de glaciações coerentes com a união de continentes. 16 Analise a figura a seguir. Veja. Fonte: http://pt. na figura a seguir.br . onde essa evidência é mostrada.org/wiki/Gondwana. Em relação às condições climáticas. uma vez que as linhas da costa de alguns continentes encaixam perfeitamente. Essas evidências também podem ser paleontológicas.wikipedia. uma vez que a distribuição de fósseis acompanha um padrão característico. essas evidências. Unisa | Educação a Distância | www.1 Evidência de que os Continentes Estiveram Unidos Há algumas evidências de que os continentes estiveram unidos e a primeira delas é geográfica.unisa.Vera Lúcia da Rocha 3. Figura 5 – Distribuição geográfica dos fósseis gondwânicos. Geologia Figura 6 – Evidências climáticas. Contudo. Uma fraqueza fatal na teoria de Wegener era o fato de não poder responder satisfatoriamente à pergunta mais importante levantada pelos seus críticos: que tipo de força podia ser tão forte para mover massas de rocha contínua tão grandes ao longo de distâncias tão grandes? Wegener sugeriu que os continentes se separavam por meio do fundo do oceano. Unisa | Educação a Distância | www. Fonte: http://geografiamazucheli. um geofísico inglês notável. apesar das evidências.br 17 . bem como outros estudos geológicos e geofísicos. como se possa pensar. em 1930. a proposta de Wegener não foi tão bem recebida pela comunidade científica.br/2012/10/terremotos-origens-causas-e. Note que. novas evidências a partir da exploração dos fundos oceânicos.unisa. Atenção Só após a morte de Wegener. conduzindo finalmente ao desenvolvimento da teoria da Tectônica de Placas. apenas com tais comprovações de fato. A teoria da Deriva Continental transformar-se-ia na “bomba” que explodiu na comunidade científica da época. de tal modo. mas Harold Jeffreys. houve um crescimento acadêmico e científico no que se refere aos estudos que comprovam o desenvolvimento de processos geológicos esclarecedores sobre a formação de nosso planeta. embora estivesse. em grande parte.html. que era fisicamente impossível para uma massa de rocha contínua tão grande separar-se por meio do fundo oceânico sem se fragmentar na totalidade. fez surgir uma nova maneira de ver a Terra. reacenderam o interesse pela teoria de Wegener. contra-argumentou.com. de acordo com a informação científica disponível naquele tempo. de modo científico.blogspot. em faixas. O teste padrão total. do lado de fora. que surgiram após uma exploração mais pormenorizada e avançada. tornou-se conhecido como o “listado” magnético. No início dos anos de 1950. Essa hipótese era suportada por diversas linhas da evidência: 1) junto à crista. de diferentes polaridades magnéticas. durante os tempos seguintes. a profundidade dos oceanos era matéria de pura especulação e a maioria das pessoas pensava que os fundos dos oceanos eram relativamente lisos e sem quaisquer aspectos relevantes. logo. a camada de sedimento deveria de ser muito espessa. agora. ficou provado que as variações magnéticas não eram aleatórias. onde o fundo oceânico era rasgado em dois. pelo menos. longitudinalmente. O magma novo. Em 1961.unisa. os cientistas começaram a teorizar sobre a estrutura das zonas das dorsais da crista média-oceânica. porque se sabia que o basalto. criando uma crusta oceânica nova.000 km ao longo das cristas ou dorsais média-oceânicas. usando instrumentos de medida do magnetismo (magnetômetros). subia facilmente ao longo dessas zonas de fraqueza e era expelido ao longo da crista. logo. contém um mineral fortemente magnético (magnetita). obtendo-se mais informações. começaram a reconhecer variações magnéticas ímpares por meio do fundo dos oceanos. de um e do outro lado da crista média-oceânica (meso-oceânica): uma faixa com polaridade normal e a faixa adjacente com polaridade invertida. naturalmente. para mais perguntas: como se forma o teste padrão magnético do “listado”? Por que são as faixas simétricas em torno das cristas ou dorsais média-oceânicas? Essas perguntas não poderiam ser respondidas sem se saber o significado dessas dorsais. diretamente ou indiretamente. As bandas alternas. tem sempre Unisa | Educação a Distância | www. Nós sabemos. os sismologistas que se encontravam no navio de pesquisa Atlantis dos Estados Unidos (EUA) descobriram que a camada de sedimento no fundo do Oceano Atlântico era muito mais fina do que pensavam inicialmente. definido por essas faixas alternadas de rocha magnetizada com polarização normal e inversa. à dinâmica dos fundos oceânicos. Essa descoberta. que a maioria dos processos geológicos que ocorrem na Terra está ligada. Quando esses padrões magnéticos foram traçados sobre grandes regiões. Sabendo que a presença da magnetita dá ao basalto propriedades magnéticas mensuráveis. junto à crista. mas obedeciam a padrões determinados. essas variações magnéticas 18 recentemente descobertas forneceram novos meios para o estudo dos fundos dos oceanos. proveniente de grandes profundidades da terra. Esse processo. melhorou profundamente o nosso conhecimento sobre os fundos dos oceanos e a sua expansão. operando durante muitos milhões de anos. não foi inteiramente surpreendente. Por que é que havia tão pouca acumulação de sedimento. provariam ser vital para o surgimento do conceito de tectônica de placas. Em 1947. as rochas são muito novas e tornam-se progressivamente mais velhas quando afastadas da crista.2 Evidências Científicas sobre a Tectônica Você sabia que aproximadamente dois terços da superfície da terra encontram-se abaixo dos oceanos? Antes do século XIX.Vera Lúcia da Rocha 3. o fundo do oceano apresentou um padrão do tipo “zebra”. ao longo da crista. A descoberta do “listado” magnético alertou. 2) a rocha mais nova. que pode localmente obrigar a distorção das leituras da bússola. durante os anos das décadas de 1950 e 1960. foram sendo traçados mais mapas das anomalias magnéticas dos fundos oceânicos. os cientistas. há 4 bilhões de anos. Os cientistas acreditavam que os oceanos existiam. restos e fragmentos sedimentares no fundo do oceano? A resposta a esta e outras perguntas. A exploração oceânica. construiu o sistema de 50. Como. estavam colocadas. uma rocha vulcânica rica em ferro e que faz parte dos fundos dos oceanos. embora inesperada.br . ao longo das cristas oceânicas sem aumentar o tamanho da Terra? Essa pergunta intrigou. sugerindo que o campo magnético da terra se inverteu muitas vezes.).usp. as ideias de Hess davam uma explicação clara do porque a Terra não aumentava de tamanho. análogo ao modelo animado de correntes de convecção térmica. onde seria “consumida”. o Oceano Pacífico estava a contrair-se.unisa. continuamente.br 19 .php?script=sci_ arttext&pid=S0100. afastada das cristas. Veja. Hess e Robert S. implicava um grande aumento no tamanho da terra desde a sua formação. forneceram a evidência que faltava para provar a hipótese da expansão dos fundos oceânicos. A maioria de geólogos sabe que a Terra mudou pouco no tamanho desde sua formação há 4. a crusta oceânica desce. Dietz. segundo um movimento de transporte do tipo “correia”. levantando uma pergunta-chave: como pode a nova crusta oceânica ser adicionada. A evidência adicional da expansão do fundo oceânico veio de uma fonte inesperada. nas plataformas marinhas. a exploração do petróleo ao longo das margens continentais. nas fossas oceânicas. Figura 7 – Cadeia meso-oceânica. na figura a seguir. Harry H. eventualmente.br/scielo. sugeriu que a nova crusta oceânica espalhou-se. continuamente. Desse modo. Note essa questão na figura a seguir. De acordo com Hess. Milhões de anos mais tarde. e 3) as “listas” das rochas paralelas e simétricas à crista alternam na polaridade magnética (normal-invertida-normal etc. particularmente. Unisa | Educação a Distância | www. Hess formulou o raciocínio seguinte: se a crusta oceânica se expandia ao longo das cristas oceânicas. Uma consequência profunda da expansão dos fundos oceânicos seria que a nova crusta oceânica. ela tinha de ser “consumida” noutros lugares da terra.6 bilhões de anos.Geologia uma polaridade (normal) atual. Assim. um esquema mostrando um mecanismo de transporte das placas. Fonte: http://ppegeo. sendo continuamente criada ao longo das cristas oceânicas.igc. enquanto o Oceano Atlântico estava a expandir-se. Quando as idades das amostras foram determinadas por métodos de datação paleontológica e isotópica. sapo. Sabemos que o calor radioativo acumulado no interior da Terra e não completamente dissipado pelo vulcanismo é suficiente para aquecer as camadas do manto e gerar correntes de convec- ção térmica ascendentes. agora. Abraham Ortelius. avaliar a sua aprendizagem. Também foram estudadas diversas evidências de que a Deriva Continental pode ser comprovada cientificamente. que movimentam as placas.unisa. estudamos teorias fundamentais que dão embasamento aos estudos geológicos.html.br . Neste capítulo. semelhantes às que se formam com a água a ferver. pela primeira vez. Vamos. assim. um efeito de correia. esse modelo foi sugerido. Ortelius sugeriu que as Américas “foram rasgadas e afastadas da Europa e África por terremotos e inundações” e acrescentou: “os vestígios da ruptura revelam-se.3 Resumo do Capítulo Caro(a) aluno(a). compreendemos que o calor radioativo acumulado no interior da Terra e não completamente dissipado pelo vulcanismo é suficiente para aquecer as camadas do manto e gerar correntes de convecção térmica ascendentes. Por fim. definindo assim a Deriva Continental. Estudamos todas essas evidências científicas sobre a tectônica de placas.pt/tect_placas_5. Fonte: http://domingos. que transportam as placas por arrastamento. como a tectônica de placas. 20 Unisa | Educação a Distância | www. se alguém trouxer para a sua frente um mapa do mundo e observar com cuidado as costas dos três continentes”. A definição de que os continentes não estiveram sempre nas suas posições atuais foi conjecturada muito antes do século XX.home.Vera Lúcia da Rocha Figura 8 – Mecanismo de transporte das placas tectônicas. em 1596. 3. provocando. por um fabricante holandês. unisa. como você pode explicar essa afirmação? 2. Brasil e África unidos em um só continente no passado geológico de nosso planeta. Por que a teoria da Deriva Continental transformar-se-ia na “bomba” que explodiu na comunidade científica da época? Unisa | Educação a Distância | www.br 21 .4 Atividades Propostas 1.Geologia 3. O que é convecção térmica? 3. falhadas e dobradas.br 23 . Cárpatos e os Himalaias. apresentam.205 m) é um exemplo típico de uma montanha vulcânica. erodidas. O Mauna Kea (4. também conhecidas como vulcões. Pirinéus.html. Montanhas vulcânicas. Unisa | Educação a Distância | www. na maioria dos casos. normalmente.4 NOÇÕES DE GEOMORFOLOGIA Caro(a) aluno(a). Veja. Entre essas estruturas.4shared. foram objeto das mais antigas investigações científicas. São vastas elevações e depressões. Vejamos a figura a seguir. Dessa forma. Vamos procurar dar algumas explicações. Vamos lá? Você sabia que por meio da Geomorfologia é possível explicar os processos que formam toda a superfície terrestre. que nos mostra as cadeias de montanhas continentais dos Andes. originando escarpas. estas normalmente associadas a fenômenos vulcânicos. tendo sempre em conta o conhecimento atual. por sua vez. Atlas. o Vulcão Chimborazo. Podem apresentar-se como extensos alinhamentos de relevo ou sob a forma de Montanhas Isoladas. que fica no Equador e é associado à Cordilheira dos Andes. para a formação das montanhas. os extensos alinhamentos de relevo que cruzam oceanos e continentes têm uma origem direta ou indiretamente ligada ao movimento das grandes placas litosféricas terrestres. bem como seus aspectos genéticos. cronológicos e morfológicos. trataremos das noções básicas de geomorfologia e sua intrínseca ligação com conceitos importantes da Geologia e a formação da superfície terrestre. se elevam para um topo estreito em forma de cume. Uma região com uma sucessão de vulcões é o Havaí. Alpes. inclusive sua dinâmica e a história desses acontecimentos? são as que melhor se conhecem e as que. Na Terra. compreenda que as montanhas são formas de relevo da superfície da Terra que. Assim.com/doc/LPHWDLPo/preview. Atenção Geomorfologia é a parte da Geografia que estuda os arranjos. formas e toda a dinâmica formadora da superfície terrestre. uma parte emersa que. Figura 9 – Cadeias montanhosas continentais. a seguir.unisa. podemos considerar quatro tipos diferentes de montanha: vulcânicas. Os vulcões podem associar-se às cadeias de montanhas ou a montes individuais associados a eventos intraplacas litosféricas. As montanhas formam-se por meio de diversos processos geológicos. chamados Hot Spots (ou “Pontos Quentes”). Montanhas Rochosas. Neste capítulo. Apalaches. com certeza. as cadeias de montanhas Fonte: http://dc337. faz parte de uma sucessão de grandes vulcões. que fica no Nepal. 24 Fonte: http://www. Fonte: http://www. Unisa | Educação a Distância | www.net/franca-hoteis. Figura 12 – Alpes franceses. razão por que. isto é.  Veja. As águas. não tectônico). html.htm.com/geologia/dobramentos-modernos/. dá-se o fenômeno do transporte dos materiais desagregados. iremos examinar.unisa. que fica no Havaí e é associado a um Hot Spot. acontecendo que as rochas resistentes à erosão acabam por formar um grande relevo terrestre. os ventos. rochas resistentes à erosão e rochas facilmente erodidas. veja o Himalaia. Veja. dá-se o fenômeno de erosão diferencial. na mesma região. colisões entre massas continentais ao longo do Tempo Geológico.php/raro-fenomeno-moonbow-e-fotografado-no-havai-juntamente-com-a-erupcao-de-um-vulcao-e-com-o-ceu-estrelado/.blogspot.infoescola. Figura 11 – Vulcão Kilauea. com algum pormenor. a seguir. as variações de temperatura e os seres vivos causam o desgaste das rochas.Vera Lúcia da Rocha Figura 10 – Vulcão Chimborazo.com. Montanhas dobradas são as mais típicas e frequentes. Fonte: http://quintogeo. uma montanha. a seguir. a seguir. que fica na França. sua formação. o Vulcão Kilauea. Quando existem. isto é.br/2009_06_01_archive. Em simultâneo. A seguir. Montanhas erodidas são formadas pelo fenômeno da erosão (ou seja. a região dos Alpes. Figura 13 – Cordilheira do Himalaia. Fonte: http://cienctec. unindo-as e originando cadeias montanhosas. Foram originadas pelo lento movimento das placas litosféricas convergentes.europa-turismo.br/wordpress/index.com.br . Explique de que maneira as montanhas vulcânicas se formam. tendo sempre em conta o conhecimento atual. sendo uma grande massa de granito que tem resistido à erosão de milhões de anos.Geologia O Grand Canyon (USA) é um exemplo de uma formação decorrente de processos erosivos e não tectônicos. Em simultâneo. Saiba mais O Cume do Lança (4. Compreendemos que montanhas erodidas são formadas pelo fenômeno da erosão. avaliar a sua aprendizagem. estudamos a importante contribuição que a Geomorfologia oferece à Geologia.1 Resumo do Capítulo Caro(a) aluno(a). dá-se o fenômeno de erosão diferencial. estas normalmente associadas a fenômenos vulcânicos. Vamos. se elevam para um topo estreito em forma de cume. Por fim.br 25 . Quando existem. de formação das montanhas. Podem apresentar-se como extensos alinhamentos de relevo ou sob a forma de Montanhas Isoladas. Dessa forma. uma montanha. 4. O que é Geomorfologia? Unisa | Educação a Distância | www. originando escarpas. Cite um exemplo. 2. foram levantadas algumas explicações para tais processos.unisa. os ventos. As águas. dá-se o fenômeno do transporte dos materiais desagregados. compreendemos que as montanhas são formas de relevo da superfície da Terra que.2 Atividades Propostas 1. na mesma região. isto é.301 m) é um exemplo de uma montanha erodida. acontecendo que as rochas resistentes à erosão acabam por formar um grande relevo terrestre. as variações de temperatura e os seres vivos causam o desgaste das rochas. O que são montanhas? 3. Neste capítulo. sendo possível por meio dela explicar toda a dinâmica formadora do relevo que se encontra tanto na crosta terrestre quanto na crosta oceânica. agora. 4. rochas resistentes à erosão e rochas facilmente erodidas. normalmente. São vastas elevações e depressões. Esse tipo de intemperismo ocorre em regiões com inverno rigoroso (temperaturas abaixo de 0 °C) e verão relativamente quente. No que se refere ao Intemperismo físico. exercendo uma grande pressão nas paredes das rochas que as contêm. Os principais agentes do intemperismo físico são: variação de temperatura. e b) locais onde a temperatura varie o suficiente para congelar e descongelar a água. também. trataremos dos conceitos relacionados aos tipos de solo. Vamos iniciar pela definição de intemperismo. cristalização de sais. vento etc. Em áreas onde o congelamento e derretimento ocorrem várias vezes ao ano. bem como de seus processos formadores. o Intemperismo Físico ou Mecânico. compreender o Intemperismo Químico. que implica transformações químicas dos minerais que compõem a rocha. Podemos. atividades de seres vivos. O principal agente do intemperismo químico é a água. contração e expansão termal da rocha.unisa. alívio de carga. graças à ação de agentes atmosféricos e biológicos que formam os diversos tipos de solo. sabemos que seus processos mais importantes são: congelamento. Esse intemperismo ocorre sob as seguintes condições: a) quando existem fraturas nas rochas. ao passo que o quartzo permanece inalterado. pois é a partir dele que os solos são formados. Há. A flutuação da temperatura é importante devido à pressão que é exercida em cada congelamento. Unisa | Educação a Distância | www. Eventualmente. sendo que o intemperismo é um fenômeno de alteração das rochas executado por agentes essencialmente imóveis.). Neste capítulo. os blocos fraturados e/ou planos são destacados do corpo rochoso. e crescimento de cristais estranhos. Quando congela. o intemperismo é mais eficiente do que em áreas onde a água é permanentemente congelada. ela expande seu volume em cerca de 9%. Congelamento A água da chuva ou de derretimento facilmente penetra em fraturas ou em planos diversos existentes nas rochas. com poros ou qualquer tipo de abertura por onde a água possa penetrar. Já a erosão é o processo de remoção e transporte do material que constitui o manto do intemperismo. congelamento da água. também.br 27 . Sabe-se que o intemperismo constitui o conjunto de processos operantes na superfície terrestre que ocasionam a decomposição dos minerais das rochas. Os feldspatos e micas são transformados em argilas.5 TIPOS E PROCESSOS FORMADORES DE SOLO Caro(a) aluno(a). que envolve processos que conduzem à desagregação da rocha sem que haja necessariamente uma alteração química maior dos minerais constituintes. enquanto a erosão é a remoção e transporte de materiais por meio de agentes móveis (água. O stress (tensão) produzido cada vez que a água congela é de cerca de 110 kg/cm². equivalente ao produzido por uma bola de ferro abandonada a uma altura de 3 metros. temos que a atividade orgânica de bactérias. outra se forma logo abaixo. um exemplo de rochas suscetíveis ao congelamento.com. forma-se uma série de lascas. Assim que a lasca mais superficial se desprende. Cada um desses processos afeta de maneira diferente os vários tipos de rocha. Figura 15 – Expansão térmica. Assim. Veja.br/edicao17/antartida_clima04.com. algas e musgos tomam parte na Unisa | Educação a Distância | www. Também pode ocorrer em paredes de vales para escavações de rodovias etc. que balançam suas copas e fazem com que a raiz “empurre” a rocha para o lado oposto ao sentido do vento. Figura 14 – Rocha suscetível ao congelamento. mas experimentos mostram que o stress desenvolvido por aquecimento e resfriamento por um longo 28 Crescimento de Cristais Estranhos Pode ocorrer em fraturas ou poros da rocha. pelo congelamento da água ou cristalização de sais. Conforme a camada sobreposta vai sendo removida pela erosão. período é insignificante em comparação com a capacidade elástica da rocha. As plantas podem atuar como agentes de intemperismo mecânico. quando o crescimento de suas raízes exerce pressão sobre uma rocha. líquens. a seguir. são um processo bastante efetivo do intemperismo físico.br . O mesmo processo ocorre em minas e túneis. sob a ação de ventos fortes.blogspot.unisa. fungos. Fonte: http://conceitosetemas. Contração e Expansão Termal da Rocha Causadas pela variação diária ou sazonal da temperatura. Na realidade.br/2009/03/intemperismo.php. a seguir. desde que a rocha possua fendas por onde possam penetrar as raízes e a resistência oferecida pela rocha não seja muito grande. as raízes crescem ao longo de zonas de menor resistência e acomodam-se nas pequenas irregularidades das fraturas. Fonte: http://www. A ideia é plausível.html. A tensão interna aumentada devido à expansão pode gerar uma série de grandes fraturas ou juntas de extensão paralelas à superfície topográfica do terreno. No que diz respeito ao Intemperismo biológico. um exemplo de processo de expansão térmica provocada pelo intemperismo.jornaljovem. Alívio de Carga   Algumas rochas são formadas nas profundezas da crosta terrestre sob uma pressão confinante muito elevada. O resultado do processo é o chamado sheeting. As raízes vegetais também atuam fortemente separando as rochas. a pressão confinante é liberada e a rocha tende a se expandir.Vera Lúcia da Rocha Veja. se combina com o aluminossilicato do feldspato para formar um mineral de argila. os Duas substâncias são essenciais para o intemperismo do feldspato: o dióxido de carbono e a água. Ela toma parte diretamente nas reações químicas. A água é o agente mais importante do intemperismo químico. Unisa | Educação a Distância | www. atuando como meio de transporte de elementos da atmosfera para os minerais. a decomposição química consiste na desintegração da rocha pela alteração química de seus constituintes. Nenhuma área da Terra é completamente seca. Na hidrólise. a molécula da água é polar e se comporta como um imã. Já a dissolução é um processo em que o material rochoso passa diretamente para soluções. mas uma troca química específica na qual um novo mineral é criado. Assim. b) dissolução. torna-se importante entender como o feldspato sofre intemperismo e se decompõe. todos os minerais são solúveis em água em maior ou menor proporção. originando as argilas. e c) oxidação. como o sal na água. assim. A taxa e o grau do intemperismo químico são influenciados pela temperatura. Torna-se importante compreender a definição de hidrólise.unisa. então. balanceado pela carga negativa do outro. A dissolução ocorre porque a água é um dos melhores solventes conhecidos. Quantitativamente. A estrutura molecular da água requer dois hidrogênios que se posicionam do mesmo lado de um átomo de oxigênio. como uma esponja. ocorrem mudanças significativas na composição química e na aparência física da rocha. então. que são muito abundantes na superfície da Terra. o qual se transforma. Ela envolve uma série importante de reações químicas entre elementos da atmosfera e aqueles dos minerais. O novo mineral também contém uma estrutura cristalina nova. uma concentração de carga positiva de um lado. A atmosfera e o solo contêm dióxido de carbono. em contato com a água. nitratos.br 29 . íons derivados de um mineral reagem com o H+ ou OH. Já a respeito do Intemperismo químico. e. em ácido carbônico. O potássio associado com o íon carbonato origina um sal solúvel. que é a união química da água com um mineral. ácidos orgânicos etc. onde a reação ocorre e remove o produto do intemperismo deixando exposta a rocha fresca. quebra a estrutura cristalina. Como resultado. Esse mineral é muito abundante na crosta terrestre. Dessa forma. ocorrem as seguintes reações: K2CO3 + carbonato de K Al2Si2O5(OH)4 argila + 4SiO2 quartzo minerais mais importantes nesse processo são os carbonatos. o intemperismo químico é um pro- 2KAlSi3O8 feldspato + H2CO3 + ácido carbônico H20 O hidrogênio do íon H2CO3 desloca o potássio do feldspato e. Durante a decomposição química. O processo envolve não somente a absorção da água. São três os grupos principais de reações químicas: a) hidrólise.). Devido a essa polaridade da molécula da água. Assim. A molécula tem. Um bom exemplo da hidrólise é o intemperismo químico do feldspato. O novo mineral não contém o potássio que estava presente no feldspato original.Geologia decomposição das rochas pela ação dos seus metabólitos (CO2. Se o feldspato entrar em contato com o ácido carbônico. a estrutura interna dos minerais é destruída e novos minerais são criados. cesso global. Todavia é menos efetivo nos desertos e nas regiões polares. mas se mantém em solução.da água para produzir um mineral diferente. as rochas são decompostas. A sílica também é solta. talvez. H2CO3 + CaCO3 → calcita Ca(HCO3)2 bicarbonato de cálcio Análises químicas das águas dos rios ilustram a eficácia da dissolução no intemperismo das rochas. mas. formando o bicarbonato de cálcio.nH2O). então.unisa. compreender a definição de oxidação. mas a água de escoamento superficial logo dissolve os minerais mais solúveis das rochas e os transporta em solução. principalmente se a água contiver dióxido de carbono.Vera Lúcia da Rocha Alguns tipos de rocha podem ser completamente dissolvidos e carregados pela água. H2O + CO2 → H2CO3 ácido carbônico Esse ácido vai reagir com a calcita. A água da chuva contém relativamente poucos minerais dissolvidos. Plantas e bactérias também são agentes importantes no intemperismo químico. Um processo pode dominar em uma área qualquer. Vejamos. Na natureza. Os intemperismos físico e químico foram trabalhados separadamente. Margas e calcários também são dissolvidos em água. óxidos de Fe e Al. mas os intemperismos físico e químico geralmente atacam a rocha ao mesmo tempo. que é a combinação do oxigênio da atmosfera com um mineral produzindo um óxido. sendo removido pela água de subsolo. os rios carregam cerca de 3. a taxa de intemperismo químico aumenta com o aumento da temperatura. os calcários formam vales. agora. também. tais como a olivina. os  principais produtos do intemperismo: ƒƒ Resíduos: minerais resistentes ao intemperismo e produtos do intemperismo (argilominerais. dependendo do clima e da composição das rochas envolvidas. Não é surpresa. pois produzem ácidos orgânicos e outros compostos. dão origem a altos topográficos. porque muitos deles estão intimamente ligados e envolvidos. O decaimento químico facilita a desintegração mecânica. Elas são extremamente solúveis. piroxênio e anfibólios. sílica coloidal. Devemos.br . As rochas com sais diversos (evaporitos) são.5% de seu peso de sais dissolvidos. A cada ano. como processos individuais. que a água do mar contenha 3. Unisa | Educação a Distância | www. O fraturamento mecânico de uma rocha aumenta a área de superfície onde a ação química acontece e permite uma penetração mais profunda dos reagentes para a decomposição química. O ferro nos silicatos se une com o oxigênio formando a hematita (Fe2O3) ou limonita (Fe(OH)2. mas também dissolve com facilidade. ƒƒ Precipitados: óxidos. A decomposição química é mais importante em regiões quentes e úmidas (regiões tropicais).9 milhões de metros cúbicos de minerais dissolvidos para os oceanos. os melhores exemplos. Em regiões úmidas. esses processos não podem ser separados. sais. tornando-se um agente de intemperismo mais eficaz. O processo é essencialmente importante 30 no intemperismo de minerais que contêm grande quantidade de ferro. sílica). O gipso é menos solúvel do que as rochas à base de sal. sobrevivendo na superfície terrestre apenas em regiões áridas. que se mantém em solução. Saiba mais Como em muitas reações químicas. A água quando atinge esses compostos orgânicos aumenta sua acidez. muitos trazidos dos continentes pela água das chuvas. em regiões áridas. de mistura da rocha alterada. expressivo em regiões florestadas. para distinguir daqueles regolitos residuais produzidos pelo intemperismo. agrônomos. esquemas dos horizontes de solos.: para engenheiros. podendo manter vestígios da estrutura e mesmo textura da rocha que deu origem ao solo. ƒƒ horizonte B – muitos dos nutrientes lixiviados dos horizontes superiores ocorrem nesse nível.uminho. em cortes de rodovias podemos observar a passagem do regolito para a rocha sã.br 31 . de acumulação de material orgânico de restos de plantas e animais (húmus). o qual mostra uma sequência de camadas ou horizontes. tipo de rocha e tempo de atuação dos processos intempéricos. Veja. por gravidade etc. onde se fixa a maior parte das raízes das plantas e vivem animais e vegetais do solo que ajudam a decompor restos orgânicos e deles se alimen- Fonte: http://www.  Um perfil completo de solo apresenta as seguintes camadas: ƒƒ horizonte O – nível superficial. O solo é tão amplamente distribuído e tão importante economicamente que adquiriu uma série de definições (ex. cobrindo a rocha local.1 Perfis de Solo O termo ‘regolito’ vem do grego ‘rego’ = coberto. Muitas vezes.html. sem húmus. que são distintos pela composição. macio e desagregado formado no local pela decomposição e desintegração das rochas situadas em profundidades. água e geleiras são algumas vezes chamados “regolitos transportados”. minhocas etc. É uma camada de material rochoso. ƒƒ horizonte A – camada superior. O solo é composto por pequenas partículas de rochas e minerais adicionados de matéria orgânica. fazendeiros etc.unisa. Unisa | Educação a Distância | www. geólogos.dct. cor e textura.Geologia 5.. dependendo do clima.  Muitos sedimentos depositados pelo vento.). como bactérias. que ainda tem restos de húmus e pode ser atingido por raízes maiores das plantas. A transição da superfície do solo até a rocha inalterada é chamada perfil do solo. muitas vezes fortemente lixiviada de elementos solúveis e de húmus. tam. ƒƒ horizonte C – nível da rocha parcialmente alterada. ƒƒ horizonte R – rocha não alterada que deu origem ao solo e que pode ser a rocha-mãe local ou camada de material fragmentário rochoso trazido por gelo.pt/pnpg/gloss/horizontes. A espessura do regolito vai desde poucos centímetros a centenas de metros. a seguir. Figura 16 – Esquema dos horizontes de solo. A primeira camada do regolito é o solo. Em regiões equatoriais. ƒƒ onde e como se depositou? (bacia sedimentar): •• •• estruturas sedimentares.br . •• fluxos gravitacionais. regiões áridas e em montanhas muito altas predomina o intemperismo físico. Por exemplo. O resultado é que o solo será composto principalmente por fragmentos rochosos. O clima é. e a quantidade de matéria orgânica é mínima.uenf. A topografia afeta o desenvolvimento do solo devido à sua influência na taxa de erosão e na natureza da drenagem. ƒƒ agentes de transporte: •• água corrente. ƒƒ os sedimentos podem ser classificados segundo sua origem: •• rocha fonte (desagregação – sedimento clástico – intemperismo). gelo. Unisa | Educação a Distância | www. em vegetação decomposta e saturados em água.Vera Lúcia da Rocha Figura 17 – Esquema dos horizontes de solo.html. O tipo e a espessura do solo dependem de um número de fatores. •• ventos. •• processos químicos (evaporação – precipitação). desde os sopés de encostas e as planícies aluvionares até as grandes bacias geológicas ou sedimentares. correntes etc. os processos químicos dominam e o solo é espesso e se desenvolve rapidamente. •• geleiras. a precipitação anual e trocas de estações afetam diretamente o desenvolvimento do solo. quentes e úmidas. ƒƒ como foi transportada? (determina as características físicas e granulométricas –tamanho e forma – dos grãos). presença de fósseis. Sedimento Fonte: http://www. sendo os mais importantes o clima. enquanto inclinações muito irregulares permitem a rápida remoção do regolito. que contém 99% de SiO2. O quartzito puro. planas e com poucas drenagens desenvolvem solos ricos 32 Material originado por intemperismo e erosão de rochas e solos que é transportado por agentes geológicos (rio. em desertos. vento. o mais importante. O perfil do solo pode atingir mais de 150 m. sem sombra de dúvida. pois a temperatura. Atenção O tempo de atuação dos agentes intempéricos é importante no desenvolvimento do solo.   Para entender a sedimentologia (estudo dos sedimentos): ƒƒ de onde veio? (determina as características químicas e mineralógicas dos grãos – sedimentos).unisa. •• processos biológicos (bioclastos).br/uenf/centros/cct/qambiental/so_ composicao. A composição mineralógica de rocha sã influencia fortemente o tipo de solo. origina um solo estéril e fino (pouco espesso). Terras baixas.) e que se acumula em locais baixos. pois ela irá fornecer elementos e grãos minerais para o desenvolvimento do solo. inibindo a acumulação de material intemperizado. o tipo de rocha e a topografia. Geologia 5. Neste capítulo. enquanto a erosão é a remoção e transporte de sedimentos. estudamos de que forma os sedimentos podem ser classificados segundo sua origem: • rocha fonte (desagregação –sedimento clástico – intemperismo). devido à sua importância como elemento fundamental para a formação dos diversos tipos de solo.unisa. • processos químicos (evaporação – precipitação).2 Resumo do Capítulo Caro(a) aluno(a).3 Atividades Propostas 1. estudamos o conceito de intemperismo. inclusive sua ação nos processos de formação da superfície terrestre. Vamos.br 33 . O que é Intemperismo Químico? 3. O que é Intemperismo Físico? 2. O que é um regolito? Unisa | Educação a Distância | www. para entender a sedimentologia (estudo dos sedimentos). avaliar a sua aprendizagem. Por fim. graças à ação de agentes atmosféricos e biológicos que formam os diversos tipos de solo. agora. • processos biológicos (bioclastos). Compreendemos que o intemperismo constitui o conjunto de processos operante na superfície terrestre que ocasiona a decomposição dos minerais das rochas. Já a erosão é o processo de remoção e transporte do material que constitui o manto do intemperismo. 5. Também estudamos os diversos tipos de intemperismo. sendo que o intemperismo é um fenômeno de alteração das rochas executado por agentes essencialmente imóveis. tendendo a uniformizá-lo. que são rochas transformadas por variações de pressão e temperatura. Unisa | Educação a Distância | www. trataremos dos conceitos iniciais ao ciclo hidrológico.pt/CienciaParaTodos/edicoes_online/diversos/agua_subterranea/texto. A transferência e o movimento das águas desgastam e modificam o relevo terrestre.lneg. originárias da solidificação do magma. por exemplo. as águas subterrâneas e sua importância para a Geologia. a água subterrânea e todo seu trajeto de infiltração. agora. na figura a seguir. Além disso. modelando o relevo.6 ÁGUA SUBTERRÂNEA Caro(a) aluno(a).unisa. As rochas sedimentares.br 35 . que atuam acima da superfície terrestre. Saiba mais São considerados agentes exógenos: umidade. vento e gravidade. Figura 18 – Ciclo da água subterrânea. Fonte: http://www. geralmente dispostos em camadas. Neste capítulo. formadas por sedimentos originários de outras rochas. oceanos e a atmosfera é chamado ciclo hidrológico. Você sabe qual é a importância da água para a formação da superfície terrestre? Torna-se importante saber que o principal agente exógeno modelador do relevo é a água. e metamórficas. são menos resistentes à erosão do que as rochas magmáticas. Vejamos. o desgaste das formas de relevo está associado à maior ou menor resistência da rocha à erosão. O movimento da água entre os continentes. a água poderá jorrar espontaneamente pela boca do poço.1 Classificação dos Aquíferos Segundo a Pressão da Água Os aquíferos podem ser classificados da seguinte forma: 1.Vera Lúcia da Rocha O mais importante processo de recarga de água no subsolo. porosidade: a presença de argila no solo diminui sua porosidade. também. Nesse caso. a camada saturada está confinada entre duas camadas impermeáveis ou semipermeáveis (aquífugos). a infiltração. Aquíferos artesianos  Nesses aquíferos. não permitindo uma grande infiltração. Aquíferos porosos Ocorrem em rochas sedimentares consolidadas. o que faz com que a água suba no poço para além da zona aquífera. podem apresentar espessuras de poucos a centenas de metros. cobertura vegetal: um solo coberto por vegetação é mais permeável do que um solo desmatado.  2.2 Classificação Segundo a Geologia do Material Saturado Ainda podemos classificar os aquíferos segundo a Geologia do material saturado. tipo de chuva: chuvas intensas saturam rapidamente o solo. 3.  Você sabe o que é aquífero? É uma formação geológica formada por rochas permeáveis. capaz de armazenar e transmitir quantidades significativas de água. depende de vários fatores: 1.br . seja pela porosidade granular ou originada pelas fissuras. Confinado) – pressão hidrostática! 6. diz-se que temos um poço jorrante. Os aquíferos podem ter extensão de poucos a milhares de km² ou. Aquífugos Unidades impermeáveis. O aquífero pode ser de variados tamanhos. São. 4. diminuindo o tempo de infiltração. temos o poço artesiano – poço que atinge o aquífero entre aquífugos (aq. ao passo que chu- 6. Se a pressão for suficientemente forte. com a qual se comunica livremente.unisa. a água corre mais rapidamente. vas finas e demoradas têm mais tempo para se infiltrarem. Não absorvem nem transmitem água. inclinação do terreno: em declividades acentuadas. Aquíferos livres ou freáticos A pressão da água na superfície da zona saturada está em equilíbrio com a pressão atmosférica. também. de forma que a pressão da água no topo da zona saturada é maior do que a pressão atmosférica naquele ponto. São os aquíferos mais comuns e mais explorados pela população. 2. 3. da seguinte forma: 36 1. sedimentos não consolidados e solos are- Unisa | Educação a Distância | www. Como exemplo. os que apresentam maiores problemas de contaminação. tão somente.br 37 . verdadeiros rios subterrâneos. devido à dissolução do carbonato pela água. Atenção No Brasil. A possibilidade de se ter um poço produtivo dependerá. 3. Essa propriedade é conhecida como isotropia. as águas subterrâneas e sua importância para a Geologia. das grandes bacias sedimentares brasileiras. de este interceptar fraturas capazes de conduzir a água. Poços perfurados nesses aquíferos podem fornecer até 500 m³ de água de boa qualidade por hora. A água subterrânea é abundante e vulnerável à contaminação. a importância desses aquíferos está muito mais em sua localização geográfica. em função tão somente dos diferenciais de pressão hidrostática ali existentes. nesse caso. Constituem os mais importantes aquíferos.3 Resumo do Capítulo Caro(a) aluno(a). por isso. permitindo que a água flua para qualquer direção. são capazes de fornecer volumes de água até dez vezes maiores do que a maioria das rochas ígneas e metamórficas. decompostos in situ. quase sempre. Para minimizar o fracasso da perfuração nesses terrenos. 6. faz-se necessário que a locação do poço seja bem estudada por profissional competente. pois ela mantém-se permanentemente sob o risco de ser contaminada pelos resíduos urbanos e industriais depositados pelo homem na superfície e pelos vazamentos decorrentes do manuseio inadequado e acidentes com produtos químicos. do que na quantidade de água que armazenam. tendem a ter orientações preferenciais e. dizemos que são meios aquíferos anisotrópicos. Constituem um tipo peculiar de aquífero fraturado. Uma particularidade desse tipo de aquífero é sua porosidade quase sempre homogeneamente distribuída. Algumas de suas feições a tornam um recurso útil e frágil. É comum em regiões com grutas calcárias.Geologia nosos. somente um venha a fornecer água. Esses aquíferos ocorrem nas bacias sedimentares e em todas as várzeas onde se acumularam sedimentos arenosos. suas aberturas e intercomunicação. Um caso particular de aquífero fraturado é representado pelos derrames de rochas ígneas vulcânicas basálticas. A forma como a água subterrânea se movimenta sob a superfície da terra torna-a aparentemente insegura. Há casos em que. ocorrendo em várias partes do Brasil. Essas rochas. apesar de ígneas. podem atingir aberturas muito grandes. Aquíferos fraturados ou fissurados Ocorrem em rochas ígneas e metamórficas. pelo grande volume de água que armazenam e por sua ocorrência em grandes áreas. Aquíferos cársticos São os aquíferos formados em rochas carbonáticas. Neste capítulo. de dois poços situados a pouca distância um do outro. onde as fraturas. sendo o outro seco. a água só pode fluir onde houver fraturas. criando. Poços perfurados nessas rochas fornecem poucos metros cúbicos de água por hora.unisa. A capacidade dessas rochas para acumular água está relacionada à quantidade de fraturas. 2. Unisa | Educação a Distância | www. estudamos os conceitos iniciais ao ciclo hidrológico. que. Nesses aquíferos. ou que possuem anisotropia. Compreendemos que o movimento da água entre os continentes.4 Atividades Propostas 1. formadas por sedimentos originários de outras rochas. O que é um aquífero? 2. esse importante formador da natureza. Ocorrem em rochas ígneas e metamórficas. suas aberturas e intercomunicação. assim. compreendemos de que forma os aquíferos podem ser classificados. e metamórficas. são menos resistentes à erosão que as rochas magmáticas.br . originárias da solidificação do magma. por exemplo. conhecendo. podemos classificar os aquíferos segundo a Geologia do material saturado da seguinte forma: ƒƒ aquíferos porosos. ƒƒ aquíferos cársticos.  Vamos. agora.Vera Lúcia da Rocha Estudamos que a transferência e o movimento das águas desgastam e modificam o relevo terrestre. 6. geralmente dispostos em camadas. oceanos e a atmosfera é chamado ciclo hidrológico. As rochas sedimentares. O que é ciclo hidrológico? 38 Unisa | Educação a Distância | www. Além disso. Por fim. ƒƒ aquíferos fraturados ou fissurados. o desgaste das formas de relevo está associado à maior ou menor resistência da rocha à erosão. Ainda.unisa. A capacidade dessas rochas para acumular água está relacionada à quantidade de fraturas. tendendo a uniformizá-lo. O mais importante processo de recarga de água no subsolo depende de quais fatores? 3. avaliar a sua aprendizagem. que são rochas transformadas por variações de pressão e temperatura. br 39 . Neste capítulo. ‘ontos’. mas possui uma designação ampla e abrangente: reúne restos de organismos pré-históricos. A palavra ‘paleontologia’ vem da união de termos gregos. impressões deixadas por restos de organismos e estruturas biogênicas. ƒƒ Paleozoologia: dedica-se ao estudo dos fósseis de animais e divide-se em: Paleozoologia dos Vertebrados e Paleozoologia dos Invertebrados. marcas e pistas. ‘lithos’ = pedra. de forma simplificada. como pegadas. A Paleontologia possui entre as suas subdivisões o estudo do clima. sendo traduzido como “excremento fóssil”). que significa “extraído da terra”. entre outras. facilitando a digestão). gastrólitos (pedras encontradas no estômago de certos animais e que servem para auxiliar na trituração. Vamos começar pela definição de paleontologia. trataremos dos conceitos introdutórios à paleontologia e sua importância para os estudos da Geologia. Os fósseis normalmente são encontrados em rochas sedimentares ou metassedimentares. não compostos de fosfato). ƒƒ Paleoicnologia: esse ramo é dedicado ao estudo de qualquer tipo de vestígio fossilizado de seres viventes em eras anteriores. sendo os outros ramos uma espécie de “mistura” entre Biologia e Geologia. da ecologia e do comportamento dos seres e do ambiente antigo. com base em sua morfologia ou nos caracteres de adaptação que estes apresentam. coprólitos (do grego ‘kopros’ = excremento. mas possui correlação com muitas outras áreas. podemos citar: ƒƒ Paleobotânica (Paleofitologia): dedica-se ao estudo dos fósseis de vegetais. e ‘logos’. que significa “ser”. a Paleontologia em si é muito mais abrangente do que o limitado estudo dos seres unicamente. o que de fato é.unisa. a Paleontologia possui em destaque a Estratigrafia. perfurações. principalmente. ƒƒ Paleogeografia: é o ramo responsável pelo estudo da posição dos continen- Unisa | Educação a Distância | www. ƒƒ Paleopatologia: estuda as enfermidades observadas nos fósseis e que afligiam estes em vida.7 INTRODUÇÃO À PALEONTOLOGIA Caro(a) aluno(a). assim ela possui subdivisões que a tornam uma ciência intermediária entre a Geologia. pesquisa”. que se originaram de certos tipos de atividade de antigos animais e vegetais. Saiba mais A palavra ‘fóssil’ é derivada do latim ‘fossilis’. é a ciência que se dedica ao estudo dos fósseis (restos fossilizados) de seres pré-históricos. Entre as subdivisões. ƒƒ Paleoecologia: tem como objeto de estudo as condições do ambiente em que viveram esses fósseis. ƒƒ Paleofisiologia: dedica-se ao estudo da anatomia fisiológica dos fósseis. pelotas fecais (excrementos de animais de pequeno tamanho. assim sendo traduzida como “o estudo dos seres antigos” ou. Porém. que são: ‘palaios’. que significa “estudo. melhor explicando. Como relação mais sólida com a Geologia. que significa “antigo”. a Biologia e outras. 5. tubos. preenchimento de ossos.br/applications/fotos/paleontologia/listarFotos. perfurações. Veja. sua evolução tectônica e a distribuição das espécies ao longo do tempo. Veja. Figura 20 – Tronco fossilizado. Fonte: http://www.Vera Lúcia da Rocha tes. pegadas. Unisa | Educação a Distância | www. b) Permineralização (preenchimento de poros e cavidades por minerais): •• madeiras petrificadas. Figura 19 – Mosquitos capturados em âmbar. plantas). agora. alguns processos de fossilização e como podem ser realizados: 1. a seguir.unisa. um tronco fossilizado. 4. mosquitos capturados em âmbar.cyberartes. COM ALTERAÇÃO DA COMPOSIÇÃO E ESTRUTURA a) Incarbonização de quitina ou material vegetal.php?idCatfoto=paleontologia. b) Permafrost. ƒƒ Micropaleontologia: é o ramo que estuda os fósseis microscópicos (que variam de micrômetros a milímetros). b) Substituição: silicificação.urca. COM ALTERAÇÃO APENAS DA ESTRUTURA a) Recristalização (crescimento de minerais ou mudança na estrutura): •• aragonita/calcita (cristais visíveis a olho nu). ƒƒ Tafonomia: é a investigação das condições e processos que propiciaram a preservação de restos de animais ou de vegetais pré-históricos. COM PRESERVAÇÃO SOMENTE DE PARTES DURAS a) Sem alteração da composição e estrutura: •• 40 conservação. vertebrados. 3. COM PRESERVAÇÃO DE PARTES DURAS E MOLES a) Criopreservação. Fonte: http://geoparkararipe.com.br . 2.   Vejamos. ICNOFÓSSEIS a) Evidências de atividades de organismos: •• pistas. c) Inclusão em âmbar (artrópodes. c) Incrustação (cobertura por película mineral): •• ossos e conchas em cavernas. coprólitos etc.br/artigo/?i=2090&m=43. a seguir. Vimos que. Neste capítulo. ‘ontos’. mudanças ambientais. 7.statesymbolsusa. ou seja. Entre os motivos que podem levar à extinção.html. competição.Geologia Atenção Vale lembrar que existem processos de extinções.1 Resumo do Capítulo Caro(a) aluno(a). de forma simplificada. estudamos os conceitos introdutórios à paleontologia e sua importância para os estudos da Geologia. o que de fato é. entre 600 e 250 milhões de anos e que já não existe mais. mudanças ocasionais na população e a própria extinção “em massa”. Fonte: http://www.org/Wisconsin/fossil_trilobite. pesquisa”. Compreendemos que a palavra ‘paleontologia’ vem da união de termos gregos. ƒƒ Paleoecologia. e ‘logos’. melhor explicando. um artrópode marinho que viveu em todos os oceanos do planeta. ƒƒ Paleozoologia. entre as subdivisões da Paleontologia. o fóssil de Trilobita. que significa “antigo”. na figura a seguir. é a ciência que se dedica ao estudo dos fósseis (restos fossilizados) de seres pré-históricos. Unisa | Educação a Distância | www. Veja.unisa. que são ‘palaios’. podemos citar: ƒƒ Paleobotânica.br 41 . Figura 21 – Fóssil de Trilobita. assim sendo traduzida como “o estudo dos seres antigos” ou. estão a predação. que significa “estudo. que significa “ser”. desaparecimento durante a história geológica. pois é por meio desses estudos que se torna possível conhecer o passado do planeta no que diz respeito à evolução biológica de plantas e animais. Quais são as subdivisões da Paleontologia? 3. ƒƒ Micropaleontologia. 7. ƒƒ Paleofisiologia. aliás. ƒƒ Paleogeografia. Analisamos.unisa. O que significa Paleontologia? 2. O que pode levar à extinção de seres? 42 Unisa | Educação a Distância | www. Vamos. também. de fundamental importância inclusive para a Biologia.2 Atividades Propostas 1. agora. ƒƒ Paleopatologia.br .Vera Lúcia da Rocha ƒƒ Paleoicnologia. diversos métodos que apresentam de que maneira ocorre o processo de fossilização de plantas e animais. ƒƒ Tafonomia. avaliar a sua aprendizagem. que se caracteriza pela regularidade da forma geométrica.8 MINERAIS E ROCHAS Caro(a) aluno(a). denominada “retículo cristalino”. ƒƒ sulfatos (minerais comuns. agora. Os principais grupos são: ƒƒ elementos nativos (tais como ouro e prata): •• puro (Au).br 43 . feldspato (KAlSi3O8). receba um nome característico. podemos destacar: ƒƒ estrutura – quase todos os minerais apresentam estrutura cristalina.unisa. você deve estar se perguntando. trataremos dos conceitos relacionados à definição de minerais e rochas. afinal. Saiba mais Cristal é todo mineral que possui uma forma geométrica definida. refere-se ao arranjo interno tridimensional para os minerais. O fato de o mineral absorver mais um determinado comprimento de onda do que outros faz com que os comprimentos de onda restantes se componham numa cor diferente da luz branca que chegou ao mineral. Vejamos. cristalizados e formados naturalmente por meio de processos geológicos inorgânicos. Propriedades Físicas Entre as propriedades físicas para a classificação dos minerais. ƒƒ cor – a cor exibida por um mineral é o resultado da absorção seletiva da luz. tais como o minério de ferro hematita): Dessa forma. formando uma rede tridimensional. A forma geométrica adquirida está totalmente relacionada à organização atômica dos elementos que formam o mineral. O principal fator Unisa | Educação a Distância | www. Os átomos constituintes de um mineral encontram-se distribuídos ordenadamente. ƒƒ sulfetos (tais como a galena – um mineral de chumbo comum): Neste capítulo. assim. •• galena (PbS). ƒƒ óxidos (geralmente minerais duros e densos. como o gesso e barita): •• barita (BaSO4). Os minerais podem ser classificados por sua composição química. A composição química e as propriedades cristalográficas bem definidas do mineral fazem com que ele seja único dentro do reino mineral e. feldspato): •• •• quartzo (SiO2). o que são minerais? •• hematita (Fe2O3). ƒƒ silicatos (o maior grupo mineral. ƒƒ carbonatos (minerais leves e de cor clara. bem como estudaremos os tipos de rocha e a importância dos minerais para a economia mundial. Ou seja. na terra ou em corpos extraterrestres. contendo a maioria das rochas com formação mineral: quartzo. de que forma podemos classificar os minerais. tais como a calcita e a dolomita): São elementos ou compostos químicos com composição definida dentro de certos limites. •• malaquita (CuCO3). 2 = 2 a 3. então fcPb = 3. Costumeiramente. então fcAl = 22/8. V e Cr. Pode ser também chamado “jazida” e a substância explorada: “minério”. A Escala de Mohs mostra a dureza relativa dos minerais. Por exemplo: ƒƒ Alumínio – Clarke = 8. 44 Unisa | Educação a Distância | www.1 Recursos Minerais Sabemos que a expressão “recursos minerais” qualifica materiais rochosos que efetiva ou potencialmente possam ser utilizados pelo ser humano. a figura que exemplifica a Escala de Mohs. Diferença de teores em jazidas em relação à média da crosta terrestre (Clarke) representa seu fator de concentração (fc).br .5/0. Fonte: http://odeneide. Os minerais que refletem mais de 75% da luz exibem brilho metálico. 8.2%.png. Cu. A menor dureza é 1 (talco) e a maior é 10 (diamante). a seguir.com. Teores médios para produção 22%.unisa.uol. ƒƒ brilho – trata-se da quantidade de luz refletida pela superfície de um mineral.14 = 2. representam desde porções relativamente restritas até grandes massas de crosta terrestre e a própria rocha ou um ou mais de seus constituintes que despertam um interesse utilitário. ƒƒ clivagem – é a propriedade que os minerais têm de se dividirem em planos paralelos a uma face possível do cristal. Figura 22 – Escala de Mohs.500. Teores médios para produção 0. como Fe. a partir de estudos geológicos e econômicos. Veja.blog.14%.Vera Lúcia da Rocha que colabora para a absorção seletiva é a presença de elementos químicos de transição.br/images/mohs4. “Reserva mineral” refere-se à parte dos recursos naturais com determinadas características indicativas de seu aproveitamento econômico.5%. ƒƒ dureza – é a resistência que o mineral oferece ao risco. Ni. rais encontradas em concentrações anômalas em comparação à média da crosta terrestre. é comprovada a viabilidade de exploração de substâncias mine- ƒƒ Chumbo – Clarke = 3. “Depósito mineral” quando. uma amostra de cassiterita. veja: ƒƒ Supérgeno Referente a depósitos cuja geração se relaciona às alterações físicas e químicas sofridas pelas rochas submetidas ao intemperismo. por exemplo. industriais. berílio. Ex. Mg. Unisa | Educação a Distância | www. ƒƒ Não metálicos – material de construção. Pode aparecer por segregação magmática ou mineralização pós-magmática. Fonte: http://portuguese. a figura que ilustra uma amostra de bauxita.com. tungstênio – depósitos primários estão associados a um tipo específico de granito que. Fonte: http://pt.com/products/mining-bauxite.wikipedia. gemas. ƒƒ Magmático Associado à formação primária de rochas (ígneas) em condições físico-químicas (tectônicas) específicas. Veja. Veja.: Au).alibaba.br 45 .: depósitos de bauxita (Al2O3). a seguir.unisa. isolantes. Al. Depende das condições da rocha original. Condições físico-químicas de sedimentação (ex. cimento.br/Separação_misturas.Geologia Minérios ƒƒ Químico ƒƒ Metálicos – Fe. rubídio. Veja. Placeres geralmente associam-se a diferentes densidades em relação ao meio que permite deposição (ex. Fonte: http://www. Processos de intemperismo concentram determinado elemento como resíduo não solúvel. ƒƒ Sedimentar Pode ser detrítico (plácer) ou químico. também. Figura 23 – Amostra de bauxita. W. minério magmático de estanho.: NaCl).htm. Pb. Há. Caso de metais raros. Figura 24 – Extração de sal a partir de evaporação. a seguir.: estanho.profpc. concentra teores elevados desses minerais. uma classificação segundo os tipos genéticos. em sua formação. Ex.org/wiki/Cassiterita. cerâmica. html. minério de Al e de origem supergênica. a seguir. Figura 25 – Amostra de cassiterita. a extração de sal (NaCl) a partir de evaporação (precipitação). unisa. ƒƒ sedimentares. são formadas pela solidificação (cristalização) do magma. sendo a rocha resultante de granulação fina e textura afanítica. não atingindo a superfície (granito). Unisa | Educação a Distância | www. 46 Classificação das rochas ígneas: ƒƒ Rochas Extrusivas ou Vulcânicas: são rochas que se consolidaram na superfície da Terra. feldspato e mica. ƒƒ Rochas Intrusivas ou Plutônicas: são rochas formadas pela consolidação do magma em profundidade. ƒƒ Metamórfico Decorrente da recristalização de rochas por pressão e temperatura (°C). o magma extravasou como lava e sua solidificação progrediu rapidamente. constituem unidades mais ou menos definidas da crosta terrestre. Em rochas extrusivas. ƒƒ metamórficas. Quando o magma se cristaliza próximo à superfície. as rochas são chamadas subvulcânicas (diabásio). também conhecidas como rochas magmáticas. Pode modificar a estrutura cristalina e/ou a textura (ex.  Veja.: mármore). As rochas ígneas (do latim. ƒƒ Exemplo: quartzito – mineral único: quartzo.2 Rochas Consideramos as rochas como agregados naturais de uma ou mais espécies de minerais. Em rochas intrusivas. Classificação das rochas quanto à quantidade de tipos de mineral: ƒƒ rocha simples: quando formada por um só tipo de mineral. começando pelas ígneas. o magma foi resfriado lentamente (portanto com lentidão na cristalização) e as partículas minerais têm a oportunidade de atingir tamanho considerável – textura fanerítica.br .   Vamos analisar a classificação das rochas quanto à sua origem: ƒƒ magmáticas ou ígneas. Agora. mas ainda no interior da crosta. costumeiramente com métodos rudimentares. O conjunto de operações que é realizado visando à retirada do minério denomina-se “lavra”. ƒƒ rocha composta: quando formada por mais de uma espécie mineral. estudaremos com maior profundidade cada um dos tipos de rocha. O garimpo constitui uma atividade de lavra em jazida sem a realização de estudos prévios. o que determina sua estrutura (crescimento dos minerais). uma amostra de granito. O depósito em lavra é denominado “mina”. na forma de derrames de lavas vulcânicas (basalto). ƒƒ Exemplo: granito – minerais presentes: quartzo. ignis – fogo).Vera Lúcia da Rocha Extraindo os Minérios ƒƒ Hidrotermal Produzido por soluções hidrotermais ou soluções aquosas aquecidas e ricas em minerais dissolvidos. que é uma rocha ígnea intrusiva (plutônica) com textura fanerítica (minerais visíveis) rica em sílica e alumínio. 8.  As rochas ígneas apresentam variação de temperatura de esfriamento do magma (solidificação da rocha). a seguir. Veja. ƒƒ magma rico em minerais de silício e alumínio – rochas félsicas (coloração clara) – granito. Fonte: http://www. O processo termina na transformação do depósito sedimentar não consolidado em rocha.unisa. magmática. rocha vulcânica – riolito. que é uma rocha ígnea extrusiva (vulcânica) com textura afanítica pobre em sílica. sendo causada por compactação e cristalização de materiais que cimentam os grãos dos sedimentos. ou litificação. Exemplos: ƒƒ Minerais: quartzo. Agora. gravidade) até sua sedimentação em depressões da crosta terrestre. Saiba que qualquer que seja a natureza de uma rocha.com/geologia/rochas-magmaticas/. vento.infoescola. rocha plutônica – granito. uma amostra de basalto. olivina – básico: •• •• rocha plutônica – gabro. ƒƒ Minerais: piroxênio. metamórfica ou sedimentar. Figura 27 – Amostra de basalto.com/rochas-e-minerais/basalto/. ocorrendo dissoluções e precipitações a partir das soluções aquosas existentes nos poros. que irão originar diversos tipos de sedimento. denominadas bacias sedimentares. vamos estudar as rochas sedimentares.br 47 . ƒƒ magma rico em SiO2 (quartzo) – rochas ácidas – granito. rocha vulcânica – basalto. As rochas intemperizadas perdem sua coesão e passam a ser erodidas e transportadas por diferentes agentes (água.infoescola. gelo. Unisa | Educação a Distância | www. Diagênese é o nome dado ao conjunto de transformações que o depósito sedimentar sofre após a deposição. A transformação dos sedimentos não consolidados (a areia) em rochas sedimentares (por exemplo. consistindo em mudanças nas condições de pressão. o arenito) é denominada diagênese.Geologia Figura 26 – Amostra de granito. feldspato. ƒƒ magma pobre em SiO2 (quartzo) – rochas básicas – basalto. biotita – ácido: •• •• Fonte: http://www. a seguir. temperatura. pH e pressão de água. Composição (associada à composição química do magma): ƒƒ magma rico em minerais de magnésio e ferro – rochas máficas (coloração escura) – gabro. Então: ƒƒ desagregação das rochas preexistentes – intemperismo. ela passará por diferentes processos de intemperismo. Eh. a sua textura e estrutura modificam-se pelo crescimento de cristais ou minerais de metamorfismo. as rochas ficarão submetidas a temperaturas que provocarão diversas alterações. Agora. O metamorfismo pode ser baixo. assim. O metamorfismo (uma resposta das rochas e minerais à pressão e ao calor) é um processo lento. nesse processo. o calor vai sobreaquecer as rochas encaixantes. A orientação e deformação de muitos minerais existentes nas rochas metamórficas evidenciam a influência desse tipo de pressão.Vera Lúcia da Rocha ƒƒ transporte de sedimentos – erosão. Embora. Podem-se sentir essas pressões facilmente a profundidades relativamente pequenas. aumentando. a vulnerabilidade das rochas que serão sujeitas a pressões. quando ocorre uma intrusão magmática. podemos dizer que as rochas metamórficas derivam da modificação das sedimentares. calor proveniente desse magma. as rochas nunca se fundem. há uma transformação da forma. onde as rochas são comprimidas pelas que se lhes sobrepõem e também pelas forças tectônicas. o efeito da pressão combina-se ao da temperatura. Em outras palavras. que podem apresentar ou não vestígios das estruturas originais. Certos tipos de metamorfismo se dão no interior das cadeias de montanhas em formação. a temperatura favorecerá reações químicas entre minerais. pressão litostática e pressão dirigida atuantes durante milhões de anos. designando-se por isso pressões litostáticas. pois é necessário muito tempo para que as rochas fiquem suficientemente profundas. ígneas ou mesmo já metamorfizadas. embora essas temperaturas não sejam suficientes para fundir as rochas. Vamos ver.unisa. sendo que a palavra ‘metamorfismo’ deriva das palavras ‘meta’ (transformação) e ‘morphe’ (forma). As transformações metamórficas são geradas pela ação combinada da temperatura. ƒƒ Pressão A maior parte das pressões é devida ao peso das camadas superiores. para além disso. fatores que controlam o metamorfismo: ƒƒ Temperatura A temperatura aumenta com a profundidade. Tipo de Metamorfismo ƒƒ Metamorfismo regional ou dinamotermal Desenvolve-se em grandes extensões e profundidades na crosta e está relacionado a cinturões orogênicos nos limites de placas convergentes. Os sedimentos são materiais inorgânicos e orgânicos depositados ou precipitados por agentes naturais na superfície terrestre. quentes e sob pressão para que as modificações comecem a se operar. dando origem à estratificação. ƒƒ deposição de sedimentos – sedimentação. A organização tridimensional dos sedimentos e dos solos responde a critérios bem definidos. vamos estudar as rochas metamórficas. outras pressões orientadas que se relacionam diretamente a compressões provenientes dos movimentos laterais das placas litosféricas. Existem. médio e de alto grau. Portanto. Normalmente. objeto de estudo da estratigrafia. ainda.br . mas. A sedimentologia é a ciência que se ocupa do estudo e da interpretação dos sedimentos. Atenção O fluxo de calor pode ser intenso. ou seja. ƒƒ transformação de sedimentos soltos em rochas sedimentares coesas – diagênese. Assim. agora. 48 Unisa | Educação a Distância | www. no metamorfismo. solubilização. Figura 28 – Ciclo das rochas. O intemperismo faz com que as rochas percam sua coesão.htm. pelo escocês James Hutton. Fonte: http://www. Esse tipo de metamorfismo é considerado responsável pela formação da grande maioria das rochas da crosta terrestre e frequentemente está associado a expressivos volumes de rochas graníticas. ao se solidificar. e sofrem recristalização. xistos.br/ciclo_rochas. Os continentes se originaram ao longo do tempo geológico pela transferência de materiais menos densos do manto para a superfície terrestre. numa apresentação oral diante da Royal Society of Edimburg. anfibolitos. As rochas. filitos. geralmente apresentam estrutura foliada. A cadeia de processos de formação de rochas sedimentares pode atuar sobre qualquer rocha (ígnea. sedimentar) exposta à superfície da Terra. O ciclo das rochas existe desde os primórdios da história geológica da Terra e. tendo como exemplos: ardósias. gerando magmas que.com.Geologia As rochas são fortemente dobradas e falhadas. entre outras. Este foi descrito pela primeira vez. O ciclo das rochas representa as diversas possibilidades de transformação de um tipo de rocha em outro. darão origem a novas rochas ígneas. passam a sofrer a ação do intemperismo. ataques por substâncias orgânicas. onde. sendo ero- didas. por meio dele. por exemplo. granulitos e migmatitos. formando novas texturas e associações minerais estáveis nas novas condições. variações diárias e sazonais de temperatura. sedimentares e metamórficas – transformam-se continuamente na natureza num conjunto de processos geológicos denominado ciclo das rochas. gnaisses. passam a constituir as rochas sedimentares. a crosta de nosso planeta está em constante transformação e evolução. uma vez expostas à atmosfera e à biosfera. metamórfica. sedimentar. em 1785. hidratação.br 49 . as rochas podem se fundir. metamórfica) que sofra a ação de. transportadas e depositadas em depressões. Devido à migração dos continentes durante o tempo geológico. Esse processo ocorreu principalmente por meio de atividade magmática. altas pressões e temperaturas sofre as transformações mineralógicas e texturais. Qualquer tipo de rocha (ígnea. tornando-se uma rocha metamórfica. 8.profpc.3 O Ciclo das Rochas   Os três grupos de rochas – magmáticas.unisa. Unisa | Educação a Distância | www. por meio de reações de oxidação. após a diagênese. Se as condições de metamorfismo forem muito intensas. as rochas podem ser levadas a ambientes muito diferentes daqueles onde elas se formaram. Estudamos. passam a sofrer a ação do intemperismo. Neste capítulo. a definição de rochas e todos os seus tipos. Compreendemos que os minerais são elementos ou compostos químicos com composição definida dentro de certos limites. também. variações diárias e sazonais de temperatura. estudamos os conceitos relacionados à definição de minerais e rochas.Vera Lúcia da Rocha 8. Vamos.unisa.br . na terra ou em corpos extraterrestres. assim. bem como os tipos de rocha e a importância dos minerais para a economia mundial. receba um nome característico. cristalizados e formados naturalmente por meio de processos geológicos inorgânicos.5 Atividades Propostas 1. por meio de reações de oxidação. O que representa o ciclo das rochas? 50 Unisa | Educação a Distância | www. solubilização.4 Resumo do Capítulo Caro(a) aluno(a). entre outras. A composição química e as propriedades cristalográficas bem definidas do mineral fazem com que ele seja único dentro do reino mineral e. Por fim. Compreendemos que os continentes se originaram ao longo do tempo geológico pela transferência de materiais menos densos do manto para a superfície terrestre. estudamos também a utilização dos minerais como minérios e sua importância econômica para a sociedade. ataques por substâncias orgânicas. De que forma as rochas podem ser classificadas quanto à sua origem? 3. As rochas. agora. O que são minerais? 2. avaliar a sua aprendizagem. Esse processo ocorreu principalmente por meio de atividade magmática. hidratação. 8. bem como visualizamos exemplos dessas rochas e analisamos seu ciclo. uma vez expostas à atmosfera e à biosfera. 9 TEMPO GEOLÓGICO Caro(a) aluno(a). no final do século XIX. o elemento-pai (radioativo) se desintegra. 2. os quais são constituídos por elementos químicos e alguns destes. é possível determinar a cronologia relativa em que os eventos geológicos ocorreram. Arthur Holmes.br 51 . Dessa maneira. trataremos dos conceitos que definem o tempo geológico e sua importância nos estudos da própria Geologia. emitindo radiação e se transforma no elemento-filho (radiogênico). como o 87Rb quando se transforma em 87Sr. É relativa porque se pode determinar que tal evento ocorreu antes ou depois de outro. o conceito de decaimento radioativo envolve uma constante chamada meia-vida. Unisa | Educação a Distância | www. por sua vez. mas não exatamente quando. são nuclídeos radioativos. a partir da disposição geométrica dos estratos e formações geológicas. que é o tempo decorrido para que metade da massa do elemento-pai se transforme no elemento-filho. Entre os elementos químicos existentes. publicou um trabalho sobre datação radioativa. se transformam em elementos estáveis (nuclídeos radiogênicos). O método absoluto utiliza os princípios físicos da radioatividade e fornece a idade da rocha com precisão. por meio da emissão espontânea de radiação. o uso desse método só foi possível depois da descoberta da radioatividade (1896). Vamos lá? Sabemos que. Atenção Para determinarmos a data absoluta para as rochas e minerais. Esse método está baseado nos princípios da desintegração (ou decaimento) radioativa. as rochas são formadas por minerais. Dessa maneira. Há dois pontos importantes que permitem o cálculo da idade absoluta de uma rocha ou mineral: 1. Neste capítulo.unisa. Esses elementos. há alguns que possuem o núcleo do átomo instável e são conhecidos como nuclídeos radioativos. Essa constante é conhecida e diferente para cada núcleo radioativo existente. Em 1911. precisamos lançar mão de outro tipo de metodologia: a Datação Radiométrica. igc.). originando 143Nd. As meias-vidas dos isótopos de urânio são de ca. Também permite a datação de eventos metamórficos. badeleíta e perovskita.unisa.704 Ga e 4. Rotineiramente aplicado a rochas e minerais mais velhos que 1 milhão de ano. dado o tempo de meia-vida e o tipo de material a ser datado (mineral. Usado normalmente para rochas antigas (pré-cambrianas). Rotineiramente usado para a datação de minerais ricos em potássio. por meio do método da isócrona. xenotima.8 bilhões de anos). dando origem a um isótopo de Sr (87Sr) (meia-vida de 48. com a meia-vida de aproximadamente 106 bilhões de anos. Normalmente aplicado em rochas mais antigas que 10 milhões de anos. respectivamente. tais como zircão. Aplicado especialmente em amostras de rocha-total. Utiliza-se do método da isócrona e é particularmente útil para a datação de rochas máficas e ultramáficas. ƒƒ Método Sm – Nd Método baseado na desintegração radioativa do isótopo 147Sm.br/scielo. É aplicado especialmente para a datação de minerais ricos em urânio. matéria orgânica. associação mineral etc. titanita. 0. em função da elevada meia-vida do sistema.br . monazita.usp. Entre os métodos mais utilizados. dando origem a dois isótopos de Pb (207Pb e 206Pb).   ƒƒ Método Rb – Sr Método baseado na desintegração radioativa de um isótopo de Rb (87Rb).47 bilhões de anos. e também a datação de Unisa | Educação a Distância | www. por meio de isócronas com granada. Existe uma série de métodos de datação radioativa. Em cada um deles um tipo de nuclídeo é utilizado. Fonte: http://turmalina.php?script=sci_arttext&pid=S1980-44072005000100002&lng=pt&nrm=iso. especialmente micas (biotita e muscovita). Pode 52 também ser usado para a datação de alguns tipos de anfibólio e feldspato. destacam-se: ƒƒ Método U – Pb Método de datação geocronológica absoluta baseado na desintegração radioativa de dois isótopos de U (235U e 238U). ƒƒ Método K – Ar Método baseado na desintegração radioativa de 40K originando 40Ar.Vera Lúcia da Rocha  Figura 29 – Tabela de datação radioativa. de composição intermediária à ácida. Aplicado normalmente em minerais mais velhos que 2 milhões de anos. Como resultado. o que é apropriado para a dacriada. um isótopo radioativo do 4. é utilizado pelas plantas no processo da fotossíntese e é convertido em todas as espécies de compostos orgânicos nas células vivas. pomais rápido para igualar a demos dizer por quanto escala de tempo da histótempo está morto. a idade da Terra não pode ser obdecomposição do carbono radioativo a partir do tida diretamente de material terrestre. foram encontradas e provavelmente não existem Esse sistema de datação mede a taxa de mais. Mas. valia para se estudar os portanto bem mais velho do que os estudiosos antimedirmos a proporção de problemas arqueológicos. em 1956. em princípio. como os meteoritos são corpos extraterrestres que caem na superfície da Terra. o registro mais antigo do planeta. o radiocarƒƒ Método 14C bono nele. Usado para datar eventos um animal. Portanto. co e começa a diminuir o nível de radiocarbono tendo em vista a pequena meia-vida do isótopo nele. 4.56 bilhões de anos. modificada e destruída (saiba mais sobre tação de coisas associadas à história primitiva do o ciclo das rochas). momento da morte do organismo.br 53 . rochas que homem. em comparação com a idade da Terra. como saber que a Terra tem essa idaeventos de formação de crosta continental. Essa forma é o bombardeio de raios cósmicos na atmosfera. cessa a ingestão de radiocarbono fresgeológicos cenozoicos e material arqueológico. quando morre uma árvore ou va de 14C originando 12C. ria humana. Mas o radiocarbono possui tão curta vida. Sendo assim. Essa necessidade foi suprida pelo relógio determinado em cristais contidos em rocha.700 anos. gos imaginavam. por Claire Patterson. Porém. emite fracos raios beta. Todos os relógios conterá apenas a metade Saiba mais precedentes andam tão do radiocarbono que poslentamente que são de suía quando estava vivo. inclusive os meteoritos (provenientes do cinturão de asteroides). é reabastecido por Método baseado na desintegração radioatinova ingestão.56 bilhões de anos.unisa. e foi inicialmente descoberto nos experiregistram a história embrionária do planeta não mentos de bombardeio de átomos num cíclotron.4 bilhões (Austrália). de animal acha-se preservado por 5. Se um pedaço de carvão vegetal ou um osso radioativo 14C. que se desintegra. que ele só pode ainda estar aqui se tiver sido produzido continuamente de alguma forma. ou seja. Essa idade foi determinada. na forma de dióxido de carbono. pela primeira vez. assim tudo que vive vem a conter radiocarbono na mesma proporção em que é encontrado no ar. A Terra está em constante 12 C. muito pouca ou nenhuma A idade da Terra foi calculada pelo método absoluto e Assim.Geologia Os animais e os humanos comem os tecidos vegetais. tem radiocarbônico. O 14C. Esse carbono. Sua crosta está continuamente sendo apenas 5. tem uma meia-vida de mudança. Então. 14 C que resta em algo que Precisa-se de algo muito certa vez estava vivo. usando os isótopos de chumbo (Pb).700 anos. eles podem ser datados e sua idade é a mesma da formação do planeta. Unisa | Educação a Distância | www. com o uso de idades modelo. Enquanto algo vive. o que converte os átomos de nitrogênio em carbono radioativo. de? Os cientistas presumem que todos os corpos do Sistema Solar (Figura 2) se formaram na mesma época. se indica que o nosso planeta tem 4. Vamos. Explique o Método U – Pb. Essa constante é conhecida e diferente para cada núcleo de radioativo existente. agora. estudamos os conceitos que definem o tempo geológico e sua importância para os estudos da própria Geologia. os quais são constituídos por elementos químicos e alguns destes.Vera Lúcia da Rocha 9.br . também. o conceito de decaimento radioativo envolve uma constante chamada meia-vida. por sua vez. mas não exatamente quando. são nuclídeos radioativos. a partir da disposição geométrica dos estratos e formações geológicas. Neste capítulo. 2. é possível determinar a cronologia relativa em que os eventos geológicos ocorreram. que é o tempo decorrido para que metade da massa do elemento-pai se transforme no elemento-filho. Qual é o registro mais antigo do planeta. 2. 9. as rochas são formadas por minerais. determinado em cristais contidos em rocha? 54 Unisa | Educação a Distância | www. É relativa porque se pode determinar que tal evento ocorreu antes ou depois de outro. Compreendemos que. avaliar a sua aprendizagem.1 Resumo do Capítulo Caro(a) aluno(a).unisa. Estudamos. De que forma é possível determinar a cronologia relativa em que os eventos geológicos ocorreram? 3.2 Atividades Propostas 1. que existem diversos métodos que nos ajudam nessas datações e que há dois pontos importantes que permitem o cálculo da idade absoluta de uma rocha ou mineral: 1. 2. A densidade e a velocidade aumentam gradualmente com a profundidade da mesma forma que a pressão. 3. desde o momento em que se formaram as rochas até o presente. da sua composição. ƒƒ Paleontologia.900 km (limite do Núcleo). É uma região que apresenta pequenas mudanças na composição e fases mineralógicas. mais quente. que concentra em seu núcleo a maior parte da massa e poeira. A partir de uma gigantesca nuvem de gás e poeira. dispostas em camadas de sedimentos. ƒƒ Geologia Histórica. e foi apoiada em parte por aquilo que lhe pareceu ser o ajuste notável dos continentes americanos e africanos do sul. que estão separados Unisa | Educação a Distância | www. a nuvem vai ganhando a forma de um globo. essas nuvens giram ao redor de um único ponto. ƒƒ Petrologia. 3. de maior gravidade. Como ciência. A Estratigrafia ordena as rochas estratificadas. Por efeito dessa rotação. Wegener também estava intrigado com as ocorrências de estruturas geológicas pouco comuns e dos fósseis de plantas e animais encontrados na América do Sul e África.RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS Capítulo 1 1. onde se localiza a estrela (Sol). ou seja. O Princípio da Isostasia que assegura que as “leves“ áreas continentais flutuem sobre um Manto de material mais denso. de seus processos internos e externos e de sua evolução. partindo dos estratos mais antigos.br 55 . ƒƒ Estratigrafia. se condensando cada vez mais. Geologia é a ciência que trata da estrutura da Terra. Capítulo 3 1. sobre a tectônica de placas. Esta é considerada a teoria de Wegener.unisa. O Manto Inferior é parte da estrutura interna do globo terrestre e se estende de 700 até 2. Capítulo 2 1. 2. Assim. a maior parte do volume das massas continentais posiciona-se abaixo do nível do mar pela mesma razão que a maior parte dos icebergs permanece mergulhada por debaixo do nível dos oceanos. procura decifrar a história geral da Terra. sistematizando-as a partir de sua cronologia determinada. Esse disco torna-se cada vez maior. Isso porque fez surgir uma nova maneira de ver a Terra. Uma região com uma sucessão de vulcões é o Havaí. por sua vez. Geomorfologia é parte da Geografia que estuda os arranjos. Apresentam. idêntico ao modelo de correntes de convecção térmica. Capítulo 5 1. 2. São vastas elevações e depressões. na maioria dos casos.Vera Lúcia da Rocha atualmente pelo Oceano Atlântico. 2. É uma formação geológica formada por rochas permeáveis. São formas de relevo da superfície da Terra que. Os principais agentes do intemperismo físico são: variação de temperatura. bem como seus aspectos genéticos. retornando às partes mais baixas e novamente se aquecendo. 3. uma parte emersa que. normalmente. Capítulo 6 1. Deduziu que era fisicamente impossível para a maioria daqueles organismos ter nadado ou ter sido transportado através de um oceano tão vasto. 2. se elevam para um topo estreito em forma de cume. sem que haja necessariamente uma alteração química maior dos minerais constituintes. que era o fato de não poder responder satisfatoriamente à pergunta mais importante levantada pelos seus críticos: que tipo de força podia ser tão forte para mover massas de rocha contínua tão grandes ao longo de tais distâncias tão grandes? Capítulo 4 1. congelamento da água e atividades de seres vivos. seja pela porosidade granular ou a originada pelas fissuras. tornando-se mais denso e pesado. uma vez. O termo ‘regolito’ vem do grego ‘rego’ = coberto. graças ao calor intenso emanado pelo núcleo. originando escarpas. também conhecidas como vulcões.unisa. Montanhas vulcânicas. Pode ser considerada como um mecanismo de transporte das placas. 3. a presença de espécies fósseis idênticas ao longo das costas dos litorais de África e América do Sul seria a evidência que faltava para demonstrar que. este sobe para as partes mais altas. Para ele. por isso. esse material se resfria. cristalização de sais.br . Implica transformações químicas dos minerais que compõem a rocha. também. porém havia uma fraqueza fatal na teoria de Wegener. faz parte de uma sucessão de grandes vulcões. macio e desagregado formado no local pela decomposição e desintegração das rochas situadas em profundidades. cronológicos e morfológicos. A parte do magma que é aquecida pelo calor do núcleo torna-se menos densa e. O principal agente do intemperismo químico é a água. formas e toda a dinâmica formadora da superfície terrestre. 56 Unisa | Educação a Distância | www. capaz de armazenar e transmitir quantidades significativas de água. 3. Lá. Envolve processos que conduzem à desagregação da rocha. podem apresentar espessuras de poucos a centenas de metros. Os aquíferos podem ter extensão de poucos a milhares de km² ou. O aquífero pode ser de variados tamanhos. os dois continentes estiveram ligados. É uma camada de material rochoso. cristalizados e formados naturalmente por meio de processos geológicos inorgânicos. melhor explicando. ƒƒ Paleobotânica. é a ciência que se dedica ao estudo dos fósseis (restos fossilizados) de seres pré-históricos.unisa. ƒƒ Paleozoologia. e ‘logos’. ƒƒ Paleoicnologia. A composição química e as propriedades cristalográficas bem definidas do mineral fazem com que ele seja único dentro do reino mineral e. 3. ƒƒ Paleofisiologia. Entre os motivos que podem levar à extinção. que significa “antigo”. receba um nome característico. ƒƒ Paleogeografia. ƒƒ Paleoecologia. pesquisa”. 2. mudanças ocasionais na população e a própria extinção “em massa”. ƒƒ Magmáticas ou ígneas. ƒƒ Micropaleontologia. 3. competição. São elementos ou compostos químicos com composição definida dentro de certos limites. ƒƒ Paleopatologia.Geologia 2. ƒƒ Sedimentares. oceanos e a atmosfera é chamado ciclo hidrológico. que significa “estudo. na terra ou em corpos extraterrestres. ƒƒ Porosidade. O movimento da água entre os continentes. assim sendo traduzida como “o estudo dos seres antigos” ou. ƒƒ Tipo de chuva. de forma simplificada. estão a predação. 2. assim. mudanças ambientais. ƒƒ Inclinação do terreno. ƒƒ Cobertura vegetal. Capítulo 7 1. O ciclo das rochas representa as diversas possibilidades de transformação de um tipo de rocha em outro. Unisa | Educação a Distância | www. ‘ontos’. 3. Capítulo 8 1.br 57 . que significa “ser”. A palavra ‘paleontologia’ vem da união de termos gregos ‘palaios’. ƒƒ Metamórficas. o que de fato é. 47 bilhões de anos.4 bilhões de anos e foi encontrado na Austrália. 58 Unisa | Educação a Distância | www. mas não exatamente quando. Esse registro tem 4. As meias-vidas dos isótopos de urânio são de ca. Sabemos que. 3. dando origem a dois isótopos de Pb (207Pb e 206Pb). 2. Método de datação geocronológica absoluta baseado na desintegração radioativa de dois isótopos de U (235U e 238U). a partir da disposição geométrica dos estratos e formações geológicas. respectivamente. 0.704 Ga e 4.br . é possível determinar a cronologia relativa em que os eventos geológicos ocorreram.unisa. É relativa porque se pode determinar que tal evento ocorreu antes ou depois de outro.Vera Lúcia da Rocha Capítulo 9 1. . 1992. São Paulo: Oficina de Textos. (Orgs. (Coleção Habitat).). Campinas: Unicamp. A. 1996. do. 2000. São Paulo: Nacional. Decifrando a Terra.). GUERRA. ed. GUERRA. 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