Apostila_PatologiaFlorestal_Caldeira1999

March 25, 2018 | Author: Romulo Soares | Category: Lens (Optics), Bacteria, Fungus, Agar, Nematode


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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ENGENHARIA FLORESTAL DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTALP A T O L O G I A F L O RE S T A L ROTEIRO DE AULAS PRÁTICAS (2a. Edição) SIDNEY FERNANDO CALDEIRA Eng. Florestal - CREA 2.919-MT - M. Sc. Fitopatologia CUIABÁ - 1999 APRESENTAÇÃO Esta segunda versão é publicada com o objetivo de orientar os acadêmicos nas atividades práticas da disciplina de Patologia Florestal do curso de Engenharia Florestal. A busca do conhecimento não deve ser limitada e esta publicação apenas introduz um comportamento laboratorial para subsídio nas análises das doenças em espécies florestais. Outra finalidade é estimular e orientar o aluno no processo de consulta e pesquisa, apresentando diversos títulos publicados que podem complementar seu ensino e aprendizagem. Como bem mencionou Francisco Alves Ferreira, nosso amigo "Xyko", em seu livro sobre Patologia Florestal: "este trabalho foi publicado para não ser rescrito". PATOLOGIA FLORESTAL i AGRADECIMENTOS Aos poucos que, de alguma forma, colaboraram. A todos que, de qualquer forma, incentivaram. À grande maioria que, pelo menos, não atrapalhou. DEDICAÇÃO À minha mulher e filhos, pela paciência. A você, leitor, pela atenção. PATOLOGIA FLORESTAL ii ÍNDICE AULA PÁGINA 1. Introdução à atividade laboratorial ................................... 1 2. Preparações microscópicas ................................................... 6 3. Medições microscópicas ......................................................... 11 4. Isolamento de fitopatógenos ............................................... 16 5. Inoculação de fitopatógenos ................................................ 29 6. Fungos inferiores – Mastigomycotina e Zygomycotina .. 38 7. Fungos superiores – Ascomycotina ..................................... 46 8. Fungos superiores – Ascomycotina ..................................... 57 9. Fungos superiores – Basidiomycotina ................................ 58 10. Fungos imperfeitos – Deuteromycotina ............................ 65 11. Outros agentes bióticos de fitomoléstias .......................... 74 12. Prescrição técnica ................................................................... 81 13. Defensivos agrícolas para a área florestal ........................ 89 Bibliografia ............................................................................... 93 PATOLOGIA FLORESTAL iii LISTA DE FIGURAS FIGURA PÁGINA 1. Maneira correta para depositar a lamínula sobre a lâmina .............. 8 2. Disposição das etiquetas e informações para identificação ............... 8 3. Conidióforo e micrômetro ocular, MO ................................................... 13 4. Clamidósporo e micrômetro ocular (acima); micrômetro ocular e lâmina micrométrica (abaixo) .................................................................. 14 5. Seqüência da técnica de indução da esporulação ................................. 18 6. Seqüência da técnica de indução do crescimento micelial ................. 18 7. Seqüência da técnica de indução de diluição ......................................... 20 8. Seqüência da técnica de armadilha .......................................................... 20 9. Esquema da técnica de fluxo bacteriano ................................................ 22 10. Esquema da técnica de diluição ................................................................ 23 11. Esquema de montagem da técnica do funil de Buckmann ................. 24 12. Seqüência da técnica de peneiramento úmido ...................................... 25 13. Seqüência da técnica de centrifugação em suspensão de sacarose .. 26 14. Seqüência da técnica de aplicação direta de micélio em folha e em colo de mudas ............................................................................................... 31 15. Seqüência da atomização com suspensão de esporos ou micélio em folhas ....................................................................................................... 32 16. Seqüência da técnica de injeção em tecido lenhoso ............................. 32 17. Seqüência da técnica de infestação do solo com inóculo ................... 34 18. Seqüência da técnica de imersão de raízes em suspensão aquosa de inóculo ...................................................................................................... 34 19. Diagrama do sistema de cinco Reinos proposto por Whittaker em 1969, segundo AINSWORTH & BISBY (1983) ...................................... 39 20. Chave simplificada dos fungos inferiores de importância para a Patologia Florestal ....................................................................................... 42 PATOLOGIA FLORESTAL iv FIGURA PÁGINA 21. Ciclo de vida típico de fungos de gênero Pythium, segundo GALLI (1994) ............................................................................................................ 43 22. Ascomas típicos e estruturas de reprodução sexual e assexual da subdivisão Ascomycotina, segundo AGRIOS (1979) ............................ 47 23. Ciclo do mal das folhas de Hevea sp., causado por Microcyclus ulei, segundo GASPAROTTO & FERREIRA (1989) ................................ 51 24. Ciclo de Calonectria crotalariae (Cylindrocladium crotalariae), agente causal de manchas de folhas em Eucalyptus sp., segundo 53 FERREIRA (1989) ......................................................................................... 25. Ciclo de Apiosphaeria guaranitica, agente causal da crosta marrom do ipê, segundo FERREIRA (1989) .......................................... 54 26. Ciclo da mancha aureolada da seringueira, causada por Thanatephorus cucumeris, segundo GASPAROTTO & FERREIRA 60 (1989) ............................................................................................................ 27. Ciclo da ferrugem do ipê-amarelo, causada por Prospodium bicolor, segundo FERREIRA (1989) ......................................................... 62 28. Esquema e características das classes e ordens da subdivisão Deuteromycotina ......................................................................................... 66 29. Ciclo de Oidium sp. em Eucalyptus sp. e diversas essências florestais, segundo FERREIRA (1989) ..................................................... 69 30. Ciclo de Cercospora sp., agente de manchas foliares em diversas espécies florestais, segundo FERREIRA (1989) ..................................... 70 31. Ciclo de Fusarium sp., agente causal de tombamento de mudas, segundo FERREIRA (1989) ........................................................................ 71 32. Os seis principais gêneros de fitobactérias e sintomas típicos, Segundo GALLI et al. (1994), adaptado de Kiraly et al. (1970) ....... 75 33. Anatomia típica de nematóide macho e fêmea, fitoparasitos, segundo AGRIOS (1971) ............................................................................ 78 PATOLOGIA FLORESTAL v ....... 59 7............................ Diluição e meios de cultura indicados para isolar fitopatógenos do solo ..................................................... Algumas substâncias químicas utilizadas como fungicidas e classificados quanto à sua geração e grupo químico ............................................ 84 14. Classificação de pulverização de acordo com o volume de calda utilizado ....................... 47 5..................................................................................................................................... Dose e agrotóxicos para controle químico de doenças do Cacau (Theobromae cacao) ........................ 39 3... 90 PATOLOGIA FLORESTAL vi .......LISTA DE TABELAS TABELA PÁGINA 1....................................................... Classificação simplificada de classes..... 89 16............... 84 13.......... Dose e agrotóxicos para controle químico de doenças do Ipê (Tabebuia spp............ 48 6..................... Classificação do reino dos fungos segundo AINSWORTH & BISBY (1983) . 89 15............................ Resumo do ciclo de vida de um fungo causador de ferrugem ... Dose e agrotóxicos para controle químico de doenças do Eucalipto (Eucalyptus spp......................................................... famílias e alguns exemplos dos fungos inferiores ................................... Classificação simplificada de ordens................... 61 8. 19 2............................................ famílias e alguns exemplos de fungos da subdivisão Ascomycotina ........ 83 12........... Associação de gêneros de Ascomycotina com Deuteromycotina ............) ............................................. cor da faixa e equipamento obrigatório de acordo com a classe toxicológica dos defensivos agrícolas . Classes da subdivisão Basidiomycotina segundo diferentes autores...... Principais características dos gêneros de bactérias fitopatogênicas.......... Nematóides fitoparasitos de algumas espécies florestais e respectivo modo de ação .... Denominação... ordens............... 77 9................. 77 10....... Princípio ativo e nome comercial de alguns nematicidas e alguns antibióticos utilizados como bactericidas e fungicidas .........................................................) ..................... 41 4....................................................... 82 11..... .................... 90 18............................................ 90 19............................................... 92 PATOLOGIA FLORESTAL vii ............................................................................................................................................... Dose e agrotóxicos para controle químico de doenças de plantas ornamentais ... 91 20..........................) ...........) ...... Dose e agrotóxicos para controle químico de doenças do Pinheiro (Pinus spp................. Dose e agrotóxicos para controle químico de doenças da Seringueira (Hevea spp................ Dose e agrotóxicos para controle químico de doenças de outras espécies florestais .........TABELA PÁGINA 17......................... pois as atividades práticas farão parte das avaliações gerais e avaliações práticas e somente serão aceitos relatórios dos alunos que participarem da execução da atividade prática. Todo aluno deve ter para seu uso pessoal: esmalte incolor. 2. Somente utilize para observação em microscópio o material devidamente montado em lâmina. lápis preto n. estilete de ponta grossa e de ponta fina. Somente utilize material e equipamentos que fizerem parte da atividade prática em execução.INTRODUÇÃO À ATIVIDADE LABORATORIAL INTRODUÇÃO À ATIVIDADE LABORATORIAL 1. lâminas de barbear. etiquetas gomadas. 2. A assepsia é fundamental para atingir os objetivos propostos. Normas de laboratório É obrigatório o uso de guarda-pó em todas as aulas práticas e expressamente proibido fumar nas dependências do laboratório. antes de iniciar seu trabalho. Qualquer outro tipo de material deve ser observado em microscópio PATOLOGIA FLORESTAL 1 . deve ser utilizado com cuidado e mantido sempre limpo e coberto após o uso. OBJETIVOS Conhecer e saber as normas do Laboratório de Patologia Florestal e as técnicas de coleta de amostras de material vegetal doente para análises patológicas. CONSIDERAÇÕES Nas aulas práticas de Patologia Florestal uma série de normas deve ser seguida para atingir os objetivos propostos e o domínio técnico dessas atividades. Noções de Microscópio O microscópio é um equipamento de precisão e sensível. após o término da atividade. consultar a literatura adicional e tirar suas dúvidas.º 2 e borracha.2. Não deixe de resolver as questões propostas. 2. o aluno deve lavar suas mãos com sabão e limpar a bancada com álcool 70% e algodão. além de limpar o seu local de trabalho. Antes da utilização faça um ajuste das lentes oculares de acordo com a sua acuidade visual e distância interpupilar.1. tombamento. denominados agentes de doenças patogênicas. sintoma é a exteriorização da doença. mosaico. deficiência nutricional. galhos. tumor. enfezamento e roseta. caracterizados por incremento no número ou tamanho das células. entre outros. adicionando uma gota de óleo de imersão. entre outros. Evite a utilização de máxima luminosidade. nematóides e vírus. óleo-de-cedro. gomose. secando posteriormente com algodão limpo e seco. já preenchido. o que implicará em procedimentos que não são objeto desta disciplina. ramos. seca. cancro. flores. frutos. entre outros e (c) hipoplásticos ou hipotrofias. 2. repetição dos mesmos sintomas e sinais e o reisolamento do mesmo patógeno da planta inoculada. De modo simplificado. sarna e vassoura-debruxa. denominados de desordens fisiológicas. retire o plugue da tomada e cubra o equipamento. Noções de Sintomatologia Diagnose é a determinação de uma enfermidade e seu agente etiológico através do exame de sintomas e sinais apresentados pela planta doente. eliminando as lâminas em recipiente adequado. murcha. troncos e raízes. Quando for solicitado entregue a lâmina montada. suba a mesa vagarosamente acionando o parafuso macrométrico e observando à vista nua. observados como: amarelecimento. para observação de esfregaço bacteriano. desligue o aparelho. Olhe pela lente ocular e acerte o foco com o parafuso macrométrico e complete o ajuste com o parafuso micrométrico. separando a lâmina da lamínula. Faça as observações em outras objetivas e selecione a que proporcionar a melhor visualização para desenhar as estruturas observadas. mancha. Os sintomas observados em plantas doentes são assim agrupados: (a) necróticos. a lupa. a de 100 vezes. devidamente etiquetada. como resultado das alterações fisiológicas e morfológicas no hospedeiro. sinal é a presença de estruturas ou produtos da ação do patógeno junto ao tecido afetado. Ao término limpe a mesa do microscópio. que é adequado para material volumoso. observados como: galha. clorose. Quando ocorrem no local da infecção são genericamente denominados de sintomas primários e quando ocorrem em parte do vegetal diferente do PATOLOGIA FLORESTAL 2 . podridão e resinose. poluentes e toxidez mineral. morte dos ponteiros. entre outros. Somente utilize a objetiva de imersão. junto com o respectivo relatório dirigido. como: albinismo. (b) hiperplásticos ou hipertrofias. estiolamento. para não prejudicar sua visão e diminuir a vida útil da lâmpada do aparelho.3. Quanto à localização os sintomas podem surgir nas folhas. caracterizados por morte do tecido infectado. associado às técnicas de isolamento de planta doente e inoculação do patógeno em planta sadia. quando apresentam redução no desenvolvimento ou atrofia.INTRODUÇÃO À ATIVIDADE LABORATORIAL estereoscópio. causadas por: adversidade climática. Alguns desses sintomas podem ser causados por insetos. sobre o local a ser observado e após o exame efetue a limpeza da objetiva com algodão embebido em xilol. bactérias. É possível observar alguns desses sintomas cuja causa são agentes não patogênicos. sempre com a objetiva de menor aumento. Antes da observação abaixe a mesa do microscópio e após depositar a lâmina. Os microorganismos que podem estar envolvidos nestes sintomas são os fungos. em diversos locais e a diferentes profundidades. é denominado de quadro sintomatológico. (d) frutos e órgãos suculentos: coletar e acondicionar amostras representativas em vidro contendo álcool a 40% ou solução 1:1:1 de álcool a 90%. nem sempre é possível amostrar totalmente este quadro em certas épocas e situações. troncos ou suas partes: destacar a parte afetada. de forma representativa. ocorrem vários sintomas ou sinais no processo doença. principalmente para comparação com a literatura. espécie e variedade coletada. PATOLOGIA FLORESTAL 3 . lavagem. respondendo adequadamente ao questionário. 3. Observar que este mesmo material poderá ser utilizado futuramente para execução das técnicas de isolamento de fitopatógenos. Na coleta é importante tentar caracterizar o quadro sintomatológico existente. Não enviar em sacos plásticos. coletor. seca e podridão mas. (c) raízes: proceder a coleta.4. com os recipientes devidamente identificados com data e local de coleta. água e benzeno. para evitar movimento do material. O treinamento visual do técnico é muito importante para uma correta diagnose. A forma adequada de coleta para cada parte do vegetal é a seguinte: (a) material foliar: se for possível chegar ao laboratório em 48 horas.INTRODUÇÃO À ATIVIDADE LABORATORIAL local da infecção. se necessário. Não enviar em sacos plásticos. Esse conjunto de sintomas e sinais. Junto com as amostras coletadas deverá ser respondido um questionário complementar que acompanhará as amostras ao laboratório. secagem e acondicionamento de forma semelhante ao item anterior. PROCEDIMENTOS Efetuar uma coleta de material florestal doente. que caracteriza determinada doença. galhos. (b) ramos. acondicionando em sacos de papel ou caixa de papelão e completar o espaço vazio com papel amassado. Recomendações para coleta de material doente Para diagnosticar uma enfermidade é necessário que o material doente chegue em condição de análise no laboratório e as amostras representem os sintomas e sinais que estão ocorrendo no campo e envio imediato ao laboratório. Efetuar coletas adicionais de 8 a 10 subamostras de solo rizosférico. É importante observar que existem sintomas característicos em certas doenças: como murcha. próximo das raízes doentes. proceder a lavagem em água corrente e deixar secar ao sol. acondicionando em saco plástico bem vedado. quando necessário. com faca ou ferramenta afiada e. Efetuar a descrição dos sintomas e sinais observados. 2. de modo geral. Quando exceder a 48 horas. poderá ser enviado à fresco em sacos de papel ou caixas de papelão com pequenos furos ou entre folhas de papel de jornal. misturar e retirar uma amostra composta com cerca de 500g e umedecer levemente. são denominados de sintomas secundários ou reflexos. herbário e outras fontes de consulta. o material deverá ser prensado e secado à sombra. O que é assepsia e qual sua importância na atividade laboratorial para análise das doenças florestais? 2. com a devida identificação acompanhado do questionário informativo. O que é um esfregaço e como é preparado? 5. 5. RESULTADOS Entregar o material coletado. Que tipos de ajustes podem ser efetuados em um microscópio óptico para otimizar a visualização do material a ser observado? 4. QUESTÕES COMPLEMENTARES 1. Quais são os principais erros cometidos na coleta de material para diagnóstico de doenças florestais? 7. Quais as partes que compõem um microscópio óptico? 3. O que é quadro sintomatológico? 9. Quais informações devem ser enviadas nas embalagens de material coletado para exame fitopatológico? PATOLOGIA FLORESTAL 4 .INTRODUÇÃO À ATIVIDADE LABORATORIAL 4. Qual a função do óleo-de-imersão e quando este deve ser utilizado na rotina de laboratório? 6. Qual a diferença entre sintoma e sinal? 8. Sintomas observados: [ ]em planta isolada.ANÁLISE DE FITOMOLÉSTIA Interessado: Endereço: Cidade/UF: Espécie: Variedade: Estágio: [ ]fruto. marque com um “ x ” e procure detalhar da melhor forma. [ ]estaca. especificar: defensivos agrícolas (produto e dosagem): [ ]fertilizantes ou adubos [ ]desrama(s) [ ]irrigação [ ]desbaste(s) [ ]frente fria [ ]excesso de sombra [ ]falta de chuva [ ]insolação forte profundidade: pH do solo: [ ]capina/roçada. [ ]muda.INTRODUÇÃO À ATIVIDADE LABORATORIAL RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA N°. [ ]ocorrência anterior: [ ]foco(s) isolado(s). [ ]árvore adulta ] = Se o fato ocorreu. área plantada: área afetada: [ ]árvore jovem. equipamento: [ ]Remessa anterior ao laboratório: observações: data da coleta: / / coletor: PATOLOGIA FLORESTAL 5 . [ ]generalizado [ ]em outras espécies? Quais: [ ]Temperatura alta [ ]inundação . Época observada: [ Parte(s) afetada(s): vegetação adjacente: Telefone: idade: espaçamento: [ ]semente.dias tipo de solo: íons tóxicos no solo: poluentes atmosféricos: [ ]Calagem [ ]poda(s) [ ]outras. 01 Aluno(a): Data: Sub-turma: QUESTIONÁRIO INFORMATIVO . [ ]em reboleira(s). da mesma espécie e reprodução dos mesmos sintomas observados inicialmente no hospedeiro doente. (b) isolamento do patógeno das lesões observadas no hospedeiro doente. de estruturas reprodutivas do patógeno ou raspagem da superfície de lesões. que são: (a) associação constante do patógeno e hospedeiro: presença do microorganismo em todas as plantas da mesma espécie. para preparações permanentes os mais comuns são: lactofenol. o que é efetuado mediante estudo de suas estruturas em preparações microscópicas. que objetiva um melhor contraste das estruturas com o meio circundante. azul de Amann e fuccina ácida.PREPARAÇÕES MICROSCÓPICAS PREPARAÇÕES MICROSCÓPICAS 1. Dentre os líquidos de montagem mais utilizados para observações rápidas. não pode ser feito pela simples observação dos sintomas. Os líquidos de montagem utilizados nas preparações microscópicas têm as funções de coloração. OBJETIVOS Recordar as técnicas rotineiras de preparações microscópicas para as análises laboratoriais e saber as funções dos líquidos de montagem. cuja finalidade é conservar o material evitando a deterioração das estruturas e. de fixação. 2. finalmente. CONSIDERAÇÕES O diagnóstico de uma enfermidade. Somente é possível estabelecer a causa de uma fitomoléstia a um microorganismo através dos postulados descritos por Robert Koch em 1881. PATOLOGIA FLORESTAL 6 . podem ser citados: a água destilada e a glicerina a 20%. 2.1. observadas com os sintomas. e (d) reisolamento do patógeno do hospedeiro sadio inoculado. Líquidos de montagem Além das técnicas de isolamento e inoculação. cujas formulações são apresentadas a seguir. podem ser necessários exames microscópicos de cortes histológicos. na maioria das vezes. para execução do postulados de Koch é necessária a identificação do microorganismo. para que o material não seque e mantenha a forma original das estruturas. (c) inoculação do patógeno isolado em planta sadia. além da execução dos postulados de Koch. da manutenção da umidade. (e) fita adesiva: utilizada para observações de esporos ou frutificações superficiais existentes no tecido do hospedeiro. entre outros. 3. Já a fuccina ácida ou lactofuccina é preparada pela mistura de 0. cuja frutificação pode ser estimulada pelo acondicionamento do material em câmara úmida. picnídios. conforme o esquema apresentado na figura 1. picnídios. Isto é comum nas análises fitossanitárias de sementes e algumas doenças de folhas e troncos. retirado de meio de cultura com auxílio de estilete. pelo menos.1%. Normalmente para obter-se uma boa lâmina devemos efetuar.1 g de fuccina ácida em 100 ml de ácido láctico PA. Para preparar o azul de Amann basta adicionar o corante azul de algodão. 2. preparado segundo as indicações já apresentadas. a partir de uma solução estoque a 0. PRODECIMENTOS Observar os órgãos com lesões ou as placas com fungos que forem apresentados em aula sob o microscópio estereoscópio até a completa visualização das estruturas do patógeno. PATOLOGIA FLORESTAL 7 . são: (a) fragmentação ou esmigalhamento de estruturas: indicada para corpos frutíferos como apotécio. (c) raspagem da superfície de lesões: indicado para montagem de conídios. Retirar com auxílio de um estilete flambado a estrutura do microorganismo e acondicionar em uma gotícula de líquido de montagem sobre uma lâmina e cobrir cuidadosamente com a lamínula. "cotton blue". (d) corte histológico: efetuado com micrótomo ou à mão livre. É importante observar que a montagem de boas lâminas depende de treinamento e da tentativa repetitiva e cuidadosa. entre outros. é indicado para observação de estruturas subepidermais no tecido do hospedeiro. (b) exame de culturas superficiais: após o acondicionamento do material em lâmina e lamínula. quando este apresenta-se sobre o tecido afetado com as estruturas de frutificação. desde que se apresentem superficialmente no tecido do hospedeiro.2. três montagens e selecionar a melhor estrutura. já que as estruturas são bastante pequenas e sensíveis. através da pressão do material acondicionado entre a lâmina e a lamínula. como acérvulos. peritécio. a um determinado volume de lactofenol.5% em água destilada.05 a 0. picnídios. estromas e outros. na proporção de 0.PREPARAÇÕES MICROSCÓPICAS O lactofenol é preparado pela mistura de 10 ml de ácido láctico com 10 ml de glicerina PA e mais 10 g de fenol cristalizado em 10 ml de água destilada. Preparações microscópicas As técnicas mais comuns para preparações microscópicas. Em alguns casos é possível a observação direta do material afetado e identificação do microorganismo. conidióforos. FIGURA 2 . PATOLOGIA FLORESTAL 8 .PREPARAÇÕES MICROSCÓPICAS FIGURA 1 .Disposição das etiquetas e informações para identificação.Maneira correta para depositar a lamínula sobre a lâmina. PREPARAÇÕES MICROSCÓPICAS Se a estrutura for volumosa e interessar a observação de seu interior. através de pressão ou batidas suaves sobre a lamínula. QUESTÕES COMPLEMENTARES 1. 5. Nunca utilizar o óleo de imersão neste tipo de trabalho. diferentes dos que foram apresentados neste roteiro. com meio de cultura. efetuar o esmigalhamento com o cabo do estilete. o procedimento será idêntico. Citar dois líquidos de montagem e respectiva formulação. desenhar e identificar as estruturas observadas em relatório próprio que será entregue juntamente com as lâminas montadas. remover o excesso com lenço de papel ou papel borrão. Para as preparações em que o material estiver em placa de Petri. Quais são as técnicas mais utilizadas nas preparações microscópicas? PATOLOGIA FLORESTAL 9 . RESULTADOS O aluno deverá executar a montagem de lâminas com os materiais entregues em sala de aula. 4. Quais os erros mais comuns cometidos na montagem de lâminas? 5. antes da lutagem. Qual a função do esmalte nas preparações microscópicas e que outros produtos são utilizados para tal finalidade? 4. 6. etiquetar. Porque devemos dar a localização das estruturas montadas em lâminas? 7. Qual o objetivo de se efetuar as preparações microscópicas nas análises laboratoriais? 3. Cuidar para não exagerar na quantidade de líquido de montagem e quando isto ocorrer. mas ao colocar o material no líquido de montagem utilize dois estiletes para separar e posicionar o material na lâmina. efetuar a lutagem. Qual a finalidade dos líquidos de montagem? 2. Após a observação da estrutura proceder a lutagem com o esmalte incolor e somente após a secagem do esmalte desenhar a estrutura e colar a etiqueta anotando as informações especificadas na figura 2. X ord.: Material 2: Subdivisão: Classe: Ordem: Família: Gênero: Espécie: Abs. X ord.: Ampliação: PATOLOGIA FLORESTAL 10 .: Ampliação: Estruturas observadas: Lâmina n°. 02 Aluno(a): Material 1: Subdivisão: Classe: Ordem: Família: Gênero: Espécie: Data: Sub-turma: Estruturas observadas: Lâmina n°.: Abs.PREPARAÇÕES MICROSCÓPICAS RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA N°. LM. podendo ter um total de 50 ou de 100 retículos. Como alguns microscópios apresentam diferentes lentes oculares. ao se trocar de lente ocular ou lente objetiva. Já o MO é reticulado de forma eqüidistante. geram diferentes CMs. sem uma medida definida. CONSIDERAÇÕES Dentre as várias características utilizadas para a classificação de microorganismos. O MO é utilizado como um referencial para registrar os CM resultantes dos efeitos da ampliação sofrida pela medida real da LM que. junto com o micrômetro ocular. 2. ou com uma medida conhecida. e na segunda fase é utilizado o mesmo MO e a lâmina montada com o material a ser mensurado. a dimensão de suas estruturas vegetativas e reprodutivas é parâmetro de fundamental importância na identificação de gêneros e espécies. nas diferentes objetivas. Para medição dessas estruturas é necessário utilizar determinado aparato junto ao microscópio e a operação divide-se em duas fases: primeiro determinar os coeficientes micrométricos. CM. e depois medir as estruturas. É importante salientar que cada lente objetiva terá um CM e seu valor será inversamente proporcional à ampliação oferecida pelas lentes objetivas. e estas lentes influenciam na ampliação final obtida. 10X. A LM caracteriza-se por ser reticulada de 10 em 10µ. OBJETIVOS Aprender a calcular os coeficientes micrométricos e medir algumas estruturas de microorganismos em microscópio binocular. Na primeira fase é utilizada a lâmina micrométrica. O cálculo do CM é dado pela equação: CM = 10 x (LM) / MO PATOLOGIA FLORESTAL 11 . MO. 15X e até 20X. ocorrerá alteração no valor do CM.MEDIÇÕES MICROSCÓPICAS MEDIÇÕES MICROSCÓPICAS 1. num total de 100 retículos. efetuando a contagem do número de retículos contido entre estes dois. Em seguida a LM deverá ser retirada da mesa do microscópio e em seu lugar depositada a lâmina montada com a estrutura a ser medida. PROCEDIMENTOS Inicialmente o aluno deverá regular o microscópio à sua visão. O passo final é efetuar a contagem do número de retículos do MO que ocupam a estrutura a ser medida. aparelhos de mesma marca e mesmo modelo apresentam CMs cujos valores são bastante próximos para os respectivos conjuntos de lentes ocular e objetiva. Observando com a objetiva de menor aumento efetuar a superposição dos retículos iniciais da LM e do MO e localizar a superposição de qualquer outro retículo da LM com outro do MO. ele sempre terá o mesmo valor para um determinado conjunto de lentes objetiva e ocular. Uma opção para este passo pode ser a estimativa dos CMs dos outros conjuntos de lentes.MEDIÇÕES MICROSCÓPICAS onde: LM = número de retículos considerados da LM MO = número de retículos do MO que coincidiu com o número de retículos da LM O valor do CM é dado em micros. sendo este valor denominado de leitura. de modo geral. tanto na LM como no MO. Nesta estimativa poderão ocorrer pequenas diferenças em função das lentes ou da passagem da luz pelo sistema óptico do microscópio mas. considerando que o valor dos CMs é sempre inversamente proporcional à ampliação oferecida pelo conjunto óptico do microscópio. L. acondicionar a LM na mesa do microscópio. não importando qual é o número de retículos considerados. prendendo-a pela platina e o MO deverá ser instalado junto à lente ocular direita do microscópio. a partir de um único calculado. Finalmente. Os valores encontrados deverão ser substituídos na equação apresentada anteriormente para determinação do CM. especificando sempre para qual conjunto de lentes objetiva e ocular foi efetuada esta determinação. selecionando a lente objetiva que oferecer a melhor visualização da estrutura. é possível estimar com uma regra de três simples o valor de todos os CMs. com base nas ampliações oferecidas pelo microscópio. e para determinação do tamanho da estrutura utilizar a seguinte equação : T (obj. 3. A operação deverá ser repetida para outros conjuntos de lentes objetiva e ocular.) = (CM) x (L) PATOLOGIA FLORESTAL 12 . esquematizados na figura 3.) = dimensão da estrutura. abaixo. bem como o desenho das estruturas observadas. 6. e as dimensões encontradas. em micros L = leitura correspondente ao número de retículos ocupados pela estrutura medida 4. fiálide e conídio. PATOLOGIA FLORESTAL 13 .Conidióforo e micrômetro ocular. QUESTÕES COMPLEMENTARES 1. em micros CM = valor do coeficiente micrométrico.MEDIÇÕES MICROSCÓPICAS onde: T (obj. quantos CMs deverá ter a mais que outro que apresenta somente três objetivas: 6. se sua observação visual foi efetuada na objetiva 60 com a ocular 15X? FIGURA 3 . 10X e 20X. 60 e 100 e um conjunto de três oculares: 5X. Um microscópio apresenta o CM = 10. Se um microscópio apresenta quatro objetivas: 4. 10 e 60 e duas oculares: 10X e 20X? 2. MO. em relatório próprio. Qual será o tamanho do conidióforo. 5. objetiva 10 com a ocular 10X. RESULTADOS Apresentar o relatório com os cálculos ou estimativas de todos os CMs para o microscópio que for utilizado. 1 para a lente objetiva 10 com a lente ocular 10X e 7.98 para a lente objetiva 10 com a lente ocular 20X. Um microscópio apresenta as objetivas 4.5? 4. utilizando a objetiva 4 com a ocular 15X. micrômetro ocular e lâmina micrométrica (abaixo). 10. se as Ls efetuadas foram. 15X e 20X. quais seriam os valores dos CMs e as respectivas leituras? 5. Qual o tamanho provável de um objeto. esquematizados na figura 4b.2. e 2.2 e 39. Sabe-se que um objeto mede 100 micros. PATOLOGIA FLORESTAL 14 . Com estas informações pergunta-se : a) quais são os CMs possíveis de serem calculados e/ou estimados para este microscópio ? b) qual será o diâmetro do clamidósporo e a espessura da parede da hifa? FIGURA 4 Clamidósporo e micrômetro ocular (acima). 60 e 100 e as oculares 10X. Um microscópio apresenta os seguintes CMs: 16. objetiva 4 com a ocular 15X. Posteriormente utilizando a objetiva 100 com a ocular 10X observou uma hifa com um clamidósporo. respectivamente: 20. objetiva 60 com a ocular 15X ? Se substituirmos a ocular 15X pela ocular 10X.5. Quais devem ter sido as Ls efetuadas se o microscópio apresenta os seguintes CMs : 29. Ao acondicionarmos a LM e o MO o observador constatou o campo visual esquematizado na figura 4a.MEDIÇÕES MICROSCÓPICAS 3. CÁLCULO DA DIMENSÃO DAS ESTRUTURAS QUADRO DE RESULTADOS Estrutura 1. 03 Aluno(a): Data: Sub-turma: 1.: Abs. CM Leitura Tamanho PATOLOGIA FLORESTAL 15 .: Ampliação: 3. X ord.MEDIÇÕES MICROSCÓPICAS RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA N°. CÁLCULO DOS COEFICIENTES MICROMÉTRICOS (CMs) QUADRO DE LEITURAS Lentes Objetivas N°. 2. DESENHO Material : Estruturas observadas: Lâmina n°. de retículos LM MO Lentes Objetivas 10 X QUADRO DOS CMs Lentes Oculares 15 X 20 X OCULAR UTILIZADA: 2. tipo de desinfetante superficial. Septoria sp. são apenas contaminantes saprofíticos.. Cladosporium sp.. por exemplo: Erysiphe sp.. Helminthosporium sp. por exemplo: Puccinia sp. e Trichoderma sp. e outros. como carvões. e outros. para determinar variedades resistentes. Oidium sp. e outros.. Em outros casos há necessidade de se isolar o microorganismo. são tão peculiares a ponto de possibilitar a diagnose da doença.. meio de cultura utilizado. Colletotrichum sp. Peronospora sp. através dos postulados de Koch.. por exemplo: Ustilago sp. que... mas que costumam prejudicar essa técnica de isolamento.1. Contudo é comum o aparecimento de Alternaria sp. 2.. Observe-se que os parasitas obrigatórios agentes de doenças conhecidas como ferrugens. entre outros. não crescem em meio de cultura artificial. principalmente para testar se existe patogenicidade. OBJETIVOS Conhecer e saber as principais técnicas de isolamento de fungos e bactérias fitopatogênicas e as técnicas de extração de nematóides fitófagos. Penicillium sp. ensaio com defensivos e outros testes. PATOLOGIA FLORESTAL 16 . Uromyces sp. Aspergillus sp.. Phoma sp. como Cercospora sp. e outros e como míldios pulverulentos ou oidioses. em alguns casos.ISOLAMENTO DE FITOPATÓGENOS ISOLAMENTO DE FITOPATÓGENOS 1. dos diferentes órgãos e tecidos afetados do hospedeiro e também do solo. CONSIDERAÇÕES A presença do patógenos nos tecidos do hospedeiro ocasiona uma série de lesões que. 2. Isolar um fitopatógeno consiste em transferi-lo do tecido vegetal atacado para crescer isoladamente em meio de cultura.1. por exemplo: Plasmopora sp.1. na maioria das vezes. como míldios. Isolamento de fungos fitopatogênicos 2. Indução da esporulação A técnica de indução da esporulação é indicada para isolamento de fungos que causam manchas foliares.. O isolamento é afetado pelos seguintes fatores: condição do material vegetal doente. temperatura de incubação e pela técnica de isolamento utilizada. O material poderá também ser repicado para tubo de ensaio quando se desejar armazenar o fungo. As placa de Petri serão incubadas em ambiente ou estufa com observação diária. A técnica consiste em lavagem externa da área afetada com água corrente e. raízes e frutos. se necessário. 2. com ajuda de escova de cerdas duras. aqueles de difícil esporulação e os que causam tombamento de plântulas são geralmente isolados a partir de pedaços internos do tecido afetado para crescer em meio de cultura ágar-água ou meio de BDA acidificado. Esta técnica pode ser afetada pela forma de coleta e armazenamento do solo. Após o aparecimento da esporulação utilizar estilete flambado para repicar o fungo para placa de Petri com meio de cultura BDA e montar a lâmina para identificação das estruturas. Esta técnica presume que nos tecidos internos somente estará presente o fungo patogênico com ausência de saprófitas que usualmente estão sobre a superfície dos tecidos afetados. Com auxílio de bisturi é retirado um pedaço do tecido interno e acondicionado em placa de Petri com o meio de cultura selecionado. e Armillaria mellea. 2. Sclerotium sp. o hipoclorito de sódio. A incubação. com o tecido foliar. repicagem para placa e tubo de ensaio além da montagem de lâmina são semelhantes à técnica anterior e com os mesmos objetivos. com Fusarium sp. entre outros. madeira.3. Diluição Esta técnica é indicada para isolar microorganismos que produzem grande número de unidades reprodutivas. retirar excesso de terra e secagem com papel de filtro. principalmente patógenos do solo. Indução do crescimento micelial Os organismos que atacam tecidos carnosos como galhos. bactérias.1. consiste em eliminar substâncias cerosas da folha vegetal que possam impedir o contato do desinfetante superficial. A figura 6 apresenta um esquema deste procedimento técnico. É indicada para isolar Cryphonectria cubensis. actinomycetes e fermentos. como solvente orgânico.. pelas características do material utilizado e pelo meio de cultura utilizado. sempre com auxílio de pinça flambada. A desinfestação externa pode ser efetuada com lavagem com ou passagem de algodão embebido em álcool a 70% ou hipoclorito de sódio a 2% seguido de flambagem externa. A figura 5 apresenta um esquema deste procedimento técnico.ISOLAMENTO DE FITOPATÓGENOS Esta técnica consiste em tomar pedaços quadrados de 1 a 2 cm da folha lesionada na área de transição do tecido doente para o tecido sadio. PATOLOGIA FLORESTAL 17 . cortados com lâmina flambada e imersão em álcool a 70% por 1a 2 minutos. em seguida em hipoclorito de sódio a 2% por 30 a 60 segundos e por mais três passagens sucessivas em água estéril para retirar o excesso do hipoclorito de sódio. A tabela 1 apresenta um resumo das diluições mais adequadas e respectivos meios de cultura seletivos indicados para alguns fitopatógenos. Em seguida retirar o excesso de água entre folhas de papel de filtro esterilizadas e deposição em placas de Petri com meio de cultura ágar-água.2. observações diárias.1. Observa-se que a função do álcool. sendo que a menor ou maior duração desta operação dependerá da espessura e estado do material. ISOLAMENTO DE FITOPATÓGENOS FIGURA 5 – Seqüência da técnica de indução da esporulação FIGURA 6 – Seqüência da técnica de indução do crescimento micelial PATOLOGIA FLORESTAL 18 . observações diárias. Consiste na utilização de um substrato preferencial. DAES Uma alternativa mais simples e que diminui a quantidade de vidraria. tomate. com observações diárias e montagem de lâmina para identificar as estruturas do fitopatógeno. conforme apresenta o esquema da figura 7. De modo geral o enterro de hospedeiros suscetíveis sadios em solo infestado também é considerado uma armadilha. 2.50 se o objetivo for o isolamento de fungos e em torno de 7. sendo também utilizada para infecções brandas e organismos de crescimento muito lento. TABELA 1 .1. Em qualquer desses dois procedimento. Em seguida alíquotas de 1 ml serão depositadas em placas de Petri com o meio de cultura selecionado. secar naturalmente.00 se for para isolar bactérias.1. É necessário corrigir o pH do meio de cultura para 4. da microfauna do solo. 2. extrato de solo BDA-tergitol.4. a incubação. caseína-glicerol Ágar-nutriente. até atingir a diluição desejada. antes de outros. A garantia do sucesso da técnica está na utilização de um substrato adequado e na alta população desse patógeno no solo onde está a planta doente. sementes de alfafa do Nordeste. Consiste em crescer o hospedeiro em ambiente controlado e isento de outros microorganismos e posteriormente transferir esporos da planta doente para esta planta sadia que é incubada no mesmo local. entre outros. PATOLOGIA FLORESTAL 19 . repicagem para placa e tubo de ensaio e montagem de lâmina são semelhantes às técnicas anteriores e com os mesmos objetivos. moer em almofariz e após peneirar. maçã.5.Diluição e meios de cultura indicados para isolar fitopatógenos do solo.005 a 0. folhas de abacaxi. isca ou armadilha nutritiva. para atraí-los. V-8 Martin. consiste em tomar cerca de 0. MICROORGANISMO Actinomycetes Bactérias Fungos DILUIÇÃO 1/10 1/105 a 1/107 1/104 5 MEIO DE CULTURA SELETIVO Ágar-água. adicionando em seguida de 10 a 15 ml do meio de cultura selecionado à temperatura de 40 a 45°C e com movimentos rotatórios misturar a água com o solo com o meio de cultura.00 a 4. Observa-se que o tempo de contato entre o solo e o substrato não deve ser curto ou excessivo e o solo deve ser coletado de amostras compostas sempre na rizosfera ou próximo ao colo da planta afetada. retirar 10 g que serão diluídas em água esterilizada. Em hospedeiros Esta técnica é indicada principalmente para patógenos obrigatórios.ISOLAMENTO DE FITOPATÓGENOS A técnica consiste em tomar uma amostra de solo representativa.15 g de solo devidamente preparado e misturar com 1 ml de água em placa de Petri esterilizados. Armadilha É indicada para fungos do solo que apresentam bom crescimento sobre certas iscas como cenoura. PATOLOGIA FLORESTAL 20 .ISOLAMENTO DE FITOPATÓGENOS FIGURA 7 – Seqüência da técnica de indução de diluição. FIGURA 8 – Seqüência da técnica de armadilha. 10 g de peptona. a deposição de solo em buracos feitos em frutos de maçã ou o enterro de folhas de abacaxi.. 18 g de ágar e volume de água destilada para completar 1000 ml.2. No caso das folhas basta cortar um pequeno pedaço de cerca de 3 mm de lado. facilmente observável.ISOLAMENTO DE FITOPATÓGENOS A utilização de cenoura como armadilha dá bons resultados com Agrobacterium tumefaciens e Thielaviopsis basicola. A figura 8 apresenta um esquema deste procedimento. igual ao exposto anteriormente. com auxílio de um estilete flambado. De modo geral as bactérias desenvolvem-se bem em meio de reação neutra com pH entre 6. sem ferimentos.50 enquanto para os fungos o pH ideal está entre 4. 2. É importante dar oportunidade para que as bactérias fitopatogênicas possam formar colônias individualizadas. 2.50 a 5. Se existirem bactérias as mesmas formarão um fluxo bacteriano de cor cinza claro. Para executar esta técnica. A assepsia será fundamental para obter-se bons resultados.1. Neste caso a transferência da estrutura do microorganismo é direta do tecido vegetal afetado para placa de Petri com meio de cultura e também para a montagem de lâminas. na área de transição entre o tecido sadio e o tecido afetado e colocar com água estéril entre lâmina e lamínula e observar ao microscópio. repicagem e montagem de lâmina. Se nesta formulação for retirado o ágar e adicionado 10 g de dextrose.50. O meio de cultura mais utilizado para bactérias é o ágar-nutritivo preparado com 3 g de extrato de carne. Direto Esta técnica é indicada especialmente para microorganismos que podem ser encontrados em colônias puras e também para alguns de crescimento lento. cortar com escalpelo flambado discos de cenoura desinfestada superficialmente e depositar em placa de Petri com papel de filtro e água esterilizados. Isolamento de bactérias fitopatogênicas As bactérias fitopatogênicas.. este meio de cultura é conhecido como caldo-nutritivo. pedaços da armadilha.6.50 e 7. PATOLOGIA FLORESTAL 21 . Sobre o disco colocar cerca de 1g de solo e incubar por 24 a 48 horas. em solo infectado por Phytophthora spp. pois estas crescem mais lentamente que as bactérias saprófitas. Em alguns casos é possível transferir para placas de Petri com meio de cultura. a técnica com celofane têm sido utilizada para Rhizoctonia sp. em seguida retirar o solo com jatos de água esterilizada e incubar novamente os discos de cenoura em câmara úmida. atraí este fitopatógeno. com observações diárias. oriundas de uma única célula. seres unicelulares. Existe uma rotina prática para diferenciar uma lesão de folha ou do sistema vascular causada por bactéria. quando as folhas de abacaxi são feridas com estilete flambado e enterradas atraem Pythium spp. saindo das nervuras. encontram-se aos milhares no tecido enfermo e as técnicas para seu isolamento procuram diminuir essa quantidade através de diluições para tentar obter-se colônias puras e separadas. 1. O surgimento de pequenas bolhas na extremidade superior dos vasos.2. por meio de estrias. sendo que para bactérias existe outra alternativa prática na rotina de laboratório. cobrindo o conjunto com cuba de vidro.ISOLAMENTO DE FITOPATÓGENOS No caso de doença vascular basta cortar pedaços de ramos ou caules. Plaqueamento em ágar Esta técnica é semelhante àquelas descritas de indução da esporulação e indução do crescimento micelial para isolamento de fungos fitopatogênicos. de coloração cinza claro. plano na base e em bisel na parte superior. Com bastão de vidro ou bisturi PATOLOGIA FLORESTAL 22 . Em um placa de Petri esterilizada depositar 3 a 4 gotas de água estéril e transferir para cada gota um pedaço do tecido que foi desinfestado. conforme esquema da figura 9. no meio de cultura ágar-nutritivo em placa de Petri. Diluição É a mesma técnica apresentada para isolamento de fungos fitopatogênicos. utilizadas de acordo com o tipo de tecido afetado pelas bactérias. 2. Inicialmente é feita a desinfestação superficial do tecido lesionado com hipoclorito de sódio a 2% e retirada do excesso por lavagem com água estéril.2. será indicativo de fluxo bacteriano. de tamanho variável e depositar imediatamente em pé sobre uma placa de Petri com água esterilizada.2. FIGURA 9 – Esquema da técnica de fluxo bacteriano 2. que consiste em obter uma suspensão bacteriana e posteriormente diluir. Funil de Buckmann Esta técnica é indicada basicamente para extração de nematóides migradores. Com alça de platina flambada retirar uma gota da suspensão bacteriana e depositar no canto de um placa de Petri contendo ágar-nutritivo e sem arranhar o meio de cultura traçar estrias deslizando a alça de platina em ziguezague ou perpendicularmente. 2. podem ser extraídos do solo ou de raízes em função de sua mobilidade. conforme figura 10. Outra variação é a deposição de 3 a 5 pedaços de tecido lesionado em 5 ml de água esterilizada em tubo de ensaio e deixar repousar de 10 a 30 minutos.ISOLAMENTO DE FITOPATÓGENOS flambado triturar os tecidos para difusão das bactérias e deixar em repouso por 10 a 20 minutos. tanto do solo como das raízes.3.3. Armadilha Esta técnica também é igual àquela descrita para isolamento de fungos.1.2. Extração de nematóides de solo e raízes Os nematóides. animais naturais do solo. O procedimento consiste em colocar uma quantidade PATOLOGIA FLORESTAL 23 . 2. 2.3. FIGURA 10 – Esquema da técnica de diluição. transferir uma gota e fazer as estrias nas condições descritas anteriormente. Peneiramento úmido É indicada tanto para nematóides migradores como para nematóides sedentários. 2. O líquido peneirado deve ser passado em outra peneira de 0.3. O excesso de água é eliminado e o restante com os nematóides colocado em vidro de relógio para coleta. sendo o material retido na peneira coletado em vidro de relógio com auxílio de uma piseta com água destilada. O vidro de relógio é levado sob microscópio estereoscópio e os nematóides são pescados. dos nematóides com estilete e montagem de lâmina. O solo deve ser levemente umedecido e após 24 a 48 horas os nematóides deverão estar depositados no fundo do tubo de ensaio. também chamada de “pescaria”.ISOLAMENTO DE FITOPATÓGENOS representativa de solo e raiz da planta atacada sobre um papel de filtro. montado sobre uma tela plástica na parte superior de um funil. recolhendo o líquido peneirado e descartado o material retido nesta peneira. contendo um tubo de ensaio com água destilada na sua parte inferior. Em seguida a mistura deve passar por uma peneira com 2 mm de malha. com cerca de 200 g. desde que no segundo caso as raízes sejam previamente trituradas em liquidificador por 2 a 3 minutos com água destilada para liberação dos nematóides. A técnica consiste em tomar uma amostra de solo e raiz da planta atacada. O líquido peneirado agora é descartado.2. conforme ilustra a figura 11. PATOLOGIA FLORESTAL 24 . que deve ser misturada em aproximadamente 1000 ml de água destilada e após agitação deixar decantar por alguns minutos. conforme figura 12. FIGURA 11 – Esquema de montagem da técnica do funil de Buckmann.25 mm. Quando o material apresentar grande quantidade de matéria orgânica esta técnica também pode ser associada à técnica de centrifugação em sacarose que consiste em resuspender o material retido na segunda peneira em um tubo de centrífuga com uma solução de sacarose. seguido de montagem de lâmina. Consiste em lavar as raízes em água corrente.ISOLAMENTO DE FITOPATÓGENOS FIGURA 12 – Seqüência da técnica de peneiramento úmido.25 mm. Com auxílio de dois estilete finos é efetuado então o dessecamento das galhas ou das lesões nas raízes até encontrar os nematóides que são transferidos para outro vidro de relógio com água destilada. O tubo então é submetido à centrifugação a 2. O material retido é então coletado em vidro de relógio e o procedimento é o mesmo da técnica apresentada anteriormente.000-3. Extração direta Esta técnica é adequada para extração de nematóides sedentários. para remoção da solução de sacarose.3. preparada pela diluição de 454 g de sacarose e volume completado com água para 1000 ml. A suspensão é então novamente passada pela peneira de 0.000 rpm por 3 minutos. com auxílio de uma piseta com água destilada. 2.3. até 1 cm da borda do tubo. secar com papel de filtro e depositar sob microscópio estereoscópio em um vidro de relógio. Uma seqüência da técnica está esquematizada na figura 13. deixando-se o material orgânico no fundo do tubo centrífugo e efetuada a lavagem do material retido na peneira. PATOLOGIA FLORESTAL 25 . selecionando a técnica que julgar adequada para operacionalizar. colhido no campo. 3. Qual a importância do isolamento de fitopatógenos? 2. Qual o objetivo de se utilizar álcool a 70% e hipoclorito de sódio a 2% e a água esterilizada na técnica de indução da esporulação? 4. RESULTADOS Entregar um tubo de ensaio com o fitopatógeno isolado. Qual é a garantia de sucesso quando é utilizada a técnica de indução do crescimento micelial para isolamento de patógenos de tecidos carnosos? PATOLOGIA FLORESTAL 26 . 4. 5. PROCEDIMENTO Executar isolamento de fitopatógeno de material doente de sua livre escolha.ISOLAMENTO DE FITOPATÓGENOS FIGURA 13 – Seqüência da técnica de centrifugação em suspensão de sacarose. bem como a montagem de lâmina/lamínula. QUESTÕES 1. Como a condição do material doente pode afetar o isolamento? 3. ou o apresentado em laboratório. identificação e desenho em relatório dirigido. Quais as vantagens da técnica de peneiramento úmido sobre a técnica do funil de Buckmann? PATOLOGIA FLORESTAL 27 . Qual é o princípio básico de todas as técnicas de isolamento de bactérias? 9.ISOLAMENTO DE FITOPATÓGENOS 5. Quais são as principais características dos nematóides fitófagos? 10. Qual é o princípio envolvido na técnica de peneiramento úmido e na técnica de centrifugação em sacarose para extração de nematóides? 11. Em que se baseia a técnica de armadilha ou isca? 8. Qual a vantagem e a desvantagem da técnica de armadilha sobre a técnica de diluição para isolamento de patógenos do solo? 7. Qual é o princípio da técnica do funil de Buckmann para extração de nematóides do solo? 12. Quais são as vantagens e desvantagens da técnica de diluição para isolamento de patógenos do solo? 6. : Ampliação: Estruturas observadas: Lâmina n°. 04 Aluno(a): Material 1: Subdivisão: Classe: Ordem: Família: Gênero: Espécie: Data: Sub-turma: Estruturas observadas: Lâmina n°.: Ampliação: PATOLOGIA FLORESTAL 28 .ISOLAMENTO DE FITOPATÓGENOS RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA N°.: Abs. X ord.: Material 2: Subdivisão: Classe: Ordem: Família: Gênero: Espécie: Abs. X ord. enquanto os vírus são propagados por suas próprias estruturas virais e. estudar influência de fatores externos no estabelecimento da infecção. até determinado limite. O objetivo básico da inoculação é testar a patogenicidade do microorganismo através do estabelecimento dos postulados de Koch. larvas e indivíduos adultos. além de esporos assexuados como conídio. a suscetibilidade do hospedeiro. as condições ambientais e o potencial de inóculo. após a penetração. mas também pode servir para determinar variedades resistentes. Já as bactérias propagam por suas células e algumas podem apresentar endósporos. esporangiósporo. escleródio e outros. 2. ascósporo e basidiósporo.INOCULAÇÃO DE FITOPATÓGENOS INOCULAÇÃO DE FITOPATÓGENOS 1. PATOLOGIA FLORESTAL 29 . os nematóides através dos ovos. finalmente. como: a patogenicidade do microorganismo. OBJETIVOS Conhecer e saber as técnicas utilizadas para inoculação de fitopatógenos nos tecidos e órgãos de hospedeiros florestais. determinar órgãos suscetíveis ou não do hospedeiro. Os tipos mais comuns de propágulos dos fungos são hifas ou pedaços de hifas. após o que qualquer outro aumento pouco afetará na variação da quantidade de doença. CONSIDERAÇÕES Inóculo é qualquer tipo de propágulo do patógeno que possa causar infecção nos tecidos da planta hospedeira. entre outros. estudar formas de penetração. Inoculação é a transferência do Inóculo de sua fonte até os tecidos suscetíveis do hospedeiro. enquanto o tempo que demora desde a inoculação até a reprodução do patógeno é denominado de período de geração. onde deverá estabelecer o processo infeccioso pela colonização das células e tecidos. esporos sexuais como oósporo. zigósporo. O tempo decorrido desde a inoculação até o aparecimento dos sintomas da doença no hospedeiro é denominado de período de incubação ou período latente. quanto maior for o número de propágulos maior será o potencial deste inóculo. Alguns fatores podem afetar o sucesso da inoculação. O aumento deste potencial resultará em mais lesões e doença sobre o hospedeiro. O potencial de inóculo refere-se à quantidade de propágulos que compõe o inóculo ou seja. que pode demorar de 12 a 72 horas para doenças de folhas ou frutos e até semanas para doenças de galhos ou troncos. onde existe a possibilidade de manter alta umidade relativa e temperaturas adequada à infecção. Aplicação direta de micélio A aplicação direta do micélio fúngico no campo de infecção.. Atomização com suspensão aquosa de esporos ou micélio A suspensão de esporos ou de micélio triturado é indicada para inoculação de folhas. inflorescências e frutos. galhos e tronco. com ferimento por estilete ou ferramenta cortante flambado ou então sem qualquer tipo de ferimento. mas devem durar ainda algum tempo após a efetiva penetração do patógeno no interior dos tecidos. 2. Por esta razão esta técnica é sempre efetuada em ambiente controlado como casa-de-vegetação e câmaras de neblina ou câmaras úmidas. com disco de micélio.1. Inoculação de fungos Os fungos apresentam distintas formas de penetração como aqueles que penetram diretamente pelo rompimento da epiderme. Consiste em retirar cilindros de meio de cultura com micélio fúngico utilizando-se um fura-rolhas flambado e depositar esses cilindros sobre o local de inoculação na planta hospedeira que pode receber ou não ferimentos.2. tanto com parasitas obrigatório como facultativos. A figura 14 apresenta um esquema deste procedimento técnico. 2.1. 2. Deve ser evitada exposição direta ao sol para não queimar as folhas inoculadas. O conhecimento prévio do tipo de penetração facilita a execução destas técnicas.INOCULAÇÃO DE FITOPATÓGENOS Dentre estes fatores é necessário destacar que as condições ambientais favoráveis não devem ser somente durante o processo de inoculação.1. Na prática de inoculação é possível efetuar variações que facilitem a penetração do patógeno. podendo ser ainda utilizada para ramos. sendo o local igualmente coberto com plástico e um pedaço de algodão embebido em água esterilizada para garantir alta umidade. pode ser necessária uma armação de arame para sustentar o saco plástico. principalmente aqueles que atacam a parte foliar. como é o caso de Cryphonectria cubensis em Eucalyptus spp. Para os parasitas obrigatórios a coleta de esporos é efetuada pela raspagem com pincel ou PATOLOGIA FLORESTAL 30 . normalmente através de ferimentos com estilete flambado ou escarificantes superficiais para eliminar a barreira que representam as células epidermais. é indicada principalmente para fungos de difícil esporulação. os que penetram por ferimentos ou aberturas naturais e aqueles que penetram por órgãos especiais como o Fusarium sp. Já a inoculação de tecidos lenhosos pode ser feita por aberturas na casca. após o que o saco deve ser retirado. que pode penetrar pelo local de emissão de novas radicelas. Quando a inoculação é efetuada em mudas embaladas. com o mesmo fura-rolhas.1. Se a inoculação for em folhas estas deverão ser cobertas com um saco plástico transparente contendo em seu interior um pedaço de algodão embebido em água esterilizada por 24 a 48 horas. PATOLOGIA FLORESTAL 31 . como Ceratocystis ulmi e C. com auxílio de uma seringa.1. O preparo da suspensão e a correção da concentração são semelhantes ao descrito na técnica anterior. A inoculação é semelhante ao descrito anteriormente e a figura 15 apresenta um esquema deste procedimento técnico. 2. onde deve ser injetada a suspensão. um pouco de água esterilizada deve ser adicionada à placa de Petri seguido de agitação para liberação dos esporos e a suspensão coletada em béquer para avaliação e correção da concentração. fimbriata. o que é feito com auxílio de hematocitômetro ou câmara de Neubauer. FIGURA 14 – Seqüência da técnica de aplicação direta de micélio em folha e em colo de mudas. A concentração dos esporos deverá ser de 103 até 106 esporos por mililitro. com 1 a 2 cm de comprimento. A inoculação é feita por atomização com pulverizador De Vilbs.INOCULAÇÃO DE FITOPATÓGENOS escalpelo do local doente ou ainda a deposição dos tecidos com esporos diretamente sobre a água esterilizada em um béquer. Os parasitas facultativos devem ser previamente cultivados em placas de Petri com meio de cultura adequado e após crescimento micelial o conteúdo da placa de Petri deve ser triturado com água esterilizada em liquidificador.3. Previamente deve ser efetuada uma abertura longitudinal no caule. Quando o fungo apresentar esporulação. Injeção com suspensão aquosa de esporos ou micélio A injeção com suspensão aquosa de esporos ou micélio no caule de plantas pode ser empregada para patógenos que causam murchas vasculares. levemente inclinada. conforme mostra a figura 16. FIGURA 16 –Seqüência da técnica de injeção em tecido lenhoso.INOCULAÇÃO DE FITOPATÓGENOS FIGURA 15 – Seqüência da atomização com suspensão de esporos ou micélio em folhas. PATOLOGIA FLORESTAL 32 . Fusarium spp. além das infecções sistêmicas cujos patógenos penetram pelo sistema radicular. 2.1. PATOLOGIA FLORESTAL 33 . Infestação do solo com inóculo Esta técnica é indicada para inoculação de fungos que atuam no sistema radicular ou no colo das plantas. Este fato implicará na necessidade de ferimentos ou de propiciar condições adequadas para o contato do inóculo com as aberturas naturais no local de infecção do hospedeiro. só penetrando por ferimentos ou por aberturas naturais. Botrytis sp. mas este processo pode ser intensificado por ferimentos. 2. A inoculação pode ser efetuada pela simples agitação de folhas doentes sobre as folhas sadias ou então retirar os esporos da folha infectada com auxílio de um pincel seco que será passado em seguida sobre a folha sadia a ser infectada. Imersão de raízes em suspensão aquosa de inóculo Esta técnica também é indicada para fungos que atacam as raízes e consiste na retirada das plantas que estavam crescendo em vasilhame com solo previamente expurgado.. até o aparecimento dos sintomas. imersão das raízes por 1 a 5 minutos em um béquer com suspensão de inóculo e replantio. com estilete flambado. o que pode ser feito por sucessivos furos perpendiculares no solo. como Cylindrocladium spp.2. em seguida. 2. Aplicação de esporos a seco A inoculação com aplicação de esporos a seco é indicada principalmente para doenças como oidioses e ferrugens. também com ou sem ferimento do sistema radicular. 15 e. A figura 18 apresenta um esquema deste procedimento técnico. Outra opção é a imersão de plântulas durante o processo de repicagem..1. causadas por parasitas obrigatórios.5. Esta técnica pode ser efetuada com ou sem ferimento do sistema radicular. Armillaria mellea. As folhas a serem inoculadas poderão ser previamente nebulizadas com água esterilizada.1. utilizando-se um pulverizador De Vilbs n°.6. com estilete flambado. A figura 17 apresenta um esquema deste procedimento técnico..INOCULAÇÃO DE FITOPATÓGENOS 2. Inoculação de bactérias As bactérias caracterizam-se por não apresentar penetração direta. Consiste em produzir previamente mudas sadias em vasilhames contendo solo expurgado e a seguir infestá-lo por irrigação com um volume conhecido de uma suspensão de inóculo também de concentração conhecida. De modo geral tanto o transplante como a repicagem são processos que causam algum tipo de ferimento no sistema radicular.4. próximo ao colo das plantas. Uma variação desta técnica é a infestação do solo com o inóculo seguido de semeadura ou transplante do hospedeiro. cuja fonte de inóculo são as próprias plantas hospedeiras infectadas. entre outros. permanecerão em câmara úmida pelo período que for necessário. PATOLOGIA FLORESTAL 34 .INOCULAÇÃO DE FITOPATÓGENOS FIGURA 17 – Seqüência da técnica de infestação do solo com inóculo. FIGURA 18 – Seqüência da técnica de imersão de raízes em suspensão aquosa de inóculo. 4. Conceituar inóculo. em vasilhames onde estão crescendo as plantas hospedeiras. Como é possível avaliar o potencial de inóculo de fitopatógenos? 5. um volume. Descrever uma técnica de inoculação para fungo fitopatogênico. considerando que este microorganismo apresenta o estilete com o qual irá atingir as raízes do hospedeiro. injeção de suspensão de inóculo. as outras são executadas de modo semelhante àquele descrito para os fungos. Após extração do solo e raiz. Exceto a primeira técnica. Qual a importância de executar a inoculação de fitopatógenos? 2.INOCULAÇÃO DE FITOPATÓGENOS As técnicas utilizadas para inoculação de bactérias são: picada com estilete previamente mergulhado em suspensão bacteriana. com concentração conhecida dessas estruturas. o que pode ser feito com uma câmara úmida. selecionando a técnica mais adequada e respectivo local de infecção. como o caldo nutritivo. sem necessidade de qualquer ferimento. 2. larvas ou adultos. observando-se que os meios de cultura para bactérias são diferentes. Quais são os cuidados que devem ser tomados na preparação do inóculo e nas técnicas de inoculação? 6. Quais fatores podem afetar a técnica de suspensão aquosa de inóculo? PATOLOGIA FLORESTAL 35 . 5. A execução desta técnica é semelhante àquela descrita para infestação do solo. 3. também descrito anteriormente. PROCEDIMENTO Executar a inoculação com o material apresentado em sala de aula ou isolado na prática anterior. 3. utilizada tanto para fungos como bactérias. com ou sem ferimento e. específica para bactérias. Inoculação de nematóides Os nematóides são inoculados através de seus ovos. QUESTÕES 1. atomização de suspensão aquosa de inóculo. Quanto à picada com estilete previamente mergulhado em suspensão bacteriana é necessário também criar um ambiente favorável à infecção. 4.3. imersão das raízes na suspensão de inóculo. finalmente. é inoculado em solo previamente expurgado. sendo mais fácil obter a suspensão bacteriana pelo cultivo da bactéria em meios líquidos. RESULTADOS Entregar um relatório com observações diárias anotando somente nos dias em que for observada presença ou variação de sintomas. inoculação e potencial de inóculo. Quando é possível afirmar que uma técnica de inoculação foi satisfatoriamente executada? 10.INOCULAÇÃO DE FITOPATÓGENOS 7. PATOLOGIA FLORESTAL 36 . Qual a importância de se conhecer os períodos de incubação e inoculação de determinada doença e como estes valores podem ser determinados? 11. Que tipo de característica é fundamental distinguir quando é utilizada a mesma técnica de inoculação para fungos e bactérias fitopatogênicos? 9. Que resultado pode evidenciar que a técnica de inoculação foi mal executada? Justifique sua resposta. Qual o objetivo de se utilizar câmara úmida após a inoculação? 8. 05 Aluno(a): Data: Sub-turma: RELATÓRIO DE INOCULAÇÃO Hospedeiro: Patógeno: Técnica de inoculação: Data da inoculação: Tipo de inóculo: Localização da(s) planta(s) inoculada(s): Parte vegetal inoculada: Outros procedimentos: N°.INOCULAÇÃO DE FITOPATÓGENOS RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA N°. de plantas inoculadas: Potencial: Data / / Sintoma(s) observado(s) / / / / / / / / Período de incubação: Observações: Período de geração: PATOLOGIA FLORESTAL 37 . Também é possível observar a presença de esporos móveis. originam o oósporo. Labyrinthulomycetes. 2. sem grampo de conexão e sem escleródios. segundo Whittaker (1969). Deuteromycotina. multinucleado. o masculino. e a reprodução sexual pode ocorrer por isogamia ou heterogamia. denominados de zoósporos. conforme o diagrama apresentado na figura 19. sendo que os fungos inferiores estão agrupados nas subdivisões Mastigomycotina e Zygomycotina. e as estruturas de resistência são os clamidósporos e especificamente em Zygomycotina podem ser encontrados os azigósporos.FUNGOS INFERIORES . bem como montar lâminas.MASTIGOMYCOTINA E ZYGOMYCOTINA FUNGOS INFERIORES . Plasmodiophoromycetes e Protosteliomycetes. denominados esporangiósporos. Mastigomycotina apresenta três classes: Chytridiomycetes. Dictyosteliomycetes. A reprodução pode ser sexuada ou assexuada que pode ocorrer em corpos de frutificação denominados esporocarpos. Os fungos inferiores caracterizam-se por apresentar micélio cenocítico sem septo. geralmente intercelular e com haustórios. denominada hifa. um conjunto de hifas é denominado micélio. Tipicamente são seres heterotróficos com célula eucariótica e multinucleada. enquanto Zygomycotina contém duas classes: Trichomycetes e Zygomycetes. anterídio. A classificação que será adotada é a de AINSWORTH & BISBY (1983) que agrupa os fungos em duas divisões: Myxomycota e Eumycota. Hyphochytriomycetes e Oomycetes. típico da classe zygomycetes. CONSIDERAÇÕES Os fungos constituem um reino de seres vivos. e o feminino. PATOLOGIA FLORESTAL 38 . Os esporos assexuais são endógenos produzidos em esporângios. OBJETIVOS Conhecer e saber as espécies de fungos inferiores de importância patológica para essências florestais. Mastigomycotina e Zygomycotina. com presença ou não de septos e parede com quitina. A tabela 2 resume esta classificação. denominadas: Ascomycotina. onde estão agrupados os fungos amebóides e plasmódios. da classe oomycetes.MASTIGOMYCOTINA E ZYGOMYCOTINA 1. A divisão Myxomycota contém sete classes: Acrasiomycetes. Ceratiomyxomycetes. heterogametas. conhecer e identificar suas estruturas. Myxomycetes. apresentam estrutura vegetativa filamentosa. Isogametas originam o zigósporo. sendo que para este estudo interessam somente as classes Oomycetes e Zygomycetes. oogônio. Basidiomycotina. A segunda divisão apresenta cinco subdivisões. 1. Trichomycetes Não reconhecidas 4.6.7. Mastigomycotina 2. 1. 1. Basidiomycotina 5. 1. Coelomycetes 5.4.1.2. Deuteromycotina 1. 1. SUBDIVISÃO CLASSE DIVISÃO Myxomycota (falsos fungos) Não tem 1. 1.4. Chytridiomycetes 1.2.3.Classificação do reino dos fungos segundo AINSWORTH & BISBY (1983).2.3. Hyphochytriomycetes 1. Urediniomycetes 4. TABELA 2 .1.MASTIGOMYCOTINA E ZYGOMYCOTINA FIGURA 19 – Diagrama do sistema de cinco Reinos proposto por Whittaker em 1969.1. Ustilaginomycetes 5. Ascomycotina 4.2. Oomycetes 2.1. 1. Protosteliomycetes Ceratiomyxomycetes Dictyosteliomycetes Acrasiomycetes Myxomycetes Plasmodiophoromycetes Labyrinthulomycetes Eumycota (fungos verdadeiros) 1.2. segundo AINSWORTH & BISBY (1983). Gasteromycytes 4. Zygomycotina 3.5. Zygomycetes 2. Hymenomycetes 4.3.FUNGOS INFERIORES . Hyphomycetes PATOLOGIA FLORESTAL 39 . As espécies de Pythium caracterizam-se pela produção de vesícula no esporângio. 2. como a requeima da seringueira e a podridão parda do cacau causada por P. como resultado da reprodução assexual. praticamente. também denominado "damping-off". com a maioria das espécies. em espécies de Pinus. MVA. como Pinaceae e Abietaceae. não por apresentar fungos de importância patológica. ordens. queimas.MASTIGOMYCOTINA E ZYGOMYCOTINA Apesar da complexidade dos fungos inferiores. que nascem isoladamente na extremidade do esporangióforo. famílias e alguns exemplos dos fungos inferiores de interesse patológico. principalmente quando ocorre condição de alta umidade. presença de esporângios ovóides a esféricos. que se caracterizam como parasitas facultativos. Se isto ocorrer fora do hospedeiro o esporo não atingirá o hospedeiro e poderá morrer. são exemplos: Pythium ultimum em Eucalyptus spp. A figura 21. a reprodução sexual ocorre pela presença de heterogametas que originam o oósporo. As espécies do gênero Phytophthora são responsáveis por inúmeras doenças de grande importância. com micélio intercelular com haustórios. por alguns minutos no filme de água no solo ou na superfície do hospedeiro. que formam ectomicorriza.1. podridões radiculares. Ordem Glomales (Endogonales) A família Endogonaceae também é importante. Estes fungos são importantes por causarem tombamento de plântulas na sementeira. cinnamomi e. 2.. tombamento de Eucalyptus spp. típicos por apresentarem flagelos que permitem sua mobilidade em película de água. A sobrevivência destes fungos se dá no solo em restos culturais ou em matéria orgânica em decomposição. a seguir. Alguns autores preferem a denominação apenas de MV. Phytophthora spp. em várias essências florestais. palmivora. incistam e posteriormente germinam através do tubo germinativo. Ordem Peronosporales Nesta ordem está a família Pythiaceae como a mais importante por apresentar os gêneros Pythium e Phytophthora.2. PATOLOGIA FLORESTAL 40 . para onde passa a maior parte do conteúdo protoplasmático onde são formados os zoósporos. A tabela 3 apresenta uma classificação simplificada das classes. Após sua liberação os zoósporos “nadam”. palmivora e P. além de uma chave simplificada apresentada na figura 20. As principais enfermidades causadas pelos fungos inferiores são o tombamento. deslocam-se. o "jarrahdie-back" de E. podridões de sementes e aquelas conhecidas como míldios. ilustra um ciclo de vida típico de fungos do gênero Pythium. associada a alta densidade de sementes ou plântulas. excetuando-se umas poucas famílias. na forma de hifas ou oósporos. pois nem todos os fungos desta associação apresentam arbúsculos. produzem apressório e penetram diretamente pela cutícula. com as raízes de plantas superiores e. mas sim por apresentar fungos que formam endomicorriza vesicular-arbuscular. P. marginata. causado por P. o cancro do painel da seringueira.FUNGOS INFERIORES . e Pythium spp.. são poucas as espécies de interesse para a Patologia Florestal. cinnamomi. na Austrália. Mucoraceae parasitas de fungos e nematóides 7. (míldio pulverulento) Albugo spp. Asellariales (1) 10. Saprolegniales (5) Zygomycetes 1. Mucor spp. parasitas de insetos e nematóides Phytophthora sp. Endogonaceae Acaulospora spp. Endogone spp. Gigaspora spp. Hyphochytriales (3) 6..3. Leptomitales (2) 9. famílias e alguns exemplos dos fungos inferiores.. Peronosporaceae 6.1.1. (ferrugem branca) FAMÍLIA 1.. Modicella spp. Trichomycetes Entomophthorales (3) Dimargaritales (1) Kickxellales (1) Zoopagales (4) 2. Eccrinales (3) (*) O número entre parênteses indica a quantidade de famílias apresentada em cada Ordem. Harpellales (2) 8.MASTIGOMYCOTINA E ZYGOMYCOTINA TABELA 3 . Harpochytriales (1) 3. Peronospora spp. Synchytriaceae EXEMPLO Synchytrium endobioticum 2. 4. ordens.. Entrophospora spp. 6. Amoebidiales (1) 11. Albuginaceae 7. Peronosporales (4) 6. Glomales (1) 1. PATOLOGIA FLORESTAL 41 .FUNGOS INFERIORES . Choanephora spp. CLASSE Chytridiomycetes ORDEM (*) 1. e Pythium sp. e Scutellispora spp.Classificação simplificada de classes. Glomus spp.. Monoblepharidales (2) Hyphochytriomycetes Oomycetes 5.1.1. Blastocladiales (4) 4. Pythiaceae 6. 5. Sclerocystis spp. e Rhizopus spp. Chytridiales (9) 2. Mucorales (9) 3.2. e Plasmopara spp. Lagenidiales (3) 8.. FUNGOS INFERIORES .Chave simplificada dos fungos inferiores de importância para a Patologia Florestal.MASTIGOMYCOTINA E ZYGOMYCOTINA FIGURA 20 . PATOLOGIA FLORESTAL 42 . com a presença de vesículas e. quando comparado com planta da mesma espécie. entre outras. Eucalyptus spp. arbúsculos. em condições semelhantes. com benefícios para ambos simbiontes.. e Scutellispora . Gigaspora [Endogone]. Estes fungos caracterizam-se por apresentar infecção intracelular. PATOLOGIA FLORESTAL 43 . com migração do conteúdo nutricional para este esporo. sendo comum observar a presença de vesículas vazias remanescentes. características estruturais que determinam sua denominação.FUNGOS INFERIORES . Os gêneros desta família que formam MVA são: Glomus. Sclerocystis. Acaulospora. sendo os arbúsculos relacionados com as trocas nutricionais com o citoplasma celular e as vesículas estruturas de armazenamento de energia. A reprodução sexual por isogametas origina o zigósporo e a reprodução assexual ocorre formando clamidósporo ou azigósporo. Tectona grandis e Theobroma cacao. Entre as espécies arbóreas que formam MVA. além dos gêneros: Endogone e Modicella. sendo que o azigósporo é um tipo especial de reprodução assexual por gemulação da hifa próxima à vesícula.. segundo GALLI (1994). principalmente na forma de lípides.Ciclo de vida típico de fungos de gênero Pythium. em alguns casos. Delonix regia. FIGURA 21 . Jacaranda mimosaefolia.MASTIGOMYCOTINA E ZYGOMYCOTINA A MVA é uma associação simbiótica obrigatória. Chorisia speciosa. o vegetal principalmente pelo aumento da disponibilidade de fósforo. após a produção do azigósporo. mas não micorrizada. O fungo é beneficiado pelo habitat disponível e ambos são beneficiados nutricionalmente. Michelia champaca. Cedrela odorata. podem ser citadas são: Araucaria cunninghamii. Hevea spp. sendo que o vegetal pode ter uma proteção maior contra patógenos do sistema radicular. além de resistir melhor à passagem do fogo e à seca. Entrophospora. ou simplesmente MV e qual a sua importância para espécies florestais? 4. em relatório próprio. entregando juntamente com as lâminas montadas. 4. também da subdivisão Deuteromycotina. Quais as características reprodutivas dos fungos denominados inferiores? 5. Como é caracterizada morfologicamente a endomicorriza do tipo vesiculararbuscular. Porque é importante o controle de condições ambientais no processo de produção de mudas com semeadura seguida de repicagem? 7. sendo que Rhizopus sp. com importância patológica. duas doenças diferentes das relacionadas neste relatório. Quais as principais doenças causadas pelos fungos inferiores em espécies florestais? 2. MVA. de importância patológica? PATOLOGIA FLORESTAL 44 . Além disso. pelo menos.MASTIGOMYCOTINA E ZYGOMYCOTINA 2. no microscópio estereoscópio e montar lâminas para conhecer o esporangióforo. 5. PROCEDIMENTO Examinar as culturas e os materiais apresentados.3. vesículas.. e também contamina sementes em testes de germinação. esporangiósporo. Citar.FUNGOS INFERIORES . apesar de ser um fungo saprófita.. Mucor e Choanephora pertencem à família Mucoraceae. Aspergillus sp. é um importante apodrecedor de sementes de essências florestais armazenadas de maneira inadequada. e Penicillium sp.. causadas por fungos inferiores. em espécies florestais. QUESTÕES COMPLEMENTARES 1. Quais as características que diferenciam as ordens e famílias dos fungos inferiores. Porque normalmente as sementes são armazenadas em condições de baixo teor de umidade e baixa temperatura? 3. RESULTADOS Desenhar e identificar as estruturas observadas. Quais são as estruturas responsáveis pela sobrevivência dos fungos inferiores durante a estação seca? 8. esporângio.. Ordem Mucorales Os gêneros Rhizopus. geralmente em alta umidade e alta temperatura. da subdivisão Deuteromycotina. 6. zoósporos e outras estruturas dos fungos inferiores. 3. juntamente com os fungos Nigrospora sp. Rhizopus sp. além de causar podridão mole em frutos e tubérculos ricos em carbohidratos. é um importante contaminante de laboratório. juntamente com o fungo Monilia sp. X ord.: Material 2: Subdivisão: Classe: Ordem: Família: Gênero: Espécie: Abs.: Ampliação: PATOLOGIA FLORESTAL 45 .FUNGOS INFERIORES .: Ampliação: Estruturas observadas: Lâmina n°. 06 Aluno(a): Material 1: Subdivisão: Classe: Ordem: Família: Gênero: Espécie: Data: Sub-turma: Estruturas observadas: Lâmina n°. X ord.MASTIGOMYCOTINA E ZYGOMYCOTINA RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA N°.: Abs. peritecial. 2. Estes fungos apresentam micélio septado. estes fungos eram agrupados em uma única classe denominada Ascomycetes e respectivas ordens. fermentadores. unitunicado ou bitunicado. Laboulbeniomycetes e Loculoascomycetes. além de montar lâminas. operculado e inoperculado. himênio. nos ascos. estes fungos foram agrupados em seis classes: Hemiascomycetes. com base no arranjo dos ascos nos ascomas. Discomycetes. apotecial e estromaticial. A figura 22 apresenta os ascomas e outros tipos de estruturas apresentados por fungos desta subdivisão. Anteriormente. Os gametas envolvidos na reprodução sexual. Plectomycetes. arranjo dos ascos. posteriormente. dentro de cada asco.650 espécies. geralmente em número de 8. OBJETIVOS Conhecer e saber as espécies de fungos desta subdivisão de importância patológica para essências florestais. Na fase sexual podem produzir diferentes corpos de frutificação. simbiontes que formam ectomicorriza. além de importantes patógenos para essências florestais. apresentando os seguintes tipos: cleistotecial.ASCOMYCOTINA FUNGOS SUPERIORES . denominados genericamente de ascomas. A presença ou não de opérculo. PATOLOGIA FLORESTAL 46 . conforme exemplos apresentados na tabela 4. Além de fungos com micélio desenvolvido também existem alguns unicelulares.FUNGOS SUPERIORES . são as características mais importantes para classificação desses fungos. basicamente por contato gametangial. que dão origem aos ascósporos. famílias e assim por diante. são o anterídio e ascogônio. As estruturas de resistência são os clamidósporos e ascósporos. formadores de liquens.770 gêneros. como as leveduras. e tipo de túnica. Pyrenomycetes. comestíveis. em 2. A maioria dos fungos imperfeitos da subdivisão Deuteromycotina apresenta sua fase sexual nesta subdivisão.ASCOMYCOTINA 1. a seguir. esporos assexuais exógenos na fase conidial e esporos sexuais endógenos em asco. conhecer e identificar suas estruturas. onde estão arranjados os ascos. mas que podem ter de 1 até mais de 1000 ascósporos. produtores de antibióticos. CONSIDERAÇÕES Esta subdivisão é o maior grupo dos fungos contendo cerca de 28. tipo de ascoma e presença ou não de camada himenial. Nesta subdivisão encontram-se grande número de saprófitas. Cladosporium Septoria sp.Ascomas típicos e estruturas de reprodução sexual e assexual da subdivisão Ascomycotina. Cucurbitaria sp. Eurotium sp.. Aspergillus sp. sendo complexa a adoção de um sistema. Fusicladium sp. Cercospora sp. Colletotrichum sp. FASE IMPERFEITA (ASSEXUAL) Phomopsis sp. Graphium sp. Nectria sp. Mycosphaerella sp. FASE PERFEITA (SEXUAL) Cryphonectria sp. Fusarium sp. e Phoma sp. e Talaromyces sp. sugerindo a adoção de 37 ordens sem agrupá-las em classes. Microcyclus sp. Calonectria sp. TABELA 4 ..Associação de gêneros de Ascomycotina com Deuteromycotina. Atualmente existem inúmeras classificações.FUNGOS SUPERIORES . Sphaceloma sp. sp. e Sartoria sp. PATOLOGIA FLORESTAL 47 . Glomerella sp. Eupenicillium sp. Cylindrocladium sp. Ceratocystis sp.. segundo AGRIOS (1979).ASCOMYCOTINA FIGURA 22 .. Penicillium sp.. conforme AINSWORTH & BISBY (1983) que citaram doze diferentes classificações de 1931 a 1983. Giberella sp. ordens. conforme a tabela 5 que apresenta uma classificação simplificada dessas. famílias e alguns exemplos de interesse patológico. Diplodia sp. Elsinoe sp. e Pyrenophora sp.FUNGOS SUPERIORES . Melanommataceae 3.) Cryphonectria sp.4. Valsaceae 3.9.1.Fumagina Cucurbitaria sp..) Elsinoe sp. famílias e alguns exemplos de fungos da subdivisão Ascomycotina. Polystigmatalaes (1) 12. Dothideaceae 3. Endomycetales (4) 6. e Helminthosporium sp. Pleosporaceae 3.) Capnodium sp. (Coniothyrium sp.1.ASCOMYCOTINA TABELA 5 . Diaporthales (5) 3.1. Eupenicillium sp. Erysiphaceae 7. Gnomoniaceae 2. Gloeosporium sp. Botryosphaeria sp. ORDEM (*) 1.6. e Talaromyces sp. Dothiorella sp. – levedo Erysiphe sp. Coryneliales (1) 2. Rhytismatales (4) 13. (Sclerotium sp.1. (Aposphaeria sp. (Oidium sp. (Fusarium sp. Erysiphales (1) 7.1. Meliolaceae 3. Trichocomaceae 8.2.11. Masarinaceae 3.Classificação simplificada de ordens.) Ceratocystis sp.) Giberella sp.2. Botryosphaeriaceae 3. – ectomicorriza Saccharomyces sp.8..(Polychaeton sp. e EXEMPLO 4.) saprófitas em madeira e ectomicorriza Apiosphaeria sp.) Cochliobolus sp. e Septoria sp.1.. Elaphomycetaceae 5.) Elaphomyces sp.1. (Aspergillus sp. Catacauma sp.7. Endothia sp. (Alternaria sp. (Cercospora sp. e Glomerella sp. Phyllachoraceae 13.1.1. (Colletotrichum sp. e Laphodermium sp. (Diplodia sp. Eurotiales (3) 8. (Drechslera sp. e Graphium sp. e Phoma sp.) Microcyclus sp. (Sphaceloma sp. Eurotium sp.) e Phyllachora sp.) Melanomma sp.1.1. (Cytospora sp. Sclerotiniaceae 9. (Phomopsis sp. Pleospora sp.) Massarina sp. Pezizales (13) 10. e Diaporthe sp.1. Saccharomycetaceae 6.5. e Phoma sp. Ophiostomatales (1) 10. Pezizaceae Corynelia sp. Coryneliaceae 2. Aulographaceae 3.10.3. (Cephalosporium sp.) e Nectria sp.) Sclerotinia sp. Hypocreales (2) 11.) . – míldio pulverulento) e Uncinula sp. (Botryodiplodia sp. Helotiales (11) 9. Davisomycella sp. Cucurbitariaceae 3. Hypocreaceae 11.) Meliola sp. Elsinoeaceae 3. (Cylindrocladium sp. Aulographina sp. Dothideales (52) FAMÍLIA 1. e Lasiodiplodia sp. Capnodiaceae 3. Hypodermataceae PATOLOGIA FLORESTAL 48 .) e Valsa sp.1. Pyrenophoraceae 4. Elaphomycetales (1) 5.. Ophiostomataceae 12. e Mycosphaerella sp. e Xylaria sp. Taphrinales (2) 17. 20. Arthoniales 18. 21. Sphaeriales (4) 16. Verrucariales saprófitas em madeira (*) O número entre parênteses indica a quantidade de famílias apresentada em cada Ordem. 26. 29.2. famílias e alguns exemplos de fungos da subdivisão Ascomycotina (continuação). decompositores de madeira saprófitas de madeira e caule de herbáceas 32.FUNGOS SUPERIORES . 25.1. Taphrina sp. Sordariaceae 15. Xylariaceae 16. Taphrinaceae Chaetomium sp. Sordaria sp. Ascosphaerales Caliciales Clavicepitales Cyttariales Ciatrypales Graphidales Gyalectales Gymnoascales Laboulbeniales Lecanidiales Lecanorales Microascales Opegraphales Ostropales 14. 22. Rosellinia sp. Pertusariales 34. Teloschistales 37. Spathulosporales 36. Sordariales 15. Peltigerales 33.ASCOMYCOTINA TABELA 5 .1.1. 27. 28. 24. 23. 14. PATOLOGIA FLORESTAL 49 . 31. Chaetomiaceae 14. 19. Pyrenulales 35.Classificação simplificada de ordens. 30. agente de cancro em diversas espécies arbóreas. Lasiodiplodia sp... é responsável pela fumagina dos citros e diversas espécies de plantas. presente em cancros arbóreos com estrias que pode ser de causa fisiológica. enquanto na família Botryosphaeriaceae..: Meliola sp. Contém cinco famílias. Aulographina eucalipti. que na fase imperfeita apresenta-se como Diplodia sp. destacando-se duas: Gnomoniaceae (Obryzaceae).: Massarina sp. é o agente da queima das acículas de Pinus sp.1. cuja fase anamórfica PATOLOGIA FLORESTAL 50 .: Elsinoe heveae (Sphaceloma heveae) agente da antracnose maculada da seringueira e Elsinoe sp. Ordem Dothideales (Asterianales. É importante destacar que o gênero Mycosphaerella pode também ser a fase perfeita dos gêneros Cercospora. Capnodiales.: Botryosphaeria sp. A espécie Mycosphaerella pini [Scirrhia pini] fase perfeita de Dothistroma septospora [D.. ex. Myriangiales. cuja fase imperfeita em Deuteromycotina é conhecida como Fusicladium macroscoporum [Aposphaeria ulei]. Ordem Diaporthales (Valsales) Os fungos apresentam ascoma peritecial com rostro. Em Dothideaceae (Mycosphaerellaceae). ex. Não constatado no Brasil. É a ordem que apresenta maior número de famílias. Em Pleosporaceae.ASCOMYCOTINA Aqui serão apresentadas algumas características e somente exemplos das ordens com fungos de importância patogênica e aqueles que podem formar ectomicorriza: 2.. Chaetothyriales. imerso em estroma e asco unitunicado. agente do cancro do Eucalyptus sp. agente da verrugose dos citros. agente de cancros em espécies arbóreas e a família Valsaceae (Diaporthaceae).. Em Meliolaceae. cuja fase anamórfica é Coniothyrium sp. Ramularia. A figura 23 apresenta o ciclo de vida do agente do mal das folhas de Hevea sp. que agrupa as formas perfeitas da fase anamórfica Botryodiplodia sp.: Microcyclus ulei [Dothidella ulei] é o agente do mal das folhas da seringueira..FUNGOS SUPERIORES . ex. na família Cucurbitariaceae. cinqüenta e duas. ex. Melanommatales.: Melanomma sp. 2. ex.: agente de mancha de folha de Eucalyptus sp. Em Massarinaceae. cuja fase anamórfica é Aposphaeria sp. Perisporiales. Ordem Coryneliales Apresenta apenas uma família Coryneliaceae. ex. ex.. e Fusicoccum sp. ex.: Pleospora sp. Pleosporales e Pseudosphaeriales) Nesta ordem são classificados fungos que caracterizam-se por apresentar asco bitunicado em lóculos dentro de tecido estromático. ex. destacando-se diversas delas com fungos agente de doenças florestais: Na família Aulographaceae.3. e Valsa sp. cuja fase anamórfica é Thyrinula eucalyptina. 2. Dothiorella sp.: Capnodium sp. e Phoma sp. Hysteriales.: Endothia sp. Ascochyta. Meliolales.. entre outras espécies. Dothiorales..: Cryphonectria cubensis [Diaporthe cubensis].2. enquanto na família Elsinoeaceae. pini]. ex. ex. Na família Capnodiaceae.. ex.: Cucurbitaria sp..: Corynelia sp. ex. parasita de folhas de árvores da família Podocarpaceae e coníferas. Phoma e Septoria.. Na família Melanommataceae. . Ordem Erysiphales Esta ordem apresenta apenas a família Erysiphaceae.. Esta doença é comum em PATOLOGIA FLORESTAL 51 .: Erysiphe sp.. segundo GASPAROTTO & FERREIRA (1989).. cuja forma imperfeita é o gênero Oidium sp.6.Ciclo do mal das folhas de Hevea sp. Spermophthorales).FUNGOS SUPERIORES . Ordem Elaphomycetales Apresenta uma única família Elaphomycetaceae. ex. Dipodascales.ASCOMYCOTINA pode ser Alternaria sp. contudo. destaca-se por apresentar espécies que podem formar ectomicorriza com espécies arbóreas. agente de doença conhecida como míldio pulverulento. 2. Ordem Endomycetales (Ascoideales. causado por Microcyclus ulei. e Curvularia sp. 2. e Cochliobolus sp.: Pyrenophora sp. a família Saccharomycetaceae contém os fungos denominados leveduras como o Saccharomyces cerevisiae. Drechslera sp. FIGURA 23 . 2.4.. ex.. e finalmente Pyrenophoraceae.. Esta ordem não tem importância patológica para espécies florestais..5. fases perfeitas de Helminthosporium sp. razão pela qual a doença também é conhecida como oidiose.: Elaphomyces sp.. Cephaloascalaes. ex. . fase anamórfica Tubercularia sp. Também destacam-se. ainda.... e finalmente o gênero Nectria sp. conforme é apresentado na figura 24. Paecilomyces sp. Eurotium sp. Apresenta 11 famílias.. Ceratocystis ulmi. agente de damping-off.. podridão de raízes e estacas e de manchas foliares em diversas espécies florestais. e Diplocarpon sp. destacando-se: Trichocomaceae. Ordem Ophiostomatales Nesta ordem os fungos caracterizam-se por apresentar ascoma peritecial...FUNGOS SUPERIORES .. e Talaromyces sp... como agente de podridão de raízes. destacando-se a família Sclerotiniaceae. importante fungo antagônico por parasitismo e antibiose a diversos fitopatógenos. agente de manchas vasculares e também como Fusarium sp. Aqui também são classificados os gêneros Monilinia sp. cujas fases anamórficas são. Gibberela. cuja fase anamórfica é Sclerotium sp. ex.. ostiolado ou não. e Penicillium sp.: Sclerotinia sp.: Eupenicillium sp. 2. podridão de raízes.: Ceratocystis fimbriata. com uma única família: Ophiostomataceae.8. formas perfeitas de Aspergillus sp. agente do mofo cinzento da seringueira. 2. PATOLOGIA FLORESTAL 52 . em Deuteromycotina. com ascos arredondados cuja parede decompõe. e Phyllactinia sp. formas perfeitas de Ovulariopsis sp.7. causador da seca do carvalho. Em outros países: Ceratocystis fagacearum. agentes de tombamento. cujos ascósporos e conídios são disseminados por coleópteros. Ordem Helotiales Esta ordem caracteriza-se por apresentar ascoma apotecial com asco unitunicado. mas já foram constatados alguns surtos em plantios adultos.. 2. As formas imperfeitas são os gêneros Cephalosporium e Graphium. Botrytis sp. agente da seca do olmo holandês. cuja fase anamórfica é Trichoderma sp. Em Mato Grosso sua ocorrência é comum em urucum.9. 2.. Ordem Hypocreales Os fungos desta ordem caracterizam-se por apresentar ascoma peritecial colorido..ASCOMYCOTINA viveiros de Eucalyptus sp. agente de cancros e "die-back". Outros gêneros importantes: Uncinula sp. respectivamente. Monilia sp.10. ou ainda apresenta fases anamórficas como Verticillium sp. Botryotinia sp.. em mudas passadas. Apresenta três famílias.. Plectascales) Esta ordem caracteriza-se por apresentar ascoma cleistotecial sem himênio. Apresenta duas famílias e destaca-se: Hypocreaceae (Nectriaceae) que inclui fungos do gênero Hypocrea. agrupado sobre ou imersos em estroma. da seca da mangueira e do cancro de Gmelina arborea. murchas vasculares e deterioração de sementes.. cuja fase anamórfica é Cylindrocladium spp. ex. Ordem Eurotiales (Aspergillales. e Marssonina sp. ex. cuja fase anamórfica é Fusarium sp. rostrado ou não sem ostíolo. Calonectria. Destaca-se ainda Glomerella cingulata forma perfeita de Colletotrichum sp. agente da crosta negra da seringueira e Coccostroma sp. Podem apresentar ainda na fase anamórfica o gênero Gloeosporium. destacando-se a família Hypodermataceae.12. ex. Phyllachora huberi [Catacauma huberi].ASCOMYCOTINA FIGURA 24 . agente causal de manchas de folhas em Eucalyptus sp. 2. Ordem Pezizales Esta ordem contém treze famílias cujos fungos caracterizam-se pela presença de ascoma peritecial e são importante por apresentar fungos que formam ectomicorriza e saprófitas em madeira. 2. com quatro famílias.FUNGOS SUPERIORES . segundo FERREIRA (1989). Ordem Rhytismatales (Phacidiales) Ascoma apotecial e asco unitunicado.Ciclo de Calonectria crotalariae (Cylindrocladium crotalariae).13. Phyllachoracea. [Catacauma torrendiella]... 2. agente da lixa negra do coqueiro. que causa a antracnose da seringueira. agentes de manchas nas acículas de Pinus spp. Ordem Polystigmatales (Phyllachorales) Esta ordem apresenta uma única família com fungos que apresentam ascoma peritecial imersos no tecido do hospedeiros com asco unitunicado.11.: agente da crosta marrom do Ipê.. Apiosphaeria guaranitica.: Davisomycella ampla e Laphodermium pinastri. ex. PATOLOGIA FLORESTAL 53 . conforme ciclo de vida apresentado na figura 25. Pertusariales. 2. Pyrenulales. Ordem Sphaeriales (Xylariales) Esta ordem apresenta quatro famílias cujos fungos apresentam ascoma peritecial tipicamente ostiolado. Sordariales (Chaetomiales. Cyttariales. Graphidales. Gymnoascales (Onygenales). Laboulbeniales. carbonáceo e asco unitunicado cilíndrico em himênio. O gênero Hypoxylon. Gyalectales. As outras ordens desta subdivisão são: Arthoniales. ex. 2. segundo FERREIRA (1989). Lecanidiales. destacandose a família Xylariaceae.ASCOMYCOTINA FIGURA 25. Teloschistales. e Xylaria sp. ascoma ausente e a camada de ascos é produzida na superfície das folhas do hospedeiro. e Verrucariales. Lecanorales. Opegraphales.14.Ciclo de Apiosphaeria guaranitica.FUNGOS SUPERIORES . agente do encrespamento da folha do Quercus sp. agente causal da crosta marrom do ipê. Microascales.. Caliciales. agentes de podridão de raízes em espécies arbóreas. Ordem Taphrinales (Protomycetales) Nesta ordem os fungos apresentam micélio vegetativo dicariótico. carvalho.: Rosellinia sp. empilhadas.15. Sphathulosporales. Diatrypales. Ostropales. foi observado no Brasil como saprófita em toras de Eucalyptus sp. em outros países.: Taphrina coerulescens. ex. Apresenta duas famílias e em Taphrinaceae. Coronophorales). observado como agente de cancro em árvores em outros países. PATOLOGIA FLORESTAL 54 . Peltigerales. Clavicipitales (Hypomycetales). Ascosphaerales (Pericystales). 5. Qual a doença causada por Davisomycella ampla em Pinus sp. 4. com os respectivos agentes. em relatório próprio.FUNGOS SUPERIORES . 8 ou 16? 10. PROCEDIMENTO Examinar o material apresentado ao microscópio estereoscópio e montar lâminas. Como podemos diferenciar um peritécio de um cleistotécio? 3. O que é um asco nu e um asco truncado? 5. onde ela se localiza e qual sua importância na classificação dos fungos de Ascomycotina? 6. entregando juntamente com as lâminas montadas. QUESTÕES COMPLEMENTARES 1. 4. Qual é a forma imperfeita de Glomerella cingulata e a forma perfeita de Fusicladium macrosporum? 9. Porque o número de ascósporos em um asco é geralmente 2. O que é forma imperfeita de um fungo? 2. O que é tecido estromático ou estroma? 7.ASCOMYCOTINA 3. Qual a importância e a doença causada por Ceratocystis fimbriata em Gmelina arborea? 12.? PATOLOGIA FLORESTAL 55 . Com o material vegetal efetuar cortes histológicos e examinar em microscópio. Qual é a importância da fase assexual ou imperfeita para os fungos da subdivisão basidiomycotina? 11. RESULTADOS Desenhar e identificar as estruturas observadas. 8. O que é camada himenial. Citar três doenças causadas por fungos de Ascomycotina. Como podemos diferenciar um apotécio de um ascostroma? 4. ASCOMYCOTINA RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA N° 07. X ord. Aluno(a): Material 1: Subdivisão: Classe: Ordem: Família: Gênero: Espécie: Data: Sub-turma: Estruturas observadas: Lâmina n°.: Abs. X ord.: Abs.: Ampliação: Material 2: Subdivisão: Classe: Ordem: Família: Gênero: Espécie: Estruturas observadas: Lâmina n°.: Ampliação: PATOLOGIA FLORESTAL 56 .FUNGOS SUPERIORES . FUNGOS SUPERIORES .: Abs.: Ampliação: PATOLOGIA FLORESTAL 57 . 08 Aluno(a): Material 1: Subdivisão: Classe: Ordem: Família: Gênero: Espécie: Data: Sub-turma: Estruturas observadas: Lâmina n°. X ord.ASCOMYCOTINA RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA N°. X ord.: Material 2: Subdivisão: Classe: Ordem: Família: Gênero: Espécie: Abs.: Ampliação: Estruturas observadas: Lâmina n°. além dos agentes de doenças conhecidas como ferrugens e carvões. Os esporos de sobrevivência são clamidósporos.. agentes de podridões radiculares. Polyporus sp. Xiloborus sp. Esta subdivisão contém quatro classes: Hymenomycetes. existem classificações diferentes.BASIDIOMYCOTINA 1. CONSIDERAÇÕES Os fungos aqui agrupados caracterizam-se por ter micélio septado e bem desenvolvido. fungos comestíveis e formadores de ectomicorriza. Classe Hymenomycetes Nesta classe encontram-se alguns fungos de importância patológica. conhecer e identificar as estruturas típicas desta outra subdivisão de fungos superiores. como os comestíveis. mas em sua grande maioria são saprófitas.. chamados de cogumelos. como aqueles que formam ectomicorriza. os basidiocarpos ou basidiomas. chamados basidiósporos. de outros autores.1.FUNGOS SUPERIORES . Aqui serão abordadas apenas as classes de interesse patológico para espécies florestais. fumosus. destacando-se algumas espécies xilófagas: Lenzites trabea. Os fungos aqui classificados podem ser benéficos. produzidos sobre uma hifa claviforme especial denominada basídio. PATOLOGIA FLORESTAL 58 . A reprodução sexual dá origem a esporos exógenos. teliósporos e o probasídio. P. além de um grande número de saprófitas. Urediniomycetes e Ustilaginomycetes.BASIDIOMYCOTINA FUNGOS SUPERIORES . podendo apresentar grampo de conexão. Esta classe está dividida em duas subclasses: Phragmobasidiomycetidae. Gasteromycetes. 2. OBJETIVOS Conhecer e saber as espécies de fungos superiores de importância para a patologia florestal. entre outras. Poria sp. podendo ser comparados três exemplos apresentados na tabela 6. importantes apodrecedores de madeira e matéria orgânica depositada no solo. 2. Entre os prejudiciais estão os saprófitas sobre madeira. normalmente sobre folhas e frutificações de vegetais. caracterizada pela presença de fungos gelatinosos com basídio septado e a segunda. Os basídios podem ser produzidos em corpos de frutificação. além de montar lâminas. PATOLOGIA FLORESTAL 59 . ex. além do agente de mancha foliar de seringueira na Amazônia.BASIDIOMYCOTINA Holobasidiomycetidae.: Ganoderma philippii [G... respectivamente pela presença de fungos comestíveis. além de causar tombamento em várias espécies florestais. tais como: Amanita sp. Na família Corticiaceae. cujo ciclo é apresentado na figura 26. Pellicularia koleroga. Urediniomycetes 4. e Suillus sp. cuja fase anamórfica é Rhizoctonia solani.. destacam-se ex.2. Teliomycetes GALLI et al. respectivamente agentes das podridões vermelha. TABELA 6 – Classes da subdivisão Basidiomycotina segundo diferentes autores. Boletales. doença conhecida também como queimado-fio. branca e parda que ocorrem nas raízes da seringueira. AINSWORTH & BISBY (1983) 1. Gasteromycetes 3. Exobasidiales.. Teliomycetes CMI (1983) 1. Aphyllophorales (Polyporales). Russulales (Asterosporales) e Tulasnellales.. a segunda já apresenta nove ordens: Agaricales. Ordem Aphyllophorales (Polyporales) Nesta ordem destacam-se três famílias de vinte e duas: Thelephoraceae. Cantharellares. Destaca-se também Corticium salmonicolor. Septobasidiales e Tremellales. na família Polyporaceae. Finalmente. 2. que apresenta os cogumelos e orelhas-de-pau. Gasteromycetes 3.: Thelephora terrestris. que pode formar ectomicorriza com Pinus spp. das quais destacam-se: Agaricaceae e Amanitaceae.1.2. agente de rubelose da seringueira e doença rosada de Eucalyptus spp. Hymenomycetes 1. Enquanto a primeira apresenta três ordens: Auriculariales. Brachybasidiales.1.1. cujo basídio não é septado. pseudoferreum]. Hymenomycetes 1. Dacrymycetales. ex. além de Crinipellis perniciosa [Marasmius perniciosus]. Phragmobasidiomycetidae 2. Holobasidiomycetes 2. Rigidoporus lignosus e Phellinus noxius [Fomes noxius]. agente da mancha aureolada da seringueira. Hemybasidiomycetes 3. principalmente Pinus spp. destacam-se as espécies Armillaria mellea. (1995) Podem ser destacadas quatro ordens da subclasse Holobasidiomycetidae: 2. Já na família Tricholomataceae. Holobasidiomycetidae 1.1. Ordem Agaricales Esta ordem contém onze famílias.FUNGOS SUPERIORES . como Agaricus campestris e de fungos que podem formar ectomicorriza com Pinus spp. agente de podridão radicular em espécies florestais. Phragmobasidiomycetes 2. agente da vassoura-debruxa em Theobromae cacao.: Thanatephorus cucumeris [Pellicularia filamentosa]. Melanogastrales.FUNGOS SUPERIORES . Phallales. Podaxales.. segundo GASPAROTTO & FERREIRA (1989). Lycoperdales. Ordem Boletales Esta ordem apresenta seis famílias. glabra. semelhante àqueles da Ordem Taphrinales da subdivisão Ascomycotina. Ordem Exobasidiales Nesta ordem existe uma única família Exobasidiaceae cujos fungos caracterizam-se por parasitismo obrigatório.BASIDIOMYCOTINA FIGURA 26 . Classe Gasteromycetes Os fungos desta classe caracterizam-se por apresentar basídio com quatro esporos e massa de esporos dentro do basidioma. causada por Thanatephorus cucumeris. Apresenta as ordens: Galtieriales.3. Causam distorção e crescimento excessivo em folhas de ornamentais e não há citação de sua ocorrência em espécies florestais. 2.Ciclo da mancha aureolada da seringueira. Nidulariales.1.2. 2. Não apresentam basidioma e apenas camadas de basídio na superfície do hospedeiro. 2. Hymenogastrales.4. dividido em lóculos e sem himênio. como Boletus aureus em Eucalyptus spp. destacando-se: PATOLOGIA FLORESTAL 60 .1. Sclerodermatales e Tulostomatales. destacando-se a família Boletaceae com várias espécies formadoras de ectomicorriza. 2.. Cupressus sp.sp..: Bovista sp. com a presença de formas especiais.. Ordem Sclerodermatales Esta ordem apresenta quatro famílias. 2. formae speciales = f. Larix sp. TABELA 7 . Ordem Hymenogastrales Esta ordem apresenta oito famílias.FUNGOS SUPERIORES . destacando-se Lycoperdaceae.3. e de raças fisiológicas (RF). destacando-se fungos que podem formar ectomicorriza com Pinus sp.2.. e Lycoperdon sp.BASIDIOMYCOTINA 2. 2. e Picea sp. que se caracterizam. principalmente pela presença de fungos que formam ectomicorriza: Hydnangiaceae e Rhizopogonaceae. Ordem Lycoperdales Aqui são encontradas cinco famílias. 2. ESTÁGIO 0 I II III IV TIPO DE ESTRUTURA Espermagônio ou Pícnio Écio Uredo Télio Basídio TIPO DE ESPORO Hifas receptivas e espermácios Éciósporos Uredósporos Teliósporos Basidiósporos NÚMERO DE CROMOSSOMOS n n + n (*) n+n n+n n VARIAÇÃO MORFOLÓGICA pouca pouca muito pouca bastante -- (*) n + n = dicariótico PATOLOGIA FLORESTAL 61 ... produzindo várias formas de esporos em estágios específicos.2.: Pisolithus tinctorius e Scleroderma sp. ex. apenas da família Sclerodermataceae. ex.3. respectivamente. que forma micorriza com Eucalyptus sp.1. conforme apresentado na tabela 7. Eucalyptus sp. Contudo.. por perídio fino e esporos marrons e perídio espesso e esporos negros..: respectivamente: Hydnangium sp. Cupressus sp. Calvatia sp.. destacando-se duas.. e Pseudotsuga sp. de coloração amarelo-ouro que lembra um material enferrujado. que podem formar ectomicorriza com Pinus sp. e Pseudotsuga sp.2. Picea sp.. ex. Classe Urediniomycetes Nesta classe encontram-se os agentes de doenças conhecidas como ferrugens cuja denominação advém da coloração das pústulas com esporos. Picea sp.Resumo do ciclo de vida de um fungo causador de ferrugem.. O micélio é intercelular com presença de haustórios. produzidas sobre a folha do hospedeiro. Estes fungos caracterizam-se como parasitas obrigatórios e apresentam alta especificidade. que forma micorriza com Pinus sp. nem todas as ferrugens apresentam esta coloração típica. e Rhizopogon sp. que passa parte do seu ciclo de vida sobre o Pinus sp. Em Melampsoraceae encontram-se: Cronartium fusiforme. Uleiella paradoxa.. segundo FERREIRA (1989). ribicola.. ou em heteróicas. FIGURA 27 – Ciclo da ferrugem do ipê-amarelo. quanto ao número de hospedeiros. em autóicas que são aquelas cujo ciclo de vida ocorre sobre apenas um hospedeiro. tecomicola].. esta segunda não constatada no Brasil. Na segunda família Pucciniaceae encontram-se: Puccinia psidii.. agente da ferrugem dos Pinus sp. agente da ferrugem do ipê-amarelo.. Melampsora sp. como a ferrugem fusiforme dos Pinus sp. Prospodium bicolor [P. quanto ao seu ciclo de vida. PATOLOGIA FLORESTAL 62 . agente da ferrugem de Araucaria angustifolia.. e outras Mirtaceae. além de espécies de Gymnosporangium sp. ou em microcíclicas quando está ausente pelo menos um dos estágios. agente da ferrugem do Eucalyptus spp.FUNGOS SUPERIORES . como é o caso da ferrugem do Eucalyptus sp. causada por Puccinia psidii. quando necessitam de mais de um hospedeiro para completar seu ciclo de vida... As ferrugens ainda podem ser classificadas. podendo ser exemplificada com a ferrugem do Ipê amarelo e a ferrugem fusiforme dos Pinus sp. agente da ferrugem do ipê de jardim (Tecoma stans). além de espécies de Coleosporium sp.. agente da ferrugem fusiforme dos Pinus sp. agente da ferrugem da acácia-branca. em macrocíclicas quando apresentam todos os estágios especificados no quadro anterior. C. Prospodium appendiculatum. Sphaerophragmium acaciae. Phragmidium sp. causada por Prospodium bicolor. como a ferrugem do Ipê. cujo ciclo é apresentado na figura 27. Esta classe apresenta apenas a ordem Uredinales com duas famílias. e outra sobre o Quercus sp. e Uromyces sp. e Uredinopsis sp.BASIDIOMYCOTINA As ferrugens podem ser classificadas. Quais são as partes que compõem a estrutura de reprodução sexual dos fungos classificados na subdivisão Basidiomycotina? 3. no microscópio estereoscópio e montar lâminas com cortes histológicos. PROCEDIMENTO Examinar as culturas e os materiais apresentados. Quais são as principais características dos fungos causadores das doenças conhecidas como ferrugens? 6. Qual a importância patológica da subdivisão Basidiomycotina? 2. 4.BASIDIOMYCOTINA 2. 3. Apresentar um ciclo de vida de um fungo agente de ferrugem? 7. Quais são as estruturas de resistência apresentadas pelos fungos da subdivisão Basidiomycotina? 4. Caracterizam por atacar frutificações e outras partes provocando hipertrofia e imensa produção de clamidósporos de cor negra ou cinza. QUESTÕES COMPLEMENTARES 1. Qual é a fase de reprodução repetitiva dos agentes das ferrugens e sua importância para o incremento da doença? PATOLOGIA FLORESTAL 63 .FUNGOS SUPERIORES . O que é grampo de conexão e como ele é formado? 5. em relatório próprio.4. para conhecer os diferentes tipos de estruturas e esporos apresentados nesta subdivisão. Qual a importância de se determinar se uma ferrugem é autóica ou heteróica? 8. Tilletiaceae e Ustilaginaceae. Nesta classe encontram-se as ordens: Sporidiales com as famílias: Sporidiaceae e Sporidiobolaceae e Ustilaginales com três famílias: Graphiolaceae. RESULTADOS Desenhar e identificar as estruturas observadas. característica de sua denominação. entregando juntamente com as lâminas montadas. Estes fungos ainda não foram constatados em espécies florestais no Brasil. 5. Classe Ustilaginomycetes Nesta classe encontram agentes de doenças denominadas carvões. : Abs.BASIDIOMYCOTINA RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA N°.: Material 2: Subdivisão: Classe: Ordem: Família: Gênero: Espécie: Abs. X ord. 09 Aluno(a): Material 1: Subdivisão: Classe: Ordem: Família: Gênero: Espécie: Data: Sub-turma: Estruturas observadas: Lâmina n°.: Ampliação: PATOLOGIA FLORESTAL 64 .: Ampliação: Estruturas observadas: Lâmina n°.FUNGOS SUPERIORES . X ord. . agrupados em sinêmios ou esporodóquios ou. Os conidióforos podem ser livres. Curvularia cymbopogonis. Sphaeropsidales e Pycnothyriales. Jacarandá e outras. enquanto a classe Hyphomycetes (Hyphales). A. 2. ordens e famílias desta subdivisão. A denominação de imperfeitos é do fato de. tenuis.. Os fungos aqui agrupados estão divididos em duas classes: Coelomycetes com três ordens: Melanconiales. denominada fase anamórfica. apresenta quatro ordens: Agonomycetales (Mycelia sterilia). em alguns casos. Fusarium oxysporum. D. além de montar lâminas. Em sua grande maioria.... C.. Stilbellales e Tuberculariales. CONSIDERAÇÕES Os fungos agrupados nesta subdivisão caracterizam-se por apresentar micélio septado e bem desenvolvido. com exceção da classe Agonomycetes. Periconia sp. resulta na produção de ascósporos dentro de ascos sendo então classificados em Ascomycotina. Trichoderma sp. sorghicola. têm sido encontrados em sementes de essências florestais.. Alternaria sp. semitectum.. saprófitas e parasitas de insetos e animais. OBJETIVOS Conhecer e saber as espécies de fungos imperfeitos de importância fitopatológica. Graphium sp. Epicoccum nigrum. e Verticillium sp.DEUTEROMYCOTINA 1. Cabreúva. Phoma sp. em termos taxionômicos. Phomopsis sp. Pithomyces chartarum. em frutificações conhecidas como conidioma..DEUTEROMYCOTINA FUNGOS IMPERFEITOS . Aqui são encontrados muitos fungos de importância patogênica. Canafístula..FUNGOS SUPERIORES .. tais como: Angico vermelho. As estruturas de dormência ou resistência são clamidósporos. que são os picnídios e acérvulos. PATOLOGIA FLORESTAL 65 . Alguns poucos da classe Agonomycetes tem a fase sexual em Basidiomycotina pois apresentam produção de basidiósporos sobre basídios. Peyronellaea sp. por ser dificilmente observada. solani. É comum sua presença em sementes. moniliforme. não se conhecer a reprodução sexual e em outros. A figura 28 apresenta um esquema das classes. Hyphomycetales.. F. ainda. lunata. F. F. Cedro. Ipê Branco. Pestalotia sp. Nigrospora sp. Cássia. Aspergillus sp. Cladosporium sp. Trichothecium sp... escleródios e microescleródios. Por isto esta subdivisão é considerada artificial. Fusicoccum sp. a fase sexual. Drechslera hodoles. denominada teleomórfica. Penicillium sp. típica de conídios sobre conidióforos. com reprodução assexual. conhecer e identificar suas estruturas. PATOLOGIA FLORESTAL 66 .FUNGOS IMPERFEITOS .DEUTEROMYCOTINA FIGURA 28 .Esquema e características das classes e ordens da subdivisão Deuteromycotina. . mangueira. também denominado de pícnio. cuja fase perfeita é Capnodium sp. Também aqui são classificados: Sphaeropsis sapinea [Diplodia pinea] agente da seca dos ponteiros de Pinus spp. além de Botryodiplodia theobromae agente do cancro do cacaueiro.DEUTEROMYCOTINA 2. 2. agentes do cancro do enxerto e podridão da casca de seringueira. que se caracteriza por conidióforos e conídios sobre um estroma subepidérmico que ao desenvolver-se rompe a epiderme do vegetal.FUNGOS IMPERFEITOS . e fungo Coniella fragariae sp.3. Sphaeropsidaceae). Ordem Pycnothyriales Esta ordem caracteriza-se por apresentar conidioma picniotirial. ocorre Botryodiplodia sp.. podem ter várias formas. Polychaeton sp. Microthyriopsidaceae. Discellaceae... Já em Hevea sp. pini] e o fungo Hendersonula sp. Ordem Melanconiales Esta ordem caracteriza-se por apresentar conidioma acervular. Actinothyriaceae. Além das famílias Coryneaceae e Stilbosporaceae.. agente do cancro do Eucalyptus spp. e Lasiodiplodia sp. Os conídios podem ser expelidos em camada mucilaginosa que os une denominada cirros. agente de manchas da folha de Eucalyptus spp.. o fungo Dothiorella sp. agentes de manchas foliares. cuja forma perfeita é Glomerella cingulata. Actinopeltaceae..2. Alguns acérvulos podem apresentar-se com cerdas ou setas. PATOLOGIA FLORESTAL 67 . 2. cuja forma perfeita é Cryphonectria cubensis [Diaporthe cubensis]. geralmente escuros e surgem superficiais ou subepidermais. eritrina. normalmente associados a infecções secundárias ou em plantas debilitadas. além do agente da queima das acículas de Pinus spp. por onde são liberados os conídios. Destaca-se aqui a família Sphaerioidaceae (Phomaceae. fungo fumagíneo observado em ipêamarelo. Dothistroma septospora [D. como Pestalotia sp.. também denominado acérvulo. mas sem rostro e com ostíolo. merece destaque a família Melanconiaceae onde é classificado o fungo Colletotrichum gloeosporioides. As outras famílias são: Asbolisiaceae. onde são classificados: Phomopsis sp. Leptostromataceae e Nectrioidaceae (Zythiaceae). Contudo. Manchas foliares e cancro nos frutos de Oiti são causados por Gloeosporium sp. agente de lesões em tronco de Eucalyptus spp. agente de doença em Pinus spp. Em essências nativas são observados os gêneros Septoria e Phyllosticta. estrutura semelhante aos peritécios. Peltopycnidiaceae. Rhizothyriaceae e Peltasteraceae. aqui não são encontrados fungos de interesse patológico para espécies florestais. além de alguns parasitas de pequena virulência. Phyllostictales) Esta ordem caracteriza-se pela presença de conidioma picnidial.. Excipulaceae. agente da antracnose da seringueira. podendo ser citadas as seguintes famílias: Pycnothyriaceae..1. entre outras espécies. Ordem Sphaeropsidales (Phomales. também denominado picnídio. quinqueseptatum. este mesmo fungo é o agente da mancha aureolada da seringueira. tombamento de mudas de Eucalyptus spp. também já foi observado Ovulariopsis sp. O fungo Sclerotium sp. cuja forma perfeita é Calonectria quinqueseptata. no Espírito Santo.DEUTEROMYCOTINA 2. Ordem Hyphomycetales (Moniliales) Esta ordem caracteriza-se por apresentar conidióforos livres. C. C. hiperparasito da lagarta do ipê. urucum entre outras. ex. alboatrum é agente da seca do Carvalho.. saprófita do solo e promissor para controle biológico. clavatum . Também pode ser citado Botrytis cinerea. queima das acículas de Pinus spp.. C. Neste família ainda são encontrados Aspergillus sp.. coffeiculum causa mancha foliar em Gmelina arborea. além de atacar Leucaena leucocephalla. A família Moniliaceae caracteriza-se por hifas e esporos hialinos. O período de resistência ocorre no solo com a produção de escleródios. Ordem Agonomycetales (Mycelia Sterilia) Esta ordem caracteriza-se por apresentar micélio estéril com ausência de conídios. eucalipti é agente de oidiose em Eucalyptus spp. e podridão de raízes de Pinus spp. no Rio Grande do Sul.. como o cacau... Destaca-se ainda Verticillium spp. Apresenta uma família Agonomycetaceae. a espécie V. algaroba entre outras. e C. rolfsii causa anelamento das partes basais de mudas de ipê além de podridão de raízes em reboleiras de Araucaria excelsa. Penicillium sp.. tombamento de mudas de Eucalyptus spp. sete-copas. já observado em aroeira e cedro Australiano. Pinus spp. agente de mancha foliar em Eucalyptus spp. mancha da folha de Swietenia macrophylla e Eucalyptus spp.. e Eucalyptus spp.. é agente de murchas vasculares em diversas espécies. enquanto a espécie S. C. parasita de insetos como Zulia entririana e cigarrinhas de pastagem. Trichoderma sp. em Eucalyptus sp. e outras essências nativas. principalmente quando a planta está debilitada por outros fatores.. PATOLOGIA FLORESTAL 68 . como agente de podridão de raízes.FUNGOS IMPERFEITOS . crotalariae. é agente de míldio pulverulento ou oidiose em seringueira. e Monilia sp. pteridis. e outras espécies florestais. é o agente tanto de tombamento em sementeiras. ilicicola.5. em Mato Grosso. Paecilomyces sp. enquanto a espécie O..4. Pinus spp. Bawinia sp. além de parasitar outros fungos superiores. A figura 30 apresenta o ciclo de Oidium sp. 2. que. Metarhizium anisopleae. e outras espécies florestais na Amazônia. agente de oidiose em ipê-roxo.: Rhizoctonia solani. Também destacam-se espécies do gênero Cylindrocladium como agentes de várias doenças: C. contaminantes de laboratório. microescleródios ou clamidósporos. parasita obrigatório que apresenta a fase perfeita como Erysiphe sp.. com apenas duas famílias.. agente de tombamento em Eucalyptus spp. podridão do colo e também mancha da folha de Eucalyptus spp. scoparium. anelamento das partes basais e lesões em folhas mais baixas em viveiro de Eucalyptus spp. além de podridão de estacas de Eucalyptus spp.. onde podem ser encontrados inúmeros patógenos: Oidium spp.. cuja forma perfeita é o fungo Thanatephorus cucumeris. A espécie S. ipê. agente da seca dos ramos de Cupressus sp.DEUTEROMYCOTINA FIGURA 29 – Ciclo de Oidium sp. entre outras espécies. além de Drechslera heveae [Helmilthosporium heveae].. saprófitas de madeira. Alternaria sp. contaminantes de laboratório. respectivamente agentes de manchas foliares em Eucalyptus spp. A família Dematiaceae apresenta hifas e esporos negros ou coloridos. em Eucalyptus sp. destacando-se o gênero Graphium sp... forma imperfeita de Ceratocystis sp. sendo apresentado o ciclo na figura 31. como Nigrospora sp. e diversas essências florestais.. destacandose os seguintes agentes de doenças: Fusicladium macrosporum. finalmente. PATOLOGIA FLORESTAL 69 ...6. agente da seca da mangueira. meliicola. e em mudas de seringueira. entre outros. Periconia manihoticola. também podem ser citados Briosia sp. além de inúmeras espécies saprófitas. mancha olho-depássaro em Hevea sp. Thielaviopsis sp. manchas foliares de seringueira. Ordem Stilbellales Esta ordem caracteriza-se por apresentar conidioma sinematoso. Corynespora casiicola.FUNGOS IMPERFEITOS . também chamado sinêmio.. e cinamomo. e. e Cryptomeria sp. onde encontra-se a família Stilbellaceae. Curvularia sp. mal das folhas de Hevea sp.. paineira. que são feixes de conidióforos inteiramente ligados em forma de coluna. Outras espécies importantes são: Cercospora eucalypti e C. 2. segundo FERREIRA (1989). principalmente em testes de patologia de sementes. mancha concêntrica da folha de seringueira. Cladosporium sp. Cercospora sequoiae. mancha da folha de Eucalyptus spp. cacau... Finalmente. e Stilbum sp. no microscópio estereoscópio e montar lâminas para conhecer as estruturas dos fungos desta subdivisão. além dos gêneros Pucciniopsis e Volutella. que atua como saprófita na decomposição de madeira. PATOLOGIA FLORESTAL 70 .FUNGOS IMPERFEITOS . todos desta mesma ordem. 2. Também pode ser citado Tubercularia sp.. PROCEDIMENTO Examinar as culturas e os materiais apresentados. Destacam-se diversas espécies do gênero Fusarium sp. em Mato Grosso foi observado em sementes e plântulas de Magonia pubescens.. e plântulas de Caryocar brasiliensis. em forma de almofada. Ordem Tuberculariales Esta ordem caracteriza-se por apresentar conidioma esporodoquial. como agente de tombamento.DEUTEROMYCOTINA FIGURA 30 – Ciclo de Cercospora sp. na forma perfeita denomina-se Nectria sp. timbó..7. agente de tombamento e murchas ou doença vascular em várias espécies florestais. cujo ciclo de vida típico é apresentado na figura 32. pequizeiro. 3. sobre a qual são produzidos os conidióforos em forma de paliçada e. agente de manchas foliares em diversas espécies florestais.. sobre estes. que é uma massa de tecido estromático. segundo FERREIRA (1989). os conídios. também chamado de esporodóquio. Quais são as características morfológicas dos fungos inferiores utilizadas para sua classificação em ordens? 8..FUNGOS IMPERFEITOS . QUESTÕES COMPLEMENTARES 1. entregando juntamente com as lâminas montadas. FIGURA 31 – Ciclo de Fusarium sp. Quais são as características da subdivisão Deuteromycotina e sua importância na classificação dos fungos? 2. RESULTADOS Desenhar e identificar as estruturas observadas. 5. Citar seis espécies de fungos associadas a sementes florestais? 6. Qual a diferença entre sinêmio e esporodóquio? 4. segundo FERREIRA (1989). Quais as principais características dos fungos da família Agonomicetaceae? PATOLOGIA FLORESTAL 71 . agente causal de tombamento de mudas.DEUTEROMYCOTINA 4. O que é a forma imperfeita de um fungo e sua fase perfeita ou teleomórfica? 3. em relatório próprio. Quais são as estruturas de resistência que os fungos da subdivisão Deuteromycotina podem apresentar? 5. Quais as doenças florestais causadas por fungos do gênero Cylindrocladium? 7. : Ampliação: PATOLOGIA FLORESTAL 72 . 10 Aluno(a): Material 1: Subdivisão: Classe: Ordem: Família: Gênero: Espécie: Data: Sub-turma: Estruturas observadas: Lâmina n°. X ord.FUNGOS IMPERFEITOS .: Abs.: Material 2: Subdivisão: Classe: Ordem: Família: Gênero: Espécie: Abs.DEUTEROMYCOTINA RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA N°. X ord.: Ampliação: Estruturas observadas: Lâmina n°. X ord.FUNGOS IMPERFEITOS . 10-A Aluno(a): Material 1: Subdivisão: Classe: Ordem: Família: Gênero: Espécie: Data: Sub-turma: Estruturas observadas: Lâmina n°.: Ampliação: PATOLOGIA FLORESTAL 73 .DEUTEROMYCOTINA RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA N°.: Abs.: Material 2: Subdivisão: Classe: Ordem: Família: Gênero: Espécie: Abs. X ord.: Ampliação: Estruturas observadas: Lâmina n°. OUTROS AGENTES BIÓTICOS DE FITOMOLÉSTIAS OUTROS AGENTES BIÓTICOS DE FITOMOLÉSTIAS 1. OBJETIVOS Conhecer e saber espécies de bactérias, nematóides e parasitas de plantas superiores como agentes de fitomoléstias e conhecer suas estruturas. 2. CONSIDERAÇÕES Apesar dos fungos serem os responsáveis pela maioria das fitomoléstias, existem outros seres vivos que também podem retirar a energia necessária para seu desenvolvimento de células ou tecidos de espécies florestais, como algumas bactérias, nematóides e parasitas de plantas superiores. Convém destacar que estas referências são somente relativas às doenças de origem infecciosa, pois existem as de origem não infecciosa, denominadas genericamente como desordens fisiológicas, que podem ter como causas: temperaturas muito altas ou muito baixas; falta ou excesso de umidade no solo; falta ou excesso de luz; falta de oxigênio no solo, associada ao excesso de umidade no solo; poluição do ar; deficiências nutricionais; toxidez mineral; acidez ou alcalinidade excessiva no solo; toxidez por agrotóxicos; além de práticas culturais ou silviculturais inadequadas. Ainda é possível observar competição intra e interespecífica entre plantas, por luz, água e nutrientes; alelopatia, que consiste na eliminação de substâncias fitotóxicas a outros vegetais; mal formação anatômica; anormalidades genéticas, como albinismo e, finalmente, ação de ventos, raios e chuvas de granizo. 2.1. Bactérias As bactérias fitopatogênicas, seres unicelulares e procarióticos, encontram-se aos milhões no solo, no ar, na superfície e nos tecidos enfermos. Geralmente são bastonetes com 1 a 3 µ de comprimento que se reproduzem por fissão binária transversa ou cissiparidade, sendo classificadas como protistas inferiores, segundo classificação proposta por Whittaker em 1969. Algumas são móveis por meio de flagelos, sendo que as espécies fitopatogênicas não apresentam endósporos; algumas apresentam cápsulas ou camada mucilaginosa que conferem maior resistência a condições adversas do meio. PATOLOGIA FLORESTAL 74 OUTROS AGENTES BIÓTICOS DE FITOMOLÉSTIAS Caracterizam-se como heterotróficas, a maioria são aeróbias com algumas anaeróbias facultativas, crescendo bem em meios de cultura artificiais, apesar das bactérias saprófitas desenvolverem-se mais rápido que as fitopatogênicas o que, muitas vezes, mascara o resultado de isolamentos. Apresentam o melhor desenvolvimento em pH neutro em torno de 6,50 a 7,50, enquanto os fungos preferem pH em torno de 4,50 a 5,50. As bactérias também são importantes por produzirem antibióticos; podem ser utilizadas em controle biológico, como é o caso de Bacillus thuringiensis que ataca lagartas de Lepidópteras. Algumas espécies de Bacillus estão sendo testadas para controlar Cylindrocladium spp., agentes de diversas doenças em espécies florestais. As principais bactérias fitopatogênicas são: Agrobacterium tumefaciens, agente de galhas em Eucalyptus spp.; Agrobacterium radiobacter pv. tumefaciens, agente de galhas aéreas em ramos de Inga sp.; Pseudomonas solanacearum, agente de murcha em Eucalyptus spp. na Amazônia; Xanthomonas campestris pv. cordiae, agente da mancha angular das folhas de Cordia goeldiana. Como observou-se acima, as bactérias podem apresentar variação patogênica denominada de patovar, cuja abreviação é “pv.” . Merecem destaque os gêneros de bactérias fitopatogênicas, com suas principais características resumidos na tabela 8. A figura 32, abaixo, apresenta as características de disposição de flagelos das bactérias fitopatogênicas e os sintomas das doenças que podem causar. FIGURA 32 – Os seis principais gêneros de fitobactérias e sintomas típicos, segundo GALLI et al. (1994), adaptado de Kiraly et al. (1970). PATOLOGIA FLORESTAL 75 OUTROS AGENTES BIÓTICOS DE FITOMOLÉSTIAS 2.2. Nematóides Os nematóides, animais naturais do solo, são multicelulares, geralmente microscópicos, que apresentam os sistemas digestivo, reprodutivo, nervoso e muscular, mas com ausência dos sistemas respiratório e circulatório. A reprodução é por ovos e, pelo menos, quatro ecdises no estágio larval até a fase adulta; algumas fêmeas apresentam, quando adultas, forma diferente dos machos, denominada dimorfismo. Os nematóides que se caracterizam como fitoparasitos apresentam uma estrutura típica denominada estilete bucal, especializada para retirar os nutrientes do hospedeiro. Aqueles que são transmitidos por sementes apresentam característica de anidrobiose, podendo paralisar seu metabolismo mas conservando-se vivo por algum tempo dentro das sementes. Os nematóides podem prejudicar os vegetais por traumatismos, pela retirada de nutrientes e por ação tóxica, que se manifesta pela ação típica de vários grupos como: causadores de galhas, migradores, cavernículos, espiralados e outros. De acordo com o tipo de parasitismo, os nematóides podem ser endoparasitas quando adultos se instalam e colocam seus ovos no interior dos tecidos vegetais; semiendoparasitas quando se fixam junto às raízes mas efetuam postura no exterior do vegetal e ectoparasitas quando vivem no solo todo seu ciclo de vida mas alimentando-se do hospedeiro vegetal. Quanto à mobilidade podem ser sedentários, quando se fixam no tecido vegetal e não se movem mais e migratórios, quando se locomovem no solo para a planta e viceversa, em qualquer fase de seu ciclo de vida. A figura 33 apresenta respectivamente as anatomias típicas de um nematóide fêmea e um nematóide macho fitoparasitos. A tabela 9 resume alguns nematóides fitoparasitos de algumas espécies florestais e respectivo modo de ação. 2.3. Parasitas de plantas superiores Alguns vegetais têm a habilidade de parasitar outras plantas e dependem de seus hospedeiros para conseguir água e todos os minerais para sua síntese, através de haustórios que se fixam e anastomosam com o tecido do hospedeiro. Este parasitismo aparece em diferentes níveis quanto à dependência do hospedeiro. No Brasil, destacam-se Psittacanthus dichrous, Psittacanthus spp., Struthanthus rhynchophyllus, S. syringifolius, S. flexicaulis e Struthanthus spp., conhecidos como ervade-passarinho, que atacam inúmeras espécies arbóreas, como oiti, sete-copas, teca, unhade-vaca, pau-de-bicho e outras. Também pode ser citada Cuscuta epithymum, conhecida como cipó-de-chumbo ou fio-de-ouro, sobre diversas espécies florestais e ocasionando alta mortalidade em mudas de Eucalyptus grandis em cartuchos laminados. Em regiões de clima temperado Arcenthobium sp. parasita coníferas de um modo geral, enquanto, na América do Norte, a espécie Phorandendron flavescens e, na Europa, a espécie Viscum album, são parasitas em galhos de espécies florestais como Juniperus sp. e Cupressus sp.. PATOLOGIA FLORESTAL 76 Theobromae cacao Outras espécies Meloidogyne incognita Meloidogyne thamesi Meloidogyne sp. Trichodorus sp. Xiphinema sp. Espiralados Helicotylenchus sp. Outros Criconema sp. GÊNERO Agrobacterium Clavibacter Curtobacterium Erwinia MOBILIDADE Imóvel e móvel Imóvel Móvel Móvel DISPOSIÇÃO DE FLAGELO Átrica e monótrica Átrica Lofótrica Perítrica COR DA COLÔNIA branca creme creme branca GRAM + + TIPO DE DOENÇA Hipertrofia (tumores ou galhas) Infecção sistêmica (murchas) e cancros Infecção sistêmica (murchas) Lesões e manchas na parte aérea (queima de ponteiro) e podridões mole em bulbos e tubérculo Pseudomonas Xanthomonas Móvel Móvel Lofótrica Monótrica cinza claro amarela Manchas foliares e Infecção sistêmica (murchas) Manchas foliares e outros órgãos e Infecção sistêmica (murchas) TABELA 9 . Hevea sp. PATOLOGIA FLORESTAL 77 .Nematóides fitoparasitos de algumas espécies florestais e respectivo modo de ação. Heterodora sp. Causadores de galhas Migradores Pratylenchus brachyurus Pratylenchus brachyurus Pratylenchus sp. Criconemoides sp. Helicotylenchus sp. Helicotylenchus sp.Principais características dos gêneros de bactérias fitopatogênicas. Pratylenchus sp.OUTROS AGENTES BIÓTICOS DE FITOMOLÉSTIAS TABELA 8 . Tipo de ação Espécie Florestal Eucalyptus sp. Quando aos protozoários fitopatogênicos. Outros agentes bióticos É certo que outros seres vivos também podem atacar espécies vegetais. como alguns protozoários. exceto uma ocorrência isolada. em 1982. ex. segundo AGRIOS (1971). 2. fitoparasitos. contudo estes não foram ainda relatados em espécies florestais no Brasil.OUTROS AGENTES BIÓTICOS DE FITOMOLÉSTIAS FIGURA 33 – Anatomia típica de nematóide macho e fêmea. como agente de murcha.: Phytomonas sp. de carlavirus em seringueira. Ainda não se tem casos relatados de importância destes agentes sobre espécies florestais no Brasil.4. de material oriundo da Amazônia. tem sido observado mais associados no Brasil a espécies de Palmae. micoplasmas (MLO) e vírus. PATOLOGIA FLORESTAL 78 . da família Trypanosomatidae. mas exercem função própria de manutenção e reprodução por gemulação ou fissão binária transversa. De outros lado. PRODECIMENTOS Preparar lâmina com o material apresentado com presença de bactérias e observar a formação do fluxo bacteriano e posteriormente montar um esfregaço em lâmina para observação com lente de imersão.OUTROS AGENTES BIÓTICOS DE FITOMOLÉSTIAS Os micoplasmas fitopatogênicos.100 n:. normalmente envolto por uma capa protetora de proteína ou lipoproteina (Matthews. vírus é um conjunto formado por uma ou mais moléculas de ácido nucleico. QUESTÕES COMPLEMENTARES 1. Os parasitas de plantas superiores serão observados diretamente no campo. Adicionar óleo-de-cedro e posteriormente limpar a objetiva com xilol e algodão seco. com 60 até 1. Como são classificadas as bactérias e quais suas principais características morfológicas? 4. Que tipo de prejuízo pode causar um nematóide às espécies hospedeiras? 9. Quais as principais características dos nematóides fitoparasitos? 7. desenhar e identificar as estruturas observadas em relatório próprio entregue juntamente com as lâminas. RESULTADOS O aluno deverá montar lâminas com o material entregue. montar lâmina com água e efetuar um rápido aquecimento para paralisar o nematóide. Qual a importância da forma de penetração das bactérias para seu controle? 3. 3. 5. Quais as principais características dos parasitas de plantas superiores e as espécies mais importantes? PATOLOGIA FLORESTAL 79 . Quais são as principais características das bactérias fitopatogênicas? 2. 4. e Hevea sp. chamados MLO (“Mycoplasma Like Organism). Quais as espécies de nematóides fitoparasitos importantes para espécies de Eucalyptus sp. Quais as principais características que diferenciam o gênero Agrobacterium do gênero Pseudomonas? 6. são procarióticos. Extrair um nematóide do material apresentado. O que é o fenômeno de anidrobiose nos nematóides fitoparasitos? 10.? 8. sem parede celular. observando a seguir suas principais estruturas. Quais são as principais doenças florestais cujo agentes são bactérias? 5. 1991). : Ampliação: PATOLOGIA FLORESTAL 80 . 11 Aluno(a): Material 1: Subdivisão: Classe: Ordem: Família: Gênero: Espécie: Data: Sub-turma: Estruturas observadas: Lâmina n°.: Material 2: Subdivisão: Classe: Ordem: Família: Gênero: Espécie: Abs. X ord.: Ampliação: Estruturas observadas: Lâmina n°. X ord.OUTROS AGENTES BIÓTICOS DE FITOMOLÉSTIAS RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA N°.: Abs. juntamente com o PATOLOGIA FLORESTAL 81 . não permitindo qualquer tipo de extrapolação. Apesar dos plantios florestais apresentarem rotação mais longa e microclima mais estável durante mais tempo. como as Universidades. a Associação Brasileira de Educação Agrícola Superior. OBJETIVOS Conhecer e saber os principais defensivos agrícolas utilizados na área florestal. bem como informar os perigos de intoxicação. ou à literatura especializada. além de outras medidas preventivas.PRESCRIÇÃO TÉCNICA PRESCRIÇÃO TÉCNICA 1. Revista Fitopatologia Brasileira e anais dos Congressos Brasileiros de Fitopatologia da Sociedade Brasileira de Fitopatologia. ou seja: sempre prescrever o produto químico através do receituário florestal. armazenamento e eliminação de embalagens. ainda assim povoamentos homogêneos em grandes áreas podem exigir a utilização desses produtos. CONSIDERAÇÕES Uma das formas de se prevenir ou controlar fitomoléstias é a utilização de produtos químicos com princípios tóxicos para os microorganismos. Muitas vezes é necessário recorrer a resultados de instituições de pesquisas. Em 1998. EMBRAPA e CEPLAC. discriminar a época. Também nas práticas de armazenamento de sementes e produção de mudas pode ser necessária a utilização desses produtos conhecidos como defensivos agrícolas ou agrotóxicos. 2. discriminar todas as informações qualitativas e quantitativas exclusivas para o problema analisado. finalmente. observando todas indicações técnicas. Empresas que produzem agrotóxicos costumam distribuir para profissionais da área os guias de produtos com especificações técnicas para orientar sua utilização. revista Agropecuária Brasileira e outras. as informações técnicas contidas nos rótulos das embalagens e as informações necessárias para a confecção do receituário florestal. forma e equipamento adequados para aplicação do produto e. indicar os cuidados necessários na operação. De qualquer forma é importante utilizar de forma integrada as diferentes formas de controle das fitomoléstias e somente utilizar esses defensivos quando estritamente necessário. poucos são os que já vêm com indicações para doenças florestais. como FERREIRA (1989). GRUPO PAULISTA DE FITOPATOLOGIA (1986). para conseguir referências técnicas para controle das fitomoléstias florestais. ABEAS. Apesar de existirem muitos produtos no mercado. Classificação de pulverização de acordo com o volume de calda utilizado.PRESCRIÇÃO TÉCNICA Ministério da Agricultura. lançaram um software. Sintomas de fitotoxidez costumam se expressar por enrugamento. editado pela EMBRATER em 1985. é a utilização da publicação “Receituário Caseiro. encharcamento. jardins e vasos. Defensivos agrícolas Os defensivos agrícolas podem ser agrupados segundo seu modo de ação ou princípio de controle envolvido em: protetores ou residuais de folhas. Quando não for possível encontrar tais referências ou não houver disponibilidade de produtos no mercado. VOLUME DE CALDA (l/ha) DENOMINAÇÃO Alto volume (AV) Médio volume (MV) Baixo volume (BV) Muito baixo volume (MBV) Ultra baixo volume (UBV) PEQUENO PORTE mais de 600 200 a 600 50 a 200 5 a 50 até 5 PORTE ARBÓREO mais de 1. fungicidas curativos sistêmicos e fungicidas PATOLOGIA FLORESTAL 82 . barra de pulverização ou irrigação manual ou por equipamentos. erradicantes para tratamento do solo. alternativa para controle de pragas e doenças de plantas cultivadas e de seus produtos”.000 500 a 1. adequar o volume de calda de acordo com a área foliar do plantio e observar claramente se o controle ocorre e não há sintomas de fitotoxidez. a seguir. conforme apresenta a tabela 10. erradicantes ou de contato para parte aérea. alertando ao profissional que qualquer tipo de prejuízo sempre será de sua inteira responsabilidade técnica. pode ser necessário testar alguns produtos. neste caso é necessário irrigar intensamente as plantas tratadas. fungicidas residuais ou de contato para tratamento de sementes. 2. Tratamentos químicos em povoamentos adultos normalmente exigem um volume de calda muito superior ao recomendado para culturas de menor porte ou então para viveiro ou jardins clonais. interromper o tratamento e procurar outra opção.1. contendo especificações técnicas da maioria dos agrotóxicos comercializados no Brasil. Em povoamentos jovens. termonebulizadores ou mesmo aplicação aérea. testar doses sempre partindo da menor indicação.000 200 a 500 50 a 200 até 50 Outra observação importante diz respeito à forma de aplicação e do tipo de equipamento utilizado nos povoamentos adultos que podem exigir pulverizadores canhão. denominado Agrofit 98. por isso é recomendável seguir alguns critérios: testar produtos indicados para doenças semelhantes. Uma alternativa para as fitomoléstias que ocorrem em quintais. queimadura ou secamento de folha ou partes tenras como os meristemas. TABELA 10 . viveiros e jardins clonais é possível a utilização de pulverizadores costais manual ou motorizado. É importante destacar que os defensivos agrícolas ou agrotóxicos são substâncias que não podem ser utilizadas em área urbana. carbendazim. Rótulo dos defensivos agrícolas As informações mínimas que devem conter o rótulo das embalagens dos defensivos agrícolas são definidas por legislação específica do Ministério da Agricultura. sumilex. pentaclorofenato de sódio. TABELA 11 . efosite. 2. e outros Cloranil e diclone Metalaxyl Benomyl. PATOLOGIA FLORESTAL 83 . GERAÇÃO Primeira GRUPO QUÍMICO À base de enxofre Cúpricos À base de estanho e outros Ditiocarbamatos Segunda Guanidinas Nitrogenados heterocíclicos Produtos aromáticos e classificados SUBSTÂNCIA QUÍMICA Enxofre Sulfato de cobre.L. maneb. tiofanato metílico.Algumas substâncias químicas utilizadas como fungicidas quanto à sua geração e grupo químico. PCNB ou quintozene. entre outros Triforine Dimethirimol. dicloran. Quanto ao seu desenvolvimento e à origem química. respectivos grupos químicos e substâncias químicas. entre outros Carboxim Imazalil Dodemorph e tridemorph Ediphenphos. dithianon. fenaminosulf. clorotalonil. chloroneb. kitazim e pirazophos A. ethirimol. curzate. pois na atividade florestal o tratamento de madeira é estudado em tecnologia da madeira.PRESCRIÇÃO TÉCNICA residuais ou de contato para tratamento pós-colheita. captan e folpet Bifenil. zineb e ziram Dodine Captafol. entre outros Ferban.. apresentados na tabela 12. oxicloreto de cobre. propineb. thiabendazol. segunda e terceira geração. iprodione. Este último grupo está mais relacionado com a atividade agrícola. thiram. A tabela 11 apresenta alguns produtos. hexaclorobenzeno. com uso de substâncias preservativas. hidróxido de cobre e óxidos cuprosos Binapacril. dinocap. vinclozolin.2. os fungicidas podem ser agrupados em primeira. entre outros Triadimefon Quinonas Acilalanina Benzimidazole Carboximida Imidazole Morfolina Organo-fosforados Outros grupos Piperazim Pirimidina Triazole Terceira Além desses fungicidas é necessário relatar alguns nematicidas seu princípio ativo e nome comercial além de alguns antibióticos utilizados como bactericidas e outros que são utilizados como fungicidas. mancozeb. Por exemplo: delsene 750 indica que existe 750 g de carbendazim em cada quilograma do produto comercial ou 75% de princípio ativo. Quase sempre os números apresentados com o nome comercial indicam a composição do ingrediente ativo. também aparece a indicação do tipo de formulação apresentada: pó seco (PS). herbicida. entre outros. normalmente expressa em porcentagem. a seguir: TABELA 13 . luvas. empresa que produz ou comercializa o produto que. botas. inseticida. cor da faixa e equipamento obrigatório de acordo com a classe toxicológica dos defensivos agrícolas. óculos. TIPO DE PRODUTO Nematicidas PRINCÍPIO ATIVO Aldicarb Carbofuram Dazomet Fensulfothion Bactericidas Estreptomicina Tetraciclina Ciclohexamida Fungicidas Blasticidina-S Kasugamicina NOME COMERCIAL Temik Furadan Basamid G Dasanit. detalhada na tabela 13. macacão com mangas compridas e avental impermeável mesmo da classe I mesmo da classe I. chapéu. terramicina Actidione PM Bla-S Kasumim O rótulo deve conter os nomes técnico e comercial do produto e seu ingrediente ativo.PRESCRIÇÃO TÉCNICA TABELA 12 . acaricida. nematida. na maioria das vezes estão na frente da embalagem. fungicida sistêmico. entre outros.Princípio ativo e nome comercial de alguns nematicidas e alguns antibióticos utilizados como bactericidas e fungicidas. A classificação do produto também aparece no rótulo especificando se trata de um fungicida. podendo dispensar óculos e avental impermeável mesmo da classe III Ainda aparecem no rótulo outras informações como: prazo de validade para aplicação. também denominado nome químico ou composição. com a respectiva quantidade.Denominação. pó molhável (PM). CLASSE I II III IV DENOMINAÇÃO Altamente tóxico Medianamente tóxico Pouco tóxico Praticamente atóxico COR DA FAIXA Vermelha Amarela Azul Verde EQUIPAMENTO OBRIGATÓRIO máscara. bem como a indicação a classe toxicológica. líquido. orthodifolatan 50 indica que o produto comercial tem 50% de princípio ativo ou 500 g do princípio ativo em cada quilograma do produto comercial. quantidade contida na embalagem. terracur P Distreptine 20 Aureomicina. PATOLOGIA FLORESTAL 84 . período de carência. em suas respectivas jurisdições. PC. indicação de culturas. Também podem aparecer informações acerca da limitação de uso. no caso de prejuízo ao proprietário ou ao trabalhador rural. normalmente expressa para o produto comercial. a indicação de produtos químicos com princípios tóxicos para controle de doenças de espécies florestais. CREAs.PRESCRIÇÃO TÉCNICA Na parte posterior da embalagem normalmente encontram-se as instruções de uso. (c) recomendações. macacão com mangas compridas e avental impermeável. lembrando que prescrições inadequadas podem implicar em sanções civis. endereço e registro do profissional junto ao CREA da jurisdição competente. de setembro de 1982 do Ministério da Agricultura. Arquitetura e Agronomia. via dérmica. 07 do mesmo Ministério. toxidade. para facilitar esta atividade ao profissional e da própria fiscalização. mas sempre após o nome técnico. como: espécie afetada. por ingestão. luvas. Segundo esta legislação o receituário deve conter: (a) informações do requerente e do problema fitossanitário. quantidade total a ser adquirida. precauções no manuseio. óculos. De qualquer forma. por inalação. área total plantada e a tratar. equipamento envolvido e condições de aplicação. 2. Receituário florestal O receituário florestal é o documento técnico-legal para se efetuar as prescrições técnicas ou seja. formação. sanções trabalhistas. Desde que o profissional atenda às disposições mínimas contidas na Portaria n°. forma e intervalo de aplicação e volume de calda a ser utilizado. O receituário florestal foi instituído pela Portaria n°. entre outros. número. cumulativamente ou não. Para isto existe o seguinte equipamento de segurança para proteção: máscara. equipamento de proteção e cuidados operacionais e. A restrita obediência às indicações dos rótulos é de responsabilidade exclusiva do técnico que faz a prescrição técnica. também utiliza modelo próprio para seus extensionistas. no caso de utilização de mão-deobra imprópria ou descumprimento da legislação trabalhista e. Assistência Técnica e Extensão Rural de Mato Grosso. (b) informações do tratamento. os Conselhos Regionais de Engenharia. Na indicação do produto deve ser sempre utilizado o nome técnico e suas respectiva dosagem. com a dosagem das embalagens. quantidade de calda em litros por hectare. também podem fornecer blocos de receituário já vinculados à Anotação de Responsabilidade Técnica. sanções penais. finalmente. 238 de 1°. chapéu. que deve ser também utilizado pois ali constam os detalhes técnicos operacionais para tal instrumento. como nome. bem como sintomas. via respiratória. a Empresa de Pesquisa. PATOLOGIA FLORESTAL 85 . PA. como: carência. antídotos e cuidados no caso de intoxicação. forma e intervalo entre cada aplicação. no caso de morte. classe toxicológica. 07. botas. ART. Estes produtos tóxicos podem penetrar via oral.3. ele mesmo poderá confeccionar seu próprio talão de receituário. além do diagnóstico. tomando-se o cuidado para não confundir a dosagem do princípio ativo. expresso por hectare. sanções éticas se o profissional infringir ao Código de Ética do Engenheiro. EMPAER. podendo ser citado o nome comercial. (d) informações do profissional. como: nome técnico e dose do produto para o diagnóstico efetuado. através da pele ou provocar irritações externas. respectivas doenças e doses. em consonância ao receituário agronômico instituído em 13 de janeiro de 1981 através da Portaria n°. PROCEDIMENTOS Examinar os rótulos dos produtos químicos em aula prática e identificar cada uma das informações ali contidas. apresenta um modelo genérico de receituário. Nas tabelas 14 a 20 são apresentadas informações de alguns agrotóxicos que podem ser utilizados para controle de doenças em espécies florestais. O Relatório dirigido. Das duas vias que ficam para o comerciante. QUESTÕES COMPLEMENTARES 1. a segunda e terceira vias ficam na empresa que comercializa os produtos e a última via no bloco do profissional. Quantas gramas de um fungicida com 75% de cobre metálico deve ser misturado com 20 litros de água. efetuando inicialmente os cálculos dos problemas propostos. 5. sabendo-se que este produto é recomendado para pulverizações a 0. Apresentar uma lista com cinco defensivos agrícolas que podem ser utilizados na área florestal. O receituário deve ser confeccionado em. ao final deste roteiro. quatro vias sendo a primeira para o requerente. RESULTADOS Resolver os problemas propostos em sala de aula e após a correta execução dos cálculos apresentar o seu receituário preenchido. primeiros socorros. preço por embalagem e o nome da loja em que este levantamento foi efetuado. no modelo do próprio relatório. 4. através da Lei 1. observando-se que as discriminações contidas no item tratamento são apenas para orientação didática. se for o caso. (1990).011aprovada e sancionada em janeiro de 1984 que trata da comercialização desses produtos. uma é seu comprovante e a outra fica disponível para os órgãos de fiscalização do estado ou da fiscalização da atividade profissional. O estado de Mato Grosso já possui legislação específica sobre o assunto.PRESCRIÇÃO TÉCNICA No verso do receituário podem ser impressos de forma complementar as medidas de prevenção de acidentes.3% do princípio ativo ? Como será indicada a mesma dosagem se for tomado por base o produto comercial? 2. pelo menos. dando competência de fiscalização às Secretarias de Agricultura e da Saúde. medidas de proteção ambiental e. Os receituários devem ser numerados seqüencialmente. segundo indicações de FERREIRA (1989) e GASPAROTTO et al. Examinar os modelos de receituários e aprender seu correto conhecimento. telefones e endereços para emergências. 3. não devendo constar do modelo definitivo. tipo de utilização. Qual é a legislação pertinente ao Engenheiro Florestal que for trabalhar em Mato Grosso e necessitar fazer prescrições técnicas? PATOLOGIA FLORESTAL 86 . solicita-se: (a) citar dois produtos que podem ser utilizados para tratamento das sementes e outros dois para pulverizações preventivas dos canteiros com os respectivos preços e doses. qual a quantidade do produto comercial com 75% de princípio ativo deverá ser gasta para preparar 600 litros de calda ? Quais serão as áreas mínimas e máximas que poderão ser tratadas se a pulverização for efetuada a médio volume ? Se a aplicação for mudada para irrigação na proporção de 1 l/m2 qual o tamanho da área que poderá ser tratado com este mesmo volume de calda? 8.35% do princípio ativo para mudas em viveiro.000 m2 de canteiros com pulverização a médio volume.000 mudas/ano. No mercado existe o produto comercial Coprantol com 50% de oxicloreto de cobre e a recomendação de se utilizar 1. você deverá utilizar se a dosagem recomendada é de 0.250 g do princípio ativo em 1.2%.500 m2 e a pulverização for a baixo volume. Quais são os principais sintomas de fitotoxidez que podem ser observados na aplicação de defensivos agrícolas e como é possível diminuir seus efeitos? 9. qual será o volume de calda e a quantidade do produto comercial necessários para três aplicações? 4. (b) calcular o custo de aplicação de cada um dos produtos. O que significa dose letal ou DL-50 e qual a relação desta informação com a toxidade dos produtos utilizados como defensivos agrícolas? PATOLOGIA FLORESTAL 87 . O processo de produção é de semeadura direta de três sementes por embalagem e a espécie apresenta 1. enxofre PM. Qual a importância de se utilizar o receituário florestal e quais são as implicações do uso incorreto desta indicação técnica? 7. Um viveiro produz 300.000 litros de água. Se toda área a tratar é de 2.PRESCRIÇÃO TÉCNICA 3. Utilizando-se embalagens que ocupam cerca de 150 cm2 e rendimento médio operacional de apenas 75%. em função da doença. Qual é a diferença entre os produtos químicos denominados de fungicidas de primeira. quais serão os volume mínimo e máximo de calda com os respectivos consumos do produto comercial? 6. Para se utilizar Benomyl na dosagem de 0. Para tratar 2. de acordo com o número de aplicações necessárias para os 30 dias favoráveis à doença. (c) qual será a melhor combinação desses produtos para tratar as sementes e para tratar as mudas ? (d) supondo-se que cada muda é vendida por R$0. segunda e terceira geração? 5.200 sementes/kg. com tempo médio de 100 dias e apenas 30 dias favoráveis à ocorrência de tombamento. Utilizando-se um pulverizador com 20 litros de capacidade quantas gramas do produto comercial Kumulus.20 qual será o prejuízo sem qualquer tipo de tratamento? 10. . 12 Aluno(a): Data: Subturma: NOME DO PROFISSIONAL OU DA EMPRESA (Endereço completo) RECEITUÁRIO FLORESTAL N°. ..PRESCRIÇÃO TÉCNICA RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA N°.. Interessado: Endereço completo: Espécie florestal: Diagnóstico: Áreas total e a ser tratada: Tratamento: Carência: Toxidade: Observações: Classe toxicológica: Local e data Assinatura Nome do profissional Formação profissional e CREA PATOLOGIA FLORESTAL 88 . 05 + 0.3% Mesma indicação dada para antracnose Pulverização semanal.0% nas mudas Fumigar o solo do canteiro com 20 a 40 cc/m2 Irrigar o porta-estacas 5 dias antes da coleta e antes do plantio passar a base da estaca em calda a 0.2 a 0. 400 l/ha a 0. DOENÇA Doença rosada Ferrugem Mancha foliar em mudas Podridão basal Podridão de estacas em casa de vegetação PATÓGENO Corticium salmonicolor Puccinia psidii Botrytis sp.5 a 3.25% nas mudas Pulverização semanal.).0 a 10. 600 l/ha a 0. DOENÇA Antracnose Podridão parda Rubelose Vassoura-de-bruxa PATÓGENO Colletotrichum gloeosporioides Phytophthora spp.2% nas chuvas Pulverização semanal.15 a 0.2 a 0. 500 l/ha a 7.4% Pulverização quinzenal.075 + 0.0kg/ha Mesma indicação dada para rubelose TABELA 15 – Dose e agrotóxicos para controle químico de doenças do Eucalipto (Eucalyptus spp.2 a 0. 500 l/ha a 0.PRESCRIÇÃO TÉCNICA TABELA 14 – Dose e agrotóxicos para controle químico de doenças do Cacau (Theobromae cacao). Hendersonula sp. e outros Sclerotium rolfsii Cylindrocladium Crotalariae AGROTÓXICO Oxicloreto de cobre Oxicloreto de cobre Maneb Captan Captafol Tiofanato metílico Brometo de metila Benomyl (benlate) FORMA DE APLICAÇÃO.25% Pulverização semanal.07% Hipoclorito de sódio PATOLOGIA FLORESTAL 89 .18 a 0.3% Pulverização a cada 3 a 5 dias. 600 l/ha a 0. DOSE E OBSERVAÇÃO Pulverização semanal.035% Imergir estacas por 1 minuto antes do plantio em solução a 10% Captan + PCNB + thiran Pulverização semanal.15 a 0.25% Pulverização semanal. 600 l/ha a 0. 500 l/ha a 0. Corticium salmonicolor Crinipellis perniciosa AGROTÓXICO Cxicloreto de cobre Mancozeb Vide observação Oxicloreto de cobre Vide observação FORMA DE APLICAÇÃO. DOSE E OBSERVAÇÃO Pulverização semanal. 600 l/ha de 2. Diplodia sp. 600 l/ha a 0. 600 l/ha a 0.. 03 a 0.2 a 0.15 a 0. 1 minuto antes do plantio em solução a 10% Hipoclorito de sódio TABELA 17 – Dose e agrotóxicos para controle químico de doenças do Pinheiro (Pinus spp.5% TABELA 18 – Dose e agrotóxicos para controle químico de doenças de plantas ornamentais.3% Pulverização quinzenal de 200 a 400 l/ha a 0.)..25 a 0. DOSE E OBSERVAÇÃO Pulverização a cada 4 a 7 dias de 600 l/ha a 0.07% Pulverizar a cada 7 a 10 dias 700 a 800 l/ha a 0. AGROTÓXICO Enxofre Tiofanato metílico Manchas foliares Botrytis sp. DOENÇA Ferrugem Mancha foliar Podridão de estacas em casa de vegetação PATÓGENO Prospodium tecomicola Corynespora casiicola Cylindrocladium crotalariae AGROTÓXICO Oxicloreto de cobre Benomyl Benomyl FORMA DE APLICAÇÃO. DOSE E OBSERVAÇÃO Pulverizar 2 vezes por semana 600 l/ha a 0.035% Imersão das estacas.2 a 0. DOSE E OBSERVAÇÃO Pulverização semanal de 500 l/ha a 0. DOENÇA Oidiose PATÓGENO Oidium sp.5% (controla ácaro) Pulverizar a cada 7 a 10 dias 700 a 800 l/ha a 0.3% Pulverizar 2 vezes por semana 600 l/ha a 0.18 a 0. e outros Tiofanato metílico FORMA DE APLICAÇÃO.07% PATOLOGIA FLORESTAL 90 . DOENÇA Queima das acículas Queima das acículas PATÓGENO Cylindrocladium pteridis Dothistroma pini AGROTÓXICO Ferban Zineb Oxicloreto de cobre FORMA DE APLICAÇÃO.035% Irrigar o porta-estacas 5 dias antes da coleta e antes do plantio passar a base da estaca em calda a 0.PRESCRIÇÃO TÉCNICA TABELA 16 – Dose e agrotóxicos para controle químico de doenças do Ipê (Tabebuia spp.3% Pulverizar 2 vezes no período chuvoso 600 l/ha a 0.). Ceratocystis fimbriata Oxicloreto de cobre Triadimefon Oxicloreto de cobre Captafol Oxicloreto de cobre Clorotalonil Captafol a 2% Benomyl a 1.3% Utilizar o produto a 0.3% Utilizar o produto a 0. durante o reenfolhamento até a maturidade dos folíolos. . desinfestar a faca em suspensão a 1% Preventivo: pincelar Benomyl 0.4% Carbendazin a 0.7% Rubelose Cancro do enxerto e podridão da casca Escaldadura Podridão vermelha e Podridão parda Podridão branca Corticium salmonicolor Lasiodiplodia theobromae Tridemorph Oxicloreto de cobre Oxicloreto de cobre Ganoderma philippii e Phellinus noxius Rigidoporus lignosus Tridemorph PCNB a 75% PATOLOGIA FLORESTAL 91 . pincelar nas doses indicadas e desinfestar a faca com Benomyl a 0.15% Mancozeb a 0. DOSE E OBSERVAÇÃO .25% Tiofanato metílico a 0.5% após cada corte Remover os tecidos afetados e pincelar solução a 2% até 30 cm além do ferimento Remover os tecidos afetados e pincelar solução a 0.12% FORMA DE APLICAÇÃO.3% com caiação no caule de todas as plantas Misturar 10% do produto com 85% de piche e 5% de querosene e pincelar as raízes remanescentes Misturar 20% do produto com 75% de piche e 5% de querosene e pincelar as raízes remanescentes Mancha aureolada Requeima Antracnose Cancro do painel Mofo cinzento Thanatephorus cucumeris Phytophthora spp.12% Pulverização semanal de 500 a 800 l/ha a 0.12% Tiofanato metílico 0.5%.3% Remover os tecidos afetados e pincelar solução a 0.2% Pulverização semanal de 500 a 800 l/ha a 0. nas doses indicadas.PRESCRIÇÃO TÉCNICA TABELA 19 – Dose e agrotóxicos para controle químico de doenças da Seringueira (Hevea spp.25% ou tiofanato metílico a 0.0% Thiabendazole a 1. pulverizador tipo canhão ou termonebulizadores.Viveiro e jardim clonal: pulverização semanal nas chuvas e quinzenal na seca de 200 a 400 l/ha. Pulverização semanal de 500 a 800 l/ha a 0. Curativo: remover o tecido afetado. DOENÇA Mal das folhas PATÓGENO Microcyclus ulei AGROTÓXICO Benomyl a 0. curativo: remover o tecido afetado e pincelar. Colletotrichum gloeosporioides Phytophthora spp.1% Triadimefon a 0.3% Preventivo: pincelar ao mês e após o corte. nas doses indicadas.3% Utilizar o produto a 0.).Plantio com mais de 4 anos pulverização semanal de 800 l/ha. DOENÇA Tombamento de mudas de várias espécies PATÓGENO Cylindrocladium scoparium. quando necessário.4% 24 horas antes da semeadura Irrigar 1 l/m2 de sementeira a 0.3% Pulverização semanal do viveiro. excelsa e outras.3 a 0.2 a 0. via seca. utilizar a mesma indicação apresentada para esta doença em Ipê Podridão de estacas em casa de vegetação Mancha foliar Cylindrocladium crotalariae Corynespora casiicola PATOLOGIA FLORESTAL 92 .5% Utilizar a mesma indicação dada para podridão basal causada por S. Para Paineira e outras espécies. Rhizoctonia solani. Pythium spp. e outros AGROTÓXICO Brometo de metila FORMA DE APLICAÇÃO. DOSE E OBSERVAÇÃO Fumigar a sementeira com 20 a 40 cc/m2 ou fumigar o solo para embalagem com 150 cc/m3 PCNB Captan Benomyl Maneb ou zineb Lesan ou PCNB ou captan ou Lesan + PCNB Captan + PCNB + thiram Irrigar 2 l/m2 de sementeira a 0. rolfsii em Eucalyptus spp. A.1% 24 horas antes da semeadura Pulverização quinzenal do viveiro.3% Tratar sementes. Para Cutieira.2 a 0. 0. utilizar a mesma indicação apresentada para esta doença em Eucalyptus spp. com 3 a 5 g/kg de semente. Pulverização semanal de 200 a 400 l/ha a 0. quando necessário.PRESCRIÇÃO TÉCNICA TABELA 20 – Dose e agrotóxicos para controle químico de doenças de outras espécies florestais. Fusarium spp. 0. BRASIL. Vol. F. 89p. N. Brasília: Divisão de Produtos Fitossanitários.. 241p. In: Patologia de Sementes. BARNETT. [mimeografado]. England: Manual de PATOLOGIA FLORESTAL 93 . 1987. J. & SHIMURA YOKOMIZO. C. Costa Rica: IICA. 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