Apostila_Atividades_Aquaticas.pdf

March 20, 2018 | Author: Elessandro Silva | Category: Physiology, Science, Nature


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2012INTRODUÇÃO AO ESPORTE AQUÁTICO Leonardo Delgado Escola de Natação Aquabarra 11/11/2012 INSTITUTO PARÂMETRO DE EDUCAÇÃO - IPAE CURSO: LICENCIATURA PLENA EM EDUCAÇÃO FÍSICA DISCIPLINA: INTRODUÇÃO AO ESPORTE AQUÁTICO (PÓLO BARRA DO CORDA/MA) Data: 11/11/2012-01/12/2012 PROFº: LEONARDO DE ARRUDA DELGADO PLANO DE CURSO EMENTA: A importância e a evolução histórica das Atividades Aquáticas. Os demais desportos aquáticos, suas regras, suas técnicas, habilidades e metodologias de ensino. As técnicas e treinamentos necessários para a aplicação do resgate aquático. OBJETIVOS: Conhecer a importância dos Desportos e atividades aquáticas no contexto da Educação Física atual, bem como sua evolução. Conhecer metodologias para o processo de ensino-aprendizagem das atividades aquáticas Demonstrar habilidades motoras básicas no deslocamento aquático usando os nados utilitários, as remadas e sustentações básicas, os nados híbridos e as habilidades de nado sincronizado. Conhecer e demonstrar habilidades de resgate aquático e no uso de técnicas especificas de natação em águas abertas. - CONTEÚDOS: - Adaptação ao meio liquido Sobrevivência e resgate aquático. Natação em Águas Abertas. Hidroginástica. METODOLOGIA Os conteúdos serão desenvolvidos em aulas expositivas e práticas, onde serão analisados de forma individualizada cada estilo que compõe a natação. AVALIAÇÃO Será realizada através de análise escrita e práticas desenvolvidas pelo professor e pelos próprios alunos de forma a comporem duas notas, sendo condição para aprovação por média a obtenção de média igual ou maior que 7,0 (sete). Se a média for superior a 4,0 (quatro), o aluno tem direito a prestar exame final, após o qual se sua média final for igual ou superior a 5,0 (cinco) será considerado aprovado. Frequência mínima às aulas: 75% do total de aulas ministradas. INTRODUÇÃO AO ESPORTE AQUÁTICO – Leonardo Delgado Página 1 Índice Introdução .................................................................................Erro! Indicador não definido. Capitulo 01: Adaptação ao Meio Liquido ..............................................................................5 Diferenças entre Meio Terrestre e Meio Aquático ................................................................... 5 Desenvolvimento das Habilidades Aquáticas ........................................................................... 6 Componentes Fundamentais das Habilidades Aquáticas Básicas e Combinações ................... 8 Capitulo 2: Salvamento Aquático ....................................................................................... 14 Conceito .................................................................................................................................. 14 Prevenção de afogamentos..................................................................................................... 14 Acidentes no meio líquido....................................................................................................... 14 O Sistema Respiratório ............................................................................................................ 14 Tipos de acidentes no meio líquido ........................................................................................ 15 Resgate e Salvamento Aquático .............................................................................................. 20 Manobras de Salvamento ....................................................................................................... 22 Capitulo 03: Dicas para Nadar em Águas Abertas ................................................................ 30 Capitulo 04: Hidroginástica ................................................................................................ 32 Conceito .................................................................................................................................. 32 Origem ..................................................................................................................................... 32 Diferentes Metodologias em Exercícios Aquáticos (Evolução Histórica) ................................ 33 Características da Hidroginástica ............................................................................................ 34 Situação ideal: ......................................................................................................................... 34 Divisão em grupos de mesmo nível ........................................................................................ 35 Finalidades .............................................................................................................................. 35 Objetivos ................................................................................................................................. 36 Benefícios ................................................................................................................................ 36 Desvantagens .......................................................................................................................... 37 Contra - Indicações .................................................................................................................. 37 Público ..................................................................................................................................... 37 Onde Praticar?......................................................................................................................... 38 Capitulo 05: Recreação Aquática ........................................................................................ 39 A Importância da Natação Recreativa..................................................................................... 39 O Envolvimento Lúdico: Aspecto Motivacional do Ensino da Natação Recreativa ................ 39 Procedimentos Pedagógicos Criativos ou Motivações Especiais ............................................ 40 Jogos e Brincadeiras ................................................................................................................ 41 Regras para utilização segura da piscina: ............................................................................ 53 Conclusão:......................................................................................................................... 53 REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO ............................................................................................ 54 INTRODUÇÃO AO ESPORTE AQUÁTICO – Leonardo Delgado Página 2 Apresentação Na disciplina INTRODUÇÃO AO ESPORTE AQUÁTICO pretende-se proporcionar aos alunos uma oportunidade conhecer os principais esportes aquáticos e as atividades aquáticas no contexto da Educação Física atual, bem como sua evolução. O conceito de esportes aquáticos foi cunhado recentemente em nossa sociedade, pois ao longo da história a água foi entendida sobre diferentes concepções, das quais a mais conhecida foi o termo natação. Antes de abordamos a nossa proposta pedagógica, devemos primeiro saber diferenciar "Natação" de "Nadar". O nadar é entendido como “qualquer ação motora que o indivíduo realiza intencionalmente para propulsionar-se através da água” (LANGENDORFER, 1986, p. 63). Esse conceito amplia o escopo do ensino tradicional da natação, uma vez que não considera os estilos – crawl, costas, peito e borboleta – como único referencial, abrindo a possibilidade de estabelecer um ponto de chegada mais abrangente (estilos, nado sincronizado, mergulho, pólo aquático, saltos ornamentais etc.) (FREUDENHEIM et al., 1996). Natação é "esporte ou competição que reúne um determinado número de pessoas, que objetivam a performance por distância ou em determinado tempo, que consiste em manter-se sobre a superfície da água, movendo braços e pernas, e utilizando para isso os estilos crawl, peito, borboleta e costas". Por tanto, e a partir desta definição, a natação não deve confundir-se, de jeito nenhum, com o resto de atividades que se desenvolvem nas instalações e meios aquáticos. Logo, podemos definir atividades aquáticas como: “todo tipo de programas que se desenvolvem no meio aquático”, seguindo os critérios de finalidades, temos os seguintes tipos de atividades aquáticas; Educativa: Educação infantil; Ensino fundamental; Ensino médio; Educação de Jovens e Adultos; Ensino superior; Utilitário e Escola de natação: - Adaptação; - Aprendizagem; - Aperfeiçoamento; - Treinamento; Saúde e performance: - Atividades terapêuticas e alterações na coluna; - Atividades aquáticas para a terceira idade; - Atividades aquáticas para pessoas com necessidades especiais; - Atividades aquáticas para gestantes e hidroginástica. Desporto e competição: - Treinamento desportivo da natação; - Pólo aquático; - Nado sincronizado; INTRODUÇÃO AO ESPORTE AQUÁTICO – Leonardo Delgado Página 3 Os benefícios das atividades aquáticas A vantagem de se praticar esportes e exercícios na água é, acima de tudo, a redução de todo e qualquer tipo de impacto. A água exerce uma resistência que reduz a força da gravidade e faz com que o esforço seja grande, mas de baixo impacto, diminuindo o risco de lesões e beneficiando a saúde como um todo. A pressão da água durante a atividade física também exerce um papel importante na circulação favorecendo a drenagem linfática, isso significa que atividades aquáticas podem melhorar a circulação sanguínea, prevenindo e melhorando quem sofre de edemas (inchaço) e celulite. Se você animou e pretende fazer exercícios na água, vá em frente, mas antes, uma avaliação física e um exame médico são importantes. Natação: É considerada uma das atividades físicas mais completas. Indicada para todas as idades, inclusive gestantes e bebês. Além de trabalhar com todo corpo ativando vários músculos de maneira bastante equilibrada, a prática desse esporte beneficia a capacidade respiratória e melhora o condicionamento físico. A prática desta atividade trás vários benefícios para o corpo otimizando as capacidades físicas, motoras e cognitivas. Hidroginástica: Atividade aquática alternativa para seu programa tradicional de exercícios com o benefício de diminuir o impacto e esforço nas articulações. Melhora a circulação, a capacidade respiratória, flexibilidade, força e resistência muscular. A hidroginástica pode ser praticada por homens, mulheres, jovens e idosos que buscam se exercitar; gestantes e pessoas que estão se recuperando de alguma lesão e necessitam praticar uma atividade física sem impacto. Recreação Aquática: É uma modalidade de exercícios na água que promove um gasto energético de uma maneira divertida e bastante descontraída com atividades em grupo na água, onde o foco principal é o lazer e a descontração. Indicada para Hotéis, Condomínios e eventos de empresas. INTRODUÇÃO AO ESPORTE AQUÁTICO – Leonardo Delgado Página 4 Na fase de adaptação devemos dar confiança ao aluno. diz respeito aos primeiros contatos com a água. apresentando equilíbrio e um bom deslocamento vertical e horizontal. modifica o equilíbrio abrindo um largo campo de experiências á capacidade motora sob o efeito de certa ausência de gravidade.17) as dificuldades de ambientação ao meio aquático têm influência direta do comportamento adquirido em meio não-aquático. 2.159) INTRODUÇÃO AO ESPORTE AQUÁTICO – Leonardo Delgado Página 5 . a aprendizagem das técnicas padronizadas. vê nisso implicado um conjunto de alterações que passam por: 1 CORRÊA & MASSAUD (1999. que favoreça a tomada de consciência do aluno em relação a si. p. Assim.158. O meio aquático cria novas sensações. Quando um indivíduo entra num meio líquido. ao grupo e à sociedade. ADAPTAÇÃO FISIOLÓGICA: visa ambientar o aluno a partir da imersão (mergulho) do rosto e/ou cabeça. até a aquisição dos ajustamentos que permitam. inicia a respiração principalmente a expiração que favorece tremendamente o acesso ao fundo. identifica-se com a 1ª fase da formação do nadador enquanto outros autores denominam esta fase de “aprendizagem”. não se incomodando com água em seu rosto. Um indivíduo pode-se dizer adaptado à água quando consegue estar à vontade dentro dela. fica sujeito a um conjunto de estímulos que não existem da mesma forma fora do mesmo. contribuindo no seu desenvolvimento e favorecendo o desenvolvimento de todas as suas aptidões. o aluno somente estará preparado para o aprendizado da natação se estiver totalmente ambientado ao meio e com bom relacionamento com o professor 1. através de jogos e brincadeiras que busquem contato direto com a água. A Etapa de Adaptação ao Meio Líquido. Diferenças entre Meio Terrestre e Meio Aquático Segundo MOURA (2010. p. ao meio. deslocando-se e movimentando-se com facilidade. Esta fase depende muito de um bom trabalho durante a fase de adaptação psicológica. O conceito de adaptação ao meio aquático. posteriormente. cujo desenvolvimento possibilitará em fases posteriores alcançar diferentes níveis de aprendizagem. As adaptações: 1. Esta é a fase de aquisição das habilidades aquáticas básicas. mas tem relação direta com a vivência aquática do aluno. afim de que ele aprenda a dominar este meio.Capitulo 01: Adaptação ao Meio Liquido Para que possa realizar atividades ou mesmo desporto no meio liquido é preciso um processo de adaptação. quando um aluno (seja de que idade for) resolve iniciar a sua atividade física na água. ADAPTAÇÃO PSICOLÓGICA: visa familiarizar o aluno ao meio líquido de uma maneira mais lúdica. Essa etapa de aprendizagem independe da idade. Nesta fase. usualmente. informações vindas dos músculos.condicionada pelos movimentos e pela água. .informações vindas do ouvido interno.não condicionado.normal . Alterações do sistema termo – regulador do organismo. .o ar não é agressor para os olhos. Desenvolvimento das Habilidades Aquáticas Especialização Técnica Aperfeiçoamento Técnico Técnica de Nado Rudimentar Habilidades Aquáticas Básicas O desenvolvimento motor caracteriza-se por mudanças contínuas. Na água .automatismo nato.contato com a atmosfera (frio – calor). . . técnicas de nado rudimentar ou aprendizagem dos nados Fase de aperfeiçoamento técnico.as pernas deslocam. características do ambiente físico.os braços equilibram. Alterações das informações recebidas do meio – proprioceptivas. Alterações da audição. apropriação e domínio de habilidades mais simples. . .informações do ouvido interno são alteradas. . Tabela 1: Alterações ocorridas durante a fase de adaptação Alterações DESLOCAMENTOS RESPIRAÇÃO VISÃO AUDIÇÃO TERMO-REGULAÇÃO INFORMAÇÕES PROPRIOCEPTIVAS / NOÇÃO DO ESQUEMA CORPORAL .- Alterações do equilíbrio.o equilíbrio é vertical. -limitada pela água nos ouvidos e pelas condições a acústicas das Instalações .a água pode conter agentes agressores. .interpretação tanto mais difícil quanto o é o movimento. Alterações da respiração. a previsibilidade dos eventos associados à tarefa etc.limitada pelo fenômeno de refração.grande apelo do sistema termo– regulador.normal.os braços deslocam. a aquisição de habilidades motoras mais complexas e específicas depende da prévia aquisição. Fase de habilidades aquáticas básicas Fase de combinação das habilidades aquáticas básicas. Nesse aspecto.os apoios não são fixos. . Em terra . . como a utilização de instrumentos. . . . ou das habilidades aquáticas sua estrutura está relacionada a tarefa motora nadar. Fase de especialização técnica INTRODUÇÃO AO ESPORTE AQUÁTICO – Leonardo Delgado Página 6 . . . Alterações da visão. .informações vindas dos músculos.os apoios são fixos. são identificados os fatores que compõem uma tarefa.maior dificuldade de interpretação do movimento.de início é voluntária . . tal como no meio terrestre. .as pernas deslocam e equilibram.contato com a água (frio) . .informações vindas da planta do pé.o equilíbrio é horizontal. Movimentos Reflexos Natatórios No meio aquático. . O desenvolvimento do comportamento motor aquático pode ser visto com um modelo que compreende níveis ou fase: Movimentos Reflexos Natatórios. no caso específico do desenvolvimento motor aquático. ao longo da vida. de habilidades mais complexas. Fase de Habilidades Aquáticas Básica As habilidades motoras básicas são pré-requisitos para a aquisição. Para BARBOSA (2001. se esta posição for ignorada. mais específicas. em outras palavras. por exemplo. Consiste em movimentos segmentares alternados com acentuado caráter rítmico. a prática consiste em repetir o processo de solução dos problemas motores. Aqui. dentro de um arco. deve-se enfatizar a percepção corporal. e não os meios para solucioná-los. posterior. em decúbito dorsal. se tornará meramente mecânica (TANI. Foram observados pela primeira vez por McGraw (1966) na segunda semana de vida e são registrados até cerca do 5º mês. Fase dos Movimentos Culturalmente Determinados O objetivo nessa fase é o desenvolvimento de combinações mais complexas e específicas.Fase dos Movimentos Reflexos Natatórios É observável quando o bebê é colocado em contato com a água total ou parcialmente. (iii) Criar as bases para posteriormente aprender habilidades motoras aquáticas específicas. como são as desportivas. INTRODUÇÃO AO ESPORTE AQUÁTICO – Leonardo Delgado Página 7 . a relação com o grupo e a iniciativa para resolver problemas. enfocados na fase anterior e o desenvolvimento de combinações em nível de complexidade progressivamente maior. Para que esse objetivo seja alcançado. como realizar salto combinado com deslocamento submerso. Têm-se como objetivo primordial desde combinações intratarefas. para chegar à flutuação. p. até combinações intertarefas. (ii) Promover a criação de autonomia no meio aquático e. passando. Fase de Combinação das Habilidades Aquáticas Básicas Nessa fase objetiva-se o aperfeiçoamento das habilidades aquáticas básicas. e. a prática deve ser um tipo particular de repetição sem repetição. 1995). combinar movimentos de equilíbrio estático e dinâmico com controle respiratório em diferentes posições de braços e pernas. sem que haja quebra de continuidade do movimento. No início um reflexo de bloqueio respiratório pode ser visto associado a este reflexo.3) a aquisição das habilidades aquáticas básicas terá como objetivo: (i) Promover a familiarização do sujeito com o meio aquático. é a essência dessa fase. sua verbalização. como nas demais fases. O controle dessa e de várias outras formas de combinações. à medida que exigem alto nível de dedicação. equipe de trabalho qualificada e área de treinamento para um trabalho eficiente e seguro (restrições de recursos). é necessário que minimize todos os problemas (restrições) que possam impedir a sua ação pedagógica de treinador e. O tempo gasto durante uma prática deliberada (restrições de esforço) requer dimensionamento adequado para que o atleta possa recuperar-se devidamente e continuar treinando efetivamente no prazo estipulado para cada fase do treinamento. Componentes Fundamentais das Habilidades Aquáticas Básicas e Combinações Para se alcançar uma boa técnica de nado. tais como equipamentos suficientes. de forma a adquirir determinadas competências de extrema importância para um bom desempenho posterior como nadador. esquemas táticos e correção dos movimentos que necessitam ser treinados para melhorar a sua execução. o desenvolvimento ideal do atleta. Entende-se por prática deliberada as atividades altamente estruturadas. A função do treinador é procurar usar todos os esforços para monitorar o ambiente da prática para manter o treinamento nesse nível. todavia a preocupação com o supertreinamento evitará que o atleta se esgote ou ocorra o perigo de contusões que possam atrasar todo o seu processo de treinamento. o comprometimento do treinador e do atleta é crítico. cujos níveis de exigência são específicos e demandam alto esforço do praticante. intensas e com objetivos direcionados. deve ser submetido a uma variedade de exercícios. consequentemente. Outro aspecto importante diz respeito a como o treinador conduz as etapas de treinamento. garantirá ao atleta meios suficientes para desenvolver suas potencialidades atuais e futuras carreiras esportivas. é primordial que haja anteriormente o ensino de habilidades básicas no desenvolvimento motor da criança. a nossa proposta de classificação para as Habilidades Aquáticas Básicas e seus componentes para o desenvolvimento da Fase de Adaptação. Os melhores atletas têm uma capacidade superior de permanecerem treinando por um período maior de tempo do que os outros atletas. Apresentamos nesta secção. Contudo. ao longo da sua aprendizagem. pois ambos devem ter total devoção e paixão pelo esporte que procurar e pela missão a que se propuserem. através da execução das técnicas. sendo INTRODUÇÃO AO ESPORTE AQUÁTICO – Leonardo Delgado Página 8 . procurando superar os níveis baixos de motivação do atleta provocados pela repetição intensa e enfadonha.Fase de Especialização Técnica É nesta fase de desenvolvimento de talentos que a presença do treinador torna-se fundamental para que se inicie o treinamento limitado da prática deliberada. Porém o processo se realiza de forma que as várias habilidades estão se desenvolvendo paralela e concomitantemente. A aquisição de materiais necessários. não sendo praticadas como lazer. As componentes da proposta estão divididas e classificadas para efeito de ordenamento didático e facilitação do estudo e aplicação. saídas e viradas. O aluno. Para isso. O treinador precisa estar alerto aos momentos de perda de motivação decorrentes da dedicação e da demanda do treinamento (restrições de motivação). Todas estas competências ajudarão o aluno a melhor desenvolver a noção de corpo. .Reconhecimento do ambiente externo da piscina. ajudará o aluno a melhor compreender o efeito da água sobre o seu corpo no meio aquático. sem o qual as ações motoras não podem ser exercidas de uma forma conveniente. Em nosso programa de Adaptação ao Meio Aquático serão abordadas as seguintes Habilidades Aquáticas Básicas: (i) O equilíbrio. Meio Terrestre Posição do corpo Vertical Cabeça Vertical Olhar Horizontal Apoios plantares Ação exclusiva da força da gravidade Meio Aquático Posição do Corpo Horizontal Cabeça Horizontal Olhar vertical Perda de apoios plantares Ação das forças da gravidade e empuxo hidrostático Quanto ao Equilíbrio dividimos este fundamento em 3 principais componentes básicos. além de não poder se desligar das componentes: respiração. ou seja. (iii) A respiração.Apresentação da piscina e entrada na água. .muitas vezes. Equilíbrio Vertical O primeiro desafio do professor é fazer com a criança perca os apoios fixos no solo. que também abrangem os lançamentos e as recepções. Para nadar se torna imprescindível o domínio do Equilíbrio Horizontal. incluindo a flutuação e as rotações. Equilíbrio Horizontal . Equilíbrio Vertical. com auxílio de implementos flutuadores. . devido às mudanças das sensações labiríticas. balanços e inversões. giros.Flutuação ventral e dorsal. INTRODUÇÃO AO ESPORTE AQUÁTICO – Leonardo Delgado Página 9 . da posição da cabeça. a coordenação global. (ii) A propulsão.Equilíbrio em locais profundos. propulsão e empuxo. . A tabela 2 aponta uma comparação das alterações de comportamento no meio terrestre e no meio aquático com relação ao equilíbrio. do tônus de sustentação. onde se integram os saltos. sem medo de afundar na água por qualquer coisa. procurando-se adaptar à nova posição. será necessário que o indivíduo refaça um conjunto de referências.Reconhecimento do ambiente interno da piscina com apoio das mãos. e (iv) As manipulações. Equilíbrio Misto e Dinâmico: deslizes.Equilíbrio vertical sem apoio das mãos. a estruturação espaço-temporal e a noção de ritmo. O equilíbrio vertical na água é ponto muito importante para que o principiante possa se sentir calmo. em termos de equilíbrio (adaptado de Mota. Assim. um comportamento de uma habilidade. 1990). 1990). essa alteração implica em mudanças apreciáveis na propriocepção do corpo no tempo e espaço. pré-requisito de outro comportamento de outra diferente habilidade. Tabela 2: Comparação das alterações de comportamentos no meio terrestre e no meio aquático. Fases de desenvolvimento do equilíbrio vertical: . Equilíbrio O domínio do equilíbrio no meio aquático está intimamente ligado com o domínio da propulsão (MOTA. . incluindo as múltiplas posições que oferece a atividade aquática. balanços. As formas clássicas para o desenvolvimento desta habilidade são: .Equilíbrio Horizontal Nesta etapa da aprendizagem será trabalhada a horizontalidade do corpo no meio líquido.Atividades que incluem a ultrapassagem de obstáculos superiores e inferiores em que o corpo perde o contato parcial ou total dos pés com o chão.Exploração na utilização de implementos flutuadores que facilitam ou provocam os balanços. em distâncias gradativas.Atividades que estimulam os balanços. habilidade de percepção do seu corpo no tempo e espaço. além de não poder se desligar das componentes: respiração. partindo dos mais para os menos flutuantes até sua total retirada. de atitudes corporais adequadas nos movimentos. os giros e as inversões sem auxílio de implementos em torno dos vários eixos corporais e nas três dimensões do espaço aquático.Manuseios dos corpos das crianças que provocam os balanços e giros. além da aquisição de vários conceitos relativos à percepção do espaço. o que representa um marco da passagem do não nadador para o nadador pela possibilidade de utilização dos membros em ações propulsivas. devido às mudanças das sensações labirítimicas. os estímulos sensoriais oferecidos aos sistemas proprioceptivos labiríntico e cinestésico são muito intensos. . pois à medida que as crianças dominam suas execuções em diversos planos estão ampliando suas possibilidades de domínio espacial aquático em suas três dimensões. os deslizes e as inversões em diferentes planos e eixos. viradas simples e olímpicas. . as quedas e os giros em diferentes eixos. As atividades estimuladas para desenvolvimento destas componentes aquáticas são: . Os deslizes.Atividades de deitar em colchões ou tapetes de diversas espessuras e flutuabilidade. da posição da cabeça. Ao realizá-los. . .Progressão do trabalho com implementos flutuadores até o apoio nas mãos. do tônus de sustentação. com posterior retirada gradativa destes. tanto em posição dorsal como ventral. . giro do corpo nos nados. INTRODUÇÃO AO ESPORTE AQUÁTICO – Leonardo Delgado Página 10 . propulsão e empuxo.Atividades de deitar e deslizar até algum elemento deixando o corpo em suspensão. giros e inversões se tornam também importantes componentes aquáticas. Ambas se fundamentarão na manutenção permanente do equilíbrio do corpo. da precisão de movimentos. Podemos considerar ainda que a aprendizagem e prática de giros e balanços poderá servir como um pré-requisito para técnicas futuras como respiração lateral. fornecendo assim importantes informações que estarão contribuindo para a aquisição da consciência corporal. No equilíbrio horizontal ocorrem mudanças apreciáveis na propriocepção. assim como os deslizes e as inversões são pré-requisitos para as saídas e as viradas.Exploração na utilização de equipamentos que facilitam ou provocam as quedas.Experimentações das posições de flutuação com auxílio corporal e retirada destes gradativamente. Equilíbrio Misto e Dinâmico Esta componente é identificada pelas posturas e movimentações com variações nos diferentes planos e nos três eixos corporais: longitudinal. transversal e ântero-poterior. . segundo LANGENDORFER e BRUYA (1995). As atividades e condutas estimuladas são: .Entradas na água saltando da posição assentada graduando a altura dos planos de partida. como desvio de septo. . e a saída. Assim caberá ao professor tentar detectar. INTRODUÇÃO AO ESPORTE AQUÁTICO – Leonardo Delgado Página 11 .Entradas na água saltando da posição de pé graduando a altura dos planos de partida. e ou obstrução parcial das vias respiratórias. pela boca. A apropriação do comportamento desejado para o meio aquático não é instantâneo. Os referidos autores consideram como componentes básicas da prontidão motora associadas à habilidade "respiração" o controlo respiratório. .Expiração). controlar a forma de respiração. Portanto. esta componente tem íntima relação com as anteriores. nariz ou ambos . a fim de tomarem as devidas providências.. bolas de pingue-pogue ou ainda cachimbo de brinquedo com bolinha (através da expiração controla-se a elevação da bolinha). Algumas crianças podem apresentar dificuldades ocasionadas por problemas internos.Entradas na água saltando de cabeça de planos progressivos abaixo da superfície até acima dela. exercícios de assoprar a água ou qualquer material em princípio são importantes. cabeça na água e procura de objetos no fundo da piscina. Antes de solicitarmos á criança executar atividades mais específicas. Toda dificuldade do nadador em executar a natação reside apenas no fato de não poder de início.Saltos da Borda São as formas da criança penetrar na piscina. etc. Nessa etapa é importante o aumento progressivo dos planos de partidas dos saltos para a adaptação gradativa à visão de profundidade. passando posteriormente para colocação do rosto.Entradas na água saltando de diversas formas graduando a altura dos planos de partida. A tabela 3 apresenta a sequência de comportamentos tendo em vista o domínio desta componente. A utilização de músicas. utilizando elementos que direcionam o movimento e direção da cabeça e do corpo. . 1995). é necessário a aquisição do controle corporal no ar e na água para a efetivação dos saltos. Esta aquisição passa por um conjunto de comportamentos previsíveis e sequenciáveis (LANGENDORFER e BRUYA. Essa conscientização poderá ser feita com exercícios dirigidos. Implica em uma seqüência de desequilíbrios e equilíbrios posturais desde a fase aérea até o final da fase subaquática. Respiração A respiração é uma das fases mais importantes neste período de aprendizagem. como bexigas. comunicando aos responsáveis. através de materiais simples. devemos conscientizá-la da respiração (entrada do ar nos pulmões deverá ser feita pela boca Inspiração. Os padrões de entrada na água variam com a idade e a experiência da criança. ou seja. canudos com pequeno diâmetro. Acresce-se que quanto menor for a intensidade da Força de Arrasto Hidrodinâmico oposta à direção de deslocamento do sujeito. maior será a velocidade de nado para uma dada intensidade de Força Propulsiva.Respiração bilateral com prancha e braço. bloqueando por curtos períodos a respiração 4. Ciclos respiratórios ritmados Componentes críticos 1. Controle Respiratório Nível Etapa 1. 1995). Tabela 4: Comparação das alterações de comportamentos no meio terrestre e no meio aquático. Assim. do Arrasto de Pressão e do Arrasto de Onda. Ciclos respiratórios 5. a propulsão explica-se devido à produção de vórtices (COLWIN.Respiração lateral com prancha . Só aquisição do equilíbrio horizontal permite a capacidade de utilização dos membros.Apnéia voluntária . INTRODUÇÃO AO ESPORTE AQUÁTICO – Leonardo Delgado Página 12 . Introduz e expele voluntariamente a água da boca 3. do Arrasto de Fricção. controlando a respiração 5. Adaptação à mucosa da boca e do nariz 3.Visão subaquática .Tabela 3 Sequência de comportamentos tendo em vista o domínio das componentes associadas à habilidade "respiração" (adaptado de LANGENDORFER e BRUYA. o aumento da velocidade de nado decorre do aumento da intensidade da Força Propulsiva e da diminuição da intensidade das diversas componentes da Força de Arrasto Hidrodinâmico oposta à direção do deslocamento do sujeito. Combina a respiração com o movimento dos quatro membros propulsivos.Expiração no meio líquido . em condições de escoamento estável. 1992). A sequência metodológica para desenvolvimento dessa habilidade motora aquática básica pode ser a seguinte: . Já em condições de escoamento instável. decorre da componente na direção do deslocamento da resultante entre a Força de Arrasto Propulsivo e da Força Ascensional (SCHLEIHAUF. 1990). Permite a imersão parcial da face. braços e pernas. Meio Terrestre Dominantemente equilibradores Dominantemente propulsivas Membros superiores Membros inferiores Meio Aquático Dominantemente propulsivas Dominantemente equilibradores A Força Propulsiva Efetiva. 1979). segundo MOTA (1990).Respiração lateral com braço girando . Pode e consegue imergir completamente a face. A tabela 4 apresentam as alterações em termos de propulsão que se verificam no meio aquático.Respiração vertical . isto é.Imersão da cabeça .Controle respiratório Propulsão A propulsão está intimamente relacionada com o equilíbrio. em ações motoras convenientes. em termos de propulsão (adaptado de MOTA.Respiração frontal associada ao movimento de pernas . Bloqueia a respiração quando a face é imersa 2.Descontração facial . Imersão voluntária da face 4. Bloqueio respiratório 2.Ritmo respiratório . . Propulsão rudimentar de braços. os flutuadores. por exemplo. os passes e as recepções.A sequência metodológica para desenvolvimento dessa habilidade motora aquática básica pode ser a seguinte: Deslocamentos submersos. Manipulações As manipulações consistem em manter uma relação de interação entre o indivíduo e um ou vários objetos. A apresentação destas habilidades é especialmente benéfica para a posterior abordagem de habilidades desportivas características de determinados jogos desportivos coletivos realizados no meio aquático. No caso do objeto ser lançado a um outro indivíduo que por sua vez o recebe. esses objetos são usualmente materiais auxiliares como. Crawl rudimentar. as barras para efetuar imersões ou. permitindo explorá-lo(s) e. Sobrevivência Aquática. Sustentação da cabeça fora d’água (Cachorrinho). explorar todas as suas possibilidades (MORENO e SANMARTÍN. INTRODUÇÃO AO ESPORTE AQUÁTICO – Leonardo Delgado Página 13 . como sejam os lançamentos. Já as recepções poderão ser efetuadas com determinada parte do corpo. Os lançamentos podem ser realizados a um determinado alvo . Tração de membros superiores.ou não . parado ou em movimento. denomina-se de passe. as placas. como é o caso do Pólo Aquático.com o próprio corpo ou com outro(s) objeto(s). simultaneamente. 1998). Propulsão de membros inferiores. São considerados casos particulares de manipulações aquelas que são realizadas com as bolas. No caso concreto das atividades aquáticas. e é principalmente nesses locais mais isolados que o Policial Militar deve intervir. o Corpo de Bombeiros designa Guarda-vidas para prevenção de afogamentos e para a realização de salvamentos. lagoas.Capitulo 2: Salvamento Aquático Conceito Compreende-se por salvamento aquático todas as operações realizadas em rios. visando à prevenção da integridade física de pessoas que se envolvam em ocorrências em que a água seja o agente causador de acidentes. 5) pulmões (brônquios. Na periferia das cidades. para se banhar ou mesmo andar de barcos. represas. Nos dias mais quentes. advertências e campanhas educativas e de esclarecimento. como represas e praias. Para manutenção da célula e também para garantir uma vida saudável. mar. lagoas. O Sistema Respiratório É através da respiração que o organismo obtém o O 2 e elimina o CO2. especialmente as crianças. que é constituído por: 1) fossas nasais. são imprudentes e não respeitam as normas de segurança. Basicamente uma adequada prevenção de afogamentos se faz através de sinalização e orientação. Em locais de maior afluência popular. esquecendo muitas vezes dos perigos de afogamentos que sempre surgem para aqueles que. procuram qualquer buraco que tenha água para nadar. 3) laringe. treinamento. 4) traquéia. INTRODUÇÃO AO ESPORTE AQUÁTICO – Leonardo Delgado Página 14 . represas e praias. quase sempre sem o conhecimento dos pais. para formar diversos tecidos e esses tecidos sofrem adaptações para formar os órgãos. rios. enchentes. entre si. a população de forma geral procura piscinas. 2) faringe. Prevenção de afogamentos Abrange todas as medidas necessárias para se prover a segurança de banhistas de modo a se evitar afogamentos. é necessário que o indivíduo apresente uma boa Função Cardiorrespiratória. que se diferenciam. observação dos banhistas. através da interdição da área de perigo. bronquíolos e alvéolos). visando à segurança da população. emprego de equipamentos adequados. além de não saberem nadar. sendo que tal troca gasosa é realizada pelos órgãos e estruturas do aparelho respiratório. Acidentes no meio líquido Todo ser vivo é constituído de células ou por grupamentos de células. a fim de que a célula seja abastecida com oxigênio e também para que dela seja retirado o Gás Carbônico. piscinas e outros mananciais de água. o O2 junta-se a uma proteína chamada HEMOGLOBINA e é transportado. mãos atrapalhadas. sendo que para se medir a temperatura é necessário que se tenha um termômetro que indique temperaturas baixas.6 e 44º C. Como resultado dessa produção temos o CO2 que é expelido da célula. teremos uma vaso constrição periférica. o ar entra pelas vias aéreas. Os movimentos de inspiração e expiração ocorrem graças aos movimentos dos músculos entre as costelas (intercostais) e ao diafragma. perda da consciência e consequente afogamento. O termômetro mais indicado é o retal. que são completamente envolvidos por finos vasos sangüíneos. pois os últimos somente indicam temperaturas entre 35 e 44º C. chega novamente aos pulmões. podendo levar a uma Parada Cardiorrespiratória ( PCR) e consequente morte. Devido à queda da temperatura corpórea. Este tipo de acidente pode ser evitado se antes de entrarmos na água molharmos o rosto.Na inspiração. deve-se sempre monitorar os sinais vitais da vítima. Na hipotermia suave (acima de 32º C) a vítima apresenta tremedeira. lapsos de memória. ou seja. Os casos de morte por hipotermia variam entre 20 a 85%. podendo causar arritmia cardíaca. Uma vez no sangue. devido a uma súbita exposição à água fria. seguida de PCR. ocorre na maioria das vezes o enrijecimento dos músculos (similar à “rigidez cadavérica”). e então novamente inicia-se o ciclo. ao contrário. discurso incompreensível. Uma vítima pode sofrer de congelamento caso seu corpo perca mais calor do que ele produz. A pele da vítima apresenta uma coloração azulada e não INTRODUÇÃO AO ESPORTE AQUÁTICO – Leonardo Delgado Página 15 . Na hipotermia profunda: (abaixo de 32º C) não há tremedeira. e é jogado para fora do corpo através da expiração. vai até o coração e de lá. cai na corrente sangüínea. e vai até os alvéolos pulmonares. Os tipos de hipotermia variam de acordo com a temperatura da vítima. pois possui espectro entre 28. o O2 é captado pelas mitocôndrias. Tipos de acidentes no meio líquido Síndrome da Imersão Também conhecida como hidrocussão ou choque térmico. Nos casos de Síndrome de Imersão em que não houve afogamento. Enquanto o congelamento atinge mãos e pés as vítimas de hipotermia queixam-se de dores nas costas e abdome. até o coração e depois para todas as células do corpo. pela circulação. necessitando então de uma rápida intervenção do socorrista a fim de que sejam restabelecidas suas funções vitais (pulso e respiração). que irão utilizá-lo na produção de energia. denominados capilares. ainda não tem suas causas totalmente explicadas. pois ela pode entrar em colapso a qualquer momento. Uma vez dentro da célula. que possuam espectro maior do que os convencionais. Hipotermia É a diminuição da temperatura corpórea devido à exposição a temperaturas acima ou abaixo do ponto de congelamento. onde o O2 passa para o sangue (hematose) e o CO2 sai do sangue e vai para os alvéolos. É entre os capilares e os alvéolos que ocorre a troca gasosa. que separa o tórax do abdome. o que irá causar a cianose das extremidades e mucosas. mas sabemos que ela causa uma arritmia cardíaca. A adrenalina provoca ainda uma constrição dos vasos sangüíneos da pele que se torna fria podendo ficar azulada. para que ocorra a morte desses órgãos. passarão a produzir energia sem a presença dele (anaerobicamente). que possui concentração de 0% de NaCl. caso seja aspirada água do mar. causando várias complicações no corpo. Afogamento Entende-se por afogamento a aspiração de líquido não corporal causando asfixia. que fica encharcado. o estresse causado pelo acidente e também pelo esforço físico e pela luta pela vida. e que o plasma sanguíneo possui uma concentração de apenas 0. causam vários distúrbios no organismo. por osmose. fazendo com que a água passe para a corrente sanguínea causando uma hemodiluição e hipervolemia. Com o início da produção de energia pelo processo anaeróbio. Caso o afogamento ocorra em água doce. causando um sensível aumento da freqüência cardíaca. o acúmulo de ácido lático e CO2. o quadro de hipotermia inicia-se quando a temperatura do corpo cai abaixo dos 35º C. tanto em água doce como salgada. O pulso e a respiração diminuem sensivelmente e as pupilas dilatam-se. a temperatura média do corpo varia entre 36 e 37º C. O socorrista que irá atender vítimas desse tipo de acidente deverá. tão breve quanto possível. geralmente desenvolverá um quadro de Inflamação INTRODUÇÃO AO ESPORTE AQUÁTICO – Leonardo Delgado Página 16 . a liberação de adrenalina na corrente sangüínea. aparentando a vítima estar morta. (dependendo do tipo de água em que ocorreu o acidente). não deixando assim que o O2 passe para a corrente sangüínea. tornando ainda mais difícil a troca gasosa. do plasma no pulmão. Soma-se também a esses fatores a descarga adrenérgica. que vai se acumulando no organismo proporcionalmente ao tempo e ao grau de hipóxia (diminuição da taxa de O2). promove uma “infiltração”. que não resistem sem a presença do O2. ela por ser mais densa que o sangue. Associado à hipóxia. devido o liquido postar-se nos alvéolos. ou pelo espasmo da glote. ocorre exatamente o contrário. Levando-se em consideração que a água do mar possui uma concentração de 3% de NaCl (Cloreto de Sódio). Como sabemos. ou seja. e impedindo também que o CO2 saia do organismo. tal coloração é chamada de cianose. No caso de asfixia com aspiração de água. pois bastam poucos minutos sem oxigênio (anóxia). além do aumento ou diminuição do volume de sangue (hiper ou hipovolemia). além de ocorrer a hemoconcentração. aquecer a vítima. A partir daí as células que produziam energia com a presença de O2 (aerobicamente). por exemplo.responde à dor. Além desses fatores. que pode vir a fechar-se violentamente obstruindo a passagem do ar pelas vias aéreas. a vítima de afogamento. a produção de ácido lático. e destruição das hemáceas. o cérebro e o coração não resistem muito tempo. como. sendo que tais espasmos tão violentos são extremamente raros. que podem levar à parada do coração. ocorre uma diminuição ou mesmo a paralisação da troca gasosa. devido o plasma ser mais denso que a água doce. A água aspirada e deglutida provoca pequenas alterações no sangue. principalmente no cérebro e coração. o que pode se dar pela aspiração de água. conduzir ao PS e sempre monitorar os sinais vitais.9% de NaCl. o que pode variar de organismo para organismo. Geralmente entre 50 e 80% das vítimas de hipotermia morrem. devido à baixa de O2. tais como aumento ou diminuição na taxa de Sódio e de Potássio. causando um encharcamento dos alvéolos pulmonares. podendo gerar Arritmias Cardíacas (batimentos cardíacos anormais). sem que haja qualquer fator determinante anterior ao acidente. a hipotermia. Superestimar a própria condição técnica e física. Apenas para conhecimento. ou mesmo no mar em locais que há desníveis. ou seja. mas que isto decorreu de um fator determinante anterior. Acidentes envolvendo barcos pequenos e médios. INCIDÊNCIA DE MORTES POR AFOGAMENTO: . Saltos de cabeça em locais desconhecidos ou em águas rasas. Acontece quando o nadador nada demais. um suicídio. um desmaio ocasionado pela hiperventilação antes de atividades de submersão (Amaral & Rocha. Segundo Szpilman (Timerman. .). INTRODUÇÃO AO ESPORTE AQUÁTICO – Leonardo Delgado Página 17 . etc. porém podem estar agitadas ou sonolentas. quase 50% dos mortos no município do Rio de Janeiro achavam que sabiam nadar. vai para longe e não consegue retornar. a queda de uma costeira com consequente inconsciência. Divisões do afogamento: 1. não resistem mais que 3 a 5 min. 2000). ocorrendo principalmente com os mais jovens que mais frequentemente tem dificuldades de reconhecer seus limites. aspiraram uma quantidade mínima de água. podendo evoluir para um quadro de Pneumonia (Infecção Pulmonar). um AVC. Principais Causas de Afogamento Abuso de álcool e drogas durante a natação recreativa. com pescadores amadores.Pulmonar. s/d.000 casos por ano. suficiente para produzir tosse. as células do coração podem resistir de 5 min até 01 hora. Acidente que pode surgir após uma refeição exagerado.183 mortes. Cair de repente em água funda. 2. Exemplos: uma convulsão.Brasil EM 1998=7. mas os neurônios. em caso de anóxia. e o “apagamento”. a embriaguez. - - Outras causas de acidentes aquáticos podem ser citadas como o pânico. Tentativa de salvamento de outra pessoa sem os conhecimentos técnicos necessários. devido à água aspirada e também pelas impurezas e microorganismos nela encontrados. Pode ocorrer com as pessoas que estão perto da água. Afogamento secundário É aquele em que a causa imediata da morte é o encharcamento alveolar.Mundial =150. sem o aparecimento de estertores sendo que seu nível de consciência é bom com a vítima apresentando lucidez. um tiro. um infarto do miocárdio. Emergências médicas tais como ataques cardíacos. Graus de afogamento Afogamento Grau 1 As vítimas que apresentam esse grau de afogamento. por exemplo. Geralmente têm um aspecto geral bom. Afogamento primário É aquele decorrente diretamente do afogamento. e a ausculta pulmonar normal ou com sibilos ou roncos. que são as células cerebrais. estertoração intensa. indicando um edema pulmonar agudo. Fazer a vítima repousar. Para evitar que haja aspiração de vômito.Ministrar O2 de 10 a 15 Lpm. nos lábios e dedos. agitadas ou desorientadas. Apoio psicológico. INTRODUÇÃO AO ESPORTE AQUÁTICO – Leonardo Delgado Página 18 . Aquecimento corporal. 3 Agonia. e se for constatada cianose2. 2 Cianose é um sinal ou um sintoma marcado pela coloração azul-arroxeada da pele. Afogamento Grau 3 Neste grau de afogamento a vítima aspira uma quantidade importante de água. Ocorre devido ao aumento da hemoglobina não oxidada (desoxi-hemoglobina) ou de pigmentos hemoglobínicos anormais. e Conduzir ao hospital caso necessário. No grau 3 a vítima apresenta nível de consciência de agitação psicomotora ou torpor (acorda se estimulado intensamente) e apresenta também taquicardia (freqüência cardíaca acima de 100 batimentos por minuto). cianose de mucosas e extremidades. em alguns campos do pulmão. Não apresentam secreções nasais e bocais e podem ainda estar cianóticas devido ao frio e não devido à hipóxia. e também a presença de secreção nasal e bocal. contudo sem hipotensão arterial (pressão arterial sistólica menor que 90mmHg).Tais vítimas sentem frio e têm suas freqüências cardíacas e respiratórias aumentadas devido ao esforço físico. Tranquilizar. leitos ungueais ou das mucosas. TRATAMENTO: .Aquecimento corporal. TRATAMENTO: - Verificação dos sinais vitais. apresentando sinais de insuficiência respiratória aguda. e Atendimento médico especializado. . pois pode ser um fator de agravamento caso não sejam tomadas medidas para evitar a aspiração. São vítimas lúcidas. respiração anormal e ruidosa dos moribundos. devido à dispnéia. Aquecer. com dispneia intensa (dificuldade respiratória). sendo notada também a presença de estertores3 durante a auscultação pulmonar de intensidade leve a moderada. Deve-se tomar cuidados com as vítimas no que tange à vômitos.Verificação dos sinais vitais. TRATAMENTO: - Verificação dos sinais vitais. estresse do afogamento e também pela descarga adrenérgica. temos o comprometimento do sistema respiratório. deve-se virar a cabeça da vítima para o lado. Tratar estado de choque. Afogamento Grau 2 É apresentado pelas vítimas que aspiram quantidade de água suficiente para alterar a troca gasosa (O2 – CO2). . Verifica-se também o aumento das frequências cardíacas e respiratórias. Tratar o estado de choque. contudo apresenta pulso arterial. a vítima apresenta-se em apnéia (parada respiratória). Aquecer a vítima. INTRODUÇÃO AO ESPORTE AQUÁTICO – Leonardo Delgado Página 19 . Afogamento Grau 6 Trata-se da Parada Cardiorespiratória. no que tange à quantidade de água aspirada. Cabe lembrar que as diferenças entre o grau 3 e o grau 4 só serão importantes para o atendimento hospitalar. e Atendimento médico especializado. Efetuar ventilação na vítima (boca a boca. AMBU). e Atendimento médico especializado. indicando atividade cardíaca. e Atendimento médico especializado. representada pela apnéia e pela ausência de batimentos cardíacos.- Tratar o estado de choque. Em se obtendo sucesso na RCP deve-se aquecer a vítima. Apresenta um quadro de coma leve a profundo (inconsciente) com cianose intensa grande quantidade de secreção oral e nasal. TRATAMENTO: - Verificar sinais vitais. Tratar o estado de choque. sendo que para o socorrista o procedimento não difere muito de um caso para o outro. TRATAMENTO: - Efetuar Reanimação Cardio Pulmonar. Aquecer a vítima. A vítima apresenta taquicardia e também um quadro de hipotensão ou choque. Tratar o estado de choque. e Atendimento médico especializado. porém o nível de consciência pode variar de agitação ao coma sendo que a vítima quando em coma não desperta mesmo com estímulo doloroso intenso. Afogamento Grau 5 Nos casos de afogamento em grau 5. TRATAMENTO: - Verificação dos sinais vitais. Ministrar O2 de 10 a 15 Lpm. Afogamento Grau 4 Afogamento de grau 4 assemelha-se muito com o de grau 3. Antigamente. que podem ser fatais são: o edema agudo do pulmão e as infecções respiratórias (pneumonia e broncopneumonia). a pessoa competia consigo mesma ou com outros indivíduos para aumentar a distância percorrida debaixo d’água ou a duração de apnéia subaquática. Havendo danos no sistema nervoso pela falta de oxigênio. poderá apresentar alguma complicação decorrente do afogamento como: febre. propicia condições especiais. e que pode depender de mais de um fator. Duas complicações importantes. perigosa e deve ser desencorajada (López.ou seja. diminuindo assim o reflexo involuntário da respiração. onde na maioria dos casos. 1980). 1995. Destacamos as seguintes medidas preventivas: 1) Aprender nadar é a regra básica para prevenir acidentes na água. coma. entre outras. edema pulmonar. 1998). enquanto a pO2 arterial se precipita a níveis de 30 a 40 mmHg. é uma forma de desmaio. horas ou dias. inspirando profundamente e por diversas vezes seguidas faz com que o dióxido de carbono seja liberado. 3) Não nadar após refeição exagerada. 1997 e Mc Ardle. As investigações demonstram que esses indivíduos hiperventilam antes de mergulhar. pois. 1979). e assim o aviso da necessidade de respirar vem tarde. Complicações do Afogamento: Se a vítima sobrevive aos cuidados imediatos. Tafuri. poderemos ter seqüelas nervosas (Alves. A água não é o ambiente do homem. denominado apagamento (Silva. baixando o seu nível. 2) Conscientização dos riscos da prática de natação e esportes aquáticos após ingestão de drogas e bebidas alcoólicas. Eles devem ser internados e vigiados cuidadosamente. Essa prática de hiperventilação é. Hiperventilando. a pCO2 pode elevar-se apenas aos valores alveolares usuais de 40 a 44 mmHg. Além de produzir a incoordenação dos atos de defesa. que ocorre em exercícios de apnéia em submersão. A prevenção consiste principalmente no desenvolvimento de programas educacionais e de treinamento em natação. que facilitam o êxito asfíxico. ouvia-se falar sobre esses casos somente com mergulhadores de caça submarina.Apagamento: O apagamento. hoje sabe se de casos em piscinas. e caso a vítima não seja retirada imediatamente pode ocorrer um quadro de asfixia violenta e aguda por afogamento. Após uma refeição exagerada. pneumonia. daí resultando hipóxia cerebral e perda de consciência. como é conhecido na área de salvamento aquático. grande quantidade de sangue acumula-se nos vasos do aparelho digestivo. e o indivíduo “apaga”. O mecanismo de morte no afogamento é um ponto controvertido. durante o período de submersão. Nos afogados em água doce podemos assinalar hemólise com hemoglobinúria que poderia ser a causa de uma necrose tubular aguda. e essa inadaptação pode ser causa de acidentes. O esforço físico exigido na natação aumentará as necessidades de oxigenação do corpo. abscesso pulmonar. ou seja. deverá ser acompanhada. em pleno período de digestão. metabólicas. que não INTRODUÇÃO AO ESPORTE AQUÁTICO – Leonardo Delgado Página 20 . reduzindo sua pCO2 arterial a níveis em torno de 20 mmHg. pois nos próximos minutos. pode ocorrer assim uma forma de desmaio. arritmia cardíaca. sobretudo nas escolas e clubes esportivos. Resgate e Salvamento Aquático É um dever de todo profissional que lida com o meio aquático utilizar se de algumas medidas preventivas para minimizar os acidentes. será suficiente. 14) Vestir-se apropriadamente para a atividade aquática. se a água for pouco profunda. 46. correr ou perseguir outros em volta da piscina para não correr o risco de escorregar ou chocar-se com alguém. Poderá ocorrer um desmaio resultante da deficiência no funcionamento normal do cérebro. podendo machucá-la ou ainda prejudicar a coluna. por exemplo. principalmente ao cérebro. como. 17) Canos. 19) Como o afogamento é responsável por grande número de morte entre epilépticos. tomando cuidados para também não se tornar uma segunda vítima. objetos debaixo d’água. por exemplo. problema cardíaco.50 metros e 12 cm isolando a piscina. para evitar o “apagamento”. vida aquática. cordas. INTRODUÇÃO AO ESPORTE AQUÁTICO – Leonardo Delgado Página 21 . 6) Boias de braço e objetos flutuantes proporcionam uma falta sensação de segurança na água. sobrevir lesões graves ou a morte. aumentando ainda mais a deficiência de oxigênio ao cérebro e daí. 5) Crianças não devem ser deixadas à vontade em locais onde exista água. grades de 1. pois no caso da embarcação virar. pois poderá ocorrer esgotamento físico. alguém pode ficar inconsciente ou bater a cabeça e é mais provável que se salve. etc. sabendo ou não nadar. 7) Evite deixar brinquedos próximos da piscina. e não haverá ninguém para ajudar ou pedir por socorro. o que salienta a importância de se treinar uma substancial parte da população nas técnicas de recuperação e de respiração boca-a-boca. isto atrai as crianças. Szpilman (2001) 40% dos responsáveis de piscinas não sabem realizar primeiros socorros. 12) Não realizar hiperventilação. 16) Saber como agir para ajudar a tirar outras pessoas destas situações. A asfixia decorrente do afogamento vai agravar o quadro. 10) Conhecer a temperatura e as condições locais da água.6% dos casos de afogamentos as vítimas achavam que sabiam nadar. condições ruins do tempo. elas não possuem noção do perigo. Nadar com roupas é mais difícil e cansativo. devido a sobrecarga funcional dos órgãos digestivos. a sunga e o maiô é o ideal. pranchas de salvamento. 8) Ensine as crianças a nadar com 2 anos ou o mais cedo possível. 11) Não tentar percorrer grande distância a nado a menos que um barco contendo uma bóia ou um cinto salva-vidas acompanhe todo o percurso. 15) Aprender a sair de situações de emergência individual. estes devem receber uma atenção especial. bóias. 23) Não superestimar sua capacidade conhecendo suas limitações. 21) Na maioria dos casos. 24) Só pedir ajuda quando realmente necessitar. nem mesmo que seja uma poça. a cãibra. diminuem em 50 a 70% o número de afogamento. 22) Conhecer e respeitar a regras locais. 26) Antes de mergulhar ou saltar na água verificar se não há outros nadadores por perto para não pular em cima deles e ocasionar acidentes. devem ser sempre colocados à vista e de fácil acesso para ser usado imediatamente em caso de necessidade. a cabeça estará desprotegida. 13) Conhecer algumas noções de socorros de urgência. verificando se pode haver perigo como ondas. correntes. 4) Nunca nadar sozinho. pois muitas pessoas morrem desta forma. diversas profundidades. 18) Utilizar-se do colete salva-vidas em embarcações aquáticas. além de ficar pesada quando está molhada. É bom escolher locais seguros para participar de atividades recreativas. 20) Barreiras adequadas em torno de piscinas. Segundo Szpilman (2001) 89% das crianças afogadas não tem supervisão de adulto. 9) Não mergulhar de cabeça sem colocar as mãos à frente. pode acontecer algum imprevisto como cãibra. as primeiras pessoas a chegar ao local onde ocorreu o acidente são amigos ou parentes da vítima. 25) Não saltar. Segundo Szpilman (2001)89% dos afogamentos ocorrem na hora do almoço ou logo após. da claridade da água. Apesar do mergulho de cabeça proporcionar uma chegada mais veloz até a vítima. corda ou bastão. porém qualquer precipitação poderá frustar o salvamento e colocar a vida do socorrista em perigo. um pedaço de pau. ENTRADA NA ÁGUA O tipo de entrada deve depender da profundidade da água. deve-se alcançar a vítima da margem com a mão. para evitar que seja agarrado. Poderemos utilizar outros materiais flutuantes como uma prancha de isopor. Manobras de Salvamento A rapidez no socorro é importante. pode ser fatal em águas turvas e/ou pouco profundas. Se uma pessoa que não tem condições. ou não sabe nadar. que é um material utilizado na natação e na hidroginástica. tábua ou uma corda. praias. Para maior segurança o socorrista pode no resgate manter-se ligado a uma corda presa em algum lugar ou em alguém na margem. preservando assim sua vida. O socorrista poderá atirar qualquer objeto flutuante para a vítima e mantê-lo entre eles. do conhecimento das condições do fundo. ou ainda o aquatubs (macarrão ou minhocão). boias. Passar aos alunos informações como essas são de grande importância. toalha. para que o acidentado se acalme até a chegada do socorrista.O profissional deve preocupar-se sempre em adicionar conhecimentos sobre regras de uso e prevenções de acidentes em locais fora da piscina. deverá anotar o local exato onde ela se encontra e procurar ajuda. como rios. etc. da altura do local e da distância da vítima. lagos. material próprio para surf. localizar uma vítima. câmaras de ar infladas. Se possível. INTRODUÇÃO AO ESPORTE AQUÁTICO – Leonardo Delgado Página 22 . com os braços junto ao corpo ou abduzidos na lateral para aumentar o equilíbrio e saltar para cima e para frente). O nado peito. INTRODUÇÃO AO ESPORTE AQUÁTICO – Leonardo Delgado Página 23 . é útil quando a vítima pode submergir e tornar difícil encontrá-la. Ele permitirá uma ótima visualização e uma chegada rápida até a vítima. segurando por fora e entre as pernas da vítima. A segunda maneira de entrar na água é o salto com as pernas afastadas. tem a vantagem de se conseguir manter a cabeça acima da água podendo continuar observando a vítima inclusive no salto. Este consiste em saltar para frente como se tivesse caminhando na água. e quando há riscos de fraturas onde a movimentação da água poderá agravar o caso. apesar de mais lento. se possível. como no pólo. Como podemos observar na figura acima.Existem outros três tipos de entrada na água. caminhar ou nadar cuidadosamente com a cabeça alta. o corpo adquire uma posição vertical (em pé. virando-a de costas para o socorrista. Por isso é importante que a aproximação seja pelas costas. que será inevitável se o socorrista estiver ao alcance da mesma. é menos cansativo e ideal para águas agitadas porque permite uma maior visualização da vítima. Uma das características da vítima é o desespero. Este consiste em ir abaixando-se lentamente até chegar à água. pode se utilizar o crawl com a cabeça baixa e levantá-la de vez em quando para não perder a vítima de vista. O terceiro caso é classificado de salto compacto. transmitindo segurança e tranqüilidade para o acidentado. Algumas palavras de apoio podem ajudar. com uma perna à frente da outra. porém é extremamente cansativa. Para aproximar-se da vítima pode-se utilizar o nado crawl com a cabeça alta. que será mais aconselhável quando você tiver que saltar de uma altura maior. APROXIMAÇÃO É muito importante manter a calma na aproximação e executar movimentos com segurança e destreza. Com o intuito de diminuir a resistência causada pela água e não cansar tanto. com os pés unidos. em seguida deve. Por esta razão deve-se evitar o "agarramento". Existe outra maneira de aproximação é em submersão pela frente. O primeiro é o abaixamento que deve ser utilizado para não movimentar muito a água. Este movimento é facilmente executado na água. Algumas características importantes para uma aproximação eficiente são: chegar rapidamente até a vítima para que o caso não se agrave mais e manter a vítima a vista para que possa localizá-la com precisão caso haja sua submersão. Nesta situação a vítima poderá apertar o pescoço do socorrista o que causaria uma dificuldade de respiração. o socorrista deverá agir segurando com uma das mãos no pulso e a outra no cotovelo do braço da vítima que está por baixo. se o socorrista virar o pescoço para a lateral estará se protegendo da asfixia. A vítima tenta respirar de qualquer maneira e agarra qualquer coisa que esteja ao seu alcance. ela não irá acompanhá-lo. Como a intenção da vítima é ir a procura de oxigênio. passar uma das mãos entre os braços da vítima e pressionar seu queixo para trás. Ao mesmo tempo utilizamos o outro braço que continua agarrado e viramos a vítima de costas para rebocá-la. Quando agarrados teremos a preocupação de nos livrar sem machucar a vítima. É preciso colocá-lo de costas. imobilizá-la e rebocá-la até o local desejado. empurrando-o para cima. devido ao ar que está nos pulmões. Isso acontece pelo seu instinto de conservação. Caso o agarre seja pelas costas com ambos os braços no pescoço. Se a vítima agarrá-lo pela frente com os dois braços.DESVENCILHAMENTO Desvencilhamento é a técnica que o salva-vidas utiliza para se soltar da vítima em pânico. em posição horizontal com a boca e o nariz fora da água para que ele possa respirar e também para facilitar a flutuação. tendo suas forças redobradas pelo pânico. o socorrista deverá. Uma das maneiras de desvencilhamento seria ir em direção ao fundo. REBOQUE O indivíduo flutua naturalmente. utilizando o outro braço para nadar. e parte do princípio de que o dedo polegar é mais fraco do que a pegada dos outros quatro dedos. Se tivermos os dois braços agarrados podemos soltar um deles fazendo pressão para baixo e para fora do lado de seu polegar. Caso a vítima agarre o socorrista em um dos braços este poderá utilizar-se deste agarre para rebocá-lo. INTRODUÇÃO AO ESPORTE AQUÁTICO – Leonardo Delgado Página 24 . Esta técnica é muito utilizada no judô. consiste em dar apoio para os pés da vítima auxiliando para que ela suba com mais facilidade. uma que serve para o sujeito consciente e prestativo e outra para o sujeito que esteja inconsciente. Enquanto a vítima flutua colocar este objeto por baixo dela. pernas e pés) para removê-la. ou com o movimento que tiver maior facilidade. o socorrista deverá aguardá-la mantendo o fraturado flutuando na água. ou ainda. Caso o socorrista não tenha nenhuma tábua ou qualquer material semelhante. com as pernas afastadas prendendo as pernas no quadril do rebocador e segure em seus ombros com os braços estendidos. Se a vítima estiver inconsciente ou. A técnica de reboque mais utilizada é chamada de reboque de peito cruzado. que poderá ser uma prancha de surf ou um banco de madeira. seria conveniente. Existem dois tipos de retirada. O sujeito consciente e prestativo. no peito e por baixo do braço contrário. causado pelo contato de algum objeto. Caso a vítima esteja consciente é importante perguntar se ela apresenta falta de sensibilidade nas extremidades. Caso a vítima esteja inconsciente e com ferimentos ao redor da cabeça e da face. Deverá nadar com o braço livre. RETIRADA DO ACIDENTADO DA ÁGUA Depois de ter rebocado a vítima é necessário assegurar que ela saia com segurança da água. quadril. TRAUMATISMO A principal preocupação quando uma pessoa cai ou mergulha em águas rasas é o traumatismo. sofre paralisia ou formigamento de braços e pernas. vértebras torácicas. INTRODUÇÃO AO ESPORTE AQUÁTICO – Leonardo Delgado Página 25 . Esta técnica consiste em colocar a vítima de costas para o socorrista em decúbito dorsal passando o braço por cima do ombro do rebocado. ou caso não tenha ajuda e o estado da vítima esteja estável. se queixando de dor no pescoço deve-se utilizar para retira-la da água. deve-se imobilizar a coluna cervical e tomar todas as medidas como se houvesse uma fratura. não requer muita habilidade do resgatador. Se a vítima for um nadador cansado ou com cãibra.Para transportar um acidentado inconsciente é melhor segurá-lo pela parte posterior do pescoço e na testa. utilizando nesta situação o nado peito como reboque. paralisada. Szpilman (2001) diz que sempre que for realizar um salvamento com vítima inconsciente em água rasa. que propicia uma permanência da cabeça do acidentado mais alta. fêmur. O Dr. uma tábua comprida e larga. deverá utilizar ajuda de três ou mais pessoas para segurar ao longo do corpo da vítima (nuca. Depois transporte-a para fora da água sobre a prancha. colocá-lo de decúbito dorsal. ela também deverá ser tratada como se estivesse com lesão na coluna. Em caso de dúvida devemos considerar que há uma lesão na coluna vertebral com possível trauma medular. lateralmente e pernas com movimento de tesoura. Assim não devemos movimentar o pescoço da vítima. da quantidade de líquido aspirada e dos cuidados de emergência. A sobrevivência da vítima dependerá do estado de saúde desta. A grande vantagem desta saída é que a vítima estará em posição que beneficiaria as manobras de ressuscitação. colocando-a de frente para a borda da piscina. os braços da vítima deverão estar cruzados.No segundo caso o resgatador deverá auxiliar a flutuação da vítima apoiando-a na perna. RCP – REANIMAÇÃO OU RESSUSCITAÇÃO CARDIO-RESPIRATÓRIA A vítima consciente não precisará da ressuscitação cardio-respiratória (RCP). como pode ocorrer no caso do afogamento. INTRODUÇÃO AO ESPORTE AQUÁTICO – Leonardo Delgado Página 26 . colocar as mãos do acidentado na borda. saindo da piscina sem soltá-la. nenhuma manobra será eficiente (Szpilman. e serão descruzados ao subi-la. A ressuscitação cardio-respiratória é um procedimento de emergência nos casos em que existe parada cardiorespiratória e o cérebro não recebe oxigenação. Ao puxá-la para fora. Se a vítima apresentar rigidez cadavérica. esta deve ser encorajada a tossir para remover qualquer obstrução. uma em cima da outra. 2001). A tosse permite que a vítima utilize seus músculos brônquicos e da parede torácica produzindo pressão no ar que ainda permanece nos pulmões desobstruindo as vias aéreas. o resgatador deve apoiar sua mão acima das mãos da vítima para que ela não volte a cair na água. virando-a de costas para a borda e colocando-a deitada próxima a piscina. da duração da imersão. estar em decomposição corporal ou permanecer em submersão à mais de uma hora. envolver simultaneamente a boca e o nariz e insuflar os pequenos pulmões apenas com o ar contido no interior de sua boca. o socorrista deverá verificar se há freqüência cardíaca. aproximando a cabeça do socorrista na da vítima. 1997). e sentir se o ar está sendo expelido. Se a freqüência cardíaca estiver presente. a pressão é realizada com apenas 2 dedos (Corpo de Bombeiros.respiração boca-a-boca e. apoiando a parte inferior da palma da mão. "C". se não houver. numa freqüência de 12 à 16 por minuto. Primeiro observar se há movimentos respiratórios. para tal. Para verificação da freqüência cardíaca deve-se utilizar o pulso carotídeo. e em bebês de 0 à 1 ano. Utilizar os dedos indicador e médio para esta verificação. Caso o paciente não esteja respirando é necessário iniciar imediatamente a respiração artificial. assim que o tórax da criança começar a erguer cessar a insuflação. Nas crianças (entre 01 a 08 anos de idade) deve-se ter o cuidado para não exceder a quantidade de ar insuflado. a vítima somente necessitará de respiração artificial. Para determinar se estão ou não. colocá-la na posição que permite maior drenagem: deite-a em decúbito lateral com um dos braços sob a cabeça. Após duas insuflações. estando em apenas um socorrista deverá utilizar-se de 30 compressões INTRODUÇÃO AO ESPORTE AQUÁTICO – Leonardo Delgado Página 27 . 1987).circulação artificial (compressão torácica externa). se estiver inconsciente flexione a perna de cima da vítima para evitar que ela role.Os procedimentos de ressuscitação cardio-respiratória. 1997). Em crianças com idade entre 1 à 8 anos a pressão deve ser exercida com uma das mãos. A respiração boca-a-boca é de grande importância neste momento. devemos seguir alguns passos. caso haja pulsação deverá continuar a respiração artificial até que a vítima volte a respirar espontaneamente (Evans. Nos bebês. No caso de uma pessoa conhecida e que o socorrista opte pela respiração boca-a-boca sem bocarilha. selar os lábios da vítima firmemente com os seus. Nestes casos deve-se evitar a extensão do pescoço. "B". As mãos devem estar posicionadas dois dedos acima da base do processo xifóide. O uso de bocarilha apropriada permite que o socorrista possa executar a respiração artificial com conforto e segurança. depois ouvir os sons da respiração. no esterno. 1997). fechar o nariz desta. ou femoral (no caso de existir ferimentos no pescoço). fazendo compressões no tórax na altura do esterno. se for uma criança com idade de 1 à 8 anos a cada 4 segundos e se tratar de um bebê com idade de 0 à 1 ano será à cada 3 segundos (Corpo de Bombeiros. Caso a freqüência cardíaca esteja imperceptível. permitindo que o tórax se esvazie totalmente entre cada respiração. Caso a vítima esteja respirando. No caso de bebês utilizar o pulso braquial (Corpo de Bombeiros. No entanto. 1997). Quando a vítima necessita de respiração artificial e massagem cardíaca concomitantemente. Quando o paciente passar a respirar espontaneamente. Quando a vítima está inconsciente é preciso certificar-se de que tenha suas vias aéreas desobstruídas. deverá dar início à massagem cardíaca. colocá-lo na posição de drenagem (Evans. utilizando-se do peso do seu corpo. Conforme os procedimentos utilizados pelo corpo de bombeiros em um paciente adulto deve-se executar a ventilação uma vez a cada 5 segundos. através de um curto sopro (Corpo de Bombeiros. expirar observando se o tórax da vítima se expande e afastar a cabeça observando a saída do ar. a questão de segurança do socorrista tem que ser levada em conta. 1987). É essencial que não se esqueça da possibilidade de um traumatismo na coluna cervical. ou ABC do socorro básico possui três etapas: "A". a massagem cardíaca deve ser executada com uma mão sobre a outra.abertura das vias aéreas (desobstrução). deve-se inspirar profundamente. cardíacas para cada 2 respirações. Se as condições da vítima se estabilizarem. pulmonares. e se for um bebê a freqüência passa a ser de 100 à 120 por minuto (Corpo de Bombeiros. um torna-se responsável pelas insuflações pulmonares e o outro pelas compressões torácicas. Szpilman (2001) relata que a ventilação realizada ainda dentro da água diminui a mortalidade em quase 50%. Após iniciada a RCP ela nunca deverá ser paralisada por mais de cinco segundos consecutivos. A reavaliação da presença da freqüência cardíaca e da respiração espontânea é aconselhada após 4 à 5 ciclos de compressão e ventilação. exigem muito mais que um estudo teórico para possibilitar a execução adequada dos mesmos. Só deverá ser interrompida quando a circulação ou respiração retornar. ou um médico assumir o caso (Corpo de Bombeiros. A respiração artificial não deverá ser interrompida durante o transporte da vítima ao hospital. repetindo-se as reavaliações à cada 5 minutos. pois sem tratamento adequado esta poderá vir a sofrer distúrbios cardíacos. está deverá ser colocada na posição de drenagem. a respiração artificial deverá ser iniciada ainda dentro da água. Quando se dispõe de dois socorristas. circulatórios. Se o atendente for capaz e houver necessidade. A síncope que poderá acontecer após alguns minutos. 1997). 1999). consideramos que este treinamento teórico-prático deve ser estimulado como aspecto integrante na formação de todo cidadão. horas ou dias. renais e cerebrais. INTRODUÇÃO AO ESPORTE AQUÁTICO – Leonardo Delgado Página 28 . A reanimação cardio-pulmonar ao se tratar de uma criança deve ser composta 100 vezes por minuto. É indispensável que a vítima passe por um médico para receber cuidados posteriores após a reanimação. Desta forma. quanto o procedimento de RCP. podendo estes trocar de cargo para tornar menos desgastante. a ressuscitação poderá causar danos irreparáveis ao sistema nervoso. Tanto o resgate. utiliza-se uma freqüência de 80 à 100 vezes por minuto. INTRODUÇÃO AO ESPORTE AQUÁTICO – Leonardo Delgado Página 29 . 10 braçadas na piscina com seus olhos fechados. Respiração na piscina também ajudará treinar os músculos que você necessita para levantar sua cabeça. 2. Siga os outros nadadores. treine para manter o nado reto. Mas continue checando o curso periodicamente. Seja eficiente: Trace um objetivo para baixar seu tempo nas braçadas para nadar mais eficientemente. 9. depois olhe por cima d’água. 4. Isto vai ajudar-lhe a nadar em linha reta sem usar o fundo da piscina como guia. 7. Olhar para cima constantemente é bastante cansativo.Capitulo 03: Dicas para Nadar em Águas Abertas Selecionamos algumas dicas para você praticar na piscina e se sair bem! 1. A partir daí. Procure não olhar para o ponto de referencia por muito tempo. pois este nado facilita e torna mais veloz a passagem aos obstáculos como ondas. Largada rápida: Pratique alguns “tiros” rápidos. siga-os. Golfinho: A prática do nado golfinho (empurrando para frente e para trás em uma série de mergulhos curtos criando propulsão através da água) é importante pois geralmente encontrase em uma área rasa antes de encontrar profundidade adequada do nado na saída para o mar. além de tirar preciosos segundos de seu nado. Se você está nadando com outras pessoas e eles estão nadando em linha reta. As raias lhe ajudarão a perceber para qual direção você tende a nadar. Faça corretivos constantemente além de um acompanhamento técnico para ajudá-lo a corrigir seu nado. Uma solução clássica é treinar nadando a distância de uma piscina com os olhos fechados. Comece olhando acima a cada oito braçadas. Se você não conseguir ver a bóia ou qualquer que seja seu ponto de referencia. Isto simula os começos rápidos encontrados tipicamente em eventos da águasabertas enquanto os participantes dobram para a posição antes de se estabelecer dentro de seus ritmos. 6. levantando sua cabeça até olhar para frente no ritmo junto com sua respiração. o ideal é olhar a cada 20 braçadas. seguidos de 100-200m em ritmo mais relaxado. Durante treinamentos em piscina. uma cadeira da plataforma ou um edifício pequeno) e trabalhe gradualmente até mais braçadas. Feche seus olhos: Na natação dê 8 . Isso lhe deixará a vontade para se guiar por pontos de referencia ao nadar em águas abertas. mesmo no meio de suas séries. 3. 5. 8. Se você consegue se manter no curso. Mantenha o olho na bóia ou qualquer que seja o seu ponto de referencia. concentrando-se em um alvo após a extremidade da raia (uma janela. INTRODUÇÃO AO ESPORTE AQUÁTICO – Leonardo Delgado Página 30 . os atletas adoram o golfinho. escolha um ponto e fique atento a ele todo o tempo. Provavelmente eles não sairão do curso de propósito. dê uma braçada e olhe novamente. Veja o que você pode ver: Pratique sua respiração na piscina. Existem vários pontos que podem servir de parâmetro para lhe ajudar a nadar em linha reta sem que você necessite levantar a cabeça a todo instante. Que tal usar a direção em que os raios do sol entram na água? O mais importante é que seu ponto de referencia lhe ajude a manter o curso certo. mude sua direção devagar de volta ao curso. Se você sair muito da rota. Use sua imaginação. 11. INTRODUÇÃO AO ESPORTE AQUÁTICO – Leonardo Delgado Página 31 . Lembre-se de que a distancia mais curta entre dois pontos é sempre uma linha reta. não importa onde você esteja.10. ) já utilizava banhos de contraste (água quente e fria) no tratamento de algumas doenças. em suas várias temperaturas e os benefícios proporcionados no tratamento de várias doenças. Aproximadamente 57 anos depois (1779). arrendou terras e construí piscinas compridas com água pelo joelho e pedras no fundo.SUDATORIUM: um aposento saturado de ar úmido quente. Vincent Pressnitz. então.C. Hotéis começam a trabalhar com exercícios na água com fins recreativos (jogos) e logo depois os SPA adotam a Hidroginástica e incluem a atividade em seus programas. médico. os banhos mornos eram utilizados para aliviar espasmos musculares e nos pacientes necessitados de relaxamento.C. Inglaterra. surgem os banhos em águas sulfurosas (quentes) com exercícios de calistenia. Por volta de 1835. Hipócrates (460-375 a. Existiam quatro tipos de banhos: . De acordo com alguns documentos por volta do ano de 1830. força muscular e flexibilidade. Este cidadão acreditava que essa atividade trazia inúmeros benefícios para o corpo. com resultados positivos. melhora os aspectos bio-psico-sociais. através das características e benefícios dessa. Em 1697 (Inglaterra) Sir John Flayer. Ainda nos Estados Unidos. tomando o assunto à nível de pesquisa. . Esta atividade aquática surgiu antes de Cristo. baseados no aproveitamento da resistência da água e que. iniciou o uso da água fria e exercícios vigorosos. Os romanos utilizavam a água com finalidades recreativas e curativas. por volta de 1722. Na Alemanha.CALDARIUM: banho quente. “É um programa de condicionamento. foi empregado o banho frio em várias condições febris. na Hungria.TEPIDARIUM: banho com água morna. a fim de causar a sudorese. o Dr. Daí estabeleceu bases fisiológicas aceitas. desenvolvido na água.). Em 1830. chegaram à conclusão que havia ciência sobre as reações dos tecidos na água. Os gregos realizavam as caminhadas na água. constituída de exercícios específicos. através de programas recreativos. Nos clubes.Capitulo 04: Hidroginástica Conceito É uma atividade física aquática realizada na posição vertical. Ele fazia caminhadas terapêuticas e segundo se sabe. Estados Unidos e foi ganhando seu espaço pelo mundo.FRIGIDARIUM: banho frio utilizado para fins recreativos.” Origem A palavra Hidroginástica vem do grego e significa "GINÁSTICA NA ÁGUA". que inclui exercícios do tipo aeróbios e exercícios para o desenvolvimento da resistência muscular localizada. . em Edimburgo. e nas academias. Clubes e academias introduzem a Hidroginástica gradativamente em seus programas. . embora sua tese fosse considerada empírica nos meios clínicos da época. surgem mais tarde os programas para grupos de terceira idade (A.M. num ambiente com ar aquecido. Em 1903 foi aberto o primeiro centro de reabilitação na água. nascendo. como INTRODUÇÃO AO ESPORTE AQUÁTICO – Leonardo Delgado Página 32 . a hidroterapia como alternativa de cura recomendada pela medicina e que se alastrou pela Alemanha. Winternitz de Viena mais Wright e Currie. em Boston. É essa segurança que permite ao praticante até superar seus limites naturais. a resistência oferecida pela água vai ser proporcional à força do movimento. Hidroaeróbica. idosos. ESCOLA ALEMÃ .U. os movimentos ficam mais seguros. Bom para trabalhar coordenação motriz e trabalho com pessoas da terceira idade. sem riscos. magros. a água responde na mesma intensidade a uma força aplicada sobre ela.utilização do colete de flutuação totalmente sem impado.aquecimento nas aulas de natação. que determinavam a atividade. exercícios aeróbios. Uma vez força. A Hidroginástica já é aplicada nos E. etc. Repetem três vezes o mesmo exercício. No início houve uma grande controvérsia de nomes. inclusive durante saltitos.A. tais como: Aquanástica. exercícios localizados e relaxamento muscular. gestantes. Estado Unidos HIDROROBICS . Livro: "Minha Curo Através da Água". Dentro da água. Diferentes Metodologias em Exercícios Aquáticos (Evolução Histórica) Europa KNEIP: Água fria na altura dos joelhos e pedras no fundo que ativam a circulação. até que finalmente a Hidroginástica conquistou seu espaço próprio.JOSEPH KRASEVEC: Água no peito . porém utilizando somente programas de corrida na água (colete de flutuação). AQUABENCH: banco na água. segundo as leis da física. AQUAMOTION . Porém. por mais simples que seja. SUSPEND e NEUTRAL. seja ela grande ou pequena. FLEXIBILITY TRAINING: melhorar a flexibilidade. Utilização de equipamentos como HIDRO-TONE/ AQUATONER. alongamento. WATER RUNNING: O Princípio do Deep Water. depois velocidade e ritmo. e essas regiões se tornam menos vulneráveis.grande fase aeróbica parte local na borda com a utilização de vários materiais.PEGGY BUCHANAS e DEBBY MILLES: Surgiu em 1984. Por outro lado. ou seja. STRENGTH TRAINING: Principal objetivo: força muscular (body building). independente do seu nível de condicionamento físico: jovens. - INTRODUÇÃO AO ESPORTE AQUÁTICO – Leonardo Delgado Página 33 . há mais ou menos 40 anos e no Brasil chegou há aproximadamente 30 anos. São exercícios de aquecimento. Sua principal vantagem é justamente a segurança que proporciona ao praticante.EBERLEIN / KAALASSEN WASSER GIMNASTÍCK AQUATITIMIC: Água acima da cintura. A resistência natural da água multiplica o esforço exigido em um movimento. Os exercícios são realizados em três níveis: REBOUND. Aquaginástica. crianças. Tem linguagem própria e é constituída por 16 exercícios básicos com algumas variações. DEEP WATER EXERCÍSE: Piscina funda . o nome que sem dúvida nenhuma define a atividade é "Hidroginástica". Isso permite que qualquer pessoa possa se exercitar. obesos. todos que praticam hidroginástica e seus aspectos. trabalho de força e de resistência muscular (parte aeróbica da aula). CIRCUIT TRAINING .- - AQUA-POWER AEROBICS: combinação do trabalho cardio-respiratório. Cádiz. HIDROSTEP: banco ou step na água. para garantir um trabalho seguro eficaz e que cumpra os objetivos da sessão. Trabalho alternativo.20m e 1. Música durante toda a aula com BPM entre 120 e 140. Combinação de exercícios de alta. Dentro da água.50m. Utilização de equipamentos. Brasil GINÁSTICA AQUÁTICA: mistura de vários métodos. o corpo fica mais leve. halteres).exercícios de força e exercícios aeróbicos intercalados em estações. etc. HIDROGINÁSTICA: principal objetivo o trabalho cardio-respiratório. beneficiando. - Características da Hidroginástica No meio líquido não existem apoios fixos e a força gravitacional é quase nula. Profundidade entre 1.) INTRODUÇÃO AO ESPORTE AQUÁTICO – Leonardo Delgado Página 34 . psicológicos e fisiológicos. Atrair o publico jovem para a atividade. agilidade e coordenação. as articulações ficam mais livres. Piscina Profundidade: de 1. O trabalho com mais alunos implica a ajuda de outro técnico.20m a 1. media e baixa intensidade. INTERVAL TRAINING dirigido a atletas bem condicionados. trabalhar ritmo.50m Temperatura: de 28º a 31º C . HIDROGINÁSTICA COMPETITIVA: objetivo: aumentar a intensidade do trabalho cardio-respiratório. podemos nos movimentar com maior facilidade. SPORT SPECIFIC AND SPORTS CONDITIONING WORKOUTS . ou que proporcionem a flutuação (pranchas. HIDROGINÁSTICA INTEGRATIVA: bioenergética dentro d'água. dessa forma. Situação ideal: Grupos com o máximo de 18 alunos por professor. Barcelona. boias). o que favorece a execução de movimentos mais amplos. terapêuticos. Utilização de materiais que aumentem a resistência da água (tornozeleiras. físicos.A temperatura da água troca de acordo com o local onde se desenvolve as classes (Madrid.exercícios específicos para cada esporte. agradáveis.Exercícios localizados . Os exercícios aquáticos são divertidos.Circuit training todo corpo . Nível II . palmar. como a ginástica de academia. palmar.Interval training .Circuit training . . até as que estão acima ou abaixo do peso ou com algum tipo de deficiência. a resistência e a força muscular. (45' de classe). Sua eficácia vai de atletas em treinamento.Corrigir postura -Melhorar o sistema . A hidroginástica é uma opção alternativa para o programa de prática mais comum de exercícios. halteres. (30' de classe).Conexão dos movimentos .Exercícios localizados . cômodos e seguros. limpeza dos movimentos e muita correção. gestantes.Exercícios localizados . Preocupação na postura. INTRODUÇÃO AO ESPORTE AQUÁTICO – Leonardo Delgado Página 35 .Exercícios aeróbicos . maior complexidade.Divisão em grupos de mesmo nível Grupos divididos em níveis técnicos: Nível I . OBJETIVO ESTRATÉGIA Melhorar o .Trabalho de base com introdução aos exercícios da Hidroginástica.Maior intensidade e velocidade nos exercícios. eficazes. bolas etc.Uso de materiais: pranchas.Exercícios de recuperação muscular - - CATEGORIA Iniciante ou Básico Adiantado ou Intermediário Atleta ou Avançado Finalidades A hidroginástica tem por finalidade melhorar a capacidade aeróbica e cardiorrespiratória. . Introdução às classes com coreografias. a flexibilidade e o bem-estar de seus praticantes.Melhorar a saúde . Introdução dos exercícios combinados.Uso de materiais: pranchas.Treinamento físico geral .Manutenção da forma física halteres.Adaptação à água e condicionamento físico deslocamentos . estimulantes.(Básico) .Aumenta a velocidade e a intensidade dos exercícios.Preparação física específica . Possui a vantagem de poder ser praticada por pessoas de qualquer sexo e idade. etc.Exercícios aeróbicos cardiorrespiratório . (45' de classe).Exercícios aeróbicos . pessoas em fase de reabilitação. bastões. natação . Nível III (Avançado) .Recuperação de lesões . A hidroginástica permite a redução no esforço articular. voleibol. Ligações (combinação de movimentos e coreografias). .(Intermédio) .Fortalecer a musculatura de . bastões.Diminuir dores na coluna .Aplicar exercícios de acordo com o esporte: futebol. Melhora as qualidades e capacidades físicas. Diminuição do impacto . propiocepção). Boa atitude corporal (pressão hidrostática). conhecimento corporal e equilíbrio. Melhora os aspectos físicos. Ambiente descontraído .o indivíduo consegue realizar movimentos dentro d'água que seriam impossíveis em terra. - INTRODUÇÃO AO ESPORTE AQUÁTICO – Leonardo Delgado Página 36 . ritmo e agilidade. Auxilia a reeducação respiratória (pressão hidrostática). Proporciona ao indivíduo maior capacidade de resistência ao stress. músculos e coluna podem ser trabalhados com mais segurança.articulação. Benefícios Melhora o condicionamento físico. aeróbico e muscular (resistência da água). Desenvolvendo a boa forma física. Peso corporal aliviado em 90% dentro d'água. Mesmo aqueles que não sabem nadar podem praticar a Hidroginástica. proporciona ao indivíduo uma aparência saudável e jovial. sem preocupação com a silhueta no espelho. Diminui o impacto sobre as articulações.alunos mais à vontade. Proporciona um bem estar físico e mental. Aumenta a flexibilidade e a amplitude das articulações e dos movimentos. turbulência e temperatura efeito massageador). Dentro d'água os alunos não se enxergam direito (água na altura do peito). psicológicos e ajuda na socialização. o sistema cardiorespiratório e ativa a circulação sangüínea. com a roupa que estão usando ou com a falta de coordenação e habilidade. Auxiliam na correção postural. diminuindo as probabilidades de doenças. Melhora da propriocepção corporal. Melhora da coordenação motora. Desenvolve os músculos e a resistência muscular. Vantagens Movimentação corporal facilitada pela sustentação (flutuação). equilíbrio. relaxados. Diminui os problemas de hipertensão e hipotensão. Auxilia o retorno venoso (pressão hidrostática).Objetivos Gerais Específicos Reeduca a respiração (pressão hidrostática) Melhora a postura (conhecimento corporal. Melhora da condição cardiorrespiratoria Trabalha a força e resistência muscular Melhora da flexibilidade Trabalha a coordenação motriz global. Melhora e favorece a relaxação. bem como o condicionamento físico geral. A água auxilia os exercícios mais difíceis. Auxilia no relaxamento (flutuação. Melhora a autoconfiança . Miocardite recente. além de fazer novas amizades. Portadores de necessidades especiais muito debilitados. temperatura da água. Hipertensão Arterial grave.- A Hidroginástica. Ainda é de difícil avaliação (não existem. Cuidados a atentar: Exagero na intensidade dos exercícios. a prática deve ser evitada temporariamente. Idosos: Procuram porque esta atividade contagia e dá um ânimo ao idoso como se estivesse rejuvenescendo. mas porque a água. Ausência do desconforto da transpiração. Em casos de gripe. Exercícios mal orientados podem ser prejudiciais. INTRODUÇÃO AO ESPORTE AQUÁTICO – Leonardo Delgado Página 37 .bom condutor de energia. diminui dores e espasmos musculares pós atividade. Contra . Há uma melhora física e mental. Desconhecimento da atividade pelos próprios profissionais. não pelos movimentos. Cuidados a atentar: A entrada e saída da piscina para não escorregar. ao menos no Brasil. por isso todas as infecções devem ser contra-indicadas. Casos de infecções transmitidas pela água. poliomielite e disenteria. Epiléticos não controlados. Radioterapias profundas. parâmetros que avaliem especificamente esta atividade). proporciona um bom meio para o crescimento bacteriano. além de fazer novas amizades.Indicações A hidroginástica é contra-indicada para infecções de pele. Desvantagens Muito do trabalho é subjetivo. Diabéticos não controlados.musculatura agonista e antagonista trabalham igualmente (resistência da água). Avaliação médica especifica (geralmente é apenas uma avaliação para a piscina). tais como: febre tifóide. cólera. Performance global . Tímpano perfurado. Insuficiência cardíaca grave. infecções gastrintestinais e dores de garganta. devido ao efeito massageador da água. Leigos dando aulas.resistência da água. respiração e postura. devem ter a prática da hidroginástica suspensa até liberação médica. o que ajuda muito na auto-estima do idoso. Doenças renais. nas quais os indivíduos não possam ajustar-se à perda hídrica. tornando-o mais forte e participativo na vida pessoal. Sobrecarga natural . Público Jovens e Adultos: procuram por ser uma atividade que visa à performance orgânica eminente e mantém ou melhora a forma física. Embolia pulmonar. principalmente a quente. Água . intensidade dos exercícios. Se a piscina for coberta. respiração. ou na recuperação de atletas lesionados. grupo pouco assíduo. as pessoas obesas sentem dificuldade para executar certos movimentos no solo. Onde Praticar? CLUBES .piscina descoberta. aumentar a autoconfiança. FC. 90% do público do SPA é obeso. rinite. não dificultar os exercícios. ginástica aeróbica. entrada e saída da água. pessoas com problemas de joelhos. temperatura da água. etc. respiração. o trabalho fica prejudicado. O público é mais assíduo porque paga a mensalidade. grau de dificuldade para executar os movimentos. além de ter sua barriga integralmente massageada pela água. consciência corporal e recreação. contusões. idosos. Hoje nosso público é constituído por homens e mulheres sadios. bronquite. direcionamento dos exercícios dependendo de cada desporto. FC. Cuidados a atentar: entrada e saída da água. PA. relaxamento. pois alivia a gestante de sobrecargas nas articulações e coluna. podendo também fazer novas amizades. fadiga. artrite. recuperação nos tratamentos fisioterápicos. obesos. todos com muito "pique".ideal porque reúne as melhores condições para o nosso trabalho. PA. o rendimento do grupo será bem maior. No inicio os indivíduos que procuravam a Hidroginástica eram na maioria colunopatas. Até os grandes times de futebol. triglicerídeos. diminuir as inibições e complexos de inferioridade. fazendo com que ela se sinta livre e solta. ACADEMIAS . movimentos leves que não comprimam a barriga. estimular o companheirismo e a vida social. estimular a vontade de viver. respiração. já é uma grande vantagem. Pessoas com diversas patologias: procuram por orientação médica visando à melhora ou inibição de problemas como asma.grau de dificuldades (locomoção. Seja na recuperação pós-jogo. além de jovens e até crianças. PA. Cuidados a atentar: Intensidade dos exercícios. Cuidados a atentar: conhecer cada patologia. Portadores de necessidades especiais leves: procuram para melhorar a independência pessoal. basquete. FC. temperatura (clima) instável (SP). Obesos: procuram à hidroginástica porque associada a uma dieta alimentar correta. como corrida. visando uma individualização que poderá trazer uma melhora rápida ao aluno. colesterol. mas na água esses movimentos tornam-se mais fáceis. diabetes. tornozelos e aqueles que eram radicalmente contra as atividades muito intensas. Gestantes: a diminuição relativa do peso corporal na água. coordenação motora. voley. postura dentro e fora da água). Atletas: procuram a hidroginástica para uma melhora da performance com treinamentos específicos para cada modalidade desportiva. auxilia na perda de peso e composição corporal. stress. torções. hipertensão. direcionando os exercícios específicos para cada problema. Os alunos passam pela avaliação médica. PA. A piscina é coberta e aquecida. Cuidados a atentar: intensidade dos exercícios. ansiedade. SPA . cardíacos. a entrada e saída da água. Além disso. artrose.a Hidroginástica é parte integrante do programa. O trabalho do professor é facilitado. INTRODUÇÃO AO ESPORTE AQUÁTICO – Leonardo Delgado Página 38 . grau de dificuldade motora e respiratória. reumatismo. FC. fatores que auxiliam como complemento do treinamento. etc. Já aderiram à Hidroginastica. A importância. porém. E principalmente afetivo. aluno e o brinquedo e o espaço. Velasco (1994).Capitulo 05: Recreação Aquática A Importância da Natação Recreativa As aulas de natação no seu aspecto lúdico estão mais voltadas para orientar e facilitar a capacidade de explorar. para que a criança vivencie situações de qualidades variadas. habitue-se a tomar decisões. que o jogo em sua característica impõe. (p. a nível motor e cognitivo.) "É preciso criar INTRODUÇÃO AO ESPORTE AQUÁTICO – Leonardo Delgado Página 39 . Ajuriaguerra realça que o 'corpo não é apenas um instrumento de ação e de construção.perceptivas e motora global que propiciam o desenvolvimento integral. da natação. não queremos redigir regras cronológicas. Mas usamos o estudo da psicomotricidade como referência.. 49) Se unirmos a visão de Le Boulch e de Ajuriaguerra. verificamos que a criança precisa de espaço para a sua necessidade de expressão e de experiências corporais.. E importante o trabalho corporal. dentro de uma visão lúdica para crianças de três a seis anos é ser um espaço de experimentação.). A educação psicomotora não se limita em se fixar somente a um trabalho de experimentação e movimentação. a criança possa exercer a sua autonomia. dando condições à criança de desenvolver a possibilidade de conhecimento e uso do próprio corpo com uma certa autonomia e harmonia. é possível colocar a criança no meio aquático e a toda estimulação que vem desse meio. Tudo isso vai fazer com que a criança perceba o seu próprio corpo.. Os jogos de regras são uma atividade lúdica da criança. um espaço de elaboração mental após o trabalho corporal. De maneira alguma. para uma melhor abordagem ou entendimento do outro. Segundo Le Boulch (1992). Sinalizamos que é preciso uma continuidade entre o corpo e o psíquico. mas também o meio concreto e último de comunicação social". a atividade corporal global em uma perspectiva de desenvolvimento nesse estágio ocorre porque: "(. (p. A partir dos sete anos. estamos falando sobre educação psicomotora. E que dessa maneira. 130) Não obstante. de investigação e de expressão que deve ser satisfeita". Em outras palavras. O ensino da natação recreativa para crianças em torno de três a seis anos está baseado em uma infinidade de ofertas de experiências sensório . além disso. de descobrir e hora a vivência. E importante que a criança desta fase escolha seus caminhos.) traduz a expressão de uma necessidade fundamental de movimento. antes dos três anos. mas não é tudo. e principalmente que a criança evolua sabendo dos limites. enfim. prazer e desprazer. diz que o ensinar está muito ligado à: "Evolução da criança corno sinônimo de conscientização e conhecimento cada vez mais profundo do corpo (. acompanhados da necessidade de expressividade motora.. é sempre bom colocá-las em contato com outras pessoas (professores) desde que tudo isso não venha de maneira alguma a agredi-la. Atitudes como estas podem ser praticadas naturalmente dentro do jogo aquático. sensações de alternância de tensão e distensão. para as crianças. a criança está mais interessada nos jogos de regras. inclusive. Segundo Vayer (1990) (.. apoiando-se em Ajuriaguerra.. pois a criança está envolvida corporalmente. entretanto. O Envolvimento Lúdico: Aspecto Motivacional do Ensino da Natação Recreativa O envolvimento lúdico nada mais é do que um bom diálogo entre as partes: professor e o aluno. forçar algo que a criança ainda não consegue entender. O que faz uma criança progredir é a freqüência da qualidade de experiências que consegue captar durante a aprendizagem. brinquedo cantado e o próprio trato pessoal (tom de voz. Saber relacionar-se bem com o espaço é tirar proveito e dominar situações do seu corpo na água. Na criação deste contexto.53). a criança se sente mais valorizada. Assim. o envolvimento lúdico se utiliza de vários argumentos criativos como: conversas bem-humoradas. a trata bem. a criança alcança o êxito. histórias.um contexto material e relacionai no seio do qual a criança terá o desejo de se integrar" (p. este contexto deve ser envolvido pelo diálogo lúdico. Quanto mais a criança ficar exposta a essa qualidade de experiências mais ela responderá à altura. pois exigir além do se é capaz. a perceber. olhar. conversa. E nutrir o imaginário e simplesmente alegrar. quanto mais interação houver maior a vontade e a curiosidade de participar e de estar na água. No mais. o conforto. À proporção que isso acontece. o que corresponderá ao domínio e harmonização do movimento do corpo com o ato respiratório na água. Procedimentos Pedagógicos Criativos ou Motivações Especiais O brinquedo. passo a passo. toda esta estimulação relacionai tem o objetivo de motivar a criançada a fazer uma determinada atividade motora com alegria e atenção. Exercita nas brincadeiras a memória e a atenção. de troca de afeto. Segundo a Velasco (1994): (. de aproximar quem está afastado. assim. o maior brinquedo é a água. a confiança e a satisfação na água devem ser persistentemente alcançados em termos de objetivos pedagógicos" (p. e que fique freqüentemente ao alcance da criança. Respeitar o tempo e a individualidade é necessário. No envolvimento lúdico aqui tratado. concluímos que as atividades propostas ajudam a aproximar o professor do aluno. E o mais importante é o corpo. Nesta relação. uma atmosfera de prazer e segurança. importantíssimos para a integração e motivação da criança. Por menor que seja o acerto é importante elogiar. a segurança. inventa mil brincadeiras. o "faz de conta" e as canções infantis fazem parte das propostas das aulas recreativas. Estimula a meninada a se descobrir. Em todo processo de aprendizagem. através dos elogios. mais a criança progride. de respeito aos limites e ao incentivo. Quanto mais for elogiada. abraço). Esses recursos estão unidos ao prazer. criando. brincadeiras infantis. autocrítica e paciência. é importante que haja bom senso. O professor é um facilitador e o brinquedo junto com o espaço são elementos mediadores do processo de aprendizagem. despertando primeiramente o motivo para que a criança goste de ficar na água e goste também da companhia. INTRODUÇÃO AO ESPORTE AQUÁTICO – Leonardo Delgado Página 40 . são fatores que podem criar bloqueios. Seria a princípio o pequeno espaço que a criança conquista aos poucos com o seu próprio fôlego e sua movimentação na água. gerar dependência e até a regressão. 36). Para que o envolvimento lúdico de certo e preciso que o professor participe desse processo motivacional. com o objetivo de descontrair quem está rígido. Ele canta. Na realidade. teatro de bonecos. Por iniciativa do professor. portanto o espaço aquático. interpretações de personagens conhecidos dos alunos.. Diante desta última proposição. não só o da natação. Desenvolve nas histórias e com o "faz de conta" o pensamento e a imaginação da criança.. são procedimentos pedagógicos criativos.) "Nesta fase é crucial a aprendizagem da natação: o prazer. 98). é assumir que se está alegre. Matemática Aquática 1. os participantes se deslocarão para a borda específica. cafuné. Com isso. há uma evolução em direção ao nível de estruturação do pensamento. ela possa satisfazer todos os seus desejos e sair triunfante da realidade penosa " (p. No jogo do faz de conta nada impede que a piscina vire uma grande selva com todas as riquezas de situações que deverá ter. O jogo do faz de conta se faz assim: Imagine que somos uma tribo. Jogos e Brincadeiras Par ou Ímpar 1. é provocar o clima agradável e festivo. soltar a gargalhada. 5. pode se rir de leve. a criança consegue experimentar possibilidades de movimento. Le Boulch (1992) afirma que: "O jogo simbólico pode transformar o organismo da criança à medida que. o abraço. o importante é segurar as mãozinhas com firmeza. beijos ruidosos na barriga. qualquer tipo de apoio é bom. 4. de preferência com bolinhas coloridas. material flutuante que poderá se transformar em um tronco caído de uma árvore. Nas conversas bem-humoradas. levando a criança à ação do brincar. Portanto a criança envolvida na fantasia vai interagindo com estes objetos de uma maneira lúdica. caminhando por uma trilha na selva muito perigosa. Uma borda será denominada de par e outra de impar 3. conforme o resultado. aspectos psicomotores vão sendo trabalhados. Os objetos aqui mencionados só se transformarão na presença do imaginário de cada criança. durante aquele "papo amigo". Na água. como o tapete de borracha. que será sempre bem-recebido. a imaginação. Os participantes ficarão em coluna no meio da piscina. O último a chegar pagará uma prenda. Le Boulch (1992) considera que a "função simbólica não é uma função psicomotora. 2. O animador proporá uma operação matemática e." O sorriso. o bambolê. mas ela tem suas raízes na atividade sensório-motora. Assim. O grau de dificuldade das operações irá depender do grupo. enfim. a criança brinca com o seu corpo e percebe o seu corpo atuando no espaço aquático. o olhar e a melodia e a alegria da voz compõem um diálogo lúdico para as aulas recreativas. este diálogo tem por objetivo fazer com que a criança sorria. Agindo num mundo de "faz de conta". qualquer tipo de toque brincalhão. Esse tipo de diálogo acompanha a criança até debaixo d'água. (ex: 2090 . A princípio.1087 = 1003 ímpar). agindo num mundo imaginário. desde que o aluno entenda que ele é bem-vindo. é que são feitas as abordagens para a participação nas excitantes atividades. INTRODUÇÃO AO ESPORTE AQUÁTICO – Leonardo Delgado Página 41 . ao máximo. Rir é manifestar-se. O professor colocará alguns obstáculos pela trilha imaginária: materiais didáticos. explorando. sendo recomendável carinho dos pés à cabeça. ainda na beirada da piscina. distanciando-se gradativamente do mundo do "faz de conta". Decorrente disso. vencendo muitos dos obstáculos. Serão jogadas no fundo da piscina diversas pedras de dominó. pois a criança só vai poder compreender o mundo real à medida que esta confronta-se com o meio. que poderão se transformar numa caverna ou até mesmo o tubo de PVC.A prática da natação recreativa passa a ser mais um caminho de experimentação sensório-motora global. que está estreitamente ligada ao desenvolvimento psicomotor. que corresponderão a números definidos anteriormente (ex: azul=dois. executando os movimentos que estarão sendo repetidos pelo escolhido. amarelo=três). Nesta atividade poderão ser realizadas adições. Sai. ela mergulhará passando embaixo da perna do escolhido. 3. Na frase "passa embaixo do outro”. Um dos participantes andará dentro do círculo enquanto todos cantam a parte 1. por estarem. pedrinhas de cores diferentes. incompletos. Os dominós poderão ser substituídos por tampinhas de garrafa com números pintados. 4. de frente para o centro. Eu vou cantar Eu vou cantar. quem quiser que me acompanhe Vou mergulhar. no caso das crianças mais novas. 3. Todos os participantes ficarão fora da água. INTRODUÇÃO AO ESPORTE AQUÁTICO – Leonardo Delgado Página 42 . bem como. Sai. divisões. Vou mergulhar Vou mergulhar. batendo palmas 2. Eu vou nadar. Eu Vou Cantar Eu vou cantar. 2. Quando terminar a parte 2. Conforme o que for sendo cantado os participantes executarão. quem quiser que me acompanhe 1. Eu vou nadar Eu vou nadar. Piaba Saia da Lagoa (Repete) Parte 2 Põe a mão na cabeça A outra na cintura Dá um remexo no corpo Passa embaixo do outro 1 Todos em círculo. A pessoa que estiver dentro do círculo escolherá um membro do círculo e cantará a parte dois. O animador dirá um número e os participantes deverão procurar no fundo da piscina duas pedras cuja soma das bolinhas dê o número solicitado e entregá-las ao animador. subtrações. por exemplo. indo cada um procurar um novo par. As estrofes poderão ser criadas de acordo com o interesse Piaba Aquática Parte 1 Sai. Observação: Poderão ser utilizados dominós que não estejam mais em uso. ser utilizada somente uma pedra que corresponda ao número pedido. ambos entram no círculo e a música recomeça. 4. quem quiser que me acompanhe. multiplicações.2. Quando o fugitivo for pego. Uma pessoa será escolhida para ser a mãe peixe e outra para ser a piranha. ligadas no centro. sendo que os mesmos somente poderão ser pegos pelas pontas. Quem for sendo pego passara automaticamente a fazer parte do Polvo. Meus Peixinhos 1. 3.O primeiro que chegar do outro lado assumira o lugar de quem estava falando e a brincadeira recomeçará. O Polvo tentará pegar os participantes da outra equipe. 3. No momento em que ele ficar de frente para o grupo todos deverão parar e não poderão se mexer. as equipes serão trocadas. INTRODUÇÃO AO ESPORTE AQUÁTICO – Leonardo Delgado Página 43 . 2. uma para ser o pegador e outra o fugitivo. 2 A mãe peixe falará "Meus peixinhos venham cá". 4. 2. nadando. sendo que. De costas ele falará "Batatinha frita. ao pegar na mão de um deles. Todos os participantes formarão duplas que deverão ficar espalhadas e paradas na piscina. Entre a mãe peixe e os peixinhos ficará a piranha. Um dos participantes. três". A mãe peixe ficará na frente do grupo. formando quatro colunas. Uma das equipes será a fugitiva e a outra o polvo. Os peixinhos responderão "Temos medo da piranha" A mãe: "Venham cá que eu vou cuidar". a uma distância aproximada de 10 metros. 3. 6. 5. 4. Duas pessoas serão escolhidas.Nunca Três Aquático 1. 2. Batatinha Frita 1. um. A equipe do Polvo dará as mãos. Ele deverá apontar as pessoas que se mexerem. o outro imediatamente passará a ser o fugitivo. dentro d'água. Pique-Polvo 1. O fugitivo. 5. Enquanto ele estiver de costas os participantes se deslocarão tentando alcançálo. O grupo será dividido em duas equipes. Quando todos tiverem sido pegos. que automaticamente voltará para o local de saída. tentará dar a mão para um dos membros de uma das duplas. Ao terminar a terceira frase os peixinhos tentarão passar para o outro lado. dois. O que for pego passará a ser a piranha e a antiga piranha voltará a ser peixinho Observação: Deverá ser delimitada a área em que a piranha poderá pegar os peixinhos. 4. e ficará de frente para o grupo. ficará de costas e afastado aproximadamente 15 metros do resto do grupo. automaticamente passará a ser o pegador. Choc. Conforme a música os participantes executarão os gestos. O participante que estiver de olhos fechados gritará "Marco" e os outros responderão "Pólo". Pof Bate as asas: Choc. O Braçinho Música: O braçinho do crawlzinho faz assim Tchan. O pegador poderá abrir os olhos quando estiver dentro d'água. Choc. 3. a partir do som. tchan. que água boa! Bate o bico: Pof. Os Patinhos Música: Todos os patinhos sabem bem nadar sabem bem nadar Cabeça dentro d'água Asinhas para o ar (repete) 1. pegar um dos fugitivos. tchan (repete) A mãozinha para cima INTRODUÇÃO AO ESPORTE AQUÁTICO – Leonardo Delgado Página 44 . 1. mas sempre que voltar á superfície deverá novamente fechar os olhos. tchan. tentará. Após a resposta o pegador. tchan (Repete) Cotovelo para o alto A mãozinha para frente O braçinho do crawlzinho faz assim O braçinho do costas faz assim Tchan. Um participante será escolhido para ser o pegador e ficará de olhos fechados. Ao pegar a brincadeira recomeça. Os outros ficarão espalhados pelo meio liquido 2. Conforme a musica os participantes executarão os gestos Marco Pólo 1. que está de olhos fechados.O Patinho Nadando na Lagoa Música: Um patinho nadando na Lagoa Ele grita: Ai. Pof. que consistem basicamente em atravessar de uma borda a outra da piscina em estilos diversos.. tentarão fugir da rede e a rede tentará impedir. Vencerá a equipe cujas duas pontas da corrente tocar primeiro na borda. 3. 2. de mãos dadas. 3. um dos peixinhos e outro da rede. Ao passar em baixo das pernas de alguém do circulo. recomeçando a brincadeira. vencendo o que melhor cumprir a prova. 3. Pirâmide Aquática 1. 4.açúcar 1. 2. 2. o último a chegar etc. O primeiro ficará com os dois braços livres. Conforme a música os participantes executarão o movimento. Vence a equipe em que o maior número de peixinhos tiver conseguido fugir da rede.O dedinho para baixo O braçinho do costas faz assim 1. durante 20 segundo. Ao completar os 20 segundos serão contados os peixinhos que conseguiram sair e as equipes trocarão de posição.. As pessoas que estiverem nas pontas ficarão com uma das mãos livres. jacaré e cobrinha). Ao sinal todos deverão atravessar a piscina. os papéis se invertem INTRODUÇÃO AO ESPORTE AQUÁTICO – Leonardo Delgado Página 45 . formando uma corrente. sem soltar as mãos. A união faz. uma das antigo pegador passará automaticamente a ser fugitivo e tentará passar por debaixo das pernas de algum dos componentes do circulo. 5. Os participantes serão divididos em grupos de 7. Os peixinhos deverão ficar dentro do círculo. Sugestões: Medley ecológico (galinha. 3. estilo boyzinho de Copacabana. Observação: Poderão ser criadas outras estrofes envolvendo a pernada. a respiração etc. Super Competição 1. Ao sinal. cachorrinho. os peixinhos. Os participantes serão divididos em dois grupos. Os participantes serão divididos em grupos de aproximadamente 10 componentes 2. Os participantes de cada grupo darão as mãos.. Ao sinal. Peixinhos na Rede 1. sem colocar os pés no chão. Os participantes que fizerem parte do grupo da rede farão um círculo e darão as mãos. Todos os participantes ficarão posicionados de um dos lados da piscina. cada uma segurando com uma mão. Atrás dele duas pessoas. estilo baiano. as equipes deverão atravessar a piscina. para participar de provas diversas. 2.. estilo parafuso. numa distância aproximada de 3 metros entre as duas. 2. que estará na frente da coluna. que deverão ficar no centro da piscina. Quando falar Sol. O peixinho ficará de mãos dadas. Uma das colunas será o Sol e a outra o Mar. 4. a coluna do Sol tentará pegar a coluna do Mar que deverá nadar em direção à borda. Dois abaixarão e dois levantarão. 2. os participantes não poderão mais serem pegos. 4 Ao tocar na borda. Gangorra 1. 3. INTRODUÇÃO AO ESPORTE AQUÁTICO – Leonardo Delgado Página 46 . Uma das pessoas será o tubarão e outra o peixinho. Num segundo momento duas duplas se unirão. As duplas deverão abaixar e levantar os braços. 5. 3. O grupo será dividido em duas equipes. O tubarão ficará fora do círculo e tentara pegar o peixinho. Todos em duplas. 2. Os participantes serão divididos em colunas. 4. Todos os membros da coluna estarão segurando na cintura da pessoa que estiver na frente 4.4. ele passará a ser fugitivo e o fugitivo passará a ser pegador. quando um abaixar o outro deverá levantar. tentando sempre proteger o peixinho. O círculo. Todos os participantes em círculo. Os participantes darão a mão para a pessoa que estiver na frente. uma de piratas e outra de fuzileiros. Formar duas colunas. Sucessivamente os grupos irão e unindo. Piratas e Fuzileiros 1. Ao abaixar será executada a respiração. de forma que a pessoa que está deitada na esteira seja transportada até o final. para evitar que o tubarão pegue o peixinho. que será o tubarão. sempre executando a respiração. Ao chegar no final outra pessoa passará da mesma forma da anterior. 4. O animador deverá falar Sol ou Mar. 2. Em frente de cada coluna ficará um dos participantes. O fugitivo e o pegador somente poderão correr em volta do circulo. até formar uma grande gangorra Peixinho e Tubarão 1. que é o peixinho. aumentando a gangorra. fazendo parte do circulo. e a coluna tentará evitar que ele pegue. 3. 3. 4. tentará pegar o último da fila. 2. Em cada uma das duplas. 5. 3. Tubarão. Umas das pessoas deitará na esteira formada pelas duas colunas. No caso do pegador pegar o fugitivo. 5. deverá girar para a direita ou esquerda. 5. Sol e Mar 1. que não poderá soltar as mãos do circulo Peixinho e Tubarão II 1. ficando cada equipe de um lado da piscina. rebola mãe.Todos os participantes em coluna. atravessar e sentar na outra borda. Vence a equipe em que todos sentarem primeiro 3. Na parte 2 todos deverão tirar o pé do chão ficando em flutuação vertical Guerra dos Sexos 1. rebola filho Eu também sou da família Também quero rebolar Um pouquinho de Coca-Cola Um pouquinho de guaraná Eu também vou na escola aprender O bê-a-bá. a primeira dupla passará mergulhado pelo túnel.O trenzinho vai andando. sair da piscina e sentar na borda. Vence a equipe que conseguir deslocar a prancha para o lado contrário ao da equipe.Quem for sendo pego pagará uma prenda rápida e a brincadeira recomeçará Trem Maluco Música Parte 1 O trem maluco quando sai de Pernambuco Vai fazendo xique xique até chegar no Ceara Parte 2 Rebola pai. Colocar uma pranchinha no meio da piscina. Observação: O sinal deve ser dado com palmas. Os participantes serão divididos em equipes de acordo com o sexo. 1. pois o animador pode simular a palma e fazer com que várias pessoas caiam na água antecipadamente.5. 5. Eurotúnel Todos os participantes. Ao sinal. sentar no fundo. sair e deitar na borda. em duplas. Ao sinal. com os pés na água. como por exemplo Saltar na piscina. formarão um túnel. Ao sinal da palma todos deverão pular na água. e assim sucessivamente. na parte 1. fora d'água 2. segurando na cintura da pessoa que estiver a frente. INTRODUÇÃO AO ESPORTE AQUÁTICO – Leonardo Delgado Página 47 . Poderão ser criadas diversas variações para esta atividade. Sentado na borda. 2. Saltar na piscina. as duas equipes baterão pernas. 3. gua Porque não sabe .Costas I 1. Quem for sendo pego deverá ficar parado. O Gato Música: O gato tem medo d'água. Uma pessoa será escolhida para ser o pegador. todos tentarão tirar as toucas dos companheiros sem deixar que tirem a sua.Pique-Mergulho 1. uma outra pessoa devera passar. 2. Todos em duplas. dar D. que tentará pegar os outros participantes. Pique . miau INTRODUÇÃO AO ESPORTE AQUÁTICO – Leonardo Delgado Página 48 . os fugitivos deverão ficar flutuando de costas. 3. Os fugitivos somente poderão nadar de costas e o pegador de qualquer estilo. 4. nar. dar. Um dos participantes será o pegador e os outros os fugitivos. ca Venha ensinar. nar O gatinho. 3. 2. Pique-Touca 1. espalhados na piscina 2. 2. A pessoa que for pega duas vezes passará a ajudar o pegador. todos as duplas deverão se deslocar no mesmo sentido. Todos os participantes deverão estar usando toucas. mergulhando.be' Bem nadar. Onda 1. por debaixo das pernas de quem estiver colado. "colado" com as pernas afastadas. que automaticamente ficará descolado e voltara a brincadeira. Vence a pessoa que conseguir tirar o maior número de toucas. o gatinho. Quando aparecerem as ondas na piscina todos soltarão as mãos e flutuarão nas ondas. 2. gua. Ao sinal. Bem nadar. fazendo o movimento de uma gangorra (um levanta e o outro abaixa). Francisca. Ao sinal. Para evitar que sejam pegos. Quem for sendo pego passará a ajudar o pegador. Um dos participantes será o pegador e os outros os fugitivos. 3. 3. Quem for pego passa a ser o pegador. Para ser salvo.Costas II 1. ca. Pique . Bombinha (corpo grupado) Dando cambalhota dentro d'água Dando cambalhota antes de entrar na água Com as pernas afastadas Em série (um saltando depois do outro) De lado Em duplas. Ao sinal.Plantar bananeira tentando encostar os pés nos pés do companheiro. Ao sinal de "troca". Estação 3 . Estação 1 . a pessoa que estiver em uma das pontas sairá nadando até o outro lado. Esta atividade consiste em estabelecer diversas atividades.Recolher os objetos que estão no fundo da piscina e colocar todos na borda. No "miau". Sugestão de circuitos: Recreativo.1. trios. 2. 2. 3. em forma de estação. rodando com a música. Saltando por dentro do arco INTRODUÇÃO AO ESPORTE AQUÁTICO – Leonardo Delgado Página 49 . sai o terceiro e assim sucessivamente. Todos os participantes estarão na borda da piscina. ou os dois ao mesmo tempo. Estação 4 . Pulos Variados 1. Os grupos serão divididos nas estações Cada grupo ficará um tempo determinado executando a atividade daquela estação 3. Todos os participantes estarão na borda da piscina. os grupos trocam para a estação que estiver localizada à sua direita e passam a executar a atividade definida para a nova estação até o novo sinal para trocar. 2. 4. quartetos etc. 2.Lançar bolas de tênis dentro do balde colocado na borda. Circuito Aquático 1. As estações podem conter atividades recreativas.Em círculo. e de acordo com as orientações do animador. Sugestões de salto: Metralhadora 1. todos deverão mergulhar e voltar à superfície flutuando. brincar de bobinho com o grupo da estação. ou fundamentos técnicos da iniciação dos estilos. realizarão os diferentes "pulos". sai o segundo Quando o segundo tiver dado a segunda braçada. Quando o primeiro tiver dado duas braçadas. Todos em círculo. Estação 2 . em diversos pontos da piscina. .três patas.. Os participantes estarão sentados em círculos. Serão entregues diversas garrafas de plástico para as equipes B e C. 3. 3.o corpo inteiro. Os círculos deverão ter o mesmo número de integrantes. a equipe A ficará dentro da piscina e a B e C fora. a equipe B entrará na água e a A e C ficarão na borda. 3. tiver chegado o primeiro retorna. Passar O Balão D'água 1.. Conforme as garrafas forem sendo jogadas para fora os componentes da equipe B e C tentarão jogá-las de novo para dentro. 4.. Após um minuto o animador dará novamente um sinal e as equipes deverão parar de jogar as garrafas. O animador deverá contar quantas garrafas ficaram dentro da piscina...... Catar Garrafas 1.. sem deixar o balão estourar.o bumbum.. Frescobol do Chinelo 1. Os participantes serão divididos em três equipes. Cavalinho Marinho Música: Quando quiseres o frio esquentar Monta o cavalo e sai a galopar Cavalo galopando.. A. 6. que estava na outra ponta. os participantes começarão a movimentá-las.a cabeça.. quatro patas. Vencerá a equipe que tiver lido o menor numero de garrafas dentro da piscina.. sem o auxilio das mãos. 2. uma pata.4.. com os pés.. 5. uma pata Quando quiseres o frio esquentar Monta o cavalo e sai a galopar Cavalo galopando. Cada círculo receberá um balão cheio de água que deverá ser passado para o companheiro do lado. 4.. 2. Vence o círculo que terminar primeiro.. As partes do corpo que forem sendo citadas não param de se movimentar até o final da música. Quando o último. Todos os participantes estarão em duplas INTRODUÇÃO AO ESPORTE AQUÁTICO – Leonardo Delgado Página 50 .. 2. 7.. Conforme forem sendo falada as partes.. Inicialmente. Ao sinal as equipe B e C jogarão as garrafas dentro da piscina e a equipe tentará jogá-las novamente para fora. na borda. reiniciando a atividade.. recomeçando a brincadeira. B e C. duas patas. Cantar a música e acrescentar gradativamente uma pata. Depois de contadas as garrafas. duas patas 1. segurando o lenço e os prendedores. segurando a bandeja. até o "varal". 4. 4. INTRODUÇÃO AO ESPORTE AQUÁTICO – Leonardo Delgado Página 51 . 2. 3. Ao sinal. 2. Corrida da Lavadeira 1. Cada equipe receberá uma pastilha de sonrisal. Voltará nadando e tocará na mão do seguinte. o participante deverá pegá-los antes de continuar a travessia. Um representante de cada equipe receberá um saco de plástico. trazendo o pano e o prendedor. todos deverão saltar na piscina. Revezamento do Sonrisal 1. As equipes deverão apresentar o mesmo número de participantes. 5. um copo e uma garrafa. os participantes deverão atravessar a piscina. carregando a bandeja com a garrafa e o copo. Cada grupo receberá um lenço e dois prendedores. Vence a equipe que terminar primeiro. 4. que estará com o copo e a garrafa. 3. Vence a equipe que terminar primeiro. pegar em cada um dos pontos um objeto e colocar no saco. nadar uma distância aproximada de 50 menos Sair da piscina e se deslocar até um ponto previamente definido Ao chegar neste local o participante deverá entrar na piscina. que será o "varal". Cada dupla com uma bola de frescobol e as "raquetes" feitas com chinelos. onde não é possível colocar os pés no chão. e deverá prender o pano com o prendedor. Vence a equipe que terminar primeiro cujo Sonrisal estiver inteiro. No caso da garrafa e do copo caírem na piscina. 2. O "varal" deverá ficar na parte funda da piscina. Vence quem chegar primeiro do outro lado. Ao sinal. materiais variados em número correspondente ao dos participantes.2. Serão colocados. Ao sinal. Será colocado um cordão a uma certa distância do grupo. Os nadadores de cada equipe deverão participar do revezamento sem molhar o Sonrisal. 2. 3. Encher o Saco 1. o primeiro da coluna nadará. 3. Um componente de cada equipe receberá uma bandeja. Garçom 1. na borda da piscina. que fará o processo inverso. Formar Palavras 1. 3. Cada equipe escolherá um representante que receberá um copinho de plástico. Vence a equipe que chegar primeiro com a múmia Revezamento Gigante 1. 2. Coreografia Aquática 1. Ao sinal um componente de cada equipe tentará pegar o maior número de tampinhas. atravessará a piscina e colocará dentro da garrafa. Em uma das folhas será colocada uma mensagem. podendo cada representante nadar quantos metros desejar. Ao chegar na borda a múmia será entregue para uma segunda dupla que fará o percurso contrário. Voltará. 4. um representante de cada equipe tentará achar a garrafa que contém a mensagem. 3. INTRODUÇÃO AO ESPORTE AQUÁTICO – Leonardo Delgado Página 52 . Ao sinal. com um único mergulho e voltar para a borda 3. Serão colocadas diversas garrafas de plástico na piscina. o representante encherá o copo de tinta. Vence a equipe que encher primeiro a garrafa. colocará a tinta na garrafa e assim sucessivamente. Será estipulado um tempo para as equipes nadarem em forma de revezamento. com duração mínima de 1 minuto. que deverá ser apresentada pelos componentes do grupo. 2. até encher a garrafa.Encontrar a Mensagem 1. Ao sinal. Cada grupo deverá criar uma coreografia aquática. atravessando a piscina e colocando-a na borda. Será colocado de um lado da piscina um balde com tinta e do outro uma garrafa vazia. Vence a equipe que conseguir achar a mensagem. 3. 2. atravessará a piscina. 2. 4. Cada tampinha terá marcada uma letra. Em todas as garrafas será colocado uma folha de papel dobrada. desde que somente um componente da equipe esteja na água. Água Suja 1. A equipe não poderá parar de nadar durante o tempo determinado. Serão colocadas diversas tampinhas no fundo da piscina. Para cada metro nadado a equipe receberá determinado número de pontos. pegará mais tinta. A cada 50 metros poderá ser feita a troca de nadadores. Para sua segurança nunca nade sozinho. Esperamos ter contribuído para o entendimento do tema e. Procuramos também apresentar a forma como autores da Educação Física tratam o jogo no ambiente aquático. social. Neste livro são apresentados de forma simplificada as ações básicas de noções de salvamento. Não empurre outra pessoa na água. Conclusão: Chegamos ao fim de nossa disciplina que estuda os deslocamentos do corpo humano na no ambiente aquático. 10. 3. Nunca mergulhe sem saber a profundidade. também. Não correr em locais molhados ou muito próximo a piscina. bem como. dando atenção especial às relações do tema com os aspectos cognitivo. Utilize vestimenta adequada e touca para nadar. professores ou responsáveis (guarda-vidas). 12. Tomar ducha ou se molhar antes de entrar na piscina. Serve este livro de base para o entendimento inicial das ações aquáticas pelo ser humano. 4. Não mergulhar de forma imprudente. Não se alimente no ambiente da piscina. 15. 6. Em dias de chuva com raios não entrar na piscina. 13. Não nadar após as refeições. 5. ensino e Extensão devendo ser utilizado com responsabilidade e respeito. Não nos responsabilizamos por objetos pessoais. afetivo e psicomotor. 9. É proibido o uso de cremes. Lembre-se: o ambiente da piscina é um laboratório destinado para pesquisa. Evite gritar. A utilização da piscina deve ser feita somente na presença de monitores. 8. óleos ou outros produtos susceptíveis de alterar a qualidade da água. 14. para o seu processo de formação! INTRODUÇÃO AO ESPORTE AQUÁTICO – Leonardo Delgado Página 53 . 7.Regras para utilização segura da piscina: 1. 11. Utilize protetor solar. 2. sugerimos atividades que possam auxiliar a sua prática. hidroginástica e recreação aquática. 16. principalmente executando cambalhotas. organização pedagógica. Disponível em: <http://www. Tiago. Rio de Janeiro.Conteúdo: Adaptação ao meio líquido.Março de 2003. G. 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