Apostila TSE - Educa Psico



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APOSTILA ESPECÍFICA PSICOLOGIA CONCURSO TSE- REPRODUÇÃO PROIBIDA – www.educapsico.com.br SUMÁRIO UNIDADE I – INTRODUÇÃO ............................................................................................ 7 1.1 A Atuação do Psicólogo na Interface Saúde/ Trabalho/ Educação ........................ 7 1.2 Transformações no Mundo do Trabalho e Mudanças nas Organizações.............. 7 1.2.1 Taylorismo e Fordismo: início do século XX ........................................................ 7 1.2.1.2 Cibernética e Teoria Geral dos Sistemas ........................................................... 9 1.2.1.3 Gestão de Pessoas ............................................................................................ 12 UNIDADE II – PRÁTICAS EM RECURSOS HUMANOS ................................................. 14 2.1 Recrutamento de Pessoal ....................................................................................... 14 2.2. Seleção de Pessoal ................................................................................................. 16 2.2.1 Planejamento......................................................................................................... 16 2.2.2.Técnicas e Preditores em Seleção: entrevistas, testes, dinâmicas de grupo, técnicas situacionais ..................................................................................................... 17 2.2.3 Avaliação e Controle de Resultados.................................................................... 18 2.2.4 Apresentação de Resultados (laudos, relatórios e listas de classificação) ..... 18 2.3 Desligamento: entrevista de saída ......................................................................... 26 2.4 Treinamento e Desenvolvimento de Pessoal: ........................................................ 26 2.4.1 Levantamento de Necessidades .......................................................................... 29 2.4.2 Planejamento/Programação ................................................................................. 29 2.4.3 Execução ............................................................................................................... 30 2.4.4 Avaliação ............................................................................................................... 30 2.5 Desenvolvimento Organizacional ........................................................................... 31 2.6 Avaliação de Desempenho ...................................................................................... 31 2.6.1 Avaliação 360° ....................................................................................................... 34 2.7 Análise de Cargos: objetivos e métodos ............................................................... 34 Karina O. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 2 www.educapsico.com.br 2.8 Análise de Tarefa e Desenho do Trabalho ............................................................ 35 UNIDADE III – O INDIVÍDUO E O CONTEXTO ORGANIZACIONAL: VARIÁVEIS INDIVIDUAIS, GRUPAIS E ORGANIZACIONAIS ........................................................... 37 3.1 Cultura Organizacional: paradigmas, conceitos, elementos e dinâmica ............. 37 3.2 Clima Organizacional: evolução conceitual, componentes e estratégias de gestão ............................................................................................................................. 38 3.3 Grupos nas Organizações: abordagens, modelos de intervenção e dinâmica de grupo .............................................................................................................................. 40 3.3.1 Práticas Grupais: dinâmicas de grupo ................................................................ 41 3.4 Equipes de Trabalho e Desempenho Organizacional em Diferentes Organizações ........................................................................................................................................ 45 3.5 Gestão de comportamento nas organizações ....................................................... 46 3.5.1 Comportamento humano no trabalho: motivação, satisfação e comprometimento.......................................................................................................... 46 3.5.1.1 Teoria da Hierarquia de Necessidades ............................................................. 47 3.5.1.2 Teoria dos Dois Fatores de Herzberg ............................................................... 48 3.5.1.3 Teorias X e Y ...................................................................................................... 48 3.5.1.4 Modelo Contingencial de Motivação................................................................. 49 3.5.1.5 Teoria de Campo ................................................................................................ 49 3.5.1.6 A Abordagem Fenomenológica da Logoterapia .............................................. 50 3.5.1.7 Técnicas Motivacionais ..................................................................................... 51 3.6 Processo de Comunicação na Organização .......................................................... 52 3.7 Liderança e Poder nas Organizações..................................................................... 53 3.8 Suporte organizacional ........................................................................................... 58 UNIDADE IV – GESTÃO DO TRABALHO ...................................................................... 60 4.1 Condições e Organização do Trabalho .................................................................. 60 4.1.1 Trabalho prescrito e a função da descrição de cargos ...................................... 60 Karina O. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 3 ................................................ 82 6.................2 Indicadores de Competências............... 61 4.................... 80 UNIDADE VI .4 Feedback ..........................................................................................................4 Orientação.....1 A Psicologia Histórico Cultural de Lev Semenovich Vygotsky ..........................................5 Remuneração por Competência ................. subjetividade e saúde psíquica................. 96 6.................. readaptação e reabilitação................................ 66 4................ 68 4........................ 69 UNIDADE V – SAÚDE NO TRABALHO .................................3 Avaliação de Desempenho com Foco em Competências .............3...........................................................2 Psicologia Genética de Jean Piaget ..........................................................................2 Ambiente Físico ................... 67 4................................. 74 5..............3...............1.............................5 Ergonomia ................................................................ 90 6...1 Trabalho..3.................................. 77 5..1 Definir e Desenvolver Competências ..................................................... 62 4.................................................1........PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO E AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA ...........1................... 95 6........... 60 4.................................................... 62 4...........................3 Fatores Psicossociais da DORT e Outros Distúrbios Relacionados ao Trabalho ...............................................................................................................1.......4 Relações Sócio-Profissionais ......br 4.....3..3.......educapsico........ tarefa e condições de trabalho ...........2 Winnicott: O Ambiente Suficientemente Bom..........................................................3 Processos de Trabalho ............ Acompanhamento e Readaptação Profissionais: realocação em outro posto de trabalho... 71 5................................................................... 71 5........................ Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação .................................3 Gestão por Competência.2 Segurança no Trabalho e Saúde Ocupacional............ 69 4........ 71 5........... 63 4......1...................................................................... 82 6..................1........................1..............3 Abordagens Psicanalistas do Desenvolvimento .........3.............. 85 6..................1 A Psicanálise Kleiniana ...........................3......1.....2 Carga de trabalho e custo humano: atividade....................... 99 4 Karina O............................www..com..............................1 Psicologia do Desenvolvimento: Histórico e Diferentes Concepções .... ......................6 Técnicas de Entrevista ............. 159 6..................5.................2............... 126 6.......................................... 169 7.......... 122 6.............4 Instrumentos de avaliação: critérios de seleção............... 118 6..........2 Transtornos Invasivos do Desenvolvimento .............................5 Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) ..... 115 6...2.......5 Os “Elementos de Psicanálise” de Bion ...4 Transtorno de Asperger .......2.................... 132 6............................2...1.............. 162 6...........................................................4 Kohlberg e o Desenvolvimento Moral .............................................................2........................................ 144 6............2...............................3 A Teoria do Apego de John Bowlby ..................3.................1..................2 Transtorno de Rett ........1 Autismo ................ 127 6........1.educapsico................ 111 6............1............................. 131 6....1 Transtornos de Aprendizagem ou Transtornos Específicos do Desenvolvimento das Habilidades Escolares...... 127 6................2.......................5 Testes psicológico .... avaliação e interpretação dos resultados ........................ 103 6.................2............................. 126 6......................... 134 6.....................3 Avaliação Psicológica: fundamentos da medida psicológica ................ UNIDADE VII – EDUCAÇÃO E PESQUISA NA ORGANIZAÇÃO..................... 148 6......3 Resumo Testes Psicológicos ...1.........................................3 Transtorno Desintegrativo da Infância ......3.....................4 Erik Erikson: As Crises Psicossociais ................www.............. 180 Karina O......................................................5..................... 135 6.6 Spitz: Efeitos Nocivos da Privação Materna ...........................com.............................................................................2.................................................................................1.............................................................. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 5 ........................ 130 6...................................2 Testes Projetivos ......................................3.7 O Adolescente Segundo Calligaris ...2........................................... 148 6.1 Educação Corporativa e Educação à Distância ..................... 107 6................................br 6.......................5................3.................... 180 7.....2........3....................2........................... 2 Distúrbios do Desenvolvimento................1 Testes Psicométricos ............................ ............ entrevistas.........www.. documentos..com................... instrumentos (escalas...... Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 6 ..... 184 Karina O...........br 7............ procedimentos e análise 182 REFERÊNCIAS .................. observações).......educapsico.....2 Pesquisa e intervenção nas organizações: planejamento......... questionários.... Karina O. trabalho e educação – permearão os temas tratados nesta apostila.2 Transformações no Mundo do Trabalho e Mudanças nas Organizações2 1. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 7 . 1. Estas três áreas . elaborada por Rafael Santos Vaz de Lima. É nesse contexto histórico que a psicologia inicia seu desenvolvimento. incentivo à realização de cursos.1 A Atuação do Psicólogo na Interface Saúde/ Trabalho/ Educação O psicólogo que atua em organizações deverá lidar com estes três aspectos: buscar meios de promover a saúde emocional do trabalhador. Frederick W. fazse necessário compreender as teorias da Administração Científica. Isto ocorria devido ao contingente de pessoas que. No período de seus estudos. professora universitária.1 Taylorismo e Fordismo: início do século XX O sistema econômico e de produção de bens no qual estamos inseridos desde a revolução industrial é o capitalismo. foi o criador da chamada Administração Científica. criada por Frederick Winslow Taylor (1856-1915). Assim. em âmbito industrial e atrelada ao pensamento da época.com. e da linha de montagem de Henry Ford (1863-1947). graduada em Psicologia (UNESP). 2 Subitem extraído da apostila temática Psicologia Organizacional. engenheiro norte-americano. Taylor parte do princípio de que a administração deve ser tratada como uma ciência.www. Para o entendimento do início dessa atuação do psicólogo. etc. supostamente. inicialmente nas instituições produtivas. utilização de portais corporativos. Psicólogo formado pela Unesp e Pós-Graduado em Gestão Empresarial pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Mestre em Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem pela Universidade Estadual Paulista (UNESP).educapsico. como áreas que fazem parte da prática do psicólogo nas organizações. os operários eram pouco instruídos e o tratamento para com eles era negligente. Em seus estudos. incentivar a educação e qualificação na organização por meio de treinamentos.2. poderiam ocupar os postos de trabalho. auxiliar na organização e práticas de gestão de pessoas que promovam o bem-estar do indivíduo e ao mesmo tempo garanta a eficácia do trabalho e. Taylor. Taylor inicia suas pesquisas da camada operária até atingir os níveis 1 Apostila organizada por Mariana de Oliveira Farias.br UNIDADE I – INTRODUÇÃO 1 1.saúde. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 8 . Individualmente suas tarefas são monitoradas. Produzindo mais. o bom operário. Desse modo. o trabalhador fabril é aquele que executa ordens e tarefas determinadas pela gerência. em que cada operário fazia uma atividade na montagem dos automóveis. Portanto. são premiados economicamente. Henry Ford iniciou seus estudos na produção de veículos e motores à combustão. Com a criação de sua fábrica de automóveis. ele realiza as pesquisas do chão de fábrica até a diretoria. incentiva-se o desempenho.com. 2) Os trabalhadores devem ser selecionados de acordo com as características do trabalho. na mesma época em que Taylor expunha seus princípios de administração. 3) Os funcionários devem ser treinados e qualificados para a atividade que desempenham. Através de seus estudos. através de um controle de procedimentos e da construção de normas específicas para as atividades. Karina O. é aquele que executa suas atividades de modo que produza mais e melhor. Taylor percebeu que instruindo de forma sistemática os trabalhadores. eles poderiam produzir cada vez mais e melhor.www. o trabalhador passa a ser monitorado e se tornar uma extensão da máquina que está operando.br mais altos da hierarquia. São princípios da Administração Científica: 1) Os processos de trabalho devem ser analisados. neste modelo. deve ser recompensado por sua produtividade.educapsico. pois assim. os trabalhos pré-programados diminuiriam os erros operacionais. para que se formule um modo eficiente e eficaz de executar as tarefas. cronometradas. 4) O homem econômico é motivável pela recompensa salarial e. portanto. este sistema é chamado de linha de montagem. isto refletiria em uma redução de custos e. No taylorismo. ou seja. ele elaborou também um sistema de fabricação. o qual é mecanicista. 30) “[. retroalimentação e autorreferência em sistemas artificiais. A produção em massa idealizada e produzida por Ford foi unida aos conceitos de Taylor. a produção era em uma sequência de montagem pré-estabelecida e os operários. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação . o que implicava em desenvolver um circuito circular que realizasse essa 9 Karina O. A mão de obra era altamente mecânica. A forma de produção criada por Ford permitiu que se produzisse uma quantidade de carros nunca antes imaginada. no pós segunda Guerra Mundial. como por exemplo.2 Cibernética e Teoria Geral dos Sistemas A Cibernética e a Teoria Geral dos Sistemas são importantes constructos que irão permitir as mudanças nas formas de gestão administrativa das empresas. As pesquisas matemáticas de Nobert Wiener tinham o propósito de conceber máquinas que pudessem corrigir seu próprio funcionamento. p. biológicos e sociais”. que teve seu ápice produtivo nas décadas de 1950 e 1960.www. Como ciência. peças em uma máquina. A Cibernética surge na década de 1940 como um modelo de pensamento que questionava o modelo cartesiano de ciência. a Cibernética preocupa-se com a relação entre os componentes de um sistema. Os trabalhadores eram dispostos frente às esteiras rolantes e ficavam responsáveis por uma atividade. um por um (RAPIZO. pragmático e que promove a visão fragmentada e isolada dos fenômenos.] para Von Foerster (1991) a Cibernética se ocupa basicamente da circularidade no estudo dos mecanismos de causação circular. 1.1. O homem se fundia ao ritmo da máquina trabalhando nesse modelo. ficando completamente alheio ao todo do processo produtivo. e não em entendê-los apenas isoladamente. cada qual fazia sua tarefa.2. como será visto na sequência do texto.br Ford trouxe para o coletivo os conceitos individuais de Taylor. em um espaço curto de tempo. o que possibilitou o aumento na produção da indústria americana.com.educapsico.. de uma maneira geral. Como destacado em Rapizo (2002. o que permitia uma maior produtividade. 2002).. As organizações afetam a vida dos indivíduos em diversos campos.br autocorreção e. Segundo Chiavenato (2008). 2008). A Cibernética e a Teoria dos Sistemas possuem semelhanças. até mesmo. intelectuais. comerciais.www. econômicas. entre outras. caso contrário. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação . energia.com. As organizações provocam impacto na maneira de se vestir. com o surgimento do toyotismo. de seus movimentos. o trabalho poderia ser realizado de maneira mecânica. uma preocupação de Bertalanffy era esclarecer as diferenças entre elas. 2008). materiais do ambiente externo a ele. de serviços. as organizações são sistemas que permitem às pessoas satisfazerem inúmeras necessidades: emocionais. de se relacionar com as pessoas (CHIAVENATO. A Teoria Geral dos Sistemas foi desenvolvida por Ludwing von Bertalanffy nas décadas de 1930 e 1940. A organização. pois existem organizações variadas como industriais. no qual os indivíduos pertencentes a ela não recebiam influência do meio externo. na época do taylorismo e do fordismo. Esse mecanismo foi chamado. O sistema aberto recebe informações.educapsico. consequentemente. irem em direção a um estado caótico (CHIAVENATO. 2002). Esta visão de mundo foi-se modificando com a entrada de novas correntes filosóficas e modelos de gestão. iniciadas no fim da década de 1960 no Japão. era vista como um sistema fechado. pensar. As organizações surgem de indivíduos que. Esta interação com o ambiente é que permite a sobrevivência do sistema. levasse este sistema a aproveitar o máximo de sua capacidade. alimentarse e. para cumprir seus objetivos. então. de retroalimentação (RAPIZO. unem-se na busca da superação pessoal a fim de realizarem atividades que seriam impossíveis de serem feitas individualmente. poderia ocorrer o fenômeno da entropia que consiste na tendência dos sistemas fechados. Em oposição ao que se pensava sobre as organizações. O autor tentou explicar o funcionamento dos sistemas gerais independentemente daquilo que os formava (RAPIZO. A partir dessa visão. previsível e totalmente mensurável. hoje se percebe as organizações como sistemas abertos. públicas. Ele considerava que a Cibernética tinha aspectos mais mecanicistas. porém. 10 Karina O. até mesmo porque suas características derivam da matemática. militares e religiosas. 2002). passam a ser consideradas de forma conjunta. na maioria das vezes. a visão do fenômeno é integrada e não fragmentada. O feedback negativo é a maneira do sistema responder à mudança que ocorre com ele. Ou seja. 476). a Teoria de Sistemas permite reconceituar os fenômenos dentro de uma abordagem global. No conceito da causalidade circular. o feedback negativo busca a manutenção do sistema em termos estáticos. mas sim. Neste sentido. Deve-se entender o feedback em relação à homeostase. 475). trabalhada por esta teoria. senão de maneira artificial e imposta. some com estas diferenças”. a substituição desta forma de pensar separativista do ou-ou para um pensamento integrador e-e que não reduza as diferenças. permitindo a inter-relação e a integração de assuntos que são. p. de acordo com a Teoria dos Sistemas.www. a visão global é mais importante do que a divisão das partes para a análise. A hipótese sistêmica ainda traz que o todo é maior que a soma das partes em um sistema (GALERA. p. o todo não possui um começo nem um fim (CALIL.br Para Chiavenato (2003. Já o feedback positivo é uma resposta à desestabilização do sistema para a mudança e evolução do mesmo. ou seja. ateriormente compreendidas e estudadas separadamente. diz: “Em suma. que é a busca do sistema em manter um equilíbrio dinâmico para sua manutenção. 1987). Portanto.. 2002). para que desta forma seja possível comprreender o fenômento em sua totalidade. A ciência tradicional clássica trabalha a partir da causalidade linear na qual existe uma causa e um efeito. Este. Chiavenato (2008. as diversas ciências e discplinas. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação . isto não se faz para a teoria dos sistemas.educapsico. LUIS. de naturezas completamente diferentes”. Os sistemas têm a propriedade da retroalimentação ou feedback que podem ser positivos e negativos no sistema. permite a sua transformação. Desta forma. cujo resultado final é maior do que a soma dos resultados que esses elementos teriam caso operassem de maneira isolada”. Para Filomeno (2002): “A Teoria Sistêmica faz o convite a este novo paradigma da ciência. na busca de retornar à sua situação anterior. Ou seja.com. estes são conjuntos de “elementos interdependentes. Já o feedback 11 Karina O. quando não dilui o sistema. ao estado anterior que o sistema apresentava. de retorno da homeostase. no qual a distribuição de poder é realizada por uma minoria da alta direção e as decisões vêm do alto escalão da organização. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 12 . com os quais compartilham informações. As organizações. a missão desta organização ─ seja adequadamente definido.1. principalmente. Atualmente. A abordagem sistêmica enfatiza princípios básicos de organização ao invés de concentrar-se em elementos ou substâncias básicas dos sistemas (CAPRA. empresas e instituições viram a necessidade de repensar e discutir diferentes modos de realizar a gestão de pessoas. Os sistemas são totalidades e não podem ser reduzidos em unidades menores. combinadas com a crescente competitividade no mercado. a concepção sistêmica enxerga o mundo em termos de relações e de integração entre os sistemas. descrevendo-os em função de um objetivo global. dessa maneira.www. abertos e relacionados intensamente a outros sistemas. através da transformação e da mudança do estado anterior. 1. Elas são órgãos estruturados. controlado e avaliado. 2002). investimentos. busca o equilíbrio dinâmico. (CHIAVENATO. Este paradigma é baseado.3 Gestão de Pessoas A ideia primeira de gestão de pessoas vem de um modelo autocrático e absolutista. A mudança em uma parte do sistema provoca mudança em todas as outras partes e no sistema como um todo (FILOMENO. são abordadas de modo equivalente a um sistema no qual todos os elementos (pessoas. as mudanças relações trabalhistas vêm refletindo-se na estrutura das organizações.2. Karina O. no qual estava o sistema. que se confrontam com as maneiras anteriores de realizar essas atividades. que compõe esse objetivo global ─ no caso. exercem influência uns sobre os outros. Então.com. 2005). de equipamentos. 2008). cargos. Portanto. nas teorias do taylorismo e fordismo do início do século XX. permite às organizações que cada parte do conjunto.br positivo. Todo e qualquer sistema comporta-se como um todo em busca da coesão.educapsico. As empresas podem se equiparar na área tecnológica. este modo de pensar a respeito dos sistemas e de seus componentes. por exemplo). o grande diferencial passou a ser o conhecimento e atitude que as pessoas podem agregar à organização e assim contribuir para sua competitividade. a avaliação 360 graus.educapsico. o treinamento e o desenvolvimento. O treinamento e desenvolvimento são uma dessas ferramentas. muito usadas pela gestão de pessoas. Estes três elementos juntos formam o conceito de competência que. e atitudes e comportamentos (referindo-se ao querer fazer).www. visando o desenvolvimento das habilidades e competências dos colaboradores da mesma. então. no aumento de produtividade e na satisfação dos funcionários. Um diagnóstico é realizado levantando as necessidades na preparação profissional dos funcionários. 2001). avalia-se se esses processos desenvolveram ou ainda permitirão o desenvolvimento das habilidades ou não e quais serão os passos para cada um desses parâmetros. a remuneração/seleção por competência e habilidade. O conceito de competência não levava em consideração as questões comportamentais como acontece atualmente.com. depois. no sentido de realizar melhores resultados na saúde organizacional. O conceito de competência é caracterizado por Rabaglio (2001). permite-lhe desempenhar determinadas tarefas com efetividade. sendo elas. A gestão de pessoas possui. É importante que se crie um clima positivo para o desenvolvimento de treinamentos na organização. habilidades (referindo-se ao saber prático). como um conjunto de conhecimentos (referindo-se ao saber teórico). que serão discutidos adiante. ferramentas que auxiliam na obtenção dos resultados supracitados. Já as competências comportamentais são atitudes e comportamentos que a pessoa deve ter para ocupar certas posições (RABAGLIO.br A administração de pessoas está passando de um simples departamento de pessoal para um RH transformador na organização. As competências técnicas são mais simples de serem percebidas e desenvolvidas. quando presente no indivíduo. Após essas atividades. Karina O. pois levam em consideração conhecimentos e habilidades técnicas específicas para uma função. As competências dentro de um perfil profissional devem compreender competências técnicas e comportamentais. Os recursos humanos são vistos como agentes de transformação. se a empresa mantém a forma de trabalho ou a modifica. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 13 . são preparados materiais e formas para treinar e desenvolver as necessidades apresentadas. educapsico. “Portanto. FISCHER. para a integração entre os setores e departamentos e para a descentralização do poder e redução na quantidade de níveis hierárquicos (ROCHAPINTO et al.1 Recrutamento de Pessoal Recrutamento Interno O recrutamento interno é realizado quando surge uma vaga na empresa e esta tenta preenchê-la através de um remanejamento de seus colaboradores. elaborada por Rafael Santos Vaz de Lima. transferido com promoção (movimentação diagonal). UNIDADE II – PRÁTICAS EM RECURSOS HUMANOS3 2. 2007). 1998). até mesmo. Às vezes. explicar algumas formas de promoção.com. a gestão de pessoas é compreendida como um conjunto de políticas e práticas definidas por uma organização para orientar o comportamento humano e as relações interpessoais no ambiente de trabalho” (FLEURY. transferido (movimentação horizontal) ou. Algumas desvantagens dessa forma de recrutamento seriam o desenvolvimento dos colaboradores para receberem promoções e os conflitos de interesses na organização. não há um gasto econômico tão alto. Psicólogo formado pela Unesp e Pós-Graduado em Gestão Empresarial pela Fundação Getulio Vargas (FGV).. o diferencial na gestão de pessoas reside em superar a visão tradicional da administração de recursos humanos que concebe as pessoas como recursos semelhantes aos demais ou como extensão dos demais recursos da organização. torna-se 3 Parte desta unidade foi extraída e adaptada da apostila temática Psicologia Organizacional. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 14 .www. na instituição. Essa forma de recrutamento tem algumas vantagens como poder ser uma fonte de motivação para os funcionários e aproveitar os treinamentos que o colaborador já fez. Isto pode ocorrer quando o funcionário é promovido (movimentação vertical).br Essas novas maneiras de gestão são voltadas para uma maior participação dos colaboradores. A partir do enfoque sistêmico e estratégico. Karina O. pois não existe a necessidade de captação de pessoas fora da organização. www. a possibilidade da política salarial sofrer alterações. As empresas. as desvantagens também existem: a frustração dos funcionários que. cartazes nos portões da empresa.com. outras empresas. 15 Karina O. Essas abordagens podem ser diretas (contato empresamercado) ou indiretas (contato indireto da empresa com o mercado).educapsico. Recrutamento Externo A modalidade de recrutamento externo é utilizada para a captação de pessoas de fora da organização. Recrutamento Misto O recrutamento misto nada mais é que a união dos dois recrutamentos apresentados anteriormente. aproveitamento de investimentos de treinamentos e desenvolvimento que essas pessoas já trazem de outras empresas. geralmente. foram privados de mudanças de cargo e/ou promoções.br complexo ao ponto dos profissionais de cargos mais altos poderem boicotar o desenvolvimento de seus subordinados. escolas. anúncios em jornais e revistas e agências de recrutamento. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação . por ventura. ocorrendo concomitantemente. devido à possibilidade de superação destes em relação aos seus cargos. contato com sindicatos. e os dois tipos de recrutamento. devido à influência de políticas praticadas em outras empresas. Essa modalidade de recrutamento pode ser realizada tanto com o recrutamento interno antes do externo. Todavia. captando pessoas interna e externamente para a realização de seus processos seletivos. como com o recrutamento externo anterior ao interno. utilizam essa forma de recrutamento. As vantagens do recrutamento externo são no sentido de: renovação de ideias e experiências que as “pessoas de fora” podem trazer à organização. indicações de possíveis perfis. universidades e associações de classes para captação de candidatos. Como principais técnicas de abordagem para o recrutamento externo temos: a consulta a banco de dados de candidatos. Através de abordagens em fontes de captação de pessoas é que se dá este tipo de recrutamento. o selecionador poderá direcionar as técnicas de seleção de forma a investigar no candidato. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 16 . conhecer os requisitos necessários para preenchê-la. primeiro. passa-se à fase de seleção de pessoas. depois. O planejamento inicial deve iniciar-se na coleta de informações sobre o cargo cuja vaga está disponível. a presença ou ausência dos requisitos necessários ao cargo (CHIAVENATO. restringindo-os e chegando-se a um número cada vez mais reduzido até a escolha. Karina O. 2008).www. entre o perfil da vaga e o perfil do candidato.2. Seleção de Pessoal Após a realização do recrutamento para a captação de candidatos à vaga aberta na organização. 2. É o momento de escolha de um candidato.2. ou seja.educapsico.1 Planejamento A seleção de pessoas consiste em um processo de comparação. a apresentação de proposta e contratação desse candidato. Por meio destas informações.com.br 2. são aplicadas técnicas para identificar o candidato mais adequado ao cargo ou que poderá ter melhor desempenho nesse cargo. esta forma de avaliação teve seu uso reduzido a partir do fim da década de 1960. responsabilidade e honestidade.  Testes psicológicos (visa conhecer características de personalidade. técnicas situacionais A seleção ocorre em fases.Técnicas e Preditores em Seleção: entrevistas. porém.www. A técnica de entrevista é. capacidade mental/raciocínio/atenção)  Técnicas de dinâmica de grupo ou técnicas de simulação (visa simular situações futuras que o candidato poderá enfrentar e conhecer suas habilidades e atitudes) Cada uma dessas técnicas deve ser escolhida de acordo com o que se exige para o cargo. Segundo Robbins (2005). Após realizada a triagem dos currículos dos candidatos.educapsico. para identificar o candidato mais próximo ao perfil algumas técnicas como:   Entrevistas de seleção. atenção. atualmente. Também os testes escritos são ferramentas bastante utilizadas. o instrumento mais utilizado para a seleção de pessoas. são aqueles que colocam o candidato para realizar atividades referentes ao trabalho que irá executar. fortemente utilizados hoje. A seleção de pessoas utiliza. testes. Provas de conhecimento ou de capacidade (visa medir o conhecimento técnico do candidato sobre determinada área que necessita conhecer para o cargo). Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 17 . Essas avaliações. o tipo de empresa e as condições para a realização dessa seleção. buscam identificar no sujeito fatores como confiabilidade. dinâmicas de grupo. Karina O.br 2.com.2. houve uma retomada desse tipo de avaliação cerca de 20 anos depois.2. Os testes de simulação de desempenho. considerando as informações do cargo. ainda. 2. d) Totais de admissões realizadas por processo de recrutamento e seleção. para saber qual a capacidade do candidato. c) Custo por admissão realizada e fonte de recrutamento (quanto se gastou por fonte). Comumente. Chiavenato (2008) sugere alguns itens que podem servir de base para essa avaliação e controle dos resultados. estando motivado e adaptado ao cargo. 2. e) Qualidade do recrutamento por fonte.3 Avaliação e Controle de Resultados Ao final do processo seletivo.educapsico. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 18 . chamada de centros de avaliação. relatórios e listas de classificação) Karina O. Para os testes de amostragens de trabalho.com. 2. custos e benefícios. ou de parte dele. como o próprio nome sugere.4 Apresentação de Resultados (laudos. diminuindo a rotatividade.www. é preciso avaliar seus resultados. f) Análise dos resultados das provas e testes dos admitidos x rejeitados. são feitas simulações do trabalho como um todo. são utilizadas duas técnicas como mostra Robbins (2005): uma chamada de amostragens de trabalho ─ mais utilizada para avaliar trabalhos rotineiros ─ e a outra. para cargos mais administrativos. Já os centros de avaliação são realizados de modo que o candidato é submetido a diversas provas e testagens. Sabe-se também que um processo seletivo bem realizado pode fazer com que o empregado permaneça mais tempo na empresa. b) Custo dos processos de recrutamento e seleção por admissão realizada.2. sendo avaliado por uma equipe de profissionais que irão avaliar como este sujeito supera situações de dilemas da posição que está buscando.br caso ingresse na empresa que o está testando. como: a) Custo do processo de recrutamento e seleção. CONSIDERANDO os princípios éticos fundamentais que norteiam a atividade profissional do psicólogo e os dispositivos sobre avaliação psicológica contidos no Código de Ética Profissional do Psicólogo. Verifique a Resolução na íntegra abaixo.com. decorrentes de avaliações psicológicas. indicando os resultados do candidato nas etapas do processo de seleção. decorrentes de avaliação psicológica.Instituir o Manual de Elaboração de Documentos Escritos. no seu exercício profissional. ocorrido em dezembro de 2000. que são importantes para a vaga e quais aspectos não atendem à necessidade da vaga. 1º . para tratar da revisão do Manual de Elaboração de Documentos produzidos pelos psicólogos. em 2003. O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. CONSIDERANDO a deliberação da Assembléia das Políticas Administrativas e Financeiras. Faz-se importante indicar se o candidato está. Se é Inaceitável ou desfavorável É importante também justificar o parecer do avaliador. O psicólogo poderá utilizar testes psicológicos na avaliação do candidato. RESOLVE: Art. decorrentes de avaliações psicológicas.766.br O parecer da seleção deverá indicar os principais atributos do candidato. decorrentes de avaliação psicológica. Karina O. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 19 . decorrentes de avaliação psicológica e revoga a Resolução CFP º 17/2002. CONSIDERANDO que o psicólogo. O Conselho Federal de Psicologia instituiu o Manual de Elaboração de Documentos Escritos produzidos pelo psicólogo.www. CONSIDERANDO a freqüência com que representações éticas são desencadeadas a partir de queixas que colocam em questão a qualidade dos documentos escritos. CONSIDERANDO a necessidade de referências para subsidiar o psicólogo na produção qualificada de documentos escritos decorrentes de avaliação psicológica. CONSIDERANDO a decisão deste Plenário em sessão realizada no dia 14 de junho de 2003. CONSIDERANDO as propostas encaminhadas no I FORUM NACIONAL DE AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA.º 007/2003 Institui o Manual de Elaboração de Documentos Escritos produzidos pelo psicólogo. CONSIDERANDO as implicações sociais decorrentes da finalidade do uso dos documentos escritos pelos psicólogos a partir de avaliações psicológicas. produzidos por psicólogos. que lhe são conferidas pela Lei no 5.educapsico. tem sido solicitado a apresentar informações documentais com objetivos diversos. RESOLUÇÃO CFP N. no uso de suas atribuições legais e regimentais. porém com restrições. de 20 de dezembro de 1971. em reunião realizada em 14 de dezembro de 2002. produzidos pelos psicólogos. segundo Tadesco (2009):     Acima do esperado Se é favorável ou atende as expectativas Se é Favorável. Parágrafo único – A não observância da presente norma constitui falta éticodisciplinar. A comunicação deve ainda apresentar como qualidades: a clareza.Esta resolução entrará em vigor na data de sua publicação. 1 – PRINCÍPIOS TÉCNICOS LINGUAGEM ESCRITA DA MANUAL DE ELABORAÇÃO DE DOCUMENTOS DECORRENTES DE AVALIAÇÕES PSICOLÓGICAS CONSIDERAÇÕES INICIAIS A avaliação psicológica é entendida como o processo técnico-científico de coleta de dados. com a finalidade de servirem como instrumentos para atuar não somente sobre o indivíduo. V. II. na linguagem escrita. para tanto. Guarda dos documentos. mas a modificação desses condicionantes que operam desde a formulação da demanda até a conclusão do processo de avaliação psicológica. Validade dos documentos.com. O presente Manual tem como objetivos orientar o profissional psicólogo na O documento deve. Validade dos documentos. pela seqüência ou ordenamento adequado dos conteúdos. evitando a diversidade de significações da linguagem popular. 4º . de estratégias psicológicas – métodos. IV. IV. 14 de junho de 2003. estudos e interpretação de informações a respeito dos fenômenos psicológicos. Conceito / finalidade / estrutura. utilizando-se. Princípios norteadores da elaboração documental. Modalidades de documentos. na estrutura frasal.educapsico. no aspecto sonoro e na ausência de cacofonias. Conceito / finalidade / estrutura. o que é fornecido pela estrutura. Guarda dos documentos. 2º .Revogam-se as disposições em contrário. da palavra exata e necessária. Essa “economia verbal” requer do psicólogo a atenção para o equilíbrio que evite uma redação lacônica ou o exagero de uma redação prolixa. Modalidades de documentos. III. referido no artigo anterior. Brasília. dispõe sobre os seguintes itens: I.br Art. II. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 20 . a harmonia se traduz na correlação adequada das frases. ocorrido em dezembro de 2000. a concisão e a harmonia. composição de parágrafos ou frases. que são resultantes da relação do indivíduo com a sociedade. sem prejuízo de outros que possam ser argüidos. A concisão se verifica no emprego da linguagem adequada. Este Manual compreende os seguintes itens: I. garantindo a precisão da comunicação.www. A clareza se traduz. além da correção gramatical. III. Art. Finalmente. Art. expressando o que se quer comunicar. Karina O. passível de capitulação nos dispositivos referentes ao exercício profissional do Código de Ética Profissional do Psicólogo. 5º . O emprego de frases e termos deve ser compatível com as expressões próprias da linguagem profissional. ODAIR FURTADO Conselheiro Presidente confecção de documentos decorrentes das avaliações psicológicas e fornecer os subsídios éticos e técnicos necessários para a elaboração qualificada da comunicação escrita. pela explicitação da natureza e função de cada parte na construção do todo. 3º . V. As modalidades de documentos aqui apresentadas foram sugeridas durante o I FÓRUM NACIONAL DE AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA. considerando a quem o documento será destinado.Toda e qualquer comunicação por escrito decorrente de avaliação psicológica deverá seguir as diretrizes descritas neste manual. Deve ter uma ordenação que possibilite a compreensão por quem o lê. Art. Princípios norteadores. técnicas e instrumentos. apresentar uma redação bem estruturada e definida. Os resultados das avaliações devem considerar e analisar os condicionantes históricos e sociais e seus efeitos no psiquismo.O Manual de Elaboração de Documentos Escritos. 2. Deve-se realizar uma prestação de serviço responsável pela execução de um trabalho de qualidade cujos princípios éticos sustentam o compromisso social da Psicologia. Declaração * 2. ao produzirem documentos escritos.br I . Parecer psicológico * * A Declaração e o Parecer psicológico não são documentos decorrentes da avaliação Psicológica. recusando qualquer tipo de consideração que não tenha relação com a finalidade do documento específico. sendo as mesmas elementos constitutivos no processo de subjetivação. sob toda e qualquer condição. devem se basear exclusivamente nos instrumentais técnicos (entrevistas.identificando riscos e compromissos em relação à utilização das informações presentes nos documentos em sua dimensão de relações de poder.educapsico.PRINCÍPIOS NORTEADORES NA ELABORAÇÃO DE DOCUMENTOS O psicólogo. Esses instrumentais técnicos devem obedecer às condições mínimas requeridas de qualidade e de uso. devendo ser adequados ao que se propõem a investigar. portanto. clara. Enfatizamos aqui os cuidados em relação aos deveres do psicólogo nas suas relações com a pessoa atendida. deverá adotar como princípios norteadores as técnicas da linguagem escrita e os princípios éticos. Atestado psicológico 3. considerando que a última estará assinada. deve ser compreendida como efeito de uma situação de grande complexidade. às relações com a justiça e ao alcance das informações . testes. sugere-se uma intervenção sobre a própria demanda e a construção de um projeto de trabalho que aponte para a reformulação dos condicionantes que provoquem o sofrimento psíquico. Princípios Técnicos O processo de avaliação psicológica deve considerar que os objetos deste procedimento (as questões de ordem psicológica) têm determinações históricas. escuta.www.MODALIDADES DE DOCUMENTOS 1. técnicas psicológicas e da experiência profissional da Psicologia na sustentação de modelos institucionais e ideológicos de perpetuação da segregação aos diferentes modos de subjetivação. na elaboração de seus documentos. o psicólogo baseará suas informações na observância dos princípios e dispositivos do Código de Ética Profissional do Psicólogo. Karina O. Torna-se imperativo a recusa. Por isso consideramos importante constarem deste manual afim de que sejam diferenciados. Os psicólogos. Deve-se rubricar as laudas. Relatório / laudo psicológico 4. II . Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 21 .1. Dessa forma. econômicas e políticas. em toda e qualquer modalidade de documento. não definitiva e não cristalizada do seu objeto de estudo. inteligível e concisa. A linguagem nos documentos deve ser precisa. intervenções verbais) que se configuram como métodos e técnicas psicológicas para a coleta de dados. estudos e interpretações de informações a respeito da pessoa ou grupo atendidos. técnicos e científicos da profissão. desde a primeira até a penúltima. dinâmicas de grupo. a demanda. O DOCUMENTO. tal como é formulada. observações.Princípios Éticos Na elaboração de DOCUMENTO. embora muitas vezes apareçam desta forma. Sempre que o trabalho exigir. ou seja. deve considerar a natureza dinâmica. do uso dos instrumentos. ao sigilo profissional. 2. sociais. bem como sobre outros materiais e grupo atendidos e sobre outros materiais e documentos produzidos anteriormente e pertinentes à matéria em questão. 2 – PRINCÍPIOS ÉTICOS E TÉCNICOS 2.com. deve-se restringir pontualmente às informações que se fizerem necessárias. a violação dos direitos humanos e a manutenção das estruturas de poder que sustentam condições de dominação e segregação. com isso. alínea b. .2. em quais dias.Registro do local e data da expedição da declaração. .Registro da informação do sintoma. quando necessário.Registro do nome completo do psicólogo. b) Acompanhamento psicológico do atendido. Conceito e finalidade da declaração É um documento que visa a informar a ocorrência de fatos ou situações objetivas relacionados ao atendimento psicológico. por requerimento.Registro do local e data da expedição do atestado. sua inscrição no CRP e/ou carimbo com as mesmas informações. acrescido de sua inscrição profissional (“Nome do psicólogo / N. contendo expressamente o fato constatado. com fins de: a) Justificar faltas e/ou impedimentos do solicitante. 1.CONCEITO / FINALIDADE / ESTRUTURA 1 – DECLARAÇÃO 1. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 22 . qual horário).Registro do nome e sobrenome do solicitante. b) O atestado deve expor: . Conceito e finalidade do atestado É um documento expedido pelo psicólogo que certifica uma determinada situação ou estado psicológico. separados apenas pela pontuação. Assinatura do psicólogo acima de sua identificação ou do carimbo. Embora seja um documento simples. para fins de comprovação). .1.Finalidade do documento. sua inscrição no CRP e/ou carimbo com as mesmas informações. acrescido de sua inscrição profissional (“Nome do psicólogo / N. situações ou estados psicológicos. dias ou horários). b) A declaração deve expor: . evitando.Registro do nome completo do psicólogo. após realização de um processo de avaliação psicológica.educapsico. b) Justificar estar apto ou não para atividades específicas. c) Solicitar afastamento e/ou dispensa do solicitante. em acordo com o disposto na Resolução CFP nº 015/96. Estrutura do atestado A formulação do atestado deve restringir-se à informação solicitada pelo requerente. situação ou condições psicológicas que justifiquem o atendimento. .Assinatura do psicólogo acima de sua identificação ou do carimbo. c) Informações sobre as condições do atendimento (tempo de acompanhamento. dentro do rigor técnico e ético que subscreve esta Resolução. em que conste nome e sobrenome do psicólogo. o solicita. 2 – ATESTADO PSICOLÓGICO 2.br III . deverá guardar relatório correspondente ao processo de avaliação psicológica realizado.com. tendo como finalidade afirmar sobre as condições psicológicas de quem. Estrutura da declaração a) Ser emitida em papel timbrado ou apresentar na subscrição do documento o carimbo.www. com a finalidade de declarar: a) Comparecimentos do atendido e/ou do seu acompanhante. No caso em que seja necessária a utilização de parágrafos. afastamento ou falta – podendo ser registrado sob o indicativo do código da Classificação Internacional de Doenças em vigor. . riscos de adulterações. subsidiado na afirmação atestada do fato. .º da inscrição”). sem parágrafos.2.Finalidade do documento (por exemplo.º da inscrição”). Karina O.1. ou seja. em que conste o nome e sobrenome do psicólogo.Registro do nome e sobrenome do cliente.1. o psicólogo deverá preencher esses espaços com traços. 2. deve cumprir algumas formalidades: a) Ser emitido em papel timbrado ou apresentar na subscrição do documento o carimbo. .Registro de informações solicitadas em relação ao atendimento (por exemplo: se faz acompanhamento psicológico. Neste documento não deve ser feito o registro de sintomas. . O atestado emitido com a finalidade expressa no item 2. Os registros deverão estar transcritos de forma corrida. . o prognóstico e evolução do caso. objetiva e fiel dos dados colhidos e das situações vividas relacionados à demanda em sua complexidade.Descrição da demanda 3. No identificador INTERESSADO.2. pelo prazo estipulado nesta resolução. consubstanciado em referencial técnicofilosófico e científico adotado pelo psicólogo. “O processo de avaliação psicológica deve considerar que Karina O. A finalidade do relatório psicológico será a de apresentar os procedimentos e conclusões gerados pelo processo da avaliação psicológica. No identificador AUTOR/RELATOR. intervenção verbal).2. 3 – RELATÓRIO PSICOLÓGICO 3. à luz de um instrumental técnico (entrevistas. Procedimento 4. estar acompanhados das explicações e/ou conceituação retiradas dos fundamentos teórico-filosóficos que os sustentam. No identificador ASSUNTO. tornando-se acessível e compreensível ao destinatário. o psicólogo indicará o nome do autor do pedido (se a solicitação foi da Justiça. se foi de empresas.br nos arquivos profissionais do psicólogo. procedimento. deve-se apresentar a análise que se faz da demanda de forma a justificar o procedimento adotado. solicitação ou petição. as intervenções.www. O assunto/finalidade – qual a razão/finalidade. Conceito e finalidade do relatório ou laudo psicológico O relatório ou laudo psicológico é uma apresentação descritiva acerca de situações e/ou condições psicológicas e suas determinações históricas.2. 3. Descrição da demanda Esta parte é destinada à narração das informações referentes à problemática apresentada e dos motivos.2. Identificação É a parte superior do primeiro tópico do documento com a finalidade de identificar: O autor/relator – quem elabora. Análise 5. prorrogação de prazo para acompanhamento ou outras razões pertinentes a uma avaliação psicológica).2. com a(s) respectiva(s) inscrição(ões) no Conselho Regional.1. descrição da demanda. deve ser subsidiado em dados colhidos e analisados. 5 (cinco) itens: identificação. O relatório psicológico deve conter. 1.educapsico. Análise É a parte do documento na qual o psicólogo faz uma exposição descritiva de forma metódica. o motivo do pedido (se para acompanhamento psicológico. observação. exame psíquico.Identificação 2. devendo conter narrativa detalhada e didática.3. pessoas ouvidas etc) à luz do referencial teóricofilosófico que os embasa.com. sociais. orientação e sugestão de projeto terapêutico. Procedimento A descrição do procedimento apresentará os recursos e instrumentos técnicos utilizados para coletar as informações (número de encontros. caso necessário. análise e conclusão. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 23 . portanto. item V. limitando-se a fornecer somente as informações necessárias relacionadas à demanda. políticas e culturais.1. com clareza.4. relatando sobre o encaminhamento. 3. o psicólogo indicará a razão. deverá ser colocado o(s) nome(s) do(s) psicólogo(s) que realizará(ão) a avaliação. dinâmicas. precisão e harmonia. Estrutura O relatório psicológico é uma peça de natureza e valor científicos. testes psicológicos. pesquisadas no processo de avaliação psicológica. solicitação de acompanhamento psicológico. Como todo DOCUMENTO. entidades ou do cliente). Conclusão 3. Nesta parte. 3.2. O interessado – quem solicita. bem como. 3. razões e expectativas que produziram o pedido do documento. no mínimo. Como apresentado nos princípios técnicos. O procedimento adotado deve ser pertinente para avaliar a complexidade do que está sendo demandado. o diagnóstico. Os termos técnicos devem. 4. deve-se respeitar a fundamentação teórica que sustenta o instrumental técnico utilizado. uma resposta a uma consulta. não sendo necessária. data de emissão. assinatura do psicólogo e o seu número de inscrição no CRP.2. sociais. no campo do conhecimento psicológico. Se o quesito estiver mal formulado.2.3. 4 – PARECER 4. deve considerar a natureza dinâmica. não deve fazer afirmações sem sustentação em fatos e/ou teorias. devendo ter linguagem precisa. Conclusão 4. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 24 . Nesta parte. a descrição detalhada dos procedimentos. expressando-se de maneira clara e exata. o psicólogo deve respondê-los de forma sintética e convincente. Somente deve ser relatado o que for necessário para o esclarecimento do encaminhamento. “sem elementos” ou “aguarda evolução”. Conceito e finalidade do parecer Parecer é um documento fundamentado e resumido sobre uma questão focal do campo psicológico cujo resultado pode ser indicativo ou conclusivo. O psicólogo. O parecer tem como finalidade apresentar resposta esclarecedora. portanto. Análise A discussão do PARECER PSICOLÓGICO se constitui na análise minuciosa da questão explanada e argumentada com base nos fundamentos necessários existentes.4. seja na ética. portanto. Nessa exposição. o psicólogo vai expor o resultado e/ou considerações a respeito de sua investigação a partir das referências que subsidiaram o trabalho. As considerações geradas pelo processo de avaliação psicológica devem transmitir ao solicitante a análise da demanda em sua complexidade e do processo de avaliação psicológica como um todo.1. O parecer é composto de 4 (quatro) itens: 1. 4. Estrutura O psicólogo parecerista deve fazer a análise do problema apresentado. como disposto no Código de Ética Profissional do Psicólogo. não deixando nenhum quesito sem resposta. Análise 4. sendo. Karina O. ainda nesta parte.www.2. na técnica ou no corpo conceitual da ciência psicológica. com indicação do local. Conclusão Na conclusão do documento. econômicas e políticas. sendo as mesmas elementos constitutivos no processo de subjetivação. de uma “questão-problema”. considerando os quesitos apontados e com fundamento em referencial teórico-científico.educapsico.2. O DOCUMENTO. deve-se utilizar a expressão “sem elementos de convicção”. pode-se afirmar “prejudicado”. o nome do autor da solicitação e sua titulação. Identificação Consiste em identificar o nome do parecerista e sua titulação. o documento é encerrado. através de uma avaliação especializada. Após a narração conclusiva. Exposição de motivos 3.com. como os dados colhidos ou o nome dos envolvidos. não definitiva e não cristalizada do seu objeto de estudo”.2. visando a dirimir dúvidas que estão interferindo na decisão. Deve-se apresentar a questão em tese. 4. 3. Identificação 2. portanto. Vale ressaltar a importância de sugestões e projetos de trabalho que contemplem a complexidade das variáveis envolvidas durante todo o processo. Exposição de Motivos Destina-se à transcrição do objetivo da consulta e dos quesitos ou à apresentação das dúvidas levantadas pelo solicitante. Quando não houver dados para a resposta ou quando o psicólogo não puder ser categórico. Havendo quesitos.br os objetos deste procedimento (as questões de ordem psicológica) têm determinações históricas. destacando os aspectos relevantes e opinar a respeito. especialmente quando se referir a dados de natureza subjetiva. bem como princípios éticos e as questões relativas ao sigilo das informações.2. deve respeitar as normas de referências de trabalhos científicos para suas citações e informações.1. que exige de quem responde competência no assunto. o psicólogo apresentará seu posicionamento. deverá considerar a legislação vigente nos casos já definidos. VI . deverão ser guardados pelo prazo mínimo de 5 anos.2. ou ainda em casos específicos em que seja necessária a manutenção da guarda por maior tempo. o psicólogo deve dispor dos fundamentos para a indicação. observando-se a responsabilidade por eles tanto do psicólogo quanto da instituição em que ocorreu a avaliação psicológica. respondendo à questão levantada. decorrentes das avaliações psicológicas. Esse prazo poderá ser ampliado nos casos previstos em lei. devendo apresentá-los sempre que solicitado. Em seguida.br 4.www. bem como todo o material que os fundamentou.GUARDA DOS DOCUMENTOS E CONDIÇÕES DE GUARDA Os documentos escritos decorrentes de avaliação psicológica. por determinação judicial.4. o destino dos documentos deverá seguir as orientações definidas no Código de Ética do Psicólogo. Conclusão Na parte final. indicará o prazo de validade do conteúdo emitido no documento em função das características avaliadas. Em caso de extinção de serviço psicológico. o psicólogo. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 25 . das informações obtidas e dos objetivos da avaliação. Karina O. informa o local e data em que foi elaborado e assina o documento. V – VALIDADE DOS CONTEÚDOS DOS DOCUMENTOS O prazo de validade do conteúdo dos documentos escritos.com. Não havendo definição legal.educapsico. Ao definir o prazo. onde for possível. 4 Treinamento e Desenvolvimento de Pessoal: Este subsistema trabalha a capacidade de aprendizagem das pessoas em relação a novos conhecimentos e na modificação de comportamentos existentes. .] 2) Opinião do empregado sobre a empresa. 2008. O desenvolvimento profissional “É a educação profissional que visa ampliar. esse subsistema se relaciona ao treinamento e ao desenvolvimento organizacional. os seguintes itens: 1) Motivo do desligamento [. 156). CHIAVENATO. 11) Opinião do empregado sobre o moral e atitude de seus colegas de trabalho.3 Desligamento: entrevista de saída A entrevista de desligamento é um instrumento muito útil para analisar todas as políticas de Recursos Humanos praticadas na Instituição. Assim. analisando as sensações e opiniões do colaborador sobres as práticas da organização. 2. Para o Chiavenato (2008. 3) Opinião do empregado sobre o cargo que ocupa na organização.. principalmente. desenvolver e aperfeiçoar a pessoa para seu crescimento profissional em uma determinada carreira na organização ou para que se torne mais eficiente e produtiva em seu cargo” (CHIAVENATO. com objetivos de uma adaptação mais rápida da pessoa ao trabalho. 2008). 7) Opinião do empregado sobre os benefícios sociais concedidos na organização 8) Opinião do empregado sobre seu salário 9) Opinião do empregado sobre o relacionamento humano existente em sua seção. 401). p. 2007. obedece a um programa preestabelecido e sistemático.2. 5) Opinião do empregado sobre seu horário de trabalho 6) Opinião do empregado sobre as condições físicas e ambientais dentro das quais desenvolve seu trabalho. a entrevista de desligamento busca analisar.. 4) Opinião do empregado sobre seu chefe direto. p. 12) Opinião do empregado sobre as oportunidades que encontra no mercado de trabalho. Costuma ser um bom meio de diagnosticar os motivos que levam à rotatividade de pessoal (CAXITO. É realizado por empresas terceiras especializadas ou pela própria empresa. 10) Opinião do empregado sobre as oportunidades de progresso que sentiu dentro da organização. O treinamento é a educação do profissional para adaptá-lo a uma determinada empresa e cargo. Mas. realizando levantamentos de necessidades. Chiavenato (2008) traz uma comparação do treinamento a um modelo de sistema aberto.www. pois o sistema educacional dos países está cada vez mais comprometido.  Processamento ou operação (throughputs): como processos de aprendizagem individual. preferencialmente. 2) A oportunidade de o funcionário desenvolver-se continuamente e para mudanças de atitudes (questões comportamentais). habilidade interpessoal e resolução de problemas. eficácia organizacional. As pessoas possuem necessidade de treinamentos para seu desenvolvimento constante. Robbins (2005) discute quatro categorias de habilidades básicas que são trabalhadas em treinamentos: linguagem. esse desenvolvimento nem sempre é possível. se não se atualizar pode ter essa competência superada por outras que passam a serem necessárias para a atividade. porém. A linguagem é uma habilidade básica que deve estar desenvolvida no funcionário no momento da contratação.  Saída (outputs): como habilidades. são ou dos órgãos de treinamento ou dos órgãos responsáveis pelas próprias atividades. no qual existem:  Entradas (inputs): os treinandos. o programa de treinamento etc. conhecimentos.educapsico. de maneira a prestar uma consultoria. os recursos organizacionais etc.  Retroação (feedback): como as avaliações dos resultados do treinamento. Como objetivos do treinamento temos: 1) O preparo de pessoa para a execução imediata de atividades na organização. no futuro. diagnóstico e programações de treinamento. técnica. essa responsabilidade. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 27 . de uma maneira geral. As responsabilidades do treinamento organizacional.com. clima organizacional. melhoras na motivação e aprendizado de técnicas gerenciais.br O treinamento busca fornecer meios para possibilitar a aprendizagem. deve ser dividida entre o órgão responsável pelas atividades e o órgão de treinamento. pois mesmo um funcionário que tenha competência neste momento. Karina O. podemos desenvolver outras aptidões para chegarmos ao desenvolvimento de solucionar problemas. Robbins (2005) traz que há os treinamentos no trabalho e que são realizados no expediente.educapsico. aquilo que se tem o objetivo de desenvolver neste caso. sessões de vídeos. As habilidades interpessoais. O desenvolvimento. uma mudança na linha de produtos no portfólio da empresa. pensando-se em adequar o conhecimento funcionário para a atividade que ele executa e. cursos pela internet. nem têm uma estrutura fixa. Quanto à habilidade de resolução de problemas. sendo do tipo mais tradicional. bem estruturados. Atualmente. atividades em grupo. São exemplos de habilidades interpessoais: a expressão de ideias com maior clareza e o trabalho em equipe mais eficaz. O que é treinado. são bem desenvolvidas em diversos colaboradores de uma maneira geral. Os treinamentos formais são aqueles planejados. dificultando mais sua aplicação.br obrigando as empresas a treinarem e desenvolverem seus colaboradores nessa habilidade também. são a lógica. são trabalhadas duas formas de treinamentos: os formais e os informais. entre outros. faz-se cada vez mais necessário com a implantação de programas de qualidade e equipes autogerenciadas. substitutos.com. seminários. com mobilidade de aplicação e fácil adaptação àquele que vai ser treinado. tão cobradas atualmente. atividades como palestras. dramatizações. frequentemente. agendados. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 28 . também. como por exemplo. que é mais utilizada pelas grandes empresas. Karina O. nessa habilidade. primeiro. Já a outra modalidade. é a do treinamento fora do trabalho. existem ainda deficiências no desenvolvimento dessa habilidade. Habilidades técnicas são sempre os focos dos treinamentos. o raciocínio. ou por formação ou por exigência do mercado. a capacidade de definir problemas. programas de autoaprendizado. o que gera uma cisão no processo organizacional. em relação às novas questões técnicas que surgem e devem ser apreendidas para o bom desempenho desse colaborador. Esse treinamento informal é o que já foi chamado de conversa de corredor.www. especificamente. Porém. Os informais não são planejados. entre outros. São utilizadas para esse tipo de treinamento. necessitando de mudanças na rotina. 2 Planejamento/Programação O planejamento do treinamento envolve os itens indicados abaixo: 1. e programar o treinamento correspondente. Determinação do conteúdo do treinamento. são: a) Avaliação de Desempenho: analisando os setores da empresa que estão com desempenho abaixo do ideal. Divisão do trabalho a ser desenvolvido em módulos. d) Contato supervisores e gerentes: quando os líderes detectam deficiência em seu setor. Abordagem de uma necessidade específica de cada vez. seu processo e técnicas. quebra de equipamento. h) Análise de cargos: indica habilidades e atitudes que o ocupante do cargo deve possuir. Definição clara do objetivo do treinamento. f) Modificação do trabalho: quando há necessidade de modificar o trabalho. em determinada área. 2. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 29 . etc.br 2. 3. b) Observância: analisar evidências de trabalho ineficiente como atrasos no cronograma. sendo necessário então realizar o planejamento de como ele irá ocorrer para atingir os objetivos. g) Entrevista de saída: os colaboradores que estão saindo da empresa costumam ser sinceros quanto às deficiências da organização e podem apontar também necessidades de treinamento. Todos os pontos citados podem indicar necessidades de treinamento. podem ser verificadas necessidades de treinamento. c) Pesquisa realizada por meio de questionários: visa solicitar aos empregados indicações de necessidade de treinamento.4. e) Reuniões interdepartamentais: a partir dos objetivos e metas organizacionais. os colaboradores precisam ser treinados.4.educapsico. Karina O. solicitam treinamento ou a área de Recursos Humanos poderá contatá-los para conhecer as necessidades.com. perda aumentada de matéria-prima. segundo Chiavenato (2008). As principais formas utilizadas para o levantamento das necessidades.www. 2. 4. pacotes ou ciclos.1 Levantamento de Necessidades É a primeira etapa e consiste em um diagnóstico sobre as necessidades de treinamento. d) Preparo e conhecimento dos instrutores. c) Grau de habilidade. ou seja.com.. 8. d) Características pessoais de comportamento. 2008). quanto mais homogêneo for o conhecimento do grupo. 413-414). 2. 2. Definição dos recursos necessários [. na relação entre instrutor e aprendizes. Definição da população-alvo. c) Cooperação dos líderes quando necessário. Local onde será efetuado o treinamento.br 5. b) Adequação do material de treinamento à população-alvo. 7. 10. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 30 . e) Conhecimento dos aprendizes. da clientela a ser treinada: a) Número de pessoas.. 9. Cálculo da relação custo-benefício do programa. mais fácil o treinamento poderá ser executado (CHIAVENATO. levando em conta dois aspectos: se a partir do treinamento realizado houve mudança Karina O. no momento em que ele ocorre. considerando-se as alternativas: no cargo.4. 2008. Controle e avaliação dos resultados para verificação de pontos críticos que demandam ajustes e modificações no programa para melhorar sua eficiência (CHIAVENATO. 11.educapsico.www.4 Avaliação Ao final do processo de treinamento deve-se avaliar os resultados obtidos.3 Execução A execução corresponde ao próprio treinamento. p. A eficiência da execução do treinamento dependerá dos seguintes fatores: a) Adequação do programa de treinamento às necessidades levantadas.4.]. 6. b) Disponibilidade de tempo. horário ou ocasião propícia. Época ou peridiocidade do treinamento. Escolha dos métodos de treinamento e a tecnologia disponível. conhecimentos e tipos de atitudes. fora do cargo mas na empresa e fora da empresa. Karina O. utiliza-se de técnicas de intervenção como: feedback de dados. buscar objetivos para a ação. As modificações para o desenvolvimento organizacional baseiam-se em mudanças de longo prazo. pertinentes para a identificação de problemas. O DO segue no sentido de mudança da organização e. desenvolvimento de equipes. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 31 .5 Desenvolvimento Organizacional O desenvolvimento organizacional está atrelado a mudanças estruturais de ordem sistêmica na organização. segue. enriquecimento de cargos.www. 264). mudanças em processos e estruturas organizacionais. ao contrário das mudanças estabelecidas nos treinamentos que. temos a Ação de Intervenção. além de permitir que o potencial de desenvolvimento do indivíduo seja mensurado. então.br do comportamento dos colaboradores. Os objetivos fundamentais da Avaliação de Desempenho. e. 2. por último. para tal.educapsico. faz-se em três etapas: inicia com a Coleta de Dados. o Diagnóstico Organizacional. segundo Chiavenato (2008. que consiste no levantamento de informações sobre os elementos da organização. 2) Permitir o tratamento dos recursos humanos como importante vantagem competitiva da organização cuja produtividade pode ser desenvolvida. o processo de Desenvolvimento Organizacional (DO). visando atingir os objetivos das modificações verificadas pelo diagnóstico. vislumbrando mudanças na totalidade da organização. sendo essa a fase que analisa. são referentes às questões de desenvolvimento individual. se os resultados do treinamento estão de acordo com as metas que se desejam alcançar na organização. são: “1) Permitir condições de medição do potencial humano no sentido de determinar sua plena aplicação. Na busca por essas mudanças. a fim de obter o diagnóstico propriamente dito e. na qual são escolhidas as melhores ações para a intervenção.com. de modo geral. assim. 2. p. treinamentos e modificações de processos.6 Avaliação de Desempenho A avaliação de desempenho consiste na avaliação e análise do desempenho de cada indivíduo na organização. interpreta os dados coletados. possibilitando que o avaliador classifique o colaborador em escala incremental. o que pode acontecer é o receio do subordinado responder à avaliação de maneira imparcial. Colegas são uma boa alternativa. A autoavaliação ajuda a diminuir as defesas do funcionário quanto à avaliação em si. honestidade e iniciativa). intrinsecamente. Temos como métodos de Avaliação de Desempenho: relatórios escritos. Um relatório escrito é elaborado com características do colaborador.br dependendo. O desempenho pode ser avaliado pelo superior imediato. escala gráfica de mensuração. de outro. inclusive em seu aspecto gerencial. conseguimos uma média das avaliações. Esse método depende. sendo esta a maneira mais comum de se fazer este tipo de avaliação. da forma de administração. por serem várias as avaliações que podemos ter e. incidentes críticos. uma série de fatores relacionados ao desempenho é listada (qualidade e quantidade do trabalho.educapsico. O resultado fornece um conjunto rico de exemplos para mostrar ao funcionário os comportamentos desejáveis e aqueles que precisam ser melhorados. também. Esses comportamentos analisados são aqueles relacionados com a eficácia e ineficácia no desenvolvimento das funções. 3) Fornecer oportunidades de crescimento e condições de efetiva participação a todos os membros da organização. pelo fato de estarem próximos das tarefas executadas e. o anonimato é essencial (ROBBINS. Na avaliação feita pelos subordinados imediatos. nesse método. porém. Portanto. assim. são avaliados os comportamentos específicos e críticos do colaborador. pensando sofrer alguma represália. Karina O. profundidade do conhecimento. obviamente. os fracos e como este colaborador pode melhorar seu desempenho.com. comparações multipessoais. os pontos fortes. Escala gráfica de mensuração: é um método comum e antigo. escala de mensuração com âncora comportamental. tendo em vista. comparecimento. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 32 . de um lado.www. cooperação. As avaliações de desempenho podem ser executadas por diversos funcionários na organização. Esse método funciona da seguinte maneira: primeiro. Incidentes críticos: neste modo. e não traços de personalidade. esse tipo de avaliação deve ser confrontado com outros para se chegar a um consenso. por exemplo. entretanto. 2005). o modelo funciona de maneira a trazer a realidade do trabalho executado pelo funcionário. daquele que elabora este relatório. Relatórios escritos: este método é um dos mais simples. os objetivos organizacionais e. lealdade. os objetivos individuais”. é provável que este candidato receba notas baixas em todos os quesitos avaliados. b) Efeito de halo: tendência de nivelar o julgamento de uma pessoa por cima ou por baixo. se o avaliador julga que alguns comportamentos do avaliado são ruins. As mais comuns são as classificações por grupo em que o avaliador insere o colaborador em determinada faixa de um grupo.br graduada de 1 (pouco conhecimento das atribuições) a 5 (conhecimento profundo das atribuições). na busca da manutenção de uma boa imagem própria ou do setor. classificando-o na faixa dos 5 primeiros. procrastina. cada uma possuindo níveis de desempenho. d) Obstáculos políticos: semelhantes à falsidade.educapsico. as descrições comportamentais. por exemplo. Comparações multipessoais: baseiam-se na comparação de desempenho de colaboradores quando pareada com outras pessoas. que vai do melhor desempenho ao pior. No processo de avaliação de desempenho. Karina O. por exemplo: antecipa. gerando como produto final. Esses entraves estão relacionados à distorção das informações por interesses políticos.com. por se tratar de uma classificação clara. entre outros. algumas distorções são presumíveis: a) Leniência: tendência que algumas pessoas têm de abrandar o julgamento que fazem de alguns avaliados. cumpre ordens. e as classificações individuais. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 33 . objetivando favorecê-lo ou prejudicá-lo. É frequentemente usado por ser rápido na administração e elaboração e permitir análises e comparações quantitativas. observável e mensurável) e não descrições ou traços gerais como nos outros métodos. As notas são dadas pelo avaliador com base em diversos itens e a pontuação reflete o comportamento real (específico ao trabalho. sendo este um método que não permite o empate. c) Falsidade: distorção ou ocultação proposital de dados sobre o julgamento do avaliado. Leva em conta a visão que o avaliador tem das habilidades do avaliado. sendo um instrumento de medição mais relativo que absoluto.www. por exemplo. 5 últimos etc. Escala de mensuração com âncora comportamental: é uma combinação dos principais elementos dos incidentes críticos e das escalas gráficas de mensuração. enfrenta situações de emergência. Esses resultados são transferidos para diversas dimensões. em que o funcionário é avaliado por todos que o rodeiam. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 34 . tais como. chefe. subordinados e clientes. no caso de organizações que permitem ao colaborador escolher as pessoas que farão sua avaliação. deve-se tomar alguns cuidados como treinar os avaliadores a fazerem críticas construtivas e. simpatias e antipatias.1 Avaliação 360° A avaliação 360º permite ao trabalhador receber o feedback sobre seu desempenho de todos aqueles com os quais tem contato no cotidiano do seu trabalho como colegas. diminui-se a probabilidade de haver julgamento enviesado (tanto negativo quanto positivo) e pode-se ter uma visão ampla da atuação do colaborador nos diversos setores da organização No entanto. gerando avaliações discrepantes. não conseguindo. elaborar um julgamento imparcial do colaborador.www. assim. com que periodicidade (quando ele faz). 2. seus pares.7 Análise de Cargos: objetivos e métodos Descrição de Cargos A descrição de cargo tem a função de mostrar o conteúdo do cargo. Um dos modelos de avaliação que tem sido muito eficaz nas organizações é o da Avaliação 360º. 2005). f) Diferentes graus de rigor: existem quando alguns avaliadores usam de mais rigor que outros.br e) Obstáculos interpessoais: existem quando o avaliador é influenciado por aspectos emocionais. Karina O. 2.com.educapsico. Chiavenato (2008) traz que a descrição de cargo enumera as tarefas e atribuições do cargo (o que o ocupante do cargo faz). chefia. clientes e fornecedores (ROBBINS. mesmo quando se trata do mesmo colaborador.6. subordinados. poderão enviesar os resultados (Robbins (2005). quais as maneiras de se fazer (como faz) e com quais objetivos (porque faz). Ao utilizar diversas fontes de avaliação do desempenho do trabalhador. ocupa-se dos aspectos qualificativos do cargo. Para a obtenção dos dados que compõem a Descrição e Análise de Cargos são utilizados métodos usuais dos Recursos Humanos. Karina O. Através deste procedimento. quando com a análise de cargo. porém existem diferenças conceituais entre eles.com. A Descrição de Cargos ocupa-se do conteúdo do cargo. a aplicação de questionários e a realização de entrevistas. o que permite uma melhor percepção dos cargos. que devem ficar claras. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 35 . quais são as responsabilidades envolvidas e o que esse cargo exige para que o ocupante tenha um bom desempenho nele. e o porquê faz. em relação aos requisitos que o mesmo impõe ao seu ocupante. estão juntos no subsistema de aplicação. com aquilo que o ocupante do cargo faz. posteriormente. segundo Chiavenato (2008). Percebe-se que a análise de tarefa tem relação tanto com a descrição de cargos (descreve as atividades do cargo). ou seja. que descreve seu pré-requisito. utilizados de maneira combinada. Assim. quando ele faz. Ou seja. Nessa coleta de dados. Descrição e Análise de Cargo. a análise de tarefa compreende esses passos anteriores e analise as deficiências e necessidades de treinamento ou modificação no trabalho para um melhor desempenho. quais são os requisitos necessários para o ocupante e. percebem-se os aspectos mais intrínsecos do cargo. Já a Análise de Cargo. Estes são: a observação direta dos ocupantes dos cargos.www. aquilo que o indivíduo tem que possuir para poder ocupar o cargo. faz-se uma análise das necessidades de treinamento para o bom desempenho e execução das atividades do cargo (CUNHA et al.br Análise de Cargos Após a realização da Descrição de Cargo segue o processo de Análise de Cargo. uma característica é a ocorrência da utilização mista desses métodos.8 Análise de Tarefa e Desenho do Trabalho A análise de tarefa pode ser obtida pela análise de cargo pois aquela consiste na relação das atividades que devem ser desempenhadas no cargo.educapsico. 2009). O desenho do trabalho tem relação com o desenho dos cargos e a forma como estão organizados processos e atividades na organização. esses dois processos. ou seja. 2. quem são seus subordinados (caso haja essa responsabilidade). o desenho de cargo. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 36 .br “No fundo. c) A quem o ocupante daquele cargo deverá responder (liderança).educapsico. 220)” Segundo Chiavenato (2008). o desenho dos cargos. b) De que forma essas tarefas e funções deverão ser realizadas.www. 2008.com. ou seja. p. deve estabelecer quatro tópicos: a) As tarefas e funções que quem ocupa o cargo deverá realizar. Karina O. d) Quem o ocupante do cargo deverá gerir. representa o modo pelo qual os administradores projetam os cargos individuais e combinam em unidades. departamentos e organizações (CHIAVENATO. pensar e sentir esses problemas. Esses padrões funcionam com eficácia suficiente para serem considerados válidos e. dá-se quando estes começam a partilhar as visões de mundo parecidas (ROCHA-PINTO et al. GRUPAIS E ORGANIZACIONAIS4 3. recompensas e poder. valores. Karina O. elementos e dinâmica Edgar Schein (1982) apud Rocha-Pinto et al (2007) afirma que a cultura organizacional é um conjunto de padrões de suposições básicas inventadas.br UNIDADE III – O INDIVÍDUO E O CONTEXTO ORGANIZACIONAL: VARIÁVEIS INDIVIDUAIS.educapsico. em seguida. são inseridos neste contexto e.com. o mobiliário. as marcas. como a arquitetura dos prédios. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 37 . A cultura organizacional abarca ideias de várias áreas do conhecimento. A cultura organizacional engloba normas. Assim. Psicólogo formado pela Unesp e Pós-Graduado em Gestão Empresarial pela Fundação Getulio Vargas (FGV). o momento em que a cultura organizacional é absorvida pelos trabalhadores. Vejamos cada um desses seus aspectos: 4 Parte desta unidade foi extraída e adaptada da apostila temática Psicologia Organizacional. conceitos. no qual estão presentes fatores tangíveis e intangíveis. a cultura das organizações decorre de um complexo processo social. ao adentrarem na instituição. 2007). ensinados aos novos membros como a maneira correta de perceber. descobertas ou desenvolvidas pelos membros de uma empresa. para lidar com problemas de adaptação externa e integração interna. Já os fatores intangíveis são as crenças. Percebe-se que a cultura organizacional influencia o comportamento dos funcionários. as organizações possuem cada qual sua cultura e os funcionários. as comunicações visuais e também os produtos e serviços que a empresa realiza. De modo multidisciplinar. Em princípio. seja através de normas e regras explícitas ou através de regras que estão presentes no cotidiano da empresa sem que elas não sejam especificadas abertamente no acordo de trabalho. cuja visão permite a identificação de diferenças entre os diversos grupos humanos e suas culturas. elaborada por Rafael Santos Vaz de Lima. temos: aspectos concretos da organização.1 Cultura Organizacional: paradigmas. Como fatores tangíveis. as ideias preestabelecidas.www. a cultura organizacional foi um conceito elaborado pela antropologia. as regras e os costumes presentes na organização. as pessoas aprendem novas habilidades e valores para os mesmos.2 Clima Organizacional: evolução conceitual. avaliam como positivo ou negativo. Relacionam-se com as normas da empresa. d) Endoculturação.educapsico. f) Ritos. Alguns outros elementos também estão presentes na cultura organizacional. Estórias que servem para explicar diferentes fenômenos.www. como partes da organização. Diante da necessidade de aprender a desempenhar novos papéis. b) Valores. São eles: a) Símbolo. É aquilo que se oferece de positivo ao funcionário em função de certos comportamentos. Enfatiza-se aqui a importância de recompensar ótimos desempenhos. Karina O. 2008). c) Estórias. e) Mitos. DORNELAS. Representa algo que dever ser decodificado por aqueles que entram em contato com o mesmo (por exemplo. Elas têm a função de informar sobre o comportamento esperado. como partes da organização.br a) Normas. componentes e estratégias de gestão Os estudos sobre clima organizacional surgiram nos Estados Unidos com Forehand e Gilmor. 3. O poder na organização pode ser mais centralizado ou ser distribuído. também irá influenciar no clima organizacional. devem seguir. b) Heróis.com. Cada maneira de organizar o poder na organização pode ser usada para a análise da cultura de cada organização. Funcionam como modelos de comportamento e valores. de se usar o sistema de recompensas para incentivar aqueles funcionários que precisam melhorar seus desempenhos. bandeira). São narrativas com base em fatos reais. mas também. com presença de elementos fictícios. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 38 . São “coisas” que as pessoas. SANTOS. porém. Atividades que buscam a afirmação de aspectos que representam certa cultura. Elas podem ser explicitas ou implícitas e dizem respeito a padrões/ normas de comportamento que as pessoas. bom ou ruim. c) Recompensa. no início da década de 60 (SILVA. d) Poder. www.educapsico.com.br O conceito de clima organizacional baseia-se na percepção dos colaboradores sobre a qualidade física do ambiente, os recursos e práticas estabelecidas e as relações existentes na organização. Estas percepções influenciam seu sentimento de bemestar ou mal-estar em relação à organização e logo, o clima organizacional relacionase também com a motivação. O clima organizacional como instrumento, como forma de pesquisa nas organizações é importante, pois ele apoia a gestão de recursos humanos no sentido da produtividade e qualidade nas empresas. É feito um levantamento dos comportamentos, a fim de conhecer questões conflitivas na organização e, a partir de então, poder realizar o planejamento de ações do núcleo de Recursos Humanos das organizações. A pesquisa de clima organizacional é uma ferramenta objetiva e segura, isenta de comprometimento com a situação atual, em busca de problemas reais na gestão dos Recursos Humanos. A análise, o diagnóstico e as sugestões, proporcionados pela pesquisa, são valiosos instrumentos para o sucesso de programas voltados para a melhoria da qualidade, aumento da produtividade e adoção de políticas internas (BISPO, 2006, s/p). Então, temos o conceito de clima e a ferramenta “pesquisa de clima” que identificam o que está sendo favorável e desfavorável à motivação dos trabalhadores em uma organização. Quando o clima é favorável, este proporciona uma satisfação do trabalhador; já quando é desfavorável, proporciona a frustração do mesmo. Portanto, o clima organizacional influencia o estado motivacional das pessoas e, por consequência, também é influenciado por ele (CHIAVENATO, 1988). Para a pesquisa do clima organizacional, várias técnicas são utilizadas, dentre as quais se pode destacar a aplicação de questionários aos funcionários. Algumas categorias de análise do clima organizacional foram propostas por diferentes autores, sendo que os principais modelos são: Modelo Litwin e Stringer (1968), Modelo de Kolb (1986) e Modelo de Sbragia (1983), (SILVA; DORNELAS; SANTOS, 2008). Para a análise do clima organizacional é necessário levar-se em conta a cultura organização, analisando os seguintes aspectos: crenças, valores, costumes, 39 Karina O. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação www.educapsico.com.br rituais, slogans, mitos, tabus, tradições, sentimentos e comportamentos daqueles que fazem parte da organização. 3.3 Grupos nas Organizações: abordagens, modelos de intervenção e dinâmica de grupo Os grupos em uma organização são fundamentais, à medida que as pessoas se comportam de modos diferentes no grupo e individualmente. Assim, grupo é definido como dois ou mais indivíduos que tem um objetivo comum, dependentes entre si, e que interagem para a realização deste interesse em comum. Uma organização possui grupos formais e informais. Por grupo formal, entende-se que tem sua formação relacionada às atribuições do trabalho, possuindo objetivos e funções estipulados pela organização. Os grupos informais estão ligados por aspectos não determinados pela organização, pertencentes aos laços de amizade e afinidades outras (MACÊDO et al, 2005). Em relação aos grupos, existem conceitos básicos acerca deles. Primeiramente, abordaremos o conceito de papéis. Os papéis são as formas como as pessoas se mostram no grupo e como estão as expectativas de seus membros para aquele papel que cada indivíduo irá desempenhar. No caso das organizações, dois papéis são característicos: o do patrão que deve fornecer as condições de trabalho aceitáveis, justiça aos funcionários, e saiba transmitir aquilo que deseja do trabalhador. E, no outro papel, está o funcionário que, para seu patrão, deve cumprir os horários, fazer as atividades de seu cargo, entre outras coisas. Outro conceito é o de normas. Elas são os padrões de comportamento aceitáveis no grupo. Esses padrões se formam através das necessidades deste grupo e a partir de como os indivíduos, pertencentes a ele, querem constituir uma forma de exercer um mínimo de influência do grupo sobre os comportamentos de cada indivíduo inserido nele. O status, outro conceito, está relacionado à posição social que o grupo e/ou um membro deste possui. O status pode ser definido pelo poder que um indivíduo pode exercer sobre outros, pela capacidade de contribuir para aquilo que aquele grupo deseja e, por fim, pelas características que aquela pessoa possui. Karina O. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 40 www.educapsico.com.br A coesão é uma característica que está ligada à relação dos membros entre si, ao quanto eles se sentem atraídos e motivados para seguirem unidos naquele grupo. Um grupo coeso, normalmente, tem maior produção grupal. Outra característica é o tamanho de um grupo, pois o tamanho afeta as relações e desempenhos de um determinado grupo. Quanto maior este grupo, mais demorado será o cumprimento da tarefa, ao passo que, as chances de se chegar a um melhor resultado também são prováveis. E, por fim, tem-se a composição como característica da formação de um grupo. Os grupos podem ser homogêneos e heterogêneos. Isto quer dizer que o grupo pode ser formado por pessoas extremamente parecidas em determinado aspectos ou que um grupo é formado por pessoa de características diferentes. 3.3.1 Práticas Grupais: dinâmicas de grupo Psicodrama “Psicodrama pode ser definido como uma via de investigação da alma humana mediante a ação. É um método de pesquisa e intervenção nas relações interpessoais, nos grupos, entre grupos ou de uma pessoa consigo mesma. Mobiliza para vivenciar a realidade a partir do reconhecimento das diferenças e dos conflitos e facilita a busca de alternativas para a resolução do que é revelado, expandindo os recursos disponíveis. Tem sido amplamente utilizado na educação, nas empresas, nos hospitais, na clínica, nas comunidades. O Psicodrama é uma parte de uma construção muito mais ampla, criada por Jacob Levy Moreno, a Socionomia. Na verdade, a denominação da parte foi estendida para o todo e, quando as pessoas usam o termo Psicodrama, estão, geralmente, se referindo à Socionomia. Ciência das leis sociais e das relações, a socionomia é caracterizada fundamentalmente por seu foco na intersecção do mundo subjetivo, psicológico e do mundo objetivo, social, contextualizando o indivíduo em relação às suas circunstâncias. Divide-se em três ramos: a Sociometria, a Sociodinâmica e a Sociatria, que guardam em comum a ação dramática como recurso para facilitar a expressão da realidade implícita nas relações interpessoais ou para a investigação e reflexão sobre determinado tema” (FEBRAP, s/d, s/p). Karina O. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 41 eficaz e com qualidade. os participantes são estimulados a expressar livremente as criações de seu mundo interno. ideias inovadoras que levem o projeto adiante. ainda que visto como um ser em relação. oportunizando a reflexão. na função de observadores. Ao fazer isso. Limitações. a técnica de brainstorming propõe que um grupo de pessoas ─ composto de duas até dez pessoas ─ reúna-se e se utilize das diferenças em seus pensamentos e ideias. O psicodrama coloca em evidência determinados conteúdos internos não percebidos no cotidiano.. o método psicodramático permite que os participantes. Moreno acreditava que a dramatização era o método por excelência para se resgatar a espontaneidade e chegar ao autoconhecimento [.shtml Karina O. assim.com.] Durante as sessões de Psicodrama. Vantagens. Tempestade de Ideias ou Brainstorming Dentre diversos outros métodos. que eram incentivados a representar peças com textos improvisados. o Psicodrama também possui vantagens e desvantagens que devem ser observadas ao ser utilizado. O segundo tem como foco o próprio grupo (FEBRAP. seja na produção mental de uma fantasia concretizada em cena ou numa determinada atividade corporal” 5 Como todo método.abril. 5 Texto retirado do site da Revista Vida Simples: http://vidasimples. A utilização do método psicodramático exige habilidade do facilitador em manejar emoções intensamente mobilizadas. s/d) “O Psicodrama foi inicialmente dirigido a pacientes com comprometimento psiquiátrico ou emocional. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 42 .br/100respostas/conteudo_258599. para que possa chegar a um denominador comum.br Como técnica.. O primeiro consiste no trabalho dramático e tem como foco o indivíduo.com. projetem-se na situação vivenciada e elaborem melhor dificuldades semelhantes. existe diferença entre o Psicodrama e o Sociodrama.www. gerando.educapsico. Repete-se o debate com outro assunto. é a explicada por Minto et al (2006. caso contrário será dificultado o processo. 2000). valorizando as concepções. Valoriza a criatividade. Um subgrupo é orientado a defender um tema – por exemplo. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação . ideias e sentimentos prévios dos integrantes do grupo. É importante o uso de recursos visuais para que todos os participantes possam conhecer as idéias compartilhadas. portanto. inverte-se. deve-se ter o cuidado para não fazer julgamentos e respeitar os valores de cada participante. Limitações. durante a fase de discussão. Uma forma de utilizar a técnica do Debate como dinâmica de grupo. Os participantes estipulam algumas regras que propiciem ser ele respeitoso. Desta vez. p. Os dois subgrupos debatem o tema. divide-se o grupo em dois subgrupos. O outro subgrupo deve argumentar contra o tema. s/d). O brainstorming exige que o facilitador tenha habilidade para lidar com a diversidade de opiniões no grupo. Posteriormente as idéias são agrupadas para serem ordenadas e ser possível uma análise melhor diante do problema que se pretende solucionar. a criatividade e a capacidade analítica do grupo”. O objetivo é o de maximizar o fluxo de idéias.com. 43 Karina O. Em seguida. Esta técnica permite a obtenção de respostas espontâneas. Para Rocha et al (2000). Os subgrupos têm 15 minutos para preparar a argumentação. apresentando seus argumentos. Para Lins (1993). economiza tempo e recursos (ROCHA et al. e todas as idéias são anotadas. o ensino público no país. a livre expressão dos participantes deve ser assegurada. 157) “O brainstorming caracteriza-se como uma reunião de grupo em que novas idéias são buscadas e. 565): “O coordenador propõe ao grupo um debate.www.br Segundo Lins (1993.educapsico. Vantagens. p. os participantes devem ser ouvidos. sempre tentando prevalecer a sua própria opinião ou sendo convencido pelas opniões opostas” (WIKIPEDIA. Debate “Debate é uma discussão amigável entre duas ou mais pessoas que queiram apenas colocar suas ideias em questão ou discordar das demais. sem nenhuma crítica. e o conhecimento amplo do assunto. Exige a habilidade do facilitador em evitar competição acirrada nas diferentes opiniões manifestas. Vantagens. O grupo pequeno tende a diminuir a timidez. Limitações. Ela “possibilita a participação e a contribuição dos treinandos em relação a diversos aspectos.br entre os subgrupos. A técnica contribui para que os participantes formem opiniões consistentes. auxilia na flexibilização e compreensão das opiniões de outras pessoas e também contribui para que as escolhas sejam realizadas de forma responsável (MINTO et al. é necessário que o espaço físico disponível seja amplo para a separação dos integrantes nos pequenos grupos. Para que a técnica seja utilizada de forma adequada. sentem-se mais estimulados a falar sobre suas idéias. Estes não devem ser formados por mais de seis pessoas (BRASIL. como estão em pequenos grupos. 1996) Karina O. o controle do tempo.com. bem como para incentivar a reflexão dos mesmos sobre um tema específico”.www. vergonha e insegurança para falar (BRASIL. p. Limitações. de modo a não haver desequilíbrio dos argumentos apresentados. mediante a discussão em subgrupos. o psicólogo atua como o moderador de um debate. Vantagens. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 44 . etc. Discussão em pequenos grupos Esta técnica pode ser realizada antes do debate. opiniões.educapsico. sentimentos. pois a habilidade de pensar criticamente consiste em analisar e refletir sobre aspectos positivos e negativos de diversos assuntos. e se utiliza dessa técnica para avaliar habilidades dos participantes. Em uma dinâmica de grupo. A técnica promove a participação e envolvimento dos treinandos pois. 55). O debate não deverá ter a finalidade de encontrar um vencedor. a tarefa de defender e argumentar contra o tema. 2006). (BRASIL 1996. 1996). 1996) Painel “Um grupo de entendidos no assunto [. É necessário que o caso esteja bem descrito para que as pessoas tenham informações suficientes para discutir e avaliar a situação.br Estudo de Caso O estudo de caso visa “permitir a discussão e a busca de soluções. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 45 . 200).. Karina O. 127) “Entende-se por equipe um conjunto de pessoas com habilidades complementares. O local físico deve ser adequado para que os painelistas possam dialogar e o público possa vê-los (IDÁÑEZ. 2004. Vantagens. 2004) Limitações. sem agressividade e que seja criado um clima agradável para debater o tema. mas em conhecimento de fatos relevantes” (BRASIL. É importante tomar cuidado para que discussão ocorra de forma tranqüila.] dialoga diante do grupo em torno de determinado tema [. 2004).www..com. A técnica permite conhecer diferentes opiniões sobre um determinado tema e as vantagens e desvantagens sobre de cada um dos enfoques (IDÁÑEZ. p. É importante que os participantes tenham acesso prévio às informações e conhecimentos necessário para analisar o estudo do caso. 3... caso contrário ocorrerá apenas a manifestação de opinião leiga (BRASIL. baseados não em meras opiniões. A técnica baseia-se em caso real e por tal motivo possibilita a reflexão e a solução de problemas de situações que podem ser encontradas na vida cotidiana (BRASIL. p. 56) Vantagens. de casos passíveis de serem encontrados na vida real.educapsico. p. 1996. al. (2007.] a discussão se desenrola sob a direção de um moderador” (IDÁÑEZ.4 Equipes de Trabalho e Desempenho Organizacional em Diferentes Organizações Segundo Macêdo et. 1996) Limitações. atuando juntas numa mesma atividade. isto é. Ser confiante para aceitar novos desafios e superar dificuldades. Estas surgiram na década de 1950 e ainda são utilizadas atualmente para explicar a motivação para o trabalho (ROBBINS. direção e persistência dos esforços de uma pessoa para o alcance de uma determinada meta”.  Haver aceitação e respeito à diferenças de valores e personalidade e aproveitá-las para desenvolver habilidades e competências.1 Comportamento humano no trabalho: motivação.  Ter comunicação aberta. satisfação e comprometimento Robbins (2005) define motivação: “como o processo responsável pela intensidade. Karina O. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 46 .educapsico. 3.5 Gestão de comportamento nas organizações 3. exercitando a troca de papéis quando necessário. Os autores apresentam alguns requisitos importantes para que uma equipe tenha um bom desempenho.  Conhecer as condições. 2005). Saber aprender em conjunto e compartilhar tarefas e responsabilidades. compromisso e confiança entre os membros.5. inclusive compartilhando a liderança. comprometidas umas com as outras e com a qualidade dos relacionamentos e dos resultados”. Saber dar e receber feedback.www. A partir dessa definição.com. Deve haver flexibilidade. conhecer prazos e recursos que dispõem para executarem as atividades. saber claramente o propósito das atividades desenvolvidas pela equipe. isto é. Deve haver respeito. são eles:  Conhecer os objetivos da equipe.br com propósitos e objetivos comuns. ou seja. vamos trabalhar agora com as teorias sobre a motivação humana.       Saber negociar e fazer concessões. todos membros da equipe devem ter acesso às informações e sentir-se bem em expressar usas opiniões. 2) Necessidades de segurança (proteção contra abusos físicos ou privação). as outras do nível superior tornam-se predominantes.org/log/wp- content/uploads/maslow.br 3. enquanto as necessidades secundárias englobam as sociais. Karina O.www. 3) Necessidades sociais (amizades.jpg>. abrigo). de estima e de autorrealização. Figura 1: Pirâmide de Maslow. Neste contexto. ROBBINS.5. status) 5) Necessidade de autorrealização (utilização dos plenos potenciais individuais. reconhecimento.1. Além dessa divisão das cinco necessidades. 2005). as quais influenciam seus comportamentos. Abraham Maslow criou a teoria da hierarquia de necessidades que. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 47 . quando as necessidades de um nível são atendidas. São cinco categorias existentes em cada ser humano.com. autodesenvolvimento) (CHIAVENATO. o homem possui uma hierarquia de necessidades.educapsico. provavelmente.1 Teoria da Hierarquia de Necessidades De acordo com Chiavenato (2008).novo-mundo. Maslow fez outra divisão das necessidades primárias e secundárias. Para Maslow. segundo ele: 1) Necessidades fisiológicas (fome. 4) Necessidade de estima (amor. é a mais conhecida das teorias sobre motivação. 2008. sexo. As necessidades primárias englobam as fisiológicas e de segurança. sentimento de pertença ao grupo). sede. Extraída do site: <www. por natureza. e a concepção moderna. a teoria da motivação. Já a Teoria “Y” concebe o homem de uma nova maneira.1. Os fatores higiênicos se destinam a evitar a insatisfação do trabalhador. deveres e responsabilidades. denominou a concepção tradicional sobre a natureza na administração. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 48 . coagir e controlar as pessoas para conseguir que elas façam as coisas necessárias à organização.1. 2008. tarefas a serem feitas.educapsico. Deste modo. Assim. Karina O.com. recompensar. estando relacionados aos fatores externos. 2005). Esses fatores são os que. irão aquietar os colaboradores e não necessariamente motivá-los. ROBBINS. Esses fatores produzem efeitos mais duradouros em relação à satisfação e também ao aumento de produtividade. vislumbra um ser humano ativo.5.3 Teorias X e Y McGregor criou sua teoria preocupando-se com as concepções dadas à natureza humana. a Teoria “X” possui concepções distorcidas e equivocadas quanto à natureza humana. punir. Para criar esta teoria ele baseou-se na análise do ambiente externo (condições que rodeiam a pessoa em seu trabalho) e no conteúdo do trabalho do indivíduo. que tem capacidade de utilizar o raciocínio para elaborar soluções aos problemas da organização. a Teoria “Y” trabalha. 2008). que sua única motivação se faz pelo dinheiro. Já os fatores motivadores estão atrelados aos conteúdos do cargo. Assim. Portanto. Assim. de Teoria “Y” (CHIAVENATO.5. Essas concepções são de que o homem é. Desta maneira. a motivação para ele é dependente de dois fatores: os fatores higiênicos e os fatores motivadores. indolente e preguiçoso. relacionamento com os outros. e que tem a capacidade de autorregulação e autorrealização. de Teoria “X”. remuneração. entre outros. 3. a motivação em um sentido participativo e democrático do trabalhador na instituição (CHIAVENATO. que o homem é passivo e controlado pela organização. a administração deve persuadir. baseada na Teoria “Y”. 2008).2 Teoria dos Dois Fatores de Herzberg Herzberg elaborou uma teoria sobre motivação para o trabalho. são as condições estruturais do local de trabalho.www. na administração. no caso.br 3. (CHIAVENATO. 5 Teoria de Campo Kurt Lewin foi responsável pelo desenvolvimento da teoria de campo no século XX. Segundo Lewin. passam a assumir valores diferentes (AGUIAR. portanto. 1986. TELLES. Ou seja. 1988).  Acredite que fazendo essa coisa. 3. Inicialmente. em situações do tipo A.4 Modelo Contingencial de Motivação Para Victor Vroom. 2004). é preciso que ela.www.  Expectativa que a pessoa tem de poder obter com cada resultado. o indivíduo tem opções para escolha. seus componentes e eventos que. a pessoa valoriza os possíveis resultados das alternativas. acredite que tem condições de fazer aquela coisa. que é o espaço da vida do indivíduo onde estão a pessoa e seu ambiente psicológico. B ou C. para que uma pessoa esteja "motivada" a fazer alguma coisa. a partir desses fatores.  E. Karina O. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 49 . obrigatoriamente. não podem estar ausentes na “motivação” da pessoa. assim. para que seja efetivada a escolha. é algo que depende de cada indivíduo e em função de objetivos pessoais (WAAL. os fenômenos psicológicos ocorrem em um determinado campo.br 3.com.1. CHIAVENATO. esses fatores necessitam.5.1. depende-se de três fatores:  Valência que é o valor atribuindo pela pessoa ao resultado advindo de cada alternativa. estar presentes nas decisões motivadas das pessoas. Esses três fatores interdependentes. A motivação.5. O ambiente psicológico é como a pessoa interpreta seu ambiente externo. simultaneamente:  Atribua valor à compensação proveniente de fazer essa coisa.educapsico. No entanto. Ele pode realizar coisas diferentes.  Instrumentalidade é a percepção que a obtenção de cada resultado está ligada a uma compensação. ela receberá a compensação esperada. motivação é o processo que governa a escolha de comportamentos voluntários alternativos. Assim. com as quais ela não conseguiria satisfazer essas tensões (AGUIAR. Karina O. QUEIROZ. O indivíduo se atrai por atividades nas quais ele possa liberar essas tensões. as ações humanas são motivadas para que ocorra a liberação de tensões. explicando do que depende o comportamento humano. 3.5.  Esses fatos têm o caráter de campo psicológico e cada parte deste depende de uma inter-relação dinâmica com as outras partes (CHIAVENATO. nos campos de concentração de Auschwitz.1. Sobibor e Treblinka ele percebeu que a atitude individual alternativa dos prisioneiros. Essas suposições são brevemente apresentadas a seguir:  O comportamento é derivado do todo dos fatos coexistentes que o envolvem. Vejamos o que significa esse sentido a partir de um trecho transcrito da obra de Bueno: “O sentido é entendido por Frankl em dois níveis distintos: o sentido supremo. e o sentido do momento. 1996. Para Lewin. é estar na busca desse sentido. Esta escola da psicologia tem como princípio a questão de que a principal força motivadora do ser humano é ter um sentido para vida.www.br Lewin faz algumas suposições básicas.6 A Abordagem Fenomenológica da Logoterapia A logoterapia surge com Victor Frankl no período da Segunda Guerra Mundial. Já seu oposto é a valência negativa que afasta a pessoa de certas atividades. o que move o indivíduo para essas atividades é denominado de valência positiva. que representa o significado específico da vida de uma pessoa numa dada circunstância” ( s/p). 1996).com. Através de suas observações feitas quando preso. era o que permitia a eles transcender aos atos desumanos da guerra e não renunciar ao sentido da vida (QUEIROZ. que significa sentido. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 50 . 1988). 1986). Logoterapia vem do grego logos.educapsico. caracterizado pela missão que a pessoa percebe frente ao mundo. Podem ter diferentes formatos. desde um reconhecimento informal como um “muito obrigado” espontâneo até programas mais formais e explícitos. através . 1987. Esta técnica enfatiza a fixação de específicas tangíveis.) Uma vez que a busca do sentido por parte do indivíduo é bem sucedida. considerando que " O ser humano não é alguém em busca da felicidade. De acordo com Robbins (2005)..educapsico. (. mas também lhe dá capacidade de enfrentar sofrimento” (Frankl.7 Técnicas Motivacionais Nas organizações.e isto é importante . verificáveis e mensuráveis. círculos de qualidade (grupo de trabalho com membros entre funcionários e chefes que tem uma área de responsabilidade conjunta). Englobam os programas de gestão participativa.1. mas sim alguém em busca de uma razão para ser feliz. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 51 . c) Pela atitude que o indivíduo toma em relação ao sofrimento inevitável. b) Experimentar algo ─ como a bondade.br Segundo Queiroz (1996). experimentando a natureza e a cultura. isto não só o deixa feliz. nos quais tipos específicos de comportamento são encorajados e descrevem-se os procedimentos claramente  Programas de envolvimento dos funcionários.5..com. existem três formas para se alcançar sentidos supremos e momentâneos: a) Criar um trabalho ou praticar algum ato. apud QUEIROZ. participação por representação.da manifestação concreta do significado potencial inerente e latente numa situação dada. visa converter os objetivos gerais da organização em metas específicas para cada unidade organizacional e para cada indivíduo da empresa. Karina O. a verdade e a beleza. p. e planos de participação acionária.  Programa de reconhecimento dos funcionários. os líderes precisam estar sempre atentos ao bem-estar dos colaboradores e à motivação da equipe. para Frankl.www. Existem algumas técnicas e recursos que são utilizados com o objetivo de melhorar a motivação dos colaboradores. ou experimentando outro ser humano em sua originalidade própria ─ amando-o.150. 1996) 3. algumas delas são:  Administração por objetivos. a execução e a avaliação de seu trabalho). Finalmente. de acordo com suas necessidades e situação. há total liberdade para se vestir e nenhuma interrupção por parte dos colegas). até chegar ao receptor que. como na figura abaixo. ou na variedade de funções que ele é capaz de desempenhar. participação nos lucros e participação nos ganhos . motivação. tem quatro funções básicas: controle.br  Planejamento de trabalho com esquemas flexíveis. Assim. 3. Pode ser chamado de remuneração por competências. enriquecimento de tarefas (aumenta o grau em que o trabalhador controla o planejamento. 2005).educapsico. há aí o processo do feedback. Outros elementos que fazem parte da comunicação são: canal. tem a mensagem decodificada e recebida. código. mensagem e feedback. Engloba os programas de rodízio de tarefas. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 52 . por sua vez. esta mensagem passa por um canal.  Programas de remuneração variável.  Planos de remuneração por habilidades. expressão emocional e informação (ROBBINS. Referem-se a planos de remuneração de acordo com a produção e desempenho do trabalhador. Planos que permitem aos funcionários escolher entre diversos itens de um cardápio de opções de benefícios. que é a verificação se a mensagem foi recebida como o emissor queria transmiti-la. e telecomutação (não há deslocamento físico. o horário é flexível.www. a mensagem é emitida pelo emissor que se utiliza de um código. O processo da comunicação depende de um emissor e de um receptor. Karina O. estabelecendo o nível salarial com base na quantidade de habilidades do funcionário. Esses planos podem ser uma alternativa à remuneração com base no cargo.com. ou mesmo em um grupo. emprego compartilhado (permite que duas ou mais pessoas dividam entre si um emprego tradicional de 40 horas semanais).6 Processo de Comunicação na Organização A comunicação no ambiente organizacional.  Benefícios flexíveis. horários flexíveis. que resulta em um trabalho com maior diversidade). ampliação de tarefas (aumento do número e da variedade de atividades realizadas por um indivíduo. Algumas formas possíveis desses programas são incentivos salariais. Quando esse poder provém de um determinado prestígio que o líder possui.pt> 3.sapo. Por isso. é chamado de poder informal. para alguns teóricos.  Poder de coerção. dá-lhe poder. ao contrário do chefe. Robbins (2005. orientar e estimular pessoas a persistirem em busca de melhores resultados naquilo que estiverem realizando. muitas vezes. É embasado na concessão de prêmios materiais e sociais. que ocupa um cargo que.www. independentemente das circunstâncias (MACÊDO et al. Provém do cargo formal que o líder ocupa na organização. 53 Karina O.com.blogs. oferecidos à partir de critérios específicos. p. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação . então. é considerado como a arte de educar. 258) traz que a liderança é “a capacidade de influenciar um grupo para alcançar metas”. 2005):  Poder legítimo. é confundida ou se funde em relação a papéis de poder desempenhados nas organizações.7 Liderança e Poder nas Organizações O estudo da liderança é necessário para entender o próprio desenvolvimento da humanidade. O poder que o líder exerce sobre seus liderados pode ser qualificado de cinco formas (MACÊDO et al.  Poder de referência. 2005).  Poder sobre recompensas.educapsico. Liderar. A liderança. Provém de algumas características pessoais que são admiradas pelas pessoas. Extraído do site: <www. na estrutura hierárquica. precisamos entender que o líder possui uma autoridade que nem sempre é formal. Provém do manejo de punições para comportamentos considerados indesejáveis.linguaseciencias. que influenciam de forma positiva as atitudes das pessoas e dos grupos.br Figura 2: Esquema de Comunicação. com. em seu artigo. Também é possível que aconteça a “autoridade natural”. Ser líder requer diversas habilidades que podem ser desenvolvidas. De acordo com esta teoria.educapsico. o estilo de liderança é estudado como sendo decorrente da personalidade do indivíduo. 54 Karina O. ouvir atentamente e expressar satisfação quanto aos esforços das pessoas. as características principais de cada uma delas: a) Teoria dos Traços. a liderança é definida na relação líder-subordinado. não controlador. fiscalizador. abertura para que seus liderados também participem das decisões. analisam-se os contextos internos e externos da organização para compreensão do tipo de liderança. intuitivo. Teoria do Enfoque Situacional. Baseia-se em conhecimentos e habilidades que o líder apresenta e que são valorizados pelo grupo. ser versátil. Ele deve coordenar sua equipe com as demais da organização e garantir a autonomia de seus funcionários. apontando que o subordinado tem expectativas sobre o comportamento do líder e. Segundo esta teoria. b) Teoria do Comportamento. pode ser aprendida no decorrer da vida do sujeito. sendo que. Teoria do Comportamento. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação . autoritário. Teoria das Trocas. por exemplo. político. abaixo. Seguem. www. ter a visão do todo na organização. facilitador. c) Teoria das Trocas. Aqui. a qual acontece em decorrência da própria dinâmica do grupo. O líder pode ter diferentes papéis. dos quais se pode citar: papel de educador. ou seja. na qual a autoridade é atribuída ao sujeito independentemente da escolha do grupo que ele irá liderar. não se pensa em uma relação do estilo de liderança de certa pessoa com o meio no qual ela está inserida. d) Teoria do Enfoque Situacional. preparar as pessoas para desenvolverem mais e melhor suas atividades. A primeira seria a “autoridade delegada”. Stelnmann e Caldeira (2003) abordam. tal maneira de se comportar. ser líder implica em se comportar de determinada forma. é esta relação (expectativas-ações do líder) que define liderança. Krauz (1991) apud Stelnmann e Caldeira (2003) afirma que a liderança pode ser conseguida de duas maneiras. Nesta teoria.br Poder de competência. quatro teorias sobre liderança: Teoria dos Traços. Abraham Kaplan conceitua poder como “a habilidade de uma pessoa ou grupo de influenciar o comportamento Karina O. Seguem alguns tipos de liderança: a) Autoritária. Os funcionários são submissos. Hoje. que eram submissos. Existe diálogo entre os funcionários e o administrativo. Apesar dessa tendência para relações horizontais. pois cada um desses tipos de liderança vai ter consequências positivas e negativas para a organização. 2) Poder baseado na coerção. d) Laissez-faire. p. 302) conceitua poder como “a capacidade que A tem de influenciar o comportamento de B. situação na qual os líderes tomavam as decisões e os funcionários dos níveis mais baixos apenas as executavam. o que se encontra muito hoje são níveis intermediários entre as lideranças verticais e horizontais. nota-se uma tendência das lideranças acontecerem horizontalmente. c) Democrática. dependendo do objetivo que se deseja alcançar. alheio”. Pensando nesse conceito percebe-se a importância de estudá-lo dentre das organizações. pois o líder se abstém dessa função.www. possibilitando a participação efetiva dos colaboradores nas tomadas de decisão.br Durante muito tempo a liderança foi exercida verticalmente. ou melhor. nas relações que se estabelece na organização. Robbins (2005. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 55 . acatando imposições passivamente. Os funcionários. Poder nas organizações Segundo Ferreira. Vilamaior e Gomes (2005). de maneira que B aja de acordo com a vontade de A”. começam a impor alguma resistência sobre o manipulador. Neste caso. determinada forma de liderança será melhor que as demais. Não existe o melhor estilo. Assim. b) Transição da liderança Autoritária para a Democrática. relação equilibrada.com. sem voz.educapsico. Robbins (2005) cita algumas fontes de poder como: 1) Poder baseado na recompensa. não há liderança. Vilamaior. a saber: 1) Personalidade. sendo que não há consenso sobre a nomenclatura usada. Cada forma de poder. Trata-se de convencer o outro. É semelhante à coalizão. o apoio é buscado entre pessoas de níveis altos da hierarquia da organização. o clima organizacional (FERREIRA.educapsico. Gomes (2005) apresenta táticas do poder. Contudo. é importante analisar em que está baseado o poder exercido nas organizações. uso de argumentos racionais. Karina O. 3) Coalizão. Além desses pilares. Convencimento do outro através de fatos. 2) Propriedade (riqueza). 5) Autoridade superior. que consistem em: 1) Razão. GOMES. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 56 . cada caso deveria ser analisado individualmente. Gomes (2005) afirma que o poder está relacionado à dependência que o influenciado tem do influenciador e. 4) Poder baseado na referência (identificação com características desejáveis). Morgan (1996) apud Ferreira. contudo. Ser amável com o outro para convencê-lo. Através de pedidos e ordens diretas feitos para que o outro faça aquilo que é desejado por aquele que exerce o poder. que é baseado no conhecimento que a pessoa tem. e. o poder baseado em determinado pilar. 2005). 2) Amabilidade. 4) Afirmação. por isso. recompensas e punições são usadas como promessas ou ameaças. apesar dessa falta de consenso. através da busca de apoio de outros membros da organização. o autor acima referido também aponta três fontes de poder citadas por Galbraith (1983) apud Borenstein (1996). 3) Organização. Neste caso. assim como vindo de determinada fonte irá influenciar as ações que acontecem dentro das organizações.www.br 3) Poder baseado na legitimidade da posição que o indivíduo ocupa na organização. 6) Sanções. Robbins (2002) apud Ferreira. 5) Poder de especialista ou de informação.com. Vilamaior. ou seja. VILAMAIOR. A origem do poder que certo indivíduo ou grupo exerce sobre outro é discutida por muitos autores. como energização. há um diálogo entre os membros das organizações e. termo usado como seu sinônimo. Já na democracia participativa. Para ele. com isso. poder) ou a Sapp¡ (abatimento. o uso do empowerment. Este comportamento político influencia fortemente as relações dentro das organizações. persistência.br De acordo com o autor acima referido. Vilamaior e Gomes (2005) apontam duas formas de práticas administrativas ligadas ao poder: autocracia coercitiva e democracia participativa. energizando-as. colocando-os em destaque. a maneira como se dão as relações de poder na organização. através da aplicação da energia criativa dos colaboradores. ou seja. trazendo a eles a responsabilidade pelo trabalho que executam e estimulando-os na resolução de problemas. trará consequências (positivas e negativas) para as mesmas. isto já na década de 1990. afirma-se que os funcionários estão fazendo política. Cada forma de exercer o poder.) na organização acabam por organizar “nichos” para exercer influência.www. Este conceito foi criado na área da psicologia industrial com o intuito de motivar os indivíduos no trabalho. os colaboradores são mais comprometidos. Ferreira. os funcionários na tentativa de obter ganhos (salariais. que significa “dar poder aos colaboradores”. as pessoas ficam motivadas ao se aperfeiçoarem diariamente.educapsico. ou mais usualmente. O termo não possui correlato em português. mesmo não sendo explícito em muitos casos. Na democracia participativa há uma maior motivação dos colaboradores. Na primeira forma. Byham (1992) apud Bueno (2002) concebe que a motivação vem da ideia de energização. o poder está concentrado nas mãos do chefe. Há. Quando há a presença desses nichos e estes acabam por realizar ações concretas. isto é.com. prostração). nesse caso. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 57 . Empowerment É uma filosofia utilizada há muitos anos nos EUA e veio para o Brasil com o surgimento das Políticas de Qualidade Total. Gestores e lideranças devem estar atentos a essas consequências. promoções etc. A energia tem o caráter de passar a ser transmitida de pessoa a pessoa. é ele quem toma as decisões. existindo dois tipos de energia: a Zapp! (ânimo. pessimismo. mas é conhecido como “dar poder”. Karina O. conseguem passar a tomar decisões por si mesmos e a ter o controle de suas tarefas.com. estruturas para que as tarefas sejam desempenhadas. intensidade e sinceridade das manifestações organizacionais de aprovação. a energização é um conceito que traz à organização uma autonomia de seus funcionários. conseguindo. suporte organizacional refere-se às percepções do trabalhador acerca da qualidade do tratamento que recebe da organização em retribuição ao esforço que despende no trabalho. 31). O apoio é um dos fatores que afeta a motivação das pessoas e deve ser bastante destacado. assim. de conhecimentos e apoio. é necessário que ocorra uma direção. que a figura de chefe desapareça e surja a do facilitador (BUENO. deve ser realizado. tanto organizacionais como em nível individual. a partir deste estágio. 2002). Direção significa “o que fazer” para o funcionário. Três princípios são destacados por Grohmann (1999): manter a estima do empregado. Pilati e Borges-Andrade (1999. a disposição de recursos.8 Suporte organizacional Segundo Oliveira-Castro. 3. quando este nível de energia estiver alto. O estabelecimento de metas. segundo essa perspectiva.educapsico. pois pode ser crucial para o sucesso da energização. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 58 . Uma percepção favorável de suporte organizacional. por isso a necessidade de passá-la para o nível de equipes. fortaleceria a expectativa esforço-resultado e o Karina O. Os conhecimentos devem ser verificados para que as pessoas tenham informação para a realização daquilo que lhes foi designado. é que a energização deve ir para o nível das equipes (GROHMANN. as equipes semiautônomas devem ser “zappeadas”. Os trabalhadores. Esses elementos devem estar presentes tanto no nível de energização individual quanto no das equipes.br Para a realização de energização.www. Essa energização individual só pode ser atingida até certo nível. Recursos são os materiais. p. 1999). desse modo. Desta forma. elogio. A partir de então. ouvir e responder com empatia. e pedir ajuda na solução de problemas. Deve-se energizar os funcionários a partir do nível individual. Essas percepções baseiam-se na freqüência. retribuição material e social ao esforço dos seus recursos humanos. instrumentos. Saber isto é de extrema importância nesse processo. bem intencionadas e sem interesse manipulativo. as ações organizacionais relacionadas à retribuição ao seu trabalho fossem sinceras. quando.educapsico. resultando em maior esforço do empregado para atingir os objetivos organizacionais.www. Segundo uma das propostas teóricas sobre o suporte organizacional. o trabalhador desenvolveria percepções favoráveis sobre o suporte organizacional. em sua opinião.br envolvimento afetivo do empregado com a organização. Karina O. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 59 .com. descrita pelos autores. 6 Parte deste subitem foi extraído da apostila temática Psicologia Organizacional. de forma sucinta. além de atuar também sobre as condições de tempo (jornada.1. quem é superior a quem em termos de atribuições e responsabilidades na organização. Este é o conjunto das atividades e funções que o funcionário deve exercer na empresa e a sua posição na estrutura organizacional. de um lado. A descrição de cargo tem a função de mostrar o conteúdo do cargo. Desta forma. às condições dadas.2 Ambiente Físico A Higiene do Trabalho ocupa-se das condições ambientais de trabalho prioritariamente. com suas singularidades locais. 4. que indica aquilo que ‘se deve fazer’ em um determinado processo de trabalho (BRITO. elaborada por Rafael Santos Vaz de Lima. estão presentes os atributos como: tarefas e atribuições de quem ocupa o cargo. de outro.1 Condições e Organização do Trabalho 4. Pode-se dizer.1 Trabalho prescrito e a função da descrição de cargos6 O conceito de ‘trabalho prescrito’ (ou tarefa) refere-se ao que é esperado no âmbito de um processo de trabalho específico.1. e o conceito de cargo. é importante conhecer também o processo de descrição de cargos. períodos de descanso. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 60 . s/d).com. a regras e objetivos fixados pela organização do trabalho e.br UNIDADE IV – GESTÃO DO TRABALHO 4.educapsico. a posição no organograma. Chiavenato (2008) traz que a descrição de cargo enumera as tarefas e atribuições do cargo (o que o ocupante do cargo faz).www. Karina O. etc) e as condições sociais. Psicólogo formado pela Unesp e Pós-Graduado em Gestão Empresarial pela Fundação Getulio Vargas (FGV). No cargo. com que periodicidade (quando ele faz). O ‘trabalho prescrito’ é vinculado. quais as maneiras de se fazer (como faz) e com quais objetivos (porque faz). tratamento acústico dos tetos. É o ambiente físico que envolve o empregado.3 Processos de Trabalho Cunha e Souza (2005). segundo Chiavenato (2008. como próximos a fornos de cerâmica. 350). os empregados precisam vestir roupas especiais para controlar a temperatura. Os métodos para controle de ruídos podem ser cinco: eliminação do ruído. separação do empregado da fonte de onde é emitido o ruído. equipamentos de proteção individual (EPIs). definem Processo de Trabalho como um “conjunto de atividades que devem ser executadas para produzir pelo menos um resultado identificável e utilizável por um ente denominado cliente do processo de trabalho”.1. busca-se controlar os ruídos. Também quanto à umidade. tanto de temperatura quanto de umidade. a insalubridade é a principal característica dos ambientes de trabalho. 4. são três os itens envolvidos nas condições ambientais: a) Iluminação: refere-se à luz que incide no ponto onde o empregado desempenha seu cargo e para estar adequada deve ser suficiente e adequada para a tarefa a ser desenvolvida. refere-se às “circunstâncias físicas que envolvem o empregado enquanto ocupante de um cargo na organização.educapsico. ser constante e bem distribuída. e saídas. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 61 . enquanto ele desempenha um cargo”. b) Ruído: refere-se a um som indesejável (barulho). o empregado pode estar submetido a um ambiente de alta umidade ou em um ambiente com baixíssima umidade. No ambiente de trabalho. Nestes casos. encerramento da fonte de ruídos dentro de paredes anti-ruídos. Segundo os autores. Em alguns cargos a temperatura a qual o empregado se submete podem ser bem altas. Karina O. o processo de trabalho possui entradas.www. paredes e solos.com. dependendo do cargo. p. chamadas de acionamento do processo de trabalho (aquilo que ativa o processo). c) Condições atmosféricas: temperatura e umidade. como em frigoríficos. Para o autor. Nesses casos extremos. eliminando-os ou reduzindo-os. ou muito baixas.br As condições ambientais de trabalhos. em questão de dispêndio fisiológico e biomecânico que são expressos em posturas. 4. parece que a qualidade das relações sócio-profissionais estão relacionados aos demais fatores relacionados à produção de bens e serviços: as condições de trabalho e a organização do trabalho. FERREIRA. com entradas (necessidades) e saídas (resultados) que contribuirá para o produto final. Exigências afetivas: relacionam-se ao custo afetivo referente ao dispêndio emocional expresso em reações afetivas. São integrantes dessa dimensão: (a) as interações hierárquicas.br chamadas de resultado do processo de trabalho (o produto final do processo de trabalho). (b) as interações coletivas entre membros da equipe de trabalho e membros de outros grupos. Cada colaborador possuirá processos de trabalho. juntamente com sua equipe na organização. e (c) as interações externas com usuários. fornecedores. as relações sócio-profissionais são as relações estabelecidas entre as pessoas no trabalho e elas são tão importantes para o desempenho do profissional quanto o suporte oferecido pela organização e a política de gestão presente Ou seja. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 62 . resolução de problemas e tomadas de decisões. gestos.educapsico. p. tarefa e condições de trabalho O custo humano no trabalho corresponde ao custo despendido pelos trabalhadores em diversas áreas: física. cognitiva e afetiva diante das relações que ocorrem no contexto de produção. de sentimentos e de estado de humor (VERAS. consumidores. relativas ao custo humano no trabalho: Exigências físicas: referem-se o custo relacionado ao corpo.2 Carga de trabalho e custo humano: atividade.4 Relações Sócio-Profissionais Para Veras e Ferreira (2006). referindo-se ao dispêndio intelectual expresso em forma de aprendizagem necessária ao trabalho. Karina O. 2006). 4. deslocamentos e uso da força física.com. 137): Relações Socioprofissionais de Trabalho (RST): elementos interacionais que expressam as relações profissionais de trabalho. Para compreender melhor as relações sócio-profissionais. Exigências cognitivas: relacionam-se ao custo cognitivo. Vamos explicar cada uma dessas esferas.1. temos a definição apresentada por Veras e Ferreira (2006.www. da intensificação da jornada de trabalho. o que faz com que seja necessário elevar o nível de escolaridade. O modelo de competências irá implicar em novas formas de gestão dos recursos humanos como recrutamento. Karina O. quando integrados e utilizados estrategicamente pela pessoa.com.www. Competências são conjuntos de Conhecimentos. valorização das competências apresentadas por cada trabalhador.3 Gestão por Competência O modelo das competências profissionais nas organizações começa a ser discutido na década de 80. pode-se dizer que há valorização do trabalho com caráter mais intelectualizado e menos prescritivo. exacerbado nível de estresse devido ao medo da perda do emprego. dentre outras. O autor também destaca os pontos negativos do modelo de competências para os trabalhadores: busca incansável de se desenvolver constantemente. do aumento de responsabilidades e de ambientes de trabalho muito competitivos e individualistas. modificação de sistemas de remuneração. O modelo das competências faz com que as características individuais dos trabalhadores sejam vistas e valorizadas. s/d). etc (DELUIZ.br O custo no trabalho tem estreita relação com a atividade que o indivíduo executa e com as condições de trabalho como grau insalubridade e periculosidade e benefícios oferecidos pela organização como remuneração.educapsico. a temática da competência começou a surgir nas empresas e pesquisadores começaram a se interessar por ela. critérios para mobilidade interna. Neste modelo não importa somente os conhecimento técnicos. O modelo das competências traz tanto vantagens quanto desvantagens para o trabalhador. A partir dos anos 1980. possibilidade de construir competências coletivas por meio do trabalho em equipe. s/d). permitem que ela atinja com sucesso os resultados que deseja. Habilidades e Atitudes (CHA) que. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 63 . (DELUIZ. mas valoriza-se também a capacidade de mobilizar estes conhecimento para resolver problemas e lidar com imprevistos no trabalho. maior polivalência do trabalhador. Dentre as vantagens. exigências de qualificação do trabalhador. aprendidos em cursos formais. práticas de gestão. 4. relacionamento com a equipe. etc. passando pelo divisional e o grupal” (NEVES. 52 apud NEVES. antecipar-se às atividades prescritas e ir além. 2007). “competência é sinônimo de capacitação profissional. isto é. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 64 . Ele elaborou um conceito de competência que o relacionava ao conceito de qualificação. Para Minarelli (1995. 11). mas outros aspectos comportamentais e técnicos. a gestão de competências deve ser vista como um processo circular. 2007). Para Durand (1998 apud MONTEIRO. 2009) o conceito de competência baseia-se em três dimensões: • Conhecimentos (saber o que fazer). Segundo Pereira et al (2006). Sabe-se que a competência compreende não apenas as habilidades. Para Neves (2007). 2007 apud BRANDÃO E GUIMARÃES. referia-se à capacidade da pessoa em ter iniciativa. as habilidades físicas e mentais e a experiência”. ser capaz de se adaptar a novas situações no trabalho. “Segundo este modelo. p.com. desde o coorporativo até o individual. A definição de Philippe Zarifian sobre competência centra-se na mudança do comportamento social dos seres humanos que se relaciona às atividades no trabalho e à sua organização (NEVES.www. pois compreende os conhecimentos adquiridos. • Atitudes (querer fazer) Essas dimensões são se relacionam e são interdependentes. mas habilidades e atitudes requeridas em cada situação.br Segundo Neves (2007). 2001. envolvendo os diversos níveis da organização. com ela. cumprir com seus deveres e regras organizacionais e ser reconhecida por isto. é essencial que a gestão de competências esteja alinhada com a estratégia organizacional. pois quando o indivíduo se comporta na organização apresentará não só conhecimentos. você compete no mercado. uma das grandes estratégias que tem sido utilizada pelas grandes organizações para atingir o cliente final é a de pontuar e desenvolver competências organizacionais e individuais. um desses pesquisadores foi Philippe Zarifian. p. • Habilidades (saber como fazer).educapsico. O conceito de competência é Karina O. o desenvolvimento: essa é considerada a peça-chave das práticas de gestão: o desenvolvimento. por meio de práticas diversas. por meio de entrevistas e outros instrumentos. p. Segundo Calvosa et al (2005). o quinto bloco é a gestão do desempenho consiste na avaliação do desempenho individual ou grupal. A Gestão por Competências é uma nova tendência da gestão de pessoas. formar um banco de identificação de pessoas com o perfil desejado pela organização. ao se considerar a competência no plano das organizações. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação . Esta nova forma de gestão.. tomando como base as competências desenvolvidas.] a remuneração: observa-se a adoção de novas formas de remuneração: participação nos resultados.www.com. os programas de trainees. ao se realizar a Gestão por Competência “é um programa que se instala por meio de blocos de intervenção que sucedem de forma simultânea ou passo a passo”. das competências essenciais. O quarto bloco é chamado de capacitação e consiste no treinamento e desenvolvimento dos trabalhadores. a fim de avaliar as competências instaladas. Para Gramigna (2007. desenvolve as seguintes atividades.... 25). WEIGEL.”. O primeiro bloco é chamado pela autora de sensibilização e consiste em obter o envolvimento das pessoas-chave da administração da organização. remuneração variável e mesmo remuneração.]. fechando o ciclo deste modelo. 2006).br aplicado também às equipes e à organização de forma geral (SILVA. como CITAM Fleury e Fleury (2010. 79): “a captação: na procura das competências necessárias às estratégias de negócio.educapsico. O terceiro bloco é chamado de avaliação de potencial e formação de banco de talentos e nesta etapa busca-se. O segundo bloco é chamado de definição de perfis e consiste as mapear as competências essências e básicas necessárias para cada grupo. [. p. MILANEZE. são considerados fundamentais para atrair novos talentos [. de acordo com as competências mapeadas e com o nível individual de desenvolvimento. delineando os perfis. faz-se necessário levar em conta dois aspectos: 65 Karina O. E por último. na prática. as empresas buscam por pessoas que tenham um nível educacional elevado. ou se deverá buscá-lo no mercado ou ainda desenvolver o conhecimento com sua equipe. é importante estabelecer e o que é preciso aprender para atingir estes objetivos. para desenvolver competências pode-se elaborar um programa mais estruturado e formal ou também se pode formar pequenos grupos e desenvolver o programa de modo mais informal.br a) verificar qual é o âmbito de atuação da organização (local. segundo Fleury e Fleury (2010. regional. Após a definição da estratégia é necessário estabelecer quais são os resultados que se deseja alcançar e que podem se referir ao financeiro. estas não são suficientes para dar competitividade à organização. O processo de gestão de competências não exige necessariamente programas de capacitação. é constituída por todas as capacidades necessárias à existência da organização. nacional ou global). 4.educapsico. A organização precisará analisar se o conhecimento necessário se encontra já desenvolvido dentro dela. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 66 . É importante definir também. 33). Já a competência básica.www. de que forma a organização deseja se diferenciar no mercado pois a partir disto novas competências podem ser requeridas e desenvolvidas. e b) qual a visão estratégica. são difíceis de imitar e dão acesso diferentes mercados” um grupo de habilidades que permitem às empresas entregar um benefício fundamental aos seus clientes.1 Definir e Desenvolver Competências Para Milanese et al (2006). p. aos clientes de mercado e aos processos internos. ou aplicado apenas a um setor. “aquelas que obedecem a três critérios: oferecem reais benefícios aos consumidores. Ao final. pode-se perceber a diferença entre uma competência essencial de uma habilidade avaliando o valor percebido pelos clientes. seus objetivos e as exigências do mercado. porém.as competências devem ser definidas e desenvolvidas de acordo com a estratégia da empresa. Karina O. Para os autores. As competências essenciais são.com. para Neves (2007). mas sempre haverá um processo aprendizado embutido nele.3. ainda que escondido. Segundo os autores citados. para verificar a possibilidade de transferências ou promoções de pessoal. p. para efetuar demissões de pessoal.2 Indicadores de Competências Os conhecimentos e competências necessárias para a organização podem ser identificadas e avaliadas se encontram-se presente ou se precisam ser desenvolvidas. Esses indicadores são divididos em dois grupos da seguinte forma: Indicadores com Foco na Unidade Organizacional Nesse grupo pode-se verificar quatro indicadores: “a necessidade. 03) “representam desnivelamentos entre oferta e demanda de conhecimento e podem indicar falhas na gestão do conhecimento vigente na organização”. dentre outros. para efetuar novas contratações. e o percentual de cobertura da árvore de conhecimento necessário” (CARDOSO et al. do grau de disponibilidade dos conhecimentos e grau de balanceamento dos conhecimentos. O conhecimento é componente único.br 4. mutável e exclusivo a cada organização e por isto a gestão desse recurso pode de ser importante à orientação da vantagem competitiva (CARDOSO et al. do grau de cobertura dos conhecimento.3. a vantagem competitiva está alicerçada na estratégia de gerir os recursos. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 67 . como o próprio nome já diz e engloba também quatro indicadores: das necessidade dos conhecimentos nos processos. o excesso aderente. 04). para avaliar a forma de remuneração.educapsico. p. podem ser identificados os “gaps”. existem oito indicadores que podem ser utilizados como ferramenta organizacional para avaliação e desenvolvimento da gestão de competência. Segundo os autores.com. Esses indicadores fornecendo informações para a elaboração de programas de treinamento. A partir disso.www. o excesso extra de conhecimento. Esses indicadores permitem avaliar se existem setores que se encontram aquém das necessidades de conhecimento para executar suas funções e então corrigir este problema. Conhecer os indicadores de competência por si só não garante o desenvolvimento organizacional. que segundo Cardoso et al (2002. Karina O. 2002. 2002). Indicadores com Foco no Conhecimento Este grupo muda o foco das unidades organizacionais para o conhecimento. br 4. 3 – Médio: dê o grau 3 se você achar média evidência da competência investigada. de notas (2): 5 + 3 Soma das notas: 8 68 Karina O. seguindo os seguintes critérios: 5 – Excelente: dê o grau 5 se você achar forte evidência da competência investigada. como o exemplo a seguir: Exemplo: Competência: Resistência à frustração Indicador 1: Nunca desiste de um projeto por mais difícil que lhe pareça. por meio de afirmações. Depois de serem dadas as notas para cada indicador de competência. todas as competências e seus indicadores devem ser elencados (poderá haver quantos indicadores forem necessários).educapsico.www. 1 – Inaceitável: dê o grau 1 se você achar nenhuma evidência da competência investigada. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação . Assim como descrito acima.com. Veja o exemplo: Exemplo de cálculo: Competência: Resistência à Frustração No. Rabaglio (2006) propõe a ferramenta que chama de “Medidor de Competências”. deve-se verificar o número de indicadores por competência.3. 2 – Insatisfatório: dê o grau 2 se você achar pouca evidência da competência investigada. após descrever as competências. é a partir do mapeamento das competências necessárias ao desenvolvimento da organização e das competências necessárias ao ocupante do cargo que poderá ser realizada a avaliação de desempenho por competências. Indicador 2: Quando recebe um não como resposta. refaz seu planejamento sem desistir do que pretende.3 Avaliação de Desempenho com Foco em Competências Segundo Rabaglio (2006). e indicadores. somar todas as notas atribuídas aos indicadores daquela competência e dividir pelo número de indicadores. 4 – Bom: dê o grau 4 se você achar boa evidência da competência investigada. para realizar a avaliação em que. em cada indicador. Devem ser descritas as competências do cargo. deve-se atribuir uma nota de 1 a 5. seja corrigindo suas atitudes (mudar o comportamento).br Soma das notas dividida pelo número de indicadores desta competência: 8 : 2 = 4 Avaliação média da competência Resistência a Frustração = 4 E desta forma deve ser realizado com todas as demais competências e seus indicadores. significa na tradução literal retroalimentação. Segundo CALVOSA et al (2005. (2005). 46)” O feedback na organização tem como objetivo direcionar o comportamento das pessoas. Atualmente várias empresas estão modificando seu modelo de remuneração para o por competência. o “sistema de remuneração passou a ser interessante em função de diversos fatores como o crescimento do setor de serviços na economia.3. p. A remuneração por competência baseia-se na identificação de conhecimentos e habilidades que o colaborador apresenta ou desenvolve. p. 4. 301).www. aumentando o salário com promoções. a remuneração por competência. processar informações e transmiti-las ao sistema para continuidade do seu funcionamento (RABAGLIO. isto é.4 Feedback “O conceito de feedback é herdado da teoria de sistemas. Karina O. 2006. na remuneração por competência. implantação de sistemas mais flexíveis e redução de estruturas hierárquicas rígidas e popularidade do conceito de competência”. motiva o colaborador e o recompensa por suas habilidades. seja visando valorizar seu desempenho e atitudes (manter o comportamento). 4. necessidade de conhecimento intensivo nas empresas em geral. aumento da demanda de profissionais qualificados.5 Remuneração por Competência Para CALVOSA et al.educapsico. Se utilizada adequadamente. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 69 . diferenciação salarial entre os colaboradores difere da forma tradicional que ocorre de acordo com o cargo ocupado.com.3. auxilia a organização a se desenvolver de acordo com seus objetivos.com. Karina O.br conhecimento e atitudes e ademais. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 70 .educapsico.www. médicas e psicológicas utilizadas para prevenir acidentes seja eliminando condições inseguras do ambiente. age sob a forma de moléstia. O trabalho como a atividade de transformação do homem também pode trazer consequências físicas e psicológicas. transtorno do sono.educapsico. 352). seja instruindo ou convencendo as pessoas da utilização de práticas preventivas (CHIAVENATO. de acordo com a atividade da empresa. Veremos nesta unidade um pouco mais sobre fatores que podem influenciar a saúde psíquica. O estresse laboral. náuseas e com isso há desgaste do rendimento ou da qualidade de trabalho. “Os limites mentais e emocionais são de predição mais difícil e. s/p) Percebe-se o efeito que o trabalho pode exercer sobre a subjetividade e psiquismo do indivíduo. educacionais. Têm a finalidade de estabelecer normas e procedimentos.. captar a informação e tomar decisões acertadas. p. em geral. O ser humano apresenta limites físicos e mentais quanto às funções desempenhadas nas empresas. dependendo do nível de estresse mental do indivíduo. 2008. 5. CIPA A CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) é uma imposição legal da CLT. Considerando os aspectos mentais-emocionais. periculosidade das atividades e Karina O.2 Segurança no Trabalho e Saúde Ocupacional “Segurança do trabalho é um conjunto de medidas técnicas. Desta forma existem tipos de trabalhos que necessitam de cuidados especiais.www. quando não realizado em condições adequadas.br UNIDADE V – SAÚDE NO TRABALHO 5. seja para seu bem-estar ou mal-estar. o trabalho mais seguro será aquele que permita ao trabalhador executá-lo de modo feliz. úlcera. falta de saúde com alterações cardíacas e respiratórias. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 71 . criando recursos para prevenir acidentes e controlar os resultados obtidos. com sequelas nocivas para o indivíduo.. gastrite.com. variam de dia para dia. relacionada ao trabalho.” (SOBRECARGA. Cada gerente/supervisor deve ser responsável pela segurança em seu setor. satisfeito e bem ajustado. s/d. embora possa existir na empresa um órgão de segurança para assessorar as chefias. subjetividade e saúde psíquica. Se uma pessoa tem a capacidade de entender uma tarefa.1 Trabalho. deve também ser capaz de executar um bom trabalho com segurança. nocivas à saúde. 3. o setor de atuação da empresa. A segurança é responsabilidade de linha e uma função de staff. PLANO DE SEGURANÇA Um plano de segurança envolve alguns requisitos como: 1. Participação ativa da administração. doenças. não só a produção. luvas. Não deve ser confundida com o órgão da Segurança. mas não por imposição legal. 2. 2. 3. 2.br número de funcionários.educapsico. macacão. execução do programa de Segurança por meio da supervisão. Manutenção de pessoal dedicado exclusivamente à segurança.www. integração de todos os funcionários mo espírito de segurança. primeiros socorros. As condições de trabalho. Prevenção de Acidentes. alem da utilização de roupas e acessórios específicos para determinado setor (óculos de proteção. sua atuação e localização determinam os recursos materiais preventivos. A segurança do trabalho envolve treinamento para controle e cumprimento de normas de segurança. extensão do programa de segurança fora da empresa (evitar acidentes externos à companhia) 4. Não confundir a CIPA com o órgão de Segurança da empresa.com. Instruções de Segurança para cada atividade. A Segurança do Trabalho trabalha em três áreas de atividade: 1. Todos os setores devem estar inclusos no plano de segurança. Alguns princípios também são importantes para a implantação de um Plano de Segurança: 1. 4. Prevenção de Incêndios. que pode ser criado pela empresa. Prevenção de Roubos. À CIPA cabe fiscalizar as condições que podem levar a riscos de acidentes. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 72 . Ao órgão de segurança cabe apontar soluções. PREVENÇÃO DE ACIDENTES Karina O. à falta de segurança. simulação de acidentes. para funcionários novatos. ou seja. etc. etc). 3. verificação periódica dos equipamentos de combate a incêndio. Os acidentes de trabalho classificam-se em: 1. perturbação funcional ou doença que determine a morte. a perda total ou parcial permanente ou temporária da capacidade para o trabalho. evitar a diminuição da produtividade por causa das lesão/acidente. um para calcular a freqüência com a qual ocorrem os acidentes e a gravidade deles. Acidentes sem afastamento – após o acidente o empregado continua trabalhando. Pode ser provocado por perda de um membro ou parte dele. manter responsabilidade social e uma imagem positiva da organização perante seu empregados e clientes. Acidente com afastamento – pode resultar em: a) Incapacidade temporária – perda total da capacidade para o trabalho durante o dia do acidente ou por período menor a um ano. redução da função de um membro.educapsico. evitar problemas legais por não cumprir as normas de segurança. 2008. 3. ou seja.br Podemos conceituar acidente do trabalho como decorrente do trabalho. quaisquer outras perturbações físicas ou psíquicas que. p.www. pode-se evitar sofrimento para o empregado ocasionado por possíveis acidentes ou lesões. Incapacidade total permanente – perda total e permanente da capacidade de trabalho. 2. ESTATÍSTICAS DE ACIDENTES Existem duas fórmulas. RAZÕES PARA UM PROGRAMA DE SEGURANÇA Com um Programa de Segurança. lesão corporal. na opinião do médico. aqueles que ocorrem no trajeto do empregado de sua casa para a organização. Karina O. As estatísticas de acidentes de trajeto. redução da visão ou perda total dela. A palavra acidente significa ato imprevisto e perfeitamente evitável na maioria dos casos.com. evitar custos com o empregado acidentado. ocorrida no mesmo dia ou até um ano. reduza menos de três quartos da capacidade de trabalho. perda ou redução da audição. provocando direta ou indiretamente. b) Incapacidade permanente parcial – redução permanente e parcial da capacidade para o trabalho. e vice-versa (CHIAVENATO. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 73 . 354). fumar em área proibida. 2. acometiam. A condição insegura – condição física ou mecânica existente no local ou no equipamento. Ato inseguro violação da regra de segurança como deixar de usar o equipamento de segurança. devido ao aumento no uso do computador como ferramenta de trabalho. p.que permite a diminuição da segurança. 74 Karina O. 358). O agente ou parte dele– o objeto ou substância que está diretamente relacionada com a lesão como mesa.000 Nº de homens / horas trabalhadas Fórmula do Coeficiente de Gravidade (CG) CG = dias perdidos + dias computados x 1. As principais causas de acidente são: 1. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação . 5.www. Fator pessoal de insegurança – característica do empregado como deficiência. alteração mental ou psíquica. 2008. 5. atualmente. anteriormente. por exemplo.br Fórmula do Coeficiente de Freqüência (CF) CF = nº de acidentes com afastamento x 1. martelo. choques.3 Fatores Psicossociais da DORT e Outros Distúrbios Relacionados ao Trabalho DORT (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho). etc. têm acometido um maior número de pessoas. ferramenta.000. 4. escorregões. mazelas adquiridas em decorrência do trabalho e de origem multicausal.000.000 Nº de homens/ horas trabalhadas IDENTIFICAÇÃO DAS CAUSAS DE ACIDENTES “Os acidentes são provocados por causas que podem ser identificadas e removidas para que não continuem provocando novos acidentes” (CHIAVENATO.educapsico. que poderia ser corrigida para evitar acidentes. etc. Tipo de acidente – é a forma como ocorreu o acidente como tombos. são doenças ocupacionais que. os digitadores e. 3. etc.com. especialmente à noite. às vezes com pontadas ocasionais durante a jornada de trabalho. Não há sinais clínicos. dependendo dos sintomas apresentados. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 75 .com. O repouso em geral só diminui a intensidade. estando presentes os sinais clínicos. as quais não chegam a interferir na produtividade. O inchaço é freqüente. GRAU 2: dor mais persistente e mais intensa. trazendo aí um sentimento de degradação emocional. Podem ser observadas pequenas nodulações e dor ao apalpar o músculo envolvido. Nesta fase. Segundo Wagner. As atividades do cotidiano são muito prejudicadas. Essa dor é leve e melhora com o repouso. Dói até quando o membro estiver imobilizado. como as atrofias nos dedos.pdf). Aparece durante a jornada de trabalho de forma contínua. com quadros de depressão. em função do desuso. Rodrigo e Friess (s/d). Nesse estágio. mas afeta o rendimento nos períodos de maior esforço.br Elas possuem características sintomatológicas de dor no local onde as lesões ocorrem. estendendo-se a todo o membro afetado. É tolerável e permite o desempenho de atividade. são comuns as alterações psicológicas. por vezes insuportável. A capacidade do trabalho é anulada e a invalidez se caracteriza pela impossibilidade de um trabalho produtivo regular. GRAU 3: A dor torna-se mais persistente. nem sempre fazendo-a desaparecer por completo.www. de modo geral. A reabilitação é difícil. É mais localizada e pode vir acompanhada de formigamento e calor. Movimentar ou apalpar o local afetado causa dor forte. o retorno ao trabalho já se mostra problemático. continuam ausentes. A perda de força e controle dos movimentos são constantes. Os trabalhos domésticos muitas vezes não podem ser executados. há o impedimento de realização do trabalho. podendo gerar seqüelas irreversíveis (http://www. assim como a transpiração e a alteração da sensibilidade. levando a intenso sofrimento. contínua. A manifestação de dor ocorre inclusive no desempenho de tarefas domésticas. são eles: GRAU 1: sensação de peso e desconforto no membro afetado. GRAU 4: Dor forte.br/arquivos/publicacoes/SINTFUB__Cartilha_LER-DORT. quando não a impossibilidade de executar a função. além de leves distúrbios de sensibilidade. A dor se acentua com os movimentos. ansiedade e angústia. sintomas de ordem psicológica. pois. podendo causar além dos sintomas físicos. Perde-se um pouco a força muscular e há queda de produtividade. Os sinais clínicos. o DORT pode ter diversos graus. forte e tem irradiação mais definida. Dor espontânea no local.sintfub. causam a incapacidade de movimentos e isto interfere nas atividades diárias do indivíduo. O inchaço é persistente e podem aparecer deformidades. Aparece mais vezes fora da jornada. Karina O.educapsico.org. sendo considerada uma doença relacionada ao trabalho e que. 2001). são citados os seguintes. deficiência na comunicação com os líderes ou colegas. intervenções cirúrgicas podem ocorrer. A questão principal é a prevenção para o não aparecimento dessas lesões. inadequação do posto de trabalho. ausência de rodízios ou pausas nas atividades do trabalho. segundo Wagner. está associada a longos períodos de horas trabalhadas (SOBRECARGA.www. carga e ritmo de trabalho aumentados. O karoshi (morte por sobrecarga de trabalho) ocorre com frequência no Japão e é descrito. JACQUES. medicamentos.) com morte súbita por patologia coronária isquêmica ou cérebro vascular. terapias psicológicas e. alongamentos e melhores índices de satisfação no trabalho podem prevenir estas doenças (MERLO. Assim.. são utilizadas diversas técnicas em um trabalho multidisciplinar no qual. Os tratamentos são no sentido de minimizar a dor e possibilitar o não agravamento dos sintomas.com. c) Fatores Psicossociais: quadros de ansiedade. impossibilidade de crescimento na carreira.educapsico. perfeccionismo. dentre outros. Karoshi é um acometimento fatal por sobre-esforço. a postura é constantemente incorreta. jornadas prolongadas de trabalho. em uma visão ergonômica. Karina O. Rodrigues e Friess (s/d): a) Fatores Físicos ou Biomecânicos: quando movimento é repetitivo e se utiliza força muscular constante. com freqüente realização de horas extras. ginástica laboral. depressão e. na literatura sócio-médica. obrigatoriedade de manter um ritmo acelerado das atividades. terapias físicas. frequentemente. intervalos para descanso do indivíduo. como um quadro clínico extremo (ligado ao estresse ocupacional. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 76 . como: falta de autonomia. s/d).br Dentre os fatores de risco para o desenvolvimento de LER/DORT. Karoshi Karoshi se origina de duas palavras japonesas. HOEFEL. principalmente. através da adequação de equipamentos e atividades. b) Fatores Organizacionais: natureza repetitiva do trabalho. até mesmo. cobranças excessivas. karo (excesso de trabalho) e shi (morte). de estresse originado pelas percepções negativas do empregado sobre alguns fatores de organização do trabalho. que lhes permitam participar do mercado de trabalho e do contexto em que vivem. insatisfação (resultante da comparação com a situação vivenciada e seus anseios). e às pessoas portadoras de deficiência. agressividade.br Burnout Burnout é uma doença do trabalho no qual o trabalhador passa a apresentar um esgotamento e uma perda em sua vitalidade em decorrência de um esgotamento físico e mental. causado pelo seu trabalho. resistência e crueldade (decorrentes das relações do trabalho e incompatibilidade com a hierarquia.” (SOBRECARGA. Formas de prevenção comuns são relaxamentos durante o expediente. alcoolismo (vícios decorrentes de insatisfação e frustração). sintomas comuns a esta doença laboral são. baixo envolvimento com o pessoal do local de trabalho. distúrbios gastrointestinais. também irritação. 2004). pessoas que exercem funções nas quais as tarefas e responsabilidades são altas e em que há o trato e cuidado com pessoas. medo (caracterizado por problemas de sono e pelo consumo de medicamentos). geralmente. 5.4 Orientação.com. frustração (resultante de um teor impróprio em relação às competências e às necessidades do indivíduo). “As pessoas em estado extremo de estresse sentem fadiga (resultante da sobrecarga de trabalho). Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 77 . fadiga.www. A vontade de realizar suas atividades rotineiras passa a não existir mais e. além desta anedonia. insônia. e os outros profissionais). readaptação e reabilitação A readaptação profissional ocorre quando para um servidor ─ acometido por restrição física ou mental ─ seja imperioso a mudança das atividades exercidas (cargo) ou a mudança de local de trabalho (lotação). independentemente de carência. s/p). para melhor se adequar às limitações decorrentes. “Já a reabilitação profissional é constituída pelos serviços de assistência reeducativa e de readaptação profissional e é prestada pela Previdência Social aos segurados incapacitados parcial ou totalmente para o trabalho. como atividade principal (INOCENTE. O objetivo desses serviços é proporcionar-lhes os meios para a reeducação ou readaptação profissional e social.educapsico. s/d. ansiedade (caracterizada por tensão nervosa e medo). com tudo certificado por avaliação pericial realizada pela Junta Médica competente. Karina O. Este tipo de síndrome acomete. BAPTISTA. CALAIS. MORAIS. Acompanhamento e Readaptação Profissionais: realocação em outro posto de trabalho. angústia (resultante do conflito da contradição entre os impulsos das pressões e dos desejos). atividades de lazer para tornar o ambiente de trabalho menos estressante. chefia. mas toda a equipe interdisciplinar acompanhe o funcionário durante todo o processo. É recomendável que o psicólogo faça a reorientação profissional deste funcionário. s/p). para orientação dos mesmos. em caráter obrigatório. 1997. aparelhos de prótese e órtese para atenuar a perda ou a redução da capacidade funcional.br Inscritos no programa nas Equipes Técnicas de Reabilitação Profissional. O psicólogo. esta intervenção não pode ser unidirecional. quando os funcionários passam por processos de readequação ou realocação de cargo. O objetivo desse serviço é a reinserção do segurado no mercado de trabalho.. faz parte de uma equipe interdisciplinar. modo de funcionamento habitual do funcionário para auxiliá-lo na realocação em outro posto de trabalho. também. e também sobre os interesses. uma realocação. levando em consideração suas possibilidades e limitações. esses beneficiários são habilitados em uma nova função/atividade. A avaliação no período de experiência consiste em uma avaliação de desempenho do empregado. para isso. proporcionando-lhe meios para garantir sua própria subsistência” (BRASIL. o funcionário precisa estar engajado no processo e. podendo ser considerados aptos para reingressarem no mercado de trabalho ou incapacitados para o desempenho de atividade profissional” (BRASIL. afetos. de modo que ele se sinta realizado em seu trabalho. evitando a sua marginalização. até mesmo.www.educapsico. no caso de um processo de readapatação e/ou reabilitação profissional de um funcionário. de no máximo 90 dias. Mas. nesta. visando identificar possibilidades que contribuam para sua efetivação no cargo e. É o psicólogo quem auxiliará na compreensão dos interesses. que se encontra sob contrato de trabalho. o psicólogo pode usar várias técnicas. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 78 . s/p). os afetos. os ajustes. que incluem. desejos. o psicólogo deve questionar sobre o processo de readaptação. Essa avaliação pode ser feita também no período de experiência dos funcionários. pois poderão ocorrer ajustes nas condições de trabalho e/ou.com. a fim de que se faça um diagnóstico sobre o processo. Um recurso importante é a entrevista de acompanhamento. É preciso que não só o psicólogo. 1997. as dificuldades. em regime de experiência. motivações e projetos. Karina O. Um dos meios de acompanhar o desempenho do funcionário é através da avaliação deste no cargo. “No decorrer do programa. são concedidos os auxílios materiais necessários ao desenvolvimento do programa. www.educapsico.com.br Assim, a avaliação de desempenho do empregado em contrato de experiência refere-se à análise do exercício das atividades inerentes ao cargo, nos primeiros noventa dias de trabalho. O processo de avaliação de desempenho, nesse período de experiência, pode ser dividido em duas etapas, por exemplo: ao final dos primeiros 40 dias do início do contrato de experiência, e no 80º dia para melhor mensurar o desempenho do funcionário. O resultado dessa avaliação serve para a organização refletir sobre a contratação efetiva do funcionário, o seu desligamento, ou sua realocação de posto de trabalho etc. Como em qualquer avaliação de desempenho, ao emitir opinião sobre o avaliado, o avaliador deve procurar ser objetivo e imparcial. É recomendável que se evite predisposições ou sentimentos pessoais que possam influenciar a avaliação. Assim, analisa-se o desempenho do empregado e suas possibilidades de manter-se no desempenho da função. O caráter da avaliação de desempenho, nesse período, deve ser fundamentalmente orientativo, uma vez que: a) redireciona os desvios; b) aponta para as dificuldades; c) promove incentivos em relação aos pontos fortes. Entrevista de Acompanhamento ou Avaliação Segundo Medeiros (s.d.), a entrevista de acompanhamento, também chamada de entrevista de avaliação, é um componente importante no plano de desenvolvimento de pessoal de uma organização, pois, pode diminuir a distância entre o supervisor e os subordinados, procurando promover um melhor entendimento entre os mesmos, quando elaborada e aplicada de forma correta. É por meio dessa entrevista que o supervisor informa ao funcionário sobre seu desempenho no trabalho, ressaltando e reforçando seus aspectos positivos e, Karina O. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 79 www.educapsico.com.br também, quais os comportamentos ou atitudes relacionados ao trabalho, que necessitam de mudança. No caso desta última, o supervisor deve agir como guia, para auxiliar o subordinado em seu aperfeiçoamento (MEDEIROS, s.d.). “Este processo de avaliação não serve, em si, para modificar características das pessoas. A modificação só pode ocorrer quando autoiniciada. Ninguém pode mudar outra pessoa se esta não quiser. O avaliador, supostamente responsável pela modificação, poderá simplesmente fornecer condições e meios através dos quais aquela se realiza, caso haja interesse do indivíduo que isto aconteça ” (MEDEIROS, s.d.). Segundo o mesmo autor, a entrevista de acompanhamento deve abordar tópicos como, por exemplo:  os resultados obtidos pelo ocupante do cargo em determinado período;  a possibilidade das tarefas do funcionário serem ampliadas;  o progresso realizado;  as atividades realizadas com êxito;  os aspectos do trabalho a serem melhorados;  o plano de ação seguinte, de modo que o funcionário concentre seus esforços sobre os objetivos importantes;  os interesses e ideais do funcionário. “Se um funcionário se sente à vontade para analisar um trabalho, ele se sente imediatamente motivado a pensar construtivamente, em vez de destrutivamente. Despertar a curiosidade do empregado sobre o que ele faz é o primeiro passo para provocar mudanças e melhorar o seu trabalho” (MEDEIROS, s.d.). 5.5 Ergonomia A Ergonomia surge a partir de adaptações feitas por diversos profissionais aos veículos e armamentos no período entre a Primeira e a Segunda Guerras Mundiais, visando melhor utilização destes nos campos de batalha. Assim, com o final destes confrontos, as indústrias não bélicas nos EUA e Europa perceberam que poderiam levar vantagens no uso desta nova ciência, que tem o nome originário de duas palavras gregas: ergon (trabalho) e nomos (lei), ou seja, lei do trabalho. Karina O. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 80 www.educapsico.com.br Para Ilda (1990, p. 01) apud Filus (2006, p. 29), “a ergonomia é o estudo da adaptação do trabalho ao homem. O trabalho aqui tem uma acepção bastante ampla, abrangendo não apenas aquelas máquinas e equipamentos utilizados para transformar os materiais, mas também toda a situação em que ocorre o relacionamento entre o homem e seu trabalho. Isso envolve não somente o ambiente físico, mas também os aspectos organizacionais, de como esse trabalho é programado e controlado para produzir os resultados desejados”. A Ergonomia é abordada pela legislação do Ministério do Trabalho na Norma Reguladora, a NR-17. Segundo ela, a organização do trabalho deve ser adequada às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado (BRASIL, 1978). Para que isso ocorra devem ser considerados: a) “o modo operatório; b) as normas de produção; c) a exigência de tempo; d) a determinação do conteúdo de tempo; e) o ritmo de trabalho; e f) o conteúdo das tarefas” (BRASIL, 1978, s/p). Desta forma, a ergonomia atua para que o cansaço, tanto físico como mental, do trabalhador seja reduzido e, consequentemente, reduzam-se os erros e acidentes de trabalho. A ergonomia possibilita, assim, aumentar o conforto, produtividade e rentabilidade do indivíduo em seu trabalho Karina O. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 81 com. A afetividade indica o modo particular de o indivíduo integrar e reagir às suas vivências. Elaborado por Rafaela Gabani Trindade. Em tempos precedentes. Assim. sociais. a Psicologia do Desenvolvimento pretende observar. entendendo-o como um processo que se inicia na gestação e termina com a morte do indivíduo. Em linhas gerais. A cognição integra a capacidade de pensar.educapsico. descrever e explicar as mudanças mais significativas no decorrer do desenvolvimento da criança. raciocinar. datado do século XIX. abstrair.br UNIDADE VI . São Paulo/SP – Linha de Pesquisa: Psicologia e Educação. Os limites ainda encontrados nesta área de conhecimento remetem muitas vezes ao seu recente surgimento. Mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade de São Paulo. início do século XX. profissionais etc. a partir do estudo da criança e da necessidade de uma educação formal (RAPPAPORT. 1981).1 Psicologia do Desenvolvimento: Histórico e Diferentes Concepções De acordo com Rappaport (1981).www. O aspecto social nos mostra como o desenvolvimento do indivíduo se dá em sua relação aos outros e ao mundo em que vive. as teorias do desenvolvimento lançam mão de pesquisas e teorizações como subsídios ao entendimento do processo de desenvolvimento em determinada cultura. esta ciência é voltada ao estudo do desenvolvimento humano em todos os seus aspectos: físico-motor. psicóloga formada pela Unesp – Bauru/SP. 7 Esta unidade foi composta e organizada por partes extraídas da Apostila Temática de Psicologia do Desenvolvimento. cognitivo. momento em que começa a despontar uma preocupação mais ampla e sistemática em relação à condição da criança na sociedade. as crianças eram vistas e tratadas como pequenos adultos: a partir dos 3 a 4 anos já exerciam as atividades dos adultos. É importante salientar que todos esses aspectos se inter-relacionam mutuamente ao longo do desenvolvimento (SANTANA. bem como os possíveis desvios e distúrbios que podem decorrer em problemas emocionais. 2008). Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 82 . escolares.PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO E AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA7 6. O aspecto físico-motor refere-se ao crescimento orgânico e à maturação neurofisiológica. afetivo-emocional e social. Karina O. trabalhando. Essa iniciativa. como os fatores externos à própria criança e à dinâmica familiar estabelecida. no escasso número de crianças atendidas. também contribuíram para a compreensão da infância em suas peculiaridades (RAPPAPORT. ao longo da história. que se expressou no pensamento de grandes filósofos dos séculos XVII e XVIII (RAPPAPORT. Ainda assim. constataram a existência da sexualidade infantil e de processos inconscientes em todas as fases da vida. despertou de alguma forma uma reflexão inicial a respeito da especificidade do mundo infantil.com. cujo reconhecimento enfrentou a duras penas a longa história de desconhecimento total acerca da criança. 1981). Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 83 . bem como a de Vygotsky e outros autores russos. métodos utilizados. 1981). Dessa forma. contudo. caracterizando-se. fundamentadas no que era considerado “normal” na conduta do indivíduo. 1981).educapsico. tanto biológicas como sociais. sendo alvo de atrocidades pelos mais velhos. numa busca de não fragmentação da conduta humana.br participando de orgias. a partir da análise psicanalítica de adultos. que considera a conduta de outras espécies para a compreensão do desenvolvimento humano. Contudo. uma compreensão interacionista entre ambos os aspectos. assim. enforcamentos públicos. apresentou limites em seus intuitos educativos. preocupados com a consolidação de uma Psicologia mais objetiva e concreta. É importante ressaltar a necessária consideração de outras variáveis intervenientes no desenvolvimento além das especificamente psicológicas. sob pena de uma visão inadequada do processo como um todo. preocupada com a formação moral dos indivíduos. dos encadeamentos e influências biológicas e sociais que ocorrem a todo o momento (RAPPAPORT. ampliando ainda mais o alcance científico da Psicologia do Desenvolvimento.www. Mas é somente no século XXI que se evidencia uma mudança na atitude a partir do estudo científico da infância. Karina O. Outras abordagens. Sabe-se hoje que o desenvolvimento humano transcorre na base de condições. como a de Piaget e sua proposição de estágios de desenvolvimento. As posteriores contribuições de Freud. a então recente ciência do comportamento infantil passou a descrever os comportamentos típicos de cada faixa etária e organizar extensas escalas de desenvolvimento. Somente em meados do século XVII há a tentativa da Igreja de afastar as crianças de assuntos ligados ao sexo. Destaca-se também a perspectiva etológica. 2001).br estiveram também presentes modelos teóricos que ora privilegiaram as condições biológicas. então. sobre a maturação. As experiências pelas quais o indivíduo passa seriam as únicas fontes de seu desenvolvimento. conclui-se que desenvolvimento e aprendizagem são sinônimos. Desenvolvimento é aprendizagem.educapsico. em que é ilustrada. CAVALVANTI. assim. 2001). 2005). dependendo de fatores hereditários e maturacionais. 2005). prioritariamente. a partir desta compreensão. pois seus pressupostos indicam que a construção do Karina O. Ou seja. que há uma dependência puramente externa e unilateral da aprendizagem sobre o desenvolvimento. Pode-se dizer que. então condicionado pelos elementos que constituem o universo social. CAVALVANTI. as teorias de Piaget e Vygotsky são consideradas em seu caráter interacionista.com. representando as concepções ditas ambientalistas (MARTINS. de onde se entende que o desenvolvimento seria então prérequisito para a aprendizagem (MARTINS. Assim. Já em relação às concepções ambientalistas. pois este não se modifica sob influência do ensino e. bem como a aprendizagem. ora os ambientais. o desenvolvimento cria possibilidades que serão realizadas no processo de aprendizagem. propõe-se uma fusão entre desenvolvimento e aprendizagem. ora as condições sociais. do ambiente. não havendo mais fundamentos para continuar distinguindo um do outro ou relacionar um ao outro. o processo de aquisição dos conhecimentos encontra-se na dependência da prontidão espontaneamente alcançada pela criança. entrelaçamento interno entre ambos os processos (VYGOTSKY. aprendizagem é desenvolvimento (VYGOTSKY. As concepções inatistas pressupõem que as propriedades básicas do ser humano já se encontram garantidas no nascimento. nesta visão. CAVALVANTI. portanto. A criança se desenvolve na medida em que aprende. Entende-se. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 84 . indicando uma concepção inatista do desenvolvimento. dentre eles a família e o contexto socioeconômico do indivíduo (MARTINS. Em contraposição às concepções que privilegiam ao extremo ora os aspectos inatos. na medida em que a formação de associações e habilidades é a base única e essencial de ambos os processos. não há interpenetração. a constituição das características humanas depende.www. Dessa forma. a qual se edifica. 2005). A acumulação gradual de reflexos condicionados é o que define desenvolvimento. o desenvolvimento é pré-requisito para a aprendizagem). a memória mediada. e não meramente descritiva. todos os fenômenos humanos. fundamentando-se nos preceitos filosóficos do materialismo histórico-dialético. que a existência humana é histórica e social enquanto produto dessas ações coletivas ao longo dos tempos (MARTINS.) a partir do princípio do desenvolvimento histórico da sociedade como eixo norteador da Psicologia.1 A Psicologia Histórico Cultural de Lev Semenovich Vygotsky Vygotsky (1896-1934) preocupou-se em investigar o processo de construção das funções psíquicas superiores (como a atenção voluntária. posto que os pressupostos biológicos preponderam na Psicologia Genética de Piaget (e por isso muitos entendem que. o pensamento etc. entretanto é importante salientar que os referidos autores partem de matrizes distintas. procurando o que se oculta sob os aspectos externos.educapsico. propõe-se ater à essência do processo do desenvolvimento psicológico. como proposto por Marx e Engels. CAVALVANTI. e os aspectos sociais preponderam na Psicologia Histórico-Cultural (ou Sócio-Histórica) de Vygotsky (MARTINS. 6. como procedem diversos investigadores. são produzidos pela atividade humana. Vygotsky defende uma análise psicológica explicativa. incluindo aí o próprio homem e suas capacidades. Assim. buscando revelar os nexos dinâmico-causais que determinam os fenômenos.www. 2006). Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação . para ele. Considerado como principal referência na construção de uma Psicologia de bases objetivas. isto é.1. Entende-se. portanto. Pelo contrário.br conhecimento e das características pessoais dos indivíduos se dá por meio da interação com outras pessoas e das suas ações sobre o mundo. 85 Karina O. CAVALVANTI. Em contraposição à Psicologia tradicional de sua época. Este pressuposto se evidencia em sua postura em relação à periodização das idades no desenvolvimento infantil. 2005).com. Suas teorias influenciam fortemente grande parte dos educadores de nosso tempo. a partir de condições objetivas (materiais) existentes. O autor afirma que os fundamentos para tal periodização não devem ser buscados em seus indícios externos. ele introduz a ideia de historicidade da natureza do psiquismo humano. focando o que os condiciona: as próprias leis internas do desenvolvimento infantil (PASQUALINI. 2005). e posteriormente no plano psicológico.Vygotsky considera que a multiplicidade de www. ela apela a si mesma. 2006). verbalmente. a internalização de formas culturais de conduta consiste numa série de transformações: uma operação inicialmente dada de forma externa é reconstruída e passa a ocorrer internamente. assim. em seu desenvolvimento. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 86 . com determinada estrutura que se modifica ao longo do processo de desenvolvimento. Neste sentido. o autor procura estabelecer uma análise não atomística dos fenômenos psíquicos. além do seu uso interpessoal. 1998). todas as funções psíquicas superiores aparecem primeiramente no plano social. dessa maneira assimilando formas sociais de conduta. Neste sentido. inicialmente. possibilitando à criança a regulação de seus pensamentos e ações (MARTINS. não se verificam mudanças isoladas nos diferentes aspectos da personalidade. Dessa forma. no plano social – na interação com pessoas mais experientes – e posteriormente são internalizadas no plano psicológico. postulou que tais processos são estabelecidos. 2005). Posteriormente. 2005). o qual tinha sido antes usado em relação a outra pessoa. Os aspectos parciais não são compreendidos em si.com. como categoria intrapsíquica (VYGOTSKY. nas inter-relações entre os homens (interpsiquicamente).educapsico. substituindo o estudo de objetos/partes pelo estudo de processos na reconstrução dos momentos fundamentais de seu desenvolvimento (PASQUALINI. como resultado de uma série de eventos transcorridos ao longo do desenvolvimento (MARTINS.br aspectos parciais da personalidade da criança constitui um todo único. a criança passa a organizar a própria atividade de acordo Karina O. Assim. Por exemplo: quando a criança descobre não ser capaz de resolver um problema por si mesma e. de forma que a linguagem passa a adquirir uma função intrapessoal. mas há a modificação interna dessa estrutura em sua totalidade. mas como parte da estrutura psicológica que caracteriza cada momento do desenvolvimento infantil. O conceito de internalização pressupõe. CAVALVANTI. um processo interpessoal transforma-se em um processo intrapessoal. pede a ajuda de um adulto. ela descreve o procedimento que sozinha não pôde colocar em ação. que a criança impõe a si própria as mesmas formas de comportamento que outros impunham a ela a princípio. ao invés de apelar para o adulto. CAVALVANTI. A partir de suas investigações acerca de como os processos cognitivos superiores (tipicamente humanos) são constituídos nas condições histórico-sociais e nas interações humanas. Ao desenvolver um método de comportamento para guiar a si mesma. www. de refletir o mundo exterior. através do qual estabelece o domínio sobre seu próprio comportamento. Considerando então que o processo de formação do pensamento é construído a partir das interações sociais e da internalização de signos. a conduta humana passa então a ser regida pelo princípio regulador da significação (criação e utilização de signos). em que esta domina o curso da ação. como estímulos artificiais introduzidos pelo homem na situação psicológica.educapsico. requerem a introdução de estímulos-meios artificiais. Vygotsky afirma que todo planejamento da aprendizagem deve considerar (deve ser combinada com) o nível de desenvolvimento da criança. regulando sua atividade interna. identificando modificações nas relações entre a fala externa (falar para si em voz alta) e o pensamento. cumprem a função de autoestimulação como meio para o controle e o domínio da conduta própria e alheia.com. o autor propõe que se devem determinar dois níveis de desenvolvimento: o nível de desenvolvimento real. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 87 . de forma dispersa e caótica. Surge. reestruturando a operação psíquica. CAVALVANTI. 2005). e o nível de desenvolvimento potencial. a função planejadora da fala. ao longo do desenvolvimento. por meio de sua internalização. Em um primeiro momento (até aproximadamente os 3 anos de idade) a fala acompanha a ação. que constitui as capacidades mentais da criança de solucionar problemas sem ajuda do outro. o qual inclui capacidades mentais da criança de solucionar problemas com a ajuda de outras Karina O. Por fim (6 anos em diante). Vygotsky (1998) afirma que as funções psíquicas superiores. assim. Sendo assim. interna (MARTINS. a linguagem é de fundamental importância na compreensão do desenvolvimento humano. como produtos do desenvolvimento social da conduta. 1998). Em seguida (de 3 a 6 anos). Os signos. a fala precede a ação e auxilia o planejamento da ação.br com uma forma social de comportamento: a fala socializada é então internalizada (VYGOTSKY. além das funções já existentes da linguagem. Para a avaliação das relações entre o processo de desenvolvimento e as possibilidades de aprendizagem. que passam a mediar a relação do homem com o que o cerca. ou seja. Este princípio é traço característico da operação psíquica superior e marca distintivamente o agir humano por presumir a relação essencialmente ativa do homem para com o meio. a fala vai se tornando constitutiva do pensamento. No que se refere à relação entre a aprendizagem e o desenvolvimento. Vygotsky observou a importância da fala externa como condição para o planejamento e a execução da ação. . sem ajuda. No entanto. Essa divergência entre a idade mental. o que corresponde dizer que se encontram no mesmo nível de desenvolvimento real. [. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação . Um resumo geral da segunda série das nossas investigações pode ser formulado da seguinte maneira: no momento da assimilação de alguma operação aritmética. e o nível que alcança a criança ao resolver as tarefas em colaboração. Portanto. 318-319. ao apresentar este conceito. uma das crianças conseguia resolver problemas que atingiam a idade mental de 9 anos. A diferença existente entre estes dois níveis de desenvolvimento (o real e o potencial) foi chamada de zona de desenvolvimento proximal porque inclui funções que se encontram em processo de desenvolvimento (MARTINS.. grifo nosso) Mais adiante: “Descobrimos que a aprendizagem está sempre adiante do desenvolvimento [.educapsico. esta zona se expressa para uma criança com a cifra 1 e para outra.] a imaturidade das funções no momento em que se inicia o aprendizado é a lei geral e fundamental a que levam unanimemente as investigações em todos os campos do ensino escolar.. isto é. ou imediato) (MARTINS.com. ou desenvolvimento real.] a aprendizagem se apoia em processos psíquicos imaturos. a ação educativa deve incidir na zona de desenvolvimento proximal (também denominada zona de desenvolvimento próximo.www. que apenas estão iniciando o seu círculo primeiro e básico de desenvolvimento. CAVALVANTI. é o que determina a zona de desenvolvimento próximo.. Em sendo assim.” (p.. não se pode considerar que ambas as crianças se encontram no mesmo estado de desenvolvimento ou que tenham o mesmo nível de desenvolvimento mental. enquanto a outra conseguia resolver problemas até a idade mental de 12 anos. exemplifica com a seguinte situação: duas crianças apresentam a idade mental de 8 anos.br crianças ou do educador.. Nas palavras de Vygotsky (2001): “[. potencial. 2005). Vygotsky (1998). em relação ao que sabem fazer por si mesmas. no que se refere aos problemas resolvidos com a ajuda de um adulto. No caso considerado. com a cifra 4. CAVALVANTI. 2005). de 88 Karina O.]. sendo que as características biológicas sustentam a interação da criança com seu mundo físico e social. esta relação também influencia a construção de suas características biológicas próprias. O desenvolvimento pressupõe então um vínculo ativo entre a criança e o mundo social. conseguirá fazer amanhã sozinha. 322-324. mas formadas histórica e socialmente. p. Para Vygotsky. Entretanto. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 89 . deve-se também definir o limiar superior da aprendizagem. Em síntese. pois a aprendizagem não se apoia na maturação. Assim. a curva do desenvolvimento não coincide com a curva do aprendizado do programa escolar. o desenvolvimento dessa operação e desse conceito não termina. grifo nosso) Para Vygotsky (2003). CAVALVANTI. modificando-o e.educapsico. mas sempre começa daquilo que ainda não está maduro na criança. 2001). o problema não termina aí. a correta organização da aprendizagem da criança orienta e estimula processos internos de desenvolvimento que não poderiam ser produzidos sem a aprendizagem. A questão da necessidade de que haja determinadas funções já amadurecidas para que ocorra a aprendizagem permanece em vigor.www. situando a apropriação da cultura (um processo eminentemente Karina O. É somente entre seus limiares inferior e superior que se pode estabelecer o período ótimo de ensino de determinada matéria (VYGOTSKY. no fundamental a aprendizagem está a frente do desenvolvimento. por meio da atividade da criança (MARTINS. O estabelecimento da zona de desenvolvimento potencial nos mostra que o que a criança é capaz de fazer hoje em colaboração. mas apenas começa.” (ibid. os fatores biológicos e sociais exercem influências mútuas. em que esta se oriente nos ciclos já percorridos do desenvolvimento.com. de forma que esta se faz essencialmente necessária e universal para que haja o desenvolvimento das características humanas não naturais.br algum conceito científico. num processo de inter-relação progressiva e contínua. por sua vez. caracterizado por seu caráter prático e objetivo no contato com a realidade. 2005). a explicitação da dimensão histórica do psiquismo humano por Vygotsky refuta explicações universais e naturalizantes a respeito do desenvolvimento. Trata-se de definir o limiar inferior da aprendizagem. promovem a transformação da estrutura mental. a interação social e a experiência física com os objetos. CAVALVANTI. Seus pressupostos teóricos integram a investigação da estrutura e gênese do conhecimento. estes definidos como a organização das ações de modo que seja possível sua generalização quando a ação se repete em condições semelhantes. é rompido continuamente por Karina O. processo este direcionado à conquista de um pensamento lógico mais avançado que o anterior. no entanto. buscou investigar o processo de construção de conhecimento pela criança. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 90 . a adaptação à realidade externa depende do conhecimento. Assim. a um estado de equilíbrio constante que. tendo como base a estrutura mental. como fator determinante do desenvolvimento psicológico dos indivíduos (PASQUALINI. 2005. compreendendo-o por intermédio da interação entre o sujeito cognoscente e o objeto a ser conhecido (MARTINS. estimulada pelo meio ambiente e necessária ao surgimento de estruturas mentais. isto é.educapsico.br educativo). 2004). o desenvolvimento é visto como um processo de contínua equilibração com o meio.www. 2004). e desse modo constrói sua teoria sobre as bases do interacionismo (BARDUCHI. 2004). Sendo assim. o desenvolvimento da inteligência se dá de forma organizada. a inteligência (capacidade para conhecer) é adaptação. Os esquemas. permitindo que ocorra a complexificação do pensamento (BARDUCHI. 2006). 2005). Para ele. e o processo de equilibração.1. CAVALVANTI. quando modificados.com. daí a denominação “Psicogênese”. biólogo de formação. 6. De acordo com a teoria da Psicogênese. que se dá pela interação ente o mundo material e exercício da razão.2 Psicologia Genética de Jean Piaget Jean Piaget (1896–1980). ou mesmo “epistemologia genética”. marcando o estudo da passagem de formas inferiores do conhecimento a formas mais complexas (MARTINS. Tal estrutura é constituída pela inter-relação entre diversos esquemas. Para Piaget. todo organismo tende à adaptação ao meio. BARDUCHI. Os fatores que determinam o processo de construção do conhecimento/desenvolvimento são: a maturação biológica do organismo. acionando os mecanismos de assimilação e acomodação. Ou seja.educapsico. CAVALVANTI. CAVACANTI. a similaridade entre o cachorro e o cavalo prevalece em função da proximidade dos estímulos e da pouca variedade e 8 PIAGET. assim. expressa o fato fundamental de que todo conhecimento está ligado a uma ação e de que conhecer um objeto ou um acontecimento é assimilálo a esquemas de ação. BARDUCHI. Em decorrência desse novo processo adaptativo iniciado pelos desequilíbrios. com rabo etc..] integração de elementos novos em estruturas ou esquemas já existentes. 2005) Já o mecanismo de acomodação pressupõe estruturas antigas inadequadas ou insuficientes para solucionar a nova situação e.com. 1983 apud MARTINS. Tanto o processo de assimilação como o de acomodação se complementam e estão presentes ao longo da vida do sujeito. E deste estado de desequilíbrio surge consequentemente um estado superior de equilíbrio com o meio. implica a noção de significação e por outro. Consideremos como exemplo uma criança que está aprendendo a reconhecer animais. 2005).). por um lado. as estruturas então existentes devem ser modificadas para a integração de elementos novos (MARTINS. para solução de determinada situação. ela o terá como um cachorro (marrom. Se apresentarmos a esta criança outro animal semelhante. novas formas mais eficientes de resolução de problemas (MARTINS. sendo o cachorro o único animal que ela conhece. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 91 . A epistemologia genética. A assimilação ocorre quando o sujeito se utiliza de estruturas mentais já formadas. Karina O. um esquema de cachorro. J. A noção de assimilação. (Coleção Os Pensadores). isto é. CAVALVANTI. 2005. em sua estrutura cognitiva. o novo elemento circunstancial é incorporado a um sistema já pronto.www. o organismo busca meios necessários à adaptação intelectual à nova realidade.br desequilíbrios provocados pelo meio social e físico. Ela tem.. 2004). como o cavalo.” (PIAGET8. portanto. Apesar das diferenças. quadrúpede. Em outras palavras. 1983. a assimilação constitui a: “[. São Paulo: Abril Cultural. em que modificações no ambiente ou mesmo novas possibilidades orgânicas produzem desafios que alteram o processo de adaptação. que correspondem a uma sequência universal.br qualidade dos esquemas acumulados pela criança até o momento. CAVALVANTI.www. 2005). o exercício dos Karina O. e a criança passa a ter um esquema para o conceito de cachorro e outro para o conceito de cavalo (TAFNER. Essa sequência de estágios do desenvolvimento pressupõe que ele ocorre em sucessão constante. a diferenciação entre os dois estímulos ocorre pelo processo de acomodação. o estágio de operações mentais.educapsico. Hoje se entende que estas faixas etárias podem variar. e assim o bebê ainda não manifesta reconhecimento da existência de seu “eu”. provocando assim um desequilíbrio. ela acomodará aquele estímulo a uma nova estrutura cognitiva. que as estruturas construídas em determinado estágio integrarão as novas estruturas do estágio posterior. que cada estágio é constituído por “estruturas de conjunto” e não por características justapostas. Essa noção de estágio foi utilizada para a descrição da organização da atividade mental (inteligência) do nascimento até a adolescência. Assim. em dependência das interações ambientais disponibilizadas à criança. Estabeleceu. alguns estágios ou períodos do desenvolvimento humano. que se divide nos subestágios pré-operatório (2 a 7 anos) e operatório concreto (7 anos até a adolescência). em diferentes faixas etárias. Mas. Piaget observou então diferentes formas de interação com o ambiente em cada etapa do desenvolvimento. dizendo tratar-se de um cavalo. 2008). quando o adulto intervém e corrige a criança. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 92 . Neste momento inicial do desenvolvimento.com. que em todo estágio há um nível de preparação para um estágio posterior e um nível de acabamento que o diferencia do estágio anterior. Há o estabelecimento de relações entre as ações e as modificações que elas provocam no ambiente físico. momento este em que a ação lógica conquistada respaldará a ação adulta na resolução de problemas (BARDUCHI. 2004). Os estágios apresentados para a compreensão do processo de desenvolvimento das estruturas da inteligência são: o estágio sensório-motor (até 2 anos). assim. e o estágio da lógica formal (a partir da adolescência). por meio da manipulação do mundo por meio da ação. O estágio sensório-motor é marcado pela ausência da relação entre o sujeito e o objeto de conhecimento. e que o nível de acabamento deve diferenciar-se das aquisições anteriores e ser preparatório para as aquisições futuras (MARTINS. nos diferentes estágios. criando assim um novo esquema. Em suas investigações. Por exemplo. no subestágio préoperatório. 1989 apud MARTINS. na escola etc. Assim. 2005). A interação com outros adultos por meio de processos educativos é de suma importância. sendo muito importante oferecer um rico e diversificado mundo de experiências para a criança. sendo que as representações simbólicas são repetições idênticas da realidade. para compreendê-las e assim desenvolver suas estruturas cognitivas. já que não há ainda a capacidade de reelaborar. bem como interagir com os objetos a sua volta. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 93 . Esta etapa é caracterizada pelo pensamento egocêntrico. “a crença [de] que as coisas foram construídas pelo homem ou por uma atividade divina operando do mesmo modo que a fabricação humana” (PIAGET. por exemplo.com. CAVALVANTI. em que a criança não é capaz de pensar a partir do ponto de vista de outra pessoa. o trabalho educativo nesse sentido pode promover a complexificação das estruturas mentais. 1989. Seis estudos de psicologia. e também para a gradual diferenciação entre sujeito e objeto.. No estágio das operações mentais. No subestágio seguinte. reorganizar os acontecimentos. as operações mentais ainda se restringem a objetos e situações da realidade concreta. há “a tendência a conceber as coisas como vivas e dotadas de intenção” (PIAGET9. contribuindo para a formação dos esquemas sensório-motores e a inteligência prática (solução imediata de problemas práticos pela criança). 1989 apud MARTINS. mas já ocorre a diferenciação 9 PIAGET. Além disso. isto é.br reflexos sensoriais e motores vão tornando-se cada vez mais complexos. o operatório-concreto. de imagens mentais e da linguagem. CAVALVANTI. com outras crianças e adultos. ou seja. No entanto. a criança pode dizer que o homem fez o mar. pois é a partir de brincadeiras e de jogos simbólicos que a criança poderá reorganizar/reelaborar suas experiências em família. Outra característica própria desse subestágio é o artificialismo. Karina O.educapsico. como quando ela atribui comportamentos e sentimentos humanos à boneca. a criança desenvolve a capacidade de representar suas ações e algumas relações de seu meio social por meio da utilização de símbolos. é muito comum a criança conferir o caráter de animismo às coisas a sua volta.www. J. Rio de Janeiro: Forense Universitária. 2005). o pensamento ainda depende das ações externas. para que ela possa se inserir no meio social. os processos e as operações mentais são os fatores determinantes da conduta individual. a estrutura cognitiva é considerada elemento básico na constituição do indivíduo para que ele possa responder às demandas sociais (MARTINS.com. a autonomia se caracteriza pelo princípio da reciprocidade.. “Essa concepção [. CAVALVANTI. reversibilidade). portanto. o que possibilita uma compreensão mais adequada da realidade.). independência em relação ao recurso concreto. 2005).] foi levada ao extremo lógico na teoria de Piaget. assim. do volume. o indicador do nível do pensamento infantil não é o que a criança sabe. peso e volume. o pensamento da criança passa necessariamente por determinadas fases e estágios independentemente de estar essa criança em processo de aprendizagem ou não. já se inicia a capacidade de formação de conceitos.educapsico. Assim. operações com relações (igualar diferenças.. Karina O. Para Piaget. CAVALVANTI. [. A heteronomia seria o seguimento de regras determinadas externamente por uma autoridade (como pais. Piaget estudou também o desenvolvimento do juízo moral nas crianças.. 2005). A criança conserva inicialmente a substância. apontando a existência de duas tendências nessa evolução: a heteronomia e a autonomia.br entre sujeito e objeto.. mas a maneira como essa criança pensa em um campo em que ela não tem nenhum conhecimento. Aqui se contrapõem da forma mais acentuada a aprendizagem e o desenvolvimento. Por fim.www. professores etc. realização de deduções) e pela formação plena da capacidade de formar ideias e construções abstratas.] Quando na criança desabrocharem outras potencialidades do pensamento. constituindo. motivo pelo qual neste momento há a preponderância do pensamento lógico e objetivo. para Piaget. e operações de conservação de quantidade de substância. não é o que ela é capaz de apreender. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 94 . Por outro lado. Podemos então concluir que. Para além dessas questões. Embora seja construída a partir da interação social. seguida da conservação do peso. Para este. Partindo daí. será possível também outra aprendizagem. o ápice do desenvolvimento intelectual da vida do indivíduo (MARTINS. e por fim. Há. O sujeito já é capaz de entender e realizar operações com classes (inclusão). em que as regras deixam de ser cumpridas por submissão a outrem e passam a ser elaboradas e seguidas para manter a convivência grupal. o conhecimento e o pensamento. o estágio da lógica formal é caracterizado pelo pensamento hipotético-dedutivo (levantamento de hipóteses. Karina O.www. 10 Elaborado por Rafaela Gabani Trindade. contudo. isto é. surgida nos Estados Unidos. 2001). que possibilita diferentes apreciações sobre um mesmo autor. cujos fundamentos possibilitaram posteriormente o surgimento da escola de Winnicott. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 95 . procuraremos abordar de forma sintética e didática alguns construtos teóricos considerados representativos dos trabalhos dos referidos autores. diferentes enfoques sobre seu arcabouço conceitual. inicialmente seguidor de Klein.educapsico. John Bowlby foi também um divergente da teoria puramente kleiniana. constitui-se aqui uma tentativa de análise desses autores dentro das requisições comuns aos concursos em Psicologia. A seguir.3 Abordagens Psicanalistas do Desenvolvimento10 A partir do início do século XX. Ressaltamos. 2001. mas resultados do conhecimento” (VYGOTSKY. a complexidade e a amplitude dessas construções. mas que divergiu ideologicamente dessa doutrina. São Paulo/SP – Linha de Pesquisa: Psicologia e Educação. Portanto. E se fizermos esse tipo de pergunta à criança.1. Outra importante derivação da Psicanálise freudiana é a escola da Psicologia do Ego. Mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade de São Paulo (USP). 1999. A partir do trecho acima. em Londres. bem como à relação desenvolvimento/aprendizagem. que tem em Erik Erikson um de seus importantes representantes (ZIMERMAN. 6.com. psicóloga formada pela Unesp – Bauru/SP.br Piaget faz perguntas à criança. bem como a característica subjetivista peculiar ao olhar psicanalítico. 300). explicite sucintamente quais as principais discordâncias e proximidades teóricas entre Piaget e Vygotsky no que se refere aos fatores influentes no desenvolvimento. entre as quais se destaca a escola kleiniana. já precavido de que a criança pode ter algum conhecimento do que lhe estão perguntando. não obtemos resultados do pensamento. a Psicanálise passou a se estabelecer sob novas propostas de compreensão teórica. p. o reconhecimento do trabalho de Klein advém da criação da Psicanálise da criança por meio da técnica do brincar. 1999. Klein postula que as fantasias estão presentes desde muito cedo na vida do bebê e se constituem enquanto representantes mentais das pulsões instintivas. R. tornando então desnecessária qualquer atitude pedagógica em relação aos pais (FUNDAMENTOS.. E.3. M. L. O primeiro objeto interno do bebê é a mãe. E. 2006). Ela o considerou como processo equivalente à associação livre do adulto.educapsico.www. os quais organizam as emoções enquanto a vivemos. Todo impulso instintivo é dirigido a um objeto interno (representação figurativa capaz de evocar afetos).br 6. 2006). M. A fome. BARROS E. quando alimentado. Com a progressiva associação de moções Karina O. sendo o conteúdo emocional do brincar correspondente ao sonho do adulto. Contudo. e sentimentos maus. contribuindo para o surgimento de reconhecidos autores pós e neo-kleinianos (ZIMERMAN. R. 2001). tomando forma em representações figurativas que evocam estados e significados afetivos. L. 2008).. mas assim que iniciou sua incursão nas ideias de Freud. e pode adquirir qualidades boas e más. que nada mais é que uma imagem distorcida dos objetos reais. é vivida pelo bebê como a presença de um objeto que frustra como fruto de uma ação de algo existente dentro dele. ou sua representação parcial como seio alimentador. como também internamente incorporando-se ao ego (BARROS. Protagonista das ditas Grandes Controvérsias internas à Sociedade Britânica de Psicanálise. Formou-se em Arte e História.. BARROS. R.. É deste modo que a compreensão da estrutura emocional do bebê possibilitou a investigação das atividades mentais primitivas de psicóticos e pacientes regressivos (ZIMERMAN. em uma família judia pobre. e que provoca sentimentos bons. em que estabeleceu grande rivalidade em relação às ideias de Anna Freud sobre a análise com crianças.1. delegou suas atividades à Psicanálise de crianças. BARROS E.1 A Psicanálise Kleiniana Melanie Klein (1882–1960) nasceu em Viena. organizou em torno de si uma verdadeira escola de Psicanálise. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 96 . R. quando não satisfeitos.com. por exemplo. mas que se instalam não só no mundo externo. Essa questão foi o alvo do embate teórico travado entre Klein e Anna Freud. Entre os postulados advindos de um princípio próprio de Psicanálise com crianças. Klein afirma ser possível a transferência na análise infantil. www. 2006). R. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 97 . a dissociação.. repressões dessa forma. E. L. R. BARROS E.. e esta ansiedade de morte se torna o motor do desenvolvimento (BARROS. dando sentido às ações. Essas pulsões provocam internamente a “angústia de aniquilamento” ou “ansiedade de morte”. M. crenças e percepções. Simultaneamente. os objetos externos se constituem por meio da projeção. E. É neste contexto que o ego rudimentar do recém-nascido assume a posição de defesa contra a angústia por meio de mecanismos primitivos. que são gerados os significados das experiências emocionais e os afetos envolvidos nas relações humanas em geral (BARROS. M. R.educapsico. 2006)... Essas pulsões provocam um intenso intercâmbio entre o mundo externo e interno. R. BARROS E. Ela amplia o conceito de instinto de morte como principal fonte de ansiedade. a introjeção e a idealização (como veremos em alguns destes conceitos mais adiante) (ZIMERMAN. M.. bem como uma tonalidade afetiva às relações com o mundo externo e interno (expressos em fantasias inconscientes) (BARROS. 1999. 2006). Concomitante ao nascimento. Inaugurando. relacionando-o com o medo de não sobreviver. R. a identificação projetiva. intrínsecos ao modo de operar da mente humana. R. o que Karina O.. já se inicia o embate permanente entre o instinto de vida e o de morte: “[. o ego se desenvolve mediante a introjeção de objetos que são sentidos como pertencentes a ele.com. o bebê é colocado diante de duas possibilidades: ou se organiza para satisfazê-las (pulsão de vida) ou para negá-las (pulsão de morte)” (BARROS. como a negação onipotente. R. L.. um modo como particular fatores de conceber o no desenvolvimento humano.br pulsionais com os objetos internos representantes do mundo externo são gerados os significados para as experiências vividas. por meio de um movimento permanente de projeção e introjeção de estados de espírito.. E. 2001). BARROS E.] diante da pressão exercida no nível mental pelas necessidades físicas ligadas à sobrevivência. no mundo externo. BARROS E. M. Assim. A pulsão de morte se expressa por meio de ataques invejosos (inveja primária) e sádico-destrutivos contra o seio materno.. L. E. de objetos provenientes da fantasia inconsciente e de experiências anteriores de objeto. É neste cenário de processos projetivos e introjetivos. L.. R. 2006). Klein considera não somente o passado histórico de inconscientes acumuladas intervenientes desenvolvimento (normal ou patológico). . Dessa dinâmica decorre que podemos viver parte de nossas vidas projetados (em fantasia) no mundo interno de outra pessoa..com. Atribui-se ao conceito de introjeção projetiva a profunda modificação da técnica psicanalítica. se baseia na fantasia de que determinados aspectos do self estão situados fora dele.br indica a combinação de aspectos do self com características reais dos objetos presentes e passados (GEVERTS. R. L. 2006). ou podemos ter parte de nossas vidas vividas em identificação com aspectos da vida de outrem. Estes mecanismos de projeção e introjeção possibilitam a defesa (contra a ansiedade) do ego incipiente do bebê.educapsico. BARROS E. 2006). E. para dentro de um objeto. o que leva à primeira dissociação de forma que o psiquismo gira em torno do Karina O. o que é projetado para fora. M. M. Klein dá o nome de posição. de forma que tenha a sensação de controlar o objeto desde dentro e que o projetor vivencie o objeto como parte dele mesmo (GEVERTS. Esse mecanismo é denominado por Klein de introjeção projetiva.. Deste modo. para Klein. da concepção das relações humanas e do desenvolvimento. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 98 . ou posição esquizoparanoide.www. a qualidade da natureza da ansiedade pode ser paranoide ou depressiva. não só é perdido como também confere nova identidade a esse objeto (BARROS. Esse mecanismo se faz presente desde o nascimento e. isto é. A ansiedade paranoide. indicando áreas ainda não consideradas pela Psicanálise em seu foco central (BARROS. R. L. Há a necessidade de preservar a experiência prazerosa e rechaçar a experiência dolorosa. em síntese. mas também partes do próprio self. não são apenas projetados os estados perturbadores.. Assim. L. principalmente pelo mecanismo de dissociação (divisão do self ou do objeto) e a identificação projetiva (BARROS. R. 2006). R. 2006). 2006). Esse tipo de ansiedade mobiliza uma defesa para sobrevivência do ego. M. R. mas a sobrevivência do objeto não está em jogo. é vivida como uma ameaça à integridade do ego... que caracteriza o modo de o indivíduo ver a si mesmo e ao mundo à sua volta. R. determinando assim a natureza do conjunto de defesas estruturantes do ego. um de seus mais importantes legados conceituais. de modo que as estruturas precursoras do ego podem dividir-se ou cindir-se e serem projetadas para fora. E. pois é tido somente como fonte de ameaça e não de amor. Por fim. dentro do objeto. Às integrações possíveis entre o tipo de ansiedade e os modos de defesa ativados pelo ego. E. BARROS E. BARROS E. da própria personalidade. a despeito da concepção de “fases” como descrita por Freud. E. a posição depressiva é definida por uma ansiedade de perda do objeto de seu amor e se organiza a fim de se proteger dessa experiência dolorosa. atuando na área de Pediatria por 40 anos. 2001. ainda que houvesse divergências teóricas e técnicas entre eles (ZIMERMAN. 2006). L.. A partir do seu conceito de posição. Ao contrário da posição esquizoparanoide. Seu estudo enfatizou a influência dos fatores ambientais no desenvolvimento psíquico. 6.. possibilitando a criação de núcleos básicos de confiança pela introjeção do “seio bom”. mas a persistência exagerada das mesmas a outros períodos da evolução psíquica pode determinar condições para uma psicopatologia (ZIMERMAN. caracterizada pela dissociação do todo em partes.3.www. 1995).2 Winnicott: O Ambiente Suficientemente Bom Donald Woods Winnicott (1896–1971) nasceu na Inglaterra. como um afastamento temporário da mãe (ZIMERMAN. Em 1935. Klein realizou uma mudança significativa na forma de entender os movimentos evolutivos do psiquismo. Formou-se em Medicina. como 99 Karina O. e a progressiva aceitação de perdas parciais. NASIO. Essa posição é fundamental para o desenvolvimento psíquico da criança pequena. 1999). Nos primeiros meses da vida do bebê. Por outro lado. as defesas características da posição esquizoparanoide são necessárias.educapsico. tornou-se psicanalista habilitado na Sociedade Britânica de Psicanálise. 1999). Em detrimento do estudo dos conflitos intrapsíquicos.br estruturante (“seio bom”) e de um desestruturante (“seio mau”). Winnicott passa ao estudo dos conflitos interpsíquicos.com.1. onde viveu num lar estruturado econômica e afetivamente. 1999). seu interesse voltou-se para a vida dos recémnascidos e para os distúrbios cuja etiologia era anterior à fase edipiana. quando se aproximou de Melanie Klein. R. R. A criancinha pode então reconhecer e integrar os aspectos clivados da mãe. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação . ampliando o campo de reflexão e atuação da Psicanálise. a posição depressiva consiste na integração das partes do sujeito que estão dispersas. Dentro do campo psicanalítico. então vigente entre os psicanalistas (ZIMERMAN. mobilizando defesas de natureza diferente da de caráter paranoide (BARROS. M. BARROS E. agora como objeto total. para encontrá-lo. ainda que dependa inteiramente do que lhe é oferecido pela mãe. que se realiza pelos processos maturacionais. pela soma das experiências precoces de muitas refeições na vida real. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 100 .com. Ele propôs. ao oferecer o seio ao bebê mais ou menos no momento ideal. constitui-se a primeira refeição teórica. Idealmente. já que o objeto adquire existência real no momento em que é esperado pelo bebê. insuportável (NASIO. que compreende o nascimento aos 6 meses. isto é. As necessidades do bebê não se constituem somente daquelas de ordem fisiológica. são os aspectos ambientais. que simbolicamente.www. A fase inicial da vida. mas há também as necessidades psíquicas. a formação do ego. o ser humano apresenta uma tendência inata a se desenvolver. que permitem ou dificultam o livre desenrolar desses processos de maturação (NASIO. exercidas em simultaneidade: a apresentação do objeto. de acordo com Winnicott. isto é. do id e do superego.educapsico. É para a satisfação destas necessidades ligadas ao desenvolvimento psíquico que a mãe exerce três funções básicas. bem como das defesas do ego num indivíduo sadio. Para Winnicott. é pela perfeita adaptação às necessidades do bebê que a mãe permite o livre desenrolar dos processos de maturação (NASIO. visando os pacientes que se depararam com um ambiente falho na adaptação às necessidades da primeira infância (NASIO. A criança tem então uma experiência de onipotência. caracteriza-se pela condição de dependência absoluta do bebê em relação ao meio. deste modo. Mas. inicialmente representados pela mãe ou seus substitutos. 1995). 1995). alterações na técnica terapêutica clássica. dá a seu filho a ilusão de que ele mesmo criou o objeto do qual sente confusamente a necessidade. é importante considerar o desconhecimento do bebê em relação ao seu estado de dependência. A mãe. 1995). A apresentação do objeto começa com a primeira refeição do bebê (apresentação do seio ou da mamadeira). É neste momento que se desenvolve a capacidade de experimentar sentimentos como amor e ódio de forma necessariamente angustiante. Karina O. 1995). quando a criança está à espera de algo. 1995).br distorções psíquicas provocadas por um ambiente patogênico. já que em sua mente ele e o meio são uma coisa só. o holding e o handling (NASIO. aos cuidados maternos. pronto para imaginá-lo. No entanto. a criança encontra uma realidade externa simplificada. um verdadeiro self (NASIO. assim. ele deforma o seu verdadeiro self submetendo-se às exigências ambientais. NASIO. que a mãe representa. unindo-o à sua vida psíquica. É ela que permite à criança o desenvolvimento das principais funções do eu: integração no tempo e no espaço. É identificando-se estreitamente com o bebê. o falso self é o traço principal da reação do bebê às falhas de adaptação da mãe. Por meio dos cuidados cotidianos. o ambiente suficientemente bom e permite à criança desenvolver uma vida psíquica e física fundamentada em suas tendências inatas. ele se experimenta como vivendo dentro de um corpo.com. 1995). Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 101 . 1995). Neste caso. sobre a qual pode integrar-se no tempo e no espaço (NASIO. com sequências repetitivas.www. à sustentação. aos poucos. Por outro lado. A criança se submete às pressões de uma mãe que lhe impõe uma maneira inadequada de exprimir suas tendências inatas e que. Desse modo. 1995). e indica a emergência de um verdadeiro eu. por exemplo. o encontro com os objetos do mundo externo e a unificação entre a vida psíquica e o corpo. ou seja. mas psiquicamente. que pode ser representada por uma mãe real ou uma situação. corresponde à pessoa que se constitui a partir do emprego de suas tendências inatas. A relação assim estabelecida provê um sentimento de continuidade da vida. necessária ao seu bem-estar físico e. consequentemente. 2001. resultante da aceitação dos gestos espontâneos do bebê pela mãe. O self verdadeiro. a mãe segura o bebê não somente física. rotineira e estável. quando as falhas do ambiente ameaçam a continuidade existencial do bebê. a mãe incapaz de se identificar com as necessidades do bebê é denominada mãe insuficientemente boa. Este processo é denominado personalização (NASIO. adaptando-se às suas necessidades. assim. 1995). Em proporções variadas. obriga-o a adotar um modo de ser falso e artificial (coloca o seu próprio gesto) (ZIMERMAN. o que leva à construção de um falso self. todos os seres humanos apresentam dois aspectos do self: um verdadeiro e um falso. O handling é a manipulação do bebê enquanto ele é cuidado. dando apoio ao eu do bebê em seu desenvolvimento. quando os cuidados são exercidos por diversas Karina O.br A segunda função materna corresponde ao holding. Assim. A esta mãe Winnicott denomina mãe suficientemente boa.educapsico. reintroduzindo então “falhas de adaptação” moderadas (NASIO. Karina O. Neste momento. ela se encontra num estado de dependência relativa em relação ao meio. pano etc. após a desilusão por perceber que a fantasia não corresponde à realidade. que assim se mostra capaz de sobreviver à possibilidade de destruição (NASIO. Este conflito tende à resolução por meio dos atos da mãe suficientemente boa. tolera melhor as falhas de adaptação da mãe e.br pessoas. o que permite reconhecer as pessoas e os objetos como parte da realidade externa e perceber a mãe como separada dela. como levar à boca algum objeto externo (travesseiro. Na segunda fase do desenvolvimento da criança. se torna capaz de tirar proveito delas para se desenvolver. e não pela simplicidade que seria desejável (NASIO. passa a haver uma identificação com o filho menos intensa. 1995). um apoio frente à angústia. se acariciar ou chupar um pedaço de tecido. a criança se conscientiza de sua sujeição e. é a mesma mãe dos momentos de tensão pulsional em que a agressividade está implicada. é nesta fase que a criança deve entender que a mãe dos momentos de tranquilidade. como na hora das refeições.educapsico. a criança sente uma angústia depressiva e culpa pela destruição que provoca na mãe. 1995). 1995). a criança desenvolve atividades que permitem uma sustentação. dessa forma. quando a criança fantasia que a satisfação da fome acarreta uma deterioração do corpo da mãe. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 102 . Tais atividades foram denominadas fenômenos transicionais. segurar. Desse modo. consequentemente. A criança já é capaz de se situar no tempo e no espaço. que se estende do 6º mês aos 2 anos. Apesar destes avanços em seu desenvolvimento. que zela. como também realizar uma união entre sua vida psíquica e seu corpo. da qual reconhece depender para o seu bem-estar. 1995). cuida e brinca com o bebê. e estes objetos utilizados foram chamados de objetos transicionais (NASIO.www. balbucios etc. A criança se depara então com uma mãe dividida em partes. surge nesta fase um novo desafio: lidar com a constante tensão da realidade de dentro (povoada de fantasias pessoais) com a realidade de fora (povoada de coisas e pessoas) (NASIO. Entre outras coisas. 1995). e experiência os cuidados em sua complexidade.). Por parte da mãe.com. Por conseguinte. Antes de tudo. que persiste ao longo de toda a vida. Para Winnicott. no adolescente e até no adulto (NASIO. o ambiente desempenha papel fundamental no aparecimento e na evolução dos fenômenos transicionais.www. 2008). John Bowlby (1907–1990) iniciou sua formação em Medicina. Investigando as consequências negativas das separações na formação da personalidade em jovens delinquentes e em crianças hospitalizadas. retomou suas atividades acadêmicas. DELL’AGLIO. Interrompeu seus estudos. ao constatar os efeitos prejudiciais das experiências interpessoais negativas em crianças. sendo ocupado por atividades lúdicas e criativas diversificadas por intermédio das quais o ser humano busca aliviar a permanente tensão (NASIO. suas observações acerca dos cuidados inadequados dispensados às crianças na primeira infância. numa tentativa de amortecer o choque provocado pela conscientização da tensão entre ambos os aspectos de sua vida. 2005). O ambiente continua a exercer influência na criança que cresce. JERÔNIMO. Bowlby 103 Karina O. Bowlby observou que os efeitos das separações permaneciam para além do período de sua ocorrência.3. 1995).educapsico. JERÔNIMO. mas. assim como nos outros campos do desenvolvimento psíquico. Assim.3 A Teoria do Apego de John Bowlby Nascido numa família aristocrática inglesa. 1995). o surgimento dessa dimensão no desenvolvimento da criança é sinal de que a mãe da primeira fase foi suficientemente boa. Este espaço existente entre o mundo interior e mundo externo é chamado de espaço transicional.br O termo “transicional” indica que essa atitude da criança ocupa um lugar intermediário entre as realidades externa e interna.1. verificando-se dificuldades comportamentais como agressividade e imaturidade. o levaram à análise dos efeitos adversos desse rompimento no desenvolvimento infantil (DALBEM. Formou-se em Psiquiatria e especializou-se em Psicanálise (AUGUSTO. 2008). e do desconforto e ansiedade acarretados pela separação dos cuidadores. tendo a missão de respeitar e proteger a expressão destes. bem como efeitos mais permanentes sobre a capacidade de estabelecimento de vínculos afetivos significativos e estáveis no futuro (AUGUSTO. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação .com. 6. o mecanismo de apego se refere a um comportamento biologicamente programado. isto é.www. Dessa forma. Assim. suas investigações. JERÔNIMO.br estabelece então três fases pelas quais passam as crianças privadas precocemente das mães: na fase de protesto. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 104 . originaram as formulações e os pressupostos iniciais da Teoria do Apego. 2008. entre outras (DALBEM. Juntamente com a colaboração da norte-americana Mary Ainsworth no início dos anos 1950. Bowlby defende a prevalência do fenômeno de vinculação afetiva entre tais necessidades. voltando-se a qualquer som que possa indicar a presença da mãe. Porto Alegre: Artes Médicas. 1973. J. que sente tudo como perda.com. novos trabalhos vieram confirmar as ideias de Bowlby. Esse vínculo é então garantido pelas capacidades cognitivas e emocionais da criança. agindo conforme um sistema de controle homeostático.educapsico. e o retraimento indica o desapego emocional e a indiferença (ZIMERMAN. 1980) (AUGUSTO. a vinculação é um importante elemento organizador da atividade socioemocional da criança (AUGUSTO. ZIMERMAN. a relação entre o bebê e seus cuidadores é permeada pelas respostas inatas da criança. da Etologia. DELL’AGLIO. afetarão o caráter de seu comportamento de apego ao longo de sua vida. Este vínculo afetivo primário. Dessa forma. Karina O. Sua obra apresenta referências aos campos da Psicanálise. 2001). reforçou a importância da criação de um vínculo afetivo baseado na confiança em relação à figura de vinculação. que demandam proximidade. Indo além de uma compreensão meramente fisiológica das ações da criança para satisfação de suas necessidades vitais. De acordo com Bowlby11 (apud DALBEM. 2001). JERÔNIMO. além dos estudos de outros pesquisadores proeminentes. a desesperança caracteriza a criança apática. o bebê chora e esperneia. 2005). Uma base segura: aplicações clínicas da teoria do apego. assim como 11 BOWLBY. 2005). culminando no aprofundamento de sua teoria em obras de fundamental importância: Cuidados maternos e saúde mental (1951) e Apego. DELL’AGLIO. perda. das Ciências Cognitivas. e que funciona em consonância com outros sistemas de controle comportamentais. 1989. Entendido como um instinto voltado à proximidade recíproca entre os indivíduos. em três volumes (1969. da Biologia Evolucionária. as primeiras relações de apego estabelecidas pela criança. 2008). cansada de esperar. desenvolvendo-se pouco a pouco um vínculo afetivo. separação. oferecendo um sentimento de segurança que fortifica a relação. que surge ao longo do desenvolvimento da criança. DELL’AGLIO. 2005). Os working models (modelos de funcionamento) se relacionam então com os sentimentos de disponibilidade das figuras de apego. serão estas representações e expectativas que guiarão a conduta individual.www. Bowlby considera também a interação complexa existente entre as condições físicas e temperamentais da criança e as condições do ambiente. pois envolve uma representação mental das figuras de apego. Esse sistema tem função direta nas respostas afetivas e no desenvolvimento cognitivo. servindo como base de predição e Karina O. DELL’AGLIO. com a probabilidade de recebimento de suporte emocional em momentos de estresse e. refere-se às ações de um indivíduo em vistas a obter proximidade com outro. Essa capacidade de representação mental. tendo importantes implicações para o desenvolvimento da personalidade (DALBEM. É dessa forma que as primeiras experiências entre a criança e a figura de apego darão início ao que futuramente se generalizará em relação às expectativas sobre si mesmo. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 105 . O comportamento de apego.br pela consistência dos procedimentos de cuidado. Sendo assim. uma vez que ambos os fatores interferem na ativação do sistema do comportamento de apego. 2005). Em síntese. é denominada modelo interno de funcionamento. com a forma de interação com tais figuras. em sua complexidade. o papel do apego no desenvolvimento é definido em termos do reconhecimento de que uma figura de apego se faz presente e disponível. A função desse comportamento remete a uma necessidade (de caráter biológico) de proteção e segurança (DALBEM. outro conceito fundamental. essa interação depende de certa forma da estimulação do sistema de apego (DALBEM. pela sensibilidade e responsividade dos cuidadores. de maneira geral.com. de si mesmo e do ambiente.educapsico. E. sendo estas baseadas na experiência. sobre os outros e o mundo. No entanto. DELL’AGLIO. 2005). claramente considerado como mais apto a lidar com o mundo. Embora sejam menos evidentes nos adolescentes e adultos. 2005). tais indagações sugerem alguns limites dessa abordagem teórica. a necessidade de maiores aprofundamentos e análises científicas. DELL’AGLIO. 1989. e a partir daí será considerada a base para todos os relacionamentos significativos futuros (DALBEM. admite-se haver controvérsias quanto à generalização dos padrões de interação primários para relações futuras. 1979. De qualquer forma. DELL’AGLIO. 198913 apud DALBEM. evidenciando. Contudo. DELL’AGLIO. 2005). São Paulo: Martins Fontes. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 106 . elas permanecem em evolução. algumas dúvidas em relação às razões pelas quais algumas crianças desenvolvem apego seguro.www. a imagem interna construída inicialmente com os cuidadores primários se expressa nos padrões de apego e de vinculação também com outras pessoas desde cedo. Atualmente. Isso indica que a necessidade de figuras de apego que proporcionem uma base segura não se limita absolutamente às crianças (BOWLBY.br interpretação do comportamento de outras pessoas às quais se é apegado (BOWLBY12 apud DALBEM. 2005). 2005). Formação e rompimento dos laços afetivos. Questiona-se também o forte cunho naturalista/biologicista dessa teoria. sob certa influência das experiências de apego precoces.educapsico.com. Permanecem. 13 BOWLBY. J. 12 BOWLBY. por meio de pesquisas que possam enriquecer seu arcabouço conceitual e sua aplicação prática de forma coerente (DALBEM. Porto Alegre: Artes Médicas. mesmo que os cuidadores não estejam tão próximos. Karina O. ainda que essas representações constituam-se desde muito cedo no desenvolvimento da criança. Ou seja. por seu determinismo implícito na análise da influência das relações de apego precoce. ademais. as pesquisas relativas à Teoria do Apego caminham na direção do estudo do apego para além de sua expressão na infância. DELL’AGLIO. assim. ocorre essa tendência de recriação do padrão interno de apego primário nas relações atuais do indivíduo. Uma base segura: aplicações clínicas da teoria do apego. J. Em outras palavras. 2002). D.1. exigindo a reconcentração da energia instintiva de acordo com as necessidades de cada estágio do ciclo vital. predeterminantes na evolução dos estágios. relegando as funções do id a segundo plano. As crises se constituem por confrontos com o ambiente. numa família judaica de classe média. S.. onde se dedicou à análise de crianças e adolescentes. Filiou-se à escola da Psicologia do Ego. D. SHULTZ. S. formulando o crescimento humano em oito etapas. Para ele. S. SHULTZ. o qual é principalmente influenciado pelas interações sociais e a aprendizagem (SHULTZ. Fez sua formação psicanalítica em Viena. o desenvolvimento depende de forças genéticas.3. E. ao aprimorar os estágios de desenvolvimento e ao reconhecer o impacto na personalidade das forças culturais e históricas. não explicam completamente o processo de desenvolvimento. com Anna Freud. É com a resolução dos conflitos próprios de cada fase que se torna possível a progressão normal do desenvolvimento (SHULTZ. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 107 . se Karina O. Entretanto. P. 2002). os fatores ambientais/sociais influenciam a forma com que as fases se realizam (SHULTZ. exilou-se nos Estados Unidos. E. SHULTZ. No período da Segunda Guerra Mundial. isto é.br 6. aproximando-se depois da corrente do culturalismo. D. inevitáveis em cada fase do desenvolvimento. Dessa forma. Sua abordagem de estágios contínuos se concentra no desenvolvimento da personalidade durante toda a vida.. Outro de seus pressupostos se baseia na ideia de que todos os aspectos da personalidade podem ser explicados em termos de momentos críticos ou crises. envolvendo uma mudança de perspectiva. 2002).. um conflito em cada fase faz a pessoa se deparar com formas bem e mal adaptadas de reagir. 2001).. embora os fatores biológicos inatos sejam importantes.com. P.. Regido pelo princípio epigenético (epi = sobre). ou seja. Ao mesmo tempo em que manteve as bases centrais da teoria freudiana.4 Erik Erikson: As Crises Psicossociais Erikson (1902–1994) nasceu na Alemanha.www. convertendo-se posteriormente ao protestantismo. quando o nosso ambiente requer determinadas adaptações. o que o levou a enfatizar a importância dos efeitos sociais na formação da personalidade (ZIMERMAN. Quando há uma resposta negativa à crise. do nascimento à morte.educapsico. P. E.. Erikson apresentou significativas inovações ao destacar o ego como parte independente da personalidade. Assim. 1982). SHULTZ. 2002).com. E.. Por outro lado. surgem as forças básicas ou virtudes.educapsico.. o ego deve incorporar maneiras tanto positivas como negativas de lidar com as crises. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 108 . de forma sempre equilibrada (SHULTZ. P. SHULTZ. No entanto. vergonha Iniciativa culpa versus Esperança Muscular-anal 1-3 anos Vontade Locomotoragenital 3-5 anos Objetivo Latência 6-11 anos até Diligência inferioridade Coesão versus puberdade 12-18 anos Competência Adolescência da Fidelidade identidade versus Karina O. Essas forças são interdependentes: uma força básica só se desenvolve quando a força associada à fase anterior for confirmada. a adolescência. E. fálica e de latência propostas por Freud. a fase muscularanal. sendo os quatro primeiros semelhantes às fases oral. temos: a fase oral-sensorial. quando a crise é resolvida satisfatoriamente. oportunizadas pelos diferentes estágios. fase de latência. haverá menor possibilidade de uma adaptação adequada. P. vemos o estabelecimento de um “sentimento de” ou “sentido de”. Erikson dividiu o desenvolvimento da personalidade em oito estágios psicossociais. a idade adulta. Em cada um desses períodos.1 ano desconfiança Autonomia versus dúvida. S. D. e a maturidade (SHULTZ. a fase locomotora-genital.br o conflito é mal resolvido. D.www. anal... para Erikson. como uma aquisição interior que marca uma etapa de conquista ou seu reverso patológico (FIORI. 2002). S. a cada estágio corresponde uma determinada forma positiva e negativa de reação: Formas positivas Estágio Idades aproximadas versus negativas reagir Confiança versus formas de Forças básicas Oral-sensorial Nascimento. início da fase adulta. Assim. dando à criança uma sensação de abandono. 2005). Porém.. locomotora e verbal).. fidelidade e qualidade no provimento da alimentação. Há o desenvolvimento da autonomia (autoexpressão da liberdade física. separação e confusão existencial. D. A confiança básica como força fundamental desta etapa nasce da certeza interior e da sensação de bem-estar físico e psíquico. p. como impossibilidade de desenvolvimento psicomotor. Autonomia X vergonha e dúvida – Nesta etapa há a maturação muscular. isolamento. atenção e afeto proporcionados principalmente pela mãe. e da capacidade de verbalização. A desconfiança básica se desenvolve na medida em que não encontra resposta às necessidades. Porém. de acordo com a frase: “Eu sou a esperança de ter e dar” (BORDIGNON. e da heteronomia (capacidade de receber orientação e ajuda do outro). S. que advém da uniformidade. E. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 109 .confusão papéis Idade adulta jovem www. um excessivo sentimento de autoconfiança e a perda de autocontrole podem fazer surgir a vergonha e a dúvida. higiênico e de verbalização. do sistema retentivo e eliminatório (controle dos esfíncteres).br de 18-35 anos Intimidade versus isolamento Generatividade versus estagnação Integridade versus desespero Amor Adulto 35-55 anos Cuidado Maturidade velhice e 55 + anos Sabedoria Fonte: Adaptado de SHULTZ. Da resolução da antítese confiança/desconfiança surge a esperança como sentido e significado para a continuidade da vida.com.educapsico. e o sentimento de ser Karina O. Seguiremos com uma sucinta descrição das etapas psicossociais: Confiança X desconfiança – Nesta fase inicial da infância. 2002. SHULTZ. P. alguma desconfiança é inevitável e significativa para a formação da prudência e da atitude crítica. a criança aprende a receber e aceitar o que lhe é dado para conseguir doar. 208. . há a confusão de papéis. 2005). O justo equilíbrio entre os sentimentos de iniciativa e culpa resulta na virtude de propósito ou objetivo. 2005). 2005). ao mesmo tempo em que impõem sacrifícios e compromissos significativos. integrar-se em filiações sociais concretas e desenvolver a ética necessária para ser fiel a esses laços. de discernir e decidir. de tal forma que o conteúdo dessa experiência pode ser expressa como: “Eu sou o que posso querer livremente” (BORDIGNON. pelo qual o adolescente busca sintonia e identificação afetiva.educapsico. da produtividade e da criatividade. S. cognitiva e comportamental. Diligência X inferioridade – No período de latência diminuem os interesses pela sexualidade. de fazer e conviver. Iniciativa X culpa – A dimensão psicossexual desta fase corresponde ao início (na realidade ou fantasia) da aprendizagem sexual (identidade de gênero e respectivas funções sociais. a insegurança e incerteza na formação da identidade. Do contrário. D. isto é. E. estabelecida como projeto de vida. Por outro lado. quando se forma a autoimagem. A culpa e o medo podem nascer do fracasso nessas aprendizagens. de inadequação e incapacidade para a aprendizagem. 2005). A força antagônica é o sentimento de inferioridade. É o inicio da aprendizagem escolar e sistemática. a integração das ideias sobre nós mesmos e o que outros pensam sobre nós (SHULTZ.www. 2002). A força específica que nasce da constância e da construção da identidade é a fidelidade. A virtude que pode nascer é a vontade de aprender. Da resolução dessa crise nasce a competência pessoal e profissional. e expressa na frase: “Eu sou o que posso crer fielmente” (BORDIGNON. o desejo de ser. e a infância se desenvolve em direção à diligência ou indústria.com. expressa na frase: “Eu sou o que posso aprender para realizar um trabalho” (BORDIGNON. Identidade X confusão de papéis – É nesta fase que se resolve a crise da identidade básica do ego. P. SHULTZ. para a formação do futuro profissional. e Complexo de Édipo). Intimidade X isolamento – A intimidade é a força que leva o jovem adulto a confiar em alguém como companheiro no amor e no trabalho. o distanciamento ou a exclusividade se expressam no Karina O.br incapaz e insegura de si e de suas qualidades. A relação social significativa é a formação de grupo de iguais. sintetizados na expressão: “Eu sou o que posso imaginar que serei” (BORDIGNON. à aprendizagem cognitiva. a consolidação dos conteúdos da identidade.. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 110 . no desenvolvimento cognitivo e afetivo. o isolamento afetivo. www. prevalece a generatividade. expresso assim: “Eu sou o que cuido e zelo” (BORDIGNON.5 Os “Elementos de Psicanálise” de Bion Wilfred Ruprecht Bion (1897–1979) nasceu na Índia. a integração emocional de confiança e autonomia. dos filhos de outros e da sociedade. solucionar cada conflito de maneira positiva e dirigir conscientemente seu crescimento. A força básica é a sabedoria.educapsico.3. que é basicamente o cuidado e a educação dos próprios filhos. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação . e assim se expressa: “Nós somos o que amamos” (BORDIGNON. o homem tem a capacidade para atingir forças básicas. que recorda o saber acumulado durante toda a vida.1. no temor à morte. assim.br individualismo e no egocentrismo sexual e psicossocial. A virtude que nasce dessa resolução é o amor. A falta ou a perda dessa integração ou de seus elementos se expressam no sentimento de desespero. 2005). ou preocupação com as próximas gerações. e por isso representa a cada pessoa a mais essencial e significativa qualificação. Sua superação é importante para a capacidade de amar e trabalhar para o bem dos outros. a vivência do amor universal.. Integridade X desespero – Na integridade.com. A soma de todos os modos psicossexuais tem um significado integrador. os modos e os sentidos anteriores são resignificados à luz dos valores e das experiências deste momento. o sentimento de responsabilidade universal para todos os filhos e para todo trabalho humano. Há a aceitação de si. quando foi levado à Inglaterra para estudar em um internato. Generatividade X estagnação – Nesta fase psicossexual. 6. S. individual ou os dois. para Erikson. 2005). como dedicação e doação aos outros e à sociedade. apresentando. E. determinando sua experiência de vida ou de morte. a segurança e confiança em si e nos outros. Por fim. P. Lá se formou em 111 Karina O.. A virtude própria desse período é o cuidado. SHULTZ. que se expressa na síntese: “Eu sou o que sobrevive em mim” (BORDIGNON. onde vivendo até os 7 anos. a compreensão dos significados da vida. 2002). mais distantes daqueles de seu círculo familiar. O antagonismo expresso neste momento reflete a força da geração e do desenvolvimento da vida humana ou a sua extinção. uma imagem otimista da natureza humana (SHULTZ. na desesperança. D. 2005). sob a forma de 14 Conceito kleiniano tratado na segunda unidade desta apostila. o aprofundamento do caráter epistemológico de seus estudos e a predominância de um pensamento místico na década de 1970 (ZIMERMAN. respectivamente. pela ressonância de estados físicos e emocionais da mãe.educapsico. No intuito de abordar a teoria psicanalítica de forma mais simples e esquemática. processo característico da posição esquizoparanoide15.www. nos quais predominou. a despeito do excesso de teorias a seu respeito. 2001). para fazer caber e dar espaço. com os conflitos pulsionais (CINTRA.br Medicina. num processo ativo de capacitar-se. 1960 e 1970 aborda diferentes momentos. o trabalho com pacientes psicóticos. 15 Outros conceitos de Melanie Klein. Bion acreditava na influência da impressão de fatores uterinos sobre as células embrionárias. designa uma forma de eliminar a angústia projetando para o exterior a fonte do desconforto e passando a perceber o mundo externo como uma fonte de perigo. que possibilitam combinações complexas entre si (ZIMERMAN. A extensão de sua obra ao longo das décadas de 1940. trabalhá-lo. mais gestacional. O primeiro seria o da descarga. implica na conservação do acréscimo de excitação para transformá-lo. que poderíamos chamar de modelo evacuativo. Karina O. Para Bion. 1950. pois tenta dar conta da excitação livrando-se dela. aos 33 anos. de forma análoga ao conjunto de letras do alfabeto. da identificação projetiva14. a progressiva adaptação tanto daquele que se submete à análise como da criança em desenvolvimento não seria a adaptação a uma realidade externa pré-definida. o estudo sobre os grupos. 1999). e posteriormente fez sua formação psiquiátrica e psicanalítica. Conjeturando uma vida psíquica fetal. tornar-se apto a lidar com as exigências da realidade. Veremos a seguir alguns elementos que constituem esse modelo explicativo. que resulta na capacidade para se expor aos problemas da vida pulsional e às frustrações. Bion postula dois modelos esquemáticos de como o psiquismo lida com os estímulos internos e externos. mas ao modo de funcionamento do aparelho psíquico caracterizado no modelo gestacional. Em referência a Freud e a Melanie Klein. caracterizando a posição depressiva. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 112 . Isto implica numa atividade de elaboração intensificada. 2008). tendo sua análise didática sido feita com Melanie Klein.com. Essas experiências emocionais. O outro modelo. Em síntese. também referidos na Unidade II. Bion propõe um modelo de funcionamento psíquico compreendido a partir de arranjos combinatórios que denominou “elementos de psicanálise”. pela qual a mãe ajuda a criança a transformar os elementos-beta em elementos-alfa. e sempre convive no mesmo indivíduo com a “parte não-psicótica da personalidade”. É num processo ativo pelo qual a mãe contém. criando mecanismos que evitem conhecê113 Karina O. Bion afirma que a “parte psicótica da personalidade” (PPP) não possui o mesmo significado que a “psicose” na psiquiatria clínica. Por se tratar de experiências vivenciadas antes da possibilidade de representação pela palavra. e devolve ao filho em “doses suaves e parceladas” (ZIMERMAN. Por outro lado. A PPP representa um resíduo do desenvolvimento emocional primitivo e se expressa por fortes pulsões agressivodestrutivas. decodifica. manifestando-se no adulto por psicossomatizações. A falha na capacidade de rêverie da mãe. ou sua capacidade de rêverie é. p. a noção de que para todo “conteúdo” (necessidades. causa uma frustração excessiva e o incremento do ódio. portanto. transforma. e precisam ser descarregadas para o exterior em busca de um adequado “continente”. baixo limiar de tolerância às frustrações. conter e processar as identificações projetivas do filho. a boa capacidade de rêverie da mãe pressupõe a função-alfa. 1999. de forma que a criança tanto pode fugir das frustrações.www. angústias etc. Uma acentuada e continuada falha pode produzir pontos de estagnação do desenvolvimento a níveis muito primitivos. configurando a presença no adulto daquilo que Bion denomina “a parte psicótica da personalidade” (ZIMERMAN. ficam impressas e representadas no incipiente psiquismo fetal. prejuízos na capacidade de conhecimento. relações sadomasoquistas. levou à formulação da relação continente-conteúdo. 2008).br primitivas sensações corporais. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação . Pode-se dizer que se trata de uma verdadeira alfa-betização emocional. com situações que privam o alívio e a gratificação da criança. mediante a introjeção da continência da mãe (CINTRA. Para Bion. ódio às verdades.com. Bion descreve um tipo de angústia intensa denominada “terror sem nome” (ZIMERMAN. indispensável para acolher. 68). Esta relação entre continenteconteúdo deve ser tratada de modo dinâmico e dialético.) que necessita ser projetado deve haver um “continente” receptor. excesso de identificações projetivas. na capacidade de simbolizar e no uso da linguagem etc. Essas sensações intoleráveis são chamadas de elementos-beta. 1999). A dita função continente da mãe. que constituem matéria-prima para a crescente evolução da capacidade para pensar. 1999).educapsico. dá um sentido às identificações. já que o resultado do desenvolvimento seria a constituição da própria continência e do aparelho psíquico do bebê. Assim. o “menos ódio” (-H) do sentimento de amor. a mãe é introjetada pela criança como quem a destitui dos objetos bons e a obriga a ficar com os objetos maus. 1999). Se a capacidade de rêverie da mãe for suficiente. Para tornar mais clara a compreensão. Segundo Zimerman (1999). como uma verdade definitiva (ZIMERMAN. Bion ressalta o conflito entre as emoções e as antiemoções em um mesmo vínculo. já que os diversos tipos e graus de patologia psíquica dependem dos tipos e graus de defesa que o ego empreende para a negação do sofrimento. que não se pode hesitar em Karina O. Para exemplificar o “menos conhecimento” (-K). como o elo entre duas ou mais pessoas ou duas ou mais partes de uma mesma pessoa. Outro importante elemento psicanalítico proposto por Bion é o conceito de vínculo. de hate) e de Conhecimento (K. o vínculo pode se referir a qualquer função ou órgão que esteja encarregado de vincular objetos. sentimentos e ideias. Ou seja. Do contrário. diferenciando.educapsico. tanto internas como externas. e o vínculo “menos amor” (-L) como diferente de sentir ódio (ZIMERMAN. Isto tem especial relevância na psicopatologia clínica. de knowledge). 1999). uns aos outros. está diretamente ligado à aceitação ou não das verdades. 1999). mas de modo a sufocá-lo numa relação simbiótica e possessiva.br las. pode-se observar o “ataque às verdades” comumente empregado pela “parte psicótica da personalidade”. Bion então descreve os vínculos de Amor (L. caracterizando o -L (e não propriamente um sentimento de ódio). inicial de love). o teor da obra de Bion é tão autêntico em suas proposições teóricas e práticas ao trabalho clínico. contrariando leis da lógica e da natureza e impondo-as a todo custo aos outros. a criança desenvolve um vínculo +K. podemos pensar que o “menos amor” alude a uma emoção de oposição ao amor: uma mãe pode amar intensamente o seu filho. porque seu amor cheio de sacrifícios pessoais e renúncia ao prazer próprio resulta negativamente como um infantilizador.com. como pode aprender a modificar a realidade. em que o sujeito pode chegar a construir a sua própria verdade. através da atividade do pensar e do conhecer (ZIMERMAN. O vínculo de Conhecimento. no lugar do conflito clássico entre amor e ódio. de modo que os três podem ser sinalizados de forma positiva (+) ou negativa (-). por exemplo. tendo condições de aprender com as experiências positivas e negativas (frustrações). e assim pode resultar num vínculo -K.www. e que dizem respeito mais aos problemas de autoestima dos indivíduos. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 114 . Estes elos são sempre de natureza emocional e imanentes ao indivíduo (inatos). de Ódio (H. sobre o qual Bion mais se deteve. se submetidas a alguma forma de abandono prolongado ou a uma longa hospitalização. Este termo designa um estado depressivo da criança. emigrou para os Estados Unidos. Em 1938. depois de ter-se estabelecido um bom Karina O. e crianças criadas em orfanatos em que.1. menor resistência às doenças e.www. 2001).educapsico.6 Spitz: Efeitos Nocivos da Privação Materna Nascido em Viena. COBRA. careciam de qualquer contato humano caloroso durante grande parte do dia. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 115 . onde se formou em Medicina e foi encaminhado por Ferenczi a uma análise didática com Freud. No orfanato. Outro fenômeno também descrito por Spitz é a depressão anaclítica. sendo a relação entre mãe e filho de fundamental importância durante o primeiro ano.com. atraso da linguagem. Spitz afirma que crianças até 18 meses de idade. organizado e limpo. apesar de receberem cuidados de higiene e alimentação adequados.. 6. entram num estado de apatia e de morte (ZIMERMAN. Dessa forma.. “As privações em outras áreas como no raio da percepção ou locomoção podem todas ser compensadas por relações mãe e filho adequadas”. 60). prejuízo da motricidade fina. Spitz comparou o desenvolvimento psicoafetivo de duas populações de crianças: filhos de mães em uma instituição penitenciária onde recebiam cuidado materno durante o dia com o auxílio de uma enfermeira. em 1911. onde se via desenvolvimento acelerado e sadio (BÖING. contrastando fortemente com o quadro do berçário da prisão de mulheres. apresentam uma profunda alteração física e psíquica denominada hospitalismo. Spitz concluiu que a falta de contato materno era o fator responsável do prejuízo no desenvolvimento nas crianças do orfanato. as crianças mostravam um sensível retardamento em seu desenvolvimento mental e progressiva debilidade física. 1998). 2001). dificuldade de adaptação. em casos mais graves. CREPALDI. privadas dos cuidados maternos.] um verdadeiro inovador das contemporâneas concepções psicanalíticas” (p. decorrente do afastamento súbito e prolongado da mãe. em família húngara.br reconhecê-lo como “[. uma apatia generalizada. que se desenvolve progressivamente e se manifesta por sintomas clínicos tais como: atraso do desenvolvimento corporal. onde exerceu atividades clínicas e pesquisas (ZIMERMAN.3. 1998). Spitz (1887–1974) passou parte de sua vida em Budapeste. René A. diz Spitz (apud COBRA. 2004. Nestes casos de crianças que. Constituindo-se como um esquema de comportamento. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 116 . como pontos nodais das transformações: o sorriso espontâneo. Contudo.www.com. a comunicação se faz por meio de sinais cinestésicos no quadro do “clima afetivo” que se constrói entre eles. para isso. por volta dos 2anos de idade (ZIMERMAN. 2001). pelo fato de que a depressão abala o sistema imunológico. facilitando o aparecimento de doenças infecciosas (ZIMERMAN. O fenômeno da resposta de sorriso é não somente o indicador de um afeto (manifestação da atividade pulsional subjacente).educapsico. formando-se. sem a presença física da mãe. a depressão pode se agravar. isto é. Além de olhar para as patologias ligadas à ausência da mãe. 2001). situação esta característica da depressão anaclítica mais grave. Analogamente. Desse modo. já que este último é também de suma importância como catalisador do desenvolvimento da criança. aproximadamente ao 3º mês. na maior parte das vezes a situação volta ao normal. embora bem tratadas. a angústia do 8º mês e a capacidade de dizer não. torna-se capaz de utilizar o sorriso como resposta. o desenvolvimento da criança passa por três organizadores. pois pressupõe traços mnêmicos iniciais. É o entrecruzamento entre estas duas pulsões que leva a criança a dirigir-se à pessoa Karina O. e. podemos observar a maior incidência de adoecimento e morte. no qual as experiências repetidas de situações de prazer e desprazer irão possibilitar a manifestação dos primeiros afetos de prazer por meio do sorriso. Caso contrário. formula o conceito de organizador. o referido hospitalismo (ZIMERMAN. a criança. o sorriso surge a partir do estabelecimento de uma comunicação e inter-relação entre mãe e bebê. Na embriologia. o afeto de prazer não deve prevalecer sobre o desprazer. Spitz também busca a compreensão dos fatores constitutivos do processo de maturação e desenvolvimento da criança. o grupo de células organizadoras se diferencia das outras por ser portador de uma informação genética capaz de induzir um desenvolvimento especifico. Evoluindo de um estado passivo para um estado ativo.br vínculo. assim. ficam por longo tempo internadas em creches ou hospitais. ou afetos de desprazer pelo choro. Quando a mãe retorna. no momento em que passa a efetuar ações dirigidas. 2001). mas também a modalidade de operar dos primeiros processos de pensamento. o protótipo de base de todas as relações sociais posteriores. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 117 . o “não” etc. sendo o início da comunicação verbal num período de nítida obstinação. o primeiro abstrato adquirido pela criança e sua primeira expressão simbólica intencional e dirigida. imitação e identificação denotam uma crescente autonomia em relação à mãe. Karina O. indicando a passagem para a abertura social. Este momento marca o surgimento de importantes transformações no desenvolvimento – a criança progride nos setores: perceptivo. e exprime sua agressividade em relação à mãe. 2008). Essa situação caracteriza a chamada “angústia do 8º mês”.educapsico. dessa forma. compara seu rosto com os traços mnêmicos do rosto familiar da mãe e reage por um comportamento de recusa e/ou choro. a criança sente que a mãe a abandonou. Por conseguinte. com interdições pelo gesto e pela voz (aceno negativo da cabeça. no 2º ano de vida (DUQUE. O fato de 16 Percepção circunscrita/localizada. dotada de intensidade. Da mesma forma. 2008). Para resolver essa tensão. 2008). também conhecida como “medo do estranho”. A criança se vê então num conflito entre sua vinculação libidinal com a mãe e o medo de lhe desagradar e perdê-la.br mais fortemente investida de afeto. surge o mecanismo de identificação com o frustrador (com o objeto libidinal). permite o progressivo surgimento da autonomia e possibilita também o início das verdadeiras relações de objeto (DUQUE. esquemas de ação. motor e afetivo (DUQUE. No 8º mês. o que pode ser observado quando o bebê encontra-se perante um desconhecido. a aquisição do não também marca tal passagem. a criança já possui uma capacidade de diferenciação perceptiva diacrítica16 bem desenvolvida. que posteriormente evolui por intermédio dos órgãos sensoriais periféricos (córtex). Tal angústia é um indicador do segundo organizador psíquico. revelando o estabelecimento de uma verdadeira relação objetal. uma angústia da perda do objeto.www.). O “não” é. que conduzem aos processos cognitivos/conscientes (DUQUE. 2008). este aceno negativo com a cabeça transforma-se no indicador do terceiro organizador psíquico. A partir do momento em que a criança torna-se capaz de atribuir ao gesto um conteúdo ideativo. privilegiado em termos visuais e afetivos. e assim a criança incorpora as interdições no Ego já constituído e operante. pois a mãe já está interiorizada e tornou-se um objeto libidinal. A autonomia crescente da criança no fim do 1º ano exige que a mãe responda de forma diferente à conduta do filho.com. Diante do contato eminente com um rosto estranho. um significado compartilhado socialmente. marcando o funcionamento psíquico pelo Princípio de Realidade. eles precisam lutar com a adolescência. que é uma criatura um pouco monstruosa. 2001).www. 8-9) Karina O. eczema infantil.1. sustentada pela imaginação de todos. Batalham com seus corpos. As investigações de Spitz permitiram-lhe descobertas fundamentais sobre os fenômenos patológicos na infância. Mas.educapsico. explicar como isso nos afeta a todos (CALLIGARIS. a adolescência se constituiria enquanto um período de moratória. psicanalista e colunista. De acordo com Calligaris (2000): “Nossos adolescentes amam. além disso. quando esta mãe se mostra insuficiente quantitativa e qualitativamente. 6. estudam.br que a criança possa dizer não representa uma função estruturante necessária para que inicie a construção da noção de direito à propriedade e uma abertura para o caminho de sua emancipação (ZIMERMAN. 2008). Como se diz hoje. eles se procuram e eventualmente se acham. Tais perturbações se manifestam por problemas diversos. adolescentes e pais. como o coma do recémnascido. cólica do 3º mês.3. num momento evidente de culto a esse período da vida e. Lidam com as dificuldades de crescer no quadro complicado da família moderna. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 118 . brigam. Contardo Calligaris propõe analisar a adolescência e suas implicações na sociedade atual como um mito criado no início do século XX e uma das formações culturais mais poderosas de nossa época. mais que isso.com.7 O Adolescente Segundo Calligaris Doutor em Psicologia Cínica. trabalham. 2000). Sendo uma criação social relativamente recente.” (p. no qual uma pessoa fisicamente adulta é deliberadamente impedida de entrar na sociedade dos adultos. Caberia então entender como os jovens chegam hoje à adolescência. referentes às perturbações da relação mãe/filho. e são denominadas afecções psicotóxicas (DUQUE. que se esticam e se transformam. pelas próprias manifestações de gostos. a rapidez das mudanças na modernidade torna problemática a transmissão de uma tradição de pais para filhos adolescentes.educapsico.” (CALLIGARIS. como possibilidade do impossível sucesso que faltou aos adultos. se constituir. a imagem da infância funciona para os adultos como um consolo. p. se inventar.. ela coloca pessoas potencialmente capazes de agir no mundo.. 68). dinheiro. vontades e prazeres diferentes da infância: o sexo. 78) Um dos fatores que inevitavelmente possibilitou a invenção da adolescência foi o prolongamento da infância. No entanto.com. 2000.] Erikson entende a crise da adolescência como efeito dos nossos tempos. Para ele.br A adolescência seria então o prisma pelo qual os adultos olham os adolescentes e pelo qual os próprios adolescentes se contemplam. Estes devem. O paradoxo em que o adulto se encontra ao perceber “as crianças” tornandose “um pouco mais crescidas”. Na cultura ocidental burguesa. p.. sem referências estáveis. a adolescência é entendida como um derivativo da infância moderna: a promessa da infância como uma imagem para os sonhos adultos estende-se agora à procura desta imagem na adolescência. Também foi um dos raros a perceber que a crise da adolescência se tornava muito difícil de administrar. estes jovens se aproximam cada vez mais dos adultos. que dessa forma oferece ao adulto “[. isto é. Assim. submetidos a uma moratória: “[.] um espelho para contemplar a satisfação de nossos ávidos desejos. os “adolescentes”. 2000.www. uma promessa que se desloca para uma imagem da adolescência feliz. considerada um momento preparatório para o alcance do triunfo social. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação . Erikson foi o primeiro a usar o termo “moratória” para falar de adolescência. portanto. já que o mesmo tipo de crise começava a assolar os adultos modernos. bens de consumo etc. Há a insistência em mantê-los protegidos e felizes. se por algum milagre pudéssemos deixar de lado os deveres e as obrigações básicas que nos constrangem” (CALLIGARIS. se expressa nas atitudes em relação a essas pessoas jovens.. 119 Karina O. pela maturação corpórea. Ainda assim. desprovidos de obrigações e responsabilidades. num mundo infantil. nas últimas décadas. Neste sentido. pelo qual os adultos podem acionar seus desejos de ser ou vir a ser felizes. como uma cópia de seu próprio estereótipo. ou melhor. Calligaris (2000) constata que. Por sua vez. Os adultos desejam ser adolescentes.. Contudo. inocentes.br Em outras palavras. o lugar do sonho dos adultos. aos poucos..com. despreocupados.educapsico. não significaria nenhuma promoção. 73). ser rebelde. Crescer. vestindo-se à imagem dos adolescentes. além de se constituir como uma moratória imposta que contradiz valores sociais cruciais como o “ideal de autonomia”. se tornar adulto. Calligaris afirma que o adolescente torna-se um ideal para si mesmo. independência. a adolescência. Karina O. segundo Calligaris (2000). do adolescente ideal dos adultos que as vestem. e assim seguir ocupando o centro de nossa cultura. 2002). A maturidade não traria para este adolescente nenhum sentido de emancipação. Consistiria em sair do ideal de todos para se tornar um adulto que só sonha com a adolescência.” (p. não há lugar para a necessidade de crescer e se tornar adulto.www. uma vez que os próprios adultos querem ser adolescentes. os adultos comumente se fantasiam do mesmo jeito. e tende a marginalizar-se. a passagem para a vida adulta torna-se um enigma. as crianças perderam sua especificidade estética.] É o ideal coletivo que espreita qualquer cultura que recusa a tradição e idealiza liberdade. é também uma sofrida privação de reconhecimento e independência pelo adolescente. 74) Ao compreender a adolescência a partir desse ideal global dentro da sociedade moderna. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 120 . insubordinação etc. tornaram-se o ideal dos adultos (CARDOZO.” (CALLIGARIS. pois a adolescência. estes. 2000. isto é. “[. numa transição cuja duração é indefinida. Esse predomínio da estética adolescente perpassa então todas as idades e atravessa continentes.. “A adolescência [.. Neste sentido. p. como crianças. que hoje toma o lugar da infância no imaginário ocidental. Em nossa cultura.] não precisa acabar. é mais que um ideal comparativo: é principalmente um ideal de identificação. a infância acaba sendo um ideal comparativo. que eu desobedeça e afirme minha independência. é impelido a agir em resposta à falta de reconhecimento que ele esperava dos adultos. são a chave de acesso ao estatuto que lhe é atribuído: ser adolescente. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 121 . p. em suma. na verdade. pesadelos ou espantalhos dos adultos” (p. então? Querem (segundo eles dizem) que eu aceite esta moratória. As condutas adolescentes. compreendem que este corresponde a coisas contraditórias. ao descobrir que a nova imagem projetada por seu corpo não lhe vale “naturalmente” o estatuto de adulto.br Nesse tempo indefinido. produzida por uma moratória que força o adolescente a tentar descobrir o que os adultos querem dele. 2000. 26) O autor afirma que: “O fato é que a adolescência é uma interpretação de sonhos adultos. realizando assim seus ideais?’” (CALLIGARIS. segundo Calligaris (2000).. (CALLIGARIS. e o adolescente se vê numa encruzilhada. 33) O adolescente. No mínimo.educapsico. são tão variadas quanto os sonhos e os desejos reprimidos dos adultos. “Querem que ele seja autônomo e lhe recusam essa autonomia. É legítimo que o adolescente se pergunte: ‘Mas o que eles querem de mim. procura novas formas de ser no mundo. como bons intérpretes do desejo adulto.] são ao mesmo tempo concreções da rebeldia extrema dos adolescentes e sonhos. manifestando comportamentos que. transgridem a vontade explícita dos adultos”. Querem que persiga o sucesso social e amoroso e lhe pedem que postergue esses esforços para ‘se preparar’ melhor. 35).www. ou preferem.com. Nestas circunstâncias.. Tais comportamentos “[. p. O adolescente pode encontrar e construir respostas muito diferentes a essa investigação. os adolescentes questionam as expectativas adultas e. 2000. Karina O. Deste modo. Por isso elas parecem (e talvez sejam) todas transgressoras. Eles transgridem para serem reconhecidos. tendo em vista as outras perspectivas vigentes. colocando-se na busca do reconhecimento de sua identidade. futuro (o que vai definir. behavioristas e sociológicas entendiam a moralidade como algo imposto de fora para dentro.educapsico. No entanto. como uma imposição social arbitrária de valores. Elas podem estar entre o sonho (afinal. o pesadelo (são desejos que estariam melhor esquecidos) e o espantalho (são desejos que talvez voltem para se vingar de quem os reprimiu).” (CALLIGARIS. representaram uma grande mudança teórica. 2002).br “[. Em 1948.. pretendendo tornar-se psicólogo clínico.1. sua contribuição à Psicologia do Desenvolvimento foram suas pesquisas sobre o desenvolvimento moral de crianças e adolescentes. o adolescente é a atuação de desejos dos adultos). 2002). as proposições teóricas de Piaget e Kohlberg levam a uma nova concepção do sujeito autônomo. 6. filho de família judaica. presente (o que vive). de forma que Karina O.com.. Fortemente influenciado pela teoria moral de Piaget. 2000. Contudo. chegando a valores universais: a sequência de estágios é invariante.] a adolescência é uma imagem ou uma série de imagens que muito pesa sobre a vida dos próprios adolescentes. para reconhecê-los. p.www. onde se formou em bacharelado e prosseguiu na pós-graduação. e assim transita por uma linha temporal cheia de interrupções: o passado (infância. a sequência invariante dos estágios e a ideia do universalismo da moral. o desconhecido) (CARDOZO. Sua visão estruturalista. Segundo Biaggio (2002). Foi professor da Universidade de Harvard até sua morte (BIAGGIO. Kohlberg identificou em suas pesquisas estágios do desenvolvimento moral. e os adultos. constroem visões da adolescência. que perdeu). 35) Sendo assim.4 Kohlberg e o Desenvolvimento Moral Lawrence Kohlberg (1927–1987) nasceu em Nova York. o adolescente se vê em permanente embate. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 122 . considerava-se que as teorias psicológicas psicanalistas. matriculou-se na Universidade de Chicago. ou seja. independentemente de diferenças culturais.br todas as pessoas. embora nem todas atinjam os estágios mais elevados. Heinz assaltou a loja para roubar o remédio (BIAGGIO. 123 Karina O. os estágios propostos refletem maneiras de raciocinar e não conteúdos morais. a criança desenvolve gradualmente sua visão de mundo e da moral. ainda assim deveria ter roubado o medicamento? E se fosse um amigo/um estranho/ m animal doméstico? As pessoas devem fazer tudo para obedecer à lei? Assim. Kohlberg desenvolveu um modelo de entrevista clínica à semelhança do método de Piaget. Desesperado. foram elaboradas diversas versões do manual de aplicação da pesquisa. A partir deste procedimento de avaliação. ao que o farmacêutico respondeu negativamente. 2002). seguindo-se outras perguntas como: e se Heinz não gostasse da mulher. Diante deste dilema. ao avaliar o julgamento moral dos sujeitos de suas pesquisas. que pode se configurar como puro ou misto. entendida como moral universal. que trata do roubo de um remédio por parte do marido para salvar a vida da mulher gravemente enferma devido a um câncer. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação . No entanto. Assim. Esta avaliação do estágio predominante do desenvolvimento moral era feita pela análise de respostas a dilemas morais.com. de acordo com uma moral da justiça. passam pela mesma sequência de estágios. 2002). em que o único remédio que poderia salvá-la era vendido a dez vezes o preço da fábrica por um farmacêutico mercenário. Conseguindo juntar algo em torno da metade do preço cobrado. sem a intenção de se constituir em teste psicológico. a classificação de acordo com os estágios correspondia à estrutura lógica das respostas dadas aos dilemas morais. já que as pessoas não respondem a todas as questões de forma consistente no mesmo estágio (BIAGGIO. pode-se chegar a um estágio global. para obedecer a critérios de fidedignidade do instrumento (Entrevista de Julgamento Moral). dentre os quais o famoso dilema de Heinz. importando mais a justificativa dada pelos sujeitos do que propriamente a decisão tomada diante do problema. Heinz pediu que o remédio lhe fosse vendido a um preço menor ou que pudesse pagar o restante depois. inicialmente. os sujeitos eram indagados se o marido deveria ter roubado o remédio.educapsico.www. entre outros. é importante notar que a teoria de Kohlberg é estrutural. Para Kohlberg. Neste sentido. por outros. Seguiremos com a breve descrição dos diferentes níveis para posteriormente prosseguirmos com a exposição dos estágios (BIAGGIO. o ato é considerado bom. Característico de crianças com menos de 9 anos. o ato foi mau. O ato é julgado pelas consequências provocadas e não pelas intenções do sujeito. o desenvolvimento moral ocorre a partir de uma moral de autoridade imposta de fora. consequentemente. os seis estágios estão incluídos em três níveis: o pré-convencional (estágios 1 e 2). é característico da maioria dos adolescentes e adultos. o nível pré-convencional se refere a indivíduos que não conseguem entender e respeitar normas morais e expectativas compartilhadas. especialmente das autoridades. da própria consciência individual. O self identifica-se com as regras e expectativas dos outros. este indivíduo vê as regras como externas ao self. para uma moral autônoma. A perspectiva diferencia o self das regras e expectativas dos outros e define os valores morais em termos de princípios próprios. Os indivíduos julgam de acordo com seus princípios de consciência e não pela convenção.br A evolução do julgamento moral tem por base a dimensão da heteronomiaautonomia. Assim. denominado Orientação para a punição e obediência. alguns adolescentes e de muitos criminosos adolescentes e adultos. Do ponto de vista das relações entre self (eu) e as regras sociais. Se não é punida. o convencional. É uma fase dita pré-moral. o convencional (3 e 4) e o pós-convencional (estágios 5 e 6). se constitui por um conceito de moralidade definido em termos de suas consequências físicas para o agente. não havendo ainda uma internalização de princípios morais. passíveis de alteração. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 124 . é moralmente correta.com. No nível pós-convencional. e não da noção de igualdade e Karina O. Sendo assim. É o momento em que aparece o respeito à sociedade. O significado dado à ordem socialmoral corresponde ao status de poder e de posse. ela é moralmente errada. Se a ação é punida. afirmando o que se deve fazer em nome da aceitação grupal ou do respeito à ordem estabelecida. e corresponde ao nível da internalização dos princípios morais. alcançado por uma minoria de adultos. O indivíduo acredita que seu julgamento moral é correto. ou seja. ao bem-estar do grupo e às leis estabelecidas pelo grupo. do contrário. Dentro do nível pré-convencional. observa-se pela primeira vez o questionamento das leis estabelecidas e o reconhecimento de que tais leis podem ser injustas e.www. o estágio 1.educapsico. 2002). O nível seguinte. se a consequência leva ao castigo. O sexto estágio é o momento mais elevado do pensamento moral e. entre outros. Assim. Orientação para a lei e a ordem. em que a moral é relativa e vista como um meio. e sim como relacionada à ordem social vigente. 2002). as leis não são mais válidas por si mesmas. pelo fato de serem leis. o estágio 3 – Moralidade do bom garoto. Surge a concepção de equidade.br reciprocidade. o comportamento moralmente correto é o que leva à aprovação dos outros. este estágio constitui a moralidade da desobediência civil. No nível convencional. É um estágio marcado pelo egoísmo. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 125 . as leis e os costumes podem eventualmente ser injustos e devem ser mudados. no estágio 6. Hedonismo instrumental relativista. ao invés de se conformarem com o poder estabelecido por autoridades. não se coloca mais a questão da justiça como uma escolha pessoal moral. mas há dificuldade em imaginar-se em dois papéis distintos numa dada situação. Kohlberg exemplifica o pensamento neste estágio recorrendo a figuras históricas. um instrumento para a satisfação pessoal. deste modo. Kohlberg indica a relação entre o julgamento moral e comportamentos políticos. Princípios universais da consciência. No estágio 5. Por exemplo: “É papel de todo bom marido salvar a vida da sua mulher”. o indivíduo ainda assim resiste a tais leis. No estágio 2. No estágio 4 seguinte. mas de modo a concordar que seria justo dar mais a uma pessoa desamparada. enfim. Karina O.educapsico. apresentando-se o conformismo a estereótipos. dos mártires e revolucionários pacifistas.www. reconhece-se os princípios morais da consciência individual e age-se de acordo com eles. isto é. mas entre indivíduo e sistema social. Não sendo possível a transformação das leis injustas por vias democráticas e legais. chamado de Orientação para o contrato social. Segundo Biaggio (2002). Gandhi. como Jesus Cristo. não como igualdade absoluta. define-se a ação moralmente correta de acordo com o prazer ou satisfação das necessidades da pessoa (hedonismo). pelas vias legais e democráticas.com. há respeito pela autoridade. Compreende-se uma regra. Por fim. de aprovação social e relações interpessoais –. A justiça não é mais vista em termos das relações entre indivíduos. essenciais à transformação social (BIAGGIO. pelas regras fixas e manutenção da ordem social. de todos os que permanecem fiéis aos seus próprios princípios. Para estes indivíduos. Martin Luther King. www. PAULA.2. as habilidades espaço-visuais e a coordenação motora (F80-F89 TRANSTORNOS. 2010). escrita e habilidades matemáticas.com. elaborada por Roberta Alessandra Bernardino. 2 Distúrbios do Desenvolvimento 17 Os Distúrbios ou Transtornos do Desenvolvimento obrigatoriamente têm início na primeira ou segunda infância e comprometem ou retardam o desenvolvimento de funções ligadas à maturação biológica do sistema nervoso central. escolarização ou nível de inteligência. Essas dificuldades são intrínsecas ao indivíduo e presume-se disfunção do sistema nervoso central. o diagnóstico de Transtornos de Aprendizagem se dá quando os resultados de testes padronizados de leitura. 6.educapsico. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 126 . déficits neurológicos grosseiros. um termo genérico para designar um grupo heterogêneo de desordens.br 6. Deuschle. Donicht e Paula (2010) ressaltam que há controvérsias para designar distúrbios e dificuldades de aprendizagem. sem remissões nem recaídas. segundo Tuleski e Eidt (2007). atingem a linguagem. Na maioria dos casos. Karina O. O CID 10 preconiza que esses transtornos são manifestados por comprometimentos específicos e significativos no aprendizado de habilidades escolares. De acordo com o DSM-IV. psicóloga formada pela Unesp – Bauru/SP. 17 Texto extraído da Apostila Temática de Psicologia do Desenvolvimento. problemas de visão ou audição não corrigidos ou perturbações emocionais.1 Transtornos de Aprendizagem ou Transtornos Específicos do Desenvolvimento das Habilidades Escolares Distúrbio ou Transtorno de Aprendizagem é. fala. escrita e raciocínio matemático. como retardo mental. Eles não resultam diretamente de outros transtornos. embora possam ocorrer concomitantemente a estas situações (DEUSCHLE. manifestado por dificuldades de aquisição e uso de audição. DONICHT. expressão escrita e matemática estão abaixo do esperado para a idade. visto que há muitos sintomas e diversos fatores etiológicos quando se fala de aprendizado de leitura. Sua evolução é contínua. 2010). cursando MBA em Gestão de Pessoas (Universidades Anhanguera). 2. GREBB. Início obrigatoriamente na primeira ou segunda infância. os requisitos para o diagnóstico dos Transtornos de Aprendizagem são: Ausência de comprometimento intelectual.] as quais as habilidades sociais. Transtorno das Habilidades Matemáticas: Discalculia. Condições adequadas de escolarização. em 1943. Transtornos da escrita: Disgrafia e Disortografia. SADOCK.educapsico. fenilcetonúria.. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 127 .. utilização de poucas palavras em suas frases e dificuldade de compreender a fala de terceiros (FAGGIANI. 6.2 Transtornos Invasivos do Desenvolvimento Os transtornos invasivos do desenvolvimento são condições “[. 2004).. 1997). Os Transtornos Invasivos do Desenvolvimento são o Autismo.. o desenvolvimento da linguagem e o repertório comportamental esperados não se desenvolvem adequadamente ou são perdidos no início da infância” (KAPLAN.2. Karina O.br Segundo Deuschle.www. 2010). o Transtorno de Rett. Donicht e Paula (2010). rubéola congênita.1 Autismo O autismo foi primeiramente descrito por Kanner. GREBB. A etiologia no autismo associa-se a diversos fatores. o Transtorno Desintegrativo da Infância e o Transtorno de Asperger.2.com. como lesões neurológicas. esclerose tuberosa e Transtorno de Rett (SOUZA et al. neurológico evidente ou sensorial. 6. Segundo Faggiani (2010). Tanto o DSM-IV quanto o CID 10 subdividem os Transtornos de Aprendizagem em três tipos. 1997). 2004). Pode haver uso estereotipado e repetitivo ou uso idiossincrático da linguagem (SOUZA et al. A dificuldade na área da comunicação pode se manifestar por problema em desenvolver repertório verbal. o autismo é causado por uma alteração cerebral que resulta em dificuldade em três áreas: comunicação. que nomeou esta condição de autismo infantil precoce. quais sejam: Transtorno de Leitura: Dislexia. SADOCK. sendo o primeiro o mais comum (KAPLAN. relacionamento social e prejuízos na relação com o ambiente. 2010). em alguns casos. memória mecânica para poesias e nomes. não desenvolvem relações pessoais íntimas.prejuízo qualitativo na interação social.. Karina O. tendo que ser repetido várias vezes. OLIVEIRA. autolesivos. Estes indivíduos apresentam comportamento compulsivo e ritualista.br No relacionamento social. 2010).comportamentos e interesses restritivos e repetitivos. 2010).prejuízo qualitativo na comunicação verbal e não verbal. Kanner (1976. não abraçam e evitam contato visual (OLIVEIRA FILHO. os portadores de autismo apresentam boa memória para fatos de muitos anos antes. e no brinquedo imaginativo. resistem a mudanças e se prendem a objetos familiares (OLIVEIRA FILHO. ainda. Em sua relação com o ambiente.educapsico.www. Os indivíduos com autismo preferem ficar sozinhos. apud SOUZA et al. O desempenho intelectual em testes pode ser desigual. adesão inflexível a rotinas ou rituais específicos e não funcionais e preocupação persistente com partes de objetos (SOUZA et al. apresentam comportamentos repetitivos e. CALLIAS. indivíduos com autismo têm melhores resultados em itens de desempenho (habilidades motoras e espaciais) do que em itens verbais dos testes. OLIVEIRA. Geralmente. 2010). O retardo mental (QI abaixo de 70) está presente em cerca de 70%. 2010). provavelmente devido à busca de autoestimulação (FAGGIANI. pode apresentar baixa capacidade de compreensão do sentimento dos outros. 2010): . preferir objetos que giram ou televisão a contato com outras pessoas (FAGGIANI. .com. As crianças com autismo também têm dificuldade em organizar dados da percepção ou percebem o mundo de forma diferente (FAGGIANI. e facilidade para recordar minuciosamente formas completas e seus derivados. . 2004). Há. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 128 . A inteligência não se desenvolve de maneira normal.. OLIVEIRA. 2004) observou que. O diagnóstico do autismo se baseia em três critérios (BOSA. 2010). A lesão cerebral pode estar presente concomitantemente com autismo (OLIVEIRA FILHO. De 20% a 30% dos portadores de autismo têm QI inferior a 50 e especialmente nestes é comum a ocorrência de convulsões antes da adolescência. no entanto. Os indicadores são: . até os 12 anos de idade. . . Karina O. Oliveira Filho e Oliveira (2010) listam os indicadores para o diagnóstico de autismo e afirmam que pelo menos 50% dos itens devem estar presentes para que se faça este diagnóstico. .Aparenta angústia sem razão aparente. os sintomas de autismo aparecem no 1º ano e sempre antes dos 3 anos de idade.Aparente insensibilidade à dor. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 129 . Uma variante do autismo. 1996 apud BOSA. 2010).Dificuldade em juntar-se com outras pessoas. . CALLIAS. . com início tardio.www. resistência a mudar de rotina.Insistência com gestos idênticos. . . .Pequena resposta aos métodos normais de ensino.Não temer os perigos. OLIVEIRA.br Normalmente.com.Preferência por estar só. é chamada de “desordem pervasiva de início na infância” ou “autismo atípico”. . atua como se fosse surdo. Transtorno Obsessivo Compulsivo ou hiperatividade (OLIVEIRA FILHO. . É um distúrbio quatro vezes mais comum em meninos do que em meninas (OLIVEIRA FILHO. . .Não responde às ordens verbais. .Brinquedos muitas vezes interrompidos. conduta reservada.Risos e sorrisos inapropriados.Pode não querer abraços de carinho ou pode aconchegar-se carinhosamente. . Além dos mesmos sintomas.Faz girar os objetos. o indivíduo pode apresentar Síndrome de Tourette.Ecolalia (repetição de palavras ou frases). OLIVEIRA.Pouco contato visual.educapsico. 2010).Hiper ou hipoatividade física. porém as meninas tendem a ser mais severamente acometidas (WING. 2010). diminuição da interação social e isolamento. Geralmente. desaceleração do crescimento do perímetro craniano. irritabilidade.com. 2004). 2003).] perda total ou parcial das habilidades manuais adquiridas e da fala e com uma desaceleração do crescimento do crânio” (SOUZA et al.2.educapsico. o Transtorno de Rett se desenvolve nos seguintes estágios: 1) estagnação precoce (de 6 a 18 meses de idade): há uma parada do desenvolvimento. apraxia. A criança apresenta desenvolvimento normal até os 5 meses. crises convulsivas e distúrbio de sono comum. . inclusive do contato social. 2) rapidamente destrutivo (entre 1 e 3 anos. Com frequência.Habilidades motoras e atividades motoras finas desiguais. aerofagia e expulsão forçada de ar e saliva.Dificuldade em expressar suas necessidades. havendo. a perda das aptidões verbais. A fala é muito comprometida. são evidentes. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 130 .Apego inapropriado a objetos. posteriormente “[. 6. Segundo Hagberg e Witt-Engerström (1986 apud SHWARTZMAN. as crianças portadoras de Transtorno de Rett inicialmente recebem diagnóstico de autismo.www. a criança tem perda de fôlego. comportamento autista. espasticidade. perda da fala e surgimento de movimentos estereotipados das mãos com perda práxica. emprega gestos ou sinais para os objetos ao invés de usar palavras. Os distúrbios motores. em muitos casos. é ausente e. Karina O. escoliose e bruxismo. se a criança chega a falar. 2004).2.2 Transtorno de Rett O Transtorno de Rett é mais comum entre crianças do sexo feminino. e . Os sinais iniciais são hipotonia e dificuldade de engatinhar. porém. disfunções respiratórias. os problemas respiratórios e a desaceleração do desenvolvimento craniano diferenciam este transtorno do autismo (SOUZA et AL.. choro imotivado. esta capacidade é perdida (SHWARTZMAN. 2003).br . durando semanas ou meses): caracteriza-se por regressão psicomotora rápida.. como ataxia.. 3) pseudoestacionário (de 2 a 10 anos de idade): ocorre melhora de alguns sintomas.. chegase a um status quo.10 Transtorno Desintegrativo da Infância – DSM-IV. sendo o início insidioso ou abrupto.00 Transtorno Autista – DSM-IV. repetitivos e estereotipados de comportamento.www.educapsico. mas antes dos 10 anos. Geralmente. dos relacionamentos sociais. 131 Karina O.com. A epilepsia é menos importante. Depois de uma regressão dramática. interesse e atividade. no entanto. Após 2 anos de desenvolvimento normal. este transtorno está associado a retardo mental severo (299. os sinais do autismo aparecem já no 1º ano de vida (F84. 2010). há uma regressão pronunciada em múltiplas áreas de funcionamento. é visível durante toda a vida do sujeito (MERCADANTE. 2010). Isso ocorre após os 2 anos de idade. nos quais há desenvolvimento de comunicação verbal e não verbal. mas sem que haja deterioração continuada nem progresso. Enquanto no primeiro há desenvolvimento normal até os 2 anos de idade. 2010).2. Também é chamado Síndrome de Heller. Demência Infantil ou Psicose Desintegrativa (299. 2003). As poucas crianças que ainda conseguem andar poderão ter prejuízo crescente e precisar de cadeira de rodas. 2003). A sobrevida do portador de Transtorno de Rett pode ser limitada e a morte geralmente ocorre por quadro infeccioso ou de forma súbita durante o sono. geralmente entre os 3 e 4 anos. O problema respiratório crônico em decorrência de problemas secundários à escoliose diminui a qualidade de vida e a sobrevida (SHWARTZMAN.10 Transtorno Desintegrativo da Infância – DSM-IV. escoliose e deficiência mental severa.br 4) deterioração motora tardia (aproximadamente 10 anos de idade): há uma progressão lenta dos déficits motores.0 . Há prejuízos na interação social e na comunicação e padrões restritos.2. É uma condição mais comum entre crianças do sexo masculino. O Transtorno Desintegrativo da Infância se diferencia do autismo pela idade do surgimento.299. VAN DER GAAB. 6. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação .3 Transtorno Desintegrativo da Infância O Transtorno Desintegrativo da Infância é uma condição bastante rara que se caracteriza por perdas sociais e comunicativas proeminentes. O impacto. dos jogos e do comportamento adaptativo próprio da idade. SHWARTZMAN. 2. porém é incapaz de utilizar-se disso em um contexto social.4 Transtorno de Asperger O Transtorno de Asperger caracteriza-se por anormalidades em três áreas: interação social. São eles: aumento de atividade. incoerente. falta de ajustamento ao ambiente social. O foco de sua fala é seus interesses. TENENBAUM. controle intestinal ou vesical. em monólogos e. com alguma nuance e inflexão da voz (TEIXEIRA. 2010). Os sintomas estão presentes desde o nascimento ou a partir dos 3 anos de idade (PEREIRA.educapsico. A prevalência maior é entre crianças do sexo masculino (KLIN. 2010). 2010). Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 132 . com tendência ao formalismo.com. falando em tom monocórdico. 2010). após. o que os diferencia é que o portador de Transtorno de Asperger apresenta alta habilidade cognitiva ou. e função de linguagem normal (TEIXEIRA. Sua fala é prolixa. 2010). uso da linguagem para comunicação e características repetitivas ou perseverativas sobre um número limitado de interesses. é pobre. bem como sua empatia. O indivíduo tende a intelectualizar emoções. às vezes. presentes nesta condição (KLIN. Karina O. e. no mínimo. irritabilidade e ansiedade. 2010). as anormalidades de linguagem presentes no Transtorno de Asperger são: Prosódia pobre: padrão de entonação restrita.2. jogos ou habilidades motoras. perda da fala e de outras habilidades já adquiridas. QI na média. que costumam ser pouco usuais (KLIN. Outra diferença é o desenvolvimento normal das habilidades de autocuidado e a curiosidade sobre o ambiente. O aspecto não verbal. 6. velocidade incomum ou falta de fluência. habilidades sociais ou comportamento adaptativo. em relação a gestos e tom afetivo de voz. modulação pobre de volume. Embora os sintomas sejam semelhantes aos do autismo.www.br O diagnóstico se dá após observação de perdas em pelo menos duas das seguintes áreas: linguagem expressiva ou receptiva. Segundo Klin (2010). Alguns sinais ajudam a prever o início de Transtorno Desintegrativo da Infância. A criança com Transtorno de Asperger tem extremo comando de linguagem e vocabulário elaborado. mas pode não chegar a um ponto de conclusão. TENENBAUM. mas sua abordagem desajeitada e insensibilidade em relação a sentimentos e intenções dos outros frustram a sua intenção. Apresenta padrão elevado de habilidade auditiva e verbal. O indivíduo pode descrever corretamente as emoções. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 133 . Elas costumam ser socialmente isoladas. Tem forte apego às regras formais do comportamento e às rígidas convenções sociais (KLIN. 2010). Podem buscar amizades. de forma intensa. como abrir garrafas. Karina O. A memória é excelente e usada para decorar tudo sobre assuntos não usuais (PEREIRA. há déficit em habilidades visuomotora e visuoperceptual e no aprendizado conceitual (KLIN. orientação pelo nome quando chamado. porém não inibidas na presença de outros. Verbosidade: pode falar muito sobre seu assunto de interesse.educapsico. 2010). o que é chamado hiperlexia. Outras características presentes no Transtorno de Asperger são: dificuldade de mostrar objetos.- www.com. No entanto. frustrando. 2010). ecolalia. TENENBAUM. a criança é visivelmente desajeitada e com coordenação pobre. sem se importar com a pessoa que está ouvindo. incapacidade de brincar de “faz de conta”. Esta frustração social pode resultar em transtorno de ansiedade e de humor. mas predomina conteúdo de intercâmbio social. No entanto. têm interesses sociais e participam de brincadeiras conjuntas (PEREIRA. - Estas crianças têm dificuldade em fazer contato visual e de se colocar no lugar do outro. o uso da terceira pessoa em vez da primeira para referir-se a si. Fala muito. dificuldade para abstrair duplo sentido ou metáfora. tentativas de comentário ou mudança de assunto. Decora grande quantidade de informação sobre um tópico.br Fala tangencial e circunstancial: frouxidão de associações e incoerência por conta de conversação em monólogo. O tópico pode mudar. ainda. Frequentemente. Além disso. agarrar bolas. porém é incapaz de atuar de acordo com esta informação de maneira intuitiva e espontânea. que precisam de tratamento. incapacidade de fornecer origem de comentários e não supressão da voz em pensamentos introspectivos. a criança pode aprender a ler sozinha. Pode haver atraso na aquisição de habilidades motoras. podendo andar arqueada ou aos saltos e com postura bizarra. rigidez de significado (dificuldade em associar vários significados a um único significante). e aprendizagem repetitiva. escalar brinquedos etc. 2010). 5 Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um transtorno do desenvolvimento de atenção (BARKLEY.br 6. no qual estão presentes seis dos nove sintomas de hiperatividade e/ou impulsividade. Segundo Rizo e Rangé (2003). domésticas ou profissionais. agitação excessiva e autorregulação de impulsos. RANGÉ. As crianças com TDAH começam a deixar de ser levadas Karina O. no qual há seis ou mais sintomas de desatenção. mudar regras de jogos para se beneficiarem. além de seis ou mais sintomas de hiperatividade/impulsividade. falar muito.2. estar frequentemente “a mil”. não seguir instruções nem terminar tarefas escolares. dificuldade em esperar a vez. interromper ou se intrometer em assuntos dos outros. há três tipos de TDAH: 1) Tipo Desatento. 3) Tipo Combinado.2. dificuldade em brincar ou realizar atividades de lazer silenciosamente. RANGÉ. levantar-se quando se espera que o indivíduo fique sentado. alta competitividade. no qual estão presentes seis entre os seguintes sintomas: dificuldade de prestar atenção a detalhes ou erros por descuido no trabalho e em atividades escolares. 2002) e apresenta-se como uma disfunção em três áreas: sustentação. ter dificuldade para manter atenção em tarefas e atividades lúdicas. correr ou escalar em demasia ou em momentos inoportunos. perder objetos necessários para a execução de atividades. A criança com TDAH costuma ter baixa tolerância à frustração. Os sintomas de impulsividade são: responder antes que a pergunta esteja terminada. dificuldade em organizar atividades ou tarefas. ter esquecimentos em atividades diárias.com. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 134 . Os sintomas de hiperatividade são: agitar as mãos e os pés. podendo causar prejuízos no desenvolvimento psicossocial e acadêmico (RIZO. os sintomas de TDAH costumam ter impactos na vida social do indivíduo. 2003). evitar ou relutar em engajar-se em atividades que exijam esforço mental constante. distrair-se por estímulos alheios à tarefa. parecer não ouvir quando falam com a pessoa.www. Segundo Rizo e Rangé (2003). ter dificuldade em compartilhar brinquedos e não se importar com o que as outras crianças querem fazer (RIZO.educapsico. ou remexer-se na cadeira. 2) Tipo Hiperativo/Impulsivo. 2003). com. uma técnica que há pouco tempo passou por rechaços e. uma vez que os testes psicológicos percorreram um grande caminho na caracterização da Psicologia enquanto ciência. Por isso. além de referirse à importância. aos objetivos e às etapas do processo psicodiagnóstico. ainda. dificuldade de filtrar distratores. os testes auxiliam a 18 Item extraído da Apostila Temática de Psicodiagnóstico e Testes. mas também pequenos grupos menos típicos. indo do ponto de vista psicológico. são mais propensos a sofrer ações disciplinares. Os testes psicológicos não consistem em 100% de neutralidade e eficácia em seus resultados.br a passeios por seus pais e de serem convidadas para festas e brincadeiras por outras crianças. trabalhando-se com estudos de grandes populações. domínio da aplicação e da avaliação. 6. como também. filosófico e social que influenciaram a psicologia”. Foram criados e usados inicialmente para analisar e determinar diferenças individuais. sua utilização é muito mais ampliada. tem adquirido importância não só nos concursos públicos e processos seletivos. nas diversas áreas de atuação do profissional psicólogo. Neste ambiente. o que não significa que os mesmos devam ser dispensados. sendo atendidas as pré-condições de sua aplicação e o psicólogo examinador tenha conhecimento. elaborado por Luciana Esgalha Carnier. agem de maneira impulsiva. Unesp – Bauru/SP – Linha de Pesquisa: Desenvolvimento: Comportamento e Saúde. o que torna suas anotações confusas. de sustentar atenção e de organizar-se. educacional. uma vez que. “qualquer posição extremista em relação aos testes psicológicos mostrará a falta de informação do momento histórico. e. hoje. têm. aborrecem os adultos por sua desatenção hiperatividade e impulsividade. passíveis de generalizações. sociológico até o cultural. respondendo antes do fim da pergunta e mudando de tópico antes de terminar o anterior. entediam-se com a condição de permanecer por muito tempo no mesmo lugar fazendo tarefas que não lhes atrai. Karina O. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 135 . atualmente.3 Avaliação Psicológica: fundamentos da medida psicológica18 Este item traz um breve histórico sobre a avaliação psicológica. Na vida familiar. Psicóloga formada pela Unesp – Bauru/SP. têm conflitos com irmãos. após uma revisão de seu “fazer”. Formiga e Mello (2000) afirmam que.educapsico. Mestranda em Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem. atualmente. esquecem o que já estudaram. Na escola.www. Possui aprimoramento em Psicologia Hospitalar em Pediatria. . e não o único recurso que auxilia o profissional na compreensão e no fechamento das considerações a respeito de um examinando. Suas estratégias aplicam-se a diversas abordagens e recursos disponíveis para o processo de avaliação (CUNHA. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 136 . de acordo com a demanda e os fins aos quais a avaliação destina-se (CRP-SP. requer metodologias específicas. Definição e Caracterização De acordo com o Dicionário Aurélio (1999).br eliminar boa parte da “contaminação” subjetiva da sua percepção e julgamento.educapsico. avaliação psicológica e/ou psicodiagnóstico (SILVA. englobando em si o psicodiagnóstico.. o conceito de avaliação psicológica é muito amplo. Ela é dinâmica e constitui-se em fonte de informações de caráter explicativo sobre os fenômenos psicológicos.” (p. É importante ressaltar a condição dos testes como mais um.] um exame de caráter compreensivo efetuado para responder questões específicas quanto ao funcionamento psíquico adaptado ou não de uma pessoa durante um período específico de tempo ou para predizer o funcionamento psicológico da pessoa no futuro. Este seria uma avaliação psicológica de Karina O. desta forma. O termo avaliação é abrangente e nos remete a diferentes conceitos. sustentem o processo de tomada de decisão em algum contexto específico no qual a decisão precisa levar em consideração informações sobre o funcionamento psicológico.www. Avaliação psicológica. 1. 2. com a finalidade de subsidiar os trabalhos nos diferentes campos de atuação do psicólogo.com. 3. s. A avaliação deve fornecer informações cientificamente fundamentadas tais que orientem. Ato ou efeito de avaliar (-se). seja em processo seletivo. 44) Segundo Cunha (2000). 2000). sugiram. Trata-se de um estudo que requer um planejamento prévio e cuidadoso. análise. é: “[. para o Conselho Federal de Psicologia.d. Apreciação. 2008).). de acordo com cada área do conhecimento. a avaliação psicológica é um processo técnico e científico realizado com pessoas ou grupos de pessoas que. avaliação refere-se a: “sf. Valor determinado pelos avaliadores”. para Alchieri e Noronha (2004). tem-se que o mesmo se dá em uma situação bipessoal. identificar e avaliar aspectos específicos. que utiliza técnicas e testes psicológicos. neurologistas etc. Sua duração é limitada e seu objetivo é conseguir. determinando-se quais dados devem ser apresentados para que seja possível a oferta de subsídios para recomendações e/ou decisões (CUNHA.educapsico. A fim de caracterizar este processo. seja para classificar o caso e prever seu curso possível. os resultados são comunicados. com papéis bastante definidos e com um contrato. 2000). 2000). de forma mais completa possível. mas com menor frequência. em nível individual ou não. descrever e compreender. Há também. que encaminham seus clientes. limitado no tempo. com passos e técnicas predeterminadas e objetivos específicos (CUNHA. comunicando os resultados. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 137 . atentar-se para a finalidade da investigação. como um processo científico. assim. casos de procura espontânea do paciente ou familiar. e não abarcaria todos os modelos possíveis de avaliação psicológica. É importante ainda salientar a qual público o psicólogo que realiza psicodiagnóstico atende. a quem de direito. 2000). advogados.br finalidade clínica. abrangendo aspectos passados. se for o caso”. seja para entender problemas à luz de pressupostos teóricos. na base dos quais são propostas soluções. por fim. faz-se uma inter-relação destes com as informações obtidas a partir das hipóteses iniciais. Para tanto. identificar forças e fraquezas no funcionamento psicológico (CUNHA. assim. geralmente. presentes e futuros desta personalidade (OCAMPO. para que as necessidades da fonte de solicitação sejam atendidas e seu trabalho tenha o impacto e crédito merecidos. Este. havendo uma pessoa que pede ajuda (paciente) e uma que recebe o pedido e se compromete em solucioná-lo. na medida do possível. Visa. juízes e pela comunidade escolar.com.). o psicólogo. a personalidade total do paciente ou grupo familiar. ARZENO. através de técnicas. O profissional psicólogo deve. Mostra-se.www. pediatras. e uma seleção e integração com os objetivos do psicodiagnóstico. Com os dados obtidos. é formado por profissionais médicos (psiquiatras. o psicodiagnóstico é definido como “um processo científico. ao se observar a dificuldade Karina O. assim. uma vez que parte do levantamento prévio de hipóteses que serão confirmadas ou refutadas por meio de um plano de avaliação. 2001). principalmente quando recomendado por amigo ou outro membro da família (CUNHA. 2000). Para a autora. investigar. para conhecer melhor suas necessidades e. 2008). em 1900.br que o solicitante do encaminhamento pode apresentar ao requerer uma avaliação psicológica. Esta última teria efeitos marcantes na identidade profissional do psicólogo clínico. introduzida por Lighter Witmer. visando principalmente investigar as sensações auditivas e visuais. 2001 apud SILVA. sendo conhecido como seu idealizador (GEOCITES.www. em 1896. a Psicologia sofreu influência da Biologia. profissionais etc. tempos de reação e outros. Stern. sociais. e a primeira resposta emitida pelo examinando. Breve Histórico A história da avaliação psicológica começou no fim do século XIX e início do século XX e está muito ligada ao surgimento da Psicologia Experimental no século XIX. estudava as diferenças raciais. 2008). Esta época marcou o início do uso de testes psicológicos e propiciou a imagem de “aplicador de testes” que muitos têm do profissional psicólogo. Cattel (psicólogo americano) fez seus estudos dando ênfase às medidas sensoriais.). o que se espera dele (CUNHA. Ao final deste século e início do seguinte. E desenvolveu medidas das diferenças individuais. que tentou aplicar os princípios do evolucionismo de Darwin à seleção.I. 2000. marcou o início das experiências científicas. em 1879. e incluiu nestes o conceito de “quociente intelectual” (Q. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 138 . afirmando que elas permitiam uma maior exatidão.educapsico. 2000).. Galton elaborou alguns testes a fim de identificar diferenças individuais e determinar o grau de semelhança entre parentes em um estudo sobre hereditariedade e genialidade (CUNHA. Elaborou também uma tese sobre diferenças no tempo de reação. esclarecer e determinar. GEOCITES. em conjunto. que consistia em registrar os minutos decorridos entre a apresentação de um estímulo ou ordem para começar a tarefa. Segundo Cunha (2000). com os trabalhos realizados por Galton. o psicodiagnóstico derivou da Psicologia Clínica.com. à adaptação e ao estudo do ser humano. Karina O. é de sua responsabilidade encontrar meios de manter contato e uma boa comunicação com os diferentes profissionais com quem trabalha. culturais. Influenciado por Galton. sob a tradição da psicologia acadêmica e da tradição médica. a psicofísica. na década de 1880. 2008). o mais importante. A fundação do primeiro laboratório de Psicologia Experimental pelo psicólogo alemão Wundt. o que resultou na criação da terminologia Mental Test (teste mental) (PASQUALLI. 2008). em 1924. a era dos testes com base no Q. foi realizada por Isaias Alvez a adaptação da escala Binet-Simon. tem-se que os testes psicológicos surgiram a partir de diferentes fatores. que fazia várias críticas aos testes utilizados até então. Atualmente.educapsico. assim. Deste modo. alguns merecem destaque: a necessidade de identificação de deficientes mentais. ALCHIERI. entre eles os de aptidão (criados para aconselhamento vocacional. Estes testes de conteúdo cognitivo foram bem aceitos. então. e a adoção de crianças (GEOCITES.www. 2000. GEOCITES. A tradição em psicometria passou a ser mais bem sedimentada. 2008). a seleção rápida e eficiente de contingente para as forças armadas. porém. 2005 apud SILVA. Com a revolução e o aperfeiçoamento de técnicas. as quais foram aperfeiçoadas por Terman e pela criação dos testes do exército americano (CUNHA. seleção e classificação de pessoal). pelas escalas de Binet. através de medidas intelectuais como julgamento. No Brasil. GEOCITES. 2000. por acreditar que as medidas exclusivamente sensoriais. os psicológicos (medida objetiva e padronizada sobre uma amostra de comportamento) e os de Q. SILVA. 2008). com o objetivo de avaliar e detectar. 2008). disponibilizando ao profissional psicólogo. nascendo. 139 Karina O. seleção e classificação de empregados. 2008). Os primeiros testes de inteligência em forma coletiva surgiram por ocasião da Primeira Guerra Mundial. Binet tinha seus interesses voltados para a avaliação das aptidões mais nas áreas acadêmica e da saúde. Binet. (com a finalidade de medir o quociente de inteligência entre pessoas de uma mesma faixa etária) (GEOCITES. principalmente nos EUA. 2008).com. os problemas de aprendizagem. cada vez mais. sendo considerada um dos primeiros estudos de adaptação de instrumentos psicométricos no país (NORONHA. Eles foram elaborados para classificar intelectualmente soldados do exército norte-americano e receberam os nomes de “Army Alpha” e “Army Beta” (CUNHA. não tinham relação importante com as funções intelectuais (SILVA. 2008). 2000.I.I. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação . compreensão e raciocínio. surgiram diversos tipos de testes. Em 1905. um número maior de possibilidades a serem usadas. o progresso na elaboração dos testes psicológicos tem sido constante. o nível de inteligência ou retardo mental de adultos e crianças das escolas de Paris.br O primeiro a fazer realmente testes de nível mental foi A. na Bahia. (CUNHA. ele e Simon desenvolveram o primeiro teste psicológico. apesar de permitirem maior precisão. em 1914. a partir da sua tradução por Terman (1916). científica e norteada para a resolução de um problema. Mesmo no período entre as duas grandes guerras. 2000. relacionando-os com o contexto total da pessoa (CUNHA. como neuroses etc. e o segundo. Freud representou o primeiro elo de uma corrente de conteúdo dinâmico. SILVA. qualquer outro diagnóstico era subjugado (CUNHA.educapsico.br É importante recordar que a contribuição da psicometria foi e é essencial para garantir a cientificidade dos instrumentos do psicólogo. com seu teste de associação de palavras em 1906. por apresentarem problemas metodológicos e por dar certa ênfase à interpretação intuitiva (CUNHA. e quando isto ocorria. com grande sucesso. Porém. e desde então a multiplicação das técnicas projetivas. que existem diferenças entre o psicometrista e o psicólogo clínico. e fornecendo forças para o lançamento posterior das técnicas projetivas. a classificação das doenças mentais ainda pressupunha uma hierarquia. Cunha (2000). Porém. que evidenciava alterações nas condições orgânicas. desvendando as diferenças entre estados neuróticos e psicóticos. Assim. herança de um modelo médico. isto não Karina O. aponta que isto ocorreu devido a dois fatores: o primeiro seria o de que os testes até então consagrados. mas também. seria pela grande valorização do entendimento dinâmico por parte da comunidade psiquiátrica. segundo Cunha (2000). 2000). o psicólogo utiliza testes e outras estratégias para avaliar um sujeito de forma sistemática. em seguida o TAT. Em 1921. 2000). fazendo referência a Groth-Marnat (1999). pela necessidade de manter embasamento científico para oferecer respostas adequadas e compatíveis com outros ramos da ciência e em termos de questões diagnósticas.. na avaliação de problemas da vida. seguido pelo surgimento de Jung. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 140 . por estarem muito associadas a uma perspectiva teórica (a psicanálise). dentre os transtornos classificados na época como funcionais (não-orgânicos) (CUNHA. as técnicas projetivas entraram em certo declínio. 2008). É neste cenário que as obras de Freud e Kraepelin aparecem e dão novo significado às antigas classificações. O primeiro valoriza mais os aspectos técnicos da testagem. já no psicodiagnóstico. 2000).com. Atualmente há uma busca por instrumentos mais objetivos e estruturados. por isso o maior rigor na aprovação e na validação dos testes. logo em seguida. não mais atendiam às necessidades da população. Começa o período áureo dos testes de personalidade e técnicas projetivas. como os utilizados na área militar e industrial.www. é lançado o Rorschach. mecânica etc.I. principalmente pelo fato de o Conselho Federal de Psicologia (CFP) sempre realizar avaliações a respeito da validação destes testes.). e muitas vezes modificam. testes de aptidões específicas (música. para que haja um reconhecimento da qualidade do proposto por um psicodiagnóstico (CUNHA. b) Construto (processo psicológico) que medem: estes de capacidade intelectual (inteligência geral – Q. devido a isso. psicomotricidade etc.br significa que as técnicas projetivas não tenham seu valor e não sejam utilizadas até hoje. Tais alterações podem modificar. digestivos. em cada uma delas. testes neuropsicológicos (testes de disfunções cerebrais. porém.www. tem-se a necessidade de consultas frequentes ao site do Conselho para averiguação dos testes aprovados por este. como é o caso da alteração da edição do teste ou este ser o modelo revisado. Muitas vezes ocorre de um teste passar por esta avaliação diversas vezes e.). neurológicos 19 No site do Conselho Federal de Psicologia (www2. teste de aptidões (inteligência diferencial: numérica.educapsico. Os testes que não constam na relação dos testes aprovados pelo CFP só podem ser utilizados para fins de pesquisa19. o resultado apresentado parecer ser semelhante ao anterior. em psicométricos ou projetivos. verbal. o que torna esta lista sempre mutável e. o que se observa é que algumas destas alterações aparentam-se sutis.).). 2000). finalidade etc. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 141 . mas são de extrema relevância. testes de desempenho acadêmico (provas educacionais etc.com. Nesta apostila optou-se por dividir os testes pelo método. abstrata. Karina O. É importante ressaltar que esta unidade não esgota a totalidade de testes existentes.br/satepsi) você poderá acessar a lista dos testes aprovados para utilização. os testes podem ser divididos e subdivididos nas seguintes categorias: a) Objetividade e padronização: testes psicométricos e impressionistas. espacial.d. Categoria dos Testes Segundo Gonçalves da Silva (s. a forma de aplicação do teste. Existem diferentes formas de se classificar os testes psicológicos. sendo assim. tipo de aplicação. somente aponta para a necessidade de constantes reavaliações.org.pol. correção e interpretação dos dados.). com. 1995. que depende do motivo do encaminhamento. Cunha (2000) aponta que existem um ou vários objetivos em um processo psicodiagnóstico. em uma avaliação intelectual. quando o cliente é perguntado sobre o porquê da consulta (ARZENO. produz registros legíveis em grande número e os transmite à distância. projetivos. de forma a explicar a dinâmica do caso como aparece no material. Dentre os motivos que levam a este tipo de consulta tem que se distinguir basicamente dois tipos: o motivo latente e o motivo manifesto.educapsico. sexo). situacionais: observação de comportamento. posteriormente. c) Forma de resposta: verbal. o último. do psicodiagnóstico a ser realizado. corrige com rapidez. biografias). ou finalidades. e. Isto confere ao profissional maiores condições de fazer escolhas mais acertadas quanto às técnicas e materiais a serem utilizados (ARZENO. como. 142 Karina O. por exemplo. o mais consciente. geralmente é o motivo que aparece num primeiro momento. CUNHA. que às vezes nem o cliente tem muita certeza. 2001). caracterizado por ser o mais oculto. e que os mais comuns seriam os seguintes: a) Classificação simples: quando há a comparação da amostra do comportamento do examinado com os resultados obtidos por outros sujeitos de uma população com condições semelhantes à dele (idade. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação . escrita: papel-e-lápis. motor. motiva os testandos ao interagir com o computador. num quadro global. enquadra de imediato o perfil nas tabelas de interpretação.br etc. via computador: Vantagens: apresentam em melhores condições as questões do teste. os dados são fornecidos de modo quantitativo e são classificados de maneira resumida e simplificada. testes de preferência individual (personalidade. O primeiro. Desvantagens: a interpretação dos resultados do perfil psicológico é mais limitada do que a realizada pelo psicólogo. escolaridade. Objetivos O principal objetivo do processo psicodiagnóstico é conseguir uma descrição e compreensão da personalidade do paciente. 2000). 1995).www. interesses. ARZENO. atitudes: valores. É de suma importância que o psicólogo tenha ciência sobre qual a finalidade.). sem esquecer-se de incluir tanto aspectos patológicos como adaptativos (OCAMPO. inconsciente. integrando-o. www. d) Diagnóstico diferencial: são investigadas irregularidades e inconsistências dos resultados dos testes e/ou do quadro sintomático para diferenciar categorias nosológicas. Não há uma necessidade explícita do uso de testes. através da bateria de testes – nesta situação não caberia somente conferir quais critérios diagnósticos são preenchidos pelo paciente. c) Classificação nosológica: as hipóteses iniciais são testadas tendo como referência critérios diagnósticos. por um reteste futuro. investigando conflitos. alternativas diagnósticas ou natureza da patologia. psicodinamismos e chegando a uma compreensão do caso com base num referencial teórico. examinam-se funções do ego (insight) e condições do sistema de defesas para que a indicação terapêutica e/ou a previsão das possíveis respostas aos mesmos possam ser facilitadas. mas a ultrapassa por pressupor um nível mais elevado de inferência clínica. A outra situação é quando o paciente é passível de teste. e) Avaliação compreensiva: considera o caso num sentido mais global. Karina O. g) Prevenção: propõe identificar problemas precocemente. estes permitem evidências mais precisas e objetivas. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 143 . de sua capacidade para enfrentar situações novas. além de descrever o desempenho do paciente. e as hipóteses iniciais podem ser testadas cientificamente. o psicólogo deve ter um vasto conhecimento em psicopatologia e sobre técnicas sofisticadas de diagnóstico. por exemplo.educapsico. sendo assim. níveis de funcionamento. que podem contribuir na avaliação dos resultados terapêuticos. Uma refere-se ao paciente não testável. Requer uma condução diferenciada das entrevistas e dos materiais de testagem. Para tanto. A classificação nosológica auxilia na comunicação entre profissionais e contribui para o levantamento de dados epidemiológicos de uma comunidade. para verificar através da comparação com outros pacientes da mesma categoria diagnóstica o que este tem em comum com ela. identifica potencialidades e fracassos.br b) Descrição: vai além da anterior. na direção histórica do desenvolvimento.com. estimar forças e fraquezas do ego. uma vez que enfoca a personalidade de modo global. avaliar riscos. Tentase determinar o nível de funcionamento da personalidade. uma vez que interpreta diferenças de escores. Uma avaliação com este objetivo pode ser realizada em diferentes situações. f) Entendimento dinâmico: similar à avaliação compreensiva. utilizando uma dimensão mais aprofundada. avaliações de déficit neurológico. a possibilidade da realização de um psicodiagnóstico se faz possível. o profissional deverá fazer um julgamento clínico acerca da presença ou não de sintomas significativos. porém. assim. elaborado por Luciana Esgalha Carnier. Psicóloga formada pela Unesp – Bauru/SP. defesas. avaliação e interpretação dos resultados20 Etapas do Processo Os passos do psicodiagnóstico não apresentam muitas diferenças de autor para autor.www.com. fantasias e a construção da história do indivíduo e da família em questão. geralmente o psicólogo deve responder a uma série de quesitos pra instruir em decisões importantíssimas do processo. As etapas são as seguintes:  1º momento: realização da(s) primeira(s) entrevista(s) para levantamento e esclarecimento dos motivos (manifesto e latente) da consulta. Karina O. Mestranda em Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem.. h) Prognóstico: pode avaliar condições que possam influenciar. precisa e objetiva.br conflitivas. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 144 . competência para o exercício de funções de cidadão. Possui aprimoramento em Psicologia Hospitalar em Pediatria. as ansiedades. como sua coleta de dados estatísticos. sendo esta referente ao momento em que o consultante faz a solicitação de avaliação até o encontro com o profissional. Unesp – Bauru/SP – Linha de Pesquisa: Desenvolvimento: Comportamento e Saúde.4 Instrumentos de avaliação: critérios de seleção. Nesta etapa ocorre a definição das hipóteses iniciais e dos objetivos do exame. i) Perícia forense: contribui na resolução de questões relacionadas com “insanidade”. de algum modo. 6. no curso de um caso. Geralmente utilizam-se recursos de triagem para atingir uma maior população em um menor número de tempo. avaliação de incapacidade ou de comprometimentos psicopatológicos que possam se associar com infrações de leis etc. aqui será utilizado um modelo baseado em Cunha (2000) e Arzeno (1995). mais aprofundada. portanto. isto deve ser feito de forma clara. mas também é de grande utilidade numa avaliação individual. ansiogênicas ou difíceis. Ressalta-se que esta área ainda exige maior estudo para aprimorar tanto a adequação da testagem utilizada.educapsico. sendo que a única diferença entre eles está no fato de que Arzeno considera uma etapa anterior às apresentadas a seguir. 20 Item extraído da Apostila Temática de Psicodiagnóstico e Testes. formulando inferências por estas relações tendo como ponto de partida as hipóteses iniciais e os objetivos da avaliação. procura evitar que a entrevista de devolução seja uma mera transmissão de conclusões.educapsico.  3º momento: realização da estratégia diagnóstica planejada. explicita em linguagem acessível e compreensível o que é esperado do paciente em cada etapa do processo (principalmente quando são utilizados testes). sendo estas sanadas com instrumentos próprios para elas. Quando o paciente é um grupo familiar. para que possíveis dúvidas possam ser sanadas e encaminhamentos realizados com maior esclarecimento. demonstrando necessidades únicas. causando muita ansiedade. faz-se uma devolutiva de forma separada para o paciente (em primeiro lugar) e outra para os pais e o restante da família. geralmente. portanto. é importante ter bastante cuidado para não tornálo persecutório. a devolutiva e as conclusões são transmitidas a todos.  4º momento: estudo do material coletado. correlacionar os instrumentos entre si e com as histórias obtidas no primeiro momento.com. sem que haja a oportunidade do paciente ou familiares expressarem suas reações. buscando recorrências e convergências dentro do material. Nesta etapa faz-se a integração dos dados e informações. Ocorre o levantamento quantitativo e qualitativo dos dados. e sim.  5º momento: entrevista de devolução.br 2º momento: reflexão sobre material coletado na etapa anterior e sobre as hipóteses iniciais a fim de planejar e selecionar os instrumentos a serem utilizados na avaliação. ocorra um espaço para que uma conversa se instaure. Em alguns casos se mostram de suma importância as entrevistas. Nela ocorre a comunicação dos resultados obtidos. Ela pode ocorrer somente uma vez. É relevante salientar que não deve haver um modelo rígido de psicodiagnóstico. uma vez que cada caso é único. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação . uma vez que. evita que a(s) entrevista(s) inicial(is) se torne(m) um inquérito sem fim. que neste momento. as orientações a respeito do caso e o encerramento do processo. Isto é possível quando o profissional explica como se dá o processo já num primeiro encontro. O psicólogo deve se lembrar de que o processo psicodiagnóstico não é agradável para o paciente. www. 145 Karina O. encontrar o significado de pontos obscuros. incluindo os membros mais implicados na patologia do paciente e/ou grupo familiar. ou diversas vezes. 2000).www. o psicólogo deve complementá-la e confrontá-la com os dados objetivos e subjetivos do caso. estudo ou prova e deve restringir as informações fornecidas às estritamente necessárias à solicitação (objetivo da avaliação).com. 2000). procura-se identificar quais recursos auxiliariam o investigador (neste caso. esta informação não é suficiente. dependendo da fonte solicitante.br Ao final do processo psicodiagnóstico21. este plano só é estabelecido após entrevistas com o sujeito e/ou responsável (CUNHA. é importante explorarmos um pouco o que seriam este plano de avaliação e as técnicas subjacentes a este. Seu objetivo é apresentar materialmente um resultado conclusivo de acordo com a finalidade proposta de consulta. 2000. programando a administração de alguns instrumentos que sejam adequados e especialmente selecionados para fornecer subsídios para se chegar às respostas das perguntas iniciais. Através do plano de avaliação. 21 Cada etapa do processo psicodiagnóstico está descrita de maneira mais detalhada no capítulo 11 de Cunha. na maioria das vezes. com a intenção de preservar a privacidade do paciente (SILVA. Porém. com passos e técnicas predeterminadas e objetivos específicos. o psicólogo) a estabelecer uma relação entre suas hipóteses iniciais e suas possíveis respostas (CUNHA. Plano de Avaliação e Bateria de Testes Relembrando que o processo psicodiagnóstico parte do levantamento prévio de hipóteses que serão confirmadas ou refutadas por meio de um plano de avaliação. uma vez que este sugere um objetivo para o exame psicológico. Trata-se de um parecer técnico que visa subsidiar o profissional a tomar decisões e é um dos principais recursos para comunicar resultados de uma avaliação psicológica. O plano de avaliação consiste então em traduzir as perguntas sugeridas inicialmente em testes e técnicas. Um dos fatores que podem colaborar com a escolha do material mais adequado para a investigação é o encaminhamento feito por outro profissional. Por isso. 2000). o que irá confirmar ou refutar as hipóteses de modo mais seguro (CUNHA.educapsico. Karina O. 2008). o qual se caracteriza por ser um processo. o chamado laudo psicológico. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 146 . é necessário que o psicólogo forneça um documento contendo as observações e as conclusões a que chegou. Cunha (2000) apresenta dois tipos principais de baterias de testes:  as padronizadas: para avaliações mais específicas – nestas a organização da bateria provém de vários estudos. CUNHA. cognitivos – permanentes ou temporários). é importante ressaltar. que são incluídos no processo psicodiagnóstico para fornecer subsídios que permitam confirmar ou infirmar as hipóteses iniciais. internação etc. 2000).educapsico. seu valor persecutório. determina-se o número e os tipos de testes. nível sociocultural etc. como alguns exames neuropsicológicos. Como pode ser observado. 1980 apud CUNHA. mas o psicólogo pode incluir alguns testes. que embora isto garanta maior segurança nas conclusões. Segundo Cunha (2000). tempo de administração. atendendo o objetivo da avaliação”. grau de dificuldade e qualidade ansiogênica. suas condições específicas (comprometimentos sensoriais.com. para não aumentar. se necessário. propriedades psicométricas. para o segundo ponto. tipo. e. 1995. então. consequentemente. Por se acreditar que o uso de diferentes testes envolve a tentativa de uma validação intertestes dos dados obtidos. Porém. 2000). que auxiliam a realização de exames bastante específicos. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação .www. baseando-se nisto. o número de sessões do psicodiagnóstico e. de acordo com sua natureza. sexo. A bateria de testes é utilizada principalmente por duas razões: 1. 2.  e as não-padronizadas: mais comuns na prática clínica – a bateria de testes é selecionada de acordo com o objetivo da consulta e características do paciente. diminuindo assim a margem de erro e provendo um fundamento mais embasado para se chegar a inferências clínicas (EXNER. 147 Karina O. e fatores situacionais (ex: medicação. Por se considerar que nenhum teste sozinho conseguiria fazer uma avaliação abrangente da pessoa como um todo. desnecessariamente. esta é uma expressão usada para designar “um conjunto de testes ou de técnicas que podem variar entre dois e cinco ou mais instrumentos. e que a opção por um específico deve levar em consideração os seguintes itens: características demográficas do sujeito (idade.) (ARZENO.). motores.br É importante ressaltar que a testagem de uma hipótese pode ser feita por diferentes instrumentos. não se deve utilizar um número extensivo de testes. durante o plano de avaliação. o plano de avaliação envolve a organização de uma “bateria de testes”. com. deve-se revisar quem é o cliente e quais as características e particularidades tanto do teste em si como de sua aplicação. ao se organizar a bateria de testes. MELLO.5 Testes psicológico22 6. quando se trata da metodologia utilizada para a obtenção de dados. Karina O. assim. são considerados objetivos (SILVA. Mestranda em Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem. Sendo assim. se baseiam na teoria da medida e. Veremos como realizar a interpretação dos resultados dos testes. elaborado por Luciana Esgalha Carnier.5. Tem-se denominado método psicométrico o procedimento estatístico sobre o qual se baseia a construção dos testes. 2000). 2000).1 Testes Psicométricos Os testes psicométricos têm um caráter científico. assim como a elaboração dos dados da investigação. Utilizam números para descrever os fenômenos psicológicos. FORMIGA. o foco da investigação. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 148 . maior a mobilização de ansiedade. constantemente a bateria de testes é composta por testes psicométricos e técnicas projetivas. Quanto a isto. Possui aprimoramento em Psicologia Hospitalar em Pediatria. à medida que são apresentadas as técnicas projetivas.br Devido à grande variedade de questões iniciais e aos objetivos do psicodiagnóstico. 2008. grau de dificuldade. Complementando. Entretanto. por oferecer estímulos pouco estruturados e o paciente ter que se responsabilizar pela situação e respostas dadas (uma vez que não há certo e errado). 1995.educapsico. de acordo com cada instrumento 6. Lembrando-se de que o mais importante.www. ainda nesta unidade. coloca-se que o conveniente seria que houvesse uma alternância entre técnicas projetivas e psicométricas. Cunha (2000) propõe que. CUNHA. mais especificamente. Psicóloga formada pela Unesp – Bauru/SP. Unesp – Bauru/SP – Linha de Pesquisa: Desenvolvimento: Comportamento e Saúde. iniciando e terminando o processo com testes pouco ou não-ansiogênicos para o paciente. na psicometria. é o sujeito e não o teste. E sua distribuição e sequência devem ser consideradas levando-se em conta o tempo de aplicação. o quanto de ansiedade pode gerar e as características individuais do paciente (ARZENO. diz-se que um teste psicométrico é aquele cujas normas gerais utilizadas são 22 Item extraído da Apostila Temática de Psicodiagnóstico e Testes. C. 1997. Os itens do teste são objetivos e podem ser computados de forma independente uns dos outros. em 1938. no momento de fazer a prova. A seguir serão apresentados alguns destes testes: Testes das Matrizes Progressivas de Raven Parecer do CFP MANUAL MATRIZES PROGRESSIVAS COLORIDAS DE RAVEN – ESCALA ESPECIAL RAVEN RAVEN (AVANÇADO) RAVEN (GERAL) RTLO (TESTE RAVEN DE OPERAÇÕES LÓGICAS) 1999 CETEPP Favorável 2002 CEPA 2001 CEPA 1995 CEPA Desfavorável Favorável Desfavorável Criada pelo psicólogo J. Atualmente existem três séries das Matrizes Progressivas. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação . duas – I e II 149 Karina O. 2008). para apreender figuras sem significado/abstratas que se submetem à sua observação. B. A correção ou apuração é mecânica. Para Alchieri e Cruz (2003. portanto. A Escala Geral compreende cinco séries – A. 59 apud SILVA. sem ambiguidade por parte do avaliador (ESTÁCIO. a escala das Matrizes Progressivas. desenvolver um método sistemático de raciocínio (RAVEN. D e E –. CUNHA. Raven. escalas em que o sujeito deve simplesmente marcar suas respostas. 2008. 2008). p. Primam pela objetividade. seguindo uma tabela (exemplo: testes de inteligência). se constitui num teste que revela a capacidade que um indivíduo possui. que é traduzida em tarefas padronizadas.educapsico. as quais são ordenadas por dificuldade crescente e podem ser aplicadas de forma individual ou coletiva.br quantitativas. descobrir as relações que existem entre elas. ao fazê-lo. 2008). sua precisão (fidedignidade nos valores quanto à confiabilidade e estabilidade dos resultados) e validade (segurança de que o teste mede o que se deseja medir). Ab e B – e a Avançada. os instrumentos psicométricos estão basicamente fundamentados em valores estatísticos que indicam sua sensibilidade (ou adaptabilidade do teste ao grupo examinado). A técnica se caracteriza por ser de escolha forçada. o que quer dizer que o resultado é um número ou medida (ESTÁCIO. 2000).www. C. três séries – A.com. SILVA. a Escala Especial (Matrizes Progressivas Coloridas). imaginar a natureza da figura que completaria o sistema de relações implícito e. e os mais fáceis da série C e D. que completa o conjunto. enquanto possível. ser indevidamente cansativa ou extremamente difícil (RAVEN. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 150 .www. A escala consta de 60 problemas divididos em cinco séries com 12 problemas cada uma. Os problemas seguintes aumentam gradualmente sua dificuldade.educapsico.br (incluída somente para os sujeitos que resolvem mais da metade da série I) (CUNHA. Séries A. crianças mais jovens. 1997). Antes dessa transformação. na qual o sujeito deve encaixar a prancha que completa corretamente a figura (CUNHA. Na série geral. sofrem defeitos físicos. Considera-se a escala como um teste de observação e de clareza do pensamento. uma criança é Karina O. deficientes mentais e pessoas muito idosas costumam resolver apenas os problemas das séries A e B. Em cada série. por algum motivo. As cinco séries fornecem cinco oportunidades para compreender o método e cinco apreciações progressivas da capacidade de um indivíduo para a atividade intelectual (RAVEN. ocorrendo uma transformação quase que completa nos processos de raciocínio da criança. 2000). Existe ainda a versão tabuleiro do teste. Na parte inferior. são intelectualmente subnormais ou estão em processo de deterioração mental. contendo desenhos impressos na parte superior de cada página. Podem ser usados satisfatoriamente com os que. o primeiro problema tem uma solução óbvia. 1997).com. entre os quais falta um. A escala propõe-se a abranger toda a gama do desenvolvimento intelectual a partir do momento em que uma criança é capaz de compreender a ideia de complementar uma figura ou peça que lhes falte. 1997). nos dão um valioso teste para crianças e pessoas idosas. 2000). A ordem dos itens facilita um treinamento uniforme no método de trabalho. as Matrizes Progressivas são um instrumento válido para apurar a capacidade atual de uma pessoa para pensar claramente e realizar um trabalho intelectual preciso (RAVEN. não compreendem ou falam o idioma nacional. é também suficientemente longa para avaliar a capacidade máxima de uma pessoa para estabelecer comparações e raciocinar por analogia sem. entre as idades de 8 a 11 anos. há de seis a oito figuras como alternativas para o sujeito escolher para completar a figura superior. 1997). Todas as séries são apresentadas na forma de caderno. Desta forma. nos quais o raciocínio por analogia não é essencial (RAVEN. Ab e B. esse parece ocorrer. Ao se pensar em desenvolvimento intelectual. todavia. As Matrizes Progressivas Coloridas. de amadurecimento intelectual diferencia as pessoas intelectualmente imaturas daquelas cuja inteligência é normal ou superior a média. embora não sirva somente para isto. e vêm sendo constantemente revisadas para maior adaptação à população brasileira (CUNHA. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 151 . as Matrizes Progressivas Coloridas. 1997).com. São consideradas “padrão ouro” nas avaliações psicométricas. Nesse sentido. D e E. A seguir será exposta a versão para adultos. como adotar esse tipo de pensamento como método consistente de raciocínio. Essa etapa. Posteriormente a criança é capaz não só de estabelecer comparações e de raciocinar por analogia. 1997).www. sabe apreender os significados das palavras abstratas (RAVEN.WAIS III 2004 CASA DO PSICÓLOGO Favorável As Escalas Wechsler de Inteligência para Adultos (WAIS) foram desenvolvidas a fim de auxiliar na avaliação do funcionamento intelectual de adolescentes e adultos. tanto na forma impressa como na de peças móveis. Seu vocabulário tende a ser limitado e a sua educação depende amplamente do trabalho prático e de ajuda visuais. Mostrando-se como importantes recursos diagnósticos para identificar tanto diferentes Karina O. São também especialmente úteis para avaliar o desenvolvimento intelectual na ocorrência de defeitos físicos (RAVEN.educapsico.br incapaz de compreender muito mais do que problemas do tipo que apresentam as séries A e B da Escala Geral das Matrizes Progressivas. Escalas Wechsler de Inteligência Desenvolvidas por David Wechsler. 2000). estas escalas têm sido incluídas entre os instrumentos mais conhecidos para avaliação da inteligência (QI). foram preparadas para o exame psicológico do desenvolvimento mental anterior à fase de amadurecimento intelectual. aparentemente decisiva. 2000). tendo variações que permitem a avaliação desde crianças a idosos (CUNHA. Progride sem dificuldade desde os problemas das séries A e B até os problemas que aparecem nas séries C. sendo utilizadas cada vez menos para determinação de um nível intelectual e cada vez mais para atender necessidades bastante específicas no diagnóstico de psicopatologistas e avaliações neuropsicológicas. WAIS – III Parecer do CFP WAIS ESCALA DE INTELIGÊNCIA WECHSLER PARA ADULTOS . identificar potencialidades e fraquezas do funcionamento cognitivo e avaliar o impacto de problemas psicopatológicos no funcionamento cognitivo (CUNHA. Completar Figuras e Raciocínio Matricial. e sua idade de aplicação atual vai de 16 a 89 anos (CUNHA. Ele compreende 14 subtestes. Karina O. Procurar Símbolos (suplementar) e Armar Objetos (opcional).www. 2000). evidencia o conhecimento verbal adquirido e o processo mental necessário para responder às questões. de execução e total) além dos Índices Fatoriais (NASCIMENTO. b) Subtestes de Execução: Completar Figuras. Arranjo de Figuras. a aplicação de todos não é necessária. O WAIS-III segue os mesmos passos para interpretação das outras Escalas Wechsler de Inteligência.educapsico. dependendo do objetivo da avaliação. predição de desempenho acadêmico futuro. publicada em 1997. Semelhanças. Informação. que seria a capacidade de compreensão (raciocínio verbal). O objetivo de sua utilização incide sobre a avaliação de problemas de aprendizagem. Aritmética. sendo aplicados de forma alternada (subteste de execução em seguida o verbal). NASCIMENTO. diagnóstico de transtornos psiquiátricos e neurológicos (NASCIMENTO. Códigos. O WAIS-III apresenta-se como uma versão mais recente do WAIS. por exemplo. 2000). 2000). 2000). Compreensão e Sequência de Números e Letras (suplementar). 2000). O que cada Índice Fatorial reflete e os subtestes referentes a cada um deles são: a) Compreensão Verbal: subtestes – Vocabulário. sendo assim. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 152 . atenção para detalhes e integração viso-motora. oferece a possibilidade de oferecer medidas referentes às escalas de QI (verbal. Raciocínio Mental. A seguir serão apresentados os subtestes que compõe os conjuntos de aplicação (verbal e de execução – lembrando que os testes suplementares e opcionais não entram no cômpito do QI total): a) Subtestes Verbais: Vocabulário.com. Informação e Semelhanças. raciocínio fluido.br habilidades cognitivas. 2000. 2000). Dígitos. Para o cálculo do QI total. Pode ser indicado para medir a inteligência geral. É composto pela mesma estrutura do WAIS-R. psiquiátricos e neurológicos no funcionamento cognitivo (NASCIMENTO. mas. iniciando pelo subteste de execução Completar Figuras. como à investigação do impacto de problemas emocionais. são necessários 11 subtestes (CUNHA. Cubos. mede o raciocínio não-verbal. sendo que houve um aumento de 32% de novos itens. b) Organização Perceptual: formado pelos subtestes Cubos. www.educapsico.com.br c) Memória de Trabalho: obtido pelos subtestes Aritmética, Dígitos e Sequência de Números e Letras; está relacionado à capacidade de atentar-se para a informação, mantê-la brevemente e processá-la na memória para, em seguida, emitir uma resposta. d) Velocidade de Processamento: subtestes componentes – Códigos e Procurar Símbolos; refere-se à resistência à distrabilidade, mede os processos relacionados à atenção, memória e concentração para processar, rapidamente, a informação visual. Teste Bender Parecer do CFP BENDER INFANTIL – MANUAL DE DIAGNÓSTICO CLÍNICO ADAPTAÇÃO: AILEEN CLAWSON TESTE GESTÁLTICO VISO-MOTOR DE BENDER SISTEMA DE PONTUAÇÃO GRADUAL (B-SPG) 1992 ARTMED Desfavorável 2005 VETOR Favorável BENDER O Teste Guestáltico Viso-motor de Bender é também conhecido como Teste de Bender, ou B-G (Bender Gestalt), ou BGVMT (Bender GestaltVisual Motor Test). No Brasil, seu nome mais utilizado pelos psicólogos é Teste Bender ou ainda, de forma mais reduzida, simplesmente o Bender (CUNHA, 2000). O instrumento é composto por nove cartões medindo 14,9 cm de comprimento por 10,1 cm de altura, cada um deles. Consiste de cartelas em cor branca, compostas por figuras diferenciadas que estão desenhadas em cor preta. São estímulos formados por linhas contínuas ou pontos, curvas sinuosas ou ângulos (BENDER, 1955). Inicialmente proposto por Lauretta Bender em 1946, o teste visava verificar a maturação perceptomotora da criança. Sua finalidade era entender que tipos de erros poderiam ocorrer na percepção de um estímulo dado (as figuras do teste) e se estes seriam decorrentes de distúrbios no nível cerebral ou de imaturidade para perceber e reproduzir corretamente (NUNES; FERREIRA; LOPES, 2007). Bender não propôs qualquer forma de correção para as respostas, mas categorizou, em forma de quadro, as respostas mais frequentes para cada faixa etária. E concluiu em seus estudos que o sujeito reage ao estímulo dado pelo ato motor conforme suas possibilidades maturativas (NUNES; FERREIRA; LOPES, 2007). Existem várias edições, com variações quanto a detalhes formais de unidades e até quanto ao número de desenhos. Elas também podem diferenciar quanto à Karina O. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 153 www.educapsico.com.br população a ser aplicada, pois podem ser aplicadas a partir dos 4 anos de idade, com crianças, adolescentes e adultos, dependendo da edição escolhida (CUNHA, 2000). Dentre estas edições, vários sistemas de escore são utilizados; dentre eles, os mais utilizados para adultos são: Pascal e Suttel (1951), Hain (1964) e Hutt (1985). Para crianças, os sistemas de Koppitz (1971), Clawson (1980) e Santucci e Percheux (1968) (CUNHA, 2000). Porém, atualmente, somente o Sistema de Pontuação Gradual (B-SPG) é aceito pelo Conselho Federal de Psicologia. Os demais sistemas foram restringidos por não atenderem aos requisitos da Comissão (2001, 2003). Sistema Clawson Segundo Clawson, além da administração pelo procedimento-padrão, podemos utilizar o Teste Bender como técnica projetiva, analisando possíveis dificuldades emocionais. Ela considera os aspectos do desenvolvimento normal da função visomotora em todas as faixas etárias e apenas analisa as questões emocionais após descartar qualquer possibilidade de problemas orgânicos (NUNES; FERREIRA; LOPES, 2007). A autora propõe uma alternativa à utilização do teste, tendo esta duas fases: de associação e de elaboração. Na associação, os cartões são apresentados à criança e é pedido para que ela diga com que se parecem. Na elaboração, por sua vez, convida a criança a desenhá-los da maneira como quiser: alternando, combinando ou elaborando à vontade (CUNHA, 2000). A aplicação deve ser feita de forma individual, com crianças de idade entre 7 e 12 anos, e a criança deve estar à vontade para realizar a tarefa. De acordo com Clawson, se a criança fizer rotações grosseiras, deverá desenhar novamente a figura após concluir o teste. O objetivo é avaliar o quão inflexíveis possam ser os seus aspectos perceptuais (NUNES; FERREIRA; LOPES, 2007). Como a intenção do teste é compreender a organização da personalidade da criança, a autora enfatiza que todos os movimentos devem ser registrados, uma vez que seu comportamento frente ao estímulo é um dado muito importante na integração dos resultados (NUNES; FERREIRA; LOPES, 2007). A forma de correção proposta por Clawson é interpretativa e analisa os seguintes aspectos: aspectos gerais ou fatores organizacionais (como as figuras são distribuídas na folha); modificações da Gestalt (mudança na angulação, simplificação, rotação e fechamento das figuras etc.); e métodos de trabalho (ordem e direção, rasura, tempo, qualidade da linha etc.) (NUNES; FERREIRA; LOPES, 2007). Karina O. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 154 www.educapsico.com.br O Sistema de Escore de Santucci-Percheux Para aplicação do Bender como prova de organização grafo-perceptiva, é necessário ter em mãos o Manual, as máscaras e as cinco lâminas do teste na seguinte ordem: A, 2, 4, 3 e 7. Devem ser utilizadas as instruções específicas do manual (CUNHA, 2000). Este sistema teve dois objetivos principais: pesquisar um possível déficit da organização grafo-perceptiva entre as crianças com atraso escolar, além de pesquisar a relação entre deficiência mental e a organização percepto-motora (NUNES; FERREIRA; LOPES, 2007). Para interpretação dos resultados, utilizam-se os seguintes elementos: forma, número de colunas ou círculos, conceito espacial, relação contiguidade-separação e junção ou separação das subpartes. O escore é atribuído conforme o nível de sucesso da reprodução, em cada figura-modelo. Os critérios utilizados na correção são bastante complexos e para auxiliar esta correção Cunha (2000, p. 303) elaborou uma folha de registros (NUNES; FERREIRA; LOPES, 2007). É importante ressaltar que esta forma de correção é bastante utilizada na Europa, porém pouco no Brasil. Sistema Hutt de Correção A partir de 1960, Hutt elaborou o sistema de correção com o título Escala de Psicopatologia. Este sistema utiliza uma análise projetiva embasado em pressupostos psicanalíticos para avaliação de adultos (NUNES; FERREIRA; LOPES, 2007). Seu foco é compreender o comportamento do indivíduo; suas necessidades, conflitos e defesas; a força do ego, personalidade e maturidade emocional. Para Hutt, a percepção não apenas seria o ato de perceber o estímulo externo, mas também o ato de o sujeito colocar o seu modo interno de perceber este mesmo estímulo (NUNES; FERREIRA; LOPES, 2007). Como objetivo tem-se a compreensão do funcionamento global do indivíduo; procurando descrevê-lo e até mesmo predizer alguns aspectos significativos do seu comportamento em situações definidas (NUNES; FERREIRA; LOPES, 2007). Para administração do teste existem três fases: 1ª) cópia: reprodução dos desenhos; 2ª) elaboração: é solicitado que o sujeito mude o desenho, fazendo este da forma que mais o agradar; Karina O. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 155 É um sistema de avaliação planejado para pacientes psiquiátricos com idades entre 15 e 50 anos. Seu objetivo é investigar a capacidade de ajustamento emocional. mas também foi utilizado como forma de avaliação do desempenho escolar. 2007). construto emocional e possibilitou a realização do diagnóstico de lesão cerebral para crianças de 5 a 10 anos (NUNES. em casos de avaliação infantil (NUNES. o Conselho Federal de Psicologia não o tem na relação dos testes aceitos. LOPES. ou seja. FERREIRA.www. Sistema Koppitz Método criado por Koppitz (1961/1989) que teve como objetivo principal fazer uma escala de maturação viso-motora infantil.2007). conforme nomeiam os autores. 2007). sendo um sistema bastante complexo de avaliação. Seu sistema de pontuação e análise de possíveis comprometimentos neurológicos é o mais aceito e utilizado pelos psicólogos brasileiros. LOPES. FERREIRA. LOPES. um lápis e uma borracha (esta não deve ser estimulada e nem impedida de ser usada). A forma de aplicação inclui os nove desenhos elaborados por Bender. capacidade para reproduzir os desenhos sem erros e sem dificuldades cognitivas (CUNHA. com inteligência normal.com. Comparando protocolos de indivíduos normais com protocolos de pacientes psiquiátricos. Sistema Pascal e Suttel O trabalho da Pascal e Suttel apareceu em 1951 como uma abordagem psicométrica para adultos. sendo bastante utilizado para obter diagnóstico diferencial (NUNES. LOPES. e é pedido que ela os copie. um a um. FERREIRA. perguntando o que lhe recorda cada uma delas (NUNES. FERREIRA. um de cada vez. Os nove cartões são mostrados à criança. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação . LOPES. a qual se refere à contagem dos erros na reprodução dos desenhos. O desempenho do adulto no teste seria um espelho de suas atitudes diante da realidade. 156 Karina O. FERREIRA. Considera-se que. Porém. 2000). 2007). os autores elaboraram uma lista de 150 desvios. Sendo entregue duas folhas de papel. maior a probabilidade de a pessoa ter algum distúrbio psiquiátrico (NUNES. 2007).educapsico. Sua forma de aplicação é individual. fazendo o mais parecido que conseguir com o desenho do cartão.br 3ª) associação: mostra-se ao sujeito cada desenho da 1ª e 2ª fase. quanto maior o escore. a capacidade integradora ou força do Ego. www.educapsico.com.br Não há tempo limite para a realização da tarefa. Caso a criança faça alguma pergunta, as respostas devem ser neutras e seu comportamento deve ser observado e anotado (NUNES; FERREIRA; LOPES, 2007). O sistema de pontuação de Koppitz classifica a presença ou a ausência de indicadores orgânicos, além de apontar a partir de qual idade estes erros são significativos ou altamente significativos para lesão cerebral. Os demais erros são considerados indicativos de imaturidade, comparados à idade cronológica da criança (NUNES; FERREIRA; LOPES, 2007). Sistema de Pontuação Gradual (B-SPG) No Brasil, o sistema desenvolvido por Koppitz era frequentemente empregado até a promulgação das Resoluções do Conselho Federal de Psicologia (CFP, 2001, 2003), que estabeleceu princípios sobre a elaboração, o uso e a comercialização de testes psicológicos. Assim, o Bender não podia mais ser usado para fins diagnósticos, por não possuir estudos de validade, precisão e normatização com amostras brasileiras, reafirmando a necessidade de novas pesquisas. Possivelmente isso justificou o desenvolvimento do teste Gestáltico Viso-motor de Bender – Sistema de Pontuação Gradual, publicado (B-SPG) por Sisto, Noronha e Santos (2006), tendo como embasamento os pressupostos teóricos de Bender (1955) (NORONHA; SANTOS; SISTO, 2007). Este sistema se destina a crianças com idade entre 6 e 10 anos. Sua aplicação utiliza as mesmas nove figuras propostas por Bender e pode ser coletiva (máximo 30 crianças e utilizando-se transparências) ou individual, e esta nunca deve ser interrompida e não existe tempo mínimo ou máximo para a realização da tarefa (NORONHA; SANTOS; SISTO, 2007; NUNES; FERREIRA; LOPES, 2007). O rapport segue o modelo de Koppitz: os sujeitos devem copiar os desenhos, um a um, da forma mais parecida à do original. A diferença é que não é permitido uso de borracha (NUNES, FERREIRA, LOPES, 2007). O objetivo do Sistema de Pontuação Gradual é avaliar a maturidade perceptomotora, seguindo os pressupostos de Bender (1955), buscando estabelecer o nível de maturação da função gestáltica viso-motora através da reprodução dos desenhos (NUNES; FERREIRA; LOPES, 2007). O faz a partir da avaliação da distorção de forma, compreendida como o desrespeito aos aspectos estruturais do desenho, de modo tal que pontos, linhas, retas, curvas e ângulos são desenhados sem precisão (NORONHA; SANTOS; SISTO, 2007). Karina O. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 157 www.educapsico.com.br Os critérios de correção são bastante diferentes dos sistemas anteriores, pois avalia somente o critério distorção da forma e pretende analisar a reprodução dos sujeitos com maior refinamento e de forma quantitativa (NUNES; FERREIRA; LOPES, 2007). O sistema de correção atribui escores de zero a três, sendo zero o de melhor reprodução e três pontos o de pior. Cada figura pode ser pontuada apenas uma vez. Foi produzida uma ficha dividindo colunas para soma, figuras, pontuação e idades, a fim de facilitar a interpretação dos resultados. As pontuações possíveis para cada figura estão separadas por cores: azul – erros mais frequentes; laranja – média de erros; e verde – menor frequência de erros. Na coluna idade aparece a porcentagem de erros do item por idade, possibilitando uma comparação do desempenho da criança avaliada com outras da mesma idade. Assim é possível observar as defasagens e os adiantamentos do traçado da criança, constatando o seu ritmo de desenvolvimento representacional (NUNES; FERREIRA; LOPES, 2007). Desvios no Bender relacionados com transtornos no neuropsicológico e disfunções cerebrais Como se trata de um teste que envolve percepção e coordenação neuromuscular, pressupõe-se que “dependa de certas áreas intactas de integração cortical, para sua execução satisfatória” (CLAWSON, 1980), contudo, não há uma entidade única de lesão cerebral. Há vários graus e tipos de comprometimento, além de existirem outros fatores individuais que concorrem para dificultar um diagnóstico referencial, a partir de um teste psicológico (CUNHA, 2000). Ao se avaliar um Bender, para triagem de disfunção cerebral, julga-se o grau de precisão na reprodução dos desenhos, bem como na reprodução global da figura. Portanto, levam-se hipóteses que têm relação com o funcionamento viso-perceptivo e construcional. Consequentemente, a hipótese de disfunção cerebral encontra apoio numa primeira hipótese de que existe um déficit numa função cognitiva. Todavia, dificuldades na realização da tarefa podem ocorrer não só por problemas no Sistema Nervoso Central, no desenvolvimento neuropsicológico, como por fatores emocionais (CUNHA, 2000). desenvolvimento Karina O. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 158 www.educapsico.com.br 6.5.2 Testes Projetivos Segundo Silva (2008), os testes projetivos requerem respostas livres; sua apuração é ambígua, sujeita aos vieses de interpretação do avaliador. O psicólogo trabalha com tarefas pouco ou nada estruturadas, a apuração das respostas deixa margem para interpretações subjetivas do próprio avaliador, e os resultados são totalmente dependentes da sua percepção, dos seus critérios de entendimento e bom senso. Os testes cuja metodologia é projetiva são aqueles cujas normas são qualitativas, ou seja, são testes menos objetivos. O resultado se expressa por meio de uma tipologia. Por terem uma avaliação qualitativa, seus elementos (itens de teste) não podem ser medidos em separado. A constância de determinadas características avaliadas no teste, como um todo, que dará a relativa certeza de um diagnóstico (exemplo: testes de personalidade em geral) (ESTÁCIO, 2008). Os testes de personalidade, como integrantes dos projetivos, medem as características de personalidade propriamente ditas, que não se referem aos aspectos cognitivos da conduta. Exemplo: estabilidade emocional, atitude, interesse, sociabilidade etc. Porém, sabe-se que a personalidade de um indivíduo muda constantemente, portanto, o que realmente é medido são as características mais ou menos constantes da personalidade, mas, mesmo assim, em determinado momento (ESTÁCIO, 2008). Abaixo alguns testes projetivos: Teste de Apercepção Temática (TAT) Parecer do CFP TAT TAT (TESTE DE APERCEPÇÃO TEMÁTICA) 1995 CASA DO PSICÓLOGO Favorável O TAT foi idealizado por Murray e Morgan em 1935, porém, só foi lançado em 1943. Contou com várias formas de interpretação, entre elas a de Bellak, porém, hoje só é considerada a forma de correção proposta por Murray (CUNHA, 2000). O teste pretende revelar impulsos, emoções e sentimentos conflituosos de sujeitos de ambos os sexos com idade variante entre 14 e 40 anos. Seu valor está presente principalmente no fato de tornar visíveis tendências subjacentes inibidas que o sujeito não deseja aceitar ou que não tem condições de admitir por serem inconscientes (CASA DO PSICÓLOGO, 2009). Karina O. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 159 2000). 9RH. Para análise do conteúdo da história. 2000): .Mulheres adultas: 3MF. 17RH e 18 RH. tanto em seu aspecto formal como de seu conteúdo. 9MF. medo. 17RH e 18RH. 9MF. 13HF. levando o sujeito a comunicar imagens. Destas. agressão. 9RH. . dependência. recomenda-se aplicar as seguintes pranchas para cada sexo e faixa etária (FREITAS. 13M. para isto.). estimulação etc. Para analisar o TAT. Quero que você me conte uma história sobre cada uma. Explique o que sentem e pensam os personagens.br Tais relatos se fazem a partir de pranchas que são apresentadas aos sujeitos. 18MF. e como terminará.educapsico.). 6MF. sentimentos. é preciso que se faça: . gratidão etc.Homens jovens: 3RH. 2000) propõe as seguintes instruções básicas: “Este é um teste que consiste em contar histórias. Utiliza-se um total de 30 pranchas com gravuras e uma em branco. 7RH.Mulheres jovens: 3MF. podendo ser utilizadas duas sessões para aplicação. . e 18MF. Cada uma das pranchas tem um significado específico e explora questões específicas. 12RM. Pode inventar a história que quiser”. 8MF. extroversão. Sendo assim. As relações que se estabelecem entre o herói e outros personagens podem refletir atitudes conscientes ou inconscientes do sujeito frente a estes. é preciso fazer uma análise do discurso. 8RH.Homens adultos as pranchas 3RH. 12F.www. introversão). Você me dirá o que aconteceu antes e o que está acontecendo agora. 12RM. é preciso que esta seja desmembrada nos conteúdos expressos no tema central. 17MF. bem como atitudes frente à autoridade (submissão. 2000). Aqui tenho algumas lâminas que vou lhe mostrar. 11 são aplicadas ambos os sexos e todas as idades. Além destas.Identificação do herói da história: que seria com quem o sujeito se identifica. 12H. 6MF. inferioridade. É importante que se identifique os traços e as tendências dos heróis (superioridade. 8MF. ou revelar o papel que estes desempenham na vida do sujeito (frustração. Murray (1977 apud FREITAS. 6RH. 7MF. .com. segundo Freitas (2000). Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 160 . 8RH. 7MF. 17MF. 6RH. 7RH. ideias e lembranças vividas diante de cada um desses enfrentamentos (FREITAS. é dada uma instrução sobre como proceder com o relato. Karina O. 13H. 13R. É importante também que o psicólogo faça um exame das histórias do sujeito e de sua conduta durante a aplicação do teste (FREITAS. No início da aplicação. podendo explorar a estrutura da personalidade subjacente. geralmente são aplicadas em cada sujeito uma média de 20 pranchas (11 universais e 9 selecionadas conforme sexo e faixa etária). curiosidade. Além disso. Suas aplicações devem ser individual e demora em torno de 15 minutos.educapsico.Desfecho da história: indica como o herói resolve suas dificuldades. passividade. conflitos e como trabalha suas necessidades internas e enfrenta as pressões do ambiente. como se resolvem e qual a intensidade dos conflitos.Exame das pressões ambientais: identificar e avaliar as pressões que o herói percebe como vindas do ambiente e os efeitos destas.br . . Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação . a forma como o sujeito vê ou interpreta seu meio. As pressões podem facilitar ou impedir a satisfação da necessidade.Reconhecimento de seus motivos. Pirâmides Coloridas de Pfister 23 Parecer do CFP PFISTER AS PIRÂMIDES COLORIDAS DE PFISTER 2005 CETEPP Favorável O Teste das Pirâmides Coloridas de Pfister (TPC) foi desenvolvido por Marx Pfister em 1946. representando. e publicado em 1951 por Robert Heiss e Hilldergard Hiltmann. Examina-se também se o herói demonstra insights das suas dificuldades. permite avaliar a adequação ou não à realidade. otimistas e pessimistas. mágicos e realistas ou os convencionais. observando a proporção entre os finais felizes e infelizes. aventura. fornecendo alguns dados para a formulação terapêutica.br/canalpsi_revista/artigo05. Exemplos: realização. se consegue chegar a conclusões sobre estas. A partir do desfecho pode-se identificar o êxito ou fracasso na resolução das dificuldades. psicólogos da Universidade de Freiburg. Também se deve analisar como surgem. . tendências e necessidades: são identificados na conduta do herói.Exploração dos estados interiores do herói: procura-se avaliar os afetos que se manifestam e em que direção e forma são conduzidos. objetos. aquisição. como ações de iniciativa em relação a pessoas. agressão. Esse teste pode ser utilizado para a realização de psicodiagnóstico diferencial.htm) 161 Karina O.psc.www. . 23 (Fonte: http://www. ou reação do herói às ações de outras pessoas.com. situações.canalpsi. autonomia etc. construção. assim. um jogo de três cartões na cor parda contendo o esquema de uma pirâmide. Utiliza-se de técnica não verbal. Zulliger foi influenciado diretamente pelas idéias de Freud.estacio.5. Porém.educapsico.3 Resumo Testes Psicológicos Teste de Zulliger24 Parecer do CFP ZULLIGER O TESTE DE ZULLIGER NO SISTEMA COMPREENSIVO INDIVIDUAL TESTE DE ZULLIGER – FREITAS 1996 CASA DO Desfavorável ZSC – FORMA 2007 LAPSAM LABAPE E Favorável PSICÓLOGO TESTE DE ZULLIGER – VAZ 1998 CASA DO Favorável PSICÓLOGO O suíço Hans Zulliger (1895–1965) em 1942 formula esse teste pois. mas seu uso no contexto clínico costuma ser também muito valorizado. 24 (Fonte: http://www. precisava selecionar rapidamente um alto contingente de soldados para o exército suíço. Por se tratar de um teste de fácil aplicação. em seleção de pessoas e perícia. que permite que o examinando sinta-se mais seguro (pois consegue cumprir as instruções com sucesso). cada técnica é completa por si só. “O TESTE DE ZULLIGER NÃO É UM TESTE DE RORSCHACH ABREVIADO”.com. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 162 . e aspectos do funcionamento cognitivo. O teste consiste. Tem sido utilizada. Apesar de possuírem a mesma natureza. 6. orienta-se que o mesmo seja utilizado como teste introdutório dentro de uma bateria de testes. de quem se tornou discípulo.www. freqüentemente. de um jogo de quadrículos coloridos contendo 10 cores subdivididas em 24 tonalidades.br É um teste projetivo.pdf) Karina O. folha de registro e mostruário de cores.br/site/psiconsult/cursos/2003_1/visaogeral_testepsicologicos. Pfister e de Rorschach. basicamente. com o objetivo de identificar informações acerca da dinâmica emocional dos indivíduos. de fácil execução e aplicação tanto às crianças quanto para adultos. de relacionamento interpessoal.Emotividade. .www. 25 (Fonte: http://www. Esse teste verifica aspectos como: . seleção de pessoal. . Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 163 . É usualmente utilizado na avaliação de candidatos a motorista.Relacionamento É a interpretação integrada das pranchas que possibilita o entendimento aprofundado da personalidade humana.Agressividade (hetero e auto). e ele é utilizado para psicodiagnósticos.educapsico. Trata-se de um teste utilizado para avaliar a personalidade e também é considerado um instrumento importante no diagnóstico de problemas toxicológicos e neuro-vegetativos.Dimensão tensional (excitabilidade e inibição).Predomínio tensional (impulsividade e rigidez/controle).com. .Reação vivencial (extra e intratensão). em seus aspectos afetivo-emocionais e intelectuais.Aspectos primitivos da personalidade Prancha II .pdf) Karina O. .Tônus vital (elação e depressão). Psicodiagnóstico Miocinético (PMK)25 Parecer do CFP PMK – PSICODIAGNÓSTICO MIOCINÉTICO NOVOS ESTUDOS PMK 2009 PMK (PSICODIAGNÓSTICO MIOCINÉTICO) 2009 VETOR Em avaliação 2001 VETOR Favorável O PMK foi criado por Emílio Mira y López (Cubano nascido em 1896) e foi a partir de 1849 que ele passou a ser mais divulgado. O Teste de Zulliger constitui-se de três pranchas: Prancha I .br/site/psiconsult/cursos/2003_1/visaogeral_testepsicologicos. etc.br A aplicação desse teste pode ser individual ou coletiva. . etc.estacio.Afetividade / Emoções Prancha III . avaliações de personalidade. avaliação de desempenho. foi o Prof. 2 . É avaliando os traçados de uma forma cuidadosa.Zigue-zague (sagital). 4 . 5 . Salvador Escala Milá (Espanha) foi quem elaborou o teste. horizontal e sagital).Paralelas (egocífugas sagitais) e Us (verticais).educapsico.www. todos os gestos humanos estão carregados de significado e concorrem à expressão da personalidade como um todo. gratuitamente.Paralelas (egocípetas sagitais) e Us (sagitais). projetamos no papel. No Brasil. para psicólogos. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 164 . O Prof.pdf) Karina O. A Editora Vetor fornece. No Brasil.br/site/psiconsult/cursos/2003_1/visaogeral_testepsicologicos. 2.Cadeias (verticais e sagitais). Trata-se de uma técnica projetiva para avaliação da personalidade através da expressão gráfica (traçados). e não no “olhômetro”.estacio. é constituído de 8 folhas. 3 . “Tapping Test” e “Teste Grafoescritural”. porém. Todos os movimentos. Através dos traços.br O teste. originalmente.Escadas e Círculos (verticais). para uma avaliação mais profunda é recomendado o uso do teste em sua forma completa: 1. 6 . e foi na década de 1970 que esse teste passou a ser mais difundido. 5 e 6). e com a devida 26 (Fonte: http://www. É muito importante que a avaliação do teste seja realizada com cuidado. um software que facilita esta avaliação. Agostinho Minicucci que realizou estudos a respeito da validação técnica desse teste. características de nossa personalidade. a forma resumida é mais utilizada (folhas 1. e por profissional bem preparado.com. Teste Palográfico26 Parecer do CFP O TESTE PALOGRÁFICO NA AVALIAÇÃO DA PALOGRÁFICO PERSONALIDADE TESTE PALOGRÁFICO 2004 VETOR Favorável 2002 VETOR Desfavorável O teste PLG apresenta algumas semelhanças com os testes “PMK” (descrito anteriormente). de uma forma simbólica.Lineogramas (vertical. Confiança e Atitude defensiva.Estabilidade e Instabilidade emocional. é o setor em que o emprego do CPS tem apresentado os melhores índices de aproveitamento e compatibilidade. adaptado por Aroldo Rodrigues e revisado por Flavio Rodrigues Costa. Dentre elas: . pesquisa e agora a nova versão destina-se com maior precisão para processos seletivos grandes e pequenos.www. 28 (Fonte: http://www. Avalia 8 dimensões da personalidade. psicodiagnóstico.Masculinidade e Feminilidade.vetoreditora. A área de recursos humanos. .br) Karina O.. . . Teste COMREY (CPS)28 Parecer do CFP CPS CPS (ESCALAS DE PERSONALIDADE DE 2003 VETOR Favorável COMREY) Criado por Comrey. Desde seu aparecimento em português o teste tem sido bastante utilizado em orientação vocacional. com maior eficiência e 27 Para saber mais sobre este teste indica-se os livros do Augustinho Minicucci. que também fornece gratuitamente um software para psicólogos que permite uma “pré-avaliação” do teste. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 165 .com. .Ordem e Falta de compulsão. que obtém-se a classificação dessas características (da personalidade)27.com. tais como: concursos públicos e vestibulares. .educapsico.Atividade e Passividade. esse teste tem o objetivo de medir e explicar as principais características de personalidade.Conformidade social e Rebeldia. .br preparação do avaliador.Empatia e Egocentrismo. Andrew L. Sua capacidade de avaliação rápida e objetiva de diversos fatores da personalidade ajuda os psicólogos a selecionarem candidatos e a recolocarem. todos encontrados na Editora Vetor. .Extroversão e Introversão. porém. De acordo com o site http://www.psicologia. O uso do CPS. indispensáveis para relações satisfatórias e bem sucedidas. em média. embora não exclusivamente. entre as principais características desse teste.com. onde depois da aplicação você obtém uma correção automática do teste. e a duração do mesmo é em média de 30 a 40 minutos.pt/instrumentos/testes) 166 Karina O.ajustamento. em indivíduos de 15 a 25 anos. escola.com. A aplicação deste teste pode ser individual ou coletiva. Inventário de Habilidades Sociais (IHS)29 Parecer do CFP IHS IHS (INVENTÁRIO DE HABILIDADES SOCIAIS) 2001 CASA DO PSICÓLOGO Favorável O Inventário de Habilidades Sociais (IHS) foi elaborado por Del-Prette e é usado para identificar o desempenho social da pessoa em diferentes contextos: trabalho. porém. O seu tempo de aplicação é de. no processo de seleção de pessoas e para treino profissional.educapsico. família. destacam-se: a) diversidade de situações apresentadas nos itens. funcionários eventualmente incompatíveis.com. com suas atuais funções.psicologia. coerentemente com o conceito de habilidades sociais. é recomendado para pessoas de qualquer idade com nível de escolaridade acima do 1º grau completo. b) características psicométricas bastante favoráveis. não há limite de tempo para a aplicação.pt/instrumentos/testes. Questionário de Avaliação Tipológica (QUATI)30 29 (Fonte: http://www. Esse teste pode ser aplicado individual ou coletivamente.br sob aspectos de personalidade. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação . em escolas. etc. que se agrupam em classes gerais de desempenho. 30 minutos. É utilizado na clínica. Existe atualmente uma versão informatizada. www. O RORCSCHACH: TEORIA E DESEMPENHO II (SISTEMA 30 31 1997/2006 1. avaliação de potencial. você pode obter a correção automática do teste.br) (Fonte: http://www. depois da aplicação. 2.com/rorschach/pt/history.br Parecer do CFP QUATI QUATI (QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO 2000 VETOR Favorável TIPOLÓGICA . utilizadas na elaboração de 16 tipos psicológicos: . Existe atualmente uma versão informatizada. Pode ser utilizado em processos de seleção de pessoal.Funções Avaliativas: Pensamento e Sentimento. Rorschach31 Parecer do CFP GUIA PARA O USO DA FOLHA DE RORSCHACH APURAÇÃO DO PROTOCOLO DE RORSCHACH 1978 CEPA Desfavorável O RORSCHACH: TEORIA E DESEMPENHO (SISTEMA KLOPFER).Funções Perceptivas: Intuição e Sensação.vetoreditora. Surgiu da necessidade de ter um instrumento de avaliação tipológica adequada à realidade brasileira. CASA DO PSICÓLOGO Favorável (Fonte: www.com. O tempo de aplicação do teste gira em torno de 45 minutos.educapsico.Atitudes: Extroversão e Introversão.www.VERSÃO II) O QUATI é um questionário de avaliação da personalidade baseado na teoria dos tipos psicológicos de Jung.com. O teste apresenta três categorias. .rorschachonline. EDITORA MANOLE.com. Ele pode ser aplicado individual ou coletivamente. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 167 . e . entre outros. na qual.dipsi.br e http://www.aspx) Karina O. psicodiagnóstico. de qualquer faixa etária. quer da economia emocional do examinando. As respostas emitidas pelo sujeito trazem dados que representam a realidade do mesmo. entre outros. 2. NORMAS E REFLEXÕES. Karina O. O teste consiste na utilização de 10 lâminas com borrões de tinta que devem ser associadas a imagens mentais. em pesquisas. em 1921. O instrumento permite avaliar uma gama ampla e profunda quer das características pessoais. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 168 . Esse teste é usualmente utilizado para avaliar a dinâmica da personalidade. mas pode ser aplicado a qualquer pessoa (desde que tenha condições de se expressar verbalmente e que tenha suficiente acuidade visual). CASA DO PSICÓLOGO 2. etc.SISTEMA DA ESCOLA FRANCESA (1. julgamento crítico. e que devem ser interpretados pelo psicólogo.www. e então é solicitado ao sujeito que faça associações. percepção. A PRÁTICA DO RORSCHACH) SOCIEDADE DE RORSCHACH CLÍNICO 2002 RORSCHACH DE Favorável SÃO PAULO RORSCHACH SISTEMA COMPREENSIVO (MANUAL DE CLASSIFICAÇÃO E MANUAL DE INTERPRETAÇÃO) 1999 CASA DO PSICÓLOGO Favorável 1998 1. em processo de seleção de pessoas. Pode ser utilizado na clínica. no âmbito educacional. somente individualmente. na área jurídica.educapsico.br KLOPFER) RORSCHACH . VETOR Favorável O Teste de Rorschach foi elaborado por Hermann Rorschach. levando em conta aspectos de atenção. O PSICODIAGNÓSTICO DE RORSCHACH EM ADULTOS: ATLAS. As lâminas são apresentadas uma a uma.com. Esse teste não é aplicado coletivamente. html “O IFP foi uma avaliação profundamente estudada e examinada por meio de vários instrumentos.sceltarh.com. Psicóloga formada pela Unesp – Bauru/SP.6 Técnicas de Entrevista33 Tipos de Entrevista A entrevista psicológica. dentre os quais o Teste de Apercepção Temática.www. Karina O. o que garante ao inventário uma base com larga investigação científica” (p.educapsico. e pode ser aplicado individual ou coletivamente. elaborado por Luciana Esgalha Carnier.com. segundo Cunha (2000). o entrevistado.br/csv_ifp. 32 33 (Fonte: http://www. ensino e aconselhamento.1).com. o entrevistador.html) Item extraído da Apostila Temática de Psicodiagnóstico e Testes. Mestranda em Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem. procura saber o que acontece com a outra. Possui aprimoramento em Psicologia Hospitalar em Pediatria. É utilizado em processo de seleção de pessoal.br Inventário Fatorial de Personalidade (IFP)32 Parecer do CFP IFP (INVENTÁRIO FATORIAL DE PERSONALIDADE) 1997 CASA DO PSICÓLOGO Favorável IFP INVENTÁRIO FATORIAL DE PERSONALIDADE REVISADO – IFP – R (VERSÃO REDUZIDA) 2001 LABPAM Favorável O IFP foi lançado em 1997. é um processo bidirecional de interação entre duas ou mais pessoas com o propósito previamente fixado no qual uma delas. 6.br/csv_ifp. Unesp – Bauru/SP – Linha de Pesquisa: Desenvolvimento: Comportamento e Saúde. pesquisas. procurando agir conforme esse conhecimento. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 169 . Esse teste é usualmente utilizado para medir as variáveis da personalidade “normal”.sceltarh. De acordo com o site http://www. “Enquanto técnica. absorve os conhecimentos científicos disponíveis” (SILVA. a entrevista tem seus próprios procedimentos empíricos através dos quais não somente se amplia e se verifica. É fundamental para avaliar a gravidade da crise. mas. É utilizada. Entrevistas estruturadas: Têm pouca utilidade na área clinica. na psicologia hospitalar. simultaneamente. São de grande utilidade em settings. como um questionário. semiestruturada e livre de estruturação. Entrevistas semiestruturadas: Têm um roteiro com tópicos pré-estabelecidos. De acordo com Tavares (2000). Considerada um processo de triagem. praticamente. Entrevistas livres de estruturação: Não têm o roteiro pré-estabelecido. todas as entrevistas requerem uma etapa de apresentação da demanda. quando ou em que sequência. também.educapsico. pois. São assim denominadas porque o entrevistador tem clareza de seus objetivos. de que tipo de informação é necessária para atingí-los. de reconhecimento da natureza do problema e da formulação de alternativas de solução e de encaminhamento. Karina O. na saúde pública. em que condições devem ser investigadas e como devem ser considerada. Ela é mais utilizada em pesquisas que se destinam basicamente ao levantamento de informações. Entrevista de Triagem O objetivo principal é avaliar a demanda do sujeito e fazer encaminhamento. a entrevista psicológica é “um campo de trabalho no qual se investiga a conduta e a personalidade de seres humanos” (p. Elas podem ser classificadas em relação aos seus objetivos. torna-se necessário ou imprescindível o encaminhamento para um apoio medicamentoso.www. Segundo Tavares (2000). nesses casos. em que é necessária ou desejável a padronização de procedimentos e registro de dados. conforme veremos a seguir. o papel de quem a conduz e os procedimentos pelos quais é possível atingir seus objetivos.com. pois têm suas metas.br Para Bleger (1980). como nas clínicas sociais. s.d). no qual se procura obter informações suficientes para se fazer o encaminhamento do entrevistado para profissional e/ou tratamento adequado. 21). no entanto têm determinada estruturação. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 170 . de como essa informação deve ser obtida. as entrevistas podem ser classificadas em relação ao aspecto formal em: estruturada. os medicamentos tomados pelo paciente (suas doses. Indagase se houve instalação súbita ou progressiva. como vem se apresentando. religião. idade em anos redondos (ex. . possui formas ou técnicas corretas de serem aplicadas. grau de instrução. Aqui também são anotados. número do prontuário. Averigua-se se já esteve em tratamento. por exemplo. principalmente sua infância. Ao seguir as técnicas. Abaixo. a época em que começou o distúrbio.IDENTIFICAÇÃO: Nome do paciente. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 171 . é uma entrevista que busca relembrar todos os fatos relevantes da vida do paciente e que se relacionam direta ou indiretamente à queixa do mesmo. como foi realizado e quais os resultados obtidos. Pede-se ao paciente que explique. se houve internações e suas causas.. o mais claro e detalhado possível. registra-se: “Não faz uso de medicamentos”. cor. Registram-se os sintomas mais significativos. se houver. numa situação de coabitação. sob que condições melhora ou piora.br Anamnese É um tipo de entrevista que tem a intenção de ser um ponto inicial para a obtenção de um diagnóstico. o que sente.QUEIXA PRINCIPAL (QP): Explicita-se o motivo pelo qual o paciente recorre ao Serviço em busca de atendimento. Caso não tome remédios. registra-se aquela que mais o incomoda e.HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL (HDA): Aqui se trata apenas da doença psíquica do paciente. “35 anos”). como qualquer outro tipo de entrevista.com. profissão. . texto adaptado): . pode-se aproveitar ao máximo o tempo disponível para o atendimento. duração e uso). apresentaremos um roteiro com as etapas da anamnese apresentado por Jobim Lopes (s. mas se o paciente se considera ou não casado. O objetivo principal é o levantamento detalhado da história de desenvolvimento da pessoa. Uma anamnese. nacionalidade.www. preferencialmente.educapsico. sexo. se algum fato desencadeou a doença ou episódios semelhantes que pudessem ser correlacionados aos sintomas atuais. em não mais de duas linhas. Caso o paciente traga várias queixas. Em outras palavras.d. Karina O. bem como o que sente atualmente. estado civil – não necessariamente a situação legal. tiques. formação de grupos. intimidades. deambulação (ato de andar ou caminhar). escolha da profissão.Puberdade: época de aparição dos primeiros sinais. relacionamento social. escolaridade. uso de fórceps. sonambulismo. educação. irritabilidade.www. O objetivo é observar a capacidade de estabelecer vínculos. jogos mais comuns ou preferidos. parto (normal. menopausa. como nervosismo.com. . enurese noturna. início da atividade sexual. dentição. Se o paciente foi uma criança precoce ou lenta. terror noturno. .Lembrança significativa: perguntar ao paciente qual sua lembrança antiga mais significativa que consegue recordar. desvios sexuais. chupar o dedo ou chupeta (até que idade). ser uma criança modelo. diferentes empregos e funções desempenhadas (sempre em ordem cronológica). . cesariana). como foi o desenvolvimento da linguagem e a excreta (urina e fezes). namoros. regularidade nos 172 Karina O. cólicas e cefaleias. alterações psíquicas. interesse por esportes. além do auxílio à compreensão da ligação passado-presente. duração e quantidade dos catamênios. depressão. Apreciam-se as condições: . separando-se cada tópico em parágrafos.br -HISTÓRIA PESSOAL (HP): Coloca-se. relações com professores e colegas. roer unhas. traumatismos emocionais ou físicos. prematuridade ou nascimento a termo). aprendizado sobre sexo etc. relacionamento com os pais. condutas impulsivas (agressão ou fuga). nas mulheres.educapsico. as primeiras experiências masturbatórias. separações e recasamentos. homossexualismo. emotividade.Trabalho: registrar quando o paciente começou a trabalhar. tartamudez (gagueira). Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação . . especiais aptidões e dificuldades de aprendizagem. popularidade. divertimentos. rendimento escolar. de forma sucinta. dados sobre a infância. crises de nervosismo. sonilóquio (falar dormindo). .História sexual: aqui se registram as primeiras informações que o paciente obteve e de quem. condições ao nascer. . jogos sexuais. experiências sexuais extraconjugais.De nascimento e desenvolvimento: gestação (quadros infecciosos. atitude ante o sexo oposto. a história menstrual (menarca: regularidade.Sintomas neuróticos da infância: medos. última menstruação). amizades.Escolaridade: anotar começo e evolução. frigidez ou impotência. doenças. traumatismos (sintomas. fumo ou quaisquer outras drogas. condições maritais.Cônjuge: idade. ocupação e personalidade. cessa o relato do paciente e passa-se a ter o registro da observação do entrevistador ou terapeuta. medidas anticoncepcionais. . assinalar: “Não faz uso de álcool. a atmosfera familiar. se houver. personalidade. ocupação. fumo ou quaisquer outras drogas”. . Devem constar somente as doenças físicas. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 173 . os acontecimentos mais importantes durante os primeiros anos e aqueles que. se mortos. em poucas palavras.educapsico.br empregos e motivos que levaram o paciente a sair de algum deles. datas.Irmãos: idade. convulsões e sua frequência. as relações dos parentes entre si e destes com o paciente.HISTÓRIA PATOLÓGICA PREGRESSA (HPP): Nesta etapa.Lar: neste quesito. de cada um deles. personalidade. investigam-se os antecedentes mórbidos do paciente. compatibilidade. no momento. causa e data do falecimento. personalidade.Filhos: número. .com.Pais: idade. não se usam termos técnicos. o que se espera que seja registrado aqui são aspectos objetivos que justifiquem os termos técnicos que serão empregados posteriormente na súmula. . saúde. Viroses comuns da infância. operações. idades. no momento da(s) entrevista(s). Indagar se há caso de doença mental.HISTÓRIA FAMILIAR (HF): O item deve abrigar as relações familiares: . internações e tratamentos. aposentadoria. .Hábitos: uso do álcool. satisfação no trabalho. Os diversos aspectos que integram o exame psíquico são: Karina O. acidentes. vida sexual. . recasamentos.www. . Caso não faça uso. Verificar se há caso de doença mental em um deles ou ambos. duração). saúde. . descrevem-se.EXAME PSÍQUICO (EP): Neste ponto da anamnese. ambições e circunstâncias econômicas atuais. estão mobilizando toda a família. No exame psíquico. desmaios. ocupação. www. esclerosado ou esquizofrênico catatônico. por exemplo. a desorientação do próprio eu (identidade e corpo). como no caso do sujeito autista. se a confusão mental interfere na exatidão das respostas. podem ser feitas perguntas rápidas e objetivas. 174 Karina O. depois o do espaço. ou se o paciente chega mesmo a cochilar. Na prática. coerência e pertinência das respostas dadas ao entrevistador.Memória: A função mnésica pode ser avaliada pela rapidez.Consciência: a capacidade do indivíduo de dar conta do que está ocorrendo dentro e fora de si mesmo. com atenção em tudo ao redor) e a tenacidade (capacidade de se concentrar num foco). se houver necessidade. Em geral. . precisão e cronologia das informações que o próprio paciente dá. aqui. a consciência se revela na sustentação. será a indicação do processo psíquico complexo. que envolve deslocamento e localização e.com. que se fazem com lentidão. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação . . Contradições nas informações podem indicar dificuldades. difusa. observando se o paciente faz esforço para manter o diálogo e levar a entrevista a termo. o primeiro sentido de orientação que se perde é o do tempo. é hipervigil e hipotenaz). . assim como a observação da capacidade de fixação. datas de acontecimentos importantes. Compreende aspectos como aparência. atividades psicomotoras e comportamento.Atenção: Destaca-se a vigilância (consciência sem foco. Cabe ao entrevistador avaliar o grau de alteração da consciência. num estado mais grave. porém. que é capaz de integrar acontecimentos de um determinado momento numa atividade de coordenação e síntese. Consciência. pode tê-las rebaixadas. .Apresentação: Refere-se à impressão geral que o paciente causa no entrevistador.educapsico. O exame da memória passada (retrógrada) faz-se com perguntas sobre o passado do paciente. Com relação à memória recente (anterógrada).Orientação: A orientação pode ser inferida da avaliação do estado de consciência e encontra-se intimamente ligada às noções de tempo e de espaço. como “O que você fez hoje?” ou dizer um número de 4 ou 5 algarismos ou uma série de objetos e pedir para que o paciente repita após alguns minutos. O paciente não pode ter essas duas funções concomitantemente exaltadas (o paciente maníaco.br . Para o exame da memória de retenção pode-se pedir ao paciente que repita algarismos na ordem direta e depois inversa. adormecer no curso da entrevista. atitude para com o entrevistador e atividade verbal. agitada ou exaltada. uma exaltação patológica (hiperbúlico). se o paciente apresenta maneirismos. diminuída. Interessa a autonomia que o paciente tenha. irritável.Sensopercepção: É o atributo psíquico no qual o indivíduo reflete subjetivamente a realidade objetiva. ainda. a sua capacidade laborativa. pode 175 Karina O. fútil. É o que se pode observar com mais facilidade numa entrevista. angústia. se sente que não existe ou se é capaz de adivinhar e influenciar os pensamentos dos outros. ambivalência e labilidade afetivas. .Psicomotricidade: A psicomotricidade é observada no decorrer da entrevista e se evidencia geralmente de forma espontânea. . de maneira geral. o que irá nos interessar é o exame da linguagem falada e escrita. angustiado. é uma emoção difusa e prolongada que matiza a percepção que a pessoa tem do mundo. estereotipias posturais. zangado. pode responder a solicitações repetidas e exageradas (obediência automática). expansivo. . ansioso.br . automatismos.www. o comportamento do paciente.Afetividade: Pesquisa-se estados de euforia. culpado. se existe eletricidade ou outra força que o influencie. Fundamenta-se na capacidade de perceber e sentir. autodepreciativo. Averigua-se se está normal. ecopraxia ou qualquer outra alteração. pois é pela linguagem que ele passa ao exterior. . inibida.Pensamento: Este item da anamnese é destinado à investigação do curso.Inteligência: É mais para se constatar se o paciente está dentro do chamado “padrão de normalidade”. Sua normalidade e alterações estão intimamente relacionadas ao estudo do pensamento. irritabilidade.com. .educapsico. atônito. incontinência emocional etc. Observa-se.Linguagem: Neste tópico. flexibilidade cérea.Vontade: O indivíduo pode se apresentar normobúlico (vontade normal) ter a vontade rebaixada (hipobúlico). . Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação .Consciência do Eu: O terapeuta orientará sua entrevista no sentido de saber se o paciente acha que seus pensamentos ou atos são controlados por alguém ou forças exteriores. . apavorado. forma e conteúdo do pensamento. É como o paciente diz sentirse: deprimido. se alguém lhe rouba os pensamentos. tristeza.Humor: O humor é mais superficial e variável do que a afetividade. . eufórico. Aqui se faz uma análise do discurso do paciente. se pode transformar-se em pedra ou algo estático. se se sente hipnotizado ou enfeitiçado. ter autopreservação.www. como comer.educapsico. opor-se de forma passiva ou ativa. . Karina O. assim como a sua percepção de que precisa ou não de um tratamento. analisa-se se o paciente exerce atividades práticas. duvidar exageradamente do que quer (dúvida patológica). que poderá ser esclarecida. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 176 . Visa estabelecer o diagnóstico e o prognóstico do paciente. Pode ser considerada. . conseguir realizar o que se propõe e adequar-se à vida. de um processo amplo de avaliação que inclui testagem psicológica. às solicitações (negativismo) etc. Uma avaliação psicodinâmica não prescinde da avaliação realizada na anamnese. trabalhar. Um entendimento psicodinâmico do paciente auxilia o terapeuta em seu esforço para evitar erros técnicos. .com. inclusive. . realizar atos contra a sua vontade (compulsão). deverão constar na súmula os termos técnicos que expressam a normalidade ou as patologias observadas no paciente.Consciência da doença atual: Verifica-se o grau de consciência e compreensão que o paciente tem de estar enfermo.HIPÓTESE DIAGNÓSTICA: De acordo com o que pode ser observado durante a entrevista. Há que se ter uma escuta que vá além do que possa parecer à primeira vista. reforçada ou contestada por outro profissional ou exames complementares. propõe-se uma hipótese de diagnóstico. como uma extensão valiosa e significativa dela. -HIPÓTESE PSICODINÂMICA: A hipótese psicodinâmica e a atuação terapêutica deverão constar em folha à parte.Pragmatismo: Aqui.SÚMULA PSICOPATOLÓGICA: Uma vez realizado e redigido o exame psíquico.br concordar com tudo o que é dito. Trata-se de um resumo técnico de tudo o que foi observado na entrevista. A compreensão da vida intrapsíquica do paciente é de fundamental importância no recolhimento de dados sobre ele. mesmo que sejam juízos contraditórios (sugestionabilidade patológica). Entrevista Diagnóstica É parte. cuidar de sua aparência. Podem ser sindrômicas ou dinâmicas. na maioria das vezes. se houver necessidade. dormir. bem como as indicações terapêuticas adequadas. está facilitando ou dificultando o processo. tendo em vista a modificação daquela condição.br De certo modo.www. rede social). ou seja. por exemplo: baixa autoestima.educapsico. Portanto. modificá-la. tendo em vista uma abordagem teórica. de forma a otimizar o encontro entre a demanda do sujeito e os objetivos da tarefa. é necessário que o entrevistador domine as especificações da técnica. Entrevista Clínica De acordo com Tavares (2000). relaciona e inferir. em um processo que visa a fazer recomendações. família. relacionais ou sistêmicos (indivíduo. Em outro sentido. explicá-la e. A entrevista diagnóstica pode priorizar aspectos sindrômicos ou psicodinâmicos. Quando o entrevistador confronta uma defesa. empregamos o termo diagnóstico de modo mais específico. sentimentos de culpa) e sintomas (humor deprimido. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 177 . “A entrevista clínica é um conjunto de processos de técnicas de investigação. Papel do Entrevistador É necessário habilidades do entrevistador para que ele esteja preparado para lidar com o direcionamento que o sujeito parece querer dar à entrevista. tem objetivos definidos e é por meio dela que o entrevistador estrutura sua intervenção. dirigido por um entrevistador treinado. Todos os tipos de entrevista têm alguma forma de estruturação. na medida em que a atividade do entrevistador direciona a entrevista no sentido de alcançar seus objetivos (TAVARES. 2000). possivelmente. casal. Karina O. ideação suicida) para a classificação de um quadro ou síndrome (Transtorno Depressivo Maior). com o objetivo de descrever e avaliar aspectos pessoais. O diagnóstico psicodinâmico visa à descrição e à compreensão da experiência ou do modo particular de funcionamento do sujeito. ele empaticamente reconhece ou pede esclarecimentos. Implica descrever. encaminhamentos ou propor algum tipo de intervenção em benefício das pessoas entrevistadas”.com. avaliar. em uma relação profissional. que utiliza conhecimentos psicológicos. A entrevista clínica é dirigida. O primeiro visa à descrição de sinais (como. de tempo delimitado. definindo-o como o exame e a análise explícitos ou cuidadosos de uma condição na tentativa de compreendê-la. toda entrevista clínica comporta elementos diagnósticos. 10. Assumir a iniciativa em momentos de impasse. no sentido de estar inteiramente disponível para o outro naquele momento sem a interferência de outras pessoas. Estar presente. 7. Identificar e compreender seus processos transferenciais. portanto. 2. Tolerar a ansiedade relacionada aos temas evocados na entrevista. a ideias preconcebidas em relação Karina O. Essa posição lhe confere poder e. Também é do entrevistador a responsabilidade de reconhecer a necessidade de treinamento especializado e atualizações constantes ou periódicas. Papel do Entrevistado O papel principal da pessoa entrevistada é o de prestar informações. Dominar as técnicas que utiliza no seu trabalho. Buscar esclarecimentos para colocações vagas ou incompletas. 4. 6. 8.br Segundo Tavares (2000). Facilitar a expressão dos motivos que levaram a pessoa até a consulta.com. para realizar uma entrevista de modo adequado o entrevistador deve ser capaz de: 1.www. Confrontar esquivas e contradições de maneira gentil. Auxiliar o paciente para que ele se sinta à vontade e construa a possibilidade de uma aliança terapêutica. Distorções relacionadas às pessoas ou instituições interessadas na avaliação. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 178 . é bem provável que o entrevistador tenha que centrar sua atenção na relação com a pessoa entrevistada para compreender os motivos de sua atitude. 5. Nos casos em que parece haver dificuldades de levantar a informação. Reconhecer defesas e modos de estruturação do paciente.educapsico. 9. 3. a responsabilidade de zelar pelo interesse e bem-estar do outro. Outro ponto importante significa reconhecer a desigualdade intrínseca na relação. que dá uma posição privilegiada ao entrevistador. Nas entrevistas clínicas deseja-se conhecer em profundidade o sujeito. Essa especificidade clínica favorece que sejam utilizadas as entrevistas semiestruturas e de estruturação.www. com o objetivo de entender qual a situação que o levou à entrevista. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 179 .br à psicologia ou à saúde mental e a fantasias inconscientes vinculadas às ansiedades pessoais acerca do processo. além do domínio da técnica. Karina O. Nesses casos é preciso que se crie um espaço às manifestações individuais e requer habilidades e conhecimentos específicos que permitam ao entrevistador conduzir adequadamente o processo. Criar um clima que facilite a interação nesse contexto e a abertura para o exame de questões íntimas e pessoais talvez seja o desafio maior da entrevista clínica. O resultado de uma entrevista depende largamente da experiência e da habilidade do entrevistador.com. Nessa situação o entrevistado é porta-voz de uma demanda e espera um retorno que o auxilie.educapsico. cada vez mais importante. Psicólogo formado pela Unesp e Pós-Graduado em Gestão Empresarial pela Fundação Getulio Vargas (FGV). aprendendo. E também é preciso lembrar que a responsabilidades pelos processos de aprendizagem não é somente dos departamentos de treinamento e de capacitação. mas também a aprendizagem em equipes pois elas são a unidade de aprendizagem fundamental nas organizações atualmente. Representam mudança necessária no 34 Parte deste subitem foi extraído da apostila temática Psicologia Organizacional.www. a utilização de bases de dados com as “melhores práticas” (best practices) e as “lições aprendidas” (lessons learned).educapsico. em se compartilhar informação e conhecimento no seio das organizações. Karina O. elaborada por Rafael Santos Vaz de Lima. s/p). se as equipes não tiverem capacidade de aprender. “Os portais corporativos são instrumentos essenciais ao esforço. em que há troca de informações e conhecimentos que funciona como facilitador e catalisador de inovações e de novos conhecimentos. Para Neves (2007). Assim.br 7.com. Portais Corporativos Segundo Terra e Bax (2003. algumas ferramentas muito utilizadas hoje para a aprendizagem contínua organizacional são: a instituição das “Universidades Corporativas”.1 Educação Corporativa e Educação à Distância34 Hoje o conhecimento passou a ser um dos principais diferenciais competitivos de uma organização e por isso o profissional valorizado é aquele que está disposto a estar constantemente adquirindo novos conhecimentos. a organização também não terá (NEVES. 2007). Logo. uso de facilidades tecnológicas como as ráticas de ensino à distância (EAD) e-learning (via Internet). p. além do uso de portais corporativos. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 180 . UNIDADE VII – EDUCAÇÃO E PESQUISA NA ORGANIZAÇÃO 7. mas também faz parte das ações gerenciais. faz-se de extrema importância que as organizações busquem o desenvolvimento de estratégias para a aprendizagem individual e coletiva. Entretanto é fundamental considerar não só a aprendizagem individual. em situações específicas”. e. devem atender alguns objetivos como: “a) integrar o uso de aplicativos e bases de dados informatizadas. d) automatizar e aperfeiçoar os ciclos de decisão dos trabalhadores do conhecimento. relacionamentos. s/p). de diversos sistemas de informação. redesenhando processos. B2B. o que representa mudança substancial no modo de como será apresentada a informação e em como os muitos sistemas de back-end precisarão comunicar entre si”. para que sejam considerados como portais corporativos e proporcionarem a elevação da capacidade de solução de problemas e de inovações na organização. Os portais corporativos também podem servir de ferramenta que auxilie a mudança da cultura da organização ao incentivar a colaboração e o compartilhamento de experiências e conhecimentos.www. em tempo-real.com. atividades. etc). Educação à Distância Segundo Moran (2002. podendo também prover a integração. unificando os ambientes de pesquisa.educapsico. Segundo Neves (2007. b) conectar os indivíduos às fontes de informação. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 181 . s/p) Karina O. c) permitir a personalização do acesso à informação. e) permitir a criação de níveis mais profundos de colaboração entre os funcionários. 2007). modificando o modo de organização do trabalho e de capacitação. hierarquias e estruturas (NEVES. f) fomentar a criação e a reutilização do conhecimento explícito e a localização de pessoas que podem aplicar seu conhecimento tácito.br sentido de se estabelecer uma plataforma única para o e-Business (B2C. organização e divulgação e/ou publicação das informações e do conhecimento necessário às organizações. Em uma pesquisa. interligados por tecnologias.com. A Educação à Distância tem ganhado grande espaço em detrimento dos cursos presenciais. o vídeo. de qualquer local.2 Pesquisa e intervenção nas organizações: planejamento. como por exemplo definir quem serão os participantes. mas podem estar conectados. onde professores e alunos estão separados espacial e/ou temporalmente. por meio de cursos de especialização e treinamentos sobre diversos temas (CHIAVENATO. As empresas têm verificado na EAD uma possibilidade para qualificação de seus funcionários.Criar condições favoráveis e discretas para a realização da entrevista. o telefone. Karina O. Preferimos a palavra "educação" que é mais abrangente.Marcar com antecedência o local e horário. como a Internet. 7. a televisão. Tudo isto deve ser planejado visando atingir os objetivos da pesquisa.br Educação a distância é o processo de ensino-aprendizagem. Mas também podem ser utilizados o correio. procedimentos e análise Como em qualquer área de conhecimento. por seu custo inferior e facilidade de acesso. principalmente as telemáticas.Convidar os entrevistados de acordo com os objetivos da pesquisa. Os profissionais também têm percebido nos cursos de EAD essa facilidade e buscado cada vez mais o conhecimento aliado às novas tecnologias da informação. faz-se necessário estabelecer os objetivos e método para atingir os objetivos do estudo. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação 182 . observações). instrumentos (escalas. o CD-ROM. fisicamente. para garantir informações espontâneas e confidenciais. questionários.www. É ensino/aprendizagem onde professores e alunos não estão normalmente juntos. Alguns cuidados são importantes: . Na expressão "ensino a distância" a ênfase é dada ao papel do professor (como alguém que ensina a distância). mediado por tecnologias. o rádio. tendo acesso à internet. . entrevistas. onde será realizada a pesquisa e quais instrumentos serão aplicados. a área da Psicologia Organizacional também pode ser campo de pesquisa e intervenção. o fax e tecnologias semelhantes.educapsico. . embora nenhuma das expressões seja perfeitamente adequada. Qualquer pessoa pode realizar um curso à distância. 2008). que já devem ter sido definidos. Citaremos abaixo algumas técnicas de coleta de dados segundo Cervo (2002):  Entrevista: é uma conversa orientada para um determinado objetivo (aquele definido na pesquisa). documentos. A escala mais utilizada têm sido a de Likert e em geral utiliza 5 alternativas: discordo plenamente. as respostas sejam mais confiáveis. São realizadas questões e o participante deve responder por concordância.com. as questões são preenchidas pelo próprio pesquisador.asp). de acordo com as 5 alternativas acima.com/escala_pesquisa. algumas vezes. enviado pelo correio ou entregue diretamente ao respondente. o que faz com que.  Documentos: para realização de uma pesquisa podem ser utilizados também documentos de uma determinada instituição. fotografias. de uma certa época histórica. devido ao anonimato. discordo parcialmente.br Questionário: é um meio de obter respostas por meio de questões que o informante mesmo responde. com a devida autorização. Podem ser textos. cuja análise seja importante para os objetivos da pesquisa. No questionário. geralmente os respondentes sentem-se mais confiantes. pública ou privada. filmes. 183 Karina O. etc. Já o estudo qualitativo permite analisar freqüências de respostas e as relações entre variáveis. Lima Psicóloga CRP 84326/06 Organização e Coordenação . de acordo com observações e as próprias respostas dos participantes.  Escalas: em geral são questionários com perguntas fechadas. O questionário pode ser respondido por e-mail. abrangendo um número maior de participantes/documentos.educapsico. O estudo qualitativo visa conhecer mais a fundo o assunto que se está estudando. é registrada de forma metodicamente e evitando-se interpretações subjetivas. ou fechadas. jornais. no entanto costuma abranger um número menor de participantes/documentos e apresentar respostas mais amplas e abertas. permitindo respostas mais amplas. com alternativas. concordo parcialmente e concordo plenamente.  Observação: é uma observação diferente da realizada no cotidiano pois é planejada. A análise dos dados pode ser realizada de forma qualitativa ou quantitativa. de acordo com os objetivos da pesquisa e a forma de coleta de dados. possui objetivos. www.siqueiracampos.  Formulário: no formulário. não concordo nem discordo. As perguntas do questionário podem ser abertas. Posteriormente realiza-se a análise quantitativa das respostas de todos os respondentes (http://www. por escrito. Permite a participação de pessoas com menor nível de escolaridade. que tenham dificuldade para compreender a escrita e a leitura. n. Ana Lúcia Queiroz. 6. n. 2002. 6-15. 2006. 16. v. 2008. 4/5. Estudos em Psicologia. Teresa Gomes.pt/RompimentoV%C3%ADnculosAfectivos. Elias Mallet da Rocha. p. Porto Alegre: Artes Médicas.. M..php?script=sci_arttext&pid=S0103-65132006000200007&lng=pt&nrm=iso>. Angela Maria Brasil Biaggio. Acesso em: 27 jun. 3. Revista Eletrônica de Enfermagem. Porto Alegre: Artes Médicas. similaridades e diferenças.doaj. v. s. Disponível em: <www. 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