Armamento, Munição e Tiro Defensivo – Instrutor: MAJ QOPM Márcio Augusto Pereira BailosaPOLÍCIA MILITAR DO PARÁ DIRETORIA DE ENSINO E INSTRUÇÃO CENTRO DE FORMAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO DE PRAÇAS DISCIPLINA: ARMAMENTO, MUNIÇÃO E TIRO DEFENSIVO APM “Cel Fontoura” – Curso de Formação de Oficiais Armamento, Munição e Tiro Defensivo UNIDADE I: HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DAS ARMAS DE FOGO 1)INTRODUÇÃO A disciplina Armamento, Munição e Tiro Defensivo é de suma importância na formação daquele que fará a Segurança Pública de nossa sociedade. Esta mesma sociedade que o nomeia policial e lhe coloca uma arma de fogo nas mãos, espera que este faça dela uso correto, sem colocar ela mesmo em risco. Cada vez mais o profissional de Segurança Pública vem se deparando com situações de risco durante a execução do Policiamento Ostensivo, devido ao crescimento da criminalidade que assola nossas cidades. Vários companheiros já tombaram em serviço pela inobservância de preceitos fundamentais. Por isso, se faz necessário que este profissional utilize todos os procedimentos técnicos para garantir, de início, a sua própria segurança e, a seguir, a de terceiros. É igualmente necessário que formemos uma doutrina de emprego do armamento e de procedimentos técnicos em ocorrência. Decidir quando e como usar a arma de fogo é tarefa muito difícil, que cabe a cada policial. Entretanto, esta tarefa será mais fácil se o policial estiver habituado a tomá-la nas sessões de treinamento e simulações. As situações que envolvem decisão de tiro são sempre muito complexas. O policial deve decidir com base na Lei, no risco a sua vida, na necessidade de atirar, na suficiência dos seus disparos, nos riscos que estes podem oferecer a terceiros, isso só para mencionarmos algumas das variáveis. Além disso, ocorrências são momentos de grande tensão, onde facilmente um erro pode ser cometido, com conseqüências que quase sempre serão lamentadas. Daí a importância do treinamento constante a que o policial deve ser submetido, a fim de que garantir um trabalho feito de maneira mais técnica, com mais qualidade, com procedimentos mais automatizados e menos sujeito a falhas. O objetivo maior aqui é mostrar que o conhecimento e o domínio de uma arma de fogo, suas limitações e potencialidades e, principalmente, seu uso correto, são de vital importância para o profissional de segurança pública, assim como são o domínio de técnicas, ferramentas ou instrumentos por qualquer outro profissional (médico, engenheiro, etc.). E, longe de serem mistérios reservados a pequenos grupos, devem ser, obrigatoriamente, de conhecimento e domínio de qualquer um que se digne a bem desempenhar a missão nobre da atividade policial. Armas não matam pessoas. Pessoas matam pessoas. Em mãos treinadas e conscientes, as armas de fogo se tornam instrumentos indispensáveis na sociedade moderna. Quando o policial usa a sua arma de fogo, não pode errar. Vidas dependem de sua atuação, muitas vezes, de pessoas não envolvidas diretamente nas ocorrências. 2)ORIGEM E EVOLUÇÃO DAS ARMAS DE FOGO O homem primitivo sempre necessitou de instrumentos que possibilitassem sua defesa de inimigos naturais e a caça aos animais que lhe serviam de alimento. Diferente da maioria dos mamíferos de então, a natureza não o havia dotado de grandes presas, garras afiadas ou outros meios próprios para ataque e defesa. Porém, aquele frágil animal possuía uma ferramenta ainda mais poderosa: seu gênio inventivo. Com ele, o homem primitivo criou artefatos para caça, pesca, ataque e defesa. Inicialmente pedras e tacapes. Depois lanças, escudos, arcos e flechas foram cada vez mais aperfeiçoados pelo homem e dando a ele maiores e melhores efeitos destrutivos. Como resultado desta lenta, mas contínua evolução, surgiram as armas de fogo, ampliando ainda mais o potencial destrutivo do homem antigo. Na atividade humana, em especial na atividade policial, é inegável a necessidade de demonstração de poder como forma de coibir a violência urbana. Para este fim, as armas de fogo, em mãos bem treinadas, são capazes de garantir a defesa do próprio policial, dos interesses da coletividade e da sociedade. Curso de Formação de Soldados Armamento, Munição e Tiro Defensivo Inicialmente, vamos definir o que chamamos de arma e sua diferença daquilo que chamamos de arma de fogo. ARMA é todo objeto que pode aumentar a capacidade de ataque ou defesa de um homem. Certos objetos são concebidos e feitos pelo homem com o fim específico de serem usados como armas (armas próprias). Outros, como um martelo, um machado, uma foice, por exemplo, eventualmente podem ser usados por indivíduos para matar ou ferir seus semelhantes. Não foram feitos pelo homem visando aumentar seu potencial de ataque, sendo, por este motivo, denominados de armas impróprias. As armas próprias compreendem duas categorias fundamentais: armas manuais e armas de arremesso. As armas manuais são aquelas que funcionam como prolongamento do braço, tais como, a espada, o punhal e a maioria das armas brancas. As armas de arremesso são as que produzem seus efeitos à distância de quem as utiliza, expelindo projéteis ou funcionando elas próprias como projéteis. ARMA DE FOGO é aquela arma de arremesso que utiliza a força expansiva dos gases resultante da combustão da pólvora para expelir seus projéteis. Os elementos essenciais de uma arma de fogo são o aparelho arremessador (ou arma propriamente dita), a carga de projeção e o projétil, sendo que os dois últimos integram, na maioria dos casos o cartucho. A inflamação da carga de projeção dará origem aos gases que, expandindo-se, produzirão pressão contra a base do projétil, expelindo-se através do cano e projetando-se no espaço, produzindo seus efeitos à distância. Não existe uma unidade de critério quanto à data em que as armas de fogo foram utilizadas pela primeira vez. O seu uso foi fruto da evolução natural pela qual passou o homem. Porém, não podemos falar em arma de fogo sem mencionar o componente principal e base de seu funcionamento: a pólvora. Sua descoberta é creditada aos Chineses, que já a utilizavam desde e século XIII, principalmente para fins religiosos, na forma de fogos de artifício. As primeiras armas a utilizarem do princípio da queima da pólvora para a expulsão dos projéteis (estes, inicialmente, pedras ou qualquer coisa que pudesse ser arremessada), eram artefatos toscos chamados de trons de pólvora, que eram canhões primitivos que produziam efeitos mais psicológicos que destrutivos, visto que a pólvora negra produzia enorme quantidade de fumaça e um terrível estrondo (para a época). O pânico era muito grande nas tropas, que ainda desconheciam o seu uso. Com referência a armas curtas, o primeiro documento autêntico, datado de 1313, cita o emprego de canhões de mão na Alemanha. Em 1350, menciona-se graficamente o uso de uma arma de fogo que podia ser manejada e disparada por um só homem. As armas curtas, inicialmente, constituíam-se de tubos metálicos fechados em uma das extremidades, denominada culatra, e possuindo em sua parte superior um orifício, chamado de fogão, que era uma comunicação com o cano da arma. Este por sua vez, era preso por tiras de metal ou couro a um cabo ou coronha rudimentar. O atirador introduzia a pólvora pela boca do cano, um ou mais projéteis e um chumaço de estopa ou papel, comprimidos a golpes de vareta. Depois de carregado o cano, despejava-se um pouco de pólvora no fogão, encostava-se uma mecha acesa ou pedaço de brasa e produzia-se o disparo. Com o passar dos anos, e pelas dificuldades que este sistema apresentava, uma mecha ou pavio foi introduzido no fogão (fig. ao lado), criando assim o primeiro sistema de ignição da pólvora localizado na própria arma. Este sistema foi chamado de sistema de mecha (matchlock). Um sistema de alavanca, com um primitivo martelo, era dotado da mecha e o atirador, ao acionar a alavanca (uma espécie de gatilho), levava a mecha ao orifício do cano e disparava arma. Isto facilitou a pontaria, pois não era mais necessário prestar atenção em dirigir a mecha ao fogão e retirar rapidamente para não queimar a mão. Com a evolução natural das armas curtas, surge entre 1515 e 1517 o segundo sistema de ignição, vindo a substituir o fecho de mecha. Ironicamente, este sistema já era conhecido Curso de Formação de Soldados Armamento, Munição e Tiro Defensivo antes do matchlock, pois se valia das propriedades pirogenéticas do sílex, uma pedra que ntes matchlock, produzia forte faísca quando friccionada a uma superfície metálica. Graças a essa propriedade, foi possível a criação de um sistema de detonação constituído de uma roda de aço, de bordas ásperas, acionada por roda uma mola que a fazia girar quando acionado o gatilho. Após o início do movimento da roda uma peça (o martelo) dotada de um pedaço roda, de pirita, encostava-se à roda que, girando, produzia uma faísca pirita, encostava se iniciadora a qual se comunicava com o interior do cano através do ouvido (nova denominação para o fogão). Este sistema (fig.ao lado) ficou conhecido como fecho de roda ( heel lock). u (wh Continuando a evolução, e devido à complexidade do fecho de mola, surge o terceiro tipo de mecanismo de ignição, o fecho de pedra (flint lock), em substituição aquele. De (flint lock), funcionamento mais simples, o fecho de pedra também utilizava o sílex, golpeado de encontro a um batente fixo para a produção da faísca iniciadora. Houve diversos sistemas de fechos de produção iniciadora. pedra, destacando-se pedra, destacando se o Shaphaunce (Holanda) e o Chenapan (França e Itália). O que ficou Itália). mais popular foi o Miquelete da Espanha, tanto que seu nome é utilizado para denominar os fechos de pedra (também conhecidos como fechos de Miquelete) pedra Miquelete). SISTEMA SHAPHAUNCE SISTEMA MIQUELETE No início do séc.XIX, o escocês Alexander Forsyth, caçador e aficionado pela Química, revolucionou o mundo das armas de fogo ao patentear, em 1807, um mecanismo de ignição por percussão, baseado nas experiências percussão, químicas de Bayen (França) e Howard (Inglaterra) que haviam criado um composto químico que detonava por percussão. O composto químico era colocado em um pequeno copo metálico que, por sua vez, era colocado sobre a chaminé Um cão metálico era chaminé. armado e, ao ser acionado pelo gatilho, chocava-se sobre a chocava-se espoleta. espoleta. A mistura se inflamava e a chama era transmitida para o interior do cano, onde se encontravam a carga de projeção e o projétil. . Todas as armas até aqui eram operadas por antecarga, isto é, os elementos de munição antecarga, (pólvora, projéteis, etc.) eram colocados pela boca do cano, num processo que, além de demorado, deveria ser repetido a cada novo disparo, representando uma grande representando desvantagem. O maior desafio dos projetistas da época era eliminar essa desvantagem e fazer com que a arma de fogo realizasse o maior número de disparos possível, antes de ter que recarregá la de novo. A primeira arma de retrocarga que se tem notícia surgiu em 1776, recarregá-la por um oficial do exército inglês, Maj Patrick Fergusson. Vários sistemas foram apresentados até o advento das modernas soluções de ios retrocarga, mas o passo definitivo foi a invenção do cartucho metálico, que proporcionou a criação criação das armas de fogo tal qual conhecemos hoje. O cartucho metálico podia conter todos os elementos de munição, agilizando a recarga e permitindo armas com grande capacidade de tiro. Esta evolução ainda não terminou. Novos conceitos em armas e munições su surgem quase que diariamente, com cada vez melhores soluções e maiores efeitos. As armas calibres magnum, magnum, as fabricadas com polímeros plásticos, os canos de cerâmica e as munições sem estojo são exemplo de que as armas de fogo ainda continuarão a ser aperfeiçoadas por muito aperfeiçoadas ou seja. colocar a munição em posição tal que.3-Quanto à alma do cano: a)lisas:que possuem a superfície interna do cano desprovida de raiamento. pistola. for colocada munição no carregador de uma pistola. Obs: Arma Branca: possui lâmina que provoca ferimento cortante e/ou pérfuro-cortante Arma de Fogo: arremessam projéteis balísticos e provocam ferimentos pérfuro-contundentes 2)CLASSIFICAÇÃO GERAL DAS ARMAS DE FOGO 2. diz-se que estamos municiando o carregador. b)Complexa: quando arremessam projéteis. Podem ser: de número par ou ímpar de raias. causando seus efeitos por precisão. b)portátil: não pode ser acomodada num coldre. Ao introduzirmos este carregador na pistola. Munição e Tiro Defensivo UNIDADE II: ARMAMENTO LEVE 1)CLASSIFICAÇÃO GERAL DAS ARMAS 1. granada de mão.Armamento. c)não-portátil: só pode ser conduzida em viatura ou dividida para ser conduzida por vários homens.1-Quanto ao Tipo: a)de porte: são aquelas que podem ser transportadas num coldre. b)raiadas:canos providos de raias ou estrias (sulcos helicoidais paralelos). sendo operada por dois ou mais homens. b)coletiva: é aquela em que seu emprego tático se destina à proteção de um grupo de homens ou fração de tropa. tal como uma lança. 2. por carga. a)Simples: quando a própria arma é lançada.4-Quanto ao sistema de carregamento: Carregamento significa. Ex: fuzil. Podem ser: a)de antecarga: a munição é inserida pela boca do cano. algumas garruchas e espingardas. causando seus efeitos por saturação. 2. pistola. geralmente.1-Manuais: usadas no combate corpo a corpo. mas. Ex: carabina MAGAL. Ex:mtr Madsen. apesar do peso relativo. tais como faca. com o acionamento do gatilho. b)de retrocarga: a munição é inserida pela câmara. 1. dizemos que a arma está alimentada. Quando. carregada. Curso de Formação de Soldados . de projéteis múltiplos.2-De Arremesso: usadas no combate à distância. espadas e bastões. bumerangue. 2. Ex: revólver. Ex: escopeta calibre 12. disparando projéteis singulares.2-Quanto ao Emprego: a)individual: é aquela em que seu emprego tático se destina à proteção de quem a conduz. agem pelo arremesso. possamos produzir o tiro de imediato. Nem sempre uma arma alimentada estará. necessita apenas de um homem para transportá-la. arco e flecha. raias com rotação à direita (dextrógiras) ou à esquerda (sinestrógiras). também. Ex: morteiro de infantaria. Ex: submetralhadora Taurus MT-40. Ex: revólver. Normalmente é dotada de bandoleira. Ex: metralhadora Madsen. tais como catapultas e as armas de fogo. basicamente. por exemplo. 9-Quanto a Alimentação: a)manual: quando os cartuchos são inseridos manualmente Ex: escopeta calibre 12.Armamento. carabina Puma. 2. ainda.10-Quanto ao Sentido de Alimentação: a)de cima para baixo b)de baixo para cima c)da esquerda para a direita ou vice-versa Curso de Formação de Soldados . Podem ser: não automática ou de repetição dinâmica: os cartuchos são inseridos manualmente e o mecanismo de repetição depende exclusivamente da ação muscular do atirador. Munição e Tiro Defensivo 2. inclusive b)armas pesadas: acima do calibre . 2. b)ação dos gases sobre o ferrolho: após o disparo.8-Quanto ao Calibre: a)armas leves: até o calibre .7-Quanto ao Princípio de Funcionamento: a)ação muscular do atirador: o atirador efetua as ações de manejo manualmente. 2. como ocorre com as submetralhadoras e os fuzis. geralmente com dois canos paralelos ou sobrepostos com respectivas câmaras e mecanismos independentes) b)de repetição: são aquelas em que a arma comporta vários cartuchos e o carregamento se faz mecanicamente. extraindo e ejetando e. ao passo que nas armas automáticas.6-Quanto ao Funcionamento: a)de tiro unitário ou singular: é quando o atirador executa as operações da arma manualmente. 2. 3 ou 4 tiros automáticos. todas as ações de manejo são automáticas. ao ser distendida novamente. sendo necessário recarregá-la somente após o término de toda a carga. principalmente o carregamento. Citemos como exemplo a maioria das pistolas.50 2. novo carregamento) de tiro múltiplo (a arma comporta duas ou mais cargas. Ex: revólver. comprimindo uma mola recuperadora que. Ex: pistola. existe a possibilidade de produzir o tiro contínuo (em rajada). além do tiro intermitente. disparos intermitentes. bem como. que só vai cessar quando o gatilho deixar de ser acionado ou no final da munição. combinadas: nesse sistema a arma permite acionar dispositivos que combinem várias ações. a arma executa todas as ações do manejo. São armas que permitem disparos de 2.5-Quanto ao Sistema de Refrigeração: a)a água: quando o cano é resfriado através de recipientes de água para reduzir o calor.50. automática: após o acionamento inicial do gatilho. b)a ar: quando o cano é resfriado apenas com o contato com o ar. inclusive o disparo. temos como exemplo os revólveres e a maioria das carabinas. O tiro nas armas semi-automáticas é intermitente. exceto o disparo ou acionamento do gatilho. b)com carregador: quando a arma dispõe de um carregador para alimentá-la. Ex: pistola. A arma não executa o carregamento manualmente. insere novo cartucho na câmara pronto para novo disparo. os gases da combustão efetuam o recuo do ferrolho. Podem ser: de tiro simples (para cada disparo. semi-automática: nesse sistema. sem o prévio engatilhamento do cão. para realizar o disparo. Ou seja. necessita que o mecanismo execute um ciclo completo. Curso de Formação de Soldados .12-Quanto a Ação do Disparo: a)ação simples: arma que necessita armar ou engatilhar o cão para então acionar o gatilho e ocorrer o disparo. através da pressão do gatilho.Armamento. feita com anéis de metal ou tecido c)tipo lâmina: os cartuchos são acondicionados pela base em suporte de metal d)tipo tambor: os cartuchos são acondicionados em câmaras dentro de um cilindro de metal 2. o cão é recuado manualmente para uma posição anterior ao disparo. na lateral/horizontal do cano b)tipo fita: os cartuchos são acondicionados em uma fita flexível.11-Quanto ao Tipo de Carregador: a)tipo cofre: os cartuchos são acondicionados em uma caixa metálica sobre/sob o cano. b)ação dupla: arma que. Munição e Tiro Defensivo 2. todos os elementos necessários ao tiro (o projétil. a carga de só. levando se em consideração o tempo gasto com alimentação.1 Componentes dos cartuchos de arma de fogo Os cartuchos de munição das armas de fogo compõem se. Podem ser: Cilíndricos Cônicos Tipo Garrafinha . a saber: a)Estojo Estojo Inicialmente feito em cobre puro. Munição e Tiro Defensivo UNIDADE II MUNIÇÕES III: 1)CONCEITOS INPORTANTES )CONCEITOS a)Raia: parte baixa da ranhura interna do cano e que objetiva dar rotação ao projétil em : torno do seu eixo. pontaria. com todos os procedimentos realizados quando se utiliza a arma. de modo manual ou mecânico. o estojo. formato do estojo é determinado pela maneira que ele se posiciona na câmara e pelo modo pelo qual se apóia na mesmo. f)Cadência de Tiro: está relacionada ao funcionamento da arma (intermitente. pontaria. ou seja. proporcionando maior velocidade e estabilidade estabilidade. fabricados em latão (liga cobre zinco). O cobre-zinco). c)Calibre: medida do diâmetro entre dois cheios.1-Componentes 4. b)Cheio: parte alta da ranhura interna do cano : cano. Foi elaborado de modo a ser introduzido diretamente na culatra da arma para qual é destinado. Ele reúne. projeção e a espoleta com sua carga iniciadora). etc. em si só. 2)COMPOSIÇÃO )COMPOSIÇÃO As armas de fogo só foram possíveis graças à invenção da pólvora.Armamento. partes. e)Velocidade Prática de Tiro: é o número de disparos que pode ser feito por uma arma em Velocidade Tiro: um minuto. 4. etc. de quatro compõem-se. solução de levando-se panes. ao longo do tempo. oferecendo segurança ao operador da arma. basicamente. Por sua vez. Sua finalidade finalidade é de proteger seus componentes. desconsiderando se o tempo gasto com alimentação. : cheios d)Velocidade Teórica de Tiro: é o número de disparos que pode ser feito por uma arma em Velocidade Tiro: feito um minuto. os estojos foram. É considerado desconsiderando-se que a arma tenha um carregador com capacidade infinita e que não haja incidente de tiro. só chegamos ao nível atual de avanço tecnológico com a invenção do cartucho metálico. material que mostrou mais eficiência em relação ao cobre puro. rajada Cadência Tiro: funcionamento limitada ou total). metálico ou não. Apesar de existirem vários sistemas. vão determinar. os maiores ou menores efeitos balísticos ou lesivos da munição. Os gases produzem um aumento de volume que gera um rápido e progressivo aumento de pressão. os encontrados com mais freqüência são: Estojo de Fogo Circular Estojo de Fogo Central b)Espoleta Espoleta É um pequeno copo metálico que contém determinada quantidade de mistura iniciadora destinada a inflamar a carga de pólvora contida no estojo. Seu tipo. Existem várias classificações de projéteis. momento a partir do qual começa a decrescer. forma e massa. importa em outra divisão. d)Projétil Projétil É o artefato. c)Pólvora Pólvora Composto químico que. juntamente com a determinar. tem o seu valor de pressão reduzido ao do local do disparo. gera uma quantidade muito grande de gases e em grande velocidade muito rápida. Munição e Tiro Defensivo O modo como se dá a iniciação ou deflagração. que é expelido pela arma de fogo. . com a saída do projétil do saída cano da arma. até que. porém. Em determinado momento. atinge o chamado pico de pressão. ainda não é o momento de nos aprofundarmos muito nesse assunto. sendo o principal e o mais crítico elemento da munição. ao queimar. pólvora.Armamento. o funcionamento das armas de fogo e a técnica de tiro. massa. Ponto de Chegada: ponto em que o projétil encontra o solo. Elementos da Trajetória Linha de Tiro: reta determinada pelo prolongamento do eixo do cano da arma. Ângulo de Mira: é o ângulo formado entre a linha de mira e a linha de tiro. até que o projétil saia da boca do cano da arma.Armamento. o alcance e a direção dos projéteis por elas expelidos e os efeitos que produzem” (Roberto Albarracin). Curso de Formação de Soldados . Munição e Tiro Defensivo UNIDADE IV: NOÇÕES DE BALÍSTICA 1)CONCEITO DE BALÍSTICA “É a ciência e arte que estuda integralmente as armas de fogo. vamos nos ater aos Elementos da Trajetória e ao Alcance do Tiro. a ação da gravidade e os movimentos do projétil. Linha de Mira: reta que une o meio do entalhe da alça de mira ao vértice da massa de mira. os mecanismos. Ângulo de Tiro: ângulo formado entre a linha de tiro e a horizontal do terreno. resistência do ar. sua forma. Pode ser dividida em: a)Balística Interna:ou balística do interior. No estudo da trajetória do projétil. superfície. velocidade inicial do projétil. bem como os efeitos da detonação da espoleta e deflagração da pólvora dos cartuchos. A mecânica do disparo pode ser dividida em: Percussão Iniciação da espoleta Queima da carga de projeção Vôo livre e tomada do raiamento do projétil Aceleração do projétil no interior do cano Saída do projétil b)Balística Externa: estuda a trajetória do projétil desde que abandona a boca do cano da arma até a sua parada final. é a parte que estuda a estrutura. Analisa as condições do movimento. Linha de Visada: linha de mira prolongada até o ponto de impacto no alvo. É calculado através de fórmulas balísticas que consideram a velocidade inicial. em especial. Quanto maior o calibre da arma e a potência da munição. com razoável grau de certeza. Considera-se que esta área em que se situam os principais órgãos vitais do corpo humano. que veremos mais adiante e. ainda. Alcance com Precisão: é a distância em que um atirador experimentado é capaz de atingir. atua sobre a estrutura da arma.6 Kgm (quilogrâmetros). segundo o “Hatcher´s Notebook”. desde que não seja em uma área vital. 2)RECUO DA ARMA Em 1686. É o recuo da arma e que atua sobre o eixo do cano. uma força contrária da mesma intensidade da que moveu o projétil. estuda os efeitos produzidos pelo projétil desde que abandona a boca do cano da arma até atingir o alvo. mesmo não atingindo uma área vital. durante o impacto. 3)PODER DE PARADA (Stopping Power) O Poder de Parada (Stopping Power) é simplesmente a capacidade que o projétil possui. poderá ocasionar resultados diferentes. impedindo que continue a fazer o que estava fazendo no momento do impacto (instantaneamente significa em até. nas instruções práticas. Imediatamente após a saída do projétil do cano. Incluem-se neste estudo possíveis ricochetes. acertando o mesmo ponto. maior será o recuo da arma. O mesmo calibre. impactos. Porém. o ângulo de projeção e o coeficiente de resistência (balístico). de incapacitar uma pessoa ou um animal. Munição e Tiro Defensivo Alcance do Tiro Alcance Útil: nas armas de alma lisa é à distância além da qual os balins não possuem mais energia capaz de atravessar o corpo ou quebrar os grandes ossos do animal contra o qual foi produzido o tiro. 2 segundos). este recuo é facilmente administrável pelo atirador. um quadrado com 30 cm de lado. nos corpos atingidos.Armamento. Os primeiros autores que trataram do poder de parada fixaram o valor de 13 kgm (kilogrâmetros) como sendo a energia capaz de deter um homem. c)Balística dos Efeitos: também chamada de balística terminal ou do ferimento. Curso de Formação de Soldados . Nas armas de alma raiada. instantaneamente. o alcance útil é definido como sendo a distância em que o projétil causará ferimentos graves em alvos humanos ou. perfurações e lesões externas ou internas. no máximo. através da correta empunhadura da arma. Isaac Newton já dizia que a cada ação corresponde a uma reação igual e contrária. Alcance Máximo (ou Real): é a distância compreendida entre a boca do cano da arma e o ponto de chegada do projétil (trajetória). possua energia equivalente a 13. A experiência do atirador irá influenciar decisivamente neste alcance. energia essa que varia em função do tipo de munição usada e do animal a ser abatido. 3. 6. dependendo do modelo. variando entre 5 e 6 raias.4-Gatilho a)Pressão em Ação Dupla: 6. b)Comprimento do Cano: o padrão policial é de 101. com sentido à direita ou esquerda.Armamento.2-Aparelho de Pontaria a)Alça de Mira: tipo entalhe. d)Quanto ao sistema de carregamento: retrocarga.1-Classificação a)Quanto ao Tipo: de porte. Ao lado da Pistola calibre . e)Alcance Máximo:1. possuindo capacidade para 5. para um só cano.3-Dados Numéricos a)Peso: em média 800 g.5 Kg. em correto alinhamento. e)Quanto ao sistema de refrigeração: a ar. existindo também outros modelos com tamanho 50.38) 1)GENERALIDADES O revólver é uma arma curta de repetição simples. O revólver é uma arma rústica. 177.40. exclusivamente. dando forma à arma e permitindo a sua empunhadura. podendo-se ainda utilizar-se o jet loader (apenas para os modelos de 5. conferindo-lhe rotação e precisão. c)Velocidade Teórica de Tiro: 20 tiros por minuto. podendo suportar as severas condições de uso contínuo. 2. 2. f)Quanto à alimentação: manual.4 mm (6”). uma a uma. dispostas paralelamente a um eixo comum.6 mm (4”).8mm (7”) e 203. b)Massa de Mira: tipo rampa. i)Quanto ao princípio de funcionamento: ação muscular do atirador 2. girando em torno deste eixo e apresentando-as ao cano. 2)CARACTERÍSTICAS 2.2 mm (3”). fixa.8 mm (2”). b)Pressão em Ação Simples: 2. g)Quanto ao sentido de alimentação: de trás para frente.4 Kg. várias câmaras de combustão.1 a 2. d)Velocidade Prática de Tiro: depende da habilidade do atirador. 152. h)Quanto ao funcionamento: de repetição.2-Cano:destina-se. Curso de Formação de Soldados . b)Quanto ao emprego: individual. cuja característica principal é ter. sem perder as suas características de funcionamento. conforme o modelo. 127 mm (5”). a conter e conduzir o projétil durante o disparo. 3)PRINCIPAIS COMPONENTES O revólver é composto por quatro partes básicas: 3. 6 e 7 cartuchos). Munição e Tiro Defensivo UNIDADE V: ARMAMENTO CONVENCIONAL (Rv CALIBRE . conforme o modelo.400 m. sucessivamente.1-Armação: é a peça que serve de suporte as demais. c)Quanto à alma do cano: raiada. 76. 7 ou 8 cartuchos (conforme o modelo). é a arma de coldre regulamentar na Corporação. podendo ser fixa ou regulável.2 mm (8”). Constitui o tipo mais comum de arma de coldre empregada no serviço policial em quase todo o mundo. 4-Mecanismo: é composto por um conjunto de peças pelas quais o esforço muscular do atirador faz a arma funcionar.Armamento. f)Mola da Haste Central.3-Tambor: recebe a munição e nele se dá a alimentação da arma. a)Tambor. d)Extrator. b)Mola do Extrator. Curso de Formação de Soldados . g)Eixo do Suporte do Tambor. h)Anel do Extrator. c)Vareta do Extrator. Munição e Tiro Defensivo 3. e)Haste Central. 3. ao acionar o gatilho. está em condições de ser percutido. no segundo. Obs: Extração e Ejeção: após a abertura da arma. faz com que o cão execute duas ações (vem à retaguarda e vai à frente). esta operação corresponde à de municiamento. não se admitindo para esse fim o tiro com o prévio engatilhamento. Isto se dá quando: o cão está armado. para a esquerda). o qual contém o percussor.22. retirando-a. 6)DESMONTAGEM a)Para retirar o tambor: Retira-se o parafuso retém do suporte do tambor. o revólver deve sempre ser usado em ação dupla. os dois tipos principais são os de percussão radial e o de percussão central. No primeiro tipo de funcionamento. A percussão da espoleta é feita pelo cão da arma. no revólver. Retirar a mola e anel do extrator. via de regra. enquanto que o segundo tipo é encontrado na maioria dos revólveres. Curso de Formação de Soldados . Comprime-se o botão serrilhado para frente e rebate-se o tambor para a esquerda e desloca-se o tambor para frente até que o eixo do suporte saia do seu alojamento. em condições de ser liberado (ação dupla). ser resumidas nas seguintes: a)Abertura da Arma: pressiona-se o botão serrilhado existente na face (em geral esquerda) da armação para frente. o acionamento da vareta do extrator expulsa os estojos vazios. b)Desmontagem do tambor: Desatarraxar a vareta do extrator. esta deverá ser acondicionada em coldre apropriado e de lá só deverá sair em caso de necessidade de usá-la numa ocorrência ou para ser devolvida/repassada ao final do seu serviço. Esta deverá sempre ser repassada aberta. Retirar a haste central com a mola.Armamento. Retirar o extrator. faz com que o cão execute somente uma ação (ir à frente). ocorrer o disparo (ação simples). Quanto ao sistema de percussão. os disparos são efetuados pressionando-se a tecla do gatilho. Podemos resumir dizendo que o tiro em ação simples se dá quando o atirador puxa o cão à retaguarda e. seja central ou radial. 5)MANEJO (PREPARANDO A ARMA PARA O SERVIÇO) As operações de manejo de um revólver podem. pode ser feita. manualmente ou com o auxílio de remuniciadores rápidos (jet loaders). Retirar o suporte do tambor. restringindo-se essa modalidade apenas ao tiro esportivo. Já o tiro em ação dupla se dá quando o atirador. sem a prévia armação do cão da arma (engatilhamento). enquanto. por percutor embutido na própria armação. d)Arma no coldre: com a arma agora pronta para o serviço. a uma simples pressão do gatilho. A percussão. ao acionar o gatilho. em condições de. há o prévio engatilhamento do cão da arma. proporcionando condições para novo ciclo de operações de manejo ou para a retirada da munição após o serviço. ainda. Munição e Tiro Defensivo 4)FUNCIONAMENTO Os revólveres podem funcionar em ação simples ou em ação dupla. o cão está a meio curso de engatilhamento. que está alinhado com o cano. c)Carregamento: o revólver somente está carregado no momento em que o cartucho de munição. O primeiro praticamente se restringe às armas calibre . que pode ser fixo ou oscilante. b)Alimentação: colocam-se os cartuchos de munição no tambor da arma. em geral. Para o uso policial. rebatendo-se o tambor (também. uma haste de bronze ou latão. tomando cuidado para que não salte a mola. levantando-a com cuidado para não empená-la. preferencialmente. Retirar o impulsor do gatilho e o gatilho.Armamento. Utilizar. desengatando-a do cão. Curso de Formação de Soldados . Levar o ferrolho para trás ao mesmo tempo em que se levanta a sua parte posterior. e)Mecanismo: Com o auxílio de um “clips” ou arame fino. d)Placa Lateral (tampa da caixa do mecanismo): Desparafusar os parafusos restantes que prende a placa à armação. Munição e Tiro Defensivo c)Desmontagem da coronha: Retirar o parafuso da coronha e as respectivas placas. levantando-o. retirar a mola real. f)Ferrolho do Tambor: Desparafusar o parafuso do botão serrilhado e retira-lo com o respectivo botão. Retirar a barra de percussão e o tambor. 7)MONTAGEM Basta que procedamos de maneira inversa à desmontagem. Retirar o impulsor do tambor. Reiniciar o tiro. Munição e Tiro Defensivo 8)MECANISMOS DE SEGURANÇA Existem vários tipos de mecanismos de segurança nos revólveres calibre . Fechar o tambor.38. os quais se destinam a evitar disparos acidentais. Vejamos a figura: 9)INCIDENTES DE TIRO a)Ações Imediatas: Voltar o cano para baixo. consiste em uma barra de transferência que.Armamento. mantém-se afastado do percussor. Inspecionar o interior do cano. Inspecionar o funcionamento do mecanismo. com a arma em repouso. O mais recente mecanismo criado e o mais seguro. Se possível. A segurança consiste no próprio formato do cão que. ao interpor-se entre o cão e o percussor. fazendo funcionar a arma com o tambor aberto. inspecionar o percussor que deve aflorar. proporciona a deflagração. abrir o tambor da arma. Curso de Formação de Soldados . t)Evite consertos caseiros. pois pode ocorrer um retardo de ignição da espoleta. i)Ao praticar o tiro. MANTER O DEDO FORA DO GATILHO. p)Procure atirar sempre em dupla ação. u)Use sempre óculos de proteção e protetores auriculares.Armamento. v)Segurança também é bom senso. aponte qualquer arma. para qualquer pessoa ou coisa que você não deseje atingir ou destruir. Munição e Tiro Defensivo UNIDADE VI: INICIAÇÃO À PRÁTICA DE TIRO 1)REGRAS DE SEGURANÇA a)Nunca. o)Use somente a munição indicada para a sua arma. evitando munições recarregadas. Curso de Formação de Soldados . sempre que necessário dirija-se à Assistência Técnica Autorizada. pois a pressão necessária para o disparo é muito menor que quando a arma está com o cão na posição normal de repouso. ou seja. verifique se o cano não está obstruído e se não houve danos ao mecanismo. s)Carregue sempre a sua arma de maneira segura. caso você sinta um recuo diferente do normal. ATÉ O DISPARO. n)Ao alcançar uma arma para alguém ou ao recebê-la. antes de verificar se a mesma está descarregada. CONTROLAR A DIREÇÃO DO CANO. antes de voltar a atirar. q)Disparo em seco é prejudicial para a sua arma. pois. l)Caso falhe o tiro. mantenha o cano da arma apontado para um lugar seguro durante 30 segundos. para testar a sua arma. x)Em caso de queda da arma. faça-o com ela aberta (tambor ou ferrolho abertos). h)Nunca puxe o gatilho. velhas. mesmo em ambiente aberto. observe se não há pessoas ou animais que possam ser atingidos no caso de errar o alvo (verificar na área atrás do alvo). d)Mantenha o dedo fora do gatilho até que a visada esteja feita. Proceda da mesma forma. e)Certifique-se sempre de que a sua arma está descarregada antes de limpa-la. com alteração no estojo ou no projétil. m)Evite atirar em superfícies rígidas ou líquidas. g)Guarde sua arma e sua munição em local seguro evitando que outras pessoas possam ter acesso. imediatamente descarregue a sua arma e só então verifique o cano. r)Em caso de suspeita de obstrução do cano. f)Mantenha sua arma em lugar de fácil acesso somente para você. RESUMO: 1ª 2ª 3ª CONHECER A ARMA E A MUNIÇÃO EMPREGADAS. j)Carregue e descarregue sua arma com o cano da arma apontado para um lugar seguro. conforme o ângulo de incidência. b)Trate sempre todas as armas como se elas estivessem carregadas. pode haver um ricochete. no coldre apropriado. nenhuma hipótese. c)Conheça o funcionamento da sua arma. Nunca se desloque com a arma engatilhada. carregada ou descarregada. que deve ser cômoda. Inicialmente. Para o tiro policial. segura a arma). a situação prática é que irá determinar a melhor posição a ser adotada. fora do gatilho e paralelo ao cano da arma. Pode ser simples ou dupla. principalmente na musculatura do braço do lado da mão fraca. A coronha ajusta formado ajusta-se à palma da mão e a arma é sacada. O treinamento fará com que nos acostumemos com a posição. A arma deverá dividir ao meio o ângulo formado entre os dedos polegar e indicador da mão forte. o nosso estudo se restringirá a empunhadura de armas curtas. conforme a figura. Os demais dedos da mão fraca “abraçarão” os dedos da mão forte. Existe uma tendência de apo apontá-lo para cima. Munição e Tiro Defensivo 2)FUNDAMENTOS DO TIRO 2 FUNDAMENTOS a)Empunhadura a) mpunhadura Um bom tiro começa pela empunhadura da arma. lo mas não recomendamos. na verdade. sem a necessidade de ajustes posteriores. pois induz a tiros mais precisos. Primeiramente. Entretanto. mais adequada. Este deverá estar esticado. o policial deverá fazê lo da mesma maneira. Uma boa posição de tiro deve atender aos seguintes requisitos: permitir uma firme empunhadura. É importante ressaltar a posição do dedo indicador da mão forte (que. É normal sentir certo desconforto inicial. além de influenciar na segurança do atirador. a arma já deverá estar corretamente empunhada. b)Posição b) A posição do corpo é de grande importância para que o policial tenha equilíbrio no momento da execução do disparo. A fazê-lo importância disto vem do fato que. a fim de evitar tremor na arma e desvio no tiro. a primeira parte da mão que toca a arma de coldre é o vértice formado pelos dedos polegar e indicador. antes da empunhadura dupla. A arma deve ser envolvida firmemente. a empunhadura dupla é dupla.Armamento. de tal modo que fique alinhada com o antebraço. por ocasião do saque. com seu dedo polegar também paralelo ao cano. ajustando a mão deve-se forte à coronha da arma. permitir equilíbrio do corpo e uma boa base. . ficando o estudo das armas longas para outro momento. necessário se faz que empunhemos corretamente a arma com uma das mãos. Posição inc incorreta Posição c correta Sempre que empunhar uma arma. deve se segurar a arma pelo cano com a mão fraca. Ao sair do coldre. de fato. natural e sem pressão excessiva. Mas. sem pressão excessiva. mão formando um conjunto sólido. A palma da mão fraca (de apoio) deverá ocupar o espaço vazio da coronha. O uso de diferentes posições para o tiro policial surgiu neste século. Na mesma figura. mais vulneráveis. Como. Elementos da Visada Fotografia Errada Fotografia Fotografia Corret Correta O policial deve adotar uma posição normal de cabeça. aparelho de pontaria da arma e suas possibilidades é a base para um disparo preciso. é muito difícil encontrar todas essas condições simultaneamente. possuem como abertas. As armas de uso policial. o alvo. elementos componentes do sistema de pontaria a alça de mira e a massa de mira A mira. o policial realiza o enquadramento alça/massa e leva esse conjunto ao alvo. mas sim uma semi visada. a massa de mira e o alvo. é impossível manter todos esses elementos em foco ao mesmo tempo. elevando o aparelho de pontaria até o nível dos olhos e não o contrário. em que ocorre o inverso. A segunda é uma pequena rampa. como na parte da direita da figura. também podemos observar a fotografia errada para o tiro policial. Do mesmo modo. Alça e massa de mira deverão ter equilíbrio de luzes. que ocorrem em situações de stress. Mas tenham certeza absoluta que numa troca de tiros. Conhecer o visada. A atenção e o foco estarão no alvo e não na arma. a alça de mira. Observemos na figura abaixo os elementos da visada.Armamento. as posições de tiro (em pé. muitas vezes. possibilidade do uso de abrigos ou barricadas pelo policial. o policial deve alinhar o seu olho. a porção livre de cada lado da massa deverá ser a mesma. poste ou mesmo ponto metálico. deitado e barricado) serão mostradas e as executadas na prática. ou mesmo uma peça separada que possui regulagem em elevação e deriva. E isso exige treinamento. os dois olhos deverão estar abertos. este é o nosso mister. c)Visada c) No tiro policial não se usa diretamente o aparelho de pontaria da arma. Munição e Tiro Defensivo silhueta reduzida ao oponente. Para executar uma visada correta. para o olho humano. onde o conjunto alça/massa está em foco (mais nítido para o policial) em detrimento ao alvo e a fotografia certa. stress. Ou seja. deixando. quando utilizam as chamadas miras abertas. primeira é um entalhe na armação da arma. No stand ou em local apropriado. a visão periférica evita a chamada visão em túnel. . em que a atenção permanece na fonte de risco e não na arma. de joelhos. de perceber o que se passa à pequena distância. e que fica mais próxima do olho do atirador. Este último. permitir o giro para repelir agressões vindas de qualquer direção. Se um dos olhos estiver fechado ficaremos sem essa visão e. é o elemento que permanecerá em foco em detrimento dos demais componentes da visada. na porção mais afastada do olho do afastada atirador. portanto. fixamos a atenção toda no alvo. quando túnel. Entretanto. No tiro policial. A visão periférica é um fator importante para a segurança do próprio policial. d)Respiração d) spiração É sabido que a respiração aciona grupos musculares do tórax. porém sem bloqueio da entrada de ar. devendo o outro olho. conseqüentemente. Contudo. O problema é resolvido corrigindo a caus a que lhe deu origem. 3)INCIDENTES E ACIDENTES DE TIRO 3 INCIDENTES 3. durante uma perseguição a cidadãos infratores. o aparelho de pontaria poderá apresentar uma fotografia errada do alvo e. movimentando o corpo. O deslocamento deste deverá ser feito somente para trás. exercícios para que o determinemos. mantendo o enquadramento do alvo. pois.Armamento. a munição ou o atirador. vezes. conforma a necessidade: de modo ofegante após uma corrida ou de modo menos intenso. causa 3. A linha de mira é feita apenas com o olho diretor. no tiro policial. A experiência e a boa técnica ensinam que um bom disparo é efetuado em apnéia.2-Acidente de Tiro: ocorre quando se produz uma interrupção dos tiros com danos de Acidente Tiro: qualquer natureza. materiais e/ou pessoais. O dedo indicador deve encostar acionamento encostar-se ao gatilho somente na porção do dedo. devemos atirar em posição horizontal. muitas deslocamentos. conforme figura abaixo. após a sua identificação. desequilibrando a arma. permanecer aberto a fim de não perder a visão olho. O treinamento continuado e freqüente é fundamental para que o acionamento do gatilho seja feito sempre da mesma maneira e no mesmo ponto do dedo. a respiração deve ser a mais natural possível. e)Acionamento da Tecla do Gatilho e) cionamento É o fundamento mais importante do tiro. braços e mãos. como já dissemos. Veremos. Cerca de 80% dos erros durante o disparo ocorrem devido ao incorreto acionamento do gatilho. A pressão deve ser lenta e progressiva. As causas dos acidentes de tiro são muito variadas. na prática. rada um desvio considerável. Nessas condições. com respiração ofegante e muito stress. e a pressão deve ser exercida apenas pelo dedo. isto é. periférica. na maioria das vezes o disparo é feito após longos deslocamentos. sendo nesta direção a força aplicada. faz a visada. de fato. Se muito acentuada ou ofegante. de modo a não comprometer a oxigenação cerebral. por motivo independente da vontade do atirador. poderá influenciar a precisão do disparo. caso contrário. feitos. Munição e Tiro Defensivo Sempre que possível. mas podem ter como origem a arma.1-Incidente de Tiro: ocorre quando se produz uma interrupção nos tiros sem danos Incidente Tiro: materiais e/ou pessoais. . O olho diretor é aquele com o qual o policial. A gatilhada ocorre quando o atirador emprega muita força no contato do dedo com o gatilho ou o faz de maneira incorreta. quando bloqueamos a respiração frações de segundos antes do disparo. Escovar. obrigatoriamente. principalmente as deslizantes. Lá são realizadas operações especialíssimas que as unidades não teriam condições de realizar. com escova de nylon com solvente e. Montar a arma e regulá-la. O solvente deve ser totalmente retirado pela secagem das partes metálicas. As partes de madeira devem ser lubrificadas com óleo de peroba e as de borracha com fina camada de silicone. As peças devem ser secas. secando-a após. Limpar as partes com solvente próprio até o completo desprendimento das incrustações e resíduos de pólvora (cuidado para não atingir as partes de madeira). 4. c)Após o Tiro Desmontar a arma até o escalão permitido. Verificar as partes básicas. As partes de madeira devem ser lubrificadas com óleo de peroba e as de borracha com fina camada de silicone. depois.1–Manutenção Básica do Armamento a)Antes do Tiro Desmontar a arma até o escalão permitido. como regulagens e substituição de peças. Munição e Tiro Defensivo 4)MANUTENÇÃO E CONSERVAÇÃO DA ARMA DE FOGO A manutenção é o conjunto de operações destinadas a conservar em perfeito estado de funcionamento o armamento e as munições. Cabe a todo policial dominar. orgânico da própria Unidade. A manutenção de primeiro escalão é aquela realizada pelo próprio usuário do armamento e se dá através de operações simples de limpeza e lubrificação. para não danificar o metal. quarto e quinto escalões são realizadas. compatíveis com as ferramentas e equipamentos existentes. secando a arma em seguida. Limpar a(s) câmara(s) com pano limpo.Armamento. Aplicar o óleo lubrificante. Curso de Formação de Soldados . onde a arma deve ser inspecionada após uma seqüência de tiros. respectivamente. aplicando leve camada de óleo mineral (nunca vegetal). antes da aplicação do óleo. por oficinas pertencentes aos Centros de Manutenção da Corporação. São operações de natureza preventiva e algumas corretivas. a manutenção de primeiro escalão. do armamento que utiliza. A arma não deve ser lubrificada em excesso. Verificar o mecanismo. tendo esta arma disparado ou não. b)Durante o Tiro É realizada tão somente em treinamentos. inicialmente. A manutenção de segundo escalão é realizada por pessoal especializado. ou até a substituição de peças simples que não impliquem em regulagem. deixando apenas uma fina camada protetora. natureza do reparo etc. É realizada em escalões de manutenção. cujas atribuições variam em função do emprego do armamento. até a limpeza completa do raiamento. limpando-se o cano e câmara(s) com pano limpo sem desmontar a arma. básica. deixando apenas uma fina camada protetora. Montar a arma e regular. com escova de latão. Já a manutenção de terceiro. Especial atenção deve ser dispensada ao cano e à(s) câmara(s). ficando seriamente comprometida. Observando estes itens simples. Se o óleo atingir a espoleta.2–Manutenção da Munição Assim como o armamento. Uma munição mal conservada é passível de falhas ou retardos na deflagração. 4. Os componentes mais sensíveis e causadores de falhas na munição são a espoleta e a pólvora. fenômeno de alto risco. poderá desativá-la. Não misturar munições novas com munições velhas. Por isso devem ser observadas regras básicas na sua conservação: A lubrificação do armamento deve prever cuidados com o uso de óleos para que não se depositem em excesso e entrem em contato com a munição. mas importantes. para que o projétil possa desenvolver velocidade sem impedimentos. limpando-a completamente assim que possível. treinamento. preferencialmente.Armamento. Isto pode ser um pretexto para um pequeno. O prolongamento deste prazo de validade é fruto dos cuidados com estocagem. dificilmente a munição apresentará problemas de funcionamento e terá grande vida útil. Troque a carga de sua arma a cada seis meses. sem umidade e ventilado. Curso de Formação de Soldados . e garantirá o funcionamento da arma. mas importante. O estojo oxidado fica fraco nesses pontos. sem variações de temperatura. A munição é garantida por seis meses. fruto de espoletas ou pólvoras úmidas ou defeituosas. O local a ser guardada a munição deve ser seco. preferencialmente no mesmo dia. o Resíduos de pólvora devem ser retirados no máximo em 12 h. Nunca utilize munição recarregada no serviço policial. Caso não seja possível. a munição também deverá ser conservada adequadamente para que não ocorram surpresas num momento de ocorrência policial. aplicar óleo para fazer cessar os efeitos da oxidação. A munição em contato com o couro pode oxidar rapidamente. este último. Munição e Tiro Defensivo Observações importantes: o A superfície interna do cano (arma raiada) deve estar completamente seca no momento do disparo. 3)PRINCIPAIS PARTES Curso de Formação de Soldados .40. dentre elas as pistolas. que nada mais é do que a aplicação do princípio da ação e reação. com capacidade para 11 cartuchos (modelo PT-100) e 10 cartuchos (modelo PT-940). têm por princípio de funcionamento a força que a deflagração da munição exerce sobre a culatra da mesma. Esse tipo de arma curta teve sua origem nas experiências de Hiram Maxim. b)Quanto ao emprego: individual.2-Alimentação a)Sentido:de baixo para cima. b)Massa de Mira: fixa. que veio preencher a lacuna existente de armamento de porte em nossa Corporação. b)Carregador:metálico tipo cofre. e)Quanto ao princípio de funcionamento: ação dos gases sobre o ferrolho. Munição e Tiro Defensivo – Instrutor: MAJ QOPM Márcio Augusto Pereira Bailosa UNIDADE VII: ARMAMENTO CONVENCIONAL (Pst CALIBRE . o modelo PT-940. que em 1883 acabou por criar uma arma que utilizava a ação dos gases no momento do disparo para ciclar a ação e colocar outro cartucho automaticamente na câmara. É a força deste recuo. tipo entalhe em U. O ano de 1998 marcou a adoção pela Corporação de uma nova arma de coldre regulamentar para o serviço: a Pistola Taurus calibre . c)Quanto ao sistema de refrigeração: a ar. f)Quanto ao sistema de carregamento: retrocarga. tempo depois. tipo lâmina. segura e precisa. 2. 2)CARACTERÍSTICAS 2. d)Quanto ao funcionamento: semi-automática. carregando-a a cada ciclo de disparo.Armamento.1-Classificação a)Quanto ao tipo: de porte. 2. que faz a arma funcionar.3-Aparelho de Pontaria a)Alça de Mira: fixa. determinando o recuo desta. sendo que a Polícia Militar do Pará adotou inicialmente o modelo PT-100 e.40) 1)GENERALIDADES As armas semi-automáticas. É uma arma robusta. e)Desarmar o cão: pressionar a tecla do registro de segurança para baixo. pressionando os para baixo e para carregador. o ferrolho novamente coloca um cartucho intacto na câmara (novo carregamento). c)Carregamento da arma: com a arma empunhada pela mão forte. levemente.Armamento. localizado próximo ao guarda mato. retirando o carregador. soltando o. b)Alimentação da arma: coloque o carregador na armação. preso arma: pelo seu retém. em condições de tiro. arma: direção pressione o retém do carregador. Alimentação arma: assegurando-se assegurando se que ele fique preso por seu retém. Descarregar e Desmuniciar a arma: com o cano voltado para uma direção segura. Munição e Tiro Defensivo – Instrutor: MAJ QOPM Márcio Augusto Pereira Bailosa 4)MANEJO (ARMA PRONTA PARA O SERVIÇO) 4)MANEJO a)Municiamento do carregador: com o cano voltado para uma direção segura. certificando se de que o cartucho que estava na câmara foi devidamente removido. Liberar o ferrolho acionando seu retém para baixo. o ferrolho deve ser. repasse a aberta e com o carregador fora repasse-a com de seu alojamento. Não golpear o carregador. d)Confirmação do Carregamento (Press Check): antes de desarmar Confirmação Press Check): o cão. pressionar o Municiamento carregador: botão do retém do carregador. acione o ferrolho para trás. trás. O dedo indicador colocado em contato com o projétil do primeiro cartucho. houve o carregamento da arma. o ferrolho permanece recuado. Coloque os cartuchos no carregador. cartucho na câmara da arma. Este movimento posiciona um solte-o. Acionar o retém do carregador. certificando-se Após desmuniciar o carregador. a fim de que possamos certificar que o cartucho está na câmara em posição de tiro. esta deverá ser acondicionada Arma coldre: em coldre apropriado e de lá só deverá sair em caso de necessidade de usá la numa usá-la ocorrência ou para ser devolvida/repassada ao final do seu serviço. pressionando-os trás. e o dedo fora do ga Carregamento arma: gatilho. soltando o. cheio. Em seu movimento à frente. principalmente sob condições de baixa luminosidade. Colocar outro carregador soltando-o. pois poderá danificá-lo e comprometer o danificá-lo funcionamento da arma. até seu batente e solte . fazendo com Desarmar cão: tecla que o cão seja desarmado em segurança e sem que haja o disparo. de fato. . f)Arma no coldre: com a arma agora pronta para o serviço. facilitará a colocação do carregador em seu alojamento. Retire o carregador. trazido à retaguarda. abra a arma. o policial deverá confirmar se. Obs: Remuniciar/Recarregar a arma: após o último tiro. Sem deixar que a mão passe a frente do cano. Acione o ferrolho para soltando-o. por iniciativa do atirador. impulsor da trava do percussor (3) e trava do percussor (4). na armação. basta que seja acionado o “Desarmador do Cão”. para a posição travada (superior). Esta trava somente é liberada no estágio final do acionamento da tecla do gatilho (1). b)Mecanismo de trava do Percussor: O mecanismo de trava do percussor consiste em um conjunto de peças que fazem parte dos conjuntos do ferrolho e armação. tecla de segurança esquerda com pino de fixação e mola do mergulhador.Armamento. premendo-se qualquer uma das teclas do registro de segurança para baixo. No caso do cão estar na monta do desarmador. além de bloquear o ferrolho impedindo seu movimento à retaguarda. funcionando da maneira que segue: A Trava do Percussor (4) bloqueia permanentemente o percussor (5) em seu avanço à frente. o eixo existente na tecla bloqueia a armadilha. Munição e Tiro Defensivo – Instrutor: MAJ QOPM Márcio Augusto Pereira Bailosa 5)MECANISMOS DE SEGURANÇA Os modelos PT-100 e PT-940 possuem o mecanismo de segurança composto das seguintes partes. c)Mecanismo de segurança do cão: O cão é dotado de três montas: segurança. engatilhamento e monta do desarmador. a)Mecanismo de segurança manual: O mecanismo de segurança manual consiste em um conjunto de peças que fazem parte do conjunto da armação. sua mola e mergulhador. Quando as teclas de segurança são deslocadas. há a necessidade de atuação do atirador premendo completamente o gatilho ou deslocando o cão à retaguarda. Quando na monta de segurança ou monta do desarmador. por sua vez. tirante do gatilho (2). o cão fica impedido de entrar em contato com o percussor em caso de queda. d)Mecanismo do desarmador do cão: Uma vez a arma engatilhada. Para haver a percussão no caso do cão estar na monta de segurança. há a necessidade do atirador levantar as teclas para a posição horizontal e premer o gatilho. Estas peças são a tecla de segurança direita. e. travada ou não. No ferrolho. imprime movimento à trava do percussor fazendo-a liberar o percussor. o tirante do gatilho aciona o impulsor da trava do percussor que. por iniciativa do atirador. impedindo disparos acidentais por queda da arma. se em dado momento o atirador não deseje mais dispará-la. A liberação se dá através da cadeia de movimentos formada pelo gatilho (1). Curso de Formação de Soldados . o impulsor da trava do percussor. estas peças são a trava do percussor. liberando seu avanço à frente tão logo receba o impacto do cão (6). não permitindo o acionamento do mecanismo de disparo tanto em ação simples como em dupla ação. Quando o gatilho é acionado. ficando o ferrolho “fechado” sobre a parte posterior do cano. e deixando desativado o mecanismo de disparo. o ferrolho empurra também o cano para frente. Apresentação de novo cartucho Continuando seu movimento para a retaguarda. a fim de evitar que ele tombe no mecanismo antes da ejeção. e força o projétil para frente e o ferrolho para a retaguarda. girando à retaguarda. também. a qual o lançará à frente quando de novo disparo intencional. por ação da mola recuperadora. liberando. deixando o cão retido na armadilha. Simultaneamente. para extrair um cartucho que tenha causado um incidente de tiro. O ferrolho. por monta específica. c)Avanço do Ferrolho Avanço O ferrolho é impelido para frente. O extrator servirá. Esta. e obriga o bloco de trancamento a subir em uma rampa. Em seu movimento. o ferrolho aciona o tirante do gatilho. orienta o projétil para a câmara. o ferrolho empurra o cartucho apresentado no carregador para frente. desprendendo-se. Graças ao mecanismo de trancamento. o ferrolho ultrapassa o carregador. imprimindo às aletas do bloco. Trancamento A partir deste ponto. o trancamento da arma. a dois terços do curso total do recuo deste. assim. assim. na armação. movimento de ascensão e determinando que elas se alojem nos entalhes laterais do ferrolho. ora desconectado da armadilha. estando. Ejeção No momento em que o alojamento do culote do cartucho no ferrolho se encontra. a armadilha para reter o cão. por ação do tirante do gatilho. no seu recuo. pela monta específica. o estojo entra em contato com o ejetor. desconecta o tirante do gatilho da armadilha que. O recuo é limitado quando o alojamento da guia da mola recuperadora atinge o batente existente na armação. imprime movimento ao cão no sentido de engatilhamento. a apresentação deste cartucho. Extração A pressão que empurra o estojo contra seu alojamento no ferrolho obriga este a recuar. impõe que o cão permaneça engatilhado. Os cartuchos do carregador. efetuando-se. assim. a abertura do ferrolho se efetua somente após a saída do projétil do cano. específica. comprimindo sua mola. Carregamento e fechamento Continuando seu avanço. a mola recuperadora no seu máximo de compressão. dando-se então. b)Recuo do ferrolho A pressão desenvolvida pela deflagração da carga de pólvora age em todos os sentidos. neste momento.Armamento. o cartucho das abas do carregador. na sua posição “engatilhado”. não estando mais seguros pelo ferrolho. no sentido de desconectar o mecanismo de disparo. Munição e Tiro Defensivo – Instrutor: MAJ QOPM Márcio Augusto Pereira Bailosa 6)FUNCIONAMENTO A pistola TAURUS PT-100/PT-940 pode ter seu funcionamento assim descrito: a)Posição Inicial A arma está carregada e é executado um disparo. Engatilhamento Ainda no recuo. aproximadamente. Curso de Formação de Soldados . que o obriga a girar em torno da garra do extrator e o projeta para fora da arma. até que o cartucho de cima seja limitado pelas abas do carregador. a ogiva do projétil encontra a rampa de acesso existente no cano. se elevam pela ação da mola do carregador no transportador. A função do extrator consiste em manter o estojo no seu alojamento no ferrolho. no sentido de suavizar a pressão exercida. por sua vez. pedir cobertura. devemos. faz com que ele retorne à frente e conecte novamente o tirante do gatilho na armadilha. entretanto. o tirante deste aciona a armadilha no sentido de liberar o cão que. indo golpear o percussor inercial que está inserido no ferrolho. o carregamento: estojo deflagrado não é extraído sem que o movimento do ferrolho seja interrompido. impedido de alcançar a câmara devido ao estojo que ali ainda se encontra. Devemos dar uma leve batida no carregador a fim de confirmar se este está corretamente em seu alojamento e. em condições de tiro. pois será necessário que o ferrolho seja trazido à retaguarda e fique preso pelo seu retém a fim de que o carregador seja retirado da arma para carregador somente depois retirar o estojo vazio. mas o disparo não ocorre por problemas na : pólvora ou na espoleta. Os demais níveis de manutenção devem. se o atirador assim o desejar. Munição e Tiro Defensivo – Instrutor: MAJ QOPM Márcio Augusto Pereira Bailosa d)Desengatilhamento Desengatilhamento A ação do dedo sobre a tecla do gatilho. identificar e resolver a pane. necessária força física para conseguir abrir o ferrolho. com vigor e rapidez. e)Percussão Percussão O cão transmite ao percussor inercial a energia que fará detonar a espoleta do cartucho. novamente. é lançado para frente. É necessário muito adestramento para abrigar se. aciona a trava do percussor. provocando a deflagração da carga de projeção e a repetição do ciclo da arma. Simultaneamente. a ocorrência de uma pane é um momento muito delicado para o policial. deixando a arma. fraca por sobre o ferrolho a fim de retirar o estojo deflagrado. inserida no ferrolho. Nesse tipo de prevista. pois será carregamento. 7)PANES 7) Principalmente numa troca de tiros. o qual. em seguida. obrigatoriamente. Chaminé: ocorre quando o estojo a ser ejetado fica preso na janela Chaminé: de ejeção. trazer o ferrolho à retaguarda a fim de executar novo carregamento. Isto inclui a proteção contra as intempéries e o uso diuturno. o mesmo tirante do gatilho aciona o impulsor da trava do percussor. por algum motivo. ão pane. bem como a manutenção do 1º escalão. passar a mão devemos. é entretanto. que. impedindo o fechamento e trancamento da arma. 8)DESMONTAGEM E MONTAGEM (1° Escalão) 8)DESMONTAGEM O policial que utiliza a arma é o responsável direto pelos cuidados de sua manutenção básica. física Duplo carregamento ocorre quando. sua destravando o percussor. sob a ação aciona de sua mola. A solução desta pane também exigirá um pouco mais de tempo.Armamento. Exercendo se novamente pressão Exercendo-se no gatilho. que está inserido na câmara. tomando o cuidado de que a mão não passe à frente do cano. Na sua volta. abrigar-se. . Vejamos as mais comuns: identificar Seca: ocorre quando a munição é percutida. ser deixados para pessoal especializado. Para solucionar esta pane. Embuchamento: ocorre quando o estojo deflagrado tem uma dilatação maior do que a Embuchamento: prevista não consegue ser extraído e fica preso no interior da câmara. este traz novo cartucho a ser inserido na câmara. normalmente o ferrolho não consegue fazer seu movimento à retaguarda para um novo carregamento. A solução desta pane exige um pouco mais de tempo. Munição e Tiro Defensivo – Instrutor: MAJ QOPM Márcio Augusto Pereira Bailosa 8. acionando seu retém. Com o ferrolho fechado. Acionar o ferrolho até o final do seu curso. . no momento da colocação do ferrolho na armação.2-Montagem Montagem: Proceder de maneira inversa à desmontagem. Deslizar o conjunto ferrolho/cano para frente. liberá-lo Comprimir a guia da mola recuperadora.Armamento. próximo ao guarda mato. o impulsor da trava do percussor deve estar abaixado. IMPORTANTE: IMPORTANTE: na operação de montagem da arma. pressionar o retém da alavanca de desmontagem. inspecionando a câmara. até liberá lo da armação. girando-a girando a para baixo.1-Desmontagem Desmontagem: Desmontagem Retirar o carregador. (1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) Vista Desmontada: Desmontada: 8. levantando o conjunto e retirando do levantando retirando-o ferrolho. a fim de identificar a situação em andamento.. Grande parte das ocorrências para as quais o Policial é despachado para atender. mas uma delas é determinante: MÃOS DO ABORDADO É a principal fonte de risco para o Policial na abordagem.”.. Corredores. demonstrar) maior risco para a ação policial. para que sua decisão possa ocorrer rápida e corretamente. são informadas com insuficiência de dados. Janelas – abertas ou fechadas. Ainda no ambiente da ocorrência poderão ser encontrados mais de um abordado e para tanto deveremos priorizar a atenção no que apresentar (aparentar. Para cada procedimento desses. primeiramente o policial OBSERVARÁ o que está acontecendo. deve ser um trinômio padrão de comportamento na ação policial. Para decidir e proceder com segurança e eficiência no atendimento de ocorrência. já . ele deverá ESTAR EM CONDIÇÕES DE TIRO. AS MÃOS PODERÃO MATAR” As mãos que não estamos vendo são as mais perigosas. facões Armas impróprias São também fontes de risco os locais onde um agressor pode estar alojado ou de onde possa surgir agredindo subitamente.Armamento. mesmo antes de chegarmos ao local específico. A partir desta premissa.1. pretendemos apresentar referências claras e eficientes de técnica a serem treinadas. finalmente. Outras fontes de risco deverão ser consideradas no ambiente da ocorrência: Armas próprias Paus Pedras Ferros Ferramentas Facas. Esquinas. Deveremos estar sempre observando atentamente. 1. compreender o delito e suas FONTES DE RISCO. Curso de Formação de Soldados . o policial buscará manter-se PROTEGIDO e. o uso de PROTEÇÃO e estar em CONDIÇÕES DE TIRO. As fontes de risco poderão ser inúmeras. Portas – abertas ou fechadas. Identificando o local da ocorrência passamos a nos preocupar com as FONTES DE RISCO. Uma das frases mais comuns entre as vítimas e os policiais que se viram surpreendidos pela ação delinqüente é: “Quando eu vi. torna-se importantíssima a correta observação da ocorrência. “CARA FEIA NÃO MATA. A principal fonte de risco será o delinqüente com a arma de maior poder de fogo. Munição e Tiro Defensivo – Instrutor: MAJ QOPM Márcio Augusto Pereira Bailosa UNIDADE VIII:OBSERVAÇÃO. a fim de não sermos surpreendidos por uma agressão não percebida.OBSERVAÇÃO O primeiro objetivo da observação é identificar o fato em andamento. PROTEÇÃO E CONDIÇÕES DE TIRO 1)INTRODUÇÃO A OBSERVAÇÃO. Mesmo para o primeiro contato com o ambiente da ocorrência. É o que chamamos de CONE DA MORTE. A CONDIÇÃO INSEGURA Não estar protegido. Quando sob tensão. quase sempre. É como quando dirigimos em alta velocidade: a visão se concentra em um único ponto a frente na estrada.2–PROTEÇÃO Estar protegido é defender o corpo das possíveis ou reais agressões. Entretanto de nada adianta apenas uma OBSERVAÇÃO correta se não estivermos PROTEGIDOS e EM CONDIÇÕES DE TIRO. Nada observamos da paisagem à volta. A tensão da ocorrência produz o mesmo efeito.Armamento. Não estar em condições de tiro. Estar exposto à ambiente não observado. poderemos perceber muitos outros movimentos ou fontes de risco durante a observação. 1. Tão importante quanto a decisão de usar o colete. Normalmente temos a percepção em ângulo de 180º a nossa frente direita e esquerda mesmo com o olhar fixo à frente. principalmente da agressão com arma de fogo. disponível em Níveis de Segurança e tamanhos diferentes. FIGURA ILUSTRATIVA Mesmo olhando para frente podemos perceber simultaneamente nossas duas mãos se movendo uma de cada lado de nosso corpo. é necessário ajustá-lo ao TÓRAX. nossa capacidade de percepção torna-se limitada. Munição e Tiro Defensivo – Instrutor: MAJ QOPM Márcio Augusto Pereira Bailosa São fontes de risco gerados pelo Policial: O ATO INSEGURO A observação negligente. trataremos do uso de equipamentos e das proteções disponíveis no ambiente da ocorrência. do colete balístico para o serviço. O descuido com a retaguarda. Chamamos isto de VISÃO PERIFÉRICA. nossa visão fica limitada e devemos treinar a superação. sem focarmos um detalhe em especial. Para isso. Estar exposto à fontes de risco não observadas. Com essa mesma técnica. Curso de Formação de Soldados . É indispensável à proteção do policial. A subestimação do risco. O erro de avaliação na prioridade do risco. a)Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) Hoje o policial já dispõe. Munição e Tiro Defensivo – Instrutor: MAJ QOPM Márcio Augusto Pereira Bailosa Colocação CERTA (Esq) e ERRADA (Dir) do colete balístico. Portanto. arma e o ponto observado. Deveremos. devemos sempre estar preparados para us la. é muito eficiente para proteger os olhos de quaisquer objetos jogados contra o policial. procure fazer uma capa sob medida a fim de que quando você pegar um colete em revezamento. Fica difícil imaginarmos uma situação de confronto em que a uma distância de até 10 m (dez metros) não haja nenhuma forma de que proteção: árvore. etc. O EPI protege o Policial dos assustadores índices estatísticos: 82% dos policiais feridos por disparos de arma de fogo foram atingidos no tórax. veículo. O uso de óculos óculos. (Pesquisa realizada pela Brigada Militar). mantendo o corpo do lado da proteção. Para isto basta estar em condições de tiro e em segurança: arma na linha dos pés do abordado ou na mesma linha do local de onde o agressor possa vir. chamávamos de barricada. passando pelos olhos. obviamente. então. objetos policial. sempre haverá alguma forma natural ou construída de proteção ou barricada. também usados por grupos especiais. O colete deve proteger preferencialmente o tórax que o abdômen. Apesar de o colete balístico ser o EPI mais conhecido. b)Proteções no Ambiente da Ocorrência Proteções Sabemos que boa parte das situações de confronto ocorre em zona urbana e edificada. sem ficar frouxo. formar uma linha. muro. Deve ser ajustado ao corpo l. Existem capacetes e escudos balísticos para grupos de operações especiais. estamos propondo que o policial adote a LINHA DE PROTEÇÃO como padrão de procedimento. Conscientes da existência constante de proteção no ambiente da ocorrência ocorrência. . o faça com higiene e ajuste adequado. como chamávamos anteriormente. ele não é o único. Caso não haja coletes suficientes para cada policial na sua OPM. poste. barranco. Diferente de estar encostado no que usá-la. buraco. Apenas olhos e arma deverão a aparecer. passando esta linha próxima à proteção e. principalmente. prédio.Armamento. substâncias como areia e líquidos irritantes. Armamento. Munição e Tiro Defensivo – Instrutor: MAJ QOPM Márcio Augusto Pereira Bailosa POSICIONAMENTO DO POLICIAL EM RELAÇÃO À FONTE DE RISCO POLICIAL VISTO DE FRENTE . estar em condições de tiro será manter a posição de segurança (pronto-emprego) durante uma abordagem. entretanto.Armamento. movimento de 5 ou 10 cm de elevação dos braços até a altura do abordado. Apenas posiciona o corpo PROTEGIDO enquanto OBSERVA. Além disso. Munição e Tiro Defensivo – Instrutor: MAJ QOPM Márcio Augusto Pereira Bailosa Como vemos nas figuras. Curso de Formação de Soldados . Nada mais é do que acompanhar com a arma a linha entre a proteção os olhos e o abordado ou fonte de risco. OBSERVAÇÕES A Técnica da LINHA DE PROTEÇÃO deve ser padrão de procedimento Policial. sendo apenas isolado o local. se necessário. 1. O uso desta técnica permitirá ao policial muito maior segurança ao agir e muito mais facilidade para decidir. o Policial apenas elevará a linha de visada. para a “tomada de ponto” ou a retirada de delinqüente alojado no interior de prédio ou residência.3–Estar Em Condições De Tiro Com base no que já foi visto no tocante aos Fundamentos do Tiro. Para esta situação deverá ser solicitado o apoio em recursos necessários. não servindo. determinará grande antecipação para o policial em caso de necessitar atirar. A partir da posição de segurança. aproximadamente na altura dos pés do abordado ou fonte de risco. o policial não fica encostado na proteção e não altera a empunhadura. tal procedimento é muito menos arriscado e até “agressivo” que apontar diretamente para o abordado. EM CONDIÇÕES DE TIRO. Estar com a arma completamente empunhada e alinhada. No uso da linha de proteção conseguiremos fazê-lo. É indispensável que os três aspectos (PROTEÇÃO. OBSERVAÇÃO e ESTAR EM CONDIÇÕES DE TIRO) sejam executados ao mesmo tempo. um fugindo. Curso de Formação de Soldados . em condições de visibilidade prejudicada. várias situações de confronto se somam. recuando.Armamento. como mais comumente ocorre com a Polícia Militar. Conforme ainda outras pesquisas. usando moderadamente dos meios necessários. num tempo de dois a três segundos e com a troca de dois a três tiros entre os envolvidos.Aspectos Legais Código Penal Brasileiro Art. atual ou iminente a direito seu ou de outrem. a situação se refaz com um ferido. buscando um entendimento da relação entre o risco presente na ação policial e o meio necessário para resolver as situações de confronto.em legítima defesa. Diante destas condições. Aí sim. a maioria das ocorrências atendidas pela Polícia Militar que envolvem a presença de arma de fogo. O número de ocorrências envolvendo o confronto armado está aumentando violentamente e o Policial precisa decidir. 2)DADOS SOBRE CONFRONTO ARMADO Dados estatísticos americanos nos mostram que 85% das situações de confronto com armas de fogo.1-Quando atirar ? a. em que durante uma única ocorrência. II . quando temos de decidir sobre o uso da arma de fogo e a execução do tiro. para caracterizar a necessidade do uso da arma de fogo. propor agilidade no raciocínio e aplicação de uma técnica que permita a solução eficaz e eficiente na ação policial. 23-Não há crime quando o agente pratica o fato: I . Não está na compreensão teórica a sua dificuldade. mas sim na aplicação deste conhecimento.em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. propomo-nos a estabelecer um critério para a decisão de tiro. mais de 80% dos PM´s atingidos em serviço por disparo de arma de fogo. se dão à noite. 3)A DECISÃO DE TIRO Vista a complexidade e adversidade das condições que o Policial terá ao se deparar com uma situação de confronto armado.em estado de necessidade. Além disso. repele injusta agressão. nos falta a ponte entre a teoria e a prática: a agilidade de raciocínio e o comportamento tecnicamente condicionado. foram atingidos no tórax. Vejamos a excludente de criminalidade de legítima defesa. vamos apresentar as questões mais importantes quanto à decisão no que se refere aos parâmetros legais e. respondendo-se à pergunta: QUANDO ATIRAR ? Tal abordagem fará análise do excludente de criminalidade de legítima defesa. apesar das dificuldades referidas nos dados iniciais. 3. principalmente. Nestas condições. ocorrem a uma distância máxima de 10m.” Este conceito e tipificação da legitima defesa já é demasiadamente conhecido. “Entende-se em legítima defesa quem. Munição e Tiro Defensivo – Instrutor: MAJ QOPM Márcio Augusto Pereira Bailosa UNIDADE IX: DECISÃO DE TIRO 1)INTRODUÇÃO O presente assunto está sendo apresentado na intenção de propor um raciocínio simplificado sobre a DECISÃO DE TIRO. ou seja. se entregando ou partindo para nova situação de confronto. bem como padrões de comportamento que nos permitam superar com êxito as situações de confronto. III . Do mesmo modo. se este for o risco envolvido na ação policial. mas está no RISCO envolvido na agressão a chave para o raciocínio. entre você e ele. ficando assim muito melhor definido o momento para o seu uso. Na decisão de tiro. por exemplo. Este meio pode incluir ainda a capacidade física. que o cidadão infrator possui uma arma capaz de provocar a morte ou lesão grave. Aspectos Técnicos O triângulo da força letal é um modelo de tomada de decisão designado para defender sua habilidade para responder a encontros de força. Uma situação onde um cidadão infrator acuado. através de uma arte marcial ou de força física. A atitude está vinculada ao risco. Essa oportunidade deixa de existir se esse cidadão infrator está a 20 m de distância. o conceito de legítima defesa propõe "usando moderadamente dos meios necessários". avaliamos apenas se o tiro é necessário. ou na busca de um abrigo. permanecendo dentro da legalidade e de parâmetros aceitáveis. A abordagem teórica apresenta a possibilidade de defesa de qualquer direito. em outras palavras. suficiente e oportuno. o meio e a oportunidade. em havendo o risco de morte. Num segundo momento. inúmeras respostas e casos específicos vão surgir. inicialmente os direitos da coletividade e finalmente os direitos individuais. após perseguição policial. pode ter a habilidade de ferir gravemente ou até matar outra pessoa menor e menos condicionada. b. garantindo à coletividade o direito da livre circulação. recusa-se a soltar sua arma. PERIGO MEIO OPORTUNIDADE Os três lados de um triângulo eqüilátero representam três fatores: o perigo. Qual será a medida para reação ? Quando será o momento do tiro ? Ao tentarmos estabelecer um critério para decidir.Armamento. de um conflito de circulação ao coibirmos uma infração de trânsito. Isso significa. pode defendernos ou defender outras pessoas de uma agressão desarmada e livre. A imobilização. Passaremos a discuti-los a seguir: O PERIGO existe quando um cidadão infrator toma vantagem de sua habilidade para colocar um policial ou outra pessoa inocente em iminente RISCO DE MORTE. A OPORTUNIDADE diz respeito ao potencial do cidadão infrator em usar a sua habilidade para matar ou ferir gravemente uma pessoa inocente ou um policial. um suspeito armado com uma faca tem a habilidade para matar ou ferir seriamente. constitui-se em um perigo. de uma pessoa agressiva. significativamente superior a do policial. Podemos dizer também que o uso da arma de fogo só caberá se este for o meio necessário e suficiente para cessar a agressão. muito alto e forte. O MEIO é a capacidade do cidadão infrator em causar dano em um policial ou em outra pessoa inocente. Curso de Formação de Soldados . na decisão do tiro. Toda a defesa ou reação está vinculada e é medida em relação ao risco presente na agressão ou sua iminência. A ação policial visa permanentemente à defesa de direitos. Enquanto isso. Defendemos a comunidade da agressão. o risco de morte é que nos leva a pensar no uso da arma de fogo. mesmo que sem algemas. Munição e Tiro Defensivo – Instrutor: MAJ QOPM Márcio Augusto Pereira Bailosa O conceito de legítima defesa propõe a defesa de qualquer direito agredido. Um suspeito desarmado. no caso. mas pode faltar oportunidade se você aumentar a distância entre as partes. quanto mais você sobe na escala de nível. a escala se move daquelas opções que são mais reversíveis para aquelas que são menos reversíveis. sobre determinadas ações. é claro que você não terá que progredir nível por nível sua escala de força até conseguir uma forma de fazê-lo parar. Uma vez que existem resistências e agressões em variadas formas e graus de intensidade. Da base para o topo. Se a sua manobra falha ou as circunstâncias mudam. Alguns países e estudiosos sobre o assunto criaram diversos modelos que explicam e exemplificam a escala de gradação necessária à utilização da força. Você deve empregar apenas a força para controlá-lo. Ele decide o que quer de você e. orientar a execução de algo. o policial terá que adequar sua reação à intensidade da agressão. A seta dupla descreve o processo de avaliação e seleção de alternativas.Armamento. Essa avaliação entre as opções para a abordagem ajuda você a manter o seu equilíbrio tático. sobre determinados procedimentos e que pode. gerando uma avaliação prática e conseqüente resposta. com suas próprias ações ou pelo modo como se comporta. Em contato com um suspeito que está atentando contra a sua vida ou de outra pessoa. ampliando o nível de força de um modo consciente. haverá uma reação do policial na respectiva camada. o policial escolhe o nível mais adequado de força a ser usado ou não. O ideal é que você fale antes e use a força somente se sua habilidade de negociar falhar. maior será a necessidade de se justificar posteriormente. Os níveis são crescentes de baixo para cima. Curso de Formação de Soldados . AGRESSÃO LETAL AGRESSÃO NÃO LETAL RESISTÊNCIA ATIVA RESISTÊNCIA PASSIVA COOPERATIVO NORMALIDADE SUSPEITO FORÇA LETAL TÉCNICAS DEFENSIVAS NÃO LETAIS CONTROLE FÍSICO CONTROLES DE CONTATO VERBALIZAÇÃO PRESENÇA POLICIAL POLICIAL Relembramos que o uso efetivo da força depende da compreensão sobre as relações de causa e efeito entre o policial e o suspeito. Do lado esquerdo. temos as respostas de força (reações) possíveis em relação à atitudo do suspeito. quando utilizado. temos a percepção do policial em relação à atitude do suspeito. Do lado direito. representados por cores. Assim. justificará a utilização de certo nível de força pela polícia. De acordo com a atitude do suspeito. Na prática. Os modelos de uso progressivo da força surgiram para orientar o policial sobre a ação a ser tomada a partir da pessoa flagrada cometendo um delito ou até mesmo em atitude suspeita quando questionada. Munição e Tiro Defensivo – Instrutor: MAJ QOPM Márcio Augusto Pereira Bailosa 4)MODELO BÁSICO PARA O USO PROGRESSIVO DA FORÇA O que é um modelo ? Um modelo é um esquema que contém linhas gerais sobre determinado assunto. Você pode percorrer mentalmente toda a escala de força em menos de um segundo e escolher a resposta que lhe parecer mais adequada ao tipo de ameaça que enfrenta. você pode aumentar o seu poder. a sua resposta como policial será orientada pelo procedimento do suspeito. ao invés de agir com raiva ou medo. daquelas que oferecem menor certeza de controle para aquelas que oferecem maior certeza. O modelo apresentado a seguir é um gráfico em forma de trapézio com degraus em seis níveis. Observando as ações do suspeito dentro de um contexto de confrontação. estabelecendo formas de comandar e direcionar o suspeito. cada nível representa um aumento na intensidade de força. provendo seu controle. Isto é. apresentando cinco alternativas do uso da força legal. A escolha correta das palavras. Sem dizer uma palavra. ainda. Em geral.. Seja firme e controle a situação..Armamento. POLÍCIA !. É utilizada em conjunto com a “presença física” do policial e pode usualmente alcançar os resultados desejados. “chula” e ameaçadora. COLOQUE AS MÃOS PARA CIMA !. Assegurado desta postura. como forma de controle a serem usadas pelo policial militar: a)NÍVEL 1–PRESENÇA FÍSICA A mera presença do policial militar uniformizado. capitalizando a aceitação geral que a população tem da autoridade. o policial deverá controlar cada movimento do abordado até cessar o risco existente. por exemplo. possivelmente. Através da voz. Isso pode ocorrer. em que não se consegue ouvi-lo e os envolvidos cessam suas atitudes. O que se busca numa verbalização é a redução do uso da força e o controle do suspeito.. Além disso. traduz com precisão a eficácia da investida policial. O conteúdo da mensagem é muito importante. apenas um dos policiais deve falar: “PARADO. utilizadas normalmente ou até mesmo gritadas. quando um policial se aproxima de uma ”briga” em um show barulhento. um policial militar alerta pode deter um criminoso passivo. Por outro lado. Dirija comandos claros. Diálogos desta natureza causam espanto e demonstarm falta de de preparo profissional.. CRUZE AS PERNAS !” A identificação "É Policia !" e a ordem legal "Parado !". quando forem reconhecidamente padrão de ação policial... muitas vezes. Considere ainda que a sua linguagem pode angariar antipatizantes que. O treinamento e a experiência melhoram a capacidade do policial militar para verbalizar. para prevenir um furturo crime em algumas situações. bem como a intensidade a ser empregada. AJOELHE-SE !. testemunharão contra você em qualquer processo. serão respeitadas e determinarão uma resposta mais obediente das pessoas abordadas em situação de risco. evitando-se os mais longos.. Vejamos alguns pontos importantes sobre a verbalização: Atenção à Linguagem Uma atenção especial deve ser dada à linguagem. VIRE-SE DE COSTAS PRÁ MIM !. dependendo da atitude do suspeito. desencorajam a resistência do suspeito. será o bastante para conter um crime ou contravenção ou. afirmando que houve agressão desnecessária e uso abusivo de força (despreparo policial). b)NÍVEL 2–VERBALIZAÇÃO Baseia-se na ampla variedade de habilidades de comunicação por parte do policial militar. uma ameaça verbal pode desencadear uma reação e pode propiciar o agravamento da situação. utilizando uma linguagem vulgar. As palavras podem ser susurradas. curtos e audíveis para cada atitude que o suspeito deva tomar. A presença do policial militar é entendida legitimamente como a presença da autoridade do Estado. onde devem ser usados comandos mais curtos. há que se tomar cuidado em situações mais sérias.. Munição e Tiro Defensivo – Instrutor: MAJ QOPM Márcio Augusto Pereira Bailosa 5)NÍVEIS PROGRESSIVOS DE FORÇA Veremos à seguir os níveis de força. Muitas situações poderão ser resolvidas com o uso controlado da voz e um padrão de resposta passará ser conhecido na medida em que fizer parte da cultura policial. Curso de Formação de Soldados . usando apenas gestos. o policial terá mais chances de alcançar seu objetivo. Alguns policiais acreditam que. Priorize a sua segurança e evite cair na armadilha das provocações. insista com firmeza. conquiste a confiança da pessoa abordada. Demonstre convicção. Quando o risco é maior e diz respeito diretamente à vida. inclusive através de algemas. no sentido de que ele possa lançar mão desse recurso. Conduza o desfecho com isenção e profissionalismo. mantenha o controle sobre as mãos do suspeito. aumentando os riscos. é necessário ser mais claro e firme a fim de que cada movimento e determinação sejam executados claramente e em velocidade segura. Devemos ter consciência de que não pretendemos uma vitória por pontos ou nocaute. Este policial corre o sério risco de expor desnecessariamente sua vida. procurando não ficar nervoso caso não seja acatado de imediato. os policiais utilizam-se primeiramente de técnicas de mãoes livres para imobilizar o indivíduo. Mantenha o controle sobre o suspeito. Saiba a todo tempo a localização exata do suspeito. de seus companheiros ou. repita os comandos.Armamento. Estaremos usando o corpo em posição de expectativa para reação ao pegarmos uma pessoa em conflito pelo braço. O uso do corpo também é importante neste nível. o policial deve deixar claro que está percebendo. de cometer atos de violência. Nesse nível. Procure o diálogo. Necessitamos Curso de Formação de Soldados . A posição em que o policial empunha a sua arma também o ajudará. mantenha o seu profissionalismo e não se exponha a riscos. determinação e segurança no que está fazendo. Existe policial que leva este tipo de situação para ao campo pessoal e perde o controle mediante a mínima ponderação do suspeito. desde a simples manutenção de distância do agressor durante uma abordagem fazendo uso da verbalização. mas sem perdê-lo de vista. não permitindo que ele se mova sem a sua autorização. Se ele se movimentar levemente. procure pensar taticamente. controlando e pronto para agir se não for obedecido. Não entre em discussão Caso o suspeito não acate. fique abrigado. o “bate-boca” e a tentação de ficar disputando na voz com o suspeito. Baixe o tom da voz. Em certos casos haverá a necessidade de dominar o suspeito fisicamente. Ao suspeito que esteja com sua mão no bolso. até o colocarmos em posição adequada e segura para uma revista ou imobilização. Quaisquer que sejam as possibilidades. Compreende técnicas de condução e imobilização. Continue insistindo. dominando-lhe o equilíbrio. ainda. Munição e Tiro Defensivo – Instrutor: MAJ QOPM Márcio Augusto Pereira Bailosa Importância do Contato Visual Procure sempre manter contato visual com o abordado. mantendo-lhe em distância segura e afastando-lhe de outra possível vítima. Nível da Voz Lembre-se de flexionar o nível de voz sempre que houver acatamento da sua ordem. a sua tendência será acostumar-se com a movimentação e relaxar. Segurando-lhe um braço. Elas são o mais provável local de onde pode surgir uma agressão. caso necessário. c)NÍVEL 3–CONTROLE DE CONTATO OU CONTROLE DE MÃOS LIVRES Trata-se do emprego de talentos táticos por parte do policial militar para assegurar o controle e ganhar cooperação. Controle sobre as mãos do suspeito Em todo o tempo. Faremos uso do corpo na solução de conflitos desarmados. Deixe que ele fale e após mantenha-se calmo. insistindo em seus comandos firmes e imperativos. diminuímos muito o risco existente de agressão. caso perceba algo de errado. buscando sempre partir do nível mínimo de força e evoluir gradativamente. Diga frases usando os verbos no modo imperativo. Mas fique sempre atento ao recurso de elevar o tom de voz. em tom de voz firme e audível. contudo evite a discussão. demonstarndo sua determinação. necessária e proporcional poderá ser reagir utilizando a força letal para controlar o agressor. Munição e Tiro Defensivo – Instrutor: MAJ QOPM Márcio Augusto Pereira Bailosa sim a imobilização do agressor seja para solucionar a situação de risco em andamento ou para efetuarmos a devida prisão. através de gases mais fortes.Armamento. o policial deve utilizar táticas absolutas e imediatas para deter a ameaça mortal e assegurar a submissão e controle definitivos. defendendo a sua vida ou de uma terceira pessoa. permanecendo vigilante em relação aos sinais de um comportamento agressivo. ao policial é justificado tomar medidas aprorpiadas para deter imediatamente a ação agressiva. depois de alcançada a submissão. O indivíduo é violento. Se você é ameaçado com força letal. faz com que o policial tente utilizar outros meios que não esse. podem ser utilizados cães. forçamento de articulações com uso de equipamentos de impacto (cassetetes. e)NÍVEL 5–TÁTICAS DEFENSIVAS NÃO LETAIS Uma vez confrontado com as atitudes agressivas do indivíduo. O uso da FORÇA LETAL constitui-se em medida extrema e somente é justificado para a legítima DEFESA DA VIDA ! Curso de Formação de Soldados . tonfas). Nesse nível. técnicas de forçamentos e agentes químicos mais leves. É o uso de todos os métodos não letais. quando todos os outros recursos já tiverem sido experimentados. A possibilidade de se ter um equipamento ou arma não letal. a resposta legal. d)NÍVEL 4–TÉCNICAS DE SUBMISSÃO É o emprego de força suficiente para superar a resistência ativa do indivíduo. bem como ganhar e manter o controle do indivíduo. f)NÍVEL 6–USO DE FORÇA LETAL Ao enfrentar uma situação agressiva que alcança o último grau de perigo. É o mais extremo uso da força pela polícia e só é utilizado em último caso. This page will not be added after purchasing Win2PDF.com.win2pdf. . The unregistered version of Win2PDF is for evaluation or non-commercial use only.This document was created with Win2PDF available at http://www.