Apostila Sobre Karl Marx, Movimento Operário e Formas de Gestão - EESP

ESCOLA ESTADUAL: SEGISMUNDO PEREIRADISCIPLINA: SOCIOLOGIA PROFESSOR: MARCELO MARTINS FERNANDES 3ª SÉRIE DO ENSINO MÉDIO KARL MARX E A TEORIA MATERIALISTA DO SOCIAL O MOVIMENTO OPERÁRIO AS FORMAS DE GESTÃO DA PRODUÇAO SOCIAL NOME:___________________________________________ TURMA:_______ 2 UNIDADE I A TEORIA MATERIALISTA DO SOCIAL EM MARX Introdução 1. Karl Marx nasceu em 1818, na Alemanha e faleceu em 1883, quando a Sociologia positivista de Augusto Comte tentava dar conta dos movimentos revolucionários da época, utilizando o apelo da ordem e progresso. Enquanto os positivistas viam nas revoluções a “desordem” ou a ruptura da evolução “natural” das sociedades, Marx tomava os conflitos sociais como o próprio motor da história, como expressão das crises que a sociedade burguesa já apresentava. Biografia de Karl Marx (1818-1883) 1818 - Marx nasceu em 05 de maio, em Treves, capital da província alemã do Reno. 1835 – Aos dezessete anos de idade, Marx ingressou na Universidade de Bonn para estudar jurisprudência. Permaneceu um ano e abandonou seus estudos no Direito. 1836 – Marx ingressou na Universidade de Berlim para estudar História e Filosofia. 1841 – Defendeu sua tese de doutoramento em Filosofia. 1842 – Tornou-se redator-chefe da Gazeta Renana em Colônia. Iniciou a sua amizade com Engels. 1843- A censura prussiana decretou interdição de A Gazeta Renana. Em junho deste ano, casou-se com a filha de um barão prussiano. Ao final do ano transferiu-se para Paris e assumiu a direção dos Anais Franco-Alemães. 1844 – Foi publicado o primeiro (e único) volume dos Anais, contendo dois artigos escritos por Marx: Sobre a questão judaica, e Contribuição à critica da Filosofia do 3 Direito de Hegel. Escreveu também com Engels uma obra contra Bruno Bauer: A sagrada família. 1845 – Marx foi expulso de Paris. Fixou residência em Bruxelas, com Engels escreveu: As teses contra Feuerbach – A ideologia Alemã. 1847 – Publicou a Miséria da Filosofia (crítica em resposta a Prodhon). 1848 - Publicação do Manifesto do Partido Comunista. 1850 – Estabeleceu residência num bairro pobre de Londres. 1852- Publicou O 18º Brumário de Luís Bonaparte. 1857- Trabalhou intensamente em suas pesquisas econômicas. Desses estudos saiu o livro: Contribuição à Crítica econômica política. 1863- Iniciou à redação de O Capital. 1864- Marx foi eleito um dos representantes alemães num dos comitês da Associação Internacional do Trabalhadores. 1866 – Marx terminou a redação do primeiro número de O Capital. 1871 – Insurreição em Paris: A Comuna. Marx tornou-se conhecido mundialmente. 1883- Falecimento de Marx. 2. Marx teve Friedrich Engels como grande amigo, amizade da qual floresceram muitas obras e idéias. Foi um dos fundadores da Associação Internacional de Operários (1ª Internacional).Entre suas principais obras, podemos destacar: O Capital, A Miséria da Filosofia, Para a Crítica da Economia Política, O 18 Brumário de Luiz Bonaparte, A Luta de classes na França, O Manifesto do Partido Comunista e A Ideologia Alemã. As duas últimas obras escritas em parceria com Engels. Mais que teóricos, Marx e Engels foram homens de ação, militantes de tamanha expressão que a história e desenvolvimento do movimento operário torna-se menos compreensível se desprezarmos suas biografias. 3. A Intenção de Marx ao escrever, era propor uma ampla transformação política, econômica e social. Sua obra máxima, O Capital, destinava-se a todos os homens, não apenas aos estudiosos da economia, da política e da sociedade. Este é um aspecto singular da teoria de Marx. Há um alcance mais amplo nas suas formulações, as quais adquiram dimensões de ideal revolucionário e ação política efetiva. As contradições básicas da sociedade capitalista e as possibilidades de superação apontadas pela obra de Marx não puderam permanecer ignoradas pela Sociologia. Ao terminar sua principal obra O Capital, escreveu a um amigo numa espécie de desabafo: “Enquanto fui capaz de trabalhar, usei cada instante de minha vida na busca do acabamento de minha obra, à qual sacrifiquei saúde, felicidade e família. Espero que esta afirmação não provoque comentários. Pouco me importa a sabedoria dos homens que se dizem ‘práticos’. Se quiséssemos ser animais, poderíamos virar as costas aos sofrimentos da humanidade e ocuparmo-nos de nossa própria pele. Mas eu teria deitado tudo a perder, se morresse sem ter terminado, pelo menos, o manuscrito de meu livro”. O que é capital? A principal preocupação de Marx era desvendar as leis do movimento do capital na sociedade capitalista. A idéia mais geral para Marx é a de que capital não é uma coisa. 4 Não é simplesmente, como para os economistas neoclássicos, o conjunto de máquinas, equipamentos, estradas e canais. É também isto, mas sob determinadas condições. Capital é, antes de tudo, uma relação social. É a relação de produção que surge com o aparecimento da burguesia, ou seja, com o aparecimento daquela classe social que se apropria privadamente dos meios de produção (monopólio de classe) e que se firma definitivamente após a dissolução do mundo feudal. O capital não é uma coisa, mas uma relação social entre pessoas efetivada através de coisas. Diz Marx: “A propriedade de dinheiro, de meios de subsistência, de máquinas e outros meios de produção não transforma um homem em capitalista, se lhe falta o complemento, o trabalhador assalariado, ou outro homem que é forçado a vender-se a si mesmo voluntariamente”. A análise de Marx tem raízes na história. O que ele quer analisar é um modo de produção específico que estava surgindo com a dissolução do mundo feudal. Ignorar isto é condenar-se a não compreender sua análise. O que é o Capitalismo para Marx? É uma relação que se caracteriza pela compra e venda da força de trabalho e que só se tornou possível sob determinadas condições e visando determinados fins que ficarão mais claros depois. Em outras palavras, o capitalismo surge quando tudo se torna mercadoria, inclusive a força de trabalho. Para que isto ocorra é necessário que uma classe (a burguesia) se torne proprietária exclusiva dos meios de produção e que a outra classe (proletariado), não tendo mais como produzir o necessário para o sobreviver, seja obrigada a vender no mercado sua força de trabalho. O que distingue o Capitalismo como forma social? 1- A forma “mercadoria” – forma determinante na sociedade capitalista. 2- A “mais-valia” – que é o motor do capitalismo. 5 I – O MATERIALISMO HISTÓRICO DIALÉTICO Para entender o capitalismo e explicar a natureza da organização econômica humana, Marx desenvolveu uma teoria abrangente e universal, que se propõe a tratar de toda e qualquer forma de produção da vida material, que o homem tenha criado em todo o tempo e lugar. Os princípios básicos dessa teoria estão expressos em seu método de análise – o materialismo histórico dialético. O pressuposto básico é que uma estrutura social é o reflexo do modo como seus componentes elaboram a produção social de bens. A produção social, segundo Marx, engloba dois fatores básicos: As Forças Produtivas / As relações de Produção 1-Forças Produtivas: são as matérias primas, os instrumentos de trabalho, as técnicas, a divisão social do trabalho, a ciência e o próprio homem. As forças produtivas constituem as condições materiais de toda a produção. Qualquer processo de trabalho implica: determinados objetos, isto é, matérias-primas identificadas e extraídas da natureza; e determinados instrumentos, ou seja, o conjunto Para Marx. a religião. o estudo do modo de produção é fundamental para compreender como organiza e funciona uma sociedade. do estudo do desenvolvimento e do colapso de diferentes modos de produção. como ferramentas ou máquinas. instrumentos e técnicas produtivas. os próprios trabalhadores e o produto final. em princípio. modo de produção antigo. as idéias políticas. Relações sociais de produção. principal elemento das forças produtivas. Forças produtivas e relações de produção são condições naturais e históricas de toda atividade produtiva que ocorre em sociedade. modo de produção germânico. Analisando a história. daí a ocorrência de um segundo tipo de relações dialeticamente ligado ao primeiro: as relações que os homens estabelecem entre eles para assegurarem a produção e satisfação das suas necessidades. são consideradas as mais importantes relações sociais. escravistas (como na antigüidade). num determinado momento: cooperativistas (como num mutirão). como fundamento das relações de produção. a desigualdade de propriedade. A forma pela quais ambas existem e são reproduzidas numa determinada sociedade constitui o que Marx denominou modo de produção. utilizadas segundo uma orientação técnica específica. Essas relações se referem às diversas maneiras pelas quais são apropriados e distribuídos os elementos envolvidos no processo de trabalho: as matérias primas. O desenvolvimento da produção vai determinar a combinação e o uso desses diversos elementos: recursos naturais. os instrumentos de trabalho e a técnica. cria contradições básicas como o desenvolvimento das forças produtivas. as leis. servis (como no feudalismo). A cada forma de organização das forças produtivas corresponde uma determinada forma de relações de produção. é o responsável por fazer a ligação entre a natureza e a técnica e os instrumentos. O conceito de forças produtivas engloba tudo o que permite aos homens aturar sobre a natureza.6 de forças naturais já transformadas e adaptadas pelo homem. O conjunto das forças produtivas e das relações sociais de produção forma o que Marx . As relações de produção. com a derrocada do modo de produção vigente e a ascensão de outro. O desenvolvimento das forças produtivas acarreta o aprofundamento da divisão social do trabalho. e ambas alteram a forma como os homens relacionam-se e apropriam-se da natureza. Assim as relações de produção podem ser. Essas contradições se acirram até provocar um processo revolucionário. Em cada modo de produção. ou capitalistas (como na indústria moderna). modo de produção feudal e modo de produção capitalista. O homem. modo de produção asiático. nesse sentido. 2-Relações de Produção: As relações de produção são as formas pelas quais os homens se organizam para executar a atividade produtiva. transformando-a e adaptando-as às necessidades humanas. Os modelos de família. Cada qual representa diferentes formas de organização da propriedade privada e da exploração do homem pelo homem. os valores sociais são aspectos cuja explicação depende. historicamente determinadas. Marx identificou alguns modos de produção específicos: sistema comunal primitivo. mão-de-obra disponível. b) A Superestrutura: Segundo a concepção materialista da história. o artesão e as corporações de ofício foram substituídas. de ensino. que têm por objetivo a acumulação de lucros cada vez maiores. o conhecimento filosófico e científico. a partir do século XVI. A explicação das formas sociais – jurídicas. espirituais e de consciência – encontra-se nas relações de produção que constituem a base econômica da sociedade. do roubo. códigos morais e éticos. é a base sobre a qual se constituem as demais instituições sociais. de comunicação. políticas. A comercialização era a grande fonte de rendimentos para os Estados e a nascente burguesia. A origem histórica do capitalismo O capitalismo surge na história quando. Na produção artesanal da Idade Média e do Renascimento. Uma importante mudança aconteceu quando. sistemas legais. a cultura. Infra-estrutura e Superestrutura Para Marx. São elas: a) A Infra-estrutura: formada pela base econômica da sociedade. tudo o que não é produção da vida material ). pelo trabalhador “livre” assalariado – o operário e pela indústria. A superestrutura seria condicionada pelo modo como os homens estão organizados no processo produtivo. respectivamente. concepções religiosas.7 chamou de infra-estrutura de uma sociedade que por sua vez. dos monopólios e do controle de preços praticados pelos Estados absolutistas. toda a realidade social é teoricamente dividida em duas partes correlacionadas em que a primeira determina a Segunda. a acumulação de riquezas se fez por meio da pirataria. as representações coletivas (enfim. por circunstâncias diversas uma enorme quantidade de riquezas se concentra nas mãos de uns poucos indivíduos. o trabalhador mantinha em . No início. os homens geram também outra espécie de produtos que não têm forma material e que vêm a ser ideologias políticas. na produção da vida social. ou alienava. que se tornaram propriedade privada do capitalista. a propriedade privada e o assalariamento separavam o trabalhados dos meios de produção (ferramentas. Isto se deu através da divisão social do trabalho própria do capitalismo. também o homem se tornou alienado. As máquinas e tudo o mais necessário ao processo produtivo – força motriz. trabalhadores “livres” expropriados. atividade pela qual o homem domina e transforma a natureza. Essa é a base da alienação econômica do homem sob o capital. A Revolução Industrial introduziu inovações técnicas na produção que aceleraram o processo de separação entre o trabalhador e os instrumentos de produção. Diz que Marx que a divisão social do trabalho . criou a idéia de Estado como um órgão político imparcial. Com o desenvolvimento do capitalismo. tornou-se um sofrimento cruel. 2) Separava também. A idéia de Alienação O conceito de alienação em Marx tem origem na situação mais concreta da existência: o trabalho. Os artesãos. entretanto. por sua vez. artesãos que desistiam da produção individual e empregavam-se nas indústrias. não podiam competir com o dinamismo dessas nascentes indústrias e do conseqüente crescimento do mercado. dividindo a sociedade em classes sociais radicalmente antagônicas. também passou a criar representações do homem e da sociedade. que organizaram oficinas. Aos poucos. a filosofia. que na sociedade de classes esse Estado representa apenas a classe dominante e age conforme o interesse desta. isolados. O trabalho tornou-se ameaça. Marx mostrou. terra e máquina). que também é apropriado pelo capitalista. Com isso. base do Liberalismo. capaz de representar toda a sociedade e dirigi-la através do poder delegado pelos indivíduos. em vez de liberdade e autonomia do homem. o trabalhador do fruto de seu trabalho. estes passaram às mãos de indivíduos enriquecidos. porém. A alienação nas relações de trabalho capitalistas decorre da contradição básica de que o trabalho tornou-se estranho à humanidade do trabalhador.8 sua casa os instrumentos de produção. matéria-prima. matérias primas – ficaram acessíveis somente aos mais ricos. humanizando-a a favor de sua própria reprodução. multiplicou-se o número de operários. 3) Politicamente. pois o princípio da representatividade. em vez de criação. tornou-se opressão. com a apropriação privada dos meios de produção. instalações. Marx desenvolveu o conceito de alienação mostrando que: 1) A industrialização. isto é. o Liberalismo. evoluindo para outros tipos de necessidades. regula e controla seu metabolismo com a natureza. como por exemplo. o que é necessário em todos os modos de produção. do cérebro. Ela é. Essa parcialidade e o fato de que o Estado se torna legítimo a partir dessas reflexões parciais. no escravista. 270) afirma que o homem modifica sua relação com a natureza devido ao trabalho. mesmo supérfluas. Passa de ser dominado a ser dominante devido ao desenvolvimento do trabalho. Engels afirma que o trabalho criou o . Assim. na verdade. Uma sociedade não vive sem o trabalho. através do trabalho ele busca dominar a natureza. Desta forma. a tecnologia utilizada. trabalhar é produzir riqueza. pode-se dizer que o homem evoluiu de sua condição animal até sua condição atual devido ao seu trabalho 2. p. Pode-se afirmar que o trabalho é o ato que o homem executa visando transformar conscientemente a natureza. em sua própria terminologia o trabalho carrega uma carga de esforço e desprazer. Assim. Esse comportamento do filósofo e do cientista em face do poder resultou também na alienação do homem. A origem do trabalho encontra-se na necessidade de a humanidade satisfazer suas necessidades básicas.O TRABALHO EM MARX A origem da palavra trabalho tem sido comumente atribuída ao latim tripalium. portanto. Se na condição animal ele tinha de submeter-se às leis da natureza. é uma ação em que o homem media. instrumento de tortura utilizado para empalar prisioneiros de guerra e escravos fugídios. que varia de acordo com a forma de organização da sociedade. e a relação entre o sujeito que produziu e o que se apropria do que foi produzido. da fala. e da relação entre os homens origina-se do trabalho. no feudal.9 fez com que a filosofia se tornasse à atividade de um determinado grupo. parcial e reflete o pensamento desse grupo. O que muda é a forma de produzir. e mesmo nas experiências socialistas. p. no capitalista. cabendo aos homens livres a execução de atividades intelectuais ligadas às ciências e às artes. 149). seja no comunal primitivo. O próprio desenvolvimento do seu corpo. Engels (s/d. ou para citar Marx (1983. o que é extremamente compreensível em sociedades em que predominavam o trabalho forçado em que atividades produtivas eram desprezadas e executadas tão somente por escravos como na Grécia e Roma antigas. I. transformaram a filosofia em “filosofia do Estado”. transforma-a em proveito próprio. O trabalho então assumiria um novo caráter. o joão-de-barro e sua casa) são meramente intuitivas. sendo jogados nas cidades em busca de empregos assalariados junto às nascentes industriais. Além do estabelecimento de um contrato de assalariamento que regula as relações capital-trabalho. não intuitiva. a estes trabalhadores Marx denominou de “exército industrial de reserva”. Assim. daí trabalho ser uma atividade exclusiva da espécie humana. a sua capacidade de trabalhar. com a formação de exércitos de trabalhadores que desprovidos de qualquer propriedade são obrigados a abandonar a vida do campo. taxados como vagabundos os que não se submetem a trabalhar para o capital 4. Como já visto. de atividade indigna no passado. Para esta mudança. pois assume uma forma consciente. o trabalho era desprezado na Grécia e Roma antigas. sendo esta uma ação exclusivamente humana.10 homem e o homem criou o trabalho. sendo por isso que o trabalhador é obrigado a vender sua força de trabalho ao capital. Para Marx. mas sempre ávidos por incorporar-se a ele. Ao contrário de sociedades pré-capitalistas como o feudalismo e a escravidão. fazendo com que a socialização dos indivíduos ocorresse fora do trabalho. no capitalismo o trabalhador entrega sua capacidade de trabalhar por um tempo determinado através de um contrato de trabalho. enquanto na sociedade capitalista a socialização dos indivíduos ocorre exatamente nas relações de trabalho. Já as atividades que os animais executam (a aranha e sua teia. pois antes de produzir um objeto é necessário ao trabalhador elaborá-lo inicialmente em seu cérebro para só então partir para a execução. passam a ser vistos como indignos aqueles que não trabalham. a revolução industrial dos séculos XVIII e XIX teve um peso determinante3. o único bem que o trabalhador possui devido a não ser proprietário de meios de produção é a sua força de trabalho. algumas diferenças podem ser encontradas no trabalho sob o modo de produção capitalista em comparação com sociedades précapitalistas. . mesmo que o próprio capital não tenha interesse em absorver todo o trabalho posto à sua disposição. os capitalistas sempre encontram um grupo de trabalhadores à margem do processo produtivo. o valor e a alienação. podemos ter mais clareza sobre a noção Marx sobre a produção.11 Retomando o conceito de trabalho. . necessariamente. Não se pode conceber o ser humano sem que o trabalho seja o núcleo da análise. Nos vários modos de produção em que se apropria privadamente dos meios de produção. o trabalho produz a si e ao homem. mas aquilo que ele produz não é seu. forçando-os a trabalharem para outros. antes de tudo. Enquanto atividade humana por excelência. a separação entre possuidores e despossuídos. A vida do trabalhador é aquilo que ele produz. tal privação separa o coletivo de homens por suas tarefas. Em outras palavras. bens de sua carência ou que ele conheça seu inteiro processo de produção. O desenvolvimento histórico privou alguns homens dos meios de produção necessários à sua subsistência. cria uma divisão social do trabalho cujas partes podem ser compreendidas como classes complementares e antagônicas. cria as condições de soobrevivência e as transforma. locais e condições estranhos a ele. a divisão do trabalho é. A existência da propriedade privada dos meios de produção se encarrega de levar o trabalhador a um exercício físico que não produzirá. em horários. O seu esforço físico perde o sentido para si. o homem desenvolve sua atividade intelectual ou sua consciência presa ao mundo incompleto que agora lhe aparece.O trabalho tornou-se estranho à humanidade do trabalhador. a terra e as máquinas. sofrida e de impotência.A atividade que serviria para sua humanização lhe retira a humanidade.O trabalhador perdeu o controle do produto do seu trabalho. . independente e livre. .Nas prateleiras há.A alienação do trabalhador no seu produto significa não só que o trabalho se transforma em objeto e assume uma existência externa. lhe torna frio. possivelmente tão estranhas aos seus produtores como são as suas. . o ser humano cria mercadorias que possuem utilidades domésticas. as ferramentas. A vida que deu ao objeto se torna uma vida hostil e antagônica. torna-se uma atividade dolorosa.12 ALIENAÇÃO . decorrentes da divisão social do trabalho e com a apropriação privada dos meios de produção.Tornou-se um sentimento cruel. Estas descem ao mundo com propriedades mágicas e poderes sobrenaturais. . . mercadorias “caídas do céu”. mas existe independentemente. .Ao passo que o estranhamento entre o homem e o produto de seu trabalho se processa. Tudo isso passou para as mãos do capitalista.Houve uma separação entre o trabalhador e os meios de produção. insensível e alheio à realidade. torna-se um poder autônomo em oposição a ele. . fora dele e a ele estranho. . dividindo a sociedade em classes sociais antagônicas. no trabalho.Vê a mercadoria como um ser autônomo. ao entrar num supermercado para efetuar suas compras. no lugar de objetos realizados pelo trabalho humano.Na verdade. o trabalhador tem diante de si mercadorias.Ao tentar trocar a sua mercadoria por outra. se relaciona com as demais mercadoria da mesma forma.Ao perder-se na produção. . o homem humaniza a matéria bruta e lhe dá utilidade. . o homem passa a estranhar também a própria atividade do trabalho. . as matérias-primas. . . alheia. amizade. sensualidade. o que Marx quer dizer com fetichismo da mercadoria. por isso. tão logo são produzidos como mercadorias. O sujeito pode comprar uma calça jeans Fórum não pela simples necessidade de vestir o corpo. etc. no mundo das mercadorias. amigos. ou seja. de ascensão social. MERCADORIA E VALOR Pode-se chamar de mercadoria todo produto do trabalho cuja função é ser vendido ou oferecido ao mercado para se realizar na troca. de sensualidade. Um desodorante. Assim. alguma utilidade para seu comprador. mas muito mais. certamente. Muito mais que cobrir o corpo nu. Um carro deixa de ser um meio de transporte para me fornecer status. Muito além daquele do valor de uso. “não é mais nada que determinada relação social entre os próprios homens que para eles aqui assume a forma fantasmagórica de uma relação entre coisas. Por isso. liberdade. que mantém relações entre si e com os homens. enquanto uma possibilidade de satisfazer seus desejos refletidos através do significado da calça Fórum. os produtos do cérebro humano parecem dotados de vida própria. a finalidade a que se destina o produto.As qualidades de cada mercadoria parecem ter brotado inexplicavelmente nas coisas. Todos os produtos oferecidos no mercador possuem. sensualidade) Marx diz que estão sob o manto do fetiche. figuras autônomas. Um celular. sem que o trabalho fosse seu verdadeiro pai. de identidade.sobre o comprador. para encontrar uma analogia. o comprador vê a calça enquanto um meio para satisfação dos seus desejos de atração. toda propaganda do fabricante que transmite seus horizontes aos destinatários. e que. é inseparável da produção de mercadorias”. acontece com os produtos da mão humana. prestígio. ( Karl Marx) Logo. Esta é uma condição e uma característica fundamental deste produto: ele possui valor de uso. Fetiche da Mercadoria . Aqui. é o fato do produto exercer um controle – sobrenatural até .Um mundo de fantasias e máscaras se ergue e o homem a ele se agarra como se fosse concreto. Esse é apenas um exemplo de uma lista que pode ser extensamente indefinida.13 . etc. temos de nos deslocar à região nebulosa do mundo da religião. Mas a calça jeans Fórum de nada significa para o sujeito se não houvesse por trás. beleza. Um cigarro me representa liberdade. Quando a mercadoria se reveste de capacidades unicamente humanas (status. Isso eu chamo o fetichismo que adere aos produtos de trabalho. O capitalista não gerencia a produção para que ela crie mercadorias que sejam utéis a . Perdidos os meios de. o homem só pode recuperar sua condição humana pela crítica radical ao sistema econômico. milhares de trabalhadores rurais e suas famílias se deslocaram para as cidades européias em busca de sustento. aprendizes e jornaleiros desalojados pelo crescimento industrial. Esta forma de organização da produção condicionou os trabalhadores – desapropriados – ao trabalho coletivo e socialmente dividido. . separado e mutilado. por conseqüência. Desta forma. mercadorias que exigem. durante a 1ª revolução industrial. Essa crítica radical só se efetiva na práxis. num dado momento da história. Este é chamado valor de troca. os trabalhadores perderam o controle sobre a produção das mercadoria e.14 ele mesmo. valem obrigatoriamente mais. o trabalho gradativamente aprofundou seu caráter de tortura e castração. Toda mercadoria demanda uma quantidade de trabalho para que seja produzida. Sua função de operador era reduzida à fiscalização dos movimentos mecânicos das engrenagens. a alienação se aprofundou na mesma medida em que se processou a desapropriação. O desenvolvimento comercial e a emergência da burguesia fizeram novas pressões sobre o artesanato. que anunciou a maquinofatura. Limitado a gestos repetitivos e imbecilizantes. na personalidade viva de um homem e que ele põe em movimento toda vez que produz valores de uso de qualquer espécie. produção.” (Marx) A força de trabalho se transformou em uma mercadoria no processo de emergência e consolidação do capitalismo. ganharam uma nova fonte de energia (não humana). à política e à filosofia que o excluíram da participação efetiva na vida social. O vapor. mas ao compradores. A medida que a desapropriação das terras comunais se desenvolveu batizada de cercamentos. A alternativa que se abriu ante a calamidade era se submeter à condição de integrante do exército industrial de reserva. A Práxis Uma vez alienado. Fato este que não se diferiu no seu fim em relação aos artesãos. o trabalho é a fonte da riqueza materializada nas mercadorias. A separação em relação à produção se completou quando as máquinas. Sua principal preocupação é com a venda da mercadoria. A FORÇA DE TRABALHO “Por força de trabalho ou capacidade de trabalho entendemos o conjunto das faculdades físicas e espirituais que existem na corporalidade. mais trabalho que outras. Burgueses com capitais acumulados primitivamente ingressaram no espaço produtivo como proprietários. aumentou a autonomia da máquina em relação ao trabalhador. inagurando a manufatura. Seu controle sobre a velocidade e o tempo de produção era desintegrado e revelou um papel ao trabalhador: ele se tornou um apêndice da máquina. Marx acreditava que as mercadorias poderiam ser trocadas umas pelas outras no mercado pela quantidade de trabalho socialmente necessário para produzí-las e que está contida em cada uma delas. antagonismo. por natureza. mas também um projeto para a ação sobre ela. proclama a inexistência de tal igualdade natural e observa que o liberalismo vê os homens como átomos. Com base nesse princípio. por sua vez. política e juridicamente. que dividem os homens em proprietários e não-proprietários dos meios de produção. que permitiria ao homem recuperar sua humanidade. exploração e complementaridade entre as classes sociais. As classes sociais As idéias liberais consideram os homens. Segundo Marx.15 A práxis é uma ação política consciente transformadora. As relações entre os homens se caracterizam por relações de oposição. pela efetivação de uma crítica radical ao sistema capitalista. Liberdade e justiça são direitos inalienáveis de todo cidadão. Marx propôs não apenas um novo método de abordar e explicar a sociedade. os marxistas vinculam a crítica da sociedade à ação política. como se estivessem livres das evidentes desigualdades estabelecidas pela sociedade. . As desigualdades são a base da formação das classes sociais. iguais. as desigualdades sociais observadas no seu tempo eram provocadas pelas relações de produção do sistema capitalista. Marx. Por outro lado. é aquele indivíduo que. em todos os tempos. O trabalhador. complementares e interdependentes. sob a forma legal de propriedade privada. nada possuindo. a força de trabalho se . faz com que os trabalhadores. Isso porque a posse dos meios de produção. procura diminuir a exploração ao lutar por menor jornada de trabalho. na medida em que os interesses de classe são inconciliáveis. No capitalismo. pois uma só existe em relação á outra. segundo Marx. a fim de assegurar a sobrevivência. a história da luta de classes. Essas mesmas relações são também de oposição e antagonismo. como vimos. A história do homem é. melhores salários e participação nos lucros. seja reduzindo os salários.16 Marx identificou relações de exploração da classe dos proprietários. embora esse conflito nem sempre se manifeste socialmente sob a forma de guerra declarada. Só existem proprietários porque há uma massa de despossuídos cuja única propriedade é sua força de trabalho. As divergências. As classes sociais são apesar de sua oposição intrínseca. é obrigado a sobreviver da venda de sua força de trabalho. seja ampliando a jornada de trabalho. sobre a dos trabalhadores. tenham que vender sua força de trabalho ao empresário capitalista. que precisam vender para assegurar a sobrevivência. da luta constante entre interesses opostos. por sua vez. nos mais diversos níveis da sociedade. o proletariado. as relações entre as classes são complementares. o qual se apropria do produto do trabalho de seus operários. oposições e antagonismos de classes estão subjacentes a toda relação social. a burguesia. O capitalista deseja preservar seu direito à propriedade dos meios de produção e dos produtos e à máxima exploração do trabalho do operário. O Salário O operário. desde o surgimento da propriedade privada. Além disso. por sua vez. estar de volta ao serviço no dia seguinte. cuidar dos filhos. em troca paga ao operário uma quantia em dinheiro. o uso da força de trabalha significa. Enquanto os produtos. renascem como meios de produção e se incorporam num novo produto. um novo valor. Surge assim um contrato entre capitalista e operário. desde Adam Smith. Marx foi além. um pedaço de couro animal curtido. Assim. Por isso.17 toma uma mercadoria. assim. Trabalho. Marx acrescentou que este tempo de trabalho se estabelecia em relação às habilidades individuais médias e às condições técnicas vigentes na sociedade. Os economistas clássicos ingleses. O salário é. contém em si um trabalho passado. que se pode comprar e vender. produtos do trabalho humano. o salário depende ainda da natureza do trabalho e da destreza e da habilidade do próprio trabalhador. No cálculo do salário de um operário qualificado deve-se computar o tempo que ele gastou com educação e treinamento para desenvolver suas capacidades. assim. mas uma capacidade. Para ele. Tudo o que é criado pelo homem. todos. dizia que no valor de uma mercadoria era incorporado o tempo de trabalho socialmente necessário à sua produção. simplesmente se desgastam ou desaparecem. diz Marx. considerada como mercadoria. mediante o qual o primeiro compra ou “aluga por um certo tempo” a força de trabalho e. ao se exercer sobre determinados objetos. recuperar as energias e. uma nova mercadoria. O cálculo do salário depende do preço dos bens necessários à subsistência do trabalhador. dos hábitos e dos costumes dos trabalhadores. valor e lucro O capitalismo vê a força de trabalho como mercadoria. são coisas mortas. por exemplo. . algo útil. o salário deve corresponder à quantia que permita ao operário alimentar-se. Deixados em si mesmos. Os economistas ingleses já haviam postulado que o valor das mercadorias dependia do tempo de trabalho gasto na sua produção. que só pode ser reanimado por outro trabalho. inseparável do corpo do operário. Em outras palavras o salário deve garantir a reprodução das condições de subsistência do trabalhador e sua família. ao contrário. ao serem usados. criação de valor. vestir-se. já haviam percebido isso ao reconhecerem o trabalho como a verdadeira fonte de riqueza das sociedades. o trabalho. o salário. provoca nestes uma espécie de “ressurreição”. o valor da força de trabalho. utilizados para produzir um par de sapatos. O tipo de bens necessários depende. uma faca e fios de linha são. Como a força de trabalho não é uma “coisa”. mas é claro que não se trata de uma mercadoria qualquer. “morto”. Isso faz com que o salário varie de lugar para lugar. A Mais-Valia . produziram fios de linha. porém. de acordo com a análise de Marx. utilizando para esse cálculo uma unidade de moeda qualquer. isto é. pois. Com isso. porém. Como então se obtém o lucro? O capitalista poderia lucrar simplesmente aumentando o preço de venda do produto. cobrando 200 pelo par de sapatos. força de trabalho). cujo preço fatalmente cairá. vemos. O valor de todos esses trabalhos está embutido no preço que o capitalista paga ao adquirir essas matérias-primas e instrumentos.18 De modo geral. uma alta arbitrária no preço de uma mercadoria qualquer tende a provocar elevação generalizada nos demais preços. De um lado. que o valor de um produto corresponde exatamente ao que se investe para produzi-lo. seu valor incorpora todos os tempos de trabalho específicos. Isso pode ocorrer durante algum tempo. mais 30 de salário diário pago a cada trabalhador. De outro lado. os quais. juntamente com a quantia paga a titulo de salário. nesse caso. as mercadorias resultam da colaboração de várias habilidades profissionais distintas. mas. Imaginemos um capitalista interessado em produzir sapatos. O valor do par de sapatos produzido nessas condições será a sorna de todos os valores representados pelas diversas mercadorias que entraram na produção (matéria-prima. mais 20 com o desgaste dos instrumentos. No exemplo acima. corre-se o risco de inundar o mercado com artigos semelhantes. por exemplo. Ao contrário. Essa soma — 150 unidades de moeda — representa sua despesa com investimentos. instrumentos. Por exemplo. o que totaliza também 150 unidades de moeda. uma mercadoria com preços elevados. serão incorporados ao valor do produto. ao sugerir possibilidades de ganho imediato. a máquina de costurar etc. suponhamos que a produção de um par lhe custe 100 unidades de moeda de matéria-prima. todos os capitalistas desejarão ganhar mais com seus produtos. se a disputa se prolongar poderá levar o sistema econômico à desorganização. a valorização da mercadoria se dá no âmbito de sua produção. quer ganhar com seus produtos mais do que investiu. Na verdade. mas também o dos trabalhadores que curtiram o couro. Pois bem. não é no âmbito da compra e venda de mercadoria que se encontram bases estáveis nem para o lucro dos capitalistas individuais nem para a manutenção do sistema capitalista. o valor de um par de sapatos inclui não só o tempo gasto para confeccioná-lo. atrai novos capitalistas interessados em produzi-la. Mas o simples aumento de preços é um recurso transitório e com o tempo cria problemas. por isso. Sabemos que o capitalista produz para obter lucro. permaneceu constante. . Efetivamente os lucros dependem diretamente da quantidade de mais-valia que o capitalista consegue obter. É o trabalho excedente produzido pelo operário não remunerado. É que. Cada par continua valendo 150 unidades de moeda. no cálculo do valor dos três pares. que é suficiente para obter o necessário à sua subsistência. ele cria uma quantidade de valor correspondente ao seu salário. correspondente a um dia de trabalho. Como o capitalista lhe paga o valor de um dia de força de trabalho. o operário produz mais mercadorias. seis horas. Suponhamos uma jornada de nove horas. mas agora eles custam menos ao capitalista. Desse modo. A duração da jornada de trabalho resulta. Nestas três horas. o custo de cada par de sapatos se reduziu a 130 unidades. Suponhamos que um operário tenha uma jornada diária de nove horas e confeccione um par de sapatos a cada três horas. a quantia investida em meios de produção também foi multiplicada por três.19 Mais-Valia é o nome dado ao tempo de trabalho socialmente gasto para a produção de uma mercadoria que não é paga ao trabalhador. mas a quantia relativa ao salário. de um cálculo que leva em consideração o quanto interessa ao capitalista produzir para obter lucro sem desvalorizar seu produto. que geram um valor maior do que lhe foi pago na forma de salário. o restante do tempo. ao final da qual o sapateiro produza três pares de sapatos. portanto. tal como no exemplo acima. o valor da força de trabalho. Esse valor a mais não retorna ao operário: incorpora-se no produto e é apropriado pelo capitalista. perde todo o atrativo e faz do operário mero “apêndice da máquina”. portanto.O salário depende do preço dos bens necessários à subsistência do trabalhador e da destreza e da habilidade do próprio trabalhador. portanto. que a extensão indefinida da jornada esbarra nos limites físicos do trabalhador e na necessidade de controlar a própria quantidade de mercadorias que se produz. O processo descrito esclarece a dependência do capitalismo em relação ao desenvolvimento das técnicas de produção. o processo de obtenção daquilo que Marx denominou mais-valia relativa. como o trabalho. algo útil que se pode comprar e vender.O salário é.O trabalho não é uma mercadoria qualquer. isto é. O capitalista pode obter mais-valia procurando aumentar constantemente a jornada de trabalho. ao mesmo tempo. A tecnologia aplicada faz aumentar a produtividade. Numa situação dessas. sob o capital. ainda. graças à maquinaria desenvolvida. em síntese. 2. A mecanização também faz com que a qualidade dos produtos dependa menos da habilidade e do conhecimento técnico do trabalhador individual. que uma coisa é o valor da força de trabalho. e outra é o quanto esse trabalho rende ao capitalista. a força de trabalho vale cada vez menos e. as mesmas nove horas de trabalho agora produzem um número maior de mercadoria. segundo Marx a mais-valia absoluta. o trabalho é a fonte de riquezas da sociedade. o salário. produz cada vez mais. o uso da força de trabalho significa a criação de valor. Mostra. 4. em cada um dos três pares de sapatos produzidos. Esse é. Visualiza-se. 20 pares de sapatos. assim. digamos. isto é. .No capitalismo. considerada como mercadoria e que deve garantir a reprodução das condições de subsistência do trabalhador e sua família. Agora. É claro. a força de trabalho se torna uma mercadoria. porém. Resumindo: 1. Esse valor excedente produzido pelo operário é o que Marx chama de mais-valia.20 custo de um par de sapatos na jornada jornada - de trabalho de três horas custo de um par de sapatos na de trabalho de nove horas meios de produção : 120 - + + meios de produção: 120x3 = 360 + + salário 30 salário 30 ----------150 390/3=130 Assim. ainda que seu trabalho tenha rendido o dobro ao capitalista: 20 unidades de moeda. ao final da jornada de trabalho. pensemos numa indústria moderna altamente mecanizada. 3. o operário recebe 30 unidades de moeda. Essa é. a partir daqui surge um novo produto. o processo de trabalho é atividade dirigida com o fim de criar valoresde-uso. decorrente do uso de tecnologia e automação aplicada à produção. capitalistas. A sociedade contemporânea de alta tecnologia. depende do trabalho humano para a produção de bens e serviços. 7. “morto”. de qualquer forma dessa vida.Marx identificou duas formas: a mais-valia absoluta.O valor de uma mercadoria é o tempo de trabalho socialmente necessário à sua produção.Tudo que é criado pelo homem. sendo antes comum a todas as suas formas sociais. (. que só pode ser reanimado por outro trabalho. A ciência e a tecnologia contribuem para o crescimento dos conflitos entre capital e trabalho no modo de produção capitalista. A mercadoria é uma fantasia fantasmagórica que vem do valor de troca. 9. contém em si um trabalho passado. decorrente do aumento da jornada de trabalho. sem depender portanto. .) é condição necessária da troca material entre o homem e a natureza: é condição natural eterna da vida humana. uma nova mercadoria. A mercadoria não tem vida própria. ela é o resultado de relações sociais de trabalho.Marx afirma que a mais-valia representa o valor ou produção excedente pelo qual o trabalhador não é pago e se tornará o lucro do capitalista.21 5. 8. A ciência e a tecnologia são os elementos que impulsionam o desenvolvimento do modo de produção capitalista no âmbito das relações de classe. dando uma sofisticação à mercadoria. como por exemplo: escravistas. Para Marx. feudais. É a forma dinheiro que dá o acabamento final á mercadoria. A mercadoria ganha vida própria. e a mais-valia relativa. O Fetiche da Mercadoria Fetiche: relação mágica com um objeto. um novo valor.. A ciência e a tecnologia contribuem para o fortalecimento do antagonismo de classe existente no modo de produção capitalista.. É impossível a existência de uma sociedade na qual o trabalho não seja a atividade criadora de coisas úteis. 6.As mercadorias resultam da colaboração de várias atividades profissionais distintas. fetichizando-a. sempre no interior de determinadas relações sociais. por isso seu valor incorpora todos os tempos de trabalhos específicos. Em todas as sociedades o intercâmbio dos homens com os recursos naturais se dá pelo trabalho. (ver Marx-Engels. é impossível separar a interação humana em uma parte da sociedade da interação em outra: a consciência humana que guia e até mesmo determina essas relações individuais é o produto das condições materiais – o modo pelo qual as coisas são produzidas. de Lênin. tais como: a revolução de l848. emerge das relações de produção. indo de uma posição que defende a visão leninista àquelas que vêem uma teoria do Estado claramente refletida na análise política e econômica de Marx. Não é o . Apesar dessas diferenças. QUAIS SÃO ESSES FUNDAMENTOS ANALÍTICOS? I. transcende à sociedade como uma coletividade idealizada. relações estas que Hegel. baseada em fontes como O Estado e a Revolução. Na produção social de sua vida. do desenvolvimento da teoria de Marx sobre a sociedade (incluindo sua teoria da economia política) e de suas análises de conjunturas históricas específicas. um Estado ideal que envolve uma relação justa e ética de harmonia entre os elementos da sociedade. ou a Comuna de Paris de l871. e a ditadura de Luís Napoleão. necessárias. Marx.22 ESTADO COMO INSTRUMENTO DA CLASSE DOMINANTE Marx não desenvolveu uma única e sistematizada teoria da política ou do Estado. a base real sobre a qual se eleva uma superestrutura jurídica e política e à qual correspondem formas definidas de consciência social. Cheguei também à conclusão de que a anatomia da sociedade civil deve ser procurada na economia política. o processo de vida social. portanto. porém. na França. todos os teóricos marxistas.. 1983. Segundo Marx. ou tomam o Estado autônomo do Dezoito Brumário ( de Luís Napoleão) como a base para a análise da situação atual. político e intelectual. Para Hegel. baseiam suas teorias do Estado em alguns dos fundamentos marxistas e são esses fundamentos analíticos que formam o quadro do debate. Ática. Não é a consciência dos homens que determina sua forma de ser mas. ao contrário. de um modo ou de outro. As relações jurídicas assim como as formas do Estado não podem ser tomadas por si mesmas nem do chamado desenvolvimento geral da mente humana. os homens entram em relações determinadas.. combinava sob o nome de “sociedade civil”. o Estado é eterno. 232-33) Essa formulação do Estado contradizia diretamente a concepção de Hegel do Estado “racional”. ao contrário. e independentes de sua vontade. relações de produção que correspondem a um grau determinado de desenvolvimento de suas forças produtivas materiais.. em sua totalidade.Marx considerava as condições materiais de uma sociedade como a base de sua estrutura social e da consciência humana. de forma geral. A soma total dessas relações de produção constitui a estrutura econômica da sociedade.. As concepções marxistas do Estado devem ser deduzidas das críticas de Marx a Hegel. mas têm suas raízes nas condições materiais de vida. O modo de produção da vida material condiciona. não histórico. é sua forma de ser social que determina sua consciência. A forma do Estado. Assim. distribuídas e consumidas. colocou o Estado em seu contexto histórico e o submeteu a uma concepção materialista da história. Há uma variedade de interpretações possíveis. não do desenvolvimento geral da mente humana ou do conjunto das vontades humanas. é mais do que as instituições simplesmente políticas. 23 Estado que molda a sociedade. Hobbes. Ele não está acima dos conflitos de classes. se molda pelo modo dominante de produção e das relações de produção inerentes a esse modo. a idéia de que tal possa acontecer faz parte do véu ideológico que uma classe dominante lança sobre a realidade da dominação de classe. A sociedade. seguiu-se necessariamente a sua visão de que o Estado é a expressão política dessa dominação. dominada pela burguesia. Locke e Adam Smith tinham uma visão do Estado como responsável pela representação da “coletividade social”. enquanto os interesses coletivos do “todo” social seriam preservados nas ações do próprio Estado. o Estado é um instrumento essencial de dominação de classes na sociedade capitalista. Portanto. acima dos interesses particulares e das classes. não representa o bem-comum. Marx rejeitou essa visão do Estado como o curador da sociedade como um todo. essa classe dominante estende seu poder ao Estado e a outras instituições.Marx defendia que o Estado. mas a sociedade que molda o Estado. mas profundamente envolvido neles. ( Milliband. esses interesses estão fundamental e irrevogavelmente em divergência.Mas na maior parte das vezes e em essência. a fim de legitimar essa dominação aos próprios olhos e também perante as classes subordinadas. de modo que o Estado não pode ser seu curador comum. assegurando que a competição entre os indivíduos e os grupos permanecessem em ordem. mas é a expressão política da estrutura de classe inerente à produção. A burguesia tem um controle especial sobre o trabalho no processo de produção capitalista. 1977). emergindo das relações de produção. Hegel. Uma vez que chegou a sua formulação da sociedade capitalista como uma sociedade de classes. . II. por sua vez. Rousseau. Pode haver ocasiões e assuntos onde os interesses de todas as possam coincidir. um produto da sociedade num determinado estágio de desenvolvimento.24 Na Origem da Família. tem-se tornado necessário para moderar o conflito e mantê-lo dentro dos limites da “ordem”. O Estado antigo era acima de tudo. mas também apareceu no interior dos conflitos entre elas. torna-se geralmente um Estado em que predomina a classe mais poderosa. Defendeu que o Estado tem suas origens na necessidade de controlar os conflitos sociais entre os diferentes interesses econômicos e que esse controle é realizado pela classe economicamente mais poderosa na sociedade. por seu intermédio. aparentemente acima da sociedade. da Propriedade Privada e do Estado (1884). O Estado não é.. Este poder. essas classes com interesses econômicos conflitantes não se consumam e não afundem a sociedade numa luta infrutífera. uma ordem que reproduz o domínio econômico da burguesia. como afirma Hegel. e o moderno Estado representativo é . a fim de que esses antagonismos. é o Estado. a classe que. pois. Engels desenvolveu o conceito fundamental (seu e de Marx) da relação entre as condições materiais da sociedade. um poder. surgido da sociedade.. a classe econômica dominante. Ë antes. O Estado capitalista é uma resposta à necessidade de mediar o conflito de classes e manter a “ordem”. Na medida em que o Estado surgiu da necessidade de conter os antagonismos de classe. de forma alguma. tampouco e a realização da idéia moral”ou a imagem e realidade da razão”. sua estrutura social e o Estado. No entanto. também se converte na classe politicamente dominante e adquire novos meios para a repressão e exploração da classe oprimida. um poder imposto à sociedade de fora para dentro. é a revelação de que essa sociedade se envolveu numa irremediável contradição consigo mesma e que está dividida em antagonismos irreconciliáveis que não consegue exorcizar. como o Estado feudal era o órgão da nobreza para dominar os camponeses e os servos. o Estado dos proprietários de escravos para manter sub jugados a estes. mas colocado acima dela e cada vez mais se alienando dela. consiste não somente de homens armados. A ascensão do Estado como força repressiva para manter sob o controle os antagonismos de classe não apenas descreve a natureza de classe do Estado. onde os capitalistas subjugam a economia (e. desde sua divisão em classes. o Estado Capitalista representa o braço repressivo da burguesia. inerente a toda sociedade. Por definição histórica. Essa força pública existe em todo o Estado. a separação do poder de coerção em relação ao corpo geral da sociedade. dada a sua inserção no modo capitalista de produção. 3. conseqüentemente.73) Mesmo quando são membros que não estão diretamente ligados pela origem social à classe burguesa dominante. o Estado). na sociedade capitalista. à burguesia. Essa força pública especial é necessária porque uma organização armada espontânea de toda a população se tornou impossível. a repressão é parte do Estado. Através de seu controle dos meios de produção. o Estado aparece como parte da divisão de trabalho. mas também sua função repressiva. serve à classe dominante. Por que o Estado é considerado como um instrumento da classe dominante? (Argumentos de Milliband) 1 – O Estado é um instrumento da classe dominante porque. O Estado surge. legislativo. tendem a pertencer à mesma classe ou classes que dominam a sociedade civil.Refere-se à ascensão do Estado e à repressão inerente a essa ascensão. 1977). ( Draper. De acordo com Marx e Engels. como parte do aparecimento das diferenças entre os grupos na sociedade e da falta de consenso social.Refere-se a uma função primária da comunidade: A imposição das leis. para preservar sua manutenção.25 o instrumento de que se serve o capital para explorar o trabalho assalariado. no capitalismo.73) O instrumento econômico mais poderoso nas mãos da classe dominante é a “greve de investimento”.O Estado é um instrumento da classe dominante porque. (ver Estado e Teoria Política – Carnoy – p. judiciário e repressivo. (Carnoy. A natureza do Estado é determinada pela natureza e exigências do modo de produção. p. mas também de instituições coercitivas de todo o gênero. pode desenvolver. Há aqui. necessárias para realizarem as funções comuns da sociedade. 2ª . então na medida em que as instituições.. são recrutados por sua educação e suas relações e passam a se comportar como se pertencessem a essa classe por nascimento. a classe capitalista domina o Estado através de seu poder econômico global. duas questões: 1ª . segurando o capital. as pessoas que estão nos mais altos postos dos ramos executivo. os membros do sistema de Estado. (Engels) Assim. a classe dominante é capaz de influenciar as medidas estatais de uma maneira que nenhum outro grupo. 2 – O Estado é um instrumento da classe dominante porque. .. O segundo traço característico é a instituição de uma força pública a qual não é mais imediatamente idêntica à própria organização do povo em armas. a qual. a separação do poder em relação à comunidade possibilita a um grupo na sociedade usar o poder do Estado contra outros grupos. financeira ou politicamente. exigem. não pode ser diferente. isto é. (Engels) III – Na Teoria do Estado de Marx. 190) O senhor feudal por exemplo se satisfazia tanto quanto ele recebia suficiente renda de seus camponeses para sustentar a ele próprio. que a produção como tal não é o objeto. que brota das necessidades de se igualar aos aperfeiçoamentos técnicos de seus concorrentes. dentro do estilo ao qual estavam acostumados. esse abalo constante de todo o sistema social. Essa subversão contínua da produção. o desenvolvimento das forças produtivas no capitalismo leva inevitavelmente a crises. é esquecer que a . uma "fome de lobisomem por mais-trabalho". o mais-trabalho é limitado por um círculo mais estreito ou mais amplo de necessidades. e desse modo a ampliar as forças de produção.26 Conclusão O modo de produção capitalista ilustra a tese geral de Marx de que a realidade é dialética. (C1. tais como os românticos olhavam nostalgicamente para as sociedades pré-capitalistas . essa agitação permanente e toda essa falta de segurança distinguem a época burguesa de todas as precedentes. a primeira condição de existência de todas as classes industriais anteriores. ou ir à falência. por conseguinte. Marx foi um firme defensor do que ele chamou de "a grande influência civilizatória do capital" (G) contra aqueles que. entretanto. com isso. pelo contrário. mas o valor de uso do produto. é parte da existência mesma do capitalismo. de um lado a mudança tecnológica. ao passo que não se origina nenhuma necessidade ilimitada por mais-trabalho do próprio caráter da produção". as relações de produção e. Ele elogiou Ricardo por "ter seus olhos unicamente para o desenvolvimento das forças produtivas" (C3). Como Marx colocou em O Manifesto Comunista: "A burguesia só pode existir com a condição de revolucionar incessantemente os instrumentos de produção. constituía. tem um "apetite voraz"." A diferença entre o capitalismo e os seus precursores surge das relações de produção: "É claro. que ela contém contradições dentro de si. O capitalista. a introdução de novos métodos de produção. como fizeram oponentes sentimentais de Ricardo. que se numa formação sócio-econômica predomina não o valor de troca. Pois. "Afirmar. todas as relações sociais. entretanto. Por um outro lado. sua família e seus empregados. A conservação inalterada do antigo modo de produção. A pressão da concorrência força os capitalistas a inovarem constantemente. d) propunha a luta da sociedade para negar as mudanças sociais. deterioração dos padrões de vida e das condições de trabalho. necessária para acabar com o liberalismo econômico." Ao mesmo tempo. mas antes como uma condição de sua auto-preservação. nas suas reflexões: a) reconhecia a falta de justiça social. b) admitia o grande valor da tecnologia produzida pelo Capital. os planos de crescimento da sociedade europeia e de uma melhor qualidade de vida. Marx não acreditava que o colapso do capitalismo fosse inevitável. c) defendia a necessidade de ampliar a intervenção do Estado na gestão da economia. mas é ao invés disso um modo de produção historicamente limitado e contraditório. ele insistiu. escreve Marx. Como vimos. Ele é destrutivo para tudo isso. como os economistas políticos acreditaram. "A verdadeira barreira da produção capitalista é o próprio capital". "A violenta destruição de capital. confinadas. e constantemente o revoluciona. a expansão das necessidades. às classes sociais urbanas. em outras palavras. uma vez garantido que a classe trabalhadora pague o preço do desemprego. Karl Marx. "Crises permanentes não existem" (TMV). é a forma mais impressionante na qual está dada a sua partida.27 produção por seu próprio fim não é nada senão o desenvolvimento das forças produtivas humanas. assim como de todas as tradicionais.. que aprisiona as forças de produção ao mesmo tempo em que as desenvolve. (TMV) Assim. admitindo a volta aos princípios do mercantilismo. o desenvolvimento da riqueza da natureza humana como um fim em si". o desenvolvimento multi-polar da produção e a exploração e a troca de forças naturais e mentais. um dos pensadores marcantes do século XIX. Não existe crise econômica tão profunda da qual o capitalismo não possa recuperar-se. Exercícios de Fixação 01. as crises são sempre soluções momentâneas e forçosas das contradições existentes. entre eles alguns marxistas tem dito. . devido aos exageros do sistema capitalista que incentivava a exploração das classes desfavorecidas. complacentes e incrustadas satisfações das necessidades humanas. a forma mais racional de sociedade.).. porém a tendência à queda da taxa de lucro mostra que o capitalismo não é. Se uma crise irá levar a "um estágio mais elevado de produção social" dependerá da consciência e da ação da classe trabalhadora. não por relações externas a ele. a fim de pôr fim aos sistemas parlamentares europeus. rompendo todas as barreiras que obstruem o desenvolvimento das forças produtivas. cedendo lugar a um estágio mais elevado de produção social" Contrário ao que muitos analistas. As mudanças trazidas pela Revolução Industrial provocaram novas reflexões sobre a sociedade e seu comportamento. e reproduções de velhos modos de vida. o capitalismo foi historicamente progressivo. e) restringia. Ele conduz para "além das barreiras nacionais e preconceitos (. c) A mercadoria. o materialismo histórico é a aplicação do materialismo dialético ao campo da história.28 2 . que consiste em pagar ao trabalhador menos do que ele produziu em uma jornada de trabalho. Para o marxismo. a consciência de classe entre eles. às vezes. e) Sob o capitalismo. a . estão os fatos materiais. até pela intervenção divina. no lugar dos heróis. é correto afirmar: a) A produção mercantil e a apropriação privada são justas. com a individualização do trabalho e dos salários. para poder existir. 03. Conforme Aranha e Arruda (2000) “Marx inverte o processo do senso comum que pretende explicar a história pela ação dos grandes homens ou. fato acentuado por ter se tornado impossível. b) As relações sociais de exploração surgiram com o nascimento do capitalismo. tendo em vista que os patrões detêm mais capital do que os trabalhadores assalariados. os trabalhadores se transformaram em escravos. Para Marx. depende da existência do capitalismo e da substituição dos valores de troca pelos valores de uso. cuja faceta negativa está em pagar salários baixos aos trabalhadores.Com base na charge e nos conhecimentos sobre a teoria de Marx. no lugar das ideias. d) Um dos elementos constitutivos da acumulação capitalista é a mais-valia. ) A partir da explicação acima e dos seus conhecimentos sobre o pensamento de Karl Marx. caracterizada pelas relações dos homens entre si e com a natureza.) Em lugar das antigas necessidades satisfeitas pelos produtos nacionais. desenvolvesse um intercâmbio universal.. publicado pela primeira vez em 1848. L. a) Desde o início. das nações. caracterizada pelas relações dos homens entre si e com a natureza. K. pois são estas que determinam a linguagem. (. (. Em lugar do antigo isolamento de regiões e nações que se bastavam a si próprias.. p. assinale a alternativa que indica. e infraestrutura (ou estrutura). P. . corretamente. F. Para desespero dos reacionários. que é na verdade a forma pela qual o homem produz os meios de sobrevivência. (ARANHA. M.) Com base no texto de Karl Marx e Friedrich Engels. a burguesia arrasta para a torrente da civilização mesmo as nações mais bárbaras. que reclamam para sua satisfação os produtos das regiões mais longínquas e dos climas mais diversos. para compreender o homem é necessário analisar as formas pelas quais ele reproduz suas condições de existência. caracterizada pelas relações dos homens entre si e com a natureza. H. p.. b) Infraestrutura (ou estrutura). As velhas indústrias nacionais foram destruídas e continuam a sê-lo diariamente. caracterizados pelo pensamento filosófico dos socialistas utópicos. 241. c) A expansão do modo capitalista de produção em escala mundial encontrou empecilhos na mentalidade burguesa apegada aos métodos tradicionais de organização do trabalho. ela retirou à indústria sua base nacional. Assim. Filosofando: Introdução à Filosofia. caracterizada pelas relações dos homens entre si e com a natureza. 04. ENGELS. 24-25. E isso se refere tanto à produção material como à produção intelectual. d) Imperialismo. característica máxima do capitalismo industrial. a universalização do capital encontrou barreiras alfandegárias que impediram sua expansão. que é na verdade a forma pela qual o homem produz os meios de sobrevivência. pois o capitalista é conservador quanto às inovações tecnológicas. 2000. M. a) A alienação. São Paulo: Moderna. nascem novas necessidades. a expansão do modo burguês de produção fica restrita às fronteiras de cada país. 1981. os dois níveis de “condições de existência” para Marx. e) Infraestrutura (ou estrutura). uma universal interdependência. de novas mercadorias e de condições mais vantajosas de produção. e superestrutura.. a religião e a consciência. d) Na maioria dos países não europeus. e superestrutura. e materialismo dialético. caracterizada pelas estruturas jurídico-políticas e ideológicas. e MARTINS. c) Modos de produção.29 luta de classes”. “Pela exploração do mercado mundial a burguesia imprime um caráter cosmopolita à produção e ao consumo em todos os países. b) O processo de universalização é uma tendência do capitalismo desde sua origem. São Paulo: Global. já que a burguesia precisa de novos mercados. assinale a alternativa correta.. Manifesto do Partido Comunista. de A. e o imperialismo. característica do capitalismo industrial.” (MARX.) Devido ao rápido aperfeiçoamento dos instrumentos de produção e ao constante progresso dos meios de comunicação. Segundo Marx.30 e) A dificuldade de comunicação entre os países.Conceitue alienação.Que fatos históricos contribuíram para a origem do capitalismo? 14. devido ao baixo índice de progresso tecnológico.Explique o que é capital e capitalismo de acordo o pensamento de Marx. destacando seu caráter triplo. adiou para o século XX a universalização do modo capitalista de produção. .O que são forças produtivas e relações de produção? 10.Qual foi a principal intenção de Marx ao escrever suas obras? 08.O que é o materialismo histórico dialético? 09. 05.Por que o trabalho tornou-se estranho à humanidade do trabalhador? 15. 06.O que é superestrutura e infra-estrutura? 13. qual é a importância do estudo do modo de produção? 11.Como o capitalismo pode ser distinguido como forma social? 07.Analisando a história quais foram os modos de produção identificados por Marx? 12. Segundo Marx.O que é o fetiche da mercadoria? .Como Marx concebe as classes sociais e suas relações políticas? 20. de onde provém o lucro do capitalismo? Por quê? 23. o que a divisão social do trabalho fez com a filosofia? Por que? 17. 24.Que relação Marx estabelece entre trabalho e valor? 22.Explique o que é a práxis? 19.O que você entende por mais-valia? Explique o que é mais-valia absoluta e mais-valia relativa.De acordo com o pensamento de Marx.31 16.O que é salário? Como se determina o valor do salário? 21.De que forma o ser humano pode recuperar sua humanidade deixando o estado de alienação? 18.O que é o valor de uma mercadoria? 25. 81. a história da luta de classes. velada umas vezes e noutras franca e aberta. V. Crítica da Economia Política). 1995. IV-Que a igualdade jurídica garante a igualdade social entre as classes.(UFU/JAN/98) . A interpretação do Estado aparece bastante bem delineada nos vários passos da sua análise do regime capitalista de produção. Após interpretar o fragmento acima. na obra de Marx. 1985. segundo Marx. IV e V estão corretas.64. p.Marx afirma que: I.As divergências.As classes sociais expressam as desigualdades sociais na sociedade capitalista. o faz nos seguintes termos: Seria equívoco pensar que Marx não elaborou uma interpretação do Estado Capitalista.” QUINTANEIRO e OLIVEIRA. Leia as afirmativas abaixo e indique. III-Para Marx. IV-A historia do homem é. desde o surgimento da propriedade privada. Todas as afirmativas estão corretas. Apenas I. o conceito de luta de classes relaciona-se diretamente ao de mudança social. III-A produção de mercadoria é uma característica essencial do capitalismo. IV e V estão corretas. Rio de Janeiro: Vozes. as proposições que confirmam o conteúdo do texto acima: I-A expressão luta de classes procura enfatizar as contradições presentes numa sociedade classista. num ensaio ou livro. . II. Apenas I. Apenas I. 27-(UFU/SET/2002)–Octavio Ianni. p. Um Toque de clássicos. as oposições e os antagonismos de classe estão presentes nas relações sociais. Ianni. a) b) c) d) e) Apenas II e III estão corretas. UFMG. luta que terminou sempre com a transformação revolucionária de toda a sociedade ou pelo colapso das classes em luta” (Marx.. simplesmente porque não a vemos sistematizada em algumas páginas. quais são as funções aparente e real do Estado Moderno? 28.32 26--UFU/97 – “As classes sociais sempre mantiveram uma luta constante. responda: a) A interpretação marxista de Estado o apresenta como resultado de qual processo histórico? b) Para Marx. 3 ed. Dialética & Capitalismo – ensaio sobre o pensamento de Marx. de acordo com o código. “Para Marx e Engels. ao se referir ao tema do Estado.Os conflitos de classe podem ser resolvidos através de negociações entre trabalhadores e capitalistas. II e IV estão corretas. O. II-As classes sociais estão constantemente em luta e são esses processos que revelam o caráter antagônico das relações capitalistas de produção. a história das sociedades cuja estrutura produtiva baseia-se na apropriação privada dos meios de produção pode ser descrita como a história da luta de classes. nos mais diversos níveis da sociedade. II. uma luta constante entre interesses opostos. c) Realidade própria a toda e qualquer sociedade humana. Principais reivindicações do Cartismo: .Remuneração das pessoas que trabalhavam no Parlamento para que os trabalhadores pudessem ocupar cargos.Diminuição da jornada de trabalho. c)Internacionalismo revolucionário. 5. 8h de sono e 8h de lazer). o fetichismo da mercadoria não pode ser definido como: a) Resultado da predominância do trabalho abstrato sobre o trabalho concreto na sociedade em que a riqueza se configura em imensa acumulação de mercadorias. Todas as afirmativas estão corretas. b) Dura repressão policial.Massacre de 1º de maio em Chicago a) Luta pela redução da jornada (8h de trabalho. 3Primeira Associação Internacional dos Trabalhadores (1864) a) Internacionalização da luta operária. b) Luddismo: reconheceu a máquina e o desenvolvimento tecnológico como o responsável por suas condições indignas. O MOVIMENTO OPERÁRIO 1. os homens sempre exteriorizam um projeto previamente concebido com vistas a responder às suas necessidades. . I e III estão corretas. 2.33 a) b) c) d) e) I. pelo trabalho. b) Cisão entre marxistas e anarquistas. II. . III e IV estão corretas. degradantes condições de vida e de trabalho. I. c) Cartismo: movimento que reunia as reivindicações operárias na “Carta do Povo”.Manifesto do Partido Comunista (1848) a)Reconhecimento da luta de classes. uma vez que.Origem do movimento operário a) Condições históricas criadas pela revolução industrial: desapropriação no campo e na cidade. uma vez que as relações sociais de produção ficam ocultas sob a aparência de que as mercadorias teriam uma espécie de vida própria. d) Desdobramento histórico-social da produção de bens e serviços em que o caráter social dos trabalhos particulares fica dissimulado sob a forma do valor. formação do proletariado. 4. II e IV estão corretas.Comuna de Paris a) Primeira experiência operária à frente de uma cidade b) Não instalaram uma ditadura do proletariado para resistir contra a ofensiva burguesa. 29-(UFU/FEV/2003) – De acordo com a teoria social de Karl Marx. b) Fenômeno inerente à produção capitalista. . III e IV estão corretas. b)Crítica e superação da propriedade privada.Voto Universal e Secreto. por outro lado. b) O grande tema foi a participação dos trabalhadores na Primeira Guerra Mundial. A recuperação se deu ao final da década de 1970. b) Taylorismo e a NEP como formas de recuperar a economia nacional para o ingresso no socialismo. A partir de 1922 o movimento é hegemonizado pelo PCB de orientação soviética. 3) Movimento operário entre os anos de 1945-64 a. ao sindicalismo “pelego” e ao stalisnismo. 6) Impactos da Globalização sobre o movimento operário e sua legislação a. com a fundação do PT e da CUT. dentre outras coisas. os ataques à CLT ocorrem no sentido de flexibilizá-la. Revisionistas e Radicais (Lenin e Rosa Luxemburgo) compõem a Internacional. transformando-os em “pelegos”. em oposição à ditadura. em síntese. c) É a Internacional chamada de socialista.34 c) Resultou no massacre de 30 mil communards. a repressão. c) Movimento estudantil. 5) A década de 1980 Esta foi importante por representar um período importante de redemocratização e crescimento dos movimentos sociais. pela retirada da estabilidade do trabalhador e sua substituição pelo FGTS. considerada pelos radicais como uma guerra burguesa. mas com um caráter claramente socialdemocrata. b. d) São negadas velhas bandeiras: internacionalismo revolucionário. a) Moderados. foram importantes exemplares das manifestações de 1968. 6. 7. o avanço das conquistas dos trabalhadores materializadas numa legislação minimamente protetora e. fazendo nascer o sindicalismo de participação ou sindicalismo de resultado. num pais de capitalismo atrasado. influenciado fundamentalmente por imigrantes.Revolução Russa (1917) a) Vitória bolchevique sobre o czarismo e sobre a burguesia. responsáveis pelo movimento das Diretas Já! e pelo grau de democratização da Constituinte de 1988. O período de “redemocratização” foi permeado pelo crescimento econômico e das lutas sociais. todo o esforço em atrelar os movimentos sindicais. No campo. ou seja. A dinâmica do desemprego traz medo e redução dos filiados nos sindicatos. posteriormente stalinista. Hippie. Com o movimento operário em refluxo. permitir que acordos entre as partes superem as conquistas . o fim do Estado etc. as Ligas Camponesas. Movimento Sindical no Brasil 1) A República Velha: Anarcossindicalismo e o PCB a. A CLT representou. O assalariamento trouxe consigo a formação do anarcossindicalismo. Contracultura. b) Foram responsáveis por estimular o movimento operário no período. 4) Sindicalismo e Ditadura a. c) Morte de Lenin (1924) e a disputa entre as forças pelo secretariado geral leva o stalinismo ao poder. c. b. representado no Brasil pela Força Sindical. b. a destruição da propriedade privada.Segunda Associação Internacional dos Trabalhadores (1889). O grande marco da mobilização foi a Greve de 1917. Panteras Negras. Somado a isso. 2) Vargas e o sindicalismo a. desmontou a resistência. o CPC da UNE e o movimento operário. Além disso. c. c. o toyotismo e a Queda do Muro de Berlim levam o sindicalismo para uma postura defensiva. 8. Resistência à ditadura (Brasil) etc. Movimento feminista. A ditadura foi responsável. sobretudo a partir de 1968. e na cidade.As manifestações da juventude em 1968 a) As causas da juventude estavam ligadas à liberdade e ao prazer. b. marceneiros. como a concentração dos meios de produção (fábricas. q) ( ) O Estado de Bem-Estar Social estimulou sensivelmente as mobilizações operárias que. cujo limite das ações era determinado pelo atendimento ou não de suas reivindicações trabalhistas. Itália. c) ( ) O movimento operário nasceu e se desenvolveu com o capitalismo industrial e sob as condições mais degradantes tais como: jornadas de trabalho excessivas. etc) se insurgiram contra as condições de vida que foram submetidos pelo capital. condições insalubres de trabalho. t) ( ) O movimento operário no Brasil no final da década de 1920. n) ( ) Para o anarquista Bakunim o proletariado industrial era a classe verdadeiramente revolucionária. Espanha e Portugal). j) ( ) O movimento cartista (organização política operária. g) ( ) A lei do deputado Le Chapelier. i) ( ) O socialismo utópico francês não teve repercussão e influência no movimento operário. tais como saúde. metalúrgicos. h) ( ) As necessidades técnicas do processo produtivo industrial. pedreiros. passava a controlar o movimento operário através do Ministério do Trabalho. exploração do trabalho feminino e infantil. m) ( ) O movimento operário chegou ao final do século XIX com uma consciência crítica relativamente desenvolvida sobre a sociedade capitalista e tendo claro o seu papel de sujeito de transformações sociais. baixos salários. d) ( ) As diversas categorias de trabalhadores (tecelões. com a abolição das corporações de ofício dos artesãos. EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO SOBRE O MOVIMENTO OPERÁRIO Sobre o movimento operário. pagamento de salário aos membros do Parlamento para que os operários pudessem dele participar. habitação. reivindicava participação no sistema político. e o sangue de muitos operários ficou como marca daqueles que lutaram para serem livres e iguais. u) ( ) O Estado brasileiro. visavam alcançar o objetivo da tomada do poder do Estado. criaram as condições propícias ao estabelecimento de identidades e à organização dos operários. à partir da década de 30 atendia às reivindicações dos trabalhadores e. não se deu por um passe de mágica. o) ( ) Enquanto o marxismo advogava a socialização dos meios de produção e o planejamento centralizado via Estado. mineiros. a facção anarquista advogava uma federação de comunas livres e autoadministradas. incentivou as organizações operárias. por melhores salários ou pela redução da jornada de trabalho. além de oferecer resistência nas fábricas. e) ( ) As lutas dos operários desde o início constituiu-se num movimento internacional e unificado. ao mesmo tempo. etc. etc. restringindo quase por completo sua ação política. explorados e camponeses sem terra. com o argumento de que. deveria existir o interesse de classe e não apenas o interesse particular e o interesse geral. p) ( ) O Estado de Bem-Estar Social através de políticas sociais. conteve o avanço operário ao atender suas necessidades básicas. máquinas) e a correspondente necessidade de concentrar mão-deobra nas cidades. voltou a crescer sob a influência dos comunistas. assim chamada por se basear na Carta do povo). b) ( ) A organização do movimento operário. s) ( ) O movimento operário foi violentamente reprimido e suas lideranças perseguidas pelo Fascismo (na Alemanha. assinale (V) para as alternativas verdadeiras e (F) para as falsas. Muitas lutas ocorreram. levando-o à clandestinidade e à desmobilização. . a) ( ) O movimento operário não se apresentava-se apoiado numa teoria revolucionária que apontava para a superação de classe e para a “utopia” da construção de uma sociedade de homens iguais e livres – sem explorados e sem exploradores. que passaram a exercer a hegemonia no movimento operário à partir desse momento. prioritariamente. iniciado por Ned Ludd que assolou a Inglaterra. enquanto que para Marx eram todos os pobres. trabalho. proclamados pelos trabalhadores em 1838. r) ( ) O Estado de Bem-Estar Social fez com que o movimento operário centralizasse suas lutas no campo sindical. f) ( ) O movimento Ludista na segunda metade do século XVIII e início do século XIX foi uma onda de quebra-quebra de máquinas. l) ( ) Os principais objetivos do cartismo.35 estabelecidas em lei. transporte. eram: abolição do voto censitário e adoção do voto universal e secreto. Fordismo e Acumulação Flexível (ênfase nos modelos de gestão e estratégias para produzir acréscimos de produtividade). . MENTOR TAYLORISMO Frederick W. para Lênin. Nesse contexto surgiu e desenvolveram as concepções do norte-americano Frederick W. dissimulando. . cada vez mais intenso e acelerado. o grande líder revolucionário Vladmir Lênin defendeu veementemente a adoção daquilo que. É interessante notar a rápida disseminação do taylorismo por todo o mundo. o taylorismo transformou-se em uma técnica de dominação social que ultrapassou fronteiras físicas e barreiras ideológicas e políticas. a um impasse: os trabalhadores não conseguiam mais acompanhar o ritmo de produção. o sistema Taylor reunia toda a refinada ferocidade da exploração burguesa. hospitais e mesmo escolas. já que o sistema Taylor representava um imenso progresso da ciência. . assim como todos os progressos técnicos do capitalismo. que buscaram na simbolização estética uma fonte de legitimação do poder. Taylor (1856-1915). conferiu-lhe o prestígio de um saber desinteressado.Durante a consolidação da Revolução Bolchevique na Rússia. .Mas. ou taylorismo. realçada como um método ‘científico’ de organização do trabalho. o taylorismo. o capitalismo teria de mais avançado. . ultrapassando os muros das fábricas e atingindo as atividades nos escritórios.36 Paradigmas Produtivistas e a Atualidade do Método Marxiano – Taylorismo.Defendendo a necessidade da introdução do taylorismo na organização da produção. Generalizando-se. o líder bolchevique distinguia neste sistema tanto um lado positivo.A interação máquinas/homens no processo produtivo chegou. . uma concepção ideológica de trabalho nela revestida. quanto um aspecto negativo. da produtividade e da racionalização do processo de trabalho foi levada às últimas conseqüências pelos regimes fascistas.A glorificação da técnica. o problema não estava no taylorismo em si. o homem tornou-se lentamente um apêndice dos maquinismos. mas na maneira pela qual ele era utilizado: se no capitalismo o objetivo era acentuar a exploração do trabalho pelo capital. no socialismo ele poderia servir para liberar o homem do pesado fardo do trabalho quebrando as barreiras ao desenvolvimento das forças produtivas.TAYLORISMO Com a consolidação do capitalismo industrial e a progressiva e conseqüente subordinação do trabalho pelo capital. Taylor . a partir da primeira década do século XX. que analisava sistematicamente o processo de produção e abria caminho para um enorme crescimento da produtividade do trabalho humano. Ao conceder o estatuto de ciência à sua técnica.Fascismo e taylorismo caminharam de mãos dadas na Itália: enquanto o primeiro mantinha a ordem social e política no país. AS FORMAS DE GESTÃO DA PRODUÇÃO SOCIAL A.objetivo objetivo e neutro. em sua opinião. desarticulando toda forma de resistência dos operários. pai da chamada “gerência científica”.Afinal. o segundo assegurava a dominação dos patrões no interior da fábrica. . assim. Uma nova ideologia produtivista. no final do século XIX. Hierarquia verticalizada.Simplificação das tarefas. TRABALHO . . que deve ser independente do ofício. . estava na domesticação de mão-de-obra farta e barata. .Jornada de 8h. O segundo princípio determina a separação entre o trabalho de concepção e o de execução ou. a separação entre os que são pagos para pensar e os que são pagos para não pensar. da tradição e do conhecimento do trabalhador. determinando o que e como fazer em curto espaço de tempo. dependendo apenas das políticas gerenciais. . . anulando a existência da luta de classes no interior do processo de trabalho. através da cooperação cordial.O lado perverso do taylorismo.Organizar. . submetendo o operário aos ditames do planejador.Homem boi MOVIMENTO OPERÁRIO . .37 CONJUNTURA . ESTADO Liberal Democrático Os Quatro Princípios do Taylorismo O primeiro princípio estabelece a separação das especialidades do trabalhador do processo de trabalho.Economia de gestos.Período de ascensão.Final do século XIX e início do XX (1ª Revolução Industrial).Intensa fiscalização. com sua obstinada procura pelo homem-boi. controlar e vigiar até mesmo os mínimos detalhes da execução da tarefa. . A direção incumbe-se de todas as atribuições. .Sufrágio Universal.Científica. O terceiro princípio procura estabelecer uma relação íntima e cordial entre o operário e a hierarquia na fábrica.O Fordismo .Cronômetro. ao passo que no passado quase todo o trabalho e a maior parte das responsabilidades pesavam sobre o operário. pois ele provocava a apropiação do saber operário. para as quais esteja mais bem aparelhada do que o trabalhador.Dicotomia na concepção/execução. O quarto princípio. . . procura manter a divisão eqüitativa do trabalho e das responsabilidades entre a direção e o operário. B.Rígida PRODUÇÃO GERÊNCIA . -O fordismo e a regulação econômica keynesiana. . . a empresa deveria adotar a verticalização. . A crise do petróleo colaborou ainda mais para o declínio do fordismo.Assim. pois ambos atrasavam o ritmo da produção. gerando uma indesejada rotatividade de mão-de-obra. foi que essa racionalização taylorista/fordista dos processos de trabalho brutalizava tanto o trabalhador que ele acabava por demitir-se. em relação a rotatividade da mão-de-obra na indústria automobilística. .O que a experiência acabou provocando. a produção deveria ser em massa. mediante a utilização intensiva das linhas de montagem. A extração da renda do petróleo acelerou esta primeira conseqüência: crise da organização do trabalho . ocasionando a queda do dólar. aumentou o problema fiscal norte americano.Paralelamente a isso. conseqüentemente.Para diminuir os custos. intensa nos períodos de pleno emprego. as taxas de lucros caíram. .A crise do sistema fordista de produção teve início no final dos anos 60. . . estabelecendo um nível tão elevado de padronização de mão-de-obra que eliminou o operário zeloso ou preguiçoso. baseado no princípio de que uma empresa deve dedicar-se apenas a um produto. a rigidez do contrato de trabalho sobrecarregou a arrecadação do Welfare State.crise de investimento . chegando até a dominar as fontes de matérias-primas e os sistemas de transporte das mercadorias. capitaneada pelo taylorismo.crise do Welfare state. . com a inclusão da América Latina e dos países do sudeste asiático. demonstraram que ela chegou à 60%. podemos afirmar que o fordismo é um conjunto de métodos de racionalização da produção.O fordismo fixava o trabalhador num determinado posto de trabalho. . . em grandes quantidades e aparelhada com tecnologia capaz de desenvolver ao máximo a produtividade por operário. . essa atividade encadeada acabou por elevar o grau de mecanização do trabalho. tanto o Japão como a Europa Ocidental.38 .O poder aquisitivo dos trabalhadores cresceu num ritmo maior e.De forma resumida.Para isso. favorecendo as exportações. A problemática intrínseca ao capitalismo perdurou.Estudos realizados nos Estados Unidos da América nos anos sessenta do século XX. -A produtividade. até sua conformação como mercadoria.A competição internacional acirrou-se.Transportava através da esteira o objeto de trabalho em suas diferentes etapas de acabamento. .O fordismo é um desenvolvimento da proposta taylorista.A solução encontrada (como sempre) foi à dispensa de trabalhadores.O conceito deriva das concepções do industrial norte-americano Henry Ford. com as ferramentas especializadas para a execução dos diferentes tipos de trabalho.Entretanto. . no período de 8 anos (65 a 73). A CRISE DO FORDISMO . pioneiro da indústria automobilística e inovador dos processos de produção com a introdução da linha de montagem na fabricação de automóveis. perdeu o seu fôlego. . não conseguiu solucionar esses problemas. se recuperaram economicamente e a produção industrial destas nações gerava excedentes. moeda-reserva mundial e. . conseqüentemente. O problema estava.Início do séc. etc) aumentavam a pressão para manter a legitimidade num momento em que a rigidez na produção restringia expansões da base fiscal para gastos públicos.Esteira produtiva . .Hierarquia verticalizada.) [na] rigidez dos investimentos de capital fixo de longa escala em sistemas de produção em massa que impediam muita flexibilidade de planejamento e presumiam crescimento estável em mercados de consumo invariantes”. na capacidade de imprimir moeda em qualquer montante que parecesse necessário para manter a economia estável”. iniciou-se a transição do fordismo para o pós-fordismo ou a acumulação flexível.. ESTADO .Período de ascensão.Controle de qualidade ao final da produção.Rígida . ..Com essas contradições. TRABALHO . GERÊNCIA . “(.39 .Bem-Estar Social. “O único instrumento de resposta flexível estava na política monetária. direitos de pensão. (.Conquistas sociais.) A rigidez dos compromissos do Estado foi se intensificando à medida que programas de assistência (seguridade social.. MOVIMENTO OPERÁRIO . GESTOR CONJUNTURA FORDISMO Henry Ford .Orientada pela oferta.Linha de Montagem . Welfare State ou Keynesiano. . XX até os anos 1970 (2ª Revolução Industrial) PRODUÇÃO ..Ampliação da divisão do trabalho taylorista. . O processo de produção foi flexibilizado. vários vales e gargantas de silício. bem como a ocupação da força de trabalho". bem como conjuntos industriais completamente novos em regiões até então subdesenvolvidas (tais como.) é marcada por um confronto direto com a rigidez do fordismo. tanto entre setores como entre regiões geográficas. A principal característica da revolução tecnológica atual é a invasão do microprocessador e das interfaces eletrônica não apenas em novos produtos.. tecnológica e organizacional. Na realidade. .40 C. a rigidez estabelecida neste regime de acumulação e que levou à sua própria deteriorização pela “flexibilidade”. O que marca o pós-fordismo ou a acumulação flexível é a contraposição ao paradigma fordista. As relações de trabalho e a estrutura industrial. foi uma revolução tecnológica cuja principal meta era reverter o quadro da crise fordista: a queda da produtividade e da lucratividade. acompanharam o novo ritmo. a acumulação flexível foi tomando corpo.O PÓS-FORDISMO: PRODUÇÃO FLEXÍVEL – REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA E TOYOTISMO O processo de crise do sistema fordista de produção. por exemplo. Harvey coloca que: "A acumulação flexível (. um vasto movimento no emprego do chamado “setor de serviços”. sobretudo. dos produtos e padrões. para não falar da vasta profusão de atividades dos países recémindustrializados )". o que se observou. Não obstante. ou seja. novos mercados de trabalho. a Terceira Itália.. Ela se apóia na flexibilidade dos processos de trabalho. provocado uma grande rearticulação em todos os níveis sociais e econômicos. desenhos e produtos. desencadeou uma série de experiências que visavam dar um “novo ânimo” ao sistema capitalista. novas maneiras de fornecimento de serviços financeiros. novos mercados e. Tavares elucida que: "Contrariamente à rigidez que caracterizava o taylorismo-fordismo. taxas altamente intensificadas de inovação comercial. Flandes. Caracteriza-se pelo surgimento de setores de produção inteiramente novos. A acumulação flexível envolve rápidas mudanças dos padrões de desenvolvimento desigual. mas também no próprio processo de trabalho: a microeletrônica redefine o próprio significado da automação. No bojo dessa nova dinâmica capitalista. desarticulando tudo o que existia até então. criando. as novas tecnologias buscam obter o máximo de flexibilidade no que respeita a processos de produção. as subcontratações e outras relações de interdependência. Dessa maneira. o patronato procurou “flexibilizar” as relações de trabalho. A outrora estabilidade do contrato de trabalho foi solapada. ocasionado uma produção diferenciada e adequada à nova realidade. A relação rígida sofreu uma grande alteração. ocorre um aumento de importância das pequenas e médias empresas. tanto em termos tecnológicos como na organização da produção. favorecendo ao intercâmbio. ou seja. os padrões de consumos foram fragmentados e privatizados. Se no fordismo o operário não participava do processo de fabricação. ocasionando a subcontratação e a dependência. A subempreitada acentuou-se. O antigo trabalho do tipo regular foi ocupado por trabalhos temporários. tanto no tocante à fartura de mão-de-obra como na debilidade da organização sindical. ou seja. aproveitando-se do enfraquecimento do poder sindical e da mão-de-obra excedente em virtude da crise. REESTRUTURAÇÃO DO ESPAÇO INDUSTRIAL O surgimento de novos distritos industriais e a reestruturação do espaço industrial. juntamente na sociedade entre produtos complementares. Tanto a Europa Ocidental. como os EUA vêm passando por esse processo de reaglomeração da atividade econômica. Tais processos corroboram a desintegração vertical. foi atacar o contrato de trabalho. Conseqüentemente. O sistema pósfordista de produção acentua-se em várias formas de flexibilidade. visando recompor o optimum de lucratividade. além da diminuição constante dos custos de produção. parciais e até subcontratados. trabalhar com estoques mínimos. A acumulação flexível visa conviver com a atual saturação decorrente da economia baseada em práticas fordistas e a seletividade. A desintegração vertical reflete-se na descentralização das etapas de produção que passam a ser executadas fora da empresa. na tecnologia e nas novas estruturas institucionais surgidas. os aspectos manuais e intelectuais do trabalho . Ou seja. As principais razões para o fenômeno são as incertezas inerentes do mercado. A produção procurou ocupar esses nichos lucrativos. rápidos ajustes sobre alterações de pedidos. o eixo dessa concorrência migrou do preço para os novos modelos de produtos adaptados ao mercado. onde através da informática é possível. A localização de novos centros industriais ocorrem também em função do mercado de trabalho. entre outras. REESTRUTURAÇAO PRODUTIVA E TOY0TISM0 O toyotismo é o nome dado ao modelo de produção nascido no Japão após a II Guerra . FLEXIBILIDADE E TRABALHO Com a redução das margens de lucro. O principal modelo é o Just In Time. Os mercados tornaram-se imprevisíveis e volúveis. As novas bases da dinâmica concorrencial capitalista sofreram mudanças. daí a variedade de tipos e tamanhos ofertados. são procuradas com maior assiduidade.41 A flexibilidade caracteriza-se na organização do trabalho. as periferias nacionais com as características acima. onde o modo de regulação (o Estado de Bem-Estar Social. As mudanças tecnológicas também são responsáveis pela reorganização do espaço industrial. ou seja. empresas menores são contratadas. possuem a sua origem no regime de acumulação pós-fordista. Welfare State). que causam problemas na estrutura vertical da empresa e a possibilidade de maiores lucros com as economias externas. Como já salientamos. Os pequenos e médios produtores são especializados. devido ao fluxo permanente de entrega de componentes e matérias-primas. a rigidez fordista colaborou para o declínio desse modelo de acumulação e a saída encontrada. foi desmantelado gradativamente. no pósfordismo ocorrerá o contrário: reagrupa-se o que o taylorismo havia dicotomizado. a desintegração vertical tomou impulso e os pequenos e médios produtores especializaram-se. Não é por acaso que várias empresas disponibilizam recursos como SAC (serviço de atendimento ao consumidor. no entanto não é possível também compreender o processo sem sua participação fundamental. O que chamamos de alteração substancial diz respeito à forma como se produz. a rentabilidade e esvaziar a resistência operária. econômica e política diferenciada. Como os novos tempos exigem o atendimento dos nichos sob constante alteração. são forçados a concorrer com produtores internacionais com padrões tecnológicos variados. Por outro lado. PRODUÇÃO O processo de abertura econômica realizada de maneira desigual entre os países centrais e periféricos possibilitou novos padrões de concorrência intercapitalista. a massificação da produção deve ser substituída pela produção por lote. . Não raro o toyotismo é também chamado de Ohnismo. em homenagem aquele que esteve à frente do processo de reorganização do espaço produtivo japonês. Não se pode creditar exclusivamente ao toyotismo a responsabilidade pela recuperação plena do país na década de 70. ao diversificar o trabalho. Arrasado pela guerra e carente de recursos naturais que viabilizem a reconstrução. Para sobreviver às novas condições a empresa requer uma capacidade de diferenciar seu produto de acordo com a faixa de mercado. sua produção em série e em massa. sendo capaz de se adaptar rapidamente às oscilações econômicas cada vez mais freqüentes. O resultado conhecido resultou na abertura econômica. Incubado de 1945 até os primeiros anos de 1970. Para que isto ocorra. os produtores nacionais. geralmente um 0800) cuja função é recolher as criticas e transformá-las em satisfação através de alterações no próprio produto. É esta nova realidade que inviabiliza a rigidez da produção fordista. Alguns elementos históricos facilitaram a ascensão e a mundialização do modelo japonês. o toyotismo possibilitou a eficiência na produção automobilística japonesa e a superação dos índices de produtividade dos Estados Unidos. São as tendências de mercado que dirão à empresa quais as características essenciais de seu produto. diferentemente do fordismo. trocando em miúdos. a produção se orienta pela demanda. A diversificação da produção impõe ao fabricante que a jornada da fábrica seja composta por exercícios diferentes e mercadorias diferentes. O perfil da nova empresa passa. na financeirização do capital e nas reformas de cunho neoliberais operadas sobre os Estados Nacionais. a maior liberdade que as mercadorias teriam a partir de então para circularem pelo mundo em busca de mercado consumidor exige que elas sejam plenamente adaptadas às necessidades locais de cada população. A gestação deste novo modelo foi realizada nas fábricas da Toyota sob a gerência de Taiichi Ohno. por ter uma formação histórica. A permanência da empresa no mercado dependerá. não mais pela oferta. A resposta dada pelos países centrais pode ser entendida como um contra-ataque do capital às conquistas sociais anteriores e ao estado keynesiano. Em outras palavras. Desta forma a atenção de cada funcionário é redobrada sob pena de a diversificação. tendo no horizonte a recuperação da hegemonia norte-americana. necessariamente. produção que é maleável para acompanhar as oscilações e especificidades do mercado. o ritmo da produção e a sua organização são substancialmente alterados. O que não implica em reformulação do sentido de todo modelo de produção: aumentar a produtividade. portanto. cultural. É neste ambiente em que o toyotismo se insere como um remédio às necessidades de adaptação aos impulsos de globalização. Nicho de Mercado é uma faixa ou uma região do mercado consumidor que. de sua capacidade de concorrer em seu próprio país e em outras regiões do mundo. agora sem a proteção alfandegária típica do keynesianismo. pela agilidade em conquistar os diferentes nichos de mercado e responder rapidamente às mudanças dos consumidores. isto significa que.42 Mundial sob o efeito de uma conjuntura especial. possui uma demanda especializada. o modelo fordista do EUA foi adaptado à cultura confuciana nipônica. O que por sua vez arranhou a hegemonia da maior potência capitalista e a forçou a adaptar seu parque industrial aos ventos inovadores que sopravam do oriente. A esta nova roupagem da organização industrial dá-se o nome de produção flexível. fundamentalmente aqueles ligados à crise dos anos 70. Para tanto. o país optou por extrair do trabalho as forças da recuperação nacional. no entanto tais programas não seriam tão eficientes se não contassem com a participação dos funcionários. ISO 9000 — International Standards Organization: é um certificado que atesta a aplicação permanente de padrões de qualidade reconhecidos internacionalmente. logo sua organização interna deve se estruturar para suportar e se adaptar às modificações na esfera da circulação. como já vimos. Novíssimo Dicionário de Economia). Logo seria fundamental que o trabalhador estivesse convencido de que é necessário colaborar com a empresa. raramente um consumidor concede outra chance ao fabricante. É preciso ganhar a consciência do operário. Para que se viabilize tal objetivo se institui programas de controle de qualidade. Por horizontalização entende-se o processo de formação de redes de fornecedores que anteriormente eram dispensados pela integralização vertical das firmas. As versões 9001. Que seus sonhos dependem da eficiência e do crescimento da firma. processamento de dados. No passado recente. segurança e alimentação. além. contrata-se de terceiros a tarefa anteriormente dentre eles podemos citar: a limpeza. E desta preocupação que decorrem programas e selos de controle de qualidade como: 150. Esta nova e reforçada preocupação com a qualidade levou o empresariado a criar os Círculos de Controle de Qualidade (CCQ). estabelecendo as funções e utilizando a tecnologia para evitar qualquer desperdício que comprometa o atendimento aos clientes. 5S. por outro lado o contratante do serviço perde em autonomia no setor. a fábrica tem uma preocupação especial com a qualidade de seu produto. ou seja. etc. e claro dos custos por uma súbita mudança na preferência dos consumidores que ponha em risco todo o estoque). etc. São várias as formas utilizadas por este modelo de produção para tal objetivo. 9002 e 9003são voltadas especialmente para a indústria. Já a 9004-1 e 9004-2 para o setor serviços. a empresa se compromete em utilizar mercadorias somente de outras empresas com o mesmo padrão. supermercados utilizam código de barras e a informatização dos fluxos de mercadorias para reduzir os estoques (sua manutenção. a essência do toyotismo é a busca pela captura da subjetividade do operário. Com vistas a dar mais eficiência ao processo produtivo. Deste modo. O padrão 9000 nasceu em 1987. Este é um programa de otimização da produção em função da demanda. e antagonicamente em relação ao taylorismo/fordismo . Qualidade Total. O resultado imediato desta prática é a redução dos custos e a especialização do produtor em sua atividade principal. E por isso que a tônica da produção é dada pelo just in time. Deste modo empresas bancárias organizam seus caixas com sistema de senhas e fila única. transporte e conservação. São eles que estão diretamente envolvidos com a produção e detectam os erros e defeitos com maior propriedade e rapidez. seu engajamento estimulado. Otimizar o tempo de produção e os custos são metas que levaram a horizontalização da própria empresa.43 possibilitar defeitos que comprometam a qualidade do produto. a adaptação na fábrica de mecanismos constantes de fiscalização e correção de erros e defeitos na produção. Todas as inovações observadas no modelo encarecem a produção e encaminham o empresário a encontrar novas soluções para os novos problemas. o selo 150 14000 é dado a empresas que comprovem a mesma eficiência na preservação ambiental. Por fim. o fabricante aceita a idéia de parar a produção sempre que for necessário coibir erros. Alguns setores são alvos preferenciais deste processo. visto que. (Paulo Sandroni. várias fábricas se responsabilizavam em produzir suas próprias matérias-primas ou os serviços complementares à sua realizada na fábrica.cooperação do . o toyotismo se orienta pela demanda do mercado. Primeiramente. Programa Erro Zero. A isso damos o nome de terceirização. Sintonizada com as preferências do consumidor. produção. Neste sentido. e graças à produção por lote. decepcionado com uma mercadoria. A garantia do selo ISO é dada por auditorias especializadas credenciadas em organismos oficiais. Por fim. GESTÃO Já vimos que há uma preocupação especial do fabricante com a qualidade da mercadoria produzida ou com o serviço prestado. Uma vez recebido o selo. Sua consciência. sua prática deve ser recheada de inovação. Todavia. em um sócio e divide com o patrão as preocupações com o mercado e a produção. desgasta diariamente as resistências vitais e resulta ora em doenças do trabalho. Há um elemento financeiro importante na conquista do coração e da mente daquele que vende sua força de trabalho. ora em karoshi (morte súbita). questionários e testes de afetividade. Seções de relaxamento. Um novo perfil é exigido ao trabalhador. portanto. Caso a equipe supere a meta de produtividade “todos ganham”. por meio de sua organização e criatividade alcançar os resultados. “Em virtude do incentivo à competição entre os operários. o trabalhador se transforma contratualmente. Vale destacar que as novas condições de trabalho e o novo perfil do trabalhador elevam seu desgaste físico e mental e estes. e estas devem. o resultado da captura da subjetividade operária pela lógica do capital. Ao se apropriar da metodologia produtivista japonesa. De maneira bem sucinta. 1/3 de férias. mas estimulante nas decisões empresariais.44 trabalhador é garimpada com sua gradativa participação nas decisões da empresa. caso haja ganho de produtividade. As tensões do dia a dia devem ser digeridas e transformadas em estímulo. na verdade. são tenazes redutores da produtividade. frases motivadoras espalhadas em cartazes. que tende a se tornar mais consensual. . INSS. Este novo funcionário é um profissional da psicologia. etc. ‘Somos todos chefes’. fiscais e sócios. incapaz de criar um ambiente democrático ou igualitário. intenso e engajado que este modelo de produção impõe. é o lema do trabalho em equipe sob o toyotismo. os EUA inovaram ao contratar um novo funcionário que tivesse trânsito pelos sentimentos e tensões humanos e que pudesse apresentar respostas corretivas na queda da produtividade ou no pouco envolvimento do trabalhador. À primeira vista. criatividade para encontrar soluções rápidas. capacidade de trabalhar em grupo e liderá-lo. Passam eles a ser parceiros.). Mesmo frente ao aparato de inibição das tensões. Contudo. decorações alternativas. o trabalho. Eis. a dicotomia concepção e execução típica dos modelos anteriores é substituída pela participação limitada. 13º salário. mais envolvente. suas vontades. É preciso ainda que se perceba que todos os recebimentos que o trabalhador tem como participação nos lucros não é reconhecido como salário. Logo veremos os impactos deste e de outros mecanismos de flexibilização da produção na capacidade de organização do operariado. “liberdade” para trabalhos em casa ou em horários mais agradáveis. distribui novas tarefas aos operários. a produção flexível aparenta romper com o mecanicismo. de terapia de grupo. criatividade. logo não pesa sobre ele qualquer indenização ou encargos trabalhistas (FGTS. O reconhecimento enquanto membro de uma classe que trabalha é dissolvido pela impressão de ser também patrão. confiança. E por meio dos conselhos psicológicos que se tem campeonatos internos. O trabalho de equipe. Os contratos de trabalho estão recebendo novas cláusulas que permitem. É possível perceber que há um processo de horizontalização da hierarquia. por sua vez. a frieza e a gerência científica. em verdade: mais manipulatória”. Parte reduzida das decisões são distribuídas entre as equipes. a busca pela conquista da subjetividade do trabalhador é produto de um esforço intelectual e cientifico também. cada um tende a se tornar supervisor do outro. além inúmeros exercícios de motivação fazem parte do universo do psicólogo nas fábricas flexíveis. posto que a sociedade capitalista e sua forma de apropriação do excedente não sofreram ruptura. O discurso da parceria do capital com o trabalho e o anúncio do fim dos conflitos não se restringe às reuniões de equipe. a participação nos lucros da empresa. gincanas. seus objetivos se confundem com os objetivos da empresa. Pelas metas e estímulos a que o trabalhador é vitimado. utilizando o aprimoramento tecnológico e os instrumentos de motivação. em outras palavras. aquela que salta aos olhos com mais evidência é a substituição da especialização extrema ou simplificação dos gestos pela multifuncionalidade. que fica vinculado às necessidades da empresa. Para o DIEESE (Departamento Intersindical de Estudos Estatísticos. um trabalhador passa. Sociais e Econômicos). É facultado aos trabalhadores e empregados escolherem a forma de recompensar as horas extras. Com o desenvolvimento tecnológico relativo à micro-informática. sobretudo com a utilização do banco de horas. o operário é convidado por sua consciência (comprada pelo patrão) a realizar intensas tarefas após o expediente e em momentos de descanso. o operário é obrigado a conviver com tarefas múltiplas e distintas. tudo em nome da saúde e do crescimento da firma. Sob o olhar do trabalhador alienado. dentre elas a de participar das decisões fabris. dificultando a posterior compensação”. pode-se enumerar: a) a fixação de elevados patamares de horas a serem trabalhadas nas semanas de ‘pico’ de produção. o crescimento da firma é o seu próprio crescimento. Não é simples substituição da tarefa humana pela mecanização. Dentre as várias diferenças. se consegue produzir muito mais durante a mesma jornada. Entre os principais riscos. sistematicamente. de modo que a cada 8h depositadas o trabalhador teria direito a um dia de descanso. gerando estresse. vem permitindo que uma jornada informal seja cotidianamente realizada. Da mesma forma que a fábrica deve se adaptar aos nichos e às oscilações do mercado produzindo mercadorias diversificadas. c) a dificuldade de planejamento do tempo. Por outro lado. mas a intensificação do trabalho durante uma jornada. a jornada se restringiria às 8h diárias. lesões por esforços repetitivos e acidentes de trabalho. No universo marxista poderia ser dito que há uma combinação da extração da mais valia absoluta e relativa. oficialmente. a remuneração dos trabalhadores. seus gestos se desdobram no tempo e se revezam nas diferentes funções. No caso da primeira. a utilização do banco de horas ou. reduzindo. Sabe-se que. “a negociação envolvendo a flexibilização de jornada traz riscos e possibilidades aos trabalhadores. seja pelo depósito da hora extra trabalhada num banco virtual controlado pelos Recursos Humanos da empresa. seja no modelo antigo (cada hora extra deve ser paga como duas. a realizar o trabalho de vários outros. e d) o acúmulo de horas de crédito ou débito. No entanto a “flexibilização” da legislação trabalhista. e então acrescida ao salário do mês).45 TRABALHO Já é possível notar que o trabalhador da produção flexível é distinto do homem-boi taylorísta e fordista. b) o fim do adicional de horas extras. polivalência e multiespecialização. em muitos casos. . O exercício durante a jornada é mais intenso e a própria duração da jornada estendida. O mecanismo do banco de horas pode ser explicado como um substituto ao pagamento das horas extras. Mas aos seus funcionários o burguês repetia que a era do conflito. das greves. agora sob novo patamar. E sobre suas cinzas se erguia um novo período de paz e colaboração entre as classes. O engano rapidamente foi superado pelas manifestações operárias da década de 1990. REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA E T0YOTISM0 CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS MODELOS DE PRODUÇÃO FLEXÍVEL 1) a) b) c) d) e) Produção Flexível Orientada para a demanda Por nicho Por lote Círculos de Controle de Qualidade . Não devemos esquecer que ao final da década de 1980 e início de 1990. com trabalhadores aproveitando grande parte de seu dia com a diversão e a formação. chegou a comemorar o fim da Guerra Fria e. entender a flexíbilização da produção como a reordenação da produção de mais valia. A realidade e seu futuro não seriam tão belos. dos sindicatos combativos havia terminado. a falência definitiva do modelo soviético no leste europeu — e por conseqüência disto. Mais para que fossem destruídos do que viessem buscar saídas para seu desespero. O ato de “vestir a camisa da empresa” representa não só se filiar aos interesses da burguesia. Outro elemento que vitaliza a verve motivadora e “pacifista” do empresariado é o crescimento latente do desemprego. os sindicatos foram convidados a participarem da empreitada rumo a eficiência. O tempo fora do trabalho está fortemente poluido pelo fetichismo da mercadoria. Viveríamos em breve uma sociedade do lazer. mas também ser inserido em novos mecanismos de exploração do trabalho.46 Poderíamos. o capitalista assume a convicção de que o conflito entre o capital e o trabalho denunciado por Marx no século XIX deixou de existir. mas é também um de seus algozes. no mundo todo — foi flagrada na queda do muro de Berlim e na implosão da URSS. Entendia-se que a vitória do capitalismo teria sido retumbante e definitiva e que a bipolaridade resumia o conflito entre as classes. assim. que determinam a ampliação de sua alienação. acrescenta às decisões do operariado o medo da demissão e as conseqüências de tal fato. Alguns teóricos (Domenico di Masi. Um elemento que reforçou o discurso patronal foi o refluxo a que foi levado o sindicalismo mundial. mesmo que vários capitalistas individuais não se percebam disto. sejam elas materiais ou imateriais. Ao buscar o apoio incondicional. Na verdade. por exemplo) apaixonados pelos últimos anos do século XX e suas inovações capitalistas chegam a afirmar que há uma redução continua das jornadas de trabalho desde a 1ª fase da Revolução Industrial. sua jornada informal e o refluxo de usa consciência de classe. Se esquecem esses teóricos de contabilizar o preço do envolvimento do trabalhador com seu oficio. via motivadores subjetivos ou financeiros (que obviamente tem seu referencial subjetivo). seu desgaste cada vez mais ampliado. Capitalistas assombrados com o fenômeno e reduzidos a uma leitura leviana e superficial do marxismo. o discurso não só se aproveita da situação defensiva dos sindicatos. A redução do proletariado fabril e da pressão sindical sobre os patrões confirmava a certeza e a comemoração dos novos tempos de parceria. E mesmo o ‘tempo livre’ atualmente existente acaba sendo conduzido para o consumo de mercadorias. por sua vez. IDEOLOGIA Para por fim à caracterização do toyotismo ou da produção flexível é necessário retomar a ideologia com que se reveste o discurso e a prática no interior da fábrica. E que o fato de países europeus já contarem com jornadas de 6 horas diárias seria uma comprovação de que o tempo trabalho é cada vez mais reduzido e o tempo livre se dilata na mesma proporção. da luta de classes. Este. do radicalismo. Isto implica na fragilização de atitudes de resistência por parte dos trabalhadores à ofensiva toyotista. Esta falácia tem seu lastro na conjuntura recente. Sob a mira do toyotismo. portanto. Década de 1970. Ideologia a) Fim dos conflitos b) Parceria e associação entre capital e trabalho c) Motivação QUADRO COMPARATIVO TAYLORISMO CONJUNTURA . . .Flexível.Final do século XIX e início do XX.Orientada pela oferta.Just in Time. .Controle de qualidade.Linha de Montagem .Orientada por demanda. . ACUMULAÇÃO FLEXÍVEL . . .Início do séc.Esteira produtiva . -.Participação nos lucros. .Terceirização.Participação nas decisões. GERÊNCIA . .47 f) Terceirização g) Just in Time 02. . .Por lote. . PRODUÇÃO . .Rígida .--Hierarquia horizontalizada.Hierarquia verticalizada. XX até os anos 1970.Rígida FORDISMO . .Controle de qualidade ao final da produção.Científica.Cronômetro. . .Multifuncional 04.Trabalho .GestãoHorizontalizada a) Com participação nos lucros b) Com auxilio da psicologia 03. .Intensa fiscalização.CCQ.Sua origem remonta o Japão pós II Guerra.Hierarquia verticalizada. . Economia de gestos.Dicotomia na concepção / execução.Período de ascensão ascensão.Como pode ser caracterizado o modo de produção flexível? 29.Explique os quatro princípios do taylorismo. trabalho taylorista.Como era o trabalho na produção taylorista? 11.Como pode ser caracterizada a produção fordista? 19.Como pode ser caracterizado o trabalho no modo de produção flexível? 31.Qual era a pretensão ideológica do taylorismo? 4.Multifuncional.O que pode ser dito sobre o movimento operário no modo de produção flexível? 32.Sufrágio Universal.O que marcou o período pós-fordista ou a acumulação flexível? 24.Refluxo .Qual a principal característica da revolução tecnológica atual? 25.Como era a gerência taylorista? 10. .O que foi o fordismo? 17.Jornada de 8h. Liberal Democrático Neoliberal Keynesiano ou Welfare State . . .Psicologia.Qual foi o período em que vigorou a produção fordista? 18.Quais as conquistas do movimento operário durante a fase taylorista? 12.Em que circunstâncias o homem tornou-se um apêndice dos maquinismos? 2.Em que período o taylorismo foi implantado? 8.Qual era o lado perverso do taylorismo? 15.Por que o trabalhador da produção flexível é distinto do homem-boi taylorista/fordista? 28.Ataque à legislação trabalhista EXERCÍCIOS ESTUDO DIRIGIDO 1. .48 TRABALHO MOVIMENTO OPERÁRIO ESTADO .Período de .Em equipe.Por que o fordismo entrou em crise? 23.No modo de produção fordista o que pode ser dito do movimento operário? 21.Conquistas sociais .Motivado.Por que o taylorismo transformou-se em uma técnica de dominação social? 5.Quem foi chamado o “pai da gerência científica? 3.O que é um nicho de mercado? 27.Qual é o tipo de gerência no modo de produção fordista? 20.Homem boi .Como pode ser chamada a produção taylorista? 9. .Ampliação da divisão do tarefas.De que forma fascismo e taylorismo caminharam de mãos dadas na Itália? 6. . . 14.Por que Vladmir Lênin defendeu as técnicas usadas pelo taylorismo na Rússia? 7.Qual é tipo de Estado no modo de produção flexível? . .Como é a gerência no modo de produção flexível? 30.Quem foi o mentor ideológico do fordismo? 16.Qual era o tipo de Estado durante o taylorismo? 13.O que é o toyotismo? 26. .Qual era o tipo de Estado durante o fordismo? 22.Simplificação das . é correto afirmar: I.É um processo de produção caracterizado por uma revolução tecnológica cujo principal objetivo foi reverter o quadro da crise fordista. o segundo assegurava a dominação dos patrões no interior da fábrica.A flexibilidade caracteriza-se na organização do trabalho. dos produtos e padrões. está na domesticação de mão-de-obra farta e barata. o taylorismo foi empregado simultaneamente na domesticação de operários norte-americanos e soviéticos. Henry Ford foi chamado “pai da gerência científica”. realçada como um método científico de organização do trabalho. EXCETO: A) A fixação do operário na estrutura produtiva. D)II. novos mercados de trabalho. II e IV são corretas. II. B) Variedade de tipos e tamanhos de mercadorias ofertados ao consumidor. ACUMULAÇÃO FLEXÍVEL OU TOYOTISMO.É um processo de produção caracterizado pela contraposição à rigidez estabelecida pelo fordismo.Apóia-se na flexibilidade dos processos de trabalho. 2-São características do Fordismo. a ( ) O Fordismo foi um nova ideologia produtivista. assinale as afirmativas (V) verdadeiras e (F) as falsas. 1. C) A tendência à produção em massa. na tecnologia e nas novas estruturas institucionais surgidas. o taylorismo é na verdade uma tecnologia de disciplinarização do trabalho mediante a transformação do trabalhador em um homem-boi. B) O fordismo. III. C) Estoques mínimos de mercadorias. pois ele provoca a apropriação do saber operário. anulando a existência da luta de classes no interior do processo de trabalho. 3-Sobre o modo de gestão Produção Flexível. é um aperfeiçoamento do taylorismo no sentido da criação de técnicas de subordinação do trabalho ao capital. FORDISMO. d ( ) O taylorismo procurou estabelecer uma relação íntima e cordial entre o operário e a hierarquia na fábrica. 5-Sobre as formas de gestão da produção social. b ( ) Fascismo e taylorismo caminharam de mãos dadas na Itália: enquanto o primeiro mantinha a ordem social e política no país. desarticulando toda forma de resistência dos operários. B) A verticalização empresarial. D) Elevado grau de mecanização do trabalho. E) A unidade. defendendo os direitos do trabalhador. c ( ) O lado perverso do taylorismo. com o objetivo de oferecer-lhes melhor qualidade de vida e solucionar o problema do desemprego estrutural. 4-São características do modo de produção flexível. assinale a alternativa INCORRETA: A) Entendido pelo seu criador como “gerência científica”. III e IV são corretas. C)I. E) Aceito como um saber neutro. D) O fordismo pressupõe a versatilidade e a flexibilização da força de trabalho no interior da fábrica. EXCETO: A) Domínio das fontes de matérias-primas e dos transportes de mercadorias. no processo produtivo.49 EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO TAYLORISMO. A)Todas as afirmativas são corretas. padronizando a mão de obra. desinteressado e científico. entre as atividades de concepção e execução das tarefas. III e IV são corretas. . submetendo o operário aos ditames do planejador. IV. como o aumento de salários. B)I. com sua obstinada procura pelo homem-boi. ou “linha de montagem”. C) Os quatro princípios do taylorismo podem ser resumidos em apenas um: ao apropriar-se do saber operário submete-o à ditadura do gerente-planejador. D) A produção de mercadorias no “just–in-time”.Sobre o Taylorismo e o Fordismo. d ( ) No pós-fordismo reagrupou-se o que o taylorismo tinha dicotomizado.50 6. a produção flexível aparenta romper com o mecanicismo. garantindo-lhes. a fim de aumentar a produtividade do trabalho. pensada por Taylor. propiciada pelo taylorismo. ou seja. em sua opinião. pode-se considerar como suas características: a) Produção flexível e o aproveitamento de um funcionário polivante. produtividade e subdivisão de tarefas. buscava ampliar o tempo livre dos trabalhadores. c ( ) A crise do petróleo na década de 70. d ( ) A economia do tempo de trabalho. E ( ) O Taylorismo transportava através da esteira o objeto de trabalho em suas diferentes etapas de acabamento. um aumento da taxa de exploração da mais-valia. o capitalismo teria de mais avançado: o taylorismo. daí a variedade de tipos e tamanhos ofertados.Assinale a alternativa CORRETA. . C ( ) O Taylorismo foi uma nova ideologia produtivista. assinale as afirmações verdadeiras com (V) e com (F) as falsas. incapaz de criar um ambiente democrático ou igualitário. 9.Sobre as formas de gestão da produção social (Taylorismo. sua prática deveria ser recheada de inovação. b ( ) Vladmir Lênim criticou veementemente a adoção daquilo que. c ( ) Havia uma separação rígida entre planejamento e execução no processo produtivo.Assinale (V) para as alternativas verdadeiras e (F) para as alternativas falsas. Sobre o toyotismo. J ( ) À primeira vista. G ( ) A acumulação flexível visa conviver com a atual saturação decorrente da economia baseada em práticas fordistas e a seletividade. até sua conformação como mercadoria. Fordismo e Acumulação Flexível). a frieza e a gerência científica. 8. a ( ) Com a consolidação do capitalismo industrial e a progressiva e conseqüente subordinação do trabalho pelo capital.(UFU/ PAIES/ 2ª ETAPA/2003) – Frederick Winslow Taylor (1856-1915) elaborou um método de racionalização do trabalho chamado taylorismo. o homem tornou-se um apêndice da máquina. juntamente com outros fatores para a crise do fordismo. b ( ) A cronometragem de cada etapa da produção determinava o tempo médio. B ( ) Trabalhar com estoques mínimos e rápidos ajustes sobre alterações de pedidos é a principal preocupação do Fordismo. maior possibilidade de lazer e de convivência social. a ( ) O objetivo desse método era sistematizar a produção capitalista. realçada como um método ‘científico’ de organização do trabalho. além do estabelecimento da separação entre quem pensa e quem executa. permitia e estimulava a liberdade de organização sindical dos trabalhadores. c) Preocupação em cronometrar o tempo de atividade. colaborou decisivamente. capacidade de trabalhar em grupo e liderá-lo. H ( ) No Taylorismo é possível perceber que há um processo de horizontalização da hierarquia. I ( ) No Fordismo um novo perfil foi exigido ao trabalhador. segundo alguns críticos do taylorismo. acarretando. Sobre este método. logo sua organização interna deve se estruturar para suportar e se adaptar às modificações na esfera da circulação. 7. d) Transformação do trabalho complexo em trabalho simples. desarticulando tudo o que existia até então. leia atentamente as afirmativas e assinale com (V) as verdadeiras e (F) as falsas: A ( ) O Fordismo se orienta pela demanda do mercado. e ( ) A administração científica. que passava a ser a referência a partir de então para aquele conjunto de tarefas. D ( ) O Fordismo é um desenvolvimento da proposta taylorista. F ( ) Na Acumulação Flexível o processo de produção foi flexibilizado. criatividade para encontrar soluções rápidas. b) Linha de montagem com produção em massa e o trabalhador fixo em sua bancada. os aspectos manuais e intelectuais do trabalho. assim. Mas sabemos que. portanto justificar que a alienação no toyotismo não só permanece como se amplia. chegando até a dominar as fontes de matérias-primas e os sistemas de transporte das mercadorias. por tudo isso. . quem de fato elaborou e pensou a produção foi o capitalista e sua equipe técnica. mais manipulatória. mais participativa e. mais agradável. consensual. L ( ) O uso do cronômetro foi introduzido no Toyotismo. 10. fordismo e produção flexível.É possível dizer que o Toyotismo consegue envolver o operário de uma maneira mais sutil. em última instância quem decide o que e quanto produzir.51 K ( ) Na Acumulação flexível a empresa deveria adotar a verticalização. Tente. Dê as principais características das formas de gestão da produção social: taylorismo.