12 PROGRAMA DE DISCIPLINA ESCOLA OFERTANTE: CURSO: Técnico em Enfermagem SEMESTRE: 1º DISCIPLINA: Saúde Mental I MÓDULO: II ANO: 2014 C/H SEMESTRAL: 40 H C/H SEMANAL: 2 H I – Objetivos - Conhecer as necessidades básicas do cliente/paciente, visando à promoção/manutenção e à recuperação de sua integridade mental, emocional e o equilíbrio na relação com o meio em que vive, bem como, os sinais e sintomas dos quadros agudos e crônicos dos transtornos mentais; portadores de transtornos mentais e usuários de diferentes drogas; identificação das alternativas de tratamento; interação com os familiares/comunidade do cliente/paciente e com os profissionais da equipe de Saúde e de Enfermagem. II – Conteúdo Evolução histórica da assistência à Saúde Mental e da Psiquiatria; Políticas de Saúde relativas à Saúde Mental; Estruturação dos diversos níveis de atenção à Saúde Mental; Princípios que regem a assistência à Saúde Mental; Medidas de prevenção de distúrbios mentais; Características do ser humano dentro da visão holística; Categorias de transtornos mentais e de comportamento; Classificação das doenças mentais, drogaditos e seus determinantes; Sinais, sintomas e formas de tratamento dos principais transtornos mentais tanto nos seus quadros agudos quanto crônicos; Procedimentos e cuidados de enfermagem em saúde mental, psiquiátrica e emergências psiquiátricas. III - Metodologia A metodologia do curso privilegia a leitura e tem como pressuposto básico a apropriação crítica dos conteúdos. Por isso, torna-se indispensável ao aluno a posse e a leitura cuidadosa de todos os textos básicos e complementares da disciplina, sendo utilizados as seguintes ferramentas metodológicas: Aulas expositivas dialogadas e teórico-práticas; Trabalhos individuais e em grupo; Estudos dirigidos e grupos de discussão; Visitas técnicas. IV - Avaliação São critérios de avaliação: assiduidade, pontualidade, interesse e participação nas atividades, nível de reflexão crítica e de questionamento, organização e criatividade na apresentação dos trabalhos e pontualidade na entrega dos mesmos. Para efeito de aprendizagem dos conteúdos, serão desenvolvidas atividades, tais como: provas, trabalhos individuais e em grupo e produção de textos. A avaliação constará de quatro notas bimestrais, com valor atribuído de 0 (zero) a 10 (dez) pontos. V – Bibliografia BRASIL. Ministério da Saúde. Profissionalização de Auxiliares e Técnicos de Enfermagem – PROFAE: Anatomia e Fisiologia, Parasitologia e Microbiologia, Psicologia Aplicada. 2. ed. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2002. CRUZ, A. P. (Org.). Curso didático de enfermagem. v. I. São Caetano do Sul: Yendis Editora, 2006. LIMA, I. L. et. al. Manual do Técnico e auxiliar de Enfermagem. 9. ed. rev. ampl. Goiânia: AB, 2010. 3 SOUSA, N. E. A Enfermagem na Saúde Mental. Goiânia: AB, 2006. STEFANELLI, M. C. et al. Enfermagem psiquiátrica em suas dimensões assistenciais. Barueri: Manole, 2008. STUART G. W; LARAIA M. T. Enfermagem psiquiátrica: princípios e prática. 4. Ed. Porto Alegre: Artmed, 2002. TEIXEIRA, M. B. (Org.) Manual de enfermagem psiquiátrica. São Paulo: Atheneu, 2001. TOWNSEND, M. C. Enfermagem psiquiátrica: conceitos de cuidado. 3 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. 4 SUMÁRIO Apresentação 5 Capítulo 1: Introdução 6 Exercícios Capítulo 1 10 Capítulo 2: Políticas de Saúde relativas à Saúde Mental 11 Exercícios Capítulo 2 23 Capítulo 3: Fatores que influenciam os transtornos mentais 24 Exercícios Capítulo 3 36 Capítulo 4: Tipos de enfermidades mentais 37 Exercícios Capítulo 4 48 Capítulo 5: Tratamento dos transtornos mentais 49 Exercícios Capítulo 5 52 Capítulo 6: Emergências psiquiátricas 53 Exercícios Capítulo 6 55 Capítulo 7: O Técnico de Enfermagem no Setor de Saúde Mental 56 Exercícios Capítulo 7 60 Capítulo 8: Assistência de Enfermagem em Saúde Mental 61 Exercícios Capítulo 8 65 Referências Bibliográficas 66 . na realização de uma assistência mais adequada e coerente às necessidades da pessoa assistida.5 Saúde Mental . reabilitação e reintegração à sociedade. principalmente da equipe de Enfermagem. Já utilizar o termo Saúde Mental configura uma mudança de paradigma na assistência. inserida em u contexto biopsicossocial específico. o conhecimento em Saúde Mental é importante aliado do profissional de saúde. Mas é necessário que haja um esclarecimento. Assim. alterando o foco da doença para a saúde. Por esses motivos. desmistificando os mitos sobre a assistência à uma parcela específica da população. Afinal. sendo atendida de forma integral e inter e transdisciplinar. assim como em seu comportamento. o profissional de Enfermagem atua em Psiquiatria ou em Saúde Mental? A Psiquiatria remete à assistência médica. objetivando não somente o tratamento. utilizando o modelo biomédico clássico. assim como a reinserção do indivíduo em seu contexto familiar/social. o estudo de Saúde Mental está intrinsecamente ligado à assistência de Enfermagem. formando uma simbiose em que o desenvolvimento de ambas as partes leva somente a uma única e verdadeira meta: o cuidado mais qualificado e eficaz das pessoas que possuem um transtorno mental. com vistas aos aspectos da prevenção de agravos. .Apresentação Os diversos avanços na abordagem da assistência à Saúde Mental é fator importante no impulsionamento do desenvolvimento de novos estudos e pesquisas nesta área de atuação. mas especificamente às necessidades apresentadas pela população assistida. cujo foco principal está no “mau funcionamento das partes do indivíduo”. mas também a prevenção. da promoção e reabilitação da saúde. Conjunto de conhecimentos utilizados para planejar programas para: a ) Reduzir a frequência de transtornos mentais (prevenção primária) b) Reduzir a duração de números significativos dos transtornos mentais (prevenção secundária) c) Reduzir a deteriorização resultante dos transtornos mentais (prevenção terciária). atendimento. com manifestações psicológicas severas. destacam-se: Psiquiatria Social – Estuda os fatores sociais como caráter. Como exemplos têmse a depressão. O objetivo da psiquiatria é o alívio do sofrimento e o bem-estar psíquico. Dentre elas. e estas em diversas áreas de estudos. condições familiares. diagnóstico. Psiquiatria Comunitária . . detecção precoce e tratamento de reabilitação dos transtornos mentais se aplicam a toda população.6 Capítulo 1: Introdução Psiquiatria e Saúde mental O que é Psiquiatria? É uma especialidade da Medicina que lida com a prevenção. Psiquiatria Preventiva .Uma etapa evolutiva da psiquiatria na qual a promoção. Classificação da Psiquiatria A Psiquiatria se ramifica em várias subespecialidades. o transtorno bipolar e a esquizofrenia. pois os mesmo dependem de diversos faores para se originar. orgânicos ou funcionais. classe social) e preconceitos. todos responsáveis pela doença mental. critérios demográficos (idade. Conceito de Doença Mental e Saúde Mental Ainda não se tem uma exata informação sobre as causas e as formas de prevenção dos transtornos mentais. sexo. tratamento e reabilitação das diferentes formas de transtornos mentais. É identificada por atitudes positivas em relação a si mesmo. Já na Índia é encarado como um homem sagrado.o que pode ser proveniente da falta de preparo para a vida e a natureza do estresse que enfrentou em momentos particulares da vida (perda de recursos materiais. onde os transtornos mentais surgem a partir do aprendizado de modelos de comportamento inadequados ou inadaptados por parte do indivíduo. seguir sua própria consciênca. onde os transtornos surgem a partir de estímulos externos das mais diversas origens. assim como o crescimento cognitivo normal. Saúde Mental Compreende a personalidade mentalmente sadia e que continua a crescer. No Brasil se considera anormal. . Doença mental pode ser conceituada como sendo a incapacidade do indivíduo para um auto-conhecimento realista e tolerante. a adaptação a situações. perdas de pessoas queridas. A maioria dos conceitos se determina de acordo com a cultura de cada parte do mundo. Certas condutas que uma cultura classifica de anormal e patológica. .a hipótese ambiental.7 Os fatores culturais estão entre aqueles que dificultam a aquisição de informação acerca dos transtornos mentai. O relacionamento interpessoal dentro da família durante a 1a infância pode influenciar desfavoravelmente o emocional do indivíduo durante a adolecência. Saúde Mental representa um conceito integral de saúde. assim como conflitos intrapsíquicos e déficit no desenvolvimento cognitvo.a hipotese biológica. onde os transtornos têm origem em alterações anatômicas e fisiológicas. tomando por base os aspectos físico. a vida adulta ou a velhice. psicológico e cultural. desenvolver-se e amadurecer durante toda a vida. Deve ser definida de acordo com seus fatores causais. aceitando suas responsabilidades e frustrações com insenção de ânimo perante si mesmo e a sociedade. social. apresentando diversas hipóteses para sua ocorrência: . primariamente. talvez sejam recebidas com apoio em outras culturas. como sentir interesse pelo semelhante. doença mental é uma ruptura da capacidade de o indivíduo relacionar-se bem com as outras pessoas . autorealização. . Exemplo: “Um homem que passa a maior parte do tempo contemplando o sol”. por exemplo). satisfazer suas necessidades sem prejudicar os demais e tolerar as tensões e frustrações. Por isso é que.a hipótese do cognitiva. as ações de enfermagem.8 autonomia e autodeterminação. falta de assistência médica e a baixa qualificação e truculência dos atendentes. Seu objeto torna-se mais complexo e amplo. Persistiam as denúncias de maus tratos. que até então vinham sendo centradas na estratégia de segregação e confinamento. têm início experiências de transformação da assistência. Cabe ressaltar ainda que a oferta desse atendimento hospitalar concentrou-se nos centros de maior desenvolvimento econômico do país. Se. Neste contexto. sendo que suas ações caracterizavam-se pela repressão e punição. assinala o marco institucional do nascimento da psiquiatria e da enfermagem psiquiátrica no Brasil. pois se trata agora da saúde mental. Desde então. a incorporar a atenção aos sadios. que pode desfrutar durante longo tempo de apreciável grau de tolerância social e de relativa liberdade. tornam-se incompatíveis com essas mudanças. A partir dos anos 70. passa ela agora a ocupar-se também dos conflitos e das inadaptações. A criação do hospício Pedro II. O doente mental. teve essa liberdade cerceada junto a outros indivíduos ou grupos de indivíduos que. deixando vastas regiões carentes de qualquer recurso de assistência em saúde mental. passaram a ser vistos como uma ameaça a esta mesma ordem. pautadas no começo pela reforma intramuros das instituições psiquiátricas (comunidades terapêuticas) e mais tarde pela proposição de um modelo centrado na comunidade e substitutivo ao modelo do hospital especializado. Ao redefinir e reorganizar o modelo de assistência abre-se para a enfermagem um campo mais abrangente e com raio de ação mais ampliado. ou seja. Evolução histórica da assistência à Saúde Mental e da Psiquiatria A internação de pessoas portadoras de transtornos mentais no Brasil remonta à metade do Século XIX. por não conseguirem ou não poderem adaptar-se a uma nova ordem social. . antes se limitava aos cuidados dos doentes hospitalizados. bem como a percepção correta e ideal do ambiente externo e competência social. superlotação. À época a enfermagem era exercida pelas irmãs de caridade e atendentes. em 1852. atenção aos portadores de transtornos mentais foi quase sinônimo de internação em hospitais psiquiátricos especializados. a partir das décadas de 1990 e 2000. cria-se o Sistema Único de Saúde (SUS) e são estabelecidas as condições institucionais para a implantação de novas políticas de saúde. conquista de uma luta social que durou 12 anos. ao mesmo tempo em que se determina a implantação de critérios mínimos de adequação e humanização do parque hospitalar especializado. O atendimento é feito em CAPS – Centros de Atenção Psicossocial -. Centros de Convivência. . Incentiva-se a criação de serviços em saúde mental de atenção comunitária. garantindo o acesso da população aos serviços e o respeito a seus direitos e liberdade. define uma nova política de saúde mental que redireciona paulatinamente os recursos da assistência psiquiátrica para um modelo substitutivo de base comunitária. As internações. Com a proclamação da Constituição. como se pode perceber através de diversos textos escritos por enfermeiros. são feitas em hospitais gerais ou nos CAPS/24 horas. Significa a mudança do modelo de tratamento: no lugar do isolamento. o convívio na família e na comunidade. entre as quais a de saúde mental. de base territorial. Ambulatórios. quando necessárias. Consoante com diversas experiências de reforma da assistência psiquiátrica no mundo ocidental.9 É importante ressaltarmos que a enfermagem brasileira. em 1988. O que é a Reforma Psiquiátrica? É a ampla mudança do atendimento público em Saúde Mental.216/2001. pública. É amparada pela lei 10. neste contexto. Os hospitais psiquiátricos de grande porte vão sendo progressivamente substituídos. e as recomendações da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) contida na Carta de Caracas (1990). o Ministério da Saúde. Residências Terapêuticas. Introduz-se a Reforma Psiquiátrica. Hospitais Gerais. foi fortemente influenciada pela psiquiatria preventiva e comunitária. 6. Vídeo Enfermagem em Saúde Mental: http://www. 2. Caracterize as principais áreas de estudo da psiquiatria.youtube. Conceitue Saúde mental.com/watch?v=iAA3P0tYDBg .10 Exercícios – Capítulo 1 1. Material complementar Para complementar os estudos acesse os links abaixo para saber mais sobre Enfermagem em Saúde Mental. 4. Defina psiquiatria. 5. Caracterize a reforma psiquiátrica. caracterizando-a em seguida. Qual a classificação da psiquiatria? 3. Conceitue doença mental. pessoas com distúrbios emocionais e mentais. A fim de tentar ajudar o indivíduo a resolver seus problemas de saúde e reabilitar as funções normais do seu organismo. cujos objetivos são: a) Reabilitar para a sociedade e a comunidade a que pertence.CAPS e NAPS O Hospital Psiquiátrico É destinado ao tratamento específico do portador de transtorno mental. foram criadas as instituições de saúde com especialidades diferentes. mas todas com um único objetivo: preservação da saúde do ser humano.11 Capítulo 2: Políticas de Saúde relativas à Saúde Mental Instituições de Saúde que prestam assistência ao doente mental Introdução A doença é um desequilíbrio das funções do organismo do indivíduo. O Hospital Psiquiático deve possuir estrutura física e dependências adequadas ao atendimento da clientela em todos os níveis sociais e econômicos.Hospital Psiquiátrico . f) Desenvolver atividades de pesquisa e ensino. b) Curar ou melhorar os sintomas das pessoas com distúrbios mentais ou emocionais. na maioria das vezes. significa impossibilidade de realizar diversas atividades. d) Prestar assistência integral ao paciente.Ambulatório . É no hospital psiquiátrico onde é feito o tratamento do paciente. gerando portanto uma série de problemas para as pessoas afetadas. As principais instituições de saúde que prestam assistência ao portador de transtorno mental são: .Posto de Saúde . que. em forma de internação com locais . c) Preservar a saúde das pessoas com distúrbios mentais ou emocionais. inclusive trabalhar.Hospitais Gerais .Residências terapêuticas . No hospital psiquiátrico surgiu uma nova modalidade de atendimento ao portador de transtorno mental. psicologia. nutrição e dietética . toda a equipe terapêutica participa nas diferentes atividades assistenciais. planejamento e estabelecimento conjunto do conteúdo das atividades assistenciais e definição. Dispõe de um programa terapêutico que dá ênfase a manifestações clínicas e terapêuticas. saúde mental). dos papéis e tarefas de cada membro da equipe em cada uma delas.Participam pacientes. serviço social. ao mesmo tempo em que proporciona a sua reabilitação e reinserção social. de trabalho ou acadêmico. com intervenções familiares. caso haja necessidade. Num hospital-dia. acontece na primeira hora da manhã. lavanderia e rouparia. Permite à equipe prever a demanda de trabalho que o grupo de pacientes vai solicitar. grupo terapêutico (equipe terapêutica e pacientes) e equipe terapêutica (equipe multiprofissional . Psicoterapia de grupo . prevenindo assim a reclusão e a marginalização do paciente.Pode participar qualquer membro da equipe. troca de informações entre os diferentes profissionais. Sessões de expressão corporal. fazendo com que haja uma tomada de decisões de forma conjunta. assim denominados: grupo de pacientes. Os hospitais-dia são locais onde o paciente passa um período limitado (algumas horas durante o dia) sem se afastar de seu meio social. enfermeiro.Como o nome indica. possibilitando novas estratégias. mas. trabalha-se em grupos. neurologia. almoxarifado. Os serviços oferecidos nesse tipo de hospital de modo geral não é diferente dos outros: dispõe de serviços de laboratório. As atividades terapêuticas de um hospital-dia podem se resumir em: Reuniões matinais . por todos.que funcionam na assistência indireta e atua na assistência clínica os serviços médicos e de enferagem. além dos pacientes e o monitor ou terapeuta correspondente.psiquiatria. como uma forma de acolhimento entre a equipe terapêutica e os pacientes. familiar. musicoterapia e dramatização. terapia ocupacional e odontologia.médico. e interdisciplinar . Assembleia de grupo terapêutico . sobretudo. o hospital-dia. .12 específicos e determinados de acordo com a gravidade da doença.Participa todo o grupo terapêutico (equipe e pacientes). técnico de enfermagem e outros. mobilização corporal e psicomotricidade . De forma direta ou indireta. com um psicólogo e outro membro da equipe. trabalha-se com terapias individuais. Intervenções familiares .Terapeuta ocupacional. Dinâmica de grupos ou grupos de discussão . Posto de Saúde Oferece tratamento ao doente seguindo a mesma linha do ambulatório. desta forma. e com a ajuda da família. conduta até a participação nas atividades.Realizado pelo psiquiatra. através de reuniões onde se levanta as necessidades. É muito importante que o técnico de enfermagem registre tudo o que observar nos pacientes. a enfermagem e o grupo de pacientes. Oficinas de expressão plástica . paciente e família. com exceção dos profissionais que atuam na assistência indireta.Necessita do grupo terapêutico completo.Realizadas entre psicólogo ou psiquiatra. Atividades de animação sociocultural . desde aspectos físicos. técnico ou auxiliar de enfermagem e paciente. além do grupo de pacientes. com a vantagem de não as afastar do lar e nem do trabalho. só que atende uma clientela mais resumida e tem como maior finalidade prevenir a doença prestando assistência à comunidade próxima à sua localização. Os postos de saúde adquiriram um valor . enfermeiro. Os terapeutas responsáveis pelo tratamento são os mesmos do hospital psiquiátrico. também um tratamento sistematizado. Ambulatório Tem como objetivo atender a um grande número de pesssas.Necessita de um psicodramatista e outros membros da equipe. Psicoterapia individual .13 Psicodrama .Psicólogo e paciente. é feito o tratamento. realizando.Pode participar toda a equipe terapêutica com o grupo de pacientes. Tratamento psicofarmacológico . As pessoas que utilizam este serviço comparecem periodicamente para as consultas médicas e atendimentos psicológico e de enfermagem. Porém o registro de suas observações é indispensável. As atividades do técnico de enfermagem serão definidas como as dos demais membros da equipe multiprofissional. É no ambulatório que o paciente dá continuidade ao tratamento após a alta e faz a prevenção da internação. uma vez que. e não apenas projetos e ações baseadas no coletivo de moradores. ele é um ser humano. institucionalizadas ou não. ter como objetivo central contemplar os princípios da reabilitação psicossocial. mesmo que ele mude de endereço ou eventualmente seja hospitalizado.14 maior no tratamento psiquiátrico através da introdução do PSF (Programa de Saúde da Família). Hospitais gerais A atual política de saúde mental é que os hospitais gerais também se preocupem com a assistência deste tipo de enfermidade através da destinação de leitos a fim de acabar com o preconceito que persegue o doente mental. tornando-se assim que os casos mais graves fossem internados nos hospitais psiquiátricos. sejam outros profissionais) deve ter um projeto terapêutico próprio. Este projeto deverá considerar a singularidade de cada um dos moradores. onde as equipes de PSF passaram a detectar precocemente a manifestação do transtorno mental na comunidade. oferecendo ao usuário um amplo projeto de reintegração social. fazendo com que o número de internações nos hospitais psiquiátricos diminuísse. constituídas para responder às necessidades de moradia de pessoas moradoras de transtornos mentais graves. e a realizar um tratamento imediato. resultando em um tratamento mais efetivo. seja uma equipe da atenção básica. familiares e voluntários. . O acompanhamento a um morador deve prosseguir. O suporte de caráter interdisciplinar (seja o CAPS de referência. e de estímulo à formação de associações de usuários. de autonomia para atividades domésticas e pessoais. e a sociedade passe a considerá-lo e respeitá-lo. por meio de programas de reinserção no trabalho. Residências terapêuticas O Serviço Residencial Terapêutico (SRT) – ou residência terapêutica ou simplesmente “moradia” – são casas localizadas no espaço urbano. antes de tudo. baseados em alguns princípios e diretrizes: ser centrado nas necessidades dos usuários. que deverão contar sempre com suporte profissional sensível às demandas e necessidades de cada um. O número de usuários pode variar desde 1 indivíduo até um pequeno grupo de 8 pessoas. respeitar os direitos do usuário enquanto cidadão e como sujeito em condição de desenvolver uma vida com qualidade e integrada ao ambiente comunitário. de mobilização de recursos comunitários. não o transformando em um local de tratamento. à vida social. Deste trabalho surgiram as Associações. na verdade. emoções. É um espaço de reconstrução de laços sociais e afetivos para aqueles cujas vidas encontravam-se confinadas ao universo hospitalar. pois atua com uma sensível redução da hierarquia assistente/ assistido. horário de alimentação. A questão central do SRT enquanto modelo de atenção psicossocial é a moradia e o viver em sociedade. a maior diferença entre os CAPSs e os hospitais-dia. criatividade. formadas a partir de grupos de egressos dos hospitais psiquiátricos. Ou seja. que. As atividades citadas não são obrigatoriamente realizadas por todo hospital-dia. Atua através de oficinas onde se realizam trabalhos manuais e artísticos que proporcionam ao usuário via de acesso à expressão de seus sentimentos. que devem possibilitar à pessoa em sofrimentos mental o retorno. ou até mesmo de exclusão. exercício físico. organizações e relações sociais da comunidade. Porém o profissional de saúde deve respeitar os hábitos que estes pacientes já possuem. O registro detalhado de tudo o que foi observado poderá fornecer argumentos importantíssimos para toda a equipe terapêutica. no caso. clínica. É um exercício de democracia. ou até mesmo início. Mas quando necessário pode ser feito o atendimento individual. a inserção em um SRT é o início de longo processo de reabilitação que deverá buscar a progressiva inclusão social do morador. pode modificar sempre que necessário esses modelos. CAPS e NAPS O CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) é uma forma de assistência do SUS para problemas de Saúde Mental individual ou coletiva que se distingue principalmente pelo acesso local. mas espaços de habitação. tais residências não são precisamente serviços de saúde. Essa parece ser. servem apenas para ilustração. assim como suas habilidades pessoais.15 O processo de reabilitação psicossocial deve buscar de modo especial a inserção do usuário na rede de serviços. ainda que pouco tradicionais. assim como não têm que ser as únicas. contenção ou enclausuramento. A criatividade da equipe terapêutica. desde que não prejudiquem a saúde. expressando seus sentimentos e dificuldades etc. Assim. que se organizaram e incorporaram familiares e . É necessário que os pacientes desenvolvam hábitos de vida saudáveis. usufruindo de um espaço que seja seu por direito. pois o CAPS questiona os papéis da equipe na família e na comunidade. Trabalhar os conceitos e preconceitos acerca da loucura.Resgatar a cidadania do doente mental.Acolher para tratamento a demanda que necessita de atenção à saúde mental. sobretudo. bem como acompanhamento médico (medicamentoso) e grupo de . o CAPS assume táticas diferentes para enfrentar os problemas decorrentes das diversas formas de viver. e o paciente que sai deste setor será avaliado imediatamente para ser inserido em atividades do CAPS. relaxamento. . com direito a saúde. Assim. eles trazem como ponto comum a luta pela desospitalização. Embora funcione nas dependências do CAPS. em busca dos direitos dos usuários do serviço de saúde mental na defesa de sua cidadania. que descobrem suas próprias e ilimitadas capacidades. sem que haja necessidade de internação. provocar junto aos mais distintos setores da sociedade a discussão acerca do lugar da loucura na sociedade. jamais se encontrará um CAPS igual ao outro. segurança e. com equipe multidisciplinar. porém lembram que são iguais a todos os cidadãos. Pode atuar em associação com uma emergência psiquiátrica. culinária. serigrafia. coral.16 profissionais de diversas áreas. . Porém. Os principais objetivos dos NAPS são: . desenvolvendo atividades terapêuticas através de oficinas de arte. pintura. surgem as cooperativas. O Núcleo de Apoio Psicossocial (NAPS) é um serviço de saúde que tem por objetivo atender pessoas portadoras de transtornos mentais de natureza psicótica ou neurótica. teatro. norteados pelos princípios da Reforma Psiquiátrica em curso no País. a não ser pela disposição dos pacientes que nela atuam e que há muito não se percebiam como seres capazes.Construir. Com a organização e o trabalho desses usuários do serviço. ampliar os espaços de convivência e tolerância social. . Funciona diariamente. Faz parte de uma rede de atenção à saúde mental das Secretarias Municipais de Saúde. . respeito. lazer.Possibilitar a inclusão social. Seu funcionamento não se distingue em muito das demais cooperativas. De acordo com a realidade local. Não negam a marca que os faz singulares. a realização das oficinas terapêuticas e a atuação de uma equipe multiprofissional. amor. Estas associações deram origem a articulação Nacional da Luta Antimanicomial. seu lucro é revertido para a própria cooperativa. O usuário pode passar um turno. apoiada na lei 10.manter um programa permanente de formação de recursos humanos para reforma psiquiátrica. expandir e fortalecer a rede extra-hospitalar formada pelos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS).17 familiares. Serviços Residenciais Terapêuticos (SRTs) e Unidades Psiquiátricas em Hospitais Gerais (UPHG).qualificar. O Programa de Volta para Casa que oferece bolsas para egressos de longas internações em hospitais psiquiátricos. mudança do modelo de tratamento: no lugar do isolamento. os Centros de Convivência e Cultura e os leitos de atenção integral (em Hospitais Gerais. .incluir as ações da saúde mental na atenção básica.implementar uma política de atenção integral voltada a usuários de álcool e outras drogas. sempre retornando para casa sem perder o vínculo sócio-cultural e familiar.216/02. comunidade e cidade. o convívio com a família e a comunidade. Em todos os níveis de atuação.reduzir de forma pactuada e programada os leitos psiquiátricos de baixa qualidade. diariamente. . Garante a livre circulação das pessoas com transtornos mentais pelos serviços. . e oferece cuidados com base nos recursos que a comunidade oferece. nos CAPS III). os Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT). .implantar o programa "De Volta Para Casa". a conduta do técnico de enfermagem é sempre um ponto muito importante da ação em saúde.promover direitos de usuários e familiares incentivando a participação no cuidado. . busca consolidar um modelo de atenção à saúde mental aberto e de base comunitária. Este modelo conta com uma rede de serviços e equipamentos variados tais como os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). . . O Governo brasileiro tem como objetivos: . também faz parte desta Política. Isto é. Política Nacional de Saúde Mental A Política Nacional de Saúde Mental. • Implementar uma política de saúde mental eficaz no atendimento às pessoas que sofrem com a crise social. • mais de 6% da população apresenta transtornos psiquiátricos graves decorrentes do uso de álcool e outras drogas. • Ratificação das diretrizes do SUS pela Lei Federal 10.18 . Cenário atual • Tendência de reversão do modelo hospitalar para uma ampliação significativa da rede extra-hospitalar. seja ele contínuo ou eventual.3% do orçamento anual do SUS são destinados para a Saúde Mental.PNASH/ Psiquiatria.216/01 e III Conferência Nacional de Saúde Mental. • 2. • Aumentar recursos do orçamento anual do SUS para a Saúde Mental.avaliar continuamente todos os hospitais psiquiátricos por meio do Programa Nacional de Avaliação dos Serviços Hospitalares . Saúde mental na Atenção Básica A Política Nacional de Saúde Mental propõe que as práticas de saúde mental na atenção básica/saúde da família devam ser substitutivas ao modelo tradicional e não .garantir tratamento digno e de qualidade ao louco infrator (superar o modelo de assistência centrado no Manicômio Judiciário). • Entendimento das questões de álcool e outras drogas como problema de saúde pública e como prioridade no atual governo. • Consolidar e ampliar uma rede de atenção de base comunitária e territorial promotora da reintegração social e da cidadania. • 12% da população necessitam de algum atendimento em saúde mental. Desafios • Fortalecer políticas de saúde voltadas para grupos de pessoas com transtornos mentais de alta prevalência e baixa cobertura assistencial. a violência e desemprego. de base comunitária. Dados importantes • 3% da população geral sofrem com transtornos mentais severos e persistentes. . há uma convergência de princípios entre a saúde mental e a atenção básica. integralidade. Desde janeiro de 2008 há regulamentação para a formação destas equipes. Por isso. Busca-se resgatar a singularidade de cada usuário. discussão de casos. é necessária a articulação da rede de cuidados. o profissional da saúde mental responsável pelo apoio participa de reuniões de planejamento das equipes de ESF. além de participar das iniciativas de capacitação. organização da atenção à saúde em rede. apostando em seu protagonismo. que pode se efetivar por meio de discussões conjuntas. com recomendação explícita de que cada NASF conte com pelo menos um profissional de saúde mental. desinstitucionalização. Uma forma de implementar o apoio matricial é através dos NASF (Núcleo de Apoio à saúde da Família). participação da comunidade. auxiliar na formação de laços sociais e apostar na força do território como alternativa para a reabilitação social. Considera-se que a atenção básica/saúde da família é a porta de entrada preferencial de todo o Sistema de Saúde. Para que a saúde mental aconteça de fato na atenção básica é necessário que os princípios do SUS se transformem em prática cotidiana. Dessa forma. . acolhimento. atendimento compartilhado e atendimento específico. território. investir nas suas potencialidades. promoção da cidadania dos usuários. tentando romper com a lógica de que a doença é sua identidade e de que a medicação é a „única‟ responsável pelas melhoras. intervenções junto às famílias e comunidades. Esse compartilhamento se produz em forma de co-responsabilização pelos casos. investindo no seu comprometimento com o tratamento.19 medicalizantes ou produtoras da psiquiatrização e psicologização do sujeito e de suas necessidades. multiprofissionalidade. Na articulação entre a saúde mental e a atenção básica o apoio matricial constitui um arranjo organizacional que visa ações conjuntas. Podemos sintetizar como princípios fundamentais da articulação entre saúde mental e atenção básica/saúde da família: promoção da saúde. Nesse arranjo. constituindo um processo de trabalho voltado para as necessidades singulares e sociais e não somente para as demandas. tendo como objetivo a integralidade do sujeito. intersetorialidade. realiza ações de supervisão. vínculo e responsabilização. inclusive no que diz respeito às necessidades de saúde mental dos usuários. reabilitação psicossocial. De Volta Para Casa . onde os serviços de saúde possam se tornar mais acolhedores. social e cultural do paciente. devendo estar articulados e em diálogo com outros dispositivos de referência para o paciente. às vezes atuando como entrave à adesão a práticas de promoção da saúde ou de vida mais saudáveis. e que toda saúde mental é também – e sempre – produção de saúde. apresente-se como substitutiva à internação em hospitais psiquiátricos convencionais. Aliado a isto adotase a concepção de que a produção de saúde é também produção de sujeitos. quando articulados em rede – podendo estar associados aos leitos de hospitais psiquiátricos de pequeno porte. Estes leitos devem ofertar o acolhimento integral ao paciente em crise. dos Serviços Hospitalares de Referência para Álcool e Drogas). dos CAPS III. Para tanto. Leitos de Atenção Integral São considerados Leitos de Atenção Integral em Saúde Mental todos os recursos de hospitalidade e acolhimento noturno da rede de atenção à saúde mental (leitos dos Hospitais Gerais. das emergências gerais. com possibilidades de criação de vínculos. para que seja possível a retomada de sua história de vida e de seu processo de adoecimento. é preciso investimento dos gestores em regulação – os leitos de atenção integral em saúde mental são um componente essencial da porta de entrada da rede assistencial e um mecanismo efetivo de garantia de acessibilidade.20 A mudança do modelo de atenção à saúde mental dentro do SUS é direcionada para a ampliação e qualificação do cuidado nos serviços comunitários. Trata-se de mudança na concepção e na forma de como deve se dar o cuidado: o mais próximo da rede familiar. quando eles existirem. à medida de sua expansão. Poderíamos dizer que todo problema de saúde é também – e sempre – mental. e à medida da expansão de toda rede aberta de atenção à saúde mental. é sempre importante e necessária a articulação da saúde mental com a atenção básica/saúde da família. A tendência é de que esta rede de leitos de atenção integral. Nesse sentido. com base no território. Existe um componente de sofrimento subjetivo associado a toda e qualquer doença. Os saberes e práticas não somente técnicos devem se articular à construção de um processo de valorização da subjetividade. os transtornos de ansiedade. realizada em 1992. de 6/4/2001. acompanhamento e integração social. de 06.ª Conferência Nacional de Saúde Mental (2001) foi contundente sobre o tema.21 O Programa De Volta Para Casa dispõe sobre a regulamentação do auxílioreabilitação psicossocial. apontando a necessidade de ser construído um novo patamar de ações para o cuidado de crianças e adolescentes portadores de transtorno mental. voltada para a infância e adolescência. prioriza a construção de uma nova Política de Saúde Mental. de 31 de julho de 2003. 5º. determinando que não fossem postergadas as ações político-assistenciais necessárias para que um novo tempo se instaurasse no que diz respeito ao cuidado e tratamento da população infanto-juvenil. uma lacuna histórica: a ausência de uma política de saúde mental voltada para esse público. A base normativa e política do atual campo da Saúde Mental vêm.216. determina que os pacientes há longo tempo hospitalizado.708. A 2.216. há muito. instituído pela Lei 10. assim. para assistência. sejam objeto de política específica de alta planejada e reabilitação psicossocial assistida. fora da unidade hospitalar.2001. aumento da ocorrência do uso de substâncias psicoativas e do suicídio entre adolescentes. de 3% a 4% necessitam de tratamento intensivo.04. que dispõe sobre a proteção e os . Política de Saúde Mental Infanto-Juvenil Estima-se que de 10% a 20% da população de crianças e adolescentes sofram de transtornos mentais. O Ministério da Saúde. Desse total. ou para os quais se caracterize situação de grave dependência institucional. que no Art.ª Conferência Nacional de Saúde Mental. Entre os males mais frequentes estão a deficiência mental. aderindo à ideia proposta pela Organização Mundial da Saúde e pela Federação Mundial de Saúde Mental. Preenche. de pessoas acometidas de transtornos mentais. A institucionalidade para todas as mudanças está materializada na Lei n. e que tem tido como consequência mais trágica o tratamento ausente ou inadequado de crianças e adolescentes. Este Programa atende ao disposto na Lei 10. o autismo. a psicose infantil. O quadro merece atenção especial do setor público. Observamos. apontou os efeitos perversos da institucionalização de crianças e jovens e a 3.º 10. com história de longa internação psiquiátrica (com dois anos ou mais de internação). também. Programa de Reestruturação da Assistência . Outras políticas e programas: . de forma que possam fazer frente aos diferentes problemas apresentados pelas crianças e pelos adolescentes portadores de transtornos mentais. que teve sua implantação concretizada graças ao esforço de representantes de diferentes setores. do âmbito governamental e não-governamental. No campo específico da Saúde Mental Infanto-Juvenil.22 direitos das pessoas portadoras de transtorno mental e redireciona o modelo assistencial em saúde mental. essa prioridade se materializou na instituição do Fórum Nacional de Saúde Mental Infanto-Juvenil.Programa Nacional de Avaliação de Centros de Atenção Psicossocial – AVALIAR CAPS. consolidando as redes de serviços. . garantindo que este se fortaleça a cada dia como um importante espaço de diálogo e construção de consensos possíveis sobre o tema. Caracterize a política nacional de saúde mental.com/watch?v=I2Ql1xpNwSI http://www. Vídeos Política Nacional de Saúde Mental: http://www. Quais atividades são desenvolvidas no hospital psiquiátrico? 3. 2.youtube.com/watch?v=zN2UqceW56c . O que é hospital-dia? 4.23 Exercícios – Capítulo 2 1. Quais os desafios existentes para a o real desenvolvimento da Política Nacional de Saúde Mental? Material complementar Para complementar os estudos acesse os links abaixo para saber mais sobre a Política Nacional de Saúde Mental.youtube. 5. Quais os objetivos do governo brasileiro com a Política Nacional de Saúde Mental? 6. Cite e caracterize as principais instituições de saúde que prestam assistência ao portador de transtorno mental. 24 Capítulo 3: Fatores que influenciam os transtornos mentais É necessário compreender que os seres humanos funcionam como um todo, ou seja, vários fatores influenciam ao mesmo tempo seus comportamentos, suas escolhas. Por exemplo, se alguém desenvolve um medo excessivo da violência atual, a ponto de recusar-se a sair às ruas, ou até mesmo a atender ao telefone, assistir televisão ou chegar ao portão de casa, pode-se pensar de imediato que há várias causas colaborando para isso, como: a história de vida do indivíduo (se foi uma criança muito protegida ou excessivamente exposta); os mecanismos fisiológicos que atuam na resposta de medo; o próprio aumento da violência nos dias atuais e a exploração que a imprensa faz disso; alguma perda de pessoa querida em período recente. Tudo pode atuar ao mesmo tempo. Esse é um conceito bastante falado atualmente: o de multicausalidade. Ou seja, várias são as causas que fazem com que o indivíduo venha a desenvolver, em determinado momento de sua história, um transtorno mental. No entanto, muitas vezes é difícil trabalhar com esse conceito em mente, pois não é costumeiro avaliar as situações como um todo, além de se ficar achando que se encontrar uma única causa para o problema, sua resolução será mais depressa. Essa forma de raciocínio é tão tentadora que existem até muitos especialistas que ficam insistindo que a causa de tal transtorno mental é “apenas” física ou “apenas” emocional. O que acontece é que, com isso, acaba-se vendo só um pedacinho do paciente e a não ajudá-lo a se ver por inteiro, dificultando o processo de melhora. Felizmente, profissionais com essa visão restrita estão ficando mais raros. Assim, é necessário que a visão do profissional de saúde que cuida de pacientes com transtorno metal tem de se tornar mais ampla. Quando se detém a tentar conhecer mais as pessoas que se está atendendo, saber do que gostam, de onde vêm, como vivem, torna-se mais fácil fazer uma ideia dos fatores que podem estar exercendo maior influência no momento atual de seu transtorno. De forma simplificada, pode-se dizer que três grupos de fatores influenciam o surgimento do transtorno mental: os físicos ou biológicos, os ambientais e os emocionais. 25 Fatores físicos ou biológicos O corpo humano funciona de forma integrada, isto é, os aparelhos e sistemas se comunicam uns com os outros e o equilíbrio de um depende do bom funcionamento dos outros. Muitas vezes pode-se achar difícil de entender como sintomas tão “emocionais” como sentir-se culpado ou ter pensamentos repetidos de morte ou ouvir vozes possa ter também uma base orgânica, mas ela existe. O envelhecimento, o abuso de álcool ou outras substâncias são exemplos comuns. Em muitos casos essa base já pode ser identificada e descrita pelos especialistas, em outros casos ainda não. O que se sabe é que sempre que há alguma emoção, seja ela agradável ou desagradável, ocorre uma série de trocas elétricas e químicas no cérebro, o que já constitui, por si só, um fator orgânico. Podem-se definir os fatores físicos ou biológicos como sendo as alterações ocorridas no corpo como um todo, em determinado órgão ou no sistema nervoso central que possam levar a um transtorno mental. Dentre os fatores físicos ou biológicos que podem ser a base ou deflagrar um transtorno mental, existem alguns mais evidentes: a) Fatores genéticos ou hereditários Quantas vezes já se ouviu que fulano “puxou” o gênio do pai? Ou que tem “problema de cabeça” que nem a tia? Ou que é nervoso que nem a mãe? Quando se usa essas expressões, está se referindo às possíveis heranças genéticas que estejam presentes no comportamento e forma de ser. O nome “genético” vem da palavra genes, que são grandes moléculas que existem dentro das células contendo informações sobre como o corpo deve se organizar. As informações contidas nos genes são muitas e não são todas utilizadas; algumas ficam guardadas. Em Psiquiatria, os fatores genéticos ou hereditários têm sido muito falados ultimamente, muitas vezes em programas de televisão, sempre caracterizados como grandes descobertas. Isso porque embora popularmente sempre se diga que a pessoa com transtorno mental o herdou de alguém da família, há muito tempo os cientistas tentam identificar se essa “herança” veio através do corpo ou do ambiente em que a 26 pessoa foi criada. Atualmente, os avanços da medicina têm permitido identificar alguns genes que possam ter influência no desenvolvimento de transtornos mentais. No entanto, é importante deixar claro que quando se fala de fatores genéticos em Psiquiatria, está se falando de tendências, predisposições que o indivíduo possui de desenvolver determinados desequilíbrios químicos no organismo que possam levá-lo a apresentar determinados transtornos mentais. Ainda assim, é uma grande armadilha acreditar que aí está “toda” a causa da doença mental, pois se passa a acreditar que a solução do problema só estará neste ponto e deixa-se de prestar atenção em todos os outros aspectos da pessoa que possui um sofrimento mental. Dessa forma, a constituição genética precisa ser vista como uma “facilidade orgânica” para desenvolver um determinado transtorno mental, mas não há garantias de que, ao longo da vida do sujeito, tal fato ocorrerá, visto que dependerá de outros fatores para que tal “tendência” de fato se manifeste. b) Fatores pré-natais As condições de gestação, dentre eles os fatores emocionais, econômicos e sociais, o consumo de álcool, drogas, cigarro e de alguns tipos de medicação podem prejudicar a formação do bebê, gerando problemas futuros que poderão comprometer sua capacidade adaptativa no crescimento e desenvolvimento, podendo facilitar o surgimento da doença mental. c) Fatores peri-natais Peri-natal é tudo aquilo que acontece “durante” o nascimento do bebê. Em algumas situações o bebê pode sofrer danos neurológicos devido a traumatismos ou falta de oxigenação do tecido cerebral. Nesses casos, dependendo da gravidade desses danos, a criança poderá desenvolver problemas neurológicos (como, por exemplo, a epilepsia ou diversos tipos de atraso de desenvolvimento) que podem formar uma base para futuros transtornos psiquiátricos. d) Fatores neuro-endocrinológicos O sistema endócrino, que é responsável pela regulação do equilíbrio do organismo, faz isso através da produção de hormônios pelas glândulas endócrinas uma paciente passou a pensar na possibilidade de fazer algum mal à sua pequena filha a partir de noticiários de rádio que relatavam maus tratos e até homicídios maternoinfantis. muitas vezes supervalorizando as informações que chegam. Acontece que esse sistema tem estreita ligação com o sistema nervoso central. Muitos estudos recentes têm mostrado a ligação entre mecanismos neuroendocrinológicos e reações cerebrais. tireoide). o que acontece em um causa reações no outro e vice-versa. havendo uma influência recíproca entre eles. ao que acontece à sua volta. pode-se dizer que os fatores ambientais podem ser sociais. traumatismos. intoxicações. As mudanças hormonais podem influenciar o estado de humor e deflagrar até mesmo estados psicóticos como é o caso da psicose puerperal ou da tensão pré-menstrual (TPM). culturais e econômicos. Estudos falam da importância das pessoas significativas na infância e de como ficam marcadas no indivíduo em suas formas de pensar e agir. Como exemplo. vasculopatias. Assim se estabelece uma relação circular entre todos os fatores geradores de transtorno mental onde um ocasiona o outro.27 (pituitária. tanto externa quanto internamente. Para melhor compreensão. e essa estrutura psíquica estará intimamente ligada às experiências que a pessoa teve durante a vida. assim como as reações que se passa a ter . Os fatores ambientais exercem forte e constante influência sobre as atitudes e escolhas diárias. as relações pessoais. tal como infecções. profissionais e com outros grupos. isto é. Como sociais pode-se compreender todas as interações que existem um com o outro. o melhor possível. outras vezes tornando-nos apáticos a elas. As reações a cada estímulo ambiental se darão de acordo com a estrutura psíquica de cada pessoa. Tantos são os estímulos que sofre que acaba desenvolvendo maneiras características de reagir. Fatores Ambientais O ser humano está o tempo todo procurando formas de se adaptar. abuso de substâncias e qualquer agente nocivo que afete o sistema nervoso central. e) Fatores ligados a doenças orgânicas O transtorno mental pode também aparecer como consequência de determinada doença orgânica. a escola ou mesmo a família. Outro grupo de fatores ambientais que se pode perceber como exercendo influência sobre os indivíduos são os econômicos. uma forma de interagir com o mundo que influencia o comportamento de quem está à sua volta e é influenciado por ele. aliada à baixa escolaridade. Também se deve lembrar que. Vale observar que todos estes grupos de fatores ambientais estão presentes tanto em meios menos extensos. quanto às atuais condições sociais. Não são incomuns as mulheres que possuem mais de um filho afirmar que foram bebês totalmente diferentes: um dormia mais. noção de certo e errado. os rituais que cercam o ser humano dão as noções de bem e mal que são aceitas pelos grupos aos quais se pertence. se a estadia no corpo materno foi tranquila ou cheia de altos e baixos. Entre os fatores ambientais culturais pode-se lembrar de todo o sistema de regras no qual se está envolvido. Este sistema varia de país para país. de estado para estado. ao nascer. afinal de contas. Pode-se referir à possibilidade mais direta de aquisição de bens. de bem e mal varia muito dependendo do local e época em que se encontra. com as pessoas importantes da infância. de grupo para grupo. se a mãe fez uso de . Cada pessoa vem a este mundo como ser único. No caso dos aspectos emocionais. aprende-se que existem pessoas que não são confiáveis e que se deve estar sempre atento para não ser enganados. Cada um apresenta. quanto em meios mais amplos. e também de acordo com a época. seja ele o país. pode levar ao aumento da criminalidade e esta ao aumento de tensão do dia-a-dia. mesmo ao nascer. ou estava sempre doente. O que faz com que se comportem de uma maneira e não de outra. Fatores emocionais ou psicológicos Continua-se tentando compreender o que. tornam as pessoas diferentes umas das outras. Se foi desejado ou não. onde a miséria. Ou seja. diferente de todos os outros. fala-se de formação de identidade. o ser humano traz consigo uma “história de vida”. possivelmente haverá dificuldades em confiar em alguém mesmo na vida adulta. Os mitos. outro chorava o tempo todo. as crenças. o grupo religioso. Se. que se inicia justamente com a conjugação dos aspectos físicos e ambientais.28 influencia o comportamento diante de outras pessoas. se é o primeiro filho ou o décimo. como a própria humanidade. como a família. Apenas consegue perceber sensações boas (prazerosas) e más (desprazerosas). adquire tons de ameaça de destruição. ou pessoas substitutas. Não consegue diferenciar suas sensações internas do mundo externo. mais ou menos ajustado.29 algum medicamento ou droga que o tenha deixado mais agitado ou mais apagado. a formação do vínculo afetivo com a mãe ou pessoa substituta faz com que o bebê ganhe condições para amadurecer e voltar-se para conhecer e experimentar o mundo. a desenvolver uma série de transtornos . a fome é um desprazer tão intenso que. que é o ponto de partida para sentimentos como segurança. se houve ou não dificuldades maiores no parto. mas mamãe não pode me dar de mamar porque está tomando banho. Estes são alguns exemplos de que algumas características são individuais e que as interações que se estabelece com o mundo. A fralda molhada dá desprazer e ele chora. entre chorar e ser confortado se dá um dos alicerces fundamentais para o restante da vida do bebê (e dificilmente a mãe se dá conta do papel fundamental desses momentos). otimismo e fé na vida adulta. eu choro de novo. o bebê não tem ainda consciência de si mesmo e do mundo à sua volta. Além disso. ou se teve que ficar mais tempo longe (indo para uma UTI neonatal. se foi bem atendido e foi logo para perto da mãe. atuam mais ou menos como “guias turísticos” do mundo para o bebê que chega. por períodos mais prolongados. Acontece que quando o bebê não tem suas necessidades atendidas. O bebê não diz para si mesmo: “Ah! Agora estou com fome. aos poucos. pois. se não atendida. Nesses momentos o bebê experimenta profunda sensação de desamparo. Pro exemplo. Tudo bem! Quando ela sair do banheiro. A mãe e o pai. O colo da mamãe dá prazer (possivelmente lembra o conhecido aconchego do útero e dá segurança) e ele dorme. uma depressão puerperal. por exemplo. serão formadoras de um modo de ser caracteristicamente próprio. no futuro. A repetição constante de tais exposições à frustração.” Não! Para o bebê recém-nascido. ele não tem ainda a capacidade de suportar a sensação ruim para aguardar a boa. ao qual se denomina personalidade. precisando de alguém para ajudá-lo a se conhecer. a partir do nascimento. pode levar o indivíduo. ao nascer. se a mãe ficou bem após o nascimento (disponível para ele) ou se teve. Nessa sequencia. a criança vai construindo a noção de confiança. A grande diferença é que o bebê é um “turista” até mesmo em seu próprio corpo. por exemplo). Com a continuidade de seu crescimento e desenvolvimento. Para isso. a participação do técnico de enfermagem é essencial. faz-se uso de todos os nossos órgãos dos sentidos. nesse momento. Em um transtorno mental podem estar presentes vários deles ao mesmo tempo. o bebê vai criando uma diferenciação entre ele e o restante do mundo (que. Nem sempre os nomes são muito fáceis de serem gravados. devendo este conhecer os sinais e sintomas mais comuns e estarem atento as suas manifestações nos pacientes a fim de transmiti-las ao restante da equipe. pois já consegue “antecipar” (fazendo uso da memória) a satisfação de suas necessidades. À medida que vai estabelecendo trocas positivas com as pessoas que cuidam dele. Alterações da sensopercepção Sensopercepção é a capacidade de formar uma síntese de todas as sensações e percepções que se tem a cada momento e com ela formar uma ideia do próprio corpo e de tudo o que está à sua volta. Assim. mas é importante para o técnico de enfermagem engajado na Saúde Mental ter melhor compreensão dos termos usados pelo restante da equipe a fim de estabelecer com ela uma troca adequada. vai internalizando as regras e proibições de seu ambiente e passando a captar a impressão que ela própria provoca no ambiente. Existem vários sinais e sintomas das principais funções psíquicas. entra-se em contato com o ambiente social mais amplo pelas portas que se abrem nas relações com a família nuclear ou com outras figuras de sobrevivência. ainda são as pessoas mais próximas) e vai adquirindo uma certa tolerância à frustração e maior capacidade de espera. Alguns autores identificam aí as raízes emocionais das psicoses e da famosa síndrome do pânico. . assim como um mesmo sintoma pode pertencer a quadros psíquicos diversos. Nesse aspecto. Sinais e sintomas de transtornos mentais Os sinais e sintomas também precisam continuar sendo observados e registrados por toda a equipe que atende o paciente a fim de manter uma avaliação dinâmica dele e ajustar o tratamento sempre que se faça necessário. a criança vai adquirindo noções de julgamento de si e dos outros.30 mentais. As experiências posteriores da criança podem aumentar ou diminuir os efeitos das primeiras experiências do bebê. isto é. b) Alterações do conteúdo do pensamento . muitas vezes até rebuscadas. e ele não pode controlá-las. Inicia-se com uma sensação (visão. a) Alterações da direção do pensamento: Na inibição do pensamento. estar convencido que o teto está baixando e que poderá esmagá-lo. Em geral possui boa fluência verbal e possui grande dificuldade de interromper o fluxo do seu pensamento. que é típica da esquizofrenia. deformada. ao contrário das alucinações. o objeto percebido existe. com pobreza de temas. Assim. fazendo associações estranhas. este se apresenta lentificado. gustativas. Podem ser classificadas de acordo com a direção ou com o conteúdo do pensamento. na fuga de ideias o indivíduo tem um aporte tão grande de ideias que não consegue concluí-las.31 As alucinações são sensações ou percepções em que o objeto não existe. tem-se a alteração de desagregação do pensamento. visuais. Um bom exemplo é a seguinte frase “se você não gostava de jaca porque roubou minha bicicleta?”. pouco produtivo. O indivíduo costuma falar em voz baixa e fica “ruminando” sempre as mesmas ideias. As alucinações podem ser auditivas. que é caracterizado pela associação de ideias. mas sem um sentido compreensível. paladar. olfativas. olfato. mas sua percepção é falseada. É uma alteração típica dos quadros depressivos. numa alucinação auditiva. Nas ilusões. por exemplo. Bastante típico dos quadros maníacos. O paciente pode. Alterações do pensamento Pensamento é o processo pelo qual se associa e combina os conhecimentos adquiridos no mundo. e sim “as vozes voltaram e estão me dizendo para não escutar o que você diz”. Quando o indivíduo constrói sentenças corretas. o paciente não dirá “parece que ouço vozes”. Ao contrário da alteração anterior. pois independem de sua vontade. O indivíduo “emenda” um assunto no outro de tal maneira que torna difícil sua compreensão. audição e tato) e conclui-se com o raciocínio. que é contínuo. cinestésicas e das relações e funções corporais. mas que é extremamente real para o paciente. chegando a uma conclusão ou a uma nova ideia. táteis. Na ecolalia há repetição. É através dela que se dá conta das sensações. com dificuldade para dar início e prosseguimento à fala. como no caso de uma jovem que ao ser questionada quem era sua acompanhante. muitas vezes com a criação de novos termos. respondeu: “Ela diz que é minha mãe”. retornando a elas por mais que se tente diversificar o assunto. . a atividade mental organizada é reduzida. como em eco. mas que para o indivíduo é a mais pura verdade. o indivíduo mantém-se mudo. Já quando apresenta estranhamento ou não reconhecimento de partes do próprio corpo denominam-se alterações da consciência corporal. incompreensíveis (neologismos). a gagueira é a repetição de sílabas. perdendo a sensação de familiaridade. sendo comum em estados depressivos e de esquizofrenia catatônica. deixando de reconhecer a própria identidade. Sua alteração apresenta várias formas. percepções do ser. Já as ideias delirantes são ideias que não correspondem à realidade. Tais ideias assumem a característica de serem indiscutíveis mesmo com a mais profunda lógica. O delírio é uma alteração transitória na qual o paciente não consegue reter. No mutismo.32 As ideias sobrevalorizadas e obsessivas apresentam-se como ideias que assumem papel central no pensamento do indivíduo. Ele mantém um discurso circular. A despersonalização e desrealização acontecem quando o indivíduo não reconhece a si e o que o rodeia. isto é dorme e logo após acorda em crise de delírio. o paciente usa a linguagem de forma estranha e incorreta. A logorreia é a fala acelerada e compulsiva. fixar e evocar informações. na glossolalia. pois tende a oscilar durante o dia e ser mais marcante à noite. Alterações da linguagem Podem se tratar de alterações na articulação da linguagem ou no uso da mesma. pois o indivíduo fundamenta-as em uma lógica à parte. O ciclo sono-vigília geralmente é desorganizado. Alterações da consciência A consciência é que faz do ser humano um ser psíquico vinculado à realidade. das últimas palavras proferidas por alguém. age “no automático” e sem objetivos claramente definidos. Na maioria das vezes ocorre o oposto. Como alterações podem-se citar a desorientação. Orientação é a capacidade de integrar informações a respeito de dados que nos localizem. o indivíduo não consegue falar nem pensar “coisa com coisa”. Alterações da atenção e da orientação Atenção é quando se focaliza seletivamente algumas partes da realidade. mas há um estreitamento da mesma. atenção e percepção). Muito comum em pessoas com epilepsia. O coma é a falta total de consciência. e a dupla orientação. o paciente pode aparentar estar em pleno domínio de sua consciência. não consegue integrar coerentemente o que está vivendo. em momentos que antecedem à crise. a pessoa mostra-se confusa. Para que aconteça. Normalmente.33 Nos estados crepusculares. onde praticamente não se consegue estimulá-lo. que podem vir a acontecer nos casos em que se estar sob efeito do sono ou de alguma droga. É como se o paciente estivesse totalmente voltado “para dentro”. o que dá uma sensação de “estar ligado”. sendo somente possível mediante estímulos muito potentes. Mostra-se psiquicamente ausente. e a ligação que faz entre o que vê. Já no estupor o indivíduo entra em um estado de profunda alteração sensorial. No estado de confusão. ocorre de forma muito estranha. ouve. pouquíssimo entendimento das impressões sensoriais e lentidão da compreensão denomina-se de obnubilação. fala sente e pensa. pode-se citar a dificuldade de concentração ou inatenção e a mudança constante de focos de atenção ou distração. . sem que com isso se configure em uma alteração duradoura. havendo geralmente considerável diminuição no padrão de sensopercepção. no tempo e no espaço (dados estes que dependem também da memória. onde o indivíduo oscila entre uma orientação adequada e uma inadequada. Como alterações mais comuns. onde o paciente é incapaz de relacionar os dados a fim de perceber onde e em que época se encontra. porém não quer dizer que haja aumento de atenção. Quando o indivíduo não consegue ter uma percepção globalizada das situações. é necessário que o indivíduo esteja em estado de alerta (desperto). principalmente. A hipervigília caracteriza-se por um aumento do estado de vigília. Alterações da afetividade Muito resumidamente. Alterações do sono Podem ocorrer como um sintoma ou como o próprio transtorno mental. após o seu início (amnésia anterógrada) ou fatos isolados (amnésia lagunar). Dentre suas alterações. com elevada autoestima. o paciente mostra-se eufórico. pode-se dizer que afetividade constitui-se na capacidade de experimentar sentimentos e emoções. alguma coisa ou lugar (paramnésia de reconhecimento). A amnésia pode ainda se dar como uma defesa. suprimindo da memória fatos muito carregados afetivamente (amnésia afetiva). Por exemplo. choro fácil. Pode ser inicial (a pessoa custa a “pegar no sono” – mais . baixa autoestima. que é a falta de sono durante uma parte ou toda a noite (ou período habitual de sono do indivíduo). grande desinibição. De forma contrária. a amnésia é a impossibilidade de recordar total ou parcialmente fatos ocorridos antes do início do transtorno (amnésia retrógrada). sendo característica de episódios de mania. ou ainda ao lançar mão dos dados da memória para reconhecer alguém. Na alegria patológica. Suas alterações podem ser quantitativas ou qualitativas. Alterações da memória Por memória pode-se entender todas as lembranças existentes na consciência. inibição psicomotora. Na tristeza patológica. sendo característica da depressão. como reação adversa a determinados medicamentos. a pessoa sente profundo abatimento. como um paciente que sabe que mudou de século. Já a paramnésia constitui-se de distorções dos dados da memória. mas continua afirmando estar no século XX. o paciente pode mudar da mais profunda tristeza para a mais estrondosa alegria em segundos. podemos citar a labilidade afetiva em que ocorre mudança dos estados afetivos sem causa externa aparente. A hipermnésia é alteração em que há clareza excessiva de alguns dados da memória. ou ainda. alternando estes estados.34 misturando os dados. verborreia. Pode ocorrer um falseamento na recordação de determinados fatos (paramnésia da recordação). agitado. Encontra-se mais facilmente a insônia. geralmente acompanhados de tendência para o isolamento. o indivíduo costuma repetir continuamente e sem necessidade determinados movimentos. tal como se fosse uma estátua. mantida pela pessoa inclusive com posturas aparentemente incômodas. . típicas da catatonia. sem que haja uma lógica facilmente observável. também repetitivos. E a catalepsia que é uma atitude de imobilidade. Já os tiques são movimentos rápidos e involuntários. ou terminal (a pessoa acorda de madrugada e não consegue voltar a dormir – mais característico da depressão).35 característica de quadros de ansiedade). Alterações do Movimento Na estereotipia. Já a narcolepsia é sono em excesso durante todo o dia. youtube. Material complementar Para complementar os estudos acesse os links abaixo para saber mais sobre os transtornos mentais. Caracterize os fatores ambientais causadores do transtorno mental. Qual a divisão dos fatores biológicos causadores do transtorno mental? 3. Vídeos Transtornos mentais: http://www. Cite e caracterize os principias sinais e sintomas dos transtornos mentais.36 Exercícios – Capítulo 3 1. 4. Quais são os principais fatores emocionais ou psicológicos? 5. Cite os fatores que favorecem o surgimento do transtorno mental.com/watch?v=QIY2pFyJwVg . 2. . sendo eles: transtorno de ansiedade generalizada (TAG). Os principais tipos de transtornos afetivos estão relacionados com certos sinais e sintomas. transtorno histriônico. e sim um transtorno mental de personalidade. e o conhecimento acerca das patologias mentais é imprescindível para o bom decorrer de seu tratamento. Deficiências mentais. distimia. . doenças psicossomáticas e alcoolismo. possui alterações de humor. Depressão. É fundamental. que se caracteriza pela perda de contato com a realidade.). está desorientada. como delírios (fala e acredita em coisas que não existem). pois depende de como ocorre a resposta aos estímulos. caracterizando cada tipo. alucinações (vê ou sente algo que ninguém percebe). psicoses. anteriormente conhecidos como neuroses. A pessoa psicótica precisa ser avaliada o mais rápido possível por um profissional capacitado.. têm com característica uma reação exagerada do sistema nervoso em relação a uma experiência (reação vivencial). que o paciente seja respeitado e protegido pela família. levando a pessoa a adotar uma série de comportamentos distintos (evita lugares. transtorno fóbicoansioso.37 Capítulo 4: Tipos de enfermidades mentais Conhecer e distinguir alguns aspectos das doenças é prioritário na prestação de cuidados de enfermagem. Uma pessoa psicótica manifesta alguns sintomas específicos. Qualquer pessoa pode ficar psicótica. neurastenia e síndrome da despersonalização. amigos e profissionais que o cercam. Os principais tipos de psicoses são: Esquizofrenia. Tal transtorno não pode ser considerado doença mental. parece não sentir as coisas como os demais. para o seu tratamento. transtorno obsessivo-compulsivo (TOC). Transtornos afetivos (Neuroses) Os transtornos afetivos. faz atitudes para alívio da ansiedade. As doenças mentais classificamse em: transtornos afetivos (neuroses). mesmo sem manifestar certos quadros psiquiátricos. Psicoses É um transtorno mental grave. Não existe alteração no julgamento da realidade .Presença de atividade delirante .A personalidade é socialmente integrada . As causa das doenças psicossomáticas podem ser depressão. a manifestação corporal é seguida por um agravamento da patologia mental.Existe intensa desorganização da personalidade . podendo ser causado por fatores biológicos. agravam-se ainda mais o quadro desta patologia.Ocorre o afastamento da realidade . de transtornos que ocorrem no SNC. no organismo. porém existem outras patologias relacionadas ao sistema nervoso central (SNC).O indivíduo não reconhece que está doente As psicoses e os transtornos afetivos são as principais doenças mentais. por exemplo). Alcoolismo É o consumo de uma quantidade de álcool suficiente para interferir no funcionamento físico. Fatores genéticos estão cada vez mais inseridos na causa do alcoolismo.Não existe atividade delirante . podendo causar dependência. Dentre essas doenças podemos citar os transtornos somatoformes e o alcoolismo. emocional e social do indivíduo. Transtornos Somatoformes (Doenças Psicossomáticas) São manifestações. Se um indivíduo apresenta outra patologia mental (psicose.O pensamento e o comportamento estão alterados .A vivência interna não perturba o comportamento . psicológicos e sociais.As emoções podem apresentar-se inadequadas .A doença é reconhecida e existe o desejo de cura Psicose . A dependência alcoólica é caracterizada quando o indivíduo . transtornos afetivos e psicoses. esquizofrenia. ou seja. As causas do alcoolismo não estão bem definidas.38 Principais diferenças entre transtorno afetivo e psicose Transtorno afetivo (Neurose) . comportamento agressivo. insegurança ao andar. Os principais tipos de transtornos afetivos estão relacionados com certos sinais e sintomas. psíquicas e sociais). Transtorno fóbico-ansioso (Neurose fóbica): desencadeada por situações que aparentemente não apresentam perigo real. desencadeados por perturbações no equilíbrio psíquico onde o indivíduo percebe que está doente e não perde o contato com a realidade. Podem surgir sintomas depressivos e obsessivos. Neurastenia: fadiga ou esgotamento mental. sono terminal e amnésia anterógrada). caracterizando cada tipo. mas são evitadas ou suportadas com temor.1 Tipos de transtornos afetivos Os transtornos afetivos são transtornos mentais sem uma base orgânica definida. As principais neuroses são: Transtorno de ansiedade generalizada – TAG (Neurose de ansiedade): caracterizada pela presença de manifestações ansiosas que são desencadeadas exclusivamente pela exposição a uma determinada situação. A intoxicação pelo álcool caracteriza-se pela embriaguez simples (a paciente apresenta mudança de comportamento. . sofrendo “ataques” de histeria espontâneos. 4. Transtorno obsessivo-compulsivo – TOC (Neurose obsessivo-compulsiva): caracterizada por idéias obsessivas ou comportamentos compulsivos recorrentes. São distúrbios mentais onde geralmente o indivíduo experimenta uma grande ansiedade da qual resultam sintomas fisicos e psicológicos. defeito na fala. pulso rápido e sudorese intensa) e a embriaguez patológica (obnubilação da consciência.39 apresenta um comportamento anormal em relação à bebida. Transtorno histriônico (Neurose histérica): o indivíduo não possui controle sobre suas emoções ou sentimentos. Síndrome da despersonalização: o indivíduo não mantém relações com seu corpo. com sinais de dependência psíquicas e futuras sequelas (físicas. Distimia: o indivíduo desenvolve quadros de depressão aguda ou crônica. face corada. perda de medos e inibições. defensivo ou fugitivo. tremores. anorexia e. em alguns casos. gustativas. tendência a síncope. rigidez muscular. O que torna angustiante para o indivíduo é a hostilidade e o descaso com que as pessoas o tratam em virtude das manifestações dos sinais e sintomas terem geralmente caráter teatral. demonstram intensa ansiedade. • Preocupações excessivas e marcantes com a saúde de modo geral e com o funcionamento de um determinado órgão do corpo e mania de automedicar-se (no caso dos hipocondríacos). frigidez. • Transtornos físicos: dor epigástrica. náuseas. espasmos gástricos. pesadelos. observam-se ainda pertubações sensoriais. cólicas. a obesidade em resposta inconsciente a problemas que se nega a enfrentar. impotência sexual. queixosas. palpitação. insegurança. • Comportamento histérico que chamam de “crises de nervos”. o indivíduo pode apresentar o ataque histérico. obsessão de ordem (inclinação irresistível de manter as coisas impecavelmente no seu devido lugar). que são respostas exageradas a questões conflitivas. ejaculação precoce e dispaurenia. temores infundados. impulsos exibicionistas. tiques. rebeldia ao tratamento. e são pessoas hiperemotivas. daí tornar-se difícil o convívio com outras pessoas. paralisia localizada em algum membro. isolamento social. • Manifestações inconscientes de hostilidade. instabilidade emocional. O ataque histérico às vezes pode ser confundido com crise epiléptica. medo de dormir. visuais. . sensação de “entalo”. debatem-se contra suas tendências à inquietude e insatisfação consigo mesmas. • Perturbação do sono. com queda. • Mudança de comportamento. cefaléias. • Fadiga. taquicardia. pertubação da memória e da linguagem. como: ausência de sono. sudorese de extremidades. Além disso apresentam: • Anomalias da atividade sexual como: masturbação. dificuldade respiratória.40 Manifestações clínicas dos transtornos afetivos As pessoas que apresentam transtornos de afetividade são geralmente pessoas angustiadas. gritos. e utilização excessiva dos mecanismos de defesa. anestesias localizadas. conflitos interiores. contorsões. pensamentos obsessivos de sujeira. medo de sonhar. O paciente apresenta falta de iniciativa e frequentemente vive um tipo de existência marginal. Nos casos agudos pode ocorrer bloqueio total com o ambiente que o cerca e não reage a estímulos externos. a sensopercepção e a vontade. descuida-se da aparência pessoal e de seus hábitos de higiene. Esquizofrenia Catatônica . o corpo imóvel capaz de resistir a tentativas que levem a mudanças de postura. hostilidade e. a afetividade. As esquizofrenias são ainda classificadas em: Esquizofrenia Simples . no entanto. interiorização de sentimentos e emoções. alucinações e distúrbios catatônicos). tristeza.confundida com retardo mental. Observam-se ainda: olhar fixo. agressividade) e reações sexuais. envolvendo sobretudo o pensamento.É caracterizada por anormalidades motoras. ficando impossibilitado de conseguir o domínio sobre seus impulsos. às vezes. Tipos de psicoses Existem várias classificações. sentir e relacionar-se com o mundo externo. o inconsciente assume o comando do ego. e sintomas complementares (delírios. Temos como exemplos alguns mendigos e prostitutas.É geralmente observada em adolescentes. O indivíduo geralmente apresenta uma falta de preparo para a vida ou sofre um estresse muito grande. e há uma aceitação dos sintomas como reais e a partir deles passa a reconstruir um mundo que somente ele pode reconhecer. perturbações de afetividade e autismo).2 Principais tipos de Psicoses Psicose é uma doença mental mais grave caracterizada por pertubações profundas do indivíduo que perde a noção do seu estado patológico e da realidade.41 4. todas elas são feitas de acordo com a sintomatologia e a etiologia. Esquizofrenia Hebefrênica . manifesta-se com alterações do humor (riso à toa. em seguida. . É uma pertubação mais complexa onde ocorre interferência no funcionamento eficaz do psiquismo. inibição generalizada ou impulsos agressivos inesperados. A sintomatologia é dividida em dois tipos: Sintomas básicos (distúrbio de pensamento. inadequado e. Os principais tipos são: Esquizofrenia: tem como característica básica uma alteração no pensar. o que a caracteriza mais são os delírios de perseguição seguidos de alucinações auditivas. tornando-se difícil o diagnóstico e o tratamento.manifestações físicas: mãos frias e cianóticas. estrutura de personalidade e também doença. . Acredita que alguém o quer matar. sendo o paciente capaz de atentar contra a vida do perseguidor imaginário.42 Esquizofrenia Paranóide . . Esquizofrenia Esquizoafetiva . . Depressão: É uma conduta adequada diante da situação de perda.tristeza vital: a tristeza é muito intensa. Exemplo: Alguém está envenenando plantas ou comida. aumento ou diminuição da pressão arterial. no caso de agitação psicomotora.Neste tipo de esquizofrema identifica-se vários sintomas comuns às outras formas. . A depressão aqui descrita refere-se a um quadro relacionado à doença. devido os traços oscilantes do humor. vestimenta etc).É considerada como um tipo misto de esquizofrenia em virtude da superposição dos sintomas desta psicose. pode ser reação a um conflito. que compromete o corpo. psicológicos e ambientais. o humor e o pensamento. sem que eles tenham definição para esta sensação.inibição: os movimentos tornam-se lentos e limitados. rosto pálido. higiene. Sintomatologia: São algumas características da depressão: . é diferente de uma tristeza comum.desesperança: existe um sentimento frequentemente pessimista. vem acompanhada de mal-estar.risco de suicídio: esta idéia às vezes é frequente ou passa despercebida. assim como a linguagem. cefaléia e insônia. arrastado e penoso. Os cuidados de enfermagem na esquizofrenia são: atender as necessidades específicas (alimentação. proporcionar confiança ao paciente. conter o paciente (verbalmente – fisicamente – contenção dos movimentos). O desenvolvimento da doença depressiva deve-se a fatores genéticos. diminuição dos reflexos. . .angústia: é uma queixa constante dos pacientes. corrigir dados da realidade. O pensamento também é lento. na medida que as coisas lhe são retiradas sem as devidas explicações. ensinando os procedimentos básicos de higiene. como. escutando-o com atenção. entre outras coisas. O risco de suicídio deve ser um alerta constante. porém não se deve impor metas difíceis. por interrupção da ingestão espontânea de alimentos. esclarecendo aos familiares a sua importância no processo de tratamento do indivíduo. aspecto que pode ser realizado através de pequenas atitudes. embora defendido por alguns autores. tudo pode servir como elemento para retirar a vida. à sua volta. aumentando aos poucos os cuidados. principalmente quando o paciente começa a manifestar sinais de melhora. tanto para a mãe. não acusá-lo de fingido nem de preguiçoso e não fazer demasiadas cobranças. . podem estar sendo reforçadas suas idéias de suicídio. Variam de formas severas a leves de deficiência. Os cuidados de enfermagem são que deve haver uma conduta especificamente educativa. Alguns casos podem ser relacionados a fatores genéticos. por exemplo. no sentido de atendê-lo e demonstrar que ele tem uma importância nesta vida. quanto para o paciente. A idéia do paciente em desistir da vida pode ser manifestada por isolamento. não parece possível. O cuidado de eliminar os objetos de risco. conversar com ele. a traumatismos durante o parto ou a toxinfecções na gestação (tuberculose. na gestação. Em sua maioria. podendo haver influência do ambiente externo. nem exigir extremas responsabilidades. as deficiências não têm uma causa definida. tais como convidá-lo para alguma atividade que anteriormente lhe proporcionava prazer. a enfermagem pode também funcionar como elo de ligação entre o deprimido e a família. é nesta fase que surgem as forças para concretizar a ação. De início pode ser necessário colocar alimentos na boca do paciente e lhe dar banhos. sífilis e alcoolismo). Deficiências mentais: são insuficiências congênitas do desenvolvimento mental. Além disso. O constante estímulo é fundamental para que o indivíduo volte a assumir estes cuidados básicos. por descuido da aparência física. A enfermagem deve estar junto ao paciente.43 Cuidados de enfermagem: O paciente em depressão requer muito da enfermagem. requerendo às vezes que a enfermagem faça isto por ele. cuja dependência atinge um certo grau.compulsão para ingerir álcool.resultado da ingestão do álcool. causando repercussão na vida do indivíduo. devendo portanto ser considerado motivo de preocupação constante para todos os que fazem saúde. a incidência de dependentes aumenta a cada dia.3 Alcoolismo Introdução Desde a antiguidade a ingestão de bebidas alcoólicas vem sendo alvo de estudos e oposições. . é uma doença progressiva caracterizada pela ingestão excessiva de álcool. O alcoolismo é uma doença grave que leva ao desajuste orgânico. desde o início da civilização o homem tem conhecimento de que o álcool promove um estado de excitação e bem-estar passageiros. . apesar disso. . tornando-o dependente ao ponto do organismo não funcionar sem ele. psíquico e social. em que o sujeito apresenta sensíveis pertubações mentais com interferência na saúde física e mental bem como nos seus relacionamentos pessoais e desempenhos sociais e econômicos.traz reações de comportamento. A seguir seguem-se algumas características aceitas pela Organização Mundial de Saúde para definir a dependência do álcool: . emocional e social do indivíduo.estado psíquico e geralmente físico. É progressiva e se espande em vários níveis.a tolerância (o indivíduo precisa de quantidade cada vez maior de álcool para obter o efeito psíquico desejado) pode estar presente ou não. . pois observase na clientela dos hospitais gerais. diminuindo a capacidade de produção laborativa.44 4. Conceito de Alcoolismo É o consumo de uma quantidade de álcool suficiente para interferir no funcionamento físico. . Esforços têm sido feitos para o reconhecimento do alcoolismo como doença. e os profissionais de saúde devem estar alerta para o diagnóstico e tratamento. que o número de pacientes com problema de saúde em consequência do abuso do álcool vem aumentando. Principais estados anormais que caracterizam psicoses alcoólicas a) Delinum tremens. oscilação da atenção. Os sintomas mais frequentes são: alucinações acústica (ouve vozes . espaço e identidade pessoais. desidratação. ele começa a ler. elevação térmica e obnubilação mental. pesadelos (visão de animais ferozes. tais como os psicológicos e os socioculturais. ilusão óptica. alucinações visuais. O começo é agudo e de forma súbita. b) Alucinose alcoólica. fácil sugestibilidade (dando-se ao paciente uma folha de papel em branco e pedindo-lhe que a leia. a face é avermelhada. psicológicas ou sociais são fatores de vulnerabilidade. Psicoses Alcoólicas São distúrbios mentais provocados pelo uso prolongado do álcool. raramente apresentam alucinações visuais ou auditivas elementares. após excessos alcoólicos. são identificadas como sequelas físicas resultantes da dependência alcoólica.45 Causas do alcoolismo A idéia de que o alcoolismo tem como causa o fator genético vem sendo acrescida de outros fatores. a insônia é constante. agitação psicomotora. Alucinose Alcoólica . naufrágios). As causas biológicas. hipertensão ou hipotensão arterial. Com a instalação da quadro observam-se os seguintes sinais e sintomas: turvação da consciência com desorientação em relação a tempo. incêndios. Ocorrem alterações no estado geral: desnutrição. tumultos. Apresenta ainda tremores acentuados em todo o corpo. paredes que caem). insônia. principalmente nas mãos. o humor é um misto de medo e euforia. vertigem. vê animais pequenos que pulam em sua volta. angústia. sudorese profusa. principalmente no início. de forma aguda. c) Encefalopatia de Wernicke Delirium Tremens .aparece em decorrência do uso abusivo do álcool por vários anos. cefaléia. Os principais sintomas são: ansiedade. sendo necessária internação que dura de dois a cinco dias.geralmente se instala subtamente. não existindo uma explicação universal para o alcoolismo. inquietação motora. perturbações digestivas e circulatórias. pode apresentar crises de epilepsia. taquicardia. depois de pouco tempo o paciente entra num estado psicótico e corre risco de vida por colapso cardíaco. angustia. tremores generalizados. Na maioria das vezes é seguida de delirium tremens e pode evoluir para esquizofrenia. com perda do medo e inibições devidas ao humor eufórico.46 que falam sobre ele atacando-o ou defendendo-o). confusão mental. psíquicas e sociais. aumento das dificuldades econômicas e isolamento. redução da memória.lesões cerebrais e nervosas (atrofias cerebrais. da capacidade de julgamento e de crítica. possibilidades de alucinações e .falta constante no trabalho. sudorese intensa e liberação de conflitos ou tendências inconscientes. Pode ocorrer em consequência da carência de vitamina B1. crises convulsivas. pulso rápido. Encefalopatia de Wernicke ou Síndrome de Wernicke . Não se observam pertubações da consciência após a retirada do álcool. Embriaguez Simples . face corada. Sempre se inicia de forma aguda e dura mais ou menos 10-15 dias terminando com óbito.Apresenta-se uma mudança de comportamento. psicoses alcoólicas etc) Sequelas Psíquicas .É considerada a mais grave das psicoses alcoólicas. perda de identificação profissional. ataxia e estados confusionais delirantes que podem evoluir para sonolência e estupor. Sequelas Físicas . raramente alucinações ópticas e táteis. Intoxicações alcoólicas Aparecem imediatamente após a ingestão de álcool. nistagmo. Dependência Alcoólica É quando o indivíduo apresenta um comportamento anormal em relação à bebida com sinais de de dependência físico-psíquica e futuras sequelas: físicas. fala pastosa. alterações de fala. que na maioria das vezes leva à desintegração social. Sequelas Sociais . depois aparece a insegurança no andar. linguagem cada vez menos coerente. Após a fase de euforia verificam-se alterações depressivas do humor. Manifesta-se com desorientação associada com paralisia dos músculos oculares. motricidade incerta. pertubações visuais.alteração da personalidade. São a embriaguez simples e a embriaguez patológica. diminuição do nível intelectual. que pode ser a nível de internação ou em regime ambulatorial. Embriaguez Patológica . b) Complicações psiquiátricas: podem ser decorrentes da síndrome de abstinência que provoca tremores. sudorese intensa. pode haver amnésia ao acordar. na intolerância alcoólica em personalidades facilmente excitáveis. retardamento mental. degeneração gordurosa do fígado) gastrite. distúrbios no desenvolvimento normal do feto e malformação. Os principais problemas clínicos e complicações psiquiátricas no alcoolista são: a) Problemas clínicos: é comum que no transcorrer da doença o dependente do álcool apresente alguns problemas clínicos. a enfermagem deve respeitar e compreender o paciente. tremores. pelagra e outros. perda de pêlos. taquicardia e sudorese. As necessidades básicas de alimentação. Ocorre geralmente em pessoas psiquicamente perturbadas. hipertensão arterial. após traumatismo cerebral. Após o término do estado de embriaguez pode aparecer sono terminal e. ao despertar. repouso e segurança podem requerer ajuda da enfermagem. náuseas e vômitos. . pancreatite. c) Sintomas físicos: desidratação. às vezes idéias delirantes. defensivo ou fugitivo. úlcera grástrica. porém os atos são controlados. hidratação.a sintomatologia difere qualitativamente da embriaguez simples: o estado da excitação encontra-se exarcebado. Cuidados de enfermagem: Mediante o tratamento do alcoolista. lembrando que o alcoolismo é uma doença. hipertensão. Outras complicações que podem ocorrer com o uso excessivo e crônico do álcool são: lesões hepáticas (cirrose hepática. o paciente não consegue lembrar-se de nada (amnésia anterógrada). Esta síndrome de abstinência pode evoluir para o Deliriam tremens (DT). vômitos matinais. É imprescindível conhecer os locais. impotência sexual. pesadelos. arritmias. insônia. lesões miocárdicas. hipertermia. dias e horários de funcionamento das reuniões dos alcoólicos anônimos (AA) para reforçar os encaminhamentos da equipe técnica. há obnubilação da consciência. Durante a gravidez pode levar a uma embriopatia alcoólica com microcefalia.47 impulsos. e comportamento agressivo. tais como hepatomegalia. ginecomastia. 5. Cite e caracterize as psicoses alcoólicas. Quais são os principias tipos de enfermidades mentais? 2. Caracterize as psicoses.youtube. 4. 8.48 Exercícios – Capítulo 4 1.youtube. Cite e caracterize as principais psicoses. 3. Cite e caracterize os principais tipos de transtornos afetivos. Caracterize transtorno afetivo (neurose). Material complementar Para complementar os estudos acesse os links abaixo para saber mais sobre as enfermidades mentais. Vídeo Psicoses: http://www. Caracterize o alcoolismo.com/watch?v=NFV5Ksw9QOw . 7. O que são transtornos somatoforme.com/watch?v=Yv3KI8r1u5Q Vídeo Alcoolismo e suas consequências: http://www. 6. por elevação do humor vital. Podem ser: . haloperidol. dores musculares e crises convulsivas.Ansiolíticos: tratamento da ansiedade e da angústia. fenergan. valium. neste sentido. curso de pensamento. reduzindo desordens psicopatológicas. como complementares. ou seja. com abordagens psicoterápicas e com intervenções biológicas. Vários tipos de tratamentos são utilizados em Psiquiatria. Em geral não devem ser utilizados isoladamente. Os psicofármacos são substâncias capazes de alterar as funções nervosas superiores. Classificam-se em: 1. Principais drogas: barbitúricos. impedindo a formação de círculos viciosos e de maus hábitos. 2. e. . clopromazina. humor vital ou de vigilância). 5.1 Farmacoterapia (psicofármacos) Tratamento com medicamentos que atuam diretamente sobre o SNC. trifluoperidol. sim. reduzindo rações emocionais e os estados de excitação e agitação. Principais drogas: levomepromazina. Psicanalépticos: aumentam a intensidade das funções nervosas superiores. na instabilidade psicomotora. Terapia ocupacional. . estimula o sono e em grande quantidade têm ação narcótica. As enfermidades psiquiátricas deve ser tratadas desde o início. várias terapêuticas foram empregadas e vêm sendo substituídas com o passar dos tempos. Podem ser: . entre eles: Farmacoterapia.Neurolépticos (antipsicóticos) agem controlando alucinações e delírios. mas apoiados por outras modalidades terapêuticas. Eletroconvulsoterapia e Grupo operativo. O tratamento das doenças mentais é realizado de duas formas distintas. Estas abordagens não devem ser encaradas como opostas mas. da tensão emocional ou da vigilância. Classificação dos psicofármacos A classificação leva em consideração os efeitos causados.Hipnóticos: possuem ação sedativa. trifluoperidol.49 Capítulo 5: Tratamento dos transtornos mentais As doenças mentais nunca deixaram de ser tratadas. Psicoterapia. Principais drogas: diazepam. Psicolépticos: reduzem as funções nervosas superiores (tensão emocional. 3. manuais. Objetivos da terapia ocupacional: restabelecer as funções físicas e a coordenação motora. por meio de atividades construtivas.Antiepilépticos: atuam no controle da epilepsia. mianserina. fornecer novas orientações para seus interesses recreativos e ocupacionais. distúrbio de concentração e da memória.3 Terapia ocupacional É uma arte ou ciência de dirigir uma resposta ao homem a uma atitude selecionada. explorar a capacidade física e mental do paciente. de campo. prevenir a incapacidade. 5.2 Psicoterapia Tem como base o relacionamento entre o paciente e terapeuta. psicoterapia individual (tratamento individual do paciente). . LSD. Psicodislépticos: alteram as funções nervosas superiores. Principais drogas: mescalina.Lítio: age no controle das fases maníacas e profilaxia das psicoses maníacodepressivas. para favorecer ou manter sua saúde. desenvolver habilidades e aptidões físicas. imipramina. habilitar suas disfunções físicas e/ ou psicossocias. álcool. . Principal droga: fenobarbital . psicoterapia de grupo (tratamento coletivo de vários pacientes. ajudando o paciente no esclarecimento e na aceitação de sua própria pessoa para que ele consiga auto-realização. para reintegrá-los às atividades da vida diária.Antidepressivos: tratamento da depressão falta de iniciativa. 5. cocaína. de limpeza e recreativas. Principais tipos de psicoterapia: Psicoterapia de apoio (aconselhamento e sugestões do terapeuta para o paciente se tornar independente).50 . psicoterapia profunda (penetra no inconsciente do paciente). geralmente não está associado a outro tipo de tratamento). através de atividades físicas. Principais drogas: amitriptilina. sem alterar a consciência (estimulam o SNC). desviando-as da normalidade. É dirigido aos pacientes com algum transtorno físico ou mental. processos infecciosos ativos e pacientes grávidas. fazem críticas e sugerem atividades). Após a ECT. Porém. que visa discutir objetivamente os problemas apresentados pelos pacientes (falam do dia-a-dia. que devem participar como colaboradores (sua atuação é fundamental já que possuem um maior contato com o paciente). observar se o paciente está em jejum. deve-se verificar os sinais vitais. auxiliado por um auxiliar e/ou o técnico de enfermagem. e o coordenador deve ser um profissional de nível superior. o relatório da 2a Conferência Nacional de Saúde Mental (1994) exige a aprovação de dispositivos legais que proíbam o uso de práticas violentas.4 Eletroconvulsoterapia (ECT) É a estimulação do cérebro através da passagem de corrente elétrica. Antes da ECT deve-se tranquilizar o paciente. administrar a medicação prescrita. num período de 5 a 10 segundos.51 5. como tratamento em doenças mentais. Durante a ECT deve-se colocar o paciente em decúbito dorsal. O número ideal para funcionamento é de 15 a 20 pacientes. 5. antes. a ECT. durante e após a ECT. A ECT ainda é indicada para pacientes em estado de depressão endógena grave e esquizofrênicos catatônicos. observar a participação em atividades. a ECT ainda é utilizada em grande parte dos países. É contra-indicado em pacientes com doenças cardiovasculares graves. a fim de melhorar o estado psíquico do paciente. principalmente em pasíses menos desenvolvidos. que deve acompanhar o tratamento do paciente. com o objetivo de provocar uma convulsão generalizada. ou seja. orientar e ajudar na higiene. fazer a preoteção do paciente e proteger as articulações. entre as quais. colocar protetor de língua. A assistência de enfermagem na ECT é realizada durante todo o processo. vômitos e cefaléia).5 Grupo operativo O grupo operativo é um grupo de trabalho. observar e notificar as reações do paciete e certos sintomas (náuseas. A corrente é de 70 a 150 V. retirar adornos e próteses e verificare os sinais vitais. Entretanto. orientar o paciente a evacuar e urinar antes da ECT. . com horário e local previamente fixados. Caracterize a psicoterapia. Cite e caracterize os principais tipos de fármacos utilizados na farmacoterapia. 5.youtube. Quais são os principias tipos de tratamento dos transtornos mentais? 2. Caracterize a farmacoterapia. 2000) para compreender melhor o panorama histórico do tratamento dos transtornos mentais.52 Exercícios – Capítulo 5 1. 3. 6. Conceitue e caracterize a eletroconvulsoterapia (ECT). Vídeo Eletroconvulsoterapia: http://www. . O que é grupo operativo? Material complementar Para complementar os estudos acesse os links abaixo para saber mais sobre os tratamentos dos transtornos mentais.com/watch?v=lEvmMO66kms Assista também ao filme “Bicho de sete cabeças” (Brasil. 4. neuroses. crise de maturação. problemas econômicos. Ex: mudanças de comportamento.Tentativa de suicídio . temos: homicídios nos estados confusionais e . das emoções e das ações. perda pessoal. Comportamento homicida: muitas vezes decorrem do ódio à espécie humana. suicídio altruístico (há uma integração excessiva com grupos sociais) e o suicídio anônimo (a sociedade altera a rotina do indivíduo. mudança de status social.Comportamento homicida . Necessita.Acidentes cardíacos eletrochoqueterápicos . pois o indivíduo atenta contra sua própria integridade física. Pode ser de três tipos: suicídio egoístico (não há interação entre o indivíduo e o grupo social.Estado de estupor . Essa falta de integração leva ao suicídio). Crises situacionais: Ocorrem através de fatos externos. alcoolismo e drogas. Crises evolutivas: São transitórias. o que leva ao suicídio). não necessariamente que façam parte da vida normal do indivíduo. Os dois tipos principais de crises que originam alterações psicológicas são crises evolutivas e crises situacionais.Intoxicação por drogas psicotrópicas . podendo ser identificadas no processo de crescimento e desenvolvimento do indivíduo. seqüelas de encefalite.Intoxicações alcoólicas Tentativa de suicídio: é a mais grave emergência.Agitação psicomotora . esquizofrenias. sentimentos e habilidades. epilepsias. Principais emergências psiquiátricas: . Psiquiatricamente.Reação de pânico .53 Capítulo 6: Emergências psiquiátricas Decorrem de distúrbios intensos do pensamento. de reorganização da estrutura psicológica e do comportamento. Principais causas: psicoses agudas. para seu tratamento. e não de doença mental. Ex: doenças e acidentes graves. como a taquicardia. auditivas e táteis. e muitas vezes. para evitar complicações (parada cardiorrespiratória). podendo leva à obnublação da consciência e exteriorização de impulsos agressivos). Estado de estupor: O paciente está lúcido. Reação de pânico: As reações são variadas e dependem da natureza do estresse a que o indivíduo é submetido (viajar de barco. riso ou choro imotivado. Exige hospitalização e tratamento especializado (ECT). com exaltação do estado do ânimo.54 epilépticos (com amnésia posterior). realizando a lavagem gástrica e diurese forçada. Deve-se dar importância às alterações cardiológicas (circulatórias). coprolalia. homicídios por psicopatia (o comportamento anti-social do indivíduo o leva a cometer homicídios). homicídio por obsessão-compulsão (o comportamento obsessivo-compulsivo do indivíduo o leva a querer seu objeto ou alguém de desejo somente para si. inconsciência e colapso cardiovascular). e administrar a medicação adequada. homicídio por delírio (o indivíduo sofre alucinações visuais. olhar fixo. Seu tratamento recorre à contenção do indivíduo. mas permanece imóvel. e a síndrome acetaldeído (interação do álcool com medicação antialcoólica. Os principais sintomas são vasodilatação. atravessar a rua. de avião. anorexia e desidratação. vômitos. homicídio por demência ou confusão mental (o estado mental alterado leva o indivíduo a cometer o homicídio). muitas vezes com o “mandamento” de matar outros indivíduos). delírios e alucinações. O paciente apresenta logorréia. o leva a cometer homicídios para que os outros não se apoderem de seu objetivo). o coma alcoólico (o paciente apresenta sono profundo e não responde a estímulos dolorosos e os reflexos estão ausentes). podendo apresentar mutismo. Intoxicação por drogas psicotrópicas: decorre da ingestão de tranqüilizantes. Acidentes cardíacos eletrochoqueterápicos: Os principais tipos de acedentes decorrentes da ECT são arritmias cardíacas e insuficiência coronária aguda. falar em público). A desintoxicação deve ser a primeira base do tratamento. Intoxicações alcoólicas: As principais intoxicações alcoólicas são a intoxicação alcoólica aguda (depressão do SNC. desleixo com a higiene corporal. podendo realizar suas eliminações fisiológicas no leito. Agitação psicomotora: hiperatividade física. . Deve-se tratar o mais rápido possível. neurolépticos e antidepressivos. Caracterize emergências psiquiátricas. Material complementar Para complementar os estudos acesse os links abaixo para saber mais sobre emergências psiquiátricas. 3.youtube. Vídeo Emergência Psiquiátrica: http://www. Caracterize as emergências psiquiátricas.55 Exercícios – Capítulo 6 1. 2. Cite as principais emergências psiquiátricas.com/watch?v=JwcXX4WRWuI . os familiares e todo o grupo de pacientes. Relação terapêutica é aquela que se estabelecem entre o membro da equipe terapêutica. É muito importante lembrar que a promoção da Saúde Mental também passa pela promoção da saúde do corpo. crenças. . mostrando-se receptivo. . olhando-o numa atitude aberta. Uma relação. A comunicação verbal com o paciente portador de transtorno mental nem sempre é muito fácil. .Consiste em repetir ao paciente o conteúdo do que disse. pode-se repetir uma palavra ou uma frase no decorrer da conversa para convidá-lo a falar mais. torna-se uma ferramenta de trabalho importantíssima para que o profissional possa intervir junto ao paciente. com o objetivo de fazê-lo tomar consciência do que falou.Quando um paciente fica bloqueado.Pode-se pedir ao paciente que torne a mensagem mais clara. de modo que ele perceba a sua importância. o que o levaria a fazer interpretações erradas.É muito importante escutar o que o paciente tem a dizer. Uma vez estabelecida. Por isso.Trata-se de permitir que o paciente conduza e escolha o assunto. para ser terapêutica.Paráfrase . é muito importante o seu autoconhecimento.Frases por repetição . valores morais. para que se compreenda o que foi dito ou para complementar uma idéia exposta. . para que não confunda seus desejos. necessita de um início de confiança. .Escuta . de aceitação e de comunicação clara. e algumas técnicas podem auxiliar para favorecer o autoconhecimento do paciente na mesma medida em que você o compreende.56 Capítulo 7: O Técnico de Enfermagem no Setor de Saúde Mental A atuação do profissional de saúde no setor de Saúde Mental só é melhor conduzida com o estabelecimento da chamada relação terapêutica. Para que o profissional consiga estabelecer uma relação terapêutica.Silêncio . .Clarificação .Propostas abertas .É uma pausa mais ou menos longa na conversação que deve ser respeitada para que o paciente possa refletir. não se deve esquecer as medidas e orientações de saúde. sentimentos e emoções com as do paciente. . necessidades. repouso e atividades físicas. deve-se agir perante certos tipos de comportamentos: Diante do paciente ansioso: Ouvir as queixas. Frente ao estado mental de determinado paciente. hidratação. observar roupas e auxiliar em exercícios respiratórios. O registro de todas as observações e procedimentos é sempre um cuidado indispensável. observar a alimentação e a hidratação. observar seu padrão alimentar e de higiene. observar sinais de intoxicação. . evitar situações que causem ansiedade. no caso de tentativas de suicídio. Diante do paciente deprimido: Respeitar o paciente. manter o paciente sob vigílias (evitando suicídios).57 Intervenções do Técnico de Enfermagem diante de determinados comportamentos Mais importante do que conhecer diagnósticos é saber identificar determinados comportamentos nos pacientes que atende e conseguir lidar com cada um deles individualmente. além de observar a coloração das mucosas e leito ungueal. permanecendo calmo e firme. sono. observar a alimentação. observar o padrão de alimentação e orientar quanto ao tempo e espaço. Diante do paciente antissocial: Manter a calma do paciente. de modo a atender suas necessidades básicas. prestar os primeiros socorros e evitar deixar o paciente sozinho. observar os medicamentos administrados. no caso de uso de drogas e álcool. excreção. Diante do paciente agitado: Devem-se estabelecer limites. conter a violência. Para isso. conter o paciente. Diante do paciente que se acha perseguido: Ganhar a confiança. o técnico de enfermagem deve seguir a prescrição de enfermagem que é realizada pelo enfermeiro a partir dos problemas apresentados pelo paciente e buscar formas de agir de acordo com o comportamento que detectar no momento. sinais de infecção vestuário. fazer menor número de prescrições medicamentosas. de forma mais complicada. oferecer uma abordagem multidisciplinar. Também se pode pensar em todas as ações informativas (como palestras. mais sérios e fechados. tem-se que ter o tempo . Cada pessoa tem uma forma de ser. empresas etc. Uns são mais alegres e expansivos. mas permeia outros setores. como em comunidades. outros. de agir. pensar em prevenção em Saúde Mental é ainda um desafio. Entretanto estas ações devem se dar em torno de melhorar as condições de atendimento com medidas tais como: aumentar o número de unidades ambulatoriais de atendimento. ou ao paciente que acaba de receber a notícia de uma doença grave ou de uma cirurgia mutiladora são exemplos de ações de promoção e prevenção em Saúde Mental. É verdade que a atuação em Saúde Mental não está restrita à Psiquiatria.58 Promoção e prevenção em Saúde Mental Prevenção em Saúde Mental costuma ser um assunto bastante delicado. capacitar melhor os profissionais. como oferecer atendimento adequado à mãe que acaba de dar a luz a um natimorto. As mudanças que se processam nas pessoas no dia-a-dia são resultado das interações e negociações que fazem com outras pessoas e circunstâncias. a fim de que possam. grupos de reflexão) que podem se dar dentro do hospital ou posto de saúde. de estar no mundo. com atitudes e comportamentos previsíveis? Esta é uma pergunta que deve permanecer sempre em na mente ao se pensar em ações de prevenção. seja porque muito se tem a fazer. a fim de que se esteja avaliando os reais objetivos. uns veem o mundo de forma mais simples. Assim. inclusive. Fica assim claro em Saúde Mental são possíveis ações de prevenção e promoção. seja porque. auxiliando assim em outras formas de prevenção e promoção. Isso seria utilizar a Saúde Mental em favor de todo um sistema político-social existente. onde se estabeleçam normas de como deve ser o sujeito mentalmente saudável e se estabeleçam programas com esse fim. ao programar alguma ação. escolas. ajudando-o a excluir os que não estão dentro da norma. outros. mais irresponsáveis. ou fora deles. outros. e oferecer maior facilidade de acesso a quem necessite de ajuda psicoterápica. uns mais responsáveis. Não se pode pensar numa ação preventiva de Saúde Mental compulsória. Atuar em áreas onde a crise está acontecendo. Até onde se está ajudando o indivíduo a evitar um sofrimento mental e até onde se está querendo que todos sejam iguais. com os pacientes. o técnico de enfermagem precisa estar atento para o seu estado interno. como vem se sentindo. seus relacionamentos fora do trabalho.Procurar ser cooperativo . devido à sua atuação.Não desistir com os problemas . pois o mesmo.Ouvir as razões dos outros .59 todo em mente a quem se está favorecendo. pois quando se trabalha com Saúde Mental. isto é. o próprio profissional de saúde passa a ser o mais importante instrumento de trabalho. mas esse processo de prevenção tem como única finalidade apenas auxiliar na detecção. Para evitar o surgimento de transtornos metais. O Técnico de enfermagem e a sua própria Saúde Mental Além de todos os conhecimentos próprios da sua área de atuação. O técnico de enfermagem. tratamento e recuperação dos pacientes que possuem algum transtorno mental. são seres humanos e possuem os mesmos direitos e deveres dos demais.Cuidar de si mesmo . ao contrário do que muitos profissionais de saúde possam pensar. dando a ele um tratamento mais humanizado e digno. o profissional deverá: . como anda sua relação com os colegas de trabalho.Reconhecer seus limites . Um dos principais causadores de transtornos mentais nos profissionais de saúde é o estresse. está sujeito a uma carga emocional desgastante. 2. Como o Técnico de Enfermagem deve agir para evitar o surgimento de transtorno mental? Material complementar Para complementar os estudos acesse os links abaixo para saber mais sobre ações de enfermagem no setor de saúde mental Vídeo Ações de enfermagem no setor de saúde mental: http://www.60 Exercícios – Capítulo 7 1. Conceitue relação terapêutica.com/watch?v=UyjEEV3go08 . Quais as técnicas utilizadas pra estabelecer uma melhor comunicação verbal com o paciente com transtorno mental? 3. Como o Técnico de Enfermagem deve agir: a) diante do paciente ansioso b) diante do paciente deprimido c) diante do paciente agitado d) diante do paciente antissocial 4.youtube. Com este tipo de paciente geralmente tem problemas de deambulação. os mesmos devem ser orientados ao local e uso correto do sanitário. Ajudar na higiene do paciente pode ser uma oportunidade que a enfermagem dispõe para estabelecer um relacionamento positivo. representam ainda aspectos afetivos e emocionais que não . porque além de satisfazerem as necessidades físicas. de cuidados físicos e psicológicos sempre voltados para o atendimento das necessidades fisiológicas. e no momento em que apresentar sinais de melhora. para estimular o lado sadio. porque na prática observa-se sua preocupação. não esquecendo de enfatizar a importância para a aparência. dentre todas as necessidades humanas. amor. c) vestuário: é fundamental que o paciente seja sempre mantido com roupas limpas e adequadas. Daí a importância da atuação da enfermagem no atendimento ao paciente como um todo. A enfermagem deve estimular a independência ajudando apenas o indispensável e preservando sempre a intimidade do paciente. b) cabelos e barba: orientar quanto a necessidade de manter os cabelos limpos e a barba sempre feita. se necessário. além de contribuir para descoberta de novos dados que muito irão auxiliar no tratamento.61 Capítulo 8: Assistência de Enfermagem em Saúde Mental A equipe de enfermagem psiquiátrica deve entender que o doente mental necessita de assistência integral. pois todas as ações são consideradas valiosas para o tratamento do doente. ou seja. demonstrando dessa forma a gravidade do estado em que se encontra. segurança. e) alimentação: a fome e a sede. pois muitas vezes ele é descuidado em relação a seus hábitos higiênicos e aparência pessoal. notificá-las. são consideradas as de maior importância para o ser humano. deve haver um reforço. é que se faz necessário a descrição detalhada de cada um desses cuidados: a) banho: o paciente deve ser orientado quanto à importância para a saúde e bem-estar. além de evitar pedículos. principalmente aqueles que se encontram mentalmente mais afetados. proteção. Baseado nisso. para que o paciente possa readquirir a auto-estima e o interesse pela vida. A enfermagem psiquiátrica deve ser consciente do seu papel com terapeuta. estima e autorrealização. d) eliminações: devem ser observadas todas as eliminações fisiológicas e. principalmente com relação a nudez. i) Estimule sempre a independência. Sugestões para assistência de Enfermagem em Saúde Mental a) Lembre-se de que os pacientes são seres humanos e os trate como tal. deve ser comunicado ao médico assistente. Não faça promessas que não pode cumprir. g) Atenda a todos os pacientes sem individualidades e diferença. . se necessário. Se o paciente continuar recusando a alimentação. alucinações olfativas e gustativas. pois as refeições no hospital psiquiátrico ajudam ainda a manter ou readquirir hábitos e costumes já esquecidos pelo paciente. depressão. f) Procure sempre ser um referencial sadio para o paciente. para isso a aparência. Por essa razão a enfermagem deve procurar descobrir a causa da anorexia e estimular o paciente a comer e. b) Ao orientar o paciente expresse-se com clareza e de acordo com sua capacidade de compreensão. A presença de alguém da enfermagem durante as refeições do paciente serve para observar a aceitação e ajudar os que não se encontram em condições de alimentarse sozinhos. verificando aqueles que tem condições de cuidar de si principalmente no que diz respeito a higiene corporal. d) Lembre sempre que este tipo de paciente está acometido por uma doença considerada por ele como estranha é sobre a qual tem pouco ou nenhum controle. catatonia. h) Não discuta com os pacientes assuntos de sua vida particular. c) Conquiste o confiança do paciente sendo sincero. ser um pouco enérgico. e) Respeite o paciente e se comporte de maneira a ser respeitado. A recusa da alimentação para estes pacientes pode ser de origem física mas geralmente é de fundo psíquico e são observados naqueles que apresentam idéias delirantes. dar atenção até mesmo aqueles que não necessitem de cuidados especiais. às vezes forçando as primeiras colheradas. a postura e controle emocional são importantes. agitação psicomotora e nos pacientes neuróticos em crise. j) Nunca deixe transparecer sentimentos de repugnância e hostilidade.62 devem ser esquecidos pela enfermagem psiquiátrica. formas que muitos utilizam para chamar a atenção sobre si. é importante evitar o excesso de cuidados para incentivar o desejo de chamar atenção e orientá-los a participar com frequência de atividades e buscar sempre a companhia dos demais pacientes. respeitando o paciente e tentando conscientizá-lo do seu transtorno mental. por isso o relacionamento da enfermagem com este tipo de paciente se torna difícil em virtude da sintomatologia apresentada. Daí a necessidade da enfermagem desenvolver habilidades para que a assistência de enfermagem seja eficiente para ajudá-lo a sair da crise e contribuir efetivamente com o tratamento. A enfermagem deve agir de forma natural. participação em atividades de acordo com suas possibilidades e convivência com os outros pacientes. Os cuidados de enfermagem também dizem respeito ao tratamento dos sinais e sintomas mais graves manifestados nas neuroses. oferecendo bastante líquidos e. subterfúgios utilizados pelo paciente para chamar atenção em consequência de sua .63 Assistência de enfermagem nos transtornos afetivos Os pacientes com transtorno afetivo são considerados pessoas normais. Em caso de impregnação medicamentosa. geralmente são mais dependentes precisando sempre de atenção especial e que seja trabalhado com frequência seu lado sadio. incentive-o sempre que possível ao tratamento ambulatórial e estimule os cuidados com a higiene e a aparência. Aprenda a ser ouvinte e demonstre interesse quando estiver conversando com ele. para que ele possa confiar no tratamento e nas pessoas que estão realizando esse tratamento. antes porém. ajudá-lo na realização das necessidades básicas. manter o paciente sob vigília. Deve-se tentar conseguir ganhar a confiança do paciente. se apresentar restrição de movimentos. auxiliar em suas necessidades básicas (caso o mesmo não consiga sozinho) e dar atenção para o paciente. pois ajuda a melhorar os sintomas manifestados nas neuroses. deve ser verificado os sinais reais de impregnação. deve ser comunicado ao médico para um atendimento de urgência. no entanto estão realmente doentes. O pessoal de enfermagem deve estar sempre alerta para todas as reações e tentar interpretá-las a fim de ajudá-los corretamente. rigidez musculasr. estimulando-se os cuidados com a aparência. Assistência de enfermagem nas psicoses Os pacientes acometidos por essas doenças necessitam de um empenho maior por parte da enfermagem em virtude de sua desorganização interior ser mais acentuada do que nos neuróticos. porque muitas vezes são simulações. 64 carência afetiva. . Não deixar o paciente sozinho. já que esta é a forma encontrada para exprimir seus sofrimentos. Não deixar objetos considerados perigosos ao alcance do paciente. jamais ridicularizá-lo. Não revidar a ameaça com promessa de agressão. comentários desfavoráveis. mantê-lo sob vigília constante. Caso ameace alguém. . . A enfermagem deve: Manter vigilância constante. por isso a equipe de enfermagem deve estar atenta e ter alguns cuidados caso o paciente deixe transparecer tendências e sejam confirmadas. Não deixar que o paciente tenha acesso a medicação. pois durante esta fase da doença é real e deve ser respeitado. essa pessoa deve ser informada para prevenir-se. palavras pornofónicas e irónicas.Pacientes Agressivos Doentes mentais podem manifestar este sentimento através de expressões sarcásticas. terapeutas ou os própriios colegas. diminuir os sintomas manifestados em certas psicoses. por isso quando a equipe de enfermagem se comunicar com o paciente que apresenta delírios e/ou alucinações não deve recriminá-lo e nem dar a entender que ele está mentindo. caso seja necessário. Fazer contenção no leito.Delírios e Alucinações São características marcantes das psicoses principalmente nas esquizofrenias. Manter vigilância discreta. a fim de aliviar sua ansiedade ou tensão e demonstrando assim uma forma de carinho e atenção. A agressividade pode também ser transferida para o ambiente através de atitudes destruidores contra objetos. sendo preciso lançar mão de placebos ou uma conversa demorada com o paciente. auxiliar o paciente nas suas necessidades básicas (alimentação. higiene. a enfermagem deve ainda tentar corrigir os dados da realidade. comunique ao seu médico assistente ou ao plantonista. Perante um paciente psicótico. A equipe de enfermagem deve tomar as seguintes atitudes: Não discutir com o paciente.Paciente com Tendências Suicidas Existem inúmeros pacientes psiquiátricos com tendências ao suicídio. orientando quanto ao tempo e espaço. . respeitar o paciente. repouso) e conter o paciente em caso de agitação psicomotora. Cite algumas sugestões para a assistência de enfermagem em saúde mental. Relate como deve ser a assistência de Enfermagem nas psicoses.65 Exercícios – Capítulo 8 1. Caracterize os cuidados realizados ao paciente com transtorno mental.com/watch?v=iAA3P0tYDBg . 3.youtube. 2. Como de ser a assistência de Enfermagem nos transtornos afetivos? 4. 5. Caracterize a assistência de Enfermagem: a) ao paciente com tendências suicidas b) a pacientes agressivos c) a pacientes com delírios e alucinações Material complementar Para complementar os estudos acesse o link abaixo para saber mais sobre ações de enfermagem no setor de saúde mental Vídeo O cuidado de Enfermagem em Saúde Mental: http://www. E. Rio de Janeiro: Fiocruz. 9.66 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARROS. n. 4. 9. A Enfermagem na Saúde Mental. B. Curso didático de enfermagem. 2006. A. (Org. A.). Reforma psiquiátrica e política de saúde mental no Brasil. 2010. SOUSA. 2. Ministério da Saúde. Goiânia: AB. SILVA. 80-94. 36. E. C. P. TOWNSEND. Psiquiatria para Enfermagem. 2006. Porto Alegre: Artmed. Rev Esc Enferm USP. LIMA. 2001. rev. STEFANELLI. p. São Paulo. Documento apresentado à Conferência Regional de Reforma dos Serviços de Saúde Mental: 15 anos depois de Caracas. VIEIRA. T. M. 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