Apostila Protese Total

April 2, 2018 | Author: Alinny Ronay | Category: Prosthesis, Dentistry, Tooth, Bone, Mouth


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PRÓTESE TOTAL MUCOSUPORTADA RESUMO DE AULAS TEÓRICAS E COMENTÁRIOSHENRIQUE CERVEIRA NETTO Doutor em Prótese pela Faculdade Odontologia do Campus de São José dos Campos - UNESP. Prof. Titular de Prótese Dentária da Faculdade de Odontologia da Universidade Metropolitana de Santos – UNIMES. Prof. Coordenador do Curso de Especialização em Prótese Dentária da Faculdade de Odontologia da UNIMES. 1999 Prefácio da 1ª ed. CADERNOS DE PRÓTESE TOTAL Rev. XXV de Janeiro, C.A.XXV de Janeiro da F.O.U.S.P., v.30 (número especial), p. 29-44, Julho 1971. Rev. XXV de Janeiro, C.A.XXV de Janeiro da F.O.U.S.P., v.30 (número especial), p. 29-64, Outubro 1971. O presente trabalho têm por finalidade orientar o estudo teórico das Próteses Totais Mucosuportadas. Não se trata de um trabalho completo sobre o assunto, nem dispensa o estudo mais profundo nos livros didáticos. Queremos deixar bem claro que nossa intenção foi compilar um roteiro didático que oriente, cronologicamente, os diversos pontos de interesse no estudo da matéria. 2 C APÍTULO I Exame da boca em Prótese Total Anatomia do desdentado A mucosa e o tecido ósseo Tecidos móveis e imóveis Meios de retenção das Próteses Totais Muco Suportadas Pressão atmosférica, adesão, gravidade e tensão superficial Introdução ao estudo: "Devemos ter sempre em mente que o campo sobre o qual apoiamos nossos aparelhos protéticos, não é estável ou fixo, porém sujeito a contínuas alterações, no espaço e no tempo." ALDROVANDI, C. (1960) Conceito e finalidades "A prótese de dentaduras é o ramo da Prótese Dental que se propõe a restaurar de maneira total o paciente desprovido de dentes". Dentro deste conceito devemos encontrar os seguintes pontos que perfariam as finalidades da prótese: 1- restaurar a função mastigatória 2- restaurar as medidas e contornos da face segundo a estética 3- corrigir os defeitos da fonética devido à perda dos dentes 4- restaurar não produzindo lesões ao paciente Notamos que esse conceito é fundamentalmente biológico pois é essencial que nossos aparelhos, ao restaurar algumas funções, não prejudiquem outras. EXAME DA BOCA PARA PRÓTESE TOTAL O exame da boca reveste-se de grande importância ao levarmos em consideração que dele poderemos partir como base de diagnóstico e o que é mais importante, para o prognóstico do caso. Podemos dividir o exame propriamente dito em: Exame: - VISUAL - TÁCTIL - RADIOGRÁFICO - DOS MODELOS DE ESTUDO 3 Em realidade, as diversas fases do exame se completam: assim é que visualizamos certas estruturas, palpamos os tecidos, radiografamos as partes ósseas e por fim, compomos, nos modelos, a realização prática do caso. Dentro desse critério estudaremos os elementos de inspeção: 1- Idade e estado físico do paciente Como veremos adiante, tanto a idade como o estado físico do paciente são indicações de grande valia para um correto diagnóstico, pois devemos levar em consideração as possibilidades de reação do organismo frente ao estímulo causado pela prótese. Assim sendo, idade avançada quando associada a um excelente estado físico é uma indicação para o uso de próteses, ao passo que senilidade, por si só, já é uma contra-indicação. 2- Anamnese: passado médico odontológico Estados mórbidos. A ANAMNESE consiste no levantamento médico/odontológico do paciente. Consideramos de suma importância o conhecimento do perfil psíquico do paciente e a sua MOTIVAÇÃO MOTIVAÇÃO: a motivação do paciente será um índice da cooperação que poderemos esperar de sua parte, bem como daquilo que ele espera de nosso trabalho. Costuma-se classificar as diversas motivações como sendo por: - familiares e amigos; - estética; - dor; - saúde; sendo a estética e a dor as principais motivações da grande maioria dos pacientes. "A construção de dentaduras se inicia no momento em que o paciente se apresenta. O protesista imediatamente, estima ou classifica por análise criteriosa, o tipo, caracter e atitude mental do indivíduo". PATERSON (1923) 3- Radiografias (exame radiográfico) "Todo maxilar desdentado é clinicamente suspeito". ALDOVANDI, C. 1960 Esta frase sintetiza a necessidade do exame radiográfico como meio auxiliar, não apenas de diagnóstico, mas também, quanto à responsabilidade que o protesista assume, ao iniciar o seu trabalho. d) bridas cicatriciais: quando muito volumosas e extensas necessitam remoção cirúrgica.cistos residuais. Oclusal . das possibilidades do nosso aparelho. f ) grandes reabsorções. 5. necessitando cirurgia reparadora. . ♦ .Rebordos alveolares: volume e forma a) assimetria de forma: quando muito pronunciada. b) espículas ósseas não reabsorvidas: podem indicar avulsões recentes. exames histopatológicos com o fito de determinar as causas dessa reabsorção. detalhes que podem não ser bem visualizados no exame local e necessitam novo exame.raízes residuais.visualização de pequena área suspeita (p. mucos flácida: quando acompanhada de hipertrofia indica remoção cirúrgica e em alguns casos. g) diferenças de densidade da estrutura óssea devidas à reabsorção: necessitam um exame local com auxílio de RX e em certos casos. no plano horizontal. Tipos de radiografia: Periapical . o "aprofundamento de sulco" cirúrgico. espessura e regularidade dos rebordos: delimitação prévia da área a ser recoberta pela futura prótese. procurando melhor distribuição de esforços. . h) excessiva espessura na região anterior. c) áreas de grande reabsorção: verificamos pela anamnese se são devidas a causas locais ou resultantes de tratamentos anteriores. explicação ao paciente. ♦ . exige o uso de critério na montagem dos dentes.visualização da área basal. 4.estado da reabsorção óssea.Modelos de estudo Exame mais acurado da altura.focos de osteite. i) diferenças de reabsorção no maxilar e na mandíbula: pela anamnese verifica-se o histórico do uso de prótese mono-maxilar ou outro tipo de aparelho removível. incluindo articulações e seios maxilares. deve ser levada em conta na montagem dos dentes pois pode comprometer a estabilidade do aparelho.instrumentos fraturados.4 Através das radiografias verificaremos: . ausência de espaço para montagem dos dentes: remoção cirúrgica com osteoplastia. ♦ . e) avulsões muito espaçadas: rebordo irregular. Panorâmica .disposição dos foramens em relação à crista óssea residual. . . -dentes inclusos. etc.: localização de raiz).ex.trabeculado ósseo: sua disposição e sua orientação.visualização de todo o terço inferior do crânio. em relação aos rebordos e na altura das tuberosidades. "Como alguém pode esperar.. As possibilidades encontradas nesse exame são: a) projeção da mandíbula em relação à maxila: dificuldade na montagem dos dentes (dentes anteriores montados topo a topo). MONSON. As causas mais freqüentes de falhas das P. Sensibilidade exagerada ao toque.Falha no estabelecimento da OC. c) espaço normal. indica-se regularização cirúrgica das tuberosidades.5 6.Pouco cuidado na tomada das impressões. náuseas. o paciente fechando a boca. entre maxilar e mandíbula. no sentido ântero-posterior. . Método de Turner para verificação do espaço inter-maxilar: os dedos indicadores apoiados ao longo dos rebordos. Deve ser informado ao paciente para que. sem o profundo conhecimento da anatomia.Totais são: 1. 7.Sensibilidade bucal Devida à presença de exteroceptores na fibromucosa.S.Estudo prévio insuficiente e/ou mau preparo da boca. preparar seu paciente psicologicamente e acompanha-lo durante o período de sua volta à normalidade. (1922) 9.Relação inter-maxilar É a relação mútua. geralmente restrita à porção mais posterior do palato e base da língua. b) contato das tuberosidades: geralmente devido a hipertrofias ósseas das tuberosidades. seja durante o tratamento. 3.Comprometimento psíquico. c) local para DIAGNÓSTICO. Indica-se o uso de anestésico tópico para moldagem. antes da confecção das próteses. PROGNÓSTICO e CONTROLE posterior. b) esquema de PENDLETON com descrição das áreas. ele saiba das limitações inerentes ao aparelho. 8. responsáveis pelo limiar de sensibilidade local. G. 4. d) local para anotações de controle. 2. fisiologia e patologia envolvidas?". Deve conter: a) local para registro dos dados obtidos no exame. seja para controles posteriores.Prognóstico Baseia-se na coleta desses dados. teremos a longitude somada das coroas dentais.Ficha clínica Importante para anotação dos dados e seguimento do caso. 7.inserção do músculo Bucinador .Lábios . ROWE.torus maxilar .papila incisiva .língua .freio labial: músculo Quadrado do mento o músculo Orbicular dos lábios .inserção de fibras profundas do músculo temporal . (1935) Faremos. 6.foramen nasopalatino (emergência do nervo nasopalatino) .zona glandular (não deve ser recoberta) .Abóbada palatina .Falha na delimitação das bordas.buracos palatinos (emergência de nervos) .Pressões desequilibradas quando da tomada dos registros.Arcos alveolares . Geniohioideo.T.Nível oclusal incorreto.Estética pobre.Fossa Pterigomaxilar .freio lingual: músculo Genioglosso .linha oblíqua externa: inserção do músculo Bucinador e do músculo Masseter . ANATOMIA DO DESDENTADO TOTAL: .Vestíbulo .Tuberosidades .foveas palatinas .Falhas no ajuste oclusal e desgastes.PALATO DURO (limites): . 8.6 5. para termos em mente aquelas estruturas que influem na confecção e manutenção dos aparelhos protéticos.buracos mentonianos (emergência de nervos) .rugosidades palatinas .Bochechas . Pterigohideo .músculo Constritor Superior da faringe .Milohioideo.linha oblíqua interna: inserção dos músculos . agora uma recapitulação da Anatomia.PALATO MOLE: .Ligamento Pterigomaxilar Na mandíbula encontraremos: . 9. A.rafe palatina .Freio labial: músculo Orbicular dos lábios .papila (trígono) retromolar .Inserção do músculo Bucinador . afetam as posições das bases das próteses e portanto a OCLUSÃO.7 A MUCOSA E O TECIDO ÓSSEO Composição da fibromucosa: Apresenta-se como uma camada de epitélio escamoso estratificado repousando sobre outra camada. Está intimamente liga à tonicidade. As propriedades da fibromucosa que têm interesse protético são: Tonicidade: sua textura ao toque. William D. calor. Este por sua vez divide-se histologicamente em camada papilar e camada reticular.Pros. a inflamação pode ser totalmente eliminada. frio e aos estímulos internos como a quantidade de fluidos que contem nutrientes. J. afetada pelo continente líquido do tecido. sais e pressão sangüínea. por razões de sua função.conteúdo histamínico). sua resistência aos deslocamentos. Conclusões: 1. a incidência de inflamação.18(6):515-27. Resiliência: propriedade de devolução de esforços.. mais do que qualquer outro fator. As alterações que ocorrem.A adaptação da prótese tem a maior importância na condição da mucosa de revestimento. LOVE. que a fibromucosa pode e é realmente. Esta é constituída por um retículo de fibras elásticas frouxas e vasos. Epitélio e Túnica constituem a MUCOSA que se apoia na SUB-MUCOSA. 1967 Avaliação de 522 pacientes portadores de próteses. et al.Dent. apresenta-se recoberto por uma camada córnea de células estratificadas nas regiões do palato duro e gengivas. Pode sofrer alterações com o estado físico do paciente e/ou devidas a hiperplasias localizadas (edema . Os tecidos moles respondem rapidamente aos estímulos externos como pressão. . The Etiology of Mucosal Inflammation Associated with Dentures. Capacidade da fibromucosa de voltar ao seu estado primitivo após ter sofrido deformação devida a uma carga localizada. drasticamente. 2. Verificamos. deste rápido apanhado. a túnica própria. Se combinada com a estimulação dos tecidos com uma escova macia.A remoção das próteses a noite reduz. tanto em tecidos moles como em tecido ósseo de suporte. O EPITÉLIO. bem como por alterações endócrinas do paciente. diretamente." * In Aldrovandi. vestibular. a reabsorção óssea alveolar. Os Tecidos moles variam de espessura. resiliência e na sua tolerância à pressão. Assim sendo.Inflamação severa e hiperplasia papilar. com a finalidade de adaptação às novas condições do sistema. são relativamente menores na mandíbula do que na maxila. LEI DE LERICHE POLICARDE "A compressão dos tecidos determina uma hiperatividade circulatória.8 3. 1977 O TECIDO ÓSSEO Base profunda de sustentação das próteses. Mac Millan. com a conseqüente mobilização do cálcio. em determinados pontos do osso. sofrendo um rearranjo estrutural devido a perda dos dentes. em seus estudos. estando em contínua e constante adaptação e modificação de ocorro com os estímulos a que são submetidos. bem como as modificações nos rebordos alveolares quando dessas alterações. as custas da tábua óssea . C. CONCEITO DE REABSORÇÃO Seria a eliminação dos componentes inorgânicos do osso pela circulação sangüínea e linfática. (1960) Na MAXILA a reabsorção dá-se. acompanhada de rarefação óssea. Segundo Mc Call e Stilman o osso alveolar existe apenas como o elemento de fixação para os dentes. Dentre as alterações que o tecido ósseo pode sofrer.A idade é um fator importante na etiologia da inflamação. O grupo MAIS JOVEM é o mais sujeito à inflamação devido ao alto potencial de resposta aos estímulos.Há necessidade de maior ênfase na educação dos pacientes quando da instalação de próteses. interessam-nos as alterações que esse tecido pode sofrer. persistindo uma forma delgada. ORTMAN. interessa-nos. quanto para a sua prevenção. 5.A etiologia da inflamação é complexa e necessita de mais estudos. 4. predominantemente. 6. tanto para um tratamento efetivo. a perda dos dentes eqüivaleria ao desaparecimento desse osso por falta de função. demonstra que o osso alveolar comporta-se como qualquer osso do organismo. Essa reabsorção é progressiva. Em nosso caso o catabolismo envolveria uma perda de cálcio dos ossos com sua conseqüente reabsorção. Notamos que quando o equilíbrio é rompido torna-se cada vez mais difícil para o organismo repor. c) Causas mecânicas . Declínio: dos 45 anos em diante: quando sua capacidade de reposição começa a diminuir. havendo uma diminuição mais dramática na ALTURA. o processo alveolar torna-se mais arredondado e sua crista menos pronunciada. as estruturas ósseas que vão sendo perdidas. b) Perda de função Com a perda dos dentes e conseqüente perda de função do osso alveolar. Portanto. O último estágio da reabsorção óssea da maxila seria uma imagem plana do rebordo superior e em casos extremos. Haveria maior formação e retenção do que eliminação. de maneira cada vez maior. 1. havendo uma diminuição mais dramática na altura do rebordo. Estágio: dos 25 aos 45 anos: quando o organismo entraria em equilíbrio. com a mesma intensidade. Na mandíbula essa reabsorção dá-se às custas tanto da vertente vestibular como da lingual. mas com menor capacidade de neoformação. persistindo uma forma delgada. Essa situação confere ao paciente um perfil característico conhecido como "perfil de polichinelo". a reabsorção envolve tanto a vertente vestibular quanto a lingual. há reabsorção dos rebordos alveolares. Há uma diminuição em LARGURA que acompanha a diminuição em altura. Na maxila a reabsorção dá-se. Na MANDÍBULA. às custas da tábua óssea (vertente) vestibular.9 A crista do rebordo residual como que caminha para cima e para o centro. rompendo-se o equilíbrio anabolismo/catabolismo. seu anabolismo ultrapassa de muito seu catabolismo. do rebordo residual. (geralmente ligados ao uso de prótese mal adaptada) a projeção do septo nasal (cartilaginoso) na altura do rebordo alveolar anterior. relacionados ao seu metabolismo: Ascensão: do nascimento até ao redor de 25 anos: é a fase do organismo em desenvolvimento. conseguindo suprir perfeitamente as suas necessidades de reposição. Causas de reabsorção: a) senilidade b) perda de função c) causas mecânicas d) estados patológicos: gerais e locais a) Senilidade Consideramos três estágios na vida dos indivíduos. principalmente. . acompanhada de uma rarefação óssea".R. esse autor. pode gerar insuficiência circulatória que acelera a reabsorção. Grohs (In Aldrovandi. dependendo do estímulo a que são submetidos". V. "A compressão dos tecidos determina uma hiperatividade circulatória em determinados pontos do osso. Já Key estabelece uma diferença entre ATROFIA. Acredita. Segundo Key a atrofia é devida ao desuso. que afetaria partes de um mesmo osso. originário de duas fontes: . distúrbios neurotróficos ou atividade celular. Mc Millan crê que as modificações ao nível dos rebordos alveolares são devidas a estímulos de ordem fisiológica ou a ausência desses estímulos. confirmam os estudos de Page. com a conseqüente mobilização do cálcio. TECIDOS IMÓVEIS o tecido ósseo de suporte. TRAPOZZANO.periósteo . C. Schour e Massler. O osso basal apresenta um complexo suprimento sangüíneo. Um dos fatores dessa pressão é o tipo de oclusão criado pelo dentista". para fins de estudo e análise dividir os tecidos de sustentação em tecidos: MÓVEIS E IMÓVEIS. os objetivos secundários serão a eficiência mastigatória e a estética". TECIDOS MÓVEIS a fibromucosa e tecidos adjacentes. os tecidos moles atrofiam-se ou hipertrofiam-se. que afetaria todo um osso ou ossos e REABSORÇÃO óssea. inflamação ou traumatismo enquanto a reabsorção seria devida à pressão. em estudos sobre os efeitos das glândulas endócrinas no crescimento do esqueleto facial.10 Coletamos as opiniões de alguns autores sobre o assunto: assim é que Clark cita a pressão e a dor provocadas por dentaduras defeituosas como uma das causas principais da reabsorção óssea. o objetivo principal é a preservação dos rebordos alveolares. ORTMAN (1977) d) Estados patológicos Page considera a reabsorção como sendo devida a influências orgânicas de ordem geral ligadas a insuficiência do estímulo local. [1960]): "O osso se reabsorve em pontos de excessiva pressão. que pode haver diminuição do processo pela correção de insuficiências endócrinas e o uso de uma dieta balanceada. (1959) Podemos. "Na construção de próteses totais.sistema interno arterial "A pressão excessiva da base da dentadura sobre o osso do rebordo residual. Mesmo não levando em consideração o desconforto causado ao paciente. essa força se exercerá. Houve época em que se utilizava a gravidade como um auxiliar para a retenção de próteses mandibulares. Para melhor compreendermos a adesão devemos estudar outra força inter-molecular que é a COESÃO.11 Essa classificação tem cunho exclusivamente didático pois. rompendo a tensão superficial da saliva. Poderíamos conceituar a coesão como aquela força inter-molecular existente entre as moléculas de um mesmo corpo. Neste item. em forma de adesão tendendo a manter unidas a película de saliva e a fibromucosa. Podemos entender o mecanismo da adesão com um esquema: Há coesão entre as moléculas da fibromucosa. mantendo a adaptação dos tecidos circunjacentes às bordas da prótese. como vimos. força essa que mantém a unidade da substância como um corpo. inconscientemente. Vamos nos valer de meios FÍSICOS de retenção: a) Gravidade: força que age de maneira positiva para a mandíbula e negativa para a maxila. quais as forças envolvidas nessa retenção e como poderemos tirar melhor partido deste ou daquele meio de retenção. nem a fibromucosa é um tecido eminentemente móvel nem o osso é absolutamente estável em suas dimensões. se . Feito este apanhado preliminar podemos passar ao estudo dos: MEIOS DE RETENÇÃO DAS PRÓTESES TOTAIS MUCOSUPORTADAS RETENÇÃO é a capacidade da prótese de resistir às forças extrusivas que tendem a desloca-la de sua posição. Como fator de retenção poderemos citar: a atividade muscular exercida. esta sempre acompanha o aumento de pressão. Como já vimos ao estudarmos as causas de reabsorção óssea. Se tivermos um íntimo contato entre a saliva e a fibromucosa. o simples conhecimento das leis de reabsorção já contra-indica o uso da gravidade como fator auxiliar na retenção de dentaduras. As forças de coesão é que são responsáveis pela TENSÃO SUPERFICIAL nos líquidos. coesão entre as moléculas da saliva. estudaremos o que mantém as próteses mucosuportadas em posição. notadamente quando esta pressão faz-se de maneira irregular e arbitrária. b) Adesão: podemos conceituar a adesão como a força de atração inter-molecular existente entre as moléculas da superfície de um determinado corpo e as moléculas superficiais de outro. quando em íntimo contato. É evidente que não poderemos contar com esta capacidade do paciente ao confeccionarmos próteses e sim devemos criar as condições necessárias para que isso ocorra. pelo próprio paciente. Por outro lado temos coesão entre as pérolas de resina da base da dentadura. aumentando o peso das dentaduras mandibulares. coesão entre as moléculas da saliva. como um corpo único. as forças de tensão superficial da saliva exercerão adesão sobre a resina da base da dentadura. c) Pressão atmosférica: É do conhecimento geral que se retirarmos o ar contido entre dois hemisférios em contato será dificílima a sua separação. Podemos visualizar esse fenômeno quando unimos duas placas de vidro com água interposta. A adesão é proporcional . procurando o ajuste perfeito entre a base e a fibromucosa. É o que denominamos "adesão por contato". se tivermos um intimo contato entre a base da dentadura e a fibromucosa de maneira que reste apenas um filme de saliva interposto. quando da construção de nossos aparelhos protéticos. Princípios Biomecânicos das Próteses Totais: 1. realmente. Isso se dá devido à pressão exercida pela atmosfera. STANITZ estudou esse aspecto da retenção elaborando a fórmula: F= 2A x C/E F = força de retenção A = área de contato C = coeficiente de tensão superficial E = espessura do líquido Verifica-se que a força de retenção é diretamente proporcional a 2x a área recoberta e ao coeficiente de tensão superficial da saliva. Dessa forma mantemos a integridade da película líquida que. A pressão negativa no interior da prótese.12 mantivermos um intimo contato entre as duas. Podemos nos utilizar dessa força auxiliar e realmente o fazemos. Adesão: a adesão depende do contato intimo entre as superfícies da fibromucosa e da base da dentadura. suporte 4. que reduza a película líquida a um filme e o “selamento periférico” das bordas da prótese com o fito de impedir a permanência ou a entrada de bolhas de ar entre a base da dentadura e a fibromucosa. selamento periférico 5. pressão atmosférica 3. foi utilizada nos primórdios das próteses totais. uma vez que a pressão negativa sobre a fibromucosa de revestimento. adesão 2. garante a retenção. Esse recurso é totalmente contra-indicado. rompendo a tensão superficial da película de saliva. biomecânica (fisiologia) dos músculos mastigatórios 1. indiretamente proporcional à espessura da película líquida interposta. que faria com que a pressão externa agisse de maneira efetiva na retenção. quanto menor for a película de líquido mais difícil será a separação das placas. com o auxílio das chamadas “câmaras de vácuo” ou “câmaras de sucção”. Seguindo esse raciocínio. gera a hiperplasia dessa fibromucosa com alterações patológicas bem conhecidas atualmente. as forças de tensão de saliva agirão tanto sobre a base da dentadura como sobre a fibromucosa mantendo-as em contato e impedindo sua separação. Selamento periférico: representado pela adaptação das bordas da dentadura aos tecidos moles e de suporte. Resumindo: "A base da dentadura deve recobrir tanta superfície de suporte e tecidos circunvizinhos quanto possível. O selamento periférico é devido à adaptação das bordas da dentadura aos tecidos circunvizinhos. sem interferir com os movimentos dos músculos e bridas susceptíveis de deslocar o aparelho protético de sua posição ou causar injúrias ao paciente" . fundo de saco gêngivo-bucal.13 às superfícies de contato. na região do sulco gêngivo-labial. Suporte: representado pelas estruturas sobre as quais se assenta o aparelho protético. 4. limite palato duro/mole e fornix. Essas estruturas receberão os esforços decorrentes da mastigação. Pressão atmosférica: atualmente não se indicam recursos protéticos que utilizem a pressão atmosférica como elemento de retenção. quanto maior for a área de contato maior será a adesão. 2. 3. sendo que. também. a que maiores alterações sofre com o correr do tempo. baseando-nos em conhecimentos já adquiridos anteriormente. Dessa maneira. Essa região. . alívio e borda posterior . recebendo o maior esforço durante a mastigação é. zona de selamento posterior (post-daming ou dicagem posterior) 5. aquelas áreas da mandíbula e da maxila que serão recobertas pela base da dentadura. LIMITES GERAIS DA ÁREA BASAL DA MAXILA Rebordo alveolar em toda a sua extensão (de tuberosidade a tuberosidade).zonas de suporte. zona secundária de suporte 3. estabelecemos os: Visto o que pretendemos quando falamos em área chapeável. Ela compreende o rebordo alveolar em toda a sua extensão incluindo as tuberosidades.limites gerais da área chapeável da maxila . agora.zonas de suporte.limites gerais da área chapeável da mandíbula . Notamos intensas reabsorções ósseas . Devemos essa divisão a Pendleton: 1. selamento periférico. podemos. Levando em consideração que cada paciente é um caso diferente. mas somos obrigados a nos guiar por uma série de princípios biomecânicos e fisiológicos que nos orientarão no reconhecimento e delimitação dessa área. selamento periférico. não podemos estabelecer medidas rígidas.músculos que influem na estabilidade da prótese total músculos paraprotéticos Introdução: Denominamos área chapeável ou área basal. Paredes vestibulares do rebordo alveolar até o sulco gêngivo-labial e geniano Abóbada palatina em toda a sua extensão até sua borda posterior. estabelecer os limites gerais que nos orientarão no desenho e confecção da base de nossas próteses. zona de selamento periférico 4. podemos dividi-las em zonas. Zona principal de suporte: é a zona de maxila que irá receber o maior esforço durante a mastigação. limite palato duro/palato mole • Contorno das inserções musculares e bridas vestibulares • • • Dentro desses limites e conforme a magnitude do esforço recebido pelo tecido de suporte nessas regiões. zona de alívio 1.14 C APÍTULO II. alívio e borda posterior . zona principal de suporte 2. 2. Sendo o osso dessa região um osso compacto. 4. Seriam para a maxila: * Torus palatino: pois pode funcionar como um fulcro central deslocando a prótese de sua posição e rompendo o selamento periférico. principalmente se não foram obedecidos os princípios biomecânicos que regem a confecção das próteses totais mucosuportadas. a sua reabsorção é muito mais lenta propiciando uma sobrevida maior a prótese maxilar. Dobra vestibular do músculo Bucinador. Determina-se. Está perfeitamente indicado o alívio da região. havendo uma corrente de protesistas que contesta a validade do alívio. Podemos situá-la em uma linha que ligue as tuberosidades passando ao nível das foveas palatinas. Pendleton divide a mandíbula em 5 zonas: . 4. apresenta-se como uma zona de transição ou zona marginal neutra. 2. 3. devido a intensas reabsorções ósseas podem se encontrar situados na altura da crista do rebordo alveolar e. Sulco gêngivo-labial e geniano. portanto. 5. em zona de máxima pressão o que poderia causar desconforto e dor ao paciente. verificando onde se inicia a área vibrátil correspondente ao palato mole. 3. A esse limite denominamos borda posterior ou região do post-daming. até o limite do palato duro e início do véu do paladar. * Buracos palatinos: pontos de emergência de nervos e vasos que.15 nessa área. LIMITES GERAIS DA ÁREA BASAL DA MANDÍBULA 1. Linha oblíqua externa e seu prolongamento na porção montante até uma altura de aproximadamente 10 mm. Zona secundária de suporte: estende-se por toda a vertente palatina do rebordo alveolar até a rafe mediana. ao vivo. que denominamos sulco gêngivo-labial ou geniano. Indica-se a remoção cirúrgica dessa estrutura óssea. Rebordo alveolar em toda a sua extensão (incluindo as papilas retromolares). Zona de selamento posterior: constituída pela faixa de tecido que se estende desde o fim da abóbada palatina propriamente dita e início do palato mole ou véu do paladar. Limite do assoalho da boca em toda a sua extensão. 5. Como na maxila. por palpação ou fonação. tanto na estabilidade da dentadura maxilar como em sua retenção. Importantíssima área da maxila pois contribui de maneira indiscutível. Zona de selamento periférico: localizada vestibularmente aos rebordos alveolares. De um modo geral consideramos como zona de alívio os pontos onde não desejamos executar pressões. Zona de alívio: sua existência real é discutida. indicando manobras terapêuticas com a finalidade de eliminar estados que consideram como patológicos. Para posterior. Sabemos que esses tecidos são móveis e que suas posições relativas variam em consonância com a tensão exercida por determinados músculos. Porém. quando obtida pela eliminação dos fatores que criam as forças extrusivas. Poderia estar classificada tanto como zona secundária de suporte. . 4. Para efeito didático consideraremos a zona de selamento posterior. Na maioria dos casos procura-se não atingir ou. como o recorte muscular e a oclusão p. * Torus mandibular: limitar o bordo lingual da prótese à altura do torus quando discreto ou remover cirurgicamente o osso.ex. pela sua posição relativa. como as moldagens p. Vemos a necessidade de conhecer quais os músculos que podem interferir com a base da dentadura e como se daria essa interferência. Diz-se da retenção ATIVA. * Porção posterior da linha oblíqua interna: quando esta se apresenta afilada e cortante. Convém notarmos que na mandíbula as zonas secundárias de suporte confundem-se com zona principal de suporte. nessa região. pelo menos. Zona secundária de suporte: seriam as vertentes vestibular e lingual do rebordo alveolar. Zona principal de suporte: constituída pelos rebordos alveolares em toda a sua extensão. Zona de selamento periférico: aqui também há certa coincidência pois.. Diz-se da retenção PASSIVA. é discutida a sua conveniência (como para a maxila) poderíamos citar como zonas de alívio: * Rebordo alveolar terminando em crista fina e alta. quanto como zona principal de suporte. bem como. as suas vertentes vestibular e lingual. 2. 5. Uma das zonas que nos oferece grande possibilidade de apoio. 3. o selamento periférico dá-se tanto às custas de limite gêngivo-labial (na região de fundo de saco gêngivo-labial) como às custas da face do rebordo alveolar vestibular e lingual. na mandíbula. Zona de selamento posterior: segundo alguns autores seria a zona constituída pela área retromolar. que seria aquela situada na região da linha oblíqua externa. como sendo aquela região posterior à papila retromolar. onde há osso compacto.16 1. não apoiar a base da dentadura nessa região. Zona de alívio: da mesma maneira. quando obtida por meio de artifícios de técnica. pela sua função de apoio. com possibilidade de lesões da fibromucosa * Buracos mentonianos: Quando de grandes reabsorções ósseas com localização alta dos foramens mentonianos e possibilidade de compressão dos filetes nervosos que daí emergem. para que possamos usá-los em nosso proveito e não contra nós. englobando o trígono retromolar.ex. Quando nos referimos ao selamento periférico dissemos que procuramos um ajuste o mais próximo possível entre a base da dentadura e os tecidos circunvizinhos. não há limite nítido entre a zona de selamento posterior e a zona de selamento periférico. irregular. A ação desses músculos manifesta-se pelas alterações que sofre o fundo de saco vestibular. que determina até onde pode estender-se a borda da prótese. Suas inserções ou seu trajeto coincidem com os limites da prótese. sob a denominação de músculos paraprotéticos. "É uma linha imaginária. sem alterar a fonação nem provocar traumatismos" (Fournet). b) Canino: este músculo tem sua inserção ao nível da fossa canina estendendo-se até a comissura labial. na mastigação. direta ou indiretamente. relações com a prótese. por palpação. Músculos paraprotéticos da maxila: a) Orbicular dos lábios: insere-se na fossa mirtiforme e estende-se até as comissuras labiais. também. que foi denominada LINHA DE INSERÇÃO (Aprile.Músculos de ação direta . 1. Ação indireta: quando pela sua contração mobilizam outras massas musculares ou teciduais adjacentes que interferem com a base da dentadura. quando em função dinâmica.17 MÚSCULOS QUE INTERFEREM NA ESTABILIDADE DAS DENTADURAS: MÚSCULOS PARAPROTÉTICOS Aprile agrupa. na zona de selamento periférico. . Saizar. ligamentos e freios. mímica. uma série de massas musculares que inserindo-se no maxilar e na mandíbula mantém. Lüders).Músculos de ação indireta Ação direta: quando interferem com a base da dentadura pela sua contração própria. ou estirando os tecidos moles da boca e examinando os pontos de inserção desses músculos. fonação. deglutição. se suas bordas se estenderem até a zona de ação desses músculos. bem como o limite lingual do assoalho da boca durante a dinâmica. tanto superior como inferior. É o responsável pelo movimento de elevação e depressão do sulco vestibular anterior. Podemos reconhecê-los clinicamente. notadamente se pedirmos ao paciente que execute movimentos que envolvam contrações musculares. podem provocar o deslocamento das próteses. sem causar irritações nem perturbar a nutrição dos tecidos.pela sua contração pode interferir com a borda vestibular anterior da prótese. responsável. Para seu estudo poderemos dividir os músculos paraprotéticos em: . para conseguirmos um selamento periférico perfeito. pelo aparecimento dos chamados freios laterais na altura de pré-molares. De acordo com sua posição determina-se uma linha que contorna as inserções musculares. Os músculos paraprotéticos carecem de importância (em relação à prótese) quando em estática porém. O conhecimento detalhado desse músculo é de capital importância quando da delimitação da região distal ou de selamento posterior da dentadura. na região anterior da mandíbula. que deve ser sempre incluída dentro da zona de suporte da prótese inferior. pois nos movimentos de abertura da boca ou quando da dinâmica muscular. sua forma. onde repete a inserção óssea (apresenta-se na forma aproximada de um C). interferindo com o assoalho da boca. e) Genioglosso: sua inserção se dá. sua relação com os rebordos alveolares. tem suas inserções nos rebordos alveolares ao nível dos molares de onde caminha para cima. provoca um abaixamento do fundo de saco vestibular superior e levantamento do sulco vestibular inferior. há uma projeção dos tecidos para diante. Sua estreita intimidade com o assoalho da boca. É de grande importância quando de grandes reabsorções ósseas mandibulares. d) Milohioideo: insere-se na linha oblíqua interna. se esta estiver sobre-estendida. b) Bucinador: insere-se na mandíbula ao nível da linha oblíqua externa na altura de molares. seu volume. pois sua inserção passa a ocupar a vertente lingual do rebordo alveolar. c) Constritor Superior da faringe: tem suas ações principais quando da deglutição e na projeção da língua. sua ação é de capital importância tanto na retenção como na estabilidade da prótese inferior. Quando em contração. f) Língua: embora seja um músculo negligenciado quando do estudo da Prótese Total. Na altura do trígono retromolar há um encontro das fibras do músculo Bucinador com o tendão terminal do músculo Temporal em sua porção mais inferior. Compreende-se que é de suma importância o exame e estudo da língua. sua tonicidade. bem como. 2. Sua ação. para trás e. As suas fibras mais posteriores passam abaixo da papila piriforme estendo-se até o ligamento pterigomandibular ou aponevrose bucinato-faringea. em todas as fases da dinâmica mastigatória. prende-se ao levantamento do assoalho da boca quando da movimentação da língua. a papila piriforme. Forma-se um coxim fibroso. lingual. onde se localiza sua inserção mais posterior. Músculos paraprotéticos da mandíbula a) Quadrado do mento e Triangular dos lábios: inserção na face externa da linha oblíqua externa dirigindo-se para as comissuras labiais e linha mediana respectivamente. Quando do movimento de abertura da boca há a distensão desse ligamento e conseqüentemente deslocamento da borda posterior da prótese. do ponto de vista protético.18 c) Bucinador: músculo paraprotético por excelência. faz com que ambos os elementos tornem-se solidários na manutenção do selamento periférico lingual. ao nível dos molares. Logo atrás da papila piriforme temos a presença do ligamento Pterigomandibular. em pequenas excrescências ósseas denominadas apófises geni. sua liberdade de movimentos. É do conhecimento desses fatores que depende o sucesso ou o insucesso . em todos os atos que envolvam movimento. para baixo até a mandíbula. Verificamos que a papila piriforme é o limite mais posterior da borda da dentadura mandibular. podendo deslocar uma prótese sobre-estendida. Quando em contração exercem pressão sobre o bordo vestibular anterior da dentadura. logo abaixo do freio lingual. Isso é conseguido por intermédio de uma série de manobras a que denominamos MOLDAGENS. Se a base da dentadura for a reprodução. em negativo. "Entre os fatores mais importantes na retenção das dentaduras encontram-se os músculos e suas inserções". Podemos terminar citando G. absolutamente fiel dos tecidos de suporte sua justeza a esses tecidos será perfeita e a retenção será obtida em valores mais que satisfatórios para a nossa finalidade. Wilson: "Nenhum fator tem tanta importância na retenção das dentaduras artificiais. pode ter um prognóstico favorável. Para tanto se faz mister que possamos COPIAR essas estruturas de maneira exata.H. também sua correta utilização assegura a retenção e estabilidade às próteses totais mucosuportadas. como os tecidos moles".19 de uma dentadura mandibular que. Assim como citamos os inconvenientes do aproveitamento deficiente desses elementos. . sob todos os outros aspectos. Por volta de 1857 Charles Stent. Histórico: embora o uso de aparelhos protéticos remonte ao tempo do inicio da sociedade humana.acidentes que podem ocorrer durante as moldagens Introdução ao Estudo das Moldagens. através de medidas que se tomavam. que se deforma espontaneamente e de difícil manuseio. Os irmãos Greene (1900) aperfeiçoam a godiva e aproveitando-se das características desse material introduzem a técnica das moldagens sucessivas. A base do aparelho era esculpida. Assim é que.escolha da moldeira e técnica de moldagem . na antigüidade não se fazia uso de moldagens.moldagem anatômica da maxila . diretamente no paciente. A primeira moldagem de que se tem notícia é atribuída a Pfaff.20 C APÍTULO III . termoplástico. em experiências com o novo material desenvolve a godiva preta. e apresenta uma técnica em que esse material é utilizado como moldeira individual. Fratura-se com facilidade em contato com a saliva e é de difícil separação do modelo em positivo. Em 1844 Duning utiliza gesso como material de moldagem obtendo resultados animadores. a cera. a técnica de trabalho com gesso é bastante desconfortável. pois altera-se ao simples toque. dentista de “Frederico o Grande”. Porém. Os fundamentos dessa técnica são utilizados até os nossos dias. placas. Embora o material apresente boa estabilidade dimensional não permite correções. paulatinamente. 1. Emprega godiva em lâminas diretamente na moldeira individual. bastões. aos tecidos a serem moldados.posição do paciente e do operador . Renato Prado (1933) apresenta sua técnica.conceito de moldagem anatômica . Hupert Hall (1915-1920). embora copie as estruturas. com um compasso. Entre 1919 e 1928 Campbell e Pendleton aperfeiçoam os métodos existentes utilizando os novos materiais: godiva em lâminas. Como sabemos. que empregou cera de abelhas como material de moldagem. é um material instável. Harris Mc Millan e . Fisiologia. aperfeiçoa um material resinoso. procura-se correlacionar a Anatomia. de maior ou menor plasticidade. que seria o precursor da godiva. Baseia-se na necessidade de maior adaptação da moldeira e material de moldagem.moldagem anatômica da mandíbula . dura. A demanda por próteses provocou um crescente interesse na procura de um material que apresentasse estabilidade dimensional associada à capacidade de moldar fielmente. Com o crescente desenvolvimento das pesquisas e técnicas. tanto para o paciente como para o profissional. Biologia e Mecânica.uma definição de moldagem . Podem ser confeccionadas especificamente para um caso. geralmente em resina acrílica ou outro material modelavel. constituídas por um corpo e um cabo.1. são as chamadas moldeiras individuais. até que o material endureça". estudando a anatomia da cavidade oral. Encontradas no comércio em três tamanhos. que não vale nem requer o esforço e o cuidado necessários para executá-la de maneira correta. tornase excessivamente trabalhoso em relação ao resultado obtido. demonstram a possibilidade de aproveitamento de maior área de apoio no maxilar e na mandíbula. o exame da boca nos dará a indicação da moldeira a utilizar. Bowen lança mão de regiões como a linha oblíqua externa. enquanto que as moldeiras para godiva.21 colaboradores. a fossa retromolar e papila piriforme como elementos de retenção e estabilidade para a dentadura mandibular. Há autores que preconizam metal para construção de moldeiras individuais. para levar o material de moldagem aos tecidos bucais e aos dentes e mantê-lo ali. Há novos materiais e. apresentam bacia perfurada. . trabalhos plenamente satisfatórios. Esperamos que. no seu desenho. tornarão sua necessidade restrita a casos esporádicos. com uma numeração que identifica seu tamanho (geralmente apresentadas em 3 tamanhos padrões). que se conseguirá mais. a dentadura ainda é um fator de ordem social e universal. que julgam a prótese de dentaduras como um paliativo ineficaz. Cremos que a pesquisa e os avanços na Odontologia Preventiva. • Existem no mercado. contra eles. Julgamos que é possível dar aos nossos pacientes. em vários tamanhos e proporções. que são médias de medidas padrões dos arcos alveolares. São as chamadas moldeiras de estoque As moldeiras de estoque variam. apresentam a bacia lisa (sem retenções ou perfurações). novas técnicas estão em desenvolvimento. Elementos de moldagem a) Moldeiras: "a moldeira é um recipiente de que nos utilizamos.ou plástico. • a. no futuro. as moldeiras para alginato. de acordo com o tipo de material de moldagem a que se destinam. Porém e infelizmente. O corpo é formado pela base ou bacia e pelas paredes laterais. ou com retenções internas (para reter o material de moldagem). moldeiras de estoque para a maxila: são moldeiras metálicas. nos dias atuais. a “dentadura” seja um problema ultrapassado. porém. Ainda há muito a se aperfeiçoar. 2. Bowen K. Assim sendo. Esta é a síntese do caminho percorrido até agora. Em geral construídas em metal (alumínio ou ligas leves). Não será desmerecendo o que se tem. desde que não nos deixemos influenciar por conceitos negativos. mais ligados a causas de ordem traumática. nem lesar os tecidos. que variam apenas no comprimento da bacia. Consistência: para que possa ser manipulado. copiando-os sem deformá-los. sob o ponto de vista protético. sendo uma série específica para moldagem com godiva em placa. Não serem adesivos: para que possamos retirar o molde de posição. apresentando como diferença fundamental. também estas são metálicas. carregado na moldeira e levado à boca. Encontradas no comércio em três tamanhos. Estas últimas são apresentadas em versão para godiva e para alginato.2. os materiais de moldagem em: FUNDAMENTAIS godiva colóides ceras Químicos alginato gesso ________________________________________________________________________ COMPLEMENTARES Termoplásticos ceras plásticas pastas p/moldagem guta-percha Químicosacrílicos pastas zincoeugenólicas moldina ________________________________________________________________________ PARA DUPLICAR pastas elásticas areia de modelar Termoplásticos - De uma maneira geral os materiais de moldagem devem possuir as seguintes características: Plasticidade: no momento da tomada da impressão . sem que o material saia de sua posição na moldeira. são moldeiras de estoque para desdentados totais. b) Materiais de moldagem: Saizar classifica. para godiva e as moldeiras da série HDR. em seus mínimos detalhes. Tanto a série TT quanto a série HDR.22 a. a série desenvolvida por Aldrovandi (A 101. Atualmente encontram-se no mercado as moldeiras desenvolvidas por Tamaki (série TT).para que possam fluir contra os tecidos. sem ferir o paciente. moldeiras de estoque para a mandíbula: como no caso das moldeiras maxilares. cuja largura e profundidade é constante. . a bacia dividida em duas porções ou canaletas com espaço para a língua. A 103 e A 105). 23 TAMAKI (1977). Embora tenha sido largamente utilizado em prótese parcial e na Ortodontia. O escoamento do material. esses procedimentos podem ser realizados seccionalmente. pode causar lesões se removido intempestivamente. classifica os materiais de moldagem: Quanto à FINALIDADE Quanto às PROPRIEDADES FÍSICAS Do ponto de vista CLÍNICO Quanto à FINALIDADE. Além desses fatores. a godiva permite requerimento e plastificações sucessivas. Gesso: atualmente seu uso é limitado devido ao advento de outros materiais como a godiva. remoldagem e reparos sendo que. levar em consideração as necessidades biomecânicas da moldagem. ao operador. pois sendo um material rijo. em: IMEDIATOS MEDIATOS Vamos fazer um rápido estudo dos materiais de moldagem mais empregados em prótese total. . Sua principal qualidade consiste em uma gama de características que permitem. requer cuidado quando de sua remoção da boca do paciente. habilidade em sua espatulação e perfeito controle de seu tempo de presa. seu emprego em prótese total é muito restrito. as pastas zincoeugenólicas e os elastômeros. pode ser sujeito a controle. Outra vantagem reside na possibilidade de testarmos o molde durante as diversas fases de sua obtenção e sempre que alterações ou correções sejam necessárias elas podem ser feitas facilmente. durante a moldagem. são classificados em : ELÁSTICOS ANELÁSTICOS Do ponto de vista CLÍNICO. seu emprego em prótese total não é justificado frente às dificuldades de trabalho e à fidelidade obtida. divide os materiais em: FUNDAMENTAL COMPLEMENTAR DUPLICAÇÃO Quanto as propriedades FÍSICAS. Godiva: devido às suas propriedades termoplásticas. De tratamento difícil. Deve-se seu abandono às características do próprio material. Resumindo: embora seja um excelente material de moldagem. requer familiaridade com suas propriedades físicas. Sua separação posterior do modelo também é trabalhosa podendo haver fratura do modelo obtido. apresentavam sensível melhora tanto na cor como em sua textura. os tecidos da cavidade oral. Em prótese de dentaduras usamos as pastas zincoeugenólicas para moldagens com moldeiras individuais (devido a sua fluidez e capacidade de copiar as estruturas). Sabemos que a associação de uma base neutra. calor. enquanto moldamos. esses fatores se devem totalmente às propriedades inerentes ao material. após a presa do material. portanto. Como essas pastas desidratam a mucosa durante a sua presa. inflamados pelo atrito constante. pois permite requerimento totais. executar ou pedir ao paciente que execute. Devido a esse fato as pastas de óxido de zinco e eugenol tornam-se de uso corrente em Odontologia. aquelas estruturas paraprotéticas como músculos e bridas. quanto ao resultado obtido. Terminada a moldagem. especialmente preparados. Naturalmente. Geralmente a . Essa é a razão (e julgamos mais que suficiente) que nos leva a ter a godiva como material de eleição para a moldagem de desdentados totais. propicia condições ideais à regeneração dos tecidos da cavidade oral. O tempo de trabalho desse material é grandemente afetado pelas condições atmosféricas (umidade e calor). a um elemento como o eugenol. A apresentação comercial das pastas zincoeugenólicas é feita em duas bisnagas. Pastas zincoeugenólicas: há alguns anos atrás o cimento zinco-oxifosfato foi utilizado para obtermos melhor adaptação e fixação (reembasamento) em dentaduras antigas. quando utilizadas em reembasamentos. Esses compostos (em sua forma simples ou associados a resinas) encontram ampla aplicação em todas as especialidades odontológicas. com bocas de diâmetros diferentes. tanto em sua forma original de cimento como em compostos. em movimento. notamos que sua melhor característica consiste em permitir moldagens sucessivas. pela proporção da mistura e pela maneira de espatular o material. seu “endurecimento” é progressivo. Notou-se que o próprio cimento encerrava em sua composição algum elemento benéfico para os tecidos. Além do fato de que. de maneira que a proporção correta é obtida por comprimentos iguais de pasta sobre uma placa de vidro ou papel encerado.24 Pelo estudo das características da godiva. pela melhor adaptação (e conseqüente retenção) há maior estabilidade da prótese e. com esse procedimento. eliminação de traumatismo constante sobre a fibromucosa. com remoldagem de regiões determinadas. como o óxido de zinco. como é a pasta zincoeugenólica. Podemos. devemos remover a dentadura da boca do paciente e submergir em água antes de permitir a utilização da prótese. em nosso molde. freios e inserções musculares. Proporção incorreta. Devido a ser um material termoplástico. o que nos permite moldar as estruturas de suporte em sua dinâmica. umidade em excesso aceleram o tempo de presa do material. em reembasamentos de dentaduras imediatas (pela sua propriedade curativa) ou como curativo de demora (em casos de hiperplasias da fibromucosa). ou por áreas. Notou-se que. movimentos musculares com o fito de impressionar. porém indicam seu valor. o molde pode ser testado quanto à estabilidade e retenção. Assim o operador pode estar razoavelmente certo. Os alginatos ou hidrocolóides irreversíveis são apresentados como um pó que é adicionado à água e espatulado até obtermos uma mistura cremosa. Dentre o grande número de materiais elásticos existentes atualmente podemos citar: Os hidrocolóides reversíveis e irreversíveis (alginatos ou géis): os colóides reversíveis e os alginatos. que é levada à boca em uma moldeira e mantida em posição. na confecção de aparelhos removíveis. excelente material do ponto de vista das mínimas alterações dimensionais que sofre. A mistura é feita espatulando-se comprimentos iguais de pasta até se obter uma cor uniforme. implica em dificuldades em seu manuseio. aumentou a demanda de materiais que associassem a fidelidade de impressão à fidelidade dimensional. Elastômeros . a temperatura ambiente quando usamos esse material. Com as pesquisas surgiram os materiais ditos elásticos: os elastômeros Esses materiais permitem. Por outro lado. retornando à posição original após a retirada do molde da boca do paciente. embora possa variar de fabricante para fabricante). são mais utilizados como materiais para moldagem de dentados. onde há a necessidade de copiar fielmente os dentes remanescentes. sempre. portanto retentivos. até sua completa geleificação. Siliconas e mercaptanas: o avanço das técnicas industriais permitiu o desenvolvimento de outros materiais. a moldagem de regiões retentivas. porém. Os hidrocolóides reversíveis vêm acondicionados em tubos hermeticamente fechados e para sua utilização necessitam apenas aquecimento em água e subsequente esfriamento até uma temperatura de tolerância para os tecidos.25 cor das pastas também é diferente conforme trata-se do agente catalisador ou da base (vermelho para o agente e branco para a base. mesmo sob baixa pressão • adesividade à moldeira mesmo quando reduzida a um filme de material facilidade de separação dos moldes vazados (por aquecimento em banho-maria). cuja . Devemos considerar. ou associados à godiva quando da confecção de dentaduras imediatas. semelhantes aos colóides quanto à sua elasticidade. Com a generalização de aparelhos protéticos fixos. parciais ou totais. o gesso.substâncias coloidais: com o desenvolvimento crescente da Odontologia tornou-se necessário o uso dos materiais elásticos que permitissem moldagens de arcos dentais. encontrados no mercado com diversos nomes comerciais. A grande vantagem desses materiais reside em sua elasticidade que nos permite a retirada das impressões mesmo nos casos mais difíceis de arcadas retentivas ou guarnecidas de dentes. de uma só vez. de vários elementos. Recomendam-se moldeiras com resfriamento a água quando do uso desses materiais. rápida e facilmente. As principais vantagens das pastas zincoeugenólicas podem ser listadas: • facilidade de se obter uma adaptação correta • escoamento uniforme. simples .MUCOSTÁTICAS Podem ser classificadas. Com o uso de moldeiras especiais. materiais à base de borracha. permitindo um tempo de trabalho maior. mais condizentes com a anatomia da região a ser moldada. reproduzir.Moldagens SELETIVAS c. que sofrem "vulcanização" enquanto que as siliconas.FUNCIONAIS 2. sofreriam "polimerização". haveria uma verdadeira saturação inter-molecular.mista KORAN e col. com o fito de obtermos um modelo que será a cópia fiel dessas arcadas e sobre o qual construiremos a base de nosso aparelho protético". fixar nossa atenção no uso clínico do material de moldagem em prótese de dentaduras.Moldagens com MÍNIMA PRESSÃO .26 composição química característica lhes confere estabilidade dimensional. Podemos dividir as técnicas de moldagem em dois grandes grupos: PRELIMINAR ou ANATÔMICA FUNCIONAL . Vamos deixar o estudo das estruturas moleculares ao cargo dos estudiosos da disciplina de Materiais Dentários e. no caso das siliconas. as arcadas alveolares e estruturas afins. característica de polimerização. classificam as moldagens em três categorias: 1. Diz-se das mercaptanas. Pois. UMA DEFINIÇÃO DE MOLDAGEM "Entende-se por moldagem. com aumento de cadeias de macromoléculas. as características clínicas. materiais à base de compostos de silício cuja composição molecular é pouco conhecida. de acordo com o material de moldagem: a. a obtenção de moldes corretos é mais simples do que com o uso das moldeiras de estoque.Moldagens COMPRESSIVAS b. aquele passo da técnica de confecção de dentaduras que visa copiar. Embora de composição totalmente diferente. conseqüentemente há maior fidelidade e as possíveis alterações dimensionais serão bastantes diminuídas. tanto das siliconas como das mercaptanas são muito semelhantes. (1977).SEMI-FUNCIONAIS 3. O TIPO ou TÉCNICA de moldagem será ditado pelas características do caso e pela fibromucosa de revestimento. Raybin limita a dentadura por quatro superfícies: 1. superfície periférica 3. CONCEITO "Entende-se por moldagem anatômica aquela que reproduz fielmente os acidentes anatômicos da boca em seu estado atual". CONCEITO DE MOLDAGEM ANATÔMICA Moldagem anatômica ou primeira moldagem ou moldagem preliminar.27 Em função da fibromucosa de revestimento: a.(1977).LISA E ADERIDA b. superfície de moldagem 2."moldagem mucostática" e "pressão mínima" não são sinônimos. KORAN e col.RESILIENTE c. MOLDAGEM A MÍNIMA PRESSÃO: PAGE introduz o conceito de moldagem "mucostática". podemos conceituar as moldagens em: MOLDAGEM COMPRESSIVA: Desenvolvida para oferecer a máxima eficiência durante a mastigação: Depende da resiliência da fibromucosa. superfície polida 4. sobre a fibromucosa.FLÁCIDA Em relação às técnicas preconizadas pelos autores. discordam dos conceitos de PAGE. procura-se desenvolver pressão controlada ou diferenciada. parte da retenção e parte da estabilidade do aparelho protético. superfície oclusal A configuração da superfície de moldagem rege as relações que a prótese vai manter com a superfície sobre a qual estará assentada. Essas circunstâncias determinam a sustentação. BOHANNAN (1954) e PORTER (1955). . MOLDAGENS A PRESSÃO SELETIVA: Desenvolvidas por PLEASURE (1964). não devem ser demasiado altas. Depreende-se que a moldagem preliminar (anatômica) não satisfaz. Portanto. fornecendo. Posteriormente. * Se as vertentes do maxilar forem verticais. em posição de repouso (plano de Camper paralelo ao solo). de obtenção e visualização dos limites da área chapeável e suas características. * De um modo geral.28 Pretende-se. * Pacientes que apresentam abóbada profunda. em parte. a boca do paciente fique ao nível do cotovelo do operador. podem sofrer deformações cuja magnitude e localização escapam. Se as paredes do rebordo forem reentrantes ou salientes. entre a moldeira e a fibromucosa. Devido às características dos materiais de moldagem utilizados. devem acompanhar os sulcos gêngivo-labial e geniano. com a moldagem anatômica a reprodução das formas. ela deve situar-se em um plano primário. ogival. MOLDAGEM ANATÔMICA DA MAXILA GODIVA: 1. . ao controle do profissional. Posição do paciente e do operador: a cadeira ligeiramente inclinada para trás. Material necessário: moldeira de estoque para a maxila godiva em placa espátula Le Cron lâmpada de Hannau ou similar plastificador de godiva 2. os elementos necessários para podermos estabelecer a configuração própria e individual do aparelho que iremos construir. deve-se encurvar as bordas da moldeira ligeiramente para dentro. havendo um espaço livre de 2 a 3 mm. dessa maneira. tal como as vê o profissional. às exigências de um aparelho protético fisiológico. ela deve recobrir as tuberosidades do maxilar. os tecidos que constituem a superfície de apoio e aqueles que a limitam. as bordas da moldeira serão conservadas em ângulo reto com a base. A altura da cadeira deve ser tal que. Seleção da moldeira e técnica de moldagem a) seleção da moldeira: o exame da boca do paciente nos dará uma indicação precisa da moldeira a utilizar. o paciente com a cabeça firmemente apoiada no encosto. Deve ser suficientemente ampla para conter o material de moldagem. espaço esse que será ocupado pelo material de moldagem. quando estas encontram-se em repouso e a boca aberta. indicam uma moldeira de bacia alta. totalmente. mas importantíssimo. as bordas da moldeira. Posição do operador: 1a fase à direita e à frente 2a fase à direita e atrás 3. Torna-se dificílima a sua remoção posterior. Deve-se executar uma pressão suave e uniforme de maneira que o aprofundamento dê-se pelo escoamento do material de moldagem e não pela pressão exercida. * Removemos o molde da boca. ao nível de pré-molares. Mantendo a moldeira em posição com uma das mãos. homogeneização. * Com o auxílio da espátula Le Cron. * A moldeira carregada é introduzida na boca do paciente. para obter a temperatura uniforme em sua superfície. É importante que a godiva recubra as bordas da moldeira. com os dedos* Conforma-se uma bola de godiva que será colocada no centro da bacia da moldeira e estendida até as bordas da moldeira. segundo um plano vertical e para cima. centralizada em relação ao rebordo. Com os dedos. região por região. recobrindo-as. com a outra executamos movimentos de tração nos tecidos moles. deve-se construir uma moldeira especial a partir de um modelo obtido. Neste momento o operador coloca-se à direita e atrás do paciente. no plastificador. freios e bridas. pode-se fazer um exame comparativo olhando a boca e o molde. alisa-se a godiva e utilizando a lâmpada de Hannau. flamba-se sua superfície. * No exame preliminar procuraremos visualizar todas as estruturas anatômicas da região moldada. seca-se e examina-se. rompendo o selamento periférico vestibular. Levamos novamente à boca para testar a retenção e estabilidade do molde. segundo um plano horizontal. Se houver deslocamento há a necessidade de repetirmos a moldagem. Lava-se. com os dedos indicador e médio de ambas as mãos apoiados na moldeira. recortamos os excessos de material da porção posterior e lateral. Executamos esses movimentos de um lado e do outro. resfriamos a godiva até que perca a sua plasticidade e esteja rígida ao toque dos dedos. haverá superaquecimento da godiva em contato com a moldeira. com excessiva plastificação e aderência à bacia da moldeira. adaptada a este e iniciado o aprofundamento. . Nota: É importante não aquecer o metal da moldeira pois. tracionamos a moldeira pelo cabo para testarmos sua retenção em estática. os lábios do paciente procurando impressionar a godiva com a anatomia do fundo de saco gêngivo-labial. * Os testes são executados tracionando-se a moldeira pelo cabo. Não se deve empurrar a moldeira contra os rebordos e sim acompanhar o escoamento do material de moldagem. uma que preencha esses requisitos. * Passando para frente do paciente. contra o metal da moldeira.29 * Nos casos em que não se consegue. dos lábios e bochechas. * Com jatos de água fria. através da moldagem com a moldeira mais próxima do ideal que possuirmos e remoldar. tomando o cuidado de não movimentar a moldeira. as inserções musculares. com pequena extensão externa. em um único movimento lateral. na godiva ainda plástica. executa o aprofundamento. após o que recoloca-se. rapidamente. Movimentamos também. b) técnica de moldagem: plastificação da godiva à temperatura indicada pelo fabricante. com a finalidade de imprimir. dentre as diversas moldeiras. Espátula Le Cron . * Removemos o molde obtido. 3. com auxílio de lâmpada de Hannau. * Pedimos ao paciente que feche. * A moldeira carregada é introduzida na boca do paciente. Essa manobra nos permite aumentar. com a diferença que. removemos os excessos de material e levamos novamente à boca. homogeneização com os dedos. lenta e progressivamente a boca. lavamos e examinamos. * Dá-se a forma de um rolete à godiva plástica e adapta-se na goteira da moldeira.Godiva em placa . Vale aqui.30 * Se algum detalhe não ficou registrado. em movimento lateral. Com os dedos indicador e médio apoiados na moldeira e os polegares apoiados no mento do paciente. sobremaneira. em posição de repouso (plano de Camper paralelo ao solo). Esse aprofundamento deve ser suave e uniforme. * Centralizamos a moldeira em relação ao rebordo e adaptamos suavemente. MOLDAGEM ANATÔMICA DA MANDÍBULA 1. o que foi dito anteriormente. acompanhando o escoamento do material e não empurrando o material contra os tecidos. procederemos ao aprofundamento. o limite posterior da moldagem. então será considerado satisfatório. Seleção da moldeira e técnica de moldagem a) Seleção da moldeira: seleciona-se a moldeira pela técnica já descrita. poderemos. com os dedos conforma-se a godiva de maneira que ela cubra toda a bacia da moldeira e suas bordas. A altura da cadeira deve ser tal que o mento do paciente fique ao nível do ombro do operador. Material necessário: . o paciente com a cabeça firmemente apoiada no encosto.Moldeira de estoque para a mandíbula . tomando-se o cuidado de não deslocar a godiva das goteiras da moldeira. Dessa maneira conseguimos um relaxamento dos músculos paraprotéticos. a área chapeável. . quando da moldagem da maxila. b) Técnica de moldagem: plastificação da godiva à temperatura indicada pelo fabricante. levando novamente à boca para remoldar o detalhe que nos interessa. plastificar a área em questão. permitindo levar o material de moldagem até a linha oblíqua externa. * Pedimos ao paciente que realize os mais amplos movimentos com a língua para copiar as posições mais altas do assoalho da boca (e suas implicações musculares). Posição do paciente e do operador A cadeira ligeiramente inclinada para trás. notadamente o músculo Bucinador. sobremaneira.Lâmpada de Hannau ou similar . Posição do operador: à direita e à frente. * Se o molde apresenta resistência ao deslocamento durante os testes e verificamos a presença de todos os detalhes anatômicos. no caso da mandíbula interessa-nos. Com auxílio da espátula Le Cron. Flamba-se a godiva e leva-se ao plastificador para homogeneizar a temperatura.Plastificador de godiva 2. Como a seqüência de moldagem é muito semelhante ao que já foi abordado. cera tipo “utilidade”. esta deve ser totalmente repetida. com a outra executaremos tração nos tecidos moles daquela região. Pela repetição da manobra. alginato (medidor de pó e de água). lâmpada de Hannau ou similar. área por área. Super-plastificação: o material perde suas características. podendo lesar o paciente. obtemos um molde bastante nítido da anatomia mandibular. Excesso de material: remove-se com espátula Le Cron e testa-se. com o fito de imprimir as inserções musculares. vamos analisar apenas os pontos que diferenciam uma técnica de outra. Vamos verificar sua estabilidade e retenção. executando os testes de tração horizontal e vertical. É necessário repetir a moldagem. Dobras. Plastificação insuficiente: o material estando muito rijo o escoamento é prejudicado. espátula Le Cron. Apoiando firmemente o molde com uma das mãos. . MOLDAGEM ANATÔMICA ou 1ª MOLDAGEM ALGINATO NOTA . indicam a necessidade de nova moldagem.31 * Vamos agora remoldar as inserções vestibulares. lavamos o molde e secamos. Com a lâmpada de Hannau. seringa para alginato. 5. 3. Insuficiência de detalhes: quando restrita a pequena área. flambamos e remoldamos). zona principal de suporte ou da estabilidade da moldagem. plastificamos um dos lados do molde. * No caso do molde não resistir aos testes. há distensão dos tecidos e deformação do campo. freios e bridas. 1. 2. Falta de material: quando a falha é pequena e restrita à zona secundária de suporte podemos acrescentar godiva (após o que. * Após essas manobras. Quando houver comprometimento do selamento periférico. 4. impressões digitais: geralmente devidas a falta de material ou incorreta plastificação. 6. correspondente a sua borda vestibular e levamos a moldeira em posição. Material necessário: moldeira de estoque para a maxila e/ou mandíbula. pode-se reaquecer e remoldar. a moldagem deve ser repetida tantas vezes quantas necessárias forem. O tempo de trabalho é muito aumentado e há dificuldade no controle do escoamento. cuba de borracha e espátula. rugas. torna-se adesivo. ACIDENTES QUE PODEM OCORRER DURANTE A MOLDAGEM 1. b) técnica de moldagem: O alginato é um material hidrófilo. para limitar a saída de material por essa região (pode haver deformação e desajuste das porções mais altas do molde). o paciente com a cabeça firmemente apoiada no encosto. com auxílio de uma seringa para alginato. no comércio. O excesso será levado. até obter toque na região mais alta do palato. nessa região. Deve ser suficientemente ampla para conter o material de moldagem. tipo ogival. a região do sulco vestibular. Por posterior. para remover o excesso de mucina da saliva. uma que preencha esses requisitos. ao nível de pré-molares. no centro da moldeira. * As moldeiras para alginato tem bordas finas. centralizada em relação ao rebordo. Deve-se executar uma pressão suave e uniforme de maneira que o aprofundamento dê-se pelo escoamento do material de moldagem e não pela pressão exercida. com a lâmpada de Hannau e levando à boca do paciente. executa o aprofundamento. as bordas da moldeira.tipo regular). dentre as diversas moldeiras. Seleção da moldeira e técnica de moldagem a) seleção da moldeira: o exame da boca do paciente nos dará uma indicação precisa da moldeira a utilizar * De um modo geral. Aquecendo. Adaptam-se pequenas porções de cera. através da moldagem com a moldeira mais próxima do ideal que possuirmos e remoldar. * Como o alginato é um material que apresenta alto escoamento. portanto sujeito a contaminação pelos fluidos bucais. requerem suporte para o alginato. a boca do paciente fique ao nível do cotovelo do operador. suavemente. preenche-se a moldeira. entre a moldeira e a fibromucosa. utilizando um rolete de cera . quando da moldagem da mandíbula). é importante vedar a porção posterior da moldeira. Neste momento o operador coloca-se à direita e atrás do paciente (quando da moldagem da maxila e à frente. com uma solução adstringente. * Pacientes que apresentam abóbada profunda. A altura da cadeira deve ser tal que. ela deve recobrir as tuberosidades do maxilar. . em posição de repouso (plano de Camper paralelo ao solo). adaptamos as bordas da moldeira à dinâmica da região do sulco. havendo um espaço livre de 2 a 3 mm. Posição do paciente e do operador: a cadeira ligeiramente inclinada para trás. a preencher completamente. em forma de rolete. Posição do operador: 1a fase à direita e à frente 2a fase à direita e atrás 3. devem acompanhar os sulcos gêngivo-labial e geniano. deve-se construir uma moldeira especial a partir de um modelo obtido. * A moldeira carregada é introduzida na boca do paciente. adaptada às bordas da moldeira. espaço esse que será ocupado pelo material de moldagem. * Nos casos em que não se consegue. como: “cera periférica” . não devem ser demasiado altas. Recomenda-se que o paciente enxágüe a boca. adaptada a este e iniciado o aprofundamento. * Espatulado o material. Com auxílio de cera tipo “utilidade” (encontra-se. que não propiciam boa moldagem nessa região. em um único movimento lateral.32 2. conformamos essa região. a cera. com os dedos indicador e médio de ambas as mãos apoiados na moldeira. Insuficiência de detalhes: indica falta de adaptação. recortamos os excessos de material da porção posterior e lateral. * Com o auxílio da espátula Le Cron. A moldeira deve ser mantida estática. * Removemos o molde da boca. ACIDENTES QUE PODEM OCORRER DURANTE A MOLDAGEM • • • Falta de material: falhas por falta de material (bolhas de ar). em posição. permitindo o início da geleificação antes do aprofundamento do molde. região por região. comprometem. (1942) . espatulação deficiente ou tempo de trabalho muito longo. rompendo o selamento periférico vestibular. irremediavelmente o molde de alginato. * No exame preliminar procuraremos visualizar todas as estruturas anatômicas da região moldada. pode-se fazer um exame comparativo olhando a boca e o molde.33 Não se deve empurrar a moldeira contra os rebordos e sim acompanhar o escoamento do material de moldagem. ⇒ Não teste o molde de alginato: corre-se o risco de deslocar o material da moldeira. "Uma corrente não é mais forte do que seu elo mais fraco". Repete-se a moldagem. * O alginato é um material de presa química. até a completa geleificação do material. Excesso de material: remove-se com espátula Le Cron. Lava-se. seca-se e examina-se. A moldagem anatômica é a base sobre a qual iremos construir todo o nosso trabalho subsequente. R. SCHLOSSER. em aspecto panorâmico. fácil e banal a confecção de modelos. em positivo. É elementar que o sucesso de nosso trabalho está intimamente relacionado com o cuidado dispensado a esse passo da confecção de dentaduras. das regiões que podem interessar à confecção da dentadura. .Modelos para dentaduras completas . segundo a sua finalidade e suas características: a) Modelos anatômicos: (modelos preliminares ou primeiros modelos) ou de estudo b) Modelos funcionais: (segundo modelo ou modelo definitivo) ou modelos de trabalho a) Modelos anatômicos: são os modelos obtidos através da moldagem anatômica ou primeira moldagem. * É fundamental darmos ao mais simples passo.34 C APÍTULO IV . Nos oferecem a cópia primeira. individuais. Podemos distinguir em um modelo as seguintes partes: a) porção útil: consta daquela parte que reproduz a anatomia oral. aparentemente. para sobre a reprodução (modelo) e em laboratório. acarretando alterações que podem vir a condenar um trabalho que. somos obrigados a moldar essas estruturas.Confecção dos modelos . adaptarmos nosso trabalho àquelas condições anatomo-fisiológicas do caso. poderia ser bem sucedido. na confecção das dentaduras. Por ser. 2.Desenho das moldeiras individuais . Este modelo deverá conter áreas além do limite necessário à confecção da prótese. Será sobre ele. há pouca ou nenhuma atenção às técnicas de manipulação dos materiais. Importância dos modelos: como há uma série de passos. do molde obtido através da moldagem. que delimitaremos a área chapeável tanto na maxila como na mandíbula. o que introduz erros que se somarão a possíveis deficiências dos materiais utilizados. de outro modo. baseados em sua arquitetura. reproduzi-las. Conceito: o modelo para dentaduras vem a ser reprodução. b) corpo: é aquela porção que garante o reforço do modelo 3. Sobre esse tema gostaríamos de citar novamente: "Uma corrente não é mais forte que seu elo mais fraco". Divisão dos modelos: Podemos dividir os modelos em dois grandes grupos. que não podem ser executados na boca do paciente e como necessitamos relacionar o nosso trabalho às estruturas bucais. a atenção que damos ao mais complexo. * De nada nos adianta a utilização de materiais de moldagem super-modernos ou de grande fidelidade se errarmos na confecção do modelo.Confecção e ajuste das moldeiras individuais MODELOS PARA DENTADURAS COMPLETAS 1. Leva-se a tigela ao vibrador para eliminação de bolhas de ar incorporadas à mistura durante a espatulação. CONFECÇÃO DOS MODELOS Embora seja tarefa relativamente fácil de ser executada. retiram qualquer bolha de ar. hidrocal (gesso pedra). Sobre os modelos de estudo determinaremos os limites da área necessária (área chapeavel). Nos fornecerão a cópia fiel das estruturas de suporte e tecidos paraprotéticos. Como os modelos anatômicos não serão sujeitos a grandes esforços e portanto. obtemos o molde e o modelo. não necessitam grande resistência. inexoravelmente. Espatula-se vigorosamente durante cerca de 1 minuto. verte-se em pequenas porções.faca para gesso Vibrador * A água é adicionada ao gesso. poderão ser confeccionados em gesso comum (gesso Paris). em uma proporção aproximada de 2/1 (essa proporção varia com as características do gesso e para os gessos de boa qualidade. requer cuidados especiais. porventura existente. É sobre este modelo que iremos prensar e polimerizar a base da dentadura. pois um bom modelo representa uma garantia de sucesso para nosso trabalho definitivo. com auxílio de uma espátula. Pela vibração o gesso flui.são os modelos obtidos através da moldagem funcional ou moldagem definitiva. cobrindo toda a face interna do molde. os autores costumam denominá-lo de modelo de estudo. b) Modelos funcionais . nosso trabalho. Por outro lado os modelos funcionais. apenas as áreas que serão recobertas pela base da dentadura.35 Devido a utilizarmos o primeiro modelo para planejar o que será a futura dentadura. é sempre indicada pelo fabricante). que serão a base da dentadura. vibrando o molde (em vibrador). enquanto o ar é expulso. para obtermos o máximo de resistência. além de propiciar uma espatulação homogênea da mistura. Sobre o modelo de trabalho será terminada a dentadura. * Atualmente existem espatuladores mecânicos à vácuo que. Adiciona-se . que se relacionarão com a futura dentadura. Este modelo reproduzirá. devem ser confeccionados em gesso duro. Um erro introduzido no modelo irá ser retratado na base da dentadura terminada comprometendo. * Após a espatulação leva-se o gesso ao centro do molde.espátula para gesso . com um mínimo de alterações dimensionais. Por meio de uma moldeira individual. daí ser também conhecido como modelo de trabalho. Material necessário Molde Gesso e balança para gesso Medidor de água Tigela de borracha . Recapitulando: o primeiro modelo fornecerá uma visão panorâmica da região que poderemos utilizar. detalhado daquela área: é o modelo de trabalho. em três dimensões: comprimento. b) Limites das moldeiras individuais: os limites das moldeiras individuais são regidos pelas noções de área chapeável. Não haverá necessidade de remoção de excessos e o trabalho será mais limpo. separamos o molde do modelo de gesso. DESENHO DAS MOLDEIRAS INDIVIDUAIS a) Moldeira individual: "A moldeira individual é a reprodução precisa de toda a zona chapeável dos maxilares. tanto para a maxila. Deverá haver sempre um excesso na largura do modelo. Quando o molde foi obtido com godiva. é imprescindível o uso de moldeiras especialmente construídas e adaptadas para cada caso. Deve-se tomar especial cuidado quando do desenho das moldeiras: respeitar as bridas e inserções musculares a fim de que não hajam interferências que causariam a compressão e conseqüente deformação dos tecidos. * Aguarda-se a presa do gesso (aproximadamente 30 minutos) e separa-se molde/modelo. tomando o cuidado de não incluir bolhas de ar que diminuirão a resistência do modelo obtido. Não devemos usar água em ebulição. * Com o auxílio da espátula metálica aproxima-se o gesso das bordas do molde. por tração suave. bem como as várias anomalias encontradas. a fim de proteger essas bordas e dar resistência ao conjunto. largura e altura". em um movimento único. será construída sobre o modelo de estudo obtido a partir da primeira moldagem. A separação deve ser feita por tração. sem necessidade de outros cuidados.36 paulatinamente. Devido à variedade de tamanhos e formas dos rebordos desdentados. que irá receber o gesso.haverá desadaptação interna do gesso à moldagem. maior quantidade de gesso. para evitar que a godiva fique superplastificada e adira ao modelo. a separação é feita por imersão do conjunto em água quente. para que possamos visualizar. como para a mandíbula. Se o material de moldagem foi alginato. a zona do selamento periférico. retiram-se os excessos com a espátula * Outro processo consiste em se revestir molde e moldeira com uma lâmina de cera. Quando do início da presa do gesso. coloca-se o excesso de gesso da tigela sobre o modelo a fim de aumentar a espessura do corpo do modelo. é conveniente aguardar a presa do gesso com o conjunto molde/modelo vazado. dentro de uma cuba umidificadora. Estando o molde totalmente preenchido. Não emborque o modelo vazado . perfeitamente. * O modelo é deixado em repouso até a completa evaporação da água. para que sua superfície atinja a dureza e consistência necessárias à continuação dos trabalhos de laboratório. ainda plástico. A moldeira individual. * É importante preservarmos as bordas do molde. Usamos água à temperatura de plastificação da godiva ou pouco mais fria. pois elas nos fornecerão a zona de selamento periférico. . conformando uma caixa. Assim que a godiva plastificar. conforme se destinem à maxila ou mandíbula. Pelo resfriamento espontâneo. a fim de permitir liberdade de movimentos . a mesma pressão que desenvolverá a dentadura". não poderemos obter os resultados desejados. bastando aquecimento uniforme para sua plastificação. apresentado em placas de diversas espessuras.MISTAS 4. desde a adaptação de moldeiras de estoque metálicas. sendo uma cópia bastante fiel de toda a área chapeável. essencialmente. recobrindo dessa maneira. melhor capacidade de adaptação e diminuirá as posteriores alterações dimensionais resultantes de esforços introduzidos no ato da acomodação. hoje abandonado) até as moldeiras em resina acrílica. pressão uniforme do material de moldagem sobre os tecidos. c) Importância: "O objetivo da moldagem consiste.PLACABASE 2. Este fato acarretaria pressões diferentes pelas diferentes possibilidades de escoamento. que serão recortadas e brunidas sobre o modelo. uma vez que não teremos espessura uniforme do material de moldagem. • As bordas da moldeira terminada devem ser lisas e arredondadas. em reproduzir com a maior exatidão possível. que são as mais utilizadas atualmente.OUTROS TIPOS 1. já recortadas.Moldeiras individuais confeccionadas em placabase: material termoplástico. CONFECÇÃO E AJUSTE DAS MOLDEIRAS INDIVIDUAIS Há vários métodos e materiais para a construção de moldeiras individuais. (GIETZ. • Sua utilização é simples. tornam-se rijas mantendo a forma em que foram moldadas.RESINA ACRÍLICA 3. Daí a necessidade da confecção de moldeiras individuais que. nos garante espessura e portanto. desenvolva sobre a parte a ser moldada. com a moldeira de estoque. 1960) Depreende-se desta citação que. • Após sua perfeita adaptação ao modelo. Confecção das moldeiras individuais: 1. Notadamente no que se refere a moldagem das bordas (zona de selamento periférico). toda a área passível de fornecer retenção e suporte para a prótese. em fio de metal. (método difícil e antieconômico. o contorno de bridas e inserções musculares amplo. é necessário que o material de moldagem. adaptado segundo a maior largura e entre as tuberosidades.37 É importante que as bordas da moldeira estendam-se até o limite do fundo de saco gêngivo-labial e geniano. recortam-se os excessos porventura existentes obedecendo aos limites da área chapeável feitos sobre o modelo. • Recomenda-se o uso de um reforço metálico. quando podem ser adaptadas sobre a superfície do modelo. É importante o aquecimento uniforme que permitirá melhor manuseio do material. a parte da boca que suportará a dentadura e para que essa reprodução seja fiel. para conferir resistência e prevenir alterações dimensionais. as áreas retentivas do modelo deverão ser aliviadas para permitir a remoção da moldeira após a prensagem e para evitar zonas compressivas durante a segunda moldagem. alterando sua adaptação. de tal sorte que a RAAQ substitui perfeitamente e com vantagens a resina termicamente ativada. porém. Simplesmente aguarda-se a polimerização química para a demuflagem da moldeira.38 • dessas estruturas quando do ato da segunda moldagem. Toma-se o cuidado de aplicar uma camada fina de resina para que o desprendimento de calor. junto à crista do rebordo. NOTA: Visto que as moldeiras prensadas apresentam um alto grau de adaptação. • Em comparação com a placabase. se utilizarmos resina acrílica ativada quimicamente (RAAQ). Prensa-se. o conjunto modelo/moldeira em cera. essa desvantagem. Em seguida será incluído em mufla. não haverá necessidade de polimerização térmica.Moldeiras individuais confeccionadas em resina acrílica prensada: as moldeiras individuais em resina acrílica são fáceis de serem confeccionadas. com gesso do mesmo tipo do modelo. tem rigidez satisfatória. abre-se a mufla (procedendo-se a um aquecimento prévio em "banho-maria" para plastificar a cera) e remove-se a cera plastificada. para facilitar o equilíbrio da pressão de moldagem). Na região anterior. recortam-se os excessos com pedras montadas para resina e leva-se para polimento. . eliminando todas as áreas retentivas ou em que desejemos alívio. condensada na mufla. • Após a polimerização: abertura e desinclusão da moldeira. construi-se um pequeno cabo para facilitar o manuseio da moldeira (há autores que aconselham a construção de três pontos de apoio. O resultado final quanto à estabilidade dimensional é idêntico ao que se obtém com polimerização térmica. os resultados obtidos compensam muito. Recomenda-se o uso de resina incolor como veremos adiante. para o reforço das moldeiras. e leva-se ao polimerizador (vide fases de laboratório). quimicamente ativada. As bordas lisas e arredondadas permitem melhor escoamento do material de moldagem nessas áreas e conseqüentemente. Esse alívio deve ser executado antes da fase de enceramento. não venha a deformar a placabase. • A resina acrílica é homogeneizada em recipiente apropriado e quando na fase plástica. por acréscimo de material. as moldeiras em resina tem a desvantagem de necessitar mais tempo para sua confecção. sofrem menores alterações dimensionais e quando necessitam de ajustes são de fácil desgaste. tanto na face interna como externa (molde e contramolde). Pode-se fazer uso de resina acrílica. • São confeccionadas adaptando uma lâmina dupla de cera rosa no 7 sobre o modelo de estudo e recortando no limite da área chapeável. Após a remoção de toda a cera. Evidentemente após a inclusão e prensagem da resina. Após a presa do gesso. resultante da polimerização da resina. • O processo será idêntico em suas fases principais. o modelo será isolado utilizando-se um isolante à base de alginato. 2a. maior possibilidade de moldagem da região do fundo de saco e limite de inserções musculares. podendo ser confeccionada em consultório.Moldeiras individuais confeccionadas em resina acrílica ativada quimicamente e adaptada: São um termo de compromisso entre as moldeiras em placabase e as moldeiras em resina prensada. • Após a polimerização acrescenta-se o cabo. As bordas em resina são fáceis de recortar e adaptar. • Adaptação de uma lâmina dupla de cera rosa n° 7 sobre a placabase adaptada ao modelo. • Recorte da placabase. sobre o modelo. a resina permite a utilização de materiais térmicos para moldagem. São indicadas naqueles casos em que se pretende alívio TOTAL no interior da moldeira. tomando o cuidado de estender a cera sobre toda a área basal demarcada no modelo (o enceramento ultrapassa a placabase em todos os sentidos e reproduz o enceramento convencional de uma moldeira). em casos de mucosa flácida. perfeitamente. • Prepara-se uma porção de RAAQ que será vertida no interior da moldeira em placabase. • Manipula-se a RAAQ que será adaptada. uma vez que é muito difícil obter espessura uniforme e manter pressão durante a fase de polimerização da resina. • Mantendo em posição. com os dedos. • Adapta-se a moldeira sobre o modelo (previamente isolado) pressionando com os dedos de maneira a promover a moldagem do modelo e o escoamento parcial da resina pelas bordas da moldeira. sem exigir qualquer tipo de equipamento laboratorial. Apresenta resistência suficiente e ótima adaptação ao modelo. A vantagem principal está relacionada ao pouco tempo despendido no processo e no fato de não corrermos o risco de danificar o modelo.39 2b. estes podem ser feitos com cera. Entretanto as alterações dimensionais são inevitáveis. • Inicia-se a confecção da mesma forma descrita anteriormente: adaptação e acomodação de uma lâmina de placabase dupla (dialbase). Sua maior desvantagem é não permitir visualização por transparência. aquém da delimitação demarcada no modelo (a moldeira será menor do que a área demarcada). tomando o cuidado de adaptar. com auxílio de uma espátula LeCron recortam-se os excessos. aliviadas: São uma variação técnica das moldeiras mistas. uma vez que não haverá inclusão. NOTA: Este tipo de moldeira é muito simples e rápida.Moldeiras mistas em placabase e resina acrílica. 3a. remove-se do modelo e procedem-se aos ajustes por desgaste com pedra montada para resina. Cremos que é a técnica que exige maior habilidade por parte do profissional. as bordas em resina ao modelo. ainda na fase fluida. diretamente sobre o modelo. 3b.Moldeiras mistas em placabase e resina acrílica: Procura-se a facilidade de confecção das moldeiras em placabase e a adaptação e resistência da resina acrílica. aquém da delimitação da área basal. • Após a adaptação da lâmina de placabase sobre o modelo (idêntica à adaptação para moldeira) recorta-se a borda da moldeira em cerca de 2mm. 2 a 3mm. NOTA: Se houver necessidade de alívios. • Inclusão do conjunto em mufla. para utilização de elastômeros. ou técnicas sem compressão. sobre o modelo previamente isolado. aguarda-se a fase plástica da resina quando. . freios e bridas. apenas. principalmente. vários equipamentos que utilizam placas de polietileno (ou similar) que aquecidas e plastificadas.Outros tipos: Dentro dessa categoria englobamos as moldeiras à vácuo. • Manipulação de uma porção de RAAQ que será entulhada SOBRE a placabase. será uma indicação de que não existem zonas de compressão. aquelas áreas que foram eleitas como a base da dentadura. à vácuo. haja interferências tanto musculares como de tecidos moldes. executar ajustes onde forem necessários. O comprimento deve ser compatível com a tolerância normal do paciente. por transparência e verificar possíveis áreas de compressão ou distensão. aguarda-se a polimerização. moldeiras. (Quando a . notadamente ao nível dos rebordos alveolares. • 4. O incoveniente desse tipo de moldeira reside na adaptação apenas razoável ao modelo. a grande vantagem das moldeiras individuais em resina acrílica incolor. Levado o conjunta à prensagem. • O acabamento das bordas é feito de forma convencional. a moldeira individual tem a finalidade de levar o material de moldagem em contato íntimo com a fibromucosa. Vistos os principais métodos de construção de moldeiras individuais. da espessura da placabase que foi utilizada. Presta-se. abre-se a mufla removendo a cera. no mercado odontológico. Daí. passaremos a estudar o ajuste das moldeiras individuais: Como foi explicado anteriormente. em determinadas situações de dinâmica. Ela já deve ser planejada e desenhada levando em consideração todos os fatores necessários para a retenção e estabilidade da prótese total. Por esse fato. inclusive. a moldeira individual recobre. tendo na sua face interna a placabase. placas miorelaxantes ou protetoras e. em dinâmica muscular. Há. plastifica-se a placabase que então será removida. As suas bordas já foram confeccionadas tomando o cuidado de contornar as inserções musculares. bordas pouco adaptadas à região do sulco. que nos permitem visualizar os tecidos. obteremos uma moldeira em resina. Esses aparelhos são bastante úteis na confecção de bases de prova. Além do custo do próprio equipamento. já é uma indicação do grau de adaptação da moldeira aos tecidos. sobre um modelo. condizente com suas características de moldagem. Porém. Quanto à estabilidade. mesmo quando essas áreas encontram-se recobertas pela própria moldeira. Devemos levá-la à boca do paciente para. em toda a sua extensão. porém mantendo a placabase adaptada ao modelo. NOTA: Este tipo de moldeira apresentará um espaço ou alívio interno. principalmente devido ao material termoplástico. são adaptadas. prensada. baixa resistência e baixa estabilidade dimensional.40 Após a presa do gesso. • Quando da abertura da mufla. • Retenção e estabilidade: embora não possamos esperar uma retenção absoluta da moldeira individual. este fator. Não apresenta alívio nas bordas o que elimina a necessidade de moldagem periférica. uniforme. sua delimitação foi feita em laboratório e é possível que. Por aquecimento em água. às moldagens com elastômeros por manter espessura do material. por si só. No caso das moldeiras em placabase usamos discos de lixa ou brocas para vulcanite. tomando o cuidado de obter uma borda arredondada e lisa. tecidos paraprotéticos e músculos. . * Após os ajustes e estando a moldeira em condições. * É necessário lembrar que os ajustes devem ser feitos por remoção de material. de conseqüências imprevisíveis quanto ao resultado final. • Delimitação posterior: verificamos se o comprimento da moldeira é suficiente ou se há sobre-extensão em tecido mole que não deve ser recoberto. em nenhum estado de dinâmica muscular * Os ajustes são feitos com o auxílio de pedra montada para resina. que é a moldagem funcional ou segunda moldagem ou moldagem definitiva. Por essa razão recomenda-se o máximo cuidado na delimitação e confecção das moldeiras individuais. Então estaremos em condições de passar ao próximo degrau da confecção das próteses totais. • Delimitação das bordas e contorno: é a região onde há maior necessidade de ajuste das moldeiras individuais: * Mantendo a moldeira em posição.41 moldeira for construída em resina acrílica incolor. repolindo se necessário. Procuramos. desgastando as áreas ou pontos de interferência. sendo a adição de material difícil e geralmente. devemos verificar as bordas. obter um estado de equilíbrio em que não haja interferência dos tecidos paraprotéticos com a moldeira. podemos verificar zonas de compressão por visualização direta através da resina). Vamos verificar se não há interferência das bordas com os freios (labial e lingual). pedimos ao paciente que execute movimentos. 42 C APÍTULO V - Conceito de moldagem funcional - Requisitos fundamentais das dentaduras - Requisitos físicos das dentaduras artificiais - Moldagem funcional da maxila - Moldagem funcional da mandíbula CONCEITO DE MOLDAGEM FUNCIONAL De posse das moldeiras individuais perfeitamente ajustadas e adaptadas, podemos proceder à moldagem funcional (ou segunda moldagem ou moldagem definitiva) do maxilar e da mandíbula. Devemos, porém, levar em conta uma série de fatores que nos orientarão quando da obtenção dos moldes. Quando estudamos a primeira moldagem ou moldagem anatômica, verificamos que o modelo obtido representa uma visão panorâmica de toda a área da maxila e da mandíbula, que pode ser aproveitada como base para a construção da prótese. Notamos também, que foram levados em consideração os movimentos musculares e sua ação sobre os tecidos paraprotéticos, ao construirmos a moldeira individual. Por outro lado, quando do ajuste da moldeira individual, procuramos contornar as zonas de grande movimentação e buscar outras áreas para apoio e retenção. Temos portanto, uma moldeira individual que contorna e limita regiões móveis e sem mobilidade. Às moldagens capazes de conseguir a reprodução de todas essas regiões de maneira a que possamos, depois, obter seu registro em um modelo, damos o nome de moldagem funcional e ao modelo obtido, damos o nome de modelo funcional ou modelo definitivo. REQUISITOS FUNDAMENTAIS DAS DENTADURAS REQUISITOS DAS MOLDAGENS Uma moldagem, para poder ser designada como moldagem funcional, deve possuir os seguintes requisitos: 1- Deve estender-se por toda a superfície aproveitável do maxilar e da mandíbula. 2- Deve apresentar recorte muscular de modo a evitar interferências durante os movimentos naturais. 3- Deve possuir adaptação periférica que dará como resultado o selamento periférico, imprescindível à retenção dos aparelhos protéticos. 4- Deve apresentar adaptação perfeita aos tecidos moles e de suporte. 5- Não deve comprimir zonas glandulares ou de emergência de vasos e nervos, para não influir com problemas de nutrição do tecido ou sensibilidade. 43 As manobras de moldagens buscam a dois fins: a) contato intimo entre a superfície interna da dentadura e os tecidos de suporte; fazendo com que seja reduzida, a um mínimo, a película de saliva interposta (vide “fórmula de Stanitz”). b) Obtenção de selamento periférico perfeito, na borda marginal, durante todos os movimentos da musculatura paraprotética, de maneira que esses tecidos se justaponham à borda do aparelho, impedindo o rompimento do menisco líquido. Gostaríamos de citar ALDROVANDI, C. (1960): "A dentadura colocada na boca e em função, deverá conservar e manter a sua posição correta, suportar bem os diferentes esforços funcionais a que será submetida, manter a aparência estética e proporcionar conforto ao seu portador. Ficaria como que "suspensa" e em equilíbrio entre o maxilar que a suporta, o maxilar aposto, a língua, as bochechas e os lábios". Podemos dividir as forças que agem sobre uma prótese total em dois grandes grupos: 1- Forças INTRUSIVAS, geradas pela oclusão equilibrada e que tendem a assentar, manter, o aparelho protético em posição. 2- Forças EXTRUSIVAS, geradas pelos movimentos mastigatórios e tecidos paraprotéticos e que tendem a deslocar o aparelho de sua posição. Os elementos de que nos utilizamos para contrapor a essas forças são três: RETENÇÃO; SUPORTE e ESTABILIDADE Basicamente esses elementos são resultantes de tudo o que vimos estudando desde o começo de nossa digressão. Retenção: seria a capacidade da prótese de resistir às forças extrusivas, que tendem a deslocá-la de sua posição. * A retenção pode ser considerada ativa ou passiva. Vejamos melhor este ponto: Podemos considerar a retenção como ativa quando ela é conseguida por meio de artifício de técnica. Seria o aproveitamento da adesão pelo contato intimo da base da prótese à fibromucosa. A retenção é considerada passiva quando conseguida pela eliminação dos fatores que criam as forças de extrusão: recortes musculares, balanceio (ajuste) da oclusão. * Fatores que determinam a retenção: Adesão: atração molecular (fibromucosa / saliva / base da prótese) depende do contato íntimo entre as superfícies; é o que se denomina ADESÃO POR CONTATO. Opõe-se ao deslocamento vertical da prótese e relaciona-se com a superfície recoberta. É considerada como fator ativo na retenção. Uso de artifícios como “câmaras de vácuo”; “válvulas”; “linhas americanas”, etc., é totalmente contra-indicado pelos problemas de caráter histopatológico envolvidos. Suporte: depende da capacidade da fibromucosa e do osso alveolar de resistir à pressão mastigatória. Basicamente, o suporte seria dado pelo tecido ósseo, porém deve se levar em consideração também a fibromucosa, pois esta sofre alterações concomitantemente ou 44 isoladamente ao tecido ósseo, alterando o apoio e conseqüentemente o suporte dos aparelhos protéticos totais. Estabilidade: seria a capacidade da dentadura de conservar a sua posição correta durante o trabalho mastigatório. Está relacionada com a retenção e o suporte: assim podemos dizer que uma prótese apresenta retenção e suporte mas não tem estabilidade e pode apresentar estabilidade, embora não apresente retenção satisfatória. * De um modo geral, notamos que a estabilidade influi na retenção de tal maneira, que uma prótese sem estabilidade perderá, inexoravelmente, a retenção que porventura apresente. * Podemos distinguir dois tipos de estabilidade: a) Estabilidade horizontal: caracterizada pela capacidade de resistir aos deslocamentos segundo um plano horizontal. Independe de outros fatores que não o ajuste oclusal (em dinâmica: curva ântero-posterior e trespasse incisal) e à adaptação aos tecidos. b) Estabilidade vertical: capacidade de resistir ao deslocamento no sentido vertical. É obtida pela adesão e fecho periférico (pressão atmosférica.). REQUISITOS FÍSICOS DAS DENTADURAS ARTIFICIAIS "Uma vez que a base do aparelho terminado será a exata reprodução do modelo funcional, obtido através da moldagem funcional, é necessário que especifiquemos quais as relações da base do aparelho protético com os tecidos de suporte". Os elementos que se constituem nos requisitos físicos das dentaduras são: ⇒ Extensão, ⇒ Fecho Periférico, ⇒ Recorte Muscular, ⇒ Compressão, ⇒ Alívio Como podemos notar, estamos voltando a conceitos já emitidos e estudados anteriormente, porém, agora vamos encarar tópicos de maneira mais específica e relacionados, diretamente, com o aparelho protético. 1- Extensão: é determinada pela área que podemos recobrir com a base do aparelho protético terminado. Os princípios que orientam essa delimitação são: a) a adesão, e a capacidade de suporte, são proporcionais à superfície coberta. b) o fecho periférico é mais eficiente quando localizado no sulco gêngivo-labial, que em qualquer outro ponto. lingual ou de tecidos moles. 2. Dentre os materiais utilizados nessa fase dos trabalhos. A adaptação nessas áreas depende da exata reprodução das posições ocupadas pelos tecidos em sua dinâmica. Em linhas gerais a tomada de impressões finais é similar. C. (1939). nunca em estática. ou quando o seu volume excessivo cause perturbação". Toda e qualquer correção da moldeira individual deverá ser executada antes de qualquer manobra de moldagem. ou induzam ao seu deslocamento. Depende da direção e distribuição dos esforços. 3.45 SAIZAR enuncia a seguinte regra geral: "Uma dentadura completa deve recobrir tanta superfície do maxilar e tecidos vizinhos quanto seja possível. detendo-se. É importante que a moldagem das bordas seja sempre executada em função. portanto imóvel e a região onde esta apresenta sua máxima mobilidade. justamente. MOLDAGEM FUNCIONAL: SEGUNDA MOLDAGEM ou MOLDAGEM DEFINITIVA. sugerimos uma revisão da anatomia protética da maxila e da mandíbula. os esforços sobre determinados pontos ou áreas da fibromucosa. existe uma "zona de tolerância" que estaria compreendida entre a região de máxima inserção de fibromucosa.Alívio: artifício utilizado para diminuir. 4. em muitos aspectos. ou mesmo eliminar. destacamos as pastas a base de óxido de zinco e eugenol.Compressão: possibilidade da fibromucosa aceitar esforços sem se ferir nem traumatizar o tecido ósseo. em movimento dinâmico. à forma dos rebordos alveolares e à abóbada palatina.Fecho periférico: durante os movimentos normais. . bem como dos músculos paraprotéticos. ter em mente o que estamos moldando e por que. Será de grande valia. impede o rompimento do menisco líquido. nas áreas onde os movimentos normais e não exagerados dos músculos e freios fiquem impedidos. movimento labial.Recorte muscular: visa a estabelecer a relação entre as bordas da prótese e os tecidos móveis. Segundo WRIGHT. à obtenção dos moldes anatômicos ou de estudo. iniciando o contorno do fundo de saco e vestíbulo. durante o ato da moldagem funcional. Qualquer que seja a técnica ou o material utilizado. Antes de passarmos ao estudo da moldagem funcional propriamente dita. e col. é imprescindível verificarmos se as moldeiras individuais adaptam-se perfeitamente. que garante a integridade da película líquida interposta.R. se não há nenhuma interferência com inserções musculares. 5. ao nosso ver. Convém lembramos que existem outros materiais que se prestam para a moldagem funcional. • Espátula de aço inox nº 36. procede-se ao aprofundamento da moldeira. Esses elastômeros permitem. causadas pela pressão durante a moldagem. • Pasta zincoeugenólica (em bisnagas). são as mesmas que para a moldagem preliminar ou moldagem anatômica. que o domínio desses materiais por parte do profissional. • Lamparina. • Pincel fino. como o escoamento. variando apenas a moldeira empregada. necessitarem de moldeiras especialmente projetadas. pequenos consertos com remoldagem. MOLDAGEM FUNCIONAL COM PASTA ZINCOEUGENÓLICA 1 .46 Atualmente. após a introdução e centralização. * A moldeira carregada é levada à boca do paciente onde. Espatular durante aproximadamente 1 minuto. pela sua fluidez e alto escoamento. de maneira uniforme. até obter cor uniforme da mistura. as bordas da moldeira. espalhando. • Placa de vidro ou bloco de papel para espatulação. . Procurar obter uma camada de espessura uniforme recobrindo. Com o auxílio da espátula. queremos deixar claro. • Lâmpada de Hannau ou similar.Moldagem funcional da maxila: * Colocam-se comprimentos iguais das pastas (base e aceleradora) sobre a placa de vidro e homogeneiza-se. como as siliconas e mercaptanas. "normal" e "pesado") de acordo com a necessidade do caso. Porém.Material e instrumental necessários: Como o material necessário é o mesmo tanto para a moldagem da maxila como para a moldagem da mandíbula. tomando o cuidado de misturar as duas porções de pasta em um único movimento. reside no fato de não permitirem a moldagem da zona de selamento periférico em moldagens sucessivas e. também. bem como de sua técnica de utilização. podem ser alteradas (tipo: "leve". • Cera de baixa fusão. uma película fina de material e em alguns casos. 3 . com o auxílio da espátula. podem fornecer resultados muito animadores. na moldagem da maxila e na moldagem da mandíbula. O único inconveniente desses materiais. permitem grande fidelidade de impressão. 2 . cujas características.Posição do paciente e do operador: As posições. • Moldeira individual para maxila e/ou mandíbula. tanto do paciente quanto do operador. leva-se a pasta à moldeira. em toda a superfície interna da moldeira. • Espátula Le Cron. com a crescente tendência de moldar com pouca pressão (sem compressão) dá-se preferência ao uso de pastas zincoeugenólicas que. sem os inconvenientes de possíveis distensões de tecido. inclusive. nos limitaremos a citar um vez o material e instrumental necessários. fundo de saco e selamento periférico/posterior. em dinâmica. em sua dinâmica. para remoldagem dessa área. com todos os inconvenientes que conhecemos. A adaptação nessas áreas depende. o que iria causar compressão localizada. * Faremos agora. procedendo a nova moldagem. à boca para verificar a adaptação e retenção do molde. naturalmente. em movimento. da exata reprodução das posições ocupadas pelo tecido. e com o pincel vamos adicionando cera (pincelando) às bordas do molde. tocando a fibromucosa com a moldeira. executam-se os movimentos de lábios e bochechas. até que a pasta haja endurecido. removemos a porção suspeita e adicionamos nova porção de pasta no local. novamente. com a cera ainda plástica. * Devido às características do material de moldagem. tomando o cuidado de. que tenham ultrapassado as bordas da moldeira e leva-se. A adaptação nessas áreas depende. * Verificam-se a retenção horizontal e vertical. até a presa do material de moldagem. . É importante que a moldagem das bordas seja executada sempre em função. os testes de retenção vertical. * Recortam-se os excessos de material. nunca em estática. romper o selamento periférico por distensão dos tecidos. * É importante que não se faça pressão excessiva sobre a moldeira pois corremos o risco de aprofundamento exagerado. não devemos executar qualquer movimento com a moldeira. Com o molde em posição. levando. Por esse processo. com a finalidade de conformar a cera de acordo com as posições relativas desses tecidos. até que tenhamos moldado todo o tecido móvel que constitui o fundo de saco gêngivo-labial. remove-se da boca em um único movimento. * Lava-se o molde em água corrente e examina-se com o fito de verificar se todas as áreas foram perfeitamente moldadas e não houve falta de material (bolha de ar) em algum ponto do molde. Se o selamento periférico se rompe em determinado ponto podemos acrescentar cera e proceder a nova moldagem daquela área. * Com o auxílio de cera de baixa fusão. Quando isso ocorrer. região por região. da nossa capacidade em reproduzir as posições ocupadas pelos tecidos em função. fundamentalmente. para frente e para fora. * Verifica-se o selamento posterior tracionando a moldeira. pelo cabo. apenas o suficiente para que o material escoe. Se necessário. Plastifica-se uma área com auxílio da lâmpada de Hannau e leva-se à boca.47 * Passando para a posição de moldagem para a maxila (à direita e atrás da cadeira). * Mantida a moldeira em posição. conseguiremos um selamento periférico que se mantém mesmo durante a movimentação do tecido circunvizinho à prótese. Corre-se o risco de causar alterações ou distorções no molde. com os dedos. * Repete-se a manobra. firme. sem esforço. em posição. tendentes a movimentar os tecidos paraprotéticos dessa região. em movimento dinâmico. Tendo preenchido as nossas aspirações passaremos à moldagem dos tecidos moles. plastificada em chama. fundamentalmente. com o auxílio da espátula Le Cron. É fundamental que a moldagem das bordas seja executada em função. nunca em estática. é a região conhecida como "selamento periférico". acrescenta-se cera no limite posterior do molde. apoiam-se os dedos indicador e médio na moldeira executando suave pressão. Recortam-se os excessos e procede-se aos testes de retenção: horizontal e vertical. quais sejam: • Deve estender-se por TODA A SUPERFÍCIE aproveitável do maxilar ou da mandíbula. * Se o molde satisfaz as exigências de retenção e estabilidade procede-se à moldagem das bordas para a obtenção do selamento periférico. para fora e para a direita. removemos o molde da boca. Um molde. Dedos indicador e médio de ambas as mãos apoiados na moldeira e polegares apoiados no mento do paciente. lavamos e examinamos. dada a grande mobilidade dessa região. ou modelo de trabalho ou modelo definitivo. para fora em toda a sua extensão. para ser considerado moldagem funcional. sempre. esta deverá ser aquecida. Sempre que for adicionada cera às bordas do molde. . menos material.48 Convém verificar se não se está invadindo a região do palato mole. deve apresentar RECORTE MUSCULAR de modo a evitar interferências durante os movimentos naturais da musculatura. deve apresentar alguns requisitos. a ponta da língua tocando o palato em sua porção mais posterior. área por área e em moldagens sucessivas. • O molde obtido. Aprovado nos testes. Procede-se da mesma maneira que para a moldagem funcional da maxila. o que. Limitaremos nossa exposição às diferenças existentes: • posição do paciente . • Deve apresentar ADAPTAÇÃO PERIFÉRICA. para fora e para a esquerda e finalmente.como no caso da moldagem anatômica da mandíbula. plastificada e levada à boca para nova moldagem. 4 .varia apenas na posição do operador que agora trabalhara à direita e à frente do paciente. o molde estará pronto para a confecção do modelo funcional. * No caso da moldagem mandibular é de especial importância o selamento periférico lingual. Durante todas essa manobras devemos manter a moldeira firme em sua posição. lábios e bochechas. centralização e aprofundamento . • preenchimento da moldeira . * No caso da moldagem funcional da mandíbula é interessante moldarmos o assoalho da boca em sua posição mais alta. • introdução. acrescentando cera e pedindo ao paciente que execute movimentos com a língua. * Após a presa do material de moldagem.Moldagem funcional da mandíbula: Os passos e a técnica são fundamentalmente os mesmos para a moldagem funcional da mandíbula. • Não deve comprimir zonas glandulares ou de emergência de vasos e nervos. Para tanto pedimos ao paciente que movimente a língua colocando-a sucessivamente. não contribui em nada para aumentar o selamento posterior. • moldeira individual . * Manter a moldeira firmemente em posição.idem.mesma técnica.para a mandíbula • espatulação do material de moldagem . que resultará no "selamento periférico" imprescindível para a retenção do aparelho. p. Quando nos utilizamos de siliconas ou mercaptanas. quando se executam todos os movimentos dos tecidos paraprotéticos naquela área.) para melhor controle das manobras de moldagem. preferencialmente. Com auxílio da espátula Le Cron. replastifica-se a godiva aplicada à moldeira.ex.49 MOLDAGEM FUNCIONAL COM ELASTÔMEROS: 1 . Repete-se a manobra de moldagem. será executada antes da moldagem do corpo ou base.Moldagem funcional da maxila e/ou mandíbula: ⇒ Vamos nos restringir a abordar os passos que se diferenciam de uma técnica para outra. * Com o auxílio da lamparina. tomando cuidado com o superaquecimento (cuidado para não queimar o paciente!). É característico desses materiais. • Silicona ou Mercaptana (tipo leve) + adesivo. • Espátula Le Cron. * A moldeira será levada à boca. recortam-se os excessos de godiva que tenham escoado para a zona secundária de suporte. É recomendável aplicar a godiva por partes (lado direito. que será aplicada sobre a borda da moldeira. tanto do paciente quanto do operador. . na moldagem da maxila e na moldagem da mandíbula. envolvendo a necessidade de moldeiras especiais. de forma a nos permitir selecionar aquela que mais se adapte a cada caso.Material e instrumental necessários: Como o material necessário é o mesmo tanto para a moldagem da maxila como para a moldagem da mandíbula. • Moldeira individual para maxila e/ou mandíbula. são as mesmas que para a moldagem preliminar ou moldagem anatômica. Tanto as SILICONAS como as MERCAPTANAS são apresentadas em várias composições de fluidez e escoamento. como material de moldagem funcional. 3 . • Lamparina. nos limitaremos a citar um vez o material e instrumental necessários. prensada. a fim de obter uma borda uniforme.Posição do paciente e do operador: As posições. plastificamos a godiva em bastão. Assim é que sempre utilizaremos moldeiras em resina acrílica. 2 . • Lâmpada de Hannau ou similar. • Espátula de aço inox nº 36. variando apenas a moldeira empregada. * Com a lâmpada de Hannau. • Placa de vidro ou bloco de papel para espatulação. a moldagem das bordas (selamento periférico). • Godiva em bastão (verde). uma espessura mínima para escoamento e polimerização. passaremos à moldagem do corpo. . * Pequenas falhas. o molde estará pronto para a confecção do modelo funcional. para evitar a deformação do material base (não esquecer que estamos trabalhando com materiais elásticos). comprometem a totalidade do molde. ⇒ Julgando satisfatória a moldagem das bordas. Falhas nessa área. * Aprovado nos testes. para as outras regiões a serem moldadas. ⇒ A seqüência de passos é repetitiva em relação às outras técnicas já abordadas. * A remoldagem será feita sem pressão. * O material de moldagem é manipulado e carregado na moldeira. ⇒ Não é possível remoldar a região de selamento periférico. com o forma do sulco. acrescentando nova camada de material de moldagem sobre toda a superfície de moldagem. * Aplica-se o adesivo (próprio do material que está sendo utilizado). até contornar a totalidade da moldeira. * Repete-se a manobra. tanto na face interna. ou modelo de trabalho ou modelo definitivo. podem ser corrigidas.50 * Examina-se com atenção: a moldagem da borda deve se apresentar lisa e arredondada. que não comprometam a estabilidade do molde. quanto nas bordas da moldeira. Uma vez que será sobre esses modelos que iremos construir a prótese. Da fidelidade do modelo funcional. ⇒ No caso de pasta ZOE. pedra em português.Registros prévios necessários à confecção da prótese . durante cerca de 5 minutos. ⇒ Quando o material utilizado foi silicona ou mercaptana. por força de sua função: MODELO DE TRABALHO ou segundo modelo ou modelo definitivo.Métodos de registro da relação central. a pasta zincoeugenólica amolecerá e a remoção torna-se simples.Bases de prova . deverá conter toas as características e acidentes anatômicos que serão reproduzidas pela dentadura. a separação molde/modelo é feita por imersão em água quente. a separação é feita por tração simples. O modelo obtido será designado. dando-se preferência à primeira denominação. ou nenhuma. devemos utilizar gessos especiais. enormemente a sua remoção. apenas relembrando que o gesso a ser utilizado será o gesso pedra. A técnica de obtenção dos modelos é mesma descrita para a obtenção do "modelo de estudo" (vide Capítulo IV). de alta dureza e mínima.Dimensão vertical . os modelos em gesso. Obtido a partir de um molde "funcional".Relação Central .Planos de orientação . como indicativo da finalidade do gesso). O aquecimento excessivo ou prolongado pode acarretar a adesão da pasta ao gesso o que dificulta. INTRODUÇÃO De posse dos moldes.51 C APÍTULO VI . alteração dimensional. depende o sucesso ou insucesso de nosso trabalho.Confecção das bases de prova . . nossa preocupação será obter. tanto maxilar como mandibular. no menor espaço de tempo possível. O modelo vazado deve ser deixado em repouso até a completa cristalização do gesso e evaporação da água. Dessa forma sua superfície atingirá a máxima dureza e consistência necessárias a continuação dos trabalhos de laboratório. Os gessos para tal finalidade são denominados de gessos "pedra" (os fabricantes americanos costumam usar o sufixo "stone". quimicamente ativada .termicamente ativada • MATERIAIS TERMOPLÁSTICOS Vantagens e desvantagens: Quanto à placabase. com material adequado e que permite a realização de todas as operações prévias para a confecção de uma prótese total. notadamente sob influência do calor. Quanto à resina acrílica. . Esta observação é válida também para os materiais termoplásticos em geral. sem se deformar ou romper. ♦ alicate e tesoura ♦ fio de arame ♦ limas ou broca para vulcanite ⇒ lâmpada de Hannau ou similar • isolante para resina • pincel de tamanho médio • resina acrílica • pote para resina • espátula para cera • 2 lâminas cera rosa nº 7 • mufla • gesso . As desvantagens da resina dizem respeito a mais maior dificuldade de trabalho. sua fragilidade e dificuldade em se obter um ajustamento realmente perfeito ao modelo. Material necessário: modelo de trabalho ♦ placabase ♦ espátula Le Cron.fina • RESINA Acrílica. resistência maior aos choque e variações de temperatura e ao alto grau de ajuste que pode ser obtido. sua principal vantagem reside na facilidade de trabalho e rapidez. Materiais utilizados: Os materiais utilizados na construção da base de prova são: • PLACABASE. preparada sobre o modelo de trabalho. . suas vantagens são: a maior estabilidade dimensional. CONFECÇÃO DAS BASE DE PROVA.grossa . Sua desvantagem refere-se à instabilidade dimensional.52 BASES DE PROVA Conceito: A base de prova (chapa de prova) é a base provisória de uma dentadura. As relações maxilo-mandibulares de interesse protético . Evidentemente aqui não construímos um cabo! * Como vamos continuar utilizando o modelo até o fim de nosso trabalho. de espessura fina ou média. que é prensada (em mufla) durante cerca de 15 minutos. Seu uso tem se tornado corriqueiro. poderemos nos utilizar de resina acrílica quimicamente ativada. Materiais termoplásticos* Sob esse título englobamos as “placas de polietileno” que vieram substituir a placa base convencional. TEM COMO SUA PRINCIPAL FINALIDADE: PERMITIR O REGISTRO DAS RELAÇÕES MAXILO-MANDIBULARES.53 • espátula p/gesso tigela de borracha Técnica de confecção: Placabase* A técnica de confecção é idêntica daquela para moldeiras individuais. termoplásticas. * Necessitam equipamento específico (sistema de aquecimento e vácuo). É muito utilizada pela facilidade de construção e por não correr risco de danificar o modelo. Trata-se de placas plásticas. que não se adapta cabo em chapa de prova Resina acrílica prensada* Adaptação de uma lâmina de cera rosa no7. que são adaptadas à vácuo. A BASE DE PROVA. . é interessante que este seja duplicado. Dessa forma não corremos o risco de danificá-lo ou perdê-lo quando da prensagem da chapa de prova * Para maior facilidade de trabalho e maior rapidez. Assim economizamos o tempo necessário à polimerização térmica. transparentes ou leitosas. compõe os: REGISTROS PRÉVIOS MUCOSUPORTADAS Sob este título iremos estudar: Dimensão vertical. INDEPENDENTEMENTE DO MATERIAL E TÉCNICA DE CONFECÇÃO. sobre toda a área chapeável do modelo (já perfeitamente delimitada quando da moldagem funcional). NA BOCA DO PACIENTE E TRANSFERIR ESSES REGISTROS PARA UM INSTRUMENTO DE LABORATÓRIO. Quando são necessários alívios. Resina acrílica adaptada* Seguem-se os mesmos passos da confecção da moldeira individual. Convêm relembrar também aqui. pela facilidade e rapidez de confecção. À CONFECÇÃO DE PRÓTESE TOTAIS . seguindo a mesma técnica empregada na confecção de moldeiras individuais em resina acrílica. sobre o modelo. estes podem ser feitos com cera e protegem o modelo. não é o fato do paciente abrir mais a boca. A determinação da Dimensão Vertical prende-se à localização da posição natural da mandíbula em relação à maxila e segundo um plano vertical da face. em relação à maxila. O que ocorre. para determinada posição da mandíbula. a mandíbula ultrapassa aquela posição onde haveria os contatos dentais (dos dentes naturais) e continua em sua trajetória até o contato dos rebordos alveolares ou dos dentes artificiais da prótese. Relação Central. nos planos ântero-posterior e latero-lateral. mas sim dessa medida menos a longitude somada das coroas dentais. imaginemos que o paciente apresenta uma variação de espaço inter-maxilar. de 5cm. mesmo por que as . em realidade. desde o contato dos rebordos alveolares até a abertura máxima. Compreendemos que será necessário determinar em que ponto (ou em que Dimensão Vertical) deverá haver o contato dos dentes artificiais. Como não temos um padrão que englobe todos os indivíduos. segundo um plano vertical. que irão receber os registros prévios à confecção da prótese Por esses conceitos verificamos a necessidade de se localizar a mandíbula em relação à maxila. Por outro lado. onde vamos limitar o fechamento. devemos levar em consideração. portanto na ausência de dentes naturais. ele fecha mais. Antes da perda dos dentes a variação desse espaço não era de 5cm..54 Planos de orientação. ou ESPAÇO INTEROCLUSAL. Havendo tantas dimensões verticais quanto as posições que a mandíbula possa assumir no plano vertical. segundo os três eixos ou planos do espaço. Planos de orientação são o conjunto formado pelas bases de prova e roletes de cera. Para visualizar o problema. podemos relacionar uma determinada DIMENSÃO VERTICAL a um determinado ESPAÇO INTER-MAXILAR. Em outras palavras. Conclui-se que há tantas dimensões verticais quanto as posições que mandíbula ocupa. DIMENSÃO VERTICAL Denominamos Dimensão Vertical ao espaço inter-maxilar. segundo o plano vertical. A plenitude da harmonia facial prende-se à reconstituição do terço inferior da face por meio da prótese. Partindo do princípio que estamos construindo uma prótese total. que durante o tempo que mediou entre a avulsão dos dentes e a confecção da nova prótese. iremos determinar. em um indivíduo. Todo nosso trabalho localiza-se em uma região da face do paciente denominada: REGIÃO PROTÉTICA que compreende o terço inferior da face do paciente. quanto desse espaço será ocupado pelos dentes artificiais e base da prótese. houve reabsorção óssea alveolar. A Relação Central trata da localização da mandíbula em relação à maxila. dentro da variação ampla existente no espaço intermaxilar. em maior ou menor intensidade. durante o arco de fechamento mandibular. & HARRIS. articulações e esqueleto da face. SCHUPUNTOFF & SCHPUNTOFF. (1952). sabemos que existe um estado (uma posição) em que os músculos elevadores e abaixadores da mandíbula se encontram em equilíbrio. Quando os músculos elevadores e abaixadores da mandíbula. encontram-se relaxados e em equilíbrio. CARLSOO. trismus muscular extremo ou diminuição geral do tonus muscular. A subsequente reabsorção óssea alveolar alterou de tal forma os rebordos que qualquer medida torna-se totalmente arbitrária. À situação neuromuscular dos músculos mastigadores denominamos CONDIÇÃO POSTURAL DA MANDÍBULA. a verdadeira dimensão vertical da face existe quando os dentes estão separados e a mandíbula encontra-se em POSIÇÃO DE REPOUSO. (1954). lançamos mão de medidas de posições de equilíbrio muscular onde não haja variações em um mesmo indivíduo embora. MOYERS. (1946/50/56). SICHER(1954/65). Para NISWONGER(1934) & GILLIS(1941). baseados na Fisiologia. que confere uma localização definida para a mandíbula. diz respeito à sua situação com respeito a atividade neuromuscular. Dimensão vertical de repouso (de agora em diante DVR) diz respeito a uma medida em relação à maxila e segundo um plano vertical. Quando nessa situação diz-se que os músculos estão em "tonus". Essa posição foi perdida quando da avulsão dos dentes naturais. (1952). diz-se que estão em relação de TONUS MUSCULAR. PRUZANSKY. . Posição de repouso da mandíbula diz respeito à sua posição espacial derivada do tonus muscular. PERRY JR. procuramos localizar. variem de indivíduo para indivíduo. PERRY JR. Assim sendo. À medida dessa posição em relação à maxila chamamos de DIMENSÃO VERTICAL DE REPOUSO. Essa é uma situação fisiológica. Como vimos anteriormente. Notem que não damos três nomes à mesma coisa. BRODIE(1941) & THOMPSON (1946).. quando e onde os dentes artificiais devem se tocar. em uma determinada posição em relação a maxila. (1956): demonstram que a posição de repouso ou equilíbrio mandibular é determinada somente pelos reflexos musculares e altamente resistente às alterações que ocorrem ao nível dos dentes. em que a contração dos músculos elevadores compensa a contração dos músculos abaixadores e o peso da mandíbula.55 variações são amplas. para uma determinada posição da cabeça. posição essa de mínimo esforço muscular. Condição ou posição postural da mandíbula. (1955).. concordam: "apenas severa patologia. podem ocasionar alterações na posição de repouso normal". A essa posição denominamos POSIÇÃO DE REPOUSO DA MANDÍBULA. O tonus muscular manteria a mandíbula em equilíbrio. envolvendo eletromiografia dos músculos elevadores e abaixadores da mandíbula. (1956): relata a função do sistema proprioceptivo (ATM. Porém com as informações que poderemos obter e baseados nessas noções poderemos determinar. A Fisiologia nos fornece uma informação importantíssima: o conceito de ESPAÇO FUNCIONAL LIVRE (ou Espaço Interoclusal). percorre esse espaço e há o contato dos dentes antagonistas.(1977): "A posição de repouso é estável e não pode ser alterada permanentemente por tratamentos protéticos". segundo o plano vertical. Essas variações de tonicidade muscular podem vir a afetar tanto o EFL quanto (e como conseqüência) a DVR. Segundo LANDA a média desse espaço é da ordem de 3. "in-loco" e por meio de uma série de testes a melhor posição para cada caso. queremos determinar uma medida da altura das coroas dos dentes artificiais mais a espessura das bases das dentaduras. Vamos analisar o indivíduo dentado: Notamos que quando a mandíbula está na posição de DVR os dentes antagonistas não se tocam. Como sabemos que a DVR prende-se exclusivamente ao tonus muscular e portanto independe da presença de dentes. enfim quando os dentes entram em OCLUSÃO. A determinação desse espaço tem sido objeto de inúmeras pesquisas. a medida do EFL. diminuindo da medida obtida da DVR. relativo ao EFL também é uma média (portanto arbitrária). no estabelecimento e manutenção da posição de repouso mandibular. se medirmos a relação inter-maxilar nessa situação e levando em conta que entre a posição de DVR e a posição de DVO existe um espaço denominado Espaço Funcional Livre (que mede cerca de 3 mm). quando há o contato entre os dentes antagonistas. no entanto carecem de praticidade para sua utilização na clínica. Quando se inicia a atividade muscular. 1 a 5 mm. novamente presenciamos um espaço entre os dentes. . O nosso problema é determinar em que posição da DVO os dentes se tocarão. O valor que utilizamos. Vamos estudar sua importância e veremos como essa noção pode resolver nosso impasse. Equacionando: DVR .EFL = DVO + EFL = DVR Evidentemente podem ocorrer variações no tonus muscular de um paciente com o correr do tempo. Após a dinâmica. Para HEARTWELL JR. naquele momento. a mandíbula se movimenta para cima. membrana periodontal e periósteo) como elementos coadjuvantes. quando a mandíbula está em repouso denominamos: ESPAÇO FUNCIONAL LIVRE. Denomina-se DIMENSÃO VERTICAL de OCLUSÃO à relação maxilomandibular. há um retorno à posição de repouso e. na altura dos incisivos. Por outras palavras.3 mm. Queremos saber qual é a DIMENSÃO VERTICAL DE OCLUSÃO do paciente.56 RICKETTS. obteremos a medida da DVO. O espaço funcional livre mede. Estamos de posse de dois conceitos que vamos utilizar: os conceitos de DVR e de Espaço Funcional Livre (EFL). Ao espaço presente entre os dentes antagonistas. 3. a utilização da DVR nos seja útil e propicie meios práticos (embora um tanto empíricos) de trabalho.57 "Apenas a musculatura com seu padrão de crescimento. levando em consideração o desenvolvimento da face desde o nascimento até a idade adulta. Consideramos que a DVR é imutável em determinada faixa da vida do paciente embora possa sofrer alteração durante toda a vida do paciente." b. (1962) . Prefere-se o conceito de Condição Postural da Mandíbula ao de DVR embora. capacidade funcional da PT. em conjunto com o padrão de crescimento esquelético. ⇒ A DVO instala-se aos 3 meses de vida. aspecto estético. conservação do osso de sustentação. P. por muitos anos. Segundo esses autores a DVR de um indivíduo desdentado é menor que quando dentado.fonemas bilabiais. 2. 5. conforto fonético . integridade das ATM KLEIN. De seus trabalhos conclui-se que: ⇒ A DVR é imutável e independe da presença de dentes. Determinação da Dimensão Vertical. pode ser responsabilizada pela manutenção da posição mandibular". a.. THOMPSON (1946) realizou uma série de medidas faciais em pacientes. (1942): que os músculos inseridos na mandíbula e não os dentes. Métodos de determinação da DVR O registro da DV compreende: 1. O efeito desses ensinamentos resulta na aceitação universal de que os dentes contribuem para o comprimento da face. 4. Conclui-se. labiodentais e palatolabiais. das investigações de BRODIE & SARNAT. suas relações intrínsecas e o conjunto ATM/mandíbula/dentes. THOMPSON (1946): "Tem sido aceito. procuram demonstrar que com a perda dos dentes há uma variação na DVR. para nossa finalidade e com os recursos de que podemos dispor. determinam a posição mandibular. Posteriormente DUNCAM e WILLIAMS. que o relacionamento da mandíbula com a maxila é inteiramente dependente do entrosamento dos dentes em oclusão (sic). Atualmente levamos em consideração os fatores fundamentais da articulação temporomandibular. com auxílio de RX. • Método fotográfico de WRIGHT (medidas fotográficos). • Método da aparência facial ou de FOX. usando referências altamente variáveis sobre a pele do paciente e assim.58 Podemos dividir as várias técnicas de determinação da DV em dois grupos principais: 1o grupo: determinação do DVO diretamente. • Método proporcional de BRODIE THOMPSON. ou em medidas obtidas. que seja a mais próxima possível da realidade individual. a fim de dar prosseguimento ao trabalho protético. para transferir as relações maxilo-mandibulares do paciente. Dentro do 1o grupo podemos citar os métodos: • Método de BOOS ou da potência muscular. Para tal utilizamos arcos em cera. de maneira a obtermos uma média. • Método da máscara facial (ainda com dentes). • Método fonético de SILVERMAN. a DVO. como método único. • Método do repouso muscular de GERSON MARTINS. que irão figurar os futuros arcos dentais da prótese. para um articulador. ou em uma observação estritamente pessoal por parte do profissional (portanto podendo variar de profissional para profissional). montados sobre as bases de prova. para que possamos transportar essas medidas. Todos os métodos têm suas falhas e baseiam-se. • Método de paralelismo dos rebordos de SEARS. • Método de MONSON ou da deglutição. do paciente para o laboratório. Entretanto. cremos ser de bom alvitre a utilização de mais de um método. Dentro do 2o grupo citaremos: • Método do compasso de WILLIS ou da harmonia facial. Infelizmente não podemos recomendar um método de determinação da DV. Planos de Orientação: A denominação de "Planos de Orientação" deve-se a HANNAU. A esses arcos em cera damos o nome de planos de orientação uma vez que será através deles que podemos visualizar o comportamento estético e funcional da prótese e neles serão registradas a DVO e a RC do paciente. notamos a necessidade de um recurso de técnica. corretamente adaptadas. Após este rápido apanhado a respeito da Dimensão Vertical. . sujeitas a variações. lançamos mãos de um recurso técnico. 2o grupo: determinação da DVR e a partir desta. PLANOS DE ORIENTAÇÃO De posse dos modelos e das bases de prova. como há necessidade da determinação da DVO para o paciente desprovido de dentes. Obteremos uma curva totalmente arbitraria cuja única função será facilitar os desgastes posteriores. Forma do arco dental. 2 .Plano de cera mandibular • O ajuste do plano de cera mandibular será feito em concordância com o plano maxilar.Plano horizontal • Orientamo-nos pelo plano de CAMPER. Ajuste do plano de cera: Confeccionado o plano de cera e levado a boca do paciente verificaremos: 1 . na chapa de prova. 5. entre ambos planos de cera.59 São constituídos pelo conjunto da chapa de prova e um arco de cera. 4. Confecção do rolete de cera (material necessário): • 3 lâminas de cera rosa no 7. Destinam-se a registrar os dados referentes às relações maxilo-mandibulares. dá-se uma inclinação arbitrária orientando a curva ântero-posterior em direção ao conduto auditivo do paciente. Relação Central. 3 . a altura do arco.linhas de referência. necessários a confecção das próteses totais mucosuportadas: 1. . 3. Curva de compensação ântero-posterior e vestíbulo-lingual. dando a forma aproximada de um arco dental / fixação do rolete à chapa de prova por meio de cera fundida / ajuste do rolete. levantamento do lábio e reconstituição do perfil estético do paciente. Limite vestibular do arco dental . anterior e posterior. deve exceder o tubérculo do lábio em 2 mm. • Por posterior.Parede vestibular e palatina • Recortada e alisada com espátula procura-se a melhor estética possível. na sua porção oclusal. • Espátula Le Cron • Espátula para cera no 31 • Lâmpada de Hannau ou similar • Vaselina sólida (técnica de confecção: vide laboratório) * Plastificação de 1 lâmina de cera sobre a chama / dobrar a lâmina em "sanfona" / obtenção de um rolete de cera plástica / dobrar o rolete ao meio para aumentar a espessura e diminuir o comprimento / adaptação do rolete sobre a região do rebordo. levantamento de rugas ou sulcos (notadamente o sulco nasolabial). 2. Dimensão vertical de oclusão. esboçando uma curva ântero-posterior (curva de SPEE). na região anterior. Procura-se um contato constante em toda a extensão. no sentido vestíbulo lingual.Método fisiológico 1 . estudaram a curva vestíbulo lingual e concluíram da não existência dessa curva. com as trajetórias mandibulares. tanto MONSON como AVERY estavam certos. Há.Método mecânico: Como o próprio nome diz. PLEASURE. dois métodos para a obtenção da curva individual de compensação: 1 . estudando a curva de compensação notou que. estudando arcos dentais. donde ser conhecido como "fenômeno de Christensen". baseia-se na utilização de um instrumento. por outro lado.Método mecânico 2 . para frente e para baixo (movimento de BONWILL). Dos estudos desse autores verificou-se que. com inclinação para vestibular. bem como inclinações muito próximas a zero. durante o movimento de projeção da mandíbula. AVERY. MONSON. com inclinações das guias condilares pré-fixadas em . pois encontrou ambas as curvas em pacientes. GYSI descreve a presença de outra curva. Quem primeiro observou esse fenômeno foi CHRISTENSEN. pela sua vertente anterior. A curva ântero-posterior do arco dental leva o nome de "Curva de Spee". que recebeu o nome de curva "anti-Monson" ou curva de Avery.60 CURVA INDIVIDUAL DE COMPENSAÇÃO Histórico: BONWILL descreveu a disposição dos dentes naturais em uma curva a que deu o nome de "curva vertical". Notou. Se não existir a curva ântero-posterior haverá a perda de contato dos dentes na região posterior. A curva individual de compensação (seja qual for seu ângulo) está em intimamente relacionada com as inclinações das paredes internas da cavidade glenóide. basicamente. uma vez que determinaram uma outra curva. MONSON faz notar a interrelação entre as curva vestíbulo-lingual e ântero-posterior. SPEE relaciona a curva ântero-posterior do arco dental com a inclinação da cavidade glenoidea. um grande incremento na estabilidade das dentaduras quando era seguida essa disposição na montagem dos dentes artificiais. há um deslocamento dos côndilos dentro da cavidade glenóide. forma dos côndilos e amplitude do "movimento de BENNETT". no caso um articulador. GRATY. cuja projeção daria a imagem de uma calota de esfera com sua concavidade voltada para cima. verifica a existência de uma curva orientada no sentido vestíbulo bucal. Denomina-se de "curva positiva” a curva de Monson: "curva negativa a curva de Avery” e "curva neutra ou curva zero” a plana. Medindo a distância entre os dois pontos. desgaste que nos fornecerá uma curva ântero-posterior e outra curva vestíbulo-bucal. A essa medida cuja incidência foi maior. a inclinação de suas superfícies oclusais e vertentes. Obtida a DVO solicita-se ao paciente que pronuncie palavras sibilantes ao mesmo tempo que se observa a presença do EFL. que execute todos os movimentos de lateralidade e propulsão. notaremos uma maior incidência de medida. Esse método foi desenvolvido por GYSI e preconizado WALKER e HANNAU. ou melhor dizendo. Obtenção da curva individual de compensação: Adaptados os planos de cera iniciam-se os desgastes até o ponto de DVO. que segundo o autor. Há uma série de outros métodos de determinação da DVO e sugerimos uma excursão aos livros didáticos. . Achamos interessante uma pequena discussão destes métodos: É nossa filosofia de trabalho. O movimento (conseqüentemente o desgaste) continua até atingir a DVO. própria do paciente. Por este método obteremos as curvas individuais do paciente. Mede-se a DVO pelo método de Willis e verificar-se a correção dessa medida pelo método fonético e pelo método da deglutição. com as inclinações próprias da ATM de cada paciente. bem com sua condição neuromuscular. cremos ser conveniente o uso de um verdadeiro "conjugado" de métodos. e a correta emissão do som. Tomamos dois pontos de referência: um na face do paciente e outro na mandíbula e pedimos uma série contínua de deglutições. Entre os métodos de determinação da DV. atribuímos a DVR pois coincidiria com a condição postural da mandíbula. após cada deglutição. 2 . julgamos conveniente a utilização de mais de um método de determinação da DVO. procuraremos verificar também a presença do EFL e sua medida. colocados em posição na boca do paciente e recobertos em suas superfícies de contato com uma mistura abrasiva.61 33o (inclinação da trajetória sagital). tentar harmonizar a posição dos dentes das próteses totais. são a realização material das diversas posições mandibulares no espaço. Haverá um desgaste das superfícies dos roletes em contato. Solicita-se. para a montagem dos planos de cera e dos dentes. ao paciente. e 15° para o ângulo de Bennett. Como dissemos anteriormente. Introduzido por PATERSON (1923): Essa técnica utiliza os planos de cera.Método fisiológico. Após este teste pede-se que o paciente execute uma série de deglutições para verificarmos a oclusão dinâmica (durante a deglutição) e a posição de repouso (imediatamente após). gostaríamos de citar o método de SILVERMAN que se baseia na obtenção de uma média de medidas da posição mandibular após uma série de deglutições. com os roletes em íntimo contato. em prótese total. pois baseia-se em uma média de medidas. A localização da mandíbula. é nosso intuito posicionar a mandíbula em relação à maxila. dos côndilos dentro das cavidades glenóides (ATM) teremos localizada a posição inicial da mandíbula. nunca foi vista por este autor em quarenta anos de observação". só obtenhamos a inclinação ântero-posterior e vestíbulo-bucal da plataforma oclusal como um todo. Mecânico que diria respeito à posição ocupada pelos côndilos no interior das cavidades glenóides. B.CONCEITO ROBINSON afirma que o conceito de relação central. Não podemos nos furtar à idéia de que a plataforma oclusal é. os côndilos que se articulam com o crânio através das cavidades glenóides e componentes articulares. a nosso ver seria dada pela possibilidade de trabalho de cada profissional. WALKER nos fornece dois conceitos distintos de relação central: a. A Relação Cêntrica tem sido definida como: "A relação mais posterior da mandíbula a partir da qual os movimentos laterais podem ser executados". segundo o plano vertical. RELAÇÃO CENTRAL . uma vez conhecidas e determinadas as posições iniciais e terminais. é vago não havendo coincidência entre os vários autores. Se podemos nos utilizar de um articulador ajustável (vide ARTICULADORES) poderemos nos basear no instrumento para executar os ajustes oclusais "In vitro". (1964) Como vimos anteriormente. Isto parece ser um jogo de palavras desnecessário porque uma relação retrusiva da mandíbula à partir da qual os movimentos laterais NÃO possam ser executados.H. Pelo método de PATERSON não poderemos calcular quais as inclinações corretas das vertentes que compõe as superfícies oclusais. como foi exposto. A solução.62 Cremos ser possível obter um relacionamento bastante aceitável dessas estruturas. por sua vez composta de cúspides e sulcos que se realizam em vertentes. segundo o . A localização e conseqüente posicionamento no plano horizontal será conseguido por meio dos métodos e conceitos relativos à Relação Central. também nos parece insuficiente. embora. Sendo a mandíbula um osso rígido. por esse método. o método mecânico de GYSI. com dois pontos de apoio. Por outro lado. DOWN. A "Academia de Prótese Dental Americana” define a relação central com a posição mais retrusiva e não forçada ocupada pelo côndilos na cavidade glenoidea e a partir da qual a mandíbula pode descrever os movimentos de abertura e lateralidade livremente. ao estudarmos a Dimensão Vertical. nos utilizando do método de PATERSON. é feita utilizando os conceitos já expressos de Dimensão Vertical. Fisiológico onde leva-se em consideração a dinâmica neuromuscular. b. RELAÇÃO CENTRAL: diz respeito ao estudo da posição mandibular inicial e é relativa à posição ocupada pelos côndilos nas cavidades glenóides. movimentos de lateralidade e propulsão. Utilizar o termo CÊNTRICA para a posição mandibular de "Relação Central" e para a posição de contato dental de "Oclusão Central". A bissetriz do traçado. ou simplesmente: Relação Central da mandíbula. no espaço. esse movimento tem início na posição de RC e retornará a essa posição. Posição de Relação Central. o ponto inicial e terminal dos movimentos excêntricos da mandíbula. Seria uma posição de máximo equilíbrio do sistema. obteremos um traçado (da pua inscritora sobre a plataforma móvel) que representa as trajetórias mandibulares. recebeu o nome de: arco gótico. Se fixarmos uma pua inscritora no rolete maxilar (parte fixa do sistema) e uma placa de registro.63 plano horizontal. será o resultado da inscrição do movimento protrusivo (projeção) da mandíbula. no vértice do arco gótico. no interior das cavidades glenóides. cria confusão uma vez que essas posições NÃO SÃO COINCIDENTES na grande maioria dos casos (80% a 90%). tanto neuromuscular. O comprimento do cada traço. E o ponto em que os traços se cruzam. utilizamos o método desenvolvido por GYSI. equilíbrio entre os músculos da mastigação. corresponde à extensão daquele movimento. Compreende-se que a situação de RC corresponde à posição de máximo equilíbrio articular. concomitantemente. O ângulo do registro corresponde ao raio do arco do movimento (distância ao côndilo de apoio). também conhecido como método do Arco Gótico de Gysi. portanto. . A posição de Relação Central será. ao rolete mandibular (parte móvel do sistema) e solicitarmos ao paciente. Compreende-se que será a partir dessa posição que terão início os movimentos mandibulares e será a essa posição que a mandíbula retornará. MÉTODOS DE REGISTRO DA POSIÇÃO DE RELAÇÃO CENTRAL Em prótese total. Da interação dessas posições relativas (DVR e RC) obteremos o posicionamento da mandíbula. Esse registro. As vertentes do “arco gótico” são o resultado da inscrição dos movimentos laterais. Isso significa que podemos obter registros distintos quando de variações na DVO: notadamente quando o grau de abertura excede o EFL. corresponde à posição inicial e terminal dos movimentos. em relação à maxila. quanto articular. quando os côndilos estiverem na posição retrusiva e não forçada. ao término dos movimentos. em relação à maxila. Não há tensões nem trações entre os componentes da ATM. seria aquela posição ocupada pela mandíbula. Esse método baseia-se no seguinte princípio: Sabemos que toda a vez que a mandíbula executa um movimento de lateralidade. por se apresentar em forma de ponta. Convém lembrar que as posições internas nas ATM variam dependendo do grau de abertura da boca. de seu ponto inicial ao seu ponto terminal. portanto: RELAÇÃO CENTRAL. havendo. O conjunto pua/plataforma instalado (intra-oral ou extra-oral) é levado em posição para o registro dos movimentos excêntricos. ⇒ Verificadas a forma e posição. atingido pelo lábio superior. nos sentidos antero/posterior e latero/lateral. quando o paciente sorri. verifica-se. Por meio de grampos metálicos. Dessa maneira teremos as bases de prova relacionadas tanto em DVO como em RC. As linhas de referência ou linhas de orientação auxiliam na escolha e disposição dos dentes artificiais anteriores. solicita-se ao paciente.linha vertical que corresponde à linha mediana da face do paciente. construímos os roletes em cera e levamos à boca do paciente. Essa verificação deve ser feita utilizando os vários métodos estudados. constantemente a DVO para evitar um desgaste excessivo. Essa linha define as faces mesiais dos incisivos centrais superiores. fixamos os planos de orientação solidamente entre si. Vamos recapitular todo o processo. para maior equilíbrio do dispositivo. Pela face vestibular do rolete em cera superior. intra-oral. com auxílio de uma espátula Le Cron. ⇒ Reconstrui-se a altura facial determinando a DVR e a DVO. Uma variação do método foi desenvolvida por PHILLIPS que preferiu localizar o conjunto. A determinação da RC prende-se à localização da mandíbula. Essa linha determina a posição das faces distais dos caninos superiores. corresponde à RC. delimitam-se as LINHAS DE REFERÊNCIA: Linha alta do sorriso. Linha mediana. durante os movimentos mandibulares. Linha do canino.linha horizontal correspondendo ao ponto mais alto. ⇒ Acrescentada a mistura abrasiva. correspondendo à comissura labial do lábio em repouso. ⇒ O passo seguinte será a determinação da RC: para tanto utilizamos o método do arco gótico de Gysi. ⇒ Obtidas as curvas individuais de compensação. superiores. A posição de vértice do arco gótico. EM EIXO DE ABERTURA E FECHAMENTO e numa determinada DIMENSÃO VERTICAL.linha vertical. que execute os movimentos de lateralidade e propulsão com os planos em contato (desgaste de Paterson). para melhor entendimento: ⇒ De posse das bases de prova.64 O método de Gysi é válido quando executado dentro do espaço compreendido entre a DVO e a DVR. em relação à maxila. . Essa linha corresponde à altura do incisivo central superior. pua inscritora e plataforma. estes serão ajustados em sua porção vestibular (estética da face e recuperação do perfil estético). o conjunto será removida da boca e passaremos às fases laboratoriais da confecção das próteses. Para tanto utilizamos um importante instrumento auxiliar: o articulador.65 Obtidos os registros prévios. . Tipos e conceito: Há vários tipos de articuladores. estão unidos entre si por meio de grampos. os modelos estarão relacionados na mesma posição em que estavam as chapas de prova. movimentos de lateralidade e propulsão. quando da prova das próteses no paciente.Montagem e articulação dos dentes artificiais .66 C APÍTULO VI . A aparente simplicidade inicial se traduz em complexidade posterior. As hastes ou ramos horizontais. O instrumento mecânico de que nos utilizamos. que representa a articulação temporomandibular (denominado de guia condilar). de um corpo cuja função é manter o espaçamento entre duas hastes ou ramos horizontais. São os instrumentos mais simples. no entanto obrigam o profissional a uma série infindável de ajustes. esses instrumentos tem suas guias condilares pré-fixadas em 33º.Dentes artificiais . basicamente. Esses instrumentos permitem. às quais serão fixados os modelos.Articulação balanceada INTRODUÇÃO: De posse das bases de prova com a curvas individuais de compensação. cada qual baseado em um conceito ou Escola de Oclusão.Articulador arbitrário (ou de valor médio): são instrumentos em que a articulação dos ramos com o corpo é feita por meio de um dispositivo que representa a articulação temporomandibular (denominado de guia condilar). temos a certeza de que. nas bases de prova. ao encaixarmos os modelos superior e inferior nas chapas de prova e depois fixarmos o conjunto em um aparelho mecânico fixo. fixado em 15º. Como o conjunto: base superior e base inferior.Montagem em articuladores .Articulador de charneira (ou bisagra simples): são instrumentos que reproduzem exclusivamente o movimento de abertura e fechamento. . representam a maxila e a mandíbula do paciente que são articuladas entre si. chama-se ARTICULADOR: Consta. vamos posicionar os modelos de trabalho. 2.Seleção dos dentes artificiais . Basicamente podemos dividir os articuladores em três tipos: 1. Geralmente. sendo que os movimentos excêntricos se efetuam segundo inclinações pré-fixadas pelo fabricante. além do movimento de abertura e fechamento. (para a trajetória sagital do côndilo) e ângulo de Bennett. por meio de um dispositivo. em grau maior ou menor. * Os articuladores ajustáveis se complementam por um dispositivo denominado arco facial cuja finalidade é determinar e transferir o eixo intercondilar. inclinação da guia condilar (trajetória sagital do côndilo). MONTAGEM EM ARTICULADOR Há várias técnicas de montagem dos modelos em articulador. A localização de um eixo transversal de rotação foi discutida. do paciente para o articulador. corresponde ao articulador WIP-MIX. do paciente.Articuladores ajustáveis (semi ou totalmente ajustáveis): são instrumentos em que podemos regular (ou ajustar) as relações maxilo-mandibulares. pino guia incisal graduado milimetricamente e plataforma incisal fixa (há uma plataforma incisal regulavel. . individuais. a maioria dos articuladores em uso atualmente. O instrumento mais difundido entre nós. É um articulador semi-ajustável. Dental Cosmos 47:39 (1905) Evidentemente. para este articulador foi projetado com características próprias: * A localização dos côndilos é obtida por meio de “olivas” que se adaptam ao pavilhão auditivo externo. ângulo e movimento de Bennett. média e grande). a distância intercondilar e o ângulo do plano oclusal. Cada instrumento apresenta características específicas que dependem do número de registros disponíveis e acessórios incorporados. Entretanto. tipo arcom. (*) CAMPION. O arco facial relaciona a maxila do paciente à “maxila” do articulador. o que faz com que as técnicas de montagem sejam muito semelhantes entre si. Dentflex e Bioarte. mais fácil se torna a fase laboratorial e mais simples a instalação da prótese. quanto mais informações nós introduzimos no articulador. Completa o conjunto. G. apresenta guias condilares ajustáveis (entre 0º e 60º quanto à trajetória sagital do côndilo e entre 0º e 25º quanto ao ângulo de Bennett). * A localização do “terceiro ponto ou ponto de referência craniométrico é relacionada ao nasium e não ao plano infra-orbitário. com distância intercondilar regulavel em três posições (pequena. transferindo o modelo maxilar. segue a teoria de eixo terminal de rotação. por CAMPION(*) que raciocinava: "O eixo do articulador deve coincidir com o eixo de rotação do paciente". quanto ao arco facial.E. pela primeira vez. tanto ao articulador propriamente dito. acessória). distância intercondilar. Esses instrumentos permitem.67 3. que será a referência de montagem do modelo mandibular. a regulagem da: inclinação do plano oclusal. o arco facial que. trajetória do ponto incisal (através do pino guia incisal) e alterações na DVO. ângulo de Fischer. Os articuladores nacionais que seguem esse projeto são : Gnatus 8600. • Acrescenta-se gesso entre a placa de montagem e o modelo. levando as “olivas” ao pavilhão auditivo do paciente. verifica-se.Montagem do modelo da maxila: • De posse da base de prova superior com rolete de cera já montado. • Solicitando ao paciente que abra a boca.68 Outro instrumento é o articulador projetado por TAMAKI. • Aguarda-se a presa do gesso antes de passar para a fase seguinte.Montagem do modelo da mandíbula: • Fixado o modelo da maxila. . • Voltando ao paciente. dependendo do instrumento utilizado e das necessidades de cada caso. • Levamos o conjunto à boca do paciente. adaptamos a forquilha do arco facial ao rolete. apoiando a forquilha. removemos o conjunto da boca e levamos ao articulador. montagem e ajuste oclusal de prótese totais. do articulador. Com auxílio da base de prova inferior. Como referência para o plano horizontal. repousa sobre a parte superior do arco facial (para a montagem do modelo superior. • Adapta-se o modelo da maxila à chapa de prova correspondente. ao paciente que apoie o arco facial com as mãos. remove-se o pino guia incisal do articulador). solicita-se ao paciente que mantenha o conjunto em posição com a força de sua mordida. a forquilha fica solidária ao rolete e à base de prova. NOTA . • Fixadas as bases de prova entre si. na posição de RC.Em outros tipos de articuladores. • Adapta-se o arco facial à haste da forquilha. no próprio arco facial essa distância e ajusta-se o articulador. tomando o cuidado de utilizar pequena quantidade de gesso. removemos o conjunto constituído pelo arco facial e base de prova. 1. • Leva-se o conjunto ao articulador. removem-se o arco facial e a base de prova. como o articulador TT ou instrumentos não arcom. adaptando as olivas do arco facial aos pinos próprios do articulador. com o rolete já adaptado. DVO. tomamos os registros prévios: curva individual de compensação. Vamos fazer uma descrição sucinta da seqüência de montagem. 2. o arco facial será posicionado sobre a cabeça dos côndilos. utilizando cera fundida. esclarecendo que esta seqüência pode sofrer modificações e adaptações. adiante do meato auditivo. o chamado articulador TT. Solicita-se. a cerca de 12 mm. • Verifica-se a estabilidade do conjunto. RC e linhas de referência.orbitário. • No caso de instrumentos cuja distância intercondilar é regulavel. que serão localizados por palpação. com características que o tornam extremamente útil no planejamento. com os dedos na altura dos prémolares. O ramo superior do articulador. Dessa forma não necessitamos a base mandibular. É um articulador totalmente ajustável. utilizamos o ponto infra . enquanto adaptamos o dispositivo de localização do násium. Dessa forma. Muitos profissionais preferem que o paciente mantenha o conjunto base de prova mais arco facial em posição. Fixa-se todo o conjunto firmemente. 69 • Adaptada a base de prova superior ao modelo da maxila (já montado).S. • A regulagem das posições excêntricas será executada acompanhando o registro do “arco gótico” presente na plataforma inscritora. 3. Montados os modelos. o passo seguinte diz respeito à seleção e montagem dos dentes artificiais. porém sua tentativa fracassa pela falta de conhecimentos anatômicos. por meio de fios de ouro. GUILHERMEAU. Durante séculos os artesãos das cortes construíram “peças protéticas” utilizando marfim esculpido. procurando a forma e contorno de dentes naturais. fundando. Chemant refugia-se em Londres onde associase a ASH. DUCHATEAU. fecha-se o ramo inferior do articulador. dentista italiano. Aguarda-se a presa do gesso. registradas nos planos de cera (desgaste de Paterson). no entanto não obtêm resultados satisfatórios. se necessário for. criando uma indústria que subsiste até os nossos dias. Perseguido pela revolução francesa. Acrescenta-se gesso entre o modelo mandibular e a placa de montagem.C. Em 1774 um farmacêutico francês. eram fixados.White e difundindo o uso de dentes artificiais em porcelana.Regulagem do articulador: • A regulagem do instrumento é executada acompanhando as curvas individuais de compensação. sem nenhuma possibilidade de individualização. portador de dentadura artificial. tenta a confecção de dentes artificiais utilizando resinas naturais. em 1844. Somente em 1597. tenta a confecção de dentes em porcelana. a S. os elementos de fixação podem ser removidos e. inventa os dentes isolados em porcelana. os modelos podem ser reforçados com nova porção de gesso. DEBOIS CHEMANT e dessa associação surgem as primeiras dentaduras artificiais em porcelana. aos dentes remanescentes. Somente em 1830. • Após a presa final do gesso.500 anos a. • Com o pino guia incisal fixado em zero (posição de montagem). adaptamos o modelo da mandíbula à base de prova mandibular. WHITE leva esses conhecimentos para os Estados Unidos da América. recortados. os dentes artificiais eram apresentados em blocos sólidos de porcelana. .. GUISEPPANGELO FONZI. SAMUEL S. causando uma verdadeira revolução nas técnicas de construção de próteses. Posteriormente Duchateau associa-se a um “dentista”. • A posição de montagem corresponde à posição de RC (obtida pelo método de Gysi). Até então. os fenícios e os egípcios utilizavam dentes humanos e de animais que. DENTES ARTIFICIAIS Histórico: Já há 2. na escultura e disposição dos elementos. Esses componentes são fundidos. o “glaze”. De um modo geral. além dos óxidos metálicos corantes.Material de confecção: Os dentes em porcelana tem . com a porcelana. os dentes em resina acrílica são prensados em camadas. cuja finalidade é dar proteção e brilho ao dente. Atualmente. dentes em resina acrílica. em camadas. Da mesma forma que os dentes em porcelana. dá-se preferência aos dentes em resina . as pesquisas no campo dos plásticos deram origem à resina acrílica que passou a disputar. frente aos dentes em porcelana. contrabalançam as desvantagens do outro tipo. cristais de quartzo e óxidos metálicos corantes.70 Durante a 2ª guerra mundial. A superfície externa recebe uma camada transparente. Classificação: Podemos classificar os dentes artificiais segundo: 1. de forma que a coloração seja intrínseca.Material de confecção: dentes em porcelana. são compostos por: polimetacrilato de metila. caulim e feldspato. dentes funcionais.basicamente.Desenho da face oclusal: dentes anatômicos. há um predomínio dos dentes em resina acrílica. formando o corpo do dente e posteriormente a porção incisal. graças ao desenvolvimento industrial. Vantagens e desvantagens dos dentes em porcelana e em resina acrílica: PORCELANA vantagens * resistência à abrasão * eficiência mastigatória * estabilidade de cor desvantagens * ruído ao mastigar * dificuldade na montagem * dificuldade de ajustes oclusais * friáveis * não adesivos à base da prótese desvantagens * mudança de cor * perda do brilho * desgaste rápido RESINA ACRÍLICA vantagens * facilidade de montagem * facilmente ajustáveis * sofrem abrasão fisiológica * mesmo material da base da prótese Verifica-se que nem sempre as vantagens de um dos tipos de dentes. em sua composição: quartzo. o predomínio como material de confecção de dentes artificiais. Os dentes em resina acrílica. 2. 1. que se harmonizariam com o valor médio da inclinação da vertente anterior da cavidade glenoidea. ou quando desejamos diminuir o componente de força sobre o rebordo residual. 2. Se o exame dos rebordos indica avulsões recentes. Esse desgaste seria tanto maior quanto maiores forem as componentes horizontais do esforço da mastigação e tendente a anula-las. Dentes FUNCIONAIS são mais indicados para pacientes com alterações na ATM ou que apresentem grande discrepância entre RC e OC NAGLE. São os chamados dentes funcionais. como uma maneira de centralizar os esforços da dentadura mandibular.Desenho da face oclusal: A classificação baseia-se em pesquisas. HALL (1930). Desenvolveram-se dentes com inclinações de 33º. Os dentes em porcelana seriam indicados naqueles casos em que a estabilidade de cor é fundamental (principalmente os 6 anteriores superiores). Preconiza a montagem dos dentes inferiores internamente à crista dos rebordo residual. a indicação é de DENTES EM RESINA ACRÍLICA. pois haveria a harmonização contínua entre a forma e inclinação da face oclusal dos dentes. com os movimentos mandibulares. Baseado nos trabalhos de Hall. que copiasse os dentes naturais. sempre que houver dificuldade de montagem. é necessária uma verificação extremamente cuidadosa do equilíbrio oclusal. se a melhor eficiência de mastigação das dentaduras. diminuindo a componente horizontal de força. Surgiram os dentes “Anatom-form Trubite”. GYSI conclui que. Sempre que forem indicados dentes em porcelana. para adapta-la às novas condições orais do paciente. com dentes cuja inclinação de vertentes. casos de próteses imediatas. (1965) . a máxima eficiência seria obtida. fosse da ordem de 45º. admite a montagem de dentes 0º no arco superior e a eliminação das cúspides vestibulares dos dentes inferiores. Porém esquemas oclusais desse tipo. concluiu que a abrasão fisiológica dos dentes confere maior estabilidade às dentaduras. geram componentes horizontais das forças mastigatória. seria obtida às custas de uma superfície triturante. R. ou seria preferível a modificação da plataforma oclusal.71 acrílica. Os trabalhos de Hall dão origem à Escola Funcional. que tendem a deslocar as próteses e acelerar a reabsorção óssea alveolar. SEARS (1928). necessidade de ajustes oclusais extensos. ou quando o espaço interoclusal é limitado. realizadas com a finalidade de verificar. cujo sucesso determinou a configuração dos dentes anatômicos. que preconiza a utilização de dentes artificiais com superfície oclusal plana. ou em casos de prótese total imediata.J. principalmente pela sua estética. PAYNE utilizava de dentaduras idênticas. BASCON. KAPUR. Procura-se o equilíbrio entre a anatomia oclusal e as trajetórias mandibulares. Numa segunda etapa. (1965). * 11 optaram por dentes de 0° * 10 não tinham preferência Para LEVIN (1977) dentista e paciente tendem a rejeitar os dentes funcionais. apresentando superfície oclusal plana. * quanto à eficiência . SCHULTZ comparou dentaduras com superfície oclusal metálica (em ouro): * quanto ao impacto. (1951). que interfere na retenção das próteses é um dos fatores determinantes na escolha do tipo de dente artificial a ser indicado. A eficiência mastigatória deve ser julgada sempre em relação à preservação dos rebordos alveolares.semelhante à resina. utilizando superfície oclusal metálica. com um mínimo de componentes horizontais de força. em relação à eficiência mastigatória e conforto. BREWER. SCHULTZ utilizou dentes em porcelana e dentes em resina acrílica: * maior eficiência com dentes em porcelana. BREWER (1967). analisou 23 pacientes: * 2 preferiram dentes anatômicos.72 Os dentes ANATÔMICOS. (1967). A reabsorção óssea. Trabalhos tem sido desenvolvidos. fizeram experiências com dentes anatômicos e funcionais. (1962).semelhante à porcelana. Os estudos relativos à forma da superfície oclusal dos dentes posteriores continuam. SCHULTZ. no sentido de obter a máxima eficiência mastigatória.(1952). . por apresentarem altura cuspídea. mudando apenas os dentes posteriores: (anatômicos de 33 graus ou funcionais ) * houve preferência pelos dentes anatômicos. os dentes FUNCIONAIS. quanto maiores os cuidados tomados no registro e transferência das relações maxilo-mandibulares. do paciente para o articulador. irão articular com seus antagonistas em 3 dimensões. Evidentemente. desenhada para cada caso. PAYNE . sua amplitude e inclinação. articulam em 2 dimensões. o resultado será tão mais satisfatório. entre outros. Sangüíneo. Essa medida é o padrão para a escolha da bateria anterior superior. com o fito de determinar o comprimento dos dentes artificiais. LEON WILLIAMS (1914). permanece como critério de apresentação de dentes artificiais. Altura dos dentes: Diz respeito ao comprimento do incisivo central superior. Já em 1880. a divisão preconizada por Leon Williams. temos os trabalhos de BERRY e SAVAGE (1906). surge a teoria dos temperamentos que relaciona a forma dos dentes ao tipo físico do paciente. forma e cor). fornecida pelo fabricante. Identificados por meio de um código de letras e números (largura. HOUSE (1939). inferiores e posteriores. estima em 1/20 do comprimento facial. classifica as formas do rosto em: Triangular. durante o sorriso: “linha alta” ou “linha alta do sorriso”. os pacientes eram divididos em categorias: Bilioso. que teve grande aceitação na época. procurava a semelhança entre a forma do incisivo central superior com a forma do rosto. forma e cor dos dentes artificiais. sendo que o incisivo central superior deve ser selecionado dentre uma dessas três formas. que são os determinantes estéticos. em uma tabela. que concluem que a altura do incisivo central superior seria de 1/16 do comprimento facial. por meio de medidas faciais. em nosso senso crítico. Freqüentemente a expectativa do paciente (sua imagem mental). baseamos nossa escolha na teoria de Leon Williams. WOOD CLAPP (1914) seleciona a altura do incisivo superior. Linfático e Nervoso. Embora não haja comprovação científica dessa coincidência. . Quadrado e Ovóide. Habitualmente a seleção se baseia nos seis dentes anteriores superiores. bem como na opinião do paciente. Essa teoria não tem suporte científico e pode-se dizer que está em desuso. para os dentes anteriores (superiores e/ou inferiores) e placas de oito dentes para a bateria posterior. para cada tipo escolheríamos uma forma de dentes. procura a coincidência entre a forma do arco dental e o incisivo central superior. pela altura atingida pelo lábio. Como não há uma lei científica que determine a forma dos dentes anteriores. Assim. Apresenta sua teoria como: Triângulo Estético de Nelson. difere daquilo que seria seu “temperamento”. Forma dos dentes: Dentre as teorias que procuram ditar a forma do incisivo central superior.73 SELEÇÃO DOS DENTES ARTIFICIAIS Os dentes artificiais são oferecidos em placas de seis dentes. a teoria de BERRY (1906). NELSON (1925). Há várias teorias e técnicas que auxiliam a seleção do tamanho. cujo tamanho e forma são condizentes com os dentes anteriores selecionados. Dentre as várias teorias apresentadas. encontramos os correspondentes. sendo que. altura. mesmo correndo o risco de expor parte da resina da base da dentadura.ex. Cor dos dentes: As diversas cores dos dentes artificiais são indicada por meio de números (ou número + letra). A escolha da cor deve ser feita em ambiente iluminado com luz natural. em uma escala de cores e que variam de fabricante para fabricante. recortes simulando retração gengival e outros. Quando da escolha da cor. se chamar a atenção para algo que queremos esconder. indicando dentes anteriores exageradamente longos. quando a distância de comissura labial a comissura labial. corresponde à largura somada dos seis dentes anteriores superiores. deve-se utilizar a escala de cores do mesmo fabricante dos dentes que iremos selecionar. pois a tonalidade dos dentes artificiais varia conforme a sua composição. embora sejam muito semelhantes.74 O método preconizado por WOOD CLAPP.. além de muito simples e prático. através de medidas craniométricas. corresponde à altura (ou comprimento) do incisivo central superior. Nessas situações. tornou-se de aceitação geral pois. Ter sempre em mente que o excesso de caracterização pode ter efeito oposto ao desejado. na tentativa de tornar menos artificial a prótese. p. corresponde à largura somada dos seis dentes anteriores superiores. * Resumindo: Baseamos a escolha dos dentes nas linhas de referência• A distância da borda do rolete de cera até a linha alta do sorriso. • A distância da linha do canino à linha do canino do lado oposto. Essa medida nos leva à linha dos caninos. registrada no plano de orientação superior. de distal de canino de um lado a distal de canino do lado oposto. com a boca em repouso. do ambiente ou da vestimenta do paciente. preferivelmente na parte da manhã ou início da tarde. . de comum acordo com o paciente. procuramos selecionar dentes cujo comprimento seja aceitável. corresponde à largura da boca em repouso”. Há casos em que o sorriso é excessivamente amplo. a cor 67 da escala Dentron não é igual à cor 2C da escala Vivodent. do incisivo central superior. Pode-se lançar mão de recursos de caracterização da base da prótese como: pigmentações. nos fornecem um método eficiente e prático de escolha: “a largura somada dos seis dentes anteriores superiores. TENCH & WOOD CLAPP. Largura dos dentes: Diz respeito à largura mésio-distal. ao nível da face incisal. permite escolher um comprimento de dente que esconda a base da prótese. conclui que a largura do incisivo central superior deve ser de 1/18 da distância bi-zigomática. SEARS (1941). Dessa maneira. possam interferir com nosso critério. Cuidados especiais devem ser tomados para evitar que cores dominantes. ⇒ borda incisal. ao paciente. entre as linhas: mediana. ⇒ longo eixo do dente. tangenciando a linha alta do sorriso. Não é desabonador para o profissional. São relativamente freqüentes os casos em que. * Separam-se os seis dentes anteriores superiores e com auxílio de uma espátula Le Cron. dando sugestões. quando da escolha da cor dos dentes artificiais. ⇒ face incisal. como segue: 11 e 21: ⇒ face mesial. 13-23. Esse procedimento dá. ligeiramente inclinado para distal. ajustamos sucessivamente os dentes anteriores.75 Nunca utilizar o foco de luz do equipo. ⇒ borda cervical. ⇒ borda cervical. ligeiramente acima do rolete de cera inferior (cerca de 0. 13 e 23: . quebrando a harmonia do conjunto. para não perder a noção das pequenas nuanças de tonalidade dos dentes. deve-se fixar as bases de prova aos modelos. para que ele participe da escolha. acompanhando o plano vestibular do arco de cera. Além do componente de infravermelho. acompanhando o plano vestibular do arco de cera. com cera fundida. Outros cuidados importantes são: umedecer o dente da escala de cores. * Plastificando o restante da cera. ligeiramente inclinado para distal. ⇒ face vestibular. afinal de contas. tangenciando a linha mediana. para iluminar a boca do paciente. alta do sorriso e linha do canino. ⇒ face vestibular.). o foco de luz concentrado em uma pequena área.5 mm. ⇒ longo eixo do dente. * Como cuidado preliminar. 12-22. a responsabilidade de participar e colaborar na confecção da prótese que. realça os dentes em detrimento da face. * A montagem pode ser feita de 11 para 13 e em seguida de 21 para 23 ou na seqüência: 11-21. Julgamos muito conveniente fornecer um espelho ao paciente (suficientemente grande para que possa ver toda a face). para obter o mesmo brilho do dente na boca e não olhar durante muito tempo seguido. nosso conceito de estética. a fim de evitar seu deslocamento durante as manobras de montagem. remove-se parte da cera vestibular do rolete superior. tangenciando a linha alta do sorriso. tangenciando a face distal do 11/21. passaremos a montagem dos dentes. ele é quem vai utilizar! MONTAGEM E ARTICULAÇÃO DOS DENTES ARTIFICIAIS Feita a seleção dos dentes artificiais e de posse dos modelos montados em articulador. não coincide com a imagem que o paciente idealiza para si próprio. tocando o rolete de cera inferior junto à sua borda vestibular. 12 e 22: ⇒ face mesial. se nossa escolha não agradar ao paciente. Pelas mesmas razões abordadas anteriormente. 16: ⇒ face mesial. A montagem do 2º molar superior será feita após a montagem dos 1º e 2º molares inferiores. antes da montagem dos dentes posteriores. ⇒ longo eixo. tangenciando. Nessa situação. o plano de cera vestibular. tangenciando. sempre que a estética foi a motivação primordial para a confecção ou substituição da prótese. o plano de cera vestibular.a opção foi de montagem por hemiarco. ⇒ face vestibular. Mais adiante veremos a razão desse procedimento. afastada do plano de cera inferior. em sua face oclusal. ⇒ ponta do canino. até o 1º molar superior. É uma atitude aconselhável. não cabem provas estéticas e a montagem continua (pelo hemiarco de início) até o primeiro molar superior.a opção foi de montagem de toda a bateria anterior superior. pouco saliente em relação ao plano vestibular do arco de cera. Como a montagem dos dentes posteriores é mais fácil de ser executada por hemiarco e se repete no hemiarco oposto. Tendo terminado a montagem do arco superior (hemiarcos direito e esquerdo). ⇒ cúspide palatina. tocando o plano oclusal do arco de cera inferior. em sua porção mais convexa. ⇒ cúspides vestibular e palatina. Temos duas situações: 1. por sua face distal. descreveremos a seqüência por um dos hemiarcos: 14: ⇒ face mesial. tocando a face distal do 14 em sua maior convexidade. pois é muito mais fácil alterar as posições dos dentes anteriores (ou até os dentes). tocando a maior convexidade do canino. tocando o plano oclusal do arco de cera inferior. tocando o arco de cera inferior. em sua porção mais convexa. acompanha o contorno do arco de cera posterior. Podemos parar a montagem e proceder a uma prova estética no paciente. ⇒ face vestibular. tocando o rolete de cera inferior. acompanha o longo eixo do 11/21. ⇒ cúspide vestibular. ⇒ face vestibular.5 mm.76 ⇒ face mesial do canino. tocando a face distal do 15 em sua maior convexidade. . A seqüência se repete no outro hemiarco. 15: ⇒ face mesial. Julgamos esse procedimento conveniente. ⇒ face vestibular do canino. 2. descreveremos a montagem de um hemiarco. ⇒ cúspides vestibulares e palatinas. ligeiramente acima da linha alta do sorriso (cerca de 0. Nosso critério é montar o arco superior antes do inferior e sempre. em sua borda vestibular. ⇒ borda cervical. tangenciando a face distal do 12/22. iniciaremos a montagem do arco inferior.). ⇒ cúspides linguais. em que cada dente posterior oclue contra dois antagonistas. mantendo contato. às custas desse espaço. 37/47: Após a montagem do 2º prémolar. NOTA: deve ter chamado a atenção o fato de que não montamos os 1° prémolares inferiores. ⇒ cúspide lingual. tomamos o critério de iniciar a montagem dos arcos inferiores. Compreende-se que a oclusão do 1º molar inferior ocorre pelo toque de suas cúspides vestibulares (cúspides de parada cêntrica). contra o antagonista. segue a orientação oclusal do 2º molar inferior. cúspides linguais. a montagem dos dentes posteriores. nas vertentes triturantes (oclusais) das cúspides vestibular e palatina do 2º prémolar e 1º molar superior e pelo toque das vertentes triturantes (oclusais). contra as vertentes lisas das cúspides palatinas. um esquema de oclusão do tipo 2:1. deixamos a montagem desses elementos para o final (após a montagem da bateria anterior) para. Não havendo a necessidade do contato em cêntrica. montam-se os 2ºs molares. Devido a sua não participação na oclusão. encontra as cristas marginais: distais do 2º prémolar superior e mesial do 1º molar superior. pelas suas vertentes triturantes. contra o antagonista. em Prótese Total. poder ajustar a posição dos dentes anteriores. Essa configuração confere grande estabilidade oclusal às próteses. de suas cúspides linguais. ⇒ cúspide disto-vestibular. pode-se obter um “bloco de oclusão” de seis dentes posteriores. o dente “chave” da oclusão. mantendo contato.77 36/46: Sendo o 1º molar. pelas suas vertentes triturantes. estão alinhadas pelas vertentes lisas das cúspides palatinas dos dentes superiores. Procura-se. da cúspide vestibular do 1º prémolar superior e vertente mésio-vestibular da cúspide palatina do 2º prémolar superior. encontra a fossa central e sulcos formados pelas vertentes das cúspides mesiais e distais do 1º molar superior. ocluindo com a fossa distal (crista marginal) do 1º molar superior e face oclusal do 2º molar superior. 35/45: Basicamente. Dessa forma. ⇒ cúspide vestibular. . Os 2ºs molares são o dente ideal para o equilíbrio das trajetórias protrusiva e lateroprotrusiva das próteses totais. ⇒ cúspides vestibulares. de seus antagonistas. A sua colocação no arco de cera deve ser feita de tal forma que: ⇒ cúspide mésio-vestibular. esses elementos podem ser montados de forma a garantir a oclusão em posições excêntricas. 17/27: ⇒ montagem do 2º molar superior. segue o mesmo esquema descrito para a montagem do 1º molar inferior. ocluindo no triângulo formado pelas vertentes: mésio-palatina da cúspide vestibular do 2º prémolar superior e disto-palatina. por esse dente. há casos em que a posição do 1º prémolar inferior. É de capital importância. ⇒ Quando da montagem dos 2ºs molares. estes elementos podem ser inclinados para garantir o contato em protrusivo. a cada modificação. temos garantidas a DVO e a OC. Lateralidade direita e esquerda: partindo da posição de máxima intercuspidação (OC). 2. para a estabilidade da prótese. da inclinação das vertentes cuspídeas dos dentes posteriores. exclusivamente. acompanhados de contatos entre a bateria anterior superior e o rolete de cera inferior. modificar a inclinação vestíbulo/bucal do(s) dente(s). Até este momento estivemos trabalhando em movimentos de abertura e fechamento. adiante da OC) ⇒ Pretende-se contatos simultâneos e bilaterais entre os dentes posteriores. Montagem dos dentes anteriores inferiores: Inicia-se a montagem pelos incisivos centrais inferiores. Em dentaduras. a fim de obter a melhor estética possível. deixando para o fim a montagem desse elemento. seja absolutamente correta. ⇒ Repetem-se os movimentos (trabalho e balanceio). que as relações oclusais dos dentes anteriores. Portanto. montando os dentes dois a dois. Montados todos os dentes superiores e os posteriores inferiores. ⇒ Durante o movimento de lateralidade. o afastamento dos dentes anteriores depende. ⇒ O movimento retrusivo termina na posição de OC = RC (posição inicial de montagem no articulador). pretende-se oclusão totalmente balanceada (sem guia canina) para evitar deslocamento durante movimentos excêntricos. ⇒ Caso haja interferência ou falta de contato de um ou mais dentes. Essa manobra será efetuada após a montagem da bateria anterior inferior. permitindo o aumento do trespasse vertical anterior. Propulsão e retropulsão: partindo da posição de máxima intercuspidação (OC). deslocamos o articulador para um dos lados ⇒ Pretende-se contatos entre as cúspides vestibulares inferiores com as vertentes das cúspides vestibulares superiores. fica prejudicada. . teremos uma tolerância de espaço para a montagem dos outros dentes. 1. desloca-se o articulador até a posição protrusiva (cerca de 3mm. modificar a inclinação mésio/distal do(s) dente(s). onde se verifica a máxima intercuspidação coincidente com o arco de abertura e fechamento. Antes de continuar a montagem é conveniente verificar os movimentos excêntricos: propulsão e lateralidade. do lado de trabalho e contato das cúspides vestibulares inferiores com as vertentes das cúspides palatinas superiores. ⇒ Caso haja interferência ou falta de contato de um ou mais dentes. do lado de balanceio.78 Esse critério baseia-se em um fato simples: como podemos variar a inclinação dos dentes anteriores superiores. cuja intercuspidação se dá exclusivamente às custas de sua cúspide vestibular. No portador de próteses totais. ⇒ borda cervical: acompanha os dentes anteriores inferiores. acompanhando o ângulo ditado pelos dentes posteriores. ou permitindo um pequeno diastema se o espaço for maior. . Pelas mesmas razões que o trespasse anterior pode causar interferência. sem a necessidade de desgastes nos dentes. ocluindo com o ângulo disto-incisal do incisivo lateral superior. ♦ Em protrusivo. ⇒ longo eixo. de forma a liberar os contatos excêntricos. 34/44: ⇒ último dente a ser montado. ajustamos a posição dos caninos de forma a obter toque suave nas excursões excêntricas. se necessário. é o trespasse excessivo dos dentes anteriores. coincidindo com a linha mediana ditada pelos incisivos centrais superiores. utilizaremos o espaço remanescente. ocluindo com a face palatina (mesial) do canino superior. Uma das principais causas da reabsorção óssea do rebordo anterior e perda da retenção das próteses. ⇒ borda cervical. inclinado para mesial: podemos aumentar ou diminuir essa inclinação. inclinado no sentido buco/vestibular. Durante os movimentos de lateralidade. com trespasse vertical de cerca de 0. No indivíduo dentado. desgastando o dente. em sua borda vestibular. formando um ângulo de 90º em relação ao eixo de rotação do articulador. em relação à face palatina do incisivo central superior. não há percepção periodontal: cria-se um braço de alavanca que tende a deslocar as próteses em sua porção posterior. ⇒ longo eixo. ♦ Em lateralidade. ♦ A cada dente da bateria anterior inferior montado. em sua borda vestibular. procura-se o deslizamento das faces incisais. ⇒ borda incisal. com ampla liberdade de movimento. procura-se o contato da borda incisal do dente inferior. partindo da crista do rebordo residual inferior. com a borda incisal do dente superior. 33/43: ⇒ superfície oclusal (constituída por duas vertentes): vertente mesial. verificam-se os movimentos de lateralidade e propulsão.5 mm. 32/42: ⇒ os incisivos laterais seguem as mesmas normas dos incisivos centrais. em Prótese Total não montamos a guia canina. O deslocamento do dente (da cera) indica interferência e a posição do dente deve ser modificada. vertente distal.79 31/41: ⇒ faces mesiais. O trespasse vertical depende do ângulo das trajetórias protrusiva e latero-protrusiva. o movimento protrusivo é equilibrado pela guia incisal que compensa o espaço de Christensen. gerando uma sobrecarga ao nível da crista do rebordo alveolar anterior. J. em laboratório. ocluindo com a vertente mesial do 1º prémolar superior. ocluindo com a face disto-palatina do canino superior. 1. Iniciamos o ajuste pelo movimento de abertura e fechamento: • No articulador.G. no fundo de uma fossa e não for possível elimina-lo pela movimentação do dente.. até obter marcas uniformemente distribuídas. ⇒ longo eixo. movimenta-se o dente a fim de eliminar a prematuridade. A esse tipo de contato. um contato muito suave e de menor intensidade que entre os dentes posteriores. deveremos montar os dentes anteriores em posição de borda a borda (topo a topo). inclinado conforme a necessidade da oclusão e do espaço presente. • Quando o contato se apresentar puntiforme. vertente disto-vestibular. • A presença de marcas em apenas um. no máximo e em casos especiais. ⇒ Não desgaste a cúspide. É muito mais simples e fácil. chama-se contato prematuro. ou alguns dentes. vertente mésio-vestibular. "Se.80 ⇒ cúspide vestibular. com uma tira de papel carbono interposta entre os dentes posteriores. tantas vezes quanto necessário for. . Sept.Den. menos tempo será perdido em ajustes na boca do paciente. monte os molares superiores DIREITOS no arco inferior ESQUERDO. executam-se movimentos de abertura e fechamento. quanto mais cuidadosa for a montagem dos dentes. Mr. durante a anamnese. • Entre os dentes anteriores. • Com auxílio da espátula Le Cron. no arco inferior DIREITO e vice-versa". • Repete-se a manobra. indica que esse(s) elemento(s) toca seu antagonista antes dos outros dentes. sem tentar nenhum tipo de trespasse vertical anterior. • Os contatos prematuros interferem no equilíbrio oclusal e afetam a estabilidade da prótese. no articulador do que na boca. não deve haver contato (no movimento de abertura e fechamento) ou.FINLAY "Anatomical Articulation" Aus. As marcas de carbono devem se apresentar uniformemente distribuídas. suavemente. pode-se desgastar a fossa de contenção. constatamos que o paciente apresentava problemas de MORDIDA CRUZADA. 1914 ARTICULAÇÃO BALANCEADA Queremos lembrar que. os molares superiores ESQUERDOS.. a visualização de contatos e/ou interferências." "Na montagem de dentes em casos de mordida cruzada. Lançamos mão desse recurso quando. diminuindo a altura do(s) dente(s) inferior. . do lado de trabalho. 3. aumentando a distância horizontal entre os dentes superiores e inferiores (bateria anterior). sulcos. as cúspides vestibulares inferiores devem excursionar pelos sulcos de escape dos dentes superiores. contra a face palatina dos incisivos superiores. papilas interdentais que conferem à face vestibular da aparelho protético. Esse contato deve ser concomitante com o contato dos dentes posteriores e não exclusivo entre os dentes anteriores. amplia-se. • Sempre que houver excesso de contato de um ou mais dentes. A amplitude desse movimento restringe-se à posição de borda dos dentes posteriores (cúspides vestibulares inferiores alinhadas com as cúspides vestibulares superiores.elas estão garantindo a posição de DVO e OC. do lado de trabalho). Propulsão e retropulsão: • Partindo da posição de OC. dos dentes anteriores superiores. verifique a relação dos dentes do lado de balanceio. • Sempre que efetuar qualquer desgaste do lado de trabalho. quanto do lado de balanceio. o aspecto anatômico perdido. até a posição de “borda a borda” dos incisivos (borda incisal dos inferiores contra borda incisal dos superiores). termina-se a escultura da prótese. • Repete-se o movimento para o lado oposto.aumentando a inclinação buco-vestibular.diminuindo o trespasse vertical. • Durante esse movimento. tem sua limitação quando do toque dos dentes do lado de balanceio. sem interferência: tanto do lado de trabalho.aumentando o trespasse horizontal. o sulco de escape correspondente à interferência. executa-se o movimento de lateralidade para um dos lados. ⇒ Não desgaste as cúspides . b. Lançamos mão desse recurso quando os dentes posteriores garantem o afastamento entre os arcos. Lateralidade direita e esquerda: • Partindo da posição de OC. na posição de borda a borda. quando houver comprometimento estético e se essa angulação for compatível com as trajetórias de lateralidade. • Durante o movimento: deve haver deslizamento entre a borda incisal dos incisivos inferiores.81 2. quando se criam as bossas. c. por desgaste. • Todo o desgaste. na posição de borda a borda. o contato se dá exclusivamente entre o(s) dente(s) anterior. executa-se o movimento de propulsão. • A interferência é removida: a. • Se houver afastamento entre os dentes posteriores (ou deslocamento do[s] dente[s] superior da cera) isso indica interferência. Obtido o equilíbrio (balanceio) oclusal. mas também é um fator importante na preservação dos rebordos residuais. Particularmente em oclusão NÃO balanceada. Em seu trabalho. conclui que: a modificação da oclusão para: OCLUSÃO LINGUALIZADA (oclusão balanceada sem contato das cúspides vestibulares em trabalho) é a melhor forma de oclusão. . são fundamentais para nosso julgamento e apreciação por parte do paciente. não apenas comanda a estabilidade física da base da dentadura.82 Embora possa parecer um requinte técnico. na área mediana da dentadura inferior. vol.18 . julgamos que a prévia escultura e absoluta limpeza dos dentes. mesmo nessa fase de provas. KOIDE.1984 O tipo de oclusão em dentaduras completas. entre os quatro tipos analisados. foi encontrada uma zona de esforço considerável. EXPERIMENTAL STUDY ON THE FORM OF OCCLUSION FOR COMPLETE DENTURES. Kaoru KOIDE Nippon Dental University Publications. A mobilidade própria da fibromucosa de revestimento. o próximo passo será a verificação. Articulação dental em oclusão. . ao vivo. na boca do paciente. . Estética da face. verificamos os contatos dentais. seria muito pior se já tivéssemos as próteses polimerizadas e acabadas!. por parte do paciente. Não é raro que. polimerização e acabamento. 4. procurando os contatos ao primeiro toque e não sob pressão. de procurar a posição de máxima intercuspidação. estas poderão se corrigidas “In loco” mas. com o carbono interposto entre os arcos dentais. Estabilidade da prótese em função. . Ajuste oclusal em lateralidade e propulsão.Provas estéticas e funcionais. notar que houve algum erro no posicionamento dos modelos no articulador e conseqüentemente a montagem dos dentes está incorreta. Nossa intenção será verificar a justeza da montagem e não remontar as próteses. é muito mais difícil e sujeito a erros. para verificar a oclusão habitual do paciente. após uma montagem cuidadosa.83 C APÍTULO VIII . Assim é que. Articulação dental em oclusão Praticamente repetimos as manobras executadas em articulador. iremos verificar: 1. tentar a correção da oclusão na boca do que no articulador. em laboratório. 3. 1.Inclusão.Entrega da prótese e cuidados posteriores. criando uma imagem falsa da oclusão. Há a tendência. PROVAS ESTÉTICAS E FUNCIONAIS Levadas as próteses à boca do paciente. Se achamos desagradável uma constatação desse tipo agora. Introdução: Terminada a montagem dos dentes. A verificação dos contatos deve ser feita com movimentos suaves. Estética dos dentes. ao levarmos as próteses em prova na boca. com auxílio de tiras de papel carbono. 5. Essa tendência mascara as possíveis interferências resultantes de erro na montagem das próteses. apertando os dentes. em abertura e fechamento. permite a movimentação das bases. Solicitam-se uma série de deglutições. 2. Se houverem pequenas alterações. a prótese “parece” mais larga. do lado de trabalho. em detrimento dos dentes anteriores . ao paciente. (1935) Evidentemente. essas modificações.Ajuste oclusal em lateralidade e propulsão Solicita-se. das cúspides dos dentes posteriores e/ou a borda incisal dos dentes anteriores inferiores e a face palatina dos dentes anteriores superiores. tomam-se registros em cera. realçando os dentes posteriores. Se houver dúvida quanto à montagem. para nova regulagem e remontagem das próteses em articulador. entre as vertentes mesiais e distais. desses dentes. das posições protrusiva e latero-protrusiva. acompanha a “linha alta do sorriso”. procuramos o equilíbrio entre a escultura do enceramento com as expressões faciais do paciente. procuramos verificar possíveis interferências. quando necessárias.84 Se houver dúvida quanto à montagem. Durante essa excursão. Na presença de pequenas interferências. que movimente a mandíbula para a frente (propulsão) até a posição de “topo a topo”.Estética da prótese Do ponto de vista estético. A. devem ser realizadas no articulador pois envolvem alteração no relacionamento oclusal dos dentes posteriores. durante o sorriso forçado.os dentes anteriores “parecem” mais salientes. 2.T. desgastam-se as áreas de contato. sem desoclusão. Movimenta-se ou desgasta-se os caninos de tal forma que haja o toque. procuramos verificar se a escultura cervical dos dentes anteriores superiores. Principalmente durante o sorriso forçado. Em dentaduras. A abertura do arco dental. elimina (ou diminui) esse espaço. Uma área comum de interferência é a região de caninos: no indivíduo dentado há toque e desoclusão pela guia canina. esse contato funciona como um fulcro de apoio que desloca as próteses nos movimentos excêntricos. ROWE. "Um dos requisitos fundamentais é que os seis dentes anteriores sejam suficientemente largos para que os caninos assumam a sua posição normal no arco". 3. Já a criação do “corredor bucal” faz com que os dentes anteriores sejam realçados em relação aos dentes posteriores . Outro ponto a se verificar diz respeito ao chamado “corredor bucal”: essa área é representada pelo espaço existente entre as faces vestibulares dos dentes posteriores (de prémolar para trás) e as comissuras labiais. . enquanto a borda incisal acompanha a “linha do sorriso” representada pela posição do lábio inferior. na posição de deglutição e procede-se à remontagem das próteses em articulador. tomam-se registros em cera. (1935) Pelo expediente de acrescentar cera à face vestibular da prótese superior. com conseqüente invaginação dos lábios e bochechas. porém agora verificaremos as modificações ocorridas na face em repouso. podemos promover o levantamento dos lábios. (1935) Notamos. pode interferir com a movimentação dos lábios e deslocar a prótese. notadamente da vertente vestibular do rebordo alveolar superior. estaremos devolvendo o suporte perdido pela reabsorção óssea. se as alterações da base óssea não forem compensadas pela prótese. as nossas. há perda de suporte para a musculatura facial. criando as bossas dos incisivos e caninos.T. tais como: levantamento de rugas e sulcos. notadamente do sulco naso-labial. A.85 4. O aumento excessivo da espessura da face vestibular da prótese superior. É de fundamental importância a opinião do paciente. Evidentemente não existe uma “medida” a ser seguida: devemos nos valer de nossos conhecimentos da Anatomia da cavidade oral e do nosso senso estético. enfim reconstruir o perfil estético do paciente.Estética da face: Este item está relacionado com o anterior. ROWE. Com a perda dos dentes e conseqüente reabsorção óssea. "A ação dos músculos labiais é tal que a forma e expressão faciais serão totalmente dependentes desse suporte e os lábios se auto-moldam ao desenho que os dentes anteriores predeterminaram". A. Esse aspecto persiste e pode se tornar permanente (com o aparecimento de rugas e sulcos profundos). mais o arco será reduzido em largura". necessariamente.T. reconstituição do perfil estético. veríamos um CONE com seu ápice ao nível da linha dos olhos. Quando da confecção de nova prótese. ROWE. Essa aparente flacidez se deve à modificação da tonicidade da musculatura da face. nessa fase de nosso trabalho: a reconstrução estética deve ser dirigida em função das aspirações do paciente e não. "Se as linhas de força que passam pelos rebordos e pelo longo eixo dos dentes fossem visíveis. logo à primeira vista. 5.Estabilidade da prótese em função: . quanto mais próximos ao rebordo forem posicionados os dentes superiores. que o indivíduo desdentado apresenta os lábios mais finos e os sulcos faciais mais pronunciados. dando suporte para o aparecimento do tubérculo labial. reconstruir o filtrum labial. que podem ocorrer enquanto se aguarda a inclusão em mufla. com gesso “comum”. em dinâmica. para hidratar. pedindo que ele expresse sua opinião à respeito do trabalho. VIEIRA. "A manutenção das dentaduras em cera. INCLUSÃO E POLIMERIZAÇÃO Removidas da boca do paciente. Grande parte das alterações ditas de polimerização. A verificação dos bordas e sua relação com os tecidos paraprotéticos. concluem que o movimento dos dentes. linguo-dentais e linguo-palatais. SHARRY (1968) afirma que o gesso comum não propicia suporte suficiente para os dentes durante a pressão de inclusão. as próteses enceradas devem ser incluídas no menor espaço de tempo possível. • Após hidratação do modelo. quer quanto ao desenho de sua face vestibular e palatina. em gesso “pedra”. Falar com o paciente. ao paciente. permitindo a ocorrência de alterações dimensionais na cera. é fundamental nesta fase. para realizar o teste fonético: uma vez que a prótese se apresenta em sua forma definitiva. O conceito popular de que “dentadura nova machuca” não encontra fundamento científico nenhum. o conjunto será fixado na mufla. • A superfície do gesso será isolada. com os tecidos moles e músculos. relação das bordas e face vestibular. em torno dos dentes artificiais. D. a emissão de fonemas: labiais. pode ser uma das causas da perda de articulação". imerso em água fria. durante as fases de prensagem. para que este faça corpo com o gesso da contra-mufla. a fim de evitar seu deslocamento. é a maneira mais prática e rápida de se realizar esse teste. fazendo perguntas e solicitando respostas. Aguarda-se a presa do gesso quando controi-se um reforço. que execute a totalidade dos movimentos mandibulares e faciais. ao paciente. onde se aguarda a presa final do gesso.86 Como última das provas. PERLOWSKI (1953) e GRANT (1962). verificando a facilidade e clareza da dicção. (1958) • A base de prova será fixada ao seu respectivo modelo. modifica-se a borda da prótese até eliminar a interferência. será minimizado por uma matriz em gesso pedra ao redor dos dentes. quer quanto à. com auxílio de cera rosa e o conjunto. Sempre que houver interferência. após seu acabamento. a contra-mufla preenchida com gesso “comum” e levado a prensa manual. Tomamos o cuidado de hidratar o modelo. Solicitase.F. durante a inclusão. Verificamos a ausência de interferências oclusais. montagem e disposição dos dentes. resultam de alterações na cera. solicitamos. Neste momento temos as melhores condições possíveis. . ao final do escoamento. Freqüentemente. em dentaduras processadas pela técnica de prensagem.3ºc. O melhor resultado será obtido utilizando uma prensa hidráulica. aguardando a fase plástica para o entulhamento da mufla. ZAKHARI..87 • Após a presa final do gesso. imerge-se a mufla em água quente. a temperatura de ebulição do monômero está na faixa de 100. aumenta o grau de sorção de fluídos bucais e interfere com a qualidade do polimento da resina. Pressão inicial da ordem de 500 kg. com isolante para resina. paulatinamente. O aumento vertical. a temperatura da massa de resina aumenta (proporcionalmente ao seu volume) em valores maiores. pode ser o resultado de outros fatores que não a técnica. • Removem-se a base de prova e os excessos de cera. tanto a pressão quanto o escoamento da resina. para amolecer a cera. tomando cuidado para não estender o isolante sobre as faces cervicais dos dentes artificiais..000 kg. do que a temperatura externa. aumenta o risco de fratura. Levando em consideração que. removendo todo o resíduo de cera. K. . a temperatura interna da resina ultrapassa 100ºc. ou pelo “desconhecimento” da química das resinas acrílicas. A polimerização da resina acrílica tem sido o “calcanhar de Aquiles” das próteses totais. segundo as normas do fabricante. leva-se a mufla à prensagem.. • A mufla será levada a uma prensa individual. quando a temperatura do banho ultrapassa 75ºc. num movimento intempestivo. Assim sendo. Seca-se com jatos de ar e aguarda-se o resfriamento natural. • Preenchida totalmente. prensa de molas. preferencialmente. quando se eleva a temperatura da água do banho e se inicia a polimerização propriamente dita. propicia o escoamento contínuo e uniforme da resina. A presença de porosidade interna. causando porosidade na massa de resina. para a fase de polimerização. (1976) A reação de polimerização da resina acrílica.N. lavam-se as partes internas da mufla. • Isola-se: todo o gesso do modelo e contra-modelo. até 1. • A abertura deve ser cuidadosa. quando podemos regular. mesmo que em níveis mínimos. Cumpre ao profissional a exigência de que a fase de polimerização seja corretamente realizada. a polimerização é feita de maneira arbitrária. pois corremos o risco de fraturar o modelo. Não nos causa espécie que os resultados sejam insatisfatórios. é uma reação exotérmica.. elevamos a pressão. A resina acrílica será manipulada. descuidada e apressada. na pressa de obter o trabalho pronto. Com água em ebulição. quando temos a certeza do completo fechamento da mufla. afeta a resistência da base. o que pode levar o monômero residual a entrar em ebulição. 88 Temos obtido excelentes resultados utilizando um polimerizador (basicamente uma cuba metálica, ampla [com capacidade para duas ou mais prensas] dotada de uma resistência elétrica [700 watts] e termostato) que mantém a temperatura em 70ºc. O volume de água é suficiente para que o aquecimento seja lento e uniforme. O ciclo de polimerização ideal é de cerca de 12 horas a 70ºc. TAMAKI (1974), cita um ciclo rápido de polimerização, que pode ser utilizado sempre que necessário: POLIMERIZAÇÃO "ciclo rápido": 1- Temperatura ambiente - AQUECIMENTO lento até 65°c.: reação exotérmica (temperatura interna atingindo 100°c.); 2- MANUTENÇÃO a 65°c. por 60' - combinação monômero/polímero; 3- AQUECIMENTO até 100°c. em 30'; 4- MANUTENÇÃO a 100°c. por 60'- polimerização das porções mais finas; 5- RESFRIAMENTO LENTO (natural) até temperatura ambiente. Há necessidade de controle permanente da temperatura, para evitar superaquecimento. O uso de um polimerizador tem a vantagem de manter a temperatura uniforme, durante longo período de tempo (pode ser ligado durante a noite), liberando o técnico ou o profissional, para outros afazeres. ⇒ Atualmente foram desenvolvidas técnicas e resinas para polimerização em fornos de micro-ondas. ⇒ A seqüência de inclusão segue os mesmos passos, variando no que diz respeito à mufla que é construída de material plástico e específica para esse tipo de polimerização. ⇒ O ganho em tempo de polimerização é significante e os resultados obtidos são animadores. Após o ciclo de polimerização, seja qual for, o resfriamento da mufla deve ser natural até a temperatura ambiente. • A abertura e desinclusão deve ser cuidadosa para evitar fraturas ou distorções da prótese acabada. WOEFEL & PAFFENBARGER (1959), verificaram que o valor da deformação linear de processamento, ocorrida na região de molares, é menor do que 0,3mm. Essa deformação ocorre durante a retirada das próteses dos modelos. • Removida a prótese da mufla, passaremos às fases de acabamento: 89 • 1. 2. • • • Com pontas montada para resina, recortam-se os excessos, tomando o cuidado de não interferir com as bordas da prótese. Com tiras de lixa fina, montadas em mandril, dá-se acabamento na superfície externa, removendo as ranhuras causadas pela ponta montada. No torno de polimento, utilizando escova e “pedra pomes”, iniciamos o polimento; continuado com escovas mais macias e “branco de Espanha”, até o brilho final, com rodas de feltro. Lembramos que não se deve exercer pressão, durante o polimento, para evitar aquecer e queimar a resina. Um alto grau de polimento é desejável pois, além de eliminar a porosidade superficial da prótese, aumenta o conforto do paciente. Não utilizar polidores para metal: esses produtos contém solventes, derivados de petróleo, em sua composição, que podem atacar a superfície da resina acrílica. A prótese terminada deve ser instalada no menor espaço de tempo possível. É uma característica das resinas acrílicas, o fenômeno da sorção. Por outro lado, se a prótese for mantida em ambiente seco, poderá haver perda de água e possíveis alterações dimensionais. ENTREGA DA PRÓTESE E CUIDADOS POSTERIORES Quando da entrega da prótese, devemos tomar alguns cuidados, para nos certificar da justeza do aparelho bem como de seu equilíbrio. Assim sendo, o primeiro, passo após a instalação, será verificar o ajuste das bordas e sua relação com os tecidos circunjacentes. 1. Abertura da boca: verificamos as relações da borda da prótese com o sulco vestibular, anterior e posterior. 2. Deglutição: relações da borda lingual da prótese inferior, com os tecidos do assoalho da boca. 3. Movimentos da língua: para fora e para os lados - relação da borda lingual da prótese inferior, com o assoalho da boca, em sua porção posterior (m. Milohioideo). Para cima, tocando o palato - relação da base da prótese inferior, com os músculos Geniohioideo e Genioglosso. 4. Tração dos lábios e bochechas: relação da borda vestibular da prótese, com a região do sulco vestibular. Por posterior: músculos Bucinador e Masseter; freios e bridas. 5. Pressupomos que o ajuste de bordas (RECORTE MUSCULAR), já tenha sido executado quando do ajuste da moldeira individual e posteriormente, reavaliado quando da prova da base experimental. Nessas condições, as possíveis interferências devem ser de pequena magnitude e resultantes do recorte de acabamento. Desgastes amplos; remoção de partes da borda da prótese, INEVITAVELMENTE INTERFEREM COM A RETENÇÃO, por envolverem a região de selamento periférico. Situações desse tipo exigem a reavaliação do trabalho e manobras corretivas como o reembasamento da prótese.: 6. Tração anterior: segurando pelos dentes anteriores, faz-se tração segundo um eixo perpendicular à base da prótese. O deslocamento indica falta de ajuste na região anterior (sulco e vertente vestibulares). 90 7. Tração buco - vestibular: apoiando o dedo indicador na face palatina dos incisivos, traciona-se para fora. O deslocamento indica falta de ajuste posterior (ou rebordo anterior excessivamente reabsorvido). 8. Pressão lateral: com o dedo indicador, executa-se pressão sobre as superfícies oclusais dos dentes posteriores, de um dos lados de cada vez. O deslocamento indica falta de ajuste do lado oposto à pressão ou fulcro na região mediana (palatina) da prótese. ENTREGA DA PRÓTESE E CUIDADOS POSTERIORES ANÁLISE DAS RELAÇÕES MAXILO-MANDIBULARES Basicamente vamos repetir os mesmos passos que executamos quando das provas da montagem, com uma diferença fundamental: a prótese agora está acrilizada e não mais temos a possibilidade de alterar as posições dos dentes. Dimensão Vertical de Oclusão Relação Central - Oclusão Central Ajustes Oclusais em posições: cêntrica e excêntricas WESLEY, R.C. et ali (1973), concluem: 1. Discrepâncias oclusais em PT são produzidas como resultado do processamento das próteses e devem ser corrigidas antes de sua entrega ao paciente. 2. O processamento cuidadoso pode diminuir as alterações dimensionais, no esquema oclusal, entre os dentes antagonistas da bateria posterior. Os principais fatores responsáveis pelo desajuste oclusal em PT são: 1. Mudanças no relacionamento dos dentes ao modelo, durante as fases de processamento. 2. Deformação da base da prótese quando da liberação de esforços durante a demuflagem. Dimensão Vertical de Oclusão: Reproduziremos os testes para determinação da dimensão vertical, para nos certificar de que não houve alteração, quando da prensagem e polimerização da prótese. Excepcionalmente nos defrontamos com alterações para menos, na dimensão vertical de oclusão. Quando ocorrem, essas alterações envolvem um aumento de altura que pode interferir com o espaço funcional livre. Geralmente devida a prensagem insuficiente; ou deslocamento dos dentes posteriores durante a prensagem; é característica a espessura exagerada da base da prótese. Este tipo de acidente compromete, de maneira irremediável, o trabalho. A única solução reside na substituição total da base da prótese. Relação Central - Oclusão Central: Embora, por facilidade didática, se estude separadamente a dimensão vertical de oclusão e a oclusão central, é fundamental que se compreenda que se tratam de relações maxilo- Os desgastes são puntiformes. hábitos de apertamento dental. promove o deslocamento da prótese. Ajustes oclusais em posições.Lateralidade direita e esquerda: procura-se a mesma relação determinada quando da montagem dos dentes. a face palatina dos incisivos superiores. Isso eqüivale a dizer que: toda e qualquer alteração em uma. e massageie as gengivas com uma escova macia. São eliminados ampliando a fossa de contenção. afeta a outra. mucosa flácida. indicativo de que todas as cúspides de suporte dos dentes posteriores. . Desgaste. brocas finas e pedras montadas. recomenda-se que remova a prótese. Desgastes extensos são contra-indicados pois envolvem perda de substância do dente e interferirão na DVO. mesmo que por curtos períodos. O paciente deve ser instruído no sentido de remover e higienizar a prótese. até que tenhamos certeza do equilíbrio de nosso trabalho. Nos casos em que o paciente se recusa a permanecer sem a prótese (por razões estéticas ou psicológicas).Propulsão e retropulsão: procura-se a mesma relação determinada quando da montagem dos dentes. cêntrica e excêntrica: Com auxílio de tiras de papel carbono. envolvem os movimentos de abertura e fechamento sucessivos e movimentos de deglutição (repetem-se os mesmos testes já utilizados quando da prova dos dentes). sempre que ingerir alimento. excursionam pelas vertentes dos dentes antagonistas. ampliam-se os sulcos de escape.Abertura/fechamento: procura-se a mesma relação determinada quando da montagem dos dentes. várias vezes ao dia. recomenda-se a remoção da prótese. sem desgastar a cúspide. Excepcionalmente desgasta-se a borda incisal dos dentes inferiores. Em casos de intensa reabsorção óssea. Essas manobras deverão ser efetuadas tantas vezes quanto necessário. às custas de pequenos desgastes nas vertentes. Se houver interferência. Não desgaste as cúspides de suporte dos dentes posteriores. Os caninos podem sofrer desgaste se for constatado travamento: desgaste de acordo com a estética. 1. consideramos o trabalho em condições de ser entregue. Verificamos a presença de traçado uniforme. que ocorrem simultaneamente e conjuntamente. 3.91 mandibulares tridimensionais. podemos refinar a oclusão da prótese. Contato entre cúspide e vertente (em arco de fechamento). propiciando maior liberdade ao deslocamento. preferencialmente. durante a noite. ENTREGA DA PRÓTESE CUIDADOS POSTERIORES Terminados os testes de retenção e estabilidade. 2. Os testes mais utilizados para a verificação da oclusão central. (1971) . • Escovas duras e pó dentifrício. O tratamento protético voltado para a saúde geral e psíquica é a nossa meta. adaptação e retenção. podem. LOVE (1967) • É importante conscientizar o paciente de que há uma fina camada líquida. O atendimento só termina quando o paciente morre". Se combinada com a estimulação dos tecidos com uma escova macia. 2. • Não se aconselha soluções químicas. tanto da face interna da prótese. removendo a película de mucina que aí se instala.92 A remoção das próteses a noite reduz. LARKIN. J. que não sofre auto-limpeza pela ação da língua. drasticamente. Na maioria dos casos. O PACIENTE DEVERÁ SER INFORMADO DE QUE A UTILIZAÇÃO DE PRÓTESE(S) TOTAL(AIS) NÃO O EXIME DE CONTROLES PERIÓDICOS DE NOSSA PARTE. estabilidade e prognóstico do tempo de utilização. O estado de edentado não tem cura.D. devido ao alto grau de abrasão. a inflamação pode ser totalmente eliminada. • Recomenda-se escova macia e sabão neutro ou creme dental de baixo poder abrasivo. quanto da fibromucosa. como água oxigenada ou compostos amoniacais. essas soluções contém agentes químicos que atacam a resina acrílica. antes que essas alterações atinjam um estado de difícil solução. recorrente e em algumas circunstâncias contínuo durante toda a vida do paciente. Controles anuais garantem a qualidade do trabalho: verificação da oclusão. remover o polimento superficial da resina da base ou dos dentes. DVO. O atendimento protético deve ser consistente. a limpeza freqüente. a curto prazo. • É mais importante a freqüência do que a intensidade da limpeza. para a higiene da prótese. é um dos principais fatores para a longevidade e qualidade do tratamento. a incidência de inflamação. entre a base da prótese e a fibromucosa de revestimento. Convém lembrar que a reabsorção óssea continua e que será agravada se a base da prótese não estiver perfeitamente ajustada aos rebordos alveolares residuais. "Possivelmente chegará o tempo em que todos entendamos que: 1. Assim sendo. 3. e onde podem se instalar bactérias. engloba aquelas manobras em que nossa intenção será de melhorar as condições de uma prótese já existente. (1974) Conceito: Manobra de finalidade protética. o reembasamento parcial seria aquele tipo em que a substituição (ou acréscimo) de material. bem como na região de selamento periférico. em fase de substituição. Dependendo da sua extensão o reembasamento pode ser: • Reembasamento. p/ melhora das condições da fibromucosa. visando aumentar a retenção das próteses à custa de melhor adaptação à superfície de suporte e tecidos subjacentes. TIPOS DE REEMBASAMENTO Podemos dividir as manobras de reembasamento em dois grandes grupos: 1. Segundo a sua finalidade podemos dividir as manobras de reembasamento em: • Reembasamento c/ FINALIDADE PROTÉTICA • Reembasamento c/ FINALIDADE TERAPÊUTICA 1. segundo a sua EXTENSÃO 2. Como o próprio nome indica. para aumentar a sua .TOTAL • Reembasamento.PARCIAL 2.tipos e materiais Consertos e remontagem REEMBASAMENTO TIPOS E MATERIAIS "O reembasamento é o reajuste da base da dentadura. As manobras de reembasamento são indicadas para: Dentaduras IMEDIATAS Dentaduras MEDIATAS p/ aumento da retenção ou reajustes periódicos da base Dentaduras ANTIGAS. Reembasamento com finalidade protética. por novo material. segundo a sua FINALIDADE 1. fica restrito a uma área da dentadura. por acréscimo de nova quantidade de material. Por outro lado. 2. o reembasamento total é aquela manobra protética em que se substitui toda a base da dentadura." TAMAKI. T.93 C APÍTULO IX Reembasamento . • Levada em posição. Já o reembasamento com finalidade terapêutica. • Como houve desgaste interno e novo acréscimo de material. Nessa situação. substituída. • Verificam-se: a oclusão e as relações das bordas com os tecidos paraprotéticos. a prótese está sendo utilizada como um fator de tratamento e será. MATERIAIS E TÉCNICAS Os materiais empregados para reembasamento são: 1. seguindo as proporções indicadas pelo fabricante e aplica-se. • Essa manobra deve ser repetida várias vezes para evitar. 3. Resina acrílica ativada quimicamente: É utilizada quando de reembasamento total. • Aguarda-se o início da polimerização da resina (identificada pelo ardor e aumento da temperatura).). o desconforto do paciente. aumentando o tempo de trabalho e permitindo melhor controle por parte do profissional. ao paciente. São resinas modificadas. imediato e por acréscimo de material. quanto a boca do paciente. atualmente no mercado. Prestam-se muito bem para aqueles casos em que temos a necessidade de proceder a . com água fria. solicita-se. a prótese antiga em condições de utilização como “prótese de reserva” quando da confecção de novo aparelho. é muito importante verificar se não houve movimentação da prótese. deixando a superfície áspera. que possa interferir com a oclusão.Pastas para moldagem (pasta ZOE) 4. com cuidado e lava-se. tanto a prótese. ao paciente.5 a 2 mm.Materiais resilientes: condicionadores teciduais soft liners 1. • A água fria retarda a polimerização da resina. até obter espaço suficiente para o novo material (cerca de 1. resinas quimicamente ativadas específicas para reembasamento imediato. • Desgasta-se a superfície interna da base da prótese. cuja liberação de calor (reação exotérmica) é bem menor do que nas resinas convencionais.94 sobrevida ou fornecer. com auxilio de pontas montadas desbastam-se os excessos e procede-se ao polimento das bordas. • Polimerizado o material. ao mesmo tempo que nos permite visualizar e controlar o processo. no interior da base da prótese. que feche a boca.existem. inevitavelmente. verificando a oclusão da prótese. visando a melhora das condições de higidez da fibromucosa de revestimento e/ou a oclusão. rapidamente e abundantemente. ou em reembasamento parcial. quando remove-se. ainda fluida. Obtém-se melhor resultado se a superfície interna da prótese for previamente tratada com líquido da resina.RAAQ 2. NOTA. ou pelo menos diminuir. • Manipula-se a RAAQ.RAAT. envolve manobras de acréscimo ou substituição parcial. Capítulo V) Vazamos o modelo em gesso (com gesso “pedra”). tomando especial cuidado para não recobrir a face externa da prótese. remove-se. Dependendo do material selecionado. . Utilizaremos a prótese como se fosse uma moldeira individual. na boca do paciente. por curtos períodos de tempo (24 a 48 horas). pode-se remoldar a zona de selamento periférico. totalmente. preenche-se a prótese como se fosse uma moldeira individual. inclui-se em contra-mufla (com gesso “comum”): a prótese voltada para cima. Resina acrílica ativada termicamente: É um tipo de manobra indicado quando necessitamos a substituição total da base sem alteração da estética. ou oclusão. (vide . menos naquela região correspondente aos dentes artificiais. Mantendo a posição de oclusão (moldagem à boca fechada). Capítulo VIII) • A desinclusão e acabamento da prótese são feitos da forma convencional. porém restritas à(s) área(s) de interesse.obtenção dos modelos. (vide . como reembasamento terapêutico. preenche-se com gesso comum. com auxílio de broca para resina remove-se. na ausência de outro material melhor indicado. Não separe molde/modelo. após a centralização e início do aprofundamento. Capítulo VI) • Aberta a mufla e removido o material de moldagem da superfície interna da prótese. a resina da base da dentadura. Seleciona-se um material de moldagem funcional Manipulado o material. 3. Tem sua indicação para aqueles casos em que a prótese está satisfatória sob todos os aspectos. No caso de reembasamento parcial: as manobras são semelhantes. A abertura da mufla depende do material utilizado na moldagem. pois a pasta zincoeugenólica não resiste às condições da cavidade oral. solicita-se que o paciente oclua em OC. da prótese. pela técnica convencional. Após a presa final do gesso. lava-se e examina-se. (vide . Após a presa (polimerização ou vulcanização) do material de moldagem. menos quanto à sua retenção. Levada em posição. • • • • • • • • • • • Desgaste interno para conter o material de moldagem. procede-se à inclusão prensagem e polimerização. para proceder a nova moldagem funcional.Inclusão e polimerização. 2. • Manipulada nova porção de resina. Isola-se exclusivamente a superfície de gesso da contra-mufla. Pasta para moldagem (pasta ZOE): É um recurso de emergência. pode-se lançar mão desse material. num espaço de tempo relativamente curto (próteses imediatas). No entanto. Fechada a mufla.95 reembasamentos sucessivos.moldagem funcional. movimentam-se os lábios e bochechas para a moldagem das bordas. 9. • .xerostomia. estabilidade da prótese e conforto do paciente. 2. na cavidade oral. bactericida ou bacteriostático.polimetacrilatos Etilmetacrilatos Siliconas Grupo II: Mat. antecede ou caminha paralelamente à confecção de próteses. 6.áreas sensíveis ou reabsorvidas dos rebordos alveolares. 11. conhecidos como condicionadores teciduais. facilmente higienizavel. 4. 5. viscosidade moderada e controlável Os materiais resilientes. • . • . REQUISITOS DO MATERIAL: l.restauração de defeitos congênitos ou adquiridos. atóxico. superfície hidrófila. completa devolução de esforços. prestam-se muito bem para reembasamento terapêutico.. 3. . dimensionalmente estável. São. 8. cor estável. também. 7. base de borracha Velum vinil Polímeros acrílico/vinílicos Polímeros acrílico/siliconas INDICAÇÕES: • . 12. não absorver fluidos bucais. Dureza "shore" 20 a 25 unidades durante todo o tempo de sua utilização.bruxismo: como protetor dos tecidos de suporte. . Materiais resilientes: TIPOS E COMPOSIÇÃO: Grupo I: Metacrilatos . 10. insípido e inodoro. quando a necessidade de regredir estados congestivos da fibromucosa. para o controle da reabsorção óssea alveolar. não alterar a base da prótese.áreas de alívio em Pt. largamente empregados quando da instalação de próteses totais imediatas. total aderência à base da prótese.96 4.
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