APOSTILA - Neurofisio

March 23, 2018 | Author: Julianna Lutz | Category: Limbic System, Autonomic Nervous System, Hypothalamus, Neurotransmitter, Self-Improvement


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NEUROFISIOLOGIA: Sentimentos e EmoçõesMuito provavelmente há, no córtex cerebral, um local responsável pela tomada de consciência das emoções que sentimos e, simultaneamente com a consciência dessas emoções, nosso organismo manifesta alterações orgânicas compatíveis. São respostas do sistema nervoso autônomo (SNA) ou vegetativo, por isso, chamadas de respostas autonômicas. Para a ocorrência dessas respostas autonômicas (do SNA), sejam elas endócrinas, vegetativas (palpitação, sudorese, etc) ou motoras, há necessidade de um comando neurológico. Para tal, quem entra em ação são as porções subcorticais (abaixo do córtex) do sistema nervoso, tais como a Amígdala, o Hipotálamo e o tronco cerebral. Essas respostas são importantes, pois preparam o organismo para a ação necessária e comunica nossos estados emocionais ao ambiente e às outras pessoas. Em meados do Século XX, os neurofisiologistas Walter Cannon e Philip Bard formularam teorias sobre a importância das estruturas subcorticais na mediação entre as emoções e o resto do organismo. Pesquisando em gatos, eles observaram respostas emocionais integradas mesmo quando o córtex cerebral desses animais era removido, entretanto, não ocorriam respostas quando o Hipotálamo, que é uma estrutura subcortical, era removido. Finalmente, Cannon e Bard propuseram a idéia, até hoje aceita, da dupla função das estruturas subcorticais Hipotálamo e tálamo; eram eles quem forneciam os comandos orgânicos das respostas emocionais e, mais que isso, forneciam ao córtex as informações necessárias para a consciência dessas emoções. Portanto, mais recentemente, com Antônio Damasio e Stanley Schachter, completando as pesquisas de Cannon, Bard, James e Lange, se acredita que o comportamento emocional seja a interação entre o córtex cerebral, as estruturas subcorticais e a periferia orgânica. Entende-se que o córtex cria uma resposta cognitiva (consciente) à informação periférica (dos sentidos), resposta esta compatível com as expectativas do indivíduo e de seu contexto social. Essas estruturas subcorticais assim envolvidas na emoção foram denominadas de Sistema Límbico. 1 - O SISTEMA LÍMBICO Sabe-se hoje que as áreas relacionadas com os processos emocionais ocupam distintos territórios do cérebro, destacando-se entre elas o Hipotálamo, a área PréFrontal e o Sistema Límbico. Os mecanismos que controlam os níveis de atividade nas diferentes partes do encéfalo e as bases dos impulsos da motivação, principalmente a motivação para o processo de aprendizagem, bem como as sensações de prazer ou punição, são realizadas em grande parte pelas regiões basais do cérebro, as quais, em conjunto, são derivadas do Sistema Límbico. Em 1878, o neurologista francês Paul Broca observou que, na superfície medial do cérebro dos mamíferos, logo abaixo do contes, existe uma região constituída por núcleos de células cinzentas (neurônios), a qual ele deu o nome de lobo límbico (do latim limbus, que traduz a idéia de círculo, anel, em torno de, etc), uma vez que ela forma uma espécie de borda ao redor do tronco encefálico (em outra parte desse texto escreveremos mais sobre esses núcleos). Esse conjunto de estruturas, denominado mais tarde de Sistema Límbico, aparece na escala filogenética a partir dos mamíferos inferiores (mais antigos). É esse Sistema Límbico, o qual comanda certos comportamentos necessários à sobrevivência de todos os mamíferos, cria e modula funções mais específicas, as quais permitem ao animal distinguir entre o que lhe agrada ou desagrada. Aqui se desenvolvem funções afetivas, como aquela que induz as fêmeas a cuidarem atentamente de suas crias, ou a que promove a tendência desses animais a desenvolverem comportamentos lúdicos (gostar de brincar). Emoções e sentimentos, como ira, pavor, paixão, amor, ódio, alegria e tristeza, são criações mamíferas, originadas no Sistema Límbico. Este Sistema Límbico é também responsável por alguns aspectos da identidade pessoal e por importantes funções ligadas à memória. A parte do Sistema Límbico relacionada às emoções e seus estereótipos comportamentais denomina-se circuito de Papez. Na década de 30, refletindo sobre os trabalhos de Cannon e Bard, o neurofisiologista Papez propôs que os diversos componentes do Sistema Límbico mantinham numerosas e complexas conexões entre si. Assim, o neocórtex se comunica com o Hipotálamo através de conexões do Giro do Cíngulo, formando uma região chamada de Hipocampo (veja hypothalamus e cingulate gyrus na figura). Pois bem. Essa região, o Hipocampo, processa as informações recebidas do córtex e as projeta para os corpos mamilares do Hipotálamo através de uma estrutura chamada Fórnix. Mais precisamente, as emoções e memórias fluem da Amígdala e Hipocampo para os corpos mamilares através de fórnix (veja figura). Do fórnix seguem para o núcleo anterior do Tálamo, via fascículo mamilotalâmico, e do Tálamo para o Giro Cingulado, irradiando-se para o neocórtex, colorindo emocionalmente a experiência cognitiva. Do neocórtex esses estímulos voltam novamente para o Giro Cingulado, retornando à Amígdala e Hipocampo. Deste modo é modulada a resposta emocional. Este circuito também está envolvido na formação dos sonhos e da experiência inconsciente. De fato, a mente inconsciente não é nenhuma realidade abstrata ou conceitual, mas fisiologicamente, é a elaboração da vida ou dos estímulos que ela oferece organizados no sistema Límbico-Hipotalâmico. Com a chegada dos mamíferos superiores na escala evolutiva, desenvolveu-se, finalmente, a terceira unidade cerebral: o neopálio ou cérebro racional, uma rede complexa de células nervosas altamente diferenciadas, capazes de produzirem uma linguagem simbólica, assim permitindo ao homem desempenhar tarefas intelectuais como leitura, escrita e cálculo matemático. O neopálio é o gerador de idéias ou, como diz Paul MacLean - "ele é a mãe da invenção e o pai do pensamento abstrato". (Fonte: Júlio Rocha do Amaral, Jorge Martins de Oliveira) Assim sendo, o Hipocampo funciona como um grande banco de dados. Nele, são armazenados registros de todos os fatos e eventos, e essas informações ali guardadas servem para regular a atividade de várias outras áreas do cérebro. A região conhecida como Amígdala também trabalha na seleção de dados e ainda dispara sinais de alerta quando reconhece um perigo ou situação de ameaça. O Hipotálamo informa ao Giro do Cíngulo através de uma via dos corpos mamilares para os núcleos talâmicos anteriores (trato Mamilo Talâmico) e dos Núcleos Talâmicos anteriores para o giro cingulado. Papez acreditava, como hoje já se sabe, que o córtex na região límbica está seriamente envolvido nas emoções. É por isso que as lesões ou tumores nessas áreas corticais límbicas podem gerar distúrbios emocionais. Concluindo, no circuito de Papez, o Hipotálamo governa a expressão das emoções. 2 - O HIPOTÁLAMO Um importante centro coordenador das funções cerebrais é o chamado Diencéfalo, uma região formada pelo Tálamo e pelo Hipotálamo. O primeiro consiste em uma massa cinzenta que processa a maior parte das informações destinadas aos hemisférios cerebrais. É uma grande estação de elaboração dos sentidos. O Hipotálamo, por sua vez, regula a função de abastecimento do sistema endócrino e processa inúmeras informações necessárias à constância do meio-interno corporal (homeostasia). Coordena, por exemplo, a pressão arterial, a sensação de fome e o desejo sexual. A importância do Hipotálamo, pode-se dizer, é inversamente proporcional ao seu tamanho. Ocupando menos de 1% do volume total do cérebro humano, o Hipotálamo contém muitos circuitos neuronais que regulam aquelas funções vitais que variam com os estados emocionais, como por exemplo a temperatura, os batimentos cardíacos, a pressão sanguínea, a sensação de sede e de fome, etc. O Hipotálamo controla também todo sistema endócrino através de uma glândula localizada em seu assoalho, a Hipófise. Desse modo, o Hipotálamo é um dos grandes responsáveis pelo equilíbrio orgânico interno (a homeostasia). O Hipotálamo está, pois, intimamente relacionado ao Sistema Nervoso Autônomo (SNA) e o SNA é, primariamente, o sistema de controle de todas as vísceras (músculo cardíaco, sistema digestivo, glândulas endócrinas, etc). Esse SNA possui duas divisões principais: o sistema simpático e o sistema parassimpático. Por causa dessa múltipla função, Cannon propôs que o Hipotálamo determinava não só a regulação da homeostasia do organismo, como a regulação do comportamento emocional. O SNA sofre influencia de diversas regiões do cérebro, em particular do córtex, da Amígdala e da formação reticular. Mas, todas essas estruturas exercem suas ações sobre o SNA através do Hipotálamo, o qual integra as informações em uma resposta coerente. O Hipotálamo controla a atividade das vísceras ou seja, controla o SNA, através do Tronco Cerebral. Isso é realizado de duas formas: Primeiramente, ele se projeta para três importantes regiões do Tronco Cerebral e da Medula Espinhal. 1 - projeta-se para o núcleo do trato solitário, o principal recipiente dos influxos sensoriais provenientes das vísceras; 2- projeta-se para regiões do Tronco Cerebral no Bulbo Ventral Rostral, que controla a saída (pré-glangionar) importante do SNA simpático e 3- projeta-se diretamente para o fluxo de saída autonômica da medula espinhal (Fonte). Sobre o Sistema Endócrino o Hipotálamo exerce sua influência direta e indiretamente. Diretamente essa influência se dá através da secreção de produtos neuroendócrinos direto na circulação sanguínea a partir da porção posterior da glândula Hipófise. Indiretamente a influência se dá pela secreção dos chamados hormônios reguladores, os quais atuam liberando ou inibindo outras glândulas do organismo, tais como as supra-renais, tireóide, para-tireóides e sexuais. 3 - A ÁREA PRÉ-FRONTAL (CÓRTEX) O Córtex Cerebral é a camada mais alta e externa do encéfalo, ou seja, dos dois hemisférios. Trata-se de uma capa de substância cinzenta de mais ou manos 0,3 centímetros de espessura. Os sulcos e fissuras do Córtex Cerebral é que definem suas regiões em, por exemplo, Lobo Frontal, Lobo Temporal, Parietal e Occipital. O Lobo Frontal é um lugar onde se concentra ali enorme variedade de importantes funções, incluindo o controle de movimentos e de comportamentos necessários à vida social, como a compreensão dos padrões éticos e morais e a capacidade de prever as conseqüências de uma atitude. O Lobo Parietal recebe e lá se processam as informações dos sentidos, enviadas pelo lado oposto do corpo. O Lobo Temporal está permanentemente envolvido em processos ligados à audição e memorização, enquanto o Lobo Occipital é o centro que analisa as informações captadas pelos olhos e as interpreta mediante um intrincado processo de comparação, seleção e integração. O Córtex Pré-Frontal, considerado uma formação recente na evolução das espécies e a sede da personalidade e da vida intelectiva, modula a energia límbica e tem a até que se esgote a energia nervosa. A Área Pré-Frontal se desenvolveu bastante. Na ausência desta parte do Córtex. levando à boca todos objetos. apesar de se manterem intactas a consciência e a linguagem. Ela é responsável pela escolha das opções e estratégias comportamentais. . em algumas espécies de golfinhos. O relacionamento concreto entre regiões corticais e as emoções ocorreu em 1939. efetivamente. Foram seccionadas as conexões límbicas. as intensas conexões que mantém com o Tálamo. pesar as conseqüências de ações futuras para efetuar o planejamento motor de acordo com as conclusões. Amígdala e outras estruturas subcorticais límbicas. Por outro lado. inibindo momentaneamente a cognição e até o tônus muscular tônico. quando o Córtex Pré-Frontal é lesado. houve redução da ansiedade desses pacientes. o Sistema Límbico através do Hipotálamo. foi realizada a primeira Lobotomia Pré-Frontal em seres humanos. Nessas pessoas não aparecia mais quaisquer sinais de alegria. pela manutenção da atenção e pelo controle do comportamento emocional. sendo particularmente desenvolvida no ser humano e. Assim como ocorreu na experiência de Heinrich Klüver e Paul Bucy em relação ao Lobo Temporal. curiosamente. os animais não se mobilizavam com objetos familiares nem com os próprios familiares. como a falta de inibição ou de iniciativa ou de motivação impediram a continuidade desse tipo de tratamento. Os macacos. pode exercer um efeito supressor ou inibidor sobre o neocórtex. como se observa nas fortes excitações emocionais. bem como da capacidade de concentração e de abstração. as emoções ficam fora de controle.possibilidade de criar comportamentos adaptativos adequados ao tomar consciência das emoções. inclusive. Ao mesmo tempo eles apresentaram uma contundente tendência oral. A Área Pré-Frontal do córtex corresponde a parte anterior não motora do lobo frontal. tornaram-se mansos e demonstravam um apagamento das emoções. A mais importante função associativa do Lobo Pré-Frontal parece ser. na tentativa de tratar alterações emocionais graves decorrentes de doença mental. tristeza. Mas a Área Pré-Frontal não faz parte do Sistema Límbico. Esse embotamento de emoções se manifestava. Entretanto. Entre os seres humanos essa região do cérebro começa a adquiri maturidade suficiente entre os 4 e 6 anos de idade (veja abaixo o Estágio Operacional Concreto). apesar de muito selvagens e agressivos. são exageradas e persistem após cessar o estímulo que as provocou. como uma espécie de cegueira emocional. na escala filogenética. Ela mantém conexões com o Sistema Límbico (visto acima) e com o Núcleo Dorsomedial do Tálamo. a Lobotomia Pré-Frontal realizada em seres humanos para tratamento de certos distúrbios psiquiátricos. há severo prejuízo das responsabilidades sociais. Em 1935. com o aparecimento dos mamíferos. Nesse ano os pesquisadores Heinrich Klüver e Paul Bucy observaram uma síndrome comportamental dramática em macacos depois de submeterem os animais a uma lobotomia temporal bilateral. em sua área orbitofrontal. resultava igualmente num certo empobrecimento afetivo. esperança ou desesperança (Fonte: Cérebro & Mente). integrar informações sensitivas externas e internas. A principio. justificam seu importante papel na expressão dos estados emocionais. isolando o Córtex Pré-Frontal. Da mesma forma como os macacos de Heinrich Klüver e Paul Bucy tinham prejuízo emocional após retirada do Lobo Temporal. mas complicações como o desenvolvimento de epilepsia e alterações anormais da personalidade. seja pelo córtex frontal direito ou Sistema Límbico. É importante sabermos com que idade se desenvolve. Ambos se auxiliam na efetuação de tarefas várias. seus lobos frontais e pré-frontais (depois dos 12 anos. que o seu homólogo do lado direito. Os argumentos racionais das terapias cognitivas procuram fazer a pessoa reaprenderem a lidar com suas emoções através da cognição. intelectual. de tal forma que o cérebro pode fazer com que as funções das áreas lesadas sejam assumidas por outras áreas sadias. dentre elas o córtex pré-frontal. processando a informação sensitiva envolvida com a percepção e a linguagem O Córtex Límbico recebe projeções de áreas sensitivas superiores e projeta para outras regiões corticais. O Córtex Pré-Frontal do hemisfério esquerdo é muito mais relacionado à cognição e consciência. Suas funções prioritárias são: Córtex Pré-Frontal: planejamento e execução das ações motoras complexas Córtex Parieto-Têmporo-Occipital: integração das funções sensoriais com a linguagem Área Límbica: integração da memória com aspectos comportamentais relacionados a memória e motivação Córtex Pré-Motor: início da ação Áreas corticais superiores sensitivas conectadas diretamente a áreas primárias sensitivas projetam para o córtex pré-motor. Nenhuma parte do sistema nervoso funciona isoladamente.Características do Córtex Cerebral A localização das diversas funções em áreas específicas do córtex não implica que uma determinada função seja mediada exclusivamente por uma única região cerebral. mas sim que As áreas de associação cortical. integram as informações somáticas com o planejamento do movimento. como uma alternativa racional das exigências da angústia detonada. veja adiante). dotado de inúmeras e quase infinitas interconexões. mais satisfatoriamente na pessoa. a interação entre os dois hemisférios é tão integrada que não se pode dissociar claramente suas funções específicas. No cérebro normal. ou seja. Áreas corticais superiores sensitivas não conectadas diretamente a áreas primárias sensitivas projetam para o Córtex Pré-Frontal. que projeta para o córtex motor primário. Parieto-TêmporoOccipital e Límbicas. que são as áreas Pré-Frontal. que projeta para o Córtex Pré-Motor O Córtex Parieto-Têmporo-Occipital recebe projeções de áreas somáticas superiores visuais e auditivas. HIPOTÁLAMO Tópicos    Introdução Sistemas responsáveis pela homeostasia Funções hipotalâmicas Introdução . que são armazenados na hipófise posterior. Esta região neural é muito pequena e. Até mesmo uma lesão à sua área adjacente poderá causar lesões hipotalâmicas devido ao seu tamanho reduzido. desempenham funções distintas. Neurociências. Três grandes sistemas são responsáveis pela homeostasia: . estando equipado para comandar o sistema nervoso autônomo (SNA).psiqweb. Esses limites incluem a temperatura e a composição sanguínea. A função do hipotálamo é controlar a homeostasia. 2ª edição.http://www. a ocitocina e o ADH. não apenas com uma região restrita.html Apesar de o hipotálamo e o tálamo dorsal serem estruturas adjacentes. O hipotálamo sabe como está toda a periferia do nosso corpo devido ao grande número de aferências recebidas por ele. ou seja. por isso.br/cursos/neurofisio. Mark F. Desvendando o sistema nervoso. qualquer tumor hipotalâmico mexe com todo o hipotálamo e. manter requisitos básicos à vida em uma estreita faixa de valores. Sistemas responsáveis pela homeostasia Os mamíferos possuem uma estreita faixa de regulação dos mecanismos essenciais para a manutenção da vida. O hipotálamo produz hormônios.Hipotálamo secretor: é a parte responsável pela liberação e/ou produção de hormônios que atuam em diferentes partes do organismo. principalmente com as áreas de memória. Ele integra as respostas somáticas e viscerais de acordo com as necessidades do encéfalo. . página 531. Bear.med. O hipotálamo está abaixo do tálamo e forma o assoalho do 3º ventrículo. . Pode-se perceber que. Dependendo da situação. tais como o córtex cerebral. FUNÇÕES HIPOTALÂMICAS Tópicos   Regulação da temperatura Regulação da ingesta de água .Regulação da temperatura. para que a hipófise “libere” tais hormônios. o tálamo e a medula espinhal. precisa-se de um estímulo prévio do hipotálamo. São Paulo. Imagem: CÉSAR & CEZAR. 2002 .Sistema nervoso autônomo: Através dos sistemas simpático e parassimpático. São quatro sistemas modulatórios com neurotransmissores diferentes e que servem para controlar o nível de consciência e o humor. podem-se ter diferentes estimulações. . Biologia 2.Sistemas modulatórios: São sistemas de neurônios que possuem a função de modular vastos conjuntos de neurónios pós-sinápticos. faz a regulação homeostática do organismo. etc. Ed Saraiva. Funções hipotalâmicas O hipotálamo possui basicamente duas funções: Controle endócrino Esta imagem ilustra muito bem o controle do hipotálamo no sistema endócrino. como ocorre nas reações de “luta ou fuga”. fazendo com que se tornem mais ou menos excitáveis mais ou menos ativos sincronicamente. Por exemplo: a vontade de se exercitar quando está sentindo frio. é a partir do valor máximo e do valor mínimo que ele vai tomar providências para voltar à temperatura que conhecemos como “fixa”. não é muito importante o valor fixo de 36. vemos que o hipotálamo não sabe a temperatura da pele. Assim. Na área hipotalâmica lateral existem neurônios sensíveis à osmolaridade do líquido que os circundam e que tem relação com o plasma. aumentando a sudorese e estimulando o repouso. provavelmente os neurônios têm canais específicos que permitem essa troca iônica e eles serão sensíveis a isso. Para o hipotálamo. Regulação da ingesta de água A ingesta de água é necessária para a manutenção da homeostasia e ela varia de acordo com o meio ambiente.5ºC pois. O hipotálamo possui um termômetro que está em um núcleo chamado área pré-óptica. O aumento desta estimula a secreção do ADH e a sensação de sede que vem depois da secreção desse hormônio.5ºC. A sensação de sede é oral (boca seca). ele percebe a temperatura do sangue. ele envia comandos para uma vasoconstrição cutânea e ereção dos pêlos. agindo em musculatura esquelética. não perca calor para o meio. Nossas enzimas não funcionariam bem em uma temperatura muito distante de 36. é necessário que seja resfriado fazendo vasodilatação cutânea (o indivíduo fica vermelho). Para produzir mais calor. A consciência também é importante para a produção de calor. A sensação de sede é mais imediata do que a ação do hormônio que é sempre mais demorada e tem efeito mais duradouro. O hipotálamo envia informações para áreas corticais que representam a cavidade oral. A variação da osmolaridade do líquido extracelular faz com que potenciais de ação sejam disparados. Quando o hipotálamo detecta uma temperatura abaixo do mínimo. Já quando a temperatura do sangue está acima do máximo. essa área estimula a sede. Isso é importante para que o sangue não esfrie. Essa vasoconstrição não é capaz de aumentar a resistência vascular periférica porque o sangue está sendo retirado apenas da pele.  Regulação da ingesta de alimentos Ritmo circadiano Regulação da temperatura Os animais homeotérmicos têm a temperatura ideal por volta de 36. O hipotálamo vai sempre trabalhar com essa noção de tentativa de equilíbrio a partir de valores extremos. Essa temperatura oscila em uma estreita faixa de valores. Esta área contém células sensíveis à temperatura do sangue. Isso é uma exceção. gerando a sensação consciente de sede. Se a osmolaridade está muito elevada. uma vez que não é uma área de consciência.5ºC. o hipotálamo determina abalos musculares (calafrios). Não se sabe ao certo mas. porque o sistema nervoso autônomo não controla a musculatura esquelética. . A sensação de sede não é dada no hipotálamo. O hipotálamo controla a osmolaridade. porque qualquer movimento aumenta a quantidade de calor produzido. Para elevar a pressão arterial. esta usava ratos já deixados com fome e lesionava a área hipotalâmica lateral. eles molham a boca e a língua. observou-se que os ratos ganharam peso. Bear.O ADH diminui o volume de urina e matem a pressão arterial. Posteriormente. neste caso. Este fato pode ser percebido em pacientes com problemas renais. avisando ao hipotálamo que é hora de sentir sede. Regulação da ingesta de alimentos Observando-se um rato cuja área hipotalâmica lateral fora lesada. na década de 50 surgiram as noções de centro da fome e centro da saciedade. ele controla além da secreção de hormônio. no pulmão é transformada em angiotensina II. foi feita uma outra experiência que. Aferências da boca e língua estão relacionadas com a sensação de sede. Com isto. a angiotensina II passa pela barreira hematoencefálica e é percebida pelo órgão subfornical. o rim libera renina que transforma angiotensinogênio em angiotensina I que. Eles têm sede o tempo inteiro porque a sua osmolaridade sanguínea tende a ser alta e eles não podem ingerir água. 2ª edição. uma lesão na região ventromedial do hipotálamo. . Mark F. É importante perceber que o hipotálamo tem uma ação controladora muito abrangente. devido a uma diminuição na ingesta. pois. o que pode ser feito através da ingestão de água. o controle da pressão arterial é muito mais uma função da freqüência cardíaca. Dessa forma. Esta age principalmente fazendo vasoconstrição. página 530. por outro lado. também é importante que a volemia aumente. da concentração de angiotensina II. Já em situação de baixa pressão arterial. notou-se que ele emagrecia muito. o que nos faz pensar que o hipotálamo participa minimamente desta regulação. Essa forma de controle não é muito efetiva. Neurociências. controla até a ingesta de água na tentativa de reverter uma situação de aumento da osmolaridade. leva a um aumento na ingesta e conseqüentemente um ganho acentuado de peso. tentando reverter a queda da PA. Para aliviar a sensação. pode-se observar que as sensações de fome e saciedade não eram controladas apenas pela atividade de um único núcleo como se pensava anteriormente. Além disso. Desvendando o sistema nervoso. ao contrário da primeira que utilizava ratos com peso normal. Estes mecanismos são importantes para a sobrevivência pois. que estimulam as células a aumentarem a sua taxa metabólica e produzirem mais calor. caso ele diminua. produzido principalmente pelos adipócitos que controla o “tamanho” da refeição por exemplo. . Os primeiros sinais de saciedade são enviados pela própria percepção consciente da comida. porém existe uma deficiência do receptor para o hormônio no hipotálamo. um número suficiente de seu carreador. a armazenagem de gordura é o mecanismo pelo qual o organismo se prepara para situações de privação com isto. ao causarem estímulos. para o hipotálamo controlar qualquer função ele se baseia em parâmetros de normalidade a partir de valores extremos de máximo e mínimo. como a glicemia. levando a um consequente aumento da temperatura corpórea. que se dissipa. que provoca a dilatação do tubo digestivo contribuindo para o estímulo hipotalâmico da saciedade. Uma forma de se controlar o consumo é através da avaliação de quanto (peso) comemos. Com o estímulo desses hormônios. assim como qualquer substância que provoque uma estimulação destes centros. Esta quantidade de comida geralmente nos traz a sensação de saciedade muito antes de ter ocorrido a absorção do alimento e. A ação da leptina é diminuir o apetite e aumentar a taxa metabólica através do SNA simpático pelos receptores β3. Este sinal é enviado por um hormônio chamado leptina. A relação do ciclo circadiano não é igual para todos os animais. pequenas variações de peso são corrigidas rapidamente com o equilíbrio da balança ingesta X gasto energético. Existem outros sinais no organismo que atuam ainda mais rápido que tem a função de controlar o conteúdo das refeições. arqueado (principalmente) e área hipotalâmica lateral. o envio de sinais a respeito do estoque de gordura para o hipotálamo ocorre constantemente e. muito antes de qualquer outro sinal. o hipotálamo perceberá a necessidade de se reposição. o que deflagra reações que buscam voltar à normalidade. Assim. ele varia de acordo com a espécie. conseqüentemente. ocorre um aumento do metabolismo basal. podem atuar por outros mecanismos que não o da leptina. ter sido enviado ao cérebro. Uma forma eficiente de se controlar o peso. sinais do trato gastrintestinal avisam que ele está dilatado provocando um sinal aferente de saciedade avisando ao hipotálamo que pode parar de comer. Neste caso. partindo do pressuposto que o “ponto fixo hipotalâmico” está alto. Estudos foram feitos para avaliar o problema dos obesos mórbidos e observou-se uma grande taxa de leptina. para que o hipotálamo se adapte ao novo ponto fixo. esta estimulação não ocorre e a liberação destes hormônios e neurotransmissores é diminuída e o indivíduo é estimulado a procurar alimento. Ritmo Circadiano O ritmo circadiano consiste nos ciclos de escuridão e claridade que resultam da rotação da terra. Os receptores de leptina encontram-se no hipotálamo nos núcleos paraventricular. A alimentação é inibida pelas conexões de neurônios do núcleo arqueado com células do hipotálamo lateral. respectivamente. Este hormônio atua como um “elo” entre a alimentação e o humor. existe a noção de “ponto fixo hipotalâmico”. Caso a leptina esteja baixa. Certos alimentos podem também aumentar os níveis de serotonina que estimulariam o “centro do prazer” no tronco e no hipotálamo.Na realidade. Isto ocorre até mesmo em relação ao peso corporal. é emagrecer devagar. Tais alimentos. Com isto a leptina estimula a liberação de ACTH e TSH que atuam nas glândulas adrenais e tireóide. A partir daí. que é um parâmetro de peso corporal que o hipotálamo considera ideal para o indivíduo. Quando dizemos que uma via é aferente somática ela chega do soma ao SNC. SISTEMA SOMATOSSENSORIAL . trazendo as sensações captadas do meio. enquanto que. Funções Autonômicas . por exemplo. Enquanto que. . Uma via aferente visceral trás as sensações proveniente das vísceras para o centro de processamento nervoso. entre outras. Devemos lembrar que. sistema nervoso visceral que também possui as mesmas subdivisões e. Em experiências realizadas. o nosso sistema nervoso é dividido em sistema nervoso somático. o núcleo supraquiasmático.Os mamíferos possuem um par de pequenos grupos neuronais no hipotálamo que serve como relógio biológico. devemos ter em mente tudo relacionado às vísceras. Sistema Nervoso . é necessário o entendimento de alguns conceitos básicos como. uma via eferente somática é aquela que sai do centro de processamento e vai ao soma determinando toda a atividade motora. a parte eferente se subdivide em simpático e parassimpático. um neurônio que é aferente a uma região é eferente à outra. O termo aferência significa: “tudo que chega a algum lugar”. a remoção de ambos os núcleos ocorre a perda completa da ritmicidade circadiana para a alimentação. As Sensações O Sistema Nervoso Tópicos    Introdução Divisão do Sistema Nervoso O papel do sistema nervoso simpático e do sistema nervoso parassimpático Introdução Para que possamos começar o estudo da Neuro Fisiologia. com estímulos nos núcleos supraquiasmáticos tem-se alteração dos ciclos circadianos de maneira previsíveis. o que é visceral e somático e aquilo que se denomina aferência e eferência. pode-se perceber que. Quando lemos o conceito visceral. atividade física. Divisão do Sistema Nervoso Como foi dito anteriormente. que é subdividido em aferente e eferente e. Enquanto que. a divisão do sistema nervoso. o termo somático está relacionado às demais áreas como a musculatura. sono e vigília. Já a denominação eferência “diz respeito a tudo que sai de algum lugar”. no sistema cardiovascular. usa adrenalina. eles funcionam para o controle homeostático do organismo. enquanto que. aumentando a sua quantidade disponível para liberação. onde neurônios dopaminérgicos do encéfalo degeneram-se lentamente e acabam morrendo. enquanto que os receptores nicotínicos estão principalmente localizados na porção motora do músculo esquelético e nos gânglios simpáticos. A ação muscarínica da Ach é observada principalmente no músculo liso. Os neuromoduladores possuem a função de influenciar a ação do neurotransmissor. que atuam na sinapse. Um bom exemplo é a Doença de Parkinson. Uma estratégia terapêutica está na administração de dopamina que. também na pré-sináptica assim como nas vesículas sinápticas. aminoácidos e purinas. apenas modulando a transmissão sináptica. O sistema parassimpático dita o tônus de uma série de sistemas. mas. Uma boa elucidação dessas ações é visualizada na coordenação das respostas ao estresse. do humor e das funções viscerais. Essas substâncias são encontradas em regiões do sistema nervoso envolvidas com a regulação do movimento.O papel do sistema parassimpático nervoso simpático e o sistema nervoso Esses dois sistemas atuam “antagonicamente e juntamente”. o ajuste contextual é desempenhado pelo sistema simpático. Ações dos Sistemas Simpático e Parassimpático Tópicos . epinefrina e dopamina) são importantes neurotransmissores. como por exemplo. Essas substâncias possuem 3 tipos básicos: Aminas. produzindo na membrana pós-sináptica um potencial pós-sináptico excitatório ou inibitório. A acetilcolina (Ach) Atua sobre receptores de dois tipos: muscarínicos e nicotínicos. Existem também. onde a constância da freqüência cardíaca é controlada por ele. que atuam diretamente como mensageiros na fenda sináptica. Juntos. Apenas o neurônio pós-ganglionar simpático não usa Ach. As catecolaminas Catecolaminas (norepinefrina. porém não atua apenas na membrana pós-sináptica. contribuindo então para o controle do funcionamento integrado do corpo humano. Os Neurotransmissores Tópicos    Os neurotransmissores A acetilcolina As catecolaminas Introdução Os dois neurotransmissores principais no sistema nervoso periférico são acetilcolina e noradrenalina. sem modificá-la essencialmente. promove uma maior produção da mesma nos neurónios sobreviventes. os neuromoduladores. que são aglomerados de corpos neuronais. Os neurônios dos sistemas simpático e parassimpático (SNA) apresentam seus corpos neuronais localizados nos gânglios e não nos núcleos como ocorre no tronco encefálico. devemos lembrar que a medula é menor do que a coluna vertebral e que. formando assim a coluna vertebral. por isso. formando a substância cinzenta e uma região clara onde trafegam os axônios. O neurônio cujo corpo encontra-se na substância cinzenta é denominado de neurônio pré-ganglionar e o neurônio cujo corpo está no gânglio é o neurônio pósganglionar. dependendo de qual for. diferem nas suas respectivas localizações. Existe uma propriedade peculiar relacionada à ação do sistema simpático. No tronco encefálico. Existem gânglios simpáticos e gânglios parassimpáticos que. Todos os neurônios que se dirigem para a musculatura estriada esquelética utilizam um só tipo de neurotransmissor. ocorre uma anestesia a pele e uma perda de movimento muscular na parte caudal do corpo em relação à lesão. Uma região escura. os neurônios se organizam para enviar axônios para a periferia. o “H” medular se fragmenta para formar núcleos. É o axônio do neurônio pós-ganglionar que chega ao órgão alvo. o médico responsável pelo procedimento nunca o fará na altura vertebral correspondente à altura medular desejada. os corpos neuronais encontram-se fora do sistema nervoso central. com os neurônios que chegam à medula os nervos espinhais e. é possível diferenciar duas regiões claramente destacadas. Quando pensamos em lesões medulares. saem da medula. ou seja. A medula espinhal e o tronco encefálico A medula espinhal se comunica com o tronco encefálico e está localizada no canal formado pela união das vértebras. formando a substância branca. nunca chegam à zero. os segmentos medulares não são correspondentes à altura da coluna. Uma fácil maneira de elucidar este fato é durante a anestesia onde. Variam intensamente com as situações que. . a acetilcolina (Ach). Um neurônio somático motor compõe a parte eferente do sistema nervoso somático. onde se encontram os corpos dos neurónios. Quando se avalia um corte medular.   Tônus simpático e parassimpático A medula espinhal e o tronco encefálico Distribuição dos neurotransmissores Tônus simpático e parassimpático O conceito de tônus simpático e parassimpático pode ser metaforicamente comparado a uma balança em constante compensação. Os neurônios que vão agir nas vísceras ou nos músculos. A partir dos núcleos. saem os nervos cranianos que inervam principalmente a cabeça. Quando ocorre uma transecção da medula. enquanto que o sistema parassimpático é menos abrangente e o seu gânglio encontra-se próximo do alvo. pode “pesar mais para um lado do que para outro”. sempre na região ventral. formando. do tronco encefálico. Ela é mais abrangente e seu gânglio localiza-se longe do alvo. terem ações antagônicas. a grande maioria das fibras pósganglionares do sistema simpático é adrenérgica. os neurônios pósganglionares localizam-se próximo ou dentro das vísceras. o tamanho das fibras pré e pós-ganglionares são diferentes nos dois sistemas. tanto simpáticas quanto parassimpáticas. Em conseqüência da posição dos gânglios. Essa afirmação. As fibras pré-ganglionares. o sistema simpático tem ação antagônica em relação ao parassimpático em um determinado órgão. O sistema nervoso autônomo difere no que se menciona à disposição das fibras adrenérgicas e colinérgicas. e as fibras pósganglionares parassimpáticas são colinérgicas. apesar de. a fibra pré-ganglionar é curta e a pós-ganglionar é longa. no sistema nervoso simpático. entretanto. na maioria dos casos. apesar de simpáticas. e as fibras pós-ganglionares parassimpáticas são colinérgicas.No sistema nervoso simpático os neurônios pré-ganglionares localizam-se na medula torácica e lombar. tanto simpáticas quanto parassimpáticas. a grande maioria das fibras pósganglionares do sistema simpático é adrenérgica. No sistema nervoso parassimpático eles se localizam no tronco encefálico (dentro do crânio) e na medula sacral. Contudo. Os neurônios pós-ganglionares no sistema nervoso simpático localizam-se longe das vísceras e próximo da coluna vertebral. Já no sistema nervoso parassimpático temos o contrário: a fibra pré-ganglionar é longa e a pós-ganglionar é curta. Já no sistema nervoso parassimpático. Eles formam os gânglios páravertebrais e pré-vertebrais. É importante acentuar que os dois sistemas. Fazem exceção as fibras que inervam as glândulas sudoríparas e os vasos dos músculos estriados esqueléticos que. De modo geral. Contudo. colaboram e trabalham harmonicamente na coordenação da atividade visceral. não é válida para todos os casos. Assim. . Distribuição de neurotransmissores As fibras pré-ganglionares. são colinérgicas. Já o parassimpático. enquanto que o parassimpático leva ao aumento do peristaltismo e abertura dos esfíncteres. Ocorre diminuição do peristaltismo e fechamento dos esfíncteres. o simpático determina diminuição do peristaltismo e fechamento dos esfíncteres. Nos olhos. Em relação à ação dos adrenérgicos.parte medular que é o seu centro e tem sua origem em um gânglio simpático.parte cortical que consiste em um envoltório e. o sistema nervoso simpático determina aceleração do ritmo cardíaco e dilatação das artérias coronárias.ufrgs. Ao falarmos de sistema nervoso autônomo.br/bioquimica/posgrad/BTA/adrenal. o sistema simpático é estimulado e o ritmo cardíaco aumenta. Portanto. o parassimpático é estimulado. devemos abordar o sistema digestivo onde. quando administramos colinérgicos. .pdf#search=%22figura%20gl%C3%A2ndula%20adrenal%22 . o ocorrido é o inverso. Assim. há dilatação da íris. podemos concluir que com a administração de colinérgicos ocorre o aumento do peristaltismo e abertura dos esfíncteres. Se administrarmos adrenérgicos. o simpático determina dilatação da pupila e o parassimpático determina constrição da pupila. ocorre a constrição da íris. http://www6. RESPOSTA DE ALARME OU STRESS Tópicos    Glândula supra-renal Exceção autonômica Função do sistema nervoso autônomo simpático Glândula Supra-renal A glândula supra-renal possui forma de meia-lua e está localizada acima dos rins sendo formada por duas partes: . Com a utilização de adrenérgicos. determina diminuição do ritmo e constrição das coronárias. Assim. o que pode levar a uma parada cardíaca. quando colinérgicos são administrados.No coração. E são modificados porque não possuem axônios e liberam o conteúdo das suas vesículas sinápticas na corrente sanguínea. que perdura provocando: - Aumento da pressão arterial (lembrando que PA = FC x RVP) A freqüência cardíaca sobe por atividade simpática aumentando basicamente a pressão arterial sistólica. Quando isso ocorre. essa descarga adrenérgica é muito intensa. Exemplo de estímulo real: Em um assalto. esse neurônio faz sinapse na cadeia simpática (gânglio simpático) com um neurônio pósganglionar. é uma resposta fisiológica padrão a um estímulo que pode ser real ou não. por isso. Por ser um neurônio autonômico simpático. . atuando como hormônio. O neurônio pré-ganglionar simpático utiliza a acetilcolina como neurotransmissor para estimular as células da medula supra-renal. Seus axônios saem da medula pela parte ventral. mas são pontuais e. As células da medula da supra-renal são neurônios modificados ou (células neuro endócrinas). seria um neurotransmissor. Diz-se que são neurônios porque têm a mesma estrutura enzimática que os neurônios pós-ganglionares simpáticos e também possuem a mesma capacidade de perceber a acetilcolina. com exceção do neurônio pós-ganglionar simpático. Exceção autonômica Neurônios pré-ganglionares simpáticos estão dentro do H medular. em alguns momentos. A adrenalina está sempre no sangue em nível basal. Assim. “resposta de alarme” ou resposta de stress”. Um “click” é dado no sistema nervoso autônomo. o neurônio préganglionar estimula a medula da supra-renal e. é caracterizada uma situação chamada “reação de fuga ou luta”. promove uma queda no sistema imune. nesse caso.Esta glândula é responsável pelas respostas ao alarme e estresse pela liberação de hormônios como o cortisol. mas. Quando a medula da supra-renal é estimulada. o neurônio que sai da medula não faz sinapse com gânglio algum e. esta libera adrenalina no sangue. Como a adrenalina. é jogada na corrente sanguínea. o importante é a descarga adrenérgica na corrente sanguínea. A inervação da glândula supra-renal é uma exceção do sistema nervoso autônomo. No caso da medula da supra-renal. A medula da supra-renal produz moléculas de adrenalina exatamente iguais às que os neurônios pós-ganglionares produzem. Todos os neurônios utilizam a acetilcolina como neurotransmissor. a adrenalina é descarregada no sangue (isso acontece o tempo todo). Se estivesse na fenda sináptica. ela é chamada de hormônio. Constituindo uma exceção da inervação autonômica. vai direto à medula da supra-renal. Outras sinapses simpáticas também são ativadas. Tais fatores ocorrem para que exista um preparo para os “estresses” diários que somos submetidos. isso não acontece. entre os segmentos T1 e L2. há duas opções: lutar ou correr (essa decisão é tomada no córtex pré-frontal). exercem efeito rapidamente. Este hormônio atua por todo o organismo mobilizando as reservas energéticas. Isso acontece com todos os indivíduos. . então. tríceps. é. . Função do sistema nervoso autônomo simpático A função deste sistema é preparar o organismo com: . que é desviado do trato gastrointestinal para os músculos. FUNÇÕES AUTONÔMICAS Tópicos      Controle Supra-segmentar do SNA Reflexos autonômicos Amadurecimento dos reflexos Doenças das funções autonômicas Pesquisa da função autonômica . Exemplo: a diminuição da volemia é encarada como uma situação de risco. quando há hemorragia. Ao contrário.. levando a maior produção energética. pensa-se com muito mais velocidade tomando decisões importantes para a sobrevivência. a glicose.Aumento da glicólise nos músculos e no fígado. também para a maior produção de energia. Por isso. como ficar paralisada ou urinar. .Aumento da força muscular. principalmente os grandes músculos – quadríceps. Essas são reações individuais. . Todas as alterações descritas acontecem para que o organismo se prepare tanto para a situação de luta como para a situação de fuga. deflagrada uma reação de fuga ou luta.Aumento da atividade mental. preparação tanto para a luta quanto para a fuga.Aumento da glicemia. .Aumento da taxa de coagulação sanguínea.Aumento do metabolismo celular. Em uma reação de fuga ou luta típica. etc. quando é percebida uma situação de risco. A reação de fuga ou luta é a preparação do organismo para uma situação emergencial. ele se prepara com bastante sangue nos músculos e com a moeda de troca. relacionadas muito mais à ansiedade e às características de personalidade do que uma ativação hipotalâmica que define que sua vida corre risco. sempre acontece uma reação de fuga ou luta intensa e prolongada. Esta é uma medida compensatória já que nessa situação você pode se machucar. Ela só acontece quando o organismo acha que existe risco de vida. Existem respostas individuais.Redirecionamento do fluxo sanguíneo. o parassimpático está inibido e por isso não há tendência a urinar ou defecar. Não é somente o hipotálamo que “resolve” se ativa o parassimpático e/ou o simpático. a inflamação de órgãos internos causa contração reflexa da musculatura esquelética relacionada e vasodilatação cutânea. etc. Os esfíncteres internos são controlados por neurônios autonômicos. Os reflexos de micção e de defecação são os mais importantes. Normalmente esse reflexo autonômico parassimpático está sob controle do tronco encefálico. quando chega a um certo grau de dilatação ela gera uma informação aferente. o que pode variar de acordo com o sexo. Esse estímulo entra na medula pela parte dorsal e vai sair pela parte ventral provocando contração de musculatura lisa. O córtex também sabe o que está acontecendo conscientemente e se conecta com esta região. A bexiga tem níveis e. expulsando a urina. um reflexo de distensão da parede é estimulado.De micção – começa quando a bexiga está mais ou menos entre 150 a 200 ml. mesencéfalo) córtex) Tudo isso é chamado controle supra segmentar ou controle supra medular do sistema nervoso autônomo.De defecação – na medida em que o trato digestivo final está enchendo de fezes. é o núcleo do trato solitário. Existem reflexos que são mediados pelo sistema nervoso autônomo como: . . Ex. Quem faz esse controle é alguma via que descende pela medula até chegar a fazer sinapse com o neurônio pré-ganglionar. Reflexos autonômicos Reflexo é uma resposta estereotipada a um dado estímulo. no tronco encefálico. Só há controle voluntário dos esfíncteres externos. Esse núcleo sozinho não comandaria uma reação de fuga ou luta. núcleos ponte da e base. ou seja. (bulbo. que faz algum controle do sistema nervoso autônomo.: reflexo patelar. Essa informação “bexiga cheia” vai ascender pela medula e chegar ao córtex. independente do controle superior de inibição do esfíncter externo. gera potenciais de ação que chegam pela região dorsal da medula.Controle Supra-segmentar do SNA Quem deflagra uma reação de fuga ou luta? No sistema nervoso. ele é bem específico (recebe os aferentes do baro e quimioceptores). tamanho corporal.Segmentares – nem sempre acontecem. sendo responsável pelo controle do sistema nervoso autônomo. mas também pode fazer sinapses com neurônios parassimpáticos entre os segmentos de S2–S4. é provocada a atividade parassimpática que contrai o músculo detrusor de bexiga. existe uma hierarquia clara: MEDULA TRONCO ENCÉFALO ENCEFÁLICO (cérebro. Amadurecimento dos reflexos . Exemplo de um controle supra segmentar no nível mais baixo. ou seja. É o hipotálamo que deflagra essa reação. Quando o estímulo aos neurônios parassimpáticos chega ao nível máximo. . diversas outras atividades motoras também já podem ser controladas (a criança de 2 anos começa a correr. a sudorese e a atividade peristáltica (reflexo de micção ou defecação) aumentam. O reflexo já nasce com a criança. Algumas anormalidades nem podem ser chamadas de doenças. mas. ocorre um estímulo vagal. Com treinamento. Mesmo uma criança com lesão medular ao nível de C6-C7. Os neurônios não estão lesados e vão continuar percebendo a distensão das fezes e a distensão provocada na bexiga pela urina. ou melhor. a bexiga não se contrai com estímulos fortes. A reação vaso-vagal é estimulada sempre por uma situação emocional. A bexiga é incapaz de se contrair totalmente devido à fraqueza muscular. ficando sempre urina residual que pode levar a várias infecções urinárias. O correto seria que ela sofresse uma maior distensão para contrair maximamente. ela ativa o núcleo do trato solitário e promove vasodilatação. que prepara adequadamente o indivíduo para uma situação de perigo.O controle voluntário dos esfíncteres externos é definido por volta dos 2 anos de idade quando também amadurecem outros reflexos. diminuindo a resistência vascular periférica e conseqüentemente. para o neurônio que vai ao esfíncter externo. Porque ao contrário da reação de fuga ou luta. Junto ao controle do esfíncter externo. etc. a bexiga não esvazia. incluindo lesão medular. - Reação vaso-vagal (síncope): É uma reação fisiológica contraditória. quando levantam da cama e ficam tontos ou até desmaiam. os reflexos vão. mas sim cardíaca. o desmaio. em cima de todos os simpáticos e parassimpáticos. Pesquisa da função autonômica completa: . Em crianças este quadro é muito raro e. em geral a causa não é por lesão autonômica. - Hipotensão ortostática idiopática: È muito comum nos idosos. Um grande trabalho da Fisioterapia é tentar manter esses reflexos muito ativos. No caso da lesão medular. teoricamente. a bexiga pode se adaptar a sofrer estimulação máxima e portanto obter a contração máxima. chamado “bexiga neurogênica”. se não há esse reflexo. - Paralisia autonômica Todos os neurônios autonômicos não funcionam. É muito raro. Doenças das funções autonômicas São poucas e difíceis de diagnosticar. o controle que vem de cima (do córtex). etc). A freqüência cardíaca. sempre relacionada a características da personalidade. Ora o nervo vago faz bradicardia no coração. e é muito estimulada pelo cheiro. e também podem ocorrer náusea e vômito (principalmente pelo cheiro e isquemia cerebral). este só se mieliniza por volta de 2 anos. idade e repetidas infecções. ocorrendo assim. Eles vão continuar “avisando” ao neurônio parassimpático pré-ganglionar que continua desempenhando o seu papel. Concomitantemente. Isso acontece porque seus reflexos vasomotores já estão comprometidos pela idade. Bexiga neurogênica é conseqüência de diversas causas. entrando em um quadro que às vezes acontece em idosos. usar sonda. tem a oponência dedo-polegar que é muito fina. a pressão arterial. o que ocasiona o desmaio. continuar acontecendo porque o final da medula está todo íntegro. por exemplo. é fundamental tentar manter os reflexos autonômicos quando há uma lesão medular.) para realizar o que deveria ser feito automaticamente. ainda não está mielinizado e. para que não seja necessário a utilização de métodos (esvaziar a bexiga em tempos regulares. Pois. uma distensão pequena faz com que ela se contraia. Assim. a pressão arterial não se eleva o suficiente para que a irrigação da cabeça aconteça. . gastrointestinal e erétil. por outro. esta avaliação permite a avaliação do funcionamento do SNA.Avaliação das respostas da pressão arterial e freqüência cardíaca com o paciente deitado. . etc. que dependem da chegada de estímulos maiores que o limiar de ação. Para diferenciar a intensidade do estímulo são usados dois mecanismos: por um lado. AS SENSAÇÕES E O SISTEMA NERVOSO Tópicos          Introdução Localização dos mecanoceptores Tipos de percepção Classificação das fibras Sistema duplo de transmissão Sistema da coluna dorsal Dermátomo Trajeto das fibras Córtex Introdução As sensações são estímulos enviados pelo corpo (soma) ao cérebro pelas vias ascendentes da medula. . todos da mesma modalidade: dor. através de linhas específicas que levam estímulos semelhantes. permitindo a identificação do estímulo. Provavelmente. os neurônios são organizados em série. a incontinência. Os neurônios só apresentam potenciais de ação do tipo “tudo ou nada”. O nosso sistema percebe os estímulos em relação à modalidade. que consiste no ressecamento dos olhos. a impotência.Avaliar a função lacrimal. Como a glândula sudorípara é inervada pelo sistema nervoso autônomo. os demais reflexos também estarão normais.Avaliação das funções vesical. eles também podem recrutar novos neurônios que irão transportar estímulos que se somarão. Dessa maneira. Com relação à duração alguns receptores se adaptam e com o estímulo mantido por um longo tempo ele pára de enviar sinais. localização e intensidade. temperatura.. os neurônios podem alterar a sua frequência de produção de potenciais de ação e. se o paciente estiver respondendo corretamente a todos esses reflexos. Estes estímulos são percebidos pelo cérebro que o diferencia em tipo.Avaliação da função sudomotora: É um teste muito específico. . intensidade e duração. sentado e em pé. A integridade das vias eferentes simpáticas também pode ser avaliada por testes da atividade sudomotora. o estímulo se forma em muitos neurônios. Para isto. tato. Nós temos dois tipos de termorreceptores: um de “frio” (que respondem de 10°C até 45°C) e outros de “calor” (que respondem de 30°C a 50°C). estes são denominados de receptores de ação rápida. Alguns receptores são bem superficiais como os corpúsculos de Meissner e. entretanto. Todos eles são mecanoceptores e respondem à tração mecânica. Já os corpúsculos de Meissner são receptores de baixa frequência. http://www. Os corpúsculos de Pacini estão se localiza profundamente à derme chegando a ter 2 mm de comprimento. outros bem profundos como os corpúsculos de Pacini e de Ruffini. Já os corpúsculos de Ruffini são encontrados tanto na pele com pêlos como na pele glabra. além de existirem diferenças entre a pele com pêlos e a pele glabra (sem pêlo). Os mecanoceptores percebem vibrações de maior ou menor intensidade. possuem grande importância na motricidade. possui vários tipos de receptores. porém. Abaixo de 10°C e acima de 50°C não se percebe mais a temperatura. Esta capacidade de leitura é permitida devido à presença de grande discriminação entre dois pontos pela ponta dos dedos.es/cursos/insn/tacto. a via que transporta este estímulo é avaliada em sua duração e o tempo que leva para ser percebido. por exemplo.die. Esta região é considerada a que possui maior resolução. Um teste feito para a avaliação neurológica é feito vibrando um diapasão próximo a um corpúsculo de Pacini e com isto. percebe vibrações de alta intensidade. Os proprioceptores transmitem sensações que não são percebidas conscientemente. e sim dor.pdf Tipos de percepção Os corpúsculos de Pacini e de Meissner são receptores que seguem por vias diferentes apesar de estarem juntos na chamada “via do tato”. o que permite aos cegos lerem braile. por exemplo. Localização dos mecanoceptores Os corpúsculos de Meissner se localizam na parte mais saliente da pele glabra. Esta via pode ter seus neurônios lesionados. Os termorreceptores provavelmente são estimulados por mudanças na taxa metabólica. .upm. pelo aumento prolongado da glicemia.A pele. Os principais mecanoceptores que efetuam o papel de adaptação ao estímulos são os corpúsculos de Meissner e de Pacini e. Eles são levemente menores que os corpúsculos de Pacini. O corpúsculo de Paccini. A diferença entre as temperaturas acontece através da percepção da distribuição diferenciada dos potenciais de ação. Desvendando o sistema nervoso. vai resultar na perda da sensibilidade fazendo com que o paciente não seja capaz de sentir a vibração do instrumento. má vascularização entre outras causas. levando sensações de tato. e ambas se baseiam no diâmetro do axônio e na quantidade de mielina.Classificação das fibras As fibras apresentam duas classificações. mais rápido conduz o impulso pelos nódulos de Ranvier. Hoje em dia já se sabe que as sensações são muito específicas e não se conhece exatamente quais são. quer dizer que ele apresenta alguma lesão de nervo periférico (e não no Corpúsculo!!!!). assim. seja por hiperglicemia. página 404. Existe ainda um outro tipo de fibra (tipo IV). O mesmo acontece com a camada de mielina que. e o seu potencial de ação (PA) anda a uma velocidade que pode chegar a 120 m/s. como os fusos neuromusculares. São responsáveis por carregarem sensações de dor e temperatura. Mark F. ou seja. Cada sensação. Essas são as primeiras informações a chegarem ao SNC. qualquer problema que leve ao comprometimento dessas fibras. a condução passa a ser saltatória. As fibras do tipo III são mais lentas. o potencial de ação caminha mais rápido pela fibra. uma com letras e outra com números. Diapasão: é utilizado pelos neurologistas fazerem o testes para verificarem a integridade das fibras do nervo periférico. onde a vibração é captada pelo corpúsculo de Pacini. Bear. Essas fibras passam as sensações que não somos capazes de perceber como a propriocepção inconsciente. bem fina. quanto maior. Assim. Elas também transmitem dor. Quanto maior o diâmetro do axônio. além disso. Neurociências. temperatura e. cosquinha. mas sabe-se que existem fibras só para cosquinha e existem inclusive receptores para histamina. etc. menor a resistência e. Se ele não sentir a vibração. 2ª edição. As fibras do tipo I são muito grossas e muito mielinizadas. pois. Quanto maior a cronicidade da . O teste: percute o diapasão e coloca no hálux (uma extremidade óssea) do paciente. As fibras do tipo II também são bem rápidas e carregam informações dos mecanoceptores da pele. pressão. cada receptor está relacionado a um determinado tipo de fibra. sem qualquer mielina. estamos falando da parte branca da medula. ascende direto e ipsilateralmente. passando para o lado oposto e. O axônio desse neurônio II. ele sempre está nesta região. A estereognosia provavelmente depende de receptores tanto para o tato quanto para propriocepção. por sua vez. sendo responsáveis por: Propriocepção consciente: é a localização. segue do pé (local da pisada) até a medula e. maior o tipo de estimulação química. não têm mielina. enquanto que as sensações que entram pela parte de trás constituem o sistema da coluna dorsal. O neurônio do gânglio da raiz dorsal é o neurônio I e. sem mielina. porque apresentam fibras semelhantes. O axônio do neurônio I entra na medula e não faz sinapse. Tato epicrítico: Grande capacidade discriminativa e alta precisão sensorial.dor. A parte cinzenta tem diversos corpos de neurônio. podendo seguir então várias direções. Esterognosia: capacidade de perceber com as mãos a forma e o tamanho de um objeto. Sensibilidade vibratória: percepção de estímulos mecânicos repetitivos. conduzindo a informação mais rapidamente. é necessário um trajeto que leve essa informação o mais fidedignamente possível até o córtex. com mielina. O corpo desse neurônio está no gânglio da raiz dorsal e seu axônio ascende por toda a medula até os núcleos grácil e cuneiforme no bulbo. para isso. Possuem alto grau de localização espacial. formando os respectivos fascículos. A partir do momento que fez a sinapse. Existem duas opções de trajeto dos neurônios: . Apresentam campos receptores pequenos e a condução não é tão rápida. e são chamados de sistema espino-talâmico. formando o trato espino-talâmico anterior. O nervo periférico é composto por vários tipos de fibras: grossas. o neurônio sai do H medular. Nesse momento. o objetivo é fazer com que o cérebro perceba o que aconteceu lá no pé e. no entanto. de corpos de neurônios. O neurônio I então fez sinapse no corno posterior da medula com o axônio do neurônio II. este trajeto é formado por um nervo periférico. Sistema duplo de transmissão Utilizando o exemplo de uma pessoa que pisou em um objeto. Dessa forma. o que faz com que o H medular seja apenas uma área de sinapse. sem o auxílio da visão. assim como prolongamentos e axônios “transitando de um lado para o outro”. e não sofrem decussação. Uma sensação sempre caminha pelo mesmo tipo de fibra. Esses axônios. decussa. A fibra que captou a informação da pisada. capacidade de distinguir a posição estática e dinâmica do corpo e suas partes. os tratos anterior e lateral são estudados juntos. Grafestesia: capacidade de reconhecer coisas escritas ou desenhadas sobre a pele. em seguida ele vai para frente e ascende. subindo pela substância branca contralateral. veremos a seguir todo o trajeto para que o “pisão” seja percebido. Sistema espino-talâmico: as fibras são finas e sofrem decussação. Sistema da coluna dorsal As fibras são grossas e mielinizadas. Na fisiologia. finas. Abordaremos a dor mais adiante. Essas fibras tipo IV são as responsáveis pela transmissão do estímulo doloroso. Nesses casos. criou-se um potencial de ação no pé (local da pisada) que caminhou com uma determinada velocidade até chegar à medula. a localização. serve apenas para lesões medulares. chega ao tálamo. visto que as fibras só se organizam quando entram na medula. ascende. ambas abaixo da lesão. Já numa lesão medular. toda a área do dermátomo vai ser lesionada. formando um nervo espinhal. seriam perdidas: as sensações de dor e temperatura no lado esquerdo e as sensações de tato epicrítico. que entram e saem da medula. Um exemplo raro e antigo do caminho das sensações de dor é quando se faz uma cirurgia que corta a substância branca lateral. neurônio II está no corno posterior do H medular. A sensação que chega ao receptor é que define o caminho de cada neurônio. Todas as sensações oriundas da nossa metade direita. o mapa da área que a pessoa não sente é mais claro. qual nível do SNC as sensações se tornam cruzadas. Em pacientes com câncer em estágio terminal e sentem uma dor forte e crônica. passam pelo tálamo. a região com perda de sensibilidade será maior. Da medula saem as raízes ventral e dorsal. isso é uma opção. -Trato Espino-Talâmico Anterior: responsável pelas sensações de tato protopático e pressão. mas o indivíduo vai deixar de sentir a temperatura também. de cada segmento medular sai um par de nervos espinhais. Essa noção é importante e depende de uma visão espacial e anatómica para sua identificação. Assim. poderia ter o mapa da inervação periférica. por exemplo. ou podem ascender ipsilateralmente e cruzar no bulbo. na prática. onde o núcleo ventral póstero-lateral recebe as informações. Esse é um exemplo onde a lesão é provocada. como é o caso do sistema espino-talâmico. Depois de chegar ao tálamo. contendo fibras de vários segmentos medulares. a informação chega ao tálamo. esterognosia e grafestesia do lado direito. em algum momento. Um bom exemplo é o que ocorre no plexo braquial. o tálamo apenas integra as sensações e mantém todas as suas características da maneira que veio da periferia.-Trato Espino-Talâmico Lateral: responsável pelas sensações de dor e temperatura. O sistema espino-talâmico faz sinapse com o neurônio II. Precisamos saber em que altura. Núcleo relé é um núcleo que passa a informação. O mapa dos dermátomos. O tálamo representa um monte de núcleos juntos e são específicos. Todas essas informações. ou seja. No caso de uma lesão periférica. pois ele é o grande receptor das sensações. decussa. vão parar no hemisfério esquerdo. Apenas o neurônio II muda sua localização de acordo com cada via. o neurônio III continua ascendendo até chegar ao córtex. a freqüência de PA. ele pode ajudar na descoberta do tamanho da lesão. onde. O mapa dos dermátomos contém o nome dos segmentos medulares. Sobreposto a esse mapa. tudo termina do lado oposto. . no tálamo. emite colaterais para formação reticular do tronco encefálico e então. para parar de sentir dor. O neurônio I de todas as vias localiza-se no gânglio da raiz dorsal e o neurônio III de todas as vias. especificando as regiões da pele inervadas pelas fibras aferentes (todas as sensações) que partem de determinado segmento medular. sendo afetado o segmento medular T10. a maior parte dos nervos periféricos é mista. As fibras de um nervo espinhal se juntam com fibras de outros nervos espinhais para formar um nervo periférico. o trato espino-talâmico lateral. pois o tálamo é considerado o núcleo relé das sensações. No caso de um acidente onde ocorre uma lesão em que metade da medula direita é perdida. Essas sensações podem entrar na medula e cruzar imediatamente. No córtex. Nesse caso. Dermátomo É a área da pele inervada por fibras aferentes relacionada a um segmento medular. sendo que. propriocepção consciente. fibras de vários nervos espinhais. etc. Trajeto das fibras Depois do trajeto periférico e do trajeto medular. vão se misturando para formar os nervos periféricos. . assim. Quanto mais inferior for o animal. chamada de área somestésica primária. só é sensitivo. a localização do herpes zoster nunca foi a localização do nervo periférico. pág: 220. menos sulcos e giros ele tem. Cem bilhões de neurônios. ele se dá pelo mapa dos dermátomos. O que faz com que exista uma menor massa cefálica.Herpes zoster: afeta o nervo espinhal (tem tropismo pelo nervo espinhal) e segue o dermátomo do nervo periférico. localizada no giro pós-central. Robert Lent. Conceitos fundamenentais da neurociência. Córtex Todas as sensações que passam pelo tálamo ascendem para uma mesma faixa de córtex. Quando uma pessoa perde um membro na vida adulta.fleshandbones. ou seja.Cada dobra do córtex se chama sulco e o espaço entra as dobras se chama giro. pois quanto mais nova é a pessoa. O Estudo de Brodmann dividiu o córtex em 6 camadas. outra de temperatura. que divide o lobo frontal do temporal. Logo. portanto. outra de tato epicrítico e daí por diante. Nas áreas de maior acuidade. Anos mais tarde. O giro pós-central. os campos receptores são muito pequenos. é conhecido como área 1 de Brodmann. as chances do homúnculo sofrer alguma alteração são maiores. até hoje. no córtex. um neurocirurgião canadense que se especializou em epilepsia. uma maior quantidade deles. como temperatura na boca. maior é a plasticidade cerebral. alcançar esse giro pós-central. pois temos mais termoceptores nos lábios.. que divide a parte frontal da parte parietal e sulco lateral. O mapa de Penfield destaca as áreas de maior acuidade. mas também outras sensações. se subdividindo de acordo com as diferentes sensações. Nessas áreas as pessoas detectam melhor os estímulos. não apenas tato epicrítico. onde percebemos melhor as coisas. tem uma coluna de dor. o seu homúnculo de Penfield. Já numa criança. por exemplo.com Todas as sensações talâmicas sempre chegam ao giro pós-central pela camada IV e se espalham pelos neurônios da coluna funcional. por exemplo. sua representação cortical continua do mesmo jeito. umas camadas eram mais expressivas que outras e etc. Penfield. A representação central depende do número de receptores na periferia. existindo. o chamado neocórtex. O contrário ocorre nas áreas de menor acuidade. pesquisou as funções. O mapa de Penfield do giro pós-central de cada hemisfério foi chamado de homúnculo de Penfield. Ele cortou o cérebro humano e fez lâminas de histologia. . http://www. Todas as sensações que vieram do lado direito vão. Essas colunas representam uma organização funcional (não anatômica). essas áreas são conhecidas. pés. boca grandes. Para diferenciar essas camadas. onde observou que o córtex se arrumava de maneira diferente. o que determina uma baixa eficiência na captação de estímulos nessas áreas. Os sulcos mais importantes são: sulco central. em algum momento. que tem mãos. ele colocou números e. que é chamado de área somestésica I. por exemplo. tato. as áreas com um grande número de receptores (campos receptores) ocupam mais espaço no córtex. o sujeito deixa de perceber os estímulos oriundos do lado oposto. DOR Tópicos     Introdução Hiperalgesia Efeito placebo Analgesia Introdução . se ele tem um prato de comida. Lesão nas áreas V e VII de Brodmann. puramente visual. Quando há lesão dessas áreas ou um hematoma. logo. Em casos de acidente com perda do giro pós-central esquerdo. ele só usará o lado esquerdo da folha. Nesse caso. Essas áreas são consideradas áreas atencionais. que representam uma área que não é puramente sensorial. continua existindo a capacidade de sentir um pouco a dor. ele negligencia estímulos do lado direito. sem perder a sensibilidade. etc. ou seja. puramente auditiva. se o médico pede para o paciente com uma lesão no lado esquerdo desenhar. boca. que ficam no córtex parietal e não no giro pós-central. Essas áreas são chamadas de áreas de associação. ela fica inespecífica. assim.Como cada coluna relaciona-se com um receptor. dando para ele uma folha enorme e a lesão é do lado esquerdo. No homúnculo de Penfield. A dor é um estímulo tão potente que sua percepção acontece ainda no tálamo. é como se ele não percebesse os estímulos do lado oposto à lesão (pela qual o lado lesionado é responsável). provocam uma síndrome rara conhecida como Síndrome da Heminegligência. audição. o paciente responderá pelo lado que não tem lesão. Essas áreas não são somatossensitivas porque a deficiência pode ocorrer em relação a qualquer sensação como: visão. as áreas de maior especificidade são representadas pelas palmas das mãos. ela está relacionada com muitos estímulos. come só o lado esquerdo. provoca perda de todas as sensações do lado direito. se há dois estímulos concomitantes. mas não mais de localizar a dor. O giro pós-central é chamado de área somestésica primária justamente por ser a área que primeiro recebe o estímulo e uma lesão nessa área provoca a perda da capacidade de localizar estímulos. cujas áreas apresentam maior número de colunas funcionais. planta dos pés. O tálamo já é capaz de sentir dor. Por exemplo. Existem nociceptores para diferentes estímulos: mecânico.rotarycb. . As substâncias químicas são as responsáveis pela ativação da resposta à dor. Mesmo que a lesão não libere substância química aparentemente. Sons podem causar dor ao atingirem os nociceptores existentes nas estruturas vibráteis do ouvido. térmico e químico. como queimaduras e caneladas.org/rotary/palestras/palestra_020917.http://www. Não existem receptores da dor para a luz. mesmo existindo a sensação quando expostos a uma luz muito intensa. que são as fibras finas. com exceção apenas do sistema nervoso central. Os seus receptores são chamados nociceptores e se distribuem por praticamente todos os tecidos do organismo. elas disparam o PA e determinam a interpretação de dor no córtex. as lesões celulares e teciduais conseqüentes liberam substâncias (bradicinina. e de aviso sobre o acontecimento de estímulos que cheguem a lesá-lo vindos do meio externo ou causado por ele mesmo. com pouca ou nenhuma mielina. Pesquisadores através de suas experiências puderam demonstrar que existe diferença nos mecanismos celulares envolvidos nas dores lentas ou crônicas e nas dores rápidas ou agudas.html A dor é um mecanismo que demarca os limites para o organismo. Os receptores de dor são representados pelas terminações nervosas livres. num infarto há uma dor por dentro do braço esquerdo. pois ela desempenha várias funções sem a necessidade de ter um núcleo para cada função. acentuando a vermelhidão e o edema. Essas terminações apresentam vesículas liberam substâncias como prostaglandinas. por exemplo. que liberará outras substâncias no local como foi elucidado anteriormente. fazendo com que um estímulo que era tátil passe a ser doloroso. A formação reticular se estende ao longo do tronco encefálico e é uma estrutura muito moderna. variando de pessoa para pessoa. Assim. . Assim. sejam eles. dizemos que é uma hiperalgesia primária. Ao estímulo doloroso.serotonina. seu prolongamento vai para a periferia e tem terminações nervosas livres. As abordagens e tratamentos da dor lenta e crônica são diferentes da dor rápida e aguda. químicos. Embora o limiar de dor seja o mesmo para todas as pessoas. Quando esta sensibilização ocorre dentro do tecido lesionado. mas sim devido a percepção da dor e a uma preparação para isso. O estímulo tátil que se torna capaz de estimular as fibras da dor. Hiperalgesia A inflamação é capaz de mudar o limiar de estimulação das fibras. o que já doía. crônica ou visceral e usa substância P como neurotransmissor. Devemos ressaltar que. por exemplo. que leva a um estágio de lesão tecidual. Existem duas vias de transmissão da dor que. na verdade são subdivisões do trato espinotalâmico. que é uma área do mesencéfalo. ao pisar numa taxinha. mecânicos. as substâncias liberadas pela inflamação são captadas pelo terminal nervoso. mas as fibras dolorosas ainda têm a capacidade de transmitir o sinal na forma antidrômica. Os atletas em geral também têm um limite de tolerância para dor. tendo uma sensação vaga. de alta ou baixa intensidade provoca a abertura de canais iônicos que geram potenciais receptores posteriormente codificados e são levados para o SNC de forma lenta. passa a doer muito mais e mais rápido. Algumas pessoas têm um limite de tolerância para dor muito elevado. Isso é um evento de erro. sendo chamadas de neoespinotalâmico e paleoespinotalâmico. Na hiperalgesia primária da inflamação. que há uma representação sobreposta de dor. A dor referida é um tipo de dor que “dói no lugar errado”. enzimas líticas. A via da dor é a via do trato espinotalâmico lateral. O corpo do neurônio que conduz a dor para o SNC está localizado no gânglio da raiz dorsal. K. substância periaquedutal e área tectal. A inflamação. as fibras táteis não são estimuladas pela substância P. etc) capazes de estimular os nociceptores. que vem da pele. Sendo assim. histamina. elas começam a perceber o estímulo como doloroso. a percepção da dor é subjetiva. Os estímulos na região lesada. ela atinge as próprias fibras dolorosas. há liberação da substância P. térmicos. quando ocorre no tecido ao redor. não devido a características biológicas. pois a aferência visceral é imprecisa. prolongando a dor. dizemos que é uma hiperalgesia secundária. sendo mais falha que a aferência somática. a isquemia e o espasmo muscular também provocam dor. A via paleoespinotalâmica usa as vias colaterais: formação reticular. Isso ocorre devido ao fato de o neurônio da dor visceral fazer sinapse com o mesmo neurônio da via da dor somática e o neurônio interpreta o estímulo visceral como somático porque sempre foi muito mais estimulado pelo somático do que pelo visceral. ocorrendo inflamação. A via neoespinotalâmica conduz estímulos de dor rápida e aguda e usa glutamato como neurotransmissor. as vísceras só são percebidas quando estão muito distendidas ou quando há rompimento da cápsula que as envolvem. substância P e a bradicinina por exemplo com ação vasodilatadora local. A via paleoespinotalâmica conduz os estímulos de dor lenta. enquanto que. que se preocupa mais com esse tipo de dor. onde. praticamente em todo seu lado direito ou esquerdo. que foi citada anteriormente e até mesmo a acupuntura que são considerados por muitos como efeito placebo. Na maioria dos medicamentos testados. se estimularmos eletricamente a substância cinzenta periaquedutal. o membro fantasma (em amputações) que continua transmitindo sinais de dor. por esta razão. Os neurônios da substância periaquedutal também produzem endorfinas e fazem sinapse com neurônios da formação reticular. que fazem uma “ponte” entre as fibras do tato e da dor. Analgesia Esta condição consiste no “desaparecimento” da sensação dolorosa. por exemplo. Essa discussão não é definida a respeito da eficácia destes tratamentos. Portanto. pois quando mais baixo. principalmente em relação à dor somática. porém. por ser uma lesão de nível central. barrando-a ainda na medula. melhor será a resposta. geralmente por lesão do sistema nervoso. Como o neurotransmissor da dor é o glutamato. A síndrome talâmica ocorre quando o tálamo “por si só começa a disparar estímulos de dor”. estaremos estimulando esta via. Também existe a hipnose. Essa síndrome é muito rara. bloqueando as sinapses entre o neurônio I e o neurônio II da via da dor. tentou-se criar um medicamento que bloqueasse os receptores de glutamato. Existe um mecanismo medular que inibe a via da dor. O neurotransmissor usado por esse interneurônio é a endorfina. Os neurônios da formação reticular formarão o trato reticuloespinhal descendente e ocorrerá sinapse com os neurônios da medula espinhal. Efeito placebo Este efeito é muito poderoso. não permitindo as sinapses da via da dor. A estimulação elétrica da substância cinzenta periaquedutal é um excelente analgésico. Existem interneurônios que são neurônios muito pequenos no H medular. Sua composição é muito semelhante a da morfina e. sendo muito difícil de tratar. é de curta duração é o massageio da região lesada. Esse neurônio faz sinapse com outro presente na substância cinzenta periaquedutal. Os neurônios da formação reticular liberam serotonina na fenda sináptica. ou seja. Dor central ou patológica é a dor que ocorre sem estimulação dos nociceptores. Os neurônios da medula espinhal liberam endorfinas. Existem mecanismos de analgesia como a hipnose. o que explica de certa forma a eficácia da massagem local. provocam sensação de bem-estar. mas é pouco usada. dependendo do lado lesado do tálamo (que é o inverso do da dor). .Dor visceral ou dor profunda é uma dor que incomoda mais por não se enxergar a origem da dor. o grupo que utilizou o placebo tem uma melhora da dor que se queixava previamente. em relação ao sistema nervoso for bloqueada a dor. não curam a dor “sentida” pelo paciente. e o paciente relata sentir dor. sendo um mecanismo muito efetivo de bloqueio doloroso. estimulam os mesmos receptores. As endorfinas ou encefalinas constituem uma grande família de neurotransmissores existentes no nosso SNC que são importantes pois. como. Uma outra forma de melhorar a dor. de onde sai um neurônio que libera um tipo de endorfina. apenas o “engana”. Os interneurônios são estimulados por uma via supra-espinhal à porção medular que começa no hipotálamo. provocando uma resposta psicológica diferenciada no indivíduo. qualquer medicamento ao ser testado deve ter um grupo com o medicamento real e um grupo com placebo para ver se o medicamento é mesmo eficaz. http://www.Os atletas estão constantemente numa reação de “luta ou fuga” durante uma competição. uma das recomendações médicas para o tratamento de depressão é o exercício físico.asp . Opostamente. e retina. humor aquoso (entre a córnea e o cristalino). Esta é o aspecto mais sofisticado da modalidade visual. humor vítreo (semelhante a um silicone). medida da intensidade da luz. É sabido que as endorfinas viciam assim. é deflagrada também uma reação de analgesia. que é a parte branca do olho. córnea. que é formado por esclera. Isso ocorre devido a baixa de serotonina para ativar a via supra-espinhal. O sistema visual é de grande importância principalmente quando relacionado à percepção. causa uma sensação de bem-estar. o exercício físico faz com que os atletas liberem endorfinas que. onde os sinais luminosos são transformados em sinais eletroquímicos. Por isso. A percepção se divide em submodalidades entre as quais estão: localização espacial. Todas as vezes que se deflagra uma reação deste tipo. devido à liberação das endorfinas. é necessário cada vez mais exercício.bio.afh. discriminação de formas. Além disso. detecção de movimento e visão de cores. temos a depressão que está associada a baixos níveis de serotonina. cristalino (que está preso por ligamentos ao músculo ciliar e forma a íris). VISÃO Tópicos     Introducão Estruturas Projeção da luz A retina Introdução O primeiro órgão do sistema visual humano é o olho. além de ser um potente analgésico. Uma das principais queixas de indivíduos neste quadro é de dores por todo o corpo.br/sentidos/Sentidos2. para que a sensação de bem estar seja alcançada. que é a luminosidade. Os raios luminosos sofrem desvios ao atravessarem uma superfície angulada e transparente. Ele é constantemente renovado. tendo ainda que circular para fazer as trocas de gases e nutrientes. A dioptria é o grau da lente. o que é importante para a nitidez da nossa visão. regulando a passagem de luz. No entanto. entre 12 a 20mmHg. ele não sofre desvio. sendo nutrida pelo humor aquoso que está em contato com ela por difusão. é melhor percebida na periferia da retina. A refração depende da opacidade da lente e do índice de refração do meio. sendo produzido pelo processo ciliar. A pressão normal varia com o ciclo circadiano. porém. a distância entre a córnea e a retina é a distância focal. Estruturas A córnea é a lente mais potente do olho. responsável pela visão mais aguçada. já a baixa luminosidade. posteriormente vai para o sistema linfático. Caso haja entupimento do canal de Schlemm. apresentando aproximadamente 42di. Ela não possui vasos sanguíneos. que é entendido como a cor. por isso. sendo tratado cirurgicamente. O humor aquoso serve para manter o globo ocular distendido. A intensidade é percebida pela freqüência de disparos de potencial de ação. O cristalino é uma lente convergente. que fica atrás da íris. percebendo maiores detalhes. se a atinge em qualquer outro ângulo. devido ao acúmulo de humor aquoso. Se ele atinge a lente à 90º. Atenção: a hipertensão arterial não está relacionada com o glaucoma!!! O glaucoma leva à cegueira devido ao fato de haver lesão mecânica do nervo óptico devido a sua compressão contra a calota craniana. e a parte temporal representa o campo visual esquerdo. sendo irreversível. ou seja. passando antes pelo tálamo. e a íris controla o tamanho da pupila. Assim. O glaucoma de ângulo aberto normalmente se dá devido ao entupimento do canal de Schlemm. O corpo ciliar controla o formato das lentes com o intuito de focar a imagem projetada na retina. Estes sinais alcançam o núcleo supra-óptico do hipotálamo. seu poder de refração. . não diretamente envolvidos com o processamento da informação visual. no olho direito a parte nasal da retina representa o campo visual direito. A maior parte das informações visuais obtidas pelo olho segue pelo nervo óptico para o córtex occiptal. Esse humor aquoso circula entre o cristalino e a íris. Este processo é secundário a um processo central. Na retina há uma região central. e o comprimento de onda. que é o aumento da pressão intra-ocular na câmara anterior do olho. que fica entre a íris e a córnea e. Projeção da luz A luz é projetada na retina de forma que a imagem fica invertida. chamada de mácula ou fóvea.A energia luminosa é o estímulo para os receptores da retina. O sistema óptico possui limites. Existe o Glaucoma de ângulo aberto e o glaucoma de ângulo fechado. vai sofrer refração. parte dos sinais da retina toma caminhos secundários. vai ocorrer Glaucoma. A fórmula para se calcular a diopitria é: 1/distância focal (m). sendo drenado pelo canal de Schlemm. empurrando todo o olho contra o humor aquoso. O ponto onde os raios luminosos convergem se chama ponto focal e. e a luz apresenta apenas dois parâmetros: a intensidade. na suspeita de glaucoma deve ser feito o mapa de pressão intraocular. Já o glaucoma de ângulo fechado é um problema anatômico do olho. sendo que só enxergamos ondas que têm comprimento variando entre 400 e 700nm. O inverso ocorre no olho esquerdo. Existem milhões de bastonetes em cada olho. verde e azul. Ela é como se fosse um “tapete” não cobrindo apenas o fundo do olho. Sua sensibilidade à luz é 100 vezes maior do que a dos cones. ocupando principalmente a periferia da retina. mas a sua sensibilidade espectral é diferente. devido a uma disposição diferente na retina. Esses sinais são “acumulados” até serem suficientes para desencadear uma mensagem nas células nervosas da retina. . sendo capazes de perceber baixa intensidade luminosa. contribuindo no controle da pupila e no acompanhamento de objetos no campo visual. cada um destinado à percepção de uma determinada cor: vermelho. Os bastonetes são sensíveis à luminância. Estes são capazes de perceber detalhes espaciais mais finos e estão presentes principalmente na retina central. A retina http://www. Quando a luz incide sobre uma molécula de rodopsina. que funcionam da mesma maneira.fleshandbones.com A retina percebe a luz por reações químicas em dois tipos de células fotorreceptoras: bastonetes e cones. existem outros tipos de fotopigmentos além da rodopsina. existem campos visuais separados para os vários tipos de bastonetes e cones.influenciando no ciclo de sono pela iluminação do ambiente. mas também as suas laterais. Em cada olho. espalhados sobre a maior parte da retina. Nos cones. formando uma grande cuba. Há três tipos de cones em seres humanos. onde podem ser identificadas a retina temporal e a retina nasal. e no colículo superior do mesencéfalo. Cada bastonete contém milhões de moléculas de um pigmento sensível à luz chamado rodopsina (ou púrpura visual). ela gera um minúsculo sinal elétrico. Sendo assim. . O ESTÍMULO VISUAL Tópicos        O circuito neural da retina Oponência centro-periferia O nervo óptico O corpo geniculado lateral O córtex visual primário O estrabismo Problemas visuais O circuito neural da retina Os fotorreceptores podem fazer sinapse com células bipolares ou com células horizontais. Já as células amácrinas disparam por curto período logo após as mudanças na incidência de luz. Os campos receptores das células ganglionares estão relacionados com o conceito de oponência centro periferia. a retina ainda possui células de segunda ordem que efetuam processamento simples sobre a ativação dos cones e bastonetes. em última análise é garantida pela presença das células horizontais e amácrinas. Isolando-se um axônio e colocando-se eletrodos na sua superfície e no deu interior. seja quando esta começa a ser percebida ou quando cessa. Quando se avalia um único fotorreceptor. e produzem sinal inibitório. é importante entender que existe uma rede neuronal que dá o suporte para modulação de sinal que.Além das células fotorreceptoras. e possuem campo receptivo circular simples. Células bipolares têm campo receptivo antagônico entre centro e periferia. é possível se estudar o campo receptor de uma célula ganglionar. bipolares ou amácrinas. e combinam sinais de múltiplos fotorreceptores e células horizontais. Topo Oponência centro-periferia Tudo que pode ser percebido pela retina é transformado em potenciais de ação que são conduzidos pelo nervo óptico. As células bipolares são estimuladas para mais ou para menos quando os fotorreceptores são estimulados pelos raios luminosos e quando interagem com as células horizontais. As células horizontais recebem sinais de diversos fotorreceptores. podendo ser células horizontais. tem-se que ter em mente que ele integra vários campos receptores sobrepostos. que são células intermediarias que trocam sinal. Os campos receptores com oponência centro periferia. sendo dotada. As células ganglionares apenas distinguem os contrates das formas.fleshandbones. Sendo assim.com A célula ganglionar sempre recebe estímulos convergentes. ou seja. enquanto o sistema fabrica ou processa as imagens da forma como as percebemos. não é uma boa analogia. ou seja.http://www. um determinado número de fotorreceptores passa a informação para um conjunto de células bipolares e que por sua vez convergem para as células ganglionares. as células ganglionares transmitem apenas os contornos das formas. pode haver uma gradação do estímulo. ou seja. uma célula com oponência centro periferia é uma célula mais complexa que pode responder muito mais aos estímulos. Desta forma a analogia de que a retina funcionaria como de fosse um filme fotográfico. Neste modelo pode haver um estímulo para mais ou para menos. pois a luz ao impressionar a retina não faz uma imagem completa. por exemplo. de capacidade de realçar o contraste. a retina é capaz de perceber apenas os contrastes. . fugindo do conceito padrão do sistema nervoso de presença ou ausência de estímulo. tem como função permitir que seja possível processar um número maior de respostas. Ele é 100% formado por axônios de células ganglionares. de forma que a parte central é super representada. existem as células que se localizam ventralmente em relação a cada camada. tipo P. As células do tipo M da retina se projetam apenas para o corpo geniculado lateral magnocelular. Antes de chegar ao tálamo. o neurônio 2 encontra-se no corpo geniculado . uma vez que há mais gânglios na fóvea do que na periferia. enquanto que o núcleo do lado esquerdo recebe o campo visual direito. sendo as camadas 1 e 2 formadas por células do tipo magno. Esta organização não é linear. e as demais camadas formadas por células do tipo parvo. células vizinhas na retina serão recebidas por células vizinhas em cada camada do NGL. As camadas de cada núcleo geniculado lateral são organizadas de forma similar à distribuição de gânglios na retina. Essas são as células não M e não P e se projetam para o córtex visual. ou seja. enquanto que células do tipo parvo são menores e mantêm o sinal por mais tempo. os lados nasais das retinas cruzam-se. como das outras células. enquanto que as células do tipo P se projetam para o corpo geniculado lateral parvocelular. As células tipo M. O neurônio 1 da via visual é a célula ganglionar. esta organização é retinotópica. servindo principalmente como retransmissores para o córtex occiptal. um ponto de luz pode ativar vários gânglios e ainda mais neurônios no NGL. formado pela parte nasal da retina esquerda e a parte temporal da retina direita.fleshandbones. tanto dos gânglios. O nervo óptico é um nervo que tem apenas um tipo de célula. Além das células tipo M e tipo P. Devido aos campos receptivos.com O nervo óptico O nervo óptico é formado pelos axônios das células ganglionares que leva a informação visual até os núcleos geniculados laterais (NGL) do tálamo. O corpo geniculado lateral O corpo geniculado lateral do tálamo é a porta de entrada para o córtex visual consciente e é dividido em 6 camadas. onde pouco processamento é realizado. não M e não P respondem diferentemente à luz e à cor.http://www. o núcleo do lado direito recebe o campo visual esquerdo. Assim. Células do tipo magno são maiores e transmitem mais rapidamente. bio. O processo de interpretação dos sinais visuais é distribuído. obtendo características estruturais das informações visuais. que já percebe que as informações são discrepantes e conseqüentemente diminui todas as sinapses das colunas referentes ao olho estrábico.afh. o córtex passa a eliminar as informações do olho ao qual ele tem menos controle. fazendo com que a imagem seja formada após a retina. Esta é a área com maior número de camadas. O sistema visual não é preparado para esta situação e caso uma criança não seja tratada. ou ainda por algum problema do sistema nervoso central. sendo este um processo associado ao corpo geniculado lateral. Isso acontece principalmente porque o olho do hipermétrope é um pouco menor do que o normal. por desenvolvimento insuficiente ou desigual dos músculos que os movem. . Outras causas incluem situações onde a córnea ou o cristalino apresentam alterações no seu formato que diminuem o seu poder refrativo. movimento e cor. considerando forma. Desta forma. O estrabismo O estrabismo é um problema relacionado ao não-controle da movimentação ocular. Tanto no corpo geniculado lateral quanto no córtex as informações provenientes de cada olho são preservadas nas suas instâncias ipsilateral e contralateral. mesmo estando em camadas diferentes. ela poderá ficar cega. O córtex visual primário O córtex occiptal é dividido em 5 áreas. As células ganglionares ao chegarem ao corpo geniculado lateral se distribuem pelas suas 6 camadas. onde chegam os sinais do tálamo. o outro se desvia completamente do ponto de referência para a fixação. http://www. sendo que a principal é a área V1.br/sentidos/Sentidos2. Ele pode ser causado por diferenças acentuadas nos graus de miopia ou hipermetropia dos dois olhos. onde células sobrepostas respondem a orientações similares. A principal função do córtex visual primário é fazer a decomposição da imagem que chega da retina. ou córtex estriado.asp Problemas visuais Hipermetropia É o erro de focalização da imagem no olho. sendo processado incrementalmente em vários estágios. O olho estrábico que não consiga fixar com o olho dominante faz com que as respectivas colunas atrofiem. Sua correção é feita com lentes convergentes. indicando um maior desenvolvimento evolutivo. quando um olho se encontra fixo. o córtex visual primário apresenta colunas. Caso a criança tenha um estrabismo ela deve ser imediatamente tratada para que toda a via seja estimulada e as colunas de dominância ocular sejam formadas. A área V1 também é chamada de córtex visual primário. Além da organização retinotópica e das regiões de dominância ocular. pois o córtex não está preparado para aceitar imagens discrepantes.lateral que se projeta para o córtex. Corrige-se esse defeito com o uso de lentes (óculos ou lentes de contato) divergentes. Atualmente.afh. A correção do astigmatismo consiste em concentrar os raios em um plano único.bio. enquanto outros não são focalizados.asp Astigmatismo É causado pela irregularidade da córnea ou do cristalino onde a imagem é formada em vários focos que se encontram em eixos diferenciados.bio.bio.afh. os míopes enxergam mal de longe.http://www. http://www.asp . A imagem dos objetos nesse tipo de “deficiência” é distorcida independentemente da distância. porque o olho é anormalmente longo. O astigmata possui a forma de sua córnea mais ovalada. As imagens embaçadas acontecem pela focalização de uns raios de luz.br/sentidos/Sentidos2. já há tratamento cirúrgico para olhos para míopes.asp Miopia A formação da imagem ocorre antes da retina.br/sentidos/Sentidos2.br/sentidos/Sentidos2.afh. É hereditária e ocorre comumente com a hipermetropia ou miopia. http://www. Os órgãos da gustação Experiências dizem que a degustação é feita com a língua.GUSTAÇÃO Tópicos       Introdução Os sabores básicos Os órgãos da gustação As células receptoras gustativas Mecanismos de transdução gustativa Vias centrais da gustação Introdução Os humanos desenvolveram-se como onívoros. comendo. satisfeita pelo leite materno. mas outras áreas da boca também estão envolvidas. Entretanto. Não se pode esquecer que textura e temperatura são importantes. e as bordas laterais para o salgado e o azedo. Os aromas da comida também passam pela faringe rumo à cavidade nasal. por uma combinação de sabores básicos ativada por cada comida. por exemplo. e então a combinação simultânea de gosto e cheiro resulta no que por sabor. Há também o fato do cheiro ajudar a dar o sabor a alguma comida. e é encontrado no que conhecemos como “ajinomoto”. 256 . por exemplo. tais com: platô. conforme as circunstâncias. o que a torna única. A maioria dos cientistas estima esse número em quatro ou cinco. Os sabores básicos Embora o número de substâncias seja ilimitado e a variedade de sabores pareça imensurável. é provável que somente sejamos capazes de reconhecer alguns sabores básicos. carniça e animais que podiam matar. Algumas de nossas preferências gustativas são inatas. Podemos saber a diferença dos incontestáveis sabores do chocolate ou do morango. Os quatro sabores básicos são salgado. Temos preferência por doces. a experiência pode modificar nossos instintos e podemos aprender a tolerar e até mesmo gostar do amargor de substâncias como o café e o quinino. A ponta da língua é a mais sensível para o sabor doce.2 p. azedo e amargo. o fundo para o amargo. e às vezes até mesmo a sensação de dor promovida pelas pimentas. Substancias amarga são instintivamente rejeitadas. plantas que podiam colher. O quinto sabor seria o umami. Neurociências figura 8. ele seria o sabor do aminoácido glutamato. faringe e epiglote. Um sensível e versátil sistema de gustação foi necessário para distinguir entre novas fontes de alimentos e possíveis toxinas. onde podem ser detectados pelos receptores olfativos. A maior parta da língua é sensível a todos os sabores básicos. isto não significa que sentimos o doce apenas na ponta da língua. O corpo tem a capacidade de conhecer a deficiência de certos nutriente-chave e desenvolver um apetite por eles. Entretanto. doce. ligar e abrir canais iônicos ou ligar-se a receptores de membrana que ativam sistemas de segundo mensageiro que. A maioria dos receptores sensoriais surpreendentemente perde a capacidade de discriminar os agentes que os excita. . Mecanismos de transdução gustativa O processo pelo qual um estímulo ambiental causa uma resposta elétrica em um receptor sensorial é chamado de transdução. Cada papila tem de um a várias centenas de botões gustativos. e fazem suas sinapses dentro do delgado núcleo gustativo. e daí para o tronco encefálico. Estes nervos estão envolvidos em uma variedade de outras funções motoras e sensoriais. mas todos os seus axônios gustativos entram no tronco encefálico. Três nervos cranianos contêm os axônios gustativos primários e levam a informação gustativa ao encéfalo. que é parte do núcleo do trato solitário no bulbo do tronco encefálico. Se o potencial do receptor é despolarizante e suficientemente grande. Cada botão tem de cinqüenta a cento e cinqüenta células receptoras gustativas arranjadas como os gomos de uma laranja. próxima à superfície da língua. Estímulos gustativos podem passar diretamente através de canais iônicos. Essa é a transmissão sináptica básica de um receptor gustativo a um axônio sensorial. Entretanto a transdução gustativa envolve muitos processos e cada sabor básico pode usar um ou mais desses mecanismos. visíveis apenas ao microscópio. abrem ou fecham canais iônicos.Espalhadas pela superfície da língua estão pequenas projeções denominadas papilas. reunidos em um feixe. ligar e bloquear canais iônicos. depois subindo ao tálamo e. Uma papila normalmente responde a apenas um estímulo. alcançando ao córtex cerebral. seu potencial de membrana muda. As células receptoras gustativas A parte quimicamente sensível de uma célula receptora gustativa é uma pequena região de sua membrana chamada terminal apical. uma pequena abertura na superfície da língua onde a célula gustativa é exposta ao conteúdo da boca. Vias centrais da gustação O principal fluxo da informação gustativa é dos botões gustativos para os axônios gustativos primários. as quais são classificadas quanto a sua forma como: filiforme. valada ou fungiforme. Os terminais apicais possuem finas extensões. Estes são processos familiares. Quando os receptores gustativos são ativados por uma substância química apropriada. podem disparar potenciais de ação. peça funcionais básicas da sinalização em todos os neurônios e sinapses. por sua vez. Alguns sistemas sensoriais possuem um único tipo de receptor celular que utiliza um mesmo mecanismo de transdução. finalmente. porém. que se projetam ao poro gustativo. muitos receptores gustativos. ou se despolarizando ou se hiperpolarizando. A natureza do mecanismo de transdução determina a sensibilidade específica de um sistema sensorial. Essa perda da especificidade é comum nos sistemas sensoriais. De qualquer maneira. assim como os neurônios. a despolarização da membrana desencadeia a liberação de moléculas transmissoras. quando os estímulos são muito fortes. que vai comunicar os sinais gustativos ao tronco encefálico. denominadas microvilosidades. O olfato é também uma forma de comunicação. Os órgãos do olfato Não cheiramos com o nariz. Mas também pode alertar sobre o perigo potencial em substâncias ou lugares. Ele combina com a gustação para ajudar-nos a identificar alimentos e a aumentar nossa satisfação com muitas delas. . Lesões localizadas no hipotálamo ou na amígdala pode levar o animal a um estado de voracidade crônica ou ao desinteresse pelos alimentos. As células do núcleo gustativo projetam-se para uma variedade de regiões do tronco encefálico envolvidas na deglutição. denominadas feromonios são importantes sinais reprodutivos e podem também ser usados para demarcar territórios. De fato. A experiência consciente do gosto é presumivelmente mediada pelo córtex cerebral. E as células basais são fontes de novos receptores. mas apenas uma pequena percentagem desse ar passa sobre o epitélio olfativo.As vias gustativas divergem a partir do núcleo gustativo. As células receptoras olfativas são os locais de transduçao. que flui constantemente e é substituída a cada dez minutos. identificar indivíduos e identificar a agressão ou submissão. As células de suporte são similares a glia e entre outras coisas elas auxiliam na produção de muco. se regeneram em um ciclo que dura cerca de quatro a oito semanas. denominada epitélio olfativo. Os receptores olfativos crescem continuamente. que tem três tipos celulares principais. Substâncias químicas liberadas pelo corpo. a informação gustativa é distribuída ao hipotálamo e regiões relacionadas na base do telencéfalo. O ato de cheirar leva o ar por meio de tortuosas passagens nasais. no vomito e nas funções fisiológicas básicas. e sim com uma pequena e fina camada de células no alto da cavidade nasal. ou à alteração de suas preferências alimentares. como controle da alimentação e da digestão. OLFATO Tópicos       Introdução Os órgãos do olfato Neurônios receptores olfativos A transdução olfativa Vias centrais do olfato Representação temporal e espacial da informação Introdução O olfato traz bons e maus sinais. Estas estruturas parecem estar envolvidas na palatabilidade dos alimentos e da motivação para comer. A gustação é importante para os comportamentos básicos. receptores olfativos são dos raros neurônios regularmente substituídos ao longo da vida. Além disso. morrem. Este exsuda uma fina cobertura de muco. as quais envolvem vias gustativas adicionais. No olfato os sinais negativos podem pesar mais que os positivos. na salivação. Este caminho de sinalização tem dois aspectos em comum: o receptor de sustâncias odoríferas no começo e os canais regulados por AMPc próximo do fim. como um soco no resto. Neurônios receptores olfativos Neurônios receptores olfativos têm um único dendrito. ou o AMPc pode ativar vias de sinalização que terminam o processo de transdução. finalmente. 272 Vias centrais do olfato Os receptores olfativos projetam seus axônios para o interior dos dois bulbos olfatórios. As substâncias odoríferas no muco ligam-se à superfície dos cílios e ativam o processo de transdução. a corrente flui para dentro e a membrana do neurônio olfativo despolariza. para o neocortex.Estímulos químicos no ar. que termina com uma pequena dilatação na superfície do epitélio. ele poderá exceder o limiar para o potencial de ação no corpo celular e ondas irão se propagar ao longo dos axônios até o sistema nervoso central.15 p. deslocando-se com relação aos tecidos visinhos. já que as células olfativas podem ser uma rota direta para certos vírus. Neurociências figura 8. sais dissolvidos em água. Neurociências figura 8. incluindo enzimas e anticorpos.273 A informação olfativa é modificada por interações inibitórias e excitatórias dentro e entre os glomérulos. Se o potencial resultante do receptor for suficientemente grande. Daí a informação vai para o tálamo e. O muco é composto por mucopolissacarídeos. Uma vez que os canais catiônicos estejam abertos. Esta anatomia faz o olfato ser um sentido . Os axônios de saída dos bulbos olfatórios estendem-se pelos tractos olfativos. imprescindíveis. os odorantes.16 p. assim como entre os dois bulbos. Dentro de cada glomérulo axônios olfativos primários convergem e contatam dendritos olfativos dos neurônios de segunda ordem. Cada tracto olfativo projeta-se diretamente para regiões primitivas do córtex cerebral. Substâncias odoríferas difundem-se para longe. a incapacidade de cheirar. Neurônios no bulbo também estão sujeitos à modulação por axônios que descem de áreas superiores do encéfalo. A camada que recebe os sinais em cada bulbo contém cerca de 2000 estruturas esféricas denominadas glomérulo olfatório. enzimas no muco podem hidrolisá-las. O resultado é a anosmia. O epitélio olfativo esta organizado em algumas grandes zonas e cada uma contem diferentes células receptoras que expressam um diferente subconjunto de genes receptores. A resposta olfativa pode terminar por várias razoes. O lado oposto dos receptores olfativos é um fino axônio não mielinizado. Todas as moléculas de transdução estão nos cílios. podem ser seccionados permanentemente pela placa cribiforme. a resposta olfativa diminui. pois a resposta do receptor em si adapte-se à substância odorífera em questão em cerca de um minuto. A partir dessa dilatação há vários cílios longos que ficam como que “jogados” dentro da camada de muco. os receptores olfativos empregam apenas um. A transdução olfativa Embora receptores gustativos usem muitos sistemas moleculares de transdução. Os axônios olfativos são frágeis e durante um traumatismo. Mesmo na presença contínua de substancia odorífera. Os axônios olfativos constituem o nevo olfativo. dissolvem-se na camada de muco e atinem as células olfativas. e uma variedade de proteínas. Freqüências agudas ciclam mais rapidamente que freqüências graves. ou seja. medida em Hertz e a amplitude (pressão do ar). ou seja. ou seja. Representação temporal e espacial da informação No olfato encaramos um paradoxo similar ao da gustação. quando cheiramos essa substância podemos facilmente discriminá-la. O sistema auditivo vai ter que ser capaz de traduzir em potenciais de ação os dois parâmetros fundamentais das ondas sonoras. . medida em decibéis.singular. são perturbações provocadas por ondas de pressão. O sistema auditivo está muito adaptado para perceber tons puros e pouco adaptado para perceber ruídos. Tantas estruturas recebem conexões olfativas que seria mais fácil listar as partes que não recebem estas projeções. a organização a organização rápida dos potenciais não parece ser necessária para representar o perfil temporal dos odores. cheiros são inerentemente estímulos lentos. e. receptores individuais são grosseiramente específicos para seus estímulos. portanto. Comparados a sons e imagens. variações na pressão do ar que não sejam rítmicos. O parâmetro freqüência está relacionado à altura do som. A codificação temporal que depende da organização temporal dos picos de potenciais pode. graves e agudos. ou seja. por exemplo. INTRODUÇÃO Tópicos        A natureza do som O ouvido externo Componentes do ouvido médio Amplificação da força do som pelos ossículos O ouvido interno Anatomia da cóclea O órgão de Corti A natureza do som Som é qualquer perturbação provocada pela movimentação de objetos num determinado meio. O som não é um estimulo fisicamente perceptível caso não haja um receptor específico capaz de percebê-lo. Há crescentes evidencias de que os padrões temporais dos potenciais em ponta são aspectos cruciais no sistema de codificação olfativa. a freqüência. em vez de isso representar a qualidade dos odores. Entretanto. Um som com periodicidade é denominado de tom puro enquanto aquele que não possui periodicidade é denominado de ruído. uma vez que ele se manifesta como uma alteração de pressão nas moléculas num meio como o de ar. que também guardam relação com alguns músculos que desempenham o papel de atenuar os estímulos sonoros captados pelo tímpano.000Hz A estrutura do sistema auditivo O ouvido externo O ouvido externo é composto pelo pavilhão auricular. o órgão da audição. Amplificação da força do som pelos ossículos O papel do tímpano é vibrar de acordo com a freqüência ondas sonoras. Obstruções ou inflamações na caixa timpânica podem impedir parcial ou totalmente a passagem das vibrações sonoras Um tímpano normal tem uma coloração nacarada quando observado ao otoscópio. ou seja. recoberto por mucosa e onde podem ser identificados três pequenos ossos: martelo. O martelo está relacionado ao tímpano e à bigorna. o órgão do equilíbrio. que pode chegar a amplificar até 20 vezes o estímulo percebido pelo tímpano. há uma intensificação dos estímulos captados pelo tímpano. A este conjunto dá-se o nome de ouvido médio.Curiosidades:   A voz humana varia de 300 a 2. que poderá se desenvolver como uma otite externa. A pressão na janela oval se torna maior que na membrana timpânica aumentando a força sobre a janela oval. bigorna e estribo. e o meato acústico. que ajuda na captação do som ouvido de uma ampla área. Componentes do ouvido médio O ouvido médio é constituído pela caixa timpânica e a mastóide que se comunica com a rinofaringe através da tuba auditiva (ou trompa de Eustáquio).5 cm para o lado interno do crânio até terminar na membrana timpânica. eles diminuem a capacidade amplificadora do sistema articular do ouvido médio. O ouvido interno Estrutura O ouvido interno (labirinto) é uma estrutura complexa constituída por duas partes principais: a cóclea. Após a membrana timpânica há um espaço alojado no osso temporal. Como a cóclea esta preenchida com fluido e não com ar se as ondas sonoras colidissem diretamente com a membrana da janela oval a membrana mover-se-ia muito pouco e quase toda energia sonora seria refletida devido à pressão que o fluido coclear exerce do lado interno da janela oval. e os canais semicirculares. que se torna muito menor que a da membrana timpânica. que se estende por aproximadamente 2. Esses fatores combinados tornam a pressão na janela oval suficiente para mover o fluido do ouvido interno. Sendo assim. já que os ossículos atuam como alavancas.000 Hz A capacidade auditiva varia de 20 a 20. que por sua vez se relaciona com o estribo. As ondas impressionam o tímpano que por sua vez transfere esta vibração para os ossos articulados do ouvido médio. O sistema formado pelos ossos do ouvido médio faz com que o estribo impressione a janela oval. . Caso o tímpano perca esta coloração é um sinal de desenvolvimento de uma lesão. e diminuindo a área da janela oval. Tais vibrações deslocam-se através deste líquido. prejudicaria a condução de novos impulsos. Cabe à perilinfa receber os impulsos provenientes das vibrações da membrana da janela oval ativada pela cadeia de ossículos do ouvido médio. É importante notar que as vibrações sonoras conduzidas.Ele tem como função receber as ondas sonoras conduzidas pelos ouvidos externo e médio e enviá-las ao córtex cerebral através do nervo coclear. ao meio líquido. percorrendo a rampa vestibular e alcançando a rampa timpânica. que se organiza como um grande tubo. por via aérea ou ossicular passam. no ouvido interno. pois este se encontra banhado por uma substância aquosa denominada perilinfa. contendo três divisões denominadas escalas ou rampas. com o nervo vestibular. no ápex . que compõe. No final do percurso. até então. Anatomia da cóclea A cóclea é uma estrutura oca. que são assim denominadas:    Escala vestibular Escala média Escala timpânica (a escala vestibular se comunica com a escala timpânica. o que invariavelmente. assim. graças à função exercida pela membrana da janela redonda. as vibrações são absorvidas evitando-se. o oitavo par nervoso. um retrocesso do movimento ondulatório da perilinfa. A composição da endolinfa se assemelha à constituição iônica do interior da célula onde encontramos uma concentração maior de potássio em relação à de sódio. percebe-se a relação do estribo com a janela oval. A janela oval está relacionada à escala vestibular enquanto a escala timpânica está relacionada à janela redonda. porém de concentração iônica (Na e K) distinta. A vibração do tímpano é transmitida pelos ossículos do ouvido médio. O órgão de Corti . conforme pode ser observado no esquema abaixo: Quando o estribo aciona a janela oval são criadas ondas na perilinfa. Como a escala média é flexível é possível que as ondas se propaguem através da escala média.Ao se desenrolar a cóclea. Na escala média vamos encontrar um líquido semelhante à perilinfa. diferente da perilinfa onde há concentração de sódio é maior que a do potássio. a endolinfa. que amplificam o sinal até que ele chegue à janela oval. fazendo com que este íon penetre na célula. Dependendo da freqüência de estimulação. Porém as células ciliadas encontram-se banhadas pela endolinfa onde a concentração de potássio é maior que a do sódio. Dependendo da freqüência a onda irá se propagar nos respectivos pontos da escala média. Sendo assim. No órgão de Corti as células ciliadas é que desempenham o papel de receptores auditivos. o potencial de ação vai ser dado não pela entrada de sódio. formando um tapete em toda a extensão da divisão desta escala com a timpânica. Desta forma no ouvido interno há um analisador de freqüências. as células enviam um impulso nervoso ao córtex cerebral. mas sim pela entrada de potássio. gerando um potencial eletroquímico e levando a despolarização da célula. a diferentes faixas de freqüência. nestas células. O órgão de Corti é composto por células sensíveis. a forca com que o estribo faz na janela oval se propaga através da escala média. . pois elas são banhadas por um líquido rico em potássio. Esta parede é denominada membrana basilar. local dos receptores de audição que se apóiam na membrana basilar.Na escala média encontra-se o órgão de Corti. através do nervo coclear. relacionado ao órgão de Corti localizado na parede que divide a escala media da escala timpânica. Um potencial de ação se caracteriza pela abertura dos canais de sódio. uma vez que esta escala é flexível. as células ciliadas cocleares têm um potencial de ação diferente das demais células nervosas. Uma vez ativadas. Sendo assim. cada uma. Ao córtex cerebral cabe o mecanismo de interpretação destes impulsos recebidos. As células ciliadas possuem cílios em ordem de tamanho. ela vai impressionar a membrana tectorial. de maneira que quando elas se dobram para os cílios de maior tamanho elas despolarizam pela entrada de potássio e quando elas se dobram em direção aos cílios de menor tamanho elas hiperpolarizam. Estrutura da membrana basilar Sons de baixa freqüência tendem a apresentar seu ponto de ressonância próximo ao ápex. Como a membrana basilar é sensível às perturbações provocadas na perilinfa. . fazendo com que os cílios das células ciliares se dobrem. As ondas de compressão e rarefação batem no tímpano. gerando os potenciais de ação. esta por sua vez. que articula os ossículos do ouvido médio e que impressionam a janela oval. enquanto sons de elevada freqüência apresentam ponto de ressonância próximo á base da cóclea. impressionando a membrana basilar e dobram os cílios das células ciliares gerando sinais elétricos que podem ser de despolarização ou hiperpolarização. cria uma onda que perturba a escala média.OS IMPULSOS AUDITIVOS Tópicos    A geração do potencial de ação Estrutura da membrana basilar Transmissão do impulso A geração do potencial de ação O ponto de ressonância de uma determinada freqüência encontra-se bem determinado em toda a extensão da membrana basilar. Transmissão do impulso As células ciliadas são como os fotorreceptores. elas não têm axônios. O neurônio do gânglio espiral se projeta. Quanto mais tencionada estiver a corda de um violão. Desta forma o nervo coclear é formado por axônios dos neurônios que estão no gânglio espiral. Ao longo de toda a membrana basilar todas as células ciliadas são iguais. porém existem projeções ipsilaterais. “riscos” numa alusão às cordas de um violão. esquematicamente. logo elas não realizam potenciais de ação. maior será a estimulação destas células. ascendem através do lemnisco lateral para o colículo inferior. deste ponto eles se encaminham para a oliva superior. através do nervo vestíbulo coclear. Estas cordas são na verdade cordas de colágeno. Estas células fazem sinapse com um neurônio. enquanto se aproxima o ápex freqüências mais graves são identificadas. acontece otimamente em apenas uma faixa de freqüência de cada vez. mais grave será o som emitido. ou seja. enquanto as células ciliadas externas. preparadas para vibrar sons agudos. A célula ciliada interna é aquela que percebe as freqüências. pois nesta região da cóclea as fibras colágenas vão ficando mais frouxas. características da membrana basilar. O neurônio número 1 da via auditiva encontra-se no gânglio espiral. ou seja. as cordas de colágeno vão ficando mais frouxas. para o núcleo coclear ventral e para o núcleo coclear dorsal do mesmo lado. até chegar ao córtex auditivo. onde quanto maior a intensidade de uma determinada freqüência. as células ciliadas externas funcionam como um sistema amplificador coclear. Na membrana basilar podem ser identificados. cujo corpo encontrase no gânglio espiral. o nervo vestíbulo-coclear. onde as cordas da base são curtas. Na medida em que se aproxima o ápex. onde uma freqüência alta vai ter seu ponto de ressonância próximo à base da cóclea. mais agudo será o som por ele emitido e quanto mais afrouxado estiver esta corda.As freqüências são diferenciadas pela posição do ponto de ressonância na membrana basilar. mandando um prolongamento para a célula estriada e um axônio que vai formar o nevo auditivo. . tencionadas. Sobre a membrana basilar encontram-se as células ciliadas e a oscilação desta membrana. tem-se o chamado analisador de freqüências. enquanto os receptores são as células ciliadas no órgão de Corti. que funciona como um gânglio da raiz dorsal. A VIA AUDITIVA Tópicos      A via auditiva O córtex auditivo Audiometria Surdez Teste de Rinne A via auditiva A via auditiva é uma via bilateral. que se encontram na mesma faixa de freqüência. são importantes para se perceber a intensidade do som. a maior parte da via é cruzada. que ativa um determinado conjunto de células. Sendo assim. porém elas são estimuladas de acordo com a freqüência do som (grave ou agudo). vibrando conseqüentemente sons graves. passam então para o corpo geniculado medial. Com isso. ou seja. caso não se possa compensar as pressões entre o meio externo e o ouvido médio. afetando a pressão no ouvido médio. eles freqüentemente apresentam uma surdez distinta daquela relacionada às grandes altitudes.O córtex auditivo O córtex auditivo está na parte superior do lobo temporal na divisão deste lobo com os lobos frontal e parietal. Sendo assim. conseqüentemente haverá necessidade de mais decibéis para todas as freqüências. uma para o ouvido esquerdo e uma coluna para a soma das duas informações. A surdez de condução é quando a condução dos estímulos auditivos para a cóclea está prejudicada. a surdez dos idosos está mais associada à lesão das células ciliadas internas. pode-se perceber que pode haver uma surdez para freqüência e uma surdez para intensidade. A surdez nervosa é a lesão das células ciliadas e da membrana basilar. mesmo a diferença de tempo sendo igual a zero nos dois. O paciente coloca um fone de ouvido e o experimentador orienta o paciente a apertar um determinado botão toda vez que ele escutar um barulho. para cada faixa de freqüência vai haver uma coluna para o ouvido direito. pois o tímpano estará vibrando mal. A curva da audição normal demonstra que nas freqüências mais altas. ficando no sulco temporal. Neste caso as freqüências podem ser perfeitamente identificadas. A soma da aferência dos dois ouvidos permite a localização do estímulo auditivo pela diferença de tempo entre a estimulação de um ouvido e de outro. No córtex auditivo também é possível se detectar áreas relacionadas às freqüências na cóclea. com menos decibéis ou com pouca utilização do sistema amplificador do ouvido médio. se o estímulo for imediatamente à frente ou atrás da pessoa ela consegue diferenciar perfeitamente. com que ao nível do mar. Esse exame consiste em o paciente ficar num ambiente acusticamente isolado. Como freqüência e amplitude apresentam sensibilidade distinta no órgão de Corti. pois os ossículos vibram menos intensidade. A intensidade do som é percebida pela quantidade de estimulação das células ciliadas e a freqüência pelo local da membrana basilar que foi ativado e sua representação no córtex. que por sua vez estimulam pouco o sistema coclear. a audiometria não deve ser feita. pois eles são capazes de perceber determinadas freqüências enquanto outras não. aquelas associadas à identificação das freqüências. a intensidade necessária para que o som seja audível é menor. devido ao fato de o estimulo incidir em direção diferente relativa ao pavilhão auricular. sendo uma característica fisiológica do organismo humano. a audiometria mede a mínima intensidade audível para cada freqüência que é testada. O neocórtex é dividido em seis camadas. Em elevadas altitudes escuta-se menos. Esse mapa é organizado em colunas de isofreqüência e colunas de somação e supressão. Audiometria Para avaliar o sistema auditivo usamos a audiometria. Sendo assim é possível se montar um mapa das freqüências que estão sobre a membrana basilar. Estas lesões então ocorrem em determinadas freqüências. além dessa organização anatômica e histológica o córtex possui uma organização colunar. No caso dos idosos. porém a intensidade é atenuada. . com uma janela onde fica o experimentador. ou seja. Quando há congestão nasal. ou seja. Surdez É preciso diferenciar dois tipos de surdez: a surdez de condução e a surdez nervosa. Cada ouvido é testado de uma vez. Sendo assim. sendo testadas freqüências definidas em diferentes intensidades. Alguns antibióticos têm como efeito colateral provocar quadros de surdez, tais como a gentamicina, a tobramicina e principalmente antibióticos utilizados para o tratamento de infecções renais. Este medicamento apresenta uma ação muito tóxica sobre as células ciliadas externas, comprometendo então todas as freqüências, fazendo com que o indivíduo ouça tudo muito baixo. Outra condição que causa danos às células ciliadas é a hipercolesterolemia. O zumbido é o indicador do inicio da perda das células ciliadas. O trabalhador exposto a determinadas freqüências de som e alta intensidade, começa a ter perda de audição relacionada a certas faixas de freqüência e começa a não entender o que as pessoas falam e nem outros sons. Isso indica uma lesão nervosa estrita, em que a membrana basilar começa a morrer. A freqüência mais comum desse problema é a de 4000 hz. A partir do resultado da audiomeria é que vai se estudar um diagnóstico para o problema da surdez. Teste de Rinne Vibra o diapasão e encosta-o no osso mastóide para testar a condução óssea, e quando não se ouve mais nada com o diapasão encostado no osso, desloca-se o diapasão para frente do ouvido e percebe-se ainda a vibração. Verifica-se então que a condução óssea é menos competente que a condução aérea. No caso da otite média, apenas a condução aérea estará alterada, pois a cóclea está intacta. INTRODUÇÃO Tópicos     Funções do sistema vestibular Estrutura do sistema vestibular Os canais semicirculares Os órgãos otolíticos Funções do sistema vestibular O sistema vestibular é responsável pela detecção da aceleração angular e linear da cabeça, promovendo o ajuste postural, auxiliando no movimento da cabeça e dos olhos, e promove o sentido do equilíbrio. Quando sua função é interrompida resultam sensações desagradáveis, as quais normalmente associamos com a doença do movimento: vertigem, náusea e mais uma sensação de desequilíbrio acompanhada de movimentos incontroláveis dos olhos. Estrutura do sistema vestibular O sistema vestibular é formado por cinco estruturas: utrículo, sáculo e três canais semicirculares. Os canais são: horizontal, anterior e posterior. Os aparelhos vestibulares são posicionados em espelho, o que é muito importante para a função do sistema vestibular, pois estes canais estarão sempre orientados do mesmo jeito de um lado e do outro. Na parte mais medial dos canais há dilatações, às quais chamamos de ampolas. Estes canais estão grudados na cóclea e alojados no osso temporal e juntamente com a cóclea forma o labirinto membranoso. Dentro das escalas vestibular e timpânica existe um líquido chamado perilinfa, que é igual ao líquido cefalorraquidiano. A escala média possui outro tipo de liquido chamado de endolinfa. Há neurônios receptores ao longo de toda a escala média embebidos na endolinfa. A perilinfa está por fora dos canais e endolinfa vai preencher o sáculo, o utrículo e os canais semicirculares. Nestes encontramos ‘ilhas’ de receptores ou células ciliadas. O estímulo que deflagra potencias de ação nos receptores do aparelho vestibular são: a aceleração linear para utrículo e sáculo (órgãos otolíticos) e, aceleração angular para os canais semicirculares. Os canais semicirculares A estabilização da imagem na retina consiste em contrapor com o movimento dos olhos o movimento da cabeça. A aceleração angular é percebida pelos canais semicirculares, que possuem células de sustentação e células ciliadas cujos cílios estão presos em uma cúpula gelatinosa. Essa estrutura obstrui a luz do canal semicircular, porém quando há aceleração angular, a endolinfa inicialmente não assume a mesma aceleração que a cabeça pelo princípio da inércia, pressionando a parede da cúpula, entortando os cílios das células ciliadas, o que provoca a geração de um estímulo que pode ser de excitação ou inibição da liberação de neurotransmissores de acordo com a posição da maior célula ciliada. Quando os cílios entortam para o lado do maior cílio há despolarização e para o lado do menor cílio, hiperpolarização. O maior cílio está sempre medial. Um sistema vai ser sempre oposto ao do outro lado, ou seja, enquanto um lado despolariza o outro hiperpolariza considerando canais opostos. Se o movimento produtor da aceleração persistir por muito tempo, a endolinfa passa a acompanhar o movimento do canal semicircular. Os órgãos otolíticos Os órgãos otolíticos são os responsáveis pela percepção da aceleração linear. Diferentemente dos canais semicirculares, que estão embebidos pela endolinfa, os órgãos otolíticos têm mácula com células ciliadas, que estão embebidas por uma substância gelatinosa, que se chama capuz gelatinoso. A mesma coisa acontecia na ampola dos canais semicirculares, onde as células ciliadas estavam presas nessa gelatina chamada cúpula. Logo, toda célula ciliada tem seus cílios se apoiando em algum lugar, seja na cóclea, nos canais semicirculares ou nos órgãos otolíticos. A diferença, nesse caso, é que essa gelatina que cobre esses cílios tem umas pedrinhas, chamadas otólitos ou otocônias. Essas otocônias têm massa, ou seja, elas pesam sobre as células ciliadas, dobrando e entortando os cílios. Na figura acima a cabeça está parada (aceleração linear é aquela que não estabelece ângulo com a cabeça), mas está tendo uma pequena angulação e assim, algum canal semicircular também está sendo estimulado, como por exemplo, nessas camas de tomógrafo. Nessa situação, todo órgão otolítico, seja utrículo ou sáculo, ficaria empinado e as otocônias iriam arrastar os cílios para uma direção. As células ciliadas do sistema vestibular precisam ter a mesma orientação ou, pelo menos, uma orientação precisa e isso acontece no utrículo e no sáculo. Na mácula do utrículo (olhando de cima) as células se orientam em direção a uma linha medial. Na mácula do sáculo ocorre o contrário, em direção oposta a essa linha medial. Esse neurônio I está. queda livre ou pára-quedas. como na audição. Assim. Em situações onde a gravidade é zero. sofrendo a ação da gravidade. a mácula do utrículo está na posição horizontal. cada mácula vai ter um sinal. é uma situação diferente de boiar. esse lado despolariza e o outro hiperpolariza. são receptores e não fazem potencial de ação. isso não ocorre porque a intensidade das células é diferente em cada movimento. quando a pessoa volta dessa aceleração. enquanto a do sáculo está na posição vertical. O astronauta não tem noção de cima e baixo. não tem axônio. que será proporcional à aceleração da cabeça que está subindo. Esse sistema é muito sensível e a atrofia é muito rápida. não entorta cílio nenhum porque elas estão numa camada superior. tornando o sinal preciso. Se a gente fica muito tempo nessa situação. as otocônias passam a flutuar na substância gelatinosa e assim. Embora pareça que um lado anula o outro. Aqui. os neurônios I são as células ciliadas. ficando enjoado a qualquer movimento. . apenas liberam uns poucos neurotransmissores. Na posição normal. O fato de a gravidade estar pesando sobre o utrículo. o sistema vestibular tende a atrofiar.Nos canais semicirculares um lado fazia uma coisa e o outro lado fazia o oposto. O utrículo e o sáculo funcionam o tempo todo por causa da gravidade. A VIA VESTIBULAR Tópicos     A via vestibular Reflexo vestíbulo-ocular Doenças do sistema vestibular Teste da função labiríntica A Via Vestibular Na via vestibular. é que dá essa sensação de que estamos em pé ou sentada. no gânglio vestibular e seu axônio vai até o neurônio II. puxando as otocônias. por isso. Se arrastar tudo. Uma subida de elevador arrasta os cílios do sáculo para baixo e achata os cílios do utrículo. numa mesma mácula terão situações opostas. sofre de cinetose. para estimular o sistema vestibular. Elas são pequenas. por isso os astronautas sempre entram numa câmara que tem alguma gravidade. ele flutua. O córtex vestibular ainda é um pouco incógnito.org/wikipedia/en/0/04/ThreeNeuronArc. Mesmo com lesão cerebelar. que proporciona a mudança do apoio. Outros axônios do sistema vestibular vão para medula. estamos formando um trato. como o sistema vestibular (axônios vão p núcleos. córtex e medula!). Quando há movimento com a cabeça as células ciliadas dos canais semicirculares sofrem estimulo o que vai fazer com que imediatamente seja comandado um movimento compensatório dos olhos na direção oposta ao movimento. uma pessoa com lesão cerebelar. que será responsável pelo equilíbrio. As projeções mais importantes dos núcleos vestibulares são os nervos oculomotor (NC III) e abducente (NC VI). Logo.Estes neurônios estão nos núcleos vestibulares. embora esteja envolvido com muitos reflexos. Essa função. o sistema vestibular é sensorial. São 4 núcleos vestibulares para cada lado. no entanto. Assim. Reflexo vestíbulo-ocular O reflexo vestíbulo-ocular é uma compensação dos olhos a um movimento feito com a cabeça. chamado reflexo vestíbulo-ocular. Essa via é bem primitiva.png . Na verdade. independente da mudança de foco. http://upload. pertence ao cerebelo. trabalha com essas informações. A contração dos músculos que fazem o movimento ocular muda a sua estimulação cada vez que se move a cabeça. Nos olhos também ocorre fenômeno parecido.wikimedia. chamado vestíbulo-espinhal. aparentemente. saem informações diretas do sistema vestibular que controlam os movimentos oculares. anda esquisito. pois essa via vestibular que segue para medula determina reflexo postural. mas isso parece ser o menos importante. têm movimentos muito característicos. A projeção cortical permite saber o tipo de aceleração que está ocorrendo. pois ele não se comunica diretamente com a medula. A via vestibular apresenta também projeções corticais. Este. Um estímulo nos núcleos vestibulares provoca movimentos. não precisando passar pelo tálamo. mas acredita-se que esteja entre o auditivo e o somatossensitivo. mas não se sabe direito para onde vão essas projeções. ou seja. as pessoas tem essa capacidade por causa desse reflexo postural. Então. o corpo do neurônio está longe e o seu prolongamento vai até as células ciliadas captar o sinal. já que não é comprovada a ocorrência de inflamação ou infecção do labirinto. Os otorrinolaringologistas medem esses movimentos de nistagmo a fim de testar os reflexos. São surtos recorrentes. ao contrário da pessoa que está tonta. não existe remédio contra labirintite. há uma hiperprodução de endolinfa tanto pelas células da cóclea quanto do sistema vestibular. Logo. é diferente de vertigem. pois a endolinfa assume a mesma aceleração que os canais semicirculares. Síndrome de Ménière Não se sabe por que. A vertigem raramente é qualquer coisa. ansiolíticos. O nistagmo é um exemplo. A pessoa que tem labirintite.Para que essa percepção ocorra. A endolinfa está sempre atrasada em relação aos canais. essas células precisam estar todas orientadas na mesma direção para que o sinal não seja caótico. cambaleante. um lado despolariza e o outro hiperpolariza. Doenças do Sistema Vestibular Labirintite Acomete principalmente mulheres acima dos 30 anos e tem forte relação com enxaqueca. Vai haver vertigem (verdadeira). embora o sistema vestibular apresente apenas 2 doenças. Essa diferença entre tontura e vertigem é importante no diagnóstico de problema vestibular. que serve para estabilizar a imagem na retina. uma célula ia se despolarizar enquanto outra ia se hiperpolarizar. porém à medida que o movimento persiste as células deixam de ser tão excitadas. frescura. perda auditiva. Os olhos vão até o máximo de amplitude e retornam ao centro da órbita. Ao início do movimento há despolarização do mesmo lado do movimento. com a verdadeira vertigem. Quando ocorre a parada brusca do movimento. provocando despolarização do lado oposto ao do movimento inicial. enquanto a primeira não. estão orientadas medialmente e assim. os canais passam a uma aceleração zero. às vezes. hipoglicemia. enquanto na tontura. zumbido (tinitus) e. o inicio e o final do movimento têm estimulações opostas. nessa síndrome. de um lado e do outro lado. com um movimento lento para a extremidade e um retorno rápido ao centro da órbita. Existe um desequilíbrio osmótico e não um tumor. Teste da função labiríntica Esses testes são importantes. antieméticos. A vertigem é uma importante característica da labirintite. Esta é a sensação de que o mundo roda e você está parado. Ainda não se sabe exatamente a causa. A tontura. toda vez que a cabeça vai para um lado. ou seja. fica parada. tratando-se apenas os sintomas com antidepressivos. normalmente é problema no sistema vestibular. ele está muito ligado ao sistema motor. Todas as células. Como a causa da doença é desconhecida. A pessoa se diz tonta (porque não sabe diferenciar) e apresentando uma surdez transitória. qualquer coisa. ele é um reflexo à aceleração angular do sistema vestíbulo-ocular. é preciso descartar a possibilidade (ou não) de ser uma patologia ligada ao sistema vestibular. numa sensação de instabilidade. etc. Se cada cílio estivesse cada hora de um lado o sinal acabaria ficando nulo. o mundo está parado e você não consegue parar de rodar. porque. A tontura pode ser pressão baixa. . que podem resolver sozinhos ou com uso de medicamentos. O Nistagmo espontâneo não é considerado normal e pode ter várias causas. Essa diferença de estimulação que vai determinar para que lado os olhos vão se movimentar. mas a endolinfa ainda continua a se movimentar. por sua vez. Outra diferença entre tontura e vertigem é que a última apresenta nistagmo. Isso causa problema nos dois sistemas. já que a endolinfa é compartilhada. Quando a planta do bebê é estimulada e ele tem sustentação. isso é catastrófico.Geralmente a labirintite é a hipofunção de um lado só. etc. o bebe ao ter algo em sua boca faz movimentos para sugar o leite. Assim. ou seja. se agarra sobre ele mesmo. Quando é colocada a substância quente. de preferência áspera. Se o labirinto responde apropriadamente a resposta calórica e mesmo assim tem nistagmo. apenas um dos lados fica lesado. Para entender um reflexo é preciso entender as cinco vias que o compõem. Os bebês nascidos a termo têm a postura “saco”. é porque a origem deve ser central. Reflexo do espadachim: o bebê é estimulado de um dos lados de forma a provocar certa dor. REFLEXOS Introdução Reflexo é uma resposta estereotipada a um dado estímulo que acontece nos músculos estriados esqueléticos. mas depois o outro lado aprende a trabalhar sozinho. Esse reflexo o nome já diz. o olho mexe para um lado. Quando isso acontece ele estica o braço do lado oposto do estímulo. se um labirinto parou de funcionar. não há nenhuma resposta. Estão presentes também reflexos pupilares. apresentam a mãozinha fechada. se a lesão periférica é recente. Se o problema é periférico. A quantidade de reflexos é maior nas crianças e nos idosos. tem atonia. Eis alguns exemplos: Reflexo de Mouro: o neonatologista puxa o lençol debaixo do bebê e este. vai haver um reflexo miotático. eles fazem contração. Esta responde a essa diferença de temperatura de forma oposta. Reflexo do caminhar: coloca-se o bebê com os pés sobre uma superfície. O reflexo é sempre um mecanismo de proteção. médio. corneanos e muitos outros. não acontece nada. Injeta-se ar quente ou frio (antigamente era água quente ou fria). Essa diferença de temperatura provoca ondas de convecção na endolinfa. ele direciona a cabeça e abre a boca. ele faz reflexos como se fosse caminhar. Ele já nasce sabendo mamar. por exemplo. porem nem sempre está presente nos bebes pré-termos. A pessoa fica deitada. posicionando os canais horizontais. Os neonatos apresentam inúmeros reflexos particulares. Os cinco elementos do reflexo são: . Por isso a pessoa melhora. é o que chamamos de “mole”. ou seja. Como eles funcionam “em balança”. o que pode causar problemas. Toda vez que se percute um tendão. dos núcleos vestibulares. Reflexo de sucção: é importante. no teste. Prova calórica é a mais antiga e a mais eficiente para saber se a origem é no aparelho vestibular ou central ou no nervo vestibulococlear. a pessoa cai para o lado da lesão. O pré-termo é todo esticado. ao caminhar. no início. já que isso aumenta a estimulação. com frio. Reflexo de orientação: se a pessoa estimula a pele do bebê o coçando. ele mexe para outro. como se eles estivessem retos em relação ao chão. mexe para cima e assim por diante. portanto. Ao passar uma chave ou uma caneta na planta do pé do bebê. patologicamente.portalmedico. esse sinal só aparece novamente se essas vias forem lesadas. É nessa idade que as fibras descendentes. por ausência desse controle. quer dizer. é chamado de Sinal de Babinski. um lugar onde os estímulos de saída e entrada se juntam. embora as vias neuronais não sejam extintas. a questão é quem comanda. Aprendemos a controlar esses reflexos pela maturação de vias superiores. por exemplo. Quanto mais as estruturas superiores. um idoso com Alzheimer. ao nascer as crianças têm essas vias formadas. que fazem com que a criança corra. http://www.htm Obs. são lesadas. mais eles vão aparecer. REFLEXOS ESPECÍFICOS Tópicos    Organização medular Choque espinhal Propiocepção inconsciente Organização Medular . Por volta dos dois anos de idade a criança perde um reflexo que.br/include/biblioteca_virtual/belas_artes/cap5. O início da vida é marcado pela ausência de estruturas superiores para controlar esses reflexos. Isso também pode acontecer em pessoas com lesão cortical. Via eferente Órgão efetuador Se nós nascemos com tantos reflexos é porque existem vias para isso. Então. À medida que o tempo passa os reflexos vão sumindo. na criança até dois anos ele é normal. são mielinizadas e fazem com que o sinal de Babinski deixe de existir. ele é um sinal de lesão do neurônio motor superior da via do trato córtico-espinhal. porque os tratos responsáveis pelo caminhar se mielinizam nessa época. Ao longo da vida a gente passa a controlar esses reflexos e. em um caso extremo. esses reflexos voltam a aparecer.org. à medida que vai ocorrendo degeneração.     Receptor (mas primeiro é preciso identificar o estímulo) Via aferente Órgão de integração. Por exemplo. que controlam os reflexos. A estrutura responsável por aquele reflexo sempre existiu. Esse sinal é patológico no adulto. que perca esse controle.: Todos os reflexos podem voltar caso entre num processo de demência. Sendo assim. toda criança anda com um ano de idade. apresenta até mesmo o reflexo de sucção. A criança também aprende a falar nessa idade. mas não mielinizadas. ele flete os dedos e estica o hálux. Logo. ele tem um prognóstico bom. Essa via recebe esse nome porque ela soma todas as influências e é chamada de motoneurônio α. O neurônio da parte anterior da medula é chamado de via final comum. por exemplo. O choque espinhal é uma fase perigosa onde o animal ou a pessoa sofre paralisia flácida. não funciona. Dentro do H medular. Depois de um tempo. Quando o paciente começa a sair do choque espinhal. Propriocepção inconsciente Propriocepção inconsciente é a capacidade de perceber determinado estímulo que é próprio ao nosso organismo. O primeiro impacto de uma lesão medular é o choque espinhal. não dura eternamente. tato. O motoneurônio a está no corno anterior da medula. a pessoa será tetraplégica. e um pouco pelos pés. Vamos nos restringir à parte ventral da medula. Uma pessoa que pise em uma tachinha sente dor. O choque espinhal é uma fase restrita. O choque espinhal dura aproximadamente três semanas e a nossa espécie é a que tem o maior choque espinhal. exacerbadamente. energia sonora. Apresenta ainda arreflexia. ou 100 fibras. O sinal de Babinski não funciona por causa da arreflexia. já que o axônio do neurônio motor desce junto ao neurônio sensitivo que levou a informação de dor a medula. são necessários apenas dois nervos para mexer o dedão. principalmente. O mais afetado é o sistema simpático. em C3. mas a defecação e a micção ficam prejudicadas.Existem corpos de neurônios no corno ventral da medula. Espécies inferiores têm choque espinhal sempre bem menor. sendo mais eficiente quando inerva três fibras. Assim. Numa lesão alta. as funções voltam. Assim. Essa percepção dos estímulos próprios tem muita relação de como estão os . como todas as vias descendentes espinhais. O trato digestivo continua funcionando. Nessa fase. por ser inervado pelo nervo vago. mas tudo que se encontra abaixo da lesão medular fica em choque. Ele funciona sozinho. porém. não mexe nem as pernas e nem os braços. mas sofre influência de outras vias. onde não existe reflexo. essa pessoa mexe o dedão por reflexo. como num bebê pré-termo. a melhor opção é cortar a conexão da medula com o tronco encefálico. Choque espinhal A melhor situação para se estudar reflexo é a da lesão medular alta. Com a dor. os músculos são bem pequenos e em grande quantidade. Se eu quero estudar como a medula funciona sozinha. ou seja. inervando as vias musculares extrafusais. energia luminosa. Os lugares onde estão presentes unidades motoras com apenas três fibras musculares são representados pelas mãos e pela face. Se uma pessoa tem uma lesão medular e sobrevive a um choque espinhal. Nesses lugares. Esse conjunto pode variar de 3 a 100 fibras musculares. Essa informação passa pelo gânglio da raiz dorsal e entra no H medular. pois possuem grandes especificidades. nada disso é oriundo do nosso organismo. cujo axônio sai pela raiz ventral e se junta com a raiz dorsal seguindo para a periferia. ele passa a apresentar o sinal de Babinski e os reflexos também reaparecem. embora possa apresentar uma série de seqüelas. não se sabe por que. Nessa altura estavam presentes neurônios autonômicos simpáticos (T1 a L2) e parassimpáticos (S2 a S4). OBS: motoneurônios α sempre vão para as fibras extrafusais Unidade motora é o conjunto de um motoneurônio α com as fibras musculares que ele inerva. a motora. Temperatura. Outro sintoma importante é a perda da função autonômica. um único neurônio pode inervar apenas três fibras. dificultando controle da pressão arterial e da liberação de adrenalina. eles estão dispostos de acordo com a relação anatômica dos músculos que ele inerva. os músculos não se mexem. sem tônus. pois são reflexos parassimpáticos. Um órgão de Golgi detecta a tensão muscular. pressionando os terminais nervosos e com isso ocorre uma aferência. é um receptor. como ocorre com as extrafusais. seja numa contração em que o músculo não muda de tamanho (isométrica). podem ser: saco-nuclear e cadeianuclear. Exercícios aeróbicos mexem seus fusos diferentemente do que acontece com quem faz pilates. http://www. Em relação à aferência. Logo o SNC tem que saber o tamanho do músculo. o tendão é esticado. visto que o primeiro exercício é feito de maneira rápida e o segundo de maneira lenta e os fusos medem essa velocidade na mudança do comprimento do músculo.fleshandbones. e sim para perceber. como o cerebelar. mas ele não contrai. fazendo parte deste. Há dois tipos de fibras nervosas (que não axônios). Nos músculos há dois tipos de receptores: os órgãos de Golgi e os fusos neuromusculares. Ele é formado por uma cápsula e por algumas fibras intrafusais. como todas as sensações do corpo já estudadas. e possui uma inervação sensorial aferente. visto que estas não servem para contrair. histologicamente falando. mas a primária . Os dois tipos de fibras intrafusais. já que é inconsciente. É importante ressaltar que os fusos são fibras musculares modificadas. sem que haja dor. a contração do músculo.com Os fusos neuromusculares são cápsulas (fibras musculares intrafusais modificadas) que estão no meio das fibras musculares em paralelo com essas. e está em série com o tendão. seja ela uma contração em que o músculo diminui de tamanho. Ele evoluiu a partir de uma fibra muscular. O fuso neuromuscular detecta o comprimento do músculo e a velocidade na mudança deste comprimento. O órgão de Golgi está no tendão.nossos músculos. não ajudando na contração do músculo. Se o músculo contrai. podem ser divididas em: terminação Ia ou primária e terminação II ou secundária. cujos corpos celulares estão no gânglio da raiz dorsal. Ambas medem o comprimento do músculo. Essa aferência leva a informação do quanto o músculo contraiu. de 3 a 12. Os axônios desses neurônios estão nos tratos medulares. Quando o músculo é estirado. acompanhando o estiramento das fibras extrafusais. Segue para o trato espinocerebelar. e é quando há maior disparo de potenciais de ação. . provocando um pequeno estiramento. O estiramento é tão importante porque nós temos um tônus muscular. O receptor do reflexo miotático é o fuso muscular. quando o centro é estirado. Essas terminações nervosas geram potencial de ação. O tônus é um reflexo. de qualquer músculo. que vai para as fibras extrafusais. A secundária não faz essa distinção. porém sem contrair. O tônus muscular é a resistência à gravidade e o tempo todo. Essa informação caminha até o gânglio da raiz dorsal e entra na medula. Cada vez que eu bato o martelinho no tendão do músculo.também é capaz de medir a velocidade na mudança deste comprimento. O elemento um de qualquer reflexo é um receptor. além disso. ele pode vir até a frente e fazer sinapse com um neurônio motor. Mas. é o momento ótimo. (ela desenha a estrutura do reflexo) Todo reflexo tem cinco elementos. Para gerar um potencial de ação é necessário o estiramento do músculo e as fibras intrafusais são estiradas junto. nossos músculos têm que se opor ao estiramento. e gera potencial de ação. o qual existe o tempo todo. pois saem do centro da fibra intrafusal. REFLEXO MIOTÁTICO Tópicos    Introdução Coativação dos motoneurônios alfa e gama Reflexo de retirada e extensão cruzada Introdução O reflexo miotático acontece em todos os nossos músculos. eu estico o músculo. A necessidade da fisioterapia de abrir a mão. O contrário. O motoneurônio gama só vai para fibra intrafusal. sem resistência à gravidade e ao movimento. o órgão integrador é um segmento medular (todos os segmentos medulares têm essa via) o neurônio eferente é o motoneurônio alfa e o órgão efetuador é o músculo esquelético que contém o fuso estimulado. em que se observa um membro atrofiado. A maior parte da contração muscular é involuntária e é dada por esses dois mecanismos. do neurônio motor. O músculo como um todo se contrai. por exemplo. Só se tem real noção do que é tônus anormal quando se vê pessoas com lesão periférica. Esse é o arco reflexo mais simples que existe. A contração voluntária é a menor fração dos movimentos que nós temos. cujo corpo celular está no gânglio da raiz dorsal e seu prolongamento vai ao fuso. São processos independentes. O tônus não é muito percebido normalmente. o neurônio aferente é aquele cujo corpo está no gânglio da raiz dorsal. O motoneurônio alfa só vai pra fibra extrafusal. Esse é o reflexo mais rápido que nós temos. o qual nos dá tônus muscular o tempo inteiro. em que todos os músculos estão contraídos. por exemplo. Existem reflexos monossináptico e polissinápticos. Neste caso o receptor é o fuso neuromuscular. O reflexo monossináptico tem como característica apenas uma sinapse separa a aferência sensorial primária. Existe um conjunto de muitos processos que determinam contração muscular. todos os dias. O tônus daquele membro é ausente. o músculo é flácido. por exemplo. a hipertonia. ocorre no derrame. O motoneurônio gama contrai as extremidades da fibra intrafusal e estira a parte central. é para que não haja um encurtamento permanente dos músculos. Isso é a hipotonia. .Esse motoneurônio que vai para as fibras extrafusais é chamado motoneurônio alfa. que está na ponta anterior do H medular e o axônio vai para a fibra extrafusal. Potenciais de ação são gerados e logo o reflexo miotático. O tônus não é diferente de uma pessoa que faz muita ginástica para uma que é sedentária. num tamanho proporcional ao do músculo e que perceba cada novo estiramento. A situação ótima do fuso é um pouco de estiramento. A própria gravidade já estica o músculo. estica o centro. O motoneurônio alfa é muito mais para movimentos voluntários e realmente participa do tônus através do reflexo miotático. uma fase pequena não vai apresentar tônus. Ao contrair o bíceps. o fuso já esteja completamente preparado para reagir a um novo estiramento. gera tônus. O teste de tônus é diferente do teste de força. para o cerebelo. ao mesmo tempo ativa-se o gama. para que o cerebelo sempre tenha alguma noção do que está acontecendo. através do trato córtico-espinhal. que acomoda a imagem na visão. É mais eficiente do que o reflexo do cristalino. . Enquanto o alfa contrai o músculo. já que não houve estímulo ao reflexo e logo não teve estímulo ao tônus. e isso não pode acontecer. para que quando o músculo chegue à contração desejada. Na contração ele atua junto com o motoneuronio alfa ajustando a sensibilidade do fuso. São esses interneurônios medulares que provocam o choque espinhal. mas não máximo. porém o astronauta volta com alguma atrofia muscular. Ele contrai as extremidades. mas a força é diferente. através da coativação alfa-gama. Coativação dos motoneurônios alfa e gama Apesar de existir o tônus. Para evitar isso é que existe o motoneurônio gama. Ele sempre quer estar no momento zero onde tem disparo basal. para provocar o exercício. As fibras intrafusais não contribuem para a contração do músculo. há modulação. somente para colocar o fuso no novo tamanho do músculo. logo influencia o tônus muscular. O motoneurônio gama pode provocar reflexo miotático. Agora. para a força do músculo. se houver estímulo de motoneurônio gama. O tônus é um grau de contração mínima.O motoneurônio gama apresenta uma grande contribuição para o tônus muscular. Entretanto. mais existe tônus muscular e tônus muscular é a contração. é uma contração basal. o fuso silencia. O diferencial é o motoneurônio gama. o gama está ajustando o fuso. Tônus muscular é o grau de contração existente em um músculo em repouso. não se pode dizer que o fuso muscular contribui para a contração muscular. a contração das fibras intrafusais irá gerar cada vez mais reflexo miotático e quanto mais reflexo miotático. por geração de muitos potenciais de ação. gera reflexo. mas depende de uma imagem borrada para ser ativado. É como perder o sinal da periferia. acima dele existe a vontade de movimentar e nessa situação será usado o motoneurônio alfa. A situação de ficar sem aferência é perigosa para nosso SNC. Quando se fala de sono. como um grau de resistência a alguma coisa. logo seu grau de atrofia é menor do que uma pessoa com lesão periférica. Por isso eles têm de fazer ginástica em órbita. gera potencial de ação e com isso o músculo contrai. Por isso o motoneurônio gama também é ativado. O motoneurônio gama raramente é ativado diretamente pelas vias descendentes. Um motoneurônio gama hiperestimulado aciona os motoneurônios alfa. Toda vez que há muito interneurônio. Então o motoneurônio alfa tem influência direta do fuso e tem uma conexão muito expressiva com o trato córtico-espinhal. Então quando ativa o alfa. ninguém fica completamente contraído. A coativação é um mecanismo muito perfeito. O tônus de alguém submetido à gravidade zero é menor. Porém essa contração é muito regulada. Ao esticar o músculo. Tônus então é uma contração basal presente o tempo todo. pois ele tem hipotonia e não oferece resistência por isso ele chuta mais. Um exemplo de hipertonia é um derrame. Esse músculo então fica flácido porque. ao se cortar um nervo da perna. a paralisia se torna espástica.Uma pessoa com hipotonia não oferece resistência ao movimento. e deve fazer a mesma fisioterapia daquela que sofreu o AVC. mas não exacerbados. Esse reflexo não é perdido ao longo da vida. . Então lesões medulares provocam reflexos exaltados. O braço da pessoa fica duro e oferece resistência contínua e mantida ao movimento passivo. Nesse caso o reflexo miotático está exaltado. Numa lesão cerebelar pura. O teste de reflexo miotático na criança é mais vivo do que no adulto. pois essa informação caminha pelo trato espinocerebelar. Esse reflexo também acontece no paciente com AVC ou com lesão medular alta. Por exemplo. mas é atenuado. Existe reflexo de retirada nos membros superiores. pois os músculos ficam submetidos à ação da gravidade unicamente. o reflexo miotático está íntegro. que não é monossináptico. A criança recém-nascida também apresenta tônus. ficando mais resistente e a intensidade deve ser muito maior para provocar a retirada do membro. porém muito menor do que o do adulto. um AVC. tende a fazer movimentos pendulares. apesar de o fuso continuar funcionando. visto que o trato córtico-espinhal não está mielinizado. O sinal de Babinski é aquele reflexo em que se passa uma ponta pela planta. se o cerebelo estiver comprometido. Então. não existe a comunicação entre os motoneurônios alfa e gama e a músculo fica atônito e fica completamente flácido e não tem movimento voluntário. só há paralisia flácida só durante o choque espinhal. pois o músculo não se opõe ao movimento. A pessoa com lesão medular alta tem hipertonia. O músculo fica atrofiado e com menor resistência ao teste de tônus. ao se cortar um músculo. O reflexo passa a ser exacerbado também. É um sinal de lesão no motoneurônio superior do trato córtico-espinhal. e o teste com o martelo mostra que este reflexo é mais intenso. o tônus estará comprometido. o fuso está dentro do músculo. Isso pode servir para ver lesão cerebelar. mas pode haver problema de tônus e não ter problema no cerebelo. Então. Assim que o choque espinhal passa. Quem tem hipotonia não freia. Na criança a resposta é a flexão dos quatro dedos e a extensão do hálux. em lesão medular alta. e é importante para se proteger contra estímulos dolorosos. com os músculos em contração basal acentuada. Nos adultos a respostas a esse reflexo é a flexão dos cinco dedos. Outro exemplo de hipertonia é a paralisia cerebral. Reflexo de retirada e extensão cruzada Um outro reflexo importante é o reflexo de retirada. A via do reflexo de retirada e do reflexo de extensão cruzada parte de um estímulo doloroso. havendo muitos interneurônios do H medular. Os motoneurônios alfa são ativados e contraem o músculo flexor do membro. A extensão cruzada é muito importante no caminhar. Esse é um reflexo polissináptico. e por isso quando isso acontece no pé dá uma cambaleada. Nos adultos. O reflexo de extensão cruzada é muito importante no adulto.O estímulo doloroso deflagra um sinal que vai até o gânglio da raiz dorsal e leva a informação para o trato espino-talâmico lateral do outro lado. Porém nos membros inferiores não. numa posição sensata da natureza para não cair. Existe também interneurônios que fazem as conexões (sinapses) entre os motoneurônios. já que é um reflexo polissináptico. o reflexo de extensão cruzada nos membros superiores diminui muito. Toda vez que nós sentimos dor em uma perna. SISTEMA MOTOR Tópicos     Sistema Motor Os tractos espinhas descendentes O córtex motor Os glângios da base . nós fletimos aquela perna e esticamos a outra. Nesse momento pode acontecer do fuso ficar um pouco instável. que não são mielinizados e são curtos. Axônios do núcleo rubro decussam na ponte e reúnem-se com aqueles do trato cortico-espinhal na coluna lateral da medula. O nível mais alto. Dois terços de seus axônios tem origem no córtex motor. mas uma recuperação considerável dos movimentos voluntários pode ocorrer com o passar do tempo. a única deficiência permanente foi uma certa fraqueza nos reflexos distais e uma incapacidade de mexer os dedos independentemente. Sua conseqüência imediata pode ser paralisia no lado contralateral.Sistema motor O neurônio motor alfa é a via final comum para o comportamento. As vias ventromediais . controladas pelo tronco encefálico. As áreas motoras do córtex e do cerebelo tomam. Um componente bem menor das vias laterais é o tracto rubro-espinhal. Apesar disso os animais conseguiam sentar-se em posição ereta e ficar de pá com uma postura normal. guarda relação com a execução do movimento. Porém. a decisão tática. Os tractos espinhais descendentes Os axônios do encéfalo descem ao longo da medula espinhal por dois grupos principais de vias. representado pelo tronco encefálico e pela medula. então. as outras funções reapareceram com o passar do tempo. que se origina no núcleo rubro do mesencéfalo. esta envolvido com a estratégia. Lesões apenas dos tractos cortico-espinhais causaram uma deficiência de movimentos tão severa quanto aquela observada após lesões nas colunas laterais. Uma delas é a coluna lateral da medula e a outra. A principal região de aferências do núcleo rubro é a região do córtex frontal. a coluna ventromedial. com o prosencéfalo no topo e a medula espinhal na base. que decussa na junção do bulbo com a medula. Os movimentos voluntários também eram mais lentos e menos acurados. Acidentes vasculares que lesionam o córtex motor ou o tracto cortico-espinhal são comuns em humanos. As vias laterais estão envolvidas no movimento voluntário da musculatura distal e sob controle direto do córtex. O nível intermediário. As vias laterais A componente mais importante das vias laterais é o tracto cortico-espinhal. Estes axônios vão dar origem ao tracto espinhal. É o mais longo e um dos maiores tractos do sistema nervoso central (SNC). As vias ventromediais estão envolvidas no controle da postura e da locomoção. O sistema motor central esta organizado em níveis hierárquicos de controle. representado pelo córtex motor e pelo cerebelo. Lesões nas vias laterais Lesões experimentais em ambos os tractos cortico e rubro-espinhal de macacos fizeram com que esses animais ficassem incapazes de realizar movimentos fracionados dos braços e mãos. esta relacionado com a tática. O nível mais baixo. o que vai fazer com que o córtex direito comande os movimentos do lado esquerdo. e enviam instruções para o tronco encefálico e para a medula espinhal. A ativação de neurônios no tronco e na medula então levam à execução do movimento. É útil pensar nesse controle motor hierárquico como tendo três níveis. representado pelas áreas de associação do neocortex e pelos gânglios do prosencéfalo basal. e vice-versa. A conseqüência funcional da ativação cortical do putamen é a excitação da área motora suplementar pelo núcleo ventrolateral. o equilíbrio e a postura corporais. juntamente com o córtex parietal posterior representam os níveis mais superiores da hierarquia do controle motor. As vias ventromediais utilizam informações sensoriais sobre equilíbrio. e movem a cabeça em resposta a um novo estímulo. Um trabalho experimental realizado em macacos reforça a idéia de que a área pré-motora e a área motora suplementar tenham um importante papel no planejamento do movimento. Assim temos uma alça na qual a informação cicla do córtex aos gânglios da base e do tálamo e de volta pra o córtex. em conjunto com contribuições importantes de centros do encéfalo que controlam níveis de atenção e alerta. onde decisões são tomadas acerca de quais ações realizar. Um dos componentes dos tractos vestíbulo-espinhais projeta-se bilateralmente para a medula e ativa os circuitos espinais cervicais que controlam os músculos do pescoço e das costas para controlar os movimentos da cabeça. Os gânglios da base são o núcleo caudado. posição corporal e ambiente visual para manter. particularmente para a área motora suplementar. o globo pálido e o núcleo sub-talâmico. Os núcleos da base. As áreas suplementares e pré-motoras projetam estratégias de movimentos e as mantém até essas serem executadas. e suas possíveis conseqüências. Discussões sugerem que a prontidão depende da atividade dos lobos parietal e frontal. . o putamen. A ativação do colículo por uma imagem faz com haja uma resposta de orientação que comanda a cabeça e os olhos a se moverem para que a imagem seja projetada exatamente na fóvea. Esses tractos são o tracto vestíbulo-espinhal. contudo. A aferência para essa porção do núcleo ventrolateral origina-se nos gânglios da base. A alça motora A via mais direta da alça motor através dos gânglios da base origina-se com uma conexão excitatória do córtex para células do putamen. O tracto retículo-espinhal pontino aumenta os reflexos antigravitcionais da medula. de forma reflexa. Os tractos reticulo-espinhais originam-se principalmente da formação reticular do tranco encefálico. A atividade em ambos os tractos é controlada por sinais descendentes oriundos do córtex. pré-frontal e parietal. O tracto retículo-espinhal bulbar tem.As vias ventromediais possuem quatro tractos descendentes que se originam no tronco encefálico e terminam entre os interneurônios espinhais. O trato tecto-espinhal origina-se no colículo superior do mesencéfalo. o tracto retículoespinhal pontino e o tracto retículo espinhal bulbar. o efeito oposto. Um outro componente dos tractos vestíbulo-espinhais se projeta ipsilateralmente para baixo até a medula espinhal lombar para ajudar a manter uma postura correta e equilibrada. controlando os músculos proximais e axiais. O córtex motor As áreas pré-frontais. ele libera os músculos antigravitacionais do controle reflexo. por sua vez. Os tractos vestíbulo-espinhais originam-se nos núcleos vestibulares do bulbo. Os tractos vestíbulo-espinhal e tecto-espinhal mantêm o equilíbrio da cabeça sobre os ombros à medida que o corpo se move pelo espaço. são alvos do córtex cerebral. particularmente dos córtices frontal. o núcleo ventrolateral. Os gânglios da base A aferência sub-cortical mais importante para a área 6 origina-se em um núcleo do tálamo dorsal. o tracto tecto-espinhal. Uma predição interessante que deriva desse esquema de controle motor é que quanto maior for a população que representa um tipo de movimento. uma diminuição do movimento. irregulares e agitados de várias partes do corpo. as células piramidais da camada V enviam axônios colaterais para muitas regiões subcorticais envolvidas no processamento sensorimotor. A doença de Huntington é uma síndrome inevitavelmente letal. Importante. um excesso de movimento. enquanto que uma diminuição dos sinais de saída dos gânglios da base leva à hipercinesia. De acordo com um modelo. contudo. provêm do estudo de várias doenças humanas. especialmente o tronco encefálico. A INICIAÇÃO DO MOVIMENTO PELO CÓRTEX MOTOR PRIMÁRIO A área motora suplementar esta intensamente interconectada com o córtex motor primário. porém movimentos finos de outros músculos podem ser aprendidos com a experiência. A visão atual é de que células piramidais individuais podem controlar numerosos grupos de neurônios motores relacionados com o grupo de músculos envolvidos na movimentação de um membro rumo a uma meta desejada. dificuldade em iniciar movimentos voluntários. mais fino será o controle. movimentos rápidos. aumento do tônus muscular e tremores das mãos e da mandíbula. A via pela qual o córtex motor ativa neurônios motores inferiores origina-se na camada cortical V. Em resumo os gânglios da base facilitam o movimento ao focalizar a atividade de diversas áreas do córtex para a área motora suplementar. demência além de um transtorno de personalidade. Seus sintomas incluem lentidão de movimentos. A codificação do movimento no cortex motor primário Durante certo tempo pensava-se que o córtex motor consistia de um mapeamento detalhado dos músculos individuais. esta camada possui uma população de neurônios piramidais. caracterizada por hipercinesia e discinesias. as células de Betz. Além de se projetarem diretamente à medula.As evidencias que apóiam a concepção de que a alça motora direta funciona para facilitar a iniciação de movimentos voluntários por meio de gânglios da base. o aumento da inibição do tálamo pelos gânglios da base é fundamento da hipocineisa. As células piramidais da camada V recebem suas aferências principalmente de duas origens: de outras áreas corticais e do tálamo. A hipercinesia também pode resultar de outros tipos de lesões que afetam os gânglios d base. alguns dos quais podem ser bastante grandes. progressiva e hereditária. de forma que a atividade de uma única célula piramidal levaria à atividade em um único conjunto de neurônios motores. é que eles também servem como um filtro que mantém não expressão movimentos inadequados. As pessoas com doença de Huntington exibem a coréia. Pode se dizer que o controle mais fino é possível para as mãos e músculos da expressão facial. ou movimentos anormais. ELETROENCEFALOGRAMA Tópicos    Introdução Ritmos do Eletroencefalograma Ritmos sincronizados . A doença de Parkinson exemplifica a primeira condição. com/Images/Sub/EEG. Esta ferramenta é de grande simplicidade. por exemplo. o EEG resultante resultará em grandes ondas rítmicas. As funções do ritmo encefálico Introdução O EEG nos permite visualizar a atividade do córtex cerebral. http://eeg. Os ritmos são “divididos” em categorias e. Se a excitação sincrônica de um grupo de células repetir-se por várias vezes. . o qual se craniana e constitui grande parte da massa cefálica. São fixados eletrodos ao escalpo feitos de arame com adesivo condutor para que seja assegurada uma conexão de baixa resistência. beta. (alfa. Quanto maior o número de eletrodos. Ritmos do Eletroencefalograma Os ritmos do EEG são muito variados e correlacionam-se com frequência com estados comportamentais. com os níveis de atenção. é necessária a ativação de muitos milhares de neurônios a excitação sináptica dos posiciona sob a superfície um EEG seja plenamente em conjunto. havendo uma delimitação mais precisa do problema. Quando a amplitude é elevada. pode-se concluir que houve a sincronia de muitos neurônios. mais preciso o eletroencefalograma. não invasivo e é indolor. A amplitude do EEG depende de quão sincrônica é a atividade dos neurônios subjacentes.upmc.jpg Um EEG mede principalmente as correntes que fluem durante dendritos de neurônios piramidais do córtex cerebral. Para que visualizado. Este instrumento é utilizado como propósito de investigar certas condições neurológicas como epilepsias e as fases do sono. teta e delta). estas são nomeadas por letras gregas. Uma quantidade variável de eletrodos é fixada em locais padrões. vigília e com patologias como crises de epilepsia e o coma. uma vez que é medida a diferença de potencial entre os dois pontos estudados. sono. eles trabalham de . o teta e o delta. com estados patológicos como o coma.neuroscience. mas não simultaneamente a seus neurônios vizinhos.png O ritmo beta é o mais rápido de todos e sinaliza um córtex ativado. A frequência do alfa transita entre 8 e 13 Hz. Geralmente. Cada grupo neuronal está envolvido em aspectos um pouco diferentes de uma tarefa cognitiva complexa. disparando rápida. onde existe uma alta frequência e uma baixa amplitude. os ritmos com alta frequência e baixa amplitude estão relacionados com os estados de vigília. não-REM ou. Quando uma pessoa está em “pleno processamento”. estando assim em dessincronização. em repouso. ou a fase do sono que ocorrem os sonhos. caracterizando alguns estados de sono. Ele possui uma frequência superior a 14 Hz. Os neurônios estão em grande atividade. sono REM. Um eletroencefalograma não é capaz de informar o que uma pessoa está pensando. enquanto que o delta é o mais lento de todos.uk/neurophysiology/research/epilepsy/images/levels. Durante o sono. tendo a sua frequência inferior a 4 Hz. Este quadro é típico das ondas beta. assim. A faixa de transição de teta é de 4 a 7 Hz. mas é capaz de informar se ela está pensando.bham.ac. os neurônios estão fazendo o processamento de informações. seus ritmos ficam mais intensos devido a maior atividade cerebral. existe a chance de dois ritmos.http://www. Durante o sono. Já as ondas com baixa frequência e alta amplitude se relacionam com os estágios do sono sem sonho. Já o ritmo alfa está associado ao estado de vigília. frequentemente. A hipótese mais plausível é que a maioria dos ritmos não apresentem uma função direta. As crises são caracterizadas com uma sincronia nunca ocorrida na normalidade. Isso gera uma alta sincronia. a sincronização momentânea das rápidas oscilações geradas por diferentes regiões do córtex. por uma aferência rítmica e lenta igual para todos. Conexões sinápticas entre neurônios talâmicos excitatórios e inibitórios forçam cada neurônio a igualar-se ao restante do grupo. O encéfalo dos mamíferos possui um poderoso marcapasso. Talvez. Tanto os sistemas sensoriais quanto motores do encéfalo em vigília geram. A atividade rítmica dos neurônios talâmicos está em sincronia com muitas outras células desta região com uma interação coletiva como visto anteriormente. As crises podem ser divididas em duas categorias: as crises generalizadas e as crises parciais. o encéfalo reúna vários componentes neurais em apenas uma construção perceptiva. o que leva a uma elevada amplitude do EEG. inevitáveis e indesejáveis. Elas apresentam uma grande amplitude no EEG. EPILEPSIA A forma mais extensa da sincronia dos ritmos encefálicos é frequentemente sinal de distúrbio. porém. toleradas pela necessidade. As funções dos ritmos cerebrais ainda são objeto de muito estudo devido ao mistério que elas representam.maneira fásica. As funções do ritmo encefálico Há uma teoria de que os ritmos neurais existem para que ocorra uma coordenação das atividades entre regiões do sistema nervoso. Nesse caso. As generalizadas ocorrem quando todo o córtex e ambos os hemisférios estão envolvidos. Oscilações podem ser consequências desafortunadas. . as conexões excitatórias e inibitórias dos neurônios resultam em um padrão de atividade sincrônico coordenado que pode permanecer localizado ou se difundir para abranger regiões maiores do córtex. alguém rege todo o grupo ou. cooperativas dos próprios dos neurônios corticais. o tálamo. Esta região encefálica possui uma maciça aferência por todo o córtex. Alguns ritmos do córtex cerebral não dependem do marcapasso talâmico. Ritmos sincronizados A sincronização ocorrerá basicamente de duas formas: uma aonde as informações vêm de um “relógio central” onde. Seus neurônios aferentes podem gerar descargas de potenciais de ação muito rítmicas. Esses se baseiam nas interações coletivas. Já as crises parciais envolvem apenas uma região circunscrita do córtex cerebral. podem compartilhar e distribuir as informações entre eles como um comportamento coletivo dos próprios neurônios. surtos de atividade neural sincrônica que origina oscilações do EEG na faixa de 30 a 80 Hz. como podemos observar nos circuitos retroalimentares que são de suma importância para que o córtex realize todas as funções que lhe são atribuídas. http://www. Durante as crises generalizadas. . As crises convulsivas podem atuar maneiras diferentes dependendo dos neurônios envolvidos e dos seus padrões de atividade. de maneira que o comportamento fica completamente perturbado por vários minutos.http://www. retirada de drogas sedativas crónicas.bigcscottsboro. geralmente. Dificilmente todos os tipos de crise são causados por um mesmo mecanismo. A consciência é perdida. Algumas crises refletem o desarranjo do equilíbrio de excitação e inibição das sinapses no encéfalo. Existem diversas causas para a epilepsia como tumores. mas também existem as causas não identificadas que promovem as crises. doença vascular e infecção. enquanto todos os grupos musculares podem ser comandados por padrões de atividade tônica. chama-se epilepsia. As crises podem ser disparadas por diversos fatores como por drogas que bloqueiam os receptores do GABA. clônica ou por ambas. Para frear as crises. inclusive. Que não é propriamente uma doença.com/hipics/epilepsy. tais como barbitúricos.jpg Quando as crises acontecem com determinada frequência. ocorre uma sincronização de todos os neurônios corticais. transportadores e receptores.epilepsy. existem os fármacos que podem refrear a excitabilidade de diversas maneiras como as drogas que atuam prolongando a ação inibitória do GABA ou diminuindo a tendência de certos neurônios dispararem potenciais de ação de alta frequência. traumas. os genes já estão sendo conhecidos aos poucos. disfunção metabólica. Enquanto que outras crises podem ser causadas por interconexões excitatórias excessivamente intensas ou densas.php?swf=what_is Crises de ausência que ocorrem durante a infância consistem de ondas generalizadas de baixa frequência (abaixo de 3 Hz). Muitos deles produzem proteínas que incluem canais iônicos. muitas formas de epilepsia mostram uma predisposição genética e.com/web/animation. com o tempo máximo de 30 segundos. e sim um sintoma. com/converse/portfolio/interactive/uphs/uphs_epilepsy/uphs_epilepsy_03. algumas vezes envolvem o córtex dos lobos temporais. Com uma estimulação de uma determinada região do córtex pode-se fazer com que a pessoa mova um membro clonicamente. com a pessoa acordada.gif Se as crises começam em uma área sensorial. um estado facilmente reversível de reduzida responsividade e interação com o meio ambiente. que consiste na sensação de já ter passado por “aquela” situação antes ou as alucinações que. Ciclos do sono . CICLO DO SONO Tópicos      Sono Ciclos do sono Características do sono de ondas lentas Características do sono REM Os Objetivos do Sono e dos Sonhos Sono O sono é um estado de inconsciência relativa. Uma noite normal de sono dura aproximadamente 8h de sono. Inicialmente temos ondas beta. Isso ocorre porque o ritmo alfa é muito ligado à visão.As crises parciais são anatomicamente instrutivas e interessantes de serem estudadas. denominado ritmo alfa posterior. Ela corresponde a vários estágios eletroencefalográficos. http://chrisconverse. e. Uma crise parcial pode se espalhar e se tornar uma crise generalizada. ao fechar os olhos. prejudicando tanto a memória quanto o pensamento e a consciência. elas podem disparar uma sensação diferente como a aura. incluindo tanto o hipocampo quanto a amígdala. Um tipo de crise bastante interessante é quando ocorre o dejà vu. nota-se um ritmo alfa inicialmente próximo ao pólo occipital. odores e luzes cintilantes. mas um pouco mais lento e uma espícula que se assemelha a uma epilepsia. A partir de certo momento. As fases do sono passam por ciclos de aproximadamente 90 minutos. continua a existir o ritmo teta. Este período é mais próximo do final da noite. que faz com que o cérebro memorize fatos do dia. existe uma diminuição do metabolismo (descansar fisicamente) que faz com que a temperatura corporal tenda à temperatura ambiente. .O sono pode ser dividido em REM e não-REM (sono de ondas lentas). Os níveis profundos são encontrados preferencialmente na primeira metade do sono. O tipo de sonho nestas fases são os vestígios do dia. As imagens captadas voltam à consciência nesta parte do sono. ao ponto que na fase quatro tem-se o ritmo delta mais lento e de maior amplitude.fleshandbones. entra na primeira fase do sono (estágio um do sono não-REM). que é a fase em que ocorrem os sonhos. porém mais rápidas que do ritmo delta. REM é a sigla do inglês Rapid Eye Movement. Assim que a pessoa dorme. Caso a pessoa tenha uma epilepsia focal esta espícula pode deflagrar a crise convulsiva. Após períodos de sono REM. que é o sono profundo. entra-se no sono REM. é comum acordar por breves períodos de tempo e isso faz com que o sonho seja lembrado ao acordar. é depois de um período de sono REM. existe uma dificuldade de despertar crescente quanto mais profundo for o sono. Enquanto o sono não-REM se divide em quatro estágios. o sono REM não se divide.com Características do sono de ondas lentas Nessa fase do sono pode haver movimentação. Ao longo das quatro fases do sono não-REM o ritmo das ondas vai ficando mais lento saindo do ritmo teta. http://www. Sempre que o despertar ocorre de forma natural. Além disso. onde estão presentes as ondas teta que são lentas. Na fase dois. Os ciclos de sono REM aumentam ao passar do tempo. sendo esta fase marcada por movimentos oculares rápidos. ereção peniana e do clitóris. Nessa fase aparecem ondas beta. . vindas do hipocampo. A realidade é modificada de acordo com os sentimentos. quando comparado à vigília. das preocupações vividas e de impulsos reprimidos e seu conteúdo é não acessível à consciência. Já na fase adulta a necessidade de sono cai. sendo. com estados alucinatórios. quando foi vista uma atividade cerebral muito grande. diminuindo o barulho. em média para 7. acontece diminuição generalizada do tônus muscular. a pessoa tem um comprometimento da capacidade intelectual. Como exemplo. surgiu a teoria ativa. Além disso. o que impede de desempenhar os sonhos. O sono REM também serve para consolidar as memórias. Caso o sonho seja impedido. como miose. que diz que existem muitas áreas envolvidas na questão de sincronizar ou não os neurônios. Segundo Freud. e também aparecem os sonhos propriamente ditos. sendo esta última parte geradora de grandes discussões. A memória é constituída por alterações sinápticas e são estocadas ao longo de todo o córtex. por isso o nome REM. Esta fase acontece em ciclos com intervalos de aproximadamente 90 minutos. No inicio do ciclo do sono os períodos de sono REM são menores. conforme vão passando os ciclos os períodos vão se tornando maiores. assim como na vigília. Sua principal característica são os movimentos oculares rápidos semelhantes ao nistagmo. Os Objetivos do Sono e dos Sonhos O sono tem como objetivo restaurar a energia física e mental e treinar o comportamento típico de cada espécie. NEUROFISIOLOGIA DO SONO Tópicos      Neurofisiologia do sono O Córtex Cerebral A formação reticular O coma Patologias do sono Neurofisiologia do Sono Quando dormimos. etc.5 horas por noite. Cegos tem sensações visuais quando sonham. em média. cinco ciclos por noite de sono.Características do sono REM O sono REM é uma fase muito diferente e contraditória. sonhando cerca de oito dessas horas. Durante este estágio existe uma maior taxa de consumo de oxigênio pelo cérebro já que se gasta mais energia sonhando. como o sistema simpático apresenta sua função diminuída. acontecem manifestações parassimpáticas. um recém-nascido dorme cerca de 16 horas por dia. que foi derrubada por estudos eletroencefalográficos do sono. ocorre perda do controle da temperatura corporal. O sono era explicado por um “desligamento” cortical na teoria passiva. A quantidade total de sono diminui com o avanço da idade. os sonhos são descargas de estímulos perturbadores advindos do meio-ambiente. pela falta de atividade tálamo-cortical. Então. tendemos a reduzir o número de estímulos apagando a luz. No tálamo temos núcleos específicos .keio.Quando em beta. o lócus ceruleus libera noradrenalina. Assim. Assim. que permitem captar a atividade no eletroencefalograma. Outra função dos neurônios colinérgicos durante o sono REM é a ativação do núcleo reticular do tálamo. Piramidal externa (3). como o Dramim. O Córtex Cerebral O córtex apresenta seis camadas. antihistamínicos causam sonolência. pela ação da histamina.gif Os neurônios piramidais são importantes por serem motores e terem dendritos apicais. Uma anemia grave também pode provocar sono por diminuição acentuada da oferta de oxigênio para o cérebro. Temos onda beta. temos o sono de ondas lentas. porém inconsciente e com atonia medular com um aumento grande da atividade colinérgica. substancias inflamatórias ultrapassam a barreira hematoencefálica e produzem efeitos anti-histamínicos.que mandam a informação sensitiva para a camada quatro. sendo esse o efeito de inúmeros fármacos. Se inibirmos os núcleos da rafe e o lócus ceruleus. O hipotálamo posterior. libera sua acetilcolina e o hipotálamo posterior libera histamina. Quando os neurônios estão .itc. http://web. Além de fármacos.jp/anatomy/brodal/12-1. Granular interna (4). Granular externa (2). um grupamento colinérgico. Todos estes sistemas funcionando levam ao estado de alerta.ac. impedindo a sincronização dos neurônios. os núcleos da rafe liberam serotonina. O sono não-REM é o estado onde os neurônios estão sincronizados.sc. presente na formação reticula. temos que a acetilcolina é responsável pelo sono e pelas alucinações. Estas fibras também causam a atonia medular. outras coisas acontecem. No sono REM.os núcleos relés . Piramidal interna (5) e Fusiforme (6). sendo estas: Molecular (1). promove o estado de alerta. que se espalha por uma mesma coluna em neurônios de outras camadas. o sono não acontece e o portador da lesão fica em vigília constante. ansiolíticos e antiepilépticos. Quando dormimos (ritmos teta e delta). tosse e espirro. o sono é um estado de inconsciência relativa. Em uma lesão no final do tronco encefálico. o ciclo sono-vigília fica normal. No sono é importante desligar os núcleos específicos talâmicos. É interessante dividir desta maneira porque na região mais lateral temos neurônios pequenos responsáveis por reflexos como mastigação. o lócus ceruleus (noradrenalina) e o grupamento colinérgico ativos. como já mencionado. Este mecanismo também ocorre na anestesia. Lesões neste sistema provocam formas diferentes de coma. O tálamo ativa os núcleos intralaminares e faz projeções corticais difusas. Enorese noturna – Fazer xixi na cama. O sistema reticular ativador ascendente é responsável pelo comando da sincronização dos neurônios corticais. A Formação Reticular A formação reticular tem uma região lateral e uma medial. e se usam os termos modo de transmissão. ativa neurônios glutamatérgicos. existe uma inibição tálamo-cortical para os núcleos específicos e informações sensoriais são muito reduzidas e os núcleos inespecíficos mandam potenciais de ação para as três primeiras camadas de forma contínua. nesta situação apenas. Mais prevalente em meninos até a idade da puberdade. foi percebido que com estímulos pontuais era possível promover o estado de alerta. temos atonia por ação destas fibras. Pode ser tratada com antidepressivos. ou ele também pode inibir esses núcleos específicos. . com ao menos três neurotransmissores envolvidos. O núcleo reticular deixa os núcleos relés funcionarem e passarem informações para o córtex quando no modo de transmissão. Em algumas lesões o coma pode ser flutuante. O Coma O tálamo tem a função de sincronizar os neurônios corticais. Este sistema é composto pelo núcleo reticular do tálamo e a formação reticular. constante. promovendo lapsos de consciência. fazendo com que a pessoa não perceba as sensações. O sono REM é uma função colinérgica. de projeção tanto para cima quanto para baixo. causando o coma permanentemente. Nos idosos é fisiológico. numa lesão no bulbo. A decisão de quando fazer isso parece ser o conjunto de atividade da formação reticular e do tálamo. enquanto que os neurônios mais mediais são neurônios grandes. ocorre uma indução a uma sincronização constante. Logo. Logo. bloqueando as informações. durante o sono REM. Em experiências com a formação reticular. os neurônios colinérgicos da formação reticular continuam promovendo uma inibição medular ativa com a pessoa acordada. dividindo em uma porção rostral e uma caudal. que por sua vez excitam neurônios glicinérgicos. privando esta de seu controle muscular. ou modo burst para bloquear esses neurônios. que desliga os núcleos talâmicos específicos. Na clínica. que. em algumas pessoas. sincronizando os neurônios. Também por isso. Temos que o estado de alerta é função de vários grupamentos neuronais. vômito. que descendem pelo trato retículo-espinhal. Ao seccionar a ponte. é mais comum ter lesões que acabam desconectando o tronco encefálico. Patologias do Sono Insônia – nos jovens pode ser sinal de ansiedade. e ela se estende por todo o tronco encefálico. Quando alerta.dessincronizados os núcleos talâmicos específicos estão funcionando plenamente. O grupamento colinérgico também é ativo no sono REM. que fazem inibição medular ativa. temos os núcleos da rafe (serotonina). Como exemplos. ativando o córtex como um todo. Quando tratando dos núcleos talâmicos específicos (relés) estas ações são pontuais. Comum em crianças não verbais. pessoas com disfunção da orofaringe. Cataplexia – É a perda do tônus muscular sem perda da consciência. Síndrome da apnéia do sono – Em obesos. faz-se uso de uma borracha entre os dentes para que a criança não desgaste os mesmos. são os roncadores. O estímulo aos quimioceptores faz com que tenha um breve despertar.Sonambulismo – Atividade motora no sono. É tratada por psiquiatras. Bruxismo – Ocorre na infância. . Terror noturno – É uma sensação de terror no sono não-REM onde a criança acorda desesperada. É o ranger dos dentes. No sonambulismo típico a pessoa faz ações cotidianas. Pode desgastar os dentes e para tratamento. Sonilóquio é a fala no sono e é mais comum que o sonambulismo. chorando muito e logo volta a dormir.
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