Apostila- Libras I.pdf

March 29, 2018 | Author: Beatriz Coutinho Coutinho | Category: Hearing Loss, Sign Language, Grammatical Tense, Natural Language, Pronoun


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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃOUNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL Centro de Educação Aberta e à Distância- CEAD Rua Olavo Bilac, 1148 – Centro Sul CEP 64280-001- Teresina PI Site: www.ufpi.br LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS I GLEYCIANE SANTOS DA SILVA SUMÁRIO 1. O CÉREBRO E A LÍNGUA DE SINAIS ..................................................................4 2. ASPECTOS LINGUÍSTICOS APLICADOS A LIBRAS .......................................5 2.1. Fonologia da Língua Brasileira de Sinais ..............................................................5 2.2. Morfologia da Língua Brasileira de Sinais ...........................................................6 2.3. Sintaxe da Língua Brasileira de Sinais .................................................................8 3. LÍNGUA BRASILERA DE SINAIS ..........................................................................9 3.1. Conhecendo a Libras .............................................................................................9 3.2. Variações Linguísticas .........................................................................................10 3.3. Surdo e Deficiente Auditivo ................................................................................11 3.4. Aquisição da Surdez ............................................................................................11 3.5. Níveis de Surdez ..................................................................................................11 3.6. Causas da Surdez ................................................................................................12 3.7. Sinal de Batismo ..................................................................................................12 4. ALFABETO MANUAL ...........................................................................................13 5. NUMERAIS ..............................................................................................................14 5.1. Números Cardinais ..............................................................................................14 5.2. Números Ordinais ................................................................................................14 5.3. Números Quantitativos ........................................................................................14 6. HORAS .......................................................................................................................16 7. CUMPRIMENTO, SAUDAÇÕES E AGRADECIMENTOS ...............................17 8. PARÂMETROS DA LIBRAS ..................................................................................18 8.1. Configuração da Mão ..........................................................................................18 8.2. Ponto de Articulação ............................................................................................19 8.3. Movimento ...........................................................................................................19 8.4. Orientação ............................................................................................................21 8.5. Expressões Não-manuais .....................................................................................21 9. PRONOMES ..............................................................................................................23 9.1. Pronomes Pessoais ...............................................................................................23 9.2. Pronomes Possessivos..........................................................................................26 9.3. Pronomes Demonstrativos ..................................................................................26 9.4. Pronomes Interrogativos ......................................................................................27 10. ADVÉRBIOS ..........................................................................................................28 11. CORES .....................................................................................................................29 12. CALENDÁRIO ........................................................................................................31 12.1. Dias da Semana ..................................................................................................31 12.2. Meses do Ano ....................................................................................................32 13. ESTADOS BRASILEIROS ....................................................................................34 14. FAMÍLIA .................................................................................................................38 15. MEIOS DE TRANSPORTES ................................................................................40 16. MEIOS DE COMUNICAÇÃO ..............................................................................42 17. DISCIPLINAS .........................................................................................................44 18. MATERIAIS ESCOLARES ..................................................................................45 19. GRAUS DE INSTRUÇÃO .....................................................................................46 20. ANTÔNIMOS ..........................................................................................................47 21. TEXTOS COMPLEMENTARES ..........................................................................53 20.1. Lei N° 10.436, de 24 de Abril de 2002 ..............................................................53 20.2. Decreto N° 5.626, de 1° de Setembro de 2005 ..................................................54 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................63 ROCHA. e o outro hemisfério. o lado esquerdo controla a metade direita. 2000. possibilitando a elaboração do pensamento. ROCHA. A linguagem envolve diferentes capacidades que se inter-relacionam e são interdependentes. 2008). além da realização das tarefas lógicas e analíticas estão intimamente ligadas ao hemisfério dominante. A área posterior é descrita como receptiva. que se complementam com atribuição do sentido dado no contexto dos discursos. responsável pelo planejamento e execução da fala e dos movimentos da escrita. A ativação destas áreas irá produzir os elementos necessários para a produção da comunicação. O meio ambiente é fundamental neste processo (VALLADO et al2004. Há duas áreas corticais: área frontal e a área posterior. auditivas. A execução de tarefas linguísticas requer processos com alto nível de complexidade. A área frontal é descrita como expressiva. a dominância cerebral é do hemisfério direito. ativando diferentes áreas cerebrais para acessar informações sensoriais visuais. Deste modo. Portanto. evocar e combinar símbolos em uma troca inesgotável de expressões. O CÉREBRO E A LÍNGUA DE SINAIS A linguagem compreende uma função complexa.. sons. isto é. gestos. fonológicos. A. constituída por um conjunto de processos que permite a comunicação. Neste processo. De acordo com MACHADO. Nas estruturas neurais é que se dá a capacidade de armazenar. direção do olhar. nas pessoas canhotas.. com função de análise e identificação dos estímulos linguísticos sensoriais. a linguagem se organiza a partir das estruturas das línguas em seus aspectos fonéticos. frases. É na infância que a lateralização se consolida. além da motora. LUNDY-EKMAN. que comunica os dois hemisférios. os hemisférios possuem funções de acordo com a dominância hemisferial. expressões faciais e corporais. PEREIRA et al. Cada lado do corpo humano possui um hemisfério de controle predominante. o não-dominante. é 4 . de atenção e memória. A função da linguagem. semântico. A maturação do SNC permite que as especializações hemisferiais ocorram no desenvolvimento desde o feto até a infância. Isto se deve ao cruzamento das fibras nervosas na região do tronco encefálico. Na maioria das pessoas. 2008). palavras. para a efetivação da linguagem participam áreas corticais e subcorticais. isto é. sintático e pragmático (LUNDY-EKMAN. 1993. M. 2003. há um predomínio das funções linguísticas no hemisfério esquerdo e no direito. Nas línguas orais- auditivas. As línguas de sinais são classificadas como viso (ou visuo) por seu modo de recepção ser através da função da visão e espacial. responderia ao hemisfério esquerdo. apontando para a completude das línguas de sinais. As autoras fizeram uma pesquisa com surdos adultos sinalizadores da ASL. Segundo os pesquisadores Vallado. utilizava o termo “quirologia”. 2008). com lesão cerebral.considerado menos capaz para estas funções. movimentos sequenciais rítmicos e memória. ASPECTOS LINGUÍSTICOS APLICADOS A LIBRAS FONOLOGIA DA LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS O termo fonologia tem sido usado não somente no contexto das línguas orais. a transposição do visual para movimentos corporais manuais e expressivos. Stokoe e outros 5 . ainda assim. a relação espacial. Ao confirmar que a língua de sinais é uma língua natural. em um determinado espaço. Das descobertas do estudo. sendo estes aspectos mais pertinentes ao hemisfério direito. mas nos estudos dos elementos que envolvem a formação dos sinais. ao estudarem a ASL. como tal. Stokoe (apud QUADROS. e para referir-se às combinações dessas unidades. 2004) empregava o termo “quirema” às unidades que formam os sinais. afirmam que as línguas sinalizadas e orais apresentam diferenças em seu funcionamento. Quando não é realizada a comunicação oralmente. Emmorey. cuja competência é mais pertinente ao hemisfério direito. mas através dos sinais com conotação emocional. Delgado. Bellugi e Klima (1993). utilizando a percepção espacial. mas se particulariza da modalidade oral-auditiva dos ouvintes. por ser produzida por sinais elaborados pelas mãos. ao apresentar a decodificação percepto-visual. uma das mais importantes foi a comprovação que há diferença entre o uso da linguagem. a produção das línguas de sinais possuem aspectos da visualidade e espacialidade. a Libras é um instrumento linguístico e. Souza et al (2004). a Libras apresenta uma prevalência para os sujeitos com hemisfericidade esquerda. associado à expressão facial e corporal. há muitas funções viso-espaciais. mas é hábil na comunicação não-verbal e nas relações espaciais (LUNDY-EKMAN. Por serem línguas de modalidade viso-espacial. p. movimento da mão). Os componentes não manuais. medo. Já o movimento demonstra o deslocamento da mão durante a execução do sinal. amor. ao propor a decomposição dos sinais em três parâmetros principais (configuração de mão. vem ser a direção que a palma da mão indica na realização do sinal. são eles: orientação da mão. os sinais podem ter ou não movimento. A palavra morfema deriva do grego morphé. negação. A primeira tarefa da fonologia para língua de sinais é determinar quais são as unidades mínimas que formam os sinais. Posteriormente. mágoa. encantamento e desencantamento. outros parâmetros foram acrescentados às pesquisas da fonologia de sinais. podem traduzir tristeza.86. A análise da formação dos sinais foi estabelecida por Stokoe (apud QUADROS. locação da mão.47) da seguinte forma: Fonologia das línguas de sinais é o ramo da linguística que objetiva identificar a estrutura e a organização dos constituintes fonológicos. p. 2004). as expressões faciais e corporais distinguem significados entre sinais. A fonologia das línguas de sinais é definida por Quadros (2004. Além disso. A segunda tarefa é estabelecer quais são os padrões possíveis de combinação entre essas unidades e as variações possíveis no ambiente fonológico (QUADROS. alegria. 2004. possuindo diferentes formas e direções. MORFOLOGIA DA LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS Quadros define a morfologia como o estudo da estrutura interna das palavras ou dos sinais. de acordo com Strobel & Fernandes (1998). Podem indicar afirmação. a fim de analisar a constituição deles na ASL (Língua de Sinais Americana). ou seja. assim como das regras que determinam a formação das palavras. 6 . entre outros sentimentos. O parâmetro orientação da mão. grifos do autor). é definida como a forma assumida pela mão durante a articulação de um sinal. que significa forma. raiva. CM). expressões faciais e corporais. 2004. afirmando não possuírem significado de forma isolada. Os morfemas são as unidades mínimas de significado (QUADROS. propondo modelos descritivos e explanatórios. A configuração de mão (doravante.47). Locação da mão ou ponto de articulação é o lugar do corpo onde o sinal será realizado. interrogação e exclamação. de acordo com Quadros (2004). p.pesquisadores passaram a utilizar os termos fonema e fonologia nos estudos linguísticos das línguas de sinais. Além disso. p. Já em relação à classe de palavras/sinais e às categorias lexicais pertencentes às línguas de sinais. Direcionado o estudo morfológico para Libras. Quando se quer diferenciar o sexo entre pessoas ou animais. COMO e o SE. a articulação do sinal depende da pessoa que se faz referência e do número. movimento. Cita-se como exemplo a sinalização de BONITINHO e de MUITO BONITO. além do contexto. usa-se o sinal HOMEM e MULHER para fazer referência ao nome. pode-se afirmar que as formações dos sinais originam-se da combinação dos parâmetros: configuração de mão. Sinais como PAI e MÃE não necessitam dessa marcação de gênero. sendo que as manifestadas em Libras são MAS. que precisa. o que vai marcar o tempo da ação ou do evento serão itens lexicais ou 7 . não há marca de gênero ou número. Essas marcações linguísticas trazem o significado real do sinal. futuro ou presente. Destacam-se ainda as conjunções. A partir do conceito supracitado. ponto de articulação. de algumas alterações na frequência do movimento. estão nomes. encontram-se os seguintes casos: 1. advérbio. formam os itens lexicais das línguas de sinais (FELIPE. verbo. de alguns movimentos direcionados. através de alterações em suas combinações. singular e plural. cardinal e ordinal. agora considerados morfemas. quando o verbo refere-se a um tempo passado. ou seja. 3. a partir de uma breve análise. Os adjetivos trazem como características a expressão facial e intensificação do sinal. conjunção. como explica Felipe: Estes cinco parâmetros podem expressar morfemas através de algumas configurações de mão. numeral. de alguns pontos de articulação na estrutura morfológica e de alguma expressão facial ou movimento de cabeça concomitante ao sinal. estes são classificados em quantidade. 4. cada um a sua maneira. que pode ser usado tanto para o sexo masculino ou feminino. pois possuem sinais próprios. PORQUE (explicativo e interrogativo). 202). ponto de articulação e movimento. adjetivo. Os pronomes na Libras são realizados em diferentes pontos no espaço. expressão facial e corporal. como se pode perceber no sinal de AMIG@. sendo que o segundo necessita também de expressão facial. A marcação do tempo verbal é realizada através de itens lexicais ou sinais adverbiais como afirma Brito: “Dessa forma. ou seja. mas geralmente sem apresentar flexão de gênero. que. unidades mínimas com significado. Em relação aos numerais. trazendo como parâmetros de diferenciação na articulação dos números a configuração de mão. 2006. 5. 2. de expressão facial e intensificação do sinal. realizada com bastante frequência. o que não invalida o uso dos outros parâmetros. De acordo com Brito (1997). da sua complexidade e gramática própria. 1997. Trata-se.” (BRITO. uma outra forma de produção que acontece é a topicalização ou tópico-comentário. a ordem SVO (sujeito+verbo+objeto) é a que se destaca na produção das frases. A topicalização. classificadores (Cls) e os que concordam com a localização.sinais adverbiais como ONTEM. p. Existe ainda uma subdivisão desta categoria de verbos. assim como a Língua Portuguesa. Pode ser usada desde que não haja restrições que impeçam o deslocamento de determinados constituintes da sentença e que altere o sentido da frase. é definida como a distribuição no espaço dos elementos da frase. certifica-se que as línguas de sinais são icônicas e arbitrárias. já os segundo têm concordância com a localização e destaca-se o parâmetro ponto de articulação ou locação. lugar em que são constituídos seus mecanismos fonológicos. ou seja. 46). na Libras. Em Libras. pessoa e aspecto. não segue a ordem SVO. e que as formas icônicas não são universais. HOJE. SINTAXE DA LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS A Libras. De acordo com a concepção de Quadros (2004). Nos classificadores evidencia-se o parâmetro configuração de mão. as línguas de sinais são naturais. caracterizando a formação dos sinais a partir dos fonemas e 8 . Segundo Felipe (2001). Dependendo do contexto. AMANHÃ. estes verbos podem também ser subdivididos em dois: os que possuem concordância em número e pessoa. Em relação aos verbos em Libras. de uma língua que possui os mesmos universais linguísticos das línguas orais. o que não invalida o uso de outras ordens. SEMANA-QUE-VEM. O primeiro grupo traz o parâmetro orientação como destaque. destacam-se os com concordância e os sem concordância. os sem concordância são os que não flexionam em pessoa e número. portanto. SEMANA- PASSADA. através dos fenômenos linguísticos. sendo que alguns podem flexionar em aspecto. o sinal pode ser classificado como substantivo ou verbo. morfológicos e sintáticos. Embora seja uma língua articulada espacialmente. podendo ser ainda classificados em verbos de locomoção/movimento. pode-se constatar que assim como as línguas orais. Já os verbos com concordância flexionam em número. apresenta organização na estrutura da frase. De maneira preferencial. Apresenta todos os níveis de análise de quaisquer outras línguas. ou seja. Para determinar o seu significado. a expressão facial. Como afirma Brito (1998). correspondendo às diversas funções linguísticas que são manifestadas na interação no cotidiano. complexo e econômico na produção e articulação das frases. Percebe-se ainda. o nível morfológico (da formação de palavras).LIBRAS CONHECENDO A LIBRAS: A Língua Brasileira de Sinais (Libras) é a língua utilizada pela comunidade surda brasileira e é reconhecida pela Lei 10. É através da Língua de Sinais que a comunicação das pessoas surdas acontece com mais rapidez e eficiência entre as pessoas que dela fazem uso. a Libras é regida por princípios gerais que a estruturam linguisticamente. o nível sintático (da estrutura). elas possuem sua própria estrutura de país para país e diferem até mesmo de região para região de um mesmo país. social e intelectual daquele que a utiliza.436/2002 e pelo Decreto 5626/2005. que facilitam o entendimento da língua. possuindo uma estrutura gramatical complexo. como é o caso 9 . Tem sua origem na Língua de Sinais Francesa. Há algumas particularidades simples. sendo necessário apontar a pessoa de quem se fala para ser entendido. dependendo da cultura daquele determinado local para construir suas expressões ou regionalismos. etc. como por exemplo a localização das mãos em relação ao corpo. permitindo aos seus usuários o emprego da língua em diferentes contextos. como o fato de os verbos aparecerem todos no infinitivo e os pronomes pessoais não serem representados.morfemas. a movimentação que se faz ou não na hora de produzir o sinal. o nível fonológico (das unidades que constituem uma língua) e o nível pragmático (envolvendo o contexto conversacional). o nível semântico (do significado). através da sua morfologia e sintaxe. favorecendo seu acesso ao conhecimento e a integração no grupo social ao qual pertence. o seu caráter flexional. As línguas de sinais não são universais. A Libras possibilita o desenvolvimento linguístico. LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS. os sinais possuem alguns parâmetros para a sua formação. Há ainda algumas palavras que não tem sinal correspondente. Origem geográfica: a língua varia de um lugar para o outro. 4.dos nomes próprios. e vice- versa. com ele. nem este os mesmos de um cortador de cana. grifos do autor). apresentam tais manifestações. 3. a fala característica das diferentes regiões brasileiras.. instável e está sempre em desconstrução e em reconstrução” (BAGNO. à prática da leitura e aos usos da escrita. Grau de escolarização: o acesso maior ou menor à educação formal e. 2. por serem naturais. são eles: 1. 7. de diferentes áreas geográficas dentro de um mesmo estado etc. VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS A língua está em constante evolução. Mercado de trabalho: o vínculo da pessoa com determinadas profissões e ofícios incide na sua atividade linguística: uma advogada não usa os mesmos recursos linguísticos de um encanador. Segundo Bagno (2007) existem fatores sociais ou extralinguísticos que podem proporcionar à identificação do fenômeno variação linguística. é dinâmica. As línguas de sinais. por exemplo. múltipla. à cultura letrada. Devido a este caráter de ordem heterogênea. 2007. Redes sociais: cada pessoa adota comportamentos semelhantes aos das pessoas com quem convive em sua rede social. as letras são sinalizadas uma a uma para expressar tal palavra. Nessa situação. entre esses comportamentos está também o comportamento linguístico. podemos investigar.35. nem estes pais falam do mesmo modo como as pessoas das gerações anteriores. p. 5. é um fator muito importante na configuração dos usos linguísticos dos diferentes indivíduos. outro fator importante também é a origem rural ou urbana da pessoa.) é intrinsecamente heterogênea. “(.. Sexo: homens e mulheres fazem usos diferenciados dos recursos que a língua oferece. Idade: os adolescentes não falam do mesmo modo como seus pais.. 6. 10 . variável. Status socioeconômico: as pessoas que têm um nível de renda muito baixo não falam do mesmo modo das que têm um nível de renda médio ou muito alto. dos diferentes estados. um produto social em permanente inconclusão. nas línguas naturais pode ser identificado um fenômeno linguístico denominado variação. assim. Peri-natal – provocada por parto prematuro. mais uma vez. AQUISIÇÃO DA SURDEZ A surdez pode acometer a pessoa ainda no útero. 1. durante o parto e depois do nascimento. doenças adquiridas pela mãe durante a gestação (rubéola). já a social representa as variações na configuração de mão e/ou movimento. por ter perda auditiva. Pós-natal – provocada por doenças adquiridas pelo indivíduo ao longo da vida. Deficiente auditivo: é o indivíduo que tem perda bilateral.298 de 20 de dezembro de 1999. 2. o que lhe confirma. ou seja: Pré-natal – fator genético e hereditário.626/05: Surdo: é aquela pessoa que. SURDO E DEFICIENTE AUDITIVO De acordo com o Decreto 5. Strobel & Fernandes (1998) consideram as variações regionais e sociais e as mudanças históricas como fenômenos identificáveis na Língua Brasileira de Sinais.4º é considerada pessoa portadora de deficiência auditiva aquela que se enquadra em uma das seguintes categorias: a) De 25 a 40 decibéis: surdez leve b) De 41 a 55 decibéis: surdez moderada c) De 56 a 70 decibéis: surdez acentuada d) De 71 a 90 decibéis: surdez severa e) Acima de 91 decibéis: surdez profunda 11 . trauma de parto (anóxia). . compreende e interage com o mundo por meio de experiências visuais. parcial ou total. art.000Hz. NÍVEIS DE SURDEZ Pelo decreto nº 3. as mudanças históricas estão relacionadas com as modificações que o sinal pode sofrer. aferida por audiograma nas frequências de 500Hz.000Hz. o caráter natural. sem alterar o sentido do sinal.000Hz e 3. devido aos costumes da geração que utiliza o sinal. A variação regional refere-se às variações de sinais que acontecem nas diferentes regiões do mesmo país. Sobre as variações linguísticas.Libras. avanço da idade (acidentes). manifestando sua cultura principalmente pelo uso da Língua Brasileira de Sinais . de quarenta e um decibéis (dB) ou mais. o uso de medicamentos. Importante: muitas delas podem ser evitadas pela vacinação. b) Líquido no ouvido médio . 2. coqueluche. podendo ser tratada com antibióticos ou.CAUSAS DA SURDEZ Problemas Pré-Natais: 1. Objetos introduzidos pela criança no canal do ouvido. caxumba. Problemas No Ouvido Médio: 1. você será identificada dentro da comunidade surda pelo sinal e não pelo nome. Problemas Genéticos 1. 2. o tratamento pode ser clínico ou cirúrgico. 2. Problemas de incompatibilidade sanguínea pelo fator RH. O parto prematuro aumenta o risco de perda auditiva.a otite média secretora é a causa mais frequente de perda auditiva na idade escolar. que impedem o arejamento do ouvido médio e podem causar: a) Otite média: infecção capaz de perfurar o tímpano. Após esse batismo. com cirurgia.o risco de surdez na criança que nasce é cerca de 14%. Existem doenças genéticas que podem causar danos ao sistema auditivo. 12 . 3. Ruídos muito altos próximos a um ou a ambos os ouvidos. meningite) podem causar perdas auditivas. cabe à própria comunidade a criação desse sinal de acordo com as características físicas da mesma. Importante: podem ser evitados pela administração de soro específico. 3. SINAL DE BATISMO Na comunidade surda o sinal é a identificação visual da pessoa. gripes. Fatores Ambientais: 1. Pancadas violentas nos ouvidos. Por esse motivo. Congênitos: pessoas na família que nasceram surdas. Rubéola materna durante a gravidez . Traumatismos Sonoros ou Físicos: 1. adenoides aumentadas. 4. Importante: a vacinação contra rubéola elimina este risco.causado por resfriados. Bloqueio na tuba auditiva . Doença na infância (sarampo. É importante verificar se há pessoas na família que nasceram surdas. às vezes. 13 . lugares e outras palavras que ainda não possuem sinal. soletrar no espaço neutro. o nome de pessoas. ou melhor. ALFABETO MANUAL Em Libras o alfabeto manual ou datilologia é produzido por diferentes formatos das mãos que representam as letras do alfabeto escrito e é utilizado para “escrever” no ar. Exemplos: número do telefone.. número da conta no banco. número da caixa postal. Exemplos: Quantidades de pessoas.  Números Quantitativos: Utilizados para indicar quantidades. número da casa. quantidades de mesas.. 14 . ... Exemplos: Primeiro da fila.  Números Ordinais: Indicam ordem e são sinalizados com movimentos. etc.. etc.. Do 1° ao 5° o movimento é vertical. sexto colocado em um campeonato. quantidade de casa.. já os demais números continuarão com a mesma configuração que os cardinais e ordinais. terceiro lugar. Somente os numerais de 1 ao 4 terão modificações quanto a configuração de mão. do 6° ao 9° o movimento é horizontal. NUMERAIS Em Libras existem três formas diferentes de representar os numerais:  Números Cardinais: Utilizados como código representativo. etc.. e classifique-as em numerais cardinais. a) Você mora em um apartamento. Depois as responda em Libras. Em qual andar você mora? b) Qual o número da sua casa? c) Quantas pessoas moram com você? d) Quantos anos você tem? e) Quantos vizinhos você tem? f) Qual o preço do aluguel que você paga? g) Você está em uma fila e tem duas pessoas na sua frente. ordinais ou quantitativos. ATIVIDADE Escreva as frases abaixo: Eu comi cenoura _______________________________________ Hoje vamos ao circo _______________________________________ Eu nasci em Teresina _______________________________________ Relacione as colunas: (1) CACHORRO ( ) FELICIDADE ( ) LIVRO (2) PAPEL (3) LIVRO ( ) SAUDADE ( ) CACHORRO (4) EMANUEL ( ) EMANUEL ( ) PAPEL (5) XEROX (6) COMPUTADOR ( ) XEROX ( ) VITORIA (7) BISCOITO ( ) BISCOITO ( ) COMPUTADOR (8) FELICIDADE (9) SAUDADE (10) VITÓRIA Resolva as continhas: 2 + 5 = ___ 7 . Qual a sua posição? 15 .4=____ 10+59 =___ 3 * 6 = _____ 8 ÷ 1 = _______ 13-12=_____ Leia as perguntas a seguir. Quando utilizado em frases interrogativas. há dois sinais para se referir a hora: um para se referir ao horário cronológico e o outro para a duração. Esse sinal pode-se incorporar os quantificadores: 1. Exemplo: VIAJAR PIAUI QUANTAS-HORAS? TRABALHAR ESCOLA QUANTAS-HORAS? Enumere as perguntas feitas em LIBRAS pelo Instrutor e depois as responda em LIBRAS: ( ) VOCÊ DORMIR QUANTA-HORA? ( ) VOCÊ ESTUDAR QUANTA-HORA? ( ) AULA DE LIBRAS COMEÇAR QUE-HORA? ( ) VIAGEM CARRO ATÉ PARNAÍBA QUANTA-HORA? ( ) VOCÊ DORMIR QUE-HORA? ( ) AULA DE LIBRAS TERMINAR QUE-HORA? ( ) AULA DE LIBRAS QUANTA-HORA? 16 . HORAS Em Libras. acrescentando o sinal de manhã. 3 e 4. já não há mais essa incorporação. Com relação às horas do dia. usa-se a configuração dos numerais para quantidade. tarde. noite ou madrugada quando necessário. mas. Quando utilizado em frase interrogativa. usa-se a expressão interrogativa “QUANTAS- HORAS?”.  HORA-CRONOLÓGICO: É sinalizado por um apontar para o pulso. Exemplo: QUE-HORA? AULA COMEÇAR QUE-HORA AQUI? VOCÊ TRABALHO COMEÇAR QUE-HORA? VOCÊ ACORDA QUE-HORA?  HORA-DURAÇÃO: É sinalizado por um círculo ao redor do rosto. de 1 hora às 12 horas. a partir da quinta hora. 2. usa-se a expressão interrogativa “QUE-HORA?”. SAUDAÇÕES E AGRADECIMENTOS BOM DIA BOA TARDE BOA NOITE BOA SORTE OI TCHAU COM LICENÇA POR FAVOR OBRIGADO DESCULPA NOME PRAZER EM CONHECER 17 .CUMPRIMENTOS. ou pelas duas mãos do emissor.  Configuração da mão (CM): são as diversas formas que uma ou as duas mãos tomam na realização do sinal. PARÂMETROS DA LIBRAS Nas línguas de sinais podem ser encontrados os parâmetros primários: configuração de mão (CM). 18 . Podem ser da datilologia (alfabeto manual) ou outras formas feitas pela mão predominante (mão direita para os destros). o ponto de articulação (PA) e o movimento (M) e os secundários: orientação de mão (O) e expressões não-manuais (ENM). Exemplos: CM em “S” CM em “Y” CM em “F” CM em “A” LARANJA DESCULPA FAMÍLIA ARROZ  Ponto de Articulação (P. CHORAR E CONHECER tem movimento. SENTAR não tem movimento.A): é o espaço em frente ao corpo ou uma região do corpo. Ombro: RESPONSABILIDADE Orelha: APARELHO AUDITIVO. (em cima) PARANA. Mão: dorso: DOENTE. Bochecha: PROVAR. Cabeça: (atrás) estado do PARÁ. EM-PÉ. como os sinais AJOELHAR. ESQUECER. Exemplos: Testa: PESSOA. Os sinais articulados no espaço são de dois tipos: os que se articulam no espaço neutro ou tocam alguma parte do corpo. Boca: VERMELHO. Braço: ALUNO. onde os sinais são articulados. Os sinais RIR. Antebraço: TREINAR. 19 .  Movimento (M): os sinais podem ter um movimento ou não. Existem sinais que mudam o seu significado quando lhes é acrescido movimento. Ex: CADEIRA SENTAR Tipos de movimentos: a) Movimento retilíneo: Ex: Deficiente b) Movimento helicoidal: Ex: Importante b) Movimento circular: Ex: Brincar d) Movimento semicircular: Ex: Professor e) Movimento sinuoso: Ex: Brasil 20 . para a direita ou para a esquerda. Ex: para cima. para baixo. para o corpo. 21 . como os sinais ALEGRE e TRISTE. os sinais podem ter uma direção e a inversão desta pode significar ideia de oposição QUERER E QUERER-NÃO. em sua configuração têm como traço diferenciador também a expressão facial e/ou corporal. IR e VIR.  Expressões Não-manuais (ENM): muitos sinais. Orientação (O): é a direção para a qual a palma da mão aponta na produção do sinal. além dos quatro parâmetros mencionados acima. para frente. exemplifique sinais que são realizados com a CM abaixo: _________________________ ________________________ __________________________ ________________________ 2) Conforme os Parâmetros estudados. preencha a tabela abaixo. CM: CM: M: M: PA: PA: O: O: CM: CM: M: M: PA: PA: O: O: 22 . ATIVIDADE 1) Conforme estudos sobre as configurações de mãos.  Trial: NÓS-TRÊS Mão em “W” com a palma da mão para trás. PRONOMES Na libras os pronomes podem ser divididos em: pronomes pessoais. na altura do peito. pronomes possessivos e pronomes demonstrativos. Primeira Pessoa do Singular: EU Dedo indicador apontando para si mesmo. fazendo movimento retilíneo para frente e para trás no espaço neutro em frente ao peito.  PRONOMES PESSOAIS 1. 23 .  Quatrial: NÓS-QUATRO Mão em “4” quantitativo com a palma da mão para trás. fazendo movimento circular no espaço neutro em frente ao peito. fazendo movimento circular no espaço neutro em frente ao peito. 2. Primeira Pessoa do Plural:  Dual: NÓS-DOIS Mão em “V” com a palma da mão para trás. apontando para as duas pessoas referidas a sua frente. na frente do corpo. 4. movendo a mão de um lado para o outro.  Quatrial: VOCÊS-QUATRO Mão em “4” com a palma da mão para cima. com a palma da mão para cima. apontando para as três pessoas referidas a sua frente. fazendo movimento circular no espaço neutro em frente ao peito. movendo a mão de um lado para o outro. 3. Segunda pessoa do Singular: VOCÊ Dedo indicador apontado para a 2ª pessoa do singular. 24 . Segunda Pessoa do Plural:  Dual: VOCÊS-DOIS Mão em “V” deitado.  Plural: NÓS-TOD@ Dedo indicador apontado para cima e com a palma da mão para trás. movendo a mão de um lado para o outro. apontando para as três pessoas referidas a sua frente.  Trial: VOCÊS-TRÊS Mão em “W” com a palma da mão para cima. 6. com a palma da mão para cima.  Quatrial: EL@-QUATRO Mão em “4” com a palma da mão para cima. movendo a mão de um lado para o outro. Terceira Pessoa do Singular: EL@ Dedo indicador apontado para a 3ª pessoa do singular. movendo a mão de um lado para o outro. movendo a mão de um lado para o outro.  Plural: VOCÊS Mão em “D” com a palma da mão para cima. apontando para as três pessoas referidas ao seu lado. apontando para as duas pessoas referidas ao seu lado. 25 . movendo a mão de um lado para o outro. 5. apontando para todas as pessoas referidas a sua frente.  Trial: EL@-TRÊS Mão em “W” com a palma da mão para cima. ao lado do corpo. Terceira Pessoa do Plural:  Dual: EL@-DOIS Mão em “V” deitado. apontando para as três pessoas referidas ao seu lado. na perspectiva do emissor. os pronomes pessoais correspondentes. QUATRIAL e PLURAL (GRUPO).  PRONOMES POSSESSIVOS: Não possuem marcação de gênero e estão relacionados às pessoas do discurso. movendo a mão de um lado para o outro.  EST@ / AQUI .olhar para o lugar apontado. nestas situações.  PRONOMES DEMONSTRATIVOS: estão relacionados às pessoas do discurso e representam. Não existe um sinal específico para os modos: DUAL. PERTO ou LONGE. 26 . TRIAL. não à coisa possuída.olhar para o lugar apontado. devendo usar-se. perto da 2ª pessoa. o que está PRÓXIMO.  ESS@ / AÍ .  Plural: EL@-TOD@ Mão em “D” com a palma da mão para cima. apontando para 3° pessoa do plural. perto da 1ª pessoa. : VOCÊ APRENDER LIBRAS PARA-QUÊ?  QUAL? Ex.: VOCÊ GOSTAR COMER QUAL?  COMO?Ex.: VOCÊ MORAR ONDE?  QUE?/ O-QUE?/ QUEM? Ex.: AQUEL@ QUEM? 27 . mas o pronome interrogativo ONDE e o pronome QUEM.: VOCÊ VAI VIAJAR QUANDO? (FUTURO) Ex.:VOCÊ JÁ IR CASA QUANDO? (PASSADO)  ONDE/ LUGAR/ AONDE: Ex.  PRONOMES E ADVÉRBIOS INTERROGATIVOS: Os pronomes interrogativos QUE e QUEM geralmente são usados no início da frase.: VOCÊ FAZER O-QUE? Ex.olhar para o lugar distante apontado. quando está sendo usado com o sentido de"quem é" ou "de quem é" são mais usados no final.: VOCÊ APRENDER LIBRAS COMO?  QUANDO? (FUTURO/PASSADO): Ex.: PORQUE EU DOENTE.  AQUEL@ / LÁ .: VOCÊ FALTAR AULA ONTEM POR QUÊ? Ex.  PARA-QUE? Ex. Exemplos:  POR QUÊ?/ PORQUE: Ex. ou se irá ocorrer no futuro: AMANHÃ. modo. Por isso. Os verbos ficam sempre no infinitivo. mas podem ser usados também no final. Na Libras não há marca de tempo nas formas verbais. afirmação. se ocorreu no passado: ONTEM. O tempo é marcado sintaticamente através dos advérbios de tempo que indicam se a ação está ocorrendo no presente: HOJE. negação e interrogação. os advérbios geralmente vêm no começo da frase. os advérbios também expressam circunstâncias como: tempo. AGORA. ADVÉRBIOS Na Língua Brasileira de Sinais (Libras). quantidade. ANTEONTEM. lugar. SEMPRE ONTEM ANTEONTEM PASSSADO FUTURO 28 . CORES 29 . CLARO 30 . CALENDÁRIO SEMANA 31 . MESES DO ANO JANEIRO FEVEREIRO MARÇO ABRIL MAIO JUNHO JULHO AGOSTO SETEMBRO OUTUBRO NOVEMBRO DEZEMBRO 32 . Quais os dias que você trabalha? 4. substituindo as gravuras por palavras: a) iremos ao circo: ____________________________ b) Meu irmão casou no mês de : ____________________ c) Na próxima irei viajar para Parnaíba: _________________ d) Eu nasci do dia 17 de : ______________________ 33 .Que dia da semana é hoje? 2.Que dia da semana você mais gosta? 8.Quantos meses têm um ano? 9.Qual mês você fica de férias? 10.Qual o último dia da semana? 13.Qual o primeiro dia da semana? 12.Em que mês você nasceu? 3.Quais os dias que você descansa? 5.Qual o ano do seu nascimento? 6.Qual dia.Uma semana tem quantos dias? 11. ATIVIDADE Leia as perguntas abaixo e responda em libras.Qual o terceiro dia da semana? Complete as frases. 1. mês e ano que você começou aprender libras? 7. ESTADOS BRASILEIROS 34 . ESTADOS BRASILEIROS ESTADOS ACRE ALAGOAS AMAPÁ AMAZONAS BAHIA BRASÍLIA CEARÁ 35 . ESPIRITO SANTO GOIAS MARANHÃO MINAS GERAIS MATO GROSSO MATO GROSSO DO SUL PARÁ PERNAMBUCO PIAUÍ PARANÁ 36 . RIO DE JANEIRO RIO GRANDE DO NORTE RIO GRANDE DO SUL RONDÔNIA RORAIMA SANTA CATARINA TOCANTINS 37 . FAMÍLIA 38 . 39 . MEIOS DE TRANSPORTES 40 . Fonte: www.trabalhandocomsurdos.com 41 .blogstop. MEIOS DE COMUNICAÇÃO 42 . 43 . DISCIPLINAS DISCIPLINAS GEOGRAFIA ARTES HISTÓRIA PORTUGUÊS QUÍMICA INGLÊS GRAMÁTICA LITERATURA CIÊNCIAS FÍSICA FILOSOFIA 44 . MATERIAIS ESCOLARES CADERNO BORRACHA REGUA GRAMPEADOR MOCHILA MESA CADEIRA QUADRO COLA PAPEL APONTADOR LIVRO TESOURA CANETA LÁPIS 45 . GRADUAÇÃO MESTRADO DOUTORADO FACULDADE UNIVERSIDADE ESCOLA 46 . GRAUS DE INSTRUÇÃO ENSINO FUNDAMENTAL 1 ENSINO FUNDAMENTAL 2 ENSINO MÉDIO GRADUAÇÃO PÓS. ANTÔNIMOS 47 . 48 49 50 51 . trabalhandocomsurdos.blogstop.com 52 .Fonte: www. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais . Brasília. com estrutura gramatical própria. oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil. constitui um sistema linguístico de transmissão de idéias e fatos.Libras e dá outras providências O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. Parágrafo único. 181º da Independência e 114º da República. formas institucionalizadas de apoiar o uso e difusão da Língua Brasileira de Sinais – Libras como meio de comunicação objetiva e de utilização corrente das comunidades surdas do Brasil. 3º As instituições públicas e empresas concessionárias de serviços públicos de assistência à saúde devem garantir atendimento e tratamento adequado aos portadores de deficiência auditiva. de acordo com as normas legais em vigor. Língua Brasileira de Sinais – Libras não poderá substituir a modalidade escrita da língua portuguesa. 5º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 25 de abril de 2002. 4º O sistema educacional federal e os sistemas educacionais estaduais. Art. DE 24 DE ABRIL DE 2002. FERNANDO HENRIQUE CARDOSO Paulo Renato de Souza Publicada no Diário Oficial – nº 79 – Seção 1. de Fonoaudiologia e de Magistério. Parágrafo único. do ensino da Língua Brasileira de Sinais – Libras. municípios e do Distrito Federal devem garantir a inclusão nos cursos de formação de Educação Especial. por parte do poder público em geral e empresas concessionárias de serviços públicos. como parte integrante dos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs. 53 . Entende-se como Língua Brasileira de Sinais – Libras a forma de comunicação e expressão. em que o sistema linguístico de natureza visual-motora. Art. conforme legislação vigente. 2º Deve ser garantido. Art.436. quinta-feira. 1º É reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a Língua Brasileira de Sinais – Libras e outros recursos de expressão associados. 24 de abril de 2022. TEXTOS ADICIONAIS LEI N° 10 436 DE 24 DE ABRIL LEI Nº 10. em seus níveis médio e superior. de instituições de ensino. no uso das atribuições que lhe confere o art. DE 22 DE DEZEMBRO DE 2005.DECRETO Nº 5. de 24 de abril de 2002. por ter perda auditiva. 18 da Lei no 10. de 19 de dezembro de 2000. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA. do sistema federal de ensino e dos sistemas de ensino dos Estados. e no art. e tendo em vista o disposto na Lei n o 10. nas diferentes áreas do conhecimento.000Hz. da Constituição. 2. Considera-se deficiência auditiva a perda bilateral. Regulamenta a Lei no 10. públicas e privadas. considera-se pessoa surda aquela que.098. de 19 de dezembro de 2000. DECRETA: CAPÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Art. 84. 1. § 2o A Libras constituir-se-á em disciplina curricular optativa nos demais cursos de educação superior e na educação profissional.098. do Distrito Federal e dos Municípios. a partir de um ano da publicação deste Decreto. o curso normal superior. e o art.436. aferida por audiograma nas frequências de 500Hz.098. Art.000Hz e 3.Libras. § 1o Todos os cursos de licenciatura.626. 3o A Libras deve ser inserida como disciplina curricular obrigatória nos cursos de formação de professores para o exercício do magistério. de 19 de dezembro de 2000.436. inciso IV. e o art. de 24 de abril de 2002. 18 da Lei no 10. compreende e interage com o mundo por meio de experiências visuais. e nos cursos de Fonoaudiologia.626 DE 22 DE DEZEMBRO DE 2005 DECRETO Nº 5. 1o Este Decreto regulamenta a Lei no 10. que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais . manifestando sua cultura principalmente pelo uso da Língua Brasileira de Sinais - Libras. 54 . de quarenta e um decibéis (db) ou mais. 2o Para os fins deste Decreto. o curso de Pedagogia e o curso de Educação Especial são considerados cursos de formação de professores e profissionais da educação para o exercício do magistério. Parágrafo único. em nível médio e superior. o curso normal de nível médio. parcial ou total.436. de 24 de abril de 2002. CAPÍTULO II DA INCLUSÃO DA LIBRAS COMO DISCIPLINA CURRICULAR Art.000Hz. 18 da Lei no 10. § 1o Admite-se como formação mínima de docentes para o ensino de Libras na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental. referida no caput. com pós-graduação ou formação superior e com certificado obtido por meio de exame de proficiência em Libras. em curso de graduação de licenciatura plena em Letras: Libras ou em Letras: Libras/Língua Portuguesa como segunda língua.Língua Portuguesa. desde que o certificado seja convalidado por pelo menos uma das instituições referidas nos incisos II e III. promovido pelo Ministério da Educação. § 1o Nos casos previstos nos incisos I e II. II . Parágrafo único. em nível médio.professor de Libras. Art. II . 5o A formação de docentes para o ensino de Libras na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental deve ser realizada em curso de Pedagogia ou curso normal superior. 7o Nos próximos dez anos. CAPÍTULO III DA FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE LIBRAS E DO INSTRUTOR DE LIBRAS Art. que viabilizar a formação bilíngüe. § 1o A formação do instrutor de Libras pode ser realizada também por organizações da sociedade civil representativa da comunidade surda. usuário dessa língua com formação de nível médio e com certificado obtido por meio de exame de proficiência em Libras. a partir da publicação deste Decreto.professor ouvinte bilíngue: Libras . obtido por meio de exame promovido pelo Ministério da Educação. 4o A formação de docentes para o ensino de Libras nas séries finais do ensino fundamental. as pessoas surdas terão prioridade para ministrar a disciplina de Libras. § 2o As pessoas surdas terão prioridade nos cursos de formação previstos no caput. em que Libras e Língua Portuguesa escrita tenham constituído línguas de instrução. As pessoas surdas terão prioridade nos cursos de formação previstos no caput.instrutor de Libras. deve ser realizada por meio de: I . Art. a formação ofertada em nível médio na modalidade normal. 6o A formação de instrutor de Libras. no ensino médio e na educação superior deve ser realizada em nível superior. viabilizando a formação bilíngüe. e III . III . promovido pelo Ministério da Educação. caso não haja docente com título de pós-graduação ou de graduação em Libras para o ensino dessa disciplina em cursos de educação superior. 55 . Art.cursos de formação continuada promovidos por instituições de ensino superior. § 2o As pessoas surdas terão prioridade nos cursos de formação previstos no caput.cursos de formação continuada promovidos por instituições credenciadas por secretarias de educação. usuário dessa língua com curso de pós-graduação ou com formação superior e certificado de proficiência em Libras.cursos de educação profissional. ela poderá ser ministrada por profissionais que apresentem pelo menos um dos seguintes perfis: I . deve avaliar a fluência no uso. II . § 3o O exame de proficiência em Libras deve ser realizado por banca examinadora de amplo conhecimento em Libras.Língua Portuguesa como segunda língua. de nível médio e superior.até sete anos. Pedagogia e Letras. anualmente. Art. Art. bem como nos cursos de licenciatura em Letras com habilitação em Língua Portuguesa. § 2o A certificação de proficiência em Libras habilitará o instrutor ou o professor para a função docente. como segunda língua para surdos. como segunda língua para pessoas surdas. 11.Língua Portuguesa. e IV . 9o A partir da publicação deste Decreto. CAPÍTULO IV 56 . pesquisa e extensão nos cursos de formação de professores para a educação básica. III . III . § 1o O exame de proficiência em Libras deve ser promovido. Art. 8o O exame de proficiência em Libras.de licenciatura em Letras: Libras ou em Letras: Libras/Língua Portuguesa. O Ministério da Educação promoverá. 13. II .dez anos. nos seguintes prazos e percentuais mínimos: I . 7o. ampliando-se progressivamente para as demais licenciaturas. que viabilize a educação bilíngüe: Libras . as instituições de ensino médio que oferecem cursos de formação para o magistério na modalidade normal e as instituições de educação superior que oferecem cursos de Fonoaudiologia ou de formação de professores devem incluir Libras como disciplina curricular. § 2o A partir de um ano da publicação deste Decreto.até cinco anos. Art. O processo de inclusão da Libras como disciplina curricular deve iniciar-se nos cursos de Educação Especial. principalmente as que ofertam cursos de Educação Especial. para a educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental.para formação de professores surdos e ouvintes. Fonoaudiologia. deve ser incluído como disciplina curricular nos cursos de formação de professores para a educação infantil e para os anos iniciais do ensino fundamental.até três anos. em vinte por cento dos cursos da instituição. pelo Ministério da Educação e instituições de educação superior por ele credenciadas para essa finalidade. em oitenta por cento dos cursos da instituição. em cem por cento dos cursos da instituição. a partir de um ano da publicação deste Decreto. constituída por docentes surdos e linguistas de instituições de educação superior. 12. em sessenta por cento dos cursos da instituição. Parágrafo único.Língua Portuguesa. As instituições de educação superior devem incluir a Libras como objeto de ensino. o conhecimento e a competência para o ensino dessa língua. programas específicos para a criação de cursos de graduação: I . As instituições de educação superior. Pedagogia e Letras. os sistemas e as instituições de ensino da educação básica e as de educação superior devem incluir o professor de Libras em seu quadro do magistério. referido no art.de formação em Tradução e Interpretação de Libras . O ensino da modalidade escrita da Língua Portuguesa. 10. O tema sobre a modalidade escrita da língua portuguesa para surdos deve ser incluído como conteúdo nos cursos de Fonoaudiologia. Parágrafo único. devem viabilizar cursos de pós- graduação para a formação de professores para o ensino de Libras e sua interpretação. Art. a partir da publicação deste Decreto. Art. nos cursos de Fonoaudiologia e nos cursos de Tradução e Interpretação de Libras . b) a tradução e interpretação de Libras . e c) o ensino da Língua Portuguesa. estadual. c) professor para o ensino de Língua Portuguesa como segunda língua para pessoas surdas.adotar mecanismos de avaliação coerentes com aprendizado de segunda língua. e d) professor regente de classe com conhecimento acerca da singularidade lingüística manifestada pelos alunos surdos. em turno contrário ao da escolarização. alunos. nas atividades e nos conteúdos curriculares desenvolvidos em todos os níveis. desde que devidamente registrados em vídeo ou em outros meios eletrônicos e tecnológicos. como: 57 . 15. também. pode exercer a função de tradutor e intérprete de Libras . § 1o Para garantir o atendimento educacional especializado e o acesso previsto no caput.DO USO E DA DIFUSÃO DA LIBRAS E DA LÍNGUA PORTUGUESA PARA O ACESSO DAS PESSOAS SURDAS À EDUCAÇÃO Art.apoiar. b) tradutor e intérprete de Libras . municipal e do Distrito Federal buscarão implementar as medidas referidas neste artigo como meio de assegurar atendimento educacional especializado aos alunos surdos ou com deficiência auditiva. o uso e a difusão de Libras entre professores.Língua Portuguesa. cuja função é distinta da função de professor docente. VI . II . valorizando o aspecto semântico e reconhecendo a singularidade lingüística manifestada no aspecto formal da Língua Portuguesa. o ensino de Libras e o ensino da modalidade escrita da Língua Portuguesa.ofertar.Língua Portuguesa. etapas e modalidades de educação. III . às pessoas surdas acesso à comunicação.Língua Portuguesa.disponibilizar equipamentos. Para complementar o currículo da base nacional comum. inclusive por meio da oferta de cursos. 14. à informação e à educação nos processos seletivos.garantir o atendimento às necessidades educacionais especiais de alunos surdos.desenvolver e adotar mecanismos alternativos para a avaliação de conhecimentos expressos em Libras. como segunda língua para alunos surdos. as instituições federais de ensino devem: I . obrigatoriamente.promover cursos de formação de professores para: a) o ensino e uso da Libras. aprovado em exame de proficiência em tradução e interpretação de Libras .Língua Portuguesa. como segunda língua para pessoas surdas. desde a educação infantil até à superior. direção da escola e familiares. bem como recursos didáticos para apoiar a educação de alunos surdos ou com deficiência auditiva. na comunidade escolar. em salas de recursos. funcionários. bilíngüe. nas salas de aula e. As instituições federais de ensino devem garantir. VII .prover as escolas com: a) professor de Libras ou instrutor de Libras. § 3o As instituições privadas e as públicas dos sistemas de ensino federal. VIII . V . desde a educação infantil. obrigatoriamente. desde a educação infantil. § 2o O professor da educação básica. Art. o ensino da Libras e também da Língua Portuguesa. na correção das provas escritas. devem ser ministrados em uma perspectiva dialógica. IV . acesso às novas tecnologias de informação e comunicação. funcional e instrumental. como segunda língua para alunos surdos. como disciplinas curriculares. 18. A definição de espaço para o desenvolvimento da modalidade oral da Língua Portuguesa e a definição dos profissionais de Fonoaudiologia para atuação com alunos da educação básica são de competência dos órgãos que possuam estas atribuições nas unidades federadas. em seus quadros. e com aprovação em exame de proficiência. na educação básica. com competência e fluência em Libras para realizar a interpretação das duas línguas. preferencialmente em turno distinto ao da escolarização. Parágrafo único. de maneira simultânea e consecutiva. nos anos finais do ensino fundamental.Língua Portuguesa deve efetivar-se por meio de curso superior de Tradução e Interpretação. no ensino médio e na educação superior. a formação de tradutor e intérprete de Libras .áreas de conhecimento. Nos próximos dez anos. para atuação em instituições de ensino médio e de educação superior. As instituições privadas e as públicas dos sistemas de ensino federal.cursos de formação continuada promovidos por instituições de ensino superior e instituições credenciadas por secretarias de educação. e III .LÍNGUA PORTUGUESA Art. A modalidade oral da Língua Portuguesa.Língua Portuguesa. para atuação em cursos e eventos. de maneira simultânea e consecutiva. III . e com aprovação em exame de proficiência. CAPÍTULO V DA FORMAÇÃO DO TRADUTOR E INTÉRPRETE DE LIBRAS . com habilitação em Libras .Língua Portuguesa. resguardado o direito de opção da família ou do próprio aluno por essa modalidade. com competência para realizar a interpretação de línguas de sinais de outros países para a Libras.profissional ouvinte. Nos próximos dez anos. de nível médio. caso não haja pessoas com a titulação exigida para o exercício da tradução e interpretação de Libras .Língua Portuguesa. promovido pelo Ministério da Educação. à informação e à educação. de nível superior. A formação de tradutor e intérprete de Libras pode ser realizada por organizações da sociedade civil representativas da comunidade surda. Art. estadual. por meio de ações integradas entre as áreas da saúde e da educação. Parágrafo único. 17. Parágrafo único. II . para atuação no ensino fundamental.profissional ouvinte. I . 58 . a partir da publicação deste Decreto. A formação do tradutor e intérprete de Libras . desde que o certificado seja convalidado por uma das instituições referidas no inciso III. municipal e do Distrito Federal buscarão implementar as medidas referidas neste artigo como meio de assegurar aos alunos surdos ou com deficiência auditiva o acesso à comunicação.cursos de extensão universitária. 16. deve ser ofertada aos alunos surdos ou com deficiência auditiva.atividades ou complementação curricular específica na educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental. as instituições federais de ensino devem incluir. deve ser realizada por meio de: I . a partir da publicação deste Decreto. II .cursos de educação profissional. em nível médio. promovido pelo Ministério da Educação. com competência e fluência em Libras para realizar a interpretação das duas línguas. Art. profissionais com o seguinte perfil: I .profissional surdo. Art. 19. e II . bem como com a presença de tradutores e intérpretes de Libras . § 2o Os alunos têm o direito à escolarização em um turno diferenciado ao do atendimento educacional especializado para o desenvolvimento de complementação curricular.nas salas de aula para viabilizar o acesso dos alunos aos conhecimentos e conteúdos curriculares. cientes da singularidade lingüística dos alunos surdos. A partir de um ano da publicação deste Decreto. 22. em seus quadros. § 3o As mudanças decorrentes da implementação dos incisos I e II implicam a formalização. O exame de proficiência em tradução e interpretação de Libras .escolas bilíngües ou escolas comuns da rede regular de ensino. para os anos finais do ensino fundamental. as instituições federais de ensino da educação básica e da educação superior devem incluir. Nos próximos dez anos. Art.Língua Portuguesa deve ser realizado por banca examinadora de amplo conhecimento dessa função.Língua Portuguesa. constituída por docentes surdos. pelos pais e pelos próprios alunos. 59 . As instituições federais de ensino responsáveis pela educação básica devem garantir a inclusão de alunos surdos ou com deficiência auditiva. para viabilizar o acesso à comunicação. abertas a alunos surdos e ouvintes. II . § 2o As instituições privadas e as públicas dos sistemas de ensino federal. abertas a alunos surdos e ouvintes. § 1o São denominadas escolas ou classes de educação bilíngüe aquelas em que a Libras e a modalidade escrita da Língua Portuguesa sejam línguas de instrução utilizadas no desenvolvimento de todo o processo educativo. de sua opção ou preferência pela educação sem o uso de Libras. 21. CAPÍTULO VI DA GARANTIA DO DIREITO À EDUCAÇÃO DAS PESSOAS SURDAS OU COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA Art. § 1o O profissional a que se refere o caput atuará: I . o Ministério da Educação ou instituições de ensino superior por ele credenciadas para essa finalidade promoverão. à informação e à educação de alunos surdos. na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental. por meio da organização de: I . Parágrafo único. lingüistas e tradutores e intérpretes de Libras de instituições de educação superior. estadual. II .escolas e classes de educação bilíngüe. com utilização de equipamentos e tecnologias de informação. em todas as atividades didático-pedagógicas.Língua Portuguesa. municipal e do Distrito Federal buscarão implementar as medidas referidas neste artigo como meio de assegurar aos alunos surdos ou com deficiência auditiva o acesso à comunicação.no apoio à acessibilidade aos serviços e às atividades-fim da instituição de ensino. 20.nos processos seletivos para cursos na instituição de ensino. com docentes das diferentes áreas do conhecimento. em todos os níveis. e III . Art. etapas e modalidades.Língua Portuguesa. ensino médio ou educação profissional. a partir da publicação deste Decreto. com professores bilíngües. exame nacional de proficiência em tradução e interpretação de Libras . o tradutor e intérprete de Libras . à informação e à educação. anualmente. atendimento às pessoas surdas ou com deficiência auditiva na rede de serviços do SUS e das empresas que detêm concessão ou permissão de serviços 60 . bem como equipamentos e tecnologias que viabilizem o acesso à comunicação. quando indicado. VI .Língua Portuguesa e subtitulação por meio do sistema de legenda oculta.seleção. § 2o As instituições privadas e as públicas dos sistemas de ensino federal. desde seu nascimento.realização de diagnóstico. prioritariamente aos alunos matriculados nas redes de ensino da educação básica.atendimento em reabilitação por equipe multiprofissional. CAPÍTULO VII DA GARANTIA DO DIREITO À SAÚDE DAS PESSOAS SURDAS OU COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA Art. deve dispor de sistemas de acesso à informação como janela com tradutor e intérprete de Libras . devem garantir. VIII . IV . atendimento precoce e do encaminhamento para a área de educação.296. V . Art. de educação básica e superior. 24. estadual. acesso à Libras e à Língua Portuguesa. nos diversos níveis de complexidade e especialidades médicas. devem proporcionar aos alunos surdos os serviços de tradutor e intérprete de Libras - Língua Portuguesa em sala de aula e em outros espaços educacionais. 25. respeitando as especificidades de cada caso.orientações à família sobre as implicações da surdez e sobre a importância para a criança com perda auditiva ter.tratamento clínico e atendimento especializado. § 4o O disposto no § 2o deste artigo deve ser garantido também para os alunos não usuários da Libras. II .ações de prevenção e desenvolvimento de programas de saúde auditiva. 23. efetivando: I . preferencialmente os de formação de professores. adaptação e fornecimento de prótese auditiva ou aparelho de amplificação sonora. Art. o Sistema Único de Saúde . VII .SUS e as empresas que detêm concessão ou permissão de serviços públicos de assistência à saúde. adolescentes e jovens matriculados na educação básica. municipal e do Distrito Federal buscarão implementar as medidas referidas neste artigo como meio de assegurar aos alunos surdos ou com deficiência auditiva o acesso à comunicação. As instituições federais de ensino. § 1o Deve ser proporcionado aos professores acesso à literatura e informações sobre a especificidade linguística do aluno surdo. A programação visual dos cursos de nível médio e superior. a atenção integral à sua saúde. IX . por meio de ações integradas com a área da educação.atendimento fonoaudiológico às crianças. na perspectiva da inclusão plena das pessoas surdas ou com deficiência auditiva em todas as esferas da vida social.acompanhamento médico e fonoaudiológico e terapia fonoaudiológica. de 2 de dezembro de 2004. de modo a reproduzir as mensagens veiculadas às pessoas surdas. à informação e à educação. à informação e à educação. na modalidade de educação a distância. conforme prevê o Decreto no 5. III . de acordo com as necessidades terapêuticas do aluno. A partir de um ano da publicação deste Decreto. e X . NO APOIO AO USO E DIFUSÃO DA LIBRAS Art. § 1o As instituições de que trata o caput devem dispor de. concessão ou permissão de serviços públicos de assistência à saúde buscarão implementar as medidas referidas no art. direta e indireta devem garantir às pessoas surdas o tratamento diferenciado. como meio de assegurar. Caberá à administração pública no âmbito estadual. No âmbito da administração pública federal.públicos de assistência à saúde. o Poder Público. funcionários e empregados capacitados para o uso e interpretação da Libras. municipal e do Distrito Federal disciplinar. os órgãos da administração pública estadual. bem como o acesso às tecnologias de informação. bem como das empresas que detêm concessão e permissão de serviços públicos federais. pelo menos. 3o da Lei no 10. direta e indireta. as empresas concessionárias de serviços públicos e os órgãos da administração pública federal. municipal e do Distrito Federal. § 2o O Poder Público. nos diversos níveis de complexidade e especialidades médicas. § 1o O disposto neste artigo deve ser garantido também para os alunos surdos ou com deficiência auditiva não usuários da Libras. os serviços prestados por servidores e empregados capacitados para utilizar a Libras e realizar a tradução e interpretação de Libras . previsto no caput. 26. realizados por servidores e empregados capacitados para essa função.296. CAPÍTULO VIII DO PAPEL DO PODER PÚBLICO E DAS EMPRESAS QUE DETÊM CONCESSÃO OU PERMISSÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS. Art. Orçamento e Gestão. Parágrafo único.436. aos alunos surdos ou com deficiência auditiva matriculados nas redes de ensino da educação básica. prioritariamente. de 2004. 27. A partir de um ano da publicação deste Decreto.Língua Portuguesa estão sujeitos a padrões de controle de atendimento e a avaliação da satisfação do usuário dos serviços públicos. em conformidade com o Decreto no 3. do Distrito Federal e as empresas privadas que detêm autorização. cinco por cento de servidores. os padrões de controle do atendimento e avaliação da satisfação do usuário dos serviços públicos. a atenção integral à sua saúde.Língua Portuguesa. sob a coordenação da Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento. municipal. referido no caput. por meio do uso e difusão de Libras e da tradução e interpretação de Libras .507. os órgãos da administração pública estadual. de 13 de junho de 2000. § 2o O Poder Público. em regulamento próprio. por profissionais capacitados para o uso de Libras ou para sua tradução e interpretação. conforme prevê o Decreto no 5. 61 . de 2002. e as empresas privadas que detêm concessão ou permissão de serviços públicos buscarão implementar as medidas referidas neste artigo como meio de assegurar às pessoas surdas ou com deficiência auditiva o tratamento diferenciado.apoio à capacitação e formação de profissionais da rede de serviços do SUS para o uso de Libras e sua tradução e interpretação. servidores e empregados para o uso e difusão da Libras e à realização da tradução e interpretação de Libras . Brasília. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. devem incluir em seus orçamentos anuais e plurianuais dotações destinadas a viabilizar ações previstas neste Decreto. capacitação e qualificação de professores. a partir de um ano da publicação deste Decreto. prioritariamente as relativas à formação. direta e indireta. definirão os instrumentos para a efetiva implantação e o controle do uso e difusão de Libras e de sua tradução e interpretação. 28. viabilizarão as ações previstas neste Decreto com dotações específicas em seus orçamentos anuais e plurianuais. Art. servidores e empregados para o uso e difusão da Libras e à realização da tradução e interpretação de Libras .Língua Portuguesa. CAPÍTULO IX DAS DISPOSIÇÕES FINAIS Art. no âmbito de suas competências. os Estados e os Municípios. Art. 29. referidos nos dispositivos deste Decreto. 22 de dezembro de 2005. LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA Fernando Haddad 62 . Art. a partir de um ano da publicação deste Decreto. capacitação e qualificação de professores. Os órgãos da administração pública estadual. municipal e do Distrito Federal. 30. 184o da Independência e 117o da República. direta e indireta.Língua Portuguesa. O Distrito Federal. prioritariamente as relativas à formação. 31. Os órgãos da administração pública federal. BRANDÃO. Lucinda.200-217. FELIPE. Os Processos de Formação de Palavra na Libras. Florianópolis. CAPOVILLA. Vol II: sinais de M a Z.. LIBRAS em Contexto. L. Dicionário Ilustrado de LIBRAS. Introdução à Gramática da LIBRAS. 1995. I. FINGER. BRITO. Por uma gramática de língua de Sinas.. F. Campinas. Nada na língua é por acaso: por uma pedagogia da variação linguística. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro. ED. KARNOPP. Língua de sinais brasileira: estudos linguísticos. FELIPE. 2008. M. R. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro. 2004. 2007.Universidade Federal de Pernambuco. n. Recife. Brasília: LIBREGRAF.2. 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