FIC: Auxiliar Técnico em AgropecuáriaFisiologia Póscolheita Professor: Romildo Bernardo da Silva Carga Horária: 16 horas IF SERTÃO-PE, Campus Ouricuri Estrada do tamboril, S/N – Ouricuri-PE - CEP: 56.200-000 Fisiologia Pós-colheita Introdução Ao contrário dos produtos de origem animal, como o leite ou a carne, frutas e hortaliças continuam vivas depois de sua colheita, mantendo ativos todos seus processos biológicos vitais. Devido a isso e por causa do alto teor de água em sua composição química, frutas e hortaliças são altamente perecíveis. Para aumentar o tempo de conservação e reduzir as perdas pós-colheita, é importante que se conheça e utilize as práticas adequadas de manuseio durante as fases de colheita, armazenamento, comercialização e consumo. No Brasil, estima-se que entre a colheita e a mesa do consumidor ocorrem perdas de até 40% das frutas e hortaliças produzidas. A maioria ocorre devido ao descuido, a máconservação e a falta de conhecimento das medidas específicas que poderiam ser tomadas para evitar o estrago. Além de prejudicar a competitividade agrícola, estas perdas poderiam estar alimentando parte da população brasileira que se encontra faminta e fortemente desnutridas. Embora seja um dos grandes produtores de frutas e hortaliças do mundo, o segundo em frutas, o Brasil ainda deixa muito a desejar quando se fala em qualidade do produto, tanto para o mercado interno quanto para o externo. Enfrentando problemas que vão desde a fitossanidade, com aplicação de altas taxas de agrotóxicos, até a logística de pós-colheita, o país pode se beneficiar dessa posição produtiva, se conseguir criar o seu paralelo na atividade econômica de exportação. É um cenário de desafios, sem dúvida, dada a concorrência internacional acirrada, em que os competidores lançam mão, muitas vezes, de estratégias não tarifárias para proteger seus mercados. Para agir contra esta realidade, é imprescindível que se conheçam os fatores biológicos e ambientais que provocam a deterioração pós-colheita de frutas e hortaliças, entendendo que conservar significa manter, e não melhorar, a qualidade de um produto, pelo menos durante um período de tempo. IF SERTÃO-PE, Campus Ouricuri Estrada do tamboril, S/N – Ouricuri-PE - CEP: 56.200-000 reprodutivo). a escolha dos cultivares. o plantio. Plantio. a primeira preocupação do produtor deve ser a avaliação das características dos cultivares de polinização abertos ou híbridos disponíveis no mercado. pois o zelo destas práticas pode afetar diretamente na qualidade final dos frutos e hortaliças. espessura da polpa e da casca. peso médio. adubação. irrigação. possivelmente terão um produto final mais adaptado ao manuseio póscolheita (CHITARRA e CHITARRA. controle de plantas daninhas. bem como algumas características físicas. entre outras várias práticas culturais. Práticas culturais O plantio. fertirrigação. sabor. aroma. a eficiência dos sistemas de irrigação e drenagem. são aspectos importantes que devem ser considerados ainda na fase de planejamento.. Cultivares tolerantes a uma variação negativa grande de condições climáticas no campo. precipitação e vento e aspectos de colheita (CHITARRRA e CHITARRA. IF SERTÃO-PE. conteúdo de sólidos solúveis e textura) (SOUSA et al. controle fitossanitário. duração dos estádios de desenvolvimento (vegetativo. os quais são: práticas culturais como semeadura. Os fatores de produção a seguir relacionados são de grande importância na fase de estabelecimento de um plantio comercial. umidade. características do fruto (formato.200-000 .Fatores pré-colheita Vários são os fatores de pré-colheita que afeta a qualidade final do produto após a colheita. raleamento. clima e solo é uma etapa bastante importante quando se deseja implantar um pomar ou uma lavoura. bioquímicas e fisiológicas endógenas. assim sendo a qualidade está relacionada com numerosos fatores. 1990). Seleção de variedades A escolha de cultivares adequada às condições de mercado. Campus Ouricuri Estrada do tamboril. Assim. S/N – Ouricuri-PE . facilidade de comercialização.CEP: 56. tais como: potencial produtivo. 1999b). uma vez que muitos cultivares têm a capacidade de reter sua qualidade na fase de pós-colheita devido as suas características genéticas. pH do solo. espaçamento. radiação. 1990). espaçamento. fatores de clima como temperatura. poda. a cebola vermelha tem maior potencial de conservação durante o armazenamento. A semeadura tardia pode resultar em uma colheita de frutos com o grau de maturação inadequado. A ocasião de plantio mais indicada é aquela relativa ao período de final da estação seca e início da estação chuvosa. A escolha da melhor época de plantio é crucial para o cultivo de abacaxi de sequeiro. susceptibilidade a doenças e pragas. Já relata Brinen et al.características agronômicas. o uso adequado de uma população de plantas por área é essencial não só para prevenir a redução no desenvolvimento. procedência e disponibilidade das sementes e.166 a 4. É. considerar a variação estacional de preços do produto no mercado interno. especialmente. entretanto. principalmente.0 m x 0. o crescimento inicial mais rápido das plantas. De maneira geral. Semeadura e Espaçamento A semeadura é uma prática de fundamental importância. ou seja. 1990). IF SERTÃO-PE. preferência do mercado consumidor. (1979) que a planta de melancia. principalmente. pois a disponibilidade de umidade no solo é maior.200-000 . além de afetar a sua tolerância ao manuseio a armazenamento (CHITARRRA e CHITARRA. 2000). pois a época de semeadura vai influenciar nos atributos finais dos frutos e hortaliças.762 plantas/hectare). Como exemplo.CEP: 56. registrando (SILVA e COSTA. portanto. 2002). é importante.7 m. bem como observar as janelas de exportação. no momento da escolha da época de plantio.colheita de manuseio e armazenamento.colheita. uma produção e colheita de boa qualidade (REINHARDT e CUNHA.8 a 0. como também a tolerância dos produtos às condições pós. onde as cultivares de cor vermelha tem comportamento pós-colheita diferente dos cultivares brancas. sobretudo. nesta época que o melão obtém os melhores preços. os plantios mais adensados tendem a proporcionar maiores produções por área. resistência ao transporte. assim favorecendo o estabelecimento do sistema radicular e. ainda que individualmente os frutos alcancem pesos médios menores (REINHARDT e CUNHA. Os plantios realizados de Dezembro a Abril apresentam produtividade reduzida em consequência. no melão rendilhado que possui ciclo vegetativo curto favorecido pela ocorrência de altas temperaturas e baixa umidade relativa. a lém dos fatores climáticos. Campus Ouricuri Estrada do tamboril. No que se refere ao espaçamento. conservação pós. 2000). S/N – Ouricuri-PE . do excesso de chuvas que favorece a ocorrência de doenças foliares e de frutos. Tomates de casca grossa são mais resistentes ao manuseio pós-colheita e tem melhor capacidade de conservação que os de casca fina. A época de plantio é uma etapa muito importante na cultura do meloeiro. Soares et al . aumenta o desenvolvimento e a produção de cada uma individualmente. (1998). deixando uma planta por cova (4. em se tratando de culturas anuais. Para as condições do Vale do São Francisco para a cultura da melancia. têm-se as cebolas. possui um considerável grau de elasticidade na qual à medida que aumenta o espaço disponível para as plantas. recomendam para plantio o espaçamento de 3. Vale ressaltar que. diminuição nos sólidos solúveis e teor de vitamina “C”. entretanto. gelatinização dos gomos. A qualidade final do produto dependerá. o que leva à obtenção de plantas mais vigorosas. Com relação ao efeito do Potássio (K) no desenvolvimento vegetativo. Campus Ouricuri Estrada do tamboril. Segundo Malavolta et al. onde foi encontrada uma correlação positiva entre o incremento da irrigação com a qualidade final dos frutos. porém retarda a maturação de frutos e hortaliças e diminui a sua vida útil pós-colheita (CHITARRA e CHITARRA. a irrigação permite à planta manter um contínuo fluxo de água e nutrientes do solo para as folhas. segundo Malavolta e Violante Netto (1989). ainda que individualmente os frutos alcancem pesos médios menores. no entanto plantios superadensados reduzem a qualidade dos frutos. que constituem os pontos mais importantes de uma economia globalizada.200-000 . os plantios mais adensados tendem a proporcionar maiores produções por área. 1990). na produção e qualidade dos frutos é facilmente notado. menor resistência ao armazenamento e transporte. Pelo fato de corrigir o déficit hídrico do solo. melhor qualidade dos frutos. apesar de a lâmina de IF SERTÃO-PE. Irrigação Pouco se sabe acerca do efeito da irrigação sobre comportamento dos frutos e hortaliças em pós-colheita. no caso dos citros a deficiência de K provoca queda de frutos na colheita. A relação entre fertilização e produção de frutos é intensamente estudada. redução no tamanho dos mesmos. entretanto na qualidade do fruto é menos eficaz. o estresse hídrico na planta pode ter efeito nocivo na aparência externa e suculência dos tecidos maduros. Bezerra e Mourão (2000) trabalhando com o meloeiro obtiveram um bom desempenho da cultura. 1990). o efeito do nitrogênio (N) na produção é marcante. mas. Altos níveis de N aumenta o rendimento da cultura. 2002). A irrigação tornou-se um requisito básico para a produção de frutos em determinadas regiões do mundo e sua utilização traz comprovadamente.De maneira geral. S/N – Ouricuri-PE . maior tolerância e resistência a pragas e doenças. casca fina. a relação entre fertilização e a qualidade dos frutos tem recebido menos atenção. aumento na produtividade dos pomares e lavouras. do atendimento das necessidades hídricas da cultura (KOO e REESE. melhoria da qualidade dos frutos e melhor distribuição na oferta de frutos para o mercado de fruta fresca e industrial. favorecendo a fotossíntese e a transpiração. Fertilização A aplicação de fertilizantes pode ser indiretamente relacionadas com a qualidade pós-colheita de muitas culturas. com frutos maiores e melhores. é menos acentuado. 1997) e da qualidade da água de irrigação (SENHOR. pois as plantas irão competir por nutrientes. reduz a circulação do ar criando um microclima ideal ao patógeno. De modo geral. Sabe-se que uma adubação adequada confere às plantas maior produtividade. (1991) o K é um dos nutrientes que mais afeta a qualidade dos produtos agrícolas. Essas vantagens podem ser traduzidas em aumento da produtividade e melhoria da qualidade da fruta.CEP: 56. também. podendo reduzir o peso fresco bem como o valor do fruto (CHITARRA e CHITARRA. O controle de pragas e doenças com produtos químicos. IF SERTÃO-PE. sendo necessário determinar as doses de nutrientes que resultem em máxima produção econômica e melhor qualidade de frutos de banana. é essencial para assegurar um produto sadio na colheita. realizar podas para manter uma boa aeração do pomar.200-000 . deterioração mais rápida no armazenamento e comercialização. melhorar a classificação de frutos (Silva et al. razão pela qual essa escolha deverá sempre se basear em uma consulta a um especialista com reconhecida competência sobre o assunto. Com relação à eficiência.fertilização proporcionar incrementos no peso. . enquanto o teor de sólidos solúveis aumenta com a aplicação de N. comprimento e. Técnicas adequadas de proteção vegetal são requisitos importantes para uma boa produção. consequentemente. . só deverão ser empregados produtos sabidamente capazes de possibilitarem bom controle da praga ou doença visada. deverão ser levados em consideração. os tomates são afetados pelos níveis de fertilização. O excesso de K aumenta o teor de acidez total. Campus Ouricuri Estrada do tamboril. estimulando a formação de raças resistentes. 1990). O fósforo (P) é considerado de grande importância para o desenvolvimento radicular e fixação dos frutos. os seguintes aspectos: . Da mesma forma que os citros. onde exerce função estabilizante. existência de possíveis efeitos sobre o inimigo visado. Cerca de 60% do cálcio celular total encontra-se localizado na parede celular. b) Época de aplicação Na escolha do defensivo a ser empregado no tratamento fitossanitário do pomar. porém . aumenta a cor verde do fruto. diminui o teor de ácido ascórbico. S/N – Ouricuri-PE .possíveis efeitos sobre os inimigos naturais.grau de periculosidade para o homem. que por sua vez. A deficiência de P e K acarreta o problema de formação de casca muito espessa nos frutos. maturação precoce dos frutos. pois essa simples prática tem efeito positivo na redução das pragas. apresentando. onde se deve retirar e destruir os restos culturais e materiais infectados. na pré-colheita. 1998). acidez total e dos sólidos solúveis no suco. O P pode exercer grande influencia na qualidade dos frutos de citros. de produção de etileno e CO 2 e a incidência de doenças pós-colheita. quando utilizados em doses corretas como por exemplo: Aumenta levemente o percentual do teor de suco. os efeitos da adubação sobre a qualidade dos frutos devem ser cuidadosamente considerados. a firmeza e a maturação dos frutos e reduzir a taxa de degradação da vitamina C. o que pode influenciar a textura. afeta a qualidade e potencial de conservação pós-colheita (CHITARRA e CHITARRA. e obtenção de produtos com boa qualidade e bom potencial de armazenamento. por isso a higiene no campo é um fator primordial. Controle Fitossanitário a) Monitoramento Safras que foram afetadas com doenças ou pragas no campo podem ter produtos com aparência relativamente normal na colheita. mas diminui com o de K (CHITARRA e CHITARRA. pelo menos.a eficiência do produto no controle da praga ou doença em questão.CEP: 56. os animais e o meio ambiente. 1990). Por isso. seja pela má escolha do produto. porém. ele deverá ser curativo. como seu próprio nome indica. para que o resíduo se encontre abaixo do mínimo considerado satisfatório pelos padrões toxicológicos atuais. essa deverá ser suspensa enquanto não transcorrer a carência estabelecida para o defensivo empregado (REINHARDT. c) Carência do produto O intervalo de segurança ou período de carência corresponde é o prazo entre a última aplicação do agrotóxico e a colheita ou comercialização da fruta. Como regra geral. O abuso da aplicação de agrotóxicos. ou seja. 2000). assim como a destruição dos inimigos naturais e o desenvolvimento de resistência aos agrotóxicos por parte dos microrganismos patogênicos (RITZINGER e SOUZA. definido como sendo aquele em que a população das pragas no pomar atingiu níveis de dano econômico (REINHARDT. ou seja. visto que a maioria das pragas e doenças requer outras medidas. a fim de que os resíduos se reduzam ao teor tolerável ao consumo humano. resulta no seu controle deficiente e às vezes improdutivo. o ciclo da doença e o estádio em que a planta se encontra. 2000 ). pela aplicação de produtos incompatíveis. Campus Ouricuri Estrada do tamboril. fitotoxicidade nas plantas. além do controle químico. então. ainda. só se deve aplicar um inseticida ou acaricida no pomar quando se constatar a presença de um inseto ou ácaro causando danos que justifiquem esse tratamento. 2000). O uso exclusivo de agrotóxicos no combate às pragas e doenças.CEP: 56. Este causa. prejuízo econômico por não produzir os efeitos esperados do investimento feito na aquisição dos produtos. o controle das doenças é feito preventivamente. d) Toxidade Por se tratar de produtos tóxicos ao homem e animais. em geral. SOUZA e CABRAL. A ação deste hormônio está implicada no processo de desverdecimento e coloração natural dos frutos. Substâncias que liberam etileno promovem o amadurecimento dos frutos e hortaliças. No caso de imperiosa necessidade de aplicação de um defensivo durante a colheita. os agrotóxicos são agrupados em classes de diferentes níveis de toxicidade. o intervalo entre a última aplicação do defensivo e a colheita dos frutos. Esse período de carência varia de um produto para outro. A aplicação de ácido giberélico (GA 3) em cereais pode melhorar a qualidade dos frutos. SOUZA e CABRAL. seja por dosagens excessivamente elevadas ou pelo uso de misturas (coquetéis). S/N – Ouricuri-PE . tendo em vista a biologia da praga. A distinção do seu grau de periculosidade é feita pela cor da faixa colocada na base do rótulo dos produtos. Uso de fitohormônios Pulverizações químicas com substâncias sintéticas reguladoras do crescimento para manipular a qualidade e característica pós-colheita vêm sendo comumente usadas em campo. Um cuidado especial a ser tomado nessa ocasião é com relação ao período de carência. Provoca. devendo o engenheiro agrônomo que fizer a prescrição estar ciente de que ele é menor que o número de dias previstos para o início da colheita. retardar a maturação e o tempo de colheita.A época de aplicação do defensivo deverá ser a mais adequada possível. Esse momento é.200-000 . com relação às pragas. resultando em IF SERTÃO-PE. resulta na ineficiência do tratamento químico e no aumento desnecessário dos riscos de intoxicação de produtores e consumidores. o que afeta o teor de sólidos solúveis. S/N – Ouricuri-PE . Portanto. ainda a mistura desse produto com auxinas acelera o amadurecimento dos frutos antecipa o período de colheita. Vento e altitude IF SERTÃO-PE. quanto mais próximo for o plantio menos doce será o fruto (CHITARRA e CHITARRA. os fatores climáticos exercem um fator fundamental na qualidade pós-colheita dos frutos e hortaliças.2) (CHITARRA e CHITARRA. em citrus. Fatores climáticos e ambientais Além dos aspectos nutricionais da planta. Em regiões brasileiras de clima semiárido.CEP: 56. tanto a do ar quanto à do solo. associadas com o envelhecimento.000 horas/ ano para a obtenção de sucesso no agronegócio desta hortaliça (SILVA e DUARTE. 1990). Valores extremos de temperatura podem contribuir para a incidência de diversos tipos de desordens fisiológicas. quente e seco. esse é utilizado para a iniciação da floração e amadurecimento controlado de abacaxi. apresentando faixas ótimas nos diferentes estádios fenológicos. Outro produto usado é o Ethrel ou Etephon (ácido 2cloroetilfosfônico). A aplicação pós-colheita de citocininas retarda o processo de amarelecimento do brócolis. além de sabor agradável. principalmente para a exportação e a conservação pós-colheita do melão (SILVA e DUARTE. O peso do fruto de melão. podendo assim reduzir a sua vida útil de prateleira (Fig. aquelas expostas ao sol eram mais leves. Experimentos realizados com laranja demonstraram que. duração e intensidade de luz a que são expostos os frutos exercem grande influência na qualidade final do produto. características importantes para a comercialização. 2002). o principal é a temperatura. È certo que não há fator que haja de forma isolada. os frutos apresentam teor de açúcar (ºBrix) elevado.frutos maiores e mais resistentes. ou seja. o aumento da temperatura pode reduzir o crescimento da planta. permitindo que o fruto permaneça por um tempo maior na árvore. Contudo alguns pontos particulares devem ser observados com relação a algumas variáveis. 1990).200-000 e maior consistência. Elevada insolação queima os frutos na fase final de maturação.000 a 3. Entre os fatores climáticos que afetam diretamente a cultura do meloeiro. Campus Ouricuri Estrada do tamboril. tomado de forma isolada. apresentavam casca mais fina e continham suco com maior teor de sólidos e menor acidez que os frutos sombreados ou localizados no interior da copa. Temperatura e luminosidade Para uma grande parte de frutos e hortaliças. A quantidade. aceleração da abscisão em uvas e cereja. é recomendável o plantio do meloeiro em regiões que apresentem exposição solar na faixa de 2. A densidade de plantio afeta a recepção da luminosidade. por influenciar desde a germinação de sementes até a qualidade final do fruto e sua conservação pós-colheita. mais aroma 2002). O GA 3 é bastante utilizado para retardar a ocorrência de desordens. . está relacionado de maneira direta com a absorção de radiação por plantas individualmente. e ou antecipar a colheita. onde é produzida. a planta é capaz de sintetizar seu próprio alimento. A combinação de umidade e temperatura propicia as condições ideais para o desenvolvimento de doenças que afetam seriamente as flores e os frutos. A combinação de chuvas pesadas com ventos tem efeito danoso sobre os frutos e o crescimento das plantas. A esse processo chamamos de fotossíntese. Resumindo. algumas áreas de altitude elevada o clima pode ser semelhante àquele de áreas temperadas. é transportada das folhas verdes. reduzindo a qualidade e predispondo-os às doenças e desordem fisiológicas. De forma simplificada podemos dizer que: Energia do sol + gás carbônico do ar + água do solo = glicose (um açúcar rico em energia). IF SERTÃO-PE.CEP: 56. ou seja. Precipitação e umidade O excesso de chuvas dificulta o preparo de solo e favorece o desenvolvimento de patógenos. Como o clima está diretamente relacionado com a altitude.200-000 . ou produtor. é do processo da fotossíntese que surge a energia necessária para a vida. S/N – Ouricuri-PE . Partindo de nutrientes em sua forma elementar. Precipitações elevadas durante o florescimento dificulta o trabalho dos insetos polinizadores. O produto. presentes no ambiente. mais a energia solar e água. a qual é liberada através da respiração.O vento pode danificar os frutos jovens em virtude do atrito com as partes vegetais. as plantas verdes produzem compostos ricos em energia e biologicamente úteis para todos os seres vivos. sendo por isso chamado de organismo autótrofo. para o restante da planta. Fotossíntese e respiração Ao contrário dos animais e do homem. além de lavarem os grãos de pólen das flores. que são consumidores ou heterótrofos. servindo de fio condutor para o metabolismo construtivo da própria planta ou de quem dela se alimentar. Campus Ouricuri Estrada do tamboril. a glicose. Campus Ouricuri Estrada do tamboril. elas continuam vivas e suas transformações químicas naturais não param de acontecer. separadas da planta mãe ou do solo.CEP: 56. Essa queima leva à transformação e canalização da energia para outras reações vitais da planta.200-000 . S/N – Ouricuri-PE . Também nos animais e no homem. mantendo seus corpos aquecidos e fornecendo energia para seu metabolismo. a respiração serve para queimar lentamente o carbono contido nos compostos orgânicos provenientes da alimentação. O processo de respiração da planta pode ser simplificado da seguinte maneira: Composto rico em energia + oxigênio do ar = gás carbônico (CO2) + água (H2O) + energia para a planta. Porém. O processo de respiração das plantas pode ser comparado a queima do carbono existente na madeira que fornece energia para aquecer o fogão. O que acontece na colheita? Quando frutas e hortaliças são colhidas pelo homem. elas são forçadas a utilizar suas reservas de substrato ou de compostos orgânicos IF SERTÃO-PE. dos quais um dos mais simples é a glicose.Nas plantas. obtidos pela fotossíntese. a respiração equivale à queima lenta dos compostos ricos em energia. com o crescimento e a frutificação das plantas. a respiração é o mais importante e pode ser afetado por fatores próprios da planta (internos) ou do ambiente (externos). pode-se conservá-la por mais tempo. desta forma. Em geral. justifica-se a utilização de baixas temperaturas para reduzir a velocidade respiratória. Outra parte. a concentração de gás carbônico atmosférico ajuda a reduzir a taxa de respiração e contribui para a melhor conservação das plantas.200-000 . como descritas mais acima. manter a textura e o sabor das plantas. diferente da de outras espécies. aumentando a conservação dos produtos. S/N – Ouricuri-PE . Ao início da fase de maturação.ricos em energia. • • A produção de água durante a respiração tem pouca influência na conservação. Daí surge a classificação de produtos climatéricos e não-climatéricos. Consequência desse processo é a produção de álcoois e gás carbônico que alteram o sabor e causam colapso dos tecidos. Porém. Campus Ouricuri Estrada do tamboril. após a colheita. A perecibilidade e o envelhecimento das hortaliças e frutas são proporcionais ao tipo e à intensidade de respiração de cada espécie. como açúcares e amido. pode chegar a níveis tóxicos. porém é liberada para o ambiente em forma de calor. IF SERTÃO-PE. Analisando as partes responsáveis pelo processo respiratório. a taxa respiratória volta a aumentar em algumas espécies. na ausência do oxigênio atmosférico. Quando controlado. ou seja.CEP: 56. levando à deterioração total das frutas e hortaliças. em parte. Produtos climatéricos e não-climatéricos Cada espécie cultivada possui uma taxa respiratória característica. Desta forma. A produção de energia é utilizada. a fim de respirar e assim produzir a energia necessária para manterem-se vivas. reduzindo-se o teor de oxigênio de maneira que a planta continue respirando em nível mínimo. O consumo de oxigênio do ar ajuda a dar continuidade a respiração e. diminuindo com o tempo. De todos os processos metabólicos que ocorrem nas hortaliças e nas frutas. a intensidade de respiração de produtos imaturos é alta. podemos concluir que: • O consumo de composto rico em energia acarreta na perda de peso seco. Quando em quantidades superiores ao necessário para a fotossíntese. • A produção de gás carbônico no ambiente onde se encontram as frutas ou hortaliças colhidas pode elevar a concentração do mesmo no interior da planta. pela planta. alterando o metabolismo e produzindo álcool e toxinas. para sua manutenção. a produção de energia necessária para a vida não cessa. sendo fornecida pelo que chamamos de fermentação. • Este fator é controlável. valor nutritivo e aroma. A energia fornecida se mantém em constante declínio durante todo processo de envelhecimento. manga. Quanto maior a superfície exposta do produto. Fatores internos (relativos à planta) de conservação pós-colheita O principal fator de influência. ocorre naturalmente durante a fase de amadurecimento dos frutos. quando são colhidos.CEP: 56. fruta ou hortaliça. um hormônio de maturação e envelhecimento de vegetais. Outro processo natural que se pode observar em produtos de todas as idades é a transpiração. diminuindo IF SERTÃO-PE. principalmente dos climatéricos. responsável pela alta taxa respiratória. Exemplos de frutas e hortaliças climatéricas são a banana. Exemplos de frutas e hortaliças não-climatéricas são a laranja. couve-flor. Além da espécie de produto e do tipo de tecido (jovem ou velho). apresentam rápido aumento na intensidade respiratória. entre outros. quando em excesso. frutas e hortaliças climatéricas costumam ser colhidas ainda verdes. O gás etileno também é utilizado pelo homem quando se deseja estimular o amadurecimento de frutos como a banana. mencionados acima. produtos com maior conteúdo de água em sua composição respiram mais e se conservam por menos tempo. Isso se dá através da transpiração. as reações relacionadas com o amadurecimento e envelhecimento ocorrem rapidamente e com grande demanda de energia. goiaba. ou seja. a textura apresenta-se mole. berinjela. tangerina. uva. o pepino. mamão. Pelos retardam a perda de água e baixas temperaturas fazem com que estômatos (pequenas aberturas na superfície de algumas hortaliças) se fechem. Nesse caso. melancia e tomate. S/N – Ouricuri-PE . A fim de retardar a maturação e o envelhecimento e aumentar o período de conservação. o mamão. Frutas e hortaliças possuem de 85 a 95% de água em seus tecidos e aproximadamente 100% em seus espaços intercelulares. alface. Produtos não-climatéricos são deixados na planta até atingirem seu estágio ótimo de amadurecimento. a qual. Campus Ouricuri Estrada do tamboril. a água passa da maior concentração nas plantas para a menor concentração no meio ambiente.200-000 . caqui. intrínseco da planta. Como no meio ambiente a umidade relativa atinge o valor de cerca de 80%.Produtos climatéricos são aqueles que. Produtos não-climatéricos são aqueles que necessitam de longo período para completar o processo de amadurecimento. existem outros fatores capazes de influenciar a intensidade de respiração de uma fruta ou hortaliça. maior é a sua taxa de transpiração. mais lento nesses produtos. à partir do momento em que atingem o ponto de maturação. limão e o abacaxi. pimenta. é a respiração. e o peso pode diminuir em até 10% do peso inicial. logo após o início da maturação. Assim. A produção de etileno. Em seguida são armazenadas em condições controladas. pode modificar a aparência dos produtos tornando-os enrugados e opacos. flácida e murcha. uva. Desta forma pode-se concluir que fatores como aumento da temperatura ambiente ou da ventilação de ar não saturado de umidade. Campus Ouricuri Estrada do tamboril. se respeitadas às condições. mamão. cereja. os estômatos não conseguem mais se fechar. dependendo da variedade. batata-doce. Por ser um processo físico. provocam maior transpiração. se abertos. berinjela. pimenta Cenoura. figo. banana. citros. batata. O quadro abaixo resume as formas como este fator age sobre os produtos alimentícios.200-000 .CEP: 56. couve-flor. em prol ou contra uma boa conservação pós-colheita: Temperatura Aumento Influência Positiva - Influência Negativa A cada aumento de 10°C na temperatura. morango IF SERTÃO-PE. S/N – Ouricuri-PE . A reação negativa à baixas temperaturas é variável quanto a espécie e.. manga. porém. Após a colheita. tomate. ocorre um aumento de 2 a 3 vezes na velocidade de deterioração dos produtos Quando a temperatura se encontra abaixo do nível tolerado por cada espécie*. Pouco sensível ao frio ervilha. aipo.a transpiração. caqui. transpiração e outros aspectos fisiológicos das plantas. alface. em alguns casos. a temperatura pode ser considerada como sendo o principal fator externo na conservação das frutas e hortaliças. quiabo. Fatores externos (ou ambientais) de conservação pós-colheita Afetando diretamente a respiração. repolho. maracujá Pêssego. O quadro abaixo divide frutas e hortaliças por nível de sensibilidade ao frio: Hortaliças Pepino. ameixa. o controle da transpiração em frutas e hortaliças é considerado relativamente fácil. pode ocorrer: • • • Perda do sabor e aroma Escurecimento da casca ou polpa Perda da capacidade de maturação Diminuição Redução da respiração (= maior tempo de conservação) *Exemplos citados no próximo quadro. abacaxi. beterraba Sensível ao frio Frutas Abacate. milho verde. espinafre. goiaba. A redução de oxigênio no ar. A colheita é o processo pelo qual o produto é separado da planta mãe ou do local de crescimento e retirado do campo. frutas e hortaliças continuam vivas. depreciando-o comercialmente. A incidência direta de luz sobre tubérculos. também influi na conservação de vegetais. Ar seco. Para conseguir isso. Também nesse caso.CEP: 56. a umidade relativa do ar ideal para a maioria das frutas e hortaliças encontra-se entre 85 e 95%. evitando grandes perdas. O conhecimento e a correta manipulação dos fatores internos e externos que influem na conservação pós-colheita levarão a um melhor aproveitamento do produto. conhecer a resistência de cada produto à temperatura e às variações nas concentrações de oxigênio e gás carbônico.Outro fator externo que se destaca como influente na conservação pós-colheita é a umidade relativa do ar. Ponto de Colheita IF SERTÃO-PE. O aumento na concentração de gás carbônico no ambiente reduz a respiração e aumenta sua concentração nas células. diminuindo assim as perdas em qualidade e quantidade do mesmo. É preciso ainda. A concentração de oxigênio e de gás carbônico no ar . ou seja. Mesmo após o processo da colheita. separados de suas fontes de nutrientes (solo e/ou planta mãe). próximo a saturação de 100%. o processo de conservação deve partir de produtos com boa qualidade na colheita e colhidos no grau de maturação adequado para a espécie. mantém a turgidez e reduz a perda de água. os produtos necessitam queimar suas reservas orgânicas para respirar. Ar muito úmido. acelerando assim seu amadurecimento e envelhecimento. com percentagem de umidade abaixo daquela requerida pelo vegetal. é importante que a fruta ou hortaliça esteja sempre respirando um pouco para não ocorrer fermentação. Para manter a qualidade. com suas atividades biológicas em funcionamento. a qual pode ser definida como a porcentagem de umidade existente no ar. Ela afeta principalmente a transpiração do produto colhido. a composição atmosférica. é essencial que se conheça o ponto certo de colheita. aspecto e gosto.200-000 . S/N – Ouricuri-PE . elas necessitam de energia a qual é obtida através da respiração. de forma que não se torne tóxico. é importante observar o limite de tolerância das hortaliças e frutas para esse gás. Porém. mas favorece o desenvolvimento e disseminação de microorganismos e o enraizamento de algumas hortaliças como o alho e a cebola. Campus Ouricuri Estrada do tamboril. bulbos e raízes pode promover o desenvolvimento da clorofila e o consequente esverdeamento de algumas partes desses produtos. Para tanto. leva a diminuição do nível de respiração. sendo igual a 100% quando o ar está saturado de vapor d´água. Para que estes produtos possam ser conservados por períodos mais longos. Uma vez colhidos. ou seja. significa perda rápida de umidade pelo produto e consequente murchamento e enrugamento. A importância da colheita na conservação de frutas e hortaliças A conservação pós-colheita é de grande importância para que frutas e hortaliças cheguem ao consumidor sem alterações em seu valor nutritivo. CEP: 56. na terceira fase – amadurecimento – colhem-se frutos maduros. O ponto de maturação é o momento em que a colheita pode ser feita sem a ocorrência de danos e com maior tempo de conservação dos produtos. S/N – Ouricuri-PE . Campus Ouricuri Estrada do tamboril. o clima. folhas e frutos. Na segunda fase – maturação fisiológica – é comum a colheita de frutos verdes.200-000 . Durante a primeira fase – crescimento da planta – colhem-se hortaliças de brotos. Para estes dois grupos é importante observar IF SERTÃO-PE. quando as partes para consumo ainda se encontram tenras. aroma e textura) e nutritivas. todos os fatores físicos e químicos necessários ao processo de amadurecimento estão presentes no fruto. pois as características de boa qualidade de cada hortaliça ou fruta e sua vida de prateleira estão relacionadas com a época de colheita.A colheita de frutas e hortaliças deve ser feita quando as plantas atingem o máximo de qualidades organolépticas (sabor. a época de plantio. Estas qualidades variam com a espécie e variedade cultivada. A fim de conhecer o momento certo da colheita é preciso conhecer cada espécie cultivada e seu estágio ideal de maturação. cor. as práticas culturais assim como outros fatores. Este ponto ideal é alcançado quando os frutos estão formados e prontos para amadurecer. Frutas As cinco fases da vida de uma fruta podem ser descritas da seguinte forma: • • • • • Crescimento da planta e florescimento Maturação fisiológica Amadurecimento Senescência (envelhecimento) Morte A colheita das frutas é feita levando-se em conta a maturação fisiológica da planta com a formação do fruto. o tipo de solo. a colheita é feita de acordo com a maturidade comercial. Isto significa que o “ponto ideal” de colheita pode ocorrer em qualquer estágio de desenvolvimento. Hortaliças As seis fases da vida de uma hortaliça são: • • • • • • Crescimento da planta Maturação fisiológica Amadurecimento Completo desenvolvimento Senescência (envelhecimento) Morte Nas hortaliças. caule. Neste momento. relacionada com a parte da planta que será utilizada para consumo. provoca menos danos físicos que a mecanizada. Campus Ouricuri Estrada do tamboril. entre cultivares. berinjela. Na colheita múltipla. espinafre. nesta os frutos ficam mais sujeitos a exposição e manuseio. a incidência de danos físicos pode variar durante a colheita. o período do dia em que se realiza a colheita é importante.CEP: 56. aipo Batata Alho. quiabo.200-000 . cenoura. Durante a fase desenvolvimento completo são colhidas hortaliças do tipo raízes. a forma mais fácil e comumente utilizada é a determinação com base nas observações práticas do agricultor. como tomate de mesa e morango. tubérculos e sementes. aipo. Para manter a qualidade do produto a colheita deve ser feita nos momentos mais frescos do dia. produtos que só uma colheita retira totalmente do campo. brócolis Abóbora.que as sementes ainda não estejam totalmente formadas. em geral. chuchu. alface. funcho. abobrinha. rabanete. batata. couve. cebola Ervilha. Por sua vez. geralmente pela manhã. considerando-se a sensibilidade do produto particular ao manuseio e mercado de destino: (1) Manual. tomate. agrião. maturidade do produto e período de colheita. a colheita múltipla aplica-se normalmente às frutas. (3) Mecanizada. IF SERTÃO-PE. evitando colheitas após chuvas fortes. S/N – Ouricuri-PE . batata-doce. a chance de ocorrer perdas devido a danos físicos é grande. coentro. repolho. cebolinha. (2) Por meio de equipamentos de auxílio. vagem de Época de colheita: A colheita de frutas e hortaliças é um desafio e pode ser complexa. Tanto para a colheita única como para a múltipla. A colheita única é mais aplicada para hortaliças. repolho e também alface. colhedores e pontos de colheita. Apesar de existirem métodos físicos e químicos para se determinar o momento ideal para colheita. O quadro abaixo classifica as hortaliças segundo sua maturação comercial: Tipo de Hortaliça Haste ou broto Folha Flor Fruto Raíz Tubérculo Bulbo Semente Exemplos Aspargo. considera-se a colheita como sendo única ou múltipla. mas também a algumas hortaliças. pimenta. melão Mandioca. beterraba. dependendo da espécie. couve e rábano Acelga. Em linhas gerais. A colheita manual propicia melhor seleção dos produtos quanto à maturidade. almeirão. Tipo de colheita: A colheita pode ser dividida em três tipos. salsa Couve-flor. Para frutas e hortaliças a colheita manual é o método mais utilizado mesmo em países desenvolvidos. porém. rúcula. Além da época adequada de colheita. requer pouco investimento de capital e seu rendimento pode ser facilmente aumentado. pepino. O tipo da colheita tem grande influência na qualidade do produto final. por exemplo: cenoura. melancia. pimentão. nabo. Em contrapeso. dissipar os produtos da respiração. Campus Ouricuri Estrada do tamboril. e cobertos com som brite) e os frutos terem uma resistência razoável ao transporte a pequenas distâncias. que possam ferir os frutos. A limpeza dos frutos pode ser feita com panos úmidos (Fig.CEP: 56. O galpão de embalagem deve ser estruturado com áreas sombreadas para proteger o fruto enquanto aguarda o processamento na linha de acondicionamento. Quando os frutos são recepcionados é recomendado não fumar. Manuseio no galpão de embalagem Cada operação no galpão de embalagem pode representar uma etapa potencial para provocar perda de qualidade se não forem observadas as características recomendadas de estrutura propriamente dita e as condições de manuseio. A arrumação dos frutos depende do tamanho. E aqueles selecionados. caixas ou carros de mão. o técnico deve orientar o motorista para transportar os frutos com bastante cuidado. Fatores de pós. como raízes e tubérculos e para aqueles destinados ao processamento. os frutos colhidos são entregues a outros operários que os transportam em cestos. ou imersão em água clorada sempre que os frutos vierem do campo com resíduos de terra. ajustar-se às normas de manejo. utilizados para a exportação das frutas brasileiras porque também existem diferenças nas exigências dos importadores. existem diferenças nas embalagens e paletes. para evitar danos mecânicos. de folhas etc. ou seja. essa deve ser executada com bastante cuidado para proteger os frutos contra danos mecânicos. peso e ser fácil de abrir. devem ser descartados da linha de embalagem ou direcionados para uso alternativo . A colheita mecânica praticamente não é utilizada para hortaliças e frutas destinadas ao consumo “in natura”. causando perdas na qualidade e vida de prateleira destes produtos. tamanho. A etapa de embalagem é crucial para a manutenção da qualidade dos produtos.mercado local. vibrações e atrito entre os próprios frutos. balaios. Os frutos que forem eliminados por não atenderem os pré-requisitos devido a problemas de qualidade após a colheita. através de uma.200-000 . a colheita mecânica é recomendada para vegetais mais resistentes a danos físicos. máquina esteira equipada com espuma amortecedora nas mesas de calibração. 3). S/N – Ouricuri-PE . Pré-resfriamento IF SERTÃO-PE. ser de custo compatível com o do produto. e evitar o uso de unhas longas ou adereços como anéis e pulseiras. sendo que quanto menor for o fruto mais vertical é a sua posição na caixa.colheita Transporte para o galpão de embalagem O transporte para o galpão de embalagem é uma etapa bastante importante que merece grande atenção. comer ou beber na linha de produção. são tratados com fungicida pós-colheita. permitir ventilação para evita acúmulo de gás carbônico e calor. Apesar dos carroções serem revestidos (fitilhos ou borrachas. Ainda hoje. limpos e macios. até o trator ou diretamente ao galpão. instituições ou processamento industrial. evitando velocidade alta e estradas ruins pois nesta etapa ocorrem os maiores problemas de danos mecânicos. desde que o defeito não comprometa a segurança para consumo. pois provoca um impacto dos frutos em uma superfície dura no ato da colheita. A embalagem deve ser homogênea. CEP: 56. De acordo com o produto e mercado consumidor. porque os frutos apesar de serem resistentes ao transporte a poucas distâncias. doenças e de distúrbios fisiológicos. nos espaços livres entre as frutas e. Armazenamento O armazenamento de frutos e hortaliças é um trabalho de grande importância. Os danos pelo frio manifestam-se por amadurecimento anormal (falta de aroma. O armazenamento refrigerado do melão apresenta alguns problemas em função da sua susceptibilidade a danos pelo frio. é capaz de conquistar novos mercados. o préresfriamento é feito antes da paletização o que evita condensação após o fechamento das sacolas (ALVES. por meio de ventiladores. A umidade relativa do ar durante o resfriamento deve ser mantida em 85% a 95% para evitar perda de água nos frutos (FILGUEIRA. onde se utiliza sacola plástica (feita de um polímero especial para cada cultivar) dentro das caixas. CONSIDERAÇÕES FINAIS Sabe-se que somente a alta qualidade de frutos produzidos. estradas muito ruins e velocidades altas. quando armazenadas a temperaturas abaixo de 10ºC. caso haja necessidade de espera. Nesta etapa não se deve quebrar a cadeia de frio para o melão. As câmaras de armazenamento e os contêineres de transporte não são projetados para retirar o calor com rapidez suficiente. S/N – Ouricuri-PE .O pré-resfriamento consiste em reduzir rapidamente a temperatura da fruta já palatizada até a temperatura de armazenamento ou transporte. a operação de pré-resfriamento é fundamental. Em todo o mundo. IF SERTÃO-PE. pois estas unidades servem apenas para manter o frio. já que as temperaturas das áreas de cultivo são muito elevadas. a passar através dos orifícios de ventilação das caixas. No caso de alguns melões ‘nobre’ (cantaloupes). Transporte O carregamento dos frutos nos caminhões é tarefa difícil e que exige mão-de-obra treinada. a troca de calor é feita diretamente entre o ar e a fruta. uma vez que o manuseio inadequado ou a queda da cadeia de frio poderá comprometer a qualidade do produto. o sintoma torna-se aparente a partir de 14 dias de armazenamento refrigerado e intensifica-se quando o fruto é retirado da câmara fria para as condições ambiente. portanto. É fundamental que o operário responsável pela operação de préresfriamento seja treinado. pois o motorista deve evitar. acompanhado pelo aparecimento de manchas escuras na casca) e dependem da cultivar.200-000 . Em geral. o destino final daquele material é que se decide qual o tipo de transporte que vai se utilizar. ou seja. o uso de fertilizantes impulsionou a quantidade de calorias disponível per capita. Já o melão Cantaloup apresenta maior resistência aos danos pelo frio. As principais cultivares de melão Amarelo produzidas no Agropólo Mossoró . ao passo que as principais cultivares de melão Gália só apresentam esse problema em temperaturas abaixo de 7ºC. Campus Ouricuri Estrada do tamboril. A temperatura de transporte deve ser idêntica à temperatura de armazenamento. No porto.Açu apresentam esse tipo de dano. o Pólo Agrícola Mossoró – Açu. livres de pragas. há necessidade de se trabalhar melhor para prover uma dieta nutritiva. 2000). quando possível. são bem mais suscetíveis às perdas pós-colheita provocadas por danos mecânicos em virtude de um transporte mal conduzido. De fato. o carregamento dos contêineres deve ser feito de forma rápida e em local construído especialmente para este fim. a cadeia de frio não deve ser interrompida (ALVES. O préresfriamento da manga é forçado. mas as deficiências de micronutrientes permanecem generalizadas. 2000). A melhor maneira de se resfriar uma carga palatizada é com ar forçado em câmara fria. 2000). Desta forma. Na principal região produtora e exportadora de melão do Brasil. se é em carga seca (carroceria de caminhões) ou em contêineres (caminhões frigoríficos). O caminhão (contêiner) deve ser refrigerado antes do carregamento. 1). Manga. v. Revista Brasileira de Fruticultura . Embrapa. Fla. 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