Apostila de Meteorologia PILOTO PRIVADO

April 2, 2018 | Author: Wellington Pato | Category: Troposphere, Atmospheric Pressure, Humidity, Meteorology, Cloud


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UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI CURSO SUPERIOR DE AVIAÇÃO CIVILMETEOROLOGIA AERONÁUTICA PILOTO PRIVADO Professor Dr. Edson Cabral São Paulo 2010 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO À METEOROLOGIA AERONÁUTICA.....................................................3 2. ATMOSFERA..................................................................................................................13 3. BALANÇO DE ENERGIA E RADIAÇÃO........................................................................16 4. TEMPERATURA.............................................................................................................21 5. UMIDADE.......................................................................................................................28 6. PRESSÃO ATMOSFÉRICA............................................................................................35 7. MASSSAS DE AR E FRENTES.....................................................................................45 8. ALTIMETRIA...................................................................................................................50 9. VISIBILIDADE, NUVENS E NEVOEIROS......................................................................58 10. TROVOADAS...............................................................................................................69 11.CÓDIGOS METEOROLÓGICOS..................................................................................73 12. CARTAS METEOROLÓGICAS....................................................................................89 13 ESTABILIDADE ATMOSFÉRICA..................................................................................91 14.TURBULÊNCIA.............................................................................................................95 15. VENTOS E CIRCULAÇÃO ATMOSFÉRICA..............................................................100 16. FORMAÇÃO DE GELO..............................................................................................109 LISTAS DE TESTES.........................................................................................................115 2 1. INTRODUÇÃO À METEOROLOGIA AERONÁUTICA A Meteorologia é a ciência que estuda os fenômenos da atmosfera e se divide em: Pura: voltada para a área da pesquisa – meteorologia sinóptica, dinâmica, tropical, polar etc. Aplicada: voltada para uma atividade humana – meteorologia marítima, aeronáutica, agrícola, bioclimatologia etc. A Meteorologia Aeronáutica é o ramo da meteorologia aplicado à aviação e que visa, basicamente, a segurança, a economia e a eficiência dos vôos. A Meteorologia Aeronáutica vem obtendo, nas últimas décadas, um alto grau de desenvolvimento de técnicas de observação/previsão e sofisticação de equipamentos, acompanhando paralelamente a evolução da aviação e, nisso contribuindo para um maior grau de segurança e economia das operações aéreas. 1.1. BREVE CRONOLOGIA DA METEOROLOGIA A PARTIR DO SÉCULO XX  1920 – A Organização Meteorológica Internacional (OMI) cria a Comissão Técnica de Meteorologia Aeronáutica; 3 gov/historic/nws/nwind18.noaa. Figura 1 – Aeronave da Marinha Norte Americana com um meteorógrafo preso às asas registrando pressão. Anos 30 – a meteorologia tem grande impulso com a elaboração da teoria das frentes (Escola Norueguesa).gov  Anos 40 – utilização do Radar na Meteorologia.noaa. fonte: http://www. temperatura e umidade em 13 de dezembro de 1934. Figura 4 .Radar de superfície Fonte: http://www.gov 4 .photolib.htm  Anos 30 (final) – introdução da Radiossonda: Figuras 2 e 3 – Meteorologistas preparando e lançando radiossondas Fonte: http://www.noaa. gov.A Organização de Aviação Civil Internacional (OACI/ICAO) e a Organização Meteorológica Mundial (OMM/WMO) firmam acordo de mútua cooperação. 5 . 1954 . Figuras 5 e 6 – Fotografia do equipamento e da primeira imagem do Satélite TIROS Fonte: http://www.  Anos 50 (início) – introdução da previsão meteorológica numérica (Análise Sinótica e Previsão de Macro-Escala).  1960 – Lançamento do 1o satélite meteorológico – TIROS.noaa.   Últimas décadas – Aplicação do Radar Doppler na Aviação. 1. Washington e Londres. ORGANIZAÇÃO DA METEOROLOGIA Dois organismos internacionais ligados à ONU (Organização das Nações Unidas) regem as atividades ligadas à Meteorologia Aeronáutica em âmbito mundial: a OACI (Organização de Aviação Civil Internacional) ou ICAO (International Civil Aviation Organization). A OMM é um organismo das Nações Unidas. assim como no treinamento de pessoal da área. com sede em Genebra (Suíça). A OACI é o órgão dedicado a todas as atividades ligadas à aviação civil internacional. Em termos globais. nevoeiros etc. com sede em Montreal (Canadá) e a OMM (Organização Meteorológica Mundial) ou WMO (World Meteorological Organization). que auxilia tecnicamente a OACI no tocante à elaboração de normas e procedimentos específicos de Meteorologia para a aviação. 1994 – Implantação do Supercomputador do INPE  Tempos recentes – difusão crescente da Internet na troca de informações meteorológicas e melhoria dos modelos de previsão e nos equipamentos de detecção de fenômenos adversos à aviação (turbulência.). responsáveis pela elaboração de Cartas Meteorológicas de Tempo Significativo (SIGWX) e de Cartas de Vento em vários níveis de altura (WIND 6 . existem dois Centros Mundiais de Previsão de Área ou WAFC (World Area Forecast Center). sendo um de seus principais objetivos possibilitar a obtenção de informações meteorológicas necessárias para a maior segurança.2. eficácia e economia dos vôos. assim como os Centros Meteorológicos de Vigilância (CMV) responsáveis por monitorar as condições meteorológicas de sua área de vigilância. Para desempenhar as atividades relacionadas à navegação aérea. a meteorologia brasileira está estruturada sob a forma de uma rede de centros meteorológicos (RCM) e estações de coleta de dados meteorológicos (REM). existem outros Centros Meteorológicos Nacionais como os Centros Meteorológicos de Aeródromo (CMA). além de diversos Centros Nacionais de Meteorologia Aeronáutica (CNMA). As Cartas de tempo significativo (SIGWX) são repassadas aos demais centros da rede. localizados em aeródromos com o objetivo de prestar apoio meteorológico à navegação aérea e classificados em classes de 1 a 3. de acordo com suas atribuições. No Brasil. apoiando os órgãos de Tráfego Aéreo e as aeronaves que voam em suas respectivas Regiões de Informação de Vôo (FIR)) e expedindo as mensagens AIRMET e SIGMET. que serão abordados de forma detalhada no capítulo de Códigos Meteorológicos. o Centro Nacional de Meteorologia Aeronáutica (CNMA) é o órgão que coleta todas as informações meteorológicas básicas fornecidas pela rede de estações meteorológicas e posteriormente faz a análise e o prognóstico do tempo significativo para sua área de responsabilidade – entre os paralelos 12oN/40O S e meridianos 010O W/080O W. GAMET. WS WARNING e Avisos de Aeródromo. Os Centros Meteorológicos de Aeródromo Classe I são responsáveis pela elaboração de mensagens do tipo TAF (Terminal Aerodrome Forecast). Além do Centro Nacional de Meteorologia Aeronáutica.ALOFT PROG) de várias partes do planeta. além das previsões recebidas dos Centros Mundiais de Previsão (WAFC) e outras informações meteorológicas de interesse aeronáutico. 7 . que atuam exclusivamente para atender a aviação militar. indicando as condições de vento. pressão. A Rede de Estações Meteorológicas é composta. As Estações Meteorológicas de Superfície (EMS). alcance visual na pista. 2 e 3. por sua vez. com as condições meteorológicas dos aeroportos. visibilidade. classificadas em classes 1. existem também os Centros Meteorológicos Militares (CMM). temperatura. registra e difunde dados meteorológicos de superfície e altitude visando dar suporte à navegação aérea. A Rede de Estações Meteorológicas coleta. São responsáveis pela confecção dos Boletins METAR e SPECI. 8 . de Estações Meteorológicas de Superfície (EMS).Completando a Rede de Centros. processa. dentre outros. de acordo com suas características. condição geral do tempo. nebulosidade. Estações Meteorológicas de Altitude (EMA). Estações de Radar Meteorológico (ERM) e Estações de Recepção de Imagens de Satélite (ERIS). objetivam coletar e processar dados meteorológicos de superfície para fins aeronáuticos e sinóticos e são localizadas em aeródromos. dados de pressão. No território brasileiro os balões meteorológicos são lançados em dois horários fixos diariamente. temperatura.inmet. 9 . Fonte: http://www. Mapa de localização das Estações Meteorológicas de Superfície (EMS) no território brasileiro sob jurisdição do DECEA.br/ As Estações Meteorológicas de Altitude (EMA) coletam. direção e velocidade do vento. por intermédio de Radiossondagem. No estado de são Paulo as radiossondagens são realizadas na EMA do Aeroporto do Campo de Marte. em vários níveis da atmosfera. às 09h00 local (12h00UTC) e às 21h00 local (00h00 UTC). umidade.Figura 7.gov. Fonte: Cabral. Lançamento de balão meteorológico no Aeroporto do Campo de Marte.gov.inmet.br/html/rede_obs/imgs/est_altitude_18dez03.jpg Figura 9. E. 10 . Mapa de localização das Estações Meteorológicas de Altitude (EMA) no território brasileiro Fonte: http://www.Figura 8. Fonte: http://www. Figura 10.As Estações de Radar Meteorológico (ERM) tem como escopo realizar a vigilância contínua na área de cobertura dos radares e divulgar as informações obtidas de forma rápida e confiável aos Centros Meteorológicos de Vigilância. Mosaico de imagens de radar meteorológico do dia 12 de agosto de 2010.br As Estações de Recepção de Imagens de Satélites (ERIS) tem como objetivo obter as imagens de satélites meteorológicos nos canais visível e infravermelho.aer.redemet. complementando os dados necessários para os centros meteorológicos para a elaboração de previsões.mil. A responsabilidade das atividades da meteorologia aeronáutica no Brasil está a cargo do Departamento de Controle do Espaço Aéreo – DECEA (do 11 . ONU OACI (ICAO) OMM (WMO) COMANDO DA AERONÁUTICA MINISTÉRIO DA AGRICULTURA.Comando da Aeronáutica) e da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (INFRAERO). Fonte: Organizado por Cabral. E. 12 . PECUÁRIA E ABASTECIMENTO COMANDO DA MARINHA DECEA INMET DHN CNMA REM EMS EMA ERM RCM CMA CMV CMM Figura 11 – Organograma de organizações da área de Meteorologia. o Brasil assumiu compromissos internacionais com vistas a padronizar o serviço de proteção ao vôo de acordo com os regulamentos dessa organização. Sendo assim. Como membro da OACI. OACI e interesses nacionais. que é responsável. por uma grande parte desses serviços em todo o território nacional. nesse sentido. o DECEA normaliza e fiscaliza os serviços da área de Meteorologia conforme os padrões da OMM. Tropopausa.2. A Troposfera é a camada mais próxima da superfície terrestre e sua altura varia. se apresenta em quantidades variáveis. sob forma de gotículas em suspensão. a temperatura diária oscilaria entre 110ºC de dia e -185ºC durante a noite. amônia. Exosfera e Magnetosfera. porém não faz parte da composição básica da atmosfera. conforme a latitude:  7 a 9 km nos pólos (maior compressão dos gases devido à menor temperatura)  13 a 15 km nas latitudes temperadas  17 a 19 km no equador (atmosfera mais expandida devido à maior temperatura) 13 . O vapor d’água. hidrogênio. além de proteger o planeta contra meteoritos. 21% de oxigênio e 1% de outros gases (argônio (0. ozônio etc. óxido de carbono.92%). cristais de gelo e micro-partículas (poeira. neônio. Na hipótese de sua ausência. Estratosfera. A atmosfera é composta por várias camadas: Troposfera. Esquematicamente. contém vapor d’água. xenônio. cinzas e aerossóis). ATMOSFERA O primeiro papel da atmosfera no clima é o efeito térmico regulador. água em estado líquido. Além disso.). hélio. Ionosfera ou Termosfera. a atmosfera é um envoltório gasoso que se compõe de 78% de nitrogênio. apesar do importante papel na existência dos inúmeros fenômenos meteorológicos. dióxido de carbono. e ao aquecimento ou resfriamento por radiação.65ºC/100 m ou 2ºC/1. da ordem de. A principal característica da Tropopausa é a isotermia. poeira. fuligem. seu gradiente térmico vertical é isotérmico. da mesma forma que a Troposfera. ou camada de ozona ou ozônio. que atua como um filtro protegendo a Terra contra a radiação ultravioleta. Entre 20 e 50 km de altitude se verifica a Ozonosfera . A principal característica desta camada é o aumento da temperatura com a altitude (inversão térmica).5ºC. ou seja. 0. que alcança até aproximadamente 70 km de altitude. A Tropopausa. Na Troposfera a temperatura decresce com a altitude. com temperaturas cada vez menores.). A Estratosfera é a camada seguinte da atmosfera. em direção aos polos. é a camada que separa a parte superior da Troposfera da Estratosfera. a maior incidência de radiação solar faz com que as moléculas de ar sejam mais expandidas e a altura da troposfera seja maior e. sal. por sua vez. possui cerca de 3 a 5 km de espessura e. é mais alta na área do Equador do que em direção aos Pólos.Nas faixas de baixas latitudes. aproximadamente. 14 . devido ao alto teor de vapor d’água. a troposfera se torna cada vez menor. próximas ao equador. com um valor médio de –56. Grande parte dos fenômenos meteorológicos ocorre na Troposfera. Cerca de 75% do ar atmosférico se concentra nesta camada. na vertical. com a temperatura praticamente invariável na vertical. pólens. bactérias etc.000 ft (gradiente térmico vertical). a existência dos núcleos de condensação ou higroscópios (areia. A Ionosfera ou Termosfera é uma camada eletrizada.html 15 . Esta camada auxilia na propagação das ondas de rádio. A Magnetosfera é o próprio espaço interplanetário. impossibilitando a filtragem de radiação solar. A Exosfera tem seu topo a aproximadamente 1. com a mudança da atmosfera terrestre para o espaço interplanetário.000 km da Terra. que vai de 70 km até cerca de 400 a 500 km de altitude. cujo limite varia em torno de 60. raios X e ultravioleta do Sol. Figura 12 – Camadas da atmosfera Fonte: http://www.fisicaecidadania.br/conteudos/outros/meteorologia/meteorologia3. A ionização da camada ocorre pela absorção dos raios gama. esta camada também é muito ionizada.000 a 100.000 km de altitude. porém o ar é muito rarefeito.ufjf. 74 micra Figura 13 – Esquema do espectro eletromagnético Fonte: http://www. BALANÇO DE ENERGIA E RADIAÇÃO A transferência da energia gerada pelo sol ocorre por radiação e. devido a isso. em ondas longas.ime.36 micra  Luz visível ou radiação visível entre 0.br/~ronaldo/mac0417-03/aula_02.html 16 . corpo considerado quente. por meio de vibrações em diferentes comprimentos de onda.usp. com temperatura média de 15ºC. dentro do espectro eletromagnético.2 e 4 micra (milésima parte do milímetro):  IV (infravermelho) > 0. esta energia é chamada radiação solar. Conforme a Lei de Wien.vision.36 e 0. O sol emite radiação praticamente em todos os comprimentos de onda. corpo considerado frio. embora 99% estejam entre 0. Ela se propaga no espaço em todas as direções através de ondas eletromagnéticas. o sol. Assim. emite predominantemente em ondas curtas e a Terra. mostrado na figura 12.3. com temperatura média de 5700ºC. o comprimento de onda dominante de uma emissão é inversamente proporcional à sua temperatura absoluta.74 micra  UV (ultravioleta) < 0. A energia solar.ig.hpg. se constituindo no Efeito Estufa. que é intensificado com a poluição atmosférica e tende a tornar a Terra mais aquecida. CO2. ao penetrar na atmosfera. vapor d’água etc) sofrendo uma atenuação. A energia solar absorvida pela superfície da Terra provoca seu aquecimento.ecoequilibrio. Figura 14 – Esquema do efeito estufa http://www.br 17 . é parcialmente absorvida por constituintes do ar (O3. A superfície aquecida passa a irradiar calor. uma parte é absorvida por nuvens e por partículas em suspensão e outra é devolvida à superfície.com. 18 . Figura 15 – Esquema de balanço de radiação solar.geocities. as nuvens e as precipitações.A radiação solar incidente em um ponto da superfície da Terra pode vir diretamente do sol (radiação direta) ou decorrer da ação de espalhamento da atmosfera (radiação difusa) – reflexão causada pelas nuvens e por poeiras encontradas na atmosfera. diferença entre energia recebida e refletida. Na região equatorial se verifica o máximo de radiação difusa (muitas nuvens).com/RainForest/Jungle/3434/problemas/estufa. Para um dado ponto da superfície chama-se radiação global à soma da contribuição direta com a difusa.htm Outro conceito importante é o de radiação líquida. conforme mostrado na figura 14. Fonte: http://www. é justamente essa energia resultante que vai ativar os fenômenos meteorológicos como os nevoeiros. com menor nebulosidade. enquanto que a radiação direta é máxima entre 20º e 30º de latitude (norte e sul) – regiões desérticas. As superfícies claras como neve ou topos de nuvens cumuliformes (cumulus e cumulonimbus) apresentam alta refletividade (albedo) e superfícies escuras como o asfalto apresentam baixa refletividade e altas taxas de absorção. 1986. p. por sua vez.35 (35%). TABELA 1. 28 19 . em vários tipos de nuvens e várias superfícies distintas. sobre o oceano Stratus fino sobre o oceano 42 Altostratus 39-59 Cirrostratus 44-50 Cirrus sobre o continente 36 Fonte: AYOADE. O albedo médio da Terra é 0. A seguir são mostradas duas tabelas com valores de albedo.ALBEDO DE VÁRIOS TIPOS DE NUVENS: TIPO DE NUVEM ALBEDO % Cumuliforme 70-90 Cumulonimbus: Grande e 92 Espessa Stratus (150-300 metros de 59-84 espessura) Stratus de 500 metros de 64 espessura.O albedo. é a relação entre o total de energia refletida e o total da energia que incide sobre uma superfície. ou taxas de refletividade. p.TABELA 2 . 29 ou 14 8 7-20 15-25 3-10 3-15 20-25 15-30 80 50-70 50-70 2-4 6-40 14-18 20 . altitude solar 5-30° Cidades Fonte: AYOADE. 1986. altitude solar > 40° Água.ALBEDO DE VÁRIOS TIPOS DE SUPERFÍCIE SUPERFÍCIE ALBEDO % Solo negro e seco Solo negro e úmido Solo nu Areia Florestas Campos naturais Campos de cultivo secos Gramados Neve recém-caída Neve caída há dias semanas Gelo Água. 04. Instrumentos – As temperaturas são medidas pelos termômetros e registradas pelos termógrafos. mostrando a temperatura do ar ambiental da pista. são utilizados também os termômetros de máxima e mínima. Em altitude. obtém-se a indicação de temperatura por meio de termômetros no interior das aeronaves e também nos balões de radiossondagem. por meio de um termômetro colocado acima de uma placa semelhante à pista do aeródromo. TEMPERATURA A temperatura pode ser definida como o grau de calor de uma substância ou a medida da energia de movimento das moléculas: um corpo quente consiste de moléculas movimentando-se rapidamente e vice-versa. 21 . Na escala Kelvin (ºK). Na escala Celsius (ºC) o zero corresponde à temperatura de solidificação da água e 100ºC de sua ebulição. em alguns aeródromos. por sua vez. Nos aeroportos o parâmetro temperatura é medido pela leitura do termômetro de bulbo seco de um psicrômetro indicando a temperatura do ar e. Em estações meteorológicas de superfície de aeródromos que não operam 24 horas. Fahrenheit. Kelvin. em uma das seguintes escalas termométricas – Celsius. o zero corresponde a –273ºC ou zero absoluto. Na escala Fahrenheit (ºF) o zero ºC corresponde a 32ºF e 212ºF a 100ºC. O aumento ou diminuição da temperatura faz com que o líquido contido no interior dos termômetros (mercúrio ou álcool) se expanda ou retraia dando uma indicação numérica. Figura 16 – Termógrafo Fonte: http://www.meteochile.cl Figura 17 – Termômetro de máxima e mínima Fonte: http://www.meteochile.cl 22 Figura 18 - Sensor de temperatura de pista do Aeroporto de Guarulhos Fonte: CABRAL, E. Conversão – Tendo em vista as diferentes Escalas Termométricas, em algumas situações é necessário fazer a conversão, por exemplo, da escala Celsius em Fahrenheit e vice-versa, conforme fórmula mostrada abaixo. C = F- 32 5 9 Obs.: Nos computadores de bordo existe uma régua para a conversão das respectivas escalas. Propagação do calor – A propagação do calor na atmosfera é feita por intermédio de 4 processos: Radiação: ocorre com a transferência do calor através do espaço; ex.: radiação solar – com a transformação de energia térmica do sol (6000ºK) em radiação eletromagnética (ondas curtas) que atingem a atmosfera e a superfície terrestres. 23 Condução: é a transferência de calor de molécula a molécula, como por exemplo, nos metais. O ar rarefeito, por sua vez, é um péssimo condutor de calor, assim como elementos como cortiça, amianto, feltro, lã etc. Ex.: Ao aquecermos continuamente a ponta de uma haste de ferro ocorrerá o aquecimento de toda a sua superfície pelo processo de condução de calor. Convecção: transferência de calor por meio de movimentos verticais do ar, com a formação de correntes ascendentes e descendentes, denominadas “correntes convectivas”. Ex.: Em um dia de verão, a radiação solar aquece a superfície de uma região e o ar na camada inferior da troposfera, por se tornar mais leve e quente, ascende para níveis mais elevados por meio das correntes convectivas, podendo formar nuvens cumulus e posteriormente cumulonimbus. Advecção: transferência de calor por intermédio de movimentos horizontais do ar como, por exemplo, pelo transporte pelos ventos. Figura 19 – Mecanismos de transferência de calor Fonte: GRIMM 24 Nos níveis inferiores da atmosfera o ar apresenta uma maior concentração de moléculas. TAT (True Air Temperature) – temperatura do ar verdadeira. A temperatura também influi na densidade do ar. é a temperatura calibrada mais a correção do erro provocada pelo atrito do ar com a aeronave.Densidade do ar: a densidade pode ser definida como a relação entre a massa ou quantidade de determinada substância e o seu volume. por exemplo. a compressão e o atrito do ar. durante os vôos. Com relação a esse parâmetro. a densidade do ar é inversamente proporcional à altitude. o ar quando aquecido se torna mais leve e se expande (menor densidade). Temperaturas do ar em voo – Os termômetros colocados a bordo das aeronaves sofrem pequenos erros. portanto. existem os seguintes tipos de leituras de temperatura de bordo: IAT (Indicated Air Temperature) – temperatura indicada no termômetro de bordo. diminuindo conforme aumenta a altitude. CAT (Calibrated Air Temperature) – temperatura indicada mais a correção instrumental. existe uma variação diurna/noturna da temperatura. devido à radiação solar direta. sendo que o seu valor máximo ocorre por volta das 16 horas. Variação da temperatura Diária .Devido ao movimento de rotação da terra. após o aquecimento da superfície e o valor mínimo próximo do nascer do sol. 25 . visto que. em junho até o Trópico de Capricórnio. é a localizada entre as latitudes de 23º N e 23ºS (região tropical) e dentro desta.65ºC/100 m ou 2ºC/1000 pés (ft). em dezembro. por exemplo. Sazonal . Nos meses de março e setembro a radiação solar se distribui de maneira semelhante nos dois hemisférios. Amplitude térmica – é a diferença entre as temperaturas máxima e mínima de um local. extremos de temperatura de 30ºC (dia) e 20ºC (noite). devido à baixa umidade relativa do ar e quase ausência de nuvens. a região que mais recebe energia solar. variando em latitude de acordo com a estação do ano. conjuntamente com o movimento de translação (revolução) – movimento da terra em torno do sol. Os desertos. sempre um dos hemisférios está mais exposto à radiação solar. As regiões litorâneas. possuem alta amplitude térmica diária. tendo em vista a distribuição decrescente de moléculas de ar na troposfera. durante o ano. verifica-se uma variação sazonal das temperaturas no globo terrestre. podendo variar de –30ºC (noite) até cerca de 50ºC (dia). porém. Ocorre um movimento aparente do sol desde o Trópico de Câncer. 26 . nos demais períodos. cuja posição média é 5ºN. O gradiente térmico vertical padrão na troposfera é da ordem de 0. existe uma região mais aquecida – equador térmico. por exemplo.Latitudinal . Gradiente térmico vertical – é a variação da temperatura com a altitude. tendo em vista a existência de maior umidade no ar (regulador térmico) podem apresentar.De acordo com a curvatura e a inclinação da terra.Em razão das diferentes estações do ano. motivada pela inclinação do eixo norte-sul da Terra. A energia solar. Fonte: http://www. A energia solar é a causa responsável por todos os fenômenos meteorológicos que ocorrem na atmosfera terrestre.php?acao=quimica/ms2&i=5&id=124 Obs: O sol é a única fonte de energia importante para a terra. Esquema de situações atmosféricas com e sem inversão térmica. 27 . ao atingir a superfície da terra.Inversão térmica – é o fenômeno natural que ocorre quando.com. a temperatura aumenta com a altitude.br/index. Outros tipos de inversão térmica podem estar associados a frentes e subsidência em altitude. É comum nos períodos de outono e inverno devido ao resfriamento da superfície durante as noites e madrugadas e o surgimento de uma camada superior de inversão. Figura 20. provoca seu aquecimento e essa superfície passa a irradiar calor e atuar nos processos atmosféricos.agracadaquimica. em uma determinada porção da atmosfera. Próximo à superfície é comum a formação de nevoeiros de radiação. solo úmido e vegetação. UMIDADE A umidade atmosférica é o teor de vapor d’água presente na atmosfera.4 4. conforme mostrado na tabela 3.4 12.8 17.5. As fontes de umidade principais se encontram nos oceanos. O máximo de vapor d’água que o ar pode conter é 4% de seu volume (significando ar saturado com 100% de Umidade Relativa) e este é proporcional à temperatura.3 22. pântanos. J. TABELA 3 – VALORES DE CONTEÚDO DE UMIDADE NO PONTO DE SATURAÇÃO PARA VÁRIAS TEMPERATURAS (Gates. maior o conteúdo de umidade que uma parcela de ar poderá conter. 144 Conteúdo de umidade (g/m³) 1. 1986.3 3.6 2..6 28 . duas são as formas de mensurá-la. em metros cúbicos. calculando a umidade absoluta e também a umidade relativa. Em relação à umidade atmosférica. de vapor d’água por unidade de volume.9 30.3 39. de ar. 1972) Temperatura (ºC) -15 -10 -5 0 10 15 20 25 30 35 40 Fonte: Ayoade.O.8 9. p. A umidade absoluta é a quantidade. lagos. em gramas. quanto maior a temperatura. ou seja.6 50. indica a concentração de vapor d’água na atmosfera. temperatura do bulbo úmido.O ar úmido é mais leve que o ar seco. isto é. O excedente condensa. definido como aquela até a qual o ar precisa resfriar-se para que o teor de umidade atinja a saturação. Obs.: 20/15 (temperatura do ar 20ºC e temperatura do ponto de orvalho 15ºC).: Nos Boletins METAR aparece juntamente com a temperatura do ar – ex. 29 . podendo ficar em suspensão na atmosfera ou precipitar-se. É a relação entre a quantidade de vapor d’água existente no ar e o que poderia conter sem ocorrer saturação em condições iguais de temperatura e pressão. Mede-se a umidade relativa com o psicrômetro (por intermédio de tabelas) ou diretamente com o higrômetro. a diferença entre esses dois valores indica maior ou menor umidade relativa do ar. Outro conceito importante é o de temperatura do ponto de orvalho.: 1% de vapor d´água = 25% UR O psicrômetro é formado por um par de 2 termômetros de onde se extrai a temperatura do ar. Ex. A umidade relativa. pois as moléculas de vapor d’ água (peso molecular) são mais leves que as moléculas de nitrogênio e oxigênio. ponto de orvalho (temperatura até a qual o ar precisa resfriar-se para que o teor de umidade atinja a saturação) e umidade relativa do ar. volta ao estado líquido sob a forma de gotículas (nevoeiros ou nuvens). por sua vez. Cerca de 20% desse volume é transferido para os continentes. evaporação e fusão.CICLO HIDROLÓGICO O ciclo hidrológico “inicia-se” com a evaporação (transformação de um líquido em gás ou vapor) das superfícies líquidas do planeta. dentro do Ciclo hidrológico. Estima-se que evaporação média anual dos oceanos seja de 1. 30 .400 mm. onde vai provocar precipitação. solidificação. condensação. conforme detalhamento a seguir.com/ Na atmosfera. que tem 4/5 de sua superfície ocupada por oceanos. ocorrem várias mudanças de estado.blogspot. O processo é dez vezes mais intenso nas latitudes intertropicais em relação às médias e altas e mais importante no hemisfério sul. Figura 21. como a sublimação. Ciclo hidrológico Fonte: http://sustentavel-habilidade. pólens.: nuvens e nevoeiros. poeira. Podem ser depositados. areia) por meio dos processos de condensação ou sublimação.  Evaporação – estado líquido – estado de vapor  Evaporação – natural (superfícies como lagos e oceanos)  Ebulição (artificial)  Fusão – estado sólido – estado líquido – ex: derretimento de neve ou granizo.  Condensação – estado gasoso – estado líquido (vapor d’água para gotículas) – ex. depositando-se em fina 31 .  Geada – sublimação do vapor com temperatura por volta de 0°C – Em princípio as geadas não causam grandes danos à aeronavegabilidade e podem se formar tanto no solo quanto em vôo. Sublimação – vapor – sólido (vapor d’água para cristais de gelo) ou sólido-vapor (cristais de gelo para vapor d’água) – ex: formação de nuvens cirrus. suspensos ou precipitados.  Solidificação (congelação) – estado líquido – estado sólido. Depositados  Orvalho – condensação de vapor d´água sobre superfície mais fria. HIDROMETEOROS São fenômenos meteorológicos formados pela agregação de moléculas de vapor d´água em torno de núcleos de condensação ou higroscópicos (sal marinho. fuligem. moderada ou forte) e caráter (intermitente.  Névoa úmida – gotas d´água com UR >= 80% e visibilidade horizontal >= 1000 metros e até 5000 (nos boletins METAR) Precipitados  Caracterizam-se pelo tipo (chuva. de acordo com a altura em que se formam. devendo esse gelo ser removido com o uso dos próprios limpadores. As geadas ocorrem também em superfície. intensidade (leve.camada. contínua ou pancadas) 32 . em ondas longas. macio e pouco aderente. pára-brisa e janelas dos aviões. poderá haver a formação de um gelo leve. granizo e saraiva).  Escarcha – sublimação do vapor d´água em superfícies verticais como árvores. do calor do solo para o espaço. geralmente próximos a 100%. particularmente em noites claras de inverno.  Nevoeiro – gotas d´água ou cristais de gelo restringindo a visibilidade horizontal a menos de 1000 metros. com elevados valores de umidade relativa do ar. Suspensos  Nuvens – gotas d´água ou cristais de gelo. neve. causando riscos às operações aéreas. devido à perda radiativa. porém o gelo pode reduzir momentaneamente a visibilidade do piloto devido à sublimação no pára-brisa. chuvisco. Quando a aeronave desce de uma camada superesfriada para uma camada úmida e mais quente. que pode ser removido pelos métodos tradicionais. aderindo aos bordos de ataque. principalmente no final de inverno e primavera. quase que exclusivamente no sul do país. mostram 2 33 . relativos a um período de 5 anos.5 mm  Chuvisco – gotículas d’ água que precipitam das nuvens baixas (stratus) e podem reduzir significativamente a visibilidade horizontal – gotículas com diâmetros < 0. particularmente no inverno.5 mm  Neve – precipitação sob a forma de flocos de gelo com temperaturas próximas a 0°C – No Brasil existe pouca ocorrência de neve. Aeródromos situados nessas regiões podem apresentar restrições às operações aéreas por dias consecutivos.  Granizo – precipitação sob a forma de grãos de gelo com diâmetros < 5 mm (provenientes de cumulonimbus)  Saraiva – precipitação de grãos de gelo >= 5 mm (CB) LITOMETEOROS  Fenômenos meteorológicos que ocorrem com a agregação de partículas sólidas suspensas na atmosfera – UR < 80 %  Névoa seca – partículas sólidas (poluição) que restringem a visibilidade entre 1000 e 5000 metros (METAR)  Poeira – partículas de terra em suspensão  Fumaça – partículas oriundas de queimadas – distingue-se pelo odor. os episódios de névoa seca e fumaça ocasionados pelas queimadas e devido à baixa umidade do ar levam à reduções críticas de visibilidade. Chuva – gotículas d´água que caem das nuvens e tem diâmetros >= 0.: nas regiões centro-oeste e norte do país. Obs. Dados do antigo Departamento de Aviação Civil. br 34 . psicrômetro giratório e psicrômetro fixo. Fonte: CABRAL. SP.acidentes aéreos ocorridos em 2002 associados à presença de fumaça (Guarantã do Norte – MT e Fazenda Tarumã – PA) INSTRUMENTOS METEOROLÓGICOS Figura 22 – Foto interna do abrigo meteorológico da Estação Meteorológica de Vargem. contendo um psicrômetro. Fonte: http://www. E. INSTRUMENTOS PARA A MENSURAÇÃO DA UMIDADE Figura 23 – Higrômetro analógico.com. pertencente à SABESP. microbarógrafo e higrotermógrafo. termômetros de máxima e mínima. higrotermômetro digital.iope. higrotermômetro digital. 6. Figura 24 – Esquema de representação da pressão atmosférica. cientista que. A pressão média. Fonte: Silva. que substituiu a antiga unidade milibar (mb). M. pela primeira vez.V. em altitude. à razão de 1 hPa a cada 9 metros. em homenagem a Pascal.A. 35 . Verticalmente. nas camadas inferiores da troposfera. pois há a diminuição da coluna de ar. a pressão decresce. ao nível do mar. A pressão diminui com a altitude.25 hPa ou 1 AT (Atmosfera). é admitida como sendo 1. demonstrou a influência da altitude na variação da pressão. PRESSÃO ATMOSFÉRICA A pressão atmosférica é definida como o peso exercido por uma coluna vertical de ar sobre a superfície.013. A unidade de medida da pressão atmosférica é o hectopascal (hPa). se tornando o ar cada vez mais rarefeito. Figura 25 – Variação da pressão com a altitude. Fonte: http://www.geog.ouc.bc.ca/physgeog/home.html Instrumentos O instrumento que mede a pressão é o barômetro e os que registram são o barógrafo e o microbarógrafo. Exemplos:  Barômetro de mercúrio (hidrostático)  Barômetros aneróides (elásticos) – microbarógrafo, altímetro. Figura 26 – Foto de um barômetro de mercúrio. Fonte: http://www.meteochile.cl 36 Figura 27 – Foto de um microbarógrafo Fonte: http://www.meteochile.cl Figura 28 - Foto de barômetro analógico. Fonte: http://www.meteochile.cl 37 Figura 29 - Foto de altímetro. Fonte: http://www.meteochile.cl VARIAÇÃO DE PRESSÃO: Diária – Na região intertropical, devido a alterações dos valores diurnos e noturnos de temperatura e umidade, ocorre, em situações de tempo relativamente estável uma “maré barométrica” com pressões mais elevadas às 10 e 22 horas e menores às 04 e 16 horas. A maré barométrica pode não ocorrer, por exemplo, quando na presença de um sistema frontal ou linha de instabilidade no local. Figura 30 – Maré barométrica a partir do diagrama de um microbarógrafo. Fonte: E-FLY, 2002. 38 : Variação de Pressão com a altitude › 1 hPa ~ 30 Pés ~ 9 Metros.: Se uma massa de ar mais fria ou mais seca se desloca para uma determinada região. SISTEMAS DE PRESSÃO Alta pressão – denominado anticiclone. Associa-se normalmente com tempo estável devido à subsidência do ar. Figura 31 – Esquema de sistema de Alta Pressão na América do Sul Fonte: Silva. Altitude – a pressão varia inversamente com a altitude. se uma massa de ar mais quente ou mais úmida se desloca. em relação a outro aeródromo próximo. Ex. Norte e antihorário no h.Dinâmica – de acordo com os deslocamentos das massas de ar/sistemas. haverá a diminuição da pressão atmosférica à superfície. Sul). M. Um aeródromo situado ao nível médio do mar apresenta.A. mostra pressões maiores em direção ao centro e circulação divergente (sentido horário no h. 39 . situado a uma altitude mais elevada. Obs.V. a pressão aumenta e. pressão atmosférica maior. Obs.Crista – área alongada de altas pressões.A. onde predomina o tempo estável. Cavado – área alongada de baixas pressões onde predomina o tempo instável. prejudicando as operações aéreas.: o processo de formação e desenvolvimento de um centro de baixa pressão é denominado de ciclogênese. Baixa pressão – denominado ciclone. 40 . Associa-se usualmente com tempo instável devido à confluência e ascensão dos fluxos de ar. apresenta pressões menores em direção ao seu núcleo e circulação convergente (sentido anti-horário no hemisfério norte e horário no hemisfério sul). Figura 32 – Esquema de sistema de Baixa Pressão na América do Sul Fonte: Silva. M.V. podendo estar associadas linhas de instabilidades e frentes. apresenta normalmente ventos com direções variáveis. EUA. As áreas de baixas pressões (ciclônicas) apresentam.) ficam sob os cinturões de altas pressões (latitudes de aproximadamente 30º). Índia etc. situando-se nas latitudes próximas de 0º e 60º. inibindo a formação de nuvens e precipitação.Colo – região localizada entre dois sistemas de altas e dois sistemas de baixas pressões (vide figura 33). zonalmente e em macro-escala. em ambos os hemisférios:  latitude zero = baixas pressões  latitude 30º = altas pressões  latitude 60º = baixas pressões  latitude 90º = altas pressões Os maiores desertos do mundo (África. a distribuição das pressões obedecem ao seguinte esquema. porém com pouca intensidade. Se considerarmos o Globo terrestre. via de regra. 41 . maiores totais pluviométricos. Austrália. Figura 33 – Sistemas atmosféricos do globo. Fonte: Jeppesen. 2004. 42 . antes de serem comparados.mil.: Os valores de pressão obtidos em locais com altitudes diferentes. 43 . são convertidos ao nível médio do mar em valores de pressão denominados QFF. Linhas que unem pontos de igual pressão chamam-se isóbaras.br Obs.Figura 34 . aplicando-se a correção correspondente à altitude de cada um deles.mar.Exemplo de Carta Sinótica da América do Sul Fonte: http://www. br 44 .mil.Figura 35 – Simbologia utilizada em Cartas Sinóticas Fonte: http://www.mar. REGIÃO DE ORIGEM e temperatura. Exemplos de massas de ar:  mEw – marítima equatorial quente  mTw – marítima tropical quente  cPk – continental polar fria MASSAS DE AR QUE ATUAM NO BRASIL  Região Amazônica – Predomina a Massa Equatorial (cEw e mEw) – alto grau de temperatura e umidade – forma nuvens de grande desenvolvimento vertical e intensas precipitações. A tabela 4 mostra a classificação das massas de ar conforme a região de origem. parte da 45 . No verão. temperatura e teor de umidade. MASSAS DE AR E FRENTES As massas de ar são definidas como porções de ar de grandes dimensões que apresentam certa homogeneidade em relação à temperatura e umidade.7. Tabela 4 – Classificação das massas de ar REGIÃO DE ORIGEM EQUATORIAL (E) TROPICAL (T) POLAR (P) COM RELAÇÃO Á TEMPERATURA QUENTE (W) FRIA (K) COM RELAÇÃO Á UMIDADE CONTINENTAL (C) = SECA MARÍTIMA (M) = ÚMIDA REPRESENTAÇÃO DAS MASSAS DE AR: As massas de ar podem ser representadas por 3 LETRAS – grau de umidade. muita nebulosidade e precipitação. pelo efeito Föehn. caracterizando o fenômeno da ZCAS (Zona de Convergência do Atlântico Sul). ocasionando forte seca e inversões de temperatura. causando instabilidade atmosférica. que são áreas de baixa pressão entre essas massas de ar. ao atravessar o Uruguai e sul do Brasil. portanto. abaixando fortemente a temperatura (“friagem”).  Massa Polar – Pk – principalmente no inverno e primavera escoam da Antártida pelo sul do continente sul americano e atingem o Brasil. com forte intensidade. 46 . O avanço de massas de ar sobre superfícies de características diferentes provoca o surgimento de frentes. no inverno o centro de Alta se localiza sobre o Planalto Central. algumas delas atravessam os Andes.  Massa Tropical (cTw e mTw) . pelo Chile e. Ocasionalmente atingem a região amazônica no inverno. novamente se intensificam chegando frias e úmidas sobre o Sudeste brasileiro. no verão se localiza mais ao sul.centro de Alta Pressão varia de 15º S (inverno) a 30ºS (verão) e domina grande parte do território.nebulosidade formada na região amazônica se desloca para as regiões centro oeste e sudeste. provocam névoas na Patagônia e sul da Argentina. As frentes estão. na transição de massas de ar diferentes. provocando o bloqueio das massas polares. a frente quente. a frente estacionária ou quase estacionária e a frente oclusa. Os indícios do avanço frontal são os seguintes:  Aparecimento de nuvens cirrus no céu  Elevação da temperatura  Diminuição da pressão atmosférica  Variação nos ventos – Hemisfério Sul – sopra vento NW quando há a aproximação de uma frente fria e flui de NE quando antecede uma frente quente. Principalmente na área próxima às latitudes de 60º norte e 60º sul. a frente fria.physicalgeography.Figura 36 – Esquema de frente fria e frente quente Fonte: http://www. O processo de dissipação de uma frente é denominado de frontólise.html Existem 4 tipos de frentes.net/fundamentals/7s. ocorre a formação de frentes. devido ao choque de ar polar e ar tropical nessas regiões. que recebe o nome de frontogênese. 47 .  Hemisfério Norte: SW para NE. com a formação de nebulosidade cumuliforme e chuvas em forma de pancadas. A frente fria é justamente a área de embate entre essas duas massas de ar. que se forma nas latitudes temperadas e subtropicais antes da chegada de uma frente fria de rápido deslocamento. A frente quente é a região de encontro entre essas duas massas de ar. Características principais: Deslocamento:  Hemisfério Sul – SW para NE  Hemisfério Norte – NW para SE  Instabilidade devido à ascensão do ar quente.  Nevoeiro pós-frontal. com até 60 km de largura. 48 . pois não ocorre a ascensão do ar frio e a rampa ou superfície frontal é menos inclinada.A faixa de nebulosidade e de mau tempo. Uma frente fria surge quando uma massa de ar frio empurra uma massa de ar quente. Características principais: Deslocamento:  Hemisfério Sul: NW para SE.  Nebulosidade mais estratiforme e formação de névoas. além de trovoadas. A frente quente surge quando uma massa de ar quente avança sobre uma massa de ar frio e ocupa seu lugar. ocupando o lugar desta. com a presença de várias nuvens cumulonimbus (Cb) recebe a denominação de linha de instabilidade. às vezes pode se caracterizar como o retorno da massa de ar frio que sofreu alterações.  Menor instabilidade. A frente estacionária é formada quando ocorre o equilíbrio de pressão entre a massa de ar que empurra e a que antecede a passagem da frente.physicalgeography.  Nevoeiro se forma antes de sua passagem. forma-se associada a um Ciclone Extratropical (Baixa pressão de forte intensidade).Esquema de circulação do Hemisfério Norte. Figura 37 .net/fundamentals/7s.html 49 . a frente oclusa ocorre quando uma frente fria alcança uma frente quente e uma ou outra eleva o ar mais quente. no período de verão. Precipitação leve e contínua. Fonte: http://www. diminuindo a velocidade de deslocamento da frente (fria ou quente) e inclusive seu estacionamento sobre uma região. pode causar dias seguidos de fortes precipitações. sobre o Sudeste brasileiro. Por fim. Conforme a aeronave sobe na atmosfera o altímetro indica altitude ou altura maiores. CONCEITOS: ATMOSFERA PADRÃO (ISA – International Standard Atmosphere): atmosfera hipotética idealizada por intermédio de médias climatológicas de várias constantes físicas a uma latitude de 45º. 50 . entre as quais:  Temperatura no nível médio do mar = 15ºC  Pressão atmosférica de 1013.5 ºC por quilômetro ou aproximadamente 2ºC para cada 1000 pés. na impossibilidade de se fazerem ajustes contínuos nos altímetros das aeronaves. foi criada a atmosfera padrão. SUPERFÍCIES ISOBÁRICAS – superfícies de pressão paralelas ao nível padrão (1013.5ºC.000 pés) com temperatura de –56.2 hPa) DEFINIÇÕES: Altímetro: barômetro aneróide que dá indicações de altitude ou altura a partir de uma pressão de referência. para servir de base para os vôos. a atmosfera apresenta inúmeras variações de pressão e.92 pol. ALTIMETRIA Conforme visto no capítulo 6. Hg ou 760 mm hg) ao nível do mar  Taxa de variação térmica na troposfera de cerca de 6.8.  Tropopausa de 11 km (36. tendo em vista encontrar pressões menores (atmosfera mais rarefeita e menor altura da coluna de ar).2 hPa (29. Ex. Todos os vôos de aeronaves em rota utilizam os níveis de vôo (FL) de tal forma que exista uma separação vertical entre as próprias aeronaves e entre elas e o terreno. Quando a aeronave voa em rota se utiliza o ajuste padrão (QNE) como referência altimétrica. 51 .Existem três erros específicos de altimetria relacionados com as condições atmosféricas não padrão:  Pressão ao nível médio do mar diferente de 1013. quando as condições reais de pressão ou temperatura são maiores que as da ISA. a aeronave voa mais alto que a indicação do altímetro. Quando uma aeronave voa em uma área cuja pressão ou temperatura real é inferior às da ISA.  Fortes rajadas verticais.2 hPa). ALTITUDE PRESSÃO (ALTITUDE PADRÃO OU NÍVEIS DE VÔO .FL): distância vertical entre a aeronave e o nível padrão (1013. voa mais baixo do que indica o altímetro.2 hPa. Ao contrário. fator de risco à navegação.  Temperatura maior ou menor que a temperatura padrão (15ºC ao nível médio do mar). 000 pés) 300 (30.000 pés) 390 (39. ALTITUDE INDICADA: é a altitude real.000 pés) 100 (10. utilizada para os procedimentos de pouso e decolagem a partir do informe.2 hPa.Tabela 5 – Níveis de pressão constante PRESSÃO hPa 850 700 500 300 250 200 ALTITUDE PRESSÃO Pés 4781 9882 18289 30065 33999 38662 Metros 1457 3012 5574 9164 10363 11784 FL 050 (5.000 pés) 180 (18. QNH: ajuste do altímetro.: METAR SBGR 022200Z 12010KT CAVOK 25/15 Q1015= NÍVEL DE TRANSIÇÃO: nível de vôo mais baixo disponível para uso. ALTITUDE DE TRANSIÇÃO: altitude na qual ou abaixo da qual a posição vertical de uma aeronave é controlada por referência a altitudes. pelos órgãos de controle de tráfego aéreo. EX. acima da altitude de transição. Representa a pressão verdadeira relativa ao nível médio do mar. 52 . do ajuste do altímetro ou QNH (valor de pressão relativa ao nível do mar).000 pés) 340 (34.000 pés) QNE: AJUSTE PADRÃO OU NÍVEL PADRÃO – 1013. Informado pelas torres de controle ou nas mensagens METAR. ALTITUDE DENSIDADE: é a altitude de pressão (altitude na atmosfera padrão) corrigida à temperatura não padronizada (fora da atmosfera padrão) ou. Na decolagem o procedimento será justamente o inverso. Após a decolagem. ao descerem abaixo do nível de transição. em outras palavras.CAMADA DE TRANSIÇÃO: espaço aéreo situado entre a altitude de transição e o nível de transição. qualquer valor lido no instrumento indicará a altura. ALTURA OU ALTITUDE ABSOLUTA: distância vertical entre um ponto no espaço e a superfície. é a correlação da performance da aeronave com a densidade do ar. o altímetro será ajustado com o QNH do aeródromo para indicar a altitude até a aproximação final.2 hPa). em pés. no nível médio do mar. 53 . da aeronave em relação ao solo (aeródromo). QFE: pressão ao nível da estação (tem como referência a pista). Para se obter indicações de altura é necessário ajustar o altímetro da aeronave com a pressão relativa ao nível da pista (QFE) do aeródromo de decolagem. QFF: pressão da estação reduzida ao nível médio do mar. Ficou estabelecido que. a altitude densidade é zero. com as condições padrão de temperatura (15ºC) e pressão (1013. utilizada pelos meteorologistas visando a plotagem de cartas sinóticas. também denominado ajuste a zero. O procedimento de transição é muito simples: as aeronaves que descendem ao nível de transição vem ajustadas em relação a níveis de vôo (QNE). Quanto maior a altitude e mais quente estiver a temperatura ambiente. a altitude densidade aumenta cerca de 100 pés (acima da altitude pressão) para cada ºC de aumento na temperatura acima do padrão. temperatura e umidade do ar. Figura 38 – Esquema da relação da Temperatura x Pressão Fonte: Cabral e Romão (1999) 54 .Os principais fatores que afetam a AD são a altitude. maior a AD. menor será a densidade do ar e. consequentemente. Em termos médios. TAT: temperatura verdadeira do ar (temperatura de bordo corrigida para os erros instrumental e do atrito com o vento). EXEMPLOS DE CÁLCULOS DE ALTIMETRIA CÁLCULO DE TEMPERATURAS PADRÕES: ISA= 15ºC – 2ºC x AP 1000 FT Ex: altitude pressão de 2000 pés ISA = 15ºC – 2ºC x 2000/1000 = 11ºC Temperaturas padrões para alguns níveis: 20.25ºC 10.000 PÉS = 13ºC NMM = 15ºC CÁLCULOS DE VARIAÇÃO DA TEMPERATURA (T) Ex: altitude pressão de 2.000 PÉS = .000 PÉS = 5ºC 1. a variação de temperatura será igual a 15ºC (TAT) -11ºC (ISA) = 4ºC CÁLCULO DE ALTITUDE DENSIDADE FÓRMULA: AD = AP + 100 x T Onde: 55 .000 PÉS = . Utilizada nos cálculos de altitude densidade e verdadeira de uma aeronave em vôo.5ºC 5.000 pés = 11ºC (ISA) Para uma temperatura verdadeira de 15ºC. 2 hPa) x 30 PÉS) AI = 2000 PÉS + 150 PÉS AI = 2. SENDO O QNH = 1018. SENDO O QNH = 1008. temos: AD = 2000 + 100 x 4 = 2. EX 1): 2000 PÉS + D.2 hPa) x 30 PÉS) 56 .150 PÉS QNH > QNE » AI > AP EX 2): 2000 PÉS + D.2 hPa – 1013.000 pés e uma variação de temperatura de 4ºC. AD = altitude densidade AP = altitude pressão 100 = constante Exemplo: para uma altitude pressão de 2.T = diferença entre a temperatura lida e a temperatura ISA.2 hPa AI = 2000 PÉS + ((1018. EM SUMA: TAT > ISA » AD > AP = atmosfera mais quente/pressão mais baixa TAT < ISA » AD < AP = atmosfera mais fria/pressão mais alta CÁLCULO DE ALTITUDE INDICADA Altitude corrigida do erro de pressão AI = AP + D D = (QNH – QNE)x 30 PÉS OBS: VARIAÇÃO DE PRESSÃO COM A ALTITUDE › 1 hPa ~ 30 PÉS ~ 9 METROS.2 hPa AI = 2000 PÉS + ((1008.2 hPa – 1013.400 ft. 850 PÉS QNH < QNE » AI < AP ALTITUDE VERDADEIRA DE VÔO ERRO COMBINADO DE TEMPERATURA E PRESSÃO Fórmula: AV = AI + 0.150 PÉS AI = 1.4 % AI x  T EX.8 x 4000 100 AV = 4032 PÉS 57 . 2) AI = 4000 PÉS E T = 2ºC AV = 4000 + 0. 1) AI = 2000 PÉS E T = 5ºC AV = 2000 + 2 x 2000 100 AV = 2040 PÉS EX.AI = 2000 PÉS . obtida com o auxílio de cartas de visibilidade. A visibilidade afeta sobremaneira as operações de pouso e decolagem em aeródromos.9. VISIBILIDADE. estando associada a inúmeros fenômenos meteorológicos. Fenômenos meteorológicos e restrições de visibilidade Elemento Nevoeiro Névoa úmida Névoa seca Fumaça Poeira Areia Precipitações Visibilidade < 1. Tabela 6 . chuvisco com > restrição Umidade relativa 100% ou próxima >= 80% < 80% < 80% < 80% < 80% Alta (~100%) Em meteorologia aeronáutica temos 5 referências de visibilidade:  Visibilidade horizontal – visibilidade do Observador Meteorológico em relação aos 360º em torno do ponto de observação. 58 . bem como em rota.000 metros Entre 1 e 5 km Entre 1 e 5 km <= 5 km <= 5 km <= 5 km Variável. NUVENS E NEVOEIROS. conforme pode ser observado na tabela 6. A visibilidade é o grau de transparência da atmosfera. é a maior distância que um objeto pode ser visto e identificado sem auxílio óptico. com.hobeco. Figura 40 – Tetômetro a laser Fonte: http://www.br 59 . utilizam-se os tetômetros (farol teto e eletrônico) para medir pontualmente a base da camada de nuvens.Figura 39 – Modelo de carta de visibilidade Fonte: E-fly.  Visibilidade vertical – distância máxima que o Observador pode ver e identificar um objeto na vertical (nuvens).  Alcance visual da pista (Runway Visual Range ou RVR) – distância máxima. em sua trajetória de planeio de aproximação por instrumento.  Visibilidade de aproximação – distância na qual um piloto.com 60 . diafanômetro ou RVR) – informado nas mensagens METAR e SPECI. medida por equipamentos eletrônicos (visibilômetro.vaisala. ao longo do eixo da pista. pode ver os auxílios de pouso no umbral da pista. Visibilidade oblíqua – visão do piloto quando em vôo em relação a um ponto no terreno. Figura 41 – Diafanômetro Fonte: http://www. As nuvens. podendo produzir nuvens estratiformes ou nevoeiro ou então apresentar condição de instabilidade. fuligem. A atmosfera pode estar com uma condição de estabilidade. Para sua formação deve haver: alta umidade relativa.As nuvens são fenômenos meteorológicos (aglomerado de partículas de água. núcleos higroscópios ou de condensação (sal. material particulado) e processo de condensação (estado gasoso – estado líquido) /sublimação (vapor – sólido ou sólido . 61 .vapor). predominando os movimentos convectivos ascendentes e consequentemente produzindo nuvens do tipo cumulus e cumulonimbus. onde há ausência de movimentos convectivos ascendentes. de acordo com sua aparência e forma. em suspensão na atmosfera) formados a partir da condensação ou sublimação do vapor d’água na atmosfera. portanto. líquidas e/ou sólidas. denotam a condição de estabilidade ou instabilidade da atmosfera. pólens. denota uma atmosfera mais turbulenta. em linhas gerais:  Estratiformes – aspecto de desenvolvimento horizontal e pouco desenvolvimento vertical. as nuvens podem ser.  Cirriformes – origina-se de fortes ventos em altitude. 62 .: As)  Cumuliformes – possui grande desenvolvimento vertical. podem ocasionar chuva leve e contínua (ex. são formados por cristais de gelo.Figura 42 – Esquema de gêneros de nuvens conforme a altura Fonte: Cabral e Romão (2000) Conforme o aspecto físico.  Cirrostratus – véu de nuvens formando um halo em torno do sol ou da lua.  Cirrocumulus . TABELA 7 .ESTÁGIOS DE FORMAÇÃO DAS NUVENS (Latitudes tropicais) ESTÁGIO ALTO (acima de 8 km) Cirrus (Ci) Cirrocumulus (Cc) Cirrostratus (Cs) ESTÁGIO MÉDIO (de 2 a 8 km) Nimbostratus (Ns) Altostratus (As) Altocumulus (Ac) ESTÁGIO BAIXO (de 100 pés a 2 km) GRANDE DESENVOLVIMENTO VERTICAL (base aproximada de 3000 pés até topos de até 30 km) *Latitudes tropicais Stratocumulus (Sc) Stratus (St) Cumulus (Cu) Cumulonimbus (Cb) Gotículas d’água e cristais de gelo Gotículas d’água Cristais de gelo e gotículas d’água Cristais de gelo Estágio alto (a partir de 4 km nos pólos.Um dos critérios mais utilizados para a identificação e classificação de nuvens é por sua altura.indicam ar turbulento em seus níveis de formação. conforme a tabela a seguir. 63 . 7 km nas latitudes temperadas e 8 km nas latitudes tropicais)  Cirrus – prenunciam o avanço de sistemas frontais e podem estar associadas à Corrente de Jato (Jet Stream). fortes rajadas de vento e alta turbulência – os pilotos devem evitá-las. pancadas de chuvas e granizo.  Cumulonimbus – nuvens que geram as trovoadas.  Cumulus – nuvens isoladas e densas.Estágio médio (alturas entre 2 e 8 km)  Nimbostratus – cinzentas e espessas. Nuvens de desenvolvimento vertical: formam-se próximas do solo e devido à alta instabilidade atmosférica chegam a altitudes muito elevadas. 64 . associadas ao ar turbulento de camadas médias.  Altostratus – véu que normalmente cobre todo o céu e pode gerar chuva de intensidade leve e caráter contínuo. denotam turbulência e podem gerar precipitação em forma de pancadas. com forte restrição de visibilidade e teto. podem dar origem à chuva ou neve leve ou moderada de caráter contínuo. com contornos bem definidos. não gerando normalmente precipitação.000 metros)  Stratocumulus – nuvens de transição entre St e Cu  Stratus – nuvens com as alturas mais baixas e que podem ocasionar chuvisco.  Altocumulus – formadas em faixas ou camadas. Estágio baixo (entre 30 metros e abaixo de 2. se resfriando.  Orográfico – devido à presença do relevo. resfriamento da superfície e formação de nuvens baixas (St) ou nevoeiros. 65 . condensando sob a forma de nuvens à barlavento.  Dinâmico (frontal) – ocorre nas áreas de frentes (frias ou quentes).Figura 43 – Quadro de nuvens Fonte: Torelli. com o conseqüente resfriamento e condensação. As nuvens podem se formar por meio de quatro processos:  Radiativo – principalmente no inverno. D. pela ascensão do ar na rampa frontal. com a perda radiativa de energia em radiação de ondas longas. com o ar úmido subindo a elevação. É fator de risco com relação às operações aéreas. Os nevoeiros são fenômenos meteorológicos resultantes da condensação e/ou sublimação do vapor d’água próximo da superfície e que restringe a visibilidade horizontal a menos de 1.meteochile. principalmente nas tardes. principalmente no outono/inverno no sudeste e sul do Brasil.000 metros. Figura 44 – Nevoeiro reduzindo a visibilidade horizontal Fonte: http://www. particularmente na primavera e verão. pois pode causar a restrição operacional de um ou mais aeródromos durante várias horas. presença de grande quantidade de núcleos higroscópios e ventos relativamente fracos. 66 . Formam Cumulus e muitas vezes Cumulonimbus.cl Para a formação dos nevoeiros. deve haver: alta umidade relativa do ar (próxima de 100%). Convectivo – formado pelas correntes ascendentes devido ao aquecimento basal. d) orográfico ou de encosta – formado à barlavento das encostas. Frontais – formam-se nas áreas de transição entre duas massas de ar de características diferentes. c) Brisa – forma-se devido ao fluxo de ar quente dos oceanos sobre a região costeira mais fria (mais comum no inverno em latitudes tropicais e temperadas). quando ventos quentes e úmidos sopram em direção às elevações montanhosas. ocorrem em qualquer época do ano. e) glacial – formam-se nas latitudes polares. 67 . além da visibilidade horizontal. podem ocorrer: Nevoeiro de superfície – ocorre mais próximo da superfície.: METAR – VV001) Classificação dos nevoeiros: Massas de Ar – formam-se dentro de uma mesma massa de ar 1) Radiação – devido ao resfriamento da superfície terrestre (outono e inverno) 2) Advecção – formado pelo resfriamento do ar como resultado de movimentos do ar horizontais. também a visibilidade vertical (Ex. a) Vapor – condensação do vapor d’água devido ao fluxo de ventos frios sobre uma superfície mais quente (lagos. pelo processo de sublimação com temperaturas de até –30ºC. provocando a condensação de vapor d’água (mais comum na primavera e verão). Nevoeiro de céu obscurecido – restringe. sem grande espessura e permite observar o céu. outras nuvens e obstáculos naturais. pântanos) b) Marítimo – formam-se com o resfriamento de ventos quentes e úmidos ao fluírem sobre correntes marítimas frias de mares e oceanos.Em relação aos seus tipos operacionais. quando uma massa de ar mais aquecida avança sobre uma massa de ar mais fria.frontal – forma-se após a passagem de frentes frias. após a ocorrência de chuvas a atmosfera fica fria e úmida possibilitando a formação de nevoeiros. 68 . 2) Pós.1) Pré.frontal – associadas às frentes quentes. physicalgeography. geralmente não ocorre precipitação neste estágio e a visibilidade é boa. Ocorre de forma mais efetiva nas regiões tropicais e principalmente na época do verão.10. que se trata do gênero de nuvens mais perigoso às operações aéreas.html As trovoadas são o resultado da energia acumulada nas nuvens Cumulonimbus (CB). As trovoadas apresentam três estágios: desenvolvimento (cumulus). 1) Desenvolvimento: Ocorre o predomínio de correntes convectivas ascendentes. maturidade e dissipação. gelo. raios e trovões. fortes rajadas de vento. granizo. 69 .net/fundamentals/7t. a condensação e a formação de nuvens Cumulus. TROVOADAS Figura 45 – Foto de múltiplos relâmpagos a partir da base de um Cumulonimbus Fonte: http://www. tendo em vista seu alto grau de instabilidade e os fenômenos associados – turbulência. pancadas de chuva. com o resfriamento. Figura 46 – Foto do desenvolvimento de uma nuvem de trovoada no estágio Cumulus Fonte: http://www.html 2) Maturidade: Ocorre com a formação do CB (extensão vertical até 18 km). ocorre forte turbulência e é máxima a condição de instabilidade atmosférica.physicalgeography. se principia a precipitação em forma de pancadas de chuva ou granizo. As aeronaves apresentam sério risco de acidentes neste estágio. em grande quantidade. com os instrumentos se tornando não confiáveis devido à forte turbulência (ascendentes e descendentes muito intensas) e a energia envolvida. 70 .net/fundamentals/7t. com a incidência dos relâmpagos e trovões. tornando inócuos os sistemas anticongelantes da aeronave. Também ocorre a rápida formação de gelo claro. as correntes descendentes geram os ventos de rajada em superfície. gerando o resfriamento da superfície e torna a atmosfera mais estável. convectivas. 71 . advectivas. Trovoadas orográficas – formam-se à barlavento das montanhas.html 3) Dissipação – neste estágio cessam as correntes ascendentes e predominam as correntes descendentes.physicalgeography. Ns e As. formando fortes precipitações e rajadas de vento. as trovoadas podem ser de vários tipos: orográficas. com a diminuição da turbulência.net/fundamentals/7t. Quanto à sua gênese. precipitação e dos ventos associados. A dissipação do CB forma camadas de Sc.Figura 47 – Foto de um Cumulonimbus na fase de maturidade Fonte: http://www. frontais (dinâmicas). com o transporte de ar frio sobre a superfície de água mais quente. 72 . as trovoadas neste caso são mais intensas e freqüentes do que nas frentes quentes. Trovoadas convectivas (térmicas) – ligadas ao forte aquecimento da superfície e à formação de correntes convectivas. Trovoadas frontais (dinâmicas) – ocorre na região de transição entre duas massas de ar de características diferentes (frentes). com a absorção de calor e a formação de instabilidade.Trovoadas advectivas – ocorre mais freqüentemente no inverno sobre os oceanos. devido ao maior ângulo de inclinação das frentes frias. ocorrem principalmente no verão sobre os continentes. redemet.11. quando ocorre um acidente aeronáutico na área do aeródromo e vizinhanças. Temos a elaboração de 2 tipos de boletim que são difundidos para fora do aeródromo – METAR e SPECI.aer. 73 .Boletim meteorológico regular para fins aeronáuticos.mil. boletins meteorológicos onde constam as informações reais da área do aeródromo e que servirão de base às operações de pouso e decolagem. existentes em mais de 100 aeródromos brasileiros. METAR SBGR 272200Z 18015G25KT 0800 R09/1000N R27/1200D +RA BKN012 OVC070 19/19 Q1012 RETS WS LDG R27= Decodificação: METAR – Identificação do Código .br METAR Ex. confeccionado quando há a elevação de 2ºC ou mais desde a última observação ou quando for constatada a presença de turbulência moderada ou forte ou gradiente de vento. são confeccionados e difundidos de hora em hora. CÓDIGOS METEOROLÓGICOS Nas Estações Meteorológicas de Superfície. fica somente registrado no impresso climatológico da estação. Os Boletins METAR e SPECI podem ser encontrados nas Salas AIS e também no site do CNMA de Brasília – http://www. fica restrito ao âmbito do aeródromo e o boletim LOCAL. o boletim ESPECIAL. SBKP – Campinas (Viracopos).: As torres de Controle informam a intensidade do vento com um uma média de 2 minutos). 272200Z – Grupo Data Hora – indica o dia e a hora (UTC) em que foi expedida a Observação. SBBU – Bauru. GR > Guarulhos. no caso. 74 . SBRP (Ribeirão Preto).: As torres de controle informam o vento aos pilotos das aeronaves em relação ao norte magnético). sempre levando em consideração uma média de 10 minutos de observação (obs. de 10 em 10 graus. SBGR – Indicador de Localidade – S > América do Sul. SBSJ – São José dos Campos. com 15 nós de intensidade e 25 nós de rajadas. mostrando de onde o vento está soprando. Outros indicadores – SBSP – São Paulo (Congonhas). SBDN – Presidente Prudente. 18015G25KT – Indica o vento em superfície.SPECI – Boletim meteorológico especial selecionado – informado nos horários em que não for previsto o Boletim METAR e quando houver alteração significativa nas informações contidas na última mensagem. SBMT – Campo de Marte. A direção do vento é indicada com três algarismos. A intensidade do vento é informada em kt (nós) em dois algarismos (até 99 kt) ou P99. Outros indicadores de localidade podem ser consultados na publicação ROTAER existente nas Salas AIS. soprando do quadrante Sul (180º). caso o vento tenha velocidade a partir de 100 kt. com relação ao norte verdadeiro ou geográfico (obs. B > Brasil. O OBM estima. 75 . O vento calmo é indicado nos boletins quando a intensidade do vento for menor que 1 kt e representado por 00000KT. será informado o vento variável. porém menos de 180º com velocidade inferior a 3 kt.000 metros.: VRB02KT. em metros.000 até 9. Ex: 31015G27KT 280V350 0800 – visibilidade horizontal predominante estimada em 800 metros. de 800 a 5. as duas direções extremas deverão ser informadas na ordem do sentido dos ponteiros do relógio. informa-se 9999. 2) Quando a variação da direção for de 180º ou mais com qualquer valor de velocidade.000 em 1. em um período de até 20 segundos. com os seguintes incrementos:  de 50 em 50 metros até 800 metros.000 metros.  Para valores a partir de 10. ex: VRB23kt Obs: Quando as variações da direção do vento forem de 60º ou mais. porém menos que 180º. a visibilidade horizontal em torno dos 360º a partir do ponto de observação e insere nos boletins a visibilidade predominante encontrada.000 metros. de 5. em relação à intensidade média.  de 100 em 100 metros. os ventos atingem uma velocidade máxima de pelo menos 10 kt. e a velocidade média do vento for igual ou maior que 3kt. ex.000 metros. É identificada pela letra G (Gust). em quatro algarismos.As rajadas são informadas quando.  de 1. O vento variável apresenta duas possíveis situações: 1) A variação total da direção for de 60º ou mais. com a letra V inserida entre as duas direções. durante as observações. informa-se com letras. Ex. na pista 27.000 m de predominante e 2. 3) Após o valor do RVR. Obs.000 metros. Além da visibilidade predominante. com as letras N (sem variação). 76 . instalados nos principais aeroportos e quando a visibilidade horizontal for menor que 2.Obs. será informada a visibilidade mínima quando esta for inferior a 1. Será notificada esta visibilidade e sua direção geral em relação ao aeródromo. após o número da pista. Exemplos: 1) 8.: R1000).: 1) quando não houver diferenças significativas entre os valores de duas ou mais pistas.: Para visibilidades menores que 50 metros. informa-se 0000. U (tendência a aumentar) e D (tendência a diminuir).: R09R/1200.000 m de visibilidade predominante e 1. informa-se somente o R seguido do valor medido (ex. o seu posicionamento: R (direita).000 2800NE) Obs: Quando for observada visibilidade mínima em mais de uma direção. O Alcance Visual na Pista é registrado pelos visibilômetros ou diafanômetros. deverá ser notificada a direção mais importante para as operações.200 metros e com tendência à diminuição. 2) Quando houver pistas paralelas.800 m no setor nordeste – (6. informa-se a tendência de variação.500 metros ou inferior a 50% da predominante. igual a 1.400 m no setor sul – 8000 1400 S 2) 6. R09/1000N R27/1200D – Alcance visual na pista 09 igual a 1000 metros sem variação e. L (esquerda) e C (central). indicando um dos pontos cardeais ou colaterais. combinado adequadamente quando da existência de precipitação.000 metros. SH etc. FG. chuva (RA). A névoa úmida somente será informada nos boletins quando a visibilidade horizontal estiver entre 1. Ex. ex. DS.000 e 5.). TS. névoa úmida (BR). chuvisco (DZ) e pancadas (SH). no caso é indicada chuva (Rain) forte. nevoeiro (FG).: trovoada com chuva moderada => TSRA. BLDU ou BLSA entre 8 km e 16 km do ponto de referência do aeródromo.1) Se o valor for menor que o parâmetro mínimo que o equipamento pode medir. RA. O qualificador VC (vizinhança) somente será utilizado com fenômenos como SH. SN. informa-se M.000 metros. PO. BLSN. SS. trovoada (TS). O qualificador de intensidade (leve.: R09/0050M – M inferior a 50 metros. 77 . 2) Se o valor for maior que o parâmetro máximo que o equipamento pode medir. moderado ou forte) somente será utilizado para formas de precipitação (DZ. névoa seca (HZ). O descritor TS será utilizado isoladamente para indicar trovoada sem precipitação e. informa-se P. ex. Ver a Tabela 4678 que indica o tempo presente para fins de codificação. poeira (PO). + RA – Grupo de tempo presente.: R09/P2000 – P superior a 2. quando acima deste valor e não havendo outro fenômeno significativo será omitido o fenômeno mencionado. Os fenômenos meteorológicos mais utilizados nos boletins são: fumaça (FU). 19/19 – indica 19ºC para a temperatura do ar e 19ºC para a temperatura do ponto de orvalho.: SCT030CB – cumulonimbus esparsos a 3. Q1012 – indica o valor do ajuste do altímetro em hectopascais (hPa) em quatro algarismos.BKN012 OVC070 – Nublado com 1. Para temperaturas negativas insere-se a letra M antes da temperatura ou temperatura do ponto de orvalho. RETS WS LDG R27 – trovoada recente e wind shear na pista 27.95 Pol Hg.: A2995 ou 29.000 pés. 6/8 ou 7/8  OVC – encoberto – 8/8 Altura: base das nuvens informada em centenas de pés. como ocorre no Brasil ou em polegadas de mercúrio (Pol Hg).: VV001 – visibilidade vertical de 100 pés (30 metros). Ex.000 pés. Ex.200 pés e encoberto com 7. O céu obscurecido será informado pela visibilidade vertical. como nos EUA – ex. Tipo: informa-se para os gêneros TCU (Cumulus Congestus) ou Cb (Cumulonimbus). também em centenas de pés. Quantidade: indica com abreviaturas para as seguintes coberturas do céu:  FEW – poucas – 1/8 ou 2/8  SCT – esparsas – 3/8 ou 4/8  BKN – nublado – 5/8. Indica o grupo de nebulosidade existente sobre o aeródromo ou a visibilidade vertical no caso da existência de nevoeiro de céu obscurecido. Faz parte das informações suplementares e relata fenômenos que ocorreram durante a hora precedente e também turbulência e tesoura de vento. 78 . TEMPO e NOSIG. É empregado nos boletins em substituição aos grupos de visibilidade.000 metros  Ausência de nuvens abaixo de 5. teto e visibilidade OK. CAVOK – significa Ceiling and Visibility OK. tempo presente e nebulosidade. ou seja.: METAR SBGR 271500Z 00000KT CAVOK 22/18 Q1015= Exemplos de METAR nacionais: Estado de São Paulo SBGR 091700 12004KT 9000 SCT025 SCT030 BKN300 26/20 Q1017= SBSP 091700 19009KT 9999 SCT030 BKN300 25/19 Q1018= SBMT 091700 15003KT 8000 BKN025 BKN300 29/19 Q1017= SBSJ 091700 00000KT 6000 BKN020 29/20 Q1015= SBSJ 091730 26017KT 4000 -TSRA BKN020 FEW030CB 24/17 Q1015= SBRP 091700 07002KT 9999 BKN030 BKN080 34/19 Q1013= SBST 091700 18010KT 9999 BKN025 BKN090 29/23 Q1015= SBYS 091700 00000KT 9999 BKN040 BKN300 29/17 Q1014= SBUP 091700 07005KT 9999 BKN028 FEW030TCU 30/20 Q1013= SBUP 091730 13007KT 5000 -TSRA BKN028 FEW030CB SCT100 26/23 Q1 013= 79 . com os seguintes identificadores de mudança previstos – BECMG.000 pés (1. Ex.  Ausência de nuvens TCU (cumulus congestus) EX. RVR.500 metros)  Ausência de precipitação e Cb na área do aeródromo. prevalecendo após esse horário. Deve ser informando quando ocorrerem as seguintes condições:  Visibilidade >= 10.Previsão tipo tendência – evolução do tempo prevista de até duas horas a partir do boletim meteorológico e inseridas no final das mensagens.: METAR SUMU 271500Z 4000 BR FEW020 18/16 Q1018 BECMG FM 1530 TL 1600 2000 – indica mudança de visibilidade entre 1530 e 1600 UTC. Outros exemplos: 10/02/2009 SBPA 101600 10009KT 9999 FEW030 32/21 Q1011= 10/02/2009 SBFL 101600 10004KT 9999 SCT020 BKN040 24/20 Q1015= 10/02/2009 SBCT 101600 06007KT 9999 SCT013 SCT030 BKN040 25/19 Q1019= 10/02/2009 SBSP 101600 15004KT 8000 BKN035 27/20 Q1017= 10/02/2009 SBKP 101600 33002KT 9999 BKN035 SCT100 29/21 Q1015= 10/02/2009 SBKP 101632 23003KT 9999 2000E -TSRA SCT035 FEW050CB SCT100 29/21 Q1015= 10/02/2009 SBGR 101600 05007KT 9999 BKN030 29/20 Q1016= 10/02/2009 SBGL 101600 14008KT 8000 SCT020 FEW025TCU 33/27 Q1012= 10/02/2009 SBVT 101600 06017KT 9999 FEW030 33/24 Q1013= 10/02/2009 SBSV 101600 13011KT 9999 FEW017 31/24 Q1013= 10/02/2009 SBBR 101600 29004KT 9999 BKN030 FEW040TCU 28/18 Q1019= Exemplos de METAR internacionais: 10/02/2009 SAEZ 101600 08006KT 08006KT 9999 FEW040 OVC100 28/19 Q1006= 10/02/2009 SUMU 101600 35007KT 9999 FEW026 OVC200 34/17 80 . Q1007 NOSIG= 10/02/2009 SGAS 101600 34016KT 9999 SCT033 BKN080 32/23 Q1008= 10/02/2009 SAME 101600 09006KT 9999 FEW040 31/09 Q1010= 10/02/2009 SCEL 101600 15008KT 120V180 CAVOK 27/09 Q1016 NOSIG= 10/02/2009 SACO 101600 00000KT 9999 FEW030 FEW040CB24/19 Q1009 RETS= 10/02/2009 SLVR 101600 33017G27KT 9999 SCT005 BKN010 FEW030CB OVC07027/23 Q1010= 10/02/2009 SLCB 101600 34002KT 9999 FEW027 BKN200 22/12 Q1019= 10/02/2009 SVMI 101600 05005KT 9999 FEW016 BKN100 28/23 Q1015 NOSIG= TAF – Terminal Aerodrome Forecast – Previsão Terminal de Aeródromo. As previsões para os aeródromos internacionais têm validade de 24 horas ou 30 horas e os domésticos 12 horas. 81 .: TAF SBGR 271000Z 2712/2812 18010KT 2000 BR SCT020 BKN070 TX26/2719Z TN22/2806Z TEMPO 2715/2718 12008G25KT TS SCT030CB BECMG 2718/2720 13008KT RA OVC030 RMK PGW= DECODIFICAÇÃO: TAF – identificador do código. Ex. SBGR – indicador de localidade – Aeródromo de Guarulhos. confeccionada a cada 6 horas por um CMA-1. Dia 27 às 1000 UTC.000 pés.000 pés e nublado a 7. TX26/2719Z TN22/2806Z – temperaturas máxima e mínima previstas e respectivos horários – temperatura de 26ºC prevista para as 1900 UTC do dia 27 e temperatura de 22ºC prevista para as 0600UTC do dia 28. a hora de início e a hora do final da validade da previsão. 18010KT – indica o vento previsto – vento de 180º com 10 nós. 2712/2812 – validade da previsão – identifica o dia. 2000 – indica a visibilidade horizontal prevista – 2000 metros de visibilidade. TEMPO 2715/2718 – Previsão de mudança temporária entre 15 e 18 UTC do dia 27. BR – indica o tempo presente previsto – névoa úmida.271000Z – data e hora de confecção da previsão. SCT020 BKN070 – indica o grupo de nebulosidade prevista – nuvens esparsas com base a 2. 82 . com as seguintes condições: 12008G25KT TS SCT030CB e mudança gradual (BECMG) com a permanência posterior entre 18 e 20UTC: 13008KT RA OVC030= RMK PGW = Observação: indicativo do previsor que elaborou a mensagem. Dia 12 UTC do dia 27 às 12 UTC do dia 28. EXEMPLOS DE TAF DAS 1800Z – Nacionais 10/02/2009 SBPA 101800 111800 09008KT TX33/1019Z 1100/1102 9999 04010KT FEW035 TEMPO TN21/1109ZBECMG 1114/1118 02008KT 8000 TSRA BKN025FEW035CB RMK PAD= 10/02/2009 SBFL 101800 111800 07008KT TX28/1018Z 1103/1112 9999 08005KT FEW030 SCT020 TN20/1109ZPROB40 SCT035 RMK PAD= 10/02/2009 SBCT 101800 111800 06010KT 9999 BKN020 TX27/1018Z TN18/1109ZPROB40 RMK PAD= 10/02/2009 SBSP 101800 111800 15010KT 1018/1022 FEW035CB 00000KT 1008/1010 BECMG 8000 4000 TSRA BKN020 BKN012 BECMG SCT020 32005KT BECMG 1023/1101 8000 BR DZ BKN010 TN20/1108Z TX30/1117Z PROB30 BECMG BKN010 04005KT 1012/1014 1023/1101 FEW030 RMK PGG= 10/02/2009 SBKP 101800 27005KT 9999 SCT030 TN21/1108Z 83 .Outras abreviaturas – FM (From) – a partir de determinado horário (ex: FM 271800 – a partir das 18h00 UTC do dia 27) e PROB – probabilidade de 30 ou 40% de ocorrer a mudança em um período de tempo. 111800 TX31/1117Z 17015KT FEW040CB 13010KT 1111/1113 PGG= PROB40 TSRA NSC BECMG 9000 06005KT 1018/1022 BKN025 1022/1024 BECMG FEW030 7000 BECMG 1114/1116 32005KT RMK 10/02/2009 SBGR 101800 111800 15007KT 9000 BKN030 TN20/1108Z TX31/1117Z PROB40 1018/1022 17010KT 4000 TSRA BKN015 FEW035CB BECMG 1022/1024 09005KT BKN010 PROB30 1108/1111 4000 BR BKN006 BECMG 1112/1114 32005KT 9999 FEW030 RMK PGG= 10/02/2009 SBGL 101800 111800 15010KT 8000 SCT020 TN24/1108Z TX34/1117Z 5000 TSRA TEMPO BKN020 04005KT 1020/1024 FEW030CB SCT015 BECMG 1023/1101 35005KT BECMG 1109/1111 PHE = 10/02/2009 SBVT 101800 111800 05015KT 8000 FEW030 BECMG 1114/1116 13010KT RMK TN26/1107Z TX34/1116Z PROB30 1021/1023 TS SCT020 FEW030CB BECMG 1023/1101 02010KT BECMG 1113/1115 06020KT SCT030 RMK PHE = 10/02/2009 SBSV 101800 - 09009KT 9999 SCT017 TN26/1109Z 84 . 111800 TX30/1116Z 1104/1112 RMK PCP= PROB30 7000 SHRA TEMPO BKN015 10/02/2009 SBBR 101200 111200 08003KT 1013/1015 FEW035CB SCT024 07003KT 9999 08007KT BECMG BECMG FEW017 FEW017 BKN024 1019/1021 1023/1101 PROB30 TX28/1018Z TN19/1108Z BECMG PROB30 TEMPO 1015/1020 TSRA 1106/1110 BKN014 RMK PDL= TAF DAS 1800Z – INTERNACIONAIS 10/02/2009 SAEZ 101800 111800 34012G30KT 6000 TSRA SCT030 FEW040CBOVC050 TN18/1109Z BECMG TX30/1118Z 1100/1102 28006KT 8000 RA BRSCT040 FM 111300 20012KT CAVOK= 10/02/2009 SUMU 101200 111200 02010KT CAVOK TEMPO 1013/1018 34015KT PROB30 9999FEW027 TEMPO 6000 BKN080 -TSRA 1020/11/06 12015G25KT SCT010FEW040CB OVC060= 10/02/2009 SGAS 101800 111800 34018KT 9999 SCT033 TX36/18Z TN24/09ZTEMPO 1019/1023 6000 TSRA BKN027 FEW040CB BECMG 85 . EX. vento de superfície entre 0800Z e 1000Z de 25kt. principiando às 00. 12 e 18Z. dentro de uma FIR ou subárea. turbulência moderada no FL090. confeccionada por um CMA-1 e com validade de 6 horas.: SBRE GAMET VALID 200600/201200 RECIFE FIR SFC WSPD 08/10 25KT SFC VIS 06/08 N OF 18DEG S 2000M CLD 06/08 OVC 800FT N OF 12 DEG S TURB MOD FL090 SIGMET APLICABLE: 2 e 4 (Previsão FIR Recife das 0600Z às 1200Z do dia 20.1100/1103 CAVOK= GAMET – Previsão de fenômenos significativos que deverão ocorrer entre o solo e o FL 100 ou FL150 (em regiões montanhosas). visibilidade de 2000 m entre 0600Z e 0800Z ao norte da latitude 18º Sul. entre 0600Z e 0800Z. céu encoberto a 800 FT ao norte da latitude 12º Sul. AVISO DE AERÓDROMO – Mensagem confeccionada por uma CMA-1 que informa sobre fenômenos meteorológicos que podem afetar aeronaves no solo e/ou instalações e serviços nos aeródromos.: 20/01/2009 SBGR 201530 201930 AVISO DE AERODROMO 1 VALIDO 201530/201930 PARA SBGR/SBSP/SBMT/SBJD/SBKP 86 . SIGMET nºs 2 e 4 – aplicáveis à FIR). 06. EX. S2651 W05334 . Para vôos transônicos ou supersônicos a mensagem é denominada SIGMET SST. sobre fenômenos observados ou previstos em rota que possam afetar as aeronaves em vôo acima do FL100.: WS WRNG VALID 201400/201800 SBGR SFC WIND 30010KT WIND AT 60M 36025KT IN APCH = (Mensagem alertando sobre variação significativa entre o vento de superfície e o vento a 60 m de altura para o Aeródromo de Guarulhos).S3013 W05209 TOP FL350 MOV E 12KT NC= (SIGMET nº 4 válido para o dia 12 entre 2200UTC e dia 13 às 020UTC emitido pelo CMV Curitiba para a FIR Curitiba. SIGMET – Mensagem em linguagem abreviada.S3055 W05305 . expedida por um Centro Meteorológico de Vigilância (CMV). com a observação de trovoada embutida com topos no FL 350 às 21h45Z dentro da área indicada 87 . EX: SBCW SIGMET 4 VALID 122200/130200 SBCW .S2805 W05527 .PREVISTO TEMPESTADE COM VENTO 17010/25KT= DE RAJADA AVISO DE GRADIENTE DO VENTO – Mensagem elaborada por um CMA-1 sobre variações significativas de vento (direção e/ou velocidade) que possam afetar as aeronaves em trajetória de aproximação. assim como aeronaves na pista durante o pouso e a decolagem. entre o nível da pista e uma altura de 500 metros. EX.SBCW CURITIBA FIR EMBD TS OBS AT 2145Z WI S3013 W05209 . na FIR Recife). No final do SIGMET podem aparecer também as abreviaturas WKN – enfraquecendo ou INTSF – intensificando. com 12 nós de velocidade e sem variação (NC. movendo-se para leste. EX. valido entre 1400Z e 1800Z. alertando sobre turbulência moderada observada às 1350Z no FL090. 88 .no change).pelas coordenadas geográficas.: SBRE AIRMET1 VALID 201400/201800 SBRF RECIFE FIR MOD TURB OBS AT1350 FL090 NC= (AIRMET expedido pelo CMV Recife. AIRMET – Mensagem semelhante ao SIGMET. expedida por um CMV e voltada para aeronaves em níveis baixos (até o FL100). 12. A validade das cartas é de 6 horas. com antecedência de 24 horas. CARTAS METEOROLÓGICAS CARTAS SIGWX Cartas confeccionadas pelo CNMA (Centro Nacional de Meteorologia Aeronáutica) de Brasília. sendo que na legenda aparece o horário médio da carta. Figura 48 – Carta SIGWX da América do Sul do dia 09 de abril de 2004 – 18h00 UTC Fonte: http://www. Ex.: Carta das 1800UTC tem validade entre 15 e 21 UTC.br 89 .redemet. Podem também ser obtidas cartas de tempo significativo elaboradas pelo Centro Mundial de Previsão de Washington do nível 250 até o 630.aer.mil. com as condições de tempo e áreas de nebulosidade previstas desde a superfície até o nível 250. com antecedência de 24 horas. FL300. FL340. FL390.redemet. Figura 49 – Carta WIND ALOFT PROG do dia 09 de abril de 2004 – 12h00 UTC – FL300 Fonte: http://www.aer. FL100. FL240.br 90 . valendo 6 horas antes e 6 horas depois do horário constante na carta. para os FL 050. nos horários das 00h00 e 12h00. Cada carta tem validade de 12 horas. elaboradas pelo CNMA a cada 12 horas. FL450 e FL630.mil. FL180.CARTAS WIND ALOFT PROG Cartas de previsão de vento e temperatura em altitude. Produz nuvens cumuliformes. por sua vez. 1980. com exceção dos períodos de precipitação. que podem gerar precipitação em forma de pancadas e. Na figura abaixo são mostradas as duas condições atmosféricas. Figura 50 – Esquema de condição atmosférica estável e instável Fonte: Salvat. boa visibilidade. ESTABILIDADE E INSTABILIDADE ATMOSFÉRICA A estabilidade atmosférica ocorre quando há ausência de movimentos convectivos ascendentes. pode ocorrer precipitação leve e contínua e haver restrição de visibilidade. de estabilidade e de instabilidade. Pode produzir nuvens do tipo estratiformes e também gerar névoas e nevoeiros. A instabilidade atmosférica. 91 . ocorre quando predominam os movimentos convectivos ascendentes.13. ao se elevar.6ºC/100 m. após ter iniciado a condensação e a formação de nuvens. para ocorrer o equilíbrio do ar úmido.6ºC/100 m. Se o gradiente térmico vertical for maior que 0. Razão adiabática – gradiente vertical de temperatura que se verifica sem troca de calor com o ar ambiente.6ºC/100 m a parcela de ar úmido se torna estável e tenderá a descer. se o gradiente for menor que 0. Razão adiabática seca (RAS) – gradiente vertical de temperatura de uma parcela de ar seco que. 92 . o gradiente térmico vertical real de um volume de ar seco deve ser igual à RAS. o gradiente térmico vertical real de um volume de ar úmido deve ser igual à RAU. a parcela de ar seco se torna instável e tenderá a subir. para ocorrer o equilíbrio do ar seco. isto é. se o gradiente for menor que 1ºC/100 m a parcela de ar seco se torna estável e tenderá a descer.Processo adiabático – processo de aquecimento ou resfriamento de uma partícula de ar sem troca de calor com o meio (o ar é um mau condutor de calor). Razão adiabática úmida (RAU) – gradiente vertical de temperatura que ocorre com o ar saturado na proporção média de 0. Este valor é verificado a partir do nível de condensação convectiva. Se o gradiente térmico vertical for maior que 1ºC/100 m. na descida. o ar irá se aquecer adiabáticamente na mesma proporção. vai se resfriando adiabáticamente na proporção de 1ºC/100 m. a parcela de ar úmido se torna instável e tenderá a subir. 42ºC/100 m (valor máximo já encontrado na atmosfera). a atmosfera será ESTÁVEL sempre que ocorrer o GT menor que 0. ascende adiabáticamente. se 1) AR SECO – atmosfera será estável. a atmosfera apresentará 3 situações possíveis (estabilidade absoluta. é a altura das nuvens cumulus e cumulonimbus. Gradiente superadiabático – gradiente térmico maior que os gradientes adiabáticos (RAS e RAU) e que dá origem à instabilidade atmosférica. Atmosfera condicionada – quando o GT da atmosfera for maior que 0. até se tornar saturada. NCC – Nível de Condensação Convectivo – altura na qual uma parcela de ar. 2) AR ÚMIDO/SATURADO – atmosfera será instável.6ºC/100m e menor que 1.Estabilidade atmosférica – Conforme o gradiente térmico vertical existente. quando suficientemente aquecida por baixo. Estabilidade absoluta – independente do teor de umidade do ar. instabilidade absoluta e atmosfera condicionada). Instabilidade absoluta – independente do teor de umidade. No caso mais comum. a atmosfera será INSTÁVEL sempre que o GT for maior que 1ºC/100m. iniciando a condensação. a situação de equilíbrio será condicional. que pode ser calculada pela 93 .6 ºC/100 m.0ºC/100m. Gradiente autoconvectivo – aquele que provoca na atmosfera um grau máximo de instabilidade – 3. 2ºC/100m. 94 . resultará em 1.fórmula (T – TD) x 125 m. que é a base das nuvens cumuliformes informadas no boletim. temos a diferença entre a temperatura do ar (30ºC) e a temperatura do ponto de orvalho (22ºC) igual a 8ºC que. Ex: METAR SBGR 141700Z 18010KT 9999 BKN033 30/22 Q1020= No exemplo acima.: tal cálculo somente deve ser utilizado para formações cumuliformes de origem local (aquecimento local) e não para formações de gênese orográfica ou frontal. Obs. Obs.: O gradiente térmico vertical da temperatura do ponto de orvalho é igual a 0.000 m. os dados devem ser extraídos dos boletins METAR e SPECI. multiplicado por 125 (m). TURBULÊNCIA As turbulências são definidas como irregularidades na circulação atmosférica que afetam aeronaves em vôo.: Campo de Marte e Congonhas). À barlavento as aeronaves devem encontrar aumento de altitude (ganho de sustentação) e à sotavento perda de altitude. 95 .14. C) Turbulência mecânica ou de solo – provocada pelo atrito do ar ao soprar contra edificações e outros obstáculos artificiais. Afetam particularmente os helicópteros e aviões pequenos. um indício de sua presença são as nuvens lenticulares (forma de amêndoas) nas cristas das elevações e nuvens rotoras à sotavento. que voam a baixa altura e também nos procedimentos de pouso e decolagem de aeródromos situados em áreas urbanas (ex. provocando solavancos bruscos em suas estruturas. As nuvens cumuliformes são indicadores da existência desse tipo de turbulência. É uma das principais causas de acidentes aéreos e pode ocorrer a partir de várias causas: A) Turbulência termal ou convectiva – Associada às correntes térmicas sobre os continentes (principalmente durante as tardes de verão) ou oceanos (durante as noites). devendo aumentar a potência de seus reatores e sair da área de ondas orográficas. B) Turbulência orográfica – surge do atrito do ar ao soprar contra elevações montanhosas. D) Turbulência dinâmica: D.1) Turbulência frontal – turbulência surgida com a presença de sistema frontal. com velocidades acima de 50 kt e de até 300 kt em altitudes acima de 20. as cartas SIGWX dos FL250 /630 mostram as áreas previstas de CAT e JET STREAM.D. sob céu claro. o previsor expede um aviso de gradiente de vento (WS WARNING). provocando o ganho ou perda de sustentação da aeronave e colocando em sério risco os vôos.2 m/s em 30 m – 9 a 12 kt em 30 m acima de 6. D.CAT) – turbulência que surge sem nenhuma indicação visual. O gradiente de vento é reportado pelos pilotos das aeronaves que encontraram o fenômeno e a WS aparece no final dos boletins METAR e SPECI.4) Esteira de turbulência (WAKE) – surge nas trajetórias de pouso e decolagem. turbinas ou pontas de asas. Tabela 8 – Intensidade de Wind Shear INTENSIDADE LEVE MODERADA FORTE SEVERA VARIAÇÃO 0 a 2 m/s em 30m (100 pés) – 0 a 4 kt em 30m 2.000 ft. principalmente nos procedimentos de pouso e decolagem. as aeronaves que se encontrarem atrás daquelas que geraram a esteira devem 96 .3) Turbulência de cortante de vento (WIND SHEAR) – surge da variação na direção e/ou velocidade do vento em baixa altura (até 2. D. quando são formados vórtices a partir de hélices.2 m/s em 30 m – mais de 12 kt em 30 m Obs: A intensidade de WS em aviação é classificada conforme a variação do vento em uma determinada distância. geralmente está associada à Corrente de Jato (Jet Stream).6 a 6.000 ft ou 600 m são mais perigosos).2) Turbulência em ar claro (Clear Air Turbulence . principalmente de aeronaves de grande porte.6 a 4.1 m/s em 30 m – 5 a 8 kt em 30 m 4. : aeronave pequena deve ter separação de 6 milhas de uma aeronave considerada pesada – B747).ter uma distância adequada para não sofrerem acidentes sérios (ex. Figura 52 – Esteira de turbulência de um helicóptero Fonte: Cabral. 2001 97 . Figura 51 – Esteira de turbulência de uma pequena aeronave Fonte: Cabral e Romão. 1999. Tabela 9 – Intensidade de turbulência INTENSIDADE IDENTIFICAÇÃO A aeronave sofre acelerações verticais inferiores a 2 LEVE m/s. sofrendo bruscas mudanças de altitude. Os objetos soltos podem se deslocar e encontra-se dificuldade para executar o serviço de bordo ou se deslocar pelo corredor da aeronave. MODERADA A aeronave sofre acelerações verticais entre 2 m/s e 5 m/s. É necessário o uso do cinto de segurança. perder o controle da aeronave. porém continua sob controle. podem ocorrer danos à sua estrutura. FORTE A aeronave sofre acelerações verticais entre 5 m/s e 8 m/s. O serviço de bordo pouca pode ou prosseguir nenhuma normalmente. O serviço de bordo e o caminhar pelo corredor da aeronave se tornam impraticáveis. podendo sofrer mudança de altitude. momentaneamente. SEVERA A aeronave sofre acelerações verticais superiores a 8 m/s. devido à forte trepidação. Os objetos soltos são fortemente lançados de um lado para o outro e os instrumentos a bordo vibram de modo intenso. A tripulação sente a necessidade de utilizar cinto de segurança. Pode-se. porém não sofre alterações significativas em sua altitude. 98 . criando sérias dificuldades para o piloto. Em tal situação é impossível o controle da aeronave e. mas os objetos continuam em repouso. Encontra-se dificuldade ao se caminhar pelo corredor da aeronave. Passageiros podem entrar em pânico devido aos movimentos violentos da aeronave. A ocorrência dos fenômenos de gradiente de vento e turbulência está extremamente associada. portanto. O gradiente do vento altera a velocidade da aeronave e. A turbulência afeta mais o controle da aeronave devido à forte trepidação. A escala do gradiente de vento (WS) é maior que a da turbulência. 99 . relativa ao tamanho da aeronave e sua velocidade. diferenciando-se basicamente na ordem de grandeza de escala. sua sustentação. força de Coriolis. Outro fator importante na circulação geral da atmosfera em grande escala é o movimento de rotação da Terra (W-E) e.14. A direção e velocidade dos ventos dependem de quatro fatores: gradiente de pressão. ocorrem diferenças de pressão que irão ocasionar os ventos. É a chamada Força ou Efeito de Coriolis. se verificam fluxos de ar. sendo que nos polos a força defletora é maior devido à maior velocidade linear e no equador a Força de Coriolis é nula. VENTOS E CIRCULAÇÃO ATMOSFÉRICA Tendo em vista o aquecimento diferencial da superfície do planeta. que diz que sempre que voltarmos as costas para o vento teremos à nossa esquerda as maiores pressões e à nossa direita. edificações etc). que são o movimento horizontal (ou advectivo) de uma massa de ar. Quando ocorrem diferenças de pressão. montanhas. 100 . as menores pressões. proporcionalmente ao gradiente de pressão. com desvio para direita no hemisfério norte e para a esquerda no hemisfério sul. sempre da maior para a menor pressão. como consequência disso. os ventos apresentam um modelo turbilhonar. sendo convergentes em direção aos centros de baixa (ciclones) e divergentes. de maior ou menor intensidade. força centrípeta (pois a trajetória dos ventos não é retilínea) e influência do atrito (devido à rugosidade do terreno com colinas. em relação aos de alta (anticiclones). Devido à Força de Coriolis surge a Lei de Buys-Ballot. que surge a partir do movimento de rotação da Terra e que vai ocasionar os desvios dos ventos nos dois hemisférios. livre da camada de fricção. pode-se dividir os ventos em 3 tipos: 1) Vento de superfície – até 100 metros do solo – máximo atrito. Os ventos geostróficos resultam do equilíbrio entre a Força de Coriolis e do gradiente de pressão e ocorre acima de 600 metros de altura. onde a Força de Coriolis é nula.Conforme o atrito com a superfície. quando fluem exclusivamente devido ao gradiente de pressão. Os ventos podem ser barostróficos. associados ao movimento de rotação da Terra e ao gradiente de pressão. O Vento Gradiente resulta do equilíbrio das Forças de Coriolis. como os ventos alísios. Gradiente de Pressão e Força Centrífuga e ocorre acima de 600 metros de altura. O vento Ciclostrófico surge do equilíbrio das Forças do Gradiente de Pressão e Força Centrífuga e que se verifica próxima ao Equador. em grandes distâncias. 101 . 2) Vento superior – de 100 até 600 metros – área de transição. sendo que os pousos e decolagens devem ser feitos. como as brisas litorâneas e as de montanha e vale (também chamados respectivamente de catabáticos e anabáticos) enquadram-se na primeira categoria e os de macro-escala. 3) Vento gradiente – acima de 600 metros – fluxo livre de ventos. em pequenas distâncias e os geostróficos. Nos aeródromos utilizam-se os anemômetros para medir a direção e a velocidade dos ventos. na segunda. Os de escala local. A direção do vento sempre indica de onde sopra o vento. sua indicação é feita em nós (kt). 102 . sendo composta por três faixas de vento em ambos os hemisférios e uma zona de convergência na área equatorial: 1) Ventos Polares de Leste – Fluem dos anticiclones polares para as latitudes temperadas e são desviados pela Força de Coriolis resultando em direção predominante de este nos dois hemisférios. é denominada Circulação Geral Inferior. Os registros de vento em uma Estação Meteorológica de Superfície tomam por base um período de 10 minutos de observação. CIRCULAÇÃO ATMOSFÉRICA Devido ao aquecimento diferencial do globo e à rotação da Terra. pelo menos 10 kt em relação ao vento médio observado. enquanto que as Torres de Controle utilizam um período de 2 minutos. até 20. podem ocorrer rajadas. garantindo maior sustentação às aeronaves. que são variações de. em um período de até 20 segundos. a atmosfera do planeta está em constante movimento que. para fins meteorológicos tal direção tem como referência o norte geográfico (verdadeiro) e para os órgãos de tráfego aéreo a referência é o norte magnético. contra o vento.preferencialmente.000 pés de altitude. Além da velocidade do vento. Em relação à velocidade do vento. 103 . com fluxo predominante de oeste e intensificando nas latitudes mais altas.Fluem a partir dos anticiclones subtropicais nos dois hemisférios em direção ao equador e apresentam direção de SE no hemisfério sul e NE no hemisfério norte. Entre as áreas de ITCZ ocorrem regiões de baixas pressões e calmarias denominadas DOLDRUMS. 4) ITCZ – Intertropical Convergence Zone – Região de encontro dos ventos alísios dos dois hemisférios. largura variável (até 500 km) e acompanhando o verão no respectivo hemisfério. 3) Ventos Alísios .2) Ventos Predominantes de Oeste – Fluem a partir dos anticiclones subtropicais nos dois hemisférios em direção aos pólos. varia entre 15º N a 12ºS e tem como posição média 5ºN. com origem nas latitudes equatoriais e tropicais e que fluem em direção aos pólos. ocorre acima de 20. Fonte: Salvat. São exemplos de ventos da Circulação Geral Superior: 104 . como retorno dos ventos que alcançaram a ITCZ. A Circulação Geral Superior.000 pés de altitude. por sua vez.Figura 53 -Esquema da Circulação Atmosférica. 1980. se elevaram a altas altitudes e seguem o caminho inverso. associadas. acima de 60. acima de 30. Circulação Secundária ou Regional .  Ventos Contra-Alísios – ocorrem nas latitudes tropicais.  Brisas – circulações que surgem a partir do aquecimento diferencial entre a superfície do mar e da terra. à diferenças locais como a orografia. Corrente de Berson – Ventos que ocorrem no Equador. de W-E.000 pés. 105 . entre 20ºN e 20ºS.  Correntes de Jato – faixas de ventos (cerca de 400 km de largura) que ocorrem nos dois hemisférios em latitudes temperadas. como o retorno dos alísios em direção aos pólos. Sua direção predominante é W. está associada à CAT (Clear Air Turbulence) e é importante fator na movimentação das massas de ar provenientes dos pólos.  Brisa marítima – devido ao maior aquecimento da terra durante o dia em relação à superfície do mar.000 pés.circulações de escala espacial menor. com velocidades acima de 100 kt em direção aos pólos. muitas vezes. ocorre o fluxo de ar do mar para o continente. podendo apresentar ventos entre 50 kt e 350 kt. Figura 55 – Esquema de brisa terrestre Fonte: http://www.html 106 . devido ao maior resfriamento do continente e.Figura 54 – Esquema de brisa marítima Fonte: http://www.physicalgeography. mais quente e menos denso.html  Brisa terrestre – ocorre durante a noite.physicalgeography.net/fundamentals/7o. do continente para o mar. conseqüentemente maior pressão em relação ao ar sobre o mar.net/fundamentals/7o. html 107 .physicalgeography. com predominância dos ventos soprando do mar (monções de verão). Figura 56 .html  Ventos de vale – ocorrem durante o dia.net/fundamentals/7o. a partir do aquecimento do ar no fundo do vale e sua ascensão pelas encostas.Esquema de Monções de inverno e de verão.: sul da Índia).net/fundamentals/7o. Monções – circulação de ventos que ocorrem em algumas regiões do planeta (ex. Fonte: http://www. Figura 57 – Esquema de vento de vale Fonte: www.physicalgeography. causando chuvas abundantes ou soprando do continente (monções de inverno) causando longo período de seca.  Efeito Föehn – Ventos quente e secos que ocorrem à sotavento das elevações montanhosas. com a descida.html  Vento anabático – vento semelhante ao vento de vale. Ventos de montanha – ocorrem durante a noite. se resfria na parte mais alta de uma encosta (mais alongada) e flui em direção ao vale. quando o ar.  Vento catabático – vento similar ao vento de montanha.net/fundamentals/7o.physicalgeography. pelas encostas. quando o ar mais aquecido. 108 . Figura 58 – Esquema de vento de montanha Fonte: www. se eleva sobre uma encosta (mais alongada). durante o dia. do ar mais frio em direção aos fundos de vale. durante a noite. “No dia 27 de dezembro de 1991. diminuindo a circulação do ar para instrumentos e motores. mostraram que mesmo uma camada de gelo fina como uma folha de papel faz a sustentação diminuir em 25%. que. 2) Temperatura do ar menor ou igual a 0ºC. p. no túnel aerodinâmico. partindo-se em três pedaços. nos carburadores e nas tomadas de ar. Testes feitos pela FOKKER. como o relatado abaixo.” (Pessoa. um MD-81 teve que fazer um pouso forçado fora do aeroporto. 14/05/92. Nas partes móveis das aeronaves (rotor e hélices).0ºC) 109 . pararam”. situadas na cauda. Para a formação de gelo. afeta seu controle e produz fortes vibrações. há o acúmulo de gelo nas superfícies expostas gerando aumento do peso e resistência ao avanço. dentro da aeronave o gelo se forma no tubo de pitot. o gelo que se tinha formado sobre as asas desprendeu-se e foi ingerido pelas turbinas.T. O gelo afeta a aeronave interna e externamente. JT..3 – Caderno de Turismo). são necessárias as seguintes condições: 1) Presença de gotículas super-resfriadas. L. Quando o avião corria na pista e iniciava a rotação para subir. fora da aeronave. 4) Camada da atmosfera úmida (T – Td <= 6.. “O efeito mais devastador da formação de gelo é a modificação do perfil aerodinâmico da asa.. em conseqüência..16. FORMAÇÃO DE GELO A formação de gelo em aeronaves é fator de risco e causa de inúmeros acidentes aeronáuticos. 3) Superfície da aeronave menor ou igual a 0ºC. Quando se forma gelo. pouco depois da decolagem. o fluxo de ar é alterado e a sustentação é gravemente afetada. estando associado à nuvens estratiformes (St. associado às nuvens cumuliformes (Cu e Cb)  Gelo tipo escarcha ocorre principalmente em atmosfera estável e sem turbulência. liso ou vidrado (mais perigoso devido à maior aderência e dificuldade de remoção de grandes gotículas superesfriadas) Gelo escarcha. amorfo ou opaco (granulado. suave e semelhante ao formado no congelador) . esta. ao se chocar com a superfície fria da 110 .  A geada se forma quando a aeronave voa durante muito tempo com temperatura abaixo de 0ºC e depois passa por uma área com temperatura acima de 0ºC contendo água. denso e translúcido).atmosfera instável ou condicional instável Entre 0ºC e 10ºC – Nebulosidade associada:  Gelo tipo cristal está vinculado ao ar instável e turbulento estando.atmosfera instável ou condicional instável .Tabela 10 – Tipos de gelo Tipo de gelo Condição da atmosfera Faixa de temperatura Gelo claro (brilhante.atmosfera estável ou condicional estável Entre –10ºC e – 20ºC Entre 0ºC e –10ºC . As) Formação de geadas em aeronaves  Quando se choca contra os pára-brisas das aeronaves podem causar grande restrição à visibilidade. cristal. portanto. 111 .) acumulação de gelo sobre a aeronave. 6. não há problemas operacionais na aeronave. Aumenta a resistência ao avanço. de aparência de neve. Perda de potência dos motores. devido à ineficiência dos sistemas de combate à sua formação. Intensidade de formação de gelo A intensidade de formação é dimensionada conforme sua razão de acumulação na aeronave. alteração nos comandos e velocidade indicada com perda de até 25%. 3. Em situações mais graves.aeronave. não ultrapassando a razão de 1 mm/min. cria uma fina camada de gelo esbranquiçada. Efeitos do gelo sobre as aeronaves 1. ocasionando fortes vibrações nos motores. pequena vibração e velocidade indicada com perda de até 15%. Restrição visual. Formação Moderada – acumulação entre 1 e 5 mm/min. Perda da eficiência aerodinâmica. a formação de gelo pode determinar a imediata mudança de nível de vôo. 2. erros nos instrumentos de pressão. geralmente a evaporação compensa a acumulação de gelo e. Formação Forte – formação quase instantânea. Formação Leve – acúmulo lento. 4. com grande e rápida (de 5 a 10 mm/min. Diminui a sustentação. Há a diminuição da eficiência das comunicações. 5. Em poucos minutos pode haver de 5 a 8 cm de acúmulo de gelo nas aeronaves. portanto. Indicações falsas dos instrumentos etc. pois aumenta o diâmetro dos cabos e diminui o isolamento em relação ao corpo da aeronave. Sistema térmico: Evita e combate a formação de gelo. 112 . Atua por meio de capas de borrachas inseridas nos bordos de ataque das asas e empenagens.  Hélices – reduz o rendimento e apresenta fortes vibrações.Áreas críticas da aeronave em relação ao gelo  Asas – modifica o perfil aerodinâmico. Tais capas inflam ar comprimido periodicamente e rompem o gelo formado. o excesso de peso pode causar a ruptura da antena. altímetro e velocímetro.  Antenas – afeta as comunicações. mas não sua formação. aumenta a resistência ao avanço e diminui a sustentação. aquecendo as partes mais vulneráveis da aeronave.  Tomadas de ar (TUBO DE PITOT) – afeta o indicador de velocidade vertical (climb). através de resistências elétricas incandescentes ou por meio de fluxos de ar aquecido dos motores.  Pára-brisas  Tanques de combustível Sistemas Antigelo São divididos em dois tipos: os anticongelantes (anti-ice). Em situações extremas.  Carburador – reduz o rendimento do motor e sua potência. que procuram retirá-lo. que impedem a formação de gelo e os descongelantes (de-ice). Sistema mecânico: Evita o acúmulo de gelo. noaa. pára-brisas e carburadores.ucar. C) Evite voar em FL dentro de nuvens com altos índices de precipitação.html e http://www. produtos experimentais mostrando áreas de formação de gelo para os EUA em suas imagens de satélite. Além das áreas sombreadas de azul claro.rap. que tem a capacidade de liquefazer o gelo formado ou impedir tal formação. B) Use de forma correta o sistema antigelo.gov/arad/fpdt/icg.Sistema químico: Geralmente tal sistema é usado de maneira preventiva nas hélices. Para a obtenção de tais produtos meteorológicos.edu/weather/satellite. particularmente entre as faixas de 0 e –20ºC. mostrando a concentração de nuvens com gotículas de água superesfriadas. D) Emita mensagem de posição com reporte de formação de gelo em seu FL.html .nesdis. Produtos da NOAA ADMINISTRATION) (NATIONAL OCEANIC AND ATMOSPHERIC A NOAA disponibiliza na Internet. em amarelo e com a seguinte classificação em relação à formação de gelo: 0 = nenhuma. também são inseridas as informações dos últimos reportes dos pilotos sobre as imagens. a partir de fluidos anticongelantes constituídos de água e álcool etílico. 113 . pode-se acessar os seguintes sites: http://orbit-net. Informações úteis para diminuir ou evitar os efeitos da formação de gelo: A) Faça a remoção do gelo que porventura exista sobre a aeronave antes da decolagem. 3 = moderada.nesdis. baixas pressões e sobre elevações montanhosas também são áreas muito problemáticas em relação à formação de gelo. cavados. as altitudes são plotadas em verde. Em CB em formação.1 = leve.000 e 20. Figura 59 – Imagem de satélite meteorológico indicando áreas de formação de gelo.html Obs. 2 = leve/moderada.gov/arad/fpdt/icg. normalmente entre 6. pode ser encontrado gelo severo em alturas ainda mais elevadas. 114 . 4 = moderada/severa e 5 = severa.noaa. Fonte: http://orbit-net.: Deve-se esperar gelo sempre que a aeronave atravessar nebulosidade ou chuva em camadas próximas ou acima do nível de congelamento. As regiões frontais.000 pés. LISTAS DE TESTES 115 .
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