2BRASÃO DA PMPR Brasão da Polícia Militar do Paraná, criado pelo decreto nº 15.719, de 23 de junho de 1969, assinado pelo governador Paulo Pimentel. (publicado no Boletim do CG do dia 30 de junho de 1969) Considerando que as mais tradicionais Corporações Policiais Militares do Brasil possuíam sua insígnia oficial, resolveu o governador do Estado do Paraná estabelecer a seguinte insígnia, baseada no emblema oficial do Estado; DECRETAR: Art. 1º - Fica criado na Polícia Militar do Paraná uma insígnia oficial em forma de escudo com ângulo lateral, sobre o fundo amarelo-ouro, tendo em sua parte superior como timbre, o falcão Nhapecami, desenhado em cor preto, com as asas semi-abertas. No contorno interior do escudo, as legendas em letras de forma, em cor verde garrafa - PARANÁ – POLÍCIA MILITAR. Na parte central do escudo, uma paisagem típica do Paraná, contendo no campo esquerdo, o símbolo dos três Planaltos, bem como das três raças que colonizaram o Estado, em cor azul. No campo direito, um pinheiro cor verde, símbolo da terra das araucárias, ao lado do sol em amarelo vivo, símbolo das Américas, no campo inferior em tons verdes claros e escuros, símbolo de riqueza vegetal do Estado. Art. 2º - Este decreto entrará em vigor na data de sua publicação revogadas as disposições em contrário. (aa) – PAULO PIMENTEL, governador do Estado do Paraná. Agostinho José Rodrigues INTRODUÇÃO A POLÍCIA MILITAR foi criada pela Lei n. º 7, de 10 de agosto de 1854, sancionada pelo Presidente ZACARIAS DE GÓES E VASCONCELLOS, exatamente 7 meses e 21 dias após o desmembramento do PARANÁ da então Província de São Paulo. Sua primeira denominação foi COMPANHIA DA FORÇA POLICIAL da Província do Paraná e para comandá-la foi escolhido a pessoa do Capitão de Primeira Linha – JOAQUIM JOSÉ DE MOREIRA MENDONÇA, oficial do Exército. Em sua gênese histórica se manifestaram duas fases típicas, que se traduzem pelo cumprimento de missões nos diversos períodos de nossa formação: REPRESSIVA e PREVENTIVA. 3 Com a missão de “proteger os viajantes contra a agressão de indígenas e malfeitores”, vemo-la caracterizando sua ação de modo repressivo, lutando contra caudilhos, revolucionários, e o estrangeiro que intentava invadir o país, dever que cumpriu com denoda e audácia, sendo, muitas vezes, necessário o sacrifício de vidas para a imposição do império da lei e da ordem. Em 1865, com apenas 11 anos de existência, encontramo-la integrando com seus homens, o Corpo de Voluntários da Pátria na Guerra do Paraguai. Em 1893, divisamo-la na Revolução Federalista, lutando com bravura durante o Cerco da Lapa, em cuja resistência heróica perdeu grande parte de seu efetivo e um valoroso comandante, o coronel Cândido Dulcídio Pereira. Em 1912, vemo-la pelejando na Campanha do Contestado, agora, nos Campos do Irani, juntamente com uma legião de bravos policiais-militares, onde outro seu comandante, também, perecia, o coronel João Gualberto Gomes de Sá Filho. Outras Revoluções se sucederam e inúmeros foram os combates: 1924, 1930, 1932; A Intentona Comunista de 1935, a Revolução Democrática de 1964. Os conflitos internos: Imposto do Vintém, a conflagração do sudoeste paranaense, a rebelião de Porecatu, etc. Em todas elas, nossos soldados cobriram-se de glórias, mostrando a fibra de que eram possuidores. Serenado a fase de lutas fratricidas que enlutaram o solo pátrio, pode, melhor, a Polícia Militar, dedicar-se à sua missão constitucional de mantenedora da ordem pública no Estado, auxiliando o incremento do progresso em nossa terra, levando a segurança e a tranqüilidade às regiões mais primitivas, participando ativamente na consolidação política do Paraná, tornando-se, em toda sua plenitude GUARDIà DA LEI E DA ORDEM e garantia efetiva dos poderes constituídos. Hoje, quando a Corporação paranaense comemora o sesquicentenário de sua existência, seus homens têm consciência de que jamais poderão descansar em sua luta contra o crime e a desagregação social. E desta consciência lhes nasce o ânimo e a fé na justiça, capaz de levá-los ao sacrifício da própria vida, pela causa que abraçaram. Os Primeiros Tempos - Período Colonial Tudo começou com os portugueses. Do descobridor e colonizador herdamos tudo: idioma, vocação desbravadora, tolerância, religião, comodismo, organização política administrativa, etc... Herdamos também os princípios jurídicos-policiais que, através dos séculos, modelaram e cristalizaram a nossa concepção de segurança. Os primeiros tempos são os tempos de Martim Afonso, das Capitanias, dos governadoresgerais, dos governos do norte e do sul. 4 I – ORGANIZAÇÕES POLICIAIS PRIMITIVAS 1. ALMOTACÉ Os “Alomotacés”, autoridades encarregadas de zelar pelo ordem pública nas vilas recém-criadas no BrasilCôlonia, constituem a primeira manifestação de uma autoridade policial constituída. Funções: Fiscalizar o cumprimento das leis referentes à proteção de pessoas e bens dos órfãos, dos ausentes, dos pródigos e furiosos; Velar contra o abuso de armas proibidas; Zelar pela execução das leis contra vagabundos e jogadores; Fiscalizar os viajantes, os pobres, os mendigos e os teatros. 2. COMPANHIAS DE ORDENANÇAS Nascem as Companhias de Ordenanças, organizadas nas cidades, vilas e povoados. A primeira organização que se tem notícia foi criada em 11 de dezembro de 1570, constituída de Companhias de Ordenanças, nos termos da Carta Régia de 1559. Eram comandadas por capitães-mores que, juntamente com os Alferes, Sargentos e Cabos, eram escolhidos por eleição, do que se lavrava assento nas Câmaras. Contudo, esse processo de eleição logo foi revogado pelos seus inconvenientes, passando a nomeação dos cargos à competência dos Governadores. “Cada localidade tinha um Capitão-mor nomeado pelo Governador da Capitania a quem cabia fazer um minucioso levantamento de todos os moradores, detalhando-se as qualidades de cada um, suas posses... Além do Capitão havia um Alferes, um Sargento, um Meirinho, um Escrivão e dez Cabos... A reunião de quatro Companhias de Ordenanças se denominou o Terço”. As Companhias de Ordenanças mantinham a ordem pública nas cidades, vilas e paróquias. Disciplinadas e obedientes ao poder público local, constituíam fatores fundamentais da ordem e manutenção da hierarquia social. Também eram mobilizadas para a defesa interna contra agressões 5 externas não raras na época. Elas tiveram momentos de relevância na garantia da soberania da Pátria nascente contra invasões externas, ressaltando-se na luta contra invasores holandeses e franceses. Entretanto, as Companhias de Ordenanças - mais composta de voluntários e/ou homens menos favorecidos (pobres, negros, pardos e índios) - não serviam aos desígnios dos senhores ambiciosos em extorquir toda a riqueza da Terra florescente. Companhias de Ordenanças no Paraná. No período colonial (1722), o atual Estado do Paraná, era 5ª Comarca da Capitania de São Paulo. O policiamento, nesta Comarca (5ª), era feito pela companhia de Ordenanças - Corporação criada nas cidades e vilas, sob as ordens de “capitão-mor”, cuja finalidade era: TER TODA GENTE EM GRANDE QUIETAÇÃO E SOSSEGO”, não podia consentir “HOMIZIADOS” e nem “PESSOAS INQUIETAS QUE CAUSASSEM PERTURBAÇÃO AOS MORADORES”. Organização da Companhia de Ordenanças no Paraná. Pelo Regimento e Forma baixados com a Portaria do Capitão-General da Capitania de São Paulo, em 1722, além dos Capitães, compunham-se essas Companhias de Alferes, Sargentos, Cabos de Esquadra e Soldados, estes em número de 25 em cada esquadra “devendo de Alferes para cima ser homens dos principais da terra, de melhor consciência e os mais ricos”. A nomeação para o posto de capitão-mor da Companhia era feita pelo Capitão-General da Capitania, por indicação das Câmaras das cidades e vilas de “três sujeitos dos mais nobres e ricos” do lugar. Na então Vila de Curitiba coube a nomeação de Capitão-mor de Ordenanças a FRANCISCO XAVIER PÁSSARO, com patente que lhe foi passada em 20 de março de 1721. Em 1728, o então Governador da Capitania ordenava ao Capitão-mor de Ordenanças que “tivessem especial cuidado em prender os malfeitores que a experiência havia mostrado na prática de grandes e atrozes delitos” e em 1733 ampliavam-se-lhes as atribuições, mandando-se “tomar as armas curtas de fogo, pistolas e facas proibidas”. Em 1766 havia no atual território do ESTADO DO PARANÁ, uma Companhia de Ordenanças em Paranaguá e outra em Curitiba, esta com uma fração destacada em São José dos Pinhais, então freguesia. No ano seguinte, 1767, como todas as Forças de Ordenanças da Capitania, as Companhias de Paranaguá e Curitiba, foram incorporadas ao Corpo do Exército sob o comando do Sargento-mór FRANCISCO JOSÉ MONTEIRO, que marchou em socorro da Província de VIAMÃO (Rio Grande do Sul) à braços com a invasão castelhana. Pode-se, portanto, considerar como primeiro serviço de guerra em defesa do território esse das Companhias que formaram os primeiros núcleos policiais do Paraná. Em carta de 5 de fevereiro de 1768 comunicava o Governador da Província ao Conde de Oeiras, que as Companhias de Ordenanças se compunham de tantas esquadras de 10 a 15 homens, sob comandos de Cabos quantos fossem necessários à lotação dos bairros, dependendo também o número de Sargentos das necessidades dessa lotação. Subsistindo ainda em 1822 a instituição das “Companhias de Ordenanças”, após a Proclamação da Independência da Pátria, determinou-se pela Lei de 25 de outubro de 1823 que elas ficassem 6 sujeitas aos Presidentes das Províncias, não só em relação à escolha dos Oficiais como às suas organizações. Decadência Decadentes, as Companhias de Ordenanças subsistiram até o fim do primeiro império, em 1831, quando foram extintas pela Regência Trina e substituídos, com as Milícias e pela Guarda Nacional. Nessa fase conturbada da política brasileira, decorrência da abdicação do Imperador Pedro I, e com o propósito de fortalecer ainda mais a tranqüilidade pública e auxiliar a justiça, a Regência sancionou a Lei de 10 de outubro de 1831, criando na Corte o CORPO DE GUARDAS MUNICIPAIS PERMANENTES, a pé e a cavalo. Das Companhias de Ordenanças surgiram as Tropas Pagas, que eram já profissionais remunerados pelos serviços prestados. 3. COMPANHIAS DE DRAGÕES. Tropas Pagas. Surgem as Companhias de Dragões, composta em sua maior parte de homens oriundos do reino, bem adestrados e, portanto, mais aptos a impor a ordem interna nas Capitanias. Quanto às Ordenanças, eis o depoimento: “Estavam, as Ordenanças, limitadas a patrulhamentos locais, rondas e condução de presos, afora as desordens que promoviam por conta própria. Contudo, constituíam uma estrutura hierárquica social que com o tempo formou a base de nosso desenvolvimento em comunidade”. As Companhias de Dragões, oriundas inicialmente de Portugal, assimilaram em forma de Companhia de Pedestres anexas, as Tropas de Ordenanças em exaurimento, e foram tomando uma conformação de tropa nativa. Era o advento das Tropas Pagas, soldados profissional organizado e adestrado de acordo com os parâmetros da legislação militar portuguesa, redigida pelo Conde de Lippe. Assinale-se que, já na sua gênese, as Forças Públicas estruturavam-se como organização militar e tinham uma dupla função: - Civil: era a função policial rotineira de prevenir e reprimir o crime; - Militar: era a função esporádica de enfrentamento das insurreições e defesa da Pátria. Exemplo típico da primeira função - a civil era o capitão-mor FRANCISCO XAVIER PÁSSARO (primeiro capitão-mor), nomeado para comandar a Tropa da Vila de Curitiba, patrulhando as ruas, prendendo malfeitores que praticavam grandes e atrozes delitos, apreendendo armas (pistolas e facas) proibidas. 7 Outro exemplo típico - o militar - era as Capitanias de Paranaguá e Curitiba incorporando suas Forças de Ordenanças, sob o comando do Sargento-Mór FRANCISCO JOSÉ MONTEIRO, ao Corpo do Exército, que marchou em socorro da Província de Viamão (RS), que estava à braços com a invasão Castelhana. Esse fato ocorreu em 1767, sendo considerado como o primeiro serviço de guerra em defesa do Território Brasileiro, realizado por milícia paranaense. Em verdade, as Tropas Pagas dos séculos XVII e VIII - as famosas Companhias de Dragões e os Regimentos - são as raízes das atuais Polícias Militares de hoje, ou melhor, estas resultam da evolução, em linha direta, daquelas. Missão: Patrulhamento local, rondas, condução de presos e combate a desordens, sob as ordens do governador da Província. 4. REGIMENTO REGULAR DE CAVALARIA. Em 1775, foram organizados nas Províncias mais desenvolvidas, os Regimentos Regular de Cavalaria – também, Tropa Paga. O alferes Joaquim José da Silva Xavier – o “Tiradentes” – pertenceu ao Regimento Regular de Cavalaria da Província de Minas Gerais. O Alferes Tiradentes – Joaquim José da Silva Xavier pertenceu ao Regimento Regular de Cavalaria, da Província de Minas Gerais, exercendo a função de Comandante da 6ª Cia. Nessa província era intensa a exploração do ouro e diamantes, os quais eram transportados até a sede do Vice-Reino – Rio de Janeiro – para embarque com destino a Portugal. 8 Missão: Combater os salteadores de estradas; Impedir a sonegação das quantidades exploradas; Impedir o roubo no transporte, e; Fiscalizar a posse e administração de escravos. Convém esclarecer - já que sua origem militar esteve por tanto tempo relegada ao esquecimento, ou causou dúvidas por puro desconhecimento, que o Alferes Joaquim José da Silva Xavier, o “Tiradentes”, jamais pertenceu à Companhia dos Dragões. Estes pertenciam aos Reais Exércitos Portugueses, destacados em MG a serviço do Governo da Capitania a partir de 1719, mas sem vínculo direto com a gente mineira. Decreto-Lei nº 9.208, de 29 de Abril de 1946. (Institui o Dia das Polícias Civis e Militares, que será comemorado no dia 21 de Abril). O Presidente da República, Considerando que entre os grandes homens da história Pátria que mais se empenharam pela manutenção da ordem interna, avulta a figura heróica do Alferes Joaquim José da Silva Xavier (Tiradentes) o qual, anteriormente aos acontecimentos que foram base de nossa Independência, prestara a Segurança Pública, quer na esfera militar, quer na vida civil patriótico serviços assinalados em documentos do tempo e de indubitável autenticidade: Considerando que a ação do indômito protomártir da Independência, como soldado da Lei e da Ordem deve constituir um paradigma para os que hoje exercem funções de defesa da Segurança Pública, como sejam as polícias civis e militares, às quais incumbem a manutenção da ordem e resguardo das instituições: Usando da atribuição que lhe confere o Artigo 180 da Constituição, Decreta: Art. Único – Fica instituído o Dia das polícias Civis e Militares que será comemorado todos os anos a 21 de abril, data em que as referidas corporações em todo o país realizarão comemorações cívicas que terão como patrono o grande vulto da Inconfidência Mineira. Rio de Janeiro, 29 de abril de 1946, 125º da Independência e 58º da República. a.a.) Eurico Gaspar Dutra Carlos Coimbra da Luz 5. DIVISÃO MILITAR DA GUARDA REAL A VINDA DA FAMÍLIA REAL PARA O BRASIL 9 1809 - criação da Divisão Militar da Guarda Real, atual PMRJ, tendo como finalidade prover a segurança e tranqüilidade pública do RJ. Período Imperial Com o advento do Império no Brasil, várias transformações se fizeram na organização política e social do Império. Na estruturação administrativa do Estado recentemente independente, várias normas legais foram baixadas, adequando-se sua composição à realidade do Brasil. A Carta de Lei de 10 de Outubro de 1831 autorizou a criação de Corpos Municipais. D. João VI. 6. CORPOS DE GUARDAS MUNICIPAIS PERMANENTES. Quando começou a ser organizado os Corpos do Exército Brasileiro (1830-31), os efetivos das organizações existentes foram sensivelmente esvaziados e absorvidos por essa nova Corporação. A Carta de Lei de 10 de outubro de 1831 autorizou a criação dos Corpos Municipais, dando origem a uma nova força que foi denominada de Corpos de Guardas Municipais Permanentes. Finalidade: “Manter a tranqüilidade pública e auxiliar a justiça”. Em tempos de guerra constituíam a Linha Auxiliar do Exército. O Território, em 1836, ainda era a 5ª Comarca da Província de São Paulo. Nesse tempo, surgiu a necessidade de garantir e alargar as comunicações entre as Capitanias de São Paulo e de São Pedro (RS). No Paraná, foi criada uma Cia. de Guardas Municipais, que foi estacionada na Estrada da Mata entre as duas Províncias, com destacamento em Palmas e Guarapuava. 10 Organização: - Um Comandante, e - 50 Praças. Missão: “Proteger os viajantes contra agressões de indígenas e de outros quaisquer malfeitores”. 1840 - Aumentou o efetivo em mais: - 10 homens; - 01 Capelão; - 01 Cirurgião (que exercia, também, a função de Boticário), e - 01 Ferreiro. 1844 – O efetivo do Corpo de Guardas Municipais, passou a ser empregado no serviço de policiamento, em qualquer ponta da Comarca. Extinção: A Companhia de Guardas Municipais Permanentes, foi extinta pela Lei Provincial n.º 3 de 17 de fevereiro de 1855, entretanto, o Destacamento de Palmas foi conservado, sendo por fim, extinto pelo Ato n.º 56 de 07 de abril de 1855, do Presidente da Província do Paraná. Essas Companhias foram as Corporações das quais originaram as atuais polícias-militares do Brasil. 7. CORPOS POLICIAIS. Em 1840, os Corpos Municipais Permanentes passaram a denominar-se Corpos Policiais. 8. BRIGADAS POLICIAIS. Em 1873, os Corpos Policiais foram transformados em Brigadas Policiais. Nesse tempo, a atual PMPR, criada em 10 de agosto de 1854, denominava-se Companhia da Força Policial. Período Republicano 9. FORÇAS PÚBLICAS. Em 1891, as Brigadas Policiais passaram a denominar-se Forças Públicas. Nesse ano, a PMPR passou a denominar-se Corpo Policial do Estado e em 1892, Regimento de Segurança do Paraná. 10. POLÍCIA MILITAR. Em 1934, pela Constituição Federal, as corporações passaram a denominar-se POLÍCIA MILITAR. A PMPR, em 1918, passou a denominar-se Força Militar. Em 1932, Polícia Militar, em 1840, Força Policial e em 1946, POLÍCIA MILITAR, até os nossos dias atuais. 11 II. EMANCIPAÇÃO POLÍTICA DO PARANÁ Até 1853, o Paraná era a 5ª Comarca da Província de São Paulo. Vivia entregue ao abandono e à inércia devido a grande distância que a separava metrópole paulista. Os habitantes do Paraná, na época, viam possibilidades de desenvolvimento da região e exploração das riquezas e julgavam-se no direito de administrá-la e deram início em 1821, a um movimento denominado “Conjuntura Separatista”. Defensores do Paraná Os defensores mais ardorosos da Emancipação do Paraná foram: Honório Hermeto Carneiro Leão, senador e futuro marquês do Paraná, Antônio Cândido da Cruz Machado, deputado mineiro que elaborou o projeto para o desligamento da 5ª Comarca de São Paulo. Movimento de Emancipação Os movimentos pela emancipação do Paraná continuavam. Os dois maiores propagadores pela libertação do Paraná foram: Paula Gomes – (Francisco de Paula e Silva Gomes), Paula Gomes, tropeiro famoso e hábil violinista, mandava imprimir folhetos e os distribuía por onde passava. Correia Júnior – (Manoel Francisco Correia Júnior), parnanguara, pela promessa de emancipação da 5ª Comarca de São Paulo, armou um batalhão às suas custas contra a Revolução Liberal de 1842. Muitas tentativas foram feitas, porém em 29 de agosto de 1853, o movimento separatista saiuse vitorioso, quando a Câmara de Deputados do Império, aprovou a Lei nº 704, assinada pelo Imperador Dom Pedro II, criando a Província denominada de PARANÁ, desligando a então 5ª Comarca da Província de São Paulo. Instalação Oficial da Província do Paraná Para organizar a Província do Paraná, foi nomeado por Carta Imperial de 27 de setembro de 1853, o estadista Zacarias de Góes e Vasconcellos. A 19 de dezembro de 1853, ocorria a instalação oficial com a posse do primeiro presidente da província. 12 CURITIBA: tornou-se oficialmente VILA, em 29 de março de 1693 (Francisco da Silva Magalhães), cidade em 05 de fevereiro de 1842 e por ocasião da instalação da Província contava com sessenta e dois mil habitantes. Curitiba em 1855 Quando o Presidente Zacarias tomou posse da Província, um dos principais problemas que encontrou foi o da ordem pública e a segurança individual da população, devido à ineficiência das tropas responsáveis pela manutenção da ordem na ex-5ª Comarca Paulista. Chegada do presidente Zacarias ao Paraná Foi seu decidido e ilustre colaborador nesta obra de reforma de costumes, o Sr. ANTONIO MANOEL FERNANDES JUNIOR, nomeado Chefe de Polícia, por Carta Imperial de 20 de outubro de 1.853, que por sua vez dividiu a Província em distritos, nomeando as respectivas autoridades e criou a efêmera “GUARDA DE PEDESTRES”, para atender o policiamento de Curitiba, cujos integrantes em número de nove, foram nomeados a partir de abril daquele ano. Fatores que motivaram a criação da atual PMPR As organizações policiais encarregadas da segurança não tinham força suficiente para implantar a ordem e não podiam sofrear os impulsos criminosos dos bandos de foragidos que cometiam assaltos e praticavam desordens desvairando a opinião pública. Existiam na época as seguintes organizações policiais: Guardas Municipais Permanentes – guarneciam os campos de Palmas, Guarapuava e a Estrada da Mata. Guarda Nacional – desorganizada e sem traquejo de armas, fornecia serviço de polícia e postal no interior da Província. Guarda Policial – pequena força de guarda policial, criada pelo Decreto n.º 7, de 25 de junho de 1834, por Resolução do Conselho Geral de São Paulo. Exército Nacional – a Força de Primeira Linha do Exército também colaborava na manutenção da ordem pública. 13 III – CRIAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO PARANÁ O Presidente Zacarias, certificando-se da necessidade de oferecer aos provincianos todas as garantias que precisavam, propôs à Assembléia a organização de uma força formada nos princípios básicos da ordem, da disciplina, da lealdade e com objetivos voltados para a segurança da população. Assim, a primeira lei que sancionou foi a de 28 de julho de 1854, que fixou a Vila de Curitiba como capital da Província e, ainda nessa mesma legislatura, foram votados e sancionados mais dezenove projetos, entre eles a Lei n.º 7, de 10 de agosto de 1854, que autorizou a organização da COMPANHIA DA FORÇA POLICIAL, a qual veio a ser, de fato e de direito, a primeira organização policial do Paraná: Lei n.º 7, de 10 de agosto de 1854 ZACARIAS DE GÓES E VASCONCELLOS Presidente da Província do Paraná Faço saber a todos os habitantes que a Assembléia Legislativa Provincial decretou e eu sancionei a lei seguinte: Art. 1º - Fica o Governo autorizado a organizar uma Companhia de Força Policial com total de sessenta e sete homens e soldo constante do Plano junto, assim como a depender o que for necessário para armamento, equipamento, expediente, luzes, aluguel de casas para quartéis da Companhia e destacamentos. Art. 2º - O Presidente da Província fará o regulamento necessário à economia, disciplina e moralidade da Companhia, marcando o modo e tempo de engajamento. Este regulamento será submetido a aprovação da assembléia em sua próxima reunião, ficando em vigor desde sua publicação. Art. 3º - Ficam revogadas as disposições em contrário. Mando, portanto a todas as autoridades a quem o conhecimento e execução da referida Lei pertencer, que a cumpram e façam cumprir tão inteiramente como nela se contém, o Secretário desta Província a faça imprimir, publicar e correr. Palácio do Governo do Paraná, em 10 de agosto de 1854, trigésimo terceiro da Independência e do Império. 2. ORGANIZAÇÃO INICIAL DA COMPANHIA DA FORÇA POLICIAL O governo através da Lei n. º 7, de 10 de agosto de 1854, criou a Companhia da Força Policial – primeira denominação da atual PMPR – com um efetivo de 67 homens (oficiais e praças) e soldo constante do “Plano”, assim como a depender o que for necessário para armamento, equipamento, expediente, luzes, aluguel de casas para quartéis da Companhia e destacamentos. 14 Plano Quantos 1 1 1 1 2 1 8 2 50 67 GRADUAÇÃO Capitão Tenente Alferes 1º Sargento 2º Sargento Furriel Cabos Cornetas Soldados Vencimentos Diários 700 640 600 560 560 500 Vencimentos Mensais 60$000 50$000 40$000 21$700 39$630 16$600 38$880 34$700 775$000 1:178$580 Gratificação do Cmt da Cia 10$000 Fardamento p/ três Sargentos e Furriel 080 Idem de 8 Cabos, 2 Cornetas e 50 Sds. 060 Soma................................................................................................................. Vencimentos Anuais 730$000 600$000 480$000 260$400 476$160 223$200 1:666$560 416$640 9:300$000 14:152$960 120$000 119$040 1:330$200 15:712$200 A organização da Cia. da Força Policial foi moldada no tipo militar, com instrução de caçadores. Subordinava-se diretamente ao Presidente da Província, única autoridade que a poderia empregar na manutenção da ordem e no interesse da tranqüilidade pública, e que, tinha por dever atender as requisições das autoridades policiais, para o fim de fazer efetivos as suas ordens. Sob a vigilância dos policiais militares surgiram as primeiras fazendas; diante de sua proteção ergueram-se as primeiras chaminés de nossas fábricas e se estenderam os trilhos das primeiras ferrovias rumo ao sertão desconhecido; seus homens acompanharam os fundadores de numerosas cidades, assistindo o seu crescimento e garantindo a segurança da população. É frisante e sintomático o fato da Corporação ter conservado, sempre, o caráter militar, originário de sua criação. Não é correta a concepção de que se militarizou por influência da Revolução de 1964, como muitos apregoam. Tanto é verdade essa assertiva que o oficial escolhido para comandá-la foi o capitão de primeira linha do Exército, Joaquim José Moreira de Mendonça, que a convite do Presidente Zacarias, veio diretamente da Corte do Rio de Janeiro com esse encargo. A ele coube, portanto, a difícil tarefa de organizá-la nos moldes estabelecidos e com base na hierarquia e disciplina, mecanismos ágeis de saneamento de seus quadros. (primeiro Cmt-Geral da PMPR) Além de a sua criação ter sido alicerçada nas tradições seculares de “Assegurar a paz pública e auxiliar a justiça”, competia-lhe, de acordo com a legislação vigente, a prisão de criminosos, o patrulhamento e rondas nas cidades, vilas e freguesias, estradas, além de outras diligências. 15 Todos os destacamentos policiais do interior da província também ficaram a seu cargo, consoante ao disposto no artigo 1º da Lei nº 7, de 10 de agosto de 1854, passando seus integrantes a realizar, diuturnamente, o policiamento ostensivo e desempenhar, cumulativamente, atividades de polícia judiciária. E lá, naqueles longínquos lugares, onde a dinâmica vida moderna não levara ainda a estrada e o conforto, já se achava o soldado de polícia. Muitas vezes, era o único representante do governo; era o homem mais conhecido e respeitado do lugarejo; o representante da Lei e da Justiça; era a palavra da ordem e da civilização que, embora de maneira tosca, se fazia entender. Como vimos, desde aquela época, a Corporação tinha como exclusividade o exercício do policiamento ostensivo. Porém, hoje, como frutos de açodamentos, pretendem desviar essa missão para outra organização que os policiais militares ajudaram a criar. “Durante muitos anos, somente a Companhia da Força Policial figurava nas leis orçamentárias da Província, o que confirma a inexistência, na época, de qualquer outro órgão responsável pela manutenção da ordem pública”. A Polícia se identificou pelo uniforme que usa. E exercia – como até hoje o faz, com mais eficiência – a polícia preventiva em toda a sua plenitude, evitando, com a sua presença, a perpetração do delito e guardando o emprego de medida repressiva para a última instância. Como agentes da Lei, seus membros têm tombado no solo sem vida, numa demonstração inequívoca que a missão policial-militar é árdua, complexa, dignificante e pode até mesmo custar o sacrifício da própria vida. Não se encontra no mapa do Estado um lugar onde não haja tombado, em holocausto ao dever, o soldado de polícia, inscrevendo, a sangue vivo, a odisséia magnifica da dor e do sacrifício nessas jornadas de todo o dia, obscura é verdade, mas de um profundo e belo sentido de defensor da vida e dos bens da gente laboriosa, das cidades e dos sertões, constantemente ameaçados pelo flagelo do banditismo. O seu passado, cheio de tradições, está vinculado à própria história do Paraná. E esta ensina, e confirma, que a Corporação sempre esteve presente e atuante nos momentos decisivos do nosso Estado, em harmonia com as aspirações populares e as melhores recordações do povo paranaense. Crescendo paralelamente com o desenvolvimento do Estado, a Polícia Militar vem assinalando, nas dobras do pavilhão que defende, com denodo de bravos, os feitos de suas empreitadas vitoriosas, nos domínios da paz, no terreno das dificuldades e nos campos de batalha. 16 Seu primeiro regulamento foi elaborado por uma comissão de oficiais do Exército e entrou em vigor a partir do dia 05 de dezembro de 1854. Citamos aqui alguns artigos desse regulamento, que julgamos de interesse histórico: Art. 3º - O capitão comandante e os outros oficiais da Companhia serão de livre escolha e nomeação do Presidente da Província, que igualmente os poderá demitir ou excluir do serviço, bem como, as demais Praças, tendo para isso motivo justificado pela conveniência da boa marcha da ordem e serviço da Companhia. Art. 4º - Os oficiais inferiores serão nomeados, promovidos, demitidos ou rebaixados dos postos pelo comandante da Cia., dando de tudo, imediatamente, parte motivada ao presidente da Província. Art. 5º - As praças de pré serão despedidas pelo comandante da Força, findo o tempo de alistamento, se assim o requererem ou continuarão a fazer parte dela, pelo tempo que de novo quiserem alistar-se. Art. 10º - O comandante satisfazerá a requisição das diferentes autoridades policiais e criminais, quando essas requisições limitarem a três ou quatro praças. Ao Chefe de Polícia satisfará a requisição de qualquer número de praças dando logo parte ao presidente da Província, quando o número delas exceder o terço da totalidade da Companhia. Art. 20º - Todas as praças de pré pernoitarão no seu quartel, exceto, porém, as casadas e poucas outras, as quais por sua conduta, poderá o comandante da Cia., sob a sua responsabilidade, consentir que durmam em suas casas. Art. 21º - O indivíduo que alistar-se na Companhia, prestará juramento aos Santos Evangelhos de cumprir bem, pronta e fielmente as ordens superiores, concernente ao serviço, ser fiel ao governo e ao sistema político adotado no Império. O Art. 22º - trata do uniforme da Cia. e o 23º e seguintes, dos crimes, penas e processos. O Art. 51º - dizia que o Comandante da Cia. podia, independente de processo, aplicar até 8 dias de prisão com trabalho, dando parte ao presidente. Se a falta fosse em destacamento, o respectivo comandante, sendo oficial, poderia aplicar 4 dias de prisão, comunicando ao comandante o delito, podendo por o culpado em segurança. No entanto, toda a vez que o castigo não excedesse de 2 meses de prisão com trabalho, o presidente da Província poderia mandar aplicá-lo, conforme as circunstâncias do caso e provas que tivesse do delito, com a diferença que, sendo até um mês, fá-lo-ia a seu arbítrio, e, sendo maior, em ordem motivada. O Art. 52 - concluía expondo que “o arbítrio de que tratava o artigo anterior não compreendia a faculdade de alguém aplicar o castigo da CHIBATA, que na Companhia era expressamente proibido”. Esse regulamento funcionou até a República. (mantivemos a grafia da época) 17 3. Efetivo Inicial Total do efetivo: 67 homens (sendo três oficiais e sessenta e quatro praças). Das 64 Praças: um 2º Sargento, dois Cabos e dez Soldados formariam uma Secção de Cavalaria. Esta por sinal, só veio a ter uma pequena organização com um efetivo de 06 soldados e igual número de cavalos em 1879. Mais tarde é denominado de Esquadrão de Cavalaria, atualmente, Regimento de Polícia Montada, constituindo-se assim, organização PM mais antiga da Corporação paranaense. Os Primeiros Soldados que ingressaram na Polícia Militar: Nicolau José Lopes ingressou na Companhia da Força Policial, no dia 1º de outubro de 1854, oriundo da extinta Guarda de Pedestres, tendo sido o primeiro cidadão provinciano a envergar a farda de Policial-Militar. No dia primeiro de novembro de 1854: - Nicolau José Lopes, nascido em 1835, natural do Rio Grande do Sul, e - José Theodoro de Freitas, nascido em 1834, natural de Curitiba. No dia 1º de dezembro de 1854: - Joaquim Vicente da Silva, nascido em 1837, natural de Morretes; - Antônio Lopes Santana; e - Domingos Pinto da Silva. No dia 30 de dezembro de 1854: - Antônio José de Lima. Ingressaram no ano de 1855: Amâncio José da Luz, Francisco José Carvalho, Jacob Sttol, Francisco Luiz, Dioniso Luiz, Joaquim Pereira de Souza, Júlio Pinto, Antônio Pedro, Joaquim Cândido, Manoel Gonçalves, Leonardo José Marques, Manoel Rodrigues, João Taborda Ribas, Manoel Domingues, Antônio Balbino, José Luiz Jesus, Américo Querino, Luiz Cândido Olegário Carvalho, Ricardo Pereira, Bento Antônio Joaquim, Francisco Antônio de Oliveira, Francisco Geraldo da Conceição e José Sebastião. A fase organizacional foi árdua. Com um pouco mais de dois meses de existência, a milícia paranaense, contava com o efetivo de apenas dois oficiais e cinco praças. Só em fins de novembro de 1854, o presidente Zacarias pode iniciar a execução da lei nº 7, em toda a sua plenitude. No entanto, as condições razoáveis estabelecidas no primeiro regulamento, em fevereiro de 1855, a Companhia da Força Policial, não tinha ainda um terço das praças que formava o seu estado efetivo completo. 18 No regulamento foi consignada expressamente a idéia de não poder ser indivíduo algum constrangido a assentar praça na polícia. Sobre a falta de indivíduos para preencher as vagas existentes o presidente Zacarias, em seu Relatório de 1855, expunha, entre outras coisas que: Os habitantes da província não tinham nenhuma inclinação ao serviço das armas e que era provável que a confiança que inspirava o comandante da Cia., assim como oficiais e a certeza da exclusão de castigos infames (era proibido o uso da chibata), fossem motivos para que a Força Policial dentro de pouco tempo chegasse ao seu estado efetivo completo. Além do pouco interesse dos paranaenses pela vida militar, outros fatos que, sem dúvida, impedia o preenchimento do efetivo era o baixo soldo estipulado aos soldados – não condizente como um bom chamariz para angariar voluntários, o presidente Zacarias fez ver essa situação e propôs que fosse elevado a “dez tostões” diários o vencimento de cada soldado. (ver tabela na página 16). Após algumas contestações, em vista dos pequenos recursos da província, o seu apelo foi atendido e a Cia., logo ficou em condições de iniciar suas atividades; desempenhar cabal e fielmente as missões que lhe foram confiadas. Mas como era óbvia, com o emprego da tropa miliciana no policiamento, a outra organização existente teriam que ser dissolvidas ou afastadas do serviço. Lei nº 8, de 10 de agosto de 1854 – revoga na Província o serviço da Guarda Policial que havia sido criada em 1834 pelo Conselho Geral de São Paulo. Ato nº 56, de 07 de abril de 1855 – considerando que nenhum serviço vinha prestando os destacamentos dos Guardas Municipais Permanentes que o governo de São Paulo havia estacionado nos campos de Palmas e na Estrada da Mata, revogou as ordens que autorizavam a sua permanência naquelas regiões, deslocando para lá, homens da Cia. da Força Policial do Paraná. Quanto à utilização de Praças do Exército em Destacamentos, o presidente Zacarias manifestou-se em seu relatório datado de 07 de janeiro de 1855, dizendo: “Convencido pela experiência de que a existência de pequenos Destacamentos da Tropa de Linha nas localidades do interior, por um lado impondo respeito aos paisanos, tornava-os menos afoitos na perpetração de delitos, por outro lado, relaxando a disciplina dos solda dos, expunha-os a figurar como réus em quase todos os crimes, de modo que, sem ganharse com a tropa de delinqüentes, perdia-se com o desfalque que sofria o Corpo pelas de deserções e processos, resolvi substituí-los por Destacamentos da Força Policial organizada, em geral de modo que a gente que a compõe não necessita de tão rigorosa disciplina para comportar-se satisfatoriamente”. A conveniência dessa medida justifica-se não só pelo exame da estatística criminal de 1854, onde figurou como autores ou provocadores dos principais crimes, soldados do Corpo da Guarnição Fixa, como pelo estado satisfatório em que se acha atualmente a Cia. da Força Policial que, reunida na Capital têm podido receber de sua digna comandante e distinta oficialidade, a subordinação e instrução de que tanto carecia. 19 A Cia. da Força Policial, apesar de diminuta em número, tem prestado bons serviços à Polícia da Província. A Guarda Nacional, todavia, continuou fornecendo pequenos destacamentos na Província ainda por algum tempo. A Lei nº2395, de 16 de setembro de 1879, dispensou os seus serviços, ficando, em conseqüência, a manutenção da ordem pública afeta exclusivamente a esta Corporação paranaense. 4. O Progresso da Polícia Militar A Polícia Militar de hoje deixou as velhas lides militares que as situações da época exigiam. Seus membros não renegam, mas glorificam os feitos bélicos de seus ancestrais e, a par da veneração dos mortos queridos, lembram-se de que os tempos já são outros. Paralelamente ao crescimento do Estado, vem ela se desenvolvendo na sua organização, na sua responsabilidade e, o que é importante, na sua história. A partir de 1946, a Corporação entrou de fato na sua fase contemporânea. Com os termos da Constituição Federal... “As Polícias Militares eram as únicas organizações policiais que figuravam na Constituição do Brasil, desde 1934, como responsáveis pela manutenção da ordem pública nos Estados, nos Territórios e no Distrito Federal”. ... Com a diversificação de idéias e a liberdade dos legisladores no estudo dos problemas do Estado, com a evolução, ao lado do progresso, das questões de segurança, tornou-se uma organização moderna e sedenta de aperfeiçoamento policial. Assim, como Corporação fardada e armada, estruturada à base da disciplina e da hierarquia, não tem se descuidado de suas obrigações militares perante a Nação, a fim de ajustar-se, sobre critérios seguros, na execução da parcela que lhe cabe na missão de prover a segurança interna, e não vem medindo esforços para elevar cada vez mais, sua capacidade operacional como polícia. 5. Primeiros Comandantes da atual PMPR 1º Comandante – Cap JOAQUIM JOSÉ MOREIRA DE MENDONÇA. O Capitão de 1ª Linha do Exército, Joaquim José Moreira de Mendonça, nasceu por volta de 1809, na Província de Minas 20 Gerais. Era ativo, inteligente, culto e dotado de boa vontade férrea. Foi nomeado a 22 de novembro de 1854, por ato do Presidente da Província do Paraná – Zacarias de Góes e Vasconcellos, com o consentimento do Ministro da Guerra, para o cargo de Comandante da Companhia da Força Policial, atual PMPR, tornando-se o primeiro Comandante da Corporação paranaense. Assim, é considerado como tendo sido o primeiro Comandante-Geral da atual PMPR. No dia 29 de novembro de 1854, anunciou no jornal “Dezenove de Dezembro” um edital convocando os primeiros voluntários para ingressarem na Companhia da Força Policial: “O Capitão comandante da Cia., convida a todas as pessoas que quiserem engajar voluntariamente para o serviço da Cia. hajão de comparecer na casa de sua residência Rua Direita n. º 08, a fim de proceder-se ao respectivo contacto”.(mantido a grafia da época) Obstáculos: - outras organizações policiais prestavam serviço no território da Província. - a Guarda de Pedestre criada pelo Chefe de Polícia Dr. Antônio Manoel Fernandes Júnior, em 15 de abril de 1854, com um efetivo de 9 homens. - falta de interesse dos provincianos pelo serviço das armas, principalmente porque a Cia., havia sido criada nos moldes militar “(hierarquia e disciplina)”. - Era precário o estado das finanças, o soldo do soldado era muito baixo. Efetivo da Companhia: Inicialmente, a Cia., foi organizada com o ingresso dos remanescentes da Guarda de Pedestre (abril de 1854) e da Guarda Policial (1834), que haviam sido extintas da Província do Paraná, pela lei provincial. Em janeiro de 1855, a Cia. contava com um efetivo de 36 homens e foi com esse que ela deu início as suas atividades de mantenedora da ordem pública no Paraná. Realizações: - conseguiu uma enfermaria com 12 leitos anexa ao hospital do Corpo da Guarnição Fixa de Curitiba e outra com 4 leitos no destacamento de Paranaguá. - conseguiu o apoio do Dr. José Cândido da Silva Muricy, cirurgião do Exército (alferes). - colaborou na confecção do 1º regulamento da Cia. 21 Apesar de ter encontrado grandes dificuldades para estruturar a Corporação, o comandante, graças a sua perseverança e iniciativa, conseguiu organizá-la de modo que atendesse plenamente ao fim de que se destinava: “O relatório do presidente Zacarias, dizia: a Companhia da Força Policial, apesar de diminuta em número tem prestado bons serviços à Polícia da Província”. Deixou o comando da Cia. em 04 de janeiro de 1856, passando a prestar serviço no Corpo da Guarnição Fixa de Curitiba e em 05 de abril de 1865, foi reformado no posto de Major, visto sofrer de moléstia incurável que o tornou incapaz para o serviço militar. Em junho desse ano foi residir na Província de Minas Gerais, onde no mês de julho foi nomeado para exercer as funções de Ajudante-de-ordens do Presidente da Província de Minas Gerais, por quatro anos e em 1870 era nomeado comandante da Polícia Militar de Minas Gerais. Em 1882, era o encarregado do Depósito de Artigos Bélicos da Província de Minas Gerais. Faleceu no dia 24 de março de 1883, quando ainda chefiava o Depósito de Artigos Bélicos. Tinha 74 anos de idade quando faleceu. 2º Comandante – Cap DIOGO PINTO HOMEM. Diogo Pinto Homem era Capitão do Exército Brasileiro, radicado em São Paulo. Foi nomeadas Comandante da Companhia da Força Policial em 04 de junho de 1856, com autorização do Ministério da Guerra. Nessa época a Companhia contava com apenas 65 homens dos 100 previstos para completo efetivo. Propôs ao presidente a transformação da Cia. em Corpo Policial com duas Cias, mas a Assembléia não aprovou devido à péssima situação da nova Província. Realizações: - elevação do soldo do soldado para 10 tostões diários. - substituiu os destacamentos da tropa de linha (Exército) por policiais da Cia. da Força Policial. - elevou o efetivo para 150 homens. - conseguiu tornar sem efeito a lei nº 4, de 09 de abril de 1856, que autorizava a criação de Companhias de Pedestres na Província. - criou a Banda de Música da PMPR (Lei n.º 3, de 12 de março de 1857) Depois de um ano e três meses no comando, foi exonerado no dia 14 de abril de 1857, retirando-se para a Corte, indo servir na Província de Goiás e em 1865, foi nomeado no posto de Ten-Cel, Comandante do Corpo de Guardas Nacionais da Província do Paraná. 22 Em junho de 1865, foi nomeado para servir nas forças em marcha e operações contra o Paraguai. Em novembro desse ano foi reformado por sofrer de moléstia incurável que o tornou incapaz de continuar no servi militar. Em 1866, foi residir na Província de São Paulo. 3º Comandante – Ten-Cel MANOEL EUFRÁSIO DE ASSUMPÇÃO O Ten-Cel Manoel Eufrásio de Assumpção, nasceu em São Paulo em 20 de fevereiro de 1829 e com a idade de 20 anos ingressou no Regimento de Artilharia daquele Estado. Era um homem der altos e baixos, de resoluções bruscas e repentinas, ora violento e impulsivo, ora alegre e brincalhão. Em 1853, quando o Paraná desmembrou-se da Província de São Paulo, envergava a farda de 1º Sargento do Corpo Provisório da Guarnição Fixa de Curitiba. Em 1854, ao ser instalada a Companhia da Força Policial, foi nomeado pelo Presidente Zacarias para o cargo de Tenente, seguindo para Paranaguá em 03 de abril desse ano, para organizar o Destacamento Policial. Paranaguá foi o primeiro Município a contar com um Destacamento PM. A nomeação de Manoel Eufrásio de Assumpção como oficial da Companhia da Força Policial fez com que o Ministro da Guerra enviasse ofício ao presidente da Província do Paraná nos seguintes termos: “... como e porque se apresentou ai esse sargento; e com que autorização foi nomeado Tenente do Corpo da Policia...”. Resposta do presidente da Província: “... informo que o referido sgt se achava aqui destacado quando se instalou esta província, sendo depois nomeado Tenente da Cia. da Força Policial e continuava ocupando este posto quando foi promovido a alferes do Exército para a Província do Mato Grosso... não sei em virtude de que autorização foi ele empregado na Polícia por um de meus predecessores...”. 23 Na verdade a informação ao Ministério da Guerra já havia sido enviado anteriormente, mas fora parar na Província do PARÁ... Durante esse lapso de tempo, o 1º Sargento era promovido a alferes do Exército, sendo designado para servir no Batalhão de Caçadores da Província do Mato Grosso. Em 06 de janeiro de 1856, deixou o comando do destacamento de Paranaguá, onde estava serviu de 1854 a 1856. Sobre o seu deslocamento para o Mato Grosso, o presidente Beaurepaire Rohan dirigiu ofício à Tesouraria Provincial: “O alferes levaria 162 dias para chegar ao seu destino, tendo em vista que à distância entre Paranaguá e Mato Grosso era de 487 léguas (caminharia três léguas por dia)”. Era uma viagem no lombo de um animal, mas ele não iria fazê-la... O padre Vicente Pires da Motta que havia assumido a presidência da Província do Paraná, enérgico, insistiu junto ao Marques de Caxias que ele permanecesse nesta Província por ser um oficial de sua inteira confiança. Assim, pelo empenho do presidente Pires da Motta, o alferes Assumpção permaneceu na Província do Paraná e em 02 de abril de 1857, foi nomeado comandante da Companhia da Força Policial, comissionado no posto de Capitão. Providencias que tomou: - instalar a Cia. em dependência mais condigna, já que o quartel que ocupava era um “verdadeiro pardieiro”, sito no Largo da Ponte (atual Praça Zacarias). “Curitiba não tinha prédios para tal fim, então o comandante cedeu um barracão de tijolos de sua propriedade para alojar a tropa, onde ficou por mais de 20 anos”. O barracão onde a Cia. passou a utilizar era construído na esquina das Ruas Marechal Floriano (antiga Rua do Ipiranga) e Rua Marechal Deodoro (antiga Rua do Comércio), onde está hoje o edifício do banco do Estado do Rio Grande do Sul – Banrisul. No dia 04 de julho de 1857, contratou o professor Bento Antônio de Menezes para organizar e dirigir a Banda de Música, que se apresentou pela primeira vez no dia 7 de setembro de 1861. Durante a Guerra do Paraguai colaborou na organização dos primeiros Corpos de Voluntários da Pátria, também apoiou os policiais-militares que decidiram seguir para o campo de luta. Em 31 de março de 1873, foi graduado no posto de Major e em 13 de abril de 1878, foi promovido ao posto de Tenente-Coronel. 24 O Ten-Cel Assumpção, foi o oficial que mais tempo permaneceu no comando da PMPR, ficando no cargo durante 24 anos consecutivos. A falta de pessoal para os serviços, atraso no pagamento e a intromissão da autoridade civil nos assuntos afetos à Corporação, levaram-no a protestar com veemência e, consequentemente, deixar o comando da milícia paranaense, em fevereiro de 1881. Faleceu no dia 14 de junho de 1901, com 72 anos de idade. V – ESTRUTURAÇÃO HISTÓRICA DA PMPR 1. Guerra do Paraguai (1865-1870) Criação dos Corpos de Voluntários da Pátria – 07 de janeiro de 1865 Esses Corpos foram organizados com a participação voluntária da população e integrantes das Forças Armadas e organizações policiais já organizadas. No Paraná era a Companhia da Força Policial, atual PMPR. Em 11 de novembro de 1864, Solano Lopes fecha ao Brasil o acesso pelo rio Paraguai, captura o vapor Marques de Olinda e aprisiona o coronel Carneiro Campos, presidente do Mato Grosso. No dia 13 de novembro de 1864 as relações diplomáticas entre o Brasil e o Paraguai se romperam e a guerra explodiu medonha e sinistra. As tropas paraguaias ocuparam Corrientes na Argentina, invadiu o Mato Grosso e tomou o Forte Coimbra, na cidade de Corumbá e a Colônia Militar de Dourados. Nessa época a Companhia da Força Policial da Província do Paraná tinha apenas onze anos de existência e contava com um efetivo de 71 homens. Recrutamento Havia a necessidade do recrutamento de paranaenses para a formação dos Corpos de Voluntários e complementação dos efetivos do Exército. 25 Oficiais recrutadores no Paraná - Tenente Antônio Emílio Vaz Lobo, recrutador da Comarca de Curitiba. - Alferes Nicolau José Lopes, recrutador da comarca de Castro. - Alferes Nestor Augusto Morocines Borba, ofereceu voluntariamente seus serviços. Voluntários oriundos da Companhia da Força Policial A 1ª Cia., de paranaenses foi formada no mês de fevereiro de 1865, constituída de 75 praças e 03 oficiais. Nela foram incorporados 13 policiais-militares que já haviam se oferecido voluntariamente no dia 26 de janeiro, entre esses 13 primeiros, destacamos: - Músico Clarimundo José da Silva - Corneteiro Antonio Roberto e o, - Soldado Fidêncio Lemos do Prado Esses foram os primeiros voluntários procedentes de Curitiba, porquanto os outros que vieram fazer parte da Cia., só se alistaram a partir dos meses de fevereiro e março de 1865, como foi o caso de mais 08 policiais-militares dos quais destacamos o nome do: - Alferes João José Pichet, ofereceu-se como voluntário da Pátria e foi classificado nessa Companhia em 27 de fevereiro de 1867. Mais tarde, outros 17 policiais-militares seguiram com o Corpo de Voluntários da Pátria, dos quais destacamos: - soldado Vicente Nery Pereira, nascido em 1839, em Rancho Alto/MG, voluntário a partir de 12 de abril de 1865. Em 1867, também se ofereceram como Voluntários da Pátria, mais 09 policiais-militares. Até o final de 1867, a Corporação paranaense havia incluído como voluntário, 54 policiaismilitares. No decorrer dos anos de 1868 a 1870, seguiram para a guerra, juntamente com pequenos grupos isolados, mais 11 PM. Assim, durante a Guerra do Paraguai, o número de voluntários oriundos das fileiras da Cia., da Força Policial, totalizou 65 homens, sendo: 26 - oficiais.....................03 - Sargentos.................03 - Músicos...................04 - Corneteiros..............04 - Cabos e Soldados... 51 Total..........................65 No período da Guerra do Paraguai, a Companhia da Força Policial era comandada pelo capitão Manoel Eufrásio de Assumpção. Destaques de Policiais Militares na Guerra do Paraguai Destacamos aqui os nomes de alguns PM que se distinguiram no campo de luta durante a longa e penosa jornada de cinco anos, assinalando a sua bravura e valor indômito em todos os combates, num atestado vivo de sua conduta e acendrado patriotismo. Seus feitos foram coligidos nas Ordens do Dia do Exército, cuja coleção é carga do Museu Histórico da PMPR e em outros documentos da época. Do Paraná as baterias de Itapiru; do Passo da Pátria ao Estero Belaço; de Tuiuti as linhas de Pequiricy; do estabelecimento a Humaitá; de Itororó a Havaí; de Vileta a Lomas Valentina, de Augustura a Assunção; de Escurra a Perbebui; de Campo Grande a Caacupe; na esteira dessas etapas gloriosas vencidos pelas tropas brasileiras, através de mil perigos e sacrifícios, seguem igualmente os policiais-militares, sagrados heróis, entre inúmeras vitórias conquistadas. E ao lado dos seus irmãos de armas, vão também caindo, um após outros, feridos e mortos, bravos policiaismilitares, marcando o solo inimigo com o sangue derramado em defesa da Pátria. Destaque na Batalha de Tuiuti Nestor Augusto Morocines Borba – foi ferido gravemente no dia 24 de maio de 1866, nos campos do Tuiuti. Uma bala atravessou o seu peito, invalidando-o para o serviço de campanha, no dia 16 de outubro do mesmo ano, obteve as honras do posto de capitão do Exército. No dia 25 de maio de 1867 o jornal “Dezenove de Dezembro” dava notícia do seu retorno à Curitiba: Chegada: chegou a esta Capital o senhor capitão honorário do Exército Nestor Augusto Morocines Borba, um dos primeiros voluntários da Pátria que desta Província marcharam para o teatro da guerra. Gravemente ferido em combate (por uma bala que lhe atravessou o peito) este denodado paranaense teve de retirar-se da campanha por não poder continuar a prestar a Pátria os seus voluntários serviços. Clarimundo José da Silva – foi um dos primeiros voluntários a seguir para o Paraguai. Com a ausência de corneteiros no batalhão de Voluntários da Pátria, o coronel Pinheiro Guimarães, sugeriu que Clarimundo treinasse o ouvido da soldadesca ao pistão. Quis o comandante fazê-lo cornetiro-mor, mas ele não aceitou e partiu como simples soldado. Esteve em Tuiuti e fez a Dezembrada. Foi vítima de epidemias como a cólera e a varíola, mas voltou Sargento e com peito coberto de medalhas, entre elas 27 a de campanha com o passador nº 5. Aqui chegando foi nomeado Mestre da Banda de Música da PMPR. Antônio Roberto – seguiu para a guerra como corneteiro destacando-se com bravura em todos os combates. Foi um dos primeiros brasileiros a adentrar ao palácio do ditador Solano Lopes em Assunção. Vicente Nery Pereira – soldado, nasceu em Rancho Alto, lugarejo da antiga Província de Minas Gerais em 1834. Seus pais eram escravos numa mina de ouro das alterosas. Até os vinte e poucos anos de idade, viveu na escravidão, obtendo a concessão de liberdade em 1858, dado os seus dotes de homem íntegro e comportado. Veio pára o Paraná. Aqui, a 13 de janeiro de 1859 prestou o juramento aos “Santos Evangelhos” e ingresso nas fileiras da Companhia da Força Policial, como voluntário por quatro anos. Na Corporação, dedicou-se a manutenção da ordem pública no interior paranaense: Castro, Ponta Grossa e na Barreira da Graciosa. Mercê de longa e constante dedicação ao serviço, impôs-se a estima e conquistou, pela correção de sua atitude, a admiração e o respeito dos habitantes dos lugares onde serviu. Em 1865, o Brasil entrou na guerra contra o Paraguai, o bravo soldado, correspondendo ao apelo patriótico, apresentou-se como voluntário a 02 de abril daquele ano, para incorporar-se ao cargo de Voluntários da Pátria, organizado no Paraná. Durante os cinco anos da campanha, praticou serviços relevantes e ações de bravura no campo de luta. Foi atacado de cólera marbus. Teve participação ativa e brava em todas as grandes batalhas em que tomou parte sob as ordens de Osório, Caxias e Conde d’Eu, entrando com as tropas vitoriosas em Assunção a 05 de janeiro de 1869. Como herói retornou as fileiras da milícia paranaense em 17 de setembro de 1871, um ano após o término da guerra. Pela brilhante façanha, a 10 de julho de 1875, recebeu a MEDALHA DA CAMPANHA GERAL DO PARAGAUAI (mais alta condecoração do Império) criada pelo Imperador Dom Pedro II em 06 de agosto de 1870, outorgada como recompensa pelos relevantes serviços prestados aos combatentes, na Guerra do Paraguai. Essa medalha era feita com o bronze dos canhões tomados do inimigo, tinha a forma de uma cruz de malta. O soldado Vicente Nery Pereira, adquirindo doença oriunda da campanha, em 02 de abril de 1880, requereu sua reforma do serviço ativo, tendo o 28 seu comandante encaminhado a fé de ofício ao mandatário da Província; solicitando a sua reforma na forma da lei. O inesquecível miliciano não gozou desse benefício. Faleceu a 10 de maio de 1881, tendo o seu funeral sido custeado pela própria Corporação que lhe tanto amou e a quem prestou incontestáveis e reais serviços. João José Pichet – no mês de fevereiro de 1865, foi formada a 1ª Cia., de Voluntários paranaenses. Em 27 de fevereiro de 1867, o alferes da Força Policial foi incorporado nessa Cia., como Voluntário da Pátria. No dia 03 de março de 1865, essa Cia., seguiu para os campos de batalha. No dia 25 de novembro de 1865, é publicado no jornal “Dezenove de Dezembro, a notícia de ter falecido no hospital de Salto, a 16 de setembro o alferes João José Pichet, que havia marchado aqui do Paraná em defesa da Pátria. Poucos dados pudemos colher a respeito deste PM, nascido em Curitiba em 1846, tinha dezenove anos quando partiu para a campanha, nomeado oficial subalterno da 1ª Cia., de Voluntários da Pátria. Era oficial da PMPR. Lá no teatro da guerra a um quilômetro de Concórdia (cidade Argentina da margem Uruguai) acamparam e permaneceram um mês e meio. No hospital militar dessa cidade faleceu João José Pichet, o jovem patriota paranaense que tantas esperanças nutria de voltar a Pátria e ao seio da família, coberto de glórias. Foi enterrado no cemitério onde está até os dias de hoje a espera de transporte para a sua terra aqui no Paraná. Fidêncio Lemos do Prado – a 25 de janeiro de 1865, apresentou-se como voluntário com destino ao Paraguai, sendo a 08 de março, incorporado na 4ª Cia., do 27º Corpo de Voluntários da Pátria. Participou dos combates de 22 e 24 de maio, onde foi ferido. Participou em Tuiuti, Tuiaqué, Salce, Curupaiti, Humaitá, e Lomas Valentinas, na redenção de Augustura e Assunção. Foi elogiado em Ordem do Dia, do comandante das 29 forças de Manduvira, por haver com valor, abnegação e constância, suportado as fadigas de cinco anos de campanha. No Paraguai. No dia 07 de maio de 1880, foi-lhe concedido às honras do posto de alferes do Exército em atenção aos relevantes serviços de guerra. O bravo e patriótico curitibano, residia, no ano de 1922, em Imbituva/PR, onde gozava de estima e respeito geral e, apesar de sua avançada idade, ainda forte, conservava a vivacidade e ardor patriótico de sua mocidade. Fidêncio Lemos do Prado, que serviu a Polícia Militar, por dois meses e sete dias, faleceu com as honras do posto de major do Exército brasileiro. Resgate da Bandeira Imperial do Brasil: Quando o Exército Brasileiro entrou na cidade de ASSUNÇÃO, capital do PARAGUAI. No dia 05 de janeiro de 1869, comandada pelo General OSÓRIO, não fora encontrado ninguém. Depois que a tropa brasileira se aquartelou, o Ten FIDÊNCIO LEMOS DO PRADO, o Mestre de Música CLARIMUNDO JOSÉ DA SILVA e o Corneteiro-mor ANTONIO ROBERTO se dirigiram ao Palácio do ditador Solano Lopes. No interior, apreciaram a beleza do palácio, sua arquitetura lhes chamava à atenção. Seguiram em direção ao último andar, onde encontraram o gabinete, que era o escritório do ditador Paraguaio. Ai encontrou uma BANDEIRA IMPERIAL BRASILEIRA estendida no chão, na frente da cadeira do referido ditador servindo-lhe de TAPETE. O Ten Fidêncio Lemos do Prado, levantou-a e a levou consigo. Seriam, talvez, 4 horas da tarde. Às 5 horas, encontraram três paraguaios: Romão Braga, Ocalino Banio e João Martins, que faziam parte do piquete que acompanhara o ditador e tinham ficado refugiados nos arrebaldes da cidade. Estes ao serem inquiridos como foi que Solano Lopes obtivera aquela bandeira, os três afirmaram que quando haviam aprisionado o “Vapor Marquês de Olinda”, que levava a bordo o Cel. Carneiro Campos, Governador da província de Mato Grosso, foram tiradas duas bandeiras do Vapor. Uma delas ficara no quartel de HUMAITÁ para servir de TAPETE, e a outra viera para o palácio de Solano Lopes, na Capital, destinada a mesma serventia. O Ten Fidêncio Lemos do Prado, guardou a bandeira em sua mochila. 30 Quando regressou do Paraguai, trouxe a preciosa relíquia, conservando-a com carinho, em sua residência, como recordação do tempo em que defendeu a Pátria. Seu desejo era que aquele Pavilhão lhe servisse de mortalha quando morresse. Um dia, indo ao Rio de Janeiro, assistir o Centenário, levara a bandeira para oferecê-la ao Conde d’Eu. O Conde morreu antes que chegasse ao Rio de Janeiro. Hoje, a Bandeira Imperial resgatada por policiais-militares da Companhia da Força Policial do Paraná (PMPR), na guerra do Paraguai, encontra-se encerrada numa caixa de madeira com a inscrição em letras douradas: “A memória de D. Pedro II - o valor e a constância”, no Museu Histórico Nacional do Rio de Janeiro. 2. Revolução Federalista 1893/1894. Muito se tem ouvido falar, porém poucos conhecem a verdadeira história de bravura e heroísmo deste episódio que ajudou a consolidar a República no Brasil. Foram 26 dias de muita tensão e incertezas. A Lapa ouviu dois sons diferentes que marcaram o compasso de sua história. Há mais de duzentos anos o toque do berrante, no ritmo das tropeadas rasgava os caminhos para conseguir desenvolvimento e prosperidade. Há cem anos o rouco som da metralha, o sibilar das balas, zuniam aos ouvidos daqueles que aqui ajudaram a escrever a página gloriosa dessa história escrita com o sangue dos bravos que tombaram em nome de um ideal. A CAUSA Após a proclamação da República em 1889, por forças contrárias aos ideais de Marechal Deodoro o fizeram renunciar e este entregou o cargo ao então vice-presidente Marechal Floriano Peixoto que assumiu a presidência do Brasil. 31 Floriano chegara ao governo em momento crucial, o país estava entregue a inflação, a atividade econômica exigia créditos e o governo não tinha muitas alternativas, senão, continuar seu programa de governo. No campo político, grande era as dificuldades. Floriano tinha adversários por toda a parte. Focos de revoltas sucediam em várias partes do país, prisões arbitrárias aconteciam e a imprensa atacava sem tréguas. Seu espírito então o fez enfrentar com mãos de ferro as rebeliões que abalavam o governo. A rivalidade entre Gaspar Silveira Martins do Partido Nacional Federalista e Júlio de Castilhos, republicano foi a gota d’água para a eclosão da Revolução Federalista. Cresceu a anarquia. Nascia, assim, o movimento de contestação ao governo de Floriano. Silveira Martins Julio de Castilhos A confusão no Rio Grande do Sul era intensa. Derrotado nas urnas, os partidários de Silveira Martins resolveram então, conquistar o poder pela força e veio a guerra civil. PICA-PAUS X MARAGATOS Desse conflito, então, surgiram no teatro da guerra personagens como os Pica-paus e os Maragatos. Pica-paus, expressão usada pelos federalistas para identificar os republicanos, teve origem do nome, nas faixas brancas a semelhança do pássaro pica-pau encontradas nos quepes destes militares. Os Maragatos, fusão de federalistas e parlamentaristas, teve como origem a região de Leon, na Espanha, mais precisamente, no distrito de Maragateria, onde seus habitantes eram chamados de maragatos. Imigrando para a cidade de São José, no Uruguai, muitos participaram do Exército Libertador liderado por Gumercindo Saraiva. 32 Os Maragatos usavam calças cheias de pregas e ajustadas nos joelhos, amavam o cavalo, a tenda e a lança. Eram chamados também de federalistas ou revoltosos. Sob o comando de Gumercindo Saraiva, cognominado o Napoleão dos Pampas, gaúcho de Arroio Bretanha, foi considerado audaz e intrépido guerreiro. Carismático, eletrizava seus comandados e era considerado um bravo soldado, mesmo pelos seus adversários. No Paraná, Curitiba e Paranaguá, estavam praticamente tomadas pelas tropas federalistas de Gumercindo. Tijucas, um dos últimos focos havia capitulado. Só restava então um único ponto de resistência, a Lapa. Cercada de montanhas, a pequena cidade parecia o local propício a não resistir mais de 48 horas de combates como calculava Gumercindo Saraiva. Sitiados os pica-paus somavam cerca de 900 homens mal adestrados. Na maioria civis voluntários e inferiorizados belicamente. Por outro lado os Maragatos dispunham de um exército de mais de 3 mil homens bem preparados e colocados em pontos estratégicos. A sorte estava lançada. Sob o comando das operações dos pica-paus, estavam o Coronel Antônio Ernesto Carneiro Gomes, mineiro de Cerro, tendo este já combatido na Guerra do Paraguai e o Coronel Cândido Dulcídio Pereira do Regimento de Segurança do Paraná, ambos, excepcionais estrategistas, exemplos de disciplina obstinada ao cumprimento do dever. O CERCO Na noite de 14 de janeiro de 1894, começa aquele que seria um dos maiores feitos cívico militar do Brasil. O Cerco da Lapa. Foi uma epopéia sem paralelos na história brasileira onde um punhado de homens na maioria despreparados, enfrentando um exército de forças superior, mostraram aos seus inimigos toda a sua coragem e bravura. Lapa estava literalmente sitiada. Os tiros da artilharia pesada vinham de todos os lados e os lugares mais visados, eram a praça, o cemitério e a casa que servia como hospital. Barricadas e trincheiras eram construídas para fazer defesa às ações do inimigo. A cada dia de batalha, a pequena cidade da Lapa se fragmentava a um amontoado de cadáveres e muitos feridos agonizavam a sua própria sorte. 33 Foram dias de combates contínuos onde os canhões federalistas vomitavam projéteis pesados em cima daquela cidade. As casas já estavam todas esburacadas e já estava faltando comida, remédio e munição. O mau cheiro dos cadáveres em decomposição era um suplício insuportável, as chuvas de verão castigavam a Lapa e as comunicações estavam todas cortadas. Reinava o caos absoluto. Na noite de 6 para 7 de fevereiro, os federalistas ocupavam as casas da Rua das Tropas e vindo pelos quintais chegaram até a Rua da Boa Vista. Pela manhã, nas janelas da casa de Francisco de Paula, algumas dezenas de federalistas descarregavam seus fuzis sobre a Guarnição da trincheira da Rua da Boa Vista, quase a queima roupa. Diante de um iminente massacre, o General Carneiro ordenou que todos recuassem para a farmácia Westhephalen, em frente a casa de Francisco de Paula onde poderiam abrir fogo em igualdade de condições. Os combates prosseguiram no ritmo sangrento que culminou com a morte de vários líderes da resistência. Entre eles, o Tenente José Amintas da Costa Barros, bravo comandante do Batalhão Floriano Peixoto, ferindo o Coronel Cândido Dulcídio Pereira, ilustre comandante do Regimento de Segurança do Paraná e o General Antônio Ernesto Gomes Carneiro, que na tentativa de salvar o Tenente Henrique Santos, foi atingido por um projétil que lhe atravessou o estômago e o fígado. Agonizando nos braços do amigo, o Dr. João Cândido Ferreira, lapeano que chefiava o corpo médico da resistência, ainda encontrou forças para levantar o moral da tropa, enviando uma ordem: “O nosso dever continua sendo o nosso princípio e qualquer que seja a gravidade do meu ferimento, a sua resposta João Cândido, deve ser uma só – o ferimento é leve”. O líder civil da resistência, o lapeano Joaquim Lacerda , trouxe reforços do Batalhão Marechal Floriano, na tentativa de uma última investida que só cessou aproximadamente, às 4 horas da tarde. As baixas foram consideradas de ambos os lados que já davam sinais de fadiga. 34 No dia 8 pela manhã, morreu o coronel Cândido Dulcídio Pereira que não resistiu os ferimentos que o atingiram. Seu corpo foi recolhido na sacristia da igreja Matriz. Perto dali, ainda agonizante. O General Carneiro transmitia obstinadamente mais uma ordem: “Resistamos camaradas, porque nós militares não temos direitos mas apenas deveres a cumprir e os deveres de um soldado resume-se em um único, queimar o último cartucho e depois morrer... resistência, resistência, resistência a todo o transe”. No dia 9 de fevereiro, 06:30 horas, da tarde, o General Carneiro ladeado por seus correligionários, exala seu último suspiro... morria mais um herói. O Paraná sacrificava-se com a revolta, porém, a República estava salva. FIM DE UMA EPOPÉIA 11 de fevereiro. Diante da dramática situação em que se encontravam civis e militares, após 26 dias de intensos combates, caía à última e heróica resistência. O comandante em chefe, coronel Joaquim Lacerda recebe um ofício do General Laurentino Pinto Filho das forças federalistas propondo em bons termos uma rendição sem ofender os brios daqueles bravos combatentes. Descontentes com os termos da rendição do General Laurentino, Gumercindo Saraiva e Piragibe lavraram uma nova ata assinada por Joaquim Lacerda em sua residência. O Cerco havia acabado. O feito e a proeza dos bravos da Lapa trouxeram dias de luto, de dor e heroísmo, misturados com horas lentas de bravura e agonia. Momentos de esperança e desalentos. As notícias da capitulação assinada no dia 11 de fevereiro de 1894, correu por todo o país como um rastilho de pólvora e comoveram a todos. A resistência da Lapa constituiu-se como um dos maiores feitos cívico militar na história do Brasil. 35 MOBILIZAÇÃO DAS FORÇAS LEGAIS DO PARANÁ Quando Júlio de Castilhos assumiu o governo no Rio Grande do Sul com apoio do Marechal Floriano Peixoto, as perseguições surgiram de todos os lados contra os federalistas, cujas idéias era chegar até o Distrito Federal (Rio de Janeiro) e depor a República. Incentivado pela revolta da Armada comandada pelo almirante Custódio José de Mello, que também pretendia depor o Marechal Floriano e restaurar o regime constitucional, o Partido Federalista, contando com a ajuda de alguns caudilhos que chefiavam grupos irregulares, dentre os quais destacamos Gumercindo Saraiva, Laurentino Pinto , Piragibe, Juca Tigre, Aparício Saraiva e outros. Os movimentos combinados entre a Revolta da Armada e a Revolução Federalista demonstravam o grau de entendimento e igualdade de propósito de seus chefes. Os federalistas planejavam avançar sobre os estados de Santa Catarina e Paraná que, desprevenidos, se tronariam presas fáceis. Penetrariam em São Paulo, onde agrupariam todos os elementos anti-florianistas a fim de preparar o avanço até a capital federal. No dia 06 de setembro de 1893, no porto do Rio de Janeiro, a Esquadra brasileira, sob o comando de Custódio de Mello, amanheceu revoltada, exatamente quando o Rio Grande do Sul atingia o máximo de sua perturbação. O Paraná mobilizou suas forças policiais e organizou tropas civis para auxiliar na defesa. O Dr. Vicente Machado criou o Batalhão Patriótico “23 de Novembro”, composto por voluntários dentre eles alguns funcionários públicos estaduais. No dia 29 de setembro de 1893, esse Batalhão foi aquartelado juntamente com o Regimento de Segurança do Paraná, formando uma Brigada Provisória, ficando sob o comando do coronel Cândido Dulcídio Pereira. 36 Em setembro de 1893, os federalistas, composto por cerca de 3 mil homens, a maioria gente experimentada nas lides revolucionárias do Uruguai, enfrentaram no solo gaúcho a Divisão Norte, tropa florianista, atravessaram o Rio Pelotas, invadiram e conquistaram o território de Santa Catarina, ameaçando a fronteira do Paraná. O governo federal tomou a decisão que o avanço dos federalistas deveria ser contido em território paranaense, de modo que o governo federal pudesse se preparar convenientemente para a defesa da República. Para comandar o 5º Distrito Militar, foi designado o general Francisco de Paula Argolo, com a missão de organizar a Coluna Expedicionária, formada pela Brigada Provisória e a Guarnição do Exército em Curitiba, para combater os invasores. MOBILIZAÇÃO DO REGIMENTO DE SEGURANÇA DO PARANÁ ÓRGÃO Estado Maior Estado Menor Esquadrão Cavalaria 4 Cias de Infantaria TOTAL Oficiais 06 03 12 21 E F E T I V O Praças Observações 05 65 68 cavalos 384 Efetivo global 454 - No dia 18 de setembro de 1893, um contingente do Batalhão Patriótico, 40 policiaismilitares e outras praças da força de linha, seguiu para Paranaguá para reforçar o destacamento que lá se achava sob o comando do major Manoel Vicente Ferreira de Mello. Na capital, o Batalhão de Voluntários, juntamente com o Regimento de Segurança do Paraná (atual PMPR), formaram uma Brigada Provisória, sob o comando do coronel Cândido Dulcídio Pereira. Essa Brigada foi colocada a disposição do governo federal e em seguida passou a integrar a Coluna Expedicionária, sob o comando do general Francisco de Paula Argolo. DESENVOLVIMENTO DAS 37 OPERAÇÕES Os federalistas (maragatos) já haviam tomado a Ilha do Desterro (Florianópolis) que ficou sendo a capital da República Federativa. A Coluna Expedicionária do Paraná rumou para o campo de luta, seguindo pela Lapa e alcançando o Rio Negro. Depois, atravessou o Rio da Várzea. Em 11 de novembro de 1893, achavase em São Bento/SC, onde o general Argolo instalou um governo provisório, tomando posse do solo onde pisava, em nome da República. Então, chega à notícia de que os federalistas avançavam pela estrada da com cerca de três mil homens. O general Argolo retrocede para guarnecer o Rio Negro, onde recebeu uma intimação do general Piragibe, comandante do Exército Nacional Provisório (federalistas), para que se entregasse com a sua coluna, dizendo que ela estava cercada por 1500 homens. OS PRIMEIROS COMBATES NO PARANÁ No dia 19 de novembro, os federalistas tentaram tomar a passagem do Rio Negro, mas foram repelidos. No dia 21, um piquete de cavalaria do Regimento de Segurança do Paraná, sob o comando do capitão Custódio Gonçalves Rollemberg, teve destacada atuação ao travar violentos combates com as forças revolucionárias. Como continuava cerrado o fogo de artilharia em Rio Negro, o general Argolo decidiu retirar-se para a linha do Rio da Várzea e a seguir para a cidade da Lapa, que seria o ponto de concentração das tropas legalistas. No Rio da Várzea encontraram a ponte destruída pelos revolucionários. A mesma foi reconstruída as pressas pelo engenheiro Hercílio Luz. O capitão Rollemberg com seu piquete de cavalaria foi designado para permanecer na retaguarda para garantir o avanço da tropa. Novamente entra em ação com a tropa inimiga, conseguindo repeli-la, pondo-a em debandada. Sua tropa portou-se com heroísmo, calma e bravura. COMBATE NO RIO DA VÁRZEA 38 No dia 23 de novembro de 1893, o general Argolo com sua coluna chegava à Lapa. Aqui, ele foi substituído pelo coronel Antônio Ernesto Gomes Carneiro e o comando de todas as operações foi entregue ao general Antônio José Maria Pego Júnior. Carneiro assume o seu posto, ordena a resistência a todo o custo. Seu efetivo era mais ou menos 900 homens, incluindo 11 oficiais e 174 praças do Regimento de Segurança. Carneiro determina uma incursão à região, a fim de desalojar o inimigo. Era uma experiência inédita que fazia com o seu pessoal, e essa missão coube em grande parte, aos integrantes do Regimento de Segurança que conheciam bem o jeito de andara por aqueles lugares a cata de bandidos, isso os tornava indiferentes ao perigo. No dia 14 de dezembro de 1893, um destacamento PM, sob o comando do capitão Rollemberrg, atravessou o Rio da Várzea, atacando a força de Piragibe pela retaguarda, enquanto isso a companhia do capitão Clementino Paraná, forçava a ponte, em ataque frontal, conseguindo cortar a retirada dos revoltosos. O combate foi violento, os federalistas sofreram muitas baixas, deixando 19 prisioneiros, armas, carretas de munições, cavalos e muitos pereceram afogados. Essa foi a primeira vitória das armas republicanas no solo paranaense e a bravura dos policiais-militares despertou a admiração de todos, sendo enaltecidos pelo coronel Carneiro. O CERCO No dia 13 de janeiro de 1894, os federalistas já se encontravam acampados a quatro quilômetros da cidade. Desde então, as demonstrações de heroísmo e, em pouco tempo, o inimigo percebeu quão difícil seria tomar a cidade da Lapa. Tijucas, Paranaguá e Curitiba já haviam capitulado. Os federalistas recebiam reforços das tropas que tomaram esses locais. O Regimento de Segurança mantinha as tradições do passado. Muitos foram os feitos de seus valorosos soldados, assinalados como verdadeiro tributo de sangue à história da Polícia Militar do Paraná. No dia 14 de janeiro de 1894, deu-se início o cerco da cidade, os federalistas atacavam de vários pontos. No dia 17 de janeiro, os sitiados foram atacados por diversos pontos. Tentaram atacar pelo engenho de mate, mas foram recebidos pelos policiais-militares, tendo à frente o Major Ignácio Gomes da Costa, que repeliram os federalistas. Já, no dia 22 de janeiro, os federalistas tomaram a estrada-de-ferro, o cemitério e o engenho Lacerda. 39 O Regimento de Segurança, guiado pelo major Ignácio, fez uma investida fulminante contra os federalistas e, depois de desalojá-los das matas adjacentes, retomou algumas casas da orla da floresta, numa luta corpo-a-corpo, readquirindo, à tarde, as posições perdidas. O capitão Clementino Paraná, com 22 homens do Regimento de Segurança, transpondo as trincheiras e abrigado pelo mato rasteiro, avançou e expulsou os invasores da estação a tiros e a coices de armas, quando foi ferido. Uma bala lhe atingiu o ventre. Foi salvo por um caboclo da região. O coronel Carneiro, vendo-o numa padiola elogiou-o dizendo: “Há de a República recompensá-lo, meu caro. O seu esforço não será em vão. Trabalhar pela República é obter a glória”. Os combates continuavam. Os federalistas, abatidos, retrocederam, deixando para trás muitos de seus homens mortos e feridos e outros prisioneiros. Nos demais dias de janeiro, os federalistas bombardearam a cidade com seus canhões krupp, de sol-a-sol, e à noite, com o intuito de levar ao cansaço as forças republicanas. A fadiga se fazia sentir, algumas deserções na Guarda Nacional e nos Batalhões Patrióticos. A Lapa apresentava um aspecto desolador. A munição se esgotava. Faltava remédio, alimentos. O mau cheiro dos corpos era um verdadeiro suplicio. Havia o cansaço e todos deviam se manter firmes de dia e de noite. Com as chuvas, as trincheiras se transformavam em lodaçais. O comando da resistência procurava manter o moral elevado, congratulava-se com a tropa pelo triunfo até então conseguido, solicitava que todos mantivessem a constância e resignação pelo bem da República que em breve seria vencedora e estaria em paz. O ÚLTIMO COMBATE No dia 7 de fevereiro de 1894, acontece o mais violento combate. Era madrugada, quando se deu o primeiro estrondo. Foi o primeiro tiro, os canhões vomitaram seus projéteis pesados sobre as trincheiras da defesa. Os tiros partiam do cemitério, do morro do monge e do alto da cruz. 40 Laurentino Pinto, Aparício Saraiva, Torquato Severo, Piragibe e outros comandavam o ataque dos maragatos. Avançavam pelos quintais das casas das Ruas das Tropas, Boa Vista e Alto da Lapa. Era o ataque fulminante sobre as trincheiras da defesa. Do alto da torre da Matriz, o coronel Cândido Dulcídio Pereira, observava o movimento das tropas federalistas, armado com um a “manulicher”, combatia os sitiantes. Quando se preparava para sair daquele posto, foi ferido por uma bala que atravessou o porta-revólver indo alojar-se na bexiga, achatando-se contra o osso ilíaco. O coronel Dulcídio foi atendo pelo Dr. João Cândido, depois conduzido a residência do coronel Joaquim Lacerda. Antes de dar o último suspiro, dizia aos seus: “É só tirar essa dor de minhas costas que eu não bato o rosquete.” Mencionava também que, quando melhorasse iria para as trincheiras e que a canseira que sentia era da cama, mas que havia de se levantar. Às 10 horas do dia 8 de fevereiro de 1894, falecia o valoroso e destemido soldado, comandante do Regimento de Segurança do Paraná. Nesse mesmo dia, o coronel Carneiro que fora ferido quando tentava socorrer outro oficial, por uma bala que lhe atravessou o estômago e o fígado. Faleceu no dia seguinte, quando amanhecia o dia. O coronel Joaquim Lacerda assumiu o comando da defesa e o major Ignácio passou a liderar o Regimento de Segurança do Paraná. A CAPITULAÇÃO Estando toda a tropa florianista cercada pelos três corpos de exército, cujas forças montavam um efetivo superior a três mil homens, e considerando que: - Não havia possibilidade dos sitiados tentarem qualquer retirada ou continuarem resistindo, por se lhes ter esgotado as munições, víveres e água; - Não podiam tomar, por faltas de recursos, uma ofensiva; - Estavam certos de que não poderiam contar com nenhum reforço; - Cientes também que Paranaguá, Curitiba e outras cidades do Estado já estavam em poder dos revoltosos, e que o governador e o general Pego Junior tinham se retirado precipitadamente, o coronel Joaquim Lacerda reuniu os seus oficiais e com eles decidiu que seria aceita a capitulação. A Ata de Capitulação foi assinada no 11 de fevereiro de 1894. 41 AS DEGOLAS A violação dos compromissos assumidos com a capitulação e a recusa em prestar serviços à causa revolucionária era motivos para o imperdoável degolamento. Com essa finalidade, os piquetes federalistas percorriam os arredores das cidades à cata de fugitivos. A maioria dos oficiais e praças do Regimento de Segurança conseguiram escapulir e se refugiar nos sertões e em São Paulo, até se reincorporarem as tropas legais. O PARANÁ EM PODER DOS FEDERALISTAS No dia 20 de janeiro de 1894, as tropas federalistas já haviam entrado triunfantes em Curitiba e logo tentaram reorganizar suas tropas. Para reequipar seus batalhões, os federalistas precisavam angariar fundos e para isso nomeou uma comissão liderada pelo Chefe político Ildefonso Correa (Barão do Cerro Azul) que, levado pela boa fé e grande generosidade, aceitou esse cargo e com isso lavrou sua sentença de morte. O Regimento de Segurança foi reorganizado pelos federalistas com o nome de Regimento Policial do Paraná, assumindo o seu comando o coronel revolucionário José Luiz de Souza Pires, permanecendo no cargo até o dia 03 de abril de 1894, sendo substituído pelo coronel Rodolpho Nunes Pereira, que ficou até o dia 16 de abril, quando foi exonerado, passando a responder pelo comando o major Aristides Francisco Guarnier. Como Fiscal do Regimento, foi nomeado o ex-alferes do Exército, Pedro Nolasco Alves Ferreira, comissionado no posto de major. O coronel José Luiz de Souza Pires, ao assumir o comando concitou energicamente que os oficiais e praças do Regimento de Segurança deveriam aderir a revolução contra Marechal Floriano. Os que se recusassem ou desertassem seriam fuzilados ou degolados. O major Nolasco, que havia alegado doença foi demitido da função em 3 de abril, assumindo em seu lugar o cidadão Manoel Pereira de Almeida, ex-tenente da PM. Com a reorganização do Regimento, este foi transferido para um prédio localizado à Rua Iguaçu, de propriedade de Júlio Gineste. RETOMADA DO PODER 42 No mês de março de 1894, o governo central ordena o seguimento de tropa para operações de guerra na fronteira do Paraná. Gumercindo Saraiva, amedrontado, recua. Sua única chance foi voltar para o Rio Grande do Sul. Muitos federalistas se refugiaram no Uruguai e Argentina. No dia 1º de maio de 1894, o 2º Batalhão, vindo de São Paulo chegava a Curitiba pondo em fuga os rebeldes revolucionários que aqui ainda se encontravam. Incorporados a esse Batalhão, vieram muitos policiais-militares do Regimento de Segurança do Paraná. Centenas de prisões foram feitos, abarrotando quartéis, os fuzilamentos foram em massa, como aquele que houve na Serra do Mar, onde o barão do Cerro Azul e outras personalidades curitibanas. O major revolucionário Pedro Nolasco Alves Ferreira, então Fiscal do Regimento, também foi preso e fuzilado sumariamente em Paranaguá, sob acusação de ter fornecido informações confidenciais e se apoderado de dinheiro. O médico do Regimento, Dr. Gastão de Aragão de Mello, também foi fuzilado em Santa Catarina. O Regimento de Segurança do Paraná foi reorganizado. O major Ignácio Gomes da Costa, promovido ao posto de coronel, passou a ser o seu comandante. 3. Campanha do Contestado – (1912/1916) Mensagem Na Segunda década do século XX, o Planalto de Santa Catarina foi palco da epopéia do Contestado, considerada um dos maiores eventos já promovidos pelos oprimidos e marginalizados do mundo. O fanatismo religioso, a expulsão do meio em que viviam e a própria miséria lançou, irmãos nossos, nascidos sobre este mesmo solo, em uma empreitada messiânica e suicida. Por quatro anos, milhares de homens, mulheres e crianças travaram combate, sem tréguas, às condições desumanas a que estavam lançados. 43 Combatidos e vencidos, em nome da lei e da ordem, foram dizimados deixando o aviso de que a pressão e a miséria levam até os mais humildes a revolta, mesmo que esta revolta possa ter um trágico fim. O Contestado A guerra do Contestado reproduziu, no Sul do Brasil, a epopéia de Canudos. Este conflito opôs, de um lado, as forças do governo federal e dos Estados do Paraná e de Santa Catarina e, de outro, milhares de camponeses. Contestado foi o nome dado a região disputada por Paraná e Santa Catarina e situada entre os rios Negro, Iguaçu, Uruguai e a fronteira da Argentina. Nessa região, de 1912 a 1916, o exército e as forças policiais de ambas as unidades da federação debelaram uma rebelião sertaneja de consideráveis proporções que se tornou conhecida como “guerra do Contestado”. A questão dos limites entre Paraná e Santa Catarina tem raízes nas expedições paulistas em direção ao Sul, ainda no século XVIII; permaneceu indecisa durante o império e agravou-se no fim do século XIX, já sob o regime republicano. Em 1904, o Supremo Tribunal Federal deu ganho de causa às pretensões de Santa Catarina sobre a área em litígio. No entanto, a execução da sentença foi embargada, o que provocou agitação em ambos os Estados. Características do conflito O problema intensificou-se a partir de 1908, com a construção, nessa zona, de um trecho da estrada de ferro São Paulo – Rio Grande. Iniciada por uma firma francesa, a concessão passou à companhia norte-americana Brazil Railway S. A., de Percival Farquhar, que em pouco tempo englobou várias empresas. Como pagamento, a empresa recebe uma doação de mais de 6.000 (seis mil) quilômetros quadrados de terras, cobertas com mais de 15 (quinze) milhões de árvores em “idade de corte”. Numerosos trabalhadores (cerca de 2000) de outros Estados, sobretudo cariocas e pernambucanos, foram levados para a região. 44 Para cumprir um dos termos do contrato, a companhia deu início à colonização de 15 (quinze) quilômetros de cada lado da via férrea. Porém, não levou em consideração que nessa área já existiam alguns fazendeiros estabelecidos, que ficaram descontentes com a interferência da companhia em suas terras. Concluída a construção da ferrovia, em 1910, cerca de 8 (oito) mil trabalhadores ali permaneceram, desocupados, apesar da promessa de serem trazidos de volta aos seus Estados. Uma desenfreada especulação desalojou das terras devolutas numerosas famílias de posseiros (chamados “intrusos”) que ali haviam se instalado gerando, insegurança e descontentamento. As terras passavam, todas, às mãos de companhias colonizadoras, na maioria, estrangeiras. Em 1911, a Lumber, poderosa empresa madeireira ligada a Brazil Railway, estabeleceu-se na zona contestada, instalando a maior serraria da América do Sul, capaz de serrar 1.200 (um mil e duzentas) dúzias de tábuas de 4 (quatro) metros de comprimento, por dia. Essa companhia tinha autorização para explorar a madeira da região, comprometendo-se pela colonização. Essa atividade afastava a possibilidade de um acordo entre o Paraná e Santa Catarina, pois ambos queriam ficar com a posse da região, onde se esperava um grande desenvolvimento. Fanatismo Em 1911, no município de Campos Novos, Santa Catarina, na região conhecida por Faxinal dos Padilhas, surgiu um curandeiro, José Maria de Santo Agostinho, ao redor do qual se constituiu um grupo de adeptos que passaram a venerá-lo. Dizia-se irmão do “monge” João Maria, dirigia terços, recitava narrativas sacras e contava ao povo histórias de Carlos Magno e dos Doze Pares de França. Chegou a ganhar de taumaturgo, graças às curas que teria obtido. Pouco se sabe do seu passado, além do que teria sido praça do exército e desertor da polícia militar paranaense, e de que, na verdade, chama-se Miguel Lucena de Boaventura. 45 Também conhecido como “monge”, distinguia-se, contudo do seu antecessor por várias características, inclusive pela frouxidão de costumes. João Maria, o primeiro, cujo nome verdadeiro era Anastas Marcaf, de nacionalidade francesa, era um tipo ascético, eminentemente pacífico, pregava a submissão e a humildade, não recolhia dádivas, praticou a caridade e foi um médico, um pai e um amigo dos pobres, era um andarilho e não queria ser acompanhado pelo povo. Desapareceu no outro lado do rio Pelotas, fronteira com o Rio Grande do Sul. José Maria tornara-se o novo messias, ao contrário do andarilho que procedera, inaugura no Planalto catarinense o messianismo instalado no “quadro santo”, um acampamento de fanáticos, misto de convento e de hospital. José Maria é o chefe místico que aglutina revoltosos armados. José Maria e seus seguidores formaram um arraial em Taquaruçu, no município catarinense de Curitibanos. Ali dominava o “coronel” Francisco de Albuquerque, que se mostrou preocupado com o crescimento da influência “monge” e telegrafou ao governador de Santa Catarina, denunciando que os fanáticos haviam proclamado a monarquia. Seguiu então, ao local, um contingente de tropas estaduais. Após quatro horas de resistência ao fogo de artilharia, aos jagunços bateram em retirada. A Luta no Paraná. Acompanhado por seu bando de adeptos, José Maria refugiou-se em Irani, no município de Palmas, Paraná, onde já tinha vivido anteriormente. No início do mês de outubro de 1912, começaram a chegar as primeiras notícias sobre o movimento dos jagunços chefiados pelo falso “monge” José Maria, que bem aparelhados promoviam todo tipo de desordens nos campos de Palmas. 46 Alterada a ordem pública no município de Palmas, o governador do Estado determinou o seguimento da tropa (Regimento de Segurança do Paraná - PMPR), para a localidade de Palmas que, seguiu viagem no dia 13 de outubro, indo de trem, até União da Vitória, de onde prosseguiu a pé e a cavalo, até os campos de Palmas e Irani. O Regimento de Segurança do Paraná, na época era comandado pelo Coronel JOÃO GUALBERTO GOMES DE SÁ FILHO. José Maria afirmava que nada tinha contra o governo do Paraná e que apenas fugia com sua gente da perseguição do “coronel” Albuquerque. Rejeitou, entretanto, uma intimação que lhe foi dirigida em 20 de outubro de 1912 pelo comandante do Regimento de Segurança do Paraná, coronel João Gualberto, para que viesse ao acampamento da força estadual “explicar o motivo da reunião de gente armada em torno de sua pessoa”, porém José Maria não reconheceu o valor do bilhete, porque estava “escrito a lápis”. O ataque efetuou-se na madrugada de 22 de outubro. 47 Combate do Irani Ao chegar nesta localidade, na manhã de 22 de outubro foi a pequena coluna atacada por um elevado grupo de fanáticos, cercando-á, obrigaram seus componentes a uma reação heróica, na qual valentemente tombaram o comandante e alguns de seus comandados, ficando outros feridos, entre eles destacando-se o bravo Sarmento, que então tinha o posto de Alferes. José Maria foi morto em combate pelo 2º Sargento Joaquim Virgílio da Rosa. Os jagunços, superiores em número e usando facões, foices, machados e armas de fogo, repeliram a tropa paranaense. O coronel João Gualberto, “com os punhos cortados por vários golpes de facão, viu-se rodeado por um grupo de uma dúzia que discutiam se o matavam ou não. Surgiu então o assassino José Fabrício das Neves que tomou a iniciativa, dando-lhe o golpe de misericórdia, produzindo profundo ferimento frontal, provocando um movimento, instintivo do moribundo levantar os dois braços para defender a cabeça escarnecida e descoberta. Seu corpo ficou irreconhecível”. O coronel João Gualberto morreu bravamente, no Combate do Irani, no dia 22 de outubro de 1912, sem recuar, sem acovardar-se um só instante. Esse episódio, foi o primeiro confronto de uma guerra que duraria 4 (quatro) longos anos. Ficou, historicamente, conhecido como o “Combate do Irani”. Por esse fato, a região do Irani também é conhecida como o “Berço do Contestado”. Cidade Santa Após o combate do Irani, o grupo dispersou-se. Surgiu então a crença de que José Maria não morrera, mas reapareceria numa “cidade santa”. Também os fanáticos mortos em combate ressuscitariam. Criou-se mais uma entidade mitológica, o “exército encantado” ou “exército de São Sebastião”. No início de dezembro de 1913, formou-se em Taquaruçu, município de Curitibanos, Santa Catarina, um novo acampamento, chefiado por Eusébio Ferreira dos Santos homem de bons precedentes, pequeno negociante, crente de monge, que não estivera presente no combate, mas acreditava firmemente na ressurreição do taumaturgo, tanto mais que, por duas vezes, tinha ele “voltado” ao convívio de seus fiéis. A neta de Eusébio, a “virgem” Teodora de 11 anos, vira em sonhos o “monge”, que em espírito continuava a comandar a luta. Atacado por tropas vindas de Florianópolis, esse reduto veio a desdobrar-se em múltiplas fortificações de guerrilheiros e em sucessivas “cidades santas”, prontas para resistir aos “peludos”, como chamavam aos soldados do governo. Os seguidores de José Maria usavam fitas brancas no chapéu, raspavam a cabeça e eram conhecidos como “pelados”, de modo que a guerra do Contestado ficou conhecida também como a “guerra dos pelados”. 48 Os caboclos, com a esperança sobrenatural num reino de paz, prosperidade e justiça, defendiam a sua “monarquia”, termo que para eles tinhas significado diferente do usual, numa concepção mais mística que política. Na República, os fanáticos viam apenas o regime em cujas leis se apoiavam os “coronéis” e as companhias estrangeiras para lhes tomarem as terras. Praticavam entre si um igualitarismo comunitário, onde tudo era dado e, se alguém vendia, era morto. A 28 de dezembro de 1913, o arraial de Taquaruçu foi objeto de um ataque de tropa federal e um contingente da força pública catarinense. O ataque foi repelido. Nova expedição realizou-se em fevereiro de 1914, mobilizando uma força de 750 homens. Os fanáticos, vencidos, abandonaram o reduto, que foi arrasado. Os que conseguiram escapar refugiaram-se na maior parte em Caraguatá. Em Caraguatá a líder espiritual era a “virgem” Maria Rosa de 15 anos, também chefe militar. No dia 8 de março de 1914, ataque ao reduto de Caraguatá. Uma epidemia de tifo obrigou os rebeldes a se retirarem e formar outros redutos; no vale do Timbó e na Serra do Tamanduá, ainda em Santa Catarina. Em agosto de 1914, um dos chefes dos “pelados” Manuel Alves de Assunção Rocha, lançou um manifesto, no qual se proclamava “imperador constitucional da monarquia sulbrasileira”. Em 26 de setembro de 1914, Curitibanos é incendiada. O Ciclo do Banditismo. Os jagunços espalham-se sob o comando de vários chefetes e bandoleiros, como Aleixo Gonçalves, Alonso, Adeodato, o “alemãozinho”, “Castelhano”, Tavares, Josefino e Marcelo. Animados com os êxitos obtidos, não se limitam esperar os ataques da tropa. Antecipando-se, atacam povoações, destruem estações ferroviárias, invadem cartórios para queimar os registros de propriedade de terras. 49 Adeodato Alemaozinho Em ataque a uma serraria da Lumber (Southern Brazil Lumber and Colonization Co., subsidiária da Brazil Railway), em 6 de setembro de 1915, empenham-se em combate com uma tropa do 16º batalhão de infantaria, 60 homens, vinda de Vila Timbó sob o comando do capitão João Teixeira de Matos Costa, promovido a major post-mortem. Neste choque com a força de fanáticos talvez dez vezes superior, os soldados foram massacrados e o próprio comandante pereceu. Cap.Matos Costa Reduto de Santa Maria Com a continuação das investidas dos sertanejos, novos redutos se formavam como pontos de concentração e recrutamento: Piedade, Timbozinho, Taquarizal e Santa Maria, este último o maior e bem mais defendido. No auge do movimento, os rebeldes ocupavam um território de cerca de 28 mil quilômetros quadrados. Alonso chegou a tomar Papanduva e o “alemãozinho” ocupou Itaiópolis e ameaçou Rio Negro. Nessa fase, eram respeitados os bens dos que aderiam ou simpati- 50 zavam com a causa; as propriedades dos que recusavam a aderir, pelo contrário, eram pilhadas e incendiadas. A Expedição do General Setembrino de Carvalho Em setembro de 1914, chegou a Curitiba o general Setembrino de Carvalho, a quem o governo federal dera o encargo de acabar de vez com os fanáticos do Contestado. Antes de iniciar as hostilidades, o general encaminhou aos rebeldes um apelo para que se rendessem. Tomou providências contra a eficiente espionagem que mantinham os insurretos através de agente infiltrados nas forças legais. A tática adotada pelo general Setembrino foi de encerrar os fanáticos num quadrado, norte, sul, leste e oeste, cercando a área que ocupavam. Pela primeira vez, a força aérea esteve presente em operações militares no Brasil, para reconhecimento, numa das quais pereceu, em desastre, o tenente aviador Ricardo Kirk. Em janeiro de 1915, as tropas federais dominavam os redutos de Santo Antônio e Timbozinho. À medida que o cerco se estreitava, os fanáticos refugiavam-se em Santa Maria. Esse reduto, sob a chefia suprema de Aleixo, toma a aparência de uma nova Canudos, chegando a abrigar uma população calculada em 5 mil pessoas e tendo no centro uma igreja onde se venerava o “monge”. Os chefes, que lá não conseguiam chegar, rendiam-se. Multidões compostas, sobretudo de velhos e crianças se apresentavam nos acampamentos do exército. O primeiro ataque a Santa Maria deu-se a 8 de fevereiro de 1916 sem sucesso. O reduto tinhas um novo chefe, Adeodato, este, por sua vez, livrou-se de Aleixo que era seu sócio, matando-o. 51 O ataque decisivo realizou-se a partir de 31 de março pelos 600 homens da coluna, sob o comando do capitão Tertuliano de Albuquerque Potiguara, enquanto os restantes 7 mil homens (significava 80% do exército brasileiro) da expedição permanecia na reserva. A 2 de abril caiu o reduto avançado do jagunço Adeodato. No dia 3, o capitão Potiguara penetrou em Santa Maria, porém, verificou que estava cercado. Enviou um bilhete pedindo reforços ao comandante da coluna que esta mais próxima – Estilac – recebeu reforço de 2 mil soldados, os quais surpreenderam os sertanejos pela retaguarda. O reduto foi então aniquilado. Adeodato fugiu. Em agosto foi preso e condenado a 30 anos de cadeia, na penitenciária de Florianópolis. Cumpre 7 anos de pena. Resolve fugir e é morto. Últimos Redutos Oficialmente, deu-se a campanha concluída. Grande número de fanáticos, porém conseguira escapar. Logo muitos deles se reuniram de novo. Formou-se o reduto em São Miguel e outro em Pedras Brancas. Mais tarde, o reduto de São Miguel transferiu-se para junto do Rio Timbó, onde foi fundada a “cidade santa” de São Pedro. Nesse período final, a luta contra os jagunços foi principalmente obra de grupos civis, os “vaqueanos” comandados por Lau Fernandes, morador de Canoinhas. 52 Sob seu comando, a 17 de outubro de 1915, foi ocupado e destruído o reduto de Pedras Brancas. Dois meses mais tarde, uma coluna de cem “vaqueanos” penetrou no reduto de São Pedro, que foi ocupado e incendiado. Depois da destruição dos últimos redutos, muitos fanáticos se entregaram, enquanto outros fugiam pelas serras. O Acordo A campanha do Contestado custou aos cofres públicos a quantia de 3 mil contos de réis, quantia elevadíssima para a época. Encerrada a luta armada, o Presidente da República Venceslau Brás, juntamente com os governadores de Santa Catarina e Paraná, Srs. Felipe Schmidt e Afonso Camargo, em 20 de outubro de 1916, assinaram o acordo de limites, pondo um fim ao litígio territorial. ORGANIZAÇÃO DO BATALHÃO TÁTICO Objetivando colaborar de modo mais eficiente na manutenção da ordem, o Presidente do Estado do Paraná, em 9 de novembro de 1914, autorizou que o Batalhão de Infantaria, do Regimento de Segurança do Paraná (atual PMPR), fosse organizado como “Batalhão Tático”, sob o comando do bravo Major Benjamim Augusto Lage: Comando e Estado-Maior Comandante - Major Benjamim Augusto Lage Ajudante - Alferes Hermínio da Cunha César Quartel-Mestre - Alferes Genésio de Carvalho 1° Companhia Comandante - Capitão Antonio Gomes Ferreira Subalterno - Alferes Adeodato de Carvalho 2° Companhia Comandante - Capitão José Agostinho da Silva Subcmt - Tenente Floriano Barcellos Bica Subalterno - Alferes Luiz Napoleão de Britto Abreu 53 Major Benjamin Augusto Lage 3° Companhia Comandante - Capitão Heitor de Alencar Guimarães Subcmt - Tenente João Busse Subalterno - Alferes Deocleciano Gomes de Miranda O Batalhão Tático foi integrado às tropas do Exército, incorporando-se à Coluna Leste, comandada pelo Cel Ex Júlio César Gomes da Silva, sem qualquer vinculação com as autoridades do Paraná. Era a única tropa estadual que tinha acesso a toda a zona contestada pelos dois estados, não obstante os enérgicos protestos do governo catarinense. A Coluna Leste ficou com o seu comando fixado em Rio Negro. Como fato curioso, destacamos que nessa área surgiram vários comentários contra as Forças de Primeira Linha, inclusive um anspeçada do Regimento de Segurança fez apreciações desairosas sobre as operações do Exército no Contestado, declarando, perante um grupo de sargentos, que a tropa federal havia sido abatida e que a mesma sorte estava reservada ao Batalhão Tático. Essas declarações lhe valeram cinco dias de xadrez, a pão e água, e o rebaixamento definitivo da graduação que ocupava. DESTAQUE DO BATALHÃO TÁTICO No Campo Belo expulsaram bandidos que ousadamente arrebanhavam cavalhada e bois, fazendo-os fugir para os matos do Cerrito. Explorou as pastagens cortadas pelo Rio Itajaí, por onde cruzavam, impu- 54 nes, grupos de fanáticos roubando com descaro e perversidade. Nessa ocasião, o Batalhão Tático colaborou ainda com a coluna Norte para a ocupação da Colônia Vieira, guarneceram Estiva, Sepultura e a ponte do Rio São José, impedindo a fuga dos bandidos. Retomou a vila de Papanduva, que era lugar preferido dos fanáticos por se localizar entre os redutos de Tavares e Aleixo. Conquistou o reduto de Tavares, onde se entregaram o líder Alemãozinho e Bonifácio Papudo. Conquistaram os redutos de Marcello e Josephino. 55 No final do mês de janeiro de 1915 começaram os ataques ao último reduto, o de Santa Maria que foi por fim conquistado em 03 de abril. Homenagem aos policiais-militares do Regimento de Segurança do Paraná, que participaram na Campanha do Contestado. 1916. 4 – Revoluções: Revolução de 1924 Irrompeu o movimento revolucionário de 05 de julho de 1924, em São Paulo. A Corporação paranaense mobilizou-se organizando o 1º Batalhão de Infantaria, comandado pelo então Cap JOAQUIM ANTONIO DE MORAES SARMENTO, que foi posto a disposição do Governo Federal. 56 Este Batalhão penetrou na Estado agitado, percorreu BOCAIÚVA, SOROCABA, PORTO FELIZ, ITÚ, BOTUCATU, daí para SOROCABANA, até as barrancas do Rio Paraná, em PRESIDENTE EPITÁCIO. Bateu-se em Porto Feliz, Botucatú e Santo Anastácio, desempenhando com bravura todas as missões que lhe foram atribuídas de modo a merecer vários elogios do General AZEVEDO DA COSTA, comandante das forças em operações contra os rebeldes e das autoridades estaduais daquele Estado. Combate em Botucatu Combate em Santo Anastácio Mudando-se o teatro de operações, para o interior deste Estado, para ali foi encaminhado o 1º Batalhão que passou a fazer parte das forças comandadas pelo General CÂNDIDO MARIANO DA SILVA RONDON, marchando para GUARAPUAVA, LARANJEIRAS, UNIÃO e CATANDUVAS. Combateu em BELARMINO, FORMIGUINHAS, COLÔNIA PARAGUAIA e CATANDUVAS, perdendo vários de seus componentes, mortos e feridos, entre eles o 2º Tenente JOAQUIM TABORDA RIBAS. Catanduvas Colônia Paraguaia 57 Guarapuava Guaíra O 1º Batalhão só regressou à sede em março de 1925, depois de desbaratados completamente os revolucionários, tendo desempenhado bravamente as perigosíssimas missões que lhe foram dadas, merecendo o comandante SARMENTO, seus Oficiais e Praças, os maiores elogios por parte das autoridades federais e a cujas disposições serviam. Revolução de 1930 A situação que reinava no país inteiro era de intranqüilidade, esperando-se a qualquer momento um movimento revolucionário. Podia ser no norte, em Minas Gerais ou no Rio Grande do Sul. 58 Manifestação popular em Curitiba Os ânimos estavam exaltados e sentia-se algo de inquietante, a nossa Força Policial mantinha-se dentro da mais sólida disciplina, fiel ao governo, obedecendo às leis emanadas pelo Poder Público, esperando confiante que a situação melindrosa se resolvesse de forma satisfatória, com a substituição da mais alta autoridade do País no dia 15 de novembro de 1930. Os Oficiais da Força Policial que se achavam em comissão do governo, ocupando cargos públicos, procuravam se manter alheios à política de modo a não dar lugar a queixas e melindres, a fim de não criar casos que viessem a comprometer o bom nome da Corporação. A situação era extremamente grave quando às 05 horas da madrugada de domingo, do dia 05 de outubro de 1930, irrompeu a revolução em Curitiba, o Governo do Estado antes de abandonar o poder, telefonou ao comando da Força, para que não houvesse derramamento de sangue, pois iria sair do Estado e para que a Força Policial não oferecesse resistência à revolução. Diante de tão delicada situação, o Comandante resolveu deixar o cargo, e passou o comando ao seu substituto imediato, retirando-se para a sua residência. A Força Policial, que até então se achava fiel e pronta para defender as autoridades constituídas de nosso Estado, não vacilou diante da situação imprevista, procurando seu Comandante, entrar em entendimento com as altas autoridades do Exército, do qual resolveu aderir o movimento revolucionário. Em vista o alto conceito que gozava a nossa Força, mercê das nobres tradições de seu passado impoluto, foi recebida de braços abertos pelas tropas federais a sua adesão, leal e franca ao movimento revolucionário. Daí por diante os seus elementos se empenharam com amor e dedicação à nova causa, desempenhando missões arriscadas e de responsabilidades, que lhe foram confiadas no decorrer da luta em todas frentes. Às 07 horas daquela bela manhã de outubro, desfilaram em formatura com as demais Forças Revolucionárias, pelas principais ruas de Curitiba, os elementos da brava Corporação recebendo os aplausos do povo que se regozijava, pelo fato de haver sido necessário, travar-se em nossa capital uma luta fratricida, com a adesão da Força, foi poupada a nossa bela capital de ser teatro de combates sanguinolentos. 59 A Força Policial do Paraná, pela sua tradição de honra e conhecimento do dever mais uma vez soubera escolher o caminho que deveria palmilhar, unindo-se aos seus irmãos na sua luta em defesa de um mesmo ideal. Naquele mesmo dia o Cap GASPAR PEIXOTO DA COSTA, foi comissionado no posto de Ten Cel e designado pelo governo a comandar a Força Policial do Estado do Paraná. Cmt da tropa Oficial distinto, dotado de excepcionais qualidades de comando, logo se ambientou em nosso meio, podendo com facilidade desenvolver a sua ação em benefício da causa, tendo em data de 07 de outubro providenciado o embarque de uma Companhia de Fuzileiros e Esquadrão de Cavalaria para SENGÉS, a fim de operar junto ao 13º R/I de PONTA GROSSA. Em 08 de outubro seguiu outra Companhia de Infantaria, para a CAPELA DA RIBEIRA, a fim de operar juntamente com as Forças do Exército. Ponta Grossa Em 15 de outubro, seguiu a 3ª Companhia para MORUNGAVA, para operar com a que lá se achava. Toda essa Força marchou consciente do seu dever, para empenhar-se em luta pela causa da revolução. A nossa Força Policial, pôs ainda, a disposição de elementos civis, fardamento, munições de que dispunha a fim de que os mesmos pudessem eficazmente se incorporar a fim de poderem ser útil ao movimento. A Força empenhou-se em todas as frentes de combate, com entusiasmo e bravura, fazendo parte sempre da vanguarda, desde Sengés, Morungava e Capela do Ribeira, após a rendição das tropas governistas a 24 do mesmo mês, regressaram para o sul 12.000 homens das Forças Revolucionárias porém a nossa Corporação continuou como Força de vanguarda. Seguiu para o Estado de São Paulo e depois para o Rio de Janeiro, por ser considerada de confiança, tendo por este alto conceito, sido incorporado quando em São Paulo, ao 13º R/I de Ponta Grossa, como 3º Batalhão, conservando-se nesta categoria, até o seu regresso do Rio de Janeiro, em 15 de novembro. Após a vitória da revolução, a Força Policial do Estado do Paraná, persistiu trabalhando com dedicação para consolidar a obra revolucionária. Os seus elementos continuam em diversos setores de administração a zelar e defender os princípios revolucionários, para que os Estados conseguissem finalmente desfrutar a situação de destaque no conceito da federação. 60 Fatos da Revolução de 1930 O primeiro reconhecimento do inimigo foi sobre ENGENHEIRO SCHAMBER, a Força era um Esquadrão de Cavalaria da Força do Paraná, comandadas pelo Tenente MANOEL DINIZ, Oficial de rara coragem. Descansava a Cavalaria, quando uma sentinela avançada, posta ao longo da coxilha, que demandava além do terreno inimigo deu sinal de tropas adversárias. Era um reconhecimento sem importância feito por meio de automóvel de linha. Os cavalarianos encilharam seus animais e rapidamente galgaram a coxilha. Ao cair da noite, 50 soldados da Cavalaria, dirigidos pelo Ten DINIZ partiram em direção a Sengés. Era de ver o aspecto daquela tropa montada, subindo e descendo a coxilha, até desaparecer das vistas dos companheiros que nela tinham cravado os olhos da face do coração. Entrava em terreno inimigo a hora do acaso, como que iluminados pela fé que abala montanhas e com a esperança do dever a cumprir para com a Pátria. Nos seus peitos abrasados levavam a ordem de reconhecer a todo transe Itararé e a ocupar a posição se possível, era escura à noite, mas os caminhos da honra conduzidos pela claridade dos soldados guiados pela mais pura e mais luminosa das consciências. No dia seguinte às 08 horas, chegava a ligação da Cavalaria, trazendo a notícia para ela tão honrosa, da ocupação de Sengés. Este estupendo feito das armas representava uma excursão de trinta quilômetros adentro pela estrada de rodagem em terreno que só se podia encontrar inimigos. Sendo de notar que para a gloriosa Cavalaria, era completamente desconhecido o terreno que pisava. ( Sublime Exemplo. Marcha Heróica do Livro de Silva Duarte). Revolução de 1932 A Polícia Militar, comandada pelo bravo Coronel AIRTON PLAISANT, foi incontinenti mobilizada e posta à disposição do governo federal, quando o país novamente foi convulsionado pelo movimento rebelde originado no Estado de São Paulo, em julho de 1932, marchando para as fronteiras daquele Estado, na zona da Ribeira, no dia 14 daquele mês, precedida desde 11 por uma fração de sua Cavalaria. 61 Consideravelmente aumentada com a criação de seus 2º e 3º Batalhões de Infantaria, quatro Regimentos e dois Esquadrões de reserva e constituindo a “COLUNA PLAISANT”, das Forças do Exército do Sul, sob o comando do General WALDOMIRO CASTILHO DE LIMA, combateu em Capela da Ribeira, Apiaí, Guapiara, Capão Bonito, Capela de Santo Antônio e Rio das Almas, levando sempre de vencida a tropa rebelde até a pacificação completa do vizinho Estado, regressando a esta capital à 08 de outubro. O 3º Batalhão de Infantaria marchou para Guarapuava e daí, até a fronteira de Guaíra, com o fim de guarnecer aquela localidade e evitar uma possível incursão de revolucionários pelo Rio Paraná e outros elementos seguiam de Apiaí, via Iporanga, até Xiririca, de onde regressaram a sede. Esta Corporação destacou-se extraordinariamente nas missões pesadíssimas que lhe foram confiadas no decorrer da luta recebendo das autoridades e governos federais e estaduais os mais estrondosos elogios pela conduta que demonstrou, com admiráveis provas de disciplinas e lealdade registrando neste acervo vários Oficiais feridos e algumas Praças mortas e feridas em combates em que tomou parte. 5. Intentona Comunista de 1935 O surto comunista que irrompeu nos últimos dias de novembro de 1935, em Natal e no Recife, com as ramificações no Rio de Janeiro e outros Estados da Federação, foi sufocado graças à pronta e enérgica ação do governo. NATAL esteve em poder dos sectários russos, mas a pequena Força Pública NorteRiograndense, soube pagar com seu sangue a sua noção do sentimento do dever, e 50 homens, sitiados dentro de seu quartel, provaram ao mundo e ao Brasil, o valor do soldado brasileiro. E caídos estes, exangues de fadiga e já sem munição, o povo potiguar não esmoreceu e do centro do Estado 400 sertanejos, marchando sobre a cidade, cobriram de glória a fama nordestina, desbaratando os criminosos. Nas ruas de Recife, a tropa do Exército e da Brigada Militar do Estado, portaram-se com heroísmo, combateram com denodo e asseguraram a vitória do governo, ou melhor, a vitória do Brasil, que foi pronta e decisiva, fazendo imperar a ordem. Aqui no Paraná, o Exército e a Polícia Militar coesos e prontos não consentiram sequer tivesse a bandeira vermelha de Moscou a honra de se mostrar ao povo. No Brasil foi derramado o sangue de muitos brasileiros em holocausto à Pátria e a nossa Corporação destacou-se pela atuação decidida e leal ao lado dos Poderes Constituídos, devotandose inteiramente ao serviço da lei e da ordem. 62 Graças a sua inquebrantável linha de energia, que é o apanágio da Polícia Militar, sempre ciosa de sua alta missão de mantenedora da ordem e das instituições, ao lado do Exército, ao primeiro grito de desordem, conseguiram fazer os masorqueiros e o crime hediondo, com que os inimigos da Pátria pretendiam ferir o coração do povo brasileiro, foi abatido e sufocado aqui no Paraná logo no início, não tendo, por isso maiores conseqüências. OS LOUCOS DIAS DE 1935 “À Pátria tudo se deve dar e nada pedir – nem mesmo compreensão!" – Siqueira Campos. Intentona é um termo muito bem aplicado à maluquice organizada pelo Partido Comunista do Brasil, com a participação de numerosos militantes da Aliança Nacional Libertadora (ANL), esta fechada pelo governo Vargas em julho de 1935. A supressão gradativa das liberdades pelo governo advindo da Revolução pretensamente liberal de 30, colocou no mesmo alvo todos aqueles inconformados com as respostas repressivas do Estado brasileiro. A insatisfação, embora diminuta, foi polarizada pelo oportunismo da ANL e, principalmente, dos bolchevistas que, dando asas aos seus sinistros objetivos, prepararam uma sedição de seus adeptos em algumas unidades militares. Assim, em 24 de novembro, elementos do Exército rebelaram-se em Natal, com pequeno apoio civil; criaram um "Governo Popular Nacional Revolucionário", derrubado do poder efêmero e baderneiro, em quatro dias pelas forças legalistas. O levante no Recife ocorreu no dia 24, tendo sido sufocado em poucas horas. No dia 27, surgiram os focos de rebelião no Rio de Janeiro, dentro do 3º Regimento de Infantaria (na Praia Vermelha) e da Escola de Aviação Militar, sendo dominados pelas tropas legalistas com o pleno uso da força e do bombardeio. Ficaram gravadas nas páginas da imorredoura memória militar brasileira, as cenas de puro terrorismo, com o assassinato de camaradas de farda, que ainda dormiam na madrugada do fatídico dia 27 de novembro de 1935, pelos revoltosos comunistas. O resultado das baixas legalistas indica a ferocidade da luta no Rio de Janeiro: oito oficiais legalistas e vinte sargentos, cabos, incluindo dois sargentos da Polícia Militar, acabaram sendo sacrificados no cumprimento do dever. A lição deixada pela Intentona Comunista, infelizmente, não é divulgada pela Imprensa ou pelas escolas e universidades do Brasil. Aprisionadas pelo silêncio da covardia moral que assola o país, as verdades históricas não são mais expostas, mas eliminadas ou subvertidas a favor da interpretação da ideologia vermelha de plantão. Dentro desta ótica perversa, o Poder politicamente centralizado, através de seus inúmeros tentáculos tenebrosos, como o Ministério da Educação, detêm "uma eficiência inquestionável", parodiando o nobre Professor Jorge Boaventura, das muralhas de idéias falsas, ou deliberadamente imprecisas, de que ele é construído. O Partido Federalista deseja, nesse dia de memória dolorida e, ao mesmo tempo, gratificante para quem ama a Liberdade, saudar todas as corporações 63 militares do Brasil. Delas, com certeza, sempre dependerá a Pátria Livre e a expressão máxima da Soberania Nacional. Sem elas, morreria o Brasil. Brasília, DF, 27 de novembro de 2006 Thomas Korontai. 6. Revolução Democrática de 1964 Por ocasião do movimento de 30 de março de 1964, e tendo em vista a situação anormal que atravessava o país, com tropas mobilizadas em todo o território nacional, a Polícia Militar também se manteve de prontidão, com parte de seu efetivo à disposição da 5ª Região Militar e o restante empregado em guarnecer os pontos sensíveis da Capital e Interior do Estado. Compreendendo a gravidade da situação, vários oficiais da Reserva Remunerada e mesmo reformados da Corporação apresentaram-se ao Comandante-Geral, prontos para qualquer eventualidade, abandonando o aconchego de seus lares para se colocarem a disposição do governo, no caso da Polícia Militar necessitar de seus préstimos. Só em 20 de abril, após a notícia da vitória das forças democráticas e o País ter voltado à normalidade, ficou suspenso o rigoroso regime de prontidão que vinha mantendo. Recebeu a Corporação, pela sua maneira corretamente patriótica em sua definição, colocando-se ao lado do Exército Nacional, na defesa dos nossos postulados cristãos e democráticos, as mais sinceras felicitações das autoridades estaduais e federais. Em março de 1965, a Polícia Militar destacava-se outra vez na repreensão contra os componentes do famigerado “Grupo dos Onze”, que tentava subverter o Sudoeste paranaense. Nessa operação participou de maneira digna o então Subtenente PM Ricardo José Coutinho, denunciando às autoridades militares o bando de comunistas chefiados pelo ex-Cel Jefferson Carlin Alencar Osório. O seu desprendimento, coragem e acentuado espírito de iniciativa, valeram-lhe a promoção ao posto de 2º Tenente por ato de bravura. Em 29 de junho de 1975, o Comandante-Geral, Coronel Orlando Xavier Pombo, foi agraciado com a “Medalha do Pacificador”, através da Portaria Ministerial n. º 8668 e publicado no Diário Oficial da União n. º 1467, de 07 de fevereiro de 1966. 7. Patrono da Polícia Militar do Paraná CORONEL - JOAQUIM ANTONIO DE MORAES SARMENTO Dia do Patrono – 17 de maio 64 “O homem que traz consigo a cicatriz de uma arma bandida é um miliciano valente, digno e prestimoso”. Estas palavras foram dirigidas em 1915, pelo Chefe de Estado, ao coronel Joaquim Antonio de Moraes Sarmento – PATRONO DA PMPR. E o coronel Sarmento trazia consigo esta marca que recebeu durante a luta contra os jagunços fanáticos na “Campanha do Contestado”, em 1912. JOAQUIM ANTONIO DE MORAES SARMENTO, filho de Sezostre Silvio de Moraes Sarmento, nasceu no Estado do Ceará, no dia 17 de maio de 1882. Em 1903 veio para o Paraná. Ingressou na PMPR, no dia 29 de julho de 1907, com idade de 25 anos, no então Regimento de Segurança, sendo classificado inicialmente na graduação de 1º Sargento, por tê-la já ocupado no Exército Nacional. A carreira policial-militar do então sargento Sarmento, foi brilhante, com rápida ascensão aos postos mais elevados. Promoções: 1908 – alferes 1913 – Tenente (ato de bravura – Combate do Irani – ferimento) 1916 – 1º Tenente 1921 – Capitão (merecimento) 1925 – Major (ato de bravura) 1925 – Ten-Cel (relevantes serviços) 1926 – Coronel Comandos O coronel Sarmento foi instrutor de tiro, Comissário, Delegado de polícia e comandou diversas Unidades da Corporação. Foi Tesoureiro Geral do Conselho Econômico, Inspetor da Banda de Música, Ajudante da Força Policial, Fiscal Administrativo do 1º Batalhão, Inspetor Geral da Guarda Civil e Assistente Geral da Força, cargo equivalente hoje, ao Chefe do Estado-Maior da PMPR. Condecorações De 1912 a 1926, o Patrono da PMPR, participou de todas as operações revolucionárias do Paraná e durante este tempo, recebeu muitas condecorações, dentre as quais destaca-se a “MEDALHA DE SERVIÇOS MILITARES, por ter tomado parte na Campanha do Contestado, outorgada por decreto governamental em dezembro de 1915”. Reforma e Falecimento Reformado em 1926, o coronel Sarmento voltou à ativa em 1929 e no ano seguinte, 1930 o Decreto de reversão às fileiras foi anulado, tendo sido definitivamente reformado no posto de coronel. Quatro anos depois, no dia 21 de abril de 1934, data consagrada ao Patrono das polícias Militares do Brasil, falecia o futuro Patrono da PMPR. 65 Missões que Sarmento cumpriu Durante a sua carreira policial-militar, cumpriu cabalmente as mais difíceis e arriscadas missões, sempre se destacando em todas elas. Na noite de 03 de novembro de 1908, registrou-se uma revolta de grandes proporções entre os inferiores (sargentos) e Praças do Regimento de Segurança. O alferes Sarmento, revelando a exata compreensão de seus deveres deu cabal desempenho à difícil, árdua e arriscada missão ao restabelecer e manter a ordem. Por tal feito, foi elogiado individualmente pelo governador do Estado, Dr. Francisco Xavier da Silva. Na agitação popular que se registrou, inesperadamente, na capital do Estado, no ano de 1910, cujos acontecimentos vieram perturbar não só a tranqüilidade do Regimento, o bravo alferes portou-se com lealdade e extrema coragem, enfrentando destemidamente a onda de agitadores que ameaçavam de modo assustador, à segurança pública. O Batismo de Fogo O coronel Sarmento, não somente participou da história, mas foi parte integrante dela. E ele entrou para a história justamente na sua primeira missão em campo de batalha, em 1912, na Campanha do Contestado. O litígio envolveu o Paraná e Santa Catarina, por questões de fronteira. Após a decisão do Supremo Tribunal Federal em favor do vizinho Estado, também, um bando de jagunços chefiados pelo falso monge José Maria, levantou-se em armas, sendo expulso daquele Estado e refugiando-se na cidade de Palmas, onde era conhecido. Instalados no lugarejo conhecido por Faxinal do Irani, considerado na época como uma fortaleza natural de difícil acesso para qualquer incursão militar, os jagunços chefiados pelo falso monge passaram a assaltar vilas, fazendas e povoados na região de Palmas. Por ordem do governo do Estado do Paraná, o Regimento de Segurança foi mobilizado e a tropa partiu no dia 13 de outubro de 1912, sob o comando do coronel João Gualberto. O alferes Sarmento tinha sob sua responsabilidade uma Seção de Cavalaria. Na manhã do dia 22 de outubro a tropa travou combate com as tropas do falso monge, mas os sessenta e quatro milicianos foram encurralados pelos 400 homens de José Maria, tendo que optar por uma luta encarniçada para sobreviver, partindo no final para uma luta corpo-a-corpo. Foi nesse cenário que o alferes Sarmento teve seu batismo de fogo. A certa altura do combate, notando que o comandante João Gualberto estava na iminência de sucumbir. O alferes Sarmento transformou sua espada numa espécie de clava para abrir caminho por entre os jagunços e salvar o seu comandante. Nessa tentativa recebeu um profundo ferimento de facão na face, na altura do olho direito. Apesar de gravemente ferido, Sarmento ainda reuniu forças para incentivar seus companheiros a continuar a luta, caindo posteriormente desfalecido. Não conseguiu salvar o comandante, mas cumpriu deu dever e teve essa satisfação ao saber da morte do falso monge por um certeiro tiro de revólver desferido pelo 2º Sargento Joaquim Virgílio da rosa. O alferes Sarmento foi tido como baixa no “Combate do Irani”, mas sobreviveu devido à assistência que recebera de uma velha sertaneja e no dia 03 de novembro de 1912, retornou ao acampamento de Palmas. 66 A Revolução de 1924 Irrompeu o movimento revolucionário de 05 de julho de 1924 em São Paulo. A Corporação paranaense foi mobilizada. Organizou o 1º Batalhão de Infantaria sob o comando do Capitão Joaquim Antônio de Moraes Sarmento e, colocado a disposição do governo federal e depois seguiu para a fronteira paulista. O 1º Batalhão de Infantaria do Paraná penetrou no Estado agitado, percorreu Bocaiúva, Sorocaba, Porto Feliz, Botucatú, daí para Sorocaba, até as barrancas do Rio Paraná, em Presidente Prudente. Combateu em Porto Feliz, Botucatá e Santo Anastácio, desempenhando com bravura todas as missões que lhe foram atribuídas de modo a merecer vários elogios do General Azevedo Costa, comandante das forças em operação contra os rebeldes e das autoridades. Combateu também em Belarmino, Formiguinhas, Colônia Paraguaia e Catanduvas. Instituição como PATRONO DA PMPR A Polícia Militar do Paraná, no dia 17 de maio de 1968, resgatou, da sombra do esquecimento, um dos seus mais lídimos heróis de nossa Corporação. O Comandante-Geral, considerando que o coronel SARMENTO foi incontestavelmente, o tipo perfeito de cidadão e soldado, cujo nome é sempre lembrado com respeito, sugeriu, mediante parecer de uma comissão de oficiais designada para esse fim, ao governador do Estado do Paraná Paulo Pimentel, fosse ele instituído PATRONO da Corporação paranaense. Para exaltar esse miliciano, cuja força espiritual inspira nobres propósitos e ações; para que o conhecimento de sua comprovada bravura e abnegação mais se amplie e, assim, fecunde esperan ças novas; para que, enfim as gerações de hoje e as que virão amanhã encontrem este que pela sua vida tornou-se exemplo para outras vidas, o governador atendeu a sugestão apresentada pelo comandante-Geral da PMPR, Antônio Michalizen – e assinou o Decreto instituindo o coronel Sarmento como Patrono da PMPR: Decreto nº 8.871, de 07 de fevereiro de 1968. “O governador do Estado do Paraná, usando de atribuições que lhe confere o Artigo 49, item XVI da Constituição Estadual”, 67 DECRETA: Art. 1º - Fica declarado Patrono da Polícia Militar do Estado do Paraná, o coronel Joaquim Antônio de Moraes Sarmento. Art. 2º - è instituído o Diploma comemorativo à declaração do Patrono da Polícia Militar do Estado do Paraná, o qual deverá ser entregue, na data da declaração, a representante dos familiares do coronel Sarmento, em solenidade cívica. Art. 3º - o Diploma a que refere o artigo anterior, será confeccionado em pergaminho e a mão, no tamanho de trinta por quarenta centímetros, onde serão inscritas as palavras: “O governo do Estado do Paraná confere o presente Diploma aos descendentes do bravo e valoroso coronel Joaquim Antônio de Moraes Sarmento, na data em que é declarado Patrono da Polícia Militar do Estado do Paraná”. Parágrafo Único – Ao lado do Diploma haverá um ramo de louro, em toda a sua extensão, composto de dez folhas, nas quais de inscreverão os nomes dos combates que participou. 8. Patrono das Polícias Militares do BRASIL JOAQUIM JOSÉ DA SILVA XAVIER – nasceu em 16 de agosto de 1746, na Vila de São João Del-Rei na Capitania de Minas Gerais, filho de Domingos da Silva Santos e de Antônia da Encarnação Xavier. Órfão, ainda menino, estudou as primeiras letras com sacrifício, mas demonstrando vivacidade e inteligência. Conviveu com seu padrinho, Sebastião Ferreira Leitão, que era licenciado em cirurgia, 68 com quem aprendeu e praticou tal ofício, daí a alcunha de TIRADENTES. Tiradentes em missão Nos sertões. Comerciante, mercador, com noções práticas de medicina e odontologia, o alferes tinha como profissão o cargo de oficial do Regimento Regular de cavalaria da Capitania de Minas Gerais, comandante de Rondas Volantes que percorriam o Caminho Novo – por onde eram transportados ouro e diamantes extraídos das minas das alterosas. Sua missão era a de combater os bandoleiros e se empenhar em arriscadas diligências policiais, caracterizando-se como o precursor das lutas travadas, nos sertões, pelos soldados da Polícia Militar. Porém, a vida militar de Tiradentes – na qual se notabilizou como mantenedor da ordem – era até pouco tempo, desconhecida no setor de segurança pública. Em janeiro de 1789, acertaram-se os primeiros planos para a chamada “Inconfidência Mineira”. O alferes Joaquim José da Silva Xavier foi líder e arrastou a principal culpa da Inconfidência. Foi preso em 10 de maio de 1789 na Fortaleza de São José, na Ilha das Cobras, removido para o Hospital da Ordem Terceira de São Francisco, em 23 de setembro de 1791, e posteriormente para a Cadeia Velha, em 17 de abril de 1792, donde saía para ser enforcado em 21 de abril de 1792, quando foi cortado a cabeça e o corpo dividido em quatro partes. Não morreu com Tiradentes a idéia da liberdade. 9. Quartéis da Polícia Militar do Paraná Desde a sua criação, em 10 de agosto de 1854, a Polícia Militar do Paraná, até os nossos dias, já passou por nove quartéis, até se estabelecer em definitivo, no Quartel do Comando Geral, localizado à Rua Marechal Floriano Peixoto, 1401, em CURITIBA, PR. Poderia ter sido a própria residência do primeiro comandante, o primeiro quartel da Companhia a Força Policial? No dia 29 de novembro de 1854, anunciou no jornal “Dezenove de Dezembro” um edital convocando os primeiros voluntários para ingressarem na Companhia da Força Policial: “O Capitão comandante da Cia., convida a todas as pessoas que quiserem engajar voluntariamente para o serviço da Cia. hajão de comparecer na casa de sua residência Rua Direita n. º 08 (atual 13 de Maio), a fim de proceder-se ao respectivo contacto”.(mantido a grafia da época) 1º Quartel da PMPR (Largo da Ponte, hoje Praça Zacarias) 69 Ao ser organizada a Cia. da Força Policial, em fins de novembro de 1854, passou a ocupar uma casa “quase um verdadeiro pardieiro” - de propriedade do cidadão Mariano Torres de Almeida, localizada no Largo da Ponte do Rio Ivo, depois denominado Largo do Chafariz e atualmente Praça Zacarias. No local, hoje, foi construído o Edifício Acácia. Praça Zacarias - 1854 Em 1860, o governo provincial adquiriu a referida casa “por três contos e quinhentos mil réis”, a fim de transformá-la, provisoriamente, em mercado municipal, já que este vinha funcionando precariamente no pátio da própria Igreja Matriz da cidade, hoje Catedral Metropolitana de Curitiba. Nesse ano, CURITIBA era uma povoação pequena e insignificante. Como diziam os cronistas da época “não passava de uma pugilo de casas, mal alinhadas, separadas uma das outras por cercas de tábua e extensos muros de pedra e taipa”. As residências eram num total de 308, estando 52 em construção. Três sobrados somente dominavam a casaria térrea da cidade. 2º Quartel da PMPR (Rua do Comércio/ Rua Ipiranga – atual Marechal Floriano com Deodoro) Em vista da reforma e conseqüente transformação em mercado, foi determinado à mudança da Companhia da Força Policial daquela casa e não podendo os cofres provinciais arcar com despesas para a construção ou aquisição de um novo quartel, apesar da Lei n. º 36, de 07 de abril de 1855, ter aberto um crédito especial para esse fim, o próprio comandante, então Cap Manoel Eufrásio de Assumpção, cedeu um velho barracão de sua propriedade para alojar a tropa. A mudança para o novo quartel deu-se no dia 12 de agosto de 1861, quando a Cia da Força Policial mudou sua sede para a Rua do Comércio (atual Marechal Deodoro), esquina com a Rua Ipiranga (hoje Marechal Floriano Peixoto). 70 3º Quartel da PMPR (Rua do Mato Grosso, atual Comendador Araújo) Com a exoneração do Ten-Cel Manoel Eufrásio de Assumpção do cargo de Comandante do então Corpo Policial, em cuja função permaneceu durante 24 anos ininterruptamente, e sua conseqüente substituição pelo Ten-Cel Emílio Silveira de Miranda, este, como uma de suas primeiras medidas administrativas, providenciou a mudança do quartel, no dia 02 de julho de 1881, para uma propriedade do civil Gabriel Chorrial, localizada na antiga Rua do Mato Grosso, atual Comendador Araújo, cujo prédio tinha as acomodações precisas e o aluguel era favorável - 50.000 mil réis. 4º Quartel da PMPR (Rua Aquidabam, atual Emiliano Perneta) No entanto, ressentindo-se o prédio de alojamento apropriado para as Praças, as quais vinham dormindo inclusive sobre tarimbas, no dia 11 de abril de 1882, o novo Comandante Ten-Cel Antônio Ennes Bandeira, com a aquiescência do governo, providenciou a mudança para outro prédio de propriedade do Comendador Martim Franco, sito à rua do Aquidabem, hoje Rua Emiliano Perneta. 5º Quartel da PMPR (Rua Direita, atual 13 de Maio) Não oferecendo o referido prédio “segurança em vista do seu mau estado, não obstante ter vastas acomodações”, foi por ordem do Vice-Presidente da Província, ordenado a sua mudança para uma propriedade do Cel Inácio De 71 Sá Sotomaior, localizada na então Rua Direita, atual 13 de Maio, que “oferecia dependências necessárias ao limitado número de Praças existentes na Capital” - nesta época em CURITIBA a Corporação contava com apenas 16 Praças, as quais “faziam o serviço de ordem às diferentes autoridades, policiavam o mercado público e o respectivo quartel”.A mudança realizou-se no dia 31 de julho de 1883. 6º Quartel da PMPR (Rua do Liceu, atual Dr. Muricy) No dia 18 de novembro de 1885, o Corpo Policial mudava-se para o prédio da Rua do Liceu (atual Rua Dr. Murici), defronte ao Clube Garibaldi, no Alto de São Francisco e de propriedade de José Wolff. 7º Quartel da PMPR (Rua da Travessa da Assembléia, hoje Cândido Lopes) Ali, ficou aquartelado até o dia 04 de fevereiro de 1891, quando foi instalar-se num prédio do próprio Estado, que servia anteriormente de sede da Assembléia Legislativa, sito à Rua Travessa da Assembléia, atualmente Cândido Lopes, no mesmo local onde se ergue hoje o edifício da Biblioteca Pública do Estado. (Foi também o 1º Quartel do Corpo de Bombeiros) 8º REGIMENTO POLICIAL – Rua Iguaçu Com a tomada do Estado pelos revolucionários federalistas e numa natural situação dominadora onde tudo fazia crer que a permanência deles no poder prevalecesse 72 para sempre, procuraram arrumar as coisas a seu modo. Assim, depois de saquearem o antigo prédio do Largo do Conselheiro Zacarias que servia de Museu, transferiram este para o Quartel do REGIMENTO DE SEGURANÇA (Regimento Policial) que, por sua vez, foi instalado numa casa de propriedade de Júlio Eduardo Ginestte, cuja mudança verificou-se no dia 09 de abril de 1894. 9º Quartel da PMPR A única e imperdoável conseqüência dessa mudança foi o extravio de vários documentos históricos da Corporação. Com a retomada do poder pelas tropas florianistas, em 10 de maio de 1894, o aluguel dessa casa passou a ser pago pelo Governo Federal, até março de 1895, quando a despesa passou a correr por conta de erário do estadual. Reorganizado o Regimento de Segurança, destroçado durante o Cerco da Lapa, o quartel tornou-se pequeno para alojar todo o pessoal. Por este motivo o Coronel Ignácio Gomes Da Costa, Comandante Geral, auxiliado pelo Major Custódio Gonçalves Rollemberg, incitou uma campanha em prol da aquisição de um prédio para o Quartel, a fim de que, em ambiente mais adequado pudessem as Praças minorar as agruras que vinham tendo com a falta de dependências adequadas para alojá-las. Apesar do grande esforço que fizeram para concretizar esse ideal, somente no ano seguinte o Governador do Estado, Dr. Francisco Xavier Da Silva, doou um velho prédio que servisse de Quartel, cuja mudança realizou-se no dia 01 de fevereiro de 1896. 73 O edifício, localizado no mesmo terreno, à rua Marechal Floriano Peixoto, 1401, onde hoje se ergue o Quartel do Comando Geral, da PMPR, sofreu contínuas modificações e reformas em sua estrutura, até chegar ao atual prédio de nossos dias. Parte interna do antigo quartel. Desfile da tropa – 1940 1916 74 Homenagem aos heróis do Contestado – 1916 1949 – Oficiais 1916 Maestro Suriani e a Banda de Música 10. Aviação na PMPR AVIÃO “SARGENTO” Em 1918, uma comissão de Sargentos do Regimento de Segurança do Paraná, devidamente autorizada pelo Comandante Geral e com a anuência do Governador do Estado, organizou uma subscrição popular a fim de angariar fundos para a compra de um avião - o primeiro a ser adquirido no Paraná. A idéia teve a melhor receptividade entre o povo e na imprensa e cresceu com excepcional acolhida e entusiasmo dos Sargentos da Corporação. O projeto encontrou ampla e entusiástica aprovação do Coronel Fabriciano Do Rego Barros - Cmt Geral, que estimulou o início da campanha e providenciou expediente necessário para obter junto ao Ministério da Marinha a matrícula de dois Sargentos na Escola de Aviação Naval. 75 A Marinha de Guerra, por sua vez, atendendo a solicitação, colocou as vagas a sua disposição, caindo a escolha nos Sargentos Higino Perotti e Miguel Balbino Blasi, os quais seguiram para o Rio de Janeiro a fim de brevetarem. Perotti Blasi, A comissão, em pouco tempo, conseguiu angariar a vultuosa quantia de 18.000 contos de réis e incumbiu o Sargento PEROTTI para adquirir o aeroplano. Feita a compra, o Cmt Geral seguiu à Capital Federal onde efetuou o pagamento e despachou o aparelho para CURITIBA. O avião tinha as seguintes características: marca de fabricação “BOREL”, tipo monoplano-hiplace, equipado com motor “GNOME” de 7 cilindros, com 80 HP. Não estando ainda os Sargentos habilitados para pilotá-lo, foi contratado o piloto civil LUIZ BERMANN. Assim, a aeronave “pioneira” no Paraná, voou pela primeira vez, no dia 17 de fevereiro de 1918, no prado do GUABIROTUBA que, neste dia, estava superlotado pelos curitibanos, sem faltar às autoridades civis e militares. O primeiro vôo do Avião Sargento Foi ali que ele foi também batizado com o nome de “SARGENTO”, pela primeira dama do Paraná - esposa do Presidente do Estado, como uma justa homenagem aos inferiores “que leva- 76 ram adiante a idéia aventada de aquisição da possante arma de guerra”, como comentavam os jornais da época. O jornal “Diário da Tarde”, de 18 de fevereiro daquele ano comentando a solenidade diz: “Em seguida a colocação da faixa com o nome do monoplano, àquela distinta senhora, enchendo uma taça de champanhe e após tomar um gole, virou o líquido sobre o aparelho aí também quebrando a taça”. A Banda de Música da Força Militar, imediatamente executou entusiásticos dobrados, enquanto a multidão delirantemente vivava o galhardo aviador Bermann que daí a pouco deveria galgar o espaço, empolgando-a.” Com a compra do primeiro avião organizou-se em CURITIBA, a Escola Paranaense de Aviação, oficialmente inaugurada no dia 24 de março de 1918, que tinha como seu primeiro Conselho Administrativo, o Ten-Cel Benjamim Augusto Lage, Dr. Ildefonso De Assumpção, Major do Exército Felix Merlo, Cap do Exército Bráulio Virmond De Lima e Cap PM João Busse. A Comissão Organizadora da subscrição popular, ao fazer a entrega do referido aparelho à Força Militar do Estado, mereceu a seguinte referência do Comando Geral: “Ë com a mais grata satisfação que dirijo aos inferiores os meus mais entusiásticos aplausos e os meus melhores agradecimentos pelo grandioso empreendimento que vem a realizar, concorrendo com o seu esforço e com a sua dedicação, própria do patriotismo brasileiro, para o engrandecimento do Estado, para o desenvolvimento da aviação no Brasil e, portanto para a defesa Nacional pela nova arma de guerra”. No entanto, com a criação da Escola Paranaense de Aviação, cujo fim principal era o de ministrar o ensino da aviação militar e na qual foram matriculados, de preferência, Oficiais e Sargentos da Polícia Militar, o Cmt Geral resolveu ceder à Escola o aeroplano “SARGENTO”, a fim de que pudesse iniciar suas atividades. Ao fazer essa cessão, disse o Cmt-Geral: “Esta cessão não é senão um complemento dos patrióticos intuitos dos dignos inferiores do meu comando, que angariando o aeroplano para a Força Militar, visou a aprendizagem de seus camaradas que irão em breve tempo prestar eficaz concurso ao glorioso Exército Nacional, de quem somos auxiliar imediatos”. 77 Em 11 de janeiro de 1919, os Sargentos Higino Perotti e Miguel Balbino Blasi, concluíram o curso e receberam das mãos do Almirante Garnier, o BREVÊ de piloto-aviador. Foram os primeiros paranaenses a conquistar um brevet de aviador. A Marinha de Guerra, como uma homenagem a Polícia Militar, doou-lhe um avião “BOREL”, monoplano-biplace, dotado de comando duplo e acionado por motor marca “LUK”, de 9 cilindros e 120 HP, o qual também foi entregue à Escola de Aviação do Estado. Cap PM João Busse Oficial do 1º Batalhão de Infantaria. O Ás da Aviação Paranaense O Cap JOÃO BUSSE foi, indiscutivelmente, o Ás Paranaense nos primórdios de nossa aviação. Já pela sua fina educação, já pelo seu caráter íntegro de militar brioso, o Cap Busse era estimadíssimo não só por seus camaradas e subordinados, como também por seus superiores hierárquicos, os quais apontavam-no como um exemplo digno de ser imitado. Moço de corpo e de espírito, misto de militar e poeta, guiava por um rumo futurista e trajetória de sua vida. 78 Como poeta ele foi um sonhador. Como militar foi um herói. A aviação - sonho de Júlio Verne concretizado por Santos Dumont - estava naquela época (1920-1921) ensaiando os primeiros passos e bolindo com o cérebro de muitos jovens entusiastas e corajosos. Voar fora o sonho de Ícaro. Voar era agora o sonho de quase todo mundo. João Busse não poderia ficar indiferente. Coragem ele a possuía de sobra. Arrojo, já o havia demonstrado em várias campanhas. Força de vontade...Ha! Quem não teria vontade de voar?...Voar como pássaro...Dominar o céu e a terra...Elevar-se sobre as demais criaturas num aparelho construído pelo homem e, lá do alto apreciar a terra, desafiando os poderes físicos da lei da gravidade?... Ele também seria um aviador. E se assim pensou melhor o fez. Com o patrocínio do Estado e da sua Corporação, seguiu para SÃO PAULO onde, em janeiro de 1920, foi matriculado na Escola de Aviação da Força Pública. O tempo passado em estudos e experiências no vizinho Estado foi aproveitado em seus mínimos instantes. Fruto devido unicamente ao seu esforço foi o êxito alcançado em seus exames finais. Contudo não se contentou o Cap Busse com o BREVET de aviador. Quis mostrar ao povo de sua terra que não fora em vão o seu esforço. Desejava voltar a Curitiba, pilotando um avião e sobrevoar a cidade, para que todos pudessem admirar o pássaro gigantesco controlado pelo homem. Queria demonstrar de forma concreta o aproveitamento obtido no curso a que se submetera. Vaidade? - Não! O Cap Busse, após conquistar o BREVET de aviador, queria regressar pilotando ele próprio um avião, desbravando os ares de São Paulo até Curitiba, a fim de evitar que essa honra, viesse futuramente a cair em outro que não um filho da terra dos pinheirais. Constituiria essa excursão aérea uma homenagem aos dois Estado vizinhos. No entanto, em virtude de ser o raio de ação de seu aparelho relativamente pequena, a travessia deveria ser executada em três etapas: Itapetininga - Itararé - Curitiba. Moço pobre, sem recursos que lhe facilitassem a aquisição de um aeroplano capaz de resistir a longa jornada e não podendo refrear o seu brio de soldado e seu entusiasmo moço, resolveu 79 empreender a viagem de volta, fazendo o raid em um avião alugado, o “Caldron”, de 120 HP, em várias etapas, dadas as fracas possibilidades da aviação naquela época, quanto ao elevar-se sobre o solo, já era por si só, façanha digna de admiração. Deslocou-se às nove horas e trinta e cinco minutos do dia 28 de maio de 1921. Às nove horas e cinqüenta minutos, portanto, apenas decorridos do início da jornada quinze minutos, à altura de Idaiatuba, a dois mil e duzentos metros de altitude, o motor começou a falhar, obrigando-o a uma aterrissagem forçada perto da cidade, depois de planar cerca de cinco minutos em demanda a um campo antecipadamente escolhido, na emergência. Reparado o motor, alçou vôo, no dia seguinte, até Itapetininga, etapa prevista. Reiniciada a viagem alcançou Bury, tendo já vencido 100 quilômetros. Descontrolou-se novamente o motor, devido um defeito na distribuição de óleo. Executou o pouso, glissando, tendo o aparelho, ao aterrar, ido de encontro a um cupim. Capotando espetacularmente, após ter uma hélice arrancada, o “Caldron” cuspiu de seu bojo o desditoso aviador. Gravemente ferido e em estado de coma, o Cap. Busse recebeu os primeiros cuidados médicos do Dr. Francisco Marcondes, o qual foi para o local tão logo ocorreu o acidente. O Presidente do Estado do Paraná tomou várias providências no sentido de ser prestado assistência ao aviador que deveria ser transportado para Curitiba. Inútil, porém, foram os esforços despendidos para salvá-lo. Às 9 horas e meia do dia 31 de maio de 1921, expirava o valoroso aeronauta, dando-se por terminado o raid Campinas-Curitiba, iniciado com tanto sucesso. O país inteiro cobriu-se de luto. A imprensa de todo o território pátrio, condoía pelo triste desfecho da raid, publicava seguidos telegramas e noticiários do infausto acontecimento. Em Curitiba, foi geral a consternação. Particularmente a Polícia Militar - gloriosa caserna que já contava com algumas dezenas de mártires do cumprimento do dever - inscrevia agora mais um nome em seu carnet de heróis: o nome do malogrado Cap Busse. O seu enterramento no cemitério Municipal de nossa cidade (Curitiba), foi uma verdadeira consagração. Para mais de quatro mil pessoas. 80 13. Vultos Históricos da PMPR Cel. CÂNDIDO DULCÍDIO PEREIRA - Herói do Cerco da Lapa O coronel Dulcídio era o comandante do regimento de segurança do Paraná, o bravo entre os mais bravos, porque com a vida a sua devoção à causa da legalidade, quando, ao lado do General Carneiro, elevou bem alto o nome da Policia Militar do Estado do Paraná, gravando no bronze da história seu nome imortal, pelos homéricos feitos de guerra durante o memorável Cerco da Lapa. Dulcídio nasceu em Curitiba, no dia 22 de novembro de 1861. Era filho do Capitão Cândido José Pereira e de dona Cândida da Silva Lopes Pereira. Ingressou no Exército como soldado. Sendo, 1877, reconhecido como soldado nobre, isto é, CADETE, por ser filho de oficial de patente. Depois de estudar em Belém do Pará, foi para o Rio de Janeiro como aluno da Escola Militar da Praia Vermelha, dali foi para Porto Alegre/RS. Em 1887, retornou à Corte no posto de Alferes da arma de Cavalaria. No dia 15 de novembro de 1889, fazendo parte do 1º Regimento de Cavalaria marchou ao lado do Marechal Deodoro da Fonseca na consolidação da República. Após esse advento veio servir no 8º Regimento de Cavalaria de Curitiba, sua terra natal. Em janeiro de 1890, foi promovido ao posto de Tenente, por estudos. Comandante da PMPR Assumiu o comando da Policia Militar do Estado do Paraná, no dia 29 de janeiro de 1891, comissionado no posto de coronel. Mudou a sede do quartel (03/02/1891) para um prédio próprio do Estado, onde organizou uma seção de cavalaria. Onde hoje funciona a Biblioteca Pública do Estado 81 Em dezembro de 1891, a corporação passava por uma situação precária, presa aos moldes de ação antiquados e já superada e, por conseguinte, ineficientes. Com o apoio do Major Fiscal João Fernandes, o Coronel Dulcídio reestruturou a Policia Militar, dando-lhe o nome de Regimento de Segurança do Paraná, através da lei do dia 5 de julho de 1892: - Constituiu um Estado Maior (oficiais) e um Estado Menor (sargentos); - Constituiu quatro companhias de infantaria; - Constituiu um Esquadrão de Cavalaria; - Constituiu a Banda de Música. A Policia Militar do Estado do Paraná foi impresso novas normas de ação, o regulamento foi modificado, aparelhando-a de acordo com as exigências prementes da evolução e do progresso do Estado e deu-lhe real significação de órgão permanente destinado a manter a ordem pública, dando a paz e tranqüilidade dos cidadãos e garantindo a plena execução das leis, com organização militar. - Elevou o efetivo para 454 homens; - Organizou o Conselho Econômico. (aplicava as economias para armamento, equipamento, arreamento etapas e forragem do Regimento). Revolução Federalista Devido à situação em que se encontra o país, tendo em vista a iminência da Revolução que organizava no Rio Grande do Sul, o Regimento de Segurança do Paraná, entrou em rigoroso regime de prontidão. Assim que começou a revolta o Paraná mobilizou as suas Forças policiais e organizou tropas civis para auxiliar na defesa das instituições do país. O Dr. Vicente Machado criou um Batalhão Patriótico “23 de novembro”, composto por patriotas e funcionários públicos estaduais. No dia 29 de setembro de 1853, o Batalhão Patriótico foi aquartelada do junto ao Regimento de Segurança. Juntos, passaram a constituir uma “Brigada Provisória”, sob o comando do Coronel Dulcídio. No dia 23 de outubro essa brigada foi colocada a disposição do governo federal, passando a fazer parte da Coluna Expedicionária do General Argolo, que, no dia 30 desse mês marchou com destino a Santa Catarina, a fim de conter a marcha dos federalistas. 82 Passaram pelo Rio Negro, Rio Preto e chegaram a São Bento em território catarinense. Juca Tigre avançava pela Estrada da Mata em direção ao Rio Negro. Isso colocava em sério perigo a coluna que para não ficar entre dois fogos retorna em direção a linha de Rio Negro. Aparício Saraiva e Joaquim Ourigues, comandantes federalistas também avançavam com sua tropa pela estrada de Ambrósio-Tijucas, o que vinha agravar situação. O General Argolo decide retirar-se para a linha do Rio da Várzea. A situação piorava tendo em vista que a tropa federalista era composta por 3 mil homens, enquanto que a Coluna Expedicionária tentava conter o avanço com 400 homens. Daí, a coluna retirou-se para a cidade da lapa e aí fixou o ponto de resistência, enquanto aguardava reforços que chegavam a tempo. O General Argolo foi substituído pelo Coronel Antônio Ernesto Gomes Carneiro, que ao assumir o comando, mesmo diante das dificuldades, ordena a resistência a todo custo. Raia o ano de 1894 e o cerco da Lapa se fecha cada vez mais. Avanços e recuos. Atos de bravura sem contrapropostas de rendição são enviadas ao Coronel Carneiro, mas continua resistindo. 07 de fevereiro de 1894. Foi o dia do grande ataque. O Coronel Carneiro recebera notícias através do Coronel Dulcídio de que a qualquer momento aconteceria o mais resoluto ataque por parte do inimigo com a intenção de quebrar a resistência. Alta madrugada do dia 7 de fevereiro, soou o primeiro tiro de canhão, outro... E mais outros partidos do cemitério do morro do monge e do alto da cruz. Era o ataque do dia 7 de fevereiro. Lourentino Pinto, Aparício Saraiva, Torquato Severo, Piragibe e outros comandavam 3 mil revolucionários que postados nos quintos das casas das ruas da tropa, Boa Vista e Alto da Lapa, irromperam contra as trincheiras da defesa da Lapa. Do alto da torre da Matriz, Dulcídio observava o movimento das tropas federalistas, comunicando Carneiro o que via, e armado com sua “manulicher”, rechaçava as sitiantes e caçava os ajudantes de ordens e outros cavaleiros que se adiantavam da sua posição. Estava no final de sua observação e se preparava para a afastar-se daquele posto que se tornava cada vez mais perigoso. Foi nessa ocasião ferido por uma bala, que atravessando o seu porta-revólver e o talim foi alojar-se na sua bexiga, achatando-se contra o osso ilíaco. 83 Ferido, foi atendido pelo Dr. João Cândido, depois conduzido para a residência do Coronel Lacerda. O seu estado era grave. Mesmo assim, encorajava seus soldados, incitando-as á vitória. Antes de dar o último suspiro, dizia aos que o cercavam: ”É só tirar essa dor de minhas costas que eu não bato o rosquete”. Às dez horas do dia 8 de fevereiro expirava o comandante do Regimento de Segurança do Paraná. Dulcídio portou-se bravamente, lutando em todas as fases das operações, enaltecendo sempre sua vida de soldado disciplinado e bravo, dignificando a corporação paranaense, que defendeu com o sacrifício da própria vida. Antes de falecer, havia sido promovido ao posto de Capitão do Exército, por ato de bravura. Dulcídio, imagem imorredoura, espelho tradicional do cumprimento do dever, em vida, legou as reais dignificantes exemplos. Como uma justa homenagem ao coronel Dulcídio, em 1968 a Polícia Militar colocou o seu nome ao Esquadrão de Cavalaria, que recebeu com grado o seu nome: “Regimento Coronel Dulcídio”. Uma das Ruas de Curitiba leva o seu nome: “Cel. Dulcídio”. Medalhas: Criada em 06 de março de 1961, pela Lei nº 4.340, em ouro, prata e bronze, para premiar os cadetes que concluem o Curso de Formação de Oficiais da Polícia e Bombeiros Militares, em 1º, 2º e 3º lugar, respectivamente. 84 Cel. JOÃO GUALBERTO GOMES DE SÁ FILHO - Herói do Combate do Irani O Coronel João Gualberto era filho de João Gualberto Gomes de Sá e de dona Júlia Bezerra Cavalcante de Sá Nasceu no Recife, Pernambuco a 11 de outubro de 1874. Ingressou na Escola Militar do Rio de Janeiro, no dia 26 de março de 1890, com apenas 16 anos de idade, graduando-se alferes em 1894. Em 1893, tomou parte nas operações contra a revolta da Armada que havia aderido o movimento revolucionário federalista. Mais tarde veio para o Paraná, onde se casou com Leonor de Moura Brito. Retornou ao Rio de Janeiro, onde se formou engenheiro militar com a turma de 1901. Retornou a Curitiba, passando a servir no 13º Regimento de Cavalaria. Cargos que ocupou: - Engenheiro de linha telegráfica Curitiba/foz. - Comandante do tipo de Guerra “Barão do Rio Branco”, que fundou em 1908. - Ajudante de ordens do Comandante do 5º Batalhão. Além do Curso de engenheiro militar, era formado em ciências Físicas e Matemáticas. Em 1910 foi promovido a Capitão do Exército. Em 1912, foi escolhido para prefeito de Curitiba, no entanto desistiu desse cargo para assumir o Comando do Regimento de Segurança do Paraná. No dia 21 de agosto assumiu com entusiasmo o comando da Corporação, comissionado no posto de coronel. Ao assumir o cargo assim se pronunciou: “É um cargo que me nobilita, porque são nobres as tradições desta milícia. Destaca-se, porem um feito, que sobranceia aos anais da história fulgurante do Regimento, recordando aquela magnifica impossibilidade no fogo, no momento preciso que tombava gloriosos nas trincheiras da 85 legendaria Lapa, ao lado de Gomes Carneiro, o seu extraordinário Comandante Cândido Dulcídio Pereira. E, que a mesma impossibilidade querendo aparentar uma feroz indiferença, delatara antes de tudo, a disciplina que só a os grandes chefes sabem imprimir às tropas. Tomá-lo-ei assim para rumo, no longo ou curto período do meu comando, aqui, na forte preocupação de fazer esta corporação distinguir-se pela instrução e pela disciplina, fatores que mais concorrem para a harmonia e para a ordem. Espero que num longo aprendizado junto ao insigne professor que tive até aqui, permita-me, imitando seus dignificastes exemplos e inspirando-me em seus princípios salutares, desempenhar de modo satisfatório, embora modestamente, as funções que ora me acho investido. Mantenho inalteráveis todas as determinações de meu ilustre antecessor, Coronel Servando de Loyola e Silva, cuja administração fecunda se apresenta na simples entrada nesta caserna: pautarei meus atos futuros nos preceitos estritamente regulamentares, tendo por norma a justiça”. Realizações: - Melhorou o nível intelectual do regimento; - Passou a ministrar instrução de infantaria e cavalaria do exército para os homens da corporação; - Reabriu o rancho dos praças; - Determinou a construção da sede da Banda de Música. - Não permitia que os soldados fossem utilizados com criados pelos oficiais e sargentos. Em 03 de setembro substituiu o uniforme brim cinzento em uso pelo de cor caqui em uso até 1976. A morte de João Gualberto No início do mês de outubro de 1912 começavam a chegar as primeiras notícias sobre o movimento dos jagunços chefiados pelo falso monge José Maria, que aparelhados promoviam todo tipo de desordem nos campos de palmas. No dia 13 de outubro o governador do Estado determinou o seguimento da tropa miliciana para Palmas. A tropa era constituída de 158 homens com os quais chegou a 18 de outubro no lugar chamado Belo Horizonte de Palmas onde acampou. 86 Dali enviou um piquete de cavalaria composto de 22 homens comandados pelo alferes João Busse, com destino ao Faxinal do Irani, a fim de estabelecer contato com os fanáticos de José Maria. No dia 19, resolveu seguir rumo ao Irani com o restante da tropa. Mas devido a interferência do Chefe de Polícia, marchou somente com 44 homens. No dia 20, alcançou a cavalaria e acamparam no lugar conhecido como Caçadorzinho. Dali redigiu um ultimato ao monge: Senhor José Maria: “Deveis comparecer a este acampamento com a maior urgência, a fim de me explicardes o motivo da reunião de gente armada em torno de vossa pessoa, alarmando os habitantes desta zona e infringindo as leis do Estado e da República”. Caso não atenderdes a esta intimação, que me ditam o cumprimento do dever e o sentimento de humanidade, comunico-vos que dar-vos ei desde logo franco combate e a todos os que forem solidários convosco, em verdadeira guerra de extermínio, a fim de fazer voltar a esta zona do Estado, o regime da ordem e da lei. Avisai a todos que vos acompanham, que os considerarei criminosos si não comparecerdes vos ao meu acampamento a fim de evitar uma terrível desgraça. Comunico-vos ainda, que além das forças minhas que vos sitiam por várias estradas, outras expedições perseguem também, tornando-se dessa forma impossível a vossa fuga ou resistência no território nacional. No caso de vossa resistência as minhas imposições, deveis retirar com urgência as mulheres e crianças que ai estiverem. (extraído do livro Três Histórias e Duas Vidas – Davi Carneiro) Um vaqueiro do lugar levara esta mensagem a José Maria. Como a resposta do monge foi negativa e não havendo alternativa, o coronel João Gualberto partiu com a tropa no dia 21 de outubro, em seu encalço. Na madrugada daquele dia, ao transpor um riacho, a única metralhadora que a tropa conduzia caiu na água, molhando todas as fitas de munição. Recolocaram no cargueiro e prosseguiram viagem, sem levar em conta esse acidente, aparentemente sem importância, mas que iria se revelar com toda a gravidade. Na manhã do dia 22 de outubro, deu-se o sangrento encontro da pequena força do Regimento de Segurança que contava com um efetivo de 66 homens contra os fanáticos que estavam em número superior a 400. O combate foi renhido. Os jagunços aramados com vários tipos de armas saiam de todos os lados. O Regimento foi tomado de surpresa, mas não se intimidou, mas num relance a tropa viu-se envolvida num inferno de fogo. Homens caíam ao solo... O coronel João Gualberto continuava firme no seu posto de comando, tentando pessoalmente colocar a metralhadora em funcionamento. Vendo que não consegui- 87 ria abandonou-a e empunhando um mosquetão disparava contra o bando. Sua espada estava no cavalo. Seu pedido de socorro foi em vão, o Chefe de Polícia desprezou-os e a tropa miliciana caiu nas mãos dos fanáticos, após heróica resistência. O coronel João Gualberto junto a uma cerca, com as vestes rotas e ensangüentadas pelos ferimentos recebidos, tendo o mosquetão na mão direita, defendia-se com o braço esquerdo, vendo aproximar-se o momento épico para morrer pelo Paraná. Perdia força com a perda de sangue, desceu a crista do morro em direção a barroca que existia atrás de uma palhoça, sempre se defendendo até que caiu: “Com os punhos todos cortados por vários golpes de facão, viu-se rodeado de fanáticos que discutiam se o matavam ou não. Surgiu então o assassino José Fabrico das Neves que tomou a iniciativa dando-lhe o golpe de misericórdia, produzindo profundo ferimento no frontal, provocando um movimento, instintivo do maribondo levantar os dois braços para defender a cabeça encarnecida e descoberta. Seu corpo ficou irreconhecível”. João Gualberto tombou morto no Combate do Irani, no dia 22 de outubro de 1912, sem recuar, sem acovardar-se um só instante. No dia 27 de outubro seguiu um pequeno contingente para o Irani, a fim de socorrer os feridos e exumar os mortos. O corpo do coronel João Gualberto foi reconhecido por sua esposa dona Leonor, através de um anel que trazia consigo num dos dedos de uma das mãos. No dia 30 de outubro foi armada a câmara ardente no edifício da prefeitura municipal de Palmas, para velar o corpo do coronel João Gualberto. No dia seguinte o corpo foi levado numa carroça para União da Vitória, daí partiu para Curitiba num vagão de trem preparado para esse fim. Chegou em Curitiba no dia 5 de novembro de 1912. O cortejo fúnebre caminhou pela Rua Barão do Rio Branco, XV de Novembro, Dr. Muricy, até o quartel do Tiro Rio Branco“. 88 Chegara o dia da inumação, 7 de novembro o cortejo agora vai pela Dr. Muricy, XV de Novembro, 1º de Março e Praça Tiradentes onde o monsenhor Celso Itiberê da Cunha fez as exéquias do corpo presente. O governo do Estado mandou erguer um Mausoléu por conta dos cofres públicos, no Cemitério Municipal, onde repousa os restos mortais do bravo soldado. “A bravura do coronel João Gualberto na condução do Combate do Irani e seu exemplo de militar na luta travada nos campos do Irani, escreveram para a história do Regimento de Segurança do Paraná, uma de suas páginas de heroísmo mais fulgurante”. (Senador Rubem Mello Braga) João Gualberto tombou morto no Combate do Irani quando tinha 39 anos de idade. Hoje, uma das mais belas avenidas da Capital do Estado do Paraná, ostenta o seu nome: Avenida João Gualberto. Medalha João Gualberto Foi criada em 24 de junho de 1968, pela Lei n.º 5.798, em ouro, prata e bronze, para premiar os oficiais da Corporação que concluem o Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais da PMPR, em 1º, 2º e 3º lugar, respectivamente. 12º Batalhão de Polícia Militar – “Coronel João Gualberto” 89 Pelo decreto n. º 4.048, de 18 de outubro de 1977, sancionado pelo governador do Estado do Paraná – Jaime Canet Júnior, o 12º BPM, passou a ter a denominação histórica de “Batalhão Coronel João Gualberto”, como homenagem ao bravo militar que tombou morto no Combate do Irani, quando era comandante do Regimento de Segurança, atual PMPR. A memória do coronel é cultuada em solenidade cívica organizada pelo 12º BPM, anualmente, na data do seu nascimento, 11 de outubro. Tenente JOÃO PINHEIRO - Herói Morto em Combate a Infratores da Lei O Bravo Tenente João Pinheiro nasceu no Paraná, em 1892, sendo filho de Alfredo Pinheiro. Com 20 anos de idade ingressou nas fileiras do Regimento de Segurança (PMPR), no dia 12 de setembro de 1912, como voluntário. Como praça sempre soube interpretar, com legítimo amor, os deveres de soldado de polícia, subindo na hierarquia policial-militar em virtude de seus méritos e viva inteligência que sempre demonstrou. Promoções: - Dezessete dias após ter verificado praça, foi promovido à graduação de anspeçada. - Em 28 de julho de 1913, foi promovido a furriel (3º Sargento) e classificado no Esquadrão de Cavalaria. - Em 1915, foi efetivado como 2º Sargento e passou a prestar serviços na Secretaria do Regimento. Acesso ao Oficialato 90 No dia 07 de fevereiro de 1928 foi graduado ao posto de 2º Tenente pela sua destacada atuação na manutenção da ordem pública e em defesa dos poderes constituídos. Sua fé-de-ofício registra uma série de triunfos conquistados todos eles a golpe de energia e perseverança. Sua Morte Entre tantas comissões que participou, em 1929 foi nomeado delegado de polícia em Bom Retiro (Clevelândia) e em 1930 assumiu as delegacias de Rebouças e Irati. Após o término da Revolução Constitucionalista, em 12 de outubro de 1932, foi nomeado delegado de polícia em Tibagi, continuando assim, as perigosas diligências na caça de famigerados bandidos que infestavam as cidades paranaenses. E, foi numa dessas atividades, que no dia 05 de fevereiro de 1933, o Ten JOÃO PINHEIRO foi assassinado por três indivíduos, infratores da lei. Pereceu no cumprimento do dever, deixando para a geração futura um belo exemplo, digno de imitação, pois a ordem, em defesa da qual perdeu a vida, continua a ser mantida a todo custo, queiram ou não os transviados da lei. PATRONO DO QOA (Quadro de Oficiais de Administração) Como justa homenagem ao inesquecível oficial, seu nome foi indicado como Patrono do Quadro de Oficiais de Administração da PMPR, cujo ato foi oficializado através da Lei n.º 5.798, de 24 de junho de 1968. “Medalha Tenente João Pinheiro” Criada em 24 de junho de 1968, em ouro, prata e bronze, para premiar os alunos que concluem o Curso de Oficiais de Administração da Polícia Militar, em 1º, 2º e 3º lugar, respectivamente. Tenente NICOLAU JOSÉ LOPES 91 O Tenente Nicolau José Lopes, nasceu na Província de São Pedro, no Rio Grande do Sul em 1835, na Vila de São Gabriel. Foi considerado o mais valente Oficial do seu tempo. Ao ser instalada a Província do Paraná, ingressou, a 13 de maio de 1854, na Guarda de Pedestre de Curitiba, criada pelo Dr. Antônio Manoel Fernandes Júnior, Chefe de Polícia (hoje Secretário de Segurança), como medida acauteladora para conter a onda de banditismo que infestava a ex-5ª Comarca de São Paulo. Entretanto, essa Guarda teve uma existência efêmera, pois assim que a Companhia da Força Policial – atual PMPR, iniciou suas atividades, ela deixou de existir, tendo seus antigos membros sido aproveitados, em sua maioria, na nova milícia paranaense. Nicolau José Lopes ingressou na Corporação, no dia 1º de outubro de 1854, tendo sido o primeiro cidadão provinciano a envergar a farda de Policial-Militar. Como Soldado esteve destacado na zona litorânea, onde se destacou na captura de perigosos assassinos e ladrões fugitivos de São Paulo, os quais aproveitando a situação oriunda da reorganização da nova Província do Império, cometiam os mais sérios desatinos em quase toda a faixa do litoral paranaense. Promoções: - Cabo – 1º de fevereiro de 1855; - Furriel – 1º de outubro de 1855; - 2º Sargento – 09 de dezembro de 1856. Em 30 de novembro de 1857, em consideração a confiança inspirada ao governo, atingiu o oficialato, sendo promovido a Alferes, Comandante do Destacamento de Paranaguá. Foi ele também o primeiro policial militar, como Praça, a galgar o posto de Oficial na Corporação, na época em que essa nomeação era privilégio exclusivo de Cadetes -Sargentos do Exército e de cidadãos paranaenses de conceito ilibado. Guerra do Paraguai: Quando eclodiu a guerra do Paraguai – 1865, foi promovido ao posto de tenente, sendo, no dia 24 de abril desse ano, sido nomeado Recrutador da Comarca de Castro, onde angariou um grande número de Voluntários da Pátria que vieram se incorporar ao primeiro batalhão que seguiu para o campo de luta. Em setembro do mesmo ano integrou a comissão encarregada de abrir os volumes que vieram da Corte, com armamento e mais pertencentes destinados à Guerra do Paraguai. Com a partida dos contingentes para a desforrar a honra do Brasil ultrajada pelo ditador Solano Lopes, Paranaguá exigia uma forte força policial para a guarda da cadeia, alfândega e segurança pública. Todavia, ali ficou o valente Tenente destacado com apenas 13 Praças, número reduzido a vista das necessidades do lugar, mas, mesmo assim, jamais deixou de periclitar a manutenção da ordem. 92 Faleceu em 1890, na cidade de Paranaguá. Cap CLEMENTINO PARANÁ (Herói do Cerco da Lapa) Nasceu em Curitiba, em 1870. Trabalhou quando jovem, como tipógrafo do jornal “A República”, onde conheceu Romário Martins, Emiliano Perneta, Vicente Machado entre outros ilustres figuras paranaenses. Fez-se militar durante o Império e por seu exemplar comportamento e dedicação nos estudos galgou a graduação de 2º Sargento do Exército, dando provas de grande defensor do regime Republicano instituído por Manuel Deodoro da Fonseca. Ingressou no Regimento de Segurança, no dia 15 de maio de 1893, quando foi nomeado Capitão Comandante da 4ª Cia, por indicação do Cel Dulcídio, revelando-se desde então, um, valente miliciano na captura de famigerados bandidos que infestavam os sertões do Estado do Paraná, tornando-se respeitado pelos foras da lei e estimado pelos seus comandados. Revolução Federalista O Regimento de Segurança do Paraná, colocado à disposição do Governo Federal, incorporou-se a Brigada comandada pelo General Francisco de Paula Argolo, indo para a fronteira do Estado de Santa Catarina, a fim de combater os revoltosos procedentes do Rio Grande do Sul, que pretendiam invadir o Paraná. Na vila Rio Negro, o Cap Clementino Paraná, tomou parte no primeiro combate, contra as tropas revolucionárias. Dois dias depois, no Rio da Várzea, cortou a retirada dos revoltosos, colocando-os entre dois fogos, fez muitos prisioneiros, outros pereceram afogados. Mais tarde, na legendária cidade da Lapa, o bravo Capitão revelou outra vez sua coragem no campo da luta. Tomou parte de todos os combates travados em sua trincheira, durante o sítio e até o dia em que foi ferido, portando-se com heroísmo, sendo sempre o primeiro na luta e não se afastando do perigo. Num daqueles dias, no comando de uma fração de tropa de sua unidade, assaltou a estação da es- 93 trada de ferro da cidade da Lapa, que se achava em poder dos revoltosos, de onde a tiros e coices de armas expulsou os invasores, onde novamente foi ferido por uma bala que lhe atravessou o ventre. Após ter a cidade capitulada, no dia 11 de fevereiro de 1894, o Cap Clementino Paraná, conseguindo escapar; mais tarde apresentou-se ao comandante do Regimento e mesmo ainda não estando completamente curado dos ferimentos, foi nomeado Chefe da Praça de Morretes. No mês de maio de 1894, voltou a exercer suas atividades no Regimento. Recompensa: O Marechal Floriano Peixoto, para premiar os relevantes serviços prestados pelo Capitão durante a Campanha Federalista, comissionou-o no posto de Alferes do Exército. O Cap Clementino Paraná, retornou as fileiras do Exército, passando a integrar o 39º Batalhão de Infantaria. Em 1897, voltou ao campo de batalha, na Campanha de Canudos, contra os fanáticos do Conselheiro, onde reafirmou suas belas e valorosas qualidades, sendo louvado pela sua bravura, valor e abnegação, coragem e sangue frio. Retornou a Curitiba, onde foi recebido como herói, recebeu flores e foi conduzido erguido nos ombros pelas ruas, recebendo também a “MEDALHA AO MÉRITO”. Em Curitiba, vivia pacatamente. Em 1900, já disputava a primazia do famoso “taco” da época, sendo freqüentador assíduo do bilhar instalado onde hoje é o Louvre ( Mal. Floriano com XV de Novembro). Era parceiro inseparável de Carmelo Rangel, seu amigo de coração. Certo dia deu-se um tiroteio com seu amigo num café daquela rua. Clementino meteu-se na luta e saiu novamente ferido, tendo falecido um dos opositores. Em 1904, em conseqüência daquela ocorrência, foi servir no Estado do Mato Grosso, onde passou a ser temido e respeitado pelos inimigos da tranqüilidade pública. Campanha no Mato Grosso: Em 1906, eclodiu um movimento revolucionário chefiado por Genero Ponce e o bravo Cap Clementino e toda a oficialidade dos Batalhões estacionados em Cambará aderiu à famosa “Legião Libertadora do Mato Grosso”. Os correligionários de Ponce, chefiados por Clementino, atacaram a milícia matogrossense. Depois, já comissionado no posto de Coronel Revolucionário, foi incumbido de revoltar a força federal sediada em São Luís de Cárceres, incorporando a revolução. Em Cárceres, aprisionou os oficiais em suas casas. Irrompeu pelo Quartel, tomou a casa de armas e assumiu o comando. Em seguida, colocou numa lancha e duas chatas parte do efetivo e material bélico do Batalhão atacado, retornando a Cuiabá. Mais tarde foi Comandante da Polícia Militar. 94 Reforma: Clementino Paraná permaneceu até o fim da campanha como revolucionário. Depois voltou a integrar a sua unidade e ocupar o antigo posto de 2º Tenente, no qual foi reformado em 1910. Continuou em Mato Grosso até 1920. Retornou a Curitiba, indo mais tarde residir em Morretes. Faleceu em 1938, com 68 anos de idade, na cidade de Morretes. Seus restos mortais repousam no Panteão dos Heróis na cidade da Lapa. Cel. FABRICIANO DO REGO BARROS (1º Comandante do Corpo de Bombeiros) O coronel Fabriciano do Rego Barros era filho de Antônio Soriano do Rego Barros e de Flora Minervina do Rego Barros, nasceu no dia 30 de março de 1875, na localidade de Poço da Panela, distrito de Casa Forte, no Recife, em 1875. Era descendente do Conde de Boa Vista, Francisco do Rego Barros, primeiro governador da antiga Província de Pernambuco. Ingressou com 14 anos, como Cadete; 2º Sargento em 1889, logo após a Proclamação da República, no 14º Batalhão de Infantaria, com destino a Escola Militar da Praia Grande. Quando irrompeu a Revolução Federalista no Sul, apresentou-se voluntariamente e comissionado no posto de Alferes, incorporado ao 3º Batalhão de Infantaria, partiu em fevereiro de 1894, em direção ao Sul. Chegou em Curitiba em setembro de 1894. Participou ativamente no combate à Revolução Federalista em 1894, na defesa da República. Quando era 1º Tenente, foi convidado pelo Governador do Paraná - Carlos Cavalcanti de Albuquerque - e comissionado no posto de Major, organizar e comandar o Corpo de Bombeiros, criado pela Lei n.º 1.133, de 23 de março de 1912. No dia 08 de outubro de 1912, instalou oficialmente o Corpo de Bombeiros, dando início as suas atividades em todo o Estado Paranaense. Com a morte do Cel João Gualberto, nos campos do Irani, o Governador convocou-o para ser o Comandante-Geral do Regimento de Segurança, comissionando-o no posto de Coronel. Após três longos anos de lutas contra os fanáticos, a ordem foi restabelecida e o Cel Fabriciano passou a dedicar-se à meta administrativa. Principais realizações no Comando: - Adquiriu as primeiras viaturas; - Criou a Medalha de Mérito, para os que se destacassem em Campanha; - Criou a DAL; 95 - Durante o seu comando, mudou-se a designação de Alferes para Tenente (1916); - Apoiou e incentivou os Sargentos para a criação de sua entidade de classe, que como uma justa homenagem à sua pessoa tomou o nome de “Sociedade Beneficente Cmt Fabriciano” dos inferiores do Regimento de Segurança do Paraná”. - Apoiou a iniciativa dos Sargentos na aquisição de um aeroplano, que veio a ser o primeiro aparelho desse tipo adquirido no Paraná; - Durante o seu comando, foi empregado pela primeira vez em manobra militar, o avião para observação aérea, conforme está documentado em fotografia exposta no Museu Santos Dumont na cidade de Petrópolis, no Rio de Janeiro; - Durante o seu comando, inclui o Corpo de Bombeiros nos Quadros Orgânicos da Corporação; Reorganização da Polícia Militar: Em 1917, o antigo Regimento de Segurança, passou por uma organização que lhe deu mais eficiência militar e policial. Mudou o nome para “FORÇA MILITAR DO ESTADO DO PARANÁ”. Foi firmado um acordo entre a União e o Estado, considerando a Corporação, como “Força Auxiliar e Reserva de Primeira Linha do Exército Brasileiro”. Regresso ao Exército: - Em 1919, foi promovido a Capitão; - Em 1922, foi transferido para a 4ª RM, de Juiz de Fora/MG; - Em 1923, retornou à Curitiba; - Em 1924, foi reformado. Falecimento: Faleceu em 1928, com 54 anos de idade, no posto de Major do Exército. General MARIO ALVES MONTEIRO TOURINHO Nasceu no Paraná, em Antonina, em 1871. Ingressou no Exército. Como Alferes esteve ao lado do regime republicano na heróica resistência Lapeana de 1894. Mais tarde lutou na Campanha do Contestado, como Capitão. Combateu as forças rebeldes de Isidoro Dias Lopes, na Revolução de 1924 e aderiu a Revolução de 1930, sob as ordens do Dr. Getulio Vargas, como Interventor Federal do Paraná. No Comando da Polícia Militar: Era Major do Exército, quando assumiu o Comando da Força Militar do Paraná, em 1918. - Em 1919, criou a Escola da Força Policial; - Instituiu promoções por Antigüidade e Merecimento; - Reformulou a perda de posto; os oficiais não tinham garantias; - Criou o posto de Coronel Comandante, que havia sido extinto em 1920; - Criou um Regimento de cavalaria, com dois Esquadrões; 96 - Criou um grupo de metralhadoras com três pelotões; - Criou a Companhia Escola, destinada a dar os ensinamentos aos recrutas. Nesta Escola foram criados, anos mais tarde, os primeiros pelotões de Formação de Sargentos e Cabos. Historicamente, ficou conhecido como o grande benfeitor da Polícia Militar do Paraná. Faleceu com 93 anos de idade, em 1964, quando era General de Brigada, do Exército. Cel PM HERCULANO DE ARAÚJO Era Major do Exército, designado para comandar o Regimento de Segurança, sua tarefa foi bastante ingrata. Teve que pacificar uma revolta entre as “praças” que sobressaltou a população. Depois, combater a indisciplina da tropa decorrente pelo atraso do pagamento. Construiu a Linha de Tiro, onde hoje funciona o edifício do Asilo Nossa Senhora da Luz - na propriedade de Bortolo Parolim. Iniciou o plantio de forragem para a cavalhada, no terreno onde está, hoje localizada a Cervejaria Brahma. Durante seu comando, construiu o Paiol de munições que ainda hoje se vê, nas dependências do Quartel do Comando Geral - 1910. Pátio do Quartel do Comando Geral, nos anos 40. Oficiais do Regimento de Segurança, na Linha de Tiro. Ao centro o Coronel Herculano de Araújo. 97 Em 1911, foi para o Rio de Janeiro para adquirir materiais à Corporação e quando retornava daquela cidade, em viagem para Santos, faleceu repentinamente a bordo do Vapor “JÚPITER”, no dia 1º de maio de 1911. Cel PM BENJAMIN AUGUSTO LAGE Oriundo das fileiras do Exército ingressou na Corporação no posto de Capitão, quando contava apenas com 23 anos de idade, sendo o mais jovem oficial a ocupar este posto na milícia paranaense. Foi um dos grandes destaques na Campanha do Contestado, quando comandou o Batalhão Tático. Foi também o primeiro Oficial da Corporação a ser nomeado para o cargo de Comandante da Força Policial do Estado (PMPR). Em 1918 deixou o cargo e foi residir nos Estados Unidos. Faleceu em 1950, no Estado do Rio de Janeiro. Cel PM JOÃO RODRIGUES DA SILVA LAPA Quando ingressou na Corporação, seu nome era João Rodrigues da Silva. No entanto, como havia outros policiais com o nome idênticos, passou a chamar-se JOÃO RODRIGUES DA SILVA LAPA, dando-lhe dado a denominação do lugar onde nasceu (Lapa), confirmado por Decreto Governamental, ficando conhecido como Coronel Lapa. Major PM CUSTÓDIO GONÇALVES ROLLEMBERG Participou da Guerra do Paraguai e após, permaneceu no Exército como 2º Sargento. Em 1892, com 68 anos de idade foi nomeado Alferes do Regimento de Segurança do Paraná, por indicação do Cel Dulcídio. Dois anos mais tarde já era Major do Regimento. Participou da Revolução Federalista e em 1902, devido seu precário estado de saúde foi reformado, estava com 78 anos de idade e ia ficar desamparado, mas o Governador levando em conta os 98 relevantes serviços prestados ao Brasil e ao Estado, através de lei, concedeu-lhe uma pensão de 100$000 mil réis e as honras do posto que ocupava. Cel PM IGNÁCIO GOMES DA COSTA Nasceu em Porto de Cima, litoral paranaense. Ingressou no Exército como Praça e em 1892 era Alferes. No ano seguinte foi nomeado Fiscal do Regimento de Segurança, comissionado no posto de Major, por indicação do Cel Dulcídio. Participou dos combates da Revolução Federalista e com a morte do Cmt (Cel Dulcídio) assumiu interinamente o Comando da Corporação. Após a retirada das tropas federalistas da Capital, foi nomeado pelo Dr. Vicente Machado, Governador em exercício, como Comandante efetivo do Regimento, comissionado no posto de Coronel. No seu comando foi adquirido o terreno onde hoje está instalado o Quartel do Comando Geral. Faleceu em 1930, como Major reformado do Exército. Major SALVADOR JOÃO FERNANDES Promovido ao posto de Major, foi o primeiro Chefe do Estado Maior da PMPR. Foi o primeiro Sargento, comissionado no posto de Alferes, a exercer esse importante cargo na Corporação. Quando foi proclamada a República, era o único Oficial que continuava no serviço ativo, tendo em vista que os demais foram dispensados em decorrência da redução do efetivo. Foi o substituto do Cel Dulcídio no cargo de Comandante da Corporação. Faleceu em 1920 com 83 anos de idade. Cel PM JOÃO MONTEIRO DO ROSÁRIO Ingressou na Corporação no posto de Tenente, em 1894. Foi o primeiro Oficial da Corporação a atingir, na época, o posto de Coronel na ativa. Participou na Revolução Federalista, da Campanha do Contestado e da Revolução de 1924. Foi agraciado pelo Marechal Floriano Peixoto com as honras do posto de Alferes do Exército. Uma de suas realizações foi à criação do Almanaque dos Oficiais. Foi reformado em 1928 e faleceu em Curitiba com 72 anos de idade (1941). 1º Ten PM JOÃO KÖNIG 99 Nasceu nos Estados Unidos da América em 1871. Veio para o Brasil ainda jovem, passando a residir no Paraná, onde exercia a profissão de barriqueiro, muito em voga na era do ouro e erva-mate. Ingressou nas fileiras da Corporação em 1895. Sua ascenção na caserna foi rápida. Em poucos anos era Sargento Ajudante e em 1898 era promovido a Alferes. Participou da Revolução Federalista e da Campanha do Contestado. Faleceu em 1923, quando exercia o cargo de Delegado de Polícia em Antonina, vítima de moléstia adquirida por ocasião da sua participação nos combates. Maestro VICENTE D’ALÓ Nasceu na Itália em 1843. Veio para o Brasil em 1870, radicandose em São Paulo. Em 1897 foi contratado para reger a Banda de Música do Regimento de Segurança, quando já contava com 54 anos de idade. Incluíram como músico de 1ª classe, o seu filho Atílio D’aló e o seu sobrinho Savino D’aló, ambos naturais da Itália. Em 1901, o cargo de Mestre passou a denominar-se Inspetor de Música e Vicente D’aló foi nomeado como Alferes, sem direito ao uso do uniforme. Em 1908 a função passou a ser denominada novamente de Mestre, com as mesmas honras do posto de Tenente, sendo-lhe facultado o uso da farda. Passou a figurar no Livro de Registro, somente em 1908, e no decorrer dos anos o seu nome VICENZO, foi mudado para VICENTE. Nesse mesmo ano, foi elevado a Ensaiador, com as honras do posto de Tenente. Em 1913, com 70 anos de idade, foi julgado incapaz para o serviço ativo. Faleceu com 89 anos de idade em 1932 e foi sepultado no cemitério Municipal. Cap PM ROMUALDO SURIANI – Maestro da Banda de Música Nasceu em Veneza, na Itália, em 1880. Veio para o Brasil ainda jovem, juntamente com seus pais. Ao completar 18 anos retornou a Europa e após concluir os estudos sobre a música, em 1903, veio para o Paraná, radicando-se em Paranaguá. Ingressou na Escola de Aprendizes de Marinheiro, organizando uma excelente fanfarra, dirigindo-á por muito tempo. Por volta de 1911, veio residir em Curitiba. Em 1912, foi contratado para servir como Maestro da Banda de Música do Regimento de Segurança do Paraná, com as honras do posto de Alferes. Em 1913, foi nomeado como Ensaiador e com as honras de Tenente. 100 Em 1914, foi equiparado aos demais Oficiais em deveres e obrigações, passando a ocupar a função de Inspetor da Banda de Música. Serviços em Campanha: 1) Campanha do Contestado: colaborou na manutenção da ordem pública na Capital, durante o período da Campanha. 2) Revolução de 1924: pelos extraordinários serviços prestados foi agraciado com a Medalha Militar de Mérito. 3) Revolução de 1930: foi elogiado pelo modo brilhante com que se houve no desempenho de suas funções militares, civil e artística. Estava incorporado ao Batalhão de “Voluntários do Paraná”, quando acompanhou o estadista Dr. Getulio Vargas, até a Capital Federal. 4) Revolução de 1932: pelos feitos demonstrados na Campanha, recebeu, em 1933, a Medalha de Prata “Mulher Paranaense”. No mesmo ano foi agraciado com a Medalha Militar de Bronze. Composições: - Hino de Glória, em louvor ao Paraná; - “Cântico de Natal” canção oficial da PMPR (em 1980, a cidade da Lapa a oficializou como seu hino); - Hino do 2º Regimento de Artilharia Montada; - Canção do 1º Batalhão de Infantaria (hoje 1º BPM). Promoções e Realizações: Em 1917, quando ocorreu a reorganização (Decreto 473/1917) e deu nova denominação ao antigo Regimento de Segurança, o Maestro Suriani foi sensivelmente prejudicado em seus direitos ao ser extinto o cargo de Inspetor da Banda de Música, sendo inclusive excluído do Estado Maior da Corporação, passando a condição de extranumerário. No ano seguinte, considerando os reais serviços que vinha prestando em benefício da Banda de Música, foi proposto ao posto de 1º Tenente, equiparando-o aos demais Oficiais. Em 1928, por ter havido com toda a lealdade e disciplina, mereceu o posto de Capitão Regente da Banda de Música. Em 1930, fundou a “Sociedade Sinfônica de Curitiba” e inaugurou o “Jazz” de Curitiba. 101 Em 1936, foi elogiado pelo Interventor Federal do Paraná, Manoel Ribas e em 1940, organizou a Banda de Clarim do 5º Regimento de Cavalaria Divisionária. Por iniciativa do Interventor do Paraná, em 1938, autorizou o seu seguimento para a Itália a fim de divulgar a música brasileira na Europa. Troxe muitas fotografias e recortes de jornais para provar o êxito de sua ida a Itália. Naquela época não se cogitava o rompimento das relações entre Brasil e Itália. Incidente: Dias após seu regresso, no recinto do Café Brasil , na Rua XV de Novembro, ocorreu um incidente entre o Capitão Suriani e o 1º Tenente Carlos Pereira Filho. Por sua ida a Europa o Maestro passou a ser acusado de facista. No final de 1939 a Inglaterra e a França declararam guerra contra a Alemanha e a Itália . Aqui no Brasil, em 1942, nas águas costeiras houve alguns atentados contra a soberania, cometidos pelos piratas do eixo, com o afundamento de cinco navios de nossa frota mercante. Todos os estrangeiros da Alemanha e da Itália, residentes no Brasil, passaram sob severa vigilância das autoridades. Em 1942, o Interventor Federal do Estado, obedecendo as instruções do Ministro da Justiça e Negócios do Interior, resolveu dispensar o Maestro Suriani das funções que exercia na Força Policial, pelo simples fato de ter nascido na Itália. Assim, quando estava regendo a Banda de Música durante o ensaio regulamentar, o Cap Augusto de Almeida Garret, comunicou-lhe o fato. O Maestro não esperava ser excluído, por isso ficou muito surpreso. Com lágrimas nos olhos e acabrunhado pela iniquidade do fato, despediu-se dos músicos e retirou-se para sua residência. Foi excluído sem nenhum direito de defesa e pecuniário. Morreu em 1943, esquecido, doente, não recebeu nenhuma homenagem “post-mortem”. Em 1944, baixou-se um Decreto, tornando sem efeito a sua exclusão das fileiras da Força Policial do Estado. O erro foi reconhecido muito tarde, o Maestro já não existia mais. Está esquecido até hoje. Professor BENTO ANTONIO DE MENEZES Nasceu no Paraná, em Paranaguá, em 1830. Em 1950, destacou-se bravamente no combate que tomou parte contra o cruzador inglês CORMORAN que havia penetrado na Baia de Paranaguá em perseguição a uma Galera e três Bergantins negreiros. Compôs um hi- 102 no dedicado ao Presidente Zacarias de Góes e Vasconcellos, bem como o da Emancipação Política do Paraná. Guerra do Paraguai: Na organização dos Corpos Voluntários da Pátria, teve papel de destaque no recrutamento de soldados. Reforma: 1877 - foi reformado por contar com 20 anos de bons serviços prestados a Corporação. Continuou na função até a contratação de outro Maestro. Era Capitão da Guarda Nacional e Alferes Mestre de Música do Corpo Policial da Província do Paraná. Faleceu em 1902, com 72 anos de idade. Major Médico Dr. JOSÉ MARIA GUILHERME LOYOLA Foi o primeiro Oficial a assumir a chefia do Serviço de Saúde da Corporação. Foi exonerado em 1928 e faleceu em 1951 em Curitiba. Cel JOAQUIM ANTONIO DE AZEVEDO ( 21º Cmt-Geral) Nasceu no Rio Grande do Sul. Em 1866, era soldado do Exército e em 1867, obteve baixa do serviço ativo por incapacidade física. Não desistiu. Mais tarde formou-se na Escola Militar da Praia Grande, onde, e m 1882, concluiu os Exames Práticos das Armas da Cavalaria e Infantaria. Depois de promovido a Alferes, veio para o Paraná passando a servir no 8º Regimento de Cavalaria de Curitiba. Em 1891, foi designado como Fiscal do Corpo Militar do Estado, sendo então, comissionado no posto de Major PM, deixando o cargo a pedido, em maio de 1892. Em 1893, eclodiu a Revolução Federalista, no Rio Grande do Sul, atingiu Santa Catarina. O Paraná organizou suas forças para conter a marcha dos revoltosos e o Alferes Joaquim Antônio de Azevedo, incorporou-se a eles, lutando sem esmorecimento, até a vitória final, ao lado do “Marechal de Ferro”. 103 Mais tarde voltou a sua lida na caserna e em 1897, foi promovido ao posto de Tenente. Em 1899, comissionado no posto de Coronel, veio comandar o Regimento de Segurança. Realizações: - Começou o sistema de carga do material; - Fez a instalação do gás acetileno no quartel (aboliu os lampiões); - Organizou o Uniforme, Armas e Equipamentos: 50 arreios completos, 5 mil cartuchos para fuzil, 50 espadas, 4 metralhadoras Maxim, 50 revólveres com munição, 100 barracas e 30 mil cartuchos para metralhadoras. - Em 1900, construiu a oficina de carpintaria; - Em 1901, inaugurou dentro do Quartel o prédio - Edifício do Banheiro, destinado aos Oficiais, Inferiores e Praças; - Criou o Batalhão de Infantaria, que passou a ter vida ativa em 1º de março de 1900; - Inaugurou o Rancho, em 30 de abril de 1901; - Efetivou a instalação da luz elétrica no Quartel, em 1902; - Efetuou uma reforma completa nas dependências do Quartel; - Adquiriu uma ambulância (tração animal) em 1904; - Efetuou a compra de mais de 200 animais para o Esquadrão, em 1901; - Conseguiu contar o tempo em dobro para os militares que participaram da Revolução Federalista; - No seu comando, foi adotado o Regulamento Processual Militar da União, em 1901; - No seu comando, os Sargentos eram comissionados no posto de Alferes, para exercer o cargo de Delegado de Polícia, em 1903; - Organizou duas enfermarias, para Oficiais e Sargentos (já havia outra, que ficou para os Cabos e Soldados); - No seu comando foi criado a Escola Regimental, destinada a ministrar o ensino primário às Praças do Regimento (foi confiada ao 2º Sgt Josias Wilson, que havia sido professor público no Estado do Maranhão). Como recompensa aos leais serviços prestados ao Exército Nacional, durante mais de 20 anos, em 1902, recebeu a Medalha de Prata, outorgada pelo Presidente da República. Faleceu em 1907, no Rio de Janeiro, onde fora procurar recursos médicos. 14. O Corpo de Bombeiros da PMPR 1897 - Sociedade Teuto-Brasileira de Bombeiros Voluntários. Missão: - extinção de incêndios; - evitar a propagação do fogo aos prédios vizinhos; - promover a salvação física e material das vítimas. 104 Meios: O serviço de Bombeiros era realizado por pessoas voluntárias e era feito de acordo com os recursos disponíveis. Extinção: A Sociedade foi extinta em 1901, pela precariedade dos recursos. CRIAÇÃO DO CORPO DE BOMBEIROS O Governador Dr. Carlos Cavalcanti de Albuquerque, assinou a Lei n.º 1.133, de 23 de março de 1912, criando o Corpo De Bombeiros, com vencimentos, direitos e deveres iguais aos do Regimento de Segurança, sendo regulamentado pelo Decreto n.º 639, de 17 de junho de 1912. No dia 16 de abril de 1912, o 1º Ten de Infantaria do Exército Nacional Fabriciano Do Rego Barros, foi comissionado no posto de Major, para assumir o cargo de Comandante do Corpo de Bombeiros, tornando-se o seu primeiro Comandante. No dia 08 de outubro de 1912, o Corpo de Bombeiros foi instalado oficialmente, dando início às atividades de combate à incêndios e de salvamentos em todo o Estado do Paraná. Serviço de Bombeiros na Corporação: Primeira Fase: O primeiro passo que se deu no Estado para o Serviço de Bombeiros na Capital, data da Lei n.º 679, de 27 de outubro de 1882, onde se determinou que a Corporação policial tivesse instrução de bombeiro e fosse provida do material necessário a essa atividade. Na Lei Orçamentária para 1895, foi o Governo autorizado a criar uma Seção de Bombeiros, anexa ao Regimento de Segurança, provida do material respectivo. Essa autorização foi renovada na Lei de 08 de março de 1906, fixando-se em 100 as Praças da Seção, sob o comando de um Capitão, com 03 Oficiais subalternos e determinando-se que ela auxiliasse o serviço de policiamento da Capital. Ainda em 1908, na Lei n.º 752, de 21 de março, foi renovada a autorização, que foi tornada de caráter permanente em 1909, na Lei n.º 854 de 23 de março. Finalmente, a Lei n.º 1.133, de 23 de março de 1912, criou o Corpo De Bombeiros do Estado, com vencimentos, direitos e deveres de seus elementos, iguais aos do Regimento de Segurança, tendo sido regulamentado pelo Decreto n.º 639, de 17 de junho do mesmo ano. 105 Segunda Fase: Foi incorporado à Força Policial em virtude da disposição do Art. 7º da Lei n.º 1.761, de 17 de março de 1917, por Decreto n.º 473, de 09 de julho de 1917, com organização de Companhia de Bombeiros e Pontoneiros. Voltou ao caráter de Independente, com a constituição de Corpo, com duas Companhias, na Lei n.º 2.547, de 03 de março de 1928, sendo desanexado pelo Decreto n.º 324, de 10 de abril do mesmo ano. Ainda em 1928, no Decreto n.º 666, de 21 de maio, tomou nova organização, com Estado Maior, Estado Menor e duas Cias. Incorporado à Força Policial, para fins militares em 02 de junho de 1931, passou dela a fazer parte integrante, como Batalhão de Sapadores Bombeiros, com as partes administrativas e técnicas independente do Comando da Força Policial. Desligado da Força por Decreto n.º 134, de 15 de janeiro de 1932, voltou à denominação de Corpo de Bombeiros em Art. 2º do Decreto 452, de 24 de fevereiro do mesmo ano. Em Decreto n.º 1505, de 25 de junho de 1932, embora com Comando isolado, passou a jurisdição do Comando da Força Policial, para ser empregado em serviço de guerra, do qual foi dispensado em 18 de dezembro do ano seguinte, por terem cessado os motivos de sua utilização naquele serviço. O Decreto n.º 86 de 18 de janeiro de 1934, dispôs que a Corporação de Bombeiros, continuando o seu caráter de isolado, tivesse seus elementos sujeitos à justiça militar da Força Policial, ficando reduzido a uma Companhia, vedada as transferências entre uma e outra Corporação. Nesse mesmo ano foi excluído do acordo que o Estado firmou com a União em 15 de fevereiro de 1934, passando a não ser considerado como força auxiliar do Exército Nacional. Passou à administração do Município da Capital, em Art. 4º da Lei n.º 73, de 14 de dezembro de 1936, devendo seu quadro de Oficias ser preenchido com Oficiais da Força Policial, em comissão. Reverteu à administração do Estado, continuando independente e com seu quadro de Oficiais da Força em comissão, em Decreto n.º 8.713, de o8 de outubro de 1938. Tem a organização de Companhia e em Decreto-Lei n.º 1.149, de 13 de junho de 1941, foi mandado que se lhe aplicasse novamente o disposto no Decreto n.º 86, de janeiro de 1934. A partir de 1949, voltou a ser parte integrante da Polícia Militar, permanecendo até os dias de hoje, de conformidade com a Constituição Estadual de 05 de outubro de 1989. Missão: A missão do Corpo de Bombeiros, na forma constitucional, está voltada à prestação de serviços de prevenção e combate a incêndios, buscas, salvamentos e socorros públicos (pessoas e bens), além de outras formas, tais como a execução das atividades de Defesa Civil. 106 VI – ACADEMIA POLICIAL MILITAR DO GUATUPÊ Denominações: 1) Centro de Preparação Militar A Lei nº 63, de 20 de fevereiro de 1948, decretada pela Assembléia Legislativa do Paraná e sancionada pelo governador Moysés Lupion, criou o CPM. ( publicado no Bol do CG nº 41, de 20 Fev 1948) 2) Centro de Preparação Profissional A Lei nº 1642, de 05 de janeiro de 1954, decretada pela Assembléia Legislativa do Estado do Paraná e sancionada pelo governador Bento Munhoz da Rocha Netto, mudou a denominação para CPP. (publicado no Bol do CPP nº 48, de 27 Fev 1954) 3) Centro de Formação e Aperfeiçoamento Pela Lei nº 2526, de 09 de dezembro de 1955, decretada pela Assembléia Legislativa do Estado do Paraná e sancionada pelo governador Adolpho de Oliveira Franco, passou a ser denominado de CFA. (publicado no Bol do CG nº 2, de 02 Jan 1956) 4) Academia Policial Militar do Guatupê Pelo Decreto nº 22.653, de 09 de março de 1971, decretado pela Assembléia Legislativa do Estado do Paraná e sancionado pelo governador Paulo Cruz Pimentel, mudou a denominação para APMG. (publicado no Bol do CG nº 46, de 11 Mar 1971) Histórico O Centro de Preparação Militar foi instalado pelo coronel Dagoberto Dulcídio Pereira, em 1948, quando era comandante-Geral da PMPR. O primeiro comandante do Centro de Preparação Militar (atual APMG), foi o TenenteCoronel José Scheleder, nomeado pelo decreto nº 2162, de 24 de março de 1948. A primeira Turma de cadetes que funcionou no CPM a partir de 1951, denominou-se CFOC – Curso de Formação de Oficiais Combatentes. A aula inaugural da primeira turma de cadetes da PMPR, foi proferida pelo major, professor e Dr. Fellipe de Sousa Miranda, numa das salas de aula da Escola Regimental, às 08:00 horas do dia 1º de março de 1951. O coronel Antisthenes Miranda de Moraes Sarmento, era o comandante do CPM, quando do início da primeira turma de cadetes da PMPR, em 1951. A primeira turma a formar-se, foi a de 1953, que ficou conhecida como a Turma “Centenário do Paraná ”. 107 O ESPADIM TIRADENTES O Espadim Tiradentes, arma símbolo do Cadete da Polícia Militar do Estado do Paraná, recebeu este nome como uma homenagem perene que todas as milícias do Brasil prestam ao ilustre JOAQUIM JOSÉ DA SILVA XAVIER, o Tiradentes, patrono de todas as Polícias Militares, pelos grandes e relevantes trabalhos prestados a Nação, pois suas idéias de patriotismo, nacionalismo e democracia sobrevivem em nossos dias. Quando os exércitos passaram a ser munidos com armas de fogo, as espadas ficaram de uso restrito aos comandantes como símbolo de suas responsabilidades na condução de suas tropas. É na Rússia dos Czares que vamos encontrar a origem do Espadim, Alexandre III, Comandante do Exército Russo, mandou que o armeiro fabricasse alguns ESPADINS, pequenas espadas de aço decoradas em marfim e bronze. Estes espadins representando o cerco vitorioso a Barna, traziam um punho encimado pela figura da deusa mitológica Vitória, segurando grinalda com o monograma do Czar, os quais eram distribuídos aos Príncipes do Império para que usassem até estarem aptos a exercer funções de comando. O Museu do Klemlim em Moscou ainda possui um modelo fabricado em Zalost, no ano de 1829. Com o casamento de Nicolau, filho de Alexandre III, com a Princesa Alex, neta da Rainha Vitória da Inglaterra, o costume de usar o Espadim pelos jovens aristocráticos, filhos de nobres nas escolas militares, foi introduzido na Europa, estendendo-se para todas as Academias Militares mantendo-se esta nobre tradição até nossos dias, nesta cerimônia solene, quando as Academias recebem novos Cadetes, que passarão a integrar a Polícia Militar. 12. Denominações da PMPR A POLÍCIA MILITAR DO PARANÁ, desde a data de sua organização até o término da segunda guerra mundial, teve as seguintes denominações: 1. COMPANHIA DE FORÇA POLICIAL DA PROVÍNCIA DO PARANÁ, com que foi batizada na Lei n.º 7, de 10 de agosto de 1854. 2. CORPO MILITAR DE POLÍCIA DO ESTADO DO PARANÁ, pelo Decreto de reorganização n.º 4, de 10 de dezembro de 1891, composta de três Companhias e um Esquadrão de Cavalaria. 3. REGIMENTO DE SEGURANÇA DO PARANÁ, pela Lei n.º 36, de 05 de julho de 1892, contando com um Estado Maior e outro Menor, quatro Companhias, um Esquadrão de Cavalaria e a Banda de Música. 108 4. REGIMENTO POLICIAL DO PARANÁ, denominação que passou a ostentar durante a ocupação do Estado pelas tropas federalistas, em 1894, voltando posteriormente, a tomar o antigo nome de Regimento de Segurança. 5. FORÇA MILITAR DO ESTADO DO PARANÁ, pelo Decreto de reorganização n.º 473, de 09 de julho de 1917, consoante o acordo firmado entre a União e o Estado para que a Corporação passasse a ser considerada Força de Primeira Linha, Auxiliar do Exército. 6. POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO PARANÁ, pelo Decreto Lei n.º 505, de 25 de junho de 1932, juntamente com a Companhia de Bombeiros, sozinha, denominava-se segundo esse Decreto-Lei, FORÇA PÚBLICA DO ESTADO. 7. FORÇA POLICIAL DO ESTADO, pelo Decreto-Lei n.º 9.315, de 26 de dezembro de 1.939. Após a conflagração mundial, nossa Corporação passou a ostentar o nome de: 8. POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO PARANÁ, que lhe foi conferido pelo Decreto-Lei n.º 544, de 17 de dezembro de 1.946. UNIDADE I – Organizações Policiais Primitivas Exercício nº 01. Responda: Verdadeiro (V) ou Falso (F) 01. ( V ) – Os Almotacés constituem a primeira manifestação de uma autoridade policial constituída. 02. (F ) – No regime antigo, o almotacé exercia também a função de polícia da cidade, cabendo-lhe vigiar a limpeza pública. 03. ( V ) - Velar contra o abuso de armas proibidas e fiscalizar os viajantes, os pobres, os mendigos e os teatros, eram também funções dos almotacés. 04. (V ) – No Brasil-Colônia, nota-se a preocupação com a “ordem econômica e o pobre, já marginal, também era fiscalizado. 05. (V ) – O alferes, o sargento e o cabo de esquadra, eram escolhidos por eleição, do que se lavrava assento nas Câmaras. 06. (V ) – As Companhias de Ordenanças tinham como finalidade: “ter toda a gente em grande quietação, não permitir homiziados e nem pessoas inquietas que causassem perturbação aos moradores”. 07. (V ) – A Nomeação para o posto de Capitão-mor era feita por indicação das Câmaras das vilas de; “três sujeitos dos mais nobres e ricos do lugar” 109 08. (V ) – Francisco Xavier Pássaro, foi o primeiro Capitão-mór nomeado para a Vila de Curitiba, em 1721. 09. (F ) – A defesa da Província de Viamão/RS, em 1777, pode-se considerar como sendo o primeiro serviço de guerra, em defesa do território brasileiro. 10. (V ) – As Companhias de Ordenanças deram origem as Tropas Pagas no Brasil. 11. ( V ) – Em decorrência da abdicação de Pedro I e com o propósito de fortalecer ainda mais a tranqüilidade pública e auxiliar a justiça, a Regência Trina sancionou a Lei de 10 de outubro de 1831, criando na Corte o Corpo de Guardas Municipais Permanentes, a pé e a cavalo. 12. (V ) – No território paranaense, em 1836, foi estacionada na Estrada da Mata, uma Companhia de Municipais Permanentes, com destacamento em Palmas e Guarapuava. 13. ( V ) – Os Corpos de Guardas Municipais Permanentes tinham como missão “proteger os viajantes contra agressões de indígenas e de outros quaisquer malfeitores”. 14. (V ) – Os Corpos de Guardas Municipais Permanentes, foram as Corporações que deram origem as atuais Polícias Militares do Brasil. 15. ( V ) – Pela Constituição Federal de 1934, as corporações passaram a denominar-se Polícia Militar. 16. ( V ) – A atual PMPR, passou a denominar-se Polícia Militar, a partir de 1946. 17. ( V ) – a atual PMPR, criada em 10 de agosto de 1854, com a denominação de Companhia da Força Policial, em 1892, passou a denominar-se Regimento de Segurança do Paraná. UNIDADE II – A Polícia Militar na Constituição Federal Exercício nº 02. Responda: Verdadeiro (V) ou Falso (F) 18. ( V ) – A Constituição Imperial de 1824, não tratou claramente das corporações que antecederam as Polícias Militares. 19. (V ) – “Polícias Militarizadas”, foi a expressão em que se originou a designação de Polícia Militar. 20. (V ) – A Constituição de 1934, foi a que trouxe referências mais clara às Polícias Militares. 21. (V ) – A presença das Polícias Militares na Constituição de 1934 deveu-se à importância que tiveram nos movimentos revolucionários de 1930 e 1932. 22. ( V ) – A Constituição de 1937, previa que a fixação do efetivo das Polícias Militares era de competência dos governos estaduais. 23. (V ) – A Constituição de 1946, fixou os campos de atuação da Polícia Militar; manutenção da ordem pública e atuar na segurança interna. 110 24. ( ) – Na Constituição de 1988, a Polícia Militar foi inserida no capítulo da Segurança Pública UNIDADE III – Emancipação Política do Paraná Exercício nº 03. Responda: Verdadeiro (V) ou Falso (F) 25. (V ) - Paula Gomes e Correia Júnior, foram os dois maiores propagadores pela libertação do Paraná. 26. (F ) – No dia 19 de dezembro de 1853, ocorreu a instalação oficial da Província do Paraná. 27. (V ) – O primeiro presidente da Província do Paraná foi Zacarias de Góes e Vasconcellos. 28. (V ) – Curitiba tornou-se oficialmente VILA, em 29 de março de 1693. 29. (V ) – Curitiba foi fixada como capital em 1854. UNIDADE IV – Criação da PMPR Exercício nº 04. Responda: Verdadeiro (V) ou Falso (F) 30. ( V ) – A atual PMPR, foi criada pela Lei n.º 7, de 10 de agosto de 1854, sancionada pelo Presidente da Província do Paraná, Zacarias de Góes e Vasconcellos. 31. ( V ) – A primeira denominação da PMPR, foi Companhia da Força Policial. 32. (V ) – A Companhia da Força Policial, tinha um efetivo inicial previsto de 67 homens, sendo três oficiais e 64 praças. 33. (V ) – A organização inicial da Companhia da Força Policial foi moldada no tipo militar, com instrução de caçadores. 34. Dê o nome do primeiro comandante da atual PMPR. __Joaquim JOSÉ Moreira de Mendonça____________________________________ 35. Dê o nome do primeiro cidadão provinciano a envergar a farda da PMPR. 111 Nicolau José Lopes ______________________________________________________ 36. (V ) - A unidade PM mais antiga da PMPR é o Regimento de Polícia Montada. 37. ( V ) - No primeiro regulamento da Companhia da Força Policial, foi consignado a idéia de não poder ser indivíduo algum ser constrangido a assentar praça na polícia.. 38. (V ) - A Banda de Música da Corporação, foi criada no dia 12 de março de 1857, no comando de Diogo Pinto Homem, 2º comandante da atual PMPR. 39. (V ) – Paranaguá foi o primeiro Município a contar com um destacamento policial. 40. (V ) – O professor Bento Antônio de Menezes, foi o primeiro maestro da Banda de Música da PMPR. 41. ( V ) – A Banda de Música da PMPR apresentou-se pela primeira vez, no dia 7 de setembro de 1861. 42. (V ) – Manoel Eufrásio de Assumpção, foi o oficial que mais tempo permaneceu no comando da PMPR, ocupando o cargo durante 24 anos consecutivos. UNIDADE IV – Estruturação Histórica da PMPR Exercício nº 05. Responda: Verdadeiro (V) ou Falso (F) 43. ( V ) – Sessenta e cinco policiais-militares, integraram os Batalhões de Voluntários da Pátria, na Guerra do Paraguai. 44. ( V ) – Nestor Augusto Morocines Borba, foi o policial-militar ferido na Batalha do Tuiuti. 45. (V ) – A medalha da Campanha Geral do Paraguai, criada pelo Imperador Dom Pedro II, era confeccionada com o bronze dos canhões apreendidos do inimigo. 46. (V ) – O alferes João José Pichet da PMPR, morto em combate na Guerra do Paraguai, está sepultado no cemitério de Concórdia na Argentina. 47. (V ) – A bandeira Imperial apreendida do Vapor Marquês de Olinda e que servia de tapete no gabinete do ditador paraguaio, foi resgatada por policias-militares do Paraná. 48. (V ) – A bandeira Imperial resgatada por policiais-militares na Guerra do Paraguai, encontra-se hoje, no Museu Histórico Nacional do Rio de Janeiro. 49. (V ) – A epopéia do Cerco da Lapa durou 26 dias. 50. (V ) – Pica-paus, era a expressão usada pelos federalistas para identificar os republicanos. 51. (V ) – Maragatos, era assim identificados os revoltosos que aderiram a Revolução Federalista em 1893, no Rio Grande do Sul. 52. (V ) – A Revolução Federalista, ou guerra civil de 1893, foi o combate entre Maragatos e Pica-paus.. 53. (V ) – Os federalistas eram comandados por Gumercindo Saraiva. 112 54. Nome do comandante do Regimento de Segurança morto no Combate do Cerco da Lapa. __Coronel Cândido Dulcídio Pereira________________________________ 55. (V ) – No dia 11 de fevereiro de 1894, após esgotados os recursos da defesa, deu-se a capitulação, perdendo-se a Praça legendária da cidade da Lapa. 56. (V ) – O primeiro combate no Paraná entre Maragatos e um piquete de cavalaria do Regimento de Segurança do Paraná, deu-se na passagem do Rio Negro. 57. (V ) – O segundo combate entre Maragatos e policiais do Regimento de Segurança, deu-se no Rio da Várzea contra as forças do general Piragibe, constituindo-se na primeira vitória dos republicanos. 58. (V ) – A retomada da Estação da lapa foi comandada pelo capitão Clementino Paraná. 59. (V ) – O último combate do Cerco da Lapa ocorreu no dia 7 de fevereiro de 1894. 60. (V ) – Após o Paraná ter caído nas mãos dos federalistas, o Regimento de Segurança foi reorganizado com o nome de Regimento Policial composto por maragatos. 61. (F ) – O comandante do Regimento Policial, foi o coronel federalista José Luiz de Souza Pires. 62. (V ) – No Paraná, o DR. Vicente Machado criou o Batalhão Patriótico-23 de Novembro, composto por civis e funcionários públicos estaduais. 63. (F ) – O comando da defesa da cidade da Lapa, foi o coronel Antônio Ernesto Gomes Carneiro do Exército brasileiro. 64. (V ) – A heróica resistência da cidade da Lapa, durante a Revolução Federalista, ficou historicamente conhecida como o Cerco da Lapa. 65. (V ) – Contestado foi o nome dado a região disputada por Paraná e Santa Catarina por questões de limites de terra. 66. (V ) – O problema do Contestado intensificou-se com a construção da estrada de ferro ligando São Paulo ao Rio Grande do Sul e a conseqüente invasão das terras de proprietários já estabelecidos na região de Santa Catarina. 67. (V ) – José Maria era o falso monge que passou a liderar o caboclo sertanejo expulso de suas terras na região de Santa Catarina. 68. Nome verdadeiro do falso monge José Maria. __Miguel Lucena de Boa Ventura___________________________________________ 69. (V ) – José Maria e seus seguidores formaram inicialmente o Arraial do Taquaruçu, próximo ao Município de Curitibanos, em Santa Catarina. 70. (V ) – O movimento dos caboclos em Taquaruçu, foi denunciado pelo coronel Francisco Albuquerque, que dominava essa região. 113 71. (V ) – Após Ter resistido ao fogo de artilharia, em Taquaruçu, José Maria e seu bando foram se refugiar em Irani, na época território do Paraná. 72. (V ) – Na região dos Campos de Palmas, os jagunços chefiados por José Maria, bem aparelhados promoviam todo o tipo de desordens. 73. Comandante do Regimento de Segurança que tombou morto no Combate do Irani. CEL. JOÃO GUALBERTO________________________________________________ 74. (V ) – José Maria foi morto no Combate do Irani, sendo abatido pelo 2º sargento Joaquim Virgílio da Rosa. 75. (V ) – José. Fabrício das Neves, foi o jagunço que desferiu o golpe de misericórdia contra o coronel João Gualberto, no Combate do Irani. 76. (F ) – “Cidade Santa” era assim denominado os redutos dos fanáticos do Contestado. 77. (V ) – A menina Teodora, neta do caboclo Euzébio Ferreira dos Santos, vira em sonhos o monge José Maria, que em espírito comandava a luta dos caboclos do contestado. 78. (V ) – A Guerra do Contestado ficou conhecida também como a “Guerra dos Pelados”. 79. (V ) – A líder espiritual do reduto de Caraguatá, era a “virgem” Maria Rosa de 15 anos de idade. 80. ( F ) – Adeodato foi o último líder dos fanáticos do Contestado a ser preso e após sete anos na prisão, ao tentar fugir foi morto. 81. (V ) – “Batalhão Tático”, foi a tropa organizada na Corporação do Paraná, sob o comando do major Benjamin Augusto Lage, para atuar em conjunto com o Exército, no combater os fanáticos do Contestado na região conflitada. 82. (V ) – Durante os conflitos da Revolução de 1924, a PMPR organizou o 1º Batalhão de Infantaria, que sob o comando do capitão Sarmento, combateu os revoltosos em São Paulo. 83. Nome do Patrono da PMPR. _ Joaquim Antonio de Moraes Sarmento ___________________________ 84. (F ) – O dia do Patrono da PMPR é comemorado todos os anos no dia 17 de maio. 85. (V) – O batismo de fogo do coronel Sarmento, deu-se durante o Combate do Irani, quando foi ferido por um golpe de facão na altura do olho direito. 86. Nome do Patrono das Polícias Militares do Brasil. _JOAQUIM JOSE DA SILVA XAVIER______________________________ 87. (V ) – O Dia do Patrono das Polícias Militares do Brasil é comemorado todos os anos no dia 21 de abril. 88. (V) – O primeiro Quartel da PMPR, localizava-se no “Largo da Ponte”, atual Praça Zacarias. 114 89. ( V ) – O segundo Quartel da PMPR, na época, localizava-se nas esquinas das Rua do Comércio com Rua do Ipiranga. 90. (V ) – Durante a ocupação do Paraná pelos federalistas em 1894, o Regimento de Segurança foi reorganizado com a denominação de Regimento Policial. 91. (V ) – A mudança da Polícia Militar para o prédio atual, na Rua Marechal Floriano Peixoto, deu-se no dia º de fevereiro de 1896. 92. (F ) – O primeiro Quartel do Corpo de Bombeiros da PMPR, localizava-se onde hoje se encontra a Biblioteca Pública do Estado, na Rua Cândido Lopes, em Curitiba. 93. (V ) – O primeiro avião do Paraná, foi adquirido pelos sargentos da PMPR. 94. (V ) – O primeiro avião do Paraná denominou-se “Avião Sargento”, assim denominado pelo então primeira dama do Estado. 95. (V ) – O primeiro paranaense a obter um “Brevet” de aviador, foi o capitão João Busse da PMPR. 96. (V) – O avião sargento voou pela primeira vez em Curitiba, no dia 17 de fevereiro de 1918, levantando vôo no prado do Guabirutuba. 97. (V ) – O três Planaltos no Brasão da PMPR representa também as três raças que colonizaram o Estado do Paraná. 98. (V ) – A ave colocada na parte superior do Brasão da PMPR, é o falcão Nhapecami. 99. (V ) – A primeira denominação da atual PMPR, foi Companhia da Força Policial. 100. (V ) – Na época do Cerco da Lapa e Combate do Irani, a atual PMPR denominava-se Regimento de Segurança do Paraná. 101. (F ) – A Corporação paranaense passou a denominar-se POLÍCIA MILITAR, a partir de 1946. 102. Nome do comandante do Regimento de Segurança que tombou morto no combate do Cerco da Lapa em 1894. Cel. Candido Dulcídio Pereira______________________________________ 103. (V ) – A medalha “Coronel João Gualberto”, foi criada para premiar os oficiais que concluem o Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais da PMPR, em 1º, 2º e 3º lugar, respectivamente. 104. (V ) – A medalha “Coronel Dulcídio”, foi criada para premiar os cadetes que concluem o Curso de Formação de Oficiais da PMPR, em 1º, 2º e 3º lugar, respectivamente. 105. Nome do Patrono do Curso de Oficiais de Administração da PMPR. Tem. João Pinheiro______________________________________________________ 106. (V ) – A medalha “Tenente João Pinheiro”, foi criada para premiar os alunos que concluem o Curso de Oficiais de Administração da PMPR, em 1º, 2º e 3º lugar, respectivamente. 115 107. Nome do primeiro cidadão provinciano do Paraná a envergar a farda da PMPR. Ten. Nicolau José Lopes_________________________________________________ 108. (V) – Nicolau José Lopes foi o primeiro policial-militar que, como praça, galgou o posto de oficial na Corporação. 109. (V) – O capitão Clementino Paraná, foi o oficial do Regimento de Segurança que comandou uma fração de tropa e recuperou a estação da Lapa que estava em poder dos revoltosos. 110. Nome do primeiro comandante do Corpo de Bombeiros da PMPR. ___MAJOR FABRICIANO DO REGO BARROS_________________________ 111. (V) – O Corpo de Bombeiros da PMPR, foi instalado oficialmente no dia 08 de outubro de 1912. 112. (V) – As primeiras viaturas da PMPR, foram adquiridas durante o comando de Fabriciano do Rego Barros. 113. (V) – O primeiro avião do Paraná, foi adquirido durante o comando do coronel Fabriciano do Rego Barros. 114. (V ) – O general Monteiro Tourinho, um dos comandantes da Corporação, ficou conhecido como o grande benfeitor da PMPR. 115. (V ) – O Paiol de Munição da PMPR, foi construído durante o comando do coronel Herculano de Araújo. 116. (V ) – O coronel Benjamin Augusto Lage, foi o primeiro oficial da Corporação a ser nomeado para o cargo de Comandante Geral da PMPR. 117. (V ) – O terreno onde atualmente está localizado o Quartel do Comando Geral, foi adquirido no comando do coronel Ignácio Gomes da Costa. 118. (V ) – O Major Salvador João Fernandes, foi o primeiro Chefe do Estado Maior da PMPR.. 119. (V ) – O coronel João Monteiro do Rosário, foi o primeiro oficial da PMPR a atingir, na época, o posto de coronel na ativa. 120. (V) – O tenente João König, nasceu nos Estados Unidos da América em 1871. 121. (V) – O maestro da Banda de Música da PMPR, Vicente D´aló, nasceu na Itália em 1843. 122. (V) – O maestro da Banda de Música da PMPR, Romualdo Suriani, nasceu em Veneza, na Itália em 1880. 123. (V) – O “Cântico de Natal”, canção oficial da PMPR, que, em 1980, foi oficializado pela cidade da Lapa, como seu hino, é de autoria do capitão Romualdo Suriani, maestro da Banda de Música da PMPR. 124. (V) – Bento Antônio de Menezes, foi o primeiro maestro da Banda de Música da PMPR. 116 125. (V) – A primeira organização de bombeiros no Paraná, apareceu em 1897 com a denominação de Sociedade Teuto-Brasileira de Bombeiros Voluntários. BIBLIOGRAFIA 1. Combate do Irani, João Alves da Rosa Neto, Vol. I, (AVM) 2. Campanha do Contestado, João Alves da Rosa Neto, Vol. II, (AVM) 3. Epopéia da Lapa, João Alves da Rosa Neto, Vol. III, (AVM) 4. Guerra do Paraguai, João Alves da Rosa Neto, Vol. IV, (AVM) 117 5. Revolução de 1924, João Alves da Rosa Neto, Vol. V, (AVM) 6. Revolução de 1930, João Alves da Rosa Neto, Vol. VI, (AVM) 7. Berço de Líderes, Rogério de Oliveira Azevedo, Vol. I (AVM) 8. Apostila da História da PMPR, Rogério de Oliveira Azevedo (1º CFO 2004) Nota: Esta apostila só poderá ser reproduzida com o consentimento do autor, ao qual é reservado o direito de uso.
Report "APOSTILA DE HISTORIA DA PMPR COMPLETA COM 108 FOLHAS.pdf"