Apostila de Ginástica Artística

March 17, 2018 | Author: Marcos Ferreira | Category: Gymnastics, Learning, Sports, Nature


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APOSTILA DE GINÁSTICA ARTÍSTICACARACTERÍSTICAS E PROVAS DA GINÁSTICA ARTÍSTICA A Ginástica Artística, também conhecida no Brasil como Ginástica Olímpica, é uma das modalidades de ginástica competitiva reconhecidas pela Federação Internacional de Ginástica (FIG). É dividida em GAF ou Ginástica Artística Feminina (em inglês WAG) e GAM, Ginástica Artística Masculina (MAG, em inglês), sendo que a FIG considera os gêneros masculino e feminino como modalidades independentes. A GA é um dos mais tradicionais esportes olímpicos, estando presente desde a primeira edição dos Jogos da era moderna, no ano de 1896. Exige de seus praticantes muita força, flexibilidade, equilíbrio e, principalmente, coordenação motora. Também é necessária muita coragem e determinação por parte do praticante, pois os desafios são constantes e as exigências da modalidade requerem muitas horas de treinamento e dedicação. Na GA o atleta utiliza os aparelhos como base para a realização de suas rotinas (ou séries), podendo estar apoiado ou suspenso no equipamento. As provas são diferentes para homens e mulheres, porém dois aparelhos são comuns: exercícios de solo e salto sobre a mesa (antigo cavalo). PROVAS COMUNS A HOMENS E MULHERES: Salto Sobre a Mesa (antigo cavalo). Altura da mesa no setor feminino: 1,25m - Altura da mesa no setor masculino: 1,35m 3 Exercícios de Solo Nos exercícios de solo do setor feminino as séries são executadas com acompanhamento de música e aparte coreográfica tem tanto valor quanto a parte acrobática; no setor masculino a série não é acompanhada de música e somente a parte acrobática é considerada. PROVAS EXCLUSIVAS DO SETOR FEMININO: Paralelas Assimétricas 4 Trave de equilíbrio PROVAS EXCLUSIVAS DO SETOR MASCULINO: Cavalo com alças 5 Argolas Paralelas simétricas 6 Barra fixa APARELHOS AUXILIARES São equipamentos utilizados nos treinamentos para auxiliar ou facilitar o aprendizado dos elementos, mas que não estão presentes em competições oficiais da Ginástica Artística. Mini trampolim 7 Trampolim acrobático (cama elástica) Tumble-track. 8 Mais aparelhos auxiliares: Colchões auxiliares 9 Áreas de atuação A GA é praticada em clubes com objetivos competitivos e de lazer, em escolas como atividade extracurricular, em academias públicas de diversos municípios com objetivos sociais e em academias particulares com fins lucrativos. Apesar de ter surgido como uma atividade exclusivamente masculina, hoje o maior contingente de praticantes é de meninas. É uma área que vem crescendo bastante no Brasil, basicamente pela maior exposição do esporte na mídia nos últimos anos, em função dos bons resultados alcançados por nossos atletas em competições internacionais. Não há cursos específicos para a formação de treinadores de GA no país; os cursos de graduação em Educação Física não oferecem conteúdo suficiente para que o formando possa atuarna modalidade. Cursos de pós-graduação são raros e nem sempre disponíveis. As federações e a Confederação Brasileira de Ginástica promovem cursos para treinadores que já atuam ou para a formação de árbitros. A grande maioria dos treinadores é formada por ex-atletas que optam por continuar na modalidade após encerrar a carreira esportiva; não é necessária nenhuma licença especial para trabalhar como treinador. Os interessados em atuar na área que não têm experiência anterior, procuram clubes ou treinadores experientes para estagiarem, muitas vezes de graça, para poderem aprender as técnicas básicas da GA e iniciarem carreira. Dada a complexidade do esporte o aprendizado é longo e treinador deve buscar sempre se atualizar. A GA no Brasil e no mundo A GA tem suas regras definidas pela Federação Internacional de Ginástica (FIG), que é a federação esportiva mais antiga do mundo. Foi fundada em 23 de julho de 1881 por Nicolas J. Cupérus e contou inicialmente com a participação de três países: Bélgica, França e Holanda, sendo chamada primeiramente de Federação Europeia de Ginástica (FEG). Com a filiação dos Estados Unidos e mais 15 países não europeus em 1921, tornou-se a atual FIG, de onde partem as diretrizes do esporte para o restante do mundo. 10 Durante o século XX as maiores potências da ginástica estavam presentes no leste europeu e Ásia. Com o fim da guerra fria e a queda do comunismo, muitos treinadores, principalmente soviéticos,migraram para outras partes do mundo em busca de melhores condições. Hoje países como Estados Unidos, Austrália, Espanha e até o Brasil têm alcançado resultados expressivos em competições internacionais. A entidade responsável pela organização de eventos e representação de atletas, árbitros e treinadores das modalidades de ginástica no Brasil é a Confederação Brasileira de Ginástica. Em 1951 vários acontecimentos importantes determinaram o rumo da modalidade no país: a oficialização da Ginástica Olímpica (assim chamada na época) como esporte junto à Confederação Brasileira de Desportos (atual Comitê Olímpico Brasileiro); a criação das federações estaduais de São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul; a realização do primeiro campeonato nacional de GA na cidade de São Paulo; finalmente, a filiação do Brasil na Federação Internacional de Ginástica. Em 1978 é criada a Confederação Brasileira de Ginástica, sendo seu primeiro presidente o Dr. Siegfried Fischer. No Brasil o maior contingente de praticantes de GA está nos estados do sul e sudeste, onde também encontramos os melhores atletas e os clubes mais bem equipados. EVOLUÇÃO E HISTÓRIA DA GINÁSTICA ARTÍSTICA Precursores da Ginástica Artística No final do século XVIII Johann-Christoph Guts Muths (1759-1839), professor e educador alemão, introduziu um sistema de exercícios nas grades escolares, criando os princípios básicos da Ginástica Pedagógico-didática Em 1793, Muths publicou Gymnastik für dieJugend (Ginástica Para a Juventude). Johann-Friedrich-Ludwig-Christoph-Jahn nasceu em Lanz, nas cercanias de Lenzen, aldeia de Brandenburgo na atual Alemanha, em 11 de agosto de 1778. Alistou-se com quase trinta anos de idade, após a Batalha de Jena-Auerstedt, quando o exército prussiano sofreu humilhante derrota perante as forças de Napoleão. 11 Mudou-se para Berlim três anos depois, tendo sido pedagogo, teórico nacionalista e político; autor em 1816, juntamente com seu discípulo Eiselen, do livro Die Deutsche Turnkunst (A Arte Alemã de Ginástica). É chamado de “Pai da Ginástica Artística”. Formulou a obra “Costumes Alemães” na qual faz referência à Ginástica Patriótica. A obra foi um importante instrumento de educação nacional no período da guerra de libertação da Alemanha do domínio napoleônico. Criou também vários termos (como “turnen”, praticar ginástica), sempre se utilizando do radical “turn”, que ele idealizou. Duas vezes por semana Jahn levava seus alunos a uma área arborizada chamada Volkspark Hasenheide (Parque Público de Hasenheide), para simulações de batalhas e para a prática da ginástica Turn. A adesão dos jovens à prática foi tão grande que, em 19 de julho 1811, Jahn inaugurou o primeiro local para a prática da ginástica ao ar livre, chamado TURNPLATZ. Em 1812 é criado o segundo TURNPLATZ. Em 1813 os batalhões formados pelos ginastas tiveram participação decisiva na guerra de libertação contra o domínio napoleônico; Jahn atuoucomo voluntário, convocando universitários e alunos, que prontamente atenderam seu apelo. Após a vitória sobre Napoleão o grande sonho de Ludwig Jahn, a unidade alemã, foi frustrado no Congresso de Viena, quando se manteve a separação da Prússia em pequenos estados independentes. Um movimento de oposição passa a ser formar entre os jovens. Por sua influência sobre os estudantes e sua clara posição sobre o assunto, Jahn passa a ser perseguido e considerado como revolucionário, por incitar os jovens à subversão. Em junho de 1819, acusado de co-autor de um assassinato, Jahn é preso, assim ficando até 1825, para depois ser recluso a uma residência forçada. Por conta da conotação política dada à ginástica por Jahn, ocorre o “Bloqueio Ginástico” que vigora de 1820 a 1842, quando os Turnplatz são fechados e toda terminação contendo o radical “turn censurada. Eiselen, discípulo de Jahn, salvou a Ginástica durante essa época difícil. Iniciou a Ginástica em salões e estimulou sua prática pelas mulheres. Com isso os Turnens passaram a treinar em salas fechadas. Exercícios que dependiam antes de 12 grandes espaços físicos (corridas, arremessos, lançamentos) foram excluídos e os aparelhos adaptados e ampliados para facilitar a execução de novos movimentos. Em 1842, ao fim do “Bloqueio Ginástico”, a Educação Física na Alemanha era feita em ambientes fechados e a Ginástica Turnen de Jahn encontra terreno fértil para desenvolver-se. Jahn é reabilitado e, em1848, toma partido no Parlamento Germânico que se reuniu em Frankfurt. Em 15 de outubro de 1852 Jahn morre em sua casa, em Freyburg. A Ginástica nas Olimpíadas Em 1896 a Ginástica já se faz presente na primeira Olimpíada da era moderna, em Atenas. As provas incluíam barras paralelas e barra fixa (individual e por equipes), cavalo com alções, salto sobre o cavalo e subida na corda lisa vertical. As mulheres apareceram pela primeira vez na Ginástica nos Jogos de Amsterdã, em 1928, mas só passaram a competir oficialmente em Berlim em 1936, quando foram introduzidas as provas de trave de equilíbrio e paralelas assimétricas. Também nessa Olimpíada a Ginástica masculina passou a ser realizada sempre nos seis aparelhos masculinos atuais: solo, cavalo com alças, argolas, salto, paralelas e barra fixa. A Ginástica no Brasil A partir de1824 as colonizações alemãs trazem ao sul do Brasil a prática da ginástica de Jahn; 1858- É fundada a Sociedade Ginástica de Joinville, a mais antiga do Brasil ainda em funcionamento. 1951- São criadas as federações estaduais de São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. A GA filia-se a Confederação Brasileira de Desportos (CBD) e é realizado o 1° Campeonato Brasileiro da modalidade; o Brasil filia-se a Federação Internacional de Ginástica; 13 1974- O Brasil leva pela primeira vez uma equipe feminina no Campeonato Mundial da Bulgária; 1980- Primeira participação do Brasil nos Jogos Olímpicos de Moscou com osginastas João Luiz Ribeiro e Cláudia Magalhães 1992- Luiza Parente é representante do Brasil nos Jogos Olímpicos de Barcelona; 1999- Com a 17ª colocação no Campeonato Mundial em Pequim o Brasil consegue classificar duas ginastas para as Olimpíadas de Sidney: Daniele Hipólito e Camila Comin. 2000 - Nas Olimpíadas de Sidney, Daniele Hypólito consegue uma surpreendente 21° colocação; 2001- A ginasta Daniele Hypólito consegue a primeira medalha do Brasil em um mundial, ficando com a segunda colocação no solo; 2003 - Daiane dos Santos executa um exercício de alto grau de dificuldade no solo, que recebe seu nome "Dos Santos" pela Federação Internacional de Ginástica e ganha a primeira medalha de ouro para o Brasil em um Mundial, ajudando a equipe brasileira a conseguir uma oitava colocação, podendo assim pela primeira vez levar uma equipe completa para os Jogos Olímpicos da Grécia em 2004. Nos Jogos de Atenas a equipe feminina do Brasil classifica-se em 9°, a apenas 0,079 da final olímpica; Daniele Hypólito fica em 12° e Camila Comin em 14° na final Individual Geral. 2007 - Nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro as equipes masculina e feminina do Brasil ficam com a medalha de prata. Mundial de Stuttgart – Alemanha - A equipe feminina do Brasil classifica-se em 5° lugar na final por equipes e, mais uma vez, classificam uma equipe completa para os Jogos Olímpicos; Na final individual geral a ginasta Jade Barbosa fica com a medalha de bronze. Nosetor masculino o ginasta Diego Hypólito conquista a medalha de ouro na final do aparelho solo. 14 2008 - Jogos Olímpicos de Pequim – China No feminino o Brasil faz história ao classifica-se para a final por equipes, terminando a competição em 7° lugar; no individual geral a ginasta Jade Barbosa se classifica em 10° lugar. No setor masculino Diego Hypólito classifica-se em 1° para a final de solo, porém termina em 6° após falhar na última acrobacia de sua série. Bibliografia PÚBLIO, N.S. Evolução Histórica da Ginástica Olímpica. São Paulo: Phorte Editora, 1998. http://pt.wikipedia.org/wiki/Guts_Muths 15 PADRÕES BÁSICOS DE MOVIMENTO Os “Padrões Básicos de Movimento” (PBM) são um sistema de ensino da ginástica desenvolvido pelos pesquisadores canadenses Russel e Kinsman com o objetivo de orientar a formação de novos treinadores. “A Gymnastique Canada Gymnastics (Confederação Canadense de Ginástica), em parceria com Universidades, Órgãos Governamentais do Canadá e a empresa 3M uniram suas forças e implantaram no país o programa de Certificação Nacional de Técnicos (3M NCCP) que hoje, abrange mais de 60 modalidades. O objetivo inicial do programa foi estabelecer uma padronização do conteúdo e da formação dos técnicos para as várias modalidades esportivas, desde a iniciação até o alto nível. Desta forma, pode se estabelecer uma qualificação para os profissionais. Na Ginástica Artística os resultados apresentados foramsatisfatórios, elevando tanto o número de praticantes e de instituições que desenvolviam a modalidade como o de profissionais mais confiantes e preparados para orientar e acompanhar a evolução dos seus futuros ginastas. O programa de iniciação à Ginástica Artística dividiu o seu conteúdo em seis PBMs”. (NUNOMURA, 2000) Segundo Russel e Kinsman (1986) os PBM estão divididos em: PBM 1 – Aterrissagens 2 - Posições estáticas Tipos Sobre os pés. Sobre as mãos. Com rotação sobre as costas Em apoio (eixo dos ombros acima do equipamento). Em suspensão (eixo dos ombros abaixo do equipamento). Em equilíbrio. Princípio mecânico Utilizar mais tempo e mais partes do corpo para absorver o momento de qualquer aterrissagem. Interrupção controlada do corpo em queda. Relação entre o Centro de Gravidade (CG) e a Base de Apoio (BA): - Quanto mais próximo o CG da BA, maior a estabilidade. - O CG deve estar dentro da BA. - Quanto maior a BA, maior a estabilidade. - Para um corpo segmentado, a estabilidade será maior quando o CG de cada segmento estiver situado verticalmente sobre o CG do segmento imediatamente abaixo. 3 - Deslocamentos Sobre os pés. Sobre as mãos. Em apoio. Em suspensão. Aplicação de força interna (contração muscular) para mover o CG. Movimentos cíclicos. 4 - Rotações No eixo longitudinal. No eixo transversal. No eixo ântero-posterior. Para iniciar uma rotação, aplicar uma força que não passe pelo CG. Quanto maislonge a força for aplicada do CG, maior o efeito de rotação. 16 5 - Saltos Com uma perna. Com as duas pernas. Com as mãos. Aplicação de força interna ou externa para produzir um deslocamento rápido do CG. Essa força deverá ser de magnitude suficiente, na direção desejada e aplicada a um corpo rígido. 6 - Balanços Do apoio. Da suspensão Na fase ascendente, o momento será diminuído. Na fase descendente, o momento será aumentado. A retomada das mãos deverá se realizar no topo ou ponto morto. A barra deverá ser segurada em forma de gancho. Os Padrões Básicos de Movimento (Russell & Kinsman, 1986). A ATERRISSAGEM pode ser definida como a interrupção controlada da queda de um corpo. Pode ocorrer ao final de um movimento ou da série e durante a execução de um movimento, de forma passageira. Exemplos: Aterrissagem sobre as costas Aterrissagem sobre os pés Aterrissagens sobre as mãos e pés Aterrissagem sobre as mãos 17 Em uma POSIÇÃO ESTÁTICA (quando não há movimento da base de apoio) o centro de massa (ou centro de gravidade) permanece dentro da base de apoio. O centro de massa pode ser definido como: O ponto de equilíbrio do corpo; O ponto no qual toda a massa do corpo está igualmente distribuída em todas as direções; O ponto em torno do qual o corpo gira; A intersecção dos três eixos corporais primários. Exemplos de posições estáticas: Em equilíbrio: “Avião” Em apoio: “Esquadro” Em suspensão: “Vela”Os SALTOS são habilidades nas quais o corpo se move de uma base de apoio em um único movimento explosivo. Condições mecânicas para um bom salto: Potência muscular Corpo rígido Utilização das superfícies Exemplos: Salto sobre os pés e sobre as mãos: Flic-flac Salto sobre um pé: Grand Jeté 18 DESLOCAMENTOS são habilidades nas quais o corpo se move de uma base de apoio em movimentos repetitivos. Dá-se pela movimentação do centro de massa para fora da base de apoio por conseqüência da aplicação de uma força (interna ou externa). Exemplos: Deslocamento sobre os pés. Deslocamento sobre as mãos em apoio... ...e em suspensão. ROTAÇÕES são habilidades nas quais o corpo se move em torno de um dos seus eixos internos (eixo longitudinal, eixo transversal e eixo ântero-posterior), após a aplicação de uma força que não passe pelo centro de massa. Esquema dos planos e eixos do corpo: http://nuishbellaluna.wordpress.com/tag/eixo-e-planos-de-movimento/ 19 Exemplos de rotações: Estrela: eixo ântero-posterior Mortal: eixo transversal Pirueta: eixo longitudinal Alguns elementos da GA utilizam mais de um eixo de rotação ao mesmo tempo durante a sua execução, como por exemplo, os mortais com pirueta. BALANÇOS são habilidades nas quais o corpo se move através de um eixo externo em movimentos pendulares; podem ocorrer em apoio ou em suspensão. Exemplos: Balanço em suspensão na barra fixa Balanço do apoio nas barrasparalelas simétricas Identificando os PBM’S A idéia dos criadores dos PBM’S é fazer com que as habilidades específicas da GA possam ser desmembradas para maior compreensão por parte dos treinadores, principalmente as mais complexas, facilitando o desenvolvimento de estratégias de ensino. Observando o salto grupado abaixo, podemos identificar vários dos PBM’S apresentados: 20 Na corrida de aproximação (ou abordagem do trampolim) identificamos o DESLOCAMENTO SOBRE OS PÉS; Na seqüência, a ginasta executa um SALTO SOBRE UM PÉ para o trampolim; Ocorre uma ATERRISSAGEM SOBRE OS DOIS PÉS no trampolim; A ginasta executa um SALTO SOBRE OS DOIS PÉS para a execução do primeiro vôo (do trampolim para a mesa); Na chegada à mesa ocorre a ATERRISSAGEM SOBRE AS MÃOS; No momento da repulsão acontece o SALTO COM AS MÃOS; Finalmente temos a ATERRISSAGEM SOBRE OS DOIS PÉS na chegada ao colchão (segundo vôo). Observando o movimento Flic-flac para frente podemos observar que: O ginasta executa um SALTO SOBRE OS DOIS PÉS; No apoio no solo ocorre uma ATERRISSAGEM SOBRE AS MÃOS; No momento da repulsão acontece o SALTO COM AS MÃOS; Após a repulsão temos a ATERRISSAGEM SOBRE OS DOIS PÉS na chegada ao solo. 21 Após a execução completa do movimento também identificamos uma ROTAÇÃO de 360° no eixo transversal do corpo. SEGURANÇA NA GA Problemática das ajudas A GA é um dos esportes mais belos, porém também um dos mais difíceis de serem trabalhados. Issose deve ao grande número de aparelhos nos quais um ginasta tem de treinar, pelas imposições físico-motoras e pela complexidade dos movimentos, dos mais básicos aos mais avançados. Segundo Araújo (2002, p. 13) “Mas, mesmo esses elementos mais simples obrigam o cumprimento de vários pressupostos”, a saber: Motivação para a prática; Prática constante e ininterrupta da atividade ao longo de vários anos; Local para a prática bem equipado, com condições de segurança e agradável para o convívio; Professores preparados, motivados e conhecedores das técnicas da modalidade; Para o ensino das habilidades da GA é necessário que o treinador também desenvolva técnicas específicas de ajuda, de forma a garantir a integridade física do aluno e a sua evolução constante. O objetivo primordial da AJUDA é a prevenção de lesões, mas ela também visa à correção do gesto técnico, auxiliando o aluno no processo proprioceptivo. O auxílio tem de ser na medida certa, nem mais nem menos; auxiliar bem é ajudar no lugar certo, no momento exato e na intensidade necessária. Muita ajuda faz com que o aluno não se esforce em executar sozinho, pouca ajuda pode ocasionar falhas de execução ou até provocar lesões. 22 Características do bom ajudante: Ser conhecedor dos movimentos ensinados; Saber se posicionar em relação ao aluno e ao aparelho; Estar bem fisicamente para ser rápido na reação e preciso na intervenção; Estar sempre atento; Saber antecipar uma possível falhade execução, através do conhecimento das técnicas e das características pessoais do executante. A integridade física e psíquica do aluno se sobrepõe à preocupação com a precisão técnica. Proteger a si mesmo, evitando sobrecargas que poderão, ao longo do tempo, gerar lesões incapacitantes. Segundo Araújo (2002), podemos distinguir concretamente apenas três tipos de ajuda: a manipulação, a impulsão e a parada. Manipulação: quando o ajudante ou os ajudantes intervêm nos locais e momentos apropriados e conduzem o aluno pelas trajetórias e velocidades adequadas, de forma que o execute o elemento ou apenas parte do elemento, mas “dentro” do que se considera “boa técnica”. Trata-se de “pegar” no aluno e “fazer com ele” o movimento. Impulsão: quando se fornecem, ao aluno, pequenos ou maiores impulsos em fases importantes do elemento, sejam para lhe fornecer amplitude de movimentos, sejam para o posicionar em trajetória mais adequada, sejam para lhe dar ou manter velocidade, ritmo, fluidez ou continuidade de movimento, sejam ainda para lhe facilitar a obtenção de postura corporal ou seguimentar. Trata-se de impulsionar no momento fulcral do movimento. Parada: normalmente no final do elemento, a fim de facilitar a obtenção de posição equilibrada e estável do aluno. No entanto, freqüentemente, o ajudante intervém em outras fases dos movimentos, travando o aluno para lhe permitir diminuir a velocidade de execução, ou chegando mesmoa interromper completamente o 23 elemento quando se apercebe de que da sua continuidade pode ocorrer acidente. Trata-se de parar o aluno (ARAÚJO, CARLOS, 2002). Quase sempre, no ensino de uma habilidade, iniciamos com a ajuda por manipulação, passando pela impulsão e finalizando com a parada. O bom treinador deve saber em qual momento passar de uma para outra, através da observação constante da qualidade da execução e segurança do aluno. Muitos dos acidentes ocorridos na GA têm relação com a troca precoce ou escolha inadequada do tipo de ajuda utilizado. Acidentes na GA Como vimos, a ajuda, quando utilizada adequadamente, é um fator importante na prevenção de lesões na GA. Porém ela é apenas uma das formas de prevenir os acidentes, que podem ocorrer por várias causas. Segundo Nunomura (1998, p. 104) os acidentes na GA podem ter causas intrínsecas ou extrínsecas. Podemos destacar como causas intrínsecas: Fator psicológico (emoção; medo; falta ou excesso de confiança; dependência do professor); Fator biológico (fadiga; perda da ação reflexa; preparação física e/ou aquecimento inadequados; recuperação insuficiente; presença de distúrbios fisiológicos); Disciplina (falta de atenção e concentração; não obediência ao professor e às regras; utilização incorreta dos equipamentos). Temos como causas extrínsecas: Fator pedagógico (orientação inadequada no ensino das habilidades e na utilização dos equipamentos; ajuda inadequada);Instalações (piso; iluminação; altura do teto; espaço entre os equipamentos); Equipamentos (má conservação e/ou instalação). 24 Com cuidados simples, pode-se evitar a maior parte dos acidentes. Como forma de prevenção, podemos citar alguns cuidados: Com o aluno: manutenção da forma física e psicológica, exigir habilidades adequadas à idade e condição técnica do executante. Com o local de trabalho: manutenção constante dos equipamentos, disposição adequada no espaço físico, utilização de materiais de segurança (colchões auxiliares e outros), utilização correta dos colchões para as aterrissagens e com espaço suficiente para tal, atenção a objetos pontiagudos ou salientes próximo aos aparelhos ou no solo, etc. Com o professor: ajudar adequadamente as habilidades; manter-se fisicamente preparado para auxiliar os alunos; manter-se atento às condições do espaço físico, mantendo sempre seguro; observar as vestimentas e acessórios utilizados pelos alunos, não permitindo durante as aulas cabelos longos soltos ou a utilização de relógios, pulseiras, brincos grandes ou qualquer objeto que possa causar acidentes. Outras medidas de prevenção: Alongamento antes e após a prática da atividade; Trabalho preventivo de força; Desenvolvimento da consciência corporal; Dieta adequada para manter os níveis de energia; Trabalho conjunto com médicos e fisioterapeutas. Mesmo com todos os cuidados as lesões na GA, como em qualquer esporte, acabam ocorrendo. Segundo Nonumura(2002), as principais incidências de lesões na GA se relacionam a: Parte anatômica envolvida; Aos equipamentos; Aos níveis de habilidade Uso incorreto dos meios de proteção (aparelhos e ajuda manual); 25 Falta de aparelhos de proteção; Falta de concentração, resultante do trabalho exaustivo e repetitivo; Fragilidade do sistema músculo-esquelético em crianças, gerando fraturas por estresse. Hadjiev (1991) constatou que, em função da evolução do esporte nos últimos anos, outros fatores têm contribuído para o aumento da incidência de lesões: Queda da idade dos competidores; Precocidade do treinamento; Aumento do nível de dificuldade das habilidades; Aumento do número e duração das competições internacionais. Aumento da competitividade dos torneios; Aumento no volume de treinamentos. Outro dado importante em relação às lesões deve ser observado. De acordo com MacAuley et al.(1987) o aparelho com maior incidência de lesões na GA feminina é o solo, basicamente em função das aterrissagens. É nesse momento que ocorrem o maior número de lesões. O treinamento das aterrissagens é fundamental e também mais uma forma de prevenir lesões. O professor deve treiná-las em várias situações: em movimentos para frente, para trás, para os lados, em rotação nos diversos eixos do corpo, com variações nas alturas e em colchões com diferentes densidades. Dessa forma os alunos aprenderão a finalizar os movimentos de forma segura e consciente. É importantesalientar que, ao contrário do que prega o senso comum, a GA é um dos esportes mais seguros. Segundo Nunomura (1998 apud Alcazar, 1976), comparando-se várias modalidades esportivas concluiu-se que a GA ocupava o 7° lugar no número de lesões agudas. 26 Abaixo uma comparação entre algumas modalidades em relação aos números de lesões agudas por 1000 h de treino: Modalidade GA Número de lesões 1,15 Patinação artística 3,0 Voleibol 4,1 Handebol 8,3 Referências bibliográficas: ARAÚJO, Carlos. Manual de Ajudas em Ginástica. 1. ed. Canoas: Ulbra, 2003. 27 A PRÁTICA DA GINÁSTICA ARTÍSTICA - RELAÇÃO COM O DESENVOLVIMENTO NOS ASPECTOS MOTOR, COGNITIVO E AFETIVO-SOCIAL Conteúdo retirado do site Disciplinas Online da UNIP http://adm.online.unip.br/frmConsultaConteudo.aspx O que é Ginástica Artística? A G.A. pode ser entendida e subdividida em 2 grupos de atividade: 1. Ginástica Artística – atividade física 1.1 G.A. atividade física formativa 1.2 G.A. preparação física 1.3 G.A. ao alcance de todos 2. Ginástica Artística – esporte 2.1 Iniciação 2.2 Nível Intermediário 2.3 Alto Nível 1. Ginástica Artística- atividade física A partir dos movimentos naturais e espontâneos, os alunos obtêm recursos que permitem desenvolver com maior amplitude e dinâmica as ações motoras descritas por Leguet (1987). As principais ações são: os deslocamentos, saltos, giros no eixo longitudinal e transversal, equilíbrios, balanços em apoio esuspensão, passagem pelo apoio e suspensão invertida que devem ser coordenadas e enriquecidas progressivamente para se transformar nos elementos acrobáticos. Essa prática orientada permite a criança tomar consciência de suas possibilidades motoras e venha desenvolver suas aptidões, percebendo o quanto é capaz. O professor deve se utilizar método pedagógico seguro, levando a criança a se superar progressivamente. Hostal (1982) enfatiza a ideia de que a criança deve explorar o material colocado à sua disposição apoderando-se dele, adaptando o seu corpo, de modo a transformá-lo em um instrumento de sua própria habilidade, imaginando gestos e construindo desse modo formas de utilização como fonte de 28 criação. Constata-se a importância desse processo, em que a criança explora pouco a pouco o seu corpo e o espaço que a cerca. É preciso para tanto estimulá-la e não limitá-la a gestos e comportamentos inadequados, mas com a devida correção postural imprescindível durante a aprendizagem esportiva. A G.A. pode ser incluída e considerada importante no contexto educacional da criança levando-a a aquisição de um bom conhecimento sobre si mesma, domínio do mundo que a cerca, desde que a prática seja cuidadosamente planejada e elaborada, permitindo uma evolução a cada aula. “Nosso corpo nada mais é, na verdade”, que nosso modo de ser no mundo, é através dele que aprendemos” (HOSTAL, 1982). 1.1 Ginástica Artística – atividade física formativa A G.A. éuma atividade física de base formativa e educativa, que favorece uma diversidade de experiências motoras. Por meio de pesquisas realizadas a cerca do desenvolvimento motor da criança praticante de G.A., pode-se verificar um grande ganho motor como também a preparação de talentos a partir de uma proposta que apresenta evoluções significativas num espaço, com aparelhos diversificados específicos e adaptados. A G.A. aplicada como objetivo formativo deve visar proporcionar à criança iniciante a obtenção de uma cultura corporal levando-a a uma aprendizagem segura. O professor deve levar em consideração a importância da aquisição de experiências motoras oriundas das vivências que a G.A. pode oferecer, favorecendo o desenvolvimento futuro. Para tanto deve também estar atento com relação às fases do desenvolvimento e crescimento que as crianças se encontram, evitando que elas sejam submetidas a esforços além de suas possibilidades físicas e psíquicas. A prática da G.A. vem proporcionar o desenvolvimento das percepções, graças ao acúmulo de gestos e vivências motoras, tornando-os progressivamente significativos. Fazem parte desse aprimoramento os seguintes itens: A) Experiência em espaços físicos e situações que promovam o contato com aparelhos de diferentes formas; alturas, larguras e densidades, favorecendo situações 29 de apoio, suspensão, rotações nos eixos transversal, longitudinal e combinado, posições invertidas, aterrissagens de diferentesalturas através de saltos. B) Enriquecimento das percepções sensório-motoras específicas, aperfeiçoadas por meio das combinações de ações e repetições, através da elaboração e construção de movimentos diversificados dentro de um espaço que possibilite a relação entre o aluno e o meio, percebidos no decorrer da evolução de movimentos que se tornam complexos, mediante sucessivas introduções de novos gestos. C) Tomada de consciência progressiva dos movimentos, posicionamentos e deslocamentos do corpo através da coordenação das percepções, levando à aquisição e aprimoramento em função das características específicas da modalidade em face das necessidades técnicas. 1.2. Ginástica Artística – Preparação Física A G.A. possibilita o trabalho do corpo de forma global, desenvolvendo as capacidades físicas, em essencial a força estática, dinâmica e explosiva e aflexibilidade, além da coordenação motora, consciência corporal e noções do corpo no espaço. A prática da G.A. pode ser utilizada como parte da preparação física nas diversas modalidades esportivas proporcionando: - domínio do corpo e o autocontrole, através de aperfeiçoamento do esquema e de consciência corporal; - diversidade e variedade de movimentos e situações – orientação espaço/ tempo; - potencialização e desenvolvimento das capacidades físicas – educação do movimento; - harmonia no equilíbrio entre o máximo e o mínimo para a superação dos limites. A formação básica através da prática da G.A.permitirá aos seus praticantes a aquisição de um bom potencial acerca das habilidades e capacidades físicas , ampliando assim o repertório motor possibilitando a prática de diferentes modalidades esportivas. 30 1.3. Ginástica Artística ao alcance de todos Independentemente da faixa etária, sexo e nível de habilidade, a prática da G.A. como opção de atividade física promove uma grande satisfação pessoal, pois proporciona experiências motoras, cognitivas e sócio-afetivas por meio da utilização de materiais em situações diversificadas, possibilitando o enriquecimento da consciência corporal nas ações vivenciadas individualmente e em grupo. Ao evidenciar as principais características e contribuições. Ressalta-se a G.A. como uma atividade física que visa o bem estar dos praticantes, em suas experiências físicas e emocionais. A execução de elementos que compõem essa atividade; a busca das emoções através da realização desses elementos, que se tornam cada vez mais complexos e em condições variadas , é o que proporciona a superação, além de ser uma atividade que pode ser prazerosa pois lembram as estripulias da nossa infância. CONTRIBUIÇÃO DA G.A. NO DESENVOLVIMENTO *Domínio Motor • Desenvolvimento das capacidades físicas: • Flexibilidade • Mobilidade Articular • Força Estática, Dinâmica, Explosiva. • Velocidade • Potência (impulsos de braços e pernas). • Coordenação • Postura e tônus muscular 31*Domínio Cognitivo • Consciência Corporal. • Controle e coordenação neuromuscular. • Senso de orientação do corpo no espaço em diferentes posicionamentos. • Atenção. • Reflexão. • Concentração. *Domínio Psico- Afetivo Social • Percepção • Controle da emoção • Ousadia • Determinação • Autodomínio, autoconfiança • Espírito de luta, perseverança • Integração • Cooperação • Responsabilidade • Disciplina • Respeito 2. Ginástica Artística – Esporte “A G.A. é um esporte de arte e perfeição”. 32 A G.A. é um esporte olímpico em constante evolução que segue regras estabelecidas pelo Código Internacional de Pontuação da Federação Internacional de Ginástica (FIG), atualizado a cada ciclo olímpico de 4 anos. Para Fourdan (1995) a G.A. é uma atividade criada para ser apreciada e avaliada de acordo com as regras estabelecidas em um código determinado. Segundo Estapé et alii (1991), no âmbito das competições as regras são reconhecidas pelo Código Internacional de Pontuação da Federação Internacional de Ginástica (FIG) e elaboradas adaptações pelas Federações Nacionais e Estaduais. A GA esporte pode ser subdividida em níveis de aprendizado e aperfeiçoamento, cada qual com objetivos diferenciados, desde o esporte praticado nas escolas e escolas de esportes, até o alto nível. O esporte escolar, normalmente desenvolve-se através deatividades extracurriculares, objetivando a participação em competições especiais, seguindo regras estabelecidas pelas próprias escolas organizadoras, baseadas num trabalho fundamentado e estruturado pela Federação local. Para o esporte de nível intermediário, as Federações Estaduais e Nacionais, elaboram um programa adaptado visando a evolução e desenvolvimento, simplificando as exigências do Código Internacional vigente no ciclo, para as diferentes faixas etárias e nível de habilidade. O esporte de alto nível segue as regras estabelecidas pelo Código Internacional de Pontuação vigente no ciclo olímpico, com o objetivo de formar atletas visando a participação em Campeonatos. 2.1. Ginástica Artística - Iniciação Esportiva Essa etapa da aprendizagem é determinada pelo trabalho de base que deve ser estruturado através da elaboração de programas, onde a abordagem das particularidades dos elementos básicos da G.A. seja o fator essencial dentro do estudo das posições e seleção dos elementos chaves, com controle e correção postural. Um trabalho de base deverá proporcionar um aprendizado, visando a perfeição, e deve ser fundamentado e estruturado, dentro dos padrões ideais de execução técnica. 33 Incarbone (1990) afirma que a iniciação desportiva deve ser construída no período em que a criança inicia de forma específica, a prática de um ou mais esportes, dando continuidade à formação motora geral, devendo se adaptar às possibilidades de cada um, nãoimplicando apenas na competição regular, mas com fins educativos. É importante que a criança adquira o gosto pelo esporte para assim evoluir progressivamente. O aprimoramento dos detalhes vai depender da vontade e da maturação determinantes para um bom desempenho. Mesmo que a criança seja estimulada a competir, inicialmente o objetivo não deve ser medido apenas pelos resultados. Deve-se valorizar o processo ensino-aprendizagem. Como afirma Estapé (1991), a G.A. não deve ser praticada apenas como um fim e sim, como um meio ou instrumento de formação do aluno. Para Sérgio (1985), a competição deve proporcionar a oportunidade de encaminhar o aluno à sua própria superação, num movimento que conduz à paz consigo mesmo e com os outros. A competição nessa fase pode ser um referencial de auto avaliação, apresentando como objetivo a auto superação e a formação. A Federação Paulista de Ginástica (FPG), através dos Comitês Técnicos, desenvolve um programa elaborado com a finalidade de: • Difundir e incentivar a prática da G.A. como iniciação esportiva nas escolas, escolas de esportes, clubes, agremiações, centros educacionais, dentre outros. • Dar uma diretriz de base de apoio para os praticantes e profissionais • Conduzir a um trabalho preparatório e fundamentado, visando aprimorar a prática da modalidade. Esse programa é parte integrante do calendário nacional da FPG e elaborado com níveis progressivos de dificuldades, por meio de sériesobrigatórias como uma proposta que privilegie os aspectos qualitativos da atividade. Muitas das escolas pertencentes a rede pública e privada participam desse programa, oferecendo a prática da modalidade G.A. como atividade extracurricular, conseguindo com isso ampliar e introduzi-la como esporte para crianças e jovens adequando os treinamentos de acordo com o nível de habilidade e aprendizagem. 34 Todo esporte visa a competição, porém o ideal do esporte não deve ser apenas a formação de atletas campeões. A competição pode ser também um conteúdo educativo em todas as faixas etárias servindo como estímulos desafiadores. 2.2 Ginástica Artística – Nível Intermediário Essa etapa do treinamento é uma fase de transição com objetivos distintos por faixa etária e nível de desenvolvimento. Fazem parte desses objetivos os seguintes ítens: A- Preparar crianças e jovens que apresentam potencial dentro de um esquema de trabalho que as conduzam para um futuro, visando o alto nível. B- Oportunizar a participação de crianças e jovens em competições de acordo com o nível de habilidade. C- Direcionar a prática da modalidade utilizando regras adaptadas. D- Buscar embasamento para atingir altas performances e evoluir progressivamente no esporte. E- Aprimorar detalhes, lapidar técnicas e melhorar o desempenho. A Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) dispõe de um programa por categoria de idade subdividida em pré-infantil, infantil, juvenil e adulto,estabelecendo regras adaptadas, visando a preparação para o esporte de alto rendimento. As federações estaduais, cada qual, podem elaborar suas estratégias facilitando a participação de um maior número de ginastas. A Federação Paulista de Ginástica (FPG) em seu regulamento subdivide a categoria pré-infantil e infantil em níveis A, B e C; a categoria juvenil e adulta em A e B, sendo a categoria A, a oficial, seguindo as mesmas normas de exigências da C.B.G. e para as categorias B e C são realizadas as adaptações em progressão de dificuldade, possibilitando a diferenciação por nível de habilidade e evolução técnica por faixa etária. Outro programa idealizado pela FPG é a subdivisão em níveis iniciante, aspirante, intermediário, avançado e experiente, proporcionando a progressão, independentemente da faixa etária. 35 2.3. Ginástica Artística – Esporte de Alto Nível A G.A. é um esporte olímpico que se caracteriza pela apresentação precisa de altas performances de dificuldade dos elementos nas provas oficiais. Para a precisão da execução técnica é imprescindível que a ginástica de elite siga as estratégias de um planejamento bem estruturado, desde o seu trabalho de base e evolua cumprindo o objetivo que demanda o esporte no que concerne à perfeição dos elementos, cada vez mais complexos, inseridos no Código Internacional de Pontuação da Federação Internacional de Ginástica (FIG). No alto nível deve ser observada essencialmente a performance naexecução técnica e postural dos elementos que envolvem coordenação de rotações simples ou múltiplas em torno dos eixos corporais, com finalizações estáveis e controladas. São quatro as provas oficiais no setor feminino: salto, barras paralelas assimétricas, trave de equilíbrio e solo. São seis as provas oficiais no setor masculino: solo, cavalo com alças, argolas, salto, barras paralelas simétricas e barra fixa. CONCEITO DA GINÁSTICA ARTÍSTICA 1. Domínio do corpo em situações inabituais, em diferentes alturas, velocidades e deslocamentos, com diversificadas experiências motoras e cognitivas – CARRASCO,1982. 2. Desporto em que se utiliza aparelhos fixos e móveis como solo, cavalo com alças, argolas, paralelas simétricas e assimétricas, barra fixa e trave de equilíbrio, onde se executam elementos e movimentos de acordo com a característica e exigências específicas de cada prova, com o fim de competitivo e avaliação do desempenho do ginasta de acordo com regras pré-estabelecidas, com critérios de exigências de dificuldade, combinação e qualidade de execução. A IMPORTÂNCIA DA GINÁSTICA ARTÍSTICA “O fator essencial do desenvolvimento da criança reside na experiência física”PIAGET. 36 A Ginástica Artística proporciona esta experiência através da utilização de materiais diversificados, diferentes situações o que possibilita o sentido das sensações. A Ginástica nos fornece situações de desafios e estímulos diversos: •ENFRENTAR • CONQUISTAR • AUTOAFIRMAÇÃO • SENSO DE RESPONSABILIDADE Enfrentar progressivamente a partir de situações simples para situações cada vez mais complexas. Lutar para vencer a dificuldade do problema proposto. Superar e sentir o prazer da vitória. Experiências através da conquista do conhecimento motor sensitivo e cognitivo – formação da personalidade. O aprendizado precoce do reconhecimento do mundo físico da Ginástica Artística favorece as aquisições posteriores e um domínio maior do comportamento futuro. GINÁSTICA ARTÍSTICA E O DESENVOLVIMENTO – HOSTAL, 1982 Contribuição da Ginástica Artística na Formação: 1. Esquema e Consciência Corporal - Adaptação em diferentes espaços: horizontal, vertical, alturas, velocidades. - Busca de equilíbrio em situações inabituais ( suspensão, apoio livre no ar em posições invertidas e em rotações). - Coordenação motora (solicitação da ação simultânea de braços e pernas) - Postura 2. Desenvolvimento no plano afetivo (psicológico): 37 -. a adaptação ao não familiar: posições invertidas, rotações, apoio e suspensão. -. a vontade de ser bem sucedido, controle das emoções, aceitar e mostrar-se. -. o enfrentar as mais diversificadas situações que a G.A. propicia, diminuindo os temores das situações que apresentam riscos calculados Possibilitam o desenvolvimento da: -. Coragem, ousadia. -. Autoafirmação, autodomínio e autoconfiança. -. Espírito de luta e perseverança. 3.Desenvolvimento no plano motor (físico) – executar as ações propostas: -. Tônus muscular – postura -. Melhoria das capacidades físicas: - Flexibilidade - Mobilidade articular. - Força estática, dinâmica e explosiva. - Potência, velocidade, impulsão dos braços e pernas. . Controle e coordenação em diversas posições. . Senso de orientação espacial em diferentes posicionamentos 4. Plano cognitivo (mental): - Entender, tomar consciência, conhecer-se, saber reconhecer as exigências de situações diversificadas, decidir. - Atenção e reflexão - Planificação - Concentração - Raciocínio e percepção 38 - Imaginação e antecipação - Memorização 5. Plano Social – relação Criança X Criança X Professor: A participação, a divisão de tarefas, o relacionamento possibilitam a sociabilização desenvolvendo responsabilidade, iniciativa, disciplina, respeito, cooperação, auxílio mútuo e espírito crítico. A GINÁSTICA ARTÍSTICA PROPORCIONA: O domínio do corpo e o autocontrole, através do aperfeiçoamento do esquema e consciência corporal. Diversificação e variedade de movimentos e situações. Orientação Espaço-Temporal. Potencialização e desenvolvimento das capacidades físicas – Educação do Movimento. Interpretação do movimento – técnica e biótipo Técnica e execução – postura Arte e técnica – dificuldade X execução Harmonia – equilíbrio entre o máximo e o mínimo Superar-se APRENDIZAGEM DA GINÁSTICA ARTÍSTICA - CHAUTEMPS O aprendizado na ginástica Artística éprecoce com o objetivo de procurar sensações, através de variados movimentos, possibilitando ao praticante novas e diversificadas experiências – CARRASCO,1982. CHAUTEMPS subdivide as etapas de aprendizagem em Ginástica Artística em: Familiarização Iniciação Aperfeiçoamento. 39 Familiarização: Adaptar-se aos aparelhos empunhaduras e posicionamentos: Apoio e suspensão Posições invertidas e rotações no eixo transversal e longitudinal Conhecimento dos aparelhos Execução dos movimentos simples de forma dirigida – Trabalho pedagógico Estímulo de diferentes posições e manuseios Exercícios de curta duração Exercícios repetidos – melhoria das sensações Meios: Determinação do percurso da disposição dos aparelhos, de acordo com o número de alunos e a dimensão da sala (instalação e materiais). 2. Iniciação: Abordagem de assuntos novos – ação de dar informações desconhecidas. Ensino – Aprendizagem de exercícios pré- determinados: a) Estudo das posições b) Estudo dos exercícios chaves (básicas) Processo Ensino – Aprendizagem na Ginástica Artística 2.1.1 – Essência do processo e os fatores determinantes: a) particularidades dos exercícios b) capacidade dos alunos c) o conhecimento do professor 40 d) otimização do momento de aprender e) orientação do processo de ensino: informação, operação, controle e correção 2.1.2 – Estrutura do processo de Ensino-Aprendizagem em Etapas: a) Etapas do período preparatório do trabalho. Objetivos:Preparação teórico-metodológica Determinação dos objetivos do ensino Investigação das estruturas motoras e da técnica dos exercícios Processos pedagógicos-didáticos Elaboração do programa individual, em grupo do ensino do exercício b) Etapas do período básico: Objetivos: preparação física e técnica básica para o estabelecimento inicial do hábito motor com trabalho postural Avaliação do nível de preparação do aluno Preparação motora preliminar – estudo dos elementos em fases 3. Aperfeiçoamento: Etapas do período final de ensino. Objetivos: Fortalecimento e aperfeiçoamento dos hábitos motores. Estabilização do hábito e aperfeiçoamento da técnica do exercício (execução técnica eficaz e elegante). Execução do exercício em combinações Continuação do aperfeiçoamento através da execução da técnica correta, levando-se em conta fatores como a capacidade física através da força, flexibilidade, coordenação, ritmo e equilíbrio. 41 Métodos de Ensino: 1. Explicação Verbal: Período curto de explanação Objetivo – despertar atenção e interesse 2. Demonstração: Substituir comentários Objetivo – situar a atenção no plano visual; analisar e corrigir. 3. Tentativa de Execução Completa: O professor avalia as capacidades dos alunos, dependendo das experiências anteriores, das exigências técnicas, da capacidade física, da audácia e coragem. 4. Subdivisão em fases: Analisar as fases mais importantes e valorizá-las em busca da melhor execução técnica dentrodos padrões de cada elemento , explorar as capacidades físicas :força, manutenção da contração-sustentação, flexibilidade e posicionamentos. 5. Processos Pedagógicos: Utilizar meios através de materiais auxiliares e de proteção como colchões de diferentes tamanhos, espessuras e densidade, fosso e outros recursos que facilitam o ensino- aprendizagem dos elementos da Ginástica Artística nas diferentes fases do aprendizado e aperfeiçoamento. 6. Repetição: Praticar e treinar Estimular a perseverança Objetivo – melhorar a execução técnica, criando novas sensações e explorar a preparação física, eliminando as deficiências de condicionamento físico, possibilitando a melhoria da resistência, técnica e postura. 42 Execução do máximo de elementos com um mínimo de tempo e esforço. Aquisição do automatismo Referências Bibliográficas Leguet, J. (1987). As ações motoras em ginástica desportiva. São Paulo: Editora Manole. Russell, K. & Kinsman, T. (1986). Coaching Certification Manual – Level 1 – Introductory Gymnastics. Ontario: Gymnastique Canada Gymnastics. Russell, K.; Schembri, G. & Kinsman, T. (1994). Up and Down all around: gymnastics lesson plans. Ontario: Ruschkin Publishing. Schembri, G. (1983). Introductory Gymnastics. Victoria: Australian Gymnastics Federation. Nunomura, M; Nista-Piccolo, V. (2008). Compreendendo a Ginástica Artística. São Paulo: Editora Phorte 43 NOÇÕES BÁSICAS DE ARBITRAGEM E COMPOSIÇÃO DE SÉRIES Em umacompetição de GA as equipes se apresentam de forma simultânea nos diversos aparelhos. Enquanto uma equipe se apresenta no solo, outras estão no salto, nas paralelas, etc. Existe uma sequência a seguir, chamada ordem olímpica. Dessa forma, uma equipe feminina que se apresenta no salto, por exemplo, seguirá para as paralelas assim que todas as suas atletas já houverem competido e após a autorização para o rodízio, sendo que todas as entidades “rodam” simultaneamente. A ordem olímpica é a seguinte: Feminino: salto sobre a mesa, barras paralelas assimétricas, exercícios de solo. Masculino: exercícios de solo, cavalo com alças, argolas, salto sobre a mesa, barras paralelas simétricas e barra fixa. Exemplo de ordem de apresentação de um grupo em competição do setor feminino: Rotações Salto Paralelas Trave Solo 1° rodízio Brasil Rússia China USA 2° rodízio USA Brasil Rússia China 3° rodízio China USA Brasil Rússia 4° rodízio Rússia China USA Brasil Composição de uma Equipe Apesar da GA ser considerada uma modalidade individual, nas competições há competição de equipe. Uma equipe completa de GA oficialmente é composta por 06 ginastas, mas um grupo de 04 atletas ainda é considerado uma equipe, tanto no setor masculino quanto no feminino. Esse número variável se deve às regras da modalidade, como veremos mais adiante. Contudo esse número pode variar, pois alguns competições possuem regrasadaptadas à realidade local. Programa Oficial De Competições De Ginástica Artística. Uma competição oficial de GA (Jogos Olímpicos, Campeonatos Mundiais e Campeonatos Continentais) é subdividida em 04 competições: 44 • Competição I – Competição Classificatória. Tem por objetivo definir os 08 países (ou clubes, etc) classificados para a final por equipes (CIV), os 24 melhores ginastas na soma dos aparelhos, que farão a final individual geral (CII) e os oito melhores ginastas de cada aparelho, que farão a final por aparelho (CIII), além da classificação por equipes a partir do 9º lugar e dos ginastas a partir do 25º lugar. Na CI o treinador escolhe 05 ginastas para competir em cada aparelho. Após todos terem competido as notas são somadas, sendo que a menor nota obtida é descartada, totalizando-se assim o total da equipe no aparelho. Ao final da competição os totais da equipe em cada aparelho são somados para se obter o total de pontos que determinarão a sua classificação. Exemplo de súmula da CI: Equipe_______________________ data e local:______________________/______/______ Nome do ginasta Salto Paralela Trave Solo total Maria 14,200 14,250 15,025 11,900* 55,375 Joana 14,850 ----- 14,625 13,675 43,150 Alice 13,975 14,375 14,275* 14,125 56,750 Cleide ---- 15,675 14,875 ---- 30,550 Luana 14,975 13,625* 15,175 12,000 55,775 Raquel 13,200*16,325 ---- 13,000 42,525 58,000 60,625 59,700 52,800 231,125 * Notas descartadas para soma no aparelho. Para soma individual geral as notas serão computadas. • Competição II – Competição Final Individual Geral. Participam os 24 melhores ginastas classificados na CI, sendo permitida a participação de 45 até dois ginastas por país ou entidade. Os atletas competem em todos os aparelhos, sendo suas notas somadas ao final da competição. Os ginastas com maior total de pontos na somatória de todos os aparelhos são os vencedores. • Competição III – Competição Final por Aparelhos. São classificados para essa prova os 08 melhores ginastas em cada aparelho a partir dos resultados da CI, sendo permitida a participação de, no máximo, dois atletas por país ou entidade. Ao final da competição premiasse os melhores em cada aparelho. • Competição IV – Competição Final por Equipes. Participam as 08 equipes que obtiveram as maiores pontuações na CI. O treinador deverá selecionar 03 ginastas entre os seis da equipe para competir em cada aparelho, sendo que não há nota de descarte. Todas as notas obtidas entram na totalização dos pontos da equipe. Exemplo de súmula da CIV: Equipe_______________________ data e local: _____________________/______/______ Nome do ginasta Salto Paralela Trave Solo Maria 14,200 ----- 15,025 ---- Joana 14,850 ----- ---- 13,675 Alice ----14,375 ---- 14,125 Cleide ---- 15,675 14,875 ---- Luana 14,975 ---- 15,175 ----- Raquel ---- 16,325 ---- 13,000 44,025 46,375 45,075 40,800 total 176,275 46 Critérios Para Premiação Na GA são assim distribuídas as medalhas: • Competição Final Individual Geral ou CII – medalhas para os três primeiros (ouro prata e bronze) nos setor masculino e feminino. • Competição Final por Aparelhos ou CIII – medalhas para os três primeiros em cada aparelho nos setores masculino e feminino. • Competição Final por Equipes ou CIV – medalhas para as três melhores equipes classificadas no setor masculino e feminino. ARBITRAGEM Júri de Aparelho (Painéis De Árbitros) A estrutura do Júri de Aparelhos para as competições oficiais é a seguinte: 02 árbitros do painel D – determinam a dificuldade da série, somando pontos; 06 árbitros do painel E – determinam as falhas de execução, tirando pontos. Os árbitros são auxiliados pelos assistentes (cronometristas e árbitros de linha) e secretário(a)s com Brevê internacional. Componentes da Avaliação As responsabilidades pela avaliação são distribuídas entre os Painéis D e E, segundo descrito a seguir. Nota-D (dificuldade ou conteúdo da série) Funções do Painel D - Os árbitros do Painel D são designados ou sorteados pelo Comitê Técnico/FIG. - A1 (árbitro 01) atua como Responsável assistente e é o coordenador do Painel D. -Os dois árbitros do Painel D registram o conteúdo total dos exercícios em símbolos, avaliam independentemente, sem parcialidade e depois em conjunto determinam o valor de partida do exercício (VP). É permitida discussão entre A1 e A2. - A2 entra com o Valor de Partida no computador. 47 - Em caso de desacordo entre A1 e A2 devem solicitar o conselho do membro do CT (Responsável). - São responsáveis pelo Valor de Partida (em décimos, ex.: 9.60) que deve ser lançado no computador o mais rápido possível. Ao valor de partida pertencem: - Todos os elementos de dificuldade (A, B, C...); - Valor de ligações de elementos (quando for o caso); - Deduções por: Falta de Exigências especiais (05 em cada aparelho, com valor de 0,50 cada). Omissão de saída ou saída não permitida. - Nota “0” por execução de um salto inválido. - Ao terminar a competição devem entregar os formulários detalhando as violações e questões duvidosas com o número e nome da ginasta. - Depois da competição devem fazer uma avaliação completa baseadas nas análises dos vídeos, sob a supervisão e colaboração do CT, em particular da Responsável pelo Aparelho. - Entregar este relatório o mais rápido possível, não mais de um mês depois de finalizada a competição. - Devem deixar disponíveis as anotações em símbolos durante as consultas. A1 A2 Calcula o valor de partida com A2, e atua como Calcula o valor de partida com A1responsável, coordenando o trabalho do Painel D. A Nota-D nas Paralelas, Trave e Solo incluem: Valor de Dificuldade: Os 07 elementos de maior dificuldade, mais a saída, totalizando 08 elementos. Os valores dos elementos estão baseados no grau de dificuldade para realização dos mesmos e estão assim classificados • A- = 0.10 P. • B- = 0.20 P. • C- = 0.30 P. 48 • D- = 0.40 P. • E- = 0.50 P. • F- = 0.60 P. • G- = 0.70 P. Exigências de Grupos de Elementos: 05 de 0.50 P. cada = 2,50 pontos Nota E – execução – valor fixo de 10.00 pontos Funções do Painel E - O Painel E é sorteado sob a responsabilidade do CT de acordo com o Regulamento Técnico 7.10 - Devem observar os exercícios atentamente e avaliar corretamente as falhas com suas deduções correspondentes, independentemente e com imparcialidade. - Devem registrar as deduções por: Falhas gerais Falhas de composição específicas do aparelho Falhas de execução específicas do aparelho Ajuda durante o Salto, exercício e ou saída (Paralela Trave e Solo). Falhas de apresentação artística (Trave e Solo). - Os árbitros trabalham com um total de deduções de cinco centésimos (Ex.: 0,55 p.) - Devem preencher a papeleta rápida e claramente, assinar de forma legível e imediatamente lançar as suas deduções no computador com exatidão. As deduções deverão entrar no computador separadamente: Soma das deduções por falhas gerais, falhasespecíficas e ajuda, etc. Soma das falhas por Apresentação Artística (Trave e Solo) - Devem ter à disposição o registro pessoal por escrito de suas avaliações em todos os exercícios. - Se for utilizado um sistema de computação manual, devem controlar que os estafetas levem imediatamente suas papeletas. - Se o sistema de computação for manual, as seis notas do Painel E devem ser mostradas simultaneamente. 49 A ginasta pode receber uma nota de 10.00 pontos pela perfeição na execução, composição, combinação e apresentação artística. A nota E inclui as deduções por falhas de: Execução • Composição • Apresentação Artística As deduções por falhas estão descritas na Tabela Geral de Falhas e Deduções (Artigo 6), Artigos Específicos dos Aparelhos 8-11 e Técnica (Artigo 7). Cálculo das Notas - Os árbitros são obrigados durante seu trabalho a seguir as regras do Código de Pontuação, artigos 5-11, de uma maneira imparcial e consciente, caso contrário, o CT/FIG e ou o Júri de competição poderá sancioná-las segundo o Regulamento de recompensas, sanções e apelações para árbitros FIG*. - * Ver apêndice IV-5. - Na avaliação dos exercícios, os árbitros trabalham com um total de deduções de cinco centésimos (ex.: 0.55 p.). Preenchem a papeleta e lançam as deduções no computador, depois que o valor de partida tenha sido determinado e mostrado pelo Júri D. - As seis notas dos árbitros são a base para o cálculo daNota. A dedução mais Alta e a dedução mais Baixa são eliminadas, as 04 deduções intermediárias são somadas e divididas pôr quatro = Nota do Painel E. Cálculo da Nota Final Nota D + Nota E* = Nota Final Exemplo: Após a finalização de sua série o ginasta aguarda a sua nota, que é assim construída: Os dois árbitros do Painel D analisam conjuntamente a série e definem a nota, de acordo com o que o atleta apresentou. 50 Dificuldade (exemplo) - 04 C, 02 D, 02 E +3,00P. Grupos de Elementos (5 x 0.50 P.) +2,50P. Valor de Ligação (bonificação por ligações difíceis) + 0,60P. Nota D 6,10 P. Simultaneamente, os seis árbitros do Painel E farão os descontos relativos às falhas apresentadas pelo ginasta no decorrer de sua série a partir de um valor fixo de 10,00. No exemplo abaixo o árbitro 01 anotou 1,10 pontos a serem debitados do atleta ao final de sua prova; descontando-se esse valor de 10,00 p. a nota desse árbitro foi 8,90 p. O mesmo processo é realizado pelos demais árbitros. Árbitro 01 Árbitro 02 Árbitro 03 Árbitro 04 Árbitro 05 Árbitro 06 8,90 (cortada) 9,10 8,90 9,00 9,00 9,20 (cortada) A Nota E é calculada através da média das quatro (4) notas intermediárias dentre as seis (6) notas (corta-se a maior e a menos nota). Nota E – 9,10 + 8,90 + 9,00 + 9,00 / 4 = 9.00 P Nota do atleta: (nota D) 6,10 + (nota E) 9,00 = (nota final) 15.10 pontos.
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