Apostila de Fabricação de Instrumentos MusicaisInstituto do Bambu Grupo Bambuzal Carlos Melo O BAMBUZAL - ONDE TUDO COMEÇA Foto 1 – Bambuzal em Alagoas Existem mais de mil espécies de bambu, espalhadas por quase todos os continentes da terra. Seu potencial é conhecido principalmente no continente asiático, onde inúmeras formas de utilizálo vem sendo desenvolvidas conforme a tecnologia disponível, desde a idade da pedra lascada até os dias de hoje, quando a laminação tem aberto novas utilizações para o bambu. Em Alagoas o bambu mais comum é o Bambuza vulgaris, muito utilizado no Brasil para fazer papel como o de sacos de cimento. O Bambu é uma planta da família das gramíneas, que se presta para fabricar uma infinidade de produtos, desde colheres e utensílios de cozinha até habitações, passando por móveis, artesanato, etc.. Nossa apostila está voltada para a fabricação de Instrumentos Musicais utilizando o bambu como matéria prima. Este processo começa com a escolha de bambus maduros e cortados de forma adequada. Dentre as muitas qualidades do bambu uma é muito atraente, pois em comparação com a madeira seu crescimento é de impressionar. Enquanto a madeira demora entre 10 e 30 anos para ser cortada, dependendo da espécie, no bambu essa média é de 3 a 5 anos, e em muitos casos vem a substituir com grandes vantagens o uso da madeira, o que o torna um material economicamente viável e ecologicamente correto. Lembre-se de EVITAR A DEPREDAÇÃO ao retirar material da touceira. Sua forma já é uma caixa acústica, o que abre muitas possibilidades para a construção de instrumentos musicais, além de ser muito leve. O processo de tratamento é ferver por duas ou três vezes o broto. Estes dois são os mais freqüentes. como o cupim. aquele já perdeu as bainhas e os pêlos em volta do nó. O Bambu na esquerda da foto está “maduro” e pronto para ser cortado. em relação ao da direita. porém o tratamento feito com cuidado resolve o problema. trocando a água. Observamos também que sua cor é mais escura. e após esse procedimento utilizá-lo como ingrediente culinário. Depois de cortado deixa-se secar à sombra para que parte de sua umidade e amido saia através da evaporação nas folhas. pois estes acabam prejudicando a touceira. onde se deve observar a forma de cortar o colmo para não deixar os tocos em forma de copos. . Notamos que. porém outros que normalmente atacam madeira também atacam o bambu. Lá existe uma grande variedade de pratos que utiliza o broto do bambu. Pode-se aplicar um tratamento preservativo contra insetos logo a seguir da secagem ou após o instrumento pronto. principalmente no Oriente. Começa no bambuzal. Foto 3 – Bambu maduro a esquerda O INSETO QUE MAIS ATACA O BAMBU A “BROCA” é o inseto que mais ataca o bambu. Foto 2 – Broto de Bambu O BAMBU MADURO A escolha do bambu para ser trabalhado seja como artesanato ou como instrumentos é de extrema importância para um bom resultado.O BAMBU COMO ALIMENTO HUMANO Seu broto até os trinta dias é utilizado como fonte de alimentação humana. como um Violão da Yamaha e de alguns Luthiers (quem constrói instrumentos). IDEOFONES .O som é produzido pela vibração de cordas. facilitando a construção da flauta. Atualmente alguns instrumentos industrializados são produzidos. ELETROFONES . CORDOFONES . seja percutida ou fissionada. feitas com um Bambu cujos entrenós são mais longos. principalmente nos continentes africano e asiático. Embora tenha muitos nomes populares esse bambu é mais conhecido como “Taboca”. onde muitos instrumentos tradicionais milenares são feitos com esse material. Dentre os mais conhecido Instrumentos de Bambu temos as Flautas. Baterias que algumas fábricas produzem . é o caso do BAMBU. MEMBRANOFONE – O som é produzido pela vibração de uma membrana. CLASSIFICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS • • • • • AEROFONES . entre elas as da Região da Cordilheira dos Andes conhecidas como Soponhas ou Flautas de Pan.O som é produzido pela vibração do ar.. INSTRUMENTOS MUSICAIS DE BAMBU O Bambu é muito utilizado na fabricação de Instrumentos Musicais. muito populares principalmente no Sertão Nordestino. etc. No Brasil existem as Flautas de Pífanos. ..O som é produzido pela vibração de altofalantes.O som é produzido pela vibração do corpo do próprio instrumento.Foto 04 – Dinoderus Minutus TRATANDO O BAMBU CONTRA INSETOS O Tratamento recomendado pelo Instituto do Bambu é ferver o bambu com água sanitária ou soda cáustica até que ele começe a mudar de cor (isso se faz utilizando-se tonéis de metal cortados ao meio colocados em um suporte) ou aplicar inseticidas recomendados. Já era usado pelos negros africanos e indígenas brasileiros e hoje acompanha muitas danças populares do Brasil. utilizados pelas Escolas de Samba. porém em mãos de descuidados qualquer ferramenta é “perigosíssima”. e NUNCA DEIXAR A MÃO NA LINHA DE CORTE DA FERRAMENTA. muita atenção e concentração no trabalho. • USE SEMPRE ÓCULOS DE PROTEÇÃO. • LEMBRE-SE SEMPRE QUE SEU TRABALHO É IMPORTANTE PARA VOCÊ E SEUS ENTES QUERIDOS. NOSSO CURSO SE COMPÕE DE UMA SÉRIE DE QUATRO INSTRUMENTOS SEGUINDO UMA METODOLOGIA GRADATIVA DE COMO TRABALHAR COM BAMBU. Nas mãos de um artesão atento e cuidadoso nenhuma ferramenta é perigosa. Então como regra geral temos que observar: SEMPRE SEGURAR FIRMEMENTE A FERRAMENTA. A PEÇA A SER TRABALHADA DEVE ESTAR MUITO BEM PRESA. que são friccionados com uma haste de madeira. sendo muito conhecidos os de metal com uma corneta e duas ou três molas esticadas. desde que manuseada sem seguir rigorosamente as “NORMAS DE SEGURANÇA”. TÉCNICAS APLICADAS NA PRÁTICA PERMITEM A VOCÊ ALUNO FAZER . • USE SEMPRE LUVAS QUANDO ESTIVER TRABALHANDO COM MÁQUINAS.ALÉM DE INSTRUMENTOS. • PRESTE ATENÇÃO ONDE PISA. Possui vários nomes: na Bahia. • ANTES DE USAR QUALQUER MÁQUINA. É mais conhecido como um pedaço de madeira ou bambu com sulcos transversais. VEJA BEM SE ESTÁ FUNCIONANDO CORRETAMENTE.. casaca no Espírito Santo e catacá ou caracaxá no Amazonas. VÁRIOS OUTROS OBJETOS COM BAMBU. rumba. muito usado em ritmos como salsa. POIS É DELE QUE VEM SEU SUSTENTO. . PRIMEIRO INSTRUMENTO O RECO-RECO (Ganzá) Reco-reco ou ganzá é um instrumento de percussão que produz um som provocado por atrito. Na América Latina Espanhola é conhecido como Guiuro. bolero. ect. • PRENDA BEM O MATERIAL A SER TRABALHADO AO USAR MÁQUINAS. ganzá.O TRABALHO COM FERRAMENTAS Toda ferramenta é potencialmente perigosa. Na foto ao lado algumas ferramentas manuais para este passo. Devemos tomar muito cuidado ao prender o bambu. De apertamos muito. Depois de escolhido se lava com água e escova. pois qualquer descuido pode significar perda de trabalho. Foto 4 – Escolha do bambu É melhor prendê-lo utilizando uma borracha para que o torno não marque o futuro instrumento. sentindo a pressão suficiente para fixar bem a peça. lembrando que não podemos apertar demais. embora seja muito resistente em alguns aspectos. O mesmo deve estar seco (com mais de quarenta e cinco dias de secagem) não estar rachado e preferencialmente um de aparência agradável. então toda atenção neste momento. pois. Foto 5 – Prendendo o Bambu . é muito frágil quando o prendemos em tornos de mesa como o da foto.Foto 03 – Material e ferramentas Um dos passos mais importantes na construção dos instrumentos é a escolha do bambu. este racha. Serrar o bambu com serrote requer muito cuidado e atenção. Foto 6 – Utilizando o serrote Utilizamos o arco de serra porquê possui dentes menores que o serrote. Foto 7 –Utilizando o arco e serra Fazemos as marcações para que os “sulcos” fiquem uniformes e com um visual padronizado. então é mais fácil serrar o bambu sem que ocorram aquelas lascas. Foto 9 – Fazendo os sulcos com ferro em canto (goiva em V) . como na Foto 07. Foto 8 – Fazendo as marcações . pois sua afiação requer muito tempo. Usando um “ferro em canto” entalhamos os sulcos no bambu. Esse tipo de ferramenta merece muito cuidado. Um bom artesão sabe da importância de se manter as ferramentas em boas condições para o trabalho. e a partir daí deixamos para finalizar com a serra e arco. O serrote pode também ser utilizado para “adiantar” o corte. pois a sua fibra é muito longa e muito fácil de lascar. Usamos uma esmerilhadeira. Foto 11 – Reco-Reco Pronto . para fazer os sulcos no instrumento. e prestar muita atenção. Foto 10 – Esmerilhadeira Com o instrumento já pronto damos acabamento. Nessa fase final a paciência é muito importante pois isso é um grande fator de valor agregado. usar com o dedo no botão liga/desliga. Lembre-se sempre de não travar a ferramenta. lixando ou polindo o mesmo. O acabamento pode melhorar um trabalho razoável. com disco de desbaste. como também pode “matar” um bom trabalho. Muito apreciado como instrumento de “efeito”. Por uma questão de praticidade utilizamos palitos de dentes. evitando o uso de madeiras quase extintas. Lembre-se sempre que um bom produto requer paciência e dedicação e. o pau-de-chuva também exerce uma grande atração nas pessoas comuns pelo seu som característico e relaxante. Para construí-lo utilizamos o bambu e palitos feitos com bambu ou mesmo palitos de dentes que. um bom acabamento. goiva comum. Peru. Isto valoriza muito a peça. Tenha certeza que a recompensa virá. estão padronizados. canivete. É ideal para ser construído com bambu. de bambu. Bolívia e Brasil. Fototo12 – Outros Modelos SEGUNDO INSTRUMENTO O PAU-DE-CHUVA Esse instrumento é muito comum nas culturas Indígenas Brasileiras. o que adianta muito o trabalho. além de serem muito baratos. e é originário da América do Sul.São muitas as formas possíveis de se fabricar recorecos. alicate de corte. Ferramentas usadas: furadeira. leva muito tempo. tente uma diferente. pois fazer estes. goiva com cabo de vassoura. em forma de reconhecimento e remuneração financeira. Foto 13 – Ferramentas . sobretudo. com cabo de vassoura para conseguir retirar a parte interna dos nós. Só retiramos três nós. três entrenós. Foto 14 – Tirando os Nos Passamos uma fita crepe em volta do bambu seguindo uma espiral. Foto 15 – Marcando os furos Foto 16 – Fazendo os furos dos palitos . Usamos uma broca do mesmo diâmetro dos palitos. Usamos um pedaço de bambu com quatro nós. deixando o “de baixo” fechado. e para facilitar utilizamos um “gabarito”. e tomamos cuidado para não furar o lado oposto. sempre seguindo a mesma distância. depois marcamos com o lápis.Temos que usar uma goiva. para que fique um espaço vazio entre a ponta do palito e a parede do bambu. ou seja. Por exemplo: colocando arroz teremos um som mais delicado do que se colocarmos miçangas de plástico.Os palitos não se encostam à parede oposta aos furos do bambu. por onde vamos colocar as sementes (ou outro material) que vão fazer o efeito. Foto 19 – Colocando as Sementes Devemos tomar muito cuidado na hora de travar a tampa pois se o furo ultrapassar o nó ficara um acabamento muito feio. isso pode ser aplicado aos instrumentos. Foto 18 – Fazendo a tampa do pau-de-chuva Conforme o tipo do material colocado no interior do bambu temos um tipo de som diferente. Foto 21 – O pau-de-chuva pronto . ficando um espaço entre a ponta do palito e o bambu. Isso agrega mais valor ao produto. Foto 20 – Travando a tampa Depois de fecharmos o instrumento. Foto 17 –.Os palitos colocados Fazemos um nó de bambu encaixar na extremidade aberta. quando inclinarmos o instrumento. podemos fazer uma decoração. Lembre-se que a Identidade Cultural de um povo é sempre muito valorizada quando usada como ornamentação em artesanato. TERCEIRO INSTRUMENTO O DJEMBE Este é um Milenar Instrumento Africano. Foto 22 – Material Usamos uma fita métrica para dividir quantos serão os cortes feitos no bambu com a serra circular portátil . Relembrando que um bom produto começa com um bom material. assim alcançando a parte interna dos nós. Esse instrumento tem a particularidade de dar três sons diferencias: Agudo. Está hoje em moda na Europa. Foto 23 – Fazendo as Marcações Para tirar o nó do bambu usamos uma goiva adaptada a um cabo de vassoura. Tome cuidado para que a ponta da goiva não bata nos chão. onde existem clubes no qual pessoas e famílias se juntam para tocar esse instrumento. escolha bem o bambu. No Brasil foi introduzido há pouco tempo. Foto 23 – Abrindo o Nó do bambu . construído com uma árvore chamada Dejem e pele de Cabra. Portanto Djembe é a junção das palavras árvore+cabra. e a cada dia cresce o número de entusiasmados pelo Djembe. que faz dele um instrumento muito versátil. Médio e Grave. pois isso evita que o bambu rache. pois isto facilitará muito o trabalho. Muita atenção ao utilizar a serra circular portátil. Foto 26 – Dando a forma . Foto 24 – Serrando o bambu Prendemos uma abraçadeira e apertamos bem. nunca use uma máquina com a trava acionada.Seguindo as marcas serramos o mais reto possível. Foto 25 – Fixando abraçadeira Usamos um aro feito de barra chata para abrir o bambu. para que a forma se mantenha Foto 27 . Foto 28 – Marcando as Ripas Dando forma às ripas com o disco de lixa. Foto 29 – Ajustando as Ripas .O aro segura a forma Marcamos com lápis as ripas a serem ajustadas.Nesse momento aquecemos o bambu com um maçarico. Ajustando as ripas. Foto 32 – Passando Resina Dando acabamento com cola. Escolha bem as ripas. ou seja. Foto 30 – Montando as ripas Fechando o instrumento com as ripas. e procure deixá-las as mais parecidas possíveis. Aqui é necessário ter muita paciência e atenção para se obter um bom resultado. de preferência com a mesma espessura. Isso melhora o som do instrumento. Foto 31 – Fechando o Instrumento Aplicando resina para fechar as frestas. Aqui tenha muita atenção para não deixar nenhuma falha. Foto 33 – Dando acabamento . Foto 35 . Essa etapa é importantíssima. Nesta fase vem o acabamento com seladora e cera de abelha diluída em querosene. Foto 36 – Fazendo os aros Usamos uma fita de cetim para enrolar o aro. Foto 34 – Lixando Na foto pode-se ver o instrumento lixado e pronto para receber a pele.Lixando. pois o acabamento por si só já agrega muito valor ao produto. Foto 37 – Enrolando o Aro .Pronto para a Pele Fazendo o aro com vergalhão de ferro “doce”. Dê a forma ao aro e depois o solde. No final passamos um pouco de cola branca para fixar a fita. Muita atenção para que a fita fique uniforme. Isto irá subir a afinação do instrumento. Foto 39 – Colocando o aro na pele Colocamos o aro com os nós sobre o que esta por baixo da pele. Foto 41 .Ajustando as cordas . depois do que “trançamos” as cordas.Dando os nós no aro com corda de nylon seda. Muita atenção quando esticar as cordas. Deixe uma mesma distância entre cada nó. Foto 40 . que não precisa de fita.Colocando o aro do Cordal Colocando a corda que vai afinar a pele. este será apertado progressivamente. Foto 38 – Dando os nos do aro Deixamos a pele de molho em água. Cortamos as sobras e apertamos para afinar a pele. Feche-a no primeiro aro. Foto 42 – O Instrumento Pronto Entre os instrumento possíveis de serem fabricados com esta técnica temos: Bata. Mirdanga. Lembre sempre que o acabamento é a fase mais importante do trabalho. Podemos ainda fazer alguma forma de decoração. que no Brasil teve uma grande aceitação no Samba.O instrumento pronto. Fotos 43 e 44 – Tambor Falante e Bata – Família Djembe* QUARTO INSTRUMENTO FAMÍLIA SURDO O REPINIQUE O surdo é um instrumento derivado de tambores e bumbos. Djembe e tambor Falante. com isso agregando mais valor ao instrumento. Com as Escolas de Samba passou a ter uma importância muito grande na Musica Popular Brasileira. Quem sabe você poderá fabricar outros? * instrumentos cuja técnica consiste em abrir o bambu e preencher as aberturas com ripas ajustadas. quando todo o produto aparece de forma valorizada. Nosso protótipo é baseado nos que são muito usados nas Escolas de Samba. . Usaremos: barra chata de ½”. pois isso deixa o instrumento aprumado. Fotos 47 e 48 – Arrebitando Lixamos as ripas para deixá-las com lados paralelos. Aqui muita atenção para que as ripas arrebitadas fiquem alinhadas. o que facilitará a colocação das demais ripas. Isso é muito importante pois quanto mais retas as ripas mais facil seu ajuste. ripas de bambu e furadeira. arrebites. Foto 46 – Preparando o aro com barra chata Arrebitando as ripas nos aros. Foto 45 – Ferramentas e material Dando forma circular à barra chata. Foto 49 – Acertando as ripas . Muita atenção para que o aro fique uma circunferência o mais regular possível. Ripas ajustadas Aplicamos resina para fechar as frestas internas do Instrumento e. Foto 50 – Ajustando as ripas Terminando o ajuste das ripas. Quanto melhor o ajuste. como já dito. Tenha muita paciência e atenção pois é aqui que o instrumento toma a forma definitiva. isso melhora o som do instrumento. Foto 51 . melhor será a aparência final do instrumento.Ajustando as ripas nos aros. Foto 52 – Aplicando Resina . Aqui utilizamos elásticos para fixá-las nos aros. e com o mesmo número e distância nos dois aros. Foto 55 – Os aros prontos . Os nós devem ficar o mais regular possível. 54 – Dando acabamento Na foto se vê os aros externos já prontos. Foto 53 – Colando as ripas Dando acabamento com raspadeira e lixadeira orbital. afinal é a fase de acabamento. Fotos 53. Essa fase requer muita atenção e concentração. Quanto mais esmero. melhor ficará o instrumento. Dois deles são decorados com fitas de cetim e envoltos com os nós.Passando cola nas frestas externas. Os outros dois ficarão por baixo da pele. As cordas passam duas vezes no mesmo nó. Aqui o começo da fase final. porém deixando uma sobra. Foto 57 – Colocando as Cordas . pois qualquer falha compromete o instrumento. Esta fase é onde o instrumento vai tomando a sua forma final. pois qualquer falha fará o instrumento ficar com o cordal desalinhado. portanto preste atenção. nos dois aros. Foto 57 – Ajustando as peles Colocando as cordas. Portanto muita atenção e concentração. Aqui todo cuidado é pouco. Foto 56 – Preparando as Peles Ajustando as peles e os aros.Aparando o excesso de pele. devem estar alinhados. e significa desfazer tudo e refazer outra vez. e estes. Caso seja necessário afinar o instrumento basta trançar o cordal. Este instrumento é muito usado em Escolas de Samba e Bandas Afro. Cuidado para não rasgar a pele com o alicate. Cuidado. pois aqui utilizamos um bisturi. Foto 60 – O repenique . o que pode cortar a pele. significando perda de trabalho. Foto 59 – Tirando os Pêlos O repenique pronto. um vidro ou outra ferramenta altamente cortante.Esticando as peles. Foto 58 – Esticando as Peles Retirando os pêlos da pele. . Foto 62 . • LEMBRE-SE SEMPRE QUE AS FERRAMENTAS MANUAIS E AS MAQUINAS. A CHANCE DE ACIDENTES É MÍNIMA. SEGUINDO AS NORMAS DE SEGURANÇA.Caixa e Timbal Família Surdo* ALGUNS CUIDADOS FUNDAMENTAIS COM A SEGURANÇA • NUNCA É DEMAIS FALAR E PRATICAR A SEGURANÇA. • QUANTO MAIS HABILIDADE AQDQUIRIMOS COM FERRAMENTAS. PORÉM NADA DE RELAXAR COM AS NORMAS DE SEGURANÇA NO TRABALHO. Zabumba. Timbal.Dentre os instrumentos desta família. PRESCISAM DE MANUTENÇÃO PARA QUE SEU FUNCIONAMENTO E RENDIMENTO SEJAM SATISFATÓRIOS. • TENHA SEMPRE EM MENTE QUE. PORTANTO MELHORANDO O DESEPENHO DO PROFISSIONAL. AFINAL SÃO ELAS QUE GARANTEM NOSSO SUSTENTO E NOSSA INTEGRIDADE FÍSICA. MAIS SEGUROS NOS SENTIMOS.Surdo * Instrumentos que utilizam a técnica de colar ripas em volta de um aro ou barra chata. Fotos 61 . entre outros. Timbales. Caixas. temos: Surdos. RELAÇÃO DE FERRAMNTAS UTILIZADAS TODAS AS FERRAMENTAS UTILIZADAS NESTA APOSTILA . Arco de serra Arrebitadeira Bisturi Brocas Canivete Disco de Lixadeira de 7 ½” adaptado ao moto esmeril Facão Fita métrica Ferro em Canto (Goiva em “V”) Furadeira Esmerrilhadeira Goiva adaptada em cabo de vassoura Goiva Comum Lixadeira Orbital Maçarico de ouvires Metro Moto esmeril adaptado com mandril de 5/8” Réguas: comum de um metro e flexível Serra Circular de 7 ½” Serra Tico-Tico Serrote Tesoura Trena MATERIAIS DE CONSUMO Abraçadeira em fita Arrebites Barra Chata de ½” Colas: arraudite. branca e prego liquido. de corte e bico fino. Corda de Nylon Seda na cor preta Couro de Cabra Disco de lixa: pedra de 7 ½” e 4 1/2 “ de números 24 e 100 Elástico de bagageiro de motocicleta Fita adesiva Fita de Cetim Fita crepe Lixas: ferro números 60 e 100 e madeira números 150 e 220 Lamina de bisturi Lápis 6B Vergalhão de ferro doce .FERRAMENTAL Alicates: comum. selador. Material – Dois entrenós de bambu. selador.50 Tempo de execução aproximado: duas horas *Acrescentar mão de obra DJEMBE Ferramentas – Serra circular. lixa. furadeira. trena.50 Tempo de execução aproximado: uma hora com ferro a canto e 15 minutos com esmerrilhadeira. trena. lixadeira orbital. lixa. Material – Quatro entrenós de bambu. cera.20 metro de fita de cetim. Moto esmeril com disco de lixa.EPI (Equipamentos de Proteção Individual) Luvas Mascara Protetores de Ouvidos Óculos Ferramentas Utilizadas em cada Protótipo RECO-RECO Ferramentas – Arco de Serra. cera. uma pele de cabra. três aros de ferro doce. goiva adaptada com cabo de vassoura. 150 e 220. Ferro em canto. lápis. Custo aproximado de materiais – R$ 1. cera. 150 gramas de corda de nylon seda. Custo aproximado de materiais – R$ 45. cola. *Acrescentar mão de obra PAU DE CHUVA Ferramentas – Arco de serra. trena. folhas de lixa números 100. Esmerrilhadeira com disco de desbaste. goiva adaptada com cabo de vassoura. fita métrica. 1. Serrote. selador.00 Tempo de execução aproximado: Seis horas *Acrescentar mão de obra . broca da espessura dos palitos de dentes. Custo aproximado de materiais – R$ 2. canivete. disco de lixa de 4 ½” de números 24 e 80. 50 palitos de dentes. Material – Um entrenó de bambu. disco de lixa de 4 ½” de números 24 e 80.00. esmerrilhadeira.com . fita métrica.00 Tempo de execução aproximado: Seis horas *Acrescentar mão de obra. tratamento e artesanato com bambu. Esta publicação foi desenvolvida pelo Instituto do Bambu através de financiamento do SEBRAE-AL e da FAPEAL. Simões/UFAL Tabuleiro dos Martins. resina com aerosil. folhas de lixa números 100. ou seja.institutodobambu. OBS: A pele de cabra ou de bode. metro. 150 e 220. lixadeira orbital. quatro aros de ferro doce.org. quando comprada de forma natural. apenas esticada ao sol sem nenhum produto é bem mais barata que as compras em lojas. C. facão. selador. cera.bambubrasilerio. * Visite também a parte informativa em http://www. Maceió – CEP 57072-900 Alagoas – Brasil http://www.REPINIQUE Ferramentas –Arrebitadeira.br * Veja também a Cartilha de Fabricação de Móveis de Bambu para maiores informações sobre o trabalho de colheita. *Valor de referencia da hora trabalhada do artesão em Maceió Alagoas R$ 7. Moto esmeril com disco de lixa. folhas de lixa. duas peles de cabra. porem temos que raspar os pelos. e redem duas peles. INSTITUTO DO BAMBU CNPJ 05478561/0001-14 Fone/Fax: 82-2141503 Av Lourival Melo Mota S/N Campus A. Material –Trinta ripas de bambu.br atendimento@institutodobambu. Custo aproximado de materiais – R$ 55.150 gramas de corda de nylon seda. cola.org. dois metros de fita de cetim. 609/98 . WILSON SANTOS – percussionista. .279/96 e Lei nº 9. desenhista. fotógrafo. pesquisador de ritmos afrobrasileiros. designer. CARLOS MELO – escultor. Lei nº 9. artesão e aprendiz do Projeto de Instrumentos Musicais. pesquisador e construtor de instrumentos.610/98 . ISAIAS SILVA – percussionista. professor de percussão. PAULO GONZAGA – percussionista e aprendiz do Projeto de Instrumentos Musicais. pesquisador e construtor de instrumentos. Fotos e Texto: Carlos Melo Revisão: Raphael Moras de Vasconcellos Maio de 2004 As informações contidas nesse documento não podem ser reproduzidas em sua totalidade ou parcialidade nem repassadas a terceiros sem a devida autorização por escrito do INSTITUTO DO BAMBU .GRUPO BAMBUZAL Consultores: ABEL DOS ANJOS – flautista. pesquisador e construtor de instrumentos. A infringência da mesma estará sujeita a sanções legais conforme Lei nº 9. ritualísticos de cultos afro-brasileiros e folclóricos. baixista.
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