Apostila de Desinfecção e Esterilização

March 17, 2018 | Author: Jorge Alberto Cardoso | Category: Sterilization (Microbiology), Disinfectant, Formaldehyde, Chlorine, Radiation


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Apostila de Desinfecção e EsterilizaçãoINTRODUÇÃO Esterilização é o processo que objetiva destruir todas as formas de vida com capacidade de desenvolvimento durante os estágios de conservação e de utilização do produto. Conservar é manter as características do produto durante a vida útil de armazenamento (vida de prateleira) à temperatura ambiente. Esterilidade ou nível de segurança é a incapacidade de desenvolvimento das formas sobreviventes ao processo de esterilização, durante a conservação e utilização de um produto. A manutenção do nível de esterilidade conferido a um produto garante o prolongamento da vida útil de prateleira e depende das operações de pré-esterilização, de esterilização e pós-esterilização. Os métodos de esterilização permitem assegurar níveis de esterilidade compatíveis às características exigidas em produtos farmacêuticos, médico-hospitalares e alimentícios. O método escolhido depende da natureza e da carga microbiana inicialmente presente no item considerado. O calor, a filtração, a radiação e o óxido de etileno podem ser citados como agentes esterilizantes. CRESCIMENTO MICROBIANO Às condições favoráveis de crescimento, os microrganismos presentes nos produtos, iniciam sua multiplicação. A população microbiana pode ser representada através de contagens microbianas em diferentes tempos. Obtém-se assim a curva de crescimento, que é caracterizada por quatro fases distintas, denominadas de fase de latência (lag), exponencial ou logarítmica, estacionária e de declínio ou morte A fase de latência caracteriza o tempo necessário ao ajuste dos microrganismos ao novo ambiente físico-químico. O prolongamento máximo dessa fase aumenta a vida útil de prateleira do produto. Durante a fase logarítmica ou exponencial, as células se dividem em ritmo constante, e o aumento no número de células é diretamente proporcional ao tempo de geração. A fase logarítmica deve ser inibida antes, durante e após o processamento do produto, definindo o nível de esterilidade do produto final. Na fase estacionária a velocidade de crescimento é constante, o microrganismo é mais resistente a qualquer agente físico (calor, radiação) ou químico (cloro, óxido de etileno). Para bactérias do gênero Bacillus e Clostridium é a fase de esporulação, dependendo da temperatura e do valor do pH do produto. Durante a fase de morte ou inibição do crescimento o número de células viáveis decresce em ritmo constante, e logaritmicamente, frente às condições desfavoráveis do meio ambiente. O processo de esporulação continua. DESTRUIÇÃO MICROBIANA O produto se mantém conservado se não houver a manifestação dos microrganismos presentes; isto significa dizer que, após a exposição ao agente esterilizante, poderá haver microrganismos dormentes ou em estado latente de sobrevivência, que não se multiplicarão durante a vida útil de prateleira, porque o produto não oferece condições favoráveis de germinação e reprodução. A destruição de uma população homogênea de microrganismos é considerada logarítmica, equivalente à cinética química de uma reação de 1a ordem. O fenômeno de destruição térmica pode ser representado pelo modelo de curva linearizada, semilogarítmica de sobreviventes. A representação gráfica do logaritmo decimal de sobreviventes, em relação ao tempo de exposição à temperatura constante resulta em curva linearizada decrescente. ESTERILIZAÇÃO POR CALOR ÚMIDO: O calor não é somente o agente esterilizante mais usado como também o mais econômico e mais fácil de controlar. O calor úmido quando comparado ao calor seco é um processo efetivo em função do uso de temperaturas mais baixas e, do curto período de tempo necessário para garantir o nível de esterilidade proposto. Sendo os esporos bacterianos altamente resistentes às condições ambientes adversas, eles são usados como indicadores biológicos na avaliação do nível de esterilidade atingido, e de possíveis falhas operacionais. Esporos de Bacillus stearothermophilus são considerados convenientes indicadores biológicos na esterilização pelo calor úmido, particularmente à temperatura de referência de 121ºC. Os esporos de Bacillus subtilis são empregados nos processos de esterilização pelo calor seco e pelo óxido de etileno e os esporos de Bacillus pumilus indicados para validar processos cujo agente esterilizante é a radiação iônica. No método de esterilização onde se emprega o calor úmido, na forma de vapor saturado, o agente responsável pelo aquecimento é o vapor de água saturado, ao qual correspondem valores de temperatura e de pressão definidos. A completa retirada de ar da câmara de esterilização assegura ao sistema atingir a temperatura de esterilização definida, à pressão correspondente àquela indicada no manômetro do equipamento. A ação letal do calor é uma relação tempo – temperatura, dependente de fatores que definem a intensidade do tratamento e do tempo de exposição ao calor para reduzir a população microbiana a níveis estabelecidos. Os indicadores físicos e biológicos são recomendados para validar ciclos de esterilização e condições de processamento: (i) os indicadores físicos, termopares conectados a um registrador de temperatura, são distribuídos em diferentes pontos da câmara e da carga, e medem a distribuição do calor, indicando os pontos frios; e (ii) os indicadores biológicos, microrganismos resistentes ao agente esterilizante, são utilizados para verificar se as medidas físicas garantem o nível de esterilidade estabelecido. O procedimento tempo – temperatura selecionado depende do produto, do tipo, do teor e da fonte dos contaminantes antes da esterilização, da aplicação de métodos para minimizar tal contaminação e preveni-la pós – processamento, contribuindo para assegurar o êxito da esterilização. O bioindicador adequado deve apresentar uma população de esporos e uma termoresistência ao processo de esterilização superiores àquelas dos microrganismos originalmente presentes no produto a ser esterilizado. De todos os métodos avaliados para a esterilização, o calor úmido na forma de vapor saturado sob pressão é a mais freqüentemente utilizada e a mais confiável. Este método não é tóxico, não custoso e esporocida. O vapor aquece rapidamente o material e penetra na sua estrutura. Considerando estes fatos, a esterilização a vapor poderia ser utilizada sempre que possível para todos os itens que não são sensíveis ao calor e à umidade (eg, equipamento para anestesia e terapia respiratória), mesmo quando não é essencial para prevenir a transmissão de doenças. O princípio básico da esterilização a vapor, quando feito em uma autoclave, é o tratamento de cada item com vapor a uma temperatura e pressão adequados, por um tempo específico, com a finalidade de destruir o microorganismo por meio de coagulação irreversível e denaturação das enzimas e estruturas protéicas. Conseqüentemente, são quatro os parâmetros para esterilização a vapor: temperatura, pressão, tempo e concentração de vapor. O vapor ideal para esterilização é 100% saturado, com água não saturada na forma de uma fina névoa. A produção de pressão a altas temperaturas é fundamental para matar os microrganismos rapidamente. A temperatura específica deve ser obtida para garantir a atividade microbicida. As duas temperaturas mais utilizadas para esterilização a vapor são 121ºC e 132ºC. Esporos de Bacillus stearothermophilus são utilizados para monitorar a eficiência da esterilização. Geralmente o tempo de exposição requerido para esterilizar suprimentos empacotados de hospitais é de 30 minutos a 121ºC em autoclave convencional ou 4 minutos a 132ºC em uma autoclave com pulsos de vácuo. ESTERILIZAÇÃO POR ÓXIDO DE ETILENO desde 31 de dezembro de 1995. inflamável e explosivo. um aumento na concentração do gás e da temperatura. O óxido de etileno é incolor. Por causa dos danos do CFC a camada de ozônio.5% ETO e 91. Os hospitais tem 3 alternativas para ETO-CFC: 8. humidade e tempo de exposição. Aquilação ou a substituição de um átomo de hidrogênio com um grupo alquil previne o metabolismo e a replicação normal da célula. O óxido de etileno é utilizado freqüentemente para esterilizar produtos médicos e odontológicos que não podem ser esterilizados a vapor. temperatura. 29ºC para 65ºC. . carcinogênico e. umidade e tempo de exposição. A eficácia da esterilização por ETO depende de 4 fatores essenciais: a concentração de gás. Misturando ETO (10 a 12%) com dióxido de carbono ou clorofluorcarbono (CFC) reduz-se o risco de explosão e incêndio. temperatura. DNA e RNA.5% de dióxido de carbono: ETO misturado com hidrofluorcarbonos e 100% ETO. quando misturado com gás inerte.O óxido de etileno é um gás inflamável. 45% para 85% e de 2 a 5 horas. desde que obedecidos alguns parâmetros relacionados com concentração de gás. a temperatura entre 49-60°C. sob determinadas condições tem sido uma das principais opções para esterilização de materiais termossensíveis. No entanto os parâmetros devem ser controlados levando em consideração a calibragem do equipamento e a validação do processo. O seu uso é indicado para materiais termossensiveis. explosivo. A operação varia de acordo com estes 4 parâmetros 450 para 1. pode encurtar o tempo necessário para esterilizar o material. A concentração mínima recomendada é de 450mg/l. impedindo a multiplicação celular.200 mg/L. Dentro de certas limitações. Esta fase consiste na remoção do óxido de etileno absorvido pelos materiais. CFC não é mais produzido para uso geral. a umidade relativa é de 20% a 40% . A atividade microbicida do ETO é considerado ser resultante da alquilação das proteínas. Na legislação brasileira há vários documentos que tratam das instalações para óxido de etileno e do controle de saúde dos funcionários que nelas trabalham. respectivamente. O cuidado imprescindível a ser tomado é a aeração do material. O seu mecanismo de ação é a alquilação das cadeias protéicas microbianas. Óxido de etileno inativa todos os microrganismos. e consiste em cinco estágios. gerado no equipamento Sterrad® 100 (“Advanced Sterilization Products – ASP”. embora esporos bacterianos especialmente Bacillus subitilis sejam mais resistentes que outro microrganismos. O ciclo operacional do Sterrad® 100 é curto. introdução de gás. sendo sua principal desvantagem a lentidão do ciclo de tempo. de vácuo. o Bacillus subitilis é usado como indicador biológico. de 75 a 85minutos. de difusão do mesmo. sob o impacto da energia de radiofrequência (13.56 MHz). A aeração à temperatura ambiente desprende a toxicidade do ETO mas requer 7 dias a 20ºC. globigii (ATCC 9372) e/ou de Bacillus stearothermophilus ATCC 7953 por fita e por indicador químico . de injeção do peróxido de hidrogênio (58%). de ventilação. O vapor de peróxido de hidrogênio à pressão de 500 mTorr. em hospitais do território brasileiro que realizam de 300 a 1200 procedimentos cirúrgicos mensais. como hidroperóxidos e hidroxilas. Johnson & Johnson) tem sido aplicado aos artigos médicos em substituição ao óxido de etileno. O ciclo básico de esterilização por ETO consiste de 5 estágios (pré-vácuo e umidificação. A vantagem primária do ETO é que ele pode esterilizar equipamentos sensíveis ao calor ou à umidade. evacuação e esgotamento do gás com ar) sendo o período total de esterilização e aeração de 48h . à faixa de temperatura entre 45ºC e 50ºC. se decompõe em radicais livres reativos. o alto custo e o seu potencial perigo para pacientes e profissionais. sem deterioração física do material. além de água e de oxigênio. GÁS PLASMA DE PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO O processo à baixa temperatura associado ao plasma de peróxido de hidrogênio. exposição. A eficiência do ciclo de esterilização é avaliada por um sistema de bioindicador que inclui 106 esporos de Bacillus subtilis var. de plasma. Conseqüentemente. A aeração mecânica de 8 a 12 horas de 50 a 60ºC remove o resíduo tóxico contido em materiais absorventes expostos. as quais não têm substituição no mercado (materiais não médicos). Aumentar a disponibilidade e rotatividade dos artigos. Prevenir oxidação de determinadas ligas metálicas de baixa qualidade. e de manta de polipropileno. assegurando esterilidade prolongada e assim evitar desgaste desnecessário do material. Os itens são previamente embalados em envelopes de Tyvek/Mylar ou em bandejas e estas duplamente envoltas em mantas de polipropileno. e evitar excesso de inventário dos mesmos. garantir ausência de umidade e segurança cirurgião/enfermeira. exige que o material em questão não apresente qualquer tipo de resíduo que dificulte a difusão e acesso ao agente esterilizante. principalmente críticos. principalmente de artigos metálicos de uso restrito através do acondicionamento em embalagens de (Tyvek® /Mylar®). Daí advir a necessidade de programa de limpeza e desinfecção prévia dos itens médico hospitalares e odontológicos. (ausência de resíduos) para o paciente e para o ESTERILIZAÇÃO POR RADIAÇÃO . dentre os quais podemos citar: Prevenir desgaste de corte (afiação) de itens metálicos delicados. No dia a dia dos hospitais verificamos vários motivos para a adoção do processo Sterrad® 100 de esterilização. é aplicado aos artigos médico hospitalares sensíveis tanto ao calor quanto à umidade. Reduzir o tempo de processo de esterilização para 75 minutos. garantindo maior durabilidade e menor freqüência de consertos e reparos. principalmente dos itens de custo elevado de aquisição. para assegurar o nível de esterilidade esperado. Todo processo de esterilização.O ciclo operacional do Sterrad® 100 é livre de resíduos tóxicos e de exposição ocupacional a agente danoso. e. Reduzir o inventário dos artigos médico hospitalares. Aumentar o tempo da vida útil de prateleira. etc). ar e água. Luzes ultra-violetas são usadas como germicidas em superfícies. São instalados em salas cirúrgicas de hospitais e câmaras assépticas de indústrias farmacêuticas. tais como o Co60 (raios gama) ou produzidos da aceleração mecânica dos elétrons com uma alta velocidade e energia (raios beta ou catódicos). reduzindo a contaminação do ar e nas superfícies. Radiação Ionizante: Esse tipo de radiação tem uma alta energia emitida proveniente dos isótopos radioativos. Radiação Não-Ionizante: No grupo das radiações não-ionizantes. O grau de penetração é reduzido diante da presença de sais ou materiais suspensos. porcelanas. temos a radiação ultra-violeta. comumente empregada nas doenças. .Radiação é a propagação de energia a partir de um núcleo muito energético. A luz germicida é produzida por lâmpadas de mercúrio e é emitida numa extensão de (vidros. Existem dois principais tipos de radiação: inonizantes e não-inonizantes. O efeito germicida da luz ultravioleta depende do tempo de exposição do material e com a sensibilidade do microrganismo à ação letal da radiação. dutos de ar e grandes equipamentos. com excesso de partículas ou cargas. A escolha da dose de radiação depende dos seguintes fatores: • Carga microbiana inicial. • Tipo de microrganismo. São ondas eletromagnéticas extremamente penetrantes. • Fator de redução que se queira aplicar.Raios Catódicos: elétrons ou raios beta artificialmente acelerados e que são originados da diferença entre o potencial catódico e anódico no vácuo. esses raios catódicos adquirem altas velocidades. o que aumenta sua energia e poder de penetração. O material irradiado não fica radioativo e pode ser manuseado sem riscos. Os raios catódicos não promovem uma ionização uniforme e a maior intensidade de ionização é verificada com 1/3 do limite máximo de penetração possível e que é dado pela equação: Formula 4 Raios Gama: Radiações de elevada energia emitidos por certos isótopos radioativos. • Energia Segura: a radiação emitida está muito abaixo do que seria necessário para provocar reações nucleares. Pela ação de fenômenos eletrostáticos. . • Mais comum é o Co60 obtido do Co59 bombardeado por nêutrons em um reator nuclear. lincomicina. descontaminação de produtos. gentamicina). O termo ionizante vem da capacidade desta radiação penetrar em um material. processamento de alimentos. Termossensibilidade: Este método de esterilização não deixa resíduos e não provoca elevação da temperatura o que permite sua aplicação em produtos com elevada termossensibilidade. 3. O deslocamento dos elétrons carregará positivamente estes átomos. Prazo de Validade: . formando íons. 1. matérias primas. O alto poder de penetração da radiação permite que se trabalhe em temperatura ambiente durante a esterilização.• Sensibilidade do material. deslocando elétrons que estão orbitando os átomos constituintes deste material. A radiação gama permite a recuperação de materiais contaminados como antibióticos (ampicilina. Aplicações: O uso de radiações ionizantes é possível na esterilização de material médico-cirúrgico. cosméticos. ficando apenas o tempo de exposição e a carga microbiana como fatores que interferem no método. 2. vermífugos e soluções antidiarréicas. etc. Protozoários e. Bactérias Gram-negativas b. • Tratamento de vírus (sangue. Fungos d. que é bem mais resistente do que as embalagens necessárias quando se faz esterilização por ETO (papel). . pois. 4. Bactérias Gram-positivas c. Limita o processo devido à manutenção das características desses substratos. Sensibilidade de alguns microrganismos: Dosagem: entre 2 e 8 kGy a.O prazo de validade da esterilização por radiação gama é maior. o produto pode ser esterilizado já na embalagem. Insetos • Vírus e Esporos: Exigem dosagem maior. Metazoários (helmintos – vermes) f. mesmo sendo de plástico. líquidos orgânicos: dosagens muito altas. • Esterilização Industrial: trabalha com uma margem de segurança de 20 kGy a 25 kGy (AAMI-Association of American Medical Industries). Aspectos microbiológicos relativos à radiação gama: Microrganismos Fungos1-3 Dose Letal (kGy) Bactérias Gram-negativas Bactérias Gram-positivas Bactérias Anaeróbicas Vírus 10-50 2-5 5-10 10-30 7. A morte celular não é instantânea (o microrganismo cresce e se alonga até a sua destruição). Mecanismo de ação esterilizante: Quando a radiação penetra no material. . Nos microrganismos. Quando usado em condições controladas e na dosagem adequada. a radiação ionizante atuará sobre o DNA. A perda de elétrons inoniza os átomos positivamente. Micrococcus radodurans: muito resistentses à radiação. esta radiação é capaz de destruir microrganismos nocivos. Streptococcus faecium.5. que será desnaturado. 6. ela pode deslocar elétrons que estejam orbitando os átomos deste material. Indicadores Biológicos: • Bacillus pumilus. aplicadores e escovas. 9.etc) sofrem redução microbiológica pela esterilização por radiação. Resulta na quebra das ligações açúcar-fosfatase e. com isso. amido. Formação de peróxido de hidrogênio. peróxidos orgânicos e radicais livres. A morte celular pelo impacto da radiação (ionização dos constituintes celulares) é exponencial e segue a equação: n/no = e-d1/do n/no : Fração dos organismos sobreviventes a dose d1. perde-se a função de replicação do germe. óxido de ferro. além de diversas matérias-primas (talco. A ação destrutiva da radiação no interior das células se dá pela formação de radicais hidroxila que reagem com as sequências básicas e glicosadas do DNA. com isso.A morte celular pode ocorrer de alguns minutos a até poucas horas. caulim. dióxido de titânio. Indústria de Cosméticos: Materiais como esponjas. 8. Indústria de Alimentos: . mica. Resulta na quebra das ligações açúcar-fosfatase e. do: dose média letal (63% de morte celular). perde-se a função de replicação do germe. A ação destrutiva da radiação no interior das células se dá pela formação de radicais hidroxila que reagem com as sequências básicas e glicosadas do DNA. Limitações do uso de radiação como agente esterilizante: O equipamento necessário. NÍVEL DE ESTERILIDADE OU “STERILITY ASSURANCE LEVEL” (SAL) O número de ciclos logarítmicos reduzidos na população do bioindicador define o nível de esterilidade ou “Sterility Assurance Level”(SAL) do produto final. ampicilina. estocagem e pode controlar doenças que tem sua origem em alimentos contaminados (ex: salmonelose). mezlocilina e azlocilina não suportam seus efeitos e não podem sofrer esterilização por este método. cefradoxila e outros). As soluções aquosas são mais suscetíveis a radiação porque na água são produzidos espécies reativas e produtos moleculares e isto irá implicar em uma atração química entre os diversos componentes orgânicos. carindacila. altamente especializado e os efeitos da radiação sobre os produtos e recipientes onde serão acondicionados são os principais limitantes na aplicação do método. porém. 11. Indústria Farmacêutica: Diversos antibióticos suportam bem a exposição à radiação gama (amoxicilina. E e K não podem ser esterilizadas por este método. porém. cefapiridina. Ainda vem sendo estudado mas na Europa e EUA vários alimentos irradiados já se encontram em comercialização. As vitaminas hidrosolúveis como as do complexo B e a vitamina C podem sofrer esterilização por radiação. cefradina.Aumenta o tempo de prateleira. as lipossolúveis como a vitamina D. a epicilina. O nível de . 10. . e na esterilização de equipamento. material e embalagens para processamento asséptico. As medidas preventivas podem aumentar o nível de segurança para um universo superior a Nf > 10-6 UFC por unidade do produto. Os níveis de destruição e de número final (Nf) de esporos sobreviventes por unidade de produto. durante a conservação e utilização de um produto. sugerem uma população sobrevivente de Clostridium botulinum de Nf = 10-12 UFC (1 unidade contaminada para cada 1012 unidades do produto) equivalente a 12 ciclos reduzidos. resistente a um determinado processo de esterilização. Clostridium sporogenes) uma população final de Nf = 10-5 UFC (1 unidade contaminada para cada 105 unidades do produto) equivalente a 5 ciclos reduzidos. O nível de segurança definido em Nf = 10-6 (uma unidade de produto contaminada em cada 106 unidades expostas) é equivalente à redução de 12 ciclos logarítmicos na população microbiana original do produto. assumindo população inicial unitária (N0= 1 UFC). INDICADORES BIOLÓGICOS Indicador biológico consiste de um preparado de um microrganismo específico. Nf = 10-3 UFC (1 unidade contaminada para cada 103 unidades do produto) equivalente a 3 ciclos reduzidos. e depende da população inicial (No) do produto.segurança do processo define a probabilidade de falha prevista para a operação. no desenvolvimento e estabelecimento de processo de esterilização validado para um artigo específico. para bactérias mesófilas não patogênicas (Bacillus subtilis. estabelece o número final de sobreviventes (Nf) por unidade de produto e define o tempo de processo à temperatura de referência. É usado também para monitorar um ciclo de esterilização uma vez estabelecido. É utilizado para qualificação de uma operação física de um aparelho de esterilização. O nível de esterilidade é o nível de certeza de ausência de multiplicação microbiana. Clostridium thermosaccharolyticum). admitindo No = 106 UFC por unidade. para bactérias termófilas não patogênicas (Bacillus stearothermophilus. os esporos são adicionados a unidades representativas do lote a ser esterilizado (produto inoculado). Em outra. vidro ou plástico) e embalado de modo que mantenha a integridade da carga inoculada e que o agente esterilizante exerça seu efeito quando necessário. Se o material a ser esterilizado é um líquido. esporos viáveis podem ser adicionados a um produto similar. mas com a condição de que a resistência do produto ao processo de esterilização seja a mesma do produto original a ser esterilizado. Em uma. O uso eficiente dos indicadores biológicos para o monitoramento de um processo de esterilização requer profundo conhecimento do produto a ser esterilizado e suas partes componentes (material e embalagens) e no mínimo uma idéia geral dos prováveis tipos e número de microrganismos constituintes da carga microbiana do produto antes da esterilização. Um indicador biológico usado para monitoramento de um processo de esterilização pode ser inadequado. cada uma das quais incorpora uma cultura viável de uma espécie conhecida de microrganismo. os esporos são adicionados a um veículo (disco ou tira de papel de filtro. esporos de Bacillus subtilis empregados nos processos de esterilização pelo calor seco e pelo óxido de etileno e esporos de . ou a unidades similares (produto similar inoculado).O indicador biológico apresenta-se em duas formas principais. Esporos de Bacillus stearothermophilus são usados como indicador biológico nos processos de esterilização pelo vapor úmido. e se for impraticável adicionar um indicador biológico a unidades selecionadas do lote. Um produto inoculado não deve afetar adversamente as características de performance dos esporos viáveis. e pode também ser insatisfatório para validação de ciclos de esterilização que podem diferir em suas necessidades para aplicações específicas. O veículo inoculado deverá ser embalado individualmente. DESINFECÇÃO Desinfecção é um conjunto de operações com objetivo de eliminar os microrganismos potencialmente patogênicos. com exceção de esporos bacterianos. . a desinfecção é geralmente realizada por imersão dos itens em soluções químicas ou por pasteurização úmida. e quando usado apropriadamente sofra o efeito do agente esterilizante . São considerados convenientes indicadores biológicos na esterilização pelo calor úmido. O indicador biológico é o parâmetro escolhido para certificar-se de que o nível de esterilidade estabelecido para o produto é alcançado. os bioindicadores são adicionados à unidades representativas da carga a ser esterilizada e quando impregnados em veículos deverão ser colocados em posições estratégicas. Fita de papel filtro inoculada com número definido de esporos de uma cepa bacteriana selecionada e de conhecida resistência a um determinado tipo de esterilização é um bioindicador muito usado. particularmente na temperatura de 121ºC. assegurando uma homogeneidade de ação em todos os pontos da câmara esterilizante .Bacillus pumilus indicados para validar processos cujo agente esterilizante é a radiação iônica (USP XXIII). Em ambientes hospitalares. de forma que seja mantida a sua integridade. conferindo a certeza de esterilidade frente à margem de segurança mínima definida de apenas 1 unidade contaminada em 106 unidades do produto processado. Quando usados na forma de suspensão. formam cápsulas.Alguns produtos que são chamados de desinfetantes podem destruir esporos quando aplicados por longos períodos de tempo. Vale ressaltar que a denominação de microrganismos patogênicos restringe-se aqueles com características de alta virulência ou alta transmissibilidade. que exibem um grau de seletividade para determinadas espécies bacterianas. presentes nos artigos e objetos inanimados[5]. como os que secretam exotoxinas. entre outros. que a flora endógena é responsável por 80% das infecções hospitalares. Assim sendo o termo desinfecção deverá ser entendido como um processo de eliminação ou destruição de todos os microrganismos na forma vegetativa independente da classificação de serem patogênicos ou não. a desinfecção é definida como o processo de destruição de microrganismos patogênicos na forma vegetativa. presentes em superfícies inertes. Ao contrário dos agentes antibióticos. temperatura. pH. Sabe-se atualmente. Sob estas condições estes produtos são denominados esterilizantes químicos. Classicamente. mediante a aplicação de agentes químicos e físicos. sendo a maioria dos agentes etiológicos aqueles que convivem harmonicamente em simbiose com o estado normal dos mecanismos de defesa do hospedeiro. A efetividade de um agente desinfetante é determinada pela grande extensão das condições em que atua. como concentração. . tempo de exposição. mas não se tem o controle e a garantia desse resultado. a destruição de algumas bactérias em forma esporulada também pode ocorrer. os desinfetantes são altamente tóxicos para todos os tipos de células. natureza do microrganismo e presença de matéria orgânica[6]. liberam endotoxinas. subentende-se o uso de agentes químicos. tais como: pH. os desinfetantes que devem ter espectro contra patogenos e ser de baixa toxicidade oral. A Portaria MS 15/88 classifica os germicidas a partir de seu espectro de ação com vistas á sua aplicação hospitalar: os esterilizantes devem ter ação comprovada sobre esporos. e isto está relacionado á sua parede celular. iodo e derivados. define três categorias de desinfetantes: de alto nível. compostos orgânicos e inorgânico liberadores de cloro ativo. baseando no nível de ação germicida. Os aplicados em artigos devem ter ação comprovada contra formas vegetativas dos microrganismos. Existem também. álcoois e glicóis. biguanidas e outros.Spaulding[7]. desde que atendam á legislação especifica. . médio e baixo níveis. temperatura. são: aldeídos. A resistência dos desinfetantes pode ser uma propriedade inata do microrganismo ou ser adquirida. quartenários de amônia. através da Portaria n° 930 de 27/08/92 [8]. os desinfetantes são subdivididos para uso em áreas e em artigos. fenólicos. A resposta dos microrganismos aos desinfetantes varia com inúmeros fatores. Quando se fala em processo de desinfecção. as bactérias Gram-negativas são mais resistentes do que as Grampositivas. com conseqüente menor permeabilidade a estes agentes. que apresenta uma estrutura mais complexa. Habitualmente. resultante de mutação ou aquisição de material genético. fase de crescimento dos microrganismos. presença de matéria orgânica e outros agentes químicos. ao passo que os aprovados para utilização em áreas não necessitam comprovar laboratorialmente sua ação contra fungos e micobactérias. cujos princípios ativos permitidos pelo Ministério da Saúde. pois são aprovados para aplicação em área de preparo ou consumo de alimentos. . .Ser estável quando concentrado ou diluído. na sua atividade.Não ser corrosivo para metais. PRINCÍPIOS ATIVOS USADOS COMO DESINFETANTES E ESTERILIZANTES QUÍMICOS . plásticos ou equipamentos.10]: .Sofrer pouca interferência. .Não ser irritante para pele e mucosas.Inativar rapidamente os microrganismos.Ser um bom agente umectante. de matéria orgânica. . . .Tolerar pequenas variações de temperatura de pH.Ser inodoro ou ter odor agradável. .Ser compatível com sabões e detergentes.Ser de fácil uso.Possuir baixa toxicidade.Amplo espectro de ação microbiana . .Apesar da grande oferta de produtos químicos no mercado. . Várias características devem ser consideradas nesta seleção [9.Não danificar artigos ou acessórios de borracha. .Ter baixo custo .Ter ação residual sobre superfícies quando aplicado no ambiente. . a escolha do mais adequado não é uma tarefa fácil.Manter sua atividade mesmo sofrendo pequenas diluições . . fenóis sintéticos e quartenários de amônio. Entretanto não existe um desinfetante que atenda a todas as situações e necessidades encontradas. toxicidade. sendo preciso conhecer as características de cada um para se ter subsídios suficientes para a escolha correta do produto. A escolha do desinfetante deve levar em consideração aspectos como: espectro de atividade desejada. iodoforos. Os desinfetantes químicos aplicados a estes itens incluem: 1. Hipoclorito de sódio 3. Quando realizados de modo adequado esses processos de desinfecção e esterilização garantem um nível de segurança adequado ao uso do material médico invasivo (crítico) e não invasivo (semi-crítico. No entanto isto requer um programa de procedimentos validados para limpeza.A escolha do desinfetante. ação rápida e irrerversivel. Os métodos de esterilização discutidos incluem a esterilização ao vapor úmido. incluindo álcoois (etanol e isso propanol). não crítico) no paciente. Peróxido de hidrogênio . Um número considerável de agentes químicos é utilizado tanto em nível laboratorial quanto em estabelecimentos de saúde e industrias. desinfecção e de esterilização. óxido de etileno e esterilização por gás plasma de peróxido de hidrogênio. evitando custos excessivos e uso inadequado. Álcool 2. prevenindo a contaminação cruzada. glutaraldeido. estabilidade e natureza do material a ser tratado. formaldeido. compostos liberadores de cloro. concentração e o tempo de exposição é baseado no risco de infecção associado ao uso dos artigos médico-hospitalares. entre outros. glutaraldeído. incluindo álcoois (etanol e isopropanol). Entretanto não existe um desinfetante que atenda a todas as situações e necessidades encontradas. estabilidade e natureza do material a ser tratado. ATIVIDADE ANTIMICROBIANA . toxicidade. evitando custos excessivos e uso inadequado. sendo preciso conhecer as características de cada um para se ter subsídios suficientes para a escolha correta do produto. ÁLCOOIS Os álcoois mais empregados em desinfecção são o etanol e o iso-propanol. Iodo 7. entre outros. Glutaraldeído 6. iodóforos. Compostos quaternários de amônio Um número considerável de agentes químicos é utilizado tanto em nível laboratorial quanto nos estabelecimentos de saúdes e indústrias. compostos liberadores de cloro (hipocloriot formaldeído. A escolha do desinfetante deve levar em consideração aspectos como: espectro de atividade desejada. sendo o primeiro o mais usado nosso país.4. Ácido peracético 5. fenóis sintéticos e compostos quaternários de amônio. ação rápida e irreversível. em função da disponibilidade e do baixo custo. Fenóis 8. I. Na ausência de água. MECANISMO DE AÇÃO Mecanismo de ação dos álcoois ainda não foi totalmente elucidado. razão pela qual o etanol absoluto.São indicados para desinfecção de baixo nível e de nível médio [ 38 ] . é menos ativo do que suas soluções aquosas. Atividade bacteriostática provavelmente é devida à inibição da produção de metabólicos essenciais à divisão celular. pus e outros materiais biológicos. Coagulam ou precipitam proteínas presentes no soro. havendo necessidade de submersão de objetos para uma ação mais ampla [ 38 ] . . Como evapora rapidamente sua ação é limitada. sobre alguns fungos e vírus lipofílicos (atuam na capa e no capsídeo). portanto. fluxos laminares.Os álcoois etílico e isopropílico apresentam atividade rápida sobre as bactérias na forma vegetativa (Gram–positivos e Gram–negativas). APLICAÇÕES Os álcoois possuem ampla aplicação. CARACTERÍSTICAS IMPORTANTES Os álcoois não possuem ação residual. um grande desidratante. São inflamáveis. que podem proteger os microorganismos do contato efetivo com álcool . equipamentos de grande e médio porte e para anti-sepsia das mãos. é empregado para desinfecção e descontaminação de superfícies de bancadas. sendo a desnaturação de proteínas a explicação mais plausível. as proteínas não são desnaturadas tão rapidamente quanto na presença da mesma. Atuam também sobre as Mycobacterium tuberculosis. cuidados especiais na manipulação e estocagem. requerendo. No laboratório. sua aplicação em hospitais hoje é limitada. II. Ainda utilizado para tratamento de hemodializadores. entre outros.Nos estabelecimentos de saúde. A freqüente aplicação produz irritação e dessecação da pele. mas como é considerado carcinogênico. incluindo as micobactérias fungos. CONCENTRAÇÕES USUALMENTE RECOMENDADAS A concentração ideal está entre 60 a 90%. Formaldeído ATIVIDADE ANTIMICROBIANA Desinfetante de alto nível. estetoscópios. sendo que abaixo de 50% sua atividade diminui bastante [ 38 ] EFEITOS ADVERSOS O etanol e o iso-propanol são irritantes para os olhos e são produtos tóxicos. A . é indicado para desinfecção e descontaminação de superfícies e artigos como: ampolas e vidros. No entanto esta sendo substituido cada vez mais por ácido peracético para esta aplicação [38] Formaldeído apresenta atividade nas bactérias Gram-positivas e Gram-negativas na forma vegetativa. termômetros oral e retal. macas. cabos de otoscópios e laringoscópicos. superfícies externas de equipamentos metálicos. vírus e esporos bacterianos. colchões e mesas de exame. contendo metanol para retardar a polimerização (formalina). Pouco inativado por materiais naturais e sintéticos e detergentes. APLICAÇÕES Formaldeído é utilizado principalmente para descontaminação. hospitais). salas diversas. biotérios.atividade esporocida é lenta. salas de envase em indústria de medicamentos estéreis. MECANISMO DE AÇÃO Formaldeído inativa os microorganismos através da alquilação dos grupamento amino e sulfidrilas de proteínas e dos anéis de nitrogênio das bases purinas. através de fumigação de ambientes fechados (cabines de segurança. polimerizado em paraformaldeído. FORMA DE APRESENTAÇÃO O formaldeído é um gás encontrado disponível na forma líquida em soluções de 37 a 40%. Ativo na presença de material orgânico. aumentando a atividade em temperaturas superiores a 40oC. exigindo um tempo de contato longo para a maioria das formulações. e na forma sólida. Em função da sua toxicidade e caráter . CARACTERÍSTICAS IMPORTANTES Formaldeído é pouco ativo a temperaturas inferiores a 20oC. CONCENTRAÇÕES USUALMENTE RECOMENDADAS/TEMPO DE CONTATO a – Para fumigação em ambientes fechados. aplicação como esterilizante de artigos críticos termossensíveis e na desinfecção de artigos semicríticos. provocando câncer nasal através de mecanismo dose – dependente. No entanto está sendo substituído cada vez mais por Ácido Peracético para esta aplicação.é considerado desinfetante de alto nível. Seus vapores são irritantes para os olhos e aparelho respiratório. ainda.5g/ml por 24 horas. tem. Possui potencial carcinogênico. Com formalina: 18ml de formalina e 35ml de água por 24 horas Com paraformaldeído: as indicações variam de 4g/ml a 10. sendo também usado para a desinfecção de capilares dos sistemas dialisadores. não é recomendado para desinfecção rotineira de superfícies. c – Para desinfecção de capilares de sistemas dialisadores: 4%(v/v) por 4 horas d – Para esterilização: soluções alcoólicas a 8% e soluções aquosas a 10% ou produtos comerciais aproximadamente 18 horas.irritante. Causa endurecimento e branqueamento da pele. . A concentração máxima na atmosfera recomendada pelo National Institute for Occupational Safety and Health é de 1 ppm. b – Para desinfecção: 4% (v/v) por 30 minutos. equipamentos e vidraria. dermatite de contato e reações de sensibilização. podendo ser utilizado em situações especiais. Na área hospitalar. EFEITOS ADVERSOS O formaldeído é um composto altamente tóxico. Por este motivo . . como a maioria das soluções quimicas. têm como uma das principais alternativas de tratamento. III. por exemplo. o uso de glutaraldeido. Embora seja uma opção econômica foi pouco estudada. Tem limitações na mensuração de parâmetros aceitáveis da liberação dos vapores em determinadas dimensões de materiais. em detrimento das suas desvantagems. Ela tem sido escolhida.A Formalina sólida é vaporizada através do calor na presença de umidade. Os residuos também permanecem nos materiais tratados quando não forem bem enxaguados. os resíduos são tóxicos e podem danificar alguns instrumentos[38]. Glutaraldeído ATIVIDADE ANTIMICROBIANA: A solução de glutaraldeido é uma das que têm sido mais utilizadas nos últimos anos para tratamento de materiais termosensíveis. Como existem inúmeras publicações na área de controle de infecção hospitalar sobre esta solução os profissionais têm recomendado seu uso com segurança. Esta solução apresenta a desvantagem da toxicidade para manipulação pelos profissionais. Materiais de terapia respiratoria e endoscopia. seu manuseio exige o uso de equipamentos de proteção individual. de forma geral pelo numero de caracteristicas que apresenta como sendo vantagem. Um dos maiores problemas de controle de infecções é relacionado a materiais criticos ou Semicriticos termosensíveis que necessitam sofrer descontaminação para que possa ser utilizado com segurança nos pacientes. além disto. MECANISMO DE AÇÃO . considerado desinfetante de alto nível. por exemplo. a diferença entre as soluções ácidas e alcalinas diminui. Glutaraldeído possui amplo e rápido espectro de atividade. com pH de 7. temperatura e pH. pois ocorre queda na concentração do dialdeído livre. possuindo excelente atividade esporicida quando comparado a outros aldeídos como formaldeído e o glioxal. que é essencial para a ação biocida. A ativação é feita com agentes alcalinizantes. A atividade micobactericida é relativamente mais lenta. agindo sobre bactérias na forma vegetativa. Com o aumento da temperatura. Existe uma complexa relação entre os parâmetros de concentração. enquanto as soluções ativadas alcalinas tendem a polimerizar rapidamente. Um outro problema apresentado por estas soluções é a polimerização. A concentração usualmente indicada é de 2%.5 a 8. com perda correspondente da atividade antimicrobiana.5. A atividade de soluções aquosas ácidas é consideravelmente mais baixa do que as soluções ativadas alcalinas.Apesar desta desvantagem a caracteristica positiva mais evidente é o amplo espectro de ação que permite a utilização segura para pacientes independentemente do tipo de patologia e tipo de microrganismo possivelmente associado á contaminação do material. fungos. 0. As soluções ácidas são estáveis por longos períodos. Mais utilizado para tratamento de materiais termo sensíveis. vírus e esporos bacterianos. incluindo micobactérias.3%(m/v) de bicarbonato de sódio. É extremamente empregado para desinfecção rigorosa de endoscópios de fibra ótica. alterando os ácidos nucléicos e a síntese de proteínas. APLICAÇÕES Glutaraldeído é usado. para equipamento de anestesia gasosa. são esporicidas. lentes e cimento de materiais óticos. possui grande espectro de atividade contra bactérias.A atividade biocida e inibitória do glutaraldeido é devida à alquilação dos grupos sulfidrila. também inibe a germinação dos esporos bacterianos e posterior desenvolvimento. . fungos e vírus. Baixas concentrações inibem a germinação de esporos de Bacillus subtilis e Bacillus pumilus e concentrações mais altas 2%. gram-positivas e negativas. artigos metálicos e equipamentos de aspiração. O mecanismo de ação sobre os esporos ainda não foi bem elucidado. hidroxila e amino encontrados nos microorganismos. CARACTERÍSTICAS IMPORTANTES A utilização ampla de produtos à base de glutaraldeído deve-se às suas características especiais: ativo na presença de material orgânico. pouco inativado por materiais naturais e sintéticos e detergentes. principalmente. Glutaraldeído é um dialdeído. usado como desinfetante e esterilizante de artigos críticos e semi-críticos. O mecanismo de ação do glutaraldeído envolve uma associação forte com as camadas tanto externas quanto internas das células bacterianas. materiais de borracha . Não coagula material protéico e não é corrosivo para os metais. como esterilizante e desinfetante de equipamento médico – cirúrgicos que não podem ser submetidos a métodos físicos de esterilização. esporos bacterianos. que são ativadas através de agentes alcalinizantes. Uma vez ativadas. Apesar desta desvantagem a característica positiva mais evidente é o amplo espectro de ação que permite a utilização segura para os pacientes independentemente do tipo de patologia e tipo de microrganismo possivelmente associado á contaminação do material. é de geralmente 28 dias. O tempo de 20 minutos após a limpeza meticulosa é considerado suficiente para posterior utilização segura de endoscópios em pacientes. pois destrói também alguns tipos de esporos. geralmente de 14 dias. Novos produtos contendo associações com compostos fenólicos tem sido desenvolvidos e avaliados. É considerado esterilizante químico aumentando o tempo de exposição para 8 a 10 horas.Em nível laboratorial. estas soluções possuem um prazo de validade limitado. devido ao alto custo destes produtos. somente em situações especiais. Mesmo em concentrações abaixo de 2% é ativo contra diversos vírus e diversas bactérias em forma vegetativa . também é indicado para recipientes de descarte de material. apesar de não ser uma prática no nosso país. Também encontram – se disponíveis formulações ácidas estabilizadas com 2% de princípio ativo. após ativação. Para os chamados virur lentos. Não é indicado para desinfecção de superfícies de maneira rotineira. FORMULAÇÕES/TEMPO DE CONTATO Produtos comerciais se apresentam geralmente em formulações contendo 2% de glutaraldeído em soluções ácidas. e prions ainda não foi identificada atividade germicida quando expostos aos aldeídos. cujo prazo de validade. . Usualmente. silicone e outros [2]. Compostos liberadores de cloro ativo: Existe um número razoável de compostos liberadores de cloro ativo disponíveis para alvejamento e desinfecção em diversas áreas. cateteres. por um período de exposição de oito a doze horas. É indicado para esterilização de artigos críticos termossensiveis como acrílicos. tanto no estado líquido como no gasoso. Aplicação dos Aldeídos como agente esterilizante. . O agente químico mais utilizado na esterilização é o glutaraldeido a 2%. náilon . O limite de exposição máximo recomendado na Inglaterra é de 0. irritante para a pele. Provoca dermatite e sensibilização da pele.Os tempos de contato preconizados são de 30 minutos para desinfecção e em torno de 10 horas para esterilização. drenos. O formaldeido pode ser usado como esterilizante. o tempo mínimo de esterilização é de 18 horas. EFEITOS ADVERSOS Glutaraldeído é um composto tóxico. O seu uso é limitado pelos vapores irritantes. IV. carcinogenicidade em potencial. mucosas e olhos porém em menor grau do que o formaldeído. odor característico desagradável mesmo em baixa concentração (1ppm). tanto para a solução alcoólica a 8% quanto para solução aquosa a 10%.2ppm. Tem amplo espectro de ação. que é formado em soluções com pH de 5 a 8. Atualmente é o desinfetante mais utilizado devido sua ação rápida.subtillis . baixo custo e espectro de ação [38]. fungos. esporos bacterianos. cálcio. chegando a ter ação sobre esporos de B. que predominam nas soluções alcalinas fortes. e os orgânicos: ácido dicloisocianúrico. Os compostos liberadores de cloro são muito ativos para bactérias na forma vegetativa gram-positivas e gram-negativas. constituem a forma menos ativa. ativos para micobactérias. Os íons hipocloritos (OCL-). A eficácia do cloro decresce com o aumento do pH e vice-versa. Quanto maior a concentração e ou o tempo maior o espectro de ação. quanto maior a concentração e ou tempo de exposição maior o espectro de ação.Os compostos mais comumente utilizados são os inorgânicos: hipoclorito de sódio. MECANISMO DE AÇÃO . paralelamente á concentração da forma não dissociada do ácido hipocloroso. Mais usualmente utilizado em concentração de 1000 ppm[38] . A forma ativa é o ácido hipocloroso (HOCL). ATIVIDADE ANTIMICROBIANA: Pode ser utilizado como desinfetante de baixo a alto nível.Atua a concentraçãoes baixas como 25 ppm para microrganismos mais sensiveis. vírus lipofílicos e hidrofílicos.podendo ser utilizado como desinfetante de baixo e alto nível. lítio. Mecanismo exato através do qual o cloro ativo destrói microorganismos ainda não foi demonstrado experimentalmente. sendo a estabilidade dependente de fatores como concentração . entre outras suposições. Sua atividade é dimunuida marcadamente. fezes e tecidos. Portanto. temperatura. Soluções concentradas (100. Este fato deve ser cuidadosamente considerado quando se aplicam estes compostos para desinfecção e descontaminação de superfícies e objetos contendo sangue e outros fluidos corpóreos. . incluindo sangue. os compostos liberadores de cloro ativo denaturam os ácidos nucléicos. Em vírus. Os hipocloritos são muito instáveis. sendo o grau de inativação proporcional à quantidade de material presente. Algumas teorias são sugeridas como: combinação com proteínas da membrana celular formando compostos tóxicos e inibição de reações enzimáticas essenciais. pH. CARACTERISTICAS IMPORTANTES Os desinfetantes à base de cloro reagem rapidamente com a matéria orgânica. Altas temperaturas reduzem a estabilidade.000 ppm de cloro ativo) são mais instáveis do que as diluídas. São também inativados por matéria natural não protéica e plásticos. luz e metais. a concentração de cloro disponível no processo de desinfecção deve ser alta o suficiente para satisfazer a demanda do cloro (cloro consumido pela carga orgânica presente) e fornecer cloro residual suficiente para destruir os microorganismos. São incompatíveis com detergentes catiônicos. Embora a atividade antimicrobiana seja favorecida em pH mais baixo. Para combinar estabilidade durante a estocagem com boa atividade microbiocida quando em uso. níquel e ferro. produzindo cloreto e oxigênio. São menos corrosivos para metais do que os hipocloritos. e é menos inativado por material orgânico ( Coates & Wilson. A decomposição catalítica ocorre na presença de íons. Embora existem recomendações para materiais de terapia respiratória porém os resíduos de coloro. ao abrigo da luz e do calor. mas instrumentos de aço inoxidável também são danificados nas altas concentrações normalmente empregadas. Estas características evidenciam a necessidade do armazenamento em frascos opacos. principalmente quando estocado em local seco. APLICAÇÕES Os compostos liberadores de cloro ativo tem uma ampla aplicação em diversas áreas. A decomposição fotoquímica ocorre com soluções expostas à luz. principalemnte com o uso prolongado se tornam impedimento. Atualmente é utilizado e recomendado para tratamento de tanques e tratamento de água [38]. Os hipocloritos são corrosivos para metais. Objetos de prata e alumínio são os mais atingidos. as soluções de hipoclorito devem ter quantidade adequada de hidróxido de sódio para manter o pH alto durante o armazenamento e capacidade de tam ponamento de forma que o pH decaia quando diluídas para uso. Ácido dicloroisocianúrico é mais estável. a estabilidade dos hipocloritos diminui. cobalto. Basicamente é utilizado em superficies fixas. metais pesados. 1989 ). . manganês. às concentrações de 10ppm. Sua aplicação dependerá da concentração. águas de piscinas. a 2% na forma de água sanitária. . CONCENTRAÇÕES USUALMENTE RECOMENDADAS/TEMPO DE CONTATO 1 – Desinfecção/descontaminação de superfícies – 10. Os hipocloritos de cálcio e lítio são compostos sólidos e os isocianúricos são comercializados na forma de pó.000 ppm por 10 minutos de contato. alimentos e superfícies relacionadas. 2 – Desinfecção em lactários – 200 ppm por 60 minutos de contato. entre elas desinfecção de água para o consumo humano e para processos industriais. inclusive as contaminadas com sangue e outros materiais orgânicos e para recipientes de descarte de materiais. são apropriados para desinfecção em geral de objetos e superfícies inanimadas. Nos estabelecimentos de saúde tem aplicação para desinfecção de superfícies e artigos semi-críticos não-metálicos e artigos de lactários. usualmente contendo os detergentes. São ainda recomendados para uma variedade de finalidades. FORMULAÇÕES As soluções de hipoclorito de sódio disponíveis para comercialização se apresentam em concentrações em torno de 5% a 12% (reagente químico).No laboratório. mas são comercializadas soluções para anti-sepsia da oro-faringe com cloreto de cetilpiridium (Cepacol). como o HIV e HBV. creme rinse e agentes amaciantes de roupa. São considerados germicidas de baixo nível. com um hidrogênio pentavalente em sua fórmula ligado a quatro radicais orgânicos com 8 a 18 átomos de carbono. mas falham contra Gramnegativas.Também são empregados na desinfecção ambiental. mas de baixa toxicidade podendo ser empregados em alimentos e áreas que entram em contato com sua produção. São ativos particularmente contra bactérias Gram-positivas. Também não atuam contra micobactérias. Seu uso como anti-septico (0. embora atualmente tenha sido questionada a importância do .3 – Desinfecção de inaloterapia e oxigenoterapia não metálicos – 200 ppm por 60 minutos. Suas soluções podem ser contaminadas pelas bactérias Gram negativas.E. aeruginosa. V.1 a 0.000 ppm por 30 minutos. Podem ser empregados como preservativo em colírios e utilizados como shampoos anticaspa.000 ppm.5% ) tem sido questionado devido ao risco de contaminação das suas soluções. 5 – Recipientes de descarte de materiais – 10.coli e Salmonella typhimurium resistenetes á sua ação. sendo a P. 4 – Desinfecção de artigos semicríticos – 10. sendo derivados orgânicos da amônia. Os vírus são mais resisitentes que os fungos. COMPOSTOS QUATERNÁRIOS DE AMÔNIO Os quartenários de amônia são substâncias detergentes catiônicas com propriedade germicida. atuando principalmente sobre os vírus lipofilicos. Os compostos quaternários de amônio são agentes onde o átomo de nitrogênio do grupo amônio possui uma valência de cinco. os compostos quaternários de amônio são muito efetivos para bactérias Gram-positivas e efetivos em menor grau para as Gram-negativas. sendo quatro dos substituintes radicais alquila ou arila e o quinto um haleto (cloreto). Não apresentam ação letal para esporos bacterianos. sulfato ou similar. desnaturação de proteínas celulares essenciais e ruptura da membrana celular.emprego de germicidas em superficies fixas com o proposito de controlar infecção hospitalar. ATIVIDADE ANTIMICROBIANA De uma maneira geral. Alguns compostos frequentemente utilizados são: cloretos de alquildimetilbenzilamônio e cloretos de dialquildimetilamônio. CARACTERÍSTICAS IMPORTANTES . MECANISMO DE AÇÃO A ação bactericida é atribuida à inativação de enzimas responsáveis pelos processos de produção de energia. Cada composto possui caraterística antimicrobianas próprias que dependem da distribuição e do tamanho das cadeias dos radicais. São ativos para alguns fungos e para vírus não-lipídicos. e para micobactérias. Apropriados para desinfecção de superfícies e equipamentos em todas as áreas relacionadas com alimentos. Possuem efeito residual.Os quaternários de amônio são fortemente inativados por proteínas atráves de processo de adsorção. APLICAÇÃO São recomendados para desinfecção de superfícies não críticas como pisos.resíduos aniônicos e proteínas. . FORMULAÇÕES São apresentados em formulações complexas e concentradas. valores de pH abaixo de 7. mobiliário e paredes. porém podem causar irritação e sensibilização da pele. Podem danificar borrachas sintéticas. Inativados por tensoativos. Baixo nível de toxicidade direta. cemento e alumínio. contendo um ou mais princípios ativos. que devem ser diluidas de acordo com a recomendação do fabricante. por uma variedade de materiais naturais e sintéticos e por detergentes nãoiônicos e sabões. Algumas formulações são inativadas por água dura.0 são desfavoráveis. EFEITOS ADVERSOS Os compostos quaternários de amônio apresentam baixa toxicidade.mas poluente ambiental [38]. O pH ideal é o alcalino (9-10) . São influenciados negativamente pela presença dos íons cálcio e magnésio presentes na água dura. Bacias com soluções são contra-indicadas por facilitarem a deterioração. mais comumente utilizado como anti-séptico. Em curativos as soluções aquosas de iodo são indicadas nas concentrações de 0. fungicida. MECANISMO DE AÇÃO O iodo é altamente reativo e sua ação microbicida se dá pela combinação com proteínas por ação química ou adsorção. As soluções de iodo são rapidamente inativadas por proteínas. No entanto tem aplicação como desinfetante de materiais também [38] . São inativados por detergentes não iônicos. considerado de nível médio. evaporação e contaminação.5 a 1% de iodo. APLICAÇÕES Anti-sepsia complementar da pele após a lavagem das mãos e antes de procedimentos invasivos sem efeito residual.VI. FORMULAÇÃO . por substâncias plásticas e por substâncias naturais em menor grau. Essas diluições devem ser preparadas a partir de soluções oficiais. virucida. Álcool Iodado ATIVIDADE ANTIMICROBIANA É um potente agente bactericida. 1%). TOXICIDADE A toxicidade local do iodo é baixa. a inativação de microrganismos é dependente do tempo.Possui ampla e rápida eficácia sobre bactérias Gram-negativas e Gram-positivas. principalmente para materiais termo sensíveis[38].5%[38].6 a 7. provoca ressecamento e irritação da pele e ocasionalmente pode levar a reações de hipersensibilidade caracterizadas por febre e erupção cutânea de tipos variados. Peróxido de Hidrogênio ATIVIDADE ANTIMICROBIANA Desinfetante de alto nível. VII. A eficácia da solução não é prejudicada pela presença de matéria orgânica desde que a concentração do iodo não seja baixa (<0. . temperatura e concentrações. existem inumeros estudos na literatura onde foram demonstradas atividades de 10 a 60 minutos em concentrações varíaveis de 0. Ainda não está disponivel no mercado brasileiro uma solução com as caracteristicas especificas para uso como desinfetante.000 exerce ação bactericida em 1 minuto de exposição e destrói esporos bacterianos em cerca de 15 minutos. entretanto.Na concentração de 1:20. CARACTERÍSTICAS IMPORTANTES Os peróxidos são alguns dos mais fortes oxidantes conhecidos. tempo de reação. etc). catalisador. É muito versátil.Nos EUA e Europa a solução é comercializada de 6 a 7. temperatura. APLICAÇÕES . já que é um metabólito natural do organismo. e compostos clorados. pois pode ser usado de diversas maneiras onde seu poder de ação pode ser direcionado. pois dependendo da concentração pode inibir o crescimento bacteriano ou mesmo estimulá-lo. não é eficaz se for mantido durante muito tempo incubado à temperaturas maiores que a ambiente. simplesmente por ajuste das condições de reação (pH. Apresenta níveis de segurança elevados. desde que em ensaios específicos. sendo comprovadamente mais eficazes que permanganato de potássio. MECANISMO DE AÇÃO Há estudos recentes sobre a ação do peróxido de hidrogênio que sugerem que o processo de morte celular envolve a produção de radicais hidroxilas. e como é extremamente miscível com a água as diluições possuem uma margem de erro desprezível. Outra característica importante é a seletividade. Devido a sua sensibilidade à luz e ao calor.5% para uso em materiais[38] . no meio intracelular. O seu uso está sendo difundido como substituto do glutaraldeido. com concentração de 3% por 6 a 8 min. é considerados esterilizantes químicos ou desinfetantes de alto nível. Este mecanismo pode ser inativado pela catalase produzida nos sistemas citocrômicos de microrganismos aeróbios e anaeróbios. bactérias. O peróxido de hidrogênio apresenta-se na forma liquida. com resultados variáveis para esporos. que atacam as membranas lipídicas de DNA e outros elementos da célula microbiana.Pode ser aplicado em ambientes. irritante de pele e olhos. água.14v/v a 5v/v. Devido à sua característica oxidante. . De acordo com Rutala[5]. De acordo com as recomendações de seu rótulo. o que resulta na degradação do peróxido de hidrogênio em água e oxigênio. quando o tempo é de 6h. ar. material de descarte. sendo tóxico. inativando vírus. as menores concentrações apresentam resultados mais confiáveis. superfícies como antisséptico e desinfetante. Seu mecanismo de ação é a produção de radical Hidroxila (OH-) livres. gasosa e de plasma. a concentração da solução do peróxido de hidrogênio liquida deve ser 3 a 25%. bacilos da tuberculose e fungos. meios de cultura. Nos ensaios realizados neste trabalho ultilizou-se concentrações que variaram de 0. na desinfecção de alto nível dos endoscópios. CONCENTRAÇÃO A concentração varia de acordo com a utilização. ele promove desinfecção de alto nível após exposição de 30 min e esterilização. É altamente oxidante podendo ser ativo em presença de matéria orgânica. Como outras soluções químicas. erupções dérmicas. Apresenta valor de pH muito ácido. pois libera moléculas de H2O2. eritemas. sua aplicação mais conhecida é em Hemodialise . processos de inflamação das córneas. a perda da atividade pode ocorrer por diluição. Nos EUA é indicada para uso em endoscópios. A Portaria n° 15 de 23 de Agosto de 1988 inclui este principio ativo para uso com finalidade desinfetante . por secagem incompleta . VIII. nariz e garganta. deve ser monitorada regularmente. e manchas na pele (ação alvejante). os cateteres. próximo de 1 em sua forma concentrada. de maneira que este deve ser corrigido. O ácido peracético é um agente químico que esta sendo utilizado como esterilizante para alguns materiais termossensiveis como. Ácido Peracético Desinfetante de alto nível . EFEITOS ADVERSOS Sintomas de superexposição são irritaçào nos olhos. para que sua acidez não seja responsável pela inibição do crescimento bacteriano. e a diluição não aumenta consideravelmente o pH. Quando a concentração estiver abaixo de 6% deve ser desprezada. por exemplo. instrumentos de diagnósticos e outros materiais submersíveis[38] O ácido peracético atua de forma semelhante ao peróxido de hidrogênio.APLICAÇÕES Concentrações menores têm sido utilizadas para ambiente e auxilio na remoção de matéria orgânica aderida a materiais. e esterilizante. ACIDO PERACETICO + PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO (MINNCARE). para inativar vírus hidrofílicos necessita de 15 minutos a 2. .2 a 0. Tais produtos estão submetidos ao regime de vigilância sanitária conforme as Leis 6360/76 e 6437/77.000ppm.2%). A propriedade viruscida é demonstrada em concentrações de 12ppm. O seu mecanismo de ação não é completamente esclarecido. possui boa compatibilidade com plásticos.35% de ácido peracético.500ppm.0001 a 0. ou de 200 a 500 ppm na presença desta. Desinfetante de alto nível. Normatização dos desinfetantes no Brasil Os desinfetantes esterilizantes químicos pertencem à classe denominada saneantes com ação antimicrobiana. Possui um odor menos forte que o glutaraldeido. porém pode causar irritação nos olhos e árvore respiratório. Apresenta ação bactericida e fungicida em cinco minutos de exposição. enzimas e outros metabólitos[5]. Esporos são inativados em até 20 minutos de exposição à concentração de 10. que não são tóxicos. com perda da permeabilidade celular e oxida os radicais sulfidril e súlfur das proteínas. entretanto como agente oxidante atua na desnaturação das proteínas. não deve ser utilizado em materiais como cobre ou bronze. necessitando de equipamento de proteção individual para o seu manuseio[38]. em concentrações até 100 ppm. água. oxigênio e peróxido de hidrogênio. É reconhecido como esporocida em baixas concentrações ( 0. No Brasil esta iniciando sua comercialização. a saber: acido acético. as concentrações recomendadas para uso é de 0. na ausência de matéria orgânica. e tem como principal vantagem os produtos de sua decomposição. 5 – hospitalares para superfície fixas. 2 – para indústria alimentícia. que contém as definições. 3 – para piscinas. São descritos os microorganismos frente dos quais os produtos devem apresentar atividade e incluídos uma lista de princípios ativos permitidos a tabelas para classificação toxicológica. ESTERILIZANTES . no nosso país. e ao fim deste prazo.Para serem comercializados no país devem ser registrados junto ao Ministério da Saúde. As normas específicas para o registro dos saneantes com ação antimicrobiana são objeto da Portaria DISAD 15/88 (Brasil. os saneantes com ação antimicrobiana são classificados. 4 – para lactários. 6 – hospitalares para artigos semicríticos. da seguinte maneira: DESODORIZANTES Desinfetantes 1 – de uso geral. classificação e requisitos específicos e de rotulagem. o fabricante deve revalidá-lo. De acordo com a Portaria acima referida. Este registro possui a validade de cinco anos. 1988). Na área dos saneantes. ambiente e serviços vinculados à Vigilância Sanitária. FONTE: Farmacopéia Brasileira 4ª Edição Apostila de autoria do Prof. em atendimento às exigências legais vigentes e nos programas sistemáticos de avaliação da qualidade de produtos. Luis Carlos Neves . o Instituto Nacional de Controle em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (INCQS/FIOCRUZ) é o órgão de referência Nacional para as questões tecnológicas e normativas referentes aos insumos. produtos. o INCQS realiza análises laboratoriais para verificação antimicrobiana. avaliação química e toxicológica.Em relação ao controle de qualidade dos produtos aqui abrangidos.
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