Apostila Contababilidade Rural (2015)

March 23, 2018 | Author: Willian Henrique | Category: Accounting, Lease, Economics, Bookkeeping, Agriculture


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Contabilidade RuralSUMÁRIO ITEM ASSUNTO 1 – CONTABILIDADE RURAL COMO FATOR PARA TOMADA DE DECISÃO 1.1 – Conceitos de Atividade Rural e Aplicação 1.2 – Agricultura como Negócio e Fatores para Tomada de Decisões 1.3 – Administração Rural e Campo de Ação 1.4 – Ano Agrícola x Ano Fiscal 1.5 – Exercício Social e Imposto de Renda 1.6 – Instrumentos para Desenvolvimento da Atividade Agropecuária PÁG. 04 04 06 07 10 10 12 2 – ADMINISTRAÇÃO RURAL E PRÁTICAS ADMINISTRATIVAS 2.1 – Conceito e Administração 2.2 – Administração Moderna na Agropecuária 2.3 – Administração Financeira e Contábil 2.4 – Sistema de Informação como meio seguro para obter qualidade 15 15 16 17 17 3 – IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE RURAL COMO FERRAMENTA GERENCIAL PARA TOMADA DE DECISÃO 3.1 – Importância 3.2 – Sistema de Contabilidade 3.3 – Demonstrações Contábeis 19 19 20 22 4 – PANEJAMENTO – OPERACIONALIZAÇÃO E FLUXO CONTÁBIL NA ATIVIDADE DO AGRONEGÓCIO 4.1 – Introdução e Aspectos Relevantes para Elaboração do Plano de Contas 4.2 – Operacionalização Contábil na Empresa Rural 4.3 – Contabilidade da Atividade Rural 4.4 – Culturas Temporárias 4.5 – Culturas Permanentes 4.6 – Contabilidade na Pecuária 4.7 – Sistema e Método de Custeio 26 26 27 27 28 31 42 47 5 – DEPRECIAÇÃO – EXAUSTÃO E AMORTIZAÇÃO 5.1 – Terminologias e Conceitos 5.2 – Culturas Permanentes 5.3 – Atividade Pecuária e Zootécnica 5.4 – Exaustão 5.5 – Amortização 5.6 – Processo Contábil da Depreciação, Exaustão e Amortização 5.7 – Taxas de Depreciação Aplicadas às Empresas Rurais 54 54 54 56 57 60 61 62 6 – BIBLIOGRAFIA 6.1 – Bibliografia Básica e Complementar 65 65 Professor Lourival Batista Pereira - Fone (62) 8124-6814 - email: [email protected] CONTABILIDADE RURAL APRESENTAÇÃO O presente material didático é fruto de estudos, pesquisas, experiências e conhecimentos acumulados pelo seu elaborador na condição de: professor de Contabilidade Geral, Comercial, Industrial, de Custos, Gerencial de Custos, Planejamento Tributário, Perícia Contábil e Prática Contábil, integrantes da grade curricular do Departamento de Ciências Contábeis da Faculdade Padrão, Universidade Estadual de Goiás – UEG – UnU Morrinhos, bem como de vários cursos e estudos para aperfeiçoamento, voltados para áreas de: contabilidade e profissional onde exerceu a função de Analista Contábil Sênior na Telegoiás, Telegoiás Celular e TeleCentroeste Celular. Acreditando que este material possa se constituir em relevante recurso didático no desenvolvimento do conteúdo programático da disciplina Contabilidade Rural, procurei contemplar os principais tópicos desta disciplina, visando proporcionar conhecimento e uso da Contabilidade Rural, bem como as técnicas contábeis aplicadas na determinação do custo e controle das empresas ligadas ao agronegócio, proporcionando um instrumento de fundamental importância ao controle e gestão das empresas rurais. Finalizando, coloco à disposição dos interessados para debater, receber sugestões e críticas, e esclarecer eventuais dúvidas, tudo com o objetivo de aperfeiçoamento e melhoramento do material, pois jamais ousaria no sentido de buscar o esgotamento de tão importante tema do conhecimento humano, restringindo-se, apenas, ao básico deste relevante segmento tão importante para o setor produtivo como para a economia do País. Introdução A Contabilidade Rural no Brasil é pouco utilizada, tanto pelos empresários quanto pelos contadores, isto acontece devido ao desconhecimento, por parte desses empresários, da importância das informações obtidas através da Contabilidade, da maior segurança e clareza de que estas informações proporcionariam nas tomadas de decisões, dessa forma abrem mão de dados reais que poderiam ser obtidos através da Contabilidade. O grande problema para a utilização efetiva da Contabilidade Rural está na complexidade e no custo de manutenção de um bom serviço contábil. A dificuldade de separar o que é custo de produção do que é gasto pessoal do empresário rural, a inexistência de documentos como: recibos, notas fiscais, avisos de lançamentos, cópias de documentos, etc., fazem com que não se possa adotar a Contabilidade para este fim. A própria acomodação do contador que não esclarece o empresário rural sobre a necessidade de separação de custos, faz com que a Contabilidade seja voltada para o atendimento do fisco. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ Professor Lourival Batista Pereira - Fone (62) 8124-6814 - email: [email protected] 2 CONTABILIDADE RURAL O grande objetivo aqui não é reinventar a Contabilidade Rural, más olha-la sob o prisma de quem é obrigado a conhecê-la dentro do contexto rural brasileiro e com informações geradas dentro de nosso modelo agrícola. A fim de não ficar voltado apenas aos aspectos legais, na visão do empresário rural, vista a partir da unidade microeconômica empresarial, vamos tratá-la um pouco voltada aos fatores gerenciais para tomada de decisões, provavelmente algumas partes poderão ser mais bem explanadas, outras eventualmente reduzidas, más, isto não quer dizer que tenha menor valor. Hoje, no mundo empresarial, todos sabem que o segredo para a competitividade a longo prazo é a satisfação total do cliente. Entretanto, poucas empresas parecem entender o quanto tem de mudar suas maneira habituais de operar, para que concorram de forma lucrativa na economia global de nossos dias. No caminho das mudanças revolucionárias que as empresas precisam fazer, para que se tornem totalmente voltadas para o cliente, está a informação gerencial. Os gestores rurais aprendem com experiência a forma de resolver os problemas de rotina. Os melhores gestores são também capazes, porém, de responder racionalmente à mudança. Para fazê-lo são necessárias outras regras, além das velhas regras práticas; é necessário perceber a razão do comportamento das empresas e dos gestores. Os conceitos e as experiências no campo da administração e da Contabilidade Rural, disponíveis nos dias atuais, constituem um poderoso arsenal para ajudar empresários e profissionais de Contabilidade na complexa tarefa de assegurar a sobrevivência, o crescimento e a continuidade de suas empresas rurais. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ Professor Lourival Batista Pereira - Fone (62) 8124-6814 - email: [email protected] 3 br 4 . etc. milho. da criação de animais e da transformação de determinados produtos agrícolas.. aveia. com a finalidade de obtenção de renda ou não.CONTABILIDADE RURAL 1 .com. como: ► Contabilidade Rural: aplicada às empresas rurais em geral. como: » cereais – feijão. soja. Quando estudada ou aplicada a um ramo específico: é determinada de acordo com a atividade ou ramo. etc. ► Contabilidade Agrícola: aplicada às empresas agrícolas.. mandioca. Empresas Agrícolas: são aquelas que exploram as atividades voltadas exclusivamente à utilização do solo. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ Professor Lourival Batista Pereira . Quando estudada ou aplicada de forma genérica tem sua denominação de: Contabilidade Geral ou Financeira. » produção animal – atividade zootécnica. estando divididas em dois grupos. pimentão. sendo: Culturas hortícolas e forrageiras: são aquelas que exploram as atividades hortícolas e forrageiras..CONTABILIDADE RURAL COMO FATOR PARA TOMADA DE DECISÃO Conceitos de Atividade Rural ⇒ É a unidade de produção em que são exercidas atividades que exploram culturas agrícolas ou florestais e atividades de zootecnia. da criação de animais e da transformação de determinados produtos agrícolas. Aplicação ⇒ A Contabilidade Rural pode ser estudada ou aplicada de modo geral. genérica ou específica: Quando estudada ou aplicada de modo geral é direcionada para: todas as empresas. tomate. » hortaliças – verduras.Fone (62) 8124-6814 .email: pereiralb@bol. O campo de atividades das empresas rurais pode ser dividido em três grupos distintos: » produção vegetal – atividade agrícola. ⇒ É aquela que explora a capacidade produtiva do solo por meio do cultivo da terra. ou particular . com a finalidade de obtenção de renda ou não. trigo. arroz.aplicada a certo ramo de atividade ou setor da economia. etc. cenoura. » indústria rural – atividade agroindustrial. » tubérculos – batata. Empresas Rurais: são aquelas que exploram a capacidade produtiva do solo por meio do cultivo da terra. Rio de Janeiro. 1 Grande extensão de vinhas (videira trepadeira vitácea cujos frutos. olivais2. » piscicultura – criação de peixes. etc. ► Contabilidade Agropecuária: aplicada às empresas que exploram atividades agrícolas e pecuárias ao mesmo tempo. araucária. Empresas Zootécnicas: exploram exclusivamente à atividade de criação de animais em geral. plantas industriais. fermentados. etc. » pomares – manga.com. etc. como no Brasil ostenta um dos maiores rebanhos bovinos do mundo e sua pecuária representa uma atividade econômica de grande relevância. etc. jabuticaba. eqüinos. maracujá.. girassol. recria e engorda. forragens. amendoim. como: » florestamento – eucalipto. 4 Ibidem 2 ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ Professor Lourival Batista Pereira . Grande e novíssimo dicionário da língua portuguesa. pimenta-do-reino. » caprinocultura – criação de cabritos. suínos. etc. » avicultura – criação de aves.. Empresas Pecuárias: exploram exclusivamente à atividade de criação de animais. juta. » sericultura – criação do bicho-da-seda. ovinos. » vinhedos1. sejam leiteiros ou para cria. canela. etc. nada mais juste que se dê ênfase. laranja. dão. etc.. pomares e parreirais e extrativos. » especiarias – cravo. como: » apicultura – criação de abelhas. Casulos do bicho-da-seda.. Arboricultura: são aquelas que exploram as atividades de arborização. para serviços de lavoura. Como: » pecuária – criação de gado. ► Contabilidade Pecuária: aplicada às empresas que exploram atividades com animais específicos voltados à pecuária. » ovinocultura – criação de ovelhas. etc.email: pereiralb@bol. » pecuária – criação de gado. » outras – floricultura. as uvas. para consumo doméstico ou para fins industriais e comerciais”4.Fone (62) 8124-6814 .CONTABILIDADE RURAL » plantas oleaginosas – mamona. Exemplo: bovinos. Pecuária é a “arte de criar e tratar gado”3 Gados “são animais geralmente criados no campo. » fibras – algodão. muares etc. 2ª ed. pinho. » outros animais – caprinocultura. ► Contabilidade Zootécnica: aplicada às empresas que exploram atividades com animais em geral. o vinho) Plantio de oliveiras (árvore oleácea que dá a azeitona) 3 FREIRE. Laudelino. maçã. suinocultura. sobretudo à atividade pecuária.br 5 . soja. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ Professor Lourival Batista Pereira . » pela exportação. milho. etc. pecuárias e industriais ao mesmo tempo. » hortaliças – verduras. etc. etc. A agricultura a cada ano que passa vem se desenvolvendo e especializando na produção comandada pelo mercado. como: » pecuária – criação de gado. conservação. De acordo com esta definição. » cereais – feijão. Ainda hoje. nesse processo de desenvolvimento. ela deve desempenhar os seguintes papeis no processo de desenvolvimento: » produzir alimentos baratos e de boa qualidade. aveia. pelo porco tipo carne. buscando alternativas mais produtivas. » transformação de produtos zootécnicos – mel. arroz. trigo. com vistas à obtenção de produtos que venham a satisfazer ás necessidades humanas.. seja o cultivo de lavouras e florestas. milho. » tubérculos – batata. etc. etc. sejam leiteiros ou para cria. cenoura. etc. álcool. pois. com a intensificação da automatização nas atividades agrícolas. mandioca. Agricultura como negócio e fatores para tomada de decisões Agricultura – É toda atividade de exploração da terra. tomate.email: pereiralb@bol. possibilitando melhoria significativa de qualidade e produtividade das atividades exploradas. tornam-se necessário desembolsar quantias vultosas para sua compra. entre outras. manutenção e serviço. que substituiu a criação do porco tipo banha.. trazer divisas para o país.CONTABILIDADE RURAL Empresas Agropecuárias: exploram exclusivamente à atividade de criação de animais. recria e engorda e atividades agrícolas. » ovinocultura – criação de ovelhas. Da mesma forma. surgem dificuldades significativas.com. casulos de seda. Empresas Agroindustriais: são aquelas que exploram atividades de beneficiamento e transformação ao mesmo tempo: » beneficiamento de produtos agrícolas – arroz. uvas em vinho e vinagre. ► Contabilidade Agroindustrial: aplicada às empresas que exploram atividades agrícolas.Fone (62) 8124-6814 .br 6 . como ocorreu na suinocultura. espécies selecionadas e alto custo de manutenção defensiva e preventiva para se obter uma produção aceitável pelo mercado. » dar condições dignas de vida para o trabalhador rural. » produzir matéria-prima para a indústria. pimentão.. o custo de produção ainda é bastante elevado pela necessidade de aplicação de fortes doses de investimentos principalmente na preparação do solo. laticínios. » transformação de produtos agrícolas – cana-de-açúcar em açúcar. café. o tipo de componentes a ser aplicado. com relação a sua escolha.Fone (62) 8124-6814 . a forma de combater as pragas e doenças. deverá recorrer a consultas nas áreas especializadas. » como controlar a ação após iniciar a atividade e.br 7 .com. decidir: » o quê. » conhecer as condições dos recursos naturais de seu estabelecimento rural. ou seja. e » o que está ocorrendo no mercado. Cabe ao proprietário ou administrador rural. » os escritórios dos serviços de extensão rural ou outros técnicos que atuam na área. avaliar os resultados obtidos na atividade: deve estar sempre medindo os lucros ou prejuízos e analisando quais as razões que fizeram com que o resultado alcançado fosse diferente daquele previsto no início de seu trabalho.. etc. De posse desses conhecimentos e informações. cabendo a ele agora. controle da ação desenvolvida: deve estar sempre verificando se as práticas recomendadas estão sendo aplicadas corretamente e no devido tempo. o quanto produzir: deve levar em consideração fundamentalmente à quantidade de terra de que dispõe. Administração rural e campo de ação Com o conhecimento das condições de mercado e dos recursos naturais. quanto à escolha da atividade.email: pereiralb@bol. se vai automatizar ou não a atividade. diante da vinculação e dependência em relação ao mercado. dá ao produtor rural os elementos básicos para o desenvolvimento de sua atividade econômica. e ainda o capital e a mão-de-obra que pode empregar. por último. levando em consideração os recursos naturais e seu conhecimento de quais culturas e criações adaptam ao clima e ao solo e as perspectivas de mercado. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ Professor Lourival Batista Pereira . a decisão quanto as seguintes tarefas: o quê produzir: deve ser levado em consideração as condições de mercado e os recursos naturais de seu estabelecimento. Caso não consiga tomar a decisão. como produzir: deve levar em consideração qual a tecnologia que vai empregar. » como avaliar os resultados alcançados comparando-os com os previstos inicialmente. como: » as cooperativas e sindicatos. torna-se fácil a escolha do tipo de atividade que deverá ser desenvolvida.CONTABILIDADE RURAL Diante desta situação tornou-se necessário e indispensável o conhecimento aprofundado de seu negócio. quando e como produzir. mesmo com os conhecimentos e informações adquiridas. » devendo estar bem informado sobre as condições de mercado para os produtos que pretende explorar. A separação entre capital fixo e capital circulante é fundamental para o cálculo do resultado econômico da empresa. com o fim de obter o melhor resultado econômico. bois de serviço. o conjunto de atividades que facilita aos produtores a tomada de decisões ao nível de sua unidade de produção. É fácil verificar que os diversos tipos de capital apresentam características bem diferentes. vacinas.br 8 . mesmo que esses encargos tenham sido pagos a vista. considerando que: se determinado tipo de capital dura vários anos. podendo ser familiar ou patronal. não se pode incluir como gasto daquele ano o total do valor de sua compra. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ Professor Lourival Batista Pereira . sendo integrada por um conjunto de recursos. aramados. denominados de capitais circulantes. etc. pois nela se aplicam os capitais e se trabalha para obter a produção. sendo. uma das preocupações fundamentais do empresário rural é a conservação da capacidade produtiva da terra. com a finalidade de obtenção de renda. fungicidas.. erosão ou outro fator que a degrade. aves. denominados de fatores da produção (a terra. desaparecem.email: pereiralb@bol. os animais de produção e serviços: bovinos de cria e leiteiros. o capital e o trabalho). suínos. como: » as benfeitorias. Com isso. os animais e as máquinas e implementos. mantendo ou melhorando a produtividade de suas atividades exploradas. permanecem em uso na empresa durante vários anos.CONTABILIDADE RURAL A administração rural é.. etc. Exemplo: Quando se compra um trator ou se constrói uma cerca com financiamento bancário. Empresa Rural – é a unidade de produção em que são exercidas atividades que dizem respeito a culturas agrícolas. o valor dos encargos sobre o empréstimo solicitado poderá ser dividido em diversos anos. criação de gado. inseticidas. galinheiros. os equipamentos tecnológicos: máquinas e implementos agrícolas..Fone (62) 8124-6814 . uma vez utilizados. ou culturas florestais. pocilgas. denominados de capitais fixos. portanto. cavalos e asininos. » já os insumos. portanto. consumidos dentro do ano agrícola em curso. O empresário rural e seus administradores devem conhecer exatamente a quantidade e o valor de cada bem que constitui o capital da empresa. Necessariamente as empresas rurais não precisam ser juridicamente constituídas. deve ser considerada como a despesa do ano. Constituindo assim o capital empregado nas diversas atividades rural: as benfeitorias: galpões. sendo que cada parcela anual e a amortização da dívida paga todos os anos. » Capital: conjunto de bens colocados sobre a terra com o objetivo de aumentar sua capacidade produtiva e ainda facilitar e melhorar a qualidade e a capacidade do trabalho humano. etc. evitando seu desgaste pelo mau uso. sementes. etc.com.. » Terra: fator de produção mais importante para a atividade rural. os insumos: adubos. etc. com. assim como: »as máquinas e implementos devem estar em perfeitas condições de funcionamento ao iniciar seu serviço. etc. Exemplo: O que vem ocorrendo nas empresas que cultivam trigo e soja em sucessão. » Organização: combinação das atividades desenvolvidas em função das características dos fatores de produção disponíveis. para evitar que. Com isto. cercas. combinar a utilização de todos os fatores de produção. cuidar e gerenciar animais. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ Professor Lourival Batista Pereira . como se fossem financiadas. » Manejo da empresa rural: é conjunto de medidas que deve tomar o administrador para que todas as práticas desenvolvidas sejam realizadas a tempo e de maneira eficiente. escolher todas as culturas e criações que serão exploradas de modo a aproveitar da melhor maneira possível a terra.email: pereiralb@bol. por falta no mercado. ou seja. construir e gerenciar. ociosidade na utilização desses fatores de produção.Fone (62) 8124-6814 . como: lavrar e gerenciar a terra. as máquinas e implementos e a mão-de-obra. manter elevada à produtividade daqueles fatores. portanto. Existe uma diferença entre a administração e execução de práticas agrícolas. essas duas culturas permite a utilização da terra e das máquinas e implementos em forma continua durante o ano agrícola. ele deve preocupar com dois aspectos: a organização e o manejo da empresa rural. enquanto que.) devem ser adquiridos com antecedência. » Trabalho: conjunto de atividades administradas e desempenhadas pelo homem na execução das práticas nas atividades rural. etc. as benfeitorias.br 9 . sendo que: para o administrar há uma exigência de conhecimento maior. fique prejudicada a produção da empresa. deve ter sempre em vista a totalidade da empresa. »o serviço dos trabalhadores deve ser controlado permanentemente para impedir que práticas mal executadas causem graves prejuízos à organização rural. vacinas. o executor de tarefas específicas necessita apenas saber fazer aquilo para o que foi designado. com a finalidade de obter resultados econômicos satisfatórios. Compete também ao empresário ou administrador das atividades rural: a função de coordenar a atividade dos demais trabalhadores.CONTABILIDADE RURAL Estas despesas para efeito de cálculo econômico. não havendo. sementes. devem ser diferidas durantes os vários anos. »os insumos (adubos. isto deverá ser levado em conta. Determinando como início e o fim do ano agrícola: desde o início do cultivo até a colheita e comercialização da atividade de maior renda bruta. por exemplo.br 10 . Exercício social e Imposto de renda Com o advento da Lei nº. de modo geral. o Imposto de Renda tornou obrigatório. Características peculiares do setor agrícola . escolha de variedades e espécies. que o distinguem dos demais setores da economia. as demonstrações financeiras que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da entidade e as mutações ocorridas no decorrer do exercício. vegetais e animais. o que gerencialmente será de extrema relevância. para fins de gerenciamento. a indústria. somente o trabalho modifica a produção de determinado bem e é sempre igual ao tempo de trabalho consumido na obtenção do produto final. em algumas de suas fases. para melhor avaliar o desempenho da empresa. que ao final será elaborado. não apenas para a agricultura brasileira.Fone (62) 8124-6814 . pois: » condiciona a maioria das explorações agropecuárias.email: pereiralb@bol. independente da existência do trabalho físico imediato. o exercício social coincidindo com o ano civil.CONTABILIDADE RURAL Ano agrícola x ano fiscal Ano Agrícola ou ano de atividade da empresa agrícola: corresponde ao período de 12 meses.O setor agrícola apresenta algumas características peculiares. 7. são elas: Dependência do Clima: é a mais citada pelos estudiosos e da qual muitas outras dependem. Essa imposição trouxe sérios prejuízos à contabilidade rural. Deve ser notado que essas características são válidas. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ Professor Lourival Batista Pereira . sobretudo a respeito do que fazer no novo ano agrícola. tratos culturais. logo após a colheita e a comercialização. Mas nada impede que se faça. a apuração de resultado. já que esse setor deveria ter seu exercício social coincidente com o ano agrícola. para todas as empresas. colheitas. Correlação Tempo de Produção x Tempo de Trabalho: o processo produtivo agropecuário desenvolve-se. sendo que em outros setores da economia. » determina a épocas de plantio. ou seja. não há porque esperar meses para se conhecer o resultado que é tão importante para a tomada de decisões. constituindo de forma mais adequada à avaliação do desempenho da safra agrícola. que engloba desde o início do cultivo até a colheita das principais culturas da região.450/85. de 01 de janeiro a 31 de dezembro. com base na escrituração mercantil da entidade. mas para a de todos os países. normalmente de um ano. Ano Fiscal: período determinado pelo estatuto ou contrato.com. por exemplo). etc. Terra como Participante da Produção: a terra não é apenas um suporte para o estabelecimento de atividades produtivas. Sistema de Competição Econômica: está sujeita a um sistema de competição tendo as seguintes características: existência de um grande número de produtores e consumidores. Nas pesquisas realizadas no setor rural. entre o trabalho executado por uma equipe que reforma as cercas da propriedade com outra que faz “a limpeza” das pastagens. exigindo dos empresários rigorosas ações de planejamento e controle. normalmente pouca diferenciação entre si. e pelas flutuações dos preços de seus produtos. os riscos assumem maiores proporções. não se pode alterar a sequência da produção (interromper o desenvolvimento de uma lavoura de milho para se obter soja. Outra característica que se apresenta no setor rural é o trabalho ao ar livre. por exemplo). podendo ocorrer em locais distantes um do outro. podendo ser até mesmo inferior aos custos de produção.Fone (62) 8124-6814 . sendo que o trabalho disperso e ao ar livre induz a uma menor produtividade do trabalhador rural. geada. como sujeição ao frio.email: pereiralb@bol. As atividades estão dispersas por toda a empresa.. é importante conhecê-la e analisá-la em suas condições: químicas. por exemplo. pelo ataque de pragas e moléstias. pois as explorações podem ser afetadas por: problemas causados pelo clima (seca. mas ainda assim sujeitas às condições biológicas. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ Professor Lourival Batista Pereira . sendo que na agropecuária. pode ser conseguido espécies animais e variedades vegetais mais precoces e produtivas. o empresário rural não consegue controlar o preço de seus produtos.CONTABILIDADE RURAL Dependência de Condições Biológicas: o ciclo de produção da agropecuária está relacionado às condições biológicas. isoladamente. não havendo relação. positiva sob certos aspectos (inexistência de poluição. a entrada no negócio e a saída dele pouco altera a oferta total. como recursos para acelerar a produção. ou seja.br 11 . determinando também a irreversibilidade do ciclo produtivo. granizo). Estacionalidade da Produção: normalmente. ao calor. chuvas. biológicas e topográficas. Assim. físicas. como na indústria e uma tarefa pode também não depender de outra. não existe um fluxo contínuo de produção. e negativa sobre outros aspectos. produtos que apresentam. ao contrário. A consequência da conjugação desses fatores é que. em todas as explorações agropecuárias ela participa diretamente do ciclo produtivo. Por outro lado.com. estabelecimento de um terceiro turno de trabalho. Incidência de Riscos: toda e qualquer atividade econômica está sujeita a riscos. que é ditado pelo mercado. limitam a adoção de medidas que normalmente são utilizadas em outros setores da economia. Fone (62) 8124-6814 . para fins de Imposto de Renda. por meio de um trato reconhecido por lei. por intermédio de um profissional contábil qualificado. embora esses dispositivos estejam a seu alcance para exercício imediato. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ Professor Lourival Batista Pereira . por ser menos onerosa que a pessoa jurídica. Alto Custo de Saída e/ou Entrada: algumas explorações exigem altos investimentos em benfeitorias e tecnologias e. ao abandonar a exploração. não precisam. pois: o empresário da atividade rural deve assumir ações administrativas eficazes. ao serem transferidas ao setor rural. com personalidade distinta de seus membros.CONTABILIDADE RURAL Produtos não Uniformes: há dificuldades para obter produtos uniformes quanto à forma. condições adversas de preço e mercado devem ser suportadas a curto prazo. fazer escrituração regular em livros contábeis e podem utilizar apenas um livro-caixa e efetuar uma escrituração simplificada. sendo: Pessoa física – é a pessoa natural. é todo individuo (sem nenhuma exceção).) em estado improdutivo. Forma jurídica de exploração na agropecuária – Na atividade rural. principalmente em relação a pequenas atividades. há duas formas jurídicas possíveis de exploração. é todo o ser humano. não praticando a intermediação do negócio. esta cada vez mais dificultando a permanência do produtor rural em dar continuidade às atividades agrícola e aos processos de produção.email: pereiralb@bol. poderá ser maior. além de receitas mais baixas. ● Sociedades civis: são as que prestam serviços com ou sem fins lucrativos. Menos utilizada devido sua complexidade e necessidade de controles para fins fiscais. é mais prejudicial do que benéfico. as pessoas físicas tidas como grande produtor rural serão equiparadas às pessoas jurídicas para fins contábeis. além de proporcionar mais vantagens de ordem fiscal. como: compra e venda de mercadoria. A manutenção deste patrimônio (terras. As teorias da administração. utilizando como base o método das partidas dobradas.br 12 . etc. devem ser adaptadas às suas condições. tamanhos e à qualidade. Prevalecendo no Brasil. devendo fazer escrituração regular. degradando-se e depreciando-se. máquinas. As pessoas físicas tidas como pequenos e médios produtores rurais. pois o prejuízo. na administração da atividade rural. observa-se que o efeito das mesmas. em virtude do menor valor dos produtos que apresentarem padrão de qualidade inferior. Todavia. fatores decorrentes das condições biológicas que acarreta custos adicionais.com. Pessoa jurídica – é a união de indivíduos que. Analisando essas características em conjunto. consequentemente. para atenuar e modificar os efeitos prejudiciais de cada característica. formam uma nova pessoa. pela necessidade de serem classificação e padronizados. sendo dividias em: sociedade civil e sociedade comercial. etc.A. a sociedade agropecuária será comercial se constituída sob a forma de S. nem sempre de forma adequada aos objetivos propostos. e. cooperativas (sem fins lucrativos).. As sociedades anônimas. associando-se a terceiros em forma de parceria. art.email: pereiralb@bol. ou seja. sempre sociedades comerciais. clínicas. exploração: explorar negócios de serviços. transformação: transformar matéria-prima adquiridas de terceiros em produtos acabados a serem vendidas a terceiros. financeiros.com. uma vez que são regidas pelas leis comerciais. o ramo de atividade é que indicará se a sociedade é comercial ou civil: Comercial: sociedade com fins lucrativos que se coloca entre fornecedores e consumidores (usuários). entretanto. por força de lei. etc.Fone (62) 8124-6814 . Instrumentos para desenvolvimento da atividade agropecuária Parcerias – As parcerias rurais não são utilizadas na proporção que os resultados disponíveis permitem e. visto em primeiro lugar. o desenvolvimento da produção agropecuária. devido à existência de algumas situações que fazem com que as parcerias não fluam de maneira satisfatória. mesmo que sua finalidade seja civil (Lei 6. Sendo assim. A natureza do objeto social. metade ao proprietário e metade ao parceiro) ou de outra forma acordada. tais como: estabelecimento de ensino. uma agropecuária é vista como uma sociedade civil. Dessa forma. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ Professor Lourival Batista Pereira . ou civil se constituída sob a forma de limitada ou outro tipo societário. fazendo com que seus bens permaneçam inativos. Civil: sociedade com ou sem fins lucrativos que se coloca na posição de fornecedora ou simplesmente de usuário (consumidor). falta de recursos financeiros subsidiados. como: a associação de patrimônios potencialmente produtivos nesses setores ainda é inexpressivo. serão. sendo constituídas com o objetivo de: comercialização: compra e venda de mercadorias.404/76. etc. pois se coloca na posição de fornecedora de produtos agrícolas. podendo ser à meia (o lucro da colheita é dividido. instituição financeira. etc. pecuários. 2º). comércio. A Parceria ocorre quando o proprietário da terra contribui no negócio com o capital fundiário e o capital de exercício. tais como: indústria. sempre em qualquer circunstancia.br 13 .CONTABILIDADE RURAL ● Sociedades comerciais (ou mercantis) – são aquelas praticam ato de comércio com fins lucrativos. Adotar parcerias rurais como instrumento de desenvolvimento da atividade agropecuária não tem sido o recurso prático utilizado por proprietários e produtores rurais. email: [email protected]. a utilização. incluindo ou não outros bens. denominando de sistema de arrendamento. e geralmente com a gerência do negócio.br 14 . com o objetivo de exercer atividade de exploração voltada para a atividade agrícola. da mesma forma que a parceria. o de trabalho (parceiro): que entra com a execução do trabalho. Condomínio – Propriedade em comum. em que os condôminos proprietários compartilham dos riscos e dos resultados. ou a co-propriedade. sendo o aluguel. observados os limites percentuais da lei. benfeitorias e facilidades.CONTABILIDADE RURAL Esse tipo de associação assemelha-se a uma sociedade de capital e indústria. extrativa ou mista. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ Professor Lourival Batista Pereira . agroindustrial. Arrendamento Rural – É o conjunto agrário pelo qual uma pessoa se obriga a outra. Comodato – Empréstimo gratuito pelo proprietário da terra do seu capital fundiário. uso e gozo do imóvel rural no todo ou parte. por tempo determinado ou não. mediante certa retribuição ou aluguel. sendo que o arrendador recebe do arrendatário uma retribuição certa.Fone (62) 8124-6814 . sem nada receber do comodatário. na proporção da parte que lhes cabe no condomínio. em que há duas espécies de sócios: o capitalista (proprietário): que entra com o capital. pecuária. para que seja utilizado pela outra parte por tempo e nas condições preestabelecidas. O Arrendamento: ocorre quando o proprietário da terra aluga seu capital fundiário (dificilmente aluga o capital de exercício) por determinado período a um empresário. ADMINISTRAÇÃO RURAL E PRÁTICAS ADMINISTRATIVAS Conceito – A atividade agropecuária. venda. A avaliação da administração do empreendimento pode ser resumida em duas etapas: Levantamento do estágio atual: » características gerais da organização: histórico. estratégias e investimentos realizados. as empresas rurais vêm alcançando resultados de produção e produtividade que vem garantindo o sucesso do empreendimento. etc. possibilitando obter rendimentos adicionais. os proprietários dessas empresas. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ Professor Lourival Batista Pereira . planejamento e previsão financeira. obedecendo as seguintes competências: a administração geral: cuida em determinar que produtos e serviços são necessários e em colocá-los nas mãos dos consumidores. remuneração e motivação.CONTABILIDADE RURAL 2 .br 15 . Para aumentar sua riqueza. a administração financeira: trata das decisões sobre planejamento a fim de atingir o objetivo de maximizar a riqueza dos proprietários. sistema interno de informações.Fone (62) 8124-6814 . comunicação. contratação de serviços. apesar de nem sempre estar formalmente assim denominada e estruturada. É preciso considerar que com a situação de política agrícola é necessário que a tomada de decisão em um empreendimento agropecuário seja de forma rápida a fim de adequar-se às mudanças constantes da política e de economia do país. técnicas empregadas. constitui-se na realidade em empresa.email: pereiralb@bol. planejamento e controle. por suas múltiplas atividades e volume financeiro das operações (compra. Elaboração de um plano de medidas tomadas a curto prazo. cultura organizacional. » recursos humanos: administração de pessoal. será possível determinar o melhor direcionamento para uma administração eficiente. influência. vem se estruturando organizacionalmente e administrativamente. estrutura jurídica e acionária. processo de tomada de decisão. fontes e aplicações de recursos. Após a análise e as conclusões obtidas. » objetivos e estratégia: metodologia de definição dos objetivos. balanços e contas de resultados. com a utilização dos meios e das ferramentas gerencias. Administração – Por meio de tecnologias que permitem interligar criações ou culturas. » finanças: administração financeira. » sistemas administrativos e práticas adotadas: estrutura organizacional.com.). » conclusões: sobre o estado atual da administração. diluição de custos e economia de insumos. quadro de pessoal. A solução viável ou proposta apesar de gerencialmente onerar a entidade. » controle do andamento.br 16 . o administrador: assumiria a responsabilidade integral pelos resultados do empreendimento. apesar de nem sempre estar formalmente assim denominada e estruturada. criando níveis intermediários efetivos (gerências de setores). seria reagrupar por departamento. mesmo que isto não venha a ser formalizado juridicamente. Controle Financeiro e de Resultados: (organização e direção) ferramenta indispensável à administração do empreendimento.CONTABILIDADE RURAL Com a definição do objetivo do sistema. constitui-se na realidade em empresa. comparando o real e o orçado. administração financeira.). direcionando as atividades a serem executadas.email: pereiralb@bol. as atividades e dar mais altura ao organograma. etc. contratação de serviços. É de fundamental importância que a tomada de decisão em um empreendimento agropecuário seja de forma rápida a fim de adequar-se às mudanças constantes da política e da economia do país. devendo atentar para: os escritórios: com base na cidade e na fazenda tornam-se responsáveis pela contabilidade (registros e processamento de dados). os instrumentos de controle financeiro e de resultados devem ser do alcance do administrador e executados sob sua supervisão. venda.com. aprimoradas e servir de lista de ações. elemento indispensável à administração do empreendimento para: » previsão das necessidades e geração de recursos. por suas múltiplas atividades e volume financeiro das operações (compra. Práticas administrativas – O administrador deve estar sempre atento e com competência e responsabilidade para as seguintes tarefas: Planejamento: (produção e finanças) as programações anuais elaboradas devem ser mantidas. ele deve ser dotado de uma estrutura autônoma responsável por todas as atividades que o compõem a administração. contábil. é possível traçar uma estratégia para atingir as metas preestabelecidas. Organização – É imprescindível que o empreendimento seja ao máximo desvinculado da pessoa física do ponto de vista organizacional. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ Professor Lourival Batista Pereira . Administração Moderna na Agropecuária A atividade agropecuária.Fone (62) 8124-6814 . produção etc. os departamentos: sendo cada um sob a responsabilidade de um técnico de nível médio ou superior. Servindo de base ao orçamento. Estrutura organizacional – No sentido de desvincular o empreendimento ou “emancipá-lo”. ele também fornece indicações de como cada departamento pode conduzir suas atividades. isto é.CONTABILIDADE RURAL Uma medida importante é a separação da Contabilidade Gerencial (instrumento de administração) da Contabilidade Fiscal e das contas bancárias particulares das contas da empresa.Fone (62) 8124-6814 .br 17 . a contábil é mais bem visualizada como um insumo necessário à função financeira. Sistema de informação como meio seguro para obter qualidade Os executivos da administração rural. O gerente deverá apresentar planos.com. é possível medir o desempenho e avaliar os resultados obtidos ao longo do desenvolvimento do projeto. administração: zelar pela estrutura de ativos da entidade. As finanças alem de desempenhar bem suas funções. Administração financeira e contábil A função financeira e contábil em uma empresa rural são bem parecidas. O conhecimento financeiro e as funções de finanças auxiliam no: planejamento: análise e planejamento financeiro. finanças e comercialização. Com a definição das funções e responsabilidades sobre todas as atividades do empreendimento. à tomada de decisão. facilitando a comunicação entre os diferentes departamentos. ao proprietário ou empresário que. deparam com as algumas dúvidas: ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ Professor Lourival Batista Pereira . como subfunção da administração financeira. embora haja uma relação íntima entre essas funções.email: pereiralb@bol. deverão ser implantados. de modo que eles saibam o que se espera deles. Controle de Produção: estarão sob a responsabilidade direta dos gerentes de departamento. buscando solucionar problemas e agilidade nas tomadas de decisão. Há duas diferenças básicas de perspectivas entre a administração financeira e a contábil: uma refere-se ao tratamento de fundos e a outra. além de elaborar um sistema de controle com relatórios que permita o acompanhamento do andamento e desenvolvimento do empreendimento. O sistema de controle gerencial de resultados deve ser concedido de forma a permitir a identificação dos problemas operacionais e avaliação de desempenho de cada unidade estratégica de negócio. em três áreas básicas: produção. A visão destas funções está de acordo com a organização das atividades das entidades rurais. gerenciamento: da estrutura financeira. uma vez aceitos. ao implantar um programa de qualidade total. ainda funciona como um meio de ligação. por exemplo: o orçamento comunica os objetivos globais aos gerentes de departamentos. como orçamentos ou outros. adaptando-o às novas diretrizes ou. bem diferente dos sistemas hoje em prática baseados apenas em demonstrações financeiras e relatórios gerenciais.) é mais baixo que os benefícios advindos de sua implantação?. isso só será possível no dia em que os sistemas financeiros estiverem integrados aos sistemas de qualidade e produtividade .Fone (62) 8124-6814 . qualidade é atender às necessidades do cliente. A maioria das empresas rurais que adotam programas de melhoria contínua não sabem responder a essas perguntas. podem-se criar milhões de itens de controle. » até que ponto esse programa contribui para aumentar meus lucros e diminuir meus custos?. etc. Há duas saídas para as empresas que conseguirem identificarem esse problema: a) repensar o atual sistema por meio de um processo de sensibilização. e ainda os que preconizam que é o equilíbrio entre preços e consumo. O ponto de partida deve ser sempre definir o que é qualidade para a empresa. simplesmente. e depois calcular quanto custa a não-conformidade a esse parâmetro. Há quem defenda que ela é inata ao produto. Esta integração somente será possível se for feito através da criação de um sistema de informações que reúne num mesmo arcabouço as informações econômicofinanceiras. » o próprio crescimento vegetativo?. mas em que medida o esforço pela qualidade contribuiu para esse aumento.email: pereiralb@bol. mas que ainda não consegue determinar o custo individual de cada um dos diversos produtos que comercializa. que dá margem a índices muito mais complexos. e b) fazer uma completa reengenharia no sistema de informações. num sistema assim. Para algumas correntes. Para outras. como: » demanda aquecida?. sistemas modificados. de qualidade. é atender às especificações do produto. em relação a outros fatores. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ Professor Lourival Batista Pereira .br 18 . pesquisas. em tempo real. Outra dificuldade encontrada pelas empresas está na própria definição do conceito de qualidade pela não existência de uniformidade. Diante deste contesto.CONTABILIDADE RURAL minhas vendas aumentaram. treinamento para o programa. » o custo do esforço pela qualidade (consultoria.com. se a maioria das empresas demora meses para consolidar as informações de seus balanços após o fim do exercício? Por exemplo: uma grande agropecuária há um ano envolvida num programa de qualidade. rumamos para algo como “sistema de informações empresariais integrados”. completamente diferente. assim se cria uma base segura e começa a se desenhar um histórico de informações. de produtividade e de cunho social. criando um novo sistema. Como querer mensurar qualidade. funcionando on-line. inadequados para retratar as características das atividades rurais. Entre os fatores que tem contribuído para esta visão dos produtores.email: [email protected]ÂNCIA DA CONTABILIDADE RURAL COMO FERRAMENTA GERENCIAL PARA TOMADA DE DECISÃO Importância – O sucesso de qualquer empreendimento está subordinado a uma administração eficiente. devendo ser levado em conta seu modo de operar. Essa conscientização tem favorecido interesse tecnologias gerenciais que permitam uma administração competitiva. e procura crescente por verdadeiramente eficiente e destaca-se como principal execução e o controle das Um sistema contábil eficiente.com. aliado ao bom senso do administrador deve proporcionar um diagnóstico realista. porém. geralmente como uma técnica complexa em sua execução. Antes de tudo. quase sempre conhecida apenas dentro de suas finalidades fiscais. com a localização dos pontos fracos e fortes de cada atividade produtiva e da empresa como um todo. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ Professor Lourival Batista Pereira . a contínua maximização do lucro. Neste contexto. para atendimento à legislação do Imposto de Renda. com baixo retorno na prática. e é justamente nesse aspecto que a empresa rural apresenta uma de suas mais visíveis carências. a Contabilidade Rural instrumento de apoio a tomada de decisões durante a operações da Empresa Rural. a Contabilidade Rural. destaca-se: a adaptação de sistemas estrangeiros e de contabilidade comercial e industrial.br 19 .Fone (62) 8124-6814 . constituição jurídica e dimensão patrimonial. fornecendo-lhes dados realmente confiáveis. Uma das ferramentas administrativas menos utilizadas pelos produtores é. não inclusão da Contabilidade Rural como instrumento de políticas governamentais agrícolas ou fiscais. vista. sua forma de organização. como condições imprescindíveis para a própria sobrevivência da empresa. sem dúvida. prejudicando todo o processo de modernização de suas atividades. também. Os empresários necessitando de melhores conhecimentos administrativos. saber como gerenciar a produtividade obtida para alcançar o resultado almejado.CONTABILIDADE RURAL 3 . falta de profissionais capacitados na transmissão de tecnologias administrativas aos empresários rurais. ou seja. precisam. perceberam que o êxito do empreendimento não consiste apenas em alcançar elevados níveis de produtividade por meio do emprego de técnicas produtivas modernas e dispendiosas. é imprescindível que se tenha absoluta consciência da relação entre custos e benefícios da implantação de um sistema de Contabilidade Gerencial e da própria capacidade de compreender e utilizar seus recursos. proporcionando os seguintes objetivos: • orientar as operações agrícolas e pecuárias. As informações contábeis. etc. Ela também esta voltada a outro grupo de pessoas que tem interesse nas informações extraídas.CONTABILIDADE RURAL Sistema de contabilidade – É a forma de escrituração ou registro dos fatos contábeis. principalmente os fornecedores. • servir de base para seguros. Técnicos do governo analisam constantemente a contabilidade das empresas rurais. • controlar as transações financeiras. das vendas e dos investimentos. com técnicas específicas. sendo de livre escolha da empresa rural. Entidade rural é qualquer pessoa física ou jurídica detentora de um patrimônio. prestar informações sobre o patrimônio e o resultado das entidades rurais aos diversos usuários dessas informações. bancos. • gerar informações para declaração de Imposto de Renda. auxiliar as projeções de fluxos de caixa e necessidades de crédito. arrendamentos e outros contratos. financeiras. A Contabilidade Rural é um dos principais sistemas de controle e informação das Empresas Rurais. • apoiar as tomadas de decisões no planejamento da produção. se há possibilidade de retorno rápido.com. clientes.. A Contabilidade Rural é um instrumento da função administrativa. são de grande interesse dos investidores. governo. podendo ser: ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ Professor Lourival Batista Pereira . desde que mantida em registros permanentes. • justificar a liquidez e a capacidade de pagamento da empresa junto aos agentes financeiros e outros credores. devem ser adotados métodos ou critérios contábeis uniformes no tempo e registradas as mutações patrimoniais segundo o Regime de Competência. que são os administradores das empresas relacionadas comercialmente. que tem como finalidade: controlar o patrimônio das entidades rurais. necessárias para subsidiar decisões governamentais. apurar o resultado das entidades rurais.email: pereiralb@bol. pois mostra se o investimento é seguro. • medir o desempenho econômico-financeiro da empresa e de cada atividade produtiva individualmente. Na escrituração.br 20 . com obediência aos preceitos das legislações comercial e fiscal e aos princípios fundamentais de contabilidade. além da apuração da regularidade fiscal. para o controle e gerenciamento da entidade. • permitir a comparação da performance da empresa no tempo e desta com outras empresas. outras informações de cunho econômico. etc. buscando. • conduzir as despesas pessoais do proprietário e de sua família.Fone (62) 8124-6814 . servindo para designar a existência legal de uma sociedade. de garantia de capitais próprios e de terceiros. estão conceitos administrativos que interessam a quem usa esta ciência. conforme o art. Objeto da contabilidade rural – Dentro do conceito da ciência contábil. fornece informações sobre as seguintes condições: de expandir-se. Como ferramenta do sistema de informações. o administrador observa se o comportamento da organização está de acordo com os planos traçados. O objeto da Contabilidade Rural é o patrimônio das entidades rurais. indivíduo com personalidade civil que começa com o nascimento com vida. pois é através dela que podemos ou temos condições de elaborar ou extrair as demonstrações financeiras ou contábeis e outras demonstrações financeiras necessárias. Planejamento: é o conjunto de linhas de ação e a maneira de executá-las para alcance dos objetivos. como: análises de estrutura. quer seja na apresentação das informações. de evolução de solvência. deverá atender a essa finalidade . Pessoa jurídica: é um indivíduo de existência abstrata. associação ou instituição. que nasce da reunião de duas ou mais pessoas físicas ou jurídicas.Fone (62) 8124-6814 . especialmente no que se refere ao controle e planejamento. como determinação do lucro e o controle do patrimônio. possibilitando a análise e verificação da situação da empresa. necessidades de reduzir custos ou despesas. Finalidade da contabilidade rural . que se associam com determinado fim. por conseguinte.email: pereiralb@bol. quer seja no registro e avaliação. etc.Tem por finalidade de controle e informação às atividades das empresas rurais. auxilia na geração de informações para o planejamento e o controle das atividades e. sob os mais diversos enfoques. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ Professor Lourival Batista Pereira .com. que auferiu o direito de ter vida própria e isolada das pessoas físicas que a constituíram. de retorno de investimentos. etc. Também como finalidade de planejamento. corporação. por meio dele. necessidades de buscar recursos. 2º do Código Civil Brasileiro.br 21 . Controle: é o acompanhamento das atividades da organização.CONTABILIDADE RURAL Pessoa física ou natural: é todo ser humano. sua estrutura. a contabilidade rural. Elucidativa: cada usuário da informação tem um grau de conhecimento. aliado às mudanças ambientais. em determinado momento. inclusive com outras empresas. O estudo do patrimônio. assim quem controla o Patrimônio tem obrigação de gerar o alicerce para decisão. a Contabilidade Rural tem sofrido inúmeras transformações. um maior volume de pesquisas práticas etc. dinâmico: a Contabilidade possibilita o estudo das mudanças ocorridas na composição patrimonial. perde o sentido da informação.CONTABILIDADE RURAL Com o aperfeiçoamento dos sistemas contábeis e a universalização de seus métodos. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ Professor Lourival Batista Pereira . identificá-lo é primordial para que os trabalhos sejam elucidativos. Demonstrações Contábeis As demonstrações contábeis/financeiras das empresas rurais devem ser elaboradas de acordo com os critérios da Lei das Sociedades por Ações. passou a ser possível acompanhar a evolução patrimonial. financeiro.email: pereiralb@bol. ao consumidor. Fonte para tomada de decisão: nenhuma decisão que envolva negócios é tomada a esmo. trouxe um desafio a essa ciência. Nos últimos anos. Ágil: pode-se elaborar um belo trabalho contábil. Técnicas que avaliam o impacto da informação. a tal ponto que o usuário da informação tenha segurança nas informações fornecidas. Esse desenvolvimento técnico. por meio da Contabilidade Rural. como as informações passadas pelos diversos departamentos da entidade.Fone (62) 8124-6814 . com os departamentos comercial. utilização crescente de métodos quantitativos. principalmente em países com economia instável. no decorrer do período.br 22 . surgiram nesse período. utilizará outros meios. comparativamente. mudanças estas que buscam aproximar seu produto principal. A administração não tendo estas informações. é dirigido fundamentalmente a dois aspectos: estático: o patrimônio da empresa é apresentado em sua composição.com. que não se constituiu de maneira tranqüila. tornando-os: Confiável: os trabalhos elaborados pela contabilidade devem inspirar confiança. etc. pois está em jogo o Patrimônio. é uma “fotografia” do patrimônio. a informação. bem como da legislação do Imposto de Renda aplicável às empresas tributadas pelo lucro real. mas se o mesmo não for apresentado em tempo hábil para ser usufruído. br 23 . Com base nessa análise. financiadores. têm interesse em saber da ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ Professor Lourival Batista Pereira . anualmente.São diversas. no mínimo. apresentar a situação patrimonial em um dado momento. que é resumida nas demonstrações financeiras.Fone (62) 8124-6814 . sob o ponto de vista econômico e financeiro. Importância – Está no fato de dispor os dados do Ativo. direitos ou obrigações que representam. clientes.com.. financeira e de rentabilidade das Empresas Rurais. Finalidades . tendo por finalidade. é a finalidade do controle e planejamento. » Balanço Patrimonial Conceito – É um demonstrativo contábil que.CONTABILIDADE RURAL Uma das principais finalidades da Contabilidade Rural é mostrar a situação patrimonial. • subsídios à administração: os administradores utilizam-se dos dados fornecidos pelo balanço para avaliar o desempenho da Empresa Rural e redirecionar os planos futuros. Suas contas são classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem. investidores. às pessoas interessadas em conhecer a situação patrimonial e a realização da análise de suas mutações e configurações. A revelação contábil pelo levantamento dos demonstrativos financeiros mostra os estados sucessivos em que se encontra o patrimônio depois dos atos de gestão realizados em cada período. especialmente no Balanço Patrimonial e no Demonstrativo do resultado do Exercício . o levantamento das demonstrações financeiras. e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da entidade rural. governo. avaliar alternativas e. Passivo Exigível e do Patrimônio Líquido de forma sintética. a análise dos balanços patrimoniais é um passo importante na avaliação da situação geral de uma empresa. Interpretar as demonstrações financeiras nada mais é do que identificar as causas das variações específicas ocorridas no patrimônio. pode-se identificar e antecipar problemas. • informações econômico-financeiras ao mercado: os fornecedores. às seguintes exigências e finalidades: • atendimento de disposição legal comercial: o Código Comercial/Civil Brasileiro exige que se realize o levantamento das demonstrações financeiras. etc.email: pereiralb@bol. em dado momento. apresenta de forma sintética e ordenada às contas patrimoniais agrupadas de acordo com a natureza dos bens. entre outras. atende. identificar caminhos para fortalecer-se e prosperar. Assim. possibilitando. • atendimento à legislação tributária: a legislação tributária exige que as Empresas Rurais tributadas pelo lucro real efetuem. se for o caso. acima de tudo. CONTABILIDADE RURAL “saúde” da Empresa Rural, e esse diagnóstico poderá ser feito mediante a análise do balanço. O balanço patrimonial compreende os seguintes grupos de contas: ATIVO 1.1Circulante 1.1.1 Disponível 1.1.2 Valores a Receber 1.1.3 Estoques 1.1.4 Despesas de Exercícios Seguintes 1.2 Não Circulante 1.2.1 Realizável a Longo Prazo 1.2.2 Investimentos 1.2.3 Imobilizado 1.2.4 Intangível PASSIVO 2.1 Circulante 2.1.1 Fornecedores 2.1.2 Instituições Financeiras 2.1.3 Pessoal 2.1.4 Encargos Sociais 2.1.5 Impostos 2.1.6 Contas a Pagar 2.1.7 Outros 2.2 Não Circulante 2.2.1 Exigível a Longo Prazo 2.2.2 Outros 2.3 Patrimônio Líquido 2.3.1 Capital 2.3.2 Reservas de Capital 2.3.3 Ajustes Aval. Patrimonial 2.3.4 Reservas de lucros 2.3.5 Lucros Acumulados » Demonstração do Resultado Deve apresentar o resumo das variações positivas (receitas e ganhos) e negativas (custos, despesas e perdas), ocorridas em determinado período de tempo, em função da exploração das atividades operacionais da empresa. Sua finalidade é descrever a formação do resultado gerado em determinado período, mediante especificação das receitas, custos e despesas por natureza dos elementos componentes, até o resultado líquido final – lucro ou prejuízo. Modelo de Demonstração do Resultado do Exercício Demonstração do Resultado do Exercício 1. Receita Operacional Bruta Vendas – Serviços – Outras 2. Deduções da Receita Bruta Dedução das Vendas – Serviços - Outras 3. Receita Operacional Líquida (1-2) 4. Custos Operacionais das Receitas Custo dos Produtos – Serviços – Outros Custos (especificar) 5. Lucro ou Prejuízo Operacional Bruto (3-4) 6. Despesas Operacionais Despesas com Vendas – Administrativas e Financeiras Líquidas e Outras Despesas Operacionais (especificar) 7. Lucro (ou Prejuízo) Operacional Líquido (5-6) 8. Resultado Não Operacional Receitas - Despesas Não Operacionais ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ Professor Lourival Batista Pereira - Fone (62) 8124-6814 - email: [email protected] 24 CONTABILIDADE RURAL 9. Resultado Líquido do Exercício Antes do Imposto de Renda e Contribuição Social (7-8) 10. Provisão para Imposto de Renda e Contribuição Social 11. Resultado Líquido do Exercício Após o Imposto de Renda e Contribuição Social (9-10) 12. Participações Debenturistas – Empregados – Administradores, etc. 13. Lucro (ou Prejuízo Líquido do Exercício (11-12) » Demonstração de lucros ou Prejuízos Acumulados Tem por objetivo apresentar o saldo residual de lucros ou prejuízos, suas alterações durante o exercício social, ou em períodos intermediários. » Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido Tem por objetivo facilitar a análise das modificações ocorridas nos componentes do patrimônio líquido, durante determinado período, geralmente o exercício social. As modificações nos componentes do patrimônio líquido decorrem, principalmente, dos seguintes fatos: aumento do capital por subscrição; aumento do capital por incorporação de reservas de lucros, lucros acumulados e de capital; redução do capital por prejuízos não absorvidos por lucros e reservas; ajustes de exercícios anteriores; transferência do lucro ou prejuízo líquido do exercício; destinação do lucro líquido do exercício; dividendos a acionistas. » Demonstração do Fluxo de Caixa Tem por objetivo avaliar o potencial da empresa em gerar fluxos futuros de caixa. A DFC poderá ser um instrumento importante para analisar a ligação entre o saldo de caixa líquido evidenciado no Balanço Patrimonial e o Lucro Líquido obtido por meio do regime de competência. Para a finalidade de uma boa análise, a DFC é dividida em três grupos e em dois métodos: Atividade Operacional – envolve a produção e venda de bens e serviços relativos a atividade operacional da empresa; Atividade Referente a Investimento – envolve as atividades de compra e vendas de bens de capital; Atividade de Financiamento – envolve as atividades de financiamentos. O método direto tem como principal vantagem mostrar as entradas (receitas) e saídas (despesas) do caixa operacional. O método indireto começa com o Lucro Líquido á base do regime de competência e os ajustes das transações das receitas e despesas que não afetam o caixa, mas que refletirão no resultado econômico, fazendo assim uma reconciliação entre os dois fluxos no que tange às atividades operacionais. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ Professor Lourival Batista Pereira - Fone (62) 8124-6814 - email: [email protected] 25 CONTABILIDADE RURAL 4 - PLANEJAMENTO – OPERACIONALIZAÇÃO E FLUXO CONTÁBIL NA ATIVIDADE DO AGRONEGÓCIO Introdução Conforme o objetivo da contabilidade reserva-lhes particularidades específicas que lhes são inerentes, pois no momento do planejamento das contas, não há de se utilizar uma estrutura de Plano de Contas totalmente estranha ao que já se conhece, porque, na verdade, o que muda são as contas dos grupos que apresentam estas particularidades. Evidentemente, nelas devem estar toda atenção, no sentido de facilitar sua leitura, a identificação de todas as operações econômicas específicas da atividade que possibilita a identificação de todos os custos agregados e para cada grupo do Ativo Circulante – (Estoques) e Ativo Permanente – (Imobilizado), etc. Em termos de classificação contábil, as culturas permanentes são incluídas no Ativo Permanente – Imobilizado. São imputados também ao Imobilizado os gastos com o solo, a formação da cultura, despesas diferidas, despesas do exercício e se houver a correção monetária. Dentro desse pensamento os grupos e subgrupos de contas serão aplicados, especificamente, aos itens “Receita” e “Custos de Produção”, na Demonstração de Resultado do Exercício. Aspectos relevantes para elaboração do Plano de Contas Cada empresa utiliza um conjunto de determinadas contas em função de seu ramo de atividade e porte, este conjunto recebe o nome de Plano de Contas. Nele, são apresentadas: as contas, títulos e descrição de cada uma, bem como os regulamentos e convenções que regem o uso do plano de contas e de suas contas integrantes do sistema contábil da entidade, tendo como finalidade servir de guia para o registro e demonstração dos fatos contábeis. Devendo, os fatos contábeis serem classificados dentro de um sistema metódico e organizado para que a contabilização dos mesmos seja feita de maneira uniforme. A inexistência de um Plano de Contas dá margem a improvisações que podem produzir inconvenientes sérios. Ao se elaborar um Plano de Contas, é necessário um estudo preliminar da natureza da entidade a que ele vai pertencer, buscando os seguintes dados: forma jurídica da entidade; ramo de atividade; sistema de operações; volume dos negócios; exigências de ordem legal. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ Professor Lourival Batista Pereira - Fone (62) 8124-6814 - email: [email protected] 26 .CONTABILIDADE RURAL De posse desses elementos e de outros que sejam considerados necessários. 4. pecuária. • debulha de milho. • laticínio (leite em queijo. que traduz. ela vai dizer se a empresa está atingindo o seu objetivo final: o lucro. sendo a radiografia da empresa. rapadura etc.br 27 . com características e particularidades apresentadas em sua estrutura básica.Fone (62) 8124-6814 . com equipamentos e utensílios usualmente empregados nas atividades rurais.com. suinocultura. próprias para empresas rurais. avicultura.email: pereiralb@bol. em valores monetários. Operacionalização contábil na empresa rural É por meio da contabilidade e através das demonstrações financeiras. extração e exploração vegetal e animal. piscicultura. • produção de lenha com árvore da propriedade rural. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ Professor Lourival Batista Pereira . 3. e outras explorações zootécnicas. em cada caso.. ou seja. sericultura. Contabilidade da atividade rural A tributação da atividade rural alcança a receita operacional proveniente do giro normal da empresa. 5. transformação de produtos agrícolas ou pecuários. • produção de adubos orgânicos etc. • grãos em farinha e farelo etc. manteiga e requeijão). torna-se possível a elaboração do plano. d) transformação de produtos florestais: • produção de carvão vegetal. utilizando exclusivamente matérias-primas na área rural explorada. • moagem de cana-de-açucar para produção de açúcar mascavo. dispondo algumas contas de acordo com a necessidade apresentada por cada empresa. o desempenho do negócio e denuncia o grau de eficiência de sua administração. segundo a legislação. c) transformação de produtos zootécnicos: • produção de mel.. sem que seja alteradas a composição e as características do produto in natura e sem que se configure procedimento industrial. em decorrência do exercício das seguintes atividades: 1. • conservas de frutas etc. b) transformação de produtos agrícolas: • moagem de trigo e de milho. como: a) beneficiamento de produtos agrícolas: • descasque de arroz e de outros produtos semelhantes. a transformação é feita pelo próprio agricultor ou criador. melado. 2. cunicultura. agricultura. exploração da apicultura. arrancadas da terra. Nesse caso todos os dispêndios realizados com a formação desta cultura serão considerados. etc. bata. trigo. seguros. milho. demarcações. sendo apropriados diretamente. energia elétrica. feijão. serviços profissionais. em subgrupo específico por tipo de cultura. no Estoque. As empresas rurais que atuam na atividade agrícola desenvolvem dois métodos de operacionalização da sua contabilidade quanto à apropriação de custos: um para culturas temporárias e o outro para culturas permanentes. há a necessidade do rateio dos custos indiretos.br 28 . cujo saldo será baixado contra a conta de Resultado do Exercício por ocasião da comercialização do produto agrícola. normalmente. enquanto as permanentes estão vinculadas ao solo e proporcionam mais de uma colheita. depreciação de máquinas e implementos e outros custos. todos os custos serão acumulados numa subconta com título específico da cultura em formação classificadas no Ativo Circulante em contas e subgrupos específicos de Estoques em Formação. Os custos que compõem esta cultura são: sementes. legumes. o período de vida é curto. mão-de-obra. Exemplos: soja. existindo várias culturas. todos os custos se tornam diretos à cultura. no período de sua realização. a classificação contábil subordina-se aos seguintes conceitos: Culturas Temporárias São aquelas sujeitas ao replantio após a colheita. em se tratando de uma única cultura (o que é muito raro ocorrer). proporcional a cada cultura. será baixada pelo seu valor de custo e transferida para a conta de “Produtos Agrícolas”. vão desde o preparo da terra até sua colheita. inseticidas. fato que ocorre com maior freqüência. independentemente de sua destinação (reprodução ou comercialização). como são classificados numa indústria normal da conta “Culturas Temporárias”. fertilizantes. Quanto aos dispêndios para formação de culturas agrícolas. acondicionamento e armazenamento. sendo que por ocasião da colheita. A diferença básica entre as duas culturas é que as temporárias estão sujeitas ao replantio e quando são colhidas. sendo fator de produção da empresa por diversos anos. assim todos os custos devem ser registrados em conta própria do Ativo Circulante. e) produção de embriões de rebanho em geral. mudas.CONTABILIDADE RURAL • venda de pinheiros e madeira de árvores plantadas na propriedade rural etc. possuem vida curta não superior a um ano.com. Ciclo contábil nas Culturas Temporárias Os custos que compõem a cultura temporária.Fone (62) 8124-6814 . dessa forma. alevinos e girinos na propriedade rural. Observe que. arroz. combustíveis. encargos. como despesas de custeio.email: pereiralb@bol. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ Professor Lourival Batista Pereira . Embora não se assemelhe a um estoque em formação. Considerando que o produto agrícola pode ficar em estoque para vendas futuras. especificando o tipo de produto agrícola. refletindo diretamente no Resultado. acondicionamento. após o termino da colheita. À medida que o produto agrícola for sendo vendido.com.email: pereiralb@bol. Vejamos algumas das fases que se procedem na contabilização das Culturas Temporárias: • Pela Formação da Cultura até a Colheita: _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ Professor Lourival Batista Pereira . A essa conta de “Produtos Agrícolas” serão somados todos os custos posteriores à colheita. no Estoque. armazena-lo. dá-se proporcionalmente baixa na conta de “Produtos Agrícolas” e transfere-se o valor correspondente ao volume vendido para a conta de Custo dos Produtos Vendidos. essa conta também compõe o Ativo Circulante. congelamento. Armazenamento – Quando o produto agrícola estiver pronto para venda. esta decisão deverá ser tomada em conjunto com o empresário. como: silagem. recolhido ao depósito ou armazém. consumido ou reaplicado. e não como Custo do Produto. tais como: beneficiamento. no sentido de vendê-lo em momento oportuno. etc. essa conta será baixada pelo valor de custo e transferida para a conta de “Produtos Agrícolas”. etc. identificando melhor o custo do produto no momento da venda. não devendo sofrer mais nenhuma alteração. é comum. em subgrupo específico por tipo de cultura. dessa forma será possível calcular o resultado apurando-se o Lucro Bruto. Alguns profissionais da área contábil classificam os custos de manutenção e armazenamento incorporando-os ao custo dos estoques.br 29 . outros os classificam como gastos ou despesas de manutenção e armazenamento como Despesa Operacional. os gastos de armazenamento são acumulados ao custo do produto (estoque).Fone (62) 8124-6814 .CONTABILIDADE RURAL Colheita – Todo custo da colheita será acumulado na conta “Cultura Temporária” em subgrupo específico. pois refletirá no custo de estoque ou diretamente no resultado como despesa. Em outra situação estes gastos são normalmente tratados como Despesa de Vendas. totalmente acabado. dessa forma. e todos os custos para manutenção desse estoque. mas a um estoque acabado. em alguns casos. no grupo de Despesa Operacional. são considerados custo do período e não do produto. para acabamento do produto ou para deixá-lo em condições de ser vendido. algumas vezes ultrapassando um ano. mesmo que tal perda esteja coberta por seguro • Contabilização das perdas extraordinárias: _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ Nota: desenvolver atividades práticas para assimilação do conteúdo das culturas temporárias.email: pereiralb@bol. secas ou outros eventos desta natureza.Fone (62) 8124-6814 .com. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ Professor Lourival Batista Pereira . deverão ser consideradas perdas do período. quando provocam perda total ou parcial da capacidade da cultura. incêndios.CONTABILIDADE RURAL • Pela Colheita do Produto: _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ • Pela Transferência do saldo do Estoque em Formação para Estoque do Produto: _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ • Pelo Custo do Armazenamento do Produto: _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ • Pela venda: _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ • Pela apuração do resultado: _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ Perdas Extraordinárias (involuntárias) As culturas em formação ou formadas estão constantemente sujeitas a perdas extraordinárias decorrentes de geadas. tempestades.br 30 . sendo baixadas do Ativo Circulante em conta específica e refletindo diretamente no Resultado do Exercício. inundações. granizo. classificadas como Despesas não Operacionais. etc. ou da primeira produção). cafeicultura. praticamente todas as frutas arbóreas (maçã. depreciação de equipamentos utilizados na cultura.br 31 . e proporcionam mais de uma colheita ou produção. irrigação. Nas culturas permanentes. arrendamentos. produtos químicos. que pode levar vários anos (antes do primeiro ciclo de produção ou maturidade. silvicultura (essências florestais. mudas. ela é ceifada. Após a formação da cultura. citricultura (laranjeira. em sua manutenção. os valores contabilizados no Ativo Permanente estão sujeitos a correção monetária de balanço. ou antes. limoeiro. jaca. etc. no Resultado. pastagem. serviços de terceiros. mão-de-obra e encargos. fungicidas. sendo fator de produção da empresa por diversos anos. serão contabilizados no Ativo Circulante em conta de “Estoque em Formação” em subgrupo específico. mas são tratados como “Estoque em Formação” e são acumulados ao produto que está sendo formado. pinho e outras culturas extirpadas do solo ou cortadas para brotarem novamente.Fone (62) 8124-6814 . uva. de vendas e financeiras não compõem o gasto de formação da cultura. seguros. seus custos/gastos incorridos. manutenção. os custos/gastos necessários para sua formação são registrados no Ativo permanente – Imobilizado. Estas culturas não estão sujeitas ao replantio após cada colheita. os custos já não compõem o Imobilizado. pêra. forragens. mas são apropriadas diretamente como “despesa do período” e não são. eucalipto. por ocasião da venda ou colheita.). eucaliptos). transfere-se o valor acumulado da conta “Cultura Permanente em Formação” para a conta “Cultura Permanente Formada” em subconta específica por tipo de cultura. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ Professor Lourival Batista Pereira .com. etc. como: cana-de-açúcar. na fase produtiva. formicidas. como: cana-de-açúcar. Os custos para a formação da cultura são acumulados na conta “Cultura Permanente em Formação”. palmito.). Daí por diante. florestamento (araucárias. no momento de se considerar acabada. Assim. em subconta específica por tipo de cultura. jabuticaba. sendo permitida a depreciação em cotas compatíveis com o tempo de vida útil. guaraná. goiaba. Há caso em que a cultura permanente não passa do estágio de cultura em formação para cultura formada. pois. seus principais custos são: adubação. como: café. da primeira florada. fungicidas. É importante ressaltar que as despesas administrativas. normalmente é atribuída às culturas permanentes uma duração mínima de quatro anos. sementes. etc.CONTABILIDADE RURAL Culturas Permanentes São aquelas que permanecem vinculadas ao solo. Quando a Cultura Permanente começar a produzir. preparo do solo. portanto ativadas.email: pereiralb@bol. sendo transferidos após para Custo dos Produtos Vendidos. plantações arbóreas). oleicultura (oliveira). deve ficar claro para o produtor que os gastos com recursos de produção.com. o prazo é estabelecido por safra e o custo de formação é computado como investimento. A partir daí inicia-se o processo de produção. visando apurar melhores resultados. sendo acumulados na Conta Cultura Permanente em Formação.email: pereiralb@bol. equipamentos. devendo ser estabelecido pelo analista em função do objetivo da análise e do ciclo produtivo da atividade estudada. são contabilizados ou classificados no Ativo Permanente . máquinas. pois fornece ao empresário um roteiro indicativo para escolha das linhas de produção a serem adotadas e seguidas. Assim. através de uma corporação dos custos isolados a cada atividade. como: mão-de-obra. bem como concluir sobre a situação do rendimento de cada atividade explorada isoladamente. • para as culturas permanentes.Fone (62) 8124-6814 . depois. terra. como as temporárias. benfeitorias. • para atividades pecuárias. A análise é feita considerando um prazo específico. o prazo vai desde o preparo do terreno até sua colheita. analisar o todo. Ciclo contábil nas Culturas Permanentes Nas Culturas Permanentes todos os gastos/custos de formação. sendo que todos os gastos/custos serão classificados no Ativo Circulante em conta de Estoques em Formação. o custo de produção permite diagnosticar problemas por meio da análise de sua composição. se interessar controlar os valores nesta fase separadamente. Portanto. o estudo dos custos de produção é um dos assuntos mais importantes.Imobilizado em subgrupos específicos. capital monetário. especificando o tipo de cultura até sua formação final que se dará a partir do início da floração. o prazo deve compreender o período da produção ou safra. no Ativo Permanente . matéria-prima. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ Professor Lourival Batista Pereira . deverá estimar separadamente o custo de cada uma delas e. que a partir deste ponto. Exemplo: • para as culturas de ciclos curtos.CONTABILIDADE RURAL Dessa forma. contabilizar em subgrupos específicos. entre outros. em subgrupo específico por tipo de produto. este prazo estabelecido deve atender a um ciclo que compreende uma safra. transfere-se o saldo acumulado da conta Cultura Permanente em Formação para a conta Cultura Permanente Formada.Imobilizado em subgrupo específico correspondente a cada cultura. desde a preparação do solo até sua formação final. Se a empresa exerce mais de uma exploração. será considerada formada a cultura. permitindo à empresa dispor e combinar os recursos utilizados em sua produção.br 32 . assim como as quantidades de produtos e subprodutos devem ser computados somente no prazo estabelecido para a análise (curto prazo). Após a formação da cultura. Despesas. custo com irrigação.CONTABILIDADE RURAL Colheita ou Produção Todo custo/gasto da colheita será classificado no Ativo Circulante. Adicionam-se ao custo da colheita a depreciação ou exaustão da “Cultura Permanente Formada”. produtos químicos. e todos os custos para manutenção desse estoque. combate a insetos. Os registros financeiros também devem conter informações fundamentais para o adequado gerenciamento da empresa: os custos operacionais. À medida que o produto agrícola for sendo vendido. a visão errônea de que esse setor não necessita adotar um critério sistemático de custos ou um controle rigoroso dos custos operacionais. sendo consideradas as quotas compatíveis com o tempo de vida útil de cada cultura. essa conta será baixada pelo valor de custo e transferida para a conta de “Produtos Agrícolas Oriundos de Culturas Permanentes”. ainda predomina. em subgrupo específico por tipo de cultura. evidentemente não se deve sobrecarregar a safra do ano. secagem da colheita. em subgrupo específico por tipo de produto. uma produção em formação. pode ocorrer em várias oportunidades questões como: quanto me custa a utilização do maquinário? Este tipo de questão pode ocorrer quando se aluga o maquinário para terceiros. etc.email: pereiralb@bol. etc. já que foi difundida a idéia distorcida de que somente a empresa industrial deve adotar essa sistemática de controle. dá-se proporcionalmente baixa na conta de “Produtos Agrícolas” e transfere-se o valor correspondente ao volume vendido para a conta de Custo dos Produtos Vendidos. Se durante a colheita ou a qualquer momento forem aplicados recursos à cultura permanente para melhorar a produtividade ao longo dos anos ou aumentar a vida útil da cultura.br 33 .com. serviços de terceiros. no Estoque. ou se quer orçar o custo unitário de uma lavoura ($/ha) para efeito de previsão financeira ou de estudo de viabilidade de uma cultura a ser implantada na propriedade. Custos. A essa conta de “Estoque em Andamento” serão somados todos os custos necessários para a realização da colheita. e este ativo serão diluídos às safras seguintes por meio da depreciação ou exaustão. como: mão-de-obra e respectivos encargos. Nas pequenas e médias empresas rurais. dessa forma será possível calcular o resultado apurando-se o Lucro Bruto. Após o término da colheita. especificando o tipo de produto agrícola. Gastos. podendo ser traduzido por “quanto custa manter a empresa em operação”. seguro da safra. etc. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ Professor Lourival Batista Pereira .Fone (62) 8124-6814 . e Investimentos Na agropecuária. correspondente aos gastos com: beneficiamento. Após o término da colheita. transfere-se o total acumulado de “Colheita em Andamento” para “Produtos Agrícolas”. acondicionamento. em conta de Estoques em Andamento. congelamento. como: silagem. mas o imobilizado. permitindo uma uniformização de conceitos. Teoricamente. em função do alto grau de agilidade nas negociações. assim como a Contabilidade mercantil. necessita da distinção entre custos e despesas. Na segunda. também não traz vantagens. conseqüentemente. » despesas tributárias. A Contabilidade aplicada às empresas rurais. o sucesso de seu negócio. ele compromete seu lucro e.CONTABILIDADE RURAL Para derrubar essa tese e comprovar a importância do controle de custos operacionais na empresa rural. basta perguntar: qual será o preço final de sua mercadoria ao chegar ao consumidor? A grosso modo. alem dos prejuízos que isso pode causar. Se o empresário desconhecer seu custo operacional. o tempo que ele vai demorar para ser vendido e quanto o empresário rural gasta para manter sua propriedade (custo operacional). a empresa não poderá enfrentar a concorrência.Fone (62) 8124-6814 . cujos termos muitas vezes são usados com diferentes significados. A rápida e ágil informação é um elemento poderoso de competição. » despesas financeiras. a distinção é fácil: custos são gastos (ou sacrifícios econômicos) relacionados com a transformação de ativos (exemplo: consumo de ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ Professor Lourival Batista Pereira . O avanço extraordinário da informação nas últimas décadas constitui-se em instrumento adicional de competitividade por parte das empresas rurais. pois com os preços acima da média do mercado.email: pereiralb@bol. de acordo com as condições específicas de cada empresa rural. A Contabilidade Rural. » despesas de administração. isso tudo sem levar em consideração o custo de produção.com. Cada negócio passa a ser encarado como um centro específico de custo. o preço de venda ao consumidor é calculado considerando: o preço pelo qual o produto agrícola é produzido. Na primeira hipótese. Assim. utiliza terminologia própria. Essas despesas também podem ser agrupadas em duas categorias: Custos fixos e custos variáveis. sobre esse resultado acrescenta-se o lucro. ou » superavaliar o preço do produto. eles podem sofrer alguma variação. Existem vários itens a serem levados em consideração no cálculo do custo operacional de uma empresa rural. no mercado. mas de modo geral são os seguintes: » despesas de vendas. ele corre o risco de incorrer em um desses dois erros: » comercializar seus produtos a preço de venda abaixo do real. qualquer que seja o sistema. torna-se necessário definirmos o nosso entendimento sobre as diferentes terminologias de custos.br 34 . despesas pré-operacionais. até que estes estejam prontos. Custo – Gasto relativo à bem ou serviço utilizado na produção rural. são despesas. etc.CONTABILIDADE RURAL insumo ou pagamento de salários) e despesas são gastos que provocam redução do patrimônio (exemplo: impostos. Exemplos: salários do pessoal da propriedade rural. energia elétrica consumida 5 Pagamento resultante da aquisição de um bem ou serviço. • gasto com assistência técnica (serviço do agrônomo e do veterinário). a partir daí. Despesas – Gasto com bens e serviços não utilizados nas atividades produtivas e consumidos com a finalidade de obtenção de receitas. Pode ocorrer concomitantemente ao gasto (pagamento a vista) ou depois deste (pagamento a prazo). O gasto se concretiza quando os serviços ou bens adquiridos são prestados ou passam a ser de propriedade da Empresa Rural. entretanto. aquisição de imóveis rurais. depreciação dos equipamentos agrícolas. • gasto com aluguel de terras (aquisição de serviços).br 35 . gastos com manutenção das máquinas agrícolas etc. são custos. propor uma regra simples do ponto de vista didático: todos os gastos realizados com os produtos agrícolas. Exemplos: aquisição de móveis e utensílios. Exemplos: • gasto com mão-de-obra (salários e encargos) = aquisição de serviços de mãode-obra. embora este possa estar defasado do gasto. O gasto normalmente implica em desembolso5. gastos é o termo genérico que pode representar tanto um custo como uma despesa. Exemplos: salários e encargos sociais do pessoal do escritório de administração. enquanto não utilizados na atividade rural. nem sempre é fácil distinguir custos e despesas. pois serão consumidos para produzir produtos agrícolas.).email: pereiralb@bol. comissões de vendas etc.Fone (62) 8124-6814 . insumos utilizados no processo produtivo. são todos os gastos relativos à atividade de produção. aquisição de insumos. combustíveis e lubrificantes usados nas máquinas agrícolas. • gasto com aquisição de insumos. Custos ou Despesas e Perdas. Pode-se. é baixado na conta do Ativo e passam a ser considerados um custo. Investimentos – Gasto com bem ou serviço ativado em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a períodos futuros. Em termos práticos. • gasto com energia elétrica = aquisição de serviços de fornecimento de energia. representado por entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente dinheiro). • gasto com aquisição de máquinas e equipamentos agrícolas. O objetivo é uniformizar o entendimento de determinados termos que serão utilizados: Gastos – Sacrifício que a entidade arca para obtenção de um bem ou serviço.com. representam um investimento e estarão ativados em uma conta do Ativo Circulante. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ Professor Lourival Batista Pereira . Os gastos podem ser: Investimentos. no momento em que são requisitados. Os insumos agrícolas adquiridos pela Empresa Rural. Exemplo: aluguel. pouco difere daquele que seria obtido com uma medição rigorosa. Na prática. horas de mão-de-obra ou de máquina. devido as dificuldades de medição do consumo por produto agrícola e ao fato de que o valor obtido através de rateio. são os custos que só são apropriados indiretamente aos produtos.email: pereiralb@bol. leva em conta a relevância e o grau de dificuldade de medição. além de sua natureza. Perda – É um gasto não intencional decorrente de fatores externos fortuitos ou da atividade produtiva normal da Empresa Rural.) de modo geral. quantidade de força consumida etc. por exemplo.CONTABILIDADE RURAL no escritório.br 36 . as perdas normais de insumos de insumos na produção agrícola. um custo direto. porém. quase sempre é considerado como custo indireto de produção. a Empresa Rural sabe qual a quantidade exata de insumos que está sendo utilizada para a produção de uma unidade do produto agrícola. gasto com combustíveis e refeições do pessoal de administração. O parâmetro utilizado para as estimativas é chamado de base ou critério de rateio. iluminação. etc. • Mão-de-obra direta: trata-se dos custos com os trabalhadores utilizados diretamente na produção agrícola. conta telefônica do escritório. identificam-se aos produtos agrícolas e variam proporcionalmente à quantidade produzida. • Material de embalagem: utilizados para o acondicionamento dos produtos. a separação de custos diretos e indiretos.com. No segundo caso. integram o custo de produção do período. necessitam da utilização de algum critério de rateio.Fone (62) 8124-6814 . onde se enquadram. Exemplos: • Insumos: normalmente. as perdas são consideradas da mesma natureza que as DESPESAS e são jogadas diretamente contra o resultado do período. rateios ou estimativas para serem apropriados em diferentes produtos agrícolas. Exemplo. • Energia elétrica das máquinas agrícolas: quando é possível saber quanto foi consumido na produção de cada produto agrícola. portanto. Podem ser apropriados diretamente aos produtos agrícolas porque há uma medida objetiva do seu consumo nesta produção. • Depreciação de equipamento agrícola: quando é utilizado para produzir apenas um tipo de produto. No primeiro caso. Os custos indiretos dependem de cálculos. em geral. Custos Indiretos Para serem incorporados aos produtos agrícolas. Custos Diretos e Indiretos Custos diretos São aqueles que podem ser diretamente (sem rateio) apropriados aos produtos agrícolas. bastando existir uma medida de consumo (quilos. depreciação salário de administradores etc. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ Professor Lourival Batista Pereira . o gasto de energia elétrica é por natureza. defensivos. mas podem variar de valor no decorrer do tempo. técnica e administrativa. • Custos monetários: são aqueles que resultam num desembolso. não se incorpora totalmente ao produto no curto prazo. Alguns recursos de produção. não deixa de ser considerado um custo fixo uma vez que terá o mesmo valor qualquer que seja a produção do mês. • Custos calculados: não implicam nenhum desembolso. Exemplo: insumos.br 37 .). podendo variar em função de grandes oscilações no volume de produção agrícola. em geral. é o resultado da soma dos custos de terra. depreciação dos equipamentos agrícolas. incorporando-se totalmente ao produto. são rateados e distribuídos entre as atividades proporcionalmente ao tempo de utilização. Custo variável total (CVT): é o custo de recursos com duração igual ou menor que o ciclo de produção. quando esta for feita em função das horas-máquinas trabalhadas. manutenção. Outros recursos são específicos e exclusivos. etc. gastos com horas na produção agrícola etc. ou mesmo às receitas obtidas em cada exploração. fertilizantes. Exemplo: aluguel. Se não houver quantidade produzida. máquinas e equipamentos. conservação dos bens empresariais. não são eternamente fixos. O aluguel de pastos. benfeitorias. embalagem. ou seja. Os custos variáveis aumentam à medida que aumenta a produção agrícola. Os custos fixos são fixos em relação ao volume de produção agrícola. isto é. impostos e taxas fixas.CONTABILIDADE RURAL Custos Fixos e Variáveis Custos Fixos São aqueles cujo total não varia proporcionalmente ao volume produzido. os custos de tais recursos são atribuídos integralmente àquela atividade. são recursos aplicados e/ou consumidos a curto prazo. A esses recursos são atribuídos custos indiretos. fazendo-se em tantos ciclos quanto permitir sua vida útil. Outros exemplos: insumos indiretos consumidos. à área ocupada pela atividade dentro da propriedade. lavouras permanentes. É importante ressaltar que os custos fixos são fixos dentro de uma determinada faixa de produção e. mesmo quando sofre reajuste em determinado mês. Custos variáveis São aqueles que variam proporcionalmente ao volume produzido.com.Fone (62) 8124-6814 . Resultam da soma dos gastos com insumos (sementes. o custo variável será nulo. em outras palavras. serviços em geral prestados por mão-de-obra braçal. ou seja. e seus custos são diretamente relacionados à atividade que os utilizou. Custo fixo total (CFT): é o custo dos recursos com duração superior ao ciclo de produção.email: pereiralb@bol. serviços de máquinas e equipamentos. proporcionalmente a sua utilização pelas atividades. medicamentos. Exemplo: depreciação. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ Professor Lourival Batista Pereira . Exemplo: combustível. etc. animais produtivos e de trabalho. são utilizados em mais de uma atividade. impostos. geralmente os fixos. juros. br 38 . Exemplo: embalagem. A mão-de-obra direta não deve ser confundida com a de um operário que supervisiona um grupo de operários que plantam. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ Professor Lourival Batista Pereira .Fone (62) 8124-6814 . mas.). mudas. podemos adotar o seguinte critério: sempre que for possível medir a quantidade de mão-de-obra aplicada a um determinado produto agrícola é mão-de-obra direta. havendo mais culturas. • Custos primários – são a soma simples de insumos e mão-de-obra direta. É evidente que. sementes. Outros Conceitos • Custos de transformação – representam o esforço empregado pela Empresa Rural no processo de produção de um determinado produto agrícola (mão-deobra direta e indireta. Enquanto a cultura estiver em formação. inclusive a depreciação dos bens utilizados. • Mão-de-obra direta – representa custos relacionados com pessoal que trabalha diretamente na produção. Não inclui insumos e outros produtos adquiridos prontos para consumo. parafuso.com. Como regra prática. caso contrário. já que. materiais auxiliares. que é mais amplo. Não são a mesma coisa que custo direto. como já foi visto. prego etc. No período da “Cultura em Formação”. incluindo. horas de máquinas etc. muito pelo contrário. os custos indiretos deverão ser rateados e apropriados à “Cultura Permanente em Formação”. energia elétrica etc. todos os custos voltados para a referida cultura serão acumulados nessa conta. pelo desgaste.email: pereiralb@bol. tais como tinta. Depreciação Corresponde a perda da capacidade produtiva do bem. etc. Incluem-se também nessa conta os adiantamentos concedidos a fornecedores por conta de fornecimento de adubos.CONTABILIDADE RURAL • Custo alternativo ou de oportunidade: é o valor que o capital empregado em uma atividade renderia se fosse utilizado na melhor alternativa de emprego. por exemplo: o empregado que opera uma plantadeira. ação da natureza ou obsolescência. conforme sua atribuição para essa cultura. não sofrerá depreciação (ou exaustão). • Insumos indiretos – são os insumos que se incorporam (se identificam) diretamente aos produtos agrícolas. essa potencialidade aumenta na proporção do crescimento da Planta. nesse período. desde a preparação do solo até a maturidade da plantação. havendo necessidade de rateio é mão-de-obra indireta. por exemplo: materiais auxiliares. energia. não existe perda da capacidade de proporcionar benefícios futuros. CONTABILIDADE RURAL Início da Depreciação A depreciação (ou exaustão). Custo Médio e UEPS. já no início de sua formação. Acumulação de custos Uma das fases da Contabilidade Rural é a acumulação (registro) dos custos e das despesas da Empresa Rural. sua transferência para o Ativo Circulante. Segundo a legislação do Imposto de Renda. Acumulação de custos: significa colher os dados de custos e registrá-los de forma organizada (através da classificação contábil). considerando o tempo de vida útil da cultura. Nas Culturas Permanentes.email: pereiralb@bol. devendo compor a incorporação aos novos custos de exaustão. são dados o mesmo tratamento dispensado aos produtos oriundos das culturas temporárias. Inventário periódico: a Empresa Rural não mantém um controle contínuo dos estoques através de ficha de estoque. em geral no Balanço. devem os mesmos ser incorporados ao seu custo mesmo após sua formação e imobilização. portanto. no sentido de atender a alguma finalidade (calcular os custos dos produtos vendidos e o valor dos estoques).br 39 .com. Armazenamento – Quanto ao armazenamento desses produtos. Há especialistas que entende que todas as Culturas Ceifadas deveriam ser classificadas no Ativo Realizável à Longo Prazo. o Sistema de Inventários Permanente e Periódico e os Métodos de Avaliação de Estoques: PEPS. Avaliação de estoques Utilizam-se os mesmos critérios adotados pela Contabilidade Financeira. deve ser iniciada por ocasião da primeira colheita ou primeira produção. o consumo só pode ser obtido após contagem física dos estoques. descaracterizando totalmente seu caráter de Permanência e somente após sua formação total e estando a ponto de comercialização. a Cultura Permanente deve ser corrigida monetariamente. sistemática. Somente as consideram como Cultura Permanente aquelas já existentes por ocasião da aquisição da propriedade e estando incorporadas à mesma. enquanto a depreciação ou a exaustão somente será contabilizada a partir da primeira colheita. as árvores frutíferas sofrem depreciação e as culturas ceifadas (cortadas) sofrem exaustão. O consumo é calculado pela fórmula (serve para qualquer item do estoque): Consumo de Insumo Direto = Estoque Inicial + Entradas Líquidas – Estoque Final ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ Professor Lourival Batista Pereira . e posterior avaliação de acordo com os critérios legais. Quando se tratar de gastos ou custos agregados às Culturas Permanentes Ceifadas.Fone (62) 8124-6814 . pois os custos são registrados assim que efetivamente incorridos. por cultura. Os estoques (e o Custo dos Produtos Vendidos . havendo necessidade de apenas alguns ajustes.email: pereiralb@bol. A contagem física é feita. safras ou colheitas. “Colheitas” e “Safras em Andamento”. O controle físico e contábil é feito pela ficha de estoque (tanto no Almoxarifado como na Contabilidade Rural).Fone (62) 8124-6814 . Vejamos algumas das fases que se procedem na contabilização das Culturas Permanentes: •Pela Formação da Cultura: _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ •Após o Termino da Formação da Cultura: _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ •Pela Formação e/ou Manutenção do Produto: _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ •Pela Colheita do Produto: _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ Professor Lourival Batista Pereira .com. este sistema auxiliar facilita muito a evidenciação e verificação dos custos. É de suma importância um sistema auxiliar de contas para apuração dos custos por colheita ou cultura que consta no estoque.CONTABILIDADE RURAL Inventário permanente: temos o controle continuo dos estoques por meio de filhas de estoque. e são acumulados separadamente. Ele pode se aplicado usando-se “Culturas Temporárias em Formação”. Assim. safras ou colheitas em andamento.br 40 . saber-se-á a qualquer momento o quanto realmente nos custou às culturas. Esta metodologia é mais adequada para a Contabilidade Rural. O método de inventário permanente proporciona maior segurança ao registrar.CPV) são calculados a qualquer momento pela Contabilidade Rural. sendo que este entendimento é estendido para as culturas temporárias e suas colheitas. mas por questões de auditoria e controle interno. todavia. não importando se cultura formada ou em formação.br 41 . fazendo parte da expectativa da empresa. geadas. Essas perdas serão classificadas como Despesas não Operacionais Todavia. inerentes à própria plantação. farão parte do custo dos produtos agrícolas (não sendo baixado como perdas extraordinária).No que tange as culturas formadas. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ Professor Lourival Batista Pereira . ou que aumentam a vida útil da plantação. inundações. A ocorrência de um desses fatos provoca perda de capacidade parcial e.email: pereiralb@bol. em formação ou formadas. incrementando sua capacidade produtiva.CONTABILIDADE RURAL •Pela Transferência do Saldo do Estoque em Formação para Estoque Formado: _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ •Pela Venda da Produção Colhida: _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ •Pela Apuração do Resultado: _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ Perdas Extraordinárias (involuntárias) As culturas.com. devem ser adicionados ao valor da cultura formada para serem amortizados pela depreciação/exaustão até o final da vida útil da cultura. sendo previsíveis.Fone (62) 8124-6814 . •Contabilização das Perdas Extraordinárias da Cultura Permanente em Formação: _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ •Contabilização das Perdas Extraordinárias dos Produtos: _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ Aumento da vida útil . ser baixada do Ativo Permanente e ser considerada como perdas do período. deve. indo diretamente para o Resultado do Exercício. tratando-se de perdas normais. em alguns casos até total. salienta-se que os gastos que beneficiam mais de uma safra. mesmo que tal perda esteja coberta por seguro. granizo. sem dúvida. secas e outros eventos desta natureza. estão constantemente sujeitas a perdas extraordinárias decorrente de incêndios. monta natural controlada ou inseminação artificial e monta parcialmente controlada. de melhor aproveitamento de um bom reprodutor.email: pereiralb@bol. que ostenta um dos maiores rebanhos do mundo. quer sejam bois e vacas. marreco. logo se faz associação com o gado vacum (bois e vacas). A produção de leite vem em primeiro lugar e depois a venda de bezerros.Fone (62) 8124-6814 . Reprodução Os sistemas de cobertura utilizados em reprodução de bovinos tem sido de monta natural livre. começou a ser grandemente desenvolvida no final da década de 60 e. também chamados de “machos leiteiros” para recria e engorda como gado de corte. Neste caso. praticamente. graças ao aumento da relação touro/vaca. se consolidou ao longo da década de 70. carneiros. As vantagens desse tipo de manejo são se poder-se anotar corretamente as data da cobertura ou inseminação artificial e possibilitar maior controle de infecções relacionadas a reprodução. Todos os custos aplicáveis ao produto ou serviço precisam ser considerados quando for determinado o preço de venda. o que atrasa seu desenvolvimento e preparo como futuro “boi de corte”. O rebanho bovino do Brasil é explorado com dupla finalidade: leite e corte. faisão. ou seja. as aves que incluem frango. elas se referem à criação de gado em geral. pato. A atividade pecuária de corte no Brasil. peru etc. entretanto. Monta natural controlada ou inseminação artificial é o sistema em que a vaca a é observada em cio é levada ao reprodutor ou inseminada. A monta natural livre é a mais usada. nela. por esse motivo são pouco utilizados animais de alto valor genético nesse tipo de manejo. Em primeiro lugar.br 42 . os custos determinam o preço de venda. ovelhas e entre outros. se os custos forem maiores do que o preço de venda. o reprodutor permanece o tempo todo com as vacas. a perda de cio é menor pelo fato de o próprio macho identificar as fêmeas (vacas e novilhas) nessa fase. A obtenção e a compreensão das informações sobre custos são essenciais para o sucesso do negócio. Só que esses não recebem nenhum tratamento especial. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ Professor Lourival Batista Pereira . são necessários de 3 a 4 anos para se aprontar/terminar esse animal para o abate com 15 a 18 arrobas. Em média.com. búfalos. animais que vivem em coletividade (rebanho). A relação touro/vaca é menor (um touro para 20 a 25 vacas) pelo possível desgaste ocasionado por sucessivas montas numa vaca em cio.CONTABILIDADE RURAL Contabilidade da Pecuária Atividades de Zootecnia Quando se refere às atividades da pecuária. haverá prejuízo. o gado destinado a procriação ou ao trabalho. muares. o reprodutor é então colocado junto com as vacas. será classificado no Ativo Permanente Imobilizado Classificação conforme o Fisco – por meio do Parecer nº.O gado que será comercializado pela empresa. deixou de comprar o boi magro e resolveu partir para o bezerro. Os proprietários rurais poderão ganhar no longo prazo se investirem em genética e alimentação do rebanho. Uma prova de que os pecuaristas que colocaram a mão no bolso no ano anterior está na valorização do bezerro. Engorda – é a atividade denominada de invernista. deverá ser classificado no Ativo circulante na conta estoque em conta apropriada. Tipos de Atividades pecuária A pecuária de corte passou por dias difíceis. bubalinos ou bufalinos. embora no futuro venha a ser vendido. uma vez que por ocasião das ordenhas. ovino e eqüinos que a empresa explora para a reprodução de bens que constituem objeto de suas atividades. O invernista. novilho magro ou novilho gordo. suínos.Fone (62) 8124-6814 .br 43 . que só engorda o gado. produz o novilho gordo para vendê-lo (o processo leva de 24 a 36 meses). Havia a expectativa de que os altos preços no atacado aumentassem ainda mais na entressafra. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ Professor Lourival Batista Pereira . vacas puras de origem e plantel destinado a inseminação artificial. touros puros de cruza. 6 No momento não há intenção de vender o gado. Classificação contábil do gado Gado bovino .CONTABILIDADE RURAL Monta natural parcialmente controlada é o sistema em que o reprodutor permanece junto com as vacas certo período do dia. indica a seguinte classificação: Ativo Permanente – Imobilizado • Gado reprodutor – representado por touros puros de origem. vacas puras de cruza.com. Enquanto que. sela e transporte. Recria – a partir do bezerro desmamado (período de 13 a 23 meses).email: pereiralb@bol. 57/76. em forma de bezerro. É também um sistema de manejo que se aplica a gado de leite. produzir e vender o novilho magro para engorda. asininos destinados a trabalho agrícola. • Animais de trabalho – compreendem eqüinos. que é mais barato. Podemos classificar as atividades em: Cria – A atividade principal é a produção de bezerro que é vendido após o desmame (período igual ou inferior a 12 meses). • Gado de renda – representado por bovinos. que a partir do novilho magro. que não será vendido6 (reprodutor-touro ou matrizes-vacas). bovinos. pela e a tarde. Abater bezerros de 10 meses com 11 arrobas não resolveu o problema com esta precocidade porque nos abatedouros a carcaça não tem classificação. pois muitos não atenderiam aos requisitos necessários para a reprodução. Entende-se. não são classificados no Realizável a Longo Prazo? Conforme a Lei das Sociedades por Ações.Fone (62) 8124-6814 .email: pereiralb@bol. sendo reclassificados. gado bovino e bubalino. como novilho gordo. aconselha-se manter no Ativo Circulante. Caso contrário deve permanecer em estoque até o momento da venda. venda e recebimento da venda. em termos contábeis. com a finalidade de reprodução. no Permanente – subgrupo Imobilizado. é complexo contabilizar o recém-nascido como Permanente. muitas fazendas destinam parte do rebanho em formação para a reprodução. só identificáveis no estado adulto.CONTABILIDADE RURAL Ativo circulante – compreende aves. caprinos.br 44 . Na pecuária é o período de tempo que vai desde o nascimento do bezerro até a sua venda. numa atividade bovina de corte as fêmeas e. às vezes. ou a serem consumidos. alguns machos são separados para a reprodução. até o período da experimentação. ardor sexual. Classificação do gado para corte e para reprodução Comumente. ao frigorífico. peixe e pequenos animais destinados a revenda. recomenda-se classificar todo o rebanho nascido na fazenda como Estoque (Ativo Circulante). normalmente ultrapassando três anos. a decisão de incorporar ao plantel permanente parcela do rebanho nascida na própria fazenda (ou mesma adquirida). coelhos.com. carcaça peso etc. suínos. Para evitar o trânsito constante entre Permanente e Circulante. Dessa forma. Todavia. o plantel destinado à reprodução. 7 Ciclo Operacional é o período de produção. portanto. dessa forma. com ciclo operacional elevado. a classificação no Circulante ou Realizável a Longo Prazo terá por base o prazo desse ciclo. ovinos. Normalmente. só é possível quando o gado demonstrar qualidade para tal: fertilidade. portanto. e conseqüente realização financeira (recebimento do dinheiro). Somente quando houver certeza de que o animal tem habilidade para a procriação ele será transferido para o Ativo Permanente – Imobilizado . Constatando-se habilidade reprodutiva. os direitos realizáveis no curso do exercício social subseqüente e as aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte. classificam-se no Ativo Circulante as disponibilidades. no Ativo Circulante para serem vendidos. a mesma lei dispõe que. definitivamente. aí sim se classifica. que todos os bens e direitos realizáveis a curto prazo serão classificados no Ativo Circulante. Curto e longo prazo na pecuária Uma pergunta pode surgir neste momento: porque os estoques em formação. Todavia. na empresa em que o ciclo operacional7 tiver duração maior que o exercício social (um ano). ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ Professor Lourival Batista Pereira . Caso contrário. email: [email protected] (62) 8124-6814 . o exercício social poderá ter duração inferior ou superior a um ano. Alterações no resultado da agropecuária O patrimônio das entidades agropecuárias passa por constantes modificações motivadas pelas decisões tomadas por sua administração ou. admitindo-se o inventário pelo preço corrente no mercado. por acontecimentos imprevisíveis. Ressalte-se que a regra é a mesma para o Passivo Exigível. Quando ocorrem nascimentos e mortes. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ Professor Lourival Batista Pereira . a classificação no circulante ou realizável a longo prazo terá por base o prazo desse ciclo. Sendo assim. os estoques constarão no Ativo Circulante e não no Realizável e Longo Prazo. mesmo. o curto prazo para a pecuária será igual ao seu ciclo operacional em média três a quatro anos. Na constituição da empresa agropecuária e nos casos de alteração estatuária. O gado utilizado simultaneamente para renda e custeio deve ser classificado no Ativo Imobilizado ou no Ativo Circulante da empresa agropecuária. o curto prazo para agropecuária será igual a seu ciclo operacional.CONTABILIDADE RURAL Portanto. estes eventos também têm reflexo sobre o patrimônio. Todos os eventos que modifiquem o patrimônio. com base na escrituração mercantil da empresa agropecuária. consentidos ou não pela administração. as demonstrações financeiras que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício. são chamados de fatos contábeis ou fatos administrativos. fora do controle da administração. deve ser inventariado pelo custo real.br 45 . mas que têm reflexos sobre o patrimônio. ao fim do qual a Diretoria fará elaborar. normalmente de um ano. Exercício Social e Ciclo Operacional O exercício social é o período determinado pelo estatuto.com. e são objeto de registro pela Contabilidade Rural. apesar de não terem sido consentidos ou autorizados pela administração. Quando a administração decide comprar uma ordenharia mecânica. A legislação também estabelece que. na empresa em que o ciclo operacional for maior que o exercício social (um ano). está claro que esta decisão terá repercussão sobre o patrimônio. a legislação determina a duração de um ano. registrado no Ativo Circulante. o rebanho existente na data do Balanço. entretanto. segunda sua finalidade preponderante. Avaliação do rebanho no balanço patrimonial Para apuração dos resultados da empresa agropecuária. Dessa forma. o nascimento de um bezerro representará acréscimo patrimonial. ganho econômico. Qualquer alteração nos elementos constitutivos do patrimônio é considerada um fato contábil (ou fato administrativo). são exemplos de fatos contábeis ou fatos administrativos. são chamados de atos administrativos e não são objeto de registro pela Contabilidade Rural. em alguns casos. consentidos ou não pela administração. efetuar depósitos em banco. para melhor informar os usuários da contabilidade. por outro lado. assinar documentos etc. podem ocorrer também. o plantel em estoque varia de preço acima da inflação. o Ativo é acrescido de valor econômico real.) e o segundo altera a substância patrimonial (compras. Dessa maneira. pelo seu crescimento natural. Comprar mercadorias. atender a um telefonema. Na administração do Patrimônio de uma Empresa. pagar aluguel. ocorrem atos e fatos administrativos. devendo ser computado no resultado do mês ou semestre para determinação do lucro real. no entanto.com.email: pereiralb@bol. é fundamental o reconhecimento da variação patrimonial. não representa exclusivamente ganho econômico. ganha peso e envergadura com o passar do tempo. despesas.br 46 . devendo ser subtraída dos ganhos para se apurar o valor líquido.CONTABILIDADE RURAL Todos os eventos. Normalmente. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ Professor Lourival Batista Pereira . da seguinte forma: a. a morte de um bezerro. para se apurar a Variação Patrimonial Líquida. Superveniências ativa – a cria nascida deverá ser debitada à conta do Ativo a que se destina e acreditada a Superveniências Ativas pelo preço real de custo ou pelo preço corrente do mercado. Colocar uma carta no correio. Nas empresas agropecuárias. ou novilho. vendas. reduções ou perdas que serão subtraídas daquele ganho. Por um lado. pagamentos.). etc. Nas empresas pecuárias essas variações são intensas. espera-se até quatro anos para se vender o estoque. que não afetem o patrimônio. receber uma visita de um vendedor de insumos são exemplos de atos administrativos. uma vez que o gado. a diferença do ato para o fato administrativo é que o primeiro não altera a substância do Patrimônio (como admitir empregados. observa-se que o giro do estoque na pecuária é bastante lento. A variação patrimonial. Significa a mudança de valor no patrimônio da empresa pela alteração de um ou mais itens patrimoniais. as crias nascidas durante o exercício social e o gado que perecer no período deve ser escriturado como superveniências e insubsistências ativas. Dessa forma. ou qualquer outro animal significa redução (perda) do patrimônio. Se isso não bastasse.Fone (62) 8124-6814 . » fatos mistos. debitando-se à conta do Ativo – Estoque a crédito de Variação Patrimonial Líquida (Superveniências Ativas). Insubsistências ativas – o gado que perecer deverá ser creditado à conta do Ativo em que se achavam registradas e debitadas as Insubsistências Ativas pelo preço real de custo ou pelo preço corrente de mercado. podendo ser deduzido do resultado do mês ou semestre para determinação do lucro real.Fone (62) 8124-6814 . ou seja: » fatos permutativos. » fatos modificativos. a rotação média do estoque é bastante rápida. gastos gerais ou custos indiretos de produção.CONTABILIDADE RURAL b. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ Professor Lourival Batista Pereira . Qualquer alteração nos elementos constitutivos do patrimônio é considerado um fato contábil (ou fato administrativo). também as crias nascidas durante o ano social serão contabilizadas por seu valor de mercado. o custeio por absorção é amplamente aceito. evitando que o ganho econômico permaneça oculto no Ativo. Porém. mesmo que sofresse variações acima da inflação. portanto.com. não representando. ganho real. no Brasil. pois não houve entrada ou saída de dinheiro. Com raras exceções. facilitar-se-á o confronto da Receita Econômica com seu custo. Sistema de Método de Custeio A lei comercial é omissa quanto ao procedimento para determinação do custo dos produtos vendidos e em estoque. a cria será contabilizada pelo custo de nascimento na conta Custo do Rebanho no Período. variando apenas o grau de absorção. De acordo com este sistema. visto que normalmente o valor da cria nascida será maior do que seu custo. A variação do estoque na empresa comercial e industrial aumenta de valor constantemente. mão-de-obra direta. Nas empresas em geral É uma variação econômica e não financeira.br 47 .email: pereiralb@bol. o custo dos produtos pelas empresas rurais é formado de três componentes básicos: insumos agrícolas. Acompanhando o procedimento definido. entretanto. apurando-se um ganho econômico. As variações decorrentes dos fatos administrativos dão margem a três tipos de alterações no Patrimônio. varia proporcionalmente à inflação. Com a finalidade de apuração do resultado posterior. Assim. CONTABILIDADE RURAL Sendo estes últimos alocados aos diversos produtos agrícolas através de diferentes critérios de rateio. todos os custos são alocados aos rebanhos. classificação dos custos em direitos indiretos.br 48 . apropriação. b. através de rateio. d. Os primeiros. Método de custo e método a valor de mercado Para apurar-se o resultado anual por ocasião do Balanço Patrimonial conforme entendimento do Fisco é necessária à contabilização do rebanho inventariado pelo preço real do custo (Método do Custo – Custeio por Absorção) ou pelo custo corrente do mercado (Método a Valor de Mercado). separação dos gastos do período em custos e despesas.com. c. enquanto somente os custos relativos aos produtos vendidos terão idêntico tratamento. apropriação dos custos diretos aos produtos agropecuários. já que só por ocasião da venda é que se apurará um resultado. A distinção principal no custeio por absorção é entre custos e despesas. Os gastos não produtivos (despesas) são excluídos. Dependendo da atividade do empreendimento (cria. Temos que abordar a Contabilidade de custos como um mecanismo para a avaliação de estoques e. Neste método. procedendo-se à baixa no Estoque e debitando-se o custo do gado vendido. assim. Existem dois sistemas de custeio: o real e o padrão ou Standard . recria ou engorda ou as três atividades conjugadas). Quando falamos da forma de apuração do custo dos produtos agrícolas. dos custos indiretos de produção. Método de custo (custeio por absorção) O Custeio por Absorção ou Custeio Pleno consiste na apropriação de todos os custos (sejam eles fixos ou variáveis) à produção agropecuária do período. estamos falando de sistemas e métodos de custeio. A separação é importante porque as despesas são jogadas imediatamente contra o resultado do período. tanto os custos diretos como os indiretos incorporam-se aos rebanhos. em conseqüência. Os custos relativos aos rebanhos que não tenham sido vendidos estarão ativados nos estoques. através da apropriação direta e os indiretos através da sua atribuição por meio de critérios de rateio. A utilização do custo na empresa agropecuária verifica-se com a apuração de todo o custo de formação do rebanho ao plantel e compõe o Estoque. os métodos de custeio podem ser o direto ou variável e o custeio por absorção ou integral.email: pereiralb@bol. varia o período de apuração de lucro. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ Professor Lourival Batista Pereira . O custeio por absorção segue os seguintes passos: a. para apuração do custo dos rebanhos.Fone (62) 8124-6814 . CONTABILIDADE RURAL Método a Valor de Mercado É o reconhecimento da receita por valoração dos estoques para produtos que encerram características especiais. na conta Estoque. pedras preciosas. O Método a Valor de Mercado avalia o plantel pelo preço corrente de mercado que. a preço de mercado com um resultado reconhecido anualmente pela confrontação da diferença a maior do valor de mercado atual com o valor do período anterior. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ Professor Lourival Batista Pereira . quando da venda do plantel ocorrendo o fluxo de caixa do lucro Econômico. o lucro é calculado anualmente. mas somente valorização do plantel. é possível reconhecer a receita mesmo antes da venda. Assim sendo.email: [email protected]. assim procede-se ao registro contábil da baixa. reservas florestais. em contrapartida da conta Caixa e/ou Valores a Receber. porquanto existe uma avaliação de mercado (preço) que é objetiva em estágios distintos de maturação dos produtos.Fone (62) 8124-6814 . etc. Nestes casos. assim. Reconhecendo-se um ganho econômico periodicamente (Resultado Anual) em virtude do crescimento natural do rebanho. o plantel fica destacado no Estoque. é o preço de custo. como crescimento do gado. proceder-se ia a um lançamento a débito do estoque adicionado à diferença de preço aos custos incorridos. Por esse Método.br 49 . normalmente. estufas de plantas. A denominação Ganho Econômico justifica-se uma vez que não houve entrada de valores monetários. email: [email protected] (62) 8124-6814 .com. o fluxo global de custos e despesas para apuração de resultados no custeio por absorção pode ser assim representado: Gastos Custos Indiretos Despesa Diretos Rateio Produto A Vendas Produto B Estoque Inicial Estoque Final Custo dos Produtos vendidos Resultado ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ Professor Lourival Batista Pereira .br 50 .CONTABILIDADE RURAL Esquematicamente. Esse método também não reconhece o ganho econômico decorrente do crescimento do gado proporcionado pela natureza. por período. Uma das críticas que se pode fazer ao Custo Histórico é de que em uma economia com um pouco de inflação como a nossa. para efeito de rateio de custo o gado reprodutor e matrizes em plena produção. qualquer valor do ativo. Alguns aspectos do Custo Histórico são evidenciados para justificar o uso desse principio: • Objetividade: o Custo Histórico é uma medida impessoal.) e divide-se o resultado pelo total de cabeças do rebanho em formação (em crescimento e aqueles nascidos no período). poderá ser verificável. alimentação de gado. periodicamente deve-se efetuar a distribuição proporcional do custo do rebanho entre as cabeças do rebanho. insumos diversos cuidados veterinários e etc. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ Professor Lourival Batista Pereira . o custo de manutenção desse rebanho já formado (alimentação. constatando-se o mesmo valor (o que facilita o trabalho dos auditores). Técnicas para utilização do custo histórico na pecuária Basicamente. o método de contabilização pelo custo não reflete o valor real dos estoques. • realização do lucro: por meio desse principio. tratamento veterinários. Dessa forma. ou seja. portanto o custo médio de produção por cabeça. à medida que o tempo passa. pois eles não recebem custos (já estão formados). isto é. depreciação dos reprodutores e matrizes. b) o número de cabeças do rebanho não inclui. não se reconhece o ganho econômico. os itens ativados pelo valor do custo se distanciam dos seus valores correntes de mercado.email: [email protected] 51 .com. a técnica consiste em apropriar ao rebanho os custos ocorridos e a eles pertinentes. Citamos duas premissas básicas a serem observadas: a) inicialmente soma-se o custo do rebanho (salário. prejudicando a qualidade dos relatórios contábeis. não depende de quem esteja avaliando os ativos. exaustão de pastagens. depreciação.) será incluído no custo do rebanho e distribuído para o rebanho em formação. etc. por causa da inflação. a manutenção de estoque (ganho ou estocagem). por exemplo. como. Tem-se. reconhece-se somente o lucro realizado por negociação (venda).Fone (62) 8124-6814 . • verificabilidade: como decorrência do aspecto anterior.CONTABILIDADE RURAL Contabilização da pecuária pelo Método de Custo Os ativos são incorporados à entidade pelo valor de aquisição ou pelo custo de fabricação (incluindo todos os gastos necessários para colocar o ativo em condições de gerar benefícios para a empresa). por meio de exame a qualquer tempo e por qualquer pessoa. Todavia. Depois de formado os animais ou os produtos. serão somados e classificados na conta de Estoque (por tipo de produto ou animais) no Ativo Circulante em subgrupos específicos. ou diretamente em Estoque em subgrupo específico. o custo será acumulado numa conta auxiliar.br 52 . São as seguintes as fases que se procedem na contabilização nas atividades de Zootecnia: Animais do Permanente • Animais Adquiridos para Reprodução. serão ativados a esta conta. no momento do rateio por cabeça do rebanho. e o rebanho em formação seria o produto em elaboração de uma indústria (estoque). para não sobrecarregar a safra produzida no ano. Ao ser vendido o produto ou animal. conservação. todos os gastos ou custos de tratamento. acondicionamento. o gado de reprodução tem função semelhante a máquinas e equipamentos de uma indústria. sendo assim possível calcular o resultado apurando-se o Lucro Bruto. para deixar o produto ou animal à disposição para a venda.. A partir daí inicia-se o processo de produção. manutenção.com. “Rebanho em Formação” no Ativo Circulante. Não é somado ao valor da máquina. incluir os bezerros a nascer. Há aquelas que preferem. para aumentar sua vida útil e melhorar sua produtividade. e a este ativo serão repassados às produções através da depreciação. Dessa forma. Seguindo essa linha na Contabilidade da Pecuária. transfere-se o valor correspondente ao volume vendido do Estoque para a conta de Custo dos Produtos ou Animais Vendidos. mas sim o imobilizado. mas distribuído proporcionalmente ao produto (estoque) em fabricação ou em elaboração.Fone (62) 8124-6814 . outras. consideram apenas os bezerros nascidos. Trabalho ou Outra Espécie: _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ Professor Lourival Batista Pereira . conta específica por categoria de animais.CONTABILIDADE RURAL O raciocínio é o mesmo que se aplica a uma indústria: o custo de manutenção da máquina. etc.email: pereiralb@bol. sendo que todos os gastos ou custos serão classificados em uma conta do Ativo Circulante – Estoques em Formação em subgrupo específico a cada tipo de produção. na distribuição dos custos. beneficiamento. Todos os recursos posteriormente aplicados a cada atividade animal. e distribuído ao rebanho classificado no estoque (estoque vivo). por tipo de rebanho ou produtos. Essa técnica difere em alguns aspectos de empresa para empresa. energia elétrica etc. Trabalho ou Outra Espécie: _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ • Animais Gerados ou Criados na Propriedade para Comercialização e Posteriormente Transferidos para de Reprodução. Engorda ou Outra Espécie Gerados ou Criados na propriedade para Comercialização: _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ • Pela Manutenção do Rebanho ou Outra Espécie até sua Formação e Comercialização: _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ • Pela Transferência dos Animais de cria. deverão ser consideradas perdas do período. • Contabilização das Perdas Extraordinárias: _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ Professor Lourival Batista Pereira . engorda ou Outra Espécie em Formação para Formado: _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ • Pela Venda do Rebanho ou Outra Espécie: _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ • Pela Apuração do Resultado: _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ As perdas extraordinárias decorrentes de alguma circunstância. sendo baixadas do Ativo Circulante em conta específica e transferidas para o Resultado do Exercício.email: pereiralb@bol. Recria.com. recria.CONTABILIDADE RURAL Animais do Circulantes • Animais de Cria.br 53 . Engorda ou Outra Espécie Adquiridos Para Comercialização: _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ • Animais de Cria. Recria.Fone (62) 8124-6814 . seja por doença ou outro fator. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ Professor Lourival Batista Pereira . é interessante observar os conceitos de período de vida útil. tem-se a parcela definida em porção monetária (reais. aos bens tangíveis. ou seja. § 2º . c. Exemplo: café.). Amortização – aplica-se somente aos bens intangíveis.DEPRECIAÇÃO.email: pereiralb@bol. aplica-se nos empreendimentos próprios da empresa e as culturas das quais serão extraídos apenas os frutos.404/76 em seu artigo 183 estabelece que no balanço. etc. b. O custo de aquisição ou formação da cultura é depreciado em tantos anos quantos forem os de produção de frutos e somente incidirá sobre a cultura após formada (nunca em formação). etc. Quota: quanto à quota.Fone (62) 8124-6814 . máquinas. Valor residual: corresponde ao saldo remanescente do bem ou direito. Taxa: a taxa (aqui no sentido amplo) relaciona-se diretamente ao percentual a ser aplicado no cálculo (ex. EXAUSTÃO E AMORTIZAÇÃO NA AGROPECUÁRIA Terminologias e conceitos Depreciação – Aplica-se somente aos bens tangíveis. petrolíferas etc. Vida útil: está diretamente relacionada com o período de tempo no qual o bem ou direito será utilizado na operação da entidade. Exaustão – aplica-se somente aos recursos naturais exauríveis. laranja. a partir da primeira colheita. Exemplos marcas patentes etc. taxas. ainda assim apresenta valor monetário. equipamentos etc. ufir. quotas e valor residual. sendo: a.: 20% para um período de vida útil de cinco anos).A diminuição de valor dos elementos do ativo imobilizado será registrada periodicamente nas contas de: Em se tratando de depreciação. ação da natureza ou obsolescência. Ex.com. uva. Exemplos: reservas florestais. os elementos do ativo serão avaliados seguindo os seguintes critérios.br 54 . real e compatível com o mercado Culturas Permanentes Depreciação Quando corresponder à perda do valor dos direitos que têm por objeto bens físicos sujeitos a desgastes ou perda de utilidade por uso. após o termino de vida útil. Na atividade rural. A Lei 6. d.CONTABILIDADE RURAL 5 . no entanto.). etc. considerando-se taxas constantes (linha reta). em vez da quantidade de anos de vida útil.. que normalmente tem condições de estimar a vida útil em horas. ociosidade.CONTABILIDADE RURAL Neste caso a taxa de depreciação anual. Salário por hora do condutor + encargos sociais Total do custo por hora =$ =$ =$ =$ Normalmente. trocas de equipamentos adicionais para a tratoragem. geadas. etc. o cálculo da depreciação horária do trator ou outros implementos agrícolas seria obtido considerando as seguintes variáveis: Depreciação = Valor do equipamento . por litro Outros custos indiretos (lubrificação. será calculada de acordo com: média de vida útil do pomar... devese consultar o fabricante do equipamento..Fone (62) 8124-6814 . e por 2. Com isto.email: pereiralb@bol.. voltas em torno do campo agrícola.. =$ Número estimado de horas de trabalho Manutenção e reparos (para não sobrecarregar as culturas = $ específicas.br 55 . a taxa de depreciação será multiplicada por: 1.. Dessa forma.. Máquinas e Implementos Agrícolas (tratores. de acordo com a produção estimada da cultura permanente (taxas variáveis).. depreciação da oficina .com. Calcula-se um percentual sobre a depreciação ou a soma dos custos até o momento.. O acréscimo de tempo improdutivo sugerido é de mais ou menos 15% (podendo ser aumentado quando o cultivo for longe da sede. Se for utilizado para depreciar o equipamento agrícola à base de taxa fixa (linear) e este trabalhar mais de um turno. aproximados. pois não são utilizados ininterruptamente durante o ano em virtude de chuvas. A depreciação no meio rural dos implementos utilizados na produção agrícola calculada pelo Método Linear é um equívoco. entressafra.0 para três turnos. Pneus: yy x 1 hora de depreciação Equipamentos por hora Esteira: yy x 1 hora de depreciação Combustível → nº de litros por hora x $ .. considera-se para esse cálculo o tempo improdutivo que os implementos despendem no percurso de origem até o destino. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ Professor Lourival Batista Pereira ... máquinas.). ou onde o equipamento precisa fazer muitas manobras). recomenda-se estimar esse dado). se torna mais viável calcular a depreciação por estimativa de hora de uso ou trabalho dos equipamentos.5 para dois turnos. muitas vezes rejeitada pela dificuldade de estimativa de vida útil em horas. seguro.. após sua utilização na reprodução ou trabalho.CONTABILIDADE RURAL Mão-de-obra não produtiva: Se tratarmos das horas improdutivas dos equipamentos.br 56 . ou seja. desde que relevantes. pela dificuldade (causada pela variedade das raças.Fone (62) 8124-6814 . animal reprodutor puro → oito anos. os valores da folha de pagamento poderão ser apropriados como perdas do período. por exemplo. sendo comum na atividade rural a interrupção do trabalho devido à chuva. das distâncias a percorrer. do clima. observa-se que reprodutores. mau tempo. mas ser acumulados em uma conta. sendo que o animal envelhece a cada ano que passa e há necessidade de distribuição de seu custo. será contada a partir do momento em que estiver em condições de reprodução ou trabalho (estado adulto). das condições de vida. falta de trabalho. animais de trabalho e outros animais componentes do ativo permanente sofrerão depreciação após o período de crescimento. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ Professor Lourival Batista Pereira . geadas. animal matriz mestiça → sete anos. Outro aspecto importante na determinação da depreciação do gado de reprodução é que deveria considerar o valor residual do animal que pode ser obtido com a venda deste. etc. Todavia o veterinário é a pessoa mais indicada para determinar a vida útil do animal reprodutor. é justo também tratar de mão-de-obra improdutiva na agricultura.email: pereiralb@bol. Os tempos ociosos. Entretanto. o método mais utilizado é o linear ou da linha reta. basicamente são os seguintes prazos de vida útil: animal reprodutor mestiço → cinco anos. que após estudos. “tempo improdutivo” dentro dos custos indiretos para posterior rateio a todas as culturas do período.. considerando que o declínio de potencialidade de reprodução é acelerado no final da sua vida útil. Se a interrupção (extraordinariamente) atingir montantes exagerados. Atividade pecuária ou zootécnica: Com relação a animais. um mês de serviço improdutivo. Um dos problemas na depreciação do animal de reprodução é quanto ao método a ser utilizado. pois estes perdem sua capacidade de reprodução ou de trabalho com o passar do tempo. em virtude da falta de trabalho ou período entre ciclos de produção. mas. ou mesmo por problemas de chuvas. animal matriz pura → dez anos.com. não deverão sobrecarregar a lavoura em andamento. O ideal seria detectar o início do processo de declínio para iniciar a depreciação. normalmente a depreciação é iniciada no momento em que o rebanho começa a ser utilizado para a reprodução.) em estabelecer uma curva de eficiência do animal de reprodução. por exemplo. como na prática não é fácil. etc. em uma conta de despesa não operacional (evitando sobrecarga injustamente as culturas em andamento). etc. em termos contábeis a exaustão se relaciona com a perda de valor dos bens ou direitos do ativo. cana-de-açucar. anualmente. dessa forma. Ela representa a perda de valor. jazida ou reserva florestal. devem-se observar os seguintes pontos: • quantidade de cortes (montante total plantado). Aplica-se aos recursos de floresta própria ou vegetação em geral à medida que seus recursos forem exauridos (esgotados) do custo de aquisição ou formação. de direitos cujo objeto seja recursos minerais. em função da quantidade extraída da mesma. área plantada. unidade. Exemplo: florestamento ou reflorestamento.Fone (62) 8124-6814 . ou bens aplicados nessa exploração. a diminuição gradativa do valor de aquisição do bem (jazida. na exata proporção da parcela extraída ou utilizada em cada período.) • produção no período (valor levando em consideração o custo de formação). pastagens. quando se tratar destes recursos naturais renováveis que sofreram exaustão. de uma lavoura. na conta Exaustão Acumulada. decorrente da sua exploração. lavra ou reserva florestal). excluído o solo. permanecendo apenas a raiz para formação de novas árvores. Havendo com isso uma diluição do custo total pelos exercícios ao longo dos quais ocorreu a extração ou utilização dos recursos. porém isto não ocorre pela dificuldade em determinar esta potencialidade. Exaurir significa esgotar completamente. Exaustão Quando corresponder à perda do valor. Procedendo dessa forma. avaliados pelo custo de aquisição corrigido. ao concluir a extração dos últimos recursos. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ Professor Lourival Batista Pereira .br 57 . peso etc.CONTABILIDADE RURAL Quanto aos animais reprodutores deveria levar em conta as fases da potencialidade de reprodução. etc. • produção por corte (quantidade extraída no período. • valor de aquisição ou formação (custo de recomposição natural para pastagens). Toda cultura. a empresa registra. pela utilização. o qual terá sido distribuído como custo pelos diversos exercícios sociais em que a empresa promoveu a extração ou utilização desses recursos. ter-se-á baixado do ativo o valor total pertinente a essa floresta ou jazida. assim. sofrerá exaustão. ao longo do tempo decorrente de sua exploração (extração ou aproveitamento).com.email: pereiralb@bol. da qual seja extraído o caule. ou florestais. etc.200÷2.a.33%).email: pereiralb@bol. levará a custos de cada período o montante que a expressa a parcela nela consumida.33% a. basta multiplicar o percentual pelo custo de formação da cana-de-açúcar para obter-se o custo da cultura formada.86% (1.Fone (62) 8124-6814 . Exemplo: Florestas e Reflorestamento: se determinada empresa é proprietária de uma floresta destinada ao corte para comercialização. a colheita não está terminada por ocasião do final do exercício social. ou o percentual pode ser medido em função da tonelada extraída em relação ao total esperado. Cálculo percentual das = Quantidade de árvores extraídas árvores extraídas: Quant. Cana-de-açúcar: custo de formação da plantação registrado no Imobilizado – Ativo Permanente e nunca no Realizável a longo prazo. porém que o exercício social termine antes do ano agrícola.33% ou quatro cortes 25%.800 – sobre os 33..a.800 hectares plantados. obtendo assim o percentual para fins de cálculo da exaustão. dependendo da região. e o resultado será considerado como custo dos recursos florestais extraídos. de três a quatro cortes (ou mais). ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ Professor Lourival Batista Pereira . o percentual encontrado será aplicado sobre o valor da floresta registrado no Ativo. inicialmente. há necessidade de calcular o percentual do volume ou a quantidade extraída em relação à cultura total. agrônomos.com. basicamente os prazos são os seguintes: reflorestamento (unidade) cana-de-açucar (hectare/tonelada) pastagem (hectare/tonelada) → quantidades produzidas por ano.br 58 . ou seja. técnicos. → 18 anos → 5.56 a. representa em relação ao volume ou à quantidade de árvores que no início do ano-base compunha a floresta. ou outros critérios. como algumas empresas fazem. o percentual que o volume dos recursos florestais utilizados ou a quantidade de árvores extraídas durante o período-base. Supondo que toda a extração ocorra dentro do exercício social (ano-base). Para o cálculo do valor da cota de exaustão será observado o seguinte critério: apurar-se. O percentual para fins de cálculo é de 42.200 hectares extraídos em relação a um total de 2. uma vez plantado. consumo ou industrialização. árvores que compõem a floresta = % extraídas Cálculo de exaustão → % extraídas x % exaustão x custo arvore extraída. Pode-se nesse caso.CONTABILIDADE RURAL Todavia os profissionais qualificados para apresentar laudos que possam seguramente servir de base aos cálculos são os engenheiros florestais. Considerando. medir a área extraída em relação à área total plantada. → 3 anos → 33. Exemplo: 1. poderá gerar. sendo a quota de exaustão anual para três cortes 33. por meio de destocamento. seja pastagem natural ou artificial.email: pereiralb@bol. para o alto rendimento do projeto. As principais forragens utilizadas nos pastos são: gramíneas: capim-colonião. drenagem.1% Pastagens: sendo o lugar onde se pasta (erva não ceifada) ou pode pastar o gado. portanto. terraceamento. batata-doce. há quem use baseado em laudo do Planalsucar. sendo uma das partes mais importantes do planejamento agropecuário.. cactáceas: palma mandacaru.4% 2º corte → 25. Pastagem artificial: é aquela formada por pastos cultivados. etc. arações. cerrados. capim-jaraguá.Fone (62) 8124-6814 . leguminosas: alfafa. uma vez que a boa pastagem contribui. das quais se aproveita o potencial natural (campos. quotas de exaustão decrescentes. atualmente. há um momento em que é necessário reformá-la totalmente. etc. geralmente.1% 3º corte → 21. replantando as forrageiras ou recuperando-as para que o pasto volte a ser produtivo. recebe todos os cuidados que a uma cultura são dispensados. soja perene.com. (pastagem artificial). exige preparo do solo.) compõe o Ativo Permanente – Imobilizado e sofrerá exaustão na proporção da sua perda e de potencialidade. em conjunto. como: preparo do solo. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ Professor Lourival Batista Pereira . sem merecer atenção especial do pecuarista. plantio.4% 4º corte → 18. etc.CONTABILIDADE RURAL Como a legislação não fixa expressamente as taxas que devem ser utilizadas.br 59 . havendo basicamente. etc. outros capins e cereais. em geral. a pastagem é considerada uma cultura. sofrendo melhoramentos esporádicos. etc. destocamento. adubação. nos seguintes percentuais/ano: 1º corte → 35. (como alimentação suplementar) Antigamente a pastagem era considerada uma atividade extrativa (pastagem natural). adubagem e plantação ou semeadura. há dois tipos de pastagens: Pastagem natural: também denominada pasto nativo e constituída de áreas não cultivadas. drenagem. etc. outras: mandioca. corretivos.). para a melhora da qualidade do gado. Mesmo que haja pastoreio em rodízio (em determinado momento interrompe-se o pastoreio para manter o pasto em repouso por certo tempo).. Por ser uma cultura permanente. seu custo de formação (preparo de solo. são áreas de boa cobertura vegetal e que não apresentam grandes problemas de erosão. nenhuma pastagem tem duração ilimitada. utilizadas para pastagens. capins naturais. limpeza de animais ou insetos nocivos. Também podem causar o perecimento das pastagens: erosão. Exemplo: se dá nos casos de aquisição de direitos de extração de madeira de floresta pertencente a terceiros ou de exploração de pomar alheio. comercial e quaisquer outros com existência ou exercício de duração limitada. limpeza de ervas tóxicas. por prazo determinado. marcas e patentes. Aplicada na aquisição de direitos sobre empreendimentos de propriedade de terceiros – apropriando-se o custo desses direitos ao longo do período contratado. a fertilidade da terra tem capacidade limitada. ou cujo objeto sejam bens de utilização por prazo legal ou contratualmente limitado. etc. mesmo que o tipo de capim seja permanente. Recomenda-se estimar o período de tempo e vida útil das pastagens com base em estudos agrícolas ou estudo do próprio engenheiro agrônomo da empresa. nas despesas pré-operacionais. em geral as empresas desembolsam algum dinheiro para seu melhoramento.Fone (62) 8124-6814 . como é o caso do capim-colonião. como perda. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ Professor Lourival Batista Pereira . Consiste na recuperação contábil do capital aplicado na aquisição de direitos cuja existência ou exercício tenha duração limitada. dificuldade em estimar o período de vida útil das pastagens. Daí a sugestão de que os valores aplicados com a formação ou melhoramento das pastagens devem sofrer exaustão.com. a preço único e prefixado. como: demarcação do pasto. ou de bens cuja utilização pela entidade tenha o prazo limitado por lei ou contrato.email: pereiralb@bol. Amortização Quando corresponder à perda do valor do capital aplicado na aquisição de direitos da propriedade industrial. Nesses casos.br 60 . incêndio e excesso de gado no pasto. Jaraguá. benfeitorias em propriedade de terceiros. porque. etc. ou seja. despesas de reorganização. No caso específico de pastagens naturais. por mais adequadas que sejam. pesquisas científicas.. alegação de que a legislação do Imposto de Renda é omissa a respeito do assunto.CONTABILIDADE RURAL Algumas empresas não fazem a exaustão das pastagens por várias razões: algumas espécies de capim são consideradas do tipo permanente (não acabam facilmente). sua recomposição natural e bastante difícil e os valores aplicados devem ser levados diretamente para resultado do exercício. As pastagens devem sofrer exaustão (entendimento também de alguns engenheiros agrônomos). aos bens intangíveis. br 61 . ao fim do prazo de concessão. • Benfeitorias em Propriedades de Terceiros ou Marcas e Patentes: serão amortizáveis de acordo com o tempo de validade dos mesmos (10 anos. _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ Professor Lourival Batista Pereira . Processo Contábil da Depreciação. distribuindo o custo desses direitos ao longo do período de três anos. • gastos com melhorias no solo: que propiciam incremento na capacidade produtiva.email: [email protected] RURAL O cálculo da Amortização dos valores classificados nas contas mencionadas varia de acordo com sua natureza. Exaustão e Amortização Depreciação Atividade agrícola: Tomando por base uma cultura a ser depreciada de acordo com sua vida útil e o critério ou método de depreciação utilizado. caracteriza-se por quotas de exaustão (e não amortização). corretivos.). durante três anos. devem reverter ao poder concedente. a amortização se relaciona com a diminuição de valor dos direitos (ou despesas diferidas) com prazo limitado (legal ou contratualmente). Suponha-se que determinada empresa de exploração de suco de laranja adquira o direito de colheita de um pomar. enquanto a depreciação incide sobre os bens físicos de propriedade da própria empresa rural até sua completa depreciação de acordo com a vida útil prevista para os mesmos. más é explorada em função de contrato por prazo indeterminado. sem indenização.são amortizáveis no mínimo em 5 anos (20%) e no máximo em 10 anos (10%). • gastos com pesquisas científicas ou tecnológicas: referente à parte genética. nos termos da lei ou contrato que regule a concessão de serviço público. nas diversas fases. 20 anos. etc. A legislação brasileira prevê que se a floresta pertence a terceiros. sejam temporárias ou permanentes.Fone (62) 8124-6814 .com. a empresa adquirente registrará o custo da aquisição desse direito no seu ativo permanente e fará a amortização de 1/3 por colheita. contratados para a exploração. biológica e experimentações concernentes a plantações e animais. devem ser incorporadas como custo de formação ou manutenção a cada uma delas. ou seja: • Despesas Pré-operacionais e de Reorganização: como os administrativos financeiros . A principal diferença entre depreciação e amortização é que. • Investimento em bens: que. tais como: desmatamento. _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ Amortização Exploração de uma Plantação de Frutos: Quando os custos são apropriados. da amortização e da exaustão. para não sobrecarregar o momento da formação ou quando formado em propriedade de terceiros. pastagem. _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ Despesas ou outra espécie: Custos de aquisição ou utilização do capital aplicado. por hora de trabalho ou outro critério a ser utilizado. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ Professor Lourival Batista Pereira .br 62 . _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ Taxas de Depreciação Aplicadas às Empresas Rurais Taxas Para o cálculo da depreciação. seja pelo volume ou quantidade. uma dificuldade encontrada é a determinação da vida útil econômica dos bens do Ativo Imobilizado. etc: De acordo com a extração. _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ Reflorestamento ou outra cultura como a cana-de-açúcar. _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ Exaustão Jazida de Minério: De acordo com a extração efetuada e sua redução de produção conforme o estimado.Fone (62) 8124-6814 .CONTABILIDADE RURAL Atividade zootécnica: Tomando por base animais reprodutores ou de trabalho.email: [email protected]. depreciado de acordo com a perda da capacidade de reprodução ou trabalho com o passar do tempo. _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ Máquinas e Implementos agrícolas ou rurais: Tomando por base método linear. As taxas de depreciação podem ser calculadas de acordo com a produção estimada da cultura permanente.67% 10% 20% 30 50 10 10 3. solo. arame e cerca elétrica Rede de água (encanamento) VIDA MÉDIA DE ALGUNS ANIMAIS Vida Média Animais ANIMAIS DE CRIA Bovinos: Reprodutores Matrizes ANIMAIS DE TRABALHO Burro de tração Cavalo de sela Boi de carro Suínos Produtiva em Anos Taxa de Deprec. coberta de telha Parede de barro. raça. telefone com postes de madeira Linha de força e luz. que são diferentes de região para região. coberta de sapé MELHORAMENTOS Linha de força e luz. ressaltando. manutenção. clima.email: pereiralb@bol. O próprio Imposto de Renda.CONTABILIDADE RURAL Alem das causas físicas decorrentes do desgaste natural pelo uso e pela ação de elementos da natureza.br 63 . sendo que na prática. coberta de telha Parede de barro. a vida útil é afetada por fatores funcionais. tipo de manejo.com. qualidade ou tipo de árvore (genética). que varia de região para região.5% 20% 25% ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ Professor Lourival Batista Pereira . Piso de tijolo ou cimento coberta de telha Parede de madeira. possivelmente considerando essas variáveis. desde que faça a prova da vida útil do bem determinado. uma vez que não proporciona redução excessiva de lucro ou prejuízo e evita grandes oscilações nos resultados no decorrer dos vários anos. o próprio Imposto de Renda. Os itens do Ativo Permanente variam em função do tipo de solo. desde que faça a prova da vida útil do bem determinado.33% 12. telefone com postes de ferro ou concreto Cercas de pau-a-pique.5% 10% 12 8 5 4 8.. Devido a fatores como: clima. etc. assegura à empresa o direito de computar a cota efetivamente adequada às condições de depreciação de seus bens. possivelmente considerando essas variáveis. ao Ano 8 10 12. tipo de manejo. não define taxas. cada caso deve ser tratado isoladamente. todavia. Construções e Melhoramentos em Anos ao Ano 25 15 10 5 4% 6.33% 2% 10% 10% Parede de tijolos. não define taxas. raça (caso de pecuária). todavia. ESTIMATIVA DE DURAÇÃO DE CONSTRUÇÕES MELHORAMENTOS Duração Taxa deprec. como a inadequação e o obsoletismo resultante do surgimento de substitutos mais aperfeiçoados.Fone (62) 8124-6814 . o direito da empresa computar a quota efetivamente adequada às condições de depreciação de seus bens. sendo este método vantajoso por implicar menores custos. Motores elétricos Serraria Pulverizador.28% 16. colhedeira de Forragens Combinada automotriz.email: pereiralb@bol. Ao Ano Itens TRATORES* De roda e de Esteira Microtrator VEÍCULOS Caminhão Carroça.br 64 .88% Laranja 15 6. Dep.com.67% 5% 8.5% Figo.33% 8 10 10 20 10 5 12. Roçadeira Picadeira de forragem. Ceifadeira Arado de disco aiveca. Chá. Semeadeira de linhas Semeadeira de grãos miúdos Cultivador Colhedora de algodão. Polvilhadeira. Plaina Carretas com pneis. de Anos Tx.67% 5% 10 7 6 3 10% 14. Grade de discos.5% 10% 10% 5% 10% 5% 10 15 20 10% 6. Pêssego 17 5.67% 12 8. Adubadeira Colhedora de milho.28% 5 10 15 20% 10% 6.67% 6.67% Maracujá 5 20% Pastagem formada (artificial) – exaustão 5 20% Cana-de-açúcar – exaustão 4 25% ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ Professor Lourival Batista Pereira . Secadores cereais Ensiladeira Encerado Saco de colheira 10 7 10% 14. Desintegrador Plantadeira Bico de pato (Planet) Máquina de café.33% VIDA MÉDIA DE ALGUMAS CULTURAS PERMANENTES N.33% 15 15 20 12 6. Carro de bois Carreta de trator IMPLEMENTOS Ancinho. Ao Ano Culturas Permanentes Amoreira.CONTABILIDADE RURAL DURAÇÃO MÉDIA DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS Duração em Anos Tx. Máquina de debulhar milho. Café.Fone (62) 8124-6814 . Combinada rebocada Grade de dentes e de molas. Depr.67% 33. Carrinho de terreiro. Uva 20 5% Banana 8 12. Ordenhadeira. CONTABILIDADE RURAL Modelo de relatório de resultados com evolução patrimonial de atividade agropecuarista: RELATÓRIO DE RESULTADOS AGROPECUÁRIA FUTURISTA LTDA RECEITAS Vendas de macho refugo Venda de garrote Venda de boi gordo TOTAL DAS RECEITAS DESPESAS Mão-de-obra Compra de machos Sal mineral Medicamentos Manutenção das pastagens Moto-mecanização Manutenção da infra-estrutura Diversos TOTAL DAS DESPESAS MARGEM CONTRIBUIÇÃO → (Receitas – Despesas)→A Despesas Administrativas → B RESULTADO OPERACIONAL → (A – B) = C INVESTIMENTOS Formação de pastagens Infra-estrutura TOTAL DOS INVESTIMENTOS → D TOTAL → (C – D) O fato do patrimônio empresarial não ser estático e alterar-se a cada operação.com. e sabendo-se que o volume de transações requer um controle próprio. a tal ponto que a informação produzida por este departamento seja: Confiável – deve inspirar confiança nas informações fornecidas. Ágil – na elaboração do trabalho.email: [email protected] (62) 8124-6814 . da Contabilidade Rural será exigido este trabalho. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ Professor Lourival Batista Pereira . Elucidativa – cada usuário tem um grau de conhecimento.br 65 . Fonte para tomada de decisão – utilizada pela administração. que deverá ser feito de forma coordenada. Contabilidade da Pecuária.email: pereiralb@bol. MARION.CONTABILIDADE RURAL BIBLIOGRAFIAS Básica CREPALDI.br 66 . BRASIL.404. Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações. São Paulo. Atualizada.12. Contabilidade de Custos. S. 12ª ed. Complementar IUDÍCIBUS. Contabilidade Rural. Atualizada. Et all. 2010. São Paulo: Atlas. Contabilidade Rural. Atualizada. Atlas. Contabilidade Básica. C. 10ª Ed. E. C.com. Atlas. 6ª ed. São Paulo: Atlas. A. J. 2010. F.1976: Lei das Sociedades por Ações (LSA). São Paulo. MARION. Zilda Paes de Barros. São Paulo: Atlas. Governo Federal. VALE. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ Professor Lourival Batista Pereira . Manual de Contabilidade Agrária. Ed. Administração de Custos na Agropecuária. 9ª ed. Ed. Ed. 2010. C. Atlas. Contabilidade Financeira Rural. MATTOS. Ed.Fone (62) 8124-6814 . 2009. 2011. de 15. São Paulo. Atualizada. São Paulo: Atlas. São Paulo. 10ª Ed. J. Gilberto José dos e Outros. J. SANTOS. Atlas. MARION. São Paulo: Atlas. Lei nº 6. s. MARTINS.
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