Apostila Completa de Teatro

March 23, 2018 | Author: Evaldo César Sampaio | Category: Comedy, Philosophical Science, Science


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O QUE É TEATRO?Imprimir dramaticamente às próprias palavras e/ou atitudes, para suscitar comoção ou interesse. É a expressão da realidade. Instrumento de divergência, advertência, ensinamento, documentação e instrução. As formas pelas quais ele desempenha essa missão são diferentes e variadas. No Teatro, uma história e seu contexto se fazem reais e verídicos pela montagem de um cenário e a representação de atores em um palco, para um público de espectadores. O Dramaturgo, através de um roteiro escrito, rege as funções das artes unidas para a representação, assim como um maestro rege os instrumentistas da sua orquestra para uma execução. No palco, os personagens vão “viver” a história, vestidos de acordo com a narrativa, em um cenário – parte concreto, parte imaginário, sugerido por meio de sons especiais e música – representativo do ambiente em que a história acontece, com uma iluminação disposta para obter efeitos complementares importantes de luz e sombra. O Texto da peça é desenvolvido em torno de sua idéia central ou tema, e da história que veicula essa idéia, e seus desdobramentos. A fala dos atores e as indicações quanto à expressão dos sentimentos e atitudes de cada personagem, e ao cenário. A etimologia da palavra teatro é: TEO: Deus Sendo assim: TEATRO: Terreno de Deus Na atualidade, o termo ganhou um outro significado: lugar de onde se vê. A origem do teatro ocidental está na Grécia. Tudo começou com o culto a Dionísio ou Baco, deus grego dos ciclos vitais, da alegria e do vinho. Culturas mais primitivas se reuniam em volta de fogueiras, para assistir a imitações dos acontecimentos de caçadas, guerras e ações de trabalho ou ainda rituais mágicos sagrados para agradar os deuses e imitação de ancestrais e deuses. Esses, nasceram da necessidade do homem de crer em uma força superior a que pudessem recorrer quando preciso. As celebrações davam-se em círculos por esta ser a única forma geométrica encontrada na natureza. O teatro possui um grande marco, um divisor de águas: Aristóteles. Ele que a cerca de 26 séculos fez a primeira poética – (análise dos elementos de composição) – da tragédia. Na fase inicial, as tragédias faziam parte das festas em homenagem ao deus Dionísio, na festa de Ditirambos, na qual eram comemorados o retorno da primavera e a nova fertilidade dos campos. Nessa festa as pessoas saíam em cortejo pelas ruas carregando grandes falos. E dela nasceram dois gêneros teatrais: a tragédia e a comédia. A própria palavra tragédia mostra essa ligação entre o teatro e os ritos populares religiosos. Tragédia deriva de tragós, que em grego significa bode, animal muito usado nos sacrifícios dos festivais dionisíacos por sua relação com o Deus. Sendo assim: TRAGÉDIA: Canto do bode. ATRO: terreno; área. No século VII a.C., a tragédia sofisticou-se e despontou como gênero relativamente autônomo, cada vez mais distante das festividades religiosas. Para entender a relação de Dionísio com os bodes, é preciso que se conheça o mito do Deus: “Zeus, fora casado com sua irmã Hera, deusa do matrimônio. Hera sempre foi fidelíssima ao marido. Ele, por sua vez, a traía com semideusas e mortais. Uma dessas mortais: Sêmele, que engravidou de Zeus. Ao tomar conhecimento da traição e da gravidez, Hera aproximou-se da ingênua mortal convencendo-lhe a pedir uma prova de amor a Zeus: que ele aparecesse para Sêmele com toda a sua grandeza. Zeus, atendendo ao pedido da amante fez com que ela fosse queimada, pois um mortal não pode ver um Deus. Então, Zeus pegou o feto e o costurou e gerou na própria coxa (daí vem o termo fazer algo “nas coxas”). Nasceu assim Dionísio, chamado Baco pelos romanos. Para que seu filho ficasse protegido da vingativa Hera, Zeus entregou o filho para ser criado pelas ninfas da floresta. Estas, por sua vez, transformavam Dionísio num bode cada vez que Hera tentava se aproximar“. A tragédia pode ser considerada também a representação da fragilidade do homem perante os deuses. Os três grandes trágicos gregos com suas características particulares foram: Ésquilo (grandiloqüente), Sófocles (mais sóbrio) e Eurípides (mais humano). Os três viveram no período atiço, isto é, 500 e 32 a.C. Segundo a poética realizada por Aristóteles, as tragédias se dividem em 3 partes: - Unidade de tempo; - Unidade de espaço; - Unidade de ação. E ainda possuem as seguintes características: * exposição: apresentação dos personagens e da estória. * conflito: oposição e/ou luta entre diferentes forças. * peripécia: reviravolta. * revelação. * catástrofe: conclusão, acontecimento principal decisivo e culminante. * catarse: purgação, purificação, que acontece geralmente no final. O TEXTO DE TEATRO: Sozinho, o texto é apenas literário, transformando-se em teatro quando encenado. O pensamento da peça é o ponto de vista do autor, ou seja, a sua maneira de encarar o mundo. O diálogo teatral é a parte reveladora das personagens. Geralmente, Há em uma peça duas personagens centrais: o herói (protagonista) e o vilão (antagonista). Mas não é necessariamente preciso. Quanto à linguagem, deve estar de acordo com o nível da fala das personagens: um rei, um mendigo, um delinqüente, um professor, etc. A encenação envolve os aspectos visuais da montagem: cenário, figurino, marcação e objetos de cena, que informam ao público sobre a época em que os fatos acontecem, o lugar e o modo da viver das personagens. É o desenrolar das ações (conflito) que leva ao clímax, o ponto máximo, quando as peças da estória começam a se encaixar, deixando o público tenso. O ATOR; (Pessoa que possui uma faculdade natural de imitação, de expressão e de identificação com o personagem que representa numa peça teatral). Téspis de Icária, o primeiro a se destacar do coro e se dirigir à multidão interpretando um personagem, o deus Dionísio. No começo apenas os homens atuavam e somente a partir do século XVII, as mulheres passaram a dividir a cena primeiramente na Inglaterra a na França. Na França, uma das atrizes que outrora havia sido integrante do grupo de Molière passou a fazer parte do elenco das peças de Racine. Therese du Parc, conhecida depois como La Champmesle, foi a atriz que primeiro interpretou o papel principal de Fedra, da obra de Racine, tornando-se então uma das principais atrizes da chamada "Commedie Française". É o primeiro nome feminino de que se tem notícia quando falase em teatro. O ator nutre-se da peça, mas é ele quem empresta plenitude física e espiritual ao simples texto concebido pelo dramaturgo. Considera-se o ator um instrumentista que usa o próprio corpo. Voz, expressão, autoridade cênica – tudo ele conjuga, para alimentar o público. Uma vocação inata para o palco lhe é indispensável, sob pena de não convencer a respeito da autenticidade daquilo que transmite. Seu ponto de partida, sem dúvida, é o texto, a personagem que lha cabe encarnar na peça. O MÉTODO DE STANISLÁVSKY: O objetivo fundamental das pesquisas stanislavskianas é estabelecer a total intimidade entre ator e a personagem, para que haja a identificação de ambos. Diretor e autor teatral russo, Constantin Stanislávsky (1863-1938) Os traços característicos da arte dele são: O realismo, e até mesmo o naturalismo total (isto é, a naturalidade total), dos movimentos e da ficção. “O ator tem de dominar a biografia total do personagem”. O ator deve habituar-se ao papel, nele exercitando-se constantemente, porém, neste processo deve-se tomar cuidado com o perigo de se copiar exteriormente uma personagem, pois a imitação atrapalha a criação pessoal. Um ator não pode existir sem vontade, tem que começar a aprender dominar-se, isto é, a localizar as suas tensões e tentar controla-las, para não haver perda de sensibilidade. É importante para um ator sentir-se bem para representar um papel. Ele prega que o ator deve adquirir o domínio sobre o caráter exterior da expressão cênica, sendo reconhecido o naturalismo com detalhes autênticos e exterioridade do miss-em-cene. O trabalho do ator passa fundamentalmente pela preparação de seu instrumental cênico, o corpo, que inclui a voz e emoção. também a religião. deve-se buscar. Não quero estar irritado com determinada situação. teatro alquímico. colocá-lo em um estado de percepção mais apurado para transformar a consciência ATO: Divisão externa da peça teatral. Quero amar uma pessoa mas não posso amá-la. e refletirão ainda outras particularidades como seu nível social. o antagonista é uma só personagem. Muitas vezes. clima regional. ANTONIN ARTAUD: (francês . fundamentalmente. porque o espectador não poderia dizer ao certo o que está afetando seus sentimentos. teatro da crueldade. de forma minuciosa.A criatividade do ator não é mais um truque de técnicas. etc. Segundo o seu sistema. e. na tentativa de definir e fazer entender suas propostas. Podemos tomar muitos exemplos da vida cotidiana. a idade. não quero estar triste. tanto na mente do poeta como do espectador. o passado e o futuro do personagem. Stanislávsky descobriu que a emoção é independente da vontade. clichês e estereótipos. É o conceito fundamental de Stanislavsky. com o exercício da imaginação. especialmente nas formas de teatro mais tradicionais. são definições que o próprio autor propõe. podem ser manifestadas por um grupo de personagens de um certo grupo. a profissão. desde aqueles que ele perceberá com clareza até outros que se poderá dizer que são subliminares. Artaud pretende abalar sensorial e espiritualmente o espectador. DICIONÁRIO RESUMIDO DE TERMOS: ANTAGONISTA: É o opositor. estou triste. que implica no fato de o individuo utilizar seu próprio material humano.1896-1948) Considerado louco. Aristóteles definiu os principais elementos de uma peça teatral: o pensamento. a classe social. mas estou.) – quem fez a primeira reflexão teórica sobre a natureza e os princípios que regem a arte dramática. me apaixono por uma pessoa contra a minha vontade. A PRIMEIRA TEORIA DO TEATRO: Foi Aristóteles (século IV a. Teatro metafísico. O que quer dizer tudo isso? Que as emoções são independentes da nossa vontade. Estará em harmonia com o sexo. ATOR: A representação está. Outras. mas estou. dizia Artaud. na voz e nos gestos dos atores. Embora com algumas variações. Ele não deixou qualquer método de representação. As mínimas ações e expressões dos atores podem transmitir ao espectador significados muito intensos. “A estética da crueldade é isto: Um jato sangrento de imagens. eliminando mascaras.C. Através do teatro. As vestes são importante complemento representativo do personagem. o de memória de emoções. o ator deve construir psicologicamente a personagem. o protagonista às avessas. procuro a alegria e não acho. . A essa pesquisa ele chamou teatro de crueldades. apenas idéias incandescentes. pondo o sangue e a violência a serviço da poesia”. a melodia e a encenação. essa concepção prevaleceu ainda hoje. Mesma que a peça forneça poucos dados. a profissão do personagem representado. pais e época histórica em que vive. a criação do papel torna-se um ato natural. se requerido pelo drama. desenvolver sua sensibilidade. ato) é um sub-gênero da literatura dramática. que pode ser encontrada no Teatro Grego onde os atores se apresentavam mascarados com sapatos altos para darlhes maior destaque na cena. Cada uma das unidades de ação duma peça. e que nesta aparecem. Gil Vicente é a grande expressão deste gênero dramático. em fins do século XIX e princípios do século XX. não houve nunca quem preocupou-se em definirlhe a essência. funciona como uma distorção proposta: tal a serviço da sátira. Através do tempo caminhou-se de uma total irrealidade da atuação. por meio de diversas técnicas. Tem sua origem na Idade Média. somente o ator e encenador russo Constantin Stanislavski. a âmbito que se quer dar ao espaço cênico. Consiste sempre basicamente de: início. CENA: Qualquer marcação ou diálogo dos atores. e conta o local em que se passa a história. Em Portugal. BAMBOLINA: Pano estreito que tapa o teto do palco. Consiste em imprimir. na sua poética trata do teatro como um todo. BASTIDOR/ COXIA: Armação de cenário. No entanto.ATUAÇÂO: É a denominação dada à arte do ator. da crítica ou do cômico. É um conjunto de ações em torno de um tema. Vsevolod Meyerhold. Depois em meados do mesmo século XX. ocultando os refletores. Alguns autores confundem com um segmento da arquitetura. AUTO: (latim: actu = ação. feita de madeira e pano. na Espanha. meio e fim. cuja divisão se faz segundo as entradas ou saídas dos atores: cena francesa. diferentemente de dramaturgos e diretores. à uma realidade crua. Em seus livros ele delimita o que convencionou-se chamar o Método. Muitas vezes tida como fruto da inspiração. a arquitetura cênica ou arquitetura cenográfica ocupa-se mais especificamente da geração dos cenários arquitetônicos internos ou externos. nos escritos porteriores do mesmo. Sendo uma arte considerada sempre inferior. e até da possessão. vida e realidade a uma personagem. momento de uma peça. em conjugação com as bambolinas. técnica e ciência de projetar e executar a instalação de cenários para espetáculos. A cenografia é parte importante do espetáculo. outro dos teóricos da atuação foi o dramaturgo e encenador alemão Bertolt Brecht que espandiu as teorias de Stanislavski e Meyerhold. Um discípulo desgarrado de Stanislavski. que ditou-lhe o que se pode chamar de primeiras leis da atuação. divina ou da racionalização das emoções é a parte específica dos artitas da cena. deu novas diretivas à atuação. Aristóteles. . e uma realidade transformada. CARICATURA: Personagem plana marcada por uma idéia que levada ao extremo. pelo cenário podemos identificar a personalidade dos personagens. Denis Diderot também perpasssa-lhe. CENOGRAFIA: É a arte. por vezes representando um detalhe do ambiente. no século XVI. CAMARIM: Um buraco infestado de ratos onde os atores trocam de roupa. Entretanto. e que se coloca nas partes laterais do palco para estabelecer. ou mesmo da pura intuição. pois conta a época em que se passa a história.O auto era escrito em redondilhos e visava satirizar pessoas. mas não se delonga sobre a atuação. nos primeiros escritos de Constantin Stanislavski. Camões e Dom Francisco Manuel de Melo também adotaram esta forma. Divisão do ato da peça teatral. e outros artistas das artes cênicas. por volta do século XII. etc. Já o júri da comédia era formado por cinco pessoas sorteadas da platéia. O coadjuvante (ou adjuvante) pode também ser figurado por meio de um elemento não humano: uma máquina. uma pequena elevação. a comédia fala sobre os homens inferiores (pessoas comuns da pólis). Aristóteles. uma forma cenográfica. o teatro naturalista construiu cenários que reproduziam o mais exatamente possível o ambiente onde se desenrolava a peça. De forma geral. CICLORAMA: Cortina esticada. portanto.É um elemento que pode alcançar grande expressividade na montagem de uma peça. que faz rir. Também pode significar um espetáculo que recorre intensivamente ao humor. o teatro desenvolvia-se nas praças e no interior das igrejas. essencialmente. CLÍMAX: O conflito dramático evolui gradualmente no decorrer da peça. semelhante a uma tela. as indicações eram sumárias: um portão podia sugerir uma cidade. a arte era representada. Hoje coexistem as mais variadas tendências: do cenário naturalista. de Aristófanes). por exemplo. COMÉDIA: Obra ou representação teatral em que predominam a sátira e a graça. Porém. No teatro grego havia mecanismos destinados a produzir efeitos especiais. A descoberta da eletricidade foi muito importante: proporcionou uma iluminação cuja intensidade é regulável. A cada época correspondeu uma necessidade e. um animal. A luz pode ainda substituir um cenário. até chegar ao apogeu. de comum acordo com o diretor. é o uso de humor nas artes cênicas. convencional. No surgimento do teatro. Ser escolhido como jurado de tragédia era a comprovação de nobreza e de representatividade na sociedade. no texto "As Rãs". Precisão obedecer às normas estéticas que conduzam a uma visão harmoniosa. como a mecané. por duas máscaras: a máscara da tragédia e a máscara da comédia. em sua Arte Poética. como eles. Na Idade Média. Primeiro se esboça. inicialmente política. COADJUVANTE: Personagem secundária que está ao lado do protagonista ou do antagonista e que. fazendo da cena um espaço abstrato onde se criam. ninguém estava a salvo de ser alvo das críticas da comédia: governantes. . a importância da comédia era a possibilidade democrática de sátira a todo tipo de idéia. Isso pode ser comprovado através da divisão dos júris que analisavam os espetáculos durante os antigos festivais de Teatro. é claro! Conjunto de elementos organizados no espaço cênico (palco). sucessiva e conjuntamente. Cabe ao cenógrafo organizar o espaço cênico segundo as necessidades do espetáculo. que elevava às alturas deuses e heróis. "comédia" é o que é engraçado. onde acontecem as ações dramáticas interpretadas pelo ator que representa uma peça. uma montanha. na Grécia. na Grécia. vai acentuando-se. até a total ausência de cenário. em seu surgimento. Assim como hoje. que se estende pelo fundo do palco. permitindo difundir uma luz ambiente adequada ao estado psicológico dos personagens. pode estar individualizada ou não. diversas áreas dramáticas. No século XIX. descansada e ao mesmo tempo crível para o espectador. para diferenciar comédia de tragédia diz que enquanto esta última trata essencialmente de homens superiores (heróis). nobres e nem ao menos os Deuses (como pode ser visto. Sua função é criar um ambiente adequado para a movimentação dos interpretes. uma fada. representando o lugar. ou lugares. o cómico está baseado no facto de uma ou mais personagens serem enganadas ao longo de toda a peça. Frequentemente. corriqueiro. mas quando o fazem isso pode ajudar a criar laços poderosos.a tal ponto que ele deixa de ser mitológico. Assim. usual e pode-se portanto rir dele. Mas uma característica reconhecida da comédia é que ela é uma diversão intensamente pessoal. COMÉDIA DE CARÁTER: Aquela que a ação se define pelas atitudes peculiares as diferentes personagens. Martins Pena foi o grande percussor da comédia de costumes. etc. social. a Colombina. COMÉDIA MORAL: Comédia de costumes que encerra princípios éticos. cientificamente. inspiravam a comédia dell’arte. mas precisa ser um resultado necessário da natureza do personagem. afastada em muitas épocas do palco. e permanecem até hoje como tipos característicos de carnaval. ameaçador e passa a ser banal. tornar a conhecer) o fato como parte de um valor humano . alguns deles (o Arlequim. Encontra forte apoio no consumo de massa e é extremamente apreciada por grande parte do público consumidor da indústria do entrenimento.Hoje a comédia encontra grande espaço e importância enquanto forma de manifestação crítica em qualquer esfera: política.) usavam máscaras. reconhece-se que para fazer rir é necessário um ritmo (conhecido como "timing") especial que não é dominado por todos. por ancestral preconceito. atualmente. Entre os artistas. COMÉDIA ANTIGA: O conjunto das obras de teatro cômico da Grécia antiga escritas no período que vai até o século IV a. peça no gênero da farsa. A comédia pura é o mais raro de todos os tipos de drama. com a despersonalização do indivíduo. idéias e sentimentos habituais de determinada sociedade. curta. classe ou profissão. COMÉDIA DE COSTUMES: A que reflete os usos e costumes. o público (que sabe de tudo) vai rindo cada vez mais. . Na comédia a ação precisa não somente ser possível e plausível. É difícil analisar. Uma das principais características da comédia é o engano. caracterizada pelas sátiras político-sociais. À medida que a personagem vai sendo enganada e que o equívoco vai aumentando.os homens comuns . e na qual os atores eram mascarados e personificavam (personalizavam) tipos fixos. COMÉDIA ATELANA: No antigo teatro romano. para que ele participe dos mistérios sagrados.C. oriundas das representações da antiga cidade de Atela. o Pantaleão. Para rir de um fato é nescessário re/conhecer (rever. embora os enredos e os personagens sejam fixos. COMÉDIA DELL’ARTE: Gênero teatral espirituoso e nitidamente popular. não há grande distinção entre a importância artística da tragédia (mais popularmente conhecida simplesmente como "drama") ou da comédia. econômica. A máscara devolve essa comédia aos rituais religiosos. A Comédia dell’arte tornou regra no elenco a presença da atriz. o que faz uma pessoa rir ou o que é engraçado ou não. Uma comédia é uma peça humorística na qual os atores dominam a ação. o Doutor. que floresceu na Europa durante o século XVII e cuja ação de gestos estereotipados é sempre improvisada. As pessoas com frequência não conseguem achar as mesmas coisas engraçadas. criando diferentes planos e perspectivas de difusão de som num auditório ou ao ar livre. dividia a literatura nos modos narrativo. o herói do drama elisabetano luta contra si mesmo. opressor/oprimido. em sua Poética. a disputa que permite ao espectador tomar partido e se interessar pela representação no palco. que permita o controlo sobre diferentes parâmetros electroacústicos de qualquer fonte sonora. usado como gênero de personalização usado em filmes. . a moderna teoria literária divide a literatura nos modos narrativo. mas instrumentos. dramático e misto. acústica ou gravada. DRAMA: Aristóteles. e até mesmo um cavalo. Os acessórios. A partir daí. um velho. Não basta coroar a cabeça de uma atriz para que ela se torne majestosa e. também. DESENHO DE SOM EM TEATRO: É o processo técnico e criativo da utilização de um sistema de sonorização. etc.1898-1956) tentou romper abertamente com o método Stanislavsky. sistematicamente. enquanto o ator deve ser capaz de sair de sua personagem e comentar sua interpretação. O herói grego luta com o sobre-humano.. DEIXA: A fala (ou outra marca) depois da qual um ator entra ou tem de proferir a sua fala. a ele mesmo.CONFLITO DRAMÁTICO: É a marca da ação e das forças opostas do drama: amor/ódio. mantendo a teatralidade do espectáculo. “Sua teoria maluca. telenovelas. os apliques e os figurinos não são paliativos. Brecht foi autor de frases famosas: “Infeliz do povo que precisa de heróis”. e o herói do Drama social luta contra o mundo. Abrindo mão do instrumento de ilusão. escrita para um ou mais atores. EPÍLOGO: Fala final. a maquiagem. EUGEN BERTOLD FRIEDRICH BRECHT: (alemão . O conflito inerente ao drama.. como se sabe a corcova não faz o corcunda. 2) Amplificar e melhorar sua expressividade corporal. O último ato ou cena de uma peça. DRAMA SOCIAL: Nova linha da tragédia em que as forças do destino se materializavam como força das convenções sociais sobre o indivíduo. lírico e dramático. e freqüentemente destinada a explanar as intenções do autor e/ ou o resultado final da ação dramática. para a exploração do envolvimento sonoro de um espectáculo. um ator entregue aos seus recursos reais. reconduzir o teatro ao essencial: diante de um espectador. principalmente na injustiça sócio econômica. CORPO: A palavra do corpo: 1) o corpo é reduzido. Drama é. cinema. DAR BRANCO: Quando alguém esquece suas falas.. mas suficientemente maluca para ser verdadeira”. criando imagens sonoras através de um som “vivo” e não intrusivo. Com Brecht surge a teoria do distanciamento – o espectador deve tirar da peça alguma lição permanente e não se identificar sentimentalmente com ela. o ator faz de seu corpo um corcunda. teatro e qualquer representação de personagem. É a parte integrante do ator. Recorre a estereótipos (a alcoviteira. É necessário que o figurinista conheça a fundo a história a ser tratada no trabalho.FARSESCO/ FARSA: Peça cômica de um só ato. evitando-se qualquer interrupção no fio da ação ou análises psicológicas mais profundas. O gênero. Embora existam alguns elementos farsescos nas comédias de Aristófanes¹ e Plauto². ações exageradas e situações inverossímeis. vários autores dedicaram-se ao gênero. por toda e qualquer produção necessária. 3. Principal forma de teatro cômico medieval. o local onde são gravadas as cenas. a donzela ingênua) ou situações conhecidas (o amante no armário. improváveis. burla. entre os quais Gil Vicente. A farsa é um tipo de drama escrito com o propósito de provocar riso. É estética e literariamente inferior à comédia. Ele é mais que uma simples veste. FIGURINO: Conjunto de vestimentas e seus acessórios. pois o figurino tem que revelar muito dos personagens. busca apenas o humor e. É uma modalidade burlesca de peça teatral. (encicl. curto enredo e poucos atores. Ato ridículo. O figurinista que cuida da criação dos figurinos. gêmeos trocados. Vestuário. É o traje usado por um personagem de uma produção artística (cinema. um conjunto de peças de roupas que se veste e o figurino seria o traje usado por um personagem criado. um depoimento. pode reelaborar figurinos já existentes. o pai feroz. Para elaborá-lo. Difere da comédia e da sátira por não preocupar-se com a verossimilhança nem pretender o questionamento de valores. entra no campo da sua prática. ora com grau maior ora menor. como um instrumento de deformação e de transformação do físico. o amante. as situações são de exagero. o perfil psicológico dos personagens. que tem por objetivo principal divertir o público. Liter. Gênero teatral cômico. o tipo físico dos atores e as orientações de luz e cor feitas pelo diretor de arte. caracterizada por personagens e situações caricatas. Fingimento. coisa burlesca. desenvolve a pesquisa. No Renascimento. menos exigente que a alta comédia . consultórios médicos. mais que uma roupa. indumentária e vestimenta: Denominamos que indumentárias seriam todo o vestuário em relação a uma determinada época e povos. O figurino intervém. seja delegando funções a terceiros ou . covardes e impotentes. Mas não esqueçamos de diferenciar os termos figurino. usados pelos atores em cena. vale-se de todos os recursos. irreverente e burlesca. é uma peça humorística na os personagens são rudes ou exageradamente fracos. a recepção de hotéis. uma lista de mensagens implícitas visíveis e subliminares sobre todo o panorama do espetáculo e possui funções específicas dentro do contexto e perante o público. os interpreta. A farsa é decididamente o mais irresponsável de todos os tipos de drama. impostura. ação vivaz. e com elementos de comédia de costumes. idealiza. coordena a equipe de produção e organização do guarda-roupa. pois ele possui uma carga. É responsável enfim. em sentido estrito a farsa originou-se nos mimos medievais. que se distingue da sátira por não estar preocupado com uma mensagem moral. teatro ou vídeo) e o figurinista é o profissional que idealiza ou cria o figurino. o figurinista deve levar em conta uma série de fatores como a época em que se passa a trama. neste sentido. o quarto de dormir. Ilusão. assuntos introduzidos rapidamente. etc.) 2. ▪ ENCICL. para isso. criação dos croquis. mentira. 4. tendo por cenário: consultórios de dentista. a farsa inspira-se no cotidiano e no cenário familiar. reconhecimentos inesperados). a situação econômica política e social. Estabelecido isso. não prepara anteriormente. Enfim. desenho técnico. pode enfatizar as expressões do ator. e causa o espanto. disciplinas complementares. vida. texturas. o do espectador. noções de espaço. ILUMINAÇÃO: No teatro deve estar adequada às exigências do texto dramático. Pode dar ênfase a certos aspectos do cenário. ela reforça a dramaticidade da cena. aumenta o impacto visual junto com a iluminação. . estação climática. aumenta o drama pelo que o ator está passando. Possui três funções: iluminação dos personagens em ação. aspecto psicológico. A roupa faz transparecer sentimentos. a alegria. Os acessórios com seus significados simbólicos ajudam a acentuar os objetivos e linguagens que o todo quer passar. IMPROVISAÇÃO DRAMÁTICA: Técnica do jogo dramático pela qual o ator interpreta alguma coisa imprevista. é necessário que tenha noções de cenografia. é o de que um gesto exprime alguma coisa. costura. para o ator. devem estar sempre ligados ao conteúdo do seu papel. A linguagem do vestuário teatral é reforçada de acordo com a necessidade e a intenção. A iluminação é um recurso polivalente para o cenógrafo. iluminação. estudo e sabedoria ela consegue ter a capacidade de falar por si só. eis o objetivo principal do vestuário. estilo do personagem. Como anteriormente dito. expressão corporal. e onde pode encontrar materiais e pessoal especializado. o figurino é parte de suma importante do espetáculo. Eles influem e contribuem juntamente com o cenário e iluminação e sua linguagem pode alterar-se ou manter-se de acordo com estes outros elementos visuais. dentro desta concepção de totalidade. e realizada com atenção. pode limitar a um círculo de luz o espaço da representação. movimento. o espectador ao olhar o conjunto faz a identificação imediata da situação ou do simbolismo da personagem dentro da peça junto com os outros elementos cênicos e assim o espectador pode captar a cena sem que os sons estejam anunciados. A Função do figurino é marcar a própria presença. pôr ênfase em determinadas partes do corpo. indica a região ou cultura. arte. como história do vestuário. pode estabelecer relações entre o ator e os objetos.produzindo ele mesmo. mas. um figurino não é apenas uma vestimenta ele possui significados e variantes embutidos e com funções simples ou complexas. além de como se criar um traje. posição social. cores. teatro. todos os elementos necessários para passar ao espectador o sentido do espetáculo. chamar a atenção. acessórios. desenvolvimento de croquis. iluminação dos ambientes criados pela cenografia e efeitos luminosos em geral. conhecimento sobre tecidos. inventa no momento da ação. modelagem. cores e texturas. a emoção no nosso público. Seus movimentos devem ter sempre um objetivo. sempre sensível. pois através dele se cria uma linguagem através das formas. comunicações que são passadas a outrem e que devem ser salientadas e reforçadas em uma apresentação artística por ser esta uma arte de mostrar e exibir mensagens. e dar a conhecer outros de maneira explícita. épocas e lugares através de suas formas. além de muitos outros efeitos sutis. ou seja. denotar com uma imagem clara e muitas vezes mesmo codificada com precisão alguns significados. devendo mostrar as relações entre todos os personagens e ser complementar aos outros elementos da cena. GESTO: O ponto de vista comum. A acrobacia e a dança são. estética. transmite a época. pela primeira vez na história do teatro. no rádio e na televisão. Originário do grego. permite contra-balançar a “crueza” das luzes. O drama de caráter existencialista também tem suas origens na obra de Pirandello. refere-se.) que. Ele será melhor entendido se reconhecermos algumas de suas diferenças nos meios ou formas artísticas em que ocorre. Tratase então de uma maquiagem invisível para o espectador (base. Mas não o ator. na literatura. a um efeito utilizado na obra. MÁSCARA: Se distingue da maquiagem pelo fato de anular. com a alternância de elementos da tragédia e da comédia. em sua construção dramática. Freqüentemente. no circo-teatro. etc. sem um esquema claro de ação e sem divisão em atos. cenas de combate e danças para construção de suas cenas e conta. MELODRAMA: Seria melodramático para um homem perder a direção do carro em um dia de chuva e sofrer um acidente. Segundo ele.IMPROVISAÇÃO ESPONTÂNEA: Técnica aplicada nas atividades de expressão dramática. dissimula sua natureza de artifício. aos atores de farsa e aos clows. isto o fez o . Na dramaturgia grega. com uma superfície rígida. Existe desde o século XVII principalmente na ópera. Há diversos métodos de interpretação. JERSY GROTOWSKI: O polonês modificou a maneira de pensar a atuação cênica. estimulou de forma decisiva o desenvolvimento do teatro do absurdo. no cinema. por este meio. os figurinos. Consiste na criação espontânea a partir de um fato. Com forte influência do teatro das feiras e da pantomima utiliza máquinas. saídas. outras como estilo dentro da obra e outras como gênero. MAQUIAGEM: Foi abandonada às formas desvalorizadas do teatro. A obra de Pirandello pode ser considerada derivada da necessidade de uma lúcida análise da angústia e da neurose dos tempos modernos. a mobilidade expressiva do rosto. construído de forma insólita. MARCAÇÃO: Movimentação dos atores em cena. O melodrama teatral surgiu com grande sucesso de público em temporadas que. o efeitos de luz e até mesmo o texto dramático são acessórios dispensáveis. os cenários. em função do texto da peça teatral: entradas. Se na ópera este termo distingue uma forma ou estilo musical. INTERPRETAÇÃO: Jogo do ator em cena a partir do texto criado pelo dramaturgo. a musica. tripla função: amplificação visual. o de Grotowski e o de Brecht. O termo melodrama tem significados muitas vezes contraditórios e é aplicado com diferentes significados a formas artísticas diversas e ocorrências variadas e/ou em distintas ocorrências dentro dos meios de comunicação de massas. algumas vezes. no teatro. ultrapassaram as mil representações. o melodrama teatral surge oficialmente como gênero em 1800 com a obra Coeline de René-Charles Guilbert de Pixérécourt. situação ou ação proposta. posturas. etc. sendo os mais importantes os de Stanislávsky. definindo um tipo complexo de espetáculo cênico iniciado após a Revolução Francesa. LUIGI PIRANDELLO: (Escritor italiano) Com o drama Seis Personagens à Procura de um Autor. nos Estados Unidos. Seu fundador é o dramaturgo frances René-Charles Guilbert de Pixérécourt e os principais representantes em outros países são: o inglês Thomas Holcroft seu introdutor na Gran Bretanha. é o tratamento do assunto pelo dramaturgo. ou idéia). um monólogo é uma longa fala ou discurso pronunciado por uma única pessoa ou enunciador. o que disseminou um excessivo valor negativo a tudo que fosse considerado melodramático. assim como de efeitos de apelo fácil à platéia. expondo idéias que podem até transparecer que há mais de um ator em cena. É introspectivo e revela motivações interiores para a audiência. desenhos animados. por exemplo. posteriormente. • Monólogos também são comuns em óperas. Há dois tipos básicos de monólogos no teatro: Monólogo exterior: Quando o ator fala para outra pessoa que não está no palco ou para a audiência. O nome é composto pelos radicais gregos monos (um) + logos (palavra. . não é se prostitutas merecem aprovação ou não. tolerável ou louvável. Seu sucesso duradouro o tornou o principal gênero teatral e literário do século XIX e. que se tornou sinônimo de uma interpretação exagerada. MONÓLOGO: Em teatro ou oratória. MULETA: Quando se usa um objeto de cena para se obter confiança ou “entrar no personagem”. mas que no real exija somente uma pessoa durante a cena. Ao final do século XIX. acabaram negando muitas das formas super utilizadas de interpretação do melodrama. É relativo o que é condenável apenas em relação aos hábitos de um grupo. A questão. formas e gêneros artísticos que surgiram durante este período. • É comum em teatro. colocada em uma situação particular. Quanto ao julgamento racional. o alemão August Friederich von Kotzebue e. • Monólogos cômicos tornaram-se um elemento padrão em programas de entretenimento no palco ou televisão. desfavorável ou favoravelmente. MORALIDADE: O aspecto moral diz respeito à interpretação e por isto há que separar o que pode ser relativo do que for racionalmente condenável. por oposição a dia (dois. Dion Boucicault. ou através de) + logos. recitação ou outra seção cantada tem uma função similar a um monólogo falado numa peça teatral. enfim monólogo está associado à um conflito psicológico que não necessariamente seja individual. • A palavra pode também ser aplicada a um poema no formato de pensamentos ou discurso individual. não seria merecedora de simpatia. por si. No Monólogo é comum que os atores rebusquem pensamentos profundos psicologicamente.primeiro gênero teatral de características internacionais. Monólogo interior: Quando o ator fala para si mesmo. quando uma ária. entre elas o naturalismo. fez com que o melodrama teatral fosse absorvendo e exportando elementos a todos os estilos. mas se uma certa mulher dessa classe. não pode haver um objeto de arte que. anti-natural. que foram consideradas anti-naturais. seja um assunto imoral para uma peça teatral. O início da cultura de massas no século XX veio trazer mais confusão a este gênero de sucesso. O que pode ser julgado. principalmente o folhetim. • Monólogos são comumente encontrados na literatura de ficção do século XX. as novas propostas estéticas que surgiam. e filmes. O ator não é o personagem. os bastidores e os camarins. sugerida por meio de movimentos. de um espaço a frente. Em geral. PERSONAGEM-TIPO: Que representa um tipo padrão de comportamento. mímica. e que pode ser fixo. É o mais conhecido e utilizado dos palcos modernos. porém movido por mecanismos que permitem inúmeros e rápidos movimentos de cenários. expressões corporais ou fisionômicas. eliminando qualquer possibilidade de simplificação. aquela que ganha o primeiro plano na narrativa. em geral construído de madeira. PALCO GIRATÓRIO: Aquele cujo madeiramento não é fixo. de bambolinas e de cortinas ou pano de boca e. PERSONAGEM: Papel interpretado pelo ator numa peça dramática. PROTAGONISTA: Personagem principal. não raro. PLATÉIA: Em tese. que pode situar-se à frente dele ou circundá-lo por dois ou mais lados. por essa razão. figura dramática. PROSCÊNIO: À frente do palco. prescindindo da palavra e da música. mas representa-a para o espectador. para indicar o seu término. O conjunto que inclui o espaço de representação. destinado à orquestra (poço). máscara. bem como tomar várias formas e localizações em função da platéia. e vários outros efeitos cênicos. assumindo a personalidade. Peça de teatro ou drama em que a história é contada por meio de ação e expressão corporal. . situada ao fundo e em plano acima da platéia. complexa. PERSONAGEM REDONDA: Personagem que apresenta várias qualidades ou tendências e. antecena. PERSONAGEM PLANA: Personagem construída em torno de uma sói idéia ou qualidade. provido de moldura (boca de cena). que pode ser. giratório ou transportável. ou de toda a peça. PALCO ITALIANO: Palco retangular. também. de bastidores laterais. em oposição à cena. PANO: Palavra impressa na última página do texto de cada ato.PALCO: Tablado ou estrado destinado às representações. são definidas em poucas palavras. O proscênio. sem uso de palavras. em forma de caixa aberta na parte anterior. Cada um dos papéis que figuram numa peça teatral e que devem ser encarnados por um ator ou uma atriz. a reação da platéia será a soma das reações individuais dos espectadores. os traços psicológicos e morais da pessoa criada pela imaginação do dramaturgo. caixa de cena. é multiforme. PANTOMIMA: Peça de qualquer gênero que o(s) ator(es) se manifesta(m) simplesmente por gestos. O “teatro do absurdo”. e que. surpreendentemente. das transições entre os jogos cênicos. não tivesse pensado seriamente ou houvesse esquecido. 3= mascarado. A Cantora Careca. criado por Eugéne Ionesco. lhe pareceram estupendas por serem verdades incontestáveis. ROSTO: O rosto do ator pode estar: 1= nu. mas descobriu algumas verdades surpreendentes . Les Chaises (As Cadeiras) e Le Noveau Locataire (O Novo inquilino). disposto em semicírculo no palco. mas sobre as quais. O ritmo da ação. em flanela ou feltro. ROTUNDA: Pano de fundo. A máscara só se perpetuou no terreno estritamente limitado de uma tradição. Destacam-se La Lesson (A Lição). quantos filhos têm para. em geral entre o pano de boca e o lugar da orquestra. O proscênio. que apresentava diálogos entre um casal onde. Com essa peça Ionesco inspirou uma revolução importante nas técnicas dramáticas e inaugurou o "teatro do absurdo" ou o "anti-teatro". ele não apenas aprendeu inglês. Essa peça permaneceu despercebida até que alguns críticos e escritores renomados a assistiram e a apoiaram publicamente. não tinham a unidade dramática que ele adquiriu. 2= maquiado. rejeita a busca de explicação da existência através do racionalismo. do espaço entre as cenas ou quadros. As obras Amedée (Amedeu). Mas foi Beckett. Nessa mesma linha seguiu-se Adamov. A consciência do absurdo desses diálogos inspirou Ionesco a escrever sua primeira peça. esta informando ao marido que eles têm três filhos e que o sobrenome deles é Smith. Relendo essas frases com atenção. coisas que ele também já sabia. reproduzia conversas absurdas entre marido e mulher como. a pretexto de ensinar o vocabulário de uma estrutura familiar. SAMUEL BECKETT: Seu teatro. desde o primeiro capítulo. Esse tempo determina a velocidade da dicção. por exemplo. que serviam para iluminar a cena e eram ocultadas do público por um anteparo horizontal. arbitrário e imaginativo.RIBALTA: Luzes na parte dianteira do palco. copiando. a relação entre texto e gesto. Numa rápida sucessão. despojado de convenções. . há sete dias na semana. descobrirem que são marido e mulher.que. Ionesco escreveu várias peças. Tueur Sans Gages (Assassino sem ordenado) e Le Rhinocéros (O Rinoceronte). recheado de paradoxos e humor negro. com o intuito de decorá-las. teve sua origem num livrotexto para o ensino de inglês. todas desenvolvendo as idéias anti-lógicas da A Cantora Careca. Ionesco com um livro-texto de inglês que começou a estudar. que o chão fica embaixo e o teto em cima. com Esperando Godot. o que ele já sabia. RITMO DO JOGO CÊNICO: É o ritmo que se desenvolve todo o espetáculo segundo um tempo fixado por sua encenação. Esse teatro era realmente um teatro "puro". sua progressão contínua ou em partes fornecem o quadro rítmico geral do espetáculo. sentenças inteiras. o lugar onde vivem. talvez. em Le Roi se Meurt (O Rei está a Morrer). Ionesco acabou transformando essa experiência numa peça de teatro. de repente. por exemplo. cruelmente poético. a rapidez das mudanças. finalmente. La Cantatrice chauve (A Cantora Careca). a da commedia dell’arte. com Ping-pong . em cuja cena mais famosa dois estranhos dialogam sobre banalidades como o tempo. Happy Days e Play quem talvez tenha atingido uma maior universalidade. Antonin Artaud. Em resumo. Arthur Adamov. Ionesco rejeitava a estrutura lógica. Fernando Arrabal. da ausência de horizontes da condição humana . empresta-lhes maior ou menor conteúdo dramático. sim. com Le Piéton de L'air (O Peão do Ar). tentando colocar sob o mesmo conceito obras de dramaturgos completamente diferentes. na Alemanha. segundo os teóricos. conhecido como Qorpo Santo. A música tem função semelhante à iluminação: enfatiza cenas. J. das personagens e do diálogo elementos chocantes do ilógico. tendo criado sua forma própria de comédia anárquica para expressar a existência sem sentido do homem moderno num universo governado pelo acaso. Cronologicamente ele é o pai do absurdo e entre suas obras estão "Certa identidade em busca de outra". não há começo. na França. sem sentido.Um de seus mais espetaculares vôos de fantasia filosófica. toda caracterização é agressiva. TEATRO DO ABSURDO: Teatro do absurdo foi um termo criado pelo crítico norteamericano Martin Esslin. Schahadé. porém. O Teatro do Absurdo foi criado na segunda metade do século XX e procura representar no palco a crise social que a humanidade vivia. destaca-se José Joaquim de Campos Leão nascido no Rio Grande do Sul. na Espanha. . do irracional: um "discurso" que está. e que se entregam a abundantes diálogos. dois velhos amigos que dão título à obra. Puro domínio do absurdo. Samuel Beckett. É uma forma do teatro moderno que utiliza para a criação do enredo. G. assemelham-se a bonecos mecânicos colocados diante do público. Os seus representantes mais importantes são Ionesco. com o objetivo de reproduzir diretamente o desatino e a falta de soluções em que estão imersos o homem e sociedade. o reflexo de seus sonhos e pesadelos. Tardieu. mas que tinham como centro de sua obra o tratamento de forma inusitada da realidade. "Marido extremoso" e "Mateus e Mateusa". O inaugurador desta tendência teria sido Alfred Jarry (Ubu Rei 1896). Qorpo Santo chocou a sociedade de sua época. A fonte de inspiração dos dramas absurdos era a burguesia ocidental. Foi ele antecessor de Alfred Jarry. nem enredo. nem fim. considerado por muitos o precursor do Teatro do Absurdo. Harold Pinter. se distanciava cada vez mais do mundo real. No Teatro de Ionesco quase não existe história. No Brasil. Audiberti e J. que. É a expressão visual do encarceramento. O criador da farsa metafísica: Esperando Godot. o desenvolvimento dos personagens e o pensamento do teatro tradicional. Percursos do Teatro do Absurdo e do Surrealismo na dramaturgia. sublinha os sentimentos expressos pelos atores. balbucios incoerentes tomam o lugar do diálogo. aliás. com seus personagens.ótica beckettiana que encontra no teatro sua melhor manifestação. por causa de suas fantasias e ceticismo em relação às conseqüências desastrosas que causava ao resto da sociedade. a serviço da expressão do absurdo do homem num universo ilógico. SONOPLASTIA: Conjunto de sons vocais ou instrumentais criados para sublinhar ações de uma cena. Günther Grass e Hildersheimer. os personagens não são reconhecíveis. A principal contribuição de Ionesco foi à popularização de uma grande variedade de técnicas surrealistas. quase literalmente retomados na peça. existe. Nou ou Noh é uma forma clássica de teatro profissional japonês. Suas raízes podem ser encontradas no Nuo uma forma de teatro da China. às voltas com os mistérios do espírito. teria surgido o teatro de sombras. as palavras não têm o sentido convencional a que estamos habituados: tornam-se caricatura. O foco da narrativa se encontra no protagonista (shite). Há de haver a liberação capaz de trazer a sensação de serenidade. não interfere no curso da ação. o mago ordenou que no jardim do palácio. de improviso. o imperador Wu Ti. Possui em Zeami Motokiyo (1363-1443) o codificador maior dessa arte. música e poesia. mas por um processo de contraste. Duas linhas paralelas: a completa liberdade no exercício da imaginação e o forte elemento polêmico. rígida. que combina canto. há um apelo de Ionesco à restauração do conceito poético da vida. de elipse. caso contrário. fosse armada uma cortina branca contra a luz do sol e que esta deixasse transparecer essa luz. bem como pelo uso de máscaras típicas. tornando-se mais ou menos densos. O mago usou a sua imaginação e através de uma pele de peixe macia e transparente. e emaranhados. guerreiros e mulheres enlouquecidas. E é o riso que faz o papel dessa liberação. seria decapitado. da progressão. aristocráticas e populares. Existe uma lenda chinesa a respeito da origem do teatro de sombras. Diz a lenda que no ano 121. . Ele acredita que o humor é a única saída para que possamos conviver com a falta de sentido de nossa condição humana. Por isso suas peças são dramas cômicos. de postura ereta. originária da China. executado desde o século XIV. de forma lírica. como o Kabuki. de onde se espalhou para o mundo. da dinastia Han. Com um repertório de aproximadamente 250 peças. desesperado com a morte de sua bailarina favorita. dramas perpassados de humor. atingindo o insuportável. os conceitos também. As palavras proferidas nas suas peças nos são familiares. TEATRO DE SOMBRAS: É uma arte muito antiga. da intensificação. de movimentos sutis. Houve uma apresentação para o imperador e sua corte. O Noh é caracterizado pelo seu estilo lento. geralmente um monge. denúncia de um mundo que perdeu sua dimensão metafísica. sendo atualmente praticada regularmente por grupos de mais de 20 países.O esquema de suas peças espelha o orgasmo: é o esquema da acumulação. TEATRO NOH: Nō. As atuais companhias de noh são localizadas em Tokyo. Evoluiu de outras formas teatrais. uma intenção de tornar a existência mais autêntica. Um de seus mais importantes dramaturgos foi Zeami Motokiyo. Osaka e Kyoto. da proliferação atingindo o paroxismo. os estados de consciência ou situações são intensificados. de descontinuidade. ordenou ao mago da corte que a trouxesse de volta do "Reino das Sombras". Esta apresentação foi acompanhada de um som de uma flauta que "fez surgir a sombra de uma bailarina movimentando-se com leveza e graciosidade". Interpretado apenas por atores. pantomima. Shite é um espírito errante que exprime. O coadjuvante (waki). linguagem fossilizada. o universo nô é habitado por deuses. Nô. o único que porta uma máscara. deu origem a outras formas dramáticas. quando as tensões psicológicas. que passam sua arte pela tradição familiar. Neste momento. confeccionou a silhueta de uma bailarina. Por seu lado. incluindo o Dengaku. a nostalgia dos tempos passados. Quando tudo estava pronto. da aceleração. Shirabyoshi e Gagaku. É uma das formas mais importantes do drama musical clássico japonês. música vocal e instrumental e máscaras. por exemplo. o que gera dificuldade geral em compreendê-lo e apreciá-lo. Um coro e quatro instrumentos auxiliam na condução da trama. são quase imperceptíveis como. Durante sua estada. Por tradição os atores de Noh não ensaiam juntos. invariavelmente. A cultura japonêsa. As peças Noh decorrem num palco bastante despojado. levanta os olhos para a lua. em agosto de 1939. possui uma função dramática decisiva. na codificação de gestos e movimentos. bailado. situada à esquerda. que se soluciona através da dança. mesmo que a peça se desenrole noutros locais. Os movimentos sintéticos do ator. vale destacar. convocou. todos que quisessem participar de um encontro de Noh." um pinheiro pintado. conduzindo a narrativa. totalmente estranha aos ouvidos comuns. Kai=associação). o ritmo de cada apresentação é determinado pela interação de todos os atores. Outro adereço inconfundível é a ponte estreita (a "Hashigakari"). de uma maneira estilizada e sutil. Entretanto. No Noh. ao contrário do noh. músicos e pelo coro. Desta forma o noh exemplifica um dos princípios estéticos de tempo e duração. Yo=canto de Noh. ou num gesto com a mão retira a neve do kimono. que os principais actores utilizam para entrada e saída das personagens.apenas é revelador da essência do shite. com o título Der Ja-sager (aquele que diz sim). pelos quais os deuses descem à Terra por este meio. nos gestos e nos movimentos do ator. resultando numa estética extremamente refinada. o grupo pioneiro de praticantes de Noh. Uma das peças mais famosas do repertório nô. com maior influência no teatro cômico kabuki pelo seu aspecto mais colorido e de gestualidade mais exagerada. sendo muito comum a interpretação que se refere aos rituais xintoístas. a teorias sofisticadas. chamado por Sen no Rikyu "ichi-go ichi-e". Os diversos elementos musicais são estreitamente entrelaçados numa simbiose entre o canto e a pantomima. escrito em linguagem arcaica e complexa. até o início da Segunda Guerra . é "Hagoromo . Esse coro. O objetivo da viagem era ministrar uma série de palestras em São Paulo e nas colônias japonesas. Não se pode falar em Teatro Noh no Brasil sem mencionar o nome Hakuyokai (Haku=Brasil. no fundo do palco. Outros grandes artistas que desenvolveram seu trabalho fortemente influenciados pelo teatro noh e pelo trabalho de Fenollosa foram Ezra Pound e Yeats em 1913 e em 1921 Paul Claudel. e na linguagem musical característica. A combinação desses elementos obedece a regras corporais e musicais.O Manto de Plumas". adaptado de uma versão inglesa. Stanislavski e Meyerhold foram influênciados por este teatro. a descrição de cada cena repousa unicamente no texto do canto. A partir de então. O Noh é a fusão de poesia. da cidade de São Paulo que tanto contribuiu para a divulgação desta arte no país. Bertold Brecht. Tudo começou quando Nobuyuki Suzuki. um universo todo poético. constituído apenas pelo "kagami-ita. teatro. um mundo visto de diversos ângulos envolvendo fenômenos da natureza e da vida. feita pelo escritor Haroldo de Campos. veio ao Brasil a serviço do Ministério da Educação e do Ministério das Relações Exteriores do Japão. através da imprensa. ficou conhecida no ocidente graças ao trabalho de Ernest Fenollosa. canções sozinho ou com a orientação de um membro mais antigo. Há várias explicações para o uso desta árvore. norte-americano que trabalhou na Universidade de Tóquio nos anos de 1878 a 1886. Isto ocorre sobretudo no que se refere ao libreto. embaixador da França no Japão. feito de hinoki liso (cipreste japonês). O cenário é. pesquisador e professor universitário. principalmente o noh. a respeito da cultura nipônica. que tem uma "transcriação" para o português. Esses movimentos fazem surgir aos olhos e espírito do espectador. adapta em 1930 um noh: Taniko. cada ator pratica seus movimentos. Tragédia deriva de tragós. após o término da Guerra. As causas dessa decadência? 1. Tomam-se temas como violência. acredita-se que quatro grupos continuam cantando. TIPO: Personagem plana construída em torno de uma qualidade ou idéia. em 1984. Domínio técnico deficiente. uma força imponderável que domina igualmente as ações dos homens e dos deuses. morte. muito cedo solicitada além das suas possibilidades. comemorou a 100ª apresentação do grupo Hakuyokai. Os três grandes trágicos gregos foram: Ésquilo (grandiloqüente). Por motivos econômicos. o indivíduo luta contra o Destino. as tragédias faziam parte das festas em homenagem ao deus Dionísio. aprender a resistir ao cansaço. dentre outros e a estes é dado o humor. de forma a descontrair. É a mistura do trágico com o cômico. empenhou-se no estudo e na prática desta arte. Isso é um dos pontos fortes o qual o teatro possui grande sucesso e expansão. participavam tanto a Escola Kanze quanto a Hosho. Respirações mal colocadas. Têm-se que é a tomada da vida quotidiana e absurda com um toque especial de comédia. o jovem ator nem sempre tem meios de realizar um treino a longo prazo e de qualidade. a voz. cuja peculiaridade alcança seu auge sem causar deformação. deixá-la verdadeira e engraçada.. nesses encontros. não se registram apresentações conjuntas. nos últimos anos. TRAGICOMÉDIA: Peça teatral que participa da tragédia pelo assunto e personagens. as atividades da grande maioria deles ficaram restritas aos treinos de canto de Noh e. às vezes. Após seu retorno ao Japão. cada vez mais distante das festividades religiosas. mas também fragilidade vocal: a voz precisa ser treinada como o músculo do atleta. roubos. a tragédia sofisticou-se e despontou como gênero relativamente autônomo. etc. Pior ainda. A própria palavra tragédia mostra essa ligação entre o teatro e os ritos populares religiosos. 500 e 32 a. houve algumas apresentações.C. Sófocles (mais sóbrio) e Eurípides (mais humano). Os três viveram no período atiço. Takeshi Suzuki. inclusive seu filho Takeshi. Na falta de uma preparação adequada.. fazendo apresentações regulares e. Com a morte de Takeshi Suzuki e de Noboru Yoshida (Escola Kanze). TRAGÉDIA: Na tragédia grega clássica. da Escola Hosho. sílabas engolidas. não possui mais o volume necessário para certos papéis. animal muito usado nos sacrifícios dos festivais dionisíacos. nas quais era comemorando o retorno da primavera e a nova fertilidade dos campos. Hoje. Originalmemnte. hoje em dia. . não é audível o tempo todo. bailando e tocando instrumentos na tentativa de preservar essa arte tradicional milenar no seio da comunidade nipo-brasileira.C. sendo que. na organização dos encontros. são manifestações muito comuns. VOZ: Certos atores de hoje tem freqüentemente dificuldades em “dizer” corretamente uma fala um pouco maior. que em grego significa bode. alguns praticantes sucederam-no. Muito disso. Na fase inicial. No século VII a. é feito em diversas peças teatrais e diversos filmes. significava a mistura do real com o imaginário. o discurso. e da comédia pelos incidentes e desenlace.Mundial. Ela precisa se desenvolver em potência. O herói trágico se vê enredado no emaranhado que a fatalidade arma para os incautos. os grupos se dispersaram e. isto é. – João Caetano (1º ator brasileiro). etc. principalmente se for repetido. é que a sua acústica é freqüentemente defeituosa. Hoje em dia. Todas estas práticas. Ele precisa se adaptar a outras mídias. soberano. no cubismo e finalmente no expressionismo. aliás. As necessidades da dicção submetem a voz a um tratamento que a torna mais ou menos artificial em relação ao que ela é na realidade. É essencial que o ator não trabalhe no máximo da sua potência vocal. A primeira permite ao ator fazer ouvir completamente e entender materialmente o discurso do seu personagem. falar de modos específicos de articulação. – Bertolt Brecht.2. podemos constatar. Tudo é experiência pessoal. em público e em forma artística”. sendo a principal o cinema. a fim de não arriscar-se a desagradáveis acidentes de percurso. acarretará uma defasagem. “A arte dramática é a arte educativa por excelência”. Se esperar para respirar no momento em que o companheiro lhe “der a deixa”. FRASES: “Não existe técnica da interpretação. – Constantin Stanislavsky. “O prazer é a mais nobre função da atividade teatral”. completamente cortado da tradicional arquitetura dita “à italiana”. Tudo é empirismo pessoal”. uma perda de ritmo nefasta para o impacto cômico. temperamento. “A arte dramática é a capacidade de representar a vida do espírito humano. A arte do ator é condicionada pelo gosto do público e pelas práticas dos meios de comunicação de que participa. É importante em certos episódios cômicos. pois não há dúvida de que a voz de um personagem se define por uma pluralidade de articulações determinadas por vários fatores: idade. assim como a utilização de todos os recursos do microfone e da sonorização. 3. O inconveniente desses novos locais de representação. Melhor seria. “Tudo que é imaginado é verdadeira Nada é verdadeiro se não for imaginado – Eugéne Ionesco. Meyerhold inspira-se no impressionismo. ∗ ∗ ∗ ∗ ∗ ∗ “O ator domina. . – Waldir Correia. A partir de 1968. VSEVOLOD MEYERHOLD: iniciou sua carreira na companhia fundada por Stanislavsky e Dantchenko. A articulação é uma técnica de “expressão”. “O trabalho de teatro é um trabalho de equipe”. – Eugênio Kusnet. têm por base o princípio de uma proximidade visual e/ou auditiva máxima entre o intérprete e o público. absoluto”. ele introduzirá no diálogo um minúsculo silêncio que. É sagrado. A dicção e a articulação precisam ser diferenciadas. Propôs uma nova abordagem: um teatro que “intoxicaria o espectador com uma força dionisíaca do eterno sacrifício. situação social. mas práticas técnicas. começou a se realizar o sonho outrora formulado por Artaud de um teatro fora dos muros. está praticamente excluída a possibilidade de u ator se sustentar trabalhando apenas no teatro. que o ator que “ouve” tome fôlego antes que termine a fala do parceiro a fim de poder responder imediatamente. do que aquela que realmente o cerca”. quando estiver em cena. e que esse ponto de atenção não pode estar no auditório. nenhuma técnica artificial teatral. Nunca se pode fugir de si mesmo.” – A Preparação do Ator. que você terá preparado para seu papel e que foram fundidas na fornalha de sua memória de emoções. ou das circunstâncias externas que nos cercam ou de uma cadeia inferior de circunstâncias que foram imaginadas por nós mesmos. pode sequer comparar-se às maravilhas que a natureza produz. mais interessante. como artista.“ – A Preparação do Ator. coerente e real. “No Teatro. em cena. “Para fugir do auditório. toda ação deve ter uma justificativa interior. temos de ficar interessados em alguma coisa no palco”. “Cada movimento que fazem em cena.” – A Preparação do Ator. cada palavra que dizem. otimamente preparada. aquilo que uma pessoa realmente sabe. A passo que. a verdade é aquilo que existe realmente.” – A Preparação do Ator. extraordinariamente sensível. a fim de ilustrarmos nossos papéis.A Preparação do Ator. “Durante cada segundo que estivermos no palco. “O ator deve ter um ponto de atenção. “Pode-se representar bem e pode-se representar mal. ela consiste em algo . pode produzir artisticamente as impalpáveis nuances e profundezas da vida. falsa. – A Preparação do Ator. “Um ator do nosso tipo precisa de trabalho tão mais que os outros” “Até mesmo a externalização de um papel é muito influenciada pelo subconsciente. “Todo aquele que é deveras um artista. Atue sempre em sua própria pessoa. marca o ponto em que deixa de verdadeiramente viver seu papel e o início de uma ação exagerada.∗ ∗ ∗ ∗ ∗ ∗ ∗ ∗ ∗ ∗ ∗ ∗ ∗ ∗ ∗ “A essência da arte não está nas suas formas exteriores. – A Preparação do Ator. você terá de interpretar você mesmo.” – A Preparação do Ator. a cada momento do desenrolar da ação da peça.A Preparação do Ator. Mas isto será uma variedade infinita de combinações de objetivos e circunstâncias dadas.” – A Preparação do Ator. “A fim de exprimir uma vida delicadíssima e em grande parte subconsciente. – A Preparação do Ator. é preciso ter controle sobre uma aparelhagem física e vocal. “Sempre e eternamente. “Nossa experiência levou-nos a crer firmemente que só o nosso tipo de arte. entender e experimentar intimamente os acontecimentos do palco. fazendo-o. Só uma arte assim pode absolver inteiramente o espectador. “Na vida comum. temos de estar conscientes. O importante é representar verdadeiramente.” . enriquecendo a sua vida interior e deixando impressões que não se desvanecerão com o tempo. a um só tempo. Com efeito. mis profunda. O instante em que você se perde no palco. deve ser lógica. “Nunca se perca no palco.” .” – A Preparação do Ator.” – A Preparação do Ator. é resultado de vida certa de suas imaginações. embebido que é nas experiências vivas dos seres humanos. mas no seu conteúdo espiritual”. deseja criar em seu íntimo uma outra vida. Esta só nos é útil na medida em que nos fornece um fundo geral para os nossos sentimentos. Na Turquia havia o KARAGÓZ. na Espanha. o WAYANG. os homens começaram a modelar bonecos de barro. Houve um período em que os integrantes desses grupos de teatro foram muito perseguidos porque representavam personagens que faziam críticas as autoridades religiosas. qualquer ação cujo objetivo imediato seja o de representar e despertar um sentimento qualquer por ele mesmo. O Império romano assimilou da cultura grega o teatro de bonecos. na França. Os Egípcios ensinavam espetáculos sagrados nos quais a divindade falava e era representada por uma figura articulada. o PUNCH. China e Jawa.” – A Preparação do Ator. também eram realizados teatro de bonecos. nessa época as mães teriam desenvolvido o TEATRO DE DEDOS. Na idade média. da mímica. projetando. Acreditasse que os primitivos encantavam-se com suas sombras movendo-se nas paredes. – A Preparação do Ator. na Inglaterra. no Brasil. tanto em nós mesmos como em nossos colegas. os bonecos eram utilizados nas doutrinações religiosas e apresentadas em feiras populares. conotações religiosas. “A verdade em cena é tudo aquilo em que podemos crer com sinceridade. a realidade do mundo material. o PRETUSKA. que antecedeu o POLICHINELO. Com o passar do tempo.” – A Preparação do Ator. Mais tarde conseguiram articular a cabeça e os membros dos bonecos. Na Índia.” – A Preparação do Ator. para. Ele ensina o ator a observar antes o exterior do que o interior da alma”. da voz e dos gestos. as ATALANAS. o GUINHOL. o CRISTÓVAM.” – A Preparação do Ator. Na Grécia antiga os bonecos articulados tinham. “Para nós tem importância: a realidade da vida interior de um espírito humano em um papel e a fé nessa realidade.” – A Preparação do Ator. na Rússia.” – A Preparação do Ator.∗ ∗ ∗ ∗ ∗ ∗ ∗ ∗ que não tem existência de fato. “Em cena. na Grécia. “Quando escolher algum tipo de ação deixe em paz o sentimento e o conteúdo espiritual. . Não nos interessa a existência profundamente notória do que nos rodeia em cena. na Alemanha. a seguir fazer representações com eles. que rapidamente se espalhou pela Europa. o KASPER. além da importância cultural. mas poderia acontecer. sem movimentos a princípio.” – A Preparação do Ator. “É preciso muito cuidado com a utilização do espelho. com as mãos sombras diversas nas paredes para distrair os filhos. o ator mecânico apenas oferece ao público a máscara morta do sentimento inexistente. “Em nossa arte é preciso viver o papel a cada instante que o representamos e em todas as vezes.” – A Preparação do Ator. “Nunca se permita representar exteriormente algo que você não tenha experimentado intimamente e que nem ao menos lhe interessa. em circunstância alguma. o MAMULENGO. TEATRO DE BONECOS: O teatro de bonecos teve sua origem na mais remota antigüidade. o boneco mais conhecido foi o MACEUS. Na Itália. em Jawa. “Com o auxílio do rosto. não pode haver. Mantenha-se em pé. Essa é a maneira a se considerar em dar vida a um boneco. que imitavam movimentos de homens e animais. ora demonstrando algo. os nativos já confeccionavam bonecos articulados. a espontaneidade. conhecer a postura correta de se manipular um boneco. Nos últimos anos. a não submissão ao estabelecido. Respire e solte o ar por duas vezes. a crueldade. Antes de começarmos a trabalhar a parte da manipulação. principalmente em Pernambuco. educando-as para adquirir o máximo de sincronismo e naturalidade quando estiver interpretando com o fantoche. Relaxe a cabeça e agora gire os ombros 8 vezes para frente e para trás. Podemos observar que as nossas mãos estão em constante movimento (Juntamente com os braços e o corpo). com elas também nos comunicamos através de gestos. Essa vida é expressa pelo modo como o manipulador manipula o seu boneco. 3. 5. com o aperfeiçoamento da atuação dos grupos. as marionetes foram difundidas pelo mundo introduzidas nas escolas. para os lados. Para isso começaremos com exercícios básicos de aquecimento físico. Na América os fantoches foram trazidos pelos colonizadores. desenvolvem oficinas do gênero e festivais de teatro de animação. Feito isso o ator-manipulador estará adquirindo percepção e domínio do movimento das mãos. 6. onde até hoje é tradição. Para primeiro dominar a técnica de manipulação de bonecos. No Brasil. Passe o braço direito por cima da cabeça e segure o rosto do lado esquerdo e puxe inclinando a cabeça para o direito. Faça o mesmo procedimento com o braço esquerdo passando-o por cima da cabeça e segure o rosto do lado direito e puxe inclinando a cabeça para a esquerda. Foi no nordeste que o teatro de bonecos apareceu com destaque. 2. vamos primeiro trabalhar o corpo e a voz. os bonecos começaram a ser utilizados em representações no século XVI. 4. de poucos recursos técnicos. 1. Depois da primeira guerra. tendo como apoio e reconhecimento como forma de cultura e arte por parte da secretarias de cultura e cooperativas de teatro. o teatro de bonecos tomou grande impulso em nosso País. Entretanto. . Estique os braços para frente alongando-os e solte relaxando. Esses grupos além de apresentarem seus trabalhos. mas com grandes possibilidades expressivas. movimentar o pulso e criar ritmos em cada movimento. Movimente a cabeça para cima e para baixo. Conhecer o movimento de cada dedo. No tempo dos vice-reis eram muito apreciados. mas só a partir de meados do século passado os resultados começaram a aparecer.Todos esses bonecos. possuem algo em comum: A irreverência. repita quatro vezes. alongamento e relaxamento para o corpo e braços. é necessário que o ator conheça os movimento de suas mãos antes de começar a trabalhar com o boneco em si. ora expressando um sentimento. a comicidade e por vezes. Há muito tempo grupos vem se esforçando para desenvolver o teatro de bonecos no Brasil. Relaxe os ombros e agora gire os braços oito vezes para frente e para trás. MANIPULAÇÃO DE FANTOCHES O boneco é um objeto inanimado até que o manipulador lhe dá vida. coluna reta com os braços paralelo ao corpo. rico em situações cômicas e satíricas. principalmente na Checoslováquia e nos Estados Unidos. 7. É o teatro mamulengo. Agora respire ofegante e lentamente usando sempre o diafragma. de correr. coloque música de fundo para desenvolver ritmo aos dedos. coxa. Trabalhe com diálogos simples e objetivos. Trabalhe outros tipos de objetos. Faça um aquecimento de coluna. 9. para trás e para os lados. tipo de voz.]. Coloque os braços ao lado do corpo e apertando-os ao sovaco. quadris. MANIPULAÇÃO: Antes de começarmos a manipular o boneco em si. Agora vamos fazer uma variação. Terceiro Passo . 12. Segundo Passo . por exemplo. Enfim. Fazendo movimento para cima e para baixo. olhos. 10. Quanto melhor desenvoltura você terá na sua interpretação. Crie movimentos com os objetos. faça com que aja interação entre os dedos. a articulação dos pulsos. enrolando o corpo até o chão. Inspire e expire. para dentro e para fora. Está um belo dia hoje não? AMARELO: Bom dia senhor vermelho o dia está maravilhoso. etc. crie diálogos. Jeito de andar. Agora faça movimento em círculo por cinco vezes.Trabalhe os pés. Pegue caneta hidrocor desenhe vários rostinhos. Primeiro Passo .Movimentando com os dedos Movimente cada dedo das mãos.Estique os braços para frente com as mãos abertas como se fosse um sinal de pare. 11. cintura.8. situações. trabalhar e estudar movimentos sem o uso do boneco. braços e dedos. Permaneça por um momento.Manipulando objetos Pegue objetos que não sejam fáceis de quebrar e comece a contar uma história. tente fazer o movimento como se tivesse batendo asas. faça com rapidez e depois solte e relaxe. faça o mesmo exercício básico. para ter uma noção. boca. Feito isso.Respire e repita o exercício 9. Dê características a cada personagem e um tipo de voz diferente para cada um. coloque o copinho nos dedos e trabalhe manipulação. de diversas formas e tamanhos. jeito de falar. depois o peito. Movimente para frente. barriga. Repita o movimento por três vezes. destes descartáveis tipo de servir café. Primeiro desça a cabeça. Para trabalhar textos com falas. o indicador e o polegar. prenda os copinhos com fita dupla face nos dedos. Faça o mesmo exercício só que agora com os joelhos. mas somente do cotovelo até as mãos. o ator bonequeiro precisa conhecer primeiramente o movimento das mãos. ter domínio da dicção é fundamental para trabalhar a personagem. conte até cinco vá desenrolando o corpo subindo por último a cabeça. Você pode desenvolver a história pegando lápis e canetas que são objetos fáceis de manusear. Tomemos copinhos. Pegue tinta guache ou de tecido [diversas cores] e pinte os dedos de cada cor em forma de carinha [não é necessário ter detalhes. INDICADOR: VERMELHO: Bom dia senhor amarelo.Manipulando com figuras . repita por quatro vezes. Agora comece trabalhando com pequenos diálogos com os dedos. 13. e . Essas figuras servem para trabalhar a criatividade e caracterização de um determinado personagem.Manipulando fantoches de varetas Esse tipo de fantoche consiste de uma vareta para o corpo e cabeça e uma vareta para cada mão. Por exemplo: Pessoas da política. coloque a sua frente um espelho quando você tiver segurança com os movimentos básicos passe a manipular o boneco em si. Vila Sésamo. pois todos os movimentos resultam da forma como o manipulador movimenta o boneco. A manipulação deste fantoche depende da mobilidade do corpo e das mãos.Comece com a própria voz a trabalhar cada consoante do alfabeto. você pode colocar varetas e ferrinhos nas mãos. como foi demonstrado nos passos anteriores. Muppets. dos pulsos e dos dedos. Segure a vareta da cabeça e a vareta para uma das mãos e a terceira vareta com a outra mão. pratique sempre os movimentos básicos diante de um espelho. podem dar um efeito de movimentos ondulantes. por suas bocas serem móveis. TVE. b . É necessário domina-las primeiro depois partir para os diálogos. Quinto Passo . Quarto Passo . em que as cabeças são feitas de bolas de isopor ou papel marche. Feito isso comece a trabalhar a manipulação e improvisar diálogos. O boneco pode fazer movimento de "sim" ou "não". a . Segue no final desta apostila um quadro com os movimentos básicos. Usualmente o movimento possível para esse tipo de boneco é o abrir e o fechar da boca. trabalhe primeiramente os movimentos das mãos. palavras do diálogo. Comece com uma simples pantomima. Dominando os movimentos básicos. Para você observar melhor a sua manipulação. etc. animais.A cabeça do boneco deve ser mantida levemente inclinada para que a platéia possa ver os olhos do boneco. já bonecos definimos estes que são do estilo da televisão (Cocoricó. passe para os mais avançado.). Esse tipo de boneco é mais conhecido como fantoche. Antes de você usar o fantoche. Utilize também CD's com músicas infantis para treinar dubla e aprimorar a manipulação e a voz.Pegue figuras de revistas. jornais. Sexto Passo. revistas e recorte-os. em alguns lugares e no meio teatral eles são conhecidos como mamulengos. os movimentos dos dedos e dos pulsos do manipulador devem coincidir com as. Consiga efeitos diferentes variando a velocidade e o quanto você abrirá a boca do boneco. Enfim você estará criando uma galeria de personagens. crianças. Só que esse tem uma diferença você irá manipular a boca com a outra mão. cruze os . Com os bonecos de boca móvel. os fantoches de vareta sem o corpo mas com roupas longas. etc.Manipulando fantoches de mão Os fantoches de mão são os mais fáceis de manusear para o manipulador iniciante. artistas. c . vamos estudar alguns exemplos para tornar esse movimento mais eficaz.Ao fazer o boneco dialogar movimente o pulso para ambos os lados para dar movimento ao boneco enquanto este fala. jovens.Sempre que começar um diálogo termine-o com boca fechada. velhos. TV Colosso.No ato de falar.Manipulando bonecos Fantoches são bonecos daqueles tipos sem boca. Boneca garrafinha. d . alto. faça este controle com palitos de sorvete. Marionetes com controles de três ou quatro peças dão margem a uma variedade de movimento.5cm de largura. deitar. as ranhuras ajudarão a manter os fios no lugar.Quando houver dois fantoches em cena trabalhe tons contrastantes. inclinar e sentar. uma formiga e um elefante não pode ter a mesma voz. Faça ranhuras nos três pedaços de madeira. requer muita prática e exercício para se dominar todos os movimentos possíveis.Trabalhando a voz para os fantoches Colocar uma voz no boneco requer habilidade. Mantenha os pés do boneco no chão. . apontar.5cm de largura pegue também um prendedor de roupa. grave. . Observe como as pessoas se movimentam e experimente o mesmo efeito com a marionete.Controle de três peças Use três pedaços de madeira. começando com movimentos simples como acenar com a mão. (Tom baixo. Para fantoches mais pesados pegue dois pedaços de madeira com 15 cm de comprimento por 2. Quando estiver seguro experimente usar uma voz diferente. Sétimo Passo. Oitavo Passo .Imite vozes de animais e tente adequar a voz do fantoche. cada qual com 15 cm por 2. Faça ranhuras em cada pedaço de madeira. Todos os marionetes precisam de controle para segurar os fios. Manipular não é tão fácil quanto se parece. procure evitar roupas que atrapalhe a manipulação dos marionetes. agudo. decore um texto.Leia pequenos textos e trabalhe-os usando a voz. Segure o controle com uma das mãos e use a outra mão para levantar sutilmente o fio para conseguir movimentos. Pratique movimentos básicos. dançar.Para se ter mais segurança na voz e na manipulação. balance bem de leve os controles de um lado para o outro. parecerá que está desequilibrado. . evite fazer o boneco andar depressa.Controle de duas peças Para fantoches pequenos e leves. coçar a cabeça.Comece usando sua voz normal. .ferrinhos em forma de X e entrelace os ferros entre os dedos como se estivesse manuseando pauzinho japonês. cole o prendedor e prenda o pedaço de madeira com duas ranhuras com o prendedor de roupa. Trabalhe outros movimentos como. Sempre mantenha o corpo do boneco na posição vertical. fingir que está chorando etc. Esse método permite que você movimente melhor os braços e faça movimento de bater palmas. passaremos para a parte da manipulação com o marionetes de um controle só. do contrário. sempre pratique diante de um espelho.Controle de uma peça Use uma régua de 30 cm ou pedaço de vareta do mesmo tamanho. . siga estas sugestões. Agora que conhecemos os controles. Vai ficar um avião tipo bi plano. .Fantoches com fios ou marionetes Antes de adentrarmos a manipulação de marionetes é necessário conhecer tipos diferentes de controles.Compreenda a natureza física da personagem para que a voz seja condizente com ela.Desenhos animados são ótimas referências para se buscar tipos diferentes de vozes. Para fazer o boneco caminhar. para que não pareça que está flutuando no ar. . . . . cole um sobre o outro em forma de cruz. Agora cole com pedaço de madeira com quatro ranhuras quase no alto do pedaço de madeira com uma ranhura. .).A voz de um fantoche deve combinar com o seu caráter. Vejamos alguns: . PRONÚNCIA correta e EXPRESSÃO. A retenção do ar não deve ir além de cinco segundos. Ter boa dicção é falar com clareza e naturalmente. evite movimentos sem razão. ARTICULAÇÃO perfeita. Décimo Passo . use a trilha somente quando os bonecos não estiverem falando. Exercícios de VOZ: DICÇÃO: É o estudo das normas que regem a linguagem falada. A inspiração deve ser rápida. exteriorizando as idéias contidas nas palavras e nas frases. silenciosa e invisível. . .Trilha sonora O desempenho de qualquer peça de teatro de bonecos é realçado por uma trilha sonora. é saber transmitir o pensamento oralmente. . podem concordar ou discordar.Nono Passo . mas a expiração deve ser tão prolongada quanto possível. não incline os fantoches. grave a trilha em Cd ou fita. ao menos. A declamação foi usada pelos Gregos e Romanos que tinham necessidade de CLAMAR para serem ouvidos nos imensos anfiteatros. .Os bonecos que não estiverem falando. A trilha sonora deve ser simples para não dominar a peça. para não forçar a pressão das cordas vocais. A música estabelece quando a peça vai começar e dá uma sensação de fim quando a peça se encerrar. e a expiração muito lenta. escada rolante). . isso impede que a música abafe as vozes. .Cada movimento deve ter um significado. de forma que o ouvinte sinta uma emoção que corresponde exatamente à intensidade dos seus sentimentos. FALAR bem não é declamar. Observe os movimentos de outros bonecos e maneiras de manipulação.Os fantoches devem ser mantidos na posição vertical. sempre selecionando músicas apropriadas para as peças. que seja um efeito especial (subir de elevador. Possibilita fazer ligação de uma cena para outra.Quando dois fantoches estiverem em cena devem estar com os olhos no mesmo nível. sempre participando da cena.Os fantoches devem entrar por um dos lados do palco. ajuda a mostrar passagem de tempo enquanto a mudança no cenário. nunca parado e sem movimento. sem esforço vocal. O tempo de duração de pausa e da expiração deve ser aumentado gradativamente.Dicas para uma boa manipulação . É a arte de dizer: VOZ EMPOSTADA.Trabalhe reações e emoções com os bonecos. São dois movimentos básicos da respiração. permite que o gesto mais facilmente se forme no momento da inspiração. Deste modo adquirirá o indispensável domínio sobre o volume de ar utilizado sem fugas. deita-se no chão. sobretudo porque facilita os seus movimentos. 3. e observe com rigor colocando. onde e que E a quem. Para adquirir a sensação da respiração com o diafragma. sobretudo o peito. Repita este exercício contando de UM a DEZ a VINTE etc.RESPIRAÇÃO: Eis a base de toda a arte de dizer. mantendo a descontração do corpo. (procure não usar mais ar do que o estritamente necessário). como e quando E se queres saber porque Procura dizer falando. armazena grande quantidade de ar que. 2. Na idade mediana utiliza-se a respiração costal (oral). Não seria inflexionar ou apenas entoar sem que a respiração utilizada com certa técnica intervenha a desempenhar o seu papel fundamental. PERGUNTA: Quantos segundos poderá manter este som sem oscilações e sem esforço? RESPOSTA: Diga sem parar e lentamente estes versos: Seis coisas sempre vê Quando falares.. a mais natural ou espontânea. Inspire profundamente. tornando-os mais elásticos e sem cansaço. a pontuação. Repita o mesmo exercício com a vogal “O”. Conte UM com voz clara e expire logo o resto do ar. elevando os ombros no ato da inspiração. RESPIRAÇÃO COSTAL-ORAL realiza-se na caixa torácica e sendo muito fatigante. a qual se divide também em dois tipos: respiração abdominal e respiração costal (oral). deixando o corpo descontraído. O movimento daquele músculo no ato de inspirar e expirar prova que a respiração está correta. É a respiração que orienta a articulação. RESPIRAÇÃO ABDOMINAL é a primeira manifestação orgânica. A intensidade do som deve ser uniforme. A respiração-abdominal é a mais indicada para o ator. dominando igualmente o uso do diafragma.. freqüentemente provoca uma gesticulação forçada. Só as crianças e muito mais tarde os velhos a usam sempre. o pescoço e a garganta. te mando De quem falas. saber respirar. Inspire pelo nariz. por exemplo. EXERCÍCIOS PRÁTICOS. a gesticulação e o próprio gesto. embora. 1. quando já adultos. o que é o feio e condenável em teatro. 4. descontraindo o corpo. retenha o ar durante três segundos e expire pela boca sempre sem esforço distendendo simplesmente o corpo. um livro junto ao estômago. como é lógico. Inspira profundamente e pronuncie em seguida e consoante “N” enquanto expele suavemente o ar. . Para dizer com clareza o número. seja a menos utilizada por nós. LAR 5. Emitir “A” antes do “L”: AL. andai.DAS. E assim ceiado e asseado O tal Andrônico André Saracoteando os quadris . Passar a vogal oral para a vogal nasal: A-an-a-an-a-an-a-an-a-an-a-an-a-an 3. Consoante “D” Um doido destes de pedra Por nome Andrônico André Casado com Dona Aldonça Que em vez de dois.FAN.RÃ Consoante “B” Na boca de um beco Na bica do belo Um bravo cadelo Berrava bau-bau.MAL. Emitir “A” antes do “R”: AR.LAS 4.PAN. tinha um pé. que mais ar obriga a consumir.DAR. É necessário não perder o ar com a insistente repetição do “S” que é consoante.CAL.MAS. Emitir um som nasal: LÃ.SAL 6. Vogal “A” (manter a boca bem aberta) 1. Dia Dia de corpo de Deus Disse à esposa: Aldonça. Inspire pelo nariz e expire emitindo: A-a-a-a-a-a-a-a-a-a-a-a-a-a-a-a-a-a 2. meu pai. Emitir “A” antes do “S”: AS.OBS. além do “P” e do “CH”. Venha Venha o pudim de bebum Que a dona Dulce nos deu E o presunto quadrilongo Do quadrúpede sandeu. Adornai-me com as gualdrapas Que eu herdei de Adão. Um bêbado em botas De bolsa e rabicho Embirra com o bicho Bateu-lhe com um pau.BAR. Consoante “J” Nas jaulas o jaguar girando. tomou um pileque e promoveu Uma pagodeira com a população do porto. um pânico de pasmar. Todas de fraldas de folhas Foram fazer uma festa De filhos. Eufrásia. Francisca. o fole Frenético faz fumaça e fagulhas fulgurantes que ofuscam. um salva-se quem puder.Foi com os padres para a Sé. depois de Provar uma pinga. Consoante “P” Pedro Paulo pacífico da Paixão e pachorrentoPreto da propriedade do meu pranteado pai. Jacarés e jabotis jejuando. O Pedro Paulo Pacífico da Paixão foi preso na praia Pela polícia. . Na fornalha flamejante fulge a fogo com furor. Girafas gingando com jeito de gente. por proferir palavras impróprias para pessoas de pejo. Afinal ofegante e farto de fazer força O Felisberto Furtado fórça o filho fanfarrão a forjar Com firmeza e sem fadiga ferraduras ferrolhos e ferraduras. bifes e repolhos. Na oficina “quem com ferro fere com ferro se fode” Forjam frente a frente com fragor o ferreiro Felisberto Furtado e seu filho Frederico Felizardo. Jararacas e jibóia gigante. Consoante“F” Florência. Foi um pandemônio. javalis selvagens. Sabe. a navegar torna o marinheiro. Outras vezes lhe enganou”. Outras vezes lhe enganou.Marinheiro } “Deixa a praia e o mar revolto. pois que traiçoeiro. Que nela apareça. Toda a beleza. é de um lindo coração a fidelidade. Uma pequena mancha. Em um vôo se vai. -Neve } “Como a brancura. da pura neve.VACAIS: . Em um vôo se vai” . . Esse exercício é bom para que todos os envolvidos se conheçam o melhor possível. diz exatamente a palavra que o outro designou para o objeto. Olhar nos olhos das outras pessoas.EXERCÍCIOS DE AQUECIMENTO          Reconhecimento (individual. grupal e espacial). Por exemplo: espalha-se diversos objetos diferentes num determinado espaço. em seguida outra pessoa pega o mesmo objeto.  Conversação: formar um círculo de bate-papo em que cada um deve dizer a uma outra pessoa qualquer coisa que tenha vontade. Andar bem lentamente para que se possa estudar todos os movimentos do corpo. grupal e espacial): consiste em andar pelo lugar olhando cada canto a fim de reconhecer. cada um deve pegar o objeto. gera integração. dizer o nome dele ou outra palavra qualquer e devolvê-lo ao mesmo lugar. cada músculo usado quando se dá um passo.  Memória: consiste em realizar um simples “jogo da memória” com objetos de maneira mais difícil. Entrosamento Disciplinaridade Memória Concentração Confiança Jogos Cênicos Exercícios de voz Aquecimento  Conversação  Massagem nos pés = facial (em dupla)  Formas de andar = reconhecer o espaço  Descrição (em dupla)  Marionete  Desabafos         jogos coletivos = escravos de Jó improvisação rolo compressor formação de grupos (cenas) “fazer rir” jogo de bola andar e correr (individual) iô-iô = robô = vôo (5 pessoas)  Reconhecimento (individual. pega outro e realiza o mesmo procedimento do primeiro e assim sucesivamente. assim como se reconhece a sala de casa. massagear os próprios pés.  Outro jogo muito bom para a memória é o de formação de “cenas”. sinais de nascença. por exemplo. Uma pessoa joga a bola para outra.. Num círculo. um deve “analisar” o outro e depois. mas agora cada um deve escolher apenas uma pessoa para lhe contar algo. O mediador diz um número e todo o grupo deve realizar a tarefa correspondente. 3° tocar no ombro direito = virar para a direita. escolhe uma terceira pessoa da roda e troca de lugar com ela. Jogo de bola: Forma-se um círculo com uma bola em jogo. uma cena. 2° tocar na cabeça = parar. escravos de Jó. descrever sua dupla (roupa.. Pode-se explorar também massagens coletivas em dupla (uma faz massagem no rosto do outro e/ou nos ombros). Massagem: deve-se sempre. Só não vale encostar. em um tempo determinado (que deve ser de apenas alguns segundos) o grupo deve montar uma “fotografia”. sem dúvida.  Jogos de confiança: confiança nos companheiros é essencial. O mediador fica num canto e um de cada vez deve andar em direção a ele com os olhos fechados e depois a mesma coisa correndo..  Marionete (dupla): um de cada vez de olhos SEMPRE fechados enquanto o outro o guia com quatro comandos (toques): 1° tocar no meio das costas = andar. Esse exercício também é importante para reconhecimento aprofundado um do outro... Vale piada. careta. O mesmo tipo de exercício pode ser feito em grupo . 4° tocar no ombro esquerdo = virar para a esquerda.) e vice e versa.  Desabafos: mais uma vez um círculo de bate-papo. cabelo. por exemplo. colocar as pessoas desafiando a concentração dos companheiros tentando faze-los rir. um depende do outro para que tudo saia perfeitamente bem. São os códigos: 1 = pá! (Grita-se) 2 = gol! (gritar) 3 = atchim! (deve-se espirrar) 4 = deitar (todos devem deitar-se no chão) 5 = estátua 6 = banhar-se (fingir que toma banho)  Um dos melhores jogos coletivos que pode ser usado no teatro é. nos calcanhares.  Descrição (em dupla): formam-se duplas. andar com os pés virados para fora como Charlie Chaplin. a imagem de um velório. de costas um para o outro.. Por insitar o “jogo cênico”.  Andando pelo espaço com o uso de códigos. Depois se inverte a dupla guiada.  Formas de andar = reconhecer o espaço: consiste em explorar formas diferentes de andar. nas pontas dos pés. O jogo deve-se seguir assim. Ou seja. enquanto o ouvinte deve permanecer impassível. Por exemplo. desabafar sobre qualquer coisa (desde que não se refira ao próprio ouvinte). já que os mesmos são a base do corpo. antes de se começar qualquer tipo de exercício. fazer cosquinhas. detalhes. Podemos dizer que o enfoque complementa a Etapa da Atenção. Determinação. No caso de unidades ou batidas. uma unidade ou um objetivo antigo. a Determinação complementa a Etapa da necessidade. a Preparação complementa a Etapa dos Critérios. corpo “mole” que deverá ser “jogada” de um lado para outro. incluindo coragem para lidar com o problema (Preparação). e relaxa para ver o efeito de suas ações (Liberação). na qual o locutor atrai o público com seu material. Perceba que está muito escuro e acenda a luz. Suba em uma cadeira para verificar se a lâmpada esta frouxa. acabamos de resumir a chamada ação gestáltica. Um indivíduo é atraído por um estímulo (Enfoque). Este sistema pode ser uma ferramenta útil para o entendimento de uma cena complexa ou de uma atividade mais problemática. com os olhos fechados.. e a liberação complementa o Impulso à atividade. Ataque e Liberação. Todo o objetivo do exercício passa por cinco etapas bem definidas.. seu objetivo comum. a liberação final geralmente o levará ao próximo enfoque. deve posicionar-se no centro da área de trabalho. A luz acende! Deite-se no chão. reúne tudo o que precisa. TRÊS TAREFAS Faça uma lista de atividades simples de executar. Após fazer uma lista. Perceba que ainda não esta claro o suficiente e que você está forçando a vista. As cinco etapas são: Enfoque. Você pode encadear todos os três segmentos do exercício em uma única seqüência motivada. na mesma ordem. Se alguém tentar aplicar este sistema cientificamente. Tente ler o livro. Contudo. o observador escolhe três atividades para que o ator represente como tarefa inicial. pés fixos no chão.de cinco pessoas em volta de uma. que podem ser seu super-objetivo. central e final. pode acabar destruindo a espontaneidade da ilusão criada pela primeira encenação de uma obra. faz aquilo que precisa fazer (Ataque). Preparação. deitarse no chão. com a descrição dessas cinco etapas. mas. a etapa do enfoque pode ajudá-lo a encontrar descobertas no decorrer do texto. bater com o livro no chão etc. se você utilizar o sistema com discrição. no qual o locutor instiga o público o máximo que pode e observa-o a fim de comprovar a eficácia de suas incitações. Você pode sentir-se atraído pelo objeto (livro) logo no início. você. Tente encontrar uma forma lógica de realizar as três tarefas. estará realizando três atividades distintas. ou seu parceiro. Em seguida. na qual o locutor define possíveis soluções para o problema. embaixo da lâmpada. Por exemplo. como: subir numa cadeira. na qual o locutor explica porque as pessoas com que fala devem participar da ação. Fique nervoso e bata com o livro no chão. onde o locutor demonstra ao público que certa resposta conhecida por ele é adequada às exigências de todos os critérios e resolverá o problema com o mínimo de repercussão. ainda assim. Atarraxe a lâmpada. o Ataque complementa a Etapa da Solução. CONTAR A MÍMICA FEITA POR OUTRO . A luz não acende. decide fazer algo a respeito (Determinação). suponha que você receba as três atividades citadas acima. enquanto os outros dois não vêm: só o terceiro. Finalmente vai o quinto ator e reproduza o que viu fazer ao quarto. Um segundo ator observa enquanto que os outros três não podem ver. Vai o terceiro e o quarto o observa.eliminando os detalhes inúteis e magnificando os mais importantes. INTER-RELAÇÃO DE PERSONAGENS Este exercício pode ou não ser mudo. JOGO DAS PROFISSÕES Os atores escrevem num papelzinho uma profissão. Misturam-se os papéis e cada ator tira um. ofício ou ocupação: operário metalúrgico.. motorista. VÁRIOS ATORES SOBRE O PALCO Os que estão na parte de baixo inventam uma história que os estão no palco representam com mímica. padre. ou em qualquer outra parte) cada ator procura descobrir a profissão dos demais: se acertar. pugilista etc. entra um terceiro ator que se relaciona com os dois primeiros. pai. Seguidamente. os de cima só se mexem. falam. Os que estão embaixo discutem.Um ator vai ao palco e conta. mas não o quinto. depois um quarto e assim sucessivamente. complementado pelos jogadores defensores e atacantes. Um segundo ator aproxima-se e.. se não. Compara-se depois o que fez o primeiro: em geral. porém que o fazia mal . Depois. relaciona-se com o primeiro de acordo com o papel que escolhe: irmão. em mímica. uma pequena história. sai do jogo o que não acertou e perde pontos o que não foi descoberto. Um ator inicia uma ação. um chofer de táxi complementado pelo passageiro. através de ações físicas visíveis. ATIVIDADES COMPLEMENTARES Um ator inicia um movimento qualquer e outros procuram descobrir qual é essa atividade. o quinto já não tem nada mais a ver com o primeiro. porém bem ..dispõe-se então a fazer a mesma coisa. Exemplo: os movimentos de um árbitro durante um jogo. Por exemplo: imagina que o ator anterior estava tentando mostrar tal coisa. O primeiro ator deve procurar descobrir qual o papel e estabelecer a inter-relação. Este exercício é divertidíssimo Variante: cada ator que observa tenta corrigir aquilo que viu. para então realizarem as atividades complementares. sai do jogo aquele que foi descoberto e ganham pontos os dois.. Vai o quaro e o quinto o observa. pede-se a cada um que diga em voz alta o que foi que pretendeu mostrar com a sua mímica. PERSONAGEM EM TRÂNSITO . O segundo ator vai ao palco e reproduz o que viu. apenas mostrando a versão que têm dela. dentista. Começam a improvisar a profissão que lhes calhou sem falar dela. Após uns 15 minutos de improvisação (a cena passa-se na prisão depois de operação policial de rua ou numa fila de ônibus. um padre rezando missa complementado por um acólito e pelos fiéis. tio. sargento. filho etc. etc. vêm do bar. diante dos companheiros que observam. olhando por uma janela imaginária. ignore o riso e enfatize a orientação: nós olhamos para vocês! Quando os jogadores do Time 1 mostrarem sinais de desconforto. Se os membros do time na platéia começarem a rir. Por que? Tinha algo para fazer. olhando para a platéia que permanece sentada (time 2). Explique que essa experiência é uma compreensão do FOCO e que em todos os Jogos Teatrais será dado um FOCO para os jogadores . Insista nessa parte do jogo até que todos os jogadores que estão em pé estejam visivelmente desconfortáveis. deixe que o assunto esgote de forma bem democrática. outro. outro de noivo. estão numa sala de espera de um dentista e vão tirar um dente. Cada ator avança e sem que outros quatro o vejam faz com o corpo a ilustração desse tema.Um ou mais atores entram em cena e realizam certas ações para mostrar de onde vêm. o instrutor dá uma tarefa para ser feita. saem de suas casas pela manhã. tal como contar o número de janelas da sala. estão no hall do hotel e vão subir ao quarto. Um time é a platéia. no momento que não tinham um objetivo determinado. outro de sacristão. assim que foi dada a instrução de algo a fazer. estão no elevador e vão começar o seu trabalho num escritório. desfocados (sem objetivo). Alguns indivíduos irão rir e ficar mudando de posição de um pé para outro. FOCO Divida o grupo em dois times. As bolas são todas imaginárias. lendo. A resposta do grupo será que. Outro tema: igreja. outros irão simplesmente congelar ou tentar aparentar indiferença. Se estiver trabalhando individualmente dentro de cada time. Converse e avalie com todos como observaram a transformação dos Times. de pisos do chão. etc. etc. feitas de . um terceiro jogando cartas. um quinto olhando com raiva para fora. cada um da sua vez. o desconforto desapareceu. Mas assim que assumiram um objetivo claro (contar alguma coisa). sem posição certa com as pernas e etc. JOGO DE BOLA Divida o grupo em dois grandes times. de cartazes afixados na sala. por exemplo. outro de turista. Os outros devem descobrir tudo isso apenas através das ações físicas. Os jogadores devem ser orientados para continuar contando até que os sinais de desconforto desapareçam e os jogadores demonstrem alívio e relaxamento corporal. Por exemplo: o primeiro pode ilustrar o tema "prisão" ficando deitado. cada jogador começa a jogar a bola contra uma parede. Depois inverta as posições. pode um fazer-se de padre. O Objetivo é manter os jogadores em pé.alguma coisa para fazer. cada um dos quatro vem. um quarto cozinhando. Time 1 permanece em pé. sentiram desconforto. e faz a sua própria ilustração. sem saber o que fazer com as mãos. em linha reta. Depois. o que fazem e para onde vão. As ações físicas podem ser: vêm da rua. Alguns começarão a contar da própria experiência e dos colegas. O time 1 deve permanecer em pé sem fazer nada. ILUSTRAR UM TEMA Dá-se um tema: prisão. PARTE DO TODO Um jogador entra na área de jogo e torna-se parte de um grande objeto ou organismo (animal.substância do espaço. muuuuuuuuuuito lentamente! Pegue a bola em câmera muito lenta! Agora a bola se move normalmente! Use o corpo todo para jogar a bola! Mantenha o seu olho na bola! Agora muito rápido! Jogue a bola o mais rápido que você puder! Normal de novo. ele entra no jogo como outra parte do todo sugerido. Todos jogam simultaneamente. células do corpo. Todos saberão quando isto acontecer. Logo que a natureza do objeto se tornar clara para outro jogador. Quando a bola aparece. Os jogadores podem assumir qualquer movimento. ele vira de costas um para o outro e cada um faz três mudanças na sua aparência física: eles dividem o cabelo. Após algum tempo inverta as posições. som ou posição para ajudar a completar o todo. mecanismos abstratos. fale em câmera lenta. A bola está se movendo muuuuuito. mudam o relógio de lado e etc. Agora novamente em câmera muuuuuuito leeentaaaaaaaaa! Dê o tempo para que a bola percorra o espaço! Veja o caminho que a bola percorre no espaço! Ritmo normal de novo! A pergunta “A bola estava no espaço ou nas suas cabeças?” feita é importante porque ela impõe a responsabilidade de observar a realidade do objeto no espaço. Um jogador fica de frente para o outro. . Os parceiros se observam cuidadosamente. As palavras usadas pelo instrutor durante o jogo devem ser cuidadosamente escolhidas. os acessórios e etc. O jogo continua até que todos os participantes estejam trabalhando juntos para formar o objeto completo. TRÊS MUDANÇAS Divida o grupo em pares. Os jogadores devem terminar o jogo com todos os efeitos físicos de um jogo de bola (quentes. Modifique a velocidade da fala para combinar com a instrução: por exemplo. Não se deve pedir que os jogadores façam de conta ou que imaginem. o cabelo. etc). Dê a instrução com energia durante o jogo. os parceiros voltam a se olhar um tenta identificar quais mudanças o outro fez. enfatizando o uso do corpo todo para manter a bola em movimento. ela pode ser vista como se uma bola real estivesse sendo usada. notando a roupa. relógios. Quando os jogadores estiverem todos em movimento. dos pés à cabeça. Um reflete todos os movimentos iniciados pelo outro. A platéia é tão responsável por manter o FOCO quanto o time que está jogando. vegetal ou mineral). Então. desamarram o laço do sapato. ao dar a instrução para que a bola se movimente em câmera lenta. Exemplos incluem máquinas. a instrução deverá mudar a velocidade com a qual as bolas são jogas. animais. constelações. incluindo expressões faciais. Deve-se simplesmente orienta-los a manter a bola no espaço e não em suas cabeças. ESPELHO Divida o grupo em duplas. Quando estiverem prontos. sem fôlego. Permita que aqueles jogadores que têm dificuldade em encontrar palavras falem apenas algumas poucas de início. A espontaneidade surge apenas quando os jogadores permanecem com o momento em que a história está sendo contada. Os jogadores muitas vezes desviam da idéia original do primeiro jogador o que resulta em abstração fantasiosa. Aponte isso para aqueles jogadores que não o compreendem. Para manter a energia individual em alto e total envolvimento com o processo. Outros se apressam em entrar no jogo sem a percepção do todo. A história pode ser conhecida ou inventada. mas surpreenda esses jogadores voltando para eles novamente para dizerem poucas palavras até que o medo de falhar seja dissipado e o jogador se torne livre para jogar. Se não houver gravador.. Para rever os períodos de avaliação. mesmo que seja no meio de uma palavra. Os imitadores pegaram o exemplo do trem apresentado no jogo Parte de um Todo e limitaram a dinâmica deste jogo a uma área restrita. Quando o primeiro interromper seu movimento. pois gera espontaneidade e energia.. o coordenador aponta aleatoriamente para outros jogadores que devem ser imediatamente continuar a partir de onde o último jogador parou. O chapéu caiu da sua cabeça. no meio de um pensamento ou de uma frase. Regra opcional: o jogador que for pego iniciando com as últimas palavras do antecessor sai fora do jogo. deve ficar “congelado” pronto para continuar a fluência de seu movimento quando voltar a ser sua vez e então outro inicia outro tipo de movimento e assim sucessivamente até que retorne ao primeiro que deve voltar a se movimentar exatamente como antes. Um jogador inicia um movimento. sugerimos que seja feita uma gravação das histórias dos jogadores. CONTINUAÇÃO DE MOVIMENTO Os jogadores formam um círculo. Na verdade. BLABLAÇÃO . O pré-planejamento aliena os jogadores. Por exemplo. CONSTRUINDO UMA HISTÓRIA Grande grupo em círculo.. O coordenador deve utilizar a instrução para ajudar os jogadores a entrar no jogo e para ajudar aqueles que têm medo de estarem errados a respeito do objeto que está sendo formado. o instrutor deve surpreender os jogadores fora de equilíbrio.Este jogo é útil como aquecimento ou para finalizar uma sessão. todos os outros devem ficar parados. Em qualquer momento na história. Parte do Jogo pode ser muitas coisas. Os jogadores não devem repetir a última palavra previamente enunciada pelo contador. segundo jogador. encontre alguém para tomar notas rápidas e digite as histórias dos jogadores que poderão ser retomadas em outro momento.. Enquanto este está em movimento.. o primeiro jogador: O vento soprava. O coordenador escolhe um jogador que iniciará contando uma história. Este jogo teatral também é largamente utilizado com o nome de Máquina. sem atitudes de julgamento. sem atitudes e volta. permanece em cena uma janela aberta na qual esvoaça uma cortina. DEIXANDO UM OBJETO EM CENA Dois ou mais jogadores realizam uma cena. RELAXAMENTO Todos estarão sentados ou deitados confortavelmente. clima ou pensamento é deixado em cena quando a cena termina. deixando o livro em cena. numa sala pouco iluminação e com um som ambiente. Quando a conversa se tornar fluente em português. som.Uma família. à noite.Duplas ou trios um instrutor. então deve demonstrar. Alguns exemplos: 1. Não deve haver diálogo. O jogo continua até que todos os jogadores tenham caminhado individualmente e tenham sido imitados pelos outros jogadores. Faça com que foquem toda a energia nos pés já que não será possível ver seu rosto.um grupo que está discutindo um livro exalta-se. serão seguidos os seguintes movimentos: . ouve-se o choro de uma criança.Refugiados de guerra fogem de um edifício durante um bombardeio. dê a instrução blablação e os jogadores devem mudar para a blablação até que sejam instruídos a retornar a conversa em português. som e mesmo adereços reais intensificam a resposta teatral. com medo de contrair uma epidemia. PÉS E PERNAS Prepare um biombo ou cortina para esconder a parte de cima dos jogadores. CAMINHADA COM ATITUDE Um por vez caminha para frente com andar neutro. argumentando e sai. no qual um objeto. Um por vez. diferentes emoções e ou situações usando apenas os pés descalços e as pernas. imitando a caminhada do primeiro jogador. devem se comunicar apenas através dos pés. Depois que os jogadores saíram de cena. A conversa deve fluir normalmente e avançar no que se refere ao sentido. Observação: É necessário um palco equipado para esse exercício. nunca sai de casa. Retirando-se para deitar. O resto do grupo faz então a mesma caminhada e volta coletivamente. Os jogadores escolhem ou aceitam um assunto para conversar. sem falar. em absoluto silêncio. 3. Montar uma cena seguindo a regra desse jogo. 2. já que os efeitos de luz. Verificar de a conversa flui e tem continuidade e se a comunicação é sempre mantida. Blablação! Português! Blablação! Português! (e assim por diante). .. .O mesmo com o tórax.Afrouxar os músculos das pernas e joelhos.Todos deverão sentir os dedos e as plantas dos pés. imaginando ainda que uma grande suavidade envolve os órgãos digestivos. relaxando-se ao máximo. . e tirar do rosto qualquer ruga de preocupação . os ombros. .Amolecer os braços as palmas das mãos e os dedos.Relaxar o couro cabeludo. como um amanhecer no campo.Fazer o mesmo com o abdome.Pedir a todos que bocejem e se espreguicem lentamente como gatos. e a nuca mais demoradamente. . . Respirar profunda e suavemente. .Imaginar um lugar lindo e tranqüilo.
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